23ºC e 23,2ºC e 34,4ºC, respectivamente. Braverman (1988) mencionou que,
aparentemente, o fator climático mais significativo na presença ou não de Culicoides
é a velocidade do vento, e embora tenha classificado a velocidade em três estágios
de acordo com o número de insetos capturados, não especificou a velocidade do
vento em cada um dos estágios. Neste trabalho foi observado que espécimes de
Culicoides estavam presente sobre os ovinos isca em quantidade superior a 20
exemplares, quando a velocidade média diária de ventos esteve entre 4,68km/h e
10,44km/h. Em uma oportunidade em que este díptero foi capturado e que a
velocidade média dos ventos no dia era de 26,28km/h, o inseto foi observado
somente quando o vento diminuiu sensivelmente sua velocidade, após à 1h.
Na observação dos sinais clínicos, durante a captura dos insetos, evidenciou-
se que inquietação, demonstrando prurido, era muito mais acentuada quando os
ovinos eram picados por C. insignis do que quando eram picados por A. albitarsis.
Além disso, observou-se que C. insignis tinha preferência pelas áreas do corpo do
animal, para realizar a hematofagia, nas quais as lesões de dermatite alérgica são
observadas com maior freqüência, como a face, as orelhas e a região ventral do
abdômen. Essas localizações são idênticas às áreas do corpo afetadas descritas por
outros autores (CONNAN & LLOYD, 1988; YERUHAM et al., 2000, YERUHAM et al.,
2004; SOUZA et al., 2005).
Inquietação e desconforto foram evidenciados nos ovinos que serviram de
isca viva quando A. albitarsis realizava a hematofagia, somente na porção distal dos
membros dos animais. Souza et al. (2005) mencionaram lesões de dermatite
alérgica na porção distal dos membros de ovinos afetados, porem o inseto causador
da enfermidade não foi identificado. A. albitarsis atacava a região vulvar dos ovinos
em grande número, mas não foram observadas lesões de dermatite nesta região;
aparentemente, o antígeno deste díptero é menos alergênico para os ovinos. Parece
lógico pensar que, pela grande quantidade deste inseto observada sobre os ovinos
isca, se ele fosse responsável pela doença as lesões seriam encontradas, também,
na vulva e em outras regiões do corpo do animal atacadas.
Neste trabalho foi observado que C. insignis era encontrado com maior
freqüência na região da cabeça do ovino isca e, às vezes, na região ventral do
abdômen. Essas áreas correspondem às de lesões de dermatite observadas nos
casos da doença que ocorre no Rio Grande do Sul (SCHILD et al., 1993;
FERREIRA, 2001; SOUZA et al., 2005). RIEK (1954) ao identificar as espécies de