Download PDF
ads:
Universidade do Extremo Sul Catarinense
Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais
(MESTRADO)
ESTUDO DO ESTRESSE OXIDATIVO EM ÓRGÃOS DE
RATOS WISTAR ADULTOS INDUZIDOS À INTOXICAÇÃO POR
MALATION
Fabricio Pagani Possamai
Criciúma
2005
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
FABRICIO PAGANI POSSAMAI
ESTUDO DO ESTRESSE OXIDATIVO EM ÓRGÃOS DE RATOS
WISTAR ADULTOS INDUZIDOS À INTOXICAÇÃO POR
MALATION
Dissertação apresentada como requisito
parcial para a obtenção do grau de mestre
no Programa de Pós-Graduação em
Ciências Ambientais (Mestrado) da
Universidade do Extremo Sul Catarinense,
na área de concentração de Ecologia e
Gestão de Ambientes Alterados.
Professor Orientador: Dr. Felipe Dal Pizzol
Professor Co-orientador: Dr. João Quevedo
Criciúma
2005
ads:
ii
Felix qui potuit rerum
cognoscere causa
Publius Virgilius Maro
Poeta Romano
iii
AGRADECIMENTOS
Ao meu orientador professor Felipe Dal Pizzol pelas diretrizes seguras,
orientação, apoio, confiança e incentivo;
Ao professor João Quevedo pela orientação e empenho em realizar pesquisa
científica de qualidade;
À minha família: Arcir, Madalena, Fernando e Mari Helen, pelo incentivo;
À Fernanda, minha vida, pela colaboração, constante apoio e compreensão;
Às amigas e companheiras de bancada: Jucélia e Fabricia pelo auxílio
durante várias etapas deste trabalho;
Aos amigos do laboratório: Gustavo, Rodrigo, Adalisa, Fabiano e demais
bolsistas pelo enorme esforço e dedicação nas pesquisas desenvolvidas;
À UNESC por tornar este trabalho possível;
Ao Programa de Pós-Graduação pela formação proporcionada;
Aos técnicos dos laboratórios do Bloco da Saúde, vigias, e demais
funcionários que colaboraram e apoiaram neste trabalho;
Ao CNPq pelo apoio à pesquisa;
À Prefeitura Municipal de Içara pelo auxílio na execução deste trabalho;
À todos que, direta ou indiretamente, colaboraram na execução deste
trabalho.
iv
RESUMO
Malation é um inseticida do grupo dos pesticidas organofosforados com fortes
propriedades inseticidas. Eles apresentam efeitos neurotóxicos diretos associados
com a inativação da colinesterase. Possui propriedades mutagênicas,
carcinogênicas e especificidade em órgãos quanto à toxicidade com relação ao
coração, rim e outros órgãos. Os radicais livres são um importante fator de dano em
muitos processos patológicos e toxicológicos. As espécies ativas do oxigênio
(EAO), como peróxido de hidrogênio e superóxido, são produzidos em inúmeras
reações celulares e por várias enzimas, tais como as lipoxigenases e peroxidases.
Os principais componentes celulares susceptíveis ao dano por radicais livres são os
lipídeos (peroxidação de ácidos graxos insaturados nas membranas), proteínas,
carboidratos e ácidos nucléicos. O objetivo do estudo foi avaliar o dano oxidativo do
malation em ratos Wistar, baseado nos resultados da lipoperoxidação dos níveis
das espécies reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) e grupo carbonil. As análises
demonstraram vários graus de intensidade nos resultados da lipoperoxidação do
TBARS e do grupo carbonil quando comparados com as defesas antioxidantes. As
estruturas mais susceptíveis ao dano oxidativo foram o rim, pulmão e diafragma no
tratamento agudo e o fígado, quadríceps e soro do tratamento crônico.
evidências que a exposição ao malation está associado com a evolução do dano
oxidativo, observado nos órgãos estudados.
v
ABSTRACT
Malathion is an insecticide of the group of organophosphorus pesticides showing
strong insecticidal properties. They show neurotoxic effects directly associated with
cholinesterase inactivation. Possess mutagenic and carcinogenic properties and
show organ-specific toxicity which relation to the heart, kidney and others organs.
Free radical damage is an important factor in many pathological and toxicological
processes. Reactive oxygen species (ROS), hydrogen peroxide and superoxide are
both produced in a number of cellular reactions and by several enzymes such as
lipoxygenases, peroxidases. The main cellular components susceptible to damage
by free radical are lipids (peroxidation of unsaturaded fatty acids in membranes),
proteins, carbohydrates and nucleic acids. The aim of study was the evaluation of
oxidative damage of malathion on Wistar rats basead on the results of lipid
peroxidation the level thiobarbituric acid reactive substances (TBARS) and group
carbonyl. The analysis showed various degrees of intensity on the results of lipid
peroxidation the TBARS and group carbonyls, when compared with the antioxidant
defense. The most sensitive structures to the oxidative damage were the kidney,
lung and diaphragm of the acute treatment and the liver, quadriceps and serum of
the chronic treatment. There is evidence that exposure to malathion was associated
the evaluation of oxidative damage observed in organs studied.
vi
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS ........................................................................................... vii
LISTA DE TABELAS ........................................................................................... x
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS .............................................................. xi
CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO ...........................................................................
1
1 ORGANOFOSFORADOS ................................................................................ 1
1.1 Identificação do malation .............................................................................. 3
1.2 Farmacologia do malation .............................................................................
4
1.3 Toxicidade do malation ................................................................................. 6
1.4 Imunotoxicidade e genotoxicidade do malation ............................................ 8
2 RADICAIS LIVRES .......................................................................................... 9
3 ESTRESSE OXIDATIVO ................................................................................. 12
3.1 Lipoperoxidação ............................................................................................
14
3.2 Dano nas proteínas .......................................................................................
15
3.3 Dano no fígado ............................................................................................. 15
3.4 Dano no pulmão ............................................................................................
16
3.5 Dano no rim .................................................................................................. 16
3.6 Dano no DNA ................................................................................................ 17
3.7 Dano no SNC ................................................................................................ 17
4 DEFESAS ANTIOXIDANTES .......................................................................... 18
4.1 Superóxido dismutase .................................................................................. 19
4.2 Catalase ........................................................................................................ 19
4.3 Glutationa peroxidase ................................................................................... 20
4.4 Outros antioxidantes ..................................................................................... 21
5 OBJETIVOS ..................................................................................................... 22
5.1 Objetivo geral ................................................................................................ 22
5.1 Objetivo específico ........................................................................................
22
CAPÍTULO II – ARTIGO .....................................................................................
23
CAPÍTULO III – DISCUSSÃO GERAL ...............................................................
45
CAPÍTULO IV – CONCLUSÕES ........................................................................
48
CAPÍTULO V – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................
50
vii
LISTA DE FIGURAS
CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO
Figura 1. Representação estrutural do malation ..............................................
3
Figura 2. Biotransformação do malation ...........................................................
5
Figura 3. Evoluções adaptativas ao surgimento de O
2
.....................................
9
Figura 4. Lipoperoxidação de lipídeos pela reação de radicais livres ..............
10
Figura 5. Oxidantes do metabolismo normal ....................................................
11
Figura 6. Representação da formação de OH
·
através das reações de Haber-
Weiss/ Fenton ...................................................................................................
11
Figura 7. Estresse oxidativo .............................................................................
12
Figura 8. Principais alterações celulares geradas pelo estresse oxidativo ......
13
Figura 9. Reação de detoxificação de EAO promovida pela SOD ...................
19
Figura 10. Reação de detoxificação de EAO promovida pela CAT ..................
19
Figura 11. Reação de detoxificação de EAO promovida pela GPx ..................
20
Figura 12. Mecanismo de defesa antioxidante .................................................
20
CAPÍTULO II – ARTIGO
Figura 1. Oxidative parameters after chronic O. P. poisoning in liver. A
Oxidative damage. Rats were submitted to chronic treatment in doses the
malathion 25, 50, 100, 150 mg/Kg and control. Immediately after treatment
animals were sacrificed and the liver was isolated for determination of
thiobarbituric acid reactive species and protein carbonyl as described under
“Materials and Methods”. Values are expressed as means±S.E.M.(n=5 for
each group). * different from control (p<0,05). B Antioxidant enzymes. Rats
were submitted to chronic treatment in doses the malathion 25, 50, 100, 150
mg/Kg and control. Immediately after treatment animals were sacrificed and
the liver was isolated for determination of catalase and SOD as described
under “Materials and Methods”. Values are expressed as means±S.E.M.(n=5
for each group). * different from control (p<0,05). ** different from control
(p<0,001) ……………………………………………………………………………..
38
Figura 2. Oxidative parameters after chronic O. P. poisoning in lung. A
Oxidative damage. Rats were submitted to chronic treatment in doses the
malathion 25, 50, 100, 150 mg/Kg and control. Immediately after treatment
viii
animals were sacrificed and the lung was isolated for determination of
thiobarbituric acid reactive species and protein carbonyl as described under
“Materials and Methods”. Values are expressed as means±S.E.M.(n=5 for
each group). * different from control (p<0,05). ** different from control
(p<0,001). B Antioxidant enzymes. Rats were submitted to chronic
treatment in doses the malathion 25, 50, 100, 150 mg/Kg and control.
Immediately after treatment animals were sacrificed and the lung was isolated
for determination of catalase and SOD as described under “Materials and
Methods”. Values are expressed as means±S.E.M.(n=5 for each group). *
different from control (p<0,05) ……………………………………………………...
39
Figura 3. Oxidative parameters after acute O. P. poisoning in diaphragm. A
Oxidative damage. Rats were submitted to acute treatment in doses the
malathion 25, 50, 100, 150 mg/Kg and control. Immediately after treatment
animals were sacrificed and the diaphragm was isolated for determination of
thiobarbituric acid reactive species and protein carbonyl as described under
“Materials and Methods”. Values are expressed as means±S.E.M.(n=5 for
each group). * different from control (p<0,05). B Antioxidant enzymes. Rats
were submitted to acute treatment in doses the malathion 25, 50, 100, 150
mg/Kg and control. Immediately after treatment animals were sacrificed and
the diaphragm was isolated for determination of catalase and SOD as
described under “Materials and Methods”. Values are expressed as
means±S.E.M.(n=5 for each group). * different from control (p<0,05) …………
40
Figura 4. Oxidative parameters after chronic O. P. poisoning in diaphragm.
Oxidative damage. Rats were submitted to chronic treatment in doses the
malathion 25, 50, 100, 150 mg/Kg and control. Immediately after treatment
animals were sacrificed and the diaphragm was isolated for determination of
thiobarbituric acid reactive species and protein carbonyl as described under
“Materials and Methods”. Values are expressed as means±S.E.M.(n=5 for
each group). * different from control (p<0,05). ** different from control
(p<0,001) ……………………………………………………………………………...
41
Figura 5. Oxidative parameters after acute O. P. poisoning in quadriceps. A –
Oxidative damage. Rats were submitted to acute treatment in doses the
malathion 25, 50, 100, 150 mg/Kg and control. Immediately after treatment
animals were sacrificed and the quadriceps was isolated for determination of
ix
thiobarbituric acid reactive species and protein carbonyl as described under
“Materials and Methods”. Values are expressed as means±S.E.M.(n=5 for
each group). * different from control (p<0,05). ** different from control
(p<0,001). B Antioxidant enzymes. Rats were submitted to acute treatment
in doses the malathion 25, 50, 100, 150 mg/Kg and control. Immediately after
treatment animals were sacrificed and the quadriceps was isolated for
determination of catalase and SOD as described under “Materials and
Methods”. Values are expressed as means±S.E.M.(n=5 for each group). *
different from control (p<0,05) ……………………………………………………...
42
Figura 6. Oxidative parameters after chronic O. P. poisoning in quadriceps.
Oxidative damage. Rats were submitted to chronic treatment in doses the
malathion 25, 50, 100, 150 mg/Kg and control. Immediately after treatment
animals were sacrificed and the quadriceps was isolated for determination of
thiobarbituric acid reactive species and protein carbonyl as described under
“Materials and Methods”. Values are expressed as means±S.E.M.(n=5 for
each group). * different from control (p<0,05) …………………………………….
43
Figura 7. Oxidative parameters after chronic O. P. poisoning in serum.
Oxidative damage. Rats were submitted to chronic treatment in doses the
malathion 25, 50, 100, 150 mg/Kg and control. Immediately after treatment
animals were sacrificed and the serum was isolated for determination of
thiobarbituric acid reactive species and protein carbonyl as described under
“Materials and Methods”. Values are expressed as means±S.E.M.(n=5 for
each group). * different from control (p<0,05) ...................................................
43
Figure 8. Pearson correlation coefficient of TBARS after chronic O. P.
poisoning in serum and liver. Rats were submitted to chronic treatment in
doses the malathion 25, 50, 100, 150 mg/Kg and control. Immediately after
treatment animals were sacrificed and the serum and liver was isolated for
determination of thiobarbituric acid reactive species as described under
“Materials and Methods”. Variations of MDA equivalents in serum and liver in
different malathion doses were correlated (r
2
= 0,859, p<0,05) ………………...
44
x
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Sintomatologia na intoxicação aguda devido à exposição ao
malation .............................................................................................................
07
xi
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ACh
- Acetilcolina
AChE
- Acetilcolinesterase
ATP - Adenosina trifosfato
CAT - Catalase
DL
50
- Dose letal para 50% de um grupo de animais
DNA - Ácido desoxirribonucleico
e
-
- Elétron
EAN - Espécies ativas do nitrogênio
EAO - Espécies ativas de oxigênio
Fe
2+
- Íon ferroso
Fe
3+
- Íon férrico
GPx - Glutationa peroxidase
GR - Glutationa redutase
GSH - Glutationa reduzida
GSSG - Glutationa oxidada
GST - Glutationa-S-transferase
H
+
- Próton
H
2
O - Água
H
2
O
2
- Peróxido de hidrogênio
HNE - 4-hidroxi 2-trans nonenal
LPO - Lipoperoxidação
MDA - Malondialdeído
NO
·
- Óxido nítrico
O
2
- Oxigênio molecular
O
2
- Radical superóxido
O
3
- Ozônio
OF - Organofosforados
OH
-
- Ânion hidroxila
OH· - Radical hidroxil
ONNOO
·
- peroxinitrito
RL - Radicais livres
scavenger
-
químicos / biológicos
xii
SNC - Sistema nervoso central
SOD - Superóxido dismutase
TBA - Ácido tiobarbitúrico
TBARS - Espécies reativas ao ácido tiobarbitúrico
1
CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO
1 ORGANOFOSFORADOS
Para proporcionar um constante aumento na produção de alimentos para o
mercado interno e externo, a agricultura tem feito um grande esforço através da
mecanização ou do controle de pragas. Com o advento dos agroquímicos
sintéticos, no início do século passado, a humanidade se deparou com as suas
conseqüências ao meio ambiente e ao homem.
Segundo dados do CIT/SC, 2005 (Centro de Informações Toxicológicas do
Estado de Santa Catarina), no período entre 1994 a 2004 foram 1.011 registros de
intoxicação por agrotóxicos em SC, sendo que 36 evoluíram para o óbito. Somente
no ano de 2004, foram 186 registros de intoxicação por agrotóxicos, sendo que 149
(80%) correspondem à intoxicações por organofosforados, resultando em 6 óbitos.
Os outros 37 registros (20%), são referentes à intoxicações por outros agrotóxicos
(organoclorados, carbamatos, paraquat, etc).
Todos os casos em que houver suspeita da ocorrência de efeitos à saúde
humana relacionada à exposição aos agrotóxicos, devem ser notificados ao setor
de Vigilância em Saúde ou nas unidades de saúde dos municípios. A notificação é
realizada quando a pessoa com suspeita de exposição ao produto, busca a unidade
de saúde ou quando a agente de saúde, durante as visitas domiciliares, identifica a
suspeita de exposição. A notificação é registrada no Sistema de Informações de
Agravos de Notificação SINAN, cujo programa que é digital, iniciou em 1994.
Segundo dados da SES/SC, 2005 (Secretaria de Estado da Saúde de Santa
Catarina), no período entre 1994 a 2004 foram 3.286 registros de notificação. Até o
presente momento, não estão disponíveis o dados nacionais do SINAN.
A ANVISA, 2005 (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), informa que os
dados epidemiológicos no Brasil são difíceis e sub-notificáveis, na sua maioria. O
Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas SINITOX, não dispõe
de dados detalhados acerca dos agentes tóxicos. Na maioria dos Estados, as
notificações não são objeto dos sistemas de vigilância em saúde. A escassez de
equipamentos e de recursos humanos dos órgãos governamentais contribuem para
o sub-registro dessas intoxicações.
2
Segundo dados do MINISTÉRIO DA AGRICULTURA PECUÁRIA E
ABASTECIMENTO (2002), o Brasil é um dos maiores consumidores de agrotóxicos
do mundo, tanto de uso domésticos como de uso agrícola. Dada a grande
diversidade de produtos, cerca de 300 princípios ativos em 2 mil formulações
comerciais diferentes no Brasil, os agrotóxicos são classificados em inseticidas,
fungicidas, herbicidas e por outros grupos importantes (raticidas, acaricidas,
nematicidas, molusquicidas e fumigantes). Organofosforados (OF) são inseticidas,
constituídos por compostos orgânicos derivados do ácido fosfórico, do ácido
tiofosfórico ou do ácido ditifosfórico. Dos inseticidas organofosforados, o malation é
um dos mais utilizados na agricultura brasileira. É largamente utilizado nas culturas
de fumo e milho em Criciúma, Içara e região, além de ser empregado para uso
doméstico (domissanitários) em pomares caseiros e jardins.
No entanto a falta de controle no uso destas substâncias tóxicas, somado
com o desconhecimento da população quanto ao uso correto acarretam em graves
intoxicações a saúde humana e a contaminação do meio ambiente. Um grande
problema com relação aos agrotóxicos é que nem sempre o agricultor rural sabe
usar a quantidade recomendada e a maioria ignora os efeitos nocivos do produto.
Os agrotóxicos estão entre os contaminantes sintéticos que mais se destacam na
degradação de recursos hídricos e cujos efeitos atingem diversos graus de
toxicidade. Estas substâncias tóxicas percolam o solo, contaminando as águas
superficiais e subterrâneas que posteriormente poderão servir para o consumo
humano (WHO, 2003).
Os agricultores adultos são os grupos com maior potencial de exposição por
agrotóxicos, assim como as crianças dos agricultores. Diversos estudos associam
esta exposição com efeitos adversos à saúde. As crianças são o grupo mais
sensível à exposição de agrotóxicos, porque eles possuem altas taxas de
metabolismo, sistema imune em desenvolvimento, acesso à menor variedade de
alimentos na dieta e diferentes comportamentos quando comparado aos adultos
(CURL et al., 2002; FARAHAT et al., 2003; SEXTON et al., 2003).
Os veículos da exposição dos agrotóxicos às crianças são principalmente
das roupas e da pele dos adultos. As condições sociais e econômicas dos
agricultores são características que podem determinar a forma e o tempo de
exposição dos agrotóxicos. Para as famílias dos agricultores expostos aos OF,
aumentam os riscos de doenças tais como neuroblastomas, tumores no sistema
nervoso, doença de Hodgkin, câncer de próstata, estômago, pele, ossos, cérebro e
3
leucemias em crianças (CURL et al., 2002; MILLS e ZAHM, 2001; MITCHELL et al.,
1995).
Outra grande forma de exposição é através da alimentação, onde resíduos
dos agrotóxicos permanecem no alimento. A aplicação de práticas adequadas de
lavagem destes produtos pode contribuir na redução dos resíduos do agrotóxico no
alimento (ZOHAIR, 2001).
A contaminação por inseticidas organofosforados é tema de estudo em
diversos centros de pesquisa e universidades, tendo em vista as conseqüências
para a saúde humana e o risco de degradação do meio ambiente, causados pela
falta de controle no uso e pela aplicação inadequada.
1.1 Identificação do malation
O Malation, Malatox, Malaton, MLT, são os nomes comum e comercial de
inseticidas organofosforados. O nome químico (figura 1) é 0,0-dimetil S-(etil-1,2-
dicarboetoxi) fosforoditioato (WHO, 2003).
Figura 1. Representação estrutural do malation. Adaptado de WHO, 2003.
Quando puro é líquido amarelado. O produto técnico, que contém de 95 a
98% de substância ativa, é um quido marrom-escuro com forte cheiro de alho. É
muito pouco solúvel na água (145 ppm a 20-25ºC) e solúvel na maioria dos
solventes orgânicos, tais como o álcool, éster, cetona, éter, hidrocarbonos
aromáticos e óleos vegetais. Decompõe-se facilmente em meio alcalino e em meio
ácido. A sua taxa de hidrólise (meia-vida) em pH 7,4, numa temperatura de 37,5ºC,
é aproximadamente 32 horas (THE MERCK INDEX, 2001; WHO, 2003).
No comércio são apresentados sob formas diversas: líquidos oleosos,
viscosos, pouco densos, de cor e cheiro variados; sólidos ou pós-cristalinos ou não,
incolores ou coloridos, são empregados em tipos de formulações e em
concentrações variadas. São inseticidas fito e zoosanitários, utilizados em
4
agropecuária, saúde pública (controle de vetores); alguns de baixa toxicidade, como
o malation, são usados como inseticidas domiciliares (AHMED et al., 2000).
Conforme a Lei Federal n.º 7802/89, o malation pode ser comercializado por
estabelecimentos, tais como agropecuárias, devidamente cadastradas nos órgãos
competentes do Estado, de acordo com a Lei Estadual n.º 11069/98, ou Município
que atuam na área da saúde, do meio ambiente e da agricultura. A comercialização
somente poderá ser efetuada mediante a apresentação do receituário agronômico
prescrito por profissionais legalmente habilitados. No entanto, o comércio do
malation para uso domissanitário ou para fins de jardinagem amadora, segundo a
Portaria MS n.º 321/97 e 322/97, poderá ocorrer através de venda direta ao
consumidor (sem a apresentação do receituário agronômico). Os frascos devem
possuir um volume que não exceda 100 ml para líquidos a diluir e 1000 ml para
líquidos prontos para o uso. Com relação à toxicidade, o produto deve possuir DL
50
,
via oral, para ratos brancos, machos, superior a 2.000 mg/Kg de peso corpóreo
para produtos sob a forma líquida, além de estar incluído na classe III da
classificação de pesticidas segundo a periculosidade, recomendada pela OMS.
1.2 Farmacologia do Malation
Os compostos organofosforados são substâncias colinérgicos indiretas, ou
seja, são inibidores da colinesterase, impedindo a inativação da acetilcolina (ACh),
permitindo assim sua ação mais intensa e prolongada nas sinapses colinérgicas.
Atuam, pois, como agonistas nos receptores colinérgicos, com os conseqüentes
efeitos muscarínicos, nicotínicos e sobre o sistema nervoso central (MITCHELL, et
al., 1995; MORETTO, 1998).
Os inseticidas OF atuam como inibidor irreversível” da acetilcolinesterase
(AChE), que tem a função de destruir a acetilcolina que serve como mediadora das
transmissões nervosas no sistema nervoso central, parassimpático e
ortossimpáticos e nas junções mioneurais. Em excesso, a acetilcolina é prejudicial e
a função da acetilcolinesterase é destruir a acetilcolina dando origem à colina e ao
ácido acético, ambos inofensivos ao organismo humano (BRENNER, 1992;
HARDMAN et al., 2001).
O malation sofre decomposição quando armazenado em condições
inadequadas, produzindo compostos similares de elevada toxicidade,
especialmente o malaoxon e isomalation. O malaoxon apresenta uma atividade
anticolinesterásica superior à do malation enquanto que o isomalation, além de
5
apresentar uma ligação P=O que condiciona uma maior inibição da AChE, é um
efetivo inibidor da carboxiesterase provocando uma diminuição prejudicial da
hidrólise do malation no organismo humano (BRENNER, 1992; SEGALL et al.,
2003; SOGORB e VILANOVA, 2002).
O metabolismo do malation em animais ocorre de três formas, uma
oxidativa, outra hidrolítica e a redução do grupo metil catalizado pela glutationa S-
transferase (figura 2).
Figura 2. Biotransformação do malation. Adaptado de WHO, 2003.
6
1.3 Toxicidade do Malation
O malation é absorvido pelo organismo por todas as vias de forma
acelerada. A presença de solvente orgânico intensifica a absorção, e sua toxicidade
está relacionada à sua biotransformação, ou seja, a transformação da ligação P=S
(tion) em P=O (oxon) através de enzimas oxidases e citocromo P-450. Resulta,
portanto, numa maior inibição da colinesterase, provocando uma diminuição
prejudicial da hidrólise do malation no organismo humano e, como conseqüência,
um aumento acentuado da toxicidade do composto (GIRI et al., 2002). Essa
toxidez, causada pela biotransformação do malation, pode ser atribuída à
conversão deste composto em radicais livres. Há evidências que os radicais livres e
outras espécies ativas do oxigênio e nitrogênio estão envolvidas no mecanismo de
ação alguns agrotóxicos, tais como o malation (BANERJEE et al., 1999).
A absorção por via oral ocorre nas intoxicações agudas acidentais e nas
tentativas de suicídio, que registraram casos fatais. A via dérmica é a via mais
comum de intoxicações ocupacionais, seguida da via respiratória (THOMPSON et
al., 1998). Estudo demonstra a distribuição do malation no corpo humano em
diversos tecidos e fluidos corporais, como no rim, sangue, fígado, baço, coração,
cérebro, pulmão e músculos (JADHAV et al., 1992). No entanto, somente uma
pequena fração é absorvida pelos tecidos. O tempo de exposição é um fator
determinante na absorção do malation nos tecidos biológicos (BOUCHARD et al.,
2003).
No homem, a eliminação do malation é principalmente urinária, sendo em
menor quantidade nas fezes. A excreção máxima ocorre em 2 dias, após diminui
rapidamente. Em ratos a principal via de excreção também é através da urina (80-
90%) nas primeiras 24 horas após a exposição. Os ratos convertem cerca de 4-6%
do malation em malaoxon. O tempo de meia-vida do malation em ratos é 1,4 dias
no sangue, na administração por via oral (WHO, 2003).
Os OF são compostos com propriedades alquilantes, ou seja, são agentes
que podem causar dano no DNA. A atividade mutagênica do malation pode estar
relacionada com a existência de dois sítios eletrofílicos em sua estrutura molecular
ou em seus metabólitos intermediários, nos quais são capazes de quebrar os sítios
nucleofílicos do DNA. Os sítios eletrofílicos do malation são o grupo alquil e o grupo
fosforil (GIRI et al., 2002).
Conforme a classificação da toxicidade aguda, os OF são classificados nas
seguintes classes: classe IA - extremamente perigosos; classe IB - altamente
7
perigosos; classe II - moderadamente perigosos; classe III - pouco perigosos. O
malation é um inseticida de uso agropecuário e domissanitário da classe III. A DL
50
aguda oral do malation em ratos machos é 1375 mg/Kg. Quimicamente são
considerados de grande toxicidade quando a DL
50
apresenta um valor pequeno, e
praticamente não tóxicos quando a DL
50
é grande. No entanto o valor da DL
50
pode
não demonstrar alguns efeitos quando a exposição ocorre por longo tempo (câncer,
defeitos no nascimento, toxicidade reprodutiva), que podem ocorrer a baixos níveis
daqueles que causam a morte (THE MERCK INDEX, 2001; WHO, 2003).
Vários fatores influem na toxicidade dos OF: o potencial de risco de cada
substância, dose, tempo e via de exposição; condições prévias de saúde do
paciente (algumas doenças alteram níveis de AChE), idade (neonatos, grávidas tem
baixa atividade colinesterásica) desnutrição, déficit protéico eleva risco na
intoxicação, etc. Os agrotóxicos podem determinar três tipos de intoxicação: aguda,
subaguda e crônica. A intoxicação aguda é aquela na qual os sintomas surgem
rapidamente, algumas horas após a exposição excessiva, por curto período, a
produtos extremamente ou altamente tóxicos. Pode ocorrer de forma leve,
moderada ou grave, dependerão da quantidade de veneno absorvido. Os sinais e
sintomas são nítidos e objetivos (WHO, 2003).
Tabela 1. Sintomatologia na intoxicação aguda devido à exposição ao malation.
Síndrome Muscarínica Síndrome Nicotínica Síndrome SNC
- Distúrbios cardiocirculatórios
(diminuição da contratilidade cardíaca,
bradicardia e vasodilatação).
- Distúrbios gastrointestinais (aumento
dos movimentos peristálticos e do
tônus intestinal, aumento das
secreções digestivas, diarréia, cólicas
abdominais, vômitos).
- Distúrbios das glândulas exócrinas
(sudorese, sialorréia, lacrimejamento).
- Outros distúrbios (miose bilateral,
broncoconstrição/hipersecreção e
aumento do peristaltismo uretral).
- Tremores de língua,
lábios, olhos e
pálpebras.
- Espasmos e tremores
da musculatura
esquelética.
- Flacidez e paralisia
muscular.
- Espasmos,
fasciculações e
fibrilações musculares,
principalmente na face
e pescoço.
- Cefaléia,
inquietude,
insônia.
- Tremores,
ataxia.
- Confusão
mental.
- Convulsões.
- Coma.
Fonte: WHO, 2003.
8
A intoxicação subaguda ocorre por exposição moderada ou pequena a
produtos altamente tóxicos ou medianamente tóxicos e tem aparecimento mais
lento. Os sintomas são subjetivos e vagos, tais como dor de cabeça, fraqueza, mal-
estar, dor de estômago e sonolência, entre outros. A intoxicação crônica
caracteriza-se por surgimento tardio, ou seja, anos após a exposição pequena ou
moderada a produtos tóxicos ou a múltiplos produtos (WHO, 2003).
Relatos em trabalhadores expostos a baixas concentrações, após exposição
crônica à organofosforados demonstram: enfraquecimento, déficit de memória e de
velocidade psicomotora, perda de concentração, dificuldade de fala. Também
alterações psíquicas: aumento de tendências depressivas, ansiedade, irritabilidade,
nervosismo. Pode ocasionar ainda danos irreversíveis, como paralisias e
neoplasias (RAY e RICHARDS, 2001; SALVI et al., 2003).
A intoxicação por OF pode induzir à síndrome extrapiramidal ou doença de
Parkinson em algumas pessoas (HSIEH, 2001; MENEGON et al., 1998) e promover
danos na reprodução de camundongos machos, causando disfunção da
espermatogênese (BUSTOS-OBREGÓN e GONZÁLES-HORMAZABAL, 2003).
Estudo demonstra a alteração de parâmetros eletrofisiológicos do cérebro
em ratos Wistar induzidos à intoxicação por organofosforados, na administração
oral. Foram analisados parâmetros eletrofisiológicos tais como eletrocorticograma,
sensoriamento do potencial cortical, velocidade de condução e período de refração
do nervo periférico. A exposição ao organofosforado ocasionou a alteração de
todos os parâmetros investigados. Esta análise pode ser utilizada como um
sensível indicador desta exposição (DÉSI e NAGYMAJTÉNYI, 1999).
A intoxicação por OF pode ainda levar a morte, usualmente por insuficiência
respiratória resultante de fraqueza muscular e depressão respiratória no SNC,
agravados por broncoconstrição e excessiva secreção brônquica efeitos
muscarínicos (BRENNER, 1992; COCKER et al., 2002).
1.4 Imunotoxicidade e genotoxicidade do malation
O malation está relacionado com efeitos imunossupressores em diversos
níveis. Podem causar interferências fisiológicas e patológicas, no estado nutricional,
função hormonal, metabolismo hepático e de outros mecanismos
imunoregulatórios. Pode atuar diretamente ou indiretamente sobre células linfóides,
9
no metabolismo das imunoglobulinas, células T, macrófagos e na biosíntese
macromolecular (BANERJEE et al., 1998).
Estudos demonstram que o malation é um potente agente genotóxico e
pode estar relacionado com um potencial agente mutagênico em células
germinativas (GIRI et al., 2002).
2 RADICAIS LIVRES
Com exceção de certos anaeróbios e organismos unicelulares aeróbios
tolerantes, todos os animais, plantas e bactérias necessitam de O
2
para produção
de energia através do uso de canais transportadores de elétrons, dependente de
O
2
, tais como aqueles nas mitocôndrias das células de eucariontes. No entanto o
O
2
é um agente mutagênico tóxico. Os aeróbios sobrevivem porque eles possuem
defesas de antioxidantes para sua proteção. Os organismos que toleram a
presença de O
2
utilizam mecanismos metabólicos como, oxidases, oxigenases,
hidroxilases, tais como tirosina hidroxilase ou citocromo P-450 (HALLIWELL e
GUTTERIDGE, 1999).
Primeiros organismos vivos aeróbios
Stress com oxigênio
Evolução com defesas antioxidantes Morte Retroceder para anaeróbios
Figura 3. Evoluções adaptativas ao surgimento de O
2
. Adaptado de HALLIWELL e
GUTTERIDGE, 1999.
O desenvolvimento de defesas antioxidantes permitiu a evolução dos
organismos através da oxidação eficaz do alimento, sendo que os efeitos danosos
do O
2
são devido à oxidação de componentes celulares essenciais. Esta oxidação
reduz o O
2
para radicais livres (RL) de oxigênio e outras espécies tóxicas derivadas
do oxigênio. Então radicais livres são quaisquer espécies capazes, independe de
10
sua existência, de conter um ou mais elétrons não emparelhados. São espécies
instáveis que reagem rapidamente (HALLIWELL e GUTTERIDGE, 1999).
As reações de radicais, usualmente, ocorrem em três fases: a fase inicial
(iniciação), fase de propagação e fase de término. A lipoperoxidação é uma reação
em cadeia, com o envolvimento de RL, onde L representa o lipídio na figura 4. Esta
reação inicia-se com o seqüestro do hidrogênio do ácido graxo polinsaturado (LH)
da membrana celular pelo OH
·
ou pelo LO
·
, formando o radical L
·
(radical lipídico).
Na fase de propagação, o L
·
reage com o O
2
resultando no radical LOO
·
, que
seqüestra um novo hidrogênio do ácido graxo polinsaturado, formando novamente
o L
·
. A fase de término ocorre quando os radicais LOO
·
e L
·
propagam-se até que
sejam eliminados (ZWART et al., 1999).
Iniciação: LH + OH
·
(ou LO
·
) L
·
+ H
2
O (ou LOH)
Propagação: L
·
+ O
2
LOO
·
Propagação: LH + LOO
·
L
·
+ LOOH
Término: LOO
·
+ L
·
LOOL
Término: LOO
·
+ LOO
·
LOOL + O
2
Figura 4. Lipoperoxidação de lipídeos pela reação de radicais livres. Adaptado de
ZWART et al., 1999.
As espécies ativas do oxigênio (EAO) é um termo utilizado pelos cientistas
para incluir não somente os radicais de oxigênio (O
2
-
e OH
) mas também alguns
derivados do O
2
que não são radicais livres (H
2
O
2
, O
3
). As EAO e outros RL podem
ser produzidos por fontes exógenas, como os agrotóxicos, medicamentos, a
poluição ambiental e etc, ou por fontes endógenas. Nas células as EAO são
produzidas como conseqüência do metabolismo celular normal. As principais fontes
endógenas são a cadeia de transporte de elétrons mitocondrial, a degradação de
ácidos graxos nos peroxissomas, os mecanismos de detoxificação mediados pelo
complexo enzimático citocromo P-450, o processo de fagocitose e a oxidação de
pequenas moléculas como hidroquinonas, ferrodoxinas reduzidas e catecolaminas,
entre outras. Os peroxissomas (microcorpos) são organelas, com a aparência de
pequenas vesículas membranares, formados a partir do retículo endoplasmático.
São caracterizados por conterem enzimas catalisadoras de oxidações que se
processam em presença de oxigênio molecular (oxidases), e ainda de catalases,
11
enzimas decompositoras de peróxido de hidrogênio (HALLIWELL e GUTTERIDGE,
1999).
No transporte de elétrons ao longo da cadeia respiratória, as EAO podem
ser geradas durante episódios de erros no processo de redução univalente do
oxigênio, gerando o radical superóxido (O
2
-
), o peróxido de hidrogênio (H
2
O
2
) e o
radical hidroxila (OH
·
). A citocromo oxidase adiciona quatro elétrons para geração
de energia na mitocôndria (figura 5), mas inevitavelmente são formados
intermediários tóxicos (AMES et al., 1993).
Figura 5. Oxidantes do metabolismo normal. Adaptado de AMES et al., 1993.
Nos organismos, o O
2
-
participa na reação de Haber-Weiss: gerando
oxigênio e ferro reduzido, o qual catalisa a reação de Fenton; formando o radical
hidroxila (figura 6).
Reação de Haber-Weiss: O
2
-
+ Fe
3+
O
2
+ Fe
2+
Reação de Fenton: Fe
2+
+ H
2
O
2
OH
·
+ OH
-
+ Fe
3+
Figura 6. Representação da formação de OH
·
através das reações de Haber-Weiss/
Fenton. Adaptado de ANDREAZZA et al., 2004.
Acredita-se que a membrana mitocondrial, considerada a maior fonte de O
2
-
,
é impermeável a esse elemento. Porém, o O
2
-
é dismutado para H
2
O
2
, que
atravessa membranas com facilidade. A reação do superóxido com peróxido de
hidrogênio é acelerado in vivo na presença de metais de transição, particularmente
de ferro, por meio da reação de Haber-Weiss/Fenton. O radical hidroxil também
pode ser gerado por radiações ionizantes. O radical superóxido, em comparação ao
radical hidroxil é menos reativo em solução aquosa. O desaparecimento dos
radicais superóxido ocorre através da reação de dismutação. O peróxido de
hidrogênio não é um RL, mas pode induzir ao dano celular através da degradação
de certas proteínas (ANDREAZZA et al., 2004).
12
A toxicologia dos organofosforados na produção de EAO podem ocorrer de
duas formas: (a) através de seu ciclo de atividade redox, onde um elétron é captado
formando os radicais livres através da transferência para o oxigênio gerando anions
superóxido e peróxido de hidrogênio; (b) através da geração de radicais livres
devido a alteração na homeostase do corpo resultando no estresse oxidativo, com a
produção insuficiente de antioxidantes (VIDYASAGAR et al., 2004).
3 ESTRESSE OXIDATIVO
Em organismos aeróbios sadios, a produção de EAO e EAN estão
balanceadas com as defesas antioxidantes. O balanço não é perfeito, e pode
ocorrer dano em moléculas, que podem ou não ser reparadas (DNA) ou
substituídas (oxidação de proteínas). O estresse oxidativo é resultado da
diminuição de defesas antioxidantes ou aumento na produção de espécies ativas,
pela exposição a valores excessivos de O
2
ou de agentes intoxicantes. Portanto o
estresse oxidativo é um distúrbio no balanço entre pro-oxidantes e antioxidantes
(figura 7), em favor do primeiro, gerando um dano em potencial. Tal dano é
chamado de estresse oxidativo (HALLIWELL e GUTTERIDGE, 1999).
Figura 7. Estresse oxidativo.
O estresse oxidativo pode resultar em adaptação ou lesão celular. Na
adaptação, as células podem tolerar o estresse oxidativo, através da auto-
regulação da síntese de defesas antioxidantes até restabelecer o equilíbrio. A lesão
é o resultado de estímulos químicos ou fisiológicos, que altera transitoriamente ou
permanentemente a homeostase da célula. A resposta à lesão pode ser reversível
13
ou irreversível. As reversíveis são chamadas de adaptações celulares (HALLIWELL
e GUTTERIDGE, 1999).
O estresse oxidativo pode causar dano em todos os tipos de biomoléculas,
incluindo DNA, proteínas e lipídios (figura 8). O alvo principal do estresse oxidativo
pode variar dependendo da célula, o tipo de exposição e a severidade do estresse
(FRIDOVICH, 1998).
O comportamento de algumas células pode ser alterado em conseqüência
do estresse oxidativo, afetando a comunicação intercelular, sendo que a excessiva
geração de H
2
O
2
promove a peroxidação de membranas, resultando na morte
celular (SAGARA et al., 1998). A morte celular pode ocorrer essencialmente de
duas formas, através da necrose e apoptose, sendo que esta também é chamada
de morte celular programada. É um tipo de autodestruição celular que requer
energia e síntese protéica para a sua execução. Está relacionado com a
homeostase na regulação fisiológica do tamanho dos tecidos, exercendo um papel
oposto ao da mitose. A necrose difere da apoptose por representar um fenômeno
degenerativo irreversível, causado por um agressão intensa. Trata-se da
degradação progressiva das estruturas celulares sempre que existam agressões
ambientais severas (FORREST et al., 1994).
Figura 8. Principais alterações celulares geradas pelo estresse oxidativo. Adaptado
de HALLIWELL e GUTTERIDGE, 1999.
14
O estresse oxidativo desregula o metabolismo do Ca
2+
, aumentando os
níveis celulares de cálcio, que, ao se ligar com a calmodulina, é capaz de ativar a
óxido nítrico sintetase, e gerar o NO
·
. Este por sua vez, pode formar o radical
peroxinitrito (ONOO
·
), que é neurotóxico (figura 8). A calmodulina é uma proteína
que se liga ao Ca
2+
, amplamente distribuída, cuja ligação a outras proteínas é
gerada por alterações na concentração intracelular de Ca
2+
. Sua ligação modifica a
atividade de várias enzimas-alvo e proteínas de transporte de membrana
(HALLIWELL e GUTTERIDGE, 1999).
3.1 Lipoperoxidação
A lipoperoxidação (LPO) é um processo de oxidação de lipídios
polinsaturados. Membranas e organelas celulares (mitocôndria, lisossomos e
peroxissomos) contém grande quantidade de lipídios polinsaturados, os quais
juntamente com as proteínas compõem os maiores constituintes biológicos de
membranas (URSO e CLARKSON, 2003).
A peroxidação lipídica resulta em uma mistura complexa de hidroperóxidos e
produtos secundários de oxidação, incluindo peróxidos cíclicos como o
malondialdeído (MDA) e o 4-hidroxi-2-trans-nonenal (HNE). (AKHGARI et al., 2003;
ANDREAZZA et al., 2004; BANERJEE et al., 1999). O MDA é importante na
lipoperoxidação anos, porque é utilizado através da reação com o ácido
tiobarbitúrico (TBA) na análise da lipoperoxidação in vitro, expresso em MDA
equivalentes (nmol/mg proteína).
A LPO está relacionado com efeitos tóxicos de diversas substâncias
químicas, injúrias nos tecidos e no desenvolvimento de doenças (DAL-PIZZOL et
al., 2000). As lipoproteínas também são alvos do dano oxidativo. A peroxidação de
lipoproteínas de baixa densidade contribuem para a aterosclerose. As HDL são
lipoproteínas de alta densidade, que removem o excesso de colesterol dos tecidos
periféricos para o fígado, sendo considerado um agente que previne a
aterosclerose. No entanto as HDL também podem sofrer lipoperoxidação
(HALLIWELL e GUTTERIDGE, 1999).
dados que a peroxidação na membrana de fígado e eritrócitos causam a
formação de agregados de proteína com alto peso molecular na membrana,
ocasionando deformações nos eritrócitos (AKHGARI et al., 2003). Os receptores
15
moleculares de resposta hormonal e citocinas também podem ser inativadas
durante a peroxidação de lipídios (GALLOWAY e HANDY, 2003).
3.2 Dano nas proteínas
O estresse oxidativo em proteínas pode causar dano nos receptores,
enzimas, transdução de sinais, transporte de proteínas e de enzimas, além de
danos em outras biomoléculas. A oxidação de proteínas pode ativar o sistema
imune induzindo a formação de anticorpos e doenças auto-imunes (GALLOWAY e
HANDY, 2003; VICTOR e DE LA FUENTE, 2003). O dano em enzimas reparadoras
do DNA (endonucleases, ligases, etc) pode elevar os níveis de dano oxidativo no
DNA e aumentar a freqüência de mutações. Pode ocorrer o dano nas proteínas
envolvidas na manutenção essencial do gradiente iônico entre os fluídos
extracelulares, tais como o Ca
2+
-ATPase e Ca
2+
/Na
+
(HALLIWELL e GUTTERIDGE,
1999).
A detecção de grupos carbonil está sendo muito utilizado como um indicador
de dano oxidativo em proteínas (URSO e CLARKSON, 2003). O aumento de
proteínas do grupo carbonil está associado a numerosos distúrbios patológicos,
incluindo artrite reumatóide, doença de Alzheimer, síndrome do distúrbio
respiratório, doença de Parkinson e aterosclerose (ZWART et al., 1999).
3.3 Dano no fígado
O fígado possui uma das mais altas atividades de enzimas antioxidantes do
corpo e está envolvido na maioria das detoxificações do organismo. O fígado é
importante na degradação e bio-ativação dos compostos organofosforados.
(AKHGARI, 2003).
Estudos sobre a indução de intoxicação de malation em ratos, via dérmica e
oral, demonstraram alterações histopatológicas no fígado. Na absorção via dérmica
no fígado, foi demonstrado a presença de degeneração parenquimatosa com
pequenas infiltrações nos hepatócitos. Na absorção oral, com análise ao
microscópio eletrônico foi demonstrado a presença de resíduos de organelas e
vacúolos de lipídio. Nas mitocôndrias foi observado a destruição de cristas
mitocondriais. As alterações histopatológicas demonstradas neste estudo
confirmam a toxicidade do malation no fígado (TOS´-LUTY et al., 2003).
16
3.4 Dano no pulmão
O impacto das espécies ativas do oxigênio sobre o pulmão é importante
porque este órgão está exposto a grande tensão de O
2
dos demais tecidos por área
de contato. O pulmão possui uma estrutura histológica complexa, com diferentes
tipos celulares com diferentes suscetibilidades ao estresse oxidativo. Como nos
outros tecidos, a exposição elevada de O
2
, no pulmão, gera o aumento intracelular
de O
2
·-
e H
2
O
2
pela promoção de reações de auto-oxidação e a fuga de elétrons do
O
2
para canais transportadores de elétron das mitocôndrias e retículo
endoplasmático. O H
2
O
2
também pode ser gerado por oxidases no pulmão
(HALLIWELL e GUTTERIDGE, 1999).
evidências que a exposição aguda de de carvão induz a ação do
estresse oxidativo, em ratos, gerando inflamação e fibrose pulmonares. (PINHO et
al., 2004). Outra fonte de espécies ativas de oxigênio no pulmão é a ativação de
fagócitos (monócitos e neutrófilos) (AYUB et al., 2003; BABIOR, 2000).
Estudo demonstra que o pulmão de ratos submetidos à estresse oxidativo
crônico, induz ao aumento nos níveis de TBARS, que é um indicador de
lipoperoxidação em lipídeos. Na análise do TRAP (total radical-trapping potential)
que representa a capacidade antioxidante total, houve alteração somente nas
doses sub-crônicas (TORRES et al., 2004), demonstrando a ação das defesas
antioxidantes nesta fase.
Em testes histopatológicos, pela intoxicação oral de malation em ratos, foi
demonstrado a presença de fagócitos pulmonares e o aumento do septo
interalveolar. Ao microscópio eletrônico, foi observado o aumento dos canais do
ergastoplasma nos pneumócitos, bem como ocorreu inchaço das células do
endotélio vascular e da membrana basal (TOS´-LUTY et al., 2003).
3.5 Dano no rim
O rim é um órgão com atividade metabólica com altos níveis de ferritina e
proteínas do grupo heme. Estudo demonstra disfunções no rim devido à
lipoperoxidação através da formação de RL em ratos (KALE et al., 1999).
evidências que os OF podem causar citotoxicidade tubular renal e está
relacionado, em parte, na formação de EAO, causando lipoperoxidação e
citoxicidade. (POOVALA et al., 1998, 1999).
Na análise da toxicidade oral em ratos intoxicados com malation, através de
testes histopatológicos, foram demonstradas a presença de degenerações
17
parequimatosas e infiltrações nas células do túbulo renal. Ao microscópio
eletrônico, foi observado a presença da ruptura de membranas de vacúolos
autofágicos (TOS´-LUTY et al., 2003).
3.6 Dano no DNA
EAO formadas no metabolismo celular produzem lesões no DNA e em
outras estruturas celulares, fenômeno causador de doenças e provavelmente
relacionado com o processo de envelhecimento celular. Um dos alvos importantes
para o evento da senescência é o DNA, que, ao acumular lesões, desempenha
menos eficientemente sua função informativa, levando eventualmente a uma
degenerescência celular (FRIDOVICH, 1998). evidências que os EAO/EAN
estão envolvidas no desenvolvimento do câncer, não somente por efeitos diretos no
DNA, mas também na alteração de sinais de transdução, proliferação celular, morte
celular e comunicação intercelular. O dano pode ser direto através de ataque
químico ao DNA, nas bases purina e pirimidina ou na desoxirribose (HALLIWELL e
GUTTERIDGE, 1999).
As células possuem mecanismos de reparo ao dano no DNA, que podem
não ser suficientes na presença de excesso de EAO. O estresse oxidativo pode
ocasionar uma quebra na estrutura de elementos do DNA, modificando as bases e
gerando efeitos mutagênicos (BECKMAN e AMES, 1997).
3.7 Dano no SNC
Todos os organismos vivos podem sofrer com o dano oxidativo, no entanto o
cérebro é o órgão mais sensível devido ao alto consumo de oxigênio e glicose.
Também grande consumo de energia, peroxidação de ácidos graxos, pequena
produção de antioxidantes e rápida peroxidação das membranas do cérebro
(HALLIWELL e GUTTERIDGE, 1999).
O cérebro obtém quase toda sua energia a partir da fosforilação oxidativa
mitocondrial, que produz ATP ao mesmo tempo que reduz o O
2
molecular a H
2
O.
Em determinadas condições, espécies altamente reativas, como os radicais livres
de oxigênio e hidroxila, e o H
2
O
2
podem ser gerados como produtos colaterais
desse processo (GUPTA et al., 2001). O excesso de ferro depositado no cérebro e
alterações no metabolismo do ferro pode também contribuir no desenvolvimento de
muitas doenças (DAL PIZZOL et al., 2001).
18
Além disso, o metabolismo de alguns dos principais neurotransmissores,
como a dopamina, gera EAO capazes de consumir as defesas antioxidantes, que
são baixas em muitas regiões do cérebro (GILGUN-SHERKI et al., 2002).
Estudos apontam que medicamentos também induzem ao dano oxidativo no
cérebro de camundongos, como a apomorfina (MOREIRA et al., 2003) e que o
estresse oxidativo no SNC está relacionado com a patogênese de doenças
neurodegenerativas, tais como a esclerose múltipla (FLOYD e HENSLEY, 2002;
KOUTSILIERI et al., 2002).
4 DEFESAS ANTIOXIDANTES
Os organismos aeróbios somente conseguem sobreviver na presença do O
2
devido às defesas antioxidantes. Essas defesas diferem de tecido para tecido e de
célula para célula. As defesas antioxidantes podem ser induzidas por exposição do
organismo as EAO/EAN e por sinais celulares de moléculas, tais como as citocinas.
No entanto, essas defesas podem ser incompletas, ou seja, não previnem
completamente o dano. Antioxidantes são substâncias que quando presentes em
baixas concentrações comparadas como o agente oxidante, de modo significativo,
reduz ou previne a oxidação do substrato (molécula). Diferentes antioxidantes são
necessários para proteção contra o estresse oxidativo (BLOKHINA et al., 2003;
HALLIWELL e GUTTERIDGE, 1999).
Os mecanismos de defesa são formados por enzimas, tais como a
superóxido dismutase (SOD), a catalase (CAT), glutationa peroxidase (GPx),
glutationa S-transferase (GST) e outras que não participam diretamente do
processo, mas fornecem suporte à GPx, como a glicose-6-fosfato desidrogenase
(G6DP) e a glutationa redutase (GR). Além dessas defesas enzimáticas, existem
ainda antioxidantes não-enzimáticos, como o -tocoferol (vitamina E), ácido
ascórbico (vitamina C), flavonóides e outras moléculas, como o -caroteno e N-
acetilcisteína (PALACE et al., 1999; RITTER et al., 2004).
Existem várias evidências da atividade protetora dos componentes do
sistema antioxidante. As lesões de reperfusão pós-isquemias de coração, rim,
fígado e intestino são prevenidas por SOD e CAT (LEFER e GRANGER, 2000).
Algumas citocinas, em particular a TNF-, que é produzida em condições de
isquemia cerebral ou inflamação, exercem efeito protetor, em parte ao aumentar a
19
expressão da SOD. No entanto o malation pode suprimir a geração de óxido nítrico
e TNF- (AYUB et al., 2003; GALLOWAY e HANDY, 2003).
4.1 Superóxido Dismutase
A SOD é uma importante enzima antioxidante, são abundantes em células
aeróbias e que agem sobre o radical O
2
·-
, dismutando-o a H
2
O
2
(figura 9).
2O
2
·-
+ 2H
+
––SOD H
2
O
2
+ O
2
Figura 9. Reação de detoxificação de EAO promovida pela SOD (ANDREAZZA et
al., 2004).
Esse grupo de enzimas produz peróxido de hidrogênio, que é menos reativo
e pode ser degradado por outras enzimas, como a catalase ou glutationa
peroxidase (ANDREAZZA et al., 2004).
Em mamíferos, foram identificados três diferentes tipos de enzimas SOD:
SOD1 ou SodCuZn, um homodímero de cobre e zinco encontrado no citoplasma;
SOD2 ou SodMn, um tetrâmero que contém manganês e encontrado
exclusivamente na mitocôndria; SOD3 ou Sod EC, um tetrâmero de cobre e zinco
que apresenta peptídeo sinalizador que o direciona exclusivamente para o espaço
extracelular (KINNULA e CRAPO, 2004; MAIER e CHAN, 2002).
4.2 Catalase
A enzima catalase tem como função principal dismutar peróxido de
hidrogênio, formando água e oxigênio molecular (figura 10).
2H
2
O
2
––CAT 2H
2
O + O
2
Figura 10. Reação de detoxificação de EAO promovida pela CAT (ANDREAZZA et
al., 2004).
A atividade da CAT, nos tecidos humanos, é maior no fígado, seguido do
rim, pulmão e músculo (HALLIWELL e GUTTERIDGE, 1999).
Essa enzima é um tetrâmero formado por quatro unidades idênticas, sendo
que cada monômero contém um grupo prostético de heme no centro catalítico. Em
20
células eucarióticas, existem catalases citosólicas e perixossomais, estando
presentes principalmente nos peroxissomas. Por não possuírem peroxissomas,
alguns órgãos estão mais expostos aos danos provocados pela produção de EAO,
como o coração, os pulmões e o cérebro. Nesses órgãos, um mecanismo de defesa
pode ser a difusão do peróxido de hidrogênio para o sangue, onde reagem com a
CAT eritrocitária. (ANDREAZZA et al., 2004; BLOKHINA et al., 2003).
4.3 Glutationa peroxidase
A glutationa peroxidase (GPx) é uma selenoenzima cuja ação se baseia na
oxidação de glutationa (GSH) ao seu dissulfeto correspondente GSSG, removendo
o H
2
O
2
e gerando H
2
O (figura 11).
H
2
O
2
+ 2GSH ––GPx GSSG + 2H
2
O
Figura 11. Reação de detoxificação de EAO promovida pela GPx (ANDREAZZA et
al., 2004).
A razão entre GSH e GSSG em células normais é alta, pois existe um
mecanismo de redução da GSSG que é catalisado pela enzima glutationa redutase
(figura 12).
A glutationa desempenha também um importante papel na detoxificação de
xenobióticos e vários compostos endógenos, como prostaglandinas, leucotrienos e
hidroperóxidos orgânicos, por meio de reações mediadas pela glutationa
transferase (DICKINSON e FORMAN, 2002; SIES, 1999).
Figura 12. Mecanismo de defesa antioxidante. Adaptado de MAIER e CHAN, 2002.
21
4.4 Outros antioxidantes
Além dos antioxidantes citados, a vitamina E confere proteção à membrana
celular por atuar como quelante dos oxidantes produzidos durante a
lipoperoxidação. É um scavenger de radicais peroxil, sendo o mais importante
inibidor de radicais livres nas reações de lipoperoxidação em animais, podendo esta
função estar limitada em situações de sobrecarga de ferro (HALLIWELL e
GUTTERIDGE, 1999). Ratos induzidos à intoxicação por malation, com pré-
tratamento de vitamina E, demonstraram diminuição da lipoperoxidação em
eritrócitos, quando em comparação com o grupo dos ratos sem pré-tratamento
(JOHN et al., 2001).
O -caroteno interage com as EAO, especialmente quando ocorrem em
baixas tensões de O
2
, enquanto que a vitamina E se mostra mais eficiente quando
altas tensões de O
2
no meio. A vitamina C, ou ascorbato é um antioxidante
hidrossolúvel que pode neutralizar diretamente as EAO, mas que pode funcionar
também como pró-oxidante quando em dose elevada, ou quando exposta a metal,
levando a lipoperoxidação. O possível benefício da ação destas vitaminas
antioxidantes, não deve ser negligenciado (AKHGARI et al., 2003).
Também há os antioxidantes vitamínicos disponíveis em medicamentos,
destacam-se os derivados do tióis, entre eles a N-acetilcisteína e
mercaptopropionilglicina. A capacidade antioxidante da N-acetilcisteína foi avaliada
em conjunto com a Desferoxamina pela redução da mortalidade em ratos
submetidos à indução de sepse (JOHN et al., 2001; RITTER et al., 2004).
As plantas também podem atuar como antioxidantes, tal como a ginger
(Zingiber officinales Rosc), que previne a formação de RL, mantendo a integridade
de eritrócitos e protegendo contra exposições sub-crônicas de malation (AHMED et
al., 2000). os compostos polifenólicos estão presentes em muitas plantas, frutas
e vegetais. Como constituintes de parte da dieta humana, estão relacionados com
atividade antioxidantes contra os radicais livres (MOLINA et al., 2003; SILVA et al.,
1998).
22
5 OBJETIVOS
5.1 Objetivo Geral
Avaliar o estresse oxidativo em órgãos de ratos Wistar adultos quando
induzidos à intoxicação aguda e crônica por malation.
5.2 Objetivo Específico
Verificar o nível de estresse oxidativo nos dois tipos de tratamento, agudo e
crônico do fígado, rim, diafragma, pulmão, quadríceps e soro atingidos pela
intoxicação, em diferentes doses, de malation em ratos Wistar adultos.
Analisar os parâmetros de estresse oxidativo através das análises
bioquímicas das espécies reativas do ácido tiobarbitúrico (TBARS) e carbonil.
Analisar a atividade de antioxidantes enzimáticos através das análises
bioquímicas de catalase (CAT) e superóxido dismutase (SOD).
23
CAPÍTULO II – ARTIGO
OXIDATIVE PARAMETERS IN WISTAR RATS ACUTE AND
CHRONICALLY INTOXICATED WITH MALATHION
Possamai, F. P.; Fortunato, J. J.; Feier, G.; Agostinho, F. R.; Quevedo, J; Dal-
Pizzol, F.
Manuscrito em preparação
24
OXIDATIVE PARAMETERS IN WISTAR RATS ACUTE AND
CHRONICALLY INTOXICATED WITH MALATHION
(1)
Possamai, F. P.;
(2)
Fortunato, J. J.;
(2)
Feier, G.;
(2)
Agostinho, F. R.;
(2)
Quevedo,
J;
(1)
Dal-Pizzol, F.*
(1)
Laboratório de Fisiopatologia Experimental, Universidade do Extremo Sul
Catarinense, Criciúma, SC, Brazil;
(2)
Laboratório de Neurociências, Universidade do Extremo Sul Catarinense,
Criciúma, SC, Brazil;
*Correspondence: Prof. Felipe Dal-Pizzol, M.D., Ph.D. - Laboratório de
Fisiopatologia Experimental, Universidade do Extremo Sul Catarinense, CEP
88806-000, Criciúma, SC, Brazil. Phone: 55-48-4312759 - Fax: 55-48-4312750.
E-mail: piz@unesc.rct-sc.br
25
ABSTRACT
Malathion is an insecticide of the group of organophosphorus pesticides showing
strong insecticidal properties. They show neurotoxic effects directly associated with
cholinesterase inactivation. Possess mutagenic and carcinogenic properties and
show organ-specific toxicity which relation to the heart, kidney and others organs.
Free radical damage is an important factor in many pathological and toxicological
processes. Reactive oxygen species (ROS), hydrogen peroxide and superoxide are
both produced in a number of cellular reactions and by several enzymes such as
lipoxygenases, peroxidases. The main cellular components susceptible to damage
by free radical are lipids (peroxidation of unsaturaded fatty acids in membranes),
proteins, carbohydrates and nucleic acids. The aim of study was the evaluation of
oxidative damage of malathion on Wistar rats basead on the results of lipid
peroxidation the level thiobarbituric acid reactive substances (TBARS) and group
carbonyl. The analysis showed various degrees of intensity on the results of lipid
peroxidation the TBARS and group carbonyls, when compared with the antioxidant
defense. The most sensitive structures to the oxidative damage were the kidney,
lung and diaphragm of the acute treatment and the liver, quadriceps and serum of
the chronic treatment. There is evidence that exposure to malathion was associated
the evaluation of oxidative damage observed in organs studied.
Keywords: Malathion, Oxidative stress, Free radicals, TBARS, Protein carbonyls,
Catalase, Superoxide dismutase, Poisoning.
INTRODUCTION
Pesticides have been used in the agriculture to enhance food production by
eradicating unwanted insects and controlling disease vectors. Residual amounts of
organophosphates (OP) pesticides have been detected in the soil, water bodies,
vegetables, grains and other foods products (John et al., 2001). According to Ahmed
(2000), malathion (0,0-dimethyl S-1,2 bis-ethoxy carbonyl ethyl phosphorodithioate),
is one of the most widely used organophosphorus pesticides for agriculture and
public health programmers. Its use has caused severe environmental pollution and
brings potential health hazards including severe acute and chronic cases of human
accidental poisonings (Abdollahi et al., 2004).
26
OP are known to cause inhibition of acetylcholinesterase (AchE) in the target
tissues which accumulates acetylcholine. However, low intakes of OP through food
and water may not shown clear symptoms of OP intoxication, but it may show mild
inhibition of AchE activity in erythrocytes and tissues (Abdollahi et al., 2004; John et
al., 2001). In these situations AChE inhibition do not explain all the symptoms of OP
intoxication. For example, the renal dysfunction secondary to OP exposition in
humans was found not to correlate with the degree of suppression of cholinesterase
(Poovala et al., 1998; Poovala et al., 1999). In this way, some authors have
postulated that OP may produce oxidative stress in erythrocytes and other tissues
(Ahmed et al., 2000).
Reactive oxygen species are a part of normal human metabolism. When
produced in excess, reactive oxygen species can cause tissue injury including lipid
peroxidation, DNA damage, and enzyme inactivation (Dal-Pizzol et al., 2001;
Halliwell and Gutteridge, 1999). Toxic free radicals have been implicated as
important pathologic factors in cardiovascular diseases, pulmonary diseases,
autoimmune diseases, inherited metabolic disorders, cancer, and aging. The
antioxidant enzymes such as superoxide dismutase (SOD) and catalase (CAT),
however, may neutralize the oxidative stress (John et al., 2001). Under certain
conditions, the antioxidant reserve can be depleted. In such cases, peroxidation of
membrane lipids seems to be an unavoidable process in tissue injury. Stress may
impair antioxidant defenses, leading to oxidative damage, by changing the balance
between oxidant and antioxidant factors (Torres et al., 2004).
In this study we determine markers of oxidative damage and antioxidant
enzyme activities on several organs involved in the toxic effects of malathion after
acute and chronic exposure in rats.
MATERIALS AND METHODS
Reagents
Thiobarbituric acid, catalase, superoxide dismutase, dinitrophenylhidrazine,
adrenaline, hydrogen peroxide, were purchased from Sigma, St. Louis, MO.
K
2
HPO
4
, KCl, NaCl, Na
2
HPO
4
and NaOH were obtained from Synt (São Paulo,
Brazil).
27
Animals
Adult and male Wistar rats (250-300 g) were obtained from our own breeding
colony. They were caged in groups of 5 with free access to food and water and were
maintained on a 12h light/dark cycle (lights on 7:00 am), at a temperature of
23º±1ºC.
The rats were divided in two protocols: acute and chronic treatment. In the
acute protocol malathion was administered once by intraperitoneal injection (i.p.) at
25 mg/kg, 50 mg/kg, 100 mg/kg, 150 mg/kg. In the chronic protocol malathion was
administered once a day for 28 days in the same doses of the acute protocol. For
both acute and chronic protocols a control was made with the injection of saline. In
both protocols, 24h after the last malathion injection the animals were sacrificed by
decapitation, blood was obtained by cardiac punction and the liver, kidney, lung,
diaphragm, quadriceps were removed and storage at -80ºC. The experimental
procedures were carried out according to the National Institute of Health Guideline
for Animal Care and approved by the Ethics Committee of Universidade do Extremo
Sul Catarinense.
Thiobarbituric Acid Reactive Species (TBARS)
As an index of ROS production we used the formation of TBARS during an
acid-heating reaction, which is widely adopted as a sensitive method for
measurement of lipid peroxidation, as previously describe (Draper and Hadley,
1990). Briefly, the samples were mixed with 1 mL of trichloroacetic acid 10% (TCA)
and 1 mL of thiobarbituric acid 0,67% (TBA), the heated in a boling water bath for 15
min. TBARS were determined by the absorbance at 535nm. Results are expressed
as MDA (malondialdehyde) equivalents (nmol / mg protein).
Measurement of protein carbonyls
The oxidative damage to proteins was assessed by the determination of
carbonyl groups based on the reaction with dinitrophenylhidrazine (DNPH) as
previously described (Levine et al., 1990). Briefly, proteins were precipitated by the
addition of 20% trichloroacetic acid and redissolved in DNPH and the absorbance
read at 370 nm.
28
Measurement of catalase (CAT) and superoxide dismutase (SOD) activity
To determine CAT activity organs systems were sonicated in 50 nM
phosphate buffer and the resulting suspension was centrifuged at 3000G for 10 min.
The supernatant was used for enzyme assay. CAT activity was measured by the
rate of decrease in hydrogen peroxide absorbance at 240 nm (Aebi, 1984). SOD
activity was assayed by measuring the inhibition of adrenaline auto-oxidation, as
previously described (Bannister and Calabrese, 1987).
Protein Quantification
All the results were normalized by the protein content (Lowry et al., 1951).
Statistical analysis
The data are expressed as mean ± standard error of mean (S.E.M.).
Differences among experimental groups were determined by One-way ANOVA.
Multiple comparations were performed by a LSD test. In all experiments, p values
less than 0,05 were considered to indicate statistical significance.
Pearson correlation coefficient was used how a measure of linear
association between two variables.
RESULTS
Oxidative parameters in the liver
The acute administration of malation seemed not to induce oxidative
damage, as assessed by the TBARS levels and protein carbonyls in the liver (data
not shown). Despite of this, the administration of malathion increased CAT activity at
25mg/Kg (0,205±0,0399, p<0,05), compared to control (0,122±0,00861) and
decreased SOD activity at 25mg/Kg (0,355±0,0348, p<0,05) and 50 mg/Kg
(0,391±0,0609, p<0,05), compared to control (0,523±0,0292).
In contrast, the chronic administration of malathion induced an increase in
TBARS at 25, 50, 150 mg/Kg and in protein carbonyl at 25, 50 mg/Kg (Figure 1A).
The oxidative damage was not followed by a proportional increase of CAT and SOD.
CAT activity increased only at 25 mg/Kg and SOD activity increased only at 150
mg/Kg (Figure 1B).
29
Oxidative parameters in the kidney
In contrast to the liver, we only demonstrated oxidative damage, assessed by
TBARS, but not protein carbonyls, in the kidney after acute malathion administration
at 100 mg/Kg (0,2817±0,02666, p<0,05) and 150 mg/Kg (0,2601±0,01698, p<0,05),
compared to control (0,1813±0,01946). In this protocol we demonstrated an
increase in SOD activity at 25 mg/Kg (0,552±0,00924, p<0,05) and 50 mg/Kg
(0,5±0,0437, p<0,05), compared to control (0,419±0,0140). We could not
demonstrate any alteration in the analyzed parameters in the chronic protocol (data
not shown).
Oxidative parameters in the lung
We demonstrated an increase in the lung TBARS only at 100mg/Kg in the
acute protocol (0,6407±0,1285, p<0,05), compared to control (0,2779±0,03186). We
could not demonstrate any alteration in the carbonyls levels after the acute and
chronic protocol. SOD activity, but not CAT activity, increased after acute malathion
intoxication at 50 mg/Kg (0,360±0,0295, p<0,05) and 100 mg/Kg (0,347±0,0365,
p<0,05), compared to control (0,254±0,0363). Surprising, after chronic malathion
treatment we demonstrated a decrease in the lung TBARS levels in all doses
(Figure 2A). This was accompanied by an increase in CAT activity at 25 mg/Kg
(Figure 2B) and a decrease in SOD activity at 25, 50 and 100 mg/Kg (Figure 2B).
Oxidative parameters in the diaphragm
In the diaphragm, the acute malathion administration induced an increase in
the levels of TBARS at 100mg/Kg and 150mg/Kg (Figure 3A) and in the levels of
protein carbonyls at 50mg/Kg (Figure 3A). In addition, we observed an increase in
catalase in 50 mg/Kg and SOD in 50, 100 mg/Kg (Figure 3B).
As we demonstrated in the lung, chronic malathion administration induced a
decrease in the TBARS levels, but not protein carbonyls, at 25, 50, 100 mg/Kg
(Figure 4) in the diaphragm. In this group we observed an increase in CAT at 25
mg/Kg (0,0617±0,00861, p<0,001), compared to control (0,0199±0,0022) and a
decrease in SOD at 100 mg/Kg (0,0448±0,00863, p<0,05), compared to control
(0,0917±0,0125).
30
Oxidative parameters in the quadriceps
The acute administration of malathion induced a decrease in the TBARS
levels in all studied doses (Figure 5A) and a decreased SOD activity at 25, 50,
100mg/Kg (Figure 5B). We could not demonstrate any alteration in protein carbonyls
and CAT activity (data not shown).
In the chronic administration group we demonstrated an increase in TBARS,
but not protein carbonyls, at 25, 50, 100 mg/Kg (Figure 6). CAT activity only
increased at 25 mg/Kg (0,0476±0,00810, p<0,05), 50 mg/Kg (0,0418±0,00786,
p<0,05), compared to control (0,0196±0,0016) and there was no differences in the
SOD activity (data not shown).
Oxidative parameters in the serum
To find out a seric marker of malathion exposure we determined TBARS and
protein carbonyls levels in the serum of animals acute or chronic exposed to
malathion. The acute administration of malathion did not modified TBARS levels in
the analyzed doses (data not shown).
In contrast, the chronic malathion exposure increased TBARS levels in all
doses (Figure 7), and this correlates to liver (Figure 1A, Figure 8), but not diaphragm
TBARS levels (Figure 4). We could not demonstrate any alteration in carbonyl levels
in both protocols (data not shown).
DISCUSSION
In this study we determined, for the first time, oxidative parameters in several
organs involved in malathion toxicity. Oxidative stress occurs depending on the
organ analyzed and the dose administered. In contrast, some organs presented a
decrease in the markers of oxidative damage. In general, SOD and CAT activity did
not modify in a predictive way, depending on the presence or not of oxidative
damage. Oxidative damage occurred more consistently in the liver and the
quadriceps during chronic malathion administration, and a decreased in the lung
and diaphragm in the chronic protocol, and in the diaphragm in the acute protocol.
Epidemiological studies suggest that exposure to organophosphate
pesticides can induce effects on the tissues and fluids, either after acute intoxication
31
or as a result of lower level long-term exposure (Banerjee et al., 1998). Several
case-control studies have associated parenteral exposure to pesticide or pesticide
use in the home with childhood brain tumors, leukemias and lymphomas, testicular
cancers, and other cancers (Eskenazi et al., 1999). Birth defects, reproductive
problems, and genetic damage have been associated with malathion exposure in
humans and animals. Visual disorders, behavioral changes, learning impairment,
and skin sensitization may also be triggered by malathion exposure (Brenner, 1992).
According Giri et al. (2002), malathion is a widely used pesticide with high
potential for human exposure and their results indicate that malathion is genotoxic in
mice. Malathion induced a variety of chromosomal aberrations in the bone marrow
cells (Rupa et al., 1991).
Previously published studies demonstrated oxidative damage in erythrocyte
membrane following phosphamidon and malathion (John et al., 2001). Supporting
this observation, the presence of lipid peroxidation in erythrocytes and liver of rats
exposed to sub chronic malathion has been reported recently (Abdollahi et al.,
2004). Other study demonstrates that OP causes renal tubular cell injury, which is
accompanied by increased H
2
O
2
production and heightened lipid peroxidation
(Poovala et al., 1998).
The basis of OP toxicity in the production of oxidative stress may be due to:
i) Their redox-cicling” activity they readily accept an electron to form free radicals
and then transfer them to oxygen to generate superoxide anions and hence
hydrogen peroxide through dismutation reaction. ii) Generation of free radicals
probably because of the alteration in the normal homeostasis of the body resulting in
oxidative stress, if the requirement of continuous antioxidants is not maintained
(Vidyasagar et al., 2004).
In addition, organophosphorus insecticides containing the P=S bond (called
thion”) are converted to P=O (called oxon”) by a system of enzymes called
microsomal mixed-function oxidases (MFO) in which the enzyme cytochrome P-450
play a major role. The oxons are highly toxic compounds, which account for the
profound cytotoxic effects of organophosphorus pesticides. The mutagenic activity
of malathion may be due to the existence of electrophillic sites in the parent
molecule or its metabolic intermediates, which are capable of binding to nucleophillic
sites in biomolecules. In malathion, there are two potential eletrophillic sites the
alkyl group(s) and the phosphoryl group. These could explain, in part the preference
32
to the occurrence of oxidative damage in the liver of rats chronically exposed to
malathion.
In conclusion, the liver acute, kidney chronic, lung chronic, diaphragm
chronic, quadriceps acute and serum acute seem to have antioxidant mechanisms
sufficient to avoid oxidative damage. In contrast, the occurrence of oxidative
damage in liver chronic, kidney acute, lung acute, diaphragm acute, quadriceps
chronic and serum chronic suggest that this structure is more susceptible to
oxidative stress after poisoning malathion.
Further studies using antioxidants during status poisoning should be done to
ascertain that lipid peroxidation is involved in the pathogenesis of malathion.
Therefore, application of malathion that exposes large populations should be
restricted. These finding help us to understand the problem the use inadequate the
malathion and your risk the health public.
ACKNOWLEDGEMENTS
This research was supported by grants from CNPq/MCT-Brazil and UNESC-
Brazil.
REFERENCES
Abdollahi, M, Mostafalou, S., Pournourmohammadi, S. and Shadnia, S. (2004).
Oxidative stress and cholinesterase inhibition in saliva and plasma of rats following
subchronic exposure to malathion. Comparative Biochemistry and Physiology Part C
137, 29-34.
Aebi, H. (1984). Catalase in vitro. Methods in Enzimology 105, 121-126.
Ahmed, R. S., Seth, V., Pasha, S. T. and Banerjee, B. D. (2000). Influence of dietary
Ginger (Zingiber officinales Rosc) on oxidative stress induced by malathion in rats.
Food and Chemical Toxicology 38. 443-450.
33
Banerjee, B. D., Pasha, S. T., Hussain, Q. Z., Koner, B. C. and Ray, A. (1998). A
comparative evaluation of immunotoxicity of malathion after sub chronic exposure in
experimental animals. Indian Journal of Experimental Biology 36. 273-282.
Bannister, J. V. and Calabrese, L. (1987) Assays for superoxide dismutase.
Methods of Biochemical Analysis 32, 279-312.
Brenner, L. (1992). Malathion. Journal of Pesticide Reform 12 (4), 29-37.
Dal-Pizzol, F., Klamt, F., Dalmolin, R. J. S., Bernard, E. A. and Moreira, J. C. F.
(2001). Mitogenic signaling mediated by oxidants in retinal treated Sertoli cells. Free
Radical Research 35, 749-755.
Draper, H. H. and Hadley, M. (1990). Malondialdehyde determination as index of
lipid peroxidation. Methods in Enzymology 186, 421-431.
Eskenazi, B., Bradman, A. and Castorina R. (1999). Exposures of Children to
Organophosphate Pesticides and Their Potential Adverse Health Effects.
Environmental Health Perspectives 107 (3), 409-419.
Giri, S., Prasad, S. B., Giri, A. and Sharma, G. D. (2002). Genotoxic effects of
malathion: an organophosphorus insecticide, using three mammalian bioassays in
vivo. Mutation Research 514, 223-231.
Halliwell, B. and Gutteridge, J. M. C. Free Radicals in Biology and Medicine. Oxford
Science Publications, Oxford, 1999.
John, S., Kale, M., Rathore, N. and Bhatnagar, D. (2001). Protective effect of
vitamin E in dimethoate and malathion induced oxidative stress in rat erythrocytes.
Journal of Nutritional Biochemistry 12, 500-504.
Levine, R. L., Garland, D., Oliver, C. N., Amici, A., Climent, I, Lenz, A. G., Ahn, B.
W., Shaltiel, S. and Stadtman, E. R. (1990). Determination of carbonyl content in
oxidatively modified proteins. Methods Enzymology 186, 464-478.
34
Lowry, O. H.; Rosebrough, A. L. and Randall, R. J. (1951). Protein measurement
with the folin phenol reagent. Journal of Biological Chemistry 193, 265-275.
Poovala, V. S., Huang, H. and Salahudeen, A. K. (1999). Role of Reactive Oxygen
Metabolites in Organophosphate-Bidrin-Induced Renal Tubular Cytotoxicity. Journal
of the American Society Nephrology 10, 1746-1752.
Poovala, V. S., Kanjii, V. K., Tachikawa, H. and Salahudeen, A. K. (1998). Role of
Oxidant Stress and Antioxidant Protection in Acehphate-Induced Renal Tubular
Cytotoxicity. Toxicological Sciences 46, 403-409.
Rupa, D. S., Reddy, P. P., Sreemannaranaya, O. S. and Reddi, O. S. (1991).
Frequency of sister chromatid exchanges in peripheral lymphocytes of male
pesticide applicators. Environmental and Molecular Mutagenesis 18, 136-138.
Torres, R. L., Torres, I. L. S., Gamaro, G. D., Fontella, F. U., Silveira, P. P., Moreira,
J. S. R., Lacerda, M., Amoretti, J. R., Rech, D., Dalmaz, C. and Bello, A. A. (2004).
Lipid peroxidation and total radical-trapping potential of the lungs of rats submitted
to chronic and sub-chronic stress. Brazilian Journal of Medical and Biological
Research 37, 185-192.
Vidyasagar, J., Karunakar, N., Reddy, M. S., Rajnarayana, K., Surender, T. and
Krishna, D. R. (2004). Oxidative stress and antioxidant status in acute
organophosphorous insecticide poisoning. Indian Journal of Pharmacology 36 (2),
76-79.
35
FIGURE LEGENDS
Figure 1. Oxidative parameters after chronic O. P. poisoning in liver.
A Oxidative damage. Rats were submitted to chronic treatment in doses the
malathion 25, 50, 100, 150 mg/Kg and control. Immediately after treatment animals
were sacrificed and the liver was isolated for determination of thiobarbituric acid
reactive species and protein carbonyl as described under Materials and Methods”.
Values are expressed as means±S.E.M.(n=5 for each group).
* different from control (p<0,05).
B Antioxidant enzymes. Rats were submitted to chronic treatment in doses the
malathion 25, 50, 100, 150 mg/Kg and control. Immediately after treatment animals
were sacrificed and the liver was isolated for determination of catalase and SOD as
described under “Materials and Methods”. Values are expressed as
means±S.E.M.(n=5 for each group).
* different from control (p<0,05).
** different from control (p<0,001).
Figure 2. Oxidative parameters after chronic O. P. poisoning in lung.
A Oxidative damage. Rats were submitted to chronic treatment in doses the
malathion 25, 50, 100, 150 mg/Kg and control. Immediately after treatment animals
were sacrificed and the lung was isolated for determination of thiobarbituric acid
reactive species and protein carbonyl as described under Materials and Methods”.
Values are expressed as means±S.E.M.(n=5 for each group).
* different from control (p<0,05).
** different from control (p<0,001).
B Antioxidant enzymes. Rats were submitted to chronic treatment in doses the
malathion 25, 50, 100, 150 mg/Kg and control. Immediately after treatment animals
were sacrificed and the lung was isolated for determination of catalase and SOD as
described under “Materials and Methods”. Values are expressed as
means±S.E.M.(n=5 for each group).
* different from control (p<0,05).
Figure 3. Oxidative parameters after acute O. P. poisoning in diaphragm.
A Oxidative damage. Rats were submitted to acute treatment in doses the
malathion 25, 50, 100, 150 mg/Kg and control. Immediately after treatment animals
36
were sacrificed and the diaphragm was isolated for determination of thiobarbituric
acid reactive species and protein carbonyl as described under “Materials and
Methods”. Values are expressed as means±S.E.M.(n=5 for each group).
* different from control (p<0,05).
B Antioxidant enzymes. Rats were submitted to acute treatment in doses the
malathion 25, 50, 100, 150 mg/Kg and control. Immediately after treatment animals
were sacrificed and the diaphragm was isolated for determination of catalase and
SOD as described under Materials and Methods”. Values are expressed as
means±S.E.M.(n=5 for each group).
* different from control (p<0,05).
Figure 4. Oxidative parameters after chronic O. P. poisoning in diaphragm.
Oxidative damage. Rats were submitted to chronic treatment in doses the
malathion 25, 50, 100, 150 mg/Kg and control. Immediately after treatment animals
were sacrificed and the diaphragm was isolated for determination of thiobarbituric
acid reactive species and protein carbonyl as described under “Materials and
Methods”. Values are expressed as means±S.E.M.(n=5 for each group).
* different from control (p<0,05).
** different from control (p<0,001).
Figure 5. Oxidative parameters after acute O. P. poisoning in quadriceps.
A Oxidative damage. Rats were submitted to acute treatment in doses the
malathion 25, 50, 100, 150 mg/Kg and control. Immediately after treatment animals
were sacrificed and the quadriceps was isolated for determination of thiobarbituric
acid reactive species and protein carbonyl as described under “Materials and
Methods”. Values are expressed as means±S.E.M.(n=5 for each group).
* different from control (p<0,05).
** different from control (p<0,001).
B Antioxidant enzymes. Rats were submitted to acute treatment in doses the
malathion 25, 50, 100, 150 mg/Kg and control. Immediately after treatment animals
were sacrificed and the quadriceps was isolated for determination of catalase and
SOD as described under Materials and Methods”. Values are expressed as
means±S.E.M.(n=5 for each group).
* different from control (p<0,05).
37
Figure 6. Oxidative parameters after chronic O. P. poisoning in quadriceps.
Oxidative damage. Rats were submitted to chronic treatment in doses the
malathion 25, 50, 100, 150 mg/Kg and control. Immediately after treatment animals
were sacrificed and the quadriceps was isolated for determination of thiobarbituric
acid reactive species and protein carbonyl as described under “Materials and
Methods”. Values are expressed as means±S.E.M.(n=5 for each group).
* different from control (p<0,05).
Figure 7. Oxidative parameters after chronic O. P. poisoning in serum.
Oxidative damage. Rats were submitted to chronic treatment in doses the
malathion 25, 50, 100, 150 mg/Kg and control. Immediately after treatment animals
were sacrificed and the serum was isolated for determination of thiobarbituric acid
reactive species and protein carbonyl as described under Materials and Methods”.
Values are expressed as means±S.E.M.(n=5 for each group).
* different from control (p<0,05).
Figure 8. Pearson correlation coefficient of TBARS after chronic O. P.
poisoning in serum and liver. Rats were submitted to chronic treatment in doses
the malathion 25, 50, 100, 150 mg/Kg and control. Immediately after treatment
animals were sacrificed and the serum and liver was isolated for determination of
thiobarbituric acid reactive species as described under “Materials and Methods”.
Variations of MDA equivalents in serum and liver in different malathion doses were
correlated (r
2
= 0,859, p<0,05).
38
A
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
MDA equivalents Protein carbonyls X 10
nm/mg protein X 10
Control
25 mg/Kg
50 mg/Kg
100 mg/Kg
150 mg/Kg
* *
*
*
*
Figure 1A
B
0
0,05
0,1
0,15
0,2
0,25
0,3
0,35
Catalase SOD
nm/mg protein X 10
Control
25 mg/Kg
50 mg/Kg
100 mg/Kg
150 mg/Kg
**
*
Figure 1B
39
A
0
0,5
1
1,5
2
MDA equivalents Protein carbonyls X 10
nm/mg protein X 10
Control
25 mg/Kg
50 mg/Kg
100 mg/Kg
150 mg/Kg
*
**
* *
Figure 2A
B
0
0,05
0,1
0,15
0,2
Catalase SOD
nm/mg protein X 10
Control
25 mg/Kg
50 mg/Kg
100 mg/Kg
150 mg/Kg
*
*
*
*
Figure 2B
40
A
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
MDA equivalents Protein carbonyls X 100
nm/mg protein
Control
25 mg/Kg
50 mg/Kg
100 mg/Kg
150 mg/Kg
*
*
*
Figure 3A
B
0
0,05
0,1
0,15
0,2
0,25
0,3
0,35
Catalase SOD
nm/mg protein X 10
Control
25 mg/Kg
50 mg/Kg
100 mg/Kg
150 mg/Kg
*
*
*
Figure 3B
41
0
1
2
3
4
5
6
MDA equivalents Protein carbonyls X 10
nm/mg protein X 10
Control
25 mg/Kg
50 mg/Kg
100 mg/Kg
150 mg/Kg
**
*
**
Figure 4
42
A
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
MDA equivalents Protein carbonyls X 100
nm/mg protein
Control
25 mg/Kg
50 mg/Kg
100 mg/Kg
150 mg/Kg
*
*
**
**
Figure 5A
B
0
0,05
0,1
0,15
0,2
0,25
Catalase SOD
nm/mg protein X 10
Control
25 mg/Kg
50 mg/Kg
100 mg/Kg
150 mg/Kg
*
*
*
Figure 5B
43
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
MDA equivalents Protein carbonyls X 10
nm/mg protein X 10
Control
25 mg/Kg
50 mg/Kg
100 mg/Kg
150 mg/Kg
*
* *
Figure 6
0
2
4
6
8
10
MDA equivalents Protein carbonyls X 10
nm/mg protein X 10
Control
25 mg/Kg
50 mg/Kg
100 mg/Kg
150 mg/Kg
*
*
*
*
Figure 7
44
R
2
= 0,859
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07 0,08
MDA equivalents in liver
MDA equivalents in serum
Figure 8
45
CAPÍTULO III – DISCUSSÃO GERAL
O Brasil encontra-se entre um dos maiores consumidores de agrotóxicos do
mundo, tanto aqueles de uso agrícola como os domésticos (domissanitários) e os
utilizados em campanhas de saúde pública (MINISTÉRIO DA AGRICULTURA,
PECUÁRIA E ABASTECIMENTO, 2002). Dada a falta de controle no uso destas
substâncias químicas tóxicas e o desconhecimento da população em geral sobre os
riscos e perigos à saúde daí decorrentes, estima-se que as taxas de intoxicações
humanas no país sejam altas, conforme os registros de exposição aos agrotóxicos
do CIT/SC, 2005 e da SES/SC, 2005.
As análises realizadas demonstram o nível de estresse oxidativo, nas partes
isoladas, que sofreram danos oxidativos causados pela intoxicação do malation em
comparação com o grupo controle. O alvo do dano celular promovido pelo estresse
oxidativo pode variar conforme a estrutura celular. Jadhav et al., (1992) demonstra
que nas intoxicações por malation, a distribuição ocorre em estruturas tais como o
pulmão, fígado, rim, músculos, cérebro, coração, sangue, urina e suco gástrico.
O dano oxidativo observado nas estruturas analisadas neste estudo, através
do aumento do TBARS e do grupo carbonil, como no rim, pulmão, diafragma no
tratamento agudo e nos órgãos do fígado, quadríceps e soro no tratamento crônico,
pelo estresse oxidativo devido à indução da intoxicação por malation, pode estar
relacionado ao desequilíbrio no balanço entre o grau de estresse oxidativo e as
defesas antioxidantes (HALLIWEL e GUTTERIDGE, 1999; VIDYASAGAR et al.,
2004). De acordo com o Coeficiente de Correlação de Pearson (figura 8), foi
estabelecida uma correlação nas análises do TBARS entre os valores do
tratamento crônico do fígado e do soro. Portanto, o fígado no tratamento crônico
apresentou um dano oxidativo expressivo em relação às outras estruturas
analisadas.
Organofosforados podem induzir à citotoxicidade renal, através da geração
de radicais livres (POOVALA et al., 1998, 1999). Akhgari et al., (2003) demonstrou
evidências bioquímicas da lipoperoxidação no fígado e eritrócitos, em ratos
submetidos à intoxicação por malation (100, 316, 1000, 1500 ppm) num período de
quatro semanas. Além disso, Ahmed et al., (2000) também demonstrou que a
46
administração de malation junto com a alimentação dos ratos induz a geração de
radicais livres promovendo a lipoperoxidação de lipídeos no soro, após quatro
semanas de administração de malation (20 ppm).
Isso porque, os radicais livres possuem um grande potencial deletério,
estimulando o dano oxidativo. O malation pode agir diretamente ou indiretamente,
modificando a capacidade das defesas antioxidantes (BANERJEE et al., 1999).
evidências que a inibição da atividade da AChE pelo malation está acompanhada
pela indução de estresse oxidativo no plasma, em ratos submetidos à uma
alimentação misturada com malation (ABDOLLAHI et al., 2004). Importantes
evidências também mostram disfunções neuronais mediadas por radicais livres em
transtornos neuropsiquiátricos como esquizofrenia e mania (ANDREAZZA et al.,
2004). Giri et al., (2002) relata que o malation é um potente agente genotóxico e
mutagênico para as células germinativas.
O aumento na produção de EAO induz a danos em lipídeos e no aumento
dos níveis da CAT, sendo que esta atua como um antioxidante decompondo o H
2
O
2
em grupos estáveis de O
2
. As alterações na CAT surgem na menor dose da
administração do malation (25 mg/Kg), através do aumento da atividade enzimática,
que demonstra a adaptação do organismo contra o dano oxidativo, através de uma
auto-regulação na síntese de antioxidantes, que funciona como sistema de defesa
ao agente oxidativo (BLOKHINA et al., 2003; HALLIWEL e GUTTERIDGE, 1999).
Foi observada uma tendência a retornar aos valores normais em maiores doses da
administração do malation (50 mg/Kg, 100 mg/Kg e 150 mg/Kg).
O MDA é o principal foco de atenção na peroxidação dos lipídeos,
justamente por ser o produto desta peroxidação, pois através dele são mensuradas
as espécies reativas do ácido tiobarbitúrico (TBARS). O aumento destas espécies
está relacionado ao aumento da peroxidação de lipídeos e ao dano oxidativo
(DRAPER e HADLEY, 1990). No entanto, a redução do TBARS, pode estar
associada com a redução dos radicais livres ou do metabolismo celular na estrutura
analisada. A peroxidação de lipídeos é a deterioração oxidativa de lipídios, inclusive
das LDL e HDL, que poderão contribuir para a aterosclerose (HALLIWELL e
GUTTERIDGE, 1999).
Alterações nas medidas de TBA nos músculos demonstram o dano
oxidativo, podendo contribuir no desenvolvimento de doenças degenerativas do
músculo, sendo que as defesas enzimáticas da CAT e SOD podem não ser
suficiente para evitar o dano oxidativo.
47
Assim como a ação da atividade da CAT, a SOD apresentou maiores
atividades enzimáticas nas menores doses de malation (25 mg/Kg e 50 mg/Kg),
demonstrando também uma adaptação do organismo contra o dano oxidativo. No
entanto, em algumas estruturas como no fígado e quadríceps do tratamento agudo
e no pulmão e diafragma do tratamento crônico houve uma redução da atividade da
SOD, em virtude da redução de radicais livres ou do metabolismo celular.
Em proteínas, o dano oxidativo foi demonstrado através da determinação
dos grupos carbonil baseados na reação com DNPH (LEVINE et al., 1990). Houve
aumento do grupo carbonil nas estruturas do diafragma no tratamento agudo e do
fígado no tratamento crônico. Estas alterações podem estar associadas a
numerosos distúrbios patológicos, tais como artrite reumatóide, doença de
Alzheimer, síndrome do distúrbio respiratório, doença de Parkinson e aterosclerose
(ZWART et al., 1999).
As células expostas a um severo estresse oxidativo podem morrer,
essencialmente através de dois mecanismos, a necrose e a apoptose, ou seja,
ativação do mecanismo de suicídio celular (FORREST et al., 1994).
Demonstramos, portanto, importantes evidências mostrando danos
oxidativos nos órgãos analisados por indução da intoxicação por malation gerando
radicais livres. Estes podem ser gerados por diferentes mecanismos, e estudos
nessa área podem contribuir para compreensão dos mecanismos de ação de
doenças e o desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas no combate à
danos pelo estresse oxidativo.
um grande risco ambiental devido uso inadequado do malation, os
tratamentos efetuados demonstram a indução do dano oxidativo e isto pode
explicar os efeitos adversos do malation sobre a saúde humana.
48
CAPÍTULO IV – CONCLUSÕES
Conforme os resultados demonstrados neste trabalho podemos concluir:
a) As estruturas mais susceptíveis ao dano oxidativo, demonstrado pelo
aumento de TBARS e do grupo carbonil, foram o rim, pulmão e diafragma
no tratamento agudo, e o fígado, quadríceps e soro do tratamento crônico.
Nestas estruturas as atividades das defesas antioxidantes não foram
suficientes para evitar o dano oxidativo.
b) Nas análises bioquímicas das espécies reativas do ácido tiobarbitúrico
(TBARS), que demonstra a lipoperoxidação de lipídeos, as estruturas
apresentaram importantes alterações. Algumas estruturas demonstraram
aumento de TBARS tais como o rim, pulmão e diafragma no tratamento
agudo, e o fígado, quadríceps e soro (em todas as doses) no tratamento
crônico. No entanto, outras demonstraram redução de TBARS tais como o
quadríceps (todas as doses) e o soro no tratamento agudo, e o pulmão
(todas as doses) e o diafragma no tratamento crônico.
c) Nas análises bioquímicas do grupo carbonil que demonstram a oxidação de
proteínas, algumas estruturas apresentaram aumento das proteínas do
carbonil, como o diafragma no tratamento agudo e o fígado no tratamento
crônico.
d) Na análise da atividade antioxidante da CAT, as estruturas apresentaram
aumento da atividade enzimática, tais como o fígado e diafragma no
tratamento agudo, e o fígado, pulmão, diafragma e quadríceps no
tratamento crônico. Com exceção do diafragma do tratamento agudo, todas
as outras estruturas citadas acima, demonstraram o aumento da atividade
da CAT na menor dose de administração do malation (25 mg/Kg), reduzindo
nas demais doses (50 mg/Kg, 100 mg/Kg e 150 mg/Kg) com tendência a
retornar aos valores fisiológicos.
e) Na análise da atividade antioxidante da SOD, as estruturas apresentaram
importantes alterações. Algumas aumentaram a atividade da SOD, tais
como o rim, pulmão e diafragma no tratamento agudo, e o fígado no
49
tratamento crônico. Porém, outras estruturas apresentaram redução da
atividade da SOD, conforme o seu tipo de tratamento, tais como o fígado e
quadríceps no tratamento agudo, e o pulmão e o diafragma no tratamento
crônico.
Os resultados aqui apresentados possibilitam a continuidade deste trabalho
nas seguintes linhas de pesquisa:
a) Avaliar o comportamento de ratos Wistar intoxicados com malation;
b) Avaliar o efeito profilático de antioxidantes sobre ratos Wistar adultos
induzidos à intoxicação por malation.
50
CAPÍTULO V – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABDOLLAHI, M., MOSTAFALOU, S., POURNOURMOHAMMADI, S., SHADNIA, S.
Oxidative stress and cholinesterase inhibition in saliva and plasma of rats following
subchronic exposure to malathion. Comparative Biochemistry and Physiology
Part C 2004; 137:29-34.
AHMED, R. S., SETH, V., PASHA, S. T., BANERJEE, B. D. Influence of dietary
Ginger (Zingiber officinales Rosc) on oxidative stress induced by malathion in rats.
Food and Chemical Toxicology 2000; 38:443-450.
AKHGARI, M., ABDOLLAHI, M., KEBRYAEEZADEH, A., HOSSEINI, R.,
SABZEVARI, O. Biochemical evidence for free radical-induced lipid peroxidation as
a mechanism for subchronic toxicity of malathion in blood and liver of rats. Human
& Experimental Toxicology 2003; 22:205-211.
AMES, B. N., SHIGENAGA, M. K., HAGEN, T. M. Oxidants, antioxidants, and the
degenerative diseases of aging. Proceedings of the National Academy of
Sciences of the United States of America 1993; 90:7915-1922.
ANDREAZZA, A. C., SOARES, D. G., KEHL, L. F., LIMA-BORELLA, M. L.,
SALVADOR, M. Transtornos neuropsiquiátricos e estresse oxidativo. In:
IZQUIERDO, I., QUEVEDO, J., KAPCZINSKI, F. Bases Biológicas dos
Transtornos Psiquiátricos. Porto Alegre: Artmed, 2004. p.489-496.
ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Departamento de Agrotóxicos e
Toxicologia, 2005.
AYUB, S., VERMA, J., DAS, N. Effect of endosulfan and malathion on lipid
peroxidation, nitrite and TNF- release by rat peritoneal macrophages.
International Immunopharmacology 2003; 3:1819-1828.
BABIOR, B. M. Phagocytes and oxidative stress. The American Journal of
Medicine 2000; 109:33-44.
BANERJEE, B. D., PASHA, S. T., HUSSAIN, Q. Z., KONER, B. C., RAY, A. A
comparative evaluation of immunotoxicity of malathion after subchronic exposure in
experimental animals. Indian Journal of Experimental Biology 1988; 36:273-282.
51
BANERJEE, B. D., SETH, V., BHATTACHARYA, A., PASHA, S. T.,
CHAKRABORTY, A. K. Biochemical effects of some pesticides on lipid peroxidation
and free-radical scavengers. Toxicology Letters 1999; 107:33-47.
BECKMAN, K. B., AMES, B. N. Oxidative decay of DNA. The Journal of Biological
Chemistry 1997; 272 (32):19633-19636.
BLOKHINA, O., VIROLAINEN, E., FAGERSTEDT, K. V. Antioxidants, oxidative
damage and oxygen deprivation stress: a review. Annals of Botany 2003; 91:179-
194.
BOUCHARD, M., GOSSELIN, N. H., BRUNET, R. C., SAMUEL, O., DUMOULIN, M.
J., CARRIER, G. A toxicokinet model of malathion and its metabolites as a tool to
assess human exposure and risk through measurements of urinary biomarkes.
Toxicological Sciences 2003; 73:182-194.
BRASIL. Lei 7.802, de 11 de julho de 1989. Dispõe sobre a pesquisa, a
experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte,
armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a
importação, a exportação, o destino final dos resíduos das embalagens, o registro,
a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus
componentes e afins, e outras providências. Diário Oficial da União, Poder
Executivo, Brasília, DF, 12 jul. 1989.
BRASIL. Portaria nº 321, de 28 de julho de 1997, da Secretária de Vigilância
Sanitária do Ministério da Saúde. Diário Oficial da União, Poder Executivo,
Brasília, DF, 08 ago. 1997.
BRASIL. Portaria nº 322, de 28 de julho de 1997, da Secretária de Vigilância
Sanitária do Ministério da Saúde. Diário Oficial da União, Poder Executivo,
Brasília, DF, 08 ago. 1997.
BRENNER, L. Malathion. Journal of Pesticide Reform 1992; 12 (4):29-37.
BUSTOS-OBREGÓN, E., GONZÁLEZ-HORMAZABAL, P. Effect of a single dose of
malathion on spermatogenesis in mice. Asian Journal of Andrology 2003; 5:105-
107.
CIT/SC Centro de Informações Toxicológicas da Secretaria de Saúde do Estado
de Santa Catarina (CIT/SC) – Departamento de Estatística (2005).
COCKER, J., MASON, H. J., GARFITT, S. J., JONES, K. Biological monitoring of
exposure to organophosphate pesticides. Toxicology Letters 2002; 134:97-103.
52
CURL, C. L., FENSKE, R. A., KISSEL, J. C., SHIRAI, J. H., MOATE, T. F.,
GRIFFITH, W., CORONADO, G., THOMPSON, B. Evaluation of take-home
organophosphorus pesticide exposure among agricultural workers and their
children. Environmental Health Perspectives 2002; 110 (12):787-792.
DAL-PIZZOL, F., KLAMT, F., MÁRIO, L. C., JR, F., ANDRADES, M. E.,
CAREGNATO, F. F., VIANNA, M. M. R., SCHRÖDER, N., QUEVEDO, J.,
IZQUIERDO, I., ARCHER, T., MOREIRA, J. C. F. Neonatal iron exposure induces
oxidative stress in adult Wistar rat. Developmental Brain Research 2001; 130:109-
114.
DAL-PIZZOL, F., KLAMT, F., VIANNA, M., SCHRODER, N., QUEVEDO, J.,
BENFATO, M. S., MOREIRA, J. C. F., WALZ, R. Lipid peroxidation in hippocampus
early and late after status epileticus induced by pilocarpine or kainic acid in Wistar
rats. Neuroscience Letters 2000; 291:179-182.
DÉSI, I., NAGYMAJTÉNYI, L. Electrophysiological biomarkers of an
organophosphorous pesticide, dichlorvos. Toxicology Letters 1999; 107:55-64.
DICKINSON, D. A., FORMAN, H. J. Cellular glutathione and thiols metabolism.
Biochemical Pharmacology 2002; 64:1019-1026.
DRAPER, H. H., HADLEY, M. Malondialdehyde determination as index of lipid
peroxidation. Methods in Enzymology 1990; 186:421-431.
FARAHAT, T. M., ABDELRASOUL, G. M., AMR, M. M., SHEBL, M. M., FARAHAT,
F. M., ANGER, W. K. Neurobehavioural effects among workers occupationally
exposed to organophosphorous pesticides. Occupational & Environmental
Medicine 2003; 60:279-286.
FLOYD, R. A., HENSLEY, K. Oxidative stress in brain aging implications for
therapeutics of neurodegenerative diseases. Neurobiology of Aging 2002; 23:795-
807.
FORREST, V. J., KANG, Y. H., MCCLAIN, D. E., ROBINSON, D. H.,
RAMAKRISHNAN, N. Oxidative stress-induced apoptosis prevented by trolox. Free
Radical Biology & Medicine 1994; 16 (6):675-684.
FRIDOVICH, I. Oxygen toxicity: a radical explanation. The Journal of
Experimental Biology 1998; 201:1203-1209.
GALLOWAY, T., HANDY, R. Immunotoxicity of organophosphorous pesticides.
Ecotoxicology 2003; 12:345-363.
53
GILGUN-SHERKI, Y., ROSENBAUM, Z., MELAMED, E., OFFEN, D. Antioxidant
therapy in acute central nervous system injury: current state. Pharmacological
Reviews 2002; 54 (2):271-284.
GIRI, S., PRASAD, S. B., GIRI, A., SHARMA, G. D. Genotoxic effects of malathion:
an organophosphorus insecticide, using three mammalian bioassays in vivo.
Mutation Research 2002; 514:223-231.
GUPTA, R. C., MILATOVIC, D., DETTBARN, W. D. Depletion of energy metabolites
following acetylcholinesterase inhibitor-induced status epilepticus: protection by
antioxidants. NeuroToxicology 2001; 22:271-282.
HALLIWELL, B., GUTTERIDGE, J. M. C. Free Radicals in Biology and Medicine.
3rd ed., New York, Oxford University Press Inc, 1999.
HARDMAN, J. G., LIMBIRD, L. E., GILMAN, A. G. Goodman and Gilman's the
pharmacological basis of therapeutics. In: TAYLOR, P. Anticholinesterase Agents.
10th ed., New York: McGraw-Hill, 2001. p.175-189.
HSIEH, B. H., DENG, J. F., GER, J., TSAI, W. J. Acetylcholinesterase inhibition and
the extrapyramidal syndrome: a review of the neurotoxicity of organophosphate.
NeuroToxicology 2001; 22:423-427.
JADHAV, R. K., SHARMA, V. K., RAO, G. J., SARAF, A. K., CHANDRA, H.
Distribution of malathion in body tissues and fluids. Forensis Science International
1992; 52:223-229.
JOHN, S., KALE, M., RATHORE, N., BHATNAGAR, D. Protective effect of vitamin E
in dimethoate and malathion induced oxidative stress in rat erytrocytes. Journal of
Nutritional Biochemistry 2001; 12:500-504.
KALE, M., RATHORE, N., JOHN, S., BHATNAGAR, D. Lipid peroxidative damage
on pyrethroid exposure and alterations in antioxidant status in rat erythrocytes: a
possible involvement of reactive oxygen species. Toxicology Letters 1999;
105:197-205.
KINNULA, V. L., CRAPO, J. D. Superoxide dismutases in malignant cells and
human tumors. Free Radical Biology & Medicine 2004; 36 (6):718-744.
KOUTSILIERI, E., SCHELLER, C., TRIBL, F., RIEDERER, P. Degeneration of
neuronal cells due to oxidative stress microglial contribution. Parkinsonism and
Related Disorders 2002; 8:401-406.
54
LEFER, D. J., GRANGER, D. N. Oxidative stress and cardiac disease. The
American Journal of Medicine 2000; 109:315-323.
MAIER, C. M., CHAN, P. H. Role of superoxide dismutase in oxidative damage and
neurodegenerative disorders. Neuroscientist 2002; 8 (4):323-334.
MENEGON, A., BOARD, P. G., BLACKBURN, A. C., MELLICK, G. D., LE
COUTEUR, D. G. Parkinson´s disease, pesticides, and glutathione transferase
polymorphisms. The Lancet 1998; 352:1344-1346.
MILLS, P. K., ZAHM, S. H. Organophosphate pesticide residues in urine of
farmworkers and their children in Fresno County, California. American Journal of
Industrial Medicine 2001; 40:571-577.
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. Secretaria de
Defesa Agropecuária. AGROFIT 2002 – Sistema de Informação. CD-Room.
MITCHELL, A., STEFFENSON, N., HOGAN, H., COLEMAN, R. Acute
organophosphate pesticide poisoning in children. The American Journal of
National/Child Nursing 1995; 20:261-268.
MOLINA, M. F., SANCHEZ-REUS, I., IGLESIAS, I., BENEDI, J. Quercetin, a
flavonoid antioxidant, prevents and protects against ethanol-induced oxidative stress
in mouse liver. Biological Pharmaceutical Bulletin 2003; 26 (10):1398-1402.
MOREIRA, J. C. F., DAL-PIZZOL, F., BONATTO, F., SILVA, E. G., FLORES, D. G.,
PICADA, J. N., ROESLER, R., HENRIQUES, J. A. P. Oxidative damage in brains of
mice treated with apomorphine and its oxidized derivative. Brain Research 2003;
32722:370-375.
MORETTO, A. Experimental and clinical toxicology of anticholinesterase agents.
Toxicology Letters 1998; 102-103:509-513.
PALACE, V. P., KHAPER, N., QIN, Q., SINGAL, P. K. Antioxidant potentials of
vitamin a and carotenoids and their relevance to heart disease. Free Radical
Biology & Medicine 1999; 26:746-761.
PINHO, R. A., BONATTO, F., ANDRADES, M., JR., M. L. C. F., RITTER, C.,
KLAMT, F., DAL-PIZZOL, F., ULDRICH-KULCZYNSKI, J. M. Lung oxidative
response after acute coal dust exposure. Environmental Research 2004; 96:290-
297.
55
POOVALA, V. S., HUANG, H., SALAHUDEEN, A. K. Role of Reactive Oxygen
Metabolites in Organophosphate-Bidrin-Induced Renal Tubular Cytotoxicity. Journal
of the American Society of Nephrology 1999; 10:1746-1752.
POOVALA, V. S., KANJII, V. K., TACHIKAWA, H., SALAHUDEEN, A. K. Role of
Oxidant Stress and Antioxidant Protection in Acehphate-Induced Renal Tubular
Cytotoxicity. Toxicological Sciences 1998; 46:403-409.
RAY, D. E., RICHARDS, P. G. The potential for toxic effects of chronic, low-dose
exposure to organophosphates. Toxicology Letters 2001; 120:343-351.
RITTER, C., ANDRADES, M. E., REINKE, A., BARRETO, S. M., MOREIRA, J. C.
F., PIZZOL, F. D. Treatment with N-acetylcysteine plus deferoxamine protects rats
against oxidative stress and improves survival in sepsis. Critical Care Medicine
2004; 32 (2):342-349.
SAGARA, Y., DARGUSCH, R., CHAMBERS, D., DAVIS, J., SCHUBERT, D.,
MAHER, P. Cellular mechanisms of resistence to chronic oxidative stress. Free
Radical Biology & Medicine 1998; 24 (9):1375-1389.
SALVI, R. M., LARA, D. R., GHISOLFI, E. S., PORTELA, L. V., DIAS, R. D.,
SOUZA, D. O. Neuropsychiatric evaluation in subjects chronically exposed to
organophosphate pesticides. Toxicology Sciences 2003; 72:267-271.
SANTA CATARINA (Estado). Lei 11.069, de 29 de dezembro de 1998. Dispõe
sobre o controle da produção, comércio, uso, consumo, transporte e
armazenamento de agrotóxicos, seus componentes e afins no território do Estado
de Santa Catarina e adota outras providências. Diário Oficial do Estado de Santa
Catarina, Poder Executivo, Florianópolis, SC, 29 dez. 1998.
SEGALL, Y., QUISTAD, G. B., SPARKS, S. E., NOMURA, D. K., CASIDA, J. E.
Toxicological and structural features of organophosphorus and organosulfur
cannabinoid CB1 receptor ligands. Toxicological Sciences 2003; 76:131-137.
SES/SC Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina. Departamento de
Informática, 2005.
SEXTON, K., ADGATE, J. L., EBERLY, L. E., CLAYTON, C. A., WHITMORE, R. W.,
PELLIZZARI, E. D., LIOY, P. J., QUACKENBOSS, J. J. Predicting children´s short-
term exposure to pesticides: results of a questionnaire screening approach.
Environmental Health Perspectives 2003; 111 (1):123-128.
56
SIES, H. Glutathione and its role in cellular functions. Free Radical Biology &
Medicine 1999; 27:916-921.
SILVA, E. L., PISKULA, M., TERAO, J. Enhancement of antioxidant ability of rat
plasma by oral administration of (2)-epicatechin. Free Radical Biology & Medicine
1998; 24:1209-1216.
SOGORB, M. A., VILANOVA, E. Enzymes involved in the detoxification of
organophosphorus, carbamate and pyrethroid insecticides through hydrolysis.
Toxicology Letters 2002; 128:215-228.
THE MERCK INDEX – An encyclopedia of chemicals, drugs, and biologicals. 13th.
ed. Whitehouse Station, NJ, 2001. p.1019.
THOMPSON, T. S., TREBLE, R. G., MAGLIOCCO, A., ROETTGER, J. R.,
EICHHORST, J. C. Case study: fatal poisoning by malathion. Forensic Science
International 1998; 95:89-98.
TORRES, R. L., TORRES, I. L. S., GAMARO, G. D., FONTELLA, F. U., SILVEIRA,
P. P., MOREIRA, J. S. R., LACERDA, M., AMORETTI, J. R., RECH, D., DALMAZ,
C., BELLO, A. A. Lipid peroxidation and total radical-trapping potential of the lungs
of rats submitted to chronic and sub-chronic stress. Brazilian Journal of Medical
and Biological Research 2004; 37:185-192.
TO-LUTY, S., OBUCHOWSKA-PRZEBIROWSKA, D., LATUSZYSKA, J.,
TOKARSKA-RODAK, M., HARATYM-MAJ, A. Dermal and oral toxicity of malathion
in rats. Annals of Agricultural and Environmental Medicine 2003; 10:101-106.
URSO, M. L., CLARKSON, P. M. Oxidative stress, exercise, and antioxidant
supplementation. Toxicology 2003; 189:41-54.
VICTOR, V. M., DE LA FUENTE, M. Immune cells redox state from mice with
endotoxin-induced oxidative stress. Involvement of NF-B. Free Radical Research
2003; 37 (1):19-27.
VIDYASAGAR, J., KARUNAKAR, N., REDDY, M. S., RAJNARAYANA, K.,
SURENDER, T., KRISHNA, D. R. Oxidative stress and antioxidant status in acute
organophosphorous insecticide poisoning. Indian Journal of Pharmacology 2004;
36 (2):76-79.
ZOHAIR, A. Behaviour of some organophosphorus and organochlorine pesticides in
potatoes during soaking in different solutions. Food and Chemical Toxicology
2001; 39:751-755.
57
ZWART, L. L., MEERMAN, J. H. N., COMMANDEUR, J. N. M., VERMEULEN, N. P.
E. Biomarkers of free radical damage applications in experimental animals and in
humans. Free Radical Biology and Medicine 1999; 26:202-226.
WHO World Organization of Healthl. Toxicological Profile for Malathion.
Agency for toxic substances and disease registry, 2003.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo