no plano intersubjetivo − a diferença entre elas não está na
natureza, mas no modo de operar segundo se trate de
relações da pessoa com o público, interpessoal, ou dela
consigo mesma, no mundo privado.
[...] embora as leis que regem as funções superiores sejam as
mesmas, a maneira como elas funcionam ou operam varia de
pessoa para pessoa. Isso quer dizer que se pensar, falar, sentir,
rememorar, sonhar etc. são processos regulados pelas mesmas
leis históricas, o que cada pessoa pensa, fala, sente, rememora,
sonha etc. é função da sua história social [...] é função do que o
outro das múltiplas relações sociais em que ela está envolvida
pensa, fala, sente, rememora, sonha etc. Insistindo em que não
são as idéias, as palavras, os sentimentos, as lembranças, sonhos
etc. do outro que são internalizados, mas a significação que eles
têm para o eu, pois a conversão do social em pessoal é um
processo semiótico. (PINO, 2000, p.73)
As situações em que formas culturais, simbólicas, ou funções
psíquicas superiores têm seu caráter social evidenciado, podem nos indicar
contextos apropriados para estudos dentro da abordagem vigotskiana ou,
em que essa abordagem possa ser utilizada como referencial teórico. A
escola, e especificamente a sala de aula, constitui-se em um ambiente
cultural, construído pelo homem com a finalidade de disseminar e perpetuar
sua construção intelectual − em síntese, a sua própria história −, e a
simbologia científica que viabiliza e dá significado a esse conjunto de
informações.
O estudo da física implica na aquisição de grande quantidade
conteúdos abstratos e simbólicos, que devem ser decodificados para o
aluno, de início no plano intersubjetivo, para que possam ser incorporada no
seu universo intrasubjetivo, incrementando o desenvolvimento de suas