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1
EXTRATO DE LEVEDURA (Saccharomyces
cerevisiae) EM DIETAS PARA GATOS ADULTOS
LIDIA MARINHO SILVA LIMA
2008
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2
LIDIA MARINHO SILVA LIMA
EXTRATO DE LEVEDURA (Saccharomyces cerevisiae) EM DIETAS
PARA GATOS ADULTOS
Dissertação apresentada à Universidade Federal
de Lavras, como parte das exigências do Curso
de Mestrado em Zootecnia, área de
concentração em Nutrição de Monogástricos,
para a obtenção do título de “Mestre”.
Orientador
Profa. Dra. Flávia Maria de Oliveira Borges Saad
LAVRAS
MINAS GERAIS - BRASIL
2008
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3
Ficha Catalográfica Preparada pela Divisão de Processos Técnicos da
Biblioteca Central da UFLA
Lima, Lidia Marinho Silva.
Extrato de levedura (Saccharomyces cerevisiae) em dietas para gatos
adultos/Lidia Marinho Silva Lima. – Lavras: UFLA, 2008
87 p.: il.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Lavras, 2008.
Orientador: Flávia Maria de Oliveira Borges Saad
Bibliografia.
1. Extrato de levedura. 2. Digestibilidade. 3. Gatos adultos
I.Universidade Federal de Lavras. II. Título.
CDD – 636.80852
4
LIDIA MARINHO SILVA LIMA
EXTRATO DE LEVEDURA (Saccharomyces cerevisiae) EM DIETAS
PARA GATOS ADULTOS
Dissertação apresentada à Universidade Federal
de Lavras, como parte das exigências do Curso
de Mestrado em Zootecnia, área de
concentração em Nutrição de Monogástricos,
para a obtenção do título de “Mestre”.
APROVADA em 1
o
de agosto de 2008
Prof. Dr. Luis David Sólis Murgas UFLA
Prof. Dr. Márcio Gilberto Zangerônimo UNIFENAS
Prof. Dr. Vinícius de Souza Cantarelli UFLA
Profa. Dra. Flávia Maria de Oliveira Borges Saad
UFLA
(Orientadora)
LAVRAS
MINAS GERAIS - BRASIL
2008
5
OFEREÇO
A meus pais, Maria de Fátima e Paulo e a minha irmã, Olívia, por
representarem toda a estrutura de uma vida de alegrias, desafios e conquistas.
A meu tio Beto, pela sabedoria e palavras de motivação.
A minha avó Geralda Marinho, pela acolhida nesta etapa de minha vida.
A meu amante e companheiro, José Walter, pelo incentivo, dedicação e espera.
Ao João, nosso pequenino.
Ao meu avô Joaquim (in memoriam),
DEDICO
6
AGRADECIMENTOS
À Universidade Federal de Lavras (UFLA), pela oportunidade de
realização e concretização desta etapa.
À Flávia Borges Saad, pela confiança, ensinamentos e por ser mais que
uma mestra, uma eterna amiga.
Ao José Walter, pelo apoio incondicional, pelos trabalhos realizados
juntos, pelo conhecimento transmitido, pelas palavras de apoio nos momentos de
dificuldade, enfim, por fazer parte da minha caminhada.
Aos integrantes do Núcleo de Estudos em Nutrição de Animais de
Companhia (NENAC), por todo o aprendizado proporcionado e pelo auxílio na
execução deste trabalho.
Aos funcionários do Centro de Estudos em Nutrição de Animais de
Companhia (CENAC) e do Departamento de Zootecnia da UFLA, pelo auxílio
incondicional.
Aos residentes do Hospital Veterinário do Departamento de Medicina
Veterinária da UFLA, na pessoa da professora Ruthnéa Muzzi, pelo auxílio nas
coletas de sangue.
Ao amigo Márcio Gilberto Zangerônimo, pela grande contribuição na
análise estatística dos dados.
À empresa Alltech do Brasil, pelo apoio financeiro ao projeto.
À Ouro Fino, em nome do diretor Carlos H. Henrique, pela oportunidade
de me ausentar para a conclusão deste estudo.
À Coordenação de Aperfeiçoamento do Pessoal de Nível Superior
(Capes), pela concessão da bolsa de estudos.
A todos os amigos, pelos momentos de alegria e descontração e a Deus,
por me iluminar e me fortalecer em toda a minha caminhada.
7
BIOGRAFIA
Lidia Marinho Silva Lima, filha de Paulo Sérgio de Lima e Maria de
Fátima Silva Lima, nasceu em 12 de junho de 1981, em Lavras, MG.
Em setembro de 1999, ingressou na Universidade Federal de Lavras,
onde, em julho de 2004, obteve o título de Médica Veterinária.
Em agosto de 2006, ingressou no Programa de Pós-Graduação em
Zootecnia, na Universidade Federal de Lavras, MG, concentrando seus estudos
na área de Nutrição de Monogástricos.
No dia 1
o
de agosto de 2008, submeteu-se à defesa de dissertação para
a obtenção do título de “Mestre”.
8
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS ................................................................................i
LISTA DE FIGURAS ...............................................................................iii
RESUMO ..................................................................................................iv
ABSTRACT...............................................................................................vi
CAPÍTULO I..............................................................................................1
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................1
2 REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................2
2.1 Características nutricionais dos felinos domésticos.............................2
2.2 Ensaios de digestibilidade ....................................................................3
2.3 Palatabilidade .......................................................................................6
2.3.1 Preferência alimentar de felinos........................................................7
2.3.2 Sabor umami......................................................................................8
2.3.4 Palatabilizantes................................................................................10
2.3.5 Metodologias de avaliação da palatabilidade..................................11
2.4 Ingredientes protéicos para gatos .......................................................13
2.4.1 Saccharomyces cerevisiae e seus derivados....................................14
2.4.2 Extrato de levedura de cepa específica............................................17
2.5 Utilização do extrato de levedura na alimentação animal..................21
2.5.1 Ratos................................................................................................21
2.5.2 Cães e gatos.....................................................................................22
2.5.3 Suínos..............................................................................................23
2.5.4 Aves.................................................................................................24
2.5.5 Camarões.........................................................................................25
3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................26
CAPÍTULO II ..........................................................................................34
1 RESUMO ..............................................................................................34
2 ABSTRACT..........................................................................................35
3 INTRODUÇÃO ....................................................................................36
4 MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................36
4.1 Local e instalações..............................................................................36
4.2 Animais e tratamentos........................................................................37
4.3 Procedimento experimental................................................................40
4.4 Análises laboratoriais .........................................................................40
4.5 Parâmetros avaliados..........................................................................41
4.6 Análise dos dados...............................................................................41
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..........................................................43
9
5.1 Perfil nutricional do ingrediente.........................................................43
5.2 Coeficiente de digestibilidade do ingrediente ....................................44
6 CONCLUSÕES.....................................................................................46
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................47
CAPÍTULO III.........................................................................................48
1 RESUMO ..............................................................................................48
2 ABSTRACT..........................................................................................49
3 INTRODUÇÃO ....................................................................................50
4 MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................50
4.1 Local e instalações..............................................................................50
4.2 Animais e tratamentos experimentais.................................................50
4.3 Procedimento experimental................................................................52
4.4 Análises laboratoriais .........................................................................54
4.5 Parâmetros avaliados..........................................................................54
4.6 Delineamento experimental e análise estatística................................55
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..........................................................56
5.1 Consumo, excreção e digestibilidade de nutrientes............................56
5.2 Parâmetros plasmáticos......................................................................60
6 CONCLUSÕES.....................................................................................62
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................63
CAPÍTULO IV.........................................................................................65
1 RESUMO ..............................................................................................65
2 ABSTRACT..........................................................................................66
3 INTRODUÇÃO ....................................................................................67
4 MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................67
4.1 Local e instalações..............................................................................67
4.2 Animais e tratamentos experimentais.................................................67
4.3 Procedimento experimental................................................................68
4.4 Parâmetros avaliados..........................................................................69
4.5 Delineamento experimental e análise estatística................................69
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..........................................................70
5.1 Consumo.............................................................................................70
5.2 Razão de ingestão de Grifin ...............................................................72
6 CONCLUSÕES.....................................................................................73
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................74
6 CONCLUSÕES GERAIS ....................................................................76
ANEXOS..................................................................................................77
i
LISTA DE TABELAS
TABELA 1
Ingredientes protéicos frequentemente utilizados em
alimentos industrializados secos para gatos (%)................ 14
TABELA 2
Composição centesimal de células íntegras de levedura
(CIL), hidrolisado de levedura (HL), extrato de levedura
de cervejaria (EL) e extrato de levedura de cepa
específica (ELCE) ............................................................. 18
TABELA 3
Níveis de garantia na matéria natural (MN) e matéria
seca (MS), composição básica e enriquecimento por
quilograma do alimento completo úmido para gatos
adultos............................................................................... 38
TABELA 4
Níveis de garantia por quilograma do extrato de levedura
de cepa específica apresentado na especificação técnica
do produto em base de matéria seca .................................. 39
TABELA 5
Dietas experimentais e níveis de inclusão do extrato de
levedura de cepa específica................................................ 40
TABELA 6
Perfil nutricional do extrato de levedura de cepa
específica em base de matéria seca.................................... 43
TABELA 7
Valores de coeficiente de digestibilidade aparente CDA
dos nutrientes (%), coeficiente de metabolização aparente
(%), energia digestível (ED) e metabolizável (EM) em
kcal/kg do extrato de levedura de cepa específica para
gatos adultos ......................................................................
44
TABELA 8
Tratamentos experimentais................................................. 51
TABELA 9
Níveis nutricionais das dietas experimentais em base de
matéria seca ....................................................................... 51
TABELA 10
Valores de consumo de matéria seca (CMS), matéria
orgânica (CMO), matéria mineral (CMM) e proteína
bruta (CPB) em gramas/gato/dia e valores de consumo de
energia bruta (CEB) em kcal/gato/dia das dietas
experimentais......................................................................
56
TABELA 11
Coeficientes de digestibilidade aparente da matéria seca
(CDMS), matéria orgânica (CDMO), matéria mineral
(CDMM), proteína bruta (CDPB) e energia bruta
(CDEB) e coeficiente de metabolização aparente da
energia (CMEB) em porcentagem das dietas
experimentais...................................................................... 57
ii
TABELA 12
Valores de consumo de nitrogênio (CN), excreção fecal
de nitrogênio (EFN), excreção urinária de nitrogênio
(EUN), nitrogênio digestível (NDIG) e nitrogênio retido
(NRET) em gramas/gato/dia das dietas experimentais ..... 58
TABELA 13
Valores de Energia digestível (EDA) e Energia
metabolizável (EMA) do alimento em kcal/kg da dieta
padrão e das dietas com níveis de substituição de 2, 4, 6,
8 e 10% por extrato de levedura de cepa específica em
base de matéria seca para gatos adultos............................. 59
TABELA 14
Níveis plasmáticos de uréia e creatinina em mg/dL/gato/
dia da dieta padrão e das dietas com níveis de
substituição de 2, 4, 6, 8 e 10% por extrato de levedura
de cepa específica ..............................................................
60
TABELA 15
Descrição das dietas utilizadas no ensaio de
palatabilidade ..................................................................... 68
TABELA 16
Valores de consumo das dietas A e B no ensaio de
palatabilidade em gramas de matéria seca/gato/dia .......... 70
iii
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1
Obtenção do extrato de levedura de cepa específica........ 17
FIGURA 2
Sala de metabolismo – CENAC/UFLA............................ 37
FIGURA 3
Caracterização da dieta referência antes e após o
procedimento de mistura, A e B respectivamente ........... 53
iv
RESUMO
LIMA, Lidia Marinho Silva. Extrato de levedura (Saccharomyces cerevisiae)
em dietas para gatos adultos. 2008. 87 p. Dissertação (Mestrado em Zootecnia)
– Universidade Federal de Lavras, Lavras
*
.
No intuito de avaliar o valor nutricional, o efeito na disponibilidade de nutrientes
e o potencial palatabilizante do extrato de levedura de cepa específica (NuPro
®
)
para gatos adultos, foram conduzidos três experimentos no Centro de Estudos
em Nutrição de Animais de Companhia, no Departamento de Zootecnia da
Universidade Federal de Lavras. No experimento I foram utilizados 14 gatos
adultos, sem raça definida, com peso médio de 3,68±0,73kg, divididos em dois
grupos. O grupo 1 recebeu um alimento completo úmido para gatos adultos
como dieta referência e o grupo 2, a dieta referência com uma substituição de
30% desta pelo extrato de levedura. As análises bromatológicas do alimento
completo úmido, do extrato de levedura, das fezes e da urina permitiram o
cálculo por meio da metodologia de substituição de Matterson et al. (1965) dos
coeficientes de digestibilidade aparente da matéria seca, 71,64%; matéria
orgânica, 72,55%; matéria mineral, 50,78%; proteína bruta, 78,59%, energia
bruta, 84,33%, coeficiente de metabolização aparente da energia, 82,06%;
energia digestível, 4.246,73 kcal/kg e energia metabolizável, 4.162,60 kcal/kg
do extrato de levedura. No experimento II, utilizaram-se 12 gatos adultos, com
peso médio de 3,10±0,5kg, distribuídos em delineamento em quadrados latino
6x6, com seis tratamentos e seis períodos experimentais, em um total de 72
observações. Os tratamentos utilizados neste estudo foram o alimento completo
úmido e níveis de substituição de 0%, 2%, 4%, 6%, 8% e 10% deste pelo extrato
de levedura. Cada período experimental teve duração de 15 dias, sendo 8 dias de
adaptação à dieta, 6 dias de coleta de fezes e urina e 1 dia para a coleta de
sangue. As variáveis analisadas foram coeficiente de digestibilidade aparente da
matéria seca, matéria orgânica, matéria mineral, proteína bruta, energia bruta e
coeficiente de metabolização da energia, além do balanço de nitrogênio, energia
digestível e metabolizável das dietas e níveis plasmáticos de uréia e creatinina.
Os dados foram submetidos à análise de regressão, não tendo sido observado
ajuste de equação para nenhum dos parâmetros avaliados. No experimento III,
foi avaliado o potencial palatabilizante do extrato de levedura por meio do teste
de “Duas Vasilhas”. Foram utilizados 20 gatos adultos, com peso médio de
3,70±0,6 kg, que receberam duas dietas de forma simultânea e pareada como
opção de consumo. A dieta A foi constituída pelo alimento completo úmido para
gatos e a dieta B, este mesmo alimento com uma substituição de 2% pelo extrato
de levedura. O teste teve duração total de quatro dias, sendo os dados do
v
consumo de alimento em gramas/gato/dia em base de matéria seca avaliados por
meio de um delineamento em blocos casualizados (dias de teste), utilizando-se o
peso vivo inicial como covariável pelo teste F. Os resultados demonstraram
diferença altamente significativa (P=0,0074) para o consumo da dieta sem o
extrato de levedura. Pôde-se concluir que o extrato de levedura apresenta bom
valor nutricional, podendo ser utilizado como alimento protéico em dietas para
gatos adultos. No entanto, não influencia a digestibilidade de uma dieta
completa úmida, quando utilizados níveis de 2% a 10%. Quanto à palatabilidade,
não foi verificado efeito satisfatório no consumo de alimento, em uma inclusão
de 2% do extrato de levedura de cepa específica.
_________________________________
*
Comitê de Orientação: Flávia Maria de Oliveira Borges Saad – UFLA/DZO
(Orientadora); Elias Tadeu Fialho – UFLA/DZO; Luis David Sólis Murgas
UFLA/DMV.
vi
ABSTRACT
LIMA, Lidia Marinho Silva. Yeast extract (Saccharomyces cerevisae) in diets
for adult cat food. 2008. 87 p. Dissertation (Master in Animal Science) –
Federal University of Lavras, Lavras.
*
With the intention of evaluating the nutritional value, the effect on the
availability of nutrients, and the flavor
additive potential (palatability) of yeast
extract of a specific strain (NuPro®) for adult cats, three experiments were
performed at the Center of Studies In Pet Nutrition in the Department of
Zootechny at the Federal University of Lavras. In experiment l , 14 adult cats
were used, being of no defined breed, and having average weight of
3,68±0,73kg, divided into two groups. Group #1 received a complete high
moisture food (ration) for adult cats as reference diet; and group #2 received
the reference diet with a substitution of 30% of it with yeast extract. The
bromatologic analyses of the complete high moisture food (ration), yeast
extract, and feces and urine permitted calculation by the substitution
methodology of Matterson et al. (1965) of the coefficients of apparent
digestibilility of dry matter , 71,64%; organic matter, 72,55%; mineral matter,
50,78%; crude protein, 78,59%; crude energy, 84,33%; coefficient of apparent
metabolization of energy, 82,06%; digestible energy, 4246,73 kcal/kg, and
metabolizable energy, 4162,60 kcal/kg of yeast extract. In experiment II , 12
adult cats with medium weight of 3,10±0,5kg were used ,distributed in Latin
squares 6x6 design, with six treatments and six experimental periods, in a total
of 72 observations. The treatments used in this study were complete high
moisture food (ration) and levels of substitution of 0, 2, 4, 6, 8 and 10% of this
with yeast extract. Each experimental period had a duration of 15 days, being
eight days of adaptation to the diet, six days of collection of feces and urine, and
one day for collection of blood. The analyzed variables were the coefficient of
apparent digestibility of dry matter , organic matter, mineral matter, crude
protein, crude energy, and coefficient of metabolization of the energy, besides
nitrogen balance, digestible and metabolizable energy of the diets, and plasmatic
levels of urea and creatinine. The data were submitted to regression analysis
without being observed equation adjustment for any of the appraised
parameters. In experiment III, the palatability potential of yeast extract was
evaluated using the " Two Recipients " test. Twenty adult cats with a medium
weight of 3,70±0,6 kg were used. They received two diets in a simultaneous
and comparable way as consumption options. Diet A consisted of complete
high moisture food (ration) for cats, and diet B was the same food (ration) with
a substitution of 2% yeast extract. The test had a total duration of four days, the
vii
data of food consumption being in grams/cat/day, basically of dry matter
evaluated by random block design (days of test) using initial live weight as co-
variable for the F test. The results demonstrated a highly significant difference
(P=0,0074) for the consumption of the diet without yeast extract. It can be
concluded that yeast extract presents good nutritional value which can be used
as protein in diets for adult cats. However, it does not influence the digestibility
of a complete high moisture diet when used at levels from 2 to 10%. With
relationship to satisfactory palatability effect, it was not verified in the food
consumption in an inclusion of 2% of yeast extract of a specific strain.
____________________________________
*
Guidance Committee: Flávia Maria de Oliveira Borges Saad – UFLA/DZO
(Adviser); Elias Tadeu Fialho – UFLA/DZO; Luis David Sólis Murgas –
UFLA/DMV.
1
CAPÍTULO I
1 INTRODUÇÃO
Os animais de companhia, em especial os felinos domésticos, ocupam,
a cada dia, espaço crescente dentro do ambiente familiar. Neste contexto, com
relação à nutrição desses animais, buscam-se, cada vez mais, alimentos
completos e de alta qualidade, que possam proporcionar aos animais uma vida
longa e saudável.
No Brasil, observa-se um aumento constante no número de marcas
comerciais de alimentos completos para cães e gatos, que competem a todo o
momento por uma fatia de mercado e buscam trazer diferenciais em seus
produtos por meio de ingredientes nobres e com características funcionais.
Dessa forma, há uma latente necessidade da indústria pet food em fazer uma
diferenciação mercadológica qualitativa dos produtos.
Hoje, a Associação Nacional dos Fabricantes de Alimentos para
Animais de Estimação (ANFAL-Pet) atua junto ao Ministério da Agricultura
(MAPA) com o objetivo de adequar a legislação vigente e incluir metodologias
de digestibilidade para a avaliação qualitativa dos alimentos.
Em meio a esta expansão mercadológica, observa-se uma grande lacuna
científica a respeito da avaliação nutricional de ingredientes para animais de
companhia, em contraste com o surgimento constante de novas fontes
alimentares de alta qualidade e com características funcionais.
O extrato de levedura de cepa específica se enquadra nesta expansão
mercadológica, sendo caracterizado como um ingrediente inovador, de alto valor
nutricional e com aspectos funcionais promissores para dietas altamente
selecionadas.
2
Assim, este trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar o extrato de
levedura de cepa específica quanto ao seu valor nutricional, à digestibilidade e
ao potencial palatabilizante para gatos adultos.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Características nutricionais dos felinos domésticos
A evolução do felino selvagem ao doméstico teve início no Egito, por
volta de 4500 anos a.C., onde foram encontrados os primeiros vestígios deste
processo. Os felinos domésticos estão classificados filogeneticamente na Ordem
Carnívora e Super Família Felidae, apresentando, junto às outras espécies
incluídas nesta superfamília, hábitos alimentares estritamente carnívoros (Case
et al., 1998; Royal Canin, 2001).
Diante de todo o panorama evolutivo da espécie, os felinos domésticos
permaneceram com características peculiares em relação ao seu metabolismo e
às suas necessidades nutricionais inerentes ao hábito alimentar carnívoro que são
importantes na elaboração de alimentos para a espécie (Case et al., 1998).
Os aspectos nutricionais considerados como diferenciais para os felinos
domésticos são a elevada necessidade protéica, a necessidade de taurina,
arginina, ácido araquidônico, niacina e vitamina A pré-formada, oriundas da
dieta (Morris & Rogers, 1982; Silva Junior, 2007).
É importante considerar que os felinos domésticos apresentam, em
relação aos cães, menor relação comprimento intestinal:comprimento corporal.
O comprimento intestinal é uma característica que interfere diretamente no
tempo de permanência do alimento no intestino e, conseqüentemente, no
processo digestivo e no aproveitamento dos nutrientes (Nacional Research
Council - NRC, 2006).
3
Outra característica peculiar dos felinos domésticos é a exigência por
alimentos palatáveis. O olfato do felino doméstico é mais aguçado do que o do
homem. Muito seletivo e desconfiado, recusará obstinadamente qualquer
alimento que apresente um odor que não lhe agrade. Este comportamento exige
grande esforço da indústria pet food em desenvolver formulações altamente
palatáveis (SPF The Worldwid Palatability Company, 2008).
Dessa maneira, a escolha do alimento para os felinos domésticos exige a
observância não só das suas necessidades nutricionais peculiares, mas também
do seu comportamento alimentar único (Case et al., 1998).
Por conveniência, o texto desta obra tratará os “felinos domésticos”
simplesmente por “gatos”.
2.2 Ensaios de digestibilidade
A digestibilidade é uma medida da qualidade do alimento, definida
como a fração do alimento consumido que não é recuperada nas fezes, ou a
quantidade de alimento que está disponível para absorção no organismo
(Andriguetto et al., 1988).
Na formulação dos alimentos, a avaliação da digestibilidade é mais
importante que a representação dos níveis de garantia de nutrientes ou do
conteúdo em ingredientes. Ela pode variar de acordo com a espécie em questão,
o que, em teoria, impede extrapolar dados entre as diferentes espécies de
interesse zootécnico, exigindo a experimentação animal para cada espécie de
destino (Andriguetto et al., 1988).
Quando a digestibilidade é expressa como porcentagem do alimento
consumido, denominamos de coeficiente de digestibilidade, conforme
demonstrado na fórmula abaixo (Andriguetto et al., 1988; Case et al., 1998).
4
[Nutriente ingerido (g) – Nutriente excretado fezes (g)] x 100
CD
1
(%) =
Nutriente ingerido (g)
Por meio do coeficiente de digestibilidade consegue-se avaliar a
porcentagem do nutriente ingerido com o alimento que foi absorvido pelo trato
digestório (Case et al., 1998).
Existem diferentes tipos de metodologia para a avaliação da
digestibilidade. A metodologia mencionada é para a determinação da
digestibilidade aparente (DA), pois, além da quantidade de alimento não
absorvido, há nutrientes provenientes de frações endógenas como debris
celulares, secreções do trato digestório e microrganismos que são adicionados e
eliminados nas fezes. Assim, quando se pretende excluir a fração endógena,
denomina-se de digestibilidade verdadeira (Vasconcellos, 2005).
A determinação da digestibilidade verdadeira dos alimentos em animais
de companhia não é usual, porém, alguns métodos podem ser utilizados para
determiná-la. A estimativa de perdas endógenas no jejum ou a utilização de
dietas purificadas são algumas das opções utilizadas e normalmente apresentam
valores maiores que os apresentados para a digestibilidade aparente
(Vasconcellos, 2005; NRC, 2006).
No que diz respeito à porção do trato gastrointestinal para a colheita de
material, podemos considerar a digestibilidade total e ileal. A digestibilidade
ileal é principalmente aplicada para a determinação da digestibilidade de
proteínas e aminoácidos, pois são os nutrientes que mais sofrem interferência da
atividade bacteriana no intestino grosso. Nesse caso, as amostras são colhidas
diretamente da porção final do íleo (Vasconcellos, 2005; Ferreira et al., 2005).
De acordo com o NRC (2006), a digestibilidade de vários ingredientes
utilizados na alimentação de cães sofre variação de 1 a 20 pontos percentuais a
1
CD = Coeficiente de digestibilidade (%)
5
menos para a digestibilidade ileal em relação à digestibilidade total. No entanto,
as metodologias para avaliação da digestibilidade ileal são consideradas
invasivas e de difícil manutenção em animais de companhia, principalmente em
gatos, sendo a prática com o uso de cânulas considerada não usual (Mawby et
al., 1999).
O conceito de digestibilidade pode ser aplicado ao alimento completo ou
ao ingrediente. Em animais de companhia, a maioria dos trabalhos avalia a
digestibilidade de alimentos completos que contêm o ingrediente de interesse,
obtendo-se, dessa forma, informações sobre o efeito do ingrediente no alimento
e não acerca da sua digestibilidade em si (Duarte, 2005; Carciofi, 2006).
A indústria pet food utiliza apenas a composição nutricional do
ingrediente para a formação da matriz nutricional que serve como base para a
formulação dos seus produtos. Isso ocorre devido à escassez de informações
existentes sobre a disponibilidade dos ingredientes para estas espécies (Carciofi,
2006).
Quando se deseja utilizar um novo ingrediente na dieta de qualquer
espécie animal, torna-se importante a determinação da sua qualidade nutricional,
pois, quando adicionado à dieta completa (alimento), pode causar modificações
positivas ou negativas em relação à digestibilidade dos nutrientes (Carciofi,
2006).
Neste contexto, estudos que determinem a digestibilidade de
ingredientes são extremamente necessários na nutrição de cães e gatos e é por
meio deles que poderá ser construída uma adequada matriz nutricional, tal qual
se trabalha hoje para aves, suínos e bovinos (Duarte, 2005; Silva Júnior, 2007).
A determinação da digestibilidade dos ingredientes pode ser realizada
por metodologias específicas, das quais as mais conhecidas e utilizadas são a
metodologia de substituição de Matterson et al. (1965) e a metodologia de
alimentação forçada proposta por Sibbald (1976). Dentre estas, a metodologia
6
de substituição pode ser mais facilmente empregada aos animais de companhia
(Duarte, 2005).
A metodologia de substituição consiste em trabalhar com uma dieta
referência e uma substituição desta por uma porcentagem do ingrediente teste.
Considera-se, então, que toda a variação existente nos valores obtidos para a
dieta teste em relação à dieta referência é devido ao efeito do ingrediente
(Borges et al., 2003).
O nível de substituição mais comumente utilizado nos ensaios está em
torno de 20% a 40%. A escolha desse valor interfere diretamente no resultado do
estudo, sendo que, com um maior, o nível de substituição de erros inerentes ao
estudo podem ser minimizados, proporcionando, portanto, resultados mais
confiáveis. Exceção a esta premissa ocorre quando o perfil nutricional do
ingrediente apresenta caráter impeditivo à utilização de altas quantidades na
dieta. É o caso de alimentos com alta fibra, na forma líquida, como os óleos e,
ainda, aqueles que afetam o consumo e propiciam repulsão ao alimento
(Sakomura & Rostagno, 2008; Ferreira et al., 2005).
2.3 Palatabilidade
A palatabilidade de um alimento refere-se à capacidade ou ao potencial
de estimular a ingestão voluntária pelo animal.
McArthur et al. (1993) definem que a palatabilidade refere-se às
propriedades físicas e químicas da dieta que estão associadas com a supressão ou
a promoção do comportamento alimentar durante o período pré-absortivo e
imediatamente após o período pós-absortivo, numa resposta não condicionada,
antes que o efeito metabólico da ingestão do alimento ocorra.
Em outras palavras, palatabilidade é a resultante de uma série de
interações, positivas ou negativas, relativas aos ingredientes utilizados na ração,
ao processamento e ao palatabilizante empregado no produto, que vão interferir
7
diretamente no consumo alimentar dos animais (Bennet, 2004; Vasconcellos,
2005).
Verifica-se que a escolha de um alimento é realizada mediante um
conjunto de propriedades inerentes ao alimento e ao animal, as quais devem ser
avaliadas em conjunto (SPF The Worldwid Palatability Company, 2008).
Na avaliação da palatabilidade, as medidas que caracterizam e
interferem na preferência a um alimento são: gosto (flavor), análise olfatória
(aroma), estímulo tátil (textura, tamanho da partícula), conteúdo de umidade do
alimento, comportamento alimentar, nível de fome e estresse do animal e efeito
de experiência alimentar prévia, entre outros (Kvamme, 2003; Bennet, 2004;
Carciofi et al., 2006; NRC 2006).
2.3.1 Preferência alimentar de felinos
As preferências alimentares da espécie felina estão descritas na literatura
sob diversos aspectos, sendo os gatos mais sensíveis que os cães quanto à
palatabilidade e à qualidade de seu alimento (Saad & Saad, 2004).
Os gatos, geralmente, irão selecionar dietas úmidas a dietas secas,
alimento morno a alimento frio ou quente; preferem os alimentos ácidos e
maturados e gostam, especialmente, de sabores dos componentes da carne e
peptídeos (hidrolisados protéicos ou digestão enzimática) e aminoácidos livres
como alanina, prolina, lisina, histidina e leucina. Comparativamente aos cães,
aspectos positivos da palatabilidade, como aminoácidos, peptídeos e textura, têm
um maior efeito nos gatos (NRC, 2006).
As cavidades oral e nasal dos gatos apresentam uma variedade de
receptores envolvidos com a seleção dos alimentos. Os receptores presentes na
cavidade nasal são sensíveis a compostos voláteis, enquanto os presentes na
cavidade oral são responsivos a compostos solúveis em água (Hendriks, 2002;
Kvamme, 2003).
8
Embora os açúcares (glicose, frutose) não estimulem o paladar dos
gatos, as células nervosas do paladar demonstram resposta ao estímulo salgado,
azedo, amargo e também a proteínas, aminoácidos e nucleotídeos, que
desempenham papel importante na palatabilidade para essa espécie (Hendriks,
2002; Li et al., 2006).
Portanto, acredita-se que os gatos apresentem três grupos neurais
quimiorresponsivos, localizados na língua e designados como I, II e III. O grupo
I responde a compostos como ácido málico, ATP e fosfato de sódio; o grupo II
recebe estímulo de aminoácidos, como L-prolina, L-cisteína, L-lisina e L-taurina
e é inibido pelo L-triptofano, L-isoleucina e L-fenilalanina; o grupo III responde
primariamente aos nucleotídeos, compostos estes que podem também exercer
influência sobre os grupos I e II (Hendriks, 2002; Bradshaw, 2006).
Uma ampla variedade de substâncias foi aplicada na superfície da língua
de gatos, em um estudo de receptores do grupo II. Extratos de tecidos animais,
assim como os aminoácidos L-cisteína, L-lisina, L-prolina, L-histidina, di e
trifosfatos nucleosídeos e outras substâncias contendo nitrogênio mostraram
poder estimulante efetivo (Boudreau et al., 1975).
2.3.2 Sabor umami
Os componentes do gosto ou do sabor são classificados em cinco
modalidades: doce, azedo (ácido), salgado, amargo e sensação umami. Os quatro
primeiros são clássicos e estão há muitos anos bem descritos na literatura.
Entretanto, o conceito de sabor umami é ainda controverso (Hendriks, 2002;
Kvamme, 2003).
Umami é um sabor característico, induzido por componentes como o
glutamato e nucleotídeos. Foi descoberto em 1908, por K. Ikeda, não havendo
sinonímia em outras línguas que não o inglês, para caracterizá-lo (Yamaguchi &
Ninomiya, 2000).
9
Muitos estudos consideram as substâncias umami como realçadores dos
quatro sabores básicos existentes, no entanto, novas frentes já a classificam
como o quinto sentido do paladar, demonstrado em estudos de parâmetros
comportamentais e eletrofisiológicos em animais (Ninomiya & Funakoshi, 1989;
Baylis & Rolls, 1991; Kumazawa et al., 1991).
Esta classificação como novo sentido do paladar se deve às seguintes
propriedades: o sabor umami difere claramente de outros sabores básicos; não é
reproduzido por nenhuma associação de estímulos básicos; é um gosto universal
induzido por componentes de vários alimentos e estudos indicam que ele
promove, em humanos e cães, estímulos eletrofisiológios independentes dos
outros sabores (Kurihara & Kashiwayanagi, 2000).
No entanto, alguns estudos demonstram que a resposta a componentes
umami podem não acontecer de forma independente dos outros sentidos do
paladar, como, por exemplo, junto ao NaCl, em gatos e ratos (Kurihara &
Kashiwayanagi, 2000; Yamaguchi & Ninomiya, 2000).
As substâncias com características umami estão presentes em uma
variedade de alimentos incluindo tomates, batatas, couve, cenoura, peixes,
carnes bovina, suína, de aves e queijos. Os componentes que ocorrem
naturalmente são glutamato monossódico (MSG), guanilato dissódico (GMP) e
inosinato dissódico (IMP) (Ninomiya, 1998; Kumazawa & Kurihara, 1990;
Kurihara & Kashiwayanagi, 2000).
Observa-se que a associação de vários componentes nos alimentos com
características flavorizantes, em concentrações apropriadas, contribui
enormemente para a palatabilidade da dieta, como, por exemplo, os
aminoácidos, substâncias umami (MSG) e sais. Estudos realizados em cães
demonstram haver um grande sinergismo entre o MSG e os nucleotídeos GMP,
IMP e AMP (Halpern, 2000; Kurihara & Kashiwayanagi, 2000).
10
Segundo Yamaguchi & Ninomiya (2000), a adição de um excesso de
glutamato monosódico e outras substâncias umami pode diminuir a
palatabilidade das dietas, classificando-os, assim, como de uso limitante.
Há, ainda, relatos de que os realçadores de sabor, como o glutamato
monosódico (MSG) e a inosina-5’-monofosfato (IMP), podem ser destruídos no
processo térmico, diminuindo o seu efeito flavorizante (Shi & Tang, 2003).
2.3.4 Palatabilizantes
O uso de palatabilizantes em dietas para cães e gatos alcança um
patamar prioritário e competitivo entre as indústrias pet food e demanda altas
tecnologias de desenvolvimento e processamento. Em alimentos mais
elaborados, os palatabilizantes são um dos componentes principais do custo da
formulação (Silva Júnior, 2008).
Um dos fatores preponderantes na indústria de pet food é a
palatabilidade dos produtos fabricados. Ela se apresenta como ponto chave pelo
poder de ampliar o laço afetivo entre o proprietário e o animal de estimação.
Dessa forma, a satisfação do paladar deve se estender do animal ao seu
proprietário, o qual detém o poder de decisão da compra num amplo leque de
produtos existente atualmente no mercado (Carvalho, 2006).
Além deste aspecto econômico e afetivo, o alimento deve ser palatável,
a ponto de não haver rejeição por parte do animal. Dessa forma, mesmo que um
alimento tenha um perfeito equilíbrio nutricional, se ele não apresentar
característica palatável, o animal não irá ingerir quantidades suficientes para
atender à sua demanda nutricional (Case et al., 1998).
Por outro lado, há o interesse da indústria em aumentar o consumo
voluntário por parte do animal, principalmente em gatos, que normalmente são
mantidos em regime alimentar ad libitum, não só por vender mais, mas por
conseguir superar a concorrência e cativar o consumidor (Silva Júnior, 2008).
11
O formulador de dietas para cães e gatos está sempre atento à
palatabilidade final do alimento e frequentemente investe em um diferencial de
palatabilidade. Este diferencial é conseguido, principalmente, com o uso de
palatabilizantes, que representam de 8% a 20% do custo das formulações.
Entretanto, os ingredientes e o processamento também influenciam à
palatabilidade do alimento. Assim, a indústria busca incluir, em formulações
mais refinadas, ingredientes que por si só incrementam a palatabilidade (SPF
The Worldwid Palatability Company, 2008; Silva Júnior, 2008).
2.3.5 Metodologias de avaliação da palatabilidade
Os ensaios de palatabilidade são, hoje, comumente utilizados pela
indústria pet food, que necessitou desenvolver metodologias com poder de
avaliar as características hedônicas do alimento, transformando-as em medidas
quantitativas. Dessa forma, as medidas tornaram-se objetivas e avaliam a
aceitabilidade e ou a preferência por determinado alimento por meio dos
métodos de consumo denominados de “uma vasilha” e “duas vasilhas” (Griffin,
2003).
O método de “uma vasilha” é utilizado para avaliar a aceitabilidade do
alimento pelo animal, ou seja, para se obter dados que verifiquem se o consumo
do alimento foi satisfatório. O procedimento consiste em separar dois grupos de
animais, cada um se alimentando de um tipo de alimento por um período de
cinco dias. Após este período, ocorre a permuta dos alimentos entre os grupos e
procede-se o consumo por mais cinco dias. A média de consumo das duas dietas
pode, então, ser comparada e evidências para diferentes graus de aceitabilidade
são estabelecidos (Griffin, 2003).
O método de “duas vasilhas” é o mais utilizado; ele determina a
preferência de um alimento em detrimento de outro. Neste caso, dois tipos de
alimentos são colocados em duas vasilhas distintas, em quantidades que
12
ultrapassem a capacidade de consumo dos animais e oferecidos de forma
simultânea por um determinado período de tempo. Permite-se aos animais a livre
escolha entre os dois alimentos, verificando a preferência por meio de medidas
de consumo. Um fator importante na realização do procedimento é fazer a
mudança da ordem física das vasilhas no segundo dia de estudo, para evitar
possível comportamento de lateralidade dos animais (Griffin, 2003; Carciofi et
al., 2006).
O tempo de permanência dos alimentos durante o teste de “duas
vasilhas” difere para cães e gatos, devido às particularidades em relação ao
comportamento alimentar das espécies. Os gatos consomem voluntariamente de
forma bem distribuída durante todo o dia, período diurno e noturno, totalizando
de 12-20 refeições por dia, enquanto que cães podem se alimentar em uma única
refeição diária (NRC, 2006).
Estudos de Kane et al. (1981, 1987), citados no NRC (2006),
verificaram comportamento aleatório dos gatos para a ingestão de alimento, com
tendência de maior consumo no período de luz, devido ao estímulo feito por
humanos e também pelo fornecimento de alimento fresco. Dessa forma, para
cães, o tempo de permanência do alimento para consumo gira em torno de 20-30
minutos e, para gatos, de 2-24 horas. Para testes em gatos utilizando dietas
úmidas enlatadas, recomenda-se um período máximo de exposição de 10 horas,
pois estes alimentos formam crostas ao ficarem expostos e os animais podem
relutar em consumi-los (Griffin, 2003).
Estudo realizado por Hullár et al. (2001), com gatos adultos, demonstrou
que se o odor de algum dos alimentos em teste for mais atrativo que o outro, eles
irão se alimentar desta dieta sem experimentar a outra. Caso isso não ocorra, a
decisão entre as duas dietas será feita considerando-se os dois sentidos, cheiro e
paladar.
13
Nos ensaios de palatabilidade é muito importante considerar o manejo
diário e o comportamento dos animais do painel experimental. Portanto, deve-se
estar o mais próximo possível de uma vida familiar humana, com infra-estrutura
adequada, animais ambientados às condições de teste e ao convívio com o
homem, para que, dessa forma, não haja interferência relacionada à saúde, a
comportamentos atípicos ou a problemas de relacionamento animal-homem,
durante os testes (Larose, 2006).
2.4 Ingredientes protéicos para gatos
Por questões evolutivas, os gatos são considerados carnívoros estritos e,
por isso, têm maiores necessidades de proteína animal na dieta, em relação a
outros mamíferos, como, por exemplo, os cães. Isto se deve à incapacidade das
enzimas hepáticas responsáveis pelo catabolismo protéico de se adaptarem às
diferentes ingestões protéicas e à necessidade da espécie em utilizar o esqueleto
de carbono das proteínas para a obtenção de energia (Case et al., 1998).
Dessa forma, em formulações de alimentos para gatos existe a
necessidade da utilização de quantidades substanciais de ingredientes protéicos,
que apresentem um bom nível protéico e um ótimo perfil de aminoácidos (Case
et al., 1998).
Atualmente, existe, no Brasil, quase uma centena de indústrias de
alimentos para cães e gatos, e cerca de 500 marcas comerciais de produtos, com
mais de 1.500 apresentações. Neste mercado, enquanto um segmento busca
constantemente por formulações sofisticadas, maior qualidade nutricional,
ingredientes selecionados e que apresentem características funcionais, o outro
segmento busca apenas preços mais baratos e utiliza ingredientes menos
selecionados (Carciofi, 2006).
Carciofi (2006) fez um estudo de rótulos avaliando os principais
ingredientes protéicos utilizados nos alimentos comerciais secos para gatos,
14
caracterizando-os, de acordo com a segmentação de produtos existentes no
mercado: econômico, em premium e super premium (Tabela 1).
TABELA 1: Ingredientes protéicos frequentemente utilizados em alimentos
industrializados secos para gatos (%).
Alimentos
Ingrediente
Econômico Premium Super premium
Glúten de milho 60 33,3% 87,5% 50,0%
Farinha de vísceras de aves 100,0% 75,0% 25,0%
Farinha de carne de frango 0,0% 50,0% 62,5%
Farelo de soja 66,7% 62,5% 0,0%
Farinha de carne 66,7% 50,0% 12,5%
Carne de frango 33,3% 25,0% 37,5%
Ovo desidratado 0,0% 12,5% 62,5%
Farinha de peixe 66,7% 37,5% 0,0%
Farinha de carne e ossos 33,3% 12,5% 0,0%
Levedura de cervejaria 33,3% 62,5% 75,0%
Outros* 0,0% 100% 63,0%
* Farinha de sardinha, farinha de salmão, farinha de atum, extrato de carne, carne
bovina, fígado de aves, salmão, fígado de aves desidratado e leite em pó. Fonte: Carciofi,
(2006).
Observa-se que os alimentos classificados como premium e super
premium apresentam o glúten de milho como o ingrediente mais freqüente,
contendo, ainda, quantidades importantes de farinha de carne de frango, ovo
desidratado e levedura de cervejaria que não são utilizados ou são utilizados em
quantidades pequenas nos alimentos econômicos (Carciofi, 2006).
2.4.1 Saccharomyces cerevisiae e seus derivados
As leveduras da espécie Saccharomyces cerevisiae são utilizadas em
diversos processos industriais, dentre eles na fabricação de cerveja, vinhos,
álcool combustível e na panificação. Hoje, é o principal organismo utilizado
pelas indústrias de fermentação (Vilela et al., 2000b).
15
A partir do ano de 1980, com o desenvolvimento e o crescimento
significativo das destilarias de álcool combustível, obteve-se uma quantidade
significativa de residual de leveduras. Teve início, então, a sua produção e
comercialização em níveis elevados, levando a diversos estudos e pesquisas para
o seu aproveitamento na alimentação humana e animal (Teixeira, 2001; Butolo,
2002).
As leveduras são estruturas unicelulares, utilizadas na forma inativa
como células íntegras ou na forma de derivados, no intuito de otimizar e ampliar
seu leque de utilizações e de agregar valor ao produto (Butolo, 2002).
O resíduo fermentativo destas indústrias, comumente chamado de
levedura de cervejaria ou de álcool, é boa fonte de proteína, além de fonte de
vitaminas do complexo B, minerais, fibra dietética, mananoligossacarídeos e
ainda possuem potencial palatabilizante. Apresenta, como vantagem para a
alimentação animal, a alta qualidade nutricional, que resulta no aumento da
eficiência produtiva (Vilela et al., 2000a; Butolo, 2002; Sá Fortes, 2005).
Na alimentação humana, os derivados de levedura estão sendo
amplamente utilizados como suplemento nutricional, ingredientes saborizantes
de sopas, molhos, produtos cárneos e espessantes (Santucci et al., 2003a,b).
Na alimentação de animais de produção, assim como para animais de
companhia, busca-se promover efeitos benéficos, como palatabilidade, servir
como fonte de nutrientes, melhorar a digestibilidade e a saúde dos animais
(Swanson & Fahey Júnior, 2006).
De acordo com Sgarbieri et al. (1999), as células de levedura apresentam
teor protéico de 45%-65%, bom valor nutritivo, representando de 70%-85% do
valor da caseína. No entanto, é importante salientar que a composição química
da levedura pode variar de acordo com a natureza do substrato, o grau de
aeração do meio e a espécie de levedura, entre outros (Butolo, 2002).
16
A levedura, em sua forma íntegra, apresenta desvantagens para uso,
principalmente na alimentação humana, devido à parede celular rígida e à grande
quantidade de nucleotídeos que podem levar ao acúmulo de ácido úrico. Dessa
forma, vários métodos de processamento da biomassa de levedura foram
desenvolvidos para minimizar estes possíveis efeitos indesejáveis, originando
derivados, como os extratos (Vilela et al., 2000a).
Podem-se citar, como principais derivados de levedura, os hidrolisados
que são produzidos pela digestão das células, o extrato de levedura e a parede
celular que são obtidos após a centrifugação do hidrolisado. No extrato de
levedura permanecem todos os nutrientes solúveis do hidrolisado, como
proteínas, peptídeos, aminoácidos livres, nucleotídeos, oligossacarídeos,
minerais e vitaminas. Apresenta, portanto, maior conteúdo protéico que a
levedura íntegra ou hidrolisada (Santucci et al., 2003b; Fegan 2006).
A Association of American Feed Control Officials (AAFCO),
caracteriza oito produtos derivados de leveduras que são diferenciados de acordo
com a cepa, a fração utilizada e características, como concentração de proteína,
umidade e atividade fermentativa. Por este motivo, pode haver grande variação
entre os produtos de diferentes empresas produtoras (Swanson & Fahey Júnior,
2006).
Atualmente, a obtenção de produtos derivados de leveduras não é apenas
proveniente do aproveitamento de processos industriais, mas é realizada por
indústrias que se dedicam exclusivamente à produção de cepas específicas para
uso na alimentação humana e animal (Alltech, 2003a).
17
2.4.2 Extrato de levedura de cepa específica
O extrato de levedura de cepa específica
2
é um ingrediente classificado
como protéico de origem microbiana, obtido da extração do conteúdo celular de
cepa específica da levedura Saccharomyces cerevisiae, cuja fonte primária de
fermentação é a garapa de cana-de-açúcar (Alltech, 2004; Teshima et al., 2007).
Alimentos denominados “funcionais”, que podem trazer, além do aporte
nutricional, algum benefício para a saúde, como é o caso de extrato de levedura,
estão sendo muito estudados atualmente (Fegan, 2006).
O extrato de levedura é fabricado por meio de um processo patenteado
de hidrólise enzimática e a sua obtenção está ilustrada na Figura 1 (Tibbets,
2004; Alltech, 2004; Teshima et al., 2007).
FIGURA 1: Obtenção do extrato de levedura de cepa específica. Fonte: Alltech
(2004).
É um ingrediente protéico com uma característica peculiar em relação
aos outros ingredientes. Apresenta, majoritariamente, peptídeos e aminoácidos
livres, devido à hidrólise sofrida pela proteína no processo de fabricação,
2
Nupro® - Extrato de levedura da Alltech do Brasil.
18
podendo este fator trazer melhoras na digestibilidade da proteína. Devido ao
trato intestinal curto e à velocidade do trânsito intestinal dos carnívoros, a
digestibilidade e a absorção podem ser aumentadas quando aminoácidos e
peptídeos prontamente disponíveis são oferecidos na dieta (Alltech, 2003b).
A composição do extrato de levedura de cepa específica está
caracterizada na Tabela 2, juntamente com os dados de Vilela et al. (2000b), que
estudaram o valor nutritivo de células íntegras de levedura Saccharomyces
cerevisiae proveniente de cervejaria e de seus derivados, como o hidrolisado e o
extrato de levedura.
TABELA 2: Composição centesimal de células íntegras de levedura (CIL),
hidrolisado de levedura (HL), extrato de levedura de cervejaria (EL) e extrato de
levedura de cepa específica (ELCE).
Produtos
Componente
CIL HL EL ELCE
Proteína (N x 5,8) 46,55 43,94 56,42 50,00*
RNA 5,70 7,90 6,90 5,40
Lipídeos totais 3,15 3,34 0,41 0,20
Fibra solúvel 23,58 26,17 2,95 -
Fibra insolúvel 1,99 0,29 0,00 0,40
Cinzas 7,99 7,06 12,30 8,2
Adaptado de Vilela et al. (2000b).
* (N x 6,25)
Conforme observado nos dados de composição centesimal, o extrato de
levedura constitui uma fonte de alta proteína e baixa fibra em relação à levedura
íntegra, propiciando maior digestibilidade para os animais monogástricos (Vilela
et al., 2000b).
Além de ser utilizado como um ingrediente protéico, apresenta
componentes importantes, como a presença de nucleotídeos, que atuam em
diversas funções no organismo e glutamato monossódico, que possui efeitos
benéficos sobre a palatabilidade (Tibbets, 2004; Alltech, 2003b).
19
No entanto, de acordo com Trivedi & Benning (2003), o uso de extratos
e hidrolisados de leveduras como flavorizantes apresenta como desvantagem o
seu alto custo, limitando, dessa forma, o nível de inclusão.
2.4.2.1 Nucleotídeos
As leveduras e seus derivados apresentam, como componentes
estruturais, os nucleotídeos, que exercem efeitos fisiológicos importantes no
organismo e atuam em diversas funções, como armazenamento de energia na
forma de ATP, componente de coenzimas (NAD, FAD), mensageiros de
processos celulares (AMPc), intermediários de reações de síntese de glicogênio,
glicoproteínas e ácidos graxos, e outras (Vilela et al., 2000b; Fegan, 2006).
Dessa forma, os nucleotídeos dietéticos podem trazer benefícios, como
modular o sistema imunológico, diminuindo a ocorrência de infecções por vírus
e bactérias; auxiliar no crescimento e na recuperação de tecidos pela síntese de
DNA e favorecer o crescimento e o desenvolvimento do intestino delgado
(Carver & Walker, 1995; Fegan, 2006). Segundo Fegan (2006), o extrato de
levedura de cepa específica apresenta, em sua composição, cerca de 5% de
nucleotídeos, em sua maior parte na forma solúvel, mais facilmente absorvidos
que na forma insolúvel, como as nucleoproteínas.
Os nucleotídeos consistem de uma base nitrogenada, um açúcar pentose
e um ou mais grupos fosfato. A base nitrogenada pode ser uma purina (adenina e
guanina) ou pirimidina (citosina, timina e uridina), cujos átomos são
primariamente derivados de aminoácidos. Os nucleotídeos, quando ligados,
formam estruturas vitais como o RNA e o DNA (Fegan, 2006).
São componentes sintetizados no organismo, não sendo, portanto,
nutrientes essenciais. Na ausência de um aporte exógeno de nucleotídeos, o
organismo ativa a rota de síntese de novo para garantir o suprimento adequado
deste componente (Sánchez-Pozo & Gil, 2002).
20
Alguns tecidos do organismo, como o tecido linfóide e o intestino,
possuem baixa capacidade biosintética, levando os nucleotídeos a se tornarem
essenciais em situações específicas nas quais o organismo não consegue
produzi-los em quantidades suficientes para a sua demanda. Como exemplo,
podem-se citar fases de rápido crescimento, ocorrência de enfermidades,
desafios vacinais, injúrias hepáticas e intestinais, entre outros (Carver & Walker,
1995; Sánchez-Pozo & Gil, 2002).
O papel que os nucleotídeos exercem sobre a imunidade ainda não está
totalmente elucidado. No entanto, dados sugerem que a suplementação de
nucleotídeos exógenos contribui para a produção de leucócitos devido ao pool
de nucleotídeos disponíveis, com um rápido turnover celular. Inicialmente, eles
são necessários como fornecedores de energia para o metabolismo e,
posteriormente, como precursores dos ácidos nucléicos. Outros dados sugerem
aumento da atividade de células natural killer, produção de interleucina-2,
proliferação linfocítica e influência na produção de anticorpos, entre outros
(Carver & Walker, 1995).
Em gatos adultos, foram verificados aumento significativo da resposta
proliferativa de linfócitos e aumento da atividade fagocítica periférica, quando
alimentados com uma dieta contendo extrato de levedura de cepa específica
(Rutherfurd-Markwick, 2004).
Dentre os efeitos no sistema digestório, são verificados maior
crescimento e maturação de enterócitos, aumento de proteína na mucosa, DNA e
altura de vilosidades (Carver & Walker, 1995).
Estudo realizado em bezerros, do nascimento ao desmame, utilizando
substituto de leite acrescido de nucleotídeos purificados, nucleotídeos de extrato
de Saccharomyces cerevisiae ou substituto de leite sem nucleotídeos,
demonstrou que os animais que receberam nucleotídeos do extrato de levedura
de cepa específica apresentaram aumento da função intestinal pelo maior
21
número de transportadores de RNAm e melhora na morfologia, com maior altura
de vilosidades (Kehoe et al., 2008).
2.4.2.2 Peptídeos
No processo de hidrolise da fabricação do extrato de levedura de cepa
específica há a liberação de aminoácidos e peptídeos (Alltech, 2004).
A presença de peptídeos melhora a eficiência de utilização dos
componentes da dieta, além de melhorar a morfologia intestinal e outras
mudanças fisiológicas (Power & Murphy, 1999 citados por Tibbetts, 2004).
2.4.2.3 Glutamato
O extrato de levedura de cepa específica contém tanto peptídeos de
cadeia curta e aminoácidos livres quanto o ácido glutâmico. Durante o processo
de fabricação, o ácido glutâmico é liberado das frações protéicas e reage com o
sódio formando o glutamato monossódico. Tais características do ingrediente lhe
fornecem grande potencial no favorecimento da palatabilidade do alimento
fabricado (Alltech, 2004).
2.5 Utilização do extrato de levedura na alimentação animal
2.5.1 Ratos
Os estudos em ratos com leveduras e seus derivados foram feitos com o
intuito de verificar a viabilidade destes ingredientes na alimentação humana.
Vilela et al. (2000a) avaliaram a digestibilidade verdadeira da proteína
em ratos alimentados com dietas contendo, como única fonte protéica, a caseína,
células íntegras de levedura, hidrolisado total de levedura e extrato de levedura
provenientes de cervejaria. Os resultados encontrados foram uma semelhança
estatística para as dietas de caseína e extrato de levedura, com valores de
22
95,89% e 95,38%, respectivamente e superiores às dietas de células íntegras
(83,03%) e de hidrolisado total de levedura (86,49%).
Yamada et al. (2003) procederam estudo semelhante em ratos, porém,
com leveduras obtidas de destilarias de álcool e verificaram valores de
digestibilidade verdadeira da proteína para a levedura íntegra, hidrolisado total,
extrato e caseína de 68,0%, 76,6%, 91,0% e 93,5%, respectivamente.
Observaram-se, dessa forma, em comparação ao estudo de Vilela et al. (2000a),
uma diferença acentuada na digestibilidade da proteína das células íntegras de
levedura provenientes de destilarias de álcool e cerveja, evidenciando a
importância do processamento no perfil nutricional do ingrediente.
Vilela et al. (2000b) trabalharam avaliando o efeito de substituições de
4%, 8% e 12% de cada um dos ingredientes (células íntegras, hidrolisado total e
extrato de levedura) em relação a uma dieta padrão à base de caseína em ratos.
Não foi verificada diferença estatística para nenhum dos parâmetros avaliados:
consumo de alimento, proteína ingerida e ganho de peso. No entanto, os autores
relataram uma tendência de melhoria no ganho de peso dos animais, à medida
que a concentração do hidrolisado e do extrato de levedura aumenta. Os autores
sugerem que a existência de fatores funcionais, como os nucleotídeos e os
peptídeos nos ingredientes, pode promover um aumento na eficiência da dieta.
2.5.2 Cães e gatos
Os estudos utilizando extrato de levedura para animais de companhia
abrangem características de digestibilidade e, principalmente, de palatabilidade
para estas espécies (Swanson & Fahey Júnior, 2006).
Estudo de digestibilidade em cães utilizando o ingrediente extrato de
levedura de cepa específica, pela metodologia de substituição de Matterson et al.
(1965), revelou valores de coeficiente de digestibilidade aparente da matéria
seca de 70,59%, matéria orgânica de 71,49%, proteína bruta de 72,44% e
23
energia bruta de 69,04%. A avaliação da qualidade fecal demonstrou que a
inclusão de 30% de extrato de levedura de cepa específica na dieta tornou as
fezes enegrecidas e com pior escore fecal que a ração referência, indicando a
necessidade de se caracterizar um limite de inclusão (Teshima et al., 2007).
Teshima et al. (2007), também realizaram ensaio de palatabilidade,
avaliando uma dieta controle versus uma dieta com 2% de extrato de levedura de
cepa específica em rações extrusadas para cães. Os resultados demonstraram
haver preferência pela dieta contendo o extrato de levedura de cepa específica,
em uma proporção de 67%:33%. O autor argumenta que tal preferência pode ser
atribuída à presença de ácido glutâmico no extrato de levedura de cepa
específica que sensibiliza os receptores umami e torna a dieta mais palatável.
Em um estudo realizado pelo Dr. Wouter Hendriks, na Universidade de
Massey (Nova Zelândia), o extrato de levedura de cepa específica aumentou a
palatabilidade para felinos com a inclusão de 0,3% no leite e em snacks secos,
com efeito positivo sobre o consumo (p =0,0001) (Alltech, 2003b).
2.5.3 Suínos
A utilização de fontes protéicas de alta digestibilidade em suínos tem
destaque, principalmente, para os animais na fase de desmama, pela necessidade
de ingredientes de alta digestibilidade e que atenuem a fase crítica de adaptação
intestinal do leitão à dieta. Dessa forma, trabalhos são realizados para a
avaliação de novas fontes protéicas, dentre elas o extrato de levedura
(Scandolera et al., 2008).
Tibbetts (2004) concluiu que o extrato de levedura de cepa específica
como fonte de nucleotídeos é uma alternativa promissora para sistemas de
produção, melhorando o desempenho e a saúde animal. Nos estágios iniciais de
produção em suínos são evidenciadas melhoras no crescimento, no consumo de
24
ração e na eficiência alimentar, além de melhoras na morfologia intestinal e na
saúde animal, a curto e a longo prazos.
Touchette et al. (1999), citados por Tibbetts (2004), trabalhando com
leitões e comparando dietas com plasma e com o extrato de levedura de cepa
específica, citam maior ganho de peso para os animas que receberam a dieta com
o derivado de levedura, não tendo sido observada diferença no consumo de
ração, melhorando, portanto, a eficiência alimentar. Carlson et al. (2005),
também encontraram melhor ganho médio diário de peso, consumo de ração e
relação ganho:ração para as dietas contendo o extrato de levedura e plasma em
detrimento da dieta controle, com a inclusão de 5% e 2,5%, nas semanas 1 e 2 e
semanas 3 e 4, respectivamente para leitões na fase de creche. Entretanto, Costa
(2006), em experimento semelhante, constatou que a inclusão de 6% do extrato
de levedura de cepa específica diminuiu o ganho de peso e a conversão
alimentar de leitões.
Scandolera et al. (2008) avaliaram dietas completas à base de milho,
farelo de soja e leite em pó integral, com substituição parcial do farelo de soja
pelo hidrolisado protéico de extrato de levedura, hidrolisado protéico de mucosa
intestinal de suínos ou proteína isolada de soja. Estes autores obtiveram, na fase
de creche, desempenho e índice de diarréia semelhantes aos da dieta tradicional
à base de milho e farelo de soja ou milho, farelo de soja e leite em pó integral.
Não foi observada influência das dietas nos níveis plasmáticos de uréia.
2.5.4 Aves
Rutz et al. (2006) trabalharam, em aves de corte, com uma dieta basal e
duas dietas fornecendo extrato de levedura de cepa específica, no período de 1 a
7 dias, para um grupo de animais e nos períodos de 1 a 7 dias e de 38 a 42 dias,
para o outro grupo. Estes autores verificaram que a utilização do extrato de
levedura de cepa específica em aves nas fases de 1 a 7 dias promoveu maior
25
consumo de ração até os 14 dias de idade. Um dos motivos levantados pelos
autores foi o incremento na palatabilidade, devido à existência de glutamato e de
ácidos nucléicos.
Um maior ganho de peso foi observado nas dietas contendo o extrato de
levedura de cepa específica e maior peso final no grupo de animais que
receberam o produto no início e ao final do ciclo de vida. Tais fatores podem ser
atribuídos à ação de nucleotídeos no favorecimento da saúde intestinal e à
melhora na relação vilosidade:cripta, acarretando aumento na capacidade de
digestão e absorção de nutrientes. A melhor conversão alimentar foi observada
no grupo de animais que recebeu o extrato na primeira semana de vida (Rutz et
al., 2006).
2.5.5 Camarões
O uso de extrato de levedura de cepa específica em 2% na dieta de
camarões promoveu melhor conversão alimentar que a dieta padrão. Com 5% de
inclusão em dietas para camarão, demonstrou-se melhor conversão alimentar
que a dieta controle após 90 e 120 dias de cultivo (Fegan, 2006).
Efeitos benéficos também foram observados no sistema imune de
camarões alimentados com dietas de 2% e 4% de extrato de levedura de cepa
específica, promovendo um aumento da contagem de hemócitos e no clearance
de bactérias após desafio com Vibrio harveyi (Sritunyalucksana et al., 2005).
26
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34
CAPÍTULO II
DIGESTIBILIDADE DO EXTRATO DE LEVEDURA DE CEPA
ESPECÍFICA PARA GATOS ADULTOS
1 RESUMO
LIMA, Lídia Marinho Silva. Digestibilidade do extrato de levedura de cepa
específica para gatos adultos. In: ______. Extrato de levedura (Saccharomyces
cerevisiae) em dietas para gatos adultos. 2008. cap. 2, p. 34-47 Dissertação
(Mestrado em Zootecnia) – Universidade Federal de Lavras, Lavras
*
.
Com o objetivo de avaliar o valor nutricional do extrato de levedura de cepa
específica para gatos adultos, foi desenvolvido no Centro de Estudos em
Nutrição de Animais de Companhia, no Departamento de Zootecnia da
Universidade Federal de Lavras, um experimento utilizando 14 gatos adultos,
sem raça definida, com peso médio de 3,68±0,73kg, divididos em dois grupos de
sete animais cada. De acordo com a metodologia de substituição de Matterson et
al. (1965), os tratamentos foram constituídos de um alimento completo úmido
para gatos adultos, como dieta referência e este mesmo alimento com uma
substituição de 30% desta pelo extrato de levedura de cepa específica. O estudo
teve duração de dez dias, sendo cinco dias destinados à adaptação dos animais às
dietas experimentais e cinco dias para a coleta de fezes e urina. As análises
laboratoriais realizadas permitiram avaliar o valor nutricional do ingrediente,
caracterizando-o como protéico por apresentar 46,55% de proteína bruta e, por
meio dos cálculos de substituição, determinar os seguintes valores: coeficientes
de digestibilidade aparente da matéria seca, 71,64%; matéria orgânica, 72,55%;
matéria mineral, 50,78%; proteína bruta, 78,59%; energia bruta, 84,33%;
coeficiente de metabolização aparente da energia, 82,06%; energia digestível de
4.246,73 kcal/kg e energia metabolizável, 4.162,60 kcal/kg.
35
2 ABSTRACT
DIGESTIBILITY OF YEAST EXTRACT OF A SPECIFIC STRAIN
FOR ADULT CATS
LIMA, Lidia Marinho Silva. Digestibility of yeast extract of a specific strain for
adult cats. In: ______. Yeast extract (Saccharomyces cerevisae) in diets for
adult cat food. 2008. chap. 2, p. 34-47 Dissertation (Master in Animal Science)
– Federal University of Lavras, Lavras.
*
With the objective of evaluating the nutritional value of yeast extract of a
specific strain for adult cats, an experiment was carried out at the Center of
Studies in Pet Nutrition , of the Department of Zootechny, at the Federal
University of Lavras using 14 adult cats, with no defined race, having a medium
weight of 3,68 ± 0,73kg, and divided in two groups of seven animals each. In
agreement (accordance) with the methodology of substitution of Matterson et al.
(1965), the treatments consisted of complete high moisture food (ration) for
adult cats as diet reference and this same food with a substitution of 30% of it by
yeast extract of a specific strain. The study had a duration of ten days, being
five days destined to the adaptation of the animals to the experimental diets, and
five days for collection of feces and urine. The laboratory analyses which were
performed, permitted evaluation of the nutritional value of the ingredient,
characterizing it as protein , presenting 46,55% crude protein , and by
substitution calculations, to determine the following values: coefficients of
apparent digestibility of dry matter 71,64%; organic matter 72,55%; mineral
matter 50,78%; crude protein 78,59%; crude energy 84,33%; coefficient of
apparent metabolization of energy 82,06%; digestible energy 4246,73 kcal/kg ,
and metabolizable energy 4162,60 kcal/kg.
36
3 INTRODUÇÃO
A utilização de um novo ingrediente na alimentação animal depende da
caracterização prévia do seu valor nutricional e dos seus valores de
digestibilidade na espécie animal indicada. A nutrição de animais de companhia,
apesar da crescente evolução desde a década de 1980, apresenta, ainda hoje,
grande deficiência na pesquisa e na geração de um banco de dados para os
principais ingredientes utilizados na alimentação destas espécies.
Dessa forma, este ensaio experimental foi realizado com o objetivo de
avaliar o valor nutricional e a digestibilidade do ingrediente extrato de levedura
de cepa específica, pela metodologia de substituição proposta por Matterson et
al. (1965), em gatos adultos.
4 MATERIAL E MÉTODOS
4.1 Local e instalações
O experimento foi realizado no Centro de Estudos em Nutrição de
Animais de Companhia (CENAC), no Departamento de Zootecnia da
Universidade Federal de Lavras (UFLA), município de Lavras, sul do estado de
Minas Gerais.
O CENAC é constituído de dois gatis, com área aproximada de 11m
2
,
sendo 5m
2
de solário. Contém, ainda, sala de balança, almoxarifado, sala de
metabolismo e 24 boxes para alojamento de cães. A sala de metabolismo tem um
espaço de 51,0 m
2
, onde estão dispostas 25 gaiolas metabólicas, bancadas para
manuseio de animais e de amostras e balança de pesagem (Figura 2).
37
FIGURA 2: Sala de metabolismo – CENAC/UFLA.
Durante o período experimental, os animais ficaram alojados em gaiolas
metabólicas de 60 x 70 x 50 cm (altura x profundidade x largura), constituídas
de arame galvanizado e chapas metálicas nas laterais, evitando-se a perda de
urina. O fornecimento de água foi realizado em bebedouros semi-automáticos e
o alimento em potes plásticos.
4.2 Animais e tratamentos
Foram utilizados 14 gatos adultos, machos, sem raça definida, com peso
médio de 3,68±0,73 kg, distribuídos em dois grupos de sete animais cada,
totalizando dois tratamentos e sete repetições.
Para a composição das dietas experimentais, foram utilizados um
alimento completo úmido para gatos adultos, como dieta referência e o extrato
de levedura de cepa específica.
38
Nas Tabelas 3 e 4 são apresentados os dados referentes à composição
básica, aos níveis de garantia e ao enriquecimento por quilograma do alimento
completo úmido e do extrato de levedura de cepa específica, de acordo com
dados de rótulo.
TABELA 3 Níveis de garantia na matéria natural (MN) e matéria seca (MS),
composição básica e enriquecimento, por quilograma, do alimento completo
úmido para gatos adultos
1, 2
.
1
Composição básica: Água, carne de frango, miúdos de bovinos, miúdos de aves, miúdos de
suínos, cloreto de sódio, carragena, premix vitamínico e mineral, taurina.
2
Enriquecimento/kg alimento: ácido fólico (2mg), ácido pantotênico (15mg), cobre (12mg), colina
(2.000.0mg), ferro (100mg), iodo (2mg), manganês (7.5mg), niacina (60mg), selênio (0.1mg),
vitamina A (12.500 UI), vitamina B1 (6mg), vitamina B12 (25mcg), vitamina B2 (5mg), vitamina
B6 (6mg), vitamina D3 (900UI), vitamina E (100mg), zinco (130mg).
Níveis nutricionais MN (%) MS (%)
Umidade (máx.) 80 -
PB (mín.) 8 40
EE (mín.) 3 15
MF (máx.) 1.5 7,5
MM (máx.) 2.5 12,5
Calcio (máx.) 0.4 2,0
Fósforo (mín.) 0.2 1,0
Taurina (mín) 0.05 0,4
39
TABELA 4 Níveis de garantia, por quilograma, do extrato de levedura de cepa
específica apresentado na especificação técnica do produto, em base de matéria
seca.
Umidade % 6,0
Extrato etéreo % 0,2
Matéria mineral % 8,2
Carboidratos % 22,2
Macrominerais %
Fibra % 0,4 Enxofre 0,46
Proteína % 50,0 Sódio 1,68
Ácidos nucléicos totais % 5,4 Fósforo 1,53
Aminoácidos % Potássio 1,47
Lisina 2,60 Magnésio 0,32
Alanina 2,94 Cálcio 0,05
Arginina 1,88
Microminerais (ppm)
Ácido aspártico 3,75 Ferro 52
Cistina 0,40 Cobre 3
Ácido glutâmico 5,10 Zinco 160
Glicina 1,94 Manganês 9
Histidina 0,97 Cloreto 442
Isoleucina 1,94
Vitaminas (mg/kg)
Leucina 3,60 Niacina 103,0
Metionina 0,74 Biotina 0,92
Met + Cis 1,14 Ácido pantotênico 16,6
Ornitina 0,09 Vitamina B1 35,0
Fenilalanina 1,87 Cloreto de colina 3800,0
Prolina 2,11 Vitamina B2 23,6
Serina 1,94 Vitamina B6 5,95
Taurina 0,09 Vitamina B12 (mcg/kg) 6,21
Treonina 1,94 Vitamina E 17,7
Tirosina 0,76 Inositol 12.500
Valina 2,46
Triptofano 0,49
Os tratamentos foram constituídos do alimento completo úmido para
gatos denominado, neste estudo, como “dieta referência (DR)” e a dieta
referência com uma substituição de 30% desta pelo extrato de levedura de cepa
específica (D30) em base de matéria seca, conforme demonstrado na Tabela 5.
40
TABELA 5: Dietas experimentais e níveis de inclusão do extrato de levedura de
cepa específica.
Tratamento Dietas experimentais
DR
Dieta referência
D30
Dieta referência e substituição de 30% por extrato de
levedura de cepa específica
4.3 Procedimento experimental
O estudo foi realizado em um período de 10 dias, sendo 5 dias
destinados à adaptação à dieta e 5 para coleta de fezes e urina.
A quantidade de alimento fornecida aos animais foi calculada de acordo
com a fórmula 70 kcal x peso vivo (PV) (Case et al., 1998), e a substituição de
30% da dieta pelo extrato de levedura de cepa específica feita em base de
matéria seca.
O alimento foi fornecido aos animais diariamente, às 9 horas,
permanecendo no comedouro até a manhã do dia seguinte, quando as sobras
foram coletadas, pesadas e armazenadas em congelador, à temperatura média de
-20
o
C.
A coleta total de fezes e de urina foi feita nos últimos cinco dias do
ensaio experimental, sendo armazenadas em sacos e garrafas plásticas,
respectivamente, e mantidas em congelador, à temperatura média de -20
o
C, para
posterior análise.
4.4 Análises laboratoriais
As análises bromatológicas foram realizadas no Laboratório de Nutrição
Animal, no Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras,
sendo determinadas:
matéria seca, proteína bruta, matéria mineral, extrato etéreo e fibra
bruta do alimento completo úmido para gatos adultos e do extrato de
levedura de cepa específica;
41
matéria seca, matéria mineral, proteína bruta e energia bruta das fezes;
nitrogênio e energia bruta da urina;
matéria seca das sobras de alimento/animal/dia.
4.5 Parâmetros avaliados
De acordo com a metodologia de Matterson et al. (1965), foram
determinados os seguintes parâmetros do extrato de levedura de cepa específica:
coeficiente de digestibilidade aparente da matéria seca, matéria
orgânica, matéria mineral, proteína bruta, energia bruta e coeficiente de
metabolização da energia em porcentagem;
energia digestível (kcal/kg);
energia metabolizável (kcal/kg).
4.6 Análise dos dados
Os cálculos utilizados para a determinação dos coeficientes de
digestibilidade aparente, coeficiente de metabolização da energia, energia
digestível e metabolizável das dietas teste e referência e o cálculo de Matterson
et al. (1965) estão demonstrados abaixo:
Coeficiente de digestibilidade aparente dos nutrientes:
NT
Ing
– NT
Exc
CDA
NT
(%) =
__________________________
x 100
NT
Ing
Sendo:
CDA
NT
= coeficiente de digestibilidade aparente do nutriente (%);
NT
Ing
= nutriente ingerido em gramas;
NT
Exc
= nutriente excretado nas fezes em gramas.
42
Coeficiente de metabolização aparente da energia:
EB
Ing
– (EB
Exc fezes
+ EB
Exc. urina
)
CMA (%) =
__________________________________________
x 100
EB
Ing
Sendo:
CMA = coeficiente de metabolização aparente da energia (%);
EB
Ing
= energia bruta ingerida em kcal;
EB
Exc fezes
= energia bruta excretada nas fezes em kcal.
EB
Exc urina
= energia bruta excretada na urina em kcal.
Energia digestível (kcal/kg) do alimento:
EB
Ing
– E
Exc fezes
ED (kcal/kg) =
_____________________________
x 100
Consumo
Sendo:
ED = energia digestível do alimento em kcal/kg;
EB
Ing
= energia bruta ingerida em kcal;
EB
Exc fezes
= energia bruta excretada nas fezes em kcal;
Consumo: consumo de alimento em gramas.
Energia metabolizável (kcal/kg) do alimento:
E
Ing
– (E
Exc fezes
+ E
Exc. urina
)
EM (kcal/kg) =
__________________________________________
x 100
Consumo
Sendo:
EM = energia metabolizável do alimento em kcal/kg;
E
Ing
= energia bruta ingerida em kcal;
E
Exc fezes
= energia bruta excretada nas fezes em kcal;
E
Exc urina
= energia bruta excretado na urina em kcal;
Consumo = consumo de alimento em gramas.
Coeficiente de digestibilidade aparente do ingrediente teste:
CDA
RR
+ (CDA
RR
– CDA
RT
)
CDA
Ingred Teste
(%) =
________________________
x 100
% Subst/100
Sendo:
CDA
Ingred.Teste
= coeficiente de digestibilidade aparente do ingrediente teste;
CDA
RR
= coeficiente de digestibilidade aparente da ração referência;
CDA
RT
= coeficiente de digestibilidade aparente da ração teste;
% Subst = porcentagem de substituição da ração referência pelo ingrediente teste em
base de matéria seca.
43
Após o cálculo dos coeficientes de digestibilidade aparente, energia
digestível e metabolizável, pela metodologia de Matterson et al. (1965), os dados
foram representados por meio de estatística descritiva pela média e seu
respectivo erro padrão da média (n=7).
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 Perfil nutricional do ingrediente
O perfil nutricional do extrato de levedura de cepa específica em base de
matéria seca avaliado neste estudo encontra-se descrito na Tabela 6.
TABELA 6: Perfil nutricional do extrato de levedura de cepa específica em base
de matéria seca.
Nutriente Valor (%)
Matéria seca 95,00
Matéria orgânica 89,53
Matéria mineral 5,47
Proteína bruta 46,55
Fibra bruta 2,19
Extrato etéreo 0,18
Extrativo não nitrogenado* 45,61
* Obtido através da fórmula: ENN=100-(PB+EE+FB+MM)
Conforme resultado apresentado, o extrato de levedura de cepa
específica utilizado neste estudo tem como principal característica o alto
conteúdo protéico, baixa fibra bruta e gordura.
Os resultados das análises bromatológicas realizadas no extrato de
levedura de cepa específica do presente experimento são muito semelhantes aos
resultados obtidos por Teshima et al. (2007), para o mesmo ingrediente, a saber:
48,56% de proteína bruta; 92,94% de matéria seca; 88,10% de matéria orgânica;
4,84% de matéria mineral; 2,16% de fibra bruta e 0,70% de extrato etéreo.
44
5.2 Coeficiente de digestibilidade do ingrediente
Os valores do coeficiente de digestibilidade aparente do extrato de
levedura de cepa específica para gatos adultos, obtidos pela metodologia de
substituição de Matterson et al. (1965), estão descritos na Tabela 7.
TABELA 7: Valores de coeficiente de digestibilidade aparente CDA dos
nutrientes (%), coeficiente de metabolização aparente (%), energia digestível
(ED) e metabolizável (EM), em kcal/kg do extrato de levedura de cepa
específica para gatos adultos.
Nutrientes Valores
CDA matéria seca 71,64±2,56
CDA matéria mineral 50,78±5,74
CDA matéria orgânica 72,55±2,44
CDA proteína bruta 78,59±5,49
CDA energia bruta 84,33±3,14
Coeficiente de metabolização 82,06±4,19
ED (kcal/kg) 4246,73±170,06
EM (kcal/kg) 4162,60±226,54
Comparando-se os dados obtidos no presente experimento, acerca do
coeficiente de digestibilidade aparente e aproveitamento energético do extrato de
levedura de cepa específica em gatos, com os dados relatados por Teshima et al.
(2007), em cães, pode-se inferir que o coeficiente de digestibilidade aparente da
proteína bruta para gatos encontrado neste estudo foi de 78,59%, valor
discretamente superior ao encontrado para cães, de 72,44%. Em relação aos
coeficientes de digestibilidade aparente da matéria seca e matéria orgânica, os
dados são semelhantes, 71,64% e 72,55%, respectivamente para gatos e 70,59%
e 71,49% para cães. Os dados de energia metabolizável encontrados para gatos
são significativamente superiores ao encontrado para cães, respectivamente de
4.162,60 e 2.890,00 kcal/kg.
Teshima et al. (2007) afirmam que o coeficiente de digestibilidade
aparente da proteína bruta para o extrato de levedura de cepa específica em cães
45
é inferior ao de outras fontes protéicas de origem vegetal, como o farelo de soja
e farelo de glúten de milho 60. Entretanto, não foram encontrados, na literatura,
dados sobre a digestibilidade aparente da proteína bruta de outros ingredientes
protéicos para gatos, utilizando metodologia semelhante. Segundo Carciofi et al.
(2006), a falta de informações acerca da digestibilidade de ingredientes se dá
pelo fato de a maioria dos experimentos realizados em cães e gatos avaliarem a
influência destes em dietas completas. Duarte (2005) ressalta a enorme
necessidade de experimentos que avaliem a digestibilidade aparente e a energia
metabolizável de ingredientes em cães e gatos, no intuito de produzir uma matriz
nutricional semelhante à utilizada hoje pelos formuladores de dietas para aves e
suínos.
Os motivos acima expostos tornam difícil uma comparação direta do
extrato de levedura de cepa específica com outros ingredientes protéicos.
Entretanto, avaliando os dados apresentados por Numajiri (2006), sobre o
coeficiente de digestibilidade aparente da proteína bruta de doze alimentos
completos para gatos de diferentes classificações comerciais, foram encontrados
valores de 71,63% a 82,95%. Assim, pode-se sugerir que a digestibilidade
aparente da proteína bruta do extrato de levedura de cepa específica se enquadra
no perfil de um alimento de boa digestibilidade protéica.
46
6 CONCLUSÕES
O extrato de levedura de cepa específica demonstra ser um ingrediente
de alto conteúdo protéico e com característica de digestibilidade adequada para
ser utilizado em uma dieta completa para gatos adultos
47
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARCIOFI, A. C. Ingredientes energéticos e protéicos para cães e gatos. In:
CONGRESSO LATINO AMERICANO DE NUTRIÇÃO ANIMAL, 2., 2006,
São Paulo. Anais... São Paulo: CBNA–AMENA. 1CD-ROM.
CASE, L. P.; CAREY, D. P.; HIRAKAWA, D. A. Nutrição canina e felina :
manual para profissionais. Madrid: Harcourt Brace, 1998. 424 p.
DUARTE, A. Avaliação nutricional de cereais extrusados para cães. 2005.
59 p. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) – Universidade Federal de Lavras,
Lavras.
MATTERSOM, L. D.; POTTER, L. M.; STUTUZ, N. W.; SINGSEN, E. P. The
metabolizable energy of feed ingredients for chickens. Storrs: The University
of Connecticut, Agricultural Experiment Station, 1965. p. 3-11 (Research
Report, 7).
NUMAJIRI, L. N. Valores nutricionais de alimentos completos e equações de
predição de energia metabolizável para gatos adultos. 2006. 85 p.
Dissertação (Mestrado em Ciência Animal) – Universidade Federal de Lavras,
Lavras.
TESHIMA, E.; RIVERA, N. L. M.; KAWAUCHI, I. M.; GOMES, M. O. S.;
BRUNETTO, M. A.; CARCIOFI, A. C. Extrato de levedura na alimentação de
cães : digestibilidade e palatabilidade. In: REUNIÃO ANUAL DA
SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 44., 2007, Jaboticabal. Anais...
Jaboticabal, 2007. 3 p.
48
CAPÍTULO III
EFEITO DE NÍVEIS CRESCENTES DO EXTRATO DE LEVEDURA DE
CEPA ESPECÍFICA EM DIETAS COMPLETAS PARA GATOS
ADULTOS
1 RESUMO
LIMA, Lídia Marinho Silva. Efeito de níveis crescentes do extrato de levedura
de Cepa específica em dietas completas para gatos adultos. In: ______. Extrato
de levedura (Saccharomyces cerevisiae) em dietas para gatos adultos. 2008.
cap. 3, p.48-64. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) – Universidade Federal de
Lavras, Lavras
*
.
Com o objetivo de avaliar o efeito de diferentes níveis de substituição do extrato
de levedura de cepa específica em uma dieta completa para gatos adultos, foi
desenvolvido um experimento, no Centro de Estudos em Nutrição de Animais de
Companhia, no Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras.
Foram utilizados 12 gatos adultos, sem raça definida, com peso de 3,10±0,5 kg,
distribuídos em dois quadrados latinos 6 x 6, com 6 tratamentos e 6 períodos
experimentais, num total de 72 observações. Os tratamentos foram constituídos
de um alimento completo úmido para gatos adultos como dieta padrão e níveis
de substituição de 2%, 4%, 6%, 8% e 10% deste pelo extrato de levedura de
cepa específica. Cada período experimental foi composto por 15 dias, sendo 8
dias de adaptação às dietas experimentais, 6 dias de coleta total de fezes e urina
e 1 dia para colheita de sangue. As variáveis analisadas foram coeficiente de
digestibilidade aparente da matéria seca, matéria orgânica, matéria mineral,
proteína bruta, energia bruta e coeficiente de metabolização da energia, além do
balanço de nitrogênio, energia digestível e energia metabolizável das dietas e os
níveis plasmáticos de uréia e creatinina. Os dados foram submetidos à análise de
regressão, não tendo sido observado ajuste de equação para nenhum dos
parâmetros avaliados (P>0,05).
49
2 ABSTRACT
EFFECT OF INCREASING LEVELS OF YEAST EXTRACT OF
SPECIFIC STRAINS IN COMPLETE DIETS FOR ADULT CATS
LIMA, Lidia Marinho Silva. Efects of increasing levels of yeast extract of
specific strains in complete diets for adult cats. In: ______. Yeast extract
(Saccharomyces cerevisae) in diets for adult cat food. 2008. chap. 3, p. 48-64.
Dissertation (Master in Animal Science) – Federal University of Lavras,
Lavras.
*
With the objective of evaluating the effect of different levels of substitution of
yeast extract of a specific strain in a complete diet for adult cats, an experiment
was carried out at the Center of Studies in Pet Nutrition of the Department of
Zootechny at the Federal University of Lavras, using 12 adult cats without
defined race(breed) having a weight of 3,10 ± 0,5 kg, distributed in two Latin
squares 6 x 6 with six treatments and six experimental periods in a total of 72
observations. The treatments consisted of complete high moisture food (ration)
for adult cats as diet pattern and levels of substitution of 2, 4, 6, 8 and 10% of it
with yeast extract of a specific strain. Each experimental period was of 15 days,
being eight days of adaptation to the experimental diets, six days of (for) total
collection of feces and urine, and one day for collection of blood. The analyzed
variables were the coefficient of apparent digestibility of dry matter , organic
matter, mineral matter, crude protein, crude energy , and coefficient of
metabolization of energy, besides nitrogen balance, digestible energy,
metabolizable energy of the diets, and plasmatic levels of urea and creatinine .
The data were submitted to regression analysis, with no observed equation
adjustment for any of the appraised parameters (P>0,05).
50
3 INTRODUÇÃO
A busca por novos ingredientes, como parte dos alimentos completos
para cães e gatos, ocorre em detrimento do grande leque de marcas comerciais
existentes no mercado atualmente. Por isso, os fabricantes são levados a buscar
diferenciais para seus produtos, como, por exemplo, ingredientes com
características funcionais.
O extrato de levedura de cepa específica tem se destacado, nesse
contexto, com possíveis efeitos funcionais, podendo influenciar na
digestibilidade e na palatabilidade de alimentos para cães e gatos. Portanto, este
experimento foi realizado com o objetivo de avaliar o efeito do extrato de
levedura de cepa específica em um alimento completo úmido para gatos adultos,
em diferentes níveis de substituição.
4 MATERIAL E MÉTODOS
4.1 Local e instalações
O experimento foi realizado no Centro de Estudos em Nutrição de
Animais de Companhia (CENAC), no Departamento de Zootecnia da
Universidade Federal de Lavras (UFLA), utilizando-se as instalações conforme
mencionado no Capítulo I.
4.2 Animais e tratamentos experimentais
Foram utilizados 12 gatos adultos, machos e fêmeas, sem raça definida,
com peso de 3,10±0,5 kg, distribuídos em dois quadrados latinos 6X6, com 6
tratamentos e 6 períodos experimentais, num total de 72 observações.
51
Para a composição dos tratamentos experimentais foi utilizado o mesmo
alimento completo úmido para gatos adultos descrito no capítulo I, como dieta
padrão adicionada de níveis crescentes de extrato de levedura de cepa específica.
Os tratamentos experimentais foram constituídos da dieta padrão e cinco
níveis de substituição (2%, 4%, 6%, 8% e 10%) pelo extrato de levedura de cepa
específica em base de matéria seca, totalizando seis dietas, conforme
demonstrado na Tabela 8.
TABELA 8: Tratamentos experimentais.
Tratamento Dietas experimentais
D0
Dieta padrão - alimento completo úmido para gatos
adultos (composição descrita no capítulo I)
D2
Substituição de 2% da dieta padrão por 2% de extrato
de levedura de cepa específica.
D4
Substituição de 4% da dieta padrão por 4% de extrato
de levedura de cepa específica.
D6
Substituição de 6% da dieta padrão por 6% de extrato
de levedura de cepa específica.
D8
Substituição de 8% da dieta padrão por 8% de extrato
de levedura de cepa específica.
D10
Substituição de 10% da dieta padrão por 10% de extrato
de levedura de cepa específica.
O perfil nutricional calculado das dietas utilizadas no estudo está
descrito na Tabela 9.
TABELA 9: Níveis nutricionais das dietas experimentais em base de matéria
seca.
Dietas
Nutriente (%)
D0 D2 D4 D6 D8 D10
Proteína bruta
38,24% 38,41% 38,57% 38,74% 38,90% 39,07%
Matéria mineral
9,91% 9,82% 9,73% 9,64% 9,55% 9,47%
Fibra bruta
0,22% 0,26% 0,30% 0,34% 0,38% 0,42%
Extrato etéreo
23,10% 22,64% 22,18% 21,72% 21,27% 20,81%
52
4.3 Procedimento experimental
Quinze dias antes do início do procedimento experimental, os animais
passaram por exame clínico e controle de endo e ectoparasitas para garantir o
perfeito estado de higidez durante o experimento.
O experimento foi realizado em um período total de 90 dias, divididos
em seis períodos de 15 dias cada. Cada animal, dentro de cada quadrado latino,
recebeu um tratamento experimental por período. A cada período do quadrado
latino, os animais passaram por fase de adaptação ao tratamento de oito dias,
seguido por seis dias de coleta total de fezes e urina e mais um dia para a coleta
de sangue.
O alimento permaneceu disponível aos animais durante o período de 23
horas, de acordo com o hábito alimentar da espécie. A quantidade de alimento
diário fornecido foi calculada no início de cada período experimental, após a
pesagem dos animais, pela fórmula 70 kcal x PV (Case et al., 1998). A partir da
quantidade de alimento, foi definida a quantidade de extrato de levedura de cepa
específica a ser adicionada à dieta de cada animal. A substituição foi realizada
em base de matéria seca.
A preparação das dietas foi feita de forma manual, por meio da mistura
do extrato de levedura de cepa específica à dieta padrão, até obter uma massa
homogênea, conforme retratado na Figura 3.
53
A. B.
FIGURA 3: Caracterização da dieta referência, antes e após o procedimento de
mistura, A e B, respectivamente.
Durante os dias de coleta, as sobras de alimento de cada um dos animais
foram pesadas e armazenadas em congelador para posterior análise de matéria
seca e cálculo do consumo diário/animal/dia.
4.3.1 Coleta de fezes e urina
Foi realizada coleta total de fezes e urina do dia 9 ao dia 14 de cada
período experimental uma vez ao dia, totalizando seis dias de coleta. As fezes
foram acondicionadas em sacos plásticos e a urina em garrafas plásticas
devidamente identificadas. O material foi armazenado em congelador, sob
temperatura média de -20
o
C, até a realização das análises laboratoriais.
Para evitar as perdas de nitrogênio e deterioração da amostra de urina
por possível contaminação bacteriana, foram acrescentados 10 mL de solução de
HCl 3N aos baldes de coleta de urina das gaiolas metabólicas.
4.3.2 Colheita de sangue
A colheita de sangue foi realizada no último dia de cada período
experimental. Foi colhido um volume de, aproximadamente, 5 mL de sangue,
utilizando material descartável, agulhas 30x09 e seringas de 10 ml, sendo a
54
amostra sanguínea acondicionada em tubos sem anticoagulante para a obtenção
do soro.
4.4 Análises laboratoriais
As análises laboratoriais realizadas foram:
matéria seca, matéria mineral, proteína bruta, extrato etéreo, fibra bruta
e energia bruta da dieta padrão e do extrato de levedura de cepa
específica;
matéria seca, matéria mineral, proteína bruta e energia bruta das fezes;
energia bruta e nitrogênio da urina;
uréia e creatinina plasmática.
As análises bromatológicas foram realizadas no Laboratório de Pesquisa
Animal, no Departamento de Zootecnia da UFLA. Já as determinações de uréia
e creatinina plasmática foram realizadas no laboratório de patologia clínica
Santa Cecília, no município de Lavras, MG.
As amostras de alimento e fezes passaram por pré-secagem, em estufa
de ventilação forçada a 65ºC, durante o período de 72 horas, sendo
posteriormente moídas em moinho de Thomas-Wiley, utilizando peneira de 1
mm e armazenadas em potes plásticos para as análises subseqüentes, de acordo
com metodologia de Silva & Queiroz (2002).
4.5 Parâmetros avaliados
As variáveis analisadas nas dietas experimentais foram:
consumo de matéria seca, matéria mineral, matéria orgânica e proteína
bruta em gramas/gato/dia e consumo de energia bruta, em kcal/gato/dia;
coeficiente de digestibilidade aparente da matéria seca, matéria mineral,
matéria orgânica, proteína bruta, energia bruta e coeficiente de
metabolização da energia, em porcentagem;
55
nitrogênio absorvido e nitrogênio retido, em gramas;
consumo, excreção fecal e urinária de nitrogênio, nitrogênio digestível e
nitrogênio retido, em gramas/gato/dia;
energia digestível e metabolizável, em kcal/kg das dietas;
uréia e creatinina plasmática, em mg/dL.
4.6 Delineamento experimental e análise estatística
O estudo foi realizado em um delineamento em quadrado latino, sendo
caracterizados dois quadrados latinos, ocorrendo de forma simultânea com seis
animais, seis tratamentos e seis períodos experimentais. Obteve-se um total de
12 repetições por tratamento e 72 observações.
O modelo estatístico usado para a análise dos dados foi:
Y
ijkl
= µ + θ
i
+ D
(i)j
+ P
(i)k
+ T
l
+ Tθ
il
+ e
ijkl
Y
ijkl
: observação referente ao animal j no quadrado latino i e período k que
recebeu o tratamento l;
µ: média geral (constante)
θ
i
: o efeito do quadrado latino i, i= 1,2;
D
(i)j
: o efeito do animal j dentro do quadrado latino i, j=1,2,3,4,5,6;
P
(i)k
: o efeito do período k dentro do quadrado latino i, k=1,2,3,4,5,6;
T
l
: efeito do tratamento l, l=1,2,3,4,5,6;
Tθ
il
: efeito da interação do tratamento l com o quadrado latino i;
e
ijkl
: erro experimental independente, com distribuição normal de média 0 e
variância σ
2
.
Os dados foram avaliados pelo programa estatístico Sisvar, descrito por
Ferreira (2000), sendo submetidos à análise de variância e análise de regressão
para os níveis de substituição do extrato de levedura de cepa específica na dieta.
56
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 Consumo, excreção e digestibilidade de nutrientes
Os resultados para consumo de matéria seca, matéria orgânica, matéria
mineral, proteína bruta e energia bruta estão descritos na Tabela 10.
TABELA 10: Valores de consumo de matéria seca (CMS), matéria orgânica
(CMO), matéria mineral (CMM) e proteína bruta (CPB), em gramas/gato/dia e
valores de consumo de energia bruta (CEB), em kcal/gato/dia, das dietas
experimentais.
Tratamento CMS CMO CMM CPB CEB
D0
50,01 45,05 4,95 19,12 287,66
D2
52,47 47,31 5,15 20,15 301,05
D4
51,98 46,92 5,05 20,05 297,44
D6
51,98 46,97 5,01 20,13 296,68
D8
49,97 45,19 4,77 19,44 284,42
D10
54,13 49,01 5,12 21,15 307,32
CV (%)
13,49 13,48 13,62 13,44 13,53
P =
0,6875 0,6600 0,7843 0,5462 0,7455
Não houve diferença (P>0,05) para o consumo de matéria seca, matéria
orgânica, matéria mineral, proteína bruta e energia bruta, o que reforça a escolha
do delineamento experimental e da equação de predição de necessidade de
energia utilizados neste estudo. Com base nesses resultados, também é possível
afirmar que a dieta padrão e as dietas com adição de extrato de levedura de cepa
específica, independente dos níveis de substituição, foram isoprotéicas e
isocalóricas.
Na Tabela 11 são apresentados os resultados para coeficiente de
digestibilidade aparente da matéria seca, matéria orgânica, matéria mineral,
proteína bruta e energia bruta das dietas experimentais, bem como o coeficiente
de metabolização aparente da energia.
57
TABELA 11: Coeficientes de digestibilidade aparente da matéria seca (CDMS),
matéria orgânica (CDMO), matéria mineral (CDMM), proteína bruta (CDPB) e
energia bruta (CDEB) e coeficiente de metabolização aparente da energia
(CMEB) em porcentagem das dietas experimentais.
Tratamento CDMS CDMO CDMM CDPB CDEB CMEB
D0
80,76 84,69 45,09 82,48 83,36 78,02
D2
81,09 84,96 45,60 83,84 84,10 79,10
D4
82,40 86,19 47,27 84,90 85,20 80,30
D6
81,89 85,32 49,80 84,61 84,06 78,92
D8
81,62 85,14 48,32 83,60 84,23 79,34
D10
82,20 85,61 47,85 84,28 84,88 79,59
CV (%)
2,85 2,77 14,51 2,88 3,37 3,91
P =
0,4919 0,6957 0,5669 0,2001 0,6761 0,6147
Não foi possível realizar ajuste de equação de regressão nas variáveis
analisadas, para os níveis de 0% a 10% de substituição da dieta padrão pelo
extrato de levedura de cepa específica.
Os dados apresentados na Tabela 11 não demonstram, portanto,
diferença estatística significativa (P>0,05) para quaisquer dos parâmetros de
disponibilidade e biodisponibilidade das dietas avaliadas. Isso permite inferir
que a adição do extrato de levedura de cepa específica não alterou o
aproveitamento dos nutrientes da dieta padrão utilizada, independente dos níveis
de substituição.
Segundo Silva Júnior (2007), o coeficiente de digestibilidade aparente
da matéria seca encontrado para um alimento completo comercial seco para
gatos adultos foi de 73,7%. Numajiri (2006), avaliando doze alimentos
completos secos para gatos adultos, relatou coeficientes de digestibilidade
aparente da matéria seca variando de 64,83% a 81,56% e da proteína bruta de
71,63% a 82,95%. Teshima et al. (2006) relatam coeficiente de digestibilidade
aparente da matéria seca em gatos adultos jovens de 78,41% e 73,99%, e
coeficiente de digestibilidade aparente da proteína bruta de 82,77% e 80,37%,
58
para alimento completo comercial seco super-premium e padrão,
respectivamente.
Neste contexto, supõe-se que o extrato de levedura de cepa específica
pode ser utilizado em até 10% nas dietas para gatos, sem afetar a digestibilidade
dos nutrientes. Entretanto, visto que a dieta padrão utilizada apresentou
excelentes padrões de digestibilidade em relação à média dos ensaios descritos
na literatura para gatos, provavelmente, se utilizada uma dieta de padrão
nutricional inferior, a adição do extrato de levedura de cepa específica poderia
trazer efeitos positivos ao aproveitamento de nutrientes.
Os resultados sobre o balanço de nitrogênio das dietas experimentais
estão descritos na Tabela 12.
TABELA 12: Valores de consumo de nitrogênio (CN), excreção fecal de
nitrogênio (EFN), excreção urinária de nitrogênio (EUN), nitrogênio digestível
(NDIG) e nitrogênio retido (NRET) em gramas/gato/dia das dietas
experimentais.
Tratamento CN EFN EUN NDIG NRET
D0
3,06 0,51 0,30 2,54 2,24
D2
3,22 0,52 0,31 2,70 2,39
D4
3,20 0,48 0,30 2,72 2,41
D6
3,22 0,49 0,32 2,72 2,40
D8
3,10 0,51 0,27 2,59 2,32
D10
3,38 0,52 0,33 2,85 2,51
CV (%)
13,44 16,56 23,41 14,14 14,43
P =
0,5428 0,8446 0,3789 0,4422 0,5245
Não houve diferença (P>0,05) entre as dietas experimentais para
nenhum dos parâmetros referentes ao balanço de nitrogênio, demonstrando que a
substituição de níveis crescentes da dieta pelo extrato de levedura não
influenciou a capacidade de retenção de nitrogênio corporal, provavelmente pela
alta suplementação de proteína na dieta ou, ainda, pela dieta referência
apresentar um alto valor biológico.
59
Os resultados indicam, portanto, balanço de nitrogênio positivo para
todas as dietas experimentais, o que pode também ser reflexo da idade
fisiológica dos animais utilizados, adultos jovens de aproximadamente 1 ano de
idade e em fase final de crescimento ou pela metodologia experimental em
gaiolas metabólicas, condição estressante para o animal.
Os valores de energia metabolizável e energia digestível das dietas
experimentais são descritos na Tabela 13.
TABELA 13: Valores de energia digestível (EDA) e energia metabolizável
(EMA) do alimento, em kcal/kg da dieta padrão e das dietas com níveis de
substituição de 2%, 4%, 6%, 8% e 10% por extrato de levedura de cepa
específica em base de matéria seca para gatos adultos.
Tratamento EDA EMA
D0
4795,25 4488,30
D2
4825,41 4538,60
D4
4875,42 4595,12
D6
4797,47 4503,91
D8
4794,38 4516,29
D10
4818,48 4518,32
CV (%)
3,37 3,91
P =
0,8178 0,7486
Os resultados referentes à energia digestível e metabolizável das dietas
experimentais estão de acordo com valores obtidos, quando utilizada equação de
predição de energia metabolizável sugerida por Kienzle citado no NRC (2006),
calculadas por meio do nível de garantia dos alimentos.
As dietas apresentaram altos valores de energia metabolizável quando
comparadas aos dados de alimentos completos secos obtidos por Numajiri
(2006), que variou de 3.036,81 a 4.509,38 kcal/kg de dieta.
60
5.2 Parâmetros plasmáticos
Os resultados para os parâmetros plasmáticos de uréia e creatinina são
descritos na Tabela 14.
TABELA 14: Níveis plasmáticos de uréia e creatinina, em mg/dL/gato/dia da
dieta padrão e das dietas com níveis de substituição de 2%, 4%, 6%, 8% e 10%
por extrato de levedura de cepa específica.
Tratamento UREIA CREATININA
D0
51,00 1,16
D2
49,58 1,11
D4
50,33 1,11
D6
51,75 1,06
D8
49,66 1,05
D10
52,16 1,07
CV (%)
11,58 9,91
P =
0,8447 0,1220
Os valores observados de uréia plasmática encontram-se acima dos
valores de referência citados na literatura para gatos domésticos, que variam de
10-30 mg/dL (Viana, 2003). No entanto, os valores normais de creatinina (0,8-
1,8 mg/dL) (Viana, 2003) evidenciam não haver nenhuma patologia renal que
poderia levar a esta alteração.
A creatinina é um metabólito da creatina no tecido muscular e não tem
relação com a ingestão protéica. É um componente excretado exclusivamente
via renal, sem sofrer reabsorção tubular ou ser reaproveitado no organismo,
sendo a sua mensuração plasmática reflexo da funcionalidade do sistema de
filtração renal. Já a uréia é sintetizada no fígado a partir da amônia e excretada
principalmente pelos rins. A sua concentração plasmática é dependente dentre
vários fatores, da quantidade de proteína na dieta. Pode, portanto, ter o seu valor
elevado nos estados catabólicos ou quando há alta ingestão protéica e valor
reduzido quando a ingestão protéica é reduzida (González & Scheffer, 2003).
61
No que diz respeito às diferentes dietas, nenhuma diferença foi
observada para promover um ajuste de equação de regressão para os parâmetros
de uréia e creatinina plasmática. Este resultado, associado ao balanço de
nitrogênio também semelhante entre as dietas, leva a inferir que não houve
diferença no metabolismo do nitrogênio em detrimento dos diferentes níveis de
substituição do extrato de levedura de cepa específica na dieta.
62
6 CONCLUSÕES
A substituição de um alimento completo úmido para gatos adultos por
níveis de 2% a 10% do extrato de levedura de cepa específica não demonstra
influenciar o aproveitamento de nutrientes, ou seja, a digestibilidade de um
alimento completo úmido para gatos adultos.
63
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Anais... Porto Alegre, 2003. p. 73-89.
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cats. Washington: National Academies, 2006. 398 p.
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Dissertação (Mestrado em Ciência Animal) – Universidade Federal de Lavras,
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biológicos. 3. ed. Viçosa, MG: UFV, 2002. 235 p.
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Lavras, Lavras.
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digestibilidade dos nutrientes em felinos domésticos. In: CONGRESSO
LATINO AMERICANO DE NUTRIÇÃO ANIMAL, 2., 2006, São Paulo.
Anais... São Paulo: CBNA– MENA, 2006. 1 CD-ROM.
64
VIANA, F. A. B. Guia terapêutico veterinário. Belo Horizonte: CEM, 2003.
320 p.
65
CAPÍTULO IV
POTENCIAL PALATABILIZANTE DO EXTRATO DE LEVEDURA DE
CEPA ESPECÍFICA EM ALIMENTO COMPLETO ÚMIDO PARA
GATOS ADULTOS
1 RESUMO
LIMA, Lídia Marinho Silva. Potencial palatabilizante do extrato de levedura de
cepa específica em alimentos completo úmido para gatos adultos. In: ______.
Extrato de levedura (Saccharomyces cerevisiae) em dietas para gatos
adultos. 2008. cap. 4, p. 65-75. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) –
Universidade Federal de Lavras, Lavras
*
.
Com o objetivo de avaliar o potencial palatabilizante do extrato de levedura de
cepa específica em um alimento completo úmido para gatos adultos, foi
realizado um estudo no Centro de Estudos em Nutrição de Animais de
Companhia, no Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras,
utilizando-se 20 gatos adultos sem raça definida e peso de 3,70±0,6kg. A
metodologia de avaliação utilizada foi o “Método de Duas Vasilhas”, que
consiste em fornecer a cada animal, de forma simultânea e pareada, duas opções
de consumo. Dessa forma, foram disponibilizadas aos animais duas dietas
experimentais, sendo a dieta A o alimento completo úmido para gatos adultos e a
dieta B, o alimento completo úmido e uma substituição de 2% deste pelo extrato
de levedura de cepa específica. As dietas permaneceram para os animais por um
período de 23 horas, sendo realizada após este período a pesagem das sobras de
para posterior determinação do consumo diário. Este procedimento foi feito
durante quatro dias, alternando-se a cada dia a posição das vasilhas, evitando-se,
dessa forma, a possível ocorrência de preferência por lateralidade. A variável
analisada foi o consumo de matéria seca em gramas/gato/dia, utilizando-se um
delineamento em blocos casualizados (dias de teste) com dois tratamentos e
quatro repetições. O peso vivo inicial dos animais foi utilizado na análise como
covariável. O teste estatístico utilizado foi o teste F, por meio do procedimento
PROC GLM do SAS (1996). Os resultados de consumo de dieta, em gramas de
matéria seca/gato/dia, foi de 33,63, para o alimento completo úmido e de 26,58,
para a dieta com a substituição de 2% pelo extrato de levedura de cepa
específica, sendo este resultado altamente significativo (P<0,01).
66
2 ABSTRACT
PALATABILITY POTENTIAL OF YEAST EXTRACT OF A
SPECIFIC STRAIN IN COMPLETE HIGH MOISTURE FOOD (DIET)
FOR ADULT CATS
LIMA, Lidia Marinho Silva. Palatability potential of yeast extract of a specific
strain in complete high moisture food (diet) for adult cats. In: ______.Yeast
extract (Saccharomyces cerevisae) in diets for adult cat food. 2008. chap.4,
p. 65-75. Dissertation (Master in Animal Science) – Federal University of
Lavras, Lavras.
*
With the objective of evaluating the palatability potential of yeast extract of a
specific strain in a complete high moisture food (diet) for adult cats, a study was
performed at the Center of Studies in Pet Nutrition of the Department of
Zootechny at the Federal University of Lavras using twenty adult cats without
defined race, and having a weight of 3,70 ± 0,6kg. the evaluation methodology
used was the " Two Vessels Method " (Two Recipients) that consists of
supplying each animal with two consumption options, in a simultaneous and
comparable way. This way, two experimental diets were made available to the
animals, being diet A complete high moisture food for adult cats, and diet B
complete high moisture food with a substitution of 2% of it with yeast extract
of a specific strain. The diets (food) remained with the animals for a period of
23 hours, being accomplished after this period ,the weighing of the leftovers for
subsequent determination of daily consumption. This procedure was carried out
for four days. The analyzed variable was dry matter consumption in
grams/cat/day, using a random block design (days of test) with two treatments
and four repetitions. The initial live weight of the animals was used in the
analysis as covariable. The statistical test used was the F test by the PROC GLM
of SAS procedure (1996). The results of diet consumption in grams of dry matter
/cat/day was of 33,63 for the complete high moisture food (diet) and of 26,58
for the diet with the substitution of 2% yeast extract of a specific strain; this
result being highly significant (P <0,01).
67
3 INTRODUÇÃO
O uso considerável de palatabilizantes nos produtos industrializados
para animais de companhia e a relação cada vez mais próxima dos proprietários
com seus animais de estimação fazem com que o mercado esteja em constante
busca de ingredientes de boa qualidade nutricional e que apresentem, além deste
fator, um complemento na palatabilidade dos alimentos completos formulados
para cães e gatos.
Nesse contexto, a presença no extrato de levedura de cepa específica de
componentes como aminoácidos livres, peptídeos, nucleotídeos e glutamato
monossódico, com prováveis efeitos sobre o estímulo do paladar, levou ao
desenvolvimento deste ensaio experimental, avaliando o potencial
palatabilizante do ingrediente em um alimento completo úmido para gatos
adultos, com nível de substituição de 2%.
4 MATERIAL E MÉTODOS
4.1 Local e instalações
O experimento foi realizado no Centro de Estudos em Nutrição de
Animais de Companhia (CENAC), no Departamento de Zootecnia da
Universidade Federal de Lavras (UFLA), utilizando-se as instalações, conforme
mencionado no Capítulo I.
4.2 Animais e tratamentos experimentais
Foram utilizados 20 gatos adultos, machos e fêmeas, sem raça definida,
com peso médio de 3,71±0,6 kg, mantidos individualmente em gaiolas
metabólicas por um período de quatro dias.
68
Os animais receberam duas opções de consumo, designadas como dieta
“A”, o alimento completo úmido para gatos adultos e como dieta “B”, o
alimento completo úmido com uma substituição de 2% deste pelo extrato de
levedura de cepa específica, em base de matéria seca (Tabela 15).
TABELA 15: Descrição das dietas utilizadas no ensaio de palatabilidade.
Dieta Descrição
Dieta A
Alimento completo úmido para gatos adultos
Dieta B
Alimento completo úmido com substituição de 2% por
extrato de levedura de cepa específica
4.3 Procedimento experimental
O estudo foi realizado para a avaliação da palatabilidade de duas dietas
para gatos adultos por meio do método de “Duas Vasilhas”.
Os animais foram distribuídos individualmente em gaiolas metabólicas e
mantidos por um período de quatro dias. Cada animal recebeu, de forma
simultânea e pareada, as duas opções de consumo, A e B, às 9 horas da manhã,
permanecendo por um período de 23 horas. Após este período, os vasilhames
foram retirados e realizou-se a pesagem das sobras referentes a cada opção de
consumo. As sobras foram armazenadas em sacos plásticos e acondicionadas em
congelador para posterior análise de matéria seca e determinação do consumo.
A cada dia do procedimento, durante o período de quatro dias, as
vasilhas foram alternadas em seu posicionamento para evitar a ocorrência de
lateralidade por algum animal do painel de teste. Outro fator importante no
procedimento foi que ambas as opções de consumo, A e B, passaram por mistura
manual antes de serem fornecidas aos animais. Tal procedimento foi realizado
para minimizar diferenças na textura do alimento que, possivelmente, poderia
influenciar na escolha da dieta pelos animais.
69
4.4 Parâmetros avaliados
Os dados avaliados no estudo foram o consumo da dieta, em gramas de
matéria seca por gato por dia e a razão de ingestão (RI), conforme fórmula
abaixo descrita por Griffin (2003) e Carciofi et al. (2006).
Ingestão do alimento A (gMS/gato/dia)
RI =
_______________________________________________________________
Ingestão alimento A + Ingestão alimento B (gMS/gato/dia)
Para o parâmetro razão de ingestão, considera-se o consumo percentual
das dietas em estudo, em que RI entre 0,49 e 0,51 indica não preferência, ou
alimentos de mesma palatabilidade; RI acima de 0,51 indica preferência pelo
alimento A e RI abaixo de 0,49 indica preferência pelo alimento B (Griffin,
2003; Carciofi et al., 2006).
4.5 Delineamento experimental e análise estatística
Para a avaliação do consumo da dieta em gramas de matéria
seca/gato/dia foi utilizado um delineamento em blocos casualizados (dias de
teste) com dois tratamentos e quatro repetições. A parcela experimental foi
constituída por um animal, sendo o peso vivo inicial dos animais utilizado como
covariável nas análises.
O modelo estatístico usado para a análise dos dados foi:
Yijk= u + Fi + Dj + BXijk + Eijk
Yijk = consumo diário da dieta
U = média paramétrica
F = efeito do alimento i(i=2)
70
B = slope of model covariate
X(ijk) = peso do gato (model covariate)
E(ijk) = erro do modelo
Os dados foram avaliados por meio do procedimento PROC GLM do
programa estatístico Statistical Analysis System Institute - SAS (1996), sendo
submetidos à análise de covariância e ao teste F.
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 Consumo
Os resultados de consumo da dieta, em gramas de matéria seca/gato/dia,
estão descritos na Tabela 16.
TABELA 16: Valores de consumo das dietas A e B no ensaio de palatabilidade,
em gramas de matéria seca/gato/dia.
Tratamento Consumo
Dieta A (controle) 33,63 a
Dieta B (extrato levedura) 26,58 b
CV (%) 27,97
P = 0,0074
Conforme verificado nos resultados, observa-se diferença altamente
significativa (P=0,0074) no consumo das dietas utilizadas no estudo. A dieta
controle (Dieta A) foi preferida em relação à dieta contendo 2% do extrato de
levedura de cepa específica (Dieta B).
Os resultados discordam do trabalho de Hendriks (2002) e Teshima et
al. (2007). Hendriks (2002), trabalhando com gatos, verificou efeito positivo
altamente significativo na palatabilidade do leite e de snacks secos com a adição
de 0,3% do extrato de levedura de cepa específica. Já Teshima et al. (2007)
71
verificou que a adição de 2% do extrato de levedura de cepa específica ao
alimento completo seco extrusado conferiu palatabilidade superior em cães.
Uma hipótese para estes resultados controversos é o limite de inclusão
de substâncias com características umami e glutamato monossódico. Yamaguchi
& Ninomiya (2000) e Halpern (2000), em humanos citam que a adição de uma
quantidade excessiva pode causar diminuição na palatabilidade, inclusive
quando comparado a alimentos sem nenhum agente palatabilizante.
Provavelmente o limite de inclusão do extrato de levedura de cepa específica em
felinos é inferior a 2%, diferente do limite ideal em cães.
Outra hipótese refere-se ao processamento. Os resultados obtidos por
Teshima et al. (2007), em cães foram obtidos com alimento extrusado e os dados
deste experimento foram obtidos com a adição do extrato de levedura de cepa
específica in natura misturado à dieta completa úmida já processada. Shi &
Tang (2003) descrevem que o processamento térmico pode modificar alguns
realçadores de sabor, como o glutamato monossódico e o IMP, diminuindo o seu
efeito palatabilizante, ou seja, provavelmente, o processamento contribuiu para
ampliar o limite de inclusão de substâncias com características umami e
glutamato monossódico no ensaio de Teshima et al. (2007).
Neste contexto, fica exposta a real necessidade de avaliar os
ingredientes, sempre associados ao processamento normal inerente à produção
do alimento, uma vez que a maioria dos alimentos para cães e gatos existentes
no mercado é intensamente processada. Ou seja, os resultados sobre a
palatabilidade do extrato de levedura de cepa específica obtidos neste
experimento, provavelmente, não são aplicáveis à indústria pet food, exceto em
alimentos não processados.
72
5.2 Razão de ingestão de Grifin
De acordo com a metodologia de análise descrita por Grifin (2004) e
citada por Carciofi et al. (2006), 56,75% dos gatos tiveram preferência pela dieta
A, 33,75% pela dieta B e 10% dos animais consideraram que ambas as dietas
possuem a mesma palatabilidade.
Esta metodologia é indicada para universos amostrais de extremos,
geralmente em cães, em que se avalia palatabilidade para animais de diferentes
padrões raciais e pesos extremamente diferentes. Exemplo, avaliar o mesmo
alimento para um grupo de cães da raça Pinscher, de peso médio de 1,5 kg e
outro grupo de cães da raça Fila Brasileiro, de peso médio de 65 kg.
Ainda assim, a metodologia descrita por Grifin (2004) e citada por
Carciofi et al. (2006), se aplicada ao universo amostral deste experimento, que é
composto de gatos sem raça definida e pesos aproximadamente semelhantes. Os
resultados mostraram-se semelhantes aos da Tabela 15, com a vantagem de
mensurar a porcentagem de animais que foram indiferentes à palatabilidade das
dietas.
73
6 CONCLUSÕES
A adição de 2% do extrato de levedura de cepa específica in natura em
uma dieta completa úmida para gatos adultos evidencia uma diminuição no
consumo do alimento em relação à dieta referência.
74
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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mínimo para determinação da apetibilidade (Palatabilidade). In: CURSO
TEÓRICO-PRÁTICO SOBRE NUTRIÇÃO DE CÃES E GATOS : UMA
VISÃO INDUSTRIAL, 3., 2006, Jaboticabal. Apostila... Jaboticabal: FUNEP.
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HENDRIKS, W. H. Unique aspects of feline protein metabolism and nutrition:
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75
YAMAGUCHI, S.; NINOMIYA, K. Umami and food palatability. Journal
Nutrition, Tokyo, v. 130, p. 921-962, 2000. Supplement.
76
6 CONCLUSÕES GERAIS
Apesar dos resultados demonstrados, mais estudos são necessários para
determinar, de forma detalhada, os possíveis efeitos funcionais benéficos dos
nucleotídeos, peptídeos e glutamato monossódico constituintes do extrato de
levedura de cepa específica no aproveitamento dos nutrientes, na palatabilidade
de dietas e sobre o sistema imune. Também é necessário avaliar o efeito deste
ingrediente em dietas de diferentes padrões de qualidade nutricional, o nível
ideal a ser utilizado e, ainda, o efeito do processamento do alimento, tanto no
aproveitamento de nutrientes quanto na sua palatabilidade.
77
ANEXOS
TABELA 1A
Análise de variância e coeficiente de variação para o
consumo de matéria seca da dieta padrão e das dietas
com substituição de 2, 4, 6, 8 e 10% por extrato de
levedura de cepa específica............................................
80
TABELA 2A
Análise de variância e coeficiente de variação para o
consumo de matéria orgânica da dieta padrão e das
dietas com substituição de 2, 4, 6, 8 e 10% por extrato
de levedura de cepa específica......................................
80
TABELA 3A
Análise de variância e coeficiente de variação para o
consumo de matéria mineral da dieta padrão e das
dietas com substituição de 2, 4, 6, 8 e 10% por extrato
de levedura de cepa específica......................................
80
TABELA 4A
Análise de variância e coeficiente de variação para o
consumo de proteína bruta da dieta padrão e das dietas
com substituição de 2, 4, 6, 8 e 10% por extrato de
levedura de cepa específica........................................... 81
TABELA 5A
Análise de variância e coeficiente de variação para o
consumo de energia bruta da dieta padrão e das dietas
com substituição de 2, 4, 6, 8 e 10% por extrato de
levedura de cepa específica........................................... 81
TABELA 6A
Análise de variância e coeficiente de variação para o
coeficiente de digestibilidade aparente da matéria seca
da dieta padrão e das dietas com substituição de 2, 4,
6, 8 e 10% por extrato de levedura de cepa específica.. 81
TABELA 7A
Análise de variância e coeficiente de variação para o
coeficiente de digestibilidade aparente da matéria
orgânica da dieta padrão e das dietas com substituição
de 2, 4, 6, 8 e 10% por extrato de levedura de cepa
específica......................................................................
82
TABELA 8A
Análise de variância e coeficiente de variação para o
coeficiente de digestibilidade aparente da matéria
mineral da dieta padrão e das dietas com substituição
de 2, 4, 6, 8 e 10% por extrato de levedura de cepa
específica......................................................................
82
TABELA 9A
Análise de variância e coeficiente de variação para o
coeficiente de digestibilidade aparente da proteína
bruta da dieta padrão e das dietas com substituição de
82
78
2, 4, 6, 8 e 10% por extrato de levedura de cepa
específica......................................................................
TABELA 10A
Análise de variância e coeficiente de variação para o
coeficiente de digestibilidade da energia bruta da dieta
padrão e das dietas com substituição de 2, 4, 6, 8 e
10% por extrato de levedura de cepa específica............ 83
TABELA 11A
Análise de variância e coeficiente de variação para o
coeficiente de metabolização da energia bruta da dieta
padrão e das dietas com substituição de 2, 4, 6, 8 e
10% por extrato de levedura de cepa específica............ 83
TABELA 12A
Análise de variância e coeficiente de variação para o
consumo de nitrogênio da dieta padrão e das dietas
com substituição de 2, 4, 6, 8 e 10% por extrato de
levedura de cepa específica............................................
84
TABELA 13A
Análise de variância e coeficiente de variação para a
excreção fecal de nitrogênio da dieta padrão e das
dietas com substituição de 2, 4, 6, 8 e 10% por extrato
de levedura de cepa específica.......................................
84
TABELA 14A
Análise de variância e coeficiente de variação para a
excreção de nitrogênio na urina da dieta padrão e das
dietas com substituição de 2, 4, 6, 8 e 10% por extrato
de levedura de cepa específica.......................................
84
TABELA 15A
Análise de variância e coeficiente de variação para
nitrogênio digestível da dieta padrão e das dietas com
substituição de 2, 4, 6, 8 e 10% por extrato de
levedura de cepa específica............................................
85
TABELA 16A
Análise de variância e coeficiente de variação para o
nitrogênio retido da dieta padrão e das dietas com
substituição de 2, 4, 6, 8 e 10% por extrato de
levedura de cepa específica............................................
85
TABELA 17A
Análise de variância e coeficiente de variação para a
energia digestível do alimento para a dieta padrão e as
dietas com substituição de 2, 4, 6, 8 e 10% por extrato
de levedura de cepa específica.......................................
85
TABELA 18A
Análise de variância e coeficiente de variação para
energia metabolizável do alimento para a dieta padrão
e as dietas com substituição de 2, 4, 6, 8 e 10% por
extrato de levedura de cepa específica...........................
86
TABELA 19A
Análise de variância e coeficiente de variação para a 86
79
uréia plasmática da dieta padrão e das dietas com
substituição de 2, 4, 6, 8 e 10% por extrato de
levedura de cepa específica............................................
TABELA 20A
Análise de variância e coeficiente de variação para a
creatinina plasmática da dieta padrão e das dietas com
substituição de 2, 4, 6, 8 e 10% por extrato de
levedura de cepa específica............................................
87
TABELA 21A
Análise de variância e coeficiente de variação para o
consumo de matéria seca em gramas/gato/dia das
dietas padrão e com 2% de substituição pelo extrato de
levedura de cepa específica............................................
87
80
TABELA 1A: Análise de variância e coeficiente de variação para o consumo de
matéria seca da dieta padrão e das dietas com substituição de 2%, 4%, 6%, 8% e
10% por extrato de levedura de cepa específica.
Fonte de variação G.L. SQ QM F P>F
Quadrado (Quad) 1 50,033339 50,033339 1,026 0,3171
Animal (Quad) 10 3.835,081706 383,508171 7,866 0,0000
Período (Quad) 10 612,749539 61,274954 1,257 0,2870
Tratamento(Trat) 5 150,416828 30,083366 0,617 0,6875
Trat*Quad 5 463,186078 92,637216 1,900
Erro 40 1950,299689 48,757492
CV (%) 13,49
TABELA 2A: Análise de variância e coeficiente de variação para o consumo de
matéria orgânica da dieta padrão e das dietas com substituição de 2%, 4%, 6%,
8% e 10%, por extrato de levedura de cepa específica.
Fonte de variação G.L. SQ QM F P>F
Quadrado (Quad) 1 41,056901 41,056901 1,034 0,3153
Animal (Quad) 10 3127,186714 312,718671 7,878 0,0000
Período (Quad) 10 499,023847 49,902385 1,257 0,2867
Tratamento (Trat) 5 129,855640 25,971128 0,654 0,6600
Trat*Quad 5 376,632807 75,326561 1,898 0,1163
Erro 40 1587,850056 39,696251
CV (%) 13,48
TABELA 3A: Análise de variância e coeficiente de variação para o consumo de
matéria mineral da dieta padrão e das dietas com substituição de 2%, 4%, 6%,
8% e 10% por extrato de levedura de cepa específica.
Fonte de variação G.L. SQ QM F P>F
Quadrado (Quad) 1 0,443368 0,443368 0,952 0,3352
Animal (Quad) 10 36,061081 3,606108 7,739 0,0000
Período (Quad) 10 5,869581 0,586958 1,260 0,2853
Tratamento (Trat) 5 1,133340 0,226668 0,486 0,7843
Trat*Quad 5 4,428474 0,885695 1,901 0,1158
Erro 40 18,638322 0,465958
CV (%) 13,62
81
TABELA 4A: Análise de variância e coeficiente de variação para o consumo de
proteína bruta da dieta padrão e das dietas com substituição de 2%, 4%, 6%, 8%
e 10%, por extrato de levedura de cepa específica.
Fonte de variação G.L. SQ QM F P>F
Quadrado (Quad) 1 7,709356 7,709356 1,066 0,3080
Animal (Quad) 10 572,807472 57,280747 7,922 0,0000
Período (Quad) 10 90,907206 9,090721 1,257 0,2867
Tratamento (Trat) 5 29,461094 5,892219 0,815 0,5462
Trat*Quad 5 68,500844 13,700169 1,895 0,1169
Erro 40 289,241889 7,231047
CV (%) 13,44
TABELA 5A: Análise de variância e coeficiente de variação para o consumo de
energia bruta da dieta padrão e das dietas com substituição de 2%, 4%, 6%, 8% e
10% por extrato de levedura de cepa específica.
Fonte de variação G.L. SQ QM F P>F
Quadrado (Quad) 1 1605,177800 1605,177800 1,003 0,3226
Animal (Quad) 10 125260,931650 12526,093165 7,826 0,0000
Período (Quad) 10 20121,345517 2012,134552 1,257 0,2867
Tratamento (Trat) 5 4313,360483 862,672097 0,539 0,7455
Trat*Quad 5 15224,437700 3044,887540 1,902 0,1155
Erro 40 64020,971000 1600,524275
CV (%) 13,53
TABELA 6A: Análise de variância e coeficiente de variação para o coeficiente
de digestibilidade aparente da matéria seca da dieta padrão e das dietas com
substituição de 2%, 4%, 6%, 8% e 10% por extrato de levedura de cepa
específica.
Fonte de variação G.L. SQ QM F P>F
Quadrado (Quad) 1 20,013356 20,013356 3,694 0,0618
Animal (Quad) 10 101,954961 10,195496 1,882 0,0771
Período (Quad) 10 48,736728 4,873673 0,900 0,5423
Tratamento (Trat) 5 24,326183 4,865237 0,898 0,4919
Trat*Quad 5 60,560111 12,112022 2,236 0,0694
Erro 40 216,719611 5,417990
CV (%) 2,85
82
TABELA 7A: Análise de variância e coeficiente de variação para o coeficiente
de digestibilidade aparente da matéria orgânica da dieta padrão e das dietas com
substituição de 2%, 4%, 6%, 8% e 10% por extrato de levedura de cepa
específica.
Fonte de variação G.L. SQ QM F P>F
Quadrado (Quad) 1 17,287200 17,287200 3,090 0,0864
Animal (Quad) 10 96,559200 9,655920 1,726 0,1083
Período (Quad) 10 56,070467 5,607047 1,002 0,4582
Tratamento (Trat) 5 16,950833 3,390167 0,606 0,6957
Trat*Quad 5 48,832800 9,766560 1,746 0,1465
Erro 40 223,794500 5,594862
CV (%) 2,77
TABELA 8A: Análise de variância e coeficiente de variação para o coeficiente
de digestibilidade aparente da matéria mineral da dieta padrão e das dietas com
substituição de 2%, 4%, 6%, 8% e 10% por extrato de levedura de cepa
específica.
Fonte de Variação G.L. SQ QM F P>F
Quadrado (Quad) 1 95,842013 95,842013 2,032 0,1618
Animal (Quad) 10 545,776636 54,577664 1,157 0,3472
Período (Quad) 10 555,808236 55,580824 1,178 0,3336
Tratamento (Trat) 5 184,383407 36,876681 0,782 0,5689
Trat*Quad 5 338,214196 67,642839 1,434 0,2332
Erro 40 1887,025278 47,175632
CV (%) 14,51
TABELA 9A: Análise de variância e coeficiente de variação para o coeficiente
de digestibilidade aparente da proteína bruta da dieta padrão e das dietas com
substituição de 2%, 4%, 6%, 8% e 10% por extrato de levedura de cepa
específica.
Fonte de variação G.L. SQ QM F P>F
Quadrado (Quad) 1 26,657168 26,657168 4,552 0,0391
Animal (Quad) 10 163,159903 16,315990 2,786 0,0103
Período (Quad) 10 80,251336 8,025134 1,370 0,2290
Tratamento (Trat) 5 45,024913 9,004983 1,538 0,2001
Trat*Quad 5 47,035024 9,407005 1,606 0,1806
Erro 40 234,254444 5,856361
CV (%) 2,88
83
TABELA 10A: Análise de variância e coeficiente de variação para o coeficiente
de digestibilidade da energia bruta da dieta padrão e das dietas com substituição
de 2%, 4%, 6%, 8% e 10% por extrato de levedura de cepa específica.
Fonte de variação G.L. SQ QM F P>F
Quadrado (Quad) 1 14,896701 14,896701 1,844 0,1820
Animal (Quad) 10 188,013014 18,801301 2,328 0,0286
Período (Quad) 10 88,749147 8,874915 1,099 0,3864
Tratamento (Trat) 5 25,539457 5,107891 0,632 0,6761
Trat*Quad 5 82,280357 16,456071 2,038 0,0940
Erro 40 323,057856 8,076446
CV (%) 3,37
TABELA 11A: Análise de variância e coeficiente de variação para o coeficiente
de metabolização da energia bruta da dieta padrão e das dietas com substituição
de 2%, 4%, 6%, 8% e 10% por extrato de levedura de cepa específica.
Fonte de variação G.L. SQ QM F P>F
Quadrado (Quad) 1 23,747535 23,747535 2,481 0,1231
Animal (Quad) 10 258,999169 25,899917 2,706 0,0123
Período (Quad) 10 136,697003 13,669700 1,428 0,2035
Tratamento (Trat) 5 34,294212 6,858842 0,717 0,6147
Trat*Quad 5 128,556757 25,711351 2,686 0,0348
Trat (Quad. 1) 5 93,954689 18,790938 1,963 0,1048
Linear 1 6,438095 6,438095 0,673 0,417
Quadrático 1 0,100867 0,100867 0,011 0,919
Cúbico 1 2,291725 2,291725 0,239 0,627
Desvio 2 85,124002 42,562001 4,447 0,018
Trat (Quad. 2) 5 68,896281 13,779256 1,440 0,2307
Linear 1 2,766972 2,766972 0,289 0,594
Quadrático 1 12,666687 12,666687 1,323 0,257
Cúbico 1 7,590270 7,590270 0,793 0,379
Desvio 2 45,872352 22,936176 2,396 0,104
Erro 40 382,861211 9,571530
CV (%) 3,91
84
tabela 12A: Análise de variância e coeficiente de variação para o consumo de
nitrogênio da dieta padrão e das dietas com substituição de 2%, 4%, 6%, 8% e
10% por extrato de levedura de cepa específica.
Fonte de variação G.L. SQ QM F P>F
Quadrado (Quad) 1 0,195313 0,195313 1,055 0,3104
Animal (Quad) 10 14,702836 1,470284 7,945 0,0000
Período (Quad) 10 2,323103 0,232310 1,255 0,2877
Tratamento (Trat) 5 0,758657 0,151731 0,820 0,5428
Trat*Quad 5 1,756879 0,351376 1,899 0,1161
Erro 40 7,402144 0,185054
CV (%) 13,44
TABELA 13A: Análise de variância e coeficiente de variação para a excreção
fecal de nitrogênio da dieta padrão e das dietas com substituição de 2%, 4%, 6%,
8% e 10% por extrato de levedura de cepa específica.
Fonte de variação G.L. SQ QM F P>F
Quadrado (Quad) 1 0,035556 0,035556 4,998 0,0310
Animal (Quad) 10 0,476189 0,047619 6,694 0,0000
Período (Quad) 10 0,162389 0,016239 2,283 0,0316
Tratamento (Trat) 5 0,014294 0,002859 0,402 0,8446
Trat*Quad 5 0,075194 0,015039 2,114 0,0836
Erro 40 0,284556 0,007114
CV (%) 16,56
tabela 14A: Análise de variância e coeficiente de variação para a excreção de
nitrogênio na urina da dieta padrão e das dietas com substituição de 2%, 4%,
6%, 8% e 10% por extrato de levedura de cepa específica.
Fonte de variação G.L. SQ QM F P>F
Quadrado (Quad) 1 0,001168 0,001168 0,223 0,6392
Animal (Quad) 10 0,219114 0,021911 4,186 0,0005
Período (Quad) 10 0,049847 0,004985 0,952 0,4982
Tratamento (Trat) 5 0,028624 0,005725 1,094 0,3789
Trat*Quad 5 0,036090 0,007218 1,379 0,2527
Erro 40 0,209389 0,005235
CV (%) 23,41
85
TABELA 15A: Análise de variância e coeficiente de variação para nitrogênio
digestível da dieta padrão e das dietas com substituição de 2%, 4%, 6%, 8% e
10% por extrato de levedura de cepa específica.
Fonte de variação G.L. SQ QM F P>F
Quadrado (Quad) 1 0,067835 0,067835 0,468 0,4978
Animal (Quad) 10 10,624669 1,062467 7,332 0,0000
Período (Quad) 10 1,545803 0,154580 1,067 0,4093
Tratamento (Trat) 5 0,709596 0,141919 0,979 0,4422
Trat*Quad 5 1,359574 0,271915 1,876 0,1201
Erro 40 5,796211 0,144905
CV (%) 14,14
TABELA 16A: Análise de variância e coeficiente de variação para o nitrogênio
retido da dieta padrão e das dietas com substituição de 2%, 4%, 6%, 8% e 10%
por extrato de levedura de cepa específica.
Fonte de variação G.L. SQ QM F P>F
Quadrado (Quad) 1 0,050139 0,050139 0,424 0,5187
Animal (Quad) 10 8,492889 0,849289 7,181 0,0000
Período (Quad) 10 1,622422 0,162242 1,372 0,2283
Tratamento (Trat) 5 0,501178 0,100236 0,847 0,5245
Trat*Quad 5 1,020744 0,204149 1,726 0,1509
Erro 40 4,730889 0,118272
CV (%) 14,43
TABELA 17A: Análise de variância e coeficiente de variação para a energia
digestível do alimento para a dieta padrão e as dietas com substituição de 2%,
4%, 6%, 8% e 10% por extrato de levedura de cepa específica.
Fonte de Variação G.L. SQ QM F P>F
Quadrado (Quad) 1 48454,363835 48454,363835 1,833 0,1834
Animal (Quad) 10 613663,595947 61366,359595 2,321 0,0290
Período (Quad) 10 290090,529214 29009,052921 1,097 0,3875
Tratamento (Trat) 5 58180,279790 11636,055958 0,440 0,8178
Trat*Quad 5 267556,278590 53511,255718 2,024 0,0959
Erro 40 1057469,879122 26436,746978
CV (%) 3,37
86
TABELA 18A: Análise de variância e coeficiente de variação para energia
metabolizável do alimento para a dieta padrão e as dietas com substituição de
2%, 4%, 6%, 8% e 10% por extrato de levedura de cepa específica.
Fonte de variação G.L. SQ QM F P>F
Quadrado (Quad) 1 77551,690835 77551,690835 2,470 0,1239
Animal (Quad) 10 847131,762169 84713,176217 2,698 0,0125
Período (Quad) 10 446460,226669 44646,022667 1,422 0,2060
Tratamento (Trat) 5 83941,966346 16788,393269 0,535 0,7486
Trat*Quad 5 417480,403857 83496,080771 2,660 0,0362
Trat (Quad. 1) 5 285390,949356 57078,189871 1,818 0,1308
Linear 1 456,688004 456,688004 0,015 0,905
Quadrático 1 367,547937 367,547937 0,012 0,914
Cúbico 1 7671,788863 7671,788863 0,244 0,624
Desvio 2 276894,924553 138447,462276 4,410 0,019
Trat (Quad. 2) 5 216031,420847 43206,284169 1,376 0,2531
Linear 1 679,120869 679,120869 0,022 0,884
Quadrático 1 41700,939467 41700,939467 1,328 0,256
Cúbico 1 24797,641673 24797,641673 0,790 0,379
Desvio 2 148853,718838 74426,859419 2,371 0,106
Erro 40 1255709,806911 31392,745173
CV (%) 3,91
TABELA 19A: Análise de variância e coeficiente de variação para a uréia
plasmática da dieta padrão e das dietas com substituição de 2%, 4%, 6%, 8% e
10% por extrato de levedura de cepa específica.
Fonte de variação G.L. SQ QM F P>F
Quadrado (Quad) 1 0,888889 0,888889 0,026 0,8733
Animal (Quad) 10 1364,277778 136,427778 3,952 0,0009
Período (Quad) 10 740,277778 74,027778 2,145 0,0430
Tratamento (Trat) 5 69,333333 13,866667 0,402 0,8447
Trat*Quad 5 93,944444 18,788889 0,544 0,7416
Erro 40 1380,777778 34,519444
CV (%) 11,58
87
TABELA 20A: Análise de variância e coeficiente de variação para a creatinina
plasmática da dieta padrão e das dietas com substituição de 2%, 4%, 6%, 8% e
10% por extrato de levedura de cepa específica.
Fonte de variação G.L. SQ QM F P>F
Quadrado (Quad) 1 0,031250 0,031250 2,635 0,1124
Animal (Quad) 10 1,093611 0,109361 9,220 0,0000
Período (Quad) 10 0,156944 0,015694 1,323 0,2517
Tratamento (Trat) 5 0,110694 0,022139 1,867 0,1220
Trat*Quad 5 0,042917 0,008583 0,724 0,6097
Erro 40 0,474444 0,011861
CV (%) 9,91
TABELA 21A: Análise de variância e coeficiente de variação para o consumo
de matéria seca em gramas/gato/dia das dietas padrão e com 2% de substituição
pelo extrato de levedura de cepa específica.
Fonte de variação G.L. SQ F P>F
Dia 3 1.00660843 0.16 0.9263
Tratamento 1 15.94158760 7.37 0.0074
Peso 1 42.70115951 19.73 0.0001
Erro 154 333.28034444
CV (%) 27,97
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