responsável pela captura dos radicais peroxila, interrompendo a cadeia de
peroxidação lipídica. Além disso, protege os lípides poliinsaturados da oxidação
pelos radicais livres e parece ser essencial à proteção das lipoproteínas circulantes
e ao funcionamento adequado das membranas celulares. Por outro lado, alguns
estudos têm apontado que a suplementação através de dietas contendo vitaminas
(particularmente a vitamina E), não estaria necessariamente relacionada a um
retardo do processo aterosclerótico (Kritharides e Stocker, 2002). Acredita-se que
isto ocorra porque o α-tocoferol, além de ser um composto antioxidante, pode
também exercer uma forte atividade pró-oxidante sobre as lipoproteínas (Bowry et
al, 1995). Neste caso, os pesquisadores acreditam que uma dieta ideal seria aquela
cujos componentes, além de exercerem a atividade antioxidante per se, fossem
ainda capazes de proteger a oxidação do α-tocoferol. Neste contexto, de acordo
com um estudo feito por Stocker e O’Halloran, uma determinada fração enriquecida
com componentes obtidos a partir do vinho, foi capaz de atenuar tanto a
peroxidação do α-tocoferol como também a peroxidação da LDL, in vitro (Stocker e
O’Halloran, 2004). Este resultado é bastante importante, pois vai ao encontro de
outros estudos, os quais afirmam que num quadro de aterosclerose avançada em
humanos, grande parte da LDLox é gerada em função da presença do α-tocoferol
oxidado, muito embora os níveis de vitamina E oxidada não estejam
significativamente elevados (Witting et al, 1999). Neste caso, acredita-se que a
intervenção prévia utilizando agentes que são capazes de inibir a peroxidação
lipídica mediada pelo α-tocoferol, estariam, em última análise, inibindo também a
oxidação da própria LDL na parede arterial (Witting et al, 1999).
Os flavonóides são compostos cuja estrutura química é formada por quinze
átomos de carbono no seu núcleo básico, arranjados sob a configuração C6-C3-C6,
com dois anéis aromáticos ligados por três unidades de carbono, as quais podem ou
não formar um terceiro anel. Dentre os flavonóides mais pesquisados encontram-se
a catequina, quercetina, e glabridina (Rice Evans, 1996; Aviram e Fuhrman, 2002).
Tendo em vista que os flavonóides são encontrados em diversos alimentos da
dieta, como na maçã, brócolis, uva, chá e vinho tinto, a bioatividade destas
substâncias passou a ser investigada por inúmeros pesquisadores, no mundo todo.
O potencial benéfico dos componentes fenólicos, presentes estruturalmente nos
flavonóides, esteve primariamente relacionado à sua capacidade em seqüestrar