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estudos de O’Brien (2003) e Marques (2007). A utilização de diversos setores inovadores,
com diferentes taxas de inovação, provavelmente contribuiu para um resultado satisfatório.
Na hipótese 2, que predizia que quanto mais importante for a inovação para a
estratégia de uma empresa, mais fraca será a relação entre rentabilidade e a alavancagem, os
resultados dos modelos que testaram essa hipótese não obtiveram significâncias estatísticas
nas variáveis independentes, como os estudos de O’Brien (2003) e Marques (2007), porém as
regressões das duas amostras e nos dois períodos mostraram-se estatisticamente significantes
ao nível de 0,001. Os testes F mostraram ser maiores que os resultados dos dois estudos
mencionados acima, com exceção da 1ª. amostra, base 2003 (51,473), comparada com o
resultado de Marques (2007), que acarretou o teste F em 64,67.
Na hipótese 3, que predizia que haveria uma interação negativa entre alavancagem e a
importância da inovação para a estratégia da empresa, com respeito aos seus impactos sobre o
desempenho da empresa, as regressões das duas amostras e nos dois períodos foi ao nível de
0,001. Os testes F mostraram ser maiores que os resultados dos dois estudos mencionados
acima, com exceção da 1ª. amostra, base 2003 (12,515), comparada com o resultado de
O’Brien (2007), que resultou no teste F em 14,672. Os resultados foram suficientes para supor
que a falta de alinhamento entre a estratégia e a estrutura de capital adotada por uma empresa
possa trazer impactos negativos sobre o seu desempenho. No estudo de O’Brien (2003), as
correlações entre as variáveis foram mais significantes do que o presente estudo, porém no
estudo de Marques (2007), a utilização das variáveis independentes e dependentes do mesmo
período (2003) poderia ter sido uma limitação nos resultados da 3ª. hipótese.
Na hipótese 4, que predizia que quanto maior o investimento em estratégia de
inovação, maior será a folga, a significância estatística nas duas amostras e nos dois períodos
foi ao nível de 0,001. Ressalta-se que o resultado poderia indicar que as empresas inovam
com o uso de folga. Outra importante indicação desses resultados seria de que os recursos
utilizados na estratégia de inovação poderiam ser originados de instituições de fomento, como
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, onde os custos de
captação de financiamentos são atrativos às empresas brasileiras.
É importante esclarecer que a 4ª. hipótese não constou nos estudos de O’Brien (2007)
e Marques (2007). Apesar da semelhança com a hipótese 1, o cálculo da folga nesse modelo
sugere os ativos de maior liquidez, segundo o método proposto por Bourgeois (1983).
O cálculo sugerido por O’Brien (2003) foi a utilização de ativos de menor liquidez.
Comparando-se o 1º. modelo com o 4º. modelo, verificou-se que o 1º. modelo utilizado por
O’Brien (2003) foi muito mais significativo (teste F). Os resultados comprovaram que a