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Juliana Beaudette Drummond
ESTUDO DOS GENES WNT4 E CTNNB1 NA SÍNDROME DE MAYER-
ROKITANSKY-KÜSTER-HAUSER
Universidade Federal de Minas Gerais
Belo Horizonte
2007
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Juliana Beaudette Drummond
ESTUDO DOS GENES WNT4 E CTNNB1 NA SÍNDROME DE MAYER-
ROKITANSKY-KÜSTER-HAUSER
Trabalho apresentado ao Programa de Pós-
graduação em Farmacologia Bioquímica e
Molecular do Instituto de Ciências Biológicas da
Universidade Federal de Minas Gerais como
requisito parcial à obtenção do título de mestre.
Orientador: Prof. Luiz Armando De Marco
Co-orientador: Prof. Fernando M. Reis
Universidade Federal De Minas Gerais
Belo Horizonte
2007
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AGRADECIMENTOS
Ao professor Luiz Armando De Marco, por sua orientação, amizade, pela confiança
em mim depositada e pela oportunidade de ter realizado esse trabalho.
Ao professor Fernando M. Reis, por ceder as pacientes ao estudo, pelo incentivo na
carreira acadêmica, e por suas palavras sempre encorajadoras nos momentos difíceis.
À professora Wolfanga Lentz Monteiro Boson, exemplo maior de dedicação à
medicina e seriedade no trabalho desenvolvido no laboratório, por sua preciosa ajuda e
amizade.
Aos meus pais, fonte incondicional de apoio, por todo o amor e doação infindável
aos meus projetos de vida.
Ao meu irmão João Miguel, por seu carinho e amizade.
Ao meu marido César, por seu amor, companheirismo, compreensão e incentivo.
À professora e amiga Maria Marta Sarquis Soares, por sua ajuda constante e por seu
exemplo de motivação com a endocrinologia e a biologia molecular.
Aos mestres Thomaz, Eduardo,Víctor e toda equipe do Hospital Felício Rocho, que
me introduziram na “arte” da Endocrinologia e me proporcionaram a oportunidade de
crescer como pessoa e profissional.
Ao Dr. Paulo Dias do Nascimento, pelo convite à Integração da Equipe do Hospital
Mater Dei, à Bia, pelo exemplo de determinação e alegria, e às demais queridas colegas de
trabalho:Márcia, Érika e Suélem.
Aos colegas de Laboratório: Juliana, Paulo, Débora, Bete, Gislene, Ana Luiza, Gui,
Gabriela, Bruna, Júlia, Dani, Bruno, Renan e Karen pelo apoio, ajuda, amizade e pela boa
convivência que tornaram muito mais amenos os momentos difíceis durantes os
experimentos, e, em especial, ao Flávio, à Paôlla e à Letícia, pelo acolhimento e
ensinamentos valorosos, e à Cidinha, pela preciosa contribuição ao trabalho.
Às técnicas Marília, Viviane e Altina pelo trabalho que tanto adianta e facilita nossa
vida no laboratório.
Aos pacientes e familiares pela boa vontade em participar desse projeto.
Aos meus amigos e a todos aqueles que acreditaram e que de alguma forma
contribuíram para a realização desse trabalho.
A Deus, pela a graça de uma nova vida que muito nos alegrará em 2007.
LISTA DE ABRAVIATURAS
A absorbância
ALK
anaplastic lymphoma kinase
AMH hormônio anti-Mülleriano
AMHRII receptor tipo 2 do AMH
APC
adenomatous polyposis of the colon
BMP proteína óssea morfogenética
BMP-4
proteína óssea morfogenética, gene 4
cDNA DNA complementar
CTNNB1
β-catenina-1, gene
Cyp26b1
família 26 do citocromo P450, membro b1
dATP desoxi-adenosina trifosfato
DAX1 dosage-sensitive sex-reversal(DSS)-adrenal hypoplasia congênita (AHC)
critical region on the X chromossome, gene 1
dCTP desoxi-citidina trifosfato
dGTP desoxi-guanosina trifosfato
DNA ácido desoxiribonucleico
ddNTP didesoxi-nucleotídeo trifosfato
Dkks
dickkopf
dNTP desoxi-nucleotideo trifosfato
dsDNA DNA de fita dupla
DSH
dishevelled, gene
dTTP desoxi-timidina trifosfato
E dia embrionário
EDTA ácido tetra etileno diamino
Emx-2 empty spiracles, drosophila, 2, homolog of, gene
FISH hibridização in situ por fluorescência
FSH hormônio folículo estimulante
FZ
frizzled
g gravidade
GALT
galactose-1-phosphate uridyl-transferase,gene
GATA-4
gata-binding protein 4
GSK-3β
glycogen synthase kinase 3 β
HOXA homeobox a
HOS síndrome de Holt-Oram
HSPG
heparin-sulfated forms of proteoglycans
Insl 3 fator de crescimento insulina símile tipo 3
Kb kilobase
KFS síndrome de Klippel-Feil
LEF/TCF
lymphoid enhancer binding factor/ T cell-specific factor
LHX-9 lim-homeobox gene 9
LHX-1
Lim-homeobox protein-1
LRP
lipoprotein related protein
LTAP
loop tail associated protein
Mb megabase
MgCl
2
cloreto de magnésio
MIM
Mendelian Inheritance in Man
mM milimolar
M
MP2 matrix metalloproteinase gene family member 2
MUCRS aplasia mulleriana, aplasia renal, displasia cérvico-torácica
ng nanogramas
nm nanômetro
nmol nanomol
ml mililitro
PAGE eletroforese em gel de poliacrilamida
PAX-2 paired box gene 2
PAX-8 paired box gene 8
PCR reação em cadeia da polimerase
pb pares de base
PBX1
pre-b-cell leukemia transcription factor-1
pH potencial de hidrogênio
pmol picomol
RAR receptor do ácido retinóico
RXR receptor retinóide X
RNA ácido ribonucléico
SDHEA sulfato de dehidroepiandrosterona
Sf1
steroidogenic factor -1, gene
SFRP
secreted frizzled related protein
siRNA
small interfering RNA
Smad
mothers against decapentaplegic related gene product
SMRKH síndrome de Mayer-Rokitansky-Küster-Hauser
SOX-9
sry-related high-mobility group (HMG) box 9, gene
SRY
sex-determining region on the Y chromossome, gene
SSCP polimorfismo conformacional de fita única
STRA8 stimulated by retinoic acid gene 8
Taq
thermus acquaticus
TAR
trombocytopenia-absent-radius syndrome
TBX1
t-box factor 1, gene
TBX5
t-box factor 5, gene
TE TRIS-EDTA
TGF-β
transforming growth factor β
TRIS tris-hidroximetiletilenodiamino
TSR
template supression reagent
VANGL-2
van gogh-like 2, gene
WIF fator inibidor dos WNTs
WNT
wingless-type MMTV integration site family
WNT4 wingless-type MMTV integration site family, member 4
WT1
Wilms tumor, gene
CÓDIGOS PARA NUCLEOTÍDEOS E AMINOÁCIDOS
NUCLEOTÍDEOS
A Adenina
C Citosina
G Guanina
T Timina
AMINOÁCIDOS
D Ácido Aspártico I Isoleucina
E Ácido Glutâmico L Leucina
A Alanina K Lisina
R Arginina M Metionina
N Asparagina P Prolina
C Cisteína S Serina
F Fenilalanina Y Tirosina
G Glicina T Treonina
Q Glutamina W Triptofano
H Histidina V Valina
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Alterações fenotípicas do trato reprodutor feminino (TRF) relacionadas a
deleções gênicas em camundongos......................................................................................14
Tabela 2: Características clínicas e laboratoriais das pacientes portadoras da SMRKH
estudadas.............................................................................................................................. 29
Tabela 3: Protocolo de coloração pela prata ...................................................................... 39
Tabela 4: Componentes para a reação de sequenciamento................................................. 41
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Origem das gônadas bi-potenciais....................................................................... 04
Figura 2: Migração das células germinativas durante a embriogênese............................... 05
Figura 3: Padrão sexual dimórfico do desenvolvimento das células germinativas.............06
Figura 4: Via canônica da sinalização dos WNTs...............................................................08
Figura 5: Gene WNT4..........................................................................................................09
Figura 6: Papel do WNT4 na determinação do sexo feminino............................................11
Figura 7: Determinação e diferenciação sexual dimórficas.................................................12
Figura 8: Vias de sinalização do AMH................................................................................19
Figura 9: Ação do AMH na crista urogenital......................................................................20
Figura 10: MMP2 como efetor da via AMH.......................................................................22
Figura 11: Estrutura e localização do gene CTNNB1..........................................................23
Figura 12: PAGE - gene WNT4...........................................................................................44
Figura 13: Segmento de cromatograma do gene WNT4 (paciente 3)..................................45
Figura 14: Segmento de cromatograma do gene WNT4 (controle)......................................45
Figura 15: PAGE - exon 3 do gene CTNNB1......................................................................46
Figura 16: Segmento de cromatograma do gene CTNNB1..................................................46
RESUMO
A Síndrome de Mayer-Rokitansky-Kuster-Hauser (SMRKH), caracterizada pela
malformação congênita do trato genital feminino, é a segunda causa mais freqüente de
amenorréia primária em nosso meio, acometendo uma em cada 5000 mulheres nascidas
vivas. No entanto, a base molecular da SMRKH ainda não é conhecida. A elucidação dos
processos envolvidos na patogênese da SMRKH não só nos permitiria a compreensão desta
condição relativamente comum, como também faria uma grande contribuição ao
conhecimento sobre o controle genético da diferenciação sexual dos seres humanos,
principalmente no tocante ao sexo feminino, que até recentemente, foi considerado o sexo
da ausência.
Com esses objetivos em vista, procuramos estudar dois genes amplamente
envolvidos na determinação e diferenciação do sexo feminino – WNT4 e CTNNB1 (β-
catenina 1, gene) – em pacientes portadoras da SMRKH. O gene WNT4 é crucial para a
manutenção da arquitetura ovariana durante o desenvolvimento embrionário e para a
formação dos ductos de Müller. Recentemente, mutações no gene WNT4 foram descritas
em pacientes portadoras de anomalias do trato genital feminino e hiperandrogenismo. No
entanto, tais achados não foram confirmados em outros grupos de pacientes portadoras da
SMRKH.
A β-catenina tem participação importante nas vias de sinalização dos WNTs e do
hormônio anti-Mülleriano (AMH), principal responsável pela regressão dos ductos de
Müller no sexo masculino. A estimulação das células mesenquimais peri-ductais pelo AMH
determina acúmulo da β-catenina. O exon 3 do gene CTNNB1 abriga seqüências
nucleotídicas responsáveis pela codificação dos sítios de fosforilação da β-catenina,
essenciais para sua degradação; mutações nesses sítios determinam acúmulo citoplasmático
e nuclear da β-catenina, e poderiam determinar, em última instância, regressão anômala dos
ductos de Müller nas pacientes afetadas.
Estudamos seis pacientes portadoras da SMRKH, provenientes de um centro de
infertilidade no Brasil. Os 5 exons do gene WNT4 e o exon 3 do gene CTNNB1 foram
amplificados por PCR, com a utilização de iniciadores específicos, a partir de DNA
genômico. Os produtos de PCR foram purificados e sequenciados em um sequenciador
automático. Não encontramos mutações nos cinco exons do gene WNT4, tampouco no
exon 3 do gene CTNNB1 no grupo de pacientes estudadas.
Em nosso estudo, concluímos que mutações da região codificadora do gene WNT4
não estão associadas com a SMRKH e a procura de mutações nesse gene deve ser reservada
para pacientes com anormalidades nos derivados de Müller associadas ao
hiperandrogenismo. A presença de mutações no exon 3 do gene CTNNB1 é uma causa
improvável da SMRKH. Outras moléculas efetoras das vias de sinalização WNT e AMH
deveriam ser estudadas em busca do esclarecimento da base molecular da SMRKH, que
ainda permanece obscura.
ABSTRACT
The Mayer-Rokitansky-Küster-Hauser (MRKH) syndrome is a congenital
malformation of the female genital tract and is the second cause of primary amenorrhea,
affecting one in every 5000 female live births. The genetic defect associated with the
Mayer-Rokitansky-Küster-Hauser (MRKH) syndrome has not been determined. Its
elucidation would not only shed light up on the pathogenesis of the MRKH syndrome, but
would greatly contribute to the general understanding of the genetic control of human fetal
sexual development, specially the female sex, which has always been considered the default
pathway.
We conducted this study to investigate whether two genes extensively involved with
female sexual determination and differentiation - WNT4 and CTNNB1 (β-catenin-1, gene) -
are affected in patients with Müllerian defects. The gene WNT4 is crucial for maintenance
of ovarian structure during fetal life and for Müllerian duct formation. Recently, WNT4
gene mutations were described in patients with Müllerian duct regression and
hyperandrogenism. Nevertheless, this finding has not been confirmed in other groups of
patients with the MRKH syndrome.
β-catenin is a key downstream component of both WNTs and AMH (anti-Müllerian
hormone) signaling pathways; AMH is directly responsible for Müllerian duct regression in
males and leads to β-catenin stabilization in periductal mesenchymal cells. β-catenin
serine/threonine phosphorilation sites are codified by nucleotidic sequences in the exon 3
of the CTNNB1. Mutations affecting this exon protect β-catenin protein from degradation,
leading to its accumulation in the citoplasm and nucleus, which could ultimately contribute
to a putative abnormal regression of the Müllerian ducts.
Six female patients with the MRKH syndrome presenting to a Brazilian infertility
center were studied. DNA was extracted from peripheral blood and subjected to PCR. After
purification of PCR products, direct DNA automated sequencing to screen for nucleotide
variation of the five coding exons of the WNT4 and the exon 3 of the CTNNB1 gene was
performed. No significant nucleotidic variations on the WNT4 gene or on the exon 3 of
CTNNB1 were found in this group of MRKH patients.
In our study we concluded that WNT4 gene mutations are not associated with the
MRKH syndrome. Screening for WNT4 mutations should be reserved for patients
presenting with Müllerian defects and associated hyperandrogenism. Mutations on the exon
3 of CTNNB1 gene are an unlikely cause of the MRKH syndrome. Other dowstream
effector molecules of the WNTs and AMH signaling pathways should be investigated in
attempt to elucidate the genetic defect associated with the MRKH syndrome.
SUMÁRIO
1. Introdução...........................................................................................................................1
1.1 Determinação sexual............................................................................................3
1.1.1 Formação da gônada bi-potencial................................................................4
1.1.2 Importância das células germinativas..........................................................5
1.1.3 Fatores somáticos envolvidos na gênese ovariana – gene WNT4...............7
1.2 Diferenciação sexual ........................................................................................11
1.2.1 Biologia molecular da formação e diferenciação dos ductos de Müller....13
1.2.2 Regressão dos ductos de Müller.................................................................17
1.2.2.1 Hormônio anti-Mülleriano (AMH)................................................17
1.2.2.2 Ação do AMH nos tecidos.............................................................19
1.2.3 β-catenina/LEF-1 figuram como mediadores da ação do AMH................22
2.Objetivos............................................................................................................................25
3. Materiais e métodos..........................................................................................................27
3.1 Pacientes..............................................................................................................28
3.2 Amostras de sangue ............................................................................................33
3.3 Extração do DNA ...............................................................................................33
3.3.1 Extração do DNA de leucócitos periféricos (genômico).............................33
3.3.2 Separação de leucócitos do sangue total.....................................................34
3.4 Quantificação do DNA.......................................................................................35
3.5 Reação em cadeia de polimerase (PCR).............................................................36
3.6 Eletroforese em gel de poliacrilamida (PAGE)..................................................38
3.7 Coloração pela prata............................................................................................39
3.8 Purificação dos produtos de PCR........................................................................40
3.9 Sequenciamento automático................................................................................41
4. Resultados.........................................................................................................................43
4.1 Estudo do gene WNT4........................................................................................44
4.2 Estudo do gene CTNNB1....................................................................................46
5. Discussão...........................................................................................................................47
6. Conclusões........................................................................................................................56
7. Referências bibliográficas.................................................................................................58
8. Anexos...............................................................................................................................70
Anexo A.......................................................................................................................71
Anexo B.......................................................................................................................72
Anexo C.......................................................................................................................73
Anexo D.......................................................................................................................74
Anexo E.......................................................................................................................75
Anexo F........................................................................................................................76
Anexo G.......................................................................................................................77
Anexo H.......................................................................................................................78
Anexo I.........................................................................................................................80
Anexo J.........................................................................................................................81
Anexo L........................................................................................................................82
1-INTRODUÇÃO
1. INTRODUÇÃO
A síndrome de Mayer-Rokitansky-Küster-Hauser (SMRKH) (MIM #277000) é um
distúrbio de diferenciação sexual que acomete cerca de 1 em cada 5000 mulheres nascidas
vivas (Hughes, 2004). A SMRKH se caracteriza por amenorréia primária e malformações
do trato genital interno em mulheres com função ovariana normal e características sexuais
secundárias bem desenvolvidas.
O trato genital interno feminino pode apresentar diferentes graus de acometimento,
compreendendo desde atresia do terço superior da vagina até completa agenesia das tubas
uterinas, útero e terço superior da vagina. Malformações renais, esqueléticas e auditivas
também podem estar presentes (Griffin, 1976).
O trato genital interno feminino se origina a partir da diferenciação dos ductos de
Müller, ductos primordiais presentes na crista urogenital em ambos os sexos. A partir da
oitava semana de gestação, ocorre a diferenciação dos ductos de Müller no sexo feminino,
enquanto, no sexo masculino, sob a ação do hormônio anti-Mülleriano (AMH), há
regressão completa dos mesmos.
Nas pacientes portadoras da SMRKH, algum fator ainda desconhecido interfere
nesse processo tão crucial, seja inibindo a formação e/ou correta diferenciação dos ductos
de Müller ou determinando a regressão anômala dos mesmos (Mello, 2005).
Para melhor compreendermos os processos patológicos que possam estar presentes
na SMRKH, detalharemos os mecanismos moleculares envolvidos na determinação e
diferenciação sexual, enfatizando os genes envolvidos na formação dos genitais internos do
sexo feminino.
1.1-Determinação sexual
A determinação sexual depende da combinação cromossômica do embrião.
Formam-se testículos, na presença do cromossomo Y (46,XY), ou ovários, na ausência de
um cromossomo Y e presença de um segundo cromossomo X (46,XX) (MacLaughlin,
2004).
A identificação do gene SRY (Sex-determining Region on the Y chromossome – fator
determinante testicular), localizado no braço curto de cromossomo Y (Page, 1987),
permitiu aguçar nossa compreensão sobre os mecanismos envolvidos no processo de
determinação sexual. Acredita-se que a função da proteína SRY seja regular a expressão de
vários outros genes envolvidos na diferenciação testicular, resultando na produção de
testosterona pelas células de Leydig e de AMH pelas células de Sertoli, hormônios cruciais
para a determinação do fenótipo masculino (Mello, 2005).
Em seres humanos, a expressão do SRY se inicia na sexta semana de gestação,
coincidindo com a diferenciação das gônadas primordiais em testículos. Em camundongos,
sua expressão na gônada XY se inicia por volta do décimo dia embrionário (E 10.5-E 11),
quando as glândulas bi-potencias são ainda morfologicamente indistinguíveis.
A produção de camundongos transgênicos 46,XX que desenvolveram fenótipo
masculino pela introdução do gene Sry no seu genótipo (Koopman 1991) e a detecção do
gene SRY em 80% dos casos de Homem XX (MIM 278850) (Abbas,1990) comprovam o
papel biológico da proteína SRY na determinação testicular. No entanto, a não detecção da
proteína SRY no restante dos casos de Homem XX indica que outros genes, que não o SRY,
autossômicos e/ou ligados ao X, têm participação efetiva na determinação sexual e fazem
parte de um mecanismo muito mais complexo do que antes se supunha.
No tocante ao desenvolvimento sexual feminino, o antigo conceito de que este seria
consequente à simples ausência do SRY, ou seja, o desenvolvimento da “falta”, tem sido
rebatido. Inúmeras evidências indicam que a diferenciação das gônadas bi-potenciais em
ovários seja um processo extremamente ativo e dependente da interação de vários fatores,
entre esses o SRY (Hughes, 2004), como veremos a seguir.
1.1.1- Formação da gônada bi-potencial
A maior parte de nossos conhecimentos sobre a formação da gônada bi-potencial
resulta de estudos em camundongos. Nesses mamíferos, a gônada bi-potencial se origina a
partir da crista urogenital, que, por sua vez, se origina da superfície do mesonéfron no
décimo dia embrionário (E 10). O mesonéfron origina-se do mesoderma intermediário,
presente na região dorsal da cavidade celômica. Vários fatores de transcrição estão
envolvidos nesse processo, tais como Emx-2, Wt1, Lhx-9, Sf-1 e Gata-4, sendo que a
deleção dos seus respectivos genes resulta na degeneração das gônadas, em ambos os sexos
(Yao, 2005) (Figura 1).
Mesoderma
intermediário
EMX-2, SF-1, LHX-9
WT1, GATA-4
Crista
urogenital
Saco
vitelino
Notocorda
Gônada
bipotencial
Embrião em
desenvolvimento
Figura 1: Origem das gônadas bi-potenciais: Desenho esquemático demonstrando origem mesodérmica das
gônadas bi-potencias, dependente de vários fatores de transcrição. Adaptada de Maclaughlin, 2004
1.1.2 Importância das células germinativas
As células germinativas primordiais, inicialmente detectadas no epiblasto proximal,
migram
igura 2: Migração das células germinativas durante a embriogênese. Adaptada de Maclaughlin, 2004
O desenvolvimento sexual dimórfico, ou seja, diferente no sexo masculino e
feminin
até a crista urogenital, onde se formará a gônada bi-potencial (MacLaughlin, 2004).
Essa migração é dependente da interação de diversos fatores de transcrição. A inibição da
expressão dos genes Fragilis e Stella resulta na ausência de células germinativas na crista
urogenital. Bmp4 (bone morphogenic protein-4) é responsável pela indução da expressão de
Fragilis e Stella, integrando também a lista dos genes envolvidos neste complexo processo
(figura 2). Somente as células germinativas que alcançam a crista genital sobrevivem; as
demais sofrem apoptose, exceto em raras exceções, podendo, no futuro, formar tumores de
células germinativas (MacLaughlin, 2004).
F
o, se inicia logo após a formação da gônada bi-potencial. A principal diferença
entre as organizações testicular e ovariana é o envolvimento das células germinativas. O
desenvolvimento testicular progride normalmente na ausência das células germinativas; em
contraste, na gônada XX, os folículos ovarianos não se formam na ausência das mesmas,
evidenciando o seu papel crítico na organização e manutenção da arquitetura ovariana
(Yao, 2005).
Células e
p
ibláticas Estria
p
rimitiva
Alantóide
Intestino
posterior
Crista urogenital
e gônadas
BMP4
Fragilis
Stella
O início da meiose das células germinativas nos dois sexos ocorre em diferentes
etapas
a expressão de Stra 8 (Stimulated by Retinoic Acid
Gene 8
adrão sexual dimórfico do desenvolvimento das células germinativas. No sexo masculino, as
las germinativas só iniciam a meiose após o nascimento. Sry atuaria através da inibição de stra 8, inibindo
e esta divergência parece ser de extrema importância para o desenvolvimento sexual
dimórfico. As células germinativas femininas iniciam a meiose ainda durante a
embriogênese, em E 13.5. Já as células germinativas masculinas somente iniciam a meiose
após o nascimento (Koubova, 2006).
Estudos recentes indicam que
) pelas células germinativas é essencial para a iniciação da meiose em ambos os
sexos. A expressão de Stra 8, estimulada pelo ácido retinóico, é observada nos ovários
embrionários em E 12.5, precedendo em 1 dia o início da meiose. Ao contrário, a expressão
de Stra 8 não é detectada nos testículos embrionários, e só o será nas células germinativas
no período pós-natal. Especula-se que Sry estimule indiretamente a expressão de Cyp26b1,
enzima responsável pela degradação do ácido retinóico, nas células somáticas próximas aos
cordões testiculares em formação, inibindo assim a expressão de Stra 8, e
conseqüentemente, o início da meiose durante a embriogênese nas gônadas XY (Koubova,
2006) (figura 3).
F
célu
igura 3: P
assim o início da meiose. No sexo feminino, a meiose se inicia no período embrionário, sendo essencial para a
correta diferenciação da estrutura ovariana. Adaptada de MacLaughlin, 2004
Células germinativas
ma ulinas (XY)
as
mininas (XX)
sc
Células germinativ
fe
Pára em G0
Mitose
Mitose
Meiose
Nasci
Nascimento
Fator inibidor da meiose – SRY ? Stra 8
mento
1.1.3 Fatores somáticos envolvidos na gênese ovariana – gene WNT4
das XX não eram
import
e fatores de sinalização. A família dos genes
WNT c
gar ao domínio
extrace
diferentes
vias. A
Até recentemente, acreditava-se que as células somáticas das gôna
antes para o desenvolvimento inicial dos ovários. Com a expansão dos estudos na
área, foram identificados vários genes autossômicos envolvidos na determinação sexual
com destaque especial para o gene WNT4 (Wingless-type MMTV integration site family,
member 4) (Mello, 2005; Mittwoch, 2005).
O WNT4 pertence à família WNT d
odifica um grande grupo de glicoproteínas altamente conservadas, que apresentam
ação crucial em processos de desenvolvimento embrionário (Logan, 2004).
Para exercer sua função, esses fatores de sinalização devem se li
lular rico em cisteína dos receptores frizzled (FZ), que constituem uma grande
família de receptores transmembrânicos, associados à proteína G (Logan, 2004).
Os fatores de sinalização WNTs podem regular os eventos celulares por
via canônica, principal via envolvida na determinação sexual e a mais bem
estudada, envolve a regulação da β-catenina (figura 4). As vias não canônicas incluem as
vias Wnt/Ca+ e Wnt/ras que afetam primariamente o citoesqueleto de actina e a polaridade
planar celular (processo em que as células se desenvolvem com orientação uniforme dentro
do plano de um epitélio) (Hou, 2004).
Figura 4: Via canônica da sinalização dos WNTs. Em células não expostas aos WNTs (esquerda), o
complexo GSK-3β/APC/Axina fosforila a β-catenina, estimulando sua degradação. As proteínas WNTs
(direita), ao se ligarem aos receptores de membrana FZ/ LRP (complexo Frizzled/ Low Density Lipoprotein
(LDL)-receptor related protein), transmitem o sinal para proteínas citoplasmáticas, Axina e Dsh, que
provavelmente interagem diretamente, desestabilizando o complexo GSK-3β/APC/Axina, inibindo sua
atividade serina-treonina quinase, determinando um acúmulo de β-catenina no citoplasma.
Conseqüentemente, há translocação da β-catenina para o núcleo, formando complexos com fatores de
transcrição, tais como LEF/TCF, estimulando a transcrição de genes alvo. Adaptada de Logan, 2004
O gene WNT4 é composto por cinco exons, e está localizado no braço curto do
cromossomo um (1p31-1p35) (figura 5). A duplicação dessa região está associada com
reversão sexual XY em seres humanos, ou seja indivíduos XY com fenótipo feminino
(Jordan, 2001). A hipótese mais aceita para explicar esse intrigante achado é que WNT4
ative a transcrição de DAX-1 (Dosage-sensitive sex-reversal (DSS)-adrenal hypoplasia
congênita (AHC) critical region on the X chromossome, gene 1), também conhecido como
fator antitesticular, cuja duplicação em seres humanos causa disgenesia gonadal e reversão
sexual XY (MIM #300018) (Bardoni, 1994).
Figura 5: Gene WNT4: Marcação por FISH e figura esquemática com marcação por banda G – cromossomo
1. Adaptada de Jordan, 2001.
Consistente com essa hipótese, observou-se que, em camundongos, a ativação da
via canônica pelo Wnt4 permite a estabilização da β-catenina, que, por sua vez, através da
sua heterodimerização com LEF/TCF, em sinergismo com Sf-1, ativa a região promotora
de Dax-1. Observou-se ainda que a formação de heterodímeros entre Dax-1 e Sf-1
reprimiria a expressão de genes determinantes testiculares, como Sry e Sox-9 (Swain, 1998,
Mizusaki, 2003).
A deleção de Wnt-4 em camundongos resulta em agenesia renal e agenesia dos
ductos de Müller em ambos os sexos. No sexo feminino, a deleção de Wnt-4 determina
ainda produção ectópica de testosterona, persistência dos ductos de Wolff, e perda das
células germinativas (Vainio, 1999).
Assim, a gonadogênese feminina parece depender não só da ausência de expressão
de SRY, mas também da expressão de WNT4 e DAX-1 (Vainio, 1999; Menke, 2002). A
molécula de sinalização WNT4 inibe o desenvolvimento do vaso celômico (marcador
precoce do desenvolvimento testicular) nas gônadas femininas e preserva as células
germinativas ovarianas em meiose (Yao, 2005), fundamentais para a manutenção da
arquitetura ovariana. Além do seu papel crucial na determinação sexual feminina, a
molécula de sinalização Wnt 4 é também essencial no processo de invaginação do epitélio
celômico para a formação dos ductos de Müller.
Em 2004, mutação em heterozigose do gene WNT4 foi descrita em uma paciente
com fenótipo semelhante à SMRKH – amenorréia primária, características sexuais
secundárias femininas bem desenvolvidas, agenesia uterina e vaginal, aplasia renal
unilateral, cariótipo 46 XX – além de hiperandrogenismo clínico e laboratorial, e ovários
ectópicos. Sequenciamento do DNA genômico dessa paciente revelou uma mutação
“missense” (de sentido trocado) no exon cinco, determinando a troca do glutamato na
posição 226 por uma glicina. O estudo funcional da mutação demonstrou alteração na
modificação lipídica da proteína mutante com conseqüente prejuízo na sua secreção
parácrina. Células transfectadas com a proteína mutante não apresentaram estabilização dos
níveis de β-catenina, em contraposição às células selvagens, evidenciando o defeito na
cascata de sinalização do WNT4 (Biason-Lauber, 2004).
O achado dessa mutação em uma paciente com distúrbio da formação do trato
genital interno feminino reforçou ainda mais o importante papel do gene WNT4 na cascata
de desenvolvimento sexual feminino, que pode ser representado pela figura 6:
Figura 6: Papel do WNT4 na determinação do sexo
feminino. Após a formação da gônada bi-potencial, a
ação sinérgica entre DAX-1 (fator antitesticular) e
WNT4 (fator pró-ovariano) inibe a expressão de SRY e
SOX-9, permitindo a correta diferenciação da gônada
bi-potencial em ovários. O gene WNT-4 é também
essencial para a formação dos ductos de Muller.
Adaptada de Hughes, 2004.
1. 2- Diferenciação sexual
Após a determinação sexual, ocorre a diferenciação sexual, ou seja, resposta
tecidual aos hormônios produzidos pelas gônadas, ovários ou testículos. Curiosamente, os
primórdios do trato genital feminino e masculino estão presentes em ambos os sexos. A
teoria clássica da diferenciação sexual propõe que, no sexo masculino, após a determinação
sexual, o testículo fetal secreta, entre outros hormônios, AMH, testosterona e fator de
crescimento insulina símile tipo 3 (Insl3). A testosterona promove a diferenciação dos
ductos de Wolff em epidídimos, ductos deferentes e vesículas seminais, o AMH promove a
regressão dos ductos de Müller e os três hormônios em conjunto contribuem para a descida
testicular. No sexo feminino, na ausência destes hormônios, há degeneração dos ductos de
Wolff e os ductos de Müller se diferenciam em tubas uterinas, útero, cérvix e terço superior
da vagina (figura 7) (Kobayashi, 2003).
Figura 7: Determinação e diferenciação sexual dimórficas. Após a
formação de testículos no sexo masculino, sob influência de SRY e SOX-9, a
secreção de AMH, testosterona e Insl3 determinam conjuntamente a regressão
dos ductos de Müller e diferenciação dos ductos de Wolff em genitália interna
masculina. No sexo feminino, na ausência desses hormônios, ocorre
exatamente o contrário – regressão dos ductos de Wolff e diferenciação dos
ductos de Müller em genitália interna feminina. Adaptada de Kobayashi,
2003.
Novos conhecimentos sobre a diferenciação sexual no sexo feminino têm, no
entanto, despertado críticas à teoria clássica. A diferenciação dos ductos de Müller no trato
genital interno feminino é um processo complexo, que não depende apenas da ausência dos
hormônios masculinos. A compreensão dos fatores envolvidos na formação da genitália
interna feminina pode nos fornecer informações importantes na elucidação dos mecanismos
patológicos envolvidos na SMRKH.
1.2.1 Biologia molecular da formação e diferenciação dos ductos de Müller
Os ductos de Müller se formam através de uma invaginação do epitélio celômico,
lateralmente aos ductos mesonéfricos. Além do papel crucial do gene Wnt4 nesse processo,
vários outros genes que codificam fatores de transcrição e moléculas de sinalização como
Pax-2 (paired-box-gene 2), Pax-8 (paired-box-gene 8), Lhx-1 (lim-homeobox protein-1),
Emx-2 (empty spiracles, drosophila 2, homolog of, gene), Ltap (loop tail associated
protein), Hoxa (homeobox a) 10, Hoxa 11, Hoxa 13 , Wnt5a, Wnt7 e genes dos receptores
do ácido retinóico (RAR α1, RXRα1, RARβ2 e RARγ) são importantes para a correta
formação e diferenciação do trato reprodutor feminino em mamíferos – tabela 1
(Kobayashi, 2003). Em camundongos, deleções desses genes causam defeitos na formação
do trato reprodutor feminino. Em seres humanos, mutações dos mesmos poderiam estar
envolvidas na patogênese da SMRKH.
Tabela 1: Alterações fenotípicas do trato reprodutor feminino (TRF)
relacionadas a deleções gênicas em camundongos
Gene Localização Fenótipo
Pax 2 Ch 19 Ausência do TRF
Lhx1 Ch 11 Ausência do TRF
Emx2 Ch 19 Ausência do TRF
Wnt4 Ch 4 Ausência do TRF
Wnt5a Ch 14 Anormalidades das glândulas uterinas
Wnt7a Ch 6 Transformação homeótica* das tubas
em útero e útero em vagina
Ltap Ch 1 Vagina em fundo cego
Hoxa 10 Ch 6 Transformação homeótica do útero
anterior em tubas
Hoxa 11 Ch 6 Transformação homeótica parcial do
útero anterior em tubas
Hoxa 13 Ch 6 Transformação homeótica da cérvix
em útero
RARα Ch 11 Ausência de TRF
RARβ Ch 14 Ausência de TRF
RXR Ch 2 Ausência de TRF
*Transformação homeótica: transformação de uma estrutura em
outra adjacente.
Pax-2 é amplamente expresso nos tecidos mesenquimais e epiteliais do sistema
urogenital e controla múltiplos processos durante seu desenvolvimento. Pax-2 e Pax-8
parecem atuar em conjunto na formação e desenvolvimento dos ductos de Müller.
Camundongos nocautes para Pax-2 não formam rins, ductos de Müller ou ductos de Wolff
(Torres, 1995), enquanto camundongos nocautes para Pax-8 desenvolvem normalmente o
trato reprodutivo e o sistema renal. O desenvolvimento dos ductos de Müller em duplos
mutantes ainda não foi estudado.
Lhx-1 parece ser essencial para a formação do epitélio dos ductos de Müller. A
expressão de Lhx-1 é detectada nas células precursoras dos ductos de Müller, na porção
anterior do mesonéfron. Camundongos do sexo feminino nocautes para Lhx-1 não
desenvolvem as tubas uterinas, útero e terço superior da vagina, enquanto os machos não
desenvolvem os ductos de Wolff. Lhx-1 mantém estreita ligação com Wnt-4. Camundongos
nocautes para Wnt-4 expressam Lhx-1 nas células precursoras dos ductos de Müller, no
entanto, na ausência do estímulo pelo Wnt-4, estas células não são capazes de invaginar
para a formação dos mesmos. Lhx-1 também é importante para o desenvolvimento cerebral
anterior e, na grande maioria das vezes, sua deleção é incompatível com vida por falência
na fusão córion-alantóide, impossibilitando conexão materno-fetal (Kobayashi, 2004).
Emx-2 é expresso nos componentes epiteliais do sistema urogenital, além de ser
essencial para o desenvolvimento do telencéfalo dorsal. A deleção de Emx-2 determina
agenesia do trato reprodutivo, gônadas e rins em ambos os sexos, fenótipo incompatível
com a vida (Miyamoto, 1997). Nesses animais a expressão de Pax-2 e Lim-1 no
mesênquima metanéfrico está significativamente reduzida e a expressão de Wnt-4 não é
detectável. Como vimos anteriormente, o gene Wnt-4 é essencial para a invaginação do
epitélio celômico, passo inicial na formação dos ductos de Müller.
O gene Ltap codifica a proteína Ltap (ou Vangl2), essencial na via de polarização
planar celular, (Montcouquiol, 2003). Camundongos do sexo feminino, mutantes para Ltap,
apresentam imperfuração da vagina. É provável que Ltap atue através da modulação da
sinalização da via Wnt (Kobayashi, 2003).
Os receptores do ácido retinóico são importantes para diversas etapas do
desenvolvimento embriológico de diferentes órgãos e tecidos (Mendelsohn, 1994). A
deleção isolada de um único receptor do ácido retinóico parece não afetar a diferenciação
dos ductos de Müller, enquanto deleções combinadas podem determinar desde defeitos
parciais até completa agenesia do trato genital feminino. Duplos mutantes RARα/RARβ2 e
RXRα/RARα apresentam agenesia bilateral completa dos derivados mullerianos, enquanto a
combinação da deleção de RXRα com a inativação de qualquer outro RAR determina
defeitos no desenvolvimento da porção caudal dos mesmos (Kastner, 1997).
Genes Hox (homeobox) também têm um papel bem definido no desenvolvimento
embrionário: eles determinam a identidade no eixo corporal antero-posterior, sendo
fundamentais na correta segmentação do organismo (Daftary, 2006). Hoxa-13 é expresso
na cérvix uterina e no terço superior da vagina e parece ser importante para a formação dos
ductos de Müller em ambos os sexos. Camundongos do sexo feminino nocautes para Hoxa-
13 não desenvolvem a porção distal do trato genital. O gene Wnt-5a interage com outros
genes Hox (Hoxa 10 e 11) e juntos participam também da correta diferenciação segmentar
dos ductos de Müller. Mutações no gene Hoxa10, por exemplo, causam transformação
homeótica anterior no trato genital, ou seja, a porção anterior do útero se transforma na
porção mais anterior das tubas uterinas nas fêmeas (Benson, 1996). O gene Wnt5-a é
necessário para as interações epitélio-mesenquimais uterinas, tendo sua fundamental
importância na estimulação do crescimento do trato reprodutivo feminino após o
nascimento, na formação das glândulas uterinas e modulando sua resposta ao estímulo
estrogênico (Mericskay, 2004).
Os ductos de Müller em formação expressam ainda outro membro da família WNT,
o Wnt7-a, essencial para a correta diferenciação dos mesmos. A deleção de Wnt7-a em
camundongos do sexo feminino determina infertilidade por desenvolvimento anômalo de
tubas uterinas e útero, enquanto a deleção no sexo masculino determina persistência dos
ductos de Müller, uma vez que na ausência de Wnt7-a não há expressão do receptor tipo 2
do hormônio anti-Mülleriano (AMHRII) (Parr, 1998).
Constatamos, portanto, que a formação e a diferenciação dos ductos de Müller são
processos complexos, dependentes da interação de diversos fatores coordenados; perda e/ou
prejuízo de função de um ou mais desses poderiam estar associados com o fenótipo
observado nas pacientes portadoras da SMRKH.
Como alternativa a um defeito de formação e/ou diferenciação dos ductos de Müller
para explicar as alterações presentes na SMRKH, especula-se sobre a hipótese de que esses
se formariam corretamente, mas sofreriam regressão, como ocorre no sexo masculino, por
algum defeito no controle dos fatores envolvidos nesse processo. Detalharemos abaixo o
processo normal de regressão dos ductos de ller, a fim de identificarmos os principais
mecanismos moleculares que poderiam sofrer alterações nas pacientes portadoras da
SMRKH, determinando disgenesia do trato genital feminino.
1.2.2 Regressão dos ductos de Müller
1.2.2.1 Hormônio anti-Mülleriano (AMH)
A regressão dos ductos de Müller no embrião do sexo masculino é um efeito
inequívoco do hormônio anti-mulleriano (AMH), uma glicoproteína secretada pelas células
de Sertoli (Allard, 2000).
A presença de uma substância com propriedades anti-Müllerianas foi sugerida pela
primeira vez por um pioneiro cientista francês, Alfred Jost (1973). Ele comparou a
diferenciação sexual em fetos castrados submetidos a transplante com tecido testicular ou
implante de propionato de testosterona. Ele observou que no primeiro grupo houve
diferenciação dos ductos de Wolff no trato genital masculino e regressão dos ductos de
Müller. No entanto, no grupo que recebeu apenas testosterona, os ductos de Müller se
diferenciaram em trato genital feminino e os ductos de Wolff em trato genital masculino.
Desta forma, Jost provou que um outro “produto” testicular diferente da testosterona era
responsável pela regressão dos ductos de Müller nos fetos masculinos. Em 1978 foi
elucidada a natureza glicoprotéica homodimérica do AMH e, em 1986, a sequência
codificadora do AMH foi descrita (Rey, 2005).
Evidências robustas da importância da ação do AMH na regressão dos ductos de
Müller advêm de estudos em animais: camundongos transgênicos do sexo feminino que
hiperexpressam o gene Amh não desenvolvem tubas uterinas ou útero, indicando que as
fêmeas possuem todo o aparato necessário para a regressão dos ductos de Müller, uma vez
estimuladas pelo Amh. Por outro lado, camundongos do sexo masculino com deleção de
Amh apresentam persistência dos ductos de Müller (Allard, 2000).
A janela de sensibilidade dos ductos de Müller ao AMH é transitória, ocorrendo
entre E13.5 e 14.5 nos camundongos e entre a oitava e a nona semana de gestação nos seres
humanos. Após esse período crítico, os ductos de Müller se tornam insensíveis ao AMH,
ressaltando a importância de um estrito controle cronológico durante a embriogênese (Rey,
2005).
Curiosamente, o AMH também é produzido pelas células granulosas do ovário,
homólogas às células de Sertoli testiculares, onde participa do controle do recrutamento do
folículo primordial e na seleção do folículo dominante durante a ovulação (Visser, 2006).
No entanto, esta produção só se inicia no período peri-natal, fora da janela de sensibilidade
(Rajpert-De Meyts, 1999).
A expressão do AMH é ativada pela ligação de SOX-9 à sua região promotora.
Vários outros fatores, como SF-1, GATA-4 e WT-1, são co-ativadores da transcrição de
AMH, enquanto DAX-1, conhecido como fator antitesticular, induz sinal inibitório (Rey,
2005).
1.2.2.2 Ação do AMH nos tecidos.
O AMH é membro da família TGF-β (Transforming growth factor β) e sinaliza
através do acoplamento de dois receptores com atividade serina/treonina quinase. Após a
ligação do AMH ao seu receptor tipo 2 (tecido-específico), um receptor tipo 1 não
específico (ALK 2,3 ou 6) é recrutado para que ocorra a transmissão do sinal (figura 8). Os
receptores do tipo 1 também participam da cascata de sinalização das proteínas ósseas
morfogenéticas (BMP) e fosforilam R-smads (receptor-regulated mothers against
decapentaplegic related gene product) 1,5 e 8 (Zhan, 2006).
Outras vias propostas de sinalização do AMH incluem a estimulação do acúmulo de
β-catenina e sua associação com LEF-1, e a indução da ligação das subunidades do fator
nuclear κβ ao DNA (Josso, 2003).
Figura 8: Vias de sinalização do AMH. A ligação do AMH ao receptor tipo 2 (AMHR2) determina a formação de um complexo entre
este e um dos receptores do tipo 1 (ALK 2,3 e 6). A ativação do receptor tipo 1 leva à fosforilação das moléculas Smads 1,5 ou 8, que se
ligam à Smad 4 e entram no núcleo para ativar genes específicos da vias Bmp como Xvent2 e Tlx2. Vias de sinalização acessórias
incluem a estabilização da β-catenina com conseqüente translocação nuclear e sua ligação à LEF-1, e a indução da atividade de NFκβ.
Adaptada de Josso, 2003.
O padrão dimórfico de expressão do receptor tipo 2 do AMH (AMHRII) parece ser
crucial para a regressão ou não dos ductos de Müller. A expressão do AMHRII é detectada
inicialmente no epitélio celômico em ambos os sexos. No sexo masculino, a presença do
AMH induz a migração das células que expressam o AMHRII do epitélio celômico para o
mesênquima que circunda os ductos de Müller, enquanto no sexo feminino, na ausência do
AMH, o padrão de expressão no epitélio celômico é mantido (figura 9). Essa transição
epitélio-mesenquimal, AMH dependente, é de fundamental importância no processo de
regressão dos ductos de Müller no sexo masculino (Zhan, 2006), ao passo que, a ausência
da migração das células que expressam o AMHRII para o mesênquima peri-ductal, no sexo
feminino, em condições fisiológicas, impede a regressão dos mesmos.
Epitélio celômico
AMHRII
AMH
M ductos de Müller
W ductos de Wolff
Figura 9: Ação do AMH na crista urogenital. No sexo
masculino a ligação do AMH ao seu receptor estimula a
migração das células que expressam o AMHRII do epitélio
celômico para ao mesênquima peri-ductal, contribuindo para a
regressão dos ductos de Müller. No sexo feminino, na ausência
do AMH, estas células permanecem no epitélio celômico, não
ocorrendo, portanto, a regressão dos ductos de Müller. Adaptada
de Zhan, 2006.
A ligação do AMH aos seus receptores nas células mesenquimais determina
apoptose das células epiteliais dos ductos de Müller por dois diferentes processos: (1)
apoptose tipo 1, rápida fagocitose dos corpos apoptóticos pelas células vizinhas; (2)
apoptose tipo 2, específica dos ductos de Müller no sexo masculino, caracterizada pela
ruptura da membrana basal e entrada das células epiteliais no compartimento mesenquimal
(transformação epitélio-mesenquimal), onde os corpos apoptóticos são fagocitados (Xavier,
2003). A regressão dos ductos de Müller segue um padrão crânio-caudal, concordante com
a cronologia crânio-caudal da expressão do AMHRII.
O AMH não tem, portanto, efeito direto sobre as células epiteliais. A sua ação
depende da interação epitélio-mesenquimal. Acredita-se portanto que o mesênquima que
circunda os ductos de Müller produza um fator parácrino que determina a apoptose das
células epiteliais ou reprima um fator necessário para a sobrevivência das mesmas.
(Roberts, 2002).
A proteína MMP2 (matrix metalloproteinase 2) figura como provável candidata a
esse papel (figura 10). MMP2 é secretada pelas células mesenquimais que circundam os
ductos de Müller e apresenta em sua região promotora proximal e distal múltiplos sítios de
ligação para as proteínas Smads, moléculas efetoras da sinalização AMH/Alk2.
MMP2 tem sua expressão estimulada nas cristas genitais masculinas durante a fase
de regressão dos ductos de Müller. O mais interessante é que essa expressão co-localiza-se
com a expressão do AMHRII, em forma de anel em torno do ducto em regressão. A perda
da expressão de MMP2 em camundongos nocautes para AMH é mais uma evidência que
Mmp2 é um gene efetor candidato da cascata do AMH. O bloqueio da atividade da MMP2
com oligonucleotídeos “anti-sense” resultou no bloqueio parcial da regressão dos ductos de
Müller. No entanto, camundongos nocaute para Mmp2 tem desenvolvimento urogenital
normal, provavelmente indicando redundância funcional na família das metaloproteinases
(Roberts, 2002).
Fig 10: MMP2 como efetor da via AMH. Ativação da cascata de sinalização do AMH
induziria a expressão de MMP2 no mesênquima peri-ductal. MMP2 ativaria ou inibiria outros
fatores, determinando, em última instância, lise da membrana basal, e conseqüentemente,
regressão dos ductos de Müller. Adaptada de Roberts, 2002.
1.2.3 β-catenina/LEF-1 figuram como mediadores da ação do AMH.
A estabilização da β-catenina pela via de sinalização do AMH também parece ser
crucial para a regressão dos ductos de Müller. A ligação do AMH às células peri-ductais
mesenquimais induz acúmulo citoplasmático e nuclear de β-catenina, seguindo padrão
crânio-caudal, correlacionando-se com a expressão do AMHRII (Allard, 2000). A
heterodimerização da β-catenina aos fatores de transcrição LEF/TCF, em sinergismo com
Sf-1, é capaz de ativar diretamente a região promotora do AMHRII, induzindo a expressão
deste receptor tão importante para a regressão dos ductos de Müller (Hossain, 2003).
Relevando ainda mais o papel da β-catenina como mediadora da ação do AMH na
regressão dos ductos de Müller, Hossain (2003) demonstrou que a transfecção de células
HeLa com β-catenina mutante (modificada em seus resíduos de fosforilação, impedindo,
conseqüentemente, sua degradação pelo complexo GSK3β/APC/Axina) potencializou,
ainda mais, a ativação da região promotora do AMHRII.
Considerando a importância da β-catenina nas vias de sinalização WNT e AMH, e
seu papel fundamental na regressão dos ductos de Muller, especula-se que mutações no
gene CTNNB1 poderiam estar associadas com distúrbios da formação dos ductos de Müller.
O gene CTNNB1 é composto por 16 exons e está localizado no braço curto do
cromossomo três (3p21.3) (figura 11).
P21.3
Figura 11: Localização e estrutura do gene CTNNB1
O exon três do gene CTNNB1 codifica diversos resíduos serina/treonina que
constituem sítios de fosforilação pela GSK3β, importantes no processo de degradação da β-
catenina. Mutações que determinam alterações nesses resíduos interrompem a maquinaria
de fosforilação/ubiquinação da β-catenina, determinando sua estabilização no citoplasma,
acúmulo nuclear e conseqüente ativação de promotores TCF/LEF (Kikuchi, 2003). Em
diferentes tipos de neoplasias – intestino, melanoma, ovários e próstata - foram detectadas
mutações no exon 3 da β-catenina (Polakis, 2000), sendo considerado, portanto, uma região
gênica de alta prevalência de mutações (hotspot).
No caso de pacientes portadoras da SMRKH, mutações nos resíduos de fosforilação
da β-catenina poderiam elevar os seus níveis citoplasmáticos e nucleares no mesênquima
peri-ductal, independente da presença do estímulo do AMH, contribuindo para regressão
anômala dos ductos de Müller no sexo feminino, seja através da ativação constitutiva da
região promotora do AMHRII, ativação de outros genes ainda desconhecidos ou ainda
através de alterações na polaridade planar celular.
2- OBJETIVOS
2. OBJETIVOS
1- Frente às fortes evidências da importância do gene WNT4 na determinação e
diferenciação do sexo feminino, associadas ao achado de uma mutação em uma paciente
com fenótipo semelhante à SMRKH, tivemos como objetivo:
- Investigar a presença de mutações no gene WNT4 em pacientes portadoras da
SMRKH, em nossa população, através da técnica de sequenciamento automático.
2- Considerando a importância da via de sinalização da β-catenina durante a
determinação e diferenciação sexual feminina e a ausência de estudos sobre a β-catenina na
SMRKH, decidimos:
- Investigar o exon 3 (hotspot) do gene CTNNB1 em pacientes portadoras da
SMRKH, em nossa população, através da técnica de sequenciamento automático.
4- RESULTADOS
4. RESULTADOS
4.1 Estudo do gene WNT4
Todos os 5 exons do gene WNT4 das 6 pacientes estudadas foram amplificados por
PCR a partir do DNA genômico. Os produtos amplificados, utilizando-se os iniciadores
específicos, corresponderam aos fragmentos esperados, visualizados no gel de
poliacrilamida. Os controles negativos de todas as reações não mostraram amplificação,
excluindo a possibilidade de contaminantes na reação (Figura 12).
500pb
400 pb
200 pb
300 pb
100 pb
P C 1 2 3- 4 4 5
Figura 12: PAGE - gene WNT4
P:padrão; C:controle; 1, 2, 3-4,4 e 5:produtos de PCR dos
respectivos exons (paciente 1)
O sequenciamento dos produtos, após purificação, não demonstrou alterações nas
regiões codificadoras ou nos sítios de clivagem nos 5 exons das 6 pacientes estudadas
(figura 13), em concordância com o sequenciamento de amostras-controle (figura 14).
Figura 13- Segmento do cromatograma do Gene WNT4 (exon 5 – paciente 3)
Sequência evidenciando ausência de mutações.
Figura 14- Segmento do cromatograma do Gene WNT4 (exon 5 – controle)
4.2 Estudo do gene CTNNB1
O seqüenciamento do exon 3 do gene CTNNB1 a partir do DNA genômico das 6
pacientes estudadas não evidenciou nenhuma mutação na região crítica de fosforilação
serina-treonina (figuras 15 e 16).
300 pb
200 pb
P C
Figura 15 :PAGE- exon 3 do gene CTNNB1 (amostras das 6 pacientes)
P: padrão; C: controle
Figura 16: Segmento do cromatograma do exon 3 do gene CTNNB1 (paciente 2)
Sequência evidenciando ausência de mutações.
5. DISCUSSÃO
5. DISCUSSÃO
Os mecanismos moleculares que controlam o desenvolvimento sexual em
mamíferos, especialmente no sexo feminino, ainda não foram completamente elucidados.
Evidências robustas sugerem, no entanto, que o gene WNT4 apresente papel crucial na
determinação e diferenciação do sexo feminino, através da preservação da arquitetura
ovariana e da formação dos ductos de Müller, respectivamente. A Síndrome de Mayer-
Rokitansky-Küster-Hauser (SMRKH) é um distúrbio de diferenciação sexual comum em
nosso meio, cuja etiologia ainda é desconhecida. O achado de uma mutação em uma única
paciente com fenótipo semelhante à SMRKH motivou o estudo desse gene em outras
pacientes portadoras da síndrome (Biason-Lauber, 2004).
Clément-Ziza e colaboradores estudaram um grupo heterogêneo de 19 pacientes
com a SMRKH. Dessas pacientes, 11 apresentavam a forma típica (anomalias uterinas
simétricas), enquanto 6 apresentavam útero assimétrico e anomalias renais associadas. Sete
pacientes representavam casos familiares e pertenciam a 3 diferentes famílias. O
sequenciamento direto das regiões codificadoras do gene WNT4 dessas pacientes não
evidenciou nenhuma mutação (Clément-Ziza, 2005).
Cheroki e colaboradores estudaram 25 pacientes com a SMRKH através da técnica
de SSCP (polimorfismo conformacional de fita única) e não detectaram alterações no gene
WNT4. Esse estudo incluiu pacientes com anomalias vertebrais (7/25), outras anomalias
esqueléticas (6/25), anomalias renais (10/25), anomalias cardíacas (2/25) e déficits
auditivos (2/25) (Cheroki, 2006).
A constatação de resultados divergentes na literatura nos motivou a estudar a região
codificadora do gene WNT4 em nossa população. Alterações nesse gene não foram
encontradas em nossa casuística de pacientes portadoras da SMRKH, em concordância com
os demais estudos publicados que avaliaram uma amostra significativa de pacientes.
A paciente descrita por Biason-Lauber (2004), na qual foi encontrada a mutação em
heterozigose no exon 5 do gene WNT-4, apresentava, além de fenótipo similar à SMRKH
(amenorréia primária, cariótipo 46,XX, agenesia de útero e vagina, e aplasia renal
unilateral), sinais clínicos e laboratoriais de hiperandrogenismo (acne, níveis séricos
elevados de testosterona, androstenediona e SDHEA) e ovários ectópicos. Como o gene
WNT4 é também essencial para a supressão da diferenciação dos precursores das células de
Leydig no ovário fetal (Vainio, 1999), sua perda de função determina a ativação ectópica da
síntese de andrógenos, levando, em última instância, a um quadro de virilização, como
pôde ser observado na paciente em questão. O estudo funcional da mutação observada
nessa paciente, realizado em células ovarianas de adenocarcinoma transfectadas com a
proteína mutante, revelou aumento significativo da expressão de enzimas esteroidogênicas,
determinando aumento de 3 a 6 vezes nos níveis de progesterona, 17-hidroxiprogesterona,
androstenediona e testosterona, quando comparados às células selvagens (Biason-Lauber,
2004).
Em relação à ausência dos derivados dos ductos de Müller observada nessa
paciente, existem duas teorias que visam justificá-la: 1) produção ectópica de AMH pelos
ovários fetais “masculinizados”, determinando regressão anômala dos ductos de Müller, e
2) ausência da invaginação e, conseqüentemente, da formação dos ductos de Müller pela
perda de função do gene WNT4.
A primeira hipótese baseia-se no conceito que a ativação da via WNT4 nos ovários
fetais inibe a expressão de SRY, inibindo, conseqüentemente, a expressão de AMH. A perda
de função do gene WNT4 determinaria, em última instância a hiperexpressão de AMH. O
estudo da expressão do AMH no sangue e tecido ovariano de pacientes portadoras de
mutações do gene WNT4 poderia nos auxiliar na compreensão desse processo.
Acreditamos, no entanto, que, apesar de uma provável hiperexpressão do AMH nos ovários
dessas pacientes, a ausência da formação dos ductos de Müller seja o principal mecanismo
envolvido, uma vez que estudos em camundongos nocautes para o gene Wnt4, em
diferentes estágios da embriogênese, revelam que, tanto no sexo masculino, como no
feminino, esses ductos nunca chegam a se formar (Vainio, 1999).
Recentemente, Biason-Lauber (2007) detectou uma nova mutação com perda de
função, dominante negativa, (R83C), no gene WNT-4 em outra paciente com agenesia
uterina e hiperandrogenismo clínico e laboratorial. Esses achados, somados à constatação
da ausência de mutações no gene WNT4 em pacientes portadoras da SMRKH sem
hiperandrogenismo, sugerem que o fenótipo associado à mutação do gene WNT4 seja uma
entidade clínica distinta da SMRKH e que o estudo do mesmo seja reservado àquelas
pacientes com hiperandrogenismo associado.
Apesar do WNT4 ter sido excluído como uma causa importante da SMRKH, outras
moléculas envolvidas na via de sinalização dos WNTs são potenciais candidatos. A β-
catenina, por sua importância fundamental na via canônica de sinalização dos WNTS,
assim como por sua participação em via acessória de sinalização do AMH, e em particular,
durante a regressão dos ductos de Müller, mereceu nossa atenção especial entre os vários
candidatos. O estudo do exon 3 do gene CTNNB1, região gênica de alta prevalência de
mutações (hotspot), responsável pela codificação dos sítios de fosforilação da β-catenina, e
consequentemente, regulação dos níveis celulares e nucleares desta proteína, também não
revelou alterações genéticas em nossa casuística. Como os demais 15 exons do gene
CTNNB1 não foram estudados, não podemos afirmar que mutações nesse gene estejam
definitivamente excluídas como causadoras da SMRKH, apesar de acreditarmos que a
possibilidade de mutações nos demais exons do gene CTNNB1 seja ínfima.
Outros genes que codificam componentes importantes da via de sinalização WNT,
como as enzimas responsáveis pela modificação lipídica dos WNTs, os proteoglicanos
HSPGs, importantes para o transporte e estabilização dos WNTs, e a proteína dishevelled
(Dsh), envolvida na recepção do sinal pós-receptor (Logan, 2004), poderiam estar
envolvidos na patogênese da SMRKH e representam alternativas para novos estudos.
Da mesma forma, a inibição da via WNT4 por outros fatores poderia resultar em um
fenótipo semelhante à mutação com perda de função do gene. Acredita-se que a via de
sinalização WNT possa ser inibida por membros da família SFRP (secreted frizzled-related
protein). Essas proteínas possuem similaridade com o domínio de ligação dos receptores
WNT do tipo frizzled e inibiriam a ligação dos WNTs ao receptor de membrana celular
(Logan, 2004). O fator inibidor dos WNTs (WIF) e as proteínas Dickkopf (Dkks) também
atuam como antagonistas da via. As últimas são consideradas potentes inibidores da via por
formarem complexos com as LRPs, provocando sua internalização e inviabilizando sua
interação com os receptores frizzled. A hiperexpressão de SFRPs, WIF ou Dkks poderia
determinar fenótipo similar à deleção dos WNTs.
Os nossos conhecimentos sobre os mecanismos de regulação de expressão dos
genes da família WNT ainda são escassos, especialmente dos membros da classe Wnt 5a
(Wnt 5a, Wnt 4, Wnt 11). Os genes Pax-2 e Emx-2 codificam fatores de transcrição que
figuram como possíveis elementos reguladores desse processo (Tian, 2005). O gene PAX-2
foi estudado em um grupo de 25 pacientes portadoras da SMRKH e não foram encontradas
mutações (Van Lingen, 1998).
A busca pelo gene responsável pela SMRKH tem sido intensa. Vários genes
envolvidos em diferentes etapas da diferenciação dos ductos de Müller foram estudados em
diversas pacientes portadoras da SMRKH. Mutações nos genes WT1 (Van Lingen, 1998),
WNT 7A (Timmreck, 2003), HOXA 7, 9, 10, 11, 13, PBX1 (co-fator dos genes HOX)
(Burel, 2006), e nos receptores do ácido retinóico RAR-γ e RXR-α (Cheroki, 2006) foram
excluídas como fatores determinantes da SMRKH. Acrescendo a lista dos estudos
negativos em busca do defeito genético em pacientes portadoras da SMRKH, o
polimorfismo N314D do gene GALT, que supostamente determinaria alterações no
metabolismo da galactose acarretando anormalidades vaginais, também foi excluído
(Klipstein, 2003; Zenteno 2004).
Outra hipótese para justificar a ausência dos derivados de Müller em pacientes
portadoras da SMRKH seria a ativação anômala da via AMH, através de mutações
ativadoras nos genes AMH e AMHRII. Na síndrome da persistência dos ductos de Müller
(MIM#261550), que acomete indivíduos XY, a presença de mutações inativadoras do
AMH ou do seu receptor do tipo 2 é encontrada em cerca de 50% dos pacientes
(Maclaughin, 2004). Os genes AMH e AMHRII foram estudados em pacientes portadoras da
SMRKH e não foram encontradas mutações em suas regiões codificadoras (Resendes 2001;
Zenteno, 2004). O estudo da região promotora do AMH em pacientes portadoras da
SMRKH não revelou alterações significativas em relação ao grupo controle, assim como a
análise da expressão de AMH no sangue e no líquido peritoneal dessas pacientes mostrou-
se comparável ao grupo controle (Oppelt, 2005).
Outras moléculas envolvidas na via de sinalização do AMH também constituem
potenciais candidatos ao estudo em pacientes portadoras da SMRKH. A presença de
mutações nos receptores tipo I do AMH já foi pesquisada. Os genes ALK2, ALK3 e ALK6
(receptores AMH tipo 1) foram estudados e não apresentaram alterações em pacientes
portadoras da SMRKH (Clement-Ziza, 2005).
As moléculas Smads, transdutoras do sinal do AMH após ativação dos seus
receptores, ainda não foram estudadas. A adição de si (small interfering) RNA para
neutralizar a ação de smad 8 em cristas genitais masculinas retardou a regressão dos ductos
de Müller, enquanto a adição de siRNA para neutralizar a ação de smad 5 acelerou a
regressão dos mesmos (Zhan, 2006). Dessa forma, mecanismos repressores de smad 5 ou
indutores de smad 8 poderiam estar envolvidos na fisiopatologia da SMRKH.
Por fim, a possibilidade de mutações ativadoras do gene MMP2 em pacientes
portadoras da SMRKH não pode ser desprezada, uma vez que a hiperexpressão da MMP2
acarretaria, em última instância, regressão anômala dos ductos de Müller, independente da
ativação da via AMH. Paralelamente à ativação da MMP2, outros fatores ainda
desconhecidos estão envolvidos nessa complexa interação epitélio-mesenquimal dos ductos
de Müller em regressão e sua elucidação possibilitaria novas vertentes de estudo em
pacientes com anomalias dos derivados mullerianos.
A SMRKH, quando associada a anomalias renais e displasia dos somitos cérvico-
torácicos recebe o nome de MURCS (MIM 601086). À tríade clássica, podem associar-se
ainda defeitos cardíacos e auditivos (Oppelt, 2006). A sobreposição entre as alterações
esqueléticas e a SMRKH é de grande interesse e ressalta o papel fundamental do
mesoderma na embriogênese como estrutura unificadora do tecido esquelético e urogenital.
A compreensão dos mecanismos moleculares envolvidos nas síndromes genéticas que se
associam à SMRKH poderia nos fornecer “peças” importantes nesse complexo “quebra-
cabeça”.
A síndrome de Klippel-Feil (KFS) (MIM%214300/%118100), caracterizada por
defeitos na formação e segmentação das vértebras cervicais, de herança autossômica
dominante ou recessiva, pode se associar à SMRKH. (Oppelt, 2006). Translocações
cromossômicas envolvendo o braço longo do cromossoma 5 parecem estar implicadas na
KFS (Goto, 2006).
A associação entre a SMRKH e a Síndrome de Holt-Oram (HOS) (MIM#142900) é
conhecida (Fakih, 1987; Ulrich, 2004). A HOS, de herança monogênica, autossômica
dominante, caracteriza-se por anomalias cardíacas e malformações esqueléticas. O gene da
HOS está localizado no braço longo do cromossoma 12 e codifica o fator de transcrição
TBX5 (Ulrich, 2004).
A síndrome TAR (Trombocytopenia-absent-radius) (MIM%274000), caracterizada
por ausência bilateral do rádio e trombocitopenia, também se associa à SMRKH
(Greenhalgh, 2002;Griesinger, 2005;Childs, 2005). A alteração genética responsável pela
síndrome TAR ainda não foi identificada.
Recentemente foi descrita deleção de 4 Mb na região 22q11 em uma paciente com
útero rudimentar, agenesia vaginal, caracteres sexuais secundários normais e cariótipo
46,XX. Além das características acima, a paciente apresentava déficit cognitivo – leve a
moderada dificuldade de aprendizagem, anomalias crânio-faciais sugestivas do fenótipo
22q11 (face alongada, nariz proeminente, palato em ogiva, philtrum curto), mãos
alongadas, escoliose lombar, e leve aumento do arco aórtico. Deleções nessa região
cromossômica causam a síndrome de DiGeorge (MIM#188400) e a síndrome
velocardiofacial (MIM#192430). A haploinsuficiência do fator de transcrição TBX1 parece
ser o principal responsável pelas alterações cárdio-faciais encontradas nessas síndromes
(Yagi, 2003), mas não há relato da sua associação com defeitos dos ductos de Müller.
O fenótipo da deleção 22q11 usualmente não se associa a malformações uterinas, no
entanto, soma-se ao relato acima, a descrição prévia de feto do sexo feminino com agenesia
de útero e tubas uterinas, anomalias renais e deleção submicroscópica de 22q11 (Devriendt,
1997).
O estudo do gene TBX5 em pacientes portadoras da SMRKH, assim como estudos
de ligação envolvendo a região cromossômica 22q11 em famílias afetadas constituem
também alternativas interessantes para a elucidação das bases moleculares da SMRKH.
Tendo em vista as diversas síndromes genéticas que se associam às anomalias do
trato genital feminino e a multiplicidade de genes envolvidos na sua formação, acreditamos
que anormalidades do desenvolvimento dos ductos de Müller possam representar um
fenótipo secundário a alterações em diferentes genes, sendo provável que, vários genes, e
não apenas um, estejam comprometidos na SMRKH.
Uma importante limitação do nosso estudo, assim como de vários outros que
estudaram alterações moleculares em pacientes portadoras SMRKH, é a utilização do
sangue periférico das pacientes adultas para os estudos genéticos. O ideal seria estudarmos
a expressão gênica na crista genital dos indivíduos acometidos durante a embriogênese,
visto que a interação entre os diversos fatores envolvidos na diferenciação sexual é
extremamente dinâmica e dependente de condições temporais e espaciais.
Os estudos em animais de laboratório vêm preencher essa lacuna e têm gerado
descobertas ímpares nesse campo. A manipulação de animais geneticamente modificados,
associada à utilização de tecnologias de análise de expressão gênica em alta escala nas
diferentes etapas do desenvolvimento sexual, certamente nos fornecerá informações
animadoras em futuro próximo, que poderão, então, ser aplicadas em estudos em seres
humanos.
6- CONCLUSÕES
6.CONCLUSÕES
Este trabalho possibilita-nos as seguintes conclusões:
1-Através da técnica de sequenciamento de DNA não observamos mutações nas regiões
exônicas do gene WNT4 em seis pacientes portadoras da síndrome de Mayer-Rokitansky-
Küster-Hauser (SMRKH). O estudo do gene WNT4 em pacientes com anomalias do trato
genital feminino deve se reservar àquelas com hiperandogenismo associado.
2-Através da técnica de sequenciamento de DNA não observamos mutações no exon 3 –
“hot spot” – do gene CTNNB1 em seis pacientes portadoras da SMRKH. A presença de
mutações no exon 3 do gene CTNNB1 é uma causa improvável da SMRKH.
3- As bases moleculares da SMRKH permanecem obscuras. Outras moléculas envolvidas
nas vias de sinalização WNT e/ou AMH assim como outros fatores de transcrição que
participam da diferenciação dos ductos de Müller devem ser estudados.
7. REFERÊNCIAS
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8- ANEXOS
ANEXO A: Iniciadores e condições de PCR utilizados na amplificação dos 5 exons do
gene WNT4
Exon Iniciadores (5'-3') Temperatura
Anelamento
( °C)
Tampão Mg
Cl
2
Produto de
amplificação
(pb)
Taq
1 F:5'-CGCCCAGGTAACCCCATCCTC-3'
R:5'-GGGTGTGCAGAGGGACGTTCG-3'
65 Tampão
High
fidelity
6mM 558 7
2 F :5'-GATGAGGAGGTGGGCTCT-3'
R:5'-GCTGGTTTTGCTTCAGAAAT-3'
54 IIB 2mM 399 4
3-4 F:5'-CCCTCCCCCTCTACAAAG-3'
R:5'-AGTGCCACACTACCTTCCTG-3'
55 IIB 2mM 453 4
4 F:5'-CTTCGTGTACGCCATCTCTT-3'
R:5'-AGTGCCACACTACCTTCCTG-3'
55 IIB 2mM 363 4
5 F:5'-TAATTCCTAAGAGGAGGCACAA-3'
R:5'-GGGTAGGTGGTGGGAGACTGTT-3'
62 Tampão
high
fidelity*
5mM 693 platinum
* Tampão 10X high Fidelity PCR buffer – Invitrogen ® + adição de PCRx Enhancer system (10% do volume total
da reação)
ANEXO B: Iniciadores e condições de PCR utilizados na amplificação do exon 3 do
gene CTNNB1
Exon Iniciadores (5'-3') Temperatura
Anelamento
(°C)
MgCl
2
(mM)
Tampão Produto de
Amplificação
(pb)
3
(1°par)
F:5'-GATTTGATGGAGTTGGACATGG-3'
R:5'-TGTTCTTGAGTGAAGGACTGAG-3'
60
1,5
IIB
226
3
(2°par*)
F: 5'-TGCTTTTCTTGGCTGTCTTTC-3'
R: 5'-CTGTGGTAGTGGCACCAGAA-3'
55
1,0
IIB
248
* Foram utilizados dois pares de iniciadores para amplificar o exon 3 da β-catenina para averiguação de erro de
amplificação no iniciador F do primeiro par.
ANEXO C: Soluções utilizadas na reação em cadeia da Polimerase (PCR)
Solução de iniciadores: 10 pmoles/μl
Solução de cloreto de Magnésio: 25 mM
Tampão de incubação IIB (10x):
Cloreto de sódio ----------------------------- 400 mM
Tris cloridrato pH 8.4 ---------------------- 100 mM
Triton X-100 ---------------------------------1%
Tampão 10X high Fidelity PCR buffer – Invitrogen ®
Tris-SO4 pH 8.9-----------------------------600 mM
Sulfato de Amônia---------------------------180 mM
PCRx Enhancer system - Invitrogen ®: Composição não fornecida pelo laboratório.
Solução de dNTPs:
dATP 100 mM--------------------------------10 μl
dCTP 100 mM--------------------------------10 μl
dGTP 100 mM--------------------------------10 μl
dTTP 100 mM---------------------------------10 μl
760 μl de água estéril
Taq DNA polimerase: 5u/ μl
Taq platinum: 5u/ μl
Taq DNA polimerase recombinante + Pyrococcus species GB-D polimerase (atividade 3'-5'
exonuclease) + Anticorpo anti- Taq Platinum® (permitindo “hot-start”).
ANEXO D: Soluções utilizadas para eletroforese em gel de poliacrilamida (PAGE)
Solução de Acrilamida /Bisacrilamida 30%
Acrilamida--------------------------------------29 g
Bisacrilamida-----------------------------------1g
Água destilada q.s.p.--------------------------100 ml
Tampão TBE 10 x pH 8,3
Tris base --------------------------------------60,50 g
Ácido bórico----------------------------------30,85 g
EDTA dissódico bi-hidratado ------------- 3,72 g
Água destilada q.s.p.------------------------1000 ml
Gel de poliacrilamida a 6,5%
Solução de Acrilamida/Bisacrilamida 30% --------------1,079 ml
TBE 10x-------------------------------------------------------0,65 ml
Água destilada-------------------------------------------------3,22 ml
Persulfato de amônio 10% --------------------------------- 40 μl
TEMED------------------------------------------------------- 4 μl
Tampão TBE 1x
TBE 10 x-------------------------------------------- 10 ml
Água destilada q.s.p -------------------------------100 ml
Tampão de amostra (Gel loading buffer)
Azul de bromoferol -----------------------------0.25%
Xileno cianol ------------------------------------0,25%
Glicerol-------------------------------------------30%
Água destilada q.s.p ----------------------------100 ml
ANEXO E: Soluções utilizadas na coloração pela prata
Solução de prata (estoque)
Nitrato de prata-----------------------------------20,38 g
Água destilada-------------------------------------100 ml
Solução de prata (uso)
Solução do estoque--------------------------------10 ml
Água destilada qsp---------------------------------100 ml
Formaldeído 37%----------------------------------150 μl
Revelador
Carbonato de sódio--------------------------------2,97 g
Água destilada qsp------------------------------- 100 ml
Formaldeído 37%--------------------------------- 150 μl
Tiossulfato de sódio 10 mg/ml--------------------40 μl
Deve ser utilizado quando em temperatura entre 10°C e 18°C.
Solução fixadora
Ácido acético glacial ---------------------------100 ml
Água destilada qsp------------------------------1000 ml
Solução de Tiossulfato de sódio
Tiossulfato de sódio --------------------------10 mg
Água destilada----------------------------------1 ml
ANEXO F: Soluções utilizadas para reação de sequenciamento e precipitação
Solução de terminator ready reaction mix:
- “A-Dye Terminator, marcado com dicloro [R6G]”
- “C-Dye Terminator, marcado com dicloro [ROX]”
- “G-Dye Terminator, marcado com dicloro [R110]”
- “T-Dye Terminator, marcado com dicloro [TAMPRA]”
- dNTPs (dATP, dCTP, dGTP, dTTP)
- AmpliTaq DNA polimerase
- MgCl
2,
- Pirofosfatos termo-estáveis e
- tampão tris-HCL pH: 9,0
Soluções de precipitação:
400 mM de tris-HCl pH9.0 + 10 mM de MgCl
2
ABI PRISM 310 Genetic analyser Buffer with EDTA
Template Supression Reagent ( TSR)
Álcool isopropílico 75%
Etanol 70%
ANEXO G: Seqüência do gene WNT4 (cDNA) e da proteína WNT4
AGCCGCTGCCCCGGGCCGGGCGCCCGCGGCGGCACCATGAGTCCCCGCTCGTGCCTGCGT
....................................-M--S--P--R--S--C--L--R-
TCGCTGCGCCTCCTCGTCTTCGCCGTCTTCTCAGCCGCCGCGAGCAACTGGCTGTACCTG
-S--L--R--L--L--V--F--A--V--F--S--A--A--A--S--N--W--L--Y--L-
GCCAAGCTGTCGTCGGTGGGGAGCATCTCAGAGGAGGAGACGTGCGAGAAACTCAAGGGC
-A--K--L--S--S--V--G--S--I--S--E--E--E--T--C--E--K--L--K--G-
CTGATCCAGAGGCAGGTGCAGATGTGCAAGCGGAACCTGGAAGTCATGGACTCGGTGCGC
-L--I--Q--R--Q--V--Q--M--C--K--R--N--L--E--V--M--D--S--V--R-
CGCGGTGCCCAGCTGGCCATTGAGGAGTGCCAGTACCAGTTCCGGAACCGGCGCTGGAAC
-R--G--A--Q--L--A--I--E--E--C--Q--Y--Q--F--R--N--R--R--W--N-
TGCTCCACACTCGACTCCTTGCCCGTCTTCGGCAAGGTGGTGACGCAAGGGACTCGGGAG
-C--S--T--L--D--S--L--P--V--F--G--K--V--V--T--Q--G--T--R--E-
GCGGCCTTCGTGTACGCCATCTCTTCGGCAGGTGTGGCCTTTGCAGTGACGCGGGCGTGC
-A--A--F--V--Y--A--I--S--S--A--G--V--A--F--A--V--T--R--A--C-
AGCAGTGGGGAGCTGGAGAAGTGCGGCTGTGACAGGACAGTGCATGGGGTCAGCCCACAG
-S--S--G--E--L--E--K--C--G--C--D--R--T--V--H--G--V--S--P--Q-
GGCTTCCAGTGGTCAGGATGCTCTGACAACATCGCCTACGGTGTGGCCTTCTCACAGTCG
-G--F--Q--W--S--G--C--S--D--N--I--A--Y--G--V--A--F--S--Q--S-
TTTGTGGATGTGCGGGAGAGAAGCAAGGGGGCCTCGTCCAGCAGAGCCCTCATGAACCTC
-F--V--D--V--R--E--R--S--K--G--A--S--S--S--R--A--L--M--N--L-
CACAACAATGAGGCCGGCAGGAAGGCCATCCTGACACACATGCGGGTGGAATGCAAGTGC
-H--N--N--E--A--G--R--K--A--I--L--T--H--M--R--V--E--C--K--C-
CACGGGGTGTCAGGCTCCTGTGAGGTAAAGACGTGCTGGCGAGCCGTGCCGCCCTTCCGC
-H--G--V--S--G--S--C--E--V--K--T--C--W--R--A--V--P--P--F--R-
CAGGTGGGTCACGCACTGAAGGAGAAGTTTGATGGTGCCACTGAGGTGGAGCCACGCCGC
-Q--V--G--H--A--L--K--E--K--F--D--G--A--T--E--V--E--P--R--R-
GTGGGCTCCTCCAGGGCACTGGTGCCACGCAACGCACAGTTCAAGCCGCACACAGATGAG
-V--G--S--S--R--A--L--V--P--R--N--A--Q--F--K--P--H--T--D--E-
GACCTGGTGTACTTGGAGCCTAGCCCCGACTTCTGTGAGCAGGACATGCGCAGCGGCGTG
-D--L--V--Y--L--E--P--S--P--D--F--C--E--Q--D--M--R--S--G--V-
CTGGGCACGAGGGGCCGCACATGCAACAAGACGTCCAAGGCCATCGACGGCTGTGAGCTG
-L--G--T--R--G--R--T--C--N--K--T--S--K--A--I--D--G--C--E--L-
CTGTGCTGTGGCCGCGGCTTCCACACGGCGCAGGTGGAGCTGGCTGAACGCTGCAGCTGC
-L--C--C--G--R--G--F--H--T--A--Q--V--E--L--A--E--R--C--S--C-
AAATTCCACTGGTGCTGCTTCGTCAAGTGCCGGCAGTGCCAGCGGCTCGTGGAGTTGCAC
-K--F--H--W--C--C--F--V--K--C--R--Q--C--Q--R--L--V--E--L--H-
ACGTGCCGATGACCGCCTGCCTAGCCCTGCGCCGGCAACCACCTAGTGGCCCAGGGAAGG
-T--C--R--*-................................................
CCGATAATTTAAACAGTCTCCCACCACCTACCCCAAGAGATACTGGTTGTATTTTTTGTT
............................................................
ANEXO H: Exons do gene WNT4
Exons WNT4 – iniciadores marcados em vermelho, regiões não traduzidas em verde
Exon/Intron
tamanho Seqüência
5`upstream
sequence
.................tgtcccgggccgctgggcccgcccaggtaaccccatcctcggc
ccgcccccggcccgcccccccggccgcccgcccgcccgcccgcctccgccgccgccgccg
ccgccgccgccgccgcatcccggctctggggcggcgctgacagtctggtccgcgccgggc
agcgggcgcagcagcgggcaggctgccggcaggcacacggaggcagagccccgccgcgcg
cgccccggcccgcccgcgggcgcccacctgcagccccgacgggaggccccccgcggccgc
Exon 1 113
AGCCGCTGCCCCGGGCCGGGCGCCCGCGGCGGCACCATGAGTCCCCGCTCGTGCCTGCGT
TCGCTGCGCCTCCTCGTCTTCGCCGTCTTCTCAGCCGCCGCGAGCAACTGGCT
Intron 1-2 12.994
gtaagtctggccggggccgagcggggcggggcggggcggggcaggccccgggggcagcgg
ccggtgccaggcggcgcggggcagcgggcgcggggcagcccggcaggtgtctcggccgcg
ggaccggaggctcgctcgctccgctgccgccgccacggcccgaacgtccctctgcacacc
cggggtcccctcctgcccgg....................cagaagacagcatttccact
cccttggtgcccctagagccgggcaagagggcctgtaactggatccagagagaagtcggc
agccaggcccagtcactgggacgagtcagttcccagagacccgggctggagctcaggcct
ggtccggggccaggaaagatgaggaggtgggctctgcatcacgtgtcaccctctccccag
Exon 2 236
GTACCTGGCCAAGCTGTCGTCGGTGGGGAGCATCTCAGAGGAGGAGACGTGCGAGAAACT
CAAGGGCCTGATCCAGAGGCAGGTGCAGATGTGCAAGCGGAACCTGGAAGTCATGGACTC
GGTGCGCCGCGGTGCCCAGCTGGCCATTGAGGAGTGCCAGTACCAGTTCCGGAACCGGCG
CTGGAACTGCTCCACACTCGACTCCTTGCCCGTCTTCGGCAAGGTGGTGACGCAAG
Intron 2-3 8.039
gtgagggaagggcgtgcggggctgcaggggagcctgcggtgccagggcatgggcccagca
ggaaatgagacgctcgtgagcaacgggactattgcaggtcatttctgaagcaaaaccagc
acaggacccaagtgagggcataaaggatgcagagcgttgggggccccaggacaggaggat
gatccaggtgggatgtatgt....................acgcctggtaaaggaagcag
attcagctattggtgtgataagaacaagcgccgtggggtgcctagcacatgatttctgcc
tgtcttgctccctcctggcctccagcaagcaggaggctccatatgcccctccccctctac
aaaggagggtgcagggaggagccctgggacccagctctgccctccctctgcctcccacag
Exon 3 132
GGACTCGGGAGGCGGCCTTCGTGTACGCCATCTCTTCGGCAGGTGTGGCCTTTGCAGTGA
CGCGGGCGTGCAGCAGTGGGGAGCTGGAGAAGTGCGGCTGTGACAGGACAGTGCATGGGG
TCAGCCCACAGG
Intron 3-4 91
gtaggtgcaggaggtggtcagagtgggagggcagggggcttggccctggccctcactcac
cgcagccctttctgtgcccaccacaccccag
Exon 4 143
GCTTCCAGTGGTCAGGATGCTCTGACAACATCGCCTACGGTGTGGCCTTCTCACAGTCGT
TTGTGGATGTGCGGGAGAGAAGCAAGGGGGCCTCGTCCAGCAGAGCCCTCATGAACCTCC
ACAACAATGAGGCCGGCAGGAAG
Intron 4-5 693
gtagtgtggcactaccccccaccaagagcggggtagggatagcatgggcagggccccaga
ctctcccacccacacggccactcagaaaacatttgtgcaggctctcaccagcacctggca
ccttctgtaggccagtggggttcaggacaggccagaggggggtacagacaggcaggcagg
cgttacagaatggggtaagt....................gcagggacagtacctcgttc
acctgtcacaacactgcttagcagcccagtaccgcgtaattcctaagaggaggcacaacg
gcaaatctgactgcagcgtcagccccagggaccccgatgctcggctgtcagcctccgcgg
ccctcccctgccttcccttgccatctcctgatggcccctctcccccaccctctcccacag
Exon 5 1421
GCCATCCTGACACACATGCGGGTGGAATGCAAGTGCCACGGGGTGTCAGGCTCCTGTGAG
GTAAAGACGTGCTGGCGAGCCGTGCCGCCCTTCCGCCAGGTGGGTCACGCACTGAAGGAG
AAGTTTGATGGTGCCACTGAGGTGGAGCCACGCCGCGTGGGCTCCTCCAGGGCACTGGTG
CCACGCAACGCACAGTTCAAGCCGCACACAGATGAGGACCTGGTGTACTTGGAGCCTAGC
CCCGACTTCTGTGAGCAGGACATGCGCAGCGGCGTGCTGGGCACGAGGGGCCGCACATGC
AACAAGACGTCCAAGGCCATCGACGGCTGTGAGCTGCTGTGCTGTGGCCGCGGCTTCCAC
ACGGCGCAGGTGGAGCTGGCTGAACGCTGCAGCTGCAAATTCCACTGGTGCTGCTTCGTC
AAGTGCCGGCAGTGCCAGCGGCTCGTGGAGTTGCACACGTGCCGATGACCGCCTGCCTAG
CCCTGCGCCGGCAACCACCTAGTGGCCCAGGGAAGGCCGATAATTTAAACAGTCTCCCAC
CACCTACCCCAAGAGATACTGGTTGTATTTTTTGTTCTGGTTTGGTTTTTGGGTCCTCAT
GTTATTTATTGCCGAAACCAGGCAGGCAACCCCAAGGGCACCAACCAGGGCCTCCCCAAA
GCCTGGGCCTTTGTGGCTGCCACTGACCAAAGGGACCTTGCTCGTGCCGCTGGCTGCCCG
CATGTGGCTGCCACTGACCACTCAGTTGTTATCTGTGTCCGTTTTTCTACTTGCAGACCT
AAGGTGGAGTAACAAGGAGTATTACCACCACATGGCTACTGACCGTGTCATCGGGGAAGA
GGGGGCCTTATGGCAGGGAAAATAGGTACCGACTTGATGGAAGTCACACCCTCTGGAAAA
AAGAACTCTTAACTCTCCAGCACACATACACATGGACTCCTGGCAGCTTGAGCCTAGAAG
CCATGTCTCTCAAATGCCCTGAGAAAGGGAACAAGCAGATACCAGGTCAAGGGCACCAGG
TTCATTTCAGCCCTTACATGGACAGCTAGAGGTTCGATATCTGTGGGTCCTTCCAGGCAA
GAAGAGGGAGATGAGAGCAAGAGACGACTGAAGTCCCACCCTAGAACCCAGCCTGCCCCA
GCCTGCCCCTGGGAAGAGGAAACTTAACCACTCCCCAGACCCACCTAGGCAGGCATATAG
GCTGCCATCCTGGACCAGGGATCCCGGCTGTGCCTTTGCAGTCATGCCCGAGTCACCTTT
CACAGCGCTGTTCCTCCATGAAACTGAAACACACACACACACACACACACACACACACAC
ACACACACACGGACACACACACACACCTGCGAGAGAGAGGGAGGAAAGGGCTGTGCCTTT
GCAGTCATGCCCCTGAGTCACCTTTCACAGCACTGTTCCTC
3´downstream
sequence
catgaaactgaaaaaggaaaacacacacacacacacctgcgagagggagggaggaaaggg
ctgtgcaataaagtcctctcccattatcttactcaacacaatttattgagcaaatactac
gtgttctaggccctgtacaggccatctcacttgatggccacaacagtcctgggaagcaga
caaaccaagaatgctaatgcccatctgacatcagagacggcagtgctccccagacctctc
acagcaagctggatggacaggcagggccagaagagtcctccagccaagcctcctccttgg
............................................................
Figura adaptada de Biason-Lauber, 2004
ANEXO I: cDNA da β catenina:
Exon 3 marcado em vermelho, sítios de fosforilação marcados em amarelo
1 CTCTCGGTCTGTGGCAGCAGCGTTGGCCCGGCCCCGGGAGCGGAGAGCGAGGGGAGGCGG
61 AGACGGAGGAAGGTCTGAGGAGCAGCTTCAGTCCCCGCCGAGCCGCCACCGCAGGTCGAG
121 GACGGTCGGACTCCCGCGGCGGGAGGAGCCTGTTCCCCTGAGGGTATTTGAAGTATACCA
181 TACAACTGTTTTGAAAATCCAGCGTGGACAATGGCTACTCAAGCTGATTTGATGGAGTTG
241 GACATGGCCATGGAACCAGACAGAAAAGCGGCTGTTAGTCACTGGCAGCAACAGTCTTAC
301 CTGGACTCTGGAATCCATTCTGGTGCCACTACCACAGCTCCTTCTCTGAGTGGTAAAGGC
361 AATCCTGAGGAAGAGGATGTGGATACCTCCCAAGTCCTGTATGAGTGGGAACAGGGATTT
421 TCTCAGTCCTTCACTCAAGAACAAGTAGCTGATATTGATGGACAGTATGCAATGACTCGA
481 GCTCAGAGGGTACGAGCTGCTATGTTCCCTGAGACATTAGATGAGGGCATGCAGATCCCA
541 TCTACACAGTTTGATGCTGCTCATCCCACTAATGTCCAGCGTTTGGCTGAACCATCACAG
601 ATGCTGAAACATGCAGTTGTAAACTTGATTAACTATCAAGATGATGCAGAACTTGCCACA
661 CGTGCAATCCCTGAACTGACAAAACTGCTAAATGACGAGGACCAGGTGGTGGTTAATAAG
721 GCTGCAGTTATGGTCCATCAGCTTTCTAAAAAGGAAGCTTCCAGACACGCTATCATGCGT
781 TCTCCTCAGATGGTGTCTGCTATTGTACGTACCATGCAGAATACAAATGATGTAGAAACA
841 GCTCGTTGTACCGCTGGGACCTTGCATAACCTTTCCCATCATCGTGAGGGCTTACTGGCC
901 ATCTTTAAGTCTGGAGGCATTCCTGCCCTGGTGAAAATGCTTGGTTCACCAGTGGATTCT
961 GTGTTGTTTTATGCCATTACAACTCTCCACAACCTTTTATTACATCAAGAAGGAGCTAAA
1021 ATGGCAGTGCGTTTAGCTGGTGGGCTGCAGAAAATGGTTGCCTTGCTCAACAAAACAAAT
1081 GTTAAATTCTTGGCTATTACGACAGACTGCCTTCAAATTTTAGCTTATGGCAACCAAGAA
1141 AGCAAGCTCATCATACTGGCTAGTGGTGGACCCCAAGCTTTAGTAAATATAATGAGGACC
1201 TATACTTACGAAAAACTACTGTGGACCACAAGCAGAGTGCTGAAGGTGCTATCTGTCTGC
1261 TCTAGTAATAAGCCGGCTATTGTAGAAGCTGGTGGAATGCAAGCTTTAGGACTTCACCTG
1321 ACAGATCCAAGTCAACGTCTTGTTCAGAACTGTCTTTGGACTCTCAGGAATCTTTCAGAT
1381 GCTGCAACTAAACAGGAAGGGATGGAAGGTCTCCTTGGGACTCTTGTTCAGCTTCTGGGT
1441 TCAGATGATATAAATGTGGTCACCTGTGCAGCTGGAATTCTTTCTAACCTCACTTGCAAT
1501 AATTATAAGAACAAGATGATGGTCTGCCAAGTGGGTGGTATAGAGGCTCTTGTGCGTACT
1561 GTCCTTCGGGCTGGTGACAGGGAAGACATCACTGAGCCTGCCATCTGTGCTCTTCGTCAT
1621 CTGACCAGCCGACACCAAGAAGCAGAGATGGCCCAGAATGCAGTTCGCCTTCACTATGGA
1681 CTACCAGTTGTGGTTAAGCTCTTACACCCACCATCCCACTGGCCTCTGATAAAGGCTACT
1741 GTTGGATTGATTCGAAATCTTGCCCTTTGTCCCGCAAATCATGCACCTTTGCGTGAGCAG
1801 GGTGCCATTCCACGACTAGTTCAGTTGCTTGTTCGTGCACATCAGGATACCCAGCGCCGT
1861 ACGTCCATGGGTGGGACACAGCAGCAATTTGTGGAGGGGGTCCGCATGGAAGAAATAGTT
1921 GAAGGTTGTACCGGAGCCCTTCACATCCTAGCTCGGGATGTTCACAACCGAATTGTTATC
1981 AGAGGACTAAATACCATTCCATTGTTTGTGCAGCTGCTTTATTCTCCCATTGAAAACATC
2041 CAAAGAGTAGCTGCAGGGGTCCTCTGTGAACTTGCTCAGGACAAGGAAGCTGCAGAAGCT
2101 ATTGAAGCTGAGGGAGCCACAGCTCCTCTGACAGAGTTACTTCACTCTAGGAATGAAGGT
2161 GTGGCGACATATGCAGCTGCTGTTTTGTTCCGAATGTCTGAGGACAAGCCACAAGATTAC
2221 AAGAAACGGCTTTCAGTTGAGCTGACCAGCTCTCTCTTCAGAACAGAGCCAATGGCTTGG
2281 AATGAGACTGCTGATCTTGGACTTGATATTGGTGCCCAGGGAGAACCCCTTGGATATCGC
2341 CAGGATGATCCTAGCTATCGTTCTTTTCACTCTGGTGGATATGGCCAGGATGCCTTGGGT
2401 ATGGACCCCATGATGGAACATGAGATGGGTGGCCACCACCCTGGTGCTGACTATCCAGTT
2461 GATGGGCTGCCAGATCTGGGGCATGCCCAGGACCTCATGGATGGGCTGCCTCCAGGTGAC
2521 AGCAATCAGCTGGCCTGGTTTGATACTGACCTGTAAATCATCCTTTAGGTAAGAAGTTTT
2581 AAAAAGCCAGTTTGGGTAAAATACTTTTACTCTGCCTACAGAACTTCAGAAAGACTTGGT
2641 TGGTAGGGTGGGAGTGGTTTAGGCTATTTGTAAATCTGCCACAAAAACAGGTATATACTT
2701 TGAAAGGAGATGTCTTGGAACATTGGAATGTTCTCAGATTTCTGGTTGTTATGTGATCAT
2761 GTGTGGAAGTTATTAACTTTAATGTTTTTTGCCACAGCTTTTGCAACTTAATACTCAAAT
2821 GAGTAACATTTGCTGTTTTAAACATTAATAGCAGCCTTTCTCTCTTTATACAGCTGTATT
2881 GTCTGAACTTGCATTGTGATTGGCCTGTAGAGTTGCTGAGAGGGCTCGAGGGGTGGGCTG
2941 GTATCTCAGAAAGTGCCTGACACACTAACCAAGCTGAGTTTCCTATGGGAACAATTGAAG
3001 TAAACTTTTTGTTCTGGTCCTTTTTGGTCGAGGAGTAACAATACAAATGGATTTTGGGAG
3061 TGACTCAAGAAGTGAAGAATGCACAAGAATGGATCACAAGATGGAATTTATCAAACCCTA
3121 GCCTTGCTTGTTAAATTTTTTTTTTTTTTTTTTTAAGAATATCTGTAATGGTACTGACTT
3181 TGCTTGCTTTGAAGTAGCTCTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTGCAGTAACTGTTTTT
3241 TAAGTCTCTCGTAGTGTTAAGTTATAGTGAATACTGCTACAGCAATTTCTAATTTTTAAG
3301 AATTGAGTAATGGTGTAGAACACTAATTCATAATCACTCTAATTAATTGTAATCTGAATA
3361 AAGTGTAACAATTGTGTAGCCTTTTTGTATAAAATAGACAAATAGAAAATGGTCCAATTA
3421 GTTTCCTTTTTAATATGCTTAAAATAAGCAGGTGGATCTATTTCATGTTTTTGATCAAAA
3481 ACTATTTGGGATATGTATGGGTAGGGTAAATCAGTAAGAGGTGTTATTTGGAACCTTGTT
3541 TTGGACAGTTTACCAGTTGCCTTTTATCCCAAAGTTGTTGTAACCTGCTGTGATACGATG
3601 CTTCAAGAGAAAATGCGGTTATAAAAAATGGTTCAGAATTAAACTTTTAATTCATTC
ANEXO J: Seqüência de aminoácidos da B-catenina
Em vermelho, segmento codificado pelo exon 3
MATQADLMELDMAMEPDRKAAVSHWQQQSYLDSGIHSGATTTAPSLSGKGNPEEEDVDTS
QVLYEWEQGFSQSFTQEQVADIDGQYAMTRAQRVRAAMFPETLDEGMQIPSTQFDAAHPT
NVQRLAEPSQMLKHAVVNLINYQDDAELATRAIPELTKLLNDEDQVVVNKAAVMVHQLSK
KEASRHAIMRSPQMVSAIVRTMQNTNDVETARCTAGTLHNLSHHREGLLAIFKSGGIPAL
VKMLGSPVDSVLFYAITTLHNLLLHQEGAKMAVRLAGGLQKMVALLNKTNVKFLAITTDC
LQILAYGNQESKLIILASGGPQALVNIMRTYTYEKLLWTTSRVLKVLSVCSSNKPAIVEA
GGMQALGLHLTDPSQRLVQNCLWTLRNLSDAATKQEGMEGLLGTLVQLLGSDDINVVTCA
AGILSNLTCNNYKNKMMVCQVGGIEALVRTVLRAGDREDITEPAICALRHLTSRHQEAEM
AQNAVRLHYGLPVVVKLLHPPSHWPLIKATVGLIRNLALCPANHAPLREQGAIPRLVQLL
VRAHQDTQRRTSMGGTQQQFVEGVRMEEIVEGCTGALHILARDVHNRIVIRGLNTIPLFV
QLLYSPIENIQRVAAGVLCELAQDKEAAEAIEAEGATAPLTELLHSRNEGVATYAAAVLF
RMSEDKPQDYKKRLSVELTSSLFRTEPMAWNETADLGLDIGAQGEPLGYRQDDPSYRSFH
SGGYGQDALGMDPMMEHEMGGHHPGADYPVDGLPDLGHAQDLMDGLPPGDSNQLAWFDTD
L
ANEXO L:Exon 3 do gene CTNNB1:
Iniciadores marcados em vermelho (1° par) e azul (2° par)
Exon/intron tamanho seqüência
Intron 2-3 444
gtttgtgtcattaaatctttagttactgaattggggctctgcttcgttgccattaagcca
gtctggctgagatccccctgctttcctctctccctgcttacttgtcaggctaccttttgc
tccattttctgctcactcctcctaatggcttggtgaaatagcaaacaagccaccagcagg
aatctagtctggatgactgc....................gtaactgttaggtggttccc
taagggattaggtatttcatcactgagctaaccctggctatcattctgcttttcttggct
gtctttcagatttgactttatttctaaaaatatttcaatgggtcatatcacagattcttt
ttttttaaattaaagtaacatttccaatctactaatgctaatactgtttcgtatttatag
Exon 3 228
CTGATTTGATGGAGTTGGACATGGCCATGGAACCAGACAGAAAAGCGGCTGTTAGTCACT
GGCAGCAACAGTCTTACCTGGACTCTGGAATCCATTCTGGTGCCACTACCACAGCTCCTT
CTCTGAGTGGTAAAGGCAATCCTGAGGAAGAGGATGTGGATACCTCCCAAGTCCTGTATG
AGTGGGAACAGGGATTTTCTCAGTCCTTCACTCAAGAACAAGTAGCTG
Intron 3-4 200
gtaagagtattatttttcattgccttactgaaagtcagaatgcagttttgagaactaaaa
agttagtgtataatagtttaaataaaatgttgtggtgaagaaaagagagtaatagcaatg
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