Segundo Libâneo (1985), o eixo condutor deste enfoque da relação professor-
aluno é, portanto, a sua opção político-filosófica-educacional, mas, mesmo assim, o
professor ainda é a figura que imprime força e sentido à relação. Assim, o aluno é
encarado como uma extensão do professor e a relação é baseada num esquema de
ação/reação.
Nota-se que, infelizmente, diante da extensão dos programas e do pouco
tempo para cumpri-los, resta como alternativa, para o professor, falar enquanto os
alunos o escutam. O professor, apesar de saber que deve ter uma relação afetuosa,
amiga, de amor e de diálogo com seus alunos, traz para a sala de aula o “conteúdo
oculto” – o que experimentou na relação com seus professores.
Os estudos reafirmam a importância das relações que existem dentro da
escola entre o aluno e seu professor, centrando atenção sobre as conseqüências
das experiências que envolvem sentimentos de insucesso e/ou rejeição por parte
dos estudantes (JACKSON, 1991).
Cabral (1987), a partir de um estudo sobre 79 artigos e dissertações,
publicados entre 1979 e 1983, no Brasil e em revistas estrangeiras, analisa os
fatores determinantes das interações e organiza a interação entre professores e
alunos em três grandes áreas: área afetivo-emocional, cognitiva e social.
Na área afetivo-emocional, aspecto a ser tratado neste trabalho, o autor
aponta a personalidade de professores e estudantes, as emoções, os afetos, os
sentimentos e a capacidade de exteriorizá-los, as expectativas, os estereótipos, as
histórias de vida dos participantes, questões de gênero e nível sócio-econômico. Na
área cognitiva os trabalhos analisados pelo autor tratam o nível intelectual de
professores e estudantes, a estruturação lógica do pensamento, a linguagem verbal
e não-verbal, a forma como o conhecimento é transmitido e a área de conhecimento
envolvido. Finalmente, Cabral (1987) analisa os fatores da área social que são
relevantes para as interações em sala e que aparecem na literatura: o ambiente
onde se desencadeia a interação, as normas e regulamentos, a localização
geográfica e o poder das pessoas envolvidas na interação.
As relações entre professor e alunos influenciam na aprendizagem;
McDermont lembra que não se trata de examinar técnicas pedagógicas, mas em
examinar relações sociais estabelecidas em sala de aula. O sucesso na
aprendizagem, portanto, está baseado nas relações de confiança que o professor
consegue estabelecer com seus alunos (FORQUIN,1995).