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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
INSTITUTO DE PATOLOGIA TROPICAL E SAÚDE PÚBLICA
LETÍCIA CAMILO DA COSTA
ESTUDO DO COMPORTAMENTO DE OVIPOSIÇÃO NO CAMPO
E O CICLO DE VIDA DE Aedes albopictus (SKUSE 1894) (DIPTERA:
CULICIDAE) EM LABORATÓRIO.
Orientador: Prof.º Dr. Ionizete Garcia da Silva
GOIÂNIA
2008
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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
INSTITUTO DE PATOLOGIA TROPICAL E SAÚDE PÚBLICA
LETÍCIA CAMILO DA COSTA
ESTUDO DO COMPORTAMENTO DE OVIPOSIÇÃO NO CAMPO
E O CICLO DE VIDA DE Aedes albopictus (SKUSE 1894) (DIPTERA:
CULICIDAE) EM LABORATÓRIO.
Dissertação submetida ao PPGMT/UFG como
requisito parcial para obtenção do Grau de
Mestre em Medicina Tropical na área de
concentração em Parasitologia.
Orientador: Prof.º Dr. Ionizete Garcia da Silva
Goiânia
2008
Para vencer
Não permitas que desilusões e
provas te impeçam de trabalhar,
porquanto a divina providência,
em qualquer ocorrência difícil,
nunca te faltará com os recursos
precisos, em matéria de amor e de
apoio material, para que não te omitas
nos encargos que te competem.
E, ainda mesmo quando te acredites
sob proteção imbatível, no que se
refira a disponibilidades terrestres,
trabalha sempre, porque ninguém
vence os caminhos de acesso à
felicidade quando não se dedica a
Servir e mais Servir.
EMMANUEL
DEDICATÓRIA
Aos meus pais que entenderam
minhas escolhas.
Ao meu namorado Andrielson.
AGRADECIMENTOS
A Deus que me mostra a cada dia que tenho capacidade de seguir em
frente.
Ao Prof.º Dr. Ionizete Garcia da Silva, Prof.º Titular do Departamento
de Microbiologia, Imunologia, Patologia e Parasitologia (DMIPP), do Instituto
de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP), da Universidade Federal de
Goiás (UFG), por ter me acolhido em um momento difícil que passei, pela
orientação e incentivo que me mostraram que poderia começar de novo.
À Prof.ª Dr.ª Heloísa Helena Garcia da Silva, Prof.ª do
DMIPP/IPTSP/UFG, pelo auxílio, por suas palavras amigas que de certa forma
serviram de conselhos e por sua paciência.
À Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Medicina
Tropical do IPTSP/UFG, Prof.ª Dr.ª Maria de Fátima Costa Alves.
Aos técnicos e amigos que conquistei: Carmeci Natalina Elias, Taísia
Isabel Vieira, Cristovão Antônio de Carvalho, Edson de Castro e Girlene Sena de
Assis, pela assistência na criação dos mosquitos e por ter compartilhado muitas
conversas e sorrisos.
Aos meus avós maternos Eroni Maria Pereira Camilo e José Camilo
Sobrinho, e meu avô paterno José Miranda por suas preocupações e incetivos tão
carinhosos.
À minha sogra Enia Antônia da Silva Quinta, suas palavras me
ajudam muito nesta minha caminhada.
iv
Aos meus amigos Paula Roberta Nunes, Laurindo Camilo de Castro
Júnior, Naira Borges pela oportunidade e pela nossa amizade que permanecerá.
A todos meus amigos e colegas que me incentivaram e me ajudaram
com palavras amigas.
v
ÍNDICE
DEDICATÓRIA....................................................................................................III
AGRADECIMENTOS..........................................................................................IV
RESUMO............................................................................................................VII
ABSTRACT.......................................................................................................VIII
1. INTRODUÇÃO..................................................................................................9
2. OBJETIVOS...................................................................................................15
2.1. Geral.....................................................................................................................................................16
2.2. Específicos............................................................................................................................................16
DISCUSSÃO.....................................................................................................................................32
RESUMO
O dengue é endêmico em 100 países, com 2,5 bilhões de pessoas vivendo em áreas de
risco de transmissão. Todo ano, o número de pessoas infectadas ultrapassa 50 milhões
de casos no mundo. O Brasil é responsável por 80% dos casos relatados nas Américas.
Em Goiás, os primeiros casos foram registrados em 1994. Apesar do Aedes albopictus
ser considerado vetor secundário do dengue nas Américas, na Ásia ele é vetor primário.
Procurou-se neste trabalho compreender a preferência do Ae. albopictus por substratos
para a oviposição, em áreas rurais e o desenvolvimento do ciclo de vida em laboratório.
Colocaram-se 12 vasos de plástico, pretos, numa área rural, nas proximidades de um
galinheiro, um chiqueiro e uma jabuticabeira. Foram colocados, simultaneamente, em
cada um, papel filtro do tipo coador de café, um cone similar de papel embrulho e
paletas de eucatex. As observações foram realizadas duas vezes por semana, durante
120 dias. Após a contagem, os ovos foram transferidos para copos plásticos
descartáveis, com capacidade para 500mL. Colocaram-se nesses frascos cerca de
350mL de água para a eclosão das larvas. Cada copo foi devidamente identificado com
a data e tipo de substrato da postura e as observações diárias foram feitas por um
período de 60 dias. Observaram-se 29 posturas no campo, 9 em papel embrulho, 9 em
papel filtro e 11 em paletas. A média foi de 15,9 ovos por oviposição. A média de
eclosão de larvas e emergência de adultos foi, respectivamente, de 11,2 e 9,9 por
oviposição. A sexagem foi equilibrada, na razão aproximada de um para um. Não houve
diferença significativa de oviposição do Ae. albopictus entre os substratos estudados e a
oviposição foi independente do tipo de substrato. No laboratório, o número médio diário
de ovos por fêmea foi de 2,09 ± 0,31. A incubação dos ovos foi de 4,0 dias. As
durações médias dos estádios larvais foram de 1,4; 1,2; 1,3 e 2,7 dias, respectivamente,
aos 1°, 2°, 3° e 4° estádios. O estágio de pupa teve a duração de 2,1 dias. A longevidade
média para machos e fêmeas foi de 60 e 75 dias, respectivamente.
ABSTRACT
The dengue disease is spread on over 100 countries, on which 2,5 billion people are
living in areas at risk of transmission. Every year, the number of infected people
surpasses 50 million cases in the world. Brazil is responsible for 80% of the reported
cases in Americas. In Goiás, cases were first reported in 1994. Although Aedes
albopictus is considered secondary vector of dengue in Americas, in Asia it is the
primary vector. The objective of this work was to discover the preference of substrates
for oviposition of Ae. albopictus in the field, and its cycle development in laboratory.
There were distributed 12 black plastic containers in the field, next to chicken coops,
pigsties and jaboticaba trees. Filters made of paper, coffee strainer like, wrapping paper
cones and palettes of eucatex were, simultaneously, placed in every container. The
observations were conducted twice a week for 120 days. After the counting, the eggs
were transferred to disposable plastic cups, with 500mL of capacity. Inside them, there
were placed 350mL of water to propitiate the eclosion of larvae. Every plastic cup was
properly identified with the date and type of substrate, and daily remarks were made for
a 60 days period. There were observed 29 postures in the field, 9 in the wrapping paper,
9 the in filter of paper and 11 in the palettes. The average of eggs was 15,9 per
oviposition. The larvae eclosion average was 11,2, and the adult development average
was 9,9, per oviposition. The number of male and female insects was approximately one
to one. There was no significant difference of oviposition of Ae. albopictus between the
studied substrates. In the laboratory, the daily average of eggs per female was 2,09 ±
0,31. The incubation of the eggs lasted for 4,0 days. The average duration of larval
instars was 1,4; 1,2; 1,3 and 2,7 days, respectively, to 1°, 2°, 3° and 4° instars. The pupa
instar lasted for 2,1 days. The average life expectancy for males and females was 60 and
75 days, respectively.
1. INTRODUÇÃO
1. INTRODUÇÃO
1.1. Dengue
O dengue é uma arbovirose, cujo agente etiológico, pertencente ao gênero
Flavivirus e à família Flaviviridae, apresenta quatro sorotipos de circulação mundial
(Marcondes 2001). Essa doença é, atualmente, um grave problema de saúde pública em
áreas urbanas, periurbanas e rurais, atingindo zonas tropicais e subtropicais no mundo
(Pinheiro & Corber 1997; Guzman et al. 1999; Marcondes 2001; Tauil 2001/2002;
Funasa 2002; MS 2002). O vírus é transmitido, no momento da hematofagia, pela
fêmea do Aedes aegypti, infectada por um dos quatros sorotipos (Chambers et al. 1990;
Wengler 1991; Tauil 2002). Clinicamente, a doença se manifesta sob a forma de dengue
clássica (DC) e/ou evolui para febre hemorrágica do dengue (FHD) (Gubler 1998;
Nogueira et al. 2000; WHO 2002; MS 2003).
O dengue é endêmico em 100 países, e estima-se que 40% da população
mundial, ou aproximadamente 2,5 bilhões de pessoas, estão sob risco de contrair a
doença nos trópicos e subtrópicos. Calcula-se um índice anual de mais de 50 milhões de
casos com 400.000 de FHD, sendo esta a principal causa de morte infantil em muitos
países endêmicos (WHO 2007).
O Brasil é responsável por 80% dos casos relatados nas Américas, e desde 2002
a doença está presente em todos os territórios, com circulação de três sorotipos (DEN-1,
DEN-2 e DEN-3) (Guzman & Kouri 2002) e as epidemias têm sido cada vez mais
graves (Siqueira et al. 2005). Os primeiros registros de epidemias do dengue no país são
dos estados de São Paulo (1851/1853) e Rio de Janeiro (1923). Entre essas datas e os
anos 80, em virtude do combate ao vetor, a doença foi praticamente eliminada do país
durante a campanha de erradicação da febre amarela (Fraiha 1968; Tauil 2001). No ano
de 1982, foi documentada, clínica e laboratorialmente, a primeira epidemia causada
pelos sorotipos 1 e 4, que ocorreu em Boa Vista – RR (Osanai et al. 1983; MS 2001).
Durante a década de 90, registraram-se dezenas de milhares de casos por ano
com a detecção do vírus DEN-2. Em 2002, em conseqüência da introdução do vírus
DEN-3 ocorreu um pico epidêmico, com grande evolução dos casos da DC para FHD,
sendo registrados 794.219 mil casos, a grande maioria no estado do Rio de Janeiro. No
10
ano de 2004, observou-se a circulação concomitante dos três sorotipos virais (DEN-1,
DEN-2 e DEN-3) na maioria dos Estados brasileiros com exceção do Acre, Rio Grande
do Sul e Santa Catarina (MS 2003).
Até o ano de 2007 a maior taxa de incidência de dengue no Brasil foi na região
Centro-Oeste. Notificaram-se 111.757 casos de dengue, confirmados 192 de FHD, com
35 óbitos. A situação não é homogênea entre os estados dessa região. A incidência é
baixa no Distrito Federal, média em Goiás e alta no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul
(Tab. 1) (MS 2007).
Tabela 1. Taxa de incidência dos casos notificados de dengue por região de residência,
Brasil 2007 (MS 2007).
Regiões Taxa de incidência/100.000
Habitantes
Incidência
Norte 327,0 Alta
Nordeste 284,1 Média
Sudeste 246,6 Média
Sul 183,9 Média
Centro-Oeste 826,8 Alta
Brasil 295,8 Média
Fonte: SVS/SES.
Em Goiás, os primeiros casos foram registrados em 1994, quando foi isolado o
sorotipo viral DEN-1, no município de Goiânia. Em 1995, registrou-se a incidência de
47 casos por 100 mil habitantes. No ano seguinte, a situação epidemiológica coincide
com o perfil ascendente observado no país, devido à introdução do sorotipo DEN-2 em
vários municípios (Maciel 1999; SES 2003). No ano de 2000, houve uma queda, com
22 casos por 100 mil habitantes, mas em 2001, houve um aumento significativo, com
144 casos por 100 mil habitantes, em conseqüência da introdução do sorotipo DEN-3 e
pela dispersão dos outros (DEN-1 e 2) para outros municípios (SES 2003).
De janeiro a dezembro de 2005 foram notificados 10.515 casos de dengue na
cidade de Goiânia, que equivale a 8,7 casos por 1.000 habitantes, dos quais 2.167 foram
suspeitos de FHD. Comparando com os anos de 2001 (6.390 casos), 2003 (7.878 casos)
e 2004 (4.467 casos), os dados revelaram-se altos, só superados em 2002 (17.385 casos)
e em 2006 (12.398 casos) (Teixeira et al. 2006).
A transmissão do vírus do dengue compreende dois ciclos:
11
Intrínseco (no homem): durante a viremia que ocorre em dois casos: DC e FHD
que vai de um dia antes do aparecimento da febre até o sexto dia da doença (sete
dias);
Extrínseco (no mosquito): multiplicação do vírus por um período de oito a doze
dias migrando para as glândulas salivares tornando o vetor competente para
transmitir a doença por toda sua vida, que é de seis a oito semanas (MS 1996).
O principal vetor do dengue é o mosquito Ae. aegypti (Linnaeus 1762), porém,
observou-se que, além dele, outra espécie, Ae. albopictus (Skuse 1894), foi capaz de
transmitir o vírus do dengue (Gubler 1988; Miller & Ballinger 1988; Serufo et al. 1993;
Consoli & Oliveira 1994; Borges 2001; Guedes 2006). Tem sido relatada a infecção
natural de Ae. albopictus, pelos vírus do dengue, bem como a transmissão
transovariana, assim como ocorre no Ae. aegypti (Ibanez-Bernal et al. 1997; Castro et
al. 2004).
1.2. Aedes albopictus
Figura 1. Fêmea de Ae. albopictus, alimentando.
Extraído de: http://www.invasive.org/images/768x512/1366025.jpg
O Ae. albopictus (Fig.1) é considerado o principal vetor de dengue em
epidemias da região asiática (Hawley 1988). Nesta região é também o principal vetor do
arbovírus Chikungunya, que causa uma enfermidade e apresenta sintomas que tem sido
confundido com os de dengue (Townson & Nathan 2008).
12
Ae. albopictus é de origem asiática, foi descrito pela primeira vez na Índia, de
onde dispersou-se para quase todos os países daquela região de áreas temperadas e
tropicais. Introduziu-se nas Américas em 1985, no sul dos Estados Unidos (Sprenger &
Wuithranyagool 1986; Rai 1991) e um ano depois apareceu no Brasil, no estado do Rio
de Janeiro (Forattini 1986; Funasa 2001). No mesmo ano, a espécie foi encontrada em
Minas Gerais e em São Paulo (Brito et al. 1986) e, no ano seguinte, no Espírito Santo
(Ferreira Neto et al. 1987). Acredita-se que essa espécie entrou no Brasil através do
comércio marítimo de minério de ferro com o Japão (Forattini 1986). Em 2003, apenas
os estados do Acre, Amapá, Piauí, Sergipe, Roraima e Tocantins, eram indenes a essa
espécie (Santos 2003).
No Brasil esse mosquito ocupa áreas rurais e silvestres, mas adaptou-se
facilmente ao ambiente antrópico. Apresenta hábitos antropofílico mais acentuado do
que zoofílico, sua atividade hematofágica é diurna e semidomiciliada (Marques &
Gomes 1997; Gomes et al. 2005). Suas larvas colonizam os mais variados tipos de
recipientes naturais ou artificiais, mostrando a sua ampla valência ecológica, adaptando-
se facilmente aos ambientes rural, urbano e peri-urbano, podendo participar de ciclos
silvestres, ou ainda, servir de elo entre o ciclo silvestre e o homem (PAHO 1995). São
mais comumente encontradas em buracos de árvores e imbricações de folhas de plantas,
como bromélias (Gomes et al. 1992; Natal et al. 1997; Forattini et al. 1998; Marques et
al. 2001). De acordo com Forattini et al. (1997/2000) esse mosquito teve uma boa
resposta quanto à adaptabilidade nas cidades que apresenta uma gama de micro-
habitats.
No ambiente urbano o Ae. albopictus compartilha os mesmos recipientes que o
Ae. aegypti (Brito & Forattini 2004; Silva et al. 2006), apresentando uma tendência
dominante de população (Honório & Lourenço-de-Oliveira 2001; Almeida et al. 2006;
Honório et al. 2006). Ou seja, nos criadouros compartilhados com alta densidade larval
o Ae. albopictus mostrou ser mais resistente do que o Ae. aegypti à super-população
(Gomes et al. 1992; Gomes et al. 1995; O’Meara et al. 1995; Silva et al. 2001; Barreira
1996).
Nas Américas, registros da infecção natural de Ae. albopictus com o vírus La
Crosse, da encefalite eqüina, na Venezuela e EUA (Mitchell et al. 1992; Moore &
13
Mitchell 1997; Gerhardt et al. 2001). Mas falta ainda, demonstrar a sua real participação
como transmissor de dengue.
Estudos realizados no Brasil, em laboratório, demonstraram que essa espécie
tem competência à infecção e transmissão do vírus amarílico e de dengue (Savage et al.
1992; Serufo et al. 1993; Gomes et al. 1999; Lourenço-de-Oliveira et al. 2003; Guedes
2006; Martins et al. 2006. Esse fato chamou atenção pela possibilidade de ocorrência de
surtos de dengue em áreas livres de Ae. aegypti. A participação de Ae. albopictus na
transmissão dos vírus amarílico e do dengue poderia modificar a epidemiologia da
transmissão dessas doenças nas Américas (Miller & Ballinger 1988; Mitchell & Miller
1990; Chiaravalloti Neto et al. 2002; Castro et al. 2004).
Se for demonstrado o papel do Ae. albopictus na transmissão do dengue e febre
amarela, o controle e/ou a erradicação desse mosquito será muito dificil, devido à sua
adaptação em vários tipos de ambientes, incluindo regiões temperadas de grandes
altitudes. Pela sua tolerância ao frio o seu controle torna-se mais difícil que a do Ae.
aegypti (Hawley 1988; Marques & Gomes 1997), ou seja, em trabalho realizado por
Glasser & Gomes (2002), na região de Campo de Jordão em temperatura entre 13ºC e
16ºC, o Ae. albopictus chegou a infestar 10% dos municípios a mais que o Ae. aegypti.
Além de seu potencial como vetor do dengue e febre amarela,
experimentalmente, o Ae. albopictus mostrou-se competente na transmissão da
Dirofilaria immitis. Em algumas áreas do Japão esse mosquito foi encontrado
naturalmente infectado pela D. immitis, sendo nesse país considerado como vetor
(Konishi 1989).
Ae. albopictus poderá constituir-se em mais um problema na área da saúde, e
esse trabalho procurou esclarecer alguns aspectos de sua biologia, com o propósito de
trazer informações úteis e esclarecedoras para aqueles que exercem funções de planejar
e executar medidas de combate e controle de insetos vetores.
14
2. OBJETIVOS
2. OBJETIVOS
2.1. Geral
Estudar e compreender o comportamento biológico de Ae. albopictus.
2.2. Específicos
Verificar o comportamento de Ae. albopictus quanto a oviposição,
incubação dos ovos, os períodos das fases imaturas de larva, pupa e emergência de
adultos. Além disso, determinar a longevidade de machos e fêmeas desse mosquito;
Dominar a técnica de criação de laboratório, visando a manutenção de
colônias.
16
3. METODOLOGIA, RESULTADOS E DISCUSSÃO-ARTIGO 1
17
3. METODOLOGIA, RESULTADOS E DISCUSSÃO
A metodologia e os resultados deste trabalho estão apresentados no Artigo 1.
18
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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27
ESTUDO DO COMPORTAMENTO DE OVIPOSIÇÃO NO CAMPO E O CICLO
DE VIDA DE Aedes albopictus (SKUSE 1894) (DIPTERA: CULICIDAE) EM
LABORATÓRIO
RESUMO
Procurou-se neste trabalho compreender a preferência de Ae. albopictus por substratos
para a oviposição, em áreas rurais e o desenvolvimento do ciclo de vida em laboratório.
Colocaram-se 9 vasos de plástico, pretos, numa área rural, nas proximidades de um
galinheiro, um chiqueiro e uma jabuticabeira. Foram colocados, simultaneamente, em
cada um, papel filtro do tipo coador de café, um cone similar de papel embrulho e
paletas de eucatex. As observações foram realizadas duas vezes por semana, durante
120 dias. Após a contagem, os ovos foram transferidos para copos plásticos
descartáveis, com capacidade para 500mL. Em laboratório, os frascos com cerca de
350mL de água, foram colocados para a eclosão das larvas. Cada copo foi devidamente
identificado com a data e tipo de substrato da postura e as observações diárias foram
feitas por um período de 60 dias. Observaram-se 29 posturas, 9 em papel embrulho, 9
em papel filtro e 11 em paletas. A média foi de 15,9 ovos por oviposição. A média de
eclosão de larvas e emergência de adultos foi, respectivamente, de 11,2 e 9,9 por
oviposição. A sexagem foi equilibrada, na razão aproximada de um para um. Não houve
diferença significativa de oviposição do Ae. albopictus entre os substratos estudados e a
oviposição foi independente do tipo de substrato. A primeira geração de mosquitos, a
partir dos ovos postos em laboratório, foi de 2,09 ovos por fêmea/dia. O período médio
de incubação dos ovos foi de 4,0 dias. As durações médias dos estádios larvais foram de
1,4; 1,2; 1,3 e 2,7 dias, respectivamente, aos 1°, 2°, e estádios. O estágio de pupa
teve a duração de 2,1 dias. A longevidade média para machos e fêmeas foi de 60 e 75,
respectivamente.
DESCRITORES: Aedes albopictus, campo, laboratório, oviposição, ciclo.
INTRODUÇÃO
28
O Aedes albopictus foi descrito originalmente na Índia e sua dispersão tem sido
notificada em quase todos os países asiáticos de áreas temperadas e tropicais (Knudsen
1995). Introduziu-se nas Américas, sendo notificado em 1985 no sul dos Estados
Unidos (Sprenger & Wuithranyagool 1986; Rai 1991). No Brasil, foi descrito pela
primeira vez, em 1986, no município de Itaguaí - RJ, e em 1998 já estava presente 1.465
municípios de 13 estados, adaptando-se assim ao ambiente urbano (Forattini 1986;
Santos 2003). Aqui, espalhou-se para o ambiente rural, periurbano e urbano, em quase
todas as regiões brasileiras. Apresenta hábito antropofílico e zoofilia menos acentuada e
sua atividade hematofágica é diurna. Ae. albopictus é um dos vetores da febre amarela
silvestre e de encefalites, sendo de grande importância também na manutenção do
dengue na Ásia (Moore & Mitchell 1997; Gerhardt et al. 2001). Cria-se em recipientes
naturais e artificiais, competindo, assim, com o Ae. aegypti (Gomes et al. 1992;
O’Meara et al. 1995; Barreira 1996). Quando ambos coexistem em uma mesma
localidade, a densidade de Ae. aegypti, tende a diminuir (Honório & Lourenço-de-
Oliveira 2001). O Ae. albopictus prefere depositar seus ovos em ocos de árvores, apesar
de se adaptar facilmente ao ambiente antrópico.
A competência vetorial do Ae. albopictus para o vírus do dengue, febre amarela
e encefalites tem sido investigada, pois o mesmo pode servir de elo entre o ciclo
silvestre e o urbano, por viver nesses dois ambientes (Miller & Ballinger 1988; Mitchell
& Miller 1990; Mitchell et al. 1992; Chiaravalloti Neto et al. 2002).
A infecção natural do Ae. albopictus pelo vírus do dengue e a transmissão
transovariana foi demonstrada por Ibanez-Bernal et al. (1997). Alta taxa de infecção
pelo vírus DEN-2 foi demonstrada por Castro et al. (2004). Esse fato chama atenção
pela possibilidade de surtos de dengue em áreas livres de Ae. aegypti (Savage et al.
1992; Funasa 2002).
Devido à sua adaptação em vários tipos de ambientes, incluindo temperaturas
mais baixas, a erradicação do Ae. albopictus, torna-se mais difícil que a do Ae. aegypti
(Marques & Gomes 1997). É importante que se promovam levantamentos para detectar
sua presença e estudos sobre habitats do Ae. albopictus, a fim de se encontrarem
alternativas de controle (Rai 1991; Marques & Gomes 1997).
Procurou-se neste trabalho compreender a preferência de Ae. albopictus por
substratos para a oviposição, em áreas rurais e o desenvolvimento do ciclo de vida em
29
laboratório, com a finalidade de criá-lo em grande escala e possibilitar a realização de
testes com inseticidas.
MATERIAL E MÉTODOS
Colocaram-se 9 recipientes, que consistiam de vasos pretos, de plástico, com
diferentes substratos de oviposição (Fig. 1) em área rural no município de Bonfinópolis-
GO, nas proximidades de um galinheiro, um chiqueiro e uma jabuticabeira. Foram
colocados, simultaneamente, em cada um, papel filtro do tipo coador de café, um cone
similar de papel embrulho e paletas de eucatex. As observações foram realizadas em
intervalos de três dias, durante um período de quatro meses. Quando havia postura, os
substratos eram substituídos e os ovos encaminhados ao laboratório para contagem e
incubação.
Após a contagem dos ovos nos substratos, esses foram transferidos para copos
plásticos descartáveis, com capacidade para 500mL. Colocou-se nesses frascos cerca de
350mL de água da rede pública de abastecimento do Estado de Goiás para a eclosão das
larvas.
Cada copo foi devidamente identificado com data e tipo de substrato da postura
e as observações diárias foram feitas por um período de 60 dias. Após a eclosão das
larvas, estas foram individualizadas em tubos de polietileno, transparentes, cilíndricos,
medindo 4,0cm de diâmetro por 4,7cm de altura, com tampa telada, para a emergência
dos adultos. Após a emergência fazia-se a sexagem dos adultos e a confirmação da
espécie. Para alimentação das larvas usou-se ração para gatos, triturada em grau com
pistilo até se obterem finíssimas partículas, que eram colocadas com uma espátula em
cada tubo. A reposição era feita quando se verificava diminuição da mesma. Na fase de
pupa, prendia-se ao tubo de polietileno, com fita crepe, outro tubo com as mesmas
características, até emergência dos adultos (Silva et al. 1998).
A alimentação dos adultos foi feita após caracterização do sexo, sendo mantidos
em gaiolas de criação e acasalamento. A técnica de criação foi a mesma utilizada por
Silva et al. (1998). Para alimentação das fêmeas foram utilizados camundongos albinos
“empastelados” em dias alternados (os camundongos eram imobilizados numa tela de
nylon com a cabeça recurvada para o ventre, para que o animal não furasse a tela e essa
30
era grampeada de forma a não permitir nenhum movimento) (Silva & Ferreira 1990).
Os machos alimentaram-se em algodão do tipo absorvente feminino, embebido em água
açucarada, que ficava constantemente dentro da gaiola, sendo umedecido sempre que se
apresentasse seco. Para a oviposição das fêmeas, colocou-se no interior da gaiola, um
copo de vidro âmbar, com o seu interior revestido de papel filtro, contendo água até um
terço de sua capacidade. Este copo foi recoberto com um cone de cartolina cortado no
ápice, criando um microambiente propício à postura e impedindo a morte de adultos por
afogamento. Diariamente o copo era retirado da gaiola, contavam-se os ovos e
substituia-se o papel para oviposição. A mortalidade também era registrada diariamente.
Os experimentos realizaram-se no Laboratório de Biologia e Fisiologia de
Insetos, do IPTSP da Universidade Federal de Goiás, numa câmara biológica (Silva et
al. 1998) que foi climatizada a 28±1° C, com umidade de 80±5% e fotofase aproximada
de 12 horas.
Para determinar a eclosão das larvas, períodos de incubação, larval e pupal, ciclo
evolutivo e longevidade, foram calculados as médias e respectivos erros-padrão. Para o
número de ovos por armadilha utilizou a variável transformada, por esta não ter a
distribuição normal e sim a de Poison. O teste do Qui-quadrado de heterogeneidade foi
usado para determinar a sexagem.
RESULTADOS
Experimentos de campo
Durante um período de quatro meses, observaram-se 29 posturas do Ae.
albopictus, sendo 9 em papel embrulho, 9 em papel filtro e 11 em paletas de eucatex.
Não houve diferença significativa de oviposição do Ae. albopictus entre os substratos
estudados. A oviposição foi independente do tipo de substrato. Essas armadilhas de
oviposição tiveram rendimento estatísticamente iguais. A média de ovos foi de 15,9 por
oviposição, eclodindo em média 11,2 larvas, das quais emergiram 9,9 adultos, que
apresentaram sexagem equilibrada, na razão aproximada de um para um.
31
Experimentos de Laboratório
O período de incubação dos ovos de Ae. albopictus foi de 4,0 dias. As durações dos
1°, 2°, e estádios larvais foram de 1,4; 1,2; 1,3 e 2,7 dias, respectivamente. O
estágio de pupa teve a duração de 2,1 dias. O ciclo foi completado em 12,7 dias (Tab.1).
Tabela 1. Ciclo evolutivo de Ae. albopictus (dias) em condições de laboratório.
______________________________________________________________________
Estádios larvais
Incubação _________________________________ Pupa Ciclo
evolutivo
L1 L2 L3 L4
______________________________________________________________________
4,0±0,00 1,4±0,05 1,2±0,05 1,3±0,05 2,7±0,06 2,1±0,04 12,7±0,08
______________________________________________________________________
A proporção de emergência, entre machos e fêmeas, de Ae. albopictus foi de 1:1,
idêntica aos experimentos de campo. O período médio de pré-postura foi de 8 dias, e as
posturas iniciaram-se somente após a segunda alimentação das fêmeas. Estas
alimentaram-se exclusivamente em camundongos. O número médio de ovos por
fêmea/dia foi de 2,09 ± 0,31. A longevidade observada foi de 75 dias para fêmeas e de
60 dias para machos. A taxa de mortalidade ao longo do ciclo foi de 5%.
DISCUSSÃO
A criação de Ae. albopictus em laboratório tem sido bastante limitada pelo alto
grau de antropofilia das fêmeas recusando alimentação em qualquer fonte que não seja o
homem (Xavier et al. 1991). Neste trabalho as dificuldades foram idênticas, demorando,
assim estabelecer colônia. Outro fator limitante, observado por outros autores, foi a
umidade. Colônias mantidas a 60% de umidade apresentam uma longevidade bem
menor do que as mantidas entre 80 e 90%. Isso parece ser do comportamento dessa
32
espécie, que na natureza tem sido mais abundante nos meses quentes e úmidos (Neves
& Silva 1989; Xavier et al. 1991).
As observações realizadas no período de quatro meses mostraram que as armadilhas
ou ovitrampas, constituidas de papel embrulho, papel filtro e paletas de eucatex, tiveram
rendimento estatísticamente iguais, como atrativo para oviposição de Ae. albopictus,
entre os substratos estudados. Os recipientes escuros utilizados foram mais importantes
do que os substratos neles colocados, pois a oviposição foi independente do tipo de
substrato. Assim, este trabalho amplia a possibilidade de se fazer modificações nessas
armadilhas, no sentido de aperfeiçoar a coleta e a contagem de ovos. Foi muito mais
fácil, prático e rápido o manejo com a utilização do frasco com o papel filtro do tipo
coador de café, para a coleta, acondicionamento, contagem e armazenamento dos ovos
de Ae. albopictus, do que com papel embrulho e a paleta. Esta última tem sido a
ovitrampa mais usada como instrumento de verificação de mosquitos (Marques et al.
1993; Gomes et al. 2005).
A incubação dos ovos de Ae. albopictus obtidas neste trabalho, foi muito menor do
que a encontrada por Calado & Silva (2002). Provavelmente, a temperatura de 28±1°C e
umidade relativa de 80±5% foram mais favoráveis à incubação dos ovos do que a 30ºC
e umidade relativa de 70% a 85%, utilizada por aqueles autores. Esta interferência não
foi acentuada com relação às fases de larvas e pupas.
Nas mesmas condições climáticas, a duração média do ciclo evolutivo de Ae.
albopictus, a partir de fêmeas alimentadas exclusivamente em camundongos, foi similar
à duração obtida por Silva et al. (2001), para a mesma espécie. Foi também idêntica à
duração da espécie Ae. aegypti (Silva et al. 1998). Isso que possibilita utilizar o mesmo
ambiente para a criação das duas espécies, facilitando a manutenção das colônias para
futuros ensaios com relação à sua suscetibilidade a inseticidas, uma vez que a presença
desse mosquito nas cidades traz a possibilidade de transferência de arbovírus silvestres
para o meio urbano.
Xavier et al. (1991) mantendo uma colônia alimentada exclusivamente sobre o
braço de um voluntário, em ambiente climatizado a 25°C e umidade realtiva entre 90 e
95%, obtiveram ciclo evolutivo entre 7-19 dias. Esse ciclo pode ser considerado similar
ao deste trabalho, tendo como fonte sanguínea o camundongo. Esse fato pode ser
33
considerado positivo, pois a alimentação em camundongos poderá constitui-se numa
boa solução para o estabelecimento e manutenção das colônias, principalmente por
abolir a prática, já bastante criticada, da alimentação em humanos.
ABSTRACT
The objective of this work was to discover the preference of substrates for oviposition
of Ae. albopictus in the field, and its cycle development in laboratory. There were
distributed 9 black plastic containers in the field, next to chicken coops, pigsties and
jaboticaba trees. Filters made of paper, coffee strainer like, wrapping paper cones and
palettes of eucatex were, simultaneously, placed in every container. The observations
were conducted twice a week for 120 days. After the counting, the eggs were
transferred to disposable plastic cups, with 500mL of capacity. Inside them, there were
placed 350mL of water to propitiate the eclosion of larvae. Every plastic cup was
properly identified with the date and type of substrate, and daily remarks were made for
a 60 days period. There were observed 29 postures in the field, 9 in the wrapping paper,
9 the in filter of paper and 11 in the palettes. The average of eggs was 15,9 per
oviposition. The larvae eclosion average was 11,2 and the adult development average
was 9,9 per oviposition. The number of male and female insects was approximately one
to one. There was no significant difference of oviposition of Ae. albopictus between the
studied substrates. In the laboratory, the daily average of eggs per female was 2,09 ±
0,31. The incubation of the eggs lasted for 4,0 days. The average duration of larval
instars was 1,4; 1,2; 1,3 and 2,7 days, respectively, to 1°, 2°, 3° and 4° instars. The pupa
instar lasted for 2,1 days. The average life expectancy for males and females was 60 and
75 days, respectively.
Keywords: Aedes albopictus, field, laboratory, oviposition, cycle.
34
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ANEXOS
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MEMÓRIAS DO INSTITUTO OSWALDO CRUZ
Objetivos e política editorial
As Memórias do Instituto Oswaldo Cruz são uma revista multidisciplinar que publica
pesquisas originais relativas aos campos da medicina tropical (incluindo patologia,
epidemiologia de campo e estudos clínicos), parasitologia médica e veterinária
(protozoologia, helmintologia, entomologia e malacologia) e microbiologia médica
(virologia, bacteriologia e micologia). A revista aceita, especialmente, pesquisas básicas
e aplicadas em bioquímica, imunologia, biologia molecular e celular, fisiologia,
farmacologia e genética relacionada a essas áreas. Comunicações breves são também
consideradas. Artigos de revisão quando solicitados. A revista publica oito números
regulares, constitutindo um por ano. Ocasionalmente, trabalhos apresentados em
simpósios ou congressos são publicados como suplementos.
Os artigos apresentados devem ser escritos preferencialmente em inglês. Quando neste
idioma, para não causar atrasos na publicação sugerimos que sejam checados por
alguém que tenha o inglês como primeira língua e que, preferencialmente, seja um
cientista da área.
A submissão de um manuscrito às Memórias requer que este não tenha sido publicado
anteriormente (exceto na forma de resumo) e que não esteja sendo considerado para
publicação por outra revista. A veracidade das informações e das citações bibliográficas
é de responsabilidade exclusiva dos autores.
Os manuscritos serão analisados por pelo menos dois pareceristas; a aprovação dos
trabalhos será baseada no conteúdo científico e na apresentação.
Formato e estilo
O manuscrito (incluindo tabelas e referências) deve ser preparado em um software para
edição de textos, em espaço duplo, fonte 12, paginado. As margens devem ser de pelo
menos 3 cm. As figuras deverão vir na extensão tiff, com resolução mínima de 300 dpi.
Tabelas e figuras deverão vir em documentos separados.
Deve ser organizado de acordo com a seguinte ordem:
Título resumido: com até 40 caracteres (letras e espaços)
Título: com até 250 caracteres
Autores: sem títulos ou graduações
Afiliação institucional: endereço completo somente do autor correspondente
Resumo: com até 200 palavras (100 palavras no caso de comunicações breves). Deve
enfatizar novos e importantes aspectos do estudo ou observações.
Palavras-chave: devem ser fornecidos de 3 a 6 termos, de acordo com a lista Medical
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Subject Headings (Mesh) do Index Medicus.
Notas de rodapé: indicando a fonte de financiamento e mudança de endereço
Introdução: deve determinar o propósito do estudo, oferecer um breve resumo (e não
uma revisão de literatura) dos trabalhos anteriores relevantes, e especificar quais novos
avanços foram alcançados através da pesquisa. A introdução não deve incluir dados ou
conclusões do trabalho em referência.
Materiais e Métodos: deve oferecer, de forma breve e clara, informações suficientes
para permitir que o estudo seja repetido por outros pesquisadores. Técnicas padronizadas
bastam ser referenciadas.
Ética: ao descrever experimentos relacionados a temas humanos, indicar se os
procedimentos seguidos estiveram de acordo com os padrões éticos do comitê
responsável por experimentos humanos (institucional ou regional) e de acordo com a
Declaração de Helsinki de 1975, revisada em 1983. Ao relatar experimentos em animais,
indicar se diretrizes de conselhos de pesquisa institucionais ou nacionais, ou qualquer lei
nacional relativa aos cuidados e ao uso de animais de laboratório foram seguidas.
Resultados: devem oferecer uma descrição concisa das novas informações descobertas,
com o mínimo julgamento pessoal. Não repetir no texto todos os dados contidos em
tabelas e ilustrações.
Discussão: deve limitar-se ao significado de novas informações e relacionar as novas
descobertas ao conhecimento existente. Somente as citações indispensáveis devem ser
incluídas.
Agradecimentos: devem ser breves e concisos e se restringir ao absolutamente
necessário.
Referências: devem ser precisas. Somente as citações que aparecem no texto devem ser
referenciadas. Trabalhos não publicados, a não ser os já aceitos para publicação, não
devem ser citados. Trabalhos aceitos para publicação devem ser citados como " in press
"; nesse caso, uma carta de aceitação da revista deverá ser fornecida. Dados não
publicados devem ser citados somente no texto como " unpublished observations ";
nesse caso, uma carta com a permissão do autor deve ser fornecida. As referências ao
final do manuscrito devem ser organizadas em ordem alfabética de acordo com o
sobrenome do primeiro autor.
Os títulos de revistas devem ser abreviados de acordo com o estilo usado no Index
Medicus. Consultar:
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/sites/entrez?db=journals&TabCmd=Limits.
No texto, usar o sobrenome do autor e a data:
Lutz (1910) ou (Lutz 1910).
Com dois autores, a forma é:
(Lutz & Neiva 1912) ou Lutz and Neiva (1912).
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Quando há mais que dois autores, somente o primeiro é mencionado:
Lutz et al. (1910) ou (Lutz et al. 1910).
Nas referências, usar os seguintes estilos:
Artigo de revista
Chagas C, Villela E 1922. Forma cardíaca da tripanosomiase americana. Mem Inst
Oswaldo Cruz 14: 15-61.
Livro ou Tese
Forattini OP 1973. Entomologia Médica. Psychodidae, Phlebotominae, Leishmaniose,
Bartonelose, Vol. IV, Edgard Blucher, São Paulo, 658 pp.
Morel CM 1983. Genes and Antigens of Parasites. A Laboratory Manual, 2nd ed.,
Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, xxii + 580 pp.
Mello-Silva CC 2005. Controle alternativo e alterações fisiológicas em Biomphalaria
glabrata (Say, 1818), hospedeiro intermediário de Schistosoma mansoni Sambom, 1907
pela ação do látex de Euphorbia splendens var. hislopii N.E.B (Euphorbiaceae), PhD
Thesis, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, 85 pp.
Capítulo de livro
Cruz OG 1911. The prophylaxis of malaria in central and southern Brasil. In R Ross,
The Prevention of Malaria, John Murray, London, p. 390-398.
Artigo de revista na Internet
Abood S. Quality improvement initiative in nursing homes: the ANA acts in an advisory
role. Am J Nurs [serial on the Internet]. 2002 Jun [cited 2002 Aug 12];102(6):[about 3
p.]. Available from:
http://www.nursingworld.org/AJN/2002/june/Wawatch.htm
Monografia na Internet
Foley KM, Gelband H, editors. Improving palliative care for cancer [monograph on the
Internet]. Washington: National Academy Press; 2001 [cited 2002 Jul 9]. Available
from: http://www.nap.edu/books/0309074029/html/.
Homepage/Web site
Cancer-Pain.org [homepage on the Internet]. New York: Association of Cancer Online
Resources, Inc.; c2000-01 [updated 2002 May 16; cited 2002 Jul 9]. Available from:
http://www.cancer-pain.org/.
Parte de uma homepage/Web site
American Medical Association [homepage on the Internet]. Chicago: The Association;
c1995-2002 [updated 2001 Aug 23; cited 2002 Aug 12]. AMA Office of Group Practice
Liaison; [about 2 screens]. Available from:
http://www.ama-assn.org/ama/pub/category/1736.html
BASE DE DADOS NA INTERNET
Acesso aberto:
Who's Certified [database on the Internet]. Evanston (IL): The American Board of
Medical Specialists. c2000 - [cited 2001 Mar 8]. Available from:
42
http://www.abms.org/newsearch.asp
Acesso fechado:
Jablonski S. Online Multiple Congenital Anomaly/Mental Retardation (MCA/MR)
Syndromes [database on the Internet]. Bethesda (MD): National Library of Medicine
(US). c1999 [updated 2001 Nov 20; cited 2002 Aug 12]. Available from:
http://www.nlm.nih.gov/mesh/jablonski/syndrome_title.html
Parte de uma base de dados na Internet
MeSH Browser [database on the Internet]. Bethesda (MD): National Library of
Medicine (US); 2002 - [cited 2003 Jun 10]. Meta-analysis; unique ID: D015201; [about
3 p.]. Available from:
http://www.nlm.nih.gov/mesh/MBrowser.html Files updated weekly. Updated June 15,
2005
Ilustrações: figuras e tabelas devem ser compreensíveis sem a necessidade de
referência ao texto.
- Figuras: as fotografias devem ser bem nítidas, com alto contraste, ampliadas em preto e
branco em papel brilhante, se apresentadas lâminas, as figuras devem ser numeradas
consecutivamente em algarismos arábicos. As escalas devem ser indicadas por uma linha
ou barra na figura, e referenciadas, se necessário, na legenda (por exemplo, bar = 1 mm
etc.). Lâminas e gráficos devem ajustar-se tanto em uma coluna (8 cm) ou na largura
completa (16.5 cm) da página, e devem ser menores que a página para permitir a
inclusão da legenda. As letras e números nas figuras devem ter tamanho legível após a
redução ou a impressão. Ilustrações coloridas somente podem ser aceitas se os autores
assumirem os custos. Por outro lado, uma fotografia colorida ilustra a capa de cada
fascículo de Memórias, e os autores são convidados a submeter para consideração da
revista ilustrações com legendas de seus manuscritos que poderão vir a ilustrar a capa.
- Tabelas: devem complementar, e não duplicar, o texto. Elas devem ser numeradas em
algarismos romanos. Um título breve e descritivo deve constar no alto de cada tabela,
com quaisquer explicações ou notas de rodapé (identificadas com letras a, b, c etc.)
colocadas abaixo.
Comunicações breves: devem ser breves e diretas. Seu objetivo é comunicar com
rapidez resultados ou técnicas particulares. As comunicações não devem ocupar mais do
que três páginas impressas, incluindo figuras e/ou tabelas. Não devem conter referências
em excesso. As referências devem ser citadas no final do texto, usando o mesmo formato
para artigos originais. Um resumo breve e três palavras-chave devem ser apresentados.
Formato alternativo: Os manuscritos podem ser submetidos seguindo os "Uniform
Requirements for Manuscripts Submitted to Biomedical Journals" produzidos pelo
International Committee of Medial Journal Editors, também conhecidos como
Vancouver Style. Nesse caso, os autores devem seguir as diretrizes da quinta edição
(Annals of Internal Medicine 1997; 126: 36-47, ou no website
http://www.acponline.org/journals/resource/unifreqr/htm), sendo responsáveis por
modificar o manuscrito onde diferir das instruções aqui apresentadas, se o manuscrito for
aceito para publicação. Os autores também deverão seguir os Uniform Requirements
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para quaisquer outras diretrizes omitidas nestas instruções.
Uma vez que um trabalho seja aceito para publicação, os autores devem enviar:
uma declaração de affidavit fornecida pela produção editorial da revista, assinada por
todos os autores. Autores de diferentes países ou instituições podem assinar em
diferentes folhas que contenham a mesma declaração.
uma declaração de copyright fornecida pela produção editorial da revista, assinada
pelo autor responsável pela correspondência.
Taxas: a revista não cobra taxas para publicação.
Provas: serão enviadas provas tipográficas aos autores para a correção de erros de
impressão. As provas devem retornar para a Produção Editorial na data estipulada.
Outras mudanças no manuscrito original não serão aceitas nesta fase.
REVISTA DE PATOLOGIA TROPICAL
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Normas para publicação
A Revista de Patologia Tropical se propõe a difundir o conhecimento no campo
das doenças transmissíveis, seus agentes e vetores nos seres vivos e suas
conseqüências na saúde pública. Para tal, aceita originais de artigos, revisões,
resenhas, comunicações, relatos de casos, tanto na área humana como animal,
sobre temas de interesse da Patologia Tropical e Saúde Pública, em português,
espanhol e inglês.
O encaminhamento do manuscrito deverá ser acompanhado de carta assinada
por todos os autores, reafirmando que o material não foi publicado nem está
sendo submetido a outro periódico. As pesquisas que envolvam seres humanos
ou animais requerem uma prévia aprovação do Comitê de Ética correspondente.
Os trabalhos são submetidos aos consultores e só são publicados caso recebam
parecer favorável. As opiniões emitidas são de inteira responsabilidade do autor,
não refletindo a opinião do Conselho Editorial.
Os textos devem ser apresentados em disquete (programa Microsoft Word 8.0
ou conversíveis, assim como tabelas, legendas e equações no menu do
programa) e em duas cópias impressas, espaço duplo, em uma só face do papel.
Os artigos devem apresentar, sempre que possível, a seguinte estrutura:
a. título
b. autor(es)
c. endereço para correspondência
d. filiação científica (Departamento, Instituto, Faculdade, Universidade);
e. órgão financiador (se houver)
f. resumo (com, no máximo, 200 palavras)
g. descritores (no mínimo, três)
h. introdução
i. material e métodos
j. resultados
k. discussão
l. abstract e keywords
m. agradecimentos
n. referências.
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As referências devem ser apresentadas em ordem alfabética, com entrada pelo
último sobrenome do(s) autor(es). Quando houver mais de um trabalho do
mesmo autor citado, deve-se seguir a ordem cronológica das publicações.
Exemplos de referências:
a. artigo: Wilson M, Bryan RT, Fried JA, Ware DA, Schantz PM, Pilcher
JB, Tsang VCW. Clinical evaluation of the cysticercosis enzyme-linked
immunoelectrotransfer blot in patients with neurocysticercosis. J Infect
Dis 164:1007-1009, 1991.
b. tese: Spadeto AL. Eficácia do Benzonidazol no tratamento de crianças
com infecção crônica recente pelo Trypanosoma cruzi após 6 anos
deseguimento: Ensaio clínico aleatório, duplo-cego, placebo controlado.
Goiânia [Tese de Mestrado em Medicina Tropical - IPTSP/UFG], 1999.
c. livro: Smith PG, Morrow RH. Ensayos de Campo de Intervenciones en
Salud en Países en Desarrollo: Una Caja de Herramientas. OPAS.
Washington, 1998.
As chamadas numéricas devem corresponder ao número estabelecido nas
referências bibliográficas. Notas de rodapé devem ser evitadas.
Das comunicações científicas não se exige a estrutura comum aos artigos.
As ilustrações devem apresentar a qualidade necessária para permitir uma boa
reprodução gráfica, trazendo no verso o nome do autor, o número e a legenda
respectiva. Devem estar designadas como figura (Figura 1, Figura 2 ...) no texto.
As tabelas devem ser executadas no mesmo programa usado na elaboração do
texto.
Em caso de inserção de fotografias coloridas, as despesas decorrentes do
processo de separação de cores caberão aos autores do trabalho.
Os autores terão direito a cinco separatas de seus trabalhos. Maior número
poderá ser solicitado às expensas dos autores, através de contato com o Editor.
Os trabalhos deverão ser enviados para:
Revista de Patologia Tropical
Caixa Postal 131
74001-970 – Goiânia – Goiás – Brasil
ou pelo E-mail: [email protected]
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Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
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