O INEP prevê, ainda, que a expansão do ensino médio deverá continuar
acelerada até 2005. Entre 1994 e 1999, a matrícula nesse nível de ensino cresceu
57,4% e, entre 1996 e 1999, 35,4%. Ao levar em conta que a matrícula no ensino
superior cresceu 26,83% entre 1996 a 1999 e, ainda, conjugando os dados relativos
à demanda (relação candidato/vaga) e ociosidade no preenchimento de vagas, vê-
se a necessidade de maior atenção ao segmento privado, como impulsionador de
uma política de crescimento do sistema universitário brasileiro, por meio de
financiamento do estudante de lES paga, de maneira a garantir seu acesso à
educação superior.
Devemos considerar, ainda, que o crescimento médio anual dos Concluintes
do ensino médio entre 1995 e 2000 foi de 11,42%, enquanto que para o número de
ingressantes no ensino superior o índice de crescimento aumentou a um ritmo médio
de 9,87% ao ano.
Para os três últimos anos com estatísticas disponíveis, verificamos que, entre
1998 e 2000, a média anual de incremento do número de egressos do ensino médio
foi de 6,13%, enquanto que no ensino superior chega quase ao dobro, 11,28%.
Essa disparidade de ambos os ritmos ainda não é suficiente para fazer com
que o número de ingressantes na educação superior seja, em média, a metade do
número de Concluintes do ensino médio. Deve-se considerar que, de ano para ano,
há um acúmulo de jovens que não conseguiram ingressar no ensino superior e, por
isso, soma-se aos novos contingentes de egressos do ensino médio.
Além disso, verifica-se que o segmento federal de ensino superior tem ainda a
contribuir na oferta de vagas e na expansão do sistema universitário brasileiro, pois
sua estrutura é subutilizada para o ensino em período noturno, único possível para o
estudante de baixa renda e que precisa trabalhar.
Em 1996, de 388.987 matriculados na graduação em lES públicas, apenas
69.659 freqüentavam cursos noturnos (17,91%); em 1999, essa proporção cresceu
para 21,45%, comparado com o segmento privado, a diferença é notória: 1.133.102
matrículas em 1996, das quais 756.134 no período noturno (66,73%); em 1999, essa
proporção mantinha-se praticamente estável, 66,62%.
Esses dados mostram que o aluno carente, com renda advinda de seu próprio
trabalho, encontra no ensino privado quase que a única opção de estudo.
2.4 - População brasileira com educação superior
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios/2001 (PNAD),
6.536.482 de pessoas possuíam 15 anos ou mais de estudo, o equivalente a 3,86%
da população brasileira naquele ano. Apesar do número de brasileiros com nivel
superior completo ser mais que o dobro do total de matrículas no ensino superior em
2000, o número de Concluintes é bastante baixo com 324.734 formados em 1999,
diante de 254.401 em 1995 (aumento de 27,65%).