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UFRRJ
INSTITUTO DE BIOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA
ANIMAL
DISSERTAÇÃO
Estudo morfobiológico, ultraestrutural e histopatológico de amostras
silvestres de Trypanosoma cruzi isoladas de Triatoma vitticeps (Stal, 1859)
no Estado do Rio de Janeiro
CRISTINA SANTOS DA SILVA
2006
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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO DE BIOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA ANIMAL
Estudo morfobiológico, ultraestrutural e histopatológico de amostras
silvestres de Trypanosoma cruzi isoladas de Triatoma vitticeps (Stal, 1859)
no Estado do Rio de Janeiro
CRISTINA SANTOS DA SILVA
Sob a Orientação da Doutora
Nadja Lima Pinheiro
e Co-orientação da Doutora
Jacenir Reis dos Santos Mallet
Dissertação submetida como
requisito parcial para obtenção do
grau de Mestre em Ciências,
Área de Concentração em
Biologia Animal
Seropédica, RJ
Março de 2006
ii
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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO DE BIOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA ANIMAL
CRISTINA SANTOS DA SILVA
Dissertação submetida como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em
Ciências, no Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal, área de Concentração em
Biologia Animal.
DISSERTAÇÃO APROVADA EM ____/____/____
________________________________________________
Dra. Nadja Lima Pinheiro - UFRRJ
(orientadora)
________________________________________________
Dra. Jacenir Reis dos Santos Mallet - FIOCRUZ/RJ
(co-orientadora)
________________________________________________
Dra. Teresa Cristina Monte Gonçalves – FIOCRUZ/RJ
(membro da banca examinadora)
________________________________________________
Dr. Marcos José dos Santos - UFRRJ
(membro da banca examinadora)
iii
UFRRJ / Biblioteca Central / Divisão de Processamentos Técnicos
593.10438
S586e
T
Silva, Cristina Santos da, 1972-
Estudo morfobiológico,
ultraestrutural e histopatológico
de amostras silvestres de
Trypanosoma cruzi isoladas de
Triatoma vitticeps (Stal, 1859) no
Estado do Rio de Janeiro / Cristina
Santos da Silva. – 2006.
87f. : il.
Orientador: Nadja Lima Pinheiro.
Dissertação (mestrado)
Universidade Federal Rural do Rio
de Janeiro, Instituto de Biologia.
Bibliografia: f. 71-85.
1. Tripanossomo – Rio de
Janeiro(Estado) – Teses. 2.
Tripanossomo – Morfologia – Teses.
3. Tripanossomo – Histologia –
Teses. 4. Triatoma – Rio de
Janeiro(Estado) – Teses. I.
Pinheiro, Nadja Lima. II.
Universidade Federal Rural do Rio
de Janeiro.Instituto de Biologia.
III. Título.
iv
Dedico
à Deus.
Aos meus pais, Hésio Moreira da Silva
e Luzia Santos da Silva,
Aos meus irmãos, Cristiane Santos da
Silva e Júlio César Santos da Silva
e ao meu filho Thiago que apesar da
ausência em momentos importantes de
sua vida, soube me compreender, amar,
ser carinhoso, amoroso e acima de
tudo, amigo...
v
Dedico à Dra. Jacenir Reis
dos Santos Mallet pelo total
apoio, ensinamentos, carinho
e amizade.
vi
Dedico à Dra. Teresa Cristina
Monte Gonçalves por confiar
e acreditar–me, como também
pelo carinho e amizade.
vii
Que Deus não permita
Que Deus não permita que eu perca o ROMANTISMO, mesmo sabendo que as rosas não falam...
Que eu não perca o OTIMISMO, mesmo sabendo que o futuro que nos espera pode não ser tão alegre...
Que eu não perca a VONTADE DE VIVER, mesmo sabendo que a vida é, em muitos momentos,
dolorosa...
Que eu não perca a vontade de TER GRANDES AMIGOS, mesmo sabendo que, com as voltas do
mundo, eles acabam indo embora de nossas vidas...
Que eu não perca a vontade de AJUDAR AS PESSOAS, mesmo sabendo que muitas delas são incapazes
de ver, reconhecer e retribuir esta ajuda...
Que eu não perca o EQUILÍBRIO, mesmo sabendo que inúmeras forças querem que eu caia...
Que eu não perca a VONTADE DE AMAR, mesmo sabendo que a pessoa que eu mais amo pode não
sentir o mesmo sentimento por mim...
Que eu não perca a LUZ E O BRILHO NO OLHAR, mesmo sabendo que muitas coisas que verei no
mundo escurecerão meus olhos...
Que eu não perca a GARRA, mesmo sabendo que a derrota e a perda são dois adversários extremamente
perigosos...
Que eu não perca a RAZÃO, mesmo sabendo que as tentações da vida são inúmeras e deliciosas...
Que eu não perca o SENTIMENTO DE JUSTIÇA, mesmo sabendo que o prejudicado possa ser eu...
Que eu não perca o meu FORTE ABRAÇO, mesmo sabendo que um dia meus braços estarão fracos...
Que eu não perca a BELEZA E A ALEGRIA DE VER, mesmo sabendo que muitas lágrimas brotarão
dos meus olhos e escorrerão por minha alma...
Que eu não perca o AMOR POR MINHA FAMÍLIA, mesmo sabendo que ela muitas vezes me exigiria
esforços incríveis para manter a sua harmonia...
Que eu não perca a vontade de DOAR ESTE ENORME AMOR que existe em meu coração, mesmo
sabendo que muitas vezes ele será submetido e até rejeitado...
Que eu não perca a vontade de SER GRANDE, mesmo sabendo que o mundo é pequeno...
viii
E acima de tudo...
Que eu jamais me esqueça que Deus me ama infinitamente!
Que um pequeno grão de alegria e esperança dentro de cada um é capaz de mudar e transformar qualquer
coisa, pois...
A VIDA É CONSTRUÍDA NOS SONHOS E CONCRETIZADA NO AMOR!
Francisco Cândido Xavier
ix
AGRADECIMENTOS
Às minhas orientadoras Dra. Jacenir Reis dos Santos Mallet e Dra. Teresa
Cristina Monte Gonçalves pelo incentivo e ensinamentos constantes desde o meu ingresso
ao Núcleo de Morfologia e Ultraestrutura de Artrópodes Vetores, ainda na Iniciação
Científica.
À Dr. Nadja Lima Pinheiro por ter me orientado e acreditado neste trabalho.
Ao Dr. Marcos Antonio José dos Santos pela atenção e colaboração na realização
deste trabalho.
À Dra. Suzete Araújo Oliveira Gomes pelo incentivo, amizade, sugestões e apoio
demonstrado.
À Doutoranda Simone Patrícia Carneiro de Freitas, pela amizade e também por
ter me ajudado em momentos de dificuldade.
À Dra. Elizabeth Ferreira Rangel, pelo incentivo constante.
Ao professor Edalton Reis, pela forte amizade, colaboração nos experimentos
desenvolvidos e incentivos constantes para o ingresso neste curso.
Aos meus amigos do Curso de Entomologia Médica em especial para a Doutoranda
Ana Laura Carbajal de la Fuente, e Especialistas Joyce Mendes, Nathanielly Rocha,
Shenia Novo e William Marques.
À Especialista Simone Castro por ter sido atenciosa, amiga e ter me ajudado não só
neste trabalho como também em momentos especiais.
Aos alunos do curso de especialização em Entomologia Médica: Andrei Guedes,
Sandra Bonifácio, Daniele Lima e Daniele Misael pelo companheirismo e amizade
demonstrada.
Ao Professor Alfredo Carlos pelo auxílio inestimável em vários momentos, bem
como pela sua amizade.
À Professora Mariângela Ziccardi, pela colaboração no desenvolvimento deste
trabalho.
Ao Adalberto José da Silva Rivea Rodrigues, Ana Paula Rufino Amaro
Sant’Anna e Lenice de Oliveira Gonçalves, técnicos do Núcleo de Ultraestrutura de
Artrópodes Vetores, pelo apoio e forte amizade.
Aos estudantes Amanda Sampaio, Luana Marins Silveira, e Leandro Borges,
pela amizade e apoio.
À Angela, Ester Lucia, e Simone, secretárias do Departamento de Entomologia do
Instituto Oswaldo Cruz, Fiocruz, pela atenção, e ajuda, meu muito obrigada.
À todos da Coleção de Tripanosomatídeos em especial para Dra. Maria
Auxiliadora de Souza, Barbara Neves dos Santos, Dayse Cristina Britto Branco, Edna
Maria da Silva e Sheila Medeiros dos Santos Pereira, pela colaboração, boa vontade e
ensinamentos durante a realização deste trabalho.
x
Aos meus colegas e amigos que conquistei no Curso de Pós Graduação em Biologia
Animal, que mesmo distantes, estiveram unidos durante os momentos difíceis, em especial
para Danielle Anjos dos Santos e Nilza Felizardo.
Ao William Costa Rodrigues pela atenção, amizade e companheirismo em todos
os momentos.
A Clarice Machado, aluna do Curso de Pós-Graduação em Biologia Animal, por
ter me ajudado a realizar experimentos do trabalho em momentos de extrema necessidade.
À Agra, secretária da Pós-graduação em Biologia Animal da UFRRJ, que me
ajudou em todos os momentos de necessidade.
Aos professores e aos alunos do Curso de Pós-Graduação em Biologia Animal
da UFRRJ por todos os preciosos ensinamentos.
E a todos aqueles que me ajudaram direta ou indiretamente que por ventura
eu não tenha citado, obrigada.
xi
RESUMO
Silva, Cristina Santos. Estudo morfobiológico, ultraestrutural e histopatológico de amostras
silvestres isoladas de Triatoma vitticeps (Stal, 1859) no Estado do Rio de Janeiro. 85
páginas. Dissertação (Mestrado em Biologia Animal). Instituto de Biologia. Universidade
Federal Rural do Rio de Janeiro. Seropédica, RJ. 2006.
Triatoma vitticeps, espécie de hábito silvestre com distribuição geográfica restrita aos
Estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais e Bahia. Em Minas Gerais e
Espírito Santo vêm invadindo o domicílio, e às vezes é encontrado domiciliado
freqüentemente com taxas altas de infecção por Trypanosoma cruzi. O alvo deste estudo é
avaliar a diversidade de parasitas em três áreas (duas no município de Santa Maria
Madalena e uma em Conceição de Macabu) por parâmetros morfobiológico, biométrico,
ultraestrutural e histopatológico. Sete isolados identificados como T. cruzi, foram
mantidos em NNN+LIT+20% de soro fetal bovino. Estudos morfométricos e de
diferenciação celular foram baseados nas formas epimastigotas e tripomastigotas obtidas
nas curvas de crescimento no 4º, 7º, 10º, 13º, 17º e 20º dias para as amostras SMM32,
SMM53, SMM81, SMM98, SMM100 da área A, SMM36 da área B, e SMM1da área F e
extendidos do 23º, 27º, 30º, 33º, 37º e 40º para as amostras SMM36 e SMM98. O
crescimento máximo foi observado no 4º dia para SMM100 (45.000 células/µl); no 7º dia
para SMM53 (52.750 células/µl); no 10º dia para SMM 1 (21.000 células/µl) e SMM32
(33.125 células/µl); no 13º dia para SMM81 (46.000 células/µl l) e no 20º dia para a
amostra SMM36 (54.375 células/µl). A amostra SMM32 e SMM100 apresentaram
crescimento depois de um leve declínio. A taxa de metaciclogênese era menor que 30%
nos isolados SMM32, SMM53, SMM100 e SMM1 e mais alto que 80% em SMM81 e
SMM98. Com o aumento de dias de avaliação da curva de crescimento, a amostra
SMM36 apresentou crescimento máximo no 33º dia (90.125 células/µl) declínando ao
final (40º dia). Estes resultados demonstram uma diversidade no comportamento destes
isolados. A morfometria foi baseada nas formas epimastigotes e tripomastigotas
encontradas no 10º, 17º e 20º dias da curva de crescimento, também sugere a
heterogeneidade destes isolados. Embora a maioria dos dados sobre a ultraestrutura de T.
cruzi tenham sido obtidos de formas epimastigotas mantidas em meio de cultura, o estudo
realizado nas formas isoladas de triatomíneos mostrou as mesmas estruturas típicas
presentes tais como cinetoplasto, microtúbulos subpeliculares, bolsa flagelar e axonema. A
amostra SMM36 produziu uma alta mortalidade em camundongos inoculados com
tripomastigotas. Os resultados histopatológicos com 10 e 60 dias após infecção mostram
um intenso tropismo para músculo cardíaco e intenso infiltrado mononuclear. Estes
resultados evidenciam a diversidade de parasitos que infectam espécimes de T. vitticeps,
enfatizando o hábito silvestre desta espécie e a complexidade epidemiológica da região
estudada.
Palavras chave: Histopatologia, morfobiologia, Trypanosoma cruzi
xii
ABSTRACT
Silva, Cristina Santos. Morphobiological, ultrastructural and histopathological study in
sylvatic strains isolated from Triatoma vitticeps (Stal, 1859) in the State of Rio de Janeiro.
94 páginas. Dissertação (Mestrado em Biologia Animal). Instituto de Biologia.
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Seropédica, RJ. 2006.
Triatoma vitticeps is a wild species with restricted geographic distribution to the States of
Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais and Bahia. In Minas Gerais and Espírito Santo
it is invading the domicile, being found sometimes domiciliated, frequently with high rates
of infection by Trypanosoma cruzi. The aim of this study is to evaluate the parasite
diversity in the three sites (two in the municipality of Santa Maria Madalena and one in
Conceição de Macabu) throught morphobiology, biometric, ultrastructural and
histopatological parameters. Seven isolates identifield as T. cruzi were maintained in
NNN+LIT+20% bovine fetal serum. Morphometric studies and cellular differentiation
were based on epimastigotes and trypomastigotes forms obtained in the growth curves in
the 4, 7, 10, 13, 17 and 20º days for SMM32, SMM53, SMM81, SMM98, SMM100
proceeding from the area A, SMM36 proceeding from area B, SMM 81 and SMM1
proceeding from area F and extended to 23, 27, 30, 33, 37 and 40º days to the SMM 36 and
SMM 98 samples. The maximum growth was observed in the 4 th day for SMM100 isolate
(45.000 parasites/µl); the 7 day for SMM53 (52.750 parasites/µl) the 10 th day for SMM1
(21.000 parasites/µl) and SMM32 (33.125 parasites/µl); the 13 th day for SMM81 (46.000
parasites/µl) and 20 th day for SMM36 (54.375 parasites/µl) and SMM98 (44.000
parasites/µl). The SMM32 and SMM100 isolates return to grow after a slight decline. The
rate of metacyclogenese was lesser than 30% in SMM32, SMM53, SMM100 and SMM1
isolates and higher than 80% in SMM81 and SMM98 isolates. These results demonstrate
diversity in the behavior of these isolates. Morphometrical analysis based on epimastigotes
and trypomastigotes forms found in the10 th, 17 th and 20 th days of the growth curve,
suggests heterogeneity. Althrough the majority ultrastructural data of T. cruzi has been
obtained from epimastigote forms maintained in culture was media, this study carried out
with isolated forms from triatomines showing the same tipical structures present as the
kinetoplast, the sub-pellicular microtubules, the flagellar pocket and the axoneme.The
SMM36 strain was the most lethal a high mortality. Histopathological results with 10 and
60 days after inoculation have shown an intense tropism for cardiac muscle and intense
mononuclear infiltrate. These results give evidences of the diversity of parasites that
infection specimens of T. vitticeps, emphasizing the wild habit of this species and the
epidemiological complexity of studied region.
Key words: Histopathology, morphobiology, Trypanosoma cruzi.
xiii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Ciclo biológico de Trypanosoma cruzi........................................................10
Figura 2. Triatoma vitticeps.........................................................................................19
Figura 3. Distribuição geográfica de Triatoma vitticeps.............................................20
Figura 4. Vista Geral da localidade de Triunfo, localizada no município de Santa
Maria Madalena-RJ..................................................................................... 21
Figura 5. Vista Geral da área A...................................................................................21
Figura 6. Vista Geral da área B...................................................................................22
Figura 7. Vista Geral da área C.................................................................................. 22
Figura 8. Esquema demonstrativo dos parâmetros avaliados para a realização do
estudo morfométrico dos tripanosomatídeos (baseado em Hoare, 1972)....23
Figura 9. Estudo morfométrico de formas de Trypanosoma cruzi, encontradas nos
10º, 17º e 20º dias da curva de crescimento (amostra SMM32).................. 37
Figura 10. Estudo morfométrico de formas de Trypanosoma cruzi, encontradas nos
10º, 17º e 20º dias da curva de crescimento (amostra SMM53)..................38
Figura 11. Estudo morfométrico de formas de Trypanosoma cruzi, encontradas nos
10º, 17º e 20º dias da curva de crescimento (amostra SMM81).................. 39
Figura 12. Estudo morfométrico de formas de Trypanosoma cruzi, encontradas nos
10º, 17º e 20º dias da curva de crescimento (amostra SMM98).................. 40
Figura 13. Estudo morfométrico de formas de Trypanosoma cruzi, encontradas nos
10º, 17º e 20º dias da curva de crescimento (amostra SMM100)................ 41
Figura 14. Estudo morfométrico de formas de Trypanosoma cruzi, encontradas nos
10º, 17º e 20º dias da curva de crescimento (amostra SMM36).................. 42
Figura 15. Estudo morfométrico de formas de Trypanosoma cruzi, encontradas nos
10º, 17º e 20º dias da curva de crescimento (amostra SMM1).................... 43
Figura 16. Trypanosoma cruzi (amostra SMM100) isolada de Triatoma vitticeps:
diferenciação e crescimento celular em meio LIT...................................... 44
Figura 17. Trypanosoma cruzi (amostra SMM53) isolada de Triatoma vitticeps:
xiv
diferenciação e crescimento celular em meio LIT...................................... 45
Figura 18. Trypanosoma cruzi (amostra SMM32) isolada de Triatoma vitticeps:
diferenciação e crescimento celular em meio LIT.......................................46
Figura 19. Trypanosoma cruzi (amostra SMM1) isolada de Triatoma vitticeps:
diferenciação e crescimento celular em meio
LIT.............................................................................................................47
Figura 20. Trypanosoma cruzi (amostra SMM81) isolada de Triatoma vitticeps:
diferenciação e crescimento celular em meio
LIT.............................................................................................................48
Figura 21. Trypanosoma cruzi (amostra SMM36) isolada de Triatoma vitticeps:
diferenciação e crescimento celular em meio LIT................................... 49
Figura 22. Trypanosoma cruzi (amostra SMM98) isolada de Triatoma vitticeps:
diferenciação e crescimento celular em meio
LIT.............................................................................................................50
Figura 23. Extensão da curva de crescimento e diferenciação celular para a amostra
SMM36 (do 20º ao 40
diaº)...........................................................................................................51
Figura 24. Extensão da curva de crescimento e diferenciação celular para a amostra
SMM98 (do 20º ao 40
diaº)...........................................................................................................51
Figura 25. Análise da curva de crescimento e diferenciação celular do 0 ao 40º dia de
curva de crescimento para a amostra
SMM36......................................................................................................52
Figura 26. Análise da curva de crescimento e diferenciação celular do 0 ao 40º dia de
curva de crescimento para a amostra
SMM98......................................................................................................52
Figura 27. Mortalidade dos
camundongos.............................................................................................53
Figura 28a e b. Formas epimastigotas de Trypanosoma cruzi isoladas de
Triatoma vitticeps
...................................................................................................................54
Figura 29. Formas epimastigotas de Trypanosoma cruzi isoladas de Triatoma
vitticeps......................................................................................................55
Figura 30a. Forma tripomastigota; b: Aspectos de rosetas de formas de Trypanosoma
cruzi isoladas de Triatoma
vitticeps......................................................................................................56
xv
Figura 31.
Micrografia por Microscopia Eletrônica de Transmissão de formas de
Trypanosoma cruzi isoladas de Triatoma vitticeps. 7.000x f-flagelo; bf-
bolsa flagelar; c-cinetoplasto; n-núcleo.....................................................57
Figura 32.
Aspecto geral de miocárdio de camundongo necropsiado com 60 dias
após inóculo de Trypanosoma cruzi obtido da amostra SMM98.
Coloração H-E. Aumento: 20X.................................................................58
Figura 33. Histopatologia de miocárdio de camundongo necropsiado com 60 dias
após inóculo de Trypanosoma cruzi obtido da amostra SMM 98, com
presença de infiltrado mononuclear (seta). Coloração: H-E. Aumento:
40x.............................................................................................................58
Figura 34. Miocárdio de camundongo necropsiado com 60 dias após inóculo de
Trypanosoma cruzi obtido da amostra SMM 98, com presença de
infiltrado mononuclear (seta) e espaços intercelulares (*). Coloração: H-E.
Aumento:
40x.............................................................................................................59
Figura 35. Miocárdio de camundongo necropsiado com 10 dias após inóculo de
Trypanosoma cruzi obtido da amostra SMM 36, com presença de
infiltrado mononuclear (seta) e espaços intercelulares (*). Coloração: H-E.
Aumento: 40x............................................................................................59
Figura 36. Intestino de camundongo necropsiado com 60 dias após inóculo de
Trypanosoma cruzi obtido da amostra SMM98, apresentando indícios de
degeneração celular e necrose. Coloração: H-E. Aumento: 40x...............60
Figura 37. Intestino de camundongo necropsiado com 60 dias após inóculo de
Trypanosoma cruzi obtido da amostra SMM98, apresentando infiltrado
monuclear. Coloração: H-E. Aumento: 20x..............................................60
Figura 38. Detalhe de um grande infiltrado monuclear presente no intestino de
camundongo necropsiado com 60 dias após inóculo de Trypanosoma
cruzi obtido da amostra SMM98. Coloração: H-E. Aumento: 40x...........61
Figura 39. Presença de infiltrado monuclear no fígado de camundongo necropsiado
com 60 dias após inóculo de Trypanosoma cruzi obtido da amostra
SMM98. Coloração: H-E. Aumento: 40x.................................................61
Figura 40. Infiltrado monuclear presente no córtex renal de camundongo necropsiado
com 10 dias após inóculo de Trypanosoma cruzi obtido da amostra
SMM36. Coloração: H-E. Aumento: 40x.................................................62
xvi
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Crescimento e diferenciação celular em meio LIT (~27,3) de amostras de
Trypanosoma cruzi, isoladas de Triatoma vitticeps (Dados do 4º ao 20º
dia).................................................................................................................29
Tabela 2. Crescimento e diferenciação celular em meio LIT (~27,3) de amostras de
Trypanosoma cruzi, isoladas de Triatoma vitticeps (Dados do 20º ao 40º
dia)..................................................................................................................30
Tabela 3.
Medidas das formas epimastigotas (µm) de Trypanosoma cruzi encontradas
no 10º dia da curva de crescimento em meio LIT. Os dados representam a
média e o desvio padrão; entre parênteses está a variação.............................31
Tabela 4.
Medidas das formas tripomastigotas (µm) de Trypanosoma cruzi encontradas
no 17º dia da curva de crescimento em meio LIT. Os dados representam a
média e o desvio padrão; entre parênteses está a variação.............................32
Tabela 5.
Medidas das formas tripomastigotas (µm) de Trypanosoma cruzi encontradas
no 20º dia da curva de crescimento em meio LIT. Os dados representam a
média e o desvio padrão; entre parênteses está a variação.............................33
Tabela 6. Parasitemia de camundongo após inoculação da amostra SMM36, isolada de
Triatoma vitticeps no Estado do Rio de Janeiro, com análise de positividade
e período de sobrevivência.............................................................................34
Tabela 7. Parasitemia de camundongo após inoculação da amostra SMM36, isolada de
Triatoma vitticeps no Estado do Rio de Janeiro, com análise de positividade
e período de sobrevivência (segundo inóculo)...............................................34
Tabela 8. Parasitemia de camundongo após inoculação da amostra SMM98, isolada de
Triatoma vitticeps no Estado do Rio de Janeiro, com análise de positividade
e período de sobrevivência.............................................................................35
Tabela 9. Xenodiagnóstico de triatomíneos alimentados em camundongos inoculados
com a amostra SMM98 (após 23 dias), isolados de Triatoma vitticeps no
Estado do Rio de Janeiro................................................................................35
Tabela 10. Xenodiagnóstico de triatomíneos alimentados em camundongos inoculados
com a amostra SMM98 (após 60 dias), isolados de Triatoma vitticeps no
Estado do Rio de Janeiro................................................................................36
xvii
SUMÁRIO
1 Introdução.................................................................................................... 1
1.1. A doença de Chagas.................................................................................... 2
1.2 Os vetores.................................................................................................... 2
1.3. Triatoma vitticeps........................................................................................ 4
1.4. Reservatórios silvestres............................................................................... 5
1.5. O parasito: Trypanosoma cruzi................................................................... 5
1.6. Fases do desenvolvimento de Trypanosoma cruzi...................................... 6
1.7. Ciclo biológico de Trypanosoma cruzi....................................................... 6
1.8. Fatores determinantes da infecção por Trypanosoma cruzi........................ 7
1.9. Metaciclogênese........................................................................................... 8
2 Revisão de Literatura................................................................................... 9
3 Material e Métodos...................................................................................... 13
3.1. Procedência dos parasitos............................................................................ 13
3.2. Cultivo dos isolados..................................................................................... 13
3.3. Curvas de Crescimento................................................................................ 14
3.4. Avaliação e quantificação de formas encontradas....................................... 14
3.5. Confecção de esfregaços.............................................................................. 14
3.6. Estudo morfométrico................................................................................... 15
3.7. Estudo Ultraestrutural.................................................................................. 15
3.8. Infecção experimental.................................................................................. 16
3.9. Análise da parasitemia................................................................................. 16
3.10. Mortalidade dos camundongos.................................................................... 16
3.11. Técnicas histológicas 17
xviii
3.12. Histopatologia.............................................................................................. 17
3.13. Obtenção do xenodiagnóstico 18
4 Resultados Gerais........................................................................................ 24
4.1. Curvas de crescimento................................................................................. 24
4.2. Curva de Crescimento das amostras SMM36 e 98...................................... 24
4.3. Metaciclogênese........................................................................................... 24
4.4. Metaciclogênese das amostras SMM36 e 98............................................... 25
4.5. Estudo morfométrico................................................................................... 26
4.6. Análise Ultraestrutural................................................................................. 26
4.7. Resultados da infecção experimental e parasitemia.................................... 26
4.7.1 Parasitemia................................................................................................... 26
4.7.2. Mortalidade – Amostra SMM36.................................................................. 27
4.7.3. Mortalidade – Amostra SMM98.................................................................. 27
4.7.4. Xenodiagnóstico.......................................................................................... 28
4.7.5. Estudo histopatológico................................................................................. 28
5 Discussão..................................................................................................... 63
5.1. Curvas de crescimento – Resultados Gerais................................................ 63
5.2. Metaciclogênese........................................................................................... 63
5.3. Estudo morfométrico................................................................................... 64
5.4. Análise Ultraestrutural................................................................................. 65
5.5. Resultados da infecção experimental e parasitemia.................................... 65
5.5.1. Parasitemia.................................................................................................. 65
5.5.2. Xenodiagnóstico.......................................................................................... 66
5.5.3. Estudo histopatológico................................................................................. 67
6 Conclusões................................................................................................... 68
7 Considerações finais.................................................................................... 70
xix
8 Referências................................................................................................... 71
xx
1 INTRODUÇÃO
1.1 A doença de Chagas
A doença de Chagas ou tripanosomíase americana acomete de 9 a 11 milhões de
pessoas em cerca de 18 países do continente americano, sendo responsável por danos sociais
extremamente graves, com cerca de 90 a 120 milhões de pessoas expostas ao risco de
adquirir a infecção, correspondendo a cerca de um quarto da população da América Latina
(OMS, 1991; DIAS, 2000; WHO, 2002; MARTINS, et al., 2003). Esta doença, assim como
seu agente etiológico, o parasito Trypanosoma cruzi, foram descobertos por CHAGAS
(1909), na cidade de Lassance, em Minas Gerais. O pesquisador, neste ano, isolou o parasito
inicialmente de um triatomíneo, Panstrongylus megistus, encontrando-o em seguida no
sangue de gato e posteriormente, no sangue de uma menina chamada Berenice. Mais tarde,
seguiram-se as descobertas de T. cruzi em um tatu, Dasypus novemcintus (CHAGAS, 1912) e
em macacos CHAGAS (1924), bem como uma revisão pelo mesmo autor, do ciclo evolutivo
deste parasito (CHAGAS, 1913).
SILVA (1985) revisando a literatura no período anterior a 1909, verificou a referência
ao “mal do engasgo”, denominação popular referente às manifestações clínicas do
megaesôfago, relatada por médicos e cientistas estrangeiros em viagens pelo Brasil no século
XIX, não sendo referida a presença de triatomíneos nestas regiões.
Porém, a presença de T. cruzi em nosso continente, ao que tudo indica ocorre de
longa data, possivelmente a partir da invasão do homem que habitava em cavernas. Tecidos
encontrados em amostras de corpos mumificados indicam através de análises moleculares,
resultados positivos que comprovaram a presença de fragmentos constituintes do genoma do
kinetoplasto deste protozoário, o que demonstra perspectivas sobre sua evolução, futuros
estudos sobre sua patogeneicidade e virulência do parasito (FERREIRA, 2000).
ROTHHAMMER (1985) em estudos arqueológicos, evidenciou em múmias
encontradas ao norte do Chile, sinais da forma crônica da doença de Chagas, com datação de
4.000 anos, ou seja, aproximadamente em 2500 aC. Nesta época, segundo SCHOFIELD
(1988), já havia a participação ativa do triatomíneo, no caso Triatoma infestans, na
transmissão da doença.
Na América Latina, a principal forma de transmissão da doença é a vetorial,
responsável por 80% a 90% dos casos, sendo realizada pelas fezes do triatomíneos contendo
formas infectantes, deixadas próximas ao local da picada ou em mucosas, quando inseto
realiza o repasto sangüíneo. A transmissão transfusional é responsável por 8% a 18% dos
casos descritos e a transmissão congênita (0,5% a 2%) segundo DIAS & COURA (1997). O
aumento de casos por transfusão sangüínea vem sendo caracterizado como “urbanização da
doença” em estudos de SOUZA et al. (1997), podendo ocorrer em áreas de doença endêmica
ou não, na América do Sul, na América Central, e em países livres da transmissão vetorial,
como Estados Unidos e Canadá (GRANT et al., 1989; NICKERSON et al., 1989;
SCHMUNIS, 1991). A transmissão congênita está geralmente associada há nascimentos
prematuros, abortamentos e placentites, ocorrendo em várias áreas da América do Sul
(BITTENCOURT, 1976; AZOGUE et al., 1985).
Outros mecanismos de transmissão da doença já foram observados. DEANE et al.
(1984) observaram o ciclo completo do T. cruzi nas glândulas peri-anais do gambá, o qual
pode disseminar as formas infectantes do parasito quando libera a secreção glandular.
A transmissão por via oral também tem sido referida por alguns autores, através da
ingestão de alimentos contaminados. Um surto de doença de Chagas agudo ocorreu no
1
município de Catolé do Rocha, no estado da Paraíba, em 26 indivíduos que ingeriram caldo
de cana contaminado pela presença de vetores infectados, ou por excretas destes, ou ainda
por secreções de gambás, presentes na região (SHIKANAI-YASUDA et al. 1991). Segundo
SOARES et al. (1987) T. cruzi pode permanecer infectivo em caldo de cana por períodos de
1 a 24 horas. Outros casos de transmissão por via oral são descritos na literatura, como é o
caso de um surto ocorrido em Teutônia, no Rio Grande do Sul, por contaminação de
alimentos contaminados. Segundo NERY-GUIMARÃES et al. (1968), os primeiros três
casos relatados na Amazônia de contaminação pelo suco de açaí foram registrados em 1966,
por contaminação via oral. A palmeira de açaí, juntamente com a de bacaba, cujo suco
também é consumido na região e a de babaçu, são conhecidas por abrigar triatomíneos na
região Norte do Brasil (VALENTE et al., 2001; PINTO et al., 2001), e mais recentemente os
casos relatados em Santa Catarina. De acordo com MAZZA et al. (1936), a amamentação
também é uma forma de transmissão por via oral.
Segundo BRENER & GAZZINELLI (1997), a doença de Chagas no homem, ocorre
sob uma forma aguda com um período de incubação de 8 a 10 dias após a transmissão
vetorial. No local da penetração das formas infectantes aparece um processo inflamatório
chamado chagoma de inoculação, o qual, quando ocorre nas pálpebras ou na região da
mucosa oftálmica é conhecido como sinal de Romaña, em homenagem ao seu descobridor. A
forma aguda da doença pode se apresentar de duas formas: aparente ou inaparente. No
primeiro caso, ocorre uma alta parasitemia, com morbidade e mortalidade maior,
principalmente em crianças de baixa idade. Os doentes apresentam febre, astenia, cefaléia,
anorexia, mal-estar geral, sudorese, dores musculares, às vezes vômitos e diarréia, sendo
possível a linfoadenomegalia, esplenomegalia, hepatomegalia, edema generalizado ou de
face e/ou de membros inferiores, exantema e raramente, meningo-encefalite. São também
freqüentes sinais e sintomas de cardiopatia aguda, com miocardite e pericardite. Decorridas
2 a 12 semanas, caso o paciente resista, a parasitemia e o quadro febril tendem a desaparecer,
ocorrendo transição para a forma crônica da doença. Entretanto, se houver tratamento
adequado, ocorre evolução para a cura. Na forma inaparente, a doença pode até passar
despercebida, uma vez que o paciente não apresenta sintomas, sendo neste caso, uma doença
subclínica.
Estes casos podem evoluir para uma forma crônica indeterminada, o que ocorre na
maioria dos casos não tratados, sem sintomas ou com manifestações clínicas, cardíacas,
digestivas ou nervosas, e exames eletrocardiográficos e radiológicos normais, sendo a doença
evidenciada por sorologia ou métodos parasitológicos, sendo a forma mais freqüente em
áreas endêmicas e entre doadores de sangue infectados. Pode evoluir para forma crônica
determinada após muitos anos ou persistir por toda a vida em 40 a 50% dos casos
(LARANJA, 1956). Apresenta predominância de cardiopatia crônica chagásica, progressiva,
acometendo 10 a 40% dos chagásicos crônicos, podendo evoluir de modo benigno,
permitindo sobrevida de muitos anos, ou de forma maligna, com insuficiência cardíaca e
morte (DIAS & COURA, 1997).
1.2 Os Vetores
A ordem Hemiptera representa cerca de 60.000 espécies, constituindo-se no grupo
dominante de insetos de metamorfose simples (hemimetábolos). A ordem é dividida em
subordens, sendo as principais: Heteroptera, Auchenorrhyncha e Sternorrhyncha. Pertencem
a esta ordem os conhecidos percevejos, chupanças, pulgões, fede-fedes, cigarras e outros.
Caracterizam-se por possuírem as peças bucais adaptadas ao hábito picador-sugador, no qual
as mandíbulas e maxilas se modificaram em estiletes esclerotinizados, alojados em um rostro,
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uma cavidade do lábio, e ausência de palpos. O tamanho corporal varia de menos de um até
cerca de 100 mm. Apresentam distribuição cosmopolita sendo a maior parte das espécies
terrestres, embora alguns grupos estejam associados à água, vivendo na superfície ou
submersos. A maioria alimenta-se de tecidos vegetais, alguns de fluidos animais e outros são
hematófagos. Segundo RICHARDS & DAVIES (1984), os mais antigos registros fósseis
datam do Permiano. Possivelmente, a ordem surgiu no Carbonífero, tendo sua maior
diversificação no mesozóico, aliada à emergência das plantas com flores, já que as peças
bucais destes insetos são altamente eficientes na extração de fluidos vegetais.
A primeira divergência entre heterópteros e homópteros se deu na aquisição, pelos
primeiros, do hábito hematófago. Deste modo, a fitofagia de Heteroptera representaria um
hábito secundário. Ainda, segundo estes autores, a vida aquática de alguns grupos de
Heteroptera só foi possibilitada após o aparecimento do hábito carnívoro.
Os insetos vetores da doença de Chagas estão situados taxonomicamente na
subfamília Triatominae, a qual compreende de 137 espécies CARCAVALLO et al. (2000).
Atualmente se reconhecem 17 gêneros distribuídos em seis tribos: Alberproseniini,
Bolboderini, Cavernicolini, Rhodniini e Triatomini.
A principal forma de transmissão é a vetorial, quando o parasito é transmitido ao
hospedeiro através dos insetos hematófagos. Dentre as várias espécies de triatomíneos, os
representantes dos gêneros Triatoma, Rhodnius e Panstrongylus, são os de relevância central
para a transmissão da doença. Há espécies totalmente adaptadas ao domicílio como o
Triatoma infestans (WHO, 1991), enquanto outras habitam o peridomicílio ou ambientes
silvestres. Na Colômbia, Triatoma dimidiata que é o segundo vetor em importância no
país, tem hábitos muito diferentes de Rhodnius prolixus. Suas colônias são pequenas e
encontradas em casas da área urbana. Na área rural é encontrado nos três ambientes:
silvestre, entre pedras ou tocas de animais dos quais se alimentam; no peridomicílio, em
refúgios artificiais que o homem propicia (em montes de lenha, materiais de construção ou
galinheiros), podendo alimentar-se de diferentes fontes, consequentemente aumentando a
possibilidade de infectar-se com T. cruzi ou T. rangeli, visando esporadicamente os
domicílios humanos; e em ambientes estritamente domiciliares, alimentando-se de animais
sinantrópicos e domésticos, inclusive o homem.
A primeira espécie de triatomíneo relatada na literatura foi Cimex rubro-fasciatus,
descrita por DE GEER (1773) e posteriormente designada por LAPORTE (1933) como
espécie tipo do gênero Triatoma segundo LENT & WYGODZINSKY (1979).
De acordo com USINGER et al. (1966), inicialmente, os triatomíneos conviviam com
roedores, no vale de Cochabamba, adaptados às habitações do homem pré-colombiano. Outra
evidência de que a convivência de triatomíneos com os povos indígenas vem desde a época
pré-colombiana, é a nomenclatura variada utilizada para identificação destes insetos, fato não
observado em tribos Guarani, as quais não apresentavam qualquer palavra que definisse esses
insetos, em seu vocabulário SCHOFIELD (1988).
No Brasil, a primeira referência sobre a presença de uma espécie de triatomíneo no
domicílio, foi Panstrongylus megistus relatado por GARDNER (1942) ao descrever em suas
expedições no nordeste brasileiro realizadas entre 1836 e 1841.
A maior parte das espécies de triatomíneos ocupa habitat silvestre, outros circulam
tanto no ambiente silvestre como no peridomiciliar e uns poucos tem realizado a transição
completa a habitação humana segundo LENT & WYGODZINSKY (1979). Na natureza, os
triatomíneos estão associados a diferentes animais. Alguns exibem uma estreita relação com
alguns hospedeiros e o hábito alimentar fica restrito a ele.
As espécies de maior importância epidemiológica são aquelas que estão adaptadas aos
domicílios humanos, que participam da transmissão e que possuem alta dispersão. Na
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Argentina, Bolívia, Brasil, os vetores mais importantes são Triatoma infestans e
Panstrongylus megistus; mais especificamente no nordeste brasileiro, outras espécies podem
assumir papel especial como Triatoma brasiliensis, T. pseudomaculata e Rhodnius nasutus.
No Paraguai e norte da Argentina, o principal vetor é o Triatoma sordida. Na América
Central, Colômbia e Venezuela, Triatoma dimidiata e Rhodnius prolixus são considerados os
mais importantes (COSTA 1999; COSTA et al., 2002).
1.3 Triatoma vitticeps
No presente estudo, amostras de Trypanosoma cruzi foram isoladas de
Triatoma vitticeps, descrito por STAL (1859), capturados na localidade de Triunfo,
Município de Santa Maria Madalena (GONÇALVES et al.,1998).
Conorhinus vitticeps, hoje Triatoma vitticeps descrito por Stal (1859) que determinou
o Rio de Janeiro como sua localidade tipo, muito embora sem registro definido em relação
real localização tratava-se de cidade ou Estado.
Neiva (1914), registrou a ocorrência de T. vitticeps na localidade de Conceição de
Macabu, distrito do Município de Macaé, hoje Município de Conceição de Macabu. LENT
(1942) sugeriu que esta fosse considerada a localidade tipo para T. vitticeps. Em outro estudo
realizado por PINTO (1931 apud LENT 1942) assinalou sua presença em Magé e LENT
(1942) em Nova Friburgo. No estado de Minas Gerais, foi encontrada por Martins et al.
(1940) e no Espírito Santo citado por (LENT, 1942).
Este triatomíneo possui atual distribuição geográfica restrita aos Estados do
Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia (SILVEIRA et al.,1984; CORRÊA,
1986).
Posição sistemática de Triatoma vitticeps:
Reino: Animal
Filo: Arthropoda
Subfilo: Mandibulata
Classe: Insecta
Ordem: Hemiptera
Subordem: Heteroptera
Superfamília: Triatominae
Tribo: Triatomini
Gênero: Triatoma (Laporte, 1832)
Espécie: Triatoma vitticeps (Stal, 1859)
O primeiro registro de infecção de Triatoma vitticeps por T. cruzi, foi realizado por
NEIVA (1914), em um espécime procedente de Conceição de Macabu. De hábito
primariamente silvestre, pela primeira vez foi encontrado colonizando o domicílio em mais
de sete municípios; e se mostrando muito evidente em Cachoeiro do Itapemirim por
(SANTOS et al, 1969).
Formas semelhantes a T. cruzi, foram analisadas em espécimes encontrados em
Alfredo Chaves, ES (4%) por SANTOS et al. 1969; em Cachoeiro do Itapemirim e Guarapari
(25,2%) por SILVEIRA et al. 1983 ambos no (ES). 35,2%, FERREIRA et al. (1986) em 12
municípios do Estado do Rio de Janeiro; 63,70%, SESSA & CARIAS (1986) em 19
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municípios do Estado do Espírito Santo e 70,2% e 51,8% respectivamente para fêmeas e
machos por DIAS et al. (1989), também no (ES).
Embora apresente alto índice de infecção por Trypanosoma cruzi, e freqüente
presença no domicílio em determinadas localidades, são remotas as chances de transmissão,
pois Triatoma vitticeps apresenta lentidão ao defecar, (Dias, 1955; DIOTAIUTI et al. 1987;
GONÇALVES et al. 1988).
1.4 Reservatórios silvestres
Trypanosoma cruzi possui uma grande diversidade genética e grande capacidade
infectar uma gama de grupos de mamíferos. Porém, a estreita associação do parasito com
hospedeiros particulares, desde sua origem até os dias atuais, é um aspecto que requer mais
estudos.
A história evolutiva de T. cruzi está associada à radiação adaptativa da mastofauna e
como também de focos enzoóticos dentro do continente americano. Roedores e primatas, em
particular têm uma antiga história evolutiva na América do Sul, uma vez que, acredita-se,
chegaram ao subcontinente, procedentes da África, há 38 milhões de anos (Oligoceno). Não
se tem registros que confirmem esta associação (BARRETO, 1979; SCHOFIELD, 2000).
A maioria dos estudos realizados sobre T. cruzi, que citam animais silvestres como
potenciais reservatórios, se restringem ao gambá (Didelphidae) que apresenta um hábito
sinantrópico.
Sabe-se, entretanto, que o estudo das infecções naturais é fundamental para
determinar os reservatórios de uma parasitose. Um reservatório é definido como espécie ou
complexo de espécies que mantém por longo tempo as populações do agente infeccioso
(COURTENAY et al., 2002), cumprindo os seguintes quesitos:
Manter as diferentes subpopulações do parasito no espaço e tempo para cada ecossistema;
Ser fonte para a infecção humana e ou animal, através de uma carga parasitária, no sangue ou
fluidos adequados para a transmissão;
Apresentar uma densidade populacional apropriada para facilitar o encontro mamífero-vetor,
ou em alguns casos, mamífero-mamífero;
¾ Mostrar-se em simpatria permanente ou temporária com outros reservatórios, vetores
ou serem sinatrópicos.
A virulência e a transmissibilidade são definidas, por ARAÚJO (2000) como a
capacidade do parasito de se multiplicar dentro de qualquer micro-ambiente do hospedeiro, e
de manter a carga parasitária adequada para passar ao próximo elo da cadeia de transmissão.
Estes parâmetros, condicionados pela interação hospedeiro-parasito modulam o curso das
parasitoses.
1.5 O parasito: Trypanosoma cruzi
A infecção por Trypanosoma cruzi considerada, inicialmente uma enzootia, passou a
ser caracterizada como uma zoonose, quando o homem invadiu o habitat silvestre,
aproximando os triatomíneos do domicílio. Desta forma, a transmissão de T. cruzi ficou
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constituída de um ciclo silvestre, onde o parasito circula entre os mamíferos e vetores
silvestres; e um ciclo domiciliar, onde a infecção é assegurada pelo contato entre os
mamíferos e vetores silvestres e sinantrópicos com os domésticos e domiciliados, inclusive o
homem (BARRETTO, 1979; FORATTINI, 1980).
A disseminação desta infecção passa a ter fundamental importância, quando o homem
e os animais domésticos susceptíveis à transmissão por T. cruzi estão no mesmo ambiente e
também devido à ocupação dos triatomíneos ao ambiente domiciliar.
Agente etiológico da doença de Chagas, T. cruzi tem sido razão de inúmeros
questionamentos, tanto pela sua morfologia, comportamento e biologia, quanto pelos
aspectos clínicos que envolvem esta doença. Pertencente à ordem Kinetoplastida, família
Trypanosomatidae, este protozoário que apresenta formas morfológicas e características
diferenciadas, pode apresentar variações em sua estrutura de acordo com sua localização no
organismo do hospedeiro vertebrado ou invertebrado.
Posição taxonômica de Trypanosoma cruzi, segundo (LEVINE et al., 1980):
Reino: Protista; Subreino: Protozoa; Filo: Sarcomastigophora; Subfilo: Mastigophora;
Classe: Zoomastigophora; Ordem: Kinetoplastida; Subordem: Trypanosomatina; Família:
Trypanosomatidae; Gênero: Trypanosoma; Seção: Stercoraria; Subgênero: Schizotrypanum
Espécie: Trypanosoma cruzi.
1.6 Fases do desenvolvimento de Trypanosoma cruzi
Trypanosoma cruzi evolui durante seu ciclo apresentando formas diferenciadas, que
podem ser evidenciadas pela posição do cinetoplasto e a região nuclear. Os estágios de
tripomastigota são evidenciados no mamífero e no inseto (formas infectantes), o cinetoplasto,
localizado na região entre o núcleo e a extremidade posterior do corpo do parasito, possuindo
uma membrana ondulante como nos epimastigotas, os flagelos emergem de uma bolsa
flagelar de onde são implantados; as formas epimastigotas são mais largas e alongadas que as
anteriores, a posição do cinetoplasto, está localizada na porção anterior ao núcleo, pois a
bolsa flagelar estreita-se, abrindo lateralmente; as formas amastigota, estágios arredondadas,
são bem curtos, e se multiplicam na região intracelular do mamífero incluindo o homem
(REY, 1991; BRENER, 1999).
1.7 Ciclo biológico de Trypanosoma cruzi
Este flagelado é um modelo estudado por vários grupos de pesquisa E seu ciclo
biológico envolve dois processos intermediários: um no triatomíneo e o outro no mamífero
incluindo o homem. Apresenta três fases de desenvolvimento morfológico e funcionais bem
definidos, que são: amastigotas, epimastigotas e tripomastigotas (DE SOUZA, 1984).
Dentro do inseto, posterior à ingestão das formas sanguícolas, encontram um meio
favorável onde assumem a forma epimastigota. Estas formas replicam-se no do intestino do
inseto, onde se transformam em tripomastigotas metacíclicos (formas infectantes), já na
porção posterior do intestino. Quando os insetos se alimentam de sangue, liberam as formas
infectantes em suas excretas (fezes e urina) que no caso de infecção, penetram no corpo do
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futuro hospedeiro através da ferida invadindo o tecido. O parasito diferencia-se em forma
amastigota e que, por conseguinte, caí na corrente sanguínea, transformando-se em
tripomastigota metacíclica, que é liberado no sistema circulatório, infectando novos tecidos.
1.8 Fatores determinantes da infecção por Trypanosoma cruzi
Dentre os fatores que propiciam a ocorrência de infecção, estão o contato de pessoas
com triatomíneos infectados com o parasito; o grau de antropofilia deverá ser bastante
elevado; tempo mínino entre a picada e a defecação; número e quantidade de evacuações,
levando em conta o número de parasitos liberados nas fezes e urina do inseto vetor da doença
de Chagas.
A infecção depende do percentual obtido pelas formas infectantes nas fezes e urina
do barbeiro, como também sua capacidade de penetração associada ao nível de irritação e ao
prurido apresentado pela reação alérgica decorrente da picada.
É importante enfatizar que as fezes estão misturadas à urina, onde são encontradas
formas tripomastigotas metacíclicas que, em resposta ao estresse nutricional se diferenciam
no tubo digestivo posterior do inseto a partir de formas epimastigotas.
Levando em consideração que a infecção se dá pelas fezes e urina do triatomíneo, é
de grande importância que seja observado o tempo de defecação (COURA, 2003).
tri
omasti
ota
Hospedeiroinvertebrado
epimastigota
tripomastigota
tripomastigota
amastigota
Hospedeirovertebrado
Figura 1: Ciclo biológico do Trypanosoma cruzi. (Modificado de: TDR/Wellcome Trust. Acesso em:1/02/2006
.www.who.int/tdr/diseases/chagas/lifecycle.htm.
1.9 Metaciclogênese
A busca por um sistema que estimulasse a diferenciação das formas epimastigotas de
T. cruzi para tripomastigotas metacíclicas in vitro sempre foi prioridade entre os
pesquisadores interessados em doença de Chagas, uma vez que o estabelecimento de um
meio de cultivo definido facilitaria não somente o estudo do processo de diferenciação
propriamente dito, mas também os estudos do metabolismo e das necessidades nutricionais
do parasito (BRUN & JENNI, 1985).
7
Vários autores obtiveram formas metacíclica de T. cruzi em meios não definidos.
CAMARGO (1964) comparou o crescimento e diferenciação de formas epimastigotas em
dois meios líquidos: um completo – LIT (Liver Infusion Tryptose serum medium) e outro
imcompleto – LAS (Lactoalbumin serum médium), obtendo tripomastigotas metacíclico em
ambos. CASTELLANI et al. 1967, desenvolveram duas variações do meio LIT que
promovem níveis de diferenciação superiores a 70%. WOOD & PIPKIN (1969), utilizando
um sistema baseado no meio GMA (Grace’s medium for Antheria) desenvolvido por
GRACE (1962), obtiveram grandes percentagens de formas tripomastigotas metacíclico.
PAN & WYATT, (1971), desenvolveu dois meios líquidos chamados F-29 e F-32 para
cultivo em série de formas amastigotas de T. cruzi. SULLIVAN (1982) desenvolveu um meio
semi-definido, suplementando o meio GMA com 10% de soro fetal bovino, obtendo índices
de diferenciação superiores a 90%.
As transformações morfogênicas de T. cruzi, após a ingestão sanguínea contendo
formas tripomastigotas, ocorrem no trato digestivo do vetor, desde sua passagem por
esferomastigotas e/ou epimastigotas metacíclicos, decorrente de uma série de divisões, até
originarem as formas infectantes, fechando assim o ciclo evolutivo deste flagelado no
triatomíneo. Esses fenômenos morfogênicos podem estar relacionados às alterações
fisiológicas, a ação de fatores digestivos e hemolíticos podendo atuar diretamente na inibição
ou não de sua evolução (BRONFEN et al., 1997).
Segundo ÁVILA et al. (2003), o processo de metaciclogênese ocorre durante a
transformação das formas epimastigotas em tripomastigosta metacíclicas (forma patogênica).
A metaciclogênese é um modelo apropriado para a investigação à cerca da
diferenciação de T. cruzi, pois esse processo pode ser repetido in vitro, e através de
procedimentos pré-estabelecidos promovendo a produção de formas tripomastigota
(CONTREVAS et al., 1985). Submetendo formas epimastigota ao estresse nutricional em
meio artificial, utilizando a urina artificial de triatomíneo (TAU), pode-se também obter
momentaneamente formas tripomastigota, como também, através da incubação, em meio
suplementado e com adição de TAU 3AAG.
Muitos são os questionamentos a cerca da doença de Chagas, que ainda hoje é fator
de risco para cerca de 120 milhões de pessoas na América Latina, que correm o risco de
infecção.
A relevância deste trabalho está na possível correlação com o modelo experimental
utilizado e entre os dados obtidos e os tipos de manifestações clínicas desta doença, já que a
mesma ocorre em graus diferenciados e/ou, fases que apresentem alta ou baixa virulência e
fase crônica em chagásicos.
Para compreender estes aspectos, objetivamos a caracterização morfobiológica,
através de obtenção de curva de crescimento com a verificação da porcentagem de formas
epimastigotas e tripomastigotas (metaciclogênese). A caracterização morfométrica, nos
tempos das curvas de crescimento. Além disso, pretendemos avaliar a distribuição das
amostras de Trypanosoma cruzi isoladas de Triatoma vitticeps no Estado do Rio de Janeiro;
dentro de uma mesma área e entre as áreas de captura na localidade. Será também objetivo
deste estudo, a análise histológica realizada através da inoculação em camundongos e
avaliação de mortalidade, parasitemia, histopatologia assim como a realização de
xenodiagnóstico.
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2 REVISÃO DE LITERATURA
A doença de Chagas ou tripanosomíase americana tem sua epidemiologia
condicionada pelos triatomíneos, por Trypanosoma cruzi e seus reservatórios.
A caracterização do parasito T. cruzi, procedente de diferentes hospedeiros,
através de técnicas morfológicas, biológicas, bioquímicas, moleculares e/ou sorológicas
LAINSON et al. (1979); MONTOYA et al. (2003) visa contribuir para o esclarecimento
do significado biológico, com repercussão dessa variabilidade na clínica e na
epidemiologia dessa enfermidade, sendo importantes para o desenvolvimento de
métodos imunoprofiláticos e terapêuticos.
O polimorfismo apresentado por este parasito tem sido objeto de estudo desde a
sua descoberta por CARLOS CHAGAS (1909), quando este assinalou e atribuiu, ao
dimorfismo sexual, as diferentes formas encontradas nos diversos hospedeiros
vertebrados e invertebrados e nos meios de cultura. DIAS (1940), baseado no estudo
biométrico e comportamental de parasitos isolados de morcegos, observou uma
semelhança de outros tripanosomatídeos com T. cruzi e sugeriu a existência do grupo
cruzi. A partir de então, o termo “Trypanosoma cruzi – like” passou a ser usado para
identificar os parasitos aparentemente indistingüíveis morfologicamente de T. cruzi,
encontrados em animais provenientes ou não de áreas endêmicas. Entretanto,
BARRETTO (1965) considerou que alguns ítens seriam importantes para o diagnóstico
de T. cruzi, sugerindo os seguintes parâmetros para caracterização: 1) semelhança
morfológica; 2) coincidência dos dados biométricos, particularmente o comprimento
total médio e o índice nuclear médio; 3) cultivabilidade em meio ágar-sangue; 4)
evolução no tubo digestivo de triatomíneos com desenvolvimento de tripanosomos
metacíclicos no intestino posterior; 5) infectividade para animais de laboratório; 6)
multiplicação natural ou experimental nos tecidos do hospedeiro vertebrado; 7)
desenvolvimento de imunidade contra amostras virulentas de origem humana.
Entretanto, têm sido escassos os estudos em busca de resultados que promovam
um melhor entendimento à cerca da correlação entre o polimorfismo e o comportamento
biológico por T. cruzi. Essas dificuldades aumentam ainda mais quando se tenta
correlacionar os aspectos patogênicos aos morfológicos, como também os respectivos
casos clínicos, tanto no homem como em animais experimentais (FERRIOLLI-FILHO
et al.,1968; ANDRADE et al., 1970; BELDA-NETO, 1974).
Segundo BRENER (1969), através da morfologia, ou seja, os tipos de formas
encontradas, finas ou largas, podem ter maior ou menor afinidade celular, dependendo
de sua espessura, onde as mais delgadas seriam capazes de penetrar mais rapidamente
nas células dos vertebrados do que as formas mais largas. A ação patogênica do parasito
para o hospedeiro também seria muito variável e segundo ANDRADE (1970), isso deve
a diversos fatores, dentre eles as características morfológicas.
A análise gênica de T. cruzi em estágios específicos, poderá contribuir para a
avaliação crítica dos mecanismos envolvidos na regulação da expressão genética em
tripanossomatídeos (ÁVILA et al., 2003; MINNING
et al., 2003).
Estudos realizados por LAURIA-PIRES et al. (1997), mostraram que linhagens
clonais derivadas de estoques de parasitos, podem ter características biológicas
diferentes às apresentadas do isolado original de paciente chagásico, e que marcadores
comportamentais, como também estudos em níveis moleculares adicionais podem ser
utilizados para uma caracterização de estoques de T. cruzi, a fim de identificar se
possível, as correlações com a patologia.
9
Além das técnicas morfológicas, a análise de isoenzimas tem sido largamente
empregada em estudos taxonômicos e de caracterização de T. cruzi, constituindo-se em
um bom marcador epidemiológico da doença de Chagas. A primeira abordagem sobre a
heterogeneidade de T. cruzi foi feita por MILES et al. (1977) quando distingüiram dois
grupos enzimáticos, um relacionado com o habitat silvestre, e outro com o habitat
domiciliar, ambos definidos posteriormente como tipo I e tipo II, respectivamente.
Associando os isolados de diferentes habitats, MILES et al. (1980) distingüiram três
padrões denominando-os de Z1, Z2 e Z3, sendo Z1 e Z3 referentes ao habitat silvestre e
Z2 ao domicílio.
Entretanto, PINHO et al. (1996) ao encontrarem os zimodemas (Z1 e Z2) no
habitat silvestre demonstraram a complexidade do ciclo silvestre, tornando-se
questionável a padronização estabelecida por (MILES et al., 1977, 1980 e 1981).
A definição destes padrões vem possibilitando o esclarecimento da dinâmica
deste parasito entre os habitats silvestre e domiciliar, associada aos hospedeiros
(vertebrados e invertebrados), contribuindo, desta forma, para uma melhor compreensão
epidemiológica da área estudada (STEINDEL et al., 1995; PINHO et al., 1996;
FERNANDES et al.,1997).
FERNANDES et al. (1994), mostraram a importância da investigação a cerca da
presença de triatomíneos passíveis de infecção por T. cruzi que circulam no
peridomicílio e intradomicílio, representando assim, um elo importante na transmissão
da doença de Chagas.
A evidenciação de novos zimodemas, além dos clássicos Z1, Z2 e Z3, vêm
demonstrando a heterogeneidade nos perfis isoenzimáticos de isolados de T. cruzi
(LÓPEZ-OLMOS et al., 1998). A dificuldade de correlacionar os padrões
isoenzimáticos com os aspectos biológicos, pode ser explicadas pela influência que os
parasitos sofrem em decorrência da dispersão do vetor, da migração do hospedeiro
vertebrado e das próprias características geográficas (altitude/clima), assim como do
processo de seleção entre as cepas (TIBAYRENC et al., 1986, TIBAYRENC &
AYALA , 1988).
Além das abordagens citadas, a aplicação da microscopia eletrônica tem trazido
inúmeras contribuições ao estudo dos protozoários patogênicos utilizando também
técnicas como a criofratura, citoquímica, imunocitoquímica, reconstrução
tridimensional e microanálise de raios-X, dentre outras. Nos últimos 25 anos, os estudos
têm sido direcionados principalmente para o conhecimento da superfície celular
analisando o glicocálice, a bicamada lipídica e os microtúbulos sub-peliculares (DE
SOUZA, 2002).
Estudos sobre a organização tridimensional dos parasitos, revelados através de
réplicas de células submetidas à técnica de criofratura e o uso de lectinas conjugadas a
ouro coloidal demonstraram a composição dos glicoconjugados distribuídos na
membrana do corpo e do flagelo (PIMENTA et al.
, 1989).
Estes estudos sobre a superfície celular, abordando os componentes proteicos,
lipídicos e glicoproteicos, estão fundamentados no importante papel que representa a
interação parasito x hospedeiro vertebrado e invertebrado.
Do ponto de vista morfológico, a superfície celular pode ser considerada como
composta de três estruturas: glicocálice, microtúbulos subpeculiares e bicamada
lipídica. O glicocálice de T. cruzi mostra-se como um revestimento muito delgado nas
formas epimastigotas e amastigotas, enquanto que nas formas tripomastigotas são mais
evidentes, segundo (DE SOUZA, 1999).
10
A invasão de Trypanosoma cruzi em macrófagos e células musculares por
endocitose, através de adesão e internalização mediados por diferentes componentes
capazes de reconhecer especificamente formas epi ou tripomastigotas, vem sendo
intensamente analisada sob o ponto de vista morfológico e citoquímico da interação
parasito-célula hospedeira (ARAÚJO-JORGE et al., 1992).
Estudos morfológicos mostraram significativas diferenças em algumas organelas
durante o processo de metaciclogênese, tendo sido estes estudos complementados por
análises estereológicas em cortes ultrafinos para microscopia eletrônica (SOARES et
al., 1992).
Além destes, o isolamento da membrana plasmática com a finalidade de estudar
frações purificadas contribuiu enormemente para definir suas propriedades
imunológicas, conteúdo enzimático e papel funcional. ( DE SOUZA, 1999).
As abordagens citadas acima bem como a análise de estruturas internas como os
microtúbulos subpericulares, o citoplasma, vesículas pinocíticas, lisossomas e estruturas
multivesiculares dentre outras, tem sido amplamente investigadas através das cepas
padrão, pouco se conhecendo sobre estas em parasitos isolados de triatomíneos
silvestres.
A compreensão do processo de metaciclogênese pode contribuir para o
desenvolvimento de novos tratamentos em relação à doença de Chagas. Durante a
metaciclogênese in vivo, as formas epimastigotas diferenciam-se no intestino, aderindo
ao epitélio retal do inseto antes que a transformação ocorra (BÖKER & SCHAUB,
1984; DE SOUZA, 1984). Estas formas encontradas se aderem através do flagelo e
também indiretamente por interdigitações com outros parasitos (KOLLIEN et al.,
1998). Estudos desenvolvidos por BÖKER & SCHAUB (1984); ZELEDON et al.
(1984) mostram também que seria um pré-requisito, a diferenciação das formas durante
a infecção, onde estariam envolvidas interações de moléculas hidrofóbicas
intraespecíficas no epitélio cuticular no intestino do inseto.
Trabalhos posteriores mostram que o desenvolvimento da metaciclogênese de
T. cruzi estaria sendo estimulada por ativadores cíclicos do adenilato ciclase
(GONZALES-PERDOMO et al., 1988; FRAIDENRAICH et al., 1995; GARCIA et al.,
1995). Embora diversos fatores sejam identificados, os mecanismos e os eventos
envolvidos para o início da metaciclogênese permanecem desconhecidos. Contudo, os
processos envolvidos nas mudanças morfológicas que ocorrem durante a diferenciação
de T. cruzi estão relacionados à expressão dos diversos genes específicos (HEARTH et
al., 1990; COOPER et al., 1991; BONALDO et al., 1991; SCHENKMAM et al., 1994;
DI NÓIA et al., 1995; TEIXEIRA et al., 1995; TOMÁS & KELLY, 1996; TOMÁS et
al., 1997).
Vários estudos têm demonstrado que a diversidade morfológica de T. cruzi
,
reflete no comportamento biológico e na patogenicidade das amostras coletadas em
regiões diferentes ou mesmo entre amostras de uma mesma região. Também tem sido
evidente em vários estudos, que a variação das lesões e aspectos clínicos da doença de
Chagas é determinada pelo histotropismo das diferentes cepas de T. cruzi, que é
predominante ou específico para certos tipos de células dos mamíferos, principalmente
macrófagos, neurônios, células musculares esqueléticas e cardíacas. Dentre estes,
BALDINEZ (1945), assinalou um reticulotropismo ou um miotropismo de diferentes
cepas de T. cruzi em cães e cobaias; ANDRADE & ANDRADE (1966), compararam as
lesões da cepa Y, reticulotrópica e as da cepa Colombiana, miotrópica, e mostraram que
os tropismos eram mais intensos em animais imunodeprimidos; ANDRADE et al.
(1970), realizaram a caracterização morfobiológica e histopatológica de diferentes cepas
11
de T. cruzi baseada no histotropismo das diferentes cepas; MELO & BRENER (1978),
realizaram um estudo semelhante, mostrando o macrófago-tropismo das cepas Y e
Berenice; CAMPOS (1927) descreveu uma cepa neurotrópica em camundongos, e
ANDRADE (1985), assinalou, além das lesões em plexo de Auerbach, um parasitismo
preferencial em neurônios e células satélites de gânglios nervosos com destruição
neuronal pela cepa Y, em camundongos.
Estes estudos sobre a patogenicidade de T. cruzi em modelos experimentais tem
procurado avaliar os graus de patogenicidade e histotropismo em infecções agudas e
crônicas em camundongos e ratos. DEANE et al. (1963) compararam lesões causadas
por algumas cepas de T. cruzi, isoladas de animais silvestres no Brasil, verificando
diferenças marcantes na virulência, sem, entretanto evidenciar diferenças no
histotropismo e no tipo de lesões. LAGUENS et al. (1980) estudaram a doença de
Chagas crônica experimental de uma cepa muito patogênica (Tulahuén), acompanhando
os animais durante muitos meses e verificando que as características imunológicas e
histopatológicas são muito semelhantes às alterações que ocorrem na raça humana.
A análise de vários parâmetros de amostras de T. cruzi isoladas de
Triatoma vitticeps, na localidade de Triunfo, município de Santa Maria Madalena, Rio
de Janeiro, foi realizada por GONÇALVES (2000), com abordagem sobre a ecologia de
T. vitticeps e seu possível papel na transmissão do parasito, hábito alimentar do
triatomíneo e alguns aspectos sobre a bioquímica e a biologia molecular de alguns
isolados. Foram coletados durante dois anos de estudos na área, 465 espécimes de
T. vitticeps, sendo examinados 202, dos quais 119 positivos para T. cruzi. Estes isolados
foram obtidos diretamente do intestino dos insetos, e a seguir criopreservadas em
nitrogênio líquido.
No presente estudo, sete amostras de Trypanosoma cruzi isoladas de
Triatoma vitticeps, capturados na localidade de Triunfo, Município de Santa Maria
Madalena (GONÇALVES, et al., 1998), foram caracterizados em nível morfobiológico,
morfométrico, bioquímico, ultraestrutural e histopatológico.
12
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Procedência dos parasitas
Os isolados estudados são provenientes de espécimes de Triatoma vitticeps coletados
na localidade de Triunfo cuja latitude é de 22º 02’ 52º’’S e longitude de 41º 56’, 32’’ W, onde
está situado o Município de Santa Maria Madalena como também Município de Conceição de
Macabu, ambos do Estado do Rio de Janeiro. Foram isoladas de Triatoma vitticeps (Fig.2)
cerca de 119 amostras de Trypanosoma cruzi, intituladas SMM, em áreas denominadas A, B,
C, D, E e F por (GONÇALVES et al., 1998) (Fig. 3).
Neste estudo foram utilizadas um total de sete amostras, cinco delas (SMM32, SMM53,
SMM81, SMM98 e SMM100) isoladas dos triatomíneos capturados na área A (Figs. 4 e 5),
área desmatada para dar lugar ao cultivo de banana, estando localizada a 250m de altitude e
afastada 3.5km do povoado, e uma amostra (SMM36) da área B (Fig. 6), situada em um vale
com vegetação preservada achando-se a 130m de altitude e distante 4 km do povoado. Estas
duas áreas distam 2 km entre si sendo separadas por área montanhosa, com altitudes entre 400
a 900m, pertencentes à localidade de Triunfo, Município de Santa Maria Madalena. A sétima
amostra (SMM1) é proveniente de triatomíneo capturado no povoado de Vista Alegre, do
município vizinho de Conceição de Macabu, sendo denominada área F (Fig.3).
Após o isolamento das formas flageladas dos tripanosomatídeos, estas foram expostas a
banho de gelo, misturando-se 2ml da cultura em 10% de glicerol estéril. Posterior a uma
homogeinização, as amostras foram distribuídas em tubos estéreis próprios para
criopreservação (NUNC), em seguida deixados na geladeira, ainda no banho de gelo por 30
minutos e posteriormente no freezer por 45 minutos, e finalmente, mantidos em nitrogênio
líquido à -196º. Estas amostras encontram-se depositadas na Coleção de Tripanosomatídeos
do Instituto Oswaldo Cruz – FIOCRUZ.
3.2 Cultivo dos isolados
Em todos os experimentos foram utilizadas amostras criopreservadas de acordo com o
procedimento descrito acima. A cada etapa experimental, as amostras eram retiradas do
nitrogênio líquido, e a partir daí crescidas e mantidas em tubos de ensaio com tampa
rosqueável contendo meio NNN (NOVY & MACNEAL 1904, NICOLE 1908) acrescido de
LIT (Liver Infusion Tryptose) (CAMARGO 1964), como fase líquida, suplementado de 30%
de soro fetal bovino. Os tubos permaneceram incubados em estufa do tipo BOD (FANEM) a
27,3°C, repicadas periodicamente a intervalos de 14 dias, para manutenção das amostras. A
partir destes procedimentos, seguiram-se as metodologias específicas para as curvas de
crescimento, morfometria, morfologia e histopatologia.
13
3.3 Curvas de crescimento:
As amostras foram mantidas em meio NNN acrescido de LIT suplementado com 20%
de SFB (soro fetal bovino) e, posteriormente, submetidas a quatro repiques, dois em meio
NNN+LIT e dois em meio LIT, respectivamente.
A contagem para a curva de crescimento foi feita em câmara de Neubauer após diluição
em salina estéril a 1:10 ou 1:100. As contagens foram iniciadas após a semeadura de 2x10
6
organismos no último repique em meio LIT, sendo este considerado como zero dia, realizado
com auxílio de contador manual. As demais leituras da curva foram feitas no 4°, 7°, 10°, 13°,
17° e 20° dias, porém para as amostras SMM 98 da área A e SMM36 da área B estendeu-se do
23º, 27º, 30º, 33º, 37º e 40° dia devido aos picos encontrados em curvas de crescimento
realizadas anteriormente. Para as demais contagens, foram retiradas as médias de duas
contagens em câmaras para cada amostra, a fim de se obter resultados precisos, no caso de
grande margem de erro em um dos quadrantes da câmara de Neubauer, a contagem foi
realizada novamente a fim de respeitar e tornar os resultados confiáveis.
A partir das médias foram confeccionados gráficos para a avaliação do crescimento das
amostras em estudo.
3.4 Avaliação e Quantificação das formas encontradas
Paralelamente à contagem na câmara de Neubauer, foram confeccionados esfregaços
nos mesmos dias das contagens para avaliação e quantificação das formas encontradas, a partir
do 4° ao 20° dia para todas as amostras, exceto as SMM36 e 98 que se estenderam até o 40º
dia.
Estabeleceu-se que cada contagem cessaria quando fosse obtido um total de 200
parasitos para cada forma encontrada, em cada lâmina observada ao microscópio óptico e a
quantificação foi obtida com auxílio de contador manual.
Em seguida, foi feita a verificação da porcentagem relativa à variação de formas
encontradas nas lâminas em estudo.
3.5 Confecção de Esfregaços:
Foram feitas distensões das formas dos estágios de epimastigotas e tripomastigotas.
Estes esfregaços foram fixados com metanol por 10 minutos e corados pelo método de Giemsa
tamponado (pH 7.2), após tratamento pelo HCl por 10 minutos. O tratamento com HCl,
consiste no preenchimento da lâmina com uma solução de HCl 5N durante 10 minutos. A
seguir as lâminas foram lavadas várias vezes em um filete de água corrente retirando todo o
resíduo de HCl. Estas foram deixadas secar e a seguir cobertas uniformemente com a solução
corante de Giemsa tamponado durante 1hora. Após lavar rapidamente em um filete de água as
lâminas foram deixadas secando naturalmente.
Solução de Giemsa tamponado:
Solução corante – Para cada lâmina utilizam-se 3ml da solução tampão de coloração e para
cada ml de tampão três gotas de Giemsa.
14
Tampão de Coloração:
Solução estoque (preparar 1 litro de água e reservar na geladeira a 4 º C)
NaH
2
PO
4
.2H
2
O 0,2M - 280 ml
NaH
2
PO
4
.12H
2
O 0,2M - 720 ml
Solução para uso:
100 ml da solução estoque completando-se o volume a 1000ml com água destilada.
3.6 Estudo morfométrico:
A morfometria foi realizada com base nas formas oriundas de culturas axênicas em
meio NNN + LIT, dos estágios de epimastigotas e tripomastigotas metacíclicos, do 10°, 17° e
20° dias, encontradas nos esfregaços preparados nos dias de leitura da curva de crescimento.
Os mesmos foram fixados com metanol por 10 minutos e corados pelo método de Giemsa
tamponado (pH 7.2), após tratamento pelo HCl por 10 minutos, conforme descrito no ítem
acima.
Após a secagem, as lâminas foram montadas com Permount, devidamente identificadas
e levadas ao microscópio óptico acoplado com câmara-clara, onde foram desenhados 30
formas epimastigotas e 30 formas tripomastigotas de cada lâmina observada.
Os seguintes parâmetros para mensuração foram utilizados: C – comprimento do corpo
(sem o flagelo); L – largura do corpo (ao nível do meio do núcleo); F – comprimento do
flagelo livre; PN – distância da extremidade posterior do corpo ao centro do núcleo; NA –
distância da extremidade anterior do corpo ao centro do núcleo; IN (PN/NA) – índice nuclear
(DIAS E FREITAS 1943); KN – distância do centro do cinetoplasto à margem do núcleo; PK –
distância da extremidade posterior do corpo ao centro do cinetoplasto; IK (PK/KN) – índice do
cinetoplasto (DEANE & DAMASCENO 1961), (Fig. 8).
As medições foram feitas, em centímetros, com o auxílio de um curvímetro marca
Tokyo Sakurai e posteriormente convertidas para milímetros utilizando-se um fator de
correção. De modo a padronizar os resultados, as medições foram realizadas por uma única
pessoa.
3.7 Estudo Ultraestrutural
Para a análise ultraestrutural, as amostras foram retiradas dos tubos que continham
meio LIT, nos mesmos dias das contagens da curva de crescimento, centrifugadas a 900g, e
após a retirada do sobrenadante, foram fixadas em glutaraldeído 2,5% em tampão cacodilato de
sódio 0,1M, pH 7.4, e pós-fixadas em tetróxido de ósmio 1% no mesmo tampão.
15
¾ Microscopia eletrônica de varredura:
Após a fixação, o material foi colocado sobre uma lamínula revestida com poli-L-lisina
para adesão dos parasitos. As lamínulas foram a seguir desidratadas em gradientes crescentes
de etanol e submetidas ao método de secagem pelo ponto crítico utilizando-se CO
2
superseco.
Em seguida receberam cobertura de ouro em aparelho Balzers, com atmosfera de argônio, para
então serem observadas ao microscópio eletrônico de varredura Jeol 5310.
¾ Microscopia eletrônica de transmissão:
Após a fixação, as amostras foram desidratadas em gradientes crescentes de acetona,
infiltrados e incluídos em Epon. Posteriormente a este processo, foram obtidos cortes
ultrafinos, contrastados com acetato de uranila a 5% e citrato de chumbo a 2% para a
observação ao microscópio eletrônico de transmissão Zeiss EM-10.
3.8 Infecção Experimental
Os protocolos descritos a seguir tiveram por objetivo a observação da parasitemia,
mortalidade, histopatologia e xenodiagnóstico de alguns isolados em camundongos. Foram
escolhidas as amostras SMM98 (área A) e SMM36 (área B). A escolha desses isolados se deve
ao fato de que as mesmas foram consideradas em estudos prévios, morfobiologicamente
diferentes do padrão estabelecido.
¾ Modelo utilizado:
A infecção foi realizada através de um inóculo de 0,3 ml de cultura por via
intraperitonial em um total de 20 camundongos Swiss webster machos pesando de 18 a 20
gramas, criados no CECAL - Biotério do Campus da Fiocruz - RJ. Destes, 10 camundongos
foram utilizados para a amostra SMM98 (área A) e os outros 10 restantes para a amostra
SMM36 (área B). Dentre os 10 camundongos de cada amostra, cinco foram utilizados como
controle. Os camundongos foram marcados individualmente em partes do corpo pré-
determinadas com ácido pícrico (coloração amarela), a fim se de controlar mais precisamente
cada animal, da seguinte forma:
¾ Marcação dos camundongos:
01-cabeça
02- cauda
03-dorso
04-perna dianteira esquerda
05-perna dianteira direita
06-perna traseira esquerda
07-perna traseira direita
08-cabeça e dorso
09-cabeça e cauda
10-cabeça e pernas traseiras
16
3.9 Análise da parasitemia
Após a inoculação, os exames de controle de parasitemia foram realizados diariamente nos
camundongos de ambas as amostras, examinando-se uma gota de sangue retirada da ponta da
cauda para a realização da contagem dos parasitos entre lâmina e lamínula ao microscópio
óptico.
3.10 Mortalidade
As observações para avaliação dos índices de mortalidade entre os camundongos inoculados
foram realizadas diariamente em ambas as amostras.
3.11 Técnicas Histológicas:
¾ Microscopia Óptica
Os camundongos foram sacrificados e em seguida foram fixadas em
formaldeído a 10% .
As amostras fixadas foram desidratadas em álcool etílico – concentrações
crescentes (70%; 80%; 90%; 96% e absoluto) permanecendo por 15 minutos em cada uma
dessas soluções. Em seguida foi mergulhado em solução xilol-álcool (1:1) por 15 minutos.
Após esse procedimento, o material foi colocado em três séries de xilol absoluto (I, II e III)
por 15 minutos cada, objetivando com isso, a clarificação dos fragmentos. Por fim, foram
imersas em dois banhos sucessivos de parafina histológica, sendo que a partir daí
realizamos o emblocamento final. Os blocos foram submetidos a microtomia, resultando
em cortes seriados com 3 µm de espessura e submetidos a técnicas de coloração de rotina
(Hematoxilina-Eosina) utilizadas no laboratório de Histologia e Embriologia do Instituto de
Biologia da UFRRJ. Os cortes obtidos foram observados em microscópio óptico da marca
Zeiss, pertencentes à área supracitada.
¾ Hematoxilina-Eosina (GURR, 1971)
Os cortes foram desparafinados por três séries de xilol (I, II e III) e depois
hidratados em soluções de concentrações decrescentes de álcool etílico (absoluto, 96%,
80%, 70% e 50%), água corrente e água destilada, durante um a dois minutos, em cada
fase. Posteriormente, foram imersos em Hematoxilina de Delafield para corar os núcleos
durante trinta segundos e lavados em água corrente por dez minutos, para diferenciação.
Logo após essa etapa, foram mergulhados em solução aquosa de Eosina por um minuto,
sendo banhados em água destilada para retirar o excesso do corante. A essa etapa seguiu-se
a desidratação em soluções de álcoois crescentes (96%, absoluto I, II e III). Os cortes foram
clarificados em xilol e montados com lamínula usando-se entelan diluído.
17
Interpretação: a Hematoxilina é um corante básico, corando estruturas basófilas
em roxo, como os núcleos; enquanto a Eosina é um corante ácido, corando estruturas
acidófilas, como o citoplasma, fibras do tecido conjuntivo e musculares, em rosa.
3.12 Histopatologia
Os animais foram sacrificados com 20 dias após o inóculo inicial com as amostras
SMM36 e 60 dias para a amostra SMM98. Após anestesia em câmara de CO
2
os
camundongos foram necropsiados, e retirados o coração, rin, fígado, músculo da coxa,
intestino delgado e intestinho grosso para o estudo histopatológico e verificação de
histotropismo.
O material retirado foi fixado em formol a 10% . Em seguida foram submetidos à rotina
histológica.
3.13 Obtenção do Xenodiagnóstico
Foram utilizadas quatro espécies de triatomíneos para posterior avaliação sobre a
possibilidade de infecção nos insetos hematófagos utilizados no presente estudo, com o isolado
de T. cruzi, amostra SMM98. Cinco ninfas de 5º estádio foram usadas para cada uma das
seguintes espécies:
¾ Panstrongylus megistus;
¾ Rhodnius prolixus;
¾ Triatoma infestans;
¾ Triatoma vitticeps
Alimentação:
Os camundongos foram separados individualmente em cristalizadores e imobilizados
em sacos de naylon.
Os espécimes de triatomíneos foram distribuídos nos cristalizadores separadamente (a
nível de espécie) para que os mesmos fossem alimentos nos camundongos previamente
infectados.
A alimentação transcorreu no tempo máximo de três horas.
A primeira alimentação foi realizada utilizando-se camundongos inoculados com
amostra SMM98. A segunda alimentação foi realizada utilizando-se camundongos livres de
infecção por T. cruzi.
O primeiro exame ocorreu no intervalo de 23 dias posteriores à alimentação,
colocando-se uma gota de salina e uma gota de fezes cada triatomíneo (separadamente) e
analisado entre lâmina e lamínula e em seguida visto em microscópio óptico. .
O segundo exame foi realizado com 37 dias de intervalo, seguindo a rotina anterior.
18
Fig. 2: Triatoma vitticeps
19
Fig.3: Distribuição ge
ográfica de Triatoma vitticeps
Rio Macabu
ÁREAS DE CAPTURA
TRIUNFO
F
Oceano Atlântico
ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Oceano Atlântico
20
Fig. 4 : Vista geral da localidade de Triunfo, localizada no município de Santa Maria
Madalena- RJ.
A; B e C = Áreas de captura de triatomíneos.
Fig. 5: Vista geral da área A.
21
Fig. 6: Vista geral da área B.
Fig. 7: Vista geral da área C (Sede do distrito de Triunfo).
22
L
PK KN
PN NA
F C
Fig. 8: Modificado de: Esquema demonstrativo dos parâmetros avaliados para realização
do estudo morfométrico dos tripanosomatídeos (baseado em Hoare, 1972. C-
comprimento do corpo sem o flagelo livre; L-largura do corpo ao nível do meio do
núcleo; F-comprimento do flagelo livre; PN-distância da extremidade posterior do corpo
ao centro do núcleo; NA-distância da extremidade anterior do corpo ao centro do núcleo;
KN- distância do centro do cinetoplasto à margem do núcleo; PK- distância da
extremidade posterior do corpo ao centro do cinetoplasto.
23
4 RESULTADOS
4.1 Curvas de Crescimento
Resultados gerais
Foram realizadas sete curvas de crescimento para as amostras SMM 1, 32, 36, 53, 81,
98 e 100 e duas novas curvas para as amostras SMM36 e 98.
O crescimento máximo em meio LIT das amostras analisadas foi observado no 4º dia
para a amostra SMM100 (45.000 células/µl), no 7ºdia para a SMM53 (52.750 células/µl), no
10° dia para as amostras SMM32 (33.125 células/µl) e SMM1 (21.000 células/µl), no 13º dia
para a amostra SMM81 (46.000 células/µl) e no 20º dia para as amostras SMM36 (54.375
células/µl) e SMM98 (44.000 células/µl). As amostras SMM36 e SMM98 foram às únicas que
voltaram a crescer após um sensível declínio (Tabela 1 e Fig: 16, 17, 18, 19, 20, 21 e 22).
Estes resultados demonstram a heterogeneidade encontrada nas diferentes amostras de
Trypanosoma cruzi.
4.2 Curva de Crescimento das amostras SMM36 e 98
Conforme observado no item acima, as amostras SMM36 e 98 obtiveram
crescimento máximo no 20º dia. Devido a este fato, foram realizados novos repiques para
ambas as amostras com o objetivo de se avaliar o crescimento das mesmas até o 40º dia de
curva de crescimento. Nas duas curvas de crescimento realizadas para as referidas amostras,
foi obtido para a amostra SMM36, crescimento máximo no 33º dia (90.125 células/µl) seguida
de declíneo no final da curva (40º dia) (Fig.23). Assim como citado na curva de crescimento
anterior, a amostra SMM98 também no 33º dia apresentou crescimento superior, onde foram
observados (210.000 células/µl) porém neste caso, a amostra sofre picos durante a curva de
crescimento (Tabela 2). Em relação às taxas de metaciclogênese, a amostra SMM36 possui
27,86% , enquanto que a SMM98, possui taxa média de 28,21%, ambas no 33º dia de curva de
crescimento (Fig.24).
4.3 Metaciclogênese
Neste experimento, as taxas mais altas de metaciclogênese foram observadas entre o 10°
e 20° dias, sendo nas amostras SMM1 e SMM100 (>20%) no 10º e 13º dias, respectivamente,
a amostra SMM 36 (>90%) e SMM81 (>80%) no 17° dia e as amostras SMM 98 (>70%),
SMM 53 (> 20%) e SMM 32 (>30%) no 20° dia. Dentre as amostras analisadas, a amostra
SMM1 apresentou menor diferenciação (Tabela 1).
24
A amostra SMM1 revelou que formas epimastigotas aparecem em toda a curva de
crescimento, enquanto que as formas tripomastigotas só aparecem a partir do 7º dia. No 10º
dia esta amostra demonstrou crescimento máximo, decaindo do 13º dia ao 20º dia.
A amostra SMM100, assim como a amostra anterior exibiu formas epimastigotas em
todo o processo de diferenciação e formas tripomastigotas a partir do dia 0, exceto no 4º dia da
curva, sendo notado a partir do 7º dia aumentando gradativamente até o 13º dia e em seguida
decaindo até o 20º dia.
A amostra SMM36, diferiu das anteriores, pois sofreu diferenciação a partir do 4º dia,
onde são evidenciadas formas tripomastigotas que aparecem através de crescimento
exponencial até o 17º dia, sendo que no 20º a quantidade de formas tripo é reduzida,
mostrando que estas formas não sofrem um sensível declínio, o que é considerado habitual em
outros estudos. Já as formas epimastigotas, sofreram um sensível declínio, a partir do 4º dia
até o 17º dia, voltando a crescer no 20º dia.
A amostra SMM81 revela que as formas epimastigotas aparecem em toda a
diferenciação, porém sofrem declínio a partir do 10º dia até o 17º dia, tornando a subir no 20º
dia. Já as formas tripo podem ser evidenciadas somente a partir do 10º dia, chegando ao
crescimento máximo no 17º dia e decaindo levemente no 20º dia.
Na amostra SMM98, observa-se a presença de formas epimastigotas em todos os dias de
contagem, sendo que, a partir do 7º dia sofre um sensível declínio até o 20º dia. Já as formas
tripomastigotas aparecem no início da diferenciação (0 hora), reduzindo sensivelmente no 4º
dia e tornando a crescer até o 20º dia.
A amostra SMM53 exibiu formas epimastigotas em toda a diferenciação, sendo que é
notado um discreto declínio do 10º dia ao 20º dia. As formas tripo somente puderam ser
notadas a partir do 10º dia, aumentando levemente até o 20º dia.
A amostra SMM32, também apresentou formas epimastigotas em toda a diferenciação,
porém sofre um discreto declínio do 10º dia ao 20º dia; já as formas tripo foram evidentes do
10º ao 20º dia, onde sofreram um sensível aumento.
4.4 Metaciclogênese das amostras SMM36 e SMM98
A diferenciação celular nas amostras SMM36 e SMM98 foi observada até o 40º dia,
onde pudemos verificar a ocorrência das maiores taxas de metaciclogênese, apresentando mais
de 40% no 33º dia e no 37º dia para as respectivas amostras (Tabela 2 e Figs. 23 e 24). As
médias das taxas de metaciclogênese para ambas as amostras, estiveram cerca de <30%, ou
seja, obtiveram percentual bem próximos uma da outra.
A amostra SMM36 a partir do 23º dia continuou exibindo formas epimastigotas,
sendo marcada por um sensível aumento no 40 dia, enquanto que as formas tripomastigotas,
também estão presentes entre o 23º e 40º dia, porém neste último dia decaindo bruscamente,
chegando a um número de células bastante reduzidos (Figs. 23 e 25).
Na amostra SMM98, poucas formas tripomastigotas foram evidenciadas no 23º dia,
porém no 27º dia aumentaram bruscamente, decaindo do 30ºdia ao 33ºdia, sofrendo aumento
máximo no 37º dia e decaindo novamente no 40º dia. Já as formas tripomastigotas puderam
ser evidenciadas no 23º dia onde apresentou máxima diferenciação, decaindo no 27º dia,
aumentando gradativamente até o 33º dia, decaindo novamente no 37º dia e tornando a subir
no 40º dia de diferenciação. Esta diversidade pode ser melhor visualizadas nas (Figs. 24 e 26).
4.5 Estudo Morfométrico
25
A morfometria das amostras baseou-se nas formas epimastigotas e tripomastigotas
metacíclicas, encontradas no10°, 17° e 20° dias, procedentes das culturas utilizadas para curva
de crescimento. Os dados morfométricos dos parâmetros analisados para as formas epi-e
tripomastigotas encontram-se resumidos nas tabelas 3, 4 e 5 (Fig: 9, 10, 11, 12, 13, 14 e 15).
4.6 Análise Ultraestrutural:
Na análise ultraestrutural, por microscopia eletrônica de varredura, encontramos
formas epimastigotas (Fig. 28
a e b) e tripomastigotas (Fig. 29 a e b) morfologicamente iguais
ao Trypanosoma cruzi (Fig. 30 a), assim como também rosetas (Fig. 30 b) que são
características próprias deste parasita.
Através da microscopia eletrônica de transmissão, em cortes ultrafinos, foi
evidenciada a presença de núcleo, cinetoplasto, flagelo, alguns parasitos em divisão celular,
Golgi, inclusões citoplasmáticas e outras estruturas típicas deste flagelado (Fig. 31).
Entretanto, organelas denominadas reservossomos encontrados no citoplasma de
T. cruzi, não foram observados em nossos experimentos.
Os resultados obtidos neste estudo mostram que as dimensões dos estágios destas
amostras estão na faixa de variação de T. cruzi.
4.7 Resultados da infecção Experimental e Parasitemia
4.7.1 Parasitemia
Neste trabalho após as avaliações sobre as curvas de crescimento para as sete amostras,
observamos que as amostras SMM36 e SMM98 se destacaram entre as demais, mostrando um
comportamento diferenciado. Por esse motivo, foram selecionadas para que fossem utilizadas
em infecções experimentais, avaliação sobre a mortalidade, análise histológica como também
o xenodiagnóstico.
No presente estudo, não foi possível realizar passagens (repiques) para avaliar o número
de formas encontradas durante a parasitemia, pois os camundongos da amostra SMM36
apresentaram curto tempo de vida.
Os camundongos inoculados com a amostra SMM98, não apresentaram quantidade de
formas de Trypanosoma cruzi e/ou, não foram encontrados parasitos nas análises realizadas
em lâminas contendo distensões sanguíneas, sendo assim não foi possível realizar a avaliação
quantitativa.
4.7.2 Mortalidade - Amostra SMM36
26
Neste experimento, dez camundongos foram inoculados com a amostra SMM36,
proveniente da área B, localidade de Triunfo, município de Santa Maria Madalena, Rio de
Janeiro. Nestes, foi realizado exame de sangue para detecção da presença de parasitos com o
objetivo de verificar a virulência da amostra. O primeiro exame ocorreu seis dias após o
inóculo, neste exame não foram observados parasitos, ou seja, para todos os camundongos a
parasitemia foi considerada negativa (Tabela 6).
O segundo exame foi realizado oito dias após o inóculo inicial e foram observadas
formas sanguíneas nos camundongos, exceto os camundongos 01 e 04 que foram ao óbito
poucos dias após o primeiro exame .
Posteriormente, já no 10º dia de inóculo, morreram os seguintes camundongos: 02; 03;
05; 06; 07 e 08. Restando apenas os camundongos de número 09 e 10. Estes foram submetidos
à punção cardíaca para infecção em dois novos camundongos sadios para confirmar,
compreender e comparar através de novo inóculo, as altas taxas de mortalidade dos animais
em estudo para a referida amostra.
Os dois camundongos foram examinados seis dias pós-inóculo e também não
sobreviveram por mais de sete dias (Tabela 7). Após a morte foram necropsiados e as vísceras:
rim, coração, intestino, pâncreas e músculos da coxa foram submetidas a técnicas específicas
para histologia.
Esta amostra mostrou-se bastante virulenta, uma vez que a taxa de mortalidade foi bem
alta.
O tempo de sobrevivência foi de no mínimo de sete dias e no máximo de 10 dias
(Fig.27).
4.7.3 Mortalidade - Amostra SMM98
Os camundongos inoculados com a amostra SMM98, ao contrário da SMM36,
demonstraram suportar a infecção por um longo período, o que confirma a hipótese dessa
amostra apresentar menos virulência que a anterior, pois os animais sobreviveram de 18 dias a
60 dias após a inoculação dos animais. A taxa de mortalidade foi de 10% para os indivíduos
testados (Tabela 8). Alcançados 60 dias após a infecção, os animais foram examinados nesta
época para que fosse confirmada a infecção através do xenodiagnóstico e o estudo
histopatológico.
O primeiro exame de sangue, que foi realizado seis dias após o inóculo, não apresentou
positividade.
O segundo exame ocorreu com oito dias após o inóculo inicial e somente os
camundongos 06 e 07 com oito dias de inoculados, apresentaram positividade (20%).
Entretanto, estivessem positivos, em exames posteriores não mantiveram-se positivos.
Exames semanais continuaram sendo realizados até o 60º dia, porém não foram
encontradas formas sanguíneas nos esfregaços realizados em sangue retirado da cauda de
todos os camundongos inoculados com a amostra estudada, inclusive os camundongos 6 e 7.
Apenas um camundongo morreu (01) no 18º dia de infecção, os demais (02 ao10)
perduraram até 60 dias. (Fig.27).
27
No 60º dia de inóculo, os camundongos 06 e 07 foram necropciados para a realização do
estudo histopatológico. Os camundongos 02, 03, 04 e 09 foram utilizados no xenodiagnóstico
para possível confirmação de infecção dos animais.
4.7.4. Xenodiagnóstico:
O xenodiagnóstico é o método mais tradicional de se demonstrar T. cruzi circulantes e tem
sido amplamente utilizado nas mais diversas situações epidemiológicas.
Neste experimento, um total de 20 ninfas de triatomíneos foram examinadas separadamente
entre as cinco espécies estudadas. Após os 23 dias de infecção, os triatomíneos das espécies
Panstrongylus megistus, Rhodnius prolixus, e Triatoma vitticeps não apresentaram
positividade para T. cruzi nos exames realizados durante o experimento, a positividade
apenas pode ser observada em Triatoma infestans.
Baseado nos resultados obtidos, estendemos nossas observações até 60 dias de alimentação
e/ou, 37 dias após o primeiro exame, tentado investigar a possibilidade de positividade nas
espécies de triatomíneos estudados. Neste período foi realizado o segundo exame e o
mesmo somente apresentou positividade para um dos 20 triatomíneos, confirmando que
Panstrongylus megistus, Rhodnius prolixus, e Triatoma vitticeps não apresentaram
positividade para T. cruzi nos exames realizados durante os experimentos, mantendo-se
infectado, apenas Triatoma infestans o que pode ser visualizado na Tabela 10.
4.7.5 Estudo Histopatológico:
Os exames histopatológicos mostraram que tanto a amostra SMM98 quanto a
amostra SMM36 apresentam cardiotropismo (Fig. 32), uma vez que foram encontrados
formas amastigotas de T. cruzi e infiltrado monuclear algumas vezes de forma difusa (Fig.
33) e em outras formando aglomerados entre as células musculares (Figs. 34 e 35). Em
alguns cortes evidenciamos alterações interticiais com a observação de espaços entre as
fibras musculares, sugerindo o início de um processo de degeneração tecidual (Figs. 34 e
35).
Evidências de miotropismo, ou seja, a presença de células parasitadas em músculos
esqueléticos não foi observada nas duas amostras estudadas. Entretanto, notamos a
presença de infiltrado monuclear moderado principalmente em áreas perivasculares.
No intestino observa-se uma intensa vacuolização citoplasmática com indícios de
degeneração celular e áreas em necrose (Fig. 36). A presença de infiltrado monuclear é
bastante evidente, não observou-se entretanto, células parasitadas (Figs. 37 e 38).
No fígado foram encontrados pequenos ninhos de formas amastigotas com
moderado infiltrado monuclear próximo (Fig. 39), assim como no rim (Fig. 40), onde além
das áreas contendo estes infiltrados, também observa-se sinais de degeneração tecidual.
28
TTabela T1T. Crescimento e diferenciação celular em meio LIT (~27,3) de amostras de Trypanosoma cruzi, isoladas de
Triatoma vitticeps (Dados do 4° ao 20°dia).
Crescimento Metaciclogênese
Amostras Áreas
M
édio
c
élulas/µl)
Máximo (célula/µl)
Taxa Média (%) Taxa máxima (%)
SMM 32
A
20,17
33.125.000
(10° dia)
11,74
34,38
(20° dia)
SMM 53 A
34,25
52.750.000
(7° dia)
12,23
28,57
(20°dia)
SMM 81
A
26,39
46.000.000
(13° dia)
31,51
85,83
(17° dia)
SMM 98 A
36,20
44.000.000
(20° dia)
36,63
79,68
(20° dia)
SMM 100 A
24,46
45.000.000
(4º dia)
11,24
29,08
(13º dia)
SMM 36
B
32,10
54.375.000
(20° dia)
42,64
97,08
(17 °dia)
SMM 1 F
13,66
21.000.000
(10º dia)
8,42
22,78
(10º dia)
29
Tabela 2. Crescimento e diferenciação celular em meio LIT (~27,3) de amostras de Trypanosoma cruzi, isoladas
de Triatoma vitticeps (Dados do 20° ao 40°dia) - SMM36 e SMM98.
Crescimento Metaciclogênese
Amostras Áreas
M
édio
c
élulas/µl)
Máximo (célula/µl)
Taxa Média (%) Taxa máxima (%)
SMM 98 A 114
210.000.000
(30° dia)
28,21
48,59
(37° dia)
SMM 36 B 73,06
90.125.000
(33° dia)
27,86
42,37
(33°dia)
30
Tabela 3. Medidas das formas epimastigotas (µm) de Trypanosoma cruzi encontradas no 10º dia da curva de
crescimento em meio LIT. Os dados representam a média e o desvio padrão; entre parênteses estão os valores
mínimos e máximos.
Parâmetros de Mensuração
Amostras Áreas N C L F IN
SMM 32
A 30
21,1± 4,8
( 8,7 – 31,3)
2,1 ± 0,4
(1,3 - 3,0)
9,0 ± 2,5
(4,4 – 13,9)
0,7 ± 0,2
(0,4 – 1,5)
SMM 53
A 30
23,3 ±5,8
(12,2 – 36,5)
1,7 ± 0,3
(1,1 – 2,4)
7,9 ± 3,3
(3,5 – 17,4)
0,3 ± 0,1
(0,2 – 0,5)
SMM 81 A 30
19,9 ± 3,6
(12,2 – 26,1)
1,8 ± 0,5
(1,0 – 2,7)
6,4 ± 3,1
(2,2 – 12,2)
0,5 ± 0,2
(0,3 – 1,4)
SMM 98 A 30
19,1 ± 4,6
(12,2 – 29,6)
1,6 ± 0,3
(1,1 – 2,2)
6,4 ± 2,8
(2,2 – 13,9)
0,4 ± 0,1
(0,2 – 0,7)
SMM 100
A 30
18,7 ± 3,1
(13,9 – 25,2)
2,1± 0,3
(1,5 – 2,5)
6,1 ± 2,9
(2,2 – 15,2)
5,5 ± 1,4
(2,2 – 9,6)
SMM36
B 30
22,9 ± 4,1
(15,2 – 30,5)
2,1 ± 0,4
(1,3 – 2,8)
9,0 ± 2,4
(4,4 – 13,1)
0,3 ± 0,1
(0,2 – 0,7)
SMM1
F 30
17,8 ± 4,0
(9,6 – 25,2)
2,3 ± 0,3
(1,7 – 3,0)
4,7 ± 1,7
(2,2 – 9,6)
5,4 ± 1,7
(2,2 – 9,6)
C: comprimento do corpo sem o flagelo livre; L: largura do corpo ao nível do meio do núcleo; F:
comprimento da porção livre do flagelo; PN: distância da extremidade posterior do corpo ao centro do
núcleo; NA: distância da extremidade anterior do corpo ao centro do núcleo; IN (PN/NA): índice nuclear,
KN: distância do centro do cinetoplasto à margem do núcleo; PK: distância da extremidade posterior do
corpo ao centro do cinetoplasto; IK (PK/KN): índice do cinetoplasto; N: número de espécimes medidos.
31
Tabela 4. Medidas das formas tripomastigotas (µm) de Trypanosoma cruzi encontradas no 17º dia da curva de
crescimento em meio LIT. Os dados representam a média e o desvio padrão; entre parênteses estão os valores
mínimos e máximos.
Parâmetros de Mensuração
Amostras Áreas N C L F IN IK
SMM 32
A
20
16,9 ± 2,7
(12,2 – 22,6)
1,4 ± 1,2
(0,7 – 6,5)
7,1 ± 2,8 (4,4 –
15,2)
1,2 ± 0,4
(0,7 - 2,0)
0,4 ± 0,2
(0,1- 1,0)
SMM 53 A
20
26,2 ± 3,0
(20,9 - 34,8)
1,3 ± 0,3
(0,9 – 2,0)
6,1 ± 2,8
(0,9 – 13,1)
0,5 ± 0,1
(0,3 – 0,7)
3,0 ± 1,3
(6,3 – 0,9)
SMM 81 A
20
14,7 ± 2,7
(9,6 – 19,6)
0,8 ± 0,4
(0,4 – 2,2)
5,6 ± 3,0
(0,9 – 12,2)
1,0 ± 0,4
(0,5 – 1,7)
0,2 ± 0,2
(0,0 – 0,8)
SMM 98 A
20
15,9 ± 2,6
(12,2 - 20,9)
0,9 ± 0,2
(0,4 – 1,3)
4,6 ± 1,9
(0,9 – 8,7)
1,2 ± 0,6
(0,7 – 2,7)
0,2 ± 0,1
(0,1 – 0,4)
SMM 100
A
20
10,7 ± 7,9
(0,0 – 20,9)
0,9 ± 0,7
(0,0 – 2,1)
3,3 ± 2,6
(0,0 – 8,7)
0,9 ± 0,4
(0,4 - 1,8)
1,5 ± 1,2
(0,7 – 6,2)
SMM 36
B
20
20,1±3,3
(15,226,1)
0,8±0,2
(0,41,3)
5,8±1,9
(2,28,7)
1,0±0,5
(0,53,0)
0,3±0,1
(0,31,2)
SMM1
F
20
9,4±6,9
(0,18,3)
0,8±0,6
(0,02,1)
3,3±2,7
(0,07,8)
1,0±0,3
(0,61,7)
0,2±0,2
(0,00,8)
C: comprimento do corpo sem o flagelo livre; L: largura do corpo ao nível do meio do núcleo; F:
comprimento da porção livre do flagelo; PN: distância da extremidade posterior do corpo ao centro do
núcleo; NA: distância da extremidade anterior do corpo ao centro do núcleo; IN (PN/NA): índice nuclear,
KN: distância do centro do cinetoplasto à margem do núcleo; PK: distância da extremidade posterior do
corpo ao centro do cinetoplasto; IK (PK/KN): índice do cinetoplasto; N: número de espécimes medidos.
32
Tabela 5. Medidas das formas tripomastigotas (µm) de Trypanosoma cruzi encontradas no 20° dia da curva de
crescimento em meio LIT. Os dados representam a média e o desvio padrão; entre parênteses estão os valores
mínimos e máximos.
Parâmetros de Mensuração
Amostras
N C L F IN IK
SMM 32 20
17,3 ± 2,3
(13,1 -20,9)
1,0 ± 0,3
(0,5 – 1,7)
7,7 ± 2,3
(3,5 – 13,1)
1,1 ± 0,3
(0,8 – 1,7)
0,7 ± 0,8
(0,1 – 4,0)
SMM 53
20
25,5 ± 3,6
(16,1 -33,9)
1,3 ± 0,3
(0,9 – 2,2)
5,8 ± 2,1
(3,5 – 12,6)
0,5 ± 0,1
(0,3 – 0,7)
,4 ± 2,8
(0,9 –15,3)
SMM 81
20
14,1± 2,2
(10,9–20,9)
1,1± 0,2
(0,7 – 1,4)
5,0 ± 1,8
(0,9 – 8,7)
0,9 ± 0,4
(0,5 – 1,8)
0,2 ± 0,2
(0,1 – 0,8)
SMM 98
20
16,9 ± 2,7
(13,1–22,6)
0,8 ± 0,2
(0,4 – 1,3)
4,3 ± 2,0
(0,9 – 7,8)
1,0 ± 0,4
(0,5 – 2,0)
0,3 ± 0,2
(0,0 – 1,0)
SMM 100
20
9,4 ± 6,9
(0,0 – 18,3)
0,8 ± 0,6
(0,0 – 2,2)
2,5 ± 2,3
(0,0 – 7,8)
0,9 ± 0,3
(0,6 – 1,8)
3,5 ± 2,1
(1,2 – 7,9)
SMM 36
20
19,1 ± 4,3
(13,1–27,0)
0,8 ± 0,2
(0,4 – 1,1)
5,9 ± 2,2
(2,2 – 8,7)
1,1 ± 0,8
(0,5 – 2,0)
0,2 ± 0,2
(0,3–1,2)
SMM 1
20
9,0 ± 6,7
(0,0 – 16,5)
0,7 ± 0,6
(0,0 – 1,7)
3,1 ± 3,2
0,0 – 13,1
0,9 ± 0,4
(0,2 – 1,8)
0,3 ± 0,3
0,0 – 1,2
C: comprimento do corpo sem o flagelo livre; L: largura do corpo ao nível do meio do núcleo; F:
comprimento da porção livre do flagelo; PN: distância da extremidade posterior do corpo ao centro do
núcleo; NA: distância da extremidade anterior do corpo ao centro do núcleo; IN (PN/NA): índice nuclear,
KN: distância do centro do cinetoplasto à margem do núcleo; PK: distância da extremidade posterior do
corpo ao centro do cinetoplasto; IK (PK/KN): índice do cinetoplasto; N: número de espécimes medidos.
33
Tabela 6. Parasitemia de camundongo após inoculação da amostra SMM36, isolada de Triatoma vitticeps no
Estado do Rio de Janeiro, com análise de positividade e período de sobrevivência.
POSITIVIDADE
CAMUNDONGOS
1º EXAME
1
2º EXAME
2
SOBREVIVÊNCIA
01
(-) (+) 7 dias
02
(-) (+) 10 dias
03
(-) (+) 10 dias
04
(-) (+) 7 dias
05
(-) (+) 10 dias
06
(-) (+) 10 dias
07
(-) (+) 10 dias
08
(-) (+) 10 dias
09
(-) (+) 10 dias
10
(-) (+) 10 dias
1
6 dias após o inóculo;
2
8 dias após o inóculo
Tabela 7. Parasitemia de camundongo após inoculação da amostra SMM36, isolada de Triatoma vitticeps no
Estado do Rio de Janeiro, com análise de positividade e período de sobrevivência.
Positividade
CAMUNDONGOS
1º Exame
1
2º Exame
2
Sobrevivência
09
(-)
-- 7 dias
10
(-)
--
7 dias
1
6 dias após o inóculo;
2
Não houve exame devido a morte dos animais antes do período de análise (8 dias
após o inóculo)
34
Tabela 8. Parasitemia de camundongo após inoculação da amostra SMM98, isolada de Triatoma vitticeps no
Estado do Rio de Janeiro, com análise de positividade e período de sobrevivência.
POSITIVIDADE
CAMUNDONGOS
1º EXAME
1
2º EXAME
2
SOBREVIVÊNCIA
01
(-) (-)
18 dias
02
(-) (-) 60 dias
03
(-) (-) 60 dias
04
(-) (-) 60 dias
05
(-) (-) 60 dias
06
(-) (+) 60 dias
07
(-) (+) 60 dias
08
(-) (-) 60 dias
09
(-) (-) 60 dias
10
(-) (-) 60 dias
1
6 dias após o inóculo;
2
8 dias após o inóculo
Tabela 9. Xenodiagnóstico de triatomíneos alimentados em camundongos inoculados com a amostra SMM98
(após 23 dias), isolados de Triatoma vitticeps no Estado do Rio de Janeiro, com análise de positividade
.
Positividade/Ninfas de 5º estádio
ESPÉCIES
1 2 3 4 5
P
ans
t
rogylus megistus (-) (-) (-) (-) (-)
R
hodnius prolixus (-) (-) (-) (-) (-)
Triatoma infestans
(+)
(-) (-) (-) (-)
Triatoma vitticeps (-) (-) (-) (-) (-)
35
Tabela 10. Xenodiagnóstico de triatomíneos alimentados em camundongos inoculados com a amostra SMM98
(após 60 dias), isolados de Triatoma vitticeps no Estado do Rio de Janeiro, com análise de positividade.
POSITIVIDADE/NINFAS DE 5º ESTÁDIO
Espécies
1 2 3 4 5
Panstrogylus megistus
(-) (-) (-) (-) (-)
Rhodnius prolixus
(-) (-) (-) (-) (-)
Triatoma infestans
(+)
(-) (-) (-) (-)
Triatoma vitticeps
(-) (-) (-) (-) (-)
36
10 mµ
10
m
µ
10 mµ
10 mµ
10
10 mµ
Amostra SMM 32 - 20 ° dia da curva de
crescimento
Amostra SMM32 - 10° dia da curva de
crescimento
Amostra SMM32 - 17 ° dia da
curva de crescimento
10 mµ
Fig.9 Estudo morfométrico de formas de Trypanosoma cruzi, encontradas no 10º, 17º e 20º
dia das curvas de crescimento (SMM32).
37
38
Amostra SMM53 – 10° dia da curva de
crescimento
10 mµ
10 mµ
Amostra SMM53 – 17° dia da curva de
crescimento
10 mµ
Amostra SMM53 - 20° dia da curva de
crescimento
Fig. 10: Estudo morfométrico de formas de Trypanosoma cruzi, encontradas no 10º, 17º e
20º dia das curvas de crescimento (SMM53).
Amostra SMM81 - 10° dia da
curva de crescimento
10 mµ
10 mµ
Amostra SMM81 - 17° dia da curva
de crescimento
10 mµ
Amostra SMM81 - 20° dia da curva de
crescimento
Fig 11: Estudo morfométrico de formas de Trypanosoma cruzi, encontradas no 10º, 17º e 20º
dia das curvas de crescimento (SMM81).
39
10 mµ
10 mµ
Amostra SMM98 - 17° dia da curva
de crescimento
Amostra SMM98 - 10° dia da curva
de crescimento
10 mµ
Amsotra SMM98 - 20° dia da curva
de crescimento
Fig.12: Estudo morfométrico de formas de Trypanosoma cruzi, encontradas no 10º, 17º e 20º
dia das curvas de crescimento (SMM98).
40
Amostra SMM100 - 17° dia da curva
de crescimento
10 mµ
10 mµ
Amostra SMM100 - 10° dia da curva
de crescimento
10 mµ
Amostra SMM100 - 20° dia da curva
de crescimento
Fig.13: Estudo morfométrico de formas de Trypanosoma cruzi, encontradas no 10º, 17º e 20º
dia das curvas de crescimento (SMM100).
41
10 mµ
10 mµ
Amostra SMM36 - 17° dia da curva
de crescimento
Amostra SMM36 - 10° dia da curva
de crescimento
10 mµ
Amostra SMM36 - 20° dia da curva de
crescimento
Fig.14: Estudo morfométrico de formas de Trypanosoma cruzi, encontradas no 10º, 17º e 20º
dia das curvas de crescimento (SMM36).
42
10 mµ
10 mµ
Amostra SMM1 - 10° dia da curva de
crescimento
Amostra SMM1 - 17° dia da curva de
crescimento
10 mµ
Amostra SMM 1 - 20° dia da curva de
crescimento
Fig.15: Estudo morfométrico de formas de Trypanosoma cruzi, encontradas no 10º, 17º e 20º
dia das curvas de crescimento (SMM1).
,
43
0
20
40
60
80
100
120
04710131720
Dias após a semeadura
Percentual das formas epimastigotas e
tripomastigotas
0
5.000
10.000
15.000
20.000
25.000
30.000
35.000
Número de parasitas/
l
Epimastigotas
Tripomastigotas
Curva de
Crescimento
Fig. 16: Trypanosoma cruzi (amostra SMM100) isolada de Triatoma vitticeps:
diferenciação e crescimento celular em meio LIT.
44
0
20
40
60
80
100
120
0 4 7 10131720
Dias após a semeadura
Percentual das formas epimastigotas e
tripomastigotas
0
10.000
20.000
30.000
40.000
50.000
60.000
Número de parasitas/
l
Epimastigotas
Tripomastigotas
Curva de
Crescimento
Fig. 17: Trypanosoma cruzi (amostra SMM53) isolada de Triatoma vitticeps:
diferenciação e crescimento celular em meio LIT.
45
0
20
40
60
80
100
120
0 4 7 10131720
Dias após semeadura
Percentual das formas epimastigotas e
tripomastigotas
0
5.000
10.000
15.000
20.000
25.000
30.000
35.000
40.000
45.000
50.000
Número de parasitas/
l
Epimastigotas
Tripomastigotas
Curva de
Crescimento
Fig.18: Trypanosoma cruzi (amostra SMM32) isolada de Triatoma vitticeps:
diferenciação e crescimento celular em meio LIT.
46
0
20
40
60
80
100
120
0 4 7 10 13 17 20
Dias após a semeadura
Percentual das formas epimastigotas e
tripomastigotas
0
5.000
10.000
15.000
20.000
25.000
30.000
35.000
40.000
45.000
50.000
Número de
parasitas/
l
Epimastigotas
Tripomastigotas
Curva de
Crescimento
Fig.19: Trypanosoma cruzi (amostra SMM1) isolada de Triatoma vitticeps:
Diferenciação e crescimento celular em meio LIT.
47
0
20
40
60
80
100
120
0 4 7 10 13 17 20
Dias após a semeadura
epimastigotas e tripomastigotas
0
5.000
10.000
15.000
20.000
25.000
30.000
35.000
40.000
45.000
50.000
paraitas/ml
Epimastigotas
Tripomastigotas
Curva de
Crescimento
Fig. 20: Trypanosoma cruzi (amostra SMM81) isolada de Triatoma vitticeps:
diferenciação crescimento celular em meio LIT.
48
0
20
40
60
80
100
120
0 4 7 10 13 17 20
Dias após a semeadura
Percentual das formas epimastigotas e
tripomastigotas
0
10.000
20.000
30.000
40.000
50.000
60.000
Número de parasitas/
l
Epimastigotas
Tripomastigota
s
Curva de
Crescimento
Fig. 21: Trypanosoma cruzi (amostra SMM36) isolada de Triatoma vitticeps:
diferenciação crescimento celular em meio LIT.
49
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
04710131720
Dias de semeadura
epimastigotas e tripomastigotas
0
5.000
10.000
15.000
20.000
25.000
parasitas/ml
Epimastigotas
Tripomastigotas
Curva de
crescimento
Fig.22: Trypanosoma cruzi (amostra SMM98) isolada de Triatoma vitticeps:
diferenciação e crescimento celular em meio LIT.
50
0
20
40
60
80
100
120
23 27 30 33 37 40
Dias de semeadura
Percentual das formas epimastigotas e
tripomastigotas
0
20.000
40.000
60.000
80.000
100.000
Epi
Tripo
Curva de
Crescimento
Fig. 23: Extensão da Curva de Crescimento e diferenciação celular (SMM36)
0
20
40
60
80
100
23 27 30 33 37 40
Dias de semeadura
Percentual das formas epimastigotas e
tripomastigotas
0
50.000
100.000
150.000
200.000
250.000
Epi
Tripo
Curva de
Crescimento
Fig. 24: Extensão da Curva de Crescimento e diferenciação celular (SMM98)
51
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0 4 7 101317202730333740
Dias de semeadura
Percentual das formas epimastigotas e
tripomastigotas
0
10.000
20.000
30.000
40.000
50.000
60.000
70.000
80.000
90.000
100.000
Epi
Tripo
Curva de
Cresciment
o
Fig. 25: Análise da curva de crescimento e diferenciação celular de 0 a 40 dias
para a amostra SMM36.
52
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0 4 7 10131720232730333740
Dias de semeadura
Percentual das formas epimastigotas e
tripomastigotas
0
50.000
100.000
150.000
200.000
250.000
Epi
Tripo
Curva de
Crescimento
Fig. 26: Análise da curva de crescimento e diferenciação celular de 0 a 40 dias
para a amostra SMM98.
53
0
10
20
30
40
50
60
70
12345678910
Camundongos
Dias após o inóculo
SMM36
SMM98
Fig. 27: Mortalidade dos camundongos.
54
Fig.28 a e b da amostra SMM36: Formas epimastigotas de
Trypanosoma cruzi isoladas de Triatoma vitticeps.
a
b
55
Fig.29 a e b da amostra SMM36: Formas epimastigotas de
Trypanosoma cruzi isoladas de Triatoma vitticeps.
a
b
56
a
b
Fig.30 da amostra SMM36: a Forma tripomastigota; b: Aspectos de rosetas de
formas de Trypanosoma cruzi isoladas de Triatoma vitticeps.
57
Fig. 31: Micrografia por Microscopia Eletrônica de Transmissão de formas de
Trypanosoma cruzi isoladas de Triatoma vitticeps – amostra SMM36. 7.000x
f-flagelo; bf- bolsa flagelar;
C- cinetoplasto; n- núcleo.
bf
f
f
n
n
c
58
Fig. 32: Aspecto geral do miocárdio de camundongo
necropsiado com 60 dias após inóculo de
Trypanosoma cruzi obtido da amostra SMM 98.
Coloração H-E. Aumento: 20x.
Fig. 33: Histopatologia do miocárdio de camundongo
necropsiado com 60 dias após inóculo de Trypanosoma cruzi
obtido da amostra SMM 98, com presença de infiltrado
mononuclear (seta). Coloração: H-E. Aumento: 40x.
59
Fig. 34: Miocárdio do camundongo necropsiado com 60
dias após inóculo de Trypanosoma cruzi obtido da amostra
SMM 98, com presença de infiltrado mononuclear (seta) e
espos intercelulares (*). Coloração: H-E. Aumento: 40x.
*
*
Fig. 35: Miocárdio do camundongo necropsiado com 10 dias
as inóculo de Trypanosoma cruzi obtido da amostra SMM 36,
com presença de infiltrado mononuclear (seta) e espaços
intercelulares (*). Coloração: H-E. Aumento: 40x.
*
*
60
Fig. 36: Intestino de camundongo necropsiado com 60 dias
após inóculo de Trypanosoma cruzi obtido da amostra
SMM98, apresentando indícios de degeneração celular e
necrose. Coloração: H-E. Aumento: 40x.
Fig. 37: Intestino de camundongo necropsiado com 60 dias
após inóculo de Trypanosoma cruzi obtido da amostra
SMM98, apresentando infiltrado monuclear . Coloração: H-
E. Aumento: 20x.
61
Fig. 38: Detalhe de um grande infiltrado monuclear
presente no intestino de camundongo necropsiado com 60
dias após inóculo de Trypanosoma cruzi obtido da amostra
SMM98. Coloração: H-E. Aumento: 40x.
Fig. 39: Presença de infiltrado monuclear no fígado de
camundongo necropsiado com 60 dias após inóculo de
Trypanosoma cruzi obtido da amostra SMM98. Coloração:
H-E. Aumento: 40x.
62
Fig. 40: Infiltrado monuclear presente nortex renal de
camundongo necropsiado com 10 dias após inóculo de
Trypanosoma cruzi obtido da amostra SMM36. Coloração:
H-E. Aumento: 40x.
63
5 DISCUSSÃO
Curvas de Crescimento
Após a realização das sete curvas de crescimento para as amostras SMM 1, 32, 36, 53,
81, 98 e 100, nossos resultados demonstraram uma grande heterogeneidade nas diferentes
amostras estudadas.
Elevada heterogeneidade também foi observada por GOMES et al. (2003), nas taxas de
metaciclogênese quando utilizado o meio M16, enquanto que com a utilização do meio LIT,
estas taxas apresentaram-se bem mais reduzidas em cerca de 0,8 a 12,2%. Isto poderia indicar
uma característica peculiar em meio M16, tal como crescimento em relação à caracterização
das amostras em meio LIT em seus estudos sobre características biológicas de Trypanosoma
cruzi provenientes de pacientes chagásicos crônicos do Estado do Paraná, Brasil.
Trypanosoma cruzi se desenvolve bem em inúmeros tipos de meios de cultivo conforme
WYNNE DE MARTINI et al. (1980), com o crescimento máximo evidente entre o 14º e 18º
dias. As curvas, bem como características morfológicas, podem apresentar variações de acordo
com a amostra utilizada, segundo BRENER & CHIARI (1965) assinalaram que as cepas CL,
FL, MR podem apresentar agregados de formas amastigotas em sua fase inicial, e depois
dariam origem a formas flageladas, enquanto que as cepas Y e Berenice raramente dão origem
a amastigotas, aparecendo formas epimastigotas e rosetas.
Cepas com predomínio de formas largas (stout), como as CL, FL e MR, que tendem a
apresentar inicialmente formais finas, predominantes em cepas Y e Berenice, tendendo a
manter sua forma sem apresentar formas amastigotas (SILVA, 1959).
Diferenças nas curvas de crescimento, em diferentes amostras também foram observadas
na América do Norte por BARR (1990), após ter analisado vários parâmetros mostrando haver
heterogeneidade entre amostra isolada de cão e amostras isoladas de gam e tatu, ambos
silvestres. Curvas de crescimento em meio LIT mostraram que a amostra isolada de cão
iniciou a fase de crescimento exponencial no 3º dia e aumentou intensamente até o 12º dia
(5,0X10
7
parasitas/ml), com fase estacionária de seis dias e queda progressiva posterior,
enquanto as amostras silvestres entraram na fase de crescimento exponencial entre o 6º e 9º
dia, atingindo o máximo no 18º dia e caindo rapidamente após o 21º dia. A curva de
crescimento da amostra do tatu é pouco maior que a canina, mas a do gambá atinge
6,0X10
7
parasitas/ml.
Metaciclogênese
CASTELLANI et al., 1967, cita em seus estudos que a diferenciação final de formas
epimastigotas e tripomastigotas metacíclicos, como também rosetas formadas durante o
desenvolvimento são resultados da metaciclogênese. A amostra Y desenvolve um processo
intenso de metaciclogênese após 48 horas de cultura em meio LIT-HIL, substituindo infusão
de fígado por infusão de coração de canino e triptose por hidrolisado de ladoalbumina e revista
por alguns autores.
64
A diferenciação celular nas amostras estudadas é decorrente da transformação de formas
encontradas em meio de cultura. A análise da diferenciação revela que as formas sofreram
modificações heterogêneas de amostra para amostra.
As taxas mais altas de metaciclogênese neste experimento, foram observadas entre o 10°
e 20° dias, sendo nas amostras SMM1 e SMM100 (>20%) no 10º e 13º dias, respectivamente,
a amostra SMM 36 (>90%) e SMM81 (>80%) no 17° dia e as amostras SMM 98 (>70%),
SMM 53 (> 20%) e SMM 32 (>30%) no 20° dia.
A diferenciação celular nas amostras SMM36 e SMM98, observadas até o 40º dia,
demonstrou que nestas ocorreram as maiores taxas de metaciclogênese, apresentando mais de
40% no 33º dia e no 37º dia para as respectivas amostras. Considerando-se que das sete
amostras analisadas, cinco foram procedentes da mesma área, esses resultados demonstram
uma diversidade no comportamento, o que está de acordo com as observações de
MARTINEZ-DÍAZ et al. (2001).
NAVARRO et al. (2003), demonstra em seus estudos que as formas amastigotas
encontradas no tecido do vertebrado, depois de se dividirem, transformam-se em
tripomastigota. Uma vez que deixam a célula, as formas tripomastigota sanguíneas são
capazes de infectar o sangue circulante disseminando para os tecidos através da corrente
sanguínea, repetindo o evento intracelular. Toda a transformação decorre da amastigotagênese,
processo que ocorre durante a metaciclogênese.
BONALDO et al. (1988), observaram que formas epimastigotas de T. cruzi aderem aos
frascos de cultura antes da diferenciação em tripomastigotas metacíclicos, sugerindo que a
adesão ao substrato é um importante estímulo para o processo de diferenciação celular.
A importância da adesão para multiplicação e diferenciação das formas epimastigotas de
T. cruzi e de outros tripanosomatídeos vem sendo amplamente estudada ao longo dos anos e
muitas teorias foram formuladas a fim de se estabelecer quais são os fatores que regulam esse
fenômeno.Em T. congolense o bloqueio da adesão resulta na redução da taxa de
tripomastigotas metacíclicos.
A determinação dos fatores que regulam o processo de metaciclogênese é de especial
interesse, uma vez que envolve a transformação de uma forma não patogênica em patogênica.
Segundo EDELMAN (1985) a transformação morfogênica em diferentes células eucarióticas
superiores são precedidas da adesão célula-célula.
Estudo Morfométrico
Ao comparar o conjunto de amostras estudadas verificamos através da análise
morfométrica que as dimensões dos estágios de formas epimastigotas e tripomastigotas destas
amostras estão na faixa de variação de T. cruzi (ANDRADE, 1974; BRENER, 1965; SOUSA,
1999; BRISSE et al., 2001; SILVA et al, 2001; SOUSA, comunicação pessoal). Entretanto,
analisando as amostras individualmente, a variação é evidente, confirmando a diversidade
destes isolados, conforme já verificada pela análise molecular realizada por GONÇALVES
(2000).
65
Análise Ultraestrutural
Todas as amostras demonstraram padrão semelhante a T. cruzi, de acordo com os
resultados descritos na literatura (SOARES, 1988; ARAÚJO-JORGE et al., 1992; SOUZA,
2002).
São poucos os estudos sobre ultraestrutura de formas tripomastigotas de
Trypanosoma cruzi, sendo que a maioria analisa formas obtidas in vitro. MEYER & DE
SOUZA (1976) observaram em seus estudos o número e arranjo dos microtúbulos sub-
peculiares em formas tripomastigotas obtidas de cultivo de células musculares de embriões de
galinha.
DE SOUZA & CHIARI (1977) analisaram formas tripomastigota oriundas de
cultivos acelulares em meio LIT e chamaram a atenção para estruturas em forma de cesto no
DNA no cinetoplasto, comparando-os com as formas epimastigotas.
A ultraestrutura de formas epimastigotas e tripomastigotas "in vivo" em células
musculares cardíacas de camundongo ou de meio de cultivo acelular, meio F-69, foi
comparada por PAN (1978).
Formas finas e largas de cepas de Trypanosoma cruzi foram comparadas e poucas
foram as diferenças observadas entre as formas finas (slender forms) e as formas largas. As
diferenças que melhor puderam ser consideradas foram em nível de cisternas de Golgi e
cisternas de retículos endoplasmáticos que se apresentaram morfologicamente bem mais
desenvolvidos nas formas largas quando comparadas às formas finas estudadas (MARIA et
al., 1972).
Resultados da infecção Experimental e Parasitemia
Parasitemia
O desenvolvimento experimental de T. cruzi, em estudos realizados por SOLARI et al.
(1998) PEREIRA DA SILVA & NUSSENZWEIG (1953); PIZZI, (1957); DEANE et al.
(1984), relatam o desenvolvimento de parasitemia patente, considerada máxima durante o
ciclo de infecção, considerando que em outros dois eventos realizados ocorrem má adaptação
dos flagelados nos camundongos, diferente do restante que se adaptaram, sugerindo que cepas
de T. cruzi selecionam ou são específicas quanto ao hospedeiro.
SANCHEZ et al., (1990) interessados em observações em especial sobre capacidade de
resistência do hospedeiro, como também a adaptação de T. cruzi em modelos murinos, sugere
que modelos experimentais, confiavelmente seriam bem adaptados à modelos originalmente
naturais.
TOLEDO et al., (2002), utilizou 14 parâmetros de avaliação para a análise de suas
observações sobre o desvio padrão para o grupo analisado (clones de Trypanosoma cruzi),
dentre eles, estão: PPP- exame posterior a infecção; PP- período inicial de positividade pós-
exame; MP- número de tripomastigotas encontrados no sangue (O,1) ml e DMP- dias de
contagem de formas tripomastigotas em toda análise, podendo ser observado
significativamente a diferença ou semelhança entre os grupos estudados. Mostrando em seus
achados, a necessidade de padronização dos dias de leitura das lâminas, para que se possa
melhor compreender e avaliar quantitativa e qualitativamente, as formas encontradas no
experimento.
66
MARTINS et al. (2003), observaram que no 4º dia de infecção em camundongos com a
cepa Famema, oriunda de Marília, SP, isolada através de xenodiagnóstico, a presença de
formas de Trypanosoma cruzi no sangue circulante aumentou gradativamente até o 20º dia,
apresentando um decréscimo na corrente sanguínea em torno de 70 dias, não sendo neste
período, observada morte dos camundongos em estudo.
Neste experimento, dos dez camundongos inoculados com a amostra SMM36, todos
apresentaram parasitemia negativa no primeiro exame, e no segundo, realizado oito dias após
o inóculo inicial, foram observadas formas sanguíneas nos camundongos, exceto os
camundongos 01 e 04 que foram ao óbito poucos dias após o primeiro exame, seguido da
morte dos camundongos 02; 03; 05; 06; 07 e 08, restando apenas os camundongos de número
09 e 10. A confirmação, através de novo inóculo, das altas taxas de mortalidade dos animais
em estudo para a referida amostra, indica que esta é altamente virulenta. Este resultado pode
estar relacionado ao aparecimento de casos agudos de doença de Chagas, com altos índices de
mortalidade nas faixas etárias mais jovens da população. Ao contrário desta, os camundongos
inoculados com a amostra SMM98, suportaram a infecção por um longo período, confirmando
a hipótese da amostra apresentar menos virulência que a anterior. Usando o mesmo raciocínio
aplicado na amostra anterior, podemos supor que esta menor virulência pode estar relacionada
ao aparecimento de casos com fase aguda da doença manifestando-se de forma menos intensa
e muitas vezes, até inaparente.
Xenodiagnóstico
Nas 20 ninfas examinadas, após 23 dias de infecção, os triatomíneos das espécies
Panstrongylus megistus, Rhodnius prolixus, e Triatoma vitticeps não apresentaram
positividade para T. cruzi nos exames realizados durante o experimento, a positividade apenas
pode ser observada em Triatoma infestans.
Ao estender nossas observações até 60 dias de alimentação, foi realizado o segundo
exame e a positividade foi observada para um dos 20 triatomíneos, demonstrando que
Panstrongylus megistus, Rhodnius prolixus, e Triatoma vitticeps realmente não apresentaram
positividade para T. cruzi nos exames realizados durante os experimentos, mantendo-se
infectado, apenas Triatoma infestans.
A utilização dos insetos hospedeiros invertebrados do T. cruzi, implementada por
BRUMPT (1914), é uma técnica na qual se põe o vetor em contato com a pele do paciente
suspeito, por um período de tempo que varia de 10 a 30 minutos, e posterior exame do
conteúdo intestinal do inseto entre a segunda e décima semana (CERISOLA et al. 1971).
Muitos autores assinalam este método como o indicado para o diagnóstico
parasitológico na fase crônica. No entanto, esta metodologia gera recusa por parte do paciente,
e em alguns casos podem aparecer efeitos colaterais como cefaléia e/ou reações de
hipersensibilidade à saliva do inseto (COSTA et al., 1981), fato este contornado pelo emprego
do xenodiagnóstico artificial. Além destes inconvenientes, deve-se levar em conta o tempo
para obtenção dos resultados e da disposição de locais apropriados para a manutenção dos
vetores. Sua capacidade diagnóstica depende principalmente da fase da doença. Na fase aguda
oscila entre 85% a 90%, já na fase crônica vai desde 17% a 70% (SALGADO, 1969;
CERISOLA, et al., 1975; SCHENONE, 1974). A sensibilidade do método depende de vários
fatores, como por exemplo, o número de insetos utilizados, a espécie do inseto ou o número de
xenodiagnósticos realizados em um mesmo paciente (CERISOLA, 1974; PERLOWAGORA-
SZUMEWICZ 1982; BRONFEN et al., 1989).
67
Além disso, as características intrínsecas das cepas do parasito, que ao parece, definem
o grau de parasitemia nos humanos infectados (FERNANDES et al., 1998), também são
relevantes.
É conhecido também que existem espécies vetoras com suscetibilidades diferentes para
infecção com T. cruzi (BORGES-PEREIRA, 1996).
As principais espécies de vetores envolvidas na transmissão da doença de Chagas são
Triatoma infestans, Rhodnius prolixus e Panstrongylus megistus, segundo (REY, 2002).
BRONFEN & ALVARENGA (1997), em seus achados mostram que após a infecção
de triatomíneos por Trypanosoma cruzi, a presença de flagelados no conteúdo intestinal dos
triatomíneos só foi evidenciada em torno de 60 dias a infecção. Durante o exame foram
evidenciadas proporções diferentes de flagelados nos insetos utilizados no experimento, no
caso, Triatoma infestans, foi também observada uma perda crescente de parasitas durante o
tempo de estudo.
Neste experimento, um total de 20 ninfas de triatomíneos, foram examinados
separadamente entre as cinco espécies estudadas. Após 23 dias de infecção, os triatomíneos
das espécies Panstrongylus megistus, Rhodnius prolixus, e Triatoma vitticeps não
apresentaram positividade para T. cruzi nos exames realizados durante o experimento, a
positividade apenas pode ser observada em Triatoma infestans.
Baseado nos resultados obtidos, estendemos nossas observações até 60 dias de alimentação,
tentado investigar a possibilidade de positividade nas espécies de triatomíneos estudados.
Neste período foi realizado o segundo exame e o mesmo somente apresentou positividade para
um dos 20 triatomíneos, demonstrando que Panstrongylus megistus, Rhodnius prolixus, e
Triatoma vitticeps realmente não apresentaram positividade para T. cruzi nos exames
realizados durante os experimentos, mantendo-se infectado apenas Triatoma infestans.
Estudo Histopatológico
A presença de intensas alterações inflamatórias, com presença de raros ninhos de
amastigota, está de acordo com as observações de ANDRADE (1985) em que assinala que
os parasitas muitas vezes não são localizados em tecidos infectados, particularmente em
órgãos de animais ou indivíduos chagásicos na fase crônica.
Observações realizadas por Carlos Chagas no início do século se mantêm vigentes e
relacionam a presença do T. cruzi no tecido com o desenvolvimento fisiopatológico da doença.
Por outro lado, revelam que em grande proporção dos indivíduos na fase crônica é freqüente
encontrar anormalidades no tecido sem a presença do agente etiológico (CHAGAS &
VILLELA, 1922).
68
6 CONCLUSÕES
1. As características observadas nas curvas de crescimento das amostras SMM100, 53, 32,
1, 81, 36 e 98, demonstraram uma variabilidade quanto à diversidade destes isolados e
relação às áreas estudadas, como também dentre as áreas.
2. A extensão dos dias de análise da curva de crescimento para as amostras SMM36 e 98,
confirmam que estes isolados das áreas B e A respectivamente, demonstram diferenças
frente às outras analisadas, comprovando a heterogeneidade das amostras estudadas, as
quais diferem também em relação a vários pontos das curvas da maioria das cepas já
estabelecidas.
3. No acompanhamento da diferenciação celular, através da avaliação das taxas de
metaciclogênese, verificou-se que todas as amostras estudadas exibem comportamentos
morfobiológicos diferenciados entre si, bem como em relação a cepas já estudadas e
consideradas padrão.
4. Através do estudo morfométrico, observou-se que todas as amostras estudadas
apresentaram as mesmas características descritas para cepas padrão de Trypanosoma cruzi.
5. A análise ultraestrutural das amostras estudadas revelou através da Microscopia
Eletrônica de Varredura (MEV), os mesmos padrões morfológicos obtidos nas formas
epimastigotas e tripomastigotas de cepas padrão de T. cruzi. Da mesma forma, a
Microscopia Eletrônica de Transmissão (MET), evidenciou a presença de cinetoplasto,
bolsa flagelar, microtúbulos subpeliculares, núcleo, flagelo, dentre outras. Demonstrando
através das micrografias semelhanças morfológicas com as estruturas encontradas nas cepas
de T. cruzi (padrão).
6. A parasitemia realizada para as amostras SMM36 e 98, mostraram aspectos
diferenciados entre si, como também entre as cepas já conhecidas. A amostra SMM36,
embora não tenha demonstrado presença elevada de T. cruzi nos esfregaços realizados,
quando inoculada em camundongos, levou ao óbito em um curto espaço de tempo cerca de
80% dos animais utilizados no experimento. Entretanto, a amostra SMM98, além de não
demonstrar alta parasitemia, somente levou ao óbito 10% dos camundongos, o que permite
concluir que a amostra SMM36 possui alta virulência em relação a SMM98, a qual
possivelmente apresenta e somente desenvolve uma fase branda e crônica da doença nos
animais estudados.
7. No estudo histopatológico, a presença de inflamação com infiltrados mononucleares e as
alterações degenerativas nas células de diversos tecidos, caracterizam uma intensa fase
aguda, evidenciando a virulência das amostras estudadas.
8. Embora estes isolados tenham apresentado alta virulência quando inoculados em
camundongos, na realização do xenodiagnóstico, estes aparentemente apresentaram
afinidade apenas com Triatoma infestans, onde pode ser observada a presença de
flagelados.
69
9. A heterogeneidade das amostras estudas demonstrada através dos estudos
morfobiológicos, histopatológicos e dados do xenodiagnóstico, pode estar relacionada às
várias manifestações clínicas da doença apresentadas em pacientes chagásicos.
70
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Levando-se em conta a heterogeneidade encontrada nas amostras estudadas, fica evidente a
necessidade de aprofundar os estudos relacionados a estas amostras silvestres de T. cruzi, uma
vez que estas representam a real situação destes parasitos enquanto circulam na natureza.
Portanto, pretendemos complementar nossos estudos através da microscopia óptica e da
Microscopia Eletrônica de Varredura e Transmissão ampliando o número de amostras
utilizadas.
Além disso, objetivamos confeccionar a digitalização de imagens feitas nos esfregaços das
lâminas para realização de morfometria geométrica e realizar estudos complementares para a
avaliação da parasitemia, histopatologia e xenodiagnóstico, estendendo os dias de exame e
ampliando o número de amostras já estudadas neste trabalho, com o objetivo de compará-las
com outras, consideradas cepas padrão.
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