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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS
CÂMPUS DE JABOTICABAL
ESTUDO DO CONTROLE BIOLÓGICO DOS NEMATÓIDES
DOS CITROS NO ESTADO DE SÃO PAULO
Paulo Roberto Pala Martinelli
Engenheiro Agrônomo
JABOTICABAL – SÃO PAULO – BRASIL
Fevereiro de 2008
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS
CÂMPUS DE JABOTICABAL
ESTUDO DO CONTROLE BIOLÓGICO DOS NEMATÓIDES
DOS CITROS NO ESTADO DE SÃO PAULO
Paulo Roberto Pala Martinelli
Orientador: Prof. Dr. Jaime Maia dos Santos
Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências Agrárias e
Veterinárias – UNESP, Câmpus de Jaboticabal, como parte
das exigências para a obtenção do título de Mestre em
Agronomia (Produção Vegetal).
JABOTICABAL – SÃO PAULO – BRASIL
Fevereiro de 2008
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Martinelli, Paulo Roberto Pala
M386e
Estudos do controle biológico dos nematóides dos citros no Estado de
São Paulo / Paulo Roberto Pala Martinelli. – – Jaboticabal, 2008
xiii, 1 f. : il. ; 28 cm. Email: prpmartinelli@yahoo.com.br
Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade
de Ciências Agrárias e Veterinárias, 2008
Orientador: Jaime Maia dos Santos
Banca examinadora: Maria Amélia dos Santos, José Carlos Barbosa
Bibliografia
1. Nematóides dos citros. 2. Controle biológico. 3. Fungos
nematófagos. I. Título. II. Jaboticabal-Faculdade de Ciências Agrárias
e Veterinárias.
CDU 634.31:632.937
Ficha catalográfica elaborada pela Seção Técnica de Aquisição e Tratamento da
Informação Serviço cnico de Biblioteca e Documentação - UNESP, Câmpus de
Jaboticabal.
DADOS CURRICULARES DO AUTOR
PAULO ROBERTO PALA MARTINELLI – Nascido em 22 de setembro de
1980, em Taquaritinga SP. Iniciaram-se os estudos em agronomia no “Colégio
Técnico Agrícola “José Bonifácio” Câmpus da UNESP Jaboticabal-SP, onde obteve a
formação de cnico em Agropecuária, no ano de 1999. Graduou-se em Agronomia
pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), Viçosa MG, em fevereiro de 2006. Foi
bolsista de Iniciação Científica Pibic/CNPq, estagiou no Laboratório de Controle
Biológico de Fitonematóides (Bionema/UFV), onde desenvolveu vários trabalhos na
área de controle biológico de fitonematóides. Em 2006, ingressou como aluno regular
no curso de Mestrado na UNESP/Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias,
Câmpus de Jaboticabal-SP, sendo bolsista do CNPq e, em 2008, iniciará o curso de
Doutorado na mesma instituição.
OFEREÇO
A toda minha família, que me apoiou,
principalmente aos meus pais Paulo e Nilda,
pelo apoio incondicional. A minha namorada Luna,
pelo carinho e amor. E a Fabrizia e Niba, pelo apoio.
“Procure ser uma pessoa de valor, em vez de procurar ser
uma pessoa de sucesso. O sucesso é só conseqüência.”
(Albert Einstein)
“Para aquelas pessoas que pensam em se engrandecer de tal
maneira que passam a desprezar os humanos aqui na terra e
aí o que acontece, vem o papai do céu lá de cima e confisca
tudo. O olho grande acaba com humanidade, por isso”
HUMILDADE SEMPRE”.
(Falcão)
Dedico
A minha Avó Dione, pelo carinho, amor, ensinamentos e apoio incondicional.
Saiba que você, Vó, vai ficar marcada pra sempre na minha vida, como exemplo de
humildade, perseverança, dignidade, honestidade e dedicação para conosco. TE AMO
ETERNAMENTE.
AGRADECIMENTOS
A Deus, por me dar forças para superar todos os obstáculos da vida;
Ao orientador e amigo, prof. Dr. Jaime Maia dos Santos, pelos ensinamentos e
exemplo de profissional;
À FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), pela
concessão do auxílio pesquisa (Processo 2006/58081-2), para a realização deste
trabalho;
Aos funcionários do Laboratório de Nematologia André Maurício, Sandra , Valmir,
Suélen e Júnior;
Aos amigos e companheiros de pós-graduação Pedro, Bruno, Luciany, Sérgio,
Ânderson, Vilmar, Eduardo, Zaparolli, Ivo e Adriana;
Ao Programa de Pós-Graduação em Agronomia–Produção Vegetal, pela
oportunidade que me foi dada para a realização do curso;
Aos membros da banca de qualificação e defesa;
A todos os professores com quem tive o prazer de trocar conhecimentos;
Ao proprietário do Sítio das Antas, no Município de Itápolis, Sr. Ciniro Casoni e
seus funcionários;
Ao administrador da Fazenda São Sebastião, Município de Monte Alto, Sr. João
Baptista (Nenê);
Ao meu grande companheiro Márcio, de momentos difíceis esquecidos com a
companheira “cerveja”, primo só cachaça;
Aos companheiros e ex-companheiros de república, Rodrigo (Mandruva), Daniell
(Turco Cebola), Marcão (Esmiril Men), Dan Érico (Véio Dan), Danilo (Poca) e Rafael
(Peludo);
Ao grande amigo Dr. Fábio Ramos Alves, que me incentivou a seguir a carreira
de pesquisador;
Ao prof. Dr. José Carlos Barbosa, pelo auxílio nas análises estatísticas;
À prof
a
. Dr
a
. Maria Amélia dos Santos, pela confirmação na identificação dos
isolados de fungos nematófagos;
Ao prof. Barato Neto pela revisão gramatical desta dissertação;
Enfim, a todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização deste
trabalho, fica meu eterno agradecimento.
Muito Obrigado!!
ÍNDICE
Páginas
LISTA DE TABELAS .....................................................................................................viii
LISTA DE FIGURAS .....................................................................................................x
APÊNDICES................................................................................................................xviii
RESUMO.....................................................................................................................xix
ABSTRACT .................................................................................................................xxi
CAPÍTULO 1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS................................................................ 1
Referências Bibliográficas .................................................................................. 7
CAPÍTULO 2 - FUNGOS NEMATÓFAGOS DETECTADOS EM AMOSTRAS DE SOLO
PROVENIENTES DE POMARES DE CITROS DO ESTADO DE SÃO PAULO ...........15
Resumo ..............................................................................................................15
Introdução...........................................................................................................16
Material e Métodos .............................................................................................17
Resultados e Discussão .....................................................................................18
Conclusões.........................................................................................................30
Referências Bibliográficas ..................................................................................31
CAPITULO 3 - MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA DE FUNGOS
NEMATÓFAGOS ASSOCIADOS À Tylenchulus semipenetrans E Pratylenchus jaehni
......................................................................................................................................36
Resumo ..............................................................................................................36
Introdução...........................................................................................................36
Material e Métodos .............................................................................................38
Resultados e Discussão .....................................................................................39
Conclusões.........................................................................................................43
Referências Bibliográficas ..................................................................................46
CAPITULO 4 - MANEJO DE POPULAÇÕES Tylenchulus semipenetrans EM POMAR
CÍTRICO COM UMA FORMULAÇÃO DE CINCO FUNGOS NEMATÓFAGOS E/OU
ADUBO ORGÂNICO OU CONDICIONADOR DE SOLO ..............................................51
Resumo ..............................................................................................................51
Introdução...........................................................................................................52
Material e Métodos .............................................................................................53
Resultados e Discussão .....................................................................................58
Conclusões.........................................................................................................75
Referências Bibliográficas ..................................................................................76
CAPITULO 5 - MANEJO DE POPULAÇÕES Pratylenchus jaehni EM POMAR CÍTRICO
COM UMA FORMULAÇÃO DE CINCO FUNGOS NEMATÓFAGOS E/OU ADUBO
ORGÂNICO OU CONDICIONADOR DE SOLO............................................................81
Resumo ..............................................................................................................81
Introdução...........................................................................................................82
Material e Métodos .............................................................................................83
Resultados e Discussão .....................................................................................84
Conclusões.......................................................................................................101
Referências Bibliográficas ................................................................................102
LISTA DE TABELAS
Tabela Páginas
CAPÍTULO 2 ................................................................................................................15
1 Espécies de fungos nematófagos isolados de 38 amostras de solo da rizosfera de
plantas cítricas em pomares infestados por Tylenchulus semipenetrans e/ou
Pratylenchus jaehni no Estado de São Paulo............................................................19
2 Porcentagem da capacidade predatória de 26 isolados de fungos nematófagos a T.
semipenetrans in vitro após diferentes tempos de avaliação ....................................20
3 Porcentagem da capacidade predatória de 26 isolados de fungos nematófagos à
Pratylenchus jaehni in vitro após diferentes tempos de avaliação.................................27
4 Distribuição dos fungos nematófagos em amostras de solo de pomares de citros
infestados por Tylenchulus semipenetrans e Pratylenchus jaehni no Estado de São
Paulo.........................................................................................................................28
CAPÍTULO 4 ................................................................................................................51
1 Comparação dos tratamentos pelo teste do paralelismo e coincidência das retas na
avaliação de espécimes de Tylenchulus semipenetrans, nas raízes de plantas de
laranja ‘Pêra, pelos testes F coincidência e T paralelismo........................................59
2 Comparação dos tratamentos pelo teste do paralelismo e coincidência das retas na
avaliação de ovos de Tylenchulus semipenetrans nas raízes de plantas de laranja
‘Pêra’, pelo teste F, comparando a coincidência das retas .......................................59
3 Comparação dos tratamentos pelo teste do paralelismo e coincidência das retas na
avaliação de ovos de Tylenchulus semipenetrans, nas raízes de plantas de laranja
‘Pêra’, pelo teste T, comparando o paralelismo das retas.........................................60
4 Comparação dos tratamentos pelo teste do paralelismo e coincidência das retas na
avaliação de espécimes de Tylenchulus semipenetrans no solo, de plantas de laranja
‘Pêra’, pelos testes F coincidência e T paralelismo...................................................60
5 Comparação dos tratamentos pelo teste do paralelismo e coincidência das retas na
avaliação de ovos de Tylenchulus semipenetrans no solo, de plantas de laranja
‘Pêra’, pelos testes F coincidência e T paralelismo...................................................60
CAPÍTULO 5 .................................................................................................................81
1 Comparação dos tratamentos pelo teste do paralelismo e coincidência das retas na
avaliação de espécimes de Pratylenchus jaehni, nas raízes de plantas de laranja
‘Pêra, pelo teste F coincidência das retas ................................................................84
2 Comparação dos tratamentos pelo teste do paralelismo e coincidência das retas na
avaliação de espécimes de Pratylenchus jaehni, nas raízes de plantas de laranja
‘Pêra, pelo teste T paralelismo das retas .................................................................85
3 Comparação dos tratamentos pelo teste do paralelismo e coincidência das retas na
avaliação de espécimes de Pratylenchus jaehni no solo, de plantas de laranja Pêra’,
pelos testes F coincidência e T paralelismo das retas ..............................................85
LISTA DE FIGURAS
Figuras Páginas
CAPÍTULO 2 .................................................................................................................15
1 Fotomicrografias dos conídios e conidióforos de fungos nematófagos isolados em
amostras de solo de citros no Estado de São Paulo. A) Conídios e conidióforos de
Arthrobotrys oligospora; B) Conídios de A. oligospora; C) Conidióforo de A. robusta;
D) Conídios de A. robusta; E) Conidióforo de A. musiformis; F) Conídios de A.
musiformis.................................................................................................................21
2 Fotomicrografias dos conídios e conidióforos de fungos nematófagos isolados de
amostra de solo de citros no Estado de São Paulo. A) Conidióforos e conídios de
Arthrobotrys conoides; B) Conídios de A. conoides; C-D) Conídios de
Monacrosporium eudermatum; E-F) Conídios de Monacrosporium elegans .............22
3 Fotomicrografias dos conídios, conidióforos e órgãos de captura de fungos
nematófagos isolados de amostras de solo de citros no Estado de São Paulo. A-B)
Conídios de Dactylella leptospora; C) Fiálide e conídios de Paecilomyces lilacinus;
D) Ovo de Tylenchulus semipenetrans parasitado por P. lilacinus; E) Fêmea de T.
semipenetrans parasitada por P. lilacinus; F) T. semipenetrans capturado em rede
adesiva de A. oligospora............................................................................................23
4 Fotomicrografias dos órgãos de captura de fungos nematófagos isolados de amostras
de solo de citros no Estado de São Paulo. A) Espécime de Tylenchulus
semipenetrans capturado por rede adesiva tridimensional de Arthrobotrys robusta; B)
T. semipenetrans capturado por A. musiformis; C) Pratylenchus jaehni capturado por
A. robusta; D) P. jaehni capturado por A. musiformis; E) Redes bidimensional de M.
eudermatum; F) Fêmea de T. semipenetrans com ovos parasitados por P. lilacinus
..................................................................................................................................24
CAPÍTULO 3 .................................................................................................................36
1 Elétron-micrografia de órgãos de captura de fungos nematófagos isolados de
amostras de solo de citros no Estado de São Paulo. A) Aspecto geral do meio de
cultura B) Conidióforo de A. musiformis; C) Pratylenchus jaehni capturado pelo anel
constritor de Dactylella leptospora; D) Detalhe do anel constritor de D. leptospora; E)
Conídio de Monacrosporium elegans; D) P. jaehni capturado por M. elegans ..........41
2 Elétron-micrografia de órgãos de captura de fungos nematófagos isolados de
amostras de solo de citros no Estado de São Paulo. A) Início da anastomose da rede
adesiva de Arthrobotrys robusta; B) Detalhe do nematóide P. jaehni capturado por A.
robusta; C) Conídio A. musiformis; D) P. jaehni capturado por A. musiformis; E)
Conídio de A. oligospora; F) P. jaehni capturado por A. oligospora ..........................42
3 Elétron-micrografia de órgãos de captura de fungos nematófagos isolados de
amostras de solo de citros no Estado de São Paulo. A) Tylenchulus semipenetrans
capturado por Monacrosporium elegans; B) Rede bidimensional de M. elegans; C)
Órgãos de captura de Arthrobotrys oligospora; D) T. semipenetrans capturado por A.
oligospora; E) T. semipenetrans capturado por M. eudermatum; F) Conídio de M.
eudermatum ..............................................................................................................44
4 Elétron-micrografia de órgãos de captura de fungos nematófagos isolados de
amostras de solo de citros no Estado de São Paulo. A) Tylenchulus semipenetrans
capturado por Arthrobotrys robusta; B) Conídios de A. robusta; C) Conídios de A.
musiformis; D) T. semipenetrans capturado por A. musiformis; E-F) T. semipenetrans
capturado por A. conoides.........................................................................................45
CAPÍTULO 4 .................................................................................................................51
1 Formulação do composto para produção massal dos fungos nematófagos (1L de
bagaço de cana-de-açúcar, 500 mL de farelo de arroz e 200 mL de água) ..............55
2 Formulação pronta para ser inoculada com os fungos nematófagos ........................56
3 Formulação colonizada pelos fungos, pronta para aplicação no campo....................56
4 Aplicação do substrato no campo, antes da incorporação.........................................57
5 Incorporação do substrato no solo, após a aplicação................................................57
6 Cobertura do solo com bagaço de cana, após aplicação da formulação dos cinco
fungos e os outros tratamentos.................................................................................58
7 Curvas de tendência da população de espécimes e ovos de T. semipenetrans nas
raízes de plantas de laranja ‘Valência’ na dose zero (Testemunha), no período de 90
dias do estudo da eficácia de fungos nematófagos, no manejo do nematóide, em
pomar comercial........................................................................................................61
8 Curvas de tendência da população de espécimes e ovos de T. semipenetrans na
rizosfera de plantas de laranja ‘Valência’ na dose zero (Testemunha), no período de
90 dias do estudo da eficácia de fungos nematófagos, no manejo do nematóide, em
pomar comercial........................................................................................................61
9 Curvas de tendência da população de espécimes e ovos de T. semipenetrans nas
raízes de plantas de laranja Valência’ na dose de 1 L da formulação de cinco fungos
nematófagos, no período de 90 dias do estudo da eficácia de manejo do nematóide,
em pomar comercial...................................................................................................62
10 Curvas de tendência da população de espécimes e ovos de T. semipenetrans na
rizosfera de plantas de laranja ‘Valência’, na dose de 1 L da formulação de cinco
fungos nematófagos, no período de 90 dias do estudo da eficácia de manejo do
nematóide, em pomar comercial ...............................................................................63
11 Curvas de tendência da população de espécimes e ovos de T. semipenetrans nas
raízes de plantas de laranja ‘Valência’, na dose de 2 L da formulação de cinco fungos
nematófagos, no período de 90 dias do estudo da eficácia de manejo do nematóide,
em pomar comercial..................................................................................................64
12 Curvas de tendência da população de espécimes e ovos de T. semipenetrans na
rizosfera de plantas de laranja ‘Valência’, na dose de 2 L da formulação de cinco fungos
nematófagos, no período de 90 dias do estudo da eficácia de manejo do nematóide, em
pomar comercial............................................................................................................64
13 Curvas de tendência da população de espécimes e ovos de T. semipenetrans nas
raízes de plantas de laranja ‘Valência’, na dose de 4 L da formulação de cinco fungos
nematófagos, no período de 90 dias do estudo da eficácia de manejo do nematóide, em
pomar comercial............................................................................................................65
14 Curvas de tendência da população de espécimes e ovos de T. semipenetrans na
rizosfera de plantas de laranja ‘Valência’, na dose de 4 L da formulação de cinco fungos
nematófagos, no período de 90 dias do estudo da eficácia de manejo do nematóide, em
pomar comercial............................................................................................................66
15 Curvas de tendência da população de espécimes e ovos de T. semipenetrans nas
raízes de plantas de laranja ‘Valência’, na dose de 6 L da formulação de cinco fungos
nematófagos, no período de 90 dias do estudo da eficácia de manejo do nematóide, em
pomar comercial............................................................................................................67
16 Curvas de tendência da população de espécimes e ovos de T. semipenetrans na
rizosfera de plantas de laranja ‘Valência’, na dose de 6 L da formulação de cinco fungos
nematófagos, no período de 90 dias do estudo da eficácia de manejo do nematóide, em
pomar comercial............................................................................................................68
17 Curvas de tendência da população de espécimes e ovos de T. semipenetrans nas
raízes de plantas de laranja ‘Valência’, no tratamento com aldicarb (Temi150G), no
período de 90 dias do estudo de manejo do nematóide, em pomar comercial..............68
18 Curvas de tendência da população de espécimes e ovos de T. semipenetrans na
rizosfera de plantas de laranja ‘Valência’, no tratamento com aldicarb (Temik®
150G), no período de 90 dias do estudo de manejo do nematóide, em pomar
comercial.................................................................................................................69
19 Curvas de tendência da população de espécimes e ovos de T. semipenetrans nas
raízes de plantas de laranja Valência’, no tratamento com fertilizante orgânico AO-15,
no período de 90 dias do estudo de manejo do nematóide, em pomar comercial.........70
20 Curvas de tendência da população de espécimes e ovos de T. semipenetrans na
rizosfera de plantas de laranja ‘Valência’, no tratamento com fertilizante orgânico AO-
15, no período de 90 dias do estudo de manejo do nematóide, em pomar comercial...71
21 Curvas de tendência da população de espécimes e ovos de T. semipenetrans nas
raízes de plantas de laranja ‘Valência’, no tratamento com fertilizante orgânico AO-15 +
1 L da formulação com cinco fungos nematófagos, no período de 90 dias do estudo de
manejo do nematóide, em pomar comercial..................................................................72
22 Curvas de tendência da população de espécimes e ovos de T. semipenetrans na
rizosfera de plantas de laranja ‘Valência’, no tratamento com fertilizante orgânico AO-15
+ 1 L da formulação com cinco fungos nematófagos, no período de 90 dias do estudo
de manejo do nematóide, em pomar comercial.............................................................72
23 Curvas de tendência da população de espécimes e ovos de T. semipenetrans nas
raízes de plantas de laranja ‘Valência’, no tratamento com Agrolmin AH (ácidos
húmicos e fúlvicos), no período de 90 dias do estudo de manejo do nematóide, em
pomar comercial. ....................................................................................................73
24 Curvas de tendência da população de espécimes e ovos de T. semipenetrans na
rizosfera de plantas de laranja ‘Valência’, no tratamento com Agrolmin AH (ácidos
húmicos e fúlvicos), no período de 90 dias do estudo de manejo do nematóide, em
pomar comercial............................................................................................................73
25 Curvas de tendência da população de espécimes e ovos de T. semipenetrans nas
raízes de plantas de laranja Valência’, no tratamento com Agrolmin AH + 1 L da
formulação com cinco fungos nematófagos, no período de 90 dias do estudo de manejo
do nematóide, em pomar comercial... ...........................................................................74
26 Curvas de tendência da população de espécimes e ovos de T. semipenetrans na
rizosfera de plantas de laranja ‘Valência’, no tratamento com Agrolmin AH + 1 L da
formulação com cinco fungos nematófagos, no período de 90 dias do estudo de
manejo do nematóide, em pomar comercial.. .........................................................75
CAPÍTULO 5 .................................................................................................................81
1 Curva de tendência da população de Pratylenchus jaehni nas raízes de plantas de
laranja ‘Pêra’, na dose zero (Testemunha), no período de 120 dias do estudo da
eficácia de fungos nematófagos, no manejo do nematóide, em pomar comercial. ...86
2 Curva de tendência da população de Pratylenchus jaehni na rizosfera de plantas de
laranja ‘Pêra’, na dose zero (Testemunha), no período de 120 dias do estudo da
eficácia de fungos nematófagos, no manejo do nematóide, em pomar comercial ....86
3 Curva de tendência da população de espécimes Pratylenchus jaehni nas raízes de
plantas de laranja ‘Pêra’, na dose de 1 L da formulação de cinco fungos
nematófagos, no período de 120 dias do estudo da eficácia de manejo do
nematóide, em pomar comercial ...............................................................................87
4 Curva de tendência da população de espécimes Pratylenchus jaehni na rizosfera de
plantas de laranja ‘Pêra’, na dose de 1 L da formulação de cinco fungos
nematófagos, no período de 120 dias do estudo da eficácia de manejo do
nematóide, em pomar comercial ...............................................................................88
5 Curva de tendência da população de espécimes Pratylenchus jaehni nas raízes de
plantas de laranja ‘Pêra’, na dose de 2 L da formulação de cinco fungos
nematófagos, no período de 120 dias do estudo da eficácia de manejo do
nematóide, em pomar comercial ...............................................................................89
6 Curva de tendência da população de espécimes Pratylenchus jaehni na rizosfera de
plantas de laranja ‘Pêra’, na dose de 2 L da formulação de cinco fungos
nematófagos, no período de 120 dias do estudo da eficácia de manejo do
nematóide, em pomar comercial ...............................................................................89
7 Curva de tendência da população de espécimes Pratylenchus jaehni nas raízes de
plantas de laranja ‘Pêra’, na dose de 4 L da formulação de cinco fungos
nematófagos, no período de 120 dias do estudo da eficácia de manejo do
nematóide, em pomar comercial. ..............................................................................91
8 Curva de tendência da população de espécimes Pratylenchus jaehni na rizosfera de
plantas de laranja ‘Pêra’, na dose de 4 L da formulação de cinco fungos
nematófagos, no período de 120 dias do estudo da eficácia de manejo do
nematóide, em pomar comercial ...............................................................................91
9 Curva de tendência da população de espécimes Pratylenchus jaehni nas raízes de
plantas de laranja ‘Pêra’, na dose de 6 L da formulação de cinco fungos
nematófagos, no período de 120 dias do estudo da eficácia de manejo do
nematóide, em pomar comercial ...............................................................................92
10 Curva de tendência da população de espécimes Pratylenchus jaehni na rizosfera de
plantas de laranja Pêra’, na dose de 6 L da formulação de cinco fungos
nematófagos, no período de 120 dias do estudo da eficácia de manejo do
nematóide, em pomar comercial.............................................................................92
11 Curva de tendência da população de espécimes Pratylenchus jaehni nas raízes de
plantas de laranja ‘Pêra’, no tratamento com aldicarb (Temik® 150G), no período
de 120 dias do estudo de manejo do nematóide, em pomar comercial ..................94
12 Curva de tendência da população de espécimes Pratylenchus jaehni nas raízes de
plantas de laranja ‘Pêra’, no tratamento com aldicarb (Temik® 150G), no período
de 120 dias do estudo de manejo do nematóide, em pomar comercial ..................94
13 Curva de tendência da população de espécimes Pratylenchus jaehni nas raízes de
plantas de laranja Pêra’, no tratamento com Agrolmin AH (ácidos micos e
fúlvicos), no período de 120 dias do estudo de manejo do nematóide, em pomar
comercial.................................................................................................................95
14 Curva de tendência da população de espécimes Pratylenchus jaehni na rizosfera de
plantas de laranja Pêra’, no tratamento com Agrolmin AH (ácidos micos e
fúlvicos), no período de 120 dias do estudo de manejo do nematóide, em pomar
comercial.................................................................................................................96
15 Curva de tendência da população de espécimes Pratylenchus jaehni nas raízes de
plantas de laranja ‘Pêra’, no tratamento com Agrolmin AH + 1 L da formulação com
cinco fungos nematófagos, no período de 120 dias do estudo de manejo do
nematóide, em pomar comercial.............................................................................97
16 Curva de tendência da população de espécimes Pratylenchus jaehni na rizosfera de
plantas de laranja ‘Pêra’, no tratamento com Agrolmin AH + 1 L da formulação com
cinco fungos nematófagos, no período de 120 dias do estudo de manejo do
nematóide, em pomar comercial.............................................................................98
17 Curva de tendência da população de espécimes Pratylenchus jaehni nas raízes de
plantas de laranja ‘Pêra’, no tratamento com fertilizante orgânico AO-15, no período
de 120 dias do estudo de manejo do nematóide, em pomar comercial. .................99
18 Curva de tendência da população de espécimes Pratylenchus jaehni na rizosfera de
plantas de laranja ‘Pêra’, no tratamento com fertilizante orgânico AO-15, no período
de 120 dias do estudo de manejo do nematóide, em pomar comercial. .................99
19 Curva de tendência da população de espécimes Pratylenchus jaehni nas raízes de
plantas de laranja ‘Pêra’, no tratamento com fertilizante orgânico AO-15 + 1 L da
formulação com cinco fungos nematófagos, no período de 120 dias do estudo de
manejo do nematóide, em pomar comercial. ........................................................100
20 Curva de tendência da população de espécimes Pratylenchus jaehni na rizosfera de
plantas de laranja ‘Pêra’, no tratamento com fertilizante orgânico AO-15 + 1 L da
formulação com cinco fungos nematófagos, no período de 120 dias do estudo de
manejo do nematóide, em pomar comercial. ........................................................101
APÊNDICES
Páginas
1 Resultado da análise química do solo da cultura de laranjeira variedade Valência da
Fazenda São Sebastião, Monte Alto-SP, área experimental...................................107
2 Resultado da análise química do solo da cultura de laranjeira variedade Valência da
Fazenda das Antas, Itápolis-SP, área experimental................................................107
ESTUDO DO CONTROLE BIOLÓGICO DOS NEMAIDES DOS CITROS NO
ESTADO DE SÃO PAULO
RESUMO - Embora numerosas espécies de fitonematóides tenham sido
encontradas em pomares de citros em todo o mundo, poucas são consideradas pragas-
chave da cultura. No Brasil, apenas o nematóide dos citros (Tylenchulus semipenetrans
Cobb) e o nematóide das lesões radiculares dos citros (Pratylenchus jaehni Inserra et
al.) detêm esse status. Entre esses, T. semipenetrans é o mais distribuído, enquanto P.
jaehni é o mais agressivo. Essa praga foi encontrada em pomares de mais de 30
municípios paulistas, dois mineiros e três paranaenses. O objetivo deste estudo foi
isolar, identificar, documentar ao microscópio fotônico e eletrônico de varredura e
avaliar a eficácia de fungos nematófagos para o controle biológico dos nematóides dos
citros (P. jaehni e T. semipenetrans). Foram analisadas 38 amostras coletadas em
pomares de citros de municípios paulistas e goiano no Laboratório de Nematologia da
UNESP/FCAV, Câmpus de Jaboticabal-SP. Dessas amostras, foram isolados
Arthrobotrys robusta de 23,7% das amostras, A. musiformis de 18,4%, A. oligospora de
10,5% e A. conoides de 5,2%. Monacrosporium elegans, M. eudermatum, Dactyllela
leptospora e Paecilomices lilacinus foram encontrados em 2,6% das amostras. Do total
de 26 isolados dos fungos obtidos, 92,8% foram patogênicos a T. semipenetrans e
82,1% a P. jaehni. Um isolado de cada espécie desses fungos foi incluído na
documentação das características mais marcantes ao microscópios fotônico e
eletrônico de varredura. Em testes in vitro, foram selecionados isolados de cinco
espécies de fungos nematófagos, sendo Monacrosporium eudermatum, Dactylella
leptospora, Arthrobotrys musiformis, A. conoides e Paecilomyces lilacinus formulados
para T. semipenetrans. Para P. jaehni, foram formulados Arthrobotrys robusta, A.
oligospora, A. musiformis, Dactylella leptospora e Monacrosporium eudermatum. Esses
fungos foram aplicados nas doses de 1, 2, 4 e 6 L da formulação por planta. A
formulação foi constituída por partes iguais da mistura de bagaço de cana-de-açúcar
com farelo de arroz, colonizada individualmente pelos fungos. Os testes foram
conduzidos a campo, em pomares de laranja Valência’ e ‘Pêra’, infestados por T.
semipenetrans e P. jaehni, respectivamente. O tratamento com aldicarb, na dosagem
de 130 g por árvore, foi incluído como comparativo. Os tratamentos relativos a 1 L da
formulação mais 200 g do adubo orgânico AO- 15/planta e 1 L da formulação mais 4 L
de Agrolmin AH/planta, também foram incluídos no estudo. A formulação de cinco
fungos nematófagos em citros propiciou maior eficácia no controle dos nematóides que
o tratamento com aldicarb, em todas as doses testadas para ambos os nematóides. A
aplicação da formulação dos fungos nematófagos, em mistura com Agrolmin AH ou com
o adubo orgânico AO-15, não aumentou a eficiência do tratamento com os fungos no
controle biológico dos nematóides dos citros.
Palavras-chave:
Controle biológico, nematóide dos citros, fungos nematófagos,
microscopia eletrônica de varredura.
STUDY OF BIOLOGICAL CONTROL OF THE CITRUS NEMATODE IN SÃO PAULO
STATE
ABSTRACT - Although many species of nematodes have already been found in
orchards of citrus in the world, few are considered key pests of the culture. In Brazil, only
the citrus nematode (Tylenchulus semipenetrans Cobb) and the lesion nematode of
citrus (Pratylenchus jaehni Inserra et al.) have that status. Between these, T.
semipenetrans
is more distributed, but
P. Jaehni
is the most aggressive. This pest has
been found in orchards of more than 30 counties in São Paulo State, two in Minas
Gerais and three in Paraná State. The aim of this study was to isolate, identify,
document and assess the effectiveness of nematophagous fungi for the biological
control of the citrus nematode (P. jaehni and T. semipenetrans). Were analyzed 38
samples collected in the citrus orchards of Counties of Sâo Paulo State and one in
Goiás, in Laboratório de Nematologia of UNESP/FCAV, Câmpus of Jaboticabal, SP.
From these samples were isolated Arthrobotrys robusta, 23.7% of the samples, A.
musiformis 18.4%, A. oligospora 10.5% in A. conoides 5.2%. Monacrosporium elegans,
M. eudermatum, Dactyllela leptospora and Paecilomices lilacinus were found in 2.6% of
samples. From a total of 26 isolates of the fungi obtained, 92.8% were pathogenic to
T.
semipenetrans and 82.1% to P. Jaehni. An isolate from each species of these fungi was
included in the documentation of the most remarkable characteristics at the light
microscope and scanning electron microscope. In tests in vitro were selected five
isolates of nematophagous fungi being Monacrosporium eudermatum, Dactylella
leptospora
,
Arthrobotrys musiformis
,
A. conoides
and
Paecilomyces lilacinus
formulated
for T. Semipenetrans. For, P. Jaehni were formulated Arthrobotrys robusta, A.
oligospora, A. musiformis, Dactylella leptospora and Monacrosporium eudermatum.
These fungi have been applied in doses of 1, 2, 4 and 6 liters of a formulation consisting
of equal parts of mixing the sugar cane bagasse with rice bran individually colonized by
fungi per plant. The tests were conducted in the field, orchards, orange 'Valencia `and'
Pera` infested by T. Semipenetrans and P. Jaehni respectively. Treatment with aldicarb
in the dosage of 130 g per tree was included as a comparison. Treatments on the 1 liter
of the more 200 g of organic fertilizer AO-15/planta and 1 liter of the more 4 litres of
Agrolmin AH/plant, were also included in the study. The formulation of five
nematophagous fungi in citrus provided more effectively in control of nematodes that
treatment with aldicarb, at all doses tested for both nematodes. The application of the
formulation of nematophagous fungi in a mixture with Agrolmin AH or with the organic
fertilizer AO-15 does not increase the efficiency of treatment with the fungi in the
biological control of nematodes in citrus.
Key-words: Biological control, citrus nematodes, nematophagous fungy, scaning
electron microscope.
CAPÍTULO 1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS
Os citros são as frutas mais produzidas no mundo, num volume de 24% da
produção total, superando uva, banana e maçã. No ano agrícola de 2006/2007, a
produção nacional foi estimada em aproximadamente 442 milhões de caixas (40,8 kg),
e o Estado de São Paulo foi responsável por cerca de 80% desse total (CEPEA/USP,
2007).
O valor da produção nacional de laranja, em 2006, foi de R$ 5,3 bilhões,
concentrando 5,4% dos recursos financeiros gerados pela agricultura nacional, que
somaram R$ 98,3 bilhões no ano de 2006 (ABECITRUS, 2007). Dentre as laranjas-
doces cultivadas no Estado, a variedade Pêra é a principal, sendo responsável por 43%
do total das laranjeiras existentes, ou seja, quase 97 milhões de árvores em formação e
produção.
Segundo NEVES & BOTEON (1998), as indústrias de suco concentrado de
laranja para exportação comercializam, anualmente, cerca de 85% da produção
paulista. No mundo, a cada dez copos de suco de laranja consumidos, oito são de
laranja de procedência brasileira, e o Estado de São Paulo é responsável por 98% da
produção total.
Além da importância econômica, a citricultura paulista também tem uma grande
função social, pois as atividades desse agronegócio geram cerca de 400 mil empregos
diretos e indiretos (NEVES & BOTEON, 1998).
No entanto, a cultura dos citros é uma das que apresentam maior número de
pragas. Contudo, poucas são as consideradas de importância econômica para a cultura
(GRAVENA, 1984). Os nematóides Tylenchulus semipenetrans Cobb, conhecido como
“o nematóide dos citros”, causador da doença chamada “declínio lento dos citros” e
Pratylenchus jaehni Inserra et al., “o nematóide das lesões radiculares dos citros”, são
pragas-chave da cultura no Brasil (SANTOS et al., 2006). Em outras regiões produtoras
do mundo, pelo menos 10 espécies de nematóides são citadas como pragas-chave da
cultura (DUNCAN & COHN, 1990). As perdas causadas pelo ataque de nematóides na
citricultura mundial são estimadas em 14,2% (SASSER & FRECMAN, 1987).
Estimativas de CORBANI (2002), para perdas causadas por T. semipenetrans no Brasil
na safra de 1999/00, ultrapassaram R$ 315 milhões de reais. Em estudos de danos
causados por P. jaehni, no Município de Itápolis-SP, TERSI et al. (1995) constataram
que, em um talhão infestado pelo nematóide, a produção foi cerca de três vezes menor
do que em talhões não-infestados pela praga.
Nos últimos anos, a utilização do manejo integrado de pragas, explorando a
combinação de rias medidas de controle, experimentou um grande avanço no Brasil.
Para o manejo de nematóides, notadamente em culturas anuais, os produtores utilizam,
como principais práticas de manejo, a rotação de culturas, o uso de nematicidas, a
adição de matéria orgânica e o controle biológico, entre outros (CORBANI, 2002).
Contudo, por tratar-se de uma cultura perene, a rotação de cultura limita-se somente à
renovação de pomares. Os porta-enxertos resistentes aos nematóides dos citros, no
Brasil, têm o inconveniente de ser mais suscetíveis à seca (CALZAVARA, 2007). A
adição de matéria orgânica baseia-se na condução e manejo dos pomares,
principalmente no manejo das plantas daninhas que, se bem manejadas, podem
melhorar significativamente as características biológicas do solo (BERTONI &
LOMBARDI NETO, 1990). O manejo com produtos químicos, além de encarecer a
produção, tem o inconveniente dos riscos ecotoxicológicos.
O controle biológico vem despertando interesse de muitos pesquisadores em
todo o mundo (BARRON, 1977; MANI, 1988; WALTER & KAPLAN, 1990; SANTOS,
1991; GENÉ et al. 2005; SOARES, 2006; MARTINELLI & SANTOS, 2007abcd).
Dentre os agentes de controle biológico, podem ser citados fungos, bactérias,
nematóides predadores, protozoários, ácaros, colêmbolas, tardígrados, entre outros.
Entre os inimigos naturais mais estudados, os fungos nematófagos têm sido alvo de
cerca de 76% das pesquisas (CARNEIRO, 1992) e correspondem a 75% dos agentes
do controle biológico de nematóides encontrados nos solos agricultáveis do mundo
(JATALA, 1986).
O primeiro fungo nematófago isolado e descrito foi Arthrobotrys oligospora
Fresenius, em 1852 (GRAY, 1988). Atualmente, são conhecidas centenas de espécies
que têm a habilidade de usar nematóides como alimento (FERRAZ et al., 2001).
O aumento do interesse pelo controle biológico de nematóides ocorreu após a
demonstração de que algumas espécies de fungos endoparasitos impediram o aumento
da população de diferentes espécies de nematóides (JATALA et al., 1981; KERRY et
al., 1982). No Brasil, os primeiros relatos envolvendo o controle biológico de nematóides
foram feitos por ALCANTARA & AZEVEDO (1981), isolando fungos a partir de
nematóides infectados.
Os fungos nematófagos podem ser classificados de acordo com as estratégias
utilizadas para capturar os nematóides em endoparasitos e predadores. Os
endoparasitos infectam os nematóides, penetrando pelas aberturas naturais dos seus
corpos. Os predadores capturam os nematóides utilizando hifas modificadas na forma
de armadilhas. Os oportunistas ou ovicidas parasitam ovos e cistos e, por último,
aqueles que produzem metabólitos tóxicos aos nematóides (MORGAN-JONES &
RODRIGUEZ-KÁBANA, 1987; JANSSON et al., 1997). Os fungos nematófagos
predadores são os mais promissores, destacando-se a facilidade de estabelecerem-se
no solo e serem facilmente cultivados em meio de cultura, despertando, com isso, o
interesse de vários pesquisadores em todo o mundo (GRAY, 1988).
Os principais gêneros de fungos predadores conhecidos são: Arthrobotrys Corda,
Dactylaria Saccardo, Dactylella Grove e Monacrosporium Oudemans, conforme menção
de MANKAU (1980). As espécies de Arthrobotrys são consideradas de maior
importância, inclusive são intensamente estudadas em relação a sua ecologia e
patofisiologia, sendo, freqüentemente, incluídos nas pesquisas de manejo de
nematóides (DIJKSTERHUIS et al., 1990; SIDDIQUI & MAHMOOD, 1996). Esses
fungos produzem estruturas especializadas para a captura dos nematóides, ao longo
das hifas, genericamente referidas como armadilhas. Essas armadilhas podem ser
adesivas ou não (NORDBRING-HERTZ, 1972) e aprisionam os nematóides. Após a
captura, independentemente da armadilha utilizada, as hifas penetram na cutícula,
colonizam e consomem o conteúdo interno dos nematóides. Em seguida, emitem para o
meio externo as suas estruturas vegetativas e reprodutivas (BARRON, 1977; GRAY,
1987). Essas estruturas podem ser formadas espontaneamente (BLACKBURN &
HAYES, 1966) ou serem produzidas em resposta a estímulos diversos, tais como:
substâncias liberadas no meio pelos nematóides (NORDBRING-HERTZ, 1973),
escassez de água e/ou nutrientes (BALAN & GERBER, 1972), motilidade, uma vez que,
quanto maior for a motilidade dos nematóides, maior o estímulo para o fungo produzir
armadilhas (JANSSON & NORDBRING-HERTZ, 1980), e o chamado ritmo endógeno,
onde as hifas vegetativas, ao crescerem, são ritmicamente predispostas para a
produção dessas armadilhas (LYSEK & NORDBRING-HERTZ, 1981).
São conhecidos sete tipos de armadilhas: redes adesivas tridimensionais, redes
adesivas bidimensionais, nódulos adesivos, ramos adesivos, anéis constritores
constituídos por três células que se dilatam e estrangulam o nematóide, anéis não-
constritores, cujas células que os formam, não se dilatam e as hifas adesivas não
modificadas, as quais se aderem ao corpo dos nematóides. Além desses tipos de
armadilhas, também ocorre a penetração direta do fungo pela cutícula do nematóide,
envolvendo ação mecânica (pressão), além de algumas variantes dessas armadilhas,
conforme ilustrado por MAIA (2000) e SOARES & SANTOS (2006).
Os fungos nematófagos predadores podem apresentar conídios de diferentes
tamanhos, coloração, forma e resistência a condições adversas do ambiente. A maioria
dos fungos nematófagos apresenta conídios secos, emergindo de estruturas de
frutificação denominadas conidióforos, essenciais na dispersão dos conídios. Os
conidióforos crescem verticalmente, em direção perpendicular ao substrato utilizado no
cultivo do isolado. Algumas espécies podem produzir estruturas denominadas de
clamidósporos, que são estruturas de parede espessa, diferenciada a partir de hifas,
que aparecem em condições de estresse extremo e podem dar origem a hifas,
conidióforos e conídios (BARRON, 1977).
Os fungos oportunistas ou ovicidas estão entre os mais promissores. Como os
fungos predadores, destacam-se pela facilidade de estabelecerem-se no solo e
crescimento in vitro. Também exibem acentuado crescimento na rizosfera, onde cistos e
ovos são liberados e tornam-se vulneráveis à deterioração e colonização por diferentes
agentes, despertando interesse de vários pesquisadores. Os fungos ovicidas
consomem todo o conteúdo dos ovos. Ao estabelecer um contato com o ovo, as hifas
fixam-se na parede externa e produzem quitinase, rompendo o complexo quitina-
proteína, possibilitando a penetração e a colonização de todo o conteúdo interno
(BARRON, 1977). Acredita-se que os fungos parasitos de ovos sejam mais eficazes no
biocontrole de nematóides que outros grupos. Apesar de um expressivo número de
fungos parasitos de ovos serem conhecidos, apenas Paecilomyces lilacinus (Thorn)
Samson e Pochonia chlamydosporia (Goddard) Zare & Gams têm sido muito estudados
por diversos pesquisadores, devido a sua comprovada eficácia (MANKAU, 1980;
JATALA et al., 1980b; SIDDIQUI & MAHMOOD, 1995; ATKINS et al., 2003).
GASPARD & MANKAU (1986), estudando fungos nematófagos associados a T.
semipenetrans em pomares de citros, na Califórnia, isolaram fungos em 43 das 58
amostras analisadas, sendo que as principais espécies encontradas foram de
Arthrobotrys.
DAVID & DAVID (1990) observaram, em um pomar de citros, que, na população
de T. semipenetrans, foram detectados vários antagonistas. Onze espécies de
microrganismos, além de Pasteuria spp., foram observadas atacando estádios
vermiformes de T. semipenetrans. MAAFI (1993) detectou juvenis e machos de T.
semipenetrans infectados com Pasteuria sp. na razão de 2-54%, em 87 amostras de
solos de citros no Norte do Irã. FATTAH et al. (1989) também relataram a infecção de T.
semipenetrans por Pasteuria penetrans (Thorne) Sayre & Starr em amostras de solo e
raízes de árvores de citros.
WALTER & KAPLAN (1990), estudando os antagonistas dos nematóides dos
citros, na Flórida, isolaram 24 microrganismos antagonistas aos nematóides, sendo que
12 espécies atacavam T. semipenetrans. Também isolaram 17 espécies de fungos
nematófagos em 27 pomares de citros amostrados.
GENÉ et al. (2005), amostrando pomares de citros da região esponhola da
Catalunha observaram que, em 69% dos pomares amostrados havia fungos
nematófagos associados a T. semipenetrans sendo que as espécies predominantes
eram de Arthrobotrys.
MARTINELLI & SANTOS (2007ad), em estudo de detecção e isolamento de
fungos nematófagos associados a T. semipenetrans, no Estado de São Paulo, isolaram
26 fungos, dentre os quais, 14 eram parasitas do nematóide. Em estudo de
patogenicidade in vitro de T. semipenetrans por A. musiformis, A. robusta, A. conoides e
A. oligospora, demonstraram que as quatro espécies tinham potencial como agentes do
controle biológico dessa praga.
MARTINELLI & SANTOS (2007bc), realizando teste in vitro com três espécies de
Arthrobotrys no controle de P. jaehni, concluíram que as três espécies foram efetivas no
controle dessa praga. Também, testando Monacrosporium sp. e Dactylella sp., in vitro,
demonstraram o potencial dessas duas espécies no controle biológico de P. jaehni.
REDDY et al. (1991), em estudos utilizando torta de mamona (Ricinus communis
L.) torta de karanj (Pongamia pinnata (L.) Pierre e torta de neem (Azadirachta indica A.
Juss.) a 20 g por planta e 8 g de sementes de arroz colonizadas por P. lilacinus, por
planta, observaram a máxima redução na população de T. semipenetrans na rizosfera
de plantas cítricas com a combinação de neem + P. lilacinus. A menor redução na
população do nematóide, nas raízes, foi obtida com óleo de mamona + P. lilacinus.
REDDY et al. (1996a), utilizando óleos de mamona (R. communis) de karanj (P.
pinnata) e óleo de neem (A. indica), nas doses de 20 ou 40 g por vaso, contendo 2 kg
de solo, com 2 ou 4 g de sementes de sorgo (Sorghum bicolor L.), colonizadas por
Trichoderma harzianum Rifai, observaram que óleo de mamona + T. harzianum, na
dose de 20g + 2g, respectivamente, provocaram a máxima redução na população de T.
semipenetrans.
REDDY et al. (1996b) obtiveram a máxima redução da população de T.
semipenetrans, tanto nas raízes como no solo, com 4 g de uma formulação de P.
lilacinus e 30 g de carbofuran por planta.
Segundo JATALA (1986), os resultados da aplicação de P. lilacinus a campo, em
algumas fazendas no Peru, evidenciaram a eficácia desse fungo no controle de
Meloidogyne incognita (Kofoid & White) Chitwood e T. semipenetrans. O potencial de
outros fungos nematófagos também tem sido avaliado. Com efeito, REDDY et al.
(1996abc) testaram diferentes fungos em combinação com alguns tipos de torta e
observaram que T. harzianum, Verticillium chlmydosporium Goddard e V. lecanii
Zimmermam exerceram apreciável nível de controle de T. semipenetrans, tanto no solo
quanto nas raízes, e propiciaram aumento no crescimento de mudas de citros.
OSMAN & SALEM (1995) testaram uma formulação denominada Sincocin AGTM
de um bionematicida para o controle de T. semipenetrans e verificaram redução na
população do nematóide no solo e nas raízes de plantas cítricas, aumento no
crescimento das laranjeiras e na população de ácaros do solo, principalmente os
mesostigmatídeos.
FATTAH et al. (1989), estudando os fungos associados com fêmeas maduras de
T. semipenetrans, em Bagdá, relataram a presença de um grande número de espécies.
Alguns desses fungos exibiram atividade quitinolítica quando em meio ágar contendo
0,2% de quitina coloidal. Os autores mencionaram que tais fungos poderiam parasitar e,
conseqüentemente, poderiam ser considerados agentes potenciais do controle biológico
desse nematóide.
SPIEGEL et al. (1989) utilizaram um produto à base de quitina, denominado
ClandoSan (CLA), obtido a partir de algas marinhas, e verificaram uma redução de 50 a
90% da população de T. semipenetrans em duas variedades de porta-enxerto de citros.
A utilização sistemática de nematicidas tem causado preocupações, dada a alta
toxicidade desses produtos e os riscos que oferecem quanto ao impacto ambiental. De
fato, problemas relativos à interferência desses produtos na saúde humana,
persistência no solo, contaminação do lençol freático e resíduo nos produtos colhidos
têm sido apontados (KERRY, 1987) e fazem com que investimentos em pesquisas na
busca de alternativas com menor impacto ambiental estejam sendo enfatizados em todo
o mundo. O controle biológico por meio do emprego de microrganismos é uma
alternativa promissora.
O objetivo do trabalho foi isolar, identificar, documentar ao microscópio fotônico e
eletrônico de varredura, e avaliar a eficácia de fungos nematófagos para o controle
biológico a campo dos nematóides dos citros (P. jaehni e T. semipenetrans).
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CAPITULO 2 - FUNGOS NEMATÓFAGOS DETECTADOS EM POMARES DE
CITROS DO ESTADO DE SÃO PAULO
RESUMO
Em estudos realizados no Laboratório de Nematologia do Departamento de
Fitossanidade da FCAV/UNESP, Câmpus e Jaboticabal – SP, foram utilizadas 38
amostras de pomares de citros dos municípios paulistas de Taquaritinga, Taquaral,
Monte Alto, Bebedouro, Itápolis, Cândido Rodrigues e Goiânia – GO, enviadas ao
Laboratório para análise nematológica ou coletadas pela equipe do Laboratório para o
estudo da flora de fungos nematófagos. Todos os pomares estavam infestados por
Tylenchulus semipenetrans e/ou por Pratylenchus jaehni. As principais espécies
isoladas foram do gênero
Arthrobotrys
, sendo a freqüência de
Arthrobotrys robusta
de
23,7% das amostras, A. musiformis 18,4%, A. oligospora 10,5% e A. conoides 5,2%.
Monacrosporium elegans, M. eudermatum, Dactyllela leptospora e Paecilomices
lilacinus foram encontrados em 2,6% das amostras. Do total de 26 isolados dos fungos
obtidos, 92,8% foram patogênicos a T. semipenetrans e 82,1% a P. jaehni. A
capacidade predatória dos isolados variou entre espécies e entre os isolados de uma
mesma espécie. Os isolados que exibiram maior capacidade predatória in vitro de T.
semipenetrans foram A.oligospora PPM-1, A. oligospora PPM-2, A.musiformis PPM-2,
A. musiformis PPM-5, A. robusta PPM-1, A. robusta PPM-2, M. eudermatum, M.
elegans e D. leptospora. Para P. jaehni, os isolados M. eudermatum, M. elegans, D.
leptospora
,
A. oligospora
PPM-2,
A. oligospora
PPM-1,
A. robusta
PPM-3 e
A.
musiformis PPM-4 foram os mais eficazes.
Palavras-chave: nematóide dos citros, nematóide das lesões radiculares dos citros;
fungos nematófagos, controle biológico; Arthrobotrys spp.; Monacrosporium spp.
INTRODUÇÃO
Entre os vários nematóides associados às plantas cítricas, em todo o mundo,
cerca de 10 espécies são consideradas pragas-chave da cultura (DUNCAN & COHN,
1990).
Entretanto, no Brasil, as espécies-chave da citricultura paulista são Tylenchulus
semipenetrans (Cobb) e Pratylenchus jaehni (Inserra et al.). Com efeito, embora as
perdas causadas por esses nematóides ainda não tenham sido quantificadas, apenas
essas duas espécies estão associadas a danos expressivos à cultura no Estado de São
Paulo (SANTOS et al., 2006).
As estimativas das perdas causadas por nematóides à produção mundial dos
citros são estimadas em 14,2% (SASSER & FRECKMAN, 1987). Entretanto, em certos
locais, essas perdas podem ser muito maiores. TERSI et al. (1995) constaram que, em
talhões infestados por P. jaehni no município Itápolis - SP, a produção foi cerca de três
vezes menor que em talhões não-infestados.
O controle biológico com fungos nematófagos tem uma trajetória de grande
interesse no manejo de nematóide, tanto no Brasil como no mundo (BARRON &
THORN, 1987; SANTOS, 1991; MAIA et al., 2001; CORBANI, 2002; MARTINELLI &
SANTOS, 2007abc). Numerosos microrganismos já foram encontrados associados a T.
semipenetrans, tais como espécies de fungos predadores (STIRLING & MANKAU,
1978; GASPARD & MANKAU, 1986; WALTER & KAPLAN, 1990; RACCUZO et al.,
1992) e as bactérias hiperparasitas Pasteuria spp. (FATTAH et al., 1989; WALTER &
KAPLAN, 1990; SORRIBAS et al., 2000). Entretanto, entre esses microrganismos,
cerca de 75% são fungos da biota dos solos agricultáveis (JATALA, 1986; VAN
GUNDY, 1985, citado por SANTOS, 1991; STIRLING, 1991).
Quanto à P. jaehni, os estudos sobre os inimigos naturais ainda são incipientes
em razão de a espécie ter sido descrita mais recentemente (INSERRA et al., 2001).
MARTINELLI & SANTOS (2007c) isolaram algumas espécies de Arthrobotrys,
Monacrosporium e Dactyllela associados a P. jaehni em pomares de citros do Estado
de São Paulo e estão testando esses agentes do controle biológico desse nematóide a
campo.
O objetivo deste trabalho foi isolar fungos nematófagos da rizosfera de pomares
cítricos infestados por T. semipenetrans e P. jaehni, identificá-los, documentá-los ao
microscópio fotônico e avaliar a capacidade predatória desses agentes in vitro, a ambos
os nematóides.
MATERIAL E MÉTODOS
O estudo foi conduzido no Laboratório de Nematologia do Departamento de
Fitossanidade da UNESP/FCAV, mpus de Jaboticabal, São Paulo. Foram utilizadas
38 amostras de vários pomares de citros dos municípios de Taquaritinga, Taquaral,
Monte Alto, Bebedouro, Itápolis, Cândido Rodrigues e Goiânia – GO, para o estudo.
A detecção e o isolamento dos fungos foram efetuados pelo método de
espalhamento de solo, segundo BARRON (1977), modificado por SANTOS (1991). Em
placas de Petri (100 x15 mm), contendo ágar-água a 2%, foram colocados 1 2 g de
solo das amostras, no centro das placas. Em seguida, foi adicionado 1 mL de
suspensão contendo, aproximadamente, 5.000 nematóides de vida-livre (Panagrellus
sp.) que serviram de isca para os fungos. Foram preparadas 3 repetições por amostra.
Essas culturas foram incubadas à temperatura ambiente, no escuro. As observações
foram efetuadas diariamente, com auxílio de um estereoscópio, a partir de 2 dias após o
início do período de incubação, durante 1 semana. Depois dessa primeira semana,
foram efetuadas observações semanais, durante 2 meses. Para detecção de
Paecilomyces lilacinus, foi utilizado suspensão de T. semipenetrans ao invés de
Panagrellus sp. Os fungos isolados foram mantidos em placas de Petri (de 100 x 15
mm) contendo o meio de cultura BDA (batata dextrose ágar).
Os testes para avaliação da capacidade predatória dos fungos foram conduzidos
nas placas mencionadas contendo ágar-água a 2%. Discos de 5 mm de diâmetro,
retirados dos bordos das colônias dos fungos isolados, foram depositados no centro de
cada placa, sendo adotadas três repetições para todos os isolados. Essas culturas
foram incubadas, a seguir, em câmara tipo B.O.D. (Biochemical Oxygen Demand
),
à
temperatura de 25 ± C, no escuro, por 5 dias. Após esse período, adicionaram-se
100 espécimes de T. semipenetrans ou de P. jaehni por placa e avaliou-se a
capacidade predatória dos isolados diariamente, durante um período de 72 horas,
determinando-se a percentagem de nematóides predados. O delineamento
experimental foi inteiramente casualizado (DIC). Os dados foram submetidos à análise
de variância e as médias foram comparadas pelo teste de Tukey, a 5% de
probabilidade, utilizando-se do software ESTAT 2.0 (BARBOSA, 1992).
Para a identificação das espécies de isolados dos fungos foram utilizadas as
chaves de identificação propostas por COOKE & GODFREY (1964), BARRON (1972) e
RUBNER (1996), que levam em consideração os tipos de órgãos de captura, formato e
tamanho dos conídios, além dos tipos de conidióforos formados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os fungos nematófagos estavam presentes em 68,4% das amostras de solo de
pomares infestadas por T. semipenetrans (Tabela 1), sendo que 92,8 % desses
isolados foram patogênicos ao nematóide (Figuras 1abcd). Esses resultados
assemelham-se aos dados obtidos GENÉ et al. (2005), de amostras de solo de
pomares de citros da Catalunha, Espanha. De fato, esses autores encontraram fungos
nematófagos em 69% das amostras analisadas.
As espécies mais abundantes foram do gênero Arthrobotrys Corda, tendo sido A.
robusta Dudd (Figura 1 C-D) a espécie mais freqüente nas amostras (23,7%), seguida
de A. musiformis Drechsler (Figura 1 E-F), em 18,42% delas, A. oligospora Fresenius
(Figura 1 A-B), em 10,5% e A. conoides Drechsler (Figura 2 A-B), em 5,26%. Espécies
de outros grupos também foram encontradas em 2,63% das amostras analisadas, a
saber: Monacrosporium elegans Oudem (Figura 2 E-F), M. eudermatum Drechsler
(Figura 2 C-D), Dactyllela leptospora Grove (Figura 3 A-B) e Paecilomyces lilacinus
Thorn (Figura 3 C-D, Figura 3 E e Figura 4 F). As espécies predominantes encontradas
no presente estudo, também foram encontradas em pomares da Catalunha (GEet
al., 2005) e em pomares de citros na Flórida (WALTER & KAPLAN, 1990). Na
Califórnia, as espécies de Arthrobotrys também predominaram na rizosfera de pomares
de citros (GASPARD & MANKAU (1986). No Brasil, em estudos envolvendo a detecção
de fungos nematófagos da rizosfera de outras culturas, essas espécies também foram
muito freqüentes (RIBEIRO et al., 1999; MAIA, 2000).
Tabela 1: Espécies de fungos nematófagos isolados de 38 amostras de solo da
rizosfera de plantas cítricas em pomares infestados por Tylenchulus
semipenetrans e/ou Pratylenchus jaehni no Estado de São Paulo.
Espécies Identificadas
% de detecção
Patogênicas a
T. semipenetrans
Patogênicas a
P. jaehni
Arthobotrys conoides 5,26 + ±
Arthobotrys musiformis 18,42 + +
Arthobotrys oligospora 10,5 + ±
Arthobotrys robusta 23,7 + ±
Dactylella leptospora 2,63 + +
Monacrosporium elegans 2,63 + +
Monacrosporium eudermatum 2,63 + +
Paecilomyces lilacinus 2,63 + -
% de pomares com fungos 68,4 92,8 82,1
% de pomares sem fungos 31,6 7,2 17,9
Total 100,0
+
Todos os isolados predaram os nematóides;
±
Alguns isolados da espécie não predaram os
nematóides; - não foi feito teste para P. jaehni.
Na Tabela 2, observam-se as espécies e as porcentagens de predação dos 26
isolados dos fungos nematófagos associados a T. semipenetrans, nos três tempos
avaliados. Os dados da Tabela 2 estão de acordo com os resultados dos estudos de
CORBANI et al. (2001ab), que comprovaram a predação de T. semipenetrans por A.
oligospora e M. robustum.
Os isolados PPM-1, PPM-2, PPM-3, PPM-4, PPM-5, PPM-6 e PPM-7 de A. musiformis
tiveram comportamento muito semelhante nas avaliações de 72 horas, na predação de
T. semipenetrans (Tabela 2). Nos isolados PPM-1 a PPM-8 de A. robusta, nas
avaliações 24 e 48 h após a adição dos nematóides às culturas dos fungos, não
diferiram significativamente entre si. Entretanto, no tempo de 72 h, o isolado PPM-4
exibiu a menor porcentagem de predação (53,2%), diferindo dos demais isolados.
Tabela 2: Porcentagem da capacidade predatória de 26 isolados de fungos
nematófagos a T. semipenetrans in vitro após diferentes tempos de
avaliação.
Isolados
porcentagem de espécimes predados
24 h 48 h 72 h
A. musiformis PPM-1
61,1 ab 77,9 ab 80,6 a
Arthrobotrys musiformis PPM-2
62,5 a 80,9 ab 90,5 a
A. musiformis
PPM-3
62,3 a 75,7 abc 78,8 a
A. musiformis PPM-4
60,7 ab 76,9 ab 88,7 a
A. musiformis PPM-5
27,3 abc 62,7 abc 80,3 a
A. musiformis PPM-6
44,1 ab 56,9 abc 75,3 ab
A. musiformis PPM-7
59,9ab 75,7 ab 79,5 a
A. robusta PPM-1
61,3 ab 75,0 abc 84,1 a
A. robusta PPM-2
42,9 ab 74,3 abc 85,5 a
A. robusta PPM-3
39,5 ab 85,5 a 88,9 a
A. robusta PPM-4
38,1 ab 41,6 c 53,1 b
A. robusta PPM-5
34,1 abc 49,9 bc 77,5 a
A. robusta PPM-6
50,2 ab 50,7 bc 65,6 ab
A. robusta PPM-7
41,1 ab 55,8 abc 79,4 a
A. robusta
PPM-8
33,7 abc 68,2 abc 90,3 a
A. oligospora PPM-1
59,8 ab 81,4 abc 89,5 a
A. oligospora PPM-2
60,2 ab 78,7 ab 90,2 a
A. oligospora PPM-3
2,4 cd 2,4 d 2,4 c
A. oligospora PPM-4
0 d 0 d 0 c
A. conoides PPM-1
26,0 bc 60,7 abc 76,2 ab
A. conoides PPM-2
39,4 ab 63,0 abc 77,5 a
Monacrosporium elegans
61,6 ab 84,9 a 95,4 a
M. eudermatum
59,9 ab 80,3 ab 92,0 a
Dactylella leptospora
5,7 cd 60,4 abc 78,0 a
CAN
28,9 abc 38,7 c 50,1 b
GO-49
0 d 0 d 0 c
Teste F 15,42** 27,78** 28,31**
CV (%) 21,5 14,7 8,6
Médias seguidas pelas mesmas letras nas colunas não diferem entre si, pelo teste Tukey, a 5% de probabilidade;
PPM - sigla para diferenciar os isolados; ** significativo a 1% de probabilidade. Para análise estatística, os dados
foram transformados em arc-sen%/100.
Figura 1:
Fotomicrografias dos conídios e conidióforos de fungos nematófagos
isolados em amostras de solo de citros no Estado de São Paulo. A)
Conídios e conidióforos de Arthrobotrys oligospora; B) Conídios de A.
oligospora; C) Conidióforo de A. robusta; D) Conídios de A. robusta; E)
Conidióforo de A. musiformis; F) Conídios de A. musiformis.
Figura 2: Fotomicrografias dos conídios e conidióforos de fungos nematófagos
isolados de amostras de solo de citros no Estado de São Paulo. A)
Conidióforos e conídios de Arthrobotrys conoides; B) Conídio de A.
conoides; C-D) Conídios de Monacrosporium eudermatum; E-F) Conídios
de Monacrosporium elegans.
Figura 3: Fotomicrografias dos conídios, conidióforos e órgãos de captura de fungos
nematófagos isolados de amostras de solo de citros no Estado de São
Paulo. A-B) Conídios de Dactylella leptospora; C) Fiálide e conídios de
Paecilomyces lilacinus; D) Ovo de Tylenchulus semipenetrans parasitado por
P. lilacinus; E) Fêmea de T. semipenetrans parasitada por P. lilacinus; F) T.
semipenetrans capturado em rede adesiva de A. oligospora.
Figura 4: Fotomicrografias dos órgãos de captura de fungos nematófagos isolados de
amostras de solo de citros no Estado de São Paulo. A) Espécime de
Tylenchulus semipenetrans capturado por rede adesiva tridimensional de
Arthrobotrys robusta
; B)
T. semipenetrans
capturado por
A. musiformis
; C)
Pratylenchus jaehni capturado por A. robusta; D) P. jaehni capturado por A.
musiformis; E) Rede bidimensional de M. eudermatum; F) Fêmea de T.
semipenetrans com ovos parasitados por P. lilacinus.
Com efeito, exceto A. robusta PPM-6, todos os outros isolados predaram mais
que 75% dos espécimes adicionados às culturas dos fungos. Entre os isolados de
Arthrobotrys spp. obtidos, PPM-1 e PPM-2 de A. oligospora foram os mais promissores
com predação acima de 60%, no período de 24 h, 80% em 48 h e ao redor de 90%, em
72 horas de avaliação. CORBANI et al. (2001ab) e CORBANI (2002) também
observaram alta capacidade predatória de A. oligospora a T. semipenetrans. Contudo,
os isolados PPM-3 e PPM-4 de A. oligospora, obtidos no presente estudo,
apresentaram a menor capacidade predatória do nematóide, em relação aos demais. O
primeiro predou apenas 2,45 dos espécimes de T. semipenetrans adicionados às
placas, enquanto o segundo não foi patogênico ao nematóide (Tabela 2). ARAUJO et
al. (1993) também observaram comportamento díspar entre isolados da mesma espécie
de Arthrobotrys.
Os isolados PPM-1 e PPM-2 de A. conoides também diferiram estatisticamente
entre si, na avaliação de 24 h, mas não diferiram nas outras duas avaliações (Tabela 2).
O isolado de M. eudermatum e o de M. elegans obtidos não diferiram
estatisticamente entre si nem da maioria dos demais isolados. Contudo, predaram mais
que 90% dos espécimes de T. semipenetrans em 72 h (Tabela 2). Por conseguinte,
esses fungos também podem ser considerados agentes potenciais do controle biológico
do nematóide.
A capacidade predatória do isolado de D. leptospora a T. semipenetrans foi
inferior à da maioria dos demais isolados obtidos, no período de 24 h. Entretanto, nos
períodos de 48 e 72 h, a capacidade predatória desse isolado foi incluída entre as
melhores (Tabela 2).
Dois isolados não-identificados (CAN e GO49) não demonstraram potencial
como agentes do controle biológico de T. semipenetrans visto que, no período de 72 h,
após a adição da suspensão do nematóide às culturas desses fungos, a porcentagem
de predação foi de 50,15% e zero, respectivamente (Tabela 2).
Para P. jaehni, 82,1% dos fungos nematófagos isolados foram patogênicos
(Tabela 1), sendo que, em algumas espécies de Arthrobotrys, houve isolado que não
predou o nematóide (Tabela 3). Esses isolados foram encontrados em amostras
retiradas em áreas em que P. jaehni não estava presente (Tabela 4). Com efeito,
AHREN & TUNLID (2003) mencionaram que a coevolução das espécies de fungos
nematófagos com os nematóides é um pré-requisito para o desenvolvimento da
capacidade predatória dos fungos. NORDBRING-HERTZ (1972) demonstrou que existe
especificidade do fungo com relação ao nematóide, e que esta é de natureza
bioquímica. Se houver reconhecimento entre as lecitinas dos órgãos de captura do
fungo e açúcares presentes na cutícula do nematóide, pode ser estabelecida a relação
de parasitismo. Esse fato justifica a patogenicidade ou não de um isolado, a um certo
nematóide. ARAUJO et al. (1993) também observaram diferenças na capacidade
predatória entre isolados de uma mesma espécie de Arthrobotrys a juvenis de
Meloidogyne sp.
As diferenças na capacidade predatória dos isolados a T. semipenetrans e a P.
jaehni, observadas nas Tabelas 2 e 3, provavelmente decorrem do fato de que a
maioria das amostras de solo analisadas (94,8%) tinha a presença de T.
semipenetrans, enquanto P. jaehni foi constatado em apenas 21,1% delas (Tabelas 1 e
3). Contudo, SANTOS (1991) explica que o tamanho do corpo do nematóide e a forma
de movimentação dos nematóides influenciam na porcentagem da captura ou da não-
captura do nematóide.
Os dados da Tabela 4 mostram que houve uma predominância de T.
semipenetrans nas amostras de solo dos pomares de citros, e 92,8% dos pomares
apresentaram fungos nematófagos e que foram patogênicos a essa praga (Tabela 1),
conforme WALTER & KAPLAN (1990) já haviam observado. Também constatou que P.
jaehni estava presente em apenas 21,1% das amostras e que 82,1% dos fungos
isolados foram patogênicos a esse nematóide (Tabela 4). Conforme os dados da Tabela
3, os isolados mais eficientes no controle de P. jaehni foram M. eudermatum, M.
elegans, D. leptospora, A. oligospora PPM-2, A. oligospora PPM-1, A. robusta PPM-3 e
A. musiformis PPM-4, com porcentagens de predação, em 72 h, de 95,3; 93,1; 89,6;
85,5; 80,1; 79,1 e 78,1; respectivamente, não diferindo estatisticamente entre si.
Tabela 3:
Porcentagem da capacidade predatória de 26 isolados de fungos
nematófagos a Pratylenchus jaehni in vitro após diferentes tempos de
avaliação.
Isolados
porcentagem de espécimes predados
24 h 48 h 72 h
Arthrobotrys musiformis PPM-1
32,1 abcde 41,6 bcdefg 58,2 abcdef
A. musiformis PPM-2
20,4 bcdefg
29,6 bcdefg 33,5 defg
A. musiformis
PPM-3
47,6 abc 49,9 abcdefg 70,5 abcd
A. musiformis PPM-4
30,5 abcde 62,6 abcd 78,1 abcd
A. musiformis PPM-5
5,7 efgh 12,8 efgh 24,0 efgh
A. musiformis PPM-6
54,9 ab 61,1 abcd 69,7 abcd
A. musiformis PPM-7
5,5 fgh 6,1 fgh 6,4 gh
A. robusta PPM-1
54,3 ab 59,3 abcde 61,6 abcde
A. robusta PPM-2
0 h 0 h 0 h
A. robusta PPM-3
40,0 abcd 77,2 ab 79,1 abcd
A. robusta PPM-4
7,2 efgh 10,2 efgh 13,1 gh
A. robusta PPM-5
6,7 efgh 12,0 efgh 17,8 fgh
A. robusta PPM-6
27,8 bcdefg 57,1 abcdef 65,2 abcde
A. robusta PPM-7
23,3 bcdefg 36,6 bcdefg 38,7 bcdefg
A. oligospora
PPM-1
43,9 abc 78,1 ab 80,1 abc
A. oligospora PPM-2
64,4 a 80,3 a 85,5 ab
A. oligospora PPM-3
18,9 bcdefg 25,1 cdefgh 35,3 cdefg
A. oligospora PPM-4
0 h 0 h 0 h
A. conoides PPM-1
3,5 gh 4,3 gh 8,4 gh
A. conoides PPM-2
0 h 0 h 0 h
A. conoides PPM-3
13,1 defgh 13,1 defgh 13,1 gh
Monacrosporium elegans
57,5 ab 74,7 abc 93,1 a
M. eudermatum
40,2 abcd 75,9 ab 95,3 a
Dactylella leptospora
16,2 cdefg 67,1 abc 89,7 a
GO 49
0 h 0 h 0 h
CAN
0 h 0 h 0 h
Teste F 15,75** 22,34** 24,45**
dms (Tukey 5%) 23,95 26,64 29,47
CV (%) 36,35 30,38 29,11
Médias seguidas pelas mesmas letras nas colunas não diferem entre si, pelo teste Tukey, a 5% de
probabilidade. PPM - sigla para diferenciar os isolados; ** significativo a 1% de probabilidade. Para análise
estatística, os dados foram transformados em arc-sen%/100.
Tabela 4: Distribuição dos fungos nematófagos em amostras de solo de pomares de citros infestados por Tylenchulus
semipenetrans e Pratylenchus jaehni, no Estado de São Paulo.
Município Cultura
Idade
(Anos)
Espécimes
T. semipenetrans
Espécimes
P. jaehni
Espécies Isoladas
Solo Raiz Ovos Solo
Raiz Ovos
Bebedouro - SP
Amostra 1 Laranja “Pêra” 13 58 698 857 - - - Arthrobotrys robusta
Amostra 2 Laranja “Pêra” 13 159 987 1287 - - - A. musiformis
Amostra 3 Laranja “Pêra” 13 207 789 886 - - - A. robusta
Amostra 4 Laranja “Pêra” 18 1142 9872 6780 A. oligospora
Amostra 5 Laranja “Pêra” 18 2578 7982 3258 -
Cândido Rodrigues - SP
Amostra 1 Lima Ácida Tahiti 25 164 503 2050 - - - A. conoides
Amostra 2 Lima Ácida Tahiti 25 144 3118 3685 - - - A. robusta
Amostra 3 Lima Ácida Tahiti 25 790 858 3206 - - - A. musiformis
Amostra 4 Lima Ácida Tahiti 25 198 304 1999 - - - A. musiformis
Amostra 5 Lima Ácida Tahiti 25 234 400 2570 - - - A. oligospora
Amostra 6 Lima Ácida Tahiti 25 486 2007 5968 - - - A. oligospora
Amostra 7 Lima Ácida Tahiti 17 14784 15280 23280 - - - Paecilomyces lilacinus
Goiânia - GO
Amostra 1 Laranja “Valência” 10 3320 16080 7488 - - - Monacrosporium elegans
Amostra 2 Laranja “Valência” 10 2980 15662 5889
Itápolis - SP
Amostra 1 Laranja “Natal” 20 - - - 0 32 8 A. musiformis
Amostra 2 Laranja “Natal” 20 478 981 1024 16 280 50 A. robusta
Amostra 3 Laranja “Natal” 20 298 395 582 80 658 120 A. oligospora
Amostra 4 Laranja “Natal” 20 720 1200 1705 25 380 85 A. musiformis
Amostra 5 Laranja “Natal” 20 8 4 40 - - -
Amostra 6 Laranja “Natal” 20 78 198 780 40 2667 780 -
Amostra 7 Laranja “Natal” 20 48 337 541 30 1870 541 M. eudermatum
Amostra 8 57 225 147 12 558 147 -
Monte Alto - SP
A. musiformis
Amostra 1 Laranja “Pêra” 12 1520 2408 9720 - - - A. robusta
Amostra 2 Laranja “Pêra” 12 316 624 960 - - - -
Amostra 3 Laranja “Pêra” 12 736 1720 3760 - - - -
Amostra 4 Laranja “Pêra” 12 48 120 160 - - - -
Continuação .....
Amostra 5 Laranja “Pêra” 12 252 216 328 - - - A. robusta
Amostra 6 Laranja “Pêra” 12 188 156 152 - - - -
Amostra 7 Laranja “Pêra” 18 20 160 680 4 0 - -
Taquaral - SP
Amostra 1 Laranja “Pêra” 30 358 1298 1850 - - - -
Amostra 2 Laranja “Pêra” 30 198 1472 2200 - - - -
Amostra 3 Laranja “Pêra” 30 145 1582 1997 - - - A. robusta
Taquaritinga - SP
Amostra 1 Laranja “Pêra” 11 452 1181 1588 - - - A. musiformis
Amostra 2 Laranja “Pêra” 11 652 1458 2699 - - - A. conoides
Amostra 3 Laranja “Pêra” 11 487 1683 2362 - - - A. robusta
Amostra 4 Laranja “Pêra” 11 187 583 1024 - - - Dactylella leptospora
Amostra 5 Laranja “Pêra” 8 56 399 802 - - - A. oligospora
Amostra 6 Laranja
“Pêra”
8 98 1255 1532 - - - -
Amostra 7 Laranja “Pêra” 8 147 987 1036 - - - A. robusta
Enquanto os isolados A. oligospora PPM-4, A. conoides PPM-2, A. robusta PPM-
2, CAN, 2 GO49, A. conoides PPM-1, A. musiformis PPM-7 tiveram patogenicidade
muito baixa, menos de 10% não predaram o nematóide.
Alguns desses isolados exibiram expressiva capacidade predatória de ambos os
nematóides, podendo ser usados no manejo dessas pragas como alternativa de
controle. GASPARD & MANKAU (1986) e WALTER & KAPLAN (1990) também
mencionaram que os isolados de fungos nematófagos associados a T. semipenetrans
podem ser utilizados no manejo dessa praga. MARTINELLI & SANTOS (2007ac)
demonstraram, in vitro, o potencial do controle biológico de alguns fungos no controle
de P. jaehni e T. semipenetrans. Em outros estudos desenvolvidos no Laboratório de
nematologia da FCAV/UNESP de Jaboticabal, também foi demonstrado o potencial
do controle biológico de diferentes nematóides por outros fungos, em diversas outras
culturas (CORBANI, 2002; BERNARDO, 2002; SOARES, 2006).
CONCLUSÕES
Dos 26 isolados detectados nas amostras, 92,8% eram patogênicos a T.
semipenetrans, e 82,1% a P. jaehni. Para T. semipenetrans, obtivemos um número
maior de isolados promissores em comparação a P. jaehni. Contudo, os isolados A.
oligospora PPM-1 e PPM-2, A. robusta PPM-1, PPM-2 e PPM-8, A. musiformis PPM-1,
PPM-2 e PPM-5, M. elegans, M. eudermatum e D. leptospora foram os mais
promissores, com potencial para uso a campo no controle de T. semipenetrans. Para P.
jaehni, os isolados mais promissores foram M. eudermatum, M. elegans, D. leptospora,
A. oligospora PPM-1 e PPM-2, A. robusta PPM-3 e A. musiformis PPM-4.
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CAPÍTULO 3 – MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA DE FUNGOS
NEMATÓFAGOS ASSOCIADOS A
Tylenchulus semipenetrans
E
Pratylenchus
jaehni
RESUMO
Fungos nematófagos têm sido estudados como uma alternativa promissora para
o manejo de nematóides dos citros. Isolados detectados em pomares de citros,
principalmente do Estado de São Paulo, foram estudados no Laboratório de
Microscopia Eletrônica de Varredura da UNESP/FCAV Câmpus de Jaboticabal-SP.
Este estudo teve por objetivo documentar ao microscópio eletrônico de varredura as
estruturas morfológicas marcantes para a identificação das principais espécies de
fungos nematófagos envolvidas no estudo, associadas a T. semipenetrans e P. jaehni,
a saber: Arthrobotrys oligospora, A. conoides, A. robusta, A. musiformis, Dactylella
leptospora, Monacrosporium eudermatum e M. elegans.
Palavras-chave: microscopia eletrônica de varredura, fungos predadores, Arthrobotrys
spp., Monacrosporium spp., Tylenchulus semipenetrans e Pratylenchus jaehni.
INTRODUÇÃO
A atividade agrícola vem causando modificações no ambiente, quebrando o
equilíbrio natural e favorecendo determinados organismos, indicando que algum fator
do equilíbrio biológico não está em harmonia, resultando na ocorrência de doenças e
pragas em proporções tanto maiores quanto maior for o desequilíbrio (BAKER & COOK,
1974). O controle biológico parece ser a restauração do equilíbrio, interferindo nas
populações de pragas ou doenças (MAIA et al., 2001).
Os fungos antagonistas de nematóides podem ser divididos em predadores,
endoparasitos, oportunistas (parasitos de ovos, cistos e de fêmeas sedentárias), e
aqueles que produzem metabólitos tóxicos aos nematóides (MORGAN-JONES &
RODRIGUEZ-KÁBANA, 1987). Os fungos predadores formam armadilhas de diferentes
tipos (BALAN & GERBER, 1972). São conhecidos sete tipos de armadilhas: hifas
adesivas não-modificadas; ramificações hifais anastomosadas, formando redes
adesivas tridimensionais e bidimensionais; ramificações adesivas formadas por uma ou
mais células; nódulos adesivos; anéis constritores; e anéis não-constritores (GRAY,
1988).
Os principais gêneros de fungos predadores conhecidos são: Arthrobotrys Corda,
Dactylaria Saccardo, Dactylella Grove e Monacrosporium Oudemans, os quais
parasitam nematóides vermiformes (MANKAU, 1980), podendo algumas espécies
parasitar ovos (MAIA, 2000).
A ocorrência de fungos predadores e oportunistas tem sido constatada por vários
pesquisadores a partir de amostras de solo e raízes, e a partir de cistos e/ou massas de
ovos de nematóides fitoparasitos (GASPARD & MANKAU, 1986; WALTER & KAPLAN,
1990; NAVES & CAMPOS, 1991; SANTOS, 1991; FERRAZ et al., 1992; MAIA et al.,
1993; LIMA, 1996; SANTOS, 1996; MIZOBUTSI et al., 1999; RIBEIRO et al., 1999;
MAIA, 2000; GENÉ et al., 2005).
GASPARD & MANKAU (1986), em estudos de fungos nematófagos associados a
T. semipenetrans em pomares de citros na Califórnia, isolaram fungos em 43 das 58
amostras analisadas, e as principais espécies encontradas foram de Arthrobotrys.
DAVID & DAVID (1990) observaram, em um pomar de citros, que a população de
T. semipenetrans tinha vários antagonistas. Onze espécies de microrganismos, além de
Pasteuria spp., foram observadas atacando juvenis ou fêmeas imaturas de T.
semipenetrans. WALTER & KAPLAN (1990), estudando os antagonistas dos
nematóides dos citros na Flórida, isolaram 24 microrganismos antagonistas aos
nematóides, sendo que 12 espécies atacavam T. semipenetrans. Ao todo, isolaram 17
espécies de fungos nematófagos de 27 pomares de citros amostrados.
GENÉ et al. (2005) amostrando pomares de citros da região da Catalunha,
Espanha, observaram que, em 69% dos pomares amostrados havia fungos
nematófagos associados a T. semipenetrans sendo que as espécies predominantes
eram de Arthrobotrys.
MARTINELLI & SANTOS (2007ad), em estudo de detecção e isolamento de
fungos nematófagos associados a T. semipenetrans, no Estado de São Paulo, isolaram
26 fungos, dentre os quais, 14 eram parasitas do nematóide. Em estudo de
patogenicidade in vitro de T. semipenetrans por A. musiformis, A. robusta, A. conoides e
A. oligospora demonstraram que as quatro espécies tinham potencial de controle do
nematóide dos citros.
MARTINELLI & SANTOS (2007bc), realizando testes in vitro com diferentes
espécies de fungos nematófagos, concluíram que, pelo menos, três espécies de
Arthrobotrys, além de Monacrosporium sp. e Dactylella sp. tinham expressivo potencial
como agentes do controle biológico de P. jaehni.
Exames de nematóides capturados por fungos nematófagos, ao microscópio
eletrônico de varredura (MEV), são muito úteis para elucidar o modo de ação desses
agentes e auxiliar na compreensão de como esses organismos interagem entre si
(BARRON, 1977; DOWSETT e REID, 1977; JANSSON e NORDBRING-HERTZ, 1988;
LOPES-LORCA e DUNCAN, 1991; MAIA e SANTOS, 1995; MAIA e SANTOS, 1999;
MAIA, 2000).
Este estudo teve por objetivo documentar ao microscópio eletrônico de varredura
as estruturas morfológicas marcantes para identificação das principais espécies de
fungos nematófagos envolvidas no estudo, associadas a T. semipenetrans e P. jaehni.
MATERIAL E MÉTODOS
O estudo foi conduzido no Laboratório de Nematologia do Departamento de
Fitossanidade e no Laboratório de Microscopia Eletrônica da UNESP/FCAV, Câmpus
de Jaboticabal-SP. Os isolados utilizados no estudo foram obtidos como descrito no
Capitulo 2, sendo incluído um isolado de cada um dos fungos: Arthrobotrys oligospora,
A. musiformis, A. robusta, A. conoides, Monacrosporium eudermatum, M. elegans e
Dactylella leptospora. O preparo das amostras para a documentação ao MEV foi
realizado a partir de culturas puras dos fungos nematófagos, as quais foram repicadas
para placas de Petri contendo ágar-água a 2 % e incubadas em B.O.D., à temperatura
de 25 ± C, no escuro, por 5 dias. A seguir, 1 mL de suspensões contendo 100
espécimes de Tylenchulus semipenetrans ou de Pratylenchus jaehni foi vertido na
placa, e essas culturas foram, novamente incubadas como anteriormente mencionado.
Quando se observaram 50 ou mais nematóides predados e estruturas reprodutivas dos
fungos, procedeu-se à fixação em glutaraldeído a 3%, em tampão de fosfato de
potássio a 0,05 M e pH 7,2 a 7,4. Uma lâmina da solução de glutaraldeído, apenas para
cobrir a superfície do meio, foi aplicada às placas, e essas foram mantidas em geladeira
(5 C) por 72 h. Em seguida, a solução de glutaraldeído foi removida das placas, e
as culturas foram cuidadosamente lavadas com a solução tampão pura. Pequenas
porções do meio contendo nematóides capturados, estruturas de captura do fungo ou
conídios foram removidos do meio e transferidos para vidros de boca larga e pós-
fixadas em tetróxido de ósmio a 2%, no mesmo tampão e mesma temperatura , por 12
h. Então, foram novamente lavadas, desidratadas em uma série gradual de acetona,
secas em secador de ponto crítico, montadas em porta-espécimes, recobertas com uma
camada de 36 nm de ouro paládio e elétron-micrografadas em microscópio eletrônico
de varredura JEOL JSM 5410, operando em 15 kV (MAIA & SANTOS, 1997).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na Figura 1A, observam-se detalhes do crescimento de A. musiformis no meio
de agar-água. O conidióforo de A. musiformis é em forma de candelabro com
esterigmas apicais ramificados (Figura 1B), como observado por LIMA (1996). Nas
Figuras 1C e D observam-se um espécime de P. jaehni capturado por um anel
constritor de D. leptospora e o detalhe do anel constritor com três células infladas
(seta). Na opinião de NODBRING-HERTZ (1973), a presença do nematóide é
indispensável para que ocorra a atividade das estruturas de captura. A Figura 1E ilustra
a forma do conídio de M. elegans com quatro células conidiógenas de formato oblongo
fusiforme, com a segunda célula inflada (seta), conforme menção de DOWSETT et al.
(1984). A captura de um espécime de P. jaehni pelo fungo e a estrutura de captura na
forma de rede adesiva tridimensional podem ser observadas na Figura 1F(seta),
conforme RUBNER (1996).
A Figura 2 contém ilustrações de estruturas de espécies de Arthrobotrys e
nematóides capturados por esses fungos. Na Figura 2A, observa-se o início da
formação de uma rede adesiva de A. robusta, como havia sido observado por LIMA
(1996) em sua caracterização de isolados dessa espécie. A captura de um espécime de
P. jaehni pela rede adesiva de A. robusta é observada na Figura 2B. Na Figura 2C,
ilustrou-se o conídio de A. musiformis com formato elipsoidal-alongado a musiforme,
bicelular com septo inframediano (seta), conforme a caracterização da espécie
elaborada por LIMA (1996). Um espécime de P. jaehni é capturado por redes
bidimensionais de A. musiformis (Figura 2D), enquanto o conídio de A. oligospora no
formato obovóide a piriforme, bicelular, com septo inframediano (seta), com ligeira
constrição no septo, coincidindo com a descrição da espécie elaborada por BARRON
(1977) e LIMA (1996), é observado na Figura 2E. Na Figura 2F, observa-se um
espécime de P. jaehni capturado por uma rede adesiva bidimensional de A. oligospora.
Figura 1: Elétron-micrografia de órgãos de captura de fungos nematófagos isolados de
amostras de solo de citros no Estado de São Paulo. A) Aspecto geral do meio
de cultura B) Conidióforo de A. musiformis; C) Pratylenchus jaehni capturado
pelo anel constritor de Dactylella leptospora e detalhe do anel constritor com
três células infladas (seta); D) Detalhe do anel constritor de D. leptospora; E)
Conídio de Monacrosporium elegans; F) P. jaehni capturado por M. elegans.
Figura 2: Elétron-micrografia de órgãos de captura de fungos nematófagos isolados
de amostras de solo de citros no Estado de o Paulo. A) Início da
anastomose da rede adesiva de Arthrobotrys robusta; B) Detalhe do
nematóide P. jaehni capturado por A. robusta; C) Conídio A. musiformis; D)
P. jaehni capturado por A. musiformis; E) Conídio de A. oligospora; F) P.
jaehni capturado por A. oligospora.
As Figuras 3A e 3B são relativas a M. elegans. Observa-se, na Figura 3A, um
espécime de T. semipenetrans preso à rede tridimensional. Na Figura 3B, é observada
a anastomose das redes tridimensionais de M. elegans. Para A. oligospora, observam-
se redes adesivas (Figura 3C) e a captura de um espécime de T. semipenetrans por
essas estruturas (Figura 3D).
As ilustrações das Figuras 3E e 3F referem-se à Monacrosporium eudermatum.
Na Figura 3E, um espécime de T. semipenetrans está preso em rede adesiva
bidimensional formada pelo fungo. Detalhes do conídio com 3 septos, constrição
característica e as quatro células conidiógenas, como anteriormente observado por
MAIA (2001) em observações ao MEV com essa espécie de fungo nematófago,
apareceram na Figura 3F.
Na Figura 4A, observam-se espécimes de T. semipenetrans capturados por
redes adesivas de A. robusta. Enquanto, na Figura 4B, estão ilustrados conídios de A.
robusta com formato obovóide, bicelulares com septo inframediano conforme a
descrição elaborada por LIMA (1996). A Figura 4C é pertinente a um conjunto de
conídios de A. musiformis produzidos em um arranjo radiado e não-adensado, enquanto
a Figura 4D ilustra um espécime de T. semipenetrans capturado por uma rede adesiva
de A. musiformis. Nas Figuras 4E e F, são apresentados detalhes de um espécime de
T. semipenetrans capturado por redes adesivas de A. conoides.
Os tipos de armadilhas e estruturas reprodutivas dos fungos nematófagos
documentados no presente estudo estão de acordo com as descrições elaboradas por
outros pesquisadores (LIMA, 1996; MAIA, 2000; SOARES, 2006).
CONCLUSÕES
Os dados obtidos no presente estudo confirmaram que a microscopia eletrônica
de varredura é uma ferramenta eficaz para auxiliar no entendimento do modo de ação
dos fungos nematófagos e revelar detalhes de suas estruturas reprodutivas e de
captura, confirmando a patogenicidade dos isolados a T. semipenetrans e P. jaehni.
Figura 3: Elétron-micrografia de órgãos de captura de fungos nematófagos isolados de
amostras de solo de citros no Estado de São Paulo. A) Tylenchulus
semipenetrans capturado por Monacrosporium elegans; B) Rede
bidimensional de M. elegans; C) Órgãos de captura de Arthrobotrys
oligospora; D) T. semipenetrans capturado por A. oligospora; E) T.
semipenetrans capturado por M. eudermatum; F) Conídio de M. eudermatum.
Figura 4: Elétron-micrografia de órgãos de captura de fungos nematófagos isolados de
amostras de solo de citros no Estado de São Paulo. A)
Tylenchulus
semipenetrans capturado por Arthrobotrys robusta; B) Conídios de A.
robusta; C) Conídios de A. musiformis; D) T. semipenetrans capturado por A.
musiformis; E-F) T. semipenetrans capturado por A. conoides.
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CAPÍTULO 4 – AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DE UMA FORMULAÇÃO DE CINCO
FUNGOS NEMAFAGOS PARA O MANEJO DE
Tylenchulus semipenetrans
EM
CITROS
RESUMO
O nematóide dos citros Tylenchulus semipenetrans é uma das pragas-chave da
citricultura no Brasil e no mundo. Essa espécie de nematóide possui três raças
fisiológicas: a raça “citros”, a raça “mediterrânea e a raça “poncirus”, sendo que a
predominante nas Américas é a raça citros. As perdas causadas por essa espécie de
nematóide foi comprovada com uso de nematicidas em pré e pós-plantio. O manejo
integrado de nematóides na cultura com uso de diversas técnicas vem sendo utilizado
em todo o mundo, e entre as técnicas de manejo utilizadas, o controle biológico ganha
destaque pela eficácia comprovada por vários pesquisadores. O estudo teve o objetivo
de avaliar a eficácia do manejo de T. semipenetrans em pomar comercial de citros,
utilizando-se de uma formulação contendo cinco espécies de fungos nematófagos,
Monacrosporium eudermatum, Dactylella leptospora, Arthrobotrys musiformis, A.
conoides e Paecilomyces lilacinus, veiculados em bagaço de cana e farelo de arroz. Os
tratamentos foram: 0; 1; 2; 4 e 6 L do substrato colonizado pelos fungos/planta, 1 L do
substrato colonizado pelos fungos/planta + 200g de AO-15 (adubo orgânico da empresa
Nutrisafra, composto por 8% de carbono orgânico, 8% de cálcio e 15% de fosfato
natural), 200 g de AO-15, 1 L do substrato colonizado pelos fungos/planta + 4 L de
Agrolmin® AH (ácidos fúlvicos e húmicos da empresa Agrolatino), 4 L de Agrolmin® AH
e 130 g/planta de aldicarb (Temik® 150G). A formulação dos cinco fungos
nematófagos, em todas as doses testadas, propiciou maior eficácia no controle de T.
semipenetrans que o tratamento com aldicarb, entretanto, não diferiram
estatisticamente. A melhor dose para o controle da população do nematóide foi a de 2 L
da formulação por planta com redução da população de T. semipenetrans nas raízes,
da ordem de 97% e de 99% do mero de ovos. O tratamento químico com aldicarb,
com o adubo orgânico AO-15 da Nutrisafra e com o produto Agrolmin AH, da Agrolatino,
também propiciaram reduções lineares da população do nematóide nas raízes, embora
inferiores às obtidas com a formulação dos fungos; mas, no solo, esses tratamentos
propiciaram reduções iniciais da população do nematóide, até em torno dos 60 após a
aplicação, com tendência para o restabelecimento da população do nematóide até o
final do período de avaliação de 90 dias.
Palavras-chave:
Controle biológico, nematóide dos citros, Tylenchulus semipenetrans,
fungos nematófagos, manejo de nematóides em citros.
INTRODUÇÃO
O nematóide dos citros Tylenchulus semipenetrans Cobb é uma das pragas-
chave da citricultura no Brasil e no mundo (SANTOS et al., 2006). Esse nematóide
ataca mais de 75 espécies de rutáceas. Além dos citros (Citrus spp.) e seus hibrídos,
também ataca o caquizeiro (Diospyrus kaki Thumb.), a oliveira (Olea europea L.) e a
videira (Vitis spp.), conforme menção de DUNCAN (2005). Essa espécie de nematóide
possui três raças fisiológicas, a saber: a raça “citros”, a raça “mediterrânea” e a raça
“poncirus”, sendo que a predominante nas Américas é a raça citros (O’BANNON &
FORD, 1977). CAMPOS (2002), em levantamento da distribuição de T. semipenetrans
em pomares comerciais de citros no Estado de São Paulo, estimou que, em 70 a 90%
dos pomares, havia a presença do patógeno.
As opiniões sobre as perdas causadas por esse nematóide eram controversas
até que o uso de nematicidas em pré e pós-plantio evidenciou a importância econômica
da praga (O’BANNON & TARJAN, 1973).
Segundo estimativas de SASSER & FREKMAN (1987), as perdas anuais
causadas pelos nematóides nos citros podem ultrapassar 14,2% da produção mundial.
O sucesso econômico e ecológico do manejo de T. semipenetrans e de outras espécies
de nematóides requer a adoção de várias medidas de manejo combinadas, como
exclusão, medidas preventivas, utilização de cultura não-hospedeira na renovação de
velhos pomares infestados, controle químico, variedades resistentes de porta-enxertos
e o controle biológico, entre outros (LUCAS-VERDEJO & MACKENRY, 2004). Vários
outros autores relataram que o controle biológico com uso de fungos nematófagos ou
até mesmo com a bactéria Pasteuria penetrans, associados ou não ao controle químico,
podem ser viáveis (REDDY et al., 1996abc; FATTAH et al., 1989; JATALA, 1986;
OSMAN & SALEM, 1995). DAVID & DAVID (1990) observaram em pomares de citros
que a população de T. semipenetrans tinha mais de 11 espécies de microrganismos
antagonistas associados, sendo que a grande maioria eram fungos nematófagos.
MARTINELLI & SANTOS (2007), em estudos de microrganismos associados com T.
semipenetrans em pomares de citros do Estado de São Paulo, isolaram 32 fungos
nematófagos, sendo 17 patogênicos a T. semipenetrans e com potencial de uso no
controle biológico desse nematóide. CORBANI (2002), em experimento de controle
biológico de T. semipenetrans com Monacrosporium robustum, Paecilomyces lilacinus e
Arthrobotrys oligospora, em pomar de laranja Variedade Hamlin obteve resultados
semelhantes aos tratamentos-testemunha com aldicarb, demonstrando a viabilidade do
uso de fungos nematófagos no controle dessa praga. Em estudos com uso de
bionematicidas, SPIEGEL et al. (1989) observaram redução de 50 a 90% da população
de T. semipenetrans em duas variedades de laranja. OSMAN & SALEM (1995), em
teste com Sincocin AGTM, notaram uma redução na população de nematóides, tanto
nas raízes como no solo, além de um aumento na população de antagonistas no solo.
O presente estudo foi conduzido com o objetivo de avaliar a eficácia do manejo
de T. semipenetrans em pomar comercial de citros, utilizando-se de uma formulação
contendo cinco fungos nematófagos.
MATERIAL E METÓDOS
O experimento foi conduzido na Fazenda São Sebastião, no Município de Monte
Alto-SP, em pomar de Laranja (Citrus sinensis) variedade Valência, enxertada sobre
limão-cravo (Citrus limonia), com 20 anos de idade, no período de novembro de 2007 a
janeiro 2008. As parcelas continham cinco plantas no espaçamento de 7 x 5 m, em
Latossolo Amarelo, cuja análise química está contida no Apêndice 1. As parcelas foram
marcadas e amostradas, e uma amostra de solo e raízes de cada parcela composta de
três subamostras foi coletada para avaliação da população inicial dos nematóides, nas
três plantas centrais da parcela e as duas (inicial e final) sendo mantidas como
bordadura. Os seguintes tratamentos foram adotados: 0; 1; 2; 4 e 6 L do substrato
colonizado pelos fungos/planta, 1 L do substrato colonizado pelos fungos/planta + 200g
de AO-15 (adubo orgânico da empresa Nutrisafra, composto por 8% de carbono
orgânico, 8% de cálcio e 15% de fosfato natural), 200 g de AO-15, 1 L do substrato
colonizado pelos fungos/planta + 4 L de Agrolmin® AH (ácidos fúlvicos e húmicos da
empresa Agrolatino), 4 L de Agrolmin® AH e 130 g/planta de aldicarb (Temik® 150G)
como comparativo. Foram conduzidas quatro repetições distribuídas no delineamento
em blocos ao acaso (DBC).
Os fungos Monacrosporium eudermatum, Dactylella leptospora, Arthrobotrys
musiformis, A. conoides e Paecilomyces lilacinus foram formulados em bagaço de cana
e farelo de arroz, conforme proposto por SOARES et al. (2005a e b) e ilustrado nas
Figuras 1; 2 e 3. Os fungos, individualmente, foram inoculados no substrato e incubados
à temperatura ambiente no escuro. Após a completa colonização no substrato, partes
iguais de substrato colonizado pelos diferentes fungos foram misturadas para posterior
aplicação.
O material correspondente a cada tratamento foi aplicado sob a projeção da
copa das árvores e levemente incorporado ao solo com auxílio de um rastelo. Em
seguida, a superfície do solo tratado foi recoberta com uma camada de bagaço de cana
para proteger a formulação dos fungos contra a incidência direta da luz do sol (Figuras
4; 5 e 6). As avaliações foram realizadas aos 30; 60 e 90 dias após a aplicação,
coletando-se amostras de solo e raízes sob a copa das três plantas centrais da parcela.
Essas amostras foram acondicionadas em sacos de plástico, etiquetadas e
transportadas para o Laboratório de Nematologia do Departamento de Fitossanidade da
FCAV, onde foram processadas. Os nematóides foram extraídos das amostras de solo
pelo método da flotação centrífuga em solução de sacarose (JENKINS, 1964) e das
raízes pelo método de COOLEN & D'HERDE (1972). A seguir, a população de
nematóides nas amostras foi estimada ao microscópio fotônico, com auxílio da câmara
de contagem de Peters (SOUTHEY, 1970). Os dados foram submetidos à análise de
regressão, e as retas, comparadas pelo teste de paralelismo e coincidência das retas.
Figura 1:
Formulação do composto para produção massal dos
fungos nematófagos (1L de bagaço de cana-de-açúcar,
500 mL de farelo de arroz e 200 mL de água).
Figura 2: Formulação pronta para ser inoculada com os fungos
nematófagos.
Figura 3: Formulação colonizada pelos fungos, pronta para aplicação no
campo.
Figura 4: Aplicação da formulação dos cinco fungos nematófagos no
campo, antes da incorporação.
Figura 5: Incorporação da formulação no solo, após a aplicação.
Figura 6:
Cobertura do solo com bagaço de cana, após aplicação da
formulação dos cinco fungos e os outros tratamentos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nas Tabelas 1; 2; 3; 4 e 5 estão representados os dados da análise do teste de
paralelismo e coincidência das retas. A Figura 7 representa a curva de tendência da
população de juvenis e adultos de T. semipenetrans e de seus ovos nas raízes das
plantas do tratamento-testemunha. Os dados evidenciam que houve queda de 57% na
população de juvenis e adultos do nematóide no período avaliado e um aumento de 9%
no número de ovos recuperados das raízes. CAMPOS (2007), em estudo da dinâmica
da população de T. semipenetrans a campo, demonstrou que o pico mais alto da
população desse nematóide ocorre nos meses de inverno, enquanto, no período de
verão (chuvoso), a população se encontra nos níveis mais baixos. Tal fato explica a
queda da população do nematóide no tratamento-testemunha, pois o início do
experimento coincidiu com o início do período chuvoso. Na Figura 8, os dados indicam
que a curva de tendência da população do nematóide no solo foi similar à observada
nas raízes. CAMPOS (2007) observou que a maior quantidade de água no solo, aliada
a altas temperaturas podem causar a redução na população do nematóide no solo.
Como os nematóides encontram as raízes no solo por quimiotaxia, detectando os
exsudatos liberados na água do solo pelas raízes, e orientando-se no gradiente de
concentração até encontrá-las, é possível que o excesso de água no solo exerça efeitos
de diluição e lixiviação dos exsudatos, dificultando o encontro da raiz por parte do
nematóide. Outros autores também argumentaram em favor dessa hipótese, ainda que
considerando a possibilidade de outros fatores também estarem envolvidos
(DUSEMBERY, 1987; HUSSEY & WILLIAMSON, 1998).
Tabela 1: Comparação dos tratamentos pelo teste do paralelismo e coincidência das
retas nas avaliações de espécimes de Tylenchulus semipenetrans, nas
raízes de plantas de laranja ‘Pêra, pelos testes F coincidência e T
paralelismo.
Tratamentos: T= Temik® 150G; A = Agrolmin AH; AO = AO-15 fertilizante orgânico; A + 1 = Agrolmin AH + 1 L da
formulação dos fungos nematófagos; AO + 1 = AO-15 + 1 L da formulação dos fungos nematófagos; ns = não-
significativo.
Tabela 2: Comparação dos tratamentos pelo teste do paralelismo e coincidência das
retas nas avaliações de ovos de Tylenchulus semipenetrans nas raízes de
plantas de laranja ‘Pêra’, pelo teste F, comparando a coincidência das retas.
Tratamentos: T= Temik® 150G; A = Agrolmin AH; AO = AO-15 fertilizante orgânico; A + 1 = Agrolmin AH + 1 L da
formulação dos fungos nematófagos; AO + 1 = AO-15 + 1 L da formulação dos fungos nematófagos; ns = não-
significativo.
Tratamentos
Tratamentos
0 1 2 4 6 T A AO A + 1 AO + 1
0 - ns ns ns ns ns ns ns ns ns
1 - - ns ns ns ns ns ns ns ns
2 - - - ns ns ns ns ns ns ns
4 - - - - ns ns ns ns ns ns
6 - - - - - ns ns ns ns ns
T - - - - - - ns ns ns ns
A - - - - - - - ns ns ns
AO - - - - - - - - ns ns
A + 1 - - - - - - - - - ns
AO + 1 - - - - - - - - -
-
Tratamentos
Tratamentos
0 1 2 4 6 T A AO A + 1 AO + 1
0 - ns ns ns ** ns * * ns *
1 - - ns ns ns ns ns ns ns ns
2 - - - ns ns ns ns ns ns ns
4 - - - - ns ns ns ns ns ns
6 - - - - - ns ns ns ns ns
T - - - - - - ns ns ns ns
A - - - - - - - ns ns ns
AO - - - - - - - - ns ns
A + 1 - - - - - - - - - ns
AO + 1 - - - - - - - - - -
Tabela 3: Comparação dos tratamentos pelo teste do paralelismo e coincidência das
retas nas avaliações de ovos de Tylenchulus semipenetrans, nas raízes de
plantas de laranja ‘Pêra’, pelo teste T, comparando o paralelismo das retas.
Tratamentos: T= Temik® 150G; A = Agrolmin AH; AO = AO-15 fertilizante orgânico; A + 1 = Agrolmin AH + 1 L da
formulação dos fungos nematófagos; AO + 1 = AO-15 + 1 L da formulação dos fungos nematófagos; ns = não-
significativo
Tabela 4: Comparação dos tratamentos pelo teste do paralelismo e coincidência das
retas nas avaliações de espécimes de Tylenchulus semipenetrans no solo,
de plantas de laranja ‘Pêra’, pelos testes F coincidência e T paralelismo.
Tratamentos: T= Temik® 150G; A = Agrolmin AH; AO = AO-15 fertilizante orgânico; A + 1 = Agrolmin AH + 1 L da
formulação dos fungos nematófagos; AO + 1 = AO-15 + 1 L da formulação dos fungos nematófagos; ns = não-
significativo
Tabela 5: Comparação dos tratamentos pelo teste do paralelismo e coincidência das
retas nas avaliações de ovos de Tylenchulus semipenetrans no solo, de
plantas de laranja ‘Pêra’, pelos testes F coincidência e T paralelismo.
Tratamentos: T= Temik® 150G; A = Agrolmin AH; AO = AO-15 fertilizante orgânico; A + 1 = Agrolmin AH + 1 L da
formulação dos fungos nematófagos; AO + 1 = AO-15 + 1 L da formulação dos fungos nematófagos; ns = não
significativo.
Tratamentos
Tratamentos
0 1 2 4 6 T A AO A + 1 AO + 1
0 - ns ns * ** * * * ns *
1 - - ns ns ns ns ns ns ns ns
2 - - - ns ns ns ns ns ns ns
4 - - - - ns ns ns ns ns ns
6 - - - - - ns ns ns ns ns
T - - - - - - ns ns ns ns
A - - - - - - - ns ns ns
AO - - - - - - - - ns ns
A + 1 - - - - - - - - - ns
AO + 1 - - - - - - - - - -
Tratamentos
Tratamentos
0 1 2 4 6 T A AO A + 1 AO + 1
0 - ns ns ns ns ns ns ns ns ns
1 - - ns ns ns ns ns ns ns ns
2 - - - ns ns ns ns ns ns ns
4 - - - - ns ns ns ns ns ns
6 - - - - - ns ns ns ns ns
T - - - - - - ns ns ns ns
A - - - - - - - ns ns ns
AO - - - - - - - - ns ns
A + 1 - - - - - - - - - ns
AO + 1 - - - - - - - - - -
Tratamentos
Tratamentos
0 1 2 4 6 T A AO A + 1 AO + 1
0 - ns ns ns ns ns ns ns ns ns
1 - - ns ns ns ns ns ns ns ns
2 - - - ns ns ns ns ns ns ns
4 - - - - ns ns ns ns ns ns
6 - - - - - ns ns ns ns ns
T - - - - - - ns ns ns ns
A - - - - - - - ns ns ns
AO - - - - - - - - ns ns
A + 1 - - - - - - - - - ns
AO + 1 - - - - - - - - - -
Dose Zero (Testemunha)
y = -4,2875x + 560,13
R
2
= 0,5895
y = 0,29x + 85,325
R
2
= 0,0628
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 30 60 90
Tempo (Dias)
T. semipenetrans e ovos
em 10 g raízes
T. semipentrans Ovos Linear (T. semipentrans) Linear (Ovos)
Regressões lineares significativas a 5% de probabilidade.
Figura 7:
Curvas de tendência da população de espécimes e ovos de Tylenchulus
semipenetrans nas raízes de plantas de laranja ‘Valência’ na dose zero
(Testemunha), no período de 90 dias do estudo da eficácia de fungos
nematófagos, no manejo do nematóide em pomar comercial.
Regressões lineares significativas a 5% de probabilidade.
Figura 8:
Curvas de tendência da população de espécimes e ovos de Tylenchulus
semipenetrans na rizosfera de plantas de laranja ‘Valência’ na dose zero
(Testemunha), no período de 90 dias do estudo da eficácia de fungos
nematófagos, no manejo do nematóide em pomar comercial.
A Figura 9 é relativa às curvas ajustadas à dose de 1 L da formulação dos cinco
fungos por planta de laranja na avaliação de controle do nematóide nas raízes. Nesse
tratamento, observou-se redução de 92% de juvenis e adultos de T. semipenetrans e
83% dos ovos. Na Figura 10, referente ao efeito da dose de 1 L da formulação dos
fungos/planta sobre a população do nematóide, observou-se queda de 92% até cerca
de 45 dias após a aplicação. Depois desse período, até aos 90 dias, a população do
nematóide no solo experimentou um período de crescimento, praticamente retornando
ao patamar inicial. A população de ovos extraídos pelo método de JENKINS (1964) das
amostras de solo exibiu redução de cerca de 35% em todo o período da avaliação.
CORBANI (2002), em estudo do controle biológico de T. semipenetrans, a campo, com
fungos nematófagos, observou que, na dose de 1 kg de quirera de arroz colonizada
pelos fungos nematófagos, aplicados isoladamente, houve diferença estatística
significativa entre a dose e a testemunha, mas não entre os fungos nas raízes.
Entretanto, não houve diferença significativa entre os tratamentos no solo.
Regressões lineares significativas a 5% de probabilidade.
Figura 9: Curvas de tendência da população de espécimes e ovos de Tylenchulus
semipenetrans nas raízes de plantas de laranja ‘Valência’, na dose de 1 L da
formulação de cinco fungos nematófagos, no período de 90 dias do estudo
da eficácia de manejo do nematóide, em pomar comercial.
Regressões lineares significativas a 5% de probabilidade.
Figura 10: Curvas de tendência da população de espécimes e ovos de Tylenchulus
semipenetrans na rizosfera de plantas de laranja Valência’, na dose de 1 L
da formulação de cinco fungos nematófagos, no período de 90 dias do
estudo da eficácia de manejo do nematóide, em pomar comercial.
As Figuras 11 e 12 ilustram as curvas de tendência da população de T.
semipenetrans e de ovos desse nematóide no período de noventa dias após o
tratamento com 2 L da formulação dos fungos/planta, nas raízes e no solo,
respectivamente. Em ambos os casos, houve relação linear negativa ao longo do
período em estudo. Nas raízes, constatou-se redução na população de juvenis e
adultos do nematóide de 97% e de ovos da ordem de 99%. No solo, conforme ilustrado
na Figura 12, a redução de juvenis e adultos foi de 96%, enquanto a redução de ovos
foi da ordem de 90%. CORBANI (2002) também observou os menores níveis de ovos e
de espécimes do nematóide em plantas tratadas com 2 kg de quirera de arroz
colonizada por alguns fungos nematófagos, comparado ao tratamento com aldicarb.
Regressões lineares significativas a 5% de probabilidade.
Figura 11: Curvas de tendência da população de espécimes e ovos de Tylenchulus
semipenetrans nas raízes de plantas de laranja Valência’, na dose de 2 L
da formulação de cinco fungos nematófagos, no período de 90 dias do
estudo da eficácia de manejo do nematóide, em pomar comercial.
Regressões lineares significativas a 5% de probabilidade.
Figura 12: Curvas de tendência da população de espécimes e ovos de Tylenchulus
semipenetrans na rizosfera de plantas de laranja Valência’, na dose de 2 L
da formulação de cinco fungos nematófagos, no período de 90 dias do
estudo da eficácia de manejo do nematóide, em pomar comercial.
As Figuras 13 e 14 referem-se às mesmas curvas de tendência para a dose de 4
L da formulação dos fungos/planta, no mesmo período de avaliação. Os dados revelam
que, nas raízes (Figura 13), a redução foi de 94% da população de espécimes de T.
semipenetrans e de 93% dos ovos, enquanto, no solo (Figura 14), essa redução foi de
41% em ambos os casos. REDDY et al. (1996abc) também obtiveram redução da
população de T. semipenetrans com uso de vários fungos combinados com tortas de
mamona e de neem, tanto no solo como nas raízes. Entretanto, SOARES (2006), em
estudos de controle biológico de fitonematóides com uso de fungos nematófagos, em
olerícolas e ornamentais, observou melhoria da eficácia do controle dos nematóides
com o aumento da dose aplicada, o que não foi observado no presente estudo.
Regressões lineares significativas a 5% de probabilidade.
Figura 13: Curvas de tendência da população de espécimes e ovos de Tylenchulus
semipenetrans nas raízes de plantas de laranja Valência’, na dose de 4 L
da formulação de cinco fungos nematófagos, no período de 90 dias do
estudo da eficácia de manejo do nematóide, em pomar comercial.
Regressões lineares significativas a 5% de probabilidade.
Figura 14: Curvas de tendência da população de espécimes e ovos de Tylenchulus
semipenetrans na rizosfera de plantas de laranja Valência’, na dose de 4 L
da formulação de cinco fungos nematófagos, no período de 90 dias do
estudo da eficácia de manejo do nematóide, em pomar comercial.
As Figuras 15 e 16 são relativas à dose de 6 L da formulação dos fungos/planta.
Tanto para população de espécimes do nematóide quanto para o número de ovos, a
curva de tendência exibiu relação linear negativa nas raízes e no solo. A redução na
população de espécimes de T. semipenetrans e de seus ovos nas raízes foi de 97 e
92%, respectivamente (Figura 15). No solo, essas percentagens de redução foram de
77 e 26%, respectivamente (Figura 16).
As curvas de tendência para a população do nematóide e de seus ovos com o
tratamento aldicarb (Temik® 150 G), nas raízes e no solo, estão nas Figuras 17 e 18.
Nas raízes, a curva de tendência, tanto para a população de juvenis e adultos quanto
para o número de ovos, foi linear negativa (Figura 17). As percentagens de redução
foram de 89% para a população de espécimes e de 43% para a de ovos, inferior,
portanto, às percentagens de redução da população de espécimes e de ovos do
nematóide obtidas com todas as doses da formulação dos fungos, embora não tenham
diferido estatisticamente entre si. No solo, o tratamento com aldicarb evidenciou eficácia
na redução da população do nematóide até 60 dias após a aplicação (Figura 18), sendo
que, após esse período, a população do nematóide exibiu tendência de crescimento, de
modo que, aos 90 dias, aproximou-se da densidade da população inicial. CAMPOS
(2007), em estudo da época de aplicação de aldicarb para o controle de T.
semipenetrans, demonstrou que, na época das chuvas (novembro a fevereiro), o
controle foi insatisfatório, pois a população do nematóide encontrava-se nos níveis mais
baixos. Contudo, a eficácia do produto já foi confirmada em pomares infestados com T.
semipenetrans, uma vez que diferentes pesquisadores observaram resultados
favoráveis do tratamento com aldicarb (GÓES et al., 1982; FRANCO et al., 1984;
JAEHN & ALMEIDA 1991; TIHOHOD et al., 1994; NOVARETTI et al., 1997).
Regressões lineares significativas a 5% de probabilidade.
Figura 15: Curvas de tendência da população de espécimes e ovos de Tylenchulus
semipenetrans nas raízes de plantas de laranja Valência’, na dose de 6 L
da formulação de cinco fungos nematófagos, no período de 90 dias do
estudo da eficácia de manejo do nematóide, em pomar comercial.
Regressões lineares significativas a 5% de probabilidade.
Figura 16: Curvas de tendência da população de espécimes e ovos de Tylenchulus
semipenetrans na rizosfera de plantas de laranja Valência’, na dose de 6 L
da formulação de cinco fungos nematófagos, no período de 90 dias do
estudo da eficácia de manejo do nematóide, em pomar comercial.
Regressões lineares significativas a 5% de probabilidade.
Figura 17: Curvas de tendência da população de espécimes e ovos de Tylenchulus
semipenetrans nas raízes de plantas de laranja ‘Valência’, no tratamento
com aldicarb (Temi150G), no período de 90 dias do estudo de manejo
do nematóide, em pomar comercial.
Regressões lineares significativas a 5% de probabilidade.
Figura 18: Curvas de tendência da população de espécimes e ovos de Tylenchulus
semipenetrans na rizosfera de plantas de laranja ‘Valência’, no tratamento
com aldicarb (Temi150G), no período de 90 dias do estudo de manejo
do nematóide, em pomar comercial.
Nas Figuras 19 e 20, estão as curvas de tendência da população de espécimes
de T. semipenetrans e de seus ovos ajustadas para o período de 90 dias após o
tratamento das plantas com o fertilizante orgânico AO-15. Os dados evidenciam
redução de 94% na população de espécimes do nematóide e de 97% no número de
ovos nas raízes (Figura 19), enquanto, no solo, esses percentuais de redução foram de
83% e 53%, respectivamente (Figura 20). Contudo, a associação do fertilizante
orgânico AO-15 com 1 L da formulação dos fungos não resultou em sinergismo. Com
efeito, embora a curva de tendência tenha evidenciado relação linear negativa para a
população de espécimes do nematóide e de seus ovos, nas raízes das plantas tratadas
com a mistura do adubo orgânico e a formulação dos fungos, os percentuais de
redução foram menores (89% para espécimes do nematóide e 92% para ovos) do que
os obtidos apenas com o adubo orgânico (Figuras 19 e 21). No solo, a curva de
tendência da população de espécimes do nematóide foi similar ao observado com
aldicarb, nessa mesma condição (Figura 22). No caso do número de ovos no solo,
observou-se uma constante sem muita variação na população (Figura 22). ALVES et al.
(2007), em estudo da adição de matéria orgânica (esterco de curral) ao solo, em
diferentes níveis, demonstraram que, quanto maior o percentual de esterco, menor era
a multiplicação de Meloidogyne spp. em tomateiro.
Regressões lineares significativas a 5% de probabilidade.
Figura 19: Curvas de tendência da população de espécimes e ovos de Tylenchulus
semipenetrans nas raízes de plantas de laranja ‘Valência’, no tratamento
com fertilizante orgânico AO-15, no período de 90 dias do estudo de manejo
do nematóide, em pomar comercial.
Regressões lineares significativas a 5% de probabilidade.
Figura 20: Curvas de tendência da população de espécimes e ovos de Tylenchulus
semipenetrans na rizosfera de plantas de laranja ‘Valência’, no tratamento
com fertilizante orgânico AO-15, no período de 90 dias do estudo de manejo
do nematóide, em pomar comercial.
As Figuras 23 e 24 contêm as curvas de tendência da população de espécimes e
de ovos de T. semipenetrans nas raízes e no solo, ajustadas para o período de 90 dias
após o tratamento com Agrolmin® AH. Nas raízes, a curva de tendência da população
de juvenis e adultos do nematóide exibiu uma relação linear negativa ao longo do
período de avaliação (Figura 23), enquanto, com o número de ovos, ocorreu acréscimo
no número de ovos (Figura 23). No solo, a curva de tendência para a população de
juvenis e adultos exibiu o mesmo comportamento observado com aldicarb e com AO15,
associado com a formulação dos fungos. Na Figura 24, inicialmente, a população
experimentou expressivo decréscimo até próximo de 60 dias, exibindo uma inversão da
tendência até o final do período de avaliação, inclusive resultando em densidade final
da população 46% maior que a densidade inicial. No caso do número de ovos, houve
uma relação linear positiva com aumento de 173% em relação ao número inicial,
refletindo o expressivo aumento da população de juvenis e adultos do nematóide no
período (Figura 24).
Regressões lineares significativas a 5% de probabilidade.
Figura 21:
Curvas de tendência da população de espécimes e ovos de Tylenchulus
semipenetrans nas raízes de plantas de laranja ‘Valência’, no tratamento com
fertilizante orgânico AO-15 + 1 L da formulação com cinco fungos
nematófagos, no período de 90 dias do estudo de manejo do nematóide, em
pomar comercial.
Regressões lineares significativas a 5% de probabilidade.
Figura 22: Curvas de tendência da população de espécimes e ovos de Tylenchulus
semipenetrans na rizosfera de plantas de laranja ‘Valência’, no tratamento
com fertilizante orgânico AO-15 + 1 L da formulação com cinco fungos
nematófagos, no período de 90 dias do estudo de manejo do nematóide,
em pomar comercial.
Regressões lineares significativas a 5% de probabilidade.
Figura 23: Curvas de tendência da população de espécimes e ovos de Tylenchulus
semipenetrans nas raízes de plantas de laranja ‘Valência’, no tratamento
com Agrolmin AH (ácidos húmicos e fúlvicos), no período de 90 dias do
estudo de manejo do nematóide, em pomar comercial.
Regressões lineares significativas a 5% de probabilidade.
Figura 24: Curvas de tendência da população de espécimes e ovos de Tylenchulus
semipenetrans na rizosfera de plantas de laranja ‘Valência’, no tratamento
com Agrolmin AH (ácidos húmicos e fúlvicos), no período de 90 dias do
estudo de manejo do nematóide, em pomar comercial.
As Figuras 25 e 26 referem-se às curvas de tendência da população de juvenis e
adultos e de ovos de T. semipenetrans, nas raízes e na rizosfera, respectivamente, de
plantas de laranjeira tratadas com a mistura de Agrolmin AH com 1 L da formulação dos
fungos nematófagos. Nas raízes, a curva de tendência foi linear negativa com R
2
=
0,663 para a população de juvenis e adultos do nematóide com redução de 92% da
população inicial, em todo o período da avaliação (Figura 25). Nesse mesmo período, a
curva de tendência para o número de ovos, mostra uma pequena redução inicial até ao
redor de 30 dias e, após esse período, manteve-se constante (Figura 25). No solo, a
curva de tendência de juvenis e adultos do nematóide exibiu o mesmo comportamento
observado no caso do aldicarb e do adubo orgânico AO15 associado à formulação dos
fungos (Figura 26). No caso do número de ovos, houve ligeiro acréscimo inicial, até
cerca dos 60 dias após a aplicação, com decréscimo depois desse período até o final
da avaliação (Figura 26).
Regressões lineares significativas a 5% de probabilidade.
Figura 25: Curvas de tendência da população de espécimes e ovos de Tylenchulus
semipenetrans nas raízes de plantas de laranja ‘Valência’, no tratamento
com Agrolmin AH + 1 L da formulação com cinco fungos nematófagos, no
período de 90 dias do estudo de manejo do nematóide, em pomar
comercial.
Regressões lineares significativas a 5% de probabilidade.
Figura 26: Curvas de tendência da população de espécimes e ovos de Tylenchulus
semipenetrans na rizosfera de plantas de laranja ‘Valência’, no tratamento
com Agrolmin AH + 1 L da formulação com cinco fungos nematófagos, no
período de 90 dias do estudo de manejo do nematóide, em pomar
comercial.
CONCLUSÕES
Os resultados obtidos no presente estudo dão suporte às seguintes conclusões:
1. Uma formulação de cinco fungos nematófagos em citros propiciou maior eficácia no
controle de T. semipenetrans que o tratamento com aldicarb, em todas as doses
testadas, mas não diferindo, estatisticamente, um tratamento do outro como da
testemunha.
2. A melhor dose para o controle da população do nematóide foi a de 2 L da formulação
por planta com redução da população de T. semipenetrans nas raízes, da ordem de
97%, não diferindo, estatisticamente, das demais; porém, para ovos, a melhor dose
foi de 6 L da formulação, diferindo da testemunha a 1% de probabilidade.
3. A aplicação da formulação dos fungos resulta em reduções lineares da população de
espécimes e de ovos do nematóide tanto no solo quanto nas raízes.
4. O tratamento químico com aldicarb, com o adubo orgânico AO 15 da Nutrisafra e
com o produto Agrolmin AH da Agrolatino, também propiciou reduções lineares da
população do nematóide nas raízes, embora inferiores às obtidas com a formulação
dos fungos, mas, no solo, esses tratamentos propiciaram reduções iniciais da
população do nematóide, até em torno dos 60 dias após a aplicação, com tendência
para o restabelecimento da população do nematóide até o final do período de
avaliação de 90 dias; contudo, não diferindo, estatisticamente, dos demais
tratamentos.
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CAPITULO 5 - AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DE UMA FORMULAÇÃO DE CINCO
FUNGOS NEMAFAGOS PARA O MANEJO DE
Pratylenchus jaehni
EM CITROS
RESUMO –São consideradas pragas-chave da cultura, no Brasil, o nematóide dos
citros (Tylenchulus semipenetrans Cobb) e o nematóide das lesões radiculares dos
citros (Pratylenchus jaehni Inserra et al.). Entre esses, T. semipenetrans é o mais
distribuído, mas P. jaehni é o mais agressivo. Esse fitonematóide já foi encontrado em
pomares de mais de 30 municípios paulistas, dois mineiros e três paranaenses. Este
estudo foi conduzido com o objetivo de avaliar a eficácia de uma formulação de cinco
fungos nematófagos no manejo biológico de P. jaehni. Doses de 1; 2; 4 e 6 L por planta,
de uma formulação constituída por partes iguais da mistura de bagaço de cana com
farelo de arroz colonizada, individualmente, pelos fungos Arthrobotrys robusta, A.
oligospora, A. musiformis, Dactylella leptospora e Monacrosporium eudermatum foram
testadas a campo, em pomar de laranja ‘Pêra’ infestado por P. jaehni, no município de
Itápolis, SP. O tratamento com aldicarb, na dosagem de 130 g por árvore, foi incluído
como comparativo. Os tratamentos relativos a 1 L da formulação de fungos, mais 200 g
do adubo orgânico AO- 15/planta e 1 L da formulação de fungos, mais 4 L de Agrolmin
AH/planta também foram incluídos no estudo. As doses de 1 e 2 L da formulação dos
fungos nematófagos foram mais eficazes que doses mais altas, superando o tratamento
do solo com aldicarb para o controle de P. jaehni, tanto no solo quanto nas raízes de
citros. A aplicação da formulação dos fungos nematófagos, em mistura com Agrolmin
AH ou com o adubo orgânico AO-15, não aumentou a eficiência do tratamento com os
fungos nematófagos. Os dados obtidos confirmam que a formulação contendo os cinco
fungos nematófagos empregada no estudo é eficaz para o controle biológico de P.
jaehni em citros.
Palavras-chave: Controle biológico, nematóide das lesões radiculares dos citros,
fungos nematófagos, Pratylenchus jaehni.
INTRODUÇÃO
Numerosas espécies de fitonematóides já foram associadas com plantas de
citros em todo o mundo (DUNCAN, 2005). Contudo, apenas duas espécies são
consideradas pragas-chave para a citricultura brasileira: o nematóide dos citros,
Tylenchulus semipenetrans Cobb, e o nematóide das lesões radiculares dos citros,
Pratylenchus jaehni Inserra et al. (INSERRA et al., 2001; SANTOS et al., 2006). Em
levantamento realizado por CAMPOS (2002), foi constatada a presença de P. jaehni em
cerca de 1% dos pomares comerciais e viveiros do Estado de São Paulo, sendo que em
2004, essa porcentagem já havia ultrapassado os 2,5% dos pomares infestados no
Estado (SANTOS et al., 2006).
As perdas causadas por essa espécie de nematóide não estão bem definidas por
ser uma espécie descrita recentemente. Contudo, TERSI et al. (1995) mencionaram
que pomares de citros infestados por P. jaehni, no Município de Itápolis-SP, tiveram
produção três vezes menor, comparada à de pomares não-infestados. Em Palestina-
SP, observou-se que, em pomar infestado pelo nematóide, após um elevado déficit
hídrico, ocorreu elevada queda de folhas em plantas de reboleiras, inclusive com a
morte de algumas delas, conforme menção de SANTOS et al. (2006). SASSER &
FRECKMAN (1987) também estimaram perdas anuais causadas por nematóides em
citros de 14,2% da produção mundial.
Atualmente, o manejo de P. jaehni é exclusivamente feito com uso de produtos
químicos (nematicidas), além de utilização de mudas isentas do patógeno. A utilização
de porta-enxertos resistentes ainda o é usual, pois os porta-enxertos resistentes o
suscetíveis à seca (CALZAVARA, 2007).
O controle biológico surge como alternativa de manejo muito promissora no
controle dessa praga, devido a pressões por parte da sociedade para que a produção
de alimentos seja cada vez mais segura e sem contaminação dos agroecossistemas.
MARTINELLI & SANTOS (2007bc), realizando teste in vitro com três espécies de
Arthrobotrys, no controle de P. jaehni, concluíram que essas três espécies são efetivas
no controle dessa praga. Também, testando Monacrosporium sp. e Dactylella sp., in
vitro, demonstraram a efetividade dessas duas espécies no controle biológico de P.
jaehni com potencial de uso a campo. BECARO et al. (2005 e 2006) demonstraram que
Arthrobotrys musiformis, A. oligospora e Dactylella sp. foram agentes eficientes no
controle de P. jaehni in vitro, podendo ser utilizados no manejo dessa praga.
Portanto, o objetivo do trabalho foi avaliar o controle de P. jaehni em pomar
comercial de citros com uma formulação de cinco fungos, a saber: Arthrobotrys robusta,
A. oligospora, A. musiformis, Dactylella leptospora e Monacrosporium eudermatum.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido no Sítio das Antas, no Município de Itápolis-SP, em
pomar de Laranja (Citrus sinensis), variedade Pêra, enxertada sobre limão-cravo (Citrus
limonia), com 25 anos de idade, no período de outubro de 2007 a janeiro de 2008. As
parcelas continham cinco plantas no espaçamento de 7 x 5 m, em Latossolo Amarelo,
cuja análise química está contida no Apêndice 2. As parcelas foram marcadas e
amostradas, sendo que uma amostra de solo e de raízes de cada parcela, composta de
três subamostras, foi coletada para avaliação da população inicial dos nematóides, nas
três plantas centrais da parcela, e as duas (inicial e final) sendo mantidas como
bordadura. Os seguintes tratamentos foram adotados: 0; 1; 2; 4 e 6 L da formulação dos
fungos/planta, 1 L da formulação dos fungos/planta + 200g de AO-15 (adubo orgânico
da empresa Nutrisafra, composto por 8% de carbono orgânico, 8% de cálcio e 15% de
fosfato natural), 200 g de AO-15, 1 L da formulação dos fungos/planta + 4 L de
Agrolmin® AH (ácidos fúlvicos e húmicos) da empresa Agrolatino, 4 L de Agrolmin® AH
e 130 g/planta de aldicarb (Temik® 150 G) como comparativo. Foram adotadas quatro
repetições distribuídas no delineamento em blocos ao acaso (DBC).
Os fungos Arthrobotrys robusta, A. oligospora, A. musiformis, Dactylella
leptospora e Monacrosporium eudermatum foram formulados em bagaço de cana e
farelo de arroz, conforme proposto por SOARES et al. (2005a e b). Os fungos,
individualmente, foram inoculados no substrato e incubados à temperatura ambiente, no
escuro. Após completa colonização do substrato, partes iguais de material colonizado
pelos diferentes fungos foram misturadas para posterior aplicação.
O material correspondente a cada tratamento foi aplicado sob a projeção da
copa das árvores e levemente incorporado ao solo com auxílio de um rastelo. Em
seguida, a superfície do solo tratado foi recoberta com uma camada de bagaço de cana
para proteger a formulação dos fungos contra a incidência direta da luz do sol (Figuras
4 – 6, Capítulo 4). As avaliações foram realizadas aos 30; 60 e 90 dias após a
aplicação, coletando-se amostras de solo e de raízes sob a copa das três plantas
centrais da parcela. Essas amostras foram acondicionadas em sacos de plástico,
etiquetadas e transportadas para o Laboratório de Nematologia do Departamento de
Fitossanidade da UNESP/FCAV, onde foram processadas. Os nematóides foram
extraídos das amostras de solo pelo método da flotação centrífuga em solução de
sacarose (JENKINS, 1964), e os das raízes pelo método de COOLEN & D'HERDE
(1972). A seguir, a população de nematóides nas amostras foi estimada ao microscópio
fotônico, com auxílio da câmara de contagem de Peters (SOUTHEY, 1970). Os dados
foram submetidos à análise de regressão, e as retas, comparadas pelo teste de
paralelismo e coincidência das retas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nas Tabelas 1; 2 e 3, estão representados os dados da análise do teste de
paralelismo e coincidência das retas.
Tabela 1:
Comparação dos tratamentos pelo teste do paralelismo e coincidência das retas na
avaliação de espécimes de Pratylenchus jaehni, nas raízes de plantas de laranja
‘Pêra, pelo teste F coincidência das retas.
Tratamentos: T= Temik® 150G; A = Agrolmin AH; AO = AO-15, fertilizante orgânico; A + 1 = Agrolmin AH + 1 L da
formulação dos fungos nematófagos; AO + 1 = AO-15 + 1 L da formulação dos fungos nematófagos; ns = não-
significativo
Tratamentos
Tratamentos
0 1 2 4 6 T A AO A + 1 AO + 1
0 - ns ns ns ns ns ns ns ns ns
1 - - ns ns ns ns ns ns ns ns
2 - - - ns ns ns ns ns ns ns
4 - - - - ns ns ns ns ns ns
6 - - - - - ns ns ns * ns
T - - - - - - ns ns ** ns
A - - - - - - - ns * ns
AO - - - - - - - - ns ns
A + 1 - - - - - - - - - ns
AO + 1 - - - - - - - - - -
Tabela 2: Comparação dos tratamentos pelo teste do paralelismo e coincidência das
retas na avaliação de espécimes de Pratylenchus jaehni, nas raízes de
plantas de laranja ‘Pêra, pelo teste T paralelismo das retas.
Tratamentos: T= Temik® 150G; A = Agrolmin AH; AO = AO-15, fertilizante orgânico; A + 1 = Agrolmin AH + 1 L da
formulação dos fungos nematófagos; AO + 1 = AO-15 + 1 L da formulação dos fungos nematófagos; ns = não-
significativo
Tabela 3:
Comparação dos tratamentos pelo teste do paralelismo e coincidência das
retas na avaliação de espécimes de Pratylenchus jaehni no solo, de plantas
de laranja ‘Pêra’, pelos testes F coincidência e T paralelismo das retas.
Tratamentos: T= Temik® 150G; A = Agrolmin AH; AO = AO-15, fertilizante orgânico; A + 1 = Agrolmin AH + 1 L da
formulação dos fungos nematófagos; AO + 1 = AO-15 + 1 L da formulação dos fungos nematófagos; ns = não-
significativo
Considerando a flutuação da população de P. jaehni nas raízes das plantas de
laranja, no tratamento zero (testemunha), conforme ilustrado na Figura 1, observou-se
uma flutuação da população do nematóide no período de avaliação, sendo que houve
um pico aos 30 dias, coincidindo com o mês de outubro de 2007, e, após esse período,
uma queda foi observada na população do nematóide. Isso se deve à coincidência do
início do período chuvoso, como demonstrado por CAMPOS (2007). Portanto, se
compararmos a população inicial com a final, observa-se acréscimo de 41,5% na
população de P. jaehni nas raízes das plantas de laranja. Contudo, no solo (Figura 2), a
Tratamentos
Tratamentos
0 1 2 4 6 T A AO A + 1 AO + 1
0 - ns ns ns ns ns ns ns ns ns
1 - - ns ns ns ns ns ns ns ns
2 - - - ns ns ns ns ns ns ns
4 - - - - ns ns ns ns ns ns
6 - - - - - ns ns ns ns ns
T - - - - - - ns ns ns ns
A - - - - - - - ns ns ns
AO - - - - - - - - ns ns
A + 1 - - - - - - - - - ns
AO + 1 - - - - - - - - - -
Tratamentos
Tratamentos
0 1 2 4 6 T A AO A + 1 AO + 1
0 - ns ns ns ns ns ns ns ns ns
1 - - ns ns ns ns ns ns ns ns
2 - - - ns ns ns ns ns ns ns
4 - - - - ns ns ns ns ns ns
6 - - - - - ns ns ns ns ns
T - - - - - - ns ns ns ns
A - - - - - -
- ns ns ns
AO - - - - - - - - ns ns
A + 1 - - - - - - - - - ns
AO + 1 - - - - - - - - - -
dinâmica da população teve um comportamento diferente, com aumento de 187% na
população final. Entretanto, com períodos de crescimento e de redução da população
do nematóide, como foi observado por CAMPOS (2007) em seu estudo da dinâmica da
população de P. jaehni.
Dose Zero (Testemunha)
y = 0,004x
3
- 0,8787x
2
+ 49,349x + 611,09
R
2
= 0,869
0
500
1.000
1.500
2.000
0 30 60 90 120
Tempo (Dias)
de P. jaehni
em
10 g de raízes
Curva de regressão ajustada a 5% de probabilidade.
Figura 1: Curva de tendência da população de Pratylenchus jaehni nas raízes de
plantas de laranja ‘Pêra’, na dose zero (Testemunha), no período de 120 dias
do estudo da eficácia de fungos nematófagos, no manejo do nematóide, em
pomar comercial.
Dose Zero (Testemunha)
y = 0,145x + 20,55
R
2
= 0,2584
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
0 30 60 90 120
Tempo (Dias)
de P. jaehni
em
100 cm
3
de solo
Curva de regressão ajustada a 5% de probabilidade.
Figura 2: Curva de tendência da população de Pratylenchus jaehni na rizosfera de
plantas de laranja ‘Pêra’ na dose zero (Testemunha), no período de 120 dias
do estudo da eficácia de fungos nematófagos, no manejo do nematóide, em
pomar comercial.
Nas Figuras 3 e 4, são observados ajustes de uma curva de regressão linear
negativa na população do nematóide, após a aplicação de 1 L da formulação dos cinco
fungos nematófagos: A. robusta, A. oligospora, A. musiformis, D. leptospora e M.
eudermatum, evidenciando um controle eficiente do nematóide tanto nas raízes como
no solo, com redução de 89,8% e 68,4% da população de P. jaehni, respectivamente.
Resultados semelhantes foram encontrados por SOARES (2006) em estudo da
aplicação de uma formulação dos fungos nematófagos: A. musiformis, A. oligospora e
Paecilomyces lilacinus, no controle de Meloidogyne spp., Pratylenchus brachyurus e P.
zea, em quiabeiro (Abelmoschus esculentus (L.)), a campo
Dose 1 L da Formulação
y = -7,2303x + 833,56
R
2
= 0,8031
0
200
400
600
800
1.000
1.200
0 30 60 90 120
Tempo (Dias)
de P. jaehni
em
10 g de raízes
Curva de regressão ajustada a 5% de probabilidade.
Figura 3: Curva de tendência da população de espécimes Pratylenchus jaehni nas
raízes de plantas de laranja ‘Pêra’, na dose de 1 L da formulação de cinco
fungos nematófagos, no período de 120 dias do estudo da eficácia de manejo
do nematóide, em pomar comercial.
Dose 1 L da Formulação
y = -0,085x + 13,6
R
2
= 0,4712
0
5
10
15
20
0 30 60 90 120
Tempo (Dias)
de P. jaehni
em
100 cm
3
de solo
Curva de regressão ajustada a 5% de probabilidade.
Figura 4: Curva de tendência da população de espécimes Pratylenchus jaehni na
rizosfera de plantas de laranja ‘Pêra’, na dose de 1 litro da formulação de
cinco fungos nematófagos, no período de 120 dias do estudo da eficácia de
manejo do nematóide, em pomar comercial.
Nas Figuras 5 e 6, estão ilustradas as curvas de tendência da população de P.
jaehni para a dose de 2 L da formulação dos fungos, por árvore de laranjeira, no
período de 120 dias após a aplicação. Modelos lineares negativos ajustaram-se aos
dados, tanto para a população do nematóide nas raízes quanto no solo, em função do
tempo. No período, foram observadas reduções de 43 e 55% da população do
nematóide nas raízes e no solo, respectivamente. SOARES (2006) obteve o controle de
Meloidogyne spp., P. brachyurus, P. zea, Helicotylenchus sp. e Rotylenchulus
reniformis, nas culturas de quiabo, alface (Lactuca sativa L.) e pimentão (Capsicum
annuum L.), com uma redução de cerca de 90 a 99% da população desses patógenos,
no decorrer do período de 120 dias após a aplicação a campo.
Dose 2 L da Formulação
y = -2,0933x + 773,6
R
2
= 0,1038
0
200
400
600
800
1.000
1.200
0 30 60 90 120
Tempo (Dias)
de P. jaehni
em
10 g de raízes
Curva de regressão ajustada a 5% de probabilidade.
Figura 5: Curva de tendência da população de espécimes Pratylenchus jaehni nas
raízes de plantas de laranja ‘Pêra’, na dose de 2 litros da formulação de cinco
fungos nematófagos, no período de 120 dias do estudo da eficácia de manejo
do nematóide, em pomar comercial.
Dose 2 L da Formulação
y = -0,1233x + 20,3
R
2
= 0,6672
0
5
10
15
20
25
0 30 60 90 120
Tempo (Dias)
de P. jaehni
em
100 cm
3
de solo
Curva de regressão ajustada a 5% de probabilidade.
Figura 6: Curva de tendência da população de espécimes Pratylenchus jaehni na
rizosfera de plantas de laranja ‘Pêra, na dose de 2 litros da formulação de
cinco fungos nematófagos, no período de 120 dias do estudo da eficácia de
manejo do nematóide, em pomar comercial.
A dose de 4 L (Figuras 7 e 8) resultou em controle de 59% dos nematóides nas
raízes e 21% no solo, com curvas de ajustes lineares decrescentes para essa dose. Na
dose de 6 L da formulação dos fungos nematófagos/planta (Figura 9), observou-se a
mesma tendência linear de redução da população de nematóides, sendo que, nas
raízes, ao final, foi cerca de 63% menor. Entretanto, na Figura 10, relativa à dose de 6 L
da formulação dos fungos/planta, aplicados no solo, foi observado aumento na
população do nematóide, aos 120 dias após a aplicação. Esse fato poderia ser atribuído
à alta variabilidade da distribuição espacial do nematóide (BERNARDO, 2002;
CORBANI, 2002; SOARES, 2006). Outra hipótese sugere que, em doses mais altas,
aplicadas a solos com baixo teor de matéria orgânica, os fungos exercem o controle
inicial e, por falta de substrato para sua manutenção, exaure-se. Enquanto isso, a
planta produz mais radicelas, que dão suporte ao crescimento rápido da população
remanescente do nematóide. Os resultados obtidos neste experimento contrapõem-se,
em parte, aos obtidos por SOARES (2006). Ele observou que o aumento da dose da
formulação dos fungos nematófagos estava associado ao aumento da eficiência de
controle para olerícolas e ornamentais. Entretanto, no presente estudo, os dados
indicaram que as doses de 1 e 2 L da formulação dos fungos por planta foram mais
eficientes na redução da população de P. jaehni que as doses de 4 e 6 L. CORBANI
(2002), em estudo envolvendo o controle biológico de Tylenchulus semipenetrans em
citros com fungos nematófagos, formulados em quirera de arroz, demonstrou que a
melhor dose foi a de 1kg/planta da formulação. Há que se considerar, no entanto, que o
tipo de cultura, o hábito de parasitismo do nematóide, a espécie do nematóide em
estudo, a época de aplicação e a ocorrência de veranicos no decorrer das avaliações
também podem influenciar nos resultados. Nos citros, por tratar-se de uma cultura
perene, o manejo é mais complexo, pois o efetivo benefício do controle biológico, nesse
caso, irá requerer o conhecimento do período mínimo entre as aplicações (REDDY et
al., 1996a; OSMAN & SALEM, 1995) e, de preferência, enfoca-se a transformação de
um solo conducivo em supressivo. No caso particular das culturas perenes, esse é o
alvo.
Dose 2 L da Formulação
y = -2,0933x + 773,6
R
2
= 0,1038
0
200
400
600
800
1.000
1.200
0 30 60 90 120
Tempo (Dias)
de P. jaehni
em
10 g de raízes
Curva de regressão ajustada a 5% de probabilidade.
Figura 7: Curva de tendência da população de espécimes Pratylenchus jaehni nas
raízes de plantas de laranja ‘Pêra’, na dose de 4 L da formulação de cinco
fungos nematófagos, no período de 120 dias do estudo da eficácia de manejo
do nematóide, em pomar comercial.
Dose 4 L da Formulação
y = -0,0783x + 22,85
R
2
= 0,3437
0
5
10
15
20
25
30
0 30 60 90 120
Tempo (Dias)
de P. jaehni
em
100 cm
3
de solo
Curva de regressão ajustada a 5% de probabilidade.
Figura 8: Curva de tendência da população de espécimes Pratylenchus jaehni na
rizosfera de plantas de laranja ‘Pêra’, na dose de 4 L da formulação de
cinco fungos nematófagos, no período de 120 dias do estudo da eficácia de
manejo do nematóide, em pomar comercial.
Dose 6 L da Formulação
y = -3,36x + 716,8
R
2
= 0,7184
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
0 30 60 90 120
Tempo (Dias)
de P. jaehni
em
10 g de raízes
Curva de regressão ajustada a 5% de probabilidade.
Figura 9: Curva de tendência da população de espécimes Pratylenchus jaehni nas
raízes de plantas de laranja ‘Pêra’, na dose de 6 L da formulação de cinco
fungos nematófagos, no período de 120 dias do estudo da eficácia de manejo
do nematóide, em pomar comercial.
Dose 6 L da Formulação
y = 0,02x + 9,45
R
2
= 0,0414
0
5
10
15
20
0 30 60 90 120
Tempo (Dias)
de P. jaehni
em
100 cm
3
de solo
Curva de regressão ajustada a 5% de probabilidade.
Figura 10: Curva de tendência da população de espécimes Pratylenchus jaehni na
rizosfera de plantas de laranja ‘Pêra’, na dose de 6 L da formulação de
cinco fungos nematófagos, no período de 120 dias do estudo da eficácia de
manejo do nematóide, em pomar comercial.
Ao comparar os dados da aplicação da formulação dos fungos com o da
aplicação de aldicarb nas raízes, observa-se a mesma tendência linear de controle.
Contudo, aldicarb reduziu apenas 61% dos nematóides nas raízes e 65% no solo
(Figuras 11 e 12), enquanto a formulação propiciou reduções na população do
nematóide, de 90 e 68%, respectivamente, nas raízes e no solo. CAMPOS (2007),
estudando a eficiência do controle químico dos nematóides dos citros com aldicarb, não
encontrou eficiência satisfatória no controle de P. jaehni. Entretanto, os dados obtidos
indicaram que a época em que o tratamento foi efetuado, o foi a mais indicada, em
função da dinâmica da população do nematóide nos pomares. Entretanto, NOVARETTI
et al. (1997) e VERDEJO-LUCAS & McKENRY (2004) mencionaram que a eficiência do
controle químico dos nematóides dos citros torna-se mais evidente apenas depois da
segunda aplicação dos nematicidas.
A eficácia da predação de P. jaehni in vitro por fungos nematófagos havia sido
demonstrada por MARTINELLI & SANTOS (2007b e c), embasando a hipótese de que
o controle biológico do nematóide pode ser viável. Com efeito, além dos produtos
químicos existentes no mercado, em todo o mundo, REDDY et al. (1991) e REDDY et
al. (1996a e b) mencionaram que os fungos nematófagos podem ser substitutos ou até
mesmo podem ser aplicados junto com nematicidas, permitindo a redução das doses,
para o manejo dos nematóides dos citros. Outros estudos de controle biológico
realizados no Laboratório de Nematologia da UNESP/FCAV já demonstraram a
viabilidade de uso desses agentes para o controle de nematóides em diversas culturas
(MAIA, 2000; CORBANI, 2002; BERNARDO, 2002; SOARES, 2006; MARTINELLI &
SANTOS, 2007).
Aldicarb (Temik 150G)
y = -3,4842x + 671,1
R
2
= 0,5185
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 30 60 90 120
Tempo (Dias)
de P. jaehni
em
10 g de raízes
Curva de regressão ajustada a 5% de probabilidade.
Figura 11: Curva de tendência da população de espécimes Pratylenchus jaehni nas
raízes de plantas de laranja ‘Pêra’, no tratamento com aldicarb (Temik®
150G), no período de 120 dias do estudo de manejo do nematóide, em
pomar comercial.
Aldicarb (Temik 150G)
y = -0,1808x + 34,15
R
2
= 0,2537
0
10
20
30
40
50
0 30 60 90 120
Tempo (Dias)
de P. jaehni
em
100 cm
3
de solo
Curva de regressão ajustada a 5% de probabilidade.
Figura 12: Curva de tendência da população de espécimes Pratylenchus jaehni nas
raízes de plantas de laranja ‘Pêra’, no tratamento com aldicarb (Temik®
150G), no período de 120 dias do estudo de manejo do nematóide, em
pomar comercial.
As Figuras 13 e 14 são relativas ao efeito do tratamento do solo da rizosfera de
laranjeiras, em pomares infestados por P. jaehni com Agrolmin AH, produto à base de
ácidos fúlvicos e húmicos, com uma única dose de 4 L/planta. A maior percentagem de
redução foi da ordem de 69% obtida nas raízes (Figura 13). No solo, houve redução da
população do nematóide nos primeiros 60 dias após a aplicação, com tendência para
recomposição da população do nematóide ao final do período de avaliação, de modo
que a população final foi apenas 7% mais baixa que a inicial (Figura 14).
Agrolmin AH
y = -14,163x + 1883,6
R
2
= 0,6308
0
500
1.000
1.500
2.000
2.500
0 30 60 90 120
Tempo (Dias)
de P. jaehni
em
10 g de raízes
Curva de regressão ajustada a 5% de probabilidade.
Figura 13: Curva de tendência da população de espécimes Pratylenchus jaehni nas
raízes de plantas de laranja ‘Pêra’, no tratamento com Agrolmin AH (ácidos
húmicos e fúlvicos), no período de 120 dias do estudo de manejo do
nematóide, em pomar comercial.
Agrolmin AH
y = -0,055x + 22,45
R
2
= 0,083
0
5
10
15
20
25
30
0 30 60 90 120
Tempo (Dias)
de P. jaehni em
100 cm
3
de solo
Curva de regressão ajustada a 5% de probabilidade.
Figura 14: Curva de tendência da população de espécimes Pratylenchus jaehni na
rizosfera de plantas de laranja ‘Pêra’, no tratamento com Agrolmin AH
(ácidos húmicos e fúlvicos), no período de 120 dias do estudo de manejo do
nematóide, em pomar comercial.
Nos tratamentos com Agrolmin AH, associado com a formulação dos fungos
nematófagos na dose de 1 L por planta (Figuras 15 e 16), notou-se redução linear na
população de P. jaehni nas raízes, com diferença entre a população inicial e a final da
ordem de 38% (Figura 15). No solo, os resultados foram inconclusivos. Mesmo assim,
houve uma alternância de altos e baixos níveis de populações nas diferentes
avaliações, de modo que, ao final, a população do nematóide foi 40% menor que a
inicial (Figura 16). Essa variação dos dados foi atribuída à distribuição horizontal do
nematóide, conforme comentado por SOARES (2006). Entretanto, sendo o Agrolmin AH
um produto à base de ácidos fúlvicos e húmicos, que se considerar a possibilidade
de que esse produto exerça alguma ação desfavorável ao crescimento de bactérias.
Entre essas, as rizobactérias, nos últimos anos, vêm sendo estudadas, também, como
agentes do controle biológico de nematóides (BENNET & LYNCH, 1981; FABRY et al.,
2007). Além das rizobactérias, que poderiam inibir, diretamente, o aumento da
população dos nematóides, outros grupos desses organismos que auxiliam na
agressividade de fungos nematófagos. São as chamadas bactérias auxiliadoras (“helper
bactérias”). Quando presentes, tornam os isolados de fungos nematófagos mais
agressivos (DUPONNOIS et al., 1998). Qualquer tratamento do solo que iniba um ou
outro desses grupos de bactérias, favoreceria o aumento da população dos nematóides.
Sendo o Agrolmin AH um produto rico em ácidos orgânicos, a possibilidade de a
acidificação da rizosfera inibir assim esses grupos de bactérias com favorecimento da
população dos nematóides.
Agrolmin AH + 1 L da Formulação
y = -6,8308x + 1627,1
R
2
= 0,6073
0
500
1.000
1.500
2.000
0 30 60 90 120
Tempo (Dias)
de P. jaehni
em
10 g de raízes
Curva de regressão ajustada a 5% de probabilidade.
Figura 15: Curva de tendência da população de espécimes Pratylenchus jaehni nas
raízes de plantas de laranja ‘Pêra’, no tratamento com Agrolmin AH + 1 L da
formulação com cinco fungos nematófagos, no período de 120 dias do
estudo de manejo do nematóide, em pomar comercial.
Agrolmin AH + 1 L da Formulação
y = -0,135x + 34,05
R
2
= 0,0968
0
10
20
30
40
50
60
0 30 60 90 120
Tempo (Dias)
de P. jaehni
em
100 cm
3
de solo
Curva de regressão ajustada a 5% de probabilidade.
Figura 16: Curva de tendência da população de espécimes Pratylenchus jaehni na
rizosfera de plantas de laranja ‘Pêra’, no tratamento com Agrolmin AH + 1 L
da formulação com cinco fungos nematófagos, no período de 120 dias do
estudo de manejo do nematóide, em pomar comercial.
As Figuras 17 e 18 são pertinentes às curvas de tendência da população do
nematóide no período estudado e ilustram o efeito do tratamento com o fertilizante
orgânico AO-15, contendo 8% de carbono orgânico, 15% de fosfato natural e 8% de
cálcio, aplicado na dose de 200 g/planta. Na Figura 17, está representada a curva de
tendência da população de P. jaehni nas raízes das plantas, ocorrendo uma redução da
ordem de 94% na população do nematóide até o período de 60 dias após a aplicação.
Após esse período a população do nematóide voltou a crescer, de modo que, ao final
do período avaliado, estava 15% mais alta que a população inicial. Contudo, a
avaliação da dinâmica da população do nematóide no solo, em resposta à aplicação do
produto (Figura 18), revelou uma queda linear da população do nematóide no decorrer
das avaliações. Entretanto, a população final foi somente 28% menor que a inicial.
AO-15
y = -0,9433x + 501
R
2
= 0,0226
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 30 60 90 120
Tempo (Dias)
de P. jaehni
em
10 g de raízes
Curva de regressão ajustada a 5% de probabilidade.
Figura 17: Curva de tendência da população de espécimes Pratylenchus jaehni nas
raízes de plantas de laranja Pêra’, no tratamento com fertilizante orgânico
AO-15, no período de 120 dias do estudo de manejo do nematóide, em
pomar comercial.
AO-15
y = -0,0425x + 12,55
R
2
= 0,4563
0
2
4
6
8
10
12
14
16
0 30 60 90 120
Tempo (Dias)
de P. jaehni
em
100 cm
3
de solo
Curva de regressão ajustada a 5% de probabilidade.
Figura 18: Curva de tendência da população de espécimes Pratylenchus jaehni na
rizosfera de plantas de laranja ‘Pêra’, no tratamento com fertilizante
orgânico AO-15, no período de 120 dias do estudo de manejo do
nematóide, em pomar comercial.
As Figuras 19 e 20 são relativas às curvas de tendência da população de P.
jaehni nas raízes e no solo, com o tratamento AO-15 acrescido de 1 L da formulação
dos fungos nematófagos. Nas raízes, a redução na população do nematóide foi linear,
com queda de 32% no período avaliado (Figura 19), enquanto, no solo, ocorreu
aumento de 88% da população (Figura 20). Nesse caso, é possível que o produto tenha
induzido os nematóides a migrarem das raízes para o solo, por alguma ação de
repelência do produto, fazendo com que a população no solo tenha experimentado
expressivo aumento (Figura 20).
AO-15 + 1 L da Formulação
y = -3,0167x + 910,9
R
2
= 0,3046
0
200
400
600
800
1.000
1.200
0 30 60 90 120
Tempo (Dias)
de P. jaehni
em
10 g de raízes
Curva de regressão ajustada a 5% de probabilidade.
Figura 19: Curva de tendência da população de espécimes Pratylenchus jaehni nas
raízes de plantas de laranja ‘Pêra’, no tratamento com fertilizante orgânico
AO-15 + 1 L da formulação com cinco fungos nematófagos, no período de
120 dias do estudo de manejo do nematóide, em pomar comercial
AO-15 + 1 L da Formulação
y = 0,1075x + 10,7
R
2
= 0,3322
0
5
10
15
20
25
30
35
0 30 60 90 120
Tempo (Dias)
de P. jaehni
em
100 cm
3
de solo
Curva de regressão ajustada a 5% de probabilidade.
Figura 20: Curva de tendência da população de espécimes Pratylenchus jaehni na
rizosfera de plantas de laranja ‘Pêra’, no tratamento com fertilizante
orgânico AO-15 + 1 L da formulação com cinco fungos nematófagos, no
período de 120 dias do estudo de manejo do nematóide, em pomar
comercial
CONCLUSÕES
Os dados obtidos dão suporte às seguintes conclusões:
1. As doses de 1 e 2 L da formulação dos fungos nematófagos foram mais eficazes que
doses mais altas, superando o tratamento do solo com aldicarb para o controle de P.
jaehni, tanto no solo quanto nas raízes de citros; entretanto, o diferiram
estatisticamente entre si, em nenhum dos tratamento nem da testemunha.
2. A aplicação da formulação dos fungos nematófagos em mistura com Agrolmin AH ou
com o adubo orgânico AO-15 não aumentou a eficiência do tratamento com os
fungos nematófagos para o manejo biológico de
P. jaehni
em citros.
3. Os dados obtidos confirmam que a formulação de cinco fungos nematófagos
empregada no estudo é eficaz para o controle biológico de P. jaehni em citros, porém
não diferiram estatisticamente entre si nem da testemunha.
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