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Estudo dos efeitos do nitrato de lítio na expansão de argamassas sujeitas a reação álcali-sílica
vez preenchido o volume dos poros, o gel promove o surgimento de pressões
intersticiais que podem causar fissuras e ocasionar deslocamentos nas estruturas de
concreto desencadeando problemas tanto de nível estrutural quanto operacional.
Dependendo da taxa de crescimento do gel, as tensões podem ser dissipadas ou
não. Uma taxa de crescimento lenta pode permitir que o gel migre ao longo do concreto,
dissipando as tensões. Já uma taxa de crescimento rápida pode provocar tensões internas
capazes de causar fissuras e expansão do gel (HASPARYK et al., 2006). Quando as
tensões hidráulicas, causadas pela expansão do gel, exceder a resistência de ruptura à
tração da pasta e do concreto, a massa de concreto sofrerá uma microfissuração intensa,
perdendo resistência mecânica, diminuindo sua durabilidade.
No período evolutivo da RAA, ao longo do tempo, verifica-se a existência de
três fases (CARRAZEDO, 2004):
• 1º período: ocorre a formação dos produtos da reação (gel) nos poros do
concreto , tornando-o saturado pelos mesmos, não ocorrendo expansões;
• 2º período: ao absorver água, ocorre a expansão do gel. Envolto pela pasta de
cimento, e sem poder migrar através dela, começa, então, a exercer pressões
hidráulicas e expansão do concreto; e
• 3º período: ocorre extinção dos minerais reativos encerrando a formação do
gel e conseqüente estabilização do processo expansivo.
Desde a sua descoberta, a mais de 60 anos (STANTON, 1940), vários
pesquisadores passaram a estudar esse fenômeno patológico, em diversas partes do
mundo, tentando entender o processo químico envolvido, fazendo a identificação dos
minerais reativos, buscando soluções seguras e viáveis para a etapa de dosagem do
concreto e controle da ação deletéria de estruturas afetadas por essa patologia.
A manifestação da RAA pode se dar de várias formas, desde expansões,
movimentações diferenciais nas estruturas e fissurações, exsudação do gel e redução das
propriedades mecânicas e da vida útil da estrutura. A RAA pode não ser a causa
principal da deterioração estrutural prematura, mas pode ser catalisadora de outras
formas de deterioração, pois as fissuras causadas por este fenômeno facilitam a
possibilidade de entrada de agentes agressivos à armadura, acelerando a evolução da
corrosão, e ao próprio concreto. As fissuras nas estruturas hidráulicas podem conduzir
ainda a perda de estanqueidade, a lixiviação e redução do módulo de elasticidade do
concreto, aumentando as deformações (CAVALCANTE, 2005).