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FREITAS, H. I. Estudo sobre diretrizes e práticas de atenção à saúde mental: um
enfoque nos procedimentos de avaliação inicial e planejamento terapêutico em
serviços substitutivos de Botucatu. 2006. 1v. Dissertação (Mestrado em Saúde
Coletiva) – Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista
“Júlio de Mesquita Filho”, Botucatu, 2006.
Resumo
O presente trabalho revê a organização do sistema de saúde brasileiro ao
longo da história, com destaque para o desenvolvimento da assistência à saúde
mental dentro deste processo. São enfocados os movimentos sociais em busca de
mudanças, como o Movimento Sanitário e a Reforma Psiquiátrica no país, assim
como as políticas públicas que marcaram significativamente a situação atual.
Além disso, apresenta questões relativas às articulações existentes na
estrutura política do país que determinaram, de acordo com o modo de produção
adotado, o olhar para a doença e para o doente, resultando que a as ações no
campo da saúde estivessem ligadas e voltadas principalmente à condição produtiva
dos indivíduos.
A seguir apresentam-se algumas considerações sobre o contexto da
assistência à saúde mental contemporânea e seu processo de transformação a partir
de análise de documentos e revisão bibliográfica não exaustiva, com a proposta de
compreender aspectos preconizados pela Organização Mundial da Saúde e
Legislação Brasileira para o cuidado em saúde mental, apontando influências
internacionais. A partir desta breve compreensão, entende-se que informações sobre
os pressupostos para o tratamento são subsídios importantes para a construção da
luta pela saúde mental e cidadania.
Considera-se neste trabalho, que a reestruturação da prática cotidiana dos
serviços de saúde mental é condição essencial para a transformação proposta para
o modelo assistencial em nosso país. O presente estudo questionou profissionais de
equipes de serviços substitutivos de saúde mental do município de Botucatu, em
relação aos sentidos atribuídos por eles aos procedimentos de avaliação inicial e
planejamento terapêutico, como constituintes do tratamento oferecido nestes
serviços. Para tanto, utilizou-se a perspectiva das práticas discursivas e produção de
sentidos no cotidiano proposta por Spink. Observou-se diferenças conceituais e
paradoxos que explicitam o período de transição pelo qual o modelo está passando.
Tais observações mostram a necessidade de transformar não apenas a norma legal,
mas também os conteúdos implícitos nas ações diárias por parte dos profissionais,
possibilitando a ressignificação das relações sociais que ali se estabelecem.
Palavras Chave: Políticas de Saúde Mental, Reforma Psiquiátrica, Avaliação Inicial,
Planejamento Terapêutico, Práticas Discursivas.