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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA
EXTRATOS VEGETAIS PARA PORCAS E LEITÕES NA
CRECHE
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
Lucélia Hauptli
Santa Maria, RS, Brasil
2006
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2
EXTRATOS VEGETAIS PARA PORCAS E LEITÕES NA
CRECHE
por
Lucélia Hauptli
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado do Programa de Pós-
Graduação em Zootecnia, Área de Concentração em
Produção Animal, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS),
como
requisito parcial para obtenção do grau de
Mestre em Zootecnia
.
Orientador: Prof. Paulo Alberto Lovatto
Santa Maria, RS, Brasil
2006
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Universidade Federal de Santa Maria
Centro de Ciências Rurais
Programa de Pós-Graduação em Zootecnia
A Comissão Examinadora, abaixo assinada,
aprova a Dissertação de Mestrado
EXTRATOS VEGETAIS PARA PORCAS E LEITÕES NA CRECHE
elaborada por
Lucélia Hauptli
como requisito parcial para obtenção do grau de
Mestre em Zootecnia
COMISÃO EXAMINADORA
:
Paulo Alberto Lovatto, Dr.
(Presidente/Orientador)
Vladimir de Oliveira, Dr. (UNIOESTE)
Marcelo Soares, Dr. (UFSM)
Santa Maria, 20 de fevereiro de 2006.
4
AGRADECIMENTOS
A Deus, pela vida e saúde que possibilitaram a minha presença aqui.
Ao Programa de Pós-Graduação em Zootecnia UFSM, pela oportunidade de
realização do mestrado, especialmente a secretária executiva Olirta.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pela
concessão de uma bolsa de estudos.
Ao Prof. Dr. Paulo Alberto Lovatto pela orientação e ensinamentos nesses anos
de convívio.
Aos Professores do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, pela dedicação
e esforços durante as aulas, para que nosso aprendizado fosse completo, especiais
agradecimentos aos professores Irineo Zanella e José Henrique Souza da Silva.
Ao Prof. Gerson Guarez Garcia pelo apoio e amizade desde a graduação.
A Beraca Sabará Químicos e Ingredientes Ltda pelo apoio, que permitiu a
realização desse trabalho.
Aos proprietários e funcionários da Granja de Suínos Toropi, principalmente ao
Ênio Einloft Scholz, pelo apoio e envolvimento no desenvolvimento do experimento.
Aos amigos do Setor de Suinocultura: Brenda Marques, Cheila Lehnen, Flávia
Santos, Inês Andreata, Luciano Hauschild e Marco Antônio Kunrath, pelo auxílio e
amizade.
Aos amigos sempre presentes, mesmo sendo uma presença à distância, em
especial a Berilo Brum, Diego Peres, Joyce Leite e meu irmão, Leandro Hauptli.
E a todos que de alguma forma contribuíram para a execução deste trabalho.
5
DEDICATÓRIA
A minha família, principalmente aos meus pais, pelo apoio em todos os momentos e
incentivo para que eu não desistisse de meus objetivos.
Ao Guilherme Badini, pelo carinho, atenção e apoio constante, mesmo a distância.
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RESUMO
Dissertação de Mestrado
Programa de Pós-Graduação em Zootecnia
Universidade Federal de Santa Maria
EXTRATOS VEGETAIS PARA PORCAS E LEITÕES NA CRECHE.
AUTORA: LUCÉLIA HAUPTLI
ORIENTADOR: PAULO ALBERTO LOVATTO
Data da Defesa: Santa Maria, 20 de fevereiro de 2006
.
O objetivo do presente documento é apresentar um experimento e uma meta
análise sobre a utilização de extratos vegetais para porcas em gestação/lactação e
leitões na creche. O estudo com porcas envolveu trinta fêmeas geneticamente
homogêneas que distribuídas em dois tratamentos (dieta controle e dieta com adição de
160ppm de saponinas). O delineamento foi de blocos ao acaso, tendo como fator de
bloqueamento a ordem de parto. Foram avaliados o consumo de ração, a cor e
consistência das fezes e o escore corporal. Nos leitões lactentes foram avaliados os
nativivos, natimortos, mumificados, pesos (ao nascer e ao desmame) e mortalidade.
Não foram encontradas diferenças na cor das fezes das fêmeas, porém as fezes das
fêmeas que receberam dieta com saponinas foram mais duras. Na última semana de
lactação as fêmeas alimentadas com saponinas apresentaram um escore corporal
superior as fêmeas que receberam dieta controle. Não foram encontradas diferenças
(P>0,05) nos leitões para as variáveis de nascimento. Os leitões das fêmeas que
receberam dietas com saponinas foram mais pesados (P<0,05) ao nascer (1,2 x 1,4kg)
e ao desmame (5,5 x 5,9kg). Porcas alimentadas na fase final de gestação e na
lactação com dietas com 160ppm de saponinas têm melhor escore corporal no final da
lactação e suas leitegadas são mais pesadas ao nascer e ao desmame. No estudo de
meta-análise foram utilizadas 11 publicações contendo 48 tratamentos e 2752 animais.
Os tratamentos foram agrupados antimicrobianos de síntese (AS) e extratos vegetais
(EV). Não houve diferença (P>0,05) para as variáveis experimentais. O número médio
de animais por tratamento foi de 57, o período experimental médio foi 35 dias e a idade
inicial de 25 dias. O peso vivo médio inicial foi de 7,4kg, sendo 16% superior (P<0,05)
para leitões que receberam extratos vegetais. O peso vivo médio final foi de 25kg. Os
valores nutricionais médios (P<0,05) foram de 3345 kcal EM/kg, 0,39% de metionina,
7
1,42% de lisina e 21,8% de proteína bruta. O consumo médio de ração de 818g/d, o
ganho de peso de 480g/d e conversão alimentar de 1,70 não diferiram (P>0,05) entre
os dois aditivos. A alimentação de leitões na creche com dietas contendo determinados
antimicrobianos de síntese e extratos vegetais não altera o consumo de ração, ganho
de peso, conversão alimentar, ingestão de energia metabolizável, proteína bruta, lisina,
metionina, cálcio e fósforo. O peso vivo não é um estimador adequado para as variáveis
de desempenho de leitões na creche alimentados com aditivos antimicrobianos de
síntese e extratos vegetais, sendo a meta-análise mais adequada para estimar essas
variáveis.
Palavras chave: desempenho, promotor de crescimento, suínos.
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ABSTRACT
Dissertation of Mastership
Post-Graduation in Animal Science Program
Federal University of Santa Maria, RS, Brazil
EXTRACT VEGETABLE FOR SOWS AND WEANED PIGS
AUTHOR: LUCÉLIA HAUPTLI
ADVISOR: PAULO ALBERTO LOVATTO
Santa Maria, February, 20, 2006.
The objective of the present document was carried an experiment and a meta-
analysis, involving the use of vegetal extract for sows in gestation, lactation and piglets
at nursery phase. The study with sows was carried with thirty genetically homogeneous
sows were distributed in two treatments: one control diet (CD) and a CD plus 160ppm of
saponins. The experimental design was a completely randomized block. The studied
variables in sows were feed supply, fecal characteristics (color and consistency) and
corporal score. In the piglets the studied variables were mummified fetuses, stillborn,
born alive and total born, birth and weaning weights. Were not found differences in color
for sows feces. The fecal consistency for sows that received diets with saponins was
more solid. In the end nursing the sows fed with saponins presented a corporal score
higher compared to the control females. The piglets of sows that received diets with
saponins presented higher weights on birth (1.2 x 1.4kg) and at weaning (5.5 x 5.9kg)
weights, both at P<0.05. Sows fed in the last 15 days of gestation and during the nursing
period with diets containing 160ppm of saponins, had better corporal score in the end of
nursing and their piglets had higher birth and weaning weights. In meta-analyses study
were utilized eleven publications containing 48 treatments and 2752 piglets. The
treatments were separated in two groups: synthesis antimicrobial (AS) and vegetal
extracts (EV). Were analyzed the experimental variables and piglet’s performance. For
experimental variables no differences (P>0.05) were found. The average piglets number
for each treatment was 57, the average experimental period was 35 days and average
initial age was 25 days. The average initial weight (7.4kg) was 16% greater (P<0.05) for
piglets that received vegetal extracts. The average final weight was 25kg. The average
nutritional values (P<0.05) were: 3345 kcal of EM/kg, 0.39% of methionine, 1.42% of
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lysine and 21.8% of crude protein. Were no differences (P>0.05) among piglet groups
for average feed intake (818g/d), average daily gain (480g/d) and gain ratio (1.70)
(P>0.05) Post weaning piglets feeding with diets containing vegetal extracts and
synthesis antimicrobials don’t change: feed intake, daily gain, gain ratio, ingestion of
metabolizable energy, crude protein, lysine, methionine, calcium and phosphorus. The
live weight is not the best predictor to estimate performance variables for post weaning
piglets feed with diets containing vegetal extracts and synthesis antimicrobials, being the
meta-analysis better to analyses these variables.
Key words: growth promoter, performance, swine
10
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Consumo de ração de leitões alimentados na creche com dietas com
antimicrobianos de síntese ou extratos vegetais........................................................... 50
Figura 2 Ganho de peso de leitões alimentados na creche com dietas com
antimicrobianos de síntese ou extratos vegetais............................................................ 51
11
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Composição centesimal e composição analisada das dietas experimentais
controle nas fases de gestação e lactação ................................................................... 32
Tabela 2 Escores corporais semanais no período de lactação de porcas alimentadas
com dietas sem e com adição de saponinas ................................................................. 33
Tabela 3 - Características de leitegadas oriundas de porcas alimentadas com dietas
sem e com adição de saponinas ................................................................................... 34
Tabela 4 Escore das fezes dos leitões de porcas alimentadas na lactação com dietas
sem e com adição de saponinas ................................................................................... 35
Tabela 5 Características das publicações com leitões alimentados com dietas com
antimicrobianos de síntese ou extratos vegetais utilizados na meta-análise ................ 47
Tabela 6 Análise de algumas variáveis relacionadas as características experimentais
das publicações utilizadas na meta-análise .................................................................. 48
Tabela 7 Resultados das variáveis de desempenho das publicações utilizadas na
meta-análise ...................................................................................................................49
12
SUMÁRIO
LISTA DE ILUSTRAÇÕES.............................................................................................10
LISTA DE TABELAS ......................................................................................................11
1. INTRODUÇÃO ...........................................................................................................13
2. ESTUDO BIBLIOGRÁFICO........................................................................................14
2.1. Nutrição e digestão..............................................................................................14
2.1.1. Porcas...........................................................................................................14
2.1.2. Leitões...........................................................................................................14
2.2. Promotores de crescimento.................................................................................15
2.3. Aditivos antimicrobianos......................................................................................16
2.4. Extratos vegetais .................................................................................................16
2.4.1. Saponinas .....................................................................................................17
2.4.1.1. Modos de ação...........................................................................................18
2.4.1.2. Respostas em suínos.................................................................................19
2.4.2. Outros extratos..............................................................................................20
3.ALIMENTAÇÃO DE PORCAS GESTANTES E LACTANTES COM DIETAS
CONTENDO SAPONINAS.............................................................................................23
4. META-ANÁLISE DA ADIÇÃO DE EXTRATOS VEGETAIS E ANTIMICROBIANOS DE
SÍNTESE PARA LEITÕES NA CRECHE.......................................................................38
5. DISCUSSÃO GERAL.................................................................................................54
6. CONCLUSÃO GERAL................................................................................................56
7. REFERÊNCIA.......
.....
................................................................................................ 57
ANEXO 1...........................................................................................
..
.........
...
............... 64
13
1. INTRODUÇÃO
A eficiência reprodutiva das fêmeas suínas é um dos aspectos importantes para
o sucesso da suinocultura. A gestação e lactação são fases fundamentais para
melhorar essa eficiência, que é expressa em número e peso de leitões produzidos por
porca anualmente. A alimentação da porca é determinante para a produção de leite e
desenvolvimento dos leitões.
É possível melhorar o desempenho das leitegadas através de mudanças nas
dietas das fêmeas, especialmente no período final da gestação e na lactação. Essas
mudanças podem ser de forma protéica, energética ou via adição de aditivos
alternativos. Para compensar a imaturidade digestiva dos leitões, são utilizados
antimicrobianos como promotores de crescimento, pois melhoram as taxas de
crescimento, a conversão alimentar e reduzem a mortalidade. No entanto, essa prática
vem sendo progressivamente restringida, devido à possibilidade de resistência
bacteriana cruzada com patógenos humanos. As novas regulamentações intensificaram
o desenvolvimento de produtos alternativos que proporcionem máximo desempenho
sem afetar a qualidade do produto final. Uma das alternativas que vem sendo
pesquisada é a utilização de extratos vegetais.
Portanto, esta dissertação apresenta dois trabalhos. Um experimental sobre a
utilização de saponinas na dieta de porcas gestantes e lactantes. Outro, uma meta-
análise de experimentos com extratos vegetais e aditivos antimicrobianos de síntese
para leitões na creche. Esse documento é composto por um estudo bibliográfico do
tema, dois artigos científicos, resultados complementares, discussão geral, conclusões
gerais e a produção científica durante o curso.
14
2. ESTUDO BIBLIOGRÁFICO
2.1. Nutrição e digestão
2.1.1. Porcas
Os avanços da suinocultura nos últimos 30 anos elevaram a produtividade anual
de 13 para mais de 24 leitões por porca (STALDER et al., 2000). O potencial genético
das porcas será maximizado se forem atendidas as exigências de manejo, nutrição e
sanidade em todas as fases. O animal mais produtivo trabalha no limite de sua
fisiologia, não tendo muitas reservas corporais para compensar deficiências de
ambiente e de sanidade (JURGENS et al., 1997). Com os avanços no melhoramento
genético, é necessário que se estabeleça um programa nutricional de qualidade.
A fêmea gestante está em anabolismo gravídico, situação de alta eficiência
alimentar. Para a porca, a utilização das reservas corporais para a lactogênese
depende não da nutrição na lactação, mas também na gestação. Na lactação ocorre
um conflito entre a limitada capacidade de ingestão pelas porcas e a alta demanda
nutricional para a produção de leite. Isso pode limitar o atendimento das exigências
para adequada lactogênese reduzindo o desenvolvimento dos leitões (YOUNG et al.,
2004).
Diante da importância da nutrição para a produção de leite da porca e para o
desenvolvimento dos leitões, existem alternativas para melhorar o desempenho das
leitegadas através da manipulação das dietas das fêmeas, especialmente no período
final da gestação e na lactação. Essa manipulação pode ser protéica (DOURMAD et al.,
1998), energética (COOPER et al., 2001) ou utilizando nutrientes alternativos (AMRIK &
BILKEI, 2004).
2.1.2. Leitões
O período pós-desmama é o mais desafiador para o leitão (STOKES et al.,
2001). Esses desafios podem ser imunológicos, sanitários, ambientais (mudança de
instalações, temperatura), digestivos (pH, microbiota, suprimento de nutrientes) e
nutricionais (STOKES et al., 2001). Na fase de creche, ocorrem alterações histológicas
e bioquímicas no intestino delgado, como atrofia das vilosidades e aumento da
15
profundidade de criptas, reduzindo a digestão de alimentos e absorção de nutrientes
(ANDERSON et al., 1999). Nessa fase as enzimas secretadas pelo sistema digestivo e
o ácido clorídrico secretado pelas células parietais do estômago o ainda limitados
(GEARY et al., 1999). Nessas condições, a digestão de carboidratos e proteínas é
incompleta, o que altera a osmolaridade do conteúdo intestinal. Isso provê condições
favoráveis para bactérias patogênicas, favorecendo as diarréias.
A presença do alimento no trato digestivo estimula as funções digestivas
intestinais, através da secreção de hormônios, desenvolvimento do sistema enzimático
e estímulo à proliferação celular, até que se alcance a maturidade do sistema e o
animal possa suprir suas exigências nutricionais (KELLY et al., 2001). Entretanto, para
auxiliar esses processos, têm sido utilizados aditivos na ração. Como aditivos
antimicrobianos promotores do crescimento, que contribuem para a manutenção das
condições adequadas do trato gastrintestinal durante essa fase da vida do suíno
(BAYNES et al., 2001).
2.2. Promotores de crescimento
Numa fórmula comercial de rações existem dois grupos de ingredientes, os
macro ingredientes (cereais, ingredientes protéicos, subprodutos da indústria, pré-
misturas vitamínicas) e os micro ingredientes (aditivos). No grupo do micro ingredientes
encontram-se os promotores de crescimento, que são compostos sintéticos orgânicos,
compostos químicos ou elementos inorgânicos simples administrados em pequenas
quantidades com a finalidade de melhorar a taxa de crescimento e/ou a conversão
alimentar. No grupo dos promotores podem existir substâncias cujo efeito seja de pró-
nutriente como antimicrobianos e quimioterápicos ou repartidores de energia como o
hormônio de crescimento, ou aditivos alternativos, como extratos vegetais (LIMA, 1999).
Os antimicrobianos (antibióticos e quimioterápicos) e os promotores de crescimento são
os aditivos mais usados na produção animal.
16
2.3. Aditivos antimicrobianos
Os efeitos dos antimicrobianos podem ser classificados em três funções. A
metabólica, que melhora o desempenho através de ação direta sobre o metabolismo
animal. A nutricional, onde os antimicrobianos alteram a população microbiana e
redução da espessura da parede intestinal. A imunológica, pela inibição das bactérias
intestinais causadoras de doenças sub-clínicas (LIMA, 1999).
Os antimicrobianos podem alterar a microbiota em decorrência da perda da
eficiência de fixação de certos microrganismos ao epitélio intestinal e alteração no perfil
de substâncias produzidas no lúmen intestinal (BRUGALLI, 2003). Também controlam
as bactérias causadoras de doenças subclínicas que deprimem o crescimento do
animal (MENTEN, 1995). Os antimicrobianos reduzem a produção de amônia e de
outros metabólitos tóxicos (aminas e endotoxinas) pela microbiota, protegendo o
epitélio intestinal. Os promotores de crescimento podem influenciar a digestibilidade dos
nutrientes, pela secreção de enzimas e sucos gastrintestinais (MILTEMBERG, 2000).
Eles alteram a histologia do epitélio intestinal, como aumento da altura das vilosidades
e redução da profundidade das criptas (MILTEMBERG, 2000). Apesar de não haver
conclusões definitivas sobre os meios de ação dos antimicrobianos promotores do
crescimento, supõe-se que alguns destes mecanismos ajam simultaneamente para
gerar os devidos ganhos de desempenho em suínos e outros animais domésticos.
2.4. Extratos vegetais
Muitas substâncias encontradas na natureza auxiliam o crescimento, a
imunoestimulação ou a atividade antimicrobiana. A utilização de extratos vegetais e
plantas medicinais para humanos data de milhares de anos tendo originado o Egito
Antigo, China, Índia e Grécia (KAMEL, 2000). Os extratos vegetais apresentam
princípios ativos que a planta sintetiza e armazena durante o seu crescimento. Os
princípios ativos dos vegetais têm baixo peso molecular e são produzidos como um
mecanismo de defesa da planta contra fatores externos, tais como estresse fisiológico
(falta de água ou nutriente, por exemplo), fatores ambientais (variações climáticas) e
17
proteção contra predadores e patógenos (MARTINS et al., 2000). Os princípios ativos
apresentam ações diferentes daquelas observadas no vegetal inteiro (fitocomplexo).
As substâncias ativas das plantas podem ser classificadas de acordo com as
suas características químicas, físicas ou biológicas. Os principais grupos existentes são
os alcalóides, glucosídeos, compostos fenólicos, saponinas, mucilagem, flavonóides,
terpenóides, taninos e óleos essenciais (MARTINS et al., 2000). Os produtos à base de
extratos vegetais podem ser compostos por uma mistura de princípios ativos isolados
e/ou de óleos essenciais, que são uma mistura complexa de componentes ativos
obtidos por processo de vaporização (KAMEL, 2000). Existe um efeito sinérgico entre
os princípios ativos primários e secundários das plantas. Os componentes secundários
(encontrados em pequenas concentrações) atuariam como potencializadores dos
compostos primários (KAMEL, 2000). Um mesmo princípio ativo pode ser encontrado
em diversas plantas em concentrações diferentes. Determinadas espécies de plantas
possuem princípios ativos em altas concentrações, como por exemplo, cinamaldeído
(90% no extrato da canela) e eugenol, presente em 80% no extrato do cravo (DORMAN
et al., 2000).
Os extratos vegetais podem melhorar o desempenho dos animais, mas os efeitos
são menores se comparados aos dos antimicrobianos (LANGHOUT, 2000). Por este
motivo, são necessárias mais pesquisas associando os princípios ativos e seus efeitos
in vivo, a fim de se alcançarem ganhos consideráveis no desempenho de suínos
suplementados com promotores de crescimento a base de extratos vegetais.
2.4.1. Saponinas
No grupo dos extratos vegetais usados na nutrição animal, encontram-se as
saponinas, compostos presentes em extratos de aproximadamente 100 diferentes
famílias de vegetais, com propriedades detergentes ou surfactantes. Essas
propriedades surfactantes são exercidas por componentes hidro e lipossolúveis,
constituídos de um núcleo lipofílico, tendo uma estrutura esteroidal ou triterpenoidal,
com uma ou mais cadeias de carboidratos hidrossolúveis. Nas plantas as saponinas
apresentam funções como regulação do crescimento, defesa contra insetos e
18
patógenos (OLESZEK, 1996). Essas funções revelam a importância desses compostos
na adaptação e sobrevivência vegetal. Certas plantas de deserto são especialmente
ricas no conteúdo de saponinas, destacando-se como as duas principais fontes
comerciais de saponinas a Yucca schidigera e a Quillaja saponaria.
A Yucca é originária do deserto mexicano, pertence a família Agavaceae e
possui saponinas com estrutura esteroidal (HOSTETTMANN et al., 1996). Os galhos da
Yucca são utilizados como fonte de saponinas, sendo colhidos quando maduros e
processados. A Quillaja é uma árvore da família Rosaceae, que cresce em áreas áridas
do Chile, possui saponinas de estrutura triterpenoidal, sendo a casca e a madeira da
planta utilizadas como fontes de saponinas (CHEEKE, 1996). Ambas as plantas são
fervidas para obtenção de uma fração líquida por extração a vapor e posteriormente é
realizado processamento em pó, que é utilizado como aditivo na alimentação animal
como fonte de saponinas.
2.4.1.1. Modos de ação
Os extratos de Yucca e Quillaja estão sendo pesquisados para diversas espécies
animais. Os principais benefícios estudados são a diminuição do odor das excretas,
controle de protozoários, ação antimicrobiana e melhora geral no desempenho dos
animais. As saponinas da Yucca e Quillaja contem extratos que o atualmente usados
como aditivos dietéticos para gado e animais de companhia, principalmente para
redução de odor e emissões de amônia da excreta.
Dietas com adição de Yucca reduzem o odor em até 56% das fezes de cães e
até 49% nas de gatos (LOWE, 1997). Existem mais de 75 compostos específicos no
odor das excretas dos animais. Estes compostos, resultantes da degradação completa
ou parcial das excretas, incluem a amônia, os sulfidos, os ácidos graxos voláteis, os
álcoois, os aldeídos, os mercaptanos, as aminas, os ésteres e carbonos, entre outros. O
mecanismo das saponinas para redução do odor das fezes ainda não está bem
definido, sendo a inibição da urease o mais provável. Outra hipótese para a redução do
odor das fezes é a de que as saponinas produzem uma inibição da fermentação
microbiana da proteína (MCFARLANE et al., 1988).
19
As saponinas são bem conhecidas por sua atividade antiprotozoária mais de
100 anos. Ela provoca a lise da membrana celular e posterior morte da célula
protozoária. As saponinas emulsionam os lipídios da membrana celular protozoária,
alterando sua permeabilidade e integridade. As saponinas da Yucca foram efetivas na
interrupção da fase de trofozoíta da Giárdia intestinal (MCALLISTER, 1998).
As saponinas aumentam a permeabilidade da membrana celular dos enterócitos
permitindo uma maior absorção de nutrientes e acelerando a atividade microbiana da
flora intestinal, o que melhora a digestão. As saponinas atuam de forma seletiva,
influenciando na multiplicação de bactérias constituintes da microflora intestinal dos
animais, inibindo ou estimulando o crescimento de certas bactérias intestinais. É
possível que as saponinas presentes nos extratos de Yucca também inibam a
fermentação microbiana da proteína. Os glicocomponentes que constituem a porção
solúvel do extrato de Yucca têm afinidade pela amônia. Por serem estruturas
moleculares altamente termoestáveis, elas têm a propriedade de seqüestrar amoníaco
do trato digestivo, proveniente dos processos metabólicos, neutralizando seus efeitos
prejudiciais e convertendo-o em outro tipo de composto nitrogenado não tóxico. Dessa
forma a flora intestinal aumenta sua atividade degradativa, resultando em uma digestão
mais completa (KATSUNUMA et al., 2000).
2.4.1.2. Respostas em suínos
Os estudos com saponinas em suínos foram basicamente com porcas e leitões.
A adição de saponinas nas dietas de porcas melhora o consumo de ração e reduz a
perda de peso na lactação (CLINE et al., 1996), reduz a natimortalidade e mortalidade
das leitegadas (CLINE et al., 1996; HERPIN & CHEEKE, 2004). A hipótese é que
reduzindo a amônia intestinal, as saponinas diminuam a demanda de oxigênio tissular,
transferindo mais oxigênio sangüíneo para o feto durante o nascimento (CLINE et al.,
1996). Em leitões, a adição de fontes de saponinas na dieta, melhora o consumo de
ração e a conversão alimentar (CROMWELL et al., 1985; YEN, et al., 1993). Os estudos
com a utilização de saponinas para suínos, ainda são escassos, fator que remete a
necessidade de maiores pesquisas do uso deste aditivo vegetal.
20
2.4.2. Outros extratos
Outras fontes de extratos vegetais estão sendo estudadas com ação promotora
de crescimento, como o alho (Allium sativum.), a Curcuma longa, a equinácea
(Echinacea purpúrea L. Moenche), bem como óleos essenciais a base de orégano
(Origanum vulgaris) e cravo-da-índia (Caryophyllus aromaticus). O alho é originário da
Ásia e apresenta dois princípios antibacterianos distintos: alicina e garlicina, ambos de
ação bacteriostática (CAVALLITO et al., 1944). A equinácea é originária das planícies
dos Estados Unidos e apresenta em sua composição polissacarídeos que
proporcionam ação imunoestimulante (MAASS et al., 2005). A Curcuma e o orégano
são plantas medicinais vindas da Ásia. Os extratos da Curcuma têm demonstrado
propriedades antiinflamatórias, ação imunoestimulante e bacteriostática (SOUTH et al.,
1997). O orégano apresenta como princípio ativo o carvacrol, que possui ação
antibacteriana e auxilia a digestão de alimentos (DORMAN et al., 2000). As ações
antibacteriana e de aumento de digestibilidade também são encontradas no cravo-da-
índia, que é nativo da Indonésia (TABAK et al., 1991).
2.4.2.1. Modos de ação
As ações mais estudadas nos extratos vegetais são as antimicrobianas, aumento
da digestibilidade e absorção dos nutrientes (MELLOR, 2000). O efeito antimicrobiano
dos vegetais está relacionado com a alteração da permeabilidade e integridade da
membrana celular bacteriana. Ocorre, também, uma relação entre a estrutura química
dos compostos ativos presentes nos extratos e seu efeito antimicrobiano (FARAG et al.,
1989). Esse efeito está relacionado com as características hidrofílicas e lipofílicas de
seus constituintes (presença de compostos fenólicos) e variações entre as cepas de
uma mesma espécie (OUATTARA et al., 1997). De maneira geral, bactérias gram-
positivas são mais susceptíveis aos extratos vegetais que bactérias gram-negativas. As
bactérias gram-negativas apresentam maior resistência aos antimicrobianos por terem
uma superfície hidrofílica na membrana externa, formando uma barreira contra as
21
macromoléculas hidrofóbicas presentes em alguns extratos vegetais e antibióticos
(KALEMBA et al., 2003). Os extratos vegetais aumentam a digestibilidade dos
nutrientes (PLATEL et al., 1996; WANG et al., 1998; HERNÁNDEZ et al., 2004). O
aumento da atividade enzimática, a alteração na morfologia intestinal e o combate a
microrganismos patogênicos são algumas das hipóteses propostas para justificar este
efeito.
Desde a década de 80 existem estudos sobre a ação dos extratos vegetais no
organismo de animais, que investigam o aumento na secreção da bile e de enzimas
pancreáticas e produção de amilase (GANESH-BAHT et al., 1984; SAMBAIAH et al.,
1991). A modulação da microbiota pelos extratos vegetais pode contribuir no processo
digestivo. O carvacrol pode reduzir a população de Enterobacteriaceae spp, diminuindo
a produção de amônia, tóxica aos enterócitos. Dessa forma, poderia haver uma ação
protetora do epitélio intestinal, melhorando a absorção de nutrientes (PIVA et al., 2002).
Portanto, o efeito estimulante na produção de enzimas e secreções intestinais e a
manutenção da integridade do epitélio intestinal são os mecanismos mais estudados
para justificar a melhora da digestibilidade proporcionada pelos extratos vegetais.
2.4.2.2. Respostas em suínos
A atividade antimicrobiana e aumento da digestibilidade o sinais mais
evidentes dos extratos vegetais. Em leitões na fase de creche, que receberam dietas
com orégano e com associação de extratos melhoram o ganho de peso (JEAUROUND
et al., 2002; ILSLEY et al., 2003), o consumo de ração e a conversão alimentar
(GERTENBACH & BILKEI, 2001). A utilização de alho na dieta de leitões reduz as
diarréias e a mortalidade (JOST, 1996). Para suínos em fase de crescimento e
terminação, o efeito benéfico da utilização de extratos vegetais na dieta geralmente
está relacionado com a melhora na conversão alimentar (LIMA et al., 2001; THALER et
al., 2004). Essa melhora pode estar relacionada com o fato de que animais adultos
apresentam o sistema digestório mais desenvolvido (SAMBAIAH et al., 1991). Porém,
nem sempre são encontradas diferenças significativas para o ganho de peso e o
consumo de ração (THALER et al., 2004; KWON et al., 2004). A utilização de extratos
22
vegetais nas dietas pré-parto de porcas aumenta o número de leitões nascidos vivos e
redução na taxa de mortalidade (AMRIK & BILKEI, 2004; MAUCH, C. & BILKEI, 2004;
ALLAN & BILKEI, 2005). Muitas pesquisas ainda devem ser realizadas associando os
princípios ativos e seus efeitos in vivo, a fim de se alcançarem ganhos expressivos no
desempenho de suínos suplementados com promotores de crescimento à base de
extratos vegetais.
23
CAPÍTULO 3
ALIMENTAÇÃO DE PORCAS GESTANTES E LACTANTES COM
DIETAS CONTENDO SAPONINAS
Artigo aprovado para publicação, v.36, n.2, 2006, Revista Ciência Rural.
24
ALIMENTAÇÃO DE PORCAS GESTANTES E LACTANTES COM DIETAS
CONTENDO SAPONINAS
FEEDING SOWS IN GESTATION AND LACTATION WITH DIETS WITH SAPONINS
Lucélia Hauptli
*
, Paulo Alberto Lovatto
*
RESUMO
Foi realizado um experimento para avaliar o desempenho de porcas e suas
leitegadas alimentadas com dietas contendo saponinas. Trinta porcas geneticamente
homogêneas foram distribuídas em dois tratamentos, dieta testemunha e dieta
testemunha com adição de 160ppm de saponinas. O delineamento utilizado foi o de
blocos ao acaso, tendo como fator de bloqueamento a ordem de parto. Nas porcas
foram avaliados: o consumo de ração, características das fezes (cor e consistência) e
escore corporal. Nos leitões foram avaliados: número de nascidos vivos, nascidos
mortos, mumificados; pesos ao nascer e ao desmame e mortalidade na lactação. Não
foram encontradas diferenças na cor das fezes das fêmeas. Na consistência, as fezes
das fêmeas que receberam a dieta com a adição de saponinas foram mais duras. Na
última semana de lactação as fêmeas alimentadas com a adição de saponinas
apresentaram um melhor escore corporal em relação as fêmeas controle. Não foram
encontradas diferenças (P>0,05) nos leitões em relação as variáveis nascidos vivos,
nascidos mortos e mumificados. Os leitões das fêmeas que receberam dietas contendo
saponinas foram mais pesados (P<0,05) ao nascer (1,2 x 1,4kg) e ao desmame (5,5 x
5,9kg). Porcas alimentadas na fase final de gestação e na lactação com dietas
contendo 160ppm de saponinas têm melhor escore corporal no final da lactação e suas
leitegadas são mais pesadas ao nascer e ao desmame.
Palavras-chave: extratos vegetais, leitegada, nutrição animal, suinocultura.
*
Departamento de Zootecnia, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria - RS,
Brasil, 97105-900, e-mail: [email protected]fsm.br, Brasil.
25
ABSTRACT
An experiment was carried out to study the effect of saponins on sows and their
piglets performances. Thirty genetically homogeneous sows were distributed in two
treatments: one control diet (CD) and a CD plus 160ppm of saponins. The experimental
design was a completely randomized block. The studied variables in sows were feed
supply, fecal characteristics (color and consistency) and corporal score. In the piglets
the studied variables were mummified fetuses, stillborn, born alive and total born, birth
and weaning weights. Were not found differences in color in sows feces. The fecal
texture for sows that received diets with saponins was more solid. In the end of nursing
the sows fed with saponins presented a corporal score higher compared to the control
females. The piglets of sows that received diets with saponins presented higher weights
on birth (1.2 x 1.4kg) and at weaning (5.5 x 5.9kg) weights, both at P<0.05. Sows fed in
the last 15 days of gestation and during the nursing period with diets containing 160ppm
of saponins, had better corporal score in the end of nursing and their piglets had higher
birth and weaning weights.
Key words: animal nutrition, piggery, piglets, vegetable extracts.
26
INTRODUÇÃO
A eficiência reprodutiva das porcas é um dos aspectos mais importantes para o
sucesso da suinocultura. A gestação e a lactação são fases determinantes para
melhorar essa eficiência, que é expressa em número e peso de leitões produzidos por
porca anualmente. O desenvolvimento dos leitões lactentes depende da quantidade e
qualidade do leite da porca. No início da lactação essa produção está muito associada
à mobilização das reservas corporais da porca (JURGENS et al., 1997). Mas à medida
que a lactação avança essa associação passa para a ingestão de alimentos.
Diante da importância da alimentação para a produção de leite e
desenvolvimento dos leitões, é possível melhorar o desempenho das leitegadas através
de mudanças das dietas das fêmeas, especialmente no período final da gestação e na
lactação. Essas mudanças podem ser de forma protéica (DOURMAD et al., 1998),
energética (COOPER et al., 2001) e utilizando nutrientes alternativos. No entanto,
outras alternativas vêm sendo apresentadas, como o uso de aditivos vegetais (AMRIK &
BILKEI, 2004), destacando-se nesse grupo as saponinas (CLINE et al., 1996).
As saponinas são compostos naturais encontrados em vegetais que apresentam
propriedades detergentes ou surfactantes. Essas propriedades são exercidas por
componentes hidro e lipossolúveis. Esses componentes são constituídos de um núcleo
lipofílico, tendo uma estrutura esteroidal ou triterpenoidal, com uma ou mais cadeias de
carboidratos hidrossolúveis. Nas plantas as saponinas apresentam funções como
regulação do crescimento, defesa contra insetos e patógenos (OLESZEK, 1996). Essas
funções revelam a importância desses compostos na adaptação e sobrevivência
vegetal. Nos últimos anos as saponinas mereceram atenção dos nutricionistas para uso
na alimentação animal.
Certas plantas de deserto são especialmente ricas em saponinas
(HOSTETTMANN et al., 1996). Destacam-se a Yucca schidigera, nativa dos desertos
dos Estados Unidos e do México e a Quillaja saponaria, nativa de zonas áridas do Chile
(WANG et al., 2000). A Quillaja é da família Rosaceae, sendo a casca e a madeira
utilizadas para obtenção de saponinas. A Yucca é da família Agavaceae, sendo os
galhos maduros utilizados como fonte de saponinas. Os extratos de Yucca e Quillaja
estão sendo pesquisados para cães, gatos, suínos, aves, ruminantes e eqüinos. Os
27
principais benefícios estudados são a diminuição do odor das excretas, redução da
prevalência de artrite, ação antimicrobiana e melhora de desempenho dos animais
(CHEEKE, 1996). No caso específico de suínos, as saponinas reduzem a mortalidade
pré e pós-natal, melhoram as respostas imunológicas dos leitões quando fornecidas na
dieta de porcas gestantes e lactantes (ILSLEY et al., 2005).
No entanto os estudos dos prováveis benefícios da adição de saponinas em
dietas de porcas gestantes e lactantes são limitados. Deste modo, esse trabalho teve o
objetivo de avaliar o efeito da adição de saponinas em em dietas de porcas no final
de gestação e na lactação sobre o desempenho produtivo das porcas e de suas
leitegadas.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi realizado em uma granja comercial da região central do Rio
Grande do Sul (29º 304´ latitude sul e 54º 10´ 04´´ longitude oeste), entre dezembro
de 2004 e fevereiro de 2005. Foram utilizadas 30 porcas geneticamente homogêneas,
de ordens de parto de um a nove. Durante o final de gestação as porcas foram alojadas
em baias coletivas, sendo transferidas para a maternidade em média oito dias antes da
data provável do parto, onde foram alojadas em celas individuais. O controle de
temperatura dos galpões era realizado através do manejo de cortinas. As dietas (Tabela
1) foram formuladas de acordo com o NRC (1998), sendo elaboradas com silagem de
grãos úmidos de milho, soja e premix vitamínico/mineral. Foram utilizadas quatro dietas
experimentais na forma farelada: gestação (controle e com adição de 160ppm de
saponinas) e lactação (controle e com adição de 160ppm de saponinas). As rações
foram fornecidas a partir do 100º dia de gestação até 21 dias de lactação. Sendo
fornecidas de forma restrita na fase de gestação e à vontade (4 vezes ao dia) na fase
de lactação. As fontes de saponinas em nas dietas foram obtidas de uma
associação de extratos de Yucca schidigera e Quillaja saponaria.
O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso, tendo como fator de
bloqueamento a ordem de parto (OP). Cada tratamento foi composto por 3 blocos e
cada bloco constituído por 5 porcas, totalizando 15 unidades experimentais por
tratamento. Os intervalos de OP foram divididos do seguinte modo: bloco 1: OP 1 a 3;
28
bloco 2: OP 4 a 6; bloco 3: OP 7 a 9. Foram avaliadas as seguintes variáveis: gestação
- consumo de ração, características das fezes (consistência e cor diariamente); lactação
– consumo de ração, escore corporal (semanal), leitões (nascidos vivos, nascidos
mortos, mumificados, peso ao nascer, peso ao desmame, mortalidade na lactação). As
características das fezes das fêmeas avaliadas em relação a cor, variaram de 1 a 3,
onde 1: fezes muito escuras e 3: fezes claras. Em relação a consistência das fezes,
havia uma variação de 1 a 3, onde 1: fezes duras e 3: fezes moles. Foi avaliado o
escore das fezes dos leitões diariamente e individualmente.
Os dados foram submetidos à análise de variância ao nível de 5% de
significância, sendo utilizado o programa estatístico Minitab (MCKENZIE & GOLDMAN,
1999). O modelo analítico incluiu tratamento (T), intervalo de ordem de parto (OP) e
interação T x OP. Para as variáveis não paramétricas (cor e consistência das fezes e
escore corporal) foi utilizado o teste não paramétrico de Kruskal-Wallis. Em relação ao
escore de fezes dos leitões, as variáveis foram submetidas à análise de variância ao
nível de 5% de significância. Foi usado como covariável o número de leitões por
tratamento em cada dia de observação do escore das fezes.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Não foram encontradas diferenças entre os tratamentos para a cor das fezes. A
cor predominante foi muito escura. A consistência das fezes apresentou diferença,
sendo que as fezes das fêmeas que receberam a dieta com adição de saponinas
ficaram predominantemente na escala 1 e a consistência das fêmeas que receberam
dieta controle ficou na escala 2. Esses resultados confirmam observações de que as
fezes de cães e gatos alimentados com rações contendo extrato de Yucca são mais
duras (CHEEKE, 1996).
Em relação ao consumo de ração das fêmeas durante a gestação e lactação não
foram encontradas diferenças (P>0,05). As médias de consumo diário de ração das
porcas foram de 3,27 e 7,09kg na gestação e lactação, respectivamente. Em estudo
onde houve adição de 125ppm de extrato de Yucca na dieta de porcas lactantes
ocorreu melhora no consumo de ração em 300 g por dia (CLINE et al., 1996). Em
leitões a adição de 125ppm de Yucca na ração melhora o consumo até 28 dias de
29
idade (YEN et al., 1993). No presente experimento a ingestão na gestação não foi
diferente entre os dois grupos de porcas, pois o fornecimento era restrito. Do mesmo
modo não houve diferença no consumo durante a lactação, onde a ração foi fornecida à
vontade, o que revela que a adição de saponinas na dieta não estimula nem deprime o
consumo de alimento.
Os escores corporais das fêmeas no período de lactação são apresentados na
Tabela 2. As avaliações dos escores foram realizadas no início de cada semana. Não
foram encontradas diferenças nas primeiras três semanas de lactação. Entretanto, na
última semana de lactação, fêmeas alimentadas com dietas contendo saponinas
apresentaram escore corporal superior (média 3) às fêmeas que receberam dieta
controle. Esse melhor escore pode ser explicado pelo fato de as saponinas
proporcionarem aumento da permeabilidade da parede intestinal o que melhora os
mecanismos da digestão e absorção (CLINE et al., 1996). Essa melhora foi observada
na adição de 125ppm de extrato de Yucca na dieta de porcas, onde o emagrecimento
foi inferior nas porcas que consumiram a dieta contendo Yucca durante o período de
lactação (CLINE et al., 1996). Mas se tratando de suínos na fase de creche, a adição de
125ppm de extrato de Yucca na dieta não alterou o ganho de peso (YEN et al., 1993).
As variáveis analisadas para os leitões são apresentadas na Tabela 3. Não
foram encontradas diferenças (P>0,05) entre os tratamentos para nascidos vivos,
natimortos, mumificados e nascidos totais. Porém foram encontradas diferenças nos
pesos vivos ao nascer e ao desmame (P<0,05).
Em relação a mortalidade, diferente dos resultados encontrados no presente
estudo, experimento utilizando dietas contendo 125ppm de extrato de Yucca para
porcas gestantes a taxa de leitegadas sem mortalidade foi de 40% para porcas que
receberam dietas contendo 125ppm de Yucca e de 11% para as porcas controle
(CLINE et al., 1996). A adição de 250ppm de extrato de Quillaja e 200ppm de extrato de
Yucca na dieta de porcas lactantes reduziu a natimortalidade e a mortalidade nas
leitegadas de porcas que receberam as fontes de saponinas (ILSLEY et al., 2005). E a
adição de 120ppm de de Yucca na dieta de porcas, do 107º dia de gestação até os
21 dias de lactação, reduziu a natimortalidade dos leitões (HERPIN & CHEEKE, 2004).
30
No presente estudo os leitões das fêmeas que receberam dietas contendo
saponinas foram mais pesados (P<0,05) ao nascer (1,2 x 1,4kg) e ao desmame (5,5 x
5,9kg). Os melhores resultados de peso ao nascer para os leitões das porcas que
receberam a dieta com saponinas devem ser analisados com precaução, pois o período
experimental durante a gestação foi muito curto. No entanto, os resultados melhores
para peso ao desmame nos leitões de porcas que receberam saponinas é mais
consistente e confirma observações de outros autores. Dietas contendo 125ppm de
extrato de Yucca como fonte de saponinas melhoraram a taxa de crescimento de
leitões na fase de creche (CROMWELL et al., 1985). A adição de 120ppm de Yucca em
nas dietas de fêmeas lactantes melhorou a viabilidade de leitões neonatos,
melhorando o ganho de peso dos leitões ao desmame (HERPIN & CHEEKE, 2004).
Os escores das fezes dos leitões medidos durante os 21 dias de lactação e no
período total são apresentados na Tabela 4. A ocorrência dos escores de fezes é
apresentada em número médio de leitões por escore em cada tratamento. No primeiro
dia, as fezes dos leitões de porcas da dieta testemunha tiveram escore 3 (fezes moles)
55% maior (P<0,05) que os leitões das porcas que receberam saponinas. No décimo
dia as fezes dos leitões provenientes das porcas testemunhas apresentaram ocorrência
no escore 1 (fezes duras) 78% maior (P<0,05) que os leitões das porcas que receberam
saponinas. No entanto, não houve diferença (P>0,05) no período total de observação
entre os dois tratamentos. Diferentes resultados foram encontrados em estudo com
cães e gatos. Em trabalho onde Yucca foi adicionada às rações de cães e gatos,
concluiu-se que as saponinas da Yucca auxiliam no transito intestinal promovendo
fezes mais duras (LOWE, 1997).
CONCLUSÕES
Porcas alimentadas no final da gestação e na lactação com dietas contendo
160ppm de extratos em pó de saponinas têm melhor escore corporal no final da
lactação e suas leitegadas são mais pesadas ao nascer e ao desmame.
31
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem a Beraca Sabará Químicos e Ingredientes Ltda e a Granja de
Suínos Toropi pelo apoio na realização do experimento e a Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pela a concessão de bolsa de
mestrado a Lucélia Hauptli.
32
Tabela 1 Composição centesimal e composição analisada das dietas
experimentais controle nas fases de gestação e lactação
1
Dietas
Gestação Lactação
Ingredientes
Controle Saponinas Controle Saponinas
Silagem de grãos úmidos
de milho
78,55 78,55 67,6 67,6
Soja integral desativada 17,45 17,45 28,4 28,4
Premix vitamínico
mineral
2
4,00 4,00 4,00 4,00
Saponinas, ppm - 160 - 160
Total 100 100 100 100
Composição analisada
Matéria seca, % 76,24 76,24 75,71 75,71
Energia bruta, kcal/kg 4216 4216 4324 4324
Proteína bruta, % 14,78 14,78 15,08 15,08
Fósforo, % 0,89 0,89 0,88 0,88
Cálcio, % 1,20 1,20 1,10 1,10
Extrato etéreo, % 7,98 7,98 7,65 7,65
Fibra bruta, % 3,84 3,84 3,82 3,82
1
As dietas experimentais continham: Gestação: Lisina, 0,49%; Treonina, 0,31%; Triptofano, 0,13.
Lactação: Lisina, 0,79%; Treonina, 0,50%; Triptofano, 0,18%.
2
Suplemento vitamínico-mineral.
Conteúdo por kg de ração: Vit. A, 228.570 UI; Vit. D3, 34.290 UI; Vit. E, 570 mg; Vit. K3, 71 mg; Vit.
B1, 29 mg; Vit. B2, 115 mg; Vit. B6, 57 mg; Vit. B12, 570 mcg; Ác. Nicotínico, 715 mg; Ác.
Pantotênico, 290 mg; Biotina, 1,43 mg; Ác. Fólico, 17 mg; Selênio, 15 mg; Colina, 6.860 mg; Lisina,
11.430 mg; Antioxidante, 17 mg; Iodo, 23 mg; Cobalto, 13 mg; Cobre, 2.500 mg; Zinco, 2.200 mg;
Ferro, 2.000 mg; Manganês; Calcário, 1,51%, Fosfato Bicálcico, 1,75%
33
Tabela 2 Escores corporais semanais no período de lactação de
porcas alimentadas com dietas sem e com adição de saponinas
1
Tratamentos
Semanas
Controle Saponinas
Efeito
0 2 2 ND
1 2 2 ND
2 2 2 ND
3 2 3 D
1
onde: 1, muito magra; 2, magra; 3, bom; 4; gorda; 5; obesa.,ND; não-diferente; D;
diferente
34
Tabela 3 - Características de leitegadas oriundas de porcas alimentadas com dietas sem e
com adição de saponinas
Tratamentos
Variáveis
Controle Saponinas
dpr
1
Efeito
Nativivos, nº 11,14 10,35 3,32 NS
Natimortos, nº 0,70 0,54 1,04 NS
Mumificados, nº 0,56 0,80 0,88 NS
Nascidos total, nº 12,00 11,36 3,70 NS
Mortos, nº 2,00 1,75 0,89 NS
Desmamados/porca 10,21 10,15 0,94 NS
Peso vivo, kg
Nascer 1,22a 1,36b 0,31 S
Desmame
2
5,53a 5,86b 1,15 S
1
dpr, desvio padrão residual.
2
peso vivo ao desmame ajustado ao peso vivo ao nascer. NS, não
significativo. B, bloco significativo ao nível de 5%. S, tratamento significativo ao nível de 5%. Médias na
linha seguidas de letras iguais não são diferentes.
35
Tabela 4 Escore das fezes dos leitões de porcas alimentadas na lactação com dietas
sem e com adição de saponinas
1
Escore 1 Escore 2 Escore 3
Dias T1 T2 dpr2
Efeito
T1 T2 dpr
2
Efeito
T1 T2 dpr2
Efeito
01 4,87 6,25 2,89
NS 2,88
2,10
1,28
NS 7,63
4,27
3,49
S
02 5,58 6,69 2,75
NS 4,23
2,72
4,04
NS 2,60
3,60
2,06
NS
03 8,78 8,46 2,50
NS 2,55
2,44
1,33
NS 1,25
2,33
1,15
NS
04 9,28 9,53 1,94
NS 1,66
2,00
1,26
NS 2,00
1,00
1,00
NS
05 9,57 9,92 1,25
NS 1,55
1,42
0,78
NS 0,00
0,00
- NS
06 9,50 9,53 1,50
NS 1,83
1,33
0,51
NS 1,00
1,33
0,57
NS
07 10,14
10,30
0,63
NS 1,66
1,00
0,57
NS 0,00
0,00
- NS
08 9,78 10,07
0,86
NS 1,60
1,50
0,70
NS 1,00
0,00
- NS
09 10,21
10,30
0,63
NS 1,50
0,00
0,70
NS 1,00
0,00
- NS
10 9,64 7,58 1,15
S 1,28
3,00
2,95
NS 2,00
3,20
2,16
NS
11 9,78 9,76 0,92
NS 1,80
1,16
0,83
NS 0,00
0,00
- NS
12 9,35 10,07
0,86
NS 3,00
1,00
1,00
NS 1,25
1,00
0,50
NS
13 9,58 10,00
1,00
NS 2,75
1,00
1,70
NS 6,00
1,00
4,58
NS
14 9,28 10,07
1,03
NS 1,80
1,00
0,83
NS 1,66
1,00
0,67
NS
15 9,57 10,15
0,89
NS 1,14
1,00
0,37
NS 1,00
0,00
- NS
16 9,85 9,83 0,83
NS 1,00
3,50
4,35
NS 1,00
1,00
- NS
17 9,61 9,76 0,83
NS 4,50
1,00
4,12
NS 0,00
0,00
- NS
18 9,35 9,69 1,18
NS 1,83
1,00
1,32
NS 1,00
2,00
- NS
19 8,23 8,83 1,52
NS 2,33
1,57
2,29
NS 5,00
4,66
4,00
NS
20 8,64 7,50 3,11
NS 2,50
2,75
2,26
NS 1,00
2,71
2,87
NS
21 8,64 8,69 1,49
NS 1,60
1,42
0,69
NS 2,00
1,30
0,51
NS
Média
9,12 9,21 1,98
NS 2,22
1,97
1,70
NS 3,26
2,78
2,62
NS
1
onde: E1: Fezes duras; E2: Fezes pastosas; E3: Fezes líquidas.
2
dpr, desvio padrão residual. T1, dieta
controle; T2, dieta com a adição de 160ppm de saponinas. NS, não significativo; S, tratamento significativo ao
nível de 5% de significância.
36
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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sows. Can Vet J, v.45, p.674-677, 2004.
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CLINE, J. L. et al. Effect of feeding MICRO-AID on stillbirths, preweaning mortality,
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CROMWELL, G. L., et al. Efficacy of sarsaponin for weanling and growing-finishing
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.
38
CAPÍTULO 4
META-ANÁLISE DA ADIÇÃO DE EXTRATOS VEGETAIS E
ANTIMICROBIANOS DE SÍNTESE PARA LEITÕES NA CRECHE
Artigo enviado para a Revista Ciência Rural
39
META-ANÁLISE DA ADIÇÃO DE EXTRATOS VEGETAIS E ANTIMICROBIANOS DE
SÍNTESE PARA LEITÕES NA CRECHE
A META-ANALYSIS OF VEGETAL EXTRACTS AND SYNTHESIS
ANTIMICROBIALS IN DIETS FOR POST WEANING PIGLETS
Lucélia Hauptli
*
, Paulo Alberto Lovatto
*
RESUMO
Uma meta-análise sobre da adição de extratos vegetais e antimicrobianos de
síntese para leitões na creche foi realizada. Foram utilizadas 11 publicações contendo
48 tratamentos e 2752 animais. Os tratamentos foram divididos em dois grupos:
antimicrobianos de síntese (AS) e extratos vegetais (EV). Foram analisadas as variáveis
experimentais e de desempenho. Não houve diferença (P>0,05) para as variáveis
experimentais. O número médio de animais por tratamento foi de 57, o período
experimental médio foi 35 dias e a idade inicial de 25 dias. O peso vivo médio inicial foi
de 7,4kg, sendo 16% superior (P<0,05) para leitões que receberam extratos vegetais. O
peso vivo dio final foi de 25kg. Os valores nutricionais médios (P<0,05) foram de
3345 kcal EM/kg, 0,39% de metionina, 1,42% de lisina e 21,8% de proteína bruta. O
consumo de ração médio de alimento de 818g/d, o ganho de peso de 480g/d e
conversão alimentar de 1,70 não diferiram (P>0,05) entre os dois aditivos. A
alimentação de leitões na creche com dietas contendo determinados antimicrobianos de
síntese e extratos vegetais não altera o consumo de ração, ganho de peso, conversão
alimentar, ingestão de energia metabolizável, proteína bruta, lisina, metionina, cálcio e
fósforo. O peso vivo não é um estimador adequado para as variáveis de desempenho
*
Departamento de Zootecnia, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria - RS,
Brasil, 97105-900, e-mail: [email protected]fsm.br, Brasil.
40
de leitões na creche alimentados com aditivos antimicrobianos de síntese e extratos
vegetais, sendo a meta-análise mais adequada para estimar essas variáveis.
Palavras-chave: antibióticos, aditivos naturais, desmame, suínos
ABSTRACT
A meta-analysis about vegetal extract and synthesis antimicrobial for post
weaning piglets was realized. Eleven publications containing 48 treatments and 2752
piglets were utilized. The treatments were separated in two groups: synthesis
antimicrobial (AS) and vegetal extracts (EV). The experimental variables and piglet’s
performance were analyzed. For experimental variables no differences (P>0.05) were
found. The average piglets number for each treatment was 57, the average
experimental period was 35 days and average initial age was 25 days. The average
initial weight (7.4kg) was 16% greater (P<0.05) for piglets that received vegetal extracts.
The average final weight was 25kg. The average nutritional values (P<0.05) were: 3345
kcal of EM/kg, 0.39% of methionine, 1.42% of lysine and 21.8% of crude protein. Were
no differences (P>0.05) among piglet groups for average feed intake (818g/d), average
daily gain (480g/d) and gain ratio (1.70) (P>0.05). Post weaning piglets feeding with
diets containing vegetal extracts and synthesis antimicrobials don’t change: feed intake,
daily gain, gain ratio, ingestion of metabolizable energy, crude protein, lysine,
methionine, calcium and phosphorus. The live weight is not the best predictor to
estimate performance variables for post weaning piglets feed with diets containing
vegetal extracts and synthesis antimicrobials, being the meta-analysis better to analyses
these variables.
Key words: antibiotic, natural addictives, swine, weaned
41
INTRODUÇÃO
O desmame e a creche são as fases mais críticas para os leitões, pois são
acompanhadas por estresses nutricionais que podem reduzir a ingestão e digestão dos
alimentos. Para compensar a imaturidade digestiva dos leitões, são utilizados
antibióticos como promotores de crescimento. Os antibióticos melhoram o crescimento,
a conversão alimentar e reduzem a mortalidade por infecções clínicas e sub-clínicas
pelo controle de microorganismos que colonizam o trato gastrintestinal. A possibilidade
de resistência cruzada com patógenos humanos fez com que países como a Europa
proibisse a maioria dos antibióticos como promotores de crescimento na alimentação
animal a partir de 1999 (DORMAN et al., 2000). A redução do uso de antibióticos
intensificou as pesquisas de novos produtos, principalmente obtidos de fontes naturais
vegetais.
Certos metabólitos de plantas apresentam atividade antimicrobiana. Considerando
a diversidade de plantas e suas inúmeras substâncias, o desafio é identificar e avaliar
os efeitos dos componentes dos extratos sobre o organismo animal (KAMEL, 2000).
Dentre os vegetais estudados para leitões, os principais são o Allium sativum L. (alho),
a Curcuma longa, a Echinacea purpúrea L. Moenche (equinácea), a Quillaja Saponaria,
a Yucca Schidigera, o Origanum vulgari (orégano) e o Caryophyllus aromaticus (cravo-
da-índia).
O alho tem a alicina e garlicina, duas moléculas químicas com ação bacteriostática
(CAVALLITO et al., 1944). O alho aumenta a secreção estomacal, reduzindo o pH e
melhorando a função de barreira antimicrobiana sendo um agente profilático de
infecções gastrintestinais (PESTI, 1997). A Equinácea é uma planta originária das
planícies dos Estados Unidos, com ão imunoestimulante em leitões. Essa ação é
exercida por polissacarídeos que aumentam a fagocitose e a produção de um fator da
necrose tumoral (MAASS et al., 2005). A Yucca e a Quillaja são espécies de plantas
típicas de zonas áridas do continente americano. Elas apresentam ação surfactante,
que aumenta a permeabilidade da membrana das células epiteliais intestinais e melhora
a atividade microbiana intestinal (KATSUNUMA et al., 2000). Nos leitões, as saponinas
têm ação imunoestimulante (ILSLEY et al., 2005). A Curcuma é uma planta medicinal
42
originária da Ásia, seus extratos têm ações antiinflamatórias e imunoestimulantes, em
várias espécies animais, inclusive suínos (SOUTH et al., 1997).
No orégano e no cravo-da-índia são utilizados os princípios ativos, o carvacrol e o
eugenol, respectivamente (KAMEL, 2000). O carvacrol atua sobre a parede celular de
bactérias, provocando ruptura da membrana externa. O eugenol tem ação bactericida
contra Escherichia coli, sendo mais eficiente que alguns antimicrobianos de síntese,
como ampicilina e sulfametazol (DORMAN et al., 2000).
Os resultados de trabalhos experimentais comparando a adição de antimicrobianos
de síntese e extratos vegetais nas dietas para suínos são variados. É necessário fazer
uma sistematização dessas informações incluindo na análise as variações
experimentais. Este trabalho teve o objetivo de fazer uma meta-análise de
experimentos realizados com leitões na creche que receberam dietas com extratos
vegetais e antimicrobianos de síntese.
MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi realizado no Setor de Suinocultura do Departamento de Zootecnia da
Universidade Federal de Santa Maria. Para sistematização e analise dos dados foi
utilizada a meta-análise, metodologia estatística que combina os resultados de rios
experimentos que examinam o mesmo tema com o objetivo de sumarizar um conjunto
maior de evidências. A meta-análise inclui um componente qualitativo (definido pelos
autores da publicação) e um componente quantitativo (integração de uma informação
numérica). Ela foi realizada pioneiramente por Karl Pearson em 1904, para resolver o
problema da precisão reduzida de estudos com amostras pequenas (HEDGES, 1985).
A meta-análise utilizou dados nacionais e internacionais publicados em revistas
indexadas no período de 1993 a 2005. A base de dados foi composta de 11
publicações, 48 tratamentos e 2752 animais (tabela 6). Os critérios de seleção das
publicações foram a fase de creche, experimentos comparativos de antimicrobianos de
síntese (AS) e extratos vegetais (EV), genéticas comerciais e programas nutricionais
recomendados por institutos reconhecidos (NRC, ARC, INRA). Os tratamentos foram
divididos em dois grupos. Um de AS que incluía ácido fórmico, bacitracina de zinco,
43
carbadox, colistina, flavofosfolipol e virginiamicina. Outro de EV que incluía alho,
Curcuma, Equinácea, Quillaja, Yucca e óleos essenciais de cravo-da-índia e orégano.
As variáveis analisadas foram: características experimentais (pesos, período, idade,
temperatura, nutrição), desempenho (consumo de ração CR; ganho de peso GP;
conversão alimentar CA) e ingestão média diária de nutrientes (proteína bruta PB;
energia metabolizável - EM; lisina LI; metionina ME; cálcio – Ca; fósforo - P). Foram
realizadas três análises. A primeira para as características experimentais e composição
dos nutrientes na dieta através da ANOVA incluindo no modelo o grupo e a publicação.
A segunda para as variáveis de desempenho através da análise de regressão simples.
A terceira para as variáveis de desempenho e ingestão de nutrientes através da
ANOVA utilizando no modelo o grupo, a publicação e duas covariáveis (pesos inicial e
médio). As análises utilizaram nível de significância de 5% e foram realizadas com o
programa estatístico Minitab (MCKENZIE, 1999).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As características experimentais e composições nutricionais das dietas são
apresentadas na tabela 7. O número médio de animais por tratamento foi de 57, o
período experimental médio foi 35 dias e a idade inicial foi de 25 dias. O peso vivo
médio inicial foi de 7,4kg, sendo 16% superior (P<0,05) para leitões que receberam
extratos vegetais. O peso vivo médio final foi de 25kg, valor comum nas criações
comerciais. As características nutricionais mostram que a concentração dia de
energia de 3345 kcal EM/kg, sendo próxima as 3277 kcal/kg recomendadas para a fase
(NRC, 1998; ROSTAGNO et al., 2005). As concentrações médias de 0,39% de
metionina, 1,42% de lisina e de 21,8% de proteína bruta foram cerca de 10% superiores
as recomendadas para a fase. Os níveis médios de 0,94% de Ca e 0,78% de P foram
superiores aos recomendados para a fase de creche (NRC, 1998).
Os resultados de desempenho e ingestão de alimentos são apresentados na
tabela 8. Não houve diferenças (P>0,05) no consumo de ração ganho de peso e
conversão alimentar entre os tratamentos. As médias de consumo de 818g/d e ganho
de peso de 480g/d foram cerca de 20% inferiores as médias consideradas para a fase
de creche, porém a conversão média de 1,70 foi semelhante a conversão esperada
44
para a fase (NRC, 1998). Não foram observadas diferenças (P>0,05) para ingestão
diária dos nutrientes para os dois tipos de aditivos. As médias de consumo foram de
2757 kcal EM, 179g de proteína bruta, 11,7g de lisina, 3g de cálcio e 6,53g de fósforo.
A ingestão diária para os diferentes nutrientes foi cerca de 10% superior aos
recomendados para a fase de creche (NRC, 1998).
A análise de regressão simples para o consumo de ração é apresentada na figura
1. Para essas análises os coeficientes de determinação foram baixos (cerca de 0,50). A
análise de regressão completa elevou o R2 para 0,98, indicando que um consumo
adicional de 20g/d para cada quilograma a mais de peso do leitão ao desmame e de
47g/kg de peso vivo ao longo do período de creche. Os trabalhos comparando o
consumo de ração com AS e EV nas dietas mostram resultados variados. A adição de 2
e 4% de equinácea nas dietas de leitões na creche não alterou (P>0,05) o consumo de
ração (HERMANN et al., 2003). Os consumos foram superiores tanto para leitões que
receberam antimicrobianos de síntese (LOVATTO et al., 2005; OETTING, 2005), quanto
para os que receberam extratos vegetais (YEN et al., 1993; ILSLEY et al., 2005). Mas,
ao se utilizar um modelo analítico que combine os experimentos, não aparece diferença
significativa para o consumo de ração.
A análise de regressão simples para o ganho de peso é apresentada na figura 2. Os
coeficientes de determinação foram baixos (média de 0,54). A análise de regressão
completa elevou o R2 para 0,98, indicando uma relação positiva e significativa (P<0,05)
com o peso ao desmame (5g/kg PV inicial) e peso vivo na creche (21g/kg PV). A
análise individual das publicações mostra diferenças significativas de ganho de peso
principalmente para antimicrobianos de síntese (LOVATTO et al., 2005; OETTING,
2005) ou não apresenta diferenças (COLINA et al., 2001; TURNER et al., 2002;
HERMANN et al., 2003). A não diferença de ganho de peso entre os tratamentos com
antimicrobianos e extratos vegetais é explicada, em grande parte, pela elevada
variação intra-experimento.
A análise de regressão simples para a conversão alimentar foi para
antimicrobianos de ntese (Y=1,3+0,02*peso vivo; R
2
=0,40; n=24) e extratos vegetais
(Y=1,4+0,02*peso vivo; R
2
=0,45; n=24), com coeficientes de determinação baixos. A
análise de regressão através do modelo completo elevou o R2 para 0,96, sendo a
45
equação geral Y=1,3-0,005*peso vivo inicial+0,01*peso vivo (R
2
=0,96; dpr=0,08; n=48).
A equação mostra que o peso ao desmame está negativamente e significativamente
(P<0,05) correlacionado à conversão (-0,005 PV inicial), mas está relacionado
positivamente com o aumento de peso vivo na creche (0,01/kg PV). Trabalhos com a
utilização de extratos vegetais em comparação a antimicrobianos na creche
normalmente não apresentam diferenças para a conversão alimentar (YEN et al., 1993;
AMON et al., 1995; HERMANN et al., 2003). A adição dos extratos vegetais na dieta
melhora na conversão alimentar de suínos em crescimento e terminação (KWON, et al.,
2004). Animais adultos apresentam o sistema digestório mais desenvolvido, sendo a
estimulação da secreção pancreática exercida pelos extratos vegetais é mais eficiente
para a fase de crescimento e terminação (SAMBAIAH et al., 1991). Da mesma forma
das variáveis anteriores, a inexistência de diferenças de conversão alimentar entre os
tratamentos com antimicrobianos e extratos vegetais é explicada, em grande parte, pela
elevada variação intra-experimento.
Este trabalho mostrou que a análise individual das publicações não permite
estabelecer conclusões precisas sobre os resultados experimentais. A sistematização
das informações através da meta-análise aumenta a precisão analítica possibilitando
aos pesquisadores e técnicos tomadas de decisão corretas.
CONCLUSÕES
A alimentação de leitões na creche com dietas contendo determinados
antimicrobianos de síntese e extratos vegetais não altera o consumo de ração, ganho
de peso, conversão alimentar, ingestão de energia metabolizável, proteína bruta, lisina,
cálcio e fósforo.
O peso vivo sozinho não é um estimador adequado para estimar as variáveis de
desempenho de leitões na creche alimentados com aditivos antimicrobianos de síntese
e extratos vegetais. A meta-análise se mostrou mais adequada para estimar essas
variáveis.
AGRADECIMENTOS
46
Os autores agradecem a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (CAPES), pela a concessão de bolsa de mestrado a Lucélia Hauptli.
47
Tabela 5 Características das publicações com leitões na creche alimentados com dietas com
antimicrobianos de síntese ou extratos vegetais utilizados na meta-análise
Antimicrobianos de síntese Extrato vegetal
Autor Ano Tratamentos, nº
Tipo Adição Tipo Adição
Carbadox 55ppm
Yucca
250ppm
Yen et al. 1993 4
- -
Yucca
250ppm
Amon et al. 1995 2 - - Yuca 165ppm
Colina et. al.
2001 4 Virginiamicina 50ppm
Yucca
125ppm
Carbadox 55ppm
Quillaja
125ppm
Carbadox 55ppm
Quillaja
250ppm
Turner et al.
2002 6
Carbadox 55ppm
Quillaja
500ppm
Carbadox 55ppm Equinácea 2% Hermann et
al.
2003 4
Carbadox 55ppm Equinácea 4%
Carbadox 55ppm
Quillaja
250ppm
Carbadox 55ppm
Yucca
200ppm
Ilsley et al. 2003 6
Carbadox 55ppm Orégano 50ppm
Ácido fórmico 0,5% Orégano
300ppm
Manzanilla 2004 4
Ácido fórmico 0,5% Orégano 750ppm
Bacitracina de
Zn+ Colistina
150ppm
Orégano e
Cravo-da-índia
150ppm
Oetting 2005 4
Bacitracina de
Zn+ Colistina
150ppm
Orégano e
Cravo-da-índia
300ppm
Maass, et al.
2005 2 Flavofosfolipol 2% Equinácea 1,8%
Carbadox 55ppm Quillaja 300ppm
Carbadox 55ppm
Quillaja
300ppm
Carbadox 55ppm
Curcuma
100ppm
Ilsley et al. 2005 8
Carbadox 55ppm
Curcuma
100ppm
Colisitna 0,25% Alho 0,05%
Lovatto et al.
2005 4
Colistina 0,25% Alho 0,15%
48
Tabela 6 Análise de algumas variáveis relacionadas as características experimentais das
publicações utilizadas na meta-análise
Dieta
Variáveis
Antimicrobianos
de síntese
Extratos
vegetais
dpr
1
Efeito
Animais, nº 1378 1374 - -
Período experimental, dias 34,04 35,21 9,15 NS
Idade inicial, dias 24,71 24,79 6,0 NS
Idade final, dias 58,75 60,00 11,10
NS
Peso vivo inicial, kg 6,79 8,08 2,15 S
Peso vivo final, kg 24,93 25,80 4,76 NS
Temperatura, ºC 25,28 25,39 0,48 NS
Nutricionais
Energia Metabolizável, kcal/kg 3348 3343 48,40
NS
Proteína Bruta, %MS 21,90 21,79 1,00 NS
Lisina, %MS 1,42 1,43 0,09 NS
Metionina, %MS 0,40 0,39 0,01 NS
Cálcio, %MS 0,93 0,95 0,15 NS
Fósforo, %MS 0,78 0,79 0,05 NS
1
dpr, desvio padrão residual; NS, não significativo; S, tratamento significativo ao nível de 5%
49
Tabela 7 – Resultados das variáveis de desempenho das publicações utilizadas na meta-análise
Dieta
Variáveis
Antimicrobianos
de síntese
Extratos vegetais
dpr
1
Efeito
Desempenho, g
2
Consumo de ração 821 816 26,38 NS
Ganho de peso 483 479 4,36 NS
Conversão alimentar 1,71 1,70 0,08 NS
Ingestão NS
Energia Metabolizável, kcal/kg 2766 2748 80,60 NS
Proteína Bruta, g 180 179 5,82 NS
Lisina, g 11,80 11,76 0,35 NS
Metionina, g 3,69 3,54 0,11 NS
Fósforo, g 6,55 6,51 0,20 NS
Cálcio, g 7,71 7,61 0,32 NS
1
dpr, desvio padrão residual; NS, tratamento não significativo ao nível de 5%;
2
ajustado ao peso vivo inicial e
médio
50
Peso vivo, kg
Consumo de ração, g/dia
2422201816141210
1300
1200
1100
1000
900
800
700
600
500
.
antimicrobianos de síntese
extratos vegetais
Figura 1 – Consumo de ração de leitões alimentados na creche com dietas com
antimicrobianos de síntese ou extratos vegetais (Equações de regressão:
antimicrobianos de ntese: Y=76,2+49x (R
2
=0,54; n=24); extratos vegetais:
Y=81+46x (R
2
=0,55; n=24); Geral através da ANOVA: Y=86+20x+47y
(R
2
=0,98; dpr=26,4; n=48), onde: x=peso vivo inicial, y=peso vivo)
51
Peso vivo, kg
Ganho de peso, g/dia
2422201816141210
700
600
500
400
300
.
antimicrobianos de síntese
extratos vegetais
Figura 2 Ganho de peso de leitões alimentados na creche com dietas com
antimicrobianos de síntese ou extratos vegetais. (Equações de regressão:
antimicrobianos de síntese: Y=161+20x (R
2
= 0,62; n=24); extratos
vegetais:Y=146+21x (R
2
=0,47; n=24); Geral através da ANOVA:
Y=156+05x+21y (R
2
=0,98; dpr= 4,4; n=48), onde: x=peso vivo inicial,
y=peso vivo)
52
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.
5. DISCUSSÃO GERAL
Nesta discussão geral, o objetivo é estabelecer as relações entre causa e
efeito do uso de extratos vegetais na alimentação com a produtividade de porcas e
leitões. Embora a articulação digestiva e metabólica entre porcas e leitões seja
complexa, tentaremos fazê-la nos próximos parágrafos.
Os estudos com extratos vegetais em porcas gestantes e lactantes sempre
buscaram o aumento da produtividade. Para isso vários indicadores diretos sobre as
porcas e indiretos sobre os leitões são utilizados. Os indicadores diretos estão
relacionados principalmente com os aspectos ingestivos/digestivos e de performance
zootécnica.
Em nosso estudo a ingestão de alimento na gestação não foi diferente entre
os grupos de porcas, pois o fornecimento era restrito. Embora a ração tenha sido
fornecida a vontade na lactação, não houve diferença na ingestão. Mas Cline et al.
(1996), observaram um aumento significativo no consumo de ração com 125ppm de
Yucca na dieta de porcas lactantes. Esse aumento também foi observado em leitões
na creche alimentados com dietas contendo Quillaja (ILSLEY et al., 2005) e Yucca
(YEN et al., 1993). Mas Lovatto et al. (2005) e Oetting (2005) observaram que leitões
alimentados na creche com dietas contendo antimicrobianos de ntese consomem
mais alimento que aqueles que recebem extratos vegetais. Os resultados obtidos em
nosso experimento e os apresentados na literatura indicam que os extratos vegetais
não atuam como moduladores da ingestão.
Nós não avaliamos o peso das porcas. O critério que utilizamos foi o escore
corporal na lactação. Nossos resultados indicaram que as saponinas melhoram a
condição corporal no final da lactação, confirmando resultados anteriores obtidos por
Cline et al (1996). Para leitões na creche, os trabalhos analisados individualmente
mostram melhores ganhos de peso para os animais alimentados com dietas
contendo antimicrobianos de síntese (MENTEN, 1995, HAYES et al., 2002,
LOVATTO et al., 2005; OETTING, 2005). Porém, para a fase de creche, os
resultados de nossa meta-análise não mostraram diferenças no ganho de peso, o
que confirma dados da literatura nesta fase (COLINA et al., 2001; TURNER et al.,
2002; HERMANN et al., 2003). Os resultados obtidos em nosso experimento e os
apresentados na literatura indicam que os extratos vegetais (saponinas) melhoram o
escore corporal das porcas no final da lactação. Isso se deve, provavelmente, aos
55
mecanismos de ação dos extratos em nível digestivo, principalmente o aumento da
permeabilidade das células intestinais, o que facilita a absorção de nutrientes por
transporte passivo (GEE et al., 1997). Também estariam envolvidos os
glicocomponentes, constituintes da porção solúvel da Yucca e Quillaja que têm
afinidade pela amônia, melhorando a atividade degradativa da flora intestinal
(CHEEKE, 1999). Mas nossos estudos de campo e meta-análise não permitem
extrapolação para efeitos metabólicos do uso de extratos vegetais.
A conversão alimentar é um indicador de melhor eficiência digestiva e/ou
metabólica. Essa variável não foi medida em nosso trabalho com porcas, pois não é
usual em animais gestantes e lactantes. Mas é adequada para leitões na creche,
onde a utilização de extratos vegetais normalmente não altera a conversão alimentar
(YEN et al., 1993; AMON et al., 1995; HERMANN et al., 2003). Isso confirma nossos
resultados de meta-análise. É provável que a imaturidade do sistema digestório dos
leitões na creche seja a responsável por isso, pois na fase de crescimento e
terminação os extratos vegetais melhoram a conversão alimentar (KWON, et al.,
2004). Isso se deve, provavelmente, à maturidade do sistema digestório nos animais
nas fases de crescimento e terminação que tem maiores respostas à estimulação
por extratos vegetais (SAMBAIAH et al., 1991).
Em relação ao escore de fezes das fêmeas, foi observado no estudo com as
porcas uma predominância de fezes mais duras para o grupo que recebeu
saponinas. São poucos os estudos de consistência das fezes de animais que
receberam dietas com saponinas. Porém, em estudo com cães e gatos que
receberam dietas com Yucca, as fezes eram mais duras (LOWE & KERSHAW,
1997). Isso se deve, provavelmente, à ação surfactante das saponinas que acelera a
atividade microbiana da flora intestinal, melhorando a digestão dos alimentos.
Em nosso estudo com porcas, todas as variáveis medidas sobre os leitões são
indicadores indiretos. O escore diário das de fezes dos leitões na lactação o foi
diferente para animais lactentes. Embora na medida direta, tenha sido encontrada
diferença para o escore das fezes das porcas, mostrando resultados de fezes mais
duras para as porcas que receberam saponinas, isso não se aplica aos leitões.
Em nosso estudo com as porcas, as variáveis: número de leitões nascidos
vivos, natimortos, mumificados, nascidos totais e a mortalidade ao longo da lactação
não apresentaram diferenças para as leitegadas entre grupo de porcas controle e as
que receberam dietas contendo saponinas. Entretanto, Herpin et al. (1996) e Herpin
56
& Cheeke (2004) encontraram redução no número de natimortos de porcas
alimentadas com dietas pré-parto com adição de Yucca.
No experimento com as porcas, os leitões das fêmeas que receberam dietas
contendo saponinas foram mais pesados ao nascer e ao desmame. Em
experimento onde porcas receberam dietas na fase pré-parto (70 dias de gestação)
contendo extratos de Yucca, houve aumento no ganho de peso dos leitões ao longo
da lactação (CROMWELL et al., 1985; HERPIN & CHEEKE, 2004). Embora, no
presente estudo, tenha ocorrido maior peso ao nascer para os leitões das porcas
que receberam a dieta com saponinas, deve-se considerar que o período de adição
de saponinas na dieta pré-parto foi muito curto. No entanto, os resultados melhores
para peso ao desmame nos leitões de porcas que receberam saponinas é mais
consistente e está de acordo com observações de outros autores.
6. CONCLUSÕES GERAIS
A utilização de saponinas nas dietas de porcas melhora o escore corporal no
final da lactação, torna as fezes mais duras na gestação e melhora o peso dos
leitões ao nascer e ao desmame.
A meta-análise dos experimentos de leitões na creche que receberam dietas
contendo antimicrobianos de síntese e extratos vegetais evidencia a necessidade de
buscar alternativas analíticas globais dos resultados experimentais descritos na
literatura.
57
7.
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64
ANEXO 1
PRODUÇÃO CIENTÍFICA NO MESTRADO
65
Produção Científica no Mestrado
Março de 2004 a Dezembro de 2005
Artigos completos publicados em Revistas Científicas
- HAUPTLI, L., LOVATTO, P.A. Alimentação de porcas gestantes e lactantes com
dietas contendo saponinas. Ciência Rural, v. 36, n.2, 2006.
- LOVATTO, P. A. ; OLIVEIRA, V.; HAUPTLI, L.; HAUSCHILD, L.; CAZARRÉ, M.M.
Alimentação de leitões na creche com dietas sem antimicrobianos antimicrobianos,
com alho (Allium sativum, L.) ou colistina. Ciência Rural, v. 35, n.3, p. 656-659,
2005.
- HAUPTLI, L.; LOVATTO, P.A.; SILVA, J.H.S; GARCIA, G.G.; BRUM, B.S;
OLIVEIRA, J.L.S. Níveis de soro de leite integral na dieta de leitões na creche.
Ciência. Rural, v.35, n.5, p.1161-1165, 2005.
- LOVATTO, P.A.; VIELMO, H.; OLIVEIRA, V.; HAUSCHILD, L.; HAUPTLI, L.
Desempenho de suínos alimentados do desmame ao abate em comedouro de
acesso único equipado ou não com bebedouro. Ciência Rural, v.34, n.5, p.1549-
1555, 2004.
Trabalhos resumidos expandidos publicados em Anais de Eventos
- HAUPTLI, L.; HAUSCHILD, L.; GARCIA, G.G. Balanço do nitrogênio e
digestibilidade do fósforo em suínos alimentados com dietas contendo aflatoxina. In:
42º Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia,Goiânia. Anais,2005.
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DE VETERINÁRIOS ESPECIALISTAS EM SUÍNOS, 12., Fortaleza, 2005.
Resumos. Fortaleza: ABRAVES, 2005.
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leitegadas de porcas alimentadas com dietas contendo saponinas. CONGRESSO
66
BRASILEIRO DE VETERINÁRIOS ESPECIALISTAS EM SUÍNOS, 12., Fortaleza,
2005. Resumos. Fortaleza: ABRAVES, 2005.
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Balanço do nitrogênio de diferentes genótipos de suínos comerciais em crescimento
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dinâmica do fósforo na suinocultura gaúcha. In. II Congresso Latino Americano de
Suinocultura do Mercosul, 2004, Foz do Iguaçu. Anais, 2004
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Latino Americano de Suinocultura do Mercosul, 2004, Foz do Iguaçu. Anais, 2004.
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