financiamento e orientação de investimentos de base, por meio de uma agência financeira
estatal: o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE).
O elemento reitor da política econômica do período foi, sem dúvida,
a política cambial e o controle de importações. Além da
desvalorização, o governo também praticou durante vários anos o
monopólio de câmbio. As restrições às importações e a notável
expansão da produção industrial fizeram baixar o coeficiente global
de importações, de 19,8% em 1928 para 10,5% em 1939. O país
substituíra parte de suas antigas importações, cuja pauta já mostrava
participação bem menor dos bens de consumo e um gradativo
aumento dos bens de capital, dos combustíveis e lubrificantes.
Contudo, no período de 1939-1945 a economia submeteu-se a
enormes pressões internas em face das restrições do abastecimento
externo. Isso dificultou a industrialização, fazendo que a indústria e a
agricultura fossem submetidas a maiores esforços produtivos
gerando até pressões inflacionárias. Ao longo da década de 1930 e,
mais especificamente, após o golpe do “Estado Novo” em 1937, o
Estado brasileiro começava a se organizar para enfrentar as
transformações em curso. Várias instituições estatais foram criadas e
o Estado foi implementando novos mecanismos para a programação
e a execução de seu novo papel, que atingiria complexidade ainda
maior no pós-guerra. (CANO, 2000, pp. 168 e 169).
Por outro lado, a criação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
(BNDE), não como um banco público, mas como um banco de investimento, se arrastou
de 1942 a 1952, quando, finalmente, foi criado.
Notadamente, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico –
BNDE, criado em 1952, ainda no governo de Getúlio Vargas, teve
papel fundamental em todo o processo de planejamento econômico e
industrial brasileiro. Lessa (1981) destaca que a política econômica
durante o período que vai de 1948 a 1950 esteve condicionada a
comportamentos externos e que não havia uma preocupação definida
com o desenvolvimento industrial, mas que as decisões eram
tomadas para compensar os desequilíbrios internos e externos,
denominando a industrialização existente de não intencional.
(COSTA, 2000, pp. 15 e 16)
Os relatórios das missões de cooperação, os quais culminaram com o da
Comissão Mista Brasil-Estados Unidos (CMBEU), instalada no período de 1951 a 1953,
foram importantes para treinar e formar os técnicos que iriam compor o novo aparelho de
Estado e para mapear os pontos e setores que dificultavam o desenvolvimento industrial
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