Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E EVOLUÇÃO
ESTUDOS CITOGENÉTICOS EM ALGUMAS ESPÉCIES DE LORICARIIDAE
(TELEOSTEI, SILURIFORMES) DA REGIÃO DE TRANSPOSIÇÃO DO RIO
PIUMHI PARA O RIO SÃO FRANCISCO
Ernani de Oliveira Mendes Neto
SÃO CARLOS
2008
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E EVOLUÇÃO
ESTUDOS CITOGENÉTICOS EM ALGUMAS ESPÉCIES DE LORICARIIDAE
(TELEOSTEI, SILURIFORMES) DA REGIÃO DE TRANSPOSIÇÃO DO RIO
PIUMHI PARA O RIO SÃO FRANCISCO
Ernani de Oliveira Mendes Neto
Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa
de Pós-Graduação em Genética e Evolução do
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da
Universidade Federal de São Carlos, como parte
dos requisitos para a obtenção do título de Mestre
em Genética e Evolução, área de concentração:
Genética e Evolução.
SÃO CARLOS
2008
ads:
Ficha catalográfica elaborada pelo DePT da
Biblioteca Comunitária da UFSCar
M538ec
Mendes Neto, Ernani de Oliveira.
Estudos citogenéticos em algumas espécies de
Loricariidae (Teleostei, Siluriformes) da região de
transposição do rio Piumhi para o rio São Francisco / Ernani
de Oliveira Mendes Neto. -- São Carlos : UFSCar, 2008.
74 f.
Dissertação (Mestrado) -- Universidade Federal de São
Carlos, 2008.
1. Citogenética de peixes. 2. Loricariidae. 3. Transposição
de águas. 4. Fish - DNAr 18S. 5. Fish - DNAr 5S . I. Título.
CDD: 597.087322 (20
a
)
Orientador
Prof. Dr. Orlando Moreira Filho
Dedico este trabalho aos meus pais
Denise e Ernani
AGRADECIMENTOS
Os meus agradecimentos vão para toda a estrutura institucional e humana
que possibilitaram a realização deste trabalho.
À Fundação de Amparo e à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP),
pela bolsa concedida (Proc.: 06/54290-6), a qual foi muito útil durante o
desenvolvimento deste trabalho.
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)
pelo auxílio concedido durante toda a minha formação científica e durante a
elaboração deste trabalho.
Ao Programa de Pós-graduação em Genética e Evolução, ao Laboratário de
Citogenética de Peixes do Departamento de Genética e Evolução da Universidade
Federal de São Carlos e ao Laboratório de Citogenética e Evolução da Universidade
Estadual de Ponta Grossa pelo suporte e auxílio no desenvolvimento deste trabalho.
Ao meu orientador, Prof. Dr. Orlando Moreira Filho, por ter acreditado em mim
e me ter proporcionado a realização deste mestrado.
Ao meu co-orientador, Prof. Dr. Marcelo Ricardo Vicari, por toda ajuda e
ensinamento a mim concedida durante toda a minha formação científica. Ao amigo
Marcelo pelo apoio e pelos momentos de descontração.
Aos Profs. Drs. Mara Cristina de Almeida Matiello e Roberto Ferreira Artoni do
Laboratório de Citogenética e Evolução da UEPG, por terem acreditado em mim e
me dado a oportunidade de ingressar no meio científico.
Aos meus pais Denise e Ernani que mesmo com alguma dificuldade me
possibilitaram realizar meus estudos. Aos meus irmãos Erenise, Edelize, Rodrigo e
Giovanna.
Aos meus melhores amigos Camila Gadens, Camila Sanches e Fabiano pelos
momentos de descontração e principalmente por me “agüentarem” nos momentos
mais estressantes.
Aos amigos Camila e Cleverson por toda ajuda e hospitalidade, sempre que
eu precisava de um abrigo em Ponta Grossa.
Aos amigos e colegas do Laboratório de Citogenética de Peixes da UFSCar:
Daniel Blanco, Elisângela, Rosângela, Wellington, Daniel “Magrão”, Viviane, Karina,
Marcelo, Celeste, Débora, Marceléia e Maressa.
Aos amigos que fiz em São Carlos: Vagner, Tathianna, Simone, Tatiana,
Andréa, Thaís e Eder.
Aos amigos e colegas do Departamento de Genética e Evolução.
Aos amigos do Laboratório de Citogenética e Evolução da UEPG.
A todos aqueles que direta ou indiretamente me ajudaram neste trabalho, mas
que me esqueci de nomear, meu muito obrigado.
Nós vamos morrer, e isso nos torna afortunados. A
maioria das pessoas nunca vai morrer, porque nunca vai
nascer. As pessoas potenciais que poderiam estar no
meu lugar, mas que jamais verão a luz do dia, são mais
numerosas que os grãos de areia da Arábia. Certamente
esses fantasmas não nascidos incluem poetas maiores
que Keats, cientistas maiores que Newton. Sabemos
disso porque o conjunto das pessoas possíveis
permitidas pelo nosso DNA excede em muito o conjunto
das pessoas reais. Apesar dessas probabilidades
assombrosas, somos você e eu, com toda nossa
banalidade, que aqui estamos.
Richard Dawkins
RESUMO
A família Loricariidae é a segunda mais numerosa entre os peixes, com 716
espécies distribuídas entre 96 gêneros e seis subfamílias. Neste trabalho foram
caracterizadas citogeneticamente, por meio de ferramentas convencionais e
moleculares, cinco espécies desta família que ocorrem na região de cabeceira da
bacia do rio São Francisco, município de Piumhi: quatro espécies do gênero
Hypostomus (Hypostomus sp.1a, Hypostomus sp.1b, Hypostomus sp.2 e
Hypostomus regani) e uma espécie do gênero Rineloricaria (Rineloricaria cf.
latirostris). Hypostomus sp.1a e Hypostomus sp.1b foram consideradas pelo
especialista como uma única espécie. Entretanto, os marcadores cromossômicos
utilizados no presente trabalho mostraram-se concisos, podendo demonstrar que se
trata de duas espécies distintas. A ocorrência de Hypostomus regani e Rineloricaria
cf. latirostris para o rio São Francisco é relatada pela primeira vez. Os dados
citogenéticos para estas duas espécies sugerem que elas são formas invasoras para
o rio São Francisco, originadas da bacia do Alto Paraná. A citogenética molecular
mostrou-se útil na identificação e diferenciação de espécies da família Loricariidae.
Principalmente o cístron 5S demonstrou ser um conciso marcador
espécie/específico. Este estudo demonstra claramente que as ferramentas
citogenéticas foram muito eficientes na distinção de algumas espécies crípticas e/ou
problemáticas sobre o ponto de vista taxonômico, bem como no rastreamento e no
mapeamento de algumas espécies da família Loricariidae do rio Piumhi,
consideradas invasoras para a bacia do rio São Francisco.
ABSTRACT
The Loricariidae is the second largest family among fishes, with 716 species,
distributed in 96 genera and 6 subfamilies. Five species of this family, four species of
the Hypostomus genus (Hypostomus sp.1a, Hypostomus sp.1b, Hypostomus sp.2 e
Hypostomus regani) and one specie of the Rineloricaria genus (Rineloricaria cf.
latirostris), which are found in the headwaters of the São Francisco River, in Piumhi
town, were cytogenetically characterized using conventional and molecular tools.
One specialist considered Hypostomus sp.1a and Hypostomus sp.1b to be only one
specie. However, the chromosomal markers used in this present work have been
shown concise, so they could demonstrate that those two species are, in fact,
distinct. The occurrence of Hypostomus regani and Rineloricaria cf. latirotris in the
São Francisco River is reported for the first time. The cytogenetic data for these two
species suggest that they are invasive forms for the São Francisco River, originated
from the upper Paraná River basin. The molecular cytogenetic has been shown
useful for the identification and differentiation of species of the Loricariidae family.
Mainly, the cistron 5S ended up as a very concise specie/specific marker. This study
clearly shows that the cytogenetic tolls were very efficient at distinguishing some
cryptic and/or problematic species in the taxonomic point of view, so as at finding and
mapping of some species of the Loricariidae family of the Piumhi River, considered
invasive for the headwaters of the São Francisco River.
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 – Bacia do rio São Francisco..................................................................
10
Figura 02 Em a): Rio Piumhi antes da construção da Represa da Usina
Hidroelétrica de Furnas. O ribeirão da
Á
gua Limpa está indicado
pelo número 1. Em b): Transposição das águas do rio Piumhi: (1)
canal de transposição, (2) , (3) lago artificial formado pela drenagem
do baixo Piumhi após a construção do dique de Capitólio, (4) dique
de Capitólio, (5) lago de furnas, (6) Represa de Furnas no rio
Grande. (Fonte: MOREIRA-FILHO & BUCKUP,
2005)....................................................................................................
14
Figura 03 Local de coleta dos espécimes analisados. Quadrado Azul =
Hypostomus regani, Estrela Laranja = Rineloricaria cf. latirostris,
Círculo Amarelo = Hypostomus sp.1a, Círculo Verde = Hypostomus
sp.1b e Triângulo Vermelho = Hypostomus sp.2. (Fonte: MOREIRA-
FILHO & BUCKUP, 2005 modificado por Wellington Adriano
Moreira Peres)........................................................................
17
Figura 04 – Cariótipo de Hypostomus regani corado com Giemsa em (a). (b)
apresenta o padrão de distribuição da heterocromatina constitutiva
evidenciada pelo bandamento C. A caixa (c) apresenta os
cromossomos impregnados pelo Nitrato de Prata...............................
26
Figura 05 – Cromossomos mitóticos de Hypostomus regani submetidos à
hibridação fluorescente in situ com sondas de DNAr 18S (a) e 5S
(b). Setas= sítios evidenciados pela técnica. Barra= 10µm…………...
27
Figura 06 – Cariótipo de Hypostomus sp.1a. (a) coloração convencional; (b)
bandamento C; (c) cromossomos portadores de Ag-RONs................
29
Figura 07 Hibridação fluorescente in situ evidenciando a localização de sítios
de DNAr 18S (a) e 5S (b) em Hypostomus sp.1a. Setas= sítios
evidenciados pela técnica. Barra= 10µm.............................................
30
Figura 08 – Cariótipo de Hypostomus sp.1b corado com Giemsa em (a). (b)
apresenta o padrão de distribuição da heterocromatina constitutiva
evidenciada pelo bandamento C. A caixa (c) apresenta os
cromossomos impregnados pelo Nitrato de Prata...............................
32
Figura 09 – Cromossomos mitóticos de Hypostomus sp.1b submetidos à
hibridação fluorescente in situ com sondas de DNAr 18S (a) e 5S
(b). Setas= sítios evidenciados pela técnica. Barra=
10µm....................................................................................................
33
Figura 10 – Cariótipo de Hypostomus sp.2. (a) coloração convencional; (b)
bandamento C; (c) cromossomos portadores de Ag-RONs................
35
Figura 11 Hibridação fluorescente in situ evidenciando a localização de sítios
de DNAr 18S (a) e 5S (b) em Hypostomus sp.2. Setas= sítios
evidenciados pela técnica. Barra= 10µm.............................................
36
Figura 12 – Cariótipo de Rineloricaria cf. latirostris corado com Giemsa em (a).
(b) apresenta o padrão de distribuição da heterocromatina
constitutiva evidenciada pelo bandamento C. A caixa (c) apresenta
os cromossomos impregnados pelo Nitrato de Prata..........................
38
Figura 13 Cromossomos mitóticos de Rineloricaria cf. latirostris submetidos à
hibridação fluorescente in situ com sondas de DNAr 18S (a) e 5S
(b). Setas= sítios evidenciados pela técnica. Barra=
10µm....................................................................................................
39
SUMÁRIO
1) INTRODUÇÃO:.......................................................................................................1
1.1) Família Loricariidae:.............................................................................................1
1.2) Estudos citogenéticos na família Loricariidae ......................................................2
1.3) Endemismo em riachos:.......................................................................................6
1.4) Bacia do rio São Francisco: .................................................................................7
1.5) Rio Piumhi..........................................................................................................11
1.6) Transposição do rio Piumhi................................................................................11
2) OBJETIVOS..........................................................................................................15
3) MATERIAL E MÉTODOS......................................................................................16
3.1) Material e Locais de Coleta................................................................................16
3.2) Metodologia........................................................................................................18
3.2.1) Indução de Metáfases.....................................................................................18
3.2.2) Obtenção dos Cromossomos Mitóticos...........................................................19
3.2.3) Análise Cromossômica....................................................................................20
3.2.4) Detecção das Regiões Heterocromáticas.......................................................20
3.2.5) Detecção das Regiões Organizadoras de Nucléolo (Ag-RONs) .....................21
3.2.6) Hibridação Fluorescente in situ.......................................................................21
3.2.7) Análises Cariotípicas.......................................................................................24
4) RESULTADOS......................................................................................................25
4.1) Hypostomus regani ............................................................................................25
4.2) Hypostomus sp.1a .............................................................................................28
4.3) Hypostomus sp.1b .............................................................................................31
4.4) Hypostomus sp.2 ...............................................................................................34
4.5) Rineloricaria cf. latirostri.....................................................................................37
5) DISCUSSÃO.........................................................................................................40
5.1) Diversidade Cromossômica na família Loricariidae ...........................................40
5.2) A Transposição do rio Piumhi e Espécies Invasoras .........................................60
6) CONCLUSÃO .......................................................................................................63
7) REFERÊNCIAS.....................................................................................................66
1
1) INTRODUÇÃO:
1.1) Família Loricariidae:
Os loricariídeos são comumente reconhecidos por possuírem o corpo
recoberto por placas dérmicas (o que lhes confere o nome popular de “cascudos”) e
a boca em forma de ventosa localizada na região ventral.
A família Loricariidae é a segunda mais numerosa entre os peixes, com 716
espécies, distribuídas entre 96 gêneros (FERRARIS, 2007). Estes peixes estão
distribuídos por toda a região Neotropical, estendendo-se da Costa Rica à Argentina
(REIS et al., 2003).
Desde o reconhecimento de Loricariidae como uma família, sob o nome de
Gonyodontes, por Spix e Agassiz em 1829 (GOSLINE, 1947), muitas formas de
agrupamento das espécies foram propostas por ictiólogos. Em 2003 REIS et al.
propuseram que a família Loricariidae seria composta por seis subfamílias:
Ancistrinae, Hypoptopomatinae, Hypostominae, Lithogeneinae, Loricariinae e
Neoplecostominae. ARMBRUSTER (2004), através da análise cladística de um
número maior de características reordenou esta distribuição, propondo a criação de
uma nova subfamília composta pelos gêneros Delturus e Upsilodus e a extinção das
subfamílias Ancistrinae e Lithogeneinae. Nesta proposta os integrantes da subfamília
Ancistrinae passariam para a subfamília Hypostominae na forma de tribo. Desta
forma a sub-família Hypostominae passaria a ter cinco tribos: Ancistrini,
Corymbophanini, Hypostomini, Pterygoplichthini e Rhinelipini. O único gênero
representante de Lithogeneinae, Lithogenes, passaria à família Astroblepidae,
juntamente com o gênero Astroblepus. Assim sendo, a família Loricariidae passaria a
ser dividida em cinco subfamílias: Delturinae, Hypoptopomatinae, Hypostominae,
Loricariinae e Neoplecostominae.
2
Entretanto, REIS et al. (2006) propuseram uma nova filogenia, similar à
apresentada por ARMBRUSTER (2004), onde eles descrevem a subfamília
Delturinae e alocam Ancistrinae como tribo de Hypostominae. No entanto, eles
mantêm Lithogeneinae como subfamília de Loricariidae. Seguindo este último estudo
cladístico realizado na família, têm-se seis subfamílias para Loricariidae:
Loricariinae, Hypoptopomatinae, Hypostominae, Neoplecostominae, Lithogeneinae e
Delturinae.
1.2) Estudos citogenéticos na família Loricariidae
Embora Loricariidae seja uma família muito ampla, apenas 111 das 716
espécies pertencentes a ela foram estudadas citogeneticamente.
A família Loricariidae possui grande variabilidade tanto no que se refere ao
número diplóide, que pode variar de 2n=34 em Ancistrus sp. 1 e Ancistrus sp. 2
(OLIVEIRA, 2006) a 2n=96 em Upsilodus sp. (KAVALCO, et al., 2004), quanto à
macroestrutura cariotípica, que podem apresentar fórmula cariotípica variando de
cariótipos formados apenas de cromossomos meta e submetacêntricos, como no
caso de Otocinclus affinis que possui 2n=54 e NF=108 (ANDREATA, et al., 1994) a
cariótipos formados predominantemente por cromossomos subtelo e acrocêntricos,
como no caso de Hypostomus strigaticeps que possui 2n=74 e NF=86 (MICHELE et
al., 1977), entre outros.
Os estudos citogenéticos já realizados na família Loricariidae não abrangem
espécies de todas as seis subfamílias. Entre as subfamílias analisadas, a
representatividade não é a mesma. Na subfamília Lithogeneinae, que possui apenas
uma espécie descrita taxonomicamente ainda não foram realizados estudos nesta
3
área.
A sub-família Hypostominae é sem dúvida a que apresenta o maior número de
espécies estudadas pela citogenética, com 61 representantes. Nesta subfamília
observa-se que o número modal varia de 2n=34 em Ancistrus sp. 1 e Ancistrus sp. 2
(OLIVEIRA, 2006) a 2n=80 em Hypostomus sp. E (ARTONI & BERTOLLO, 1996).
A subfamília Loricariinae apresenta 21 espécies com estudos cromossômicos
e apresenta uma variação no número cromossômico de 2n=36 em Rineloricaria
latirostris (GIULIANO-CAETANO, 1998) a 2n=74 em Sturisoma cf. nigrirostrum
(ARTONI & BERTOLLO, 2001).
Análises cromossômicas em 15 espécies de Hypoptopomatinae
demonstraram em 13 espécies (ANDREATA et al., 1992, 1993, 1994, 2006; CAMILO
& MOREIRA-FILHO, 2005) o número cromossômico conservado de 2n=54, e
apenas duas espécies com números diplóides divergentes. Em Hisonotus gibbosos
evidenciou-se 2n=58 (ANDREATA et al., 2000) enquanto em Otocinclus aff. vestitus
foi relatado 2n=72 (ANDREATA et al., 1994). Entre as seis subfamílias de
Loricariidae, doze espécies foram estudadas de Neoplecostominae, (ALVES, 2000;
ALVES et al., 2003, 2005; KAVALCO et al., 2004), mantendo o número
cromossômico (2n= 54) conservado. Delturinae apresenta apenas uma espécie
(Upsilodus sp.) estudada, a qual apresenta 2n=96 (KAVALCO et al., 2004).
Sistemas de cromossomos sexuais têm sido relatados na família Loricariidae.
Os sistemas de cromossomos sexuais encontrados vão desde os sistemas simples,
como o XX/XO em Ancistrus n. sp. 1 (ALVES et al., 2003), o XX/XY em Hypostomus
ancistroides e H. macrops (Michele et al., 1977), Pseudotocinclus tietensis
(ANDREATA et al., 1992), Ancistrus cf. dubius (MARIOTTO & MIYAZAWA, 2006),
Ancistrus sp.1, Ancistrus sp.2 e Ancistrus n.sp.5, (Oliveira, 2006) e o ZZ/ZW em
4
Microlepdogaster leucofrenatus (ANDREATA et al., 1993), Loricariichthys
platymetopon (SCAVONE & JULIO JR., 1995), Hypostomus sp. G (ARTONI et al.,
1998) e Ancistrus cf. dubius (MARIOTTO et al., 2004), Ancistrus ranunculus,
Ancistrus sp. 6 e Hemiancistrus spilomma (Oliveira, 2006; Oliveira et al., 2007), até
sistemas de cromossomos sexuais múltiplos, como o XX/XY
1
Y
2
em Harttia carvalhoi
(CENTOFANTE et al., 2006) e Ancistrus sp. 8 (Oliveira, 2006) e
Z
1
Z
1
Z
2
Z
2
/Z
1
Z
2
W
1
W
2
.em Ancistrus sp. 3 (OLIVEIRA, 2006).
Polimorfismos cromossômicos interpopulacionais também foram relatados em
algumas espécies da família Loricariidae, como no caso de Ancistrus cf. dubius
(MARIOTTO et al., 2004; MARIOTTO & MIYAZAWA, 2006) que apresenta entre as
populações tanto em número cromossômico como aestrutura cariotípica divergente.
Hypostomus ancistroides, apesar de manter o número cromossômico de 2n=68,
demonstra fórmulas cromossômicas diferentes para cada uma das sete populações
estudadas, sendo que uma delas evidencia sistema de cromossomos sexuais do tipo
XX/XY (MICHELE, 1977; ARTONI & BERTOLLO, 1996; ALVES et al., 2006;
RUBERT, 2007). Em duas populações de Hypostomus paulinus e as seis
populações de Hypostomus strigaticeps (MICHELE, 1977; RUBERT, 2007) foram
evidenciados números cromossômicos distintos. Já em duas populações de
Neoplecostomus microps (ALVES et al., 2005; KAVALCO et al., 2005) evidenciaram-
se fórmulas cariotípicas divergentes. A mesma situação foi evidenciada em três
populações de Hypostomus regani que apresentaram 2n=72 (ARTONI &
BERTOLLO, 1996; ALVES et al., 2006; RUBERT, 2007). Em Liposarcus anisitsi o
número diplóide de 2n=52 também se manteve conservado nas três populações
estudadas (ALVES et al., 2006; ARTONI & BERTOLLO, 1999), mas a fórmula
cariotípica variou.
5
Polimorfismos cromossômicos intrapopulacionais também foram relatados,
como no caso descrito por GIULIANO-CAETANO (1998) para Rineloricaria latirostris,
que apresentou variação no número cromossômico dentro de cada uma das quatro
populações estudadas, além de ter evidenciado que alguns espécimens de uma das
populações não apresentaram um número modal característicos.
Outro tipo de polimorfismo cromossômico encontrado nesta família refere-se à
presença de cromossomos supranumerários. Estes foram relatados apenas em
Microlepdogaster leucofrenatus (ANDREATA et al., 1993), Loricaria prolixa, Loricaria
sp. (SCAVONE & JULIO JR., 1994) e Rineloricaria pentamaculata (ERRERO-
PORTO, 2007).
Muitas espécies deste grupo de peixes têm sido estudadas
citogeneticamente, entretanto, somente em poucas foram realizados estudos de
citogenética molecular, através de hibridização fluorescente in situ, sendo que estes
se referem à localização dos sítios de DNAr 18S e 5S.
Um estudo realizado por KAVALCO et al. (2004, 2005), localizou os sítios de
DNAr 5S e 18S em quatro espécies de Loricariidae, sendo elas: Neoplecostomus
microps, pertencente à subfamília Neoplecostominae; Harttia loricariformis,
pertencente à subfamília Loricariinae, Upsilodus sp., pertencente à subfamília
Delturinae e Hypostomus affinis, pertencente à subfamília Hypostominae. As
espécies analisadas apresentaram apenas um par cromossômico marcado com a
sonda de DNAr 18S, o qual correspondeu com os sítios de Ag-RON, exceto H. affinis
que apresentou cinco cromossomos marcados com a sonda de DNAr 18S e de dois
a cinco sítios de Ag-RON.
Os sítios de DNAr 5S variaram de dois a oito. Sua localização foi mais
freqüente na região intersticial dos braços cromossômicos, sendo que apenas
6
Hypostomus affinis apresentou sítios localizados na região terminal. Harttia
loricariformis apresentou sítios de DNAr 5S em sintenia com o sítio de DNAr 18S.
CENTOFANTE et al. (2006), analisando uma população de Harttia carvalhoi,
pertencente a subfamília Loricariinae, verificou que nesta espécie o sítio de DNAr
18S encontra-se em um único par cromossômico, coincidindo com a posição das
RONs e que a espécie possui dois pequenos loci de DNAr 5S, sendo que um dos
loci encontra-se em sintenia com o sítio de DNAr 18S.
1.3) Endemismo em riachos:
Espécies endêmicas são aquelas restritas a uma região ou localidade
específica. Uma vez que uma espécie recém formada ocupa uma área restrita, sua
distribuição fica limitada por barreiras que circundam sua área de origem.
O tamanho absoluto dos sistemas de rios tropicais de grande porte é um
importante fator no processo evolutivo dos peixes, pois permite que muitas espécies
de peixes se isolem geograficamente nas cabeceiras de seus tributários através de
barreiras físicas, químicas ou bióticas (LOWE-MCCONNEL, 1969).
As espécies de peixes descritas em riachos são, geralmente, de pequeno
porte e apresentam caracteres “redutivos” (CASTRO, 1999). Estes peixes, de modo
geral possuem uma capacidade de deslocamento relativamente baixa, não
realizando migrações extensas durante suas vidas (CASTRO, op. cit.). Este fato
deve facilitar em muito a ocorrência de eventos de vicariância, levando à
multiplicação, por especiação alopátrica, de espécies de peixes de riacho
caracterizadas por distribuição geográfica restrita (CASTRO, 1999).
BUCKUP (1999) afirma que a identificação de áreas de endemismo
7
associadas à ocorrência de eventos de vicariância é um campo bastante promissor
para estudos de diversidade e conservação, corroborando as recomendações de
BÖHLKE et al. (1978) que enfatizaram a necessidade de se coletar e estudar peixes
de áreas com endemismo acentuado, como cabeceiras de rios.
De modo geral, a fauna de peixes de riachos é formada por um conjunto de
espécies pouco conhecidas e ameaçadas pela ação antrópica, especialmente no
sudeste do Brasil (MENEZES et al., 1990 apud BUCKUP, 1999).
Nos últimos anos o número de publicações sobre a citogenética de peixes
tem aumentado consideravelmente, mas referem-se, principalmente, a espécies que
habitam calhas de rios ou ambientes lênticos. Trabalhos relativos a ambientes de
cabeceiras de rios são raros, restringindo-se, geralmente, a levantamentos
faunísticos, abordagens taxonômicas ou distribuição longitudinal de espécies
(CARAMASCHI, 1986; LANGEANI-NETO, 1989; GARUTTI, 1998).
1.4) Bacia do rio São Francisco:
A bacia hidrográfica do rio São Francisco (Figura 01), em seu sentido amplo,
de recepção, transporte e deposição de toda a drenagem superficial e subterrânea,
abrange uma área de 645.067,2 km², o que equivale a cerca de 7,4% do território
nacional, contida aproximadamente entre as coordenadas de 13°-21° Lat. S e 36°-
48° Log. W Gr. Trata-se da terceira bacia hidrográfica do Brasil, e a primeira contida
inteiramente em território brasileiro, segundo o mesmo critério. Considerando-se o
trecho tradicional ou histórico, o rio São Francisco nasce no Chapadão dos Zagaias,
nos altos orientais da Serra da Canastra e percorre 2.814 km até a foz. Para o trecho
geográfico, considerando-se suas nascentes verdadeiras nas nascentes do rio
8
Samburá, sua extensão passa a ser de 2.863 km. O rio São Francisco abrange as
regiões Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste, cortando os estados de Pernambuco,
Alagoas, Sergipe, Bahia, Minas Gerais, Goiânia e o Distrito Federal (PAIVA, 1982,
1983, CETEC apud KOHLER, 2003; SILVA et al., 2003). Ao longo do seu curso, o
São Francisco estende-se por superfícies de altitude variável (entre 400 e 1000m)
sendo caracterizado como um típico rio de planalto, com algumas corredeiras,
quedas e cascatas.
A bacia é tradicionalmente dividida em três segmentos: superior, médio e
inferior. O vale superior compreende da nascente até a corredeira de Pirapora, numa
extensão de 630 km; o médio, com 1.776 km, estende-se da corredeira de Pirapora
até a cachoeira de Paulo Afonso (onde se encontra o complexo hidrelétrico de Paulo
Afonso) e, finalmente, o trecho mais curto com 274 Km – o baixo, que se estende de
Paulo Afonso até a foz (PAIVA, 1982). O alto curso é caracterizado por águas
rápidas, frias e oxigenadas; o médio por ser rio de planalto, com menor velocidade e
sujeito a grandes cheias; o submédio está praticamente barrado e o baixo, por ser
trecho de planície, é mais lento e encontra-se sob influência marinha (SATO &
GODINHO, 1999).
Excluídas as espécies diádromas (aquelas que migram entre o mar e a água
doce), são registradas cerca de 158 espécies de peixes de diversas famílias, sendo
muitas delas caracterizadas pelo endemismo (BRITSKI et al. 1988; SATO &
GODINHO, 1999), mas novas espécies tem sido descritas com freqüência. PAIVA
(1983) sugere que, com relação à distribuição de peixes pelo rio São Francisco,
devem ser levadas em consideração algumas características: 1) o São Francisco é
um rio perene e que cruza o Brasil de oeste para leste; 2) na região do vale superior,
as águas são torrenciais, frias e com pouco material em suspensão; 3) no vale
9
médio, as águas possuem pequena velocidade, com temperaturas mais elevadas e
com um pouco mais de material orgânico em suspensão; 4) no vale inferior, nas
proximidades do estuário, as lagoas marginais são verdadeiros criadouros de peixes,
com água sedimentada, rica em nutrientes.
Grande parte da fauna de peixes do São Francisco concentra-se em seus
afluentes permanentes e de água com pouco material em suspensão, sendo que
são nas lagoas marginais que muitas espécies desovam, principalmente durante a
piracema. A época predominante de reprodução tem início em outubro, antecedendo
os meses mais chuvosos, com a chegada dos quais tem início a piracema (PAIVA,
1983).
10
Figura 01 – Bacia do rio São Francisco.
11
1.5) Rio Piumhi
A cabeceira do rio Piumhi está localizada entre os municípios de Vargem
Bonita e Piumhi, no centro oeste do estado de Minas Gerais, Brasil a
aproximadamente 930 metros de altitude (MOREIRA-FILHO & BUCKUP, 2005).
Segundo as folhas cartográficas de Vargem Bonita, rio Piumhi, Piumhi e
Capitólio (escala 1:50.000), os principais afluentes do rio Piumhi, à margem direita,
são córregos da Jorça, da Confusão e da Estiva, ribeirão dos Pavões, córregos dos
Bois, da Onça, do Servo, Campão Grande, do Fumo, Mutuca, Penedo, ribeirão da
Cachoeira e córregos Àgua Limpa, dos Soares e Araujo. Os afluentes da margem
esquerda são córregos do Destêrro, das Almas, ribeirão dos Almeidas, córrego
Capão da Olaria, ribeirão das Minhocas e os córregos Pari Velho e Engenho da
Serra. Ressalta-se que até o inicio dos anos 60 os córregos da Onça, Mutuca, do
Servo, Campão Grande, do Fumo e Capão da Olaria não desaguavam diretamente
nas margens do rio Piumhi, mas sim no grande pantanal por onde percorria o rio
Piumhi (Figura 02a)
1.6) Transposição do rio Piumhi
Em julho de 1958 iniciou-se a construção da Usina Hidrelétrica de FURNAS, a
qual está localizada no curso médio do rio Grande, no trecho denominado
"Corredeiras das FURNAS", entre os municípios de São José da Barra e São João
Batista da Glória, no estado de Minas Gerais. O reservatório, um dos maiores do
Brasil, com altura máxima de 127m, 1.440 km
2
e 3.500 km de perímetro, banha 34
municípios de Minas Gerais e é alimentado pelos rios Grande e Sapucaí.
Após o fechamento das comportas dessa hidrelétrica as águas da bacia do rio
Grande escoariam até a bacia do rio São Francisco alagando o município de
12
Capitólio. Esse problema foi contornado pela construção de um dique (dique de
Capitólio) nessa cidade. Entretanto, o dique represou também o rio Piumhi.
Aproveitando a topografia da região do pantanal (por onde corria o leito do rio
Piumhi, suas lagoas marginais e seus 22 afluentes) foi efetuado um sistema de
drenagem, com a construção de aproximadamente 18 km de canais, alterando o
curso do rio Piumhi, o qual foi desviado para o leito do córrego Água Limpa, que
deságua no ribeirão Sujo, um dos afluentes da margem direita do rio São Francisco.
Para efetuar o desvio, foi necessário alterar o leito do córrego Água Limpa, que foi
totalmente dragado e alargado para receber todo o volume de águas vindas do rio
Piumhi, de seus afluentes e da drenagem do pântano. O mesmo procedimento teve
de ser feito em parte do leito do ribeirão Sujo (Figura 02b).
Assim, a transposição do rio Piumhi, da bacia do rio Grande para a bacia do
rio São Francisco, acarretou diversas alterações ambientais, tais como (a) a
formação de um conjunto de lagos no antigo leito do rio Piumhi, na região do
município de Capitólio, (b) a construção de canais, por onde corre atualmente o rio
Piumhi, (c) a drenagem do pântano e, finalmente, (d) a alteração dos leitos dos
córregos e ribeirões.
Além dos impactos comumente associados à implantação das grandes
represas, a construção de FURNAS trouxe outro problema ainda pouco conhecido, a
transposição de fauna (MOREIRA-FILHO & BUCKUP, 2005).
Inevitavelmente, a transposição de águas colocou em contato peixes de
distintas bacias hidrográficas, que estavam separados há milhões de anos. Assim,
toda a ictiofauna do rio Piumhi (bacia rio Grande), que representava uma parcela da
ictiofauna do sistema hídrico do Alto Paraná, foi transposta para a bacia do rio São
Francisco.
13
Dentre todos os impactos ambientais ocasionados pela transposição do rio
Piumhi para a bacia do rio São Francisco, a mistura das duas ictiofaunas, sem
dúvida alguma, é o que mais chama a atenção dos ictiologistas. Entretanto, o
contato dessas duas importantes bacias passou despercebido por mais de 40 anos
pela comunidade científica (MOREIRA-FILHO & BUCKUP, 2005).
14
Figura 02 – Em a): Rio Piumhi antes da construção da Represa da Usina Hidroelétrica de
Furnas. O ribeirão da Água Limpa está indicado pelo número 1. Em b):
Transposição das águas do rio Piumhi: (1) canal de transposição, (2) , (3) lago
artificial formado pela drenagem do baixo Piumhi após a construção do dique
de Capitólio, (4) dique de Capitólio, (5) lago de furnas, (6) Represa de Furnas
no rio Grande. (Fonte: MOREIRA-FILHO & BUCKUP, 2005)
15
2) OBJETIVOS
a) Com o intuito de contribuir para a compreensão da evolução cariotípica da
família Loricariidae, propôs-se neste trabalho caracterizar citogeneticamente, através
das ferramentas convencionais e moleculares, algumas espécies desta família que
ocorrem na região de cabeceira da bacia do rio São Francisco.
b) Testar a citogenética como uma ferramenta na identificação de espécies
invasoras na bacia do São Francisco devido à transposição do rio Piumhi para o rio
São Francisco.
16
3) MATERIAL E MÉTODOS
3.1) Material e Locais de Coleta
Foram analisados exemplares de quatro espécies de Loricariidae
pertencentes a cinco populações distribuídas por riachos da cabeceira do rio São
Francisco na região dos municípios de Piumhi e Pimenta – MG (Figura 03).
Foram analisados oito exemplares machos e oito exemplares fêmeas de
Hypostomus regani coletados na foz do rio Piumhi no rio São Francisco (Figura 03),
quatro exemplares machos, seis exemplares fêmeas e um exemplar de sexo não
definido de Rineloricaria cf. latirostris coletados na foz do rio Piumhi no rio São
Francisco (Figura 03), onze exemplares machos, quinze exemplares fêmeas e um
exemplar cujo sexo não foi identificado de Hypostomus sp.1a coletados no ribeirão
dos Patos (Figura 03), trinta e quatro exemplares machos e vinte e seis exemplares
fêmeas de Hypostomus sp.1b coletados no ribeirão das Araras (Figura 03) e
dezessete exemplares machos e dez exemplares fêmeas de Hypostomus sp.2
coletados no ribeirão das Araras (Figura 03).
A Autorização de Coleta número 472897 foi concedida pelo IBAMA e a
Licença de Pesca número 091/07 foi concedida pelo Instituto Estadual de Floresta
de Minas Gerais.
17
Figura 03 – Local de coleta dos espécimes analisados. Quadrado Azul = Hypostomus
regani, Estrela Laranja = Rineloricaria cf. latirostris, Círculo Amarelo =
Hypostomus sp.1a, Círculo Verde = Hypostomus sp.1b e Triângulo Vermelho =
Hypostomus sp.2. (Fonte: MOREIRA-FILHO & BUCKUP, 2005 modificado por
Wellington Adriano Moreira Peres)
18
3.2) Metodologia
Os espécimens analisados foram coletados com tarrafas e transportados
vivos para o Laboratório de Citogenética de Universidade Federal de São Carlos,
onde foram mantidos em aquários até o processamento para obtenção das
suspensões celulares e análise dos materiais.
3.2.1) Indução de Metáfases
Para uma boa análise cromossômica, faz-se necessária a obtenção mais
consistente de cromossomos metafásicos, tanto em qualidade como em quantidade.
Uma vez que para a obtenção de cromossomos necessita-se de células em divisão,
o primeiro passo em um estudo citogenético é observar locais (tecidos, órgãos) no
organismo onde atividades de divisão celular estejam ocorrendo, quer seja de forma
natural quer sobre determinados estímulos. Em peixes, o órgão utilizado para
obtenção destas células é o rim que também possui função hematopoiética, ou seja,
produzir células de defesa do organismo.
Visando aumentar o índice mitótico nos animais a serem preparados foi
utilizada a técnica descrita por LEE & ELDER (1980:
1. Injetar intraperitonialmente suspensão de levedura (0,5g de fermento biológico +
1,5g de dextrose + 6mL H
2
O) na proporção de 1mL/100g de peso animal.
Transcorridas 48 horas processa-se o material para a preparação de cromossomos
mitóticos.
19
3.2.2) Obtenção dos Cromossomos Mitóticos
Os cromossomos mitóticos foram obtidos de células do rim dos animais, por
meio da técnica de preparação cromossômica segundo FORESTI et al. (1993) com
algumas adaptações.
1. Anestesiar o exemplar em solução de benzocaína 0,01% e sacrificar o animal
em seguida;
2. Retirar uma porção do rim anterior, colocar em solução de Hanks, dissociar e
incubar durante 25 minutos com 1-2 gotas de colchicina 0,025%;
3. Centrifugar a 900 rpm por 10 minutos. Descartar o sobrenadante com o
auxílio de uma pipeta pasteur e acrescentar 10mL de solução hipotônica de
KCl 0,075mol/L;
4. Incubar a solução celular por 25 minutos em estufa a 37°C;
5. Adicionar seis gotas de fixador Carnoy I (3 partes de metanol para 1 parte de
ácido acético glacial), homogeneizar o material e centrifugar por 10 minutos a
900 rpm;
6. Descartar o sobrenadante. Adicionar cerca de 10mL de fixador, re-suspender
o material. Centrifugar por 10 minutos a 900 rpm;
7. Repetir o passo 6 por mais duas vezes;
8. Adicionar de 0,5 a 1mL de fixador, homogeneizar e acondicionar o material
em frascos do tipo Ependorff. Nesta etapa o material pode ser armazenado
em freezer a -20°C.
Alternativamente, utilizou-se a técnica descrita por BERTOLLO et al. (1978):
1. Injetar intraperitonialmente colchicina 0,025% na proporção de 1mL para cada
20
100g do animal;
2. Após 30 minutos sacrificar o animal, retirar o rim e dissociar em solução
hipotônica de KCl 0,075mol/L;
3. Incubar a solução celular por 25 minutos em estufa a 37°C;
4. Proceder a fixação conforme o protocolo anterior, a partir do passo 5.
3.2.3) Análise Cromossômica
Foram colocadas de duas a três gotas da suspensão celular sobre uma
lâmina de vidro coberta por uma lâmina d’água a 50ºC. A lâmina foi corada com
Giemsa 5% em tampão fosfato (pH= 6,8) por 10 minutos.
3.2.4) Detecção das Regiões Heterocromáticas
A identificação das regiões de heterocromatina constitutiva foi feita através da
técnica de obtenção de bandas C, descrita por SUMNER (1972), com algumas
adaptações.
1. Tratar uma lâmina contendo a suspensão celular com HCl 0,2 N à
temperatura ambiente durante 9 minutos;
2. Lavar a lâmina em água corrente e deixar secar ao ar.
3. Colocar a lâmina em solução aquosa de hidróxido de bário (Ba(OH)
2
8H
2
O)
5%, recém-preparada e filtrada, a 28
o
C, durante 1 a 2 minutos;
4. Para interromper a ação da solução de hidróxido de bário, submergir
rapidamente a lâmina em solução de HCl 0,2 N, lavar em água corrente e
deixar secar ao ar.
21
5. Colocar a lâmina em solução salina 2xSSC a 60
o
C durante 20 minutos;
6. Lavar a lâmina em água corrente e secar ao ar.
7. Corar com solução de Giemsa diluída a 2% em tampão fosfato (pH=6,8),
durante 8 minutos.
3.2.5) Detecção das Regiões Organizadoras de Nucléolo (Ag-RONs)
A identificação das Regiões Organizadoras de Nucléolo seguiu a técnica de
impregnação pelo nitrato de prata descrita por HOWELL & BLACK (1980), com
algumas adaptações.
1. Colocar sobre uma lâmina contendo as preparações cromossômicas 3 gotas
de solução aquosa de gelatina a 2% (acrescida de ácido fórmico na proporção
de 1 ml para cada 100 ml de solução);
2. Adicionar 6 gotas de solução aquosa de nitrato de prata a 50%. Misturar bem
e cobrir com lamínula;
3. Incubar em estufa a 60°C o tempo necessário para que os cromossomos e
núcleos assumam uma coloração amarelada e os nucléolos e as RONs uma
coloração marrom escura ou preta. Este tempo varia de 2 a 3 minutos;
4. Retirar a lamínula com um jato de água destilada, lavar bem e deixar secar ao
ar.
3.2.6) Hibridação Fluorescente in situ
A localização dos sítios de rDNA 18S e 5S nos cromossomos foram
mapeadas usando hibridação fluorescente in situ (FISH) de acordo com PINKEL et
al. (1986), com sondas obtidas de Prochilodus lineatus (Teleostei, Prochilodontidae)
22
obtidas por HATANAKA & GALETTI JR. (2004) e de Leporinus elongatus (Teleostei,
Anostomidae) obtidas por MARTINS & GALETTI JR. (2001), respectivamente.
Marcação da Sonda
As sondas foram marcadas com biotina através da reação de “Nick
Translation” com o kit Bionick
TM
Labeling System da Invitrogem, seguindo-se as
instruções do fabricante.
A solução de hibridação consistiu de 200µL de formamida (50% de
formamida), 80µL de Sulfato de Dextrano a 50% (concentração final de 10%), 40µL
de 20xSSC (concentração final 2xSSC) e 80µL de H
2
O q.s.p., à qual foram
adicionados 1,5µg de sonda (DNA marcado com biotina). A solução de hibridação foi
submetida a um banho fervente, por 10 minutos, e imediatamente transferida par um
recipiente com gelo, impedindo a renaturação por choque térmico.
Preparação das Lâminas
As lâminas contendo as preparações cromossômicas foram lavadas em PBS
por 5 minutos em temperatura ambiente. Desidratadas em série alcoólica de etanol a
70%, 85% e 100%, 5 minutos cada banho.
As lâminas foram tratadas em solução de RNAse (100µg/mL) por 1 hora em
câmara úmida, a 37°C. Foram lavadas duas vezes em solução salina de 2XSSC por
10minutos cada e em solução PBS por 5 minutos.
Seguiu-se fixação em formaldeído 1% / PBS 1x / MgCl
2
50mM por 10 minutos
em temperatura ambiente. Lavagem em PBS 1x por 5 minutos e desidratação em
23
serie de etanol 70%, 85% e 100%, 5 minutos cada.
As lâminas foram então tratadas em formamida 70%, diluída em 2xSSC a
70°C por 5 minutos e desidratas novamente em série alcoólica de etanol 70%, 85%
e 100% por 5 minutos cada banho.
Hibridação e Detecção dos Sinais
Foram aplicados sobre as lâminas cerca de 50µL de solução de hibridação
contendo solução de formamida 60% em 2xSSC pH 7,0. As lâminas foram
incubadas em câmara úmida a 37°C, “overnight”.
As lâminas foram lavadas em solução de formamida 50% em 2xSSC pH 7,0
por 20 minutos a 42°C e, em seguida, lavadas em 0,1xSSC a 60°C por 15 minutos.
Logo a seguir foram lavadas em Tween 20, por e minutos, seguido de incubação em
tampão NFDM a 5% por 15 minutos.
Para a detecção das ondas marcadas com biotina foram colocadas sobre as
lâminas 90µL de avidina-FITC (Fluoresceina Isotil Cianato-avidina conjugada) a
0,25µg/µL, permanecendo por 30 minutos a 37°C, em câmara úmida. As Lâminas
foram lavadas 3 vezes em Tween 20, cinco minutos cada. O sinal de hibridação foi
intensificado colocando-se cerca de 90µL de anti-avidina biotina-conjugada sobre as
lâminas, por 30 minutos, seguindo-se 3 lavagens com solução de Tween 20, 5
minutos cada. Este ciclo foi repetido por mais uma vez e complementado novamente
pelo tratamento com avidina-FITC e posterior lavagem com Tween 20.
Seguiu-se desidratação em série de etanol a 70%, 85% e 100% à temperatura
ambiente, 5 minutos em cada banho. Os cromossomos foram então corados com
DAPI + antifade (0,2 µg/mL).
24
3.2.7) Análises Cariotípicas
As preparações cromossômicas convencionais foram analisadas em
microscópio de campo claro, estabelecendo-se o número diplóide modal presente
em cada espécie/população amostrada no presente trabalho. As melhores
metáfases foram capturadas em um foto microscópio Olympus BX50, com a
utilização do software CoolSNAP-pro, Image Pro Plus, 4,1 (Media Cybernetics).
Os cromossomos foram classificados em metacêntricos (m),
submetacêntricos (sm), subtelocêntricos (st) e acrocêntricos (a), de acordo com o
tamanho e razão de braços, segundo proposta de LEVAN et al. (1964). A montagem
dos cariótipos foi feita de acordo com o tamanho e morfologia dos cromossomos, os
quais foram dispostos em ordem decrescente e em pares, em cada grupo
cromossômico. Os pares foram numerados e os cromossomos homólogos
tentativamente emparelhados, para facilidade de apresentação e comparação. O
Número Fundamental (NF) foi calculado levando-se em consideração que os
cromossomos metacêntricos, submetacêntricos e subtelocêntricos apresentam dois
braços e os cromossomos acrocêntricos apenas um.
25
4) RESULTADOS
4.1) Hypostomus regani
Todos os exemplares de Hypostomus regani analisados apresentaram 2n=72
cromossomos, com fórmula cariotípica composta de 4 pares de cromossomos
metacêntricos, 8 submetacêntricos, 10 subtelocêntricos e 14 acrocêntricos
(8m+16sm+20st+28a) e Número Fundamental (NF) = 116 (Figura 04a).
A heterocromatina constitutiva encontra-se distribuída em pequenos blocos
(Figura 04b). A região intersticial dos braços longos dos pares cromossômicos 15, 18
e 20 (subtelocêntricos) e 23, 25, 26, 27 e 33 (acrocêntricos) apresentaram blocos
bem evidentes. O par cromossômico metacêntrico 1 mostra uma marcação mais
pálida na região intersticial do braço curto. Os pares cromossômicos 13, 15 e 36
apresentam blocos heterocromáticos na região centromérica e o par cromossômico
31 apresenta a região telomérica do braço longo heterocromática. As regiões
organizadoras de nucléolo marcadas pelo Nitrato de Prata foram evidentes apenas
no braço curto do par cromossômico submetacêntrico 8 (Figura 04c). Todas as
células analisadas apresentaram heteromorfismo em relação ao tamanho das Ag-
RONs.
A hibridação fluorescente in situ confirmou a presença de DNAr 18S
coincidente com as Ag-RONs, bem como o heteromorfismo de tamanho dos sítios
(Figura 05a). Os sítios de DNAr 5s foram localizados em cinco pares
cromossômicos, sendo localizados na região terminal do braço curto de três pares
acrocêntricos e na região centromérica de dois pares submetacêntricos (Figura 05b).
26
Figura 04 – Cariótipo de Hypostomus regani corado com Giemsa em (a). (b) apresenta o
padrão de distribuição da heterocromatina constitutiva evidenciada pelo
bandamento C. A caixa (c) apresenta os cromossomos impregnados pelo
Nitrato de Prata.
27
Figura 05 – Cromossomos mitóticos de Hypostomus regani submetidos à hibridação
fluorescente in situ com sondas de DNAr 18S (a) e 5S (b). Setas= sítios
evidenciados pela técnica. Barra= 10µm.
28
4.2) Hypostomus sp.1a
Dos exemplares de Hypostomus sp.1a coletados no Ribeirão dos Patos
apenas três machos e uma fêmea não deram resultados. Os demais espécimens
apresentaram 2n= 76 cromossomos distribuídos em seis cromossomos
metacêntricos, oito submetacêntricos, dezesseis subtelocêntricos e quarenta e seis
acrocêntricos (6m+8sm+16st+46a) e NF= 106 (Figura 06a).
A heterocromatina constitutiva localizou-se na região centromérica do par
cromossômico 13 e do par acrocêntrico 16, no telômero dos pares cromossômicos
acrocêntricos 24, 25 e 27 e na região intersticial do braço longo do par
cromossômico acrocêntrico 31 (Figura 06b). A RON foi observada no telômero do
braço longo do par cromossômico subtelocêntrico 13 (Figura 06c).
As marcações encontradas com as sondas de DNAr 18S utilizadas na
hibridação fluorescente in situ coincidiram com as marcações encontradas com
Nitrato de Prata (Figura 07a). A hibridação fluorescente in situ com sondas de DNAr
5S evidenciou dois pares cromossômicos marcados (Figura 07b). Um par de
cromossomos acrocêntricos que apresentou a marcação na região centromérica e
um par de cromossomos subtelocêntricos que também apresentou marcação na
região centromérica.
29
Figura 06 – Cariótipo de Hypostomus sp.1a. (a) coloração convencional; (b) bandamento C;
(c) cromossomos portadores de Ag-RONs.
30
Figura 07 – Hibridação fluorescente in situ evidenciando a localização de sítios de DNAr
18S (a) e 5S (b) em Hypostomus sp.1a. Setas= sítios evidenciados pela
técnica. Barra= 10µm.
31
4.3) Hypostomus sp.1b
Dos 60 exemplares de Hypostomus sp.1b coletados no Ribeirão das Araras,
51 deram resultados. O cariótipo desta população é constituído por 76
cromossomos, com fórmula cariotípica 6m+8sm+16st+46a e NF=106 (Figura 08a).
O padrão de distribuição da heterocromatina constitutiva foi de poucos blocos
heterocromáticos pálidos. Estes localizados na região telocêntrica de alguns
cromossomos acrocêntricos, na região intersticial do braço longo do par
cromossomômico subtelocêntrico número 9. O braço curto dos cromossomos
submetacêntricos 4 apresentou-se totalmente heterocromático (Figura 08b). Foi
observada uma constrição secundária na região terminal do braço longo do par
cromossômico metacêntrico número 2, coincidindo com as marcações com Nitrato
de Prata (Figura 08).
A hibridação fluorescente in situ com sondas de DNAr 18S confirmou a
localização do cístron ribossômico 18S na região telomérica do par cromossômico 2
(Figura 09a). A sonda de DNAr 5S apresentou 6 cromossomos marcados (Figura
09b). Estas marcações aparecem no centrômero de dois pares cromossômicos
acrocêntricos e de um par cromossômico submetacêntrico.
32
Figura 08 – Cariótipo de Hypostomus sp.1b corado com Giemsa em (a). (b) apresenta o
padrão de distribuição da heterocromatina constitutiva evidenciada pelo
bandamento C. A caixa (c) apresenta os cromossomos impregnados pelo
Nitrato de Prata.
33
Figura 09 – Cromossomos mitóticos de Hypostomus sp.1b submetidos à hibridação
fluorescente in situ com sondas de DNAr 18S (a) e 5S (b).
Setas= sítios
evidenciados pela técnica. Barra= 10µm.
34
4.4) Hypostomus sp.2
Todos os espécimens da população de Hypostomus sp.2 do Ribeirão das
Araras apresentaram 2n= 74 cromossomos, organizados em 10m+6sm+16st+42a e
NF= 106 (Figura 10a). Não se observou diferença na constituição cromossômica
entre machos e fêmeas.
A heterocromatina constitutiva foi localizada na região centromérica dos
cromossomos meta e submetacêntricos, e na região intersticial do braço longo de
quase todos os cromossomos acrocêntricos. Os pares 23 e 30 apresentam blocos
bem evidentes de heterocromatina (Figura 10b). Esta população apresentou a RON
localizada na região telomérica do braço longo de um par de cromossomo
submetacêntrico, sendo provavelmente o par 6 (Figura 10).
O hibridação fluorescente in situ com sondas de DNAr 18S mostrou 4
cromossomos com marcações na região telomérica (Figura 11a). A sonda de DNAr
5S revelou 6 marcações, sendo duas na região telomérica dos cromossomos e uma
na região centromérica (Figura 11b).
35
Figura 10 – Cariótipo de Hypostomus sp.2. (a) coloração convencional; (b) bandamento C;
(c) cromossomos portadores de Ag-RONs.
36
Figura 11 – Hibridação fluorescente in situ evidenciando a localização de sítios de DNAr
18S (a) e 5S (b) em Hypostomus sp.2. Setas= sítios evidenciados pela técnica.
Barra= 10µm.
37
4.5) Rineloricaria cf. latirostri
Os espécimens de Rineloricaria cf. latirostris analisados apresentaram 2n=48
com fórmula cromossômica 14m/sm+34st/a e NF=62 (Figura 12a). O par
cromossômico 6 apresentou uma constrição secundária em toda a extensão do
braço curto. Dos onze espécimens examinados uma fêmea não apresentou
resultados, nas análises comparativas entre os exemplares não foi observado
polimorfismo cromossômico.
A heterocromatina constitutiva encontra-se distribuída pela região
centromérica de quase todos os cromossomos (Figura 12b). As RONs foram
evidentes em apenas um par cromossômico, o número dez, coincidindo com a
constrição secundária (Figura 12).
A hibridação fluorescente in situ com sondas de DNAr 18S mostrou duas
grandes marcações no braço curto de um cromossomo acrocêntrico, coincidente
com as marcações com Nitrato de Prata e com a constrição secundária (Figura 13a).
As sondas de DNAr 5r mostrou dois pares cromossômicos acrocêntricos marcados
na região centromérica (Figura 13b).
38
Figura 12 – Cariótipo de Rineloricaria cf. latirostris corado com Giemsa em (a). (b)
apresenta o padrão de distribuição da heterocromatina constitutiva
evidenciada pelo bandamento C. A caixa (c) apresenta os cromossomos
impregnados pelo Nitrato de Prata.
39
Figura 13 – Cromossomos mitóticos de Rineloricaria cf. latirostris submetidos à hibridação
fluorescente in situ com sondas de DNAr 18S (a) e 5S (b). Setas= sítios
evidenciados pela técnica. Barra= 10µm.
40
5) DISCUSSÃO
5.1) Diversidade Cromossômica na família Loricariidae
Com 716 espécies e 96 gêneros a família Loricariidae é a segunda maior
família entre os peixes, e provavelmente também uma das mais taxonomicamente
complexa (ISBRÜCKER apud DE PINNA, 1998; FERRARIS, 2007).
Sua morfologia altamente especializada faz dos loricariídeos um dos grupos
de Siluriformes melhor caracterizados, reconhecidos como um táxon desde as
primeiras classificações. As evidências para a monofilia dos Loricariidae são muito
fortes, uma vez que este grupo possui muitas sinapomorfias morfológicas (DE
PINNA, 1998).
Entretanto, devido à complexidade da família, os taxonomistas encontram
algumas dificuldades em agrupar as espécies em subfamílias. Os trabalhos mais
recentes reconhecem seis subfamílias para este grupo (REIS et al., 2006), mas
estudos posteriores podem reorganizar estas famílias, bem como excluir algumas ou
descrever novas, como vem ocorrendo nos últimos anos (REIS et al., 2003;
ARMBRUSTER, 2004).
A família Loricariidae apresenta uma grande diversidade morfológica e muita
divergência entre os taxonomistas, em relação a alguns grupos. Entretanto, algumas
subfamílias são relativamente bem definidas.
Uma revisão dos dados de citogenética disponíveis para as espécies da
família Loricariidae foi realizada e resumida na Tabela 01. Através desta, é possível
verificar que a alta diversidade encontrada em relação às características
morfológicas também é encontrada em nível cromossômico, tanto no número
diplóide como na estrutura cariotípica.
41
Tabela 01 – Lista das espécies de Loricariidae estudadas citogeneticamente. As espécies estão separadas por subfamílias.
Espé e órmula cariotípica Sex. Bs Ref. cie Localidad 2n F
Delturinae
Hemi p. cit. como
Upsil
Rio Paraitinga, SP 96 16m+8sm+72a 23,24,25
psilichthys s
odus sp.
Hypoptopomatinae
Coru
beirão da Lapa, SP 14m+10sm+3st/a
mbataia cuestae
Ri 54 15
Hison it.
como
depre
Inácio, SP 54 14m+28sm+2st+10a 07
otus depressicauda c
Microlepdogaster
ssicauda
Rio Santo
Hisonotus gibbosos
58 - 08 Rio Betari, SP
Hison
Ribeirão Cavalo, SC 54 22m+24sm+6st+2a 09
otus leucofrenatus
Hisonotus leucofrenatus
Microlepdogaster leucofrenatus
cit. como
Grande, SP
+5st
06 Rio Poço 54-56
f 24m+25sm
m 24m+26sm+4st
ZZ/ZW 0-2
Hisonotus leucofrenatus cit. como
Rio Marumbi, PR 54-56 f22m+25sm+3a ZZ/ZW 0-2 06
Microlepdogaster leucofrenatus
Hison
Micro .
o Jacutinga, S
otus sp. cit
lepdogaster sp
. como
Ribeirã P 54 - 43
Hison omo
Micro
Ribeirão Quinta, SP 54 - 44
otus sp. Ci
lepdogaster sp.
t. c
Hisonotus nigricauda
Rio Guaíba, RS m+8st 54 26m+20s 09
Hison otus sp. A Rio Paraitinga, SP 54 26m+26sm+2st 09
Hison Ribeirão Grande, SP 54 26m+26sm+2st 09 otus sp. D
Microlepdogaster sp. 1 Rio Alambari, SP 54 30m+20sm+4st 07
Micro Ribeirão Moia, SP 54 22m+28sm+4st 07 lepdogaster sp. 2
Rio Biguá, SP m 54 46m+8s 07
Otoci
Rio Bonito, RJ 54 40m+12sm+2st 07
nclus affinis
Otoci us Rio Livramento, PA 72 22m+12sm+4st+34a 07 nclus aff. Vestit
Parot da
ço Grande, SP 54 20m+32sm+2st 07
ocinclus maculicau
Rio Po
Pseu inclus obtusa
, SP 54 26m+18sm+4st+6a
dotoc
Rio Itanhaém 07
Continua
42
Tabel
a 01 – Continuação
Hypoptopomatinae
Pseudotocinclus
tietensis
Rio Tietê, SP 54
+6st
XX/XY 05
f 26m+22sm
m 27m+21sm+6st
Hypostominae - Ancistrini
Ancistrus cf. dubius
a Serra
s, MT
44 16st/a ZZ/ZW 28
Rib. D
das Arara
18m+10sm+ 27,
Ancistrus cf. dubius Rio Coxipó,
Córrego do
MT
Pari,
do,
42 24m+10sm+8st XX/XY 27,29
MT
Ribeirão das
Flechas, MT
Córrego Fun
MT
Ancistrus multispinnis
C 52 Rio Itapocu, S 28m/sm+24st/a 02
Ancistrus ranunculus
io Xingu, PA 48
6st+14a
ZZ/ZW 36,34 R f 19m+9sm+6st+14a
m 20m+8sm+
Ancistrus n. sp. 1 isco, 38 02 São Franc
AC
30m/sm+8st
Ancistrus n. sp. 1 Rio Vermelho,
GO
40
39 m 33m+6sm
XX/X0 04 f 34m+6sm
Ancistrus n. sp. 2 Rio Betari, SP 52 32m/sm+20st/a 02
Ancistrus n. sp. 2 Rio Garuva, SC 52 10m+16sm+12st+14a 04
Ancistrus sp. Rio Iguaçu, PR 48 4a 26 18m+14sm+12st+
Ancistrus sp. Rio Alto Alegre,
PR
a 50 12m+14sm+14t+10 42
Ancistrus sp. 1 Rio Purus, AM 34 20m+12sm+2st XX/XY 34
21m+11sm+2st
Ancistrus sp. 2 Lago Catalão,
AM
34 22m+8sm+4st
21m+9sm+4st
XX/XY 34
Ancistrus sp. 3 52 11m+11sm+3st+27a Z
1
Z
1
Z
2
Z
2
/ 34 Rio Demeni, AM
43
12m+12sm+2st+26a Z
1
Z
2
W
1
W
2
Ancistrus sp. 4 AM 42 26m+6sm+4st+6a 34 Rio Demeni,
Ancistrus n. sp. 5 46 18m+12sm+6st+10a
18m+11sm+6st+11a
XX/XY 34 Rio Branco, RR
Continua
Tabel
Ancistrini
a 01 – Continuação
Hypostominae -
Ancistrus sp. 6
“Piagaçú”
Lago Aiapuá,
R. Purus, AM
52 ZZ/ZW 36,34 f 16m+9sm+2st+25a
m 16m+8sm+2st+26a
Ancistrus sp. 7 Igarapé
Dimona, AM
52 16m+8sm+2st+26a 34
Ancistrus sp. 8 I 38
39
2
2
XX/XY
2
3garaé
Barretinho, AM
6m+10sm+2st
7m+10sm+2st
1
Y 4
Ancistrus sp. 9 38 22m+8sm+5st+3a 34 Rio Trombetas,
PA
Baryancistrus a
Niveatus
ff. 52 16 3Rio Xingu, PA m+32sm+4st 7
Hemiancistrus
spilomma
R 52 f
m
ZZ/ZW 35 io Araguaia,
MT
25m+21sm+6st
24m+22sm+6st
Hemiancistrus
spinosissimus
Rio Araguaia,
MT
52 26m+22sm+4st 35
Hemiancistrus sp. R 52 2 10,io Araguaia 0m+20sm+8s+4a 14
Megalancistrus
aculeatus
Rio Iguaçu, PR 52 2 26m+26sm 6
Panaque cf. Rio Araguaia,
MT
52 2
nigrolineatus
6m+20sm+6st 10,14
Hypostominae - Corymbophanini
Corymbophanes n. sp.
Rio Chopotó,
54 20m+20sm+14st 03
MG
Hypostominae - Hypostomini
Hypostomus affinis
, Córrego Jacuí 66 14m+14sm+12st+26a 23,24,25
44
Sp
Hypostomus
albopunctatus
Rio Mo
Guaçu, SP
gi-
74 10m+20sm+44st/a 10,11
Hypostomus
ancistroides
Rio Araquá, SP 68 18m+10sm+12st+28a 04
Hypostomus
ancistroides
Rio Mogi-
Guaçu, SP
68 16m+18sm+34st/a 10,11
Hypostomus
ancistroides
- 68
f 10m+28sm+30a
m 10m+27sm+31a
XX/XY 30
Hypostomus
ancistroides
Rio Taquari, P
Rio Água do
R
Pato, SP
Rio Água das
Pedras, OS
Ribeirão Três
Bocas, PR
68 10m+26sm+32st/a 39
Hypostomus aff.
auroguttatus
Rio Mogi-
76 8m+30sm+38st/a 10,11
Guaçu, SP
Hypostomus
goyazensis
Rio Vermelho,
GO
72 10m+16sm+10st+36a 04
Continua
Tabel
Lo 2n Sex. Bs
a 01 – Continuação
Espécie calidade Fórmula cariotípica Ref.
Hypostominae - Hypostomini
Hypostomus
macrops
- 68 10m+14sm+44a XX/XY 30
Hypostomus
nigromaculatus
Rib
Ribeirão dos
Apertados, R
76
76
76
6m
6
eirão Três
Bocas, PR
P
Rio Mogi-Guaçu,
+20sm+50st/a
m+20sm+50st/a
8m+20sm+48st/a
39
45
SP
Hypostomus
paulinus
74 10m+20sm+44ª 30 -
Hypostomus
paulinus
Rib
Bo
76 6m+16sm+54st/a 39
eirão Três
cas, PR
Hypostomus
plecostomus
- 54 36m/sm+18st/a 31
Hypostomus regani
Rio 72 12m+18sm+26st+16a 04 Araquá, SP
Hypostomus regani
SP
72 1 1
Rio Mogi-Guaçu,
10m+20sm+42st/a 0,1
Hypostomus regani
Rio Jacutinga,
PR
72 10m+18sm+44st/a 39
Hypostomus regani
MG Rio Piumhi, 72 8m+16sm+20st+28a 43
Hypostomus sp. A
Ribe
Rincã
irão do
o, SP
70 18m+14sm+38st/a 10,11
Hypostomus sp. B 72 12m+18sm+42st/a 10,11,13
Rio Mogi-Guaçu,
SP
Hypostomus sp. C
çu,
10,11
Rio Mogi-Gua
SP
72 10m+18sm+44st/a
Hypostomus sp. D
1
,
10,11
Rio Mogi-Guaçu
SP
72 10m+26sm+36st/a
Hypostomus sp. D
2
Mogi-Guaçu,
SP
72 14m+20sm+38st/a 10,11
Rio
Hypostomus sp. E 80 8m+16sm+56st/a 10,11,13
Rio Mogi-Guaçu,
SP
Hypostomus sp. F
Francisco, MG t/a
10,13
Rio São 76
75
10m+16sm+50st/a
10m+17sm+48s
Hypostomus sp. G
Rio Araguaia,
1 2
MT
64
f 15m+24sm+25st/a
m 14m+24sm+26st/a
ZZ/ZW 0,1
Hypsotomus sp 1
Ribeirão Quinta,
SP
72 - 44
Hypostomus sp 2 Ribeirão 68 - 44
46
Alambari, SP
Hypostomus sp 3
Rio
ma, Paranapane
SP
66 - 44
Hypostomus sp 4
Ribeirão Hortelã,
SP
76 - 44
Hypostomus sp.1a
Ribeirão dos
Patos, MG
76 6m+8sm+16st+46a 46
Continua
Tabela 01 – Continuação
cariotípica Sex. Bs Ref. Espécie Localidade 2n Fórmula
Hypostominae - Hypostomini
Hypostomus sp.1b
erião das
46
Rib
Araras, MG
76 6m+8sm+16st+46a
Hypostomus sp.2 46
Riberião das
Araras, MG
74 10m+6sm+16st+42a
Hypostomus
strigaticeps
- 74 30 8m+4sm+62a
Hypostomus
strigaticeps
Jacutinga,
Pato, SP
Pedras, PR
s
10m+16sm+46st/a 39
Rio
PR
Rio Taquari,
PR
Rio Água do
Rio Água das
Ribeirão Trê
Bocas, PR
72
Hypostomus
Rio
Paranapanema
68 14m+12sm+42st/a 32
tietensis
47
, SP
Squaliforma
,
52 16m+30sm+6st/a 10,14
emarginata cit.
como Hypostomus
Rio
emarginatus
Araguaia
MT
Hypostominae - Pterygoplichthini
Liposarcus anisitsi
Rio Tietê, SP 52 28m+12sm+8st+4a 04
Liposarcus anisitsi
MS
t+16a
Rio Miranda,
52 8m+14sm+14s 04
Liposarcus anisitsi
Rio Preto, SP 52 16m+24sm+8st+4a 10
Liposarcus
multiradiatus
52 22m+18sm+12st 04
Rio Orinoco,
Venezuela
Liposarcus sp. 52 - 44 Rio Tietê, SP
Pterygoplichth
joselimaianus
ys
52 28m+16sm+8st/a 35 Lago Quatro
Bocas, MT
Pterygoplichthys
gibbiceps cit. como
Glyptoperichthys
gibbiceps
52 20m+24sm+8st 04
Rio Orinoco,
Venezuela
Pterygoplichthys
limões 52 - 18
multiradiatus
Rio So
Hypostominae - Rhinelepini
Pogonopoma
wertheimeri
Rio Mucuri, BA 54 20m+30sm+4st
10,14
Rhinelepis aspera
Rio Paraná, PR 54 20m+26sm+8st 10,14
Loricariinae
Harttia carvalhoi
Ribeirão
Grande, SP
52 f18m+18sm+8st+8a
0a
XX/XY
1
Y
2
17
53 m17m+18sm+8st+1
Continua
Tabel
Espé cariotípica Sex. Bs Ref.
a 01 – Continuação
cie Localidade 2n Fórmula
48
Loricariinae
Hartti
SP 58 40m/sm+18st 0
a kronei
Rio Betari, 2
Hartti
, SP +20st/a 0
a loricariformis
Rio Grande 52 32m/sm 2
Harttia loricariformis
Rio Paraitinga, SP 2sm+10st+8a 23,24,25 56 16m+2
Hartti Rio Itabapoana, MG 56 14sm+42a 16 a sp.
Loric
, Argentina 64 - 38
aria carinata
Rio Paraná
Loric
sm+38a 30
aria macrodon
- 58 18m+2
Loric
- 48 - 22
aria parva
Loric
Rio Paraná, PR 62 20m+4sm+38a 0-5 40
aria prolixa
Loric es 62 - 18 aria sp. Rio Solimõ
Loric Rio Paraná, PR 64 10m+6sm+4st+44a 0-5 40 aria sp.
Loric - aria sp. Rio Jari 52 33
Loric ulata
-
ariichthys mac
Rio Paraná, Argentina 56 38
Loric etopon
PR
0sm+4st+23a
m6m+20sm+4st+24a
ZZ/ZW
ariichthys platym
Rio Paraná, 54
f7m+2
41
Lorica metopon
raná, Argenti - ZZ/ZW 20
riichthys platy
Rio Pa na 54
Loricariichthys sp. Rio Paraná, Argenti st+18a na 54 6m+26sm+4 19
Loricariichthys sp. Rio Itabapoana, MG 54 28m+26a 16
Rineloricaria cadeae
Rio Guaíba, RS 66 2m+64st/a 02
Rineloricaria kronei
Rio Itapocu, SC 64 6m/sm+58st/a 02
Continua
Tabel
Espé Loc dade la cariotípica Sex. Bs Ref.
a 01 – Continuação
cie ali 2n Fórmu
49
Loricariinae
Rio Mogi-Guaçu, SP
37
38
40
m+12st/a
23m/sm+14st/a
22m/sm+16st/a
st/a
20m/sm+20st/a
36 24m/s
39 21m/sm+18
Rio Três Bocas, PR
43
44
17m/sm+26st/a
16m/sm+28st/a
st/a
t/a
st/a
46 14m/sm+32
47
48
13m/sm+34s
12m/sm+36
Rio Pass
Palmeira,
a Cinco, Fazenda
SP
44
45
47
16m/sm+28st/a
15m/sm+30st/a
st/a
13m/sm+34st/a
46 14m/sm+32
Rinel
co, Fa da
48
6m/sm+28st/a
m/sm+29st/a
m+32st/a
4st/a
12m/sm+36st/a
21
oricaria latirotris
Rio Passa Cin zen
Artarujo, SP
44 1
45
46
16
14
47
m/s
13m/sm+3
Rineloricaria latirostris
Ribeirão Maringá 46 14m/sm+32st/a 45
Rineloricaria cf. latirostris Rio Piumhi, MG 48 14m/sm+34st/a 46
Rineloricaria n. sp. Rio Betari, SP 70 2m+64a 02
Rineloricaria pentamaculata
Ribeirão Keller, PR 56 8m/sm+48st/a 21
Rineloricaria pentamaculata
Córrego Tatupeba, PR
Córrego Tauá, PR
Rio Keller, PR
56
56-59
56
8m/sm+48st/a
8m/sm+48st/a
9m/sm+47st/a
8m/sm+48st/a
0-3
45
Sturisoma cf. nigrirostrum 74 sm+36st/a 10Rio Araguaia, MT 20m+18 ,14
Continua
Tabel o
a 01 – Continuaçã
50
Espécie lidade ípica Sex. Bs Ref. Loca 2n Fórmula cariot
Neoplecostominae
Neoplecostomus microps
Rio Paraitinga, SP 54 st 23,24,25 24m+20sm+10
Neoplecostomus microps
Ribeirão Grande, SP 54 st 03 20m+20sm+14
Neoplecostomus paranensis
Ribeirão Sapateiro, MG 54 st 03 20m+20sm+14
Neoplecostomus paranensis
54 st 03 Ribeirão Hortelã, SP 20m+20sm+14
Isbrueckerichthys alipionis
54 01 Rio Betari, SP 38m/sm+16st/a
Isbrueckerichthys duseni
Rio Betari, SP 54 st 03 20m+20sm+14
Kronichthys heylandi
Rio Betari, SP 54 01 50m/sm+4st/a
Kronichthys lacerta
54 st 03 Rio Morumbi, PR 20m+20sm+14
Kronichthys subteres
54 st 03 Rio Betari, SP 20m+20sm+14
Pareiorhaphis n. sp. Cit. como
Hemipsilichthys n. sp.
Rio Patos 54 st 03 20m+20sm+14
Pareiorhaphis splendens cit. como
Hemipsilichthys splendens
54 03 Rio Morumbi, PR 20m+30sm+4st
Pareiorhaphis splendens cit. como
Hemipsilichthys splendens
Rio São João, SC 54 03 20m+30sm+4st
Parei t.
como
stein
54 st 03
rhaphis steindachneri ci
Hemipsilichthys
dachneri
Ribeirão Cavalo, SC 20m+20sm+14
Pareiorhaphis vestigipinnis cit.
como ys vestigipinnis
54 20m+20sm+14st
Hemipsilichth
Rio Caveiras, SC 03
Parei
54
orhina rudolphi
Ribeirão Convento, SP 26m+16sm+12st 03
51
Referências:
03- A ., 2005
., 2006
05- A
06- A
08- A et al., 2000
09- A 6
10- A 96
11- A , 1996
12- A 1998
13- A , 1999
14- A LO, 2001
15- C ILHO, 2005
16- CARNEIRO et al., 1998
17- CENTOFANTE et al., 2006
18- DELLA-ROSA et al., 1980
FENOCCHIO, 1
FENOCCHIO,
21- GIULIANO-CAETANO, 1998
22- GYLDENHOLM & SCHEEL, 1971
O et al
CO et al
CO et al
26- LARA, 1998
7- MARIOTTO, 200
RIOTTO et al
OTTO & MIYAZAWA, 2006
MICHELE, 1977
31- MURAMOTO et al., 1968
32- OLIVEIRA & FOREST, 1993
33- OLIVEIRA et al., 1998
34- OLIVEIRA, 2006
35- OLIVEIRA ET AL., 2006
36- OLIVEIRA ET AL., 2007
37- PAES DE SOUZA ET AL., 2004
38- RONCATI et al., 1999
39- RUBE T, 2007
40- SCAVONE & JULIO JR., 1994
41- SCAVONE & JULIO JR., 1995
42- TCHAI KA & MARGARIDO, 1999
43- CARVALHO et al., 1998
44- FENERICH, 1998
45- ERRERO-PORTO, 2007
46- PRESENTE ESTUDO
01- ALVES, 2000
02- ALVES et al., 2003
LVES et al
04- ALVES et al
NDREATA et al., 1992
NDREATA et al., 1993
07- ANDREATA et al., 1994
NDREATA
NDREATA et al., 200
RTONI, 19
RTONI & BERTOLLO
RTONI et al.,
RTONI & BERTOLLO
RTONI & BERTOL
AMILO & MOREIRA-F
19-
20-
993
2003
23- KAVALC
24- KAVAL
., 2004ª
., 2004b
25- KAVAL ., 2005
2
28- MA
3
., 2004
29- MARI
30-
R
C
52
Apesar da subfamília Lithogeneinae, ser considerada o grupo irmão de todos
os outros Loricariidae, por possuir uma morfologia aparentemente intermediária
) e as outras famílias representantes da
superfamília Loricarioidea (mais basais) (DE PINNA, 1998), ressalta-se que nenhum
dado citogenético foi relato, o que poderia ser muito importante para auxiliar estudos
filogenéticos.
A subfamília Hypostominae, composta por 19 gêneros (ISBRÜCKER apud
TONI, 1996), é a maior, a mais diversificada e a mais problemática em relação à
xonomia entre as subfamílias de Loricariidae. Esta subfamília possui numerosas
pécies mina om status incerto, além de possuir muitas espécies ainda não
descritas. Esta subfamília vem sofrendo várias modificações em relação às tribos e
s gên qu compõem, com vários grupos sendo adicionados, retirados e
renomeados nos últimos anos (ARMBRUSTER, 2004; REIS et al., 2006).
A variabilidade cromossômica na subfamília Hypostominae é maior do que
ava s o re da. Observa-se pela Tabela 01 uma variação do número
Ancistrus sp. 1 e Ancistrus sp. 2 a 2n=80 em
osto sp fórmula cariotípica também é muito variável. A existência de
uma correlação entre o aumento do número diplóide e o aumento do número de
êntrico e acrocêntrico foi observada, demonstrando
sonianos desempenharam também um papel importante na
deste grupo de peixes, conforme descrito por ARTONI &
especialmente no gfênero Hypostomus.
écies de Hypostominae também apresentam sistemas de
cromossomos sexuais (Tabela 01). Os sistemas relatados com maior freqüência
foram os simples, tanto de heterogametia feminina (ZZ/ZW) como de heterogametia
entre os loricariídeos (mais especializados
AR
ta
es no is c
ao eros e a
est
cromossômico de 2n=34 em
Hyp
end
mus
lata
. E. A
cromossomos do tipo subteloc
que os rearranjos Robert
evolu
BERT
ção cariotí
OLLO (199
Algumas
pica
9),
esp
53
masculina (XX/X0 e XX/XY). Sistemas de cromossomos sexuais múltiplos do tipo
XX/XY e d Z
1
Z
2
Z
2
/Z
1
Z
2
W
1
W
2
também foram observados (Tabela 01).
ra g muito variado, até o presente momento não foram
somos supranumerários para esta subfamília.
007) o gênero Hypostomus possui 117 espécies
ecífica neste gênero é particularmente alta no que se
o de coloração levando muitos pesquisadores a
descrever novos taxa que são mal entendidos em termos desta variabilidade
(WEBER, 2003). Entre os gêneros de Hypostominae este é o mais bem relatado
citogene mente com 27 pécies estudadas como demonstrado na Tabela 01.
s cariotípicos ra o gênero mostram uma diversidade cromossômica
e e número diplóide neste grupo, o qual pode variar de
MOTO et al., 1968) a 2n=80 em Hypostomus sp. E
ntretanto, espécies nominadas como uma mesma
ersidade cromossômica interpopulacional (Tabela
1).
Um fato interessante é que até pouco tempo o menor número diplóide
relatado para o gênero Hypos era 2n=52 para Hypostomus emarginatus
(ARTONI & BERT O ). Entretanto, esta espécie foi recentemente
renom nd p nero Squaliforma, o que permite concluir que o
c gênero Hypostomus é 2n=54, o mesmo número
tral para a família Loricariidae.
na Tabela 01, foram realizados estudos cariotípicos
localidades distintas. As coletas foram realizadas
em duas localidades do estado de São Paulo, nos rios Mogi-Guaçu (ARTONI &
1
Y
2
Em
os
Se
. A
o t
s
se
o
ab
ipo
ej
n
F
ilid
Z
1
a
ça
ER
ad
bo
a
gu
v
um
de
R
e
ru
rom
IS
ra
po
os
(2
esp
de
sc
lid
rit
as
pre
nd
ari
c
AR
int
refere à morfologia e padrã
tica
do
nd
H
&
tam
es
pa
fer
(M
19
ta
Da
ra
em
NI
e
m
2n
(A
es
uit
=5
RT
o g
4
O
ci
e
. p
B
b
no
le
ER
ém
qu
cos
TO
a
se
om
LO
es
re
us
,
en
ao
RA
). E
div
t
L
pr
U
96
m
tomus
001
a o
es
do
OLL
o
es
co
r o
,
ara
l p
o a
er
2
o
ar
nc
va
ea
o d
e c
Co
da
ip
on
m
, p
lói
sid
o p
as
de
e
od
sa
an
rad
e
di
m
pló
er
id
tra
m
bs
o
se
em Hypostomus regani em quatro
54
BERTO
pendendo do local onde os espécimens foram coletados. Nenhuma
das q
xemplares
foi aplicada apenas nas
popula
LLO, 1996), Araquá (ALVES et al., 2006), um exemplar amostrado no rio
Jacutinga no estado do Paraná (RUBERT, 2007) e uma população na confluência do
rio Piumhi com o rio São Francisco, em Minas Gerais (Presente Estudo). Todos os
exemplares analisados apresentam 2n=72 (Tabela 01).
No entanto, a constituição cariotípica de Hypostomus regani sofre pequenas
alterações, de
uatro populações estudadas apresentou a mesma fórmula cariotípica.
Entretanto, o mesmo número fundamental foi observado em duas populações.
Embora estas variações estruturais sejam encontradas, podem ser devido a artefato
durante a classificação dos cromossomos e montagem do cariótipo, realizada por
diferentes autores.
Diferenças mais marcantes no cariótipo de Hypostomus regani são
encontradas quanto ao número, posição e localização das RONs. Os e
analisados neste estudo apresentam apenas dois sítios de Ag-RONs, enquanto as
populações estudadas por ALVES et al. (2006) e RUBERT (2007) evidenciam quatro
cromossomos marcados pelo Nitrato de Prata. Entretanto, estes sítios divergem em
relação à posição que eles ocupam nos cromossomos. Na população do rio Araquá,
SP (ALVES et al., 2006) as RONs são evidenciadas na região subterminal do braço
longo de dois pares de cromossomos acrocêntricos, enquanto na população do rio
Jacutinga, PR (RUBERT, 2007) estas regiões localizam-se na posição terminal do
braço curto de dois pares de cromossomos do grupo st/a.
A técnica de bandeamento C em Hypostomus regani
ções do rio Jacutinga–PR (RUBERT, 2007) e na confluência do rio Piumhi
com o rio São Francisco–MG. RUBERT (2007) descreve a distribuição da
heterocromatina como sendo apenas na região intersticial da maioria dos
55
cromossomos do grupo st/a e centromérica de um par metacêntrico. Os exemplares
da população do presente estudo evidenciaram na região intersticial dos braços
longos
região
interst
de
quanti
ITSKI et al., 1988; LOWE-MCCONNELL, 1999; REIS et al., 2003, BUCKUP et al.
2007;
o descritas para o
gênero
de oito pares cromossômicos subtelocêntricos e acrocêntricos blocos
conspícuos de heterocromatina, além de uma marcação mais pálida na
icial do braço curto de um par cromossômico metacêntrico. Blocos
heterocromáticos na região centromérica de alguns cromossomos e na região
telomérica do braço longo do par 31 também foram observados (Figura 04b).
Os resultados obtidos com bandeamento C para Hypostomus regani da
confluência do rio Piumhi com o São Francisco mostraram-se diferentes do relatado
por RUBERT (2007) para o exemplar do rio Jacutinga, principalmente em termos
dade e localização no complemento cariotípico.
A localidade tipo de Hypostomus regani é o Rio Piracicaba, no estado de São
Paulo, esta espécie encontra-se distribuída pelas Bacias do Paraná, Paraguai e
Uruguai (CARVALHO & BOCKMANN, 2007). Entretanto, para a bacia do rio São
Francisco não havia citação da ocorrência desta espécie nas revisões taxonômicas
(BR
FERRARIS, 2007). Desta forma, o presente trabalho descreve a primeira
ocorrência desta espécie para o rio São Francisco. Provavelmente Hypostomus
regani é uma espécie originada da bacia do Alto Paraná, e poderia ser considerada
uma espécie invasora para o rio São Francisco, uma vez que esta espécie só foi
encontrada na região do município de Piumhi (Figura 03).
No presente estudo foram coletadas duas espécies nã
Hypostomus e foram denominadas no presente trabalho como Hypostomus
sp.1 e Hypostomus sp.2. Os exemplares de Hypostomus sp.1 foram coletados no
Ribeirão das Araras e no Ribeirão dos Patos enquanto os espécimens de
56
Hypostomus sp.2 foram encontrados somente no Ribeirão das Araras, ambos os rios
são afluentes direto da margem direita do São Francisco (Figura 03).
Os exemplares de Hypostomus sp.1 das duas localidades foram reconhecidos
por especialista nesta família de peixes, como sendo uma única espécie. Entretanto,
os dad
ca entre as duas formas apresentaram pequena divergência em
relaçã
Em relação à técnica de Ag-RONs em Hypostomus sp.1a foi observada
marcações no telômero do braço longo do par cromossômico subtelocêntrico 13
(Figura
os citogenéticos para Hypostomus sp.1 demonstraram a existência de duas
formas cariotípicas diferentes e que foram denominadas no presente trabalho como
dois citótipos. Hypostomus sp.1a (citótipo para o Ribeirão dos Patos) e Hypostomus
sp.1b (citótipo para o Ribeirão das Araras).
Embora Hypostomus sp.1a e Hypostomus sp.1b tenham apresentado o
mesmo número diplóide de 2n=76 cromossomos, com o mesmo NF=106, a
constituição cariotípi
o ao número de cromossomos meta e submetacêntricos (Figuras 06a e 08a).
As diferenças mais acentuadas entre esses dois citótipos estão relacionadas
a marcadores cromossômicos utilizados neste estudo. Em relação ao bandamento
C, foi observado para Hypostomus sp.1a um maior número de regiões
heterocromáticas em relação às de Hypostomus sp.1b (Figuras 06b e 08b).
Entretanto, Hypostomus sp.1b apresentou o braço curto do par cromossômico
submetacêntrico 4 totalmente heterocromático com uma marcação forte. Essa região
de banda C positiva não foi observada em Hypostomus sp.1a.
06). Em Hypostomus sp.1b as marcações com Nitrato de Prata foram
evidenciadas no par cromossômico metacêntrico número 2 (Figura 08).
57
As marcações encontradas com as sondas de DNAr 18S utilizadas na
hibridação fluorescente in situ para Hypostomus sp.1a e Hypostomus sp.1b
coincidiram com as marcações encontradas com Nitrato de Prata (Figura 07a e 09a).
A hibridação fluorescente in situ com sondas de DNAr 5S evidenciou dois pares
cromossômicos marcados em Hypostomus sp.1a (Figura 07b) enquanto seis pares
foram marcados em Hypostomus sp.1b (Figura 09b e 11b). A aplicação da
metodologia de FISH com sondas 18S e 5S mostraram-se resolutivas, indicando
provav
presentadas para as demais
espéc
cessária nas espécies já
estuda
elmente tratar-se de duas espécies distintas.
Os exemplares de Hypostomus sp.2 do Ribeirão das Araras evidenciaram
2n=74 cromossomos, organizados em 10m+6sm+16st+42a, com NF=106 (Figura
10a). Essa estrutura cariotípica difere de todas as a
ies de Hypostomus com 2n=74 (Tabela 01), no entanto é coerente com a
correlação proposta entre o aumento do número diplóide em função de fissões
cêntricas (ARTONI & BERTOLLO, 2001).
Em Hypostomus sp.2 evidenciou-se um par de RONs. Entretanto, a sonda 18
S marcou quatro sítios de cístrons ribossômicos. Para o gênero Hypostomus, a
quantidade e morfologia dos cromossomos portadores das RONs, bem como a sua
distribuição ao longo do cromossomo não é uma característica conservada (ARTONI
& BERTOLLO, 2001). KAVALCO et al. (2005) evidenciaram em Hypostomus affinis
uma variação de 2 a 5 marcações pela prata e 5 sítios de 18S. Portanto, a aplicação
destas técnicas de hibridação com sondas 18S se faz ne
das apenas pela técnica do Nitrato de Prata a fim de esclarecer o real número
de cístrons ribossômicos.
A hibridação fluorescente in situ com sondas 5S evidenciou para Hypostomus
sp.2 seis pares marcados. Para o gênero Hypostomus o único dado disponível na
58
literatura referente à localização de sítios 5S descrita para Hypostomus affinis, onde
foi verificado a existência de 5 sítios (KAVALCO et al., 2004a).
Os resultados do presente trabalho utilizando-se marcadores cromossômicos
foram úteis na localização de sítios de DNAr 18S não marcados pelo íon prata em
Hypostomus sp.2. Além disso, verificou-se mais uma vez, dentro da família
Loricariidae, uma grande variabilidade no que se refere à distribuição dos sítios 5S.
Através dos dados disponíveis na literatura e do presente trabalho pode-se afirmar
que o número de sítios 5S variam de 4 em Hypostomus sp.1a a 10 em Hypostomus
regani
caract
tores, que os eventos
de transposição de DNA repetitivo da heterocromatina telomérica dos pequenos
cromossomos acrocêntricos para a posição intersticial nos grandes acrocêntricos,
seria decorrente da evolução cariotípica do grupo.
a de quatro
espécies de Hypostomus, senfo três ainda não descritas. Através destes dados e os
da literatura, que estão disponíveis na Tabela 01, pode-se sugerir que alguns
, indicando ser um bom marcador cromossômico espécie/específico, quando
associado a outros caracteres taxonômicos.
Entre as quatro espécies de Hypostomus estudadas na região do presente
estudo, Hypostomus sp.2 foi a que apresentou o maior número de bandas C. Duas
erísticas referentes à heterocromatina constitutiva apontadas para o gênero
Hypostomus por ARTONI & BERTOLLO (1999) são marcações intersticiais
equilocais e eqüidistantes do centrômero em cromossomos do grupo st/a,
freqüentemente nos grandes acrocêntricos, e bandas localizadas nos telômeros de
alguns cromossomos acrocêntricos pequenos. Estas características foram
evidenciadas neste trabalho nos dois citótipos de Hypostomus sp.1 e em
Hypostomus sp.2, corroborando com a proposta feita pelos au
Os dados do presente estudo demonstram claramente a presenç
59
compl
bfamília mostram uma grande
divers
s dentro da subfamília. Em Loricariinae as
RONs
ria latirostris da bacia do Alto Paraná por GIULIANO-
CAETA
exos de espécies ocorrem na subfamília Hypostominae. A não existência de
similaridade entre a estrutura cariotípica das 3 espécies aqui estudadas com as
estruturas cariotípicas das espécies de outras bacias hidrográficas (Tabela 1), é uma
forte evidencia que elas provavelmente, são endêmicas da bacia do rio São
Francisco.
A subfamília Loricariinae é a segunda mais numerosa entre os Loricariidae e é
também a segunda em número de espécies estudadas pelo ponto de vista
citogenético. Os dados apresentados para esta su
idade tanto no que se refere ao número de cromossomos quanto à fórmula
cariotípica, como se observa na (Tabela 01). O número diplóide encontrado para a
subfamília varia de 2n=36 em Rineloricaria latirostris (GIULIANO-CAETANO, 1998) a
2n=70 em Sturisoma cf. nigrirostrum (ARTONI & BERTOLLO, 2001).
Marcadores citogenéticos, como RONs, e sítios de DNAr 18S e 5S, mostram
relativa variabilidade de posição das RON
são encontradas em apenas um par cromossômico, geralmente
subtelocêntrico ou acrocêntrico, e sua posição é muito variada podendo localizar-se
tanto em regiões intersticiais como terminais do braço curto ou do braço longo do
cromossomo portador (SCAVONE & JULIO JR., 1995; GIULIANO-CAETANO, 1998;
ALVES et al., 2003; KAVALCO et al., 2005; CENTOFANTE et al., 2006).
As RONs em Rineloricaria cf. latirostris coletadas na região de confluência
entre os rios Piumhi e São Francisco foram evidenciadas ocupando toda a região do
braço curto do cromossomo dez do grupo st/a, diferente do verificado em
exemplares de Rinelorica
NO (1998).
A distribuição de heterocromatina constitutiva em Rineloricaria cf. latirostris da
60
região de estudo e em outras espécies da subfamília Loricariinae está restrita à
região centromérica de quase todos os cromossomos do complemento, sendo raro o
aparec
04b) e Harttia carvalhoi (CENTOFANTE
et al.,
em Loricariichthys platymetopon
(SCAV
imento de blocos heterocromáticos em outras regiões. É interessante notar
que em espécies que possuem RONs situadas em região intersticial são
encontrados em associação a estas, blocos conspícuos de heterocromatina
(SCAVONE & JULIO JR., 1995; KAVALCO et al., 2004b, 2005; CENTOFANTE et al.,
2006).
A hibridação fluorescente in situ com sondas de DNAr 18S tanto para os
exemplares de Rineloricaria cf. latirostris do presente estudo, como para exemplares
de Harttia loricariformis (KAVALCO et al., 20
2006) evidenciou sítios correspondentes às marcações com Nitrato de Prata.
Enquanto os sítios de 18S têm demonstrado um conservadorismo numérico
para esta subfamília, os sítios de 5S evidenciam uma maior variabilidade numérica,
de posição e de localização nos cromossomos. Estes sítios foram encontrados em
sintenia em duas espécies do gênero Harttia e não em sintenia em Rineloricaria cf
latirostris da região do rio Piumhi. É importante ressaltar, que mesmo com poucos
dados utilizando estes marcadores, eles demonstram-se uma boa ferramenta para
possíveis estudos filogenéticos.
Neste estudo não foi evidenciado heteromorfismo cromossômico ligado ao
sexo para Rineloricaria cf latirostris. Entretanto, sistemas de cromossomos sexuais
são relatados para Loricariinae e são representados tanto como sistemas simples de
heterogametia feminina do tipo ZZ/ZW encontrado
ONE & JULIO JR., 1995; FENOCCHIO et al., 2003) como o sistema mais
complexo de heterogametia masculina do tipo XX/XY
1
Y
2
, descrita para Harttia
carvalhoi (CENTOFANTE et al., 2006).
61
Cromossomos supranumerários foram encontrados apenas em Loricaria
prolixa e Loricaria sp. (SCAVONE & JULIO JR., 1994).
Uma característica interessante verificada em Rineloricaria latirostris é a
grande quantidade de polimorfismos inter e intrapopulacionais descrita por
(GIULIANO-CAETANO, 1998). Em nenhuma outra espécie de Loricariidae estudada
mero diplóide e
eloricaria cf.
latiros
iumhi com o São Francisco possivelmente deve-se ao fato desta
popula
até o presente momento observou-se diversidade cariotípica tão acentuada em
relação ao número diplóide, quanto a encontrada em Rineloricaria latirostris,
apresentando número cromossômico de 2n=36 a 2n=48, como se verifica na Tabela
01.
Mesmo com uma variação cromossômica tão grande observada para
Rineloricaria latirostris o número fundamental (NF=60) da espécie mantém-se
conservado, obtendo-se uma relação direta entre a diminuição do nú
o aumento do número de cromossomos do tipo m/sm e conseqüente diminuição do
número de cromossomos do tipo st/a, o que representa um polimorfismo estável
nessas populações devido a traslocações Robertsonianas (GIULIANO-CAETANO,
1998).
Das populações de Rineloricaria latirostris estudadas por GIULIANO-
CAETANO (1998), a população do rio Mogi-Guaçu foi a que apresentou constituição
cariotípica com polimorfismo menos acentuado. Os exemplares de Rin
tris analisados neste estudo, por outro lado, apresentaram constituição
cariotípica mais uniforme com 2n=48 cromossomos, não sendo observado nenhum
polimorfismo cromossômico.
A não observação de polimorfismo em Rineloricaria cf latirostris na
confluência do rio P
ção estar atualmente isolada e ser originária de uma população maior que
62
estava localizada na periferia da bacia do Alto Paraná. Situação esta semelhante à
sugerida por MAYR (1977) para a distribuição geográfica dos polimorfismos
cromossomos em Drosophila.
5.2) A Transposição do rio Piumhi e Espécies Invasoras
Segundo ROCHA et al. (2005) as invasões biológicas representam hoje um
dos mais graves problemas a serem resolvidos para a proteção da biodiversidade e
comun
tituindo assim as bacias hidrográficas. Entre as
bacias há, no entanto, grandes diferenças faunísticas e florísticas representadas
pelas espécies endêmicas. Estas espécies, elementos exclusivos de uma dada
bacia hidrográfica, têm também sido alvo de translocação de uma bacia a outra
(ROCHA, 2005).
A transferência de fauna entre bacias hidrográficas diferentes, ou mesmo
entre distintos trechos de uma mesma bacia, pode ser ocasionada pela quebra de
barreiras naturais. Isto ocorre naturalmente através dos eventos denominados
a conservação das comunidades e ecossistemas naturais. A deliberada ou acidental
introdução de espécies exóticas e alóctones em comunidades e ecossistemas, aos
quais eles não pertencem, tem levado à extinção de muitas espécies nativas, a
modificações relevantes nas cadeias tróficas e no balanço populacional das
idades e alterações nos processos funcionais dos ecossistemas.
O termo espécies invasoras mencionado neste estudo refere-se ao termo
“Espécie Introduzida” definida por AGOSTINHO et al. (2007), significando qualquer
espécie, intencional ou acidentalmente transportada e liberada pelo homem em um
ambiente fora de sua área de distribuição original.
As águas doces continentais não são isoladas, ocorrendo em uma série de
sistemas interconectados, cons
63
“captu
onstrando que a espécie Gymnotus pantanal é considerada uma espécie
invasora para o Alto Paraná.
No presente trabalho Hypostomus regani e Rineloricaria cf latirostris estão
sendo consideradas possíveis espécies invasoras estabelecidas no rio São
Francisco, corroborando a hipótese de MOREIRA-FILHO & BUCKUP (2005), de que
parte da ictiofauna da bacia do Alto Paraná foi transferida para a bacia do rio São
Francisco após a construção do canal de transposição do rio Piumhi. Outras
espécies de Loricariidae podem ter sido transferidas, juntamente com toda a
ictiofauna, da bacia do rio Piumhi para a bacia do rio São Francisco. Entretanto, por
ridade cariotípica das espécies aqui
ra de cabeceiras” e “águas emendadas” e pela ação antrópica através da
transposição de rios e construção de barragens.
Um exemplo bem conhecido de remoção de barreiras naturais no Brasil foi a
inundação da cachoeira de Sete Quedas no Paraná (MARGARIDO et al., 2007). A
remoção desta barreira juntou províncias ictiofaunísticas do Alto e Baixo Rio Paraná
(AGOSTINHO et al., 1994).
MARGARIDO et al. (2007) detectou através de estudos citogenéticos a
presença de três espécies de Gymnotus em condição de simpatria e sintopia
dem
eventos de competição e/ou predação outras espécies não se estabeleceram no rio
São Francisco, ou ainda não foram capturadas.
A ausência de uma identificação concisa de Hypostomus sp.1a, Hypostomus
sp.1b e Hypostomus sp.2, a restrita região de estudo e baixo número de populações
estudadas dificulta a interpretação do possível deslocamento destas espécies na
região de transposição. A falta de simila
estudadas com as estruturas cariotípicas apresentadas na Tabela 01 indica que
provavelmente estas formas poderiam ser endêmicas do São Francisco.
64
Desta maneira, os dados aqui apresentados demonstram que a citogenética é
uma ferramenta muito eficiente no diagnóstico de espécies crípticas, no
deslocamento e no mapeamento da distribuição de espécies invasoras.
65
6) CONCLUSÃO
A constituição cariotípica de Hypostomus regani descrita no presente trabalho é
sim
m do cariótipo, realizada por diferentes autores.
balho sugere que esta espécie trata-se de uma forma
Os dados aqui apresentados para as espécies do gênero Hypostomus
demonstram claramente a presença de três espécies (Hypostomus sp.1a,
Hypostomus sp 1b e Hypostomus sp 2) ainda não descritas na cabeceira do rio
São Francisco.
resente mostraram-se concisos,
ra espécies
ilar as já descritas em estudos anteriores. Entretanto, as pequenas variações
observadas poderiam demonstrar certa diversidade cariotípica para esta espécie.
Estas variações também poderiam ser causadas durante a classificação dos
cromossomos e montage
A ocorrência de Hypostomus regani no rio São Francisco está sendo
documentada pela primeira vez. Dados bibliográficos apontam esta
espécie como distribuída pelas bacias dos rios Paraná, Paraguai e
Uruguai. Este tra
invasora para o rio São Francisco, originada da bacia do Paraná.
Hypostomus sp.1a, Hypostomus sp 1b foram consideradas pelo
especialista como uma única espécie. Entretanto, os marcadores
cromossômicos utilizados no p
podendo demonstrar que se tratam de duas espécies distintas. Assim,
estes marcadores poderiam ser utilizados como caracteres eficientes
para o diagnóstico destas espécies.
A ausência de uma identificação concisa de Hypostomus sp.1a, Hypostomus
sp.1b e Hypostomus sp.2. e a falta de similaridade cariotípica das espécies aqui
estudadas comparada com as estruturas cariotípicas já descritas pa
66
de
escrita por
Giuliano-Caetano (1998) para Rineloricaria latirostris, não foram
evidenciados em Rineloricaria cf latirostris neste trabalho. A ausência
de polimorfismos deve-se provavelmente ao isolamento geográfico
sofrido por esta população, após a transposição do rio Piumhi da bacia
do rio Grande para a bacia do rio São Francisco. Esta população que
foi provavelmente originaria de uma região periférica da bacia do Alto
Paraná, provavelmente já possuía uma baixa variabilidade
cromossômica.
Sugere-se, através dos dados obtidos neste estudo que Rineloricaria cf.
latirostris seja considerada uma espécie invasora para o rio São Francisco,
uma vez que este é o primeiro registro desta espécie para a bacia do rio São
Francisco.
A citogenética molecular mostrou-se útil na identificação e
diferenciação de espécies da família Loricariidae. Principalmente o
cístron 5S demonstrou ser um conciso marcador espécie/específico.
Este estudo demonstra claramente que as ferramentas citogenéticas foram
muito eficientes na distinção de algumas espécies cripticas e/ou
problemáticas sobre o ponto de vista taxonômico, bem como foram utilizadas
como marcadores, permitindo o rastreamento e o mapeamento de algumas
espécies da família Loricariidae do rio Piumhi, consideradas invasoras para a
bacia do rio São Francisco.
outras regiões, sugerem que provavelmente estas formas poderiam ser
endêmicas do São Francisco.
Polimorfismos cromossômicos, característica marcante d
67
Uma tendência aparente é que a distribuição de sítios 5S é mais
mica e
por
Hypos
diversa entre os Loricariídeos do que tem sido encontrado em outros
peixes neotropicais.
Embora o gênero Ancistrus atualmente estejam integrando a mesma
subfamília (Hypostominae) que o gênero Hypostomus, parece peculiar que os
primeiros apresentam uma tendência a diferenciação sexual cromossô
ornamentos anatômicos sexo-específico em relação aos demais
tominae, inclusive Hypostomus.
68
7) R
AGOSTINHO, A.A.; JÚLIO, H.F. Jr.; PETRERE, M. Jr. Itaipu reservoir (Brazil):
impacts o
Reabilitation of freshwaters fishes. Bodman, Oxford: Fishing News Book, 1994. p.
171-184.
AGOSTINHO
pesqueiros em reservatórios do Brasil. Maringá: Eduem, 2007. 501p.
ALVES, A.L. Análise da evolução dos gêneros da subfamília Hemipsilichtinae
(Ostariophys
cromossômicos e de DNA mitocondrial. 2000. 129p. Dissertação de Mestrado,
Universidade
ALVES, A.L.;
subfamilies Loricariinae and Ancistrinae (Teleostei, Siluriformes, Loricariidae).
Caryologia, 5
ALVES, A.L.; OLIVEIRA, C.; FORESTI, F. Comparetive cytogenetic analysis of
eleven s
Lor r
ALVES, A.L.; OLIVEIRA, C.; NIRCHIO, M.; GRANADO, A.; FORESTI, F. Karyotipic
relation
description of X0 sex chromosome system in a Neotropical fish species. Genetica,
128: 1
ANDREAT
Chromosome
XX/XY Sex c
369-372, 199
AN
Chrom
ZZ/ZW
differentiation in
220, 1
ANDREAT
Chrom
Analysis of seven species. Caryologia 47: 27-37, 1994.
EFERÊNCIAS
f the improundment on the fish fauna and fisheries.In: COWX, I.G. (ed.).
, A.A.; GOMES, L.C.; PELICICE, F.M. Ecologia e manejo de recursos
i, Siluriformes, Loricariidae) com base em caracteres
Estadual Paulista. Botucatu, 2000.
OLIVEIRA, C.; FORESTI, F. Karyotype variability in eight species of the
6: 57-63, 2003.
pecies of subfamilies Neoplecostominae and Hypostominae (Siluriformes:
ica iidae). Genetica, 124: 127-136, 2005.
ships among the tribes of Hypostominae (Siluriformes: Loricariidae) with
-9, 2006.
A, A.A.; ALMEIDA-TOLEDO, L.F.; OLIVEIRA, C.; TOLEDO-FILHO, A.S.
studies in Hypoptopomatinae (Pisces, Siluriformes, Loricariidae): I.
hromosome heteromorphism in Pseudocinclus tietensis. Cytologia 57:
2.
DREATA, A.A., ALMEIDA-TOLEDO, L.F.; OLIVEIRA, C.; TOLEDO-FILHO, A.S.
osome studies in Hypoptopomatinae (Pisces, Siluriformes, Loricariidae): II.
Sex chromosome system, B chromosome and constitutive heterochromatin
Microleptogaster leucofrenatus. Cytogenet. Cell Genet. 63: 215-
993.
A, A.A.; ALMEIDA-TOLEDO, L.F.; OLIVEIRA, C.; TOLEDO-FILHO, A.S.
osome studies in Hypoptopomatinae (Pisces, Siluriformes, Loricariidae): III.
69
ANDREAT
(Teleostei, Loricariidae) segundo Hypoptopomatíneo com número diplóide diferente
de 54 cromos
ANDREATA, A.A.; OLIVEIRA, C.; FORESTI, F. Karyological characterization of four
Ne
Hypoptopomatinae) from distinct Genet. Mol. Biol.
2006.
ARMBRUSTER, J.W. Phylogenetic relations
catfish
Zoological Journal of
RTONI, R.F. Estudos citogenéticos na Família Loricariidae com ênfase no
ênero Hypostomus LACÉPÈDE (1803) (Pisces, Siluriformes). 1996. 166p
issertação (Mestrado em Genética e Evolução) – Departamento de Genética e
volução, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 1996.
studies on Hypostominae (Pisces,
iluriformes, Loricariidae). Considerations on karyotype evolution in the genus
ypostomus. Caryologia, 49: 81-90, 1996.
RTONI, R.F; BERTOLLO, L.A.C. Nature and distribution of constitutive
heterochromatin in fishes, genus Hypostomus (Loricariidae). Genetica, 106: 209-
14, 1999.
ARTONI, R.F.; BERTOLLO, L.A.C. Trends in the karyotype evolution of Loricariidae
sh (Siluriformes). Hereditas, 134: 201-210, 2001.
ARTONI, R.F.; VENERE, P.C.; BERTOLLO, L.A.C. A heteromorphic ZZ/ZW sex
hromosome system in fish, genus Hypostomus (Loricariidae). Cytologia, 63: 421-
425, 1998.
RTONI, R.F.; MOLINA, W.F.; BERTOLLO, L.A.C.; GALETTI Jr., PM.
Heterochromatin analysis in the fish species Liposarcus anisitsi (Siluriformes) and
eporinus elongates (Characiformes). Genet. Mol. Biol. 22: 39-44, 1999.
O, L.A.C.; TAKAHASHI, C.S.; MOREIRA-FILHO, O. Cytotaxonomic
onsiderations on Hoplias lacerdae (Pisces, Erythrinidae). Brazilian Journal of
, 1/2: 103-120, 1978.
A, A.A.; ALVES, A.L.; OLIVEIRA, C.; FORESTI, F. Hisonotus gibbonus
somos. Genet. Mol. Biol. 23 Suppl.: 57, 2000.
otropicalfish species of the genus Hisonotus (Teleostei, Loricariidae,
Brazilian river basins. 29: 62-66,
hips of the suckermouth armoured
es (Loricariidae) with emphasis on the Hypostominae and the Ancistrinae.
yhe Linnean Society. 141, 1-80, 2004.
A
G
D
E
ARTONI, R.F.; BERTOLLO, L.A.C. Cytogenetic
S
H
A
2
fi
c
A
L
BERTOLL
c
Genetics
70
BIZERRIL, C.R.S.F. Description of a new species of Neoplecostomus (Loricariidae,
Neoplecostominae), with a synopsis of the taxonomical composition of the
oricariidae in eastern Brazil. Arq. Biol. Tecnol., 38:693-704, 1995.
água doce da América do Sul. Acta Amazonica, 8(4): 657-677, 1978.
eixes de riachos. In: Caramaschi,
UCKUP, P.A.; MENEZES, N.A.; GHAZZI, M.S.T. Catálogo das espécies de
pic Description of Corumbataia cuestae
isces, Loricariidae, Hypoptopomatinae). Cytologia, 70: 47-51, 2005.
ersidade Federal de São Carlos, São Carlos, 1986.
eixes Neotrop, B11, 1998.
ARVALHO, M.L.; OLIVEIRA, C.; FORESTI, F. Nuclear contento f thirty species of
possíveis processos causais. In: Caramaschi, E.P.; Mazzoni, R.; Peres-Neto, P.R.
(eds). Ecologia de Peixes de Riachos. Série Oecologia Brasiliensis, vol. VI. Rio de
Janeiro: PPGE-UFRJ, 1999. p. 139-155.
L
BÖHLKE, J.; WEITZMAN, S.H.; MENEZES, N.A. Estado atual da sistemática de
peixes de
BRITSKI, H.A.; SATO, Y.; ROSA, A.B.S. Manual de identificação de peixes na
gião de Três Marias (com chave de identificação para os peixes da Bacia do re
São Francisco). 3 ed. Minas Gerais: Ministério da Irrigação – CODEVASF, 1988.
115 p.
UCKUP, P.A. Sistemática e biogeografia de pB
E.P.; Mazzoni, R.; Peres-Neto, P.R. (eds). Ecologia de Peixes de Riachos. Série
Oecologia Brasiliensis, vol. VI. Rio de Janeiro: PPGE-UFRJ, 1999. p. 91-138.
B
peixes de água doce do Brasil. Rio de Janeiro: Museu Nacional, 2007.195 p.
CAMILO, F.M.; MOREIRA-FILHO, O. Karyoty
(P
CARAMACHI, E.M.P. Distribuição da ictiofauna de riachos das bacias do Tietê e
do Paranapanema, junto ao divisor de águas (Botucatu, SP). 1986. Tese de
Doutorado, Univ
CARNEIRO, A.S.P.; PAULS, E.; OLIVEIRA, A.S.S.; SILVA, L.P.; VIEIRA, W.S. Projeto
Managé: Estudos citogenéticos de Harttia sp. e Loricariichthys sp. (Pisces,
Loricariidae) da bacia hidrográfica do rio Itabopoana (MG/ES/RJ). VII Simp. Citog.
Evolut. Aplic. P
CARVALHO, M.; BOCKMANN, F.A. Família Loricariidae: Hypostominae. In:
BUCKUP, P.A.; MENEZES, N.A.; GHAZZI, M.S.T. Catálogo das espécies de
peixes de água doce do Brasil. Rio de Janeiro: Museu Nacional, 2007. p. 91-98.
C
Neotropical fishes. Gent. Mol. Biol. 21: 47-54, 1998.
CASTRO, R.M.C. Evolução de ictiofauna de riachos sul-americanos: padrõesgerais
e
71
CENTOFANTE, L.; BERTOLLO, L.A.C.; MOREIRA-FILHO, O. Cytogenetic
characterization and description of na XX/XY1Y2 sex chromosome system in catfish
Harttia carvalhoi (Siluriformes, Loricariidae). Cytogenet. Genome Res. 112: 320-
24, 2006.
m Siluriformes. Ciência e Cultura, 32: 735, 1980.
A.S. Phylogeny and
lassification of neotropical fishes. Porto Alegre: EDIPUCRS, 1998. p. 279-330.
adual de Maringá,
aringá, 2007.
i), da região de Botucatu, SP. 1998.
27P. Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual Paulista, Botucatu, 1998.
aracterização cromossômica e considerações sobre a evolução
romossômica dos Siluroidei. 1993. 122P. Tese de Doutorado, Universidade de São
aulo. São Paulo, 1993.
ENOCCHIO, A.S.; PASTORI, M.C.; RONCATI, H.A.; MOREIRA-FILHO, O.;
ERTOLLO, L.A.C. A cytogenetic survey of the fish fauna from Argentina.
ERRARIS Jr., C.J. Subfamília Neoplecostominae (Armored catfishes). In: REIS,
.E.; KULLANDER, S.O.; FERRARIS, C.J. Check list of the freshwater fishes of
ERRARIS Jr., C.J. Checklist of catfishes, recent and fossil (Osteichthyes:
iluriformes), and catalogue of siluriform primary types. Zootaxa, 1418: 1-628, 2007.
MEIDA-TOLEDO, L.F. A method for chromosome
reparations from large specimens of fishes using in vitro short treatment with
olchicines. Experientia, 49: 810-813, 1993.
3
DELLA-ROSA, V.A.; BERTOLLO, L.A.C.; FERRARI, I.; TAKAHASHI, C.S.;
MOREIRA-FILHO, O.; FORESTI, F. Estudos citogenéticos em peixes da Amazônia.
II. Orde
DE PINNA, M.C.C. Phylogenetic relationships of Neotropical Siluriformes (Teleostei:
Ostariophysi): Historical Overview and Synthesis of hypoteses. In: MALABARBA,
L.R.M.; REIS, R.F.; VARI, R.P.; LUCENA, Z.M.S.; LUCENA, C.
c
ERRERO-PORTO, F. Estudos citogenéticos e de polimorfismo cromossômico
em populações do gênero Rineloricaria (Loricariidae, Siluriformes) da bacia do
rio Paraná. 2007. 37P. Dissertação de Mestrado, Universidade Est
M
FENERICH, P.C. Estudos de conteúdo de DNA nuclear em células de peixes da
ordem Siluriformes (Pisces, Ostariophys
1
FENOCCHIO, A.S. Cromossomos supranumerários no gênero Rhamdia
(Pisces): C
c
P
F
B
Caryologia, 56: 197-204, 2003.
F
R
South and Central America, Porto Alegre: EDIPURCS, 2003. p. 319-320.
F
S
FORESTI, F.; OLIVEIRA, C.; SL
p
c
72
GARUTTI, V. Morfologia, reprodução e aspectos evolutivos de Astanax
bimaculatus (Ostariophysi, Characidae) em cursos de água da bacia do rio
Paraná. 1998. Tese de Doutorado. Instituto de Biociências, Universidade de São
aulo, São Paulo, 1998.
em
opulações de Rineloricaria latirostris (Pisces, Loricariidae). 1998. 78p. Tese
outorado em Ciências) – Departamento de Genética e Evolução, Universidade
E, W.A. Contributions to the classification of the loricariid catfishes. Arq.
us. Nac., 41: 79-134, 1947.
mes,
rochilodontidae). Genetica, 122: 239-244, 2004.
us organizer
gions with the protective coloidal developer: a 1-step method. Experientia, 36:
014-1015, 1980.
LHO, O. Gene
apping of 5S sites in eight fish species from the Paraíba do Sul river basin, Brazil.
ytogenet. Genome Res., 106: 107-110. 2004a.
fish species of the family Loricariidae
iluriformes). Hereditas, 141: 237-242. 2004b
6.
005.
idrográfica do São Francisco
rimeira aproximação na escala 1:1 000 000). In.: GODINHO, H.P.; GODINHO, A.L.
guas, peixes e pescadores do São Francisco das Minas Gerais. Belo
P
GIULIANO-CAETANO, L. Polimorfismo cromossômico Robertosiano
p
(D
Federal de São Carlos, São Carlos, 1998.
GOSLIN
M
GYLDENHOLM, A.O.; SCHEEL, J.J. Chromosome numbers of fishes I. J Fish Biol,
3: 479-486, 1971.
HATANAKA, T.E.; GALETTI Jr., P.M. Mapping of the 18S and 5S ribosomal RNA
genes in the fish Prochilodus argenteus, Agassiz, 1829 (Characifor
P
HOWELL, W.M.; BLACK, D.A. Controled silver-staining of nucleol
re
1
KAVALCO, K.F.; PAZZA, R.; BERTOLLO, L.A.C.; MOREIRA-FI
m
C
KAVALCO, K.F.; PAZZA, R.; BERTOLLO, L.A.C.; MOREIRA-FILHO, O.
Heterochromatin characterization of four
(S
KAVALCO, K.F.; PAZZA, R.; BERTOLLO, L.A.C.; MOREIRA-FILHO, O. Karyotypic
diversity and evolution of Loricariidae (Pisces, Siluriformes). Heredity, 94: 180-18
2
KOHLER, H.C. Aspectos geoecológicos da bacia h
(P
Á
Horizonte: PUC Minas, 2003. p. 25-35.
73
LANGEANI, F. Revisão do gênero Neoplecostomus Eigenmann & Eigenmann, 1888,
com a descrição de quatro novas espécies do sudeste brasileiro (Ostariophysi,
Siluriformes, Loricariidae). Commun. Mus. Ciênc. PUCRS, ser. Zool., Porto Alegre,
1990. p. 3-31.
EE, M.R.; ELDER, F.F.B. Yeast stimulation of boné mitosis for cytogenetic
DGA, K.; SANDBERG, A.A. Nomenclature for centromeric position
f chromosomes. Hereditas, 52: 201-220, 1964.
tica de cinco populações de Ancistrus cf. dubius (Pisces,
oricariidae, Ancistrinae) da bacia do Pantanal, Mato Grosso, Brasil. 2003. 53p.
ARIOTTO, S.; ARTONI, R.F.; MIYAZAWA, C.S. Occurrence of sexual
ARIOTTO, S.; MIYAZAWA, C.S. Ancistrus cf. dubius (Siluriformes, Ancistrinae), a
LANGEANI-NETO, F. Ictiofauna do alto curso do rio Tietê (SP): Taxonomia. 1989.
Dissertação de Mestrado, Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo, São
Paulo, 1989.
LARA, M.C.S. Aspectos citogenéticos de quatro espécies de peixes da
subfamília Ancistrinae (Siluriformes, Loricariidae) da Bacia do Paraná. 1998.
Tese de Doutorado, Universidade Estadual de Maringá, Maringá, 1998.
L
investigations. Cytogenetics and Cell Genetic, 26: 36-40, 1980.
LEVAN, A.; FRE
o
LOWE-MCCONNELL, R.H. Speciation in tropical freshwater fishes. Biol. J. Linnean Soc., 1:
51-75, 1969.
LOWE-MCCONNELL, R.H. Estudos ecológicos de comunidades de peixes tropicais.
São Paulo: Ed. da Uniersidade de São Paulo,
1999. 534p.
MARIOTTO, S. Citogené
L
Dissertação (Mestrado em Ecologia e Conservação da Biodiversidade), Universidade
Federal de Mato Grosso, Cuiabá; 2003.
M
chromosome, of the type Z/ZW, in Ancistrus cf. dubius (Loricariidae, Ancistrinae) of
the Paraguay River Basin, Mato Grosso, Brazil. Caryologia, 57, 327-331, 2004.
M
complex of species. 1. Chromosomic characterization of four populations and
occurrence of sexual chromosomes os type XX/XY, in the Pantanal Basin of Mato
Grosso, Brazil. Caryologia, 59, 299-304, 2006.
74
MARGARIDO, V.P.; BELLAFRONTE, E.; MOREIRA-FILHO, O. Cytogenetic analysis
of three sympatric Gymnotus (Gymnotiformes, Gymnotidae) species verifies invasive
species in the Upper Paraná River basin, Brazil. Journal of Fish Biology, 70 (Suppl.
B): 155-164, 2007.
MARTINS, C.; GALETTI JR. P.M. Organization of 5S rDNA in species of the fish
Leporinus: two different genomic locations are characterized by distinct
nontranscribed spacers. Genome, 44: 903-910, 2001.
MAYR, E. Populações, espécies e evolução. São Paulo: Ed da Universidade de
ão Paulo, 1977. 485p.
C.S.; FERRARI, I. Karyotypic studyof some species of
e family Loricariidae (Pisces). Cytologia, 42: 539-546, 1977.
O.; BUCKUP, P.A. A poorly known case of watershed
ansposition between the São Francisco and upper Paraná river basins. Neotropical
he diploid state of the fish order
stariophys, Chromosoma, 24: 59-61, 1968.
icariidae) da Bacia Amazônica: estrutura e mecanismos de
volução cromossômica. 2006. 81p. Dissertação (Mestrado em Ciências
LIVEIRA, R.R.; SOUZA, I.L.; VENERE, P.C. Karyotype description of three species
pical Ichthyology, 5(3): 301-306, 2007.
S
MICHELE, J.L.; TAKAHASHI,
th
MOREIRA-FILHO,
tr
Ichthyology, 3(3): 449-452, 2005.
MURAMOTO, J.I.; OHNO, S.; ATKIN, N.B. On t
O
OLIVEIRA, R.R. Diversidade cariotípica entre dez espécies do gênero Ancistrus
(Siluriformes, Lor
e
Biológicas). Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Universidade Federal do
Amazonas, Manaus, 2006.
O
of Loricariidae (Siluriformes) and occurrence of the ZZ/ZW sexual system in
Hemiancistrus spilomma Cardoso & Lucinda, 2003. Neotropical Ichthyology, 4(1):
93-97, 2006.
OLIVEIRA, R.R.; FELDBERG, E.; ANJOS, M.B.; ZUANON, J. Karyotype
characterization and ZZ/ZW sex chromosome heteromorphism in two species of the
genus Ancistrus Kner, 1854 (Siluriformes: Loricariidae) from the Amazon basin.
Neotro
OLIVEIRA, C.; FORESTI, F. Diversidade cariotípica no gênero Hypostomus (Pisces,
Loricariidae, Hypostominae). X Encontro Brasil. Ictiol., 175, 1993.
75
OLIVEIRA, A.S.S.; SOUTO, P.S.S.; PAULS, E.; MATOS, E. Estudos citogenéticos
em Loricaria sp. (Pisces, Loricariidae) rio Jari, município de Almeirim, estado do
Pará. XXII Congres. Brasil. Zool., 222, 1998.
PAES DE SOUZA, A.C.; NASCIMENTO, A.L.; CARVALHO J.R., BARROS, R.M.S.;
H. Caryologia, 57: 219-223, 2004.
, Porto Alegre: EDIPURCS, 2003. 742p.
Delturus and
emipsilichthys. Zoological Journal of the Linnean Society, 147: 277-299, 2006.
Federal de São Carlos, 2005. 416p.
,
2: 82, 1999.
Londrina, 2007.
FELDBERG, E.; NAGAMACHI, C.Y.; PIECZARKA, J.C. Karyotypic analysis of
Baryancistrus aff. niveatus (ancistrinae, loricariidae) by C-banding, Ag-NOR, CMA
3
,
DAPI and FIS
PAIVA, M.P. Grandes represas do Brasil. Editerra Editorail, 1982. 292p.
PAIVA, M.P. Peixes e pescas de águas interiores do Brasil. Editerra Editorail,
1983. 158p.
PINKEL, D.; STRAUME, T.; GRAY, J.W. Cytogenetic analysis using quantitative,
high-sensitivity, fluorescent hybridization. Proc. Natl. Acad. Sci., USA. 83: 2934-
2938, 1986.
REIS, R.E.; KULLANDER, S.O.; FERRARIS Jr., C.J. Check list of the freshwater
fishes of South and Central America
REIS, R.E.; PEREIRA, E.H.L.; ARMBRUSTER, J.W. Delturinae, a new loricariid
Siluriformes), with revision of catfish subfamily (Teleostei,
H
ROCHA, O.; ESPÍNOLA, E.L.G.; FENERICH-VERANI, N.; VERANI, J.R.; RIETZLER,
A.C. Espécies invasoras em águas doces – estudos de caso e propostas de
. São Carlos: Editora Universidade manejo
RONCATI, H.A.; CORIO, C.; MALONE, G.; FENOCCHIO, A.S.; PASTORI, M.C.
Relevamiento citogenetico en peces del rio Paraná (Argentina). VII Subfamílias
ominae (Pisces, Siluriformes, Loricariidae). Genet. Mol. Biol.Loricariinae e Hypost
2
RUBERT, M. Estudos citogewnéticos em diferentes populações do gênero
Hypostomus (Loricariidae, Hypostominae). Dissertação (Mestrado em Genética e
Estadual de Londrina,Biologia Molecular), Universidade
76
SATO, Y.; GODINHO, H.P., Peixes da bacio do rio São Francisco. In. LOWE-
MCCONNELL, R.H. Estudos ecológicos de comunidades de peixes tropicais. São
Paulo: Ed. da Uniersidade de São Paulo,
1999. p. 401-413.
SCAVONE, M.D.P.; JULIO Jr., H.F. Cytogenetic analysis and probable
sex chromosomes of the mailed catfish Loricariichthys
latimetopon (Loriidae: Siluriformes). Rev. Brasil. Genet., 18(1): 31-35, 1995.
ULLANDER, S.O.; FERRARIS Jr., C.J. Check list of the freshwater fishes of
INASSO, M.; CARLOS, R.J. Determinação da
xtensão do rio São Francisco. In: Anais XI SBSR, INPE, Belo Horizonte, 2003. p.
UMNER, A.T. A simple technique for demonstrating centromeric heterocromation.
supernumerary chromosomes of Loricaria prolixa and Loricaria sp. females
(Loricariidae, Siluriformes) from the Paraná river basin. Rev Ictiol 2/3: 41-47, 1994.
SCAVONE, M.D.P.; JULIO Jr., H.F. Cytogenetics analysis and heterochromation
distribution in ZZ/ZW
p
SCHAEFER, S.A. Subfamily Hypoptopomatinae (Armored catfishes). In.: REIS, R.E.;
K
South and Central America, Porto Alegre: EDIPURCS, 2003. p. 321-329.
SILVA, P.A.; VIEIRA, G.G.; FAR
E
393-400.
S
Exp. Cell Research, 75: 304-306, 1972.
TCHAICKA, L.; MARGARIDO, V.P. Descrição do cariótipo de Ancistrus sp. (Pisces,
Loricariidae, Ancistrinae) coletado no rio Alto Alegre, bacia do rio Iguaçú. Genet. Mol.
Biol., 22: 22, 1999
WEBER, C. Subfamily Hypostominae (Armored Cartfishes). In: REIS, RE;
KULLANDER, SO; FERRARIS, CJ. Check list of the freshwater fishes of South
and Central America, Porto Alegre: EDIPURCS, 2003. p. 351-372.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo