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mecanismos de ação dos extratos em nível digestivo, principalmente o aumento da
permeabilidade das células intestinais, o que facilita a absorção de nutrientes por
transporte passivo (GEE et al., 1997). Também estariam envolvidos os
glicocomponentes, constituintes da porção solúvel da Yucca e Quillaja que têm
afinidade pela amônia, melhorando a atividade degradativa da flora intestinal
(CHEEKE, 1999). Mas nossos estudos de campo e meta-análise não permitem
extrapolação para efeitos metabólicos do uso de extratos vegetais.
A conversão alimentar é um indicador de melhor eficiência digestiva e/ou
metabólica. Essa variável não foi medida em nosso trabalho com porcas, pois não é
usual em animais gestantes e lactantes. Mas é adequada para leitões na creche,
onde a utilização de extratos vegetais normalmente não altera a conversão alimentar
(YEN et al., 1993; AMON et al., 1995; HERMANN et al., 2003). Isso confirma nossos
resultados de meta-análise. É provável que a imaturidade do sistema digestório dos
leitões na creche seja a responsável por isso, pois na fase de crescimento e
terminação os extratos vegetais melhoram a conversão alimentar (KWON, et al.,
2004). Isso se deve, provavelmente, à maturidade do sistema digestório nos animais
nas fases de crescimento e terminação que tem maiores respostas à estimulação
por extratos vegetais (SAMBAIAH et al., 1991).
Em relação ao escore de fezes das fêmeas, foi observado no estudo com as
porcas uma predominância de fezes mais duras para o grupo que recebeu
saponinas. São poucos os estudos de consistência das fezes de animais que
receberam dietas com saponinas. Porém, em estudo com cães e gatos que
receberam dietas com Yucca, as fezes eram mais duras (LOWE & KERSHAW,
1997). Isso se deve, provavelmente, à ação surfactante das saponinas que acelera a
atividade microbiana da flora intestinal, melhorando a digestão dos alimentos.
Em nosso estudo com porcas, todas as variáveis medidas sobre os leitões são
indicadores indiretos. O escore diário das de fezes dos leitões na lactação não foi
diferente para animais lactentes. Embora na medida direta, tenha sido encontrada
diferença para o escore das fezes das porcas, mostrando resultados de fezes mais
duras para as porcas que receberam saponinas, isso não se aplica aos leitões.
Em nosso estudo com as porcas, as variáveis: número de leitões nascidos
vivos, natimortos, mumificados, nascidos totais e a mortalidade ao longo da lactação
não apresentaram diferenças para as leitegadas entre grupo de porcas controle e as
que receberam dietas contendo saponinas. Entretanto, Herpin et al. (1996) e Herpin