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DALTON CÉSAR MILAGRES RIGUEIRA
EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS DE ZINCO PARA FRANGOS DE
CORTE MACHOS E FÊMEAS
Tese apresentada à Universidade
Federal de Viçosa, como parte das exi-
gências do Programa de Pós-Graduação
em Zootecnia, para obtenção do título de
“Magister Scientiae”.
VIÇOSA
MINAS GERAIS – BRASIL
2003
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DALTON CÉSAR MILAGRES RIGUEIRA
EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS DE ZINCO PARA FRANGOS DE
CORTE MACHOS E FÊMEAS
Tese apresentada à Universidade
Federal de Viçosa, como parte das exi-
gências do Programa de Pós-Graduação
em Zootecnia, para obtenção do título de
“Magister Scientiae”.
Aprovada: 11 de março de 2003.
________________________________
Prof. Luiz Fernando Teixeira Albino
(conselheiro)
______________________________
Prof. Sérgio Luiz de Toledo Barreto
______________________________
Prof. Paulo César Brustolini
(conselheiro)
______________________________
Dr. Júlio Maria Ribeiro Pupa
_______________________________
Prof. Paulo Cezar Gomes
(Orientador)
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ii
A Deus,
Aos meus pais, Vanir e Maria das Graças, pelo estímulo e apoio.
À minha esposa, Valdirene, pela compreensão e amizade dedicada nos
momentos difíceis e delicados.
Às minhas filhas, Bianca e Raíssa, pelo carinho e amor.
Aos meus irmãos Evandro, Leandro e Vanessa pela motivação.
iii
AGRADECIMENTO
À Universidade Federal de Viçosa, por intermédio do Departamento de
Zootecnia (DZO), e à Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, pela
oportunidade de realização deste curso.
Ao CNPq, pela concessão da bolsa de estudo.
Ao professor Paulo Cezar Gomes, pela orientação, pelo estímulo, pelos
ensinamentos, pela confiança e pela amizade, aos professores Horácio
Santiago Rostagno e Luiz Fernando Teixeira Albino pelas sugestões e
aconselhamentos, ao aluno de doutorado Gilciano Saraiva Noqueira pelo
auxílio nas análises estatísticas e sugestões, e ao professor Sérgio Luiz de
Toledo Barreto e ao Dr. Júlio Maria Ribeiro Pupa, pelas sugestões.
Aos Colegas de curso Marlene Schmidt e Edwiney Sebastião Cupertino
e funcionários da seção de Avicultura-DZO, da Universidade Federal de
Viçosa, que tenham de alguma forma contribuído direta ou indiretamente para
a realização deste trabalho.
iv
BIOGRAFIA
Dalton César Milagres Rigueira, filho de Vanir José David Rigueira e
Maria das Graças Milagres Rigueira, nasceu no dia 8 de outubro de 1971 em
São Miguel do Anta, Minas Gerais.
Em Fevereiro de 1995 iniciou o curso de graduação em Zootecnia, na
Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, Minas Gerais, colando grau em
janeiro de 2000.
Em agosto de 2000, iniciou o curso de pós-graduação em Zootecnia, em
nível de Mestrado, na Universidade Federal de Viçosa, concentrando seus
estudos na área de Nutrição de Monogástricos e submetendo-se a defesa de
tese em 11 de março de 2003.
v
ÍNDICE
Página
RESUMO........................................................................................................ vii
ABSTRACT.......................................................................................... ix
1. INTRODUÇÃO................................................................................. 1
2. REVISÃO DE LITERATURA............................................................ 3
2.1 Funções metabólicas do zinco.............................................. 3
2.2 Absorção, transporte, armazenamento e excreção de zinco 5
2.3 Deficiência e toxidez de zinco .............................................. 7
2.4 Concentração de zinco nos ossos no soro e no fígado........ 9
2.5 Exigências de zinco para frangos de corte........................... 10
vi
CAPÍTULO 1................................................................................................ 14
EXIGÊNCIA NUTRICIONAL DE ZINCO PARA FRANGOS
DE CORTE DE 8 A 21 DIAS DE IDADE..................................................... 14
1. INTRODUÇÃO........................................................................................ 14
2. MATERIAL E MÉTODOS........................................................................ 16
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................... 21
4. RESUMO E CONCLUSÕES................................................................... 30
CAPÍTULO 2................................................................................................ 31
EXIGÊNCIA NUTRICIONAL DE ZINCO PARA FRANGOS
DE CORTE DE 22 A 42 DIAS DE IDADE................................................... 31
1. INTRODUÇÃO......................................................................................... 31
2. MATERIAL E MÉTODOS......................................................................... 33
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................ 38
4. RESUMO E CONCLUSÕES..................................................................... 46
CAPÍTULO 3.................................................................................................. 47
EXIGÊNCIA NUTRICIONAL DE ZINCO PARA FRANGOS
DE CORTE DE 43 A 54 DIAS DE IDADE...................................................... 47
1. INTRODUÇÃO........................................................................................... 47
2. MATERIAL E MÉTODOS........................................................................... 49
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................. 54
4. RESUMO E CONCLUSÕES...................................................................... 60
CONCLUSÕES GERAIS................................................................................ 61
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................. 62
APÊNDICE.................................................................................................... 68
vii
RESUMO
RIGUEIRA, Dalton César Milagres, M.S., Universidade Federal de Viçosa,
março de 2003. Exigências nutricionais de zinco para frangos de corte
machos e fêmeas. Orientador: Paulo Cezar Gomes. Conselheiros: Luiz
Fernando Teixeira Albino e Paulo César Brustolini.
Com o objetivo de determinar as exigências nutricionais de zinco (Zn)
para frangos de corte machos e fêmeas, nas fases inicial (8 a 21 dias), de
crescimento (22 a 42 dias) e de terminação (43 a 54 dias), três experimentos
foram conduzidos, utilizando 384, 288 e 192 aves, respectivamente, sendo
metade fêmea e metade macho para cada experimento. Foram confeccionadas
três dietas basais atendendo as exigências nutricionais das aves, com exceção
do Zn que permaneceu deficiente ao nível de 12 ppm (fase inicial e final) e 13
ppm (fase de crescimento). Os tratamentos, nos três experimentos, consistiram
dos níveis de suplementação de Zn, provenientes do Óxido de zinco em
substituição à areia lavada, usada como inerte nas dietas experimentais,
resultando num total de 12,0; 37,0; 62,0; 87,0; 112,0 e 137,0 ppm de zinco
(fase inicial e terminação) e de 13,0; 38,0; 63,0; 88,0; 113,0 e 138,0 (fase de
crescimento). As variáveis avaliadas foram: ganho de peso (GP), consumo de
ração (CR), conversão alimentar (CA), concentração de zinco no osso (ZnO),
concentração de zinco no fígado (ZnF) e concentração de zinco no soro (ZnS).
No experimento I, houve efeito dos níveis de Zn sobre as concentrações de
(ZnS) e (ZnO), sendo que para esta ultima variável ocorreu interação entre os
sexos. As exigências estimadas foram de 86,12 ppm para frangos de corte
machos e de 85,70 ppm para fêmeas. Já para a variável ZnS a exigência
estimada foi de 113,55 ppm. Entretanto, considerando a importância do Zn no
desenvolvimento ósseo, concluiu-se que a exigência de Zn é de 86,12 ppm
para frangos de corte machos e de 85,70 ppm para fêmeas, de 8 a 21 dias de
idade. No experimento II, houve interação (P>0,05) entre sexo e níveis de
zinco, para a variável (ZnO), portanto, existem equações distintas para cada
sexos. Os valores de exigência de Zn pelas aves foram de 82,20 ppm para
frangos de corte machos e de 85,70 ppm para fêmeas. Entretanto, houve efeito
dos níveis de Zn na dieta (P<0,05) sobre a concentração de (ZnS), sendo que
para esta variável a exigência de Zn foi de 96,65 ppm. Considerando a
viii
importância do Zn no desenvolvimento ósseo, conclui-se, que as exigências
deste mineral pelas aves foram de 82,20 ppm para frangos de corte machos e
de 85,70 ppm para fêmeas de 22 a 42 dias de idade. No experimento III,
considerando a não interferência dos níveis de Zn sobre as variáveis de
desempenho e da ZnO e considerando que o fígado acumula o excesso de Zn
fornecido nas dietas, sugeriu-se que os níveis de zinco de 25 a 30 ppm,
normalmente, presentes em dietas práticas à base de milho e farelo de soja
são suficientes para promover o desenvolvimento dos frangos de corte de 43 a
54 dias de idade, não havendo assim necessidade de suplementação desse
mineral nas dietas.
ix
ABSTRACT
RIGUEIRA, Dalton César Milagres, M.S., Universidade Federal de Viçosa,
março 2003. Exigências nutricionais de zinco para frangos de corte
machos e fêmeas. Orientador: Paulo Cezar Gomes. Conselheiros: Luiz
Fernando Teixeira Albino e Paulo César Brustolini.
With the objective of determining the demands of nutrition in zinc (Zn) for
chickens males and female, in the phases initial (8 to 21 days), of growth (22 to
42 days) and termination (43 to 54 days), three experiments were led, using
384, 288 and 192 birds, respectively. Three basic diets were made assisting the
demands of nutrition of the birds, except for Zn that stayed deficient at the level
of 12,0 ppm (phases initial and termination) and 13 ppm (of growth). The
treatments of the three experiments consisted of the levels supplementary of
Zn, coming of the oxide of zinc in substitution to the washed sand, used as inert
in the experimental diets, resulting in a total of 12,0; 37,0; 62,0; 87,0; 112,0 and
137,0 ppm of zinc (phases initial and termination) and the 13,0; 38,0; 63,0; 88,0;
113,0 and 138,0 ppm the zinc (of growth). The appraised variables were: I win
of weight (GP), ration consumption (CR), alimentary conversion (CA),
concentration of zinc in the bone (ZnO), concentration of zinc in the liver (ZnF)
and concentration of zinc in the serum. In the experiment I, there was effect of
the levels of zinc about the concentrations the (ZnS) and the (ZnO), and for this
last variable it happened interaction among the sexes. The dear demands went
of 86,12 ppm to chickens of cut males and of 85,70 ppm for females. Already
for the variable ZnS the dear demand was of 113,55 ppm. However considering
the importance of Zn in the bony development, it was ended that the demand of
Zn is of 86,12 ppm for chickens of cut males and of 85,70 ppm for females, from
8 to 21 days of age. In the experiment II, there was interaction (P>0,05)
between sex and level of zinc, for variable (ZnO). The values of demand of zinc
for the birds went of 82,20 ppm to chickens of cut males and of 85,70 ppm for
females. However, there was effect of the levels of zinc in the diet about the
concentration the (ZnS), and for this variable the demand of zinc (P>0,05) it was
of 96,65 ppm. Considering the importance of the zinc in the bony development.
It is ended that the demand of zinc for the birds went of 82,20 ppm for chickens
of cut males and of 85,70 ppm for females from 22 to 42 days of age. In the
x
experiment III, considering the non interference of the levels of zinc on the
acting variables and of zinc in the bones and considering that the liver
accumulates the excess of zinc supplied in the diets, it was suggested that the
levels of zinc from 25 to 35 ppm, usually, presents in practical diets the corn
base and soy bran are enough to promote the development of the cut chickens
from 43 to 54 days of age, not having like this need of supplementary of that
mineral in the rations.
1
1. INTRODUÇÃO
A suplementação de microminerais nas dietas de aves freqüentemente é
feita em quantidades superiores às exigidas, na tentativa de assegurar o bom
desempenho das mesmas. Isto ocorre, na maioria das vezes, devido a
insegurança do nutricionista quanto à real exigência das aves. Os
microminerais são essenciais para a atividade fisiológica dos animais, ainda
que em pequenas concentrações na dieta, e normalmente suas exigências são
determinadas usando dietas purificadas, o que pode não refletir a real
necessidade destes nutrientes em dietas práticas. Por outro lado, é relevante
mencionar que deficiência ou excesso de um mineral especifico é
diagnosticado com moderada dificuldade em pesquisas controladas, e com
muita dificuldade em condições de campo (MILLER, 1984), dificultando o
trabalho do nutricionista.
De maneira geral, a suplementação de minerais aos animais é feita
usando as formas salinas inorgânicas simples com biodisponibilidade
diferentes, o que explica o fato de suplementos minerais com os mesmos
níveis nutricionais, darem resultados de desempenho diferentes.
Finalmente, deve ser destacado que a literatura mundial sobre os
padrões de suplementação mineral dos animais é ainda baseada em conceitos
oriundos de pesquisas das décadas de 50 e 60. Além disso, atualmente a
criação de frangos com separação de sexos é usada em larga escala, havendo
necessidade de determinar as exigências nutricionais para cada sexo.
2
Portanto, este tema é seguramente um fator importante e poderá contribuir com
o aumento da produtividade das aves a menores custos e diminuir os resíduos
no ambiente. Para que isto ocorra, torna-se necessário obter maiores
informações a respeito da real exigência de zinco das aves.
O objetivo desta pesquisa foi determinar a exigência nutricional de zinco
para frangos de corte machos e fêmeas nas fases inicial, crescimento e
terminação.
3
2 . REVISÃO DE LITERATURA
2.1 – Funções metabólicas do zinco
São conhecidas diversas funções metabólicas que o zinco participa nos
seres vivos, chegando a ser considerado o metal mais amplamente usado no
metabolismo animal.
Segundo VALLEE & FALCHUK (1993), têm sido identificado nos
microorganismos, plantas e animais, mais de 300 enzimas que requerem o
zinco para suas funções. Entre estas enzimas podemos citar oxiredutases,
transferases, ligases, hidrolases, liases e isomerases. Nestas seis classes de
enzimas, que são estabelecidas pela União Internacional de Bioquímica, o
zinco é o único metal encontrado em cada uma delas. De acordo com estes
autores, duas propriedades do zinco precisam ser destacadas: Primeira,
diferente dos outros metais, incluindo aqueles da série II B, o zinco não é
tóxico. O mecanismo homeostático que regula sua entrada, distribuição e
excreção das células e tecidos é tão eficiente que não são conhecidas
desordens associadas com seu acúmulo excessivo, em contraste com o ferro,
cobre, mercúrio e outros. Segunda, na função catalítica o metal participa
diretamente na catálise, sendo que a enzima torna-se inativa com a sua
retirada. Na função alostérica o zinco aumenta ou diminui a função catalítica
4
em conjunto com o sítio alostérico dependente de zinco. Na função estrutural o
átomo de zinco é requerido apenas para dar estabilidade estrutural à proteína.
Estas e outras propriedades químicas garantiram ao zinco uma atuação
intensiva no metabolismo das proteínas, ácidos nucléicos, carboidratos e
lipídios (LEHNINGER 1989 e RODWELL 1990), assim como no controle da
transcrição gênica e outros processos biológicos fundamentais (COUSINS,
1979 .
O zinco exerce função importante na síntese, no armazenamento e
secreção de hormônios. Dentre os mais notáveis efeitos de deficiência de
zinco sobre a produção e secreção de hormônios, estão aqueles relacionados
com a testosterona, a insulina e a adrenocorticosteróides (McDOWELL, 1992).
Segundo GEORGIEVSKII (1982), o zinco não faz parte da molécula de
insulina, mas intensifica o seu efeito hipoglicêmico, estabiliza sua molécula
protegendo-a da decomposição pela insulinase.
A taxa de crescimento é afetada quando existe deficiência de zinco,
talvez porque há redução na biossintese de ácidos nucléicos e utilização de
aminoácidos para a síntese protéica. No esqueleto, as deformações ocorrem
nos ossos longos, os quais tornam-se curtos e menos espessos e com
reduzida cartilagem epifiseal (STARCHER et al., 1980) .
Além dessas funções, o zinco desempenha papel importante nas células
epiteliais da pele; é essencial para manter a integridade do sistema
imunológico (COUSINS, 1979 e PIMENTEL et al., 1991a) e participa no
balanço hídrico de cátions. Mantém a concentração normal de vitamina A no
sangue e está relacionado com o mecanismo da visão, provavelmente
concernente com a síntese da proteína transportadora do retinol
(UNDERWOOD, 1977).
Funções adicionais têm sido atribuídas para o zinco, tais como:
proteção de membranas, efeito antioxidante protegendo os grupos sulfidrilas
nas membranas; metabolismo de prostaglandinas; metabolismo de lipídios;
crescimento de microorganismos, incluindo aqueles do rúmem.
5
2.2 – Absorção, Transporte, Armazenamento e Excreção de Zinco
O mecanismo de absorção de minerais em geral, a nível intestinal, ainda
não é completamente entendido, embora existam muitas pesquisas que têm
elucidado certos aspectos dos processos envolvidos.
O sítio de absorção varia de acordo com os diversos minerais e animais
em estudo. Como exemplo, os experimentos conduzidos por VAN DER KLIS
et al (1990) para determinar o sítio de absorção de Na, Ca, Mg e K no
tratogastrointestinal de frangos, mostraram que o principal local de absorção
desses minerais está situado entre a parte inferior do duodeno e final do jejuno,
sendo que a absorção aparente de sódio continuou no íleo e reto. O zinco é
absorvido, principalmente, no intestino delgado de animais monogástricos e no
proventrículo de pintainhos, (UNDERWOOD, 1977).
O transporte do zinco do lume para a célula intestinal provavelmente
requer ATP e um carreador, que se liga ao zinco formando um quelato
(COUSINS, 1979). Existe grande número de quelatos, de baixo peso
molecular, que aumenta a absorção de zinco sob condições experimentais,
sendo eles citratos, picolinatos, ácido etilenodiaminotetracético (EDTA) e
aminoácidos como histidina e ácido glutâmico (HAMBIDGE et al. 1987 e
McDOWELL 1992).
O complexo Zn-metionina foi comparado com o ZnO por PIMENTEL et
al., (1991b) em experimentos com pintos, e os resultados mostraram que a
dieta com Zn-metionina produziu maior teor de zinco no pâncreas do que a
dieta com ZnO. Parece que a metionina protegeu o zinco da reação e
complexação com outros compostos, os quais provavelmente não seriam
absorvidos. Os quelatos têm sido estudados por cerca de 35 anos e até hoje o
seu uso ainda é limitado. Certamente por causa do elevado custo quando
comparado com o baixo custo das fontes dos compostos minerais.
Enquanto alguns quelatos servem para transportar e armazenar íons de
zinco, melhorando a sua disponibilidade, outros quelatos podem interfirir
negativamente nesta disponibilidade. Tais quelatos são formados por acidente,
pois não têm uso biológico, como o Zn-ácido fítico que prende 6 átomos de
zinco (SCOTT et al., 1969).
6
Nos E.U.A., nos anos 50, a deficiência de zinco tornou-se problema
depois que se começou a usar largamente o farelo de soja como fonte de
proteínas, e que se observou que contêm altos níveis de fitato (CHEEKE,
1991). Além disso, TITUS & FRITZ (1971) citam que há tendência da proteína
do farelo de soja ligar-se ao zinco tornando-o indisponível.
Dentre os componentes da dieta que podem reduzir a absorção de zinco
são conhecidos: cálcio, fósforo, cobre, cádmio, cromo, sódio, potássio, ferro,
cobalto, molibdênio, estanho, fitato, fitato+Ca, proteína, gordura e fibra
(PENSACK et al., 1958; ROBERSON & SCHAIBLE, 1960a; OBERLEAS et al.,
1962; HILL et al., 1963; SAVAGE et al., 1964; OIDELL et al., 1964; HOEKSTRA
et al., 1967; WHITEHEAD et al., 1971; HARMUTH-HOENE & SCHELENZ
1980; STAHL et al., 1980; GEORGIEVSKII 1982; MILLER 1984; STOREY &
GREGER 1987; ROSTAGNO 1990 e MAHAN 1990) .
O fluxo de zinco da dieta para dentro da célula da mucosa intestinal
depende da competição das substâncias ligantes (carreador) presentes no
conteúdo intestinal. Dentro da célula da mucosa intestinal, o transporte do
zinco é aparentemente regulado por uma proteína metal-ligante produzida pelo
fígado denominada metalotioneína. A síntese de metalotioneína é influenciada
pelo nível de zinco na dieta e pela concentração de zinco no plasma, podendo
regular a entrada de zinco para o corpo, desempenhando função central na
homeostase do zinco (COUSINS, 1979). Esta função da metalotioneína pode
ajudar na determinação do status de zinco no corpo. Segundo LOWE et al
(1991), o nível de zinco no soro sangüíneo é freqüentemente utilizado para
avaliar o estatus de zinco do organismo, mas o animal em estado de estresse
pode provocar queda no nível de zinco do soro, não associada à deficiência de
zinco na dieta. Esta situação pode ser identificada, segundo KING (1990), pela
concentração de metalotioneína do soro. A concentração de metalotioneína do
soro reflete a sua concentração hepática, e é reduzida quando o zinco da dieta
é baixo. Contudo, em resposta a um estresse, a concentração hepática de
metalotioneína eleva-se, aumentando também seu nível no soro, enquanto o
nível de zinco no soro será reduzido. Assim, medindo simultaneamente a
concentração do zinco e da metalotioneína no soro, pode ser feita a
diferenciação de um baixo nível de zinco devido à sua deficiência na dieta
daquele provocado por um estresse, infecção ou outra condição metabólica.
7
Após a absorção, o zinco passa para o soro ligado a duas principais
frações. Cerca de 2/3 do zinco do plasma são ligados fracamente à albumina e
o restante é fortemente ligado à α-2-macroglobulina. O zinco complexado com
a albumina é prontamente usado pelos tecidos (McDOWELL, 1992).
Aproximadamente, 30 a 40% do zinco que entram no sistema venoso hepático
são extraídos pelo fígado, do qual são posteriormente liberados dentro da
corrente sangüínea. O zinco da circulação é incorporado, em diferentes taxas,
dentro de vários tecidos extra-hepáticos que têm diferentes taxas de turnover
(HAMBIDGE et al., 1987).
Apesar do zinco ser largamente distribuído no corpo, os animais têm
limitada capacidade para armazená-lo em uma forma que possa ser
rapidamente mobilizada para evitar uma deficiência UNDERWOOD (1977).
McDOWELL (1992) afirma que as reservas que são prontamente disponíveis
são tão pequenas, que uma mudança para uma dieta com o nível de zinco
muito baixo, provoca decréscimo na concentração de zinco no soro num
período máximo de 24 horas. A metalotioneína atua como a principal forma de
reserva de zinco no fígado, e pode ser prontamente mobilizada durante as
necessidades metabólicas. Tem sido sugerida também outra forma de reserva
de zinco, que é a superóxido dismutase do fígado.
O zinco é largamente excretado nas fezes. A maior parte do zinco fecal
é proveniente da dieta que não foi absorvido, e, em menor quantidade, do zinco
de origem endógena que foi secretado dentro do intestino delgado. Deste
zinco fecal endógeno, aproximadamente 1/4 é proveniente do suco pancreático
e o restante deriva das secreções gastrointestinais, biliares, ceco e colo
UNDERWOOD (1977).
2.3 – Deficiência e toxidez de zinco
A ocorrência de deficiência de zinco em aves é bastante raro. A idade
das aves, a quantidade de zinco presente na dieta, a interferência de fatores
antagonistas, como fitato e cálcio, são os principais fatores que possibilitam o
aparecimento de deficiências. A deficiência aparece com mais freqüência em
aves jovens, particularmente as oriundas de galinhas deficientes (McDOWELL,
1992).
8
Segundo (UNDERWOOD, 1977) a deficiência de zinco em aves não é
severa. Contudo, quando ela é moderada, há redução nas taxas de
crescimento, de eficiência alimentar e, de produção de ovos; no retardamento
do crescimento; alteração da cor das cristas das aves e atraso no início da
postura dos ovos. O autor comenta ainda que os efeitos da deficiência de zinco
podem proporcionar hipogonadismo nos machos com falha na
espermatogênese; decréscimo na taxa de eclosão dos ovos, impedindo o
desenvolvimento com alta taxa de mortalidade do embrião. A deficiência de
zinco em pintos, perus, faisões e codornas, resulta em empenamento
deficiente. Em pintinhos há lesões na pele com dermatite nos pés, pernas e ao
redor do bico. A pele dos pintos mostra hiperqueratose e suave afinamento da
epiderme.
A deficiência de zinco afeta a formação do esqueleto, os ossos longos
sofrem redução no seu comprimento e espessura, de forma proporcional ao
grau de deficiência e ocorrem mudanças e desproporções nos outros ossos,
dando uma semelhança histológica com a perose por deficiência de manganês.
Aliado a isso há redução do nível de zinco no plasma sangüíneo, e elevação do
valor do hematócrito acima do normal McDOWELL (1992).
Conforme foi citado, o zinco é considerado um elemento não tóxico
VALLEE & FALCHUK (1993). Entretanto, segundo o NRC (1984), para muitas
espécies os sintomas evidentes de toxidez de zinco aparecem quando níveis
ao redor de 1000 ppm são incorporados a uma dieta a base de milho e soja.
Por outro lado, 1000 ppm de zinco na dieta não causaram efeitos evidentes em
pintos (UNDERWOOD, 1977) e acima de 3000 ppm foi observada apenas
redução na taxa de crescimento (JOHNSON et al., 1962). (LEESON &
SUMMERS, 1982) usaram 5 níveis de zinco (50, 100, 200, 400 e 800 ppm) em
dietas para frangos de corte, e aos 21 dias de idade não verificaram efeitos
significativos das dietas sobre a taxa de crescimento e conversão alimentar.
Leitões, aves, carneiros e bovinos possuem considerável tolerância a
alto consumo de zinco. A extensão dessa tolerância depende, em parte, da
espécie animal, mas principalmente da natureza da dieta, especialmente do
seu relativo conteúdo de Ca, Cu, Fe e Cd, com os quais o zinco interage no
processo de absorção e utilização (UNDERWOOD, 1981).
9
TEIXEIRA (1994), usando 4 níveis de Zn suplementar (30, 60, 90 e 120
ppm) em dietas para frangos de corte, determinou que a exigência aos 21 dias
de idade foi de 44 ppm de Zn suplementar, avaliada por meio da deposição de
Zn nas tíbias
Nos anos 70 foi estimulado grande número de pesquisas com dietas
contendo alta concentração de zinco (20000 ppm), como método de controle
da produção de ovos em galinhas, ocasionando a muda forçada. Quando
estas dietas foram fornecidas para galinhas, houve rápida redução do consumo
de ração, seguida logo após por uma cessação na produção de ovos (SCOTT
e GREGER, 1976) .
WILLIAMS et al (1989) conduziram experimentos para estudar os efeitos
da alta concentração de zinco na ração sobre a deposição desse elemento nos
diversos tecidos de galinhas poedeiras. Forneceram ração com 20000 ppm de
zinco durante 4 dias e depois a mesma ração sem adição de zinco. A
concentração de zinco no fígado, nos rins e no pâncreas subiu
aproximadamente 25 e 10,3 vezes, respectivamente. As concentrações de
zinco no fígado e rins voltaram ao normal 18 dias após o tratamento, mas a do
pâncreas manteve-se elevada. Além disso, houve redução no peso do ovário e
oviduto, medida 10 dias após o tratamento.
Para estudar a possibilidade de alternativa para fazer restrição alimentar
durante o crescimento de matrizes pesadas, DEWAR et al., (1983) forneceram
às aves dietas com o nível de zinco variando de 1000 a 6000 ppm. Os
resultados mostraram lesões na moela e no pâncreas das aves, em todos os
tratamentos. Na moela, fissuras e úlceras foram visíveis na camada epitelial, ao
passo que no pâncreas as lesões só foram detectadas microscopicamente. No
tratamento com 6000 ppm de zinco houve alta mortalidade e foram observados
severos casos de ruptura da aorta, entretanto não encontraram diferenças das
concentrações de zinco na tíbia.
2.4 Concentração de zinco nos ossos, no soro e no fígado
Em condições normais, a concentração de zinco nos ossos geralmente é
elevada, situando-se entre 100 a 250 ppm no tecido fresco ou seco,
respectivamente HAMBIDGE et al., (1987).
10
TEIXEIRA (1994), afirma que os animais em crescimento, alimentados
com dietas contendo níveis subótimos de zinco resulta em redução de sua
concentração nos ossos. Este declínio é mais acentuado do que em outros
tecidos e pode, por exemplo, refletir melhor o status de zinco no corpo do que o
plasma, a tíbia de aves tem sido amplamente usada em experimentos para
determinar as exigências nutricionais e biodisponibilidade de minerais de fontes
orgânicas (FIALHO, 1991) e inorgânicas (LEDOUX et al., 1989; WEDEKIND &
BAKER, 1990; LEDOUX et al., 1991 e NOBRE et aI., 1993).
O teor de zinco no plasma sangüíneo é utilizado como parâmetro para
avaliar o status de zinco no organismo. Contudo, a literatura recente tem
mostrado que os pesquisadores têm evitado a sua utilização. Com a
comprovação satisfatória da técnica proposta por KING (1990) , na qual são
medidos simultaneamente os teores de zinco e de metalotioneína no plasma,
este parâmetro se tornará, talvez, bastante útil nas pesquisas com zinco.
As aves contêm aproximadamente 239 mg de zinco/kg de fígado seco
(HOSSAIN & BERTECHINI, 1994), sendo este nível afetado pelo nível de zinco
na dieta.
Nos hepatócitos, o zinco encontra-se no núcleo, mitocôndrias e no
citoplasma, sendo que nestes dois últimos é encontrado o mais alto nível de
zinco por unidade de proteína HAMBIDGE et al., (1987). Segundo McDOWELL,
(1992), a principal forma de armazenamento de zinco no fígado é ligada à
metalotioneína e, em menor quantidade, ligado à superóxido dismutase.
NOBRE et al., (1993), afirma que apesar do fígado ser muito utilizado nas
pesquisas com zinco, vários autores têm relatado que ele é menos sensível a
uma variação de zinco na dieta quando comparado com a tíbia.
2.5 Exigências de zinco para frangos de corte
Os padrões de suplementação de zinco usados atualmente são
baseados em pesquisas bastante antigas. O NRC (1994) tomou como base as
pesquisas principalmente realizadas nas décadas de 50 e 60, como as de
(EDWARDS et al. 1959, LEASE et al. 1960, ROBERSON & SCHAIBLE, 1958,
1960a e 1960b e VOHRA & KRATZER 1964) . Segundo ANNENKOV (1982),
naquela época era comum o uso de dietas purificadas ou semipurificadas, as
quais não davam ao animal a oportunidade de expressar o máximo do seu
11
potencial genético de crescimento, e usavam apenas as medidas de
desempenho para avaliar as exigências. O autor ainda comenta que, as
exigências de minerais são freqüentemente determinadas através da sua
concentração em órgãos, tecidos, ou no corpo como um todo, em animais
alimentados com dietas contendo diferentes níveis do mineral em estudo.
A exigência de zinco, especialmente em não ruminantes, é afetada
dentre outros fatores, pela fonte de proteína, pelo ácido fítico e pelo consumo
de cálcio MILLER (1984), em menor proporção, a fibra, a gordura, a doença e a
taxa de crescimento DEWAR (1986).
O zinco tem alta afinidade para formar complexos ligando-se a certos
tipos de proteínas; haja visto que ele participa amplamente do sistema
enzimático ligando-se em, aproximadamente, 300 enzimas (VALLEE &
FALCHUK, 1993). A proteína da soja tem uma grande afinidade para se ligar
ao zinco, tornando-o indisponível. Além disso, a soja contém considerável
quantidade de fitato que pode complexar.
(HOSSAIN & BERTECHINI, 1994) usaram dietas à base de milho-farelo
de soja (20 ppm de Zn na ração basal) para pintos de corte, com
suplementação de Zn em níveis crescentes e dois sistemas de criação. As
aves criadas em baterias apresentaram maior concentração de Zn na tíbia
quando receberam ração contendo 90 ppm, e quando criadas sobre a cama,
apresentaram maior deposição de Zn na tíbia quando receberam ração
contendo 80 ppm, indicando que os frangos podem utilizar alguma quantidade
de zinco das fezes. Não houve influência dos tratamentos no desempenho das
aves.
Com o objetivo de verificar se o zinco que ocorre naturalmente (sem
suplementação) de uma dieta prática à base de milho - farelo de soja, (sem
suplementação), é suficiente para manter normal a produção de ovos, a
conversão alimentar e crescimento da progênie, STAHL et al (1986)
conduziram experimentos com galinhas Leghorn usando 0, 10, 20 e 40 ppm de
suplementação de Zn na dieta basal (28 e 34 ppm de Zn). A produção de
ovos, consumo de ração, conversão alimentar, fertilidade e eclodibilidade dos
ovos não melhoraram com a suplementação de zinco. Os pintos provenientes
desses ovos, quando foram normalmente criados não mostraram diferenças
significativas no ganho de peso na terceira semana, mas apresentaram
12
crescente incidência de desgaste nos ossos. Assim, os dados indicaram que
28 ppm de zinco na ração, naturalmente supridos, são adequados para
produção de ovos, fertilidade, eclodibilidade e para crescimento da progênie.
LEASE et al., (1960) conduziram experimentos com pintos usando dieta
purificada contendo gergelim como única fonte de proteína e observaram
sintomas de deficiência de zinco na ração contendo 52 ppm desse mineral. O
crescimento melhorou e as deformidades das pernas foram reduzidas quando
adicionados 60 ou 120 ppm de zinco nas rações. A autoclavagem do gergelim
melhorou o crescimento em alguns casos, mas não preveniu os defeitos das
pernas. A adição de uma solução de EDTA no gergelim ou EDTA em pó na
ração com 120 ppm de Zn resultou em melhor crescimento e menor problemas
de pernas.
O’DELL et al., (1964) estudaram a interação existente entre o fitato,
cálcio e zinco. Em uma dieta básica contendo 12 e 17 ppm de Zn, foi
adicionada uma combinação de 2 níveis de Ca (1, 2 e 2, 4%) , 3 de ácido fítico
(0, 0,5 e 1,0%) e 2 de Zn (0 e 55 ppm) . A adição de 0,50% de ácido fítico
reduziu o crescimento quando o Zn era sub-ótimo, mas não teve efeito quando
era adequado (55 ppm). O ácido fítico foi mais prejudicial quando em nível de
1% na ausência de suplementação de Zn. Dobrando o Ca da dieta em
ausência de ácido fítico não se observou efeito no crescimento, mas, em
presença de 0,5% de ácido fítico e sem adição de Zn, houve redução do
crescimento. Quando o Zn foi adicionado a estas dietas, não houve efeito do
Ca.
O cálcio é provavelmente o mais importante cátion relacionado com a
insolubilidade do fitato no aparelho digestivo. Nos experimentos realizados por
O’DELL et al., (1964), houve clara interação entre cálcio, zinco e fitato, que
interferiu negativamente nas exigências de zinco. O complexo Ca-Zn-fitato é
ainda mais insolúvel do que o Ca-fitato ROSTAGNO (1990) .
ROBERSON & SCHAIBLE (1960a) conduziram pesquisas usando dietas
semipurificadas, relativamente livres de zinco, para determinar os efeitos dos
níveis de Ca e P sobre as exigências de Zn dos pintos. Os resultados
mostraram que dieta contendo 1, 23% de Ca, quando foram suplementadas
com 0, 5 e 1, 0% de Ca, pioraram o desempenho, e os sintomas de deficiência
de Zn ficaram mais severos, a adição de 20 ppm de Zn não reverteu os efeitos
13
provocados por um excesso de Ca na dieta. Os autores ainda relatam que
quando foram utilizados 80 ppm de Zn e 2,23% de Ca, o crescimento foi normal
e não houve sintomas de deficiências. A adição de 0, 5% de P à dieta, que já
continha 0, 6% de P e 36 ppm de Zn, não exerceu influência sobre o
crescimento dos pintos.
Uma das dificuldades freqüentemente encontrada no estudo de
microminerais é a baixa taxa de crescimento observado nos animais,
ocasionada pelo baixo consumo das dietas purificadas e semipurificadas
DEWAR (1986). Estas dietas, segundo MUIRHEAD (1991), são de difícil
formulação, de custo bastante elevado e a palatabilidade é ruim, havendo um
baixo consumo e não proporcionando ao animal um máximo de crescimento.
Nos experimentos de exigências de zinco conduzidos por DEWAR &
DOWNIE (1984), o peso vivo médio de perus com 3 semanas de idade
recebendo dietas purificadas deficientes em zinco foi 418 g. Quando as aves,
da mesma linhagem, sob as mesmas condições, receberam dietas práticas, a
média de peso vivo foi 543 g.
Segundo O’DELL et al., (1972) frangos exigiram 19 ppm de zinco na
dieta que possuía soja, e 12 ppm na que continha caseína-gelatina (purificada).
14
CAPÍTULO 1
EXIGÊNCIA NUTRICIONAL DE ZINCO PARA FRANGOS DE
CORTE DE 8 A 21 DIAS DE IDADE
1 . INTRODUÇÃO
O avanço genético obtido em frangos de corte tem permitido melhorar a
eficiência alimentar, exigindo, assim, maiores estudos em nutrição, manejo,
ambiência e sanidade, para que se possa obter um produto final de alta
qualidade e de maneira economicamente viável. Nesse sentido pesquisas têm
sido desenvolvidas para determinar as exigências nutricionais de aves em
diferentes idades, sexo e linhagens, com o objetivo de proporcionar aos
animais a máxima expressão de seu potencial genético, com menores custos e
produção de resíduos menos nocivos ao ambiente.
O zinco desempenha nos seres vivos diferentes funções metabólicas,
chegando a ser considerado o metal mais amplamente usado nos processos
metabólicos, tendo em vista que mais de 300 enzimas requerem o zinco em
suas estruturas.
15
A deficiência de zinco em aves não é severa. Contudo, quando ela é
moderada, há redução nas taxas de crescimento, na eficiência alimentar na
produção de ovos; como também ocorre alteração da cor das cristas das aves
e atraso no início da postura dos ovos.
No entanto, existe variação na exigência nutricional deste mineral para
frangos de corte segundo o NRC (1994), é de 40 ppm e segundo Rostagno et
al. (2000) é de 60 ppm.
O objetivo do presente trabalho foi determinar a exigência nutricional de
zinco para frangos de corte, machos e fêmeas, no período de 8 a 21 dias de
idade.
16
2 . MATERIAL E MÉTODOS
O presente trabalho foi realizado no setor de avicultura do Departamento
de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa (UFV), no período de 06 a 20
de maio de 2002.
Foram utilizados 384 pintos de corte, da linhagem Avian Farms, sendo
192 machos e 192 fêmeas, distribuídos em 48 boxes de uma bateria metálica
ao 8º dia de idade, permanecendo nesta instalação até o 21º dia de idade.
Adotou-se um esquema fatorial 6x2, sendo 6 níveis de zinco e 2 sexos
(macho e fêmea) em um delineamento inteiramente casualizado com 4
repetições e 8 aves por unidade experimental .
As aves foram criadas de acordo com as recomendações de manejo
descrita por Gomes (1996).
O programa de luz adotado foi o contínuo, com 24 horas de luz (natural
+ artificial), durante todo o período experimental. A temperatura no interior da
instalação foi aferida diariamente em dois horários distintos (07:00 e 18:00
horas) por termômetros de máxima, mínima, bulbo seco e bulbo úmido durante
todo o ensaio experimental (Tabela 1).
17
Tabela 1 – Valores médios da temperatura (T) e umidade relativa do ar (UR) no
interior das instalações no período de 8 a 21 dias de idade das
aves.
T (ºC) e UR (%) 07:00 horas 18:00 horas
Média geral
T. máxima 26,5 26,0 26,2
T. mínima 22,6 22,8 22,7
T. máxima absoluta 27,9 27,5 -
T. mínima absoluta 25,1 25,3 -
UR do ar 74,4 76,9 75,7
Determinou-se os valores de proteína bruta (PB), de cálcio (Ca), de
fósforo (P) e de zinco (Zn) dos ingredientes das dietas experimentais (Tabela
2). O óxido de Zinco (ZnO) utilizado continha 73,0% de zinco.
Foram coletadas amostras diárias da água fornecida aos animais que
indicou somente traços do mineral estudado (0,001ppm).
Tabela 2 - Teores de proteína bruta, de cálcio, de fósforo e de zinco dos
ingredientes utilizados nas dietas experimentais*
Ingredientes PB (%) Ca(%) P(%) Zn(ppm)
Farelo de glúten de milho 58,56 0,081 0,49 12,38
Milho moído 7,33 0,028 0,26 15,48
Farelo de soja 45,11 0,42 0,62 40,16
Farinha de Milho 11,01 0,006 0,10 2,14
Açúcar 0,09 - - 0,19
Concentr. protéico de soja 65,72 1,58 1,02 25,16
Calcário - 34,69 - 8,69
Fosfato bicálcico - 23,80 18,64 1,55
Sal comum - - - 2,72
*Análises realizadas no laboratório de Nutrição Animal do Departamento de Zootecnia da UFV.
Segundo as recomendações de Rostagno et al. (2000), foi elaborada
uma dieta basal (Tabela 3) para atender as exigências nutricionais das aves,
com exceção do zinco que permaneceu deficiente ao nível de 12,0 ppm.
18
Tabela 3 – Composição da dieta basal
Ingredientes %
Açúcar 5,000
Farelo de soja 10,220
Farelo de glúten milho 10,000
Farinha de milho 45,010
Milho moído 13,343
Óleo vegetal 1,080
Calcário 1,050
Fosfato bicálcico 2,040
Sal 0,510
Mistura vitamínica¹ 0,100
Mistura mineral² 0,100
Antioxidante³ 0,010
Anticoccidiano
4
0,050
Concentrado protéico de soja 10,000
Promotor de crescimento
5
0,002
DL-Metionina (99%) 0,280
L-Lisina HCl (78%) 0,560
L-Treonina (98%) 0,090
Cloreto de Colina (60%) 0,040
L-Triptofano (98%) 0,015
Areia lavada 0,500
Total 100,000
Composição calculada
Proteína Bruta (%) 21,800
Energia Metabolizável (Kcal/kg) 3000,000
Fibra Bruta (%) 1,169
Ácido Linoleico (%) 1,091
Cálcio (%) 0,960
Fósforo Disponível (%) 0,450
Sódio (%) 0,222
Zinco (mg/kg)
12,000
Lisina total (%) 1,263
Metionina total (%) 0,604
Met.+Cist. total (%) 0,897
L-Treonina total (%) 0,795
Triptofano total (%) 0,207
¹Conteúdo/ kg: Vit. A – 12.000.000 U.I; Vit. D3 – 3.600.000 U.I; Vit.B1 – 2.500 mg; Vit. B2 – 8.000 mg ;
Vit. B6 – 5.000 mg ; Ác. Pantotênico – 12.000 mg; Biotina – 200 mg; Vit. K3 – 3.000 mg; Ác. Fólico –
1.500 mg; Ác. Nicotínico – 40.000 mg; Vit. B12 – 20.000 mcg; Selênio – 150 mg; Veículo,q.s.p – 1000 g.
²Conteúdo/ kg: Ferro – 50,0 g; Cobre – 8,5 g; Manganês – 70,0 g; Cobalto – 0,2 g; Iodo – 1,0 g ; Selênio – 0,10 g;
Veículo q.s.p – 1000g
³BHT
4
Coxistac – Salinomicina sódica (12%)
5
Stafac – Virgianimicina (50%)
19
Os tratamentos consistiram dos níveis de suplementação de zinco,
provenientes do óxido de zinco comercial, à dieta basal: 0,0; 25,0; 50,0; 75,0;
100,0 e 125,0 ppm de zinco, resultando num total de 12.0; 37,0; 62,0; 87,0;
112,0; e 137,0 ppm de zinco. As suplementações com os níveis de zinco foram
feitas em substituição à areia lavada, usada como inerte nas dietas
experimentais.
As aves receberam ração e água a vontade, e as pesagens foram
realizadas no início e no final do experimento para averiguação de ganho de
peso, de consumo de ração e de conversão alimentar. No final do experimento
foram abatidas 192 aves com o peso médio do boxe (4 aves por boxe), para a
extração do fígado, da tíbia, e do plasma visando a análise da concentração do
zinco.
O fígado e a tíbia esquerda com as cartilagens adjacentes e livres de
tecido muscular foram levados à estufa de ventilação forçada (65º C) por 72
horas, desengordurados em extrator Soxhlet por 8 horas e triturados em
moinhos de aço inoxidável. Foram pesados em balança analítica e analisado a
concentração de zinco de acordo com a metodologia descrita por Silva (1998)
em espectrofotômetro de absorção atômica, modelo 908, marca GBC.
A fim de garantir que os animais estivessem em um mesmo status
metabólico de zinco no sangue, as aves antes do abate, passaram por um
jejum que obedeceu a seguinte seqüência: uma hora de jejum, seguida por
uma hora de alimentação normal, este procedimento teve como objetivo
fornecer alimento ao mesmo tempo às aves ( para que todas elas enchessem o
papo); em seguida, iniciou-se a retirada dos comedouros das gaiolas com
intervalo de 5 minutos entre cada. Quando o comedouro da última gaiola foi
retirado, iniciou-se o abate que seguiu a mesma seqüência de retirada dos
comedouros e intervalo de tempo citado acima. O sangue foi coletado e
dessorado naturalmente. O soro foi transferido para vidrarias adequadas e
submetido a análise de concentração de zinco de acordo com a metodologia
descrita por Silva (1998) em espectrofotômetro de absorção atômica, modelo
908, marca GBC.
As análises estatísticas dos parâmetros avaliados neste experimento
foram realizadas de acordo com o programa SAEG (Sistema para Análises
Estatísticas e Genéticas), desenvolvido na Universidade Federal de Viçosa, e
20
as estimativas de exigências de zinco foram feitas mediante o uso dos modelos
de regressão.
21
3 . RESULTADOS E DISCUSSÃO
As incidências de anormalidades de pernas e dedos foram raras e
aleatórias, não podendo ser atribuídas a efeitos de tratamento. Estes
resultados discordam daqueles obtidos por McDOWELL (1992) e de
STARCHER et al, (1980), que observaram má formação dos ossos longos, de
forma proporcional ao grau de deficiência de zinco da dieta.
Os resultados de desempenho estão apresentados no tabela 4.
Não houve efeito significativo dos níveis de zinco (P>0,05) sobre o
ganho de peso, o consumo de ração e a conversão alimentar das aves. Tais
resultados foram semelhantes aos de LEESON & SUMMERS (1982), que
trabalharam com 5 níveis de zinco (50, 100, 200, 400 e 800 ppm) em dietas
para frangos de corte, e verificaram que aos 21 dias de idade não houve efeitos
significativos das dietas sobre a taxa de crescimento e de conversão alimentar.
Não houve efeito de sexo (P>0,01), sobre o consumo de ração, o ganho
de peso e a conversão alimentar.
Não ocorreu interação entre sexo e níveis de zinco (P>0,05), mostrando
que estes fatores agem de forma independente sobre as variáveis de
desempenho.
22
Tabela 4 - Valores médios das variáveis ganho de peso (GP), consumo de
ração (CR) e conversão alimentar (CA) de pintos de corte de 8 a
21 dias de idade, machos (M) e fêmeas (F), submetidos a dietas
com diferentes níveis de zinco.
Níveis de zinco
(ppm)
Sexo GP
(g/ave)
CR
(g/ave)
CA
12,0 M 570,0 805,2 1,41
37,0 M 545,0 762,3 1,40
62,0 M 547,0 768,9 1,40
87,0 M 543,0 768,2 1,42
112,0 M 540,0 774,5 1,43
137,0 M 563,0 749,2 1,33
Médias 551,33 771,38 1,39
12,0 F 571,0 785,0 1,38
37,0 F 556,0 764,7 1,38
62,0 F 532,0 743,0 1,40
87,0 F 555,0 759,3 1,34
112,0 F 559,0 777,4 1,39
137,0 F 565,0 793,9 1,40
Médias 556,33 770,5 1,38
Níveis de zinco ns ns ns
Sexo ns ns ns
Sexo x Níveis ns ns ns
Coeficiente de Variação (%) 5,30 6,20 6,10
* P(>0,05), pelo teste F.
Os resultados de concentração de zinco no osso, no fígado e no soro,
estão apresentados na tabela 5.
23
Houve efeito (P<0,01) dos níveis de zinco em relação a concentração de
zinco no osso e no soro. Estes resultados estão de acordo com aqueles obtidos
por TEIXEIRA (1994), que trabalhando com frangos na fase de crescimento,
alimentados com dietas contendo níveis subótimos de zinco, verificou redução
desse mineral nos ossos. McDOWELL (1992) afirma que as reservas que estão
prontamente disponíveis são pequenas, e que uma mudança para uma dieta
com níveis baixos de zinco, provoca decréscimo na concentração de zinco no
soro num período máximo de 24 horas.
Observou-se efeito de sexo onde as fêmeas tiveram 1,52% a mais de
zinco no osso do que os machos (P<0,05).
Houve interação entre sexo e níveis de zinco (P<0,01), para a variável
concentração de zinco no osso, e foi feito o desdobramento da interação,
mostrando que este fator atua de forma dependente sobre este parâmetro
(sexo).
24
Tabela 5 - Valores médios das variáveis concentração de zinco no osso (ZnO),
concentração de zinco no fígado (ZnF) e concentração de zinco no
soro (ZnS) de pintos de corte aos 21 dias de idade, machos (M) e
fêmeas (F), submetidos a dietas com diferentes níveis de zinco.
Níveis de zinco
(ppm)
Sexo ZnO
(ppm)
ZnF
(ppm)
ZnS
(ppm)
12,0 M 99,71 61,70 1,62
37,0 M 145,80 60,00 1,84
62,0 M 178,72 59,48 1,96
87,0 M 159,64 57,40 1,99
112,0 M 165,70 56,70 2,53
137,0 M 143,65 56,86 2,03
Médias 148,87 58,69 1,99
12,0 F 103,37 55,74 1 53
37,0 F 168,15 56,71 1,97
62,0 F 154,76 62,08 1,91
87,0 F 176,64 58,71 2,06
112,0 F 153,68 62,66 2,28
137,0 F 150,20 54,94 2,06
Médias 151,13 58,47 1,97
Níveis de zinco ** ns **
Sexo * ns ns
Sexo x Níveis ** ns ns
Coeficiente de Variação (%) 2,40 9,90 16,7
** (P<0,01); *P(<0,05); ns P(>0,05), pelo teste F.
25
As estimativas de exigência de zinco estão apresentadas na tabela 6 e
nas figuras 1, 2 e 3.
As exigências em zinco obtidos por meio da variável zinco no osso foram
de 86,12 ppm para os machos e de 85,70 ppm para as fêmeas (tabela 6 e
figura 1 e 2).
No soro, como não houve interação (P>0,05) entre sexo e níveis de
zinco, o valor da exigência de zinco para ambos os sexos é de 113,55 ppm,
(tabela 6 e figura 3). Segundo LOWE et al (1991), o nível de zinco no soro
sangüíneo é freqüentemente utilizado para avaliar o estatus de zinco do
organismo, mas o animal em estado de estresse pode provocar queda na
concentração de zinco do soro, não associada à deficiência de zinco na dieta,
concluindo que este não é um bom parâmetro para medir a exigência de zinco,
uma vez que não é influenciado apenas pelo aporte da dieta.
A tíbia de aves tem sido amplamente usada em experimentos para
determinar as exigências nutricionais e biodisponibilidade de minerais de fontes
orgânicas FIALHO, (1991) e inorgânicas (LEDOUX et al. 1989; WEDEKIND &
BAKER, 1990; LEDOUX et al. 1991 e NOBRE et aI. 1993). Portanto,
considerando a importância do zinco no desenvolvimento ósseo, a variável
concentração de zinco no osso (tíbia) utilizada para estimar a exigência desse
mineral é viável, embora vários autores (Rostagno et al.,1988; Abreu, 1989;
Gomes et al., 1994; Lima, 1995 e Brugalli, 1996) trabalhando com minerais
para frangos de corte, perceberam que a exigência para maximizar parâmetros
ósseos é maior que para otimizar valores de desempenho.
A deposição de minerais na tíbia como resposta à suplementação na
dieta é um parâmetro bastante usado e sua sensibilidade tem superado a de
avaliações feitas em outros órgãos e tecidos, como fígado, rins, pâncreas e
sangue (FIALHO, 1991; BERTECHINI et al. 1992
a e NOBRE et al.1993).
Conciderou-se, portanto, a variável zinco no osso para estimar os
valores de exigência de zinco para frangos de corte de 8 a 21 dias de idade
como sendo: 86,12 ppm para os machos e 85,70 ppm para as fêmeas. Estes
resultados são semelhantes ao citado por Rostagno et al. (2000), que
recomendam níveis de 60 ppm de zinco suplementar como sendo a exigência
para maximizar o ganho de peso de frangos de corte nas diferentes fases de
26
criação, e por BERTECHINI et al. (1992
a), que estimaram em 60 ppm a
exigência de zinco suplementar para frangos de corte.
27
Tabela 6 – Valores de exigência, coeficientes de determinação (R²), soma de
quadrado dos desvios (SQD) e equação de regressão ajustadas
para as variáveis ganho de peso (GP), consumo de ração (CR),
conversão alimentar (CA), concentração de zinco no osso (ZnO),
concentração de zinco no fígado (ZnF) e concentração de zinco no
soro (ZnS) em função dos níveis de zinco, para pintos de corte de 8
a 21 dias de idade estimadas pelo modelo quadrático.
Modelo Quadrático
Variáveis Exigência SQD
GP(g/ave)
Y
ˆ
=554,00
- - -
CR(g/ave)
Y
ˆ
=770,97
- - -
CA(g/g)
Y
ˆ
=1,39
- - -
ZnO macho
(ppm)
Y
ˆ
=78,98+2,2055**N-0,012805**N²
86,12 0,90 384,81
ZnO fêmea
(ppm)
Y
ˆ
=92,60+1,8591**N-0,010846**
85,70 0,73 880,75
ZnF(ppm)
Y
ˆ
=58,58
- - -
ZnS(ppm)
Y
ˆ
=1,4322+0,0131**N-0,00005764*N²
113,55 0,76 0,087
** (P<0,01) e * (P<0,05) pelo teste t.
28
0
50
100
150
200
0 25 50 75 100 125 150
Zn da dieta (ppm)
Zn no osso (ppm)
Figura 1- Efeitos dos níveis de zinco na dieta sobre a concentração de zinco no
osso (tíbia) de frangos de corte machos aos 21 dias de idade.
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
0 25 50 75 100 125 150
Zn da dieta (ppm)
ZnO no osso (ppm)
Figura 2- Efeitos dos níveis de zinco na dieta sobre a concentração de zinco no
osso (tíbia) de frangos de corte fêmeas aos 21 dias de idade.
Y
ˆ
=78,98+2,2055**N-0,012805**N²
R²=0,90
86,12
Y
ˆ
=92,60+1,8591**N-0,010846**N²
R²=0,73
85,70
29
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
0 25 50 75 100 125 150
Zn da dieta (ppm)
Zn no soro (ppm)
Figura 3- Efeitos dos níveis de zinco na dieta sobre a concentração de zinco no
soro de frangos de corte aos 21 dias de idade.
Y
ˆ
=1,4322=0,0131**N-0,00005764*N²
R²=0,76
113
,
55
30
4 . RESUMO E CONCLUSÕES
Foram utilizados 384 pintos de corte da linhagem Avian Farms, sendo a
metade machos e metade fêmeas, no período de 8 a 21 dias de idade. Adotou-
se um esquema fatorial 6x2, sendo 6 níveis de zinco e 2 sexos (macho e
fêmea) no delineamento inteiramente casualizado com 4 repetições e 8 aves
por unidade experimental. Os tratamentos consistiram de uma dieta basal
deficiente em zinco (12,0 ppm), suplementada com zinco, proveniente do Óxido
de Zinco: 0,0; 25,0; 50,0 ;75,0; 100,0 e 125,0 ppm. Foram avaliados o ganho
de peso, o consumo de ração, a conversão alimentar, a concentração de zinco
no osso, no fígado e no soro. As exigências de zinco foram estimadas pelos
modelos de regressão quadrática. Considerou-se a variável zinco no osso para
estimar os valores de exigência de zinco para frangos de corte de 8 a 21 dias
de idade como sendo 86,12 ppm para os machos e 85,70 ppm para as fêmeas.
31
CAPÍTULO 2
EXIGÊNCIA NUTRICIONAL DE ZINCO PARA FRANGOS DE
CORTE DE 22 A 42 DIAS DE IDADE
1 . INTRODUÇÃO
A avicultura brasileira, principalmente a de corte, vem se destacando
mundialmente, pela sua competitividade. Essa posição de destaque pode ser
atribuída aos avanços tecnológicos aplicados ao setor, principalmente nas
áreas de melhoramento genético, manejo, sanidade e nutrição.
Considerando o alto custo de alimentação e o grande volume de
resíduos gerados por esta produção, muitas pesquisas têm sido desenvolvidas
para estimar a real necessidade nutricional das aves, possibilitando maior
eficiência produtiva e menor contaminação ambiental. O uso de minerais em
níveis inadequados nas rações pode elevar os custos de produção, além de
provocarem o desequilíbrio do ambiente pelo excesso eliminado nas fezes.
O zinco desempenha papel importante, principalmente na formação
esquelética das aves,sendo, portanto, importante conhecer os reais valores de
sua exigência, visando maior eficiência de produção.
32
A exigência nutricional de zinco suplementar para frangos de corte
segundo o NRC (1994), é de 40 ppm e segundo Rostagno et al. (2000) é de 60
ppm.
O objetivo do presente trabalho foi estabelecer a exigência nutricional de
zinco para frangos de corte, machos e fêmeas, no período de 22 a 42 dias de
idade.
33
2 . MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi realizado no setor de avicultura do Departamento de
Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa (UFV), no período de 27 de maio
a 17 de junho de 2002. Foram utilizados 288 frangos de corte de vinte e dois
dias de idade, da linhagem Avian Farms sendo 144 machos e 144 fêmeas. As
aves foram distribuídas em 48 boxes de uma bateria metálica durante o
período de 22 a 42 dias de idade em um esquema fatorial 6x2, sendo 6 níveis
de zinco e 2 sexos (macho e fêmea) no delineamento inteiramente casualizado
com 4 repetições e 6 aves por unidade experimental .
As aves foram criadas segundo as recomendações de manejo descrita
por Gomes (1996) e o programa de luz adotado foi o contínuo, com 24 horas
de Luz (natural + artificial), durante todo o período experimental.
Durante toda a fase experimental a temperatura no interior da instalação
foi aferida diariamente em dois horários distintos (07:00 e 18:00 horas) por
termômetros de máxima, mínima, bulbo seco e bulbo úmido (Tabela 1).
34
Tabela 1 – Valores médios da temperatura (T) e umidade relativa do ar (UR)
no interior das instalações no período de 22 a 42 dias de idade
das aves.
T(ºC) e UR (%) 07:00 horas 18:00 horas
Média geral
T. máxima 27,0 28,5 27,7
T. mínima 21,4 23,0 22,2
T. máxima absoluta 30,0 30,0 -
T. mínima absoluta 18,0 18,0 -
UR do ar 80,0 72,0 76,0
Foi determinado o teor de proteína bruta (PB), de cálcio (Ca), de fósforo
(P) e de zinco (Zn) nos ingredientes das dietas experimentais (Tabela 2), bem
como do óxido de zinco comercial utilizado (ZnO), que continha 73% de zinco.
Foram coletadas amostras diárias da água fornecida aos animais que
indicou somente traços do mineral estudado (0,001ppm).
Tabela 2 - Teores de proteína bruta, de cálcio, de fósforo e de zinco dos
ingredientes utilizados nas dietas experimentais*
Ingredientes PB (%) Ca(%) P(%) Zn(ppm)
Farelo de glúten de milho 58,56 0,081 0,49 12,38
Milho moído 7,33 0,028 0,26 15,48
Farelo de soja 45,11 0,42 0,62 40,16
Farinha de Milho 11,01 0,006 0,10 2,14
Açúcar 0,09 - - 0,19
Concentr. protéico de soja 65,72 1,58 1,02 25,16
Calcário - 34,69 - 8,69
Fosfato bicálcico - 23,80 18,64 1,55
Sal comum - - - 2,72
*Análises realizadas no laboratório de Nutrição Animal do Departamento de Zootecnia da UFV.
Segundo as recomendações de Rostagno et al. (2000), foi elaborada
uma dieta basal (Tabela 3) atendendo as exigências nutricionais das aves com
exceção do zinco que permaneceu deficiente ao nível de 13,0 ppm.
35
Tabela 3 – Composição da dieta basal
Ingredientes %
Açúcar 5,000
Farelo de soja 4,620
Fosfato bicálcico 1,800
Farelo de glúten milho 10,000
Farinha de milho 22,940
Milho moído 42,586
Óleo vegetal 0,080
Concentrado protéico de soja 10,000
Calcário 1,020
Sal 0,425
Mistura vitamínica¹ 0,100
Mistura mineral² 0,100
Antioxidante³ 0,010
Anticoccidiano
4
0,050
Promotor de crescimento
5
0,002
DL-Metionina (99%) 0,170
L-Lisina HCl (78%) 0,530
L- Treonina (98%) 0,002
Cloreto de Colina (60%) 0,034
L- Triptofano (98%) 0,031
Areia lavada 0,500
Total 100,000
Composição calculada
Proteína Bruta (%) 19,800
Energia Metabolizável (Kcal/kg) 3100,000
Fibra Bruta (%) 1,407
Ácido Linoleico (%) 1,067
Cálcio (%) 0,874
Fósforo Disponível (%) 0,406
Sódio (%) 0,192
Zinco (mg/kg)
13,000
Lisina total (%) 1,156
Metionina total (%) 0,508
Met.+Cist. total (%) 0,825
L-Treonina total (%) 0,701
Triptofano total (%) 0,202
¹Conteúdo/ kg: Vit. A – 12.000.000 U.I; Vit. D3 – 3.600.000 U.I; Vit.B1 – 2.500 mg; Vit. B2 – 8.000 mg ;
Vit. B6 – 5.000 mg ; Ác. Pantotênico – 12.000 mg; Biotina – 200 mg; Vit. K3 – 3.000 mg; Ác. Fólico –
1.500 mg; Ác. Nicotínico – 40.000 mg; Vit. B12 – 20.000 mcg; Selênio – 150 mg; Veículo,q.s.p – 1000 g.
²Conteúdo/ kg: Ferro – 50,0 g; Cobre – 8,5 g; Manganês – 70,0 g; Cobalto – 0,2 g; Iodo – 1,0 g ; Selênio – 0,10 g;
Veículo q.s.p – 1000 g
³BHT
4
Coxistac – Salinomicina sódica (12%)
5
Stafac – Virgianimicina (50%)
36
Os tratamentos consistiram dos níveis de suplementação de zinco,
provenientes do óxido de zinco: 0,0; 25,0; 50,0; 75,0; 100,0 e 125,0 ppm de
zinco, resultando num total de 13.0; 38,0; 63,0; 88,0; 113,0; e 138,0 ppm de
zinco na dieta. As suplementações com os níveis de zinco foram feitas em
substituição à areia lavada, usada como inerte nas dietas experimentais.
Durante todo o ensaio experimental as aves receberam ração e água à
vontade, e as pesagens foram realizadas no início e final do experimento para
averiguação de ganho de peso, consumo de ração e conversão alimentar. No
final do experimento foram abatidas 144 aves com o peso médio do boxe (3
aves por boxe), para a extração do fígado, da tíbia e do sangue, visando a
análise da concentração de zinco .
Após retirados, o fígado e a tíbia esquerda com as cartilagens
adjacentes e livres de tecido muscular, foram levadas à estufa de ventilação
forçada (65º C) por 72 horas, desengordurados em extrator Soxhlet por 8 horas
e triturados em moinhos de aço inoxidável. Foram pesados em balança
analítica e analisado a concentração de zinco de acordo com a metodologia
descrita por Silva (1998) em espectrofotômetro de absorção atômica, modelo
908, marca GBC.
A fim de garantir que os animais estivessem com mesmo status
metabólico de zinco no sangue, as aves antes do abate, passaram por um
período de jejum que obedeceu a seguinte seqüência: uma hora de jejum,
seguida por uma hora de alimentação normal, este procedimento teve como
objetivo fornecer alimento ao mesmo tempo às aves (para que todas elas
enchessem o papo); em seguida, iniciou-se a retirada dos comedouros das
gaiolas com intervalo de 5 minutos entre cada. Quando o comedouro da ultima
gaiola foi retirado, iniciou-se o abate que seguiu a mesma seqüência de
retirada dos comedouros e intervalo de tempo citado acima. O sangue foi
coletado e dessorado naturalmente, o soro então foi transferido para vidrarias
adequadas e submetido a análise de concentração de zinco de acordo com a
metodologia descrita por Silva (1998) em espectrofotômetro de absorção
atômica, modelo 908, marca GBC.
As análises estatísticas dos parâmetros avaliados neste experimento
foram realizadas de acordo com o programa SAEG (Sistema para Análises
Estatísticas e Genéticas), desenvolvido na Universidade Federal de Viçosa, e
37
as estimativas de exigência de zinco foram feitas mediante o uso do modelo de
regressão.
38
3 . RESULTADO E DISCUSSÃO
Anormalidades nas pernas e nos dedos, dos frangos foram raras e
presentes em todos os tratamentos não podendo ser atribuídas a efeitos dos
níveis de zinco das dietas.
Os resultados de desempenho estão apresentados na tabela 4.
Não houve efeito significativo dos níveis de zinco (P>0,05) sobre o
ganho de peso, o consumo de ração e a conversão alimentar, concordando
com os resultados obtidos por LEESON & SUMMERS (1982), BERTECHINI et
al.(1992a), NOBRE et al.(1993) e UNDERWOOD (1977).
No entanto, houve efeito de sexo (P<0,01) onde os machos consumiram
7,37% a mais de ração, ganharam 13,72% a mais de peso e apresentaram
conversão alimentar 6,14% melhor que as fêmeas. Estes resultados estão de
acordo com aqueles obtidos por TEIXEIRA (1994), que verificaram que os
machos apresentaram melhor desempenho que as fêmeas, quando receberam
dietas com diferentes níveis suplementar de zinco.
Não se observou efeito da interação entre sexo e níveis de zinco na
dieta (P>0,05), mostrando que estes fatores agem de forma independente
sobre as variáveis de desempenho.
39
Tabela 4 - Valores médios das variáveis ganho de peso (GP), consumo de
ração (CR) e conversão alimentar (CA) de frangos de corte de 22 a
42 dias de idade, machos (M) e fêmeas (F), submetidos a dietas
com diferentes níveis de zinco.
Níveis de zinco
(ppm)
Sexo GP
(g/ave)
CR
(g/ave)
CA
13,0 M 1694,6 3049,0 1,80
38,0 M 1630,2 2939,0 1,80
63,0 M 1626,3 2928,0 1,80
88,0 M 1615,9 2906,0 1,80
113,0 M 1738,1 3061,0 1,76
138,0 M 1697,3 3069,0 1,81
Média 1667,1 a 2991,9 a 1,79 b
13,0 F 1503,7 2828,0 1,88
38,0 F 1458,2 2781,0 1,91
63,0 F 1457,0 2803,0 1,92
88,0 F 1457,7 2766,0 1,90
113,0 F 1448,7 2758,0 1,90
138,0 F 1470,7 2783,0 1,89
Média 1466,0 b 2786,5 b 1,90 a
Níveis de zinco ns ns ns
Sexo ** ** **
Sexo x Níveis de zinco ns ns ns
Coeficiente de Variação (%) 4,71 3,38 2,34
** (P<0,01); ns P(>0,05), pelo teste F.
As médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade
pelo teste F.
40
Os resultados de concentração de zinco no osso no fígado e no soro
estão apresentados no tabela 5.
Houve efeito dos níveis de zinco sobre a concentração de zinco no soro
(P<0,01). McDOWELL, (1992) afirma que as reservas de zinco que são
prontamente disponíveis são pequenas e que mudanças para dietas com níveis
baixos de zinco, provocam decréscimo na concentração de zinco no soro.
Houve efeito dos níveis de zinco sobre concentração de zinco no osso
(P<0,01), resultados semelhantes foram obtidos por TEIXEIRA (1994).
Não houve efeito significativo (P>0,05) dos níveis de zinco sobre a
concentração de zinco no fígado. Assim sendo, os resultados mostraram que o
zinco, dentro dos níveis estudados, não interferiu na concentração de zinco no
fígado NOBRE et al.(1993), também não encontraram diferença significativa da
concentração de zinco no fígado, concluindo que este órgão é pouco sensível a
uma variação de zinco na dieta.
Observou-se efeito de sexo (P<0,01) sobre a concentração de zinco no
osso onde os machos depositaram 10,87% a mais de zinco que as fêmeas.
Foi observado efeito de interação entre sexo e níveis de zinco na dieta
(P<0,01), somente para o fator concentração de zinco no osso, indicando que
este fator atua de forma dependente sobre esta variável.
41
Tabela 5 - Valores médios das variáveis concentração de zinco no osso (ZnO),
fígado (ZnF) e soro (ZnS), de frangos de corte aos 42 dias de
idade, machos (M) e fêmeas (F), submetidos a dietas com
diferentes níveis de zinco.
Níveis de zinco
(ppm)
Sexo ZnO
(ppm)
ZnF
(ppm)
ZnS
(ppm)
13,0 M 151,72 78,80 1,75
38,0 M 167,93 73,38 2,06
63,0 M 180,91 72,90 2,37
88,0 M 172,46 73,58 2,50
113,0 M 165,69 66,91 2,40
138,0 M 166,70 77,18 2,18
Média 167,56 a 73,79 2,21
13,0 F 103,37 78,82 1,63
38,0 F 168,15 78,27 2,50
63,0 F 154,77 76,57 2,50
88,0 F 176,64 76,49 2,44
113,0 F 153,68 72,40 2,69
138,0 F 150,20 83,73 2,62
Média 151,13 b 77,71 2,40
Níveis de zinco ** ns **
Sexo ** ns ns
Sexo x Níveis de zinco ** ns ns
Coeficiente de Variação (%) 3,40 4,00 15,00
** (P<0,01); ns P(>0,05), pelo teste F.
As médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade
pelo teste F.
42
As estimativas de exigência de zinco estão apresentadas na tabela 6 e
nas figuras 1, 2 e 3.
Os valores de exigência em zinco obtidos através da variável zinco no
osso foram de 82,20 ppm para os machos e de 85,70 ppm para as fêmeas,
(tabela 6 e figura 1 e 2).
Houve efeito dos níveis de zinco na dieta sobre a concentração de zinco
no soro, sendo que para esta variável a exigência de zinco (P>0,05) foi de
96,65 ppm. LOWE et al (1991), observaram em seu trabalho, que as aves em
estado de estresse podem provocar queda no nível de zinco do soro, não
associada à deficiência de zinco na dieta, concluindo que este não é um bom
parâmetro para medir a exigência de zinco, (tabela 6 e figura 3). Vários autores
tem utilizado a tíbia de aves em seus experimentos para determinar as
exigências nutricionais e a biodisponibilidade de minerais de fontes orgânicas
FIALHO, (1991) e inorgânicas LEDOUX et al, (1989); WEDEKIND & BAKER,
(1990); LEDOUX et al, (1991) e NOBRE et aI, (1993).
O teor de zinco no soro sangüíneo é utilizado como parâmetro para
avaliar o status de zinco no organismo. Contudo, a literatura recente tem
mostrado que os pesquisadores têm evitado a sua utilização, por falta de uma
técnica adequada. KING (1990), propõe uma técnica comprovadamente
satisfatória na qual são medidos simultaneamente os teores de zinco e de
metalotioneína no plasma, estes parâmetros analisados simultaneamente se
tornaram, talvez, bastante úteis nas pesquisas com zinco. Conclui-se portanto,
que a exigência de zinco para frangos de corte é de 82,20 ppm para os
machos e de 85,70 ppm para as fêmeas de 22 a 42 dias de idade,
considerando a variável zinco no osso.
43
Tabela 6 – Valores de exigência, coeficientes de determinação, soma de
quadrado dos desvios (SQD) e equação de regressão ajustadas
para as variáveis ganho de peso (GP), consumo de ração (CR),
conversão alimentar (CA), concentração de zinco no osso
(ZnO), concentração de zinco no fígado (ZnF) e concentração
de zinco no soro (ZnS) em função dos níveis de zinco, para
frangos de corte de 22 a 42 dias de idade estimadas pelo
modelo quadrático.
Modelo Quadrático
Variáveis Equações Ajustadas Exigência SQD
GP(g/ave)
Y
ˆ
= 1566,55
- - -
CR(g/ave)
Y
ˆ
= 2889,20
- - -
CA(g/g)
Y
ˆ
= 1,84
- - -
ZnO macho
(ppm)
Y
ˆ
= 145,978+0,7280**N-0,004428** N²
82,20 0,74 120,42
ZnO fêmea
(ppm)
Y
ˆ
= 92,60+1,8591**N-0,010846** N²
85,70 0,73 880,75
ZnF(ppm)
Y
ˆ
=75,75
- - -
ZnS (ppm)
Y
ˆ
=1,50388+0,022016**N-0,0001139**N²
96,65 0,95 0,0266
** (P<0,01) e pelo teste t.
44
120
140
160
180
200
0 25 50 75 100 125 150
Zn da dieta (ppm)
Zn no osso (ppm)
Figura 1- Efeitos dos níveis de zinco na dieta sobre a concentração de zinco no
osso (tíbia) de frangos de corte machos aos 42 dias de idade.
0
50
100
150
200
0 25 50 75 100 125 150
Zn da dieta (ppm)
Zn no osso (ppm)
Figura 2- Efeitos dos níveis de zinco na dieta sobre a concentração de zinco no
osso (tíbia) de frangos de corte fêmeas aos 42 dias de idade.
Y
ˆ
= 145,978+0,7280**N-0,004428** N²
R²=0,74
82
20
Y
ˆ
= 92,60+1,8591**N-0,010846** N²
R²=0,73
85
70
0
45
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
0 25 50 75 100 125 150
Zn da dieta (ppm)
Zn no soro (ppm)
Figura 3- Efeitos dos níveis de zinco na dieta sobre a concentração de zinco no
soro de frangos de corte aos 42 dias de idade.
Y
ˆ
=1,50388+0,022016**N-0,0001139**N²
R²=0,95
96,65
46
4 . RESUMO E CONCLUSÕES
Foram utilizados 288 frangos de corte da linhagem Avian Farms, sendo
a metade machos e metade fêmeas, no período de 22 a 42 dias de idade.
Adotou-se um esquema fatorial 6x2, sendo 6 níveis de zinco e 2 sexos (macho
e fêmea) no delineamento inteiramente casualizado com 4 repetições e 6 aves
por unidade experimental. Os tratamentos consistiram de uma dieta basal
deficiente em zinco (13,0ppm), suplementada com zinco, proveniente do óxido
de zinco: 0,0; 25,0; 50,0; 75,0; 100,0 e 125,0 ppm. As variáveis avaliadas foram
ganho de peso, consumo de ração, conversão alimentar, concentração de
zinco no fígado, concentração de zinco no osso e concentração de zinco no
soro. As exigências em zinco foram estimadas utilizando os modelos de
regressão quadrática. Portanto, nas condições em que o experimento foi
conduzido, conclui-se que as exigência de zinco pelas aves foram de 82,20
ppm para machos e de 85,70 ppm para fêmeas de 22 a 42 dias de idade.
47
CAPÍTULO 3
EXIGÊNCIA NUTRICIONAL DE ZINCO PARA FRANGOS DE
CORTE DE 43 A 54 DIAS DE IDADE
1 . INTRODUÇÃO
A criação de frango de corte é um dos seguimentos da avicultura que
mais se desenvolveu nos últimos anos e pesquisas têm sido realizadas com a
finalidade de estimar novos valores de exigências nutricionais, permitindo aos
nutricionistas elaborar dietas mais eficientes. A busca constante da
determinação dos nutrientes requeridos pelas aves nas diferentes fases de
criação, permite uma redução nos custos de produção.
É relatado na literatura que os requerimentos nutricionais das aves são
distintos, dependendo da fase de criação estudada. Com os minerais não têm
sido diferente, ocorrendo normalmente uma redução da necessidade de
minerais com o avanço da idade dos frangos de corte. Esta tendência justifica
estudos para determinar o que realmente é necessário ao melhor
desenvolvimento animal, evitando contaminação excessiva do ambiente e
custos adicionais com suplementação mineral inadequada.
48
O zinco participa de funções importantes no organismo animal, sua
deficiência pode acarretar vários problemas, principalmente na formação
óssea, podendo provocar anormalidades de pernas e dedos.
A exigência nutricional de zinco suplementar para frangos de corte
segundo o NRC (1994), é de 40 ppm e segundo Rostagno et al. (2000) é de 60
ppm.
O objetivo do presente trabalho foi estabelecer a exigência nutricional de
zinco para frangos de corte, machos e fêmeas, no período de 43 a 54 dias de
idade.
49
2 . MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido na seção de avicultura do Departamento de
Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa (UFV), no período de 01 a 13 de
julho de 2002.
Foram utilizados 192 frangos de corte de quarenta e três dias de idade,
da linhagem Avian Farms, sendo 96 machos e 96 fêmeas, que foram
distribuídos em 48 boxes de uma bateria metálica durante o período de 43 a 54
dias de idade num esquema fatorial 6x2, sendo 6 níveis de zinco e 2 sexos
(macho e fêmea) no delineamento inteiramente casualizado com 4 repetições
e 4 aves por unidade experimental .
As aves foram criadas de acordo com as recomendações de manejo
descrita por Gomes (1996) e o programa de luz adotado foi o contínuo, com 24
horas de Luz (natural + artificial), durante todo o período experimental. A
temperatura no interior da instalação foi aferida diariamente em dois horários
distintos (07:00 e 18:00 horas) por termômetros de máxima, mínima, bulbo
seco e bulbo úmido durante todo o ensaio experimental (Tabela 1).
50
Tabela 1 – Valores médios da temperatura (T) e umidade relativa do ar (UR)
no interior das instalações no período de 43 a 54 dias de idade
das aves.
T (ºC) e UR (%) 07:00 horas 18:00 horas
Média geral
T. máxima 26,4 26,7 26,5
T. mínima 19,3 21,1 20,2
T. máxima absoluta 27,0 27,0 -
T. mínima absoluta 18,0 19,0 -
UR do ar 83,5 71,8 77,6
Foi determinado o teor de proteína bruta (PB), de cálcio (Ca), de fósforo
(P) e de zinco (Zn) nos ingredientes das dietas experimentais (Tabela 2), bem
como do óxido de zinco comercial utilizado (ZnO), que continha 73% de zinco.
Foram coletadas amostras diárias da água fornecida aos animais que
indicou somente traços do mineral estudado (0,001ppm).
Tabela 2 - Teores de proteína bruta, de cálcio, de fósforo e de zinco dos
ingredientes utilizados nas dietas experimentais*
Ingredientes PB (%) Ca(%) P(%) Zn(ppm)
Farelo de glúten de milho 58,56 0,081 0,49 12,38
Milho moído 7,33 0,028 0,26 15,48
Farelo de soja 45,11 0,42 0,62 40,16
Farinha de Milho 11,01 0,006 0,10 2,14
Açúcar 0,09 - - 0,19
Concentr. protéico de soja 65,72 1,58 1,02 25,16
Calcário - 34,69 - 8,69
Fosfato bicálcico - 23,80 18,64 1,55
Sal comum - - - 2,72
*Análises realizadas no laboratório de Nutrição Animal do Departamento de Zootecnia da UFV.
Segundo as recomendações de Rostagno et al. (2000), foi elaborada
uma dieta basal (Tabela 3) atendendo as exigências nutricionais das aves com
exceção do zinco que permaneceu deficiente ao nível de 12,0 ppm.
51
Tabela 3 – Composição da dieta basal
Ingredientes %
Açúcar 5,000
Farelo de soja 5,180
Fosfato bicálcico 1,610
Farelo de glúten milho 7,690
Farinha de milho 30,500
Milho moído 34,657
Óleo vegetal 2,590
Concentrado protéico de soja 10,000
Calcário 0,950
Sal 0,430
Mistura vitamínica¹ 0,100
Mistura mineral² 0,100
Antioxidante³ 0,010
Anticoccidiano
4
0,050
Promotor de crescimento
5
0,002
DL-Metionina (99%) 0,170
L-Lisina HCl (78%) 0,413
Cloreto de Colina (60%) 0,030
L- Triptofano (98%) 0,018
Areia lavada 0,500
Total 100,000
Composição calculada
Proteína Bruta (%) 18,500
Energia Metabolizável (Kcal/kg) 3200,000
Fibra Bruta (%) 1,262
Ácido Linoleico (%) 2,238
Cálcio (%) 0,800
Fósforo Disponível (%) 0,365
Sódio (%) 0,192
Zinco (mg/kg)
12,000
Lisina total (%) 1,040
Metionina total (%) 0,462
Met.+Cist. total (%) 0,742
L-Treonina total (%) 0,634
Triptofano total (%) 0,182
¹Conteúdo/ kg: Vit. A – 12.000.000 U.I; Vit. D3 – 3.600.000 U.I; Vit.B1 – 2.500 mg; Vit. B2 – 8.000 mg ;
Vit. B6 – 5.000 mg ; Ác. Pantotênico – 12.000 mg; Biotina – 200 mg; Vit. K3 – 3.000 mg; Ác. Fólico –
1.500 mg; Ác. Nicotínico – 40.000 mg; Vit. B12 – 20.000 mcg; Selênio – 150 mg; Veículo,q.s.p – 1000 g.
²Conteúdo/ kg: Ferro – 50,0 g; Cobre – 8,5 g; Manganês – 70,0 g; Cobalto – 0,2 g; Iodo – 1,0 g ; Selênio – 0,10 g;
Veículo q.s.p – 1000 g
³BHT
4
Coxistac – Salinomicina sódica (12%)
5
Stafac – Virgianimicina (50%)
.
52
Os tratamentos consistiram dos níveis de suplementação de zinco,
provenientes do óxido de zinco comercial: 0,0; 25,0; 50,0; 75,0; 100,0 e 125,0
ppm de zinco, resultando num total de 12.0; 37,0; 62,0; 87,0; 112,0; e 137,0
ppm de zinco na dieta. As suplementações com os níveis de zinco foram feitas
em substituição à areia lavada, usada como inerte nas dietas experimentais.
As aves receberam ração e água a vontade, e as pesagens foram
realizadas no início e final do experimento para averiguação de ganho de peso,
consumo de ração e conversão alimentar. Com o término do experimento
foram abatidas 96 aves com o peso médio do boxe (2 aves por boxe), para a
extração do fígado e da tíbia, visando a análise da concentração do zinco.
O fígado e a tíbia esquerda com as cartilagens adjacentes e livres de
tecido muscular foram levadas à estufa de ventilação forçada (65º C) por 72
horas, desengordurados em extrator Soxhlet por 8 horas e triturados em
moinhos de aço inoxidável. Foram pesadas em balança analítica e analisado a
concentração de zinco de acordo com a metodologia descrita por Silva (1998)
em espectrofotômetro de absorção atômica, modelo 908, marca GBC.
A fim de garantir que os animais estivessem o mesmo status metabólico
de zinco no sangue, as aves antes do abate, passaram por um período de
jejum que obedeceu a segunte seqüência: uma hora de jejum, seguida por uma
hora de alimentação normal, este procedimento teve como objetivo fornecer
alimento ao mesmo tempo às aves ( para que todas elas enchessem o papo);
em seguida, iniciou-se a retirada dos comedouros das gaiolas com intervalo de
5 minutos entre cada. Quando o comedouro da ultima gaiola foi retirado,
iniciou-se o abate que seguiu a mesma seqüência de retirada dos comedouros
e intervalo de tempo citado acima. O sangue foi coletado e dessorado
naturalmente, o soro então foi transferido para vidrarias adequadas e
submetido a análise de concentração de zinco de acordo com a metodologia
descrita por Silva (1998) em espectrofotômetro de absorção atômica, modelo
908, marca GBC.
As análises estatísticas dos parâmetros avaliados neste experimento
foram realizadas de acordo com o programa SAEG (Sistema para Análises
Estatísticas e Genéticas), desenvolvido na Universidade Federal de Viçosa, e
as estimativas de exigência de zinco foram feitas mediante o uso do modelo
linear, conforme o ajustamento dos dados obtidos para cada variável.
53
3 . RESULTADO E DISCUSSÃO
Foram avaliadas incidências de anormalidades nas pernas e dedos, dos
frangos, porém o surgimento desses problemas foram raros e distribuídos nos
diferentes tratamentos, não sendo considerado, portanto, sintomas de
deficiência de zinco. Os resultados encontrados por McDOWELL (1992), não
são coerentes com os encontrados neste trabalho.
Os resultados de desempenho estão apresentados na tabela 4.
Não houve efeito significativo dos níveis de zinco (P>0,05) sobre o
ganho de peso, consumo de ração e conversão alimentar das aves. Resultados
semelhantes foram obtidos por LEESON & SUMMERS (1982), que usaram 5
níveis de zinco suplementar (50, 100, 200, 400 e 800 ppm) em dietas para
frangos de corte, e não encontraram diferenças no desempenho das aves.
BERTECHINI et al. (1992a) utilizando dieta a base de milho e farelo de soja,
contendo 30 ppm de zinco, também não observaram diferenças nestas
variáveis.
Não houve efeito significativo dos níveis de zinco da dieta (P>0,05)
sobre o sexo; porém observou-se que os machos ganharam mais peso
(3,93%), consumiram mais ração (4,04%) e tiveram melhor conversão
alimentar (0,87%), resultados semelhantes aos encontrados por TEIXEIRA,
(1994).
Não se observou efeito da interação entre sexo e níveis de zinco na
dieta (P>0,05), mostrando que estes fatores agem de forma independente
sobre as variáveis de desempenho.
54
Tabela 4 - Valores médios das variáveis ganho de peso (GP), consumo de
ração (CR) e conversão alimentar (CA) de frangos de corte de 43 a
54 dias de idade, machos (M) e fêmeas (F), submetidos a dietas
com diferentes níveis de zinco.
Níveis de zinco
(ppm)
Sexo GP
(g/ave)
CR
(g/ave)
CA
12,0 M 890,31 2021,87 2,33
37,0 M 883,44 2068,25 2,34
62,0 M 893,11 2106,56 2,36
87,0 M 1005,94 2241,25 2,23
112,0 M 935,31 2073,75 2,22
137,0 M 935,00 2155,62 2,33
Média 923,85 2111,21 2,30
12,0 F 856,17 2021,87 2,36
37,0 F 857,81 1897,50 2,21
62,0 F 887,81 2020,00 2,28
87,0 F 936,89 2173,12 2,32
112,0 F 856,24 2023,12 2,36
137,0 F 930,52 2019,56 2,19
Média 887,57 2025,86 2,28
Níveis de zinco ns ns ns
Sexo ns ns ns
Sexo x Níveis de zinco ns ns ns
Coeficiente de Variação (%) 9,00 8,50 10,50
* P(>0,05), pelo teste F.
55
Os resultados de, concentração de zinco no osso, no fígado e no soro
estão apresentados no tabela 5.
Observou-se efeito significativo (P<0,01) dos níveis de zinco sobre a
concentração de zinco no fígado. HOSSAIN & BERTECHINI (1994), NOBRE et
al. (1993), também observaram em aves acúmulo de zinco no fígado quando
estas receberam dietas com níveis crescentes deste mineral.
Não constatou efeito (P>0,05) dos níveis de zinco sobre as
concentrações desse mineral no osso e soro. Estes resultados mostraram que
o zinco, dentro dos níveis estudados, não interferiu na concentração de zinco
no osso e soro, justificando a não constatação de anormalidades ósseas.
DEWAR et al. (1983), encontraram resultados semelhantes.
Verificou-se efeito de sexo (P<0,01), indicando maior deposição de zinco
no osso no fígado dos machos. Resultados semelhantes foram encontrados
por TEIXEIRA (1994).
Não foi observado efeito da interação entre sexo e níveis de zinco na
dieta (P>0,05), mostrando que estes fatores atuam de forma independente
sobre estas variáveis.
56
Tabela 5 - Valores médios das variáveis concentração de zinco no osso (ZnO),
fígado (ZnF) e soro (ZnS), de frangos de corte aos 54 dias de
idade, machos (M) e fêmeas (F), submetidos a dietas com
diferentes níveis de zinco.
Níveis de zinco
(ppm)
Sexo ZnO
(ppm)
ZnF
(ppm)
ZnS
(ppm)
12,0 M 141,72 105,12 1,89
37,0 M 172,93 114,26 2,09
62,0 M 180,91 133,91 2,18
87,0 M 172,45 141,91 2,06
112,0 M 170,69 156,16 2,36
137,0 M 166,69 170,53 2,01
Média 167,56 136,98 2,10
12,0 F 103,37 101,36 1,87
37,0 F 168,15 108,31 2,28
62,0 F 154,76 130,82 2,09
87,0 F 176,64 143,57 2,28
112,0 F 153,68 156,62 2,34
137,0 F 150,20 159,95 2,09
Média 160,12 133,44 2,16
Níveis de zinco ns ** ns
Sexo ** ** ns
Sexo x Níveis de zinco ns ns ns
Coeficiente de Variação (%) 3,20 6,00 14,50
** (P<0,01); ns P(>0,05), pelo teste F.
57
A estimativa de exigência de zinco está apresentada na tabela 6 e figura
1. O requerimento desse mineral ajustado pelo modelo linear para zinco no
fígado foi de 137,0 ppm. Esta variável indicou que os níveis estudados não
foram suficientes para atingir o requerimento nutricional de zinco para frangos
de corte nesta fase, sugerindo o maior nível como sendo a exigência. Por outro
lado NOBRE et al. (1993), mostraram que o fígado apresenta grande facilidade
para deposição de zinco quando as aves são alimentadas com dietas contendo
níveis elevados desse mineral, sendo assim, este tecido não é uma boa
variável para se determinar a exigência desse mineral.
Considerando a não interferência dos níveis de zinco sobre as variáveis
de maior interesse econômico (ganho de peso, consumo de ração e conversão
alimentar), sobre a deposição de zinco nos ossos e sobre as demais variáveis
estudadas, aliadas ao fato do fígado acumular o excesso de zinco fornecido
nas dietas, sugeriu-se que os níveis de zinco de 25 a 30 ppm, normalmente,
presentes em dietas práticas à base de milho e farelo de soja são suficientes
para o desenvolvimento animal, não havendo assim necessidade de
suplementação desse mineral para frangos de corte, machos e fêmeas, de 43 a
54 dias de idade.
58
Tabela 6 – Valores de exigência, coeficientes de determinação (R²), soma de
quadrado dos desvios (SQD) e equação de regressão ajustadas
para as variáveis ganho de peso (GP), consumo de ração (CR),
conversão alimentar (CA),concentração de zinco no osso (ZnO),
concentração de zinco no fígado (ZnF), concentração de zinco
no soro (ZnS), para frangos de corte de 43 a 54 dias de idade
estimadas pelo modelo linear.
Modelo Linear
Variáveis Equações Ajustadas Exigência SQD
GP(g/ave)
Y
ˆ
=905,70
- - -
CR(g/ave)
Y
ˆ
=2068,54
- - -
CA(g/g)
Y
ˆ
=2,2949
- - -
ZnO(ppm)
Y
ˆ
=163,84
- - -
ZnF(ppm)
Y
ˆ
=96,41 + 0,5208**N
137,0 0,88 3094,54
ZnS(ppm)
Y
ˆ
=2,11
- - -
** (P<0,01), pelo teste t.
59
0
30
60
90
120
150
180
210
0 25 50 75 100 125 150
Zn da dieta (ppm)
Zn no fígado (ppm)
Figura 1- Efeitos dos níveis de zinco na dieta sobre a concentração de zinco no
fígado de frangos aos 54 dias de idade.
Y
ˆ
=96,41 + 0,5208**N
R²=0,88
137,0
60
4 . RESUMO E CONCLUSÕES
Foram utilizados 192 frangos de corte da linhagem Avian Farms, sendo
a metade machos e metade fêmeas, no período de 43 a 54 dias de idade.
Adotou-se um esquema fatorial 6x2, sendo 6 níveis de zinco e 2 sexos (macho
e fêmea) no delineamento inteiramente casualizado com 4 repetições e 4 aves
por unidade experimental. Os tratamentos consistiram de uma dieta basal
deficiente em zinco (12,0 ppm), suplementada com zinco, proveniente do óxido
de zinco: 0,0; 25,0; 50,0 ;75,0; 100,0 e 125,0 ppm. As variáveis avaliadas
foram: ganho de peso, consumo de ração, conversão alimentar, concentração
de zinco no fígado, no osso e no plasma . As suplementações de zinco na dieta
influenciaram a concentração de zinco no fígado. Entretanto, considerando a
não interferência dos níveis de zinco sobre as variáveis de desempenho, sobre
a concentração de zinco nos ossos e aliado ao fato do fígado não ser um bom
parâmetro para medir a exigência de minerais, sugeriu-se que os níveis de
zinco de 25 a 30 ppm, normalmente, presentes em dietas práticas à base de
milho e farelo de soja, são suficientes para o melhor desenvolvimento animal,
não havendo assim necessidade de suplementação de zinco na dieta de
frangos de corte, machos e fêmeas, de 43 a 54 dias de idade.
61
5 . CONCLUSÕES GERAIS
Os valores de exigência em zinco para frangos de corte foram de 86,12
ppm para os machos e de 85,70 ppm para as fêmeas, de 8 a 21 dias de idade
e de 82,20 ppm para os machos e de 85,70 ppm para as fêmeas, de 22 a 42
dias de idade.
Os níveis de zinco de 25 a 30 ppm, normalmente, presentes em dietas
práticas à base de milho e farelo de soja são suficientes para promover o
desenvolvimento de frangos de corte, machos e fêmeas, de 43 a 54 dias de
idade, não havendo necessidade da suplementação desse mineral nas dietas.
62
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zinc concentration in mature laying hen. Poultry Science, Champaign,
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68
APÊNDICE
Quadro 1 A - Resumo da análise de variância e coeficientes de variação (CV)
das variáveis ganho de peso (GP), consumo de ração (CR) e
conversão alimentar (CA) de pintos de corte de 8 a 21 dias de
idade e da concentração de zinco no osso (ZnO), zinco no fígado
(ZnF) e zinco no soro (ZnS) de pintos de corte de aos 21 dias de
idade (Capítulo 1).
QM
F.V G.L
GP CR CA
ZNO ZNF ZNS
Níveis
5
0,0010
ns
1505,68
ns
0,0019
ns
4976,11 ** 21,69
ns
0,5721 **
Sexo
1
0,00032
ns
8,06
ns
0,0052
ns
61,48 * 0,5698
ns
0,0091
ns
N x Sexo
5
0,00027
ns
1266,09
ns
0,0050
ns
612,98 ** 37,50
ns
0,0364
ns
Resíduo
36
0,00086 2322,54 0,0073 12,68 33,51 0,1102
CV
5,3 6,2 6,1 2,4 9,9 16,7
** F significativo a 1 %; * F significativo a 5 %;
ns
F não-significativo.
69
Quadro 2 A - Resumo da análise de variância e coeficientes de variação (CV)
das variáveis ganho de peso (GP), consumo de ração (CR) e
conversão alimentar (CA) de pintos de corte de 22 a 42 dias de
idade, e da concentração de zinco no osso (ZnO), zinco no fígado
(ZnF) e zinco no soro (ZnS) de pintos de corte de aos 42 dias de
idade (Capítulo 2).
QM
F.V.
G.L.
GP CR CA
ZNO ZNF ZNS
Níveis
5
0,0186
ns
34694,76
ns
0,0069
ns
2225,53** 32,56
ns
0,7920 **
Sexo
1 0,0335
**
33170,15
**
0,0093
**
3240,77** 139,85
ns
0,3988
ns
N x Sexo
5 0,0154
ns
29392,94
ns
0,0021
ns
734,05** 33,49
ns
0,1191
ns
Resíduo
36 0,0630 158378,3 0,0095 26,71 9,15 0,1201
CV
4,71 3,38 2,34 3,4 4,0 15,0
** F significativo a 1 %;
ns
F não-significativo.
70
Quadro 3 A - Resumo da análise de variância e coeficientes de variação (CV)
das variáveis ganho de peso (GP), consumo de ração (CR) e
conversão alimentar (CA) de pintos de corte de 43 a 54 dias de
idade e da concentração de zinco no osso (ZnO), zinco no fígado
(ZnF) e zinco no soro (ZnS) de pintos de corte de aos 54 dias de
idade (Capítulo 3).
QM
F.V.
G.L.
GP CR CA
ZNO ZNF ZNS
Níveis
5
0,0123
ns
47254,72
ns
0,0089
ns
958,36
ns
4815,53
**
0,0060
ns
Sexo
1
0,0158
ns
87423,16
ns
0,0027
ns
3240,77** 150,85
**
0,0098
ns
N x Sexo
5
0,0020
ns
7461,241
ns
0,0282
ns
526,95
ns
39,42
ns
0,0498
ns
Resíduo
36
0,0067 31144,40 0,0581 31,78 66,69 0,0084
CV
9,0 8,5 10,5 3,2 6,0 14,5
** F significativo a 1 %;
ns
F não-significativo.
71
Quadro 4 A – Temperaturas e Umidades relativas no interior da instalação,
durante o período de 8 a 21 dias das aves (Capítulo 1)
07:00 horas 18:00 horas
DATA T B S T B U U R MAX MIN T B S T B U U R MAX MIN
06/05/02 - - - - - 28 21 53 28 28
07/05/02 26 21 64 28 26 26 21 64 30 26
08/05/02 28 21 53 29 26 28 21 53 29 26
09/05/02 30 21 50 30 26 26 24 85 29 26
10/05/02 30 21 50 30 26 26 24 85 26 24
11/05/02 28 20 47 28 26 28 24 72 27 26
12/05/02 28 25 78 28 26 25 23 85 29 25
13/05/02 26 24 85 28 26 26 23 77 27 26
14/05/02 26 24 85 27 26 26 23 77 27 26
15/05/02 25 23 88 26 25 25 23 85 28 26
16/05/02 25 23 88 27 25 24 22 85 27 25
17/05/02 24 23 92 27 24 29 26 79 27 24
18/05/02 24 22 85 29 23 24 22 85 25 23
19/05/02 26 24 85 27 23 23 22 92 26 23
20/05/02 25 24 92 26 23 - - - - -
Média 26,50 22,57 74.43 27.86 25,07 26.00 22.78 76.93 27.50 25.28
TBS-Temperatura bulbo seco (ºC)
TBU-Temperatura bulbo úmido(ºC)
UR-Umidade relativa(%)
MAX-Temperatura máxima(ºC)
MIN-Temperatura mínima(ºC)
72
Quadro 5 A – Temperaturas e Umidades relativas no interior da instalação,
durante o período de 22 a 42 dias de idade das aves (Capítulo 2).
07:00 horas 18:00 horas
DATA T B S T B U U R MAX MIN T B S T B U U R MAX MIN
28/05/02 - - - - - 25 22 77 21 20
29/05/02 25 21 70 23 24 26 23 77 25 22
30/05/02 26 23 77 23 25 23 19 68 23 21
31/05/02 26 23 77 23 25 24 19 63 22 24
01/06/02 27 22 64 23 25 26 19 51 20 21
02/06/02 27 22 64 25 26 26 24 85 22 25
03/06/02 27 24 77 24 25 26 25 92 24 25
04/06/02 20 17 74 18 17 26 22 71 21 22
05/06/02 26 22 71 22 24 26 22 71 21 24
06/06/02 26 23 77 22 23 26 23 77 23 24
07/06/02 26 22 71 23 25 26 24 85 22 23
08/06/02 26 22 71 24 25 27 24 78 23 26
09/06/02 27 23 77 24 26 27 25 85 23 24
10/06/02 26 22 71 23 24 27 24 78 24 26
11/06/02 27 22 65 23 24 27 20 52 22 25
12/06/02 26 23 77 22 23 26 21 64 24 23
13/06/02 26 22 71 23 25 26 22 71 23 24
14/06/02 27 22 65 22 24 27 23 71 24 25
15/06/02 27 23 71 22 26 25 22 77 23 26
16/06/02 26 23 77 23 24 24 20 70 20 24
17/06/02 26 22 71 23 25 26 21 64 21 25
18/06/02 26 23 77 22 24 - - - - -
Média
26,28 22,19 72.14 22,71 24,24 26,19 21,90 72.71 22,43 23,76
TBS-Temperatura bulbo seco (ºC)
TBU-Temperatura bulbo úmido(ºC)
UR-Umidade relativa(%)
MAX-Temperatura máxima(ºC)
MIN-Temperatura mínima(ºC)
73
Quadro 6 A – Temperaturas e Umidades relativas no interior da instalação,
durante o período de 43 a 54 dias de idade das aves (Capítulo 3).
07:00 horas 2318:00 horas
DATA
T B S T B U U R MAX MIN T B S T B U U R MAX MIN
03/07/02 - - - - - 22 19 75 25 22
04/07/02 20 18 82 23 15 24 20 70 25 21
05/07/02 20 19 91 23 17 25 21 70 23 20
06/07/02 21 19 82 23 15 24 20 70 25 21
07/07/02 19 17 82 24 14 25 22 77 24 19
08/07/02 23 21 87 23 18 22 19 75 23 20
09/07/02 21 19 82 21 14 25 22 77 25 22
10/07/02 23 21 84 23 18 24 21 77 24 21
11/07/02 20 18 82 23 15 23 19 69 24 20
12/07/02 21 19 82 22 15 21 18 78 23 21
13/07/02 21 19 82 20 15 21 17 67 24 21
14/07/02 18 16 82 21 14 22 18 68 22 19
15/07/02 18 16 82 22 15 - - - - -
Média
20,42 18,5 83,33 22,33 15,42 23,17 19,67 72,75 23,92 20,58
TBS-Temperatura bulbo seco (ºC)
TBU-Temperatura bulbo úmido(ºC)
UR-Umidade relativa(%)
MAX-Temperatura máxima(ºC)
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