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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA
Estudo Fitoquímico de Helietta puberula (Rutaceae),
Simarouba versicolor (Simaroubaceae) e Busca de um
Processo de Microencapsulação de Compostos Ativos,
Visando o Controle de Formigas Cortadeiras
Simone Yasue Simote*
Orientador: Prof. Dr. João Batista Fernandes
*bolsista FAPESP
SÃO CARLOS – SP
2006
Tese apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Química como parte dos
requisitos para a obtenção do título de
DOUTOR EM QUÍMICA, na área de
concentração QUÍMICA ORGÂNICA
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Ficha catalográfica elaborada pelo DePT da
Biblioteca Comunitária/UFSCar
S611ef
Simote, Simone Yasue.
Estudo fitoquímico de Helietta puberula (Rutaceae),
Simarouba versicolor (Simaroubaceae) e busca de um
processo de microencapsulação de compostos ativos
visando o controle de formigas cortadeiras / Simone Yasue
Simote. -- São Carlos : UFSCar, 2006.
200 p.
Tese (Doutorado) -- Universidade Federal de São Carlos,
2006.
1. Produtos naturais. 2. Formigas cortadeiras. 3. Helietta
puberula. 4. Simarouba versicolor. I. Título.
CDD: 5547.3 (20
a
)
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“A ciência no futuro terá que estar preparada para fornecer
respostas para questões ligadas ao funcionamento da natureza,
condição essencial para o futuro da vida no nosso planeta"
O. R. Gottlieb
Dedico este trabalho aos meus pais Ossamu e Toshie, aos meus irmãos Márcia e
Gilberto e a minha sobrinha Bianca, que sempre me incentivaram em minha
formação pessoal e profissional e por serem a alegria do meu viver...
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. João Batista Fernandes, pela orientação e amizade
Aos professores do Laboratório de Produtos Naturais da UFSCar, Dra. Maria Fátima das
Graças Fernandes da Silva, Dr. Paulo Cezar Vieira e Dr. Edson Rodrigues Filho, pelos
ensinamentos e colaboração
Às alunas Roberta N. A. Almeida, Maria Fernanda Gomes Villalba Penãflor e Cinthia
Zavan do Centro de Estudos de Insetos Sociais (CEIS) – Rio Claro – SP, pela realização
dos ensaios no controle de formigas cortadeiras
Aos professores Dr. Odair Corrêa Bueno, Dr. Fernando Carlos Pagnocca e Dr. Maurício
Bacci Junior do CEIS, pela colaboração
Aos amigos e professores dos laboratórios de Síntese, de HPLC, de RMN e da Inorgânica,
pela ajuda, amizade e companheirismo
Aos professores Dr. Edson Leite e Dr. Orlando Fatibello pela colaboração na realização dos
experimentos relacionados às microcápsulas
Aos professores, secretárias, amigos e funcionários do DQ/UFSCar, pelos ensinamentos,
convivência e amizade
Aos amigos da Turma de Química 98 da UFSCar pela amizade
Ao Sebastião, pelo carinho, companheirismo, atenção e paciência
Aos amigos conquistados no Laboratório de Produtos Naturais da UFSCar, desde novembro
de 1999 a junho de 2006, obrigada pelos ensinamentos, brincadeiras, brigas, companheirismo,
amizade... Enfim, por tudo... Impossível nomeá-los sem cometer falhas...
Aos meus pais, Ossamu e Toshie, que sempre incentivaram seus filhos a estudarem, mas
respeitaram a decisão de cada um deles em traçar seus próprios caminhos...
Aos meus irmãos, Márcia e Gilberto e ao meu cunhado Milton pelo carinho, apoio e
incentivo
À minha sobrinha Bianca, por me fazer sentir criança a cada encontro...
À FAPESP, pela bolsa concedida
A todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste trabalho e
tornaram minha vida em São Carlos sempre alegre
MUITO OBRIGADA
Resumo
Resumo
ESTUDO FITOQUÍMICO DE Helietta puberula (RUTACEAE), Simarouba
versicolor (SIMAROUBACEAE) E BUSCA DE UM PROCESSO DE
MICROENCAPSULAÇÃO DE COMPOSTOS ATIVOS, VISANDO O
CONTROLE DE FORMIGAS CORTADEIRAS – Este trabalho apresenta o
estudo fitoquímico de duas plantas: Helietta puberula (Rutaceae) e Simarouba
versicolor (Simaroubaceae), biomonitorado através de ensaios em três modelos
biológicos: formigas cortadeiras (Atta sexdens rubropilosa), seu fungo
simbionte (Leucoagaricus gongylophorus) e enzimas pectinases. Os ensaios
biológicos de extratos e frações mostraram que as plantas selecionadas são
promissoras no controle de formigas cortadeiras. O estudo fitoquímico dos
extratos e frações ativas levou a identificação de 34 substâncias de diferentes
classes: esteróides (sitosterol, estigmasterol, sitostenona, estigmastenona,
campestenona e 3
β
-O-3
β
-D-glucopiranosil sitosterol); triterpenos do tipo
tirucalano (22S,3
α
-diidroxitirucala-7,24-dien-23-ona); esqualeno (eurileno) e
lupânico (lupeol e lupenona); alcalóides do tipo quinolônico (N-metil-4-metóxi-
2-quinolona, furoquinolínicos (dictamina, γ-fagarina, kokusaginina, maculina,
flindersiamina), acridônico (arborinina); cantinônicos (4,5-dimetóxicantin-6-ona
e 5-metóxicantin-6-ona) e do tipo
β
-carbonílicos (7-hidroxi-1-etil
β
-carbolina e
7-hidroxi-1,1’-propionato de metila
β
-carbolina); flavonóides (flavona,
isosakuranetina e da 5,7,3’,4’,5’-pentametóxiflavona) e do estilbeno; de
cumarinas (7-hidróxicumarina, 6,7-dimetóxicumarina, 6-hidróxi-7,8-
dimetóxicumarina, 3’-(1’,1’-dimetilalil)-isoescopoletina, metileter-
graveliferona); quassinóides (glaucarubolona e glaucarubinona) e de dois
derivados do ácido cinâmico (3,4,5-trimetoxicinamato de metila e 3,4-
dimetoxicinamato de geranila). Dentre essas substâncias, os alcalóides do tipo
furoquinolínicos e cantinônicos, a flavona e os quassinóides, apresentaram
inibição de até 100% no crescimento do fungo L. gongylophorus e sobrevivência
média de 7 dias num experimento de 23 dias nos ensaios com A. sexdens
rubropilosa. O estudo da quitosana como matriz no processo de
microencapsulação, visando a estabilidade do princípio ativo, a redução na
toxicidade em mamíferos e proteção ao homem e ao meio ambiente, mostrou-se
muito promissora, necessitando-se ainda um estudo mais aprofundado para
redução no tamanho das cápsulas para futuramente vir a ser utilizada para
microencapsulamento de substâncias ativas.
Resumo
Abstract
PHYTOCHEMICAL INVESTIGATION OF Helietta puberula (RUTACEAE),
Simarouba versicolor (SIMAROUBACEAE) AND SEARCH OF
MICROENCAPSULATION TECHNICAL OF THE ACTIVES COMPOUNDS
FOR THE CONTROL OF LEAF-CUTTING ANTS - This work involved the
bioassay-guided study of Helietta puberula (Rutaceae) e Simarouba versicolor
(Simaroubaceae). The biossays were carried out with leaf-cutting ants Atta
sexdens rubropilosa, antifungal activity against the symbiotic fungus
Leucoagaricus gongylophorus and inhibition of the enzymatic activity of
pectinases. The results obtained with extracts and fractions showed that the
selected plants were promising source of compounds in the control against leaf-
cutting ants. The phytochemical investigation of active extracts and fractions
allowed the isolation of 31 compounds of differences types such as: steroids (
β
-
sitosterol, stigmasterol, sitostenone, stigmastenone, campestenone and 3
β
-O-3
β
-
D-glucopyranosil sitosterol); triterpenes of the tirucalane type (22S,3
α
-
dihydroxytirucal-7,24-dien-23-one), esqualene (eurilene) and lupanic (lupeol
and lupenone); quinoline alkaloids (N-metil-4-methoxy-2-quinolone),
furoquinolinic alkaloids (dictamine, γ-fagarine, kokusaginine, maculine,
flindersiamine), acridonic alkaloids (arborinine); canthinonic alkaloids (4,5-
dimethoxycanthin-6-one and 5-methoxycanthin-6-one) and of the
β
-carboline
types of alkaloids (7-hidroxy-ethyl
β
-carboline and 7-hidroxy-1,1’-propyonate of
methyl
β
-carboline); flavonoids (flavone, isosakuranetine and 5,7,3’,4’,5’-
pentamethoxyflavone); one stilbene (22); coumarins (7-hidroxycoumarin, 6,7-
dimethoxycoumarin, 6-hydroxy-7,8-dimethoxycoumarin, 3’-(1’,1’-
dimethylalyl)-isoescopoletin, methylether-graveliferone); quassinoids
(glaucarubolone and glaucarubinone) and two cinnamic acids derivatives
(methyl 3,4,5-trimethoxycinnamate and geranyl 3,4-dimethoxycinnamate).
Among these substances, furoquinoline and canthinonic alkaloids, flavone and
the quassinoids were active against the L. gongylophorus fungus; inhibiting
100% of its grownth and also showed inhibition against leaf-cutting ants
survivel biossay. The study of chitosan as matriz on the microencapsulation
process; to the encapsulation of the bioactive compound, reduction of the
mammalian toxicity, protection Humans and also the environment; showed very
promising results, but more study is necessary mainly to reduce the size of the
particle
vii
LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIAÇÕES
φ
Diâmetro
δ
Deslocamento químico
h Altura
J
Constante de acoplamento
m/z
Relação massa/carga
acetona-d
6
Acetona deuterada
AcO
-
Acetato
AcOEt Acetato de Etila
CCDA Cromatografia em camada delgada analítica
CCDP Cromatografia em camada delgada preparativa
CG/EM Cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas
CLAE Cromatografia líquida de alta eficiência
COSY Correlated spectroscopy
CRV Cromatografia rápida sob vácuo
d
Dubleto
dd
Duplo-dubleto
ddd
Duplo-duplo-dubleto
DEPT Distortionless Enhancement by Polarization Transfer
dl
Dubleto largo
DL
50
Dose Letal
DMSO Dimetil sulfóxido
dt
Duplo-tripleto
ESI Electrospray
Hex Hexano
HMBC Heteronuclear multiple quantum correlation
HSQC Heteronuclear single quantum correlation
Hz Hertz
viii
IV Infravermelho
Lit. Dados da literatura
m
Multipleto
Me Metila
MEV Microscopia Eletrônica por Varredura
MHz Mega hertz
MS Mass spectrometry
OMe Metoxila
p. Página
P.F. Ponto de fusão
PENDANT
Polarization Enhancement Nurtured During Attached
Nucleus Testing
Pyr-d
5
Piridina deuterada
qq
Quadroquadupleto
QTS Quitosana
RMN Ressonância magnética nuclear
RMN
13
C Ressonância magnética nuclear de carbono
RMN
1
H Ressonância magnética nuclear de hidrogênio
s
Singleto
S
50
Sobrevivência mediana
sl
Singleto largo
t
Tripleto
tl
Tripleto largo
TMS Tetrametil-silano
UR Umidade relativa
UV Ultravioleta
ix
LISTA DE TABELAS
TABELA 3.1 Dados de coleta de Simarouba versicolor e Helietta
puberula.....................................................................
17
TABELA 3.2 – Extratos obtidos.......................................................... 19
TABELA 3.3 – Frações dos extratos metanólicos............................... 21
TABELA 4.1 – Dados de RMN
1
H de 2 (200 MHz, CDCl
3
)............... 57
TABELA 4.2 – Dados de RMN
1
H e de RMN
13
C de 4........................ 66
TABELA 4.3 – Dados de RMN
1
H e
13
C do triterpeno 5.................... 69
TABELA 4.4 – Dados de RMN
13
C dos triterpenos 6 e 7.................... 75
TABELA 4.5 – Dados de RMN
1
H de 8............................................... 80
TABELA 4.6 – Dados de RMN
13
C dos alcalóides 9 – 13.................. 88
TABELA 4.7 – Dados de RMN
1
H dos alcalóides 9 – 13................... 89
TABELA 4.8 – Dados de RMN
1
H e
13
C do alcalóide 14................... 91
TABELA 4.9 – Dados de RMN
1
H dos alcalóides 15 e 16................. 99
TABELA 4.10 – Dados de RMN
13
C de 15 e 16................................... 100
TABELA 4.11 Correlações
1
H –
13
C de 15 e 16 a J
2
e J
3
observadas
no experimento de HMBC (400MHz, CDCl
3
)...........
100
TABELA 4.12 – Dados de RMN
1
H de 17 e 18.................................... 107
TABELA 4.13 – Correlações
1
H-
1
H de 18 observadas nos
experimentos de COSY (400 MHz, CDCl
3
)..............
107
TABELA 4.14 Correlações
1
H –
13
C a J
1
, J
2
e J
3
de 18 observadas
no experimento de HSQC e HMBC (400 MHz,
CDCl
3
)........................................................................
108
TABELA 4.15 – Dados de RMN
1
H e RMN
13
C das flavanonas 19 e
20................................................................................
116
TABELA 4.16 – Dados de HSQC e HMBC para a flavanona 20......... 117
TABELA 4.17 – Dados de RMN
1
H da flavona 21................................ 119
TABELA 4.18 – Dados de RMN
1
H e RMN
13
C de 22........................... 127
x
TABELA 4.19 – Dados de HMBC J
2
, J
3
e J
4
de 22............................... 127
TABELA 4.20 – Dados de RMN
1
H das cumarinas 23-25.................... 134
TABELA 4.21 – Dados de RMN
1
H e RMN
13
C das cumarinas 26 e 27 145
TABELA 4.22 – Dados de HSQC e HMBC para as cumarinas 26 e
27................................................................................
145
TABELA 4.23 – Dados de RMN
1
H de 28............................................ 153
TABELA 4.24 – Dados de RMN
13
C de 28........................................... 153
TABELA 4.25 – Dados de COSY
1
H-
1
H de 28..................................... 154
TABELA 4.26 – Correlações de
1
H –
13
C a J
1
de 28 observadas no
experimento de HSQC...............................................
154
TABELA 4.27 – Correlações de
1
H –
13
C a J
2
, J
3
e J
4
de 28
observadas no experimento de HSQC........................
155
TABELA 4.28 – Dados de RMN
1
H e RMN
13
C da substância 29......... 161
TABELA 4.29 Correlações
1
H –
13
C de 29 observadas no
experimento de HSQC...............................................
162
TABELA 4.30 Correlações
1
H –
13
C com J
2
e J
3
de 29 observadas
no experimento de HMBC.........................................
163
TABELA 4.31 – Dados de RMN
1
H e RMN
13
C de 30......................... 169
TABELA 4.32 – Dados de RMN
1
H de 31............................................. 171
TABELA 5.1 Efeito dos extratos de S. versicolor e H. puberula
nos ensaios por ingestão em operárias de Atta
sexdens rubropilosa....................................................
180
TABELA 5.2 Efeito das partições obtidas dos extratos
metanólicos de H. puberula e S. versicolor nos
ensaios por ingestão em formigas cortadeiras...........
184
TABELA 5.3 Efeito das partições obtidas dos extratos
metanólicos de H. puberula e S. versicolor sobre o
fungo simbionte..........................................................
187
TABELA 5.4 Efeito dos extratos brutos de S. versicolor e H.
x
i
puberula sobre a atividade de pectinase..................... 188
TABELA 5.5 Atividade das partições obtidas dos extratos
metanólicos de H. puberula e S. versicolor sobre a
enzima pectinase........................................................
189
TABELA 5.6 Efeito das substâncias puras nos ensaios por
ingestão utilizando-se formigas cortadeiras, nos
ensaios com o fungo simbionte e com as enzimas
pectinases..................................................................
191
x
ii
LISTA DE ESQUEMAS
ESQUEMA 4.1
Proposta de Fragmentação do
β
-sitosterol............
54
ESQUEMA 4.2 – Proposta biogenética para a formação do
triterpeno 5...........................................................
76
ESQUEMA 4.3 – Proposta biogenética para a formação dos
triterpenos 4, 6 e 7................................................
77
ESQUEMA 4.4 – Proposta de fragmentação para o alcalóide 17
(ES+).....................................................................
104
ESQUEMA 4.5 – Proposta biogenética para a formação do
alcalóide 14..........................................................
109
ESQUEMA 4.6 – Proposta biogenética para a formação dos
alcalóides 8 a 13....................................................
109
ESQUEMA 4.7 – Proposta biogenética para a formação dos
alcalóides 15 ao 18...............................................
110
ESQUEMA 4.8 – Proposta biogenética para a formação dos
flavonóides 1921...............................................
126
ESQUEMA 4.9 – Proposta de fragmentação para a cumarina 23...... 133
ESQUEMA 4.10 – Proposta de fragmentação para a cumarina 24...... 133
ESQUEMA 4.11 – Proposta de fragmentação para a cumarina 25...... 134
ESQUEMA 4.12 – Proposta de fragmentação para a cumarina 26...... 139
ESQUEMA 4.13– Proposta de fragmentação para a cumarina 27...... 144
ESQUEMA 4.14 – Proposta biogenética para as cumarinas 23-27..... 146
ESQUEMA 4.15 – Proposta de fragmentação para o quassinóide 29. 164
ESQUEMA 4.16 – Proposta biogenética para os quassinóides 28 e
29...........................................................................
165
ESQUEMA 4.17 – Proposta biogenética para formação do anel A
dos quassinóides 28 e 29.......................................
166
ESQUEMA 4.18 – Proposta biogenética para as substâncias 30 e
31...........................................................................
170
x
iii
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1.1 – Simbiose entre as formigas cortadeiras e o fungo L.
gongylophorus............................................................
2
FIGURA 1.2 – Estrutura da quitina.................................................... 6
FIGURA 1.3 – Estrutura da quitosana................................................ 6
FIGURA 1.4 – Reticulação da quitosana com glutaraldeído.............. 8
FIGURA 1.5 – Substâncias isoladas de Simarouba versicolor........... 10
FIGURA 1.6 – Substâncias isoladas de Helietta puberula................. 12
FIGURA 4.1 – Espectro de RMN
1
H da mistura 1A + 1B (CDCl
3
,
200MHz)....................................................................
53
FIGURA 4.2 Espectro de massas da mistura 1A e 1B (EIS = 70
e.V).............................................................................
54
FIGURA 4.3 – Espectro de RMN
1
H de 2 (CDCl
3
, 200 MHz)........... 56
FIGURA 4.4 – Espectro de RMN
13
C de 2 (CDCl
3
, 50 MHz)............ 57
FIGURA 4.5 – Espectros de massas de 2A, 2B e 2C (ESI = 70 eV).. 58
FIGURA 4.6 – Espectro de RMN
1
H de 3 (Pyr-d
5
, 200 MHz)........... 59
FIGURA 4.7 – Espectro de RMN
13
C de 3 (Pyr-d
5
, 50 MHz)............ 59
FIGURA 4.8 – Espectro de RMN
1
H de 4 (CDCl
3
, 400 MHz)........... 62
FIGURA 4.9 – Espectro de RMN
13
C de 4 (CDCl
3
, 50 MHz)............ 63
FIGURA 4.10 – Ampliação do Mapa de contorno de HMBC de 4
(CDCl
3
, 400 MHz).....................................................
63
FIGURA 4.11 Ampliação do espectro de COSY
1
H-
1
H de 4
(CDCl
3
, 400 MHz).....................................................
64
FIGURA 4.12 Mapa de contorno de HSQC de 4 (CDCl
3
, 400
MHz)..........................................................................
64
FIGURA 4.13 – Ampliação do mapa de contorno de HMBC de 4
(CDCl
3
, 400 MHz).....................................................
65
FIGURA 4.14 Mapa de contorno de HMBC de 4 (CDCl
3
, 400
MHz)..........................................................................
65
x
iv
FIGURA 4.15 – Espectro de RMN
1
H do triterpeno 5 (CDCl
3
,
200MHz)....................................................................
68
FIGURA 4.16 – Espectro de RMN
13
C do triterpeno 5 (CDCl
3
,
50MHz)......................................................................
68
FIGURA 4.17 – Espectro de RMN
1
H do triterpeno 6 (CDCl
3
,
200MHz)....................................................................
71
FIGURA 4.18 – Espectro de RMN
1
H do triterpeno 7 (CDCl
3
,
200MHz)....................................................................
72
FIGURA 4.19 – Espectro de RMN
13
C do triterpeno 6 (CDCl
3
,
50MHz)......................................................................
72
FIGURA 4.20 – Espectro de PENDANT do triterpeno 6 (CDCl
3
,
200MHz)....................................................................
73
FIGURA 4.21 – Espectro de RMN
13
C do triterpeno 7 (CDCl
3
,
50MHz)......................................................................
73
FIGURA 4.22 – Espectro de DEPT 135º do triterpeno 7 (CDCl
3
,
200MHz)....................................................................
74
FIGURA 4.23 – Espectro de RMN
1
H do alcalóide 8 (CDCl
3
,
200MHz)....................................................................
79
FIGURA 4.24 – Espectro de RMN
13
C do alcalóide 8 (CDCl
3
,
50MHz)......................................................................
79
FIGURA 4.25 – Espectro de RMN
1
H do alcalóide 9 (CDCl
3
,
200MHz)....................................................................
83
FIGURA 4.26 – Espectro de RMN
13
C do alcalóide 9 (CDCl
3
,
50MHz)......................................................................
84
FIGURA 4.27 – Espectro de RMN
1
H do alcalóide 10 (CDCl
3
,
200MHz)....................................................................
84
FIGURA 4.28 – Espectro de RMN
13
C do alcalóide 10 (CDCl
3
,
50MHz)......................................................................
85
FIGURA 4.29 – Espectro de RMN
1
H do alcalóide 11 (CDCl
3
,
v
200MHz).................................................................... 85
FIGURA 4.30 – Espectro de RMN
13
C do alcalóide 11 (CDCl
3
,
50MHz)......................................................................
86
FIGURA 4.31 – Espectro de RMN
1
H do alcalóide 12 (CDCl
3
,
200MHz)....................................................................
86
FIGURA 4.32 – Espectro de RMN
13
C do alcalóide 12 (CDCl
3
,
50MHz)......................................................................
87
FIGURA 4.33 – Espectro de RMN
1
H do alcalóide 13 (CDCl
3
,
200MHz)....................................................................
87
FIGURA 4.34 – Espectro de RMN
13
C do alcalóide 13 (CDCl
3
,
50MHz)......................................................................
88
FIGURA 4.35 – Espectro de RMN
1
H do alcalóide 14 (CDCl
3
,
200MHz)....................................................................
90
FIGURA 4.36 – Espectro de RMN
13
C do alcalóide 14 (CDCl
3
,
50MHz)......................................................................
91
FIGURA 4.37 – Espectro de RMN
1
H do alcalóide 15 (CDCl
3
,
400MHz)....................................................................
94
FIGURA 4.38 – Espectro de RMN
1
H do alcalóide 16 (CDCl
3
,
400MHz)....................................................................
95
FIGURA 4.39 – Espectro de COSY
1
H-
1
H de 15 (CDCl
3
, 400MHz).. 95
FIGURA 4.40 – Espectro de COSY
1
H-
1
H de 16 (CDCl
3
, 400MHz).. 96
FIGURA 4.41 – Espectro de RMN
13
C do alcalóide 15 (CDCl
3
,
50MHz)......................................................................
96
FIGURA 4.42 – Espectro de RMN
13
C do alcalóide 16 (CDCl
3
,
50MHz)......................................................................
97
FIGURA 4.43 – Mapa de contorno de HSQC do alcalóide 15
(CDCl
3
, 400 MHz).....................................................
97
FIGURA 4.44 – Mapa de contorno de HMBC do alcalóide 15
(CDCl
3
, 400 MHz).....................................................
98
x
vi
FIGURA 4.45 – Mapa de contorno de HSQC do alcalóide 16
(CDCl
3
, 400 MHz).....................................................
98
FIGURA 4.46 – Mapa de contorno de HMBC do alcalóide 16
(CDCl
3
, 400 MHz).....................................................
99
FIGURA 4.47 – Espectro de RMN
1
H do alcalóide 17 (CDCl
3
,
400MHz)....................................................................
102
FIGURA 4.48 – Espectro de RMN
1
H do alcalóide 18 (CDCl
3
,
400MHz)....................................................................
102
FIGURA 4.49 – Espectro de massas (ES+) de 17................................ 103
FIGURA 4.50 – Espectro de COSY
1
H-
1
H de 18 (CDCl
3
, 400MHz).. 104
FIGURA 4.51 – Ampliação do espectro de COSY
1
H-
1
H de 18
(CDCl
3
, 400MHz)......................................................
105
FIGURA 4.52 – Mapa de contorno de HSQC de 18 (CDCl
3
, 400
MHz)..........................................................................
106
FIGURA 4.53 – Mapa de contorno de HMBC de 18 (CDCl
3
, 400
MHz)..........................................................................
107
FIGURA 4.54 – Espectro de RMN
1
H do flavonóide 19 (CDCl
3
,
200MHz)....................................................................
112
FIGURA 4.55 – Espectro de RMN
1
H do flavonóide 20 (CDCl
3
,
200MHz)....................................................................
112
FIGURA 4.56 – Espectro de RMN
13
C do flavonóide 19 (CDCl
3
,
50MHz)......................................................................
113
FIGURA 4.57 – Mapa de contorno de HMBC de 20 (CDCl
3
, 400
MHz)..........................................................................
114
FIGURA 4.58 – Mapa de contorno de HSQC de 20 (CDCl
3
, 400
MHz)..........................................................................
115
FIGURA 4.59 – Espectro de RMN
1
H do flavonóide 21 (CDCl
3
,
200MHz)....................................................................
118
FIGURA 4.60 – Espectro de RMN
13
C do flavonóide 21 (CDCl
3
,
x
vii
50MHz)...................................................................... 118
FIGURA 4.61 – Espectro de RMN
1
H de 22 (CDCl
3
, 400 MHz)......... 121
FIGURA 4.62 – Espectro de COSY
1
H-
1
H de 22 (CDCl
3
, 400 MHz). 122
FIGURA 4.63 – Espectro de RMN
13
C de 22 (CDCl
3
, 100 MHz)......... 122
FIGURA 4.64 – Mapa de contorno de HSQC de 22
(CDCl
3
, 400
MHz
)..........................................................................
123
FIGURA 4.65 – Mapa de contorno de HMBC de 22
(CDCl
3
, 400
MHz
)..........................................................................
125
FIGURA 4.66 – Espectro de RMN
1
H da cumarina 23 (CH
3
OD,
200MHz)....................................................................
131
FIGURA 4.67 – Espectro de RMN
1
H da cumarina 24 (CDCl
3
,
200MHz)....................................................................
132
FIGURA 4.68 – Espectro de RMN
1
H da cumarina 25 (CH
3
OD,
200MHz)....................................................................
132
FIGURA 4.69 – Espectro de massas (EIS = 70 e.V.) da cumarina 23.. 133
FIGURA 4.70 – Espectro de massas (EIS = 70 e.V.) da cumarina 24.. 133
FIGURA 4.71 – Espectro de massas (EIS = 70 e.V.) da cumarina 25.. 134
FIGURA 4.72 – Espectro de RMN
1
H da cumarina 26 (CDCl
3
,
400MHz)....................................................................
137
FIGURA 4.73 – Mapa de contorno do experimento de COSY de 26
(CDCl
3
, 400MHz)......................................................
137
FIGURA 4.74 – Espectro de HMBC da cumarina 26 (CDCl
3
,
400MHz)....................................................................
138
FIGURA 4.75 – Espectro de Massas (EI = 70 e. V.) da cumarina 26.. 138
FIGURA 4.76 – Espectro de RMN
13
C da cumarina 26 (CDCl
3
,
40MHz)......................................................................
139
FIGURA 4.77 – Espectro de HSQC da cumarina 26 (CDCl
3
,
400MHz)....................................................................
140
FIGURA 4.78 – Espectro de RMN
1
H da cumarina 27 (CDCl
3
, 400
x
viii
MHz).......................................................................... 142
FIGURA 4.79 – Espectro de HMBC da cumarina 27 (CDCl
3
, 400
MHz)..........................................................................
142
FIGURA 4.80 – Espectro de HSQC da cumarina 27 (CDCl
3
, 400
MHz)..........................................................................
143
FIGURA 4.81 – Espectro de RMN
13
C da cumarina 27 ....................... 143
FIGURA 4.82 – Espectro de massas (ESI) da cumarina 27................. 144
FIGURA 4.83 – Esqueletos básicos de quassinóides............................ 147
FIGURA 4.84 – Tipos de estruturas do anel A..................................... 148
FIGURA 4.85 – Espectro de RMN
13
C de 28 (Pyr-d
5
, 50 MHz).......... 150
FIGURA 4.86 – Espectro de RMN
1
H de 28 (Pyr-d
5
, 400 MHz)......... 151
FIGURA 4.87 – Espectro de COSY
1
H-
1
H de 28 (Pyr-d
5
, 400
MHz)..........................................................................
151
FIGURA 4.88 – Mapa de contorno de HSQC de 28 (Pyr-d
5
, 400
MHz)..........................................................................
152
FIGURA 4.89 – Mapa de contorno de HMBC de 28 (Pyr-d
5
, 400
MHz)..........................................................................
152
FIGURA 4.90 – Espectro de RMN
13
C do quassinóide 29 (Pyr-d
5
50MHz)......................................................................
156
FIGURA 4.91 – Espectro de RMN
1
H do quassinóide 29 (Pyr-d
5
400MHz)....................................................................
157
FIGURA 4.92 – Espectro de COSY H
1
-H
1
do quassinóide 29 (Pyr-
d
5
, 400MHz)...............................................................
158
FIGURA 4.93 – Mapa de contorno de HSQC do quassinóide 29 ....... 158
FIGURA 4.94 – Espectro de HSQC do quassinóide 29 (Pyr-d
5
,
400MHz)....................................................................
159
FIGURA 4.95 – Espectro de HMBC do quassinóide 29 (Pyr-d
5
,
400MHz)....................................................................
160
FIGURA 4.96 – Espectro de massas (ES-) da substância 29............... 163
x
ix
FIGURA 4.97 – Espectro de RMN
1
H de 30 (CDCl
3
, 200 MHz)......... 167
FIGURA 4.98 – Espectro de RMN
1
H de 31 (CDCl
3
, 200 MHz)......... 168
FIGURA 4.99 – Espectro de RMN
13
C de 30 (CDCl
3
, 50 MHz).......... 168
FIGURA 4.100 – Curva da titulação condutimétrica da quitosana........ 173
FIGURA 4.101 Espectro de RMN
13
C da quitosana (D
2
O/HCl 1%
v/v, 100 MHz)............................................................
174
FIGURA 4.102 Imagens de MEV das microesferas de quitosana
com aumento de 50x..................................................
176
FIGURA 4.103 Imagens de MEV das microesferas de quitosana
com aumento de 3000x..............................................
177
FIGURA 5.1 Curva de sobrevivência das formigas cortadeiras,
utilizando os extratos hexânicos das folhas, galhos e
caule de S. versicolor.................................................
181
FIGURA 5.2 Curva de sobrevivência das formigas cortadeiras,
utilizando os extratos diclorometânicos das folhas,
galhos e caule de S. versicolor...................................
181
FIGURA 5.3 Curva de sobrevivência das formigas cortadeiras,
utilizando os extratos metanólicos das folhas, galhos
e caule de S. versicolor...............................................
182
FIGURA 5.4 Curva de sobrevivência das formigas cortadeiras,
utilizando os extratos hexânicos das folhas, galhos e
caule de H. puberula..................................................
182
FIGURA 5.5 Curva de sobrevivência das formigas cortadeiras
utilizando os extratos diclorometânicos das folhas,
galhos e caule de H. puberula....................................
183
FIGURA 5.6 Curva de sobrevivência das formigas cortadeiras,
utilizando os extratos metanólicos das folhas, galhos
e caule de H. puberula................................................
183
FIGURA 5.7 Efeito dos extratos de S. versicolor sobre o
x
desenvolvimento do fungo simbionte........................ 186
FIGURA 5.8 Efeito dos extratos de H. puberula sobre o
desenvolvimento do fungo simbionte........................
186
LISTA DE FLUXOGRAMA
FLUXOGRAMA 3.1 Obtenção dos extratos de S. versicolor e H.
puberula.........................................................
18
FLUXOGRAMA 3.2 Metodologia utilizada na partição de
extratos..........................................................
20
FLUXOGRAMA 3.3 Fracionamento do extrato HPGH.................. 23
FLUXOGRAMA 3.4 Fracionamento do extrato HPGD.................. 25
FLUXOGRAMA 3.5 Fracionamento do extrato HPFH.................. 26
FLUXOGRAMA 3.6 Fracionamento do extrato HPFD................... 28
FLUXOGRAMA 3.7 Fracionamento da fração HPCMH................ 30
FLUXOGRAMA 3.8 Fracionamento da fração SVCMD............... 32
FLUXOGRAMA 3.9 Fracionamento da fração SVFMD............... 34
FLUXOGRAMA 3.10 Fracionamento da fração SVGMD............... 35
x
xi
SUMÁRIO
1 – Introdução.......................................................................................... 1
1.1 – Formigas Cortadeiras................................................................ 1
1.2 – Métodos de Controle................................................................ 3
1.2.1 – Microencapsulação....................................................... 5
1.3 – Plantas Estudadas..................................................................... 9
1.3.1 – Família Simaroubaceae............................................... 9
1.3.2 – Família Rutaceae......................................................... 11
2 – Objetivos............................................................................................ 13
3 – Procedimento Experimental.............................................................. 15
3.1 – Materiais e Métodos................................................................. 15
3.2 – Equipamentos........................................................................... 16
3.3 – Coleta e Identificação do Material Botânico............................ 17
3.4 – Obtenção dos Extratos.............................................................. 17
3.5 – Obtenção das Frações............................................................... 20
3.6 – Isolamento dos Constituintes Químicos de H. puberula.......... 22
3.6.1 – Estudo Fitoquímico de HPGH..................................... 22
3.6.2 – Estudo Fitoquímico de HPGD..................................... 24
3.6.3 – Estudo Fitoquímico de HPFH...................................... 26
3.6.4 – Estudo Fitoquímico de HPFD...................................... 27
3.6.5 – Estudo Fitoquímico de HPCMH.................................. 29
3.7 – Isolamento dos Constituintes Químicos de S. versicolor......... 31
3.7.1 – Estudo Fitoquímico de SVCMD.................................. 31
3.7.2 – Estudo Fitoquímico de SVFMD................................... 33
3.7.3 – Estudo Fitoquímico de SVGMD.................................. 35
3.8 – Metodologia dos Ensaios Biológicos....................................... 36
3.8.1 – Ensaios Biológicos com as Formigas Cortadeiras....... 36
3.8.2 – Ensaios Biológicos com o Fungo Simbionte................ 37
x
xii
3.8.3 – Ensaios Biológicos com as Enzimas............................ 38
3.9 – Caracterização da quitosana (QTS).......................................... 39
3.9.1 – Grau de desacetilação (% GD)..................................... 39
3.9.2 – Ressonância Magnética Nuclear de Carbono .............. 39
3.9.3 – Preparação das microesferas de quitosana................... 39
3.9.4 – Reticulação das microesferas de quitosana.................. 40
3.9.5 – Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV).............. 40
3.9.6 – Análise de porosimetria................................................ 40
4 – Resultados e Discussões.................................................................... 43
4.1 – Substâncias Isoladas................................................................. 43
4.2 – Esteróides................................................................................. 52
4.2.1 – Identificação estrutural do sitosterol (1A) e
estigmasterol (1B)......................................................... 52
4.2.2 – Identificação estrutural da sitostenona (2A),
estigmastenona (2B), campestenona (2C) e do
3
β
-O-3
β
-D-glucopiranosilsitosterol (3).......................
55
4.3 – Triterpenos................................................................................ 60
4.3.1 – Identificação estrutural do 22S,3
α
-
diidroxitirucala-7,24-dien-23-ona (4)...........................
60
4.3.2 – Identificação estrutural do triterpeno eurileno (5)........ 67
4.3.3 – Identificação estrutural dos triterpenos lupeol
(6) e lupenona (7)......................................................... 70
4.4 – Alcalóides................................................................................. 78
4.4.1 – Identificação estrutural do alcalóide N-metil-4-
metóxi-2-quinolona (8)................................................. 78
4.4.2 – Identificação estrutural dos alcalóides
furoquinolínicos 913................................................ 80
4.4.3 – Identificação estrutural do alcalóide 14....................... 89
4.4.4 – Identificação estrutural dos alcalóides 15 e 16............ 92
x
xiii
4.4.5 – Identificação estrutural dos alcalóides 17 e 18............ 101
4.5 – Flavonóides.............................................................................. 111
4.5.1 – Identificação estrutural dos flavonóides 19 -21........... 111
4.5.2 – Determinação estrutural do estilbeno 22................... 119
4.6 – Cumarinas ................................................................................ 128
4.6.1 – Identificação estrutural das cumarinas 23 - 27 ............ 129
4.7 – Quassinóides............................................................................. 147
4.7.1 – Identificação estrutural do quassinóide 28................... 149
4.7.2 – Identificação estrutural do quassinóide 29 .................. 155
4.8 – Identificação estrutural dos derivados do ácido cinâmico
30 e 31...................................................................................... 166
4.9 – Caracterização da quitosana..................................................... 172
4.9.1 – Grau de desacetilação da quitosana (% GD)................ 172
4.9.2 – RMN
13
C da quitosana................................................... 174
4.9.3 – Porosimetria de mercúrio............................................. 175
4.9.4 – Espectroscopia Eletrônica por Varredura (MEV)........ 175
5 – Atividades biológicas........................................................................ 179
5.1 – Ensaios por ingestão em operárias de Atta sexdens
rubropilosa............................................................................. 179
5.2 – Atividade inibitória sobre o fungo simbionte........................... 185
5.3 – Atividade inibitória nos ensaios com a enzima pectinase........ 187
5.4 – Atividade das substâncias isoladas nos ensaios por ingestão
em formigas cortadeiras, no fungo simbionte e nas enzimas
pectinases.................................................................................. 190
6 – Conclusões......................................................................................... 193
7 – Referências bibliográficas................................................................. 195
INTRODUÇÃO
Introdução
1
1 – Introdução
1.1 – Formigas Cortadeiras
As formigas são pertencentes à classe Insecta, ordem Hymenoptera,
família Formicidae, subfamília Myrmicinae, tribo Attini e são consideradas
formigas cortadeiras todas as espécies do gênero Atta, popularmente conhecidas
como saúvas; do gênero Acromyrmex, conhecidas como quenquéns e também
algumas dos gêneros Trachymyrmex, Sericomyrmex e Apterostigma, porém, o
ninho destes três últimos gêneros são muito pequenos e o dano causado são
insignificantes (JUSTI-JUNIOR et al., 1996).
Conhecidas pelo poder de destruição de um grande número de
espécies vegetais e pelo prejuízo econômico causado à agricultura, estas
formigas (BERTI FILHO et al., 1992) encontram-se distribuídas desde o sul dos
Estados Unidos até a região central da Argentina, não ocorrendo nas regiões
transandinas da América do Sul e em algumas ilhas das Antilhas (FARJI-
BRENNER e RUGGIERO, 1994).
Na América do Sul, o Brasil é o país que possui o maior número de
espécies de saúvas, seguido da Argentina e do Paraguai. Na agricultura e
silvicultura brasileira, a subespécie Atta sexdens rubropilosa, conhecida como
“saúva-limão”, é considerada uma praga de grande importância, pois causa
sérios prejuízos às espécies de Eucalyptus e Pinus (BOARETTO & FORTI,
1997).
As formigas cortadeiras são caracterizadas por manterem uma
relação de simbiose com um fungo existente em seu ninho. Em 1986, SINGER
caracterizou esse fungo como sendo Leucoagaricus gongylophorus,
nomenclatura esta, confirmada por FISHER e colaboradores em 1994.
Vários estudos relatam a relação de simbiose existente entre as
formigas cortadeiras e o seu fungo simbionte L. gongylophorus. RODIONOVA
e BEZBORODOV, 1997, relataram que as formigas alimentam a cultura fúngica
Introdução
2
com substrato vegetal, que é composto por polímeros complexos que
representam 70 a 90% do seu peso seco.
As pectinas representam um terço do peso seco do tecido vegetal de
dicotiledôneas e algumas monocotiledôneas, desempenhando funções de agente
hidratante e de material cimentador para a rede de fibras de celulose (SAKAI et
al., 1993; THARKUR et al., 1997) sendo necessário um complexo enzimático
para promover a degradação da pectina no tecido vegetal. Enzimas que
degradam os polissacarídeos vegetais em açúcares redutores foram detectadas
no fungo simbionte (SIQUEIRA et al., 1998; SILVA, 1999) e também
encontradas no líquido fecal de A. colombica tonsipes (MARTIN et al., 1975) e
A. sexdens rupropilosa (SIQUEIRA, 1997; SILVA, 1999). Sendo assim, as
formigas utilizam o fungo simbionte para promover esse processo de
degradação, uma vez que não são capazes de degradar a pectina diretamente,
tornando-se as pectinases, um bom alvo no controle das formigas. A FIGURA
1.1 representa resumidamente a associação simbiótica entre as formigas
cortadeiras e o fungo L. gongylophorus.
FIGURA 1.1 – Simbiose entre as formigas cortadeiras e o fungo L.
gongylophorus
Introdução
3
1.2 – Métodos de Controle
Os prejuízos causados pelas formigas cortadeiras são consideráveis
e, embora tenham preferência por determinadas espécies de plantas, quase todas
as culturas são atacadas e danificadas pelas formigas. Elas cortam as folhas e
ramos tenros, podendo destruir completamente as plantas e em sistemas
tropicais, chegam a consumir até 17% da produção florestal (CHERRETT,
1986).
Em ecossistemas naturais as formigas cortadeiras não atacam todas
as espécies disponíveis com igual freqüência e estão em equilíbrio com outras
espécies de insetos (HOWARD & WIEMER, 1986). Uma vez que as formigas
são originárias das matas nativas, a substituição destas matas por grandes áreas
de monoculturas favorece a multiplicação, podendo vir a se constituir em
pragas, devido a fatores como: abundância de recursos alimentares, escassez de
inimigos naturais, menor competição, entre outros (BENTO & DELLA LÚCIA,
1993). Sabendo-se que a ação das formigas cortadeiras também apresenta
aspectos positivos ao meio ambiente, pois elas podam a vegetação estimulando o
crescimento de algumas plantas, decompõem rapidamente o material vegetal e
reviram e arejam o solo (Haines, 1978 apud SCHNEIDER, 2000), o combate a
esses insetos não seria uma alternativa adequada, e sim o seu controle.
As formigas cortadeiras podem ser controladas através de métodos
mecânicos, culturais, biológicos e químicos. O controle mecânico manual
praticamente não é utilizado, em virtude de ser de viabilidade restrita a pequenas
áreas e em ninhos com até 4 meses de idade.
O controle biológico é uma área promissora de pesquisa, mas
atualmente está clara a necessidade de mais conhecimentos biológicos básicos
para que estratégias de controle possam ser de fato aplicadas com segurança,
principalmente em relação ao ecossistema.
Métodos químicos para controle de formigas cortadeiras são os
mais freqüentemente utilizados, sendo o produto químico tóxico aplicado
Introdução
4
diretamente nos ninhos, nas formulações pó, líquido, gases ou iscas granuladas
(BOARETTO & FORTI, 1997).
Atualmente o emprego de iscas granuladas tem sido o método mais
empregado, pois oferece maior segurança ao operador, dispensa mão-de-obra e
equipamentos especializados e permite o tratamento de formigueiros em locais
de difícil acesso (LOECK & NAKANO, 1984). Compreendem um substrato
atrativo em mistura com um princípio ativo tóxico, em pastilhas. O inseticida é
geralmente dissolvido em óleo de soja refinado e, posteriormente, incorporado
ao substrato. O substrato atrativo efetivo e amplamente utilizado é a polpa
cítrica desidratada. A polpa cítrica parece ser apropriada para utilização como
substrato para o desenvolvimento do fungo simbionte, apresentando-se
levemente ácida, alto conteúdo de carboidrato, contendo ainda nitrogênio e
grande variedade de vitaminas e microelementos (BOARETTO & FORTI,
1997).
A inexistência de inseticidas de origem natural que fossem mais
seletivos e menos prejudiciais ao meio ambiente, fizeram com que o Grupo de
Produtos Naturais do Departamento de Química da UFSCar em conjunto com o
Centro de Insetos Sociais (CEIS) da UNESP – Rio Claro, estudassem plantas
potencialmente tóxica a essas formigas. Através de estudos realizados pelo
grupo, LEITE, 2000 e GAMBOA, 2001, verificaram que substâncias como os
ácidos graxos de cadeia curta (C6 – C12), as lignanas sesamina e sesamolina
inibem em 80% o crescimento do fungo simbionte, a concentração de 100µg/ml.
Em dados mais recentes, LEITE, 2005, verificou que o limonóide fotogedunina
à concentração de 25µg/mL, inibe em 100% o crescimento do fungo simbionte,
sendo que este mesmo limonóide, apresenta S
50
de 9 dias, tendo um controle de
24 dias. Dentre as substâncias testadas, o alcalóide ricinina, foi o mais ativo
frente às formigas cortadeiras, porém, apresenta efeito tóxico a mamíferos.
Introdução
5
1.2.1 – Microencapsulação
Nos anos 80, a microencapsulação começou a se firmar como uma
tecnologia de compartimentalização das substâncias diversas, possibilitando a
manutenção ou o isolamento de agente ativo no interior das microesferas ou das
microcápsulas cujas dimensões variam de nanômetros a alguns milímetros de
diâmetros. Devido ao seu avanço promissor, os cientistas das áreas tecnológicas
estão usando o processo de microencapsulação nas aplicações industriais de
alimentos, de produtos de cosméticos, no setor de agricultura entre outros
(OLIVEIRA et al., 1992; DONBROW, 1991; ANDREO FILHO & OLIVEIRA,
1999).
A técnica de microencapsulamento de substâncias ativas em iscas
inseticidas tem sido muito utilizada tanto na agricultura, quanto no uso
doméstico, por melhorarem a eficácia residual, possuírem estabilidade do
princípio ativo contra a degradação no ambiente e principalmente por reduzirem
a toxicidade para mamíferos (OHTSUBO, 1991). Baseado nestes relatos, esta
técnica foi considerada adequada para ser utilizada com substâncias ativas.
A utilização de quitosana, polímero obtido através da desacetilação
da quitina, no processo de encapsulamento de substâncias vem sendo uma
técnica muito promissora. Após décadas sem esclarecer a estrutura e caracterizar
a quitina, foi somente na metade dos anos 70 que o Professor Ricardo
MUZZARELLI desvendou esse mito, esclarecendo algumas propriedades desta
molécula. Desde então, pesquisadores se interessaram pelo estudo e pela
descoberta de outras fontes desse composto natural.
A quitina é um dos maiores polímeros naturais, encontrada em
vários animais marinhos e insetos (MATHUR and NARAUG, 1990
). É um
polímero de peso molecular relativamente alto (1,6 x 10
5
) e constituído
principalmente de unidades de β(1Æ 4)-2-acetamido-2-desoxi-D-glicopiranose
(FIGURA 1.2).
Introdução
6
FIGURA 1.2 – Estrutura da quitina
Quando o grau de N-acetilação é inferior a 50% a quitina apresenta-
se solúvel em soluções ácidas diluídas e é chamada de quitosana (KAZUHIRO
et al., 1987). Na natureza a quitina se encontra em diferentes formas, como
microfibrilas nos tegumentos de crustáceos e insetos, cristalina hidratada,
polimérica e γ-quitina (MATHUR and NARAUG, 1990
).
A quitosana β(1Æ 4)-2-amino-2-desoxi-D-glicopiranose obtida por
N-desacetilação (FIGURA 1.3) é um polímero biodegradável (ANDREO
FILHO & OLIVEIRA, 1999) e quase atóxico, com DL
50
em camundongos de
16g/kg (LEITE & TELAROLLI JUNIOR, 1997). Devido a fácil degradação e
por que os produtos gerados não são tóxicos, a quitosana tem atraído a atenção
como excipiente para liberação controlada de fármacos, mas o seu uso tem sido
limitado por causa de sua insolubilidade em água e em alguns solventes
orgânicos, tais como acetona, DMF, entre outros.
FIGURA 1.3 – Estrutura da quitosana
A presença de grupos amino confere a quitosana solubilidade em
solventes orgânicos e inorgânicos, diluídos na faixa específica de pH até
O
O
HO
OH
NH
2
O
O
OH
HO
NH
2
O
O
OH
HO
NHCOCH
3
1
3
4
2
5
6
n
O
O
HO
OH
NHCOCH
3
O
O
OH
HO
NHCOCH
3
O
O
OH
HO
NHCOCH
3
n
Introdução
7
aproximadamente 6,0 e mais versatilidade química do que a celulose, assim
aumentando o seu campo de atuação.
De acordo com ASAKO e colaboradores, 1991, a estrutura
molecular e as propriedades da quitosana são largamente afetadas pelo grau de
desacetilação existindo várias técnicas para isso, como por exemplo, a titulação
coloidal por condutometria, a análise elementar, absorção na região do
infravermelho e a espectroscopia em RMN.
A quitosana, devido à presença de grupos amino livres na sua
estrutura, pode reagir com glutaraldeído para formar ligações intermoleculares
ou reticuladas através das bases de Schiff resultantes, obtendo um formato de
redes. As ligações covalentes entre os grupos amino e os aldeídos terminais
extremos do agente reticulante são irreversíveis e resistentes a pH e temperatura.
A razão para o uso do agente reticulante bifuncional glutaraldeído (1-5
pentanodiol) é para inibir a solubilização através da formação de bases de Schiff
com os grupos amino livres da unidade glucosamina do polímero, FIGURA 1.4.
A reticulação ocasiona um aumento da resistência biológica, química e
mecânica.
Introdução
8
C
O
H
CH
2
3
C
O
H
O
OH
OO
CH
2
OH
NH
2
O
OH
O
CH
2
OH
NH
2
O
OH
O
CH
2
OH
NHCOCH
3
O
OH
O
CH
2
OH
NH
2
O
OH
OO
CH
2
OH
N
CH
O
OH
O
CH
2
OH
NH
2
O
OH
O
CH
2
OH
NHCOCH
3
O
OH
O
CH
2
OH
N
CH
CH
2
3
CH
N
CH
2
3
CH
N
O
OH
OO
CH
2
OH
O
OH
O
O
OH
O
CH
2
OH
O
OH
O
NH
2
CH
2
OH
CH
2
OH
NHCOCH
3
FIGURA 1.4 – Reticulação da quitosana com o glutaraldeído
Introdução
9
1.3 – Plantas Estudadas
1.3.1 – Família Simaroubaceae
A família Simaroubaceae é composta de 32 gêneros, constituindo
cerca de 250 espécies de arbustos e árvores distribuídos por todo o trópico. Ela
tem sido empregada na construção, devido à qualidade de suas madeiras, e
também muito utilizada na medicina folclórica (VIEIRA, 1995).
Nos últimos anos, aumentou-se o número de estudos com essa
família, devido relatos de suas propriedades antimalárica, antiinflamatória,
antileucêmica e atividades antivirais (MORETI, et al. 1995).
No Brasil, a família Simaroubaceae é representada pelos gêneros
Quassia e Picrolemma, na região Amazônica; Castela e Picrasma, no sul do país;
e Simaba, Simarouba e Picrolemma os quais estão presentes por todas as partes
do Brasil (HALL et al. 1983).
Espécies do gênero Simarouba, além de possuirem todas as
atividades acima mencionadas, possuem atividade inseticida (POLONSKY,
1985), motivo pelo qual, uma das plantas escolhidas para estudos, foi Simarouba
versicolor.
Na FIGURA 1.5, estão representadas algumas substâncias isoladas
de S. versicolor e seus derivados.
Introdução
10
FIGURA 1.5 – Substâncias isoladas de S. versicolor (ARRIAGA et al., 2002)
Z = O, R= OH; glaucarubinona
Z =
α OH, R = OH; glaucarubina
Z =
α OH, R = OAc; 2’-acetilglaucarubina
epilupeol
11-acetilamarolida
kaenferol
eurilieno
tirucal-7, 24-dien-3-ona
ocotilona
nilocitina
Z = O, R = H; bourjutinolona A
Z =
β
-OH
,
R = H
;
3-e
p
isa
p
elina A
21
β
-OH, R = H; 21;, 23epóxi-21
β
, 24-
25trihidroxitirucal-7-en-3-ona
21
α-OH, R = H; 21,23-epoxi-21α, 24,25
trihidroxitirucal-7-en-3-ona
O
O
O
R
O
H
OH
HO
H
Z
OH O
OO
H
O
AcO
H
O
HO
HO
O
O
H
O
HO
O
O
OH
Z
O
OH
OR
O
O
RO
OH
OR
O
OH
OOH
HO
OH
O
O
HO
H
OAc O
H
OH
Ac
Introdução
11
1.3.2 – Família Rutaceae
Possuindo cerca de 150 gêneros, com 1500 espécies amplamente
distribuídas nas regiões tropicais e temperadas do globo terrestre, sendo mais
abundantes na América tropical, sul da África e Austrália, a família Rutaceae
constitui o maior grupo de plantas da ordem Rutales (WATERMAN &
GRUNDON, 1983). No Brasil existem cerca de 200 espécies, já descritas.
A família Rutaceae é muito conhecida pela presença de uma ampla
diversidade de metabólitos secundários, entre eles, podem-se destacar os
alcalóides, especialmente os derivados do ácido antranílico, as cumarinas, as
lignanas, os flavonóides, os terpenóides e os limonóides (WATERMAN, 1999).
Muitos desse metabólitos possuem variadas atividades biológicas,
de grande importância farmacológica (WATERMAN e GRUNDON, 1983),
despertando o interesse cada vez maior na investigação fitoquímica dessa
família.
Os gêneros da família Rutaceae já foram classificados de acordo
com suas características morfológicas e químicas (SILVA et al. 1988), sendo
que, segundo este último, em cada subfamília (e em cada tribo) foram agrupados
os gêneros que apresentam diferenciação de cumarinas, alcalóides e limonóides.
Existem ainda controvérsias sobre o posicionamento taxonômico de alguns
gêneros, estimulando o estudo de espécies ainda não investigadas.
O gênero Helietta tem distribuição neotropical, sendo encontrado
no México, Texas, Cuba, Venezuela, Colômbia, Peru, Paraguai, norte da
Argentina e no Brasil (PIRANI, 1998). A maioria das espécies de Helietta são
pequenas árvores ou arbustos perenes e ramificados. Existem poucos estudos a
respeito desse gênero, sendo a espécie mais estudada H. apiculata, apresentando
vários alcalóides do tipo furoquinolinos, que demonstraram atividade biológica
no sistema nervoso central (GOLOUBKOVA et al., 1998), algumas substâncias
isoladas de plantas deste gênero estão representados na FIGURA 1.6.
Introdução
12
FIGURA 1.6 – Substâncias isoladas de Helietta (GOLOUBKOVA et al., 1998)
N
O
O
O
O
O
H
OH
maculosina
N
O
O
O
O
O
H
OH
OCH
3
helietina
helietidina
N
H
3
CO
H
3
CO
O
O
O
H
OH
N
O
O
O
OCH
3
OCH
3
flindersiamina
OBJETIVOS
Objetivos
13
2 – Objetivos
Os principais objetivos deste trabalho foram:
- estudo fitoquímico de Helietta puberula (Rutaceae);
- estudo fitoquímico de Simarouba versicolor (Simaroubaceae);
- realização de ensaios biológicos com extratos brutos, frações e substâncias
puras, frente às formigas cortadeiras Atta sexdens rubropilosa, ao seu fungo
simbionte e às enzimas pectinases;
- desenvolvimento de microcápsulas a partir de quitosana, para
microencapsulação de substâncias ativas visando sua aplicação no controle de
formigas cortadeiras.
Objetivos
14
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Procedimento Experimental
15
3 – Procedimento Experimental
3.1 – Materiais e Métodos
Suportes para cromatografia em coluna (CC):
Sílica gel 60 (70-230 mesh)
Sílica do tipo “flash” (230-400 mesh)
Sephadex LH-20
Solventes para cromatografia:
solventes comerciais destilados no DQ-UFSCar.
Cromatografia em coluna:
colunas de tamanhos variados, dependendo das quantidades a serem
cromatografadas.
Cromatografia em camada delgada:
folhas de alumínio (com sílica gel 60 F
254
, φ = 0,2 mm) - Merck.
Reveladores:
Radiação na região do UV (254 e 360 nm)
reagente de Dragendorff
vanilina em ácido sulfúrico.
Cromatografia em camada delgada preparativa:
placas preparativas (20 x 20cm) de sílica gel 60 com indicador
UV
254
.
Solventes para obtenção de espectros de RMN:
deuterados: CDCl
3
, MeOD e Pyr-d
6
Procedimento Experimental
16
Materiais diversos utilizados para obtenção das microcásulas:
quitosa
ácido acético glacial
glutaraldeído
3.2 – Equipamentos
Espectrômetro de Ressonância Magnética Nuclear:
Brüker ARX 200 MHz e Brüker DRX 400 MHz
CG-EM
:
GC-17A Shimadzu, GCMS-QP5000 Shimadzu
Coluna DB-5 (30 m x 0,25 mm) - Ionização por impacto eletrônico à 70
e.V.
Condutivímetro:
Micronal B330 – equipado com célula condutimétrica Digimed
DMC-010
Porosímetro:
Micromeritics mod. Porosizer 9320
Microscópico Eletrônico por Varredura
:
ZEISS – Mod. DSM940 A
Bomba Peristáltica:
Amershan Biosciences – Mod. Pump P-1
Procedimento Experimental
17
3.3 – Coleta e Identificação do Material Botânico
Todas as partes vegetais de Simarouba versicolor e Helietta
puberula foram coletadas pelo grupo de Produtos Naturais da UFSCar,
juntamente com o professor Dr. José Rubens Pirani, do Departamento de
Botânica da USP – São Paulo, que foi o responsável pela identificação das
mesmas, TABELA 3.1.
TABELA 3.1 – Dados de coleta de Simarouba versicolor e Helietta puberula
Planta Partes Vegetais
(g)
Local e Data
da Coleta
Código
de Identificação
Folhas (2.186,1)
Galhos (759,0)
Simarouba
versicolor
Caule (3.475,6)
Prata – Minas
Gerais
20/01/2001
4756
Folhas (810,0)
Galhos (902,0)
Helietta puberula
Caule (4.200,0)
Corumbá – Mato
Grosso do Sul
25/01/2001
4844
3.4 – Obtenção dos Extratos
As diversas partes vegetais foram secas, separadamente, em estufa
de ar a 45º C e pulverizadas em moinho do tipo Willey. A extração do material
moído foi realizada por maceração nos solventes hexano, diclorometano e
metanol, à temperatura ambiente, durante cinco dias, por três vezes obtendo-se
os extratos conforme representado no FLUXOGRAMA 3.1. Foram obtidos no
total 18 extratos (TABELA 3.2), todos eles foram enviados para ensaios
Procedimento Experimental
18
biológicos nas formigas cortadeiras, no fungo simbionte e nas enzimas
pectinases (item 3.8, p. 36).
FLUXOGRAMA 3.1 – Obtenção dos extratos de S. versicolor e H. puberula
Material vegetal
seco e moído
Percolação com
solvente por 5 dias
Filtração
Concentração do
solvente
EXTRATO
“Torta”
Procedimento Experimental
19
TABELA 3.2 – Extratos obtidos
Planta Parte Vegetal código Massas dos Extratos (g)
Folhas
SVFH
SVFD
SVFM
17,900
20,000
30,000
Galhos
SVGH
SVGD
SVGM
2,7680
3,400
18,800
Simarouba versicolor
Caule
SVCH
SVCD
SVCM
9,500
9,400
35,000
Folhas
HPFH
HPFD
HPFM
8,631
20,600
25,000
Helietta puberula
Galhos
HPGH
HPGD
HPGM
5,664
10,000
25,800
Caule
HPCH
HPCD
HPCM
20,240
21,000
80,000
HP = Helietta puberula; SV = Simarouba versicolor; G = galhos; C = caule; F = folhas; H = hexano; D =
diclorometano; M = metanol
Procedimento Experimental
20
3.5 – Obtenção das Frações
Os extratos metanólicos das folhas, galhos e caule de H. puberula e
S. versicolor foram fracionados através de uma partição líquido-líquido,
FLUXOGRAMA 3.2, originando 4 partições de cada extrato. As frações obtidas
e suas respectivas massas estão representadas na TABELA 3.3. Já, os extratos
HPGH, HPGD, HPFH e HPFD de H. puberula foram fracionados utilizando-se
diferentes métodos cromatográficos.
FLUXOGRAMA 3.2 – Metodologia utilizada na partição de extratos
EXTRATO
1) Suspensão em 400 mL de MeOH:H
2
O (1:3)
2
)
Ex
t
r
ação
co
m H
e
x
:
3
x 1
50
mL
Extração com CH
2
Cl
2
: 3 x 150 mL
FRAÇÃO
DiCl
Extração com AcOEt: 3 x 150 mL
FRAÇÃO
HIDROALCOÓLICA
FRAÇÃO
HIDROALCOÓLIC
A
FRAÇÃO
AcOE
t
FRAÇÃO
HEXANO
FRAÇÃO
HIDROALCOÓLIC
A
Procedimento Experimental
21
TABELA 3.3 –Frações dos extratos metanólicos
Espécie Parte
vegetal
Massas dos
extratos
código Massas das partições código
H. puberula
folhas
25,00g
HPFM
Hexânico 3,4670 g
Diclorometânico 3,0650 g
acetato de etila 1,3100 g
hidroalcoólico 5,4500 g
HPFMH
HPFMD
HPFMA
HPFMHid
H. puberula
caule
80,00g
HPCM
Hexânico 15,000 g
Diclorometânico 21,465 g
acetato de etila 1,2450 g
hidroalcoólico 7,1436 g
HPCMH
HPCMD
HPCMA
HPCMHid
H. puberula
galhos
25,80g
HPGM
Hexânico 1,900 g
Diclorometânico 4,7505 g
acetato de etila 1,4149 g
hidroalcoólico0,6795 g
HPGMH
HPGMD
HPGMA
HPGMHid
S. versicolor
folhas
30,00g
SVFM
Hexânico 4,00g
Diclorometânico 9,00g
acetato de etila 15,00g
hidroalcoólico 12,00g
SVFMH
SVFMD
SVFMA
SVFM Hid
S. versicolor
caule
35,00g
SVCM
Hexânico 1,34g
Diclorometânico 9,00g
acetato de etila 4,00g
hidroalcoólico 13,00g
SVCMH
SVCMD
SVCMA
SVCMHid
S. versicolor
galhos
18,80g
SVGM
Hexânico 0,92g
Diclorometânico 1,44g
acetato de etila 4,00g
hidroalcoólico 6,00g
SVGMH
SVGMD
SVGMA
SVGMHid
HP = Helietta puberula; SV = Simarouba versicolor; G = galhos; C = caule; F = folhas; H = hexano; D =
diclorometano; M = metanol; A = acetato de etila; Hid = hidroalcoolico
Procedimento Experimental
22
3.6 – Isolamento dos Constituintes Químicos de H. puberula
3.6.1 – Estudo Fitoquímico de HPGH
O estudo da fração hexânica dos galhos de H. puberula permitiu o
isolamento das substâncias 1, 7, 9, 10, 12 e 30, que foram caracterizadas através
de EM e RMN 1 e 2D. O estudo fitoquímico foi realizado utilizando diversas
técnicas cromatográficas, o FLUXOGRAMA 3.3 mostra resumidamente como
este estudo foi realizado.
Procedimento Experimental
23
FLUXOGRAMA 3.3 – Fracionamento do Extrato HPGH
a
i
: cromatografia por adsorção:
- coluna de vidro (φ x h = 4,5 x 25 cm)
- fase estacionária: sílica comum (70-230 mesh)
- gradiente de eluição: hex 100%, hex:dicl (4:1/ 3:1/ 2:1/ 1:1), dicl 100%, dicl:AcOEt (4:1/ 3:1/ 2:1/ 1:1), AcOEt
100%, MeOH 100%
a
i
d
i
c
i
b
i
HPGH
5
,
6644
g
HPGH-2
39,0
m
g
HPGH-3
7,9
m
g
HPGH-4
370,0
m
g
HPGH-5
294,0
m
g
HPGH-6
1800
,
0
HPGH6.2
145,0 m
g
HPGH6.3
500,0 m
g
HPGH6.4
123,0 m
g
HPGH6.5
55,0 m
g
HPGH6.7
25,5 m
g
HPGH6.6
395
,
8 m
g
HPGH-7
1900
,
0
m
g
HPGH6.6.2
89,0 m
g
HPGH7.5
135,3 m
g
HPGH-8
790
,
0
m
g
HPGH6.15
28,4 mg
7
HPGH6.6.4
103,0 m
g
HPGH6.65
140,0 m
g
HPGH6.6.3
3.1 mg
30
HPGH7.1
50,7 m
g
i
i
h
i
g
i
f
i
HPGH7.7.2
51,2 m
g
HPGH7.7.3
91,2 m
g
HPGH7.7.4
91,2 m
g
HPGH7.7.6
30,4 m
g
HPGH7.7.7
71,8 m
g
HPGH7.7.5
120
,
3 m
g
HPGH7.7.5.1
20,3 m
g
HPGH7.7.5.3
49,4 m
g
HPGH7.7.5.4
58,3 m
g
HPGH7.7.5.2
15,3 mg
12
HPGH-8
790
,
0
m
g
HPGH8.2
38,8 m
g
HPGH8.4
37,5 m
g
HPGH8.9
15,0 m
g
HPGH8.3
20
,
0 m
g
HPGH8.5
10
,
6 m
g
HPGH8.3.2
0,7 m
g
HPGH8.3.4
10,2 m
g
HPGH8.3.3
1,5 mg
9
HPGH8.5.1
2,2 m
g
HPGH8.5.3
1,8 mg
10
HPGH8.5.2
0,7 m
g
HPGH8.5.4
4,2 m
g
HPGH8.10
179,0 m
g
e
i
HPGH7.2
129,0 m
g
HPGH7.3
115,0 m
g
HPGH7.4
155,0 m
g
HPGH7.6
715,0 m
g
HPGH-1
10,3 mg
1
HPGH6.6.1
42,0 m
g
m
g
HPGH7.7
815
,
0 m
g
HPGH7.7.1
30,7 m
g
HPGH8.6
75,9 m
g
HPGH8.7
33,6 m
g
HPGH8.8
89,0 m
g
HPGH8.1
70,0 m
g
HPGH8.3.1
2,0 m
g
Procedimento Experimental
24
b
i
: cromatografia por adsorção:
- coluna de vidro (φ x h = 3,5 x 25,0 cm)
- fase estacionária: sílica do tipo “flash” (230-400 mesh)
- gradiente de eluição: hex 100%, hex:dicl (4:1/ 3:1/ 2:1/ 1:1), dicl 100%, dicl:AcOEt (4:1/ 3:1/ 2:1/ 1:1), AcOEt
100%, MeOH 100%
c
i
: cromatografia por adsorção:
- coluna de vidro (φ x h = 1,5 x 25,0 cm)
- fase estacionária: sílica do tipo “flash” (230-400 mesh)
- gradiente de eluição: hex 100%, hex:dicl (4:1/ 3:1/ 2:1/ 1:1), dicl 100%, dicl:AcOEt (4:1/ 3:1/ 2:1/ 1:1), AcOEt
100%, MeOH 100%
d
i
: cromatografia por adsorção:
- coluna de vidro (φ x h = 3,5 x 25,0 cm)
- fase estacionária: sílica do tipo “flash” (230-400 mesh): florisil (1:1)
- gradiente de eluição: hex 100%, hex:dicl (4:1/ 3:1/ 2:1/ 1:1), dicl 100%, dicl:AcOEt (4:1/ 3:1/ 2:1/ 1:1), AcOEt
100%, MeOH 100%
e
i
: cromatografia por adsorção:
- coluna de vidro (φ x h = 2,5 x 25,0 cm)
- fase estacionária: sílica do tipo “flash” (230-400 mesh)
- eluição isocrática: hex: dicl: AcOEt (5:3:2)
f
i
: cromatografia por adsorção:
- coluna de vidro (φ x h = 2,0 x 30,0 cm)
- fase estacionária: sílica do tipo “flash” (230-400 mesh)
- eluição isocrática: hex: dicl: AcOEt (4:2:2)
g
i
: cromatografia por adsorção:
- coluna de vidro (φ x h = 3,5 x 25,0 cm)
- fase estacionária: sílica do tipo “flash” (230-400 mesh)
- gradiente de eluição: hex 100%, hex:dicl (4:1/ 3:1/ 2:1/ 1:1), dicl 100%, dicl:AcOEt (4:1/ 3:1/ 2:1/ 1:1), AcOEt
100%, MeOH 100%
h
i
= i
i
= c
i
3.6.2 – Estudo Fitoquímico de HPGD
O estudo do extrato diclorometânico dos galhos de H. puberula
levou ao isolamento das substâncias 1, 9 e 31 que tiveram suas estruturas
identificadas por EM e RMN
1
H e RMN
13
C. O FLUXOGRAMA 3.4 apresenta
de forma resumida, como este estudo foi realizado.
Procedimento Experimental
25
FLUXOGRAMA 3.4 – Fracionamento do Extrato HPGD
a
ii
: cromatografia por adsorção:
- coluna de vidro (φ x h = 5,0 x 30,0 cm)
- fase estacionária: sílica comum (70-230 mesh)
- gradiente de eluição: hex 100%, hex:dicl (4:1/ 3:1/ 2:1/ 1:1), dicl 100%, dicl:AcOEt (4:1/ 3:1/ 2:1/ 1:1), AcOEt
100%, MeOH 100%
b
ii
: cromatografia por adsorção:
- coluna de vidro (φ x h = 5,0 x 20,0 cm)
- fase estacionária: sílica do tipo “flash” (230-400 mesh)
- gradiente de eluição: hex 100%, hex:dicl (4:1/ 3:1/ 2:1/ 1:1), dicl 100%, dicl:AcOEt (4:1/ 3:1/ 2:1/ 1:1), AcOEt
100%, MeOH 100%
c
ii
: cromatografia por adsorção em camada delgada preparativa:
- placa de vidro (h x h = 25,0 x 25,0 cm)
- fase estacionária: sílica gel 60, com indicador UV
254
(230-400 mesh)
- eluição isocrática: hex: dicl: AcOEt (5:3:2)
d
ii
: cromatografia por adsorção:
- coluna de vidro (φ x h = 3,5 x 31,0 cm)
- fase estacionária: sílica do tipo “flash” (230-400 mesh)
c
ii
b
ii
a
ii
HPGD
10
,
0
g
HPGD2
139,0 m
g
HPGD4
562,0 m
g
HPGD3
223,0 m
g
HPGD7
13,9 m
g
HPGD5
560,0 m
g
HPGD6
321,6 m
g
HPGD8
5517
,
0 m
g
HPGD8.2
370,0 m
g
HPGD8.4
310,0 m
g
HPGD8.3
160,0 m
g
HPGD8.7
3900,0 m
g
HPGD8.5
120,0 m
g
HPGD8.1
5040,0
m
g
HPGD8.6
65
,
0 m
g
HPGD8.6.2
12,0 m
g
HPGD8.6.4
18,5 m
g
HPGD8.6.5
20,1 m
g
HPGD8.6.1
6,0 m
g
HPGD8.6.6
4,4 m
g
HPGD8.6.3
3,1 mg
31
HPGD9
2509
,
0 m
g
HPGD9.2
31,5 m
g
HPGD9.3
237,8 m
g
HPGD9.4
1,07 m
g
HPGD9.1
120,7 m
g
HPGD9.5
208,1 m
g
HPGD9.6
380,0 mg
HPGD9.6.2
18,5 m
g
HPGD9.6.3
21,9 m
g
HPGD9.6.1
39,4 m
g
HPGD9.6.5
113,0 m
g
HPGD9.6.4
27,3 mg
9
d
ii
e
ii
HPGD1
15,8 mg
1
Procedimento Experimental
26
- gradiente de eluição: hex 100%, hex:dicl (4:1/ 3:1/ 2:1/ 1:1), dicl 100%, dicl:AcOEt (4:1/ 3:1/ 2:1/ 1:1), AcOEt
100%, MeOH 100%
e
ii
: cromatografia por adsorção:
- coluna de vidro (φ x h = 2,0 x 30,0 cm)
- fase estacionária: sílica do tipo “flash” (230-400 mesh)
- eluição isocrática: hex: dicl: AcOEt (4:2:2)
3.6.3 – Estudo Fitoquímico de HPFH
Do estudo fitoquímico do extrato hexânico das folhas de H.
puberula foi possível isolar e identificar através de EM e RMN
1
H e RMN
13
C as
substâncias 2, 6, 8, 10 e 11, mostrado resumidamente no FLUXOGRAMA 3.5.
FLUXOGRAMA 3.5 – Fracionamento do Extrato HPFH
g
iii
f
iii
d
iii
c
iii
b
iii
a
iii
HPFH
8
,
6
g
HPFH1
1100,0
HPFH4
2600,0m
g
HPFH3
1325
,
0 m
g
HPFH2
3050
,
0 m
g
HPFH2.5
413,5 m
g
HPFH2.2
236,0 m
g
HPFH2.3
546
,
5 m
g
HPFH2.3.1
101,2 m
g
HPFH2.3.5
125,5 m
g
HPFH2.3.2
28,3 m
g
HPFH2.3.3
34
,
1 m
g
HPFH2.3.4
76,5 m
g
HPFH2.3.3.1
8,1 m
g
HPFH2.3.3.4
4,1 m
g
HPFH2.3.3.2
11,2 mg
6
HPFH2.3.3.3
7,4 mg
2
HPFH4.2
174,2 m
g
HPFH4.3
95,2 m
g
HPFH4.6
313,0 m
g
HPFH4.7
214,0 m
g
HPFH4.5.1
3,5 m
g
HPFH4.5.2
1,3 m
g
HPFH4.5
32
,
6 m
g
HPFH4.4
72,7 m
g
HPFH4.5.3
5,5 mg
10
HPFH4.5.4
2.5 mg
11
HPFH4.8
78
,
30 m
g
HPFH4.8.1
17,3 m
g
HPFH4.8.2
21,2 m
g
HPFH4.8.4
9,3 m
g
HPFH4.8.5
12,1 m
g
HPFH4.8.3
17,3 mg
8
HPFH2.4
721,8 m
g
e
iii
HPFH2.1
306,0 m
g
HPFH4.1
110,9 m
g
Procedimento Experimental
27
a
iii
: cromatografia por adsorção:
- coluna de vidro (φ x h = 3,5 x 25,0 cm)
- fase estacionária: sílica comum (70-230 mesh): fluorisil (1:1)
- gradiente de eluição: hex 100%, hex:dicl (4:1/ 3:1/ 2:1/ 1:1), dicl 100%, dicl:AcOEt (4:1/ 3:1/ 2:1/ 1:1), AcOEt
100%, MeOH 100%
b
iii
: cromatografia por adsorção:
- coluna de vidro (φ x h = 3,0 x 30,0 cm)
- fase estacionária: sílica comum (70-230 mesh): fluorisil (1:1)
- gradiente de eluição: hex 100%, hex:dicl (4:1/ 3:1/ 2:1/ 1:1), dicl 100%, dicl:AcOEt (4:1/ 3:1/ 2:1/ 1:1), AcOEt
100%, MeOH 100%
c
iii
: cromatografia por adsorção:
- coluna de vidro (φ x h = 2,5 x 20 cm)
- fase estacionária: sílica comum (70-230 mesh): fluorisil (1:1)
- gradiente de eluição: hex 100%, hex:dicl (4:1/ 3:1/ 2:1/ 1:1), dicl 100%, dicl:AcOEt (4:1/ 3:1/ 2:1/ 1:1), AcOEt
100%, MeOH 100%
d
iii
: cromatografia por adsorção:
- coluna de vidro (φ x h = 1,5 x 20 cm)
- fase estacionária: fluorisil
- gradiente de eluição: hex 100%, hex:dicl (4:1/ 3:1/ 2:1/ 1:1), dicl 100%, dicl:AcOEt (4:1/ 3:1/ 2:1/ 1:1), AcOEt
100%, MeOH 100%
e
iii
= b
iii
, f
iii
= d
iii
, g
iii
= c
iii
3.6.4 – Estudo Fitoquímico de HPFD
As substâncias 11, 13, 14 e 30 foram obtidas através do estudo
fitoquímico do extrato diclorometânico das folhas de H. puberula. Essas
substâncias foram identificadas através de RMN
1
H e RMN
13
C. O
FLUXOGRAMA 3.6 mostra de forma resumida como este estudo foi realizado.
Procedimento Experimental
28
FLUXOGRAMA 3.6 – Fracionamento do Extrato HPFD
j
iv
i
iv
g
iv
f
iv
c
iv
b
iv
HPFD4.5.4.1
7,5 m
g
HPFD
8
,
6
g
HPFD1
1565,0 mg
HPFD3
1363
,
0 m
g
HPFD4
10013
,
0 m
g
HPFD2
358,0 mg
HPFD3.2
36,0 mg
HPFD3.5
143,5 mg
HPFD3.3
77,0 mg
HPFD3.4
78,8 mg
HPFD3.6
112,5 mg
HPFD3.7
510,0 mg
HPFD3.9
80,0 mg
HPFD3.8
81
,
0 m
g
HPFD3.8.5
19,0 m
g
HPFD3.8.3
11,0 m
g
HPFD3.8.4
5,5 m
g
HPFD3.8.1
13,2 m
g
HPFD4.5
130
,
0 m
g
HPFD4.1
1030,3 mg
HPFD4.2
480,5 mg
HPFD4.3
230,0 mg
HPFD4.4
95,5 mg
HPFD4.6
900
,
3 m
g
HPFD4.5.1
23,0 m
g
HPFD4.5.3
21,3 m
g
HPFD4.5.2
18,1 mg
30
HPFD4.5.4
61
,
6 m
g
HPFD4.5.4.3
24,0 mg
13
HPFD4.5.4.2
8,3 m
g
HPFD4.5.4.4
5,3 m
g
HPFD4.5.4.5
2,5 m
g
HPFD4.5.4.3
37.7 m
g
HPFD4.5.4.1
3,5 m
g
HPFD4.5.4.2
2,3 m
g
HPFD4.5.4.4
5,3 m
g
HPFD4.6.1
81,5 mg
HPFD4.6.2
310,0 mg
HPFD4.6.4
98,8 mg
HPFD4.6.6
60,8 mg
HPFD4.6.3
93,8 mg
HPFD4.6.5
35
,
1 m
g
HPFD4.6.5.1
3,8 mg
HPFD4.6.5.2
7,3 mg
HPFD4.6.5.4
1,5 mg
HPFD4.6.5.5
6,5
HPFD4.6.5.3
10
,
9 m
g
HPFD4.6.5.6
7,1 m
g
HPFD4.6.5.3.1
0,9 mg
HPFD4.6.5.3.3
1,7 mg
HPFD4.6.5.3.4
5,4 mg
HPFD4.6.5.3.2
1,2 mg
14
HPFD3.8.2
12,1 mg
11
a
iv
e
iv
h
iv
d
iv
HPFD3.1
20,0 mg
HPFD4.7
5300,0 mg
Procedimento Experimental
29
a
iv
: cromatografia por adsorção:
- coluna de vidro (φ x h = 4,5 x 25,0 cm)
- fase estacionária: sílica comum (70-230 mesh): fluorisil (1:1)
- gradiente de eluição: hex 100%, hex:dicl (4:1/ 3:1/ 2:1/ 1:1), dicl 100%, dicl:AcOEt (4:1/ 3:1/ 2:1/ 1:1), AcOEt
100%, MeOH 100%
b
iv
: cromatografia por adsorção:
- coluna de vidro (φ x h = 3,0 x 30,0 cm)
- fase estacionária: sílica comum (70-230 mesh): fluorisil (1:1)
- gradiente de eluição: hex 100%, hex:dicl (4:1/ 3:1/ 2:1/ 1:1), dicl 100%, dicl:AcOEt (4:1/ 3:1/ 2:1/ 1:1), AcOEt
100%, MeOH 100%
c
iv
: cromatografia por adsorção:
- coluna de vidro (φ x h = 2,5 x 20 cm)
- fase estacionária: sílica do tipo “flash” (230-400 mesh)
- gradiente de eluição: hex 100%, hex:dicl (4:1/ 3:1/ 2:1/ 1:1), dicl 100%, dicl:AcOEt (4:1/ 3:1/ 2:1/ 1:1), AcOEt
100%, MeOH 100%
d
iv
=
iv
e
iv
: cromatografia circular por adsorção:
- placa de vidro (φ = 26,0 cm)
- fase estacionária: sílica gel (375 mesh, PF 254, 1mm)
- eluição isocrática: Hex:dicl:MeOH (4:2:0,5)
f
iv
= e
iv
= g
iv
= i
iv
h
iv
: cromatografia por adsorção:
- coluna de vidro (φ x h = 3,0 x 30,0 cm)
- fase estacionária: sílica comum (70-230 mesh): fluorisil (1:1)
- gradiente de eluição: hex 100%, hex:dicl (4:1/ 3:1/ 2:1/ 1:1), dicl 100%, dicl:AcOEt (4:1/ 3:1/ 2:1/ 1:1), AcOEt
100%, MeOH 100%
j
iv
: cromatografia por adsorção em camada delgada preparativa:
- placa de vidro (h x h = 25,0 x 25,0 cm)
- fase estacionária: sílica gel 60, com indicador UV
254
(230-400 mesh)
- eluição isocrática: hex: dicl: AcOEt (5:3:2)
3.6.5 – Estudo Fitoquímico de HPCMH
A fração hexânica do extrato metanólico dos caules de H. puberula
foi estudada fitoquimicamente utilizando diversas técnicas cromatográficas.
Deste estudo foi possível isolar as substâncias 22, 26 e 27. O FLUXOGRAMA
3.7 mostra de forma resumida como este estudo foi realizado.
Procedimento Experimental
30
FLUXOGRAMA 3.7 – Fracionamento da fração HPCMH
a
v
: cromatografia por adsorção:
- coluna de vidro (φ x h = 3,5 x 31,0 cm)
- fase estacionária: sílica do tipo “flash” (230-400 mesh)
- gradiente de eluição: hex 100%, hex:dicl (4:1/ 3:1/ 2:1/ 1:1), dicl 100%, dicl:AcOEt (4:1/ 3:1/ 2:1/ 1:1), AcOEt
100%, MeOH 100%
b
v
: cromatografia por exclusão:
- coluna de vidro (φ x h = 2,5 x 30,0 cm)
- fase estacionária: Sephadex LH-20
- eluição isocrática: MeOH 100%
c
v
: cromatografia circular por adsorção :
- placa de vidro (φ = 26,0 cm)
- fase estacionária: sílica gel (375 mesh, PF 254, 1mm)
- eluição isocrática: Hex:dicl:MeOH (5:3:1)
d
v
= cromatografia por exclusão:
- coluna de vidro (φ x h = 2,5 x 40,0 cm)
- fase estacionária: Sephadex LH-20
- eluição isocrática: MeOH 100%
c
v
a
v
HPCMH
3,0g
HPCMH2
30,7 mg
HPCMH5
28,7 mg
HPCMH3
41,4 mg
HPCMH4
70,2 mg
HPCMH6
17,7 mg
HPCMH10
35,7 mg
HPCMH9
19,7 mg
HPCMH7
43mg
HPCMH7.7
7,4 mg
HPCMH7.8.2
1,2 mg
HPCMH7.8.3
2,6 mg
HPCMH7.8.5
1,3 mg
HPCMH7.8.6
2,5 mg
HPCMH7.87
2,2 mg
HPCMH7.8.8.
8,3 mg
27
HPCMH7.2
2,4
HPCMH7.5
2,5 mg
HPCMH7.6
3,7 mg
HPCMH7.9
9,7 mg
HPCMH11
42,5 mg
HPCMH11.1
7,9 mg
HPCMH11.3
5,6 mg
HPCMH11.4
6,6 mg
HPCMH11.5
8,9 mg
HPCMH11.2
11,2 mg
HPCMH11.2.1
2,7 mg
HPCMH11.3
1,5 mg
HPCMH11.4
1,6 mg
HPCMH11.2.2
7,3 mg
22
b
v
d
v
e
v
HPCMH7.4
2,3 mg
HPCMH7.3
4,1 mg
HPCMH7.8.4
9,3 mg
26
HPCMH7.8
26 mg
HPCMH8
18, 1mg
HPCMH1
50,0 mg
HPCMH7.8.1
0,9 mg
HPCMH7.1
1,8 mg
Procedimento Experimental
31
e
v
: cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE):
- coluna polimérica Asahipak
- eluição isocrática: MeOH 100%
- fluxo: 3,5 mL/min
- detector UV 245, 365 nm
3.7 – Isolamento dos Constituintes Químicos de S. versicolor
3.7.1 – Estudo Fitoquímico de SVCMD
A fração diclorometânica do extrato metanólico do caule de S.
versicolor foi estudada fitoquimicamente utilizando-se diversas técnicas
cromatográficas. Deste estudo foram isoladas as substâncias 5, 17, 18, 23, 24, 25
e 28. O FLUXOGRAMA 3.8 mostra resumidamente como este estudo foi
realizado.
Procedimento Experimental
32
FLUXOGRAMA 3.8 – Fracionamento da fração SVCMD
a
vi
: cromatografia por adsorção:
- coluna de vidro (φ x h = 3,5 x 35,0 cm)
- fase estacionária: sílica comum (70-230 mesh)
- gradiente de eluição: hex 100%, hex:dicl (4:1/ 3:1/ 2:1/ 1:1), dicl 100%, dicl:AcOEt (4:1/ 3:1/ 2:1/ 1:1), AcOEt
100%, MeOH 100%
b
vi
: cromatografia por adsorção
- coluna de vidro (φ x h = 2,5 x 20 cm)
- fase estacionária: sílica do tipo “flash” (230-400 mesh)
- gradiente de eluição: hex 100%, hex:dicl (4:1/ 3:1/ 2:1/ 1:1), dicl 100%, dicl:AcOEt (4:1/ 3:1/ 2:1/ 1:1), AcOEt
100%, MeOH 100%
c
vi
: cromatografia por exclusão:
- coluna de vidro (φ x h = 2,5 x 40,0 cm)
- fase estacionária: Sephadex LH-20
- eluição isocrática: MeOH 100%
f
vi
c
vi
b
vi
SVCMD
9,0g
SVCMD1
1700,0 mg
SVCMD3
263,78
mg
SVCMD2
2000 mg
SVCMD4
617,0 mg
SVCMD5
208,1 mg
SVCMD6
2400,0 mg
SVCMD2.1
213,3 mg
SVCMD2.4
617,0 mg
SVCMD2.3
312,9 mg
SVCMD2.3.1
14,4 mg
SVCMD2.2
0,9 mg
17
SVCMD2.3.2
32,7 mg
SVCMD2.3.4
79,8 mg
SVCMD2.3.5
9,8 mg
SVCMD2.3.3
5,0 mg
SVCMD2.3.3.1
1,4 mg
SVCMD2.3.3.3
1,5 mg
SVCMD6.1
213,5 mg
SVCMD6.2
312,0 mg
SVCMD6.4
275,4 mg
SVCMD2.3.3.2
1,2 mg
24
SVCMD6.5
617,0 mg
SVCMD6.2.1
21,3 mg
SVCMD6.2.3
97,0 mg
SVCMD6.2.4
61,7 mg
SVCMD6.2.2
1,3 mg
18
SVCMD6.2.3.1
22,3 mg
SVCMD6.2.3.3
38,2 mg
SVCMD6.2.3.5
17,0 mg
SVCMD6.2.3.4
9,3 mg
23
a
vi
d
vi
e
vi
g
vi
h
vi
SVCMD6.2.3.2
21,2 mg
5
SVCMD6.3
7,3 mg
25
SVCMD6.4.1
32,2 mg
SVCMD6.4.2
38,2 mg
SVCMD6.4.4
97,0 mg
SVCMD6.4.3
11,3 mg
28
Procedimento Experimental
33
d
vi
= cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE):
- coluna polimérica Asahipak
- eluição isocrática: MeOH 100%
- fluxo: 4,0 mL/min
- detector UV 245, 365 nm
e
vi
: cromatografia por exclusão:
- coluna de vidro (φ x h = 4,5 x 50,0 cm)
- fase estacionária: Sephadex LH-20
- eluição isocrática: MeOH 100%
f
vi
: cromatografia por exclusão:
- coluna de vidro (φ x h = 2,5 x 30,0 cm)
- fase estacionária: Sephadex LH-20
- eluição isocrática: MeOH 100%
g
vi
= h
vi
= f
vi
3.7.2 – Estudo Fitoquímico de SVFMD
Da fração diclorometânica do extrato metanólico das folhas de S.
versicolor foi isolada as substâncias 19-21, utilizando-se cromatografia por
adsorção e exclusão. O FLUXOGRAMA 3.9 mostra resumidamente como este
estudo foi realizado.
Procedimento Experimental
34
FLUXOGRAMA 3.9 – Fracionamento da fração SVFMD
a
vii
: cromatografia por adsorção:
- coluna de vidro (φ x h = 4,5 x 25,0 cm)
- fase estacionária: sílica comum (70-230 mesh): fluorisil (1:1)
- gradiente de eluição: hex 100%, hex:dicl (4:1/ 3:1/ 2:1/ 1:1), dicl 100%, dicl:AcOEt (4:1/ 3:1/ 2:1/ 1:1), AcOEt
100%, MeOH 100%
b
vii
: cromatografia por adsorção:
- coluna de vidro (φ x h = 3,0 x 30,0 cm)
- fase estacionária: sílica comum (70-230 mesh): fluorisil (1:1)
- gradiente de eluição: hex 100%, hex:dicl (4:1/ 3:1/ 2:1/ 1:1), dicl 100%, dicl:AcOEt (4:1/ 3:1/ 2:1/ 1:1), AcOEt
100%, MeOH 100%
c
vii
: cromatografia por exclusão:
- coluna de vidro (φ x h = 3,0 x 30,0 cm)
- fase estacionária: Sephadex LH-20
- eluição isocrática: MeOH 100%
d
vii
: cromatografia por exclusão:
- coluna de vidro (φ x h = 2,5 x 30,0 cm)
- fase estacionária: Sephadex LH-20
- eluição isocrática: MeOH 100%
SVFMD
9,0g
SVFMD1
541,0mg
SVFMD2.3
8,4 mg
19
SVFMD5
2.300,0 mg
SVFMD3
612,3mg
SVFMD4
324,0mg
SVFMD2.4
141,3mg
SVFMD2.5
541,0mg
SVFMD2.2
37,0mg
SVFMD6
1400,0 mg
SVFMD4.1
14,0mg
SVFMD4.4
324,0mg
SVFMD4.6
52,0mg
SVFMD4.2
1,4 mg
20
SVFMD4.5
62,0mg
SVFMD4.3
26,1mg
SVFMD4.3.1
8,2mg
SVFMD4.3.4
6,0mg
SVFMD4.3.3
9,8 mg
21
SVFMD4.3.2
9,4mg
a
vii
b
vii
SVFMD2
1500,0 mg
c
vii
d
vii
SVFMD2.1
41,8mg
Procedimento Experimental
35
3.7.3 – Estudo Fitoquímico de SVGMD
Da fração diclorometânica do extrato metanólico dos galhos de S.
versicolor foi isolada as substâncias 1, 2, 3, 4, 6, 15, 16 e 29, utilizando-se
basicamente cromatografia por adsorção e exclusão. O FLUXOGRAMA 3.10
mostra resumidamente como este estudo foi realizado.
FLUXOGRAMA 3.10 – Fracionamento da fração SVGMD
d
viii
c
viii
SVGMD
9,0g
SVGMD1
17,4 mg
1
SVGMD3
94,0 mg
SVGMD2
85,0 mg
SVGMD2.5
9,9 mg
SVGMD2.3
11,2 mg
15
SVGMD2.1
13,7 mg
SVGMD2.2
23,4 mg
SVGMD2.4
26,8 mg
SVGMD2.1.3
25,9 mg
SVGMD2.1.2
6,0 mg
6
SVGMD2.2.1
2,8 mg
SVGMD2.4.1
6,2 mg
SVGMD2.4.2
7,2 mg
3
SVGMD2.4.4
4,8 mg
SVGMD2.4.3
4,2 mg
4
SVGMD2.1.2
6,0 mg
2
SVGMD3.1
4,6 mg
SVGMD3.3
17,7 mg
SVGMD3.4
21,0 mg
SVGMD3.6
9,2 mg
SVGMD3.7
3,4 mg
SVGMD3.2
3,8 mg
SVGMD3.5
30,7 mg
SVGMD3.5.1
2,5 mg
SVGMD3.5.2
2,8 mg
SVGMD3.5.4
6,3 mg
SVGMD3.5.3
9,1 mg
16
a
viii
b
viii
e
viii
f
viii
g
viii
SVGMD3.5.5
9 mg
29
SVGMD2.1.1
5,2 mg
SVGMD4
61,9 mg
Procedimento Experimental
36
a
viii
: cromatografia por adsorção:
- coluna de vidro (φ x h = 4,5 x 25,0 cm)
- fase estacionária: sílica comum (70-230 mesh)
- gradiente de eluição: hex 100%, hex:dicl (4:1/ 3:1/ 2:1/ 1:1), dicl 100%, dicl:AcOEt (4:1/ 3:1/ 2:1/ 1:1), AcOEt
100%, MeOH 100%
b
viii
: cromatografia circular por adsorção :
- placa de vidro (φ = 26,0 cm)
- fase estacionária: sílica gel (375 mesh, PF 254, 1mm)
- eluição isocrática: Hex:dicl:MeOH (5:3:1)
c
viii
= d
viii
= e
viii
= b
viii
f
viii
: cromatografia por exclusão:
- coluna de vidro (φ x h = 3,0 x 30,0 cm)
- fase estacionária: Sephadex LH-20
- eluição isocrática: MeOH: dicl (9:1)
g
viii
= cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE):
- coluna polimérica Asahipak
- eluição isocrática: MeOH:dicl (8:2)
- fluxo: 3,5 mL/min
- detector UV 245, 365 nm
3.8 – Metodologia dos Ensaios Biológicos
3.8.1 – Ensaios Biológicos com as Formigas Cortadeiras
Os ensaios por ingestão com as operárias de Atta sexdens
rubropilosa foram realizados no Centro de Estudos de Insetos Sociais (CEIS)
UNESP - Rio Claro/SP, pela aluna Maria Fernanda Gomes Villalba Penãflor,
sob a orientação do Prof. Dr. Odair Corrêa Bueno.
Neste ensaio as operárias de Atta sexdens rubropilosa foram
retiradas aleatoriamente de formigueiros mantidos em laboratório. Para
manutenção das formigas isoladas do formigueiro foi utilizada uma dieta sólida
constituída por: 5% de glicose, 1% de peptona bacteriológica, 0,1% de extrato
de levedura e 1,5% de ágar bacteriológico e 100 mL de água destilada. Após a
mistura destes componentes, a dieta foi levada ao forno de microondas por
aproximadamente 4 minutos e logo em seguida, autoclavada a 120
º
e 1 atm por
15 minutos. A dieta ainda líquida foi entornada em placas de Petri de 10 cm de
diâmetro, que após resfriamento e solidificação foram embrulhadas em papel
Procedimento Experimental
37
filme e mantidas em geladeira, sendo utilizadas nos dias subseqüentes durante o
período do experimento. Foi estipulado um período máximo de 25 dias para a
realização dos experimentos de toxicidade.
A dieta para manutenção das formigas (controle) ou a dieta
acrescida do substrato a ser testado (tratamentos) foi colocada em papel
alumínio na quantidade aproximada de 0,4 a 0,5 g/placa. A cada 24 horas a dieta
foi renovada. O material a ser testado foi pesado, dissolvido no mesmo solvente
em que ocorreu sua extração e incorporado na dieta (BUENO et al, 1997).
As formigas foram distribuídas em lotes de 50 operárias para cada
tratamento, divididas em grupos de dez formigas e mantidas em 5 placas de
Petri. Essas placas foram colocadas em estufa com temperatura de 25
º
+
1
º
C e
umidade relativa acima de 70% e examinadas diariamente para retirada e
anotação do número de formigas mortas.
A análise estatística foi realizada através do teste não paramétrico
log-rank (p < 0,05), utilizando-se o software Graph-Pad, aplicativo Prisma 3.0.
3.8.2 – Ensaios Biológicos com o Fungo Simbionte
Os ensaios com o fungo simbionte Leucoagaricus gongylophorus
foram realizados no Centro de Estudos de Insetos Sociais (CEIS) - UNESP - Rio
Claro/SP, pela aluna Roberta N. A. Almeida, sob a orientação do Prof. Dr.
Fernando Carlos Pagnocca.
O fungo foi isolado de um ninho de formigas cortadeiras Atta
sexdens rubropilosa e mantido em condições de laboratório por passagens
mensais no meio de cultura constituído por dextrose (10 g/L), cloreto de sódio (5
g/L), peptona (5 g/L), extrato de malte (10 g/L) e ágar (17 g/L); sendo que o pH
do meio foi mantido em 6,0 ± 0,2.
As amostras submetidas aos ensaios foram preparadas e
adicionadas ao meio de cultura, segundo a metodologia descrita por
PAGNOCCA et al. (1990). Para cada amostra foram preparadas de 8 a 10
Procedimento Experimental
38
réplicas de tubos de cultura (massa fúngica), havendo um número idêntico de
réplicas para o solvente e para o controle geral. Após o tempo de incubação de
30 dias, a 25 ± 2 °C, foram realizadas a observação visual do crescimento do
micélio, comparando-se a massa fúngica do controle com a massa fúngica da
amostra.
3.8.3 – Ensaios Biológicos com as Enzimas
Os ensaios frente às pectinases presentes no líquido fecal e nos
ninho de A. sexdens rubropilosa foram realizados no Centro de Estudos de
Insetos Sociais (CEIS) – UNESP – Rio Claro/SP pela aluna Cínthia Zavan sob a
orientação do Prof. Dr. Maurício Bacci Júnior.
Neste ensaio, 4µL de uma solução em DMSO (50 µg/µL) da
amostra a ser testada foram adicionadas ao meio reacional (300 µL) constituído
por 150 µL de pectina cítrica a 2g.100mL
-1
(Sigma P-9135) em 50 mmol/L de
tampão citrato-fosfato (pH = 5); 75 µL de líquido fecal (contendo pectinases)
diluído 500 vezes e 71 µL de água ultra-pura. Como controle foi preparada a
mesma mistura reacional sem a adição da amostra a ser testada. As misturas
reacionais foram incubadas a 37º C sob agitação por 30 minutos, sendo que
alíquotas de 50 µL foram coletadas nos tempos de incubação zero e final. Estas
alíquotas foram adicionadas a 100 µL de reagente ADNS (ácido
dinitrosalisílico) (MILLER, 1959) e 100 µL de água. A mistura resultante foi
fervida por 5 minutos, centrifugada por 3 minutos e o sobrenadante foi utilizado
para determinação da densidade ótica (DO) a 540 nm. As diferenças de DO no
tempo zero e final foram calculadas para os experimentos com a amostra testada
(Do
E
) e para o controle (Do
c
). a atividade inibitória pectinásica foi calculada
através da fórmula I = 1 – (T C
-1
), onde T e C correspondem, respectivamente, à
atividade pectinásica medida na presença e na ausência da amostra testada. Os
Procedimento Experimental
39
resultados das densidades óticas foram submetidos ao teste estatístico Mann-
Whitney (SIEGL, 1956).
3.9 – Caracterização da quitosana (QTS)
3.9.1 – Grau de desacetilação (% GD)
O grau de desacetilação (% GD) ou porcentagem de grupos aminos
livres foi determinado por titulação condutimétrica com auxílio de um
condutivímetro Micronal (modelo B330) e uma célula condutimétrica Digimed
DMC-010.
Uma amostra de 200 mg de quitosana foi agitada em 40 mL de
solução de ácido clorídrico 0,05 mol.L
-1
por 18 horas. Após a dissolução do
polímero, a titulação foi conduzida com adição de NaOH 0,15 mol.L
-1
à
temperatura de 25,0 ºC (SANTOS et al, 2003). A titulação condutimétrica foi
realizada em triplicata.
3.9.2 – Ressonância Magnética Nuclear de Carbono (RMN
13
C)
O espectro de RMN
13
C foi obtido em um espectrômetro BRUKER
DRX400. O espectro foi obtido a partir de um procedimento descrito por
SIGNINI E CAMPANA-FILHO, onde, aproximadamente 8 mg de amostra de
quitosana são solubilizadas em 1 mL de solução de HCl/D
2
O 1 % (v/v), durante
24 horas formando uma solução viscosa. Uma alíquota dessa solução foi
colocada em tubo de 5 mm de diâmetro para análise.
3.9.3 – Preparação das microesferas de quitosana.
Aproximadamente 4,0 g de quitosana foi dissolvida em 100,0 mL de ácido
acético 5 %. A solução polimérica de quitosana foi gotejada com auxílio de uma
bomba peristáltica de marca Amershan Biosciences – Mod. Pump P-1, sobre
uma solução de NaOH 2 mol.L
-1
(método de inversão de fases). As microesferas
Procedimento Experimental
40
formadas foram deixadas durante 60 minutos numa solução de NaOH 2mol L
-1
sob agitação para completar a precipitação, posteriormente lavadas com água
destilada até alcançar o meio neutro. O mesmo procedimento foi realizado
incorporando-se uma flavona comercial, que após seca, a substância incorporada
foi extraída com clorofórmio deuterado e realizado experimento de RMN
1
H.
3.9.4 – Reticulação das microesferas de quitosana.
As microesferas de quitosana, aproximadamente 4,0 g foram
colocadas em contato com uma solução de glutaraldeído 2,5 % cuja proporção
foi de 1,5 mL por grama de microesferas. A mistura reacional foi mantida
durante 24 horas, sob temperatura ambiente, para completar a reação de
reticulação. Após esse tempo de permanência, o material foi filtrado com uma
peneira, cujo diâmetro médio foi inferior a um milímetro, e lavado com água
destilada para retirar o excesso do agente reticulante.
3.9.5 – Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV)
As microesferas de quitosana foram caracterizadas por microscopia
de varredura em relação ao tamanho médio e a morfologia das partículas. As
amostras foram colocadas em estabes, recobertas de ouro e micrografadas num
microscópio eletrônico de varredura Zeiss – modelo DSM940A, do Laboratório
Interdisciplinar e Cerâmica (LIEC) do Departamento de Química da UFSCar.
3.9.6 – Análise de porosimetria
A análise de porosimetria foi realizada utilizando-se um
porosímetro da marca Micrometrics (USA) – modelo Porosizer 9320 do LIEC
do Departamento de Química da UFSCar. Onde aproximadamente 0,5 g de
microesferas de quitosana foram colocadas em uma câmara fechada ligada a um
capilar graduado e um volume de mercúrio foi injetado sob pressão,
preenchendo-a. A variação da pressão do sistema foi observada através do
Procedimento Experimental
41
capilar graduado pela variação do volume de mercúrio injetado. Desta maneira,
pode-se aplicar a equação de Young-Laplace que correlaciona a pressão e o
diâmetro possibilitando a determinação do tamanho médio dos poros, equação 1.
D = -4γ cós θ
P
Onde: D = diâmetro (m)
γ
= tensão superficial (N/m)
θ = ângulo de contato superficial entre o mercúrio
P = pressão
Procedimento Experimental
42
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Resultados e Discussões
43
4 – Resultados e Discussões
4.1 – Substâncias Isoladas
Esteróides
1A 1B
2A 2B 2C
HO
1
7
8
9
6
12
13
10
4
2
11
3
5
17
15
20
19
16
14
18
21
25
22
23
24
26
27
29
28
HO
H
H
H
1
7
8
9
6
12
13
10
4
2
11
3
5
17
15
20
19
16
14
18
21
25
22
23
24
26
27
29
28
sitosterol (1A) e estigmasterol (1B) (em mistura)
m = 43,5 mg
procedência: galhos de H. puberula e de S. versicolor
isolamento: p. 22, 24 e 35
identificação: p. 52
sitostenona (2A), estigmastenona (2B) e campestenona (2C) (em mistura)
m = 13,4 mg
procedência: galhos de H. puberula e de S. versicolor
isolamento: p. 26 e 35
identificação: p. 55
referência: JOSHI et al., 1974
O
29
28
1
7
8
9
6
12
13
10
4
2
11
3
5
17
15
20
19
16
14
18
21
25
22
23
24
26
27
O
29
28
1
7
8
9
6
12
13
10
4
2
11
3
5
17
15
20
19
16
14
18
21
25
22
23
24
26
27
2
3
O
28
1
7
8
9
6
12
13
10
4
11
5
17
15
20
19
16
14
18
21
25
22
23
24
26
27
Resultados e Discussões
44
3
Triterpenos
4
5
O
O
OH
OH
HO
HO
1
7
8
9
6
12
13
10
4
2
11
3
5
17
15
20
19
16
14
18
21
25
22
23
24
26
27
1'
2'
4'
5'
3'
6'
3
β
-O-3
β
-D-glucopiranosil sitosterol
m = 7,2 mg
procedência: galhos de S. versicolor
isolamento: p. 35
identificação: p. 55
referência: SANTOS, 2005
HO
O
OH
H
1
7
8
9
6
12
13
10
4
2
11
3
5
17
15
20
19
16
14
18
21
28
29
30
25
22
23
24
26
27
O
O
HO
H
OAc O
H
OH
1
5
7
6
4
9
2
3
8
10
16
15
14
18
19
17
13
11
12
20
22
26
23
21
24
25
30
29
28
27
Ac
22S,3
α
-diidroxitirucala-7,24-dien-23-ona
m = 4,2 mg
procedência: galhos de S. versicolor
isolamento: p. 35
identificação: p. 60
referência: LIANG et al., 1989
eurileno
m = 21,2 mg
procedência: caule de S. versicolor
isolamento: p.31
identificação: p. 67
referência: ARRIAGA
et al
., 2002
Resultados e Discussões
45
6
7
Alcalóides
8
HO
H
H
H
H
1
35
9
23 24
25
11
15
13
26
27
7
28
17
21
19
22
30
20
29
a
aaaaaaaaaaaaaaaa
NO
CH
3
OCH
3
2
3
5
4
7
6
8
4a
8a
lupeol
m = 17,2 mg
procedência: folhas de H. puberula e galhos
de S. versicolor
isolamento: p. 26 e 35
identificação: p. 70
referência: ARRUDA, 1990
N-metil-4-metóxi-2-quinolona
m = 17,3 mg
procedência: folhas de H. puberula
isolamento: p. 26
identificação: p. 78
referência: NAYAR et al., 1971
lupenona
m = 28,4 mg
procedência: galhos de H. puberula
isolamento: p. 22
identificação: p. 70
referência: MAHATO et al., 1994
H
H
H
H
O
1
35
9
23 24
25
11
15
13
26
27
7
28
17
21
19
22
30
20
29
Resultados e Discussões
46
9
10
11
12
N
O
OCH
3
2'
28a
3
3'
4a
5
7
6
8
4
dictamina
m = 28,8 mg
procedência: galhos de H. puberula
isolamento: p. 22 e 24
identificação: p. 80
referência: PAULINI et al., 1989
N
O
OCH
3
OCH
3
2'
28a
3
3'
4a
5
7
6
8
4
δ-fagarina
m = 7,8 mg
procedência: folhas e galhos de H. puberula
isolamento: p. 22 e 26
identificação: p. 80
referência: PAULINI et al., 1989
N
O
OCH
3
H
3
CO
H
3
CO
2'
28a
3
3'
4a
5
7
6
8
4
kokusaginina
m = 37,1 mg
procedência: folhas de H. puberula
isolamento: p. 26 e 27
identificação: p. 80
referência: PAULINI et al., 1989
maculina
m = 15,3 mg
procedência: galhos de H. puberula
isolamento: p. 22
identificação: p. 80
referência: PAULINI et al., 1989
N
O
OCH
3
O
O
2'
28a
3
3'
4a
5
7
6
8
4
2"
Resultados e Discussões
47
13
14
15
16
N
O
OCH
3
O
O
OCH
3
2'
28a
3
3'
4a
5
7
6
8
4
2"
flindersiamina
m = 24,0 mg
procedência: folhas de H. puberula
isolamento: p. 27
identificação: p. 80
referência: PAULINI et al., 1989
N
N
O
OCH
3
1
2
4
5
8
9
10
11
4,5-dimetóxicantin-6-ona
m = 11,2 mg
procedência: galhos de S. versicolor
isolamento: p. 35
identificação: p. 92
referência: RODRIGUES-FILHO, 1992
5-metóxicantin-6-ona
m = 9,1 mg
procedência: galhos de S. versicolor
isolamento: p. 35
identificação: p. 92
referência: VIEIRA, 1995
N
N
O
OCH
3
OCH
3
1
2
4
5
8
9
10
11
N
O
CH
3
OH
OCH
3
OCH
3
13
1
8
6
7
4
5
3
2
11
12
14
arborinina
m = 1,2 mg
procedência: folhas de H. puberula
isolamento: p. 27
identificação: p. 89
referência: JANUÁRIO, 1995
BERGENTHAL et al., 1978
Resultados e Discussões
48
17
18
Flavonóides
19
20
N
N
H
HO
1
3
45
6
7
8
9
1'
2'
9
8
7
6
54
3
1
N
N
H
HO
OCH
3
O
1'
2'
3'
7-hidróxi-1-etil
β
-carbolina
m = 0,9 mg
procedência: caule de S. versicolor
isolamento: p. 31
identificação: p. 101
7-hidróxi-1,1’-propionato de metila
β
-
carbolina
m = 1,3 mg
procedência: caule de S. versicolor
isolamento: p. 31
identificação: p. 101
O
OOH
HO
OCH
3
4'
5'
6'
1'
3'
10
3
5
2'
7
9
6
8
4
2
O
O
4'
5'
6'
1'
3'
10
3
5
2'
7
9
6
8
4
2
isosakuranetina
m = 1,4 mg
procedência: folhas de S. versicolor
isolamento: p. 33
identificação: p. 111
referência: VASCONCELOS et al., 1998
flavanona
m = 8,4 mg
procedência: folhas de S. versicolor
isolamento: p. 33
identificação: p. 111
referência: PELTER et al., 1976
Resultados e Discussões
49
21
22
23
24
O
OOCH
3
H
3
CO
OCH
3
OCH
3
OCH
3
2
4
8
6
9
7
2'
5
3
10
3'
1'
6'
5'
4'
5,7,3’,4’,5’-pentametóxiflavona
m = 9,8 mg
procedência: folhas de S. versicolor
isolamento: p. 33
identificação: p. 111
referência: FRASER & LEWIS, 1974
estilbeno 22
m = 7,3 mg
procedência: caule de H. puberula
isolamento: p. 29
identificação: p. 119
OOHO
2
7
3
8
4
5
6
4a
8a
7-hidroxicumarina
m = 9,3 mg
procedência: caule de S. versicolor
isolamento: p. 31
identificação: p. 129
referência: KONG et al., 1995
6,7-dimetoxicumarina
m = 9,3 mg
procedência: caule de S. versicolor
isolamento: p. 31
identificação: p. 129
referência: MAFEZOLI, 2001
OOH
3
CO
H
3
CO
2
7
3
8
4
5
6
4a
8a
O
O
O
OCH
3
H
3
CO
O
8
7
2
3
4
9
6
5
1"
6'
3'
2'
1'
5'
4'
1'''
Resultados e Discussões
50
25
26
27
Quassinóides
28
OOH
3
CO
HO
OCH
3
2
7
3
8
4
5
6
4a
8a
6-hidroxi-7,8-dimetoxicumarina
m = 1,2 mg
procedência: caule de
S. versicolor
isolamento: p. 31
identificação: p. 129
referência: AHLUWALIA
et al., 1978
OO
HO
H
3
CO
2
4a
1'
8
7
6
5
4
3
8a
3'
4'
5'
2'
OOH
3
CO
1''
3''
5''
2''
4''
2
4a
1'
8
7
6
5
4
3
8a
3'
4'
5'
2'
O
O
OH
HO
OH
O
H
O
OH
30
19
17
7
13
15
11
9
5
3
1
3’-(1’,1’-dimetilalil)-isoescopoletina
m = 9,3 mg
procedência: caule de
H. puberula
isolamento: p.29
identificação: p. 129
referência: BERGENTHAL
et al., 1978
metileter-graveliferona
m =8,3 mg
procedência: caule de
H. puberula
isolamento: p. 29
identificação: p. 129
referência: BERGENTHAL
et al., 1978
glaucarubolona
m = 11,3 mg
procedência: caule de
S. versicolor
isolamento: p. 31
identificação: p. 149
referência: VIEIRA, 1995
Resultados e Discussões
51
29
Derivados do Ácido Cinâmico
30
31
6
5
4
3
2
1
O
OMe
MeO
OMe
MeO
8
7
18
19
17
16
15
14
12
10
6
5
4
3
2
1
7
8
9
11
MeO
MeO
O
O
13
3,4,5-trimetóxicinamato de metila
m = 18,1 mg
procedência: folhas de
H. puberula
isolamento: p. 22 e 27
identificação: p. 166
3,4-dimetóxicinamato de geranila
m = 3,1 mg
procedência: folhas de
H. puberula
isolamento: p. 24
identificação: p. 166
13
18
11
19
O
O
OH
O
H
OH
O
HO
OH
O
O
1
6
10 15
30
1'
3'
2'
4'
5'
2
3
7
5
4
9
8
12
17
glaucarubinona
m = 9,0 mg
procedência: galhos de
S. versicolor
isolamento: p. 35
identificação: p. 155
referência: WATERMAN
et al., 1984
Resultados e Discussões
52
4.2 – Esteróides
Os esteróides são triterpenos modificados contendo o sistema de
anéis tetracíclicos do lanosterol, mas sem a presença das metilas nas posições C-
4 e C-14. Originados das frações lipídicas de vegetais e animais o sitosterol e o
estigmasterol são os esteróides mais freqüentemente encontrados no reino
vegetal (DEWICK, 2001). Quase sempre esses esteróides encontram-se em
mistura devido às suas semelhanças estruturais ocasionando dificuldades em
suas separações, então, na maioria das vezes, suas identificações são realizadas
em misturas através de CG/EM.
4.2.1 – Identificação estrutural do sitosterol (1A) e estigmasterol
(1B)
1A 1B
Os esteróides sitosterol e estigmasterol foram obtidos em mistura
nos extratos hexânico e diclorometânico dos galhos de H. puberula e da fração
diclorometânica do extrato metanólico dos galhos de S. versicolor (p. 22, 24 e
35) e caracterizados por RMN
1
H e EM.
Os sinais na região de
δ
0,68 – 2,41, observados no espectro de
RMN
1
H (FIGURA 4.1) foram atribuídos aos hidrogênios metílicos, metilênicos
e metínicos do esqueleto esteroidal. O dubleto largo em
δ
5.34 e um multipleto
em
δ
3,55 foram atribuídos aos hidrogênios H-6 e H-3, respectivamente. Os
HO
1
7
8
9
6
12
13
10
4
2
11
3
5
17
15
20
19
16
14
18
21
25
22
23
24
26
27
29
28
HO
H
H
H
1
7
8
9
6
12
13
10
4
2
11
3
5
17
15
20
19
16
14
18
21
25
22
23
24
26
27
29
28
Resultados e Discussões
53
sinais em
δ
5,07 (dd, J = 15,0 e 8,9 Hz) e
δ
5,14 (dd, J = 15,0 e 8,9 Hz), foram
atribuídos aos hidrogênios vinílicos da cadeia lateral do estigmasterol.
A presença da mistura do sitosterol 1A e do estigmasterol 1B foi
confirmada por CG-EM, cujos picos do íon molecular em m/z 414 e 412
conferiram com as fórmulas moleculares C
29
H
50
O e C
29
H
48
O, respectivamente
(FIGURA 4.2). O ESQUEMA 4.1 apresenta propostas de fragmentação do
sitosterol.
FIGURA 4.1 – Espectro de RMN
1
H da mistura 1A + 1B (CDCl
3
, 200MHz)
Resultados e Discussões
54
FIGURA 4.2 – Espectro de massas de 1A e 1B (ESI = 70 eV)
ESQUEMA 4.1 – Proposta de Fragmentação do sitosterol
CH
3
m/z = 414 (15 %)
H
HO
HH
m/z = 329 (16 %)
H
HO
HH
H
2
O
m/z = 381 (7 %)
H
HH
m/z = 273 (2 %)
H
HO
HH
H
2
O
m/z = 255 (16 %)
H
HH
m/z = 396 (13 %)
H
HH
m/z = 145 (48 %)
m/z = 121 (30 %)
m/z = 91 (51%)
m/z = 55 (100 %)
m/z = 105 (50%)
retro DielsAlder
Resultados e Discussões
55
4.2.2 – Identificação da mistura sitostenona (2A), estigmastenona
(2B) e campestenona (2B) e do 3
β
-O-
β
-D-glucopiranosilsitosterol
(3)
Os esteróides sitostenona (2A), estimastenona (2B) e campestenona
(2C) foram obtidos em mistura do extrato hexânico das folhas de H. puberula e
da fração diclorometânica do extrato metanólico dos galhos de S. versicolor (p.
25 e 35), deste último, também foi isolado o esteróide 3
β
-O-
β
-D-
glucopiranosilsitosterol 3, (p. 35), ambos apresentaram-se como sólido branco
amorfo.
Os espectros de RMN
1
H da mistura 2A + 2B + 2C e 3 (FIGURAS
4.3 e 4.6, respectivamente) apresentaram sinais semelhantes aos descritos
anteriormente para a mistura 1A e 1B, ou seja, um conjunto de sinais na região
mais blindada do espectro em
δ
2,4 - 0,7 referentes aos hidrogênios metílicos,
metilênicos e metínicos do núcleo esteroidal.
No espectro de RMN
1
H da mistura 2A e 2B foi observado um sinal
na região de hidrogênios olefínicos em
δ
5,72 (sl, 1H), o qual foi atribuído ao H-
O
O
OH
OH
HO
HO
1
7
8
9
6
12
13
10
4
2
11
3
5
17
15
20
19
16
14
18
21
25
22
23
24
26
27
1'
2'
4'
5'
3'
6'
O
29
28
1
7
8
9
6
12
13
10
4
2
11
3
5
17
15
20
19
16
14
18
21
25
22
23
24
26
27
O
29
28
1
7
8
9
6
12
13
10
4
2
11
3
5
17
15
20
19
16
14
18
21
25
22
23
24
26
27
2
3
O
28
1
7
8
9
6
12
13
10
4
11
5
17
15
20
19
16
14
18
21
25
22
23
24
26
27
2A 2B 2C
3
Resultados e Discussões
56
4 e a ausência do hidrogênio carbinólico em C-3 sugeriu uma oxidação nessa
posição. O sinal em
δ
199,7 referente a carbono carbonílico, observado no
espectro de RMN
13
C de 2 (FIGURA 4.4) indicou ser uma carbonila. A
comparação com dados da literatura (JOSHI, et al., 1974), (TABELA 4.1),
confirmou ser a sitostenona a substância 2A. Ainda no espectro de RMN
1
H
(FIGURA 4.3), a presença de um multipleto em
δ
5,20 referentes a hidrogênios
olefínicos, indicou que provavelmente a sitostenona encontrava-se em mistura.
Esses dados foram comprovados pelo do espectro de ESI (FIGURA 4.5), onde
pode-se observar a presença da sitostenona 2A (m/z 412), da estigmastenona 2B
(m/z 410) e da campestenona 2C (m/z 398).
FIGURA 4.3 – Espectro de RMN
1
H de 2 (CDCl
3
, 200 MHz)
Resultados e Discussões
57
FIGURA 4.4 – Espectro de RMN
13
C de 2 (CDCl
3
, 50 MHz).
TABELA 4.1 – Dados de RMN
1
H de 2 (200 MHz, CDCl
3
)
H Sitostenona 2
(200 MHz, CDCl
3
)
JOSHI, et al., 1974
(80MHz, CDCl
3
)
4 5,72 (sl) 5,80 (sl)
18 0,71 (3H, s) 0,70 (3H, s)
19 1,18 (3H, s) 1,20 (3H, s)
21 1,14 (3H, d) 1,09 (3H, d)
26 0,78 (3H, d) 0,78 (3H, d)
27 0,88 (3H, d) 0,88 (3H, d)
29 0,83 (3H, t) 0,80 (3H, d)
Resultados e Discussões
58
FIGURA 4.5 – Espectros de massas de 2A, 2B e 2C (ESI = 70 eV)
No espectro de RMN
1
H de 3 (FIGURA 4.6) pôde-se observar um
acúmulo de sinais na região dos hidrogênios carbinólicos sugerindo a presença
de um açúcar na estrutura.
O espectro de RMN
13
C 3 (FIGURA 4.7) apresentou cinco sinais
referentes a carbonos carbinólicos entre
δ
71,5 – 78,4, um sinal em
δ
102,4
referente ao carbono anomérico em C-1’ e um carbono metilênico em 62,7
δ
caracterizando uma glicose ligada ao esqueleto esteroidal.
Resultados e Discussões
59
FIGURA 4.6 – Espectro de RMN
1
H de 3 (Pyr-d
5
, 200 MHz)
FIGURA 4.7 – Espectro de RMN
13
C de 3 (Pyr-d
5
, 50 MHz)
Resultados e Discussões
60
4.3 – Triterpenos
4.3.1 – Identificação estrutural do 22S,3
α
-diidroxitirucala-7,24-
dien-23-ona (4)
4
O triterpeno 4, cristais em forma de agulha, proveniente da fração
diclorometânica do extrato metanólico dos galhos de S. versicolor (p. 35), foi
caracterizado por RMN de 1 e 2 D e comparados com dados da literatura
(LIANG et al., 1989) como sendo o triterpeno 22S,3
α
-diidroxitirucala-7,24-
dien-23-ona.
O espectro de RMN
1
H de 4 (FIGURA 4.8) apresentou oito sinais de
metilas em
δ
0,64 (d, J = 6,6 Hz, 3H),
δ
0,77 (s, 3H),
δ
0,87 (s, 3H),
δ
0,92 (s,
3H),
δ
0,94 (s, 3H),
δ
1,03 (d, 3H, J = 0,64 Hz),
δ
1,97 (d, J = 1,0 Hz, 3H) e
δ
2,22 (d, J = 1,0 Hz, 3H) e um sinal em
δ
5,27 (dd, J = 4 e 2,5 Hz, 1H) referente
ao hidrogênio olefínico H-7. Estes dados juntamente com os 30 sinais de
carbono observados no espectro de RMN
13
C, (FIGURA 4.9), indicaram se tratar
de um triterpeno do tipo tirucalano a substância 4, classe esta, muito comum em
plantas da família Simaroubaceae.
A posição da dupla ligação entre os C-7 e C-8 foi confirmada
através das correlações do sinal
δ
5,27 com os sinais referentes a C-5 (
δ
44,6),
C-9 (
δ
48,7) e C-14 (
δ
51,4), no mapa de contorno de HMBC (FIGURA 4.10).
O sinal em
δ
5,27, também apresentou correlação no espectro de COSY
1
H-
1
H
45º (FIGURA 4.11) com o multipleto em
δ
2,00, que foi atribuído a H-6 (m,
2H).
HO
O
OH
H
1
7
8
9
6
12
13
10
4
2
11
3
5
17
15
20
19
16
14
18
21
28
29
30
25
22
23
24
26
27
Resultados e Discussões
61
Através da análise do mapa de contorno de HSQC (FIGURA 4.12)
foi possível realizar todas as atribuições dos carbonos hidrogenados de 4 e as
correlações observadas no mapa de contorno de HMBC (FIGURA 4.13)
permitiram fazer as atribuições dos sinais referentes aos hidrogênios das metilas:
Me-18 (
δ
0,87), Me-19 (
δ
0,77), Me-28 (
δ
0,92), Me-29 (
δ
0,94) e Me-30 (
δ
1,03).
A cadeia lateral foi definida pela presença do dubleto em
δ
4,17 (d,
J = 1,6 Hz, 1H), do septupleto em
δ
6,08 (J = 1,2 Hz, 1H) e de dois dubletos em
δ
2,22 e
δ
1,97 (J = 1,0 Hz). O sinal em
δ
6,08 apresentou correlação no
espectro de HMBC (FIGURA 4.14) com os sinais dos carbonos metílicos C-26
(
δ
28,1) e C-27 (
δ
21,3), do carbono carbonílico em
δ
201,4 e do carbono
olefínico em
δ
159,3 e o sinal do dubleto em
δ
4,17, correlaciou-se com os sinais
do carbono carbinólico em
δ
201,4, da metila C-21 (
δ
11,9), do carbono em
δ
39,5 e do carbono em
δ
49,0 definidos através do espectro de HSQC (FIGURA
4.12) como sendo o C-20 e C-17, respectivamente. Portanto os sinais em
δ
6,08
e
δ
4,17, foram definidos como sendo H-24 e H-22, respectivamente.
HO H
1
7
8
9
6
12
13
10
4
2
11
3
5
17
15
19
16
14
18
28
29
30
O
OH
H
H
Resultados e Discussões
62
Foram observados, ainda no espectro de HMBC (FIGURA 4.14) as
correlações dos sinais das metilas vinílicas Me-26,
δ
2,22 (d, J = 1,0 Hz, 3H) e
Me-27,
δ
1,97 (d, J = 1,0 Hz, 3H) com os sinais em
δ
119,2 e
δ
159,3 referentes
aos carbonos olefínicos C-24 e C-25, respectivamente. A estereoquímica da
cadeia lateral foi baseada em comparação com dados da literatura (PAULA,
1996 e LIANG et al., 1989) (TABELA 4.2), cujo autor definiu a estereoquímica
através de experimento utilizando éster de Mosher, sendo caracterizado como o
22S,3
α
-diidroxitirucala-7,24-dien-23-ona, o triterpeno 4.
FIGURA 4.8 – Espectro de RMN
1
H de 4 (CDCl
3
, 400 MHz)
Resultados e Discussões
63
FIGURA 4.9 – Espectro de RMN
13
C de 4 (CDCl
3
, 100 MHz)
FIGURA 4.10 – Mapa de contorno de HMBC de 4 (CDCl
3
, 400 MHz)
Resultados e Discussões
64
FIGURA 4.11 – Ampliação do espectro de COSY
1
H-
1
H de 4 (CDCl
3
, 400
MHz)
FIGURA 4.12 – Mapa de contorno de HSQC de 4 (CDCl
3
, 400 MHz)
Resultados e Discussões
65
FIGURA 4.13 – Ampliação do mapa de contorno de HMBC de 4 (CDCl
3
, 400
MHz)
FIGURA 4.14 – Mapa de contorno de HMBC de 4 (CDCl
3
, 400 MHz)
Resultados e Discussões
66
TABELA 4.2 – Dados de RMN
1
H e de RMN
13
C de 4
H/C Triterpeno 4
(400MHz, CDCl
3
)
LIANG et al., 1989
(400MHz, CDCl
3
)
Triterpeno 4
(100MHz, CDCl
3
)
LIANG et al.,1989
(100MHz, CDCl
3
)
1 1,50 (m) - 31,2 31,5
2
1,60
β
e 1,94
α
(m) 1,59
β
e 1,94
α
(m)
25,4 25,6
3 3,46 (t, 1H, J = 2,6 Hz) 3,47 sl 76.9 76,9
4 - - 37,4 37,6
5 1,80 (m) - 44,6 44,8
6 1,97 (m) e 2,04 (m) 1,94 e 2,04 (m) 23,9 24,2
7 5,27 (dd, 1H, J = 4 e 2,5 Hz) 5,28 (m) 117,9 118,2
8 - - 146,0 146,2
9 2,43 (m) - 48,7 48,9
10 - - 34,0 34,9
11 1,60 (m) - 17,9 18,2
12 1,57 (m) e 1,80 (m) - 33,6 33,8
13 - - 43,3 43,5
14 - - 51,4 51,7
15 1,57 (m) e 1,80 (m) - 34,0 34,2
16 1,44 (m) - 28,0 28,3
17 2,03 (m) - 49,0 49,3
18 0,87 (s, 3H) 0,88 (s) 21,9 22,2
19 0,77 (s, 3H) 0,78 (s) 13,0 13,2
20 1,90 (m) 1,85 (m) 39,5 39,8
21 0,64 (d, 1H, J = 6,6 Hz) 0,64 (d, J = 6,8) 11,9 12,2
22 4,17 (d, 1H, J = 1,6 Hz) 4,17 sl 78,9 79,1
23 - - 201,4 201,7
24 6,08 (sept, 1H, J = 1,0 Hz) 6,08 sl 119,2 119,4
25 - - 159,3 159,7
26 2,22 (d, 3H, J = 1,0 Hz) 2,22 (s, J = 0,8 Hz) 28,0 28,4
27 1,97 (d, 3H, J = 1,0 Hz) 1,97 (s, J = 0,8 Hz) 21,3 21,6
28 0,92 (s, 3H) 0,92 (s) 27,8 28,1
29 0,94 (s, 3H) 0,94 (s) 21,8 22,1
30 1,03 (d, 3H, J = 0,64 Hz) 1,03 (s) 27,4 27,7
Resultados e Discussões
67
4.3.2 – Identificação estrutural do triterpeno eurileno (5)
O triterpeno 5 foi isolado da fração diclorometânica do extrato
metanólico do caule de S. versicolor (p. 31) como cristais transparentes. Sua
determinação estrutural foi realizada através de RMN
1
H, RMN
13
C e comparada
com dados da literatura (ARRIAGA et.al., 2002).
5
No espectro de RMN
1
H de 5 (FIGURA 4.15) foi observado um
sinal em
δ
5.10, região de hidrogênios olefínicos (t, J = 7,0 Hz, 2H) atribuídos
aos hidrogênos H-3 e H-22; um duplo dubleto em
δ
4,87 (dd, J = 8,3 e 8,1 Hz,
2H) referentes aos hidrogênios H-11 e H-14, característico de hidrogênios
acetilcarbinólicos e um multipleto em
δ
3,68 (m, 2H) referentes aos hidrogênios
carbinólicos H-7 e H-18.
Na região mais blindada do espectro de RMN
1
H foi observado um
singleto em
δ
2,07 típico de hidrogênios metílicos de grupos acetilas; dois
singletos em 1,68
δ
(s, 6H) e 1,61
δ
(s, 6H) atribuídos aos hidrogênios metílicos
H-1 (3H) / H-24 (3H) e H-25 (3H) / H-30 (3H). Os hidrogênios metílicos H-26 e
H-29 sofreram um acoplamento em “W” com os hidrogênios carbinólicos H-7 e
H-18, respectivamente, resultando em dois dubletos cada (d, J =3,1 Hz, 3H),
cujos sinais coaleceram apresentando-se como um tripleto em
δ
1,17.
No espectro de RMN
13
C, (FIGURA 4.16) pode-se observar os
sinais em
δ
171,0 e
δ
170,8, referentes aos carbonos carbonílicos C-31 e C-33,
dos grupos acetilas; em 131,6
δ
correspondente aos carbonos olefínicos
totalmente substituídos C-2 e C-23; em
δ
124,6 referente aos carbonos metínicos
C-3 e C-22 e os sinais dos carbonos carbinólicos C-18 e C-7, em
δ
86,6 e
δ
84,4,
respectivamente.
O
O
HO
H
OAc
H
OH
OAc
1
5
7
6
4
9
2
3
8
10
16
15
14
18
19
17
13
11
12
20
22
26
23
21
24
25
30
29
28
27
Resultados e Discussões
68
O triterpeno 5 teve seus dados de RMN
13
C comparados com a
literatura (ARRIAGA et al., 2002 e ITOKAWA et al., 1991) (TABELA 4.3), e
foi identificado como sendo o triterpeno eurileno, já isolado anteriormente de
Simaroubaceae.
FIGURA 4.15 – Espectro de RMN
1
H do triterpeno 5 (CDCl
3
, 200MHz)
FIGURA 4.16 – Espectro de RMN
13
C do triterpeno 5 (CDCl
3
, 50MHz)
Resultados e Discussões
69
TABELA 4.3 – Dados de RMN
1
H e
13
C do triterpeno 5
C Triterpeno 5
(100MHz, CDCl
3
)
ARRIAGA et al., 2002
(100MHz, CDCl
3
)
1/24 25,7 25,6
2/23 131,6 131,5
3/22 124,5 124,4
4/21 21,2 22,0
5 37,3 37,2
6 72,0 71,9
7 86,6 86,5
8 25,6 25,6
9 34,9 34,8
10 83,6 83,6
11 78,1 78,0
12 27,0 26,9
13 26,9 26,7
14 77,0 77,5
15 83,8 83,8
16 34,2 34,1
17 25,6 25,5
18 84,4 84,3
19 72,7 72,6
20 37,6 37,4
25/30 17,6 17,6
26 24,2 24,1
27 22,8 22,7
28 22,5 22,5
29 24,0 24,0
Aço 170,9 170,9
Aço 170,8 170,8
Me-AcO 21,2 21,2
Me-AcO 21,1 21,1
Resultados e Discussões
70
4.3.3 – Identificação estrutural dos triterpenos lupeol (6) e
lupenona (7)
6 7
O triterpeno 6 foi isolado do extrato hexânico das folhas de H.
puberula e da fração diclorometânica do extrato metanólico dos galhos de S.
versicolor (p. 26 e 35), já o triterpeno 7 foi isolado da fração hexânica dos
galhos de H. puberula (p. 22). Ambos foram identificados através de
experimentos de RMN
1
H, RMN
13
C, PENDANT e DEPT 135 º.
Os espectros de RMN
1
H tanto de 6 como de 7 (FIGURAS 4.17 e
4.18, respectivamente) mostraram a presença de seis singletos na região entre
δ
0,70 – 1,07, referentes aos hidrogênios metílicos ligados a carbonos terciários e
um singleto em aproximadamente
δ
1,68, que corresponde aos hidrogênios
metílicos ligado a um carbono insaturado. Esses dados, juntamente com os
sinais em
δ
4,57 (dd, J = 2,4 e 1,2 Hz) e em
δ
4,69 (d, J = 2,1 Hz), sugeriram a
natureza dos triterpenos 6 e 7 como tendo o esqueleto do tipo lupânico.
O sinal em 3,20
δ
(dd, J = 10,0 e 4,8 Hz) observado no espectro de
RMN
1
H de 6 (FIGURA 4.17) indicou a presença de um hidrogênio carbinólico,
sugerindo um grupo hidroxila em C-3.
No espectro de RMN
13
C de 6 (FIGURA 4.19) pode-se observar 30
sinais para carbonos, sendo 7 metílicos, 11 metilênicos, 6 metínicos, 5 carbonos
quaternários e um carbono olefínico totalmente substituído. Esses sinais foram
confirmados no experimento de PENDANT (FIGURA 4.20). As análises desses
dados indicaram ser o lupeol o triterpeno 6.
H
H
H
H
O
1
35
9
23 24
25
11
15
13
26
27
7
28
17
21
19
22
30
20
29
HO
H
H
H
H
1
35
9
23 24
25
11
15
13
26
27
7
28
17
21
19
22
30
20
29
Resultados e Discussões
71
A ausência do hidrogênio carbinólico no espectro de RMN
1
H do
triterpeno 7, (FIGURA 4.18) e a presença de um sinal de carbono carbonílico
em δ 218,1 no espectro de RMN
13
C (FIGURA 4.21) sugeriram ser a lupenona a
substância (7), cujos dados de RMN
13
C juntamente com os dados de DEPT
135º, (FIGURA 4.22) mostraram a presença de 7 sinais de carbono metílico, 11
carbonos metilênicos, 5 carbonos metínicos, carbonos quaternários, um carbono
carbonílico e um carbono olefínico totalmente substituído. Os triterpenos 6 e 7
tiveram seus dados comparados com os da literatura (TABELA 4.4).
FIGURA 4.17 – Espectro de RMN
1
H do triterpeno 6 (CDCl
3
, 200MHz)
Resultados e Discussões
72
FIGURA 4.18 – Espectro de RMN
1
H do triterpeno 7 (CDCl
3
, 200MHz)
FIGURA 4.19 – Espectro de RMN
13
C do triterpeno 6 (CDCl
3
, 50MHz)
Resultados e Discussões
73
FIGURA 4.20 – Espectro de PENDANT do triterpeno 6 (CDCl
3
, 200MHz)
FIGURA 4.21 – Espectro de RMN
13
C do triterpeno 7 (CDCl
3
, 50MHz)
Resultados e Discussões
74
FIGURA 4.22 – Espectro de DEPT 135º do triterpeno 7 (CDCl
3
, 200MHz)
Resultados e Discussões
75
TABELA 4.4 – Dados de RMN
13
C dos triterpenos 6 e 7
C
6
ARRUDA, 1990
(200 MHz, CDCl
3
)
7
MAHATO et al., 1994
(200 MHz, CDCl
3
)
1 38,7 38,7 39,6 39,7
2 27,4 27,4 33,6 34,2
3 78,9 78,9 218,1 217,0
4 38,8 38,8 47,3 47,4
5 55,3 55,3 54,8 55,0
6 18,3 18,3 21,0 20,0
7 34,3 34,2 33,6 33,7
8 40,8 40,8 40,8 40,1
9 50,4 50,4 49,7 50,0
10 37,1 37,1 36,9 37,0
11 20,9 20,9 21,5 21,5
12 25,1 25,1 25,2 25,3
13 38,0 38,0 38,2 38,8
14 42,8 42,8 43,0 43,0
15 27,4 27,4 27,4 28,0
16 35,6 35,5 35,5 35,6
17 43,0 43,0 42,9 43,0
18 48,3 48,2 48,2 48,4
19 47,9 47,9 47,9 48,0
20 150,9 150,9 150,8 150,8
21 29,8 29,8 29,9 30,0
22 40,0 40,0 40,0 40,0
23 28,0 28,0 26,7 26,7
24 15,3 15,4 21,0 21,0
25 16,1 16,1 15,9 15,9
26 16,0 15,9 15,7 15,9
27 14,5 14,5 14,5 14,5
28 18,1 18,1 17,9 18,0
29 109,3 109,3 109,4 109,4
30 19,3 19,3 16,0 19,4
Resultados e Discussões
76
Os triterpenos são substâncias contendo 30 átomos de carbonos.
Podem ser formados através da junção de duas unidades de farnesilpirofosfato,
formando o esqualeno, cuja ciclização resulta em diferentes tipos de esqueletos,
sendo conhecidos mais de 4000 triterpenos naturais (DEWICK, 2001). O
ESQUEMA 4.2, representa uma rota biogenética do triterpeno 5 e no
ESQUEMA 4.3 a dos triterpenos 4, 6 e 7.
ESQUEMA 4.2: Proposta biogenética para a formação do triterpeno 5 (adaptada
de DEWICK, 2001)
OPP
farnesil PP
cátion alílico
HH
OPP
HOPP
H
preesqualeno PP
H
H
H
H
H
HH
[O]
H
O
H
HH
OO
OO
H
H
H
O
H
H
H
HO
H
HO
H
OH
OH
HH
OH
H
OH OH
OH
OH
HOH
CoAS
O
OO
HO
HH
OH
OAc
HH
OAc
eurileno
(5)
OO
HO
HH
OH
OH
HH
O
O
SCoA
Resultados e Discussões
77
ESQUEMA 4.3: Proposta biogenética para a formação dos triterpenos 4, 6 e 7
(adaptada de DEWICK, 2001)
HH
O
[O]
HO
H
H
H
H
damarenil cátion
HO
H
H
H
eufol (20R)
tirucalol (20S)
20
H
HO
H
H
H
H
HO
H
H
bacharenil cátion
H
HO
H
H
H
HO
H
H
H
H
lupeol
(6)
[O]
H
O
H
H
lupenona
(7)
HO
H
H
OH
O
HO
H
H
H
22S,3α-diidroxitirucala-7,24-dien-23-ona
(4)
Resultados e Discussões
78
4.4 – Alcalóides
4.4.1 – Identificação estrutural do Alcalóide N-metil-4-metóxi-2-
quinolona (8)
O alcalóide 8 foi isolado do extrato hexânico das folhas de H.
puberula (p. 26) cuja caracterização foi realizada por RMN
1
H e
13
C e
comparação com a literatura (NAYAR et al., 1971).
O espectro de RMN
1
H de 8 (FIGURA 4.23) apresentou quatro
sinais relativos a hidrogênios aromáticos em
δ
7,97 (dd, J = 8,0 e 1,5 Hz),
δ
7,60 (ddd, J = 8,6, 7,0 e 1,5 Hz),
δ
7,33 (dl, J = 8,6Hz) e
δ
7,29 (ddd, J = 8,0,
7,0 e 1,0 Hz). As multiplicidades destes sinais indicaram a presença de um anel
aromático orto dissubstituído na estrutura de 8. A presença do sinal em
δ
6,04
(s, 1H) indicou se tratar de um alcalóide 4-R-2-quinolônico, pois esse sinal é
típico do H-3, nesse tipo de estrutura. Foram observados também os sinais em
δ
3,95 (s, 3H) e
δ
3,67 (s, 3H), sendo estes, referentes às metilas ligadas a
heteroátomos.
O espectro de RMN
13
C de 8 (FIGURA 4.24) mostrou a presença de
onze sinais, quatro referentes a carbonos aromáticos, sendo o sinal em
δ
164,0
referente a uma carbonila de sistema
α
,
β
insaturado; cinco carbonos metínicos e
dois de carbonos metílicos. A presença do carbono metílico em
δ
29,0, indicou
que a metila encontrava-se diretamente ligada ao nitrogênio, pois se estivesse
diretamente ligada ao oxigênio esta, estaria mais desblindada.
a
aaaaaaaaaaaaaaaa
NO
CH
3
OCH
3
2
3
5
4
7
6
8
4a
8a
8
a
a
a
a
Resultados e Discussões
79
A análise dos dados espectroscópicos e comparação com dados da
literatura (NAYAR et al., 1971) indicaram ser o alcalóide 8 a N-metil-4-metóxi-
2-quinolona (TABELA 4.5).
FIGURA 4.23 – Espectro de RMN
1
H do alcalóide 8 (CDCl
3
, 200MHz)
FIGURA 4.24 – Espectro de RMN
13
C do alcalóide 8 (CDCl
3
, 50MHz)
1.07 1.03 1.021.00
7.1860
7.1911
7.2266
7.2306
7.2620
7.2679
7.5405
7.5483
7.5761
7.5837
7.5910
7.6189
7.6267
7.9471
7.9547
7.9871
7.9944
8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5
3.26 3.211.07 1.071.031.00
3.6739
3.9497
6.0410
7.1911
7.2266
7.2306
7.2620
7.2679
7.5405
7.5483
7.5761
7.5837
7.5910
7.6267
7.9471
7.9547
7.9871
7.9944
170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30
29.0
55.8
76.4
77.0
77.6
96.5
114.0
116.5
121.6
123.3
131.2
139.6
162.7
164.0
Resultados e Discussões
80
TABELA 4.5 – Dados de RMN
1
H de 8
H/C Alcaloide 8
(CDCl
3
, 200MHz)
NAYAR et al., 1971
(CDCl
3
, 200MHz)
Alcaloide 8
(CDCl
3
, 50MHz)
2 - - 164,0
3 6,04 (s, 1H) 6,01 (s, 1H) 96,5
4 - - 162,7
4a - - 116,5
5
7,97
δ
(dd, J = 8-,0 e 1,5 Hz, 1H)
8,00 123,3
6
7,29
δ
(ddd, J = 8,0, 7,0 e 1 Hz, 1H)
7,35 121,6
7
7,60
δ
(dd, J = 8,6, 7,0 e 1,5 Hz, 1H)
7,55 131,2
8
7,33
δ
(dl, J = 8,6 Hz, 1H)
7,35 114,0
8a - - 139,6
N-CH
3
3,67
δ
(s, 1H) 3,69
δ
(s, 1H)
29,0
O-CH
3
3,95
δ
(s, 1H) 3,99
δ
(s, 1H)
55,8
4.4.2 – Identificação estrutural dos Alcalóides furoquinolínicos (9)
– (13)
Os alcalóides do tipo furoquinolínicos são muito comuns em várias
espécies de Rutaceae (MESTER, 1983). Os alcalóides 9, 10 e 12 foram isolados
dos galhos de H. puberula (p. 22 e 24) e das folhas desta mesma planta foram
isolados os alcalóides 10, 11 e 13 (p. 26 e 27). Estes tipos de alcalóides
apresentam características bastante peculiares em seus espectros de RMN
1
H
facilitando sua caracterização: um singleto em aproximadamente
δ
4,40 relativo
a metoxila em C-4 e dois dubletos (J = 2,8 Hz) próximo a
δ
7,65 e
δ
7,10
referente aos hidrogênios furânicos H-2’ e H-3’.
9 10 11
12 13
A
N
OO
O
OCH
3
3'
2'
2
3
5
4
7
6
8
4a
8a
2"
A
N
OO
O
OCH
3
OCH
3
3'
2'
2
3
5
4
7
6
8
4a
8a
2"
N
O
OCH
3
3'
2'
2
3
5
4
7
6
8
4a
8a
N
O
OCH
3
H
3
CO
H
3
CO
3'
2'
2
3
5
4
7
6
8
4a
8a
N
O
OCH
3
OCH
3
3'
2'
2
3
5
4
7
6
8
4a
8a
Resultados e Discussões
81
Os espectros de RMN
1
H dos alcalóides 9 – 13 (FIGURAS 4.25;
4.27; 4.29 e 4.31 respectivamente) apresentaram um sinal próximo a
δ
4,40 (s,
3H) e dois sinais próximos a
δ
7,65 (d, J = 2,8 Hz) e
δ
7,10 (d, J = 2,8 Hz)
indicando a presença dos hidrogênios H-2’ e H-3’ respectivamente, do núcleo
furoquinolínico nas estruturas desses alcalóides.
Foram observados também no espectro de RMN
1
H de 9 (FIGURA
4.23) quatro sinais referentes aos hidrogênios aromáticos. Nos alcalóides
furoquinolícos H-5 é sempre o mais desblindado devido ao efeito de compressão
estérica da metoxila em C-4, desta forma, o sinal em
δ
8,30 (dd, J = 8,3 e 1,2
Hz) foi atribuído a H-5; para H-6, por acoplar com duas constantes orto com H-
5 e H-7, e uma constante meta com H-8, foi atribuído o sinal em
δ
7,45 (ddd, J =
8,3; 7,0 e 1,5 Hz); o sinal em
δ
7,70 (ddd, J = 8,5; 7,0 e 1,2 Hz) foi atribuído ao
H-7 e em
δ
8,0 (dd, J = 8,5 e 1,5 Hz) ao hidrogênio H-8; esses dados sugeriram
que a substância 9 era um alcalóide furoquinolínico não substituído denominado
dictamina.
No espectro de RMN
13
C do alcalóide 9 (FIGURA 4.26) foram
observados doze sinais de carbonos, sendo cinco sinais referentes a carbonos
aromáticos, seis a carbonos metínicos e um de carbono metílico (TABELA 4.6).
Estes dados, comparados com os da literatura (PUSSET et al., 1990),
confirmaram a estrutura de 9, como sendo o alcalóide dictamina (TABELA 4.6).
A substância 10 apresentou no seu espectro de RMN
1
H (FIGURA
4.27) os sinais dos hidrogênios furânicos 2’ e 3’ em
δ
7,66 (d, J = 2,8 Hz) e
δ
7,08 (d, J = 2,8 Hz) e da metoxila em C-4 em
δ
4,46.
O sinal desblindado em
δ
7,86 (dd, J = 8,5 e 1,2 Hz) foi atribuído
ao hidrogênio H-5. Devido as constantes de acoplamento, esse sinal indicou a
presença de H-6 e H-7. O sinal em
δ
7,37 (t, J = 8,5 Hz) foi atribuído ao
hidrogênio H-6, por acoplar com duas constantes orto com os núcleos dos
hidrogênios H-5 e H-7. Já para H-7 foi atribuído o sinal em
δ
7,05 (dd, J = 8,5 e
1,2 Hz), por acoplar com uma constante orto com H-6 e uma constante meta
Resultados e Discussões
82
com H-5. Observou-se ainda no espectro de RMN
1
H um singleto em
δ
4,09 (s,
3H) referente à metoxila situada em C-8.
Esses dados juntamente com os dados do espectro de RMN
13
C
(FIGURA 4.28) e comparação com a literatura (JACQUES PUSSET at al.,
1990) (TABELA 4.6) indicaram ser a substância 10, o alcalóide
δ
-fagarina.
O espectro de RMN
1
H da substância 11 (FIGURA 4.29) apresentou
um sinal em
δ
4,43, relativo à metoxila em C-4 e dois dubletos (J = 2,8 Hz) em
δ
7,56 e
δ
7,03, referentes aos hidrogênios furânicos H-2’ e H-3’, indicando se
tratar de um alcalóide furoquinolínico. Observou-se ainda, dois singletos em
δ
7,47 (s, 1H) e
δ
7,33 (s, 1H) na região aromática, que foram atribuídos aos
hidrogênios H-5 e H-8, respectivamente; a presença do grupo doador de elétrons
(metoxila) em orto fez com que o sinal referente a H-5 ficasse mais blindado,
que no alcalóide 9. Foram observados também, dois singletos em
δ
4,03 (s, 3H)
e
δ
4,02 (s, 3H) referentes a grupos metoxilas, que provavelmente estariam na
posição C-6 e C-7.
No espectro de RMN
13
C (FIGURA 4.30) foram observados 13
sinais, que somados aos dados anteriores e em comparação com a literatura
(PUSSET, et al., 1990) levaram ao alcalóide kokusaginina como sendo a
substância 11 (TABELA 4.6).
A substância 12 apresentou no seu espectro de RMN
1
H (FIGURA
4.31), além dos sinais característicos do núcleo de alcalóides furoquinolínicos,
sinais muito parecidos com o da substância 11, ou seja, dois singletos em
δ
7,50
(s, 1H) e
δ
7,30 (s, 1H), atribuídos aos hidrogênios H-5 e H-8, respectivamente.
A ausência dos grupos metoxilas e a presença de um singleto em
δ
6,09
integrando para dois hidrogênios, indicaram na molécula um grupo
metilenodioxi na posição C-6 e C-7, esses dados foram confirmados através do
carbono metilênico em
δ
102,5 observado no espectro de RMN
13
C (FIGURA
4.32) e comparação com a literatura (PUSSET, et al., 1990) (TABELA 4.6)
como sendo o alcalóide maculina.
Resultados e Discussões
83
A substância 13 apresentou no seu espectro de RMN
1
H (FIGURA
4.33) os mesmos sinais que foram observados para o alcalóide 12: os
hidrogênios do anel furano em
δ
7,59 (d, J = 2,8 Hz, 1H) e
δ
7,03 (d, J = 2,8 Hz,
1H); a metoxila em C-4 em
δ
4,41 (s, 3H) e um singleto integrando para dois
hidrogênios em
δ
6,09 (s, 2H) referente aos hidrogênios do grupo metilenodióxi.
A presença de um hidrogênio aromático em
δ
7,28 (s, 1H) e uma metoxila em
δ
4,27 (s, 3H), sugeriu que uma das posições, C-5 ou C-8, estaria substituída.
Baseados em estudos de RMN
1
H (ROBERTSON, 1963) e de síntese orgânica
(AYAFOR et al., 1984) foi verificado que o grupo metoxílico estaria ligado a C-
8. O composto 13 é relatado como sendo o alcalóide flindersiamina, que vem
sendo isolado em espécies de Rutaceae desde 1957 (OKUGUM e AYAFOR,
1977). Os dados de RMN
13
C (FIGURA 4.34) em comparação com a literatura
(PAULINI et al., 1989) reforçam a estrutura do alcalóide 13 (TABELA 4.6).
FIGURA 4.25 – Espectro de RMN
1
H do alcalóide 9 (CDCl
3
, 200MHz)
8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5
1.25 1.031.00 0.98 0.96
4.4486
7.0723
7.0863
7.2697
7.4505
7.4854
7.4916
7.6219
7.6360
7.6482
7.6560
7.6906
7.6985
7.9918
7.9942
8.0370
8.0397
8.2527
8.2579
8.2952
8.3000
Resultados e Discussões
84
FIGURA 4.26 – Espectro de RMN
13
C do alcalóide 9 (CDCl
3
, 50MHz)
FIGURA 4.27 – Espectro de RMN
1
H do alcalóide 10 (CDCl
3
, 200MHz)
170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50
Chloroform-d
167.2
156.8
145.6
143.5
129.6
127.8
123.7
122.3
118.7
104.7
103.4
77.0
59.0
8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0
ppm
3.063.052.061.161.00 0.98
Chloroform-d
4.0907
4.4603
7.0467
7.0521
7.0853
7.0991
7.3268
7.3692
7.4079
7.6515
7.6655
7.8343
7.8402
7.8770
7.8829
7.9 7.8 7.7 7.6 7.5 7.4 7.3 7.2 7.1 7.0
ppm
2.061.161.00 0.98
Chloroform-d
7.0467
7.0521
7.0853
7.0991
7.3268
7.3692
7.4079
7.6515
7.6655
7.8343
7.8402
7.8770
7.8829
Resultados e Discussões
85
FIGURA 4.28 – Espectro de RMN
13
C do alcalóide 10 (CDCl
3
, 50MHz)
FIGURA 4.29 – Espectro de RMN
1
H do alcalóide 11 (CDCl
3
, 200MHz)
7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5
ppm
6.013.001.07 0.97 0.92
Chloroform-d
7.5717
7.5579
7.4714
7.3327
7.0434
7.0296
4.4295
4.0280
4.0215
170 165 160 155 150 145 140 135 130 125 120 115 110 105 100 95 90 85 80 75 70 65 60 55 50
ppm
Chloroform-d
163.188
156.894
154.551
143.865
136.974
123.412
119.668
114.079
107.761
104.500
103.885
77.639
77.000
76.369
58.989
55.941
Resultados e Discussões
86
FIGURA 4.30 – Espectro de RMN
13
C do alcalóide 11 (CDCl
3
, 50MHz)
FIGURA 4.31 – Espectro de RMN
1
H do alcalóide 12 (CDCl
3
, 200MHz)
7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5
3.092.031.08 1.06 1.00
4.4062
6.0873
7.0204
7.0342
7.2699
7.3053
7.5073
7.5584
7.5722
170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50
ppm
Chloroform-d
163.1
155.5
152.6
147.8
142.6
142.4
113.0
106.8
104.5
102.2
100.3
58.8
56.0
Resultados e Discussões
87
FIGURA 4.32 – Espectro de RMN
13
C do alcalóide 12 (CDCl
3
, 50MHz)
FIGURA 4.33 – Espectro de RMN
1
H do alcalóide 13 (CDCl
3
, 200MHz)
Chloroform-d
58.9
77.0
98.0
100.1
101.6
102.5
104.4
114.3
142.5
143.8
146.0
150.7
155.9
163.1
Resultados e Discussões
88
FIGURA 4.34 – Espectro de RMN
13
C do alcalóide 13 (CDCl
3
, 50MHz)
TABELA 4.6 – Dados de RMN
13
C dos alcalóides 9 – 13
C 9* Lit.
a
10* Lit.
a
10 11* Lit.
a
11 12* Lit.
a
12 13* Lit.
a
13
2’ 143,5 143,6 143,9 143,9 142,4 142,4 142,5 142,6 143,0 143,0
3’ 104,7 104,7 104,5 104,5 104,5 104,6 104,4 104,5 104,4 104,3
2 164,0 163,8 163,2 163,2 163,1 163,0 163,1 163,1 162,5 162,6
3 118,7 118,8 119,7 119,7 113,0 112,9 114,3 114,4 115,0 115,0
4 156,8 156,9 156,9 156,9 155,5 155,6 155,9 156,0 156,2 156,1
4a 103,4 103,6 103,9 103,9 102,2 102,2 100,1 101,6 103,0 103,0
5 122,3 122,4 123,4 114,1 100,3 100,1 101,6 102,5 92,5 93,4
6 123,7 123,8 123,4 123,5 147,8 147,8 146,0 146,1 146,8 146,7
7 129,6 129,7 107,8 107,8 152,6 152,6 150,7 150,8 138,1 138,0
8 127,8 127,8 154,5 154,6 106,8 106,7 102,5 104,5 137,5 137,7
8a 145,6 145,6 137,0 137,5 142,7 142,5 143,8 143,9 135,9 136,0
4-OCH
3
59,0 59,0 59,0 59,0 58,8 58,8 58,9 58,9 59,0 58,9
6-OCH
3
- - - - 56,0 56,0 - - - -
7-OCH
3
- - - - 56,0 55,9 - - - -
8-OCH
3
- - 55,9 56,0 - - - - 60,6 60,6
2” - - - - - - 98,0 98,0 101,6 101,5
Lit.
a
: PAULINI et al., 1989 (CDCl
3
, 100MHz)
*: (CDCl
3
, 50MHz)
160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60
ppm
Chloroform-d
162.5
156.2
146.8
143.1
138.1
137.5
135.9
115.0
104.3
103.0
101.6
92.4
60.6
59.0
Resultados e Discussões
89
TABELA 4.7 – Dados de RMN
1
H dos alcalóides 9 – 13
H alcalóide 9 alcalóide 10 alcalóide 11 alcalóide 12 alcalóide 13
2’ 7,64 (d, J = 2,8 Hz) 7,66 (d, J = 2,8 Hz) 7,56 (d, J = 2,8 Hz) 7,56 (d, J = 2,8
Hz)
7,59 (d, J = 2,8
Hz)
3’ 7,08 (d, J = 2,8 Hz) 7,08 (d, J = 2,8 Hz) 7,03 (d, J = 2,8 Hz) 7,03 (d, J = 2,8
Hz)
7,03 (d, J = 2,8
Hz)
5 8,30 (dd, J = 8,3 e 1,2
Hz)
7,86 (dd, J = 8,5 e 1,2
Hz)
7,47 (s) 7,50 (s) 7,28 (s)
6 7,45 (ddd, J = 8,3;
7,0 e 1,5 Hz)
7,37 (t, J = 8,8 Hz) - - -
7 7,70 (ddd, J = 8,5;
7,0 e 1,2 Hz)
7,05 (dd, J = 8,5 e 1,2
Hz)
- - -
8 8,0 (dd, J = 8,5 e 1,5
Hz)
- 7,33 (s) 7,30 (s) -
2’’ - - - 6,09 (s) 6,09 (s)
4-OCH
3
4,44 (s) 4,46 (s) 4,43 (s) 4,40 (s) 4,41
6-OCH
3
- - 4,03 (s) - -
7-OCH
3
8-OCH
3
-
-
-
4,09 (s)
4,02 (s)
-
-
-
-
4,27
4.4.3 – Identificação estrutural do Alcalóide 14
O alcalóide 14 foi isolado do extrato diclorometânico das folhas de
H. puberula (p. 27) e foi caracterizado por RMN
1
H, RMN
13
C e comparação com
a literatura (JANUÁRIO, 1995).
14
O espectro de RMN
1
H de 14 (FIGURA 4.35) apresentou quatro
sinais na região de hidrogênios aromáticos, evidenciando um anel orto
dissubstituído:
δ
8,37 (dd, J = 8,1 e 1,4 Hz),
δ
7,68 (ddd, J = 8,7, 7,0 e 1,4 Hz),
δ
7,46 (dl, J = 8,7 Hz) e
δ
7,26 (ddd, J = 8,1, 7,0 e 0,8 Hz), que foram atribuídos
aos hidrogênios H-8, H-6, H-5 e H-7, respectivamente. Observou-se ainda no
espectro dois sinais de metoxilas em
δ
3,92 (s, 3H) e
δ
4,00 (s, 3H); um sinal de
N-Me em
δ
3,78 (s, 3H) e um singleto em
δ
6,21 (1H), característico do
hidrogênio H-4 de alcalóides acridônicos substituídos em C-2, C-3 e C-4. A
presença de um singleto em
δ
14,75 é característico do hidrogênio da hidroxila
N
O
CH
3
OH
OCH
3
OCH
3
13
1
8
6
7
4
5
3
2
11
12
14
Resultados e Discussões
90
quando esta encontra-se quelada com o oxigênio do grupo carboxílico,
confirmando a presença da hidroxila na posição C-1.
Através das informações descritas anteriormente, o alcalóide 14 foi
caracterizado como a sendo a arborinina. A comparação dos valores de RMN
13
C
(FIGURA 4.36) com os da literatura (BERGENTHAL et al., 1978) (TABELA
4.8) confirma a estrutura proposta.
FIGURA 4.35 – Espectro de RMN
1
H do alcalóide 14 (CDCl
3
, 200MHz)
Resultados e Discussões
91
FIGURA 4.36 – Espectro de RMN
13
C do alcalóide 14 (CDCl
3
, 50MHz)
TABELA 4.8 – Dados de RMN
1
H e
13
C do alcalóide 14
H/C Alcaloide 14 Alcaloide 14
(CDCl
3
, 50 MHz)
BERGENTHAL et al., 1979
(CDCl
3
, 50 MHz)
1 - 155,7 155,8
2 - 129,9 130,2
3 - 159,1 159,3
4 6,21 (s) 86,7 86,7
5 7,46 (dl, J = 8,7 Hz) 114,5 114,5
6 7,68 (ddd, J = 8,7, 7,0 e 1,4
Hz)
133,7 133,9
7 7,26 (ddd, J = 8,1, 7,0 e 0,8
Hz)
121,2 121,4
8 8,37 (dd, J = 8,1 e 1,4 Hz) 126,0 126,6
9 - 180,4 180,8
11 - 140,1 140,5
12 - 105,3 105,8
13 - 120,3 120,7
14 - 141,6 142,0
N-CH
3
3,78 (s, 3H) 33,8 34,1
2-OCH
3
3,92* (s, 3H) 60,6 60,8
3-OCH
3
4,00* (s, 3H) 55,8 56,0
* = valores intercambiáveis
Resultados e Discussões
92
4.4.4– Identificação estrutural dos Alcalóides 15 e 16
Mais de trinta e cinco alcalóides do tipo cantin-6-ona tem sido
isolados de trinta e seis espécies de plantas, sendo vinte e nove desses alcalóides
isolados de espécies da família Simaroubaceae, portanto, estes compostos
formam um importante grupo do ponto de vista quimiotaxonômico (OHMOTO
e KOIKE, 1989).
Os alcalóides 15 e 16 foram isolados do caule da fração
diclorometânica do extrato metanólico de S. versicolor (p. 35). Suas estruturas
foram elucidadas através de RMN
1
H,
13
C, COSY, HMBC e HSQC.
15 16
Os alcalóides cantinônicos são de fácil identificação. Por serem
altamente conjugados, possuem coloração às vezes fosforescente e forte
absorção na luz UV. Possuem características estruturais que tornam seus
espectros particulares, que são os dois dubletos em aproximadamente
δ
7,95 e
δ
8,86, ambos com J = 5,0 Hz, referentes aos hidrogênios H-1 e H-2 do anel
piridínico (anel B).
Os espectros de hidrogênio dos alcalóides 15 e 16 (FIGURAS 4.37
e 4.38) além de apresentarem os dois dubletos referentes aos hidrogênios H-1 e
H-2 em aproximadamente
δ
8,80 e
δ
7,80, apresentaram em comum, sinais de
quatro hidrogênios aromáticos em
δ
8,11 (ddd, J = 7,8, 1,2 e 0,8 Hz) que foi
atribuído ao hidrogênio H-8 por acoplar com H-9 com uma constante orto, em
meta com H-10 e com uma constante para com H-11. Para o H-9 foi atribuído o
sinal em
δ
7,52 (ddd, J = 7,8, 7,6 e 1,00 Hz) por acoplar com uma constante orto
N
N
O
OCH
3
1
2
4
5
8
9
10
11
N
N
O
OCH
3
OCH
3
1
2
4
5
8
9
10
11
12
13
14
15
16
A
B
C
Resultados e Discussões
93
com H-8 e H-10 e acoplar com uma constante meta com H-11. O sinal em
δ
7,71 (ddd, J = 8,0, 7,0 e 0,8 Hz) foi atribuído ao hidrogênio H-10 por acoplar
com duas constantes grandes com H-9 e H-11 e uma constante pequena com H-
8, conseqüentemente o sinal em
δ
8,67 (td, J = 8,0 e 1,00 Hz) foi atribuído ao
H-11. Esses dados foram confirmados no espectro de COSY
1
H-
1
H dos
alcalóides 15 e 16 (FIGURAS 4.39 e 4.40), sugerindo para estas estruturas, um
anel aromático orto dissubstituído (TABELA 4.9).
Foi observado também no espectro de RMN
1
H de 16 (FIGURA
4.38) um sinal em
δ
7,21 (s, 1H), indicando que apenas um dos carbonos, C-4 ou
C-5, estaria substituído e que provavelmente o substituinte desta posição seria
um grupo metoxila, evidenciado pela presença de um singleto em
δ
4,09. Já no
espectro de RMN
1
H de 15 (FIGURA 4.37) os sinais em
δ
4,09 e
δ
4,48, ambos
integrando para três hidrogênios e a ausência do singleto em
δ
7,21, presente na
estrutura de 16, evidenciaram dois grupos metoxilas nas posições C-4 e C-5.
Esses dados foram confirmados através dos sinais dos carbonos metílicos em
δ
61,5 e
δ
61,3 obsevados no espectro de RMN
13
C de 15 (FIGURA 4.41). Foram
observados também um carbono carbonílico em
δ
158,4 e treze sinas de
carbonos aromáticos, sendo sete deles, totalmente substitdo . Já o espectro de
RMN
13
C de 16 (FIGURA 4.40) apresentou somente um sinal de carbono
metílico em
δ
56,9, um carbono carbonílico em
δ
155,4 e treze sinas de carbonos
aromáticos sendo seis deles totalmente substituído. Os sinais de carbono
metílicos em aproximadamente 61,0
δ
em ambos os espectros indicaram que as
metilas estavam ligadas diretamente ao oxigênio.
Os experimentos de HSQC e HMBC de 15 (FIGURAS 4.43 e 4.44)
permitiram atribuir todos os sinais de carbono e hidrogênios na molécula
(TABELA 4.11). Para o alcalóide 16 os experimentos de HSQC e HMBC
(FIGURAS 4.45 e 4.46), além de permitirem as atribuições dos sinais dos
carbonos e hidrogênios, confirmaram a posição da metoxila em C-5, através das
correlações entre o sinal em
δ
7,21com os sinais em
δ
127,6,
δ
137,0 e
δ
154,6
Resultados e Discussões
94
referentes aos carbonos C-15, C-16 e C-6, respectivamente, este sinal, foi
atribuído ao hidrogênio H-4; identificando assim o alcalóide 15 como 4,5-
dimetóxicantin-6-ona e o alcalóide 16 como sendo o 5-metóxicantin-6-ona, já
descritos anteriormente na literatura (RODRIGUES-FILHO, 1992 e VIEIRA,
1995).
FIGURA 4.37 – Espectro de RMN
1
H do alcalóide 15 (CDCl
3
, 400MHz)
7,21
N
N
O
OCH
3
H
H
H
H
H
H
H
8,71
8,09
7,70
7,84
4,06
8,76
7,56
125,8
127,6
154,6
146,0
125,3
122,6
137,0
117,6
130,6
113,8
139,1
110,0
129,4
155,4
56,9
N
N
O
OCH
3
OCH
3
H
H
H
H
H
H
8,67
8,11
7,52
7,95
4,09
8,86
4,48
7,71
125,3
128,6
152,9
145,3
124,8
122,5
133,5
117,0
130,8
115,6
139,2
146,0
130,1
158,4
61,4
61,5
Resultados e Discussões
95
FIGURA 4.38 – Espectro de RMN
1
H do alcalóide 16 (CDCl
3
, 400MHz)
FIGURA 4.39 – Espectro de COSY
1
H-
1
H de 15 (CDCl
3
, 400MHz)
Resultados e Discussões
96
FIGURA 4.40 – Espectro de COSY
1
H-
1
H de 16 (CDCl
3
, 400MHz)
FIGURA 4.41 – Espectro de RMN
13
C do alcalóide 15 (CDCl
3
, 50MHz)
Resultados e Discussões
97
FIGURA 4.42 – Espectro de RMN
13
C do alcalóide 16 (CDCl
3
, 50MHz)
FIGURA 4.43 – Mapa de contorno de HSQC do alcalóide 15 (CDCl
3
, 400 MHz)
Resultados e Discussões
98
FIGURA 4.44 – Mapa de contorno de HMBC do alcalóide 15 (CDCl
3
, 400
MHz)
FIGURA 4.45 – Mapa de contorno de HSQC do alcalóide 16 (CDCl
3
, 400 MHz)
Resultados e Discussões
99
FIGURA 4.46 – Mapa de contorno de HMBC do alcalóide 16 (CDCl
3
, 400
MHz)
TABELA 4.9 – Dados de RMN
1
H dos alcalóides 15 e 16
H
15
(CDCl
3
, 400 MHz)
(RODRIGUES-FILHO, 1992)
(CDCl
3
, 200 MHz)
16
(CDCl
3
, 400 MHz)
(VIEIRA, 1995)
(CDCl
3
, 400 MHz)
1 7,95(d, J = 5,0 Hz) 7,89(d, J = 5,1 Hz) 7,84(d, J = 5,1 Hz) 7,83(d, J = 5,1Hz)
2 8,86 (d, J = 5,0 Hz) 8,81 (d, J = 5,1 Hz) 8,76 (d, J = 5,1 Hz) 8,76 (d, J = 5,1Hz)
4 --- --- 7,21 (s) 7,12 (s)
8 8,11 (ddd, J = 7,8, 1,2 e 0,8
Hz)
8,04 (dd, J = 8,0 e 1,3 Hz) 8,09 (dt, J = 8,0 e 1,0 Hz) 8,11 (d, J = 7,6 Hz)
9 7,52 (ddd, J = 7,8, 7,6 e
1,00 Hz)
7,47 (dt, J = 8,0 e 1,0 Hz) 7,70 (td, J = 8,10 e 1,20 Hz) 7,70 (t, J = 7,6 Hz)
10 7,71 (ddd, J = 8,0, 7,0 e 0,8
Hz)
7,67 (dt, J = 8,0 e 1,3 Hz) 7,56 (td, J = 7,80 e 1,20 Hz) 7,53 (t, J = 7,6 Hz)
11 8,67 (td, J = 8,0 e 1,00 Hz) 8,60 (dd, J = 8,0 e 1,0 Hz) 8,71 (d, J = 8,10 Hz) 8,71 (d, J = 7,6 Hz)
4-OCH
3
4,48, s 4,67, s --- ---
5- OCH
3
4,09, s 4,08, s 4,06, s 4,07, s
Resultados e Discussões
100
TABELA 4.10 – Dados de RMN
13
C de 15 e 16
C
(15)
(OHMOTO & KOIKE, 1989)
(16) (VIEIRA, 1995)
(CDCl
3
, 400 MHz)
1 115,6 114,9 113,8 113,7
2 145,3 144,5 146,0 145,8
4 146,0 142,0 110,0 109,8
5 152,9 152,1 154,6 154,4
6 158,4 157,4 155,4 155,2
8 117,0 116,2 117,6 117,4
9 130,8 130,0 130,6 130,5
10 125,3 125,6 125,8 125,7
11 122,5 121,8 122,6 122,6
12 124,8 124,0 125,3 125,1
13 139,2 138,2 139,1 138,9
14 130,1 129,1 129,4 129,2
15 128,6 127,6 127,6 127,3
16 133,5 132,7 137,0 136,7
4-OCH
3
61,5 61,2 - -
5-OCH
3
61,3 61,0 56,9 56,9
TABELA 4.11 – Correlações
1
H –
13
C de 15 e 16 a J
2
e J
3
observadas no
experimento de HMBC (400MHz, CDCl
3
)
15 H
δ
15 C
δ
16 H
δ
16 C
δ
1 7,95 128,0 e 145,4 7,84 129,4
2 8,86 115,0 e 130 8,76 113,8, 129,4 e
136,9
4 - - 7,21 127,6 e 136,9
8 8,11 130,0, 130,9 e 139,7 8,70 125,8 e 125,3
9 7,52 117,1 e 124 7,70 122,6 e 139,1
10 7,71 122,0 e 139,3 7,56 117,5 e 125,3
11 8,67 124,0 e 125,4 8,10 130,6 e 139,1
4-OCH
3
4,48 152,0 - -
5-OCH
3
4,10 140 e 155,0 4,06 154,6 e 110
Resultados e Discussões
101
4.4.5– Identificação estrutural dos Alcalóides 17 e 18
Os alcalóides
β
-carbolínicos quando substituídos apenas na posição
1 podem ser facilmente identificados através dos deslocamentos químicos dos
hidrogênios H-3 e H-4,
δ
8,15 – 8,55 e
δ
7,80 – 8,35, respectivamente, e com J
= 5,0 a 6,0 Hz. Substituintes com efeito doador eletrônico na posição 1
provocam um deslocamento do sinal de H-4 para região mais blindada, já os
substituintes com efeito receptor eletrônico tem efeito oposto (VIEIRA, 1995).
17 18
Os alcalóides
β
-cantinônicos 17 e 18 foram isolados da fração
diclorometânica do extrato metanólico do caule de S. versicolor (p. 31) e
tiveram suas estruturas elucidadas através de RMN de 1 e 2 D e espectrometria
de massas.
O espectro de RMN
1
H de 17 (FIGURA 4.47) apresentou dois
dubletos em
δ
7,94 (d, J = 8,5 Hz, 1H) e
δ
6,78 (d, J = 8,5 Hz, 1H), indicando
um acoplamento orto, que foram atribuídos aos H-5 e H-6, respectivamente. A
presença de um singleto em
δ
6,94 (s, 1H) indicou tratar-se de um anel
aromático trissubstituído e esse sinal foi atribuído ao hidrogênio H-8. Os
mesmos sinais, também puderam ser observados no espectro de RMN
1
H de 18
(FIGURA 4.48), que também apresenta um anel aromático trissubstituído, tendo
sido observado também um acoplamento em meta entre os hidrogênios H-8 e H-
6.
N
N
H
HO
1
3
45
6
7
8
9
1'
2'
9
8
7
6
54
3
1
N
N
H
HO
OCH
3
O
1'
2'
3'
Resultados e Discussões
102
FIGURA 4.47 – Espectro de RMN
1
H do alcalóide 17 (CDCl
3
, 400MHz)
FIGURA 4.48 – Espectro de RMN
1
H do alcalóide 18 (CDCl
3
, 400MHz)
Resultados e Discussões
103
Os espectros, tanto do alcalóide 17 como o de 18, apresentaram
dois dubletos, sendo em
δ
8,10 (d, J = 4,8 Hz, 1H) e
δ
7,82 (d, J = 4,8 Hz, 1H)
para 17 e
δ
8,38 (d, J = 5,3 Hz, 1H) e
δ
7,84 (d, J = 5,3 Hz, 1H) para o alcalóide
18, que foram atribuídos aos hidrogênios do anel piridínico H-3 e H-4. Como os
sinais referentes aos hidrogênios H-4 em ambos as estruturas encontraram-se
blindados e a ausência do sinal referente a H-1 evidenciaram que a posição C-1
estaria substituída por um grupo doador de elétrons.
No espectro de RMN
1
H de 17 (FIGURA 4.47) observou-se um
quadrupleto em
δ
3,14 (q, J = 7,3 Hz, 2H), e um tripleto em
δ
1,40 (t, J = 7,3
Hz, 3H) sugerindo ser uma etila o substituinte na posição C-1. O espectro de
massas ES+ do alcalóide 17 (FIGURA 4.49) apresentou m/z 213,3, indicando
que possivelmente o alcalóide 17 possui uma hidroxila, (TABELA 4.12). Uma
proposta de fragmentação para este alcalóide foi representada no ESQUEMA
4.4.
FIGURA 4.49 – Espectro de massas (ES+) de 17
071004
50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180 190 200 210 220 230 240 250 260 270 280 290 300 310
m/z
0
100
%
0
100
%
0
100
%
0
100
%
0
100
%
0
100
%
0
100
%
simoneSVCH12526filhos212_5eV 38 (0.461) Daughters of 213ES+
2.11e6
213.4
simoneSVCH12526filhos212_10eV 23 (0.290) Daughters of 213ES+
1.52e6
213.4
simoneSVCH12526filhos212_15eV 32 (0.393) Daughters of 213ES+
1.76e6
213.4
198.4
simoneSVCH12526filhos212_20eV 33 (0.405) Daughters of 213ES+
1.00e6
213.4
198.4
simoneSVCH12526filhos212_25eV 53 (0.633) Daughters of 213ES+
9.51e5
198.4
213.4
simoneSVCH12526filhos212_30eV 28 (0.347) Daughters of 213ES+
8.57e5
198.4
170.3
213.3
simoneSVCH12526filhos212_35eV 33 (0.405) Daughters of 213ES+
4.01e5
198.4
170.3
Resultados e Discussões
104
ESQUEMA 4.4 – Proposta de fragmentação para o alcalóide 17 (ES+)
O espectro de COSY
1
H-
1
H de 18 (FIGURA 4.50) confirmou as
atribuições dadas aos hidrogênios aromáticos e aos do anel piridínico. Na
ampliação do espectro de COSY
1
H-
1
H de 18 (FIGURA 4.51) foi observado o
acoplamento entre os hidrogênios em
δ
2,97 (t, J = 6,7 Hz) e
δ
3,44 (t, J = 6,7
Hz) (TABELA 4.13).
FIGURA 4.50 – Espectro de COSY
1
H-
1
H de 18 (CDCl
3
, 400MHz)
N
N
H
HO H
m/z 213,4
N
N
H
HO H
m/z 198,4
-CH
3
N
N
HO H
H
m/z 198,4
m/z 198,4
NHO
N
H
NHO
N
H
m/z 170,3
- CH
2
CH
2
Resultados e Discussões
105
FIGURA 4.51 – Ampliação do espectro de COSY
1
H-
1
H de 18 (CDCl
3
,
400MHz)
Os experimentos de HSQC (FIGURA 4.52) e HMBC (FIGURA
4.53) contribuíram para as atribuições dos sinais de hidrogênios e carbonos do
alcalóide 18, permitindo verificar as correlações do sinal em
δ
2,97, referente
aos hidrogênios H-2’, com os dos sinais dos carbonos em
δ
175,0;
δ
143,0 e
δ
28,8, atribuídos aos C-3’; C-1 e C-1’. Para sinal em
δ
3,44, referente aos
hidrogênios H-1’, foram observados as correlações no espectro de HMBC com
os sinais em
δ
135,0;
δ
143,0 e
δ
175,0, referentes aos C-12; C-1 e C-3’ e
finalmente para o sinal dos hidrogênios do grupo metoxila em
δ
3,66, foi
verificado a correlação com o sinal em
δ
175,0, sinal este, referente ao carbono
carbonílico C-3’. A partir dessas correlações, foi verificado que a metoxila
encontrava-se no C-3’ e provavelmente o grupo hidroxila em C-7 e que o
substituinte em C-1 seria o éster propionoato de metila (TABELA 4.14).
Resultados e Discussões
106
FIGURA 4.52 – Mapa de contorno de HSQC de 18 (CDCl
3
, 400 MHz)
9
8
7
6
54
3
1
N
N
H
HO
OCH
3
O
1'
2'
3'
N
N
H
HO
OCH
3
O
H
H
H
H
H
H
H
8,12
7,56
7,84
120,0
7,30
141,5
8,38
3,44
2,97
3,66
175,0
32,8
121,7
28,8
52,0
140,0
143,0
128,4
135,0
113,3
Resultados e Discussões
107
FIGURA 4.53 – Mapa de contorno de HMBC de 18 (CDCl
3
, 400 MHz)
TABELA 4.12 – Dados de RMN
1
H de 17 e 18
H
17 18
3 8,10 (d, J = 4,8 Hz) 8,38 (d, J = 5,3 Hz)
4 7,82 (d, J = 4,8 Hz) 7,84 (d, J = 5,3 Hz)
5 7,94 (d, J = 8,5 Hz) 8,12 (d, J = 7,8 Hz)
6 6,78 (d, J = 8,5 Hz) 7,30 (d, J = 7,8 e 1,0 Hz)
8 6,94 s 7,56 (d, J = 1,0 Hz)
1’ 3,14 (q, J = 7,3 Hz) 3,44 (t, J = 6,7 Hz)
2’ 1,40 (t, J = 7,3 Hz) 2,97 (t, J = 6,7 Hz)
N-H 9,0 sl 8,8 sl
3’OCH
3
--- 3,66, s
TABELA 4.13 – Correlações
1
H-
1
H de 18 observadas nos experimentos de
COSY (400 MHz, CDCl
3
)
H
(18)
3 7,84
4 8,38
5 7,30
6 8,12 e 7,56
8 7,30
1’ 2,97
2’ 3,44
Resultados e Discussões
108
TABELA 4.14 – Correlações
1
H –
13
C a J
1
, J
2
e J
3
de 18 observadas no
experimento de HSQC e HMBC (400 MHz, CDCl
3
)
HSQC HMBC
H (δ) C (δ) H (δ) C (δ)
8,38 140,0 8,38 113,3 e 129,5
8,12 121,7 8,12 128,4 e 141,5
7,84 113,3 7,84 135
7,56 111,9 7,56 ----
7,30 120,0 7,30 111,9
3,66 52,0 3,66 175
3,44 28,8 3,44 175, 135,0 e 143,0
2,97 32,8 2,97 175, 143 e 28,8
Os alcalóides são bases orgânicas nitrogenadas presentes
principalmente em plantas, mas também, há ocorrências em microorganismos,
insetos e anfíbios. Sua basicidade é conferida pela presença de um ou mais
átomos de nitrogênio em anéis heterocíclicos (CORDELL, 1981).
Os alcalóides derivados da fenilalanina/tirosina, do triptofano, do
ácido antranílico, derivados da histidina e alcalóides de origem não definidas,
como os carbazóis, são os de maiores ocorrência na família Rutaceae, sendo os
derivados do ácido antranílico considerados marcadores quimiotaxonômicos
desta família (WATERMAN, 1999).
Nos ESQUEMAS 4.5 e 46 estão representados propostas
biossintéticas para a formação dos alcalóides derivados do ácido antranílico,
substâncias 8 a 14 e no ESQUEMA 4.7, proposta biossintética para a formação
dos alcalóides derivados do triptofano, substâncias 15 a 18.
Resultados e Discussões
109
ESQUEMA 4.5: Proposta biogenética para a formação do alcalóide 14
(adaptada de DEWICK, 2001)
ESQUEMA 4.6: Proposta biogenética para a formação dos alcalóides 8 a 13
(adaptada de DEWICK, 2001)
SCoA
O
NH
2
O
O
SCoA
O
2
OO
NH
2
O
ACoS
O
O
O
O
O
NH
2
N
OO
O
OH
H
H
N
OO
O
H
- H
2
O
N
O
H
OH
OH
[O]
N
O
H
OH
OH
OH
SAM
N
O
CH
3
OCH
3
OCH
3
OCH
3
arborinina
(14)
-CO
2
2 malonil-CoA
N
H
O
O
SCoA
O
NH
2
antranoloil-CoA
N
OH
OH
O
NH
2
SCoA
O
N
OH
O
H
N
OCH
3
O
H
[O]
N
OCH
3
O
H
O
N
O
OH
OCH
3
N
O
OCH
3
dictamina
(9)
[O]
4-hidroxi-2-quinolon
a
N
OH
O
H
OPP
SAM
N
OCH
3
O
H
SAM
4-metoxi-2-quinolona
SAM
N-metil-4-metoxi-2-quinolon
a
(8)
N
OCH
3
O
CH
3
N
O
OCH
3
HO
O
H
3
C
N
O
OCH
3
HO
O
H
2
C
[O]
[O]
NADPH
N
O
OCH
3
HO
O
H
2
C
HO
H
[O]
N
OO
O
OCH
3
OH
N
OO
O
OCH
3
maculina
(12)
N
OO
O
OCH
3
OCH
3
flindersiamina
(13)
N
O
OCH
3
HO
HO
SAM
N
O
OCH
3
H
3
CO
H
3
CO
kokusaginina
(11)
[O]
N
O
OCH
3
OH
SAM
N
O
OCH
3
OCH
3
γ−fagarina
(10)
SAM
Resultados e Discussões
110
ESQUEMA 4.7: Proposta biogenética para a formação dos alcalóides 15 ao 18
(adaptada de DEWICK, 2001)
a
a
OH
HO O
O
o
ácido 2-oxoglutárico
b
HR
O
N
H
NH
2
formação de uma base
de Schiff usando um aldeído
N
H
N
R
H
N
H
N
H
R
H
N
N
RH
H
N
N
RH
HO
tautomerismo
para reestabelecer a
aromaticidade
[O]
N
H
NH
OH
OH
O
(17) R = CH
2
CH
3
(18) R =
OCH
3
O
CO
2
N
NH
HO
O
H
N
N
O
N
NH
H
OHO
H
N
NH
H
OHO
N
N
O
OH
SAM
N
N
O
OCH
3
N
N
O
OH
OH
SAM
N
N
O
OCH
3
OCH
3
5-metoxicantin-6-ona
(16)
4,5-dimetoxicantin-6-ona
(15)
[O]
[O]
Resultados e Discussões
111
4.5 – Flavonóides
4.5.1 – Identificação estrutural dos flavonóides 19 - 21
Os flavonóides 19-21 foram isolados da fração diclorometânica do
extrato metanólico das folhas de H. puberula (p. 33) e foram identificados
através de RMN
1
H, RMN
13
C, HSQC e HMBC e comparados com dados da
literatura (PELTER et al., 1976, VASCONCELOS et al., 1998 e FRASER &
LEWIS, 1974).
19 20 21
Analisando os espectros de RMN
1
H de 19 e 20 (FIGURAS 4.54 e
4.55) observaram-se sinais em
δ
3,10 (dd, J = 3,0 e 17,1 Hz),
δ
2,78 (dd, J =
13,0 e 17,1 Hz) e em
δ
5,37 (dd, J = 3,0 e 13,0 Hz) atribuídos, respectivamente,
aos hidrogênios H-3a, H-3b e H-2 do anel C de flavonóide e estes sinais são
típicos de uma flavanona.
A presença de nove sinais de hidrogênios na região aromática do
espectro de RMN
1
H de 19 em conjunto com a análise do espectro de RMN
13
C
(FIGURA 4.56), onde foi verificada a presença de um carbono carbonílico em
191,9 e doze sinais de carbonos aromáticos, sendo três deles totalmente
substituído, indicaram a ausência de substituintes nos anéis A e B, sugerindo ser
a substância 19 a flavanona. Os dados de RMN
1
H e
13
C de 19 foram comparados
com a literatura (PELTER et al., 1976), (TABELA 4.15) confirmando sua
identificação.
O
OOCH
3
H
3
CO
OCH
3
OCH
3
OCH
3
2
4
8
6
9
7
2'
5
3
10
3'
1'
6'
5'
4'
O
OOH
HO
OCH
3
4'
5'
6'
1'
3'
10
3
5
2'
7
9
6
8
4
2
O
O
4'
5'
6'
1'
3'
10
3
5
2'
7
9
6
8
4
2
A
C
B
Resultados e Discussões
112
FIGURA 4.54 – Espectro de RMN
1
H do flavonóide 19 (CDCl
3
, 200MHz)
FIGURA 4.55 – Espectro de RMN
1
H do flavonóide 20 (CDCl
3
, 200MHz)
Resultados e Discussões
113
FIGURA 4.56 – Espectro de RMN
13
C do flavonóide 19 (CDCl
3
, 50MHz)
Já para a substância 20 foi observado no espectro de RMN
1
H
(FIGURA 4.55) um sinal em
δ
12,1 (s, 1H) característico de hidrogênio de
hidroxila quando esta se encontra quelada, posicionada em C-5. Os dubletos em
δ
6,96 (d, J = 8,8 Hz, 2H) e
δ
7,38 (d, J = 8,8 Hz, 2H,) foram atribuídos aos
hidrogênios H-3’, H-5’ e H-2’, H-6’ que são quimicamente equivalentes devido
a livre rotação do anel B. No espectro de HMBC de 20, (FIGURA 4.57) foi
observado a correlação do sinal em
δ
3,84, referente aos hidrogênios do grupo
metoxila, com o sinal em
δ
160,0; o qual também está correlacionado ao sinal
em
δ
7,38, correspondente aos hidrogênios H-2’ e H-6’. Esses dados indicaram
que o grupo metoxila encontrava-se em C-4’. Os sinais em
δ
5,99 (sl, 1H) e
δ
5,98 (sl, 1H) foram atribuídos aos hidrogênios H-6 e H-8, respectivamente.
Resultados e Discussões
114
Através dos experimentos de HSQC (FIGURA 4.58) e HMBC
(FIGURA 4.57), podem-se atribuir todos os carbonos da substância 20
(TABELA 4.16) que em comparação com a literatura (VASCONCELOS et al.,
1998) (TABELA 4.15) mostrou se tratar da flavanona Isosakuranetina.
FIGURA 4.57 – Mapa de contorno de HMBC de 20 (CDCl
3
, 400 MHz)
O
H
H
H
H
OCH
3
H
H
O
HO
OH
H
H
O
H
H
H
H
OCH
3
H
H
O
HO
OH
H
H
3,84
130,8
130,0
130,0
114,0
114,0
160,0
5,99
5,98
2,79
5,36
7,38
7,38
6,95
12,1
6,95
164,2
79,7
97,2
96,0
56,0
164,5
44,0
Resultados e Discussões
115
FIGURA 4.58 – Mapa de contorno de HSQC de 20 (CDCl
3
, 400 MHz)
Resultados e Discussões
116
TABELA 4.15 – Dados de RMN
1
H e RMN
13
C das flavanonas 19 e 20
H/C 19
1
H
(CDCl
3
,
200MHz)
19
12
C
(CDCl
3
,
50MHz)
PELTER
et al.,
1976
20
1
H
(CDCl
3
, 50MHz)
VASCONCELOS,
et al., 1998
20
13
C
(CDCl
3
,
50MHz)
VASCONCELOS,
et al., 1998
2 5,48 (dd, J =
3,2 e 13,0
Hz)
79,6 79,5 5,37 (dd, J = 3,0 e
13,0 Hz)
5,36 (dd, J = 3,1 e
13,0 Hz)
79,7 78,9
3a 2,91 (dd, J =
3,2 e 16,8
Hz)
44,6 44,6 3,10 (dd, J = 13,0 e
17,1 Hz)
3,10 (dd, J = 13,5
e 17,2 Hz)
44,0 43,1
3b 2,09 (
dd, J =
16,9 e 13,0
Hz)
44,6 44,6 2,78 (
dd, J = 3,0 e
17,1 Hz)
2,79 (dd, J = 3,5 e
17,2 Hz)
44,0 43,1
4 - 191,9 191,6 - - 195,6 196,1
5 7,93 (
dd, J =
1,6 e 8,0 Hz)
127,0 126,9 - - 164,2 164,3
6 7,46 (
m) 121,6 121,5 5,99 (sl) 6,00 (d, J = 2,3
Hz)
96,0 96,7
7 7,06 (
ddd, J
= 1,6, 7,0 e
8,6 Hz)
136,1 136,0 - - 164,5 164,9
8 7,52 (
dd, J =
1,7 e 8,6 Hz)
118,1 118,0 5,98 (sl) 5,98 (d, J = 2,3
Hz)
97,2 95,5
9 - 161,5 161,3 - - 163,9 163,2
10 - 120,9 120,8 - - 103,1 103,0
1’ - 138,7 138,6 - - 130,8 130,3
2’ 7,50 (
m) 126,1 126,0 7,38 (d, J = 8,8 Hz) 7,38 (d, J = 8,7
Hz)
130,0 127,7
3’ 7,40 (
m) 128,8 128,7 6,96 (d, J = 8,8 Hz) 6,95 (d, J = 8,7
Hz)
114,0 114,2
4’ 7,35 (
m) 128,0 128,0 - - 160,0 160,0
5’ 7,40 (
m) 128,8 128,7 6,96 (d, J = 8,8 Hz) 6,95 (d, J = 8,7
Hz)
114,0 114,2
6’ 7,50 (
m) 126,1 126,0 7,38 (d, J = 8,8 Hz) 7,38 (d, J = 8,7
Hz)
130,0 127,7
4’-OCH
3
- - - 3,84 (s) 3,84 (s) 56,0 55,4
Resultados e Discussões
117
TABELA 4.16 – Dados de HSQC e HMBC para a flavanona 20
20
1
H 20
13
C
J
1
20
13
C
J
2
e J
3
2 5,37 79,7 -
3a 3,10 44,0 195,6
3b 2,78 44,0 79,7
4-OMe 3,84 56,0 160,0
5-OH 12,1 - 97,2, 103,8 e 164,5
6 5,99 96,0 -
8 5,98 97,2 -
3’ e 5’ 6,96 114,0 130,8
2’ e 6’ 7,38 130,0 79,7, 130,0 e 160,0
O flavonóide 21 apresentou no espectro de RMN
1
H (FIGURA 4.59)
dois dubletos com constante de acoplamento meta (J = 2,3 Hz) em
δ
6,57 e
δ
6,40, indicando um anel A tetrasubstituído e esses deslocamentos foram
atribuídos aos hidrogênios H-8 e H-6, sendo H-6 o mais blindado devido ao
efeito de blindagem exercido pelos substituintes em C-5 e C-7.
O anel B pode ser caracterizado pelo singleto em
δ
7,08 (2H),
correspondente aos hidrogênios H-6’ e H-2’, cuja equivalência é ocasionada
pela livre rotação deste anel. A presença de um singleto em
δ
6,63, sinal
característico do hidrogênio H-3 em flavonas, e cinco metoxilas na região entre
δ
3,92 e
δ
3,97, indicam que, possivelmente trata-se de uma flavona
pentametoxilada.
No espectro de RMN
13
C de 21 (FIGURA 4.60) notou-se a presença
de cinco carbonos metílicos, cinco carbonos metínicos em
δ
56,2,
δ
56,4 (3C) e
δ
61,0; um carbono carbonílico em
δ
177,4 e quatorze carbonos aromáticos,
sendo oito deles totalmente substituído.
A análise do conjunto de dados em comparação com a literatura
(FRASER & LEWIS, 1974) indicaram ser a flavona 21 a 5,7,3’,4’,5’-
pentametóxiflavona (TABELA 4.17).
Resultados e Discussões
118
FIGURA 4.59 – Espectro de RMN
1
H do flavonóide 21 (CDCl
3
, 200MHz)
FIGURA 4.60 – Espectro de RMN
13
C do flavonóide 21 (CDCl
3
, 50MHz)
7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0.0
16.142.00 1.000.99
TMS
7.2645
7.0842
6.6330
6.5805
6.5689
6.4037
6.3921
3.9725
3.9569
3.9336
3.9228
7.4 7.3 7.2 7.1 7.0 6.9 6.8 6.7 6.6 6.5 6.4 6.3 6.2
2.00 1.000.990.99
7.2645
7.0842
6.6330
6.5805
6.5689
6.4037
6.3921
4.35 4.30 4.25 4.20 4.15 4.10 4.05 4. 00 3.95 3.90 3.85 3.80 3.75 3.70 3.65 3. 60 3.55 3.50
15.00
3.9725
3.9569
3.9336
3.9228
180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60
Chloroform-d
177.4
164.0
160.8
160.4
159.8
153.6
140.8
127.0
109.3
108.9
103.6
96.2
92.9
61.0
56.4
Resultados e Discussões
119
TABELA 4.17 – Dados de RMN
1
H da flavona 21
H/C 21
1
H
(CDCl
3
, 200 MHz)
FRASER &
LEWIS, 1974
21
13
C
(CDCl
3
, 50 MHz)
FRASER &
LEWIS, 1974
2 - - 160,4 160,5
3 6,63 (s) 6,62 (s) 108,9 108,9
4 - - 177,4 177,5
5 - - 160,8 161,0
6 6,40 (d, J = 2,3Hz) 6,39 (d, J = 2,3Hz) 96,2 96,2
7 - - 164,0 164,1
8 6,57 (d, J = 2,3Hz) 6,57(d, J = 2,3Hz) 92,9 92,9
9 - - 159,8 159,9
10 - - 109,3 109,3
1’ - - 127,0 126,8
2’ 7,08 (s) 7,09 (s) 103,6 103,5
3’ - - 153,6 153,6
4’ - - 140,8 140,9
5’ - - 153,6 153,6
6’ 7,08 (s) 7,09 (s) 103,6 103,5
OCH
3
3,92 (s) 3,92 (s) 56,4 55,8
OCH
3
3,93 (s) 3,93 (s) 56,4 56,4
OCH
3
3,96 (s) 3,95 (s) 56,4 56,4
OCH
3
3,96 (s) 3,95 (s) 56,4 56,4
4’-OCH
3
3,97 (s) 3,96 (s) 61,0 61,0
4.5.2 – Determinação estrutural da substância 22
A substância 22 foi isolada da fração hexânica do extrato
metanólico do caule de H. puberula (p. 29). Através da análise de RMN de 1 e 2
D foi proposto um estilbeno, como sendo a substância 22.
O espectro de RMN
1
H de 22 (FIGURA 4.61) (TABELA 4.18)
apresentou sinais relativos a cinco hidrogênios na região aromática em
δ
7,92 (s,
J = 1,4 Hz, 1H);
δ
7,49 (d, J = 1,4 Hz, 1H);
δ
7,43 (dd, J = 1,6 e 8,0 Hz, 1H);
δ
7,34 (d, J = 1,6 Hz, 1H) e
δ
6,89 (d, J = 8,0 Hz, 1H). Esses dados indicaram na
molécula dois anéis aromáticos, sendo um deles tetrasubstituído e o outro
Resultados e Discussões
120
trisubstituído, cujas correlações foram confirmadas no espectro de COSY
(FIGURA 4.62).
O sinal em
δ
6,90 (s, 1H) correlacionou-se no mapa de contorno de
HSQC (FIGURA 4.64) com o carbono em
δ
100,7, indicando que possivelmente
se tratava de um hidrogênio ligado a um carbono sp
2
. Observou-se ainda no
espectro de RMN de hidrogênio (FIGURA 4.61), um sinal em
δ
6,03 (s, 2H)
característico de hidrogênios de carbono do grupo metilenodióxi e dois sinais de
hidrogênios de grupos metoxilicos em
δ
4,08 e
δ
3,95, sendo que este último
encontrava-se ligado ao carbono em
δ
52,2, característico de carbono de
metoxila de grupo éster.
A análise do mapa de contorno de HSQC de 22 (FIGURA 4.64)
permitiu atribuir os valores de deslocamento químico dos carbonos ligados a
esses hidrogênios.
7,43
H
H
7,49
7,92
H
H
H
6,89
7,34
O
O
7,43
H
H
7,49
115,8
107,4
7,92
H
H
H
108,7
6,89
119,5
105,6
7,34
101,4
6,03
H
100,7
6,90
H
3
CO
O
52,2
3,95
H
3
CO
4,08
56,2
Resultados e Discussões
121
Através do espectro de RMN
13
C (FIGURA 4.63) pode-se observar
a presença de 18 carbonos, sendo um referente ao carbono do grupo
metilenodioxi
δ
101,4, dois de grupos metílicos (
δ
52,2 e 56,2), um carbono
carboxílico em
δ
167,3, dois carbonos que através das correlações observadas no
mapa de contorno de HMBC (FIGURA 4.65) indicaram se tratar de carbonos
sp
2
(
δ
100,7 e
δ
157,2) e doze carbonos aromáticos sendo seis deles totalmente
substituídos.
FIGURA 4.61 – Espectro de RMN
1
H de 22 (CDCl
3
, 400 MHz)
Resultados e Discussões
122
FIGURA 4.62 – Espectro de COSY
1
H-
1
H de 22 (CDCl
3
, 400 MHz)
FIGURA 4.63 – Espectro de RMN
13
C de 22 (CDCl
3
, 100 MHz)
Resultados e Discussões
123
FIGURA 4.64 – Mapa de contorno de HSQC de 22
(CDCl
3
, 400 MHz).
Através do mapa de contorno de HMBC (FIGURA 4.65) foi
possível fazer as correlações do sinal do hidrogênio em
δ
6,89 com os sinais
δ
124,0 e
δ
148,3, que foram atribuídos aos carbonos C-1’ e C-3’,
respectivamente. O hidrogênio em
δ
7,43 apresentou correlação com os
carbonos em
δ
105,6;
δ
148,2 e
δ
157,2, atribuídos aos carbonos C-2’; C-4’ e C-
2. A correlação do hidrogênio em
δ
7,34 com os carbonos em
δ
119,5;
δ
148,3 e
δ
157,2 confirmaram a posição do carbono C-6’; C-4’ e C-2.
O carbono em
δ
157,2 foi definido como sendo o carbono olefínico
C-2, devido o mesmo também estar correlacionando-se no mapa de contorno de
HMBC (FIGURA 4.65) com o hidrogênio em
δ
6,90, estando dessa forma,
H
7,34
105,6
148,2
119,5
7,43
H
119,5
105,6
148,2
6,89
124,0
148,3
108,7
H
Resultados e Discussões
124
ligado ao C-1’. A correlação do hidrogênio em
δ
6,03 com os carbonos em
δ
148,3 e
δ
148,3, indicaram o grupo metilenodióxi nas posições C-4’ e C-3’.
Ainda no mapa de contorno de HMBC (FIGURA 4.65), observou-
se a correlação do hidrogênio em
δ
7,49 com os carbonos em
δ
146,5 (C-9);
δ
115,8 (C-5);
δ
144,8 (C-8) e
δ
167,3 (C-1’’’) e o sinal do hidrogênio em
δ
7,92
com os carbonos em
δ
100,7 (C-3);
δ
107,4 (C-7);
δ
146,5 (C-9) e
δ
167, 3 (C-
1”’), sendo o sinal em
δ
167,3 já atribuído para o carbono carboxílico do grupo
éster, indicando que possivelmente este seria o substituinte em C-6. A
correlação dos hidrogênios da metila em
δ
4,08 com o carbono aromático em
δ
144,8, permitiu que se definisse uma das metoxilas como sendo o substituinte da
posição C-8. A correlação do sinal do hidrogênio em
δ
7,92 com o carbono em
δ
100,7, fez com que fosse ligado as duas partes determinadas da molécula.
Possivelmente as posições C-9 e C-2 estariam ligadas através de um éter.
Unindo as partes identificadas da molécula, foi possível propor um
estilbeno, como sendo a substância 22.
6,90
7,34
7,43
157,2
H
H
H
6,03
148,2
148,3
H
O
O
7,49
107,4
146,5
OCH
3
O
167,3
115,8
H
115,8
7,92
H
146,5
107,4
O
O
O
OCH
3
H
3
CO
O
8
7
2
3
4
9
6
5
1"
6'
3'
2'
1'
5'
4'
1'''
Resultados e Discussões
125
FIGURA 4.65 – Mapa de contorno de HMBC de 22 (CDCl
3
, 400 MHz)
Flavonóides são heterosídeos com quinze carbonos em seu
esqueleto básico, sendo substâncias fenólicas do tipo C
6
-C
3
-C
6
. Podendo ser
coloridos ou incolores e concentram-se mais na parte aérea das plantas,
ocorrendo em menor proporção nas raízes e rizomas.
Os flavonóides têm origem biossintética mista, ou seja, parte do seu
esqueleto deriva do caminho do acetato e a outra parte deriva do caminho do
chiquimato, mais precisamente do ácido p-cumarico.
No ESQUEMA 4.8, está representado uma proposta biogenética
para a formação dos flavonóides 19, 20 e 21 e para o estilbeno 22.
Resultados e Discussões
126
ESQUEMA 4.8: Proposta biogenética para a formação dos flavonóides 1921
e para o estilbeno 22 (adaptado de DEWICK, 2001)
4-hidroxicinamoil-CoA
CoAS
O
OH
OH
O
OO
O
SCoA
O
O
O
OH
O
3 Malonil-CoA
OH
O
HO
OH
OH
OH
O
OH
HO
OH
HO
OH
O
OH
OH
HO
OH
O
O
OH
NADH
HO
OH
O
O
OH
flavanona
(19)
HO
OH
O
O
OCH
3
HO
OH
O
O
OCH
3
OH
-H
2
O
SAM
[O]
HO
OH
O
O
OCH
3
[O]
HO
OH
O
O
OCH
3
OH
OH
SAM
H
3
CO
OCH
3
O
O
OCH
3
OCH
3
OCH
3
5,7,3',4',5'-pentametóxiflavona
(21)
isosakuranetina
-H
2
O
3 Malonil-CoA
SCoA
O
OO
O
OH
OH
HO
OH
resveratrol
CoAS
O
OH
4-hidroxicinamoil-CoA
OH
HO
OH
OH
OH
OH
[O]
SAM
OCH
3
HO
OCH
3
OH
OH
OH
O
O
[O]
O
HO
OCH
3
OH
OH
OH
CH
2
OH
H
HO
OCH
3
O
O
OH
CH
2
OCH
3
H
3
CO
O
O
Resultados e Discussões
127
TABELA 4.18 – Dados de RMN
1
H e RMN
13
C de 22
H/C
C (δ) H (δ)
1’ 124,0 -
2’ 105,6 7,34 (d, 1H, J=1,6Hz)
3’ 148,3 -
4’ 148,2 -
5’ 108,7 6,89 (d, 1H, J=8,0 Hz)
6’ 119,5 7,43 (dd, 1H, J=8,0 e 1,6Hz)
2 157,2 -
3 100,7 6,90 (s, 1H)
4 130,7 -
5 115,8 7,92 (d, 1H, J=1,4 Hz)
6 126,0 7,49 (d, 1H, J=1,4Hz)
7 107,4 -
8 144,8 -
9 146,5 -
1’’’ 167,3 -
1” 101,4 6,03 (s, 2H)
5’-OMe 56,2 4,08 (s, 3H)
1’’’-OMe 52,2 3,95 (s, 3H)
TABELA 4.19 – Dados de HMBC J
2
, J
3
e J
4
de 22
H (δ) C (δ)
7,92 100,7; 107,4; 146,5 e 167,3
7,49 115,9; 144,8; 146,5 e 167,3
7,43 105,6; 148,2 e 157,2
7,34 119,5; 148,2 e 157,2
6,90 130,7; 146,5 e 157,2
6,89 124,0 e 148,2
6,03 148,2 e 148,3
4,08 144,8
3,95 167,3
Resultados e Discussões
128
4.6 – Cumarinas
Quando analisadas por CCDA e expostas à luz ultravioleta (254
nm), as cumarinas apresentam uma fluorescência azulada tornando uma forte
característica dessa classe de compostos.
As cumarinas apresentam características bastante comuns em seus
espectros de RMN
1
H, facilitando sua caracterização. Quando não estão
substituídas nas posições C-3 e C-4 apresentam dois dubletos em
aproximadamente 6,30 e 7,60
δ
(J = 9,5 – 10 Hz), atribuídos aos hidrogênios H-
3 e H-4, característico de hidrogênios de ligação dupla cis conjugada com grupo
lactônico e com o anel aromático.
O hidrogênio H-4 encontra-se sempre mais desblindado que o H-3
devido à contribuição da estrutura de ressonância na qual se verifica uma
deficiência eletrônica sobre o carbono a que este se encontra ligado. Quando há
substituintes oxigenados na posição C-5, o sinal do dubleto correspondente ao
hidrogênio H-4, que normalmente aparece em 7,60
δ
, encontra-se desblindado
acima de 8,00
δ
. Este fato se deve ao efeito de anisotropia da ligação C-O da
posição C-5 e do efeito de compressão estérica.
Das cumarinas isoladas neste trabalho nenhuma apresentou
substituição em C-5.
Resultados e Discussões
129
4.6.1 – Identificação estrutural das cumarinas 23 – 27
As cumarinas 23-25 foram isoladas da fração diclorometânica do
extrato metanólico do caule de S. versicolor (p. 31) e as cumarinas 26 e 27 da
fração hexânica do extrato metanólico do caule de H. puberula (p. 29) e tiveram
suas caracterizações realizadas através de experimentos de RMN de 1, 2 D e
EM.
Na análise dos espectros de RMN
1
H de 23-25 (FIGURAS 4.66,
4.67 e 4.68) foi observado os sinais em
δ
6,17 (J = 9,5 Hz) e
δ
7,84 (J = 9,5 Hz)
que foram atribuídos aos hidrogênios olefínicos H-3 e H-4 de um esqueleto
cumarínico.
A cumarina 23 apresentou também um dubleto em
δ
7,44 (J = 8,5
Hz) que foi atribuído ao hidrogênio H-5 que acopla com uma constante grande
em orto com H-6; um duplo dubleto em
δ
6,79 (J = 8,5 e 2,3 Hz) referente ao
hidrogênio H-6 que acopla em orto com H-5 e em meta com H-8 e um dubleto
em
δ
6,70 (J = 2,3 Hz) referente ao hidrogênio H-8 que acopla com uma
constante pequena em meta com H-6. Esses dados sugeriram como sendo a
cumarina 23, uma cumarina simples sem substituições, denominada 7-
hidróxicumarina (TABELA 4.20). O espectro de massas da 7-hidróxicumarina
(FIGURA 4.69) confirmou a fórmula molecular C
9
H
6
O
3
através do pico do íon
OHO O
2
7
3
8
4
5
6
4a
8a
O
OCH
3
HO
H
3
CO O
2
7
3
8
4
5
6
4a
8a
O
H
3
CO
H
3
CO O
2
7
3
8
4
5
6
4a
8a
OO
HO
H
3
CO
2
4a
1'
8
7
6
5
4
3
8a
3'
4'
5'
2'
OOH
3
CO
1''
3''
5''
2''
4''
2
4a
1'
8
7
6
5
4
3
8a
3'
4'
5'
2'
23 24 25
26 27
Resultados e Discussões
130
molecular m/z 162 e possíveis fragmentações (ESQUEMA 4.9). Os dados de
RMN
1
H foram comparados com os dados da literatura (KONG et al., 1995).
No espectro de RMN
1
H da cumarina 24 (FIGURA 4.67) além dos
sinais dos hidrogênios olefínicos do esqueleto cumarínico referente aos
hidrogênios H-3 e H-4, foi observado um singleto em
δ
6,85 integrando para
dois hidrogênios sugerindo a existência de dois hidrogênios aromáticos na
molécula que só poderiam ser atribuídos aos hidrogênios H-5 e H-8, por não
fazerem nenhum tipo de acoplamento entre si, indicando também que as
posições C-6 e C-7 estariam substituídas. Os sinais em
δ
3,96 e
δ
3,93,
integrando para três hidrogênios cada um, indicaram que possivelmente as
substituições das posições C-6 e C-7 seriam por grupos metoxilas.
O espectro de massas da cumarina 24 (FIGURA 4.70) observou-se
o pico do íon molecular m/z 206, o ESQUEMA 4.10, sugere possíveis
fragmentações para essa cumarina, que juntamente com os dados da literatura
(MAFEZOLI, 2001) confirmaram a estrutura proposta como sendo a 6,7-
dimetóxicumarina (C
11
H
10
O
4
) (TABELA 4.20).
O espectro de RMN
1
H da cumarina 25 (FIGURA 4.68) mostrou-se
bem característico de cumarinas simples, apresentando dois dubletos em
δ
6,20
(d, J = 9,4 Hz) e
δ
7,85 (d, J = 9,4 Hz) referentes aos hidrogênios da dupla
ligação conjugada a carbonila lactônica H-3 e H-4, respectivamente. A presença
de um singleto em
δ
6,90 foi atribuída ao hidrogênio H-5, indicando que o anel
aromático encontra-se substituído nas posições C-6, C-7 e C-8. Os singletos em
δ
3,95 e
δ
3,90, típicos de metoxilas, sugeriram serem estas, juntamente com um
grupo hidroxila, os substituintes do anel aromático.
O espectro de massas da cumarina 25 (FIGURA 4.71) exibiu o pico
do íon molecular m/z 222, confirmando os substituintes propostos para a
estrutura de 23. O pico em m/z 207 [M-15], cuja intensidade é de 18 %, sugere
que na posição 6, provavelmente se encontra o grupo hidroxila, pois se nessa
posição houvesse uma metoxila, este pico apresentaria intensidade maior, uma
Resultados e Discussões
131
vez que seria estabilizado pelo oxigênio do anel lactônico, e isso não é
observado no espectro (ESQUEMA 4.11). Esses dados juntamente com a
medida do ponto de fusão de 25 (pf = 191 ºC), permitiram identificar a cumarina
25 como sendo a arscontina, diferenciando-a dos seus isômeros isofraxidina (pf
= 148-149 ºC) e isofraxidina (pf = 196-197 ºC) (AHLUWALIA et al., 1978)
(TABELA 4.20).
FIGURA 4.66 – Espectro de RMN
1
H da cumarina 23 (CH
3
OD, 200MHz)
7.9 7.8 7.7 7.6 7.5 7.4 7.3 7.2 7.1 7.0 6.9 6.8 6.7 6.6 6.5 6.4 6.3 6.2 6.1
7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5
Methanol-d4
7.8641
7.8165
7.4664
7.4239
6.8110
6.7994
6.7683
6.7569
6.7085
6.6977
6.1967
6.1494
5.4778
O
OCH
3
HO
H
3
CO O O
OH
H
3
CO
H
3
CO O
O
OCH
3
H
3
CO
OH O
Arscontina Isofraxidina Fraxidina
Resultados e Discussões
132
FIGURA 4.67 – Espectro de RMN
1
H da cumarina 24 (CDCl
3
, 200MHz)
FIGURA 4.68 – Espectro de RMN
1
H da cumarina 25 (CH
3
OD, 200MHz)
7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0
ppm
6.092.191.36 1.00
Chloroform-d
3.9326
3.9626
6.2772
6.3245
6.8639
7.6088
7.6561
Resultados e Discussões
133
FIGURA 4.69 – Espectro de massas (ESI = 70 eV) da cumarina 23
ESQUEMA 4.9: Proposta de fragmentação da cumarina 23
FIGURA 4.70 – Espectro de massas (ESI = 70 eV)
da cumarina 24
ESQUEMA 4.10: Proposta de fragmentação da cumarina 24
OOHO
m/z 162
CO
O
HO
CHO
m/z 134
HO
m/z 105
O
O
H
3
CO
OO
O
H
3
CO
m/z 191
OO
H
3
CO
H
3
CO
m/z 206
CH
3
CO
CH
3
O
O
O
m/z 163
m/z 148
CO
O
H
3
CO
m/z 135
CH
3
O
O
CO
O
m/z 120
m/z 92
Resultados e Discussões
134
FIGURA 4.71 – Espectro de massas (ESI = 70 eV)
da cumarina 25
ESQUEMA 4.11: Proposta de fragmentação para a cumarina 25
TABELA 4.20 – Dados de RMN
1
H das cumarinas 23-25
H
23
(CH
3
OD, 200 MHz)
KONG et al., 1996
(DMSO, 400 MHz)
24
(CDCl
3
, 200 MHz)
MAFEZOLI, 2001
(CDCl
3
, 200 MHz)
25
(CH
3
OD, 200
MHz)
AHLUWALIA
et
al
., 1978
3 6,17 (d, J = 9,5 Hz) 6,10 (d, J = 9,5 Hz) 6,30 (d, J = 9,5 Hz) 6,30 (d, J = 9,5 Hz) 6,20 (d, J = 9,4
Hz)
6,19 (d, J = 9,5 Hz)
4 7,84 (d, J = 9,5 Hz) 7,79 (d, J = 9,5 Hz) 7,60 (d, J = 9,5 Hz) 7,63 (d, J = 9,5 Hz) 7,85 (d, J = 9,4
Hz)
7,84 (d, J = 9,5 Hz)
5 7,44 (
d, J = 8,5 Hz) 7,42 (d, J = 8,4 Hz) 6,86 (s) 6,86 (s) 6,90 (s) 6,90 (s)
6 6,79 (
dd, J = 8,5 e
2,3 Hz)
6,77 (dd, J = 8,4 e
2,2 Hz)
- - - -
8 6,70 (
d, J = 2.3 Hz) 6,71 (d, J = 2,2 Hz) 6,86 (s) 6,85 (s) - -
6-OCH
3
- - 3,95 (s) 3,96(s) - -
7-OCH
3
- - 3,93 (s) 3,93 (s) 3,95 (s) 3,94 (s)
8-OCH
3
- - - - 3,90 (s) 3,90 (s)
O
OCH
3
HO
H
3
CO O
O
OCH
3
HO
H
3
CO
O
OCH
3
HO
OO
m/z 222 (46,5%)
m/z 207 (18,5%)
CO
m/z 194 (14,1%)
O
OCH
3
HO
O
CH
3
CH
3
m/z 179 (19,4%)
Resultados e Discussões
135
No espectro de RMN
1
H da cumarina 26 (FIGURA 4.72) não foram
observados os dubletos correspondentes aos hidrogênios olefínicos H-3 e H-4 do
esqueleto cumarínico. O singleto em
δ
7,49 (s, 1H) foi atribuído ao hidrogênio
H-4, indicando uma substituição na posição C-3, que foi confirmada pela
presença dos sinais em
δ
1,47 (s, 6H), do duplo dubleto em
δ
5,06 (dd, 2H, J =
11,0 e 17,1 Hz) e do sinal em
δ
6,18 (dd,1H, J = 11,0 e 17,1 Hz) que juntamente
com os dados de COSY (FIGURA 4.73) e HMBC (FIGURA 4.74) pode-se
observar a correlação do sinal em
δ
5,06 com os sinais em
δ
40,4 e
δ
145,1,
referentes aos carbonos C-1’ e C-2’, respectivamente. Observou-se também a
correlação do hidrogênio em
δ
6,18 com os carbonos metílicos C-5’ e C-6’ (
δ
26,0) e com o carbono C-1’(
δ
40,4) e dos hidrogênios metílicos em
δ
1,48 com
os sinais em
δ
132,0,
δ
40,4 e
δ
145,1, atribuídos aos carbonos C-3, C-1’ e C-2’
respectivamente, confirmando ser uma prenila rearranjada o substituinte em C-3.
A correlação do sinal de hidrogênio em 7,49
δ
com os dos carbonos
em
δ
111,8,
δ
40,4,
δ
148,8 e
δ
160,2, atribuídos aos carbonos C-5, C-1’, C-8a e
C-2, confirmaram este hidrogênio na posição C-4.
A correlação do sinal em
δ
3,91 referente a metoxila, com o sinal
em
δ
149,3 indicaram que possivelmente a metoxila encontrava-se em C-7.
Esses dados, associados com o espectro de massas (FIGURA 4.75) onde foi
observado o pico do íon molecular m/z 260, indicaram ser a hidroxila o outro
OO
HO
H
3
CO
H
6,18
26,0
145,1
40,4
5,06
132,0
H
H
H
OO
26,0
OO
132,0
40,4
145,1
1,48
1,48
Resultados e Discussões
136
substituinte. A presença do pico m/z 245 com intensidade relativa de 33 %,
indicam que o grupo hidroxila se encontra em C-6 e reafirmaram a metoxila na
posição C-7, pois caso contrário, esse pico apresentaria intensidade acima de 50
%, pois estaria estabilizando por ressonância o íon obtido ESQUEMA 4.12.
Os singletos em
δ
6,86 (s, 1H) e
δ
6,83 (s, 1H) foram atribuídos aos
hidrogênios H-8 e H-5, através das correlações observadas no mapa de contorno
de HMBC (FIGURA 4.73).
No espectro de RMN
13
C, (FIGURA 4.76) pode-se observar a
presença dos sinais em
δ
40,4,
δ
145,1,
δ
111,8 e
δ
26,0 referentes aos carbonos
do grupo prenila C-1’, C-2’, C-3’, C-4’ e C-5’, respectivamente.
Através dos espectros de HMBC e HSQC (FIGURA 4.74 e 4.77)
pode-se atribuir os valores de deslocamento químicos de todos os carbonos da
substância 26, sendo esta identificada como sendo a cumarina 3-(1’, 1’-
dimetilalil)-isoescopoletina.
OO
HO
H
3
CO
HH
H
H
H
H
6,83
6,86
5,06
6,18
7,49
1,48
3,91
1,48
5,06
132,0112,0
102,4
137,7
160,2
149,3
111,8
145,6
148,8
145,1
26,0
111,8
40,4
Resultados e Discussões
137
FIGURA 4.72 – Espectro de RMN
1
H da cumarina 26 (CDCl
3
, 400MHz).
FIGURA 4.73 – Mapa de contorno do experimento de COSY de 26 (CDCl
3
,
400MHz)
Resultados e Discussões
138
FIGURA 4.74 – Mapa de contorno de HMBC da cumarina 26 (CDCl
3
,
400MHz)
FIGURA 4.75 – Espectro de massas (ESI = 70 eV)
da cumarina 26
Resultados e Discussões
139
ESQUEMA 4.12: Proposta de fragmentação para a cumarina 26
FIGURA 4.76 – Espectro de RMN
13
C da cumarina 26 (CDCl
3
, 40MHz)
CH
3
m/z 245 (33%)
HO
OOO
m/z 69 (100%)
OO
HO
H
3
CO
m/z 260 (26,5%)
OO
HO
H
3
CO
CH
2
CH
2
HO
OOO
m/z 217 (65%)
Resultados e Discussões
140
FIGURA 4.77 – Mapa de contorno de HSQC da cumarina 26 (CDCl
3
, 400MHz)
O espectro de RMN
1
H da substância 27 (FIGURA 4.78) apresentou
sinais similares aos relatados anteriormente para a cumarina 26, ou seja, um
sinal em
δ
7,46 (s, 1H) referente ao hidrogênio H-4; um conjunto de sinais em
δ
1,46 (s, 6H),
δ
5,07 (dd, J = 11,0 e 17,1 Hz, 2H) e do sinal em
δ
6,22 (dd, J =
11,0 e 17,1 Hz, 1H) correspondente aos hidrogênios H-4’/H-5’, H-2’ e H-3’
correspondentes ao grupo prenila, quando esta se encontra rearranjada e os
singletos em
δ
6,71 e
δ
6,15, dos hidrogênios H-5 e H-8, respectivamente e o
sinal em
δ
3,91 (s, 3H), referente a uma metoxila.
Pode-se observar ainda no espectro de RMN
1
H a presença de um
tripleto largo
δ
3,55 (tl, 2H) que mostrou correlação no espectro de HMBC
(FIGURA 4.79) com os sinais em
δ
115,5;
δ
120,9;
δ
132,9 e
δ
143,6 referentes
aos carbonos C-6, C-2”, C-3” e C-7, respectivamente, sendo este sinal atribuído
Resultados e Discussões
141
ao hidrogênio H-1”. Os singletos em
δ
1,85 e
δ
1,68 são característicos de
metilas, quando estas se encontram ligadas a carbono olefínico. Estes sinais
mostraram correlações com os carbonos em
δ
120,9 (C-2”) e
δ
132,9 (C-3”) no
espectro de HMBC, sendo que a metila em
δ
1,85 correlacionou-se também com
o sinal em
δ
22,2 (C-1”). Esses dados indicaram se tratar de um grupo prenila
que de acordo com as correlações observadas no espectro de HMBC, estaria na
posição C-6. A correlação do sinal em
δ
3,91 com o carbono em
δ
143,6 (C-7)
confirmaram as posições dos substituintes da cumarina 27.
Através do espectro de HMBC, HSQC e RMN
13
C (FIGURA 4.79,
4.80 e 4.81) foi possível atribuir todos os valores dos carbonos e hidrogênios. Os
dados de RMN
13
C foram comparados com a literatura (BERGENTHAL et al.,
1978) confirmando a proposta estrutural. No espectro de massas da cumarina 27
(FIGURA 4.82), pode-se observar o pico do íon molecular em m/z 312
confirmando a estrutura proposta para cumarina 27 (ESQUEMA 4.13).
OOH
3
CO
H
OOH
3
CO
H
H
OOH
3
CO
H
H
H
H
H
7,47
1,85
3,55
5,28
1,68
1,46
3,91
6,22
5,07
1,46
6,15
6,71
147,5
115,5
145,8
105,1
22,2
145,8
138,7
143,6
111,7
40,3
160,2
131,7
146,5
26,0
26,0
132,9
56,3
120,9
17,9
25,8
Resultados e Discussões
142
FIGURA 4.78 – Espectro de RMN
1
H da cumarina 27 (CDCl
3
, 400 MHz)
FIGURA 4.79 – Mapa de contorno de HMBC da cumarina 27 (CDCl
3
, 400
MHz)
Resultados e Discussões
143
FIGURA 4.80 – Mapa de contorno de HSQC da cumarina 27 (CDCl
3
, 400
MHz)
FIGURA 4.81 – Espectro de RMN
13
C da cumarina 27 (CDCl
3
, 40 MHz)
Resultados e Discussões
144
FIGURA 4.82 – Espectro de massas (ESI = 70 eV)
da cumarina 27
ESQUEMA 4.13: Proposta de fragmentação para a cumarina 27
OOH
3
CO
m/z 312
OOH
3
CO
CH
2
=CH
m/z 285
OOH
3
CO
m/z 285
OOH
3
CO
H
CH
2
CH
2
OOH
3
CO
m/z 285
m/z 257
CO
m/z 229
H
3
CO
O
Resultados e Discussões
145
TABELA 4.21 – Dados de RMN
1
H e RMN
13
C das cumarinas 26 e 27
H/C
26
(CDC
3
, 400MHz)
26
(CDC
3
, 50MHz)
27
(CDC
3
, 400MHz)
27
(CDC
3
, 50MHz)
Lit
b
2 - 160,2 - 160,2 160,2
3 - 132,0 - 131,7 131,5
4 7,49 (
s) 137,7 7,47 (s) 138,7 137,9
4a - 145,6 - 145,5 145,7
5 6,83 (
s) 111,8 6,71 (s) 105,1 105,3
6 - 112,0 - 115,5 115,7
7 - 149,3 - 143,6 143,6
8 6,86 (
s) 102,4 6,15 (s) 146,5 146,5
8a - 148,8 - 147,5 147,7
1’ - 40,4 - 40,3 40,4
2’ 6,18 (2H,
dd, J = 11,0
e 17,1 Hz)
145,1 6,22 (1H, dd, J = 11,0 e
17,1 Hz)
145,8 145,8
3’ 5,06 (2H,
dd, J = 11,0 e
17,1 Hz)
111,8 5,07 (2H, dd, J = 11,0 e
17,1 Hz)
111,9 111,9
4’ 1,48 (3H,
s) 26,0 1,46 (3H, s) 26,0 26,2
5’ 1,48 (3H,
s) 26,0 1,46 (3H, s) 26,0 26,2
1’’ - - 3,55 (2H,
d, J = 7,0 Hz) 22,2 21,8
2’’ - - 5,27 (1H,
t, J = 7,0 Hz) 120,9 121,0
3’’ - - - 132,9 133,0
4’’ - - 1,85 (3H,
s) 17,9 17,7
5’’ - - 1,68 (3H,
s) 25,8 25,8
Lit
b
: BERGENTHAL et al., 1978
TABELA 4.22 – Dados de HSQC e HMBC para as cumarinas 26 e 27
H/C 26 H 26 C J
1
26 C J
2
e J
3
27 H 27 C J
1
27 C J
2
e J
3
4 7,49 137,7 40,4, 111,8, 148,8 e 160,2 7,47 138,7 40,3, 105,1, 147,5 e 160,2
5 6,83 102,4 137,7 e 149,3 6,71 105,1 138,7, 143,6, 145,5 e 147,5
8 6,86 111,8 145,6 e 112,1 6,15 146,5 143,6 e 145,8
2’ 6,16 145,1 26,0 e 40,4 6,22 145,8 -
3’ 5,05 111,8 40,4 e 145,1 5,07 111,9 40,3
4’ 1,46 26,0 40,4, 26,0, 132,0 e 145,1 1,48 26,0 131,7 e 145,8
5’ 1,46 26,0 40,4, 26,0, 132,0 e 145,1 1,48 26,0 131,8 e 145,8
1’’ - - - 3,55 22,2 115,4, 120,9, 132,9 e 145,0
2’’ - - - 5,27 120,9 -
4’’ - - - 1,85 17,9 120,9 e 132,9
5’’ - - - 1,67 25,8 120,9 e 132,9
Resultados e Discussões
146
As cumarinas são substâncias de ampla ocorrência na ordem
Rutales. Geralmente as cumarinas desta ordem são oxigenadas na posição C-7 e
têm sua origem no ácido trans-p-cumárico que através de diversas
transformações leva à formação da 7-hidróxicumarina, que vem a ser a estrutura
mais simples das cumarinas. No ESQUEMA 4.14, está representada uma
proposta biogenética para formação das cumarinas isoladas.
ESQUEMA 4.14: Proposta biogenética para as cumarinas 23-27 (adaptada de
DEWICK, 2001)
Glicosilação
OH
O
ácido cinâmico
OH
O
HO
ácido p-cinâmico
OH
O
GliO
isomerização da
dupla ligação
GliO O
Gli
CO
2
H
OPP
OOO
OOHO
[O]
OH
O
GliO OH
Glicosilação
OH
O
GliO O Gli
OOGliO
7-hidroxicumarina
(23)
OOHO
OOO
OOO
OOO
[O]
OOH
3
CO
H
3
CO
6,7-dimetoxicumarina
(24)
SAM
OOH
3
CO
HO
OCH
3
OOHO
HO
OH
[O]
OOHO
HO
[O]
6-hidróxi-7,8-dimetoxicumarina
(25)
SAM
OOH
3
CO
HO
3-(1',1'-dimetilalil)-isoescopoleti
n
(26)
SAM
OOHO
HO
OPP
OOHO
SAM
OOHO
metiletergraveliferona
(27)
Resultados e Discussões
147
4.7 – Quassinóides
Os quassinóides são considerados triterpenóides degradados devido
a sua biossíntese que apresenta como precursor os triterpenos tirucalol e eufol
que sofrem degradações oxidativas que levam a formação destas substâncias.
Várias evidências, além de experimentos com o precursor mevalonato marcado,
comprovam a sua biogênese (MORON e POLONSKY, 1968).
Podendo ser divididos em grupos de acordo com os seus esqueletos
básicos (FIGURA 4.83), a grande maioria dos quassinóides são substâncias C
20
tendo o esqueleto básico o esqueleto a. O anel A em quassinóides pode
apresentar estruturas variadas (FIGURA 4.84), sendo as estruturas V, VI e VII
as mais raras. O anel C pode possuir em C-8 uma metila ou um grupo
hidroximetil (C-30) que forma uma ponte éter com C-11 ou C-13. O anel D
pode ter uma hidroxila em C-15 que geralmente é esterificada com vários ácidos
graxos pequenos.
OO
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
18
30
A
B
D
C
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
18
30
O
O
15
1
2
45
6
7
8
9
10
11
12
13
14
18
30
15
O
O
OO
O
O
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
18
30
17
22
20
21
23
22
23
20
17
30
18
16
15
14
13
12
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
OO
O
O
HO
a(C
20
) b (C
19
) c(C
18
)
d (C
25
) e (C
25
)
FIGURA 4.83 – Esqueletos básicos de quassinóides.
Resultados e Discussões
148
FIGURA 4.84 – Tipos de estruturas do anel A.
O anel B e D, podem ser caracterizados pela funcionalização no
carbono C-15, determinada pelo deslocamento químico de C-16, ou seja, se C-
16 for aproximadamente
δ
173 é um grande indício que exista um grupo
hidroxila livre no C-15; quando a hidroxila se encontra esterificada, o sinal para
C-16 é de aproximadamente em
δ
167 devido ao efeito γ. A configuração
β
para
os substituintes em C-15 foi estabelecida com base na constante de acoplamento
na faixa de 10-14 Hz, resultante do acoplamento de H-14 com H-15, em
aproximadamente
δ
5,0 para hidroxilas livres e
δ
5,9 quando a hidroxila se
encontra esterificada.
A configuração
α
para o oxigênio em C-7 foi determinada com base
no sinal do próton carbinólico H-7 que aparece como um tripleto com constante
de 2,0 Hz, indicando ângulos de 30º com os hidrogênios na posição C-6.
OH
HO
OH
O
OH
HO
O
H
3
CO
O
HO
O
O
O
O
I II III IV
V VI VII
Resultados e Discussões
149
4.7.1 – Identificação estrutural do quassinóide 28
O quassinóide 28 foi isolado do caule da fração diclorometânica do
extrato metanólico de S. versicolor (p. 31) e foi identificado através de RMN de
1 e 2D.
(28)
O tipo a para o anel A do quassinóide 28 foi identificado pelos
deslocamentos químicos, característicos dos carbonos C-1, C-2, C-3 e C-4 que
foram os sinais em
δ
80,4,
δ
197,4,
δ
126,1 e
δ
162,5, respectivamente, no
espectro de RMN
13
C de 28 (FIGURA 4.85).
A indicação que o grupo metila C-30 no esqueleto do quassinóide
sofreu uma oxidação para formar um anel tetraidrofurâno no carbono C-11 ou
C-13, pôde ser constatada pela presença de dois dubletos bastante característico
no espectro de RMN
1
H (FIGURA 4.86) referentes aos hidrogênios H-30a e H-
30b, em aproximadamente
δ
4,15 e
δ
3,89, com J = 8,0 Hz (TABELA 4.23).
O espectro de RMN
13
C mostrou a presença de vinte sinais de
carbono, indicando um esqueleto do tipo C
20
(TABELA 4.24).
A formação do anel tetraidrofurano do tipo C-30-O-C11 com
formação do hemicetal em C-11 pôde ser caracterizado pela presença do sinal
em
δ
110,9, relativo ao carbono C-11, pois caso contrário, quando o anel é do
tipo C-30-O-C-13, apareceria um sinal de carbono quaternário em
aproximadamente
δ
80,0, e o sinal em
δ
110,0 não apareceria.
No espectro de COSY 45º (FIGURA 4.87) a correlação do
hidrogênio
δ
3,89 com
δ
4,15 e
δ
2,73, referentes aos H-30b e H-13; juntamente
13
18
11
19
O
O
OH
OH
H
OH
O
HO
O
1
6
10 15
30
Resultados e Discussões
150
com o singleto em
δ
3,34 correspondente a H-9, reforçam a proposta para o anel
tetraidrofurânico formado pela ponte C-30-O-C-11 (TABELA 4.25).
A funcionalização e a configuração
β
de C-15 foram determinadas
pelo deslocamento de C-16 em
δ
174,1 juntamente com o sinal em
δ
5,51
dubleto com J = 11,0 Hz, referente ao acoplamento axial-axial do hidrogênio H-
15 com o H-14.
Aparecem ainda no espectro de RMN
1
H, dois singletos em
δ
1,58 e
δ
1,76 referentes as metilas em 19 e 29 respectivamente, e um dubleto largo em
δ
1,73 referente a metila 18. As correlações dos hidrogênios e carbonos foram
feitas através de experimentos de HSQC e HMBC (FIGURAS 4.88 e 4.89,
TABELAS 4.26 e 4.27).
FIGURA 4.85 – Espectro de RMN
13
C de 28 (Pyr-d
5
, 50 MHz)
O
O
OH
OH
H
OH
O
HO
O
80,5
110,9
47,5
45,8
45,6
78,2
26,7
42,4
162,5
126,1
197,4
49,7
68,0
33,0
84,5 16,3
174,2
22,3
10,7
71,5
O
O
OH
OH
H
OH
O
HO
H
H
H
H
H
H
H
H
H
H
H
H
O
4,34
2,73
5,51
1,73
1,58
3,89
4,15
2,19
2,03
3,15
4,13
6,10
4,71
1,76
3,34
a
b
2,37
b
a
Resultados e Discussões
151
FIGURA 4.86 – Espectro de RMN
1
H de 28 (Pyr-d
5
, 400 MHz)
FIGURA 4.87 – Espectro de COSY
1
H-
1
H de 28 (Pyr-d
5
, 400 MHz)
Resultados e Discussões
152
FIGURA 4.88 – Mapa de contorno de HSQC de 28 (Pyr-d
5
, 400 MHz)
FIGURA 4.89 – Mapa de contorno de HMBC de 28 (Pyr-d
5
, 400 MHz)
Resultados e Discussões
153
TABELA 4.23 – Dados de RMN
1
H de 28
H
28
(Pyr-d
5
, 400MHz)
VIEIRA, 1995
(CDCl
3
, 200MHz)
1 4,13 (s, 1H) 4,10 (s)
3 6,10 (m) 6,17 (s)
5 3,15 (
dl, J = 12Hz) 2,88 (dl)
6a 2,19 (
dt) 2,29 (m)
6b 2,03 (
tl, J = 2,9 Hz) 1,96 (m)
7 4,71 (
t) 4,56(sl)
9 3,34 (
s) 2,70 (s)
12 4,34 (
s) 3,60 (dl)
13 2,73 (
m) 2,46 (m)
14 2,37 (
dd,J = 6,3 e 11,0 Hz) -
15 5,51(
d, J = 11,0 Hz) 4,66 (d)
18-OCH
3
1,73 (dl) 1,28
19-OCH
3
1,58 (s) 1,20
29-OCH
3
1,76 (s) 2,03
30a 3,89 (
d, J = 8,0 Hz) 3,71(d, J = 8,8 Hz)
30b 4,15 (
d, J = 8,0 Hz) 3,94 (d, J = 8,8 Hz)
TABELA 4.24 – Dados de RMN
13
C de 28
C
28
(Pyr-d
5
, 50MHz)
VIEIRA, 1995
(CDCl
3
, 100MHz)
1 80,5 83,1
2 197,4 196,2
3 126,1 124,4
4 162,5 164,4
5 42,4 45,0
6 26,7 25,5
7 78,2 78,1
8 45,6 46,9
9 45,8 41,8
10 47,5 45,1
11 110,9 109,1
12 84,5 79,4
13 33,0 31,7
14 49,7 47,9
15 68,0 66,5
16 174,2 173,7
18 16,3 14,9
19 10,7 9,9
29 22,3 22,9
30 71,5 71,2
Resultados e Discussões
154
TABELA 4.25 – Dados de COSY
1
H-
1
H de 28
H
28
1 6,10
3 4,13
5 2,03 e 6,10
6a 2,03 e 4,70
6b 2,19 e 3,15
7 2,19
9 ---
12 ---
13 2,37 e 4,13
14 2,73 e 5,51
15 2,37
18-OCH
3
2,73
19-OCH
3
---
29-OCH
3
6,10
30a 4,15 e 2,73
30b 3,89
TABELA 4.26 – Correlações de
1
H –
13
C a J
1
de 28 observadas no experimento
de HSQC
HSQC
H (
δ) C (δ)
1 4,13 80,5
3 6,10 126,1
5 3,15 42,4
6a 2,19 26,3
6b 2,03 26,3
7 4,70 78,2
9 3,34 45,6
12 4,34 84,5
13 2,73 33,0
14 2,37 49,7
15 5,51 68,0
18 1,73 16,3
19 1,58 10,7
29 1,76 22,3
30a 3,89 71,5
30b 4,15 71,5
Resultados e Discussões
155
TABELA 4.27 – Correlações de
1
H –
13
C a J
2
, J
3
e J
4
de 28 observadas no
experimento de HSQC
HMBC
H (
δ) C (δ)
1 4,13 42,4 e 126,1
3 6,10 22,3, 42,4 e 80,5
5 3,15 26,3, 10,7 e 45,8
6a 2,19 45,6 e 78,2
6b 2,03 42,4 e 45,6
7 4,70 42,4 e 45,6
9 3,34 10,7, 45,6, 71,5, e 84,5
12 4,34 16,3 e 45,8
13 2,73 16,3 e 68,0
14 2,37 33,0, 45,8 e 78,2
15 5,51 33,0 e 49,7
18 1,73 33,0 e 49,7
19 1,58 47,5 e 80,5
29 1,76 42,4
30a 3,89 49,7
30b 4,15 49,7 e 78,2
4.7.2 – Identificação do quassinóide 29
O quassinóide 29 foi obtido da fração diclorometânica do extrato
metanólico do caule de S. versicolor (p. 35). Sua identificação estrutural foi
realizada através de RMN
1 e 2 D e espectroscopia de massas.
(29)
No espectro de RMN
13
C (FIGURA 4.90) a presença dos sinais em
δ
84,9,
δ
198,0,
δ
126,7 e
δ
163,0, referentes aos C-1, C-2, C-3 e C-4
13
18
11
19
O
O
OH
O
H
OH
O
HO
OH
O
O
1
6
10 15
30
1'
3'
2'
4'
5'
2
3
7
5
4
9
8
12
29
Resultados e Discussões
156
respectivamente, conferem o tipo a para o anel A do quassinóide 29 conforme
discutido anteriormente para o quassinóide 2.
Os dois dubletos em
δ
3,9 e
δ
4,20 (d, J = 8,8 Hz) (FIGURA 4.91)
são característicos dos hidrogênios H-30a e H-30b, quando a metila C-30 sofre
oxidação resultando na formação de um éter. A presença do sinal em
δ
111,2
referente a um carbono carbinólico indica que o éter formado é do tipo C-30-O-
C-11, ou seja, a formação do hemicetal ocorre no C-11, caracterizando o anel C.
FIGURA 4.90 – Espectro de RMN
13
C do quassinóide 29 (Pyr-d
5
50MHz)
Resultados e Discussões
157
FIGURA 4.91 – Espectro de RMN
1
H do quassinóide 29 (Pyr-d
5
400MHz)
Através do experimento de COSY H
1
-H
1
(FIGURA 4.92) pôde-se
observar os acoplamentos do sinal em
δ
1,27 (H-4’) em com os sinais em
δ
2,05
e
δ
2,20 referentes aos hidrogênios H-3’a e H-3’b respectivamente. Observou-se
ainda, o acoplamento do hidrogênio em
δ
2,05 com o hidrogênio em
δ
3,10 e o
sinal do hidrogênio em
δ
2,20 acoplando com o sinal em
δ
4,86. Os sinais, tanto
em
δ
2,05 quanto em
δ
2,20 integram para 2H cada um, conclui-se que os H-6a e
H-6b possuem os mesmos deslocamentos químicos que H-3’a e H-3’b. Esses
dados foram confirmados através do mapa de contorno de HSQC (FIGURA
4.93) onde foi observado a correlação dos hidrogênios H-3’a e H-3’b com o
carbono
δ
38,4 e H-6a e H-6b com o carbono em
δ
26,4.
1'
3'
2'
4'
5'
2
3
7
5
4
9
8
12
29
13
18
11
19
O
O
OH
O
H
OH
O
HO
CH
3
OH
O
O
H
H
H
HH
1
6
10 15
30
a
b
a
b
Resultados e Discussões
158
FIGURA 4.92 –
Espectro de COSY H
1
-H
1
do quassinóide 29 (Pyr-d
5
, 400MHz)
FIGURA 4.93 – Mapa de contorno de HSQC do quassinóide 29 (Pyr-d
5
,
400MHz)
A análise do mapa de contorno do espectro de HSQC (FIGURA
4.94) em conjunto com os dados observados no mapa de contorno do espectro
Resultados e Discussões
159
de HMBC (FIGURA 4.95) e dados da literatura (WATERMAN et al., 1984),
permitiu que fossem atribuídos os deslocamentos químicos de todos os carbonos
e hidrogênios do quassinóide 29 (TABELAS 4.28, 4.29 e 4.30).
O espectro de massas de 29 (FIGURA 4.96) obtido por electrospray
modo negativo, mostrou os picos em m/z 493,5, 375,4, 345,4, 301,4 e 117,2,
cujas fragmentações foi proposta no ESQUEMA 4.15, confirmando ser a
glaucarubinona a substância 29.
FIGURA 4.94 – Mapa de contorno de HSQC do quassinóide 29 (Pyr-d
5
,
400MHz)
176,0
O
O
OH
O
H
OH
O
HO
OH
O
O
126,7
41,1
46,0
33,3
42,7
71,5
80,5
111,2
42,7
163,0
198,0
11,3
16,3
84,9
22,9
168,7
26,4
48,6
80,3
34,4
8,9
26,5
75,8
O
O
OH
O
H
OH
O
HO
OH
O
O
H
H
HH
HH
H
H
H
H
H
H
H
H
2,20
4,86
3,40
1,45
2,05 2,20
6,60
6,11
1,57
4,05
2,05
1,74
3,10
2,60
1,27
1,40
2,60
4,21
a
b
ba
3,90
4,20
Resultados e Discussões
160
FIGURA 4.95 – Mapa de contorno de HMBC do quassinóide 29 (Pyr-d
5
,
400MHz).
Resultados e Discussões
161
TABELA 4.28 – Dados de RMN
1
H e RMN
13
C da substância 29
H/C (29) WATERMAN et al., 1984 (29) WATERMAN et al., 1984
1 4,21 (s) 4,24 (s) 84,9 82,6
2 - - 198,0 196,8
3 6,11(q,
J = 1,4Hz) 6,12 (q, J = 2Hz) 126,7 124,8
4 - - 163,0 162,3
5 3,10 (d,
J = 12Hz) 3,11 (dd, J = 10 e 2 Hz) 42,7 43,9
6a 2,05 (m) n.a. 26,4 24,7
6b 2,20 (m) n.a. 26,4 24,7
7 4,86 (m) 4,83 (s) 80,5 77,4
8 - - 48,6 46,8
9 3,40 (s) 3,46 (s) 41,1 41,1
10 - - 46,0 44,5
11 - - 111,2 108,9
12 4,05 (sl) 4,06 (sl) 80,3 78,4
13 2,63 (m) - 33,3 31,4
14 2,60 (m) 2,10 (m) 42,7 44,5
15 6,6 (d,
J = 11,2z) 6,50 (d, J = 12 Hz) 71,5 69,8
16 - - 168,7 166,8
18 1,40 (d,
J = 8Hz) 1,43 (d, J = 8Hz) 16,3 14,8
19 1,57 (sl) 1,58 (s) 11,3 9,9
29 1,74 (s) 1,74 (s) 22,9 22,1
30a 4,20 (d,
J = 9,1Hz) 3,86 (d, J = 9Hz) 71,9 70,0
30b 3,90 (d,
J = 9,1Hz) 3,67 (d, J = 9,1Hz) 71,9 70,0
1’ - - 176,8 174,4
2’ - - 75,8 73,9
3’a 2,20 (m) n.a. 34,4 32,5
3’b 2,05 (m) n.a. 34,4 32,5
4’ 1,27 (t,
J = 7,1Hz) 1,26 (t, J = 7Hz) 8,9 7,6
5’ 1,45 (s) 1,43 (s) 26,5 24,7
Resultados e Discussões
162
TABELA 4.29 – Correlações
1
H –
13
C de 29 observadas no experimento de
HSQC
H (
δ) C (δ)
1 4,21 84,9
3 6,11 126,7
5 3,10 38,7
6a 2,05 26,4
6b 2,20 26,4
7 4,86 80,5
9 3,40 46,0
12 4,05 80,3
13 2,63 33,3
14 2,61 42,7
15 6,6 71,5
18 1,40 16,3
19 1,57 11,3
29 1,74 22,9
30a 4,20 71,9
30b 3,90 71,9
3’a 2,20 34,4
3’b 2,05 34,4
4’ 1,27 8,9
5’ 1,74 26,5
Resultados e Discussões
163
TABELA 4.30 – Correlações
1
H –
13
C com J
2
e J
3
de 29 observadas no
experimento de HMBC
H/C
H (
δ
) C (
δ
)
1 4,21 198,0, 42,7 e 126,7
3 6,11 22,9, 42,7 e 84,9
5 3,10 163,0
6a 2,05 80,5, 42,7 e 46,8
6b 2,20 80,5, 42,7 e 46,8
7 4,86 42,7 e 46,0
9 3,40 11,3, 48,6, 46,8, 71,9 e 84,9
12 4,05 46,0 e 111,2
13 2,63 46,1, 48,6, 71,9 e 80,3
14 2,61 33,3, 46,0, 168,0 e 176,0
15 6,6 33,3, 168,0 e 176,7
18 1,40 80,3, 33,3, e 42,7
19 1,57 42,7, 46,0 e 84,9
29 1,74 42,7, 126,7 e 163,0
30a 4,20 46,0 e 111,2
30b 3,90 11,3, 46,0 e 80,3
3’a 2,20 8,9, 46,0 e 75,8
3’b 2,05 8,9, 26,5 e 75,8
4’ 1,27 34,4, 75,8 e 176,8
5’ 1,74 34,4, 75,8 e 176,8
FIGURA 4.96 – Espectro de massas (ES-) da substância 29
Resultados e Discussões
164
ESQUEMA 4.15: Proposta de fragmentação para o quassinóide 29
Resultados e Discussões
165
ESQUEMA 4.16: Proposta biogenética para os quassinóides 28 e 29 (adaptada
de DEWICK, 2001)
H
HO
tirucalol
isomerização da
dupla
H
HO
butiospernol
O
H
HO
O
H
HO OH
H
HO OH
O
Baeyer Villeger
hidrólise
H
HO
O
H
H
O
H
HO OH
O
O
O
O
H
HO OH
O
O
O
O
H
H
2
O
H
H
HO OH
O
O
H
HO OH
OH
OH
O
H
HO OH
OH
OH
O
H
HO
OH
OO
H
H
HO
O
OO
O
O
H
O
OH
[O]
H
HO O O
O
OH
O
OH
[H]
O
O
OH
HO
H
O
OH
Resultados e Discussões
166
ESQUEMA 4.17: Proposta biogenética para formação do anel A dos
quassinóides 28 e 29 (adaptada de DEWICK, 2001)
4.8 – Identificação dos Derivados do Ácido cinâmico 30 e 31
(30) (31)
A substância 30 foi isolada dos galhos do extrato hexânico de H.
puberula e das folhas do extrato diclorometânico (p. 22 e 27) e a 31 do extrato
diclorometano dos galhos de H. puberula (p. 24).
H
3
CO
H
3
CO
OCH
3
OCH
3
OH
H
1
4
5
3
2
8
7
10
9
6
13
19
18
17
16
15
11
12
14
H
3
CO
H
3
CO
O
OH
H
1
4
5
3
2
8
7
10
9
6
O
O
OH
O
OH
OH
H
O
O
O
OH
O
OH
OH
H
O
HO
[O]
[O]
glaucarubolona
(28)
C
O
O
O
H
C
O
O
H
O
H
O
[O]
O
HO
OH
HO
OH
O
O
O
OH
O
OH
OH
H
OH
O
H
O
O
OH
O
O
OH
H
O
HO
O
OH
glaucarubinona
(29)
aminoacido
Resultados e Discussões
167
Os espectros de RMN
1
H de 30 e 31 (FIGURA 4.97 e 4.98)
apresentaram dois dubletos em aproximadamente
δ
7.60 (J = 16 Hz) e em
δ
6.30
(J = 16 Hz), esses sinais foram atribuídos aos hidrogênios H-7 e H-8,
respectivamente. As constantes de acoplamento de 16 Hz, sugeriram um
acoplamento de hidrogênios em posição trans, sendo H-7, o mais desblindado
devido ao efeito hiperconjugativo dos elétrons da dupla ligação com os da
carbonila.
Ainda no espectro de RMN
1
H de 30 (FIGURA 4.97) o singleto em
δ
6.74 integrando para dois hidrogênios, foi atribuído aos hidrogênios H-2 e H-
6, que possuem o mesmo deslocamento químico por serem quimicamente
equivalentes.
O espectro também indicou a presença de quatro metoxilas duas em
δ
3.87, uma em
δ
3.86 e outra em
δ
3.79, que juntamente com o sinal em
δ
52,2
observado no espectro de RMN
13
C de 30 (FIGURA 4.99) indicou que uma das
metoxilas pertence a um grupo éster, o carbono carbonílico em
δ
167,8
confirmou esse grupo na estrutura de 30, que foi comparado com dados da
literatura como sendo o 3,4,5-trimetoxicinamato de metila (MIYASE et al.,
1983) (TABELA 4.31).
8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5
ppm
6.272.02 1.000.99
3.79
3.87
3.87
6.30
6.38
6.74
7.27
7.56
7.64
Resultados e Discussões
168
FIGURA 4.97 – Espectro de RMN
1
H de 30 (CDCl
3
, 200 MHz)
FIGURA 4.98 – Espectro de RMN
1
H de 31 (CDCl3, 200 MHz)
FIGURA 4.99Espectro de RMN
13
C de 30 (CDCl3, 50 MHz)
7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5
ppm
8.686.12 4.481.931.74 1.15 1.081.00 0.930.85
0.819
0.846
0.879
1.253
1.592
1.662
1.732
2.080
3.795
3.897
4.637
4.669
5.070
5.466
5.498
5.525
6.265
6.344
6.835
6.875
7.050
7.091
7.270
7.594
7.673
180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50
ppm
Chloroform-d
52.12
56.65
61.40
105.83
117.53
130.37
140.72
145.31
153.94
167.82
178.14
Resultados e Discussões
169
TABELA 4.31 – Dados de RMN
1
H e RMN
13
C de 30
H/C
30
(CDCl
3
, 200MHz)
MIYASE
et al., 1983
(CDCl
3
, 200MHz)
30
(CDCl
3
, 50MHz)
9
8
-
6.40
d (J = 16 Hz)
-
6.33 d (J = 16 Hz)
167,8
117,5
7 7.60 d (J = 16 Hz) 7.61 d (J = 16 Hz) 146,3
1 - - 130,4
2 e 6 6.74 (
s) 6.74 (s) 105,8
3 e 5 - - 153,9
9-OCH
3
3,79 (s) 3,81 (s) 52,12
3-OCH
3
3,87 (s) 3,89 (s) 56,6
4-OCH
3
3,86 (s) 3,87 (s) 61,4
5-OCH
3
3,87 (s) 3,89 (s) 56,6
O espectro de RMN
1
H de 31 (FIGURA 4.98) além de apresentar os
dois dubletos em
δ
7.64 (J = 16 Hz) e em
δ
6.30 (J = 16 Hz) referentes aos
hidrogênios H-7 e H-8, respectivamente, apresentou também, dois dubletos em
δ
7.07 (J = 8,0 Hz) e em
δ
6.85 (J = 8,0 Hz) e um singleto em
δ
7.05
caracterizando os hidrogênios de um anel aromático tri-substituído, que foram
atribuídos aos hidrogênios H-6, H-5 e H-2, respectivamente.
Pode-se observar a presença de duas metoxilas em
δ
3.90 e
δ
3.80,
que provavelmente seriam os substituintes em C-3 e C-4.
Os sinais em
δ
5.50 (t, J = 6,4 Hz, 1H) e em
δ
4.65 (d, J = 6,4 Hz,
2H) foram atribuídos aos hidrogênios H-11 e H-10 que acoplam entre si dando
um tripleto e um dubleto, respectivamente.
Os sinais dos hidrogênios H-12 e H-14 aparecem como um
multipleto em
δ
2.08. O tripleto largo em
δ
5.07 foi atribuído a H-15. Os
Resultados e Discussões
170
singletos em
δ
1.73,
δ
1.66 e
δ
1.59 foram atribuídos aos hidrogênios das metilas
sobre dupla ligação: H-18, H-19 e H-17, respectivamente (TABELA 4.32).
As substâncias 30 e 31 foram definidas como sendo ésteres
derivado do ácido cinâmico, proveniente do metabolismo de carboidratos via
ácido chiquímico, que sofreram algumas modificações biogenéticas,
sumarizadas no ESQUEMA 4.18.
ESQUEMA 4.18: Proposta biogenética para as substâncias 30 e 31 (adaptada de
DEWICK, 2001)
Antranilato
sintetase
-HOP
HOOC CH
2
COCOOH
OH
Ácido prefênico
Transaminação
C
OH
OH
O
NH
2
O
O
H
OH
O
NH
2
Fenilalanina
PAL
OH
O
Ácido cinâmico
OMe
O
MeO
MeO
OMe
OH
O
HO
HO
OH
[O]
OH
O
HO
HO
PPO
O
O
HO
HO
O
O
H
3
CO
H
3
CO
COOH
PO
OH
O
H
COOH
O
P
ácido chiquímico
H
EPSP sintetase
COOH
PO
OH
OCOOH
OP
H
HH
-HOP
COOH
PO
OH
O
H
COOH
Ácido corísmic
o
COOH
OH
OCOOH
H
-CO
2
-H
2
O
[O]
SAM
SAM
3,4,5-trimetóxicinamato de metila
(30)
3,4-dimetóxicinamato de geranila
(31)
Resultados e Discussões
171
TABELA 4.32 – Dados de RMN
1
H de 31
H
31
8 6.30 (d, J = 16 Hz)
7 7.64 (d, J = 16 Hz)
2 7.05 (
s)
5 6.85 (
d, J = 8,0 Hz)
6 7.07 (
d, J = 8,0 Hz)
3-OCH
3
3,90 (s)
4-OCH
3
3,80 (s)
1’ 4.65 (
d, J = 6,4 Hz)
2’ 5.50 (
t, J = 6,4 Hz)
4’ e 5’ 2.08 (
m)
6’ 5.07 (
t)
8’-CH
3
1.59 (s)*
10’-CH
3
1.66 (s)*
9’-CH
3
1,73 (s)*
*valores intercambiáveis
Resultados e Discussões
172
4.9 - Caracterização da quitosana
4.9.1 – Grau de desacetilação da quitosana (% GD)
O grau de desacetilação da quitosana foi verificado através de uma
titulação condutimétrica, realizada em triplicata, onde a uma solução de
quitosana acidificada com HCl em excesso foi adicionada NaOH. A FIGURA
4.100 representa o protótipo da curva de titulação, sendo que, a curva apresentou
dois pontos de inflexão, onde o primeiro representa o ponto de equivalência do
excesso de ácido forte e o segundo, a forma ácida do polímero. A diferença entre
esses pontos corresponde ao volume de base utilizada para neutralizar os grupos
aminos livres. A reação ocorrida nessa titulação pôde ser representada pelas
seguintes equações:
2 HCl
O
CH
2
OH
O
NH
2
n
O
CH
2
OH
O
NH
3
n
HCl Cl
excesso
HCl + NaOH
NaCl + H
2
O
O
CH
2
OH
O
NH
3
n
+ NaOH
O
CH
2
OH
O
NH
2
n
+ H
2
O + Na
O grau médio de desacetilação (% GD) foi calculado segundo a
equação:
% GD = M x (V
1
- V
2
) x 161 x 100
W
Resultados e Discussões
173
Sendo:
M = molaridade da solução de NaOH
V
1
= volume de NaOH utilizado para neutralizar o excesso de HCl
V
2
= volume de NaOH utilizado para neutralizar a quitosana protonada
W = massa da amostra utilizada para a titulação
FIGURA 4.100 – Curva da titulação condutimétrica da quitosana.
Foi obtido para a quitosana testada % GD = 66,7 %, significando
que em 200 mg da amostra de quitosana, 66,7 % delas estão com os grupos
aminos livres, ou seja, que 33,3 % dos grupos aminos se encontram acetilados,
sendo este a % GA.
0
2
4
6
8
10
12
14
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18
Vol de NaOH (mL)
condutância (mS)
Resultados e Discussões
174
4.9.2 – RMN
13
C da quitosana
Através do experimento de RMN
13
C da quitosana (FIGURA 4.101)
pôde-se observar a presença do carbono anomérico C-1 em aproximadamente
δ
98,0. Os sinais em
δ
60,1 e
δ
70,5 foram atribuídos aos carbonos C-6 e C-3,
respectivamente, sendo o sinal em
δ
60,1, característico de carbono de álcool
primário. Os sinais em
δ
76,5,
δ
75,0 e
δ
56,0 foram atribuídos aos carbonos C-
4, C-5 e C-2, respectivamente.
Os sinais com deslocamento químico em 180,1
δ
e 22,5
δ
estão
relacionados ao carbono carbonílico e ao carbono metilíco, sugerindo que a
quitosana não se encontra totalmente desacetilada.
FIGURA 4.101 – Espectro de RMN
13
C da quitosana (D
2
O/HCl 1% v/v, 100
MHz)
Resultados e Discussões
175
Após a preparação das microesferas de quitosana através do
processo de coacervação de fases, foi realizada análise da porosimetria das
partículas formadas e posteriormente experimento de MEV para verificar a
morfologia das mesmas.
Uma vez verificado que as partículas formadas possuiam poros, o
mesmo procedimento para a obtenção das microesferas foi realizado
incorporando uma flavona comercial no processo de coacervação de fases no
qual foi verificado através de experimento de RMN
1
H que a mesma não teve sua
estrutura modificada.
4.9.3 – Porosimetria de Mercúrio
A análise de volume acumulado por grama de microesfera em
função da distribuição do tamanho dos poros revelou que o tamanho médio dos
poros é de 1.063 A. A existência de poros facilitará a entrada e posteriormente a
liberação da substância ativa.
4.9.4 – Espectroscopia Eletrônica por Varredura (MEV)
A FIGURA 4.102 ilustra a fotomicrografada por microscopia
eletrônica de varredura com aumento de 50x , mostrando um diâmetro médio de
1,43 (+- 0,20) mm, que foi determinado a partir da média de três esferas,
utilizando-se as medidas dos diâmetros nos eixos vertical e horizontal de cada
esfera.
O
O
HO
OH
NH
2
O
O
OH
HO
NH
2
O
O
OH
HO
NHCOCH
3
1
3
4
2
5
6
n
Resultados e Discussões
176
FIGURA 4.102 – Imagens de MEV das esferas de quitosana com aumento de
50x
Observou-se a presença de poros na superfície da esfera de
quitosana (FIGURA 4.103) fotomicrografada com aumento de 3.000x. A
presença destes poros, no processo de microencapsulamento das substâncias, é
de extrema importância, pois indica que a substância pode ser incorporada às
esferas e ser facilmente liberada posteriormente.
Resultados e Discussões
177
FIGURA 4.103 – Imagens de MEV das esferas de quitosana com aumento de
3000x
O uso do agente reticulante bifuncional glutaraldeído serviu para
inibir a solubilização através da formação de bases de Schiff com os grupos
amino livres da unidade glucosamina do polímero. A reticulação das esferas de
quitosana com glutaraldeído fez com que elas ganhassem uma camada protetora,
dando maior resistência às esferas, conforme mencionado no Item 1.2.1.
O trabalho realizado permitiu a obtenção de esferas com
propriedades adequadas para o processo de microencapsulamento, porém o
tamanho das partículas obtidas não atingiu o esperado, ou seja, não foram
obtidas microcápsulas (100 a 1000µm). Como o diâmetro das partículas é
dependente do processo utilizado, faz-se necessário à utilização de uma nova
metodologia para obtenção de partículas menores.
Resultados e Discussões
178
ATIVIDADES BIOLÓGICAS
Atividades Biológicas
179
5 – Atividades Biológicas
5.1 - Ensaios por ingestão em operárias de Atta sexdens
rubropilosa
Analisando os resultados obtidos das atividades dos extratos de H.
puberula e S. versicolor nos ensaios por ingestão em formigas cortadeiras
(TABELA 5.1), observou-se que, com exceção dos extratos hexânico das folhas
(SVFH), do caule (SVCH) e dos galhos (SVGH) os demais extratos de S.
versicolor apresentaram atividade inseticida significativa nos ensaios com as
operárias de Atta sexdens rubropilosa. Estes resultados podem ser facilmente
visualizados nos gráficos de curva de sobrevivência das formigas cortadeiras
representados nas FIGURAS 5.1, 5.2 e 5.3, que foram agrupadas com o intuito
de se comparar os mesmos extratos (hexânico, diclorometânico e metanólico),
mas de partes diferentes da planta.
Todos os extratos de H. puberula apresentaram atividade inseticida
significativa nos ensaios realizados com A. sexdens rubropilosa, onde,
comparando-se as curvas referentes aos extratos ensaiados, diferenciaram-se da
curva referente ao controle, como apresentados nas FIGURAS 5.4, 5.5 e 5.6.
Atividades Biológicas
180
TABELA 5.1 – Efeito dos extratos de S. versicolor e H. puberula nos ensaios
por ingestão em operárias de Atta sexdens rubropilosa
Parte Vegetal Extrato
S
50
S
50
controle
SVFH 16 16
SVFD 10
d
16
Folhas SVFM 7
d
16
HPFH 4
d
23
HPFD 6
d
23
HPFM 16
d
23
SVGH 14 16
SVGD 7
d
16
Galhos SVGM 8
d
16
HPGH 6
d
23
HPGD 7
d
23
HPGM 5
d
23
SVCH 15 16
SVCD 9
d
16
SVCM 6
d
16
Caule HPCH 4
d
23
HPCD 6
d
23
HPCM 16
d
23
SV = Simarouba versicolor; HP = Helietta puberula,; C = caule; G = galhos; F = folhas; H = hexano; D =
diclorometano; M = metanol
S
50
= sobrevivência mediana/dias
Concentração: 2 mg/mL
d
diferença significativa de acordo com o teste estatístico log-rank (p<0,05)
Atividades Biológicas
181
FIGURA 5.1 – Curva de sobrevivência das formigas cortadeiras, utilizando os
extratos hexânicos das folhas, galhos e caule de S. versicolor
FIGURA 5.2 – Curva de sobrevivência das formigas cortadeiras, utilizando os
extratos diclorometânicos das folhas, galhos e caule de S. versicolor
Atividades Biológicas
182
FIGURA 5.3 – Curva de sobrevivência das formigas cortadeiras, utilizando os
extratos metanólicos das folhas, galhos e caule de S. versicolor
FIGURA 5.4 – Curva de sobrevivência das formigas cortadeiras, utilizando os
extratos hexânicos das folhas, galhos e caule de H. puberula
Atividades Biológicas
183
FIGURA 5.5 – Curva de sobrevivência das formigas cortadeiras utilizando os
extratos diclorometânicos das folhas, galhos e caule de H. puberula
FIGURA 5.6 – Curva de sobrevivência das formigas cortadeiras, utilizando os
extratos metanólicos das folhas, galhos e caule de H. puberula
As frações obtidas através do particionamento dos extratos
metanólicos de H. puberula e S. versicolor foram submetidas a ensaios por
ingestão utilizando-se formigas cortadeiras. Os resultados referentes às partições
Atividades Biológicas
184
dos extratos estão apresentados na TABELA 5.2. Os resultados foram analisados
estatísticamente utilizando-se o teste log-rank (p < 0,05).
TABELA 5.2 – Efeito das partições obtidas dos extratos metanólicos de H.
puberula e S. versicolor nos ensaios por ingestão em formigas cortadeiras
Planta Parte vegetal Fração Código S
50
*
Hexânica HPCMH 11
Diclorometânica HPCMD 9
d
Acetato de etila HPCMA 17
caule
hidroalcoólico HPCMHid 17
Hexânica HPFMH 11
Diclorometânica HPFMD 7
d
Acetato de etila HPFMA 15
folhas
hidroalcoólico HPFMHid 17
Hexânica HPGMH 13
Diclorometânica HPGMD 10
d
Acetato de etila HPGMA 15
H. puberula
galhos
hidroalcoólico HPGMHid 15
Hexânica SVCMH 10
d
Diclorometânica SVCMD 4
d
Acetato de etila SVCMA 4
d
caule
hidroalcoólico SVCMHid 10
d
Hexânica SVFMH 16
Diclorometânica SVFMD 4
d
Acetato de etila SVFMA 9
d
folhas
hidroalcoólico SVFMHid 18
Hexânica SVGMH 11
Diclorometânica SVGMD 3
d
Acetato de etila SVGMA 7
d
S. versicolor
galhos
hidroalcoólico SVGMHid 9
d
*controle = 18 dias
SV = Simarouba versicolor; HP = Helietta puberula,; C = caule; G = galhos; F = folhas; H = hexano; D =
diclorometano; M = metanol; A = acetato de eltila; Hid = hidroalcoolico
S
50
= sobrevivência mediana/dias
Concentração: 2 mg/mL
d
diferença significativa de acordo com o teste estatístico log-rank (p<0,05)
Atividades Biológicas
185
5.2 – Atividade inibitória sobre o fungo simbionte Leucoagaricus
gongylophorus
Os extratos brutos de S. versicolor e H. puberula foram utilizados
para ensaios in vitro em relação ao cresciemento do fungo simbionte das
formigas cortadeiras. Todos os extratos foram ensaiados a concentração de 1000
µg/mL.
Na FIGURA 5.7, observou-se que, com exceção dos extratos
SVFH, SVGH e SVCD, todos os demais extratos apresentaram atividade
inibitória significativa no fungo L. gongylophorus, sendo os extratos SVFD,
SVFM, SVCH e SVCM, os mais ativos, apresentando 100 % de inibição.
Na FIGURA 5.8 observou-se que os extratos HPFH, HPFD, HPFM,
HPGH, HPGD, HPGM e HPCM de H. puberula foram os mais ativos, inibindo
100 % do desenvolvimento do fungo simbionte.
As frações HPCMH, SVCMHid, SVCMD, SVFMD, SVGMD,
SVGMA e SVGMHid obtidas dos particionamentos dos extratos metanólicos de
H. puberula e S. versicolor inibiram em 100 % o crescimento do fungo
simbionte (TABELA 5.3) .
Atividades Biológicas
186
FIGURA 5.7 – Efeito dos extratos de S. versicolor sobre o desenvolvimento do
fungo simbionte [1000µg/mL]
FIGURA 5.8 – Efeito dos extratos de H. puberula sobre o desenvolvimento do
fungo simbionte [1000µg/mL]
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
% Inibição
SVFH SVFD SVFM SVGH SVGD SVGM SVCH SVCD SVC M
Extratos
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
% de Inibição
HPFH HPFM HPGD HPCH HPCM
Extratos
Atividades Biológicas
187
TABELA 5.3 – Efeito das partições obtidas dos extratos metanólicos de H.
puberula e S. versicolor sobre o fungo simbionte
Planta Parte vegetal Fração Código % inibição
Hexânica HPCMH 100
Diclorometânica HPCMD 40
Acetato de etila HPCMA 80
caule
hidroalcoólico HPCMHid 60
Hexânica HPFMH 80
Diclorometânica HPFMD 80
Acetato de etila HPFMA 40
folhas
hidroalcoólico HPFMHid 20
Hexânica HPGMH 60
Diclorometânica HPGMD 20
Acetato de etila HPGMA 20
H. puberula
galhos
hidroalcoólico HPGMHid 40
Hexânica SVCMH 20
Diclorometânica SVCMD 100
Acetato de etila SVCMA 60
caule
hidroalcoólico SVCMHid 100
Hexânica SVFMH 0
Diclorometânica SVFMD 100
Acetato de etila SVFMA 80
folhas
hidroalcoólico SVFMHid 0
Hexânica SVGMH 40
Diclorometânica SVGMD 100
Acetato de etila SVGMA 100
S. versicolor
galhos
hidroalcoólico SVGMHid 100
*concentração utilizada: 500 µg.mL
-1
*controle com e sem solvente: 0 % de inibição
SV = Simarouba versicolor; HP = Helietta puberula,; C = caule; G = galhos; F = folhas; H = hexano; D =
diclorometano; M = metanol; A = acetato de eltila; Hid = hidroalcoolico
5.3 – Atividade inibitória frente às pectinases
Os extratos de S. versicolor e H. puberula foram submetidos a
ensaios in vitro utilizando-se enzimas pectinases. Essas enzimas existem nas
formigas cortadeiras e no seu fungo simbionte e são polissacaridases fúngicas
necessárias para a degradação de polissacarídeos a mono e dissacarídeos que são
parte da alimentação das formigas. Os resultados obtidos para os extratos, estão
Atividades Biológicas
188
representados na TABELA 5.4, onde os extratos diclorometânico dos galhos de
S. versicolor (SVGD), os extratos hexânicos dos galhos e caules de H. puberula
(HPGH e HPCH), foram os que apresentaram melhores resultados, inibindo em
96, 92 e 83 % a ativividade enzimática. Segundo o teste estatístico Mann
Whitney, o extrato metanólico dos galhos de S. versicolor (SVGM) também
pode ser considerado significativo. As frações provenientes dos extratos
metanólicos de H. puberula não apresentaram bons resultados, mas as frações
SVCMA, SVCMHid, SVFMHid, SVGMD, SVGMA e SVGMHid de S.
versicolor, mostraram bons resultados.
TABELA 5.4 – Efeito dos extratos brutos de S. versicolor e H. puberula sobre a
atividade de pectinase
Parte Vegetal Extrato Efeito
(%)
SVFH -
SVFD -
Folhas SVFM -
HPFH -
HPFD -
HPFM -
SVGH -
SVGD 96
Galhos SVGM 37*
HPGH 92
HPGD -
HPGM -
SVCH -
SVCD -
SVCM -
Caule HPCH 83
HPCD -
HPCM -
(*) extrato que apresentou inibição estatisticamente significativa segundo o teste Mann Whitney (95 %)
-: não apresentaram efeito significativo
SV = Simarouba versicolor; HP = Helietta puberula,; C = caule; G = galhos; F = folhas; H = hexano; D = diclorometano; M
= metanol
Atividades Biológicas
189
TABELA 5.5 – Atividade das partições obtidas dos extratos metanólicos de H.
puberula e S. versicolor sobre a enzima pectinase
Planta Parte vegetal Partição Código % Efeito
Hexânica HPCMH 82
Diclorometânica HPCMD 85
Acetato de etila HPCMA 94
caule
hidroalcoólico HPCMHid 86
Hexânica HPFMH 89
Diclorometânica HPFMD -
Acetato de etila HPFMA 98
folhas
hidroalcoólico HPFMHid -
Hexânica HPGMH -
Diclorometânica HPGMD 90
Acetato de etila HPGMA 97
H. puberula
galhos
hidroalcoólico HPGMHid 98
Hexânica SVCMH 72
Diclorometânica SVCMD 72
Acetato de etila SVCMA 20*
caule
hidroalcoólico SVCMHid 15*
Hexânica SVFMH 88
Diclorometânica SVFMD 83
Acetato de etila SVFMA 40
folhas
hidroalcoólico SVFMHid 29*
Hexânica SVGMH 94
Diclorometânica SVGMD 31*
Acetato de etila SVGMA 6*
S. versicolor
galhos
hidroalcoólico SVGMHid 6*
(*) frações que apresentaram inibição significativa segundo o teste Mann Whitney (95 %) (p < 0,05)
-: não apresentaram efeito significativo
SV = Simarouba versicolor; HP = Helietta puberula,; C = caule; G = galhos; F = folhas; H = hexano; D = diclorometano; M
= metanol; A = acetato de eltila; Hid = hidroalcoolico
Atividades Biológicas
190
5.4 – Atividade das substâncias isoladas nos ensaios por ingestão
em formigas cortadeiras, no fungo simbionte e nas enzimas
pectinases
As substâncias puras isoladas em maiores quantidades foram
submetidas aos ensaios biológicos por ingestão utilizando as formigas
cortadeiras, o fungo L. gongylophorus e as enzimas pectinases (TABELA 5.6).
Dentre as substâncias testadas, verificou-se que os esteróides 1 e 2, triterpenos 6
e 7 e as cumarinas 23, 24, 26 e 27 não apresentaram efeito significativo nos
modelos biológicos testados.
Os alcalóides do tipo furoquinolínicos 9 e 12, apresentaram inibição
de 100 % no crescimento do fungo simbionte . Já os alcalóides 10, 11 e 13
apresentaram inibição de 80 % no crescimento dos mesmos. Analisando-se as
estruturas dessas substâncias 913, observou-se que os alcalóides não
substituídos na posição C-8 são um pouco mais ativos para inibição do fungo.
Os alcalóides 11 e 12, também apresentaram bons resultados no ensaio com
formigas cortadeiras, ocasionando uma sobrevivência mediana de 7 e 9 dias,
respectivamente, num experimento de 23 dias (controle). As substâncias 9 e 13
também inibiram significativamente a atividade enzimática das pectinases.
Sendo no geral, os alcalóides do tipo furoquinolínicos muito promissores para
serem utilizados em iscas granuladas, uma vez que são muito comuns na família
Rutaceae.
Os alcalóides do tipo cantin-6-ona 15 e 16 também encontrados
com certa facilidade na família Simaroubaceae, apresentaram bons resultados
nos ensaios por ingestão com as formigas cortadeiras e no ensaio com o fungo L.
gongylophorus, ocasionando 100% de inibição no crescimento do fungo
simbionte.
Os quassinóides 28 e 29 também apresentaram sobrevivência média
de 10 dias, num experimento de 23 dias no controle de formigas cortadeiras,
Atividades Biológicas
191
sendo que o quassinóide 29 apresentou 80 % de inibição no crescimento do
fungo simbionte.
A flavanona apresentou 80 % de inibição no desenvolvimento do
fungo simbionte, esta substância já havia sido anteriormente testada por um
aluno do grupo apresentando o mesmo resultado.
Foi observado que o triterpeno 5 provocou uma atividade
estimulante no crescimento do fungo simbionte.
As demais substâncias testadas não apresentaram resultados
satisfatórios nos modelos biológicos selecionados.
TABELA 5.6 – Efeito das substâncias puras nos ensaios por ingestão utilizando-
se formigas cortadeiras, nos ensaios com o fungo simbionte e com as enzimas
pectinases
substâncias
Extratos
provenientes
S
50
** % inibição
fungo
simbionte*
% Efeito
enzimático
(0,7mg/mL)
Sitosterol (1) HPGD/SVGMD/HPGH 23 0
Sitostenona (2) SVGMD/HPFH 23 0
Eurileno (5) SVCMD - #
Lupeol (6) HPFH 23 20
Lupenona (7) HPGH 16 0
N-metil-4-metóxi-2-quinolona (8) HPFH - 80 96
Dictamina (9) HPGH 10
d
100 100
δ
-fagarina (10)
HPGH 19 80
Kokusaginina (11) HPFD 7
d
80
Maculina (12) HPGH 9
d
100
Flindersiamina (13) HPFD 18 80 94
4,5-dimetóxicantin-6-ona (15) SVGMD 14
d
100
5-metóxicantin-6-ona (16) SVGMD 7
d
100
7-hidróxicumarina (23) SVCMD - 0
6,7-dimetóxicumarina (24) SVCMD - 0
Glaucarubolona (28) SVGMD 10
d
80
Glaucarubinona (29) SVCMD 10
d
80
Flavanona (19) SVFMD - 80
5,7,3’,4’,5’-pentametóxiflavona
(21)
SVFMD - 0
3-(1’,1’-dimetilalil)cumarina (26) HPCMH - 0
Metileter-graveliferona (27) HPCMH - 0
*Controle positivo: 0% e Controle negativo (anfotericina ®) 10µg/mL: 20% concentração das substâncias puras.: 10µg/mL
**S
50
controle: 23 dias
-: substâncias não testadas
d
diferença significativa de acordo com o teste estatístico log-rank (p<0,05)
Atividades Biológicas
192
# = ocasionou ativação no crescimento do fungo simbionte
= não apresentaram resultados significativos
SV = Simarouba versicolor; HP = Helietta puberula,; C = caule; G = galhos; F = folhas; H = hexano; D = diclorometano; M
= metanol; A = acetato de eltila; Hid = hidroalcoolico
CONCLUSÕES
Conclusões
193
6 – Conclusões
O estudo fitoquímico de H. puberula (Rutaceae) e S. versicolor
(Simaroubaceae), biomonitorado por ensaios biológicos nas formigas cortadeiras
(Atta sexdens rubropilosa), no fungo simbionte (Leucoagaricus gongylophorus)
e nas enzimas pectinases, permitiu o isolamento de 31 metabólitos secundários
como os alcalóides do tipo furoquinolícos, acridônico, cantinônicos e
β
-
carbolinicos; cumarinas; triterpenos; esteróides; flavonóides; derivados do ácido
cinâmico e de quassinóides.
A ocorrência de quassinóides, triterpenos, flavonóides e alcalóides
do tipo cantinônicos e
β
-carbolinicos em S. versicolor, já havia sido descrita em
outros estudos com plantas da família Simaroubaceae sendo esta, uma
característica marcante da mesma. Já o estudo fitoquímico realizado para H.
puberula vem a contribuir para o conhecimento do gênero Helietta, pois poucos
relatos existem na literatura sobre esta espécie. As substâncias como os
alcalóides, cumarinas, esteróides e triterpenos, isoladas de H. puberula estão
dentro do perfil químico da família Rutaceae.
Em concordância com as expectativas iniciais deste trabalho, os
resultados dos ensaios biológicos com extratos e frações mostraram que as
plantas selecionadas são bastante promissoras como fontes de compostos com
potencial para novos estudos direcionados ao controle de formigas cortadeiras,
pois com exceção dos extratos hexânico das folhas e do extrato hexânico do
caule, os demais extratos de S. versicolor apresentaram atividade significativa
frente às operárias de Atta sexdens rubropilosa e todos os extratos de H.
puberula foram ativos frente às mesmas. Em relação aos extratos brutos de S.
versicolor, com exceção dos extratos hexânico das folhas e galhos e do extrato
diclorometânico do caule, os demais extratos inibiram totalmente o crescimento
do fungo L. gongylophorus. Os extratos hexânico, diclorometânico e metanólico
das folhas e dos galhos e o extrato metanólico do caule de H. puberula inibiram
Conclusões
194
em 100 % o desenvolvimento do fungo simbionte. Quanto ao efeito sobre a
atividade enzimática, somente os extratos hexânico dos galhos e do caule de H.
puberula e diclorometânico dos galhos de S. versicolor inibiram as enzimas
pectinases.
Das substâncias isoladas das duas espécies estudadas, os alcalóides
do tipo furoquinolínicos (913) e cantinônicos (15 e 16) e os quassinóides (28
e 29) foram os que apresentaram resultados mais promissores frente aos
modelos biológicos selecionados, podendo futuramente serem objetos de
estudos adicionais, para uma eventual utilização em iscas granuladas, pois são
bastante comuns em suas famílias.
A atividade estimulante do crescimento do fungo L. gongylophorus,
promovida pelo triterpeno 5, é um resultado muito interessante, pois há a
possibilidade de utilizar esse tipo de substância para reduzir o tempo utilizado
para realização dos ensaios biológicos com o fungo simbionte.
Os resultados obtidos com a quitosana como matriz no processo de
microencapsulamento de substâncias tóxicas, mostraram-se muito promissores,
pois para sua decomposição e conseqüentemente liberação do material
encapsulado ela requer meio ácido e elevada umidade, condições essas,
presentes no interior do formigueiro, cujo pH varia em torno de 4 – 6 e possui
umidade relativa de 90%, tornando-se muito viável a utilização dessa matriz.
Sendo a quitosana uma substância de fácil obtenção, fácil manuseio e
principalmente de baixo custo, torna-se viável um aprofundamento neste estudo
com a finalidade de se obter partículas menores do que as obtidas deste trabalho.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Referências Bibliográficas
195
7 – Referências Bibliográficas
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