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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA
TESE DE DOUTORADO
ESTUDO SOBRE FONTES DE PROTEÍNA DE ORIGEM
ANIMAL E VEGETAL EM DIETAS PARA LEITÕES NO
PERÍODO DE CRECHE
FERNANDO MARIA LEITE PINHEIRO
Fortaleza – Ceará – Brasil
2005
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ii
ESTUDO SOBRE FONTES DE PROTEÍNA DE ORIGEM
ANIMAL E VEGETAL EM DIETAS PARA LEITÕES NO
PERÍODO DE CRECHE
FERNANDO MARIA LEITE PINHEIRO
TESE APRESENTADA À COORDENAÇÃO DO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
ZOOTECNIA, COMO REQUISITO PARCIAL PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE
DOUTOR
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEA
Fortaleza – Ceará – Brasil
2005
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iii
Esta tese foi submetida como parte dos requisitos necessários a obtenção do
Grau de Doutor em Zootecnia, outorgada pela Universidade Federal do Ceará, e
encontra-se à disposição dos interessados na Biblioteca Central da referida
Universidade.
A citação de qualquer trecho desta tese é permitida, desde que seja feita de
conformidade com as normas da ética científica.
_________________________________
Fernando Maria Leite Pinheiro
Tese aprovada em ______/______/2005.
_____________________________
Prof. Dr. Gastão Barreto Espíndola
Orientador
_____________________________ __________________________
Prof. Dr. Luiz Euquério de Carvalho Prof. Dr. Cláudio Cabral Campello
Conselheiro Conselheiro
_________________________________ ____________________________
Prof. Dr. Everardo Albuquerque Menezes Prof. Dr. José Nailton B. Evangelista
Conselheiro Conselheiro
iv
Aos meus pais, Raimundo Ferdinando Pinheiro Maciel e
Neide Leite Pinheiro, que sempre me incentivaram a obter
não só um tulo, mas também a continuar me aperfeiçoando
e estudando para ser um bom profissional.
A minha cadela, Brida, que por 15 anos conviveu com minha
família, sendo extremamente educada, companheira, fiel e
carinhosa.
A todos os animais que contribuíram com suas vidas para o
engrandecimento da ciência.
Dedico.
v
AGRADECIMENTOS
A
DEUS
, por ter me dado tudo que precisei e pedi durante todo o período do
curso;
À Universidade Federal do Ceará (UFC), na qual devo minha formação no
Mestrado e agora no Doutorado;
Ao Prof. Dr.
Gastão Barreto Espíndola
, meu orientador, pelos valiosos
ensinamentos e pelo bom relacionamento, sempre mostrando-se aberto a acessível;
A Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(FUNCAP), pela concessão da bolsa de estudo, extremamente necessária para a
montagem e transcurso do experimento;
Aos Professores do Departamento de Zootecnia - UFC, pelos ensinamentos e
apoio transmitidos no decorrer do curso;
Ao Prof. Dr.
Everardo Albuquerque Menezes
,
do Laboratório de
Microbiologia da Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem UFC, pela
gentileza em doar grande parte dos meios de cultura utilizados;
Ao Prof. Dr.
Cláudio Cabral Campello
, do Laboratório de Histologia da
Faculdade de Veteriria (FAVET), pela orientação na confeão dos blocos
histológicos e na medida dos comprimentos dos vilos e criptas intestinais;
Ao Prof. Dr.
Luiz Euquério de Carvalho
, do Setor de Suinocultura do
Departamento de Zootecnia - UFC, pela atenção em ceder as instalações para
realização do experimento de campo;
Ao Prof. Dr.
José Nailton Bezerra Evangelista
, da Faculdade de Veterinária
(FAVET), pelas sugestões nas correções finais da tese;
vi
Ao Prof. Dr.
Seed Ahemed Khan
,
do Departamento de Economia Agrícola
UFC, pela orientação, fornecimento de ampla literatura e correções finais das análises
ecomicas;
Ao Prof.
Carlos Robson Bezerra de Menezes
, do Laboratório de Estastica e
Matemática Aplicada (LEMA) UFC, pela realização das alises estasticas;
A Profa. Dra.
Sônia Maria Pinheiro de Oliveira
, pelos relevantes
esclarecimentos sobre as alises estasticas;
Ao farmacêutico-bioquímico Sr.
Benvindo Aécio Pinheiro Holanda
, do
Laboratório de Análises Clínicas e Toxicológicas (LACT) UFC, pela grande
contribuição nas análises da uréia e proteínas plasmáticas totais;
À Profa.
Zirlane Castelo Branco Coelho
, do Laboratório Central do Hospital
Universitário Walter Cantídio, Setor de Rádio Imuno Ensaio (RIE)/Hormônios - UFC,
pelas análises do cortizol sanguíneo;
Ao Prof. Dr.
Davide Rondina
, do Laboratório de Fisiologia e Controle da
Reprodução, Setor de Caprino e Ovinocultura - FAVET, pelo obséquio ceder o
microscópio ótico e a máquina fotográfica digital que registrou as fotos dos vilos e
criptas intestinais;
Ao aluno de mestrado
Afrânio
, do Laboratório de Microbiologia da Faculdade
de Farmácia, Odontologia e Enfermagem UFC, pelas orientações quantos aos
procedimentos microbiológicos;
À funcioria Sra.
Fátima
, do Laboratório de Microbiologia da Faculdade de
Farmácia, Odontologia e Enfermagem - UFC, pela dedicação e preparo dos meios de
cultura utilizados na determinação do perfil microbiológico fecal;
Ao meu irmão, o economista
Fábio Maria Leite Pinheiro
,
pelas correções
iniciais no capítulo referente à análise econômica do experimento;
vii
À Newprov®, pela doação dos kits bioquímicos para a identificação das
bactérias o fermentadoras do açúcar;
Aos Funcionários da Fábrica de Ração, do Setor de Suinocultura e do
Laboratório de Nutrição Animal do Departamento de Zootecnia - UFC, pela valiosa
contribuição durante a realização das atividades, durante o período experimental;
As alunas do Curso de Zootecnia - UFC,
Marieta,
Paula
e
Najla
, pela valiosa
ajuda e dedicação na condução do experimento durante a fase de campo e durante as
análises microbiológicas;
Aos meus Companheiros de Trabalho do Biotério Central da UFC, pela
paciência e compreensão em esperarem eu terminar este Curso de Doutorado;
Aos Professores do Departamento de Zootecnia da Universidade do Vale do
Acaraú (UVA) e ao seu Magnífico Reitor Prof. Dr.
José Teodoro Soares
, pela
compreensão na minha ausência durante os anos necessários para concluir esta Tese;
Aos Colegas de Doutorado, pela amizade que nos uniu e pelos momentos de
companheirismo que passamos;
E por fim, a todas as pessoas que direta ou indiretamente vivenciaram e
continuam vivenciando comigo esta grande etapa da minha vida.
viii
ÍNDICE
Página
LISTA DE TABELAS..........................................................................................
xvii
LISTA DE QUADROS.........................................................................................
xx
LISTA DE FIGURAS...........................................................................................
xxi
RESUMO.............................................................................................................
xxiv
ABSTRACT.........................................................................................................
xxvi
CAPÍTULO I INTRODÃO GERAL
1 - Considerações Iniciais....................................................................................
1
2 – Aspectos Fisiológicos do Leitão....................................................................
3
2.1 - Idade......................................................................................................
3
2.2 - Regulação térmica.................................................................................
4
2.3 - Ingestão alimentar..................................................................................
6
2.4 – Acidificação...........................................................................................
8
2.5 - Microflora entérica..................................................................................
9
2.6 - Sistema enzimático................................................................................
10
2.7 - Absorção de nutrientes..........................................................................
12
2.8 - Sistema imunológico..............................................................................
13
2.9 - Sistema hormonal..................................................................................
15
3 – Fontes de Proteína de Origem Animal..........................................................
16
3.1 - Farinha de carne e farinha de carne e ossos.........................................
17
3.2 - Leite e seus derivados...........................................................................
20
3.3 - Plasma sanguíneo em ......................................................................
22
3.4 - Legislação sobre a utilização de proteína de origem animal na
alimentação animal.............................................................................
26
4 – Fontes de Proteína de Origem Vegetal.........................................................
28
4.1 - Soja e seus derivados............................................................................
28
ix
4.2 - Farelo de algoo..................................................................................
35
4.3 - Farelo da amêndoa da castanha de caju...............................................
38
5 – Referências Bibliográficas.............................................................................
41
CAPÍTULO II - DESEMPENHO ZOOTÉCNICO EM LEITÕES SUBMETIDOS
A DIETAS COM DIFERENTES FONTES DE PROTEÍNAS
DE ORIGEM ANIMAL E VEGETAL NO PERÍODO DE
CRECHE
RESUMO.............................................................................................................
57
ABSTRACT.........................................................................................................
59
1 – Introdução......................................................................................................
61
1.1 - Antecedentes experimentais sobre o uso de proteína animal...............
61
1.1.1 - Farinha de carne.........................................................................
61
1.1.2 - Leite e seus derivados................................................................
63
1.1.3 - Plasma sanguíneo em ...........................................................
65
1.2 - Antecedentes experimentais sobre o uso de proteína vegetal..............
69
1.2.1 - Soja e seus derivados.................................................................
69
1.2.2 - Farelo de algoo.......................................................................
72
1.2.3 - Farelo da amêndoa da castanha de caju....................................
74
2 – Material e Métodos........................................................................................
76
2.1 - Localização e duração do experimento.................................................
76
2.2 – Condições ambientais...........................................................................
76
2.3 – Instalações e equipamentos..................................................................
77
2.4 – Animais experimentais..........................................................................
78
2.5 – Manejo sanitário....................................................................................
78
2.6 - Dietas experimentais..............................................................................
78
x
2.6.1 – Composição das dietas experimentais.......................................
78
2.6.2 - Alise químico-bromatológica das matérias-primas utilizadas..
79
2.6 3- Formulação das dietas.................................................................
81
2.6.4 - Elaboração das dietas.................................................................
84
2.7 - Planejamento estatístico........................................................................
84
2.8 – Procedimento experimental...................................................................
86
2.9 - Coleta e cálculo dos dados experimentais.............................................
90
3 – Resultados e Discussão................................................................................
92
3.1 – Ganho de peso médio diário.................................................................
92
3.2 – Consumo de ração médio diário...........................................................
98
3.3 – Conversão alimentar.............................................................................
104
3.4 – Efeito das interações entre os dois fatores estudados sobre os
diferentes parâmetros..........................................................................
109
4 - Conclusões.....................................................................................................
110
5 – Referências Bibliográficas.............................................................................
111
CAPÍTULO III - HISTOMORFOMETRIA INTESTINAL EM LEITÕES
SUBMETIDOS A DIETAS COM DIFERENTES
FONTES DE PROTEÍNA DE ORIGEM ANIMAL E
VEGETAL NO PERÍODO DE CRECHE
RESUMO.............................................................................................................
119
ABSTRACT.........................................................................................................
121
1 – Introdução......................................................................................................
123
1.1 - Aspectos relacionados aos vilos e criptas intestinais em leitões
desmamados.......................................................................................
123
1.2 - Antecedentes experimentais..................................................................
128
2 – Material e Métodos........................................................................................
135
xi
2.1 - Localização e duração do trabalho de campo.......................................
135
2.2 – Instalações e equipamentos..................................................................
135
2.3 – Animais experimentais..........................................................................
136
2.4 - Dietas experimentais..............................................................................
136
2.5 – Planejamento estatístico.......................................................................
137
2.6 – Procedimentos adotados.......................................................................
139
2.6.1 - Procedimento pré-experimental..................................................
139
2.6.2 – Procedimento experimental.......................................................
140
3 – Resultados e Discussão................................................................................
144
3.1 – Altura dos vilos......................................................................................
144
3.2 – Profundidade das criptas.......................................................................
148
3.3 – Relação altura dos vilos:profundidade das criptas................................
152
3.4 – Efeito das interações entre os fatores estudados (semana e dieta
experimental) sobre os diferentes parâmetros....................................
156
4 - Conclusões.....................................................................................................
157
5 – Referências Bibliográficas.............................................................................
158
CAPÍTULO IV - PERFIL MICROBIOLÓGICO FECAL EM LEITÕES
SUBMETIDOS A DIETAS COM DIFERENTES FONTES
DE PROTEÍNA DE ORIGEM ANIMAL E VEGETAL NO
PERÍODO DE CRECHE
RESUMO.............................................................................................................
165
ABSTRACT.........................................................................................................
167
1 – Introdução......................................................................................................
169
1.1 – Considerações iniciais..........................................................................
169
1.2 - Antecedentes experimentais.................................................................
172
xii
2 – Material e Métodos........................................................................................
177
2.1 - Localização e duração do trabalho de campo.......................................
177
2.2 – Instalações e equipamentos.................................................................
177
2.3 – Animais experimentais..........................................................................
178
2.4 - Dietas experimentais..............................................................................
178
2.5 – Planejamento estatístico.......................................................................
179
2.6 - Procedimentos adotados.......................................................................
180
2.6.1 - Procedimento pré-experimental..................................................
180
2.6.2 – Procedimento experimental.......................................................
181
3 – Resultados e Discussão................................................................................
197
3.1 – Contagem das colônias fecais..............................................................
197
3.2 – Identificação dos microrganismos fecais...............................................
201
3.3 – Efeito das interações entre os dois fatores estudados sobre a
contagem das colônias fecais.............................................................
212
4 - Conclusões.....................................................................................................
213
5 – Referências Bibliográficas.............................................................................
214
CAPÍTULO V - INDICADORES SÉRICOS DO METABOLISMO DO
NITROGÊNIO EM LEITÕES SUBMETIDOS A DIETAS
COM DIFERENTES FONTES DE PROTEÍNA DE
ORIGEM ANIMAL E VEGETAL NO PERÍODO DE
CRECHE
RESUMO.............................................................................................................
219
ABSTRACT.........................................................................................................
221
1 – Introdução......................................................................................................
223
1.1 - Considerações iniciais...........................................................................
223
1.2 – Concentração plasmática de uréia........................................................
223
xiii
1.2.1 – Formação da uréia..................................................................
223
1.2.2 – Fatores que influenciam na concentração plasmática de
uréia.......................................................................................
224
1.2.3 – Concentração plasmática de uréia para estimar os
requerimentos de aminoácidos...........................................
227
1.2.4 – Concentração plasmática de uréia para determinar a
retenção e excreção de nitrogênio......................................
227
1.2.5 – Conseqüências do aumento da concentração plasmática de
uréia.......................................................................................
228
1.2.6 - Antecedentes experimentais....................................................
229
1.3 – Concentração plasmática das proteínas totais.....................................
232
1.3.1 - Antecedentes experimentais....................................................
233
2 – Material e Métodos........................................................................................
236
2.1 - Localização e duração do trabalho de campo.......................................
236
2.2 – Instalações e equipamentos.................................................................
236
2.3 – Animais experimentais..........................................................................
237
2.4 - Dietas experimentais..............................................................................
237
2.5 – Planejamento estatístico.......................................................................
238
2.6 - Procedimentos adotados.......................................................................
239
2.6.1 - Procedimento pré-experimental..................................................
239
2.6.2 – Procedimento experimental para a determinação dos
indicadores séricos do metabolismo do nitrogênio................
240
3 – Resultados e Discussão................................................................................
246
3.1 – Concentração plasmática de uréia .......................................................
246
3.2 – Concentração plasmática das proteínas totais.....................................
251
3.3 – Efeito das interações entre os dois fatores estudados sobre os
diferentes parâmetros..........................................................................
254
4 - Conclusões.....................................................................................................
256
5 – Referências Bibliográficas.............................................................................
257
xiv
CAPÍTULO VI OCORRÊNCIA DE DIARRÉIA EM LEITÕES SUBMETIDOS
A DIETAS COM DIFERENTES FONTES DE PROTEÍNA DE
ORIGEM ANIMAL E VEGETAL NO PERÍODO DE CRECHE
RESUMO.............................................................................................................
264
ABSTRACT.........................................................................................................
266
1 – Introdução......................................................................................................
268
1.1 - Considerações iniciais...........................................................................
268
1.2 – Antecedentes experimentais.................................................................
271
2 – Material e Métodos........................................................................................
274
2.1 - Localização e duração do trabalho de campo.......................................
274
2.2 – Instalações e equipamentos.................................................................
274
2.3 – Animais experimentais..........................................................................
275
2.4 - Dietas experimentais..............................................................................
275
2.5 – Planejamento estatístico.......................................................................
276
2.6 - Procedimentos adotados.......................................................................
277
2.6.1 - Procedimento pré-experimental..................................................
277
2.6.2 – Procedimento experimental.........................................
278
3 – Resultados e Discussão................................................................................
279
4 - Conclusões.....................................................................................................
284
5 – Referências Bibliográficas.............................................................................
285
CAPÍTULO VII - ALISE ECONÔMICA DA PRODUÇÃO DE LEITÕES
SUBMETIDOS A DIETAS COM DIFERENTES FONTES
DE PROTEÍNA DE ORIGEM ANIMAL E VEGETAL NO
PERÍODO DE CRECHE
RESUMO.............................................................................................................
290
xv
ABSTRACT.........................................................................................................
292
1 – Introdução......................................................................................................
294
2 – Material e Métodos........................................................................................
300
2.1 - Localização e duração do trabalho de campo.......................................
300
2.2 - Custo das instalações, equipamentos e mão-de-obra...........................
300
2.3 – Animais experimentais..........................................................................
301
2.4 - Dietas experimentais.............................................................................
302
2.5 - Planejamento estatístico........................................................................
303
2.6 – Procedimento experimental...................................................................
304
2.7 - Coleta e cálculo dos dados experimentais.............................................
306
2.8 – Determinação custos.............................................................................
307
2.8.1 – Considerações iniciais...............................................................
307
2.8.2 - Custos de produção...................................................................
307
2.8.2.1 – Custo operacional efetivo.............................................
308
2.8.2.2 – Custo operacional total................................................
308
2.8.3 – Receita da produção..................................................................
310
2.8.3.1 – Receita bruta................................................................
310
2.8.4 – Indicadores de rentabilidade......................................................
310
2.8.4.1 – Margem bruta...............................................................
310
2.8.4.2 – Margem bruta percentual.............................................
311
2.8.4.3 - Margem líquida.............................................................
311
2.8.4.4 - Margem líquida percentual............................................
311
2.8.4.5 – Ponto de nivelamento de rendimento...........................
312
2.8.4.6 – Índice de lucratividade..................................................
312
3 - Resultados e Discussão.................................................................................
313
4 - Conclusões.....................................................................................................
316
xvi
5 – Referências Bibliográficas.............................................................................
317
ANEXOS..............................................................................................................
319
xvii
LISTA DE TABELAS
Página
TABELA I.1
19
TABELA I.2
21
TABELA I.3
24
TABELA I.4
29
TABELA I.5
35
TABELA I.6
40
TABELA II.1
76
TABELA II.2
79
TABELA II.3
80
TABELA II.4
82
TABELA II.5
82
TABELA II.6
85
TABELA II.7
92
TABELA II.8
96
TABELA II.9
99
xviii
TABELA II.10
102
TABELA II.11
105
TABELA II.12
107
TABELA II.13
109
TABELA III.1
144
TABELA III.2
147
TABELA III.3
149
TABELA III.4
151
TABELA III.5
153
TABELA III.6
155
xix
TABELA III.7
156
TABELA IV.1
174
TABELA IV.2
197
TABELA IV.3
199
TABELA IV.4
202
TABELA IV.5
205
TABELA IV.6
207
TABELA IV.7
210
TABELA IV.8
212
TABELA V.1
246
xx
TABELA V.2
248
TABELA V.3
251
TABELA V.4
253
TABELA V.5
255
TABELA VI.1
279
TABELA VI.2
281
TABELA VII.1
313
LISTA DE QUADROS
Página
QUADRO IV.1
Fluxograma para contagem de colônias e identificação
dos microrganismos fecais em leitões...............................
196
xxi
LISTA DE FIGURAS
Página
FIGURA II.1
Estrutura sica externa e interna do galpão experimental.............
77
FIGURA II.2
Identificação dos baldes e disposição dos mesmos em frente de
cada baia correspondente.…………………….....………………….
87
FIGURA II.3
Demonstração esquemática do galpão experimental, com os
blocos e tratamentos......................................................................
88
FIGURA II.4
Leitões distribuídos e acomodados na baia experimental.............
89
FIGURA II.5
Pesagem semanal de cada leitão em balança digital....................
90
FIGURA III.1
Área interna da baia com destaque para o comedouro de
alvenaria situado próximo ao corredor frontal...............................
136
FIGURA III.2
Exposição das vísceras abdominais para retirada dos
fragmentos intestinais (duodeno, jejuno e íleo)..............................
140
FIGURA III.3
Colocação do fragmento intestinal em frasco identificado e
contendo uma solução de formol a 10%.......................................
141
FIGURA III.4
Fotomicrografia demonstrativa da mucosa do intestino delgado
(duodeno) identificando a altura dos vilos e a profundidade das
criptas intestinais em leitões com 28 dias de idade e submetidos
a dietas experimentais...................................................................
143
FIGURA IV.1
Tubo de ensaio identificado, com tampa e contendo um swab
comercial estéril.............................................................................
182
FIGURA IV.2
Introdução do swab através do reto do leitão................................
183
FIGURA IV.3
Crescimento de colônias no meio CLED. No lado esquerdo da
placa de Petri, as colônias apresentam-se visivelmente isoladas
e quantificáveis, no lado direito da placa, por ter uma diluição
abaixo da ideal, as colônias encontram-se aglomeradas e
incontáveis.....................................................................................
185
FIGURA IV.4
Visualização da prova bioquímica do TSI. Da esquerda para
direita: TSI todo avermelhado (negativo) indicativo de bactéria
não fermentadora de açúcar, TSI com coloração não alterada
(negativo) indicativo de bactéria não fermentadora de açúcar,
TSI todo amarelado (positivo) indicativo de bactéria
fermentadora de açúcar.................................................................
187
xxii
FIGURA IV.5
Prova bioquímica da uréia, o tubo da esquerda é positivo e o da
direita é negativo............................................................................
188
FIGURA IV.6
Prova bioquímica do SIM, da esquerda para direita verifica-se a
imobilidade bacteriana, indol positivo e produção do gás sulfeto..
189
FIGURA IV.7
Prova bioquímica VP, da esquerda para direita verifica-se VP
positivo e VP negativo...................................................................
189
FIGURA IV.8
Prova bioquímica do citrato, da esquerda para direita verifica-se
citrato positivo e citrato negativo....................................................
190
FIGURA IV.9
Prova bioquímica da fenilalanina, o tubo da esquerda é
negativo, mas contém cloreto férrico a 10%, o da direita
apresenta a fenilalanina sem cultivo..............................................
191
FIGURA IV.10
Kit-teste da Newprov
para identificação das bactérias não
fermentadoras de açúcar. Da esquerda para direita o kit
apresenta os seguintes tubos: 2 tubos para OF-glicose, 1 tubo
para OF-basal, BHI, nitrato - motilidade, gelatina, cetrimide, OF
xilose, OF maltose e OF lactose....................................................
192
FIGURA IV.11
Cocos Gram positivos isolados no ágar Manitol............................
193
FIGURA IV.12
Prova bioquímica da bile esculina. Os dois primeiros tubos, da
esquerda para direita apresentam bile esculina positiva, o
terceiro é bile esculina negativa....................................................
194
FIGURA V.1
Introdução da agulha hipodérmica 25 x 8 no seio venoso orbital,
com posterior coleta de sangue. ...................................................
241
FIGURA V.2
Tubo de ensaio devidamente identificado e contendo uma gota
do anticoagulante EDTA................................................................
242
FIGURA V.3
Centrifuga refrigerada a 10ºC modelo SIGMA 4K 15 vazia e
contendo as amostras de sangue prestes a serem processadas.
243
FIGURA V.4
Tubo de ensaio contendo o sangue centrifugado e sem
evidencia de hemólise...................................................................
243
FIGURA V.5
Retirada do plasma com uma pipeta automática de 0,25ml e
distribuição nos tubos de ensaio para o estudo dos indicadores
séricos do metabolismo do nitrogênio...........................................
244
FIGURA VI.1
Área interna da baia com destaque para o bebedouro tipo
chupeta e para lâmpada incandescente........................................
275
FIGURA VII.1
Representação esquemática de um sistema de produção de
leitões como uma Fábrica de Suínos..........................................
294
FIGURA VII.2
Vista geral do galpão experimental................................................
301
xxiii
FIGURA VII.3
Balança eletrônica para a pesagem dos animais e
rações.........................................................................................
301
FIGURA VII.4
Leitões descansando na baia no início do experimento................
302
FIGURA VII.5
Animais identificados através de brincos numéricos.....................
304
xxiv
RESUMO
PINHEIRO, F. M. L.
Estudo sobre fontes de proteína de origem animal e vegetal
em dietas para leitões no período de creche.
[Research about sources of animal and
vegetal origin protein in diets for piglets in nursery period]. Ceará, 2005. 360p. Tese
(Doutorado em Zootecnia). Universidade Federal do Ceará.
A pesquisa foi conduzida no Setor de Suinocultura do Centro de Ciências
Agrárias do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal do Ceará. O
experimento teve a duração de 42 dias e foi realizado com o objetivo de avaliar o
desempenho zootécnico, a histomorfometria intestinal, o perfil microbiológico fecal, a
ocorrência de diarréia, os indicadores séricos do metabolismo do nitrogênio e o custo
de produção de leitões submetidos a dietas contendo diferentes fontes de proteína de
origem animal e vegetal durante a fase 1 (21-42 dias de idade) e 2 (42-63 dias de
idade) do período de creche. Participaram do ensaio, inicialmente, 80 leitões machos
linhagem comercial desmamados aos 21 dias de idade e com peso médio de 5,49kg. O
delineamento experimental utilizado foi em blocos ao acaso, com 5 tratamentos, 4
repetições e 4 animais por repetição na 1ª semana, 3 animais por repetição na 2ª
semana e 2 animais por repetição na 3ª semana (final da fase 1) e por toda a fase 2,
sendo feito o desdobramento num fatorial 2 x 2 + 1, composto por duas fontes
protéicas animal (farinha de carne - FC e plasma sanguíneo em - PSP), duas fontes
protéicas vegetal (farelo de algodão - FA e farelo da amêndoa da castanha de caju -
FACC) e um adicional (dieta controle - T1). Quando a análise de variância detectou
significância entre os tratamentos, foram aplicados contrastes para testar os efeitos dos
fatores. Além disso, a comparação de médias para proteína de origem animal (POA) e
proteína de origem vegetal (POV) com a dieta controle foi feita através do teste de
Dunnet. As dietas experimentais foram isonutritivas com 22% de proteína bruta (PB) e
3.500 kcal ED/kg na fase 1, sendo T1 – Dieta controle (DC) + 10% de leite desnatado
em pó (LDP); T2 DC + 5% PSP+ 15% FA; T3 - DC + 5% FC + 15% FA; T4 DC +
5% PSP + 15% FACC e T5 - DC + 5% FC + 15% FACC. Para a fase 2 os tratamentos
continham 21% PB e 3.400 kcal ED/kg, sendo T1 – Dieta controle (DC) + 5% LDP; T2 –
DC + 4% PSP+ 12% FA; T3 - DC + 4% FC + 12% FA; T4 – DC + 4% PSP + 12% FACC
e T5 - DC + 4% FC + 12% FACC. Foi concluído que a substituição do LDP pelo PSP ou
xxv
pela FC, como fontes protéicas de origem animal, é viável com respeito aos parâmetros
histomorfométricos, na primeira e segunda semana da fase 1; contagem das colônias
fecais (CCF) e concentração plasmática das proteínas totais (CPPT), ao final das fases
1 e 2; e concentração plasmática de uréia (CPU), ao final da fase 2. Entretanto, para os
parâmetros de desempenho zootécnico, em ambas as fases; e ocorrência de diarréia,
na primeira semana da fase 1, apenas o PSP mostrou-se viável. A inclusão de 15% de
FA ou 15% de FACC, em substituição parcial ao farelo de soja, como fonte protéica de
origem vegetal, é satisfatória em relação aos parâmetros histomorfométricos, na
primeira e segunda semana da fase 1; CCF, CPPT e CPU, ao final das fases 1 e 2;
além da ocorrência de diarréia, na primeira semana da fase 1. Contudo para os
parâmetros de desempenho zootécnico apenas o FA revelou-se viável em ambas as
fases. Não foram registradas interações significativas (P>0,05) entre os fatores
(proteína de origem animal POA x proteína de origem vegetal - POV) para os
parâmetros de desempenho zootécnico, nas fases 1 e 2; para a CCF e CPPT, ao final
da fase 1 e 2; além da CPU, ao final da fase 2. Entre os fatores (semana x dieta
experimental) não foram verificadas interações significativas (P>0,05) para os
parâmetros histomorfométricos. Todavia para a CPU, ao final da fase 1, foram
constatadas interações significativas (P<0,05). Na fase 1, a dieta controle, e as dietas
contendo FC, como POA, e FACC, como POV, proporcionaram o maior número de
cepas microbianas nas fezes dos leitões. Na fase 2, as dietas contendo PSP, como
POA, e FA, como POV, proporcionaram o maior número de cepas microbianas nas
fezes dos leitões. A melhor resposta econômica para produção de leitões no período de
creche foi obtida com a dieta contendo PSP e FA (T2).
Palavras-chave: creche, custos de produção, desempenho zootécnico, dietas,
histomorfometria intestinal, leitões, metabolismo do nitrogênio,
microbiologia fecal, ocorrência de diarréia, proteínas animal e
vegetal.
xxvi
ABSTRACT
PINHEIRO, F. M. L.
Research about sources of animal and vegetal origin
protein in diets for piglets in nursery period.
[Estudo sobre fontes de proteína de
origem animal e vegetal em dietas para leitões no período de creche]. Ceará, 2005.
360p. Thesis (Doctorate in Zootechnia). Federal University of Ceará.
The research was developed in the Sector of Swine of the Department of
Zootechnia of the Center of Agrarian Sciences of the Federal University of Ceará.
The experiment had the duration of 42 days and it was accomplished with the objective
of evaluating the zootechnic performance, the intestinal histomorfometry, the fecal
microbiological profile, the diarrhea occurrence, the serical indicators of the nitrogen
metabolism and the production cost of piglets submitted to diets containing different
sources of animal and vegetable protein origin during the phases 1 (21-42 days of age)
and 2 (42-63 days of age) in the nursery period. They participated in the assay, initially,
80 male piglets of commercial lineage weaned at 21 days of age and with medium
weight of 5,49kg. The experiment followed randomized blocks, with 5 treatments, 4
repetitions and 4 animals per repetition in the 1st week, 3 animals per repetition in the
2nd week and 2 animals per repetition in the 3rd week (end of phase 1) and for the
whole phase 2, being made the unfolding in a factorial 2 x 2 + 1, composed by two
sources of animal protein (meat meal - MM and powdered sanguine plasma - PSP),
two sources of vegetal protein (cotton meal - CM and cashew nut meal - CNM) and
an additional one (diet control - T1). When the variance analysis detected
significance among the treatments, contrasts were applied to test the effects of the
factors. Besides, the comparison of averages for protein of animal origin (PAO) and
protein of vegetal origin (PVO) with the diet control which was done through the
Dunnet tests. The diets were isonutritives with crude protein (CP) of 22% and level
of energy of 3.500 kcal DE/kg in the phase 1, being T1 - Diet control (DC) + 10% of
skimmed powdered milk (SPM); T2 - DC + 5% PSP+ 15% CM; T3 - DC + 5% MM +
15% CM; T4 - DC + 5% PSP + 15% CNM and T5 - DC + 5% MM + 15% CNM. For the
phase 2 the treatments contained 21% CP and 3.400 kcal DE/kg, being T1 - Diet control
(DC) + 5% SPM; T2 - DC + 4% PSP+ 12% CM; T3 - DC + 4% MM + 12% CM; T4 - DC
+ 4% PSP + 12% CNM and T5 - DC + 4% MM + 12% CNM. It was concluded that the
xxvii
substitution of SPM for PSP or for MM, as sources of protein of animal origin, is viable
with regard to the histomorfometric parameters in the first and second week of phase 1;
counting of the fecal colonies (CFC) and plasmatic concentration of total proteins
(PCTP), at the end of phases 1 and 2; and plasmatic concentration of urea (PCU), at
the end of phase 2. Nevertheless, for the parameters of zootechnic performance, in
both phases; and diarrhea occurrence, in the first week of phase 1, just PSP was shown
viable. The inclusion of 15% of CM or 15% of CNM, in partial substitution by the
soybean meal, as source of vegetal origin protein, is satisfactory in relation to the
histomorfometric parameters in the first and second week of phase 1; CFC, PCTP and
PCU, at the end of phases 1 and 2; besides the diarrhea occurrence, in the first week of
phase 1. However for the zootechnic parameters only the CM was revealed viable in
both phases. Significant interactions were not registered (P>0,05) among the factors
(protein of animal origin - PAO x protein of vegetal origin - PVO) for the zootechnic
performance parameters, in phases 1 and 2, to the CFC and PCTP, at the end of
phases 1 e 2; besides PCU, at the end of the phase 2. Among the factors (week x
experimental diet) significant interactions were not verified (P>0,05) for the
histomorfometric parameters. Though for PCU, at the end of the phase 1, significant
interactions were verified (P <0,05). In the phase 1, the diet control, and the diets
containing MM, like PAO, and CNM, like PVO provided the largest number of microbial
stumps in the feces of the piglets. In phase 2, the diets containing PSP, as PAO, and
CM, like PVO the largest number of microbial stumps in the feces of the piglets was
provided. The best economical answer for production of piglets in the nursery period
was obtained with the diet containing PSP and CM (T2).
Key words: animal and vegetal proteins, diarrhea occurrence, diets, fecal microbiology,
intestinal histomorfometry, nitrogen metabolism, nursery, piglets, production
costs, zootechnic performance.
1
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO GERAL
1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Mundialmente, a China é o principal produtor de suínos, tendo apresentado
índices de crescimento da ordem de 11,23% no período de 1998-2000. O Brasil, no
ano de 2001, ocupou o quarto lugar em produção mundial de carne suína (GIROTTO,
2003), e de forma geral, sua produção nacional vem apresentando índices
consideráveis de crescimento nos últimos 22 anos, algo em torno de 4% ao ano
(ABCS, 2004).
A produção sob confinamento foi um dos responsáveis pelo aumento na
produtividade, e tem gerado mais da metade do contingente de suínos em todo o
mundo (D’SILVA, 2000), produzindo carne suficiente para suprir a demanda mundial.
Para alcançar este feito a suinocultura teve que implementar uma série de novas
técnicas de manejo, entre as quais merece destaque o desmame precoce.
O desmame precoce ocorre entre os 14 e 35 dias, e pode ser realizado,
prioritariamente, por granjas altamente tecnificadas. Atualmente existe uma tendência
de praticar este desmame entre 21 e 28 dias de idade com o objetivo de melhorar o
aproveitamento das instalações, diminuir o número de dias não-produtivos por fêmea,
maximizar a produtividade da matriz e diminuir o consumo de ração de lactação pela
fêmea (MORES, 1998); tudo isso associado a uma considerável redução no custo de
produção. Todavia, em termos adaptativos, o desmame precoce é um dos momentos
mais críticos para os leitões, ao contrário do que ocorre em condições naturais, onde o
desmame é um processo gradual e sem mudanças dramáticas.
Vários fatores levam o animal a um estresse, como separação da mãe,
mudança de ambiente, deficiência no controle ambiental, dificuldade de adaptação a
comedouros e bebedouros, envolvimento com leitões de outras leitegadas com o
estabelecimento de nova domincia, e troca de dieta (LUDKE et al., 1998).
2
Por sua vez, a troca do leite materno pela dieta predominantemente vegetal,
fará com que o leitão necessite adaptar-se ao alimento seco, com um novo padrão de
apreensão, palatabilidade e composição. A gordura do leite e a lactose, principais
fontes de energia durante a fase de aleitamento, são substituídas por amido e óleo
vegetal. A caseína, altamente digesvel, é substituída por proteínas vegetais menos
digesveis. A nova dieta pode apresentar antígenos que provocam reações de
hipersensibilidade transitória no intestino, além de normalmente ser isenta da proteção
imunológica adquirida do leite (LUDKE et al., 1998). Os animais recém-desmamados
também apresentam um sistema digestivo relativamente imaturo, com secreção
insuficiente de enzimas digestivas e a inadequada produção de ácido clorídrico pelo
estômago (CROMWELL, 1989). A reunião de todos estes fatores leva ao surgimento da
diminuição do consumo, que leva ao aparecimento de distúrbios entéricos e
obviamente à danos no desempenho dos animais.
É possível conciliar a necessidade de alcançar altos níveis de ingestão de
alimento, sem predispor os leitões a problemas digestivos, desde que se forneça aos
leitões desmamados precocemente ração inicial altamente digestiva (ETHERIDGE et
al., 1984 e SALMINEN et al., 1998), especialmente nas primeiras duas semanas após o
desmame (CERA et al., 1988 e PARTRIDGE, 1988), adequando-as ao grau de
amadurecimento do trato gastrintestinal, que varia com a idade e o peso dos leitões ao
desmame (BERTOL et al., 2000a). É com este intuito que uma grande variedade de
ingredientes de origem vegetal e/ou animal têm sido utilizada como fonte de energia
e/ou proteína nas dietas de leitões no período de creche. Portanto, este estudo foi
realizado com o objetivo de avaliar as conseqüências do uso de diferentes tipos de
proteína, tanto de origem vegetal quanto de origem animal, em rações balanceadas, e
seus efeitos sobre o desempenho zootécnico, histomorfometria intestinal, perfil
microbiológico fecal, ocorrência de diarréia e os indicadores séricos do metabolismo do
nitrogênio, em leitões desmamados aos 21 dias de idade; bem como o custo de
produção das mesmas no período de creche.
3
2 – ASPECTOS FISIOLÓGICOS DO LEITÃO
O desmame dos leitões entre 21 e 28 dias de idade é cada vez mais freente.
PARTRIDGE e GILL (1993) informaram que o objetivo principal do desmame é passar
suave e rapidamente de uma dieta líquida láctea a uma dieta sólida baseada em
cereais e proteínas de origem animal e vegetal; lembrando que o leite da porca é
extraordinariamente rico em lipídeos, muito digestível por seu conteúdo em ácidos
graxos de cadeia curta, lactose e proteína com um ótimo perfil aminoacídico.
Um dos maiores problemas do desmame precoce é que fisiologicamente o
leitão apresenta uma série de limitações impostas pela própria idade, que serão
solucionadas com o amadurecimento do animal e consequentemente dos principais
sistemas que compõe o organismo.
As complicações e adaptações que se seguem ao desmame precoce o são
exclusivas dos leitões. Os láparos devem ser desmamados em média aos 35 dias de
idade. O desmame precoce, aos 25 dias de idade, diminui a taxa de crescimento e
aumenta a incidência de diarréias quando os mesmos são alimentados com rações
convencionais, possivelmente devido a escassa absorção e imaturidade digestiva
(GUTIÉRREZ et al., 2001).
Grande parte das alterações fisiológicas que acometem os animais logo as o
desmame, mantêm certa analogia com as aves logo após a eclosão. CASTRO (1996)
afirmou que as principais mudanças fisiológicas de interesse nutricional na primeira
semana dos frangos de corte são: maturação do processo de termoregulação; início do
desenvolvimento da imunocompetência e dos órgãos de oferta” (intestinos, pâncreas e
gado); desenvolvimento dos órgãos de demanda” (músculos, sistema ósseo) e,
aumento intenso na digestibilidade dos nutrientes.
2.1 - Idade
A idade de desmama tem grande influencia no desempenho dos leitões, isto
porque quanto mais velhos, mais maduro é o seu organismo como um todo, e
consequentemente o animal torna-se melhor adaptado para suportar as agruras da
separação materna. Concordando com este fato MAHAN (1993) verificou que leitões
mais velhos são mais eficientes na utilização dos nutrientes, ao serem desmamados
4
aos 30 dias de idade. LIMA et al. (1990a, b e c) comparando três idades (21, 28 e 35
dias) de desmame, verificaram que os leitões mais velhos foram mais eficientes na
utilização de proteína, lisina e energia. TRINDADE NETO et al. (2002b) utilizando duas
dietas em que o farelo de soja foi substituído por leite em desnatado, nos níveis de
10% e 40%, para leitões desmamados aos 20 e 25 dias de idade; concluíram que as
condições fisiológicas digestivas do leitão, em relação à idade, pode ter favorecido os
mais velhos quanto ao desempenho.
Outros autores têm afirmado que o diferencial não é a idade em si e sim o
desenvolvimento fisiológico do leitão. Neste sentido estudos demonstram que há uma
diferença entre a idade fisiológica e a idade cronológica, em relação à produção de
enzimas digestivas nos leitões. Os leitões mais pesados têm mais apetite e possuem
um sistema digestivo mais desenvolvido, quando comparados com os irmãos menos
pesados de mesma idade, o que lhes permite uma melhor adaptação às rações secas,
por isso, ganham mais peso que os leitões menores, aumentando a diferença entre
eles. Na prática, aconselha-se a não desmamar leitões com menos de 6kg de peso.
Quando o desmame for realizado aos 21 dias de idade, os leitões que ainda não
atingiram esse peso devem ser deixados por mais tempo com a mãe com livre acesso
a substitutos do leite (ROPPA, 1998). Por outro lado, CERA et al. (1988) afirmaram que
a atividade fisiológica do intestino parece estar diretamente relacionada com a
presença do alimento no trato e não com a idade do animal.
2.2 - Regulação Térmica
Durante a vida intra-uterina, a temperatura corporal do leitão é bastante alta e
constante, em comparação com a vida extra-uterina. Ao nascer, o leitão está
fisiologicamente imaturo quanto a sua capacidade de controlar eficientemente a
temperatura corporal, não podendo compensar imediatamente a intensa perda de calor
logo após o parto. Além disso o conteúdo de gordura corporal total é bastante reduzido,
equivalendo a aproximadamente 2% do peso vivo (WHITTEMORE, 1996). Segundo
MORES (1998), a temperatura corporal do recém-nascido cai em média 2,2ºC,
imediatamente após o parto. Tem-se determinado que o mecanismo termoregulador
dos leitões não começa a funcionar antes dos dois dias de idade.
Até o desmame, aos 21 dias, à medida que aperfeiçoa seu sistema
termoregulador, o leitão utiliza-se da lactose do leite materno como a principal fonte de
5
energia para sua sobrevivência (BERTOL, 2000b). Se a queda de temperatura é
suficientemente pronunciada ou prolongada, o leitão passa a consumir suas reservas
de energia na tentativa de gerar calor, entretanto este mecanismo fisiológico tem
duração extremamente limitada (CAVALCANTE, 1984 e BERTOL, 2000c). Este
sistema de ajuste ocorre porque nesta época o leitão ainda não dispõe de um
mecanismo eficaz para sua termoregulação, devido à pequena espessura de seu
tecido adiposo subcutâneo, que reduz o fluxo de calor desde os vasos sangüíneos até
a superfície da pele (SIMMONS, 1976); a delgada espessura de sua pele e a escassez
de pelos, que não conseguem impedir o fluxo de calor através de piloereção (KOLB,
1987).
Após o desmame os leitões perdem parte de suas reservas de gordura devido
ao baixo consumo de alimento nos primeiros dias s-desmame, e ao estresse, o qual
acelera o metabolismo e aumenta a temperatura da zona de conforto neste período
(BERTOL, 2000b). Sobre este tópico FENTON et al. (1985) e ENDRES et al. (1988)
afirmaram que a limitação da ingesta nos primeiros dias pós-desmame, em relação a
sua alta necessidade basal, provoca um déficit energético com a conseqüente perda de
gordura corporal pelos animais.
No geral, a perda da massa adiposa deve ser corrigida mediante o manejo e a
administração de uma ração rica em nutrientes assimiláveis (MEDEL et al., 1999).
Entretanto, TOLEDO et al. (2001) verificaram que o nível de proteína bruta da ração na
fase inicial tem efeito contraditório. Alguns autores argumentam que o uso de alto nível
de proteína se deve ao fato que animais que nascem com seu sistema termoregulador
deficiente, necessitam de ambiente com temperatura elevada e isto geralmente não
ocorre. Assim, o excesso de proteína serviria como fonte de energia, pois a produção
de calor originada a partir do catabolismo do excesso de aminoácidos serviria para
supri-los da provável falta de aquecimento. PENZ Jr e VIEIRA (1998), relataram que as
rações na fase pré-inicial com maior teor de proteína tem efeito benéfico em ambiente
com temperaturas abaixo da zona de conforto das aves.
A temperatura ideal para os leitões nas primeiras semanas após o desmame é
de 28 a 30
o
C, porém deve-se observar que o leitão é extremamente sensível a
variação da temperatura. Se houver flutuações muito grandes dentro de um mesmo
dia, o efeito será o mesmo que o da falta de calor adequado (ROPPA, 1998).
6
2.3 - Ingestão Alimentar
Antes do desmame, o leitão consumia, em média, cerca de 800ml diários de
leite morno, sob a forma líquida e administrado a espaços regulares de tempo - 2 em 2
horas (ROPPA, 1998). Acrescente-se a este fato que a necessidade de energia para
mantença de suínos é de 106kcal EM/kg/dia, em condições de conforto ambiental,
considerando uma ração com 3.350kcal EM/kg, como a que normalmente é fornecida
nos primeiros dias após o desmame; portanto, um leitão de 7,5kg de peso vivo teria de
consumir no mínimo 143g/dia para atingir as suas necessidades diárias de mantença
(BERTOL, 2000c). As o desmame e a privação brusca do leite, ou o leitão fica sem
consumir até que se adapte ao novo alimento ou o leitão diminui seu consumo de ração
drasticamente, sendo que em ambas as situações é freqüente a perda de peso. A
razão para a perda de peso é que no primeiro dia de desmame o leitão consome entre
20 a 30g de alimento, sendo que a média dos 7 primeiros dias mal chega a um
consumo de 100 g/dia (ROPPA, 1998), ou seja, 43% a menos que a necessidade de
mantença. Sendo o desmame realizado entre 21 e 28 dias, constata-se que o baixo
consumo se manterá principalmente nas primeiras duas semanas (BALL e AHERNE,
1982 e ETHERIDGE et al., 1984).
Imeras são as causas que contribuem para a redução da ingestão de
alimentos logo as o desmame. A troca da dieta láctea pela dieta farelada, fará com
que o leitão necessite adaptar-se ao alimento seco, com um novo padrão de
apreensão, palatabilidade e composição. A gordura do leite e a lactose, principais
fontes de energia durante a fase de aleitamento, são substituídas por amido e óleo
vegetal. A caseína é substituída por proteínas vegetais. A nova dieta pode apresentar
antígenos que provocam reações de hipersensibilidade transitória no intestino ao
contrário da proteção imunológica anteriormente oferecida pelo leite. A reunião destes
fatores leva, segundo LUDKE et al. (1998), à diminuição do consumo.
Fatores ligados ao alimento podem contribuir para o baixo consumo dos
animais, como os níveis nutricionais utilizados (FERREIRA et al., 2001). Além disso,
conforme declarações de TOLPLIS e TIBBLE (1995), a digestibilidade do alimento é
um importante fator que limita a capacidade de consumo do leitão; os autores
verificaram o fato num experimento no qual leitões com 10kg de peso vivo foram
alimentados com rações contendo uma digestibilidade de 85%, 80% e 75% e os
animais tiveram um consumo médio diário de 870g, 650g e 520g, respectivamente.
7
Conforme FERREIRA et al. (2001), o baixo consumo de ração e
consequentemente o baixo ganho de peso podem ser explicados, em parte, pelo
estresse ao qual os animais são submetidos por conseqüência do desmame precoce;
entre eles se inclui o estresse psicológico, que pode resultar em uma liberação de
cortizona, e fatores estressantes imunológicos que aparecem em leitões desmamados
em ambiente não adequado (ALLEE e TOUCHETTE, 1999).
Finalizando, ROPPA (1998) verificou que outros fatores também poderão limitar
a capacidade de ingestão dos leitões nos primeiros dias s-desmame, são eles:
1 – a sociabilidade dos animais. Os leitões preferem comer em grupos ao invés
de isoladamente, por este motivo é importante ter suficiente número de bocas de
comedouro para alimentar os leitões todos de uma só vez;
2 – a sonolência e apatia dos leitões após o desmame. É necessário acor-los
com freqüência para estimular o consumo de ração, o que normalmente é feito através
da reduzida, entretanto freqüente (a cada 1,5 a 2h), oferta alimentar;
3 – a falta de homogeneidade na baia de creche. É aconselvel uniformizar,
por sexo e peso, o grupo que irá ficar numa baia para diminuir o estresse do
estabelecimento da ordem social que inevitavelmente incidirá negativamente sobre o
consumo;
4 – a diminuição no consumo de água. O desmame tem um efeito marcante
sobre o consumo de água para os leitões, que cai para menos de 200ml por dia, numa
fase em que ele deixa de consumir 800ml de leite. Esta queda no consumo de água
também afeta seriamente o consumo de ração seca;
5 – a imaturidade fisiológica gastrintestinal. A queda expressiva no consumo
alimentar ao desmame, pode ser parcialmente atribuída a uma reação natural do
organismo para dar tempo a uma melhor adaptação do sistema digestivo frente ao novo
tipo de dieta.
Em sentido contrário ao que foi comentado anteriormente, existem maneiras de
se estimular o consumo alimentar em leitões desmamados precocemente. De acordo
com BALL e AHERNE (1982), CERA et al. (1988) e BATTERHAN (2002), uma forma de
aumentar o consumo é através do fornecimento de dietas com elevado valor nutricional
e alta digestibilidade de nutrientes. Além destas características, BERTOL et al. (2001a)
lembraram que é necessário que a dieta tenha uma baixa antigenicidade.
TEIXEIRA et al. (2001) informaram que o uso de palatabilizantes,
especificamente o açúcar, em dietas de leitões recém-desmamados, além de ser uma
excelente fonte de energia, tamm serve como estimulador do consumo de ração.
8
Entretanto, possui um custo elevado, é um atrativo para moscas e pode provocar
diarréia nos leitões.
A utilização de aromas, edulcorantes e outros aditivos tamm contribuem para
aumentar o consumo de ração (MEDEL et al., 1999).
2.4 - Acidificação
No leitão, a capacidade de produzir HCl no estômago é limitada (EASTER,
1988). Somente com a idade de 3 semanas podem ser reconhecidas
macroscopicamente as áreas das glândulas na mucosa strica. Há várias opiniões a
respeito do momento em que se tem uma produção completa de ácido clorídrico. Desta
forma, esta produção ocorre em alguns animais com dois dias de idade, ao passo que
em outros, até 24 dias o secreção de quantidades significantes de ácido
clorídrico. Supõe-se que as causas sejam diferenças individuais condicionadas (KOLB,
1987).
Durante a lactação, a falta de acidez se supre com a produção de ácido láctico
a partir da fermentação da lactose pela ação dos lactobacilos (MEDEL et al., 1999). A
alta concentração de ácido láctico, proveniente do leite, interfere aparentemente com a
secreção de ácido clorídrico, tanto é que somente após a concentração de ácido láctico
se reduzir, é que aumenta a produção de ácido clorídrico (KOLB, 1987). Sendo esta
transformação gradativa, a produção de ácido clorídrico em leitões desmamados
precocemente é insuficiente para manter uma acidez strica semelhante à dos leitões
adultos (ALLEE e TOUCHETTE, 1999).
A deficiência na manutenção do pH ácido por parte do animal recém-
desmamado é danosa porque reduz a atividade do pepsinogênio e consequentemente
da pepsina. Se não houver pepsina, não ocorrerá a primeira digestão das proteínas e
elas passarão intactas para o intestino delgado (ROPPA, 1998), onde será fermentada
pelos microrganismos, que por sua vez passam a se multiplicar em demasia,
lesionando a mucosa intestinal diretamente, ou através da produção de toxinas; estes
efeitos, associados ou não, geralmente levam a um quadro de enterite (LOPES et al.,
1986).
MORES et al. (1990), ROPPA (1998) e ALLEE e TOUCHETTE (1999),
recomendaram que altos níveis de proteína não fossem utilizados na dieta de leitões
após o desmame, pois estas por si só, promovem a elevação do pH strico quando
9
captam hidrogênios do meio, sendo um dos fatores que favorecem a proliferação da
Escherichia coli patogênica e a ocorrência de diarréia. A redução do nível de proteína
bruta na dieta de leitões desmamados com 21 dias de idade para 16 ou 18%
proporciona redução na incidência de diarréia, sem afetar o desempenho, desde que
seja feita suplementação com aminoácidos sintéticos para suprir os níveis mínimos
necessários (BERTOL e BRITO, 1993).
Por outro lado, é recomendável restringir ao limite, as matérias primas de alta
capacidade tamponante na ração como o carbonato de cálcio, para que o meio
permaneça o mais ácido possível (BOLDUAN et al., 1988).
DE BLAS (1984), MEDEL et al. (1999) e SCAPINELLO et al. (1999) afirmaram
que a inclusão de acidificantes melhora o rendimento dos animais, especialmente em
dietas baseadas em proteína vegetal e com escasso conteúdo em proteína láctea.
2.5 - Microflora Entérica
O estabelecimento de uma população microbiana, no trato digestivo dos
animais de sangue quente, logo após o nascimento é inevitável (CANALLI, 1996).
Entretanto, HAMPSON et al. (2001), informaram que logo após o desmame, a
microbiota intestinal residente não é estável em leitões. Da mesma forma, no caso das
aves, a microflora do trato intestinal do pinto, logo após eclosão, muda gradualmente
passando inicialmente de uma predomincia de microrganismos aeróbicos, para uma
elevada proporção de anaeróbicos (MEAD, 1989).
Durante a fase de aleitamento, o colostro e o leite, controlam o crescimento
bacteriano no intestino (MORES e AMARAL, 2001). Os lactobacilos têm um papel
fundamental no equilíbrio microbiano do intestino delgado; acredita-se que a produção
de ácido láctico, a associação dos lactobacilos com o epitélio e as propriedades
intensificadoras de certos lactobacilos sobre a resposta imune são benéficas para a
saúde intestinal do recém nascido (MEAD, 1989). Neste contexto, (PASSOS Jr., 1997)
verificou que com o desmame e com a redução no suprimento de lactose, há uma
redução drástica na população de lactobacillus spp, gerando aumento de pH do
estômago e também no intestino delgado, o que possibilita o aumento na proliferação
de vários agentes patogênicos que vivem e se multiplicam em faixas de pH mais
alcalinos, merecendo destaque a Escherichia coli. Dentre os inúmeros sinais de sua
10
patogenicidade destacamos o decréscimo na eficiência alimentar e consequentemente
na taxa de crescimento e produção (CANALLI, 1996) e a diarréia (GUERREIRO, 1984).
Nos leitões e nos pintos, a secreção de ácido clorídrico, a completa mistura do
alimento e o tempo de retenção, relativamente baixo da digesta no duodeno, garantem
que níveis aceitáveis de patógenos potenciais colonizem o intestino delgado proximal
(HOERR, 1998). É bom que se tenha em mente que as perturbações digestivas não
são causadas apenas pelas cepas patógenas. As disbacterioses, termo que se refere
às mudanças no número ou composição das bactérias intestinais não patógenas do
comensal, também podem induzir a tais problemas. Segundo KIMURA et al. (1976), a
disbacteriose não é tanto uma infeão e sim um desequilíbrio microbiano.
2.6 - Sistema Enzimático
No início da amamentação, o sistema enzimático do leitão é relativamente
imaturo (LINDEMAN et al., 1986 e BERTOL et al., 2001a). Entretanto, o leitão está
adaptado para digerir os nutrientes, altamente digesveis, contidos no leite (CLINE,
1992 e MEDEL et al., 1999). Além disso, o leite possui alto teor de lactose e favorece o
crescimento de bactérias chamadas lactobacilos, que produzem grande quantidade de
ácido lático que diminuem naturalmente o pH estomacal (MEDEL et al., 1999), inibindo
a produção do ácido clorídrico (ROPPA, 1998), e ativando o pepsinogênio.
Com o desmame o leitão tem dificuldade em manter o pH baixo para a eficiente
produção de pepsina, porque há uma diminuição na flora de lactobacilos, decorrente da
falta de lactose, e leva um certo tempo para que ele desenvolva uma produção
suficiente de ácido clorídrico (ROPPA, 1998), portanto os animais o conseguem
digerir eficientemente os carboidratos e proteínas contidas nos grãos de cereais e de
sementes oleaginosas (CROMWELL, 1989, ALLEE e TOUCHETTE, 1999 e BERTOL et
al., 2000a). Ainda em relação ao pH, WILSON e LEIBHOLZ (1981) afirmaram que sua
elevação a nível estomacal (entre 3,8 e 4,3), no desmame precoce, limita a proteólise
gástrica, pois a pepsina gástrica é lentamente ativada em pH = 4 e rapidamente ativada
em pH = 2.
BERTO (1993) afirmou que o consumo elevado no pós desmame conduz à
maior produção enzimática e melhora a digestão. Neste contexto, KOLB (1987) e
TOLEDO et al. (2001) explicaram que as glândulas gástricas podem ser ativadas
através de constituintes químicos do alimento ou de produtos provenientes da digestão.
11
Alimentos protéicos de origem animal, como carne, extratos de peixes e produtos
outros provenientes da degradação protéica em geral, são os mais potentes
estimuladores das glândulas stricas. Sob ação destas substâncias sobre a mucosa
gástrica, a gastrina é secretada na corrente sangüínea, levando a secreção das
glândulas fúndicas, situadas no estômago, que produzirão ácido clorídrico e
pepsinogênio.
Em uma segunda etapa da digestão, na porção intestinal, onde acontece a
mistura do alimento pré-digerido que veio do estômago com as secreções do próprio
intestino, do gado e do ncreas, LINDEMAN et al. (1986) e ROPPA (1998)
explicaram que a produção enzimática é praticamente constante durante a lactação,
entretanto, até os 21-28 dias de idade o sistema digestivo dos leitões não produz
quantidades apreciáveis de lipases, amilases e outras enzimas que degradam os
nutrientes contidos em matérias primas de origem vegetal (JENSEN et al., 1997). O
aumento na produção das enzimas ocorre gradualmente com a idade (SHIELDS Jr. et
al., 1980).
Além da idade, a deficiência na produção das enzimas pancrticas e
intestinais, e bile, também é influenciada pela presença de substrato que estimula
mecânica e quimicamente a mucosa (KELLY et al., 1991). Merecendo destaque as
proteínas (CORRING, 1980; AUSTIC 1985 e KOLB, 1987).
A presença da proteína e consequentemente de uma maior estimulação
enzimática no lúmen intestinal, não é garantia de uma melhora nos níveis digestivos,
pois a atividade enzimática adquiriu determinadas preferências na hidrólise da proteína.
A pepsina e a quimiotripsina rompem fundamentalmente as ligações peptídicas dos
aminoácidos aromáticos. A tripsina apresenta uma estreita especificidade na ruptura
das ligações peptídicas correspondentes aos amincidos arginina e lisina
(JONDREVILLE e GÁLVEZ, 1995). De acordo com LOW (1980), a digestão da treonina
é relativamente lenta como conseqüência de uma baixa velocidade de hidrólise, que
poderia estar relacionada com a especificidade das proteases e peptidases implicadas.
A digestão enzimática intestinal poderá sofrer ainda a influência de outros
fatores. A proteína de alimentos vegetais com altos níveis de cistina apresenta uma
resistência a ação enzimática da tripsina, que se atribui a estabilidade da molécula
devido ao grande número de cadeias dissulfeto (JONDREVILLE e GÁLVEZ, 1995). O
tratamento calórico brando pode trazer vantagens quanto a disponibilidade de alguns
aminoácidos, entretanto o aquecimento demasiado poderá resultar em prejuízos na
qualidade da mesma pela reação de bronzeamento ou de Maillard. Nesta reação, os
12
grupos amino livres da cadeia pepdica, com maior freqüência os amincidos da
lisina, reagem com grupos aldeídos dos açúcares redutores, tais como glicose e
lactose, para produzir um complexo amino-açúcar, que o se encontra mais
disponível para o animal. Face a complexidade do composto, a tripsina não pode mais
hidrolisar o vínculo peptídico, o que resulta na indisponibilidade da lisina. Além de
indisponibilizar os aminoácidos, os produtos finais da reação de bronzeamento não são
necessariamente inofensivos; alguns metabólicos poderão prejudicar a síntese da
proteína no gado, como é o caso da frutosil-fenilalanina ou seus metabólicos
(MAYNARD, 1984).
Existe uma analogia entre o amadurecimento do trato gastrintestinal de outros
mamíferos. SCAPINELLO et al. (1998) relatou que coelhos recém-desmamados,
durante os primeiros dias de vida, não secretam quantidades suficientes de amilase
para degradar os carboidratos contidos nas rações, o que acarreta distúrbios no trato
digestivo.
2.7 - Absorção de Nutrientes
Conforme ARGENZIO (1988), é no intestino dos animais que a maior parte das
substâncias alimentares é degradada. Os produtos da degradação alimentar são
absorvidos de maneira contínua e extensa pela mucosa intestinal.
A eficiência do ganho de peso nos leitões está positivamente associada ao
comprimento do seu intestino delgado, pois quanto mais comprido, maior será sua área
de absorção. Um leitão de 3kg de peso corporal tem um intestino delgado com a
supercie de absorção correspondente a uma área de 114m
2
, ou seja, quase do
tamanho de meia quadra de tênis (ROPPA, 1998).
A superfície da mucosa intestinal é formada por imeras vilosidades, que
parecem projeções com o formato de dedos e que aumentam a área da supercie para
a absorção dos alimentos. Quanto maior o tamanho das vilosidades, maior é a
capacidade de absorção dos nutrientes, pois é nas suas bordas que são produzidas
várias enzimas digestivas e é por elas que os nutrientes são transportados para dentro
do organismo (SOARES et al., 2000). O tamanho das vilosidades é maior nos recém-
nascidos e diminui gradativamente durante a lactação. Entretanto, a maior redução
ocorre por ocasião do desmame, pois este afeta seriamente estas estruturas,
diminuindo seu tamanho em até 63% nos primeiros dias. Com isso fica drasticamente
13
comprometida a digestão e absorção dos alimentos. O baixo consumo e a mudança
para uma dieta diferente (ração seca à base de cereais) são os principais fatores que
contribuem para essa abrupta diminuição no tamanho das vilosidades. A redução nas
vilosidades é maior nos leitões desmamados aos 21 dias do que naqueles
desmamados aos 35 dias de idade, provavelmente porque estes já estão mais
maduros fisiologicamente (ROPPA, 1998).
VEGA et al. (1992) observaram que o aparelho digestivo de leitões entre 2 e 20
dias de idade, não consegue se adaptar ao transporte de monossacarídeos contidos na
dieta, tanto na questão qualitativa quanto na questão quantitativa, já que a absorção
dos monossacarídeos, durante a fase de aleitamento, é geneticamente programada;
portanto os animais podem processar apenas quantidades limitadas de produtos não
lácteos. Com isso, para leitões desmamados com 21 dias de idade ou menos, é
necessário incluir na dieta proporções adequadas das fontes de carboidratos que os
mesmos estão mais aptos a digerir, entre os quais leite em pó ou subprodutos lácteos.
O transporte de amincido tamm é influenciado pela composição da dieta. Altos
níveis de proteína na dieta aumentam a taxa de amincidos que são absorvidos no
intestino, porém nem todos os aminoácidos são afetados da mesma maneira (AUSTIC,
1985).
Para minimizar os problemas de má absorção e de proliferação microbiana no
intestino dos leitões recém-desmamados e, para maximizar o desempenho, é
necessário fornecer aos leitões dietas de desmame com alta digestibilidade e baixos
níveis de angenos dietéticos (LUDKE et al., 1998 e MEDEL et al., 1999). A
viscosidade do alimento também reduz a difusão de nutrientes e, consequentemente, a
taxa de absorção (BEDFORD et al., 1996).
Em relação as aves, MORAN (1985) verificou que o trato digestivo de pintos
recém nascidos também não está completamente apto para a digestão-absorção e que
a imediata disponibilização de alimento estimula o crescimento intestinal devido à
formação de novos enterócitos com maior capacidade de digerir e absorver o alimento.
2.8 – Sistema Imunológico
GATNAU et al. (1995a), ALLEE e TOUCHETTE (1999) e MEDEL et al. (1999),
afirmaram que o sistema imunitário do leitão ao nascimento, é muito imaturo, não
alcançando um nível de desenvolvimento adequado até, aproximadamente, os 35 dias
14
de vida. Somente a partir da 5
o
semana é que o sistema linfóide do leitão alcança um
grau de maturidade suficiente que lhe permite produzir suas próprias imunoglobulinas,
assim o acesso ao colostro é imprescindível.
Existem dois tipos de imunidade: a sistêmica (humoral) e a das mucosas (o
humoral). Nas primeiras 24h de vida, o leitão é capaz de absorver intactas as
imunoglobulinas do colostro materno (IgG) o que lhe proporciona imunidade do tipo
sistêmico contra as infeões. Depois deste curto período de tempo a mucosa intestinal
deixa de absorver, de forma intacta, estas moléculas e desta forma o leitão perde esta
via de aquisição de imunidade. A partir deste momento a concentração de IgG no
sangue diminui sendo sua ação substituída, ao menos em parte, pelas IgA (GATNAU et
al., 1995a), provenientes do leite materno, que banham as paredes intestinais e
proporcionam certa imunidade local (HORTON, 1995; REZ e CALVO, 1995). De
acordo com FRENYÓ et al. (1981), a concentração de IgG no colostro cai na seguinte
ordem após o parto: 48,26mg/ml (0 hora pós-parto); 29,41mg/ml (12h pós-parto);
14,02mg/ml (24h pós-parto); 9,89mg/ml (48h pós-parto); 5,21mg/ml (72h pós-parto).
As IgA (anticorpos de secreção), que são secretadas continuamente pela
glândula mamária, trato digestivo, trato urogenital e respiratório; são muito resistentes a
degradação proteolítica e proporcionam imunidade a mucosa evitando a aderência de
bactérias e vírus à parede intestinal e sua posterior penetração dentro das células
epiteliais (GATNAU et al., 1995a), portanto a IgA é importante para a prevenção de
doenças gastrintestinais em leitões novos (CAVALCANTE, 1984).
Enquanto o sistema imunológico do leitão desmamado precocemente está
imaturo, tamm são as IgA do leite que previnem o ataque e a penetração, no epitélio
intestinal, de componentes antigênicos de origem alimentar contida em alguns dos
ingredientes da nova dieta (NEWBY et al., 1985; BERTO, 1993 e NABUURS, 1995). A
exposição dos animais a estas substâncias, dentre as quais se destaca as proteínas
antigênicas de origem vegetal (especialmente a glicinina e a β-conglicinina da soja),
pode originar mudanças nos processos fisiológicos normais, que podem produzir a
morte do animal. Entretanto, os animais possuem sistemas de defesa que atuam
contendo ou destruindo tais antígenos antes que ocorram mudanças que representem
uma ameaça importante para a vida (STAHLY, 1996).
Segundo SHURSON e JOHNSTON (1998), a reação de hipersensibilidade
às proteínas alernicas ocorre no primeiro contato do animal com estas proteínas,
independente da idade do suíno. Em conformidade com os autores, MILLER et al
(1986), PARTRIDGE (1988) e BERTO (1993) sugeriram que a ingestão de pequenas
15
quantidades de certas proteínas antes do desmame pode sensibilizar o sistema imune
do animal, de forma que haja reação de hipersensibilidade (alérgica) quando o animal
ingere maiores quantidades da mesma proteína depois do desmame; como resultado
pode ocorrer lesão intestinal, que pode provocar diarréia alimentar ou deixar o intestino
mais susceptível à proliferação de microrganismos patogênicos, dando origem a
diarréias infecciosas. Além disso, as alterações morfológicas nas vilosidades intestinais
causam o comprometimento dos eventos de digestão e absorção (NEWBY et al., 1985;
HAMPSON, 1986; DUNSFORD et al., 1989; BERTO, 1993; MAKKINK et al, 1994 e
NABUURS, 1995).
As substancias alernicas também podem alterar a concentração de
hormônios como insulina, glucagon, corticosterona, STH, tiroxina e catecolaminas, e
consequentemente afetar aos leucócitos durante a resposta imune, quando estas
células reconhecem o angeno e começam a produzir as citoquinas (KLASING et al.,
1995). A liberação de citoquinas (como a interleucina 1), ativa os componente celulares
e humorais do sistema imunitário e também provocam mudanças nas vias endócrinas e
nos processos metabólicos corporais. O ACTH, a tirosina e os hormônios catabólicos
aumentam; os peptídeos somatotróficos, hormônios de caráter potencialmente
anabólico, são inibidos; o consumo voluntário se reduz; a temperatura corporal e a
produção de calor aumentam (STAHLY, 1996). As citoquinas ainda produzem
hiperlipidemia e o aumento do catabolismo protéico. Estes aminoácidos de origem
muscular são utilizados para a síntese de células T e B e imunoglobulinas (KLASING et
al., 1991), assim a velocidade de crescimento dos tecidos, especialmente o músculo
esquelético, diminui.
2.9 - Sistema Hormonal
Ao contrário do que ocorre em condições naturais, onde o desmame é um
processo gradual e sem mudanças dramáticas, o desmame precoce é um dos
momentos mais críticos para os leitões. Vários fatores causadores de estresse, como
separação da mãe, mudança de ambiente, deficiência no controle ambiental,
dificuldade de adaptação à comedouros e bebedouros, mistura com leitões de outras
leitegadas (estabelecimento de domincia) e troca de dieta, levam a uma série de
implicações fisiológicas por parte do envolvimento hormonal (LUDKE et al., 1998).
16
Em caso de estresse prolongado, o efeito catabólico e a gliconeogênese,
ocasionado principalmente pelos glicocorticóides liberados pela suprarenal, tem como
conseqüência a inibição do consumo e perda de peso dos animais, pois os tecidos
muscular e adiposo são transformados em glicose, para fins de produção de energia
(ENCARNAÇÃO, 1989). Um outro fator a ser considerado é a diminuição geral das
defesas orgânicas que facilitarão a instalação de doenças. Este desequilíbrio hormonal
se alastra e atinge outras glândulas; a hipófise, pôr exemplo, secreta menos hormônio
tireotrófico, conduzindo a uma reduzida atividade da glândula tiride (FABER e HAID,
1976). Esta glândula pôr intermédio de seus hormônios, desempenha importante papel
estimulando o metabolismo de proteínas, gorduras, carboidratos, água, minerais e
energia, além de sua imprescindível função para o consumo de alimentos e
crescimento. A secreção do hormônio do crescimento (STH) tamm é inibida após
estresse prolongado (MITRA et al., 1972 e MITRA e JOHNSON, 1972). Como o próprio
nome diz este é um dos principais hormônios anabólicos responsável pela estimulação
de desenvolvimento corporal, atuando em todos os tecidos, particularmente nos ossos,
músculos, rins, fígado e tecido adiposo. Da mesma forma, sob estado de estresse, a
hifise diminui a secreção dos hormônios gonadotróficos, reduzindo a atividade das
gônadas e a secreção de seus hormônios sexuais, que dentre as diversas funções
orgânicas, são extremamente analicos estimulando o crescimento e
desenvolvimento da musculatura (FABER e HAID, 1976).
3 – FONTES DE PROTEÍNA DE ORIGEM ANIMAL
As farinhas de origem animal são ingredientes importantes quanto aos
aspectos econômicos, sanitário e nutricional. Seu uso na formulação de dietas é
facilitado por conterem aminoácidos, energia, cálcio e fósforo em quantidades
apreciáveis. Porém, o efeito sobre o desempenho pode ser modificado por vários
fatores, tais como: tipo e qualidade do material processado; processamento
(temperatura, pressão e tempo de retenção); uso de antioxidantes durante e após o
processamento visando manter a qualidade; contaminação por microrganismos
patógenos; presença de poliaminas em grandes proporções; porcentagem de
nutrientes e digestibilidade dos mesmos; e metodologias usadas nas estimativas
(BELLAVER, 2001).
17
Conforme GATNAU et al. (1995a), convém destacar a pouca confiabilidade que
se dava aos processos tecnológicos utilizados para o processamento das farinhas
animais, fato este que levava a maioria dos técnicos a desaconselharem a utilização
destas matérias primas em rações de primeira idade. Contudo, com a utilização de
novas tecnologias, entre elas os métodos de secagem por spray, passou-se a se obter
farinhas animais de alta qualidade. Desta forma, a utilização de subprodutos do leite,
bem como outros ingredientes de origem animal como a farinha de peixe, farinha de
sangue spray-dried, plasma suíno spray-driede farinha de carne, tem dado bons
resultados nas dietas complexas pré-iniciais para desmame precoce (LUDKE et al.,
1998).
3.1 - Farinha de Carne e Farinha de Carne e Ossos
A farinha de carne (FC) e a farinha de carne e ossos (FCO), tem tido suas
produções incrementadas nos últimos anos, devido ao aumento da produção pecria
(TEIXEIRA et al., 2003). São produtos obtidos pelo aquecimento, moagem e
dessecação de animais terrestres de sangue quente e subprodutos de matadouros.
Devem estar praticamente isentas de pêlos, plumas, cornos, cascos e contdo
digestivo. O processo de fabricação inclui a moagem, para facilitar uma coão
homogênea; a coão, a 133
o
C durante 20 minutos a 3 bares de pressão, para
esterilizar o produto e fundir a graxa; e finalmente a sedimentação e separação de
parte da graxa. O produto obtido apresenta uma considerável variabilidade em sua
composição química. Os principais fatores de variação são a própria heterogeneidade
do produto inicial, a comercialização de mistura de carnes procedentes de diferentes
espécies e o sistema de extração da graxa. A farinha procedente de matadouros de
aves deve ser comercializada separadamente devido principalmente aos diferentes
métodos de sacrifício. Também é conveniente que o produto tenha uma granulometria
fina, sem pedaços de ossos e outras partículas grosseiras que dificultem a qualidade
das amostras que irão para as análises bromatológicas e reduzam a digestibilidade do
fósforo (FEDNA, 1999). A situação hoje, nos mostra que a FC com 60% de proteína
bruta (PB) quase não se encontra no mercado, portanto o que se utiliza é a FCO com
35, 40, 45, 50 e 55% de PB, em função principalmente de ser o elemento fósforo um
dos nutrientes de maior custo nas formulações de rações. Conforme BELLAVER
(2001), a FC terá um nível de fósforo não superior a 4%. Se a mesma for
18
desengordurada é mais palatável e fácil de conservar, ainda que tenha um valor
enertico notavelmente inferior (FEDNA, 1999).
JOHNSON et al. (1998) afirmaram que altos teores de cinzas causam redução
na quantidade protéica, diminuindo os níveis de aminoácidos essenciais por unidade de
proteína, sem afetar sua qualidade. Os autores, avaliando o teor de cinzas e a
temperatura de processamento da FCO, concluíram que apenas o fator temperatura
interfere na digestibilidade dos aminoácidos e verificaram que a FCO processada a
baixa temperatura apresentou maior digestibilidade de amincidos. VIEITES et al.
(2000) afirmaram que como não se conhece a temperatura de processamento das
amostras experimentais, o é possível atribuir as variações observadas a esse fator.
As vantagens da FC são seu alto conteúdo em proteína e de aminoácidos
essenciais, embora tenha um baixo conteúdo em triptófano e metionina + cistina, sua
disponibilidade e o bom preço (se comparada com o plasma suíno em ), bom perfil
nutricional e digestibilidade (MEDEL et al., 1999), entretanto, PUPA (1995) relatou que
os aminoácidos da FCO são menos digesveis que os presentes no farelo de soja
(FS). Níveis altos de proteína indicam maior proporção de carne e menor de osso e,
como conseqüência, maior qualidade protéica (FEDNA, 1999).
A Tabela I.1 apresenta os diversos resultados das análises bromatológicas
referentes a FC e FCO, conforme diferentes fontes bibliográficas.
19
TABELA I.1 - Composição nutricional da farinha de carne e farinha de carne e
ossos segundo diversas fontes bibliográficas.
Princípios
Nutricionais (%)
FC
1
FC
2
FCO
3
FCO
4
FCO
5
FCO
6
Matéria seca
94,00
92,00
92,20
94,60
91,83
93,00
Fibra bruta
---
2,70
1,28
1,00
1,24
---
Extrato etéreo
12,00
7,10
11,10
14,40
11,15
10,90
Matéria mineral
---
---
33,99
26,00
29,04
---
Cálcio
7,69
8,27
11,29
7,50
9,98
9,99
Fósforo disponível
3,88
4,10
5,91
3,85
5,12
4,98
ED (kcal/kg)*
2.695
---
2.377
2.920
2.409
2.440
EM (kcal/kg)*
2.595
---
2.247
2.630
2.277
2.225
Proteína bruta
54,00
54,40
45,37
49,30
50,11
51,50
Lisina
3,07
3,00
2,25
2,44
2,57
2,51
Metionina
0,80
0,75
0,61
0,61
0,70
0,68
Met + cistina
1,40
1,41
1,19
1,09
1,22
1,18
Triptófano
0,35
0,36
0,25
0,26
0,27
0,28
Treonina
1,97
1,74
1,47
1,58
1,55
1,59
2 – NRC (1994); 1 e 6 NRC (1998); 4 – FEDNA (1999); 3 e 5 ROSTAGNO et al. (2000).
FC - Farinha de carne; FCO - Farinha de carne e ossos.
* - suíno.
Por outro lado, apresenta os seguintes problemas: a qualidade depende muito
da matéria prima inicial e do tipo de processamento recebido; é preciso um estrito
controle de qualidade bacteriológico (MEDEL et al., 1999). Outros inconvenientes para
sua utilização se encontram na sua baixa palatabilidade em caso de rancificação dos
lipídeos; o risco de sofrer adulterações; e sua grande variabilidade (FEDNA, 1999).
A FCO constitui-se em um ingrediente largamente utilizado nas dietas de
frango de corte e poedeiras comerciais sendo que, geralmente, atua como redutor nos
custos de formulações (JUNQUEIRA et al., 2000). Atualmente é usada principalmente
como fonte de fósforo (TEIXEIRA et al., 2003).
Em nível comercial seu uso em rações de aves é restrito ao limite de 5%
(VIEITES et al., 2000), entretanto, SELL (1996) e KESHAVARZ (1997) relataram que a
substituição pode chegar até o nível de 10% na elaboração de rações para perus em
crescimento e frangos de corte.
20
3.2 - Leite e Seus Derivados
O leite desnatado em (LDP) e outros derivados lácteos constituíam até
recentemente a base fundamental de aporte protéico em rações para leitões. A
valorização cienfica dos concentrados protéicos, com base em critérios de
digestibilidade de amincidos e desempenho animal, demonstrou a vantagem dos
produtos lácteos sobre as farinhas de origem animal e destas sobre as farinhas de
origem vegetal (TURLINGTON et al., 1989 e TOKACH et al., 1995).
É importante levar-se em conta que o LDP destinado às rações é previamente
desnaturalizado com o objetivo de evitar fraudes. Para isso, adiciona-se entre 10 e 15%
de outras matérias de origem animal e/ou vegetal, fato que se deve considerar na
valorização do produto final (FEDNA, 1999).
Um fator importante a considerar no estudo das fontes lácteas, é a
variabilidade em composição. A utilização de um ou outro produto lácteo dependerá
das especificações bromatológicas. Assim, os soros deslactosados são de grande
utilidade para alcançar níveis mínimos de proteína láctea; os soros reengraxados
quando existir dificuldade de adicionar outras formas ótimas de lipídeos; e os soros
ricos em lactose quando se deseja níveis altos deste carboidrato (MEDEL et al., 1999).
O LDP contém de 33-36% de proteína bruta (PB), da qual uns 80%
corresponde à caseína e os 20% restante as proteínas do soro: albuminas, globulinas,
lactoferrina e lactoperoxidase (FEDNA, 1999). Quanto ao seu percentual de
carboidratos, o LDP contém 50% de lactose (TURLINGTON et al., 1989).
O soro de leite constitui-se num subproduto que apresenta um alto valor
nutritivo e suas proteínas apesar de presentes em pequenas quantidades são
valorizadas pelas suas propriedades funcionais e pelo seu alto valor biológico
(GARCIA, 2003). Conforme BERTOL et al. (1996) e FEDNA (1999), o soro de leite é
obtido pela separação do resíduo da fabricação do queijo, qualhada, caseína ou
procedimentos similares. Nestes processos se extrai por coagulação a gordura e a
caseína. Embora apresente baixo teor de matéria seca (5 a 7%) o soro contém ainda,
lactose (63-70%), proteínas solúveis (10-12%), ambas com digestibilidade alta, e
cinzas (8-12%).
Na Tabela I.2 encontra-se os diversos resultados das alises bromatológicas
referentes ao leite desnatado em pó (LDP) sob a ótica de diferentes fontes
bibliográficas.
21
TABELA I.2 - Composição nutricional do leite desnatado em pó segundo
diversas fontes bibliográficas.
Princípios Nutricionais (%)
1
2
3
4
Matéria seca
---
94,02
95,00
96,00
Fibra bruta
---
---
---
---
Extrato etéreo
---
0,50
0,90
0,90
Matéria mineral
---
7,68
7,80
---
Cálcio
---
1,19
1,30
1,31
Fósforo disponível
---
0,94
1,01
1,00
ED (kcal/kg)*
---
3.816
3.740
3.980
EM (kcal/kg)*
3.978
3.496
3.350
3.715
Proteína bruta
31,90
33,65
34,20
34,60
Lisina
2,43
2,71
2,63
2,86
Metionina
0,86
0,88
0,89
0,92
Metionina + cistina
1,29
1,27
1,23
1,22
Triptófano
0,41
0,44
0,46
0,51
Treonina
1,50
1,58
1,54
1,62
4 – NRC (1998); 3 – FEDNA (1999); 1 – BERTOL (2000a); 2 – ROSTAGNO et al. (2000).
* - suínos.
LEPINE et al. (1991) verificaram que independentemente do tipo de dieta, nos
primeiros 21 dias após o desmame, a inclusão de produtos lácteos não deve ser
inferior a 25%; MAHAN e NEWTON (1993) sugeriram níveis mínimos de 35 a 45%.
Segundo LUDKE et al., (1998), o melhor nível de inclusão do soro de leite em pó (SLP)
na dieta deve variar de 10 a 35% e depende da idade de desmame. DIJKA et al. (2001)
afirmaram que a lactose é um nutriente considerado indispensável para leitões após o
desmame precoce, sendo que seus níveis de inclusão na dieta variam entre 10 e 35%,
dependendo a idade.
De acordo com MARAN (1992), LUDKE et al. (1998) e FEDNA (1999), o efeito
befico dos subprodutos do leite, como o LDP e o SLP, se deve tanto a fração
hidrocarbonada (lactose) como sua fração protéica; importantes não apenas por sua
digestibilidade e palatabilidade, mas tamm por seu alto conteúdo em
imunoglobulinas (TEODORO et al., 1998; MEDEL et al., 1999 e CLINE, 2002). A
lactose é uma fonte energética facilmente digestível e muito palatável. Além disso, é
um substrato específico para os lactobacilos, que podem regular a flora intestinal e
ainda é benéfica sobre a digestão da proteína ao reduzir o pH do estômago através do
ácido lático. A proteína láctea tamm tem um papel importante em dietas para
desmame precoce baseada em um bom equilíbrio em aminoácidos, assim como, na
22
quantidade dos mesmos (PADROSA, 1995). O conteúdo em caseína tem um valor
adicional para animais lactantes, especialmente ruminantes, portanto pode-se fazer
uma certa analogia com os leitões. A razão é que esta proteína coagula no retículo pela
ação dos microrganismos lácticos, retendo em seu interior a maior parte dos lipídeos. O
coágulo permanece no reculo durante umas seis horas, durante as quais a cobertura
protéica vai se digerindo lentamente, igualmente aos triglicerídeos de cadeia curta e
média. Como conseqüência, a presença de caseína reduz o trânsito digestivo e
melhora a digestibilidade, diminuindo o risco de diarréias com respeito às proteínas que
não coagulam (FEDNA, 1999).
O LDP, o possui proteínas alergênicas e contém diferentes fatores de
crescimento, como IGF, IGF-I, IGF-II e a insulina, na sua composição, os quais atuam
estimulando a divisão e a diferenciação celular no intestino delgado de leitões pós-
desmame, e promovendo a regeneração mais eficiente da mucosa intestinal, desde
que não contenha soja ou subprodutos (ODLE et al., 1996 e SOARES et al., 2000).
As principais desvantagens do LDP e seus subprodutos são a presença de
nitritos e aminas biogênicas, que estão em níveis proporcionais ao grau de
envelhecimento do produto (FEDNA, 1999); e o custo elevado (MASCARENHAS et al.,
1998).
3.3 - Plasma Sanguíneo em Pó
Atualmente existe uma polêmica global que tenta banir o uso de doses
subterapêuticas de antibióticos como promotor do crescimento na produção animal.
Uma das teorias defende que estas subdosagens podem prevenir infeões subclínicas
e desta forma os nutrientes que normalmente seriam utilizados para as funções
imunes, passem a ser desviados para o crescimento (WILLIAMS et al., 1997). Uma
alternativa que pudesse eliminar o uso de antibióticos promotores do crescimento seria
a utilização de um componente que oferecesse proteção imunológica similar para as
infeões subclínicas e que trouxesse os mesmos benefícios de desempenho
zootécnico. Dentre estes componentes inclui-se anticorpos, citoquinas e suplementos
nutricionais como o óleo de peixe e o plasma sanguíneo em (PSP).
Originalmente o plasma animal era utilizado quase exclusivamente como
ligante em produtos cárnicos elaborados para o consumo humano. Seu uso na
23
alimentação animal é recente, já que apesar do elevado valor biológico de sua
proteína, seu alto preço desestimula seu emprego (FEDNA, 1999).
ARAÚJO et al. (2002) relataram que existe uma diferença de qualidade no
PSP, quando no processo de fabricação, o mesmo é ultrafiltrado ou não. Quando é
ultrafiltrado existe a remoção de parte dos eletrólitos que fazem parte de sua
constituição, mas tamm são adicionadas via anticoagulante.
Uma das questões a se considerar em relação a utilização do PSP é que existe
pouca informação quanto a presença de contaminações microbiológicas. O plasma
deve sofrer tratamentos prévios que assegurem a inexistência de patógenos, sem
interferir no poder imunizante. De acordo com ARAÚJO et al. (2002), o PSP quando
processado adequadamente, é livre de agentes patogênicos, e seu uso em todos os
tipos de rações é seguro. Todavia, é importante evitar a contaminação posterior do
produto com germes patógenos existentes no ambiente (GATNAU et al., 1995a).
Conforme PIERCE et al. (1995) e GODFREDSON-KISIC e JOHNSON (1997),
as proteínas contidas no plasma sanguíneo são, na maioria, fibrinogênio, albuminas,
globulinas e compostos de baixo peso molecular, contudo, ainda não foi totalmente
esclarecido qual dessas proteínas, retêm sua atividade biológica após o
processamento do produto. Neste contexto, HANSEN et al. (1993) afirmaram que
mesmo após o processamento, as imunoglobulinas do PSP parecem manter algum
grau de especificidade em se ligar às bactérias no lúmem intestinal, prevenindo a
secreção de enterotoxinas.
A proteína é a fração mais importante do PSP e seu conteúdo oscila entre 65 e
85% dependendo do processo de fabricação. Os produtos comerciais devem conter
entre 70 e 82% de proteína (GATNAU et al., 1995a). O PSP se caracteriza por seu
elevado conteúdo em lisina e treonina (FEDNA, 1999). Comparando-se o perfil de
aminoácidos do PSP com a composição da proteína ideal para leitões de 5 a 10kg
definida pelo NRC (1988), observa-se que o plasma tem um bom perfil de aminoácidos,
exceto por sua deficiência em aminoácidos sulfurados e isoleucina (GATNAU et al.,
1995a), portanto, atenção especial deve ser dada à formulação das dietas contendo
esse ingrediente, para evitar sua deficiência, nos citados amincidos, na alimentação
dos leitões (LUDKE et al., 1998).
O mineral mais abundante no plasma sanguíneo é o sódio, cujos valores na
literatura oscilam entre 3 e 8%. Estas cifras tão elevadas se devem a natureza
extracelular deste eletrólito, que se concentra no plasma, assim como a utilização do
24
citrato sódico como anticoagulante no processo de obtenção do PSP (GATNAU et al.,
1995a).
A Tabela I.3 apresenta os diversos resultados das análises bromatológicas
referentes ao PSP, conforme diferentes fontes bibliográficas.
TABELA I.3 - Composição nutricional do plasma sanguíneo em segundo
diversas fontes bibliográficas.
Princípios
Nutricionais (%)
1
2
3
4
5
6
Matéria seca
>91,00
91,55
---
91,90
92,00
92,20
Fibra bruta
< 0,30
0,20
---
---
---
---
Extrato etéreo
< 2,00
1,80
---
---
2,00
0,53
Matéria mineral
<10,00
8,70
---
11,50
---
Cálcio
---
0,15
---
0,23
0,15
0,14
Fósforo disponível
---
0,17
---
0,20
1,71
---
ED (kcal/kg)*
4.097
3.950
---
4.447
---
3.673
EM (kcal/kg)*
3.895
3.580
---
4.155
---
3.528
Proteína bruta
>78,00
79,50
---
69,70
78,00
69,60
Lisina
6,90
6,92
6,80
6,37
6,84
---
Metionina
0,70
0,75
0,70
1,30
0,75
---
Metionina+ cistina
2,50
3,16
3,50
3,45
3,38
---
Triptófano
1,30
1,51
1,40
1,21
1,36
---
Treonina
4,30
5,01
4,80
4,00
4,72
---
1 – APC 920
®
; 5 - NRC (1998); 2 - FEDNA (1999); 4 – ROSTAGNO et al (2000); 6 - HANNAS
et al. (2001); 3 - ARAÚJO et al. (2002).
* - suíno.
O plasma nos níveis de 2 a 6% é um ingrediente ótimo em rações para animais
jovens desmamados precocemente (FEDNA, 1999). Da mesma forma, GATNAU et al
(1995a) afirmaram que a inclusão, nos níveis de 2 a 6% melhora o consumo, assim
como o ganho de peso e o índice de conversão. Outros autores recomendaram a
inclusão entre 5 e 8%, até o leitão alcançar 7kg (MEDEL et al., 1999). LUDKE et al.
(1998) analisando os resultados obtidos por vários autores, concluíram que a inclusão
de 6 a 10% de plasma suíno em pó (PSuP) nas dietas de desmame a partir de dez dias
de idade proporciona melhora no desempenho dos leitões, desde que se suplemente
também com lactose.
O PSP tem se constituído recentemente em uma alternativa protéica eficiente
ao leite desnatado em pó, em dietas iniciais complexas para desmame precoce
25
(MUNIZ et al., 2000). Conforme GATNAU et al. (1995a), é desconhecida a razão pela
qual a adição de plasma melhora o estado sanitário e a produtividade do leitão,
entretanto vários autores propõem a ação isolada ou conjunta de diferentes
mecanismos, os quais seriam:
1 - O PSP é rico em imunoglobulinas ativas, que protegem o leitão imaturo
contra enfermidades clínicas ou subclínicas. GATNAU et al. (1995b), JIANG et al.
(2000) e OWUSU-ASIEDU et al. (2002), relataram que as imunoglobulinas do PSP
exercem um efeito protetor antimicrobial intestinal, principalmente no que se refere a
uma proteção contra infeão por Escherichia coli; reduzindo a ocorrência de diarréia
pós desmame (FEDALTO et al., 2002) e diminuindo a mortalidade (GATNAU e
ZIMMERMAN, 1994 e BOSI et al., 2001). Por outro lado, GODFREDSON-KISIC e
JOHNSON (1997) afirmaram que uma melhora na taxa de crescimento e na conversão
alimentar em ratos alimentados com o PSP foi reproduzida pela inclusão apenas da
fração imunoglobulínica do produto, o que sugere que as imunoglobulinas foram
responsáveis pela melhora no crescimento.
2 – A inclusão de PSP melhora a palatabilidade da dieta e consequentemente o
consumo de ração (ERMER et al., 1994 e ALLEE e TOUCHETTE, 1999). Ao aumentar
o consumo de ração, melhora o crescimento e os índices de conversão, especialmente
durante os primeiros estágios de vida.
3 – A inclusão de PSP melhora qualidade da dieta. O elevado conteúdo na
maioria dos amincidos essenciais faz com que este seja uma fonte chave de
nutrientes protéicos em rações para leitões (GATNAU et al., 1995a).
4 - O PSP também atua sobre as vilosidades. Segundo ALLEE e TOUCHETTE
(1999), leitões que receberam PSP na ração, em diversos experimentos, têm
vilosidades maiores e uma maior relação vilos:cripta quando comparados a outros
leitões do mesmo experimento e que não receberam o PSP na dieta. Ainda neste
contexto, ARAÚJO et al. (2002) relataram que o PSP confere um alto nível de proteção
contra fatores de estresse intestinal, tornando o epitélio mais saudável e aumentando a
secreção de enzimas digestivas; que consequentemente irão melhorar a digestibilidade
da dieta e posteriormente o processo de absorção. Contrapondo-se a este fato
GUTIÉRREZ et al. (2000) verificaram que a inclusão de PSP diminuiu
significativamente a digestibilidade da matéria seca da dieta, e só não afetou a
digestibilidade da proteína bruta.
De outra forma, tamm existem os fatores que afetam os efeitos positivos da
inclusão do PSP na dieta, entre os quais se destaca:
26
1 – Idade do animal: atualmente, o P é recomendado quase que
exclusivamente para ração de leitões extremamente imaturos, já que a mesma não
demonstrou seus efeitos positivos quando oferecida a animais adultos (FEDNA, 1999 e
MEDEL et al., 1999). Os melhores resultados se obtém nos primeiros 7-10 dias pós-
desmame (KATS et al., 1994a). Diferentemente, GATNAU et al. (1995b) disseram que
as melhores respostas ao plasma são obtidas nos primeiros 10-14 dias s-desmame.
O efeito positivo desaparece tão logo o leitão seja capaz de sintetizar suas próprias
imunoglobulinas.
2 – Tipo de dieta: a eficácia do PSP dependerá, entre outros fatores, do tempo
de fornecimento e da composição da dieta (RUSSEL, 1994 e MEDEL et al., 1999).
MUNIZ et al. (2000) recomendaram a sua inclusão em dietas balanceadas, contudo, o
efeito benéfico é mais importante quando a ração controle é formulada a base de
farinhas vegetais como principais fontes protéicas (GATNAU et al., 1995a e FEDNA,
1999).
3 – Origem e natureza do plasma: a origem do plasma em pó utilizado e as
características do processo de produção podem incidir sobre os resultados. Assim,
HANSEN et al. (1991), KATS et al. (1994b) e OWUSU-ASIEDU et al. (2002) obtiveram
melhores resultados quando utilizaram plasma suíno em (PSuP) que quando
usaram o plasma bovino em (PBP); sugerindo está envolvido um efeito de
imunoglobulinas e glicoproteínas específicas, as quais impedem que vírus e bactérias
danifiquem a parede intestinal, tornando-a mais funcional (DIJKA et al., 2001).
Contrariamente, RUSSELL (1994) não encontrou diferenças utilizando ambos os tipos
de plasma na dieta de leitões.
4 – Condições do meio ambiente: a resposta tem variado, parecendo haver
uma interação com o ambiente (GATNAU, 1991). COFFEY e CROMWELL (1995) e
FEDNA (1999) relataram que quanto maior o desafio ambiental, melhor é a resposta ao
uso do PSP, o que nos leva a crer que a adição do produto é mais benéfica em
ambientes sujos que em ambientes limpos.
3.4 - Legislação Sobre a Utilização de Proteína de Origem Animal na
Alimentação Animal
Após o surgimento da Encefalomielite Espongiforme Bovina (EEB), os
procedimentos para a utilização das Proteínas de Origem Animal (POA) passaram a
27
ser uma exigência amplamente buscada por governos de todo o mundo. A Europa,
local de origem da EEB, logo tomou medidas drásticas para conter o avanço da doença
e em seguida formou a Comissão Européia (EUROPEAN COMMISSION, 1997) e a
Comissão das Comunidades Européias (CCE, 2000 e 2003) que formularam uma série
de medidas preventivas que regulamentaram a utilização das POA na alimentação dos
animais. O Código Zoosanitário Internacional, capítulo 2.3.13, disponível no Office
International Des Epizooties (OIE, 2000), também sugeriu uma série de medidas
profiláticas, quanto ao uso das farinhas animais, para os países que apresentavam
EEB, países com risco e com pouco risco. A Food and Drug Administration (FDA,
2004), nos EUA, tamm criou uma regulamentação para que as POA pudessem ser
incorporadas às rações animais. A seguir apresenta-se um resumo destas medidas
tomadas a nível mundial e nacional:
A medida mais importante destinada a proteger simultaneamente a saúde
humana e a saúde animal, adotada no Reino Unido em 1988 e nos outros Estados-
Membros da União Euroia em que posteriormente surgiram casos de EEB, foi o
abate e a destruição
dos animais afetados ou suscepveis de estarem afetados. Além
disso, o Reino Unido proibiu, em 1988, a utilização, na alimentação de ruminantes, de
proteínas derivadas de tecidos de mamíferos (com exceção de certos produtos, tais
como proteínas do leite, farinha de sangue, gelatina, aminoácidos e peptídeos), assim
como, em 1989, a utilização na alimentação humana de certas miudezas,
principalmente o cérebro e a medula espinhal, provenientes de bovinos com mais de 6
meses.
Em 1997, o Food and Drug Administration (FDA, 2004), dos Estados Unidos,
publicou uma regulamentação final proibindo o uso de proteínas de mamíferos (com
certas exceções) na manufatura de rações animais fornecidas a animais ruminantes,
como bovinos, ovinos e caprinos. O órgão também aceitava a utilização na alimentação
animal de proteína de origem suína, eina, sangue ou produtos derivados do sangue,
gelatina, leite e restos do prato da alimentação humana para uso em alimentação
animal, desde que tivessem sido cozidos e submetidos novamente a processos de
cozimento (GODON e HONSTEAD, 1998).
Em termos de Brasil pode-se resumir dizendo que a Instrução Normativa nº 15,
do Ministério da Agricultura, de 17 de junho de 2001, proibiu, em todo o território
nacional, a produção e a comercialização de proteína e gordura de mamíferos
destinadas à alimentação de ruminantes, isentando-se as demais espécies domésticas.
28
4 – FONTES DE PROTEÍNA DE ORIGEM VEGETAL
4.1 - Soja e Seus Derivados
Com o aparecimento de problemas sanitários e de transmissão vertical de
doenças, a utilização de fontes protéicas de origem animal, na formulação de rações,
tem sido alvo de questionamentos, ocorrendo restrição à utilização dessas fontes e
aumentando desta forma a procura de alimentos alternativos de origem vegetal para as
rações dos animais monogástricos (NUNES et al., 2001).
A soja (
Glycine max
) é uma leguminosa originária da China, onde é conhecida
há mais de 5.000 anos. No Brasil, o cultivo da soja é bem mais recente, sendo que na
década de sessenta seu desenvolvimento começou a tomar vulto e, atualmente, ocupa
o segundo lugar na produção mundial. Esse rápido crescimento se deve,
principalmente, ao seu grande potencial na alimentação animal e humana (MIURA et
al., 2000 e PENZ Jr e BRUGALLI, 2001). A maior percentagem da soja produzida é
destinada à obtenção de óleo comesvel, apresentando como subproduto o farelo de
soja (FS), empregado como fonte protéica (VIANA FILHO, 1992 e MIURA et al., 2000).
No Brasil, a Associação Nacional dos Fabricantes de Rações ANFAR (1985)
especificou 3 tipos de FS, com base em seus contdos de proteína bruta (PB) e os
classificaram como FS tipo 48 (48% PB), isento de cascas, FS tipo 46 (46% PB), com
casca nas proporções naturalmente encontradas nos grãos e FS tipo 44 (44% PB),
com adição de cascas em quantidade superior àquela naturalmente encontrada nos
grãos. Apesar de possuir um adequado padrão de aminoácidos, VIOLA et al. (1996)
retrataram que a proteína do FS é pobre em metionina e cistina, e a maior síntese e
secreção de enzimas pancreáticas, causadas pela presença dos inibidores, induzem a
uma grande perda engena dos mesmos, pois a tripsina e a quimiotripsina são ricas
em amincidos sulfurados (NUNES et al., 2001). FEDNA (1999) tamm mencionou
que o FS é deficiente em triptófano.
Recentemente vem se verificando a tendência para uso do grão de soja
integral ou semi-integral processado, em substituição ao FS. A vantagem reside na
contribuição enertica contida no óleo da semente que reduz a adição de óleos ou
gorduras nas dietas, na eliminação dos custos com sua extração e porque ambas tem
inativados os fatores antinutricionais (VIANA FILHO, 1992 e BENATI, 1998).
A soja integral tratada termicamente tem freqüentemente seu uso nos níveis de
5 a 12% em dietas iniciais de leitões (MEDEL et al., 1999), porém PENZ Jr e
29
BRUGALLI (2001) preconizaram níveis de até 20%. De outra forma OQUINN et al.
(1997) verificaram que leitões desmamados precocemente, com alto status sanitário,
têm capacidade imunológica para suportar a adição de até 40% de FS nas dietas de
pós-desmama, sem comprometer sua taxa de crescimento e seu consumo de dieta.
Na Tabela I.4 apresenta-se os diversos resultados das alises bromatológicas
do FS sob a ótica de diferentes fontes bibliográficas.
TABELA I.4 - Composição nutricional do farelo de soja segundo diversas
fontes bibliográficas.
Princípios
Nutricionais (%)
1
2
3
4
5
6
7
Matéria seca
88,10
88,59
---
88,20
88,40
88,22
87,41
Fibra bruta
5,92
3,25
---
---
---
5,57
5,68
Extrato etéreo
1,38
1,78
---
---
---
1,74
1,40
Matéria mineral
6,64
---
---
---
---
5,73
6,11
Cálcio
0,32
---
---
---
---
---
---
Fósforo disponível
0,19
---
---
---
---
---
---
ED (kcal/kg)*
3.421
---
---
---
---
---
---
EM (kcal/kg)*
3.138
2.273
3.099
---
---
2.415
---
Proteína bruta
45,54
48,31
44,17
44,00
47,50
44,84
47,80
Lisina
2,78
3,30
2,90
2,69
2,96
2,65
2,82
Metionina
0,65
0,72
0,52
0,62
0,67
0,46
---
Metionina+ cistina
1,27
1,82
1,18
1,28
1,39
1,08
---
Triptófano
0,65
0,64
0,64
0,74
0,74
0,74
1,12
Treonina
1,78
1,65
1,70
1,72
1,87
1,60
1,92
6 e 7 – EMBRAPA (1991); 4 e 5 – NRC (1994); 1 ROSTAGNO et al. (2000); 3 – BERTOL et
al. (2001a); 2 – CANOLA-COUNCIL (2003).
* - suíno.
Em termos, pode-se dizer que o valor nutricional dos alimentos pode ser
determinado por análises químicas, porém, o desempenho dos animais é o melhor
indicador do valor real, pois os alimentos, principalmente os de origem vegetal, podem
conter fatores antinutricionais, que interferem na digestibilidade, absorção e utilização
dos nutrientes. Para as plantas, os fatores antinutricionais funcionam como proteção
natural ao ataque de fungos, bactérias, insetos e pássaros. Sendo assim, a eficiência
de utilização dos nutrientes contidos nos alimentos está diretamente ligada à
possibilidade de inativação destes fatores já que as análises químicas convencionais
não incluem estimativas de suas presenças (NUNES et al., 2001).
30
Apesar de inúmeras qualidades, a soja tem sido descrita por conter
antinutrientes que limitam a sua utilização. O mais importante e extensivamente
investigado dos antinutrientes protéicos são os inibidores de proteases (PUSZTAL et
al., 1991). Os inibidores de proteases são peptídeos capazes de se complexarem com
as enzimas proteolíticas pancrticas, tornando-as inativas e, consequentemente,
reduzindo a ingestão e digestão protéica de alimentos, proporcionando diminuição no
ganho de peso e crescimento dos animais (GRANT, 1989 e LIENER, 1994). Sua ação
também leva a um decréscimo nos níveis de enzimas pancreáticas livres no intestino, o
que mantém alto os níveis de fatores liberadores da colecistoquinina, que estimulam o
pâncreas a produzir mais enzimas digestivas, e esta maior atividade acaba provocando
um aumento do pâncreas em algumas escies (NUNES et al., 2001). Os dois
principais inibidores de proteases presentes na soja, Kunitz e Bowman-Birk, constituem
aproximadamente 6% de sua proteína bruta. O inibidor de Kunitz tem especificidade
direta pela tripsina, sendo mais sensível ao processamento térmico. O inibidor
Bowman-Birk tem capacidade de inibir tanto a tripsina quanto a quimiotripsina, porém é
mais termoestável que o Kunitz (NUNES et al., 2001). Na tentativa de minimizar a ação
destes fatores, DOMAGALSKI et al. (1992) investigaram cultivares de soja com
ausência ou baixo teor do inibidor Kunitz e inibidor Bowman-Birk. Os efeitos causados
pelos inibidores de proteases podem ser reduzidos significativamente pela adição extra
de metionina na dieta, sendo a suplementação de cistina menos eficiente. No entanto a
qualidade do FS melhora quando recebe adequado tratamento térmico, o qual reduz a
atividade dos inibidores de proteases (NUNES et al., 2001) e melhora a palatabilidade
do grão de soja integral (VIOLA et al., 1996).
Levando-se em consideração que os inúmeros fatores antinutricionais
presentes devem ser submetidos ao tratamento térmico, vários são os métodos de
processamento desenvolvidos para desativar tais fatores, sendo que, os usualmente
utilizados são a tostagem e a extrusão. A desativação dos fatores antinutricionais pelo
tratamento térmico, normalmente favorece a digestibilidade dos nutrientes presentes no
grão de soja, em especial os amincidos e lipídeos. Por outro lado, o
superaquecimento pode levar a desnaturação das proteínas presentes no grão ou
farelo, a oxidação do enxofre dos amincidos sulfurados e a reação da lisina com
grupos aldeídos, formando um complexo indisponível (Reação de Maillard), além da
redução da energia metabolizável (PENZ Jr e BRUGALLI, 2001). Neste contexto foi
observado por VAN BARNEVELD (1994) que o tratamento pelo calor (110
o
C, 180-450
min) não afetou a digestibilidade dos aminoácidos em relação aos grãos integrais, em
31
suínos com coleta total de fezes, mas a medida que a intensidade de calor aumentou,
ocorreram perdas de digestibilidade, de forma linear. Portanto, o grande desafio é
saber qual a quantidade exata de calor necessária para garantir uma maior qualidade
nutricional da soja (NUNES et al., 2001). Assim sendo, FEDALTO et al. (1993)
estudaram o efeito do processamento da soja integral pelo calor sobre o desempenho
de leitões, concluindo, pelo desempenho dos leitões e características dos órgãos, que
40 minutos foi o tempo adequado para o processamento da soja integral.
A medição da atividade da urease tem sido uma das análises laboratoriais mais
usadas para determinar se o FS o está subaquecido. Entretanto, o há consenso
de qual é o nível da urease adequado para que sirva como parâmetro de boa qualidade
do processamento térmico (PENZ Jr e BRUGALLI, 2001). A ANFAR (1985)
recomendou valores de atividade de urease de 0,05 a 0,3 para o FS. Associada a
atividade ureásica, normalmente é empregada a solubilidade da proteína em KOH que
é eficiente para detectar o superaquecimento do FS, mas tamm não há consenso em
relação ao nível de solubilidade adequado (NETO, 1992). A soja crua possui
solubilidade próxima a 100% em KOH 0,2%, com o aquecimento esta solubilidade
diminui, de forma que a solubilidade abaixo de 75% já evidencia superaquecimento da
amostra, sendo o ideal um valor maior que 75% e menor que 85% (NUNES et al.,
2001). A ANFAR (1985) recomendou que a solubilidade mínima do FS fosse de 80%.
De outra forma, DALE (1988) sugeriu que a solubilidade deveria estar entre 73 e 85%.
Conforme BUTOLO (2002), há diversos outros fatores antinutricionais
presentes na soja tais como: as lectinas ou hemaglutininas, os polissacarídeos e
oligossacarídeos não amiláceos, as proteínas antigênicas, a enzima polifenol oxidase,
as saponinas, a lipase e lipoxidase, fatores antivitaminas A e E, fatores goitrogênicos, o
ácido tico e estradiol.
Existem diversos tipos de lectinas e dois cultivares de uma mesma planta
podem ter lectinas de toxicidade diferentes. As lectinas são proteínas encontradas na
maioria das plantas e são freqüentemente denominadas de hemaglutininas, devido a
sua capacidade de provocar a aglutinação de hemácias em várias espécies. Possuem
alta capacidade de se ligarem a carboidratos específicos localizados na supercie das
células, principalmente nas células do duodeno e jejuno, causando sérios danos à
parede intestinal. MAENZ et al. (1993) demonstraram que 60% das lectinas da soja
chegam intactas ao intestino e se ligam a carboidratos das membranas. Sua maior
afinidade está em se ligar ao N-acetil-D-galactosamina, carboidrato este presente na
borda em escova dos enterócitos. Os mesmos autores comentaram que depois de
32
ligadas, as lectinas provocam desorganização e destruição dos microvilos, aumentando
assim o turnover das células intestinais. Esta desestruturação acaba interferindo
seriamente na digestão e na absorção dos diversos nutrientes, reduzindo a secreção
de enzimas pelos enterócitos, provocando hipersecreção de proteínas endógenas com
maior produção de muco e perdas de proteínas plasmáticas para o lúmen intestinal. As
lesões epiteliais também aumentam a permeabilidade intestinal, permitindo que as
lectinas sejam absorvidas. Dependendo da quantidade de lectina absorvida e
transportada para a circulação sangüínea e demais órgãos, esta pode causar graves
lesões renais, atrofia do timo, hipertrofia do fígado e pâncreas, atrofia muscular, e
aumento do catabolismo protéico, lipídico e de carboidratos. Além da acentuada
redução no crescimento outros efeitos adversos das lectinas têm sido relatados, tais
como o aumento de tamanho e peso do intestino delgado devido à hipertrofia e
hiperplasia; aumento da flora intestinal, causando maior competição por nutrientes com
o hospedeiro; e favorecimento da adesão de Salmonella ssp na mucosa intestinal.
Todavia, a maioria das lectinas são capazes de resistir a ação enzimática do trato
digestivo, mas o ao efeito calórico, pois as lectinas são mais sensíveis ao calor que
os inibidores de proteases (NUNES et al., 2001).
Os polissacarídeos o amiláceos solúveis (PNAs), os quais interferem na
digestibilidade de muitos nutrientes, podendo afetar o desempenho dos animais, são
encontrados principalmente nos grãos de cereais brancos ou de inverno, entretanto em
leguminosas, como a soja, encontramos o oligossacarídeo não amiláceo solúvel
denominado de
-galactosídeo. Os
-galactosídeos como a verbascose, estaquinose e
rafinose, podem causar diarréia, flatulência e problemas estomacais (NUNES et al.,
2001). Estes oligossacarídeos não amiláceos aumentam a viscosidade da digesta no
trato gastrintestinal, prejudicando o processo de digestão dos nutrientes. Entretanto, os
polissacarídeos e oligossacarídeos não amiláceos podem ser extraídos com etanol
durante o processamento da soja (FEDNA, 1999).
As proteínas antigênicas (glicinina e β-conglicinina) são substancias que depois
de absorvidas no sistema digestivo são consideradas estranhas pelo sistema humoral
sistêmico nos suínos (HANKINS et al., 1992). A reação de hipersensibilidade às
proteínas da soja pode provocar alterações na morfologia da mucosa intestinal, com
encurtamento das vilosidades e aumento da profundidade da cripta, em conseqüência
de aumento da taxa de mitose e de migração dos enterócitos para as vilosidades
(DUSNFORD et al., 1989). Em decorrência disso, verifica-se redução do número de
enterócitos maduros nas vilosidades e, portanto, redução da capacidade digestiva e
33
absortiva no intestino. Desta forma, estas alterações na mucosa intestinal podem
interferir no aproveitamento do alimento e, por conseqüência, na taxa de crescimento
dos leitões após o desmame (BERTOL et al., 2001c). De acordo com trabalho
epidemiológico desenvolvido por MORÉS et al. (2000), estas alterações aumentam a
ocorrência de diarréia na fase de creche dos leitões. A utilização de ingredientes
altamente digesveis e com baixo conteúdo de fatores antigênicos é importante,
porque estimula o consumo, melhora o desempenho e reduz o aparecimento de
distúrbios digestivos em leitões após o desmame, refletindo-se em redução da idade de
abate (BERTOL et al., 2001b). Contudo, diante desta impossibilidade, SHURSON e
JOHNSTON (1998) sugeriram que é importante proporcionar o contato do leitão com
as proteínas antigênicas da soja desde a desmama, promovendo-se a adaptação do
animal a estes elementos. Os fatores antigênicos podem ser extraídos, tamm, com
etanol durante o processamento da soja (FEDNA, 1999).
A qualidade nutricional da soja pode ser comprometida pela ação da lipase e
lipoxidase que promovem a oxidação e rancificação do óleo de soja, e pelos fatores
goitrogênicos, que são agentes antitiroideanos que inibem a produção de iodo,
bloqueando a utilização da tiroxina (BUTOLO, 2002).
A enzima polifenol oxidase também contribui para perdas no valor nutricional
da proteína da soja. É estável a 80
o
C por 10 minutos e pode ser inibida pelo ácido
ascórbico e cianido-potássio (TOIGUCHI et al., 1989).
As saponinas são glicosídeos presentes em numerosas plantas, que se
caracterizam pelo sabor amargo, capacidade de formar espuma em soluções aquosas,
provocar hemólise e ainda de se complexarem a esteróides, incluindo os presentes nas
membranas das células animais. Seus efeitos antinutricionais estão relacionados às
modificações na permeabilidade da mucosa intestinal, inibindo o transporte de alguns
nutrientes e facilitando a absorção de compostos para os quais o intestino é
normalmente impermeável. Normalmente não se tem dado muito atenção aos teores
de saponina da soja, porque os níveis, de modo geral, são baixos, não causando
transtornos no desempenho dos animais (NUNES et al., 2001).
De forma complementar, ainda existe o fato que se comparada ao leite da
porca, as proteínas da soja têm maior ação tamponante no estômago do leitão e o
aumento de pH reduz a atividade da pepsina, transferindo para o intestino delgado
maior quantidade de proteínas intactas (MANNERS et al., 1962).
TRINDADE NETO (2002a) relatou que a soja em grão, por ser a principal fonte
protéica disponível para as dietas dos suínos, vem sendo estudada sob diferentes
34
formas de processamento, na alimentação de monogástricos, especialmente leitões
após a desmama. Vários tipos de processamento da soja estão disponíveis, como a
tostagem por tambor rotativo, tostagem por microondas, a micronização, a extrusão, a
fermentação, entre outros (SOARES et al., 2000).
A soja tostada em microondas foi utilizada por VIANA FILHO (1992) quando
afirmou que a tostagem do grão de soja deve ser realizada em forno de microondas
tipo doméstico sob freência de 2.450 MHz. O teor de umidade dos grãos (10,4%), a
espessura da camada de grãos tostados (2,5cm) e a quantidade de grãos (1500g)
foram padronizados para permitir a determinação do tempo de exposição às
microondas. O tempo de tostagem em microondas entre 15 e 20 minutos tornou viável
a utilização da soja na dieta de monogástricos, já que o referido tempo foi suficiente
para permitir a redução dos índices de urease.
A proteína concentrada de soja (PCS) é obtida a partir da soja integral, por
meio de um conjunto de processamentos que envolvem a extração do óleo, extração
dos carboidratos solúveis através da lavagem do floco desengordurado com etanol e
posterior tratamento por calor através da extrusão por intermédio de discos metálicos
aquecidos (BERTOL et al., 2000a e 2001c). Em função deste processamento, espera-
se que a PCS seja um produto livre dos carboidratos indigestíveis (que causam
fermentações indesejáveis nos intestinos dos leitões), das lectinas, dos angenos
alérgicos e dos fatores antitrípticos encontrados na soja integral e em alguns outros
subprodutos da soja.
A proteína texturizada de soja (PTS) tem sido obtida da soja descascada,
desengordurada via solvente (máximo 1% de gordura) e processada por extrusão
úmida (BERTOL et al., 2001b).
A soja integral extrusada (SIE) é atualmente bastante disponível para inclusão
em dietas de desmame. A extrusão é um processo muito eficiente que utiliza calor seco
ou úmido e provoca várias alterações nos diversos componentes dos alimentos uma
vez que provoca o rompimento da parede celular vegetal, proporcionando aumento da
digestibilidade dos nutrientes (PARTRIDGE e GILL, 1993), a partir da liberação de
maior quantidade de proteína e gordura, e desta forma melhorando o seu
aproveitamento pelos animais (SOUSA e LARBIER, 1981 e CLINE, 2002). Além disso,
ocasiona a gelatinização dos componentes amiláceos, a desnaturação das proteínas
antrinutricionais e destruição dos fatores antinicos (FRIESEN et al., 1993 e STAHLY,
1994).
35
A soja micronizada consiste num processo onde o grão de soja crua é
submetido ao aquecimento por vapor indireto a uma temperatura de
±
165
o
C por 2 a 3
minutos, após o aquecimento, é retirada a casca do grão da soja que em seguida é
submetida a um processo de moagem por rolos (micronização) até atingir uma
granulometria final de ± 30 mícrons (NUNES et al., 2001).
4.2 - Farelo de Algodão
O farelo de algodão (FA) é um subproduto resultante da semente de algodão,
depois da extração do óleo, sendo muito rico em proteína, e em aminoácidos, como
arginina, triptófano, metionina e histidina, porém, relativamente pobre em lisina. Trata-
se de um alimento que apresenta teor elevado de fibra bruta, e baixo conteúdo de
energia digestível (LOPES, 2002). O FA comercial tem um contdo em fibra bruta
(FB) em torno de 16-17%, devido à adição posterior da casca da semente que contém
uns 40% de FB (FEDNA, 1999).
Existem dois tipos disponíveis de caroços de algodão, por conseguinte,
poderemos ter dois tipos de FA. O primeiro é alto em línter, de cor branca; o segundo é
baixo em línter e de cor preta. O preto contém de 50 a 100g/kg a menos de fibra e
maior concentração de gordura e de proteína que o segundo (EZEQUIEL, 2001).
O emprego exclusivo ou em quantidades elevadas do FA temse mostrado
prejudicial aos suínos, principalmente, no caso de leitões novos, ficando a
recomendação de seu uso na composição das rações em torno de 15% (LOPES,
2002). Da mesma forma, POLINUTRI (2003) relatou que devido ao seu elevado teor de
fibra, não é recomendado a utilização do FA em rações de leitões nas fases pré-inicial
e inicial.
Na Tabela I.5 encontra-se os diversos resultados das alises bromatológicas
do FA sob a ótica de diferentes fontes bibliográficas.
36
TABELA I.5 - Composição nutricional do farelo de algoo segundo diversas
fontes bibliográficas.
Princípios
Nutricionais (%)
1
2
3
4
5
Matéria seca
88,50
89,50
90,40
90,00
90,00
Fibra bruta
25,16
13,30
13,60
---
16,50
Extrato etéreo
1,60
1,24
0,50
1,50
1,60
Matéria mineral
6,15
6,12
---
---
6,00
Cálcio
0,32
0,22
0,15
0,19
0,20
Fósforo disponível
0,35
0,34
0,22
---
0,17
ED (kcal/kg)*
1.970
2.379
---
2.575
2.440
EM (kcal/kg)*
1.828
2.157
---
2.316
2.235
Proteína bruta
31,70
39,00
41,40
41,4
38,70
Lisina
1,24
1,61
1,76
1,72
1,47
Metionina
0,51
0,61
0,51
0,67
0,58
Metionina + cistina
1,00
1,27
1,13
1,37
1,34
Triptófano
0,51
0,51
0,52
0,48
0,47
Treonina
1,03
1,33
1,34
1,36
1,29
3 - NRC (1994); 4 - NRC (1998); 5 – FEDNA (1999); 1 e 2 ROSTAGNO et al. (2000).
* - suíno.
Os principais fatores antinutricionais do FA são o gossipol, princípio tóxico que
afeta o desempenho dos leitões (LOPES, 2002), e os ácidos graxos ciclopropeicos
(FEDNA, 1999).
O gossipol cristalino (C
30
H
30
O
8
) é um composto com características e
propriedades físico-químicas definidas. Na natureza, o gossipol é um pigmento
polifenólico. Todavia, dificilmente existe uma amostra de semente de algodão ou
produto da amêndoa que contenha somente gossipol ou simples derivado do gossipol.
Tem-se estimado que a semente de algodão possa conter 15 pigmentos diferentes do
gossipol. O tipo e a quantidade de pigmentos derivados do gossipol na semente
dependem de suas características genéticas, como tamm das condições ambientais
durante o desenvolvimento e a conservação da mesma (PINHEIRO, 1972). Na maioria
dos farelos, o conteúdo de gossipol total está em torno de 1%, entretanto, desse total,
somente 0,1% está sob a forma de gossipol livre. Dentre suas ações tóxicas o gossipol
livre se liga quimicamente ao ferro da dieta, tornando-o indisponível e causando
problemas relacionados ao aparecimento de deficiências de ferro, como a anemia
ferropriva que leva a uma redução da concentração de hemoglobina no sangue e
consequentemente dos níveis de oxinio sanguíneo (BUTOLO, 2002). O resultado é
37
que o animal passa a ter uma respiração curta e edema pulmonar (ALFORD et al.,
1996). Além disso, esta substância reduz o consumo e, em casos extremos, pode
provocar a morte do animal. (FEDNA, 1999). O restante do gossipol total é
praticamente inerte. (BUTOLO, 2002).
O nível de gossipol livre na ração exerce um efeito cumulativo e adverso sobre
o desempenho dos suínos e a morte dos animais pode acorrer as 4 a 8 semanas de
uso de altos níveis de inclusão de FA com elevados percentuais de gossipol
(POLINUTRI, 2003). SMITH (1957) relatou que suínos em crescimento podiam ter
dietas contendo até 100 ppm (0,01%) de gossipol livre sem nenhum efeito nocivo; com
níveis de 100 a 200 ppm, havia uma redução na taxa de crescimento, sendo que acima
de 200 ppm na dieta era observada a morte do animal. Contudo, FEDNA (1999)
recomendou não ultrapassar o nível de 100 ppm em rações para suínos e aves, a não
ser que fosse adicionado as rações sais solúveis de ferro (SO
4
Fe).
O gossipol pode ser eliminado por meio de solventes químicos ou pela ação do
calor (LOPES, 2002). A alta temperatura aumenta a formação da ligação estável do
gossipol com outras moléculas, o que o torna fisiologicamente inativo (RANDEL et al.,
1992 e BUTOLO, 2002). Por outro lado, PINHEIRO (1972) relatou que uma das
maneiras de se reduzir a concentração e, por conseguinte, o efeito tóxico do gossipol
nas rações que contenha FA, é através da adição de sulfato ferroso ou hidróxido de
cálcio. Concordando com o que já foi dito, BARRAZA et al. (1991) informaram que a
peletização e adição de sulfato de ferro podem diminuir a toxicidade do gossipol
Os ácidos graxo ciclopropenóicos são responsáveis pela descoloração da
gema e do albúmen e pelo aparecimento de manchas de sangue na gema do ovo, pois
esse ácido graxo altera a permeabilidade da membrana vitelina, permitindo que o ferro
encontrado somente na gema passe para a clara, complexado com a albumina, e
produzindo uma coloração de cor rósea na clara (BUTOLO, 2002).
Alguns autores também fazem referências quanto ao nível de fósforo no FA.
NUNES et al. (2001) comentaram que as dietas de monogástricos no Brasil são
formuladas utilizando-se ingredientes de origem vegetal, geralmente grãos de cereais,
nos quais 60 a 85% do fósforo se encontra na forma de fitato, sendo o mesmo,
indisponível para os animais.
O fitato é um composto complexo que interfere no aproveitamento dos
alimentos de maneira ainda não totalmente compreendida. O fósforo fítico é a
designação dada ao fósforo que faz parte da molécula do ácido tico (hexafosfato de
inositol), o qual é encontrado somente em vegetais. O fitato constitui cerca de 1 a 2%
38
do peso de muitos cereais e leguminosas, embora maiores quantidades (3 a 6%)
tenham sido encontradas nos farelos de colza e algodão (NUNES et al., 2001). Este
composto se complexa com cátions como Ca, Na, Zn, Cu, Mg, Fe e Mn; com
aminoácidos e com carboidratos, reduzindo a digestibilidade dos mesmos. A redução
da digestibilidade protéica pode ser explicada pela formação de complexos entre o
ácido fítico e as proteínas da dieta, ou ainda de se complexar com enzimas
proteolíticas (tripsina e pepsina), inibindo suas atividades. Na digestão de gorduras, o
complexo cálcio-fitato pode reagir com ácidos graxos formando sabões insolúveis no
lúmen intestinal. Na digestão de carboidratos liga-se diretamente ao amido ou inibe a
ação da amilase (NUNES et al., 2001).
4.3 - Farelo da Amêndoa da Castanha de Caju
O cajueiro (Anacardium occidentale L.) é uma planta de origem brasileira,
dispersa em todos os Estados do Brasil, principalmente no litoral nordestino,
participando da vegetação das praias, dunas e restingas embora não seja a região que
apresente o maior número de espécies do nero; encontra-se ainda na caatinga e nos
cerrados (MITCHELL e MORI, 1987).
O Brasil juntamente com a Índia e Moçambique produzem 80% do volume de
castanha de caju, sendo o Brasil responsável por 35% deste total (PIMENTEL, 1992).
O Nordeste Brasileiro detém 99% da produção nacional da castanha de caju e o Ceará
é responsável por 57% da produção nacional (EMBRAPA, 1993).
Segundo PAIVA et al. (1996), a castanha de caju é um aqnio reniforme que
corresponde a 10% do peso do caju. É constituída de três partes:
a) A casca, representando 65 a 70% do peso da castanha, constituído por um
epicarpo coriáceo, atravessado por um mesocarpo esponjoso, cujos alvéolos são
preenchidos por um líquido cáustico e inflamável (LCC - líquido da casca da
castanha).
b) Película, ou tegumento da amêndoa, representando cerca de 3% do peso da
castanha, rico em tanino.
c) Amêndoa, formada por dois cotilédones de cor marfim, representando cerca de 28 a
30% do seu peso, com rendimento médio de 23% no processamento industrial.
Após o processo de despeliculagem, seleção e classificação, a amêndoa
integra pode ser embalada in natura ou destinar-se a torragem. Após a torragem, a
39
amêndoa pode ser embalada ou moída para obtenção de uma farinha refinada,
destinada à indústria de alimentos, entretanto, as etapas do processamento da
amêndoa envolvem perdas significativas, em decorrência de imeros fatores. As
amêndoas descartadas ou pedaços de amêndoa resultantes do processamento são
conduzidas à moagem para obtenção de uma farinha mais grosseira ou farelo da
amêndoa da castanha do caju (FACC), destinada à alimentação animal (SANTOS Jr,
1999).
O FACC é considerado fonte de proteína de alta qualidade, além de ser rico em
gordura e carboidratos, apresenta tamm um elevado teor de ácidos graxos
insaturados, cálcio, ferro, fósforo e vitaminas do complexo B. A proteína da amêndoa
possui um valor nutritivo que supera o da caseína (SOARES, 1986). A anacardina é a
principal proteína do FACC e, de todas as proteínas vegetais estudadas, isoladamente,
é a que mais se aproxima dos prodeos de origem animal merecendo a denominação
de carne vegetal” (LIMA, 1988). A composição de polissacarídeos o amiláceos
(PNAs) e de carboidratos presentes no FACC, foi de 0,07% de arabinose, 0,02% de
xilose, 0,20% de galactose, 0,08% de glicose e 0,23% de ácido urônico para a porção
solúvel e 0,09% de ramnose, 0,58% de arabinose, 0,33% de xilose, 0,09% de manose,
0,48% de galactose, 1,33% de glicose e 1,01% de ácido urônico para a porção
insolúvel (TROUW NUTRITION, 1998).
Em geral, é recomendável, dependendo da fonte, que nas amostras de FACC
destinadas às dietas dos animais, sejam realizados testes para verificar a presença de
micotoxinas, principalmente de aflatoxinas.
A Tabela I.6 apresenta os diversos resultados das análises bromatológicas do
FACC sob a ótica de diferentes fontes bibliográficas.
40
TABELA I.6 - Composição nutricional do farelo da amêndoa da castanha de
caju segundo diversas fontes bibliográficas.
Princípios Nutricionais (%)
1
2
3
Matéria seca
95,00
93,27
94,60
Fibra bruta
1,30
6,24
4,20
Extrato etéreo
45,00
35,97
41,30
Matéria mineral
---
3,09
---
Cálcio
0,05
0,07
---
Fósforo disponível
---
---
---
ED (kcal/kg)*
---
3.468
---
EM (kcal/kg)*
---
3.248
---
Proteína bruta
20,00
22,15
23,70
Lisina
---
0,92
0,94
Metionina
---
0,32
0,41
Metionina + cistina
---
0,45
0,80
Triptófano
---
0,36
---
Treonina
---
0,78
1,99
2 – EMBRAPA (1991); 1 – GIULIANI (1993); 3 - TROUW NUTRITION (1998).
* - suíno.
41
5 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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CAPÍTULO II
DESEMPENHO ZOOTÉCNICO EM LEITÕES SUBMETIDOS A DIETAS
COM DIFERENTES FONTES DE PROTEÍNA DE ORIGEM ANIMAL E
VEGETAL NO PERÍODO DE CRECHE
RESUMO
PINHEIRO, F. M. L.
Desempenho zootécnico em leitões submetidos a
dietas com diferentes fontes de proteína de origem animal e vegetal no período
de creche.
[Performance of piglets submitted to diets containing different animal and
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Zootecnia). Universidade Federal do Ceará.
A pesquisa foi conduzida no Setor de Suinocultura do Departamento de
Zootecnia do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Ceará. O
experimento teve a duração de 42 dias e foi realizado com o objetivo de avaliar o
desempenho zootécnico de leitões submetidos a dietas contendo diferentes fontes de
proteína de origem animal e vegetal durante a fase 1 (21-42 dias de idade) e 2 (42-63
dias de idade) do período de creche. Inicialmente, participaram do ensaio 80 leitões
machos de linhagem comercial desmamados aos 21 dias de idade e com peso médio
de 5,49kg. O delineamento experimental utilizado foi em blocos ao acaso, com 5
tratamentos, 4 repetições e 4 animais por repetição na 1ª semana, 3 animais por
repetição na 2ª semana e 2 animais por repetição na 3ª semana (final da fase 1) e por
toda a fase 2, sendo feito o desdobramento num modelo fatorial 2 x 2 + 1, composto
por duas fontes protéicas animal (farinha de carne - FC e plasma sanguíneo em -
PSP), duas fontes protéicas vegetal (farelo de algoo FA e farelo da amêndoa da
castanha de caju - FACC) e um adicional (dieta controle - T1). Quando a análise de
variância detectou significância entre os tratamentos, foram aplicados contrastes para
testar os efeitos dos fatores. Além disso, a comparação de médias para proteína de
58
origem animal (POA) e proteína de origem vegetal (POV) com a dieta controle foi
feita através do teste de Dunnet. As dietas foram isonutritivas com 22% PB e 3.500
kcal ED/kg na fase 1 e 21% PB e 3.400 kcal ED/kg na fase 2. O experimento
evidenciou que a substituição do leite desnatado em pó pelo PSP, foi viável com
respeito aos parâmetros zootécnicos; a inclusão de 15% de FA em substituição parcial
ao farelo de soja, foi satisfatória em relação aos parâmetros zootécnicos; o foram
registradas interações significativas (P>0,05) entre os fatores (proteína de origem
animal x proteína de origem vegetal) para as variáveis estudadas, em ambas as fases.
Palavras-chave: creche, desempenho zootécnico, dietas, leitões, proteínas animal e
vegetal.
59
CHAPTER II
PERFORMANCE OF PIGLETS SUBMITTED TO DIETS
CONTAINING DIFFERENT ANIMAL AND VEGETAL PROTEIN
SOURCES IN NURSERY PERIOD.
ABSTRACT
PINHEIRO, F. M. L.
Performance of piglets submitted to diets containing
different animal and vegetal protein sources in nursery period.
[Desempenho
zootécnico em leitões submetidos a dietas com diferentes fontes de proteína de origem
animal e vegetal no período de creche.] Ceará, 2005. p.57-118. Thesis (Doctorate in
Zootechnia). Federal University of Ceará.
The research was developed in the Sector of Swine of the Department of
Zootechnia of the Center of Agrarian Sciences of the Federal University of Ceará. The
experiment had the duration of 42 days and it was accomplished with the objective of
evaluating the zootechnic performance of piglets submitted to diets containing different
sources of animal and vegetal origin protein during the phase 1 (21-42 days of age) and
2 (42-63 days of age) of the nursery period. Initially, they participated in the assay 80
male piglets of commercial lineage weaned at 21 days of age and with medium weight
of 5,49kg. The experiment followed randomized blocks, with 5 treatments, 4 repetitions
and 4 animals per repetition in the 1st week, 3 animals for repetition the 2nd week and 2
animals for repetition in the 3rd week (final of the phase 1) and throughout the whole
phase 2, being made the unfolding in a factorial model 2 x 2 + 1, composed by two
sources of animal protein (meat meal - MM and powdered sanguine plasma - PSP), two
sources of vegetal protein (cotton meal - CM and cashew nut meal - CNM) and an
additional one (diet control - T1). When the variance analysis detected significance
among the treatments, contrasts were applied to test the effects of the factors. Besides,
the comparison of averages for protein of animal origin (PAO) and protein of vegetal
60
origin (PVO) with the diet control was done through the Dunnet test. The diets were
isonutritives with crude protein (CP) of 22% and level of energy of 3.500 kcal DE/kg in
phase 1 and 21% CP and 3.400 kcal DE/kg in phase 2. The experiment evidenced that
the substitution of the skimmed powdered milk to the PSP, it was viable with regard to
the zootechnic parameters; the inclusion of 15% of CM, in partial substitution for the
soybean meal, was satisfactory in relation to the zootechnic parameters; significant
interactions were not registered (P>0,05) among the factors (PAO x PVO) for the
studied variables, in both phases.
Key-words: animal and vegetal proteins, diets, nursery, piglets, zootechnic
performance.
61
1 - INTRODUÇÃO
1.1 – Antecedentes Experimentais Sobre o Uso de Proteína Animal
1.1.1 - Farinha de Carne
Os resultados de desempenho observados com a utilização dietética da farinha
de carne são variados, em função principalmente do teor protéico do produto. Níveis
altos de proteína indicam maior proporção de carne e menor de osso e, como
conseqüência, maior qualidade protéica (FEDNA, 1999).
Realizando um experimento com suínos, CROMWELL et al. (1991)
adicionaram a farinha de carne (FC) nos níveis de 0, 5 e 10%, com e sem adição de
triptófano, em dietas de leitões em crescimento e terminação, em dietas à base de
milho e soja com o objetivo de analisar o desempenho dos animais. As dietas foram
isolisínicas e continham entre 13,3 - 14,7% de proteína bruta (PB), entretanto variavam
quanto ao teor de cálcio e fósforo. O consumo de ração (CR), ganho de peso (GP) e
conversão alimentar (CA) foram diminuindo quando os níveis de FC aumentaram na
dieta, particularmente com a inclusão de 10% de FC. Foi concluído que para cada 10kg
de FC adicionada numa dieta a base de milho e soja, há a necessidade de 30g de
triptófano. Os mesmos autores relataram que a redução no desempenho dos suínos
alimentados com altos níveis de FC deve ser resultado da ingestão excessiva de cálcio
e fósforo, redução da palatabilidade da dieta ou redução no balanço de aminoácidos da
dieta.
Realizando uma pesquisa com leitões de 40 dias de idade em um ensaio de 4
semanas, DAT e YU (2003) estudaram o desempenho dos mesmos quando
submetidos a dietas formuladas com 5% de farinha de peixe (FP), 6% de farinha de
carne e ossos (FCO), e 4,8% de farinha de vísceras de aves (FVA). As dietas foram
isonutritivas e, foram oferecidas à vontade. Os resultados indicaram que a fonte
protéica não teve efeito no GP, CR e CA, embora numericamente, a FVA tenha
apresentado os melhores resultados, seguido pela FCO e por último a FP. Os autores
também concluíram que a FCO e a FVA produziram uma redução de 5-10% no custo
da alimentação.
ZHANG et al. (2003) realizaram três experimentos, durante 4 semanas, com
leitões desmamados aos 28 dias de idade com o intuito de avaliar o desempenho dos
62
animais alimentados com dietas à base de farinha de peixe (FP), farinha de vísceras de
aves (FVA), farinha de carne e ossos normal com 50% de proteína bruta - PB (FCON),
farinha de carne e ossos com nível alto de cinzas (29%) e com 45% PB (FCOA) e
farinha de carne e ossos com nível baixo em cinzas (18%) e com 53% de PB (FCOB),
sendo as mesmas, isonutritivas. No experimento 1 (FP com 61,24% PB) o CR, GP e a
CA dos leitões não apresentaram diferenças estasticas entre os tratamentos,
entretanto a FCON propiciou os melhores resultados numéricos para o GP e CR. No
experimento 2 (FP com 67,44% PB), registrou-se diferenças estasticas entre os
tratamentos para o GP, tendo os tratamentos com FCOB e a FVA apresentado
resultados superiores ao da dieta contendo FP. O CR e a CA o apresentaram
diferenças significantes entre os tratamentos, mas numericamente a dieta com FCOB
obteve os melhores resultados. No experimento 3 (FP com 67,44% PB), o CR, o GP e
a CA dos leitões o apresentaram diferenças estatísticas entre os tratamentos,
entretanto a dieta com FCON propiciou os melhores resultados numéricos para o GP.
Finalmente os autores concluíram que a substituição da dieta contendo FP por 5% de
FCON e FCOB ou FVA, aumentou o CR e GP, porém o afetou na CA, sendo que, a
dieta com FCOA tendeu a melhorar o GP e a CA, o afetando o CR.
Com relação a outras escies, MENDES et al. (1983) utilizaram a farinha de
carne e ossos (FCO) com variáveis de controle fora das especificações de qualidade,
em rações isoprotéicas e isocalóricas para frangos de corte. Os tratamentos
consistiam: T1 - milho/soja; T2 - milho/soja + FCO1; T3 - milho/soja + FCO2; T4 -
milho/soja + FCO3, sendo que FCO1, 2 e 3 possuíam índice de peróxido maior que 20
milieq/1000; FCO2 e 3 tinham matéria mineral superior ao padrão (21 a 46%); FCO1 e
3 com extrato etéreo superior às exigências de qualidade (9 a 12%) e, FCO3 com
digestibilidade da proteína em pepsina inferior ao mínimo especificado (85%). Para o
CR e GP aos 28 dias de idade não houve diferenças significativas entre os
tratamentos, o mesmo não ocorrendo para a CA, quando se constatou diferenças
apenas entre os tratamentos 2 e 4, sendo o tratamento 4 inferior ao 2. Os autores
concluíram que o GP e a CA foram afetados pelos teores mais altos de matéria mineral
e índice de peróxido e por índices mais baixos de digestibilidade.
DREWYOR e WALDROP (1998) utilizaram dois tipos de farinha de carne (FC)
na dieta de frangos de corte. A FC-A apresentava alto nível de cinzas (34,85%) e a FC-
B baixo nível de cinzas (25,87%), sendo que, as dietas foram formuladas com base no
conteúdo de aminoácidos digesveis. Os resultados indicaram que a inclusão de altos
63
níveis de FC (12,98% para FC-A e 17,76% para FC-B) nas dietas das aves não afetou
significativamente o GP e a CA.
1.1.2 - Leite e Seus Derivados
Em termos, pode-se dizer que os melhores resultados de desempenho para
leitões desmamados precocemente foram obtidos com a inclusão de produtos lácteos
nas rações (THOMAZ et al.,1996). Neste sentido TRINDADE NETO et al. (1999)
relataram que níveis superiores a 25% de produtos lácteos em dietas para leitões após
o desmame, nas fases de creche, propiciaram melhorias no desempenho.
De acordo com MAKKINK et al. (1994), leitões desmamados precocemente
apresentam redução no desempenho, quando alimentados com proteínas vegetais, em
comparação àqueles alimentados com proteínas de origem animal. O baixo ganho de
peso, pode ter ocorrido em virtude da substituição de uma dieta à base de leite e
altamente digestível por uma dieta sólida e de menor digestibilidade (FREITAS et al.,
1995).
Substituindo produtos lácteos pela soja integral extrusada e pelos subprodutos
da soja, em dietas para leitões desmamados aos 21 dias de idade, FRIESEN et al.
(1993) e SOHN et al. (1994) o detectaram diferenças significativas no desempenho
dos animais. Entretanto, testando a substituição do leite em pó (LP) pelo farelo de soja
(FS), soja integral fermentada (SIF) e soja integral extrusada (SIE), em dietas
isolisínicas e isocalóricas, SOARES et al. (2000) utilizaram leitões desmamados aos 14
dias de idade, e acompanharam seu desempenho até os 35 dias de idade. Com
exceção da dieta testemunha, todas as outras continham 10% de soro de leite. Após
este período todos os animais receberam uma dieta à base de milho e FS até os 56
dias de idade. Os resultados de desempenho indicaram que no período de 14-35 dias o
ganho de peso diário (GPD) foi significativamente melhor no tratamento que continha
apenas a proteína do leite, e a conversão alimentar mostrou-se pior quando o LP foi
substituído pela SIE. No período de 36-56 dias não houve diferenças estatísticas para
nenhum dos parâmetros. O período total o apresentou diferenças significativas entre
os tratamentos, para o consumo de ração e a conversão alimentar, entretanto o GPD
obteve o melhor resultado no tratamento que continha apenas LP e foi estatisticamente
diferente ao que continha SIE, que por sinal, apresentou o pior resultado.
64
Em um ensaio com leitões desmamados aos 17 dias de idade, KESSLER et al.
(2001) avaliaram os parâmetros de desempenho dos mesmos após substituírem a
proteína láctea (PL) da dieta pela proteína isolada de soja (PIS). Os níveis de
substituição foram 0, 25, 50 75 e 100%. Os dados de desempenho demonstraram que
existiu uma superioridade da PIS em relação à proteína láctea nos primeiros 14 dias,
relacionada ao ganho de peso e eficiência alimentar dos animais. De 14 a 28 dias não
foi observada diferenças estatísticas entre os tratamentos para o ganho de peso (GP) e
consumo de ração (CR), no entanto a conversão alimentar (CA) mostrou-se melhor no
tratamento com 0% de PIS quando comparado com os demais tratamentos. Os autores
concluíram que a PIS ou a composição de PIS+PL foram fontes protéicas superiores à
proteína láctea para leitões de 1 a 14 dias pós-desmame, sendo que os melhores
resultados foram verificados na proporção de 50%:50% para PIS e PL.
TRINDADE NETO et al. (2002b) utilizaram duas dietas em que o farelo de soja
(FS) era substituído por leite desnatado em pó (LDP), nos níveis de 10% e 40%, para
leitões desmamados aos 20 e 25 dias de idade. Foi concluído que na fase inicial 1 (do
desmame até os 42 dias de idade) a dieta com 40% de LDP proporcionou
significativamente um maior GP e melhor CA aos leitões, apesar do CR não ter sido
significativo. Na fase inicial 2 (42-63 dias de idade) foi observado uma melhor CA na
dieta com 40% de LDP, porém o GP e o CR não foram afetados significativamente. Na
fase total (desmame aos 63 dias de idade) verificou-se que os leitões que consumiram
a dieta com 40% de LPD (fase inicial 1) e 20% de LDP (fase inicial 2) apresentaram um
maior GP e melhor CA, entretanto o CR não apresentou diferenças significativas.
Concluíram os autores que a elevada inclusão de LDP favorece o desempenho de
leitões no período de creche.
Testando níveis de 10 e 12% de lactose (através da utilização do soro de leite)
em rações para leitões desmamados aos 28 dias, FEDALTO et al. (2002) verificaram
que não ocorreu diferenças significativas entre os níveis quanto ao desempenho dos
animais.
Com o objetivo de definir qual o melhor nível de tolerância de soro de leite
integral a ser utilizado em dietas no período de creche, GARCIA et al. (2003)
compararam quatro níveis de inclusão de soro de leite integral (0, 7, 14 e 21%) em
rações de leitões desmamados aos 23 dias de idade. Os resultados demonstraram que
não houve diferenças significativas para ganho de peso médio diário, consumo de
ração médio diário e conversão alimentar, entre os diferentes níveis de inclusão.
65
VENTE-SPREEUWENBERG et al. (2004) conduziram um experimento com
leitões desmamados aos 27 dias de idade e que não tiveram acesso a rações pré-
iniciais durante o aleitamento. Os tratamentos consistiram de 2 dietas isoprotéicas com
duas fontes de proteína: leite desnatado em (LDP) ou farinha de pena hidrolisada
(FPH) que apresentavam uma digestibilidade ileal de 88% e 65%, respectivamente. As
dietas continham a mesma proporção de aminoácidos essenciais. As fontes protéicas
não afetaram significativamente o consumo durante os três primeiros dias pós-
desmame. Do dia 0 para o 2º dia o consumo aumentou de 28,9g para 202,1g por
leitão/dia. Na segunda semana, o consumo dos leitões que receberam LDP foi
significativamente maior que a dos leitões que consumiram FPH. Os autores
concluíram que o LDP tem um efeito estimulatório sobre o consumo.
1.1.3 - Plasma Sanguíneo em Pó
Os resultados de desempenho observados com a utilização do plasma
sanguíneo em pó (PSP), plasma bovino em pó (PBP) ou plasma suíno em pó (PSuP),
têm sido bastante variáveis, mas demonstraram ser efetivos quando utilizados em
dietas de suínos desmamados precocemente, tornando-se desta forma, uma fonte
indispensável na alimentação de leitões as o desmame (ARAÚJO et al., 2002).
Neste sentido, CARROLL et al. (2002) observaram que houve melhora no desempenho
de leitões consumindo plasma sanguíneo em (PSP) quando comparados com
animais que receberam dietas sem PSP.
KATS et al. (1994b) verificaram aumento no ganho de peso diário (GPD) e no
consumo de ração diário (CRD) em leitões alimentados com níveis crescentes de PSP.
KATS et al. (1994a e b) também afirmaram que a adição de PSP na dieta de leitões
desmamados precocemente resultou, em alguns casos, na melhora da conversão
alimentar. De maneira semelhante, GRINSTEAD et al. (2000) observaram que o PSuP
e o PSP melhoram a conversão alimentar de leitões desmamados precocemente.
Segundo GATNAU et al (1995) a inclusão entre 2 e 6% de PSP na dieta de
suínos desmamados, melhorou o consumo de ração (CR), assim como o ganho de
peso diário (GPD) e a conversão alimentar (CA). Reforçando esta afirmação WEAVER
et al. (1995), analisaram os resultados de 25 experimentos utilizando a proteína do
plasma em pó nas rações de leitões após o desmame e concluíram que houve um
incremento em 39% no GPD, 32% no CR e 5,4% na CA. Da mesma forma, ERMER et
66
al. (1992), ERMER et al. (1994), ALLEE e TOUCHETTE (1999) e VAN DIJK et al.
(2001) concluíram que a inclusão do PSP melhorou a palatabilidade da dieta e
consequentemente o CR, especialmente durante os primeiros estágios de vida do
leitão.
Analisando os resultados obtidos por vários autores, LUDKE et al., (1998)
concluíram que a inclusão de 6 a 10% de PSuP nas dietas de desmame a partir dos
dez dias de idade proporcionaram melhora no desempenho dos leitões, desde que se
suplemente, as mesmas, também com lactose. Neste contexto, TOUCHETTE et al.
(1995) verificaram que em dietas contendo PSP, os leitões necessitaram da inclusão
de lactose entre 0 e 15% para maximizar o desempenho, enquanto, em dietas sem
PSP, os leitões necessitaram de 30 a 45% de lactose.
Utilizando o PSuP no nível de 4% como substituto parcial ao soro de leite em
dietas de leitões desmamados aos 28 dias de idade, FEDALTO et al. (2002)
observaram que a adição de 4% do alimento, não melhorou significativamente o
desempenho dos leitões quando comparado aos animais de tratamentos que continha
apenas soro de leite.
Uma pesquisa de 35 dias com leitões desmamados aos 21 dias de idade foi
realizada por GRINSTEAD et al. (1998) para verificarem os efeitos do PSP e da
proteína concentrada do soro de leite (PCSL) no desempenho dos animais. Os
tratamentos foram: T1 - dieta controle contendo leite desnatado em pó; T2 - dieta
controle contendo 2,7% de PSP; T3 – dieta controle contendo 5,4% de PSP, T4 dieta
controle contendo 2,7% de PCSL e T5 – dieta controle contendo 5,4% de PCSL. As
dietas foram administradas de 0-14 dias após o desmame e em seguida, dos 14-35
dias de experimento, foi oferecida uma dieta a base de milho e soja para todos os
animais. Os autores verificaram que de 0-7 dias pós-desmame o aumento no PSP
aumentou linearmente o GP e o CR, entretanto a PCSL o afetou o GP, CR e a CA.
De 0-14 e de 0-35 dias de ensaio, as fontes protéicas não afetaram o GP, CR e a CA.
Contrariando estes resultados FIGUEIREDO (2002), revelou que na maioria dos
experimentos, os leitões que receberam PSP na dieta apresentaram melhor
desempenho do que àqueles que receberam leite desnatado em pó.
COFFEY e CROMWELL (1995) trabalharam com leitões desmamados e
utilizando níveis de 0-12% de plasma no período de 21 a 36 dias de idade e
encontraram respostas positivas apenas para a conversão alimentar quando o
experimento foi conduzido em uma estação experimental. No entanto, quando o
67
experimento foi conduzido numa instalação convencional, houve resposta à adição de
plasma.
STAHLY (1996) constatou que a adição de proteínas plasmáticas secas pelo
método spray em dietas de leitões melhorou o GP e a CA em animais expostos a altos
níveis de antígenos, porém em animais com um baixo nível de exposição, tal fato não
foi verificado. Entretanto, BUTOLO et al. (1999) observaram aumento linear no
consumo diário de ração (0-14, 15-35 e 0-35 dias de experimento) à medida que
aumentaram o nível de PSuP (0; 2,5; 5; 7,5%) na ração de leitões durante a fase inicial,
contudo o GP e a CA não foram influenciados, sendo sugerido que tal fato possa ter
ocorrido por ser o ambiente experimental com menor desafio sanitário, que as
instalações convencionais. Segundo os mesmos, a inclusão do plasma pode ter
estimulado o consumo através da melhoria na palatabilidade.
Um ensaio foi conduzido por VAN DER PEET-SCHWERING e BINNENDIJK
(1995) durante 34 dias com leitões desmamados aos 28 dias de idade e submetidos a
quatro tratamentos: T1 - ração com proteína animal e 0% de PSuP; T2 - ração com
proteína animal e 5% de PSuP; T3 - ração com proteína vegetal e 0% de PSuP; T4 -
ração com proteína vegetal e 5% de PSuP. De 1-14 dias administraram as rações
experimentais e em seguida (15-34 dias de experimento) os animais foram alimentados
com rações iniciais comerciais. Os autores concluíram que a fonte de proteína da dieta
(animal e vegetal) não influi sobre o efeito do plasma, quando se utiliza o mesmo
durante os primeiros 14 dias em rações de desmama.
Conduzindo um ensaio para determinar se o PSP aumentava o desempenho
em leitões desmamados entre 14-17 dias de idade, TOUCHETTE et al. (1997)
ofereceram aos leitões rações contendo 0 ou 7% de PSP. Os animais alimentados com
dietas contendo PSP tiveram o CR, GP e a CA significativamente maiores que aqueles
leitões que consumiram a dieta sem plasma.
JIANG et al. (2000) estudaram os efeitos de uma dieta contendo PSuP em 96
leitões desmamados aos 14 dias de idade. Os tratamentos eram: (C) - livre aceso à
dieta controle, (P) - livre acesso a uma dieta contendo PSuP (10%) e (PPF) - dieta com
proteína plasmática onde a ingestão alimentar do grupo foi ajustada para se igualar a
ingestão alimentar do grupo (C) com base no peso corpóreo, isso para eliminar o efeito
do aumento de ingestão no grupo (P); as dietas foram isocalóricas. Os autores
verificaram que aos 16 dias de experimento o ganho de peso no grupo (P) foi
significativamente maior que nos leitões do grupo (C); o ganho de peso foi similar nos
leitões dos grupos C e PPF. A ingestão de proteína no grupo (P) foi significativamente
68
maior que no grupo (PPF); nenhuma diferença significativa foi encontrada entre os
grupos (C) e (P). A conversão da eficiência protéica nos grupos (P) e (PPF) foi
significativamente maior que no grupo C. Os pesquisadores concluíram que o PSuP
melhorou a ingestão alimentar e o ganho de peso de leitões desmamados
precocemente.
Leitões desmamados aos 20 dias de idade e submetidos a uma ração controle
e uma outra contendo PBP nas proporções de 5% de PBP na primeira semana e 3%
de PBP na segunda semana, foram avaliados por MUNIZ et al. (2000). Os autores
concluíram que a dieta contendo o PBP não foi diferente estatisticamente da ração
controle quanto ao GP e o CR; desta forma, o PBP mostrou-se ser um alimento viável
leitões recém-desmamados até as duas primeiras semanas.
Realizando um ensaio com leitões desmamados precocemente e alimentados
com dietas contendo PSuP e PBP, OWUSU-ASIEDU et al. (2002) constataram que o
ganho de peso foi numericamente maior para os animais alimentados com dietas
contendo PBP. Todavia, o consumo foi numericamente maior para os leitões
alimentados com dietas contendo PSuP que àqueles alimentados com PBP.
NOGUEIRA (2001) formulou dietas experimentais, para atender às exigências
nutricionais de leitões dos 21 aos 42 dias de idade dividindo-as em: 1 - dieta controle; e
2 - dieta controle + 4% de PSuP. Os parâmetros de desempenho zootécnico dos
animais foram obtidos nos períodos de 21 a 28, 28 a 35 e 35 a 42 dias de idade, em
função dos diferentes tratamentos experimentais. Os resultados indicaram não haver
diferenças estatísticas para o ganho de peso diário, consumo médio diário e conversão
alimentar em relação aos diferentes períodos analisados e aos tratamentos
experimentais
Utilizando leitões desmamados aos 21 dias de idade, BARBOSA et al. (2005)
avaliaram diferentes níveis de inclusão de PSP em três períodos distintos: 21 a 28
(período 1); 29 a 35 (período 2) e 36 a 42 (período 3) dias de idade. Nos tratamentos
foram adicionados níveis de 0%; 4,0%; 6,0% e 8,0% de PSP para o período 1; 0%;
2,8%; 4,2% e 5,6% de PSP para o período 2 e 0%; 2,0%; 3,0% e 4,0% de PSP para
período 3. Os animais ainda permaneceram no experimento até os 56 dias de idade
recebendo ração convencional de creche para que se observasse um possível ganho
compensatório entre os tratamentos. Contudo, o foram constatadas diferenças
significativas entre os tratamentos para a conversão alimentar quando foi analisado o
período total (0 a 35 dias s desmame). Por outro lado, o consumo de ração diário
variou de forma quadrática com o aumento dos níveis de inclusão de plasma na dieta,
69
sendo o ponto máximo correspondente ao nível de 2,10% de inclusão. O ganho de
peso diário tamm foi afetado de forma quadrática com o aumento de plasma, sendo
2,39% o nível de máxima resposta. Os níveis de 4,29% para o período 1, 2,45% e
2,87% para o período 2 e 1,26% para o período 3 foram aqueles que proporcionaram
melhor desempenho aos animais.
Desenvolvendo um ensaio com leitões desmamados aos 14 dias de idade,
GATTÁS et al. (2005) avaliaram níveis de inclusão de PSP sobre o desempenho, em
três períodos consecutivos: 14 a 28 (período 1); 29 a 35 (período 2) e 36 a 42 (período
3) dias de idade. Os níveis de inclusão foram de 0,0%; 4,0%; 6,0% e 8,0% no período
1; 0,0%; 2,8%; 4,2% e 5,6% para o período 2 e 0,0%; 2,0%; 3,0% e 4,0% para o
período 3. Dos 43 aos 56 dias de idade todos os leitões receberam uma mesma dieta
isenta de PSP. Os autores concluíram que o nível ótimo de inclusão de PSP na dieta
de leitões desmamados aos 14 dias de idade foi de 8% para o período 1 e 4,2% para o
período 2. No período 3 não houve resposta positiva à inclusão do PSP na dieta.
1.2 - Antecedentes Experimentais Sobre o Uso de Proteína Vegetal
1.2.1 - Soja e Seus Derivados
A maior percentagem da soja produzida é destinada à obtenção de óleo
comestível, apresentando como subproduto o farelo de soja (FS), largamente
empregado como fonte protéica na dieta de monogástricos (MIURA et al., 2000 e
VIANA FILHO, 1992).
Realizando um ensaio com leitões desmamados aos 26 dias de idade, GUASTALE
et al. (1998) compararam o efeito da soja tradicional com o da soja sem fator antitripsínico de
Kunitz, na fase de creche. Os teores de fatores antitrípticos no cultivar de soja BR-36 e
naquele sem o fator de Kunitz foram, respectivamente, de 19,4 e 10,4mg de inibidores de
tripsina/g de soja desengordurada. Os resultados revelaram que existe uma quantidade
mínima de fator antitríptico dietético capaz de prejudicar o desempenho. A partir desse nível, o
acréscimo na quantidade de fator antitripsínico na soja não piorou o desempenho dos animais.
SOHN et al. (1994) constataram que o processamento da soja integral permitiu
aos leitões desmamados aos 21 dias de idade desempenho semelhante àqueles
alimentados com produtos lácteos. Por outro lado, LI et al. (1990) comprovaram os
70
efeitos deletérios do FS no trato digestivo e as implicações negativas no desempenho
de leitões desmamados aos 21 dias de idade, quando substituíram a proteína láctea
dietética.
Um experimento foi conduzido por BERTOL et al. (2000) utilizando leitões
desmamados aos 21 dias de idade e submetidos as seguintes dietas: T1 - 100% FS
como principal fonte protéica; T2 - substituição de 30% do FS da dieta testemunha por
proteína concentrada de soja (PCS); T3 - substituição de 30% do FS da dieta
testemunha por PCS e 20% por leite desnatado em (LDP); T4 - substituição de 50%
do FS da dieta testemunha por PCS; T5 - substituição de 50% do FS da dieta
testemunha por PCS e 20% por LDP. As dietas foram fornecidas de 0-14 e de 14-35
dias após o desmame e continham 14% de lactose, proveniente do soro de leite em ,
da lactose cristalina e do LDP, sendo as mesmas isocalóricas e isolisínicas. Os autores
chegaram a conclusão que a substituição de parte do FS por PCS em qualquer dos
níveis testados, bem como a substituição de 20% do FS por LDP, não afetou
significativamente o desempenho dos animais em nenhuma das fases avaliadas no
período de creche, com exceção da conversão alimentar no período dos 14 a 35.
TRINDADE NETO et al. (2002a) utilizaram o farelo de soja (FS), soja integral
macerada (SIM) e soja micronizada (SM) em dietas para leitões desmamados aos 21
dias de idade. Os subprodutos do leite não foram abolidos da ração. As dietas foram
isonutritivas. A fase 1 se estendeu dos 21-42 dias de idade, a fase 2 dos 42-56 dias de
idade e o período total dos 21 aos 56 dias de idade. Na fase 1, houve diferenças
estasticas no ganho de peso e a dieta com FS propiciou melhor desempenho, seguida
daquela com SIM. A distinção entre os tratamentos para a conversão alimentar,
caracterizou a maior eficiência dos leitões na utilização dos nutrientes da dieta com o
FS. Na fase 2, o ganho de peso (GP) e o consumo de ração (CR) foram maiores
significativamente para os leitões que receberam FS em relação aos da SM. A
semelhança entre os tratamentos para a conversão alimentar (CA) caracterizou a maior
eficiência dos leitões na utilização da dieta com o FS. No período total, constatou-se
efeitos significativamente positivos no GP, CR e CA para os animais que receberam a
dieta com FS. Os autores concluíram que o FS foi o mais indicado na alimentação de
leitões nas fases 1 e 2 do período de creche, e que a SIM permitiu maior GP ao leitão,
quando comparada à SM.
Cinco dietas preparadas para serem isonutritivas e contendo diferentes tipos de
soja micronizada (N530, N170, NE, SM35 e SM170) foram testados por MOITA et al.
(1991) num estudo nutricional para leitões desmamados dos 12 aos 28 dias de idade.
71
Os resultados revelaram que não foi observado efeito significativo dos tratamentos
sobre as variáveis de desempenho, desta forma os autores concluíram que é viável sua
utilização para leitões desmamados no período de 12 a 28 dias de idade.
Segundo LI et al. (1991), leitões que receberam dieta com proteína
concentrada de soja extrusada tenderam a apresentar maior ganho de peso diário e
melhor conversão alimentar nos primeiros 14 dias após o desmame do que os que
receberam uma dieta com farelo de soja. Apesar de todas as dietas conterem alto
conteúdo de lactose (31,5%), os autores o obtiveram diferenças no desempenho do
período total da creche considerando-se os diferentes subprodutos da soja.
Trabalhando com leitões desmamados aos 21 dias de idade, NUNES et al.
(1993) constataram que a conversão alimentar foi semelhante, enquanto que o ganho
de peso diário e o consumo de ração diário foram melhores para os animais que
receberam FS, quando comparados àqueles que receberam soja extrusada.
Em um experimento com leitões desmamados aos 25 dias de idade e
submetidos a dietas onde o farelo de soja (FS) foi substituído nos níveis de 0, 25, 50,
75 e 100% pela soja integral extrusada (SIE), THOMAZ et al. (1996) concluíram que,
de forma geral, os diferentes níveis de SIE utilizados o afetaram o desempenho dos
leitões, embora tenha sido sugerido que o nível de 50% de substituição, além de ter
permitido bons resultados de desempenho, ainda possibilitou o balanceamento das
rações sem a adição de óleo.
Dois experimentos com quatro níveis (0, 20, 40 e 60%) de substituição do
farelo de soja (FS) pela soja integral extrusada (SIE), foram executados por BERTOL et
al. (2001a) trabalhando com leitões desmamados aos 21 dias de idade. Nos
experimentos 1 e 2 o FS tinha 48% e 44% de proteína bruta (PB), respectivamente. As
dietas foram fornecidas de 0-14 dias s-desmame. No período seguinte, foi fornecida
a mesma dieta inicial a todos os leitões, do 15
o
ao 35
o
dia após o desmame. Todas as
dietas iniciais do experimento 1 continham 14% de soro de leite em pó e no
experimento 2, 18% de soro de leite em . As dietas do experimento 1 e 2 foram
isonutritivas. No experimento 2 também foi adotado o mesmo critério, entretanto, com
outros níveis nutricionais. Os autores concluíram que a substituição parcial do FS pela
SIE na dieta de leitões desmamados aos 21 dias de idade melhora o desempenho dos
mesmos na fase inicial as o desmame.
BERTOL et al. (2001b) realizaram dois experimentos com quatro níveis (0, 25,
50 e 75%, no experimento 1) e (0, 20, 40 e 60%, no experimento 2) de substituição do
farelo de soja (FS) pela proteína texturizada de soja (PTS) em dietas de leitões
72
desmamados aos 21 dias de idade. As dietas foram fornecidas de 0-14 dias s-
desmame. No período seguinte, foi fornecida a mesma dieta inicial a todos os leitões,
do 15
o
ao 35
o
dia após o desmame. As dietas do experimento 1 e 2 foram isonutritivas
e continham tamm os mesmos níveis de soro de leite em pó (18%). Os autores
concluíram que a PTS é um ingrediente potencialmente mais digestível que o FS por
conter proteínas com menor atividade biológica.
Realizando uma pesquisa com leitões desmamados aos 21 dias de idade,
BERTOL et al. (2001c) substituíram 50% do farelo de soja (FS) da dieta dos animais
por soja integral extrusada (SIE), proteína texturizada de soja (PTS) e proteína
concentrada de soja (PCS). As dietas foram fornecidas até 14 dias após o desmame,
eram isonutritivas e, continham os mesmos níveis de soro de leite em pó (10%) e
lactose (14%). Foi observado que o FS isolado obteve os piores resultados de
desempenho entre 15-35 dias e no período total (0-35 dias), com exceção para a
conversão alimentar. Os pesquisadores concluíram que os subprodutos SIE, PTS e
PCS não apresentaram diferenças entre si como substitutos parciais do FS na dieta
dos animais.
1.2.2 - Farelo de Algodão
O uso do farelo de algodão (FA) não é muito difundido nas dietas de
monogástricos. Considerando-se a principal causa o seu elevado teor de fibra bruta, e
baixo contdo de energia digestível (LOPES, 2002), assim sendo, a adição deste
alimento em rações de leitões nas fases pré-inicial e inicial é pouco recomendado
(POLINUTRI, 2003).
Utilizando o FA em rações isoprotéicas para leitões a partir dos 63 dias de
idade, VIANA et al. (1976) formularam os seguintes tratamentos: T - ração controle; T1
- substituição de 12,5% de mistura farelo de soja/farelo de trigo por 12,5% de FA; T2 -
substituição de 15% de mistura farelo de soja/farelo de trigo por 15% de FA e T3 -
substituição de 17,5% de mistura farelo de soja/farelo de trigo por 17,5% de FA. Os
autores concluíram que a substituição da mistura farinha de soja/farelo de trigo por FA
nos níveis de 12,5 a 17,5%, reduziu o ganho de peso dos animais e piorou a conversão
alimentar.
Conduzindo dois experimentos de desempenho com leitões (15-30kg),
MOREIRA et al. (2003) estudaram a inclusão de 2 tipos de FA na ração destes
73
animais. No experimento 1 foi avaliada a variedade FA-38 (35,9% PB e 15,6% FB) e no
experimento 2 a variedade FA-46 (42,0% PB e 12,2% FB). Foram utilizados cinco
níveis de inclusão: 0, 4; 8; 12 e 16%. As rações foram isonutritivas. O consumo diário
de ração (CDR) apresentou efeito quadrático com a inclusão do FA-38, sendo o melhor
CDR no nível de 8,2%. O ganho diário de peso (GDP) apresentou efeito quadrático,
sendo o melhor valor obtido com o nível de 10,18% de inclusão de FA-38. A conversão
alimentar (CA) piorou linearmente com inclusão do FA-38. A inclusão de níveis
crescentes de FA-46, reduziu de forma quadrática o CDR e o GDP, enquanto que a CA
piorou linearmente. Os resultados sugerem que o FA-38 pode ser utilizado até o nível
de 10% em rações de leitões, e que a inclusão do FA-46 piorou o desempenho dos
leitões.
DOVE (1998) utilizou o FA em dietas para suínos desmamados aos 25 dias de
idade. O experimento teve duas fases, uma de 0-7 dias s-desmame e a outra de 8-
28 dias s-desmame. As dietas experimentais foram isonutritivas e continham 0, 4, 8
e 12% de FA em ambas as fases. O autor verificou que a adição de níveis crescentes
de FA não afetou significativamente o desempenho dos animais. A média do consumo
de ração (CR), ganho de peso (GP) e conversão alimentar (CA) foi similar entre os
tratamentos em ambas as fases. Os dados do estudo indicaram que o FA pode ser
adicionado em dietas de leitões até o nível de 12% sem afetar o desempenho dos
animais.
Com relação a outras espécies, o FA foi estudado em dietas para frangos de
corte durante a fase inicial (0-28 dias de idade). DE MELO e SILVA (1994) utilizaram
esta fonte protéica vegetal nos níveis de 0, 6, 12, 18 e 24% em rações isoprotéicas e
isocalóricas. A partir do T3, os autores adicionaram sulfato ferroso para eliminar o
efeito tóxico do gossipol livre do FA que apresentava uma concentração 400 ppm. Os
resultados obtidos demonstraram que não houve diferença estastica entre os
tratamentos para GP, CR e CA. Concluíram os pesquisadores que a inclusão do FA até
o nível de 24% pode ser usado sem prejudicar significativamente o desempenho dos
animais.
BUTOLO (2002) relatou que pesquisas têm sido efetuadas em frangos de corte
utilizando níveis de 10 a 20% de FA com proteína mais elevada, em torno de 45% e
fibra bruta reduzida (
tentativa deve estar baseada na relação custo/benecio e em função da disponibilidade
dos aminoácidos, que é inferior no FA, quando comparado com o farelo de soja.
74
1.2.3 - Farelo da Amêndoa da Castanha de Caju
O farelo da amêndoa da castanha de caju (FACC) é uma fonte protéica de alta
qualidade. A anacardina é a principal proteína da amêndoa e, isoladamente, é a que
mais se aproxima dos protídeos de origem animal, por isso merece a denominação de
carne vegetal” (LIMA, 1988).
Trabalhando com diferentes níveis de inclusão (0; 7; 14 e 21%) do FACC na
ração de suínos na fase de crescimento, CASTRO (2001) não encontrou diferenças
significativas para o ganho de peso (GP) até o nível de inclusão de 21%, porém o
consumo de ração (CR) e a conversão alimentar (CA) melhoraram entre os tratamentos
a medida que os níveis de FACC foram aumentados.
RODRIGUES (2001) utilizou o FACC nos níveis de 0; 7; 14 e 21% para avaliar
o desempenho de suínos na fase inicial verificando que o houve diferenças
significativas para o ganho de peso médio diário (GPMD), consumo de ração médio
diário (CRMD) e conversão alimentar entre os leitões que receberam dietas com FACC,
e os animais que receberam a dieta controle. O autor concluiu que o FACC pode ser
usado até o nível de 21% nas rações para suínos de 21 a 42 dias de idade.
Incluindo o FACC em dietas de leitões com idade média de 104 dias e 61,46kg
de PV, nos níveis de 0, 6, 12 e 18%, sob duas formas de arraçoamento (dietas secas e
úmidas), CARVALHO et al. (2005a) mostraram que não houve diferença significativa
para GP e CA, entretanto houve diferenças significativas para o CR dos animais
submetidos a dietas contendo diferentes níveis de FACC, observando-se piora do
consumo à medida que se aumentava os níveis de inclusão de FACC. Os autores
concluíram que o FACC pode ser utilizado até o nível de 18% nas rações de suínos em
terminação.
CARVALHO et al. (2005b) adicionaram o FACC em rações isonutritivas para
leitões na fase inicial (43 a 63 dias de idade), nos níveis de 0, 7, 14 e 21%. Foram
encontradas diferenças significativas para GP e CR em função dos níveis crescentes
de FACC. A CA dos leitões não foi afetada pelos níveis de inclusão de FACC. Os
autores concluíram que o FACC pode ser utilizado até o nível de 14% nas rações de
suínos de 43 a 63 dias de idade.
Com relação a outras espécies, ONIFADE et al. (1998) constataram uma
redução no CR e melhora na CA quando as frangas na fase de recria foram
alimentadas com rações contendo o FACC. Segundo estes pesquisadores isto ocorreu
75
em razão do maior aproveitamento da energia da ração contendo FACC, uma vez que
as aves regulam o consumo pela ingestão de energia.
Trabalhando com diferentes níveis de inclusão (0; 5; 10; 15; 20 e 25%) do
FACC na dieta de frangos de corte, SANTOS Jr. (1999) observou que o GP e a CA
foram afetados significativamente pelos níveis de inclusão do produto nas dietas da
fase inicial e engorda. Na fase inicial, foi verificado um efeito quadrático para GP e CA.
Entretanto, na fase de engorda, foi observado um efeito linear crescente para o GP e
um efeito quadrático para a CA. O autor concluiu que a inclusão de FACC melhorou o
GP e a CA das aves aos 42 dias de idade.
MILITÃO (1999) avaliou o efeito de dietas para frangos de corte contendo
diferentes níveis do FACC com ou sem adição de um complexo enzimático (0% de
FACC; 0% de FACC + 0,1% enzimas; 7,5% de FACC; 7,5% de FACC + 0,1% enzimas;
15% de FACC; 15% de FACC + 0,1% enzimas). O autor verificou que não houve uma
melhora significativa no GP e CR, entretanto as aves que consumiram a dieta com 15%
de FACC apresentaram significativamente uma melhor CA que aquelas que receberam
dietas com 0% e 7,5% de FACC. Finalmente o mesmo recomendou a inclusão de 15%
de FACC nas dietas de frangos de corte.
Avaliando o efeito da substituição parcial do milho e do farelo de soja por
níveis crescentes de inclusão do FACC (0, 8, 16 e 24%) sobre o desempenho de
frangos de corte na fase de crescimento, FREITAS et al. (2005a) observaram que o
GP, CR e a CA não foram influenciados significativamente pelos níveis de inclusão do
FACC na ração, podendo o mesmo ser utilizado até o nível de 24%.
FREITAS et al. (2005b), estudaram o efeito da inclusão do FACC (0, 8, 16 e
24%) sobre o desempenho de frangos de corte na fase inicial, constatando que o CR e
o GP foram influenciados significativamente de forma linear negativa pelos níveis de
inclusão do FACC na ração. Entretanto, a CA não foi afetada significativamente pelos
tratamentos. Os autores concluíram que a inclusão de até 24% de FACC em rações
para frangos de corte não afetou o desempenho dos animais.
76
2 – MATERIAL E MÉTODOS
2.1 - Localização e Duração do Experimento
A pesquisa de campo foi conduzida no Setor de Suinocultura do Departamento
de Zootecnia do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Ceará
(CCA/UFC), situado no Campus do Pici, em Fortaleza – Ceará.
Iniciou-se em 19 de setembro de 2003 e teve a duração de 42 dias dividido em
duas fases, sendo a fase 1 o período que correspondia dos animais desmamados, com
21 dias até os 42 dias de idade e a fase 2 dos 42 aos 63 dias de idade.
2.2 – Condições Ambientais
A umidade relativa do ar, a precipitação pluviométrica, a temperatura média
compensada e os dias de precipitação durante o período experimental foram
monitoradas através do Setor de Meteorologia do Departamento de Engenharia
Agrícola do Centro de Ciências Agrárias da UFC (DEA/CCA/UFC), que fica
aproximadamente a 200m do Setor de Suinocultura, sendo que os dados médios
apresentados na Tabela II.1. A temperatura média máxima e mínima no interior do
galpão experimental foram diariamente computadas e os dados médios também
encontram-se na referida tabela.
TABELA II.1 – Dados meteorológicos durante o experimento de campo.
Fases
Parâmetros
1
2
Temperatura média máxima (ºC)
30,98
32,80
Temperatura média mínima (ºC)
25,40
26,77
Temperatura média compensada (ºC)
27,74
29,27
Umidade relativa (%)
69,00
74,00
Precipitação pluviométrica (mm)
2,70
3,30
Dias de precipitação (d)
2
4
77
2.3 – Instalações e Equipamentos
Para a realização do experimento foi utilizado um galpão aberto, construído
com alvenaria, pé direito com altura de 2,50m, cobertura com telha de barro e piso
compacto de cimento com rugosidade média e declividade em torno de 3%. O mesmo
era dividido lateralmente, por meio de paredes de alvenaria de 1,00m de altura, em 32
baias, sendo 16 baias para cada lado do galpão, divididas por um corredor de 1,00m de
largura. Entretanto, usou-se apenas 20 baias, desprezando-se as três primeiras baias
de cada extremidade e de cada lado do galpão.
A área física de cada baia media 1,50m de largura por 3,00m de comprimento
(Figura II.1). Em seu interior encontrava-se um comedouro de cimento situado próximo
ao corredor e um bebedouro tipo chupeta em extremidade oposta, situado nas
imediações do ralo para escoamento de dejetos. No centro de cada baia foi instalada,
de forma suspensa a uma altura de 0,50m do piso, uma lâmpada incandescente de
100W. Na fase 2 a lâmpada foi elevada a uma altura de 1,00m do solo para evitar
acidentes com os animais.
As pesagens dos animais e das sobras de ração foram realizadas em balança
eletrônica, com divisões de 0,1kg, instalada no corredor do galpão.
...
FIGURA II.1 Estrutura física externa e interna do galo experimental.
78
2.4 – Animais Experimentais
Foram utilizados inicialmente, 80 leitões machos de uma mesma linhagem
comercial, desmamados com 21 dias de idade, com peso médio inicial de 5,49kg, e
que haviam recebido ração pré-inicial à base de milho, farelo de soja e cleo
comercial para leitões lactentes, a partir do 7º dia de vida. Os animais foram
provenientes de uma granja suinícola situada no município de Croatá - CE.
2.5 – Manejo Sanitário
Devido ao fato do galo ter sido recém construído e nunca usado, optou-se
apenas por uma prévia caiação das paredes com cal virgem e pela varredura do piso
antes da instalação dos leitões.
Durante a fase 1, os dejetos produzidos pelos animais foram retirados
diariamente, pela manhã, por meio de limpeza à seco. Na fase 2, devido ao aumento
no volume de matéria fecal produzida, logo após a limpeza matinal a seco, as baias
também eram lavadas com água corrente.
Nos animais, foi colocado no local da perfuração dos brincos de identificação
um spray repelente para evitar futuras infeões. Durante os dois primeiros dias de
experimento, também era aplicado uma solução de álcool iodado nas regiões
excessivamente hiperêmicas ou raladas dos animais que participaram de disputas
hierárquicas na baia.
2.6 - Dietas Experimentais
2.6.1 – Composição das Dietas Experimentais
Na composição das dietas entraram ingredientes convencionais como: milho,
farelo de soja, leite desnatado em pó, calcário, fosfato bicálcico, protenose, açúcar,
óleo de soja, sal, premixes mineral e vitamínico e, aminoácidos sintéticos (lisina e
metionina).
Em função da natureza de cada dieta, foi adicionada proteína de origem animal
(farinha de carne ou plasma sanguíneo em pó) e proteína de origem vegetal (farelo de
79
algodão ou farelo da amêndoa da castanha de caju) em níveis pré-fixados e
apresentados nas Tabelas II.4 e II.5. As dietas que continham o farelo de algodão
sofreram a adição de sulfato ferroso monohidratado (FeSO
4
. H
2
O) com o intuito de
neutralizar um possível efeito nocivo do gossipol, conforme preconizado por PINHEIRO
(1972). O mesmo foi acrescentado à dieta na proporção de 1:1000.
2.6.2 - Alise Químico-Bromatológica das Matérias-Primas Utilizadas
As alises químico-bromatológicas dos diferentes ingredientes que formaram
as rações experimentais foram efetuadas no Laboratório de Nutrição Animal do
Departamento de Zootecnia - CCA/UFC.
As matérias primas foram analisadas quanto aos teores de matéria seca,
proteína bruta, extrato etéreo, fibra bruta e cinzas, segundo a AOAC (1975); e os dados
encontram-se na Tabela II.2.
TABELA II.2 – Análise químico-bromatológica dos diferentes ingredientes das
rações.
Ingredientes
MS (%)
Cinzas (%)
PB (%)
EE (%)
FB (%)
Milho moído
88,67
1,42
8,33
5,10
2,10
Farelo de soja
88,62
5,77
41,73
1,90
6,90
Farelo de algodão
90,12
5,90
37,98
3,87
10,50
FACC*
91,67
2,75
21,50
39,70
3,90
Leite desnatado em pó
94,55
6,37
32,03
0,35
----
Farinha de carne
91,47
28,02
42,28
16,90
----
Plasma sanguíneo em pó
91,72
7,12
67,55
0,07
----
Protenose
91,05
----
58,02
----
----
Análises efetuadas no Laboratório de Nutrição Animal do Departamento de Zootecnia - CCA/UFC.
* Farelo da amêndoa da castanha de caju.
Os valores da análise calculada para energia digestível, sódio, cálcio, fósforo
disponível, nas dietas da fase I e fase II foram provenientes das Tabelas Brasileiras
para Aves e Suínos (ROSTAGNO et al., 2000), com exceção para o farelo da amêndoa
80
da castanha de caju (FACC) que teve os dados retirados da Tabela de Composição
Química e Valores Energéticos de Alimentos para Suínos e Aves (EMBRAPA, 1991).
Para o cálculo do fósforo disponível do FACC foi considerada a informação de
CASTELLÓ (1977) quando afirmou que aproximadamente dois terços do fósforo de
ingredientes vegetais encontram-se na forma de fitina, o sendo aproveitado pelas
aves e suínos; portanto foi computado apenas 33% do fósforo total encontrado na
Tabela da EMBRAPA (1991). Todos os valores para lisina e metionina + cistina foram
ajustados de acordo com o valor da proteína bruta exposto na Tabela II.2. De forma
complementar, uma amostra do farelo de algoo foi analisado quanto ao nível de
gossipol no Laboratório de Alta Tecnologia – Labtec/Campinas-SP e revelou que a
amostra apresentava um resíduo de 130 ppm de gossipol. A Tabela II.3 expressa os
dados citados.
TABELA II.3 – Alise químico-bromatológica calculada dos diferentes ingredientes das
rações.
Ingredientes
ED
(kcal/kg)
Na
(%)
Ca
(%)
P disp.
(%)
Lis
(%)
Met + Cis
(%)
Gossipol
(ppm)
Milho moído
a
3.476
0,029
0,03
0,08
0,24
0,36
----
Farelo de soja
a
3.421
0,07
0,32
0,19
2,58
1,18
----
Farelo de algodão
a
2.379
0,04
0,22
0,34
1,57
0,97
130
FACC
1b
3.468
----
0,07
0,15
0,89
0,44
----
LDP
2 a
3.816
0,37
1,19
0,94
2,58
1,21
----
Farinha de carne
a
2.348
0,71
14,31
6,20
1,98
1,23
----
PSP
3 a
4.447
2,40
0,23
0,20
6,17
3,34
----
Protenose
a
4.212
0,017
0,046
0,16
0,97
2,42
----
Óleo de soja
a
7.956
---
---
---
---
---
----
1
Farelo da amêndoa da castanha de caju;
2
Leite desnatado em pó;
3
Plasma sanguíneo em .
a - ROSTAGNO et al. (2000).
b - EMBRAPA (1991).
81
2.6 3 - Formulação das Dietas
Para a formulação das dietas experimentais utilizou-se o programa linear
Sistema de Formulação de Rações de Custo Mínimo” (TD SOFTWARE SUPER
CRAC, 1993). As dietas foram isocalóricas, isoprotéicas, isolisínicas, isometionínicas,
isocalcíticas, isofosfóricas e isosódicas.
As dietas em mero de cinco para fase 1, com nível de energia de 3.500 Kcal
ED/kg de ração e proteína bruta de 22% e, cinco para fase 2, com 3.400 Kcal ED/kg
ração e proteína bruta de 21%, de acordo com ROSTAGNO et al. (2000), estão
representadas nas Tabelas II.4 e II.5.
As dietas experimentais adotadas foram as seguintes:
Fase 1 (21-42 dias de idade)
T1 – Dieta basal + 10 % LDP.
T2 – Dieta basal + 5% PSP+ 15% FA.
T3 - Dieta basal + 5% FC + 15% FA.
T4 – Dieta basal + 5% PSP + 15% FACC.
T5 - Dieta basal + 5% FC + 15% FACC.
Fase 2 (42-63 dias de idade)
T1 – Dieta basal + 5 % LDP.
T2 – Dieta basal + 4% PSP + 12% FA.
T3 - Dieta basal + 4% FC + 12% FA.
T4 – Dieta basal + 4% PSP + 12% FACC.
T5 - Dieta basal + 4% FC + 12% FACC.
Dieta basal (milho + farelo de soja); LPD - Leite desnatado em pó; PSP - Plasma sanguíneo em
, FA - Farelo de algodão; FACC - Farelo da amêndoa da castanha de caju.
82
TABELA II.4 – Dietas experimentais da fase 1 (21-42 dias de idade).
T1
T2
T3
T4
T5
Ingredientes
Níveis de Incluo das Proteínas de Origem Animal e
Vegetal (%)
Milho moído
48,768
49,268
49,000
47,136
50,081
Farelo de soja
32,000
17,447
18,281
22,482
16,209
Farelo de algodão
----
15,000
15,000
----
----
FACC*
----
----
----
15,000
15,000
Leite desnatado em pó
10,000
----
----
----
----
Farinha de carne
----
----
5,000
----
5,000
Plasma sanguíneo em pó
----
5,000
----
5,000
----
Protenose
1,872
1,990
3,165
3,000
8,580
Açúcar
2,500
2,500
2,500
2,500
2,500
Óleo de soja
1,561
4,796
5,043
1,226
0,760
Fosfato bicálcico
1,639
1,964
0,324
2,061
0,442
Calcário
0,739
0,859
0,003
0,817
----
Sal comum
0,368
0,169
0,380
0,177
0,396
L- lisina
0,231
0,342
0,568
0,301
0,696
Dl-metionina 99
0,122
0,097
0,166
0,100
0,135
Suplemento mineral
1
0,100
0,100
0,100
0,100
0,100
Suplemento vitamínico
2
0,100
0,100
0,100
0,100
0,100
Sulfato ferroso
3
----
0,370
0,370
----
----
Total
100,000
100,000
100,000
100,000
100,000
Exigências Nutricionais
Proteína bruta (%)
22,00
22,00
22,00
22,00
22,00
Energia digesvel (kcal/kg)
3.500
3.500
3.500
3.500
3.500
Fibra bruta (%)
3,251
3,834
3,960
3,157
2,906
Extrato etéreo (%)
4,747
8,250
9,385
10,117
10,740
Lisina (%)
1,400
1,400
1,400
1,400
1,400
Metionina (%)
0,502
0,460
0,512
0,462
0,507
Met + Cis (%)
0.840
0.840
0.840
0.840
0.840
Cálcio (%)
0,900
0,900
0,900
0,900
0,900
Fósforo disponível (%)
0,500
0,500
0,500
0,500
0,500
Sódio (%)
0,220
0,220
0,220
0,220
0,220
* Farelo da amêndoa da castanha de caju.
(1) Premix Mineral para suínos (1:1) Composição por kg da mistura: 60.000 mg de Manganês;
85.000 mg de Ferro; 15.000 mg de Cobre; 80.000 mg de Zinco; 1.000 mg de Iodo; 1.000 g de
Veículo (q.s.p.).
(2) Premix Vitamínico para suínos na fase inicial (1:1) Composição por kg da mistura: 8.000.000 UI
de Vit. A; 160.000 UI de Vit. D3; 22 g de Vit. E; 2,4 g de Vit. K3; 2 g de Vit. B1; 6,6 g de Vit. B2; 2 g
de Vit B6; 26 mg de Vit. B12; 18 g de Ác. Pantotênico; 28 g de Niacina; 0,08 g de Biotina; 0,24g de
Ác. Fólico; 0,24 g de Selênio; 125 g de Antioxidante; 1.000 g de Veículo (q.s.p.).
(3) Sulfato Ferroso (1:1000).
83
TABELA II.5 - Dietas experimentais da fase 2 (42-63 dias de idade).
T1
T2
T3
T4
T5
Ingredientes
Níveis de Incluo das Proteínas de Origem Animal e
Vegetal (%)
Milho moído
56,045
55,830
54,562
52,384
52,471
Farelo de soja
29,900
19,000
22,000
22,000
24,500
Farelo de algodão
---
12,000
12,000
----
---
FACC*
---
---
---
12,000
12,000
Leite desnatado em pó
5,000
----
---
----
---
Farinha de carne
---
----
4,000
----
4,000
Plasma sanguíneo em pó
---
4,000
---
4,000
----
Protenose
3,368
1,518
1,009
3,273
2,917
Açúcar
2,000
2,000
2,000
2,000
2,000
Óleo de soja
----
2,209
2,643
----
---
Fosfato bicálcico
1,492
1,611
0,293
1,698
0,378
Calcário
0,812
0,897
0,199
0,866
0,173
Sal comum
0,312
0,125
0,291
0,133
0,299
L- Lisina
0,271
0,263
0,388
0,257
0,392
DL-Metionina 99
0,064
0,049
0,115
0,047
0,111
Suplemento mineral
1
0,100
0,100
0,100
0,100
0,100
Suplemento vitamínico
2
0,100
0,100
0,100
0,100
0,100
Sulfato ferroso
3
----
0,300
0,300
----
----
Inerte
0,536
---
---
1,142
0,559
Total
100,000
100,000
100,000
100,000
100,000
Exigências Nutricionais
Proteína bruta (%)
21,00
21,00
21,00
21,00
21,00
Energia digesvel (kcal/kg)
3.400
3.400
3.400
3.400
3.400
Fibra bruta (%)
3,275
3,759
3,984
3,120
3,340
Extrato etéreo (%)
3,572
5,920
6,996
7,980
8,692
Lisina (%)
1,280
1,280
1,280
1,280
1,280
Metionina (%)
0,423
0,394
0,439
0,397
0,440
Met + Cis (%)
0,760
0,760
0,760
0,760
0,760
Cálcio (%)
0,830
0,830
0,830
0,830
0,830
Fósforo disponível (%)
0,430
0,430
0,430
0,430
0,430
Sódio (%)
0,180
0,180
0,180
0,180
0,180
* Farelo da amêndoa da castanha de caju.
(1) Premix Mineral para suínos (1:1) Composição por kg da mistura: 60.000 mg de Manganês;
85.000 mg de Ferro; 15.000 mg de Cobre; 80.000 mg de Zinco; 1.000 mg de Iodo; 1.000 g de
Veículo (q.s.p.).
(2) Premix Vitamínico para suínos na fase inicial (1:1) Composição por kg da mistura: 8.000.000 UI
de Vit. A; 160.000 UI de Vit. D3; 22 g de Vit. E; 2,4 g de Vit. K3; 2 g de Vit. B1; 6,6 g de Vit. B2; 2 g
de Vit B6; 26 mg de Vit. B12; 18 g de Ác. Pantotênico; 28 g de Niacina; 0,08 g de Biotina; 0,24g de
Ác. Fólico; 0,24 g de Selênio; 125 g de Antioxidante; 1.000 g de Veículo (q.s.p.).
(3) Sulfato Ferroso (1:1000).
84
2.6.4 - Elaboração das Dietas
Para a preparação das dietas usou-se um misturador vertical na Fábrica de
Ração do Departamento de Zootecnia - CCA/UFC. Os ingredientes que se
apresentavam sob a forma de grãos foram triturados em um triturador com malha de
número 5, fornecendo ao final do processo uma ração do tipo farelada. Os macro-
ingredientes foram pesados em balança eletrônica para 200kg, e os micro-ingredientes
pesados em balança mecânica para 20kg.
Para cada dieta experimental, foi feita uma pré-mistura dos micro-ingredientes
(premixes mineral e vitamínico, metionina, lisina, sal) com aproximadamente 5kg dos
macro-ingredientes (milho, farelo de soja, calcário calcítico, fosfato bicálcico e
protenose). Na seqüência, as pré-misturas foram adicionadas gradativamente ao
restante dos macro-ingredientes, em um misturador vertical com capacidade para
1000kg. Após aproximadamente 5 minutos de movimentação, foi acrescentado
gradativamente o óleo vegetal, quando necessário.
Ao final, as rações foram acondicionadas em sacos de fibra sintética trançada,
identificados quanto aos tratamentos e transportados para o galpão experimental.
Como cada fase experimental compreendeu um período de 21 dias, as rações de cada
tratamento foram feitas para atender a fase inteira, sem risco das mesmas perderem
seu valor nutricional.
2.7 – Planejamento Estatístico
O delineamento experimental utilizado foi em blocos ao acaso, com 5
tratamentos, 4 repetições e 4 animais por repetição na 1ª semana, 3 animais por
repetição na 2ª semana e 2 animais por repetição na 3ª semana (final da a fase 1) e
por toda a fase 2, sendo feito o desdobramento num fatorial 2 x 2 + 1, composto de
dois fatores com duas modalidades, cada qual, e um adicional (dieta controle T1),
conforme apresentado na Tabela II.6. O critério para formação dos blocos foi o peso
inicial dos leitões e, a unidade experimental foi a baia contendo dois leitões.
85
TABELA II.6 – Descrição dos fatores componentes do delineamento
experimental.
Fatores
Descrição
Proteína de origem animal (POA)
Duas modalidades de POA (farinha de
carne e plasma sanguíneo em )
testadas nas dietas experimentais (T2,
T3, T4 e T5).
Proteína de origem vegetal (POV)
Duas modalidades de POV (farelo de
algodão e farelo da amêndoa da
castanha de caju) testadas nas dietas
experimentais (T2, T3, T4 e T5).
Adicional (A)
O adicional foi representado pela dieta
controle (T1), sem a adição de FC,
PSP, FA e FACC.
Quando a análise de variância detectou significância entre os tratamentos,
foram aplicados contrastes para testar os efeitos dos fatores. Além disso, a
comparação das médias para POA e POV com a dieta controle foi feita através do teste
de Dunnet (CAMPOS, 1984) .
Os dados médios das variáveis estudadas durante o período experimental,
foram submetidos a análise estatística pelo programa Statystical Analysis System
(SAS, 1996).
86
A análise das variáveis para cada observação foi descrita pela equação abaixo:
Y
ijk
=
µµ
+
ββ
i
+
ττ
j
+
εε
ijk
Onde:
µ
= representa a média geral;
β
i
= representa o efeito do bloco i (i = 1, 2, 3 e 4);
τ
j
= representa o efeito do tratamento j (j = 1,2, 3, 4 e 5);
ε
ijk
= representa o efeito aleatório da observação k, do tratamento j e bloco i.
2.8 - Procedimento Experimental
Após o recebimento do lote com os 80 leitões desmamados com 21 dias de
idade, foi aferido o peso individual dos animais e em seguida identificados na orelha
por um brinco numérico.
As 20 baias experimentais foram divididas em quatro blocos, aleatoriamente
distribuídos, contendo cada qual os cinco tratamentos que tamm foram
aleatoriamente sorteados (Figura II.3). Levando-se em consideração que cada bloco
correspondia a uma repetição, reservou-se os 20 animais mais pesados para repetição
1, para repetição 2 os 20 medianamente mais pesados, para repetição 3 os 20
medianamente menos pesados e para repetição 4 os 20 animais menos pesados.
Dentro de cada repetição, os cinco primeiros animais mais pesados foram sorteados
entre as cinco dietas experimentais existentes, posteriormente utilizou-se o mesmo
critério para os cinco seguintes e assim sucessivamente até completar com os 20
animais de uma repetição. Ao final, cada baia continha 4 leitões.
Previamente ao iniciar o experimento, baldes devidamente identificados quanto
ao número do box, tratamento e repetição foram distribuídos entre as baias
correspondentes e enchidos com quantidades conhecidas das respectivas rações
experimentais (Figura II.2). A medida que esvaziavam, devido ao consumo dos animais,
87
foram novamente recarregados com conhecidas porções das dietas indicadas na
identificação.
FIGURA II.2 Identificação dos baldes e disposição dos mesmos em frente de
cada baia correspondente.
108
[ Bloco 4 ] [ Bloco 3 ]
10 9 8 7 6 5 4 3 2 1
Vazio
Vazio
Vazio
T5
T2
T4
T3
T1
T4
T3
T5
T2
T1
Vazio
Vazio
Vazio
Vazio
Vazio
Vazio
T4
T1
T2
T5
T3
T5
T1
T4
T2
T3
Vazio
Vazio
Vazio
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
[ Bloco 1 ] [ Bloco 2 ]
FIGURA II.3 Demonstração esquemática do galo experimental, com os blocos e tratamentos.
CORREDOR CORREDOR CORREDOR
N
S
L
W
88
89
Os leitões tiveram acesso, durante todo o experimento, a água e ração à
vontade (Figura II.4), sendo a última fornecida quatro vezes ao dia, sempre nos
mesmos horários. A ração desperdiçada pelos leitões para fora do comedouro foi
colhida, 2-4 vezes ao dia dependendo da quantidade, e recolocada para dentro do
cocho. Nos sete primeiros dias experimentais foi feita uma fiscalização severa
para evitar que os leitões ficassem dentro do comedouro e chegassem a urinar em
seu interior, molhando a ração. Quando inevitavelmente acontecia este fato, a
ração molhada era coletada em sacos plásticos identificados e mais adiante, após
a retida da umidade em estufa a 60ºC por 4h, computada nos cálculos da sobra de
ração. Com relação ao consumo de água, foi necessário levar alguns animais
diante dos bebedouros automáticos para que os mesmos pudessem aprender a
usá-lo e repassassem o ensinamento aos demais.
Às lâmpadas incandescentes permaneceram 24h ligadas durante toda a fase 1
(Figura II.5).
FIGURA II.4 Leitões distribuídos e acomodados na baia, notar a presença do
bebedouro automático, da lâmpada incandescente, do brinco de
identificação e do cocho.
Ao final da primeira semana experimental (semana 1), foi sorteado um animal
pertencente a cada baia nas repetições 2 e 3 e estes foram sacrificados para o estudo
dos parâmetros histológicos intestinais. Equilibrando numericamente o número de
animais por baia, também foi sorteado e eliminado um leitão pertencente a cada baia
90
nas repetições 1 e 4. Procedimento semelhante foi feito ao final da segunda semana
experimental (semana 2). O restante dos animais (40 leitões, sendo dois animais por
baia) que prosseguiram na terceira semana da fase 1 e durante toda a fase 2 (42-
63 dias de idade) foram utilizados nas analises dos parâmetros zootécnicos.
A fase 2 diferenciava-se da anterior basicamente porque os tratamentos
tinham níveis protéicos e enerticos ajustados para o leitão dos 42-63 dias de idade,
conforme ROSTAGNO et al. (2000); porque não houve nenhum outro animal
sacrificado ou eliminado do experimento e, porque as lâmpadas incandescentes
permaneceram ligadas das 18:00h às 5:00h do dia seguinte, apenas como uma forma
de estimular um maior consumo por parte dos animais.
2.9 - Coleta e Cálculo dos Dados Experimentais
Ganho de peso médio diário
O ganho de peso médio diário (GPMD) dos leitões foi coletado
individualmente, subtraindo-se do peso final do leitão, o seu peso inicial. Este
procedimento foi feito na fase 1, semanalmente, e no início e fim da fase 2. O ganho de
peso médio diário (GPMD) foi obtido pela diferença média entre o peso final e o peso
inicial de cada etapa, dividido pelo número de dias de cada fase. A técnica consistia
simplesmente em colocar individualmente cada suíno numa caixa plástica, previamente
tarada, e posteriormente aferir seu peso correspondente (Figura II.6).
FIGURA II.5 Pesagem semanal de cada leitão em balança digital.
91
Consumo de ração médio diário
O consumo de ração médio diário (CRMD) consistiu na quantidade de ração
que foi ofertada aos leitões menos a quantidade de ração que sobrou
correspondentemente em cada balde. Esta aferição foi feita semanalmente durante a
fase 1 e 2, juntamente com os animais. Dividindo-se o consumo de ração total da baia
pelo número de animais nela contido e pelos dias entre cada pesagem obteve-se o
CRMD.
Em função da eliminação dos animais nas duas primeiras semanas
experimentais, foi feita uma estimativa do CRMD para dois leitões, considerando todos
os animais existentes na baia.
Conversão alimentar
Os dados de conversão alimentar (CA) foram obtidos através da relação entre
o CRMD dos leitões de cada tratamento pelo seu respectivo GPMD adquirido durante a
fase correspondente.
92
3 – RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 – Ganho de Peso Médio Diário
Os valores referentes ao ganho de peso médio diário (GPMD) dos leitões
submetidos a dietas contendo diferentes fontes protéicas de origem animal,
independentemente das fontes protéicas de origem vegetal, durante as fases 1 (21-42
dias de idade) e 2 (42-63 dias de idade) do período de creche, encontram-se na Tabela
II.7.
TABELA II.7 – Ganho de peso médio diário (g), por proteína animal, na fase 1
(21-42 dias de idade) e 2 (42-63 dias de idade) do período de
creche, em leitões submetidos a dietas com diferentes fontes
protéicas.
Fases
POA
1
2
PSP
333 ± 38 A
1132 ± 101 A
FC
237 ± 69 B
999 ± 135 B
Controle
261 ± 43 AB
1085 ± 167 AB
Os dados apresentados foram submetidos à análise de variância e encontram-se nas Tabelas
II.1A e II.4A, em anexo.
POA - Proteína de origem animal: PSP Plasma sanguíneo em , FC - Farinha de carne.
Valores de uma mesma coluna seguidos por letras diferentes são estatisticamente diferentes
(P<0,05) pelos contrastes e teste de Dunnet.
Analisando-se o efeito isolado para a proteína de origem animal,
independentemente da proteína de origem vegetal (Tabela II.7), observa-se que houve
diferenças significativas (P<0,05) entre as médias, sendo o ganho de peso médio diário
(GPMD), na fase 1 e 2, respectivamente, superior nas dietas contendo plasma
sanguíneo em (PSP) e menor nos tratamentos contendo farinha de carne (FC). As
médias do tratamento controle apresentaram um valor intermediário e mostraram-se
estatisticamente idênticas as dietas com PSP e FC.
93
O efeito positivo do plasma sanguíneo em (PSP) no GPMD dos leitões está
em conformidade com os resultados de KATS et al. (1994b), GATNAU et al (1995),
WEAVER et al. (1995) quando constataram que a inclusão de PSP na dieta melhorou o
ganho de peso (GP) dos leitões. Entretanto, COFFEY e CROMWELL (1995) utilizando
até 12% de plasma, BUTOLO et al. (1999) adicionando até 7,5%, MUNIZ et al. (2000)
usando 5% na primeira semana (s-desmame) e 3% na segunda semana (s-
desmame) e NOGUEIRA (2001) adicionando 4% de PSP, concluíram que o GP dos
leitões o foi influenciado pela presença do mesmo.
Particularmente na fase 1, TOUCHETTE et al. (1997) trabalhando com leitões
desmamados entre 14-17 dias de idade e alimentados com 7% de PSP e JIANG et al.
(2000) oferecendo uma dieta contendo 10% de PSP para leitões desmamados aos 14
dias de idade, verificaram que o ganho de peso (GP) foi significativamente maior nos
animais alimentados com o alimento. Os resultados dos autores confirmam os
resultados desta pesquisa quando se compara a média do GP apresentada pelos
leitões que consumiram o PSP, com a média dos animais que consumiram a farinha de
carne.
É provável que os bons resultados para o GP na fase 1 e 2 do período de
creche, obtidos com a inclusão do PSP nas dietas dos leitões, sejam reflexo dos bons
resultados apresentados pelos animais que consumiram em maior quantidade as
rações contendo este alimento (Tabela II.9).
A eficiência no GP dos leitões está positivamente associada ao comprimento
do seu intestino delgado, pois quanto mais comprido, maior será sua área de absorção
(ROPPA, 1998). Sobre este prisma, as dietas contendo PSP podem ter favorecido a
um maior desenvolvido do intestino delgado, que se refletiu em um maior GP nos
leitões que a consumiram.
Alguns pesquisadores sugerem que a inclusão do PSP não influencie no GP
dos leitões. Entretanto, relacionam esta idéia ao fato do ambiente experimental ser
menos contaminado ou apresentar um menor desafio, que as instalações
convencionais. STAHLY (1996) reforçou a afirmação quando declarou que a adição de
PSP a dietas de leitões melhora o GP em animais expostos a altos níveis de
antígenos, porém em animais com um baixo nível de exposição, esta constatação não
foi verificada. As boas condições sanitárias do galpão podem ter contribuído para que o
GP nos leitões que consumiram o PSP não tenha sido estatisticamente diferente
(P>0,05) do GP dos animais que consumiram a dieta controle, em ambas as fases.
94
Comparando-se o efeito das rações contendo farinha de carne (FC),
CROMWELL et al. (1991) utilizaram esta proteína até o nível de 10% (com e sem
adição de triptófano), em dietas de leitões em crescimento e terminação. Os autores
concluíram que o GP diminuiu com a inclusão de FC, em relação à dieta controle.
Apesar dos resultados serem provenientes de leitões em fases subseentes à creche,
concordam com os dados deste experimento.
Resultado diferente ao da presente pesquisa na fase 2 foi encontrado por DAT
e YU (2003) quando utilizaram leitões com 40 dias de idade e submeteram os animais
a dietas contendo farinha de peixe (FP), farinha de carne e ossos (FCO) e farinha de
vísceras de aves (FVA). Os autores revelaram que a FCO não teve efeito significativo
sobre o GP quando acrescentada à ração dos leitões.
Conforme GUZIK et al. (2002) o triptófano tem sido considerado o segundo ou
terceiro amincido limitante em dietas práticas para leitões. GATTÁS et al. (2005)
advertiram que as rações devem ser checadas a fim de assegurar que, em todos os
tratamentos, nenhum amincido essencial seja limitante na ração. Entretanto, no
presente estudo, equilibrou-se apenas a lisina e a metionina dietética. Em
consonância, MEDEL et al. (1999) afirmaram que a farinha de carne (FC) tem um baixo
conteúdo em triptófano. Portanto é provável que o baixo GP dos leitões que
consumiram dietas contendo FC, nas duas fases, tenha sido conseqüência do baixo
nível deste aminoácido. APOLÔNIO et al. (2005) ressaltaram que além de sua função
como aminoácido essencial no metabolismo protéico e precursor da melatonina, o
triptófano está relacionado à regulação do apetite em suínos uma vez que participa da
síntese da serotonina.
TOLPLIS e TIBBLE (1995) afirmaram que a digestibilidade do alimento é um
importante fator que limita a capacidade de consumo do leitão. Por outro lado,
BELLAVER et al. (2000) verificaram que a digestibilidade da proteína in vitro é um
indicador da digestibilidade in vivo da proteína de origem animal. Assim, os
pesquisadores não recomendam a utilização de farinha de carne e ossos que
apresente digestibilidade em pepsina (0,0002 %) inferior a 30%. Como o referido teste
de qualidade não foi realizado na farinha de carne usada neste experimento, é possível
que a digestibilidade da mesma estivesse comprometida, ocasionando piores
resultados para o consumo de ração dos 21-42 dias de idade e dos 42-63 dias de
idade (Tabela II.9) e consequentemente os menores resultados para GP, em ambas as
fases, quando comparada com as rações contendo PSP.
95
Analisando o efeito da dieta controle na fase 1, verifica-se que este ensaio
apresenta resultados parecidos aos de GARCIA et al. (2003) quando utilizaram uma
dieta com níveis crescentes (7, 14 e 21%) de soro de leite integral, na alimentação de
leitões desmamados aos 23 dias de idade e verificaram que não houve diferenças
significativas para o ganho de peso médio diário.
Ao contrário, TRINDADE NETO et al. (2002b) incluíram 10 e 40% de leite em
pó desnatado (LDP) nas dietas de leitões desmamados aos 20 e 25 dias de idade e
concluíram que na fase 1 a dieta controle com 40% de LPD proporcionou maior GP.
Como a dieta controle deste experimento só continha 10% de LDP, esta pode ter sido
a razão pela qual os resultados tenham diferido dos encontrados pelos autores. Esta
hitese é reforçada nos relatos de TRINDADE NETO et al. (1999) quando afirmaram
que a dieta controle propicia melhorias no desempenho de leitões após o desmame,
desde que tenha acima de 25% de LDP.
A Tabela II.8 refere-se aos valores do ganho de peso médio diário (GPMD)
dos leitões submetidos a dietas contendo diferentes fontes protéicas de origem vegetal,
independentemente das fontes protéicas de origem animal, durante as fases 1 e 2 do
período de creche.
96
TABELA II.8 - Ganho de peso médio diário (g), por proteína vegetal, na fase 1
(21-42 dias de idade) e 2 (42-63 dias de idade) do período de
creche, em leitões submetidos a dietas com diferentes fontes
protéicas.
Fases
POV
1
2
FA
302 ± 64 A
1124 ± 114 A
FACC
268 ± 82 A
1007 ± 132 B
Controle
261 ± 43 A
1085 ± 167 AB
Os dados apresentados foram submetidos à análise de variância e encontram-se nas Tabelas
II.1A e II.4A, em anexo.
POV - Proteína de origem vegetal: FA - Farelo de algodão, FACC - Farelo da amêndoa da
castanha de caju.
Valores de uma mesma coluna seguidos por letras diferentes são estatisticamente diferentes
(P<0,05) pelos contrastes e teste de Dunnet.
Na Tabela II.8, observa-se que na fase 1 não houve diferença significativa
(P>0,05) para o ganho de peso médio diário (GPMD) quando se analisou o efeito
isolado da proteína de origem vegetal, independentemente da proteína de origem
animal, contudo a média dos tratamentos contendo farelo de algodão (FA) foi
numericamente maior que a média dos tratamentos contendo farelo da amêndoa da
castanha de caju (FACC) e a média do tratamento controle, que por sua vez
apresentou o pior resultado.
Na fase 2, houve diferença significativa (P<0,05) para o GPMD quando testou-
se os efeitos separadamente da proteína de origem vegetal, independentemente da
proteína de origem animal, sendo a média das dietas contendo farelo de algoo (FA)
maior que a média das dietas contendo farelo da amêndoa da castanha de caju
(FACC), entretanto a média das dietas contendo FA e a média das dietas contendo
FACC mostraram-se estatisticamente idênticas à dieta controle.
Para o farelo de algodão (FA) na fase 1, os resultados deste ensaio estão de
acordo com os relatos de DOVE (1998), quando utilizou o FA até o nível de 12% na
fase 1, em dietas para leitões desmamados aos 25 dias de idade e verificou que a
adição de níveis crescentes de FA não afetou significativamente o ganho de peso (GP)
dos animais, quando comparado à dieta controle.
97
Na fase 2, MOREIRA et al. (2003) trabalhando com leitões de 15-30kg
afirmaram que a inclusão do FA, com 35,9% de proteína bruta (PB) e 15,6% de fibra
bruta (FB), nas dietas dos animais, levou a um efeito quadrático no GP sendo o melhor
resultado verificado com a inclusão de 10,18% de FA. O resultado dos autores foi
diferente do encontrado neste ensaio que utilizou um FA contendo 37,98% PB e
10,50% FB.
VIANA et al. (1976) utilizaram o FA nos níveis de 12 a 17,5% em rações de
leitões com 63 dias de idade, e concluíram que a adição do FA reduzia o GP dos
animais, quando comparado a uma dieta controle contendo farelo de soja e farelo de
trigo. De acordo com os dados apresentados pelos autores, além do percentual de
inclusão do FA ter sido superior ao deste ensaio, os animais utilizados estavam numa
fase subseqüente à creche e a junção destes dois fatores pode ter proporcionado a
diferença com os resultados do presente estudo na fase 2.
Para o farelo da amêndoa da castanha de caju (FACC), RODRIGUES (2001)
concluiu que não houve diferenças significativas para o ganho de peso médio diário
(GPMD) entre os leitões que receberam dietas com FACC na fase inicial até o nível de
21%. Os dados dos autores são idênticos aos resultados desta pesquisa na fase 1.
CASTRO (2001) utilizou o FACC até o nível de 21% em rações de suínos na
fase de crescimento não encontrando diferenças significativas para o ganho de peso
(GP). Apesar do nível de inclusão do FACC e da idade dos animais serem maiores, os
resultados do autor ainda mostraram-se análogos ao desta pesquisa.
Outro resultado semelhante ao desta pesquisa, apesar do ensaio ter sido
também realizado com leitões na fase de crescimento, foi demonstrado por
CARVALHO et al. (2005a) quando incluíram o FACC nas dietas de leitões com idade
média de 104 dias e 61,46kg de PV, nos níveis de 0, 6, 12 e 18%, e relataram que o
alimento estudado não afetou o GP.
Para fase 2, CARVALHO et al. (2005b) adicionaram o FACC em rações
isonutritivas para leitões dos 43 aos 63 dias de idade, nos níveis de 0, 7, 14 e 21% e
encontraram diferenças significativas para o GP, o que difere dos resultados desta
pesquisa.
Com relação à dieta controle, TRINDADE NETO et al. (2002a) utilizaram-na na
alimentação de leitões desmamados aos 21 dias de idade, porém a mesma foi
formulada com farelo de soja (FS) e com subprodutos da soja. Os pesquisadores
concluíram que na fase 1 e na fase 2 do período de creche, GP foi significativamente
maior para os leitões que receberam a ração controle com FS. O resultado dos
98
pesquisadores não se assemelha aos resultados do presente ensaio, em ambas as
fases.
EISEMANN e NIENABER (1990) informaram que o aumento na síntese de
uréia, e consequentemente da concentração plasmática de uréia (CPU), deve
aumentar o gasto de energia pelo fígado e consequentemente reduzir o montante de
energia que seria destinada para o crescimento dos leitões. Na fase 1, verifica-se que
os leitões que consumiram a dieta controle obtiveram o maior valor numérico para CPU
(Tabela V.2). Sobre esta ótica é possível que o baixo GP nos leitões que consumiram a
dieta controle na fase 1, tenha sido uma conseência do desvio de energia para
produção de uréia.
GRANT (1989) e LIENER (1994) relataram que os inibidores de proteases
contidos na soja, merecendo destaque o inibidor Bowman-Birk que é mais
termoestável, podem afetar a digestão protéica dos alimentos, proporcionando
diminuição no GP dos animais. Esta informação é reforçada pelo baixo GP dos leitões
que consumiram a dieta controle na fase 1, pois a mesma continha os maiores níveis
de farelo de soja (32%) quando comparada aos demais tratamentos.
Segundo DE BLAS et al. (2000) a lisina e a metionina são os principais
aminoácidos limitantes em dietas para suínos. A treonina é freentemente o terceiro
aminoácido limitante. E o triptófano geralmente vem em quarto lugar. GATTÁS et al.
(2005) recomendaram que as rações devem ser checadas a fim de assegurar que, em
todos os tratamentos, nenhum aminoácido essencial seja limitante na dieta. Entretanto,
na presente pesquisa equilibrou-se apenas a lisina e a metionina dietética, deixando de
lado a observância para a treonina, triptófano e os demais aminoácidos essenciais.
Complementando, FEDNA (1999) mencionou que a soja é deficiente em triptófano,
portanto este fato pode ter contribuído para o menor GP numérico dos leitões que
consumiram a dieta controle na fase 1 que continha 32% de farelo de soja.
3.2 – Consumo de Ração Médio Diário
Os valores referentes ao consumo de ração médio diário (CRMD) dos leitões
submetidos a dietas contendo diferentes fontes protéicas de origem animal,
independentemente das fontes protéicas de origem vegetal, durante as fases 1 (21-42
dias de idade) e 2 (42-63 dias de idade) do período de creche, encontram-se na Tabela
II.9.
99
TABELA II.9 - Consumo de ração médio diário (g), por proteína animal, na fase
1 (21-42 dias de idade) e 2 (42-63 dias de idade) do período de
creche, em leitões submetidos a dietas com diferentes fontes
protéicas.
Fases
POA
1
2
PSP
566 ± 53 A
1970 ± 332 A
FC
458 ± 90 B
1571 ± 369 A
Controle
468 ± 38 B
1644 ± 211 A
Os dados apresentados foram submetidos à análise de variância e encontram-se nas Tabelas
II.2A e II.5A, em anexo.
POA - Proteína de origem animal: PSP Plasma sanguíneo em , FC - Farinha de carne.
Valores de uma mesma coluna seguidos por letras diferentes são estatisticamente diferentes
(P<0,05) pelos contrastes e teste de Dunnet.
Analisando-se o efeito isolado para a proteína de origem animal,
independentemente da proteína de origem vegetal (Tabela II.9), verifica-se que na fase
1 houve diferenças significativas (P<0,05) para o consumo de ração médio diário
(CMRD). Os leitões que se alimentaram com os tratamentos contendo plasma
sanguíneo em pó (PSP) tiveram um CMRD maior que os leitões alimentados com
dietas contendo farinha de carne (FC) e com a dieta controle, entretanto o consumo
dos animais que ingeriram a dieta controle foi estatisticamente igual (P>0,05) a dos
animais que consumiram dietas com FC.
Na fase 2, o houve diferenças significativas (P>0,05) para o CMRD, quando
se testou o efeito separadamente para proteína de origem animal independentemente
da proteína de origem vegetal, entretanto numericamente, verificou-se que os leitões
que ingeriram as dietas contendo PSP apresentaram um CMRD maior que os leitões
alimentados com dietas contendo FC e com a dieta controle.
No conjunto, os dados sobre o efeito do PSP no CRMD, para ambas as fases,
estão em conformidade com os resultados de KATS et al. (1994b), ERMER et al.
(1994), GATNAU et al (1995), WEAVER et al. (1995), ALLEE e TOUCHETTE (1999) e
VAN DIJK et al. (2001) quando deixaram claro que a inclusão de PSP melhora o
consumo de ração (CR) dos leitões, especialmente durante os primeiros estágios de
vida.
100
Resultado semelhante ao deste ensaio na fase 1 foi divulgado por
TOUCHETTE et al. (1997), quando verificaram que leitões desmamados entre 14-17
dias de idade e alimentados com ração contendo 7% de PSP tiveram o CR
significativamente maior que aqueles animais que receberam a dieta controle (0% de
PSP).
Diferentemente dos resultados encontrados na fase 1, COFFEY e
CROMWELL (1995) utilizando até 12% de PSP, MUNIZ et al. (2000) usando 5% na
primeira semana e 3% na segunda semana e NOGUEIRA (2001) adicionando 4% de
PSP, concluíram que o CR dos leitões o foi estatisticamente influenciado pela
presença do PSP.
Outros resultados contrários ao desta pesquisa foram divulgados por
BARBOSA et al. (2005) que trabalhando com leitões desmamados aos 21 dias de
idade e consumindo dietas contendo vários níveis de inclusão de PSP, encontraram
que os animais apresentaram uma variação quadrática para o CR com o aumento de
plasma na dieta, quando foi analisado o período total (0 a 35 dias s desmame).
GRINSTEAD et al. (1998) realizaram uma pesquisa com leitões desmamados aos 21
dias de idade para verificar os efeitos da inclusão do PSP (2,7 e 5,4%) e da proteína
concentrada do soro de leite (2,7 e 5,4%); os autores verificaram que a presença do
PSP o afetou o CR dos leitões de 0-14 e de 0-35 dias de ensaio. GATTÁS et al.
(2005) utilizaram leitões desmamados aos 14 dias de idade, consumindo dietas
contendo vários níveis de inclusão de PSP que variaram de acordo com as semanas
experimentais; os pesquisadores verificaram que não houve efeito significativo da
inclusão do PSP sobre o CR no período total (0-42 dias de ensaio).
É possível que a presença do PSP tenha proporcionado um aumento
significante (P<0,05) no CR na fase 1 e numérico, na fase 2, em decorrência da
melhora na palatabilidade que este produto promove nas dietas. A mesma colocação
também é compartilhada por ERMER et al. (1994) ALLEE e TOUCHETTE (1999),
BUTOLO et al. (1999) e VAN DIJK et al. (2001).
Um interessante fato foi mencionado por ROPPA (1998) quando afirmou que a
queda expressiva no CR no desmame, pode ser parcialmente atribuída a uma reação
natural do organismo para dar tempo a uma melhor adaptação do sistema digestivo
frente ao novo tipo de dieta. Dentro desta ótica, os resultados sugerem a possibilidade
do sistema digestivo dos leitões ter se adaptado mais rapidamente às dietas contendo
PSP que as dietas contendo farinha de carne e a dieta controle.
101
Para a farinha de carne (FC) na fase 2, a presente pesquisa apresentou
informações semelhantes às encontradas por DAT e YU (2003) quando alimentaram
leitões de 40 dias de idade com dietas contendo farinha de peixe (FP), farinha de carne
e ossos (FCO) e farinha de vísceras de aves (FVA). Os resultados revelaram que a
FCO o teve efeito positivo sobre o consumo de ração quando acrescentada à ração
dos leitões e comparada à dieta controle.
CROMWELL et al. (1991) relataram que a queda no desempenho de suínos
alimentados com dietas contendo FC pode ser resultado da redução da palatabilidade
da dieta. A afirmação dos autores reforça com os resultados obtidos com a FC neste
ensaio.
Em outra linha de raciocínio, TOLPLIS e TIBBLE (1995) informaram que a
digestibilidade do alimento é um importante fator que limita a capacidade de consumo
do leitão. PUPA (1995) relatou que os amincidos da farinha de carne e ossos são
menos digesveis que os presentes no farelo de soja. Estes fatos podem ter
contribuído para que as dietas com FC apresentassem um CR estatisticamente menor
que as dietas contendo PSP na fase 1; e numericamente menor que as dietas
contendo PSP na fase 2. Esta colocação é reforçada quando analisando-se
separadamente a proteína de origem animal verifica-se que o ganho de peso, em
ambas as fases (Tabela II.7), apresentou os piores valores numéricos para os leitões
que consumiram dietas contendo FC.
Comparando-se a dieta controle com a média das dietas com PSP, observa-se
que na fase 1, os resultados são diferentes dos encontrados por GARCIA et al. (2003)
quando adicionaram ao tratamento controle níveis de 7, 14 e 21% de soro de leite
integral na dieta de leitões desmamados aos 23 dias de idade e, verificaram que não
houve diferenças significativas entre os tratamentos para o consumo de ração médio
diário.
Quanto à dieta controle na fase 2, observa-se que os dados desta pesquisa
são semelhantes aos resultados de TRINDADE NETO et al. (2002b) quando utilizaram
uma dieta controle com 10 e 40% de leite desnatado em pó na alimentação de leitões
desmamados aos 20 e 25 dias de idade e verificaram que dos 42-63 dias de idade o
consumo de ração (CR) não foi afetado significativamente.
102
A Tabela II.10 refere-se aos valores do consumo de ração médio diário
(CRMD) dos leitões submetidos a dietas contendo diferentes fontes protéicas de
origem vegetal, independentemente das fontes protéicas de origem animal, durante as
fases 1 e 2 do período de creche.
TABELA II.10 - Consumo de ração médio diário (g), por proteína vegetal, na
fase 1 (21-42 dias de idade) e 2 (42-63 dias de idade) do
período de creche, em leitões submetidos a dietas com
diferentes fontes protéicas.
Fases
POV
1
2
FA
536 ± 99 A
1790 ± 458 A
FACC
489 ± 79 A
1751 ± 356 A
Controle
468 ± 38 A
1644 ± 211 A
Os dados apresentados foram submetidos à análise de variância e encontram-se nas Tabelas
II.2A e II.5A, em anexo.
POV - Proteína de origem vegetal: FA - Farelo de algodão, FACC - Farelo da amêndoa da
castanha de caju.
Valores de uma mesma coluna seguidos por letras iguais o são estatisticamente diferentes
(P>0,05).
Verificando-se o efeito isolado da proteína de origem vegetal,
independentemente da proteína de origem animal (Tabela II.10), observa-se que não
houve diferença significativa (P>0,05) para o consumo de ração médio diário (CRMD)
nas fases 1 e 2.
Na fase 1, a média os tratamentos contendo farelo de algodão (FA) obtiveram
um resultado mais expressivo para o CRMD do que o tratamento controle e os
tratamentos contendo farelo da amêndoa da castanha de caju (FACC), que mostraram
um valor intermediário. Na fase 2, o menor resultado numérico para o CRMD foi
encontrado na dieta controle, sendo que as dietas contendo o FA induziram a um maior
valor.
Para os leitões que consumiram o FA na fase 1, o resultado deste ensaio
mostrou-se semelhante ao encontrado por DOVE (1998), quando utilizou o FA até o
nível de 12% em dietas para leitões desmamados aos 25 dias de idade e verificou que
103
a adição do produto não afetou significativamente o consumo de ração (CR) dos
animais.
Na fase 2, MOREIRA et al. (2003) trabalhando com leitões de 15-30kg,
afirmaram que a inclusão FA, com 35,9% de proteína bruta (PB) e 15,6% de fibra bruta
(FB), nas dietas dos animais, levou a um efeito quadrático, sendo o melhor CR
verificado com o nível de 8,2% de FA. O resultado dos autores foi diferente do
encontrado neste ensaio que utilizou um FA que continha 37,98% PB e 10,50% FB.
Para o farelo da amêndoa da castanha de caju (FACC), RODRIGUES (2001)
concluiu que não houve diferenças significativas para o consumo de ração médio diário
dos leitões que receberam dietas com o alimento na fase inicial até o nível de 21%. Os
dados do autor reforçam os resultados desta pesquisa.
Todavia, diferentemente dos resultados deste experimento, CASTRO (2001)
informou que o CR melhora significativamente com a inclusão de FACC até o nível de
21% na dieta de suínos na fase de crescimento, quando comparado à dieta controle.
Talvez o emprego desta fonte protéica vegetal na dieta de leitões mais velhos tenha
ocasionado um resultado diferenciado em relação ao desta pesquisa.
Em outra pesquisa apresentada, CARVALHO et al. (2005a) concluíram que o
FACC na dieta de leitões com idade média de 104 dias e 61,46kg de PV, nos níveis de
0, 6, 12 e 18%, piorou de forma significativa o CR dos animais; resultado diferente ao
deste experimento.
Particularmente em relação à fase 2, CARVALHO et al. (2005b) adicionaram o
FACC em rações isonutritivas para leitões dos 43 aos 63 dias de idade, nos níveis de
0, 7, 14 e 21%, e encontraram diferenças significativas para o CR em função do nível
de adição. O resultado dos autores também se mostrou contrário aos achados deste
ensaio.
FREITAS et al. (2005a e b) relataram que teor do extrato etéreo presente no
FACC poderia interferir na qualidade da ração produzida, face à predisposição a
rancificação e, com isto, reduzir a palatabilidade da mesma, acarretando diminuição no
consumo. A afirmação dos autores o se adequou aos resultados desta pesquisa,
visto que a presença do FACC não afetou significativamente, em ambas as fases, o
CR dos animais que consumiram o produto.
Os dados desta pesquisa divergem dos resultados apresentado por
TRINDADE NETO et al. (2002a) quando utilizaram uma dieta controle (com farelo de
soja - FS e subprodutos da soja) na alimentação de leitões desmamados aos 21 dias
104
de idade e verificaram que na fase 2 o CR foi significativamente maior para os leitões
que receberam a ração controle com FS.
Conforme declarações de TOLPLIS e TIBBLE (1995), a digestibilidade do
alimento é um importante fator que limita a capacidade de consumo do leitão; neste
contexto é possível que a dieta controle tenha obtido os piores resultados numéricos
para o CR (nas duas fases) por ser menos digestível que as dietas contendo FACC e
as dietas contendo farelo de algodão. Um fator que pode ter causado a baixa
digestibilidade da dieta controle, em ambas as fases, foi o alto percentual de farelo de
soja (32 e 29,9%, respectivamente) que pode ter proporcionado um nível significativo
de inibidor de protease. Nesse contexto, GRANT (1989) e LIENER (1994) relataram
que os inibidores de proteases da soja, merecendo destaque o inibidor Bowman-Birk
que é mais termoestável, podem afetar a digestão protéica dos alimentos,
proporcionando diminuição na ingestão dos animais.
3.3 – Conversão Alimentar
Os valores referentes à conversão alimentar (CA) dos leitões submetidos a
dietas contendo diferentes fontes protéicas de origem animal, independentemente das
fontes protéicas de origem vegetal, durante as fases 1 (21-42 dias de idade) e 2 (42-63
dias de idade) do período de creche, encontram-se na Tabela II.11.
105
TABELA II.11 - Conversão alimentar, por proteína animal, na fase 1 (21-42
dias de idade) e 2 (42-63 dias de idade) do período de
creche, em leitões submetidos a dietas com diferentes fontes
protéicas.
Fases
POA
1
2
PSP
1,71 ± 0,14 A
1,74 ± 0,21 A
FC
2,00 ± 0,38 A
1,58 ± 0,33 A
Controle
1,81 ± 0,17 A
1,54 ± 0,29 A
Os dados apresentados foram submetidos à análise de variância e encontram-se nas Tabelas
II.3A e II.6A, em anexo.
POA - Proteína de origem animal: PSP Plasma sanguíneo em , FC - Farinha de carne.
Valores de uma mesma coluna seguidos por letras iguais o são estatisticamente diferentes
(P>0,05).
Avaliando-se o efeito isolado para a proteína de origem animal,
independentemente da proteína de origem vegetal (Tabela II.11), no período
correspondente a fase 1, observa-se que não houve diferenças significativas (P>0,05)
para a conversão alimentar (CA), porém a média das dietas contendo plasma
sanguíneo em (PSP) apresentou o melhor resultado numérico enquanto que a
média das dietas contendo farinha de carne (FC) o pior resultado numérico.
Para a fase 2, também o houve diferenças significativas (P>0,05) para a CA,
quando se estudou o efeito isolado para proteína de origem animal,
independentemente das fontes protéicas de origem vegetal, entretanto numericamente
verifica-se que a média do tratamento controle demonstrou o melhor resultado e a
média dos tratamentos contendo PSP o pior resultado.
BUTOLO et al. (1999) adicionando até 7,5% de PSP e NOGUEIRA (2001)
colocando 4% de PSP em dietas de leitões, concluíram que a CA não foi
estatisticamente influenciada pela presença do PSP. Estas informações são
semelhantes aos resultados obtidos em ambas as fases.
Alguns experimentos utilizando o PSP demonstraram resultados semelhantes
ao desta pesquisa para a CA, mesmo sendo realizados em condições diferentes.
Merecem destaque os trabalhos apresentados por BARBOSA et al. (2005) que
trabalhando com leitões desmamados aos 21 dias de idade, e consumindo dietas
106
contendo vários níveis de inclusão de PSP, observaram que o houve diferenças
significativas entre os tratamentos para a CA quando se analisou o período total (0 a
35 dias pós desmame). GRINSTEAD et al. (1998) utilizando leitões desmamados aos
21 dias de idade, estudaram o efeito da inclusão do PSP (2,7 e 5,4%) e da proteína
concentrada do soro de leite (2,7 e 5,4%) na ração e, verificaram que a presença do
PSP o afetou a CA dos leitões de 0-14 e de 0-35 dias de ensaio.
Em oposição aos dados deste ensaio TOUCHETTE et al. (1997), trabalhando
com leitões desmamados entre 14-17 dias de idade e alimentados com 0 ou 7% de
PSP, verificaram que os animais alimentados com dietas contendo o alimento tiveram
a CA significativamente maior que aqueles leitões que consumiram a dieta controle.
Com relação à farinha de carne (FC) na fase 2, o resultado desta pesquisa é
equivalente ao resultado encontrado por DAT e YU (2003), quando submeteram leitões
com 40 dias de idade a dietas contendo farinha de peixe (FP), farinha de carne e ossos
(FCO) e farinha de vísceras de aves (FVA) e observaram que a FCO não apresentou
efeito significativo sobre a CA.
Ao contrário dos resultados dessa pesquisa, TRINDADE NETO et al. (2002b)
utilizaram uma dieta controle com 10 e 40% de leite desnatado em pó (LDP) na dieta
de leitões desmamados aos 20 e 25 dias de idade e concluíram que na fase 1 e na
fase 2 a dieta controle (com 40% de leite em pó desnatado) proporcionou
significativamente melhor CA. Como a dieta controle deste experimento só continha
10% de LDP, esta pode ter sido a razão pela qual os resultados tenham diferido da
afirmação dos autores.
A Tabela II.12 refere-se aos valores da conversão alimentar (CA) dos leitões
submetidos a dietas contendo diferentes fontes protéicas de origem vegetal,
independentemente das fontes protéicas de origem animal, durante as fases 1 e 2 do
período de creche.
107
TABELA II.12 - Conversão alimentar, por proteína vegetal, na fase 1 (21-42
dias de idade) e 2 (42-63 dias de idade) do período de
creche, em leitões submetidos a dietas com diferentes fontes
protéicas.
Fases
POV
1
2
FA
1,79 ±0,17 A
1,58 ± 0,31 A
FACC
1,92 ± 0,42 A
1,73 ± 0,24 A
Controle
1,81 ± 0,17 A
1,54 ± 0,29 A
Os dados apresentados foram submetidos à análise de variância e encontram-se nas Tabelas
II.3A e II.6A, em anexo.
POV - Proteína de Origem Vegetal: FA - Farelo de algodão, FACC - Farelo da amêndoa da
castanha de caju.
Valores de uma mesma coluna seguidos por letras iguais o são estatisticamente diferentes
(P>0,05).
Verificando-se o efeito isolado da proteína de origem vegetal,
independentemente da proteína de origem animal (Tabela II.12), nota-se que na fase 1,
não houve diferenças significativas (P>0,05) para a conversão alimentar (CA), porém,
numericamente a média das dietas contendo farelo de algodão (FA) foi melhor que a
média das dietas contendo farelo da amêndoa da castanha de caju (FACC).
Na fase 2, tamm não houve diferenças significativas (P>0,05) para a CA,
quando se estudou o efeito isolado para proteína de origem vegetal,
independentemente das fontes protéicas de origem animal, entretanto numericamente
verifica-se que a média do tratamento controle foi melhor que a média dos tratamentos
contendo FACC.
Com relação ao farelo de algoo (FA) na fase 1, este experimento
apresentou dados semelhantes aos de DOVE (1998), quando utilizou este ingrediente
até o nível de 12% em dietas para leitões desmamados aos 25 dias de idade e
verificou que a adição do mesmo não afetou significativamente a CA dos animais.
Na fase 2, os resultados de MOREIRA et al. (2003) foram contraditórios aos
desta pesquisa, pois trabalhando com leitões (15-30kg), afirmaram que a inclusão de
FA, com 35,9% de proteína bruta (PB) e 15,6% de fibra bruta (FB) ou com 42,0% PB e
12,2% FB, nas dietas dos animais, levou a uma piora linear da CA.
108
Analisando-se o efeito do farelo da amêndoa da castanha de caju (FACC), na
fase 1, verifica-se que os resultados deste experimento estão em conformidade ao de
RODRIGUES (2001) quando utilizou esse ingrediente até o nível de 21% na dieta de
leitões e constatou que não houve diferenças significativas para a CA entre os leitões
que receberam dietas com FACC e os animais que receberam a dieta controle.
CARVALHO et al. (2005a) incluíram o FACC na dieta de leitões com idade
média de 104 dias e 61,46kg de PV, nos níveis de 0, 6, 12 e 18%; e concluíram que
não houve diferenças significativas para a CA dos animais submetidos a dietas com
diferentes níveis de FACC Apesar dos autores terem trabalhado com animais numa
outra faixa etária, os resultados se assemelham ao desta pesquisa.
Na fase 2, os resultados de CARVALHO et al. (2005b) foram semelhantes ao
deste ensaio, quando adicionaram o FACC em rações isonutritivas para leitões dos 43
aos 63 dias de idade, nos níveis de 0, 7, 14 e 21% e relataram que a CA dos animais
não foi afetada pelos níveis de inclusão do produto.
CASTRO (2001) incluindo níveis crescentes de FACC até 21%, em ração de
suínos na fase de crescimento (24 a 46kg de peso vivo), informou que a CA melhorou
com o aumento da inclusão do alimento. A faixa etária mais elevada dos leitões pode
ter contribuído para que os resultados presentes sejam contraditórios.
Com relação à dieta controle na fase 1, os resultados deste experimento são
diferentes dos resultados de KESSLER et al. (2001) quando utilizaram leitões
desmamados aos 17 dias de idade e verificaram que nos primeiros 14 dias as dietas
controle formuladas com proteína isolada de soja (PIS) apresentaram superioridade
para a CA.
Ainda em relação à dieta controle, TRINDADE NETO et al. (2002a) utilizaram-
na na alimentação para leitões desmamados aos 21 dias de idade, porém a mesma foi
formulada com farelo de soja (FS) e com subprodutos da soja. Os pesquisadores
concluíram que dos 21-42 dias de idade a CA foi significativamente diferente na dieta
controle com FS. O resultado dos pesquisadores difere aos apresentados na presente
pesquisa.
109
3.4 Efeito das Interações Entre os Dois Fatores Estudados Sobre os
Diferentes Parâmetros
Os resultados das interações entre a proteína de origem animal (POA) e a
proteína de origem vegetal (POV) sobre os parâmetros de desempenho zootécnico dos
leitões nas fases 1 (21-42 dias de idade) e 2 (42-63 dias de idade) do período de
creche, encontram-se na Tabela II.13.
TABELA II.13 Comportamento das interações entre a proteína de origem
animal e a proteína de origem vegetal sobre os parâmetros
de desempenho zootécnico dos leitões nas fases 1 (21-42
dias de idade) e 2 (42-63 dias de idade) do período de
creche.
Significância (POA x POV)
Parâmetros
Fase 1
Fase 2
Ganho de peso médio diário
NS
NS
Consumo de ração médio diário
NS
NS
Conversão alimentar
NS
NS
POA Proteína de origem animal; POV Proteína de origem vegetal.
NS = Não significativo (P>0,05).
Na presente pesquisa, não foi constatada interação significativa (P>0,05) entre
a proteína de origem animal e a proteína de origem vegetal sobre os parâmetros ganho
de peso médio diário, consumo de ração médio diário e conversão alimentar, para as
fases 1 (21-42 dias de idade) e 2 (42-63 dias de idade) do período de creche.
110
4 - CONCLUSÕES
As seguintes conclusões podem ser apresentadas em relação aos parâmetros
zootécnicos:
A substituição do leite desnatado em pó pelo plasma sanguíneo em , como
fonte de proteína de origem animal, nas dietas das fases 1 e 2 do período de creche, é
viável com respeito ao desempenho zootécnico dos leitões.
A inclusão de 15% de farelo de algoo em substituição parcial ao farelo de
soja, como fonte de proteína de origem vegetal, nas dietas das fases 1 e 2 do período
de creche, é satisfatória em relação ao desempenho zootécnico dos leitões.
Não foram registradas interações significativas (P>0,05) entre os fatores
(proteína de origem animal x proteína de origem vegetal), nas fases 1 e 2 do período
de creche, para os parâmetros zootécnicos estudados.
111
5 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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119
CAPÍTULO III
HISTOMORFOMETRIA INTESTINAL EM LEITÕES SUBMETIDOS A
DIETAS COM DIFERENTES FONTES DE PROTEÍNA DE ORIGEM
ANIMAL E VEGETAL NO PERÍODO DE CRECHE
RESUMO
PINHEIRO, F. M. L.
Histomorfometria intestinal em leitões submetidos a
dietas com diferentes fontes de proteína de origem animal e vegetal no período
de creche.
[Small intestine histomorfometry in piglets submitted to diets containing
different animal and vegetal protein sources in nursery period.] Ceará, 2005. p.119-164.
Tese (Doutorado em Zootecnia). Universidade Federal do Ceará.
A pesquisa foi conduzida no Setor de Suinocultura do Departamento de
Zootecnia do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Ceará. O
experimento teve a duração de 14 dias e foi realizado com o objetivo de avaliar os
parâmetros histomorfométricos no intestino delgado de leitões submetidos a dietas
contendo diferentes fontes de proteínas de origem animal e vegetal durante as duas
primeiras semanas da fase 1 (21 – 42 dias de idade) do período de creche.
Participaram do ensaio 20 leitões machos de linhagem comercial desmamados aos 21
dias de idade e com peso médio de 5,31kg. O delineamento experimental foi em blocos
ao acaso, com 5 tratamentos, 2 repetições e 1 animal por repetição na 1ª e na 2ª
semana, sendo feito o desdobramento num modelo fatorial com dois fatores: semanas
e tratamentos. As semanas foram divididas em semana 1 (dos 21 aos 28 dias de
idade) e semana 2 (dos 28 aos 35 dias de idade). Os tratamentos foram desdobrados
num fatorial 2 x 2 + 1, composto por duas fontes protéicas animal (farinha de carne -
FC e plasma sanguíneo em - PSP), duas fontes protéicas vegetal (farelo de algodão
FA e farelo da amêndoa da castanha de caju - FACC) e um adicional (dieta controle -
T1). As dietas foram isonutritivas com 22% PB e 3.500 kcal ED/kg. Aos 28 dias de
120
idade foi sorteado e sacrificado um leitão de cada baia (tratamento), da repetição 2 e 3,
para retirada de um fragmento do duodeno, jejuno e íleo que posteriormente foram
submetidos a processamento de rotina para confeão de lâminas histológicas. Foram
contadas 20 vilosidades íntegras e 20 criptas intactas para cada segmento intestinal. O
mesmo procedimento foi repetido nos animais restantes aos 35 dias de idade. O
ensaio evidenciou que a idade dos leitões não influenciou significativamente (P>0,05)
nos parâmetros histomorfométricos estudados; a substituição total do leite desnatado
em pó pelo PSP ou FC, e a substituição parcial do farelo de soja pelo FA ou FACC,
não ocasionou diferenças significativas (P>0,05) para a altura dos vilos, profundidade
das criptas e relação vilo:cripta no duodeno, jejuno e íleo, na primeira e segunda
semana da fase 1; não foram registradas interações significativas (P>0,05) entre os
fatores (semana x dieta experimental) para os parâmetros estudados.
Palavras-chave: creche, dietas, histomorfometria intestinal, leitões, proteínas animal e
vegetal.
121
CHAPTER III
SMALL INTESTINE HISTOMORFOMETRY IN PIGLETS SUBMITTED TO
DIETS CONTAINING DIFFERENT ANIMAL AND VEGETAL PROTEIN
SOURCES IN NURSERY PERIOD
ABSTRACT
PINHEIRO, F. M. L.
Small intestine histomorfometry in piglets submitted
to diets containing different animal and vegetal protein sources in nursery
period.
[Histomorfometria intestinal em leitões submetidos a dietas com diferentes
fontes de proteína de origem animal e vegetal no período de creche.] Ceará, 2005.
p.119-164. Thesis (Doctorate in Zootechnia). Universidade Federal do Ceará.
The research was developed in the Sector of Swine in the Department of
Zootechnia of the Center of Agrarian Sciences of the Federal University of Ceará.
The experiment had the duration of 14 days and it was accomplished with the objective
of evaluating the histomorfometric parameters in the small intestine of piglets submitted
to diets containing different sources of animal and vegetal origin protein during the first
two weeks of the phase 1 (21 - 42 days of age) in the nursery period. 20 male pigs of
commercial lineage weaned to the 21 days of age and with medium weight of 5,31kg
participated in the assay. The experiment followed randomized blocks, with 5
treatments, 2 repetitions and 1 animal per repetition in the 1st and in the 2nd week,
being made the unfolding in a factorial model with two factors: weeks and treatments.
The weeks were divided in week 1 (from 21 to 28 days of age) and week 2 (from 28 to
35 days of age). The treatments were unfolded in a factorial 2 x 2 + 1, composed by
two sources of animal protein (meat meal - MM and powdered sanguine plasma -
PSP), two sources of vegetal protein (cotton meal - CM and cashew nut meal -
CNM) and an additional one (diet control - T1). The diets were isonutritives with
122
crude protein (CP) of 22% and level of energy was of 3.500 kcal DE/kg. At the age
28 days of age there was a raffle and a piglet of each stall (treatment), at repetition 2
and 3, was sacrificed to clear a fragment of the duodenum, jejunum and ileum that later
was submitted to routine processing to make histological laminas. They counted 20
complete villosities and 20 intact crypts for each intestinal segment. The same
procedure was repeated in the remaining animals at 35 days of age. The assay
evidenced that the age of the piglets didn't influence significantly (P>0,05) in the
histomorfometric parameters studied; the total substitution of the skimmed powdered
milk for PSP or MM, and the partial substitution of the soybean meal for the CM or
CNM, it didn't cause significant differences (P>0,05) for the height of the villi, depth of
the crypts and relationship vilo:cripta in the duodenum, jejunum and ileum, in the first
and second week of the phase 1; significant interactions were not registered (P>0,05)
among the factors (week x experimental diet) for the studied parameters.
Key words: animal and vegetal proteins, diets, intestinal histomorfometry, nursery,
piglets.
123
1 – INTRODUÇÃO
1.1 - Aspectos Relacionados aos Vilos e Criptas Intestinais em Leitões
Desmamados
A parede do lúmen intestinal é revestida de uma densa camada de vilos cujo
revestimento epitelial é composto de enterócitos, células caliciformes e enteroencrinas.
Os enterócitos são células responsáveis basicamente pela absorção dos nutrientes. As
células caliciformes produzem a mucina que possui funções múltiplas: associada ao
glicocalix das microvilosidades cria uma camada viscoelástica na parede intestinal
restringindo a difusão de compostos de peso molecular elevado; aproxima os nutrientes
da superfície de absorção e protege as enzimas associadas à mucosa da degradação
pelas enzimas pancrticas presentes no lúmen; contém os microrganismos e as
imunoglobulinas do hospedeiro; é essencial para proteger a mucosa dos patógenos e das
agressões físico-químicas através de sua contínua renovação e de sua barreira física que
previne a fixação dos microrganismos patógenos à superfície epitelial (MANTLE e ALLEN,
1989). As células enteroencrinas, tamm denominadas de células argentafins, são
produtoras de hormônios peptídicos como gastrina, colecistoquinina, secretina,
polipeptídeo inibidor strico e monoaminas biogênicas que são substâncias que
participam na regulação da digestão, absorção e utilização de nutrientes. Em geral, quanto
maior o tamanho das vilosidades, maior será a capacidade do animal absorver e digerir os
alimentos (CERA et al., 1988; CUNNINGHAM, 1992 e SOARES et al., 2000). Ao contrário,
quanto maiores forem as alterações morfológicas nas vilosidades intestinais,
compreendendo a atrofia das vilosidades e hiperplasia das criptas, maior será o
comprometimento dos eventos de digestão e absorção (NEWBY et al., 1985; HAMPSON,
1986; DUNSFORD et al., 1989; BERTO, 1993; MAKKINK et al, 1994 e NABUURS, 1995).
O desenvolvimento da mucosa decorre primariamente de 2 eventos citológicos
associados: renovação celular (proliferação e diferenciação das células localizadas na
cripta e ao longo dos vilos) e perda celular (extrusão que ocorre normalmente no ápice dos
vilos). O equilíbrio entre esses dois processos determina um
turnover
(proliferação -
migração - extrusão) constante, ou seja, a manutenção do tamanho dos vilos. Quando o
intestino responde a algum agente com um desequilíbrio neste
turnover
, ocorre uma
modificação na altura dos vilos (MAIORKA, 2001). Nas vilosidades, a renovação dos
124
enterócitos pode demorar 3 a 4 dias (MOON, 1971) e, quando a proliferação das
células for maior que a descamação, haverá hipertrofia da mucosa; o contrário,
predispõe à atrofia.
Durante o período de amamentação, as vilosidades são muito longas, e as
criptas não são geralmente tão profundas. Isto ocorre primeiro porque a descamação
das células durante a amamentação é mínima, e depois porque as células das criptas
são capazes de substituir as células das vilosidades na mesma velocidade em que elas
se descamam (ALLEE e TOUCHETTE, 1999).
As alterações morfológicas mais evidentes, quanto ao desenvolvimento do trato
gastrintestinal são o aumento no comprimento do intestino, na altura e densidade dos
vilos e, consequentemente, no número de enterócitos, células caliciformes e células
argentafins (BARANYIOe HOLMAN, 1976). As alterações fisiológicas, por sua vez,
estão relacionadas com o aumento na produção e atividade de enzimas digestivas
pancrticas e de membrana (NITSAN et. al., 1991) e de transportadores de membrana
(OBST e DIAMOND, 1992).
A maior redução das vilosidades ocorre por ocasião do desmame. Todavia, a
redução nas vilosidades tende a ser maior nos leitões desmamados aos 21 dias do que
naqueles desmamados aos 35 dias de idade, provavelmente porque estes já estão
mais maduros fisiologicamente (ROPPA, 1998). MORÉS e AMARAL (2001) relataram
que a atrofia das vilosidades e a hiperplasia das criptas após o desmame, ocorre com
maior intensidade quando o mesmo é feito com 14 dias de idade, comparativamente
com o de 28 dias. Ainda sobre o assunto, HAMPSON (1986); MILLER et al. (1986);
PLUSKE et al. (1991); KELLY et al. (1991b) e ROPPA (1998) afirmaram que o
desmame afeta seriamente a estrutura dos vilos, diminuindo seu tamanho em até 63%
nos primeiros dias.
Uma das razões para a diminuição dos vilos é esclarecida por PLUSKE et al.
(1996) quando afirmaram que com o desmame, tanto a troca do leite pela dieta seca
quanto o seu baixo consumo podem danificar a mucosa. Ao contrário, DIAMOND e
KARASOV (1983) e KELLY et al. (1991a) observaram que o aumento do consumo, no
período pós-desmame, conduz a um maior crescimento da mucosa. MAKKINK et al.
(1994) reunindo ambas as afirmações, declararam que existe uma relação positiva
entre o consumo de ração pós-desmame e a integridade da morfologia do intestino.
Diante deste fato, ALLEE e TOUCHETTE (1999) consideraram que é
fundamental que os leitões comecem a consumir ração logo que sejam desmamados.
O melhor modelo para explicar este aspecto é o uso da nutrição parenteral total (NPT),
125
em que todos os nutrientes são administrados por via intravenosa. Em estudos
utilizando o modelo NPT, o crescimento dos animais foi ligeiramente mais baixo do que
aquele observado nos que permaneciam com a mãe (141g/d e 171g/d,
respectivamente). Além disso o intestino se atrofiou, o que demonstra a importância da
presença de nutrientes no mesmo (WYKES et al., 1993). Ainda em relação ao
consumo, THOMAZ et al. (1996) advertiram que a qualidade dos alimentos
empregados na formulação das dietas pode interferir na integridade da mucosa do
leitão, pois existem evidências de que a disponibilidade de aminoácidos na digesta
determina a proliferação de enterócitos (WU, 1998) afetando a morfologia da mucosa
intestinal após o desmame.
Poucas pesquisas têm sido publicadas sobre os efeitos do nível de proteína na
estrutura e função do trato digestivo de leitões desmamados precocemente (GU e LI,
2004). Se os níveis de proteína bruta na dieta são muito baixos, este afetará o
desenvolvimento dos vilos e do trato digestivo em geral (NUNEZ et al., 1996), além do
crescimento do leitão. Contrariamente, quando os níveis de proteína bruta excedem a
capacidade digestiva e absortiva do leitão, um grande montante de material
nitrogenado indigesvel ou não absorvido sofrerá putrefação. Isto pode desequilibrar a
microflora residente resultando em severa diarréia nutricional que ocasiona danos à
mucosa intestinal (DONG et al., 1996), particularmente grave no epitélio viloso
(CUNNINGHAM e HERDT, 1999).
Os polissacarídeos não amiláceos viscosos (PNAs) tamm aumentam o nível
de fermentação intestinal pela diminuição do fluxo peristáltico, desequilibrando a
microflora residente e modificando a morfologia da parede intestinal (LANGHOUT,
1998).
Por outro lado, ALLEE e TOUCHETTE (1999), McCRACKEN et al. (1999) e
ZIJLSTRA et al. (1999) afirmaram que a destruição do epitélio viloso pode ocorrer com
a invasão da mucosa intestinal por microrganismos.
No tocante aos fatores antinutricionais (FANs) sabe-se que as lectinas
possuem a afinidade de ligar-se a glicoproteínas na parede intestinal podendo chegar a
danificá-la. MAENZ et al. (1993) demonstraram que 60% das lectinas da soja chegam
intactas ao intestino e se ligam a carboidratos das membranas. Sua maior afinidade
está em se ligar ao N-acetil-D-galactosamina, carboidrato este presente na borda em
escova dos enterócitos. Os mesmos autores afirmaram que depois de ligadas, as
lectinas provocam desorganização e destruição dos microvilos, aumentando assim o
turnover das células intestinais.
126
Os inibidores de tripsina, quando em níveis elevados, ocasionam uma
correlação negativa com a altura e crescimento dos vilos em leitões desmamados
precocemente (ZARKADAS e WISEMAN, 2000a e b).
As saponinas aumentam a permeabilidade da mucosa intestinal (HUISMAN e
TOLMAN, 1992 e NUNES et al., 2001).
As proteínas antigênicas, que também podem ser consideradas um FAN, são
proteínas ou glicoproteínas de grande peso molecular. A exposição dos animais a
estas substâncias, dentre as quais se destacam as proteínas antigênicas de origem
vegetal (especialmente a glicinina e
β
-conglicinina da soja), pode originar mudanças
nos processos fisiológicos normais, que podem aumentar a permeabilidade do intestino
em animais jovens e danificar a parede intestinal ocasionando a atrofia dos vilos e a
hipertrofia das criptas (KENWORTHY, 1976; LI et al., 1990, 1991a e b). Quando as
substâncias alergênicas são reconhecidas pelos leucócitos, estes começam a produzir
as citoquinas (KLASING et al., 1995). A liberação de citoquinas (como a interleucina 1),
ativa os componente celulares e humorais do sistema imunitário e também provocam
mudanças nas vias endócrinas e nos processos metabólicos corporais. O ACTH, a
tirosina e os hormônios catabólicos aumentam; os pepdeos somatotróficos, são
inibidos; o consumo voluntário se reduz; a temperatura corporal e a produção de calor
aumentam (STAHLY, 1996). A redução do consumo, como já citado, leva a diminuição
no comprimento dos vilos. NABUURS (1995) observou que a suplementação com
ração durante a fase de amamentação é benéfica para prevenir a atrofia das
vilosidades, uma das razões seria que o fornecimento de dieta com soja no pré-
desmame pode contribuir para o desenvolvimento de tolerância aos antígenos
(glicinina e β-conglicinina), evitando a diminuição da altura das vilosidades no pós-
desmame (ABREU, 1994).
Várias micotoxinas, como tricocetenos, ocratoxinas, aflatoxinas e
fumonensinas diminuem a resistência intestinal à enfermidades que, por sua vez,
podem ocasionar a destruição dos vilos (LEESON et al., 1995).
Por outro lado, o estresse oxidativo (graxas com alto conteúdo em lipídeos
oxidados) pode ter efeitos negativos sobre a integridade da mucosa e os tecidos do
sistema imune, ocasionando enfermidades (DIBNER et al., 1996).
Além disso o desenvolvimento da mucosa intestinal depende ainda da ação de
fatores tróficos e de reguladores hormonais. Estes compostos interferem
positivamente, podendo ter um efeito direto sobre o crescimento da mucosa, reduzindo
a atrofia intestinal ou melhorando a sua recuperação durante a primeira semana as o
127
desmame e, permitindo uma melhora na digestão e absorção de nutrientes (MAIORKA,
2001).
Um fator de crescimento que tem um importante papel no crescimento intestinal
é o fator de crescimento epirmico (EGF). Alguns estudos têm demonstrado que o
mesmo está presente no leite e cogita-se que tenha um efeito trófico sobre a mucosa
intestinal (ALLEE e TOUCHETTE, 1999). As imunoglobulinas A (IgA), que estão
presentes no leite, também têm um efeito trófico sobre a mucosa intestinal (PLUSKE et
al., 1997). Enquanto o sistema imunológico do leitão desmamado precocemente está
imaturo (LI et al., 1990), são as imunoglobulinas A do leite que proporcionam imunidade
à mucosa evitando a aderência de microrganismos (GATNAU et al., 1995) e,
componentes antinicos de origem alimentar (NEWBY, 1985; BERTO, 1993, e
NABUURS, 1995) à parede intestinal, e desta forma evitando possíveis danos aos
vilos.
Uma outra substância considerada como estimulante da proliferação intestinal
é o aminoácido glutamina (Gln) que é considerado o principal metabólico que nutre os
enterócitos (SOUBA et. al.,1985 e PLUSKE et al., 1997). Durante a fase de
recuperação do intestino delgado, existe uma alta necessidade de síntese de
nucleotídeos e de energia. Deste modo, a glutamina pode ter um papel importante para
cobrir estas necessidades, pois a glutamina é a principal fonte para o metabolismo
enertico dos enterócitos (SOUBA, 1993). Adicionalmente, o nitrogênio da glutamina é
usado para a síntese de nucleodeos.
As poliaminas (putrescina, espermina e espermidina) também são essenciais
para o crescimento e diferenciação das células. Seu mecanismo de ação é
desconhecido, porém são essenciais para a divisão celular. É possível que a presença
das poliaminas no lúmem intestinal possa servir de aporte para os enterócitos que, em
todo caso, afetaria potencialmente o seu crescimento e diferenciação. O leite da fêmea
suína contém níveis altos de poliaminas, mas os ingredientes típicos usados em rações
pós-desmame contém níveis muito baixos. Portanto, a adição de poliaminas na dieta de
desmame poderia ser befica para a saúde intestinal, a menos que o nível intracelular
de poliaminas esteja estritamente regulado e a adição exógena não afete a atividade
dos enterócitos (JOHNSON e McCORMACK, 1994).
128
1.2 - Antecedentes Experimentais
Existem numerosos estudos que tentam avaliar a morfologia intestinal de
leitões lactentes nas primeiras 4-5 semanas de idade. Sobre o tema, HAMPSON
(1986) observou que a altura dos vilos (AV) não mudou durante o período de
amamentação. De acordo com HAMPSON (1986) e
NABUURS et al. (1993) a AV foi
menor 3 a 4 dias pós-desmame e atinge novamente o valor pré-desmame entre 11 e
14 dias pós-desmame. CERA et al. (1988) e ALLEE e TOUCHETTE (1999) verificaram
que a AV se reduziu com o aumento da idade dos leitões. ABREU (1994) trabalhando
com leitões, encontrou vilosidades com aproximadamente, 720, 570, 390 e 470µm de
altura, respectivamente, aos 14, 21, 28 e 35 dias de idade, nas regiões
correspondentes a 25, 50 e 75% do intestino delgado.
As conclusões em relação à profundidade das criptas (PC) são tamm
variadas, já que HAMPSON (1986) observou um aumento e DUNSFORD et al. (1989)
uma redução da PC ao longo do período de amamentação. ALLEE e TOUCHETTE
(1999) observaram que as criptas são geralmente profundas quando os animais estão
em amamentação. Segundo HANCOCK et al. (1990) quanto mais antigênica for a dieta,
maior será o grau de PC.
De acordo com CERA et al. (1988) as alterações na morfologia intestinal de
pós-desmama são transitórias e caracterizadas por redução da AV entre 27 a 59% e
aumento na PC entre 10 e 114%, na primeira semana. A partir da primeira semana
pós-desmama, a AV volta a aumentar e se estabiliza.
MILLER et al. (1986) estudaram a morfologia intestinal em leitões desmamados
ou o com 28 e 42 dias de idade. O desmame levou à redução na AV e ao aumento
na PC do intestino delgado.
Trabalhando com leitões desmamados aos 21 dias de idade e submetidos a
dietas úmidas e secas, SILVA et al. (2001) analisaram a altura do vilo (AV) e a
profundidade da cripta (PC) em diversas porções do intestino delgado. Os autores
concluíram que houve diferenças significativas na AV do duodeno, favorecendo os
tratamentos que utilizaram dietas úmidas. Para a PC do duodeno e do jejuno e para a
altura das vilosidades do jejuno não foram verificadas diferenças estasticas, apesar de
que a dieta úmida tenha apresentado melhores resultados.
TEIXEIRA et al. (2003) utilizando leitões nas fases de maternidade (7 aos 21
dias) e pós-desmame (21 aos 35 dias de idade), realizaram um experimento utilizando
duas dietas simples (uma com 16 e a outra com 19% de proteína bruta - PB) e duas
129
complexas, sendo uma à base de milho, farinha de peixe, leite em pó e glúten de milho
e sem o uso do farelo de soja (CSFS), e a outra à base de milho, farinha de peixe, leite
em , farelo de soja e sem glúten de milho (CCFS), ambas com 19% de PB. Foram
consideradas dietas complexas as que continham fontes protéicas de origem animal e
vegetal, e simples as que continham apenas farelo de soja como ingrediente protéico.
Os leitões foram abatidos aos 14, 21, 28 e 35 dias de idade e foram retiradas amostras
de 2cm nas regiões correspondentes a 25, 50 e 75% do intestino delgado. Os animais
que consumiram a dieta simples com 16% de PB e complexa CSFS obtiveram maior
profundidade de cripta (PC) aos 21 e 35 dias de idade, respectivamente, o tendo
efeito sobre a altura das vilosidades (AV) e relação vilosidade:cripta (RVC). A PC
aumentou linearmente, enquanto que a AV e RVC apresentaram uma resposta
quadrática até 27 e 30 dias de idade, respectivamente. As dietas simples ou complexa,
em razão da qualidade e quantidade dos ingredientes, afetaram a PC do intestino
delgado.
BERTO et al. (1993) utilizaram leitões desmamados aos 28 dias de idade, que
passaram a receber ração inicial simples (RS sem produtos lácteos) ou
semicomplexa (RSC com 15 ou 12% de produtos lácteos). Parte dos animais foram
abatidos no dia do desmame (dia zero), no 7
o
e 21
o
dia as o início do experimento,
para que fosse feito o estudo da espessura da mucosa (EM) e da altura das
vilosidades (AV) do duodeno (D) e do jejuno (J). Os valores médios observados para
EMD, AVD, EMJ e AVJ o foram afetados estatisticamente pelo tipo de ração
fornecida. A EMD, EMJ e AVJ apresentaram aumentos significativos do 7
o
para o 21
o
dia após o desmame. Os resultados demonstraram que o desmame afetou
negativamente a AV, tanto do duodeno quanto do jejuno dos leitões, e esses efeitos
foram independentes do tipo de ração oferecida aos animais.
Em outro estudo, BERTO et al. (1996) utilizaram leitões desmamados aos 28
dias de idade e submetidos à ração simples ou ração semicomplexa. No 7º e 21º dia
após início do experimento foram abatidos animais para o estudo da espessura da
mucosa (EM) e altura das vilosidade (AV) do duodeno (D) e jejuno (J). Os valores
médios observados para EMD, AVD, EMJ e AVJ o foram influenciados
significativamente pelo tipo de dieta. A não constatação do efeito do tipo de ração inicial
sobre a morfologia do duodeno e jejuno dos leitões foi atribuída ao fato de que o
desmame foi realizado com idade média dos animais em torno dos 28 dias, o que pode
ter contribuído para o desenvolvimento da tolerância aos antígenos presentes nas
rações iniciais; além do fato que o farelo de soja, principal ingrediente antinico das
130
rações, foi semelhante nas dietas simples e semicomplexas, não ultrapassando de
26,16%. A EMD, EMJ e AVJ apresentaram aumentos do 7º para o 21º dia, as o
desmame. Uma regressão que abrangeu os dias 0, 7 e 21, mostrou efeito linear para
EMJ e quadráticos para AVD e AVJ.
GU e LI (2004) testaram os efeitos de diferentes níveis de proteína bruta (63,
103, 151, 208, 249g/kg dieta), sobre a morfologia dos vilos de diferentes regiões do
intestino delgado de leitões desmamados precocemente. Os animais tiveram acesso à
dietas pré-iniciais até o dia 7 e foram desmamados no dia 21 quando se iniciou o
estudo. As dietas foram baseadas em milho, farelo de soja, farinha de peixe e soro de
leite. Ao final do ensaio (42 dias) seis leitões de cada tratamento foram sacrificados
para as alises. Os resultados mostraram que os níveis de proteína bruta (PB) têm
um efeito linear significativo na altura dos vilos (AV) e na profundidade das criptas (PC)
do jejuno proximal e distal. Verificaram também a existência de um efeito quadrático
dos níveis de PB na AV do duodeno e distal do jejuno. Entretanto, não foi encontrado
efeito polinomial dos níveis de PB sobre a AV e PC do íleo.
DUNSFORD et al. (1989), trabalhando com leitões desmamados aos 21 dias
de idade, os quais o receberam ração pré-inicial e foram alimentados com dietas,
cuja fonte protéica era a base de caseína hidrolisada (CH), farelo de soja (FS) ou milho
e farelo de soja (MFS), verificaram redução na altura das vilosidades do intestino
delgado até o 12º dia após o desmame. Observaram tamm que os leitões, que
receberam ração a base de MFS, apresentaram vilosidades deformadas, enquanto
aqueles que receberam ração a base de FS, além das vilosidades deformadas,
apresentaram tamm maior espessura da lâmina própria, sugerindo que a inclusão de
altas concentrações de FS (32 e 44%) na ração inicial de leitões acentua o efeito
nocivo do desmame sobre o intestino delgado dos animais.
Existem relatos de pesquisadores, entre os quais MAKINDE et al. (1996), que
notaram uma diminuição na altura dos vilos (AV) em leitões desmamados que
ingeriram uma dieta com elevado nível de farelo de soja (FS) ao invés de leite
desnatado em pó (LDP). Neste sentido LI et al. (1991a) observaram menor AV e maior
profundidade da cripta (PC) no intestino de leitões alimentados com dietas baseadas
em FS, comparados àqueles alimentados com dietas contendo proteína do leite,
proteína concentrada de soja ou proteína concentrada de soja extrusada; porém os
relatos de McCRACKEN et al. (1999) não confirmaram esses achados.
Complementando o exposto, LI et al. (1991b), relataram que leitões alimentados com
rações contendo FS (aproximadamente 37%) apresentaram menor AV do intestino
131
delgado, para as proteínas da soja, que aqueles que receberam ração a base de
proteínas do leite (dieta complexa contendo 35% de leite em pó e 20% de soro de
leite), indicando que o FS apresenta antígenos que podem causar hipersensibilidade
em leitões jovens.
Em outro experimento, testando a substituição do leite em (LP) pelo farelo
de soja (FS), soja integral fermentada (SIF) e soja integral extrusada (SIE), em dietas
isonutritivas, SOARES et al. (2000) utilizaram leitões desmamados aos 14 dias de
idade, e acompanharam seu desempenho até os 35 dias de idade. Com exceção da
dieta testemunha, todas as outras continham 10% de soro de leite. Os autores
constataram que, do desmame (aos 14 dias de idade) até os 21 dias de idade, houve
uma redução na altura dos vilos (AV) e na relação vilo:cripta (RVC), e aumento na
profundidade das criptas (PC) do intestino delgado em todos os tratamentos. Aos 21
dias de idade a AV apresentou-se significativamente maior nos animais que
consumiram o LP e SIF, para a PC não houve diferenças estasticas entre os
tratamentos, enquanto que o tratamento contendo LP apresentou significativamente a
maior RVC. Aos 28 dias de idade não houve diferenças estasticas entre os
tratamentos para a AV, PC e RVC. Aos 35 dias de idade, para a AV, o tratamento
contendo LP foi numericamente superior aos tratamentos contendo SIF e FS, contudo
não houve diferenças estatísticas entre os tratamentos para a PC e para RVC.
JIANG et al. (2000) estudaram os efeitos de uma dieta seca baseada em 15%
de farelo de soja (FS) ou 10% de plasma sanguíneo em (PSP) sobre o crescimento
do intestino delgado e a morfologia da mucosa em 96 leitões desmamados aos 14 dias
de idade. Os tratamentos eram: (C) - livre aceso à dieta controle, (P) - livre acesso a
uma dieta contendo PSP (10%) e (PPF) - dieta com PSP onde a ingestão alimentar do
grupo foi ajustada para se igualar a ingestão alimentar do grupo (C) com base no peso
corpóreo, com o objetivo de eliminar o efeito do aumento de ingestão no grupo (P).
Oito leitões de cada grupo foram mortos aos 2, 4, 8 e 16 dias de experimento para
análise histológica do jejuno e íleo. Os autores verificaram que a dieta com PSP não
afetou a proliferação das células das criptas, profundidade das criptas (PC) ou altura
de vilos (AV), tanto no jejuno como no íleo. Entretanto, diferenças significativas foram
observadas para a AV, PC e relação vilo:cripta associada com a idade dos leitões.
Conduzindo um experimento para estudar o efeito de dietas contendo fontes
protéicas sobre a morfologia intestinal de leitões desmamados precocemente, VENTE-
SPREEUWENBERG et al. (2004) utilizaram 108 animais desmamados aos 27 dias de
idade e que não tiveram acesso a rações pré-iniciais durante o aleitamento. Os
132
tratamentos consistiam de 2 dietas isoprotéicas com duas fontes de proteína: leite
desnatado em (LDP) ou farinha de pena hidrolisada (FPH) que apresentavam uma
digestibilidade ileal de 88% e 65%, respectivamente. As dietas continham a mesma
proporção de aminoácidos essenciais. Os animais foram sacrificados 4, 7 e 14 dias
após início do experimento. A altura dos vilos (AV) e a profundidade das criptas (PC)
foram significativamente maiores nos leitões que consumiram a dieta com LDP. Os
autores concluíram que o LDP tem um efeito positivo na AV.
HOPPE et al. (1990) verificaram que a superfície das vilosidades do intestino
delgado foi drasticamente alterada (ocorrendo uma diminuição dos vilos) por um
período de 7 a 14 dias após o desmame e, por isso, recomendaram o fornecimento de
uma dieta de elevado valor nutricional e altamente digestiva para os leitões durante os
primeiros 14 dias da fase inicial, para minimizar os efeitos das alterações digestivas
que normalmente ocorrem nesse período.
De acordo com a CENTRAAL VEEVOEDERBUREAL (2000), a digestibilidade
ileal da proteína das fontes protéicas a seguir, é decrescente na seguinte ordem: leite
desnatado em pó (LDP), 88% > plasma sanguíneo em (PSP), 87% > farelo de soja
(FS), 84% > farinha de peixe (FP), 83% > farinha de pena hidrolisada (FPH), 65%. O
LDP, PSP e FP têm similar digestibilidade de proteína e resultou numa altura de vilos
semelhantes em leitões alimentados com estas fontes. Apenas a FPH mostrou efeito
negativo sobre a arquitetura dos vilos em função da baixa digestibilidade ileal.
THOMSON et al. (1995) informaram que entre os possíveis efeitos biológicos
do plasma sanguíneo em (PSP) estão o aumento da área de superfície do vilo e da
função absortiva intestinal. Da mesma forma SPENCER et al. (1997), em ensaios com
suínos, demonstraram que dietas contendo PSP em aumentam o comprimento dos
vilos.
Um ensaio foi conduzido por TOUCHETTE et al. (1997) para determinar o
efeito da dieta contendo plasma sanguíneo em (PSP) na morfologia intestinal de
leitões desmamados entre 14-17 dias de idade. Os leitões foram alimentados com
duas dietas (0 ou 7% de PSP), à vontade, limitadamente ou acima do consumo normal.
Os animais que não consumiam voluntariamente as rações definidas foram
alimentados através de uma cânula flexível strica. Ao final do 11º dia experimental
os animais foram mortos e amostras do intestino delgado foram coletadas para medida
da altura dos vilos (AV) e profundidade das criptas (PC). Não foi verificado efeito da
cânula em relação a morfologia intestinal. Os animais alimentados com PSP à vontade
tiveram os vilos significativamente maiores e uma relação vilo:cripta (RVC) maior,
133
estatisticamente, que aqueles leitões que consumiram a dieta sem plasma. Para
ALLEE e TOUCHETTE (1999) leitões que receberam PSP na ração, em diversos
experimentos, têm vilosidades maiores e uma maior RVC, quando comparados a
outros animais do mesmo experimento e que não receberam o PSP na dieta.
BERTOL et al. (2000) conduziram um experimento com leitões desmamados
aos 21 dias de idade e submetidos as seguintes dietas: T1 - 100% farelo de soja (FS)
como principal fonte protéica; T2 - substituição de 30% do FS da dieta testemunha por
proteína concentrada de soja (PCS); T3 - substituição de 30% do FS da dieta
testemunha por PCS e 20% por leite desnatado em (LDP); T4 - substituição de 50%
do FS da dieta testemunha por PCS; T5 - substituição de 50% do FS da dieta
testemunha por PCS e 20% por LDP. As dietas foram fornecidas de 0-14 dias após o
desmame, e de 14-35 dias as o desmame e continham 14% de lactose, proveniente
do soro de leite em pó, da lactose cristalina e do LDP, e foram isonutritivas. Os autores
chegaram a conclusão que, com respeito à profundidade da cripta, houve redução
significativa da mesma nos leitões que receberam as dietas com PCS, o que indica
menor nível de agressão à morfologia da parede intestinal por parte da PCS em
comparação com o FS.
Dois experimentos com quatro níveis (0, 20, 40 e 60%) de substituição do
farelo de soja (FS) pela soja integral extrusada (SIE) foram realizados por BERTOL et
al. (2001a) utilizando leitões desmamados aos 21 dias de idade. As dietas foram
fornecidas do dia do desmame até 14 dias as, do 15º ao 35º dia as o desmame.
No período seguinte, foi fornecida a mesma dieta inicial a todos os leitões. As dietas do
experimento-1 e 2 continham 14% e 18% de soro de leite em , respectivamente, e
eram isonutritivas. No experimento 1, a altura média da mucosa (AMM) do duodeno
apresentou efeito quadrático para os tratamentos. No fragmento 2, coletado no jejuno,
a AMM reduziu linearmente com o aumento dos níveis de SIE na dieta, enquanto no
fragmento 1 do jejuno e no íleo não houve efeito significativo dos tratamentos para esta
variável. No experimento 2, a AMM foi superior nos animais que receberam a dieta em
que o FS foi a única fonte de proteína, em todos os segmentos do intestino avaliados,
levando os autores a concluírem que a provável causa foi uma hiperplasia da cripta,
em conseqüência do aumento na taxa de mitose dos enterócitos, em resposta aos
fatores antigênicos presentes no FS.
BERTOL et al. (2001b) realizaram dois experimentos com quatro níveis (0, 25,
50 e 75%, no experimento-1) e (0, 20, 40 e 60%, no experimento-2) de substituição do
farelo de soja (FS) pela proteína texturizada de soja (PTS) na dieta de leitões
134
desmamados aos 21 dias de idade. As dietas foram fornecidas do dia do desmame até
14 dias após. No período seguinte, foi fornecida a mesma dieta inicial a todos os
leitões, do 15º ao 35º dia as o desmame. As dietas do experimento 1 e 2 foram
isonutritivas. No experimento 1 observou-se que a altura média da mucosa (AMM) de
todas as porções do intestino coletadas foi superior, quando o FS foi a única fonte
protéica, embora no duodeno a diferença não tenha sido estatisticamente significativa.
As AMMs do fragmento-1 do duodeno e do íleo sofreram redução linear com o
aumento dos níveis de PTS na dieta, enquanto que a AMM do fragmento-2, coletado
no jejuno, apresentou efeito quadrático. No experimento 2 verificou-se que a AMM foi
superior nos animais que receberam a dieta em que o FS foi a única fonte de proteína,
em todos os segmentos do intestino avaliados. Os autores concluíram que a PTS é um
ingrediente potencialmente mais digestível que o FS por conter proteínas com menor
atividade biológica e com menor nível de agressão à mucosa intestinal.
Um outro experimento foi realizado por BERTOL et al. (2001c) para testar a
substituição do farelo de soja (FS) por 50% de soja integral extrusada (SIE), proteína
texturizada de soja (PTS) e proteína concentrada de soja (PCS); em dietas para leitões
desmamados aos 21 dias de idade. As dietas foram fornecidas por 14 dias após o
desmame, e no período subseqüente foi fornecida uma única dieta inicial a todos os
leitões durante 21 dias. As dietas-teste foram isonutritivas. A altura da mucosa (AM),
altura das vilosidades (AV) e profundidade da cripta (PC) não foram afetadas pelos
tratamentos, com exceção da AM do íleo e da PC do duodeno. A AM do íleo foi maior
significativamente nos leitões que receberam a dieta FS-PCS. A PC do duodeno foi
menor estatisticamente nos leitões que receberam a dieta FS-SIE. Os pesquisadores
concluíram que os subprodutos SIE, PTS e PCS não apresentaram diferenças entre si
como substitutos parciais do FS na dieta de leitões desmamados aos 21 dias de idade.
135
2 – MATERIAL E MÉTODOS
2.1 - Localização e Duração do Trabalho de Campo
A pesquisa de campo foi conduzida no Setor de Suinocultura do
Departamento de Zootecnia do Centro de Ciências Agrárias da Universidade
Federal do Ceará (CCA/UFC), situado no Campus do Pici, em Fortaleza – Ceará.
O estudo da histomorfometria intestinal teve uma duração de 14 dias,
divididos em duas semanas, sendo a semana 1 o período que correspondia do
desmame dos animais, com 21 dias de idade, até os 28 dias de idade e, a semana
2 se estendia dos 28 aos 35 dias de idade. O período total correspondeu às duas
primeiras semanas da fase 1 (21-42 dias de idade) do período de creche.
2.2 Instalações e Equipamentos
Para a realização do experimento foi utilizado um galpão aberto,
construído com alvenaria, pé direito com altura de 2,50m, cobertura com telha de
barro e piso compacto de cimento com rugosidade média e declividade em torno
de 3%. O mesmo era dividido lateralmente, por meio de paredes de alvenaria de
1,00m de altura, em 32 baias, sendo 16 baias para cada lado do galpão, divididas
por um corredor de 1,00m de largura. Entretanto, usou-se apenas 20 baias,
desprezando-se as três primeiras baias de cada extremidade e de cada lado do
galpão.
A área física de cada baia media 1,50m de largura por 3,00m de
comprimento. Em seu interior encontrava-se um comedouro de cimento situado
próximo ao corredor frontal (Figura III.1) e um bebedouro tipo chupeta em
extremidade oposta, situado nas imediações do ralo para escoamento de dejetos.
No centro de cada baia foi instalada, de forma suspensa a uma altura de 0,50m do
piso, uma lâmpada incandescente de 100W.
As pesagens dos animais e das sobras de ração foram realizadas em
balança eletrônica, com divisões de 0,1kg, instalada no corredor do galpão.
136
FIGURA III.1 – Área interna da baia com destaque para o comedouro de
alvenaria situado próximo ao corredor frontal.
2.3 – Animais Experimentais
Foram utilizados, inicialmente, 80 leitões machos de uma mesma linhagem
comercial, desmamados com 21 dias de idade, com peso médio de 5,49kg, e que
haviam recebido ração pré-inicial à base de milho, farelo de soja e núcleo comercial
para leitões lactentes, a partir do 7º dia de vida. Entretanto, deste montante, apenas 20
animais, com peso médio de 5,31kg, participaram do estudo dos parâmetros
histomorfométricos. Os mesmos foram provenientes de uma granja suinícola situada no
município de Croatá - CE.
2.4 - Dietas Experimentais
As dietas constaram de cinco rações, com nível de energia de 3.500 Kcal
ED/kg e proteína bruta - PB de 22%, de acordo com ROSTAGNO et al. (2000). Na
composição das mesmas entraram ingredientes convencionais como: milho, farelo de
soja, leite em pó desnatado, calcário, fosfato bicálcico, protenose, açúcar, óleo de soja,
sal, premixes mineral e vitamínico e, aminoácidos sintéticos. Em função da natureza de
cada dieta, foi adicionado proteína de origem animal (farinha de carne ou plasma
137
sanguíneo em pó) e proteína de origem vegetal (farelo de algoo ou farelo da
amêndoa da castanha de caju) em níveis pré-fixados. As dietas que continham o farelo
de algodão sofreram a adição de sulfato ferroso monohidratado (FeSO
4
. H
2
O) na
proporção de 1:1000, com o intuito de reduzir um possível efeito nocivo do gossipol
(PINHEIRO, 1972).
Para a formulação das dietas experimentais utilizou-se o programa linear
Sistema de Formulação de Rações de Custo Mínimo” (TD SOFTWARE SUPER
CRAC, 1993). As dietas foram elaboradas para serem isocalóricas, isoprotéicas,
isolisínicas, isometionínicas, isocalcíticas, isofosfóricas e isosódicas.
As dietas experimentais adotadas foram as seguintes:
Fase 1 (21-42 dias de idade)
T1 – Dieta basal + 10 % LDP.
T2 – Dieta basal + 5% PSP+ 15% FA.
T3 - Dieta basal + 5% FC + 15% FA.
T4 – Dieta basal + 5% PSP + 15% FACC.
T5 - Dieta basal + 5% FC + 15% FACC.
Dieta basal (milho + farelo de soja); LPD - Leite desnatado em ; PSP -
Plasma sanguíneo em , FA - Farelo de algodão; FACC - Farelo da amêndoa da
castanha de caju.
2.5 – Planejamento Estatístico
O delineamento experimental utilizado foi em blocos ao acaso, com 5
tratamentos, 2 repetições e 1 animal por repetição na 1ª e na 2ª semana, sendo feito o
desdobramento num modelo fatorial com dois fatores: Semanas e Tratamentos (Dietas
experimentais). As semanas foram divididas em semana 1 (dos 21 aos 28 dias de
idade) e semana 2 (dos 28 aos 35 dias de idade). Os tratamentos foram desdobrados
num fatorial 2 x 2 + 1, composto por duas fontes de proteína de origem animal POA
(farinha de carne e plasma sanguíneo em pó), duas fontes de proteína de origem
vegetal POV (farelo de algoo e farelo da amêndoa da castanha de caju) e um
adicional (dieta controle – T1).
138
O critério para formação dos blocos foi o peso inicial dos leitões já que
BERTOL et al. (2000) afirmam que o amadurecimento do trato gastrintestinal varia com
o peso dos leitões ao desmame e interfere nos experimentos nutricionais.
A unidade experimental foi o leitão sacrificado para cada dieta das repetições 2
e 3 na 1º semana e na 2º semana, perfazendo um total de 20 animais.
Quando a análise de variância detectou significância entre os tratamentos,
foram aplicados contrastes para testar os efeitos dos fatores. Além disso, a
comparação de médias para POA e POV com a dieta controle foi feita através do teste
de Dunnet .
Os dados médios das variáveis estudadas durante o período experimental,
foram submetidos a análise estatística pelo programa Statystical Analysis System
(SAS, 1996).
A análise das variáveis para cada observação foi descrita pela equação abaixo:
Y
ijkm
=
µµ
+
ββ
i
+
ττ
j
+
αα
k
+
ααττ
kj
+
εε
ijkm
Onde:
µ
=
representa a média geral;
β
i
=
representa o efeito do bloco i (j = 1, 2);
τ
j
=
representa o efeito do tratamento j (j = 1,2, 3, 4 e 5);
α
k
=
representa o efeito da semana k (k = 1 e 2);
ατ
kj
=
representa o efeito da interação semana k e tratamento j;
ε
ijkm
=
representa o efeito aleatório da observação m, na semana k, do
tratamento j e bloco i.
139
2.6 – Procedimentos Adotados
2.6.1 - Procedimento Pré-experimental
Após o recebimento do lote com os 80 leitões desmamados com 21 dias de
idade, foi aferido o peso individual dos animais que logo em seguida eram identificados
por um brinco numerado.
As 20 baias experimentais foram divididas em quatro blocos, aleatoriamente
distribuídos, contendo cada qual os 5 tratamentos que também foram aleatoriamente
sorteados. Levando-se em consideração que cada bloco correspondia a uma
repetição, reservou-se os 20 animais mais pesados para repetição 1, para repetição 2
os 20 medianamente mais pesados, para repetição 3 os 20 medianamente menos
pesados e finalmente para repetição 4 os 20 animais menos pesados. Dentro de cada
repetição, os cinco primeiros animais com maior peso foram sorteados para cada uma
das cinco dietas experimentais existentes, posteriormente utilizou-se o mesmo critério
para os cinco seguintes e assim sucessivamente até completar com os 20 animais de
uma repetição. Ao final, cada baia continha 4 leitões.
Previamente ao iniciar o experimento, os baldes foram identificados quanto ao
número do box, tratamento e repetição; distribuídos entre as baias correspondentes e
enchidos com quantidades conhecidas das respectivas rações experimentais. A
medida que esvaziavam, devido ao consumo dos animais, foram novamente
recarregados com conhecidas porções das dietas indicadas na identificação.
Os leitões tiveram acesso, durante todo o experimento, a água e ração à
vontade, sendo a última fornecida quatro vezes ao dia, sempre nos mesmos horários.
Às lâmpadas incandescentes permaneceram 24h ligadas durante as duas semanas
experimentais.
Ao final da primeira semana experimental (semana 1), foi sorteado um animal
pertencente a cada baia (tratamento) nas repetições 2 e 3 e estes foram sacrificados
para o estudo dos parâmetros histológicos intestinais. Equilibrando numericamente o
número de animais por baia, também foi sorteado e eliminado um leitão pertencente a
cada baia (tratamento) nas repetições 1 e 4. A razão pela qual foram rejeitados os
leitões do bloco 1 e 4 é que no bloco 1 estariam os animais mais pesados, e no bloco 4
os animais mais leves; estas condições poderiam interferir na análise dos parâmetros
histológicos. Procedimento semelhante foi feito ao final da segunda semana
experimental (semana 2). O restante dos animais (dois leitões por baia) que
140
prosseguiram na terceira semana da fase 1 e durante toda a fase 2 (42-63 dias de
idade) foram utilizados nas analises de outros parâmetros (zootécnicos,
microbiológicos, séricos e econômicos).
2.5.2 – Procedimento Experimental
Antes de serem sacrificados, os leitões sorteados (10 ao final da 1ª semana
experimental e 10 ao final da 2ª semana experimental) passaram por um jejum de
aproximadamente 12h, tendo acesso somente a água. As terem sido pesados, foram
levados à sala de abate, dessensibilizados e sangrados. Com a constatação da morte,
o leitão foi posto em decúbito dorsal, suas pernas afastadas lateralmente e com um
instrumento de corte foi feita uma incisão, na altura da linha alba, da região lvica até
as proximidades do diafragma. Em seguida as vísceras intestinais foram retiradas da
cavidade abdominal (Figura III.2).
FIGURA III.2 Exposição das vísceras abdominais para retirada dos
fragmentos intestinais (duodeno, jejuno e íleo).
O início do estudo histológico do intestino delgado foi feito retirando-se um
fragmento do duodeno com aproximadamente 2cm de comprimento a
141
aproximadamente 10cm do início do órgão, lavando-se com uma pisseta, interna e
externamente com solução aquosa de formol a 10% e acondicionando-se em frascos
de vidro devidamente identificados contendo aproximadamente 100ml de solução
aquosa de formol a 10% (Figura III.3). Procedimento semelhante foi feito ao retirar-se
um fragmento do jejuno e do íleo, entretanto, o local de escolha foi o terço médio do
jejuno e a porção final do íleo a aproximadamente 10cm antes do órgão se ligar ao
ceco. O tempo desde o abate até a coleta das amostras e imersão na solução de
formol não ultrapassou 5 minutos.
FIGURA III.3 – Colocação do fragmento intestinal em frasco identificado e
contendo uma solução de formol a 10%.
Após o período de fixação no formol (24h), cada fragmento foi lavado em
álcool a 70%, para retirar o excesso da solução fixadora, e transferido para uma
solução aquosa de álcool a 70%, solução em que foram mantidas até seu
processamento.
Os procedimentos para preparação da peça para confeão das lâminas
histológicas foram realizados no Laboratório de Histologia da Faculdade de Veterinária
da Universidade Estadual do Ceará, com algumas adaptações, baseadas no método
de rotina descrito por JUNQUEIRA e CARNEIRO (1985).
O processo de desidratação histológica iniciou-se quando o álcool a 70% foi
retirado dando lugar a uma solução aquosa de álcool a 80% por 1h. Seguindo sempre
142
o período de 1h para cada passagem, as peças histológicas ainda passaram por uma
solução aquosa de álcool a 90%, 95% e duas vezes em álcool absoluto (100%). A
etapa seqüencial foi retirar o segundo álcool absoluto e deixar as peças numa solução
de álcool absoluto:xilol na proporção de 1:1 por 12h visando o início do processo de
clareamento ou diafanização histológica. Decorrido este tempo a solução álcool
absoluto:xilol foi substituída por xilol absoluto durante 6h. Posterior a retirada do xilol
absoluto, as peças foram por duas vezes submersas em parafina pura fundida a 60ºC,
cada uma das duas vezes com um tempo de 2h para a conclusão da etapa de
impregnação histológica. Finalizando o processo as peças tiveram a extremidade a ser
analisada nivelada por um corte transversal de 0,3 - 0,5cm feito com um bisturi, pois as
mesmas tendem a sofrer um leve processo de reversão, para na seqüência serem
submetidas à inclusão histológica em um bloco de parafina pura.
Cada bloco foi individualmente processado no micrótomo Olympus, modelo
CUT 4055 II, desprezando-se as 30 primeiras seções para ajuste do corte. Por quatro
vezes seguidas foram realizadas 10 seções seriadas com 5µm de espessura no bloco,
alternadas por 10 cortes desprezados; das 10 seções seriadas escolhia-se a melhor e
desprezava-se as outras 9, de tal forma que para cada bloco foram feitos 40 cortes e
selecionados, em lâminas, os 4 melhores cortes. As seções foram submetidas à
técnica de rotina de desparafinização e hidratação (HUMASON, 1972). Em seguida,
foram coradas pelo método de rotina hematoxilina - eosina (HUMASON, 1972) com
posterior montagem da lamínula, feita com Bálsamo do Canadá.
Para as análises histomorfométricas utilizou-se um microscópio ótico Nikon,
modelo Eclipse 400 (aumento 10X) acoplado a uma câmera fotográfica digital Nikon,
modelo Coolpix 5000 que estava conectada a um computador. Desta forma as
fotomicrografias foram tiradas e arquivadas para posterior medida.
Das quatro lâminas originadas de um bloco, foram selecionadas as 20
vilosidades e as 20 criptas melhores orientadas, observando-se tamm a integridade
da mucosa (TEIXEIRA, 1999). Das 20 vilosidades e 20 criptas foi feita uma média. As
medidas de altura da vilosidade foram tomadas da parte superior da cripta até o ápice
da vilosidade e da profundidade de cripta foram tomadas da parte superior da cripta até
sua porção inferior (Figura III.4), através do Software de Alise de Imagens Scion
Image.
143
1 – Profundidade da cripta; 2 Altura do vilo; 3 – Glândula duodenal
Aumento: 10 X 10.
FIGURA III.4 - Fotomicrografia demonstrativa da mucosa do intestino delgado
(duodeno) identificando a altura dos vilos e a profundidade das
criptas intestinais em leitões com 28 dias de idade e submetidos
a dietas experimentais.
3
2
1
144
3 – RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 – Altura dos Vilos
Os valores referentes à altura dos vilos (AV) no duodeno, jejuno e íleo dos
leitões submetidos a dietas contendo diferentes fontes protéicas de origem animal,
independentemente das fontes protéicas de origem vegetal, tanto para a semana 1
como para a semana 2 da fase 1 (21-42 dias de idade) do período de creche,
encontram-se na Tabela III.1.
TABELA III.1 -
íleo, por proteína
animal, na primeira e segunda semana da fase 1 (21-42 dias
de idade) do período de creche, em leitões submetidos a
dietas com diferentes fontes protéicas.
Semanas
POA
Segmentos
1 (28 dias de idade)
2 (35 dias de idade)
PSP
239,79 ± 11,70 A a
245,38 ± 32,87 A a
FC
Duodeno
320,29 ± 73,44 A a
265,66 ± 32,68 A a
Controle
274,77 ± 6,36 A a
222,79 ± 1,17 A a
PSP
209,60 ± 19,76 A a
224,91 ± 28,15 A a
FC
Jejuno
207,16 ± 26,78 A a
221,96 ± 26,13 A a
Controle
140,94 ± 25,59 A a
245,59 ± 32,48 A a
PSP
209,99 ± 26,10 A a
220,12 ± 41,25 A a
FC
Íleo
198,96 ± 39,28 A a
207,03 ± 53,01 A a
Controle
203,86 ± 8,13 A a
205,84 ± 4,64 A a
As análises de variância para a altura dos vilos no duodeno, jejuno e íleo encontram-se nos
Anexos (Tabelas III.1A a III.3A).
POA - Proteína de origem animal: PSP Plasma sanguíneo em , FC - Farinha de carne.
Valores de uma mesma coluna seguidos por letras maiúsculas iguais não são estatisticamente
diferentes (P>0,05).
Valores de uma mesma linha seguidos por letras misculas iguais não são estatisticamente
diferentes (P>0,05).
145
Analisando-se o efeito isolado para a proteína de origem animal,
independentemente da proteína de origem vegetal (Tabela III.1), observa-se que não
houve diferenças estatísticas (P>0,05) para a altura dos vilos (AV), no duodeno, jejuno
e íleo, entre as dietas experimentais, levando-se em consideração ambas as semanas
estudadas.
ABREU (1994) e ALLEE e TOUCHETTE (1999) constataram que as
vilosidades se reduziram com o aumentar da idade dos leitões. Da mesma forma
HOPPE et al. (1990) verificaram que ocorreu uma diminuição na AV do intestino
delgado por um período de 7 a 14 dias após o desmame. De acordo com as alises
de variância para a AV no duodeno, jejuno e íleo, não houve diferença significativa
(P>0,05) para o fator semana (7 e 14 dias as o desmame), portanto as afirmações
dos autores são contrárias aos resultados deste experimento.
JIANG et al. (2000) utilizaram dietas contendo 0 e 10% de plasma sanguíneo
em (PSP) para leitões desmamados aos 14 dias de idade, e os sacrificou aos 16,
18, 22 e 30 dias de idade. Os autores verificaram o PSP não afetou a altura de vilos,
tanto no jejuno como no íleo. Este resultados assemelham-se aos desta pesquisa, pois
as dietas contendo PSP não diferiram (P>0,05) das demais dietas com respeito a AV.
Diferente dos resultados desta pesquisa, TOUCHETTE et al. (1997),
trabalhando com leitões desmamados entre 14-17 dias de idade, e sacrificados 11 dias
após, verificaram que os animais alimentados com PSP tiveram os vilos
significativamente maiores que aqueles leitões que consumiram a dieta sem plasma.
THOMSON et al. (1995), SPENCER et al. (1997) e ALLEE e TOUCHETTE
(1999), observaram que leitões consumindo dietas contendo PSP apresentaram o
comprimento dos vilos aumentado. Desta forma, os dados dos autores não se
adequam aos resultados desse experimento.
O aumento do consumo de alimentos no período pós-desmame, conduz a um
maior crescimento da mucosa intestinal (DIAMOND e KARASOV, 1983, KELLY et al.
1991a e PLUSKE et al. 1996). Entretanto, no presente estudo, os leitões alimentados
com dietas contendo PSP, mesmo tendo apresentado um significativo (P<0,05)
consumo de ração na fase 1 (Tabela II.9), não evidenciaram superioridade para AV,
em relação as demais dietas.
Por outro lado, o estresse oxidativo, causado por produtos com elevados níveis
de gordura, passíveis de rancificação, pode prejudicar a integridade da mucosa
intestinal, segundo DIBNER et al. (1996). Contudo, as dietas experimentais da presente
146
pesquisa, contendo farinha de carne FC (16,9% EE), não evidenciaram prejuízo para
a mucosa intestinal, notadamente com respeito a AV.
Com relação a dieta controle, BERTO et al. (1993) trabalharam com leitões
desmamados aos 28 dias de idade recebendo ração sem produtos lácteos ou dietas
com 15 e 12% de produtos lácteos. Os autores verificaram quando os animais foram
abatidos no desmame (dia zero), no 7
o
e 21
o
dia, que todas as dietas afetaram
negativamente a AV, tanto do duodeno quanto do jejuno. Contraditoriamente, na
presente pesquisa, verifica-se que a dieta controle não afetou negativamente a AV.
SOARES et al. (2000) trabalhando com rações semelhantes a dieta controle,
do presente estudo, onde o leite em pó foi substituído por farelo de soja e por produtos
afins, em leitões desmamados aos 14 dias de idade, concluíram que aos 28 dias de
idade não houve diferenças entre as dietas testadas para AV, fato este, tamm
detectado nesta pesquisa.
NEWBY (1985), BERTO (1993), e NABUURS (1995) mencionaram o papel das
IgA do leite. Segundo os autores, as mesmas proporcionam imunidade à mucosa
evitando a ação de substâncias antigênicas de origem alimentar à parede intestinal, e
desta forma evitando possíveis danos aos vilos. Todavia, na presente pesquisa, a
utilização da dieta controle (com leite desnatado em pó) o mostrou superioridade
com respeito a AV, quando comparadas as dietas com FC e PSP, destinadas a leitões
desmamados.
A Tabela III.2 refere-se aos valores da altura dos vilos (AV), no duodeno,
jejuno e íleo dos leitões submetidos a dietas contendo diferentes fontes protéicas de
origem vegetal, independentemente das fontes protéicas de origem animal, durante a
primeira e segunda semana da fase 1 (21-42 dias de idade) do período de creche.
147
TABELA III.2 íleo, por proteína
vegetal, na primeira e segunda semana da fase 1 (21-42 dias
de idade) do período de creche, em leitões submetidos a
dietas com diferentes fontes protéicas.
Semanas
POV
Segmentos
1 (28 dias de idade)
2 (35 dias de idade)
FA
292,03 ± 89,65 A a
252,88 ± 9,79 A a
FACC
Duodeno
268,05 ± 37,81 A a
258,16 ± 48,04 A a
Controle
274,77 ± 6,36 A a
222,79 ± 1,17 A a
FA
194,59 ± 13,88 A a
228,51 ± 23,77 A a
FACC
Jejuno
222,17 ± 20,29 A a
218,36 ± 29,11 A a
Controle
140,94 ± 25,59 A a
245,59 ± 32,48 A a
FA
183,53 ± 23,12 A a
215,07 ± 54,15 A a
FACC
Íleo
225,42 ± 24,51 A a
212,07 ± 41,08 A a
Controle
203,86 ± 8,13 A a
205,84 ± 4,64 A a
As análises de variância para a altura dos vilos no duodeno, jejuno e íleo encontram-se nos
Anexos (Tabelas III.1A a III.3A).
POV - Proteína de origem vegetal: FA - Farelo de algodão, FACC Farelo da amêndoa da
castanha de caju.
Valores de uma mesma coluna seguidos por letras maiúsculas iguais o são estatisticamente
diferentes (P>0,05).
Valores de uma mesma linha seguidos por letras misculas iguais não são estatisticamente
diferentes (P>0,05).
Analisando-se o efeito isolado para a proteína de origem vegetal,
independentemente da proteína de origem animal (Tabela III.2), observa-se que não
houve diferenças estatísticas (P>0,05) para a altura dos vilos (AV), no duodeno, jejuno
e íleo, entre as dietas experimentais, levando-se em consideração ambas as semanas
estudadas.
CERA et al. (1988) trabalhando com leitões, constataram que a AV tende a
diminuir com o aumento da idade dos animais. BERTO et al. (1993) verificaram que há
um aumento significativo na AV do jejuno do 7
o
para o 21
o
dia após o desmame. Para
JIANG et al. (2000), existiram diferenças significativas para a AV associada com o
aumento da idade dos leitões. De acordo com as alises de variância para a AV no
duodeno, jejuno e íleo, não houve diferença significativa (P>0,05) para o fator semana
148
(7 e 14 dias as o desmame), portanto as afirmação dos autores são contrárias aos
resultados deste experimento.
Segundo DIBNER et al. (1996), o estresse oxidativo, causado por produtos
com elevados níveis de gordura, pode prejudicar a integridade da mucosa intestinal.
Todavia, as dietas experimentais, da presente pesquisa, com farelo da amêndoa da
castanha de caju – FACC (39,7% EE) o evidenciaram prejuízo para a mucosa
intestinal, notadamente com respeito a AV.
Resultado semelhante ao deste experimento na semana 2 foi apresentado por
BERTOL et al. (2001c) que realizaram um ensaio com leitões desmamados aos 21
dias de idade que receberam dieta contendo farelo de soja - FS (controle) ou dietas
com substituição de 50% do FS por outros derivados da soja. As dietas foram
fornecidas até os 35 dias de idade. Os pesquisadores verificaram que a altura das
vilosidades (AV) o foi afetada pelos tratamentos. Da mesma forma, TEIXEIRA et al.
(2003) sacrificaram leitões aos 14, 21, 28 e 35 dias de idade, após os mesmos terem
sido submetidos a dieta controle e dietas complexas. Os animais que consumiram a
ração controle não apresentaram efeito sobre a altura das vilosidades aos 35 dias de
idade.
DUNSFORD et al. (1989) sugeriram que a inclusão de altas concentrações de
farelo de soja – FS (32% ou 44%) na dieta pós-desmame de leitões acentua o efeito
nocivo do desmame sobre o intestino delgado dos animais. Este fato também foi
defendido por LI et al. (1991a e b) quando utilizaram 37% de FS na dieta pós-
desmame de leitões. Ainda neste contexto, MAKINDE et al. (1996) observaram menor
altura das vilosidades no intestino de leitões alimentados com dietas controle com alto
percentual em FS, justificando-se que o elevado nível de soja ocasiona uma reação
antigênica maior, o que levaria a um maior dano no comprimento dos vilos. A presente
pesquisa não constatou o efeito nocivo do FS (32%) da dieta controle quando
comparado as demais dietas da fase 1.
3.2 – Profundidade das Criptas
Os valores referentes à profundidade das criptas (PC) no duodeno, jejuno e
íleo dos leitões submetidos a dietas contendo diferentes fontes protéicas de origem
animal, independentemente das fontes protéicas de origem vegetal, tanto para a
semana 1 como para a semana 2 da fase 1 (21-42 dias de idade) do período de
creche, encontram-se na Tabela III.3.
149
TABELA III.3 íleo, por
proteína animal, na primeira e segunda semana da fase 1
(21-42 dias de idade) do período de creche, em leitões
submetidos a dietas com diferentes fontes protéicas.
Semanas
POA
Segmentos
1 (28 dias de idade)
2 (35 dias de idade)
PSP
281,47 ± 18,12 A a
296,84 ± 19,44 A a
FC
Duodeno
259,70 ± 18,89 A a
279,26 ± 38,31 A a
Controle
289,24 ± 5,09 A a
293,63 ± 7,28 A a
PSP
233,58 ± 35,61 A a
233,16 ± 42,07 A a
FC
Jejuno
230,77 ± 11,55 A a
212,62 ± 7,37 A a
Controle
240,37 ± 3,69 A a
238,29 ± 17,35 A a
PSP
235,24 ± 59,81 A a
219,25 ± 22,97 A a
FC
Íleo
205,84 ± 11,79 A a
228,01 ± 27,92 A a
Controle
196,27 ± 33,02 A a
193,83 ± 18,84 A a
As análises de variância para a profundidade das criptas no duodeno, jejuno e íleo encontram-
se nos Anexos (Tabelas III.4A a III.6A).
POA - Proteína de origem animal: PSP Plasma sanguíneo em , FC - Farinha de carne.
Valores de uma mesma coluna seguidos por letras maiúsculas iguais não são estatisticamente
diferentes (P>0,05).
Valores de uma mesma linha seguidos por letras misculas iguais não são estatisticamente
diferentes (P>0,05).
Observando-se o efeito isolado da proteína de origem animal,
independentemente da proteína de origem vegetal (Tabela III.3), verifica-se que não
houve diferenças estatísticas (P>0,05) para a profundidade das criptas (PC), no
duodeno, jejuno e íleo, entre as dietas experimentais, levando-se em consideração
ambas as semanas estudadas.
Quanto a análise do fator semana (idade dos animais), as análises estatísticas
demonstraram não haver diferenças significativas (P>0,05) para a PC aos 28 e 35 dias
de idade dos leitões. Entretanto, diferentemente aos resultados desta pesquisa, JIANG
et al. (2000) encontraram diferenças significativas para a PC associada com a idade
dos leitões.
Com respeito a utilização do plasma sanguíneo em (PSP), os resultados
deste experimento não diferem dos de JIANG et al. (2000) quando ofereceram dietas
150
contendo 0 e 10% de PSP para leitões desmamados aos 14 dias de idade, e os
sacrificou aos 16, 18, 22 e 30 dias de idade. Os autores verificaram que o PSP não
afetou a PC, tanto no jejuno como no íleo.
Com respeito à dieta controle (com leite desnatado em pó LDP), do presente
estudo, verifica-se que a mesma não mostrou menor PC, quando comparada com as
demais dietas experimentais. Este fato contraria os resultados obtidos por TEIXEIRA et
al. (2003) e VENTE-SPREEUWENBERG et al. (2004) quando encontraram
superioridade na dieta controle (com LDP), para PC, em relação a dietas
suplementadas com outras proteínas de origem animal.
A Tabela III.4 refere-se aos valores da profundidade das criptas (PC), no
duodeno, jejuno e íleo dos leitões submetidos a dietas contendo diferentes fontes
protéicas de origem vegetal, independentemente das fontes protéicas de origem
animal, durante a primeira e segunda semana da fase 1 (21-42 dias de idade) do
período de creche.
151
TABELA III.4 íleo, por
proteína vegetal, na primeira e segunda semana da fase 1
(21-42 dias de idade) do período de creche, em leitões
submetidos a dietas com diferentes fontes protéicas.
Semanas
POV
Segmentos
1 (28 dias de idade)
2 (35 dias de idade)
FA
283,16 ± 19,35 A a
299,98 ± 29,60 A a
FACC
Duodeno
258,01 ± 14,33 A a
276,12 ± 28,22 A a
Controle
289,24 ± 5,09 A a
293,63 ± 7,28 A a
FA
225,60 ± 24,61 A a
234,37 ± 39,60 A a
FACC
Jejuno
238,75 ± 26,20 A a
211,40 ± 13,60 A a
Controle
240,37 ± 3,69 A a
238,29 ± 17,35 A a
FA
240,87 ± 55,60 A a
224,95 ± 24,73 A a
FACC
Íleo
200,21 ± 9,97 A a
222,31 ± 27,24 A a
Controle
196,27 ± 33,02 A a
193,83 ± 18,84 A a
As análises de variância para a profundidade das criptas no duodeno, jejuno e íleo encontram-
se nos Anexos (Tabelas III.4A a III.6A).
POV - Proteína de origem vegetal: FA - Farelo de algodão, FACC - Farelo da amêndoa da
castanha de caju.
Valores de uma mesma coluna seguidos por letras maiúsculas iguais o são estatisticamente
diferentes (P>0,05).
Valores de uma mesma linha seguidos por letras misculas iguais não são estatisticamente
diferentes (P>0,05).
Verificando-se o efeito isolado da proteína de origem vegetal,
independentemente da proteína de origem animal (Tabela III.4), observa-se que não
houve diferenças estatísticas (P>0,05) para a profundidade das criptas (PC), no
duodeno, jejuno e íleo, entre as dietas experimentais, levando-se em consideração
ambas as semanas estudadas.
Os resultados desta pesquisa estão de acordo com os dados de SOARES et
al. (2000) quando testaram rações semelhantes à dieta controle (contendo farelo de
soja – FS ou subprodutos da soja) em leitões desmamados aos 14 dias de idade e
verificaram que aos 28 e 35 dias de idade (semana 1 e 2) não houve diferenças
estasticas entre os tratamentos para a PC. Os dados de BERTOL et al. (2001c)
também são semelhantes aos resultados deste experimento, pois os autores
trabalhando com leitões desmamados aos 21 dias de idade e submetidos a dieta
152
controle, onde o FS era substituído por 50% de subprodutos da soja, verificaram que
aos 35 dias de idade (semana 2) a PC no jejuno e íleo não foi afetada pela referida
dieta.
Contrariando os resultados obtidos neste ensaio, BERTOL et al. (2000)
trabalhando com leitões desmamados aos 21 dias de idade e submetidos a dietas com
FS ou proteína concentrada de soja – PCS, sendo as mesmas fornecidas de 0-14 dias
após o desmame, constataram uma maior PC nos animais que receberam a dieta
controle (com FS).
Segundo KENWORTHY (1976) e LI et al. (1990 e 1991b) as proteínas
antigênicas existentes no farelo de soja (FS) podem originar mudanças nos processos
fisiológicos normais, que podem aumentar a permeabilidade do intestino em animais
jovens e danificar a parede intestinal. Complementando, HANCOCK et al. (1990) e LI
et al. (1991a) afirmaram que quanto mais antinica for a dieta, maior será o grau de
profundidade da cripta. Para DUNSFORD et al. (1989), níveis dietéticos de 32% de FS
são considerados elevados. Entretanto os resultados de McCRACKEN et al. (1999)
não confirmaram a colocação anterior, estando de acordo com as respostas obtidas na
presente pesquisa quando não se constatou um efeito significativo da dieta controle
(com 32% de FS) sobre a PC.
3.3 – Relação Altura dos Vilos:Profundidade das Criptas
Os valores referentes à relação altura dos vilos:profundidade das criptas
(RVC) no duodeno, jejuno e íleo dos leitões submetidos a dietas contendo diferentes
fontes protéicas de origem animal, independentemente das fontes protéicas de origem
vegetal, tanto para a semana 1 como para a semana 2 da fase 1 (21-42 dias de idade)
do período de creche, encontram-se na Tabela III.5.
153
TABELA III.5 – Relação altura
duodeno, jejuno e íleo, por proteína animal, na primeira e
segunda semana da fase 1 (21-42 dias de idade) do período
de creche, em leitões submetidos a dietas com diferentes
fontes protéicas.
Semanas
POA
Segmentos
1 (28 dias de idade)
2 (35 dias de idade)
PSP
0,85 ± 0,06 A a
0,83 ± 0,10 A a
FC
Duodeno
1,24 ± 0,30 A a
0,96 ± 0,14 A a
Controle
0,95 ±0,01 A a
0,76 ± 0,02 A a
PSP
0,92 ± 0,19 A a
0,98 ± 0,20 A a
FC
Jejuno
0,90 ± 0,10 A a
1,04 ± 0,13 A a
Controle
0,59 ± 0,11 A a
1,04 ± 0,21 A a
PSP
0,94 ± 0,29 A a
1,00 ± 0,10 A a
FC
Íleo
0,97 ± 0,23 A a
0,91 ± 0,23 A a
Controle
1,05 ± 0,13 A a
1,07 ± 0,08 A a
As alises de variância para a relação altura dos vilos:profundidade das criptas no duodeno,
jejuno e íleo encontram-se nos Anexos (Tabelas III.7A a III.9A).
POA - Proteína de origem animal: PSP Plasma sanguíneo em , FC - Farinha de carne.
Valores de uma mesma coluna seguidos por letras iguais o são estatisticamente diferentes
(P>0,05).
Valores de uma mesma linha seguidos por letras misculas iguais não são estatisticamente
diferentes (P>0,05).
Comparando-se o efeito isolado da proteína de origem animal,
independentemente da proteína de origem vegetal (Tabela III.5), observa-se que o
houve diferenças estatísticas (P>0,05) para a relação altura dos vilos:profundidade das
criptas (RVC), no duodeno, jejuno e íleo, entre as dietas experimentais, levando-se em
consideração ambas as semanas estudadas
JIANG et al. (2000) encontraram diferenças significativas para a RVC
associada com a idade de leitões. Entretanto, nesta pesquisa, as alises estatísticas
demonstraram não haver diferenças significativas (P>0,05) para a RVC aos 28 e 35
dias de idade do leitão (semana 1 e 2).
TOUCHETTE et al. (1997) trabalhando com leitões desmamados entre 14-17
dias de idade, e sacrificados 11 dias após, verificaram que os animais alimentados com
154
plasma sanguíneo em pó (PSP) tiveram uma RVC significativamente maior que
aqueles animais que consumiram a dieta sem plasma. Da mesma forma ALLEE e
TOUCHETTE (1999) informaram que leitões que receberam PSP na ração tiveram
uma maior RVC quando comparados a leitões que não receberam o PSP. Nestes dois
casos, os resultados são antagônicos aos da presente pesquisa, pois a presença do
PSP o modificou significativamente (P>0,05) a RVC.
TEIXEIRA et al. (2003) trabalhando com leitões, não constataram diferenças
significativas com respeito a RVC, quando comparou dietas contendo leite desnatado
em pó (LDP), como proteína animal, com dietas contendo outras fontes de proteína
animal; resultado esse que coincide com os dados observados no presente estudo.
A Tabela III.6 refere-se aos valores da relação altura dos vilos:profundidade
das criptas (RVC), no duodeno, jejuno e íleo dos leitões submetidos a dietas contendo
diferentes fontes protéicas de origem vegetal, independentemente das fontes protéicas
de origem animal, durante a primeira e segunda semana da fase 1 (21-42 dias de
idade) do período de creche.
155
TABELA III.6 – Relação altura
duodeno, jejuno e íleo, por proteína vegetal, na primeira e
segunda semana da fase 1 (21-42 dias de idade) do período
de creche, em leitões submetidos a dietas com diferentes
fontes protéicas.
Semanas
POV
Segmentos
1 (28 dias de idade)
2 (35 dias de idade)
FA
1,05 ± 0,40 A a
0,85 ± 0,07 A a
FACC
Duodeno
1,04 ± 0,19 A a
0,94 ± 0,18 A a
Controle
0,95 ±0,01 A a
0,76 ± 0,02 A a
FA
0,87 ± 0,10 A a
0,99 ± 0,14 A a
FACC
Jejuno
0,95 ± 0,18 A a
1,04 ± 0,19 A a
Controle
0,59 ± 0,11 A a
1,04 ± 0,21 A a
FA
0,79 ± 0,17 A a
0,94 ± 0,14 A a
FACC
Íleo
1,13 ± 0,17 A a
0,97 ± 0,22 A a
Controle
1,05 ± 0,13 A a
1,07 ± 0,08 A a
As alises de variância para a relação altura dos vilos:profundidade das criptas no duodeno,
jejuno e íleo encontram-se nos Anexos (Tabelas III.7A a III.9A).
POV - Proteína de origem vegetal: FA - Farelo de algodão, FACC - Farelo da amêndoa da
castanha de caju.
Valores de uma mesma coluna seguidos por letras iguais o são estatisticamente diferentes
(P>0,05).
Valores de uma mesma linha seguidos por letras misculas iguais não são estatisticamente
diferentes (P>0,05).
Avaliando-se o efeito isolado para proteína de origem vegetal,
independentemente da proteína de origem animal (Tabela III.6), observa-se que não
houve diferenças estatísticas (P>0,05) para a relação altura dos vilos:profundidade das
criptas (RVC), no duodeno, jejuno e íleo, entre as dietas experimentais, levando-se em
consideração ambas as semanas estudadas.
Em relação ao fator semana (idade dos animais), as análises estasticas
dessa pesquisa demonstraram não haver diferença significativas (P>0,05) para a RVC
aos 28 e 35 dias de idade do leitão, resultado esse, contraditório ao apresentado por
JIANG et al. (2000) que encontraram diferenças significativas para a RVC associada
com a idade dos leitões.
156
Os resultados desta pesquisa estão de acordo com os dados de SOARES et
al. (2000) quando testaram rações semelhantes à dieta controle (contendo farelo de
soja – FS ou subprodutos da soja) em leitões desmamados aos 14 dias de idade e
verificaram que aos 28 e 35 dias de idade (semana 1 e 2) não houve diferenças
estasticas entre as dietas com respeito a RVC.
3.4 – Efeito da Interação Entre os Fatores Estudados (Semana e Dieta
Experimental) Sobre os Diferentes Parâmetros
Os resultados das interações entre os fatores (semana - Se e dieta
experimental - DE) sobre os parâmetros histomorfométricos dos leitões na fase 1 (21-
42 dias de idade) do período de creche, encontram-se na Tabela III.7.
TABELA III.7 – Comportamento das interações entre os fatores (semana e
dieta experimental) sobre os parâmetros histomorfométricos
no duodeno, jejuno e íleo de leitões submetidos a dietas com
diferentes fontes protéicas na fase 1 (21-42 dias de idade) do
período de creche.
Parâmetros
Segmentos
Significância (Se x DE)
Duodeno
NS
Altura do vilo (AV)
Jejuno
NS
Íleo
NS
Duodeno
NS
Profundidade da cripta (PC)
Jejuno
NS
Íleo
NS
Duodeno
NS
Relação AV:PC (RVC)
Jejuno
NS
Íleo
NS
NS = Não significativo (P>0,05); Se Semana; DE Dieta experimental.
Na presente pesquisa, não foi constatada interação significativa (P>0,05) entre
os fatores Se x DE sobre a AV, PC e RVC no duodeno, jejuno e íleo de leitões
submetidos a dietas com diferentes fontes protéicas na fase 1 (21-42 dias de idade) do
período de creche.
157
4 - CONCLUSÕES
As seguintes conclusões podem ser apresentadas em relação aos parâmetros
histológicos:
A idade dos leitões não apresentou influências significativas (P>0,05) sobre a
altura do vilo (AV), profundidade da cripta (PC) e relação vilo:cripta (RVC), em nenhum
dos segmentos do intestino delgado, quando os mesmos foram alimentados com
dietas contendo diferentes fontes protéicas de origem animal (plasma sanguíneo em
PSP e farinha de carne - FC) e vegetal (farelo de algodão - FA e farelo da amêndoa
da castanha de caju - FACC).
A substituição do leite desnatado em pó pelo PSP ou pela FC, como fontes
protéicas de origem animal, nas dietas da primeira e segunda semana da fase 1 do
período de creche, é viável com respeito aos parâmetros estudados.
A inclusão de 15% de FA ou 15% do FACC, em substituição parcial ao farelo
de soja, como fontes protéicas de origem vegetal, nas dietas da primeira e segunda
semana da fase 1 do período de creche, é satisfatória em relação aos parâmetros
pesquisados.
Não foram registradas interações significativas (P>0,05) entre os fatores
(semana x dieta experimental) para os parâmetros avaliados.
158
5 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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165
CAPÍTULO IV
PERFIL MICROBIOLÓGICO FECAL EM LEITÕES SUBMETIDOS A
DIETAS COM DIFERENTES FONTES DE PROTEÍNA DE ORIGEM
ANIMAL E VEGETAL NO PERÍODO DE CRECHE
RESUMO
PINHEIRO, F. M. L.
Perfil microbiológico fecal em leitões submetidos a
dietas com diferentes fontes de proteína de origem animal e vegetal no período
de creche.
[Fecal microbiological profile in piglets submitted to diets containing
different animal and vegetal protein sources in nursery period.] Ceará, 2005. p.165-218.
Tese (Doutorado em Zootecnia). Universidade Federal do Ceará.
A pesquisa foi conduzida no Setor de Suinocultura do Centro de Ciências
Agrárias do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal do Ceará. O
experimento teve a duração de 42 dias e foi realizado com o objetivo de avaliar o perfil
microbiológico fecal (contagem das colônias fecais CCF e identificação dos
microrganismos fecais - IMF) em leitões submetidos a dietas contendo diferentes
fontes de proteína de origem animal e vegetal ao final da fase 1 (21-42 dias de idade) e
2 (42-63 dias de idade) do período de creche. Participaram do ensaio 20 leitões
machos de linhagem comercial desmamados aos 21 dias de idade e com peso médio
de 5,37kg. O delineamento experimental utilizado foi em blocos ao acaso, com 5
tratamentos, 4 repetições e 1 animal por repetição, sendo feito o desdobramento num
modelo fatorial 2 x 2 + 1, composto de duas fontes protéicas animal (plasma sanguíneo
em pó - PSP e farinha de carne FC), duas fontes protéicas vegetal (farelo de algodão
FA e farelo da amêndoa da castanha de caju - FACC) e um adicional (dieta controle -
T1). A IMF foi percentual, não sendo submetida a análise de variância. As dietas
experimentais foram isonutritivas com 22% PB e 3.500 kcal ED/kg na fase 1 e 21% PB
e 3.400 kcal ED/kg na fase 2. Aos 42 dias de idade foi coletado fezes retais, através de
166
um swab, de um leitão sorteado em cada tratamento de cada repetição, às quais foram
submetidas à análise microbiológica de rotina para a CCF e IMF. O procedimento foi
repetido nos mesmos animais, anteriormente sorteados, aos 63 dias de idade. O
experimento demonstrou que a inclusão de 5% de PSP ou 5% de FC, em substituição
ao leite desnatado em , nas dietas das fases 1 e 2, não ocasionou diferenças
significativas (P>0,05) na CCF; a substituição parcial do farelo de soja, por 15% de FA
ou 15% do FACC, nas dietas de ambas as fases, não ocasionou diferenças
significativas (P>0,05) na CCF; não foram registradas interações significativas (P>0,05)
entre os fatores (proteína de origem animal POA x proteína de origem vegetal - POV)
para a CCF, em ambas as fases; na fase 1, a dieta controle, e as dietas contendo FC,
como POA, e FACC, como POV, proporcionaram o maior número de cepas
microbianas nas fezes dos leitões, merecendo destaque as bactérias pertencentes ao
grupo Gram negativo (Leclercia sp. e Escherichia coli); na fase 2, as dietas contendo
PSP, como POA, e FA, como POV, proporcionaram o maior mero de cepas
microbianas nas fezes dos leitões, merecendo destaque as bactérias pertencentes ao
grupo Gram positivo (Staphylococus sp., cocobacilos Gram positivos e bacilos Gram
positivos).
Palavras-chave: creche, dietas, leitões, microbiologia fecal, proteínas animal e vegetal.
167
CHAPTER IV
FECAL MICROBIOLOGICAL PROFILE IN PIGLETS SUBMITTED TO
DIETS CONTAINIG DIFFERENT ANIMAL AND VEGETAL PROTEIN
SOURCES IN NURSERY PERIOD
ABSTRACT
PINHEIRO, F. M. L.
Fecal microbiological profile in piglets submitted to
diets containing different animal and vegetal protein sources in nursery period.
[Perfil microbiológico fecal em leitões submetidos a dietas com diferentes fontes de
proteína de origem animal e vegetal no período de creche.] Ceará, 2005. p.165-218.
Thesis (Doctorate in Zootechnia). Federal University of Ceará.
The research was developed in the Sector of Swine of the Department of
Zootechnia of the Center of Agrarian Sciences of the Federal University of Ceará.
The experiment had the duration of 42 days and was accomplished with the objective of
evaluating the fecal microbiologic profile (counting of the fecal colonies - CFC and
identification of the fecal microorganisms - IFM) in piglets submitted to diets containing
different sources of animal and vegetal of protein origin at the end of phase 1 (21-42
days of age) and 2 (42-63 days of age) of the nursery period. 20 male piglets of
commercial lineage weaned at 21 days of age and with medium weight of 5,37kg
participated in the assay. The experiment followed randomized blocks, with 5
treatments, 4 repetitions with 1 animal per repetition, being made the unfolding in a
factorial model 2 x 2 + 1, composed by two sources of animal protein (meat meal -
MM and powdered sanguine plasma - PSP), two sources of vegetal protein (cotton
meal - CM and cashew nut meal - CNM) and an additional one (diet control - T1).
The IFM was percentile, not being submitted to the variance analysis. The experimental
diets were isonutritives with crude protein (CP) of 22% and level of energy of 3.500
kcal DE/kg in the phase 1 and 21% CP and 3.400 kcal DE/kg in the phase 2. At 42
168
days of age rectal feces were collected, through a swab, of a pig raffled in each
treatment of each repetition, which were submitted to the microbiologic analysis of
routine for CFC and IFM. The procedure was repeated in the same animals, previously
raffled, at 63 days of age. The experiment demonstrated that the inclusion of 5% of
PSP or 5% of MM, in substitution to the skimmed powdered milk, in the diets of the
phases 1 and 2, didn't cause significant differences (P>0,05) in CFC; the partial
substitution of the soybean meal, for 15% of CM or 15% of the CNM, in the diets of both
phases, didn't cause significant differences (P>0,05) in CFC; significant interactions
were not registered (P>0,05) among the factors (protein of animal origin – PAO x
protein of vegetal origin - PVO) for CFC, in both phases; in the phase 1, the diet control,
and the diets containing MM, as PAO, and CNM, as PVO, they provided the largest
number of microbial stumps in the feces of the piglets, deserving prominence the
bacteria belonging to the group negative Gram (Leclercia sp. and Escherichia coli); in
the phase 2, the diets containing PSP, as PAO, and CM, like PVO, provided the largest
number of microbial stumps in the feces of the piglets, deserving prominence the
bacteria belonging to the group positive Gram (Staphylococus sp., coccobacilli positive
Gram and bacilli positive Gram).
Key words: animal and vegetal proteins, diets, fecal microbiology, nursery, piglets.
169
1 – INTRODUÇÃO
1.1 – Considerações Iniciais
Os microrganismos que constituem a chamada flora intestinal, indiretamente,
possuem um papel importante nas funções nutricionais, fisiológicas, imunológicas e
protetoras do animal hospedeiro, exercendo desta forma, influência sobre sua saúde e
produção (CANALLI, 1996 e LEEDLE, 2000b); sendo que a principal atividade da flora
do lúmen intestinal está centrada na degradação dos componentes do alimento.
(LEEDLE, 2000b).
Um problema inerente à flora intestinal não patógena é que, segundo
CHAPMAN (1988), ela eleva a necessidade de nutrientes pelo hospedeiro, por
aumentarem a freqüência de reposição da mucosa intestinal e por competirem
com o hospedeiro por uma parte da energia alimentar, pois a principal fonte de
substrato para a microbiota presente no trato intestinal do suíno procede da dieta,
se bem que algumas podem usar secreções endógenas tais como células de
descamação e secreções de órgãos. MULDER (1991) citou que entre 5 a 10% da
energia da dieta requerida pelo frango de corte é perdida por fermentação, além
de que amincidos livres presentes na luz intestinal, decorrentes da digestão de
proteínas da dieta, também sejam degradados por bactérias.
A flora intestinal pode variar conforme a carga inicial de microrganismos, a
dieta, os problemas patológicos (principalmente aqueles inerentes ao trato
intestinal), o
status
fisiológico do animal, o ambiente, e o estresse que o suíno é
submetido (BERTECHINE, 1994; NOY e SKALAN, 1995 e ROZAS et al., 2003).
Também tem sido demonstrado que variações ocorrem na flora bacteriana cultivável
do intestino de suínos, até quando variações na dieta são evitadas (MOORE et al.,
1987), entretanto neste caso estão envolvidos outros componentes como a idade do
animal e segmento intestinal em estudo.
Ainda em relação às alterações na microflora intestinal PLUSKE et al. (2003)
verificaram que os açúcares, tais como a glicose, tendem atuar como o principal
substrato de crescimento bacteriano na parte proximal do intestino delgado, ainda que
no intestino grosso, onde se localiza a maior parte da biomassa bacteriana, a fibra da
dieta serve como o principal substrato para as bactérias. Um outro fator que interfere
na biota é a viscosidade da dieta. Estudos recentes com animais na fase inicial
170
alimentados com dietas de alta ou baixa viscosidade indicam que a viscosidade alta da
digesta pode retardar a digestão e absorção dos nutrientes e prolongar o tempo de
retenção, desta forma as bactérias intestinais dispõem de mais tempo para fermentar o
substrato. Por conseguinte, a proliferação de bactérias no intestino delgado é
estimulada e as mesmas crescem a um ritmo mais rápido do que são eliminadas pelos
movimentos peristálticos podendo ocasionar distúrbios entéricos (LANGHOUT, 1998).
Relatos também têm sido feito em relação as lectinas, cujo conteúdo é especialmente
alto em leguminosas, e podem estimular as células epiteliais do intestino, afetando sua
motilidade e a microflora associada (KLASING et al., 1995). MILLER et al. (1984)
afirmaram que as proteínas antigênicas glicinina e β-conglicinina, provocam reações de
hipersensibilidade transitória na mucosa intestinal, podendo atuar como fator
predisponente ao desenvolvimento de enterites por Escherichia coli as o desmame.
Existem ainda imeros fatores antinutricionais (FANs) que diminuem a digestibilidade
dos nutrientes, tais como os inibidores de tripsina, inibidores de α-amilase, polifenois,
lipídios oxidados e aminas bionicas, e podem alterar a microflora intestinal. Ainda
que não existam suficientes informações sobre as ações dos FANs sobre a microflora
intestinal, pode-se admitir que uma diminuição de seu efeito contribua para prevenir a
aparição de enfermidades intestinais (SMITS et. al., 1999).
Da mesma forma que existem fatores que estimulam a proliferação bacteriana,
outros tendem a inibi-la. KLASING et al. (1995) afirmaram que níveis baixos de
carboidratos na dieta reduzem o crescimento de microrganismos intestinais e limitam
sua patologia. CLINE (1992) e KLASING et al. (1995) verificaram que a administração
de carboidratos, tais como lactose, frutoligosacarídeos ou alguns tipos de produtos
fermentativos pode limitar a colonização do trato digestivo bloqueando as uniões dos
patógenos com os enterócitos ou alterando a ecologia da microflora intestinal, de
maneira que resulte em uma exclusão dos patógenos. Em concorncia, SMITS et. al.
(1999) comentaram que a lactose funciona como um prebiótico em pintos. Os pintos
carecem da lactase endógena, desta forma a lactose fermenta, principalmente no
papo, com o qual se produz uma boa quantidade de ácido láctico e com isso um
controle seletivo da microflora. É suposto que as imunoglobulinas derivadas do plasma
sanguíneo em pó (PSP) também contenha anticorpos contra patógenos presentes no
meio ambiente de leitões desmamados precocemente e portanto tenha um efeito
antimicrobiano. Apesar da atividade antimicrobiano do PSP ainda não ter sido
estabelecida, ela tem sido relacionada com a redução da massa do intestino delgado e
com o aumento da retenção de nitrogênio em ratos desmamados precocemente
171
(THOMSON et al., 1995); ambas as características observadas em animais que
receberam antibióticoterapia oral (VISEK, 1978).
Quanto à caracterização da microbiota gastrintestinal dos mamíferos,
ZOETENDAL et al. (2004) informaram que a mesma apresenta uma elevada
densidade populacional e grande diversidade e complexidade de interações. Apesar de
diferentes grupos de microrganismos estarem representados, as bactérias
predominam. LEEDLE (2000a e 2000b) afirmou que a microbiota intestinal é composta
de uma mistura de microrganismos anaeróbios incluindo bactérias, protozoários
flagelados e ciliados, fungos ficomicetos anaeróbios e bacteriófagos e, que existem
mais de 400 espécies diferentes de microrganismos. Em concordância, MOORE et al.
(1987), concluíram que existe mais de 500 espécies diferentes. MACKIE et al. (1999) e
ROZAS et al. (2003) encontraram que na microbiota intestinal pode haver mais de 40
gêneros microbianos e as espécies podem chegar a centenas.
A compreensão da complexa comunidade de bactérias que colonizam os
intestinos de mamíferos monogástricos, como suínos e humanos, está longe de ser
finalizado. Enquanto o estudo sobre bactérias gastrintestinais patógenas é de
importância cada vez maior, a maioria das bactérias comensais anaeróbicas,
importantes na nutrição do hospedeiro, sde do cólon e desenvolvimento intestinal,
estão se tornando cada vez menos conhecidas (CUMMINGS e MACFARLANE, 1997).
Diferentes métodos de cultura tem sido usados para identificar e enumerar o
grande número de espécies de bactérias comensais e patogênicas que residem no
trato gastrintestinal de aves e suínos (SALANITRO et al., 1997 e PLUSKE et al., 2003).
Os métodos de cultura clássicos são extremamente demorados e partindo do princípio
que só fornecem informações sobre as bactérias que são realmente cultivadas, eles
dão apenas uma visão superficial sobre a diversidade microbiana (WILSON e
BLITCHINGTON, 1996 e ROZAS et al., 2003). Este fato foi referido por APAJALAHTI e
KETTUNEN (2002) quando afirmaram que as bactérias suficientemente grandes
podem ser observadas por microscopia de fluorescência, mas somente algumas delas
podem ser cultivadas em condições de laboratório. Os métodos que usam condições
seletivas são muito eficientes para descobrir algumas populações minoritárias, tais
como algumas escies conhecidas de patógenos (APAJALAHTI e KETTUNEN,
2002). Modernamente os métodos moleculares que examinam a diversidade da
microflora intestinal independem de qualquer cultura e tendem a ser mais usados
(WILSON e BLITCHINGTON, 1996 e APAJALAHTI e KETTUNEN, 2002). Este processo
não discrimina nenhum tipo de bactéria, de forma que a amostra representa o total e não
172
uma parte da comunidade bacteriana. Apesar de eficiente, requer o uso aparelhos
especializados e em comparação com os métodos clássicos, é mais caro.
1.2 - Antecedentes Experimentais
PASSOS Jr. (1997) comentou que com o desmame e com a redução no
suprimento de lactose, ou seja, estresse + mudança na dieta, há uma redução drástica
na população de lactobacillus spp, gerando aumento de pH do estômago e tamm no
intestino delgado, o que possibilita o aumento na proliferação de vários agentes
patogênicos, que vivem e se proliferam em faixas de pH mais alcalinos, merecendo
destaque a Escherichia coli, a Pseudomonas aeruginosa, a Salmonella sp e o
Staphylococcus sp.
Uma ração controle (a base de milho e soja) e uma com trigo foi utilizada por
FAVIER et al. (2003) na alimentação de leitões desmamados aos 21 dias de idade
para avaliar as mudanças bacteriológicas intestinais. Os leitões foram mortos aos 0, 8
e 15 dias as o desmame. Em relação a idade dos leitões, foi encontrado que no ceco
o percentual de lactobacilos anaeróbicos aumentou e o percentual de enterobactérias
aeróbicas decresceu do dia 0 para o dia 15. Em contraste, no jejuno, as mudanças nos
percentuais bacteriológicos foi variável. Em relação às dietas, no 15º dia após o
desmame, os percentuais de enterococos anaeróbicos foi menor, porém o percentual
de enterobactérias anaeróbicas foi maior no ceco e no jejuno nas dietas contendo trigo.
O aumento na proporção de enterococos anaeróbicos na dieta controle, observado no
15º dia após o desmame, deve explicar a diminuição do pH no ceco destes animais já
que os enterococos anaeróbicos pertencem ao grupo das bactérias láticas. Os autores
concluíram que a composição da microbiota intestinal em leitões muda, após o
nascimento, de uma microbiota simples para uma complexa e estável que é
influenciada por fatores como o meio ambiente, dieta e hospedeiro.
GATNAU et al. (1995b), JIANG et al. (2000) e OWUSU-ASIEDU et al. (2002),
encontraram que as imunoglobulinas do plasma sanguíneo em (PSP) exercem um
efeito protetor antimicrobiano intestinal, principalmente no que se refere ao controle e
proteção contra infeão por Escherichia coli. O PSP possui essencialmente apenas
anticorpos contra a cepa (k99) de E. coli que não é um agente patógeno importante em
suínos (MARQUARDT et al., 1999).
173
Culturas sicas em meios não seletivos tem sugerido que as bactérias Gram
positivas dominam a microflora do suíno, sob condições normais, sendo os
Streptococcus a escie mais encontrada. Outros gêneros que mereceram destaque
foram os Lactobacillus, Fusobacterium, Eubacterium, Bacteróides e
Peptostreptococcus que vieram na seguência, sendo que E. coli representou 1,7% de
todos os microrganismos isolados (MOORE et al., 1987).
No tocante a cultura de bactérias do cólon de suínos, Leser et al. citado por
PRYDE et al. (1999) relataram que a maior parte é representada pelas bactérias Gram
positivas, sendo os Estreptococos estritamente anaeróbicos, lactobacilos, eubactérias,
clostrídios e peptostreptococos os principais representantes. Os organismos Gram
negativos responderam em torno de 10% do total de bactérias cultiváveis, sendo que
Bacteroides e Prevotella representaram 11,2% dos grupos mais isolados. De maneira
semelhante RUSSELL (1979) e ROBINSON et al. (1984) também informaram que
Bacterioides e Prevotella foram os mais abundantes grupos de bactérias Gram
negativas encontradas principalmente no ceco de suínos.
Isolando bactérias aderidas a mucosa do cólon proximal de suínos
desmamados saudáveis e comparando com a população de suínos com diarréia
induzida, ROBINSON et al. (1984) verificaram que 71% dos microrganismos isolados
do cólon dos leitões saudáveis foram Gram positivas, sendo o Lactobacillus fermentum
o microrganismo predominante, enquanto que 88% dos microrganismos isolados dos
leitões com disenteria eram Gram negativas.
Através do sequenciamento genético, PRYDE et al. (1999) isolaram
exemplares microbiológicos do lúmen do cólon, da parede do cólon e do lúmen cecal
de suínos com 4 a 5 meses de idade. O sequenciamento também foi feito para culturas
isoladas anaerobicamente da parede do cólon. As alises mostraram que 54% dos
microrganismos que recobriam a parede do cólon eram Lactobacillus ou Streptococcus
spp. ou caíram dentro dos grupos de bactérias Gram positivas como o grupo IX que
inclui Megasphaera sp.; o grupo XIVa que inclui muitos Clostridium spp. além de
Eubacterium spp., Peptostreptococcus spp. e Ruminococcus spp. e o grupo XI. Dentre
os Lactobacillus, destacou-se o L. reuteri, L. acidophilus e L. amylovorus.
JENSEN (1999) estudou as escies de bactérias dominantes no estômago e
intestino delgado dos suínos e destacou a presença das Enterobactérias,
Estreptococos e Lactobacilos. O autor ainda relatou que a maior diversidade de
bactérias está no intestino grosso e inclui grupos bacterianos tais como Bacterióides,
Prevotella, Eubactérias, Lactobacilos, Fusobactérias, Peptostreptococos,
174
Selenomonas, Megasphaera, Veillonella e Estreptococos. Um resumo do trabalho
realizado pelo autor encontra-se na Tabela IV.1.
TABELA IV.1 - Bactérias predominantes isoladas de regiões distintas do trato
gastrintestinal de suínos.
Total
Íleo
Ceco
Cólon
Bactérias Isoladas (%)
1679
2
579
2
529
2
571
2
Enterobactérias
24,5 (2)
1
54,4 (2)
10,4 (2)
5,8 (2)
Estreptococos
22,8 (2)
32,2 (2)
18,8 (2)
16,8 (2)
Bacterióides
17,7 (19)
0,7 (3)
30,7 (10)
23,5 (13)
Eubactérias
6,3 (20)
0,7 (3)
8,5 (10)
10,3 (12)
Lactobacilos
5,9 (8)
3,4 (7)
5,6 (4)
8,9 (6)
Peptostreptococos
5,1 (15)
0,5 (1)
3,2 (5)
11,9 (10)
Eusobactérias
4,6 (18)
0,2 (1)
9,0 (13)
5,1 (11)
Selenomonas
3,3 (5)
1,2 (1)
5,9 (4)
3,0 (3)
Ruminococos
1,8 (1)
0,0 (0)
3,4 (1)
2,2 (1)
Clostrídio
1,5 (3)
2,7(1)
1,5 (2)
0,3 (3)
Scarcina
1,3 (5)
3,1 (2)
0,2 (1)
0,4 (2)
Megasphaera
1,0 (1)
0,0 (0)
0,5 (1)
2,5 (1)
Butyrivibrios
0,8 (4)
0,0 (0)
1,3 (2)
1,1 (3)
Propionibactérias
0,4 (1)
0,0 (0)
0,9 (1)
0,4 (1)
Bifidobactérias
0,2 (1)
0,5 (1)
0,0 (0)
0,0 (0)
Veillonella
0,1 (1)
0,0 (0)
0,2 (1)
0,0 (0)
Não caracterizadas
0,5 (7)
0,2 (1)
0,4 (2)
1,1 (4)
Número de espécies
113
25
61
75
Fonte: JENSEN (1999).
1
entre parênteses indica o número de escies.
2
Número de amostras.
Em outro estudo, ROZAS et al. (2003) trabalharam com suínos analisando
cada um dos ramos do trato digestivo com características anatomo-fisiológicas
diferentes e puderam comprovar como a complexidade da microbiota aumentava no
sentido do estômago < intestino delgado < intestino grosso. Os mesmos tamm
175
comprovaram que o havia diferenças significativas na composição da microbiota
entre as diferentes partes do intestino delgado e que tão pouco foram verificadas
diferenças significativas entre os diferentes ramos do intestino grosso.
Examinando a microflora fecal de suínos adultos e fazendo a identificação dos
tipos predominantes de bactérias, SALANITRO et al. (1997) encontraram que 90% das
bactérias isoladas foram Gram positivas e anaeróbios facultativos entre os quais,
Estreptococos, Eubacterium sp., Clostridium sp., e Propionibacterium acnes. 8% da
flora incluía várias outras espécies de anaeróbicos e E. coli.
Em outro trabalho ROBINSON et al. (1981) caracterizaram a microflora isolada
das fezes de leitões saudáveis desmamados e concluíram que 78% das bactérias
encontradas foram Gram negativas. A escie mais numerosamente isolada foi o
Bacterioides ruminicola que respondeu por 35% da caracterização. Selenomonas
ruminantium representou 21% do isolado. Outras bactérias Gram negativas isoladas
foram o Butyrivibrio fibrisolvens (6%) e Bacteróides uniformis (3%). As bactérias Gram
positivas predominantes foram os Lactobacillus acidophilus (7,6%), Peptostreptococcus
productus (3%), e Eubacterium aerofaciens (2,5%).
Selenomonas spp. foram detectadas em todos os estudos com leitões, estando
em significativa proporção na microbiota, particularmente no ceco (ROBINSON et al.,
1981 e ROBINSON et al., 1984).
Investigando a flora intestinal de diferentes animais de produção através do
sequenciamento genético da microbiota, ROZAS et al. (2003) encontraram os
seguintes microrganismos: Bacillus flavothermus, Bacterioides acidofaciens,
Bacterioides fragilis, Bacterioides thetaiotaomicron, Bacterioides vulgatus, Butyrivibrio
fibrisolvens, Clostridium acetobutylicum, Clostridium botulinum, Clostridium paradoxum,
Clostridium sporogenes, Clostridium subterminale, Clostridium não cultivável,
Enterococcus faecium, Microcystis aeruginosa, Ruminococcus gnavus, Methylomonas
não cultivável e 2 organismos não identificados.
Bifidobacteria é o gênero predominantemente encontrado nas fezes de crianças
em amamentação, os adultos também carregam Bifidobactérias no intestino, porém
comparativamente, em mero bem menor (CUMMINGS e MACFARLANE, 1997). Em
alguns experimentos, várias espécies de Bifidobacteria inibiram o crescimento de
Escherichia coli e Clostridium perfringens devido à secreção de substâncias inibidoras.
Experimentos complementares também demonstraram que esta substância
antimicrobiana tamm suprimia o crescimento de vários outros grupos patonicos
176
incluindo escies pertencentes ao gênero Salmonella, Listeria, Campylobacter e
Shigella (GIBSON e WANG, 1994).
As aves tamm possuem uma microflora semelhante a dos suínos. Nas aves
com microbiota estabelecida, os Lactobacilos (L. salivarus, L. acidophilus, L. reuteri) e
Estreptococos predominam no papo; no intestino delgado há predomincia de
Lactobacillus, nos cecos predominam também Lactobacilos, Enterococos e Clostrídios.
Os cecos contém, aproximadamente, 30% de cocos anaeróbios Gram-positivos; 20%
de bastonetes Gram-negativos formadores de esporos; 16% de bastonetes Gram-
positivos formadores de esporos (incluindo Eubacterium); e em menores quantidades
Bifidobactérias, Clostrídios e Escherichia coli (SILVA, 2000).
Os principais neros identificados na microbiota cecal de aves são: Bacillus,
Bacterioides, Bifidobacterium, Citrobacter, Clostridium, Enterobacter, Enterococcus,
Escherichia, Eubacterium, Fusobacterium, Lactobacillus, Lactococcus, Pediococcus,
Peptostreptococcus, Propionibacterium, Ruminococcus, Seratia, Veillonella e
Streptococcus (SILVA, 2000).
No que se diz respeito a contagem microbiológica fecal, a densidade da
população microbiana nas diferentes regiões do trato gastrintestinal depende das
condições físico-químicas do segmento em questão (JENSEN, 1999). O maior tempo
de permanência do alimento na parte final do intestino delgado ou grosso resulta em
um incremento da multiplicação e portanto, em uma maior presença microbiana.
Examinando a microflora fecal de suínos adultos e fazendo a contagem de
bactérias SALANITRO et al. (1997) encontraram que o número total de microrganismos
contados nas amostras fecais variaram de 4,48 x 10
10
a 7,40 x 10
10
bactérias/g de
fezes fresca. LEEDLE (2000a) informou que os suínos apresentam o tubo digestivo
habitado por aproximadamente 10
13
microrganismos/g de fezes. Segundo Leser et al.
citado por PRYDE et al. (1999), no lúmen do cólon de suínos existem
aproximadamente de 10
10
a 10
11
bactérias/g de fezes fresca. Isolando bactérias
aderidas a mucosa do cólon proximal de suínos desmamados sauveis e
comparando com a população de suínos com diarréia induzida, ROBINSON et al.
(1984) verificaram uma densidade de 5,7 x 10
7
/cm
2
de tecido de cólon para os animais
normais e 7,7 x 10
8
/cm
2
para leitões com diarréia. MOORE et al. (1987) relataram que
a densidade da população microbiana no ceco e no cólon ascende de suínos é de
aproximadamente 10
10
- 10
11
bactérias viáveis por grama de digesta. Trabalhando com
suínos, PRYDE et al. (1999) informaram que a contagem microbiológica (UFC/g),
estimada no fluido digestivo cultivado anaerobicamente foi 8,8 x 10
8
, 2,3 x 10
10
e 5,3 x
10
10
para parede do cólon, lúmem do cólon e lúmem cecal, respectivamente.
177
2 – MATERIAL E MÉTODOS
2.1 - Localização e Duração do Trabalho de Campo
A pesquisa de campo foi conduzida no Setor de Suinocultura do Departamento
de Zootecnia do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Ceará
(CCA/UFC), situado no Campus do Pici, em Fortaleza – Ceará.
O estudo da microbiologia fecal teve uma duração de 42 dias dividido em duas
fases, sendo a fase 1 o período que correspondia a chegada dos animais, com 21 dias
de idade até os 42 dias de idade e, a fase 2 se estendia dos 42 dias de idade aos 63
dias de idade.
2.2 – Instalações e Equipamentos
Para a realização do experimento foi utilizado um galpão aberto, construído
com alvenaria, pé direito com altura de 2,50m, cobertura com telha de barro e piso
compacto de cimento com rugosidade média e declividade em torno de 3%. O mesmo
era dividido lateralmente, por meio de paredes de alvenaria de 1,00m de altura, em 32
baias, sendo 16 baias para cada lado do galpão, divididas por um corredor de 1,00m
de largura. Entretanto, usou-se apenas 20 baias, desprezando-se as três primeiras
baias de cada extremidade e de cada lado do galpão.
A área física de cada baia media 1,50m de largura por 3,00m de comprimento.
Em seu interior encontrava-se um comedouro de cimento situado próximo ao corredor
frontal e um bebedouro tipo chupeta em extremidade oposta, situado nas imediações
do ralo para escoamento de dejetos. No centro de cada baia foi instalada, de forma
suspensa a uma altura de 0,50m do piso, uma lâmpada incandescente de 100W. Na
fase 2 a lâmpada foi elevada a uma altura de 1,00m do solo para evitar acidentes com
os animais.
As pesagens dos animais e das sobras de ração foram realizadas em balança
eletrônica, com divisões de 0,1kg, instalada no corredor do galpão.
178
2.3 – Animais Experimentais
Foram utilizados, inicialmente, 80 leitões machos de uma mesma linhagem
comercial, desmamados com 21 dias de idade, com peso médio de 5,49kg, e que
haviam recebido ração pré-inicial à base de milho, farelo de soja e concentrado para
leitões lactentes, a partir do 7º dia de vida. Entretanto, deste montante, apenas 20
animais, com peso médio de 5,37kg, participaram do estudo da microbiologia fecal. Os
mesmos foram provenientes de uma granja suinícola situada no município de Croatá -
CE.
2.4 - Dietas Experimentais
As dietas constaram de cinco rações para fase 1, com nível de energia de
3.500 Kcal ED/kg e proteína bruta de 22%, e cinco rações para fase 2, com 3.400 Kcal
ED/kg e proteína bruta de 21%, de acordo com ROSTAGNO et al. (2000). Na
composição das mesmas entraram ingredientes convencionais como: milho, farelo de
soja, leite em pó desnatado, calcário, fosfato bicálcico, protenose, açúcar, óleo de soja,
sal, premixes mineral e vitamínico e, aminoácidos sintéticos. Em função da natureza de
cada dieta, foi adicionado proteína de origem animal (farinha de carne ou plasma
sanguíneo em pó) e proteína de origem vegetal (farelo de algoo ou farelo da
amêndoa da castanha de caju) em níveis pré-fixados. As dietas que continham o farelo
de algodão sofreram a adição de sulfato ferroso monohidratado (FeSO
4
. H
2
O) na
proporção de 1:1000, com o intuito de reduzir um possível efeito nocivo do gossipol
(PINHEIRO, 1972).
Para a formulação das dietas experimentais utilizou-se o programa linear
Sistema de Formulação de Rações de Custo Mínimo(TD SOFTWARE SUPER
CRAC, 1993). As dietas foram elaboradas para serem isocalóricas, isoprotéicas,
isolisínicas, isometionínicas, isocalcíticas, isofosfóricas e isosódicas.
179
As dietas experimentais adotadas foram as seguintes:
Fase 1 (21-42 dias de idade)
T1 – Dieta basal + 10 % LDP.
T2 – Dieta basal + 5% PSP+ 15% FA.
T3 - Dieta basal + 5% FC + 15% FA.
T4 – Dieta basal + 5% PSP + 15% FACC.
T5 - Dieta basal + 5% FC + 15% FACC.
Fase 2 (42-63 dias de idade)
T1 – Dieta basal + 5 % LDP.
T2 – Dieta basal + 4% PSP + 12% FA.
T3 - Dieta basal + 4% FC + 12% FA.
T4 – Dieta basal + 4% PSP + 12% FACC.
T5 - Dieta basal + 4% FC + 12% FACC.
Dieta basal (milho + farelo de soja); LPD - Leite desnatado em ; PSP - Plasma sanguíneo
em , FA - Farelo de algodão; FACC - Farelo da amêndoa da castanha de caju.
2.5 – Planejamento Estatístico
O delineamento experimental utilizado na contagem das colônias fecais foi em
blocos ao acaso, com 5 tratamentos, 4 repetições e 1 animal por repetição ao final da
fase 1 e 2, sendo feito um desdobramento num modelo fatorial 2 x 2 + 1, composto por
duas fontes de proteína de origem animal POA (farinha de carne - FC e plasma
sanguíneo em pó - PSP), duas fontes de proteína de origem vegetal POV (farelo de
algodão – FA e farelo da amêndoa da castanha de caju - FACC) e um adicional (dieta
controle – T1). O critério para formação dos blocos foi o peso inicial dos leitões e a
unidade experimental foi o leitão.
Quando a análise de variância detectou significância entre os tratamentos,
foram aplicados contrastes para testar os efeitos dos fatores. Além disso, a
comparação das médias para POA e POV com a dieta controle foi feita através do
teste de Dunnet (CAMPOS, 1984) .
180
Os dados médios para a contagem das colônias fecais foram submetidos a
análise estatística pelo programa Statystical Analysis System (SAS, 1996) e cada
observação foi descrita pela equação que se segue,
Y
ijk
=
µµ
+
ββ
i
+
ττ
j
+
εε
ijk
Onde:
µ
= representa a média geral;
β
i
= representa o efeito do bloco i (i = 1, 2, 3 e 4);
τ
j
= representa o efeito do tratamento j (j = 1,2, 3, 4 e 5);
ε
ijk
= representa o efeito aleatório da observação k, do tratamento j e bloco i.
Na identificação dos microrganismos fecais foi feita apenas uma análise
percentual da microbiota, o sendo aplicada a análise de variância.
2.6 – Procedimentos Adotados
2.6.1 - Procedimento Pré-experimental
Após o recebimento do lote com os 80 leitões desmamados com 21 dias de
idade, foi aferido o peso individual dos animais que logo em seguida eram identificados
por um brinco numerado.
As 20 baias experimentais foram divididas em quatro blocos, aleatoriamente
distribuídos, contendo cada qual os 5 tratamentos que também foram aleatoriamente
sorteados. Levando-se em consideração que cada bloco correspondia a uma
repetição, reservou-se os 20 animais mais pesados para repetição 1, para repetição 2
os 20 medianamente mais pesados, para repetição 3 os 20 medianamente menos
pesados e finalmente para repetição 4 os 20 animais menos pesados. Dentro de cada
repetição, os cinco primeiros animais com maior peso foram sorteados para cada uma das cinco
181
dietas experimentais existentes, posteriormente utilizou-se o mesmo critério para os
cinco seguintes e assim sucessivamente até completar com os 20 animais de uma
repetição. Ao final, cada baia continha 4 leitões.
Previamente ao iniciar o experimento, os baldes foram identificados quanto ao
número do box, tratamento e repetição; distribuídos entre as baias correspondentes e
enchidos com quantidades conhecidas das respectivas rações experimentais. A
medida que esvaziavam, devido ao consumo dos animais, foram novamente
recarregados com conhecidas porções das dietas indicadas na identificação.
Os leitões tiveram acesso, durante todo o experimento, a água e ração à
vontade, sendo a última fornecida quatro vezes ao dia, sempre nos mesmos horários.
Às lâmpadas incandescentes permaneceram 24h ligadas durante toda a fase 1 do
período de creche.
Ao final da primeira semana experimental, foi sorteado um animal pertencente
a cada baia nas repetições 2 e 3 e estes foram sacrificados para o estudo dos
parâmetros histológicos intestinais. Equilibrando numericamente o número de animais
por baia, tamm foi sorteado e eliminado um leitão pertencente a cada baia nas
repetições 1 e 4. Procedimento semelhante foi feito ao final da segunda semana
experimental.
A fase 2 diferenciava-se da anterior basicamente porque os tratamentos
tinham níveis protéicos e enerticos ajustados para o leitão dos 42-63 dias de idade,
conforme ROSTAGNO et al. (2000); porque não houve sacricios ou eliminações de
animais e, porque as lâmpadas incandescentes permaneciam ligadas das 18:00h às
5:00h, apenas como uma forma de estimular um maior consumo por parte dos animais.
Com os leitões da fase 1 (80 animais na primeira semana, 60 animais na
segunda semana e 40 animais na terceira semana) foi feito o estudo da ocorrência de
diarréia; com os 40 leitões restantes na terceira e última semana da fase 1 e por toda a
fase 2, foi feito o estudo da microbiologia fecal.
2.6.2 – Procedimento Experimental
Contagem das colônias fecais
O estudo da microbiologia fecal iniciou-se com o sorteio de um animal de cada
tratamento e em cada repetição, perfazendo um total de 20 animais. O mesmo leitão
182
sorteado para o final da fase 1 (animal com 42 dias de idade) foi posteriormente usado
ao final da fase 2 (animal com 63 dias de idade), sendo que os mesmos procedimentos
microbiológicos realizados na fase 1 foram repetidos na fase 2.
Dentro das datas previstas, 42 dias de idade para F1 e 63 dias de idade para
F2, cada leitão sorteado, foi colocado com a cabeça para baixo através dos jarretes e
neste momento um auxiliar se apresentava com um tubo de ensaio identificado, com
tampa e contendo um swab comercial estéril. O tubo de ensaio foi aberto, o swab
retirado e introduzido aproximadamente 10cm dentro do reto do animal; em seguida foi
realizado movimentos circulares com posterior retorno do swab ao tubo de ensaio que
era imediatamente tampado e colocado em isopor com gelo (Figuras IV.1 e IV.2). Ao
final de todas as coletas as amostras foram conduzidas ao Laboratório de
Microbiologia do Departamento de Análises Clinicas e Toxicológicas da UFC, onde
deu-se início aos procedimentos para a contagem e identificação dos microrganismo
fecais.
FIGURA IV.1 Tubo de ensaio identificado, com tampa e contendo um swab
comercial estéril.
183
FIGURA IV.2 – Introdução do swab através do reto do leitão.
Essa contagem com posterior identificação foi parcial porque obedeceu a
determinados critérios a seguir descritos:
1. Só foram identificados os microrganismos contidos nas fezes do reto, sem se levar
em conta nenhuma porção específica do trato intestinal, nem se os microrganismos
estavam aderidos à mucosa ou livres no lúmen intestinal;
2. Somente os microrganismos aeróbicos e os anaeróbicos facultativos foram
passíveis de serem identificados;
3. Foi descartada a identificação do gênero nos grupos: cocos Gram negativos (C-),
cocobacilos Gram positivos (CB+) e bacilos Gram positivos (B+), que segundo
KONEMAN et al. (2001) fazem parte da microbiota ambiental, entretanto quando
em um mesmo animal eram encontradas cepas de um destes grupos, mas
apresentando diferenças visuais quanto a cor ou conformação da colônia (indicativo
de diferenciação no gênero, espécie ou subtipo) as mesmas eram numericamente
computadas como sendo microrganismos diferentes.
4. Na identificação dos fungos, foi dada atenção apenas as leveduras; descartou-se a
identificação dos bolores, visualmente característicos, e que fazem parte da
microbiota ambiental de acordo com KONEMAN et al. (2001).
5. Estabeleceu-se que a identificação da microbiota se limitaria parcialmente aos
cocos Gram positivos e bactérias Gram negativas fermentadoras e não
fermentadoras de açúcar.
Para não se tornar repetitivo, todo o material envolvido no estudo foi
rigorosamente esterilizado, identificado e processado mediante procedimentos
microbiológicos de rotina que evitassem contaminações externas ou das amostras
184
entre si, da mesma forma, todo microrganismo desenvolvido ou conservado em um
determinado meio, as manipulado, foi conservado em refrigeração à -5ºC por um
prazo máximo de 20 dias.
O início do trabalho laboratorial ocorreu com a contagem dos microrganismos
fecais dos leitões. Para isso os tubos de ensaio foram individualmente abertos e os
swabs retirados e submersos em 2ml de uma solução salina estéril a 1% contida em
novos tubos de ensaio. As os mesmos terem sido manualmente agitados formou-se
uma suspensão fecal bem homogênea chamada de suspensão 1 (S1); em seguida os
swabs foram descartados.
Por se tratar de contdo fecal conhecidamente rico em microrganismos,
foram feitas várias diluições a partir da S1, com o intuito de possibilitar a contagem das
colônias. Para isso foi retirado com uma pipeta automática a quantia de 10µl da S1 que
foi diluída em 2ml (2.000
µ
l) de uma nova solução salina estéril a 1%, formando a
diluição de 1:2 x 10
2
que foi chamada de diluição nº 1 (D1). A diluição D1 foi agitada
através de um agitador automático para em seguida ser retirado 10
µ
l que foi diluído
novamente em 2ml de uma outra solução salina estéril a 1% originando uma nova
diluição de 1:4 x 10
5
que foi chamada de diluição nº 2 (D2). Assim após nova agitação
e seguindo-se o mesmo procedimento foi feita a D3 (1:8 x 10
8
), D4 (1:16 x 10
11
), D5
(1:32 x 10
14
) e D6 (1:64 x 10
17
).
Para se saber qual diluição proporcionaria uma boa contagem de colônias, foi
feito um pré-teste escolhendo-se aleatoriamente uma amostra (S1) de um leitão com
suas seis diluições (D1 a D6), sendo que cada diluição foi semeada com uma alça de
platina graduada (0,001ml) em seis placas de Petri contendo o meio de cultura Caldo
Lactose Eosina Dextrose (CLED) que é propício para o crescimento de microrganismos
Gram positivo e Gram negativo.
Decorrido o prazo de incubação (37ºC por 24h) as seis placas, foram
examinadas e verificou-se que a D4 oferecia as melhores condições para se fazer a
contagem microbiológica. Desta forma, para fase 1 (F1), ao invés de serem semeadas
as seis diluições de cada animal, optou-se em semear apenas três diluições de cada
leitão, sendo elas a diluição D4, a diluição anterior a esta (D3) e a diluição posterior a
esta (D5). Entretanto, as mesmas foram semeadas, com a alça de platina graduada,
nos meios de cultura CLED e Hecktoen (seletivo para bactérias Gram negativas). No
pré-teste da fase 2 (F2) verificou-se que a D5 apresentou os melhores resultados,
então somente as diluições D4, D5 e D6 foram semeadas, com a alça de platina
graduada, nos meios de cultura CLED e Hecktoen.
185
Após o período de incubação (37ºC por 24h), para cada animal, foi
selecionada a placa de Petri que apresentava colônias visivelmente isoladas (Figura
IV.3), tanto no meio CLED quanto no meio Hecktoen, sendo as demais placas
descartadas. O número de colônias identificadas no meio CLED foi contado,
multiplicado pela respectiva diluição e o resultado multiplicado por 1.000 (para
converter os resultados de µl para ml). As colônias crescidas no meio Hecktoen não
foram utilizadas para a contagem das colônias fecais, contudo foram utilizadas em
procedimentos posteriores.
FIGURA IV.3 – Crescimento de colônias no meio CLED. No lado esquerdo da
placa de Petri, as colônias apresentam-se visivelmente
isoladas e quantificáveis, no lado direito da placa, por ter uma
diluição abaixo da ideal, as colônias encontram-se
aglomeradas e incontáveis.
Identificação dos microrganismos fecais
Na placa de Petri que continha a melhor diluição utilizada na contagem das
colônias foi verificado, em ambos os meios (CLED e Hecktoen), o crescimento de dois,
três ou até mais tipos de colônias diferentes quanto a motilidade, tamanho, cor e/ou
conformação, então para cada colônia diferenciada foi atribuída uma letra
identificadora escrita com caneta porosa no fundo da placa. A seguir foi feita uma lâmina
para cada uma destas colônias e as mesmas foram submetidas à coloração pelo método
Gram segundo os procedimentos estabelecidos por KONEMAN et al. (2001). Depois de
186
confeccionadas, as lâminas foram observadas em microscópio óptico com ocular 25x e
objetiva 100x com imersão em óleo apropriado.
Os microrganismos Gram positivos (cocos), crescidos no meio CLED, foram
separadamente reisolados em placas de Petri contendo o meio de cultura Manitol
(específico para o crescimento de cocos Gram positivo) e os Gram negativos (bacilos e
cocobacilos), crescidos no meio CLED, foram separadamente reisolados em placas de
Petri contendo o meio MacConkey (específico para o crescimento de bactérias Gram
negativas), isso as uma incubação em estufa a 37ºC por 24h. Os fungos (leveduras),
crescidos no meio CLED, foram separadamente reisolados em tubos de ensaio
contendo o meio Sabouraud e incubados a 37ºC até que houvesse seu total
desenvolvimento que em média levou 4 dias. As bactérias crescidas no meio
Hecktoen, que é seletivo somente para o crescimento de bactérias Gram negativas,
permaneceram guardadas para posterior identificação microbiológica.
Dando continuidade a identificação microbiológica, as bácterias Gram
negativas reisoladas no meio MacConkey (provenientes do meio CLED) e as crescidas
no meio Hecktoen foram submetidas a prova bioquímica do TSI (ágar tríplice açúcar e
ferro). Na realização desta prova uma amostra da bactéria foi coletada com uma
agulha de platina que foi introduzida diagonalmente através do meio até atingir o fundo
do tubo de ensaio, posteriormente a agulha de platina também estriou a superfície do
ágar. Depois do período de incubação (37ºC/24h), foi verificado se havia sido formado
gás no fundo do tubo de ensaio e se havia alteração da cor do meio. Amarelo claro
significava lactose e sacarose positiva, metade amarelo claro e metade avermelhado
significava positivo para glicose, todo avermelhado ou sem alteração de cor significava
que a bactéria era do tipo não fermentadora (Figura IV.4). Desta forma, as cepas foram
divididas em duas classes: as bactérias fermentadoras do açúcar (TSI positivo) e as
bactérias o fermentadoras do açúcar (TSI negativo).
187
FIGURA IV.4 – Visualização da prova bioquímica do TSI. Da esquerda para
direita: TSI todo avermelhado (negativo) indicativo de bactéria
não fermentadora de açúcar, TSI com coloração não alterada
(negativo) indicativo de bactéria o fermentadora de açúcar,
TSI todo amarelado (positivo) indicativo de bactéria
fermentadora de açúcar.
As bactérias fermentadoras do açúcar (TSI amarelo ou metade amarelo e
metade avermelhado) foram submetidas às provas bioquímicas do SIM, uréia, Voges-
Proskauer (VP), citrato e fenilalanina; para isso as amostras bacterianas (reisoladas no
meio MacConkey e as provenientes do meio Hecktoen) foram colhidas do próprio meio
TSI, onde cresceram.
Na uréia, os microrganismos foram semeados com uma agulha de platina
sobre a superfície do ágar. Decorrido a incubação, caso o meio adquirisse uma
tonalidade rosácea era considerado positivo, se não houvesse alteração na cor
original, era considerado negativo (Figura IV.5).
188
FIGURA IV.5 Prova bioquímica da uréia. O tubo da esquerda é positivo e o
da direita é negativo.
No SIM, a agulha com a amostra bacteriana foi introduzida verticalmente até
2/3 do conteúdo do meio. Depois de incubado, se o meio estivesse turvo significava
motilidade bacteriana, se estivesse translúcido significava imobilidade bacteriana. Se
no meio houvesse uma formação enegrecida significava que o microrganismo produzia
gás sulfeto. Se após a adição de 6 gotas do reagente de Kovacs houvesse a formação
de uma camada avermelhada significava indol positivo, se a camada fosse amarelo
claro significava indol negativo (Figura IV.6).
189
FIGURA IV.6 - Prova bioquímica do SIM, da esquerda para direita verifica-se a
imobilidade bacteriana, indol positivo e produção do gás
sulfeto.
No VP, que é um meio líquido, a amostra bacteriana foi coletada com a agulha
de platina e diluída no mesmo. Em seguida, as incubação, foi adicionado 6 gotas de
α-naftol e 12 gotas de KOH a 40% e agitado. Se ficasse levemente avermelhado
significava VP positivo (Figura IV.7).
FIGURA IV.7 - Prova bioquímica VP, da esquerda para direita verifica-se VP
positivo e VP negativo.
190
No citrato, os microrganismos foram semeados com a agulha de platina sobre
a superfície do meio, as incubação, se houvesse mudança do meio para uma
tonalidade azulada ou apenas o crescimento de bactéria sem a alteração da cor,
significava citrato positivo (Figura IV.8).
FIGURA IV.8 - Prova bioquímica do citrato, da esquerda para direita verifica-se
citrato positivo e citrato negativo.
Na fenilalanina, após a semeadura dos microrganismos sobre a superfície do
meio com agulha de platina e posterior incubação, adicionava-se 6 gotas de cloreto
férrico a 10% e aguardava-se 1 minuto; se houvesse a formação de uma tonalidade
marrom-clara significava que a bactéria produzia gás sulfeto (Figura IV.9).
191
FIGURA IV.9 - Prova bioquímica da fenilalanina, o tubo da esquerda é
negativo, mas contém cloreto férrico a 10%, o da direita
apresenta a fenilalanina sem cultivo.
De posse dos resultados dos testes bioquímicos, estes foram confrontados
com uma tabela para a identificação de enterobacteriáceas fermentadoras do açúcar,
de acordo com KONEMAN et al. (2001), sendo as mesmas identificadas.
As bactérias o fermentadoras do açúcar (TSI inalterado ou avermelhado),
foram submetidas às provas bioquímicas do kit-teste para identificação das bactérias
não fermentadoras da Newprov
(Figura IV.10), de acordo com a técnica desenvolvida
pelo fabricante. O kit consistia das seguintes provas: OF-glicose, BHI, cetrimide,
gelatina, nitrato, motilidade, OF xilose, OF maltose e OF lactose.
192
FIGURA IV.10 – Kit-teste da Newprov
para identificação das bactérias não
fermentadoras de açúcar. Da esquerda para direita o kit
apresenta os seguintes tubos: 2 tubos para OF-glicose, 1
tubo para OF-basal, BHI, nitrato - motilidade, gelatina,
cetrimide, OF xilose, OF maltose e OF lactose.
Na preparação desta etapa, as cepas não fermentadoras provenientes do
meio Hecktoen, foram retiradas do meio TSI e reisoladas no meio MacConkey, de
acordo com a indicação existente no próprio kit, para em seguida passarem pela
bateria de provas do kit-teste; já as bacterias não fermentadoras de açúcar
provenientes do meio CLED e reisoladas no meio MacConkey foram recolhidas do
próprio meio TSI para serem semeadas no kit-teste. Independentemente da origem das
cepas (Hecktoen MacConkey ou CLED MacConkey), todas foram submetidas a
prova bioquímica da oxidase, como sendo uma outra exigência do kit-teste da
Newprov
.
Para a realização desta prova, colocou-se uma gota de água destilada estéril
numa fita reagente para oxidase. Em seguida coletou-se com uma alça de platina uma
amostra da cepa que foi esfregada no local umedecido da fita. Quando a fita ficava
enegrecida, significava oxidase positiva, se não houvesse alteração de cor significava
oxidase negativa.
De posse dos resultados dos testes bioquímicos, estes foram confrontados
com uma tabela para a identificação de bactérias não fermentadoras de acordo com o
próprio manual da Newprov
e as mesmas foram identificadas.
193
As bactérias Gram positivas (cocos) reisoladas no ágar Manitol (Figura IV.12),
após incubação a 37ºC por 24h, foram submetidas à prova bioquímica da catalase,
coagulase e bile esculina.
FIGURA IV.11 – Cocos Gram positivos isolados no ágar Manitol.
Para a catalase, uma amostra da bactéria foi coletada com uma alça de platina
e dissolvida em uma gota de água oxigenada (10%) colocada sobre uma lâmina de
vidro, se houvesse uma efervescência significava catalase positiva; caso não houvesse
efervescência significava catalase negativa. Apenas os cocos Gram positivos que
apresentaram catalase positiva foram submetidos à prova da coagulase.
Na determinação da coagulase, uma amostra dos cocos Gram positivos foi
coletada com uma alça de platina e colocada em um tubo de ensaio contendo 0,5ml de
plasma sanguíneo + 0,5ml de água destilada estéril, agitado e levado à estufa a 37ºC.
Após um período de incubação de 2h se houvesse a formação de um sedimento
significava coagulase positiva.
Os cocos Gram positivos que apresentaram catalase negativa foram,
complementarmente, submetidos a prova da bile esculina (Figura IV.12). Nesta prova
uma amostra do coco foi colhida com uma agulha de platina, estriada na superfície do
ágar bile esculina contido em tubos de ensaio e incubada por 24h a 37ºC. Decorrido
este prazo, caso a bile esculina, que apresenta uma coloração amarelada, ficasse
enegrecida, significava reação positiva.
194
FIGURA IV.12 – Prova bioquímica da bile esculina. Os dois primeiros tubos, da
esquerda para direita apresentam bile esculina positiva, o
terceiro é bile esculina negativa.
De posse dos resultados dos testes bioquímicos, estes foram confrontados
com a orientação dada por KONEMAN et al. (2001) e utilizada na diferenciação de
cocos Gram positivos, com posterior identificação dos mesmos.
Finalizando o processo de identificação da microbiota entérica do leitão, as
amostras de leveduras reisoladas no meio Sabouraud por até 5 dias a 37ºC, foram
submetidas à prova bioquímica do zimograma, que por sua vez foi constituída de duas
sub-etapas:
1 – Foram preparados 6 soluções estéreis a 10% com diferentes açúcares:
solução de glicose, de maltose, de trealose, de lactose, de galactose e de sacarose.
2 - Com uma alça de platina foi dissolvida uma amostra de levedura que foi
retirada do tubo de ensaio contendo o meio Sabouraud, em 4ml de água destilada
estéril até atingir o nível de turvação 1 na escala de MacFarland que vai de 1 a 5.
Completada as 2 sub-etapas, foram preparados seis tubos de ensaio estéreis
com 0,5ml de cada uma das seis soluções de açúcares, e a cada qual foi adicionado
4,5ml de um meio para fermentação de leveduras + 0,5ml da suspensão da levedura
(nível de turvação 1) + um tubo de Durham (estéril). Paralelamente foi realizada uma
contra-prova que diferenciava-se da prova apenas por não conter, em nenhum dos
tubos de ensaio, a suspensão da levedura (nível de turvação 1). Os tubos foram
incubados a 37ºC e a leitura foi realizada a cada 24 horas durante um período de sete
195
dias. Foi considerada positiva a reação que mudou da tonalidade púrpura para a cor
amarelada (partindo do princípio que a contra-prova ficou inalterada), indicando que o
açúcar foi fermentado.
De posse dos resultados dos testes bioquímicos, estes foram confrontados
com uma tabela para a identificação de leveduras de acordo com SIDRIM e MOREIRA
(1999) e as mesmas foram identificadas. O Quadro IV.1 é um fluxograma resumido de
todo o procedimento experimental realizado para a contagem das colônias e para a
identificação dos microrganismos fecais nos leitões.
196
Coleta das amostras fecais (20 leitões)
;
Preparação das suspensões fecais (S1) com suas respectivas diluições (D1, D2, D3, D4, D5, D6)
;
Semeadura das 6 diluições de 1
única
S1 no meio CLED
;
Escolha da melhor diluição e da diluição anterior e posterior a mesma (Pré-teste)
F1 (D3,
D4
, D5) F2 (D4,
D5
, D6)
;
Semeadura das três diluições selecionadas (para cada S1) nos meios
CLED
HECKTOEN
; ;
Contagem das colônias e Marcação das colônias
Marcação das colônias com letras com letras
; ;
8888
Gram
::::::::::::  
Só cresce
G
-
;
;
;
;
Leveduras
G
+
G
-
;
;
;
; 
;
Semeado Semeado Semeado
;
no meio no meio no meio
;
SABAURAUD
MANITOL
MAcCONKEY
;
;
;
;
;
Prova Bioquímica Catalase
;
;
do Zimograma
;
;
;
;
888;:::
;
;
Identificação
+
-
;
;
; ; ;
;
Coagulase Bile esculina
;
;
; ; ;
;
Idenificação Identificação
;
;
8 8 8 8
8;
; :
; ;
88
8
88888
TSI
8888 8 8 88
TSI
; ; ; ;
Fermentadora Não Fermentadora Fermentadora Não Fermentadora
; ; ; ;
Provas Provas Provas Semeada
Bioquímicas (1) Bioquímicas (2) Bioquímicas (1) no meio
;
;
;
MAcCONKEY
;
;
; ;
;
;
;
Provas
;
;
;
Bioquímicas (2)
;
;
; ;
Identificação Identificação Identificação Identificação
QUADRO IV.1
- Fluxograma para contagem de colônias e identificação dos
microrganismos fecais em leitões.
197
3 – RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 – Contagem das Colônias Fecais
Os valores referentes à contagem das colônias fecais (CCF) nas fezes dos
leitões submetidos a dietas contendo diferentes fontes de proteínas de origem animal,
independentemente das fontes protéicas de origem vegetal, ao final da fase 1 (42 dias
de idade) e 2 (63 dias de idade) do período de creche, encontram-se na Tabela IV.2.
TABELA IV.2 Contagem das colônias fecais (ufc/ml), por proteína animal, ao
final da fase 1 (42 dias de idade) e 2 (63 dias de idade) do
período de creche, em leitões submetidos a dietas com
diferentes fontes protéicas.
Idades
POA
42 dias
63 dias
PSP
6,403 x 10
18
± 10,10 x 10
18
A
7,763 x 10
22
± 13,90 x 10
22
A
FC
8,001 x 10
18
± 7,84 x 10
18
A
2,882 x 10
22
± 7,17 x 10
22
A
Controle
8,811 x 10
18
± 7,98 x 10
18
A
2,081 x 10
22
± 2,93 x 10
22
A
As análises de variância para contagem de microrganismos fecais nos leitões com 42 e 63
dias de idade, encontram-se nos Anexos (Tabelas IV.1A e IV.2A).
POA - Proteína de Origem Animal: PSP Plasma sanguíneo em , FC - Farinha de carne.
Valores de uma mesma coluna seguidos por letras maiúsculas iguais não são estatisticamente
diferentes (P>0,05).
Avaliando-se o efeito isolado da proteína de origem animal,
independentemente da proteína de origem vegetal (Tabela IV.2), observa-se que não
houve diferenças estatísticas (P>0,05) para a contagem de colônias fecais (CCF) entre
as dietas experimentais dos leitões, tanto aos 42 como aos 63 dias de idade. Nos
leitões com 42 dias de idade, a média das dietas contendo plasma sanguíneo em
(PSP) apresentaram-se numericamente inferior (P>0,05) a média das dietas contendo
farinha de carne (FC) e a dieta controle. Aos 63 dias de idade, a média das dietas
198
contendo PSP apresentaram-se numericamente superiores (P>0,05) a média das
dietas contendo FC e a dieta controle.
Alguns autores afirmam que as imunoglobulinas existente no PSP exercem
alguma ação sobre a microbiota intestinal dos leitões, entretanto o produto é mais
recomendado para leitões desmamados precocemente, já que a mesma não
demonstrou seus efeitos positivos quando oferecida a animais adultos (FEDNA, 1999 e
MEDEL et al., 1999). Segundo KATS et al. (1994), os melhores resultados são obtidos
nos primeiros 7-10 dias pós-desmame; para GATNAU et al. (1995b) as melhores
respostas ao plasma são obtidas nos primeiros 10-14 dias s-desmame. Esses
autores reforçam os presentes achados, aos 42 dias de idade, onde verifica-se que os
leitões que consumiram dietas com PSP apresentaram uma CCF numericamente
menor quando comparados aos animais que consumiram as demais dietas.
Os dados referentes a CCF dos leitões mostraram-se bastante elevados, aos
42 e 63 dias de idade, todavia não constatou-se nenhuma semelhança com as
referências disponíveis, pois SALANITRO et al. (1997) examinando a microflora fecal
de suínos adultos e fazendo a contagem de bactérias, afirmaram que o número total de
microrganismos contados nas amostras fecais variaram de 4,48 x 10
10
a 7,40 x 10
10
bactérias/g de fezes fresca. Em outro estudo, ROBINSON et al. (1984) isolando
bactérias aderidas à mucosa do cólon proximal de suínos desmamados saudáveis
encontraram uma densidade microbiana de 5,7 x 10
7
/cm
2
de tecido de cólon por
animal.
No que se refere ao final da fase 2, MOORE et al. (1987) verificaram que na
medida em que o leitão envelhece, a flora bacteriana intestinal cultivável também tende
a aumentar. O relato dos autores aia os resultados dessa pesquisa quando se
verifica que a CCF aos 42 dias de idade aumentou de uma potência de 10
18
para uma
potência de 10
22
, aos 63 dias de idade.
Uma explicação plausível para a elevada CCF aos 42 dias de idade, foi
apresentada por LINDEMAN et al. (1986) e ROPPA (1998) quando afirmaram que até
os 21-28 dias de idade o sistema digestivo dos leitões o produz quantidades
apreciáveis de lipases, amilases e outras enzimas que degradam os nutrientes, sendo
que a normalização fisiológica dos processos digestivos só ocorrerá entre os 28-35
dias de idade. Com a deficiente produção enzimática, a digestão dos alimentos ficará
prejudicada e os mesmos serão aproveitados pelos microrganismos intestinais, que por
sua vez passam a se multiplicar em demasia.
199
A Tabela IV.3 refere-se aos valores da contagem das colônias fecais (CCF)
dos leitões submetidos a dietas contendo diferentes fontes protéicas de origem vegetal,
independentemente das fontes protéicas de origem animal, ao final da fase 1 (42 dias
de idade) e 2 (63 dias de idade) do período de creche.
TABELA IV.3 – Contagem média das colônias fecais (ufc/ml), por proteína
vegetal, ao final da fase 1 (42 dias de idade) e 2 (63 dias de
idade) do período de creche, em leitões submetidos a dietas
com diferentes fontes protéicas.
Idades
POV
42 dias
63 dias
FA
10,000 x 10
18
± 11,10 x 10
18
A
9,681 x 10
22
± 14,40 x 10
22
A
FACC
4,402 x 10
18
± 4,82 x 10
18
A
0,965 x 10
22
± 2,71 x 10
22
A
Controle
8,811 x 10
18
± 7,98 x 10
18
A
2,081 x 10
22
± 2,93 x 10
22
A
As análises de variância para contagem de microrganismos fecais nos leitões com 42 e 63
dias de idade, encontram-se nos Anexos (Tabelas IV.1A e IV.2A).
POV - Proteína de Origem Vegetal: FA - Farelo de algodão, FACC - Farelo da amêndoa da
castanha de caju.
Valores de uma mesma coluna seguidos por letras iguais o são estatisticamente diferentes
(P>0,05).
Observando-se o efeito isolado para proteína de origem vegetal,
independentemente da proteína de origem animal (Tabela IV.3), verifica-se que não
houve diferenças estatísticas (P>0,05) para a contagem de colônias fecais (CCF) entre
as dietas experimentais dos leitões, tanto aos 42 como aos 63 dias de idade. Em
ambas as fases, os leitões alimentados com dietas contendo o farelo da amêndoa da
castanha de caju (FACC) demonstraram numericamente a menor CCF. Entretanto,
numericamente, a maior CCF ocorreu, em ambas as fases, nos animais alimentados
com rações contendo farelo de algodão (FA).
Verificando os teores de fibra bruta (FB) na dieta controle e o teor médio de FB
nas dietas contendo FA e FACC, temos respectivamente, os níveis de 3,251; 3,897 e
3,031% (na fase 1) e 3,275; 3,871 e 3,230% (na fase 2). Estes dados demonstram que
as dietas contendo o FA tiveram um teor médio de FB maior que a dieta controle e as
dietas contendo FACC. PLUSKE et al. (2003) afirmou que a fibra da dieta serve como
200
o principal substrato para as bactérias, razão pela qual talvez explique a superioridade
numérica da CCF nas dietas contendo FA.
O fato dos leitões arraçoados nos dietas contendo FACC terem demonstrado
numericamente uma menor CCF, tanto aos 42 quanto aos 63 dias de idade, pode ser
decorrência da adequada digestibilidade da amêndoa. A digestibilidade dos alimentos
é um fator que influi na concentração de microrganismos intestinais e está relacionado,
entre outras coisas, com a presença de fatores antinutricionais (FANs). Os FANs, entre
outros malecios, prolongam a retenção do alimento no tubo intestinal permitindo que
as bactérias disponham de mais tempo para fermentar o substrato e crescerem num
ritmo mais rápido. A literatura disponível não faz menção a nenhum fator antinutricional
presente no FACC, que justifique ou favoreça crescimento microbiano, pelo contrário,
coloca que a amêndoa apresenta uma boa digestibilidade e um valor nutritivo superior
ao da caseína (SOARES, 1986).
Os dados demonstram que a CCF aos 42 dias de idade foi elevada e
aumentou ainda mais aos 63 dias de idade, porém o demonstrou nenhuma
semelhança com as referências disponíveis, pois LEEDLE (2000a) informou que os
suínos apresentam o tubo digestivo habitado por aproximadamente 10
13
microrganismos/g de fezes. Leser et al. citado por PRYDE et al. (1999) informaram que
no lúmen do cólon de suínos existem aproximadamente 10
10
a 10
11
bactérias/g de
fezes fresca. MOORE et al. (1987) relataram que a densidade da população
microbiana no ceco e no cólon ascende de suínos é de aproximadamente 10
10
- 10
11
bactérias viáveis por grama de digesta. É possível que mudanças relativas à idade dos
leitões e local da coleta fecal (reto) tenha feito com que os resultados deste ensaio
fossem diferentes aos dos demais autores.
As condições microbiológicas intestinais dos animais desta pesquisa, também
podem ter influenciado os resultados. Sobre este prisma, BERTECHINE (1994); NOY e
SKALAN (1995) e ROZAS et al. (2003) são categóricos em afirmar que a microbiota
intestinal pode variar conforme a carga inicial de microrganismos, portanto se os leitões
iniciaram o experimento (21 dias de idade) com uma carga microbiana elevada é lógico
cogitar que posteriormente (42 e 63 dias de idade) esta concentração de
microrganismo continuaria elevada, principalmente quando constata-se que nenhum
promotor do crescimento (prebiótico ou probiótico) ou antibiótico foi utilizado durante o
período experimental.
Ainda em relação a elevada CCF, JENSEN (1999) relatou que o maior tempo
de permanência do alimento na parte final do intestino delgado ou grosso resulta em
201
um incremento na multiplicação microbiana. Dentro desta ótica, observando-se os
teores de fibras das rações, veremos que na fase 1 e na fase 2 os valores estiveram
entre 2,9-3,9% (Tabela II.4) e 3,1 e 3,9% (Tabela II.5), respectivamente, ou seja, são
valores ainda considerados baixos para suínos. Este baixo nível de fibra na dieta pode
ter proporcionado um trâmite digestivo mais lento, que por sua vez gerou um maior
tempo de permanência do alimento no intestino, propiciando à elevada multiplicação
bacteriana em ambas as fases.
3.2 – Identificação dos Microrganismos Fecais
A identificação dos microrganismos fecais dos leitões submetidos a dietas
contendo diferentes fontes de proteínas de origem animal e vegetal, ao final da fase 1
(42 dias de idade) e 2 (63 dias de idade) do período de creche, encontram-se nas
Tabelas IV.4, IV.5, IV.6 e IV.7.
Fase 1 (42 dias de idade)
A Tabela IV.4 refere-se à identificação dos microrganismos fecais dos leitões
submetidos a dietas contendo diferentes fontes protéicas de origem animal,
independentemente das fontes protéicas de origem vegetal, ao final da fase 1 (42 dias
de idade) do período de creche.
202
TABELA IV.4 Identificação (%) dos microrganismos fecais predominantes, por
proteína animal, em leitões submetidos a dietas com diferentes
fontes protéicas ao final da fase 1 (42 dias de idade) do período de
creche.
POA
Microrganismos
Total
%C/T
%G+
%G-
%L
Leclercia adecarboxylata
(8)
34,78
X
Escherichia coli
(4)
17,39
X
Pasteurella sp.
(3)
13,04
X
Flavobacterium II b
(2)
8,70
X
Hansenula anomala
(1)
4,35
X
PSP
Xenorhabdus luminescens
(1)
4,35
X
Acinetobacter haemolyticus
(1)
4,35
X
Enterococos faecalis
(1)
4,35
X
Staphilococos coagulase negativa
(1)
4,35
X
Candida stellatoidea
(1)
4,35
X
Número de cepas diferentes = 10
23
100
8,69
82,62
8,69
Leclercia adecarboxylata
(6)
26,09
X
Escherichia coli
(5)
21,74
X
Pasteurella sp.
(3)
13,04
X
Citrobacter sp.
(2)
8,70
X
Kluyvera sp.
(1)
4,35
X
FC
Shigella sonnei
(1)
4,35
X
Enterobacter clocae
(1)
4,35
X
Xenorhabdus luminescens
(1)
4,35
X
Enterococos faecalis
(1)
4,35
X
Staphilococos coagulase negativa
(1)
4,35
X
Candida tropicalis
(1)
4,35
X
Número de cepas diferentes = 11
23
100
8,69
86,96
4,35
Leclercia adecarboxylata
(3)
21,43
X
Escherichia coli
(2)
14,29
X
Serratia odorifera
(1)
7,14
X
Pasteurella sp.
(1)
7,14
X
Shigella sonnei
(1)
7,14
X
Controle
Moraxella osloensis
(1)
7,14
X
Alcaligenes faecalis
(1)
7,14
X
Acinetobacter baumannii
(1)
7,14
X
Stenothrophomonas (Xanth) maltophilia
(1)
7,14
X
Hansenula anomala
(1)
7,14
X
Coco Gram negativo
(1)
7,14
X
Número de cepas diferentes = 11
14
100
---
85,71
7,14
POA - Proteína de origem animal: PSP Plasma sanguíneo em , FC - Farinha de carne.
O mero entre parênteses indica quantas vezes a cepa foi identificada.
%C/T - % do número de vezes que a cepa foi identificada / total.
%G+: % de Gram positivas; %G-: % de Gram negativas; L: % de leveduras.
203
Analisando-se o efeito isolado para proteína de origem animal,
independentemente da proteína de origem vegetal (Tabela IV.4), observa-se que as
dietas contendo plasma sanguíneo em pó - PSP apresentaram uma variedade de
microrganismos (10) inferior às dietas contendo farinha de carne - FC (11) e a dieta
controle (11). Quanto as principais espécies encontradas, nas dietas contendo PSP e
nas dietas contendo FC destacaram-se, respectivamente, Leclercia adecarboxyilata
(34,78% e 26,09%), Escherichia coli (17,39% e 21,74%) e Pasteurella sp.(13,04% e
13,04%), mas na dieta controle apenas Leclercia adecarboxylata (21,43%) e
Escherichia coli (14,29%) destacaram-se. Existiu uma predominância, em ordem
decrescente, das bactérias Gram negativas na dieta contendo FC (86,96%), dieta
controle (85,71%) e nas dietas contendo PSP (82,62%). Não foram encontradas
bactérias Gram positivas na dieta controle. A maior incidência de leveduras ocorreu
nas dietas contendo PSP.
GATNAU et al. (1995b), JIANG et al. (2000) e OWUSU-ASIEDU et al. (2002)
comentaram que as imunoglobulinas do PSP exercem um efeito protetor
antimicrobiano intestinal. A afirmação desse autores aia parcialmente os dados
deste experimento, pois verificou-se que nas dietas contendo PSP o número de cepas
encontradas foi menor que o encontrado nas dietas contendo FC e na dieta controle, o
que nos leva a sugerir que o PSP pode realmente ter limitado o desenvolvimento de
alguns microrganismos. Entretanto, MARQUARDT et al. (1999) explicaram que o PSP
possui essencialmente apenas anticorpos contra a cepa (k99) de E. coli, e este fato
pode ter limitado o número de exemplares desta bactéria nas dietas contendo PSP (4
exemplares), quando comparado com a FC (5 exemplares).
JENSEN (1999) estudou as espécies de bactérias dominantes no estômago e
no intestino delgado dos suínos e destacou a presença das Enterobactérias (bactérias
Gram negativas). Estas afirmações apóiam os resultados desta pesquisa,
principalmente no que diz respeito a FC que obteve o maior percentual de bactérias
Gram negativas (86,96%). Todavia, mostram-se diferentes aos resultados obtidos por
ROBINSON et al. (1984) quando verificaram que 71% dos microrganismos isolados do
cólon dos leitões foram Gram positivos. É possível que os resultados desses autores
estejam divergindo dos dados do presente estudo pelo fato da amostra submetida à
identificação dos microrganismos ter sido retirada especificamente do cólon do leitão,
enquanto nesta pesquisa tratava-se de uma amostra fecal coletada a nível retal.
MEDEL et al. (1999) verificaram que a qualidade da FC depende muito da
matéria prima inicial e do tipo de processamento recebido e, que ainda é preciso um
204
estrito controle de qualidade bacteriológico. Desta forma a FC é mencionada na
literatura nacional (BERCHIERI JÚNIOR et al., 1989 e MACHINSKY et al., 2005) e
internacional (MALMQVIST et al., 1995) como estando freqüentemente contaminada
por patógenos, destacando-se o gênero Salmonella. Neste experimento o foi
verificado nenhum distúrbio entérico de grande monta que exigisse intervenção
medicamentosa. Os casos de diarréia constatados foram passageiros e controlados
espontaneamente, o que de certa forma exclui a contaminação da FC por bactérias
patógenas.
A Tabela IV.5 refere-se à identificação dos microrganismos fecais dos leitões
submetidos a dietas contendo diferentes fontes protéicas de origem vegetal,
independentemente das fontes protéicas de origem animal, ao final da fase 1 (42 dias
de idade) do período de creche.
205
TABELA IV.5 Identificação (%) dos microrganismos fecais predominantes, por
proteína vegetal, em leitões submetidos a dietas com diferentes
fontes protéicas ao final da fase 1 (42 dias de idade) do período de
creche.
POV
Microrganismos
Total
%C/T
%G+
%G-
%L
Leclercia adecarboxylata
(7)
35,00
X
Escherichia coli
(5)
25,00
X
Pasteurella sp.
(2)
10,00
X
Flavobacterium II b
(1)
5,00
X
FA
Hansenula anomala
(1)
5,00
X
Kluyvera sp.
(1)
5,00
X
Enterobacter clocae
(1)
5,00
X
Shigella sonnei
(1)
5,00
X
Citrobacter sp.
(1)
5,00
X
Número de cepas diferentes = 9
20
100
---
95,00
5,00
Leclercia adecarboxylata
(7)
26,92
X
Pasteurella sp.
(4)
15,38
X
Escherichia coli
(4)
15,38
X
Xenorhabdus luminescens
(2)
7,69
X
Enterococos faecalis
(2)
7,69
X
FACC
Staphilococos coagulase negativa
(2)
7,69
X
Acinetobacter haemolyticus
(1)
3,85
X
Flavobacterium II b
(1)
3,85
X
Citrobacter sp.
(1)
3,85
X
Candida stellatoidea
(1)
3,85
X
Candida tropicalis
(1)
3,85
X
Número de cepas diferentes = 11
26
100
15,38
76,92
7,69
Leclercia adecarboxylata
(3)
21,43
X
Escherichia coli
(2)
14,29
X
Serratia odorifera
(1)
7,14
X
Pasteurella sp.
(1)
7,14
X
Shigella sonnei
(1)
7,14
X
Controle
Moraxella osloensis
(1)
7,14
X
Alcaligenes faecalis
(1)
7,14
X
Acinetobacter baumannii
(1)
7,14
X
Stenothrophomonas (Xanth) maltophilia
(1)
7,14
X
Hansenula anomala
(1)
7,14
X
Coco Gram negativo
(1)
7,14
X
Número de cepas diferentes = 11
14
100
---
85,71
7,14
POV - Proteína de origem vegetal: FA - Farelo de algodão, FACC - Farelo da amêndoa da castanha de
caju.
O mero entre parênteses indica quantas vezes a cepa foi identificada.
%C/T - % do número de vezes que a cepa foi identificada / total.
%G+: % de Gram positivas; %G-: % de Gram negativas; L: % de leveduras.
206
Observando-se o efeito isolado da proteína de origem vegetal,
independentemente da proteína de origem animal (Tabela IV.5), verifica-se que as
dietas contendo farelo de algodão - FA apresentaram uma menor variedade de
microrganismos (9) que as dietas contendo farelo da amêndoa da castanha de caju -
FACC (11) a dieta controle (11). Quanto as principais espécies encontradas, Leclercia
adecarboxylata e Escherichia coli foram as bactérias que se destacaram
percentualmente na dieta controle (21,43% e 14,29%) e nas dietas contendo FA (35% e
25%), respectivamente, contudo nas dietas contendo FACC o destaque foi para os
microrganismos Leclercia adecarboxylata (26,92%), Escherichia coli (15,38%) e
Pasteurella sp. (15,38%). Com relação aos grupos, as bactérias Gram negativas
destacaram-se em ordem decrescente, nas dietas contendo FA (95%), na dieta
controle (85,71%) e nas dietas contendo FACC (76,92%).
O destaque adquirido pela E. coli (25% no FA; 15,38% no FACC e 14,29 % na
dieta controle) é apoiado pelas informações de PASSOS Jr. (1997) quando explicou
que com o desmame e com a redução no suprimento de lactose, há uma redução
drástica na população de lactobacillus spp (bactérias Gram positivas), gerando
aumento de pH do estômago e também no intestino delgado, o que possibilita o
aumento na proliferação de vários agentes que vivem e se proliferam em faixas de pH
mais alcalinos, merecendo destaque a Escherichia coli.
Os leitões alimentados com FACC apresentaram, em suas fezes,
representantes dos três grupos básicos: Gram+ (15,38%), Gram- (76,92%) e leveduras
(7,69%), esta observação sugere que talvez esteja havendo um maior equilíbrio na
microbiota destes animais, que na microbiota dos leitões consumindo a dieta controle e
as dietas com FA.
ROBINSON et al. (1981) caracterizaram a microflora isolada das fezes de
leitões saudáveis desmamados e concluíram que 78% das bactérias encontradas
foram Gram negativas. A afirmação dos autores assemelham-se aos resultados deste
experimento e aproxima-se, numericamente, ao percentual de bactérias Gram
negativas encontradas nas dietas contendo FACC (76,92%).
Resultado diferente ao apresentado na presente pesquisa foi encontrado por
FAVIER et al. (2003) quando utilizaram uma ração controle na alimentação de leitões
desmamados aos 21 dias de idade para avaliar as mudanças bacteriológicas
intestinais e verificaram que no 15º dia após o desmame, o percentual de enterococos
aumentou nas fezes dos animais.
207
Fase 2 (63 dias de idade)
A Tabela IV.6 refere-se à identificação dos microrganismos fecais dos leitões
submetidos a dietas contendo diferentes fontes protéicas de origem animal,
independentemente das fontes protéicas de origem vegetal, ao final da fase 2 (63 dias
de idade) do período de creche.
TABELA IV.6 Identificação (%) dos microrganismos fecais predominantes, por
proteína animal, em leitões submetidos a dietas com diferentes
fontes protéicas ao final da fase 2 (63 dias de idade) do período de
creche.
POA
Microrganismos
Total
%C/T
%G+
%G-
%L
Cocobacilo Gram positivo
(14)
19,72
X
Bacilo Gram positivo
(9)
12,68
X
Staphylococus coagulase negativa
(5)
7,04
X
Staphylococus aureus
(5)
7,04
X
Escherichia coli
(4)
5,63
X
Cocos Gram negativo
(4)
5,63
X
Leclercia adecarboxylata
(4)
5,63
X
Yersinia mollaretii
(3)
4,23
X
Enterococus faecalis
(3)
4,23
X
Flavobacterium II b
(3)
4,23
X
Pseudomonas cepacia
(2)
2,82
X
PSP
Enterobacter aerogenes
(2)
2,82
X
Alcaligenes faecalis
(2)
2,82
X
Klebsiella terrigena
(2)
2,82
X
Shigella sonnei
(2)
2,82
X
Pseudomonas acidovarans
(1)
1,41
X
Pseudomonas putida
(1)
1,41
X
Hansenula anomala
(1)
1,41
X
Pseudomonas fluorescens
(1)
1,41
X
Acinetobacter calcoaceticus
(1)
1,41
X
Acinetobacter baumannii
(1)
1,41
X
Acinetobacter lwoffii
(1)
1,41
X
Número de cepas diferentes = 22
71
100
50,70
47,89
1,41
Staphylococus aureus
(7)
13,21
X
Bacilo Gram positivo
(5)
9,43
X
FC
Acinetobacter calcoaceticus
(4)
7,55
X
Flavobacterium II b
(4)
7,55
X
Staphylococus coagulase negativa
(4)
7,55
X
Yersinia mollaretii
(4)
7,55
X
208
TABELA IV.6 – Continuação
Pseudomonas cepacia
(3)
5,66
X
Escherichia coli
(3)
5,66
X
Cocobacilo Gram positivo
(3)
5,66
X
Cocos Gram negativo
(2)
3,77
X
Citrobacter 10
(2)
3,77
X
Shigella sonnei
(2)
3,77
X
Pseudomonas acidovarans
(2)
3,77
X
FC
Acinetobacter lwoffii
(1)
1,89
X
Alcaligenes faecalis
(1)
1,89
X
Pseudomonas putida
(1)
1,89
X
Stenothrophomonas (Xanth) maltophilia
(1)
1,89
X
Enterobacter clocae
(1)
1,89
X
Pasteurella sp.
(1)
1,89
X
Acinetobacter haemolyticus
(1)
1,89
X
Moraxella osloensis
(1)
1,89
X
Número de cepas diferentes = 21
53
100
35,85
ole`
64,15
---
Bacilo Gram positivo
(3)
10,00
X
Cocobacilo Gram positivo
(3)
10,00
X
Staphylococus coagulase negativa
(2)
6,67
X
Staphylococus aureus
(2)
6,67
X
Escherichia sp.
(2)
6,67
X
Citrobacter 10
(2)
6,67
X
Alcaligenes faecalis
(2)
6,67
X
Acinetobacter calcoaceticus
(2)
6,67
X
Pseudomonas acidovarans
(2)
6,67
X
Citrobacter 9
(1)
3,33
X
Controle
Enterobacter aerogenes
(1)
3,33
X
Klebsiella ozaenae
(1)
3,33
X
Moraxella osloensis
(1)
3,33
X
Stenothrophomonas (Xanth) maltophilia
(1)
3,33
X
Acinetobacter haemolyticus
(1)
3,33
X
Pseudomonas cepacia
(1)
3,33
X
Pseudomonas aeruginosa
(1)
3,33
X
Cocos Gram negativo
(1)
3,33
X
Enterococus faecalis
(1)
3,33
X
Número de cepas diferentes = 19
30
100
36,67
63,33
---
POA - Proteína de origem animal: PSP Plasma sanguíneo em , FC - Farinha de carne.
O mero entre parênteses indica quantas vezes a cepa foi identificada.
%C/T - % do número de vezes que a cepa foi identificada / total.
%G+: % de Gram positivas; %G-: % de Gram negativas; %L: % de leveduras.
Avaliando-se o efeito isolado da proteína de origem animal, independentemente
da proteína de origem vegetal (Tabela IV.6), observa-se que na fase 2 o número de
cepas diferentes praticamente dobrou, quando comparado a fase 1, tendo a dieta
controle apresentado a menor variação bacteriológica (19) e as dietas contendo
plasma sanguíneo em pó (PSP) a maior variação microbiológica (22). Analisando-se os
209
microrganismos encontrados, tem-se que os cocobacilos Gram positivos (19,72% e
10%), bacilos Gram positivos (12,68% e 10%) e Staphylococus sp. (14,08% e 13,34%)
foram as bactérias que praticamente não existiam anteriormente e passaram a se
destacar, respectivamente, nas dietas contendo PSP e na dieta controle. Nos
tratamentos contendo farinha de carne (FC), o destaque foi para o Staphylococus sp.
(20,76%) e para os bacilos Gram positivo (9,43%). Em resumo, na fase 2 existiu um
aumento considerável de bactérias Gram positivas nas dietas experimentais.
Com relação às dietas contendo PSP verifica-se que o maior percentual das
bactérias encontradas pertenciam ao grupo Gram positivo (50,7%). Esta observação é
consistente com os dados apresentados por MOORE et al. (1987) quando afirmaram
que as bactérias Gram positivas dominam a microbiota entérica do suíno. Outro
resultado semelhante ao desta pesquisa foi divulgado por SALANITRO et al. (1997)
que examinando a microbiota fecal de suínos constataram a predomincia de
bactérias Gram positivas.
No que tange especificamente a dieta controle, FAVIER et al. (2003)
utilizaram-na na alimentação de leitões desmamados aos 21 dias de idade verificando
que o percentual de bactérias Gram positivas aumentou e o percentual de bactérias
Gram negativas decresceu com a idade dos animais, fato este tamm constatado
nesta pesquisa.
A Tabela IV.7 refere-se à identificação dos microrganismos fecais dos leitões
submetidos a dietas contendo diferentes fontes protéicas de origem vegetal,
independentemente das fontes protéicas de origem animal, ao final da fase 2 (63 dias
de idade) do período de creche.
210
TABELA IV.7 Identificação (%) dos microrganismos fecais predominantes, por
proteína vegetal, em leitões submetidos a dietas com diferentes
fontes protéicas ao final da fase 2 (63 dias de idade) do período de
creche.
POV
Microrganismos
Total
%C/T
%G+
%G-
%L
Bacilo Gram positivo
(6)
10,34
X
Cocobacilo Gram positivo
(5)
8,62
X
Staphylococus coagulase negativa
(5)
8,62
X
Staphylococus aureus
(4)
6,90
X
Pseudomonas cepacia
(3)
5,17
X
Escherichia coli
(3)
5,17
X
Alcaligenes faecalis
(3)
5,17
X
Yersinia mollaretii
(3)
5,17
X
Flavobacterium II b
(3)
5,17
X
Pseudomonas acidovarans
(2)
3,45
X
Pseudomonas putida
(2)
3,45
X
Acinetobacter lwoffii
(2)
3,45
X
FA
Cocos Gram negativo
(2)
3,45
X
Acinetobacter calcoaceticus
(2)
3,45
X
Enterobacter aerogenes
(2)
3,45
X
Klebsiella terrigena
(2)
3,45
X
Shigella sonnei
(1)
1,72
X
Enterococus faecalis
(1)
1,72
X
Hansenula anomala
(1)
1,72
X
Pseudomonas fluorescens
(1)
1,72
X
Pasteurella sp.
(1)
1,72
X
Leclercia adecarboxylata
(1)
1,72
X
Citrobacter 10
(1)
1,72
X
Enterobacter clocae
(1)
1,72
X
Stenothrophomonas (Xanth) maltophilia
(1)
1,72
X
Número de cepas diferentes = 25
58
100
36,21
62,07
1,41
Cocobacilo Gram positivo
(12)
18,18
X
Bacilo Gram positivo
(8)
12,12
X
Staphylococus aureus
(8)
12,12
X
Cocos Gram negativo
(4)
6,06
X
Escherichia sp
(4)
6,06
X
Yersinia mollaretii
(4)
6,06
X
Flavobacterium II b
(4)
6,06
X
FACC
Staphylococus coagulase negativa
(4)
6,06
X
Leclercia adecarboxylata
(3)
4,55
X
Acinetobacter calcoaceticus
(3)
4,55
X
Pseudomonas cepacia
(2)
3,03
X
Enterococus faecalis
(2)
3,03
X
Shigella sonnei
(2)
3,03
X
Citrobacter 10
(1)
1,52
X
Pseudomonas acidovarans
(1)
1,52
X
Acinetobacter haemolyticus
(1)
1,52
X
Moraxella osloensis
(1)
1,52
X
211
TABELA IV.7 – Continuação
Shigella sonnei
(1)
1,52
X
Acinetobacter baumannii
(1)
1,52
X
Número de cepas diferentes = 19
66
100
51,52
48,48
---
Bacilo Gram positivo
(3)
10,00
X
Cocobacilo Gram positivo
(3)
10,00
X
Staphylococus coagulase negativa
(2)
6,67
X
Staphylococus aureus
(2)
6,67
X
Escherichia sp.
(2)
6,67
X
Citrobacter 10
(2)
6,67
X
Alcaligenes faecalis
(2)
6,67
X
Acinetobacter calcoaceticus
(2)
6,67
X
Controle
Pseudomonas acidovarans
(2)
6,67
X
Citrobacter 9
(1)
3,33
X
Enterobacter aerogenes
(1)
3,33
X
Klebsiella ozaenae
(1)
3,33
X
Moraxella osloensis
(1)
3,33
X
Stenothrophomonas (Xanth) maltophilia
(1)
3,33
X
Acinetobacter haemolyticus
(1)
3,33
X
Pseudomonas cepacia
(1)
3,33
X
Pseudomonas aeruginosa
(1)
3,33
X
Cocos Gram negativo
(1)
3,33
X
Enterococus faecalis
(1)
3,33
X
Número de cepas diferentes = 19
30
100
36,67
63,33
---
POV - Proteína de origem vegetal: FA - Farelo de algodão, FACC - Farelo da amêndoa da castanha de
caju.
O mero entre parênteses indica quantas vezes a cepa foi identificada.
%C/T - % do número de vezes que a cepa foi identificada / total.
%G+: % de Gram positivas; %G-: % de Gram negativas; %L: % de leveduras.
Verificando-se o efeito isolado da proteína de origem vegetal,
independentemente da proteína de origem animal (Tabela IV.7), observa-se que na
fase 2 a microbiota fecal dos leitões apresentou uma acentuada diversificação, quando
comparada com a fase 1; tendo as dietas contendo farelo de algodão (FA) apresentado
a maior variedade de microrganismos (25), enquanto que 19 cepas diferentes foram
encontradas nos tratamentos contendo o farelo da amêndoa da castanha de caju
(FACC) e na dieta controle. Analisando-se os microrganismos encontrados, temos que
os bacilos Gram positivos (10,34%, 12,12% e 10%), cocobacilos Gram positivos
(8,62%, 18,18% e 10%) e Staphylococus sp. (15,52%, 18,18% e 13,34%) foram as
bactérias que se destacaram, respectivamente, nas dietas contendo FA, FACC e na
dieta controle, ou seja, na fase 2 existiu um aumento considerável de bactérias Gram
positivas.
212
No tocante ao FACC verifica-se que a maior representação bacteriana pertence
ao grupo das bactérias Gram positivas (51,52%) e este dado coincide com os trabalhos
de Leser et al. citado por PRYDE et al. (1999) quando realizaram culturas de bactérias
intestinais de suínos e relataram que a maior parte é representada pelas bactérias
Gram positivas. Os mesmos autores observaram que os organismos Gram negativos
responderam em torno de 10% do total de bactérias cultiváveis estando este valor bem
abaixo dos 48,48% encontrados nesse estudo, para as dietas contendo FACC.
PRYDE et al. (1999) isolaram exemplares microbiológicos do intestino de
suínos com 4 a 5 meses de idade e constataram que 54% dos microrganismos caíram
dentro dos grupos de bactérias Gram positivas. O relato dos autores se aproxima dos
resultados alcançados com os leitões que consumiram as dietas contendo FACC, que
apresentaram 51,52% de bactérias Gram positivas, contudo deve-se considerar que o
mesmo trabalhou com animais numa faixa etária superior a 63 dias de idade.
3.3 – Efeito das Interações Entre os Dois Fatores Estudados Sobre a
Contagem das Colônias Fecais
Os resultados das interações entre a proteína de origem animal (POA) e a
proteína de origem vegetal (POV) sobre a contagem das colônias fecais dos leitões ao
final das fases 1 (42 dias de idade) e 2 (63 dias de idade) do período de creche,
encontram-se na Tabela IV.8.
TABELA IV.8 Comportamento das interações entre a proteína de origem
animal e a proteína de origem vegetal sobre a contagem
das colônias fecais ao final das fases 1 (42 dias de idade) e
2 (63 dias de idade) do período de creche.
Significância (POA x POV)
Parâmetro
42 dias de idade
63 dias de idade
Contagem das colônias fecais
NS
NS
POA Proteína de origem animal; POV Proteína de origem vegetal.
NS = não significativo (P>0,05);
Na presente pesquisa, não foi constatada interação significativa (P>0,05) entre a
proteína de origem animal e a proteína de origem vegetal sobre a contagem das colônias
fecais ao final das fases 1 (42 dias de idade) e 2 (63 dias de idade) do período de creche.
213
4 - CONCLUSÕES
As seguintes conclusões podem ser apresentadas em relação ao perfil
microbiológico fecal:
A inclusão de 5% de plasma sanguíneo em pó (PSP) ou 5% de farinha de
carne (FC), em substituição ao leite desnatado em pó (LDP), como fontes protéicas de
origem animal, nas dietas das fases 1 e 2 do período de creche, não ocasionou
diferenças significativas (P>0,05) na contagem das colônias fecais dos leitões.
A substituição parcial do farelo de soja (FS), por 15% de farelo de algodão
(FA) ou 15% do farelo da amêndoa da castanha de caju (FACC), como fontes protéicas
de origem vegetal, nas dietas das fases 1 e 2 do período de creche, o ocasionou
diferenças significativas (P>0,05) na contagem das colônias fecais dos leitões.
Não foram registradas interações significativas (P>0,05) entre os fatores
(proteína de origem animal x proteína de origem vegetal) para contagem das colônias
fecais dos leitões nas fases 1 e 2 do período de creche.
Na fase 1, a dieta controle, e as dietas contendo FC, como proteína animal, e
FACC, como proteína vegetal, proporcionaram o maior mero de cepas microbianas
nas fezes dos leitões. Merecendo destaque as bactérias pertencentes ao grupo Gram
negativo (
Leclercia sp. e Escherichia coli).
Na fase 2, as dietas contendo PSP, como
proteína animal, e FA, como proteína vegetal, proporcionaram o maior número de
cepas microbianas nas fezes dos leitões. Merecendo destaque as bactérias
pertencentes ao grupo Gram positivo (
Staphylococus sp.
, cocobacilos Gram positivos e
bacilos Gram positivos
).
214
5 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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219
CAPÍTULO V
INDICADORES SÉRICOS DO METABOLISMO DO NITROGÊNIO EM
LEITÕES SUBMETIDOS A DIETAS COM DIFERENTES FONTES DE
PROTEÍNA DE ORIGEM ANIMAL E VEGETAL NO PERÍODO DE
CRECHE
RESUMO
PINHEIRO, F. M. L.
Indicadores séricos do metabolismo do nitrogênio em
leitões submetidos a dietas com diferentes fontes de proteína de origem animal e
vegetal no período de creche.
[Serical indicators of the nitrogen metabolism in piglets
submitted to diets containing different animal and vegetal protein sources in nursery
period.] Ceará, 2005. p.219-263. Tese (Doutorado em Zootecnia). Universidade
Federal do Ceará.
A pesquisa foi conduzida no Setor de Suinocultura do Centro de Ciências
Agrárias do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal do Ceará. O
experimento teve a duração de 42 dias e foi realizado com o objetivo de avaliar os
indicadores séricos do metabolismo do nitrogênio em leitões submetidos a dietas
contendo diferentes fontes de proteína de origem animal e vegetal ao final da fase 1
(21-42 dias de idade) e 2 (42-63 dias de idade) do período de creche. Participaram do
ensaio 20 leitões machos de linhagem comercial desmamados aos 21 dias de idade e
com peso médio de 5,43kg. O delineamento experimental utilizado foi em blocos ao
acaso, com 5 tratamentos, 4 repetições e 1 animal por repetição, sendo feito o
desdobramento num modelo fatorial 2 x 2 + 1, composto de duas fontes protéicas
animal (plasma sanguíneo em pó - PSP e farinha de carne FC), duas fontes protéicas
vegetal (farelo de algodão – FA e farelo da amêndoa da castanha de caju - FACC) e
um adicional (dieta controle - T1). Quando a análise de variância detectou significância
220
entre os tratamentos, foram aplicados contrastes para testar os efeitos dos fatores.
Além disso, a comparação de médias para POA e POV com a dieta controle foi feita
através do teste de Dunnet. As dietas experimentais foram isonutritivas com 22% PB e
3.500 kcal ED/kg na fase 1 e 21% PB e 3.400 kcal ED/kg na fase 2. Aos 42 dias de
idade foi sorteado um animal de cada tratamento e em cada repetição para a coleta de
sangue, o qual foi centrifugado separando o plasma dos glóbulos sanguíneos.
Posteriormente o plasma foi analisado quanto à concentração plasmática de uréia
(CPU) e concentração plasmática das proteínas totais (CPPT), através de kits
farmacológicos. O procedimento foi repetido nos mesmos animais, anteriormente
utilizados, aos 63 dias de idade. O experimento demonstrou que a inclusão de 5% de
PSP ou 5% de FC, em substituição ao leite desnatado em pó, não ocasionou
diferenças significativas (P>0,05) para a CPPT, ao final da fase 1 e 2, e para a CPU ao
final da fase 2; a substituição parcial do farelo de soja por 15% de FA ou 15% do
FACC, não ocasionou diferenças significativas (P>0,05) para a CPPT e para CPU, ao
final de ambas as fases; existiram interações significativas entre os fatores (proteína de
origem animal x proteína de origem vegetal) para a CPU ao final da fase 1.
Palavras-chave: creche, dietas, leitões, metabolismo do nitronio, proteínas animal e
vegetal.
221
CHAPTER V
SERICAL INDICATORS OF THE NITROGEN METABOLISM IN PIGLETS
SUBMITTED TO DIETS CONTAINING DIFFERENT ANIMAL AND
VEGETAL PROTEIN SOURCES IN NURSERY PERIOD
ABSTRACT
PINHEIRO, F. M. L.
Serical indicators of the nitrogen metabolism in
piglets submitted to diets containing different animal and vegetal protein sources
in nursery period.
[Indicadores séricos do metabolismo do nitrogênio em leitões
submetidos a dietas com diferentes fontes de proteína de origem animal e vegetal no
período de creche.] Ceará, 2005. p.219-263. Thesis (Doctorate in Zootechnia). Federal
University of Ceará.
The research was developed in the Sector of Swine of the Department of
Zootechnia of the Center of Agrarian Sciences of the Federal University of Ceará.
The experiment had the duration of 42 days and was accomplished with the objective of
evaluating the serical indicators of the nitrogen metabolism in piglets submitted to diets
containing different sources of animal and vegetal origin protein at the end of the phase
1 (21-42 days of age) and 2 (42-63 days of age) of the nursery period. 20 male piglets
of commercial lineage weaned to the 21 days of age and with medium weight of 5,43kg
participated in the assay. The experiment followed randomized blocks, with 5
treatments, 4 repetitions with 1 animal per repetition, being made the unfolding in the
factorial model 2 x 2 + 1, composed by two sources of animal protein (meat meal -
MM and powdered sanguine plasma - PSP), two sources of vegetal protein (cotton
meal - CM and cashew nut meal - CNM) and an additional one (diet control - T1).
When the variance analysis detected significance among the treatments, contrasts
were applied to test the effects of the factors. Besides, the comparison of averages
for protein of animal origin (PAO) and protein of vegetal origin (PVO) with the diet
222
control which was done through the Dunnet test. The diets were isonutritives with
crude protein (CP) of 22% with the level of energy of 3.500 kcal DE/kg in phase 1
and 21% CP and 3.400 kcal DE/kg in phase 2. At 42 days of age it was made a raffle
using an animal in each treatment as well as in each repetition for the collection of
blood, which was centrifuged by separating the plasma of the blood globules. Later the
plasma was analyzed for the plasmatic concentration of urea (PCU) and plasmatic
concentration of the total proteins (PCTP), through pharmacological kits. The procedure
was repeated in the same animals, previously used, when they reached 63 days of age.
The experiment demonstrated that the inclusion of 5% of PSP or 5% of MM, in
substitution to the skimmed powdered milk, caused no significant differences (P>0,05)
for PCTP, at the end of phases 1 and 2, and for PCU at the end of phase 2; the partial
substitution of the soybean meal for 15% of CM or 15% of CNM, caused no significant
differences (P>0,05) for PCTP and for PCU, at the end of both phases; there were
significant interactions among the factors (protein of animal origin x protein of vegetal
origin) for PCU at the end of the phase 1.
Key words: animal and vegetal proteins, diets, nitrogen metabolism, nursery, piglets.
223
1 - INTRODUÇÃO
1.1 - Considerações Iniciais
Entre imeras funções, o sangue de um animal serve como meio de
transporte. Ele transporta nutrientes do trato digestivo para os tecidos, os produtos
finais do metabolismo, desde as células para os órgãos de excreção, e as secreções
das glândulas endócrinas por todo o corpo (SWENSON, 1988).
O plasma sanguíneo é extremamente complexo, formado por compostos
inornicos e orgânicos, como enzimas e hormônios, lipídeos (triglicerídeos,
colesterol), proteínas (albumina, globulinas, fibrinogênio), aminoácidos, glicose, uréia e
ácido úrico. O soro apresenta composição similar ao plasma, exceto pelo fibrinonio e
por outros fatores de coagulação que são separados com a coagulação do sangue
(SWENSON, 1988).
A avaliação de componentes sanguíneos como uréia, ácido úrico, colesterol,
albumina, proteínas plasmáticas, triglicerídeos, globulinas, etc, é fundamental para a
confirmação de teorias nutricionais que envolvem determinados elementos na
alimentação animal (RODRIGUES, 2001).
1.2 – Concentração Plasmática de Uréia
A análise do plasma sanguíneo quanto à concentração de uréia é, segundo
COMA et al. (1995a), um indicativo do índice de nutrição protéica do animal.
1.2.1 – Formação da Uréia
Conforme BEITZ e ALLEN (1988), as proteínas da dieta são hidrolisadas no
lúmen e nas células do trato gastrintestinal pela ação de numerosas proteases e
peptidases, resultando na produção de amincidos livres que, as absorvidos, são
transportados pelo sistema porta ao fígado. Complementando o suprimento dietético,
os amincidos derivados do catabolismo das proteínas teciduais, que devem ser
reabastecidas continuamente, representam um reforço significativo no pool de
224
aminoácidos corporais e também são direcionados ao fígado. No fígado ocorre a
desaminação de aminoácidos ocasionando a formação de íons amônia.
A amônia é extremamente tóxica, 70uM é o limite superior da faixa normal em
seres humanos (BEITZ e ALLEN, 1988); no caso dos suínos afeta a saúde e a
produtividade (MALAYER et al., 1988 e NIELSEN et al., 1991), por isso é convertida
em uréia (produto nitrogenado não-protéico) na maioria dos vertebrados terrestres
ureotélicos e, então eliminada pelos rins através da urina (EGGUM, 1970 e SILVEIRA,
1988). Tem-se estimado que aproximadamente 25% da produção diária de uréia nos
seres humanos penetra no lúmen intestinal, enquanto que a urease bacteriana produz
amônia por hidrólise da uréia. Os íons amônia resultantes, então, são absorvidos e
transportados para o gado, principalmente para a ressíntese da uréia, completando a
reciclagem da mesma entre o gado e os intestinos. Menos de 5% do nitronio da
uréia é excretado nas fezes (BEITZ e ALLEN, 1988).
1.2.2 – Fatores que Influenciam na Concentração Plasmática de Uréia
A concentração plasmática de uréia (CPU) depende tanto da qualidade
(OROK e BOWLAND, 1975) quanto da quantidade da proteína dietética (PUCHAL et
al., 1962; EGGUM, 1970; ROSEBROUGH et al., 1987; FOX et al., 1988; KEPHART e
SHERRIT, 1990; CHEN et al., 1995 e COMA et al., 1995b). Neste sentido BEITZ e
ALLEN (1988) explicaram que o corpo animal pode armazenar gordura, mas tem
pequena capacidade para guardar reservas de proteínas. Em termos gerais, a ingestão
de proteínas além das necessidades diárias resulta na formação aumentada de uréia,
ácido úrico ou íons amônio, acompanhada pela conversão do esqueleto de carbono da
maioria dos aminoácidos em carboidratos e lipídios ou em CO
2
pela geração de ATP.
PUCHAL et al. (1962), KEPHART e SHERRIT (1990) e ALLEN et al. (1996)
acrescentaram que o consumo de dietas com proteínas de baixo valor biológico
aumenta o catabolismo dos aminoácidos, acarretando aumento na CPU. Ao contrário,
MAZARAKI et al. (1976) relataram que quanto maior o valor biológico da proteína
utilizada na ração, menor será o nível de uréia no soro dos animais.
Por outro lado, se a ingestão protéica é inferior às necessidades diárias (jejum
p. ex.) ou existe imbalanços na dieta de aminoácidos, entram em ação enzimas
envolvidas no processo de desaminação oxidativa e o catabolismo das proteínas
corporais continua com uma perda de nitrogênio corporal que irá aumentar a uréia
225
plasmática até que o equilíbrio nitrogenado tenha alcançado um nível mais baixo. O
retorno a quantidades adequadas de ingestão protéica resulta na ressíntese de
proteínas teciduais mobilizadas” (TAYLOR et al., 1981 e 1982; BEITZ e ALLEN, 1988
e KEPHART e SHERRITT, 1990). Inversamente, a redução da CPU, em função da
oferta de um alimento protéico, é indicativo de que este alimento proporcionou balanço
mais adequado de amincidos (KUMTA e HARPER, 1961; BROWN e CLINE, 1974 e
TEGBE e ZIMMERMAN, 1977), permitindo maior incorporação deste nutriente no
tecido animal.
PIMENTA et al. (1998) constataram que a CPU sofre influencia do genótipo,
pois animais selecionados para percentagem de carne e rendimento de cortes nobres
possuíram uma CPU menor (32,21mg/100ml) que a de animais selecionados para
eficiência reprodutiva (41,29mg/100ml), quando avaliados na fase de crescimento e
dentro de um mesmo nível protéico (19% PB). De outra forma, FABIAN et al. (2003)
também encontraram diferenças entre a CPU em suínos convencionais (15,3mg/dl) e
animais melhorados genotipicamente (11,5mg/dl) durante a fase de crescimento;
segundo os autores, isto implica que os animais selecionados possuem um nível de
uréia plasmática mais baixo porque utilizam os amincidos mais eficientemente para
o crescimento que os animais controle.
O sexo tamm interfere na CPU, CHEN et al. (1999) afirmaram que o
aumento da CPU pode ser ocasionada aumentando-se a concentração protéica da
dieta fornecida a leitões, apesar deste fato ser mais evidente em leitões castrados do
que em leitoas. Os autores atribuíram este fato a maior ingestão de proteínas por parte
dos machos castrados e a sua melhor adaptação quanto ao aumento na produção de
uréia.
FARSTAD et al. (1975) relataram que há um aumento dos níveis de uréia no
soro com o avanço da idade, entretanto DOORNENBAL et al. (1983) observaram
diminuição no teor de uréia com o aumento da idade dos animais.
No geral, existe uma diminuição na CPU com o aumento da ingestão de
energia, indicando uma melhoria de utilização no nitrogênio da dieta. Com a baixa
ingestão diária de energia, os amincidos são desaminados e oxidados para manter a
energia necessária. Com o aumento da ingestão energética, uma pequena porção dos
aminoácidos é oxidada e assim, é aumentada a quantidade de proteínas incorporadas
ao corpo. Algumas vezes, o requerimento de energia para o máximo acréscimo de
proteína é alcançado; além deste ponto, a ingestão de energia adicional não
226
aumentará o acréscimo de proteína com a conseqüente diminuição da excreção de
nitrogênio (CAI et al., 1995).
Foi verificado que os níveis de fibra na dieta podem interferir na CPU. Porcas
adultas alimentadas com rações fibrosas mostraram ter uma maior eficiência na
síntese protéica bacteriana em seu trato digestivo, permitindo que a excreção de
nitrogênio fosse substituída da uréia na urina para a proteína bacteriana nas fezes
(KIRCHGESSNER et al., 1993 e TROTTIER, 2001). Este fato foi demonstrado em
ratos onde a uréia plasmática foi reduzida em 37% com a adição de 8% de fibra. A
fibra promove uma substituição no nitrogênio da urina para fezes via reabsorção da
uréia sanguínea pelo intestino grosso (YOUNES et al., 1996).
WELBOURNE et al. (1986) indicaram que para manutenção do equilíbrio
ácido-base no corpo, a síntese de uréia é quantitativamente sincronizada com a
produção de amônia, ainda que a excreção de nitrogênio permaneça constante. Assim,
quando a uréia plasmática esta baixa, pode ter sido por causa do aumento da síntese
de amônia para compensar a acidificação produzida pelo cloreto de lisina sintética
(COMA et al. 1995b). Neste contexto, SLAGLE e ZIMMERMAN (1979) observaram que
suínos alimentados com dietas com excesso de ânions tiveram uma CPU
extremamente baixa. Resultados similares foram reportados por HONEYFIELD et al.
(1985) alimentando animais com dietas contendo concentrações crescentes de cloreto.
Este fato pode ocorrer quando as dietas o são balanceadas para eletrólitos, neste
caso o cloro presente na forma cristalina da lisina (lisina HCl) tende a diminuir a
relação cátion:ânion. A diminuição do efeito dos ânions na CPU é atribuída as suas
propriedades acidificantes. Entretanto, CAI et al. (1992) afirmaram que havia uma
tendência para aumentar a CPU significantemente quando aumentava a excreção de
uréia em suínos alimentados com excesso de cátions, embora a excreção de
nitrogênio total permanecesse constante.
Finalizando, altos níveis de uréia no sangue estão associados com a
putrefação no trato digestivo da fração de proteína não digerida (ETHERIDGE et al.,
1984).
227
1.2.3 – Concentração Plasmática de Uréia para Estimar os Requerimentos de
Aminoácidos
Devido ao fato de ser afetada pela qualidade da proteína dietética, a
concentração plasmática de uréia (CPU) tem sido apontada como tendo uma rápida
resposta para mudanças nas concentrações dos amincidos nas dietas (FULLER et
al., 1979), por isso pode estimar os requerimentos de amincidos (COMA et al.,
1995b) para suínos em crescimento (BROWN e CLINE, 1974 e LEWIS et al., 1980),
gestação (WOERMAN e SPEER, 1976) e lactação (LEWIS e SPEER, 1973), além de
humanos (TYLOR et al., 1974). Outros autores, entre os quais KOVAR et al. (1993),
confirmaram o exposto quando utilizaram a CPU para estabelecer os níveis de treonina
na dieta. BRAUDE et al. (1974) afirmaram que usando o critério da CPU, pode-se
estimar o requerimento de lisina para suínos em crescimento. BALOGUN e FETUGA
(1981) obtiveram uma melhor estimativa para os requerimentos de metionina em
leitões desmamados pelo uso da CPU do que pelo uso da retenção de nitrogênio.
Quando um determinado aminoácido é fornecido em excesso numa dieta que
contém todos os outros amincidos nas proporções corretas, um aumento na
CPU; a medida que o nível do mesmo vai baixando e aproxima-se do ideal, a CPU
também vai baixando e tende a encontrar um platô; e quando o nível do mesmo vai
ficando abaixo do ideal, a CPU passa novamente a subir, assim, em outras palavras,
FIGUEROA et al. (2002) relataram que a CPU é útil para determinar se um aminoácido
tornou-se limitante em dietas contendo os principais aminoácidos adicionados sob a
forma sintética (lisina, metionina, triptófano e treonina). Quando o requerimento do
referido aminoácido limitante na dieta é encontrado, após a inclusão do mesmo em
diversos níveis, a excreção de uréia é minimizada, e a CPU tende a encontrar um platô
(BROWN e CLINE, 1974).
1.2.4 – Concentração Plasmática de Uréia para Determinar a Retenção e
Excreção de Nitrogênio
A eficiência na utilização dos nutrientes é muito importante para o processo de
produção de suínos, em especial para as fontes de proteína, devido ao custo (CHIBA,
2001) e ao fato que, em leitões, a média de retenção do nitrogênio da dieta é muito
menor que 50% (KORNEGAY e VERSTEGEN, 2001).
DOURMAD et al. (1999)
228
relataram que 2/3 do nitronio ingerido é excretado pelos suínos. Neste contexto,
i
números pesquisadores mencionam que a concentração plasmática de uréia (CPU)
também pode ser usada para determinar a retenção e excreção urinária de nitrogênio.
ZERVAS e ZIJLSTRA (2000 e 2002) estudaram a relação da uréia plasmática com a
excreção urinária de nitrogênio e, concluíram que o nitrogênio uririo foi
correlacionado com a uréia plasmática (R
2
= 0,65) sugerindo que a excreção urinária
de nitrogênio pode ser calculada pela CPU e que a redução da CPU é efetiva para
reduzir a excreção do nitrogênio, principalmente o nitrogênio urinário.
Avaliando o potencial do uso da concentração de uréia sanguínea para
calcular a taxa de excreção urinária de nitrogênio, em
diferentes espécies animais,
KOHN et al. (2005) concluíram que existe uma forte e linear relação entre ambos. Os
autores também afirmaram que a concentração de uréia sanguínea pode ser integrada
com estimativas de digestibilidade do nitrogênio e retenção do nitrogênio para calcular
o nitrogênio fecal, ingestão de nitrogênio e eficiência de utilização do nitrogênio.
A máxima retenção de nitrogênio, alcançada com uma ótima concentração, é o
resultado da absorção total dos aminoácidos que estão sendo utilizados eficientemente
pelo tecido em crescimento. O aumento na utilização dos aminoácidos diminui a
síntese de uréia, e, por conseguinte diminui a CPU. Portanto, teoricamente, a CPU
deve ser mínima e a retenção de nitrogênio deve ser máxima em animais alimentados
com dietas contendo concentrações corretas de aminoácidos limitantes (COMA et al.,
1995b). Segundo TROTTIER (2001) a redução na eliminação do nitrogênio urinário
resulta na diminuição do montante de nitrogênio absorvido através do intestino e no
aumento na utilização do nitrogênio (N
2
retido como percentual do N
2
ingerido, e N
2
retido como percentual do N
2
absorvido).
1.2.5 – Conseqüências do Aumento da Concentração Plasmática de Uréia
O aumento da atividade das enzimas do ciclo da uréia é essencial para leitões
alimentados com dietas de elevado nível protéico, porque estas enzimas implementam
e movimentam as vias metalicas para conversão da amônia tóxica, produzida pela
desaminação do excesso de aminoácido, em uréia (CHEN et al. 1999). Entretanto a
síntese de uréia pelo fígado consome energia. Embora a síntese de uréia responda por
apenas 7,1% do oxinio usado pelo fígado (EISEMANN e NIENABER, 1990), o
aumento na síntese de uréia, e consequentemente da concentração plasmática de
229
uréia (CPU), em leitões alimentados com dietas hiperprotéicas deve aumentar o gasto
de energia pelo gado e consequentemente reduzir o montante de energia que seria
destinada para o crescimento.
CHEN et al. (1999) informaram que a maior CPU em leitões alimentados com
dietas de elevado nível protéico reflete que um grande montante de componentes
nitrogenados foi processado no gado e rins destes animais e, por conseguinte o peso
destes óros e o nível de muitas enzimas tissulares, dando como exemplo a arginase,
devem estar aumentados.
1.2.6 - Antecedentes Experimentais
Um experimento com suínos foi conduzido por KENDALL et al. (1998) durante
nove semanas, sendo que nas primeiras três semanas os animais foram alimentados
com uma dieta com 18,7% de proteína bruta (PB), da 4ª 9ª semana parte dos
animais foi alimentado com uma dieta de alta proteína (16,7% PB) e parte com uma
dieta de baixa proteína (12,2% PB) suplementada com lisina, metionina, treonina e
triptófano. Amostras de sangue foram coletadas para alise do nível de uréia
sanguínea ao final da 3, 6 e 9ª semana. Os resultados para absorção e utilização da
proteína indicaram que os animais que ingeriram a dieta com baixo nível de PB tiveram
significativamente um nível mais baixo de uréia sanguínea (4,4mg/dl), enquanto que os
animais que consumiram a dieta com elevado nível de PB tiveram um nível mais alto
de uréia sanguínea (11,5 mg/dl). Os autores concluíram que os animais alimentados
com a dieta com baixa proteína tiveram um nível bem baixo de excesso de
aminoácidos.
Utilizando leitões mestiços com 21,2kg de peso vivo médio FABIAN et al.
(2004) conduziram um estudo para investigar os efeitos de uma dieta com restrição
protéica (inclusive lisínica) e outra sem restrição protéica, durante a fase de
crescimento. Para a fase de terminação todos os animais foram submetidos às
mesmas dietas (terminação 1 e terminação 2). Os animais foram analisados aos 21,2;
43,3; 51,2; 70,4; 79,5; 90,5 e 107,5kg. Para os parâmetros sanguíneos, entre os quais
a uréia, foi verificado que aos 43,3kg, os leitões que se alimentaram com dietas para
crescimento com baixo nível de aminoácidos tiveram significativamente uma menor
CPU que aqueles leitões alimentados com dietas para crescimento com elevado nível
de amincidos. Os autores atribuíram tal fato como sendo um simples reflexo da
230
diminuição na ingestão de N
2
e/ou a um aumento na eficiência da utilização de N
2
ou
lisina. Não existiu outro efeito da dieta de crescimento sobre os metalicos
sanguíneos até os leitões alcançarem o peso de abate.
TEGBE e ZIMMERMAN (1977) sugeriram que o decréscimo linear nos teores
de uréia no sangue, em razão do uso de levedura nas rações, poderia estar
relacionado com o maior equilíbrio de amincidos que a levedura fornece às rações,
visto que os aminoácidos presentes na levedura são absorvidos mais rapidamente que
os presentes no farelo de soja.
Trabalhando com cinco níveis de lisina (0,70; 0,80; 0,90; 1,00 e 1,10%) na
ração de suínos entre 10 e 20kg de peso vivo BASTOS (1991) concluiu que não houve
diferenças significativas entre os tratamentos sobre o nível de uréia presente no soro
sanguíneo dos animais, sendo que os valores oscilaram entre 36,29mg/100ml a
42,19mg/100ml.
PIMENTA et al. (1998) utilizaram dois genótipos de suínos (G1 = animal
selecionado para percentagem de carne e rendimento de cortes nobres e G2 = animal
selecionado para eficiência reprodutiva) e níveis crescentes de proteína na fase de
crescimento (15, 17 e 19%) e terminação (13, 15 e 17%) para avaliar o teor de uréia
sanguínea. As rações foram à base de milho-soja e isocalóricas. Os resultados
mostraram que, para o nível protéico mais alto (19%), na fase de crescimento, houve
diferenças significativas entre os getipos (G1 = 32,21mg/100ml e G2 =
41,29mg/100ml). O G2 apresentou significativamente um maior teor de uréia, indicando
um excesso de proteína na ração e sobra de aminoácidos, que foram provavelmente
desaminados e eliminados na forma de uréia. Para a fase terminação, que obteve um
teor médio de uréia de 43,08mg/100ml, nenhum dos fatores (genótipo ou nível
protéico) influenciou no teor de uréia sanguínea, apesar do mesmo ter sido
considerado alto, indicando eliminação do excesso de aminoácidos na forma de uréia.
Analisando alguns parâmetros sanguíneos em suínos convencionais e animais
melhorados geneticamente, FABIAN et al. (2003) encontraram um valor médio para a
uréia sanguínea de 11,8 e 9,5mg/dl para os animais controle e animais selecionados,
respectivamente, para a fase inicial. Durante a fase de crescimento o valor médio para
a uréia sanguínea foi de 15,3 e 11,5mg/dl para os animais controle e animais
selecionados, respectivamente. Segundo os autores isto implica que os animais
selecionados possuíram uma CPU mais baixa porque utilizaram os aminoácidos com
maior eficiência para o crescimento que os animais controle. Além disso, independente
da característica genotípica do animal, os níveis de uréia se elevaram com o aumento
da idade do leitão.
231
LANDELL FILHO et al. (1993) trabalharam com níveis crescentes (0; 25; 50;
75 e 100%) de levedura de centrifugação da vinhaça (LCV) em substituição ao farelo
de soja (FS), em rações isoprotéicas com 15% e 13,1% de PB, respectivamente para a
fase de crescimento e terminação. Os autores observaram, na fase de crescimento,
que os níveis de LCV não influenciaram significativamente o teor de uréia no soro dos
leitões (26,87; 26,62; 27,39; 25,15 e 22,72mg/100ml) e na fase de terminação os níveis
de LCV determinaram um decréscimo linear no teor de uréia (25,43; 24,40; 22,95;
22,70 e 20,52mg/100ml), indicando que houve diminuição dos níveis de uréia no soro
com o avanço da idade. Ficou concluído que tanto na fase de crescimento quanto na
fase de terminação, todos os componentes sanguíneos permaneceram dentro dos
valores normais.
Utilizando o farelo da amêndoa da castanha de caju (FACC) nos níveis de 0; 7;
14 e 21% para avaliar o desempenho e os componentes sanguíneos de suínos na fase
inicial (21 a 42 dias de idade), RODRIGUES (2001) verificou que não houve diferenças
significativas nos níveis de uréia sanguínea (35,2; 35,2; 40,6 e 40,2mg/dl) dos animais
ao final do período experimental.
MOREIRA et al. (2003) conduziram um experimento com leitões de 15-30kg
de PV objetivando estudar a inclusão de farelo de algodão (FA) na ração e determinar
a CPU. Foi avaliado o FA com 35,9% PB e 15,6% FB em cinco níveis de inclusão: 0; 4;
8; 12; 16%. As rações foram isonutritivas. Os autores concluíram que os valores da
CPU não foram influenciados significativamente pela inclusão do FA, indicando que a
qualidade protéica da ração não piorou com a inclusão do alimento.
Estudando a inclusão de diferentes níveis de levedura seca (0, 5, 10, 15 e
20%) como fonte de proteína, em rações peletizadas, isocalóricas e isoprotéicas, para
suínos dos 10 aos 28kg PV, MIYADA et al. (1997) concluíram que o aumento da
levedura na ração levou a redução linear nos teores de uréia sanguínea (30,19; 27,64;
27,17; 25,84 e 21,41mg/dl).
JIANG et al. (2000) estudaram os efeitos de uma dieta contendo
plasma suíno em pó (PSuP) em 96 leitões desmamados aos 14 dias de idade.
Os tratamentos eram: (C) - livre aceso à dieta controle, (P) - livre acesso a
uma dieta contendo PSuP (10%) e (PPF) - dieta com PSuP onde a ingestão
alimentar do grupo foi ajustada para se igualar a ingestão alimentar do grupo
(C) com base no peso corpóreo, isso para eliminar o efeito do aumento de
ingestão no grupo (P); as dietas foram isocalóricas. Oito leitões de cada
grupo tiveram o sangue coletado aos 2, 4, 8 e 16 dias de experimento. Os
232
autores verificaram que a CPU foi de 40 e 42% menor nos grupos P e PPF,
respectivamente, que no grupo C. A CPU tamm decresceu com a idade dos leitões.
Realizando um ensaio com leitões desmamados aos 10 dias de idade,
OWUSU-ASIEDU et al. (2002) alimentaram os animais com uma dieta de PSuP ou
PSuP autoclavado, acrescidos de ovo em pó comum ou de ovo em pó contendo
anticorpos específicos para E. coli enterotoxigênica. As dietas foram isonutritivas. A
CPU dos leitões foi similar para os tratamentos entre 0 e 7 dias de ensaio. Entretanto
aos 14 dias de ensaio a CPU foi significativamente maior nos animais alimentados com
PSuP autoclavado que nos animais alimentados com PSuP. Segundo os autores, a
elevada CPU nos leitões alimentados com PSuP autoclavado indicou evidências de
catabolismo protéico para produção de energia ou glicose e ineficiente utilização da
dieta protéica para a síntese de proteínas correas; ou que a autoclavagem deve ter
alterado o valor nutricional do produto resultando numa ineficiente utilização dos
aminoácidos da dieta.
HAUPTLI et al. (2005) realizaram um experimento com o objetivo de estudar o
balanço do nitrogênio em suínos em crescimento alimentados com dietas contendo
800ppb de aflatoxinas. Foram utilizados suínos com peso médio inicial de 20kg, com
dois tratamentos (T1 – testemunha, T2 – 800ppb de aflatoxinas). Em relação aos
parâmetros N
2
ingerido, retido, excretado, coeficiente de digestibilidade e na relação N
2
retido:absorvido não foram encontradas diferenças significativas entre os tratamentos.
Todavia, houve diferenças significativas no N
2
absorvido, sendo que os suínos que
receberam o tratamento controle apresentaram melhor absorção de N
2
.
De acordo com FRIENDSHIP e HENRY (1992) os valores séricos para uréia
em leitões desmamados vão de 2,9 a 8,89mmol/l. Kaneko (1999) citado por NUNES
(2000) cita como valores normais para o nível de uréia no soro sanguíneo de suínos
entre 10 a 30mg/dl; acima destes valores considera-se que os animais possuem um
maior nível de urease. Segundo SWENSON (1988), o sangue do suíno possui um nível
de uréia variando de 8-24mg/dl.
WHANG e EASTER (2000) relataram que há uma
pequena variação diurna na concentração de uréia em animais alimentados à vontade.
1.3 – Concentração Plasmática das Proteínas Totais
No animal adulto, o plasma contém 91 a 92% de água e 8 a 9% de sólidos.
Mais de 7% do plasma consiste em proteínas, tais como albumina, globulinas e
fibrinogênio. Outras proteínas em microquantidades são anticorpos, enzimas e certos
233
tipos de hormônios (SWENSON, 1988). Também existe uma considerável quantidade
de aminoácidos circulantes.
Embora os aminoácidos intracelulares não estejam necessariamente em
equilíbrio com os aminoácidos circulantes, o pool sanguíneo serve como fonte principal
de aminoácidos específicos para a síntese protéica (BEITZ e ALLEN, 1988).
Quantitativamente a mais importante função dos aminoácidos sanguíneos é a
síntese de diversas proteínas, porém eles também são precursores de substâncias o
protéicas como hormônios, neurotransmissores e outros, e ainda são fonte de energia
(TORRALLARDONA, s/d).
Conforme ATINMO et al. (1976), POND et al. (1980) e POND e YEN (1984),
dietas com restrição de aminoácidos resultam numa diminuição da concentração
plasmática das proteínas totais CPPT. Esta restrição de aminoácidos pode vir do
consumo de dietas com níveis protéicos abaixo dos requisitos do animal, de dietas com
níveis protéicos adequados, mas contendo fatores que dificultem a digestão protéica
e/ou a absorção dos amincidos.
Analisando por outro prisma, ABUMRAD e MILLER (1983) afirmaram que
existe uma redução linear nos amincidos essenciais plasmáticos livres com o
aumento da ingestão de energia sugerindo um aumento da taxa de proteína
acrescentada ao corpo. A elevada concentração de aminoácidos essenciais
plasmáticos livres, na baixa ingestão de energia, provavelmente é resultado de sua
acumulação no plasma devido à mobilização da proteína correa para fins
enerticos. Em contraste com os aminoácidos essenciais livres no plasma, os
aminoácidos não essenciais geralmente aumentam com o aumento da ingestão de
energia. Um maior aporte energético deve aumentar a biossíntese e a liberação
periférica destes aminoácidos. Um declínio nos níveis de aminoácidos o essenciais
livres no plasma, associado a baixa ingestão energética, provavelmente ocorrerá por
causa de sua rápida desaminação e oxidação para serem utilizados como fonte de
energia.
1.3.1 - Antecedentes Experimentais
Utilizando leitões mestiços com 21,2kg de peso vivo médio FABIAN et al.
(2004) conduziram um estudo para investigar os efeitos de uma dieta com restrição
protéica (inclusive lisínica) e outra sem restrição protéica, durante a fase de
234
crescimento. Para a fase de terminação todos os animais foram submetidos as
mesmas dietas (terminação 1 e terminação 2). Os animais foram analisados aos 21,2;
43,3; 51,2; 70,4; 79,5; 90,5 e 107,5kg. Para os parâmetros sanguíneos, entre os quais
a concentração plasmática das proteínas totais (CPPT), verificaram os pesquisadores
que aos 51,2kg, os leitões que se alimentaram com dietas para crescimento com baixo
nível de aminoácido tiveram significativamente um menor nível da CPPT quando
comparados aqueles alimentados com dieta contendo alto nível de aminoácido. Não
existiu outro efeito da dieta de crescimento sobre os metalitos sanguíneos até os
leitões alcançarem o peso de abate.
MIYADA et al. (1997) estudando a inclusão de diferentes níveis de levedura
seca (0, 5, 10, 15 e 20%) como fonte de proteína, em rações peletizadas, isocalóricas
e isoprotéicas, para suínos dos 10 aos 28kg PV, concluíram que o aumento da
levedura na ração não influenciou significativamente os níveis da CPPT (5,96; 5,76;
5,83; 5,90 e 5,86g/dl).
No trabalho de BERTO (1985), a CPPT de leitões em recria diminuiu com o
aumento do nível de levedura nas rações; resultado este atribuído pelo autor à menor
quantidade de proteína verdadeira (ou proteína aminada) presente nas rações, com
níveis crescentes de levedura. Conforme SMITH e PALMER (1976) esta tentativa de
explicação é aceitável, uma vez que uma significativa fração do nitrogênio da levedura
(10 a 35%) não come os amincidos, encontrando-se principalmente na forma de
ácidos nucléicos.
LANDELL FILHO et al. (1993) trabalhando com níveis crescentes (0; 25; 50;
75 e 100%) de levedura de centrifugação da vinhaça (LCV) em substituição ao farelo
de soja (FS), em rações isoprotéicas com 15% e 13,1% de PB, respectivamente para a
fase de crescimento e terminação, observaram que na fase de crescimento os níveis
de LCV determinaram efeito quadrático na CPPT. Entretanto, na fase de terminação os
níveis de LCV não influenciaram significativamente a CPPT nos leitões. Os autores
concluíram que a CPPT, foi significativamente menor nos suínos em terminação,
indicando diminuição da CPPT com o avanço da idade dos animais. Os autores
também verificaram que tanto na fase de crescimento quanto na fase de terminação,
todos os componentes sanguíneos permaneceram dentro da faixa da normalidade.
Um aumento na CPPT, com o avanço da idade, foi observado por
DOORNENBAL et al. (1983) e BERTO (1985). Entretanto MILLER et al. (1961) não
observaram alterações na CPPT de suínos entre os quatro e seis meses de idade.
235
A variação na CPPT fica entre 6,46 a 7,57g/100ml, para suínos em
crescimento e terminação, segundo valores encontrados nos trabalhos de MILLER et
al. (1961), FARSTAD et al. (1975) e DOORNENBAL et al. (1983). Para SWENSON
(1988) os valores para a CPPT em suínos varia de 6,5 a 8,5g/dl. De acordo com
FRIENDSHIP e HENRY (1992) a CPPT em leitões desmamados vão de 44 a 74g/l.
Kaneco (1999), citado por NUNES (2000), encontrou que os valores fisiológicos
normais para a CPPT de suínos está entre 79,0 a 89,0g/l.
236
2 – MATERIAL E MÉTODOS
2.1 - Localização e Duração do Trabalho de Campo
A pesquisa de campo foi conduzida no Setor de Suinocultura do Departamento
de Zootecnia do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Ceará
(CCA/UFC), situado no Campus do Pici, em Fortaleza Ceará.
Iniciou-se em 19 de setembro de 2003 e teve a duração de 42 dias dividido em
duas fases, sendo a fase 1 o período que correspondia da chegada dos animais, com
21 dias de idade até os 42 dias de idade e a fase 2 se estendia dos 42 dias de idade
aos 63 dias de idade.
2.2 – Instalações e Equipamentos
Para a realização do experimento foi utilizado um galpão aberto, construído
com alvenaria, pé direito com altura de 2,50m, cobertura com telha de barro e piso
compacto de cimento com rugosidade média e declividade em torno de 3%. O mesmo
era dividido lateralmente, por meio de paredes de alvenaria de 1,00m de altura, em 32
baias, sendo 16 baias para cada lado do galpão, divididas por um corredor de 1,00m
de largura. Entretanto, usou-se apenas 20 baias, desprezando-se as três primeiras
baias de cada extremidade e de cada lado do galpão.
A área sica de cada baia media 1,50m de largura por 3,00m de comprimento
(Figura II.1). Em seu interior encontrava-se um comedouro de cimento situado próximo
ao corredor e um bebedouro tipo chupeta em extremidade oposta, situado nas
imediações do ralo para escoamento de dejetos. No centro de cada baia foi instalada,
de forma suspensa a uma altura de 0,50m do piso, uma lâmpada incandescente de
100W. Na fase 2 a lâmpada foi elevada a uma altura de 1,00m do solo para evitar
acidentes com os animais.
As pesagens dos animais e das sobras de ração foram realizadas em balança
eletrônica, com divisões de 0,1kg, instalada no corredor do galo.
237
2.3 – Animais Experimentais
Foram utilizados inicialmente, 80 leitões machos de uma mesma linhagem
comercial, desmamados com 21 dias de idade, com peso médio de 5,49kg, e que
haviam recebido ração pré-inicial à base de milho, farelo de soja e concentrado para
leitões lactentes, a partir do 7º dia de vida. Entretanto, deste montante, apenas 20
animais, com peso médio de 5,43kg, participaram do estudo dos parâmetros séricos.
Os mesmos foram provenientes de uma granja suinícola situada no município de
Croatá - CE. Os mesmos foram provenientes de uma fazenda suinícola situada no
município de Croatá - CE.
2.4 - Dietas Experimentais
As dietas constaram de cinco rações para fase 1, com nível de energia de
3.500 Kcal ED/kg e proteína bruta de 22%, e cinco rações para fase 2, com 3.400 Kcal
ED/kg e proteína bruta de 21%, de acordo com ROSTAGNO et al. (2000). Na
composição das mesmas entraram ingredientes convencionais como: milho, farelo de
soja, leite em pó desnatado, calcário, fosfato bicálcico, protenose, açúcar, óleo de soja,
sal, premixes mineral e vitamínico e, aminoácidos sintéticos. Em função da natureza de
cada dieta, foi adicionado proteína de origem animal (farinha de carne ou plasma
sanguíneo em pó) e proteína de origem vegetal (farelo de algodão ou farelo da
amêndoa da castanha de caju) em níveis pré-fixados. As dietas que continham o farelo
de algodão sofreram a adição de sulfato ferroso monohidratado (FeSO
4
. H
2
O) na
proporção de 1:1000, com o intuito de reduzir um possível efeito nocivo do gossipol
(PINHEIRO, 1972).
Para a formulação das dietas experimentais utilizou-se o programa linear
Sistema de Formulação de Rações de Custo Mínimo(TD SOFTWARE SUPER
CRAC, 1993). As dietas foram elaboradas para serem isocalóricas, isoprotéicas,
isolisínicas, isometionínicas, isocalcíticas, isofosfóricas e isosódicas.
238
As dietas experimentais adotadas foram as seguintes:
Fase 1 (21-42 dias de idade)
T1 – Dieta basal + 10 % LDP.
T2 – Dieta basal + 5% PSP+ 15% FA.
T3 - Dieta basal + 5% FC + 15% FA.
T4 – Dieta basal + 5% PSP + 15% FACC.
T5 - Dieta basal + 5% FC + 15% FACC.
Fase 2 (42-63 dias de idade)
T1 – Dieta basal + 5 % LDP.
T2 – Dieta basal + 4% PSP + 12% FA.
T3 - Dieta basal + 4% FC + 12% FA.
T4 – Dieta basal + 4% PSP + 12% FACC.
T5 - Dieta basal + 4% FC + 12% FACC.
Dieta basal (milho + farelo de soja); LPD - Leite desnatado em ; PSP - Plasma sanguíneo
em , FA - Farelo de algodão; FACC - Farelo da amêndoa da castanha de caju.
2.5 – Planejamento Estatístico
O delineamento experimental utilizado foi em blocos ao acaso, com 5
tratamentos, 4 repetições e 1 animal por repetição ao final da fase 1 e 2, sendo feito
um desdobramento num modelo fatorial 2 x 2 + 1, composto por duas fontes de
proteína de origem animal POA (farinha de carne - FC e plasma sanguíneo em pó -
PSP), duas fontes de proteína de origem vegetal POV (farelo de algodão – FA e
farelo da amêndoa da castanha de caju - FACC) e um adicional (dieta controle – T1). O
critério para formação dos blocos foi o peso inicial dos leitões e, a unidade
experimental foi o leitão.
Quando a análise de variância detectou significância entre os tratamentos,
foram aplicados contrastes para testar os efeitos dos fatores. Além disso, a
comparação de médias para POA e POV com a dieta controle foi feita através do teste
de Dunnet .
239
Os dados médios das variáveis estudadas durante o período experimental,
foram submetidos a análise estatística pelo programa Statystical Analysis System
(SAS, 1996) e cada observação foi descrita pela equação abaixo:
Y
ijk
=
µµ
+
ββ
i
+
ττ
j
+
εε
ijk
Onde:
µ
= representa a média geral;
β
i
= representa o efeito do bloco i (i = 1, 2, 3 e 4);
τ
j
= representa o efeito do tratamento j (j = 1,2, 3, 4 e 5);
ε
ijk
= representa o efeito aleatório da observação k, do tratamento j e bloco i.
2.6 - Procedimentos Adotados
2.6.1 - Procedimento Pré-experimental
Após o recebimento do lote com os 80 leitões desmamados com 21 dias de
idade, foi aferido o peso individual dos animais que logo em seguida eram identificados
por um brinco numerado.
As 20 baias experimentais foram divididas em quatro blocos, aleatoriamente
distribuídos, contendo cada qual os 5 tratamentos que também foram aleatoriamente
sorteados. Levando-se em consideração que cada bloco correspondia a uma
repetição, reservou-se os 20 animais mais pesados para repetição 1, para repetição 2
os 20 medianamente mais pesados, para repetição 3 os 20 medianamente menos
pesados e finalmente para repetição 4 os 20 animais menos pesados. Dentro de cada
repetição, os cinco primeiros animais com maior peso foram sorteados para cada uma
das cinco dietas experimentais existentes, posteriormente utilizou-se o mesmo critério
para os cinco seguintes e assim sucessivamente até completar com os 20 animais de
uma repetição. Ao final, cada baia continha 4 leitões.
240
Previamente ao iniciar o experimento, os baldes foram identificados quanto ao
número do box, tratamento e repetição; distribuídos entre as baias correspondentes e
enchidos com quantidades conhecidas das respectivas rações experimentais. A
medida que esvaziavam, devido ao consumo dos animais, foram novamente
recarregados com conhecidas porções das dietas indicadas na identificação.
Os leitões tiveram acesso, durante todo o experimento, a água e ração à
vontade, sendo a última fornecida quatro vezes ao dia, sempre nos mesmos horários.
Às lâmpadas incandescentes permaneceram 24h ligadas durante toda a fase 1 do
período de creche.
Ao final da primeira semana experimental, foi sorteado um animal pertencente
a cada tratamento nas repetições 2 e 3 e estes foram sacrificados para estudos dos
parâmetros histológicos intestinais. Equilibrando numericamente o número de animais
por baia, também foi sorteado e eliminado um leitão pertencente a cada tratamento nas
repetições 1 e 4. Procedimento semelhante foi feito ao final da segunda semana
experimental, resultando em dois animais por baia que prosseguiram na terceira
semana da fase 1 e durante toda a fase 2. Com estes 40 leitões restantes foi feito o
estudo dos indicadores séricos do metabolismo do nitrogênio.
A fase 2 diferenciava-se da anterior basicamente porque os tratamentos
tinham níveis protéicos e enerticos ajustados para o leitão dos 42-63 dias de idade,
conforme ROSTAGNO et al. (2000); porque não houve sacricios ou eliminações de
animais e porque as lâmpadas incandescentes permaneciam ligadas das 18:00h às
5:00h, apenas como uma forma de estimular um maior consumo por parte dos animais.
2.6.2 - Procedimento Experimental Para a Determinação dos Indicadores
Séricos do Metabolismo do Nitrogênio
O estudo dos indicadores sanguíneos do metabolismo do nitrogênio nos
leitões foi executado ao final da fase 1 (21 dias de experimento) e ao final da fase 2 (42
dias de experimento) e teve seu início com o sorteio de um animal de cada tratamento
e em cada repetição para coleta de sangue, perfazendo um total de 20 animais. O
mesmo leitão sorteado para fase 1 foi posteriormente utilizado ao final da fase 2
(animal com 63 dias de idade), assim como os mesmos procedimentos realizados na
fase 1 foram repetidos na fase 2.
241
As amostras sanguíneas foram coletadas sempre pela manhã, levando-se em
consideração as variações circadianas da uréia (
WHANG e EASTER, 2000).
Nas datas previstas, e sem a realização de jejum, o animal sorteado foi
imobilizado em decúbito ventral em cima de uma mureta para que fosse obtida a
amostra sanguínea. Foi coletado cerca de 10ml de sangue através de punção no seio
venoso orbital utilizando-se agulhas hipormicas 25 x 8mm (Figura V.1), de acordo
com a técnica descrita por MORENO et al. (1997), em tubos de ensaio contendo uma
gôta do anticoagulante EDTA (Figura V.2), conforme indicaram NAVARRO e
PACHALY (1994). Imediatamente as a coleta, o frasco foi levemente agitado
homogeneizando o sangue com o anticoagulante e em seguida colocado em recipiente
termicamente isolado contendo gelo. O tempo total de coleta entre o primeiro animal e
o vigésimo animal não ultrapassou 3h.
FIGURA V.1 - Introdução da agulha hipodérmica 25 x 8 no seio venoso orbital,
com posterior coleta de sangue.
242
FIGURA V.2 Tubo de ensaio devidamente identificado e contendo uma gota
do anticoagulante EDTA.
As amostras de sangue foram enviadas para o Laboratório de Fisiologia
Animal do Departamento de Zootecnia da UFC, para serem submetidas a uma
centrifugação de 3.000 rpm por 20 minutos (MIYADA et al., 1997), em centrifuga
refrigerada a 10ºC modelo SIGMA 4K 15, a fim de separar o plasma dos glóbulos
sanguíneos (Figura V.3). Nenhum indício de hemólise foi encontrado nos tubos
centrifugados (Figura V.4), pois de acordo com MORENO et al. (1997) é importante
que o grau de hemólise seja mínimo, pois a liberação de hemoglobina interfere com a
análise de creatinina, proteína total, fósforo inorgânico, cobre, uréia, cálcio, potássio,
bilirrubina total, albumina e, enzimas do soro. Da mesma forma, a Labtest Diagnóstica
®
informa que valores de hemoglobina até 80mg/dl, em relação a uréia, e abaixo de
400mg/dl, para as proteínas totais, não produzem interferência significativa nos
resultados.
243
FIGURA V.3 - Centrifuga refrigerada a 10ºC modelo SIGMA 4K 15 vazia e
contendo as amostras de sangue prestes a serem
processadas.
FIGURA V.4 Tubo de ensaio contendo o sangue centrifugado e sem
evidencia de hemólise.
Em seguida o plasma foi retirado com uma pipeta automática de 0,25ml e
distribuído uniformemente em dois tubos de ensaio (devidamente identificados) sendo
que o primeiro (Tb 1A) seria destinado ao estudo da concentração plasmática de uréia
(CPU) e o segundo (Tb 2A) ao estudo da concentração plasmática das proteínas totais
(CPPT). Cada tubo recebeu aproximadamente 1ml de plasma (Figura V.5). Na fase 2,
os tubos contendo o plasma para o estudo da CPU e CPPT receberam a identificação
Tb 1B e Tb 2B, respectivamente.
244
FIGURA V.5 – Retirada do plasma com uma pipeta automática de 0,25ml e
distribuição nos tubos de ensaio para o estudo dos
indicadores parâmetros séricos do metabolismo do nitrogênio.
Após a distribuição, os tubos de ensaio foram tampados e congelados a -20ºC
até o momento das dosagens.
Dosagem da uréia plasmática
Três dias após o fim da fase 2, os 40 tubos de ensaio contendo as 20 amostras
plasmáticas da fase 1 e as 20 amostras plasmáticas da fase 2, foram levadas para o
Laboratório de Alises Clínicas e Toxicológicas da faculdade de Farmácia,
Enfermagem e Odontologia – UFC em isopor térmico, descongelados a temperatura
ambiente e a concentração de uréia foi medida conforme as recomendações técnicas
encontradas no kit para determinação de uréia em amostras de sangue e urina da
Labtest Diagnóstica
®
, sendo que para cada tubo de ensaio foram feitas duas leituras
(em duplicata) e tirada uma média entre elas.
A técnica é apoiada num sistema colorimétrico enzimático cujo princípio da
análise baseia-se quando a uréia é hidrolisada pela uréase a íons amônio e CO
2.
Os
íons amônio reagem em pH alcalino com salicilato e hipoclorito de sódio, sob a ação
catalizadora do nitroprussiato de sódio, para formar azul de indofenol. A intensidade da
cor formada é proporcional a quantidade de uréia na amostra e é detectada através de
analisadores que medem a absorbância.
245
Dosagem das proteínas plasmáticas totais
Três dias após o fim da fase 2, os 40 tubos de ensaio contendo as 20 amostras
plasmáticas da fase 1 e as 20 amostras plasmáticas da fase 2, foram levadas para o
Laboratório de Alises Clínicas e Toxicológicas da faculdade de Farmácia,
Enfermagem e Odontologia – UFC em isopor térmico, descongelados a temperatura
ambiente e a concentração das proteínas plasmáticas totais foi medida conforme as
recomendações técnicas encontradas no kit para determinação das proteínas
plasmáticas totais em amostras de soro e outros líquidos biológicos da Labtest
Diagnóstica
®
, sendo que para cada tubo de ensaio foram feitas duas leituras (em
duplicata) e tirada uma média entre elas.
A técnica baseia-se num sistema colorimétrico cujo princípio da análise ocorre
quando o reagente do biureto, uma solução de sulfato de cobre, citrato trissódico,
carbonato de sódio e hidróxido de sódio, reage com as proteínas da amostra, formando
um complexo corado de cor violeta, que é proporcional à concentração protéica da
amostra e é detectada através de analisadores que medem a absorncia. Uma
particularidade do processo é que o reagente biureto, isoladamente, não reage com as
proteínas; só após sua alcalinização dá-se o desenvolvimento de reação corada. Este
detalhe permite a dosagem em série de inúmeros soros.
246
3 – RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 – Concentração Plasmática de Uréia
Os valores médios referentes à concentração plasmática de uréia (CPU) dos
leitões submetidos a dietas contendo diferentes fontes de proteína de origem animal,
independentemente das fontes protéicas de origem vegetal, ao final da fase 1 (42 dias
de idade) e 2 (63 dias de idade) do período de creche, encontram-se na Tabela V.1.
TABELA V.1 - Concentração plasmática de uréia (mg/dl), por proteína animal,
ao final da fase 1 (42 dias de idade) e 2 (63 dias de idade) do
período de creche, em leitões submetidos a dietas com
diferentes fontes protéicas.
Idades
POA
42 dias*
63 dias
PSP
25,25 ± 5,93
27,19 ± 5,08 A
FC
30,63 ± 5,32
25,81 ± 5,81 A
Controle
30,88 ± 8,08
31,00 ± 10,46 A
As análises de variância para a concentração plasmática de uréia nos leitões com 42 e 63 dias
de idade, encontram-se nos Anexos (Tabelas V.1A e V.2A).
POA Proteína de origem animal: PSP Plasma sanguíneo em ; FC - Farinha de carne.
* - Existiu interação (POA x POV).
Valores de uma mesma coluna seguidos por letras maiúsculas iguais não são
significativamente diferentes (P>0,05).
Analisando-se o efeito isolado para a proteína de origem animal,
independentemente da proteína de origem vegetal (Tabela V.1), observa-se que aos
63 dias de idade não houve diferenças significativas (P>0,05) entre as médias, mas as
dietas contendo farinha de carne (FC) apresentaram um menor valor numérico para a
concentração plasmática de uréia (CPU).
Kaneko (1999) citado por NUNES (2000) considerou como valores normais
para o nível de uréia no soro sanguíneo de suínos entre 10 a 30 mg/dl, portanto os
valores da Tabela V.1 estão próximos dos limites apresentados pelo mesmo.
247
FABIAN et al. (2003) analisaram alguns parâmetros sanguíneos em suínos e
relataram que os níveis de uréia se elevam com o aumento da idade do leitão.
Entretanto, para JIANG et al. (2000) a CPU decresceu com a idade dos leitões.
LANDELL FILHO et al. (1993) também observaram uma diminuição nos níveis de uréia
no soro com o avanço da idade. No presente estudo, apesar de não ter sido feita uma
análise de variância para o fator idade, constata-se que não houve uma tenncia no
sentido ascendente ou descendente para a CPU, em função da idade dos animais (42
e 63 dias), independentemente das dietas pesquisadas.
JIANG et al. (2000) estudaram os efeitos de uma dieta contendo plasma suíno
em pó (PSP) em leitões desmamados aos 14 dias de idade. Os autores verificaram
que a CPU foi significativamente menor (40-42%) nos animais que consumiram PSP o
que difere dos resultados desta pesquisa, ao final da fase 2.
O PSP se caracteriza por seu elevado conteúdo em treonina (FEDNA, 1999).
Calculando-se o nível de treonina em relação ao percentual bromatológico de proteína
bruta (Tabela II.2) do PSP, farinha de carne e leite desnatado em (contido na dieta
controle) utilizados como fonte protéica animal, na presente pesquisa, temos
respectivamente, 3,72% (APC 920 ®), 1,37% (ROSTAGNO, 2000) e 1,50% (FEDNA,
1999). Entretanto, esta variação no nível de treonina dietética, não afetou a CPU, entre
as rações experimentais aos 63 dias de idade.
CROMWELL et al. (1991) relataram que a redução no desempenho de suínos
alimentados com altos níveis de farinha de carne (FC) deve ser resultado da redução
no balanço de aminoácidos da dieta. Apesar das dietas contendo FC, terem
proporcionado um desempenho zootécnico o satisfatório nos leitões, é pouco
provável que a causa tenha sido a redução no balanço de amincidos, já que não
houve diferenças significantes entre as dietas, ao final da fase 2, para a CPU.
WELBOURNE et al. (1986) informaram que para manutenção do equilíbrio
ácido-base do organismo, a síntese de uréia é quantitativamente sincronizada com a
produção de amônia, ainda que a excreção de nitronio permaneça constante. Assim,
quando a uréia plasmática esta baixa, pode ter sido por causa do aumento da síntese
de amônia para compensar a acidificação produzida pela lisina HCl (COMA et al.,
1995b). A Tabela II.4 mostra que os níveis de lisina HCl (sintética) foram mais elevados
nos tratamentos contendo farinha de carne (FC); portanto deveriam ser acompanhados
do menor nível de uréia plasmática. Entretanto, no presente estudo não se constatou
uma relação entre o nível dietético de lisina HCl (sintética) e a CPU nas dietas
experimentais aos 63 dias de idade.
248
BASTOS (1991) trabalhando com dietas controle contendo cinco níveis de
lisina (0,70; 0,80; 0,90; 1,00 e 1,10%) na ração de suínos entre 10 a 20 kg (fase 2) de
peso vivo concluiu que não houve diferenças significativas para o tratamento controle
sobre o nível de uréia presente no soro sanguíneo dos suínos. Ao final da fase 2 deste
ensaio também não houve diferenças significativas (P>0,05) para o tratamento
controle.
A Tabela V.2 refere-se aos valores da concentração plasmática de uréia (CPU)
dos leitões submetidos a dietas contendo diferentes fontes protéicas de origem vegetal,
independentemente das fontes protéicas de origem animal, ao final da fase 1 (42 dias
de idade) e 2 (63 dias de idade) do período de creche.
TABELA V.2 - Concentração plasmática de uréia (mg/dl), por proteína vegetal,
ao final da fase 1 (42 dias de idade) e 2 (63 dias de idade) do
período de creche, em leitões submetidos a dietas com
diferentes fontes protéicas.
Idades
POV
42 dias
63 dias
FA
27,81 ± 4,11 A
23,44 ± 3,99 A
FACC
28,06 ± 7,93 A
29,56 ± 4,83 A
Controle
30,88 ± 8,08 A
31,00 ± 10,46 A
As análises de variância para a concentração plasmática de uréia nos leitões com 42 e 63 dias
de idade, encontram-se nos Anexos (Tabelas V.1A e V.2A).
POV Proteína de origem vegetal: FA - Farelo de algodão; FACC - Farelo da amêndoa da
castanha de caju.
Valores de uma mesma coluna seguidos por letras iguais não são significativamente diferentes
(P>0,05).
Avaliando-se o efeito isolado para a proteína de origem vegetal,
independentemente da proteína de origem animal (Tabela V.2), observa-se que não
foram encontradas diferenças significativas (P>0,05) para o nível de uréia plasmática,
249
tanto ao final da fase 1 quanto da fase 2. Porém, verifica-se em ambas as fases, que
as dietas contendo farelo de algodão (FA) obtiveram o menor valor numérico para o
CPU, enquanto que a dieta controle apresentou as maiores CPU.
Segundo SWENSON (1988), o sangue do suíno possui um nível de uréia
variando de 8-24mg/dl. Comparando os dados do autor com os valores da Tabela V.2,
verifica-se que a CPU dos leitões mostrou-se um pouco acima da média,
independentemente da dieta, entretanto os animais desta pesquisa não foram
submetidos à jejum, o que pode ter ocasionado a pequena discrencia.
Com relação a idade, FARSTAD et al. (1975) colocaram que há aumento dos
níveis de uréia no soro com o avanço da idade, entretanto DOORNENBAL et al. (1983)
observaram diminuição no teor de uréia com o aumento da idade dos animais. No
presente estudo, apesar de não ter sido feita uma análise de variância para o fator
idade, constata-se que não houve uma tendência no sentido ascendente ou
descendente para CPU, em função da idade dos animais (42 e 63 dias),
independentemente das dietas pesquisadas.
MOREIRA et al. (2003) conduziram um experimento com leitões (15-30kg)
para determinar a CPU em leitões alimentados com a inclusão do farelo de algodão
(FA) até o nível de 16%. Os autores concluíram que os valores da CPU não foram
significativamente influenciados pela inclusão do FA; resultados esses que corroboram
com os verificados neste trabalho.
Uma das justificativas para a baixa CPU (P>0,05) nos leitões que foram
arraçoados com FA, em ambas as fases, pode está relacionada com o valor biológico
desta proteína vegetal. Assim sendo, MAZARAKI et al. (1976) relataram que quanto
maior o valor biológico da proteína utilizada na ração, menor será o nível de uréia no
soro dos animais.
RODRIGUES (2001) utilizou o farelo da amêndoa da castanha de caju (FACC)
até o nível de 21% para avaliar os componentes sanguíneos de suínos na fase 1 (21 a
42 dias de idade) e verificou que não houve diferenças significativas na CPU dos
animais ao final do período experimental. O resultado do autor coincide com os dados
apresentados nesta pesquisa.
LANDELL FILHO et al. (1993) trabalharam com uma dieta controle onde o
farelo de soja (FS) foi substituído (0, 50, 75 e 100%) por de levedura de centrifugação
da vinhaça (LCV), em rações isoprotéicas com 15% de PB para leitões na fase de
crescimento. Os autores observaram que o teor de uréia no soro dos leitões que
consumiram a dieta controle (apenas FS), não diferiu significativamente das demais
250
dietas. Os resultados dos pesquisadores, apesar de obtidos na fase de crescimento,
estão de acordo aos desta pesquisa (em ambas as fases).
MIYADA et al. (1997) estudaram a inclusão de diferentes níveis de levedura
seca (0, 5, 10, 15 e 20%) em rações isocalóricas e isoprotéicas, para suínos dos 10 aos
28kg PV e concluíram que os animais que consumiram a dieta controle (apenas com
FS) apresentaram significativamente o maior nível de uréia sanguínea (30,19; 27,64;
27,17; 25,84 e 21,41 mg/dl). Desta forma, o resultado dos autores é diferente do
apresentado nesta pesquisa ao final da fase 2.
Segundo GATTÁS et al. (2005), as rações devem ser checadas quanto a
relação aminoacídica entre lisina e os demais amincidos essenciais a fim de
assegurar que, em todos os tratamentos, nenhum outro aminoácido esteja limitante na
ração. Todavia, neste experimento, assegurou-se que as rações fossem isolisínicas e
isometionínicas, deixando de lado a observância para a treonina, triptófano e os
demais aminoácidos essenciais. Complementando, FEDNA (1999) mencionou que a
soja é deficiente em triptófano; portanto é possível que a deficiência deste amincido
na dieta controle (devido ao elevado percentual de FS) tenha ocasionado um
desequilíbrio aminoacídico que gerou uma elevação numérica (P>0,05) da CPU dos
leitões, tanto aos 42 quanto aos 63 dias de idade.
A dieta controle continha um percentual de FS bem maior que nas demais
dietas experimentais (32% na fase 1 e 29,9% na fase 2), e por isso é plausível que a
mesma tenha sua digestibilidade prejudicada pela maior presença de inibidores de
proteases. Uma das conseqüências deste fato é que a proteína não digerida pode
sofrer um processo de putrefação que por sua vez associa-se a altos níveis de uréia no
sangue (ETHERIDGE et al., 1984). Desta forma, os maiores valores numéricos para a
CPU nos animais que ingeriram a dieta controle (ao final da fase 1 e 2) podem está
relacionados a sua baixa digestibilidade.
251
3.2 – Concentração Plasmática das Proteínas Totais
Os valores médios referentes à concentração plasmática das proteínas totais
(CPPT) dos leitões submetidos a dietas contendo diferentes fontes de proteína de
origem animal, independentemente das fontes protéicas de origem vegetal, ao final da
fase 1 (42 dias de idade) e 2 (63 dias de idade) do período de creche, encontram-se na
Tabela V.3.
TABELA V.3 - Concentração plasmática das proteínas totais (g/dl), por
proteína animal, ao final da fase 1 (42 dias de idade) e 2 (63
dias de idade) do período de creche, em leitões submetidos
a dietas com diferentes fontes protéicas.
Idades
POA
42 dias
63 dias
PSP
5,83 ± 0,29 A
5,93 ± 0,28 A
FC
5,53 ± 0,43 A
5,79 ± 0,36 A
Controle
5,49 ± 0,34 A
5,63 ± 0,54 A
As alises de variância para a concentração plasmática das proteínas totais nos leitões com
42 e 63 dias de idade, encontram-se nos Anexos (Tabelas V.3A e V.4A).
POA Proteína de origem animal: PSP Plasma sanguíneo em ; FC - Farinha de carne.
Valores de uma mesma coluna seguidos por letras iguais não são estatisticamente diferentes
(P>0,05).
Verificando-se o efeito isolado para a proteína de origem animal,
independentemente da proteína de origem vegetal (Tabela V.3), observa-se que no
final da fase 1 não houve diferenças significativas (P>0,05) para a CPPT. Ao final da
fase 1 os leitões que consumiram as dietas contendo plasma sanguíneo em (PSP) e
a dieta controle, obtiveram, respectivamente, o maior e o menor valor numérico para a
CPPT. O mesmo comportamento foi verificado ao final da fase 2.
MIYADA et al. (1997) encontraram a CPPT de leitões na fase 2 de creche
variando de 5,76 - 5,96g/dl, ou seja, bem próximos aos resultados desta pesquisa,
independentemente da dieta estudada.
252
Um aumento na CPPT, com o avanço da idade, foi observado por
DOORNENBAL et al. (1983) e BERTO (1985). No presente estudo, apesar de o ter
sido feita uma análise de variância para o fator idade, constata-se que não houve uma
tendência no sentido ascendente ou descendente para CPPT, em função da idade dos
animais (42 e 63 dias), independentemente das dietas pesquisadas.
Numericamente, a maior CPPT ao final dos dois períodos experimentais (42 e
63 dias de idade) foi encontrada nos leitões que consumiram as dietas contendo PSP.
Este fato pode esta relacionado com a ingestão alimentar, pois o maior consumo de
ração, nas duas fases, também ocorreu com os animais arraçoados com dietas
contendo PSP. Sendo as dietas deste experimento isoprotéicas, um maior consumo de
ração ocasiona uma maior ingestão de proteínas e conseentemente um maior nível
sanguíneo de amincidos, caso o existam fatores que dificultem a digestão ou
absorção do ingrediente. O pool sanguíneo de aminoácidos serve como principal fonte
para a síntese protéica (BEITZ e ALLEN, 1988).
A Tabela V.4 refere-se aos valores da concentração plasmática das proteínas
totais (CPPT) dos leitões submetidos a dietas contendo diferentes fontes protéicas de
origem vegetal, independentemente das fontes protéicas de origem animal, ao final da
fase 1 (42 dias de idade) e 2 (63 dias de idade) do período de creche.
253
TABELA V.4 - Concentração plasmática das proteínas totais (g/dl), por
proteína vegetal, ao final da fase 1 (42 dias de idade) e 2
(63 dias de idade) do período de creche, em leitões
submetidos a dietas com diferentes fontes protéicas.
Idades
POV
42 dias
63 dias
FA
5,53 ± 0,50 A
5,77 ± 0,32 A
FACC
5,83 ± 0,15 A
5,94 ± 0,31 A
Controle
5,49 ± 0,34 A
5,63 ± 0,54 A
As alises de variância para a concentração plasmática das proteínas totais nos leitões com
42 e 63 dias de idade, encontram-se nos Anexos (Tabelas V.3A e V.4A).
POV Proteína de origem vegetal: FA - Farelo de algodão; FACC - Farelo da amêndoa da
castanha de caju.
Valores de uma mesma coluna seguidos por letras iguais não são estatisticamente diferentes
(P>0,05).
Analisando-se o efeito isolado para a proteína de origem vegetal,
independentemente da proteína de origem animal (Tabela V.4), observa-se que ao final
da fase 1 e 2 não houve diferenças significativas (P>0,05) para a CPPT. Em ambas as
fases, as dietas contendo o farelo da amêndoa da castanha de caju (FACC),
mostraram numericamente os maiores valores para a CPPT e a dieta controle os
menores valores.
Para SWENSON (1988) os valores para as CPPT em suínos variam de 6,5 a
8,5 g/dl. De acordo com a afirmação do autor os resultados desta pesquisa encontram-
se ligeiramente abaixo da média.
MILLER et al. (1961) não observaram alterações para CPPT no sangue de
suínos entre os quatro e seis meses de idade. Ao contrário, LANDELL FILHO et al.
(1993) verificaram uma diminuição da CPPT, com o avanço da idade dos animais. No
presente estudo, apesar de não ter sido feita uma análise de variância para o fator
idade, constata-se que não houve uma tendência no sentido ascendente ou
descendente para CPPT, em função da idade dos animais (42 e 63 dias),
independentemente das dietas estudadas, o que assemelha-se aos relatos de MILLER
et al (1961), apesar da diferença de idade entre os animais utilizados pelos autores e
os animais dessa pesquisa.
254
Com relação a fase 2 deste experimento, MIYADA et al. (1997) estudando
níveis crescentes de levedura seca (0-20%) a partir de uma dieta controle de
milho/farelo de soja, para suínos dos 10-28kg, concluíram que o aumento da levedura
na ração não influenciou significativamente na CPPT. Mesmo se tratando de condições
experimentais diferentes, a dieta controle deste ensaio tamm não diferiu
significativamente (P>0,05) das demais dietas estudadas.
Dietas com restrição de aminoácidos resultam numa diminuição da CPPT
(ATINMO et al., 1976; POND et al., 1980 e POND e YEN, 1984). Esta restrição de
aminoácidos pode advir do consumo de dietas com níveis protéicos abaixo dos
requisitados pelo animal ou de dietas com níveis protéicos adequados, mas contendo
fatores que dificultem a digestão protéica e/ou a absorção dos aminoácidos. É possível
que os inibidores de proteases contidos em maior percentual na dieta controle, que
continha altos níveis de farelo de soja (32 e 29,9%), respectivamente para fase 1 e 2,
tenham dificultado a digestão protéica e consequentemente ocasionado os menores
valores para as CPPT ao final da fase 1 e 2.
3.3 – Efeito das Interações Entre os Dois Fatores Estudados Sobre os
Diferentes Parâmetros
Os resultados das interações entre a proteína de origem animal (POA) e a
proteína de origem vegetal (POV) para os para os indicadores séricos do metabolismo
do nitrogênio, ao final das fases 1 (42 dias de idade) e 2 (63 dias de idade) do período
de creche, encontram-se na Tabela V.5.
255
TABELA V.5 – Comportamento das interações entre a proteína de origem
animal e a proteína de origem vegetal sobre os indicadores
séricos do metabolismo do nitronio ao final das fases 1 (42
dias de idade) e 2 (63 dias de idade) do período de creche.
Significância (POA x POV)
Parâmetros
42 dias de
idade
63 dias de
idade
Concentração plasmática de uréia
S
NS
Concentração plasmática das proteínas totais
NS
NS
S = Significativo (P<0,05); NS = o significativo (P>0,05);
POA Proteína de origem animal; POV Proteína de origem vegetal.
Verifica-se na Tabela V.5 que houve interação significativa (P<0,05) entre as
proteínas de origem vegetal e animal para a concentração plasmática de uréia (CPU)
na fase 1. Desta forma, o resultado da comparação entre a média da CPU para os
leitões que consumiram dietas com plasma sanguíneo em (PSP) e para os animais
que consumiram dietas contendo farinha de carne (FC) dependeu da fonte protéica
vegetal que estivesse presente.
Na presença do farelo da amêndoa da castanha de caju (FACC), a CPU nos
leitões consumindo o PSP é diferente estatisticamente (P<0,05) da CPU nos animais
consumindo FC. Todavia na presença do farelo de algodão (FA), a CPU nos leitões
consumindo o PSP o é diferente estatisticamente (P>0,05) da CPU nos animais
consumindo FC.
A redução do nível de uréia do plasma, em função da oferta de um alimento
protéico, é indicativo de que este produto proporcionou balanço mais adequado de
aminoácidos (KUMTA e HARPER, 1961; BROWN e CLINE, 1974 e TEGBE e
ZIMMERMAN, 1977), permitindo maior incorporação deste nutriente no tecido magro do
animal. A afirmação dos autores é importante para explicar que possivelmente, na fase 1, a
combinação (PSP + FACC) contenha um balanço de aminoácidos mais equilibrado fazendo
com que a CPU apresente-se estatisticamente diferente (P<0,05) daquela nos animais
consumindo (FC + FACC). Sendo assim, as dietas com PSP + FACC apresentaram uma
menor CPU do que as dietas com FC + FACC, ao final da fase 1 do período de creche.
256
4 - CONCLUSÕES
Nas condições da presente pesquisa, as seguintes conclusões podem ser
apresentadas em relação aos indicadores séricos do metabolismo do nitronio:
A inclusão de 5% de PSP ou 5% de FC, em substituição ao leite desnatado em
pó, como fontes protéicas de origem animal, não ocasionou diferenças significativas
(P>0,05) para a CPPT, ao final da fase 1 e 2, e para a CPU ao final da fase 2 do
período de creche
A adição de 15% de farelo de algodão ou 15% de farelo da amêndoa da
castanha de caju, em substituição parcial ao farelo de soja, como fontes protéicas de
origem vegetal, nas dietas das fases 1 e 2 do período de creche; o afetou o
metabolismo do nitrogênio, com base nos parâmetros séricos pesquisados (CPU e
CPPT).
O efeito da interação dos fatores (proteína de origem animal x proteína de
origem vegetal) sobre o metabolismo do nitrogênio, foi significativo (P<0,05) para um
único parâmetro sérico (CPU), apenas para as dietas da fase 1 do período de creche.
257
5 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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264
CAPÍTULO VI
OCORRÊNCIA DE DIARRÉIA EM LEITÕES SUBMETIDOS A DIETAS
COM DIFERENTES FONTES DE PROTEÍNA DE ORIGEM ANIMAL E
VEGETAL NO PERÍODO DE CRECHE
RESUMO
PINHEIRO, F. M. L.
Ocorrência de diarréia em leitões submetidos a dietas
com diferentes fontes de proteína de origem animal e vegetal no período de
creche.
[Diarrhea occurrence in piglets submitted to diets containing different animal
and vegetal protein sources in nursery period.] Ceará, 2005. p.264-289. Tese
(Doutorado em Zootecnia). Universidade Federal do Ceará.
A pesquisa foi conduzida no Setor de Suinocultura do Centro de Ciências
Agrárias do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal do Ceará. O
experimento teve a duração de 21 dias e foi realizado com o objetivo de avaliar a
ocorrência de diarréia em leitões submetidos a dietas contendo diferentes fontes de
proteína de origem animal e vegetal durante a fase 1 (21-42 dias de idade) do período
de creche. Inicialmente, participaram do ensaio 80 leitões machos de linhagem
comercial desmamados aos 21 dias de idade e com peso médio de 5,49kg. O
delineamento experimental utilizado foi em blocos ao acaso, com 5 tratamentos, 4
repetições e 4 animais por repetição na 1ª semana, 3 animais por repetição na 2ª
semana e 2 animais por repetição na 3ª semana (final da fase 1), sendo feito um
desdobramento num modelo fatorial 2 x 2 + 1, composto por duas fontes de proteína
de origem animal POA (farinha de carne - FC e plasma sanguíneo em - PSP),
duas fontes de proteína de origem vegetal POV (farelo de algodão – FA e farelo da
amêndoa da castanha de caju - FACC) e um adicional (dieta controle – T1). O critério
para formação dos blocos foi o peso inicial dos leitões e, a unidade experimental foi o
leitão. Além do mais, foi utilizado o teste da Razão de Verossimilhança para comparar
265
os efeitos dos fatores. As dietas experimentais foram isonutritivas com 22% PB e 3.500
kcal ED/kg. A ocorrência de diarréia nos leitões foi visualmente identificada e
diariamente anotada dos 21 aos 42 dias de idade. O experimento demonstrou que a
inclusão de 5% de PSP em substituição ao leite desnatado em , nas dietas da
primeira semana do período de creche, foi viável em relação à ocorrência de diarréia
nos leitões; a inclusão de 15% de FA ou 15% do FACC, em substituição parcial ao
farelo de soja, foi satisfatória em relação ao parâmetro pesquisado, durante a primeira
semana do período de creche.
Palavras-chave: creche, dietas, leitões, ocorrência de diarréia, proteínas animal e
vegetal.
266
CHAPTER VI
DIARRHEA OCCURRENCE IN PIGLETS SUBMITTED TO DIETS
CONTAINING DIFFERENT ANIMAL AND VEGETAL PROTEIN
SOURCES IN NURSERY PERIOD
ABSTRACT
PINHEIRO, F. M. L.
Diarrhea occurrence in piglets submitted to diets
containing different animal and vegetal protein sources in nursery period.
[Ocorrência de diarréia em leitões submetidos a dietas com diferentes fontes de
proteína de origem animal e vegetal no período de creche.] Ceará, 2005. p.264-289.
Thesis (Doctorate in Zootechnia ). Federal University of Ceará.
The research was developed in the Sector of Swine of the Department of
Zootechnia of the Center of Agrarian Sciences of the Federal University of Ceará.
The experiment had the duration of 21 days and it was accomplished with the objective
of evaluating the diarrhea occurrence in piglets submitted to diets containing different
sources of animal and vegetal protein origin during the phase 1 (21-42 days of age) of
the nursery period. Initially, 80 male pigs of commercial lineage weaned to the 21 days
of age and with medium weight of 5,49kg participated in the assay. The experiment
followed randomized blocks, with 5 treatments, 4 repetitions and 4 animals per
repetition in the 1st week, 3 animals per repetition the 2nd week and 2 animals per
repetition in the 3rd week (end of phase 1), being made the unfolding in a factorial
model 2 x 2 + 1, composed by two sources of animal protein (meat meal - MM and
powdered sanguine plasma - PSP), two sources of vegetal protein (cotton meal -
CM and cashew nut meal - CNM) and an additional one (diet control - T1). The
criterion for the formation of the blocks was the initial weight of the piglets and, the
experimental unit was the piglet. Besides, the test of the Reason of Verisimilitude was
used to compare the effects of the factors. The diets were isonutritives with crude
267
protein (CP) of 22% and level of energy of 3.500 kcal DE/kg. The diarrhea
occurrence in the piglets was visually identified and daily annotated at 21 to 42 days of
age. The experiment demonstrated that the inclusion of 5% of PSP in substitution to the
skimmed powdered milk, in diets of the first week of the nursery phase, it was viable
with regard for the diarrhea occurrence in the piglets; the inclusion of 15% of CM or
15% of CNM, in partial substitution to the soybean meal, was satisfactory in
relation to the parameter studied during the first week of the nursery period.
Key words: animal and vegetal proteins, diarrhea occurrence, diets, nursery, piglets.
268
1 – INTRODUÇÃO
1.1 – Considerações Iniciais
A integridade anatômica do trato gastrintestinal (macro e microscopicamente)
é fundamental para que os processos digestivos possam ocorrer normalmente e, em
leitões, o período pós-desmama é caracterizado por perda de peso e ocorrência de
diarréia (ETHERIDGE et al., 1984), assim sendo BARNETT et al. (1989) afirmaram que
frequentemente é observado diarréia em leitões dos 4-5 aos 15 dias as o desmame,
com intensidade máxima atingida aos 10 dias. Para HAMPSON (1994), a incincia de
diarréia durante os primeiros 5 a 10 dias pós-desmame foi o maior problema na fase de
creche.
A diarréia ocorre quando há um desequilíbrio entre a secreção e a absorção
de água, levando ao aumento da freqüência de defecação e no volume de fezes. A
diarréia por má absorção, em geral, se deve à perda da mucosa gastrintestinal com
conseqüente redução das vilosidades (CUNNINGHAM e HERDT, 1999). Essas
reduções nas vilosidades acontecem devido à perda dos enterócitos está relativamente
aumentada com relação à velocidade de reposição celular. A diarréia secretória ocorre
quando a velocidade de secreção intestinal ultrapassa a capacidade absortiva,
principalmente por secreção inadequada das células da cripta, onde seu epitélio é
estimulado anormalmente, na maioria das vezes por enterotoxinas de origem
bacteriana (NEWBY, 1985 e CUNNINGHAM, 1992). A diarréia secretória causada pela
Escherichia coli
produtora de enterotoxinas é uma enfermidade extremamente comum
em bezerros e leitões neonatos (CUNNINGHAM e HERDT, 1999). Saber se o leitão
está acometido por uma diarréia por má absorção ou diarréia secretória é
extremamente difícil porque geralmente ambos os tipos se manifestam
simultaneamente no animal, em menor ou maior proporção, portanto a partir deste
momento passa-se a referir somente ao termo diarréia.
É bom que se tenha em mente que as perturbações digestivas não são
causadas apenas pelas cepas patógenas. As disbacterioses, termo que se refere às
mudanças no número ou composição das bactérias intestinais não patógenas do
comensal, também podem lhe originar tais problemas. Segundo KIMURA et. al. (1976),
a disbacteriose não é tanto uma infeão e sim um desequilíbrio microbiano.
269
Existem outras imeras causas que podem levar a um quadro de diarréia.
Neste sentido é importante se salientar que os resíduos alimentares o digeridos e
não absorvidos pelos leitões servem como substrato para fermentação pela microflora
intestinal, com a conseqüente produção de ácido lático e ácidos graxos voláteis que,
juntamente com os resíduos alimentares ainda restantes, e os minerais, aumentam a
osmolaridade do conteúdo intestinal, dificultando o processo de reabsorção de água e
resultando num afluxo de água para a luz intestinal, desencadeando diarréia
(ETHERIDGE et al., 1984; BERTO, 1993a).
Por este prisma, ARMSTRONG e CLINE (1977), LINDEMANN et al. (1986),
MORES et al. (1990), ROPPA (1998) e ALLEE e TOUCHETTE (1999) recomendaram
que altos níveis de proteína não fossem utilizados na dieta de leitões após o desmame,
pois elas promovem uma diminuição na quantidade de ácido clorídrico. Quando os
níveis de proteína bruta excedem a capacidade digestiva e absortiva do leitão, um
grande montante de material nitrogenado indigestível ou não absorvido sofrerá
putrefação favorecendo a proliferação de cepas patogênicas, entre as quais a
Escherichia coli patogênica, e resultando em severa diarréia nutricional (DONG et al.,
1996). O processo inicia-se quando a proteína é metabolizada por um grupo de
bactérias dentre as quais destacamos os Bacterioides, Clostridium, Enterobacterium,
Lactobacilos e Estreptococos. Sabe-se que estas bactérias possuem a habilidade de
produzir diaminas, tais como a putrescina, cadaverina, histamina e tiramina, via
descarboxilação de amincidos (tirosina, triptófano e lisina) e ruptura de poliaminas.
As diaminas tem sido implicadas na etiologia da colibacilose pós-desmama (GASKINS,
2001).
Determinados componentes da dieta ou alterações na dieta também podem
influir na colonização intestinal por patógenos. Por exemplo, os polissacarídeos não
amiláceos (PNAs) podem atuar modificando a viscosidade do conteúdo intestinal e
portanto, alterando a acessibilidade da dieta aos pontos receptores, que ocasiona a
redução da digestibilidade dos nutrientes e sua absorção (PLUSKE et al., 2003), e/ou
afetando a motilidade intestinal (DEPLANCHE e GASKINS, 2001). A redução do tempo
de transito da digesta no intestino delgado acarreta maior tempo para que os
patógenos microbianos, como a Escherichia coli, proliferem causando diarréia
(PLUSKE et al., 2003).
egundo McCRACKEN et al. (1999) e ZIJLSTRA et al. (1999), uma possível
causa para a diarréia é a destruição do epitélio viloso com a inflamação da mucosa
intestinal por microrganismos. O epitélio viloso tamm estará diminuído com a
270
redução no consumo alimentar, logo após o desmame (TEIXEIRA et al., 2001); neste
caso haverá um conseqüente prejuízo na digestão e absorção de nutrientes que
podem servir como substrato para microflora patógena, que passa a se multiplicar em
demasia, causando diarréia.
Componentes antinicos de origem alimentar causam uma resposta imune a
nível de mucosa intestinal ocasionando sua inflamação (LI et al., 1990 e 1991). Esta
reação pode ser severa a ponto de diminuir o desempenho do animal, e aumentar a
incidência de diarréia principalmente em leitões jovens (NEWBY, 1985; BERTO, 1993b
e LALLES, 1993).
Um importante componente dos mecanismos controladores dos problemas
entéricos é o sistema imune digestivo, uma vez que previne o ataque e a penetração,
no epitélio intestinal, de microrganismos e componentes antigênicos de origem
alimentar (NEWBY, 1985 e BERTO, 1993b). Tendo a mesma linha de raciocínio
GREENBERG e CELLO (1996) afirmaram que preparações de imunoglobulinas G não
específicas (IgG) reduzem a incidência de diarréia quando dado oralmente para
pacientes humanos HIV positivo infectados com Cryptosporidium parvum.
RUMP et al. (1992) e YOKOYAMA et al. (1992) tamm verificaram que
preparações imunoglobulínicas derivadas de produto animal têm demonstrado conter
títulos mensuráveis de anticorpos contra uma variedade de bactérias patogênicas,
oferecendo uma potencial profilaxia e solução terapêutica para diarréias em leitões nos
primeiros dias de vida. Explorando este assunto, NOLLET et al. (1999) relataram que o
plasma sanguíneo em pó (PSP) possui a habilidade de prevenir a adesão de
microrganismos patógenos à mucosa intestinal devido à presença de imunoglobulinas.
A adesão da Escherichia coli enterotoxigênica ao epitélio intestinal ocorre na maioria
das desordens gastrintestinais de neonatais e leitões desmamados precocemente
(HAMPSON, 1994 e NAGY e FEKETE, 1999). Também é importante ressaltar que a
fração imunoglobulina presente no ovo pode se ligar às bactérias intraluminais,
prevenindo a secreção de enterotoxinas e evitando a diarréia (HANSEN et al., 1993).
Já os carboidratos mucínicos individuais tem a capacidade tanto de repelir como de
envolver os aderentes da superfície microbiana (fímbrias), evitando a adesão das
cepas patógenas com a mucosa (KELLY e KING, 2001). BERTOL et al. (1996)
informaram que a lactose é um substrato específico para os lactobacilos, que pode
regular a flora intestinal e promover uma melhora no ambiente intestinal dos leitões
prevenindo a diarréia.
271
1.2 - Antecedentes Experimentais
ROBINSON et al. (1984) verificaram que 88% dos microrganismos isolados
dos leitões com disenteria eram Gram negativos.
Um aumento numérico na incidência de diarréia foi observado por TEIXEIRA
et al. (2003), quando utilizaram dietas suplementadas com farinha de carne e ossos
com médio e alto nível de contaminação bacteriana; comparando-as com rações sem
farinha de carne e ossos e ração com farinha de carne e ossos com baixa
contaminação. Deste modo os autores concluem que a incincia de diarréia está
diretamente relacionada com a contaminação do alimento.
DAT e YU (2003), utilizaram leitões com 40 dias de idade em um experimento
alimentar de 28 dias para comparar o desempenho dos mesmos em relação a dietas
formuladas com 5% de farinha de peixe (FP), 6% de farinha de carne e ossos (FCO),
ou 4,8% de farinha de vísceras de aves (FVA). As dietas eram isonutritivas e foram
oferecidas à vontade. Os resultados indicaram que a fonte protéica não teve efeito na
incidência de diarréia, embora numericamente, a FVA tenha apresentado os melhores
resultados, seguido pela FCO e por último a FP. Os autores também concluíram que a
FCO e a FVA produziram uma redução de 5-10% no custo alimentar.
Vários estudos tem demonstrado que o plasma animal em (PAP) reduz a
incidência e severidade da diarréia pós-desmame particularmente durante os primeiros
14 dias em suínos (VAN der PEET-SCHWERING e BINNENDIJK, 1995 e FEDALTO et
al., 2002), diminuindo a mortalidade dos leitões (BOSI et al., 2001). A razão para o fato,
é que o PAP exerce um efeito protetor antimicrobiano intestinal no leitão imaturo, como
comprovaram GATNAU et al. (1995b) e JIANG et al. (2000).
VAN der PEET-SCHWERING e BINNENDIJK (1995) realizaram um
experimento de 34 dias com leitões desmamados aos 28 dias de idade que foram
submetidos a quatro tratamentos: T1 - ração com proteína animal e 0% de plasma
suíno em pó (PsuP); T2 - ração com proteína animal e 5% de PSuP; T3 - ração com
proteína vegetal e 0% de PSuP; T4 - ração com proteína vegetal e 5% de PSuP. De 1-
14 dias administraram as rações experimentais e posteriormente os leitões foram
alimentados com rações iniciais comerciais. Os animais foram analisados quanto à
presença de diarréia de 1 a 7 dias; de 8 a 14 dias e de 15 a 21 dias do período pós-
desmama. Os autores observaram que a maior incincia de diarréia ocorreu nos
primeiros 14 dias pós-desmame, com uma redução marcante na terceira semana.
Durante as duas primeiras semanas, os animais que consumiam dietas com PSuP
272
tiveram uma incidência de diarréia significativamente menor que aqueles que não
receberam PSuP. Outro fato interessante é que não houve diferenças significativas
quanto à ocorrência de diarréia entre os leitões que consumiram dietas com fontes de
proteína animal ou vegetal.
Dois ensaios dietéticos com quatro níveis (0, 20, 40 e 60%) de substituição do
farelo de soja (FS) pela soja integral extrusada (SIE) foram efetuados por BERTOL et
al. (2001a), utilizando leitões desmamados aos 21 dias de idade. No experimento 1 o
FS tinha 48% de proteína bruta - PB e no experimento 2 o FS tinha 44% PB, porém as
rações do experimento 1 e 2 foram isonutritivas. As dietas foram fornecidas a partir do
desmame durante 14 dias. No período seguinte, foi fornecida a mesma dieta inicial a
todos os leitões, do 15
o
ao 35
o
dia as o desmame. Todas as dietas iniciais do
experimento 1 continham 14% de soro de leite em . No experimento 2 foram
adotados os mesmos critérios do experimento 1, entretanto as dietas iniciais continham
18% de soro de leite em pó e apresentavam outros níveis nutricionais. Os
pesquisadores concluíram que em ambos os experimentos, o houve efeito
significativo dos tratamentos sobre o número de leitões que apresentaram diarréia,
bem como sobre o número de dias com diarréia.
BERTOL et al. (2001b) realizaram dois experimentos com quatro níveis (0, 25,
50 e 75%, no experimento 1) e (0, 20, 40 e 60%, no experimento 2) de substituição do
farelo de soja (FS) pela proteína texturizada de soja (PTS) na dieta de leitões
desmamados aos 21 dias de idade. As dietas foram fornecidas no período de 14 dias
pós-desmame. Na fase seguinte, foi administrada a mesma dieta inicial a todos os
leitões, do 15
o
ao 35
o
dia as o desmame. As dietas do experimento 1 e 2 foram
isonutritivas e continham tamm os mesmos níveis de soro de leite em pó (18%).
Observou-se que o número de leitões que apresentaram diarréia foi significativamente
reduzido com a substituição do FS pela PTS. O número de leitões que apresentaram
diarréia, estratificados de acordo com o número de dias de duração da mesma,
apresentou relação semelhante, contudo menos consistente estatisticamente. Os
autores concluíram que a utilização da PTS em substituição ao FS teve efeito benéfico
na redução da ocorrência de diarréia e que a PTS é um ingrediente potencialmente
mais digestível que o FS por conter proteínas com menor atividade biológica e com
menor nível de agressão à mucosa intestinal.
Um trabalho dietético em que o farelo de soja (FS) foi substituído em 50% por
soja integral extrusada (SIE), proteína texturizada de soja (PTS) e proteína
concentrada de soja (PCS) foi executado por BERTOL et al. (2001c), utilizando leitões
273
desmamados aos 21 dias de idade. As dietas foram fornecidas por 14 dias a partir do
desmame e eram isonutritivas, além de conter tamm os mesmos níveis de soro de
leite em pó (10%) e lactose (14%). A ocorrência de diarréia e o número de dias em que
os leitões apresentaram diarréia foram muito baixos e não foram afetados
significativamente pelos tratamentos. Os pesquisadores concluíram que os
subprodutos SIE, PTS e PCS não apresentaram diferenças entre si como substitutos
parciais do FS na dieta de leitões desmamados aos 21 dias de idade.
274
2 – MATERIAL E MÉTODOS
2.1 - Localização e Duração do Trabalho de Campo
A pesquisa de campo foi conduzida no Setor de Suinocultura do Departamento
de Zootecnia do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Ceará
(CCA/UFC), situado no Campus do Pici, em Fortaleza – Ceará.
A avaliação da ocorrência de diarréia teve a duração de 21 dias,
correspondendo a fase 1 (21-42 dias de idade) do período de creche.
2.2 – Instalações e Equipamentos
Para a realização do experimento foi utilizado um galpão aberto, construído
com alvenaria, pé direito com altura de 2,50m, cobertura com telha de barro e piso
compacto de cimento com rugosidade média e declividade em torno de 3%. O mesmo
era dividido lateralmente, por meio de paredes de alvenaria de 1,00m de altura, em 32
baias, sendo 16 baias para cada lado do galpão, divididas por um corredor de 1,00m
de largura. Entretanto, usou-se apenas 20 baias, desprezando-se as três primeiras
baias de cada extremidade e de cada lado do galpão.
A área física de cada baia media 1,50m de largura por 3,00m de comprimento.
Em seu interior encontrava-se um comedouro de cimento situado próximo ao corredor
frontal e um bebedouro tipo chupeta (Figura VI.1) em extremidade oposta, situado nas
imediações do ralo para escoamento de dejetos. No centro de cada baia foi instalada,
de forma suspensa a uma altura de 0,50m do piso, uma lâmpada incandescente de
100W.
As pesagens dos animais e das sobras de ração foram realizadas em balança
eletrônica, com divisões de 0,1kg, instalada no corredor do galpão.
275
FIGURA VI.1 – Área interna da baia com destaque para o bebedouro tipo
chupeta e para lâmpada incandescente.
2.3 – Animais Experimentais
Para a ocorrência de diarréia foram utilizados, inicialmente, 80 leitões machos
de uma mesma linhagem comercial, desmamados com 21 dias de idade, com peso
médio de 5,49kg, e que haviam recebido ração pré-inicial à base de milho, farelo de
soja e concentrado para leitões lactentes, a partir do 7º dia de vida. Os mesmos foram
provenientes de uma granja suinícola situada no município de Croatá - CE.
2.4 - Dietas Experimentais
As dietas constaram de cinco rações, com nível de energia de 3.500 Kcal
ED/kg e proteína bruta - PB de 22%, de acordo com ROSTAGNO et al. (2000). Na
composição das mesmas entraram ingredientes convencionais como: milho, farelo de
soja, leite em pó desnatado, calcário, fosfato bicálcico, protenose, açúcar, óleo de soja,
sal, premixes mineral e vitamínico e, aminoácidos sintéticos. Em função da natureza de
cada dieta, foi adicionado proteína de origem animal (farinha de carne ou plasma
sanguíneo em pó) e proteína de origem vegetal (farelo de algoo ou farelo da
amêndoa da castanha de caju) em níveis pré-fixados. As dietas que continham o farelo
276
de algodão sofreram a adição de sulfato ferroso monohidratado (FeSO
4
. H
2
O) na
proporção de 1:1000, com o intuito de reduzir um possível efeito nocivo do gossipol
(PINHEIRO, 1972).
Para a formulação das dietas experimentais utilizou-se o programa linear
Sistema de Formulação de Rações de Custo Mínimo(TD SOFTWARE SUPER
CRAC, 1993). As dietas foram elaboradas para serem isocalóricas, isoprotéicas,
isolisínicas, isometionínicas, isocalcíticas, isofosfóricas e isosódicas.
As dietas experimentais adotadas foram as seguintes:
Fase 1 (21-42 dias de idade)
T1 – Dieta basal + 10 % LDP.
T2 – Dieta basal + 5% PSP+ 15% FA.
T3 - Dieta basal + 5% FC + 15% FA.
T4 – Dieta basal + 5% PSP + 15% FACC.
T5 - Dieta basal + 5% FC + 15% FACC.
Dieta basal (milho + farelo de soja); LPD - Leite desnatado em ; PSP - Plasma sanguíneo
em , FA - Farelo de algodão; FACC - Farelo da amêndoa da castanha de caju.
2.5 – Planejamento Estatístico
O delineamento experimental utilizado foi em blocos ao acaso, com 5
tratamentos, 4 repetições e 4 animais por repetição na 1ª semana, 3 animais por
repetição na 2ª semana e 2 animais por repetição na 3ª semana (final da fase 1),
sendo feito um desdobramento num modelo fatorial 2 x 2 + 1, composto por duas
fontes de proteína de origem animal POA (farinha de carne - FC e plasma sanguíneo
em - PSP), duas fontes de proteína de origem vegetal POV (farelo de algodão –
FA e farelo da amêndoa da castanha de caju - FACC) e um adicional (dieta controle
T1). O critério para formação dos blocos foi o peso inicial dos leitões e, a unidade
experimental foi o leitão. Além do mais, foi utilizado o teste da Razão de
Verossimilhança (SAMPAIO, 1998) para comparar os efeitos dos fatores.
Os dados médios para a ocorrência de diarréia foram submetidos à análise
estastica pelo programa Statystical Analysis System (SAS, 1996).
277
2.6 – Procedimentos Adotados
2.6.1 - Procedimento Pré-experimental
Após o recebimento do lote com os 80 leitões desmamados com 21 dias de
idade, foi aferido o peso individual dos animais que logo em seguida eram identificados
por um brinco numerado.
As 20 baias experimentais foram divididas em quatro blocos, aleatoriamente
distribuídos, contendo cada qual os 5 tratamentos que também foram aleatoriamente
sorteados. Levando-se em consideração que cada bloco correspondia a uma
repetição, reservou-se os 20 animais mais pesados para repetição 1, para repetição 2
os 20 medianamente mais pesados, para repetição 3 os 20 medianamente menos
pesados e finalmente para repetição 4 os 20 animais menos pesados. Dentro de cada
repetição, os cinco primeiros animais com maior peso foram sorteados para cada uma
das cinco dietas experimentais existentes, posteriormente utilizou-se o mesmo critério
para os cinco seguintes e assim sucessivamente até completar com os 20 animais de
uma repetição. Ao final, cada baia continha 4 leitões.
Previamente ao iniciar o experimento, os baldes foram identificados quanto ao
número do box, tratamento e repetição; distribuídos entre as baias correspondentes e
enchidos com quantidades conhecidas das respectivas rações experimentais. À
medida que esvaziavam, devido ao consumo dos animais, foram novamente
recarregados com conhecidas porções das dietas indicadas na identificação.
Os leitões tiveram acesso, durante todo o experimento, a água e ração à
vontade, sendo a última fornecida quatro vezes ao dia, sempre nos mesmos horários.
Às lâmpadas incandescentes permaneceram 24h ligadas durante toda a fase 1 do
período de creche.
Ao final da primeira semana experimental, foi sorteado um animal pertencente
a cada baia nas repetições 2 e 3 e estes foram sacrificados para o estudo dos
parâmetros histológicos intestinais. Equilibrando numericamente o número de animais
por baia, tamm foi sorteado e eliminado um leitão pertencente a cada baia nas
repetições 1 e 4. Procedimento semelhante foi feito ao final da segunda semana
experimental. O restante dos animais (dois leitões por baia) que prosseguiram na
terceira semana da fase 1 e durante toda a fase 2 (42-63 dias de idade) foram
utilizados nas analises de outros parâmetros (zootécnicos, microbiológicos, séricos e
ecomicos).
278
2.6.2 – Procedimento Experimental
O estudo da ocorrência de diarréia foi feito em cada baia de cada repetição
diariamente por um único observador, sempre nos mesmos horários, pela manhã e à
tarde. Consistia em observar por aproximadamente 10 minutos os leitões existentes
em uma baia, anotando o número do(s) animal(s) com diarréia. Como era difícil flagrar
o leitão no momento em que ele estivesse defecando, normalmente observou-se o piso
da baia e quando havia sinal de diarréia, verificava-se entre os animais, aquele(s) que
tivesse(m) com a região perianal bastante suja de fezes, indicativo de que o(s)
mesmo(s) estava(m) com diarréia.
Foi considerado como diarréia quando as fezes apresentaram-se de
amolecidas (pastosa) a líquidas (MORES et al., 1990; BERTO, 1993a).
No presente experimento, além da ausência de antibióticos nas dietas, os
animais que apresentaram diarréia não foram medicados, para que não se mascarasse
o efeito das dietas experimentais sobre este parâmetro.
279
3 – RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados referentes à ocorrência de diarréia dos leitões submetidos a
dietas contendo diferentes fontes de proteínas de origem animal, independentemente
das fontes protéicas de origem vegetal, durante a fase 1 (21-42 dias de idade) do
período de creche, encontram-se na Tabela VI.1.
TABELA VI.1 Ocorrência de diarréia (%), por proteína animal, em leitões
submetidos a dietas com diferentes fontes protéicas durante a
fase 1 (21-42 dias de idade) do período de creche.
Semanas
POA
1
2
3
PSP
40,62% B
8,33%
6,25%
FC
12,50% A
8,33%
6,25%
Controle
18,75% AB
---
12,50%
POA Proteína de origem animal: PSP Plasma sanguíneo em , FC - Farinha de carne.
Os dados que geraram esta Tabela foram analisados pelo Teste da Razão de Verossimilhança
e encontram-se nos Anexos na Tabela VI.1A.
Percentuais de uma mesma coluna seguidos por letras diferentes são estatisticamente
diferentes (P<0,05) pelo teste da Razão de Verossimilhança.
Analisando-se o efeito isolado, para proteína de origem animal
independentemente da proteína de origem vegetal (Tabela VI.1), na primeira semana
experimental da fase 1, verifica-se que houve diferenças significativas (P<0,05) entre
as dietas, sendo a ocorrência de diarréia maior nos leitões que consumiram as rações
contendo plasma sanguíneo em pó (PSP) e menor nas rações contendo farinha de
carne (FC). A ocorrência de diarréia nos animais que se alimentaram com a dieta
controle apresentou um valor intermediário e mostrou-se estatisticamente idêntica aos
tratamentos com PSP e FC. Entretanto, na 2ª e 3ª semana o número de observações
foi insuficiente para se obter qualquer inferência estatística.
280
Observou-se que a maior ocorrência de diarréia ocorreu até 7 dias após o
desmame (semana 1), e que à medida que os animais iam se desenvolvendo o
problema foi minimizado. Diferindo dos resultados dessa pesquisa, VAN der PEET-
SCHWERING e BINNENDIJK (1995) observaram que a maior incidência de diarréia
ocorreu nos primeiros 14 dias pós-desmame.
Alguns estudos têm demonstrado que o PSP reduz a incidência e severidade
da diarréia pós-desmame particularmente durante os primeiros 14 dias em suínos
(VAN der PEET-SCHWERING e BINNENDIJK, 1995 e FEDALTO et al., 2002). A
justificativa, segundo os pesquisadores, é que o PSP exerce um efeito protetor
antimicrobiano intestinal no leitão imaturo, como comprovaram GATNAU et al. (1995b)
e JIANG et al. (2000). Todavia a afirmação dos autores é contrária aos resultados
desta pesquisa.
KIMURA et al. (1976) afirmaram que as mudanças no número ou composição
das bactérias intestinais não patógenas do comensal podem lhe originar problemas de
diarréia. Por outro prisma, MARQUARDT et al. (1999) verificaram que o PSP possui
essencialmente apenas anticorpos contra a cepa (k99) de E. coli que não é um agente
patógeno importante em suínos. Portanto, neste contexto, os leitões que consumiram
dietas contendo o PSP ficaram mais susceptíveis aos casos de diarréia, conforme
verificado na presente pesquisa.
DAT e YU (2003) utilizaram leitões com 40 dias de idade em um experimento
alimentar de 28 dias com dietas formuladas com 5% de farinha de peixe (FP), 6% de
farinha de carne e ossos (FCO), e 4,8% de farinha de vísceras de aves (FVA). Os
resultados indicaram que a fonte protéica o teve efeito na incincia de diarréia.
Portanto, em relação às dietas contendo FC, verifica-se que os resultados dos
referidos autores diferenciam-se dos apresentados nesta pesquisa. Todavia deve-se
considerar que à medida que o leitão amadurece sofre alterações adaptativas em seu
trato gastrintestinal e na microbiota residente, de forma que os casos de diarréia
tendem a decrescer gradualmente até a taxa zero; desta forma é possível que a idade
dos animais (40 dias de idade) possa ter influenciado nos resultados apresentados
pelos pesquisadores.
Alguns autores, entre os quais BERCHIERI JÚNIOR et al. (1989) e
MALMQVIST et al. (1995) afirmaram que a farinha de carne (FC) está freqüentemente
contaminada por patógenos causadores de desordens entéricas. Este fato também é
sustentado por TEIXEIRA et al. (2003) quando observaram um aumento numérico na
incidência de diarréia em frangos de corte, quando utilizaram dietas com farinha de
carne e ossos com médio e alto nível de contaminação bacteriana, comparado à ração
281
sem farinha de carne e ossos e ração com farinha de carne e ossos com baixa
contaminação. Deste modo os autores concluíram que a incincia de diarréia está
diretamente relacionada com a contaminação do alimento. O baixo percentual de
diarréia nos animais que consumiram a FC indica que o produto apresentava uma boa
qualidade bacteriológica.
BERTOL et al. (1996) informaram que a lactose é um substrato específico para
os lactobacilos, que podem regular a microbiota entérica e promover uma melhora no
ambiente intestinal dos leitões prevenindo a diarréia. Por este prisma, verifica-se que
os animais que consumiram a dieta controle, que continha 10% de leite desnatado em
pó (LDP) contra 0% nos demais tratamentos, não apresentaram as melhorias
intestinais propostas pelos autores.
A Tabela VI.2 refere-se à ocorrência de diarréia em leitões submetidos a dietas
contendo diferentes fontes protéicas de origem vegetal, independentemente das fontes
protéicas de origem animal, durante a fase 1 (42-63 dias de idade) do período de
creche.
TABELA VI.2 – Ocorrência de diarréia (%), por proteína vegetal, em leitões
submetidos a dietas com diferentes fontes protéicas durante a
fase 1 (21-42 dias de idade) do período de creche.
Semanas
POV
1
2
3
FA
21,87% A
6,66%
12,50%
FACC
31,25% A
---
---
Controle
18,75% A
---
12,50%
POV - Proteína de origem vegetal: FA - Farelo de algodão, FACC - Farelo da amêndoa da
castanha de caju.
Os dados que geraram esta Tabela foram analisados pelo teste da Razão de Verossimilhança
e encontram-se nos Anexos na Tabela VI.2A.
Percentuais de uma mesma coluna seguidas por letras iguais não são estatisticamente
diferentes (P>0,05) pelo teste da Razão de Verossimilhança.
282
Analisando-se o efeito isolado da proteína de origem vegetal,
independentemente da proteína de origem animal (Tabela VI.2), na primeira semana
experimental da fase 1, verifica-se que na primeira semana não houve diferenças
significativas (P>0,05) entre as dietas contendo farelo de algodão (FA), farelo da
amêndoa da castanha de caju (FACC) e a dieta controle, porém, numericamente, os
animais que consumiram as dietas contendo FACC apresentaram uma maior
incidência de diarréia. Todavia, na 2ª e 3ª semana o número de observações foi
insuficiente para se obter qualquer inferência estatística.
Verificou-se que a maior ocorrência de diarréia ocorreu até 7 dias após o
desmame, e que à medida que os animais iam se desenvolvendo o problema foi
minimizado. Neste sentido, HAMPSON (1994) afirmou que a incidência de diarréia
durante os primeiros 5 a 10 dias s-desmame é o maior problema no período de
creche. BARNETT et al. (1989) relataram que frequentemente é observado diarréia em
leitões até os 15 dias após o desmame.
Um outro fato que chama a atenção, é que nos primeiros 21 dias
experimentais, as bactérias Gram negativas (Tabela IV.5) representaram a maioria dos
microrganismos encontrados nas fezes dos leitões (independentemente da fonte
protéica consumida), entretanto, tamm foi verificado que neste período
concentraram-se os casos de diarréia nos animais. É provável que além da
imaturidade digestiva, a prevalência de grupos bacterianos esteja relacionada com a
ocorrência de diarréia. Este fato é apoiado por ROBINSON et al. (1984) quando
verificaram que 88% dos microrganismos isolados dos leitões com disenteria foram
Gram negativos. Na fase 2 (42-63 dias de idade), o percentual de bactérias Gram
negativas diminuiu razoavelmente (Tabela IV. 7) e os casos de disenteria deixaram de
existir.
Na fase 1 da presente pesquisa, a média de gordura das dietas contendo
FACC foi de 10,43%, contra 8,82% das dietas contendo FA e 4,75% da dieta controle.
É provável que o elevado teor de extrato etéreo associado à imaturidade do trato
gastrintestinal dos leitões nas duas primeiras semanas de vida tenha ocasionado a
maior ocorrência numérica (P>0,05) de diarréia nas rações contendo FACC e FA. Esta
hitese é apoiada por JENSEN et al. (1997) quando comentaram que até os 21-28
dias de idade o sistema digestivo dos leitões não produz quantidades apreciáveis de
lipases, amilases e outras enzimas que degradam os nutrientes contidos em matérias
primas de origem vegetal. O aumento na produção das enzimas ocorre gradualmente
com a idade (SHIELDS Jr. et al., 1980).
283
Quanto à dieta controle, observa-se que os dados desse ensaio assemelham-
se aos encontrados por BERTOL et al. (2001c) quando utilizaram leitões dos 21 aos 35
dias de idade, e concluíram que a ocorrência de diarréia foi reduzida nos tratamentos
contendo a dieta controle formulada com farelo de soja + 50% de diferentes
subprodutos da soja.
BERTOL et al. (2001a) utilizaram uma dieta controle produzida com soja
integral extrusada (0, 20, 40 e 60%) na alimentação de leitões dos 21 aos 35 dias de
idade e verificaram que não houve efeito significativo dos tratamentos sobre o número
de leitões que apresentaram diarréia. Desta forma, os resultados dos autores
assemelham-se aos encontrados nesta pesquisa.
Em outro ensaio, BERTOL et al. (2001b) realizaram dois experimentos com
leitões desmamados aos 21 e 35 dias de idade e relataram que a dieta controle
formulada com proteína texturizada de soja (PTS) teve efeito befico na redução da
ocorrência de diarréia nos primeiros 14 dias de ensaio. A observação dos autores foi
diferente dos resultados dessa pesquisa, contudo devemos considerar que a PTS é um
ingrediente potencialmente mais digestível que o FS por conter proteínas com menor
atividade biológica e com menor nível de agressão à mucosa intestinal.
A dieta controle da fase 1 continha 32% de farelo de soja, e portanto,
teoricamente, os maiores níveis de inibidores de proteases que poderiam afetar a
digestibilidade da mesma ocasionando diarréia nos leitões. Este fato é apoiado por
SMITS et al. (1999) quando verificaram que a redução da digestibilidade dos nutrientes
da dieta pode alterar a microbiota intestinal e ocasionar enfermidades entéricas.
Entretanto verificou-se que a dieta controle apresentou, numericamente (P>0,05), a
menor ocorrência de diarréia.
284
4 - CONCLUSÕES
As seguintes conclusões podem ser apresentadas em relação a ocorrência de
diarréia:
A substituição do leite desnatado em pó pelo plasma sanguíneo em , como
fonte de proteína de origem animal, nas dietas da primeira semana do período de
creche, é viável em relação à ocorrência de diarréia nos leitões.
A inclusão de 15% de FA ou 15% do FACC, em substituição parcial ao farelo
de soja, como fontes protéicas de origem vegetal, nas dietas da primeira semana do
período de creche, é satisfatória em relação ao parâmetro pesquisado.
285
5 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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290
CAPÍTULO VII
ALISE ECONÔMICA DA PRODUÇÃO DE LEITÕES SUBMETIDOS A
DIETAS COM DIFERENTES FONTES DE PROTEÍNA DE ORIGEM
ANIMAL E VEGETAL NO PERÍODO DE CRECHE
RESUMO
PINHEIRO, F. M. L.
Análise econômica da produção de leitões submetidos
a dietas com diferentes fontes de proteína de origem animal e vegetal no período
de creche.
[Economical analysis of the production of piglets submitted to diets
containing different animal and vegetal protein sources in nursery period.] Ceará, 2005.
p.290-318. Tese (Doutorado em Zootecnia). Universidade Federal do Ceará.
A pesquisa foi conduzida no Setor de Suinocultura do Centro de Ciências
Agrárias do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal do Ceará. Foi
utilizado um galpão convencional aberto, construído com alvenaria e dividido
lateralmente, por meio de paredes com 1,00m de altura, em 32 baias, entretanto, usou-
se apenas 20 baias. O experimento teve a duração de 42 dias e foi realizado com o
objetivo de avaliar economicamente a produção em leitões submetidos a dietas com
diferentes fontes de proteína de origem animal e vegetal durante o período de creche
(21 a 63 dias de idade). Participou do estudo 40 leitões machos de linhagem comercial
desmamados aos 21 dias de idade e com peso médio de 5,38kg. O delineamento
experimental utilizado foi em blocos ao acaso, com 5 tratamentos, 4 repetições e 4
animais por repetição na 1ª semana, 3 animais por repetição na 2ª semana e 2 animais
por repetição na 3ª semana (final da fase 1) e por toda a fase 2, sendo feito o
desdobramento num modelo fatorial 2 x 2 + 1, composto de duas fontes protéicas
animal (farinha de carne - FC e plasma sanguíneo em pó PSP), duas fontes protéicas
vegetal (farelo de algodão - FA e farinha da amêndoa da castanha de caju - FACC) e
um adicional (dieta controle - T1). O critério para formação dos blocos foi o peso inicial
291
dos leitões e a unidade experimental foi a baia contendo dois leitões. As dietas
experimentais foram isonutritivas com 22% PB e 3.500 kcal ED/kg na fase 1 e 21% PB
e 3.400 kcal ED/kg na fase 2. O experimento demonstrou que a dieta T2 (PSP + FA)
propiciou os melhores resultados para margem bruta, margem bruta percentual e
índice de lucratividade. O ponto de nivelamento em relação ao custo operacional total
revelou os melhores resultados para os tratamentos T2 (PSP + FA) e T4 (PSP +
FACC), ou seja, os tratamentos contendo o PSP, independentemente da fonte protéica
vegetal com os quais estavam combinados. A melhor resposta econômica para
produção de 1kg de PV foi obtida com a dieta contendo PSP e FA (T2).
Palavras-chave: creche, custos de produção, dietas, leitões, proteínas animal e
vegetal.
292
CHAPTER VII
ECONOMICAL ANALYSIS OF THE PRODUCTION OF PIGLETS
SUBMITTED TO DIETS CONTAINING DIFFERENT ANIMAL AND
VEGETAL PROTEIN SOURCES IN NURSERY PERIOD
ABSTRACT
PINHEIRO, F. M. L.
Economical analysis of the production of piglets
submitted to diets containing different animal and vegetal protein sources in
nursery period.
[Alise econômica da produção de leitões submetidos a dietas com
diferentes fontes de proteína de origem animal e vegetal no período de creche.] Ceará,
2005. p.290-318. Thesis (Doctorate in Zootechnia). Federal University of Ceará.
The research was developed in the Sector of Swine of the Department of
Zootechnia of the Center of Agrarian Sciences of the Federal University of Ceará.
An open conventional hangar was used, which was built with masonry and divided
sidelong, through walls with 1,00m of height, in 32 stalls, however, only 20 stalls were
used. The experiment had the duration of 42 days and it was accomplished with the
objective of evaluating economically, the production in piglets submitted to diets with
different sources of animal and vegetal origin protein during the nursery period (21 to 63
days of age). 40 male piglets of commercial lineage weaned to the 21 days of age and
with medium weight of 5,38kg participated in the study. The experiment followed
randomized blocks, with 5 treatments, 4 repetitions with 4 animals per repetition in
the 1st week, 3 animals per repetition in the 2nd week and 2 animals for repetition
in the 3rd week (end of phase 1) and for the whole phase 2, it was made the
unfolding in a factorial model 2 x 2 + 1, composed by two sources of animal protein
(meat meal - MM and powdered sanguine plasma - PSP), two sources of vegetal
protein (cotton meal - CM and cashew nut meal - CNM) and an additional one (diet
control - T1). The criterion for formation of the blocks was the initial weight of the
293
piglets and the experimental unit was the stall containing two piglets. The experimental
diets were isonutritives with crude protein (CP) of 22% and level of energy of 3.500
kcal DE/kg in phase 1 and 21% CP and 3.400 kcal DE/kg in phase 2. The
experiment demonstrated that the diet T2 (PSP + CM) propitiated the best results for
gross margin, percentile gross margin and profitability index. The leveling point in
relation to the total operational cost revealed the best results for the treatments T2
(PSP + CM) and T4 (PSP + CNM), in other words, the treatments containing PSP,
independently of the source of vegetal protein with which were combined. The best
economical answer for production of 1kg of WB was obtained with the diet containing
PSP and CM (T2).
Key words: animal and vegetal proteins, diets, nursery, piglets, production costs.
294
1 - INTRODUÇÃO
A moderna suinocultura é uma atividade voltada para a produção de suínos
para abate e/ou animais destinados à reprodução. Esquematicamente podemos
representar a produção como sendo uma Fábrica de Suínos” (Figura VII.1).
Fonte: SESTI e SOBESTIANSKY (1998).
FIGURA VII.1 Representação esquemática de um sistema de produção de
leitões como uma Fábrica de Suínos.
Para que essa fábrica seja eficiente e lucrativa, é necessário uma perfeita
interação e sincronização entre a getica e a nutrição, consideradas matérias-primas,
com as áreas de suporte da linha de montagem, ou seja, as instalações, o manejo e os
recursos humanos, de modo que os efeitos das forças negativas à produção,
representados pelo ambiente adverso e os patógenos, sejam controlados e
minimizados ou, preferencialmente, eliminados. Além disso, para que essa fabrica
crea e permaneça viável economicamente, é absolutamente essencial um constante
trabalho de modernização, adaptação e melhoria da qualidade de todos os fatores
acima citados, através do uso de novas tecnologias (SESTI e SOBESTIANSKY, 1998).
Genética
Nutrição
Ambiente
adverso
Patógeno
Manejo
Recursos
humanos
Instalações
R$
295
O termo tecnologia refere-se a um conjunto de partes do conhecimento,
prático e/ou teórico, que toma especificidade ao assumir formas concretas de aplicação
em determinada atividade. Esse conjunto abrange desde procedimentos, métodos,
experiências, know-how, até mecanismos e equipamentos (CAMPOS, 2001).
LACKI (1995) acentuou que os baixíssimos rendimentos são reflexos de erros
elementares que os produtores cometem no uso dos recursos e na aplicação de
tecnologias. Atualmente, estão disponíveis aos produtores importantes tecnologias de
produção que irão desempenhar papel fundamental no crescimento e consolidação da
moderna suinocultura. Entre as mais importantes destacamos o desmame precoce,
que vem se expandindo em vários países, e as tecnologias envolvendo a nutrição
animal, que segundo RODRIGUEZ et al. (1996), representa 50 a 60% do custo de
produção.
A base para a sobrevivência dessas novas tecnologias perante os produtores
é representada por uma produtividade com menores custos de produção (SESTI e
SOBESTIANSKY, 1998), que não demande altos investimentos de recursos financeiros
e que possibilite a obtenção de bons índices de produtividade (LEITE et al., 2001).
Neste contexto PILAU et al. (2003), explicaram que os trabalhos de pesquisa, muitas
vezes, buscam otimizar o potencial biológico do sistema de produção empregado, não
sendo a sua viabilidade ecomica (menores custos) o fator determinante para avaliar
o sucesso dos resultados obtidos, contudo, é a repercussão econômica de uma nova
tecnologia no sistema de produção que determinará a sua adoção por parte dos
produtores rurais.
Um dos pontos de estrangulamento que ocorre no agronecio, incluindo a
suinocultura, está relacionado com a deficiência nas avaliações econômicas da
atividade. Assim sendo são comuns diferenças de resultado entre empresas de mesmo
tipo e tamanho, o que somente poderá ser explicado mediante alise de resultados
ecomicos das mesmas (MADALOZZO, 2005). A análise dos resultados econômicos
de uma empresa fornece a base para identificação do nível de eficiência em que a
empresa opera (SILVA FILHO, 2004). É a partir dela que o produtor localiza os pontos
fracos, para depois concentrar esforços gerenciais e tecnológicos para obter sucesso
na sua atividade e atingir os seus objetivos de maximização de lucros e minimização
de custos (LOPES e CARVALHO, 2000). Em outras palavras, MOURA (1995) verificou
que é pela alise econômica e pelos resultados monetários encontrados em cada
atividade que o produtor passa a conhecer melhor a sua empresa, para tomar,
conscientemente, decisões acertadas e ver o seu estabelecimento agropecuário como
296
um negócio. Atualmente, aumentar os desempenhos produtivo e econômico da
atividade se constitui no objetivo mais importante das decisões (CEZAR, 2001).
O marco de largada para se fazer uma análise econômica básica em qualquer
atividade é tendo acesso aos registros de todos os gastos e todas as vendas. A partir
deste ponto pode-se acrescentar uma série de variáveis que podem interferir, direta ou
indiretamente, na dimica da empresa, tais como: a depreciação dos bens fixos, taxas
de juros, empréstimos, rentabilidade do capital aplicado, etc. O setor responsável em
coletar, processar e repassar estas informações aos analistas financeiros é o setor
contábil, que segundo MARION (1993), afere a riqueza da empresa; um dos primeiros
parâmetros a ser apurado por este setor são os custos envolvidos no processo de
produção.
MATSUNAGA et al. (1976) relataram que freqüentemente os custos médios de
produção das culturas superam os preços de mercado. Com isso, especialistas em
economia da produção foram levados a discutir a respeito dos custos de produção
utilizados até então, surgindo a alternativa da utilização do chamado custo operacional.
MARTIN et al. (1998) tamm sugeriram o conceito de custo operacional de produção
para se estimar os custos de atividades agropecuárias. A utilização do contexto de
custo operacional se justifica pelo fato do mesmo avaliar, além do desembolso
necessário à produção, o custo de reposição do material efetivamente empregado no
processo produtivo. Tal mecanismo facilita o processo de tomada de decisão do
produtor, no sentido de continuar ou não numa determinada atividade a curto prazo
(CARVALHO, 2000).
O custo operacional compõe-se de todos os custos variáveis (aqueles gastos
específicos de uma atividade agrícola ou pecuária e que variam em proporção mais ou
menos direta com as quantidades produzidas da referida atividade) representados
pelos dispêndios em mão-de-obra temporária (diarista) contratada, alimentação,
vacinas, medicamentos, juros bancários, conservação de máquinas, equipamentos e
benfeitorias e outros. A estes custos, que denotam dispêndio efetivo (desembolso),
denomina-se Custo Operacional Efetivo (COE).
O Custo Operacional Total (COT) é formado pelo COE adicionado aos custos
fixos (que não variam com as quantidades produzidas). Os custos fixos são
representados pela depreciação dos bens duráveis (máquinas, equipamentos e
benfeitorias), pelos empregados na atividade, pela depreciação de animais de serviços,
de reprodutores e de matrizes compradas para melhoramento do rebanho, pelo valor
da mão-de-obra familiar, pelos impostos, pelas taxas e parte das despesas gerais que
297
são comuns à empresa como um todo ou a determinadas atividades. De acordo com
SANGUÊDO (1971), o custo fixo total está em torno de 5,1%, enquanto para PEREIRA
e OLIVEIRA (1971), o custo fixo chega a alcançar até 6,3%.
Um outro parâmetro que deve ser apurado para poder compor a análise
financeira de uma empresa é a renda bruta. A Renda Bruta (RB) da atividade é
definida como o valor de produção total da empresa durante certo período contábil,
quer seja vendida ou não. Assim sendo, compreende a produção obtida durante um
período contábil que é vendida, usada para o consumo familiar, como semente ou
ração para os animais, para pagamentos em espécie, doada a parentes e amigos e
que é armazenada durante ou no final do período contábil (CAMPOS, 2001). O mesmo
autor ensina que, ao se calcular a renda bruta, os componentes da produção que não
são vendidos devem ser avaliados pelo preço de mercado. Em alguns casos, o cálculo
é direto, simplesmente a quantidade produzida multiplicada pelo preço. Em outras
situações, como nos casos de culturas perenes e rebanhos, que mudam de valor
durante o período contábil, existe a necessidade de se fazer a devida avaliação
durante este período. Desta forma, a renda bruta (RB) na pecuária pode ser calculada
da seguinte forma:
RB =
(+) vendas de animais;
(+) valor dos animais abatidos para o consumo doméstico, fornecidos
para pagamentos em espécie e doações;
(+) valor dos animais do rebanho ao final do período contábil;
(+) valor de subprodutos da pecuária (peles, leite, etc);
(-) compras de animais;
(-) valor dos animais obtidos como pagamentos em escie e doações;
(-) valor dos animais do rebanho no início do período contábil.
A partir dos valores obtidos com os custos e com a renda da produção, alguns
indicadores econômicos de rentabilidade do negócio podem ser calculados.
Inicialmente tem-se o Lucro Operacional (LO), que indica a lucratividade da atividade a
curto prazo, seguido pela Margem Bruta (MB) e Margem Líquida (ML).
A Margem Bruta (MB) indica o que sobra de dinheiro, no curto prazo, para
remunerar os custos fixos. Segundo NOGUEIRA et al. (2001) têm-se:
MB > 0 significa que a RB é superior ao COE e o produtor pode permanecer
na atividade, no curto prazo, se a mão-de-obra familiar for remunerada;
298
MB = 0 – ocorre quando a RB é igual ao COE. Neste caso, a mão-de-obra
familiar não é remunerada e, se o produtor não tem outra atividade, o
resistirá por muito tempo no negócio;
MB < 0 – acontece quando a RB é inferior ao COE. Significa que a atividade
está resultando em prejuízo, visto que não cobre nem os desembolsos
efetivos.
Conforme MESQUITA (1975), numa dieta com solução ótima, podem ocorrer
mudanças nos preços de um ou mais ingredientes, sendo que a fórmula da ração
permanece a mesma. Desta forma, é possível que a mudança de preços dos
ingredientes considerados não seja alta o bastante para alterar a solução ótima,
mantendo assim a Margem Bruta.
A Margem Líquida (ML) mede a lucratividade da atividade a longo prazo,
mostrando as condições financeiras e operacionais da atividade. Tamm segundo
NOGUEIRA et al. (2001) têm-se:
ML > 0 – significa que a RB é superior ao COT e o produtor pode permanecer
na atividade no longo prazo;
ML = 0 - ocorre quando a RB é igual ao COT. Neste caso, as depreciações e a
remuneração da mão-de-obra familiar estão sendo cobertas, mas o
capital o foi remunerado;
MB < 0 – acontece quando a RB é inferior ao COT. Significa que alguns dos
fatores de produção não estão sendo remunerados e o produtor
encontra-se em processo de descapitalização.
Por fim, determina-se o Índice de Lucratividade (IL), que de acordo com
MARTIN (1998), expressa a proporção da receita bruta que resta as o pagamento
dos custos operacionais, inclusive a depreciação. De outra forma NOGUEIRA et al.
(2001), informaram que o Índice de Lucratividade (IL) mostra a relação percentual entre
a Margem Líquida e a Renda Bruta, bem como o Lucro (L) resultante da diferença
entre a Renda Bruta (RB) e o Custo Total (CT). Desta forma, temos que:
Lucro > 0 lucro supernormal. A atividade está remunerando todos os fatores
de produção e ainda está originando uma sobraque varia com
a produção;
Lucro = 0 lucro normal. A atividade está remunerando todos os fatores de
produção, inclusive a mão-de-obra familiar e administrativa, a
terra e o capital;
299
Lucro < 0 – prejuízo. Neste caso não requer, necessariamente, prejuízo total,
pois, se a ML for maior do que zero, significa que a atividade está
remunerando a mão-de-obra familiar, as depreciações e, até
mesmo, parte do capital empatado.
A alise econômica ficaria incompleta sem a determinação do Ponto de
Nivelamento (Break-even point). Conforme FREITAS et al. (2004), os indicadores do
ponto de nivelamento, que são o custo operacional total e preço unitário de venda do
produto, permitem calcular quanto está custando à produção em unidades do produto
e, se comparando a produção, quantas unidades do produto estão sobrando, ou
faltando, para remunerar os demais custos de produção. Estudando as várias
combinações de ponto de nivelamento de preços e rendimento, os administradores
podem formar as próprias expectativas sobre a probabilidade de obter uma
combinação de preço e rendimento que cobriria os custos totais.
300
2 – MATERIAL E MÉTODOS
2.1 - Localização e Duração do Trabalho de Campo
A pesquisa de campo foi conduzida no Setor de Suinocultura do Departamento
de Zootecnia do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Ceará
(CCA/UFC), situado no Campus do Pici, em Fortaleza – Ceará.
Iniciou-se em 19 de setembro de 2003 e teve a duração de 42 dias, dividido
em duas fases, sendo a fase 1 o período que correspondia da chegada dos animais,
com 21 dias de idade até os 42 dias de idade e a fase 2 se estendia dos 42 dias de
idade aos 63 dias de idade. A fase total (21-63 dias de idade) correspondeu ao período
de creche.
2.2 - Custo das Instalações, Equipamentos e Mão-de-Obra
Para a realização do experimento foi utilizado um galpão aberto, construído
com alvenaria, pé direito com altura de 2,5m, cobertura com telha de barro e piso
compacto de cimento com rugosidade média e declividade em torno de 3%. O mesmo
era dividido lateralmente, por meio de paredes de alvenaria de 1,00m de altura, em 32
baias, sendo 16 baias para cada lado do galpão, divididas por um corredor de 1,00m
de largura (Figura VII.2). Entretanto, usou-se apenas 20 baias, desprezando-se as três
primeiras baias de cada extremidade e de cada lado do galpão. A área física de cada
baia media 1,50m de largura por 3,00m de comprimento. O galo teve um custo total
de construção de R$ 11.970,00, contudo as 20 baias mobilizadas no experimento
representaram proporcionalmente um custo de R$ 7.481,25.
Os animais e as sobras de ração foram pesadas numa balança eletrônica com
preço estimado em R$ 1.730,00 (Figura VII.3). Vassouras, escovão, lâmpadas, brincos
para identificação e bebedouros tipo chupeta, tiveram um custo de R$ 300,00.
Levando-se em consideração o salário mínimo da época (R$ 260,00), temos
que a mão-de-obra teve uma diária de R$ 11,82 o que perfaz um custo de R$ 496,44
durante todo o período experimental; este custo foi dividido entre os 5 tratamentos (R$
99,29 por tratamento).
301
FIGURA VII.2 Vista geral do galo experimental.
FIGURA VII.3 Balança eletrônica para pesagem dos animais e rações.
2.3 – Animais Experimentais
Foram utilizados inicialmente, 80 leitões machos de uma mesma linhagem
comercial, desmamados com 21 dias de idade (Figura VII.4), com peso médio de
5,49kg, entretanto apenas os 40 leitões que de fato envolveram-se na análise dos
parâmetros zootécnicos é que foram analisados economicamente; estes apresentaram
um peso médio de 5,3825kg, a um custo de R$ 13,00kg/vivo e um custo total de R$
302
2.798,90. Os animais foram provenientes de uma granja suinícola situada no município
de Croatá - CE.
FIGURA VII.4 Leitões descansando na baia no início do experimento.
2.4 - Dietas Experimentais
As dietas compreenderam a cinco rações para fase 1, com nível de energia de
3.500 Kcal ED/kg e proteína bruta de 22%, e cinco rações para fase 2, com 3.400 Kcal
ED/kg e proteína bruta de 21%, de acordo com ROSTAGNO et al. (2000). Na
composição das mesmas entraram ingredientes convencionais como: milho, farelo de
soja, leite em pó desnatado, calcário, fosfato bicálcico, protenose, açúcar, óleo de soja,
sal, premixes mineral e vitamínico e, aminoácidos sintéticos. Em função da natureza de
cada dieta, foi adicionado proteína de origem animal (farinha de carne e plasma
sanguíneo em ) e proteína de origem vegetal (farelo de algoo e farelo da amêndoa
da castanha de caju) em níveis pré-fixados. As dietas que continham o farelo de
algodão sofreram a adição de sulfato ferroso monohidratado (FeSO
4
. H
2
O) na
proporção de 1:1000, com o intuito de reduzir um possível efeito do gossipol
(PINHEIRO, 1972).
303
Para as formulações das rações experimentais utilizou-se o programa linear
Sistema de Formulação de Rações de Custo Mínimo(TD SOFTWARE SUPER
CRAC, 1993). As dietas foram elaboradas para serem isocalóricas, isoprotéicas,
isolisínicas, isometionínicas, isocalcíticas, isofosfóricas e isosódicas.
As dietas experimentais adotadas foram as seguintes:
Fase 1 (21-42 dias de idade)
T1 – Dieta basal + 10 % LDP.
T2 – Dieta basal + 5% PSP+ 15% FA.
T3 - Dieta basal + 5% FC + 15% FA.
T4 – Dieta basal + 5% PSP + 15% FACC.
T5 - Dieta basal + 5% FC + 15% FACC.
Fase 2 (42-63 dias de idade)
T1 – Dieta basal + 5 % LDP.
T2 – Dieta basal + 4% PSP + 12% FA.
T3 - Dieta basal + 4% FC + 12% FA.
T4 – Dieta basal + 4% PSP + 12% FACC.
T5 - Dieta basal + 4% FC + 12% FACC.
Dieta basal (milho + farelo de soja); LPD - Leite desnatado em ; PSP - Plasma sanguíneo
em , FA - Farelo de algodão; FACC - Farelo da amêndoa da castanha de caju.
2.5 Planejamento Estatístico
O delineamento experimental utilizado foi em blocos ao acaso, com 5
tratamentos, 4 repetições e 4 animais por repetição na 1ª semana, 3 animais por
repetição na 2ª semana e 2 animais por repetição na 3ª semana (final da fase 1) e por
toda a fase 2, sendo feito um desdobramento num modelo fatorial 2 x 2 + 1, composto
por duas fontes de proteína de origem animal POA (farinha de carne - FC e plasma
sanguíneo em pó - PSP), duas fontes de proteína de origem vegetal POV (farelo de
algodão – FA e farelo da amêndoa da castanha de caju - FACC) e um adicional (dieta
304
controle – T1). O critério para formação dos blocos foi o peso inicial dos leitões e a
unidade experimental foi a baia contendo dois leitões.
Foram analisados os parâmetros de custo operacional efetivo, custo
operacional total, receita bruta, margem bruta em relação ao custo operacional efetivo,
margem bruta percentual em relação ao custo operacional efetivo, margem líquida,
margem líquida percentual, ponto de nivelamento e índice de lucratividade.
Os dados médios das variáveis econômicas estudadas durante o período
experimental, o foram submetidos a análise estatística porque os mesmos envolvem
preços.
2.6 - Procedimento Experimental
Após o recebimento do lote com os 80 leitões desmamados com 21 dias de
idade, foi aferido o peso individual dos animais que logo em seguida eram identificados
por um brinco numerado (Figura VII.5).
FIGURA VII.5 Animais identificados através de brincos numéricos.
As 20 baias experimentais foram divididas em quatro blocos, aleatoriamente
distribuídos, contendo cada qual os 5 tratamentos que também foram aleatoriamente
sorteados. Levando-se em consideração que cada bloco correspondia a uma
305
repetição, reservou-se os 20 animais mais pesados para repetição 1, para repetição 2
os 20 medianamente mais pesados, para repetição 3 os 20 medianamente menos
pesados e finalmente para repetição 4 os 20 animais menos pesados. Dentro de cada
repetição, os cinco primeiros animais com maior peso foram sorteados para cada uma
das cinco dietas experimentais existentes, posteriormente utilizou-se o mesmo critério
para os cinco seguintes e assim sucessivamente até completar com os 20 animais de
uma repetição. Ao final, cada baia continha 4 leitões.
Previamente ao iniciar o experimento, os baldes foram identificados quanto ao
número do box, tratamento e repetição; distribuídos entre as baias correspondentes e
enchidos com quantidades conhecidas das respectivas rações experimentais. A
medida que esvaziavam, devido ao consumo dos animais, foram novamente
recarregados com conhecidas porções das dietas experimentais indicadas na
identificação.
Os leitões tiveram acesso, durante todo o experimento, a água e ração à
vontade, sendo a última fornecida quatro vezes ao dia, sempre nos mesmos horários.
Às lâmpadas incandescentes permaneceram 24h ligadas durante toda a fase 1 do
período de creche.
Ao final da primeira semana experimental, foi sorteado um animal pertencente
a cada tratamento nas repetições 2 e 3 e estes foram sacrificados para o estudo dos
parâmetros histológicos intestinais. Equilibrando numericamente o número de animais
por baia, também foi sorteado e eliminado um leitão pertencente a cada tratamento nas
repetições 1 e 4. Procedimento semelhante foi feito ao final da segunda semana
experimental, resultando em dois animais por baia que prosseguiram na terceira
semana da fase 1 e durante toda a fase 2. Com estes 40 leitões restantes foi feito as
analises dos custos de produção desse estudo.
A fase 2 diferenciava-se da anterior basicamente porque os tratamentos
tinham níveis protéicos e enerticos ajustados para o leitão dos 42-63 dias de idade,
conforme ROSTAGNO et al. (2000); porque não houve sacricios ou eliminações de
animais e porque as lâmpadas incandescentes permaneciam ligadas das 18:00h às
5:00h, apenas como uma forma de estimular um maior consumo por parte dos animais.
306
2.7 - Coleta e Cálculo dos Dados Experimentais
Ganho de peso médio diário
O ganho de peso médio diário (GPMD) dos leitões foi coletado
individualmente, subtraindo-se do peso final do leitão, o seu peso inicial. Este
procedimento foi feito na fase 1, semanalmente, e no início e fim da fase 2. O ganho de
peso médio diário (GPMD) foi obtido pela diferença média entre o peso final e o peso
inicial de cada etapa, dividido pelo número de dias de cada fase. A técnica consistia
simplesmente em colocar individualmente cada suíno numa caixa plástica, previamente
tarada, e posteriormente aferir seu peso correspondente.
Consumo de ração médio diário
O consumo de ração médio diário (CRMD) consistiu na quantidade de ração
que foi ofertada aos leitões menos a quantidade de ração que sobrou
correspondentemente em cada balde. Esta aferição foi feita semanalmente durante a
fase 1 e 2, juntamente com os animais. Dividindo-se o consumo de ração total da baia
pelo número de animais nela contido e pelos dias entre cada pesagem obteve-se o
CRMD.
Em função da eliminação dos animais nas duas primeiras semanas
experimentais, foi feita uma estimativa do CRMD para dois leitões, considerando todos
os animais existentes na baia.
Conversão alimentar
Os dados de conversão alimentar (CA) foram obtidos através da relação entre
o CRMD dos leitões de cada tratamento pelo seu respectivo GPMD adquirido durante a
fase correspondente.
307
2.8 – Determinação dos Custos
2.8.1 – Considerações Iniciais
Praticamente não existem granjas interessadas e/ou especializadas na venda
de leitões pós-desmame, a maior parte das propriedades destinam-se à venda de
reprodutores ou de animais terminados, desta forma, o estabelecimento que se
submete a vender os leitões com 21 dias de idade tende a cobrar um preço
excessivamente elevado pelo animal. Neste ensaio, pagou-se a quantia de R$
13,00/kg PV (em 10/2003).
Em contrapartida, o preço de venda do leitão fica em torno de R$ 3,00/kg PV
(em 10/2003), independentemente da fase em que o animal se encontra (creche, recria
ou terminação), assim, esta abrupta diferença só poderá ser dissipada quando o
animal obtiver o máximo peso com o menor consumo de ração (obedecendo a curva
de crescimento) que só ocorre ao final da fase de terminação, por volta dos 150 dias
de idade, onde o leitão possui em torno dos 100kg de PV. Neste ensaio, os leitões só
foram estudados até os 63 dias de idade, bem aqm de atingirem o peso ideal para
abate, o que em outras palavras, significa de antemão, um prejuízo.
Baseado no que foi dito, a análise econômica deste experimento foi
interpretada de forma relativa, para os seguintes parâmetros: Margem Bruta (MB),
Margem Percentual Bruta (MPB), Margem Líquida (ML), Margem Líquida Percentual
(MLP), e Índice de Lucratividade (IL). Neste caso, dentro dos resultados negativos, foi
considerado o melhor resultado aquele que era menos negativo (menor prejuízo), para
o mais negativo associou-se o pior resultado e consequentemente o maior prejuízo.
2.8.2 - Custos de Produção
Nesta pesquisa utilizou-se a mesma composição de custos observada no
Sistema Integrado de Custos Agropecuários (CUSTAGRI), desenvolvido pelo Instituto
de Economia Agrícola (IEA), em parceria com o Centro Nacional de Pesquisa
Tecnológica em Informática para Agricultura (CNPTIA/EMBRAPA), para a
determinação dos Custos Operacionais. Para a determinação das receitas, indicadores
308
de rentabilidade e do ponto de nivelamento, foi adotada a metodologia utilizada por
CAMPOS (2001).
2.8.2.1 – Custo Operacional Efetivo
São despesas efetivamente desembolsadas (realizadas) para gerar
determinada quantidade de um produto.
O COE é composto por despesas com mão-de-obra e insumos utilizados no
processo de produção.
Onde:
COE
= Custo operacional efetivo (R$).
MO
= Mão-de-obra (R$) calculada pelo número de dias do experimento X
valor da diária* (R$).
I
= Despesas com insumos (R$) é o custo dos animais + [custo médio da
ração (R$) X a quantidade de ração, em
kg, consumida durante o experimento].
* Salário mínimo em 09 e 10 / 2003 = R$ 260,00.
2.8.2.2 – Custo Operacional Total
Trata-se do custo ao produtor para produzir e para repor as máquinas e
equipamentos, de modo a dar continuidade à produção a médio prazo. É composto
pelo somatório do custo operacional efetivo (COE) com outros custos operacionais (E).
COT = COE + E
COE = MO + I
309
Onde:
COT
= Custo operacional total (R$).
COE
= Custo operacional efetivo (R$).
E
= Outros custos operacionais.
Como Outros custos operacionais” (E) foram considerados:
a) Depreciação é o custo para repor os bens de capital quando tornados
inúteis pelo desgaste sico ou quando perdem o valor ao passar dos anos em razão
das inovações técnicas. Foi estimado em 5% do valor das instalações e equipamentos
usados no experimento.
Para se saber a depreciação durante os 42 dias de experimento, dividiu-se o
valor das instalações e equipamentos usados no experimento por 365 dias e
multiplicou-se por 42 dias.
b) Manutenção – foi utilizado um percentual do valor novo para máquinas,
implementos e equipamentos agrícolas, calculado a partir de informações fornecidas
pelos fabricantes, os quais orientam sobre a vida útil das principais peças de reposição
situando-se entre zero e 20% ao ano, sendo que, na ausência de tais informações dos
fabricantes, foi utilizada a alíquota de 6% (TURRA, 1990). O mesmo autor também traz
referência à manutenção de benfeitorias e instalações, tamm calculada mediante
uma taxa anual aplicada sobre o valor da benfeitoria nova. No estudo do referido autor
encontram-se alíquotas que variam entre 2% e 5%, sendo a predominante, e que foi
adotada nesta pesquisa, a de 5%.
c) Encargos Financeiros (Juros) foi estimado um percentual de 6% sobre o
custo operacional efetivo - COE (CARVALHO, 2000).
d) Outras Despesas Operacionais foram calculados 5% sobre o valor do
custo operacional efetivo (COE) de modo a cobrir outras taxas e/ou disndios pagos
pela atividade e eventualmente não computadas no estudo (MARTIN et al., 1998).
310
2.8.3 – Receita da Produção
2.8.3.1 – Receita Bruta
Representa o valor monetário obtido com a venda da produção. Foi calculada
através do peso médio final dos animais de um tratamento e o preço de venda do kg
de PV.
Onde:
RB
= Receita bruta (R$)
Pm
= Peso médio dos animais de um tratamento (kg)
Pv
= Preço de venda do kg de animal vivo
2.8.4 – Indicadores de Rentabilidade
As medidas de rentabilidade foram baseadas naquelas utilizadas por MARTIN
et al. (1998).
2.8.4.1 – Margem Bruta
CARVALHO (2000) coloca que a Margem Bruta representa a lucratividade da
atividade no curto prazo, mostrando suas condições econômicas e operacionais. É
calculada subtraindo-se da Renda Bruta (RB) o Custo Operacional Efetivo (COE).
MB = RB - COE
RB = Pm
X
Pv
311
2.8.4.2 – Margem Bruta Percentual
Em termos percentuais a Margem Bruta (MB) pode ser calculada pela seguinte
expressão:
A MBP representa o percentual de recursos que sobra após o produtor pagar o
Custo Operacional Efetivo (COE), considerando o preço unitário de venda do produto e
sua produção.
2.8.4.3 - Margem Líquida
É calculada subtraindo-se da Renda Bruta (RB) o Custo Operacional Total
(COT), ou seja:
2.8.4.4 - Margem Líquida Percentual
Essa margem indica a sobra de caixa para cobrir os demais custos fixos e o
risco, não computados na presente análise. Pode ser calculada da seguinte forma:
MLP = RB COT
X
100
COT
ML = RB - COT
MBP = RB COE
X
100
COE
312
2.8.4.5 – Ponto de Nivelamento de Rendimento
Permite calcular quantas unidades do produto é necessário gerar para cobrir
os custos operacionais totais, dado o preço unitário de venda do produto, assim temos:
Onde:
PNR
= Ponto de nivelamento do rendimento (R$)
COT
Custo operacional total (R$)
Py
= Preço unitário de venda do produto (R$/animal).
2.8.4.6 – Índice de Lucratividade
O Índice de Lucratividade indica o percentual disponível de renda da atividade,
após o pagamento de todo o Custo Operacional Total.
É representado pela relação percentual entre a Margem Líquida e a Renda
Bruta:
IL = ML x 100
RB
PNR = COT / Py
313
3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados referentes à análise econômica dos leitões submetidos a dietas
contendo diferentes fontes protéicas de origem animal e vegetal, durante o período de
creche (21-63 dias de idade), encontram-se na Tabela VII.1.
TABELA VII.1 - Alise econômica da produção de leitões submetidos a dietas com
diferentes fontes protéicas de origem animal e vegetal combinadas,
durante o período de creche (21-63 dias de idade).
Tratamentos
Custo/ kg
ração (R$)
COE
(R$)
COT
(R$)
RB (R$)
MB (R$)
MBP
(%)
PNR
(kg de
carne)
IL (%)
T1 (Controle)
1,80
744,62
838,58
469,50
-275,12
-36,95
77,70
-78,61
T2 (PSP + FA)
1,31
730,47
822,87
510,90
-219,57
-30,06
69,26
-61,06
T3 (FC + FA)
0,82
697,12
785,86
467,10
-230,02
-33,00
72,85
-68,24
T4 (PSP + FACC)
1,31
725,66
817,54
485,70
-239,96
-33,07
72,38
-68,32
T5 (FC + FACC)
0,82
686,79
774,38
413,40
-273,39
-39,81
79,61
-87,32
Total
3584,65
4039,23
2346,60
Os valores referentes ao desempenho zootécnico dos leitões utilizado nos cálculos dos parâmetros
econômicos, encontram-se nos Anexos (Tabela VII.2A).
Os cálculos dos parâmetros econômicos encontram-se nos Anexos (Tabelas VII.3A a VII.9A).
PSP Plasma sanguíneo em , FC - Farinha de carne, FA - Farelo de algodão, FACC - Farelo da
amêndoa da castanha de caju.
Custo Operacional Efetivo (COE), Custo Operacional Total (COT), Receita Bruta (RB), Margem Bruta
(MB), Margem Percentual Bruta (MPB), Ponto de Nivelamento do Rendimento (PNR) e Índice de
Lucratividade (IL).
A margem bruta apresentou valores aproximados para os tratamentos T3
(farinha de carne - FC + farelo de algodão - FA) e T4 (plasma sanguíneo em pó - PSP
+ farelo da amêndoa da castanha de caju - FACC), destacando-se o primeiro como
sendo o melhor. Os tratamentos T1 (Controle) e T5 (FC + FACC) também obtiveram
resultados semelhantes, sendo o segundo o melhor. O melhor resultado para a
margem bruta foi encontrado no tratamento T2 (PSP + FA). Como os resultados da
margem bruta apresentaram resultados negativos (prejuízo), o menor valor negativo (-219,57)
314
representa o melhor resultado (T2) e o maior valor negativo (-275,12) representa o pior
resultado (T1). De acordo com a definição da margem bruta em relação ao custo
operacional efetivo, os tratamentos contendo FA, (T2) e (T3), apresentaram os
resultados mais vantajosos, entretanto ficando na depenncia da fonte protéica
animal com os quais estavam combinados. O FA com PSP mostrou ser mais vantajoso
do que estando acompanhado da FC.
A margem bruta percentual em relação ao custo operacional efetivo
apresentou valores aproximados para os tratamentos T3 (FC + FA) e T4 (PSP +
FACC), destacando-se o primeiro como sendo o melhor. O pior resultado para a
margem bruta percentual foi encontrado no tratamento T5 (FC + FACC). Como os
resultados da margem bruta percentual apresentaram resultados negativos (prejuízo),
o menor valor negativo (-30,06%) representa o melhor resultado (T2) e o maior valor
negativo (-39,81%) representa o pior resultado (T5). De acordo com a definição da
margem bruta percentual em relação ao custo operacional efetivo, os tratamentos
contendo FA, (T2) e (T3), apresentaram os resultados mais vantajosos, contudo
ficando na dependência da fonte protéica animal com os quais estavam combinados. O
FA com PSP mostrou ser mais vantajoso do que estando acompanhado da FC. Na
atual pesquisa, o tratamento T2, apresentou a melhor renda bruta (R$ 510,90), e
obteve a melhor margem bruta percentual (-30,06%) mesmo tendo o segundo custo
operacional efetivo mais elevado (R$ 730,47).
Índice de lucratividade apresentou valores aproximados para os tratamentos
T3 (FC + FA) e T4 (PSP + FACC), destacando-se o primeiro como sendo o melhor. O
pior resultado para o índice de lucratividade foi encontrado no tratamento T5 (FC +
FACC). Como os resultados do índice de lucratividade também apresentaram
resultados negativos (“índice de prejuízo”), o menor valor negativo (-61,06%)
representa o melhor resultado (T2) e o maior valor negativo (-87,32%) representa o
pior resultado (T5). De acordo com a definição dada por MARTIN (1998) para índice de
lucratividade, verifica-se que os tratamentos T2 e T3, contendo o FA, apresentaram os
resultados mais vantajosos, contudo ficando na dependência da fonte protéica animal
com os quais estavam combinados. O FA com PSP mostrou ser bem mais vantajoso
do que estando acompanhado da FC.
O ponto de nivelamento em relação ao custo operacional total (COT) revelou
os maiores valores para os tratamentos T5 (FC + FACC) e T1 (controle),
respectivamente. Esses resultados significam que são necessários índices de
produção maiores para os tratamentos T5 e T1 para pagar os custos operacionais
315
totais. Os tratamentos T2 (PSP + FA) e T4 (PSP + FACC), ambos contendo o PSP,
apresentaram os resultados mais vantajosos para o ponto de nivelamento, tendo o
primeiro (T2) demonstrado uma vantagem sobre o segundo (T4). Conforme definição
apresentada por FREITAS et al. (2004), os indicadores do ponto de nivelamento, que
são o custo operacional total e o preço unitário de venda do produto, permitem calcular
quanto está custando à produção em kg do produto e, se comparando a produção,
quantos kg do produto estão sobrando, ou faltando, para remunerar os demais custos
de produção. No presente estudo, o preço de venda do kg de leitão vivo foi
considerado padrão, variando então o custo operacional das dietas consumidas pelos
leitões durante o período de creche.
De acordo com os itens ecomicos citados anteriormente, deve-se ressaltar
que o menor custo operacional efetivo da dieta T5 (FC + FACC), apresentou o pior
índice de lucratividade (“índice de prejuízo) de (-87,32%); já o segundo maior custo
operacional efetivo, dieta T2 (PSP + FA), apresentou o melhor índice de lucratividade (-
61,06%). Esta colocação é importante para se ter em mente que nem sempre a ração
mais cara trás os piores resultados, como tamm nem sempre a ração mais barata
trás os melhores resultados. Numa observação em que prevaleça certo equilíbrio
lógico entre custo e lucro deve-se salientar que a ração T2 (PSP + FA) apresentou o
segundo maior custo operacional efetivo mediano (R$ 730,47) e o menor “índice de
prejuízo” (-61,06%), compatível com os custos.
JUNQUEIRA et al. (2000) afirma que a farinha de carne e ossos (FCO)
constitui-se em um ingrediente que, geralmente, atua como redutor nos custos de
formulação de dietas balanceadas. Sobre esta ótica, os tratamentos contendo farinha
de carne, T3 (FC + FA) e T5 (FC + FACC), foram os que custaram menos (R$ 0,82kg);
entretanto esta vantagem inicial só continuou a existir na análise dos custos de
produção na depenncia da fonte protéica vegetal com a qual a FC estava
combinada. A FC com FA mostrou ser bem mais vantajosa do que estando
acompanhada da FACC.
316
4 - CONCLUSÕES
Nas condições da presente pesquisa, de acordo com os resultados obtidos,
conclui-se que:
A margem bruta e a margem bruta percentual apresentaram os melhores
resultados para o tratamento T2 (plasma sanguíneo em pó - PSP + farelo de algodão -
FA) e os piores nos tratamentos T1 (Controle) e T5 (farinha de carne - FC + farelo da
amêndoa da castanha de caju - FACC), respectivamente.
O ponto de nivelamento em relação ao custo operacional total revelou os
melhores resultados para os tratamentos T2 (PSP + FA) e T4 (PSP + FACC), ou seja,
os tratamentos contendo o PSP, independentemente da fonte protéica vegetal.
A melhor resposta ecomica para produção de 1kg de PV foi obtida com a
dieta contendo PSP e FA (T2).
317
5 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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318
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Dissertação
(Mestrado em Economia Rural) Escola Superior
de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 134 p. 1990.
319
ANEXOS
320
TABELA II.1A - Análise de variância para o ganho de peso em leitões submetidos
a dietas contendo diferentes fontes protéicas de origem animal e
vegetal, durante a fase 1 (21-42 dias de idade) do período de
creche.
Fontes de Variação
S.Q.
G.L.
Q.M.
F
Sig.
Bloco
6,78
3
2,26
2,35
0,124
ns
Tratamento
20,45
4
5,11
5,32
0,011*
Vegetal
2,102
1
2,102
2,186
0,165
ns
Animal
16,402
1
16,402
17,056
0,001*
Vegetal x animal
1,102
1
1,102
1,146
0,305
ns
Fatores x adicional
0,841
1
0,841
0,874
0,368
ns
Erro
11,54
12
0,96
Total
38,77
19
Coeficiente de variação de 16,67%.
ns = P>0,05; * = P
TABELA II.2A - Alise de variância para o consumo de ração em leitões
submetidos a dietas contendo diferentes fontes protéicas de
origem animal e vegetal, durante a fase 1 (21-42 dias de idade)
do período de creche.
Fontes de Variação
S.Q.
G.L.
Q.M.
F
Sig.
Bloco
16,118
3
5,373
4,230
0,029*
Tratamento
27,289
4
6,822
5,371
0,010*
Vegetal
3,884
1
3,884
3,058
0,106
ns
Animal
20,513
1
20,513
16,150
0,002*
Vegetal x animal
0,060
1
0,060
0,048
0,831
ns
Fatores x adicional
2,831
1
2,831
2,229
0,161
ns
Erro
15,242
12
1,270
Total
58,649
19
Coeficiente de variação de 10,66%.
ns = P>0,05; * = P
TABELA II.3A - Alise de variância para a conversão alimentar em leitões
submetidos a dietas contendo diferentes fontes protéicas de
origem animal e vegetal, durante a fase 1 (21-42 dias de idade)
do período de creche.
Fontes de Variação
S.Q.
G.L.
Q.M.
F
Sig.
Bloco
0,329
3
0,110
1,946
0,176
ns
Tratamento
0,582
4
0,145
2,584
0,091
ns
Erro
0,676
12
0,056
Total
1,586
19
Coeficiente de variação de 12,79%.
ns = P>0,05.
321
TABELA II.4A - Análise de variância para o ganho de peso em leitões submetidos
a dietas contendo diferentes fontes protéicas de origem animal e
vegetal, durante a fase 2 (42-63 dias de idade) do período de
creche.
Fontes de Variação
S.Q.
G.L.
Q.M.
F
Sig.
Bloco
54,34
3
18,11
4,90
0,019
ns
Tratamento
57,10
4
14,27
3,86
0,031*
Vegetal
24,26
1
24,26
6,57
0,025*
Animal
31,08
1
31,08
8,41
0,013*
Vegetal x animal
1,27
1
1,27
0,34
0,569
ns
Fatores x adicional
0,50
1
0,50
0,13
0,720
ns
Erro
44,33
12
3,694
Total
155,77
19
Coeficiente de variação de 8,56%.
ns = P>0,05
* = P
TABELA II.5A - Alise de variância para o consumo de ração em leitões
submetidos a dietas contendo diferentes fontes protéicas de
origem animal e vegetal, durante a fase 2 (42-63 dias de idade)
do período de creche.
Fontes de Variação
S.Q.
G.L.
Q.M.
F
Sig.
Bloco
296,741
3
98,914
2,349
0,124
ns
Tratamento
321,572
4
80,393
1,909
0,174
ns
Erro
505,296
12
42,108
Total
1123,610
19
Coeficiente de variação de 17,70%.
ns = P>0,05.
TABELA II.6A - Alise de variância para a conversão alimentar em leitões
submetidos a dietas contendo diferentes fontes protéicas de
origem animal e vegetal, durante a fase 2 (42-63 dias de idade)
do período de creche.
Fontes de Variação
S.Q.
G.L.
Q.M.
F
Sig.
Bloco
0,28
3
0,093
1,254
0,334
ns
Tratamento
0,291
4
0,073
0,975
0,457
ns
Erro
0,895
12
0,075
Total
1,466
19
Coeficiente de variação de 16,69%.
ns = P>0,05.
322
TABELA III.1A - Alise de variância para a altura dos vilos no duodeno de leitões
submetidos a dietas contendo diferentes fontes protéicas de
origem animal e vegetal, durante a primeira e segunda semana
da fase 1 (21-42 dias de idade) do período de creche.
Fontes de Variação
S.Q.
G.L.
Q.M.
F
Sig.
Bloco
3398,055
1
3398,055
2,155
0,176
Semana
4503,346
1
4503,346
2,856
0,125
ns
Tratamento
11674,103
4
2918,526
1,851
0,203
ns
Semana x tratamento
9356,606
4
2339,152
1,484
0,285
ns
Erro
14189,049
9
1576,561
Total
43121,158
19
Coeficiente de variação de 15,04%.
ns = P>0,05.
TABELA III.2A - Análise de variância para a altura dos vilos no jejuno de leitões
submetidos a dietas contendo diferentes fontes protéicas de
origem animal e vegetal, durante a primeira e segunda semana
da fase 1 (21-42 dias de idade) do período de creche.
Fontes de Variação
S.Q.
G.L.
Q.M.
F
Sig.
Bloco
1191,435
1
1191,435
1,981
0,193
Semana
5437
1
5437
9,042
0,015
ns
Tratamento
3097,714
4
774,429
1,288
0,344
ns
Semana x tratamento
7847,890
4
1961,972
3,263
0,065
ns
Erro
5411,559
9
601,284
Total
22985,599
19
Coeficiente de variação de 11,60%.
ns = P>0,05.
TABELA III.3A - Alise de variância para a altura dos vilos no íleo de leitões
submetidos a dietas contendo diferentes fontes protéicas de
origem animal e vegetal, durante a primeira e segunda semana
da fase 1 (21-42 dias de idade) do período de creche.
Fontes de Variação
S.Q.
G.L.
Q.M.
F
Sig.
Bloco
3403,454
1
3403,454
2,698
0,135
Semana
294,624
1
294,624
0,234
0,640
ns
Tratamento
3484,744
4
871,186
0,691
0,617
ns
Semana x tratamento
2739,131
4
684,783
0,543
0,709
ns
Erro
11351,778
9
1261,309
Total
21273,731
19
Coeficiente de variação de 17,06%.
ns = P>0,05.
323
TABELA III.4A - Análise de variância para a profundidade das criptas no duodeno
de leitões submetidos a dietas contendo diferentes fontes
protéicas de origem animal e vegetal, durante a primeira e
segunda semana da fase 1 (21-42 dias de idade) do período de
creche.
Fontes de Variação
S.Q.
G.L.
Q.M.
F
Sig.
Bloco
1033,174
1
1033,174
2,198
0,172
Semana
1102,613
1
1102,613
2,346
0,160
ns
Tratamento
4425,579
4
1106,395
2,354
0,132
ns
Semana x tratamento
155,913
4
38,978
0,083
0,986
ns
Erro
4229,520
9
469,947
Total
10946,798
19
Coeficiente de variação de 7,69%.
ns = P>0,05.
TABELA III.5A - Análise de variância para a profundidade das criptas no jejuno de
leitões submetidos a dietas contendo diferentes fontes protéicas
de origem animal e vegetal, durante a primeira e segunda
semana da fase 1 (21-42 dias de idade) do período de creche.
Fontes de Variação
S.Q.
G.L.
Q.M.
F
Sig.
Bloco
2,786
1
2,786
0,004
0,950
Semana
307,728
1
307,728
0,450
0,519
ns
Tratamento
1809,194
4
452,299
0,662
0,634
ns
Semana x tratamento
3374,543
4
843,636
1,234
0,363
ns
Erro
6151,965
9
683,552
Total
11646,216
19
Coeficiente de variação de 11,37%.
ns = P>0,05.
TABELA III.6A - Análise de variância para a profundidade das criptas no íleo de
leitões submetidos a dietas contendo diferentes fontes
protéicas de origem animal e vegetal, durante a primeira e
segunda semana da fase 1 (21-42 dias de idade) do período de
creche.
Fontes de Variação
S.Q.
G.L.
Q.M.
F
Sig.
Bloco
4,774
1
4,774
0,004
0,950
Semana
19,746
1
19,746
0,017
0,899
ns
Tratamento
7292,363
4
1823,091
1,565
0,264
ns
Semana x tratamento
2979,507
4
744,877
0,639
0,648
ns
Erro
10484,927
9
1164,992
Total
20781,316
19
Coeficiente de variação de 15,75%.
ns = P>0,05.
324
TABELA III.7A - Análise de variância para a relação altura dos vilos:profundidade
das criptas no duodeno de leitões submetidos a dietas contendo
diferentes fontes protéicas de origem animal e vegetal, durante a
primeira e segunda semana da fase 1 (21-42 dias de idade) do
período de creche.
Fontes de Variação
S.Q.
G.L.
Q.M.
F
Sig.
Bloco
0,012
1
0,012
0,387
0,549
Semana
0,129
1
0,129
4,075
0,074
ns
Tratamento
0,322
4
0,080
2,538
0,113
ns
Semana x tratamento
Tratamento
0,127
4
0,032
1,001
0,455
ns
Erro
0,285
9
0,032
Total
0,876
19
Coeficiente de variação de 18,89%.
ns = P>0,05.
TABELA III.8A - Análise de variância para a relação altura dos vilos:profundidade
das criptas no jejuno de leitões submetidos a dietas contendo
diferentes fontes protéicas de origem animal e vegetal, durante a
primeira e segunda semana da fase 1 (21-42 dias de idade) do
período de creche.
Fontes de Variação
S.Q.
G.L.
Q.M.
F
Sig.
Bloco
0,017
1
0,017
0,513
0,492
Semana
0,155
1
0,155
4,621
0,060
ns
Tratamento
0,089
4
0,022
0,661
0,635
ns
Semana x tratamento
0,127
4
0,032
0,949
0,479
ns
Erro
0,302
9
0,034
Total
0,689
19
Coeficiente de variação de 19,80%.
ns = P>0,05.
TABELA III.9A - Análise de variância para a relação altura dos vilos:profundidade
das criptas no íleo de leitões submetidos a dietas contendo
diferentes fontes protéicas de origem animal e vegetal, durante a
primeira e segunda semana da fase 1 (21-42 dias de idade) do
período de creche.
Fontes de Variação
S.Q.
G.L.
Q.M.
F
Sig.
Bloco
0,060
1
0,060
1,665
0,229
Semana
0,000
1
0,000
0,000
0,989
ns
Tratamento
0,171
4
0,043
1,192
0,378
ns
Semana x tratamento
0,121
4
0,030
0,845
0,531
ns
Erro
0,323
9
0,036
Total
0,675
19
Coeficiente de variação de 19,42%. ns = P>0,05.
325
TABELA IV.1A - Análise de variância para a contagem das colônias fecais em
leitões submetidos a dietas contendo diferentes fontes protéicas
de origem animal e vegetal, ao final da fase 1 (42 dias de idade)
do período de creche.
Fontes de Variação
S.Q.
G.L.
Q.M.
F
Sig.
Bloco
5,195
3
1,732
0,796
0,520
Tratamento
8,020
4
2,005
0,921
0,483
ns
Erro
26,121
12
2,177
Total
39,336
19
Na Alise de variância abaixo foi usada a transformação logarítmica.
Coeficiente de variação de 8,18%.
ns = P>0,05.
TABELA IV.2A - Análise de variância para a contagem das colônias fecais em
leitões submetidos a dietas contendo diferentes fontes protéicas
de origem animal e vegetal, ao final da fase 2 (63 dias de idade)
do período de creche.
Fontes de Variação
S.Q.
G.L.
Q.M.
F
Sig.
Bloco
18,573
3
6,191
4,115
0,032
Tratamento
16,664
4
4,166
2,769
0,077
ns
Erro
18,053
12
1,504
Total
53,291
19
Na Alise de variância abaixo foi usada a transformação logarítmica.
Coeficiente de variação de 5,84%.
ns = P>0,05.
TABELA V.1A - Análise de variância para o nível de uréia sanguíneo em leitões
submetidos a dietas contendo diferentes fontes protéicas de
origem animal e vegetal, ao final da fase 1 (42 dias de idade)
do período de creche.
Fontes de Variação
S.Q.
G.L.
Q.M.
F
Sig.
Bloco
157,237
3
52,412
2,199
0,141
Tratamento
339,425
4
84,856
3,559
0,039*
Vegetal
0,250
1
0,250
0,010
0,920
ns
Animal
115,563
1
115,563
4,848
0,048*
Vegetal x animal
196,000
1
196,000
8,222
0,014*
Fatorial x adicional
27,612
1
27,612
1,158
0,303
ns
Erro
286,075
12
23,840
Total
782,738
19
Coeficiente de variação de 17,12%.
ns = P>0,05
* = P<0,05.
326
TABELA V.1.1A - Alise de variância comparando o ingrediente animal dentro do
farelo de algoo, para o nível de uréia sanguíneo em leitões
submetidos a dietas contendo diferentes fontes protéicas de
origem animal e vegetal, ao final da fase 1 (42 dias de idade)
do período de creche.
Fontes de Variação
S.Q.
G.L.
Q.M.
F
Sig.
Ingrediente animal dentro do farelo
de algodão
5,281
1
5,281
0,222
0,646
ns
Erro
286,075
12
23,84
ns = P>0,05.
TABELA V.1.2A - Alise de variância comparando o ingrediente animal dentro do
farelo da amêndoa da castanha de caju, para o nível de uréia
sanguíneo em leitões submetidos a dietas contendo diferentes
fontes protéicas de origem animal e vegetal, ao final da fase 1
(42 dias de idade) do período de creche.
Fontes de Variação
S.Q.
G.L.
Q.M.
F
Sig.
Ingrediente animal dentro do farelo
da amêndoa da castanha de caju
306,281
1
306,281
12,848
0,004*
Erro
286,075
12
23,84
* = P<0,05.
TABELA V.1.3A - Alise de variância comparando o ingrediente vegetal dentro
do plasma sanguíneo em , para o nível de uréia sanguíneo
em leitões submetidos a dietas contendo diferentes fontes
protéicas de origem animal e vegetal, ao final da fase 1 (42 dias
de idade) do período de creche.
Fontes de Variação
S.Q.
G.L.
Q.M.
F
Sig.
Ingrediente vegetal dentro do
plasma sanguíneo em pó
91,125
1
91,125
3,822
0,074
ns
Erro
286,075
12
23,84
ns = P>0,05.
327
TABELA V.1.4A - Alise de variância comparando o ingrediente vegetal dentro
da farinha de carne, para o nível de uréia sanguíneo em leitões
submetidos a dietas contendo diferentes fontes protéicas de
origem animal e vegetal, ao final da fase 1 (42 dias de idade)
do período de creche.
Fontes de Variação
S.Q.
G.L.
Q.M.
F
Sig.
Ingrediente vegetal dentro
da
farinha de carne
105,125
1
105,125
4,41
0,058
ns
Erro
286,075
12
23,84
ns = P>0,05.
TABELA V.2A - Análise de variância para o nível de uréia sanguíneo em leitões
submetidos a dietas contendo diferentes fontes protéicas de
origem animal e vegetal, ao final da fase 2 (63 dias de idade)
do período de creche.
Fontes de Variação
S.Q.
G.L.
Q.M.
F
Sig.
Bloco
81,300
3
27,100
0,640
0,603
Tratamento
228,675
4
57,169
1,351
0,308
ns
Erro
507,825
12
42,319
Total
817,800
19
Coeficiente de variação de 23,74%.
ns = P>0,05.
TABELA V.3A - Análise de variância para a concentração de proteínas
plasmáticas totais em leitões submetidos a dietas contendo
diferentes fontes protéicas de origem animal e vegetal, ao final
da fase 1 (42 dias de idade) do período de creche.
Fontes de Variação
S.Q.
G.L.
Q.M.
F
Sig.
Bloco
0,423
3
0,141
1,365
0,300
Tratamento
1,051
4
0,263
2,543
0,094
ns
Erro
1,240
12
0,103
Total
2,713
19
Coeficiente de variação de 5,69%.
ns = P>0,05.
328
TABELA V.4A - Análise de variância para a concentração de proteínas
plasmáticas totais em leitões submetidos a dietas contendo
diferentes fontes protéicas de origem animal e vegetal, ao final
da fase 2 (63 dias de idade) do período de creche.
Fontes de Variação
S.Q.
G.L.
Q.M.
F
Sig.
Bloco
1,069
3
0,356
4,320
0,028
Tratamento
0,529
4
0,132
1,604
0,237
ns
Erro
0,990
12
0,082
Total
2,588
19
Coeficiente de variação de 4,82%.
ns = P>0,05.
TABELA VI.1A Ocorrência de diarréia nos leitões, por proteína animal,
independentemente da fonte protéica de origem vegetal,
durante a fase 1 do período de creche (21-42 dias de
idade).
1ª semana
2ª semana
3ª semana
POA
Não
Sim
Não
Sim
Não
Sim
PSP
19
13 B
22
2
15
1
FC
28
4 A
22
2
15
1
Controle
13
3 AB
12
---
7
1
POA Proteína de origem animal: PSP Plasma sanguíneo em , FC - Farinha de carne.
Observações de uma mesma coluna seguidas por letras iguais o são estatisticamente diferentes
(P>0,05) pelo Teste da Razão de Verossimilhança. Estasticas: 7,188 (P = 0,027); 2,433 (P =
0,119); 0,324 (P = 0,569); 6,751 (P = 0,009).
Na segunda e terceira semana experimental, os dados coletados foram insuficientes para se obter
qualquer inferência estastica.
TABELA VI.2A Ocorrência de diarréia nos leitões, por proteína vegetal,
independentemente da fonte protéica de origem animal,
durante a fase 1 do período de creche (21-42 dias de
idade).
1ª semana
2ª semana
3ª semana
POV
Não
Sim
Não
Sim
Não
Sim
FA
25
7 A
20
4
14
2
FACC
22
10 A
24
---
16
---
Controle
13
3 A
12
---
7
1
POV - Proteína de origem vegetal, FA - Farelo de algodão, FACC - Farelo da amêndoa da
castanha de caju.
Observações de uma mesma coluna seguidas por letras iguais o são estatisticamente diferentes
(P>0,05) pelo Teste da Razão de Verossimilhança. Estastica: 1,161 (P = 0,560).
Na segunda e terceira semana experimental, os dados coletados foram insuficientes para se obter
qualquer inferência estastica.
329
TABELA VII.1A Preço unitário dos ingredientes das dietas experimentais.
Ingredientes
Custo (R$/kg)
Milho moído
0,48
Farelo de soja
1,04
Farelo de algodão
0,67
Farelo da amêndoa da castanha de caju
0,85
Leite desnatado em pó
14,33
Farinha de Carne
0,85
Plasma sanguíneo em pó
12,55
Protenose
1,25
Açúcar
0,99
Óleo de soja
2,00
Fosfato bicálcico
1,40
Calcário
0,12
Sal
0,10
L - Lisina Hcl
15,21
DL Metionina 99%
9,48
Suplemento mineral
1,38
Suplemento vitamínico
10,00
Sulfato ferroso monohidratado 30%
1,06
TABELA VII.2A Médias do consumo de ração total (kg), ganho de peso total
(kg) e conversão alimentar de leitões submetidos a dietas
com diferentes fontes protéicas de origem animal e vegetal,
durante o período de creche (21-63 dias de idade).
Tratamentos
CRT (baia)
GPT (baia)
CA (baia)
T1 (controle)
44,35
28,26
1,59
T2 (PPS + FA)
55,10
31,83
1,73
T3 (FC + FA)
42,60
28,10
1,52
T4 (PSP + FACC)
51,43
29,73
1,73
T5 (FC + FACC)
42,68
23,83
1,79
PSP Plasma sanguíneo em pó, FC - Farinha de carne, FA - Farelo de algodão, FACC -
Farelo da amêndoa da castanha de caju.
CRT Consumo de ração total; GPT Ganho de peso total; CA Conversão alimentar.
TABELA VII.3A Cálculo do custo operacional efetivo (COE) no período experimental (21-63 dias de idade).
Tratamentos
Custo da
mão-de-
obra (R$)
Número
de leitões
por
tratamento
Peso dos
leitões por
tratamento
aos 21d
(kg)
Custo kg
leitão
vivo (R$)
Custo
dos
animais
(R$)
Custo do
kg da
dieta (R$)
Consumo
de Ração
(kg)
Insumo
COE
T1 (Controle)
99,29
8
43,5
13,00
565,5
1,8
44,35
79,83
744,62
T2 (PSP + FA)
99,29
8
43
13,00
559
1,31
55,1
72,18
730,47
T3 (FC + FA)
99,29
8
43,3
13,00
562,9
0,82
42,6
34,93
697,12
T4 (PSP + FCC)
99,29
8
43
13,00
559
1,31
51,43
67,37
725,66
T5 (FC + FCC)
99,29
8
42,5
13,00
552,5
0,82
42,68
35,00
686,79
Total
496,44
40
215,3
2798,9
236,16
3584,65
PSP Plasma sanguíneo em , FC - Farinha de carne, FA - Farelo de algodão, FACC - Farelo da amêndoa da castanha de caju.
COE Custo operacional efetivo.
TABELA VII.4A Cálculo do custo operacional total (COT) no período experimental (21-63 dias de idade).
Tratamentos
Deprecião (5%)
Manutenção (2%)
COE
Encargos
(6% do COE)
Outras despesas
(5% do COE)
COT
T1 (Controle)
8,61
3,44
744,62
44,68
37,23
838,58
T2 (PSP + FA)
8,61
3,44
730,47
43,83
36,52
822,87
T3 (FC + FA)
8,61
3,44
697,12
41,83
34,86
785,86
T4 (PSP + FCC)
8,61
3,44
725,66
43,54
36,28
817,54
T5 (FC + FCC)
8,61
3,44
686,79
41,21
34,34
774,38
Total
43,04
17,22
4039,23
Valor das instalações (apenas as 20 baias) = R$ 7481,25
Manutenção anual = R$ 149,63
Depreciação anual = R$ 374,06
Manutenção em 42d = R$ 17,22
Depreciação em 42dd = R$ 43,04
Manutenção em 42d/ 5 tratamentos = R$ 3,44
Depreciação em 42d/5 tratamentos = R$ 8,61
PSP Plasma sanguíneo em pó, FC - Farinha de carne, FA - Farelo de algodão, FACC - Farelo da amêndoa da castanha de caju.
COE Custo operacional efetivo; COT Custo operacional total.
330
TABELA VII.5A Cálculo da receita bruta (RB) no período experimental (21-63 dias de idade).
Tratamentos
Número de leitões por
tratamento
Peso dos leitões por
tratamento (kg) aos 63d
Custo kg leitão
vivo (R$)
RB
T1 (Controle)
8
156,50
3,00
469,50
T2 (PSP + FA)
8
170,30
3,00
510,90
T3 (FC + FA)
8
155,70
3,00
467,10
T4 (PSP + FCC)
8
161,90
3,00
485,70
T5 (FC + FCC)
8
137,80
3,00
413,40
Total
40
782,20
2346,60
PSP Plasma sanguíneo em , FC - Farinha de carne, FA - Farelo de algodão, FACC - Farelo da amêndoa da castanha de caju; RB renda bruta.
TABELA VII.6A Cálculo da margem bruta (MB) e margem bruta percentual (MBP) no período experimental (21-63 dias de idade).
Tratamentos
RB
COE
MB
MB/COE
MBP
T1 (Controle)
469,50
744,62
-275,12
-0,3695
-36,95
T2 (PSP + FA)
510,90
730,47
-219,57
-0,3006
-30,06
T3 (FC + FA)
467,10
697,12
-230,02
-0,3300
-33,00
T4 (PSP + FCC)
485,70
725,66
-239,96
-0,3307
-33,07
T5 (FC + FCC)
413,40
686,79
-273,39
-0,3981
-39,81
Total
2346,60
3584,65
PSP Plasma sanguíneo em , FC - Farinha de carne, FA - Farelo de algodão, FACC - Farelo da amêndoa da castanha de caju.
RB Renda bruta; COE Custo operacional efetivo; MB - Margem bruta; MBP - Margem bruta percentual.
331
TABELA VII.7A Cálculo da margem líquida (ML) e margem líquida percentual (MLP) no período experimental (21-63 dias de idade).
Tratamentos
RB
COT
ML
ML/COT
MLP
T1 (Controle)
469,50
838,58
-369,08
-0,4401
-44,01
T2 (PSP + FA)
510,90
822,87
-311,97
-0,3791
-37,91
T3 (FC + FA)
467,10
785,86
-318,76
-0,4056
-40,56
T4 (PSP + FCC)
485,70
817,54
-331,84
-0,4059
-40,59
T5 (FC + FCC)
413,40
774,38
-360,98
-0,4662
-46,62
Total
2346,60
4039,23
PSP Plasma sanguíneo em , FC - Farinha de carne, FA - Farelo de algodão, FACC - Farelo da amêndoa da castanha de caju.
RB Renda bruta; COT Custo operacional total; ML - Margem líquida; MLP - Margem líquida percentual.
TABELA VII.8A Cálculo do ponto de nivelamento do rendimento no período experimental (21-63 dias de idade).
Tratamentos
COT
Preço unitário de venda
por cabeça aos 63d
(=RB/8)
Peso médio dos
leitões aos 21d
por tratamento
Preço unitário de venda
por cabeça aos 63d/
Peso médio dos leitões
aos 21d por tratamento
PNR (por kg de carne)
T1 (Controle)
838,58
58,69
5,44
10,79
77,70
T2 (PSP + FA)
822,87
63,86
5,38
11,88
69,26
T3 (FC + FA)
785,86
58,39
5,41
10,79
72,85
T4 (PSP + FCC)
817,54
60,71
5,38
11,30
72,38
T5 (FC + FCC)
774,38
51,68
5,31
9,73
79,61
Total
4039,23
PSP plasma sanguíneo em pó, FC - farinha de carne, FA - farelo de algodão, FACC - farelo da amêndoa da castanha de caju.
Preço unitário de venda por cabeça aos 63 dias = (RB) de cada tratamento (R$) : 8 leitões.
COT custo operacional total; RB renda bruta; PNR ponto de nivelamento do rendimento.
332
TABELA VII.9A Cálculo do índice de lucratividade período experimental (21-63 dias de idade).
Tratamentos
Número de leitões por
tratamento
RB
COT
ML
IL
T1 (Controle)
8
469,5
838,58
-369,08
-78,61
T2 (PSP + FA)
8
510,9
822,87
-311,97
-61,06
T3 (FC + FA)
8
467,1
785,86
-318,76
-68,24
T4 (PSP + FCC)
8
485,7
817,54
-331,84
-68,32
T5 (FC + FCC)
8
413,4
774,38
-360,98
-87,32
Total
40
2346,6
4039,23
PSP plasma sanguíneo em pó, FC - farinha de carne, FA - farelo de algodão, FACC - farelo da amêndoa da castanha de caju.
RB renda bruta; COT custo operacional total; ML - margem líquida; IL – índice de lucratividade.
333
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