Revisão de Literatura_____________________________________________________
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Embora a homologia dos genótipos de S.mutans seja mais comum
entre mães e filhos, os pais e indivíduos estranhos à família podem ser fonte
importante de transmissão (EMANUELSSON, THORNQUIST, 2001), mas não existe
um modelo válido para todas as famílias ou populações. Há relatos tanto de isolados
semelhantes entre pais e filhos na China (REDMO EMANUELSSON, WANG, 1998),
no Japão (KOZAI et al.,1999; TEDJOSASONGKO, KOZAI, 2002) e Brasil
(SPOLIDORIO et al., 2003), como ausência de transmissão pai-filho, nos Estados
Unidos (LI, CAUFIELD, 1995) e Suécia (EMANUELSSON, LI, BRATTHALL, 1998);
transmissão entre esposos no Canadá (KULKARNI et al., 1989), na China (REDMO
EMANUELSSON, WANG, 1998), na Finlândia (SAARELA et al., 1993) e Turquia
(ERSIN et al., 2004), ou compartilhamento pai-mãe-filho na China (REDMO
EMANUELSSON, WANG, 1998), no Brasil (SPOLIDORIO et al., 2003) e na Turquia
(ERSIN et al., 2004). A existência de genótipos não encontrados na família já foi
relatada por alguns (KULKARNI et al., 1989; KOZAI et al., 1999;
TEDJOSASONGKO, KOZAI, 2002; LINDQUIST, EMILSON, 2004;). Há ainda relatos
de cepas idênticas de S.mutans em crianças de creches (MATTOS GRANER et
al.,2001; TEDJOSASONGKO, KOZAI, 2002; LIU et al., 2007), não encontradas por
outros (KLEIN et al., 2004).
Quanto ao número de genótipos, crianças na faixa de 0-3 anos exibem de 1 a 5
genótipos distintos de EM (CAUFIELD, WALKER, 1989; EMANUELSSON, LI,
BRATTHALL, 1998; GRONROOS et al., 1998; KOZAI et al., 1999; MATTOS
GRANER et al.,2001; SPOLIDORIO et al., 2003; KLEIN et al., 2004), enquanto o
número de genótipos abrigados pelas mães pode ser igual (REDMO
EMANUELSSON, WANG, 1998) ou maior (LI, CAUFIELD, 1995; ALALUUSUA et al.,
1996; EMANUELSSON, LI, BRATTHALL, 1998; LINDQUIST, EMILSON, 2004) que
o encontrado nos filhos. Em geral, os isolados pesquisados provêm da saliva, mas a
colonização pode ser sítio-específica . Quando da amostragem de vários sítios
(saliva sublingual, dorso da língua, mucosa dos rebordos maxilares e mandibulares e
biofilme, quando havia dentes) em crianças, tanto o número de isolados (saliva –
194 e biofilme – 272), como o número de genótipos de S.mutans detectados (saliva
– 29 e biofilme – 35) foi maior na placa (KLEIN et al., 2004). Numa comparação do
total de genótipos detectados na saliva, biofilme de esmalte sem cárie e de lesão
cariosa, feita por GRONRÖOS, ALALUUSUA (2000), 80% apareceram na saliva.
LEMBO (2005) detectou porcentagem ainda menor (62,7%). Significa dizer que a