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1. Roquette (séc. XIX)
Segue a moda, mas sem afetação. Tem por
alfaiate e sapateiro os que são conhecidos por
bons, paga-lhes com dinheiro à vista, e serás
bem servido. Para andares bem vestido, é
mister que mande fazer uma casaca cada ano, e
que conserves sempre três; uma sobrecasaca
para o inverno e outra para o verão são de
necessidade; dois chapéus é o menos que
podes ter; calçado nunca é demais. Logo que
guarneceres tua guarda-roupa destes objetos,
tem cuidado de os renovar sucessivamente; a
despesa será menos sensível [...] (p. 361).
2. Silva (séc. XX)
Para receber suas visitas a dona da casa traja-se
elegantemente. Evita, entretanto aparatos
suntuosos para não desmerecer em luxo e
esplendor as “toilettes” (elegância dos trajes)
de suas amigas. Se a reunião é de gala a
“toilettes” é de baile com grandes decotes,
caso contrário, traje de passeio (p. 102).
3. Ribeiro (séc. XXI)
O blazer marinho com botões cromados pode
ser usado com aquelas calças ou mesmo com
jeans. A camisa impecável é sinal de elegância,
por isso são necessárias seis: três brancas, uma
listrada e duas em cores suaves ou mesmo o
preto. Um suéter cinza ou bege-claro basta
para o inverno [...]. Três pares de sapatos [...].
Cintos de qualidade e meias no tom dos
sapatos e das calças. Uma pasta de qualidade
(p. 67).
Quadro 4 – Moda nos trajes
Tem como regra geral, minha filha, que o
penteado, o calçado, os vestidos simples e
modestos, tudo bem-feito, asseado, e bem
composto; poucas cores vivas, e nunca
contrastando uma com as outras [...], como as
de arlequins; certo discernimento e juízo em
modificar as modas naquilo em que ofendem a
decência e prejudicam a saúde, são as coisas
em que deves pôr todo seu desvelo, e pelas
quais darás provas de ter recebido uma boa
educação, e te tornarás estimável a todas as
pessoas que sabem apreciar o verdadeiro
merecimento e a modéstia acompanhada pelo
bom gosto (p. 392).
A vida moderna simplificou o vestuário [...]. O
clima do Rio admite algumas tantas exceções,
mas isso não justifica nas casas de cerimônia,
de fino trato, de elegância e requinte. Homens
de “short”, sem camisa, diante de senhores e
senhoritas ultrapassam os limites da etiqueta
social. Esses trajes são próprios para manhãs
esportivas, passeios aos arredores da cidade.
Mas á tarde em apartamentos elegantes, para
que não se menosprezem as normas
estabelecidas pela elegância (p. 89).
O que facilita a vida de uma executiva
atualizada é não precisar ostentar aquela
aparência sóbria, tendendo para o masculino,
que foi a marca dos anos 40 e 50, quando
tínhamos de provar sermos tão competentes
quanto os homens, eliminando os sinais mais
femininos e sedutores na aparência (p. 70).