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O significante arquitetural não representa o
significado. [...] Não há nenhuma relação
causa/efeito entre um signo arquitetônico e sua
possível interpretação. Entre significante e
significado existe uma barreira: a barreira do uso
atual. (TSCHUMI, 1998, p.221)
Essa afirmação de Tschumi é crucial para o estudo que esta pesquisa se pretendeu
a fazer. Ele afirma que entre a arquitetura e seu significado está o sujeito. O sujeito
constitui-se como fator indispensável para o surgimento do sentido da arquitetura.
Ou melhor, dos sentidos da arquitetura, visto que estes dependem de uma
experiência estética de um sujeito, que conseqüentemente, é única, impossível de
ser repetida. O signo arquitetônico não se apresenta com seu significado, mas com
uma “possível interpretação”. Não existem mais regras e regulamentos, o que leva
Tschumi (1998, p.224) a dizer que “entramos na era da desregulamentação”.
Ex-cêntrico, des-integrado, des-locado, dis-junto, des-
construído, des-mantelado, des-associado, des-contínuo, des-
regulado... des-, dis-, ex-. Estes são os prefixos de hoje. E não
pós-, neo-, ou pré-. (TSCHUMI, 1998, p.225)
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Em “Six concepts”, Tschumi discute essa “nova arquitetura” e sua relação com a
sociedade, a cultura e a experiência estética. Citando Walter Benjamin e seu artigo
“A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica”, Tschumi relembra as
considerações do autor com relação ao choque. Para Benjamin, a experiência
estética, numa época dominada pela técnica, consistia em manter viva a
desfamiliarização, ou o choque, em oposição à familiarização, ou o hábito. Desta
idéia compartilha Tschumi, ao afirmar ser este o dilema histórico e filosófico da
experiência da arquitetura. Isto é, a experiência da arquitetura deve pautar-se na
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“Ex-centric, dis-integrated, dis-located, dis-juncted, deconstructed, dismantled, disassociated,
discontinuous, deregulated... de-, dis-, ex-. These are the prefixes of today. Not post-, neo-, or pre-.“