na safra de 1999/00, ultrapassaram R$ 315 milhões de reais. Em estudos de danos
causados por P. jaehni, no Município de Itápolis-SP, TERSI et al. (1995) constataram
que, em um talhão infestado pelo nematóide, a produção foi cerca de três vezes menor
do que em talhões não-infestados pela praga.
Nos últimos anos, a utilização do manejo integrado de pragas, explorando a
combinação de várias medidas de controle, experimentou um grande avanço no Brasil.
Para o manejo de nematóides, notadamente em culturas anuais, os produtores utilizam,
como principais práticas de manejo, a rotação de culturas, o uso de nematicidas, a
adição de matéria orgânica e o controle biológico, entre outros (CORBANI, 2002).
Contudo, por tratar-se de uma cultura perene, a rotação de cultura limita-se somente à
renovação de pomares. Os porta-enxertos resistentes aos nematóides dos citros, no
Brasil, têm o inconveniente de ser mais suscetíveis à seca (CALZAVARA, 2007). A
adição de matéria orgânica baseia-se na condução e manejo dos pomares,
principalmente no manejo das plantas daninhas que, se bem manejadas, podem
melhorar significativamente as características biológicas do solo (BERTONI &
LOMBARDI NETO, 1990). O manejo com produtos químicos, além de encarecer a
produção, tem o inconveniente dos riscos ecotoxicológicos.
O controle biológico vem despertando interesse de muitos pesquisadores em
todo o mundo (BARRON, 1977; MANI, 1988; WALTER & KAPLAN, 1990; SANTOS,
1991; GENÉ et al. 2005; SOARES, 2006; MARTINELLI & SANTOS, 2007abcd).
Dentre os agentes de controle biológico, podem ser citados fungos, bactérias,
nematóides predadores, protozoários, ácaros, colêmbolas, tardígrados, entre outros.
Entre os inimigos naturais mais estudados, os fungos nematófagos têm sido alvo de
cerca de 76% das pesquisas (CARNEIRO, 1992) e correspondem a 75% dos agentes
do controle biológico de nematóides encontrados nos solos agricultáveis do mundo
(JATALA, 1986).
O primeiro fungo nematófago isolado e descrito foi Arthrobotrys oligospora
Fresenius, em 1852 (GRAY, 1988). Atualmente, são conhecidas centenas de espécies
que têm a habilidade de usar nematóides como alimento (FERRAZ et al., 2001).
O aumento do interesse pelo controle biológico de nematóides ocorreu após a
demonstração de que algumas espécies de fungos endoparasitos impediram o aumento