infectado e pode transmitir para outras pessoas, após um período de incubação
extrínseco de oito a doze dias (Gubler 1998).
A infecção pode resultar na forma inaparente, na febre da dengue (FD),
na dengue hemorrágica (FHD) ou na síndrome do choque de dengue (SCD),
sendo estas últimas, as formas mais severas. As características clínicas da
febre da dengue variam de acordo com vários fatores, entre eles a idade do
paciente.
A maioria das infecções pelo vírus dengue em crianças menores de
cinco anos, cursa de forma inaparente ou com aparecimento de uma febre
indiferenciada, com ou sem exantema, semelhante à infecção pelo vírus
influenza (Guzman & Kouri 2002; Holmes & Twiddy 2003; WHO 2002).
Em crianças com idade superior a cinco anos e indivíduos adultos pode
ocorrer a síndrome febril ou a FD típica. O Ministério da Saúde considera caso
suspeito de dengue todo paciente que apresenta doença febril aguda com
duração máxima de até sete dias, acompanhada de pelo menos dois dos
sintomas como cefaléia, dor retro-orbital, mialgia, artralgia, prostração ou
exantema, associados ou não à presença de hemorragias. Além desses
sintomas, o indivíduo deve ter estado, nos últimos quinze dias, em área onde
esteja ocorrendo transmissão de dengue ou tenha a presença do mosquito
Aedes aegypti (Ministério da Saúde 2005). Segundo Guzman & Kouri (2002) a
FD é uma doença debilitante, entretanto de prognóstico favorável.
A forma hemorrágica (FHD) é uma complicação da FD que se
caracteriza também por elevação súbita da temperatura corporal. O Ministério
da Saúde classifica a FHD em graus de I a IV, de acordo com a sua gravidade.
O paciente com grau I apresenta febre acompanhada de sintomas
inespecíficos e a única manifestação hemorrágica é a prova do laço positiva.
No grau II, além das manifestações do grau I, ocorrem hemorragias
espontâneas leves, como sangramentos de pele, epistaxe e gengivorragia. O
grau III por sua vez, é caracterizado pelo colapso circulatório com pulso fraco e
rápido, estreitamento da pressão arterial ou hipotensão, inquietação, pele
“pegajosa” e fria. No grau IV, o último e mais grave, ocorre a síndrome do
choque da dengue (SCD), ou seja, choque profundo com ausência de pressão
arterial e pressão de pulso imperceptível (Ministério da Saúde 2005).