29
que podem representar sobrecargas de estresse no ambiente de trabalho,
elencadas por Grandjean (1998, p. 163):
1) Supervisão e vigilância do trabalho determinam o grau de participação
do trabalhador no processo de produção. Pensa-se em muitos lugares que
a falta de supervisão e vigilância representa uma sobrecarga emocional.
2) Apoio e reconhecimento dos supervisores parecem diminuir a
predisposição ao estresse.
3) Insatisfação e estresse no trabalho dependem do conteúdo e da carga
de trabalho. Estas características determinam diretamente a dimensão de
estresse vivida.
As exigências de trabalho são determinadas pela carga e pela atenção
exigida. Prazos podem ser um fator essencial de estresse.
A segurança de emprego é, nos tempos de desemprego, especialmente
importante para o bem-estar geral. O conhecimento de possibilidades
alternativas e as necessidades do futuro dos operários podem influenciar o
julgamento da segurança.
A responsabilidade pela vida e pelo bem-estar dos outros pode ser um alto
fator de carga mental. Parece que estas profissões estão ligadas a um
elevado risco de doenças do stress.
O ambiente físico, determinado pelo ruído, insuficiente iluminação, clima
inadequado, ou salas muito pequenas de trabalho, podem ser um fator de
estresse.
O grau de complexidade do trabalho, que caracteriza a pluralidade de
exigências, é indicador do surgimento de monotonia ou de sobrecarga. O
vencimento da monotonia está ligado ao estresse. Daí conclui-se que um
grau de complexidade muito baixo é um risco para o estresse. Por outro
lado, um grau de complexidade muito alto pode representar exigências tão
grandes que o trabalho não possa mais ser dominado, gerando um
sentimento de exigência excessiva.
Como o estresse tem diversas causas e afeta diferentemente as pessoas,
não é possível estabelecer uma forma única para preveni-lo ou combatê-lo. Existem
diversas medidas que podem ser adotadas, tais como:
Enriquecimento da tarefa – possibilitando ao trabalhador tomar decisões
sobre o seu próprio trabalho, por exemplo, escolhendo a melhor forma de
executá-lo, podendo adotar procedimentos alternativos, acelerando ou
reduzindo o seu ritmo. O sentimento de auto-realização, que contribui para
reduzir o estresse, será maior se cada trabalhador puder completar o seu
trabalho, identificando-se em um determinado produto ou serviço
executado.
Redesenho do posto de trabalho – deve visar uma postura melhor do
trabalhador, adaptando-o às suas dimensões antropométricas e facilitando
a realização dos movimentos corporais. Esse redesenho deve visar
também a uma redução da carga sensorial (visual e auditiva) e motora.
Contatos sociais – no redesenho do posto de trabalho, deve-se tomar
especial cuidado para não provocar o isolamento dos trabalhadores,
impedindo os contatos sociais entre eles. Estes são muito importantes para
combater o estresse. Em alguns casos os ambientes ruidosos não
permitem uma conversa normal e, em outros, esse isolamento, no espaço
(cabines acústicas) ou no tempo (guardas noturnos), torna-se inevitável
(IIDA, 2001, p. 307).