1. INTRODUÇÃO
No Brasil, a aquicultura apresenta-se como uma alternativa promissora
para a produção de alimentos, dado ao grande potencial em termos de
espécies adaptadas, à abundância de recursos naturais e clima favorável.
Como exemplo disto, a produção de camarões de cultivo vem crescendo nos
últimos anos (14,66% entre os anos de 2000 e 2005), onde a produção mundial
atingiu cerca de 2,36 milhoes de toneladas em 2005, e onde o Brasil contribuiu
com 65 mil toneladas em 15 mil hectares de cultivo (RIECHE e MARTINS
MORAES, 2006)
A União Européia tem um consumo aparente de 9,1 milhões de t, em
média 22 kg/pessoa/ano, enquanto Portugal, Noruega e Espanha têm o maior
consumo per capita da Europa (60,2, 41,1 e 37,7 kg, respectivamente). Na
América do Sul, Peru e Chile, os maiores produtores, têm um consumo per
capita superior à média mundial, ao contrário do Brasil, onde chega somente a
6,4 kg/pessoa/ano, bem abaixo, portanto, da média mundial.
A média do consumo per capita mundial dobrou entre 1950 e 1989, mas
ficou estável em cerca de 13,5 kg desde então, o que significa um crescimento
quase igual ao da população (FAVERET FILHO e SIQUEIRA, 2007).
Dentre as diferentes formas de produção sustentada e extrativismo, a
principal diferença encontra-se na qualidade do produto. No sistema de cultivo,
é possível controlar doenças e outros interferentes na qualidade sensorial e
higiênico-sanitárias do camarão. No entanto, a coloração alaranjada
característica destes animais fica comprometida.
A astaxantina (3, 3’-dihidróxi-β-β-caroteno–4,4’diona) é um pigmento
natural presente em crustáceos e em algumas espécies de algas, sendo este o
principal responsável, na maioria destes animais, pela coloração amarelo-
avermelhada de algumas espécies de camarão, salmão e de outras espécies
aquáticas, assim como em algumas espécies de aves como, por exemplo, o
Flamingo. Este carotenóide pode ser utilizado tanto como pigmento em
alimentos como também, nos produtos derivados de pescado, na aqüicultura,
onde tem uma importante função, a de nutriente na alimentação de pescados