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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARA
´
IBA
CENTRO DE CI
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ENCIAS EXATAS E DA NATUREZA
DEPARTAMENTO DE QU
´
IMICA
PROGRAMA DE P
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OS-GRADUAC¸
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AO EM QU
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IMICA
DISSERTAC¸
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AO DE MESTRADO
ESTUDO QU
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IMICO-QU
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ANTICO DE ALGUNS
ESTADOS EXCITADOS DO PIRROL E DO
2H-TETRAZOL
Miguel Angelo Fonseca de Souza
Jo˜ao Pessoa - PB - Brasil
Junho/2008
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i
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARA
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IBA
CENTRO DE CI
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ENCIAS EXATAS E DA NATUREZA
DEPARTAMENTO DE QU
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PROGRAMA DE P
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OS-GRADUAC¸
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AO EM QU
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DISSERTAC¸
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AO DE MESTRADO
ESTUDO QU
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IMICO-QU
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ANTICO DE ALGUNS ESTADOS
EXCITADOS DO PIRROL E DO 2H-TETRAZOL
Miguel Angelo Fonseca de Souza*
Disserta¸ao apresentada como
requisito para obten¸ao do t´ıtulo
de mestre em Qu´ımica pela
Universidade Federal da Para´ıba.
Orientador(a): Silmar Andrade do Monte
2
Orientador(a): Elizete Ventura do Monte
*Bolsista (Coordena¸ao de Aperfei¸coamento de Pessoal de N´ıvel Superior)
Jo˜ao Pessoa - PB - Brasil
Junho/2008
ii
Disserta¸ao de mestrado submetida ao Corpo Docente do Programa de os-
Gradua¸ao em Qu´ımica do Departamento de Qu´ımica do Centro de Ciˆencias
Exatas e da Natureza da Universidade Federal da Para´ıba como parte dos req-
uisitos para a obten¸ao do grau de Mestre em Qu´ımica
Aprovada pela Banca Examinadora:
Prof. Dr. Silmar Andrade do Monte
Departamento de Qu´ımica da UFPB
(Orientador)
Profa. Dra. Elizete Ventura do Monte
Departamento de Qu´ımica da UFPB
(2
o
Orientadora)
Prof. Dr. Ricardo Longo
Departamento de Qu´ımica Fundamental da UFPE
(Membro Titular Externo)
Prof. Dr. Gerd Bruno da Rocha
Departamento de Qu´ımica da UFPB
(Membro Titular Interno)
iii
Dedico esta disserta¸ao a minha fam´ılia,
meus pais, Gilberto e Noelia,
meus irm˜aos, Thiago e Raniere,
e minha mulher e filho, Suelyta e Ravi,
por todo o amor e carinho m´utuo.
Agradecimentos
Dedico meus sinceros agradecimentos para:
os professores e orientadores Silmar do Monte e Elizete Ventura, pela orienta¸ao, paciˆencia,
dedica¸ao e incentivo nestes dois anos de trabalho;
ao grupo, colegas e professores do LQQC, pela ajuda em diversos momentos - cada um
participou direta e indiretamente do meu desenvolvimento.
Resumo
Nesta disserta¸ao, etodos ab-initio multiconfiguracionais de alto n´ıvel ao empregados
para estudar as estruturas eletrˆonicas de arios estados excitados, de Rydberg e de valˆencia, de
dois compostos heteroc´ıclicos da fam´ılia azol: Pirrol e 2H-Tetrazol.
A primeiro parte se dedica `a constru¸ao e `a descri¸ao da fun¸ao de onda MCSCF, nas
vers˜oes CASSCF e RASSCF, com ˆenfase no conjunto m´ınimo por´em adequado de orbitais
moleculares (valˆencia e Rydberg) e de fun¸oes de configura¸oes de estado para se estudar os
primeiros estados excitados singleto. Para o Pirrol ´e mostrado que os orbitais de valˆencia do
tipo π e os de Rydberg do tipo 3s e 3p
i
(com i = x, y, z) fazem parte deste conjunto, e no caso
do 2H-Tetrazol ao indispens´aveis os pares solit´arios, n, al´em destes inclu´ıdos no Pirrol. Com
rela¸ao ao n´umero de fun¸oes de configura¸oes de estado, o estudo ´e pautado na descri¸ao de
um conjunto diversificado de quatro estados fundamental e excitados, sendo os excitados: ππ
,
π3s e π3p
x
- Pirrol e n3s, π3p
z
e ππ
- 2H-Tetrazol. Nesse estudo, o protocolo constru´ıdo com a
fun¸ao CAS
a
1e
AUX
b
(em que a - orbitais de Valˆencia e b - de Rydberg) representa a melhor
rela¸ao custo-benef´ıcio. Para o 2H-Tetrazol ( C
s
), as redu¸oes ao de 6980 (CASSCF ) para 1184
(RASSCF ), a para o Pirrol (C
2v
), as redu¸oes ao de 382 (CASSCF ) para 161 ( RASSCF ).
Numa segunda parte, um estudo sistem´atico e minucioso ´e apresentado sobre as varia¸oes
obtidas nas propriedades da fun¸ao de onda constru´ıda a partir de uma expans˜ao RASSCF
(CAS
a
1e
AUX
b
) em fun¸ao de diferentes tipos de bases atˆomicas. O escopo ´e construir
uma fun¸ao de onda suficientemente adequada e flex´ıvel para descrever diversificados tipos e
classes de estados excitados, como por exemplo: os de valˆencia π π
,
e os de Rydberg π3s,
n3s, π3p
i
e n3p
i
(com i = x, y, z) e, para isso, leva-se em considera¸ao a caracteriza¸ao de um
conjunto de onze e quinze estados mais baixos energeticamente para o Pirrol e 2H-Tetrazol,
respectivamente.
A ´ultima parte est´a dedicada aos estudos com os etodos MR-CISD, MR-CISD+Q e MR-
AQCC. Nesta parte, os nossos resultados mais acurados ao apresentados para os primeiros
estados excitados do Pirrol e 2H-Tetrazol. Caracteriza-se a primeira banda de absor¸ao do
Pirrol, a qual est´a associada a uma faixa compreendida entre 5,5-6,5 eV , sendo composta
pelos estados (tipo - energia de excita¸ao em eV - for¸ca do oscilador): 1B
1
(π3p
y
- 5,85 - 0,0124),
2A
2
(π3p
z
- 5,86 - 0,0000), 1 B
2
(π3p
x
- 5,98 - 0,0190), 2 B
1
(π3s - 6,04 - 0,0047), 2A
1
(ππ
-
6,24 - 0,0087) e 2B
2
(ππ
- 6,33 - 0,2285). a para o 2H-Tetrazol, apresenta-se o ordenamento
e a caracteriza¸ao da seguinte seq¨encia de estados excitados: 1A” (
- 6,16 -0,0239), 2A”
(
- 6,68 - 0,0019), 2A’ (ππ
- 6,69 - 0,0435), 3A” (n3s - 7,69 - 0,0002) e 3A’ (π3s - 7,89 -
0,0007).
Abstract
In this dissertation, high level multiconfigurational ab-initio methods are applied in order
to study the electronic structure of several Rydberg and valence-like excited states, of two
heterocyclic compounds of the azole family: Pyrrole and 2H-Tetrazole.
The first part is dedicated to the construction and description of the MCSCF wave function,
in the CASSCF and RASSCF versions, emphasizing the search for a minimum and suitable
group of molecular orbitals (valency and Rydberg) and configurations state function to study
the low-lying singlet states. For Pyrrole is showed that the π valency orbitals and 3s and 3p
i
(with i = x, y, z) Rydberg orbitals form this group, and in the case of the 2H-Tetrazole the lone-
pairs n are indispensable, besides these included in Pyrrole. Regarding the configurations state
function number, the study is based in the description of a fundamental and excited diversified
group of four states, being the excited states: ππ
, π3s and π3p
x
- Pyrrole and n3s, π3p
z
and
ππ
- 2H-Tetrazole. In this study, the protocol built with the scheme CAS
a
1e
AUX
b
(wherein
a - valency orbitals and b - Rydberg orbitals) represents the best cost-benefit relationship. In
the case of 2H-Tetrazole (C
s
), the reductions are from 6980 (CASSCF ) to 1184 (RASSCF ),
while for Pyrrole (C
2v
), the reductions are from 382 (CASSCF ) to 161 (RASSCF ).
In the second part, a systematic and meticulous study about the variations obtained in the
properties of the wave function built from RASSCF expansion (CAS
a
1e
AUX
b
) in function of
different type of basis sets is presented. The aim is to build a wave function to describe several
types and classes of excited states, as for instance: the valency ππ
,
and Rydberg π3s, n3s,
π3p
i
and n3p
i
(with i = x, y, z) and, for that matter, it is taken into account the characterization
of a group of eleven and fifteen states for Pyrrole and 2H-Tetrazole, respectively.
The last part is dedicated to the studies with the MR-CISD, MR-CISD+Q and MR-AQCC
methods. In this part, our more accurate results for the first excited states of Pyrrole and
2H-Tetrazole are presented. The first band of absorption of Pyrrole is characterized and is
associated to the 5,5-6,5 eV range. This band is composed by the following states (type -
excitation energy in eV - oscillator strength): 1B
1
(π3p
y
- 5,85 - 0,0124), 2A
2
(π3p
z
- 5,86 -
0,0000), 1B
2
(π3p
x
- 5,98 - 0,0190), 2B
1
(π3s - 6,04 - 0,0047), 2A
1
(ππ
- 6,24 - 0,0087) and
2B
2
(ππ
- 6,33 - 0,2285). In the case of 2H-Tetrazole the corresponding sequence is: 1A” (
- 6,16 -0,0239), 2A” (
- 6,68 - 0,0019), 2A’(ππ
- 6,69 - 0,0435), 3A” (n3s - 7,69 - 0,0002)
and 3A’ (π3s - 7,89 - 0,0007).
Sum´ario
Lista de Figuras p. xi
Lista de Tabelas p. xiv
Lista de Siglas e Nota¸oes p. i
Introdu¸ao p. 1
I A Mecˆanica Quˆantica no Contexto da Qu´ımica Torica 6
1 A Estrutura Eletrˆonica p. 7
1.1 A Separa¸ao dos Movimentos Nuclear e Eletrˆonico . . . . . . . . . . . . . . . . p. 9
1.2 O M´etodo Variacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 14
1.2.1 O Princ´ıpio Variacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 15
1.2.2 O M´etodo Variacional para Estados Excitados . . . . . . . . . . . . . . p. 16
1.2.3 Fun¸ao de Onda Tentativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 17
II A Fundamenta¸ao Torica 20
2 A Aproxima¸ao do Orbital Molecular p. 21
2.1 Fun¸ao de Onda para Sistemas Polieletrˆonicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 22
2.2 O M´etodo Hartree-Fock e o Procedimento SCF (Self-Consistent Field) . . . . p. 23
2.2.1 O M´etodo Hartree-Fock-Roothaan-Hall (HFRH) . . . . . . . . . . . . . p. 24
Sum´ario viii
2.2.2 Bases Aomicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 27
2.3 Os Orbitais Moleculares Canˆonicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 30
3 Descri¸ao Torica dos Estados Eletrˆonicos p. 34
3.1 Sobre a Natureza dos Estados Excitados em Mol´eculas . . . . . . . . . . . . . p. 35
3.1.1 Tipos de Estados na Espectroscopia UV-Vis de Mol´eculas Orgˆanicas . p. 40
3.2 Descri¸ao dos Estados Eletrˆonicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 43
3.2.1 O M´etodo Hartree-Fock e o Problema da Correla¸ao Eletrˆonica . . . . p. 44
3.2.2 Tratamento do Problema da Correla¸ao Eletrˆonica de Curta Distˆancia
- O M´etodo Configuration Interactions . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 49
3.2.3 Metodologia para Construir Fun¸oes de Onda com M´ultiplas Con-
figura¸oes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 53
3.2.4 Na Dire¸ao de alculos mais Acurados . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 59
III Resultados e Discuss˜oes 62
4 Algumas Considera¸oes Sobre a Constru¸ao da Fun¸ao de Onda MCSCF
Adaptada ao Pirrol e 2H-Tetrazol p. 63
4.1 A Complicada Escolha do Espa¸co Ativo! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 64
4.1.1 Os Potenciais de Ioniza¸ao: Escolha Intuitiva dos Orbitais Ocupados . p. 65
4.1.2 Os Orbitais Virtuais: Como Caracteriz´a-los!? . . . . . . . . . . . . . . . p. 68
4.2 Restri¸oes Adequadas Aplicadas ao Sub-Espa¸co de Intera¸oes de Configura¸oes p. 74
4.2.1 As Peculiaridades dos Estados Excitados Descritos pela Fun¸ao de
Onda CASSCF . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 75
4.2.2 Condicionando os Orbitais de R e V no Espa¸co RASSCF . . . . . . . p. 79
5 A Influˆencia da Base Atˆomica na Descri¸ao dos Estados Excitados p. 87
5.1 Bases Aomicas Utilizadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 89
Sum´ario ix
5.2 MCSCF - Pirrol . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 90
5.2.1 SA-11-RASSCF(9,6)(CAS(V )
1e
AUX(R))/6-31++G
∗∗
. . . . . . . p. 91
5.2.2 SA-11-RASSCF(9,6)(CAS(V )
1e
AUX(R))/aug’-cc-pVDZ . . . . . . p. 93
5.2.3 SA-11-RASSCF(9,6)(CAS(V )
1e
AUX(R))/aug-cc-pVDZ . . . . . . p. 95
5.2.4 SA-11-RASSCF(9,6)(CAS(V )
1e
AUX(R))/d’-aug’-cc-pVDZ . . . . p. 97
5.2.5 SA-11-RASSCF(9,6)(CAS(V )
1e
AUX(R ) )/d’-aug-cc-pVDZ (a) e
d-aug-cc-pVDZ (b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 100
5.2.6 Considera¸oes Finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 101
5.3 MCSCF - 2H-Tetrazol . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 110
5.3.1 SA-15-RASSCF(12,12)(CAS(V )
1e
AUX(R))/d’-aug’-cc-pVDZ . . . p. 111
5.3.2 SA-15-RASSCF(12,12)(CAS(V )
1e
AUX(R))/d’-aug-cc-pVDZ (a)
e d’-aug’-cc-pVDZ (b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 112
5.3.3 SA-15-RASSCF(12,12)(CAS(V )
1e
AUX(R))/aug-cc-pVDZ e aug’-
cc-pVDZ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 113
5.3.4 Considera¸oes Finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 114
6 O Reflexo da Fun¸ao de Referˆencia e da Corre¸ao de Extensividade nos
Resultados MR-CISD p. 122
6.1 MR-CISD - Pirrol . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 125
6.1.1 A Influˆencia da Expans˜ao CISD na Descri¸ao dos Estados Excitados . p. 127
6.1.2 S´eries de Rydberg . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 129
6.1.3 A Descri¸ao dos Estados ππ
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 131
6.1.4 Considera¸oes Finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 135
6.2 MR-CISD - 2H-Tetrazol . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 139
6.2.1 A Influˆencia da Expans˜ao CISD na Descri¸ao dos Estados Excitados . p. 139
6.2.2 A importˆancia da Corre¸ao de Extensividade no Tamanho . . . . . . . p. 141
6.2.3 Considera¸oes Finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 142
Sum´ario x
Conclus˜oes p. 144
Referˆencias p. 149
Apˆendices p. 156
Apˆendice A - A Equa¸ao de Schr¨odinger para Mol´eculas em Termos da Base Eletrˆonicap. 156
Apˆendice B - Demonstrando o Princ´ıpio Variacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 159
Apˆendice C - Minimizando a Energia Variacional em Fun¸ao dos Coeficientes Linearesp. 160
Apˆendice D - Parˆametros Geom´etricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 162
Lista de Figuras
1 Azois. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 2
2 Diagrama de energia da mol´ecula O
2
, mostrando algumas curvas de energia
potencial dos estados fundamental e excitados. As geometrias de equil´ıbrio ao
associadas a um m´ınimo absoluto nessas curvas. (figura adaptada de (OKABE,
1978)) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 13
3 Problemas com solu¸oes anal´ıticas para equa¸ao de Schr¨odinger independente
do tempo. Os respectivos potenciais ao mostrados para cada sistema. . . . . . p. 15
4 Resultado proveniente do m´etodo variacional linear descrito no texto. Os au-
tovalores exatos ao limites inferiores para os autovalores aproximados (figura
adaptada de McWeeny (1973)). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 19
5 Diagrama dos OM s canˆonicos ocupados para mol´ecula da ´agua, juntamente
com o espectro de fotoeletrˆonico. Os orbitais de V correspondem aos orbitais
σ
s
, σ
z
, σ
x
e π
y
. Os OM s foram obtidos atrav´es de um alculo RHF/ST O 3G. p. 31
6 OM s canˆonicos de C, V e R para as mol´eculas do Metano (CH
4
) e Pirrol
(C
4
NH
5
). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 32
7 Dependˆencia dos OM s canˆonicos σ
z
e σ
z
da mol´ecula H
2
O com a base. . . . . p. 33
8 Vis˜ao geral de diferentes tipos de estados e transi¸oes entre os mesmos descritos
via: (A) estados e (B) OM s. A abrevia¸ao PI - potencial de ioniza¸ao. . . . . p. 37
9 Descri¸ao esquem´atica do princ´ıpio de FC, que para dois estados excitados
que comp˜oe o espectro de absor¸ao, a transi¸ao 0 0 da transi¸ao ψ
0
ψ
2
´e
a dominante em intensidade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 39
10 Esquema de duas das principais transi¸oes na defini¸ao dos estados de V π-π
e n-π
, com dois crom´oforos exemplificados nas mol´eculas do Formalde´ıdo e
Pirrol. Na representa¸ao est˜ao colocados tamem alguns OM s mais internos
e externos das duas mol´eculas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 41
Lista de Figuras xii
11 Espectro eletrˆonico de absor¸ao do Formamida em fase gasosa (linha) e con-
densada (tracejado). Figura adaptada do artigo (BASCH; ROBIN; KUEBLER,
1968). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 42
12 Um paralelo entre o diagrama de energia dos estados dissociativo e ligado com
a energia dos orbitais moleculares σ e σ
da mol´eculado H
2
. . . . . . . . . . . p. 48
13 Varia¸ao da energia dos OM s canˆonicos em fun¸ao do ˆangulo para o estado
singlete do diradical CH
2
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 53
14 Esquemas de orbitais no m´etodo CASSCF (lado esquerdo da figura). a no
lado direito da figura est˜ao colocados algumas CSF s adaptadas `a multiplici-
dade de spin singleto. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 57
15 Fun¸oes de onda CISD para os sistemas separados e a fun¸ao de onda formada
pelo produto direto do sistema AB em rela¸ao `a fun¸ao de onda CISD deste
mesmo sistema. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 61
16 Diagrama dos OM s (adaptados a representa¸ao do grupo pontual molecular)
obtidos a partir de um alculo RHF/STO-3G para as mol´eculas do Pirrol (C
2v
)
e do 2H-Tetrazol (C
s
). Pirrol - seq¨enica de ocupados 1b
1
-π, 9a
1
-σ
C
, 6b
2
-σ
C
,
2b
1
-π e 1a
2
-π e de desocupados 3b
1
-π
, 2a
2
-π
e 10a
1
-σ
C
; 2H-Tetrazol - orbitais
ocupados 1a

-π, 12a
-σ
H
, 13a
-n, 14a
-n,15a
-n, 2a

-π, 3a

-π e os desocupados
4a

-π
, 5a

-π
, 16a
-σ
H
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 66
17 Compara¸ao entre as energias obtidas do RHF (KT ), estados de ioniza¸ao
CI e o espectro fotoeletrˆonico para as mol´eculas do Pirrol e 2H-Tetrazol. As
nota¸oes utilizadas no interior da figura representam: no KT os OM s cujas as
formas est˜ao na fig. 16. Para o CI temos os seguintes estados de ioniza¸ao:
Pirrol - i = 1
2
A
2
, ii = 1
2
B
1
e iii = 2
2
B
1
; 2H-Tetrazol - i = 1
2
A

+ 1
2
A
,
ii = 2
2
A

+ 2
2
A
, i = 3
2
A
e iv = A

+ A
. Nos espectros foto eletrˆonicos est˜ao
indicados as energias das bandas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 67
18 Mapas de contorno dos orbitais 3p
x
, 3s e π
b1
obtidos nos alculos CASSCF
cujos os resultados est˜ao nas tab.s 3 e 5. O programa MOLDEN foi utilizado
na constru¸ao desses orbitais. Dois crit´erios ao importantes na gera¸ao visual
desses orbitais: o isovalor de contorno (contour value) = 0,0005 ua e a dimens˜ao
molecular em torno de um plano espacial de fundo pr´e-definido (edge) = 40 ua. p. 73
Lista de Figuras xiii
19 Comportamento das propriedades ∆E e FO em fun¸ao do n´umero total de
CSF s para as mol´eculas em estudo, Pirrol e 2H-Tetrazol, os dados ao obtidas
a partir das tab.s 6, 7, 9, 10, 11 e 12. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 81
20 Compara¸ao das propriedades: ∆E em eV , ∆E em ua, r
2
em ua e FO
em fun¸ao das bases 6-31++G
∗∗
, aug’-cc-pVDZ, aug-cc-pVDZ e d’-aug’-cc-
pVDZ
para todos os estados fundamental e excitados. As cores atribu´ıdas aos
preenchimentos de cada s´ımbolo est´a associado ao car´ater R, V e mistura (M )
R-V. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 99
21 Formas dos orbitais de R obtidos com bases diferentes. O programa MOLDEN
foi utilizado na constru¸ao desses orbitais. Dois crit´erios ao importantes na
gera¸ao visual desses orbitais, o isovalor de contorno (contour value) = 0,0005
ua e a dimens˜ao molecular em torno de um plano espacial de fundo pr´e-definido
(edge) = 40 u.a. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 102
22 Formas dos orbitais de R descritos pelas diversas bases utilizadas. O programa
MOLDEN foi utilizado na constru¸ao desses orbitais. Dois crit´erios ao im-
portantes na gera¸ao visual desses orbitais, o isovalor de contorno (contour
value) = 0,0005 ua e a dimens˜ao molecular em torno de um plano espacial de
fundo pr´e-definido (edge) = 40 ua. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 115
23 Resumo das informa¸oes relevantes para seis estados excitados comparando
as varia¸oes das propriedades ∆E, r
2
e FO em fun¸ao de todas as bases
estudadas. As cores atribu´ıdas aos preenchimentos de cada s´ımbolo associado
aos estados est´a de acordo com a nota¸ao das tabelas. . . . . . . . . . . . . . . p. 116
24 Compara¸ao experimento versus teoria (Polarization Propagator ACD2 - second-
order algebraic-diagrammatic construction e CASPT2 ) da primeira banda do
espectro eletrˆonico de absor¸ao do Pirrol (figuras adaptadas dos artigos suprac-
itados acima). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 132
25 Objetos de estudo - mol´eculas do Pirrol e 2H-Tetrazol. . . . . . . . . . . . . . p. 162
Lista de Tabelas
1 Energia de correla¸ao eletrˆonica em H
2
O (simetria C
2v
) com a base de Dunning
Double-Zeta, com R
e
= distˆancia de equil´ıbrio de R
OH
(HARRISON; HANDY,
1983). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 46
2 Mol´ecula da ´agua com n = 38 e 10 el´etrons. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 52
3 Descri¸ao dos estados fundamental e primeiro estado excitado (R) do Pirrol
via SA-2-CASSCF(6,6)/d’-aug’-cc-pVDZ. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 70
4 Contribui¸ao das CSF s maiores que 1% na defini¸ao dos estados fundamental
(1A
1
) e excitado (1A
2
) de R - 3s. As nota¸oes: CF significa configura¸ao de
camada fechada, S - excita¸ao simples e D - excita¸oes duplas, T - triplas;
quanto a numera¸ao, 3 representa um orbital duplamente ocupado, 1 e 2 -
apenas um el´etron e 0 - nenhum el´etron. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 71
5 Descri¸ao dos estados fundamental (F) e primeiro estado excitado (R) da sime-
tria B
2
via SA-2-CASSCF(6,6)/d’-aug’-cc-pVDZ. . . . . . . . . . . . . . . . . p. 72
6 Pirrol - resultados SA-4-CASSCF(7,6)/d’-aug’-cc-pVDZ na descri¸ao dos es-
tados: 1
1
A
1
- F, 1
1
A
2
- R, 1
1
B
2
- R e 2
1
B
2
- V. Em destaque na tabela temos
o umero total de CSF s (em subscrito para cada simetria) geradas a partir
deste espa¸co ativo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 76
7 2H-Tetrazol - resultados SA-4-CASSCF(12,10)/d’-aug’-cc-pVDZ para os es-
tados mais baixos energeticamente de simetrias
1
A
. Em destaque na tabela
temos o n´umero total de CSF s geradas a partir deste espa¸co ativo. . . . . . . p. 77
8 2H-Tetrazol e Pirrol - Contribui¸ao de 93% das CSF s maiores que 1% na
defini¸ao do estado de V ππ
. S - excita¸ao simples e D - duplas; 3 - orbital
duplamente ocupado, 1 e 2 - apenas um el´etron e 0 - nenhum el´etron. . . . . . p. 78
Lista de Tabelas xv
9 Pirrol - resultados SA-4-RASSCF(7,6)(RAS
ne
AUX)/d’-aug’-cc-pVDZ para
os estados: 1A
1
, 1A
2
, 1B
2
e 2B
2
. Em destaque na tabela temos o n´umero total
de CSF s (em subscrito para cada simetria) geradas a partir desse espa¸co ativo. p. 83
10 Pirrol - resultados SA-4-RASSCF(7,6)(CAS(V )
ne
AUX(R))/d’-aug’-cc-
pVDZ para os estados: 1
1
A
1
, 1
1
A
2
, 1
1
B
2
e 2
1
B
2
. Em destaque na tabela
temos o n´umero total de CSF s (em subscrito para cada simetria) geradas a
partir desse espa¸co ativo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 84
11 2H-Tetrazol - resultados SA-4-RASSCF(12,10)(RAS
ne
AUX)/d’-aug’-cc-
pVDZ para os estados de simetrias
1
A
. Em destaque temos o n´umero total
de CSF s. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 85
12 2H-Tetrazol - resultados SA-4-RASSCF(12,10)(CAS(V )
ne
AUX(R))/d’-
aug’-cc-pVDZ para os estados de simetrias
1
A
. Em destaque temos o n´umero
total de CSF s. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 86
13 As constru¸oes padr˜oes para os ´atomos C, N e H do grupo de primitivas, das
contra¸oes e do grupo de difusas para as bases cc-pVDZ e 6-31G
∗∗
. . . . . . . p. 89
14 Dados da estrutura de entrada de alculos do software COLUMBUS para a
mol´ecula do Pirrol na simetria C
2v
relacionado com as diversas bases utilizadas
no estudo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 90
15 Resultados SA-11-RASSCF (CAS(V )
1e
AUX(R))/6-31++G
∗∗
. As cores
atribu´ıdas aos preenchimentos de cada s´ımbolo est´a associado ao car´ater R, V
e mistura (M ) R-V. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 104
16 Resultados SA-11-RASSCF(CAS(V )
1e
AUX(R))/aug’-cc-pVDZ. As cores
atribu´ıdas aos preenchimentos de cada s´ımbolo est´a associado ao car´ater R, V
e mistura (M ) R-V. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 105
17 Resultados SA-11-RASSCF(CAS(V )
1e
AUX(R))/aug-cc-pVDZ. As cores
atribu´ıdas aos preenchimentos de cada s´ımbolo est´a associado ao car´ater R, V
e mistura (M ) R-V. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 106
18 Resultados SA-11-RASSCF(CAS(V )
1e
AUX(R))/d’-aug’-cc-pVDZ. As cores
atribu´ıdas aos preenchimentos de cada s´ımbolo est´a associado ao car´ater R, V
e mistura (M ) R-V. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 107
Lista de Tabelas xvi
19 Resultados SA-11-RASSCF(CAS(V )
1e
AUX(R))/d’-aug-cc-pVDZ. As cores
atribu´ıdas aos preenchimentos de cada s´ımbolo est´a associado ao car´ater R, V
e mistura (M ) R-V. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 108
20 Resultados SA-11-RASSCF(CAS(V )
1e
AUX(R))/d-aug-cc-pVDZ. As cores
atribu´ıdas aos preenchimentos de cada s´ımbolo est´a associado ao car´ater R, V
e mistura (M ) R-V. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 109
21 Dados de entrada para os alculos SA-15-RASSCF(12,12)(CAS(V )
1e
AUX(R))/base,
usando o programa COLUMBUS, para a mol´ecula do 2H-Tetrazol (grupo pon-
tual C
s
) relacionado com as diversas bases utilizadas no estudo. . . . . . . . . p. 110
22 Resultados SA-15-RASSCF(CAS(V )
1e
AUX(R))/d-aug-cc-pVDZ. As cores
atribu´ıdas aos preenchimentos de cada s´ımbolo est´a associado ao car´ater R, V
e mistura (M ) R-V. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 117
23 Resultados SA-15-RASSCF(CAS(v)
1e
AUX(R))/d’-aug-cc-pVDZ. As cores
atribu´ıdas aos preenchimentos de cada s´ımbolo est´a associado ao car´ater R, V
e mistura (M ) R-V. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 118
24 Resultados SA-15-RASSCF(CAS(V )
1e
AUX(R))/d’-aug’-cc-pVDZ. As cores
atribu´ıdas aos preenchimentos de cada s´ımbolo est´a associado ao car´ater R, V
e mistura (M ) R-V. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 119
25 Resultados SA-15-RASSCF(CAS(V )
1e
AUX(R))/aug-cc-pVDZ. As cores
atribu´ıdas aos preenchimentos de cada s´ımbolo est´a associado ao car´ater R, V
e mistura (M ) R-V. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 120
26 Resultados SA-15-RASSCF(CAS(V )
1e
AUX(R))/aug’-cc-pVDZ. As cores
atribu´ıdas aos preenchimentos de cada s´ımbolo est´a associado ao car´ater R, V
e mistura (M ) R-V. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 121
27 Input utilizado nos alculos MR-CISD para a mol´ecula do Pirrol, realizadas
com o programa COLUMBUS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 126
28 Compara¸ao entre o n´umero de CSF s nas fun¸oes MCSCF e na expans˜ao
MR-CISD, por simetria. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 127
29 Defeitos Quˆanticos ( δs) para os estados de R estimados para o Pirrol, cal-
culados para do trˆes n´ıveis MR-CISD+Q
a
, MR-CISD
b
e RASSCF
c
e bases
d’-aug’-cc-pVDZ e aug’-cc-pVDZ. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 131
Lista de Tabelas xvii
30 Resultados MR-CISD, MR-CISD+Q e MR-AQCC para as energias de ex-
cita¸ao em eV para os estados ππ
, utilizando as trˆes bases aug’-cc-pVDZ,
d’-aug’-cc-pVDZ, e aug’-cc-PVTZ/cc-pVTZ (Obs: retiramos a nota¸ao MR) . p. 135
31 Resultados MR-CISD
a
e MR-CISD+Q
b
obtidos com as bases aug’-cc-pVDZ e
d’-aug’-cc-pVDZ. As cores atribu´ıdas aos preenchimentos de cada s´ımbolo est´a
associado ao car´ater R e V . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 137
32 Compara¸ao entre diversos resultados te´oricos: energias de excita¸ao verti-
cal (em eV ) e FO para os primeiros estados excitados na defini¸ao te´orica
da primeira banda de absor¸ao do Pirrol ((b)MR-CISD+Q/d’-aug’-cc-pVDZ
(c)MR-CISD/(aug’-cc-pVTZ/cc-pVTZ) (d)Palmer, Walker e Guest (1998) (e)Christiansen
et al. (1999) (f)Trofimov e Schirmer (1997) (g)Wan et al. (2000) (h)Roos et
al. (2002) (i)Serrano-Andr´es et al. (1993) (j)Flicker, Mosher e Kuppermann
(1976) (k)Bavia et al. (1976)). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 138
33 Input do COLUMBUS para o alculo MR-CISD/d’-aug’-cc-pVDZ da mol´ecula
2H-Tetrazol (disposta na simetria do grupo pontual C
s
). . . . . . . . . . . . . p. 139
34 Resultados MR-CISD e os defeitos quˆanticos (δ) para alguns estados de R
obtidos a partir de resultados experimentais para o 2H-Tetrazol. . . . . . . . . p. 143
35 Parˆametros geom´etricos dos isˆomeros do Tetrazol obtidos a partir de um
alculo MP2/6-311++G
∗∗
e comparados aos resultados experimentais e de
outras metodologias dispon´ıveis na literatura. Distˆancias de liga¸ao em pi-
cometros e os ˆangulos em graus ((a)Bugalho et al. (2001) (b)Wong, Leung-
Toung e Wentrup (1993) (c)Ref. 16 de (BUGALHO et al., 2001). . . . . . . . . . p. 163
36 Parˆametros geom´etricos da mol´ecula do Pirrol obtidos a partir de um alculo
e MP2/6-311++G
∗∗
comparados aos resultados experimentais e de outras
metodologias te´oricas dispon´ıveis. Distˆancias de liga¸ao em picometros e os
ˆangulos em graus ((a)Christiansen et al. (1999) (b)Celani e Werner (2003)
(c)Nygaard et al. (1969)). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 164
i
Lista de Siglas e Nota¸oes
Siglas:
AA - Aproxima¸ao Adiab´atica
ABO - Aproxima¸ao de Born-Oppenheimer
ACD2 - Second-Order Algebraic-Diagrammatic Construction
B3LYP - Becke 3-Parameter (Exchange), Lee, Yang and Parr
CASSCF - Complete Active Space Self-Consistent Field
CASPT2 - Multiconfigurational Second-Order Perturbation Theory
CC3 - Coupled Cluster with Single, Double and Triples Excitation Operator
CCSD - Coupled Cluster with Single and Double and Excitation Operator
CI - Configuration Interactions
CISD - Configuration Interactions with Single and Double Excitations
CSF - Configurations State Function
DS - Determinante de Slater
EOM-CC - Equation-of-Motion Coupled Cluster
FC - Franck-Condon
FCI - Full Configuration Interactions
FO - For¸ca do Oscilador
GTO - Fun¸ao Gaussiana
HF - Hartree-Fock
HFRH - Hartree-Fock-Roothaan-Hall
HOMO - Highest Occupied Molecular Orbital
Lista de Siglas e Nota¸oes ii
KT - Koopmans’ Theorem
LCAO - Linear Combination of Atomic Orbitals
LUMO - Lowest Unoccupied Molecular Orbital
MCSCF - Multiconfigurational Self-Consistent Field
MR-AQCC - Multireference Averaged Quadratic Coupled Cluster
MR-CID - Multireference Configuration Interactions with Double Excitations
MR-CISD - Multireference Configuration Interactions with Single and Double Excitations
MRMP - Multireference Møller-Plesset Perturbation
MP2 - Second-Order Møller-Plesset Perturbation
NO - N´umero de Ocupao
OM - Orbital Molecular
PI - Potencial de Ioniza¸ao
QCISD - Configuration Interactions with Single, Double and Quadruple Excitations
R - Rydberg
RASSCF - Restricted Active Space Self-Consistent Field
RHF - Restricted Hartree-Fock
ROHF - Restricted Open-Shell Hartree-Fock
SA - State-Average
SAC-CI - Symmetry Adapted Cluster Configuration Interaction
SCF - Self-Consistent Field
SEP - Superf´ıcie de Energia Potencial
STO - Fun¸ao de Slater
TD-DFT - Time-Dependent Density Functional Theory
UHF - Unrestricted Hartree-Fock
V - Valˆencia
Lista de Siglas e Nota¸oes iii
Nota¸ao:
Para a fun¸ao de onda MCSCF :
SA-t-CASSCF(p,q), SA-t-RASSCF(p,q)(CAS(V )
ne
AUX(R)) e SA-t-RASSCF(p,q)(RAS
ne
AUX): t - n´umero de estados; p - n´umero de el´etrons, q - n´umero de orbitais e n - n´umero de
el´etrons.
1
Introdu¸ao
O estudo computational da espectroscopia eletrˆonica de mol´eculas ´e ainda um grande de-
safio, mesmo para mol´eculas pequenas. Dentre as dificuldades encontradas, destacamos:
i. Natureza molecular: para muitos sistemas ´e poss´ıvel que uma alta densidade de estados de
Rydberg (R) possam aparecer sobrepostos entre os primeiros estados de valˆencia (V ), logo
a defini¸ao de uma pequena faixa do espectro de absor¸ao torna-se bastante complicado,
a que se faz necess´ario calcular um n´umero muito grande de estados;
ii. Escolha da metodologia: as metodologias devem ser suficientemente adequadas e flex´ıveis
para descrever corretamente e coerentemente uma alta densidade de diversos tipos de
estados fundamental e excitados ao mesmo tempo.
Fun¸oes de onda adequadas e flex´ıveis ao de fundamental importˆancia para a descri¸ao
correta das propriedades dos estados eletrˆonicos (fundamental e excitados) como: as energias
de excita¸ao, momentos de dipolo e de transi¸ao e os tempo de vida dos estados excitados.
O entendimento detalhado dos estados excitados ´e um requisito importante na elucida¸ao dos
mecanismos fotoqu´ımicos atrav´es da coopera¸ao teoria/experimento, com conseq¨encia direta
em diversas outras ´areas de pesquisa e tecnologia, por exemplo, no desenvolvimento de novos
materiais com propriedades ´opticas.
Neste contexto, a metodologia adotada no presente trabalho de mestrado est´a alicer¸cada
no protocolo MCSCF/MR-CISD (com as necess´arias corre¸oes de extensividade no tamanho),
conforme implementada no programa COLUMBUS. Esse protocolo ´e baseado nas trˆes neces-
sidades te´oricas levantadas acima: flexibilidade, adequa¸ao e acur´acia. Os alculos MCSCF
(multiconfigurational self-consistent field) ao conta da flexibilidade e adequa¸ao; enquanto
que o MR-CISD (multireference configuration interaction with singles and doubles excitations)
procura impor uma maior exatid˜ao aos resultados. Juntamente com este protocolo ao real-
izadas as corre¸oes de extensividade, que pode ser realizada ou a posteriori (no final do alculo
na energia) MR-CISD+Q (multireference configuration interaction with singles and doubles ex-
citations more excitations quadruple), de Davidson, ou de maneira mais eficiente, a priori (de
Introdu¸ao 2
forma iterativa na matriz MR-CISD), MR-AQCC (multireference averaged quadratic coupled
cluster), representam uma melhoria significativa nos resultados.
Conceitualmente, esse protocolo leva em considera¸ao os dois tipos mais importantes do
que se entende pelos efeitos da correla¸ao eletrˆonica em sistemas polieletrˆonicos: (i) correla¸ao
ao-dinˆamica - que surge da necessidade de se incluir arias configura¸oes numa ´unica fun¸ao de
onda para descrever, ao menos qualitativamente, qualquer ponto de uma superf´ıcie de energia
potencial (SEP) fundamental e/ou excitada; (ii) correla¸ao dinˆamica - necess´aria para corrigir
o primeiro passo de qualquer da resolu¸ao ab-initio, na qual, o potencial intera¸ao de Coulomb
el´etron-el´etron ´e aproximado pelo modelo de campo m´edio, teoria do campo auto-consistente
Hartree-Fock (HF ).
Figura 1: Azois.
Portanto, dentro deste contexto de sofistifa¸ao ab-initio, o
objetivo principal deste trabalho ´e estudar algumas propriedades
espectrosc´opicas de absor¸ao com o intuito de suportar e/ou
predizer dados experimentais de dois compostos heteroc´ıclicas da
fam´ılia azol: Pirrol e 2H-Tetrazol.
A motivao para o estudo da mol´ecula 2H-Tetrazol se a
pelo ineditismo, pois at´e o momento existem poucos trabalhos
que explorem a espectroscopia eletrˆonica tanto no campo exp erimental como no te´orico. Logo,
a justificativa ´e de suprir a lacuna te´orica caracterizando e ordenando os primeiros estados
excitados singleto deste azol mais nitrogenado. Com rela¸ao `a mol´ecula Pirrol, a existem di-
versas informa¸oes te´oricas e experimentais sobre a estrutura eletrˆonica da mesma. No entanto,
ainda persiste uma indefini¸ao a cerca da caracteriza¸ao do espectro eletrˆonico de absor¸ao. A
mol´ecula Pirrol ´e um exemplo t´ıpico da sobreposi¸ao de arios estados excitados de R e V em
todo o seu espectro da absor¸ao.
As metodologias te´oricas ditas como as mais adequadas para se estudar estados excitados
mostram ainda controersias na caracteriza¸ao deste espectro. O problema essencialmente est´a
no alculo da transi¸ao π-π
de energia mais baixa e alta intensidade. Os resultados CASPT2
(multiconfigurational second-order perturbation theory) indicam essa transi¸ao dentro da faixa
de 5,8-6,0 eV , enquanto que, a grande variedade de outros etodos te´oricos, dentre os quais
inclu´ımos o MRCI, EOM-CC (equation-of-motion coupled cluster ), SAC-CI (symmetry adapted
cluster configuration interaction), CC3 coupled cluster with single, double and triples excita-
tion operator, TD-DFT (time-dependent density functional theory) em predito essa mesma
transi¸ao na faixa 6,5-6,8 eV . Essa varia¸ao de energia significa deslocar essa transi¸ao em
Introdu¸ao 3
quest˜ao da primeira para a segunda banda de absor¸ao.
Uma justificativa para as discrepˆancias obtidas pelas diferentes metodologias foi apontada
pelos grupos que utilizam o CASPT2, e est´a relacionada a uma mistura de car´ater valˆencia-
Rydberg (V -R) na fun¸ao de referˆencia MCSCF ou HF (depende em qual fun¸ao o n´ıvel
metodol´ogico esteja se baseando), conseq¨encia de uma degenerescˆencia acidental entre os es-
tados de
R
e
V
.
Essa mistura de estados ´e abordado no cap´ıtulo 5 - A Influˆencia da Base Atˆomica na
Descri¸ao dos Estados Excitados - em que ser´a mostrado um procedimento sistem´atico para
entender e resolver esse tipo de interferˆencia na fun¸ao de referˆencia MCSCF.
Esta disserta¸ao est´a dividida em trˆes grandes partes, distribu´ıdas em seis cap´ıtulos:
Na Parte I - A Meanica Quˆantica no Contexto da Qu´ımico Torica, ser´a descrita
no 1
o
cap´ıtulo - A Estrutura Eletrˆonica, em que apresentaremos dois opicos asicos:
i. A separao dos movimentos nuclear eletrˆonico - essa aproxima¸ao ´e o ponto de partida
que permite tratar a estrutura eletrˆonica molecular adequadamente, al´em disso ´e a partir
da mesma que ao derivados conceitos fundamentais largamente utilizados na qu´ımica,
como: estados eletrˆonicos, SEP e geometria nuclear de equil´ıbrio;
ii. O m´etodo variacional - m´etodo de aproxima¸ao donde se baseiam as metodologias uti-
lizadas nessa disserta¸ao, que conceitualmente parte de uma axima que a melhor fun¸ao
tentativa implica necessariamente no valor pr´oprio, energia, mais baixo. Estenderemos,
em linhas gerais, o conceito variacional para tratar estados excitados e sobre um tipo
especial de fun¸ao de prova constru´ıdo a partir de combina¸ao linear.
Na Parte II - Fundamenta¸ao Torica, que ser´a descrita em dois cap´ıtulos: 2 - A
Aproxima¸ao do Orbital Molecular e 3 - Descri¸ao Torica dos Estados Eletrˆonicos.
No cap´ıtulo 2 abordaremos, de forma bem discursiva, o ponto de partida dos alculos ab-
initio
1
, que em s´ıntese est´a alicer¸cado em dois aspectos: na utiliza¸ao de um determinate de
Slater (DS) como fun¸ao de onda tentativa para descrever sistemas moleculares; e na mudan¸ca
do potencial de intera¸ao de Coulomb el´etron-el´etron expl´ıcito por uma potencial edio (o
potencial de HF ).
1
Semi-emp´ıricos tamb´em!
Introdu¸ao 4
No cap´ıtulo 3 trataremos essencialmente de como direcionar o conceito de orbital molecular
(OM ) no estudo de estados eletronicamente excitados, para isso dividimos o mesmo em duas
partes:
i. De in´ıcio explorando os elementos mais asicos na caracteriza¸ao da natureza de qual-
quer tipo de estado excitado e, em seguida, sendo mais espec´ıfico, comentando sobre as
principais caracter´ısticas adversas tanto do ponto de vista te´orico como experimental de
duas classes t´ıpicas de estados excitados na regi˜ao UV/V is. das mol´eculas orgˆanicas, R e
V ;
ii. Na segunda parte, descreveremos em linhas gerais a dificuldade de se estender o etodo
HF no estudo de estados excitados identificando, os dois problemas principais relacionados
aos efeitos da correla¸ao eletrˆonica e, por fim de como un´ı-los numa ´unica metodologia.
Os pontos principais abordados nesta parte do trabalho ao:
1. Os problemas associado `a fun¸ao de onda, e a conseq¨uente necessidade de se incluir
arias configura¸oes para descrever, ao menos qualitativamente, qualquer ponto em
uma SEP fundamental ou excitada, resolvido com o m´eto do MCSCF ;
2. Sobre a necessidade de se corrigir o efeito do potencial intera¸ao de Coulomb el´etron-
el´etron representado por um campo edio. A corre¸ao desse problema ´e abordado
dentro do contexto da metodologia intera¸ao de configura¸oes, CI (configuration
interactions), que leva ao extremo a fun¸ao tentativa constru´ıda a partir de com-
bina¸oes lineares, ou seja, o Full CI, como sendo a solu¸ao exata;
3. Descri¸ao do etodo MR-CISD, o qual une os dois tipos de corre¸oes (dinˆamica e
ao-dinˆamica) numa ´unica metodologia. O problema dessa metodologia, relacionado
a extensividade no tamanho ´e tamem abordado com as metodologias MR-CISD+Q
e MR-AQCC.
A Parte III - Resultados e Discuss˜oes, ser˜ao abordados em trˆes cap´ıtulos: 4 - Algumas
Consideroes Sobre a Constru¸ao da Fun¸ao de Onda MCSCF Adaptadas ao Pirrol e 2H-
Tetrazol; 5 - A Influˆencia da Base Aomica na Descri¸ao dos Estados Excitados; e 6 - O
Reflexo da Fun¸ao de Referˆencia e da Corrao de Extensividade nos Resultados MR-CISD.
No cap´ıtulo 4 ser´a discutido a constru¸ao e o entendimento da fun¸ao MCSCF, nas vers˜oes
SA-CASSCF e SA-RASSCF, respectivo ao conjunto m´ınimo de OM s e das configuroes de
Introdu¸ao 5
fun¸ao de estado (CSF s) para descrever e caracterizar os primeiros estados excitados dos objetos
de estudo, Pirrol e 2H-Tetrazol.
No cap´ıtulo 5 apresentaremos um estudo sistem´atico e minucioso sobre como interpretar e
resolver o problema de mistura V -R na fun¸ao de onda MCSCF. O foco principal desta parte
do trabalho ser´a as varia¸oes obtidas nas propriedades dos diversificados tipos e classes de
estados excitados em fun¸ao de diferentes tipo de bases atˆomicas (essencialmente as bases de
Dunning double zeta. A fun¸ao de base mais adequada deve descrever com a maior flexibilidade
e coerˆencia poss´ıvel os diversos tipos de estados com o menor n´umero de expoentes poss´ıveis,
ou seja, deve apresentar a melhor rela¸ao custo benef´ıcio.
Por fim o cap´ıtulo 6, ser´a mostrado os nossos resultados mais acurados para os primeiros
estados excitados do Pirrol e 2H-Tetrazol, e para isso, ser´a estudada a influˆencia da fun¸ao de
referˆencia e da corrao de extensividade no tamanho nos resultados MR-CISD:
i. No primeiro momento, ser´a enfatizado o reflexo das fun¸oes de referˆencia constru´ıda nos
cap´ıtulos anteriores, espa¸co de configura¸oes RASSCF e flex´ıvel ou ao fun¸ao de base
atˆomica, na descri¸ao das propriedades dos estados excitados;
ii. No segundo momento, ainda com rela¸ao da importˆancia da fun¸ao de referˆencia, ser´a
mostrada o impacto nos resultados quando se constr´oi espa¸co ativo e se utiliza base
atˆomica espec´ıficos para um grupo de estados excitados.
6
Parte I
A Meanica Quˆantica no Contexto da
Qu´ımica Torica
7
1 A Estrutura Eletrˆonica
O ramo da f´ısica que descreve os fenˆomenos microsc´opicos em escala atˆomico e molecular
´e a mecˆanica quˆantica. O ponto de partida utilizado em alguns livros de f´ısica e/ou qu´ımica
quˆantica
1
para tal descri¸ao ´e a equa¸ao de Schr¨odinger dependente do tempo (eq. 1.1).
i
Ψ(q, t)
t
=
2
2m
2
Ψ(q, t)
q
2
+ V (q, t
(
q, t) (1.1)
em que a constante se define como h/2π; i =
1; m ´e a massa da part´ıcula; Ψ(q, t)
´e a fun¸ao de onda ou fun¸ao de estado do sistema; V (q, t) ´e a fun¸ao de energia potencial do
sistema; t ´e a coordenada tempo; e q ao as coordenadas generalizadas (x,y,z). Matematica-
mente, a eq. 1.1 corresponde a um conjunto de derivadas parciais que permite acompanhar a
evolu¸ao temporal do estado de um sistema, para os casos nos quais a fun¸ao ´e conhecida no
instante de tempo t
0
.
Os alicerces conceituais que constru´ıram a mecˆanica quˆantica est˜ao fundamentados em uma
s´erie de experimentos e novos conceitos que revolucionaram a ciˆencia, tais como:
i. Radia¸ao de um corpo negro: as curvas de emiss˜ao do mesmo foram explicadas atrav´es
da quantiza¸ao da energia (Planck);
ii. A impossibilidade de se medir simultaneamente a posi¸ao e o momento de part´ıculas
(princ´ıpio da incerteza de Heisenberg);
iii. A hip´otese do comportamento dual (part´ıcula-onda) do el´etron (de Broglie);
iv. O car´ater probabil´ıstico dos fenˆomenos quˆanticos (as experiˆencias de difra¸ao de el´etrons);
v. Entre outros conceitos e experimentos na fase neanderthal da mecˆanica quˆantica.
1
Esta parte introdut´oria pode ser encontrada nos primeiros cap´ıtulo de arios livros de fundamentos da
qu´ımica quˆantica, como: Levine (2001), Dias (1982), Pillar (1990) e Lowe (1993).
1 A Estrutura Eletrˆonica 8
O rompimento com a mecˆanica cl´assica deu-se principalmente pela introdu¸ao de novos
conceitos como observ´aveis e distribui¸oes de probabilidades. Al´em disso, a energia - atrav´es
da quantiza¸ao - e a probabilidade - aliada `a fun¸ao de onda - tornaram-se dois conceitos
onipresentes e revolucion´arios para a interpreta¸ao das propriedades dos ´atomos e do conceito
de liga¸ao qu´ımica. Uma das consequˆencias mais importantes diz respeito `a mudan¸ca do modelo
de ´orbita para orbital.
Outro aspecto conceitual importante da mecˆanica quˆantica ´e que o estado do sistema ´e
descrito pela fun¸ao de onda Ψ(q, t). Al´em disso, postula-se que para Ψ(q, t) gerar solu¸oes
fisicamente aceit´aveis esta deve ser un´ıvoca, cont´ınua
2
e quadraticamente integr´avel
3
.
A equa¸ao de Schr¨odinger independente do tempo ´e suficiente para explicar diversos fenˆomenos,
particularmente aqueles nos quais a energia potencial ao apresenta uma dependˆencia expl´ıcita
com o tempo. Esta ´e uma aproxima¸ao razo´avel para descrever ´atomos e mol´eculas ao-
perturbados (por exemplo, quando ao est˜ao sob a ao de radia¸ao eletromagn´etica). Nestes
casos, o potencial pode ser descrito por intera¸oes coulˆombicas. Desta forma, a eq.1.1 pode ser
reescrita como:
i
Ψ(q, t)
t
=
2
2m
2
Ψ(q, t)
q
2
+ V (q)Ψ(q, t) (1.2)
Para resolver a eq. 1.2 utiliza-se o etodo da separa¸ao de vari´aveis, ou seja, uma solu¸ao
poss´ıvel consiste em escrever Ψ(q, t) como um produto de duas fun¸ao: uma dependente do
tempo e outra das coordenadas generalizadas (eq. 1.3):
Ψ(q, t) = f(t)ψ(q) (1.3)
em que, substituindo a eq. 1.3 na eq. 1.2 e ap´os algumas manipula¸oes alg´ebricas, obt´em-se:
Ψ(q, t) = exp
iEt/
ψ(q) (1.4)
2
2m
2
ψ(q)
q
2
+ V (q)ψ(q) = Eψ(q)
ou (1.5)
2
Para estados ligados ´e necess´ario que a diferenci´avel seja cont´ınua tamem.
3
Para estados do cont´ınuo se omite este requisito.
1.1 A Separao dos Movimentos Nuclear e Eletrˆonico 9
ˆ
Hψ(q) = Eψ(q) (
ˆ
T +
ˆ
V )ψ(q) = Eψ(q)
Outro aspecto importante da mecˆanica quˆantica diz respeito `a interpreta¸ao dada por Max
Born a eq.1.4, relacionada a densidade eletrˆonica. Segundo esta interpreta¸ao a densidade est´a
relacionada a |Ψ(q, t)|
2
. Dessa forma, temos que:
|Ψ(q, t)|
2
= |ψ(q)|
2
(1.6)
Portanto, para os estados descritos pela eq. 1.4, a densidade de probabilidade ´e dada por
|ψ(q)|
2
e ao varia com o tempo. Estes estados ao denominados de estados estacion´arios.
A eq. 1.5 representa a equa¸ao de Schr¨odinger independente do tempo, em que
ˆ
T e
ˆ
V ao
os operadores energia cin´etica e potencial, respectivamente. O objetivo principal dos m´etodos
de estrutura eletrˆonica ´e resolver esta equa¸ao, no entanto, resolver este problema ao tarefa
acil. Para se ter um entendimento m´ınimo de como encontrar as solu¸oes deve-se, inicialmente,
discutir algumas aproxima¸oes asicas, as quais ser˜ao opicos nas pr´oximas sec¸oes:
i. A separao dos movimentos nuclear do eletrˆonico;
ii. O m´etodo variacional.
1.1 A Separa¸ao dos Movimentos Nuclear e Eletrˆonico
A separa¸ao dos movimentos nuclear e eletrˆonico representa uma das aproxima¸oes mais
fundamentais na qu´ımica quˆantica. Em termos pr´aticos, esta aproxima¸ao ´e o ponto de partida
que permite tratar a estrutura eletrˆonica das mol´eculas com grande exatid˜ao para determinadas
situa¸oes
4
.
A premissa desta aproxima¸ao ´e que as escalas temporais dos movimentos dos el´etrons e
dos n´ucleos ao diferentes o suficientes para que possam ser separadas, quer dizer, os n´ucleos se
movem muito mais lentamente que os el´etrons, e, pode-se considerar que os n´ucleos est˜ao fixos
(estacion´arios) enquanto que os el´etrons realizam seu movimento. Um fato preponderante para
esta aproxima¸ao ´e que a interpreta¸ao experimental dos espectros moleculares est´a essencial-
mente de acordo com a suposi¸ao de que a energia total pode ser decomposta nas contribui¸oes
4
Esta sec¸ao ´e baseada nos textos: Vianna, Fazzio e Canuto (2004), Tully (1976), Sherrill (2005) e Gobbo
(2006).
1.1 A Separao dos Movimentos Nuclear e Eletrˆonico 10
da energia eletrˆonica, roto-vibracional e translacional, ou seja, nas respectivas energias associ-
adas `as caracter´ısticas espectrosc´opicas dos n´ucleos (roto-vibracional) e eletrˆonicas (espectros
UV-Vis. e raio-X ).
A equa¸ao de Schr¨oginger independente do tempo e ao relativ´ıstica para mol´eculas (em
unidades atˆomicas) pode ser escrita como:
ˆ
Hψ(r,
R) = Eψ(r,
R) (1.7)
em que,
ˆ
H =
ˆ
T
n
(
R) +
ˆ
T
e
(r) +
ˆ
V
ee
(r) +
ˆ
V
nn
(
R) +
ˆ
V
en
(r,
R) +
ˆ
H
pm
(r,
R) (1.8)
sendo,
ˆ
T
e
(r) =
I
i=1
1
2
2
i
;
ˆ
T
n
(
R) =
N
a=1
1
2M
a
2
a
ˆ
V
ee
(r) =
I
i=1
I
j>i
1
|r
i
r
j
|
;
ˆ
V
nn
(
R) =
N
a=1
n
b>a
Z
a
Z
b
|
R
a
R
b
|
;
ˆ
V
en
(r,
R) =
I
i=1
N
a=1
Z
a
|
R
a
r
i
|
em que r e
R representando genericamente as coordenadas dos el´etrons e dos n´ucleos, respec-
tivamente; M
a
e Z
a
ao a massa e a carga nuclear, respectivamente;
2
a
e
2
i
ao os operadores
laplaciano (
2
2
x
2
+
2
y
2
+
2
z
2
) atuando nos el´etrons e n´ucleos, respectivamente;
ˆ
T
n
e
ˆ
T
e
ao
os op eradores energia cin´etica dos n´ucleos e dos el´etrons, respectivamente;
ˆ
V
ee
´e o operador de
repuls˜ao intereletrˆonica;
ˆ
V
nn
representa o operador de repuls˜ao internuclear; e por ´ultimo o
ˆ
V
en
´e o operador relativo `a atra¸ao n´ucleo-el´etron.
O ´ultimo termo da eq. 1.8 ´e chamada de operador Hamiltoniano de polariza¸ao de massa e ´e
dada por
ˆ
H
pm
(r,
R) =
1
2M
ˆp
2
, em que M =
N
a=1
M
a
´e a massa total dos n´ucleos, e ˆp =
I
i=1
ˆp
i
´e o operador momento total de todos os el´etrons na mol´ecula. O termo polariza¸ao de massa
aparace por que o centro de massa dos n´ucleos (usado na express˜ao 1.8) ao ´e exatamente o
mesmo que o molecular, conseq¨encia da massa eletrˆonica. Na pr´atica, a energia associada a
este termo de polariza¸ao ´e muito pequena, e ao somente observadas experimentalmente em
espectroscopia de alta resolu¸ao de pequenas mol´eculas. Por essa raz˜ao assume-se, geralmente,
que
ˆ
H
pm
(r,
R) = 0.
A separa¸ao ´e feita supondo uma situ¸ao limite na qual os ucleos ao muito mais massivo
que os el´etrons, isto ´e, quando m/M 0. Neste caso, a energia cin´etica nuclear pode ser
1.1 A Separao dos Movimentos Nuclear e Eletrˆonico 11
considerada desprez´ıvel em rela¸ao `a energia cin´etica eletrˆonica. Assim,
lim
m/M0
ˆ
H =
ˆ
H
=
ˆ
T
e
(r) +
ˆ
V
ee
(r) +
ˆ
V
nn
(
R) +
ˆ
V
en
(r,
R)
O Hamiltoniano de massa nuclear infinita,
ˆ
H
, descreve o movimento eletrˆonico com rela¸ao
a uma estrutura nuclear fixa (estacion´aria). Assim, o termo
ˆ
V
nn
(
R) representa agora apenas
um valor num´erico, como as cargas e as massas das part´ıculas. Contudo, o aspecto chave da
separa¸ao ´e que
ˆ
H
depende explicitamente das coordenadas eletrˆonicas, e para as coordenadas
nucleares a rela¸ao ´e apenas param´etrica. Ou seja
5
,
ˆ
H
ψ(r;
R) = E(R)ψ(r;
R)
vamos denominar
ˆ
H
de
ˆ
H
e
(Hamiltoniano eletrˆonico) seguindo a nota¸ao mais usual na liter-
atura.
Assim, o que temos at´e esse ponto ´e a possibilidade de resolver a equa¸ao eletrˆonica para
uma erie de coordenadas nucleares, gerando para cada R um conjunto de energias e fun¸oes
de onda eletrˆonicas. Resolver a equa¸ao da energia para mol´eculas, mesmo que seja apenas
para a parte eletrˆonica, ´e uma tarefa bastante complicada, pois necessitamos de diversas outras
aproxima¸oes para torna real a possibilidade
6
.
Supondo inicialmente que dispomos das solu¸oes da equa¸ao referente ao Hamiltoniano
eletrˆonico (eq. 1.9), para todos os valores poss´ıveis das coordenadas nucleares.
ˆ
H
e
(r;
R)ψ
k
(r;
R) =
k
ψ
k
(r;
R) (1.9)
Como conseq¨encia da hermiticidade do operador linear
ˆ
H
e
, os autovetores e autovalores
formam um conjunto completo
7
, e este conjunto pode ser utilizados para formar uma base para
a fun¸ao de onda do sistema (n´ucleos + el´etrons) (eq. 1.10):
|ψ(r,
R) =
k
C
k
(
R) |ψ
k
(r;
R) (1.10)
Substituindo a equa¸ao acima na eq.1.7, temos que:
5
Em termos do simbolismo matem´atico a mudan¸ca ´e de ”,”para ”;”.
6
O pr´oximo cap´ıtulo ´e dedicado a tal feito.
7
4
o
postulado da mecˆanica quˆantica (DIAS, 1982).
1.1 A Separao dos Movimentos Nuclear e Eletrˆonico 12
k=1
(
ˆ
T
n
(
R) +
ˆ
V
nn
(
R) +
ˆ
H
e
(r;
R)) C
k
(
R) |ψ
k
(r;
R) = E
k=1
C
k
(
R) |ψ
k
(r;
R) (1.11)
Manipulando a equa¸ao acima (apˆendice A), chegamos ao seguinte resultado:
ˆ
T
n
C
l
+ (
l
+
ˆ
V
nn
)C
l
+
k=1
{
N
a=1
ψ
l
|
a
|ψ
k

termo I
·
a
M
a
C
k
+ C
k
ψ
l
|
ˆ
T
n
|ψ
k

termo II
} = EC
l
(1.12)
Esta equa¸ao representa a equa¸ao de Schr¨odinger ao relativ´ıstica e independente do tempo
para mol´eculas, expressa em termos da base eletrˆonica. Os termos I e II correspondem aos
acoplamentos ao-adiab´aticos de 1
a
e 2
a
ordem, respectivamente. Estes termos ao descritos
atrav´es do operador momento nuclear atuando nas fun¸oes de ondas eletrˆonicas. Portanto, a
sua magnitude depende do quanto as fun¸oes de onda eletrˆonicas mudam quando os n´ucleos se
movem. Com base na premissa inicial da aproxima¸ao, temos um ajuste quase que instantˆaneo
dos el´etrons (fun¸ao de onda eletrˆonica) `as mudan¸cas nas coordenadas nucleares. Desta forma,
os termos referentes ao acoplamento n´ucleo-el´etron ao pequenos. Na grande maioria das
situa¸oes, essa aproxima¸ao ´e alida, por´em em algumas outras pode haver o acoplamento
entre os movimentos eletrˆonicos e nucleares, como no caso de mol´eculas polieletrˆonicas, para as
quais existe um grande n´umero de estados eletrˆonicos energeticamente muito pr´oximos, al´em
de arios graus de liberdade.
Os termos ao-adiab´aticos podem ser tratados considerando duas aproxima¸oes:
i. Aproxima¸ao adiab´atica - AA: desconsidera completamente o termo de 1
a
ordem e mant´em
apenas os elementos diagonais do 2
o
termo (eq. 1.13);
ˆ
T
n
C
l
+ (
l
+
ˆ
V
nn
+ ψ
l
|
ˆ
T
n
|ψ
l
)C
l
= EC
l
ou [
ˆ
T
n
(
R) +
ˆ
V
AA
(
R)]C
l
(
R) = EC
l
(
R) (1.13)
ii. Aproxima¸ao de Born-Oppenheimer - ABO: exclui os dois termos de acoplamento (eq.
1.14), ou seja, a separa¸ao entre o movimento nuclear e eletrˆonico ´e completa.
ˆ
T
n
C
l
+ (
l
+
ˆ
V
nn
)C
l
= EC
l
ou [
ˆ
T
n
(
R) +
ˆ
V
ABO
(
R)]C
l
(
R) = EC
l
(
R) (1.14)
1.1 A Separao dos Movimentos Nuclear e Eletrˆonico 13
Figura 2: Diagrama de energia da mol´ecula O
2
, mostrando algumas curvas de energia potencial
dos estados fundamental e excitados. As geometrias de equil´ıbrio ao associadas a um m´ınimo
absoluto nessas curvas. (figura adaptada de (OKABE, 1978))
Em que
ˆ
V
AA
(
R) e
ˆ
V
ABO
(
R) correspondem as energias potenciais da AA e da ABO, respec-
tivamente. O termo
ˆ
V
i
(
R) fornece as for¸cas l´ıquidas sentidas pelos n´ucleos, como resultado
do movimento eletrˆonico e das intera¸oes coulˆombicas entre os n´ucleos. a arios conceitos
fundamentais que ao resultantes destas aproxima¸oes com conseq¨encias diretas na qu´ımica
(LEWARS, 2004). Alguns destes conceitos est˜ao listados abaixo e ilustrados na fig. 2.
i. Estados eletrˆonicos: a energia de um estado ´e dependente de
R e essa dependˆencia pro-
duzir´a uma energia potencial governada pelo movimento vibracional;
ii. SEP: os n´ucleos se movem em curvas bem definidas por
ˆ
V (
R), logo toda a informa¸ao
acerca do movimento nuclear est´a contida nela;
iii. Geometria nuclear de equil´ıbrio: definida num m´ınimo absoluto da SEP multidimensional
min
(
R) (envolvendo todos os graus de liberdade).
Em que AA e ABO diferem? o op erador Hamiltoniano eletrˆonico (
ˆ
H
e
(r;
R)) depende
de forma param´etrica das coordenadas nucleares, mas ´e independente das massas nucleares.
Analogamente, o operador de energia potencial,
ˆ
V
nn
(
R), ´e independente das massas dos n´ucleos.
Portanto, dentro da ABO as SEPs (de um mesmo estado) de todos os is´otopos de uma mol´ecula
1.2 O M´etodo Variacional 14
ao idˆenticos. Por exemplo, H
2
, HD e D
2
ao idˆenticas segundo esta aproxima¸ao. Notemos
contudo que, segundo o Hamiltoniano molecular completo (eq. 1.8), diferentes is´otopos podem
mudar a estrutura eletrˆonica de uma mol´ecula. Por outro lado, na AA o termo ψ
l
|
ˆ
T
n
|ψ
l
´e
diferente para diferentes is´otopos, de modo que a SEP ser´a dependente dos is´otopos em quest˜ao.
Este efeito geralmente ´e pequeno, mas pode ser identificado na espectroscopia de alta resolu¸ao
de pequenas mol´eculas contendo hidrogˆenio (HANDY; YAMAGUCHI; SCHAEFER, 1986).
´
E importante lembrar que quando a diferen¸ca entre as energias dos estados eletrˆonicos ao
menores que as energias dos estados vibracionais, AA e ABO ao ao mais alidas, devido
aos termos de acoplamento ao-adiab´aticos. Isto ocorre nas regi˜oes de cruzamento evitado
(intersec¸ao onica) e degeneresceˆncia de Jahn-Teller (YARKONY, 1998).
1.2 O M´etodo Variacional
A equa¸ao de Schr¨odinger independente do tempo (eq. 1.5) possui solu¸ao anal´ıtica (exata)
para alguns casos simples, como:
i. Part´ıcula na caixa (fig. 3-A);
ii. Part´ıcula na caixa, confinada num pco de potencial retangular: modelo utilizado para
descrever fenˆomenos de tunelamento (fig. 3-B);
iii. Oscilador harmˆonico: modelo utilizado para descrever o espectro vibracional ( f ig. 3-C);
iv. Rotor R´ıgido: modelo utilizado para descrever o espectro rotacional;
v.
´
Atomos hidrogen´oides: base para o modelo de campo central em ´atomos (simetria esf´erica)
( fig.3-D);
vi. Mol´ecula H
+
2
na ABO: descri¸ao da liga¸ao qu´ımica (fig. 3-E).
De forma concisa, resolver estes problemas implica necessariamente impor conceitos e id´eias
que mostram ser muito pr´oprias da mecˆanica quˆantica, como: as condi¸oes de contorno e as
transforma¸oes do espco das coordenadas. As condi¸oes de contorno ao essenciais para a
resolu¸ao de equa¸oes diferenciais, enquanto que as tranforma¸oes no espa¸co das coordenadas
implica separa¸ao de vari´aveis, o que torna poss´ıvel, por exemplo, resolver os ´atomos hidro-
gen´oides e o ´ıon H
+
2
(PAULING; WILSON, 1963).
1.2 O M´etodo Variacional 15
Figura 3: Problemas com solu¸oes anal´ıticas para equa¸ao de Schr¨odinger independente do
tempo. Os respectivos potenciais ao mostrados para cada sistema.
Para ´atomos p olieletrˆonicos e mol´eculas a eq. 1.5 ao pode ser resolvida de maneira ex-
ata, a que ao fora ainda transformada em nenhum sistema de coordenadas que conduza a
separa¸ao das vari´aveis. Portanto, aproxima¸oes adicionais (al´em da ABO) ao necess´arias.
Tes ao as aproxima¸oes mais utilizadas para resolver o problema multi-eletrˆonico: o etodo
variacional, m´etodo de pertubao e m´etodo couple cluster, na verdade, em muitos casos, os
protocolos utilizados na atualidade para resolver os sistemas polieletrˆonicos envolvem h´ıbridos
destes etodos. Na pr´oxima sec¸ao abordaremos o etodos variacional linhas gerais, pois as
metodologias utilizadas nessa disserta¸ao baseiam nesta aproxima¸ao.
1.2.1 O Princ´ıpio Variacional
O princ´ıpio variacional ´e fundamentado na seguinte equa¸ao:
˜
ψ
ˆ
H
˜
ψ E
0
(1.15)
que possibilita o alculo do limite superior da energia do estado fundamental (E
0
) de um sistema
descrita por uma fun¸ao tentativa
˜
ψ. A demostra¸ao desta equa¸ao se encontra no apˆendice B.
Para
˜
ψ ao-normalizada, a eq.1.15 ´e descrita como:
E(
˜
ψ) =
˜
ψ
ˆ
H
˜
ψ
˜
ψ
˜
ψ
E
0
(1.16)
em que o fator
1
˜
ψ
˜
ψ
´e o termo de normaliza¸ao de
˜
ψ.
1.2 O M´etodo Variacional 16
O etodo variacional ao o permite obter as solu¸oes aproximadas para eq. 1.5, mas
tamb´em pode fornecer um bom crit´erio (energ´etico) para avaliar aproxima¸oes adicionais. Em
rela¸ao `a obten¸ao de solu¸oes aproximadas, o que se faz em alguns casos ´e a partir de um fun¸ao
˜
ψ variar os seus parˆametros de modo a minimizar a energia E(
˜
ψ). Este processo resultar´a numa
energia mais baixa para o estado fundamental. Portanto, de uma maneira geral, quanto maior
for o n´umero de parˆametros ajust´aveis (graus de liberdade da fun¸ao) tanto eficiente ´e a fun¸ao
tentativa.
Na pr´atica, um n´umero muito grande de parˆametros dificulta a aplica¸ao do m´etodo. Geral-
mente, se estabelece um compromisso entre dois aspectos: (i) n´umero de parˆametros varia-
cionais; e (ii) dificuldade de implementa¸ao. Em resumo, pode-se obter uma energia razo´avel
mesmo que a fun¸ao aproximada,
˜
ψ, seja muito diferente da fun¸ao exata, ψ
0
.
1.2.2 O etodo Variacional para Estados Excitados
O m´etodo variacional tamb´em pode ser aplicado para obter a energia de estados excitados
de um sistema. Conforme mostrado no apˆendice B, a equa¸ao variacional para a energia ´e
obtida pela express˜ao:
˜
ψ
ˆ
H
˜
ψ =
k
|c
k
|
2
E
k
E
0
k
|c
k
|
2
(1.17)
Portanto, para c
0
= 0 teremos uma desigualdade semelhante a da eq. 1.16 para a energia
do primeiro estado excitado (E
1
).
A hip´otese c
0
= 0 equivale impor a ortogonalidade entre a fun¸ao de onda do primeiro
estado excitado (ψ
1
) a ser otimizada variacionalmente e a autofun¸ao do estado fundamental
(ψ
0
). De modo an´alogo ao procedimento desenvolvido para o estado fundamental, isto ´e,
˜
ψ
ˆ
H
˜
ψ =
k=1
|c
k
|
2
E
k
e
˜
ψ
˜
ψ =
k=1
|c
k
|
2
; teremos para o primeiro estado excitado.
E(
˜
ψ) =
˜
ψ
ˆ
H
˜
ψ
˜
ψ
˜
ψ
E
1
(1.18)
com a condi¸ao
ψ
0
˜
ψ = 0.
Analisando conceitualmente esta restri¸ao percebemos uma aparente incoerˆencia na aplica¸ao
do etodo variacional ao 1
o
estado excitado, pois a id´eia contida nesta metodologia diz respeito
`a obten¸ao do autovalor de um sistema qualquer sem a necessidade de resolver exatamente a
1.2 O M´etodo Variacional 17
equa¸ao da energia. Contudo, sem estas solu¸oes ao saberemos a forma das fun¸oes pr´oprias
do Hamiltoniano e, conseq¨uentemente, ao podemos garantir a ortogonalidade em quest˜ao.
Para certos sistemas ´e poss´ıvel assegurar que ψ
0
|
˜
ψ = 0 sem necessariamente conhecer ψ
0
,
por exemplos, ´atomos e mol´eculas, devido `a simetria espacial e/ou de spin. Assim, podemos
generalizar a eq. 1.18 baseando-se nas propriedades de simetria:
E(
˜
ψ) =
˜
ψ
ˆ
H
˜
ψ
˜
ψ
˜
ψ
E
k+1
(1.19)
desde que < ψ
0
|
˜
ψ >=< ψ
1
|
˜
ψ >=< ψ
2
|
˜
ψ >= ... =< ψ
k
|
˜
ψ >= 0.
1.2.3 Fun¸ao de Onda Tentativa
O ponto de partida para aplica¸ao do etodo variacional ´e a fun¸ao de onda tentativa.
Esta fun¸ao pode ser descrita como combina¸ao linear de fun¸oes conhecidas {Φ
j
}, conforme a
eq.1.20:
˜
ψ =
n
j=1
c
j
Φ
j
(1.20)
A utiliza¸ao do etodo variacional com fun¸oes deste tipo requer que algumas condi¸oes
sejam satisfeitas, tais como: Φ
j
s devem ser linearmente independentes e satisfazer as mesmas
condi¸oes de contorno do problema. Os coeficientes c
j
s ao obtidos minimizando-se a integral
variacional. No caso do m´etodo HF (que ser´a mostrado no cap´ıtulo 2) as fun¸oes Φ
j
s represen-
tam os orbitais atˆomicos (OA)s, enquanto que, os c
j
s ao os pesos associados `as composi¸oes
dos OM s.
Assumindo que Φ
j
s e c
j
s ao reais, a utiliza¸ao da fun¸ao expressa na eq. 1.20 na equa¸ao
variacional (eq. 1.16) fornece a seguinte rela¸ao:
E(
˜
ψ) =
˜
ψ
ˆ
H
˜
ψ
˜
ψ
˜
ψ
=
n
j=1
n
k=1
(
c
j
c
k
H
jk
c
j
c
k
S
jk
) E
0
(1.21)
em que, S
jk
Φ
j
Φ
k
´e a integral de sobreposi¸ao (overlap) e H
jk
Φ
j
ˆ
HΦ
k
´e o elemento
de matriz associado ao Hamiltoniano.
Como a equa¸ao acima mostra, E(
˜
ψ) ´e fun¸ao de n vari´aveis independentes: c
1
, c
2
, c
3
, ...,
c
n
; de modo que a miniza¸ao de E(
˜
ψ) corresponde a resolver n equa¸oes do tipo:
1.2 O M´etodo Variacional 18
E(
˜
ψ)
c
i
= 0 ; com i = 1, 2, 3, ..., n. (1.22)
substituindo a eq. 1.21 em 1.22 e ap´os algumas manipula¸oes alg´ebricas, que constam no
apˆendice C, chega-se ao seguinte conjunto de equa¸oes:
(H
11
S
11
E(
˜
ψ))c
1
+ (H
12
S
12
E(
˜
ψ))c
2
+ ... + (H
1n
S
1n
E(
˜
ψ))c
n
= 0
(H
21
S
21
E(
˜
ψ))c
1
+ (H
22
S
22
E(
˜
ψ))c
2
+ ... + (H
2n
S
2n
E(
˜
ψ))c
n
= 0
(H
31
S
31
E(
˜
ψ))c
1
+ (H
32
S
32
E(
˜
ψ))c
2
+ ... + (H
3n
S
3n
E(
˜
ψ))c
n
= 0 (1.23)
..............................................................................................................
(H
n1
S
n1
E(
˜
ψ))c
1
+ (H
n2
S
n2
E(
˜
ψ))c
2
+ ... + (H
nn
S
nn
E(
˜
ψ))c
n
= 0
que correspondem a um conjunto de equa¸oes lineares homogˆeneas.
A solu¸ao trivial para o sistema acima ´e: c
1
= c
2
= c
3
= ... = c
n
= 0. Para as demais
solu¸oes devemos ter:
det(H
ik
S
ik
E(
˜
ψ)) = 0 (1.24)
O determinante acima ´e conhecido como determinante secular, o mesmo pode ser utilizado
como a base para os modelos que descrevem a mol´ecula em termos dos OM s.
Pode-se demonstrar atraes de um exemplo simples a utiliza¸ao de fun¸oes tentativa con-
tru´ıdas a partir de combina¸oes lineares envolvendo estados excitados, que E(
˜
ψ)
1
E
1
, em que
E(
˜
ψ)
1
´e a segunda raiz mais baixa do determinante secular (NEBOT-GIL; UGALDE, 2000). Para
simplificar consideremos um determinante secular 2x2. Com |
˜
ψ
0
=
i
c
0
i
Φ
i
e |
˜
ψ
1
=
i
c
1
i
Φ
i
,
podemos formar uma nova fun¸ao a partir de uma combina¸ao linear destes dois autovetores:
|
˜
ψ
= x|
˜
ψ
0
+ y|
˜
ψ
1
(1.25)
Se |
˜
ψ
for normalizada temos que |x|
2
+ |y|
2
= 1. Al´em disso, se
˜
ψ
e
˜
ψ
0
forem ortogonais
(
˜
ψ
|
˜
ψ
0
= 0), enao teremos que: E
1
˜
ψ
|
ˆ
H|
˜
ψ
= |x|
2
E(
˜
ψ)
0
+ |y|
2
E(
˜
ψ)
1
= |x|
2
E(
˜
ψ)
0
+ (1
|x|
2
)E(
˜
ψ)
1
= E(
˜
ψ)
1
|x|
2
(E(
˜
ψ)
1
E(
˜
ψ)
0
) E(
˜
ψ)
1
, pois |x|
2
0 e (E(
˜
ψ)
1
E(
˜
ψ)
0
) 0, o que
nos leva a E(
˜
ψ)
1
E
1
. Este resultado pode ser generalizado para qualquer raiz E(
˜
ψ)
α
E
α
.
Uma grande vantagem advinda da utiliza¸ao de fun¸oes tentativas constitu´ıdas de com-
1.2 O M´etodo Variacional 19
bina¸oes lineares ´e que os autovalores exatos (E
k
) ao limites inferiores para os autovalores
aproximados E(
˜
ψ)
k
. Este resultado foi demonstrado por MacDonald (1933) e est´a ilustrado na
fig. 4. No entanto, apesar desta vantagem, esta aproxima¸ao ao garante que a convergˆencia
acontece com a mesma velocidade para cada estado, quer dizer, a diferen¸ca de energia entre os
estados ao necessariamente ao as melhores.
Figura 4: Resultado proveniente do m´etodo variacional linear descrito no texto. Os autovalores
exatos ao limites inferiores para os autovalores aproximados (figura adaptada de McWeeny
(1973)).
20
Parte II
A Fundamenta¸ao Torica
21
2 A Aproxima¸ao do Orbital
Molecular
O conceito de orbital molecular ´e extremamente poderoso em toda a qu´ımica, constituindo-
se, hoje, como uma das referˆencias fundamentais para as diversas discuss˜oes no conjunto das
observoes experimentais e predi¸oes te´oricas (ALBRIGHT; BURDETT; WHANGBO, 1985). A
ao dos orbitais ´e percebida tanto nas justificativas para as propriedades estruturais assim
como nos argumentos relativos as transforma¸oes ocasionadas tanto por indu¸ao t´ermica ou
luminosa. Casos de sucessos ao nas espectroscopias eletrˆonica e fotoeletrˆonica e na reativi-
dade qu´ımica (GIL, 2000) dos compostos moleculares como no modelo dos orbitais de fronteira
(HOMO-LUMO).
Num n´ıvel te´orico, o modelo de OM pode ser altamente sofisticado (WITTEL; MCGLYNN,
1977). Basicamente, o OM ´e constru´ıdo atrav´es de uma combina¸ao linear de fun¸oes matem´aticas
(de base) que representam os OAs e, as caracter´ısticas dos orbitais resultantes em uma cor-
rela¸ao ´unica com a mol´ecula que se prop˜oe descrever (STEINER, 1976). Particularmente, a
espectroscopia fotoeletrˆonica se caracteriza como uma ferramenta indispens´avel para validar o
modelo em quest˜ao, a que, baseia-se num teorema que associa os potenciais de ioniza¸ao (PI s)
com as energias dos OM s ocupados, arios exemplos podem ser encontrados no livro de Dekock
e Gray (1989).
Obter e entender uma descri¸ao te´orica m´ınima que seja de um conjunto de OM s, os quais
representem uma mol´ecula qualquer, ser˜ao necess´arios abordar alguns aspectos relacionados a
constru¸ao da fun¸ao de onda eletrˆonica molecular, assim como da metodologia para resolver
de maneira aproximada a “equa¸ao da energia”
1
.
1
Isso veremos nas sec¸oes a seguir. Estas sec¸oes est˜ao baseadas no Szabo e Ostlund (1989), um livro da
teoria da estrutura eletrˆonica a consagrado!
2.1 Fun¸ao de Onda para Sistemas Polieletrˆonicos 22
2.1 Fun¸ao de Onda para Sistemas Polieletrˆonicos
Mesmo na aproxima¸ao de n´ucleos estacion´arios (ABO), a resolu¸ao anal´ıtica da equa¸ao de
Schr¨odinger eletrˆonica para sistemas polieletrˆonicos ao ´e ainda poss´ıvel, principalmente devido
`a intera¸ao eletrˆonica (
ˆ
V
ee
(r)
). Uma aproxima¸ao de partida bastante conveniente consiste
em considerar o termo
ˆ
V
ee
(r)
como um potencial edio (efetivo) para cada um dos el´etrons,
transformando o problema de N el´etrons em N problemas de um el´etron. A maneira mais
simples de expressar tal aproxima¸ao diz respeito ao produto de Hartree (
˜
ψ
HP
). Contudo,
este produto ao satisfaz ao princ´ıpio da antissimetria nem ao princ´ıpio da exclus˜ao de Pauli.
Estes, no entanto, podem ser satisfeitos simultaneamente utilizando-se o determinante de Slater
(DS), eq.2.1
˜
ψ(x
1
, x
2
, ..., x
N
) =
1
N!
χ
1
(x
1
) χ
2
(x
1
) ... χ
k
(x
1
)
χ
1
(x
2
) χ
2
(x
2
) ... χ
k
(x
2
)
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
χ
1
(x
N
) χ
2
(x
N
) ... χ
k
(x
N
)
= |χ
1
χ
2
... χ
N
(2.1)
em que
1
N!
corresponde ao fator de normaliza¸ao da fun¸ao de onda; as linhas ao indicados
pelos el´etrons e as colunas pelos spin-orbitais χ
i
. Os x
i
s representam as coordenadas compostas
(espacial + de spin).
Algumas propriedades e conseq¨uˆencias relevantes resultantes do DS podem ser enumeradas
a seguir:
i. Os N el´etrons ocupam os k spin-orbitais (k = N), sem especificar em que orbital um
determinado el´etron est´a indistinguibilidade dos el´etrons;
ii. A troca das coordenadas de dois el´etrons corresponde `a troca de duas linhas do determi-
nante, o que ocasiona a troca do seu sinal antissimetria;
iii.
´
E introduzido o chamado efeito de troca, assim chamado por que resulta da necessidade
de |
˜
ψ(x
1
, x
2
, ..., x
N
)|
2
ser invariante em rela¸ao a troca das coordenadas espaciais e de
spin de qualquer par de el´etrons;
iv. O DS incorpora a chamada correla¸ao de troca, pois o movimento de dois el´etrons com
spins paralelos ´e correlacionado;
2.2 O M´etodo Hartree-Fock e o Procedimento SCF ( Self-Consistent Field) 23
v. O movimento de el´etrons com spins opostos permanece ao-correlacionado, conseq¨uˆencia
direta do princ´ıpio de exclus˜ao de Pauli;
vi. A configura¸ao tripleto possui energia menor que a singleto correspondente, devido `a
energia de troca;
vii. ao satisfaz a condi¸ao de separa¸ao das coordenadas de spin e espaciais da equa¸ao de
Schr¨odinger eletrˆonica (??), a que estamos partindo de um Hamiltoniano eletrˆonico ao
relativ´ıstico (eq. 1.7).
2.2 O M´etodo Hartree-Fock e o Procedimento SCF (Self-
Consistent Field)
O valor esperado do Hamiltoniano eletrˆonico, relacionado `a fun¸ao de onda representada
por um DS, ´e dado pela eq. 2.2, onde a repuls˜ao intereletrˆonica ´e incorporada, de forma edia,
via os operadores de Coulomb,
ˆ
J
ij
, e de troca,
ˆ
K
ij
(surge como conseq¨uˆencia da antissimetria
da fun¸ao de onda de f´ermios), eq. 2.3, em que
ˆ
h
(i)
1
2
2
i
a
Z
a
r
ia
representa o Hamiltoniano
efetivo de um el´etron.
E
0
=
N
i=1
χ
i(x
i
)
|
ˆ
h
(i)
|χ
i(x
i
)
+
1
2
N
i=1
N
j>i
(χ
i(x
i
)
|
ˆ
J
ij
|χ
i(x
i
)
χ
i(x
i
)
|
ˆ
K
ij
|χ
i(x
i
)
) (2.2)
ˆ
J
ij
=
N
j=i
|χ
j
(x
j
)|
2
r
1
ij
dx
j
e
ˆ
K
ij
=
χ
j
(x
j
)r
1
ij
χ
j
(x
j
)dx
j
(2.3)
Os spin-orbitais ´otimos podem ser obtidos minimizando-se a energia (eq. 2.2) atrav´es da
t´ecnica dos multiplicadores indeterminados de lagrange, em que ´e aplicado um funcional £
definido como (eq. 2.4):
£[{ψ(x
1
, x
2
, ..., x
N
)}] = E
HF
N
i=1
N
j=1
ε
ij
(χ
i
(x
i
)|χ
j
(x
j
) δ
ij
) (2.4)
Em que ε
ij
ao os multiplicadores indeterminados de lagrange e χ
i
(x
i
)|χ
j
(x
j
) ´e a integral
de sobreposi¸ao entre os spin-orbitais. Condicionando a equa¸ao de v´ınculo χ
i
(x
i
)|χ
j
(x
j
)
δ
ij
= 0 o problema ter´a como solu¸ao a equa¸ao de autovalores e autovetores do op erador
Fock (
ˆ
f), com ε
i
associada a energia do spin-orbital χ
i
(x
i
). O resultado final deste tratamento
2.2 O M´etodo Hartree-Fock e o Procedimento SCF ( Self-Consistent Field) 24
matem´atico ´e conhecida equa¸ao de HF, que pode ser escrita da seguinte forma (eq. 2.5):
ˆ
f|χ
i
(x
i
) = ε
i
|χ
i
(x
i
) (2.5)
Neste procedimento imp˜oe-se que os spin-orbitais sejam ortonormais. Este conjunto de
equa¸oes deve ser resolvido de maneira iterativa, isto ´e, fornece-se um conjunto inicial de
orbitais e estes ao melhorados a cada ciclo iterativo, at´e a convergˆencia. Este procedimento ´e
chamado de campo auto-consistente (SCF ).
Dentre os modelos matem´aticos para representar a estrutura eletrˆonica de sistemas molecu-
lares, um dos mais valiosos e populares ´e sem d´uvida HF. Na tentativa de solucionar o problema
da separa¸ao das intera¸oes el´etron-el´etron, essa aproxima¸ao tornou-se o etodo padr˜ao para
iniciar qualquer estudo da representa¸ao de estados eletrˆonicos de at´omos, mol´eculas etc. En-
tretanto, haviam problemas iniciais extremamente importante que limitou o seu alcance na sua
fase inicial:
i. A resolu¸ao das equa¸oes´ıntegro-diferenciais para arios centros, pois a utiliza¸ao restringia-
se a sistemas pequenos, ´atomos ou mol´eculas diatˆomicas;
ii. Quais as fun¸oes matem´aticas que deveriam ser utilizadas na constru¸ao da fun¸ao ten-
tativa, quer dizer, que se ajusta ao procedimento de resolu¸ao?
As respostas para estas duas quest˜oes ser˜ao abordadas nas duas sub-sec¸oes a seguir de
maneira superficial.
2.2.1 O etodo Hartree-Fock-Roothaan-Hall (HFRH)
Visando estender a aplica¸ao das equa¸oes de HF a sistemas maiores Roothaan (1951) e
Hall (1951) propuseram que os orbitais moleculares fossem expressos como combina¸ao linear
de orbitais atˆomicos (LCAO), mudando, assim, as equa¸oes ´ıntegro-diferenciais para matrici-
ais, representando uma simplifica¸ao consider´avel do problema (eq. 2.6) do ponto de vista da
demanda computacional.
˜
ψ
i
=
n
j=1
c
ji
ϕ
j
(2.6)
2.2 O M´etodo Hartree-Fock e o Procedimento SCF ( Self-Consistent Field) 25
A utiliza¸ao da aproxima¸ao LCAO resulta nas equa¸oes de HFRH, como mostrado a
seguir, para uma fun¸ao de onda RHF (restrict HF ) utilizada para sistemas sistemas de ca-
mada fechada. Esta fun¸ao representa uma boa aproxima¸ao para muitas mol´eculas no estado
fundamental pr´oximo da regi˜ao de m´ınimo. A chave dessa aproxima¸ao ´e para estados singletos
(multiplicidade mais comum para o estado fundamental molecular) S = M
S
= 0, com todos os
orbitais duplamente ocupados. Neste contexto, pode-se gerar um novo DS baseado ao mais
em spin-orbitais, mas, em orbitais espaciais (eq. 2.7)
˜
ψ(x
1
, x
2
, ..., x
N
) = |χ
1
χ
2
... χ
N1
χ
N
= |ϕ
1
¯ϕ
1
... ϕ
a
¯ϕ
a
... ϕ
N/2
¯ϕ
N/2
(2.7)
em que ϕ
i
e ¯ϕ
i
se referem a spin-orbitais contendo um el´etron de spin α e um de spin β. Nesta
nova nota¸ao o operador de Fock pode ser expresso em termos de orbitais espaciais:
ˆ
f =
N/2
i=1
ˆ
h
(i)
+
N/2
i=1
N/2
j=1
(2
ˆ
J
ij
ˆ
K
ij
) (2.8)
em que
ˆ
J
ij
=
N/2
j=i
|ϕ
j(x
j
)
|
2
r
1
ij
dx
j
e
ˆ
K
ij
=
ϕ
j(x
j
)
r
1
ij
ϕ
i(x
j
)
dx
j
(2.9)
Substituindo a eq. 2.6 nas equa¸oes de HF obtidas com o operador
ˆ
f (eq. 2.8) temos que:
ˆ
f
˜
ψ(x
1
, x
2
, ..., x
N
) =
ˆ
f
n
j=1
c
ji
ϕ
j
= ε
i
n
j=1
c
ji
ϕ
j
(2.10)
A eq. 2.10 representa a equa¸ao HF canˆonica, e cada OM canˆonico ser´a representado por
uma equa¸ao de autovalores. A solu¸ao desta equa¸ao implica em determinar os valores dos
coeficientes da combina¸ao linear de todos os orbitais e suas respectivas energias. Considerando
que temos um conjunto de fun¸oes ϕs, inicia-se o processo de resolu¸ao da equa¸ao acima
multiplicando-a por este conjunto e integrando em todo o espa¸co das vari´aveis. A manipula¸ao
destas equa¸oes e dos principais termos est˜ao mostrados nas Eqs. 2.11.
2.2 O M´etodo Hartree-Fock e o Procedimento SCF ( Self-Consistent Field) 26
ϕ
k
ˆ
f
n
j=1
c
ji
ϕ
j
=
ϕ
k
ε
i
n
j=1
c
ji
ϕ
j
n
j=1
c
ji
(
ϕ
k
ˆ
fϕ
j
) = ε
i
n
j=1
c
ji
(
ϕ
k
ϕ
j
) (2.11)
n
j=1
c
ji
F
kj
= ε
i
n
j=1
c
ji
S
kj
As equa¸oes acima podem ser expressas na forma matricial, conforme eq. 2.12:
n
j=1
c
ji
(F
kj
ε
i
S
kj
) =
F
11
S
11
ε
i
F
12
S
12
ε
i
... F
1n
S
1n
ε
i
F
21
S
21
ε
i
F
22
S
22
ε
i
... F
2n
S
2n
ε
i
F
31
S
31
ε
i
F
32
S
32
ε
i
... F
3n
S
3n
ε
i
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
F
n1
S
n1
ε
i
F
n2
S
n2
ε
i
... F
nn
S
nn
ε
i
c
1i
c
2i
c
3i
.
.
.
c
ni
= 0 (2.12)
Os termos F
kj
e S
kj
correspondem ao elemento de matriz do operador de Fock (na base
dos OAs) e `a integral de sobreposi¸ao das fun¸oes ϕ
k
e ϕ
j
, respectivamente. Uma solu¸ao
ao trivial do sistema acima pode ser obtida anulando-se o determinante correspondente, como
mostrado no cap´ıtulo 1 na se¸ao 1.2. Uma forma usual de escrever este determinate de forma
compacta ´e dado pela eq. 2.14.
FC = ESC (2.13)
Duas observoes devem ser feitas a respeito desta equa¸ao. Primeiro que F depende de
C, de maneira que esta equa¸ao matricial deve ser resolvida de forma auto-consistente. Al´em
disso, na maioria das vezes, o conjunto de fun¸oes de base ao ´e ortogonal, de forma que a
S ao ´e diagonal. Esta dificuldade pode ser contornada fazendo-se uma transforma¸ao linear
sobre o conjunto de fun¸oes-base. O procedimento auto-consistente visa portanto melhorar os
OM s para uma dada base, atrav´es de modifica¸oes apropriadas dos coeficientes LCAO, quer
dizer, o processo de diagonaliza¸ao da matriz de Fock (F).
2.2 O M´etodo Hartree-Fock e o Procedimento SCF ( Self-Consistent Field) 27
2.2.2 Bases Aomicas
Quais e quantas deveriam ser as fun¸oes matem´aticas dos spin-orbitais monoeletrˆonicos
que se adequariam ao procedimento de resolu¸ao ´ıntegro-diferencial e/ou matricial do operador
de HF !? Estas quest˜oes podem ser entendidas a partir de uma excelente revis˜ao publicada
por (DAVIDSON; FELLER, 1986), no qual o autor resume a escolha das fun¸oes de base, tipo e
quantidade, em dois crit´erios:
i. Com rela¸ao ao compromisso f´ısico, as fun¸oes de base devem levar em considera¸ao a fa-
cilidade de se ajustar ao sistema estudado, bem como propiciar a obten¸ao de propriedades
no m´ınimo compat´ıveis com os resultados experimentais;
ii. O n´umero e a qualidade das fun¸oes de base deve corresponder a melhor rela¸ao custo-
benef´ıcio em termos computacionais.
Em qualquer livro de qu´ımica quˆantica computacional e/ou te´orica (CRAMER, 2004; JENSEN,
2007), o confronto destes dois ´ıtens citados acima est˜ao associadas a dois tipos de fun¸oes: Slater
(STO) e Gaussianas (GTO). A primeira, apresentando-se como a mais adequada com rela¸ao
ao compromisso f´ısico, por´em analiticamente complicadas de se resolver em algumas situa¸oes.
a as GTOs, com as caracter´ısticas inversas, computacionalmente sol´uveis, por´em com de-
scri¸oes inadequadas. A diferen¸ca principal entre GT O e ST O est´a na dependˆencia radial: com
e
ζr
2
e e
ζr
, respectivamente. A principal marca das ST Os ´e uma descri¸ao semelhante ao
orbitais hidrogen´oides nas regi˜oes pr´oxima ao n´ucleo, pois:
(
GT O
dr
)
r=0
= 0 e (
ST O
dr
)
r=0
= 0 (2.14)
Outro aspecto importante ´e marcada tamb´em em regi˜oes distantes do n´ucleo, a que as
fun¸oes de GTOs decaem mais que as de STOs.
Uma solu¸ao encontrada para unir a facilidade computacional com a adequada descri¸ao
do sistema ´e construir as fun¸oes de base combinando linearmente as GTOs, com a finalidade
de imitar as ST Os (no m´ınimo ao necess´arios 3 GT Os para representar de maneira razo´avel
uma ST O).
Apesar de aparentemente definido o estilo das fun¸oes matem´aticas que devem ser uti-
lizadas, os aspectos relacionados ao tipo de fun¸ao ainda fora completamente respondido, visto
que, a equa¸ao de HF foi desenvolvida originalmente para ser resolvida analiticamente para
2.2 O M´etodo Hartree-Fock e o Procedimento SCF ( Self-Consistent Field) 28
´atomos polieletrˆonicos, ou seja, sistemas de centro ´unico, nos quais podemos aproximar para
os orbitais monoeletrˆonicos (HUZINAGA, 1985). Entretanto, para sistemas de muitos centros
(mol´eculas), ao ´e poss´ıvel reduzir a equa¸ao de HF molecular para equa¸oes ´ıntegro-diferenciais
de uma dimens˜ao atomos). A complica¸ao portanto ´e como fazer o processo de adapta¸ao ad-
equadamente ao sistema de interesse, ou seja, atˆomico molecular.
Como a comentado no cap´ıtulo 1 sec¸ao 1
.
2, todos os coeficientes de um combina¸ao linear
de uma fun¸ao de onda tentativa ao parˆametros que podem ser modificados de uma maneira tal
a minimizar a energia de um sistema qualquer (respeitando as condi¸oes de contorno). Portanto,
da mesma maneira que os expoentes ao ajustados ao sistema atˆomico, os mesmos podem
tamb´em ser adaptados ao ambiente molecular. Por analogia aos m´etodos de regress˜ao, quanto
maior o n´umero de parˆametros a ser ajustado, melhor a flexibilidade e, conseq¨uentemente, ser´a
mais adequada a representa¸ao da fun¸ao. Entretanto, a distribui¸ao eletrˆonica no ambiente
molecular ´e extremamente mais complexa do que no ambiente atˆomico, quer dizer, o conjunto
de fun¸oes de base atˆomico ao leva em considera¸ao as distor¸oes da densidade eletrˆonica.
Assim, com o intuito de descrever as propriedades moleculares mais adequadamente e preservar
a transferˆencia das fun¸oes de base desenvolvidas para sistemas atˆomicos, utilizou-se o crit´erio
de adicionar mais fun¸oes espec´ıficas ao ambiente molecular. Estas fun¸oes ao classificadas em
dois grandes grupos: polariza¸ao e difusas (CRAMER, 2004; JENSEN, 2007).
As fun¸oes de polariza¸ao auxiliam na descri¸ao das distor¸oes das densidades eletrˆonicas
em ambiente molecular, importantes portanto na composi¸ao das liga¸oes qu´ımicas. Difer-
entemente, as fun¸oes difusas atuam expandindo as densidades eletrˆonicas para descrever sis-
temas aniˆonicos, estados eletrˆonicos caracterizados por orbitais extremamente “difusos” (or-
bitais de R), ou melhorando as descri¸ao de intera¸ao moleculares, como liga¸ao de hidrogˆenio
(no cap´ıtulo 5 mostraremos a importˆancia das fun¸oes difusas).
Por fim, o problema demanda computacional: A tendˆencia geral em alculos moleculares ´e
que cada ´atomo na mol´ecula apresenta seu conjunto de base e que, de acordo com o etodo
HFRH, os mesmos sejam misturados para produzir os OM s. Entretanto, se cada ´atomo pre-
cisa ter seus expoentes otimizados, logo o problema de otimiza¸ao torna-se ao-linear. Al´em
disso, o umero das integrais atˆomicas a serem calculadas est´a diretamente relacionada com
o n´umero de fun¸oes de base a serem utilizados. Enquanto as integrais relacionadas a energia
cin´etica e a atra¸ao n´ucleo-el´etron crescem na ordem n
2
(em que n representa o n´umero
de fun¸oes), o n´umero de integrais de repuls˜ao el´etron-el´etron cresce na ordem n
4
. Para
reduzir esse n´umero acentuado de termos algumas ecnicas foram desenvolvidas denominadas
2.2 O M´etodo Hartree-Fock e o Procedimento SCF ( Self-Consistent Field) 29
de contrao do conjunto de base. Em poucas palavras, contra¸ao corresponde a formar grupos
com algumas fun¸oes do conjunto de base original fazendo com que os coeficientes ao variem
independentemente, mas sejam condicionados dentro uma combina¸ao linear especifica, dessa
forma, pode-se separar o n´umero de GTOs para tratar regi˜oes diferentes, pr´oximas ou longe do
n´ucleo. Por convenieˆencia, denomina-se as fun¸oes de base ao-contra´ıdas de primitivas.
a dois tipos asicos de contra¸oes:
segmentada
e
geral
. Um diferen¸ca asica entre elas
´e que na contra¸ao segmentada cada primitiva ´e usada em uma fun¸ao contra´ıda espec´ıfica,
enquanto na geral algumas primitivas de um determinado ´atomo e momento angular ao em-
pregadas para gerar as fun¸oes contra´ıdas. Para ilustrar, analisemos a base esquematizada
abaixo 6-31G (HEHRE; DITCHFIELD; POPLE, 1972) para o ´atomo de H´elio:
Expoentes Coeficientes de χ
CGT O
1
Coeficientes de χ
CGT O
2
38, 42163400 0, 02376600 0, 00000000
5, 77803000 0, 15467900 0, 00000000
1, 24177400 0, 46963000 0, 00000000
0, 29796400 0, 00000000 1, 00000000
O conjunto primitivo dessa base ´e constitu´ıdo de 4 fun¸oes GTOs. Sendo elas, as primitivas:
e
38,42163400r
2
; e
5,77803000r
2
; e
1,24177400r
2
; e e
0,29796400r
2
. Esse conjunto primitivo, representado
por 4s foi contra´ıdo para 2 fun¸oes (contra¸ao segmentada), isto ´e, (4s)/[2s] e, assim a base
representar´a os orbitais 1s e 2s do He, cujas combina¸oes est˜ao mostradas abaixo:
χ
CGT O
1
= 0, 02376600 e
38,42163400r
2
+ 0, 15467900 e
5,77803000r
2
+ 0, 46963000 e
1,24177400r
2
χ
CGT O
2
= 1, 00000000 e
0,29796400r
2
A primeira contra¸ao ´e realizada com 3 fun¸oes GTOs primitivas, a a segunda ´e contra´ıda
com apenas 1 GTO. Outro ponto a destacar ´e que as primitivas est˜ao bem definidas para uma(s)
espec´ıfica(s) GTO(s), logo, a(s) GTO(s) da primitiva 1 ao se misturam com a(s) da primitiva
2.
No caso da contra¸ao geral, arias GTOs do conjunto primitivo podem aparecer no conjunto
contra´ıdo, ou seja, a mesma fun¸ao GTO primitiva pode aparecer com coeficientes diferentes de
2.3 Os Orbitais Moleculares Canˆonicos 30
zero em tipos diferentes de primitivas. Como exemplo temos as bases de Dunning (correlation-
consistent). Abaixo est˜ao colocadas 4 fun¸oes GTO combinadas para gerar os orbitais 1s e 2s.
Diferentemente ao conjunto anterior temos agora 4 GT O representando somente o orbital 1s,
entretanto o orbital 2s apresenta apenas 1 fun¸ao GTO, de modo an´alogo ao exemplo acima.
A chave da diferen¸ca est´a na ´ultima GTO, pois a mesma faz parte dos dois orbitais.
Expoentes Coeficientes de χ
CGT O
1
Coeficientes de χ
CGT O
2
38, 3600 0, 023809 0, 000000
5, 7700 0, 154891 0, 000000
1, 2400 0, 469987 0, 000000
0, 2976 0, 513027 1, 000000
2.3 Os Orbitais Moleculares Canˆonicos
As duas t´ecnicas experimentais citadas no in´ıcio deste cap´ıtulo, espectroscopia fotoeletrˆonica
e eletrˆonica, fornecem resultados que podem ser compat´ıveis com o modelo de orbital. A fo-
toeletrˆonica ´e caracterizada pela ioniza¸ao molecular, enquanto que a eletrˆonica envolve ex-
cita¸oes para os estados estacion´arios, que geralmente ao os pontos de partida para processos
luminescentes (fluorescˆencia e fosforescˆencia) e fotoqu´ımicos.
Numa primeira aproxima¸ao, o alculo da energia de ioniza¸ao de um sistema inicialmente
neutro pode ser realizado com o modelo HF para camada fechada, assumindo-se que ao ocorre
re-organiza¸ao eletrˆonica durante a ioniza¸ao. Esta aproxima¸ao ´e denominada de teorema de
Koopmans (1934) (KT - Koopmans’ theorem), cujo o significado f´ısico ´e permitir obter uma
aproxima¸ao para o energia de ioniza¸ao sem a necessidade de um alculo extra para o estado
onico, mas, apenas calculando a energia do suposto OM canˆonico de onde se ioniza o el´etron.
Vejamos um exemplo cl´assico na fig. 5. Esta figura mostra o resultado de um espectro
fotoeletrˆonico, destacando os n´ıveis internos da mol´ecula H
2
O oriundos da ioniza¸ao eletrˆonica,
em paralelo com os OM s canˆonicos ocupados resultantes de um alculo RHF. Os resultados
da espectroscopia fotoeletrˆonica, juntamente com os resultados RHF, podem ajudar a agrupar
certos tipos de OM s similares. Uma maneira simples de classificar os OM s ´e atraes da sua
extens˜ao espacial e sua energia (WITTEL; MCGLYNN, 1977). Assim, os mesmos podem ser
divididos em trˆes grandes blocos: carco (C ), V e R.
Os orbitais de C ao os menos energ´eticos e os mais similares aos de seus ´atomos formadores.
2.3 Os Orbitais Moleculares Canˆonicos 31
Figura 5: Diagrama dos OM s canˆonicos ocupados para mol´ecula da ´agua, juntamente com o
espectro de fotoeletrˆonico. Os orbitais de V correspondem aos orbitais σ
s
, σ
z
, σ
x
e π
y
. Os
OM s foram obtidos atrav´es de um alculo RHF/ST O 3G.
ao uma evidˆencia de que certas caracter´ısticas atˆomicas ainda est˜ao presentes nas mol´eculas.
Espacialmente, os mesmos ao caracterizado por uma alta localiza¸ao ao redor dos n´ucleos
atˆomicos. A espectroscopia fotoeletrˆonica ´e a ecnica mais indicada para verificar estes orbitais,
pois os mesmos sempre est˜ao ocupados.
No outro extremo est˜ao os orbitais de R, caracterizados por se situarem nas regi˜oes mais
energ´eticas, pr´oximas `a faixa de ioniza¸ao molecular. A espectroscopia de absor¸ao UV-Vis.
pode ser utilizada para estud´a-los. As excita¸oes para estes orbitais mostram que os el´etrons
de R apresentam propriedades semelhantes a el´etrons “quasi-hidrogen´oides”, cujas energias ao
dadas por Z
2
ef
r/(n
)
2
, em que r ´e a constante de R, n
´e o n´umero quˆantico principal efetivo e
Z
ef
´e a carga nuclear efetiva que interage com o el´etron de R. ao os orbitais mais difusos dos
trˆes.
Os orbitais de V ao os intermedi´arios em termos de energia e extens˜ao espacial, e ao os
mais importantes na descri¸ao das liga¸oes qu´ımicas e propriedades estruturais. Estes orbitais
ao divididos em trˆes grandes grupos: ligantes, ao-ligantes (pares isolados ou solit´arios) e
anti-ligantes.
2.3 Os Orbitais Moleculares Canˆonicos 32
Na fig. 6 est˜ao ilustrados alguns OM s canˆonicos para duas esp´ecies bastante distintas, as
mol´eculas do Metano e Pirrol. O principal objetivo desta figura ´e salientar a diferen¸ca entre os
orbitais de V das duas mol´eculas bem como a similaridade entre os orbitais de C e de R.
A dimens˜ao das matrizes representada pela eq. 2.12 geralmente ´e maior que o n´umero de
orbitais ocupados, de modo que, a sua resolu¸ao fornece tanto orbitais ocupados quanto desocu-
pados (juntamente com suas energias). Entretanto, ´e a partir dos
OM
s ocupados que a energia
eletrˆonica total ´e determinada, assim como qualquer outra propriedade do estado fundamental,
neste n´ıvel de teoria. Os OM s desocupados ou virtuais ao ao bem descritos, pois a defini¸ao
do operador de Fock leva em considera¸ao a distribui¸ao eletrˆonica e, conseq¨uentemente, todos
os orbitais ocupados ou, mais precisamente, a intera¸ao de cada um dos el´etrons em um de-
terminado orbital com o campo edio de todos os outros orbitais ocupados. Desta forma, um
orbital virtual ´e obtido como conseq¨uˆencia da intera¸ao que um el´etron neste orbital tem com
todos os orbitais ocupados. Portanto, os orbitais desocupados apresentam uma caracter´ıstica
Figura 6: OM s canˆonicos de C, V e R para as mol´eculas do Metano (CH
4
) e Pirrol (C
4
NH
5
).
2.3 Os Orbitais Moleculares Canˆonicos 33
mais pr´oxima dos orbitais do ´ıon negativo em um estado excitado do que do sistema neutro.
´
E bom fazer uma ressalva que a descri¸ao dos orbitais ao-ocupados pode depender bastante
da base utilizada. Em muitos casos ´e poss´ıvel obter uma descri¸ao qualitativa adequada destes
orbitais utilizando-se uma base m´ınima (STO-3G). Este aspecto ´e mostrado na f ig. 7. Fica
evidente nesta ilustra¸ao que o aumento da base torna mais dif´ıcil o reconhecimento do orbital
σ
z
como um OM canˆonico anti-ligante.
Figura 7: Dependˆencia dos OM s canˆonicos σ
z
e σ
z
da mol´ecula H
2
O com a base.
34
3 Descri¸ao Torica dos Estados
Eletrˆonicos
O alculo qu´ımico quˆantico de estados eletronicamente excitados ´e ainda uma tarefa bas-
tante desafiadora at´e para mol´eculas pequenas
1
, mesmo que se esteja interessado em apenas
definir as principais transi¸oes (transi¸oes verticais), as quais possam caracterizar um espectro
de absor¸ao. Dentre algumas caracter´ısticas dificultosas associadas ao entendimento te´orico
das diversas variantes sobre o espectro eletrˆonico de absor¸ao em-se:
i. Estados de R dispersos entre os primeiros de V : essa situa¸ao ´e bastante comum em
diversos sistemas moleculares. Neste caso, para obter os primeiros estados de V, os quais
geralmente definem boa parte do espectro de absor¸ao, ´e necess´ario utilizar um n´umero
muito grande de estados;
ii. Escolha da metodologia te´orica adequada para tratar estados excitados: o m´etodo deve
ser suficientemente flex´ıvel para descrever corretamente os arios tipos de estados, sejam
diferentes multiplicidade - singleto ou tripleto e/ou de adversas propriedades - R ou V.
Abaixo est˜ao selecionados alguns trabalhos que ilustram algumas das dificuldades encon-
tradas em alculos de estrutura eletrˆonica envolvendo estados excitados:
i. Espectro eletrˆonico do Formalde´ıdo - caracterizado por uma alta densidade dos estados
de R entre os dois primeiros estados de V (
e ππ
). No trabalho de uller e Lischka
(2001) essa densidade ´e descrita utilizando nove estados;
ii. Espectro de absor¸ao do Pirrol - existe uma controersia acerca da seq¨uˆencia dos estados
excitados. Os trabalhos de Barbatti et al. (2006) e Roos et al. (2002) mostram um n´umero
diferente de estados de R antes do primeiro estado de V.
1
Isso quando se requer confiabilidade e acur´acia.
3.1 Sobre a Natureza dos Estados Excitados em Mol´eculas 35
A pr´atica tem mostrado (SERRANO-ANDR
´
ES; MERCH
´
AN, 2005) que somente partindo de
fun¸oes de onda adequadas e flex´ıveis, obtidas principalmente pelos m´etodos te´oricos sofisti-
cados ´e que se pode obter com mais alto n´ıvel de acur´acia as informa¸oes relevantes sobre
a natureza de diversos estados eletrˆonicos (fundamental e excitados) como: as energias de
excita¸ao, momentos de dipolo de transi¸ao e os tempo de vida dos estados excitados.
No caso dessa disserta¸ao a metodologia de alto n´ıvel trabalhada est´a alicer¸cada no proto-
colo MCSCF/MR-CISD (e com as necess´arias corre¸oes de extensividade no tamanho de um
CI truncado), implementado no programa COLUMBUS (LISCHKA et al., 1981; SHEPARD et al.,
1988; LISCHKA et al., 2001, ; HELGAKER et al., ). Esse protocolo ´e baseado nas trˆes necessi-
dades te´oricas levantadas acima: flexibilidade, adequa¸ao e acur´acia. Enquanto, os alculos
SCF multiconfiguracionais ao conta da flexibilidade e adequa¸ao; por outro lado o MR-CISD
procura impor uma maior exatid˜ao aos resultados.
Conceitualmente, este protocolo leva em considera¸ao os dois tipos mais importantes do que
se entende pelos efeitos da correla¸ao eletrˆonica em sistemas polieletrˆonicos (BORIN, 2007): i
correla¸ao ao-dinˆamica, de longa distˆancia ou de degenerescˆencia de configuroes - que surge
da necessidade de se incluir arias configura¸oes numa ´unica fun¸ao de onda para descrever, ao
menos qualitativamente, qualquer ponto de uma SEP fundamental ou excitada; ii correla¸ao
dinˆamica ou de curta distˆancia - necess´aria para corrigir o primeiro passo de qualquer resolu¸ao
ab-initio na qual o potencial intera¸ao de Coulomb el´etron-el´etron ´e aproximado ao modelo de
campo m´edio (m´etodo HF ).
Portanto, dentro desse contexto ´e que se insere este cap´ıtulo destacando aspectos mais
fundamentais para se tentar entender todos estes conjunto de caracteres levantados at´e aqui,
para isso focaremos:
i. Sobre a natureza dos arios tipos de estados eletrˆonicos excitados que podem compor um
espectro de absor¸ao de uma t´ıpica mol´ecula orgˆanica;
ii. Como descrever adequadamente de um ponto de vista te´orico os diversos tipos de estados
fundamental e excitados;
3.1 Sobre a Natureza dos Estados Excitados em Mol´eculas
Um espectro eletrˆonico surge a partir de transi¸oes entre estados eletrˆonicos estacion´arios
de n´umeros quˆanticos diferentes induzidos por radia¸ao eletromagn´etica com a faixa energ´etica
3.1 Sobre a Natureza dos Estados Excitados em Mol´eculas 36
geralmente situada na regi˜ao ultravioleta e vis´ıvel. O termo espectro eletrˆonico ´e uma implica¸ao
indireta da ABO, a que, representa uma transi¸ao entre autovetores do Hamiltoniano eletrˆonico
2
.
As transi¸oes eletrˆonicas ocorrem entre n´ıveis roto-vibracionais de dois estados eletrˆonicos
m e n. A energia de excita¸ao ´e a diferen¸ca de energia de dois n´ıveis dado pela posi¸ao espectral
da transi¸ao
E
nm,νν
,jj
= E
m,ν
,j
E
n,ν,j
(3.1)
em que ν e j indicam os n´umeros quˆanticos vibracionais e rotacionais, respectivamente. Para
um caso especial de transi¸ao eletrˆonica com ν = ν
= 0 (e j = j
= 0), ou seja, entre dois
n´ıveis vibracionais fundamentais, a eq. 3.1 ´e reduzida para
E
00
nm
= E
el
m
E
el
n
+ E
ZP E
m
E
ZP E
n
(3.2)
em que E
00
e E
ZP E
correspondem `as energias 0 0 e do ponto zero, respectivamente. Em
baixas temperaturas, a transi¸ao 0 0 normalmente pode ser identificada, pois representa a
parte inicial de um espectro experimental.
Para definirmos melhor a natureza de uma transi¸ao, e conseq¨uetemente, as formas das
bandas de absor¸ao, um outro fator importante, al´em da energia, ´e a intensidade da transi¸ao.
Em termos quˆanticos essa an´alise est´a associada `a chamada probabilidade de transi¸ao.
A obten¸ao da probabilidade de transi¸ao pode ser feita atrav´es da inclus˜ao da intera¸ao
entre o campo el´etrico oscilante da radia¸ao com a mol´ecula, e em seguida aplicando a teoria
de pertuba¸ao dependente do tempo. Tal tratamento leva a uma quantidade fundamental para
a descri¸ao da intensidade de transi¸ao, a chamada for¸ca do oscilador (FO - f
mn
), representada
por:
f
mn
=
8π
2
m
e
3h
2
e
2
E
nm
|Ψ
m
|ˆµ|Ψ
n
|
2
(3.3)
em que ˆµ ´e o operador momento de dipolo el´etrico atuando nos autovetores do Hamiltoniano
molecular (os outros termos da fra¸ao ao constantes fundamentais, como: m
e
- massa e e - carga
elementar). O elemento Ψ
m
|ˆµ|Ψ
n
- dipolo de transi¸ao apresenta importˆancia fundamental
em espectroscopia, pois se caso o mesmo for nulo ent˜ao a probabilidade de ocorrer a transi¸ao ´e
2
Esta sec¸ao ´e baseada nos livros: Hollas (2004), Levine (1975), Klessinger e Michl (1995) e Turro (1991).
3.1 Sobre a Natureza dos Estados Excitados em Mol´eculas 37
nula na aproxima¸ao dipolar. Como se e pela eq. 3.3, o alculo da FO requer o conhecimento
das fun¸oes de onda dos estados a serem caracterizados num sistema molecular. Logo, para
se ter um entendimento m´ınimo sobre as variantes de um espectro eletrˆonico ´e importante
conhecer de forma mais detalhada os diferentes tipos de estados (excitados e fundamental), o
que sem d´uvida representa o ponto de partida na interpreta¸ao dos diversos tipos de transi¸oes
que devem compor um espectro de absor¸ao.
A fig. 8 mostra um esquema geral dos processos fotof´ısicos geralmente observados num
sistema molecular. A representa¸ao das transi¸oes ´e feita de duas formas: uma vis˜ao mais
adequada em termos de estados (A) e, outra aproximada em fun¸ao dos OM s (B). Um ponto
chave que deve ser considerado nestas duas ´oticas ´e que as mesmas ao devem ser interpretados
com o mesmo rigor, pois o espectro eletrˆonico de absor¸ao ´e origin´ario a partir de transi¸oes
entre estados eletrˆonicos estacion´arios e, portanto, ao deve ser interpretado como transi¸oes
entre fun¸oes de onda de 1-el´etron (orbital).
Figura 8: Vis˜ao geral de diferentes tipos de estados e transi¸oes entre os mesmos descritos via:
(A) estados e (B) OM s. A abrevia¸ao PI - potencial de ioniza¸ao.
Se por um lado a descri¸ao via estados ´e exata em compara¸ao aos orbitais moleculares, por
outro a descri¸ao aproximada (transi¸oes entre orbitais) provˆe detalhes interessantes sobre a
estrutura eletrˆonica. Esse tipo de descri¸ao coloca a transi¸ao numa an´alise mais fundamental
3.1 Sobre a Natureza dos Estados Excitados em Mol´eculas 38
conectando uma transi¸ao a uma “intera¸ao” entre orbitais localizados. Logo, como pode ser
notado no esquema de orbitais (fig. 8-B), a descri¸ao da transi¸ao entre o estado fundamental
(S
0
) e os excitados S
1
e S
2
´e simplificada a excita¸oes de orbitais ocupados na camada de
V a orbitais desocupados, geralmente, R e V. Uma consequˆencia direta desta nota¸ao ´e que
podemos agora definir a natureza dos estados eletrˆonicos excitados relacionado-os com os tipos
de OM s que os formam, ou melhor, que representam as excita¸oes. Como mostramos na fig.
8, al´em dos estados S
1
e S
2
existem ainda um umero muito grande de poss´ıveis excita¸oes
a partir do estado fundamental. Isso por si o ´e uma caracter´ıstica importante que dificulta
a defini¸ao de um espectro de absor¸ao. Os espectros de emiss˜ao, que geralmente envolvem
transi¸oes entre os estados mais baixos ao mais “f´aceis” de resolver.
Uma complica¸ao intr´ıseca dos espectros de absor¸ao ocorre quando se procura interpret´a-
los em condi¸oes normais de temperatura (ambiente ou pr´oxima dela). Visto que, nestas
condi¸oes um n´umero razo´avel de modos normais vibracionais do estado eletrˆonico fundamental
podem estar populados. Assim, a absor¸ao do oton ir´a excitar a mol´ecula para os diversos
n´ıveis vibracionais do estado eletrˆonico de destino. Este espectro de absor¸ao ser´a, portanto,
composto por um conjunto de bandas associadas `as diversas transi¸oes vibracionais poss´ıveis
dos dois estados eletrˆonicos envolvidos na transi¸ao.
Para obter-se resultados mais precisos sobre os perfis das intensidades de bandas espectrais
a dependˆencia com a estrutura vibracional molecular tamb´em deve ser considerada. Neste
contexto, o princ´ıpio de Franck-Condon (FC ) ´e usualmente utilizado, o qual afirma que uma
transi¸ao eletrˆonica acontece muito mais rapidamente que o movimento vibracional. Assim,
uma transi¸ao eletrˆonica deve ocorrer num arranjo nuclear “fixo”. Em outras palavras, o
princ´ıpio de FC pode ser interpretado como uma vertente da ABO.
A formula¸ao matem´atica desse princ´ıpio pode ser deduzida da integral de momento de
transi¸ao, R
(r)
, definida por:
R
(r)
= ψ
m
e
ψ
ν

|(µ
e
+ µ
n
)|ψ
n
e
ψ
ν
(3.4)
em que ψ
e
s ao as fun¸oes de onda eletrˆonicas, ψ
ν
s ao as fun¸oes de onda vibracionais, µ
e
´e a
componente do operador momento de dipolo el´etrico que depende das coordenadas eletrˆonicas
e µ
n
´e a componente do operador momento de dipolo el´etrico que depende das coordenadas
nucleares. Rearranjando a equa¸ao acima e supondo que as fun¸oes de onda eletrˆonicas ao
ortonormais, temos que:
3.1 Sobre a Natureza dos Estados Excitados em Mol´eculas 39
Figura 9: Descri¸ao esquem´atica do princ´ıpio de FC, que para dois estados excitados que comp˜oe
o espectro de absor¸ao, a transi¸ao 0 0 da transi¸ao ψ
0
ψ
2
´e a dominante em intensidade.
R(r) = ψ
ν
|ψ

ν
ψ
m
e
|µ
e
|ψ
n
e
(3.5)
em que a segunda integral ´e chamada de momento de transi¸ao eletrˆonico, R
e(R)
. Sabemos que
a fun¸ao de onda eletrˆonica, e portanto, a integral do momento de transi¸ao eletrˆonico, varia
parametricamente com a distˆancia internuclear. Entretanto, o princ´ıpio de FC baseia-se na
hip´otese de que essa varia¸ao seja pequena, o que faz com que possamos substituir R
e(R)
por
um valor m´edio e constante, R
e(R)
. Uma vez que a intensidade relativa das linhas vibracionais
de uma banda ´e proporcional ao quadrado da integral do momento de transi¸ao e, sabendo
que o momento de transi¸ao eletrˆonico mant´em-se praticamente constante (substitu´ıdo por um
valor m´edio), espera-se que as intensidades sejam proporcionais ao quadrado da integral de
recobrimento entre as fun¸oes de onda vibracionais ψ
ν
e ψ

ν
, i.e., proporcionais aos chamados
fatores de FC :
I |ψ
ν
|ψ

ν
|
2
(3.6)
A id´eia f´ısica do princ´ıpio de FC ´e que quanto maior a semelhan¸ca entre as fun¸oes vibra-
cionais numa transi¸oes eletrˆonica mais intensa a mesma ser´a. Essa id´eia simples est´a mostrada
no esquema da fig. 9 que simula (ilustra¸ao) o resultado da transi¸ao do estado fundamental
para dois estados excitados.
3.1 Sobre a Natureza dos Estados Excitados em Mol´eculas 40
3.1.1 Tipos de Estados na Espectroscopia UV-Vis de Mol´eculas
Orgˆanicas
Basicamente pode-se distinguir dois tipos asicos de estados excitados para regi˜oes es-
pectrais UV/Vis: V e R (SERRANO-ANDR
´
ES; MERCH
´
AN, 2005; KLESSINGER; MICHL, 1995;
MERCH
´
AN, 2000; TURRO, 1991). Dos estados de V, como o pr´oprio nome a induz a pensar,
participam fundamentalmente os orbitais de valˆencia, como: orbitais ligantes, pares solit´arios
e anti-ligantes. Os tipos de transi¸oes que formam esses estados ao: n-π
, π-π
, n-σ
, π-σ
,
σ-σ
e σ-π
. As transi¸oes π-π
ao as mais importantes na classe dos compostos com o sis-
tema de el´etrons π (com liga¸oes π conjugadas), como os polienos e conjugados c´ıclicos; a
as transi¸oes n-σ
ao essenciais na caracteriza¸ao dos espectros dos compostos que cont´em
nitrogˆenios e oxigˆenio; As n-σ
e π-σ
ao bastante importantes nos casos das mol´eculas que
cont´em halogˆenios.
Um aspecto peculiar em mol´eculas orgˆanicas ´e que independentemente da estrutura e do
tamanhos da mol´ecula, os primeiros estados de V de mais baixa energia envolvem transi¸oes
localizados em alguns grupos substituintes, os chamados crom´oforos. Exemplos ao os grupos
carbonil (CO), nitro (NO
2
), amino ( NH
2
) e grupos contendo liga¸oes π, como liga¸oes
duplas, triplas e an´eis arom´aticos.
A fig. 10 mostra dois exemplos de estados de V, interpretados em termos da aproxima¸ao
orbital. Temos em destaque as transi¸oes π-π
e n-π
para o Formalde´ıdo, associadas ao
crom´oforo carbonil; para a mol´ecula do Pirrol est˜ao mostradas as transi¸oes π-π
.
Tradicionalmente os estados de R se definem como estados eletrˆonicos que apresentam uma
grande similaridade com os estados eletrˆonicos do ´atomo de hidrogˆenio.
´
E sabido que o espectro
de absor¸ao referente aos estados de R contˆem uma erie de linhas, cujo comportamento se
ajusta a uma equa¸ao similar `a dada pela ormula dos termos hidrogen´oides, (eq. 3.7):
=
i
r
(n δ)
2
(3.7)
em que
i
´e a energia de ioniza¸ao para qual a s´erie converge, r representa a constate de R,
n ´e um n´umero inteiro (correspondente ao n´umero quˆantico principal do hidrogˆenio) e est´a
relacionado com o n´umero quˆantico principal do orbital de R da transi¸ao, e δ ´e o chamado
defeito quˆantico, que nos mostra o desvio do comportamento puramente hidrogen´oide (δ = 0
para o ´atomo de hidrogˆenio). Os estados de R moleculares ao denominados utilizando-se o
n´umero quˆantico n seguido do s´ımbolo (s, p, d, ...) correspondente ao n´umero quˆantico azimutal
3.1 Sobre a Natureza dos Estados Excitados em Mol´eculas 41
Figura 10: Esquema de duas das principais transi¸oes na defini¸ao dos estados de V π-π
e n-π
,
com dois crom´oforos exemplificados nas mol´eculas do Formalde´ıdo e Pirrol. Na representa¸ao
est˜ao colocados tamem alguns OM s mais internos e externos das duas mol´eculas.
do estado atˆomico, como conseq¨uˆencia da sua forma espacial. Assim temos os estados 3 s, 3p,
3d, 4s, 4p, etc. O defeito quˆantico δ toma valores t´ıpicos dependendo do sistema molecular,
por exemplo para a primeira s´erie n = 3: 0, 9-1, 1 para os 3s, 0, 5-0, 8 para os 3p e 0, 05-0, 15
para os estados 3d.
Analisando os estados de R em torno do elemento que o definem, ou seja, o orbital, o mesmo
pode ser entendido como resultante da excita¸ao de um el´etron proveniente de um orbital de
V ocupado da mol´ecula para um orbital de car´ater puramente atˆomico, de n´umero quˆantico
n crescente, cuja natureza difusa implica que os outros el´etrons da mol´ecula se manter˜ao bem
distantes deste el´etron, de tal forma que a mol´ecula atua como um ation (“carga pontual”)
que interage com o el´etron de R.
Numa mol´ecula composta por elementos do segundo per´ıodo, com el´etrons de n´umero
quˆantico principal aximo n = 2, as s´eries de R tem in´ıcio com o n´umero quˆantico princi-
pal n = 3. Sendo assim, os estados mais baixos devem corresponder a seq¨encia: 3s, 3p
x
,
3p
y
, 3p
z
, 3d
x
2
y
2
, 3d
z
2
, 3d
xy
, 3d
yz
e 3d
xz
, nos quais o el´etron vem do orbital ocupado mais alto
(HOMO), relacionado a excita¸ao com o primeiro PI. Nos casos em que o segundo potencial de
ioniza¸ao diferir do primeiro por 2 eV ou menos tamb´em ´e comum encontrar os estados de R
3s e 3p relacionados ao HOMO-1 intercalados entre os anteriores.
3.1 Sobre a Natureza dos Estados Excitados em Mol´eculas 42
Figura 11: Espectro eletrˆonico de absor¸ao do Formamida em fase gasosa (linha) e condensada
(tracejado). Figura adaptada do artigo (BASCH; ROBIN; KUEBLER, 1968).
Um destaque importante que devemos levar em considera¸ao ´e como podemos diferenciar
esses dois tipos de estados num espectro de absor¸ao? Existem peculiaridades intr´ınsecas a
esses tipos de estados que podem servir como base para identific´a-los tanto experimentalmente
como teoricamente.
Experimentalmente, as FOs das transi¸oes dos estados de R ao geralmente uma ordem de
magnitude menor com rela¸ao as mais intensas transi¸oes dos estados de V. Tipicamente os
valores variam entre 0, 0001 0, 05 para as transi¸oes de R; a para as transi¸oes n-π
e σ-σ
as FOs est˜ao na faixa 0, 001 0, 1, enquanto as π-π
tˆem as maiores FOs 0, 01 1, 0.
Em condi¸oes normais de temperatura, identificar experimentalmente os diversos tipos de
estados pode ser algo extremamente dif´ıcil, pode-se dizer que para algumas situa¸oes torna-se
impos´ıvel. A an´alise te´orica, portanto, torna-se indispens´avel nestas situa¸oes. Entretanto, uma
peculiaridade intr´ınseca dos estados de R pode confirmar sua presen¸ca num espectro eletrˆonico
de absor¸ao, uma vez que, os mesmos ao bastantes sens´ıveis a pertuba¸oes externas, podendo
variar de forma brusca suas caracter´ısticas. Por exemplo, percebe-se para estes estados um
alargamento das bandas e o deslocamento para energias maiores por efeitos das colis˜oes ao
aumentar a temperatura, e em casos limites (fase condensada e alta temperatura) as bandas
correspondentes desaparecem. Outra perturba¸ao que ocorre nestes estados ´e o chamado efeito
solvente, que geralmente provoca grande diminui¸ao de intensidade al´em de deslocamentos
para altas energias. A fig. 11 mostra o espectro de absor¸ao da mol´ecula da Formamida em
fase gasosa disperso ou condensado, evidenciando o quase desaparecimento das intensidade dos
estados de R em fase condensada, diferentemente do que ocorre com o estado de V, para o qual
a apenas um deslocamento da banda.
3.2 Descri¸ao dos Estados Eletrˆonicos 43
Em termos computacionais a an´alise das fun¸oes de onda destes dois tipos de estados
representa um bom indicar para a diferencia¸ao. Por exemplo, o valor esperado da aplica¸ao do
operador r
2
(em unidades atˆomicas) ´e um bom parˆametro para tal caracteriza¸ao (GRIMME,
2004). Este operador fornece a extens˜ao espacial da fun¸ao de onda. Como conseq¨encia do
maior tamanho dos orbitais de R (em rela¸ao aos de V ), como mostrado no cap´ıtulo 2 fig. 6,
espera-se que o r
2
seja bem maior para os estados de R que os de V.
Comparando um estado excitado com o estado fundamental teremos:
r
2
= ψ
n
|r
2
|ψ
n
ψ
0
|r
2
|ψ
0
(3.8)
em que ˆr
2
= ˆx
2
+ ˆy
2
+ ˆz
2
´e um tra¸co do operador momento de quadrupolo.
Para mol´eculas com ´atomos do segundo per´ıodo, os valores t´ıpicos de r
2
est˜ao usual-
mente entre 30-50 ua para os 3s, 50-100 ua para 3p e maiores que 100 ua para 3d, enquanto
para os V ao esperados valores menores que 10 ua.
3.2 Descri¸ao dos Estados Eletrˆonicos
Apesar de podermos, em princ´ıpio, identificar os arios tipos de estados que podem compor
um espectro de absor¸ao, seja por algumas caracter´ısticas experimentais ou por propriedades
te´oricas, o alculo qu´ımico quˆantico ab-initio de estados eletrˆonicos ´e ainda uma tarefa bastante
desafiadora. A dificuldade encontra-se no corpo da metodologia para tratar estados excitados,
pois o etodo deve ser suficientemente flex´ıvel para descrever, pelo menos de forma qualitativa,
os arios tipos de estados, sejam diferentes multiplicidade: singleto ou tripleto; ou propriedades
comportamentais adversas: R eV.
At´e o momento a ´unica fun¸ao de onda constru´ıda para descrever os sistemas moleculares
fora desenvolvida no cap´ıtulo 2, e corresponde `a fun¸ao de onda RHF. Esta fun¸ao representa
a constru¸ao de um determinante que garanta a antissimetria da fun¸ao, e os elementos que
comp˜oem este determinante ao os OM s duplamente ocupados otimizados de maneira auto-
consistente. Para muitos sistema moleculares nos seus respectivos estados eletrˆonico e roto-
vibracional fundamentais essa descri¸ao ´e bastante razo´avel, por´em para a maioria dos estados
excitados a fun¸ao de onda deve necessariamente envolver uma representa¸ao asica de uma
transi¸ao associada `a absor¸ao de um oton, isto ´e, deve ser de camada aberta. Alguns vers˜oes
do etodo HF foram criados para construir fun¸oes moleculares razo´aveis para sistemas de
3.2 Descri¸ao dos Estados Eletrˆonicos 44
camada aberta (SZABO; OSTLUND, 1989), por exemplo, as vers˜oes ROHF (Restricted Open-
shell Hartree-Fock ) e UHF (Unrestricted Hartree-Fock).
No ROHF os el´etrons ao particionados em dois grupos: o primeiro grupo ´e tratado como no
RHF, onde temos um par de el´etrons por cada orbital (os el´etrons possuem a mesma descri¸ao
espacial, por´em diferem na de spin), e no segundo grupo est˜ao os el´etrons ao-emparelhados.
No
UHF
todos os el´etrons ao tratados da mesma maneira, e ao descritos por diferentes spin-
orbitais (diferente parte de spin e espacial). Entretanto, viu-se com os diversos tipos de estudos
que tais variantes do HF ao representavam bem resultados experimentais, ou melhor, ao
ao estruturas olidas o suficiente para descrever os sistemas moleculares por completo. As
principais cr´ıticas ao ROHF est˜ao associadas ao problema de alculo, a que as solu¸oes das
fun¸ao resultantes ao ao variacionalmente est´aveis. No UHF o problema reside na chamada
contamina¸ao de spin, pois a fun¸ao gerada ao ´e autofun¸ao do operador S
2
, requisito essencial
quando se quer caracterizar estados puros de spin (singleto e tripleto).
A limita¸ao para descrever uma fun¸ao mais realista para estados excitados ´e apenas uma
de outras que metodologia de campo m´edio (RHF, UHF e ROHF ) apresenta, e, dentre elas
podemos citar (VIANNA; FAZZIO; CANUTO, 2004):
i. o um determinante ´e inadequado para descrever qualquer tipo de SEP fundamental e/ou
excitada, as SEPs ao nesse contexto multi-determinantais;
ii. Descrever arios estados simultaneamente acur´acia ´e indispens´avel, e tratar os el´etrons
interagindo por um campo edio implica em perda de exatid˜ao;
Apesar de alguns destes aspectos acima ao tenha sido comentados ainda, os mesmos ao
essenciais para se obter bons resultados, quer dizer, descri¸ao com coerˆencia significa procurar
englobar todos estes aspectos numa metodologia te´orica. Ent˜ao surge a pergunta: Como enao
englob´a-los!? Mas, primeiro vamos tentar entender sobre as necessidade destes aspectos e
das implica¸oes destas limita¸oes numa poss´ıvel descri¸ao da estrutura eletrˆonica dos estados
moleculares.
3.2.1 O M´etodo Hartree-Fock e o Problema da Correla¸ao Eletrˆonica
A premissa asica do modelo HF ´e supor que as part´ıculas se movem em um campo m´edio
gerado por todas as outras, ou seja, o operador de repuls˜ao coulˆombica el´etron-el´etron ´e modi-
ficado de modo a representar esse potencial edio. Se por um lado, essa modifica¸ao facilitou a
3.2 Descri¸ao dos Estados Eletrˆonicos 45
resolu¸ao da equa¸ao de Schr¨ondiger eletrˆonica ao relativ´ıstica, por outro, atribuiu ao m´etodo
s´erias limita¸oes. Estas limita¸oes ao resultado da chamada correla¸ao eletrˆonica, e, tornam-se
aparentes quando se quer exatid˜ao para descrever situa¸oes reais, ou seja, quando se quer con-
frontar os resultados te´oricos com os experimentais. Surge enao a necessidade de corrigir essa
falha, e, uma implica¸ao direta dessa corre¸ao ´e o termo denominado de energia de correla¸ao
eletrˆonica.
A energia de correla¸ao eletrˆonica fora definida owdin (1955) como sendo a diferen¸ca entre
a energia exata do Hamiltoniano ao relativ´ıstico (E
exata,nr
) e o valor correspondente da energia
obtido na aproxima¸ao HF para o conjunto de base completo (E
HF
), eq. 3.9.
E
corr
= E
exata,nr
E
HF
(3.9)
O conceito f´ısico por traz da energia correla¸ao eletrˆonica pode ser entendido a partir da
an´alise de uma liga¸ao em uma mol´ecula simples como H
2
. Os alculos HF com fun¸oes de
base extensas mostram que a desconsidera¸ao desta energia representa uma perda de cerca de
1, 1 eV na energia do H
2
, o que representa 1% da energia total desta mol´ecula (MOK;
NEUMANN; HANDY, 1996). Geralmente se usa esse valor como referˆencia para o efeito da cor-
rela¸ao eletrˆonica, isto ´e, uma contribui¸ao 1 eV para cada par de el´etrons de um OM auto-
consistente. Para muitos pares de el´etrons estando pr´oximos, o efeito da correla¸ao eletrˆonica
pode se tornar bem maior, e logicamente mais importante em termos comparativos, por exem-
plo, a contribui¸ao para a energia de liga¸ao da mol´ecula do N
2
´e um pouco maior que 4, 5 eV ,
e representa cerca de 5% da energia ao relativ´ıstica total (BORIN, 2002).
Um aspecto importante que devemos comentar ´e que apesar de parecer pouco em termos
da energia total do sistema, por´em em termos qu´ımicos esta p equena porcentagem ´e essencial,
quer numa an´alise termodinˆamica, com o objetivo de determinar qual composto ´e mais est´avel,
quer numa an´alise da contribui¸ao cin´etica numa rea¸ao, com a finalidade de identificar qual
estado de trasi¸ao ´e o mais favor´avel, a que 23 kcal/mol
=
1 eV .
A defini¸ao da energia de correla¸ao eletrˆonica dada na eq. 3.9 ´e bastante satisfat´oria para
muitos casos em que o sistema est´a pr´oximo `a regi˜ao de equil´ıbrio molecular (geometria de
equil´ıbrio). Por´em, esta defini¸ao torna-se muito pouco confi´avel quando liga¸oes moleculares
ao deformadas, quer dizer, a id´eia de que a energia de correla¸ao eletrˆonica est´a somente
associada a corre¸ao do Campo edio parece ao ser mais alida.
Assim, se esta defini¸ao ´e a correta ent˜ao a magnitude da energia da correla¸ao eletrˆonica
3.2 Descri¸ao dos Estados Eletrˆonicos 46
Tabela 1: Energia de correla¸ao eletrˆonica em H
2
O (simetria C
2v
) com a base de Dunning
Double-Zeta, com R
e
= distˆancia de equil´ıbrio de R
OH
(HARRISON; HANDY, 1983).
Geometria E
corr
(hartree)
R
e
-0,148028
1,5R
e
-0,210992
2,0R
e
-0,310067
deve diminuir quando os el´etrons ao separados. Entretanto, isso ao acontece na realidade,
vejamos o exemplo: como a comentamos, a energia de correla¸ao eletrˆonica da mol´ecula do H
2
pr´oximo a regi˜ao de equil´ıbrio ´e cerca de 1, 1 eV = (E
corr
= 0, 04E
HF
). No entanto, quando os
´atomos ao separados ao infinito esta energia cresce de maneira assustadora, ao inv´es de ir a zero
(isso ´e o esperado a que o potencial ´e inversamente proporcional a distˆancia inter-eletrˆonica),
neste caso, a energia de correla¸ao eletrˆonica vai para 0, 25E
HF
= 6, 8 eV . Qual o problema
enao!? O que podemos responder no momento ´e que existe, portanto, uma inconsistˆencia na
linha de pensamento de owdin (1955).
Este exemplo ao se restringe a mol´ecula de H
2
, o problema parece acompanhar todos os
sistemas moleculares. Vejamos o exemplo na mol´ecula da H
2
O. Na tab. 1 est˜ao mostradas a
energia de correla¸ao eletrˆonica para trˆes diferentes geometrias, ou melhor, para trˆes diferentes
distˆancias da liga¸ao O H.
Podemos concluir, portanto, a partir dos exemplos acima que este outro problema da cor-
rela¸ao dos el´etrons ´e ao ou mais importante que o a identificado associado ao potencial de
campo m´edio. Pode-se fazer ainda uma ila¸ao importante aos problema tipicamente qu´ımicos,
isto ´e, na incerteza que deve haver na descri¸ao das forma¸oes e/ou quebras de liga¸oes. Por-
tanto, no estudo de caminho reacionais este novo efeito de correla¸ao eletrˆonica parece ser
crucial, limitando at´e as interpreta¸oes qualitativas.
A pergunta persiste, qual a origem do erro!? Freq¨uentemente, este problema ´e enten-
dido como uma outra restri¸ao fundamental na aproxima¸ao do HF. Neste caso, a correla¸ao
eletrˆonica ´e interpretado como uma premissa condicionada `a fun¸ao de onda molecular HF.
Nesta premissa, a fun¸ao de onda ´e descrita por um ´unico DS, constru´ıda numa base de fun¸oes
de onda de 1-el´etron, ou seja, apenas uma configura¸ao de camada fechada.
Quais interpreta¸oes podemos fazer com rela¸ao `a fun¸ao de onda molecular ser descrita
por um ´unico DS:
i. Por um lado, a densidade de probabilidade de se encontrar dois el´etrons com o mesmo
3.2 Descri¸ao dos Estados Eletrˆonicos 47
spin na mesma regi˜ao do espa¸co ´e zero, isto ´e, os el´etrons de mesmo spin est˜ao rodeados
por uma esp´ecie de buraco de Fermi (impedidos de ocupar a mesma regi˜ao do espa¸co);
ii. Por outro, p or descrever a correla¸ao dos el´etrons de spin diferentes restritos a mesma
parte espacial, os dois el´etrons est˜ao sempre restritos ao mesmo OM independentemente
da posi¸ao relativa de um e do outro. O maior reflexo disso ´e que ao se consegue descrever
rea¸oes homol´ıticas (SZABO; OSTLUND, 1989).
Para que a fun¸ao de onda seja correta em regi˜oes de grandes distˆancias inter-nucleares ´e
necess´ario que a mesma incorpore informa¸oes sobre a posi¸ao relativa dos el´etrons, ou seja,
a posi¸ao dos el´etrons ´e correlacionada. Este tipo de correla¸ao eletrˆonica ´e conhecida como
correla¸ao a longa distˆancia (BORIN, 2002).
Vamos analisar novamente o caso espec´ıfico da dissocia¸ao da mol´ecula H
2
para melhor
entender como podemos corrigir essa outra limita¸ao do m´etodo RHF. A f ig. 12 mostra um
paralelo entre a energia dos OM s canˆonicos em fun¸ao da coordenada reacional de dissocia¸ao
e os perfis dos estados ligado e dissociativo. Nesta figura os dois orbitais s dos ´atomos de
hidrogˆenio est˜ao combinados e geram, portanto, na forma¸ao da mol´ecula os OM s σ e σ
. No
equil´ıbrio, regi˜ao A da fig. 12, os dois OM s est˜ao bem separados em energia, logo a fun¸ao que
descreve a forma¸ao da liga¸ao pode ser representada p or um ´unico orbital duplamente ocupado
(σ
2
, como no RHF ). Entretanto, para uma grande separa¸ao nuclear, na dissocia¸ao, regi˜ao B
da fig. 12, os orbitais σ e σ
est˜ao praticamente degenerados em energia, e necessariamente
as configura¸oes eletrˆonicas devem interagir, de modo que, a melhor representa¸ao para esse
sistema ao pode ser mais por um orbital duplamente ocupado, mas sim, por uma combina¸ao
linear das configura¸oes que podem ser geradas a partir destes OM s.
Logo, o que podemos interpretar ´e que resolver o problema da correla¸ao eletrˆonica de longa
distˆancia significa considerar a intera¸ao de configura¸oes e, no caso H
2
, ent˜ao, a fun¸ao que
melhor representar´a os perfis de dissocia¸ao ser´a descrita por:
˜
ψ = c
0
Φ
0
+ c
1
Φ
1
Φ
0
= (σ)
2
(3.10)
Φ
1
= (σ
)
2
E assim, estaremos garantindo um perfil assinotico coerente para a dissocia¸ao homol´ıtica
3.2 Descri¸ao dos Estados Eletrˆonicos 48
do H
2
.
Figura 12: Um paralelo entre o diagrama de energia dos estados dissociativo e ligado com a
energia dos orbitais moleculares σ e σ
da mol´eculado H
2
.
O trabalho de Mok, Neumann e Handy (1996) comenta `a respeito de uma nova maneira de
definir a energia de correla¸ao eletrˆonica, sendo agora dada por:
E
corr
= E
ND
+ E
D
(3.11)
em que a energia de correla¸ao eletrˆonica ´e dividida em energia de correla¸ao eletrˆonica ao-
dinˆamica (E
ND
) e dinˆamica (E
D
), respectivamente.
Apesar de que, para a maioria dos sistemas moleculares os limites entre E
ND
e E
D
ao sejam
aceis de se definir, por´em, o que podemos garantir ´e que obter uma boa descri¸ao de uma SEP
de um estado eletrˆonico fundamental ou excitado implica necessariamente em considerarmos
as corre¸oes da fun¸ao de onda RHF.
Nas pr´oximas subsec¸oes ser˜ao discutidas as duas metodologias empregadas nessa dis-
serta¸ao com a finalidade de resolver estes problemas da correla¸ao eletrˆonica.
3.2 Descri¸ao dos Estados Eletrˆonicos 49
3.2.2 Tratamento do Problema da Correla¸ao Eletrˆonica de Curta
Distˆancia - O M´etodo Configuration Interactions
Uma das formas de resgatar a energia de correla¸ao eletrˆonica associada `a intera¸ao de
curta distˆancia ´e atrav´es do etodo CI. Apesar de utilizarmos apenas essa metodologia na
disserta¸ao, existem ainda outras que adquiriram bastante aceita¸ao pelos bons resultados
(CRAMER, 2004; JENSEN, 2007): baseado na teoria de pertuba¸ao (Møller-Plesset ou teoria
perturbativa de muitos corpos) e na teoria coupled cluster.
Entre os esquemas propostos para superar as deficiˆencias do HF a identificados na sub-
sec¸ao anterior, talvez a ecnica mais simples e geral seja a CI. Conceitualmente simples, essa
metodologia ´e uma aplica¸ao direta do princ´ıpio variacional associada a uma fun¸ao tentativa
gerada a partir de uma combina¸ao linear (SHAVITT, 1977).
A fun¸ao de onda {
˜
ψ
CI
} ´e representada por uma combina¸ao linear de DSs de acordo com
a eq. 3.12:
˜
ψ
CI
= a
0
Φ
0
+
S
a
S
Φ
S
+
D
a
D
Φ
D
+
T
a
T
Φ
T
+ . . . =
i
a
i
Φ
i
(3.12)
em que cada um dos Φs representa um DS formado a partir de um conjunto de n spin-orbitais
(2m OM s, onde m representa o n´umero de orbitais espaciais), que por sua vez ao constru´ıdos
atrav´es de combina¸oes lineares de OAs; Φ
0
representa o DS empregado no etodo RHF.
As novas configura¸oes ao obtidas retirando-se (excitando-se) el´etrons dos spin-orbitais
ocupados e colocando-os em spin-orbitais virtuais. Os ´ındices S, D e T representam determi-
nantes obtidos a partir de excita¸oes simples (determinantes que diferem de Φ
0
por somente um
spin-orbital ocupado), duplas (determinantes que diferem de Φ
0
por somente dois spin-orbitais
ocupados) e triplas (determinantes que diferem de Φ
0
por somente trˆes spin-orbitais ocupados),
respectivamente.
A forma de alculo da energia na metodologia CI pode ser entendida, conceitualmente,
de forma simples. Neste caso, a combina¸ao linear de configura¸oes ´e usada para prover uma
solu¸ao variacional melhor para uma fun¸ao de onda de arios el´etrons. A id´eia ´e que devemos
variar os coeficientes a
i
de cada DS de modo a minimizar a energia,
E
CI
=
˜
ψ
CI
|
ˆ
H|
˜
ψ
CI
/
˜
ψ
CI
|
˜
ψ
CI
=
ij
a
i
a
j
Φ
i
|
ˆ
H|Φ
j
a
i
a
j
Φ
i
|Φ
j
(3.13)
3.2 Descri¸ao dos Estados Eletrˆonicos 50
Como vimos na eq. 1.21, a equa¸ao da energia 3.13 ´e p ortanto dependente das vari´aveis
a
1
, a
2
, a
3
, ..., a
n
, as quais ao independentes e, baseado no princ´ıpio variacional, para encontrar
o menor valor da energia devemos calcular um m´ınimo em E
CI
(a
1
, a
2
, a
3
, ..., a
n
), ou seja:
δ
δa
k
˜
ψ
CI
|
ˆ
H|
˜
ψ
CI
˜
ψ
CI
|
˜
ψ
CI
= 0 k = 0, 1, 2, ..., n (3.14)
Similarmente ao procedimento que fora indicado para minimizar a eq. 2.4 na metodologia
HF, isto ´e, o etodo dos multiplicadores indeterminados de Lagrange, em que ´e aplicado um
funcional £ definido como (eq. 3.15 abaixo):
£ =
˜
ψ
CI
|
ˆ
H|
˜
ψ
CI
E
CI
[
˜
ψ
CI
|
˜
ψ
CI
1] (3.15)
De modo que podemos escrever a rela¸ao que busca a energia de m´ınimo acima explicitando
as intera¸oes entre as configura¸oes:
£ =
ij
a
i
a
j
Φ
i
|
ˆ
H|Φ
j
E
CI
[
ij
a
i
a
j
Φ
i
|Φ
j
1] (3.16)
a equa¸ao portanto est´a sujeita ao v´ınculo Φ
i
|Φ
j
= δ
ij
, assim o problema consiste em resolver
a equa¸ao de autovalores e autovetores (diagonalizar a matriz Hermitiana), ou seja:
HA = EA (3.17)
Na eq. 3.17, o conjunto dos coeficientes de expans˜ao ao obtidos como solu¸oes do deter-
minante secular. Na aproxima¸ao do OM s, descrita no cap´ıtulo anterior, a matriz hermitiana
H, ou melhor de Fock (F), ´e compostos pelos elementos F
kj
= ϕ
k
|F |ϕ
j
, os quais representam
a intera¸ao entre dois OAs. De maneira an´aloga, no contexto da metodologia CI, representa
os elementos de matriz H
ij
= Φ
i
|H|Φ
j
, no qual, a intera¸ao se a entre os DS s associados a
cada configura¸ao.
Um adendo interessante que devemos considerar ´e como entender conceitualmente a estru-
tura do metodologia CI. A quest˜ao que se faz necess´ario responder ´e como est˜ao relacionados
o “misturar de configura¸oes” e o problema do campo m´edio!? Para isso, vamos p ensar no que
Ornellas (2007) diz a respeito do m´etodo CI. “(. . .) Na busca de solu¸oes da equa¸ao para a
equa¸ao de Schr¨odinger para um sistema de muitos el´etrons, que forne¸cam resultados superi-
ores `aqueles dados pela metodologia Hartree-Fock, ´e mais ou menos intuitivo imaginar que tal
3.2 Descri¸ao dos Estados Eletrˆonicos 51
solu¸ao possa ser escrita na forma de uma combina¸ao linear de um conjunto apropriado de
fun¸oes, como na eq. 2.4 que satisfa¸cam as mesmas condi¸oes de contorno da solu¸ao procu-
rada. Mas por que intuitivo? Se imaginarmos que, para efeitos pr´aticos, o subconjunto { Φ
i
} ´e
suficientemente completo, a expans˜ao acima ser´a com certeza uma representa¸ao mais acurada
da solu¸ao procurada que aquela expressa por um ´unico termo (. . .)”.
Neste contexto, podemos adentrar num aspecto mais fundamental da mecˆanica quˆantica que
deve servir para procurarmos respostas para essa maneira indireta do CI resolver o problema
da correla¸ao eletrˆonica. Um dos postulados da mecˆanica quˆantica diz que: se um operador
qualquer ´e hermitiano e linear (como o de Hamiltoniano molecular) e representa uma oberv´avel
f´ısica, ent˜ao as suas autofun¸oes formam um conjunto completo (LEVINE, 2001). Este postulado
´e base para um teorema que garante a descri¸ao de qualquer fun¸ao de onda de qualquer estado
de um sistema como uma superposi¸ao destas autofun¸oes desde que perten¸cam ao mesmo
dom´ınio (condi¸ao de contorno). Como exemplo, podemos citar o desenvolvimento da fun¸ao
de onda molecular atrav´es de um conjunto completo das fun¸oes de onda eletrˆonicas, o qual
desenvolvemos no cap´ıtulo 1. Logo, adaptado ao caso em quest˜ao, a fun¸ao de onda de um
sistema eletrˆonico qualquer pode ser descrito como uma combina¸ao do conjunto completo de
todos os DSs poss´ıveis.
Um aspecto importante que devemos salientar ´e que os DS s podem ser previamente adapta-
dos `a mesma simetria espacial (representa¸ao irredut´ıvel do grupo pontual) e de spin, referente
ao estado que estejamos interessados em descrever, as chamadas CSF s (ORNELLAS, 2007). A
imposi¸ao associada ao spin dos determinantes ´e essencial, pois determinantes com spin-orbitais
de camada aberta ao ao fun¸oes pr´oprias do operador
ˆ
S
2
, mais especificamente, alguns deter-
minantes ao podem compor um estado puro de spin. Para resolver esse problema alguns termos
(configura¸oes) da fun¸ao de onda
˜
ψ
CI
ao escritos sob a forma de combina¸ao linear de arios
determinantes com o mesmo valor de M
s
e, logicamente essa combina¸ao ´e adaptada `a simetria
de spin, sendo portanto autofun¸oes de
ˆ
S
2
. Rigorosamente, o termo “configura¸ao” ao ´e ade-
quado para especificar essa combina¸ao linear, pois como estamos denominando, configura¸ao
´e usado para caracterizar a distribui¸ao espacial de el´etrons em diferentes orbitais, por´em con-
tinuaremos utilizando essa denomina¸ao no decorrer do texto por simplifica¸ao ling¨u´ıstica.
Se a expans˜ao da fun¸ao de CI incluir todas as configura¸oes poss´ıveis (excitando-se todos
os el´etrons), a mesma ser´a chamada de CI completa (full CI, FCI ), e, fornecer´a o resultado
exato para um determinado estado de referˆencia se tiver uma expans˜ao completa numa base de
infinitos termos. No entanto, ´e praticamente imposs´ıvel se realizar alculos FCI, a menos que o
3.2 Descri¸ao dos Estados Eletrˆonicos 52
conjunto de base atˆomica seja pequeno (teremos assim o FCI na base). Vamos considerar um
sistema contendo k el´etrons e n OM s para se ter uma id´eia do n´umero de configura¸oes que
pode ser geradas. O n´umero total de CSF s que podem ser gerados distribuindo os k el´etrons
entre os n spin-orbitais ´e dado pela seguinte express˜ao (BORIN, 2002):
CSF
=
n!(n + 1)!
(
k
2
)!(
k
2
+ 1)!(n
k
2
)!(n
k
2
+ 1)!
(3.18)
Exemplificando com a mol´ecula da ´agua, abaixo temos a tab. 2 que mostra a dependˆencia
do n´umero de orbitais com as excita¸oes e o reflexo disso no n´umero de CFS s geradas pela
express˜ao acima:
Tabela 2: Mol´ecula da ´agua com n = 38 e 10 el´etrons.
Excita¸oes CSF N´umero total de CSF s
0 1 1
1 71 72
2 2485 2557
3 40040 42597
4 348530 391127
5 1723540 2114667
6 5033210 7147877
7 8688080 15836557
8 8653645 24490202
9 4554550 29044752
10 1002001 30046752
Em termos pr´atios (computacionais) o FCI ´e invi´avel e, em vias de tornar o CI aplic´avel,
uma sa´ıda ´e reduzir o n´umero de termos que ser˜ao inclu´ıdos na fun¸ao de onda. Al´em do uso de
t´ecnicas de adapta¸ao `a simetria de spin e grupo pontual (CSF s), limita-se tamb´em o n´umero
de configura¸oes atrav´es do controle das excita¸oes, gerando o que se chama de expans˜ao CI
truncada. O requisito fundamental para podermos trabalhar em seguran¸ca com uma expans˜ao
CI truncada ´e que ela seja capaz de recuperar grande parte da energia de correla¸ao eletrˆonica.
A hist´oria dos alculos CI demonstraram que uma expans˜ao truncada bastante eficiente,
levando em considera¸ao o quanto de energia pode ser resgatada versus tempo computacional,
fora aquela que leva em considera¸ao as excita¸oes simples e duplas (CISD) (SHAVITT, 1977).
Neste caso, o espa¸co de configura¸oes de excita¸oes simples ´e interpretado como essencial para
garantir descri¸oes de aspectos que necessitam de configura¸oes de camada aberta, enquanto
que, o espa¸co das excita¸oes duplas atua verdadeiramente no resgate da energia de correla¸ao
3.2 Descri¸ao dos Estados Eletrˆonicos 53
eletrˆonica.
A fun¸ao de onda CISD ´e descrita por:
˜
ψ
CISD
= a
0
Φ
0
+
S
a
S
Φ
S
+
D
a
D
Φ
D
(3.19)
Como fora comentado anteriormente, apenas resgatar a energia de correla¸ao de curta
distˆancia ao ´e suficiente para garantir boas SEPs, na verdade, devemos tamb´em resgatar a
energia de correla¸ao associada a degenerescˆencia (longa distˆancia), a qual ser´a comentada na
pr´oxima sec¸ao.
3.2.3 Metodologia para Construir Fun¸oes de Onda com M´ultiplas
Configura¸oes
Para tentar entender melhor essa id´eia da constru¸ao da fun¸ao de onda molecular neste
contexto de arios configura¸oes, vamos come¸car com um exemplo, mostrado na fig. 13. Ilus-
traremos atrav´es do diradical CH
2
a necessidade de utilizar fun¸oes de onda multiconfigura-
cionais para descrever uma SEP.
Figura 13: Varia¸ao da energia dos OM s canˆonicos em fun¸ao do ˆangulo para o estado singlete
do diradical CH
2
.
O aspecto qualitativo da varia¸ao da energia dos OM s em fun¸ao do ˆangulo para mol´eculas
triatˆomicas HAH a fora bastante discutida, como por exemplo no texto de Gimarc (1974).
Mesmo assim, vamos comentar alguns pontos imp ortantes para o desenvolvimento do nosso
racioc´ınio.
3.2 Descri¸ao dos Estados Eletrˆonicos 54
Para a geometria de m´ınimo do estado fundamental (HCH 101
o
), o orbital mais alto
energeticamente ocupado (HOMO) e o mais baixo energeticamente desocupado (LUMO) ao
1b
2
e 1b
1
, respectivamente. O OM 1b
2
´e uma mistura dos orbitais atˆomicos 2s e 2p
x
na geometria
de m´ınimo, por´em quando o ˆangulo estendido at´e a geometria linear, a contribui¸ao 2s diminui
a zero. Essa perda de caracter´ıstica 2s do HOMO aumenta sua energia. O LUMO ´e composto
apenas pelo orbital atˆomico 2p
z
do carbono, e, numa primeira aproxima¸ao a energia desse
orbital ´e essencialmente constante em fun¸ao do ˆangulo. Em 180
o
, os dois orbitais HOMO e
LUMO est˜ao degenerados e assumem caracter´ısticas de OM π.
Para o ˆangulo de 100
o
, pr´oximo da regi˜ao de m´ınimo do estado fundamental, a fun¸ao de
onda molecular pode ser descrita por apenas uma confugura¸ao, ou seja:
Φ
1
=
2a
(2)
1
3a
(2)
1
1b
(2)
2
1b
(0)
1
(3.20)
A fun¸ao RHF acima deve representar uma boa referˆencia a que os orbitais HOMO e
LUMO apresentam diferen¸cas de energias consider´aveis.
Entretanto, para o ˆangulo de 180
o
, conseq¨uˆencia da degenerescˆencia dos orbitais HOMO e
LUMO, pode-se utilizar arias fun¸oes de referˆencia, seja a fun¸ao de camada fechada Φ
1
ou
qualquer uma das seguintes referˆencias abaixo:
Φ
2
=
2a
(2)
1
3a
(2)
1
1b
(2)
1
1b
(0)
2
(3.21)
Φ
3
=
2a
(2)
1
3a
(2)
1
1b
(1)
2
1b
(1)
1
(3.22)
Contudo, a fun¸ao de referˆencia que melhor descrever´a a SEP ser´a justamente uma com-
bina¸ao das trˆes Φs, isto ´e, uma fun¸ao que apresenta arias configura¸oes. O peso configura-
cional de cada referˆencia na fun¸ao de onda total ser´a consequˆencia da intera¸ao destas mesmas
de modo a minimizar a integral variacional com o v´ınculo da menor energia.
˜
ψ = a
1
Φ
1
+ a
2
Φ
2
+ a
3
Φ
3
(3.23)
Um m´etodo padr˜ao que ´e bastante flex´ıvel e, que pode gerar uma fun¸ao de onda com
diversas referˆencias seja de camada aberta ou fechada ´e o MCSCF (SCHMIDT; GORDON, 1998).
A id´eia asica por tr´as do MCSCF ´e de justamente empregar uma fun¸ao de onda escrita na
3.2 Descri¸ao dos Estados Eletrˆonicos 55
forma de uma combina¸ao linear de CSF s formados a partir de um conjunto de configura¸oes
pr´e-selecionados, para descrever os sistemas de interesse. Esta metodologia ´e poderosa o bas-
tante para descrever (qualitativamente) desde rea¸oes qu´ımicas at´e problemas envolvendo arias
categorias de estados eletrˆonicos.
˜
ψ
MCSCF
=
M
i=0
a
i
Φ
i
(3.24)
No etodo MCSCF, a fun¸ao de onda eq. 3.24 tem um car´ater de m´ultiplas configura¸oes.
Uma vez definido o conjunto de CSF s {Φ
i
} que ser´a empregado para descrever a fun¸ao de
onda, os OM s e os coeficientes de cada configura¸ao (a
i
) ser˜ao otimizados variacionalmente por
um processo auto-consistente.
Uma diferen¸ca brusca ocorre na caracter´ıstica dos OM s na fun¸ao de onda MCSCF com-
parado ao RHF. Na fun¸ao mono-determinantal os orbitais ou est˜ao duplamente ocupados
ou ao-ocupados, logo, caracterizar o orbital pela energia tem todo o sentido. Entretanto,
na fun¸ao MCSCF os orbitais ao mais podem ser associados a uma energia espec´ıfica, con-
seq¨uˆencia dos trˆes n´umeros de ocupa¸ao (NOs) que os mesmos podem apresentam nas arias
CSF s, zero, um ou dois. Assim, os OM s ao agora identificados pelo seu respectivo NO. O NO
de cada orbital j na fun¸ao MCSCF ´e dado por:
NO
(j,MCSCF )
=
CF Ss
n
NO
(j,n)
a
2
n
(3.25)
em que o somat´orio engloba todas as configura¸oes geradas na fun¸ao MCSCF, NO
(j,n)
repre-
senta o NO do orbital j numa configura¸ao espec´ıfica n, e a
n
´e o coeficiente de cada configura¸ao
na fun¸ao de onda MCSCF.
O problema principal dessa metodologia est´a em como estabelecer previamente o conjunto
{Φ
i
} que ser´a empregado para construir a fun¸ao de onda multiconfiguracional. Uma forma que
se tornou conveniente para obter a fun¸ao com m´ultiplas configura¸oes fora a partir do m´etodo
CASSCF (SIEGBAHN et al., 1981). Essa metodologia tornou-se padr˜ao na determina¸ao de
fun¸oes com m´ultiplas configura¸oes. Neste m´etodo, o processo de gerar as CSF s ´e autom´atico,
pois o conjunto {Φ
i
} ´e gerado ´unica e exclusivamente por um conjunto de OM s escolhidos
pelo usu´ario. Esse conjunto de OM s ´e denominado de espco ativo . As novas configura¸oes
ao obtidas excitando-se el´etrons dos spin-orbitais ocupados e colocando-os em spin-orbitais
virtuais dentro deste espa¸co ativo.
3.2 Descri¸ao dos Estados Eletrˆonicos 56
O conjunto de OM s que ao pr´e-selecionados ao condicionados a uma estrutura de otimiza¸ao
diferente do restante dos outros orbitais. As premissas impostas aos orbitais no processo de
otimiza¸ao ao geralmente restritas ao NO, ou seja, sendo previamente fixos ou permitidos vari-
arem (BORIN, 2007). Os orbitais, portanto, condicionados a estas restri¸oes ao classificados
como:
i. Orbitais congelados: ao os OM s de C e virtuais. Geralmente permanecem praticamente
inalterados durante a maioria dos processos quimicamente importantes. Esses orbitais
permanecem com NO fixo, 2 ou 0, respectivamente, e na forma determinada pelo m´etodo
HF, quer dizer, ao variam durante o processo de otimiza¸ao da fun¸ao CASSCF.
ii. Orbitais inativos: ao aqueles que apesar de ao participarem diretamente dos processos
quimicamente importantes precisam ser otimizados para melhorar a descri¸ao do sistema.
Podem ser entendidos como os orbitais de V mais internos. No entanto, diferentemente
dos de C ao otimizados durante o procedimento CASSCF, por´em com NO sempre fixo
- n = 2.
iii. Orbitais ativos: ao os orbitais necess´arios para descrever os aspectos mais importantes
dos sistemas em estudo. Com esse conjunto ´e que se gera todas as configura¸oes da fun¸ao
de onda com m´ultiplas configura¸oes. Portanto, estes orbitais ao otimizados e o NO de
cada um deles ´e deixado livre para variar.
A fig. 14 mostra o esquema t´ıpico de um conjunto de orbitais ativos, inativos e congelados
na constru¸ao da fun¸ao de onda CASSCF. Al´em disso, mostrado-se tamb´em um esbco de
como ao geradas as fun¸oes de configura¸ao de estado (adaptadas `a multiplicidade de spin
singleto) a partir dos orbitais pr´e-selecionados no espa¸co ativo.
Uma das limita¸oes do etodo CASSCF est´a na dependˆencia do n´umero de orbitais que
devemos incluir no espa¸co ativo, pois o n´umero de CSF s cresce bastante com o n´umero de
orbitais (como mostrado na tab. 2).
Em alguns casos, entretanto, torna-se indispens´avel a inclus˜ao de arios OM s no espa¸co
ativo e, essa necessidade pode inviabilizar um alculo CASSCF. Por exemplo, quando queremos
tratar complexos de elementos do bloco d com ligantes de campo forte, no m´ınimo dois conjuntos
de
OM
s devem ser inclu´ıdos: um conjunto derivados dos
AO
s
d
do metal e; um outro conjunto
ao os orbitais dos ligantes que interagem com estes ´ultimos. Para suprir esta necessidade
de largo espa¸co ativo fora constru´ıda uma outra metodologia que apresentasse o requisito de
3.2 Descri¸ao dos Estados Eletrˆonicos 57
Figura 14: Esquemas de orbitais no etodo CASSCF (lado esquerdo da figura). a no lado
direito da figura est˜ao colocados algumas CSF s adaptadas `a multiplicidade de spin singleto.
diminuir o n´umero de configura¸oes geradas a fim de que possa ser inclu´ıdo um n´umero maior
de OM s. Essa metodologia ´e conhecida como RASSCF (MALMQVIST; RENDELL; ROOS, 1990)
e, sua constru¸ao pode ser entendida comparando com a fun¸ao CASSCF, pois nesse contexto
representa o truncamento das configura¸oes no espa¸co ativo.
As configura¸oes da fun¸ao restrita ao geradas com base na seguinte estrutura de divis˜ao
do espa¸co ativo:
i. RAS : neste subconjunto dos orbitais ativos, o n´umero de el´etrons que ser˜ao excitados
(buracos) ´e limitado;
ii. CAS : neste outro subconjunto, qualquer NO ser´a permitido, isto ´e, tem a mesma pro-
priedade do espa¸co ativo empregado no etodo CASSCF;
iii. AUX : a caracter´ısticas desse subconjunto est´a em controlar o n´umero de el´etron que ser˜ao
aceitos.
Portanto, o conceito espa¸co ativo restrito, RASSCF, pode ser entendido como uma extens˜ao
m´etodo CASSCF, em que os orbitais ativos ao particionados em trˆes sub-espa¸cos: RAS, CAS
e AUX.
3.2 Descri¸ao dos Estados Eletrˆonicos 58
Uma observao importante sobre as metodologias CASSCF e FCI (ou RASSCF e CI-
truncado, respectivamente) ´e que as mesmas ao constru´ıdas de maneira similar. Todavia, os
crit´erios de otimiza¸ao ao diferentes, isto ´e, no CASSCF os coeficientes dos orbitais e das
CSF s ao otimizados ao mesmo tempo no procedimento iterativo, enquanto que, no CI apenas
os coeficientes das CFS s ao otimizados.
Al´em do estado fundamental, o m´etodo
CASSCF
(e RASSCF) tamb´em pode ser empregado
para descrever diversos estados excitados. No entanto, quando o CASSCF ´e utilizado para a
constru¸ao de estados excitados existe um agravante importante, pois, a otimiza¸ao de um es-
tado espec´ıfico pode se tornar uma tarefa bastante dif´ıcil, conseq¨encia das chamadas invers˜oes
de ra´ızes (root-flipping) (BORIN, 2002, 2007; MERCH
´
AN, 2000). Suponha que estejamos interes-
sados em otimizar a fun¸ao de onda especificamente para o primeiro estado excitado. Durante
o processo de otimiza¸ao, a energia do estado fundamental poder´a aumentar gradativamente
e, em um determinado instante, ele passa a ter energia superior a do estado excitado, nesta
situa¸ao dizemos que ocorreu invers˜ao de ra´ızes. Uma maneira de contornar este problema ´e
utilizar o mesmo conjunto de OM s para todos os estados durante o processo de otimiza¸ao. Esse
m´etodo ´e conhecido como state-average (SA) e, que pode ser aplicado as vers˜oes SA-CASSCF
e SA-RASSCF (BORIN, 2002, 2007). No SA-CASSCF ´e poss´ıvel definir um valor m´edio de
energia como
E
m´edia
=
I
ω
I
E
I
(3.26)
em que ω
I
representa os pesos das energias dos estados I, e o v´ınculo do melhor resultado, por
basear-se no princ´ıpio variacional, representa a menor energia edia. Como solu¸ao, obt´em-
se um conjunto ´unico de orbitais SA-CASSCF, conhecidos como conjunto de OM s edios e,
tamb´em, uma ´unica fun¸ao de onda para todos os estado inclu´ıdos no alculo.
O m´etodo SA apresenta algumas vantagens:
i. arios estados ao obtidos em um ´unico alculo;
ii. Os estados ao ortogonais entre si, o que torna mais acil o alculo das propriedades de
transi¸ao;
iii. A convergˆencia ´e simplificada.
Desta maneira, ´e poss´ıvel empregar o mesmo formalismo desenvolvido para o estado fun-
damental e assim estudar os estados excitados. A principal limita¸ao do etodo SA-CASSCF
3.2 Descri¸ao dos Estados Eletrˆonicos 59
acontece quando temos estados eletrˆonicos de natureza muito diferentes, o que necessariamente
reflete em diferentes conjuntos de OM s. Nestes casos, o uso de um ´unico conjunto de OM s
m´edios para descrever todos eles simultaneamente ao dever´a fornecer uma solu¸ao ao boa
quanto a que seria obtida se cada estado fosse descrito isoladamente. No entanto, na maioria
das aplica¸oes, ao a outra maneira de estudarmos estados excitados, que ao seja atrav´es do
m´etodo SA-CASSCF.
3.2.4 Na Dire¸ao de alculos mais Acurados
A utiliza¸ao apenas da estrutura CI numa fun¸ao monodeterminantal (HF ) ao fornecer´a,
por tudo que discutimos sobre a necessidade das fun¸oes com m ´ultiplas configura¸oes, resultados
ao confi´aveis. Assim como, a fun¸ao de onda CASSCF (ou RASSCF ) poder´a em alguns casos
ao ser suficientemente exato, pois ao resgata a energia de correla¸ao eletrˆonica o suficiente.
Contudo, uma maneira bastante engenhosa de utilizar as vantagens dos dois procedimentos,
ou seja, descrever bem o conjunto de OM s mais importantes atrav´es de um procedimento auto-
consistente e depois resgatar o aximo poss´ıvel da energia de correla¸ao eletrˆonica ´e realizado
com o etodo MRCI. Existe uma diferen¸ca crucial entre o CI convencional e o MRCI, pois nesse
´ultimo as configura¸oes geradas no espa¸co ativo (completo - CASSCF ou restrito - RASSCF) ao
utilizadas como referˆencia para a expans˜ao CI. Por limita¸oes computacionais, a metodologia
´e geralmente restrita a apenas excita¸oes simples e duplas a partir da referˆencia, ou seja, MR-
CISD (LISCHKA et al., 2001).
O ponto chave do m´etodo MR-CISD ´e a escolha das configuira¸oes que ser˜ao empregadas
na constru¸ao do espa¸co de referˆencia, pois, deve conter todas as informa¸oes necess´arias para
descrever qualquer ponto da SEP sem comprometer a demanda computacional. Portanto, os
mesmos cuidados observados para construir a fun¸ao de onda CASSCF (e RASSCF) ao alidos
para construir uma fun¸ao de onda de referˆencia para ser empregada no MR-CISD.
˜
ψ
MRCISD
=
I
{c(I)Φ(I) +
ix
c
x
i
(I
x
i
(I) +
ijxy
c
xy
ij
(I
xy
ij
(I)} (3.27)
em que a soma ´e feita sobre todas as configura¸oes (I), contidas no espa¸co de referˆencia; a
nota¸ao Φ
x
i
(I) indica que um ´unico el´etron (i) foi excitado para orbital x, a partir da con-
figura¸ao de referˆencia Φ(I).
O MR-CISD apresenta algumas vantagens, dentre as quais podemos destacar:
3.2 Descri¸ao dos Estados Eletrˆonicos 60
i.
´
E, provavelmente, o m´etodo mais preciso para pequenas mol´eculas. Sendo capaz tamb´em
de descrever de maneira balanceada o estado fundamental e diversos estados excitados;
ii. Por basear-se no princ´ıpio variacional a descri¸ao pode ser melhorada, geralmente, adicionando-
se mais configura¸oes no espa¸co de referˆencia e/ou aumentando a fun¸ao de base.
Por´em, o m´etodo tamb´em apresenta as suas desvantagens que devem ser levadas em con-
sidera¸ao:
i. ao ´e um etodo extensivo no tamanho, por´em algumas corre¸oes podem ser utilizadas
para corrigir esse problema (as quais ser˜ao abordadas nos par´agrafos abaixo);
ii. O tamanho da expans˜ao CI cresce muito rapidamente com o n´umero de configura¸oes no
espa¸co ativo e com o conjunto de base atˆomica.
Uma das principais cr´ıticas ao m´etodo MR-CISD ´e o fato de o mesmo ao ser extensiva
no tamanho (SZALAY; BARTLETT, 1995), e esse problema ´e condicionado a todas as estruturas
baseadas em fun¸oes de onda CI truncadas.
Uma fun¸ao de onda ´e dita extensiva se a energia obtida a partir da mesma varia linear-
mente com o n´umero de part´ıculas. No caso limite, em que dois ou mais sub-sistemas deixam
de interagir (distˆancia tendendo ao infinito), a energia passa a ser simplesmente a soma das en-
ergias das esp´ecies individuais. Os etodos aqui mencionados, HF, CASSCF e FCI ao todos
extensivos, por´em as suas vers˜oes truncadas ao o ao. Como podemos entender isso melhor!?
Consideremos, por exemplo, dois fragmentos atomos, mol´eculas ou radicais) A e B ao
interagentes, e que possuem o conjunto de CSF s de referˆencia Φ
0
A
e Φ
0
B
, respectivamente. As
CSF s que correspondem a excita¸oes simples e duplas ao denominadas de Φ
S
i
e Φ
D
i
(com
i A, B), respectivamente. Uma vez que A e B ao interagem, a fun¸ao de onda do sistema
AB deve ser o produto das fun¸oes de onda dos sub-sistemas A e B. Sendo assim, o alculo
CISD para o sistema AB cont´em apenas parte das CSF s geradas pelos produtos das CSF s de
A e B. O alculo seria extensivo se as excita¸oes triplas e qu´adruplas tamb´em fossem inclu´ıdas,
como est´a ilustrado na fig. 15:
Duas metodologias ao utilizadas neste trabalho que visam corrigir esse problema da ex-
tensividade na fun¸ao de onda MR-CISD: MR-CISD+Q e MR-AQCC (VENTURA, 2003).
3.2 Descri¸ao dos Estados Eletrˆonicos 61
Figura 15: Fun¸oes de onda CISD para os sistemas separados e a fun¸ao de onda formada pelo
produto direto do sistema AB em rela¸ao `a fun¸ao de onda CISD deste mesmo sistema.
A primeira delas visa corrigir o efeito da falta de excita¸oes qu´adruplas na extensividade,
estendida ao caso de multi-referˆencia. Nesse caso a corre¸ao de Davidson (∆E
DC
) dada pela
eq. 3.28 visa estimar o efeito das excita¸oes qu´adruplas na expans˜ao CISD.
E
DC
= (1
iRef.
|c
2
i
|)(E
MRCI
E
MR
) (3.28)
em que c
i
ao os coeficientes das CSF s de referˆencia (em geral MCSCF ) na expans˜ao CI do
estado em quest˜ao; E
MRCI
´e a energia desse estado; e E
MR
´e a energia da referˆencia.
O etodo MR-AQCC est´a relacionado com o m´etodo ACPF (averaged coupled-pair func-
tional)(SZALAY; BARTLETT, 1995). Este etodo de corre¸ao de extensividade tem como id´eia
central reparticionar o conjunto de CSF s utilizadas na expans˜ao MR-CISD, de modo a tentar
se aproximar do funcional exato para a energia de correla¸ao, a qual, neste caso, ´e definida
como sendo a diferen¸ca entre a energia do FCI e a energia do MR-CISD correspondente. Para
maiores detalhes ver Monte (2004), Ventura (2003).
O que deve ser destacado ´e que o m´etodo MR-AQCC ´e bastante superior ao m´etodo de
Davidson, no que se refere `a corre¸ao para a falta de extensividade. Uma vez que a corre¸ao
para a energia de correla¸ao ´e feita a priori, isto ´e, durante o processo iterativo, enquanto que,
a corre¸ao de Davidson ´e realizada a posteriori, ou seja, ao final do alculo (constataremos estes
fatos da extensividade no cap´ıtulo 6).
62
Parte III
Resultados e Discuss˜oes
63
4 Algumas Consideroes Sobre a
Constru¸ao da Fun¸ao de Onda
MCSCF Adaptada ao Pirrol e
2H-Tetrazol
No contexto MCSCF
1
, o passo inicial no estudo de estados excitados para qualquer sistema
molecular ´e sem d´uvida definir o conjunto m´ınimo de CSF s capazes de tratar adequadamente
qualquer natureza de spin, singleto e tripleto, e espacial, V e/ou R. Em outras palavras, ´e
definir um conjunto de OM s que apresente flexibilidade suficiente para serem utilizadas na
constru¸ao de uma fun¸ao de onda que descreva simultaneamente todos estes tipos de estados.
Segundo Schmidt e Gordon (1998) dentre os principais obst´aculos formulados ao longo
da hist´oria de mais 50 anos na constru¸ao da fun¸ao MCSCF: O formalismo matem´atico; os
algoritmos implementados para otimiza¸ao; e a escolha das configura¸oes mais importantes
(o espa¸co ativo). Esse ´ultimo suposto problema ainda det´em as principais dificuldades na
constru¸ao dessa fun¸ao, pois ao existe um protocolo exato para definir um conjunto m´ınimo
suficientemente adequado de OM s.
Vamos analisar o comenario do Ro os (2005) um dos maiores especialistas no m´etodo MC-
SCF com rela¸ao `a escolha do espa¸co ativo:“(. . .) To choose the correct active space for a
specific application is not trivial and many times one has to make several experiments. It is
difficult to set up any general rules because each chemical problem poses its own problems.
There is also a tight connection to the choice of AO basis, which must be extensive enough
to be able to describe the occupied molecular orbitals properly. The size of the active space
is limited. The maximum size in most softwares is around 15 for the case where the number
of orbitals and electrons are equal. This is the most severe limitation of the CASSCF method
and makes it sometimes difficult or even impossible to carry out a specific study. During the 25
1
O MCSCF est´a representando as vers˜oes CASSCF ou RASSCF.
4.1 A Complicada Escolha do Espco Ativo! 64
years that the CASSCF method has been used in practical application we have learned much
about the choice of active orbitals. (. . .)”
Assim, baseado-se neste contexto de unicidade do espa¸co ativo para cada problema a ser
estudado ´e que se justifica esse cap´ıtulo. Nas duas sec¸oes que se seguem abordaremos dois
aspectos importantes associados ao conjunto de configura¸oes essenciais na caracteriza¸ao dos
primeiros estados excitados, os quais ser˜ao direcionados aos objetos de estudo Pirrol e 2H-
Tetrazol:
i. A defini¸ao e otimiza¸ao do espa¸co ativo que privilegie um conjunto de OM s m´ınimo e
adequado ao estudo dos primeiros estados excitados;
ii. Um conjunto m´ınimo de CSF s suficientemente flex´ıveis ao problema.
A principal raz˜ao para estes dois crit´erios ´e conseq¨encia da limita¸ao computacional, ao
existe qualquer outro motivo! Pois inexiste no escopo da metodologia da intera¸ao das m´ultiplas
configura¸oes, que por essˆencia est´a alicer¸cada no princ´ıpio variacional, fun¸ao tentativa melhor
que a FCI para uma base com infinito termos. Por´em, como essa constru¸ao ´e poss´ıvel apenas
dentro da ´algebra (s´o na teoria), na pr´atica ao indispens´aveis os truncamentos, que neste caso
ao obtidas a partir de configura¸oes seletas constru´ıdas a partir de um grupo selecionado de
OM s auto-consistentes.
4.1 A Complicada Escolha do Espa¸co Ativo!
A primeira indaga¸ao que devemos fazer ´e sobre qual o n´umero m´ınimo de orbitais que
devem ser inclu´ıdos na determina¸ao da fun¸ao MCSCF para descrever os primeiros estados
excitados!? Apesar dessa resposta parecer um p ouco dif´ıcil para quem est´a come¸cando, no
entanto, para especialistas como Merch´an et al. (1999), com mais de quinze anos de pr´atica
neste tipo de estudo, comentam que para se caracterizar bem os primeiros estados excitados
de t´ıpicas mol´eculas orgˆanicas
2
o espa¸co ativo deve compreender essencialmente (no m´ınimo)
o seguinte conjunto de OM s: π ligante e anti-ligantes, os pares solit´arios n e os orbitais de R
tipo 3s, 3p
i
s e 3d
j
s (em que i x, y e z e j xy, yz, xz, x
2
y
2
e z
2
).
Apesar desta receita parecer ser bem trivial, ou seja, ´e apenas identificar este conjunto de
orbitais de V e R. Na pr´atica o passo escolher est´a longe de ser simples, pois a uma inerente
2
Hidrocarb onetos, ´alcoois, aminas, ciclos (com hetero´atomos ou ao) entre outros, saturados ou insaturados.
4.1 A Complicada Escolha do Espco Ativo! 65
dificuldade de associar ou escolher um par de orbitais ligante e anti-ligante conseq¨encia do
ao-localizado OM, tornando-se `as vezes imposs´ıvel quando ao utilizadas bases atˆomicas com
um n´umero muito grande de orbitais atˆomicos (como mostrado na fig. 7). Pior ainda ´e para
a estrutura pseudo-hidrogen´oide (R), pois o problema ´e bem mais complicado, a que ao a o
que escolher! Como ao a o que escolher!? Veremos isso mais adiante.
Contudo, estando bem ou mal escolhidos os orbitais o passo seguinte ´e otimiz´a-los na
descri¸ao de um estado espec´ıfico no procedimento MCSCF ou para arios estados no SA-
MCSCF, tornando-os portanto auto-consistentes. Na verdade, o ´unico caminho para se validar
a escolha de um suposto espa¸co ativo, ou seja, se aquilo que vocˆe pensou ter escolhido est´a
realmente contido no espa¸co ´e ap´os torn´a-los auto-consistentes, pois ap´os essa otimiza¸ao os
orbitais ocupados e virtuais ( V e R) possivelmente apresentam descri¸oes espaciais adequadas.
4.1.1 Os Potenciais de Ioniza¸ao: Escolha Intuitiva dos Orbitais
Ocupados
Para de certa forma checar se este protocolo, ou melhor, se o conjunto de orbitais suprac-
itado por Mercan et al. (1999) devem realmente participar do espa¸co ativo, vamos incor-
porar alguns dados interessantes advindos da estrutura asica RHF associando com algumas
informa¸oes experimentais, os quais demonstram, pelo menos de maneira intuitiva, que este
crit´erio de escolha tende a ser um bom ponto de partida.
A mol´ecula do Pirrol pode ser adaptada ao grupo pontual C
2v
, logo, os seus orbitais per-
tencem `as respresenta¸oes irredut´ıveis: A
1
, B
1
, A
2
ou B
2
. a a mol´ecula do 2H-Tetrazol per-
tence ao grupo pontual C
s
, de modo que, os seus orbitais podem ser adaptados as representa¸oes
irredut´ıveis A
e A

.
A fig. 16 mostra as energias (em unidades atˆomicas) e formas espaciais de alguns HOMO-n e
LUMO+m de V obtidos a partir de um alculo RHF/STO-3G. (Os parˆametros geom´etricos das
duas mol´eculas utilizadas neste alculo est˜ao colocados no Apˆendice D). Os principais objetivos
desse alculo ao: primeiro, identificar e se familiarizar com a estrutura de OM s (ver figura); e,
segundo, obter um esbco superficial da seq¨uˆencia energ´etica do conjunto de orbitais HOMO-
n e LUMO+m, com o intu´ıto de fazer uma “triagem” inicial dos poss´ıveis orbitais que ser˜ao
escolhidos para construir a fun¸ao de onda MCSCF.
´
E interessante notarmos que os resultados mostrados na fig. 16 de certa forma demonstram
certa concordˆancia com o protocolo sugerido por Mercan et al. (1999). a que, a seq¨encia
4.1 A Complicada Escolha do Espco Ativo! 66
de OM s HOMO, HOMO-1, LUMO e LUMO+1 para a mol´ecula do Pirrol, assim como no caso
do 2H-Tetrazol, a seq¨uˆencia de OM s HOMO-4, HOMO-3, HOMO-2, HOMO-1 HOMO, LUMO e
LUMO+1, obtidos no alculo RHF/STO-3G, representam justamente boa parte do sistema de
orbitais π do Pirrol, assim como do sistema π e grupo de orbitais n do 2H-Tetrazol (retˆangulos
tracejados na fig. 16).
No entanto, um especialista em qu´ımica te´orica poderia fazer uma pergunta pertinente:
como confiar numa constru¸ao de um espa¸co ativo baseada em dados de um aculo ao asico
como o RHF/STO-3G!? E a resposta pode ser dada dentro do seguinte contexto: esta escolha
ganha um certo suporte essencialmente para os orbitais ocupados se comparamos estes resulta-
dos com um trabalho bem mais elaborado publicado por Palmer e Beveridge (1987). Os autores
realizaram um estudo sistem´atico e detalhado sobre os espectros fotoeletrˆonicos da fam´ılia Azol
Figura 16: Diagrama dos OM s (adaptados a representa¸ao do grupo pontual molecular) obtidos
a partir de um alculo RHF/STO-3G para as mol´eculas do Pirrol (C
2v
) e do 2H-Tetrazol (C
s
).
Pirrol - seq¨uˆenica de ocupados 1b
1
-π, 9 a
1
-σ
C
, 6b
2
-σ
C
, 2b
1
-π e 1a
2
-π e de desocupados 3b
1
-π
,
2a
2
-π
e 10a
1
-σ
C
; 2H-Tetrazol - orbitais ocupados 1a

-π, 12a
-σ
H
, 13a
-n, 14a
-n,15a
-n, 2a

-π,
3a

-π e os desocupados 4a

-π
, 5a

-π
, 16a
-σ
H
.
4.1 A Complicada Escolha do Espco Ativo! 67
Figura 17: Compara¸ao entre as energias obtidas do RHF (KT ), estados de ioniza¸ao CI e o
espectro fotoeletrˆonico para as mol´eculas do Pirrol e 2H-Tetrazol. As nota¸oes utilizadas no
interior da figura representam: no KT os OM s cujas as formas est˜ao na fig. 16. Para o CI
temos os seguintes estados de ioniza¸ao: Pirrol - i = 1
2
A
2
, ii = 1
2
B
1
e iii = 2
2
B
1
; 2H-Tetrazol
- i = 1
2
A

+ 1
2
A
, ii = 2
2
A

+ 2
2
A
, i = 3
2
A
e iv = A

+ A
. Nos espectros fotoeletrˆonicos
est˜ao indicados as energias das bandas.
ao substitu´ıda, Pirrol, Imizadol, Pirazol, Triaz´ois e Tetraz´ois. A fig. 17 adaptada desse artigo
une os resultados te´oricos e experimentais para o Pirrol e 2H-Tetrazol.
Os alculos te´oricos realizados pelos autores foram de dois tipos, um simples RHF, cujos os
resultados ao similares aos que obtemos (comparar as fig.s 17 e 16), e outro bem mais elabo-
rado CI. Apesar dos objetivos destes alculos visarem reproduzir os resultados experimentais,
os mesmos representam modelos diferentes. Pois, enquanto o RHF fundamenta-se no KT, que
procura associar o PI com a energia de um OM espec´ıfico; por outro lado a metodologia CI
faz uma diferen¸ca entre as energias calculadas no estado fundamental e catiˆonico.
Para a mol´ecula do Pirrol a concordˆancia entre o RHF e o CI ´e apenas restrita aos dois
primeiros OM s aos estados de ioniza¸ao correspondentes. Os resultados experimentais mostram
e os alculos te´oricos confirmam uma separa¸ao consider´avel em termos da energia das duas
bandas associadas aos OM s π de simetrias B
1
e A
2
e ao pr´oximo conjunto de banda sobrepostas
que se inicia em 12,6 eV (a parte inicial desse larga banda est´a associada ao PI de um estado
tamb´em de simetria B1 - OM π de simetria B
1
).
No caso do Tetrazol, a interpreta¸ao das bandas ´e bem mais complicada, pois cada uma das
4.1 A Complicada Escolha do Espco Ativo! 68
duas bandas menos energ´eticas (um pouco sobrepostas) devem estar associadas a dois estados
cada, esta interpreta¸ao ´e baseada nos alculos CI. A primeira banda em 11,3 eV representa a
jun¸ao de dois estados de ioniza¸ao e, fazendo o paralelo com KT representam os dois OM s de
menor energia π (3a”) e n (15a’). Da mesma forma, a outra banda em 12,1 eV tem esse mesmo
comportamento, o que marca os pr´oximos orbitais π (2a”) e n (14a’) de energia mais baixa. E
por fim uma outra banda mais isolada em 13,6 eV relativo ao outro OM n (13a’) mais interno.
4.1.2 Os Orbitais Virtuais: Como Caracteriz´a-los!?
Se por um lado a inclus˜ao de alguns orbitais ocupados no espa¸co ativo pode ter alguma
valida¸ao intuitiva na espectroscopia fotoeletrˆonica, por outro lado para os virtuais “que DEUS
nos ajude”! Para os dois tipos de orbitais virtuais V ou R o mesmo a experiˆencia da correla¸ao
dos resultados te´oricos e das evidˆencias experimentais da pr´opria espectroscopia eletrˆonica
de absor¸ao ´e que de certa forma podem suportar que, por exemplo, para mol´eculas como
Pirrol e 2H-Tetrazol, os orbitais π
e a primeira s´erie de R 3s, 3p
i
s e 3d
j
s ao indispens´aveis
na constru¸ao e caracteriza¸ao dos primeiros estados excitados, o segundo cap´ıtulo do livro
de Klessinger e Michl (1995) re ´une um umero de informa¸oes desta constata¸ao em outros
exemplos.
Contudo, a estrutura de V virtual ao ´e ao complicada de se obter, pois podemos otimizar
a partir de um alculo CASSCF na defini¸ao do estado fundamental o grupo de orbitais: sistema
π (ligantes e anti-ligantes) para o Pirrol e a conjuga¸ao π mais grupo n no 2H-Tetrazol. Os
orbitais encontrados na solu¸ao auto-consistente ´e algo bastante similar aos ilustrados na fig.
16. E isso ´e realizado! Nessa otimiza¸ao, a denomina¸ao usual segue a seguinte representa¸ao:
Pirrol - CASSCF(6,5)/base
3
, ou seja, com o conjunto com 5 orbitais e 6 el´etrons; e 2H-Tetrazol
- CASSCF(12,8)/base.
A grande complica¸ao est´a sem d´uvida nos orbitais tipo R, a que ao conseguiremos definir
qualquer orbital pseudo-hidrogen´oide apenas por um alculo do estado fundamental. Neste caso,
torna-se indispens´avel a inclus˜ao dos estados excitados associados a cada orbital espec´ıfico, quer
dizer, se queremos estudar apenas os estados 3s de R devemos incluir apenas o orbital 3s, ou se
estamos interessados em estudar o conjunto de estados 3s, 3p
x
e 3d
x
2
y
2
, enao ser˜ao inclu´ıdos
apenas os seus respectivos orbitais. Por´em, uma pergunta extremamente importante precisa ser
feita: qual conjunto de orbital(is) virtual(is) deve(m) ser definido(s) e inclu´ıdo(s) no processo
3
A palavra gen´erica base ´e proposital, pois existe uma certa independˆencia do conjunto atˆomico usuais -
Pople, Dunning, ANO entre outras, e o conjunto de orbitais gerados sobretudo nas suas formas espaciais.
4.1 A Complicada Escolha do Espco Ativo! 69
de otimiza¸ao do sub-espa¸co de intera¸ao de configura¸oes, MCSCF !?
Respondendo de forma direta: na obten¸ao de um estado de R espec´ıfico, a resposta ´e
qualquer orbital!... Isso mesmo! qualquer orbital virtual pode ser colocado junto ao conjunto
de orbitais de V para se iniciar o processo de otimiza¸ao e obter o estado em quest˜ao. Mas, como
qualquer orbital?... Como saberemos que estamos atingindo uma solu¸ao adequada do ponto de
vista dos orbitais pseudo-hidrogen´oides? A resposta para tal quest˜ao est´a necessariamente nas
solu¸oes geradas e analisadas a partir de crit´erios a definidos ou que necessitam ser definidos. E
que crit´erios ao estes, ou como podemos cri´a-los? Muitos pesquisadores deste tema comentam
sobre algumas caracter´ısticas importantes associadas `a defini¸ao de um coerente orbital de
R e, que caracter´ısticas esse mesmo deve impor `a fun¸ao do estado que tal orbital esteja
representando (GRIMME, 2004).
Na continua¸ao desse cap´ıtulo vamos tentar entender estes crit´erios com um estudo bem
simples caracterizando o primeiro estado de R do Pirrol. Baseando-se em arios estudos a
realizados para essa mol´ecula, destacamos dois te´oricos: Roos et al. (2002) e Christiansen et
al. (1999) que tentam esclarecer todas as variantes do complexo espectro eletrˆonico do Pirrol,
discutindo portanto os diversos resultados te´oricos e experimentais at´e o momento publicados.
A grande maioria destes trabalhos identifica a primeira transi¸ao singleto-singleto do Pirrol em
torno de 5 eV como sendo associado a uma excita¸ao do orbital HOMO ao orbital de R tipo
3s.
Para o nosso caso, que aplicamos a mol´ecula a simetria do grupo pontual C
2v
, essa transi¸ao
´e representada por π
a2
-3s(a1), logo o primeiro estado excitado ´e de simetria A
2
. Essa transi¸ao
analisada no contexto da representa¸ao do grupo pontual ´e proibida, ou seja, apresenta FO
nula pois ao existe componente do operador momento de transi¸ao dipolar nesta simetria,
por´em experimentalmente tem-se identificado a mesma com intensidade muito fraca, o que
necessariamente deve estar associada ao car´ater vibrˆonico de transi¸oes proibidas.
Para esse estudo em espec´ıfico fora realizado um alculo utilizando um espa¸co ativo contendo
todos os OM s de V π (ocupados e virtuais), al´em deles, deve tamb´em ser inclu´ıdo um orbital
virtual que adquira (ou se transforme) ap´os a otimiza¸ao o car´ater de R - 3s e, a ´unica exigˆencia
´e que o mesmo seja da simetria A
1
(para os dados de entrada este orbital virtual ´e o d´ecimo A
1
- o primeiro virtual). Na representa¸ao usual esse conjunto com 6 orbitais e 6 el´etrons utilizado
na otimiza¸ao de dois estados ´e representado pela nota¸ao SA-2-CASSCF (6,6). Um adendo
interessante ´e sobre a base d’-aug’-cc-pVDZ escolhida para realizar este estudo. Vamos entender
a importˆancia dessa base no pr´oximo Cap´ıtulo. Por´em, podemos adiantar que dentre as bases
4.1 A Complicada Escolha do Espco Ativo! 70
atˆomicas estudadas a mesma apresentou resultados satisfat´orios na descri¸ao dos estados de R.
Na tab. 3 est˜ao mostrados as principais propriedades e caracter´ısticas, as quais cremos
serem essenciais na caracteriza¸ao destes estados em quest˜ao, relativo a uma descri¸ao te´orica
associada a uma transi¸ao vertical de um el´etron que absorvendo um oton passe do estado
fundamental ( F ) para o estado de R - 3s. As propriedades caracterizadas ao: energia total -
coluna Energia (
ua
); energia de excita¸ao vertical - coluna ∆E (
eV
); o valor esperado de
r
2
(ua) e suas componentes; e a CSF de maior peso que define o estado - coluna Composi¸ao.
Uma caracter´ıstica pr´opria que os principais especialistas na ´area afirmam sobre os estados
de R ´e que os mesmos sempre ao descritos por um car´ater monoconfiguracional (excita¸ao
simples) bastante acentuado (GRIMME, 2004). Esse aspecto ´e mostrado na tab. 3 na coluna
Composi¸ao, a qual representa os percentuais de cada CSF na defini¸ao dos estados fundamen-
tal ou excitados. Analisando os valores obtidos percebe-se esse car´ater de excita¸ao simples
bastante pronunciado no estado 1A
2
e, justamente na transi¸ao π
a2
-10
a1
(3s), com um peso de
90,4%. Comparando este valor com os pesos obtidos para as 36 CSF s geradas a partir do
espa¸co ativo utilizado, o qual foi condicionado `as simetrias de spin singleto e da representa¸ao
irredut´ıvel A
2
, pode-se observar o qu˜ao definido est´a esse estado, visto que as outras 35 CSF s
que comp˜oem a fun¸ao de onda na defini¸ao do estado 1A
2
, somam um total menor que 10%,
sendo que os percentuais de cada uma delas ao menores que 1, 7%. A tab. 4 mostra as CSF s
que contribuem com mais de 1% na constru¸ao destes dois estados.
Um fato peculiar na fun¸ao de onda multiconfiguracional ´e que apesar de constituir-se por
centenas de termos, `as vezes milhares como veremos no cap´ıtulo 6, o que de certa forma tende a
obscurecer as interpreta¸oes de fenˆomenos em termos mais fundamentais, ou seja, condicionar
a uma an´alise em termos dos OM s. Por´em, esta metodologia apresenta uma propriedade
chamada peso configuracional, que a a contribui¸ao percentual de cada CSF s na fun¸ao de
onda total e, assim, oferece uma sa´ıda para se ter, de forma aproximada, o entendimento da
espectroscopia de absor¸ao em termos de uma intera¸ao espec´ıfica entre OM s.
Tabela 3: Descri¸ao dos estados fundamental e primeiro estado excitado (R) do Pirrol via
SA-2-CASSCF(6,6)/d’-aug’-cc-pVDZ.
Estados Energia ∆E x
2
y
2
z
2
r
2
Composi¸ao
(ua) (eV ) (ua) (ua) (ua) (ua)
1A
1
- F -208,87425 25,16 18,57 15,94 59,67 0,932 Camada Fechada
1A
2
- R -208,71204 4,41 38,35 30,52 50,50 119,37 0,904 π
a2
-10
a1
(3s)
4.1 A Complicada Escolha do Espco Ativo! 71
Uma outra propriedade te´orica t´ıpica dos estados de R pode ser identificado no valor esper-
ado do segundo momento cartesiano (x
2
, y
2
e z
2
), o qual permite caracterizar a natureza
dos estados excitados a partir de sua extens˜ao espacial. Os estados de R possuem uma extens˜ao
espacial bem maior se comparados aos estados de V (fundamental ou excitado) (MERCH
´
AN,
2000). O valor de r
2
(somat´orio das componentes) indica o qu˜ao difuso ´e esse estado R - 3s
se comparado ao estado fundamental (ver tab. 3). Essa propriedade ´e de certa forma plaus´ıvel
se analisada dentro do contexto do orbital pseudo-hidrogen´oide, a que o estado de R pode ser
entendido como resultado de excitar um el´etron de um orbital ocupado da natureza molecular e
situa-lo em um orbital de car´ater puramente atˆomico, cuja natureza difusa faz com que o el´etron
“sinta” o restante da mol´ecula como uma carga pontual, similar aos ´atomos hidrogen´oides.
A ´ultima propriedade a ser analisada ´e justamente a energia de excita¸ao vertical (∆E).
Neste alculo, o valor obtido ´e inferior 0,8 eV se comparado ao valor exp erimental (5,22 eV
(BAVIA et al., 1976)). No entanto, esta parece ser uma situa¸ao comum nas estimativas das
energias de excita¸ao vertical dos estados de R obtidas atrav´es da metodologia SA-CASSCF,
o que pode ser constatado nos trabalhos: Hashimoto, Nakano e Hirao (1998) que detalham
a erie de R do orbital HOMO do Benzeno e; Nakano et al. (1996) estudando as particulari-
dades e semelhan¸cas entre alguns an´eis de cinco membros, Ciclopentadieno, Furano e Pirrol.
Neste ´ultimo trabalho, a energia do primeiro estado
1
A
2
do Pirrol obtido pela metodologia SA-
CASSCF ´e de 4, 46 eV e, tamb´em corresponde a um estado de R - 3s. A diferen¸ca de 0, 05 pode
estar associada ao largo conjunto de estados utilizado pelos autores, SA-21-CASSCF (espa¸co
ativo: conjuga¸ao π e os de R - 3s, 3p
x
, 3p
y
, 3p
z
, 3d
xy
, 3d
xz
, 3d
yz
, 3d
x
2
y
2
e 3d
z
2
). Contudo,
Tabela 4: Contribui¸ao das CSF s maiores que 1% na defini¸ao dos estados fundamental (1A
1
)
e excitado (1A
2
) de R - 3s. As nota¸oes: CF significa configura¸ao de camada fechada, S -
excita¸ao simples e D - excita¸oes duplas, T - triplas; quanto a numera¸ao, 3 representa um
orbital duplamente ocupado, 1 e 2 - apenas um el´etron e 0 - nenhum el´etron.
Orbitais e Configura¸oes
Estado Tipo de Exc. % das CSF s π
(b1)
π
(2b1)
π
(b1)
π
(a2)
π
(a2)
3s(a1)
CF 93,2 3 3 0 3 0 0
1A
1
D 1,8 3 3 3 0 0 0
D 1,6 3 1 2 1 2 0
S 90,4 3 3 0 1 0 2
T 1,7 3 0 0 3 2 1
1A
2
D 1,1 1 3 2 2 0 1
D 1,0 2 3 1 2 0 1
T 1,0 3 0 0 2 3 1
4.1 A Complicada Escolha do Espco Ativo! 72
Tabela 5: Descri¸ao dos estados fundamental (F) e primeiro estado excitado (R) da simetria
B
2
via SA-2-CASSCF(6,6)/d’-aug’-cc-pVDZ.
Estados Energia ∆E x
2
y
2
z
2
r
2
FO Composi¸ao
(ua) (eV ) (ua) (ua) (ua) (ua)
1A
1
- F -208,87491 25,18 18,50 16,08 59,71 0,932 Camada Fechada
1B
2
- R -208,68464 5,18 74,79 32,72 33,40 140,91 0,027 0,908 π
a2
-4
b1
(3p
x
)
a corre¸ao definitiva para esta energia ´e obtida quando ao inclu´ıdos os efeitos da correla¸ao
dinˆamica (ver a tab. IV desta referˆencia os resultados MRMP - multireference Møller-Plesset
perturbation theory, no nosso caso o MR-CISD, como veremos mais adiante no cap´ıtulo 6).
Continuando com a descri¸ao e caracteriza¸ao de alguns estados de R do Pirrol, vamos
agora construir e analisar as caracter´ısticas particulares de um estado tipo 3p
x
. O estado que
queremos estudar est´a associado a transi¸ao HOMO-3p
x
. Os experimentalistas tˆem medido
duas transi¸oes t´ıpicas caracterizadas como HOMO-3p, 5,86 e 5,88 eV (FLICKER; MOSHER;
KUPPERMANN, 1976). Para os te´oricos essas duas transi¸ao condicionado a simetria C
2v
est˜ao
associadas as intera¸oes entre os orbitais π
a2
-3p
x
(b1) e π
a2
-3p
y
(b2), sendo portanto os primeiros
estados singletos das simetrias B
2
e B
1
, respectivamente (a outra transi¸ao 3p
z
(a1) ´e proibida
pelo mesmo motivo que da transi¸ao 3s(a1)).
A an´alise ´e similar a que foi feita para o estado 3 s e os resultados obtidos para as pro-
priedades estudadas est˜ao colocados na tab. 5 (al´em das propriedades estudadas no caso ante-
rior acrescentamos tamem a FO). Para esse alculo espec´ıfico fora utilizado um espa¸co ativo
diferente do anterior, apesar de conter ainda os pares de orbitais moleculares de V tipo π, o
orbital que representar´a ap´os a otimiza¸ao o orbital de R tipo 3p
x
´e de simetria diferente do
3s. Assim, tro camos o orbital virtual de simetria A
1
por outro B
1
, por´em, continuaremos com
o mesmo espa¸co ativo representado por SA-2-CASSCF(6,6).
De maneira geral, os resultados ao bem similares aos obtidos na caracteriza¸ao do estado
3s e, de forma similar, duas ao as propriedades que definem bem o car´ater 3p
x
deste estado ex-
citado: a extens˜ao espacial e o peso da CSF. Quanto `a extens˜ao espacial ´e importante perceber
que a componente x
2
associada a proje¸ao x apresenta uma extens˜ao acentuada quando com-
parada `as outras proje¸oes y e z. Todavia, tomando como referˆencia os orbitais hidrogen´oides,
este resultado ´e de se esperar, pois, por exemplo, o OA p
x
tem sua densidade eletrˆonica proje-
tada ao longo do eixo x. Assim, o orbital pseudo-hidrogen´oide 3p
x
tamb´em ter´a. Esta rela¸ao
pode ser generalizada para as outras dire¸oes dos estados 3p
i
, assim como para os orbitais 3d
j
.
4.1 A Complicada Escolha do Espco Ativo! 73
3p
x
3s
p
b1
Figura 18: Mapas de contorno dos orbitais 3p
x
, 3s e π
b1
obtidos nos alculos CASSCF cujos
os resultados est˜ao nas tab.s 3 e 5. O programa MOLDEN foi utilizado na constru¸ao desses
orbitais. Dois crit´erios ao importantes na gera¸ao visual desses orbitais: o isovalor de contorno
(contour value) = 0,0005 ua e a dimens˜ao molecular em torno de um plano espacial de fundo
pr´e-definido (edge) = 40 ua.
Para a outra propriedade peculiar dos estados de R, ou seja, o car´ater monoconfiguracional,
o mesmo ´e claramente evidenciado, visto que 90,8% est´a associado `a transi¸ao π
a2
-4
b1
(3p
x
).
Este percentual dentro do conjunto das 80 CSF s obtidas a partir do SA-CASSCF adaptadas `as
simetrias
1
B
2
ganha a importˆancia de definir o car´ater do estado, visto que os outros percentuais
das outras CSF s ao ao superiores a 1,6%.
As ´ultimas propriedades que analisaremos ao aquelas que podem ser indiretamente ou
diretamente verificadas nos experimentos: ∆E e FO. O resultado obtido para a energia de
excita¸ao vertical ´e cerca de 0,7 eV inferior se comparado ao valor experimental (5,86 eV
(FLICKER; MOSHER; KUPPERMANN, 1976)). No entanto, a energia do primeiro
1
B
2
do Pirrol
obtido por Nakano et al. (1996) com a metodologia SA-CASSCF ´e de 5, 48 eV e, representa
tamb´em uma transi¸ao π
a2
-3p
x
(b1). Com rela¸ao a FO o valor obtido 0, 027 est´a muito pr´oxima
do resultado calculado por Nakano et al. (1996) de 0, 024.
Para finalizar, analisaremos um aspecto que julgamos ser bastante importante e que geral-
mente ao ´e explorado na literatura especializada: Os mapas de contornos dos orbitais de R.
Como no nosso caso qualquer um dos orbitais virtuais ´e colocado na estrutura de otimiza¸ao
CASSCF, sendo que `as vezes a ´unica restri¸ao na escolha do pr´oprio ´e apenas na simetria, isso
4.2 Restri¸oes Adequadas Aplicadas ao Sub-Espco de Interoes de Configuroes 74
se caso a mol´ecula estiver adaptada a representa¸ao do grupo pontual, a an´alise portanto da
forma espacial do orbital na solu¸ao obtida ´e um elemento importante ao quanto as outras
propriedades. E para este nosso estudo did´atico representa a pca final do quebra cabca de
como caracterizar o orbital de R.
Na fig. 18 mostramos os mapas de contorno dos orbitais de R gerados nos alculos cujos
resultados acabamos de discutir. Nesta figura ´e poss´ıvel fazer uma comparara¸ao entre os
orbitais de R e o de V tipo π (B
1
) em termos da dimens˜ao e forma molecular. Um aspecto
bastante interessante ´e com rela¸ao ao orbital de V que apresenta seus contornos em torno
da dimens˜ao molecular e forma bastante particular, ou seja, um t´ıpico OM de V. Enquanto
que, analisando os orbitais de R encontramos justificativas para os termos difuso e pseudo-
hidrogen´oide. A seguran¸ca de que estamos obtendo algo coerente nestes mapas de contorno dos
orbitais de R pode ser respaldada indiretamente pelos trabalhos: Kosugi (2005) que mostra os
mapas de contorno de alguns orbitais de R para pequenas mol´eculas como: CH
4
, O
2
, CH
3
F ,
CO
2
e N
2
O; e o de Sobolewski et al. (2002) que tamem mostra alguns mapas de contorno tipo
3s para o Pirrol, Fenol e Indol.
4.2 Restri¸oes Adequadas Aplicadas ao Sub-Espa¸co de
Intera¸oes de Configura¸oes
Ap´os toda esta an´alise minuciosa da importˆancia dos OM s na constru¸ao do espa¸co ativo,
outro ponto tamb´em bastante importante que diz respeito ao mais aos orbitais, mas estando os
mesmos escolhidos e caracterizados, como podemos (ou ser´a que podemos) reduzir ao aximo
o n ´umero de intera¸oes entre as configura¸oes geradas por estes orbitais? Quer dizer, diminuir
o n´umero de CSF s de forma adequada de modo que a fun¸ao de onda agora restrita mantenha,
ao menos qualitativamente, descri¸oes razo´aveis e similares se comparado a fun¸ao de onda
CASSCF.
A id´eia desse estudo ´e baseada em um trabalho a realizado por M¨uller e Lischka (2001),
no pr´oprio, os autores apresentam um esquema geral e eficiente que permite tratar um largo
n´umero de estados excitados tanto de R como de V ao mesmo tempo nos n´ıveis de teoria MR-
CISD, MR-CISD+Q e MR-AQCC. A base deste procedimento consiste na utiliza¸ao de apenas
uma fra¸ao das CSF s da fun¸ao de onda CASSCF, sendo que, para os n´ıveis de teoria utilizados
pelos autores, esta fra¸ao representa a fun¸ao de onda de referˆencia multiconfiguracional. Neste
esquema, os orbitais do espa¸co ativo ao divididos em dois grupos: os de V ao colocados na
4.2 Restri¸oes Adequadas Aplicadas ao Sub-Espco de Interoes de Configuroes 75
espa¸co CAS, enquanto que os quasi-hidrogen´oides ao agrupados no espa¸co AUX, sendo que
apenas um el´etron ´e excitado do espa¸co CAS para o AUX (CAS(V )
1e
AUX(R)). Segundo
os criadores, o sucesso desta fun¸ao de onda RASSCF ´e reflexo do car´ater essencialmente
monoconfiguracional dos estados de R.
O esquema fora utilizado para calcular diversas propriedades: energia de excita¸ao vertical,
momento dipolar de transi¸ao,
FO
e arios cruzamentos evitados entre dez estados de
R
e cinco
de V do Formalde´ıdo. Esse mesmo protocolo fora mais tarde estendido com sucesso para a
mol´ecula do Trans-butadieno (M¨uLLER; LISCHKA, 2004), no qual fora realizado uma descri¸ao
balanceada dos estados singletos mais baixos de caracteres V e R.
Baseando-se neste estudo, por´em com mais variantes e utilizando apenas o etodo SA-
MCSCF, para um espa¸co ativo e grupo de estados definidos, investigaremos o efeito da redu¸ao
do conjunto de configura¸oes na descri¸ao das propriedades dos estados excitados e fundamental.
O v´ınculo da restri¸ao mais adequada e flex´ıvel est´a em se aproximar o aximo poss´ıvel da
descri¸ao dada pela fun¸ao de onda SA-CASSCF.
4.2.1 As Peculiaridades dos Estados Excitados Descritos pela Fun¸ao
de Onda CASSCF
Inicialmente realizamos para as duas mol´eculas alculos SA-CASSCF que servir˜ao de base
para as compara¸oes. E para os dois casos moleculares foram escolhidos propositalmente um
grupo de quatro estados com as caracter´ısticas mais adversas poss´ıveis, pois cremos que dessa
maneira testaremos o quanto de flexibilidade ´e mantida no espa¸co de configura¸oes restrito.
i. Pirrol - os estados escolhidos ao: o estado fundamental, os dois de R a discutidos π3s e
π3p
x
, e um estado excitado de V tipo ππ
. Adaptando todos estes estados a simetria do
grupo pontual molecular C
2v
ao marcados como 1A
1
, 1A
2
, 1B
2
e 2B
2
, respectivamente;
ii. 2H-Tetrazol - nesse caso todos os estados ao de simetria A
(grupo pontual C
s
) e multi-
plicidade singleto. Os estados estudados apresentam caracter´ısticas similares ao caso do
Pirrol, pois ser˜ao estudados os estados fundamental, n3s, π3p
z
e ππ
.
Enquanto que para o Pirrol a escolha do grupo de estados tem suporte te´orico e experimen-
tal, para o caso do 2H-Tetrazol a escolha ´e puramente baseada na solu¸ao dos quatro estados
mais baixos obtidos na otimiza¸ao SA-4-CASSCF(10,12)/d’-aug’-cc-pVDZ condicionadas as
simetrias
1
A
. Como causa e conseq¨uˆencia desses fatos: no Pirrol o espa¸co ativo compreende o
4.2 Restri¸oes Adequadas Aplicadas ao Sub-Espco de Interoes de Configuroes 76
conjunto de orbitais π (trˆes ocupados e dois desocupados), al´em obviamente dos dois orbitais
virtuais de simetrias A
1
e B
1
, visando a descri¸ao dos estados 3s e 3p
x
, ou seja, uma fun¸ao de
onda baseada no esquema SA-4-CASSCF(7,6)/d’-aug’-cc-pVDZ ; para o 2H-Tetrazol o espa¸co
ativo ´e um pouco maior, compreendendo o conjunto de cinco orbitais π, trˆes orbitais n, e
tamb´em dois orbitais virtuais de simetrias A
e A

, que quando otimizados representaram os
pseudo-hidrogen´oides 3s e 3p
z
.
Os resultados est˜ao listados nas tab.s 6 e 7. Como se percebe, continuamos com as mesmas
propriedades a utilizadas na caracteriza¸ao dos estados de R tipo 3s e 3p
x
do Pirrol na sec¸ao
anterior, a ´unica diferen¸ca est´a na propriedades r
2
, pois estamos utilizando a uma rela¸ao
entre o estado fundamental e os estados excitados, r
2
. Dentre as principais peculiaridades
dos dois grupos de estados descritos para as duas mol´eculas destacamos:
i. Pirrol
1. Para os estados de R ´e interessante perceber as insignificantes modifica¸oes que
ocorreram nas propriedades se comparamos as descri¸ao SA 2 e SA 4, quer
dizer, esses estados continuam ainda bem descritos, apesar do maior n´umero de
CSF s e estados na otimiza¸ao da fun¸ao de onda CASSCF ;
2. ao temos d´uvidas em afirmar que o estado 2B
2
´e um V tipo ππ
, pois a sua
extens˜ao espacial ´e muito menor que a dos de R, e 83% desse estado est´a definido
pela transi¸ao π
a2
-π
b1
. Al´em disso sua FO ´e uma ordem de grandeza maior que o de
R, o que ´e comum para estes estados em mol´eculas orgˆanicas (MERCH
´
AN, 2000).
ii. 2H-Tetrazol
Tabela 6: Pirrol - resultados SA-4-CASSCF(7,6)/d’-aug’-cc-pVDZ na descri¸ao dos estados:
1
1
A
1
- F, 1
1
A
2
- R, 1
1
B
2
- R e 2
1
B
2
- V. Em destaque na tabela temos o n´umero total de CSF s
(em subscrito para cada simetria) geradas a partir deste espa¸co ativo.
382 CSFs
(a1=152
,
b2=128
e
a2=102)
Estados Energia ∆E x
2
y
2
z
2
r
2
FO Composi¸ao
(ua) (eV ) (ua) (ua) (ua) (ua)
1A
1
- F -208,86782 25,36 18,50 15,81 0,934 Camada Fechada
1A
2
- R -208,70890 4,32 39,12 31,24 50,13 60,81 0,000 0,913 π
a2
-10
a1
(3s)
1B
2
- R -208,68111 5,08 77,82 32,68 34,35 85,17 0,020 0,914 π
a2
-4
b1
(3p
x
)
2B
2
- V -208,58649 7,66 27,80 19,46 18,12 5,70 0,227 0,827 π
a2
-π
b1
4.2 Restri¸oes Adequadas Aplicadas ao Sub-Espco de Interoes de Configuroes 77
Tabela 7: 2H-Tetrazol - resultados SA-4-CASSCF(12,10)/d’-aug’-cc-pVDZ para os estados
mais baixos energeticamente de simetrias
1
A
. Em destaque na tabela temos o n´umero total de
CSF s geradas a partir deste espa¸co ativo.
6980 CSFs
Estados Energia ∆E x
2
y
2
z
2
r
2
FO Composi¸ao
(ua) (eV ) (ua) (ua) (ua) (ua)
1A’ - F -256,847269 24,56 15,39 21,14 0,898 Camada Fechada
2A’ - V -256,603166 6,64 25,13 16,06 21,43 1,53 0,043 0,373 π
3
-π
4
\ 0,149 π
2
-π
4
3A’ - R -256,560230 7,81 31,99 39,81 36,54 47,25 0,024 0,824 n
3
-16a’(3s)
4A’ - R -256,552675 8,02 33,63 28,23 55,87 56,63 0,065 0,815 π
3
-6a”(3p
z
)
1. As propriedades r
2
e as CSF s asseguram os classifica¸oes V ou R atribu´ıda
a cada estado descrito, no entanto, ´e peculiar o maior car´ater perturbativo das
configura¸oes complementares, pois a configura¸ao de camada fechada define 90%
do estado fundamental;
2. O estado ππ
mostra propriedades bem diferente, pois ´e altamente multiconfigura-
cional sendo que as suas trˆes maiores CSF s definem apenas 65% do car´ater (CSF
3
= 0,112 π
2
-π
5
, as outras duas est˜ao indicadas na tabela). A sua FO ´e bem baixa
para um t´ıpico ππ
sendo do patamar dos de R.
Dentre os coment´arios realizados sobre as peculiaridades dos estados descritos para as duas
mol´eculas, alguns aspectos merecem ainda um adendo: sendo essencialmente sobre o estado
ππ
do azol mais nitrogenado, visto que ´e bastante multiconfiguracional e mostra FO fraca.
Esta caracter´ıstica at´ıpica dos peso das CSF s na defini¸ao deste estado em quest˜ao ao ´e
privil´egio apenas do 2H-Tetrazol. Na verdade, isso ´e comum aparecer em alguns estados ππ
a identificado em algumas mol´eculas orgˆanicas: o Benzeno (HASHIMOTO; NAKANO; HIRAO,
1998); Furano e Ciclopentadieno (NAKANO et al., 1996) e at´e mol´eculas maiores como Bifenil
(RUBIO et al., 1995) e Indol (SERRANO-ANDR
´
ES; ROOS, 1996).
Para explicarmos essa situa¸ao vamos utilizar como exemplo a mol´ecula do Benzeno, a
qual apresenta seu sistema de orbitais π distribu´ıdos de forma sim´etrica: trˆes π ocupados e
trˆes π
desocupados. Nesse grupo os orbitais, os pares π
i
,π
i
ao denominados de conjugados,
conseq¨uˆencia da rela¸ao entre as energias dos mesmo serem:
i
=
i
+ constante. Ent˜ao,
neste caso podemos pensar que a energia de uma excita¸ao simples (configura¸ao) resultado
de uma transi¸ao i-j
´e igual `aquela obtida p ela transi¸ao j-i
. Assim, uma fun¸ao de onda
tipo ππ
poderia ser escrita de forma aproximada por:
1
χ = |(i-j
± j-i
)(αβ βα)|. E
4.2 Restri¸oes Adequadas Aplicadas ao Sub-Espco de Interoes de Configuroes 78
no caso Benzeno, a constru¸ao acontece realmente desta forma sim´etrica para alguns estados
ππ
(HASHIMOTO; NAKANO; HIRAO, 1998), por exemplo, 80% do car´ater do primeiro estado
excitado 1
1
B
2u
(simetria D
6h
) ´e dividido em 40% para cada transi¸ao j-i
e i-j
. Logo, algum
tipo de similaridade ocorre com o 2H-Tetrazol, pois quase 65% envolve transi¸oes simples
entre os orbitais HOMO-1, HOMO, LUMO e LUMO+1 do sistema π.
Quanto `a
FO
´e importante fazermos um adendo: Como conhecido e a destacado na 1
a
sec¸ao do cap´ıtulo 3, o dipolo de transi¸ao (|Ψ
m
|ˆµ|Ψ
n
|) ´e extremamente importante pois a
conta da sobreposi¸ao das fun¸oes de onda dos estados fundamental e excitado (lembrar que
estamos dentro do contexto da aproxima¸ao de FC), ent˜ao quanto mais sobreposi¸ao maiores
ser˜ao as intensidades de transi¸ao.
Tabela 8: 2H-Tetrazol e Pirrol - Contribui¸ao de 93% das CSF s maiores que 1% na defini¸ao
do estado de V ππ
. S - excita¸ao simples e D - duplas; 3 - orbital duplamente ocupado, 1 e 2
- apenas um el´etron e 0 - nenhum el´etron.
2H-Tetrazol 2A’(π π
) Orbitais de V e R
Tipo de Exc. % das CSF n
1
n
2
n
3
π
1
π
2
π
3
π
4
π
5
3s 3p
z
S 37,3 3 3 3 3 3 1 2 0 0 0
S 14,9 3 3 3 3 1 3 2 0 0 0
S 11,1 3 3 3 3 1 3 0 2 0 0
D 4,6 3 3 3 3 3 0 1 2 0 0
S 4,4 3 3 3 3 3 1 0 2 0 0
D 4,0 3 3 3 3 0 3 1 2 0 0
S 3,3 3 3 3 3 1 3 0 0 0 2
D 2,6 3 3 3 3 1 2 0 3 0 0
D 2,3 3 3 3 3 1 2 1 2 0 0
D 2,3 3 3 3 1 2 3 3 0 0 0
S 2,2 3 3 3 1 3 3 2 0 0 0
D 1,6 3 3 3 3 3 0 3 0 0 0
D 1,5 3 3 3 3 1 2 3 0 0 0
D 1,4 3 3 3 1 3 2 1 2 0 0
D 20,3
Pirrol 1B
2
(π π
) Orbitais de V e R
Tipo de Exc. % das CSF π
b1
π
2b1
π
b1
π
a2
π
a2
3s 3p
x
S 82,7 3 3 1 2 0 0 0
S 4,4 3 1 0 3 2 0 0
S 3,8 1 3 3 0 2 0 0
D 1,1 1 2 1 3 2 0 0
S 1,0 3 3 0 1 0 0 2
D 1,1
4.2 Restri¸oes Adequadas Aplicadas ao Sub-Espco de Interoes de Configuroes 79
No contexto de uma fun¸ao de onda MCSCF, os elementos de matriz que compoem a
integral do dipolo de transi¸ao ser˜ao necessariamente intera¸oes entre as configura¸oes e, duas
ao as principais configura¸oes de excita¸ao (com os pesos mais significativos) que comp˜oem a
constru¸oes dos estados excitados: simples e duplas. Esses dois tipos de configura¸oes, quando
em excesso na composi¸ao das CSF s mais relevantes, caracterizam dois tipos de estados exci-
tados: os onicos com alto percentual de excita¸ao simples e os covalentes com rico car´ater de
excita¸oes duplas. Portanto, alguns estados ππ
apresentarem um n´umero excessivo de con-
figura¸oes complementares de excita¸oes duplas, o que geralmente implica em |CSF
m
|ˆµ|CSF
n
|
nulas e, assim podem apresentar FO em faixas pr´oximas dos de R e
. a para os estados
ππ
onicos, as FO geralmente ao as maiores para os sistemas orgˆanicos em geral.
Na tab. 8 mostramos os percentuais das CSF s maiores que 1% para o 2H-Tetrazol e Pir-
rol. Fazendo uma an´alise comparativa em rela¸ao aos percentuais a publicados para outras
mol´eculas, como: o Furano, Ciclopentadieno Nakano et al. (1996) e Benzeno Hashimoto, Nakano
e Hirao (1998). Analisando estes percentuais encontramos justificativas para caracterizar o es-
tado ππ
do 2H-Tetrazol como covalente, visto que seu percentual de excita¸oes duplas ´e em
torno de 20% assim como no caso destas outras mol´eculas.
4.2.2 Condicionando os Orbitais de R e V no Espa¸co RASSCF
Depois desta an´alise detalhada da constru¸ao e caracteriza¸ao via CASSCF de quatro
estados excitados do Pirrol e 2H-Tetrazol, ou seja, depois de entender bem a solu¸ao SA-
CASSCF resultante, vamos agora realizar as restrin¸oes no espa¸co das CSF s. Em s´ıntese
podemos distribuir as diversas restri¸oes realizadas neste estudo em dois grupos principais:
i. Orbitais de V ocupados no espa¸co RAS (π - Pirrol; π e n - 2H-Tetrazol) e os desocupados
de V (π
) e de R (3s e 3p
i
, i = x - Pirrol e i = z - 2H-Tetrazol) est˜ao colocados no espa¸co
auxiliar AUX. Assim, as configura¸oes ao obtidas a partir do esquema RAS
ne
AUX,
com n = 1, 2, 3, 4, 5, 6 e e
- el´etrons;
ii. Similar ao que fora feito por M¨uller e Lischka (2001), colocando os orbitais de V ocupados
e desocupados no espa¸co CAS, enquanto que os pseudo-hidrogen´oides foram inclu´ıdos no
espa¸co AUX. Assim, na constru¸ao da fun¸ao de onda, as CSF s foram obtidas a partir
do esquema CAS(V )
ne
AUX(R), com n = 1, 2, 3 e e
- el´etrons;
4.2 Restri¸oes Adequadas Aplicadas ao Sub-Espco de Interoes de Configuroes 80
Os resultados obtidos est˜ao colocados nas tab.’s 9 e 10 para o Pirrol e 11 e 12 para o 2H-
Tetrazol, no final deste cap´ıtulo. Estas tabelas est˜ao divididas de acordo com os dois grupos
principais definidos acima.
Aesar de parecer ´obvio que a SA-CASSCF represente a melhor estrutura poss´ıvel de con-
stru¸ao da fun¸ao de onda multiconfiguracional, ´e sensato pensar que o v´ınculo para o melhor
conjunto restrito est´a em se aproximar o aximo poss´ıvel da descri¸ao
SA-CASSCF
. Portanto,
com o intuito de imitar a descri¸ao da fun¸ao de onda SA-CASSCF ´e que se compara cada
grupo restrito:
i. tab. 9 - Nesse espa¸co restrito no qual ao se diferencia o tratamento dos orbitais des-
ocupados de V e R, de uma maneira geral as descri¸oes ao ao satisfat´orias quando
comparadas as SA-CASSCF. As expans˜oes geradas pelos pares de buracos-el´etrons 5, 4
ou 3 descrevem bem a maioria das propriedades, no entanto, o que se percebe ´e que os
pesos e os caracteres das CSF s ao bastante alterados, isto ´e, as configura¸oes que de-
finem o car´ater dos estados, sendo antes bem definidas, perdem todo o significado, pois
por exemplo, o estado fundamental antes com 94% de camada fechada na fun¸ao de
onda CASSCF passar a ser descrito por uma configura¸ao 0,382 π
2b1
-π
b1
nesta fun¸ao
de onda restrita, o que ´e absurdo! (n˜ao conseguimos uma explica¸ao para tal fato). Todas
as propriedades obtidas pelas expans˜oes n = 2 e 1 ao se assemelham `aquelas obtidas
pelo espa¸co completo. A modifica¸ao mais forte est´a no espa¸co RAS
1e
AUX pois ao
conseguimos mais caracterizar o estado ππ
, ao inv´es disso outro estado de R tipo 3d
xz
aparece. Na verdade, o acontecido foi que o orbital virtual de V tipo π
se transformou,
no processo de otimiza¸ao, no orbital de R tipo 3d
xz
;
ii. tab. 10 - a para esse conjunto de SA-RASSCF as descri¸oes de uma maneira geral ao
bem similares ao conjunto completo. A situa¸ao mais interessante ´e que podemos diminuir
ao aximo as excita¸oes para o espa¸co que cont´em os orbitais quasi-hidrogen´oides, quer
dizer, o n´umero total de 382 CSF s no SA-CASSCF ´e reduzido para 161 na constru¸ao
SA-RASSCF - CAS(V )
1e
AUX(R);
iii. tab. 11 - no espa¸co RAS
ne
AUX as descri¸oes ao bastante similares quando n > 3
e bastante ruins quando n 3. Para a situa¸ao limite de n = 3 apesar de a maioria
das propriedades como ∆E, r
2
, e FO apresentarem valores aceit´aveis, no entanto a
propriedade que define o car´ater do estado perde em defini¸ao, quer dizer, os estados
aumentam consideravelmente o peso multiconfiguracional. Quando n ´e reduzido para 2
4.2 Restri¸oes Adequadas Aplicadas ao Sub-Espco de Interoes de Configuroes 81
as perturba¸oes ao bem consider´aveis nas propriedades ∆E e FO, sendo que a situa¸ao
mais brusca ´e que ao conseguimos mais definir o estado de R tipo 3p
z
, ao inv´es disso,
um outro estado ππ
´e obtido. Por fim, para n = 1, ap esar de manter os estados bem
definidos, duas propriedades ∆E e FO sofrem modificados consider´aveis, o que tamem
compromete esse espa¸co restrito;
iv. tab. 12 - Para esse espa¸co restrito que separa a estrutura de V dos pseudo-hidrogen´oides,
os resultados obtidos ao muito bons novamente, pois para todos os valores de n estudados
as descri¸oes ao em geral equivalentes. No caso mais not´avel, em que a uma axima
redu¸ao, n = 1, o n´umero CSF s se reduz de 6980 para 1184, ou seja, quase 6 vezes menor.
Para finalizar essa discuss˜ao sobre qual estrutura SA-RASSCF demonstra a melhor rela¸ao
custo benef´ıcio vamos observar o comportamento de duas das quatro propriedades estudadas,
∆E e FO A fig. 19 mostra como essas propriedades ao alteradas `a medida que diminu´ımos
o umero de CSFs. A id´eia ´e ter uma vis˜ao conjunta (Pirrol e 2H-Tetrazol) de que tipo de
4,5
5,0
5,5
6,0
6,5
7,0
7,5
8,0
6,8
7,2
7,6
8,0
8,4
8,8
9,2
9,6
0 50 100 150 200 250 300 350 400
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0 1500 3000 4500 6000 7500
0,015
0,030
0,045
0,060
0,075
0,090
V-?
R-3s
R-3p
x
V-?
R-3s
R-3p
z
CSFs
CSFs
Pirrol
2H-Tetrazol
CASSCF
RAS AUX
CAS(V) AUX(R)
ne
ne
Figura 19: Comportamento das propriedades ∆E e FO em fun¸ao do n´umero total de CSF s
para as mol´eculas em estudo, Pirrol e 2H-Tetrazol, os dados ao obtidas a partir das tab.s 6, 7,
9, 10, 11 e 12.
4.2 Restri¸oes Adequadas Aplicadas ao Sub-Espco de Interoes de Configuroes 82
redu¸oes podemos realizar no espa¸co de configura¸oes sem que comprometamos a descri¸ao
de referˆencia SA-CASSCF.
´
E importante tamem fazer a ressalva que devemos ao apenas se
basear nestas propriedades, mas os valores de r
2
e os pesos e caracteres das CSF s ao ao
essenciais quanto.
Nesta fig. 19 ao resta d´uvidas que a expans˜ao resultante do esquema CAS(V )
1e
AUX
(
R
) representa um esp´ecie de limite (ou quase pr´oximo do limite, ao a para precisar!)
do n´umero aximo de redu¸oes que podemos fazer no sub-espa¸co completo sem necessaria-
mente perder na descri¸ao das propriedades relativas ∆E (ver figura) e r
2
(ver tabelas) ou
da absoluta FO (ver figura), ou at´e mesmo das CSF s que definem o estado (ver tabelas).
Como M¨uller e Lischka (2001) sugerem, essa proposta de separar os orbitais de V e R
em espa¸cos diferentes parece ser uma boa receita. E ´e justamente esse tipo de constru¸ao das
fun¸oes CAS(V )
ne
AUX(R) que manteremos daqui por diante, por exemplo na defini¸ao da
fun¸ao de referˆencia para a expans˜ao MR-CISD no cap´ıtulo 6.
4.2 Restri¸oes Adequadas Aplicadas ao Sub-Espco de Interoes de Configuroes 83
Tabela 9: Pirrol - resultados SA-4-RASSCF(7,6)(RAS
ne
AUX)/d’-aug’-cc-pVDZ para os
estados: 1A
1
, 1A
2
, 1B
2
e 2B
2
. Em destaque na tabela temos o n´umero total de CSF s (em
subscrito para cada simetria) geradas a partir desse espa¸co ativo.
RAS
5e
AU X - 374 CSFs
(a1=147,
b2=126
e
a2=101)
Estados Energia ∆E x
2
y
2
z
2
r
2
FO Composi¸ao
(ua) (eV ) (ua) (ua) (ua) (ua)
1A
1
- F -208,86782 25,36 18,50 15,81 0,382 π
2b1
-π
b1
1A
2
- R -208,70890 4,32 39,12 31,24 50,13 60,81 0,000 0,341 π
2b1
,π
a2
-π
b1
,10
a1
(3s)
1B
2
- R -208,68111 5,08 77,82 32,68 34,35 85,17 0,020 0,343 π
a2
-4
b1
(3p
x
)
2B
2
- V -208,58649 7,66 27,80 19,46 18,12 5,70 0,227 0,376 π
a2
-π
b1
RAS
4e
AU X - 328 CSFs
(a1=130,
b2=110
e
a2=88)
Estados Energia ∆E x
2
y
2
z
2
r
2
FO Composi¸ao
(ua) (eV ) (ua) (ua) (ua) (ua)
1A
1
- F -208,86782 25,36 18,50 15,81 0,382 π
2b1
-π
b1
1A
2
- R -208,70890 4,32 39,12 31,24 50,13 60,81 0,000 0,341 π
2b1
,π
a2
-π
b1
,10
a1
(3s)
1B
2
- R -208,68111 5,08 77,82 32,68 34,35 85,17 0,020 0,343 π
a2
-4
b1
(3p
x
)
2B
2
- V -208,58649 7,66 27,80 19,46 18,12 5,70 0,227 0,376 π
a2
-π
b1
RAS
3e
AU X - 201 CSFs
(a1=80,
b2=70
e
a2=51)
Estados Energia ∆E x
2
y
2
z
2
r
2
FO Composi¸ao
(ua) (eV ) (ua) (ua) (ua) (ua)
1A
1
- F -208,86758 25,36 18,50 15,81 0,375 π
2b1
-π
b1
1A
2
- R -208,70776 4,35 39,25 31,43 50,05 61,07 0,000 0,346 π
2b1
,π
a2
-π
b1
,10
a1
(3s)
1B
2
- R -208,68019 5,10 78,10 32,79 34,40 85,62 0,021 0,341 π
2b1
,π
a2
-π
b1
,4
b1
(3p
x
)
2B
2
- V -208,58629 7,65 27,87 19,47 18,17 5,84 0,234 0,394 π
a2
-π
b1
RAS
2e
AU X - 75 CSFs
(a1=35,
b2=26
e
a2=14)
Estados Energia ∆E x
2
y
2
z
2
r
2
FO Composi¸ao
(ua) (eV ) (ua) (ua) (ua) (ua)
1A
1
- F -208,86103 25,47 18,46 15,79 0,816 Camada Fechada
1A
2
- R -208,68847 4,70 39,33 31,43 49,94 60,99 0,000 0,765 π
a2
-10
a1
(3s)
1B
2
- R -208,66075 5,45 78,77 32,98 34,56 86,60 0,025 0,799 π
a2
-4
b1
(3p
x
)
2B
2
- V -208,58410 7,54 28,64 19,56 18,69 7,18 0,208 0,664 π
a2
-π
b1
RAS
1e
AU X - 11 CSFs
(a1=6,
b2=4
e
a2=1)
Estados Energia ∆E x
2
y
2
z
2
r
2
FO Composi¸ao
(ua) (eV ) (ua) (ua) (ua) (ua)
1A
1
- F -208,82112 26,34 18,64 15,45 0,960 Camada Fechada
1A
2
- R -208,66780 4,17 41,15 33,65 47,70 62,07 0,000 1,000 π
a2
-10
a1
(3s)
1B
2
- R -208,64259 4,86 77,85 32,66 33,07 83,15 0,061 0,944 π
a2
-3
b1
(3p
x
)
2B
2
- R -208,61764 5,54 87,05 33,95 75,85 136,41 0,002 0,945 π
a2
-4
b1
(3d
xz
)
4.2 Restri¸oes Adequadas Aplicadas ao Sub-Espco de Interoes de Configuroes 84
Tabela 10: Pirrol - resultados SA-4-RASSCF(7,6)(CAS(V )
ne
AUX(R))/d’-aug’-cc-pVDZ
para os estados: 1
1
A
1
, 1
1
A
2
, 1
1
B
2
e 2
1
B
2
. Em destaque na tabela temos o umero total de
CSF s (em subscrito para cada simetria) geradas a partir desse espa¸co ativo.
CAS(V )
3e
AU X(R) - 367 CSFs
(a1=143,
b2=122
e
a2=102)
Estados Energia ∆E x
2
y
2
z
2
r
2
FO Composi¸ao
(ua) (eV ) (ua) (ua) (ua) (ua)
1A
1
- F -208,86782 25,36 18,50 15,81 0,932 Camada Fechada
1A
2
- R -208,70891 4,32 39,12 31,25 50,13 60,82 0,000 0,913 π
a2
-10
a1
(3s)
1B
2
- R -208,68111 5,08 77,82 32,68 34,35 85,18 0,020 0,906 π
a2
-4
b1
(3p
x
)
2B
2
- V -208,58649 7,66 27,80 19,46 18,12 5,71 0,227 0,819 π
a2
-π
b1
CAS(V )
2e
AU X(R) - 307 CSFs
(a1=123,
b2=102
e
a2=82)
Estados Energia ∆E x
2
y
2
z
2
r
2
FO Composi¸ao
(ua) (eV ) (ua) (ua) (ua) (ua)
1A
1
- F -208,86782 25,36 18,50 15,81 0,932 Camada Fechada
1A
2
- R -208,70890 4,32 39,12 31,25 50,13 60,82 0,000 0,913 π
a2
-10
a1
(3s)
1B
2
- R -208,68111 5,08 77,83 32,69 34,35 85,19 0,020 0,906 π
a2
-4
b1
(3p
x
)
2B
2
- V -208,58649 7,66 27,80 19,46 18,12 5,71 0,227 0,820 π
a2
-π
b1
CAS(V )
1e
AU X(R) - 161 CSFs
(a1=67,
b2=58
e
a2=36)
Estados Energia ∆E x
2
y
2
z
2
r
2
FO Composi¸ao
(ua) (eV ) (ua) (ua) (ua) (ua)
1A
1
- F -208,86781 25,36 18,50 15,81 0,932 Camada Fechada
1A
2
- R -208,70870 4,33 39,05 31,28 50,27 60,93 0,000 0,913 π
a2
-10
a1
(3s)
1B
2
- R -208,68107 5,08 78,25 32,88 34,43 85,89 0,021 0,907 π
a2
-4
b1
(3p
x
)
2B
2
- V -208,58649 7,66 27,80 19,46 18,12 5,71 0,227 0,820 π
a2
-π
b1
4.2 Restri¸oes Adequadas Aplicadas ao Sub-Espco de Interoes de Configuroes 85
Tabela 11: 2H-Tetrazol - resultados SA-4-RASSCF(12,10)( RAS
ne
AUX)/d’-aug’-cc-pVDZ
para os estados de simetrias
1
A
. Em destaque temos o n´umero total de CSF s.
RAS
6e
AU X - 6503 CSF s
Estados Energia ∆E x
2
y
2
z
2
r
2
FO Composi¸ao
(ua) (eV ) (ua) (ua) (ua) (ua)
1A’ - F -256,84727 24,56 15,39 21,14 0,898 Camada Fechada
2A’ - V -256,60317 6,64 25,13 16,06 21,43 1,53 0,043 0,373 π
3
-π
4
\ 0,149 π
2
-π
4
3A’ - R -256,56023 7,81 31,99 39,81 36,54 47,25 0,024 0,824 n
3
-16a’(3s)
4A’ - R -256,55268 8,02 33,63 28,23 55,87 56,63 0,065 0,815 π
3
-6a”(3p
z
)
RAS
5e
AU X - 5043 CSF s
Estados Energia ∆E x
2
y
2
z
2
r
2
FO Composi¸ao
1A’ - F -256,84727 24,56 15,39 21,14 0,898 Camada Fechada
2A’ - V -256,60317 6,64 25,13 16,06 21,43 1,53 0,043 0,373 π
3
-π
4
\ 0,149 π
2
-π
4
3A’ - R -256,56023 7,81 31,99 39,81 36,54 47,25 0,024 0,824 n
3
-16a’(3s)
4A’ - R -256,55268 8,02 33,63 28,23 55,87 56,63 0,065 0,815 π
3
-6a”(3p
z
)
RAS
4e
AU X - 2275 CSF s
Estados Energia ∆E x
2
y
2
z
2
r
2
FO Composi¸ao
1A’ - F -256,84724 24,56 15,39 21,14 0,706 Camada Fechada
2A’ - V -256,60316 6,64 25,12 16,06 21,41 1,51 0,044 0,221 π
3
-π
4
\ 0,133 π
2
-π
4
3A’ - R -256,55985 7,82 32,02 39,81 36,55 47,29 0,023 0,660 n
3
-16a’(3s)
4A’ - R -256,55243 8,02 33,66 28,23 55,94 56,75 0,065 0,519 π
3
-6a”(3p
z
)
RAS
3e
AU X - 909 CSF s
Estados Energia ∆E x
2
y
2
z
2
r
2
FO Composi¸ao
1A’ - F -256,84545 24,57 15,36 21,15 0,841 Camada Fechada
2A’ - V -256,60188 6,63 25,10 15,95 21,30 1,27 0,043 0,342 π
3
-π
4
\ 0,160 π
2
-π
4
3A’ - R -256,55611 7,87 32,74 39,11 37,52 48,30 0,022 0,869 n
3
-16a’(3s)
4A’ - R -256,54656 8,13 33,90 28,27 56,66 57,76 0,065 0,786 π
3
-6a”(3p
z
)
RAS
2e
AU X - 169 CSF s
Estados Energia ∆E x
2
y
2
z
2
r
2
FO Composi¸ao
1A’ - F -256,85035 25,11 15,91 21,49 0,853 Camada Fechada
2A’ - V -256,59686 6,90 25,66 16,44 21,29 0,87 0,038 0,330 π
3
-π
4
\ 0,122 π
2
-π
5
3A’ - V -256,51795 9,04 25,94 16,71 21,73 1,87 0,087 0,408 π
2
-π
4
\ 0,137 π
3
-π
5
4A’ - R -256,50267 9,46 32,57 39,80 36,37 46,23 0,014 0,729 n
3
-16a’(3s)
RAS
1e
AU X - 13 CSF s
Estados Energia ∆E x
2
y
2
z
2
r
2
FO Composi¸ao
1A’ - F -256,79173 24,63 15,12 21,50 0,805 Camada Fechada
2A’ - V -256,49000 8,21 26,35 15,89 22,61 3,60 0,041 0,713 π
3
-π
4
3A’ - R -256,48179 8,43 33,44 39,61 38,29 50,10 0,018 0,986 n
3
-16a’(3s)
4A’ - R -256,45006 9,30 37,63 29,94 65,43 71,75 0,011 0,847 π
3
-6a”(3p
z
)
4.2 Restri¸oes Adequadas Aplicadas ao Sub-Espco de Interoes de Configuroes 86
Tabela 12: 2H-Tetrazol - resultados SA-4-RASSCF(12,10)(CAS(V )
ne
AUX(R))/d’-aug’-cc-
pVDZ para os estados de simetrias
1
A
. Em destaque temos o n´umero total de CSF s.
CAS(V )
3e
AU X(R) - 6080 CSF s
Estados Energia ∆E x
2
y
2
z
2
r
2
FO Composi¸ao
(ua) (eV ) (ua) (ua) (ua) (ua)
1A’ - F -256,84727 24,56 15,39 21,14 0,889 Camada Fechada
2A’ - V -256,60317 6,64 25,13 16,06 21,43 1,53 0,043 0,367 π
3
-π
4
\ 0,151 π
2
-π
4
3A’ - R -256,56023 7,81 31,99 39,80 36,54 47,24 0,024 0,821 n
3
-16a’(3s)
4A’ - R -256,55267 8,02 33,63 28,23 55,87 56,63 0,065 0,792 π
3
-6a” (3p
z
)
CAS(V )
2e
AU X(R) - 3728 CSF s
Estados Energia ∆E x
2
y
2
z
2
r
2
FO Composi¸ao
(ua) (eV ) (ua) (ua) (ua) (ua)
1A’ - F -256,84727 24,56 15,39 21,14 0,889 Camada Fechada
2A’ - V -256,60316 6,64 25,13 16,06 21,43 1,53 0,043 0,367 π
3
-π
4
\ 0,151 π
2
-π
4
3A’ - R -256,56023 7,81 32,00 39,81 36,54 47,26 0,024 0,820 n
3
-16a’(3s)
4A’ - R -256,55267 8,02 33,63 28,23 55,88 56,65 0,065 0,792 π
3
-6a”(3p
z
)
CAS(V )
1e
AU X(R) - 1184 CSF s
Estados Energia ∆E x
2
y
2
z
2
r
2
FO Composi¸ao
(ua) (eV ) (ua) (ua) (ua) (ua)
1A’ - F -256,84710 24,56 15,38 21,13 0,896 Camada Fechada
2A’ - V -256,60293 6,64 25,11 16,02 21,39 1,46 0,044 0,372 π
3
-π
4
\ 0,151 π
2
-π
4
3A’ - R -256,55978 7,82 32,24 40,16 36,82 48,16 0,023 0,828 n
3
-16a’(3s)
4A’ - R -256,55237 8,02 33,84 28,43 56,63 57,84 0,063 0,795 π
3
-6a”(3p
z
)
87
5 A Influˆencia da Base Aomica na
Descri¸ao dos Estados Excitados
Nesse cap´ıtulo ser´a apresentado um estudo sistem´atico sobre a influˆencia de diferentes
tipos de fun¸oes de base atˆomica na constru¸ao de uma fun¸ao de onda multiconfiguracional
(MCSCF ) que tenha p or finalidade descrever adequadamente arios tipos de estados eletrˆonicos
fundamental e excitados.
Para alguns especialistas na ´area como: Roos (2005), Schmidt e Gordon (1998), e Celani e
Werner (2003) a caracteriza¸ao de um grupo de estados fundamental e excitados que contenham
elementos com propriedades distintas (R e V ) ´e bastante complicado, ao apenas no que diz
respeito a escolha e autentica¸ao do espa¸co ativo como mostramos no cap´ıtulo 4, mas tamb´em
com rela¸ao ao n´umero de estados inclu´ıdos no procedimento SA-CASSCF (ou SA-RASSCF )
e aos tipos de fun¸oes de base atˆomica escolhidas para tal caracteriza¸ao.
Um exemplo interessante ´e na pr´opria mol´ecula do pirrol, pois como a comentamos na
introdu¸ao, a caracteriza¸ao das bandas de absor¸ao do espectro desta mol´ecula ´e ainda um
quest˜ao ao resolvida. De um ponto de vista te´orico, o problema essencialmente est´a no alculo
da transi¸ao π-π
de simetria
1
B
2
. O resultado CASPT2 calcula essa transi¸ao dentro da faixa
de 5,8-6,0 eV . Por outro lado, a grande variedade de outros etodos te´oricos ab initio, dentre
os quais inclu´ımos o MRCI, EOM-CC, SAC-CI, CC3 e TD-DFT tˆem predito essa mesma
transi¸ao na faixa 6,5-6,8 eV , o trabalho de Barbatti et al. (2006) re´une estes resultados.
Para Celani e Werner (2003) o principal problema est´a numa suposta mistura de car´ater
V-R na fun¸ao de referˆencia MCSCF, conseq¨uˆencia de uma acidental degenerescˆencia entre os
estados de R e V.
Este tipo de problema ao ´e apenas uma peculiaridade do Pirrol, na verdade levou-se
bastante tempo para ser entendido e resolvido em polienos asicos como Eteno e Butadieno.
Desde os primeiros trabalhos te´oricos de alculos ab initio com a finalidade de estudar os estados
5 A Influˆencia da Base Atˆomica na Descri¸ao dos Estados Excitados 88
excitados desses polienos, por exemplo no trabalho de Dunning, Hunt e Goddard (1969), esse
car´ater a era evidenciado em alguns estados ππ
. Contudo, alguns trabalhos no final da d´ecada
passada diagnosticaram esta mistura como artificialidade computacional, (M¨uLLER; DALLOS;
LISCHKA, 1999) e (M¨uLLER; LISCHKA, 2004) para Eteno e Butadieno, respectivamente.
A pr´atica tem mostrado como de certa forma resolver ou evitar esse tipo de situa¸ao, por
exemplo, os autores Celani e Werner (2003) sugerem duas formas que, quando bem conduzidas,
podem fornecer bons resultados:
i. A primeira delas ´e construir a fun¸ao de referˆencia CASSCF (ou RASSCF ) que contemple
os dois tipos de estados, com o aximo de cuidado poss´ıvel. Nesse caso, cuidado significa:
largo espa¸co ativo, fun¸oes de base atˆomica com n´umero adequado de difusas e um grande
n´umero de estados no procedimento SA. Al´em disso, ´e indispens´avel uma criteriosa e
cuidadosa an´alise das arias propriedades que possam servir para caracterizar um estado
excitado teoricamente (todas aquelas que utilizamos no cap´ıtulo 4);
ii. Uma outra alternativa ´e calcular separadamente os estados de V dos de R. Nessa situa¸ao,
devem-se utilizar constru¸oes do espa¸co ativo e fun¸oes de bases condicionadas as carac-
ter´ısticas de cada grupo. Por exemplo, para o grupo V devem ser exclu´ıdos os expoentes
atˆomicos que aumentam os aspectos de extens˜ao espacial dos orbitais, pois assim os es-
tados de R se encontraram mais altos em energia, inibindo portanto as poss´ıveis mesclas
(esse tipo de constru¸ao foi utilizado por Fulscher, Andersson e Roos (1992) para o alculo
dos estados excitados dos Azobenzenos - Piridina, Pirazina e outras). a no caso de R
a receita ´e inversa, ou seja, deve-se incluir um adequado conjunto de expoentes para
aumentar a extens˜ao espacial ao aximo.
Nesse cap´ıtulo vamos utilizar o primeiro procedimento, isto ´e, encontrar uma ´unica fun¸ao
de onda de multiconfiguracional, otimizada no nosso caso com a estrutura SA-RASSCF (CAS(V )
1e
AUX(R)), que descreva de forma balanceada os diversos tipos de estados fundamental e exci-
tados. A fun¸ao de onda RASSCF que construiremos contempla o requisito largo espa¸co ativo
e, al´em disso, estudaremos um conjunto extenso de estados eletrˆonicos, por exemplo, para o
2H-Tetrazol utilizaremos um espa¸co ativo contendo doze orbitais e doze el´etrons e estudaremos
quinze estados fundamental e excitados. Logo, o estudo ser´a baseado na influˆencia da fun¸ao
de base atˆomica na descri¸ao dos estados.
O que procuramos na base atˆomica portanto pode ser resumida em duas caracter´ısticas
principais: (i) ser suficientemente flex´ıvel e adequada para englobar as caracter´ısticas dos es-
5.1 Bases Aomicas Utilizadas 89
tados numa ´unica fun¸ao de onda e, que evite as misturas de comportamento V-R; (ii) ser
constru´ıda pelo menor n´umero de expoentes poss´ıveis, devido a demanda computacional.
As discuss˜oes e resultados ser˜ao desenvolvidas separadamente para cada sistema molecular
e apresentadas nas sec¸oes a seguir. Mas, inicialmente ´e essencial entendermos basicamente as
principais diferen¸cas das bases utilizadas.
5.1 Bases Aomicas Utilizadas
O estudo ´e centralizado nas variante obtidas a partir da base atˆomica cl´assica de Dunning,
cc-pVDZ (correlation consistent polarized Valence Double Zeta): aug’-cc-pVDZ, aug-cc-pVDZ ,
d’-aug’-cc-pVDZ, d’-aug-cc-pVDZ e d-aug-cc-pVDZ , al´em de uma compara¸ao inicial com a
base de Pople 6-31++G
∗∗
somente para o Pirrol.
A base de Pople e a cc-pVDZ de Dunning apresentam suas estruturas construtiva a bem
difundida na literatura, com seu grupo de primitivas e contra¸oes bem definidos (JENSEN, 2007).
Apesar disso, as varia¸oes dessa ´ultima merecem uma descri¸ao um pouco mais detalhada.
O prefixo aug representa a adi¸ao de fun¸oes difusas da seguinte forma: Para o ´atomo H
representa a adi¸ao de difusas com car´ater s e p; a para os ´atomos de segundo per´ıodo (C e
N) significa a inclus˜ao de fun¸oes difusas tipo s, p e d.
A fun¸ao d-aug-cc-pVDZ significa duplicar todas as difusas da estrutura aug, ou seja, 2s,
Tabela 13: As constru¸oes padr˜oes para os ´atomos C, N e H do grupo de primitivas, das
contra¸oes e do grupo de difusas para as bases cc-pVDZ e 6-31G
∗∗
.
Grupo (Elemento) Primitivas Contra¸ao Difusas Tipo
aug’ (H) (1s)
aug’ (N e C) (1s1p)
aug (H) (1s1p)
aug (N e C) (1s1p1d)
cc-pVDZ (H) (4s1p) [2s1p] d’-aug’ (H) (2s)
cc-pVDZ (N e C) (9s4p1d) [3s2p1d] d’-aug’ (N e C) (2s2p)
d’-aug (H) (2s1p)
d’-aug (N e C) (2s2p1d)
d-aug (H) (2s2p)
d-aug (N e C) (2s2p2d)
6-31G
∗∗
(H) (4s1p) [2s1p] + (H) (1s)
6-31G
∗∗
(N e C) (10s4p1d) [3s2p1d] + (N e C) (1s1p)
5.2 MCSCF - Pirrol 90
2p e 2d para C e N , e 2s e 2p para o H (WOON; DUNNING, 1994);
As modifica¸oes que constru´ımos ao a partir das estruturas de base aug-cc-pVDZ e d-aug-
cc-pVDZ, e as variantes ao constru´ıdas excluindo algumas fun¸ao difusas, isso ´e denominado
pelo termo . A tab. 13 re´une as informa¸oes mais importantes na constru¸ao dessas bases
atˆomicas seguido de alguns comenarios abaixo:
i. aug’-cc-pVDZ - exclui a fun¸ao de onda d do grupo aug para os ´atomos C e N e p para
os ´atomos H;
ii. d’-aug’-cc-pVDZ - exclui as duas fun¸oes difusas tipo d do grupo d-aug para os ´atomos
C e N e p para os ´atomos H;
iii. d’-aug-cc-pVDZ - exclui apenas uma fun¸ao difusa tipo d do grupo d-aug para os ´atomos
C e N e p para os ´atomos H.
5.2 MCSCF - Pirrol
Para esse estudo foram inclu´ıdos, no caso do Pirrol onze estados singletos (fundamental e
excitados): trˆes de simetria A
1
, trˆes B
1
, trˆes A
2
e dois B
2
, os mais baixos em energia respectivo
Tabela 14: Dados da estrutura de entrada de alculos do software COLUMBUS para a mol´ecula
do Pirrol na simetria C
2v
relacionado com as diversas bases utilizadas no estudo.
Pirrol
RASSCF A
1
B
1
B
2
A
2
Total
DOOC 9 0 6 0 15
CAS 0 3 0 2 5
AUX 2 1 1 0 4
N
o
de Orb. A
1
B
1
B
2
A
2
Total
6-31++G
∗∗
49 17 41 13 120
aug’-cc-pVDZ 49 17 41 13 120
aug-cc-pVDZ 62 25 53 20 160
d’-aug’-cc-pVDZ 60 20 50 15 145
d’-aug-cc-pVDZ 73 28 62 22 185
d-aug-cc-pVDZ 86 36 74 29 225
5.2 MCSCF - Pirrol 91
a cada simetria. Se tomamos com base as diversas referˆencias a citadas anteriormente para
essa mol´ecula, esse grupo de estados representa a inclus˜ao de um estado fundamental, dois
excitados de V tipo ππ
e os 3s e 3p
i
(i = x, y, z) associada a erie de R para os orbitais
HOM O e HOM O-1.
´
E importante fazer uma ressalva, pois essa seq¨encia de estados ´e baseada
em estudos que necessariamente incluem a energia de correla¸ao dinˆamica (MRCI e CASPTn).
No entanto, a fun¸ao de referˆencia MCSCF, na nossa opini˜ao, a deve mostrar um esbco bem
otimizado, em termos das diversas propriedades na caracteriza¸ao dos estados, para de certa
forma potencializar a inclus˜ao da correla¸ao dinˆamica (isso ficar´a bem evidente no cap´ıtulo 6).
O n´umero de OM s gerados para cada tipo de fun¸ao de base atˆomica assim como a es-
trutura da entrada para o alculo SA-RASSCF(9,6)(CAS(V )
1e
AUX(R)) para esse sistema
´e mostrado na tab. 14. Nessa tabela o conjunto de orbitais DOOC representa os duplamente
ocupados, enquanto que os conjuntos CAS e AUX representam os espa¸cos utilizados para a
constru¸ao da fun¸ao de onda RASSCF (estas nomenclaturas a foram discutidos no cap´ıtulo
3).
Os resultados para cada base utilizada na descri¸ao dos onze primeiros estados est˜ao colo-
cados nas tab.s 15 a 20 no final desta sec¸ao. Vamos inicialmente discutir os aspectos para cada
grupo atˆomico relacionada a sua respectiva tabela e depois seguiremos com as compara¸oes
pertinentes nas sub-sec¸oes a seguir.
5.2.1 SA-11-RASSCF(9,6)(CAS(V )
1e
AU X(R))/6-31++G
∗∗
Para essa estrutura metodol´ogica de calculo (base atˆomica e espa¸co de configura¸oes), os
sete primeiros estados excitados obtidos ao todos caracterizados como de R, sendo que os dois
primeiros ao transi¸oes do tipo π-3s e os cinco restantes π-3p
i
. Dois aspectos ao essenciais para
garantir essa classifica¸ao: os valores de r
2
(acentuada extens˜ao espacial) e os percentuais
das CSF s (alto car´ater monoconfiguracional).
De uma maneira geral, os valores de r
2
obtidos pelos estados de R demonstram um
certo padr˜ao descritivo, pois encontramos duas faixas de valores t´ıpicos: uma que caracteriza
os estados 3s em torno de 37,5 ua (m´edia); e outra para os 3p
i
s mediando 46,5 ua. Por´em,
essa singularidade descritiva ao ´e reproduzida pelo quinto estado excitado,
π
a2
-4
b1
(3
p
x
), pois
apesar do mesmo estar bem definido em car´ater (acentuada excita¸ao simples), o que pode ser
verificado relacionando os dois maiores pesos configuracionais CF S
1
0,792 π
a2
-4
b1
(3p
x
) e
CF S
2
0,088 π
a2
-π
b1
, apresenta pequena extens˜ao espacial se comparado aos outros 3p
i
s.
5.2 MCSCF - Pirrol 92
O ´ultimo estado obtido ´e um V tipo ππ
. O valor de r
2
demonstra a pequena extens˜ao
espacial, al´em disso, a composi¸ao percentual das CSF s est˜ao associados a arias transi¸oes
π
i
-π
j
, com 64% associado a transi¸ao π
a2
-π
b1
(o car´ater bastante multiconfiguracional de
alguns estados ππ
a fora comentado no cap´ıtulo 4).
Os outros dois estados excitados ainda ao analisados apresentam caracter´ısticas bem
at´ıpicas. O 8
o
(2
A
1
) e 9
o
(3
A
1
) apresentam configura¸oes misturadas, o que resulta em uma
impossibilidade de definir o car´ater dos estados. Analisemos as composi¸oes percentuais das
duas CSF s maiores: 8
o
(2A
1
) CF S
1
0,345 π
2b1
-4
b1
(3p
x
) e CF S
2
0,259 π
2b1
-π
b1
;
9
o
(3A
1
) CF S
1
0,511 π
2b1
-4
b1
(3p
x
) e CF S
2
0,194 π
2b1
-π
b1
, com essas composi¸oes
estes estados ao podem ser definidos nem como R nem ao pouco como V, mas sim, como
um estado misto V -R. Al´em disso, outra caracter´ıstica que justifica esta denomina¸ao ´e o valor
r
2
ser intermedi´ario comparado aos estados de R e V “puros”.
Por fim, numa an´alise geral os resultados obtidos por esta base em quest˜ao ao ao muito
satisfat´orios e, essa ao adequa¸ao se a essencialmente por trˆes motivos:
i. A constru¸ao o consegue reproduzir a s´erie de R do orbital HOM O (π
a2
), enquanto que
a erie do orbital HOM O-1 (π
2b1
) ao ´e obtida por completo, na verdade o ´unico estado
ao caracterizado est´a associado a transi¸ao π
2b1
-3p
x
;
ii. Apenas um estado de V do tipo ππ
foi obtido, o que ´e algo inconsistente uma vez que
ao esperados dois;
iii. O quinto estado excitado π
a2
-4
b1
(3p
x
) apresenta uma irregular descri¸ao se comparado
aos outros estados 3p
i
s.
Contudo, analisando de maneira mais minuciosa cremos que as duas inconsistˆencias descriti-
vas possam estar associadas aos dois estados misturados obtidos, pois os mesmos ao compostos
por pesos significativos envolvendo transi¸oes para os orbitais 3p
x
e π
. Isso ´e a tal contam-
ina¸ao V -R comentada na introdu¸ao deste cap´ıtulo. No entanto, apesar de aparentemente
ter sido encontrado a irregularidade dos resultados, uma pergunta persiste: O que ocasiona a
mistura dos estados? Ser´a que esse fato e a situa¸ao at´ıpica na descri¸ao que envolve 5
o
estado
de R - 3p
x
est˜ao ligados, quer dizer, uma descri¸ao ao adequada das propriedades do estado
3
p
x
´e a resposta?
´
E o que tentaremos ver nas pr´oximas sub-sec¸oes.
5.2 MCSCF - Pirrol 93
5.2.2 SA-11-RASSCF(9,6)(CAS(V )
1e
AU X(R))/aug’-cc-pVDZ
Inicialmente vamos analisar os resultados obtidos conseq¨encia da utiliza¸ao desse conjunto
de base atˆomico (similar ao caso anterior) e, ap´os isso discutiremos algumas compara¸oes que
se fazem pertinentes.
Os sete primeiros estados obtidos ao todos de car´ater R, os dois primeiros ao transi¸oes
do tipo π-3s e os cinco restantes π-3p
i
. Podemos utilizar dos mesmos argumentos da sub-sec¸ao
anterior para garantir essa caracteriza¸ao, pois os valores r
2
assim como os percentuais das
CSF s que comp˜oem os estados est˜ao bem indicativos.
Quanto aos valores de r
2
, encontramos duas faixas de valores t´ıpicos na caracteriza¸ao
dos dois tipos de R: 3s em torno de 55,0 ua; e 3p
i
s pr´oximo de 66,5 ua. No entanto, o estado
1B
2
, π
a2
-4
b1
(3p
x
), ´e uma exce¸ao a esse padr˜ao, pois apesar de estar bem definido (CF S
1
0,827 π
a2
-4
b1
(3p
x
) e CF S
2
0,066 π
a2
-π
b1
), apresenta um valor r
2
demonstrando pequena
extens˜ao espacial, ou seja, algo inconsistente se comparado aos outros estados 3p
i
s.
O ´ultimo estado obtido ´e um V do tipo ππ
, que apresenta pequena extens˜ao espacial,
se comparado ao estado fundamental e, o a composi¸ao demonstra um acentuado n´umero de
CSF s com pesos significativos envolvendo os orbitais HOM O-1, HOM O e LUM O do sistema
π.
Os 8
o
e 9
o
estados est˜ao ou ao misturados em configura¸oes. Esta mistura fica evidente
quando analisamos as composi¸oes percentuais das duas maiores CSF s: 8
o
(2A
1
) CF S
1
0,595 π
2b1
-4
b1
(3p
x
) e CF S
2
0,129 π
2b1
-π
b1
; 9
o
(3A
1
) CF S
1
0,326 π
2b1
-π
b1
e CF S
2
0,268 π
2b1
-4
b1
(3p
x
), assim como, o valor de r
2
.
Enfim, a deve ter ficado bastante evidente que as caracter´ısticas do conjunto de estados
descritos pela base aug’-cc-pVDZ ´e bastante similar ao obtido pela de Pople (sub-sec¸ao an-
terior). Por´em, essa similaridade ´e ap enas restrita a seq¨uˆencia, pois quando comparamos as
peculiaridades de cada estado caracterizado pelas base atˆomicas aug’-cc-pVDZ e 6-31++G
∗∗
percebemos que ocorreram mudan¸ca em quase todas as propriedades. Dentre as mudan¸cas que
ocorreram destacaremos as seguintes:
i. Na energia total, o que percebemos ´e uma diminui¸ao para todos os estados quando pas-
samos a descrever com a base aug’-cc-pVDZ. As diferen¸cas mais acentuadas ocorrem nos
estados de R (o 5
o
estado excitado ao segue este comportamento). O estado fundamental
´e o que apresenta a menor redu¸ao, e o reflexo disso est´a na energia de excita¸ao vertical,
5.2 MCSCF - Pirrol 94
∆E, que para todos os casos diminuiu;
ii. Destacamos tamem uma maior diferen¸ca nos valores de r
2
, relativo aos estados de
R, pois enquanto para a base de 6-31++G
∗∗
os valores que caracterizam os estados 3 s
e 3p
i
s ao 37,5 e 46,5 ua (em edia), respectivamente, a os valores correspondentes na
base aug’-cc-pVDZ os valores ao maiores 55,0 e 66,5 ua (em m´edia);
iii. Os 8
o
(2A
1
) e 9
o
(3A
1
) estados continuam ainda com denomina¸oes de misturados em
configura¸oes. No entanto, quando comparamos os resultados de aug’-cc-pVDZ e 6-
31++G
∗∗
nota-se que para o estado 2A
1
o percentual da transi¸ao π
2b1
-4
b1
(3p
x
) aumentou
de 0,345 para 0,595, em detrimento do percentual da transi¸ao π
2b1
-π
b1
que diminuiu
de 0,259 para 0,149, respectivamente. A mesma situa¸ao ocorre com o estado 3A
1
,
por´em de maneira contr´aria, pois com a base de 6-31++G
∗∗
os percentuais relacionados
direciona o estado para um car´ater de R, enquanto que, os valores agora obtidos com a
base aug’-cc-pVDZ direciona o mesmo para um car´ater de V.
Dois aspectos julgamos serem importantes para justificar as diferen¸cas ao acentuadas entre
essas duas bases:
i. Baseando-se na id´eia da estrutura do princ´ıpio variacional (cap´ıtulo 1) podemos dizer
que a base aug’-cc-pVDZ representa uma fun¸ao tentativa melhor, do que aquela com a
6-31++G
∗∗
, pois resulta em energias totais mais baixas para todos os estados descritos.
Uma explica¸ao proavel para tal melhora est´a nos tipos de contra¸oes utilizadas por
cada tipo de base, pois a de 6-31++G
∗∗
´e constru´ıda no esquema segmentada, enquanto
a base aug’-cc-pVDZ ´e um exemplo de uma contra¸ao geral (comentamos esses tipos de
constru¸ao no cap´ıtulo 2).
ii. Com rela¸ao as mudan¸cas ocorridas com as outras propriedades ´e not´orio a alt´ıssima
sensibilidade dos estados de R comparados aos de V (quase constantes). Nesse caso,
condicionar essas modifca¸oes descritivas ao tipo de contra¸ao ao ´e suficiente, logo o
conjunto de expoentes para descrever aspectos de extens˜ao espacial parecem ser tamb´em
importantes. A maior constata¸ao ´e que os expoentes da aug’-cc-pVDZ ao mais adequa-
dos para os estados de R do que a de Pople .
Contudo, mesmo que os expoentes da aug’-cc-pVDZ aumentem a extens˜ao espacial dos
estados de R, o que parece resultar na diminui¸ao da energia de excita¸ao vertical, essa suposta
melhora ao ´e suficiente para evitar a mistura artificial R-V.
5.2 MCSCF - Pirrol 95
Por fim, numa an´alise geral, os resultados obtidos pela base aug’-cc-pVDZ (grupo de difusas
1s1p C,N e 1s H) ao ao satisfat´orios e, novamente, pelos mesmos motivos anteriores: (i) essa
base ao reproduz a erie do orbital HOM O-1 por completo; (ii) apenas ´e obtido um estado de
ππ
; (iii) mostra uma irregular descri¸ao do estado π
a2
-4
b1
(3p
x
), ao reproduzindo propriedades
similares que a dos outros 3p
i
s. O que ocorre novamente ´e a obten¸ao de dois estados misturados
com transi¸oes envolvendo os orbitais 3p
x
e π
.
5.2.3 SA-11-RASSCF(9,6)(CAS(V )
1e
AU X(R))/aug-cc-pVDZ
Inicialmente vamos discutir os resultados obtidos com a base aug-cc-pVDZ e em seguida
discutiremos algumas compara¸oes que se fazem necess´arias. Mas, podemos adiantar um dado
que destaca e diferencia essa estrutura das anteriores, a que ao obtidos dois conjuntos ra-
zoavelmente bem definidos de estados de V e R.
Para esse esquema de calculo ao obtidos os seguintes conjuntos de estados: os oito primeiros
ao de R, sendo dois associados a transi¸oes para o orbital 3s e os seis restantes ao transi¸oes
do tipo π-3p
i
. Os outros dois estados, de energia mais altas, apresentam caracteres direcionados
para V.
´
E interessante fazermos um adendo aqui sobre as eries de R associados aos orbitais
HOMO e HOMO-1, pois ´e a primeira vez que aparecerem por completo na fun¸ao de referˆencia.
Apesar da s´erie de R estar definida em car´ater configuracional (ver as CSF s na tabela
respectiva), todavia os valores de r
2
denunciam alguma inconsistˆencia, pois agora dois ao
os estados, 1B
2
e 2A
1
, que mostram valores distantes dos patamares obtidos pelos outros de R,
(perceba que os dois estados ao associados a transi¸ao para o orbital 3p
x
). Contudo obtemos,
excluindo as exce¸oes, duas faixas de valores t´ıpicos caracterizando os estados 3s e 3p
i
s, 55,0 e
67,5 ua (em m´edia), respectivamente.
Se por um lado, para o estado de V - 2B
2
as modifica¸oes ao irris´orias para todas as
propriedades se compararmos com os resultados obtidos com todas as bases utilizadas at´e o
momento. Por outro, surge uma novidade na descri¸ao desta sub-sec¸ao, com rela¸ao ao estado
3A
1
, cujo car´ater est´a se definindo mais pr´oximo a de V. Vejamos uma compara¸ao por si o
explicativa da altera¸ao das CSF s associado a transi¸ao π
2b1
-4
b1
(3p
x
) e da propriedade r
2
deste estado `a medida que mudamos as bases atˆomicas:
i. 6-31
++
G
∗∗
CSF = 51,1% e r
2
= 18,58 ua;
ii. aug’-cc-pVDZ CSF = 26,8% e r
2
= 10,85 ua;
5.2 MCSCF - Pirrol 96
iii. aug-cc-pVDZ CSF = 15,0% e r
2
= 7,69 ua.
Entretanto, apesar do car´ater misturado diminuir, ainda ao temos garantia se a fun¸ao de
onda MCSCF constru´ıda com a base aug-cc-pVDZ est´a suficientemente adequada, quer dizer,
se o percentual 15,0% ´e apenas complementar na defini¸ao deste estado ππ
.
Contudo, em termos comparativos, a deve ter ficado bastante evidente que as caracter´ısticas
deste conjunto de onze estados (V e R) descritos pela base aug-cc-pVDZ mostra para muitas
propriedades valores pr´oximos dos resultados obtidos com a base aug’-cc-pVDZ. Dentre as
semelhan¸cas entre estas duas bases destacamos:
i. Na energia total, o que percebemos ´e uma diminui¸ao para todos os estados quando pas-
samos a descrever com a base aug-cc-pVDZ. Por´em, diferentemente da compara¸ao ante-
rior, 6-31++G
∗∗
versus aug’-cc-pVDZ ), os resultados obtidos mostram uma constˆancia
na diminui¸ao absoluta, o reflexo disso ´e que as varia¸oes da energias de excita¸ao vertical
diminu´ıram numa faixa bem insignificante, entre 0,03-0,07 eV ;
ii. Para as outras propriedades r
2
e FO, as mudan¸cas ao tamb´em muito pequenas na
sua grande maioria. Com rela¸ao a extens˜ao espacial, r
2
, exceto para os estados 1B
2
,
2A
1
e 3A
1
, as diferen¸cas variaram entre 0,16-1,2 ua.
Baseando-se na estrutura simples do princ´ıpio variacional (cap´ıtulo 1) podemos justificar
que a base aug-cc-pVDZ representa a melhor fun¸ao tentativa comparado as outras bases
at´e aqui utilizadas, pois obtˆem-se energias totais mais baixas para todos os estados descritos.
Se na compara¸ao da sub-sec¸ao anterior utilizamos o argumento do esquema de contra¸ao
para justificar as diferen¸cas, neste caso (aug-cc-pVDZ versus aug’-cc-pVDZ ), a diferen¸ca est´a
apenas no maior n´umero de orbitais adicionados, expoentes difusos d para C e N e p para H,
respectivamente.
Por fim, em um contexto geral, se por um lado a d´uvida que plantamos no final das
discuss˜oes da primeira sub-sec¸ao: se a mistura estaria ligado a uma a descri¸ao do estado 3p
x
?
Cremos que as pequenas modifica¸oes ocorridas principalmente na propriedade de extens˜ao
espacial para estes estados, refletindo na possibilidade de reproduzir a s´erie de R dos orbitais
HOM O e HOM O-1 por completo e na obten¸ao dos dois estados ππ
(mesmo que um deles
esteja at´e certo ponto perturbado), ao ind´ıcios intuitivos. Por outro lado, ainda persiste uma
certa inconsistˆencia na descri¸ao dos estados de R - 3p
x
, pois novamente ao reproduz as
propriedade de maneira similar aos outros 3p
i
s. Logo, a base aug-cc-pVDZ (grupo de difusas
5.2 MCSCF - Pirrol 97
1s1p1d C,N e 1s1p H) ainda ao consegue construir uma fun¸ao de onda multiconfiguracional
de maneira adequada, apesar de ser a melhor at´e o momento.
5.2.4 SA-11-RASSCF(9,6)(CAS(V )
1e
AU X(R))/d’-aug’-cc-pVDZ
Nessa estrutura de calculo, a base caracteriza-se por um grupo de expoentes difusos bem
peculiar, pois nesse caso ao acrescentado expoentes bem mais flex´ıveis e espec´ıficos, ou seja,
al´em das difusas da base aug’-cc-pVDZ ao adicionadas expoentes com a funcionalidade de
“difus˜ao” bem mais acentuada: outro s e p para C,N e s para H, isto ´e, grupo de difusas 2s2p
e 2s, respectivamente.
Estaremos tomando a mesma seq¨encia de discuss˜oes das realizadas at´e o momento: comen-
tando pontualmente os resultados encontrados e ap´os isso discutiremos algumas compara¸oes
que se fazem indispens´aveis.
Similar ao que fora obtido com a base anterior, nesse caso tamem ao obtidos dois conjuntos
estados: V (dois) e R (oito). Novamente, uma erie completa de R ´e encontrada, respectivo
aos orbitais π
a2
e π
2b1
e os dois estados ππ
ao caracterizados.
Com rela¸ao aos estados de R algo bastante surpreendente ocorre com os valores de r
2
.
Comparado aos valores obtidos com a base anterior foram encontrados outros patamares, ainda
maiores, relativos as faixas que caracterizam os estados com transi¸oes para o orbital 3s, em
torno de 65,0 ua, e para os orbitais 3p
i
s em torno de 90,0 ua. Um fato interessante ´e que deve
ser destacado diz respeito aos estados formados a partir de transi¸oes para o orbital 3p
x
, que
apresentavam uma extens˜ao espacial bem menor com as bases anteriores, entretanto com esta
base em quest˜ao os estados 1B
2
(π
a2
-4
b1
(3p
x
)) e 2A
1
(π
2b1
-4
b1
(3p
x
)) ao apresentam mais esta
inconsistˆencia.
Analisando os estados de energia mais altas 3A
1
e 2B
2
, os de V tipo ππ
, percebe-se
que a extens˜ao espacial para estes estados encontram-se bem mais pr´oximos. A principal
modifica¸ao ´e para o 3A
1
variando de 7,69 com aug-cc-pVDZ para 1,54 ua com d’-aug’-cc-pVDZ.
Uma explica¸ao poss´ıvel para tal aspecto pode estar associada a diminui¸ao do percentual da
transi¸ao π
2b1
-4
b1
(3p
x
), que diminui de 15% em aug-cc-pVDZ para 0,15% em d’-aug’-cc-pVDZ.
Os estados de V, agora bem descritos com a base atˆomica desta sec¸ao, apresentam pro-
priedades bem diferentes. Primeiro, relativo a composi¸ao das principais CSF s, pois enquanto
o 3A
1
comp˜oe-se por arias excita¸oes simples com pesos consider´aveis, a o estado 2B
2
pode
5.2 MCSCF - Pirrol 98
ser associado a uma transi¸ao bem mais localizada, espec´ıfico par orbital-orbital. Segundo,
relativo a diferen¸ca mais interessante do ponto de vista experimental, FO, pois 2B
2
apresenta
o maior valor quando comparado a todos os outros estados descritos, a o 3A
1
apresentam FO
no patamar dos R. Contudo, baseado nos comenarios do cap´ıtulo 4 sobre as peculiaridades
dos estados ππ
, podemos classificar 2 B
2
(%D = 1,1) como onico e 3A
1
(%D = 20,7) como
covalente.
Por fim, vamos comparar os resultados obtidos com as bases utilizadas at´e o momento para
que possamos complementar as discuss˜oes e assegurar poss´ıveis certezas. Na fig. 20 reunimos
os valores das propriedades para todos os estados divididos em quatro gr´aficos: A - energia de
excita¸ao vertical, ∆E em eV ; B - extens˜ao espacial, r
2
em ua; C - energia total em ua,
por´em, estamos fazendo isso de forma indireta comparando ao os valores absolutos e sim as
diferen¸cas relativas, para isso tomamos a energia da base aug-cc-pVDZ como referˆencia pois
apresenta os menores valores para a maioria dos estados; e D - FO.
Apesar de algumas das informa¸ao a terem sido discutidas anteriormente ´e importante
termos uma vis˜ao global das modifica¸oes. Primeiro, comentaremos sobre os aspectos de cada
propriedade espec´ıfica, e em seguida buscaremos algumas correla¸oes entre as propriedades
dando ˆenfase `aqueles estados excitados que vˆem qualificando todas as bases anteriores como
inadequadas, ou seja, as misturas R-V (2A
1
e 3A
1
) e as inconsistentes descri¸oes dos 3p
x
s.
C. Como a comentamos no cap´ıtulo 1 o procedimento variacional apresenta dependˆencias
bastante interessante com a fun¸ao tentativa constru´ıda a partir de combina¸ao linear,
pois o v´ınculo para o melhor resultado geralmente representa: (i) incluir o maior n´umero
de fun¸oes na expans˜ao e, (ii) utilizar grupos adequados de expoentes. Esses argumentos,
apesar de simples servem por analogia para justificar os menores e maiores resultados
obtidos pelas bases aug-cc-pVDZ e 6-31++G
∗∗
, respectivamente. Por´em, para dois esta-
dos espec´ıficos 1B
2
e 2A
1
a descri¸ao muda completamente e estranhamente, a energia
total ´e bem menor para a estrutura atˆomica da base d’-aug’-cc-pVDZ. O que, portanto,
est´a acontecendo com esses estados? Contudo, analisar apenas a energia total ao ´e su-
ficiente para responder o que possivelmente est´a ocorrendo com esses dois estados, serve
apenas chamar nossa aten¸ao;
A. Para essa propriedade as modifica¸oes ocorridas com o advento da mudan¸ca de base ao
bem diferentes para os dois tipos de estados, no entanto, ´e importante verificarmos duas
situa¸oes: a passagem 6-31
++
G
∗∗
aug’-cc-pVDZ mostra varia¸oes mais acentuadas
para os de R do que para os de V, al´em disso, para a maioria dos estados, a energia de
5.2 MCSCF - Pirrol 99
3,5
4,0
4,5
5,0
5,5
6,0
6,5
7,0
7,5
8,0
8,5
9,0
-2,5
-2,0
-1,5
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
1A
1
1A
2
1B
1
2B
1
2A
2
1B
2
3B
1
3A
2
2A
1
3A
1
2B
2
-0,02
0,00
0,02
0,04
0,06
0,08
0,10
0,12
0,14
0,16
0,18
? E (eV)
(u a )
1A
1
1A
2
1B
1
2B
1
2A
2
1B
2
3B
1
3A
2
2A
1
3A
1
2B
2
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
? <r
2
> (u a )
Estados
F O
Estados
6-31++g**
aug'-ccpvDz
aug-ccpvDz
d'-aug'-ccpvDz
Rydberg
Valência
MixR-V
A
B
C
D
Figura 20: Compara¸ao das propriedades: ∆E em eV , ∆E em ua, r
2
em ua e FO em
fun¸ao das bases 6-31++G
∗∗
, aug’-cc-pVDZ, aug-cc-pVDZ e d’-aug’-cc-pVDZ para todos os
estados fundamental e excitados. As cores atribu´ıdas aos preenchimentos de cada s´ımbolo est´a
associado ao car´ater R, V e mistura (M ) R-V.
excita¸ao vertical ´e levemente menor para a base d’-aug’-cc-pVDZ do que para as outras
de Dunning. Contudo, novamente os estados 2A
1
e 1B
2
se excluem dessas observoes,
visto que a energia de excita¸ao vertical ´e muito menor para a base d’-aug’-cc-pVDZ
comparado as outras bases, isto ´e, a modifica¸ao brusca ao ocorreu com a passagem
6-31++G
∗∗
aug’-cc-pVDZ e sim aug-cc-pVDZ d’-aug’-cc-pVDZ ;
B. Primeiramente ´e interessante notar trˆes faixas de valores t´ıpicos considerando apenas os
estados de R de simetria B
1
e A
2
: as menores extens˜oes espaciais dada por 6-31++G
∗∗
,
as intermedi´arias pelas bases aug’-cc-pVDZ e aug-cc-pVDZ, e as maiores obtida por d’-
aug’-cc-pVDZ. a para os estados de V, as varia¸oes ao pequenas. Contudo, novamente
ocorrem excess˜oes para essas varia¸oes. Os estados 2A
1
e 1B
2
mostram comportamento
diferente dos outros estados de R, pois o crescimento em vez de gradual com a mudan¸ca
5.2 MCSCF - Pirrol 100
de base ´e brusco quando trocamos qualquer grupo atˆomico pelo conjunto atˆomico com as
difusas 2s2p C,N e 2s H;
D. Essa ´ultima propriedade, FO, ao apresenta aparentemente uma dependˆencia com a mod-
ifica¸ao das bases, se compararmos com as outras propriedades, as varia¸ao ao bem pe-
quenas. Por´em, os dois estados de simetria B
2
mostram alta sensibilidade com a mudan¸ca
de base. Nesse caso, a base d’-aug’-cc-pVDZ quando comparado as outras descreve o ππ
como a transi¸ao mais intenso e de R - 3p
x
como o mais fraco.
A quest˜ao ainda ao resolvida diz respeito a mistura observada na descri¸ao dos estados
excitados de simetria A
1
, ou seja, se essa mistura estaria ligado a uma a descri¸ao do estado
3p
x
? A experiˆencia adquirida at´e o momento aponta algumas diretrizes que devem ser obser-
vadas: (i) reproduzir a erie de R dos orbitais HOMO e HOMO-1 por completo; (ii) manter
uma coerˆencia descritiva de todas as propriedades independente do car´ater do estado de R seja
3s ou 3p
i
(fica mais evidente nas propriedades r
2
e FO, ver figura); (iii) diminuir consid-
eravelmente os pesos das CSF s associadas a transi¸oes para orbitais de R nos estados de V e
vise-versa. Estes aspectos encaixam-se de maneira complementar resultando em uma completa
separa¸ao do que seja R e do que ´e car´ater V na defini¸ao dos estados, conseq¨uentemente nos
induz a pensar que descrever de maneira adequada os estados de R representa a sa´ıda para
evitar as misturas R-V.
Por fim, numa an´alise geral, os resultados obtidos pela base d’-aug’-cc-pVDZ (grupo de
difusas 2s2p C,N e 2s H) ao os mais satisfat´orios poss´ıveis, pois ´e constru´ıda por um conjunto
de expoentes, especialmente os que representam extens˜ao espacial, suficientemente flex´ıvel.
5.2.5 SA-11-RASSCF(9,6)(CAS(V )
1e
AU X(R))/d’-aug-cc-pVDZ
(a) e d-aug-cc-pVDZ (b)
As bases (a) e (b) apresentam resultados bem semelhantes. Por isso agrupamos os resulta-
dos destas bases numa mesma sub-sec¸ao.
Foram encontrados os oito estados excitados de mais baixa energia caracterizados todos
como de R, sendo dois tipo π-3s e os seis restantes com car´ater π-3p
i
, ou seja, a s´erie de R dos
orbitais HOMO e HOMO-1 ´e descrita por completo. Os ´ultimos dois estados obtidos ao de V
tipo ππ
.
Os dois estados de V apresentam as caracter´ısticas t´ıpicas nas propriedades: pequena
5.2 MCSCF - Pirrol 101
extens˜ao espacial, r
2
, al´em composi¸ao percentual das CSF s bem localizados em transi¸oes
π-π
. Novamente essa ´ultima propriedade pode justificar as diferen¸cas de FO desses estados,
isto ´e, o covalente 3A
1
: bastante multiconfiguracional e com as excita¸oes duplas com peso alto;
e o onico 2B
2
: com o car´ater mais acentuado de monoconfiguracional e com peso bastante
pequeno das configura¸oes de excita¸oes duplas.
Para a erie de
R
dos orbitais
π
a2
e
π
2b1
, as propriedades tamb´em mostraram-se bem
definidas e com coerˆencia: alta extens˜ao espacial, transi¸oes para o orbital 3s com r
2
em
torno de 65,0 ua e para os orbitais 3p
i
s - 90,0 ua, conjuntamente com uma porcentagem de
composi¸ao monoconfiguracional alt´ıssima.
´
E bastante interessante notar as semelhan¸cas descritivas obtidas por esses grup os de ex-
poentes difusas 2s2p1d e 2s2p2d, com o anterior 2s2p. A principal diferen¸ca est´a na energia
total, por´em a diminui¸ao dessa propriedade `a medida que se adiciona os expoentes d - C,N e
p - H ´e quase que constante para todos os estados: por isso na energia de excita¸ao vertical as
varia¸oes ao foram superiores a 0,05 eV ; para a extens˜ao espacial, r
2
, as modifica¸eos ao
sempre menores que 0,96 ua; e por fim, a FO apresentando altera¸eos ao maiores que 0,001.
Logo no contexto geral, os resultados obtidos por essas bases tamb´em ao satisfat´orios.
5.2.6 Considera¸oes Finais
Nessa parte final ´e essencial adicionarmos um outro elemento na dicuss˜ao, e que na maioria
das vezes ao ´e explorado, por´em na nossa opini˜ao representa uma pca chave na constru¸ao
das caracter´ısticas dos estados de R - estamos falado do orbital de R. A fig. 21 mostra os mapas
de contorno de todos os orbitais de R, 3s e 3p
i
, caracterizados nas diversas bases utilizadas.
Primeiramente, ´e importante ressaltar que, no contexto do modelo orbital pseudo-hidrogen´oide,
podemos afirmar com convic¸ao que os orbitais de R est˜ao caracterizados para qualquer base
atˆomica. Contudo, os aspectos mais importantes dessa figura ao: o orbital fica mais difuso
`a medida que ao inclu´ıdo mais expoentes difusos; e a satura¸ao axima (ou muito pr´oximo
disso) ´e obtido quando no m´ınimo inclu´ımos dois expoentes difusos s e p para os ´atomos pesados
e s para o hidrogˆenio, ou seja, a partir da base d’-aug’-cc-pVDZ.
Contudo, cremos ter encontramos a pca final para justificar a mistura R-V de alguns
estados com espec´ıficas bases atˆomicas. A suposi¸ao ´e: se o orbital de R ao ´e descrito de
maneira adequada, essencialmente na sua exten¸ao espacial, os estados ficam suscet´ıveis a
intera¸oes artificiais (misturas R-V ). Esse tipo de intera¸ao artificial fora encontrado para os
5.2 MCSCF - Pirrol 102
3s
3p
x
3p
y
3p
z
Figura 21: Formas dos orbitais de R obtidos com bases diferentes. O programa MOLDEN foi
utilizado na constru¸ao desses orbitais. Dois crit´erios ao imp ortantes na gera¸ao visual desses
orbitais, o isovalor de contorno (contour value) = 0,0005 ua e a dimens˜ao molecular em torno
de um plano espacial de fundo pr´e-definido (edge) = 40 u.a.
estados 2A
1
e 3A
1
, sendo de maneira mais acentuada quando utilizamos as bases 6-31++G
∗∗
e aug’-cc-pVDZ, que foi sumindo quando utilizamos a aug-cc-pVDZ, por´em ´e o a partir da
fun¸ao d’-aug’-cc-pVDZ ´e que a mistura de CSF s, R e V, tornam-se irrelevantes.
5.2 MCSCF - Pirrol 103
E por fim, quanto ao objetivo desse estudo, a deve ter ficado claro que o conjunto eleito
´e a d’-aug’-cc-pVDZ, representando, portanto, a melhor rela¸ao custo benef´ıcio, quer dizer,
descri¸ao adequada com o menor n´umero de expoentes.
5.2 MCSCF - Pirrol 104
Tabela 15: Resultados SA-11-RASSCF (CAS(V )
1e
AUX(R))/6-31++G
∗∗
. As cores atribu´ıdas aos preenchimentos de cada
s´ımbolo est´a associado ao car´ater R, V e mistura (M ) R-V.
Pirrol - 6-31++G
∗∗
Estados Energia ∆E x
2
y
2
z
2
r
2
FO Composi¸ao
(ua) (eV ) (ua) (ua) (ua) (ua)
1A
1
- F -208,85881 25,25 17,60 15,29 0,923 Camada Fechada
1A
2
- R -208,69490 4,46 31,60 25,63 37,70 36,79 0,000 0,871 π
a2
-10
a1
(3s) \ 0,022 π
a2
-11
a1
(3p
z
)
1B
1
- R -208,66992 5,14 31,36 31,14 34,59 38,95 0,004 0,699 π
2b1
-10
a1
(3s) \ 0,150 π
a2
-7
b2
(3p
y
)
2B
1
- R -208,66214 5,35 30,00 43,84 30,92 46,63 0,016 0,746 π
a2
-7
b2
(3p
y
) \ 0,128 π
2b1
-10
a1
(3s)
2A
2
- R -208,65394 5,57 29,67 29,03 43,81 44,38 0,000 0,876 π
a2
-11
a1
(3p
z
) \ 0,020 π
a2
-10
a1
(3s)
1B
2
- R -208,64694 5,77 43,62 24,75 19,10 29,34 0,089 0,792 π
a2
-4
b1
(3p
x
) \ 0,088 π
a2
-π
b1
3A
2
- R -208,63077 6,21 29,86 49,37 27,68 48,77 0,000 0,837 π
2b1
-7
b2
(3p
y
) \ 0,051 π
2b1
,π
a2
-π
a2
,7
b2
(3p
y
)
3B
1
- R -208,62848 6,27 29,88 31,50 41,47 44,71 0,028 0,865 π
2b1
-11
a1
(3p
z
) \ 0,030 π
2b1
-10
a1
(3s)
2A
1
- M -208,61902 6,53 33,41 22,42 16,41 14,11 0,000 0,345 π
2b1
-4
b1
(3p
x
) \ 0,259 π
2b1
-π
b1
3A
1
- M -208,60228 6,98 36,75 23,01 16,96 18,58 0,025 0,511 π
2b1
-4
b1
(3p
x
) \ 0,194 π
2b1
-π
b1
2B
2
- V -208,55157 8,36 26,93 18,27 16,49 3,55 0,089 0,637 π
a2
-π
b1
\ 0,118 π
2b1
-π
a2
5.2 MCSCF - Pirrol 105
Tabela 16: Resultados SA-11-RASSCF(CAS(V )
1e
AUX(R))/aug’-cc-pVDZ. As cores atribu´ıdas aos preenchimentos de cada
s´ımbolo est´a associado ao car´ater R, V e mistura (M ) R-V.
Pirrol - aug’-cc-pVDZ
Estados Energia ∆E x
2
y
2
z
2
r
2
FO Composi¸ao
(ua) (eV ) (ua) (ua) (ua) (ua)
1A
1
- F -208,86413 25,12 17,66 15,31 0,919 Camada Fechada
1A
2
- R -208,71280 4,12 34,96 28,54 45,76 51,17 0,000 0,801 π
a2
-10
a1
(3s) \ 0,091 π
a2
-11
a1
(3p
z
)
1B
1
- R -208,68837 4,78 35,38 44,28 37,94 59,52 0,009 0,556 π
2b1
-10
a1
(3s) \ 0,279 π
a2
-7
b2
(3p
y
)
2A
2
- R -208,68384 4,91 36,93 35,28 50,49 64,62 0,000 0,799 π
a2
-11
a1
(3p
z
) \ 0,091 π
a2
-10
a1
(3s)
2B
1
- R -208,68305 4,93 35,06 48,13 37,58 62,69 0,010 0,618 π
a2
-7
b2
(3p
y
) \ 0,178 π
2b1
-10
a1
(3s)
1B
2
- R -208,65853 5,59 45,42 25,24 19,76 32,33 0,072 0,827 π
a2
-4
b1
(3p
x
) \ 0,066 π
a2
-π
b1
3B
1
- R -208,65615 5,66 37,42 38,79 46,90 65,01 0,023 0,740 π
2b1
-11
a1
(3p
z
) \ 0,130 π
2b1
-10
a1
(3s)
3A
2
- R -208,65308 5,74 35,88 64,91 28,39 71,09 0,000 0,856 π
2b1
-7
b2
(3p
y
) \ 0,045 π
2b1
-π
a2
2A
1
- M -208,62739 6,44 40,18 25,34 17,21 24,63 0,001 0,595 π
2b1
-4
b1
(3p
x
) \ 0,129 π
2b1
-π
b1
3A
1
- M -208,61274 6,84 31,43 20,63 16,88 10,85 0,026 0,326 π
2b1
-π
b1
\ 0,268 π
2b1
-4
b1
(3p
x
)
2B
2
- V -208,56058 8,26 26,57 18,22 16,60 3,30 0,110 0,687 π
a2
-π
b1
\ 0,110 π
2b1
-π
a2
5.2 MCSCF - Pirrol 106
Tabela 17: Resultados SA-11-RASSCF(CAS(V )
1e
AUX(R))/aug-cc-pVDZ. As cores atribu´ıdas aos preenchimentos de cada
s´ımbolo est´a associado ao car´ater R, V e mistura (M ) R-V.
Pirrol - aug-cc-pVDZ
Estados Energia ∆E x
2
y
2
z
2
r
2
FO Composi¸ao
(ua) (eV ) (ua) (ua) (ua) (ua)
1A
1
- F -208,86769 25,09 17,56 15,26 0,920 Camada Fechada
1A
2
- R -208,71781 4,08 34,91 28,74 45,93 51,67 0,000 0,802 π
a2
-10
a1
(3s) \ 0,091 π
a2
-11
a1
(3p
z
)
1B
1
- R -208,69351 4,74 35,37 43,69 38,53 59,68 0,009 0,472 π
2b1
-10
a1
(3s) \ 0,359 π
a2
-7
b2
(3p
y
)
2A
2
- R -208,68925 4,86 37,24 35,40 51,03 65,76 0,000 0,800 π
a2
-11
a1
(3p
z
) \ 0,090 π
a2
-10
a1
(3s)
2B
1
- R -208,68841 4,88 35,08 48,91 37,59 63,68 0,011 0,538 π
a2
-7
b2
(3p
y
) \ 0,263 π
2b1
-10
a1
(3s)
1B
2
- R -208,66473 5,52 46,94 26,90 21,07 37,00 0,070 0,840 π
a2
-4
b1
(3p
x
) \ 0,057 π
a2
-π
b1
3B
1
- R -208,66182 5,60 37,76 38,93 47,43 66,21 0,022 0,741 π
2b1
-11
a1
(3p
z
) \ 0,128 π
2b1
-10
a1
(3s)
3A
2
- R -208,65864 5,69 35,98 64,92 28,80 71,79 0,000 0,856 π
2b1
-7
b2
(3p
y
) \ 0,043 π
2b1
,π
a2
-π
a2
,7
b2
(3p
y
)
2A
1
- R -208,63324 6,38 43,41 27,04 17,72 30,27 0,005 0,712 π
2b1
-4
b1
(3p
x
) \ 0,071 π
2b1
-π
b1
3A
1
- V -208,61785 6,80 28,50 20,49 16,60 7,69 0,026 0,387 π
2b1
-π
b1
\ 0,218 π
a2
-π
a2
2B
2
- V -208,56619 8,20 26,36 18,12 16,51 3,08 0,112 0,700 π
a2
-π
b1
\ 0,106 π
2b1
-π
a2
5.2 MCSCF - Pirrol 107
Tabela 18: Resultados SA-11-RASSCF(CAS(V )
1e
AUX(R))/d’-aug’-cc-pVDZ. As cores atribu´ıdas aos preenchimentos de cada
s´ımbolo est´a associado ao car´ater R, V e mistura (M ) R-V.
Pirrol - d’-aug’-cc-pvDz
Estados Energia ∆E x
2
y
2
z
2
r
2
FO Composi¸ao
(ua) (eV ) (ua) (ua) (ua) (ua)
1A
1
- F -208,86225 25,00 17,52 15,19 0,923 Camada Fechada
1A
2
- R -208,71462 4,02 38,42 30,72 48,65 60,08 0,000 0,811 π
a2
-10
a1
(3s) \ 0,084 π
a2
-11
a1
(3p
z
)
1B
1
- R -208,69107 4,66 40,45 61,72 39,79 84,25 0,010 0,621 π
a2
-7
b2
(3p
y
) \ 0,256 π
2b1
-10
a1
(3s)
2A
2
- R -208,68891 4,72 45,88 40,86 59,17 88,21 0,000 0,811 π
a2
-11
a1
(3p
z
) \ 0,085 π
a2
-10
a1
(3s)
2B
1
- R -208,68591 4,80 38,35 44,75 45,57 70,97 0,004 0,489 π
2b1
-10
a1
(3s) \ 0,279 π
a2
-7
b2
(3p
y
)
1B
2
- R -208,68581 4,80 76,77 31,43 33,90 84,40 0,015 0,891 π
a2
-4
b1
(3p
x
) \ 0,020 π
1b1
,π
a2
-π
b1
,4
b1
(3p
x
)
3B
1
- R -208,66091 5,48 46,75 44,41 55,40 88,85 0,017 0,753 π
2b1
-11
a1
(3p
z
) \ 0,119 π
2b1
-10
a1
(3s)
3A
2
- R -208,65763 5,57 41,16 76,82 35,17 95,45 0,000 0,861 π
2b1
-7
b2
(3p
y
) \ 0,043 π
2b1
,π
a2
-π
a2
,7
b2
(3p
y
)
2A
1
- R -208,65596 5,61 77,50 33,98 32,06 85,83 0,006 0,867 π
2b1
-4
b1
(3p
x
) \ 0,042 π
2b1
,π
a2
-π
a2
,4
b1
(3p
x
)
3A
1
- V -208,61616 6,70 24,95 18,29 16,00 1,54 0,014 0,461 π
2b1
-π
b1
\ 0,274 π
a2
-π
a2
2B
2
- V -208,56582 8,07 26,02 18,13 16,52 2,96 0,178 0,775 π
a2
-π
b1
\ 0,080 π
2b1
-π
a2
5.2 MCSCF - Pirrol 108
Tabela 19: Resultados SA-11-RASSCF(CAS(V )
1e
AUX(R))/d’-aug-cc-pVDZ. As cores atribu´ıdas aos preenchimentos de cada
s´ımbolo est´a associado ao car´ater R, V e mistura (M ) R-V.
Pirrol - d’-aug-cc-pVDZ
Estados Energia ∆E x
2
y
2
z
2
r
2
FO Composi¸ao
(ua) (eV ) (ua) (ua) (ua) (ua)
1A
1
- F -208,86595 24,98 17,43 15,15 0,923 Camada Fechada
1A
2
- R -208,71943 3,99 38,29 30,61 48,68 60,03 0,000 0,811 π
a2
-10
a1
(3s) \ 0,084 π
a2
-11
a1
(3p
z
)
1B
1
- R -208,69593 4,63 40,32 60,55 40,00 83,31 0,009 0,598 π
a2
-7
b2
(3p
y
) \ 0,276 π
2b1
-10
a1
(3s)
2A
2
- R -208,69382 4,68 45,77 40,72 59,11 88,05 0,000 0,811 π
a2
-11
a1
(3p
z
) \ 0,085 π
a2
-10
a1
(3s)
2B
1
- R -208,69108 4,76 38,33 45,71 45,32 71,81 0,004 0,470 π
2b1
-10
a1
(3s) \ 0,302 π
a2
-7
b2
(3p
y
)
1B
2
- R -208,69088 4,76 75,96 31,31 33,82 83,54 0,018 0,891 π
a2
-4
b1
(3p
x
) \ 0,020 π
1b1
,π
a2
-π
b1
,4
b1
(3p
x
)
3B
1
- R -208,66613 5,44 46,63 44,27 55,34 88,69 0,017 0,752 π
2b1
-11
a1
(3p
z
) \ 0,119 π
2b1
-10
a1
(3s)
3A
2
- R -208,66285 5,53 41,14 76,72 35,09 95,39 0,000 0,861 π
2b1
-7
b2
(3p
y
) \ 0,043 π
2b1
,π
a2
-π
a2
,7
b2
(3p
y
)
2A
1
- R -208,66147 5,56 76,66 33,84 31,98 84,92 0,008 0,867 π
2b1
-4
b1
(3p
x
) \ 0,041 π
2b1
,π
a2
-π
a2
,4
b1
(3p
x
)
3A
1
- V -208,61936 6,71 24,93 18,19 15,94 1,50 0,014 0,463 π
2b1
-π
b1
\ 0,275 π
a2
-π
a2
2B
2
- V -208,57059 8,04 25,95 18,02 16,44 2,86 0,171 0,774 π
a2
-π
b1
\ 0,080 π
2b1
-π
a2
5.2 MCSCF - Pirrol 109
Tabela 20: Resultados SA-11-RASSCF(CAS(V )
1e
AUX(R))/d-aug-cc-pVDZ. As cores atribu´ıdas aos preenchimentos de cada
s´ımbolo est´a associado ao car´ater R, V e mistura (M ) R-V.
Pirrol - d-aug-cc-pVDZ
Estados Energia ∆E x
2
y
2
z
2
r
2
FO Composi¸ao
(ua) (eV ) (ua) (ua) (ua) (ua)
1A
1
- F -208,86670 24,93 17,45 15,16 0,923 Camada Fechada
1A
2
- R -208,72045 3,98 38,16 30,63 48,78 60,02 0,000 0,811 π
a2
-10
a1
(3s) \ 0,084 π
a2
-11
a1
(3p
z
)
1B
1
- R -208,69691 4,62 40,18 60,46 40,20 83,29 0,009 0,596 π
a2
-7
b2
(3p
y
) \ 0,277 π
2b1
-10
a1
(3s)
2A
2
- R -208,69484 4,68 45,69 40,77 59,08 88,00 0,000 0,811 π
a2
-11
a1
(3p
z
) \ 0,085 π
a2
-10
a1
(3s)
2B
1
- R -208,69209 4,75 38,18 45,82 45,47 71,91 0,004 0,468 π
2b1
-10
a1
(3s) \ 0,304 π
a2
-7
b2
(3p
y
)
1B
2
- R -208,69223 4,75 74,24 32,34 35,06 84,09 0,018 0,891 π
a2
-4
b1
(3p
x
) \ 0,020 π
1b1
,π
a2
-π
b1
,4
b1
(3p
x
)
3B
1
- R -208,66712 5,43 46,57 44,32 55,29 88,62 0,016 0,752 π
2b1
-11
a1
(3p
z
) \ 0,119 π
2b1
-10
a1
(3s)
3A
2
- R -208,66383 5,52 40,99 76,72 35,32 95,48 0,000 0,861 π
2b1
-7
b2
(3p
y
) \ 0,043 π
2b1
,π
a2
-π
a2
,7
b2
(3p
y
)
2A
1
- R -208,66291 5,55 74,88 34,90 33,23 85,46 0,009 0,867 π
2b1
-4
b1
(3p
x
) \ 0,042 π
2b1
,π
a2
-π
a2
,4
b1
(3p
x
)
3A
1
- V -208,62022 6,71 24,86 18,22 15,95 1,48 0,014 0,463 π
2b1
-π
b1
\ 0,275 π
a2
-π
a2
2B
2
- V -208,57135 8,04 25,83 18,06 16,45 2,80 0,172 0,775 π
a2
-π
b1
\ 0,080 π
2b1
-π
a2
5.3 MCSCF - 2H-Tetrazol 110
5.3 MCSCF - 2H-Tetrazol
Para o 2H-Tetrazol o estudo baseou-se na caracteriza¸ao dos estados ππ
e
. De certa
forma, esse grupo de estados ´e esperado aparecerem como os primeiros estados de V, visto que
ao transi¸oes t´ıpicas das mol´eculas orgˆanicas que apresentam conjuga¸ao π e pares solit´arios,
por exemplo, Tetrazina (PALMER et al., 1997). Para a s´erie de R - 3s e 3p
i
(i = x, y, z) o limite
do n´umero de estados fora relacionado com a otimiza¸ao SA-RASSCF(12,12)(CAS(V )
1e
AUX(R)) dos quatro orbitais pseudo-hidrogen´oides para todas as bases estudadas. Ao todo
foram inclusos um grupo de quinze estados, que adaptados a simetria do grupo pontual C
s
ao
7A
e 8A

.
O n´umero de OM s m´edios gerados para cada tipo de fun¸ao de base, assim como a estrutura
de estrada para os alculos RASSCF ´e mostrado na tab. 21.
Nas sec¸oes a seguir discutiremos os principais aspectos relevantes aos grupos de bases
atˆomicas utilizados. Os resultados obtidos por cada grupo atˆomico est˜ao colocados nas tab.s
22 a 26. Seguiremos uma seq¨encia diferente da adotada para a mol´ecula do Pirrol, pois
come¸caremos com a base escolhida como a mais adequada anteriormente, d’-aug’-cc-pVDZ,
detalhando os todos os aspectos das propriedades estudadas para esse sistema. A principal
quest˜ao aqui ´e se esta base ser´a adequada para descrever as propriedades calculadas. Nesse
Tabela 21: Dados de entrada para os alculos SA-15-RASSCF(12,12)(CAS(V )
1e
AUX(R))/base, usando o programa COLUMBUS, para a mol´ecula do 2H-Tetrazol (grupo
pontual C
s
) relacionado com as diversas bases utilizadas no estudo.
2H-Tetrazol
RASSCF A
A

Total
DOOC 12 0 12
CAS 3 5 8
AUX 3 1 4
N
o
de Orb. A
A

Total
aug’-cc-pVDZ 75 27 102
aug-cc-pVDZ 94 39 133
d’-aug’-cc-pVDz 92 32 124
d’-aug-cc-pVDz 111 44 155
d-aug-cc-pVDZ 130 56 186
5.3 MCSCF - 2H-Tetrazol 111
caso, o objetivo ´e observar o quanto a diminui¸ao e o incremento de fun¸oes difusas compro-
mete (muda) a descri¸ao das propriedades e o conseq¨uente ordenamento e car´ater dos estados
excitados.
5.3.1 SA-15-RASSCF(12,12)(CAS(V )
1e
AU X(R ))/d’-aug’-cc-
pVDZ
Dos quatorze estados excitados descritos nessa estrutura metodol´ogica de calculo (base
e espa¸co de configura¸oes) apenas trˆes apresentam propriedades de V, enquanto os outros
restantes caracterizam-se com propriedades de R. Esta classifica¸ao ´e resultado da jun¸ao de
duas propriedades mostradas na tab. 24: r
2
e a composi¸ao das duas principais CSF s.
Dentre os trˆes estados excitados de V, dois ao de transi¸oes n-π
, com os percentuais
79,5% n
3
-π
4
e 77,8% n
2
-π
4
, similaridade acontece com os estados
do Pirazol apresentam
percentuais de 81, 0% e 77, 4% (PALMER; GUEST, 2003). a a propriedade medida pelo r
2
mostra um aspecto bem peculiar, pois esses estados apresentam valores ligeiramente menores
que o estado fundamental. No entanto, o que poderia parecer algo at´ıpico, na verdade essa
leve diminui¸ao da extens˜ao espacial parece ser peculiar em outras transi¸oes n-π
em mol´ecula
bastante similares, como no caso do Imidazol (SERRANO-ANDR
´
ES et al., 1996), Oxazol (PALMER;
GANZENM¨uLLER; WALKER, 2007) e Isoxazol (WALKER et al., 2004). Quanto a FO os valores
obtidos mostram-se bem pr´oximas as dos outros grupos arom´aticos nitrogenados como Imidazol
com FO = 0, 011 (SERRANO-ANDR
´
ES et al., 1996), 0, 008 para o Pirazol (PALMER; GUEST, 2003)
e 0, 012 na Tetrazina (PALMER et al., 1997).
O outro estado excitado de V encontrado, caracteriza por transi¸oes π-π
, as duas maiores
CSF s est˜ao associadas as transi¸oes HOMO-LUMO (30,3%) e HOMO-1 LUMO (20,2%).
Este estado continua com o mesmo car´ater a definido no cap´ıtulo 4, de covalente, ou seja,
alto car´ater de excita¸oes duplas e uma conseq¨uente baixa FO (apesar do maior espa¸co ativo
a porcentagem de excita¸oes duplas ´e cerca de 19,0%, seguindo o mesmo crit´erio da tab. 8 de
somar as CSF s maiores que 1%). E por fim o valor de r
2
continua mostrando uma pequena
extens˜ao espacial.
Para o grupo de estados de R ao obtidos as primeiras transi¸oes dos OM s HOMO HOMO-
1, HOMO-2 e HOMO-3 para o pseudo-hidrogen´oide 3s. Al´em disso, foi poss´ıvel obter a erie
π
3
-3p
i
completa, com os estados 3p
y
e 3p
z
apresentando transi¸oes com alto car´ater de excita¸oes
simples, 77,9% e 70,6%, respectivamente (o estado 3p
x
est´a um pouco misturado com outra
5.3 MCSCF - 2H-Tetrazol 112
transi¸ao simples n
3
-3p
z
de R na defini¸ao do estado 8A

). Al´em destes, tamb´em ao obtidos
outros 3p
i
s associados a intera¸oes com os OM s n
3
, n
2
e π
2
.
Em termos gerais, destacamos duas propriedades que marcam quase todos os estados de R
obtidos: o car´ater bastante acentuado de monoconfigura¸ao e a alta extens˜ao espacial quando
comparada ao estado fundamental. Para esta ´ultima propriedade, os resultados obtidos apre-
sentam valores bem peculiares para dois tipos de transi¸oes: 45,0
ua
para os orbitais 3
s
, e cerca
de 60,0 ua quando os orbitais 3p
i
s ao os de destino;
Por fim, analisando dentro do contexto geral, os resultados obtidos para essa base (grupo de
expoentes difusos 2s2p C,N e 2s H) ao satisfat´orios, a que do ponto de vista de uma fun¸ao
de onda multiconfiguracional adequada, o que implica em: evitar as misturas artificiais R-V
na defini¸ao de um estado e descrever com similaridade qualquer tipo de transi¸ao de R (3s ou
3p
i
) esses crit´erios ao encontrados na descri¸ao desse extenso grupo de quinze estados.
5.3.2 SA-15-RASSCF(12,12)(CAS(V )
1e
AU X(R))/d’-aug-cc-
pVDZ (a) e d’-aug’-cc-pVDZ (b)
As bases (a) e (b) apresentam resultados semelhantes, as quais ser˜ao analisados conjunta-
mente nesta sub-sec¸ao.
Dos quatorze estados excitados descritos por esta metodologia de calculo trˆes continuam
apresentam propriedades de V (dois
e um ππ
), enquanto os restantes ainda demonstram
propriedades de R (ver CSFs e r
2
para justificar a classifica¸ao).
De uma maneira geral, todas as propriedades estudadas por essas duas bases mostram
valores muito pr´oximos, por exemplo as varia¸oes na energia de excita¸ao vertical ao ao
superiores a 0,03 eV , com rela¸ao a extens˜ao espacial r
2
as modifica¸oes foram insignificantes
ao maiores que 1,50 e 0,13 ua para os de R e V, respectivamente.
Contudo, o mais interessante ´e quando comparamos os resultados destas duas bases com
o conjunto atˆomico anterior, d’-aug’-cc-pVDZ e, o que encontramos ´e algo similar ao que fora
visto com a mol´ecula do Pirrol, quer dizer, as modifica¸oes ao bem pequenas. Por exemplo:
as varia¸oes ocorridas na energia de excita¸ao (∆E) ao ultrapassa 0,15 eV ; para a extens˜ao
espacial as mo difica¸oes ao ao maiores que 4,0 e 0,7 ua para os de R e V, respectivamente; a
FO tamb´em mostra modifica¸oes bem pequenas, ao superior a 0, 01; e por fim, as CSF s que
tamb´em variaram de maneira insignificante.
5.3 MCSCF - 2H-Tetrazol 113
Finalizando, chegamos a mesma conclus˜ao que a para o conjunto de base d’-aug’-cc-pVDZ,
os resultados obtidos por essas duas bases ao satisfat´orios, a que descrevem todos os tipos de
estados de maneira satisfat´oria, evitando as misturas de comportamento R e V e, descrevendo
apropriadamente qualquer estado de R, 3s ou 3p
i
.
5.3.3 SA-15-RASSCF(12,12)(CAS(V )
1e
AU X(R))/aug-cc-pVDZ
e aug’-cc-pVDZ
Para a meto dol´ogica de calculo adotada aqui foram encontrados descri¸oes diferente dos
obtidos at´e o momento, isto ´e, para essas duas bases (conjunto de exp oentes difusos 1s1p e
1s1p1d C,N e 1s e 1s1p H, respectivamente) surgem os estados caracterizados por configura¸oes
misturadas associados a transi¸oes R e V .
Dos quatorze estados excitados descritos, trˆes ainda continuam apresentando propriedades
de V, dois
e um ππ
, al´em disso as propriedades descritas apresentam mudan¸cas muito
pequenas comparado as trˆes bases anteriores do tipo d-aug.
No entanto, os outros estados restantes ao ao apenas caracterizados como R, na verdade,
5 estados para a base aug’-cc-pVDZ e 4 na aug-cc-pVDZ apresentam composi¸oes percentuais
de misturadas artificiais. Tomando como referˆencia as descri¸oes obtidas com as bases anteri-
ores, torna-se evidente que os estados artificiais est˜ao associados a transi¸oes para os orbitais
3p
i
s.
´
E bom que se comente que apesar de se obter os orbitais de R tipo 3p
i
com formas
adequadas, ainda sim os seus respectivos estados sofrem contamina¸ao. a as transi¸oes dos
orbitais moleculares HOMO HOMO-1, HOMO-2 e HOMO-3 para o pseudo-hidrogen´oide 3s
ainda ao obtidas com certo grau de coerˆencia, as modifica¸oes mais relevantes ficaram por
conta apenas da extens˜ao espacial que, comparado a d’-aug’-cc-pVDZ, ocorreu uma diminui¸ao
entre 4, 43-8, 85 ua.
Como no caso dos estados da mol´ecula do Pirrol, o reflexo das misturas nas CSF s de R e V
ao percebido tamb´em nas outras propriedades, destacamos duas que marcam esses aspectos:
extens˜ao espacial e FO:
i. Os resultados para r
2
apresentam valores bem peculiares para dois tipos de misturas
V -R: os pr´oximos do comportamento de V, por exemplo o sexto estado de simetria A

com
r
2
= 6, 85, o que de certa forma est´a concordando com o maior car´ater de V desse
estado (ver as CSF s na tabela); os pr´oximos do comportamento de R, como pode ser
percebido no quinto estado de simetria A
com r
2
= 28, 20 o que tamb´em ´e justificado
5.3 MCSCF - 2H-Tetrazol 114
com o maior percentual de R na defini¸ao do car´ater desse estado (esses valores foram
retirados da tab. 25 - aug-cc-pVDZ );
ii. A FO tamb´em apresenta varia¸oes bruscas, o que de certa forma aponta para certas
irregularidades na descri¸ao. Vejamos o ´ultimo estado de simetria A
, o valor obtido ´e
muito alto se levarmos em considera¸ao os resultados das bases anteriores, FO = 0, 114 e
0, 120, para as bases aug’-cc-pVDZ e aug-cc-pVDZ, respectivamente, enquanto que para
as referˆencias anteriores o valor ´e 0,002 (d-aug e d’-aug’ ) ou 0,001 (d’-aug).
Por fim, numa an´alise geral, os resultados obtidos por estas duas bases (grupos de difusas
1s1p e 1s1p1d C,N e 1s e 1s1p H) ao ao satisfat´orios e, os motivos a devem estar claros:
estas bases ao caracterizam de maneira equilibrada as propriedades dos estados R, e o reflexo
disso ´e a contamina¸ao das CSF s de V nestes estados de R mal descritos.
5.3.4 Considera¸oes Finais
Nessa parte final exploraremos o elemento orbital de R, que para a mol´ecula do Pirrol fora
utilizado como pca importante para suportar os comportamentos adversos obtidos pelas bases
com um umero insuficientes de expoentes difusos. O que percebemos ´e algo bastante similar,
o qual pode ser verificado na fig. 22, que mostra os mapas de contorno de todos os orbitais de
R, 3s e 3p
i
s, em fun¸ao das bases utilizadas.
O aspecto mais importante dessa figura ´e a diferen¸ca de caracter´ıstica descritiva quando
utilizamos os grupos de difusas 1s1p e 1s1p1d relativo aos conjuntos 2s2p, 2 s2p1d e 2s2p2d.
Logo, a implica¸ao que encontramos novamente ´e que se o orbital ao ´e descrito de maneira
adequada (formas obtidas pelas bases aug-cc-pVDZ e aug’-cc-pVDZ ) os estados que deve-
riam ser caracterizados como R ficam suscet´ıveis a intera¸oes artificiais com as CSF s de V,
por´em essas mesmas artificialidades somem quando conseguimos melhorar o car´ater do orbital
essˆencialmente de sua exten¸ao espacial (formas obtidas por d-aug-cc-pVDZ, d’-aug-cc-pVDZ
e d’-aug’-cc-pVDZ ).
A fig. 23 apresenta um resumo dos resultados e discuss˜oes mais importante. Em s´ıntese,
na descri¸ao de seis espec´ıficos estados excitados, temos: dois associados a V (1A

-
e 2A
- ππ
) - ressaltando a quase independˆencia das propriedades com a base; dois de R (4A

- 3s e
6A
- 3p
y
) - cuja a descri¸ao tende a melhorar a medida que utilizamos o conjunto adequado de
fun¸oes difusas; e os ´ultimos dois (8A

e 7A
) - que mudam brutalmente de um comportamento
R-V (mistura) para R com a mudan¸ca de base, representando o desaparecimento das misturas
5.3 MCSCF - 2H-Tetrazol 115
de configura¸ao quando se utiliza um conjunto de expoentes difusos suficientemente flex´ıvel e
adequados, ou seja, a partir de d’-aug’-cc-pVDZ.
Por fim, considerando todas as peculiaridades deste sistema, a base d’-aug’-cc-pVDZ rep-
resentar a melhor rela¸ao custo benef´ıcio, ou seja, descri¸ao adequada com o menor n´umero de
expoentes.
3s
3p
x
3p
y
3p
z
Figura 22: Formas dos orbitais de R descritos pelas diversas bases utilizadas. O programa
MOLDEN foi utilizado na constru¸ao desses orbitais. Dois crit´erios ao importantes na gera¸ao
visual desses orbitais, o isovalor de contorno (contour value) = 0,0005 ua e a dimens˜ao molecular
em torno de um plano espacial de fundo pr´e-definido (edge) = 40 ua.
5.3 MCSCF - 2H-Tetrazol 116
2A'
1A''
6A'
4A''
8A''
7A'
au
g
'
-c
c
-pV
D
Z
a
u
g-
cc-
pVDZ
d'-au
g
'
-c
c-
pV
D
Z
d'
-
au
g
-
c
c
-p
VD
Z
d
-a
ug-c
c
-pV
DZ
6,2
6,4
6,6
6,8
7,0
-20
0
20
40
0,00
0,04
0,08
au
g'-
c
c
-
p
VDZ
au
g
-cc-
p
V
DZ
d'
-
a
u
g'
-
c
c
-
pV
DZ
d'
-au
g
-cc-
p
V
D
Z
d
-
au
g
-
cc
-
p
V
DZ
8,2
8,4
8,6
8,8
9,0
20
40
60
0,00
0,04
0,08
0,12
? E (eV)
? <r
2
> (u a )
F O
au
g'
-cc
-p
V
D
Z
aug-c
c
-p
V
D
Z
d'
-
aug
'
-cc
-
pVDZ
d'
-
aug-cc-pVD
Z
d-
au
g-cc
-pV
DZ
7,0
7,2
7,4
7,6
7,8
20
40
60
-0,8
-0,4
0,0
0,4
0,8
? E (eV)
? <r
2
> (u a )
F O
a
u
g'
-
c
c
-pV
DZ
au
g
-
c
c-p
VD
Z
d'-aug
'
-
c
c
-
p
VD
Z
d'-
a
ug-
c
c-p
VDZ
d-au
g
-
cc
-
p
VDZ
8,0
8,2
8,4
8,6
8,8
9,0
0
20
40
60
-0,04
0,00
0,04
? E (eV)
? <r
2
> (u a )
F O
? E (eV)
? <r
2
> (u a )
F O
aug'
-c
c-p
V
D
Z
a
u
g-
cc
-
pV
DZ
d
'-aug
'
-cc
-
p
V
D
Z
d'
-a
ug-
c
c
-
p
VD
Z
d-
a
ug
-
cc
-pV
DZ
7,8
8,0
8,2
8,4
8,6
20
40
60
80
-0,04
0,00
0,04
0,08
? E (eV)
? <r
2
> (u a )
F O
au
g'
-c
c
-
pVDZ
aug-cc-pVDZ
d'-au
g
'-cc-pV
DZ
d
'
-a
u
g-cc-
pV
D
Z
d-
aug-
cc
-
p
V
DZ
6,2
6,4
6,6
6,8
7,0
-40
-20
0
20
-0,04
0,00
0,04
0,08
? E (eV)
? <r
2
> (u a )
F O
DE
D<r >
2
FO
Rydberg
Valência
MixV-R
Figura 23: Resumo das informa¸oes relevantes para seis estados excitados comparando as
varia¸oes das propriedades ∆E, r
2
e FO em fun¸ao de todas as bases estudadas. As cores
atribu´ıdas aos preenchimentos de cada s´ımbolo associado aos estados est´a de acordo com a
nota¸ao das tabelas.
5.3 MCSCF - 2H-Tetrazol 117
Tabela 22: Resultados SA-15-RASSCF(CAS(V )
1e
AUX(R))/d-aug-cc-pVDZ. As cores atribu´ıdas aos preenchimentos de cada
s´ımbolo est´a associado ao car´ater R, V e mistura (M ) R-V.
2H-Tetrazol - d-aug-cc-pVDZ
Estados Energia ∆E x
2
y
2
z
2
r
2
FO Composi¸ao
(ua) (eV ) (ua) (ua) (ua) (ua)
1A’ - F -256,85082 24,34 14,86 21,19 0,883 Camada Fechada
2A’ - V -256,60425 6,71 25,25 16,30 22,35 3,51 0,038 0,313 π
3
-π
4
* \ 0,189 π
2
-π
4
*
1A” - V -256,60411 6,71 23,26 13,39 22,02 -1,72 0,025 0,795 n
3
-π
4
* \ 0,032 n
3
,π
2
-π
4
*
2A” - R -256,60183 6,78 31,88 43,00 32,04 46,52 0,000 0,822 π
3
-16a’(3s) \ 0,026 π
2
,π
3
-16a’(3s),π
5
*
3A” - V -256,58840 7,14 20,96 15,96 22,24 -1,24 0,002 0,769 n
2
-π
4
* \ 0,028 n
1
,π
3
-π
4
*
4A” - R -256,58601 7,21 31,46 43,41 31,65 46,13 0,000 0,805 π
2
-16a’(3s) \ 0,026 π
1
,π
3
-16a’(3s),π
4
*
3A’ - R -256,57493 7,51 31,86 36,66 36,63 44,76 0,064
0,775
n
3
-16a’(3
s
)
\
0,046
n
3
-17a’(3
p
y
)
5A” - R -256,57183 7,59 43,06 43,38 39,23 65,29 0,016 0,783 π
3
-17a’(3p
y
) \ 0,052 π
3
-18a’(3p
x
)
4A’ - R -256,57000 7,64 33,47 29,16 56,50 58,74 0,074 0,748 π
3
-6a”(3p
z
) \ 0,026 n
2
-16a’(3s)
5A’ - R -256,56056 7,90 30,05 40,23 33,64 43,54 0,061 0,646 n
2
-16a’(3s) \ 0,045 n
3
-18a’(3p
x
)
6A” - R -256,55419 8,07 37,52 35,59 43,46 56,18 0,000 0,413 π
2
-17a’(3p
y
) \ 0,256 n
3
-6a”(3p
z
)
7A” - R -256,55305 8,10 46,66 30,00 39,44 55,72 0,000 0,453 π
3
-17a’(3p
x
) \ 0,182 n
3
-6a”(3p
z
)
6A’ - R -256,55313 8,10 35,30 46,87 38,15 59,94 0,002 0,763 n
3
-17a’(3p
y
) \ 0,038 n
3
-16a’(3s)
8A” - R -256,55065 8,17 44,21 36,15 41,47 61,44 0,005 0,345 π
2
-17a’(3p
y
) \ 0,269 π
3
-17a’(3p
x
)
7A’ - R -256,54682 8,27 33,57 29,54 56,91 59,62 0,002 0,750 π
2
-6a”(3p
z
) \ 0,024 π
3
-6a”(3p
z
)
5.3 MCSCF - 2H-Tetrazol 118
Tabela 23: Resultados SA-15-RASSCF(CAS(v)
1e
AUX(R))/d’-aug-cc-pVDZ. As cores atribu´ıdas aos preenchimentos de cada
s´ımbolo est´a associado ao car´ater R, V e mistura (M ) R-V.
2H-Tetrazol - d’-aug-cc-pVDZ
Estados Energia ∆E x
2
y
2
z
2
r
2
FO Composi¸ao
(ua) (eV ) (ua) (ua) (ua) (ua)
1A’ - F -256,85010 24,34 14,84 21,23 0,883 Camada Fechada
2A’ - V -256,60341 6,71 25,25 16,25 22,38 3,47 0,038 0,314 π
3
-π
4
* \ 0,190 π
2
-π
4
*
1A” - V -256,60331 6,72 23,26 13,36 22,04 -1,74 0,025 0,796 n
3
-π
4
* \ 0,032 n
3
,π
2
-π
4
*
2A” - R -256,60068 6,79 31,91 42,96 32,07 46,53 0,000 0,823 π
3
-16a’(3s) \ 0,026 π
2
,π
3
-16a’(3s),π
5
*
3A” - V -256,58760 7,14 20,93 15,87 22,24 -1,37 0,002 0,771 n
2
-π
4
* \ 0,028 n
1
,π
3
-π
4
*
4A” - R -256,58483 7,22 31,50 43,44 31,70 46,23 0,000 0,807 π
2
-16a’(3s) \ 0,026 π
1
,π
3
-16a’(3s),π
4
*
3A’ - R -256,57378 7,52 31,89 36,65 36,68 44,82 0,064
0,775
n
3
-16a’(3
s
)
\
0,046
n
3
-17a’(3
p
y
)
5A” - R -256,57074 7,60 43,19 43,38 39,21 65,38 0,016 0,784 π
3
-17a’(3p
y
) \ 0,050 π
3
-18a’(3p
x
)
4A’ - R -256,56858 7,66 33,60 28,98 57,99 60,16 0,074 0,746 π
3
-6a”(3p
z
) \ 0,026 n
2
-16a’(3s)
5A’ - R -256,55942 7,91 30,08 40,16 33,76 43,60 0,061 0,645 n
2
-16a’(3s) \ 0,046 n
3
-18a’(3p
x
)
6A” - R -256,55312 8,08 36,50 35,02 44,05 55,16 0,000 0,375 π
2
-17a’(3p
y
) \ 0,284 n
3
-6a”(3p
z
)
7A” - R -256,55193 8,11 47,02 30,79 39,59 56,99 0,000 0,450 π
3
-17a’(3p
x
) \ 0,156 n
3
-6a”(3p
z
)
6A’ - R -256,55206 8,11 35,40 46,92 38,14 60,05 0,002 0,762 n
3
-17a’(3p
y
) \ 0,038 n
3
-16a’(3s)
8A” - R -256,54946 8,18 45,18 36,28 41,36 62,42 0,005 0,336 π
2
-17a’(3p
y
) \ 0,295 π
3
-17a’(3p
x
)
7A’ - R -256,54525 8,30 33,69 29,40 58,50 61,18 0,001 0,749 π
2
-6a”(3p
z
) \ 0,025 π
3
-6a”(3p
z
)
5.3 MCSCF - 2H-Tetrazol 119
Tabela 24: Resultados SA-15-RASSCF(CAS(V )
1e
AUX(R))/d’-aug’-cc-pVDZ. As cores atribu´ıdas aos preenchimentos de cada
s´ımbolo est´a associado ao car´ater R, V e mistura (M ) R-V.
2H-Tetrazol - d’-aug’-cc-pVDZ
Estados Energia ∆E x
2
y
2
z
2
r
2
FO Composi¸ao
(ua) (eV ) (ua) (ua) (ua) (ua)
1A’ - F -256,84320 24,75 15,14 21,21 0,882 Camada Fechada
1A” - V -256,59852 6,66 23,70 13,62 22,00 -1,79 0,025 0,795 n
3
-π
4
* \ 0,031 n
3
,π
2
-π
4
*
2A’ - V -256,59692 6,70 25,58 16,34 22,07 2,88 0,037 0,303 π
3
-π
4
* \ 0,202 π
2
-π
4
*
2A” - R -256,58896 6,92 32,30 42,81 32,28 46,29 0,000 0,821 π
3
-16a’(3s) \ 0,028 π
2
,π
3
-16a’(3s),π
5
*
3A” - V -256,58318 7,08 21,30 15,98 22,07 -1,76 0,002 0,778 n
2
-π
4
* \ 0,042 n
1
,π
3
-π
4
*
4A” - R -256,57301 7,35 31,99 43,38 32,01 46,28 0,000 0,810 π
2
-16a’(3s) \ 0,025 π
1
,π
3
-16a’(3s),π
4
*
3A’ - R -256,56390 7,60 32,21 36,45 36,91 44,47 0,061
0,775
n
3
-16a’(3
s
)
\
0,049
n
3
-17a’(3
p
y
)
5A” - R -256,55912 7,73 42,94 43,58 39,05 64,47 0,016 0,779 π
3
-17a’(3p
y
) \ 0,052 π
3
-18a’(3p
x
)
4A’ - R -256,55752 7,77 33,48 29,12 55,97 57,46 0,084 0,706 π
3
-6a”(3p
z
) \ 0,060 n
2
-16a’(3s)
5A’ - R -256,54981 7,98 30,53 39,48 34,82 43,73 0,056 0,615 n
2
-16a’(3s) \ 0,054 π
3
-6a”(3p
z
)
6A” - R -256,54450 8,13 36,00 35,02 43,55 54,16 0,000 0,345 π
2
-17a’(3p
y
) \ 0,254 n
3
-6a”(3p
z
)
6A’ - R -256,54211 8,19 35,32 46,98 37,97 59,17 0,002 0,759 n
3
-17a’(3p
y
) \ 0,040 n
3
-16a’(3s)
7A” - R -256,54059 8,23 47,00 39,32 38,66 63,87 0,000 0,527 π
2
-17a’(3p
y
) \ 0,290 π
3
-17a’(3p
x
)
8A” - R -256,53792 8,31 50,94 36,65 38,76 65,25 0,005 0,491 π
3
-17a’(3p
x
) \ 0,244 π
2
-17a’(3p
y
)
7A’ - R -256,53376 8,42 33,75 29,40 57,58 59,63 0,002 0,737 π
2
-6a”(3p
z
) \ 0,030 n
2
-16a’(3s)
5.3 MCSCF - 2H-Tetrazol 120
Tabela 25: Resultados SA-15-RASSCF(CAS(V )
1e
AUX(R))/aug-cc-pVDZ. As cores atribu´ıdas aos preenchimentos de cada
s´ımbolo est´a associado ao car´ater R, V e mistura (M ) R-V.
2H-Tetrazol - aug-cc-pVDZ
Estados Energia ∆E x
2
y
2
z
2
r
2
FO Composi¸ao
(ua) (eV ) (ua) (ua) (ua) (ua)
1A’ - F -256,85500 24,57 15,09 21,30 0,885 Camada Fechada
2A’ - V -256,60987 6,67 25,25 16,17 21,92 2,39 0,032 0,312 π
3
-π
4
* \ 0,163 π
2
-π
4
*
1A” - V -256,60751 6,73 23,45 13,53 22,05 -1,92 0,025 0,782 n
3
-π
4
* \ 0,037 n
3
,π
2
-π
4
*
2A” - R -256,59744 7,01 30,01 41,72 29,85 40,62 0,001 0,806 π
3
-16a’(3s) \ 0,024 π
2
,π
3
-16a’(3s),π
5
*
3A” - V -256,59525 7,07 21,32 16,70 22,42 -0,52 0,002 0,731 n
2
-π
4
* \ 0,042 n
2
-π
5
*
4A” - R -256,58149 7,44 30,16 42,80 29,83 41,85 0,000 0,813 π
2
-16a’(3s) \ 0,025 π
1
,π
3
-16a’(3s),π
4
*
3A’ - R -256,56941 7,77 29,67 37,47 32,63 38,81 0,058
0,777
n
3
-16a’(3
s
)
\
0,043
n
3
-17a’(3
p
y
)
5A” - R -256,56633 7,85 40,86 41,30 32,75 53,97 0,023 0,832 π
3
-17a’(3p
y
) \ 0,020 π
1
,π
2
-17a’(3p
y
),π
4
*
6A” - M -256,56234 7,96 24,48 16,48 26,83 6,85 0,001 0,575 n
3
-π
5
* \ 0,189 n
3
-6a”(3p
z
)
4A’ - R -256,55828 8,07 27,05 38,99 29,79 34,88 0,056 0,664 n
2
-16a’(3s) \ 0,047 π
2
-π
4
*
5A’ - M -256,54771 8,36 29,04 28,23 31,87 28,20 0,126 0,260 π
3
-6a”(3p
z
) \ 0,178 π
3
-π
5
*
6A’ - R -256,54731 8,37 32,25 35,56 32,40 39,26 0,017 0,515 n
3
-17a’(3p
y
) \ 0,134 π
3
-6a”(3p
z
)
7A” - R -256,54549 8,42 39,31 40,92 33,47 52,75 0,004 0,825 π
2
-17a’(3p
y
) \ 0,025 π
1
,π
3
-17a’(3p
y
),π
4
*
8A” - M -256,52954 8,86 23,52 18,93 27,12 8,62 0,031 0,412 n
2
-π
5
* \ 0,167 n
2
-6a”(3p
z
)
7A’ - M -256,52649 8,94 37,78 23,44 26,68 26,95 0,120 0,333 n
3
-18a’(3p
x
) \ 0,211 π
2
-π
4
*
5.3 MCSCF - 2H-Tetrazol 121
Tabela 26: Resultados SA-15-RASSCF(CAS(V )
1e
AUX(R))/aug’-cc-pVDZ. As cores atribu´ıdas aos preenchimentos de cada
s´ımbolo est´a associado ao car´ater R, V e mistura (M ) R-V.
2H-Tetrazol - aug’-cc-pVDZ
Estados Energia ∆E x
2
y
2
z
2
r
2
FO Composi¸ao
(ua) (eV ) (ua) (ua) (ua) (ua)
1A’ - F -256,84779 24,94 15,38 21,28 0,887 Camada Fechada
2A’ - V -256,60267 6,67 25,60 16,33 21,82 2,14 0,034 0,300 π
3
-π
4
* \ 0,181 π
2
-π
4
*
1A” - V -256,60237 6,68 23,86 13,80 22,02 -1,92 0,026 0,781 n
3
-π
4
* \ 0,035 n
3
,π
2
-π
4
*
2A” - V -256,59047 7,00 21,51 16,34 22,19 -1,57 0,002 0,750 n
2
-π
4
* \ 0,039 n
2
-π
5
*
3A” - R -256,58552 7,14 30,53 42,31 30,21 41,45 0,000 0,821 π
3
-16a’(3s) \ 0,027 π
2
,π
3
-16a’(3s),π
5
*
4A” - R -256,56947 7,57 30,51 42,77 30,04 41,72 0,000 0,809 π
2
-16a’(3s) \ 0,025 π
1
,π
3
-16a’(3s),π
4
*
3A’ - R -256,55915 7,85 29,87 37,61 32,73 38,61 0,055
0,782
n
3
-16a’(3
s
)
\
0,037
n
3
-17a’(3
p
y
)
5A” - M -256,55441 7,98 30,64 25,15 28,41 22,59 0,005 0,386 n
3
-π
5
* \ 0,284 π
3
-17a’(3p
y
)
6A” - M -256,55400 7,99 34,72 32,89 30,38 36,40 0,017 0,545 π
3
-17a’(3p
y
) \ 0,209 n
3
-π
5
*
4A’ - R -256,54843 8,15 27,27 39,39 29,81 34,88 0,068 0,673 n
2
-16a’(3s) \ 0,049 π
2
-π
4
*
5A’ - M -256,53735 8,45 28,70 23,87 32,66 23,63 0,196 0,366 π
3
-6a”(3p
z
) \ 0,253 π
3
-π
5
*
6A’ - R -256,53674 8,46 32,81 39,15 31,81 42,17 0,013 0,621 n
3
-17a’(3p
y
) \ 0,039 π
3
-π
5
*
7A” - R -256,53332 8,56 39,20 41,28 33,13 52,01 0,004 0,821 π
2
-17a’(3p
y
) \ 0,025 π
1
,π
3
-17a’(3p
y
),π
4
*
8A” - M -256,52172 8,87 22,96 18,59 26,73 6,68 0,035 0,433 n
2
-π
5
* \ 0,153 n
2
-6a”(3p
z
)
7A’ - M -256,51740 8,99 36,46 23,38 26,30 24,53 0,114 0,271 n
3
-18a’(3p
x
) \ 0,227 π
2
-π
4
*
122
6 O Reflexo da Fun¸ao de
Referˆencia e da Corrao de
Extensividade nos Resultados
MR-CISD
Neste cap´ıtulo apresentaremos alguns resultados MR-CISD (junto com suas corre¸oes de
extensividade MR-CISD+Q e MR-AQCC, esse ´ultimo para alguns estados espec´ıficos) levando
a uma melhor defini¸ao e caracteriza¸ao da seq¨uˆencia e ordenamento dos primeiros estados
excitados singleto das mol´eculas do Pirrol e 2H-Tetrazol.
Como comentamos no cap´ıtulo 3, o alculo os-MCSCF ´e muito importante para dar
acur´acia aos resultados, pois apesar de uma fun¸ao MCSCF resgatar boa parte da energia de
correla¸ao eletrˆonica associada `a degenerescˆencia de configura¸oes, ainda existe a necessidade
de se incluir a energia de correla¸ao relacionada ao potencial m´edio de HF.
Dois ao os principais etodos ab initio na atualidade que em por finalidade resgatar esta
energia perdida e que utilizam a fun¸ao de referˆencia MCSCF : MRCI e CASPTn (BORIN,
2002), largamente utilizados e com bastante sucesso em diversas aplica¸oes (o m´etodo MR
coupled-cluster ainda ao se tornou uma pr´atica comum (KRYLOV et al., 1998)). No tocante a
disserta¸ao o protocolo MCSCF
1
/MR-CISD representa o procedimento utilizado nesse cap´ıtulo
e executados com o programa COLUMBUS.
Para Roos (2005) o COLUMBUS tem provavelmente o odigo MRCI mais eficiente na atu-
alidade. O trabalho promocional “High-level multireference methods in the quantum-chemistry
program system COLUMBUS: Analytic MR-CISD and MR-AQCC gradients and MR-AQCC-
LRT for excited states, GUGA spin-orbit CI and parallel CI density” (LISCHKA et al., 2001)
faz uma sinopse deste programa, assinalando suas principais vantagens e, dentre elas, possuir
a corre¸ao de extensividade mais eficiente para o MR-CISD, o MR-AQCC, representa o seu
1
Lembrar que MCSCF ´e um termo gen´erica para representar os etodos CASSCF e RASSCF.
6 O Reflexo da Fun¸ao de Referˆencia e da Corrao de Extensividade nos Resultados MR-CISD 123
“carro chefe”.
Mas, por que a corre¸ao de extensividade ´e algo que deva ser ao destacado no MR-CISD!?
Para tentar entender esta quest˜ao vamos relembrar as principais vantagens e desvantagens da
metodologia MRCI (destacamos algumas no cap´ıtulo 3):
i. Com rela¸ao aos aspectos favor´aveis: temos um etodo baseado no principio variacional
aproximado p or cima do valor exato
2
da energia do sistema e; a facilidade de enten-
der como melhorar a acur´acia, geralmente aumentando o n´umero de expoentes da base
atˆomica e o n´umero e/ou a natureza de configura¸oes no espa¸co ativo;
ii. Quanto `as cr´ıticas: existe o fato de o mesmo ao ser um m´etodo extensivo no tamanho
e; a alta demanda computacional, mesmo sendo uma expans˜ao de simples e duplas, o
tamanho da expans˜ao da fun¸ao MR-CISD cresce muito rapidamente com o n´umero de
configura¸oes de referˆencia e a base atˆomica.
Comparando o m´etodo CI com as outras metodologias ab-initio cl´assicas, como as pertuba-
tivas e o coupled-cluster (n˜ao variacionais, por´em extensivas), o problema da extensividade no
tamanho tem demonstrado ser mais importante para o requisito acur´aria do que o procedimento
de aproxima¸ao ser baseada no princ´ıpio variacional. Estes aspectos est˜ao destacados em artigos
como: (RAGHAVACHARI; ANDERSON, 1996) dando um panorama geral em meados da ecada
passada dos etodos ab-initio desenvolvidos para tratar os efeito da correla¸ao eletrˆonica em
mol´eculas, destacando a versatilidade e acur´acia da metodologia coupled-cluster; e (SERRANO-
ANDR
´
ES; MERCH
´
AN, 2005) contribuindo com uma vis˜ao geral dos m´etodos qu´ımicos quˆanticos
na atualidade para se trabalhar com estados excitados, dando grande ˆenfase `a utiliza¸ao da
metodologia CASPT2.
Contudo, para minimizar estas limita¸oes do MR-CISD, conseq¨uˆencia da sua natureza
truncada e alta demanda computacional (para situa¸oes de largo espa¸co ativo e fun¸oes de base
com um n´umero muito grande de termos) podem ser realizados:
i. Corre¸oes com as metodologias MRCI+Q de Davidson (realizada a posteriori - ´e feita
na energia e apenas no final do alculo) ou MR-AQCC (realizada a priori - durante o
processo iterativo), as quais em por finalidade minimizar o problema da extensividade
2
Valor exato significa resolver a equa¸ao de Schr¨odinger eletrˆonica ao-relativ´ıstica analiticamente ou um
FCI.
6 O Reflexo da Fun¸ao de Referˆencia e da Corrao de Extensividade nos Resultados MR-CISD 124
(´e importante fazer um adendo que tais corre¸oes deixam o MR-CISD ao variacional)
(MONTE, 2004);
ii. Artif´ıcios podem ser aplicados na constru¸ao das configura¸oes de referˆencia e modi-
fica¸oes podem ser realizadas previamente na fun¸ao de base. Os cap´ıtulos 4 (RASSCF
em vez de CASSCF ) e 5 (d’-aug’-cc-pVDZ em vez de d-aug-cc-pVDZ) mostram alguns
exemplos de mudan¸cas que visam diminuir a demanda computacional sem comprometer
a qualidade do alculo.
No entanto, mesmo utilizando-se dos artif´ıcios descritos nos cap´ıtulos anteriores, o problema
da demanda computacional ainda pode persiste. Por´em, uma outra possibilidade de reduzir
ainda mais a matriz MR-CISD ´e fragmentando a fun¸ao de referˆencia MCSCF obtida no
procedimento descrito no cap´ıtulo anterior. Vale lembrar que utilizamos o procedimento SA
para a descri¸ao de todos os estados de R e V de qualquer simetria do grupo pontual. Para
os alculos MR-CISD que mostraremos nesse cap´ıtulo, as fun¸oes de referˆencia ao reduzidas
e direcionadas ou para um grupo de estados de uma dada simetria ou para um estado apenas.
Por´em, o conjunto de OM s utilizados na constru¸ao desta fun¸ao de referˆencia ao os obtidos
nos alculos RASSCF da cap´ıtulo anterior, isto ´e, ao realizamos uma outra m´edia MCSCF
(vamos detalhar isso no decorrer do cap´ıtulo).
Contudo, apesar de se utilizar constru¸oes espec´ıficas das fun¸oes de referˆencia para pe-
quenos grupos de estados ou apenas um estado ao significa perder em acur´acia. A literatura
est´a repleta de exemplos deste tipo (MERCH
´
AN, 2000). Um dos principais especialistas na ´area
como Roos (2005) utilizou muitas vezes este tipo de procedimento.
A principal limita¸ao nesse tipo de constru¸ao est´a no alculo das propriedades de transi¸ao
(FO), tornando-se bastante complicado, visto que os estados eletrˆonicos ao ao necessaria-
mente ortogonais entre si. No entanto, vamos adaptar um procedimento bastante testado pelo
pr´oprio Bj¨orn O. Roos, que para o alculo da FO, f 2/3 |M
if
|
2
E
fi
, utiliza-se o momento
dipolar de transi¸ao (M
if
= Ψ
i
|ˆµ|Ψ
f
) obtido do alculo MCSCF e a diferen¸ca de energia
obtida pelo CASPT2 (no nosso caso o E
fi
ser´a do MR-CISD). Essa aproxima¸ao est´a baseada
na constata¸ao de que os efeitos de correla¸ao dinˆamica quase ao afetam os valores do mo-
mento de transi¸ao quando a correla¸ao ao-dinˆamica (MCSCF ) ´e levada em considera¸ao
(MERCH
´
AN, 2000).
6.1 MR-CISD - Pirrol 125
6.1 MR-CISD - Pirrol
Na primeira parte dessa sec¸ao (pr´oxima subsec¸ao) conduziremos uma compara¸ao per-
tinente entre os resultados RASSCF e MR-CISD, averiguando as mudan¸cas nas propriedades
referentes `a caracteriza¸ao dos estados eletrˆonicos fundamental e excitados. O intuito principal
´e enfatizar a importˆancia da energia de correla¸ao dinˆamica e o reflexo da fun¸ao de referˆencia
nos resultados MR-CISD.
Em seguida, nas pr´oximas duas sec¸oes, uma dedicada aos estados de R e outra aos de V
tipo ππ
, enfatizaremos, al´em dos pontos acima, a importˆancia da corre¸ao de extensividade
no tamanho na caracteriza¸ao dos estados excitados. Para isso ´e indispens´avel compara¸oes
com dados experimentais e te´oricos (outras metodologias) dispon´ıveis. Para os estados de R os
resultados obtidos ser˜ao analisados dentro da premissa de que a energia de excita¸ao vertical
se adequ´a `a omula de Rydberg.
Para este estudo utilizaremos dois conjuntos de bases atˆomicas e, propositalmente o crit´erio
para a escolha das mesmas est´a pautado na descri¸ao de aspectos bem peculiares nas fun¸oes
de referˆencia: aug’-cc-pVDZ - construindo uma fun¸ao de onda de referˆencia que apresenta
uma mistura artificial de configura¸ao de V e R, al´em de uma inconsistˆencia na descri¸ao dos
estados de R; d’-aug’-cc-pVDZ - ´e eleita como a mais adequada, pois apresentando a melhor
rela¸ao custo benef´ıcio.
Para as duas bases utilizadas ao calculados nove estados: trˆes de simetria A
1
, dois B
1
,
dois B
2
e dois A
2
. Os dados de entrada para o alculo MR-CISD efetuado no COLUMBUS
est˜ao colocados na tab. 27. Para facilitar o entendimento do input dividimos essa tabela em
trˆes partes. O ponto cr´ıtico deste conjunto de informa¸oes se refere ao que comentamos na
introdu¸ao desse cap´ıtulo, isto ´e, utilizar fun¸oes de referˆencia fragmentadas para cada simetria
e, a diferen¸ca essencial est´a nos orbitais auxiliares inclu´ıdos - a qual se refere a parte C. As
partes A e B ao similares para todos os alculos realizados.
i. Na parte A est˜ao indicados os orbitais utilizados, por simetria (todas estas nota¸oes a
foram discutido no cap´ıtulo 3):
1. F C - representam os orbitais de caro¸co, e ser˜ao mantidos sempre duplamente ocu-
pados na constru¸ao da fun¸ao de onda de referˆencia RASSCF e na expans˜ao CISD;
2. DOCC - associados ao conjunto de V, que se referem geralmente as liga¸oes σ
CC
,
σ
CN
e σ
CH
. Estes orbitais ao mantidos duplamente na constru¸ao da fun¸ao de
6.1 MR-CISD - Pirrol 126
Tabela 27: Input utilizado nos alculos MR-CISD para a mol´ecula do Pirrol, realizadas com o
programa COLUMBUS.
parte A
MR-CISD A
1
B
1
B
2
A
2
Total
F C 3 0 2 0 5
DOOC 6 0 4 0 10
CAS 0 3 0 2 5
AUX I II III IV
parte B
N
o
de Orb. A
1
B
1
B
2
A
2
Total
aug’-cc-pVDZ 49 17 41 13 120
d’-aug’-cc-pVDZ 60 20 50 15 145
parte C
AUX A
1
B
1
B
2
A
2
Total
I 0 1 0 0 1
II 1 0 1 0 2
III 0 1 0 0 1
IV 2 0 0 0 2
onda de referˆencia RASSCF, por´em participam da expans˜ao CISD;
3. CAS e AUX - ao os orbitais do sistema π e orbitais de R, respectivamente. Rep-
resentam os orbitais ativos utilizados na constru¸ao das configura¸oes da fun¸ao de
onda de referˆencia, al´em disso, participam da expans˜ao CISD;
ii. Na parte B est˜ao indicados os n´umeros de orbitais moleculares para cada tipo de fun¸ao
de base atˆomica utilizadas, o que reflete no n
o
de CSF ’s da expans˜ao MR-CISD;
iii. Na parte C est˜ao indicados os orbitais adicionados no espa¸co auxiliar, nesse caso os de R,
limitando o n´umero de estados que ser´a calculado para cada simetria. A escolha desses
orbitais ´e baseada no conjunto otimizado RASSCF da sec¸ao anterior, por exemplo: para
a simetria A
1
foram otimizados trˆes estados, o fundamental, um ππ
e o 3p
x
, portanto,
apenas o orbital 3p
x
(B
1
) fora utilizado no espa¸co AUX (nota¸ao I na tabela) para gerar
o conjunto m´ınimo de referˆencia; para a simetria B
1
foram otimizados os estados de R 3s
e 3p
y
, logo, fora utilizado um espa¸co AUX com os orbitais de R 3s (A
1
) e 3p
y
(B
2
) para
construir a fun¸ao de referˆencia (nota¸ao II na tabela); e assim sucessivamente.
Na representa¸ao usual esses alculos ao denominados por MR-CISD/aug’-cc-pVDZ e MR-
6.1 MR-CISD - Pirrol 127
Tabela 28: Compara¸ao entre o n´umero de CSF s nas fun¸oes MCSCF e na expans˜ao MR-CISD,
por simetria.
n´umero de CSFs para o Pirrol
C
2v
A
1
B
1
B
2
A
2
MCSCF
base 67 114 58 111
MR-CISD
aug’-cc-pVDZ 1, 5 × 10
7
2, 7 × 10
7
1, 3 × 10
7
2, 7 × 10
7
d’-aug’-cc-pVDZ 2, 3 × 10
7
4, 3 × 10
7
2, 0 × 10
7
4, 2 × 10
7
CISD/d’-aug’-cc-pVDZ, a tab. 28 re´une os n´umeros de CSF s obtidos com as fun¸oes de onda
MCSCF (cap´ıtulo anterior) e MR-CISD.
6.1.1 A Influˆencia da Expans˜ao CISD na Descri¸ao dos Estados
Excitados
Os resultados obtidos pelas duas bases aug’-cc-pVDZ e d’-aug’-cc-pVDZ est˜ao mostrados
na tab. 31 no final da sec¸ao. Para os dois n´ıveis de aculo MR-CISD/base ao obtidos seis
estados excitados de R e dois V : sendo dois tipo π3s, quatro restantes com car´ater π3p
i
e dois
tipo ππ
(para a base aug’-cc-pVDZ estamos caracterizando o estado 2B
2
como V apesar de
verificada pertuba¸ao de configura¸ao de R). Dois aspectos ao essenciais para garantir essa
classifica¸ao: os valores de r
2
e os percentuais das CSF s.
O que se percebe numa an´alise preliminar quando se compara os resultados RASSCF com
os MR-CISD ´e que quase todas as propriedades variaram (verificar as tab.s 16, 18 e 31). De
in´ıcio vamos comentar as varia¸oes das propriedades referentes `a maioria dos estados de R,
visto que resultam de altera¸oes similares, independentemente da base utilizada:
i. Os valores de r
2
ao levemente menores quando se utiliza o etodo MR-CISD. As
diferen¸cas entre os resultados RASSCF e MR-CISD ao no aximo de 7,45 e 8,37 ua
para aug’-cc-pVDZ e d’-aug’-cc-pVDZ, respectivamente;
ii. As energias de excita¸ao ao bem maiores na descri¸ao MR-CISD. As varia¸oes entre
RASSCF e MR-CISD ficaram nas faixas 0, 59 0, 75 e 0, 75 1, 08 eV , para aug’-cc-
pVDZ e d’-aug’-cc-pVDZ, respectivamente;
6.1 MR-CISD - Pirrol 128
iii. As CSF s apresentam um car´ater multiconfiguracional mais acentuado no n´ıvel CI e bom
que se perceba que esse maior peso das CSF s complementares ao suficiente para indefinir
o car´ater do estado).
Dois destes comportamentos de certa forma se complementam: o maior car´ater multi-
configuracional e a dimini¸ao da propriedade r
2
. Mas por que se complementam!? Uma
compara¸ao simples entre o n´umero de CSF s obtidos por cada m´etodo pode justificar esse fato,
visto que, enquanto o n´umero de CSFs do RASSCF para tratar os estados da simetria A
2
´e
de 111 para qualquer base, para o MR-CISD os umeros crescem de forma absurda de uma
centena para 27 e 42 milh˜oes para as bases aug’-cc-pVDZ e d’-aug’-cc-pVDZ, respectiva-
mente (a diferen¸ca de quase o dobro entre as duas bases ´e conseq¨encia do maior n´umero de
orbitais virtuais da ´ultima base).
Com rela¸ao `a energia de excita¸ao vertical a diminui¸ao ´e conseq¨uˆencia da maior in-
fluˆencia da energia de correla¸ao dinˆamica no estado fundamental comparado aos estados de
R. Esse aspecto tamb´em a fora visto em outros trabalhos, como no caso do Benzeno (MRMP)
(HASHIMOTO; NAKANO; HIRAO, 1998); do Ciclopentadieno, do Furano (MRMP) (NAKANO et
al., 1996) e do Cloro-Vinil (MRCI ) (CHANG; CHEN, 2002). Essa maior sensibilidade na ener-
gia de excita¸ao, conseq¨encia da inclus˜ao da correla¸ao dinˆamica, ao se restringe apenas ao
estado fundamental, mas aos estados de V como um todo (nas referˆencias supracitadas isso
tamb´em ´e evidenciado). Por exemplo, para os nossos resultados, para a base d’-aug’-cc-pVDZ,
as energias dos estados ππ
de simetrias A
1
e B
2
diminuem 0,13 e 0,81 eV . Para estes autores
o MCSCF representa uma fun¸ao bem completa nas caracter´ısticas da maioria dos estados de
R, o que deve ser um reflexo do car´ater essencialmente monoconfiguracional destes estados.
Por fim vamos analisar os estados 2A
1
, 3A
1
e 2B
2
descritos pela base aug’-cc-pVDZ, que
merecem um certo destaque, pois dois deles mudam de car´ater ap´os a inclus˜ao da energia de
correla¸ao dinˆamica. Se por um lado, na fun¸ao MCSCF os estados excitados de simetria
A
1
demonstravam um car´ater misturado bastante acentuado, envolvendo especificamente as
transi¸oes π-π
e π-3p
x
, por outro, ap´os a inclus˜ao de correla¸ao dinˆamica os mesmos assumem
o car´ater de V - 2A
1
e R - 3A
1
(´e interessante verificar que os estados de R com transi¸ao para
o orbital 3p
x
continuam apresentando os aspectos de irregularidade descritiva se comparados
aos outros 3p
i
s). Por outro lado, o estado 2B
2
que apresentava um car´ater bem definido como
V mostra uma certa interferˆencia da transi¸ao π
2b1
-3p
x
( 15%) nos resultados MR-CISD, o
que de certa forma pode justificar o leve aumento da extens˜ao espacial de estado neste n´ıvel de
alculo.
6.1 MR-CISD - Pirrol 129
Uma conclus˜ao preliminar que podemos retirar de todos esses resultados comparando as
duas bases est´a diretamente ligada ao que detalhamos no cap´ıtulo anterior, pois como comen-
tamos a fun¸ao de referˆencia (MCSCF ) deve montar um esbco bem otimizado em termos das
diversas propriedades na caracteriza¸ao dos estados para de certa forma potencializar a inclus˜ao
da correla¸ao dinˆamica, quer dizer, o MR-CISD ao faz agica! Logo, se o ponto de partida
ao est´a adequado, como no caso SA-11-RASSCF(CAS(V )
1e
AUX(R))/aug’-cc-pVDZ, a
descri¸ao tende a ao equilibrar as propriedades dos estados R e, o maior reflexo disso ´e que os
estados de V podem sofrer contamina¸ao de transi¸oes envolvendo orbitais de R e vice-versa.
Caso contr´ario acontece com a estrutura SA-11-RASSCF(CAS(V )
1e
AUX(R))/d’-aug’-cc-
pVDZ, pois o MR-CISD confirma a boa constru¸ao da fun¸ao de referˆencia.
6.1.2 S´eries de Rydberg
Apesar de uma compara¸ao entre os resultados MR-CISD/aug’-cc-pVDZ e MR-CISD/d’-
aug’-cc-pVDZ levar `a conclus˜ao de que do ponto de vista te´orico este ´ultimo deve ser o mais
adequada, visto que ao descrever os estados de R de forma inconsistente e ao constr´oi estados
com misturas artificiais de configura¸oes de V e R. Por´em, para justificar o melhor resultado
´e indispens´avel uma compara¸ao com resultados experimentais. Al´em disso, tamb´em se faz
necess´ario verificar a influˆencia da corre¸ao de Davidson na energia de excita¸ao vertical (tab.
31).
No entanto, nem sempre uma compara¸ao simples pode ser realizada entre as energias de
excita¸oes obtidas e o espectro eletrˆonico de absor¸ao. Por exemplo, o pr´oprio Pirrol apresenta
um n´umero razo´avel de estados excitados muito pr´oximos, al´em da estrutura roto-vibracional
inerente a esse tipo de espectro, o que torna quase imposs´ıvel garantir quantos estados realmente
comp˜oem as bandas de absor¸ao.
Nesses casos quase sempre ao necess´arias ecnicas especiais para detectar certas transi¸oes
eletrˆonicos, como por exemplo: espectroscopia de perda de energia de el´etrons ( electron energy-
loss) (FLICKER; MOSHER; KUPPERMANN, 1976), de ioniza¸ao por multi-f´otons (resonanthy en-
hanced multiphoton ionization spectroscopy) (MC-DIARMID; XING, 1996) e de absor¸ao com
fontes limpas, lasers e luz s´ıncrotron (COUTINHO et al., 2002). Por sinal, alguns resultados ex-
perimentais para os estados de R foram obtidos por tais t´ecnicas, vamos ent˜ao comentar sobre
alguns obtidos relativos aos calculados nesse cap´ıtulo:
i. A grande maioria de trabalhos experimentais e te´oricos em identificado a primeira
6.1 MR-CISD - Pirrol 130
transi¸ao singleto-singleto do Pirrol numa regi˜ao pr´oxima de 5 eV , sendo a mesma
de car´ater puramente vibrˆonico, e est´a associada a uma excita¸ao do orbital HOMO-π
a2
ao orbital de R do tipo 3s de simetria A
1
. Com rela¸ao ao resultado experimental, o valor
mais citado ´e de 5,22 eV (BAVIA et al., 1976);
ii. Para a s´erie HOMO-3p
i
apenas as transi¸oes permitidas foram observadas, 3p
z
e 3p
y
, e
de uma maneira geral os resultados teoricamente e experimentais concordam que essas
transi¸oes participam da defini¸ao da primeira banda de absor¸ao eletrˆonica. Dentre os
valores experimentais mais citados temos: 5,99 e 6,02 eV obtidos por Cooper et al. (1980)
e 5,88 e 5,98 eV obtidos por Flicker, Mosher e Kuppermann (1976);
iii. Quanto `a erie 3s e 3p
i
s do orbital HOMO-1, os resultados ao ainda escassos, especial-
mente para a transi¸ao 3s. Por´em, apenas uma transi¸ao 3p em torno de 6,78 eV ´e que
tem sido predita por Flicker, Mosher e Kuppermann (1976);
Baseando-se neste resultados experimentais, fica evidente que a fun¸ao de onda MR-CISD+Q/d’-
aug’-cc-pVDZ representa a melhor descri¸ao. Por´em, antes do parecer final, vamos analisar
algumas peculiaridades da eries de R , que de certa forma podem validar algumas transi¸oes
que ao tenham sido ou sejam muito complicadas de se observar experimentalmente.
Tradicionalmente, os estados de R ao definidos como estados que apresentam uma grande
similaridade com os estados eletrˆonicos dos ´atomos hidrogen´oides, ao por acaso que seus
orbitais apresentam formas t´ıpicas de orbitais hidrogen´oides. O que se notou ´e que o espectro
eletrˆonico de absor¸ao dos estados de R contˆem uma s´erie convergente de linhas, cuja a energia
se ajusta `a equa¸ao dada pela ormula =
i
r
(nδ)
2
, a mostrada no cap´ıtulo 3 (lembrar que:
´e a energia de excita¸ao vertical,
i
´e o P I, δ ´e o defeito quˆantico, n = 3 e r ´e s constante
de Rydberg = 13, 61 (OLALLA et al., 2002).
Valores t´ıpicos de δ para as s´eries, 3s, 3p e 3d est˜ao descritos na literatura. Por exem-
plo, para mol´eculas como Pirrol (PALMER; WALKER; GUEST, 1998), Pirazol (PALMER; GUEST,
2003; WALKER et al., 2003), Isoxazol (WALKER et al., 2004), Oxazol (PALMER; GANZENM¨uLLER;
WALKER, 2007), isˆomeros da Triazina (PALMER et al., 1995, 1998) e Tetrazina (PALMER et al.,
1997), os valores de δ para as transi¸oes 3s e 3p variam entre 0,87-1,06 e 0,51-0,71, respectiva-
mente.
Na tab. 29 est˜ao mostrados os valores estimados para o δ obtidos com os seguintes m´etodos/bases:
MR-CISD/d’-aug’-cc-pVDZ, MR-CISD/aug’-cc-pVDZ, MR-CISD+Q/d’-aug’-cc-pVDZ, MR-CISD/aug’-
cc-pVDZ, RASSCF/d’-aug’-cc-pVDZ e RASSCF/aug’-cc-pVDZ. O PI ´e o mesmo utilizado no
6.1 MR-CISD - Pirrol 131
Tabela 29: Defeitos Quˆanticos (δs) para os estados de R estimados para o Pirrol, calculados
para do trˆes n´ıveis MR-CISD+Q
a
, MR-CISD
b
e RASSCF
c
e bases d’-aug’-cc-pVDZ e aug’-cc-
pVDZ.
Defeito Quˆantico d’-aug’-cc-pVDZ aug’-cc-pVDZ
Estados δ
a
δ
b
δ
c
δ
a
δ
b
δ
c
1A
2
(π
a2
-3s) 0,91 1,01 1,20 0,95 1,01 1,18
1B
1
(π
a2
-3p
y
) 0,60 0,69 1,04 0,66 0,75 0,96
2A
2
(π
a2
-3p
z
) 0,59 0,73 1,03 0,64 0,72 0,97
1B
2
(π
a2
-3p
x
) 0,53 0,68 1,00 0,34 0,41 0,72
2B
1
(π
2b1
-3s) 0,92 1,01 1,24 0,99 1,04 1,25
3A
1
(π
2b1
-3p
x
) 0,62 0,67 0,67 0,29 0,30 0,60
cap´ıtulo 4 (PALMER; BEVERIDGE, 1987) para os dois orbitais ocupados π
a2
e π
2b1
, P I
1
= 8, 33
e P I
2
= 9, 22 eV , respectivamente.
Comparando os valores de δ com os obtidos para as outras mol´eculas percebe-se facilmente
que a fun¸ao de onda MCSCF descreve de maneira impr´opria os desfeitos quˆanticos e, de uma
maneira geral, os deslocamentos ao muito altos (para qualquer base atˆomica). No entanto, os
resultado MRCI (MR-CISD ou MR-CISD+Q) obtidos com a base d’-aug’-cc-pVDZ ao os mais
adequados, enquanto os resultados obtidos com a base aug’-cc-pVDZ demonstram uma certa
discrepˆancia, pois os valores referentes `as transi¸oes 3p
x
est˜ao muito baixos se comparado aos
outros 3p
i
s. O que ´e bastante interessante notar ´e que as limita¸oes na descritivas destes estados
discutidas no cap´ıtulo anterior sobre a fun¸ao de referˆencia se mantˆem nesta ormula emp´ırica.
O que representa mais uma evidˆencia de que a utiliza¸ao de uma referˆencia inadequada ao
pode ser corrigida pelo MRCI.
Enfim, os dados experimentais das energias de excita¸ao vertical, bem como os defeitos
quˆanticos t´ıpicos obtidos pela ormula emp´ırica das transi¸oes de R refor¸cam que a metodologia
MR-CISD+Q/d’-aug’-cc-pVDZ representa uma descri¸ao bastante adequada para caracterizar
os estados de R.
6.1.3 A Descri¸ao dos Estados ππ
Como introduzimos na introdu¸ao da disserta¸ao, a caracteriza¸ao das bandas de absor¸ao
do espectro do Pirrol ´e ainda um quest˜ao ao resolvida. Do ponto de vista te´orico o prob-
lema est´a essencialmente no alculo da transi¸ao π-π
de simetria B
2
. Enquanto os resultados
CASPT2/ANO indicam que esta transi¸ao est´a na faixa 5,8-6,0 eV , a grande variedade de out-
6.1 MR-CISD - Pirrol 132
ros etodos te´oricos ab initio, dentre os quais inclu´ımos o MRCI/cc-pVDZ, ACD2/cc-pCDZ,
EOM-CC/cc-pVTZ, SAC-CI/aug-cc-pVDZ e CC3/ANO tˆem predito essa mesma transi¸ao na
faixa 6,5-6,8 eV .
Os dois trabalhos mais sofisticados realizados p or Roos et al. (2002) e Trofimov e Schirmer
(1997) predizem perfis bem diferentes para o espectro do Pirrol (sofistica¸ao nesse caso est´a
em acoplar o movimento roto-vibracional com as excita¸oes verticais obtidas, ou seja, simulam
boa parte do espectro eletrˆonico de absor¸ao). A fig. 24 mostra resultados de simula¸oes da
primeira banda de absor¸ao do Pirrol para essa duas metodologias, comparadas ao espectro de
absor¸ao experimental (para maiores detalhes analisar os artigos).
a deve ter ficado not´orio que a diferen¸ca mais acentuada est´a na caracteriza¸ao dos estados
ππ
, principalmente o de simetria B
2
, visto que, os resultados CASPT2 mostram que o perfil da
primeira banda ´e quase completamente definido por esta transi¸ao (a energia e a FO conduzem a
Figura 24: Compara¸ao experimento versus teoria (Polarization Propagator ACD2 - second-
order algebraic-diagrammatic construction e CASPT2 ) da primeira banda do espectro
eletrˆonico de absor¸ao do Pirrol (figuras adaptadas dos artigos supracitados acima).
6.1 MR-CISD - Pirrol 133
esta afirma¸ao), enquanto os resultados ACD2 mostram que a mesma ´e definida exclusivamente
por transi¸oes para estados de R (o estado ππ
´e muito mais alto e tem FO compar´avel aos de
R).
Enquanto que os autores Trofimov e Schirmer (1997) ao conseguem justificar as impor-
tantes discrepˆancias, para Roos et al. (2002) essa diferen¸ca ´e uma conseq¨encia da mistura
V
-
R
, ao discutida na sec¸ao anterior, que aumenta e diminui consideravelmente o ∆E e a
FO
,
respectivamente. Essa cr´ıtica atribu´ıda por estes ao se resumiu a esse trabalho mas tamb´em
a todos os outros publicados at´e o momento, com o intuito de descrever o espectro eletrˆonico
de absor¸ao do Pirrol.
A justificativa do grupo que utiliza CASPT2 ao ´e baseada apenas em aspectos te´oricos,
mas de certa forma alicer¸cada em fatos experimentais, mais precisamente quando ao compara-
dos os resultados dos espectros do Pirrol nas fases gasosa e condensada. Em fase gasosa o
aximo da primeira banda fica em torno de 6,0 eV (ver fig. 24), a em l´ıquido a primeira
banda de absor¸ao aparece em 5,90 eV (BAVIA et al., 1976). A justificativa para que o ππ
componha quase por completo essa banda est´a na constata¸ao experimental da perturba¸ao
dos estados de R em fase condensada, diminuindo ou quase desaparecendo. Essa constata¸ao
experimental fora utilizada como id´eia chave no estudo realizado por Besley e Hirst (1999),
onde os autores estudam teoricamente (protocolo CASSCF/CASPT2 ) a influˆencia do solvente
´agua (colocado de maneira expl´ıcita, com poucas mol´eculas ao redor do soluto) no espectro
eletrˆonico de absor¸ao da Formamida, e concluem que os estados de R ao desestabilizados, a
que as energias de excita¸ao ao bem mais altas e as FOs bem mais baixas no meio solvente.
No tocante `a metodologia MRCI temos apenas o trabalho de Palmer, Walker e Guest
(1998), que utilizam o m´etodo MR-CID (as excita¸oes simples o fazem parte da estrutura de
referˆencia MCSCF ), e neste caso os resultados obtidos para esses dois estados ππ
foram 6,67
(A
1
) e 6,78 eV (B
2
). Infelizmente os autores ao realizaram um estudo criterioso e cuidadoso
das propriedades da fun¸ao de referˆencia como fizemos no cap´ıtulo anterior. Na realidade,
neste trabalho, apenas os resultados MR-CID ao apresentados. Al´em disso, dentro do enorme
conjunto de estados estudados, alguns ππ
com energias maiores que 8,0 eV est˜ao bastante
misturados (identificamos tamb´em nestes resultados o que chamamos de incosistˆencia descritiva
da s´erie de R, em que os valores obtidos para r
2
ao bem diferentes para as duas transi¸oes
π
a2
-3p
x
e π
2b1
-3p
x
: 196,3 e 119,6 ua, respectivamente).
a deve ter ficado claro que o m´etodo MR-CISD+Q/d’-aug’-cc-pVDZ leva ao nosso melhor
resultado para a transi¸ao ππ
(B
2
0, pois o mesmo se aproxima da faixa obtida com os outros
6.1 MR-CISD - Pirrol 134
resultados te´oricos 6,4-6,8 eV . No caso do resultado MR-CISD+Q/aug’-cc-pVDZ observa-se a
transi¸ao para o orbital 3 p
x
, no estado em quest˜ao. Isso parece ser o principal motivo para a
obten¸ao de um resultado 0,64 eV maior que o obtido com a outra base.
Contudo, mesmo utilizando uma estrutura que apresenta uma fun¸ao de referˆencia ade-
quada do ponto de vista de misturas artificiais R-V, os resultados ainda ao ao equipar´aveis
aos obtidos com
CASPT2/ANO
. Isso ´e algo que no momento ao conseguimos explicar! Ent˜ao
come¸camos a especular baseando-se nos comenarios dos especialistas dos artigos supracitados.
Ser´a que a resposta est´a na base atˆomica, pois Roos e colaboradores utilizam a base tipo ANO
(atomic natural orbital ), mais extensa e flex´ıvel do a de Dunning? Ou ser´a que precisamos
aumentar ainda mais o espa¸co de referˆencia, incluindo orbitais σ, levando `a correla¸ao σ-π
(M¨uLLER; DALLOS; LISCHKA, 1999)? Ou necessitamos de uma melhor corre¸ao de extensivi-
dade, como AQCC ? Ou simplesmente assumir que o nosso resultado condiz com todas as outras
metodologias?
Dentre as op¸oes acima, levando em considera¸ao a demanda computacional, apostamos
em dois pontos:
i. Aumentar a base atˆomica e adequar os seus expoentes, assim como o espa¸co ativo, aos
estados de V ;
ii. Utilizar a corre¸ao de extensividade mais eficiente para o MR-CISD, o MR-AQCC.
Esse primeiro procedimento relativo `a base e ao espa¸co ativo fora proposto e testado por
Celani e Werner (2003) (protocolo CASSCF/CASPT2 ), como a comentado na introdu¸ao do
cap´ıtulo 5, e ser´a testado por os utilizando o esquema CASSCF/MR-CISD. No entanto, ´e bom
que fique claro que o objetivo ao ´e diminuir as misturas configuracionais, pois isso a ´e evitado
com uma base adequada, como a d’-aug’-cc-pVDZ . A id´eia ´e trabalhar com mais expoentes
para descrever os estados ππ
.
Para isso os inicialmente montamos a estrutura MCSCF com apenas trˆes estados, sendo
dois de simetria A
1
(fundamental e ππ
) e um B
2
(ππ
). O espa¸co ativo utilizado cont´em
apenas o sistema π, e esta fun¸ao ´e denominada de SA-3-CASSCF(5,6). Foi utilizada a base
aug’-cc-pVTZ para os ´atomos pesados e cc-pVTZ para o H. Essa base tem a estrutura de
primitivas (10s5p2d1f) e contra¸ao [4s3p2d1f] para C e N; (6s2p1d) e [3s2p1d] para H. O
grupo de difusas aug’ para os ´atomos pesados representa a inclus˜ao de 1s1p1d (a difusa tipo f
´e exclu´ıda).
6.1 MR-CISD - Pirrol 135
Tabela 30: Resultados MR-CISD , MR-CISD+Q e MR-AQCC para as energias de excita¸ao
em eV para os estados ππ
, utilizando as trˆes bases aug’-cc-pVDZ, d’-aug’-cc-pVDZ, e aug’-cc-
PVTZ/cc-pVTZ (Obs: retiramos a nota¸ao MR)
aug’-cc-pVDZ d-aug’-cc-pVDZ aug’-cc-pVTZ/cc-pVTZ
Estados CISD CISD+Q CISD CISD+Q CISD CISD+Q AQCC
A
1
6,54 6,44 6,57 6,44 6,39 6,33 6,24
B
2
7,62 7,48 7,52 6,84 6,95 6,67 6,33
Em seguida realizamos os alculos MR-CISD com os dois tipos de corre¸oes MR-CISD+Q
e MR-AQCC. Esse alculo ´e novamente fragmentado para cada simetria, por´em a fun¸ao de
referˆencia representa o CASSCF e ´e igual para os dois alculos. O n´umero de CSF s na expans˜ao
MR-CISD para essa base e espa¸co ativo ´e de 27 milh˜oes para as duas simetrias (similar ao
obtido com a base d’-aug’-cc-pVDZ, ver tab. 28).
Reunimos na tab. 30 os resultados de todos os alculos tipo CI para os dois estados ππ
at´e o momento realizados:
´
E bastante surpreendente notar o que um espa¸co ativo e uma fun¸ao de base constru´ıdas
para descrever grupos espec´ıficos de estados, assim como a corre¸ao de extensividade, po-
dem produzir. Os resultados MR-AQCC/(aug’-cc-pVTZ/cc-pVTZ) mostram as energias de
excita¸ao vertical dos ππ
bem pr´oximas do aximo da primeira banda de absor¸ao eletrˆonica
experimental e da metodologia CASPT2 do que todas as outras metodologias.
Comparando as peculiaridades dos dois estados em quest˜ao, o estado de simetria B
2
demon-
stra uma sensibilidade muito grande com a base atˆomica e com a corre¸ao de extensivi-
dade, visto que a diferen¸ca ´e de 1,29 eV entre o maior (MR-CISD/aug’-cc-pVDZ ) e o menor
(MR-AQCC/(aug’-cc-pVTZ/cc-pVTZ)) resultados obtidos, a para o estado de simetria A
1
a
diferen¸ca ´e de apenas 0,33 eV .
6.1.4 Considera¸oes Finais
Por fim comparamos na tab. 32 os nossos melhores resultados obtidos para a energia de ex-
cita¸ao vertical e para a FO com os obtidos a partir de outras metodologias e com os resultados
experimentais referentes `a da primeira banda de absor¸ao do Pirrol.
Nestes resultados dois ao os pontos principais que destacaremos:
i. Estados de R:
6.1 MR-CISD - Pirrol 136
1. Os nossos melhores resultados ao os obtidos utilizando-se a fun¸ao de onda MR-
CISD+Q/d’-aug’-cc-pVDZ e, as diferen¸cas entre estes resultados e os experimentais
ao ao maiores (em odulo) que 0,13 eV . Com rela¸ao aos outros resultado te´oricos
a publicados para essa mol´ecula as diferen¸cas ao ultrapassaram (em odulo) 0,28
eV ;
2. No caso da FO, para as transi¸oes permitidas por simetria, o resultado que desta-
camos ´e o da transi¸ao π
a2
-3p
x
, a que para a maioria das metodologias a mesma ´e
a mais intensa do conjunto R e, no caso dos m´etodos CC3 e SAC-CI a intensidade
´e maior que a dos estados ππ
;
ii. Estados de V :
1. Os nossos melhores resultados predizem energias de 6,24 e 6,33 eV para essas
transi¸oes, utilizando-se o etodo MR-AQCC/(aug’-cc-pVTZ/cc-pVTZ). Estes re-
sultados ao os que mais se aproximam da transi¸ao experimental (hipot´etica) ππ
de 5,98 eV . Essa energia de excita¸ao vertical, justamente com a FO obtidas, de
certa forma, nos induzem a pensar que provavelmente o estado ππ
de simetria B
2
deve definir o perfil da primeira banda de absor¸ao eletrˆonica, conclus˜ao similar `a
obtida com o protocolo CASSCF/CASPT2.
A base d’-aug’-cc-pVDZ se adequ´a bem apenas aos estados de R 3s ou 3p
i
(i = x, y, z)
descrevendo de maneira equilibrada desde a referˆencia (MCSCF ), como a energia (resultando
em valores muito pr´oximos dos obtidos experimentalmente).
Quanto aos estados de V verifica-se uma descri¸ao adequada com a base d’-aug’-cc-pVDZ
apenas para o m´etodo MCSCF. Por´em, quando estes ao comparados com os resultados MR-
CISD/(aug’-cc-pVTZ/cc-pVTZ) e quando as hip´oteses experimentais e os resultados da metodolo-
gia equipar´avel (CASPT2) ao levados em considera¸ao restam d´uvidas se realmente esta fun¸ao
de onda ´e adequada para estes tipos de estados.
Contudo, algumas quest˜oes permanecem: Ser´a que se utilizarmos a base ANO e um maior
espa¸co ativo as energias dos estados de V ficar˜ao mais baixas, especialmente a do estado ππ
de
simetria B
2
? Se a utiliza¸ao de bases do tipo d-aug-cc-pVTZ ou d-aug-cc-pVQZ ser´a suficiente
para construir uma fun¸ao de onda adequada para qualquer tipo de estados estudados nesta
disserta¸ao!?
6.1 MR-CISD - Pirrol 137
Tabela 31: Resultados MR-CISD
a
e MR-CISD+Q
b
obtidos com as bases aug’-cc-pVDZ e d’-aug’-cc-pVDZ. As cores atribu´ıdas aos
preenchimentos de cada s´ımbolo est´a associado ao car´ater R e V .
Pirrol - aug’-cc-pVDZ
Estados Energia
a
∆E
a
Energia
b
∆E
b
x
2
y
2
z
2
r
2
Composi¸ao
(ua) (eV ) (ua) (eV ) (ua) (ua) (ua) (ua)
1A
1
- F -209,46299 -209,55617 25,47 19,25 16,88 0,795 Camada Fechada
1A
2
- R -209,28699 4,79 -209,37391 4,96 34,74 28,37 44,56 46,06 0,714 π
a2
-10
a1
(3s) \ 0,076 π
a2
-11
a1
(3p
z
)
1B
1
- R -209,25989 5,53 -209,34604 5,72 35,22 47,30 35,40 56,32 0,442 π
a2
-7
b2
(3p
y
) \ 0,337 π
2b1
-10
a1
(3s)
2A
2
- R -209,25748 5,59 -209,34418 5,77 36,56 34,57 49,73 59,26 0,710 π
2b1
-11
a1
(3p
z
) \ 0,074 π
a2
-10
a1
(3s)
2B
1
- R -209,25505 5,66 -209,34145 5,84 34,78 44,11 37,96 55,24 0,369 π
a2
-7
b2
(3p
y
) \ 0,337 π
2b1
-10
a1
(3s)
1B
2
- R -209,23595 6,18 -209,32496 6,29 43,13 24,99 19,23 25,75 0,650 π
a2
-4
b1
(3p
x
) \ 0,137 π
a2
- π
b1
2A
1
- V -209,22257 6,54 -209,31940 6,44 26,73 20,96 17,25 3,34 0,392 π
2b1
-π
b1
\ 0,242 π
a2
-π
a2
3A
1
- R -209,19372 7,33 -209,28654 7,34 45,05 26,38 18,25 28,08 0,772 π
2b1
-4
b1
(3p
x
) \ 0,026 π
2b1
-π
b1
2B
2
- V -209,18281 7,62 -209,28139 7,48 30,90 19,51 18,65 7,46 0,558 π
a2
-π
b1
\ 0,151 π
2b1
-4
b1
(3p
x
)
Pirrol - d’-aug’-cc-pVDZ
Estados Energia
a
∆E
a
Energia
b
∆E
b
x
2
y
2
z
2
r
2
Composi¸ao
(ua) (eV ) (ua) (eV ) (ua) (ua) (ua) (ua)
1A
1
- F -209,46600 -209,56263 25,41 19,20 16,83 0,795 Camada Fechada
1A
2
- R -209,29074 4,77 -209,37555 5,09 37,99 30,13 47,88 54,55 0,715 π
a2
-10
a1
(3s) \ 0,078 π
a2
-11
a1
(3p
z
)
1B
1
- R -209,25819 5,65 -209,34771 5,85 40,74 68,90 36,97 85,18 0,695 π
a2
-7
b2
(3p
y
) \ 0,100 π
2b1
-10
a1
(3s)
2A
2
- R -209,26128 5,57 -209,34746 5,86 45,59 40,29 58,10 82,54 0,713 π
2b1
-11
a1
(3p
z
) \ 0,078 π
a2
-10
a1
(3s)
1B
2
- R -209,25720 5,68 -209,34301 5,98 75,51 31,12 32,98 78,17 0,774 π
a2
-4
b1
(3p
x
) \ 0,020 π
a2
- π
b1
2B
1
- R -209,25400 5,77 -209,34079 6,04 42,06 42,34 39,64 62,60 0,671 π
2b1
-10
a1
(3s) \ 0,101 π
a2
-7
b2
(3p
y
)
2A
1
- V -209,22461 6,57 -209,32602 6,44 25,27 20,23 17,44 1,51 0,442 π
2b1
- π
b1
\ 0,253 π
a2
- π
a2
3A
1
- R -209,22032 6,69 -209,31281 6,80 75,86 32,00 32,27 78,69 0,781 π
2b1
-4
b1
(3p
x
) \ 0,053 π
2b1
- π
b1
2B
2
- V -209,18281 7,26 -209,31142 6,84 25,82 19,67 17,97 2,02 0,716 π
a2
- π
b1
\ 0,048 π
2b1
- π
a2
6.1 MR-CISD - Pirrol 138
Tabela 32: Compara¸ao entre diversos resultados te´oricos: energias de excita¸ao vertical (em eV ) e FO para os primeiros estados
excitados na defini¸ao te´orica da primeira banda de absor¸ao do Pirrol ((b)MR-CISD+Q/d’-aug’-cc-pVDZ (c)MR-CISD/(aug’-cc-
pVTZ/cc-pVTZ) (d)Palmer, Walker e Guest (1998) (e)Christiansen et al. (1999) (f)Trofimov e Schirmer (1997) (g)Wan et al. (2000)
(h)Roos et al. (2002) (i)Serrano-Andr´es et al. (1993) (j)Flicker, Mosher e Kuppermann (1976) (k)Bavia et al. (1976)).
Energia de Excita¸ao
Estados MR-CISD
b(c)
MR-CID
d
CC3
e
ACD(2)
f
SAC-CI
g
CASPT2
h(i)
Exp.
1A
2
(π
a2
-3s) 5,09 4,81 5,20 5,03 5,11 5,22 5,22
j
1B
1
(π
a2
-3p
y
) 5,85 5,93 5,95 5,68 5,80 5,87 5,88
j
2A
2
(π
a2
-3p
z
) 5,86 6,00 5,94 5,71 5,81 5,97 . . .
1B
2
(π
a2
-3p
x
) 5,98 5,91 6,04 5,86 5,88 6,09 5,98
j
2B
1
(π
2b1
-3s) 6,04 6,25 6,12 5,77 6,05 (5,97) . . .
2A
1
(π- π
) (6,24) 6,67 6,37 6,66 6,41 5,82 . . .
2B
2
(π- π
) (6,33) 6,77 6,57 6,71 6,48 5,87 6,0
j,k
For¸ca do Oscilador
Estados MR-CISD
b(c)
MR-CID
d
CC3
f
ACD(2)
g
SAC-CI
h
CASPT2
i(j)
1A
2
(π
a2
-3s) 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000
1B
1
(π
a2
-3p
y
) 0,0124 0,0143 0,0250 0,0180 0,0211 0,0260
2A
2
(π
a2
-3p
z
) 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000
1B
2
(π
a2
-3p
x
) 0,0190 0,0235 0,0620 0,0550 0,0805 0,0130
2B
1
(π
2b1
-3s) 0,0047 0,0031 0,0060 0,0140 0,0005 (0,0006)
2A
1
(π- π
) (0,0087) 0,0001 0,0010 0,0170 0,0002 0,0360
2B
2
(π- π
) (0,2285) 0,0712 0,0330 0,0900 0,0475 0,2090
6.2 MR-CISD - 2H-Tetrazol 139
6.2 MR-CISD - 2H-Tetrazol
Na primeira parte dessa sec¸ao conduziremos novamente uma compara¸ao pertinente entre
os resultados RASSCF (cap´ıtulo 5) e MR-CISD, averiguando as mudan¸cas nas propriedades
que caracterizam os estados eletrˆonicos fundamental e excitados, para de certa forma enfatizar
a importˆancia da energia de correla¸ao dinˆamica. Em seguida analisaremos a importˆancia da
corre¸ao de extensividade no tamanho, MR-CISD+Q.
Para este estudo utilizaremos apenas a base d’-aug’-cc-pVDZ, eleita no cap´ıtulo anterior
e, verificada na sec¸ao anterior, como a mais adequada e flex´ıvel dentre as estudadas para a
descri¸ao dos primeiros estados excitados, pois apresenta a melhor rela¸ao custo-benef´ıcio.
No entanto, diferentemente do Pirrol, o conseguimos realizar os alculos MR-CISD para
uma quantidade pequena de estados excitados (conseq¨encia da demanda computacional).
Nesse caso ao caracterizados apenas seis: quatro tipo do V (fundamental, dois
e um
ππ
) e dois do tipo R (tip o 3s). Para conseguir realizar os alculos tivemos que obrigatoria-
mente excluir do espa¸co ativo os orbitais 3p
i
(mesmo no espa¸co auxiliar). Os dados de entrada
para os alculos MR-CISD no COLUMBUS est˜ao colocados na tab. 33.
6.2.1 A Influˆencia da Expans˜ao CISD na Descri¸ao dos Estados
Excitados
Os resultados obtidos est˜ao mostrados na tab. 34 - parte A no final dessa sec¸ao. Primeira-
mente ´e interessante destacar que os cinco estados excitados esperados na caracteriza¸ao est˜ao
realmente descritos, a diferen¸ca essencial est´a no ordenamento, a que os trˆes primeiros ao do
tipo V e os dois ´ultimos ao de R. Dois aspectos ao essenciais para garantir essa classifica¸ao:
Tabela 33: Input do COLUMBUS para o alculo MR-CISD/d’-aug’-cc-pVDZ da mol´ecula
2H-Tetrazol (disposta na simetria do grupo pontual C
s
).
Dados de Entrada
C
s
A’ A” Total
N
o
de Orb. 92 32 124
F C 5 0 5
DOOC 7 0 7
CAS 3 5 8
AUX 1 0 1
6.2 MR-CISD - 2H-Tetrazol 140
como esperado, os valores de r
2
mostram uma extens˜ao espacial acentuada para os de R e
irris´oria para os e V ; e os percentuais das CSF s bem caracterizados nas transi¸oes t´ıpicas.
Quando comparamos os resultados RASSCF e MR-CISD o que se percebe numa an´alise
preliminar ´e que quase todas as propriedades variaram (ver as tab.s 24 e 34). De in´ıcio vamos
comentar as varia¸oes das propriedades referentes aos dois estados de R descritos, visto que
resultam de altera¸oes similares:
i. Os valores de r
2
ao menores quando se utiliza o etodo MR-CISD e, a varia¸ao ´e
em torno de 4,5 ua quando comparado aos resultados RASSCF ;
ii. As energias de excita¸ao aumentam significativamente quando se utiliza o etodo MR-
CISD, e as diferen¸cas entre os dois m´etodos est˜ao entre 0,74 e 0,39 eV para π
3
-3s e n
3
-3s,
respectivamente;
iii. As CSF s apresentam um car´ater multiconfiguracional mais acentuado no n´ıvel CI e bom
que se perceba que esse maior peso das CSFs complementares ao ao suficientes para
indefinir o car´ater do estado).
Cremos novamente, assim como no caso da mol´ecula anterior, que dois destes comporta-
mentos de certa forma se complementam: o maior car´ater multiconfiguracional e a dimuni¸ao
da propriedade r
2
. O umero de CSF s obtidos com a fun¸ao RASSCF ao 2180 e 2188
para as simetrias A
e A

, respectivamente. No caso da fun¸ao de onda MR-CISD os n´umeros
crescem de forma absurda chegando a atingir 260 milh˜oes.
Com rela¸ao a energia de excita¸ao vertical a diminui¸ao ´e conseq¨encia da maior influˆencia
da energia de correla¸ao dinˆamica no estado fundamental, quando comparados aos estados
de R. Novamente, essa sensibilidade na energia de excita¸ao como conseq¨encia da inclus˜ao
da correla¸ao dinˆamica ao ´e apenas restrita ao estado fundamental mais aos estados de V
como um todo. Analisando os trˆes de V descritos, as energias diminuem 0,40, 0,30 e 0,04 eV
para n
3
π
, n
2
π
e ππ
, respectivamente. Com rela¸ao `as propriedades destes estados de V ´e
interessante notar que as varia¸oes ao bem pequenas.
De uma maneira geral, assim como no caso Pirrol, a propriedade que realmente ´e modificada
na descri¸ao dos estados excitados com a inclus˜ao da correla¸ao dinˆamica ´e a energia, refletindo
no ordenamento dos estados. a as outras propriedades ao reflexos da fun¸ao de referˆencia
MCSCF, por isso a importˆancia de caracteriza-las de acordo com detalhamento minucioso no
realizado no cap´ıtulo anterior.
6.2 MR-CISD - 2H-Tetrazol 141
6.2.2 A importˆancia da Corre¸ao de Extensividade no Tamanho
Os resultados MR-CISD+Q levam a diminui¸oes de 0,1 eV para os estados e 0,03 eV
para o ππ
. a os estados de R assumiram comportamento diferentes: a energia de π
3
-3s
aumentou em 0, 03 e a do n
3
-3s diminuiu 0, 1 eV .
Como comentamos na introdu¸ao dessa disserta¸ao a uma escassez de trabalhos que ex-
plorem a espectroscopia eletrˆonica desta mol´ecula:
i. Poucas ao as informa¸oes experimentais referentes ao espectro de absor¸ao do 2H-
Tetrazol restringido-se a apenas um trabalho acerca da fotoqu´ımica desta mol´ecula, Maier
et al. (1996), em que a mol´ecula foi irradia com UV (λ = 193nm = 6,4 eV ) numa matriz
de argˆonio `a 12K e observou-se uma clivagem do anel com libera¸ao de N
2
;
ii. Quanto as contribui¸oes te´oricas ao encontramos nenhuma informa¸oes sobre os estados
excitados que definam o espectro de absor¸ao.
Comparado os valores obtidos e esse experimento fotoqu´ımico citado acima cremos que
o estado ππ
deve ser o ponto de partida para a rea¸ao ocorrer, pois a energia de excita¸ao
(apenas 0, 3 eV maior que o valor experimental da energia do laser utilizado) e a FO mais
alta que a dos outros estados de V garantem essa suposi¸ao, e o valor mais pr´oximo ´e obtido
com a fun¸ao de onda MR-CISD+Q.
A ormula de Rydberg nos fornece o defeito quˆantico, e os valores obtidos para as mol´eculas
heteroc´ıclicas similares ao 2H-Tetrazol podem ser utilizadas para verificarmos se as energias
calculadas est˜ao bem estimadas ou ao (citamos arios trabalhos dessas mol´eculas no decorrer
dessa disserta¸ao). Como dito na sec¸ao anterior os valores de δ para as transi¸oes 3s variam
entre 0,87-1,06.
Mostramos portanto na tab. 34 - parte B os valores estimados para os δs obtidos pelos
seguintes n´ıveis de alculo: MR-CISD, MR-CISD+Q e RASSCF. O PI ´e o mesmo utilizado no
cap´ıtulo 4 (PALMER; BEVERIDGE, 1987).
´
E importante lembrar que os autores descrevem uma
degenerescˆencia para os dois orbitais ocupados HOM O (π
3
) e HOM O-1 ( n
3
), com P I = 11, 3
eV .
Comparando esses valores com os obtidos para as outras mol´eculas percebe-se facilmente
que a fun¸ao de onda MCSCF descreve de maneira impr´opria os defeitos quˆanticos, e de uma
maneira geral os deslocamentos ao altos. Por outro lado, os valores obtidos com os m´etodos
6.2 MR-CISD - 2H-Tetrazol 142
MR-CISD e MR-CISD+Q est˜ao dentro da faixa t´ıpica. Comparando estes dois ´ultimos resul-
tados cremos que a corre¸ao de Davidson descreve as transi¸oes de R mais adequadamente,
pois se partimos dos orbitais HOM O e HOM O-1 quase degenerados espera-se que as energias
de excita¸ao para os estados de R estejam tamb´em muito pr´oximas.
6.2.3 Considera¸oes Finais
Uma situa¸ao bem peculiar do 2H-Tetrazol ´e que seus primeiros estados de V est˜ao ra-
zoavelmente separados em energia dos de R, diferentemente do que ocorre com o Pirrol, que
apresenta uma sobreposi¸ao inerente. A principal diferen¸ca ao est´a essencialmente nos estados
de V, mas sim nos estados de R, que para esta mol´ecula est˜ao bem mais altos em energia.
O que percebemos de uma maneira geral ´e que a fun¸ao MCSCF da um bom esbco das
diversas propriedades que caracterizam os estados excitados e a inclus˜ao da corre¸ao dinˆamica
reflete essencialmente na energia dos estados.
Cremos ter caracterizado melhor a seq¨encia dos primeiros estados excitados singleto do
2H-Tetrazol com a inclus˜ao da correla¸ao dinˆamica e da corre¸ao de extensividade no tamanho,
em compara¸ao aos resultados MCSCF. No entanto, para validar com mais seguran¸ca ´e indis-
pens´avel uma compara¸ao com o espectro eletrˆonico de absor¸ao, algo que ao existe. Por´em,
a ormula de Rydberg e o trabalho fotoqu´ımico de Maier et al. (1996) nos ao uma indica¸ao
de que os resultados est˜ao no caminho certo.
Contudo, a sens´ıvel dependˆencia dos estados de V com a base e com as corre¸oes de
extensividade para o caso do Pirrol, nos deixa d´uvidas se conseguiremos diminuir ainda mais as
energias de excita¸ao vertical destes estados utilizando o m´etodo MR-AQCC justamente com
uma fun¸ao de base mais adequada!? Contudo, o conseguiremos responder a esta quest˜ao de
posse de uma estrutura de computa¸ao paralela pronta.
6.2 MR-CISD - 2H-Tetrazol 143
Tabela 34: Resultados MR-CISD e os defeitos quˆanticos (δ) para alguns estados de R obtidos a partir de resultados experimentais
para o 2H-Tetrazol.
parte A - Resultados MR-CISD
Estados ∆E
a
∆E
b
x
2
y
2
z
2
r
2
FO Composi¸ao
(eV ) (eV ) (ua) (ua) (ua) (ua)
1A’ - F 25,39 16,31 21,43 0,781 Camada Fechada
1A” - V 6,26 6,16 24,65 14,99 22,27 -1,22 0,0239 0,748 n
3
-π
4
\ 0,017 n
3
,π
2
-π
4
,π
5
2A” - V 6,78 6,68 22,42 17,25 22,27 -1,19 0,0019 0,723 n
2
-π
4
\ 0,039 n
1
,π
2
-π
5
2A’ - V 6,72 6,69 26,07 16,63 21,30 0,87 0,0435 0,519 π
3
-π
4
\ 0,121 π
2
-π
5
3A” - R 7,66 7,69 30,44 43,22 31,35 41,88 0,0002 0,707 π
3
-16a’(3s) \ 0,045 π
2
-16a’(3s)
3A’ - R 7,99 7,89 29,27 41,51 32,30 39,95 0,0007 0,731 n
3
-16a’(3s) \ 0,007 n
3
,π
3
-π
5
,16a’(3s)
parte B - Defeito Quˆantico
MR-CISD MR-CISD+Q MCSCF
Estados ∆E δ ∆E δ ∆E
a
δ
3A” (π
3
-3s) 7,66 1,07 7,69 1,06 6,92 1,24
3A’ (n
3
-3s) 7,99 0,97 7,89 1,00 7,60 1,08
144
Conclus˜oes
Vamos comentar os principais elementos que essa disserta¸ao traz com rela¸ao a aplica¸ao de
m´etodos altamente correlacionado ao estudo da seq¨uˆencia e ordenamento dos primeiros estados
eletrˆonicos singleto do Pirrol e 2H-Tetrazol. Para isso, discutiremos as considera¸oes finais de
cada cap´ıtulo individualmente.
No cap´ıtulo 4 estudamos de maneira detalhada a constru¸ao e o entendimento da fun¸ao
MCSCF, nas vers˜oes CASSCF e RASSCF, com rela¸ao a escolha e valida¸ao do espa¸co ativo e
do conjunto m´ınimo CSF s na constru¸ao de uma fun¸ao multiconfiguracional capaz de descrever
e caracterizar os primeiros estados excitados do Pirrol e 2H-Tetrazol.
Com rela¸ao a constru¸ao do espa¸co ativo, come¸camos nossos estudos procurando validar o
protocolo sugerido em diversos trabalhos nesta ´area, os quais sugerem que o conjunto de OM s:
o sistema π, os pares solit´arios n e os orbitais de R 3s, 3p
i
e 3d
j
, representam o m´ınimo, os
quais devem ser escolhidos para construir uma fun¸ao CASSCF adequada e flex´ıvel ao problema
proposto.
Para os orbitais ocupados levamos em considera¸ao a espectroscopia fotoeletrˆonica, mais
especificamente correlacionando o KT (c´alculo RHF ), bem como os resultados CI dos estados
de ioniza¸ao com os resultados experimentais das bandas dos PI s. A partir desta correla¸ao
encontramos justificativas (intuitivas) para colocar no espa¸co ativo os trˆes orbitais π do Pirrol
e os trˆes π e trˆes n para o 2H-Tetrazol.
a para os orbitais virtuais, a escolha ´e bastante complicada, pois o mesmo a experiˆencia da
correla¸ao dos resultados te´oricos e as evidˆencias experimentais da espectroscopia eletrˆonica de
absor¸ao ´e que de certa forma justifica o protocolo. O que nos resta portanto ´e ap enas identificar
e caracterizar os orbitais de V e os de R. No entanto, p or natureza existe uma complica¸ao
na caracteriza¸ao dos virtuais de R. Para caracteriz´a-los utilizamos algumas propriedades que
os estados dos mesmos geralmente apresentam, o que de certa forma pode assegurar a escolha
destes orbitais, como por exemplo:
i. Sempre ao descritos por um car´ater monoconfiguracional (excita¸ao simples) bastante
Conclus˜oes 145
acentuado, o que ´e verificado atrav´es dos pesos das CSF s;
ii. De uma maneira geral, mostram uma extens˜ao espacial bastante acentuada se comparado
a qualquer outro estado de V (fundamental ou excitado), o que ´e mostrado atrav´es do
tra¸co do segundo momento cartesiano (x
2
, y
2
e z
2
);
iii. E por fim, utilizamos a ferramenta visualiza¸ao dos mapas de contornos dos orbitais na
solu¸ao convergida (MCSCF ), ressaltando o car´ater pseudo-hidrogen´oide dos orbitais de
R.
A conclus˜ao final que chegamos com rela¸ao ao conjunto de OM s ´e que: uma vez definido
o problema a ser estudado, o ´unico caminho para se validar a escolha de um sup osto espa¸co
ativo, ou seja, se o conjunto de orbitais escolhidos est˜ao realmente contidos no espa¸co ´e ap´os
a otimiza¸ao, pois, ap´os este passo, possivelmente, os orbitais ocupados e virtuais (V e R)
apresentaram descri¸oes coerentes.
A segunda parte deste cap´ıtulo 4 trata da utliza¸ao de apenas uma fra¸ao do espa¸co de
configura¸oes, utilizando o procedimento RASSCF, com o compromisso de representar a melhor
rela¸ao custo benef´ıcio: (i) o menor n´umero de configura¸oes; (ii) a descri¸ao adequada das
propriedades dos estados eletrˆonicos quando comparado com os resultados da fun¸ao de onda do
sub-espa¸co completo, CASSCF. Para esse estudo foram escolhidos, propositalmente, um grupo
de quatro estados com as caracter´ısticas mais adversas poss´ıveis, com o objetivo de testar se a
flexibilidade ´e mantida no espa¸co restrito de configura¸oes. Para o Pirrol os estados escolhidos
ao dois de V (fundamental e ππ
) e os de R (π3s e π3p
x
), enquanto que para o 2H-Tetrazol
ao o estado fundamental, ππ
, n3s e π3p
z
.
Assim foi realizado duas constru¸oes de RASSCF: Uma separando os orbitais de V e R
em espa¸cos diferentes, ou seja, CAS(V )
ne
AUX(R), e outra ao diferindo as excita¸oes
para os dois tipos de orbitais virtuais, isto ´e, RAS
ne
AUX. Conclu´ımos, analisando os
resultados obtidos para as duas mol´eculas, que o esquema proposto por M¨uller e Lischka (2001),
CAS(V )
1e
AUX(R), representa uma esp´ecie de limite do n´umero aximo de redu¸oes
que podemos fazer no sub-espa¸co CASSCF, sem comprometer as descri¸ao das propriedades
relativas ∆E e r
2
ou absoluta FO e as CSF s obtidas pelo mesmo.
No cap´ıtulo 5 apresentamos um estudo sistem´atico sobre como interpretar e resolver o
problema de mistura de configura¸oes de V - R na fun¸ao de onda multiconfiguracional. Este
estudo foi realizado de maneira individual para cada mol´ecula, com o objetivo de entender as
varia¸oes nas propriedades dos diversificados tipos de estados excitados em fun¸ao dos diferentes
Conclus˜oes 146
tipos de bases atˆomicas (a diferen¸ca essencial est´a no n´umero de fun¸oes difusas adicionadas
ao conjunto atˆomico cc-pVDZ ). O requisito para a fun¸ao de base mais adequada consiste em
descrever com a maior flexibilidade e coerˆencia poss´ıvel os diversos tipos de estados com o menor
n´umero de expoentes poss´ıveis, ou seja, a melhor rela¸ao custo benef´ıcio. Esse estudo representa
o outro elemento importante, al´em do espa¸co ativo e n´umero de configura¸oes, na constru¸ao de
uma fun¸ao de onda multiconfiguracional adequada e flex´ıvel para se tratar estados excitados.
Assim, foi realizado um estudo para um conjunto de onze e quinze estados para o Pirrol e 2H-
Tetrazol, respectivamente, sendo obtido a seguinte conclus˜ao: o melhor conjunto de exp oentes
atˆomicos implicar´a na descri¸ao mais adequada dos estados de R (o que est´a diretamente ligado
a constru¸ao mais equilibrada do orbital de R). O principal reflexo disso ´e verificada na negativa
desta conclus˜ao, ou seja, se o elemento orbital pseudo-hidrogen´oide ao ´e descrito de maneira
adequada, obteremos:
i. Os estados que deveriam ser caracterizados ora como R ou V ficam suscet´ıveis a intera¸oes
artificiais, isto ´e, ao obtidos estados com configura¸oes misturadas;
ii. O conjunto de estados de R caracterizado apresenta uma certa irregularidade descritiva,
quer dizer, alguns estados mostram valores bem distintos das propriedades, especialmente
do valor r
2
.
Esse tipo de intera¸ao artificial e de irregularidade descritiva na fun¸ao de referˆencia fora
encontrado para a mol´ecula do Pirrol nos estados: 2 A
1
e 3A
1
e na erie de R tipo π3p
x
. Nesse
caso, a mistura de configura¸oes est´a ligada a uma a descri¸ao especificamente do orbital
3p
x
, a que as duas inconsistˆencias descritivas e os dois estados misturados obtidos comp˜oem-se
por pesos significativos envolvendo transi¸oes para os orbitais 3p
x
e π
. Enquanto no caso 2H-
Tetrazol, as denuncias ficam por conta de arios estados de R 3p e os poss´ıveis estados mais
altos ππ
, e novamente, a mistura de configura¸oes e a irregularidade descritiva est˜ao ligada
possivelmente a uma a descri¸ao dos orbitais 3p
i
.
O interessante ´e que a artificialidade e a descri¸ao irregular ao obtidos de forma bem
acentuada com as bases 6-31++G
∗∗
(apenas Pirrol), aug’-cc-pVDZ e aug-cc-pVDZ (acentuado
apenas para o 2H-Tetrazol), por´em ao corrigidos a partir do conjunto d’-aug’-cc-pVDZ. Essa
mudan¸ca de car´ater na fun¸ao de onda multiconfiguracional, conseq¨encia do orbital de R, fica
evidenciado nas fig. s 21 e 22, marcando a diferen¸ca de extens˜ao espacial dos orbitais de R em
dois grupos: (i) as difusas 1s1p e 1s1p1d, associadas as menores extens˜oes; e (ii) os conjuntos
2s2p, 2 s2p1 d e 2s2p2d apresentando os maiores patamares. Assim, a base d’-aug’-cc-pVDZ foi
Conclus˜oes 147
o conjunto eleito a que al´em de ao descrever nenhum tipo de irregularidade e artificialidade
apresenta o menor custo computacional, pois tem o menor n´umero de expoentes.
Por fim, no cap´ıtulo 6, apresentamos os nossos resultados mais exatos com rela¸ao a
defini¸ao dos primeiros estados excitados singleto do Pirrol e 2H-Tetrazol. Para esse ´ultimo,
foi caracterizado apenas seis estados: quatro tipo V (fundamental, dois tipo
e um ππ
) e
dois tipo
R
(tipo 3
s
), sendo trˆes de simetria
A
e trˆes
A

. Para o Pirrol foi caracterizado onze
estados singletos: trˆes de simetria A
1
, trˆes B
1
, trˆes A
2
e dois B
2
, os de energia mais baixas para
cada simetria. Neste estudo levou-se em considera¸ao a influˆencia da fun¸ao de referˆencia e da
corre¸ao de extensividade no tamanho nos resultados MR-CISD:
i. No primeiro momento foi enfatizado o reflexo das fun¸oes de referˆencia constru´ıda nos
cap´ıtulos 4 e 5 para os objetos de estudo - espa¸co de configura¸oes RASSCF (obtido
pela constru¸ao CAS(V )
ne
AUX(R)) e as bases atˆomicas, aug’-cc-pVDZ e d’-aug’-cc-
pVDZ, respectivamente - na descri¸ao das propriedades dos estados excitados;
ii. No segundo momento, ainda com rela¸ao ao efeito da fun¸ao de referˆencia na descri¸ao
dos estados de V do Pirrol, mostramos a dependˆencia dos resultados com o espa¸co ativo
e a base atˆomica espec´ıficos para um grupo de estados excitados;
Numa conclus˜ao geral o que encontramos de similaridade na descri¸ao e caracteriza¸ao dos
estados eletrˆonicos para as duas mol´eculas ao:
i. Com rela¸ao a todas as propriedades descritas pela fun¸ao de referˆencia constru´ıdas no
cap´ıtulos 4 e 5, as principais mudan¸cas quando descritas pelo n´ıvel MR-CISD ficam por
conta da energia total, o que acarreta em mudan¸cas nas energias de excita¸ao vertical.
E de uma maneira geral, o maior resgate da energia de correla¸ao eletrˆonica ´e para os
estados de V, tanto ´e que os estados excitados de V diminu´ıram enquanto que os de R
aumentaram suas energias de excita¸ao vertical;
ii.
´
E not´orio a influˆencia da corre¸ao de extensividade no tamanho tanto nos resultados de
Davidson quanto com a AQCC, e a inclus˜ao desses dois tipos de corre¸ao ao essenciais
para a obten¸ao de bons resultados (nesse caso apenas comparando com o Pirrol, visto
que este apresenta resultados experimentais para algumas transi¸oes da s´erie R), sendo
essencialmente na energia de excita¸ao vertical.
Com rela¸ao as peculiaridades dos resultados MR-CISD para cada mol´ecula destacamos:
Conclus˜oes 148
Pirrol
´
E bastante surpreendente notar o que um espa¸co ativo e uma fun¸ao de base constru´ıdas
para descrever grupos espec´ıficos de estados assim como a corre¸ao de extensividade podem
produzir. Os resultados obtidos com o n´ıvel MR-AQCC/(aug’-cc-pVTZ/cc-pVTZ) marcam as
energias de excita¸ao vertical dos ππ
bem pr´oximos do aximo da primeira banda de absor¸ao
eletrˆonica experimental e da metodologia
CASPT2
.
A base d’-aug’-cc-pVDZ descreve bem os estados de R (3s ou 3p
i
) com bons resultados para
as energias de excita¸ao vertical (lembrar que ´e indispens´avel a energia corre¸ao de extensividade
de Davidson).
2H-Tetrazol
Uma situa¸ao bem peculiar ´e que os primeiros estados de V desta mol´ecula est˜ao bem
separados dos de R, diferentemente do Pirrol que apresenta uma inerente sobreposi¸ao. A
principal diferen¸ca ao est´a nos estados de V, mas sim nos estados de R, que para essa mol´ecula
est˜ao muito altos.
Cremos ter obtido uma boa caracteriza¸ao da seq¨encia dos primeiros estados excitados
singleto para esta mol´ecula atrav´es da inclus˜ao da correla¸ao dinˆamica e depois com a corre¸ao
da extensividade do tamanho. No entanto, para validar com mais seguran¸ca ´e indisp ens´avel
um compara¸ao com o espectro eletrˆonico de absor¸ao, que infelizmente ao existe. Por´em, a
ormula t´ıpica de transi¸ao dos estados de R e o trabalho de fotoqu´ımica realizado por Maier
et al. (1996) ( λ = 193nm = 6,4 eV ) nos deixa uma indica¸ao que os resultados est˜ao no
caminho certo.
Por fim, a sens´ıvel dependˆencia dos estados de V com a base e corre¸ao de extensividade no
caso do Pirrol, nos deixa d´uvidas se conseguiremos diminuir ainda mais as energias excita¸ao
vertical desses estados se utilizemos o MR-AQCC e uma fun¸ao de base mais adequada tanto
para o 2H-Tetrazol como para o Pirrol. Entretanto, a estamos no limite computacional da
vers˜ao seq¨uencial do COLUMBUS, sendo necess´ario a utiliza¸ao deste programa na vers˜ao
paralela.
149
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156
Apˆendices
Apˆendice A - A Equa¸ao de Schr¨odinger para Mol´eculas
em Termos da Base Eletrˆonica
Premissa: dispomos das solu¸oes da equa¸ao de Schr¨odinger eletrˆonica (eq. 6.1) e que
podemos utiliz´a-las como base da equa¸ao de Schrodinger independente do tempo para mol´eculas
(eq. 6.2).
ˆ
H
e
(r;
R)ψ
k
(r;
R) =
k
ψ
k
(r;
R) (6.1)
|ψ(r,
R) =
k
C
k
(
R) |ψ
k
(r;
R) (6.2)
Enao para equa¸ao que desejamos resolver (eq. 1.7 do Cap. 1), teremos:
k=1
(
ˆ
T
n
(
R) +
ˆ
V
nn
(
R) +
ˆ
H
e
(r;
R)) C
k
(
R) |ψ
k
(r;
R) = E
k=1
C
k
(
R) |ψ
k
(r;
R) (6.3)
Fazendo a proje¸ao em ψ
l
| na eq. 6.3 encontraremos:
k=1
{ψ
l
|
ˆ
T
n
|ψ
k

I
C
k
+ ψ
l
|
ˆ
V
nn
|ψ
k

II
C
k
+ ψ
l
|
ˆ
H
e
|ψ
k

III
C
k
} = E
k=1
C
k
ψ
l
|ψ
k

IV
(6.4)
Vamos analisar cada termo da equa¸ao acima. Entretanto, alguns pontos devem ser es-
clarecidos antes: primeiro que para cada conjunto de coordenadas nucleares fixas (geometria) ´e
gerado um conjunto infinito de energias e fun¸oes de onda eletrˆonicos; esse conjunto de fun¸oes
apresenta como propriedade a ortogonalidade, ou seja, ψ
l
|ψ
k
= δ
lk
.
O termo IV portanto ´e obviamente simplificado para E C
l
.
6.0 Apˆendice A - A Equa¸ao de Schr¨odinger para Mol´eculas em Termos da Base Eletrˆonica 157
No termo III, como |ψ
k
´e autovetor de
ˆ
H
e
temos que:
ψ
l
|
ˆ
H
e
|ψ
k
=
k
ψ
l
|ψ
k
=
k
δ
lk
k=1
ψ
l
|
ˆ
H
e
|ψ
k
C
k
=
l
C
l
Em II a operador
ˆ
V
nn
ao depende das coordenadas eletrˆonicas e constante no que se refere
`as mesmas), assim:
k=1
ψ
l
|
ˆ
V
nn
|ψ
k
C
k
=
k=1
ˆ
V
nn
ψ
l
|ψ
k
C
k
=
ˆ
V
nn
C
l
O termo I ´e o mais complicado nessa algebra. Lembrar que o operador
ˆ
T
n
age nas co-
ordenadas nucleares, e este apresenta uma dependˆencia param´etrica com as fun¸oes de onda
eletrˆonicas; por outro lado C
k
´e dependente das coordenadas nucleares. Logo teremos que
derivar com rela¸ao as duas fun¸oes, isto ´e, ao a simplifica¸oes ´obvias como nos outros ter-
mos.
Necessitamos da rela¸ao
2
(fg) = g
2
(f) + f
2
(g) + 2
(f)
(g).
Demostrando :
(fg) = g
(f) + f
(g)
[g
(f) + f
(g)] =
g
2
(f) +
(g)
(f) +
(g)
2
f +
(g)
(f) = g
2
(f) + f
2
(g) + 2
f
g
Vamos aplicar essa rela¸ao no termo I.
k=1
ψ
l
|
ˆ
T
n
|ψ
k
C
k
=
k=1
N
a=1
1
2M
a
ψ
l
|∇
2
a
|ψ
k
C
k
2
a
|ψ
k
C
k
= C
k
2
(|ψ
k
) + |ψ
k
∇
2
(C
k
) + 2
a
(|ψ
k
)
a
(C
k
)
Logo:
k=1
N
a=1
1
2M
a
ψ
l
|∇
2
a
|ψ
k
C
k
=
k=1
N
a=1
1
2M
a
{C
k
ψ
l
|∇
2
a
|ψ
k
+ψ
l
|ψ
k
∇
2
a
(C
k
)+2ψ
l
|
a
|ψ
k
a
(C
k
)}
Portanto, manipulando o termo I teremos:
k=1
ψ
l
|
ˆ
T
n
|ψ
k
C
k
=
ˆ
T
n
C
l
k=1
N
a=1
ψ
l
|
a
|ψ
k
(
a
M
a
C
k
) +
k=1
C
k
ψ
l
|
ˆ
T
n
|ψ
k
Concluindo, a equa¸ao de Schr¨odinger eletrˆonica independente do tempo para a mol´ecula
expressa em termos da base eletrˆonica ´e dada por:
6.0 Apˆendice A - A Equa¸ao de Schr¨odinger para Mol´eculas em Termos da Base Eletrˆonica 158
ˆ
T
n
C
l
+ (
l
+
ˆ
V
nn
)C
l
+
k=1
{
N
a=1
−ψ
l
|
a
|ψ
k
·
a
M
a
C
k
+ C
k
ψ
l
|
ˆ
T
n
|ψ
k
} = EC
l
(6.5)
6.0 Apˆendice B - Demonstrando o Princ´ıpio Variacional 159
Apˆendice B - Demonstrando o Princ´ıpio Variacional
Para demonstrar o teorema vamos descrever
˜
ψ por um conjunto completo de autofun¸oes
{ψ
k
} estacion´arias (autovalores) de
ˆ
H (eq. 6.6).
˜
ψ =
k
c
k
ψ
k
(6.6)
Como
˜
ψ e ψ cumprem as mesmas condi¸oes limites, enao:
˜
ψ
ˆ
H
˜
ψ =
k
c
k
ψ
k
ˆ
H
j
c
j
ψ
j
(6.7)
k e j ao indices mudos. De modo que:
˜
ψ
ˆ
H
˜
ψ =
k
c
k
ψ
k
j
c
j
E
j
ψ
j
=
k
j
c
k
c
j
E
j
ψ
k
ψ
j
=
k
j
c
k
c
j
E
j
δ
kj
(6.8)
Utilizando a condi¸ao de ortogonalidade das autofun¸oes estacion´arias.
˜
ψ
ˆ
H
˜
ψdq =
k
|c
k
|
2
E
k
(6.9)
Como E ´e o autovalor da energia mais baixa E
k
E
0
; e como |c
k
|
2
´e sempre positivo,
|c
k
|
2
E
k
|c
k
|
2
E
0
k
|c
k
|
2
E
k
k
|c
k
|
2
E
0
k
|c
k
|
2
E
k
E
0
k
|c
k
|
2
, logo:
˜
ψ
ˆ
H
˜
ψ =
k
|c
k
|
2
E
k
E
0
k
|c
k
|
2
(6.10)
Pela condi¸ao de normaliza¸ao para
˜
ψ,
˜
ψ
˜
ψ = 1
k
|c
k
|
2
= 1, enao chegaremos a
eq. 1.15 do cap´ıtulo 1, demonstrando assim o teorema.
6.0 Apˆendice C - Minimizando a Energia Variacional em Fun¸ao dos Coeficientes Lineares 160
Apˆendice C - Minimizando a Energia Variacional em
Fun¸ao dos Coeficientes Lineares
Vamos voltar a motivao desse apˆendice, ou seja, desenvolver a express˜ao:
E(
˜
ψ)
c
i
= 0 ; com i = 1, 2, 3, ..., n. (6.11)
Com, E(
˜
ψ) =
˜
ψ
ˆ
H
˜
ψ
˜
ψ
˜
ψ
=
n
j=1
n
k=1
(
c
j
c
k
H
jk
c
j
c
k
S
jk
). Vamos inicialmente desmembrar o termo
E(
˜
ψ)
c
i
e manipular um pouco com o mesmo seguindo alguns conceitos da ´algebra (eq. 6.12):
c
i
[E(
˜
ψ)
n
j=1
n
k=1
c
j
c
k
S
jk
=
n
j=1
n
k=1
c
j
c
k
H
jk
] (6.12)
Aplicando a regra da cadeia das derivadas teremos para a equa¸ao acima:
E(
˜
ψ)
c
i

A
n
j=1
n
k=1
c
j
c
k
S
jk
+ E(
˜
ψ)
c
i
[
n
j=1
n
k=1
c
j
c
k
S
jk
]

B
=
c
i
[
n
j=1
n
k=1
c
j
c
k
H
jk

C
] (6.13)
O termo A obviamente ´e nulo pois E(φ) ao passa de uma constante. Vamos fazer algumas
simplifica¸oes no termo B destacado na eq. 6.13.
c
i
[
n
j=1
n
k=1
c
j
c
k
S
jk
] =
n
j=1
n
k=1
[
c
i
c
j
c
k
]S
jk
=
n
j=1
n
k=1
[c
k
c
j
c
i
+ c
j
c
k
c
i
]S
jk
Como os coeficientes c
i
s ao vari´aveis independentes, ou seja,
c
j
c
i
= δ
ij
, teremos enao:
n
j=1
n
k=1
[c
k
c
j
c
i
+ c
j
c
k
c
i
]S
jk
=
n
j=1
n
k=1
[c
k
δ
ij
S
jk
+ c
j
δ
ik
S
jk
] =
n
k=1
c
k
S
ik
+
n
j=1
c
j
S
ji
Vamos utilizar a condi¸ao a imposta inicialmente que Φ
i
s ao fun¸oes reais, logo S
ij
= S
ji
,
al´em da possibilidade de trocar j por k nas express˜ao acima a se tratam de vari´aveis mudas.
Portanto chegaremos a importante rela¸ao:
6.0 Apˆendice C - Minimizando a Energia Variacional em Fun¸ao dos Coeficientes Lineares 161
c
i
[
n
j=1
n
k=1
c
j
c
k
S
jk
] = 2
n
k=1
c
k
S
ik
(6.14)
Substituindo S
jk
por H
jk
e seguindo a mesma analogia encontraremos para o termo C:
c
i
[
n
j=1
n
k=1
c
j
c
k
H
jk
] = 2
n
k=1
c
k
H
ik
(6.15)
Juntando todos essas mnipula¸oes encontraremos como resultado para a eq. 6.13:
E(
˜
ψ)
n
k=1
c
k
S
ik
=
n
k=1
c
k
H
ik
, i = 1, 2, 3, ..., n (6.16)
Ou seja, como quer´ıamos demonstrar:
n
k=1
[(H
jk
S
jk
E(
˜
ψ))c
k
] = 0 , i = 1, 2, 3, ..., n (6.17)
6.0 Apˆendice D - Parˆametros Geom´etricos 162
Apˆendice D - Parˆametros Geom´etricos
Todos os alculos (single-point) realizados nessa disserta¸ao (RHF, CASSCF, MR-CISD
e outros) para o Pirrol e 2H-Tetrazol utilizam as geometrias calculadas pelo etodo MP2/6-
311++G
∗∗
(pacote computacional GAUSSIAN-98 ). Os parˆamatros geom´etricos est˜ao mostradas
nas tab.s 35 e 36, respectivamente (ver as legendas na fig. 25).
Figura 25: Objetos de estudo - mol´eculas do Pirrol e 2H-Tetrazol.
As geometrias dos dois Tetraz´ois foram adaptadas a simetria do grupo pontual C
s
. Para
o caso do 2H-Tetrazol ao realizadas apenas compara¸oes com as outras metodologias, a o
seu isˆomero 1H-Tetrazol apresenta dados experimentais de cristalografia, e comparado aos re-
sultados obtidos pelo etodo MP2/6-311++G
∗∗
ao bastante satisfat´orios (as difern¸cas mais
acentuadas, nas liga¸oes N-H e C-H, podem ser explicadas pelo fato da fase olida tender a
diminuir as distˆancias inter-moleculares). Indiretamente encontramos justificativas para vali-
dar a geometria para o 2H-Tetrazol obtidas pelo m´etodo MP2/6-311++G
∗∗
, como um adequado
ponto de partida para o estudo dos estados eletrˆonicos excitados.
Para o caso Pirrol, os parˆametros geom´etricos obtidos pela metodologia MP2/6-311++G
∗∗
tamb´em ao bastantes satisfat´orios, a que os valores obtidos variam muito pouco compara-
dos aos resultados experimentais ou as outras metodologias mais sofisticadas. Assim tamb´em,
podemos considerar a geometria obtida pela otimiza¸ao MP2/6-311++G
∗∗
suficientemente ad-
equada para se iniciar um estudo dos estados eletrˆonicos excitados.
6.0 Apˆendice D - Parˆametros Geom´etricos 163
Tabela 35: Parˆametros geom´etricos dos isˆomeros do Tetrazol obtidos a partir de um alculo MP2/6-311++G
∗∗
e comparados aos
resultados experimentais e de outras metodologias dispon´ıveis na literatura. Distˆancias de liga¸ao em picometros e os ˆangulos em
graus ((a)Bugalho et al. (2001) (b)Wong, Leung-Toung e Wentrup (1993) (c)Ref. 16 de (BUGALHO et al., 2001).
Tetrazol - C
s
1H 2H
Parˆametros B3LYP/6-31G
a
QCISD/6-31G
b
MP2/6-311++G
∗∗
Exp.
c
Parˆametros B3LYP/6-31G
a
MP2/6-311++G
∗∗
Comprimento de Liga¸ao
N1N2 135,3 135,5 134,3 133,2 ± 0,2 N1N2 132,9 132,3
N2=N3 129,2 129,3 131,7 129,5 ± 0,3 N2N3 132,9 133,5
N3N4 136,6 137,2 135,8 134,6 ± 0,3 N3=N4 131,1 132,8
N1C5 134,7 134,8 134,8 130,8 ± 0,2 N1=C5 132,9 134,5
N4=C5 131,5 131,6 132,5 131,5 ± 0,2 N4C5 135,7 135,0
N1H6 101,1 101,2 101,1 81 ± 5 N2H6 101,2 101,3
C5H7 108,0 108,1 107,6 88 ± 4 C5H7 107,9 107,9
ˆ
Angulo de Liga¸ao
N1N2=N3 105,9 105,5 105,7 106,0 ± 0,2 N1N2N3 115,0 115,7
N2=N3N4 111,4 110,9 111,0 110,5 ± 0,2 N2N3=N4 105,3 104,8
N2N1C5 108,6 109,4 109,3 109,2 ± 0,2 N2N1=C5 100,2 100,1
N3N4=C5 105,6 105,9 106,0 105,5 ± 0,2 N3=N4C5 106,4 106,2
N1C5=N4 108,4 108,3 108,1 108,8 ± 0,2 N1=C5N4 113,1 113,2
N2N1H6 120,3 - 120,0 123 ± 3 N1N2H6 122,7 122,6
C5N1H6 131,1 130,3 130,7 127 ± 3 N3N2H6 122,3 121,7
N1C5H7 124,8 124,8 125,0 127 ± 3 N1=C5H7 123,1 122,9
N4=C5H7 126,7 - 126,9 124 ± 3 N4C5H7 123,8 123,9
6.0 Apˆendice D - Parˆametros Geom´etricos 164
Tabela 36: Parˆametros geom´etricos da mol´ecula do Pirrol obtidos a partir de um alculo e MP2/6-311++G
∗∗
comparados aos
resultados experimentais e de outras metodologias te´oricas dispon´ıveis. Distˆancias de liga¸ao em picometros e os ˆangulos em graus
((a)Christiansen et al. (1999) (b)Celani e Werner (2003) (c)Nygaard et al. (1969)).
Pirrol - C
2v
Parˆametros CCSD/DZPR
a
CASPT2/cc-pVTZ
b
MP2/6-311++G
∗∗
Exp.
c
Comprimento de Liga¸ao
NC1 137,0 137,1 137,3 137,0
C1=C2 138,8 138,1 138,9 138,2
C2C3 144,0 142,0 142,3 140,8
NH4 101,0 100,4 100,9 99,6
C1H5 108,5 107,5 108,0 107,6
C2H6 108,6 107,6 108,1 107,7
ˆ
Angulo de Liga¸ao
H4NC1 125,0 125,0 124,9 125,2
NC1H5 121,2 121,2 121,2 121,5
C1=C2H6 125,7 125,6 125,5 125,5
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