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Universidade Federal da Bahia
Escola de Medicina Veterinária
Mestrado em Ciência Animal nos Trópicos
ETIOLOGIA, SENSIBILIDADE MICROBIANA E EFICÁCIA
DO CEFALÔNIO ANIDRO INTRAMAMÁRIO NA SECAGEM
DE OVELHAS SANTA INÊS.
DANIELA ARAÚJO COUTINHO
Salvador – Bahia
2006
DANIELA ARAÚJO COUTINHO
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ii
ETIOLOGIA, SENSIBILIDADE MICROBIANA E EFICÁCIA DO CEFALÔNIO
ANIDRO INTRAMAMÁRIO NA SECAGEM DE OVELHAS SANTA INÊS.
Dissertação apresentada à Escola de Medicina Veterinária da
Universidade Federal da Bahia, como requisito para a
obtenção do título de Mestre em Ciência Animal nos
Trópicos, na área de Saúde Animal.
Orientador: Prof. Dr. Joselito Nunes Costa
Salvador – Bahia
2006
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iii
FICHA CATALOGRÁFICA
COUTINHO, Daniela Araujo.
Etiologia, sensibilidade microbiana e eficácia do cefalônio anidro intramamário na
secagem de ovelhas Santa Inês./ Daniela Araujo Coutinho - Salvador, Bahia, 2006.
89 p.
Dissertação (Mestrado em Ciência Animal nos Trópicos) Escola de Medicina
Veterinária da Universidade Federal da Bahia, 2006.
Professor Orientador - Prof. Dr. Joselito Nunes Costa
Palavras-chave: Mastite, ovelhas, tratamento, secagem, cefalônio.
iv
ETIOLOGIA, SENSIBILIDADE MICROBIANA E EFICÁCIA DO CEFALÔNIO
ANIDRO INTRAMAMÁRIO NA SECAGEM DE OVELHAS SANTA INÊS.
DANIELA ARAÚJO COUTINHO
Dissertação defendida e aprovada para obtenção do grau de Mestre em Ciência Animal nos
Trópicos.
Salvador, 29 de Agosto de 2006.
Comissão Examinadora:
_____________________________________________
Prof
.
Dr. Joselito Nunes Costa – UFBA
Orientador
_____________________________________________
Prof.
Dr. Márcio Garcia Ribeiro - UNESP
_____________________________________________
Prof
a
.
Dra. Eugênia Márcia de Deus Oliveira – UFBA
v
Dedico este trabalho:
À minha mãe, pelo seu amor incondicional,
apoio e incentivo nesta importante etapa da
minha vida.
vi
AGRADECIMENTOS
À Deus por me auxiliar sempre a encontrar o caminho certo.
Ao meu orientador, Prof. Dr. Joselito Nunes Costa, pela paciência, confiança e orientação.
Ao meu co-orientador, Prof. Dr. Márcio Garcia Ribeiro, pela competência, apoio e
ensinamentos essenciais à conclusão deste trabalho.
Ao meu pai e ao Ademar, pela educação e ensinamentos.
Ao Emílio, por seu amor, companheirismo, compreensão e paciência nos muitos momentos
ausentes.
Ao meu sobrinho Guilherme, simplesmente pelo fato de existir e me fazer tão feliz.
À minha tia Gisele, pelas palavras certas na hora certa.
À Professora Maria Helena e todos os técnicos do laboratório de Inspeção e Tecnologia de
leite e derivados da UFBA, em especial ao Davino, pela contribuição no desenvolvimento
deste trabalho.
Ao Ricardo Falcão, por gentilmente ter cedido a sua propriedade e animais para o
experimento.
Aos colegas Marina, Moisés, Lucas, Márcio e Julianna por toda a dedicação, profissionalismo
e ajuda indispensáveis em todas as etapas do trabalho.
A todos os funcionários do Centro de Desenvolvimento da UFBA, pelo apoio constante.
À Schering-Plough, pelo apoio e incentivo à pesquisa.
vii
Aos amigos Juliana Resende, Vilson Simon, Alexei Castro, Kléber Carneiro, Rui Nobrega e
Fernando Heiderich, por acreditarem e contribuírem para o meu crescimento profissional.
Às amigas Cristiane Azevedo, Débora Poplaski e Leslie Scarpelli pela amizade, apoio e
contribuição neste trabalho.
Ao grande amigo e Doutor Helcimar Palhano, pelas incontáveis colaborações. As suas
palavras de carinho e incentivo foram fundamentais para que eu aqui chegasse.
Aos colegas de mestrado, em especial a: Ana Fernanda, Jorge Ribas e Sheila Magaly.
Ao Estatístico Antônio Oliveira Neto, pela sua ajuda, contribuindo com o seu conhecimento
nas análises.
E a todos que de alguma forma participaram da construção desse caminho, meu muito
obrigada.
viii
Não existem erros, apenas lições. O
crescimento é um processo de tentativa e erro:
experimentação. As experiências que não
deram certo fazem parte do processo, assim
como as bem-sucedidas. As respostas estão
dentro de você. Tudo o que tem a fazer é
analisar, ouvir e acreditar.
(Autor Anônimo)
ix
ÍNDICE
Página
LISTA DAS FIGURAS.........................................................................................
x
LISTA DE TABELAS...........................................................................................
xii
LISTA DE ABREVIATURAS.............................................................................. xiv
RESUMO............................................................................................................... xv
SUMMARY.............................................................................................................. xvi
1 INTRODUÇÃO GERAL ................................................................................... 1
2 REVISÃO DA LITERATURA..........................................................................
2.1 DEFINIÇÃO....................................................................................................
2.2 ETIOLOGIA ...................................................................................................
2.3 EPIDEMIOLOGIA .........................................................................................
2.3.1 PREVALÊNCIA ..........................................................................................
2.4 FISIOLOGIA E MECANISMO DE DEFESA DA GLÂNDULA
MAMÁRIA... ........................................................................................................
2.5 PATOGENIA...................................................................................................
2.6 ASPECTOS CLÍNICOS....................................................................................
2.6.1 MASTITE CLÍNICA.....................................................................................
2.6.2 MASTITE SUBCLÍNICA.............................................................................
2.7 DIAGNÓSTICO ...............................................................................................
2.7.1 DIAGNÓSTICO CLÍNICO ..........................................................................
2.7.2 CONTAGEM DE CÉLULAS SOMÁTICAS.............................................
2.7.2.1 FATORES QUE AFETAM A CCS..........................................................
2.7.3 PROVA CALIFORNIA MASTITE TESTE (CMT)...................................
2.7.4 OUTRAS DETERMINAÇÕES................................. .................................
2.7.5 CULTURA BACTERIOLÓGICA...............................................................
2.7.5.1 CULTURA BACTERIOLÓGICA X CCS................................................
2.8 FATORES DE RISCO.......................................................................................
2.9 EFEITO DA MASTITE NA PRODUTIVIDADE............................................
2.10 RISCOS À SAÚDE PÚBLICA........................................................................
2.11 TERAPÊUTICA...............................................................................................
2.1.12 CONTROLE E PROFILAXIA......................................................................
3
3
3
4
5
6
7
8
8
10
11
11
11
12
13
14
15
16
16
17
18
18
19
3. ARTIGOS CIENTÍFICOS....................................................................................
3.1 ARTIGO CIENTÍFICO I....................................................................................
21
21
3.2 ARTIGO CIENTÍFICO II.................................................................................. 38
4 CONCLUSÕES GERAIS..................................................................................... 51
5 REFERÊNCIAS.................................................................................................... 52
6 ANEXOS...............................................................................................................
65
x
LISTA DE FIGURAS
Página
FIGURA 1 Conformação ideal do úbere de uma ovelha leiteira 6
FIGURA 2 Ovelha com mastite aguda
8
FIGURA 3 Úbere de ovelha com sinais de mastite aguda 8
FIGURA 4 Mastite gangrenosa em ovelha 9
FIGURA 5 Mastite gangrenosa em ovelha 9
FIGURA 6 Prova de Whiteside em amostra de leite ovino 15
FIGURA 7 Prova de Whiteside em amostra de leite ovino 15
FIGURA 8 Determinação do teor de cloretos em amostras de leite ovino 15
FIGURA 9 Determinação do teor de cloretos em amostras de leite ovino 15
FIGURA 10 Tetas supranumerárias em ovelha pertencente ao experimento 16
FIGURA 11 Ovelhas pertencentes ao trabalho 25
FIGURA 12 Teste da “caneca de fundo preto” para avaliação da mastite clínica 26
FIGURA 13 Amostras cultivadas em ágar sangue ovino (5%) desfibrinado e ágar
MacConkey.
26
xi
FIGURA 14 Amostras cultivadas em ágar sangue ovino (5%) desfibrinado e ágar
MacConkey.
26
FIGURA 15 Sensibilidade microbiana in vitro
da totalidade dos microrganismos
isolados frente a nove antimicrobianos e quimioterápicos amplamente
utilizados na terapia intramamária de mastite em animais domésticos.
27
FIGURA 16 Desinfecção dos tetos com álcool iodado 42
FIGURA 17 Aplicação de antibiótico intramamário 43
FIGURA 18 Amostras cultivadas em ágar sangue ovino (5%) desfibrinado e ágar
MacConkey
43
FIGURA 19 Amostras cultivadas em ágar sangue ovino (5%) desfibrinado e ágar
MacConkey
44
FIGURA 20 Perfil de infecção mamária em fêmeas ovinas segundo diferentes
grupos de estudo (controle, preventivo e curativo) aos 10-15, 20-25,
30-35, 40-45 dias pós-parto.
46
xii
LISTA DE TABELAS
Página
TABELA 1 Aspectos clínicos da mastite em ovelhas. 10
TABELA 2 Interpretação do Califórnia Mastite Teste em ovinos. 13
TABELA 3 Resultados dos exames de Tamis e CMT realizados em 124 metades
mamárias de ovelhas da raça Santa Inês. Serra Preta, BA, 2006.
28
TABELA 4 Distribuição dos microrganismos isolados das 124 amostras de leite de
ovinos analisadas microbiologicamente. Serra Preta, BA, 2006.
28
TABELA 5 Porcentagem de sensibilidade a antibióticos e quimioterápicos dos
microrganismos isolados de amostras de leite de ovelhas com mastite
subclínica.
29
TABELA 6 Taxas de cura e de novas infecções em ovinos de acordo com o status
bacteriológico das metades mamárias em 3 grupos, observadas em 4
momentos diferentes.
44
TABELA 7 Dados individuais dos microrganismos isolados das ovelhas Santa
Inês não tratadas (controle) com cefalônio anidro intramamário, nos
diferente momentos estudados.
65
TABELA 8 Dados individuais dos microrganismos isolados das ovelhas Santa
Inês não tratadas (preventivo) com cefalônio anidro intramamário, nos
diferente momentos estudados.
66
TABELA 9 Dados individuais dos microrganismos isolados das ovelhas Santa
Inês não tratadas (curativo) com cefalônio anidro intramamário, nos
diferente momentos estudados.
67
xiii
TABELA 10 Dados individuais da susceptibilidade antimicrobiana in vitro dos
microrganismos isolados de ovelhas Santa Inês do grupo controle aos
90 dias pós-parto.
68
TABELA 11 Dados individuais da susceptibilidade antimicrobiana in vitro dos
microrganismos isolados de ovelhas Santa Inês do grupo preventivo
aos 90 dias pós-parto.
69
TABELA 12 Dados individuais da susceptibilidade antimicrobiana in vitro dos
microrganismos isolados de ovelhas Santa Inês do grupo curativo aos
90 dias pós-parto.
70
TABELA 13 Resultados individuais da interpretação do California Mastitis Test
(CMT) em ovelhas Santa Inês do grupo controle aos 90 dias pós-parto.
71
TABELA 14
Resultados individuais da interpretação do California Mastitis Test
(CMT) em ovelhas Santa Inês do grupo preventivo aos 90 dias pós-
parto.
72
TABELA 15 Resultados individuais da interpretação do California Mastitis Test
(CMT) em ovelhas Santa Inês do grupo curativo aos 90 dias pós-parto.
73
xiv
LISTA DE ABREVIATURAS
% - porcento
µg – micrograma
BA – Bahia
C.C.S – Contagem de Células Somáticas
CDP – Centro de Desenvolvimento da Pecuária
cél/mL – células por mililitro
CMT – Califórnia Mastite Test
CNS – Staphylococcus coagulase negativo
CR – Taxa de Cura
DNA – Ácido Desoxirribonucléico
g – grama
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Kg – kilograma
log – Logaritmo
m² – metro quadrado
mg/kg – miligrama por quilo
mL – Mililitro
NAGage – N-acetil-β- D- glucosamidanidase
NIN – Taxa de Novas Infecções
ºC – Grau Celsius
pH – potencial de hidrogênio
SAEG – Sistema de análise estatística e genética
SP – São Paulo
SPSS – Statistical Package for Social Science
UFBA – Universidade Federal da Bahia
UI – Unidade Internacional
UNESP – Universidade Estadual Paulista
xv
COUTINHO, D.A. Etiologia, sensibilidade microbiana e eficácia do cefalônio anidro
intramamário na secagem de ovelhas Santa Inês. Salvador, Bahia, 89p. Dissertação
(Mestrado em Ciência Animal nos Trópicos) - Escola de Medicina Veterinária, Universidade
Federal da Bahia, 2006.
RESUMO
Foram submetidos a exames clínicos e microbiológicos 124 metades mamárias de ovelhas da
raça Santa Inês e as suas respectivas secreções lácteas no momento da secagem aos 90 dias
após o parto. O exame de Tamis não revelou mastite clínica em nenhuma das metades
analisadas e de cada uma delas foi coletada amostra para realização de exames
microbiológicos em meios de ágar sangue ovino (5%) desfibrinado e ágar MacConkey. Os
microrganismos isolados foram submetidos ao teste de sensibilidade microbiana in vitro
frente a nove antimicrobianos. Das 124 amostras 33 (26,6%) foram positivas ao exame
microbiológico. O microrganismo isolado com maior freqüência foi Staphylococcus
coagulase negativo (19/33=57,6%), seguido por Staphylococcus aureus (5/33=15,2%),
Micrococcus sp. (5/33=15,2%), Streptococcus α-hemolítico (3/33=9%) e Streptococcus
agalactiae (1/33=3%). Dentre os antimicrobianos utilizados, o cefalônio anidro foi o mais
efetivo, visto que a totalidade dos isolados mostraram-se sensíveis à droga, enquanto os
maiores índices de resistência foram constatados com o uso da penicilina G, neomicina e
ampicilina.
A eficácia do tratamento com cefalônio anidro intramamário na secagem de ovelhas Santa
Inês visando a cura de infecções intramamárias pré- existentes e prevenir novas infecções
durante o período seco e na lactação seguinte também foi estudado no presente trabalho. Um
total de 62 ovelhas multíparas foram divididas em três grupos de acordo com seu status
bacteriológico. O grupo 1 (Controle) não recebeu nenhum tratamento no momento da
secagem , grupo 2 (Preventivo) e grupo 3 (Curativo) foram submetidos à secagem da mama
aos 90 dias após o parto e tratados com um produto comercial de vaca seca a base de
Cefalônio Anidro. Não foram observadas diferença significativa (p <0,05) nas taxas de cura
entre os grupos em todos os momentos analisados. A taxa de novas infecções (NIN) no grupo
controle, preventivo e curativo foram de 13,5, 14,7 e 5,0%, respectivamente, aos 10-15 dias
pós-parto; 16,2, 8,8 e 0%, respectivamente, aos 20-25 dias pós-parto; 13,5, 14,7 e 15,0%,
respectivamente, aos 30-35 dias pós-parto e 16,2, 5,9 e 0%, respectivamente, aos 40-45 dias
pós-parto. Foi observada diferenças significativas entre os grupos (p <0,05) aos 20-25 dias
após o parto e aos 40-45 dias após o parto. Estes resultados sugerem que o tratamento no
período da secagem com o cefalônio anidro auxiliou na prevenção de novas infecções,
contribuindo para a manutenção da saúde da glândula mamária no rebanho.
Palavras Chave
Mastite subclínica, ovelhas, tratamento, secagem, cefalônio.
xvi
COUTINHO, D.A. Aetiology, in vitro antimicrobial susceptibility and efficacy of dry
treatment in Santa Inês ewes using cefalonium intramammary. Salvador, Bahia, 89p.
Dissertation (Master’s degree) Veterinary Medicine School, Federal University of Bahia,
2006.
SUMMARY
Clinical and microbiological exams were performed in 24 mammary-halves of Santa Ines
ewes in dry-off period, on the 90th day postpartum. The Tamis exam hasn’t showed any sign
of clinical mastitis in none of the halves analyzed. Milk samples were submitted to
microbiological culture on defibrinated sheep blood agar (5%) and MacConkey agar.
Microorganisms isolated were submitted also to in vitro susceptibility test (diffusion disk)
against nine antimicrobials. Of the 124 samples, 33 (26.6%) were bacteriologically positive.
The most-common agent found was Staphylococcus coagulase negativo (19/33=57.6%),
followed by Staphylococcus aureus (5/33=15.2%), Micrococcus sp. (5/33=15.2%),
Streptococcus α-hemolítico (3/33=9%) e Streptococcus agalactiae (1/33=3%). Among the
antimicrobials used, cephalonium was the most effective, while most frequent resistance were
observed with penicillin G, neomycin e ampicillin.
The efficacy of dry-off treatment of Santa Inês sheep using cefalonium intramammary in
curing chronic intramammary infections and preventing new ones during the dry-off period
and during the following lactation was also studied in the present work. A total of 62 Santa
Inês sheep on one farm in their second, third or more lactation were divided in three groups
according their bacteriological condition. The first group (control) didn´t receive any kind of
treatment at drying off, the second (prevent) and the third (cure) group received at drying off
intramammary treatment with a commercial cattle dry-off treatment containing cefalonium
anidrum. No significant difference (p <0.05) in the cure rates between groups in all samplings
analysed was found. New infection rates in the prevent, treated and control group were 13.5,
14.7 e 5.0%, respectively, at 10-15 days post-partum, 16.2, 8.8 e 0%, respectively, at 20-25
days post-partum; 13.5, 14.7 e 15.0%, respectively, at 30-35 days post-partum and 16.2, 5.9 e
0%, respectively, at 40-45 days post-partum. Significant difference (p <0.05) was found at 20-
25 days post-partum and at 40-45 days post-partum. These data suggested that dry-off
treatment could prevent new infections, maintaining health udders in the herd.
Keyboard
Subclinical Mastitis, sheep, treatment, dry-off, cefalonium.
1
1. INTRODUÇÃO GERAL
A ovinocultura é uma atividade econômica explorada em todos os continentes, estando
presente nos mais variados ecossistemas com diversos climas, solos e vegetações. Entretanto,
esta exploração apresenta expressão econômica em poucos países, já que, na maioria das
nações onde é explorada, a atividade é desenvolvida em sistemas extensivos e com baixo nível
de tecnologia (DOMINGUES & LEITE, 2004).
O Brasil possui 1,7% do efetivo mundial do rebanho ovino (ANDRADE FILHO & ALVES,
2002), com 14.556.484 animais, sendo 6 milhões na região sul, onde o Rio Grande do Sul é o
maior produtor, com 5 milhões de cabeças. O Centro-Oeste possui 650 mil cabeças, o Sudeste,
414 mil; e o Norte, 305 mil. Dentre os Estados do Nordeste, a Bahia possui o maior rebanho,
com 2,5 milhões de cabeças (IBGE, 2003).
No Nordeste, as microrregiões mais importantes na criação de ovinos estão localizadas nos
estados da Bahia e Ceará. Cerca de 50 % do rebanho de caprinos e ovinos do Nordeste estão
localizados em propriedades com menos de 30 hectares e o regime de exploração,
predominantemente, é o extensivo, com alta dependência da vegetação nativa, utilização de
raças não especializadas, uso de práticas rudimentares de manejo, assistência técnica
deficitária, baixo nível de organização e de produção (VASCONCELOS & VIEIRA, 2005).
À medida que os criadores vão introduzindo melhorias na produção, vão surgindo novos
problemas de saúde em seus rebanhos. Um deles, que vem crescendo muito e necessita de uma
específica intervenção terapêutica, é a infecção do úbere das ovelhas (NACCARI et al., 2003).
A mastite em ovelhas tem sido descrita em todos os grandes países criadores da espécie, sendo
importante economicamente devido ao descarte precoce das matrizes e ocasionalmente a sua
morte, diminuição da performance dos cordeiros que se alimentam do leite de ovelhas
infectadas e morte das crias por inanição ou por infecções advindas dos agentes causadores da
mastite (WATSON & BUSWELL, 1984; KIRK & GLENN, 1996; LANGONI, 2003). Apesar
da maior incidência em raças leiteiras, recentemente tem sido descrito o seu efeito sobre o
ganho de peso e sobrevivência dos cordeiros também em raças de carne, aumentando com isso
o interesse pelo problema (FTHENAKIS & JONES, 1990; DOMINGUES & LEITE, 2004).
Com a expansão do sistema para a produção da carne ovina, houve grande crescimento no
interesse dos produtores, principalmente por animais da raça Santa Inês no Nordeste, Centro-
Oeste, Sudeste e na região Norte do país, sendo esta raça atualmente um importante fator para
o desenvolvimento da ovinocultura (LOBO, 2004). Nesta raça, acredita-se que a elevada
incidência da doença tem como fator predisponente a aptidão leiteira, principalmente quando
há oferta de alimentos de boa qualidade (www.zebus.com.br/zootecnia340berro.htm).
Define-se mastite como a inflamação da glândula mamária, caracterizada por alterações físicas,
químicas e bacteriológicas no leite e no tecido glandular, sendo causada mais comumente pela
infecção por patógenos na glândula mamária, e, embora menos comum, por traumas,
neoplasias, reações alérgicas, fisiológicas ou hormonais (RADOSTITS et al., 2002).
2
Embora possa ocorrer em qualquer momento da lactação, a mastite em ovelhas é mais
freqüente ao redor da terceira e quarta semana após o parto, o que ocorre em sintonia com o
pico de produção de leite (VAZ, 1996). Mastite que se desenvolve durante o período seco ou
durante o final da lactação é freqüentemente não percebida até o próximo parto ou até quando
alguns procedimentos de manejo sejam realizados, como a tosquia (MENZIES &
RAMANOON, 2001).
Nas duas últimas décadas, observa-se um significativo aumento do conhecimento sobre
mastite ovina na literatura internacional, principalmente no que diz respeito aos agentes
infecciosos responsáveis pela infecção intramamária e na interpretação do número total de
células somáticas. Poucas informações a respeito de tratamentos apropriados para a mastite
clínica, tratamento no período seco e manejo preventivo em raças de corte e leite dificultam o
trabalho de veterinários e produtores. No Brasil, existem poucas pesquisas envolvendo a
afecção e a introdução de novas raças com aptidão leiteira nesses rebanhos pode levar a um
aumento significativo na incidência da doença.
O tratamento local ou sistêmico utilizado em ovinos fundamenta-se em informações
disponíveis a partir dos trabalhos realizados em bovinos (PUGH, 2005). O tratamento realizado
no período seco tem sido pouco utilizado em ovinos e tem como objetivo curar infecções
intramamárias pré-existentes além de prevenir novas infecções, sendo recomendado nos
programas de controle da mastite por quase trinta anos (NEAVE et al., 1966; POSTLE &
NATZKE, 1974; RADOSTITIS et al., 2002).
A perda de produção de leite representa a conseqüência econômica mais importante das
infecções intramamárias, reduzindo a produção de leite das ovelhas em 20% a 37% (TORRES-
HERNANDEZ, 1979; MCCARTHY et al., 1988; FTHENAKIS & JONES, 1990), a
concentração de lactose e elevando a CCS (MARGETIN et al., 1993; BURRIEL, 1997). A
mastite ainda é considerada uma importante causa de morte neonatal dos cordeiros, causada
pela inanição devido à diminuição ou ausência na produção de leite ou pela morte das ovelhas
(FTHENAKIS & JONES, 1990). A infecção reduz o ganho de peso diário dos cordeiros em até
20g/dia e até 4 Kg até o período da desmama (FTHENAKIS & JONES, 1990; AHMAD et al.,
1992a; LARSGARD & VABENOE, 1993).
O presente trabalho tem por objetivo geral revisar os principais aspectos da etiologia,
epidemiologia, patogenia, clínica, diagnóstico, controle e saúde pública na mastite ovina e
como objetivos específicos avaliar a etiologia e sensibilidade microbiana in vitro da mastite
subclínica em ovelhas da raça Santa Inês e a eficácia do tratamento no período seco com o uso
do Cefalônio Anidro intramamário.
3
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 DEFINIÇÃO
A mastite é, por definição, a inflamação da glândula mamária. Esta inflamação é causada mais
comumente através da infecção por patógenos na glândula mamária, e, embora menos comum,
por traumas, neoplasias, reações alérgicas, fisiológicas e hormonais (RADOSTITS et al., 2002;
BIRGEL, 2004).
A literatura varia enormemente sobre o que é considerado um nível patogênico de inflamação
ou uma infecção significativa da glândula mamária por patógenos, porém, muitos autores
concordam que, se estes fatores afetam o nível de produção ou a qualidade dos produtos
lácteos, então é bastante significativo para a indústria ovina (MENZIES & RAMANOON,
2001).
2.2 ETIOLOGIA
As bactérias são os agentes isolados e identificados mais freqüentemente nos casos de mastite
ovina, entretanto, fungos, leveduras, algas, vírus e micoplasma também podem infectar a
glândula mamária da ovelha (DOMINGUES & LEITE, 2004).
Tanto em ovelhas quanto em cabras, Bor et al. (1989) e Ameh et al. (1994a) afirmam que
Staphylococcus aureus é o patógeno mais comumente encontrado nos casos de mastite
hiperaguda e ocasionalmente Mannheimia spp. (especialmente Mannheimia haemolytica) e
coliformes. Shoops & Myers (1984) e Watson & Buswell (1984) afirmam que Mannheimia
haemolytica é uma das mais importantes causas de mastite hiperaguda e crônica em ovelhas,
sugerindo que a fonte de infecção é proveniente da cavidade nasal e oral dos cordeiros
lactentes.
Al-Samarrae et al. (1985) e Rapoport (1989) relatam que em mais de 35% dos casos de mastite
clínica em ovelhas o isolado mais comumente encontrado é de Staphylococcus aureus.
Menzies & Ramanoon (2001) afirmam que Streptococcus spp. ambientais tem sido um isolado
raro na maioria dos levantamentos realizados em ovelhas.
Espécies de clostrídios podem ainda ser encontradas na coloração de Gram e estão presentes
como invasores secundários dos tecidos anóxicos (MENZIES & RAMANOON, 2001).
Serratia marcescens tem sido associada por alguns autores (TZORA & FTHENAKIS, 1998)
com a contaminação das teteiras das ordenhadeiras em rebanhos leiteiros. Bactérias como
Corynebacterium bovis, Micrococcus spp (MAISI et al., 1987) e Corynebacterium
camporealensis (FERNANDEZ-GARAYZABAL et al., 1998) tem sido descritas como
microrganismos freqüentemente isolados. PEREZ et al. (1999) afirmaram que Aspergillus spp.
pode estar presente na glândula mamária após tratamento com antibióticos antes do parto.
Coliformes (Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa e Klebsiella pneumonia) são menos
isolados de cabras e ovelhas. A infecção associada a Salmonella spp. é rara. Pseudomonas
aeruginosa tem sido associada a surtos de mastite aguda em ovelhas leiteiras lactantes em
Israel (RAPOPORT, 1989).
4
Os patógenos mais comuns na mastite subclínica em ovelhas durante todos os estágios da
lactação, incluindo no período seco e na secagem, são os Staphylococcus coagulase negativo
Hueston et al. (1986); Watson et al. (1990); Keisler et al. (1992). De acordo com Hueston et al.
(1986); Mackie & Rogers (1986); Maisi et al. (1987); Watkins et al. (1991); Fthenakis et al.
(1994); Danków et al. (1998) um grande número destas espécies têm sido isoladas de amostras
de ovelhas com mastite subclínica, porém muitos deles apresentam uma baixa patogenicidade e
algumas espécies tem demonstrado aumentar os indicadores da resposta inflamatória como
observado nas infecções por Staphylococcus coagulase positivo.
Kirk et al. (1996) observaram em 87% de 400 ovelhas clinicamente sadias isolados primários
de Staphylococcus coagulase negativo com valores de CCS iguais ou menores que 200.000
cél/mL.
Segundo Radostits et al., (2002), Mycoplasma spp. não é comumente isolado da glândula
mamária de ovelhas e pode causar uma mastite clínica altamente contagiosa sendo transmitido
por práticas inadequadas de higiene na ordenha e/ou por tratamentos intramamários realizados
de forma errônea. Menzies & Ramanoon (2001) consideram ainda que, se os sinais clínicos da
mastite em rebanhos ovinos incluem artrite e conjutivite com ou sem pneumonia, Mycoplasma
agalactiae deve ser considerado como agente causal desta enfermidade, denominada síndrome
da agalactia contagiosa.
Fungos, leveduras (como os gêneros Candida e Cryptococcus) e algas também podem infectar
a glândula mamária das ovelhas, porém passam desapercebidos porque produzem mastite
subclínica (DOMINGUES & LEITE, 2003). O vírus Maedi-visna, também conhecido como
vírus da pneumonia progressiva ovina, também tem sido implicado em alterações da glândula
mamária ovina (CUTLIP et al., 1985). As ovelhas ao parirem apresentam o úbere endurecido e
aparentando estarem repletos de leite, porém pouco leite pode ser retirado da glândula. A
sintomatologia difere da mastite bacteriana, pois o úbere apresenta-se uniforme em tamanho e
consistência, o leite apresenta-se macroscopicamente normal e na maioria das vezes, nenhuma
bactéria é encontrada nos exames bacteriológicos (BULGIN et al., 1985).
2.3 EPIDEMIOLOGIA
Segundo Vaz (1996), existem duas situações que podem ser consideradas na epidemiologia de
mastite em ovinos: quando a ovelha está com o cordeiro ao ou quando a mesma está sendo
ordenhada sem a manutenção do cordeiro. No primeiro caso, a presença de M. haemolytica
pertencendo a flora normal da cavidade oral e/ou faringe dos cordeiros faz com que esta
bactéria assuma maior importância, pois é transmitida diretamente ao teto durante o ato de
mamar. Em situação oposta, em que o cordeiro é afastado da ovelha, faz com que a
importância relativa de Staphylococcus aureus cresça, atingindo uma freqüência semelhante a
que é observada na mastite bovina em situação similar. A ocorrência de mastite é favorecida
pela presença de lesões no úbere.
A ovelha desenvolve a infecção três a sete semanas após o parto, estágio máximo de produção
láctea e de maior trauma da mama pelo cordeiro lactente (FTHENAKIS, 1994). A ocorrência
de surtos pela M. haemolytica é mais comum em ovelhas amamentando cordeiros de quatro a
seis semanas de idade, devido à forte sucção exercida pelo cordeiro faminto, principalmente
em ovelhas de baixa produção leiteira. Quando criadas à pasto, podem estar relacionado com o
hábito dos ovinos dormirem, à noite, diretamente no chão (PUGH, 2005). Durante surtos de
5
mastite causada por M. haemolytica, podem ocorrer casos de pneumonia em cordeiros,
provocados pelo mesmo microrganismo (RADOSTITS et al., 2002).
O período de amamentação aumenta o risco da disseminação da doença, que se eleva com a
existência de cordeiros rejeitados, capazes de sugar sucessivamente úberes infectados e
saudáveis (BERGONIER & BERTHELOT, 2003).
2.3.1 PREVALÊNCIA
A prevalência da mastite em ovelhas não é tão claro quanto o observado em cabras (MENZIES
& RAMANOON, 2001). A prevalência da mastite clínica em ovelhas britânicas na sala de
matança foi de aproximadamente 13% a 50%, demonstrando que esta enfermidade é uma
importante causa de descarte de ovelhas no Reino Unido (MADEL, 1981).
Em rebanhos criados extensivamente a prevalência da mastite clínica variou de 1% a 3%,
sendo que uma maior porcentagem de úberes apresentaram cultura positiva (5% a 30%) ou
uma elevada (14% a 20%) contagem de células somáticas (HUESTON et al., 1986; WATKINS
et al., 1991; KEISLER et al., 1992).
Em rebanhos leiteiros a prevalência da mastite determinada por cultura positiva do leite foi
acima de 35% e entre 4% a 17% pela combinação de uma elevada contagem de células
somáticas e da cultura positiva do leite (FTHENAKIS, 1994).
Bulgin et al. (1985) em estudo realizado em rebanhos do ocidente dos Estados Unidos
reportaram um descarte superior a 10% de ovelhas a cada ano devido à mastite pelo vírus
Maedina-visna e uma prevalência de 19% de mortalidade de cordeiros devido a esta
enfermidade.
No Reino Unido, Radostits et al. (2002), afirmam que a mastite foi responsável por 8,4% das
mortes de ovelhas e mais de 34% das mortes de cordeiros. Citam ainda que, em uma pesquisa
realizada na Noruega relatou-se uma incidência de mastite de 2% ao ano em 6.000 ovinos.
Fthenakis (1994), em experimento realizado com 760 ovelhas no sul da Grécia, observou uma
incidência de mastite subclínica de 4,5% na primeira amostra (na desmama dos cordeiros);
11,2% na segunda amostra (2-3 semanas depois) e 16,9% na terceira amostra (6-8 semanas
após a segunda amostra).
No Brasil, Fernandes & Cardoso (1985) descreveram um surto no Rio Grande do Sul no qual
de 80 ovelhas examinadas, 10% apresentaram mastite clínica e 8,75% fibrose da glândula
mamária. Schild et al. (1994), em pesquisa realizada no mesmo Estado, observaram que a
mastite gangrenosa foi diagnosticada num rebanho de 400 ovinos das raças Texel, Ideal,
Corriedale, Romney, Marsh e Merino com uma morbidade de 10 a 20% e letalidade de 50%.
Em estudo realizado com 3.128 ovelhas, em 22 propriedades do Rio Grande do Sul e Santa
Catarina, observou-se uma prevalência média de mastite subclínica em pelo menos uma das
glândulas, de aproximadamente 5% das ovelhas (VAZ, 1996).
6
2.4 FISIOLOGIA E MECANISMO DE DEFESA DA GLÂNDULA MAMÁRIA
Segundo Pilar et al. (2002) o desenvolvimento mamário se inicia no final da gestação, por
volta dos 30 dias antecedentes ao parto (primeira fase da lactação) sendo precedida pelo
estabelecimento do fluxo normal do leite, no período pós-parto, com maior produção de leite
pela ovelha na quarta semana (segunda fase da lactação).
A cisterna da teta é a porta de entrada para as infecções do úbere (PERSSON et al., 1996). As
bactérias penetram por uma rota ascendente através do ducto da teta e vários metabólitos e
toxinas bacterianas nos tecidos induzem a uma resposta inflamatória. (PERSSON et al., 1997;
BERGONIER & BERTHELOT, 2003).
A fração de leite da cisterna da teta na maioria das raças de ovelhas leiteiras é maior que 50%
(CAJA et al.,1999). Portanto, uma larga fração de leite está localizada dentro da cavidade da
cisterna da glândula e abaixo do orifício do canal da teta, podendo ser coletado durante o
processo de ordenha ou sucção exercida pelas crias (BRUCKMAIER et al., 1994;
BRUCKMAIER et al., 1997).
Para Labussière (1988) e Rovai et al. (1999), uma ovelha leiteira ideal deve possuir uma larga
cisterna e uma localização vertical das tetas, sendo que um úbere largo usualmente determina
aumento na produção de leite (Figura 1).
Figura 1. Conformação ideal do úbere de uma ovelha leiteira
Não correlação entre o comprimento da teta e a produção de leite, enquanto um maior
volume do úbere está associado com uma desfavorável posição das tetas (ROVAI et al., 1999;
DZIDIC et al., 2004).
7
Segundo Park & Jacobson (1993), a glândula mamária é protegida por dois mecanismos de
defesa: os primários, que evitam a entrada de germes patogênicos na glândula (ex: camada de
queratina no canal do teto), e os secundários, que se localizam mais internamente (ex: células
de defesa e imunoglobulinas).
2.5 PATOGENIA
Atualmente a mastite pode ser classificada de acordo com as fontes de infecção e vias de
transmissão dos microrganismos em contagiosa ou ambiental, dependendo diretamente do
patógeno causador da enfermidade (RADOSTITS et. al., 2002).
Segundo Rebhun (2000), os patógenos mais comuns da mastite contagiosa são o
Staphylococcus aureus e o Streptococcus agalactiae, sendo encontrado raramente o
Mycoplasma bovis. Estes microrganismos são responsáveis por uma mastite subclínica que
resulta na diminuição da produção leiteira. O autor também afirma que as principais fontes e
vias de transmissão estão relacionadas aos procedimentos de ordenha, devido principalmente a
má higienização das mãos dos ordenhadores e dos equipamentos.
Na mastite ambiental o principal meio de transmissão e de contaminação é o manejo
inadequado do ambiente como, camas úmidas e áreas sujas destinadas à permanência dos
animais (RADOSTITS et al., 2002).
O curso da infecção intramamária por S. aureus, segundo Kingwill et al. (1970), pode ser
dividido em três fases. Na primeira, ocorre entrada da bactéria pelo ducto da teta, migração e
multiplicação no úbere. Na segunda, ocorre colonização do epitélio da cisterna da teta e
somente na terceira fase observa-se a migração pela glândula mamária.
Acland (1998), descreve dois mecanismos de defesa da glândula mamária, um não
imunológico, como a camada de queratina no canal do teto e a lactoferrina produzida pelas
células epiteliais mamárias, e outro imunomediado, composto por mecanismos celulares, como
os neutrófilos e macrófagos, e mecanismos humorais, representados pelas imunoglobulinas.
Segundo Jones et al. (2000), embora se saiba que alguns microrganismos patogênicos penetram
no organismo pela via hematógena, a grande maioria deles ingressam na glândula mamária
pela via ascendente através do canal do teto.
De acordo com Merck (2001), na mastite estreptocócica, o microrganismo penetra na glândula,
se instala no leite e na superfície dos canais lácteos e se multiplica, causando liberação de
neutrófilos, tendo como conseqüência a obstrução dos ductos, seguida de uma fibrose do tecido
alveolar, levando a perda da função secretora.
Pugh (2005), afirma que as toxinas produzidas pelo Staphylococcus aureus provocavam
trombose vascular e gangrena com desprendimento de tecidos adjacentes. A infecção por M.
haemolytica origina abscessos que podem fistular na parede do úbere.
Acland (1998), relata que na infecção pelo Staphylococcus aureus, a bactéria se liga às células
epiteliais provocando uma maior área estromal interalveolar, lesão no epitélio alveolar com
involução, redução do lúmen do alvéolo, tumefação, degeneração e ulceração em todo sistema
ductal.
8
Radostits et al. (2002), afirmam que a Escherichia coli ao invadir a glândula mamária, se
multiplica e produz uma endotoxina que altera a permeabilidade vascular, causando edema e
tumefação na glândula e elevação do número de neutrófilos no leite.
2.6 ASPECTOS CLÍNICOS
Quinlivan (1968) desenvolveu um sistema de classificação para a mastite clínica ovina que
ainda é aplicada atualmente, sendo dividida em quatro categorias. Na primeira categoria
observa-se uma pequena lesão fibrótica do tecido mamário com secreção sem alterações
macroscópicas. Uma lesão fibrótica mais extensa no úbere pode ser observada na segunda
categoria, com o leite variando entre normal, purulento, com coágulos ou até a sua ausência
devido a oclusão da teta pelo tecido fibroso. Na terceira categoria de sua classificação as
ovelhas apresentam um extenso edema de úbere com o leite apresentando-se entre normal,
aquoso, seroso ou purulento, sendo que o úbere pode abscedar ou romper devido a mastite
gangrenosa (mastite aguda). Na mastite hiperaguda as ovelhas apresentam um completo
envolvimento do úbere com inflamação severa, secreção serosa, fibrina e material purulento.
Os linfonodos encontram-se aumentados e a temperatura corporal elevada.
2.6.1 MASTITE CLÍNICA
A mastite clínica pode ocorrer durante qualquer estágio da lactação ou do período seco, porém
a maior incidência da mastite clínica severa ocorre aproximadamente de duas a quatro semanas
após o parto ou após a desmama. Os casos fatais atribuídos aos efeitos da toxemia na mastite
clínica variam de 30% a 40% (MENZIES & RAMANOON, 2001).
Os sinais clínicos da mastite ovina incluem aumento do volume do úbere, vermelhidão, calor e
dor a palpação, com decréscimo da secreção mamária e alterações das características químicas,
físicas e organolépticas do leite (LANGONI, 2003). As ovelhas apresentam ainda como
sintomas gerais, leve aumento da temperatura corporal, anorexia e depressão (NACCARI et al.,
2003).
Os casos de mastite aguda são caracterizados por início súbito, vermelhidão da pele do úbere,
perda de apetite, claudicação, dor, ardor, inchaço, aumento de temperatura local e redução ou
alteração do leite secretado pelo teto afetado (Figuras 2 e 3). Os aspectos clínicos mais
comumente observados na secreção láctea são a presença de grumos, coágulos, flocos ou pus
(SMITH, 1993).
Figuras 2 e 3. Ovelha com mastite aguda atendida na Clínica de Ruminantes
Centro de
Desenvolvimento da Pecuária (CDP) – Escola de Medicina Veterinária – UFBA
9
Dependendo da severidade e do agente causador, casos de mastite aguda podem apresentar
envolvimento sistêmico como inapetência, desidratação e decúbito. Havendo evolução do
quadro para a forma gangrenosa, o que é comum em ovelhas, o epitélio do úbere torna-se
azulado ou escuro (negro), devido à necrose. A apresentação superaguda ou gangrenosa
ocorre, principalmente, no pós-parto recente (Figuras 4 e 5). A glândula apresenta-se
aumentada de volume (quatro a cinco vezes). O edema acentuado muitas vezes se estende pelo
abdômen até os membros anteriores. Pode observar-se febre de 40-42°C. O curso da doença é
rápido, podendo ocorrer morte da ovelha em um período desde quatro a cinco horas ou em 48-
72 horas, ou ainda, após um período clínico de até cinco dias (SMITH, 1993; VAZ, 1996;
LADEIRA, 1998; RADOSTITS et al., 2002).
Na mastite crônica a glândula afetada torna-se gradualmente menos produtiva, podendo
atrofiar. Observam-se nódulos e abscessos no parênquima mamário e úberes aumentados e
endurecidos (MERCK, 2001). De acordo com Domingues & Leite (2003) a mastite crônica é
geralmente conseqüência de mastite aguda ocorrida durante a lactação, mas que não foi
detectada.
Radostits et al. (2002), afirmam que a mastite crônica se caracteriza pelo aumento e
endurecimento da glândula mamária, pela ausência de dor e pela não elevação da temperatura
local. O endurecimento da mama depende do estágio de desenvolvimento da doença, sendo
mais palpável na cisterna da glândula e regiões inferiores do úbere. De acordo com JONES et
al. (2000) as partes fibrosadas da glândula são relativamente resistentes à reinfecção.
Figuras 4 e 5. Mastite gangrenosa em ovelha.
Fonte: PENGOV & JURCEVIC (2006)
10
Na tabela 1 são descritos os aspectos clínicos da mastite em ovelhas.
Tabela 1. Aspectos clínicos da mastite em ovelhas
Mastite Alterações sistêmicas Alterações locais
Mastite hiperaguda Depressão, febre inicial,
hipotermia, desidratação,
anorexia, toxemia, laminite,
abdômem avermelhado e
azulado
Coloração avermelhada a
azulada do úbere, glândula
mamária fria à palpação,
secreção serosa avermelhada
podendo conter gás, necrose,
desprendimento da glândula e
do tecido ao redor
Mastite aguda Depressão, inapetência,
desidratação e decúbito
Edema extenso do úbere,
secreção variando de normal a
aquosa, serosa ou purulenta,
abscessos e rompimento da
glândula
Mastite crônica Temperatura normal Glândula mamária dura,
fibrótica e reduzida de
tamanho. Secreção purulenta,
com grumos ou ausente
Fonte:
MENZIES & RAMANOON (2001)
2.6.2 MASTITE SUBCLÍNICA
Por definição a mastite subclínica é uma inflamação que não é detectada clinicamente, mas que
reduz a produção leiteira, sendo a forma predominante de infecção da glândula mamária em
ovelhas (CONTRERAS et al.,1999; BIRGEL, 2004).
Ruegg (2001), descreve que a mastite subclínica ocorre quando um patógeno infecta um ou
mais quartos, mas não provoca ruptura dos alvéolos do úbere deixando o leite aparentemente
normal. Radostits et al. (2002), afirmam que o leite de glândulas mamárias acometidas por
mastites subclínica se caracteriza por alcalinização do ponto hidrogeniônico (pH), aumento do
número de células somáticas e diminuição da produção.
Na mastite subclínica a reação inflamatória é detectável por meio de testes como,
California Mastitis Test (CMT), contagem de células somáticas (CCS) e Wisconsin (MERK,
2001). Não observa-se alterações no aspecto da secreção láctea e no úbere, porém pode ser
verificado diminuição da produção, além do aumento do número de células somáticas do leite,
representadas pelas células de descamação e pelos leucócitos, principalmente neutrófilos
(GROSS et al., 1978; GREEN, 1984; SHEARER& HARRIS, 2005).
11
2.7 DIAGNÓSTICO
2.7.1 DIAGNÓSTICO CLÍNICO
A mastite clínica pode ser detectada pela realização do exame da glândula mamária e do leite
(QUINLIVAN, 1968). O seu diagnóstico precoce é dificultado em raças de ovelhas para carne
e devido à falta de inspeção rotineira do úbere, que ocorre muitas vezes apenas na parição,
na tosquia ou na secagem (MENZIES & RAMANOON, 2001).
O diagnóstico das formas hiperaguda, aguda e crônica é realizado considerando-se os sinais
clínicos, observando-se um aumento de volume da glândula mamária. À palpação verifica-se
aumento de temperatura e dor local; no caso de mastite gangrenosa o úbere se apresenta de
coloração azulada, bem como edematoso (LADEIRA, 1998).
Dirksen (1993) e Birgel (2004) afirmam que a avaliação dos aspectos macroscópicos do leite
através da inspeção dos três primeiros jatos em caneca de fundo preto (ou caneca telada), tem
grande valor no diagnóstico das mastites, podendo-se observar anormalidades nas
características físicas do leite.
Menzies & Ramanoon (2001) afirmam que a dificuldade de alguns produtores em identificar
pequenas alterações na glândula mamária durante a lactação e alterações clínicas que muitas
vezes se tornam evidentes no período seco são fatores que afetam o diagnóstico clínico
precoce da enfermidade.
Para estabelecer-se o diagnóstico diferencial, deve-se considerar a presença do vírus da Maedi-
Visna no rebanho, que pode levar ao aparecimento de úberes endurecidos (VAZ, 1996;
RADOSTITS et al., 2002).
Diferentes métodos tem sido sugeridos por vários autores para a detecção da mastite subclínica,
como o California Mastitis Test (CMT), contagem de células somáticas (CCS), presença dos
patógenos no leite e mensuração da albumina sérica (MAISI, 1990). As alterações físico-
químicas da composição do leite também são utilizadas para diagnosticar indiretamente as
mastites (SILVA, 1999).
2.7.2 CONTAGEM DE CÉLULAS SOMÁTICAS
Em rebanhos leiteiros, a detecção da infecção intramamária subclínica é baseada na
interpretação da CCS no leite determinada mensalmente durante a lactação, sendo amplamente
utilizada nas condições de campo desde a década de 80 (SERIEYS, 1985; DOHOO & LESLIE,
1991).
A contagem de células somáticas é a mensuração do número de leucócitos e de células
epiteliais no leite e seu aumento é indicativo da inflamação da glândula mamária, sendo
freqüentemente causada por infecções bacterianas (SANCHEZ et al., 1999; BEAUDEAU et
al., 2001; SARGEANT et al., 2001). Seus valores variam de acordo com o estágio da lactação
(ROMEO et al., 1996).
Em ovelhas, 50% a 70% das células somáticas são macrófagos, 15% a 40% leucócitos
polimorfonucleares, 6% a 14% linfócitos e menos de 5% composto por células epiteliais de
descamação e eosinófilos (RANUCCI & MORGANTE, 1993).
12
Muitos autores já estudaram a relação entre a CCS e a mastite subclínica em ovelhas sugerindo
diferentes valores entre a glândula mamária sadia e infectada, variando de 0,25 x 10
6
cél/mL a
1,0 x 10
6
cél/mL (ARIZPABARRETA et al., 2002); 0,5 x 10
6
cél/mL a 1,6 x 10
6
cél/mL
(LAFI, 2005); alguns outros (BELTRAN DE HEREDIA & ITURRITZA, 1988; DE LA CRUZ
et al., 1994) reportaram valores muito similares aos encontrados em vacas (0,2 x 10
6
cél/mL e
0,3 x 10
6
cél/mL).
Lafi (2005) obteve em 719 amostras de leite estéreis 91% com menos de 1,0 x 10
6
l/mL e
80% destas amostras apresentaram escore de CMT 2+. BERTHELOT et al. (2005)
determinaram a média geométrica de CCS considerando o status de infecção, obtendo 0,16 x
10
6
cél/mL para úberes sadios, 0,645 x 10
6
l/mL para infecção unilateral e 0,853 x 10
6
cél/mL para infecção bilateral. MARCO MELERO (1994) observou em ovelhas da raça Latxa
uma média de 0,051 x 10
6
cél/mL, 0,210 x 10
6
cél/mL e 0,543 x 10
6
cél/mL para ovelhas não
infectadas, infectadas unilateral e bilateral, respectivamente.
Muitos fatores de risco têm sido descritos como associados à CCS em ovelhas, como o estágio
da lactação (BAURNGARTNER et al., 1992) e raça dos animais (NUDDA et al., 2002). Um
estudo comparando os métodos de microscopia direta e Fossomatic (GONZALO &
GAUDIOSO, 1985) e microscopia direta e Coulter (KEISLER et al., 1992) no leite de ovelhas
obteve uma correlação de 0,99 e 0,95, respectivamente. Segundo estes autores,
independentemente do método utilizado, os valores da contagem de células somáticas são
altamente confiáveis dentro de uma mesma amostra.
Valores elevados de CCS no leite prejudicam a sua qualidade, indicando que o plasma
sanguíneo contém elevados teores de proteases e lipases, especialmente plasmina, enzima não
inativada durante a pasteurização e que irá acelerar a deteriorização do leite. Como resultado,
amostras de leite de úberes com valores elevados de CCS possuem teores reduzidos de lactose,
gordura, proteína, cálcio e fósforo (POLITIS et al., 1989). Estes achados são particularmente
importantes em países onde a indústria ovina leiteira é existente, que o leite utilizado para a
fabricação de queijos e outros derivados é essencialmente crú.
2.7.2.1 FATORES QUE AFETAM A CCS
O estágio da lactação e a infecção intramamária causada por bactérias patogênicas como o
Staphylococcus aureus são os principais fatores associados a elevação do número de células
somáticas (MENZIES & RAMANOON, 2001). Assim como em cabras, nas ovelhas ocorre um
aumento na média do número de células somáticas no final da lactação sem a presença de
infecção intramamária, embora os valores absolutos sejam inferiores aos observados em cabras
(FETHENAKIS, 1996; DANKÓW et al., 1998).
Em ovelhas, o efeito do número de lactações no número médio de células somáticas não está
tão definido quanto em cabras, onde o número médio de células somáticas aumenta com o
número de lactações independente do status bacteriológico da glândula mamária (RANDY et
al., 1988; ROTA et al., 1993; WILSON et al, 1995; ZENG & ESCOBAR, 1995). Um estudo
em ovelhas leiteiras realizado na Itália demonstrou um número médio de células somáticas
inferior a 0,057 x 10
6
cél/mL em glândulas sadias de ovelhas na primeira lactação
(MORGANTE et al., 1996). Gonzalo & Gadioso (1985) afirmam que o número de lactações
não é importante quando interpretamos os níveis de células somáticas do rebanho, pois este
fator é responsável por apenas 6,6% da variabilidade do log da CCS.
13
Fthenakis (1994) demonstrou que as amostras de leite obtidas na ordenha da manhã tinham
número total de células somáticas maiores 7% a 22% do que naquelas amostras obtidas na
ordenha da noite. Segundo Ubertalle et al. (1993) ovelhas ordenhadas manualmente
demonstraram valores menores de CCS no tanque (1,55 x 10
6
cél/mL) do que ovelhas
ordenhadas mecanicamente (3,0 x 10
6
cél/mL).
A refrigeração das amostras de leite por um período maior que sete dias pode causar um
decréscimo significativo (14%) nos valores de CCS (MENZIES & RAMANOON , 2001).
Segundo Andrade et al. (2001), dentre todos fatores que podem provocar aumento do número
total de células somáticas (CCS), as mastites bacterianas são as mais importantes.
2.7.3 PROVA CALIFÓRNIA MASTITE TESTE (CMT)
O California Mastitis Test ou Prova de Schalm é amplamente utilizado nas condições de campo
em bovinos, sendo um dos testes mais práticos e populares para o diagnóstico da mastite
subclínica (SANTOS et al., 1995).
É um método semi-quantitativo de avaliação que demonstra a qualidade da reação sem permitir
a sua exata quantificação, tendo seu princípio baseado na estimativa da contagem do número
de células somáticas no leite. Utiliza-se um detergente aniônico que atua rompendo a
membrana das células presentes na amostra de leite e liberando o material nucléico (DNA)
(SCHALM & NOORLANDER, 1957). O resultado é avaliado em função do grau de
gelatinização após mistura de partes iguais do leite e reagente em bandeja apropriada
(FONSECA & SANTOS, 2000). (Tabela 2).
Tabela 2. Interpretação do Califórnia Mastite Teste em ovinos
Negativo
Traços
1+
2+
Nenhum conteúdo gelatinoso é observado
Pequena quantidade de gel é formada de forma dispersa quando a raquete é agitada
Significativa quantidade de gel é formada de forma dispersa quando a raquete é agitada
O gel tende a se acumular no centro quando a raquete é agitada
3+ Mistura completamente gelatinosa e agrupada no centro quando a raquete é agitada
Fonte:
MENZIES & RAMANOON (2001)
O CMT em ovinos, segundo Menzies & Ramanoon (2001) e Bain et al., (2003) pode ser muito
útil como um teste de triagem para identificação de animais, considerando que as chances de
seleção de ovelhas infectadas são maiores quando amostras de leite com valor de CMT de 1+
ou maiores são selecionadas.
Os resultados do CMT em ovinos devem ser interpretados com muito critério devido ao tipo de
secreção do leite e de sua constituição, principalmente por terem um maior número de lulas
somáticas do que o observado em vacas. O resultado negativo é um bom indicador da ausência
da inflamação da glândula, os resultados ligeiramente positivos são observados em animais
sadios e podem representar até 1,5 x 10
6
cél/mL e os fortemente positivos indicam,
seguramente, uma reação causada por um processo inflamatório e resultam de até 5,0 x 10
6
cél/mL (BIRGEL, 2004).
14
A correlação entre o CMT e a CCS em ovelhas varia entre 0,51 a 0,82, sendo considerado boa
por muitos autores, devido a subjetividade do teste (MAISI et al., 1987; KEISLER et al., 1992;
GONZÁLES-RODRIGUEZ et al., 1995; DANKÓW et al., 1998).
Berthelot et al. (2005) e Lafi (2005) demonstraram que a sensibilidade e especificidade do
CMT e CCS em experimento realizado com 1210 amostras de leite de ovelhas excedeu 90%, o
que faz constituírem-se testes fidedignos e úteis para a identificação rápida das metades
infectadas. De acordo com Lafi (2005), na mastite, o teste ideal deve ter o máximo de
sensibilidade para minimizar a proporção de falso-negativos, enquanto que, em contraste, a
especificidade dos testes é de menor importância, devido aos resultados falso-positivos que
podem ser identificados durante o acompanhamento do teste confirmatório (cultura
bacteriológica).
Quando ocorre a presença da infecção intramamária, a especificidade do teste demonstra-se
melhor do que a sua sensibilidade, tornando-se melhor para avaliar úberes que não estejam
infectados (MENZIES & RAMANOON, 2001).
Os resultados positivos ou negativos do CMT são dependentes da prevalência da doença, o que
foi demonstrado em um primeiro estudo realizado por Hueston et al. (1986), no qual o valor
positivo esperado foi de 31% numa taxa de prevalência de 13% com quaisquer patógenos e de
13% com 4% de prevalência de patógenos maiores.
2.7.4 OUTRAS DETERMINAÇÕES
A detecção dos teores de N-acetil-β- D- glucosamidanidase (NAGase) no leite de ovelhas tem
sido proposto como uma prova mais sensível e mais específica para detecção da infecção
intramamária do que a CCS e CMT (MAISI et al., 1987).
A determinação do teor de cloretos no leite fundamenta-se na precipitação do cloreto sob a
forma de cloreto de prata, sendo a reação negativa, quando houver formação de precipitado
vermelho tijolo de cromato de prata e positiva quando a coloração for amarela (BRASIL,
1981). Nas mastites transudação de cloreto de sódio do sangue para o leite, sendo este
cloreto responsável pelo sabor salgado do leite mamitoso (BIRGEL, 2004). (Figuras 8 e 9).
A prova de Whiteside é uma medida indireta do número total de células (leucócitos), sendo
utilizada na identificação de amostras anormais de leite (THOMAS, 1971). É caracterizado
pelo aparecimento de uma floculação produzida pela união dos íons de sódio produzidos a
partir do hidróxido de sódio adicionado e de íons de cálcio liberados do caseinato de cálcio
com a proteína dos leucócitos (KÄSTLI 1963 apud DEMETER, 1969). Em ovelhas,
WATKINS et al. (1991) consideram um teste útil e comparado com a performance do CMT,
com sensibilidade e especificidade de 48,5% e 97,6%, respectivamente (Figuras 6 e 7).
15
Figuras 6 e 7. Prova de Whiteside em amostra de leite ovino realizada Clínica de Ruminantes –
Centro de Desenvolvimento da Pecuária (CDP) Escola de Medicina Veterinária
Universidade Federal da Bahia.
Figuras 8 e 9. Determinação do teor de cloretos em amostras de leite ovino na Clínica de
Ruminantes Centro de Desenvolvimento da Pecuária (CDP) Escola de Medicina
Veterinária – Universidade Federal da Bahia.
2.7.5 CULTURA BACTERIOLÓGICA
Domingues & Leite (2003), afirmam que o diagnóstico etiológico pode ser realizado pelo
cultivo bacteriológico do leite em placas de Petri contendo meios de cultura como ágar-sangue
e ágar-MacConkey, incubando-se a 37°C, e realizando a leitura das placas às 24, 48 e 72 horas.
Pode-se, ainda, realizar o antibiograma para determinar o antibiótico de eleição para o
tratamento. A amostra de leite para cultivo deve ser colhida assepticamente, em frascos
esterilizados, após prévia higiene e desinfecção do óstio do teto com álcool a 70%.
Berthelot et al. (2005) em estudo realizado em 4 rebanhos com 215 ovelhas leiteiras
encontraram mais de 90% das bactérias isoladas pertencentes à família Micrococcaccae, 87,5%
Staphylococcus coagulase negativo e 0,8% Staphylococcus aureus. Foram isolados
Streptococcaccae (2%), Corynebacteria incluindo Arcanobacterium pyogenes (1,9%) e
organismos Gram negativos (1,2%).
16
2.7.5.1 CULTURA BACTERIOLÓGICA X CCS
Deinhofer (1993) e Ziluaga et al. (1998) afirmam que os microrganismos denominados de
patógenos maiores (Staphylococcus aureus, Escherichia coli, Arcanobacterium pyogenes)
estão associados a elevados valores de células somáticas. Alguns microorganismos
Staphylococcus coagulase negativo, principalmente novobiocina sensíveis (incluindo o
Staphyloccus epidermidis) também estão associados a elevados valores na CCS, enquanto
outros como Staphylococcus lentus, induzem apenas uma moderada inflamação (GONZALO et
al., 1993).
2.8 FATORES DE RISCO
O principal fator predisponente relacionado à ocorrência da mastite em ovelhas não leiteiras é o
ato da sucção dos cordeiros, especialmente os maiores que o fazem de forma agressiva,
causando lesões que eventualmente são invadidas por Mannheimia spp., organismo comum no
trato respiratório (MARSH, 1932; TUNNICLIFF, 1949; BERGONIER & BERTHELOT,
2003).
O número de cordeiros nascidos tem sido citado por Larsgard & Vaabenoe (1993) como tendo
uma correlação positiva com a incidência de infecção intramamária. Estes autores sugerem que
o dano freqüente e vigoroso da sucção destes cordeiros pode causar lesões no úbere e tetas que
predispõem a infecção intramamária.
Uma conformação do úbere (tetas supranumerárias, tetas não convencionais e úberes mal
formados) tem um significante, porém pequeno efeito na freqüência da infecção intramamária
em ovelhas. Uma sucção inadequada dos tetos pelos cordeiros induz a um ineficiente
esgotamento do leite da glândula e a predisposição à infecção intramamária (MENZIES &
RAMANOON, 2001). (Figura 10).
Figura 10. Tetas supranumerárias em ovelha pertencente ao experimento
17
Watkins et al. (1991) e Fthenakis (1994) observaram que existe uma significativa associação
positiva entre a prevalência da infecção intramamária e a idade das ovelhas. Hendy et al.
(1981) relatam que um período seco maior que sessenta dias aumentam os riscos de
desenvolvimento da infecção intramamária.
Em ovelhas, Fthenakis (1994) encontrou uma maior prevalência da mastite subclínica nos
estágios avançados da lactação. Las Heras et al. (1998) e Sevi et al. (1999) citam que ovelhas
leiteiras ordenhadas manualmente tendem a ter um maior grau de infecção subclínica,
particularmente com S. epidermitis e que uma densidade maior que 2 m
2
/animal pode levar a
um aumento da ocorrência de mastites.
Estudo com ovelhas leiteiras realizado por Danków et al. (1998) demonstrou que animais com
elevada produção leiteira tiveram maior prevalência (48%) de mastite subclínica quando
comparado com ovelhas de baixa produção leiteira (22%). Ainda levando em consideração o
nível de produção leiteira, Larsgard & Vabenoe (1993) afirmaram que para cada 10g de ganho
de peso diário dos cordeiros existe um decréscimo de 0,09% na prevalência da mastite. Estes
autores sugerem que, a seleção para longevidade nas raças pode ser valiosa em alguns
programas de seleção, principalmente em rebanhos com elevada ocorrência de mastite.
2.9 EFEITO DA MASTITE NA PRODUTIVIDADE
Dentre as enfermidades que causam prejuízos econômicos à produção de leite em todo o
mundo, destacam-se os processos inflamatórios da glândula mamária (CASTRO et al., 2001).
A perda de produção de leite representa a conseqüência econômica mais importante das
infecções intramamárias. O efeito da infecção intramamária na produção leiteira de ovelhas
tem sido bem documentada, reduzindo a produção em 20% a 37% (TORRES-HERNANDEZ
& HOHENBOBEN, 1979; McCARTHY et al., 1988; FTHENAKIS et al., 1990), a
concentração de lactose e elevando a CCS (MARGETIN et al., 1993; BURRIEL, 1997).
Nas ovelhas primíparas estas perdas são estimadas entre 22% a 27% e de 37% nas de segunda
cria. Estes valores variam segundo as características da infecção. Nas infecções unilaterais
estas perdas situam-se em torno de 11% da produção total, enquanto que se ocorrem infecções
bilaterais as perdas podem chegar a 58% do total de leite produzido (SILVA, 1999).
Diversos estudos têm demonstrado que a mastite em ovelhas é também uma importante causa
de descarte, fato este observado em matadouros nos quais úberes com lesões são achados
freqüentes (MADEL, 1981; WATSON & BUSWELL, 1984). Johnston et al. (1980), em estudo
realizado durante três anos demonstraram que a mastite foi responsável por 8,4% das mortes
das ovelhas, assim como Watson & Buswell (1984) relatam descarte de 46% das ovelhas de
dois grandes rebanhos devido a mastite.
A mastite ainda é considerada importante causa de morte neonatal dos cordeiros, causada pela
inanição devido à diminuição ou ausência na produção de leite ou pela morte das ovelhas
(JOHNSTON et al., 1980). A infecção reduz o ganho de peso diário dos cordeiros em até
20g/dia e até 4 Kg até a desmama (FTHENAKIS & JONES, 1990; AHMAD et al., 1992a;
LARSGARD & VABENOE, 1993). Segundo Pekelder et al. (1994) cordeiros que ingeriram
leite de ovelhas infectadas apresentaram 5 quilos a menos no momento da secagem do que
cordeiros que ingeriram leite de ovelhas não infectadas.
18
2.10 RISCOS À SAÚDE PÚBLICA
A mastite em ovelhas é uma doença complexa, resultante da interação do animal, ambiente e
microrganismos. Os riscos à saúde pública também devem ser considerados, uma vez que a
comercialização dos produtos lácteos de animais enfermos podetransmitir cepas portadoras
de plasmídeos de resistência a certos antimicrobianos, como também a possibilidade da
existência de bactérias produtoras de toxinas (PINHEIRO, ALVES, 2003).
A maior importância da doença reside na veiculação de microrganismos patogênicos e sua
toxinas, assim como de resíduos de antimicrobianos pelo leite. Em alguns países, o leite cru de
ovelhas é considerado um alimento saudável, porém pode conter diversos agentes
disseminadores de doenças para humanos (SILVA,1999). Staphylococcus aureus é a bactéria
mais comumente encontrada no tanque de leite desta espécie, com uma dia de 2-3 unidades
formadoras de colônia/mL de leite e de até 13% no queijo (PODSTATZKY-LICHTENSTEIN
et al., 1998).
Klinger & Rosenthal (1997) isolaram em leite cru de ovelhas na Itália toxinas produzidas por
Escherichia coli 0157:H7, que também sobreviveram ao sistema de processamento de queijos
italianos. Tzora & Fthenakis (1998) isolaram Listeria monocytogenes de queijos macios e
semi-macios, do leite, de linfonodos mamários e de fezes de ovelhas com mastite subclínica .
Outros patógenos contaminantes do leite de ovelhas e que podem causar a doença em humanos
incluem Yersinia enterocolitica, Salmonella sp., Klebsiella sp., Streptococcus faecalis e E. coli
(KLINGER & ROSENTHAL, 1997; PODSTATZKY-LICHTENSTEIN et al., 1998).
2.11 TERAPÊUTICA
O uso de antimicrobianos em animais acompanha o desenvolvimento e a utilização destes em
medicina humana (MITCHELL et al., 1998). Atualmente existe grande variedade de drogas
permitidas para o tratamento da mastite em bovinos, sendo importante que sejam escolhidas
baseada na sua eficácia e na sua ação em cada agente causal da doença (NACCARI et
al.,2003). Em ovinos esta realidade é diferente, existindo pouquíssimas drogas aprovadas para
uso durante a lactação conforme indicado pelo MAPA no Brasil, Bureau of Veterinary Drugs
no Canadá e pelo Centro de Medicina Veterinária nos Estados Unidos. Da mesma forma,
pouquíssimos trabalhos existem em todo o mundo sobre o apropriado período de carência
destas drogas nestas espécies (CHAFFER et al., 2002).
Os veterinários na América do Norte estão liberados para a prescrição de drogas não
autorizadas à esta espécie de maneira extra-oficial, porém são obrigados a certificarem que os
resíduos não entrarão na cadeia alimentar (MENZIES, RAMANOON, 2001). Para tanto, é
recomendado que os profissionais consultem o período de carência das drogas e utilizem testes
para detecção de antimicrobianos no leite sempre que drogas antimicrobianas sejam utilizadas
no tratamento da mastite. Resultados falso-positivos ou falso-negativos podem ocorrer quando
são utilizados kits comerciais bovinos nestas espécies, principalmente se o leite for aquecido ou
adicionado conservante (CONTRERAS et al., 1997; ALTHAUS et al., 1998).
O tratamento antimicrobiano ideal da mastite seria aquele que pudesse controlar todos os
processos infecciosos do úbere e não deixasse resíduos no leite. O tratamento efetivo e de curta
duração depende do uso correto dos medicamentos e, portanto, depende de um sólido
conhecimento das propriedades farmacológicas dos antimicrobianos (COSTA &
WATANABE, 1999).
19
Os antimicrobianos mais comumente utilizados em animais de produção são divididos em
cinco classes incluindo os β-lactâmicos (cefalosporinas e penicilinas), as tetraciclinas
(oxitetraciclina, tetraciclina e clortetraciclina), os aminoglicosídeos (estreptomicina, neomicina
e gentamicina), os macrolídeos (eritromicina) e as sulfonamidas (sulfametazina) (MITCHELL
et al., 1998). O Cefalônio é uma cefalosporina semi-sintética de primeira geração com
atividade bactericida, principalmente para bactérias Gram positivas, e alto nível de eficácia
contra as principais bactérias causadoras de mastite (WILLIAMSON, 1995).
Diferentes tratamentos têm sido utilizados para combater as várias infecções bacterianas
responsáveis pela mastite em ovelhas e para limitar a ocorrência da resistência desenvolvida
por muitos microorganismos (NACCARI et al., 2003). Radostits et al. (2002), citam que
mesmo as ovelhas necessitando de doses de antimicrobianos intramamário menores que as
vacas, o tratamento é realizado com sucesso, porém os resíduos das drogas permanecem no
leite por um período mais longo que o observado em bovinos.
Schulz (1988) afirma que os animais acometidos por mastites devem ser isolados dos sadios, e
tratados com um preparado de penicilina-estreptomicina a intervalos de 24 horas,
intramamariamente, tendo o cuidado de ordenhar a mama antes da aplicação. Merck (2001),
demonstra que a eritromicina, após administração sistêmica, é encontrada em níveis mais altos
no leite que no plasma, sendo úteis nos casos agudos e superagudos.
Bocklisch & Wetzstein (1994) enfatizam que a combinação da terapia antimicrobiana
intramamária com a sistêmica apresenta uma resposta satisfatória na recuperação e
sobrevivência das ovelhas. É de vital importância que o tratamento seja iniciado imediatamente
após os primeiros sinais de inflamação, com elevadas doses de antibióticos como penicilina,
ampicilina, cloxacilina, cefalosporinas e sulfonamidas administradas intramamária ou
parenteral com intervalos de 12 a 24 horas.
Naccari et al. (2003) através de resultados obtidos in vitro e in vivo confirmam a eficácia
terapêutica da tilmicosina na mastite ovina. Uma única dose de tilmicosina de 10 mg/kg por
via subcutânea, foi usada por estes autores com eficácia e segurança na mastite bacteriana
causada por Staphylococcus aureus e Staphylococcus coagulase negativo.
A decisão do uso da terapia intramamária de vaca seca em ovelhas deve ser baseada na
prevalência da mastite no rebanho, na facilidade do tratamento (injeção x infusão
intramamária) e nas considerações sobre o período de carência (MENZIES, RAMANOON,
2001). Esta terapia tem sido estudada por alguns autores, havendo evidências de avanços na
taxa de cura e redução do nível de novas infecções, embora os resultados variem
consideravelmente (HUESTON et al., 1989; AHMAD, 1992b; MENZIES, RAMANOON,
2001; CHAFFER et al., 2002).
2.12 CONTROLE E PROFILAXIA
Quando a finalidade da exploração é a produção de leite, as mesmas medidas higiênico-
sanitárias que são recomendadas para bovinos podem ser aplicadas para os ovinos, ou seja,
praticar uma ordenha higiênica, como o uso do pré-dipping e pós-dipping. Em situação oposta,
quando o cordeiro mama na ovelha durante 60 a 120 dias, o controle é dificultado pela
possibilidade da transmissão de agentes patogênicos pela cavidade oral do cordeiro. Assim,
deve-se evitar lesões traumáticas no úbere e/ou tetos das ovelhas, para não predispor a
20
contaminação por patógeno presente na boca do cordeiro, bem como no ambiente
(DOMINGUES, LEITE, 2003).
Muller (1999), afirma que quando os animais são mantidos em ambientes higiênicos, secos e
confortáveis uma redução dos problemas relativos à mastite ambiental, tendo reflexo
indireto nos índices de mastite contagiosa.
Limpar regularmente as instalações, utilizar camas secas, evitar superlotação, substituir a
serragem e as lascas de madeira por areia para a confecção das camas e verificar
freqüentemente a saúde do rebanho, são medidas que auxiliam no controle das mastites
ambientais (RADOSTITS et al., 2002).
Em rebanhos com histórico de mastite grave, pode-se recomendar a aplicação de antimastíticos
no desmame (HUESTON et al., 1989; RADOSTITS et al., 2002) e a palpação rotineira do
úbere com posterior descarte de animais que possuam fibrose na glândula mamária, com o
intuito de eliminar as ovelhas menos produtivas e reduzir o reservatório de infecções dentro do
rebanho (SMITH,1993).
Deve-se impedir o acúmulo de leite ocasionado pela perda de cordeiros ou por ovelhas com
maior produção de leite após o desmame, restringindo água e alimento até cessar a produção
(LADEIRA, 1998).
Em ovinos criados em confinamento observa-se uma maior prevalência da mastite subclínica,
relacionando-se a influência dos cordeiros como vetores mecânicos transmissores de patógenos
de ovelhas infectadas para sadias (DOMINGUES & LEITE, 2004).
Com intuito de assegurar o bom desenvolvimento da cria, em raças de ovelhas para carne, é de
vital importância a identificação da mastite crônica antes do acasalamento, sendo que a
infecção nestes animais pode ocorrer em qualquer estágio da lactação, porém é mais freqüente
ocorrer de duas a três semanas após o parto ou logo após a secagem (MENZIES,
RAMANOON, 2001).
O uso de vacina autógena tem sido recomendada por Domingues & Leite (2004) como medida
de controle de surtos de mastite em ovinos, a partir do isolamento e identificação do agente
causal, principalmente quando se tratar de Staphylococcus aureus e Mannheimia haemolytica.
21
3. ARTIGOS CIENTÍFICOS
3.1 Artigo científico I
Etiologia e sensibilidade microbiana in vitro da mastite subclínica em ovelhas da raça
Santa Inês.
(Aetiology and in vitro antimicrobial susceptibility of subclinical mastitis in Santa Inês
ewes).
1
COUTINHO, D.A.;
2
COSTA, J.N.;
3
RIBEIRO, M.G.;
4
TORRES, J.A
1
Aluna de pós-graduação (Mestrado em Medicina Veterinária Tropical – UFBA);
2
Prof. Dr.
Escola de Medicina Veterinária (UFBA);
3
Prof. Ass. Dr. Faculdade de Medicina Veterinária e
Zootecnia - UNESP- Botucatu;
4
Aluna de pós-graduação (Mestrado em Medicina Veterinária
Tropical – UFBA)
RESUMO
Foram submetidos a exames clínicos e microbiológicos 124 metades mamárias de ovelhas da
raça Santa Inês e as suas respectivas secreções lácteas no momento da secagem aos 90 dias
após o parto. O exame de Tamis não revelou mastite clínica em nenhuma das metades
analisadas e de cada uma delas foi coletada amostra para realização do Califórnia Mastitis
Test e exames microbiológicos em meios de ágar sangue ovino (5%) desfibrinado e ágar
MacConkey. Os microrganismos isolados foram submetidos ao teste de sensibilidade
microbiana in vitro frente a nove antimicrobianos. Das 124 amostras 33 (26,6%) foram
positivas ao exame microbiológico. O microrganismo isolado com maior freqüência foi
Staphylococcus coagulase negativo (19/33=57,6%), seguido por Staphylococcus aureus
(5/33=15,2%), Micrococcus sp. (5/33=15,2%), Streptococcus α-hemolítico (3/33=9%) e
Streptococcus agalactiae (1/33=3%). Dentre os antimicrobianos utilizados, o cefalônio
anidro foi o mais efetivo, visto que a totalidade dos isolados mostraram-se sensíveis à droga,
enquanto os maiores índices de resistência foram constatados com o uso da penicilina G,
neomicina e ampicilina.
Palavras Chave
Mastite subclínica, ovino, etiologia, sensibilidade microbiana.
22
SUMMARY
Clinical and microbiological exams were performed in 24 mammary-halves of Santa Ines
ewes in dry-off period, on the 90th day postpartum. The Tamis exam hasn’t showed any sign
of clinical mastitis in none of the halves analyzed. Milk samples were submitted to California
Mastitis Test and microbiological culture on defibrinated sheep blood agar (5%) and
MacConkey agar. Microorganisms isolated were submitted also to in vitro susceptibility test
(diffusion disk) against nine antimicrobials. Of the 124 samples, 33 (26.6%) were
bacteriologically positive. The most-common agent found was Staphylococcus coagulase
negativo (19/33=57.6%), followed by Staphylococcus aureus (5/33=15.2%), Micrococcus sp.
(5/33=15.2%), Streptococcus α-hemolítico (3/33=9%) e Streptococcus agalactiae (1/33=3%).
Among the antimicrobials used, cephalonium was the most effective, while most frequent
resistance were observed with penicillin G, neomycin e ampicillin.
Keyboard
Subclinical Mastitis, Sheep, etiology, antimicrobial susceptibility test
23
INTRODUÇÃO
A mastite é classicamente definida como inflamação da glândula mamária, caracterizada por
alterações físico-químicas e microbiológicas no leite e no tecido glandular mamário, podendo
destruí-lo parcial ou totalmente, dependendo do agente microbiano envolvido (LANGONI et
al, 1998).
Além dos prejuízos quantitativos e qualitativos à produção de leite, a mastite pode levar a
perda da capacidade funcional da glândula - inviabilizando a permanência destas matrizes nos
plantéis e, ocasionalmente, a morte das fêmeas (FTHENAKIS & JONES, 1990). Em
rebanhos ovinos de corte a mastite é responsável pelo atraso no desenvolvimento dos cordeiros,
resultando num decréscimo da sua taxa de ganho de peso e aumento da mortalidade neonatal
(GROSS et al., 1978; FTHENAKIS, 1988), principalmente nos casos de mastite clínica
gangrenosa (WATKINS et al., 1991). Embora a mastite clínica seja responsável por perdas
expressivas, a mastite subclínica assume elevada importância econômica, em virtude dos
prejuízos na produção e da maior ocorrência comparativamente as formas clínicas de mastite
(GROSS et al., 1987; MARCO MELERO, 1994).
A mastite infecciosa é causada por uma ampla variedade de microrganismos, principalmente de
origem bacteriana. Com base nas fontes de infecção e características ou vias de transmissão, os
agentes da mastite são subdivididos em contagiosos e ambientais. Os contagiosos são
transmitidos fundamentalmente no momento da ordenha ou no ato de mamar do cordeiro,
causados principalmente por Staphylococcus aureus, Staphylococcus epidermidis,
Streptococcus agalactiae, Streptococcus dysgalactiae e Corynebacterium bovis. Por outro lado,
os ambientais são transmitidos na ordenha e entre-ordenhas, representados principalmente
pelas enterobactérias (Escherichia coli, Klesbsiella pneumoniae, Enterobacter aerogenes),
fungos, algas, Nocardia sp e Pseudomonas aeruginosa (SMITH & HOGAN, 1998;
RADOSTITS et al., 2002).
Nas mastites clínicas em ovelhas leiteiras e nas ovelhas destinadas à produção de carne os
principais microrganismos identificados em casos individuais ou em surtos são:
Staphylococcus aureus, Staphylococcus coagulase negativos, Pseudomonas aeruginosa,
Mannheimia haemolytica, Escherichia coli, Corynebacterium pseudotuberculosis, Clostridium
perfringens e Aspergillus fumigatus (RADOSTITS et al., 2002; BERGONIER &
BERTHELOT, 2003).
O diagnóstico da mastite subclínica em ovelhas é baseado rotineiramente nos métodos que
identificam o aumento do número de células e no isolamento bacteriano nas amostras de leite.
A determinação quantitativa do número total de células somáticas no leite pode ser realizada
pela microscopia direta (WATSON et al., 1990; KEISLER et al., 1992) ou pela contagem
eletrônica de células somáticas (McDOUGALL et al., 2001), enquanto o diagnóstico
qualitativo pode ser obtido com o uso de testes como o Whiteside (WATKINS et al., 1991) e o
Califórnia Mastitis Test (CMT) (McDOUGALL et al., 2001; SARGEANT et al., 2001).
Diferentes antimicrobianos têm sido recomendados na terapia intramamária da mastite em
ovinos (CONTRERAS et al., 1995; NACCARI et al., 2003). Entretanto, são escassos os
estudos conduzidos na investigação do perfil de sensibilidade da mastite ovina.
Adicionalmente, não estão disponíveis produtos comerciais elaborados especificamente para o
uso na terapia de pequenos ruminantes, restanto, na prática, a alternativa de uso de anti-
mastíticos idealizados para espécie bovina.
24
A grande diversidade dos agentes responsáveis pela mastite subclínica ovina (DE LA CRUZ et
al., 1994; MARCO MELERO, 1994; GONZÁLEZ-RODRIGUES et al., 1995; LAFI et al.,
1998) e a crescente resistência dos microrganismos - isolados de infecções mamárias - aos
antimicrobianos convencionais, alertam para a necessidade da instituição de protocolos
terapêuticos na mastite ovina com respaldo nos testes de sensibilidade microbiana.
O presente estudo objetivou identificar a etiologia e avaliar a sensibilidade microbiana in vitro
da mastite subclínica em ovelhas da raça Santa Inês aos 90 dias após o parto.
MATERIAIS E MÉTODOS
1. Animais
Foram utilizadas 62 ovelhas da raça Santa Inês, multíparas, com bom escore corporal e peso
vivo aproximado de 40 Kg (Figura 11), pertencentes à Fazenda Tingui, localizada no
município de Serra Preta, Bahia. Os animais foram mantidos em pastagem de Brachiaria
(Brachiaria decubens) e Pangolinha (Digitaria decubens) recebendo água e sal mineral ad
libitum, sem sintomas clínicos de mastite. Estas fêmeas foram vermifugadas (moxidectina) e
receberam uma dose anual de vacina comercial contra o botulismo e outras clostridioses trinta
dias antes da coleta das amostras.
2.Delineamento experimental
Aos 90 dias após o parto todas as metades mamárias das ovelhas foram clinicamente
avaliadas por inspeção e palpação, avaliando-se o parênquima, tetos e estruturas internas
(BIRGEL, 2004). O diagnóstico de mastite clínica foi realizado após exame clínico do animal,
da glândula mamária, depositando três a quatro primeiros jatos de leite na caneca de fundo
preto (Tamis), com vistas à observação de grumos, coágulos, pús, sangue ou leite aquoso
(Figura 12) (RADOSTITS et al., 2002). O diagnóstico da mastite subclínica foi realizado
utilizando o método do California Mastitis Test - CMT (SCHALM & NOORLANDER,
1957), utilizando reagente comercial.
3.Exame microbiológico
3.1. Coleta das amostras
No dia anterior às coletas, as ovelhas - com 90 dias de lactação - foram separadas dos borregos.
Procedeu-se à coleta asséptica após a última esgota. Após a anti-sepsia das tetas com solução
desinfetante (dicloroisicianurato de sódio anidro - Agrisept® - Schering-Plough), foram
descartados os três primeiros jatos e colhidas amostras de leite, em duplicata. As amostras
foram acondicionadas em frascos esterilizados, refrigeradas (4-8°C) e, posteriormente,
congeladas (– 20°C) até o momento da sua análise.
3.2. Exame bacteriológico
As amostras de leite foram cultivadas nos meios de ágar sangue ovino (5%) desfibrinado e ágar
MacConkey (Figuras 13 e 14), incubadas em condições de aerobiose, a 37°C, mantidas por 72
horas, com leituras 24, 48 e 72 horas, no laboratório de Doenças Infecciosas dos Animais da
FMVZ-UNESP/Botucatu, SP. Os microrganismos foram identificados segundo as
25
características morfo-tintoriais, bioquímicas e de cultivo, segundo Quinn et al. (1994); Krieg
& Holt (1994) e Murray et al., (1999).
3.3. Teste de sensibilidade microbiana
A sensibilidade microbiana in vitro dos microrganismos foi realizada utilizando o método de
difusão com discos (BAUER et al., 1966), segundo recomendações Comitê Nacional de
análises clínicas laboratoriais (NCCLS, 1999), frente ao cefalônio anidro (30µg) e a outros
antimicrobianos amplamente utilizados na terapia intramamária de mastite em animais
domésticos, tais como a ampicilina (10µg), enrofloxacina (5µg), gentamicina (10µg),
neomicina (30µg), oxacilina (1µg), penicilina G (10U.I.), sulfadiazina/trimetoprim (25µg)
e tetraciclina (30µg). (Figura 15).
Figura 11. Ovelhas pertencentes ao trabalho.
26
Figura 12. Teste da “caneca de fundo preto” utilizado para avaliação da mastite clínica
Figuras 13 e 14. Amostras cultivadas em ágar sangue ovino (5%) desfibrinado e ágar
MacConkey.
27
Figura 15. Sensibilidade microbiana in vitro da totalidade dos microrganismos isolados frente a
nove antimicrobianos amplamente utilizados na terapia intramamária de mastite em animais
domésticos.
ANÁLISE ESTATÍSTICA
A análise estatística dos dados referentes a distribuição dos agentes etiológicos e sensibilidade
aos antimicrobianos foi realizada através da análise exploratória dos dados.
28
Das 124 amostras de leite analisadas de 62 ovelhas antes do momento da secagem, 91 (73,4%)
não apresentaram nenhum isolamento bacteriano, enquanto 33 amostras (26,6%) mostraram-se
microbiologicamente positivas. Staphylococcus coagulase negativo foi o principal
RESULTADOS
Na tabela 3 estão apresentados os resultados do exame de Tamis e do Califórnia Mastitis Test
efetuados em 124 metades mamárias de ovelhas Santa Inês.
Tabela 3. Resultados dos exames de Tamis e CMT realizados em 124 metades mamárias
de ovelhas da raça Santa Inês. Serra Preta, BA, 2006.
Tamis CMT
N Pos % N Pos %
124 0 0 124 39 31,45%
N: número de metades mamárias examinadas
Pos: número de metades mamárias que apresentaram resultados positivos
%: porcentagem de metades mamárias positivas
Na tabela 4 estão apresentados os resultados dos exames microbiológicos realizados em 124
metades mamárias (62 ovelhas).
Tabela 4. Distribuição dos microrganismos isolados em 124 amostras de leite em ovelha
s da
raça Santa Inês com mastite subclínica. Serra Preta, BA, 2006.
MICRORGANISMO ISOLAMENTO
N
c
%
Staphylococcus C-
a
19 57,6
Staphylococcus aureus
5 15,2
Micrococcus sp.
5 15,2
Streptococcus sp. 4 12
Streptococcus α hemolítico 3 9
Streptococcus agalactiae
1 3
Total de isolamento 33 26,6
NCB
b
91 73,4
a
Coagulase negativo
b
Nenhum crescimento bacteriano
c
Número de amostras
29
microrganismo isolado, detectado em 19 metades mamárias (57,6%). Staphylococcus aureus,
Micrococcus sp., Streptococcus α hemolítico e Streptococcus agalactiae foram isolados,
respectivamente, em 5 (15,2%), 5 (15,2%), 3 (9%) e 1 (3%) metades mamárias.
Na tabela 5 estão apresentados os resultados da susceptibilidade do Staphylococcus coagulase
negativo, Staphylococcus aureus, Micrococcus sp., Streptococcus α hemolítico e Streptococcus
agalactiae a nove antimicrobianos amplamente utilizados na medicina veterinária.
Tabela 5. Porcentagem de sensibilidade de microrganismos isolados de ovelhas da raça Santa
Inês com mastite subclínica, frente a diferentes antimicrobianos. Serra Preta, BA, 2006.
Microrganismos
Drogas
Staphylococcus
coagulase negativo
(%)
Staphylococcus
aureus
(%)
Micrococcus
sp.
(%)
Streptococcus α
hemolítico
(%)
Streptococcus
agalactiae
(%)
Ampicilina 52,6S-36,8PS-10,6R 0S-20PS-80R 40S-60PS-0R 66,7S-33,3PS-0R 100S-0PS-0R
Cefalônio 100S-0PS-0R 100S-0PS-0R 100S-0PS-0R 100S-0PS-0R 100S-0PS-0R
Enrofloxacina
63,2S-36,8PS-0R 20S-80PS-0R 100S-0PS-0R 66,7S-0PS-33,3R 100S-0PS-0R
Gentamicina 78,9S-21,1PS-0R 100S-0PS-0R 100S-0PS-0R 66,7S-33,3PS-0R 100S-0PS-0R
Neomicina 47,4S-42,1PS-10,5R 0S-20PS-80R 20S-60PS-0R 66,7S-33,3PS-0R 100S-0PS-0R
Oxacilina 89,5S-10,5PS-0R 100S-0PS-0R 100S-0PS-0R 100S-0PS-0R 100S-0PS-0R
Penicilina G 57,9S-36,8PS-5,3R 20S-0PS-80R 80S-20PS-0R 66,7S-33,3PS-0R 0S-100PS-0R
Sulfazotrin 68,4S-5,3PS-26,3R 100S-0PS-0R 80S-0PS-20R 66,7S-0PS-33,3R 0S-0PS-0R
Tetraciclina 89,5S-5,2PS-5,3 20S-80PS-0R 80S-20PS-0R 100S-0PS-0R 100S-0PS-0R
S: Sensível; PS: Parcialmente sensível; R: Resistente.
O cefalônio anidro foi o antimicrobiano que apresentou maior efetividade dentre os
antimicrobianos utilizados, visto que a totalidade dos isolados mostrou-se sensível a esta
droga. Por outro lado, os maiores índices de resistência dos microrganismos foram observados
com o uso da penicilina (80%), ampicilina (80%) e neomicina (80%).
Das estirpes de Staphylococcus coagulase negativo isoladas, 52,6% foram sensíveis a
ampicilina, 63,2% a enrofloxacina, 78,9% a gentamicina, 47,4% a neomicina, 89,5% a
oxacilina e a tetraciclina, 57,9% a penicilina G, 68,4% ao Sulfazitrin e 100% destas estirpes
foram sensíveis ao cefalônio. 10,6% das estirpes de Staphylococcus coagulase negativo
isoladas mostraram-se resistentes a ampicilina, 10,5% a neomicina, 5,3% a penicilina G e a
tetraciclina e 26,3% ao sulfazotrin.
Das estirpes de Staphylococcus aureus isoladas, 20% foram sensíveis a enrofloxacina,
penicilina G e a tetraciclina e 100% das estirpes mostraram-se sensíveis a gentamicina,
oxacilina, sulfazotrin e ao cefalônio. 80% dos Staphylococcus aureus isolados mostraram-se
resistentes a ampicilina, neomicina e a penicilina G.
Das estirpes de Micrococcus sp. isoladas, 40% foram sensíveis a ampicilina, 20% a neomicina,
80% a penicilina G, Sulfazitrin e tetraciclina e 100% destas estirpes foram sensíveis a
30
enrofloxacina, gentamicina, oxacilina e ao cefalônio. As estirpes de Staphylococcus coagulase
negativo isoladas mostraram-se somente resistentes ao sulfazotrin (26,3%).
Das estirpes de
Streptococcus α hemolítico isoladas, 66,7% foram sensíveis a ampicilina,
enrofloxacina, gentamicina, neomicina, penicilina G e ao sulfazotrin e 100% destas estirpes
mostraram-se sensíveis a oxacilina, tetraciclina e ao cefalônio. 33,3% das estirpes de
Streptococcus α hemolítico isoladas mostraram-se resistentes a ampicilina, enrofloxacina,
gentamicina e neomicina.
Das estirpes de
Streptococcus agalactiae isoladas, 100% foram sensíveis a ampicilina,
enrofloxacina, gentamicina, neomicina, oxacilina, tetraciclina e ao cefalônio. Não observou-se
resistência das estirpes de Streptococcus agalactiae a nenhum dos antibióticos e
quimioterápicos analisados.
DISCUSSÃO
O sucesso de isolamento microbiano em ovelhas com mastite no presente estudo foi menor que
o observado por Clements et al. (2003), Batavani et al. (2003), Lafi (2005) e Domingues et al.,
(2005), que encontraram, respectivamente, 35%, 39%, 39,1% e 57,03% das amostras de
ovelhas microbiologicamente positivas. Por outro lado, Al-Majali & Jawabreh (2003) em
estudo similar com ovelhas da raça Awassi, observaram porcentagem menor de isolamento
microbiano comparativamente ao presente estudo, obtendo 18,3% de amostras
microbiologicamente positivas em ovelhas com mastite subclínica. O menor número de úberes
infectados nas ovelhas estudadas, provavelmente decorre das melhores práticas de manejo de
ordenha e/ou o descarte seletivo das fêmeas com mastite clínica que resultam em maior
controle da enfermidade.
Staphylococcus coagulase negativo (CNS) são consideradas as bactérias mais freqüentemente
isoladas da glândula mamária de ovelhas com mastite subclínica (HUESTON et al. ,1986;
KEISLER et al.,1992; WATSON et al.,1990; DE LA CRUZ et al., 1994; FTHENAKIS, 1994).
Esta afirmação ratifica os resultados do presente estudo e de outros similares, nos quais o CNS
foi o microrganismo mais freqüente em ovelhas com infecção intramamária subclínica.
(FTHENAKIS, 1994; LEITNER et al.,2001; BATAVANI et al., 2003; DOMINGUES et al.,
2005), provavelmente em virtude do comportamento oportunista do gênero Staphylococcus nas
infecções mamárias, favorecido pela sua manutenção como agente da microbiota da pele e
úbere de animais domésticos.
Diferentes autores têm assinalado a similaridade de linhagens de Staphylococcus sp de casos de
mastite subclínica e de estirpes isoladas no homem (KALOGRIDOU-VASSILIADOU, 1991;
MAISI & RIIPINEN, 1991; BEDIDI-MADANI et al., 1998). Esses achados indicam que o
homem deve ser considerado com eventual fonte de infecção deste grupo de microrganismos
para a glândula mamária (SILVA et al., 2004), visto que o agente pertence a microbiota normal
da pele e trato respiratório alto do homem (DEVRIESE et al., 1985).
Isolados de CNS tem sido associados a um aumento da CCS, das concentrações de NAGase,
albumina e sal, indicando que a infecção por este grupo de microrganismos provoca agravos ao
tecido glandular (MAISI et al., 1987). Alterações histológicas na glândula mamária infectada
de ovelhas e na composição do leite em animais infectados por CNS têm sido reportadas em
fêmeas ovinas com mastite (FTHENAKIS & JONES, 1990; BURRIEL, 1997). Estes dados
31
refletem a patogenicidade de CNS para a glândula mamária ovina, levando a casos de mastite
clínica ou subclínica, de difícil tratamento no decorrer da lactação (LAM, 1996).
Staphylococcus aureus é reconhecido como o principal agente na casuística de mastite em
vacas (LAS HERAS et al., 1998) e em ovelhas (AL-SAMARRAE et al., 1985; BOR et al.,
1989; AMEH et al., 1994). Em estudo da ocorrência de agentes de mastite ovina no Uruguai,
APOLO et al. (1999) assinalaram o isolamento de S. aureus em 46% das amostras
microbiologicamente positivas. Batavani et al. (2003) estudando ovelhas de aptidão leiteira
obtiveram 39% de prevalência da mastite subclínica, no qual 22% eram por S. aureus.
Radostits et al. (2002) estimaram a incidência de mastite de 2% ao ano em 6.000 ovinos, das
quais 86% causadas por Staphylococcus aureus. O gênero Staphylococcus também foi
encontrado como mais prevalente nas ovelhas estudadas, ratificando a importância dos agentes
contagiosos na gênese de casos de mastite subclínica em ovelhas.
Micrococcus sp. não tem sido relatado como agente prevalente na casuística de mastite em
ovinos em outros países (FTHENAKIS, 1994; AL-MAJALI & JAWABREH, 2003).
Entretanto, no sudeste do Brasil, DOMINGUES et al. (2005) observaram 3,11% de ocorrência
do agente em ovelhas com mastite. A divergência nos isolamentos do microrganismo sugere
que outros estudos sejam conduzidos para avaliar a real participação deste grupo de agentes na
mastite em ovinos.
De maneira similar ao grupo dos estafilococos, Streptococcus sp também foram isolados nos
animais estudados. Estudos em outros países (LEITNER et al., 2001; CLEMENTS et al., 2003;
BATAVANI et al., 2003) e no Brasil (DOMINGUES et al., 2005) também têm assinalado à
importância do gênero Streptococcus na casuística da mastite ovina e especialmente o
Streptococcus agalactiae, principalmente sob a forma subclínica.
Dentre os antimicrobianos estudados, penicilina G, neomicina e ampicilina foram os que
apresentaram a menor eficácia frente aos isolados. Diferentes estudos têm demonstrado a
preocupação quanto ao crescente ocorrência de multi-resistência em microrganismos isolados
de pequenos ruminantes com mastite (LIMA JÚNIOR et al.,1993; SILVA et al., 2004;
NACCARI et al., 2003). A ocorrência do aumento de linhagens resistentes isoladas de casos
de mastite em pequenos ruminantes provavelmente encontre reflexo no uso indiscriminado
e/ou inadequado de antimicrobianos na terapia, geralmente provocado pelo uso de sub-doses,
instituição de protocolos terapêuticos sem o respaldo do antibiograma, descontinuidade da
terapia, ou mesmo o uso de antimicrobianos intramamários idealizados para a espécie bovina,
resultando no aumento da pressão seletiva para microrganismos resistentes e/ou na baixa
efetividade terapêutica.
O cefalônio anidro apresentou no presente estudo alta efetividade “in vitro” frente aos isolados.
Esta droga é um derivado da penicilina, indicada para terapia principalmente de bactérias
Gram-positivas, incluindo produtoras de beta-lactamase. Esses resultados sugerem que
cefalônio anidro apresenta ótima perspectiva para elaboração de anti-mastítico comercial para a
terapia de ovelhas com mastite.
32
CONCLUSÃO
Este estudo demonstrou que os CNS são os agentes mais comumente envolvidos na mastite
subclínica em ovelhas.
Os resultados obtidos no presente trabalho evidenciaram a possibilidade de tratamento de
infecções subclínicas em ovelhas por CNS, Staphylococcus aureus, Micrococcus sp.,
Streptococcus hemolítico e Streptococcus agalactiae com um dos nove princípios ativos
ensaiados: ampicilina, enrofloxacina, gentamicina, cloxacilina, sulfazotrin, neomicina,
penicilina G, tetraciclina e cefalônio. Destaca-se o cefalônio como único antibiótico que
demonstrou-se 100% eficaz contra todos os cinco agentes isolados.
As diferenças observadas na eficácia dos antibióticos e quimioterápicos testados demonstram a
importância da realização de testes de identificação do agente causal e da sua sensibilidade
antimicrobiana, com o intuito de eleger o tratamento mais apropriado.
33
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38
3.2 Artigo científico II
Eficácia do cefalônio anidro intramamário na secagem de ovelhas Santa Inês.
(Efficacy of dry treatment in Santa Inês ewes using cefalonium intramammary).
1
COUTINHO, D.A.;
2
COSTA, J.N.;
3
RIBEIRO, M.G;
4
SALERNO, T.
1
Aluna de pós-graduação (Mestrado em Medicina Veterinária Tropical – UFBA);
2
Prof. Dr.
Escola de Medicina Veterinária (UFBA);
3
Prof. Ass. Dr. Faculdade de Medicina Veterinária e
Zootecnia – UNESP- Botucatu;
4
Aluna de pós-graduação (Mestrado em Saúde Animal,
Saúde Pública Veterinária e Segurança Alimentar - FMVZ-UNESP/Botucatu, SP)
RESUMO
A eficácia do tratamento na secagem em ovelhas Santa Inês com a utilização do cefalônio
anidro intramamário visando a cura de infecções intramamárias pré- existentes e a prevenção
de novas infecções durante o período seco e na lactação seguinte foi estudada no presente
trabalho. Foram utilizadas 62 ovelhas multíparas divididas em três grupos de acordo com
status bacteriológico. O grupo 1 (Controle) não recebeu nenhum tratamento no momento da
secagem. O grupo 2 (Preventivo) e grupo 3 (Curativo) foram submetidos à secagem da mama
aos 90 dias após o parto e tratados com produto comercial para vaca seca a base de Cefalônio
Anidro. Não foram observadas diferenças significativas (p <0,05) nos percentuais de cura
entre os grupos em todos os momentos analisados. A taxa de novas infecções (NIN) no grupo
controle, preventivo e curativo foram de 13,5, 14,7 e 5,0%, respectivamente, aos 10-15 dias
pós-parto; 16,2, 8,8 e 0%, respectivamente, aos 20-25 dias pós-parto; 13,5, 14,7 e 15,0%,
respectivamente, aos 30-35 dias pós-parto e 16,2, 5,9 e 0%, respectivamente, aos 40-45 dias
pós-parto. Foi observada diferença significativa entre os grupos (p <0,05) aos 20-25 dias após
o parto e aos 40-45 dias após o parto. Estes resultados sugerem que o tratamento no momento
da secagem com o cefalônio anidro auxiliou na prevenção de novas infecções, contribuindo
para a manutenção da saúde da glândula mamária do rebanho.
Palavras Chave
Mastite subclínica, ovelhas, tratamento no período seco, cefalônio.
39
SUMMARY
The efficacy of dry-off treatment of Santa Inês sheep using cefalonium intramammary in
curing chronic intramammary infections and preventing new ones during the dry-off period
and during the following lactation was studied. A total of 62 Santa Inês sheep on one farm in
their second, third or more lactation were divided in three groups according their
bacteriological condition. The first group (control) didn´t receive any kind of treatment at
drying off, the second (prevent) and the third (cure) group received at drying off
intramammary treatment with a commercial cattle dry-off treatment containing cefalonium
anidrum. No significant difference (p <0.05) in the cure rates between groups in all samplings
analysed was found. New infection rates in the prevent, treated and control group were 13.5,
14.7 e 5.0%, respectively, at 10-15 days post-partum, 16.2, 8.8 e 0%, respectively, at 20-25
days post-partum; 13.5, 14.7 e 15.0%, respectively, at 30-35 days post-partum and 16.2, 5.9 e
0%, respectively, at 40-45 days post-partum. Significant difference (p <0.05) was found at 20-
25 days post-partum and at 40-45 days post-partum. These results suggested that dry-off
treatment could prevent new infections, maintaining health udders in the herd.
Keyboard
Subclinical Mastitis, Sheep, dry-off therapy, cefalonium
40
INTRODUÇÃO
A mastite é reconhecida como uma das principais causas de descarte precoce de ovelhas,
diminuição do crescimento e mortalidade neonatal em cordeiros (FTHENAKIS & JONES,
1990; LEITNER et al., 2001). A mastite subclínica em ovelhas acarreta perdas econômicas
equivalentes às observadas em vacas, causando prejuízos quantitativos e qualitativos à
produção de leite, podendo levar o animal à morte ou mesmo a perda da glândula,
inviabilizando a permanência das matrizes infectadas nos planteis (WATSON & BUSWELL,
1984).
Mastite é por definição uma alteração inflamatória da glândula mamária caracterizada por
aumento de lulas somáticas no leite e por alterações patológicas do tecido glandular
(RADOSTITS, 2002)
.
O conhecimento dos diferentes patógenos responsáveis pela mastite
subclínica em ovelhas e a sua influência sobre a quantidade e qualidade do leite, permitiu o
aperfeiçoamento das práticas de profilaxia, controle e tratamento no período seco (LEITNER et
al., 2001).
Diferentes protocolos de tratamento têm sido recomendados nas infecções bacterianas
responsáveis pela mastite em ovelhas e para limitar a ocorrência da resistência desenvolvida
por muitos microrganismos (NACCARI et al., 2003). Entretanto, grande parte do
conhecimento sobre a terapia da mastite em ovinos tem sido extrapolado dos bovinos, o que
pode gerar baixa eficiência da terapia, notadamente em virtude das peculiaridades fisiológicas,
anatômicas da glândula mamária de ovelhas, assim como nas diferenças dos agentes causais.
Atualmente existem poucas drogas aprovadas para o tratamento intramamário da mastite em
pequeno ruminantes (NACCARI et al., 2003). Da mesma forma, são escassos os estudos
conduzidos na determinação da carência destas drogas nestas espécies quando utilizadas por
via intramamária (CHAFFER et al., 2002), sendo imprescindível que estas sejam indicadas
com base em estudos específicos na espécie (NACCARI et al., 2003)
A terapia intramamária da vaca e ovelhas no momento da secagem tem sido recomendada em
rebanhos com elevada ocorrência da doença, principalmente por agentes contagiosos,
mostrando bons índices de cura e redução do vel de novas infecções (HUESTON et al.,
1989; AHMAD, 1992; MENZIES, RAMANOON, 2001; RADOSTITIS et al., 2002;
CHAFFER et al., 2002).
O presente estudo objetivou avaliar eficácia do tratamento intramamário em ovelhas da raça
Santa Inês no período seco, utilizando o Cefalônio Anidro como princípio ativo.
41
MATERIAIS E MÉTODOS
1. Animais
Foram utilizadas 62 ovelhas da raça Santa Inês, multíparas, com bom escore corporal e peso
vivo aproximado de 40 Kg, pertencentes à Fazenda Tingui, localizada no município de Serra
Preta – Bahia. Os animais foram mantidos em pastagem de Brachiaria (Brachiaria decubens) e
Pangolinha (Digitaria decubens) recebendo água e sal mineral ad libitum e sem sintomas
clínicos de mastite. Estas fêmeas foram vermifugadas (moxidectina) e receberam uma dose
anual de vacina comercial contra o botulismo e outras clostridioses trinta dias antes da colheita
das amostras.
3. Delineamento experimental
Aos 80 dias após o parto, as metades mamárias de todos os animais foram bacteriologicamente
avaliadas e as ovelhas divididas em três grupos, de acordo com o status bacteriológico.
Posteriormente os animais foram identificados utilizando colares coloridos numerados e brinco
na orelha. O grupo 1 Controle (n=20) e o grupo 2 Preventivo (n=20) foram compostos por
animais com cultura negativa nas duas metades da glândula mamária e o grupo 3 Curativo
(n=22) foi composto pelas ovelhas com isolamento de microrganismos do leite nas duas
metades da glândula mamária.
Aos 90 dias após o parto todas as metades mamárias das ovelhas foram clinicamente avaliadas
por inspeção e palpação, avaliando-se o parênquima, tetos e estruturas internas (BIRGEL,
2004). Os três a quatro primeiros jatos de leite foram utilizados na realização do exame da
caneca de fundo preto (Tamis), visando observar a presença de alterações no leite, tais como
grumos e coágulos, pús, sangue ou leite aquoso (RADOSTITIS et al., 2002). O diagnóstico da
mastite subclínica foi realizado utilizando o método do California Mastitis Test - CMT
(SCHALM & NOORLANDER, 1957), utilizando reagente comercial. Nenhum animal
apresentou indícios de mastite clínica, e as 62 ovelhas submetidas ao procedimento de
secagem.
3.1- Secagem das ovelhas
A desmama dos cordeiros e secagem abrupta das ovelhas foi realizada 90 dias após o parto.
Neste momento foi aplicado em cada metade mamária das ovelhas pertencentes aos grupos 2
(Preventivo) e Grupo 3 (Curativo) - após prévio esgotamento e higienização dos tetos com
desinfetante clorado comercial (Agrisept® - Schering-Plough) -, uma bisnaga de produto
comercial para vaca seca a base de Cefalônio Anidro 0,25 g (Cepravin® - Schering-Plough).
A cânula do anti-mastítico foi introduzida parcialmente, reduzindo-se assim o risco de lesão na
camada de queratina do canal do teto. Após a aplicação, os cordeiros foram separados das suas
mães e as ovelhas foram submetidas à restrição hídrica e alimentar durante uma semana.
3.2- Coleta das amostras
No dia anterior as coletas, as ovelhas foram separadas dos borregos. Procedeu-se à coleta
asséptica após a última esgota, realizando-se o pré e pós-dipping das tetas imergindo 70%
delas em solução desinfetante (dicloroisicianurato de sódio anidro - Agrisept® - Schering-
Plough), secando com papel toalha descartável e individual e submetendo a anti-sepsia com
algodão embebido em álcool a 70%. As mãos do ordenhador também foram desinfectadas a
42
cada coleta de cada amostra. Todas as amostras foram colhidas em duplicata e as avaliações
foram realizadas em amostras individuais por metades mamárias em cinco momentos, como
descrito a seguir:
M1: no momento da interrupção da lactação (secagem), 90 dias após o parto
M2: 10-15 dias após o parto
M3: 20-25 dias após o parto
M4: 30-35 dias após o parto
M5: 40-45 dias após o parto
3.3- Exame bacteriológico
As amostras para a cultura bacteriológica (2 mL) foram acondicionadas em frascos estéries,
refrigeradas a temperatura de 4°C e posteriormente congeladas a uma temperatura de 20°C
até o momento da sua análise no laboratório de Doenças Infecciosas dos Animais da FMVZ-
UNESP/Botucatu, SP.
No laboratório, as amostras foram cultivadas em ágar sangue ovino (5%) desfibrinado e ágar
MacConkey, incubadas em condições de aerobiose, a 37°C, mantidas por 72 horas, com
leituras 24, 48 e 72 horas. Os microrganismos foram identificados segundo as características
morfo-tintoriais, bioquímicas e de cultivo (QUINN et al., 1994; KRIEG & HOLT, 1994;
MURRAY et al., 1999).
Figura 16. Desinfecção dos tetos com álcool iodado
43
Figura 17. Aplicação de antibiótico intramamário para vaca seca
Figura 18.
Amostras cultivadas em ágar sangue ovino (5%) desfibrinado e ágar MacConkey.
44
Figura 19: Amostras cultivadas em ágar sangue ovino (5%) desfibrinado e ágar MacConkey.
ANÁLISE ESTATÍSTICA
Com o intuito de observar as diferenças entre as proporções foi utilizado o Teste z unilateral.
Toda a análise estatística foi realizada nos programas SPSS 11.0 , SAEG 9.0 , com o auxílio
do EXCEL.
45
RESULTADOS
Na tabela 6 estão apresentados os resultados das taxas de cura e de novas infecções nos grupos
controle, preventivo e tratamento aos 10-15, 20-25, 30-35 e 40-45 dias após o parto,
respectivamente, de acordo com o status bacteriológico das metades mamárias analisadas.
Considerou-se taxa de cura o porcentual de metades mamárias nas quais não foi obtido o
isolamento microbiano e taxa de novas infecções o porcentual de metades mamárias nas quais
foram isolados microrganismos em metades anteriormente negativas ou agentes diferentes dos
isolados em momentos anteriores.
Tabela 6. Taxas de cura e de novas infecções das metades mamárias em ovinos de acordo
com o status bacteriológico em 3 grupos, observadas em 4 momentos diferentes.
M2
5
M3 M4 M5 Grupos Infecção
CR
3
NIN
4
CR NIN CR NIN CR NIN
Controle NI-IN
1
- 5/37 - 6/37 5/37 - 6/37
IN-NI
2
3/3 - 3/3 - 3/3 - 3/3 -
TOTAL(%) 100a 13,5a 100a 16,2 a 100a 13,5a 100a 16,2a
Preventivo NI-IN - 5/34 - 3/34 - 5/34 - 2/34
IN-NI 6/6 6/6 6/6 6/6
TOTAL(%) 100a 14,7a 100a 8,8ab 100a 14,7a 100a 5,9ab
Curativo NI-IN - 1/20 - 0/20 - 3/20 - 0/20
IN-NI 24/24 - 24/24 - 22/24 - 24/24 -
TOTAL(%) 100a 5,0a 100a 0 b 91,7a 15,0a 100a 0 b
a-b: Letras iguais na mesma coluna, não diferem entre si pelo teste z para diferença entre proporções (p <0,05)
1
NI-IN: Não infeccionada para infeccionada
2
IN-NI:infeccionada para não infeccionada
3
CR: taxa de cura
4
NIN: taxa de novas infecções
5
M2 10-15 dias pós-parto, M3 20-25 dias pós-parto, M4 30-35 dias pós-parto e M5 40-45 dias pós-parto.
46
Figura 20. Perfil de infecção mamária em fêmeas ovinas segundo diferentes grupos de estudo
(controle, preventivo e curativo) aos 10-15, 20-25, 30-35, 40-45 dias pós-parto.
Aos 10-15, 20-25 e 40-45 dias após o parto (M2, M3 e M5) a taxa de cura (CR) foi de 100, 100
e 100% para os grupos controle, preventivo e curativo, respectivamente, não havendo
diferenças significativas entre os grupos (p <0,05).
Aos 30-35 dias após o parto, nenhuma mudança foi observada na taxa de cura nos grupos
controle e preventivo (100 e 100%, respectivamente), enquanto que no grupo tratado a taxa de
cura decresceu para 91,7%.
A taxa de novas infecções (NIN) no grupo controle, preventivo e curativo foi de 13,5, 14,7 e
5,0%, respectivamente, no momento 2 (M2); 16,2, 8,8 e 0%, respectivamente, no momento 3
(M3); 13,5, 14,7 e 15,0%, respectivamente, no momento 4 (M4) e 16,2, 5,9 e 0%,
respectivamente, no momento 5 (M5). Houve diferença significativa entre os três grupos (p
<0,05) aos 20-25 dias após o parto (M3) e aos 40-45 dias após o parto (M5). (Figura 20).
DISCUSSÃO
Os resultados do presente estudo mostram redução na prevalência de infecções mamárias pelos
patógenos aos 20-25 e 40-45 dias da lactação das ovelhas, após a administração da terapia
antimicrobiana intramamária, utilizando produto comercial idealizado para vacas secas, a base
de cefalônio anidro. O mero de metades mamárias com novas infecções durante o período
seco foi menor no grupo tratado como curativo (5%) comparativamente aos grupos preventivo
(14,7%) e controle (13,5%), aos 10-15 após o parto. Aos 20-25 e 40-45 dias de lactação o
número de metades mamárias com novas infecções foi menor nos grupos preventivo e curativo
do que no controle. Estudos similares com ovelhas tratadas no momento da secagem utilizando
a cefapirina benzatina (HUESTON et al., 1989), penicilina e estreptomicina (HENDY et al.,
1981) e penicilina, naficilina e diidroestreptomicina (CHAFFER et al., 2002) também
resultaram em decréscimo da taxa de novas infecções. Estes resultados ratificam os resultados
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
10-15
20-25
30-35
40-45
Dias
Controle
Preventivo
Curativo
(%)
47
do presente estudo, mostrando que a terapia/profilaxia no momento da secagem foi efetiva em
prevenir novas infecções, podendo ser indicada em rebanhos com alta prevalência de mastite.
Seria esperada uma melhor taxa de cura nos grupos tratados (principalmente o preventivo) em
relação ao não tratado (controle), fato não verificado nas ovelhas estudadas. Apesar da elevada
taxa de cura (acima de 91%) nos grupos, em todos os momentos, não foram encontradas
diferenças significativas nas taxas de cura entre os grupos. A baixa infecção no grupo não
tratado (controle) poderia residir na baixa incidência de mastite subclínica no rebanho
utilizado, em virtude das boas práticas de manejo adotadas, ou mesmo que eventuais infecções
nestas metades mamárias tenham sido resolvidas pelo próprio animal, pelo processo
reconhecido como “auto-cura”. O final da lactação ou o período de repouso da glândula
mamária é, para muitas fêmeas, o momento em que se inicia o processo de “auto-cura”, que
elimina naturalmente as infecções mamárias em ovelhas em cerca de 45% (BERGONIER et
al., 1994). Langoni (2003) cita taxas de cura espontânea entre 33 e 67%. Fox et al. (1992)
demonstraram elevada taxa de auto-cura em infecções por Staphyloccoccus coagulase
negativo, com cura bacteriológica de 78,9% em cabras tratadas na secagem, utilizando
cefapirina benzatina. Mendonça et al. (2000) em estudo com ovelhas Lacaune, observaram
taxas de cura não estatisticamente significantes entre o grupo não tratado e tratado após
tratamento de ovelhas no momento da secagem com produto a base de Cloxaciclina benzatina.
Bergonier & Berthelot (2003) demonstram taxa de cura bacteriológica após tratamento
intramamário à secagem de 65,0 e 98,5%. em caprinos, Meirelles et al. (1998) obteve cura
microbiológica na lactação seguinte de 22 glândulas mamárias tratadas à secagem com
formulação de ampicilina e cloxacilina.
Segundo Fthenakis & Jones (1994) e Kirk et al. (1996) a constante sucção exercida pelos
cordeiros e uma média de dois ou mais cordeiros por ovelha resultam em ovelhas
frequentemente ordenhadas, que poderia justificar as altas taxas de auto-cura em pequenos
ruminantes. No mesmo estudo os autores reportam 9,5% e 21% de cura espontânea em ovelhas
entre 2-8 semanas após a secagem e até 6 semanas após o parto, respectivamente.
Embora a auto-cura deva ser considerada como importante fator nato de proteção (LONGO,
1993; MARCO MELERO, 1994), o tratamento das ovelhas no momento da secagem tem sido
crescentemente recomendável como prática sistemática em rebanhos de leite e corte, no intuito
de curar casos de mastite não resolvidos na lactação, assim como prevenir infecções para a
lactação subseqüente (HUESTON et al., 1989; AHMAD, 1992; MENZIES & RAMANOON,
2001; CHAFFER et al, 2002; DE CRÉMOUX, 1999; LAGRIFFOUL, 2000; SANCHEZ et al.,
2000; MENDONÇA et al., 2000). Neste sentido, o cefalônio anidro apresentou boa efetividade
como antimicrobiano no tocante a cura de metades mamárias infectadas, assim como na
prevenção de novas infecções, mostrando-se como droga factível de ser utilizada em
formulações comerciais para a terapia/profilaxia da ovelha no momento da secagem, vindo a
suprir a deficiência de produto eficaz e específico para esta finalidade em pequenos
ruminantes.
CONCLUSÕES
O tratamento no momento da secagem das ovelhas utilizando o cefalônio anidro por via
intramamária diminuiu significativamente novas infecções nos animais tratados (aos 20-25 e
40-45 dias de lactação), assim como mostrou boa efetividade na cura das metades mamárias
infectadas, devendo ser considerada como droga de boa perspectiva para a elaboração de
produto comercial para a terapia/profilaxia da ovelha ao secar.
48
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4. CONCLUSÕES GERAIS
Este estudo demonstrou que os agentes contagiosos são os mais comumente envolvidos na
mastite subclínica em ovelhas, em virtude da maior exposição destas às infecções decorrentes
de agentes da microbiota da pele, do úbere e do trato respiratório dos cordeiros.
Os resultados obtidos no presente trabalho evidenciaram a possibilidade de tratamento de
infecções subclínicas em ovelhas por CNS, Staphylococcus aureus, Micrococcus sp.,
Streptococcus hemolítico e Streptococcus agalactiae com um dos nove princípios ativos
ensaiados: ampicilina, enrofloxacina, gentamicina, cloxacilina, sulfazotrin, neomicina,
penicilina G, tetraciclina e cefalônio. Destaca-se o cefalônio como único antibiótico que
demonstrou-se 100% eficaz contra todos os cinco agentes isolados, em virtude da sua
indicação primária para Gram negativos, incluindo produtores de beta-lactamase.
As diferenças observadas na eficácia dos antibióticos e quimioterápicos testados demonstram
a importância da realização de testes de identificação do agente causal e da sua sensibilidade
antimicrobiana, com o intuito de eleger o tratamento mais apropriado.
O tratamento no momento da secagem das ovelhas utilizando o cefalônio anidro por via
intramamária diminuiu significativamente novas infecções nos animais tratados (aos 20-25 e
40-45 dias de lactação), assim como mostrou boa efetividade na cura das metades mamárias
infectadas, devendo ser considerada como droga de boa perspectiva para a elaboração de
produto comercial para a terapia/profilaxia da ovelha ao secar.
Consideramos ser necessária a realização de novos trabalhos nesta área e em raças ovinas
locais. Outras questões como custo-benefício, cânula apropriada, dose e veículo apropriado
para espécie devem ser consideradas em futuros trabalhos.
52
5. REFERÊNCIAS
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65
5. ANEXOS
ANIMAIS
M1
M2
M3
M4
M5
1298D
N
N
N
N
N
1298E
N
N
N
N
N
1300D
N
N
N
N
N
1300E
N
N
N
N
N
1304D
N
N
N
N
N
1304E
N
N
N
N
N
Micrococcus spp.
Staphylococcus spp.
Raras leveduras
Micrococcus spp.
1306E
N
Micrococcus spp.
Micrococcus spp.
N
Micrococcus spp.
1310D
N
N
N
N
Staphylococcus aureus
1310E
N
N
N
N
N
1314D
N
N
N
N
N
1314E
N
N
N
N
N
1243D
N
N
N
N
N
1243E
N
N
N
Bacillus spp.
N
1229D
N
N
N
N
N
1229E
N
N
N
N
N
1232D
N
N
N
N
N
1232E
N
N
N
N
N
1237D
N
Staphylococcus aureus
Micrococcus spp.
Micrococcus spp.
Micrococcus spp.
1237E
N
N
N
N
N
1264D
N
N
N
N
N
1264E
N
N
N
N
N
1240D
N
N
N
N
N
1240E
N
N
N
N
N
1281D
Micrococcus spp.
N
N
N
N
1281E
N
N
N
N
Staphylococcus spp.
1283D
N
N
N
N
N
1283E
N
N
N
N
N
1249D
Streptococcus α hemol
ítico
N
Micrococcus spp.
Staphylococcus spp.
N
1249E
N
N
N
Staphylococcus aureus
N
1250D
N
N
N
N
N
1250E
N
N
N
N
N
1257D
N
N
N
N
N
1257E
N
N
N
N
N
1258D
N
Staphylococcus aureus
Staphylococcus spp.
Staphylococcus spp.
Micrococcus spp.
1258E
N
Staphylococcus α hemol
ítico
N
N
N
1259D
N
N
N
N
N
1259E
N
N
N
N
N
1260D
Staphylococcus spp.
N
N
N
N
1260E
N
N
N
N
N
Tabela 7. Dados individuais dos microrganismos isolados das ovelhas Santa Inês não tratadas (controle) com cefalônio anidro intramamário,
N - Negativo, nenhum microrganismo isolado.
nos diferentes momentos estudados.
1306D N NStaphylococcus aureus
66
ANIMAIS
M1
M2
M3
M4
M5
1202D
N
N
N
N
N
1202E
N
N
N
N
N
1203D
Micrococcus spp.
N
N
N
N
1203E
N
N
N
N
N
1205D
N
Staphylococcus spp.
Staphylococcus spp.
Bacillus spp.
Micrococcus spp.
1205E
N
Staphylococcus spp.
Staphylococcus spp.
Staphylococcus spp.
Micrococcus spp.
1206D
N
N
N
Staphylococcus aureus
N
1206E
N
N
N
N
N
1207D
N
N
N
N
N
1207E
N
N
N
Staphylococcus aureus
N
1208D
N
N
N
N
N
1208E
Staphylococcus spp.
N
N
N
N
1210D
N
N
Micrococcus spp.
N
N
1210E
N
N
N
N
N
1211D
N
N
N
N
N
1211E
N
N
N
N
N
1212D
N
N
N
N
N
1212E
N
N
N
N
N
1213D
N
N
N
N
N
1213E
N
N
N
N
N
1219D
N
N
N
N
N
1219E
N
N
N
N
N
1224D
N
N
N
N
N
1224E
Streptococcus agalactiae
N
N
N
N
1226D
N
N
N
N
N
1226E
Staphylococcus spp.
N
N
N
N
1254D
N
N
N
N
N
1254E
Micrococcus spp.
N
N
N
N
1238D
N
N
N
N
N
1238E
N
Corynebacterium spp.
N
N
N
1272D
Staphylococcus spp.
N
N
N
N
1272E
N
Staphylococcus spp.
N
N
N
1274D
N
Staphylococcus spp.
N
N
N
1274E
N
N
N
N
N
1280D
N
N
N
N
N
1280E
N
N
N
N
N
1244D
N
N
N
N
N
1244E
N
N
N
N
N
1245D
N
N
N
Micrococcus spp.
N
1245E
N
N
N
N
N
N - Negativo, nenhum microrganismo isolado.
nos diferentes momentos estudados.
Tabela 8. Dados individuais dos microrganismos isolados das ovelhas Santa Inês tratadas (preventivo) com cefalônio anidro intramamário,
67
ANIMAIS
M1
M2
M3
M4
M5
1201D
Staphylococcus spp.
N
N
N
N
1201E
Staphylococcus spp.
N
N
N
N
1204D
Staphylococcus aureus
N
N
N
N
1204E
Staphylococcus aureus
N
N
N
N
1215D
N
N
N
N
N
1215E
N
N
N
N
N
1216D
N
N
N
N
N
1216E
N
N
N
Staphylococcus spp.
N
1223D
Staphylococcus spp.
N
N
N
N
1223E
Staphylococcus spp.
N
N
N
N
1225D
Staphylococcus spp.
N
N
Staphylococcus spp.
N
1225E
Staphylococcus spp.
N
N
N
N
1233D
Staphylococcus aureus
N
N
N
N
1233E
Staphylococcus aureus
N
N
N
N
1234D
Staphylococcus spp.
N
N
N
N
1234E
Staphylococcus spp.
N
N
N
N
1235D
Staphylococcus spp.
N
N
N
N
1235E
Staphylococcus spp.
N
N
N
N
1242D
Micrococcus spp.
N
N
N
N
1242E
N
N
N
N
N
1246D
Micrococcus spp.
N
N
N
N
1246E
Staphylococcus spp.
N
N
N
N
1248D
Streptococcus α hemol
ítico
N
N
N
N
1248E
N
N
N
N
N
1252D
Staphylococcus spp.
N
N
N
N
1252E
N
N
N
N
N
1253D
N
Corynebacterium spp.
N
N
N
1253E
N
N
N
N
N
1256D
N
N
N
N
N
1256E
N
N
N
N
N
1261D
Staphylococcus spp.
N
N
N
N
1261E
N
N
N
N
N
1265D
N
N
N
N
N
1265E
N
N
N
N
N
1276D
N
N
N
N
N
1276E
N
N
N
N
N
1286D
Staphylococcus spp.
N
N
N
N
1286E
Staphylococcus aureus
N
N
N
N
1309D
Streptococcus α hemol
ítico
N
N
Staphylococcus spp.
N
1309E
N
N
N
N
N
1317D
N
N
N
Staphylococcus spp.
N
1317E
Staphylococcus spp.
N
N
Staphylococcus spp.
N
1318D
N
N
N
N
N
1318E
N
N
N
N
N
Tabela 9. Dados individuais dos microrganismos isolados das ovelhas Santa Inês tratadas (curativo) com cefalônio anidro intramamário,
N - Negativo, nenhum microrganismo isolado.
nos diferentes momentos estudados.
68
ANIMAIS
Microrganismos isolados
Ampicilina
Enrofloxacina
Gentamicina
Neomicina
Oxacilina
Penicilina G
Sulfazotrin
Tetraciclina
Cefalônio Anidro
1298D
-
1298E
-
1300D
-
1300E
-
1304D
-
1304E
-
1306D
-
1306E
-
1310D
-
1310E
-
1314D
-
1314E
-
1243D
-
1243E
-
1229D
-
1229E
-
1232D
-
1232E
-
1237D
-
1237E
-
1264D
-
1264E
-
1240D
-
1240E
-
1281D
Micrococcus spp.
S
S
S
S
S
S
S
S
S
1281E
-
1283D
-
1283E
-
1249D
Streptococcus α hemol
ítico
S
S
S
S
S
S
S
S
S
1249E
-
1250D
-
1250E
-
1257D
-
1257E
-
1258D
-
1258E
-
1259D
-
1259E
-
1260D
Staphylococcus spp.
S
S
S
PS
S
S
S
S
S
1260E
-
S - Sensível ; PS - Parcialmente Sensível
D R O G A S
Tabela 10. Dados individuais da susceptibilidade antimicrobiana
in vitro
dos microrganismos isolados de ovelhas Santa Inês do grupo controle
aos 90 dias pós-parto.
69
ANIMAIS
Microrganismos isolados
Ampicilina
Enrofloxacina
Gentamicina
Neomicina
Oxacilina
Penicilina G
Sulfazotrin
Tetraciclina
Cefalônio Anidro
1202D
-
1202E
-
1203D
Micrococcus spp.
PS
S
S
R
S
PS
R
PS
S
1203E
-
1205D
-
1205E
-
1206D
-
1206E
-
1207D
-
1207E
-
1208D
-
1208E
Staphylococcus spp.
PS
R
PS
PS
PS
PS
S
S
S
1210D
-
1210E
-
1211D
-
1211E
-
1212D
-
1212E
-
1213D
-
1213E
-
1219D
-
1219E
-
1224D
-
1224E
Streptococcus agalactiae
S
S
S
S
S
PS
R
S
S
1226D
-
1226E
Staphylococcus spp.
S
R
S
PS
S
S
S
S
S
1254D
-
1254E
Micrococcus spp.
PS
S
S
PS
S
S
S
S
S
1238D
-
1238E
-
1272D
Staphylococcus spp.
R
R
S
PS
S
R
R
R
S
1272E
-
1274D
-
1274E
-
1280D
-
1280E
-
1244D
-
1244E
-
1245D
-
1245E
-
S - Sensível ; PS - Parcialmente Sensível ; R - Resistente
D R O G A S
aos 90 dias pós-parto.
Tabela 11. Dados individuais da susceptibilidade antimicrobiana
in vitro
dos microrganismos isolados de ovelhas Santa Inês do grupo preventivo
70
ANIMAIS
Microrganismos isolados
Ampicilina
Enrofloxacina
Gentamicina
Neomicina
Oxacilina
Penicilina G
Sulfazotrin
Tetraciclina
Cefalônio Anidro
1201D
Staphylococcus spp.
PS
S
S
S
S
PS
PS
S
S
1201E
Staphylococcus spp.
S
S
S
S
S
S
S
S
S
1204D
Staphylococcus aureus
R
R
S
R
S
R
S
PS
S
1204E
Staphylococcus aureus
R
R
S
R
S
R
S
PS
S
1215D
-
1215E
-
1216D
-
1216E
-
1223D
Staphylococcus spp.
S
S
S
S
S
S
S
S
S
1223E
Staphylococcus spp.
S
S
S
S
S
S
S
S
S
1225D
Staphylococcus spp.
PS
R
PS
R
S
PS
R
S
S
1225E
Staphylococcus spp.
PS
R
PS
R
S
PS
R
S
S
1233D
Staphylococcus aureus
R
R
S
R
S
R
S
PS
S
1233E
Staphylococcus aureus
R
R
S
R
S
R
S
PS
S
1234D
Staphylococcus spp.
PS
S
S
S
S
PS
R
S
S
1234E
Staphylococcus spp.
S
S
S
S
S
S
S
S
S
1235D
Staphylococcus spp.
S
S
S
S
S
S
S
S
S
1235E
Staphylococcus spp.
S
S
S
S
S
S
S
S
S
1242D
Micrococcus spp.
S
S
S
PS
S
S
S
S
S
1242E
-
1246D
Micrococcus spp.
PS
S
S
PS
S
S
S
S
S
1246E
Staphylococcus spp.
PS
R
PS
PS
PS
PS
S
S
S
1248D
Streptococcus α hemol
ítico
PS
R
PS
PS
S
PS
S
S
S
1248E
-
1252D
Staphylococcus spp.
PS
S
S
R
S
PS
R
PS
S
1252E
-
1253D
-
1253E
-
1256D
-
1256E
-
1261D
Staphylococcus spp.
S
S
S
PS
S
S
S
S
S
1261E
-
1265D
-
1265E
-
1276D
-
1276E
-
1286D
Staphylococcus spp.
S
S
S
S
S
S
S
S
S
1286E
Staphylococcus aureus
PS
S
S
PS
S
S
S
S
S
1309D
Streptococcus α hemol
ítico
S
S
S
S
S
S
R
S
S
1309E
-
1317D
-
1317E
Staphylococcus spp.
R
R
S
R
S
S
S
S
S
1318D
-
1318E
-
D R O G A S
S - Sensível ; PS - Parcialmente Sensível ; R - Resistente
Tabela 12. Dados individuais da susceptibilidade antimicrobiana
in vitro
dos microrganismos isolados de ovelhas Santa Inês do grupo curativo
aos 90 dias pós-parto.
71
ANIMAIS SCORE
1298D N
1298E N
1300D N
1300E N
1304D N
1304E N
1306D N
1306E N
1310D N
1310E N
1314D N
1314E N
1243D N
1243E N
1229D N
1229E N
1232D N
1232E N
1237D 3+
1237E 3+
1264D 1+
1264E 1+
1240D N
1240E N
1281D N
1281E N
1283D N
1283E N
1249D 1+
1249E 2+
1250D N
1250E N
1257D N
1257E N
1258D N
1258E N
1259D N
1259E N
1260D N
1260E N
N= Negativo
Tabela 13. Resultados individuais da interpretação do California Mastitis Test (CMT)
em ovelhas Santa Inês do grupo controle aos 90 dias pós-parto.
72
ANIMAIS SCORE
1202D N
1202E N
1203D 1+
1203E N
1205D N
1205E N
1206D N
1206E N
1207D N
1207E N
1208D N
1208E 2+
1210D 2+
1210E 1+
1211D N
1211E N
1212D N
1212E N
1213D N
1213E N
1219D N
1219E 2+
1224D N
1224E N
1226D 2+
1226E 2+
1254D N
1254E 2+
1238D N
1238E N
1272D N
1272E 1+
1274D N
1274E N
1280D N
1280E N
1244D N
1244E N
1245D N
1245E N
N= Negativo
Tabela 14. Resultados individuais da interpretação do California Mastitis Test (CMT)
em ovelhas Santa Inês do grupo preventivo aos 90 dias pós-parto.
73
ANIMAIS SCORE
1201D
2+
1201E
1+
1204D
N
1204E
N
1215D
1+
1215E
2+
1216D
3+
1216E
3+
1223D
N
1223E
N
1225D
1+
1225E
2+
1233D
2+
1233E
3+
1234D
1+
1234E
1+
1235D
2+
1235E
2+
1242D
3+
1242E
N
1246D
N
1246E
N
1248D
3+
1248E
N
1252D
1+
1252E
3+
1253D
N
1253E
1+
1256D
N
1256E
N
1261D
N
1261E
N
1265D
N
1265E
N
1276D
N
1276E
N
1286D
3+
1286E
3+
1309D
2+
1309E
2+
1317D
N
1317E
2+
1318D
N
1318E
N
N= Negativo
Tabela 15. Resultados individuais da interpretação do California Mastitis Test (CMT)
em ovelhas Santa Inês do grupo curativo aos 90 dias pós-parto.
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