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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
INSTITUTO DE QUÍMICA
Programa de Pós-Graduação em Química
CLAUDIA REGINA GORDIJO
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Orientadora: Profa. Dra. Denise de Oliveira Silva
São Paulo
31/08/2007
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CLAUDIA REGINA GORDIJO
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Tese apresentada ao Instituto de
Química da Universidade de São
Paulo para obtenção do Título de
Doutor em Química
Área de concentração: Química Inorgânica
Orientadora: Profa. Dra. Denise de Oliveira Silva
São Paulo
2007
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Claudia Regina Gordijo
Estudo de Metalofármacos Antiinflamatórios de Cobre e dos Materiais Híbridos
Resultantes de suas Imobilizações no Hidróxido Duplo Lamelar Hidrotalcita: Síntese,
Caracterização e Avaliação da Atividade Farmacológica.
Tese apresentada ao Instituto de Química da
Universidade de São Paulo para obtenção do
Título Doutor em Química Inorgânica.
Aprovado em: ____________
Banca Examinadora
Prof. Dr. _______________________________________________________
Instituição: _______________________________________________________
Assinatura: _______________________________________________________
Prof. Dr. _______________________________________________________
Instituição: _______________________________________________________
Assinatura: _______________________________________________________
Prof. Dr. _______________________________________________________
Instituição: _______________________________________________________
Assinatura: _______________________________________________________
Prof. Dr. _______________________________________________________
Instituição: _______________________________________________________
Assinatura: _______________________________________________________
Prof. Dr. _______________________________________________________
Instituição: _______________________________________________________
Assinatura: _______________________________________________________
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Ao meu marido, Leonardo, por todo amor e
companheirismo.
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À Profa. Dra. Denise de Oliveira Silva, pela orientação, pelos valiosos
ensinamentos, pela motivação, pela amizade dedicada e pela confiança depositada,
imprescindíveis para o meu crescimento científico e pessoal.
Aos colegas de laboratório, em especial aos colegas de grupo: Ana Cecília,
Geise, Leila, Renata, Douglas, Rodrigo, Renata Torres, Rachel, Andrea e Débora, pelo
apoio, amizade e momentos de descontração.
As professoras Vera R. L. Constantino e Ana Maria da Costa Ferreira pelas
colaborações e pela amizade.
À Cida, pelo apoio técnico, sempre prestativa e disposta a ajudar.
A todos os colegas do laboratório dos professores Henrique E. Toma e Koiti
Araki, pela amizade e momentos de descontração. Em especial aos meus grandes
amigos Vitor Zamarion e Ronaldo A. Timm, por toda amizade dedicada.
Ao fundamental apoio de minha família: meus pais, Cláudio e Nerci, que
forneceram as bases necessárias para minha formação; a minha irmã e grande amiga
Selma e meu cunhado Carlos, pelo carinho, apoio e motivação; as minhas irmãs
pequenas Maria Cecília, Júlia e Vitória e ao meu sobrinho Bruno, pelos momentos de
alegria; e ao meu irmão Cláudio, sempre presente em meu coração e em meus
pensamentos.
Ao meu marido e companheiro, Leonardo, por sua contribuição científica e por
todo amor, paciência e dedicação.
A todos aqueles que de alguma forma colaboraram com o desenvolvimento deste
trabalho.
Ao CNPq e à FAPESP pelo apoio financeiro.
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GORDIJO, C. R. Estudo de Metalofármacos Antiinflamatórios de Cobre e dos Materiais
Híbridos Resultantes de suas Imobilizações no Hidróxido Duplo Lamelar Hidrotalcita:
Síntese, Caracterização e Avaliação da Atividade Farmacológica. 2007. 224p. Tese
(Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em Química Inorgânica. Instituto de
Química, Universidade de São Paulo, São Paulo.
Os fármacos antiinflamatórios não-esteróides (FAINEs) são amplamente
utilizados no combate a processos inflamatórios e dores, mas apresentam restrição de
uso em razão de sérios efeitos colaterais sobre o trato gastrointestinal. A atividade
biológica de complexos metálicos tem sido objeto de pesquisa de grande interesse na
área de metalofármacos e compostos do tipo Cu(II)-FAINEs apresentam boa atividade
antiinflamatória e efeitos colaterais reduzidos em relação aos fármacos orgânicos.
Nesse trabalho, com o objetivo de contribuir para ampliar os estudos sobre o
desenvolvimento de alternativas aos FAINEs, foram preparados e caracterizados
complexos cobre(II) com ibuprofeno, indometacina, naproxeno, sulindaco, meloxicam.
Os compostos foram imobilizados em Hidrotalcita, um hidróxido duplo lamelar (HDL) de
magnésio e alumínio (Mg/Al = 3) que é biocompatível e tem uso como antiácido
estomacal. As interações dos metalofármacos com o HDL geraram materiais híbridos
bioinorgânicos do tipo Cu-FAINE/HDL, nos quais os complexos podem estar presentes
de duas maneiras: intercalados entre as lamelas ou adsorvidos nas superfícies externas
do hidróxido duplo lamelar, dependendo do solvente utilizado. A intercalação de
complexos neutros é favorecida em solvente misto álcool/amida no qual a Hidrotalcita
sofre esfoliação promovida por um processo de hidrólise da amida. A estabilidade de
alguns dos complexos e dos materiais híbridos em condições gástricas simuladas (pH e
temperatura) e as atividades antiinflamatória, analgésica e ulcerogênica in vivo dos
vii
sistemas contendo indometacina (Indo) foram investigadas. A intercalação do complexo
Cu-Indo no HDL favorece sua estabilização, contribuindo para potencializar a sua
atividade farmacológica. Os materiais híbridos bioinorgânicos obtidos neste trabalho
apresentam propriedades interessantes com vistas a potencial aplicação como sistemas
de liberação controlada de fármacos.
Palavras-chave: Complexos de Cu(II), Antiinflamatórios, Metalofármacos, Hidróxido
Duplo Lamelar, Atividade Farmacológica.
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GORDIJO, C. R. Studies of Anti-inflammatory Copper-based Drugs and Corresponding
Hybrid Materials from their Immobilization on the Layered Double Hydroxide Hydrotalcite:
Synthesis, Characterization and Evaluation of Pharmacological Activities. 2007. 224p.
PhD Thesis - Graduate Program in Chemistry. Instituto de Química, Universidade de
São Paulo, São Paulo.
Non-steroidal anti-inflammatory drugs are widely consumed to treat inflammatory
diseases and pain but their clinical use are limited due to serious side-effects on the
gastrointestinal tract. The bioactivity of metal complexes exhibits great interest in metal-
based drug research. Cu(II)-NSAID compounds show good anti-inflammatory property
and decreased side-effects compared to their organic parent drugs.
This work aimed to contribute for development of alternative NSAIDs. Cu-NSAID
compounds containing the drugs Ibuprofen, Indomethacin, Naproxen, Sulindac and
Meloxicam were synthesized and characterized. The compounds were also immobilized
on Hydrotalcite, a layered double hydroxide (LDH) of magnesium and aluminum (Mg/Al =
3), that is biocompatible and used as stomach antacid. The interactions of the copper-
drugs with LDH led to Cu-NSAID/LDH- bioinorganic hybrid materials. Two kinds of
complex-LDH interactions were observed by changing the solvent: intercalation between
LDH layers or adsorption on the LDH external surfaces. The intercalation of neutral
complexes is favored in an alcohol/amide solvent mixture where Hydrotalcite undergoes
exfoliation process promoted by the amide hydrolysis. The stability of some complexes
and their correspondent hybrid materials under gastric conditions (pH and temperature)
and also in vivo anti-inflammatory, analgesic and ulcerogenic activities for Indomethacin
(Indo)-containing systems were investigated. The stabilization of the Cu-Indo structure is
promoted by intercalation of the complex into the LDH layers, contributing to increase its
ix
pharmacological activity. The bioinorganic hybrid materials here investigated also exhibit
interesting properties for applications as controlled drug delivery systems.
Keywords: Cu(II) complexes, Antiinflammatory drugs, Metallodrugs, Layered Double
Hydroxide, Pharmacological activity.
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Dma – N,N – Dimetilacetamida
Dmf – N,N – Dimetilformamida
Dmso – Dimetilsulfóxido
FAINEs – Fármacos Antiinflamatórios
Não-Esteróides
HDL – Hidróxido Duplo Lamelar
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2
Melox – Meloxicam
H
2
Pirox – Piroxicam
H
2
Tenox – Tenoxicam
HIndo – Indometacina
HIbp – Ibuprofeno
HSulin – Sulindaco
Cu(II)-FAINEs – Complexos de cobre(II)
com FAINEs
Cu-Indo – Complexo de cobre(II) com
Indometacina: [Cu
2
(Indo)
4
(Dmf)
2
]
Cu-Ibp – Complexo de cobre(II) com
Ibuprofeno: [Cu
2
(Ibp)
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]
Cu-HMelox – Complexo de cobre(II) com
Meloxicam: [Cu(HMelox)
2
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Cu-Sulin – Complexo de cobre(II) com
Sulindaco: [Cu
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Cu(II)-FAINE/HDL – Material contendo
um complexo Cu(II)-FAINE imobilizado
no HDL
Cu-Indo/HDL
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– Material contendo o
complexo Cu-Indo intercalado no HDL
Cu-Indo/HDL
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– Material contendo o
complexo Cu-Indo adsorvido no HDL
Cu-HMelox/HDL
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– Material contendo o
complexo Cu-Hmelox intercalado no
HDL
Cu-HMelox/HDL
ads
– Material contendo
o complexo Cu-Hmelox adsorvido no
HDL
Cu-Sulin/HDL
int
– Material contendo o
complexo Cu-Sulin intercalado no HDL
Cu-Ibp/HDL
ads
– Material contendo o
complexo Cu-HMelox adsorvido no HDL
Cu-Npx/HDL
ads
– Material contendo o
complexo Cu-HMelox adsorvido no HDL
EtOH – Etanol
MeCN – Acetonitrila
Nmp – N-metil-2-pirrolidona
PG – Prostaglandina
Py – Piridina
TGI – Trato gastrointestinal
THF - Tetrahidrofurano
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1.1. Química Inorgânica Medicinal.............................................................................1
1.2. Fármacos Antiinflamatórios Não-Esteróides (FAINEs) .......................................4
1.3. Complexos de cobre(II) com fármacos antiinflamatórios não-esteróides..........13
1.3.1. Estrutura dos complexos Cu(II)-FAINEs....................................................16
1.3.2. Ações farmacológicas dos complexos Cu(II)-FAINEs ...............................19
1.3.3. Aplicações comerciais de complexos Cu(II)-FAINEs.................................22
1.4. Hidróxidos Duplos Lamelares (HDLs)...............................................................23
1.4.1. Aplicações medicinais de Hidróxidos Duplos Lamelares...........................25
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3.1. Reagentes e Solventes.....................................................................................29
3.2. Sínteses............................................................................................................30
3.2.1. Complexo de Cu(II) com indometacina: [Cu
2
(Indo)
4
(Dmf)
2
] ou Cu-Indo ....30
3.2.2. Complexo de Cu(II) com o buprofeno: [Cu
2
(Ibp)
4
] ou Cu-Ibp.....................30
3.2.3. Complexo de Cu(II) com naproxeno: [Cu
2
(Npx)
4
(Dmso)
2
] ou Cu-Npx .......30
3.2.4. Complexo de Cu(II) com sulindaco: [Cu
2
(Sulin)
4
(H
2
O)
2
] ou Cu-Sulin ........31
3.2.5. Complexo de Cu(II) com meloxicam: [Cu(HMelox)
2
(H
2
O)
2
] ou Cu-HMelox ...
...................................................................................................................31
3.2.6. Sal NaHMelox............................................................................................32
3.2.7. HDL Hidrotalcita.........................................................................................32
3.2.8. HDL contendo íons formiato como contra-íons: HDL-formiato ..................33
3.3. Estudo da formação de espécies iônicas do Meloxicam em função do pH ......34
xii
3.3.1. Preparo da solução de H
3
Melox
+
...............................................................34
3.3.2. Titulação espectrofotométrica da solução de H
3
Melox
+
.............................35
3.4. Descarbonatação do HDL Hidrotalcita em misturas de Etanol e Dmf...............35
3.5. Esfoliação do HDL Hidrotalcita em uma mistura de Etanol/Dmf 1:1 (v/v) .........36
3.5.1. Reconstituição da estrutura lamelar do HDL a partir das partículas
esfoliadas de Hidrotalcita .........................................................................................37
3.6. Curvas de calibração para quantificação dos complexos .................................37
3.7. Imobilização dos complexos: Materiais híbridos do tipo Cu(II)-FAINE/HDL .....38
3.8. Avaliação das propriedades tamponantes dos HDLs e dos materiais híbridos
Cu(II)-FAINE/HDL........................................................................................................39
3.9. Investigação da estabilidade dos complexos Cu(II)-FAINEs e dos materiais
híbridos Cu(II)-FAINE/HDL nas condições de pH e temperatura do estômago...........40
3.10. Estudos farmacológicos ................................................................................41
3.10.1. Avaliação da atividade analgésica pelo método da contorção abdominal .41
3.10.2. Avaliação da atividade ulcerogênica..........................................................42
3.10.3. Avaliação do efeito antiedematogênico (ou atividade antiinflamatória) .....44
3.11. Técnicas empregadas ...................................................................................45
3.11.1. Análise elementar...................................................................................45
3.11.2. Espectroscopia eletrônica ......................................................................45
3.11.3. Espectroscopia Vibracional no Infravermelho (FTIR).............................46
3.11.4. Espectroscopia Vibracional Raman (FT-Raman) ...................................46
3.11.5. Espectroscopia de Ressonância Paramagnética Eletrônica (EPR) .......46
3.11.6. Difratometria de Raios X (DRX) .............................................................47
3.11.7. Análise Termogravimétrica (TG) ............................................................47
3.11.8. Análise Térmica Diferencial (DTA) .........................................................47
3.11.9. Microscopia Eletrônica de Varredura (SEM) ..........................................48
3.11.10. Microscopia Eletrônica de Transmissão (TEM)......................................48
xiii
3.11.11. Microscopia de Força Atômica (AFM) ....................................................48
3.11.12. Microscopia de Varredura por Tunelamento (STM) ...............................48
3.11.13. Modelagem Molecular............................................................................49
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4.1.1. Síntese e caracterização do HDL Hidrotalcita ...........................................52
4.1.2. Descarbonatação e esfoliação do HDL Hidrotalcita...................................59
4.1.3. Síntese e caracterização do HDL contendo íons formiato.........................71
4.1.4. Comparação do HDL-Formiato com amostra C.........................................74
4.1.5. Proposta para os processos de Descarbonatação e de Esfoliação da
Hidrotalcita ...............................................................................................................80
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4.2.1. Síntese e caracterização do complexo Cu-Indo e dos materiais híbridos
Cu-Indo/HDL ............................................................................................................84
4.2.2. Síntese e caracterização do complexo Cu-Hmelox e dos materiais híbridos
Cu-HMelox/HDL.....................................................................................................115
4.2.4. Síntese e caracterização dos complexo Cu-Sulin e do material híbrido Cu-
Sulin/HDL...............................................................................................................152
4.2.5. Síntese e caracterização dos complexos Cu-Ibp e Cu-Npx e dos materiais
híbridos Cu-Ibp/HDL e Cu-Npx/HDL . ...................................................................170
4.2.6. O Processo de intercalação dos complexos Cu(II)-FAINEs no HDL .......185
4
4
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4.4.1. Complexo Cu-Indo e material Cu-Indo/HDL
int
..........................................192
4.4.2. Complexo Cu-Hmelox e material Cu-Hmelox/HDL
int
................................198
xiv
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4.5.1. Atividade Analgésica ...............................................................................203
4.5.2. Atividade Ulcerogênica ............................................................................206
4.5.3. Efeito Antiedematogênico (Atividade Antiinflamatória) ............................209
5
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1.1. Química Inorgânica Medicinal
A utilização de metais para fins medicinais é praticada há cerca de 5000 anos
1
porém, os principais desenvolvimentos da química inorgânica medicinal foram
alcançados serendipicamente. A cisplatina [cis-diaminodicloroplatina(II)], por
exemplo, um dos principais quimioterápicos utilizados no tratamento do câncer
2,3
,
embora já fosse conhecida desde meados do século XIX, foi apenas na década de
60 que se descobriu acidentalmente sua capacidade de inibir a divisão celular. O
carbonato de lítio, amplamente prescrito para o tratamento do transtorno bipolar do
humor, também foi acidentalmente descoberto e até hoje pouco se sabe a respeito de
seu mecanismo de funcionamento
4
. Um outro exemplo, os compostos de bismuto têm
sido usados por séculos no tratamento de disfunções gástricas, porém, somente nos
dias atuais seu mecanismo de ação está sendo elucidado
5
.
Atualmente sabe-se que os elementos inorgânicos, além de serem essenciais
em muitas funções vitais, também podem modificar a ação de compostos orgânicos
usados em medicina, sendo que muitos fármacos não apresentam um mecanismo de
ação puramente orgânico, sendo ativados ou biotransformados por íons metálicos
presentes no meio biológico
2
. Em alguns casos verifica-se que a ação farmacológica
não se deve à substância orgânica administrada, mas sim a algum complexo metálico
formado no meio biológico. Desta forma, o estudo de complexos metálicos que
apresentem potencialidade biológica tem sido alvo de grande interesse no contexto
científico atual. Grande destaque vem recebendo também o estudo de
metalofármacos, complexos de metais de transição que apresentam potencial
terapêutico em diversos campos da medicina.
2
Em um metalofármaco, os ligantes podem ser orgânicos ou inorgânicos (como
no caso da cisplatina), e quando coordenados ao(s) íon(s) metálico(s) podem levar à
modificações nas propriedades físicas e químicas do metal. Os ligantes podem
promover a estabilização de estados de oxidação específicos, alterar a toxicidade de
íons metálicos, inibir seletivamente determinadas metaloenzimas, ou alterar a
biodistribuição do metal
4
. Em alguns casos, o próprio ligante orgânico já apresenta
algum tipo de atividade terapêutica, como no caso de fármacos antiinflamatórios, mas
quando coordenado a íons metálicos pode gerar compostos que apresentam novas
propriedades físicas, químicas e biológicas, podendo ocorrer mudanças de
lipofilicidade, redução de efeitos colaterais e aumento da atividade biológica da droga
orgânica
6
.
Nesse sentido, a química inorgânica tem contribuído como uma nova
alternativa para tentar melhorar as propriedades farmacológicas e/ou reduzir os
efeitos colaterais de fármacos orgânicos já estabelecidos comercialmente, buscando
unir as propriedades das drogas orgânicas às propriedades dos metais com vistas à
descoberta de potenciais metalofármacos.
Alguns metais e complexos metálicos têm sido amplamente utilizados como
drogas e também como agentes de diagnóstico no tratamento de uma variedade de
doenças e condições. Como exemplos, citam-se: compostos de platina – cisplatina,
carboplatina e oxaliplatina – estão entre os agentes terapêuticos mais usados no
tratamento de câncer
2
; compostos de ouro – Myocrisin
®
e Aurofin
®
– são utilizados no
tratamento de artrite reumatóide
7,8
; entre os agentes para diagnósticos encontra-se o
tecnécio (
99m
Tc) – o Cardiolite
®
é um radiofármaco seletivo para o tecido do
miocárdio, amplamente utilizado na obtenção de imagens do coração
9
; o rênio
(
186
Re/
188
Re) tem sido identificado como um importante radionuclídeo com potencial
terapêutico
10
. O uso de lantanídeos e de metais de transição como Gd, Fe e Mn como
agentes de contraste para imagens por RMN têm levado ao desenvolvimento de
3
diversos novos complexos com habilidades de alcançarem tecidos e condições
fisiológicas específicas
7
, entre outros
2,11
. Na Figura 1 são ilustradas algumas
aplicações de metais e complexos metálicos em medicina.
Além dos compostos em uso, diversos outros metais e complexos metálicos
que apresentam atividades biológicas como agentes terapêuticos ou como agentes
de diagnósticos estão sendo desenvolvidos, muitos já em fase de testes clínicos
12
.
Entre estes, podem-se destacar complexos de cobre com vistas ao desenvolvimento
de novos agentes antiinflamatórios
6
.
Figura 1 – Alguns metais e complexos metálicos utilizados na área médica: Gd
3+
,
111
In e
99m
TC são usados em medicina diagnóstica;
153
Sm e Au no alívio da dor para câncer nos
ossos e artrites, respectivamente; Bi, Mg e Al no tratamento de úlceras estomacais; Li no
tratamento de transtorno bipolar;
67
Ga no diagnóstico de neoplasmas e Pt no tratamento de
alguns tipos de câncer (adaptado da referência 4).
4
1.2. Fármacos Antiinflamatórios Não-Esteróides (FAINEs)
Os primeiros relatos da utilização da casca do Salgueiro no tratamento de
dores e febre datam desde 400 a.C. Entretanto, apenas em 1827 seu princípio ativo
foi isolado recebendo o nome de salicina, devido ao nome em Latim do Salgueiro
(Salix alba). Foram necessários mais 50 anos para que este composto fosse
sintetizado em laboratório, passando a ser chamado então de ácido salicílico, uma
vez que soluções saturadas em água apresentam pH ácido (pH = 2,4)
13
.
No final do século XIX o ácido salicílico foi amplamente utilizado no tratamento
de reumatismos, artrites, febre e gota. Muitos pacientes tratados com a droga sofriam
de irritação estomacal crônica, atribuída à acidez do composto e às altas doses
administradas aos pacientes. Por seu pai ser um desses pacientes, Felix Hoffman,
das Indústrias Bayer, pesquisou um derivado que fosse menos ácido do que o ácido
salicílico. A síntese do derivado de menor acidez foi efetuada pela adição de uma
hidroxila ao anel aromático, originando um éster do acetato, chamado de ácido acetil-
salicílico (AAS), menos corrosivo e mais eficiente do que o ácido salicílico. O novo
composto foi batizado como “Aspirin”, utilizando o prefixo a - do grupo acetil e spirin
do nome em alemão do composto precursor spirsaure
13
.
O desenvolvimento de uma droga que reduzia tanto a dor quanto a febre e
também era efetiva no tratamento de condições inflamatórias desencadeou a busca
por outros compostos estruturalmente análogos à aspirina e mais de 600 novos
compostos foram sintetizados. Apesar de se basear em tentativa e erro, esta busca
resultou na síntese de uma série de novos agentes analgésicos (aliviam a dor sem
que ocorra diminuição de sensibilidade ou inconsciência), antipiréticos (reduzem a
temperatura do corpo quando esta é elevada) e/ou antiinflamatórios (reduzem a
resposta inflamatória), podendo-se citar como exemplo o ibuprofeno, que apresenta
atividade antiinflamatória 30 vezes maior do que a aspirina
13
.
5
Atualmente já existem mais de 50 tipos de FAINEs diferentes disponíveis no
mercado, encontrando-se estes entre as drogas mais prescritas do mundo. Em 2001
o número de prescrições alcançou o “ranking” de quase 16 bilhões de dólares,
prevendo-se que o consumo de FAINEs seria ainda maior nos anos seguintes devido
ao aumento da expectativa de vida da população (uma vez que os idosos são uns
dos principais usuários de FAINEs devido problemas de artrite e artrose) e também à
difusão de uso para problemas cardíacos e doenças cérebro-vasculares
14
.
Entre os FAINEs mais utilizados e de uso comum estão: Ácidos salicílicos
(aspirina, diflunisal); Ácidos propiônicos (naproxeno, ibuprofeno, flurbiprofeno,
fenbufeno e cetoprofeno); Ácidos acéticos (indometacina e sulindaco); Fenamatos
(ácido meclofenâmico e ácido metafenâmico); Oxicans (piroxicam, tenoxicam e
meloxicam) e Pirazolonas (fenilbutazona e azapropazona)
6
. Na Tabela 1 são
mostrados alguns dos principais FAINEs disponíveis no mercado.
Nos últimos anos, diversos estudos têm demonstrado que a utilização
freqüente e prolongada desta classe de fármacos pode ser benéfica à saúde,
reduzindo o risco de mal de Alzheimer, artrites, doenças cardíacas e alguns tipos de
câncer. Porém, distúrbios gastrointestinais adversos são efeitos colaterais sérios
desta classe de drogas. Os danos podem variar desde uma simples dor de estômago
a ulceras severas ou mesmo à morte
14,15
.
6
Tabela 1 – Alguns dos principais FAINEs.
Nome
Genérico
Abreviatura Estrutura
Aspirina HAsp Ácido 2-acetilsalicilico
OCH
3
O
COOH
Ibuprofeno HIbp (±) Ácido 2-metil-4-(2-
metlpropil)-benzoacético
COOH
CH
3
CH
3
CH
3
Naproxeno HNpx (±) Ácido 6-metoxi-2-metil-2-
naftalenoacético
CH
3
COOH
MeO
Indometacina HIndo Ácido 1-(4-clorobenzoil)-5-
metoxi-2-metil-1H-indol-3-
acético
NCH
3
CH
2
COOH
HC
3
O
O
Cl
Diclofenaco HDic Ácido 2-[(2,6-diclorofenil)
amino]-benzoacético
NH
COOH
Cl
Cl
Sulindac
HSulin Ácido 2-[(6-flúor-2-metil-3-[(4-
metilsulfinilfenil)metilindeno]inde
no-1-il]-acético
S
CH
3
O
F
CH
3
CH
2
COOH
Meloxicam
H
2
Melox 4-hidroxi-2-metil-N-(5-metil-2-
tiazolil)-2H1,2-benzotiazina-3-
carboxamida-1, 1-dióxido
N
S
OO
CH
3
OH
NH
O
N
S
CH
3
Piroxicam H
2
Pirox (4-hidroxi-2-metil-N-(2-piridil)-
2H-1,2-benzotiazina-3-
carboxamida 1,1-dióxido)
N
S
OO
CH
3
OH
NH
O
N
Tenoxicam H
2
Tenox (4-hidroxi-2-metil-N-(2-piridil)-
2H-tieno[2,3-e]-1,2-tiazina-
3carboxamida 1,1-dióxido)
N
S
OO
CH
3
OH
NH
O
N
S
Nos anos 90 sérias complicações gastrointestinais provocadas pela ingestão
de FAINEs resultaram em aproximadamente 100.000 hospitalizações e 16.000
mortes anuais nos EUA
15
(Figura 2).
7
Estima-se que de 10 – 60% dos usuários de FAINEs venham a apresentar
riscos de desenvolver dispepsia, sendo o problema mais pronunciado nos idosos, e
que 5 – 15% dos pacientes sofrendo de artrite reumatóide (AR) venham a interromper
o tratamento com FAINEs devido à complicações gástricas. É fato que o
desenvolvimento de úlceras gástricas em pacientes recebendo tratamentos
convencionais com FAINEs ocorre em 10 – 30% dos casos. Nos EUA é estabelecido
que anualmente 1 em cada 175 usuários de FAINEs será hospitalizado em
decorrência de danos no TGI induzido por FAINEs, e a taxa de mortalidade desses
pacientes varia de 5-10%
14
.
Leucemia
AIDS
Toxicidade de FAINEs
Mieloma Múltiplo
Asma
Câncer cervical
Doença de Hodgkin
0 5000 10000 15000 20000 25000
Número de Mortes
Causa de Morte
1.437
4.441
5.338
10.503
16.500
16.685
20.197
Figura 2 – Número de mortes e respectivas causas selecionadas, ocorridas nos EUA em
1997. Um total de 16.500 pacientes com artrite reumatóide ou osteoartrite morreram em
decorrência de complicações gastrointestinais causadas pela ingestão prolongada de
FAINEs. Dados do “National Center for Health Statistics and the Arthritis, Rheumatism, and
Aging Medical Information System”, (dados obtidos na referência 15).
Os efeitos colaterais dos FAINEs estão diretamente relacionados ao
mecanismo de ação
15
. Apesar de ser amplamente utilizada desde o século XIX, a
ação da Aspirina só foi descrita pela primeira vez em 1971, por John Vane
16
. Vane
8
verificou que um dano ou lesão a um tecido era sempre seguido pela liberação de um
grupo de substâncias análogas aos hormônios conhecidos como prostaglandinas
(PGs).
As prostaglandinas e os compostos relacionados – prostaciclinas,
tromboxanas e leucotrienos – são substâncias que agem em concentrações muito
baixas no organismo e regulam muitas funções fisiológicas naturais, como o
surgimento de dor e febre, a regulação da pressão arterial e a coagulação sanguínea.
De modo diferente dos hormônios, as prostaglandinas não são transportadas pela
corrente sanguínea aos seus sítios de ação, tendendo a agir localmente próximo às
células que as produzem. Nos seres humanos, o precursor das prostaglandinas é o
ácido araquidônico, um ácido graxo poliinsaturado com quatro ligações duplas,
armazenado nas membranas celulares e liberado pela ação de uma fosfolipase
(fosfolipase A
2
)
16
.
Vane sugeriu que a aspirina e outros fármacos antiinflamatórios não-esteróides
inibiam a enzima que inicia o processo de síntese de prostaglandinas a partir do
ácido araquidônico, enquanto que as drogas antiinflamatórias do tipo esteróides,
como as cortisonas, atingiam um efeito similar pela inibição da enzima que libera o
ácido araquidônico armazenado nas membranas celulares.
Atualmente, o processo inflamatório é compreendido como uma resposta de
defesa do organismo contra diversos tipos de lesões, que podem ser de natureza
física, química ou biológica
17
. A resposta inflamatória do organismo é controlada por
uma impressionante variedade de mediadores químicos, como as prostaglandinas e
os leucotrienos, resultando em febre, dor, suor, vermelhidão, etc. O diagrama
resumido dos mediadores da resposta inflamatória derivados de fosfolipídeos
indicando o local de ação dos FAINEs é mostrado na Figura 3.
Resumidamente
6,17
: Quando ocorre um dano celular, ou quando a ativação de
receptores ocorre, o ácido araquidônico é liberado pela membrana fosfolipídica
9
através da enzima fosofolipase A
2
. Na etapa seguinte a PGH
2
-sintase, uma enzima
de duplo papel que atua tanto como ciclooxigenase (COX) como endoperoxidase,
metabolisa o ácido araquidônico em PGs instáveis, chamadas de G
2
e H
2
. A PGH
2
é
transformada em prostanóides estáveis, como as PGE
2
, prostaciclinas (PGI
2
),
tromboxano (TX)A
2
, PGD
2
e PGF2α por isomarases e sintases específicas presentes
nos tecidos. Os FAINEs inibem a síntese de prostaglandinas, prostaciclinas e
tromboxanos a partir do araquidonato ao acetilar um resíduo específico de serina na
ciclooxigenase, evitando que o araquidonato alcance o sítio ativo da enzima.
Figura 3 – Diagrama resumido dos mediadores da resposta inflamatória derivados de
fosfolipídeos mostrando o local de ação dos FAINEs (adaptado das referências 6 e 17).
10
Duas diferentes isoformas da PGH
2
-sintase ou COX foram identificadas e
caracterizadas: a COX-1 e a COX-2. As estruturas das duas moléculas são muito
similares – ambas consistem em um longo canal hidrofóbico estreito com uma
curvatura em forma de grampo no final. A diferença está em um único aminoácido
entre as duas isoformas, uma isoleucina na posição 523 na COX-1 e um resíduo de
valina na COX-2. O resíduo de valina é menor do que a isoleucina, fazendo com que
o canal hidrofóbico na COX-2 seja maior do que na COX-1, dando acesso específico
para as drogas seletivas
14,15,17
.
Apesar das duas isoenzimas apresentarem estruturas protéicas e atividades
enzimáticas semelhantes, a COX-1 e a COX-2 são induzidas de formas diferentes e
seus padrões de expressão variam de acordo com os diferentes tecidos do
organismo. De acordo com teoria clássica de expressão da COX, a COX-1 é
expressa constitutivamente na maioria dos tecidos e células, e a expressão da COX-2
é menor e praticamente indetectável na maioria das células, sendo induzida em sítios
de inflamação
14
.
Estudos mais recentes
14
demonstram que apesar de apresentar características
de uma “proteína de manutenção”, a COX-1 está presente, juntamente com a COX-2,
em sítios de infamação, sugerindo que a expressão da COX-1 pode também ser
regulada e que a COX-2 pode ser expressa constitutivamente. De uma maneira geral,
a teoria clássica que distingue a COX-1 como uma enzima constitutiva e a COX-2
como uma enzima indutiva está longe de refletir a realidade biológica.
A expressão constitutiva da COX-1 ocorre no trato gastrointestinal, nas
plaquetas e células endoteliais, em certos tecidos dos rins, além de outros tipos de
tecidos e células. A COX-1 também exerce um papel essencial em processos
homeostáticos, como, por exemplo, na agregação de plaquetas, na proteção gástrica
e no equilíbrio de sódio e água. A expressão da COX-2 é regulada por algumas
11
citocinas, interferons, endotoxinas e fatores de crescimento em sítios de inflamação e
tumores, executando um papel essencial na inflamação e carcinogênese
14
.
Muitos FAINEs são inibidores de ambas as isoenzimas, embora varie o grau
de inibição de cada uma delas
17
. A ação antiinflamatória dos FAINEs está claramente
relacionada com a inibição da COX-2, e é provável que quando usados como agentes
antiinflamatórios, seus sérios efeitos colaterais sobre o trato gastrointestinal se devam
principalmente à inibição da COX-1
14,15
.
Entretanto, uma variedade de mecanismos podem estar envolvidos nos danos
causados pelos FAINEs ao trato gastrointestinal . Parte dos danos pode ser causada
por efeitos tópicos dos compostos, enquanto a grande maioria se dá pela ação
farmacológica primária dos FAINEs, a inibição da atividade da ciclo-oxigenase
14
.
Os mecanismos de indução de danos gástricos causados por FAINEs não são
totalmente compreendidos e são geralmente correlacionados com a inibição de
síntese de prostaglandinas
17
. Prostaglandinas endógenas (PGE
2
e PGI
2
) regulam a
secreção gástrica, o fluxo sanguíneo na mucosa gástrica, a proliferação de células
epiteliais, a reconstituição do epitélio e a secreção de mucosa, bicarbonato e ácido. A
inibição da síntese de prostaglandinas provavelmente enfraquece a mucosa gástrica
diminuindo sua resistência contra agentes irritantes, levando a formação de ulceras
14
.
O risco relativo (RR) de complicações sobre o trato gastrointestinal varia
bastante para os diferentes FAINEs, como mostrado no gráfico da Figura 4. Na
determinação do risco relativo não apenas é considerada a toxicidade do FAINE, mas
também outros fatores, tais como a idade do paciente, o histórico de úlceras e
gastrites e também período de utilização do fármaco. Em geral, quanto mais
avançada a idade do paciente e quanto mais prolongado o período de utilização do
fármaco, maior será o risco de complicações sobre o trato gastrointestinal
14
.
12
Ibuprofeno
Diclofenaco
Cetoprofeno
Naproxeno
Tenoxicam
Nimesulid
Indometacina
Piroxicam
Ceteroloc
0 5 10 15 20 25
Risco Relativo (RR)
Figura 4 – Comparação dos riscos relativos (RR) de complicações sobre o trato
gastrointestinal para alguns FAINEs (dados da referência 14).
O consumo de FAINEs continua aumentando, particularmente no tratamento
de doenças crônicas relacionadas à velhice, na qual os efeitos colaterais sobre o trato
gastrointestinal são mais freqüentes. Muita pesquisa tem sido realizada na busca de
novos compostos ou formulações que apresentem os mesmos efeitos terapêuticos e
menores riscos de efeitos colaterais do que os FAINEs tradicionais. Um exemplo
disso são os antiinflamatórios seletivos para a COX-2. Em curto prazo essas drogas
apresentam um menor risco de complicações gástricas do que os FAINEs não
seletivos. Entretanto, estudos mostram que a ingestão prolongada de COX-2
seletivos, como o celocoxib, leva a sérias complicações gástricas de maneira similar
aos FAINEs tradicionais. Recentemente, sérias dúvidas a respeito dos benefícios
reais dessa classe de drogas têm sido exaustivamente expressadas
14
.
Outras alternativas são o desenvolvimento de sistemas de recobrimento
entérico e/ou sistemas de liberação controlada de FAINEs, visando prevenir a
absorção da droga no estômago e/ou o direcionamento dos fármacos para os sítios
de inflamação; a administração concomitante de antiácidos estomacais, como
Hidróxidos Duplos Lamelares (HDLs)
18
e o desenvolvimento de metalofármacos
13
antiinflamatórios que apresentem efeitos colaterais reduzidos em comparação com os
fármacos orgânicas
6
.
1.3. Complexos de cobre(II) com fármacos antiinflamatórios não-esteróides.
O cobre é um metal essencial, e o terceiro metal de transição mais abundante
no sistema biológico, necessário para a formação dos glóbulos vermelhos e outros
componentes do sistema sanguíneo. Está presente no sítio ativo de muitas
metaloproteínas, como as oxidases ou hidroxilases; em enzimas, como a lisil oxidase
(presente nos tecidos conectivos) e no citocromo oxidase (proteína envolvida no
transporte de elétrons). O cobre também influencia diretamente a expressão gênica
em células mamárias, e a ação da endorfina
19
.
A ingestão diária de cobre por seres humanos é por volta de 1,5 – 3,0 mg,
sendo a biodisponibilidade e o destino do cobre ingerido bem esclarecidos através de
estudos utilizando os isótopos
64
Cu (t
1/2
= 12,8 h) e
67
Cu (t
1/2
= 58,5 h)
6
.
Em humanos, a absorção de cobre varia inversamente com a quantidade
ingerida, ocorrendo do estômago até o intestino delgado, sendo predominante no
estômago em períodos de jejum. O cobre normalmente atravessa as paredes do
intestino e atinge a circulação pela ação da proteína ATP7A (também conhecida
como proteína de Menkes), se ligando em seguida à albumina e à L-Histidina. Para
ser absorvido pelas células, o cobre(II) é reduzido a cobre(I) por uma série de
mecanismos e atinge o interior das células pela ação de transportadores de cobre
presentes na membrana
20
. Dentro das células, parte do Cu(I) se coordena à
glutationa, presente em altas concentrações, formando um complexo Cu(I) –
glutationa que atua como um veículo de entrega de cobre(I) para metalotioneínas
20
.
No citoplasma o cobre também é distribuído para enzimas específicas via chaperonas
de cobre, uma importante classe de moléculas da família de peptídeos citossólicos
14
que transportam cobre, por exemplo, para o citocromo oxidase na mitocôndria e para
a cobre-zinco superóxido desmutase (SOD)
21
.
Assim como no caso do ferro ou de outros metais essenciais, o acúmulo ou a
deficiência de cobre no organismo podem causar sérios danos. A doença de Wilson,
por exemplo, é uma anormalidade genética que causa a mutação do gene ATP7B,
que regula a excreção do excesso de cobre. A mutação desse gene leva ao acúmulo
de cobre pelo organismo causando danos progressivos no fígado e no cérebro. Já a
doença de Menkes, causada pela mutação no gene ATP7A, resulta na deficiência de
cobre, causando sérios danos cerebrais e levando ao retardamento mental
21
. O cobre
também parece estar envolvido na produção de danos oxidativos relacionados ao mal
de Alzheimer, e em outras doenças neurodegenerativas. Entretanto o papel do cobre
na progressão dessas doenças ainda não está totalmente esclarecido
21
.
Além de ser um metal essencial, o cobre também apresenta propriedades
farmacológicas. As propriedades medicinais do cobre sempre foram bem conhecidas
e têm sido exploradas através dos tempos na busca pelo alívio de uma série de
problemas de saúde. Por volta de 3000 a.C. os Egípcios já utilizavam Cu como anti-
séptico na esterilização de água potável. O Papiro Erbes, um compêndio terapêutico
datado da XVII dinastia Egípcia (ca. 1500 a.C.) descrevia o uso de acetato de
cobre(II), sulfato de cobre(II) e cobre metálico pulverizado no tratamento de
inflamações, principalmente dos olhos
22
. Braceletes de cobre no tratamento de
artrites vêm sendo utilizados por muitos anos
6
.
Após o sucesso clínico da cisplatina no tratamento de alguns tipos de tumores,
iniciou-se a busca por novos complexos metálicos (de platina ou de outros metais)
que apresentassem maior eficácia e menores efeitos colaterais do que a cisplatina.
Bons resultados foram obtidos para alguns complexos de cobre, destacando-se, entre
estes, complexos de cobre com tiosemicarbazonas e seus derivados
20
.
15
Além das propriedades antitumorais apresentadas por alguns complexos de
cobre, grande interesse vem sendo despertado em relação ao papel do Cu no
processo inflamatório, dada sua função como co-fator em processos que envolvem os
tecidos conectivos/articulares, o sistema imunológico, e seu efeito na síntese de
prostaglandinas
19
.
O interesse no estudo de complexos de cobre como drogas antiinflamatórias
se consolidou com os trabalhos de Sorenson iniciados na década de 70. Sorenson
sugeriu que a forma ativa de drogas antiinflamatórias, como a aspirina e outros
FAINEs, era de fato complexos do tipo Cu(II)-FAINEs formados no meio biológico,
uma vez que a concentração de íons cobre(II) aumenta consideravelmente nos
tecidos inflamados e os FAINEs derivados da aspirina apresentam alta afinidade a
íons metálicos como o Cu(II), se coordenando ao metal via grupo carboxilato
23
.
Estudos mais recentes corroboram a hipótese proposta por Sorenson, mostrando que
FAINEs como a aspirina e a indometacina formam complexos com íons Cu(II) sob
condições fisiológicas
24,25
Nos trabalhos iniciados por Sorenson estudos biológicos realizados in vivo
demonstraram que complexos de Cu(II) com FAINEs exibem, em geral, atividades
antiinflamatórias semelhantes ou superiores às das drogas orgânicas com a
vantagem de apresentarem menor toxicidade gastrointestinal
6
.
As atividades farmacológicas destas espécies são atribuídas às propriedades
físico-químicas dos complexos, e não aos seus constituintes, visto que algumas
substâncias orgânicas que não apresentam algum tipo de atividade farmacológica,
quando complexadas com Cu(II), passam a apresentar propriedades
antiinflamatórias. No caso do complexo de cobre com salicilato, por exemplo,
verificou-se uma potencialidade antiinflamatória 30 vezes maior do que a apresentada
pela própria aspirina isoladamente
23
.
16
Muitos grupos têm se dedicado ao estudo de complexos de cobre com
fármacos antiinflamatórios, sendo que já foram reportados na literatura mais de uma
centena de complexos
6
. Entre estes estão o acetato de cobre,
[Cu
2
(CH
3
COO)
4
(H
2
O)
2
], complexos de Cu(II) com ácidos carboxílicos aromáticos,
aminoácidos, salicilatos, corticóides, tetrazóis, histaminas, penicilinas
6
e FAINEs
derivados do ácido enólico, como piroxicam
26
e tenoxicam
27
. Diversos trabalhos
envolvendo a síntese, caracterização e a investigação da potencialidade biológica
desses compostos vêm sendo publicados
6
, destacando-se, entre estes, complexos
de Cu(II) com os fármacos ibuprofeno
28
, diclofenaco
29
e indometacina
30
.
1.3.1. Estrutura dos complexos Cu(II)-FAINEs
A estrutura de complexos de cobre com FAINEs do tipo ácidos carboxílicos ou
daquele da família dos oxicans (tenoxicam e piroxicam) já são bem conhecidas na
literatura
31
. Muitos complexos Cu(II)-FAINEs tiveram suas estruturas cristalinas
determinadas por difração de raios X, porém, em muitos casos a estrutura dos
complexos foi inferida por estudos espectroscópios.
Os complexos Cu(II)-FAINEs podem apresentar dois tipos de estruturas
distintas, estrutura monomérica do tipo quelato ou estrutura dimérica do tipo gaiola.
A estrutura do acetato de cobre, [Cu
2
(CH
3
COO)
4
(H
2
O)
2
], o tetracarboxilato de
cobre(II) de estrutura mais simples (R = CH
3
), é mostrada na Figura 5. Nesta, cada
íon Cu(II) encontra-se em um ambiente octaédrico distorcido e quatro moléculas do
ligante carboxílico atuam como ligante de ponte unindo dois íons cobre(II) pela
coordenação através do grupo carboxilato (COO
-
). Os átomos de oxigênio ocupam
quatro posições de coordenação do Cu(II) num arranjo quadrado planar, a quinta
posição é ocupada pelo oxigênio da molécula de água e a sexta posição de
coordenação é ocupada pelo outro íon Cu(II)
32
. A distância Cu – Cu é da ordem de
17
2,64 Å, consideravelmente mais longa do que no caso do cobre metálico, que é da
ordem de 2,55 Å.
As propriedades magnéticas dos tetracarboxilatos de Cu(II) evidenciam a
ausência de ligação metal – metal. Como os íons Cu(II) apresentam configuração d
9
com um elétron desemparelhado, uma ligação metal – metal daria origem a um
complexo diamagnético. Entretanto, os tetracarboxilatos de Cu(II) apresentam sinal
no EPR , e um momento magnético da ordem de 1,4 MB por átomo de Cu, a 25°C. O
valor do momento magnético medido é menor do que o momento magnético de spin-
only (1,73 MB), sugerindo a existência de uma interação ou de um acoplamento fraco
entre os elétrons desemparelhados dos dois átomos de Cu do complexo. A interação
é atribuída à sobreposição lateral dos orbitais d
x
2
– y
2
de cada íon Cu(II)
32
.
Figura 5 – (a) Estrutura genérica de um tetracarboxilato de Cu(II) do tipo [Cu
2
(RCOO)
4
(L)
2
],
em que R = ácido aril/fenil alcanóico e L = ligante axial O’ou N’. (b) Representação 3D da
estrutura do acetato de cobre(II) [Cu
2
(CH
3
COO)
4
(H
2
O)
2
].
Os complexos de Cu(II)-FAINEs de fórmula [Cu
2
(RCOO)
4
(L)
2
] apresentam
estrutura dimérica semelhante à do acetato de cobre, enquanto que os complexos
[Cu(RCOO)
2
(L)
2
] apresentam estrutura monomérica do tipo quelato, onde dois
ligantes carboxilatos se coordenam de maneira bidentada ao íon Cu(II) (R = FAINE
do tipo ácido carboxílico como aspirina, indometacina, diclofenaco, ibuprofeno, etc, e
18
L = ligante axial, geralmente moléculas do solvente utilizado na síntese, como dmso,
dmf, H
2
O, etc).
A estrutura do complexo formado, dimérica ou monomérica, vai depender das
propriedades eletrônicas e estéricas dos ligantes carboxilatos e da basicidade dos
ligantes axiais. Em alguns casos, um mesmo ligante orgânico pode gerar um
complexo dimérico ou monomérico, dependendo das condições de síntese e
principalmente do tipo de ligante axial. Por exemplo, a utilização de piridina (py) como
ligante axial leva preferencialmente à formação da espécie monomérica
6
. Como
exemplo cita-se os complexos de Cu(II) com o fármaco Aspirina (Asp), [Cu
2
(Asp)
4
] e
[Cu(Asp)
2
(py)
2
], de estruturas dimérica e monomérica, respectivamente, como
mostrado na Figura 6. As espécies monoméricas podem existir na forma cis ou trans,
entretanto, em geral a espécie trans é formada preferencialmente
6
.
O tipo da estrutura do Cu(II)-FAINE exerce um papel importante nas
propriedades eletrônicas e magnéticas do complexos, bem como em sua atividade
biológica. No caso dos complexos Cu(II)-Asp são observadas diferenças nas
atividades dos complexos, sendo a ação antitumoral mais pronunciada para a
espécie monomérica. No caso da atividade antiinflamatória ocorre o contrário, a
espécie dimérica mostra-se mais efetiva
6
.
Figura 6 – Representação das estruturas dos complexos de Cu(II) com o fármaco Aspirina
(Asp): [Cu
2
(Asp)
4
] (a) e [Cu(Asp)
2
(py)
2
] (b), dimérica do tipo gaiola e monomérica do tipo
quelato, respectivamente. Cores: azul claro – C; vermelho – O ;branco – H; verde – cobre,
azul escuro – N.
19
1.3.2. Ações farmacológicas dos complexos Cu(II)-FAINEs
Sabe-se que indivíduos que sofrem de artrites, alguns tipos de câncer,
diabetes, doenças cardiovasculares e processos inflamatórios crônicos apresentam
elevados níveis de cobre no plasma sanguíneo, e que quando o organismo retorna ao
estado saudável os níveis de cobre também retornam às concentrações normais.
Estes dados sugerem que a redistribuição do cobre ocorre naturalmente pelos
sistemas de defesa do organismo
6
. Outros estudos também mostram que a
deficiência de cobre pode causar um efeito pró-inflamatório no organismo
6
. Um fato
interessante é que em pacientes com doença de Wilson (que leva ao acúmulo de
cobre) praticamente não são relatados casos de artrite remautóide
34
.
Durante muitos anos os Braceletes de cobre foram bastante utilizados para o
tratamento de artrites e inflamações. A eficácia do tratamento pode ser atribuída ao
fato de o cobre metálico não ser bioinerte, e ser solúvel no suor humano e nos fluidos
endometriais. Como exemplos citam-se os dispositivos de cobre intra-uterinos (DIU) e
também estudos realizados em ratos, onde implantes de cobre metálico se
mostraram efetivos no tratamento de inflamações. Acredita-se que os braceletes de
cobre, assim como os implantes, possam ser uma fonte de íons de cobre para o
organismo. De fato, verificam-se perdas de massa da ordem de 2 – 3 mg/dia no caso
dos braceletes e de aproximadamente 50 µg/dia no caso do DIU
22
.
Com base nestas descobertas, e também no fato de os complexos de cobre
com FAINEs serem frequentemente mais efetivos e menos tóxicos do que as drogas
orgânicas, propõe-se que complexos de cobre possuem propriedades medicinais que
são fundamentais para os processos de cura
6
.
O desenvolvimento de metalofármacos antiinflamatórios do tipo Cu(II)-FAINEs,
baseia-se, de um modo geral, na preparação de compostos que apresentem maior
eficácia terapêutica e menor toxicidade do que a droga orgânica. A atividade
20
antiinflamatória e a menor toxicidade gástrica desses compostos ainda não são
totalmente elucidadas, podendo resultar de uma série de fatores ou da combinação
deles. Em um artigo de revisão publicado recentemente
31
R. Cini propõe os seguintes
fatores como possíveis responsáveis pela ação farmacológica dos complexos Cu(II)-
FAINEs: 1) a intrínseca atividade antiinflamatória do complexo Cu(II)-FAINE; 2)
efeitos sinérgicos entre a droga orgânica e o resíduo do complexo metálico, uma vez
que o complexo pode sofrer decomposição no meio biológico; 3) proteção da droga
orgânica contra degradação enzimática no meio biológico, uma vez que quando
complexado o FAINE encontra-se fortemente ligado ao(s) núcleo(s) metálico(s); 4)
neutralização da carga negativa do FAINE pela formação do complexo metálico; 5) a
ideal combinação entre hidrofobicidade/hidrofilicidade de modo a facilitar a
solubilidade no meio biológico; e por fim: 6) melhora no processo de transporte
através das membranas celulares.
A função do cobre no processo inflamatório ainda é uma questão em debate,
porém, acredita-se que esteja relacionada à sua atividade redox, principalmente na
rota do cobre na atividade da metaloenzima superóxido dismutase (SOD)
6
. Durante o
processo inflamatório espécies reativas de oxigênio (ROS – reactive oxygen species)
são produzidas de modo incontrolado, danificando o tecido. Sabe-se que diversos
compostos antioxidantes exibem atividade antiinflamatória. Além disso, estresse
oxidativo é um importante componente patogênico da ulceração gastrointestinal
33
.
O papel da SOD no processo inflamatório ganhou atenção devido ao
envolvimento do radical superóxido (O
2
-•
) no desenvolvimento de artrites. O radical
superóxido, produto da redução de um elétron do oxigênio, é gerado em organismos
aeróbicos espontaneamente e como resultado de processos metabólicos. A SOD de
Cu e Zn (Cu-Zn SOD) catalisa a dismutação do ânion superóxido a oxigênio
molecular (O
2
) e peróxido de hidrogênio (H
2
O
2
), como segue: 2 O
2
-•
+ 2H
+
Æ O
2
+ H
2
O
2
.
21
O radical superóxido pode levar à degradação do ácido hialurônico, que é uma
substância essencial na manutenção interna das juntas e articulações, mantendo o
volume e a lubrificação dos tecidos. A dor diretamente associada à artrose afeta o
doente quando as articulações experimentam uma redução na concentração de ácido
hialurônico. Desta forma, a literatura tem relatado a utilização clinica da SOD no
tratamento da inflamação em animais. A SOD também está presente nos tecidos da
mucosa gástrica, a fim de proteger a mucosa contra danos causados pelo radical
superóxido
6
.
Complexos de Cu(II) com FAINEs, além de apresentarem significativa
atividade antiinflamatória, também mimetizam a função da SOD. O complexo
[Cu
2
(Indo)
4
(Dmf)
2
], por exemplo, apresenta uma alta atividade SOD, que é
diretamente relacionada à menor atividade ulcerogênica deste complexo
30
.
Outro fator importante na atividade farmacológica dos Cu(II)-FAINEs diz
respeito à estabilidade da estrutura dos complexos no meio biológico. Em ratos, por
exemplo, poucos complexos de cobre apresentam atividade antiinflamatória quando
administrados oralmente. Ao contrário, quando estes mesmos complexos são
administrados por via subcutânea, mostram-se potentes antiinflamatórios. Essas
diferenças são atribuídas à labilidade apresentada pelos complexos em meio ácido.
Quando administrados oralmente, o ácido clorídrico presente no estômago pode
promover a dissociação da estrutura do complexo de cobre pela protonação dos
ligantes carboxilatos
34
.
Muitos esforços têm sido realizados para tentar compreender as propriedades
antiinflamatórias e ulcerogênicas dos complexos Cu(II)-FAINEs, mas nenhuma
conclusão definitiva foi obtida até o momento
6
. Enquanto não for totalmente elucidado
o papel dos íons cobre no processo inflamatório será improvável a compreensão do
mecanismo de ação dos complexos Cu(II) – FAINEs.
22
1.3.3. Aplicações comerciais de complexos Cu(II)-FAINEs
Entre os anos 40 e 70 compostos de cobre foram usados no tratamento de
artrites. Entretanto, a aceitação desse tipo de terapia foi inibida pelo concomitante
desenvolvimento dos antiinflamatórios orgânicos derivados da aspirina
34
.
Entre 1970 e 1980 foram comercializados na Austrália dois medicamentos
antiinflamatórios para aplicação tópica em humanos, uma formulação contendo um
complexo de cobre(II)–salicilato e álcool (Alculsal
®
) e outra contendo um complexo de
cobre(II)–salicilato–dmso e glicerol (Dermcusal
®
). Entretanto, em razão de problemas
dermatológicos causados pelos medicamentos a produção e comercialização deles
foi interrompida.
Atualmente, encontra-se no mercado complexo Cu(II)–FAINE de indometacina
contendo N,N – Dimetilformamida como ligante axial, [Cu
2
(Indo)
4
(Dmf)
2
, ou Cu-Indo.
Este complexo possui atividade antiinflamatória semelhante à da indometacina com a
vantagem de apresentar efeitos colaterais sobre o trato gastrointestinal bastante
reduzidos
30
. Sua aprovação para fins veterinários ocorreu em 1992 e desde então
vem sendo produzido pela empresa australiana Nature Vet com o nome de Cu-
Algesic
®
, e comercializado na Austrália, Nova Zelândia e África do Sul para o
tratamento de inflamações músculo-esqueletal/locomotora em cães e cavalos. É
interessante ressaltar que a Indometacina não pode ser administrada em cães, pois
provoca uma hemorragia fatal, já o complexo Cu-Indo pode ser seguramente
administrado desde que dentro das doses terapêuticas indicadas.
Mais recentemente a companhia australiana Medical Therapies Limited,
juntamente com pesquisadores do Centre for Heavy Metals Research da
Universidade de Sydney, estão buscando desenvolver novas formulações contendo o
complexo Cu-Indo, registrado sob o nome de Cuprindo
®
, com vistas à aplicação em
seres humanos. O complexo Cu-Indo também foi testado com sucesso para o
tratamento de melanoma.
23
1.4. Hidróxidos Duplos Lamelares (HDLs)
Uma das alternativas para reduzir os danos gástricos provocados pela
ingestão de FAINEs é a administração concomitante de antiácidos estomacais. Uma
outra possibilidade é o desenvolvimento de sistemas de liberação controlada, onde a
liberação lenta e gradual levaria à diminuição de altas concentrações da droga no
plasma, reduzindo assim sua toxicidade
35
. Além disso, a nano ou micro encapsulação
de FAINEs também pode diminuir danos gástricos provocados por efeitos tópicos
causados pelo contato direto com a mucosa gástrica
36
.
Os hidróxidos duplos lamelares são os únicos materiais que unem essas duas
propriedades, pois além de apresentarem aplicações medicinais como antiácidos
estomacais também podem ser utilizados como matriz inorgânica para liberação
controlada de drogas
18
.
HDLs pertencem à classe de materiais denominados argilas aniônicas. O
estudo desses materiais se iniciou com a descoberta do mineral Hidrotalcita na
Suécia em 1842. O mineral recebeu este nome, pois, depois de triturado adquire um
aspecto físico semelhante ao do talco. A síntese de HDLs em laboratório foi
alcançada em 1930, pela reação de soluções diluídas dos respectivos sais metálicos
com base, e após a segunda guerra mundial iniciaram-se estudos sintéticos e
estruturais dessa classe de materiais, assim como estudos a respeito de suas
propriedades
37
.
A estrutura dos HDLs foi inicialmente descrita como uma “estrutura de duplas
camadas”, onde uma camada do hidróxido de um cátion estaria intercalada com a
camada do hidróxido do outro cátion. Entretanto, estudos difração de raios X de um
monocristal de Piroaurita mostraram que todos os cátions encontram-se localizados
na mesma camada, enquanto os ânions, juntamente com moléculas de água,
encontram-se localizados entre camadas adjacentes
38
.
24
A estrutura de um HDL pode ser descrita com base na estrutura de outro
mineral de ocorrência natural, a Brucita (Hidróxido de magnésio – Mg(OH)
2
). Nesta,
cada cátion Mg
2+
se coordena a seis grupos hidroxilas formando estruturas
octaédricas, que por sua vez compartilham seus vértices formando lamelas ou folhas.
Com a substituição de cátions M
2+
por cátions M
3+
as lamelas tornam-se
positivamente carregadas e a estabilização da estrutura é alcançada pelo
aprisionamento de ânions entre lamelas adjacentes
37
. A composição de Hidróxidos
Duplos Lamelares pode ser representada pela fórmula geral:
[M
2+
1-x
M
3+
x
(OH)
2
]
x+
(A
n-
)
x/n
·yH
2
O, onde M
2+
= cátion divalente como Mg, Mn, Fe,
Co, Ni, Cu, Zn e Ca; M
3+
= cátion trivalente como Al, Cr, Mn, Fe, Ga, Co, Ni e A
n-
é o
ânion aprisionado na região interlamelar
38
. A representação da estrutura de um HDL
é mostrada na Figura 7.
HDLs com diversas razões M
2+
/M
3+
e com diferentes ânions A
n-
podem ser
preparados em laboratório, entretanto, considerando os HDLs de ocorrência natural,
são verificadas poucas variações de cátions sendo o íon carbonato o ânion
predominante, pois é o que leva à maior estabilização da estrutura lamelar
37
. O
mineral Hidrotalcita, por exemplo, apresenta composição: [Mg
3
Al(OH)
8
](CO
3
)
0.5
·4H
2
O.
Figura 7 – Representação esquemática da estrutura de um Hidróxido Duplo Lamelar de
fórmula [M
2+
1-x
M
3+
x
(OH)
2
]
x+
(A
n-
)
x/n
·yH
2
O, com M = íon metálico e A
n-
é o ânion que ocupa a
região interlamelar.
25
Para facilitar a compreensão do texto, algumas terminologias tipicamente
empregadas no estudo de HDLs e que serão bastante utilizadas nessa tese são
definidas na Figura 8.
Figura 8 – Definições de terminologias tipicamente empregadas no estudo de hidróxidos
duplos lamelares.
1.4.1. Aplicações medicinais de Hidróxidos Duplos Lamelares
Os HDLs são materiais versáteis e vêm sendo explorados como catalisadores,
principalmente para reações de hidrogenação e polimerização; como suporte de
catalisadores para síntese orgânica; como trocadores aniônicos e/ou absorventes
para uso ambiental e também em farmacologia
37
.
Dentro do contexto da farmacologia HDLs são materiais promissores, pois são
biocompatíveis, além de apresentarem propriedades medicinais
18
. A Hidrotalcita, por
exemplo, é um antiácido estomacal disponível comercialmente com o nome de
Talcid
®
, utilizada para o tratamento de distúrbios gastrintestinais relacionados com a
excreção de excesso de ácido gástrico como, por exemplo, úlcera gástrica, úlcera
duodenal, gastrites, etc. As propriedades antiácidas são atribuídas ao caráter básico
destes compostos, que geralmente apresentam capacidade tamponante por volta de
pH 4,0
37
. Além de ser utilizado como antiácido, o Talcid
®
também apresenta eficácia
26
no tratamento de ulcerações causadas pela bactéria H. pylori. A bactéria danifica a
mucosa gástrica principalmente pela produção da citotoxina VacA, que provoca a
inflamação das células epiteliais do estômago, e também pela liberação da enzima
urease, essencial para a sobrevivência da bactéria (a bactéria libera urease para
degradar uréia em amônia, protegendo-se assim contra o pH gástrico extremamente
ácido). A Hidrotalcita promove a adsorção de todas as proteínas excretadas pela
bactéria, incluindo a VaCA e a urease, removendo assim as causas que levam aos
danos gástricos. A remoção da urease também pode levar à morte da bactéria
12
.
Interações entre moléculas biologicamente ativas, como fármacos, por
exemplo, com HDLs podem afetar a biodisponibilidade das drogas. Essa alteração
pode ser aproveitada farmacologicamente para modificar fatores como
farmacocinética
i
e solubilidade, e também para direcionar o fármaco a alvos
específicos do organismo, como sítios de inflamação e tumores. Desta forma, mais
recentemente, HDLs passaram a ser explorados como matrizes inorgânicas para
sistemas de liberação controlada de drogas e também como carregadores de material
biologicamente ativo
18
.
A estrutura dos HDLs possibilita a utilização dessa classe de materiais como
hospedeiros de espécies neutras ou negativamente carregadas, através de adsorção
das espécies neutras nas superfícies externas, ou pela intercalação de espécies
aniônicas entre as lamelas. Em razão de suas propriedades medicinais, e também de
suas características estruturais, diversos compostos biologicamente ativos já foram
imobilizados em diferentes tipos de HDLs, como vitaminas, ácidos graxos, porfirinas,
material genético e drogas
18,39,40
. O objetivo é preparar materiais híbridos que
possam levar à estabilização de biomoléculas, ao aumento da solubilidade e também
à liberação controlada por alterações de pH e/ou troca iônica.
i
Farmacocinética é o caminho que o medicamento faz no organismo. São as etapas que a droga
sofre desde a administração até a excreção, que são:absorção, distribuição, biotransformação e
excreção
17
.
27
No caso de drogas antiinflamatórias soma-se outra vantagem: a união das
propriedades antiinflamatórias dos FAINEs às propriedades antiácidas dos HDLs. Os
FAINEs são moléculas ideais para serem imobilizadas em HDLs pois, sendo em sua
grande maioria ácidos carboxílicos, podem atuar como contra-íons de hidróxidos
duplos lamelares na forma de carboxilatos e serem intercalados entre as lamelas do
HDL. Entre os diversos FAINEs já imobilizados em HDLs citam-se: aspirina
41
,
indometacina
42
, ibuprofeno
43
, diclofenaco
44
, fenbufeno
45
, naproxeno
41
, entre outros
18
.
Os novos materiais híbridos obtidos pela imobilização de FAINEs em HDLs
apresentam-se como promissores sistemas de liberação controlada das drogas. Além
disso, no caso do fármaco Indometacina
42
, por exemplo, testes de ulceração
realizados em camundongos mostraram que a intercalação do fármaco entre as
lamelas do HDL leva à redução significativa da toxicidade gástrica.
Recentemente foi publicado um artigo de revisão
18
trazendo uma extensa lista
de patentes envolvendo aplicações medicinais de hidróxidos duplos lamelares, não
só aplicações clássicas para uso tópico ou oral, mas também em terapia de câncer e
aplicações em biosensores, demonstrando a importância dessa classe de materiais
na área medica atual.
28
2
2
.
.
O
O
B
B
J
J
E
E
T
T
I
I
V
V
O
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S
S
D
D
O
O
T
T
R
R
A
A
B
B
A
A
L
L
H
H
O
O
Os principais objetivos do presente trabalho são investigar complexos de cobre
com fármacos antiinflamatórios não-esteróides e promover a associação de
complexos Cu(II)-FAINEs com o hidróxido duplo lamelar Hidrotalcita. Além do ponto
de vista químico e estrutural, a preparação de materiais do tipo Cu(II)-
FAINEs/Hidrotalcita é interessante também do ponto de vista farmacológico, pois
unem às propriedades antiinflamatórias dos metalofármacos às propriedades
antiácidas da Hidrotalcita. Além disso, os novos materiais híbridos podem ser
potenciais sistemas de liberação controlada dos metalofármacos mediados por
alterações de pH.
O trabalho descreve: (1) a síntese e a caracterização de complexos do tipo
Cu(II)-FAINEs com os fármacos indometacina, ibuprofeno, naproxeno, sulindaco e
meloxicam; (2) a preparação de materiais híbridos contendo esses complexos
imobilizados em hidróxido duplo lamelar; (3) a investigação da influência da
imobilização em HDL sobre a estabilidade de alguns dos complexos em condições
gástricas simuladas (pH e temperatura do estômago) e (4) sobre a atividade biológica
de sistemas contendo indometacina.
212
5
5
.
.
C
C
O
O
N
N
C
C
L
L
U
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S
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A
Ç
Ç
Õ
Õ
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E
S
S
F
F
I
I
N
N
A
A
I
I
S
S
Com o objetivo de contribuir para ampliar os estudos sobre o desenvolvimento
de metalofármacos e de compostos que apresentem menor toxicidade
gastrointestinal do que os fármacos antiinflamatórios não-esteróides, nesse trabalho
foram investigados complexos de Cu(II)-FAINEs e suas imobilizações no hidróxido
duplo lamelar Hidrotalcita.
Para o estudo foram selecionados alguns complexos de Cu(II) já conhecidos
da literatura com os fármacos ibuprofeno, indometacina e naproxeno e também foram
sintetizados e caracterizados complexos inéditos com os fármacos sulindaco e
meloxicam. Os métodos de síntese utilizados levaram à obtenção de compostos com
estrutura dimérica do tipo gaiola para os complexos Cu-Indo, Cu-Sulin, Cu-Ibp e Cu-
Npx. Nestas estruturas, quatro moléculas dos fármacos atuam como ligantes de
ponte unindo dois íons Cu(II) pela coordenação através dos grupos carboxilato. No
caso do Cu-HMelox, obteve-se um composto monomérico do tipo quelato. Nesta
estrutura, duas moléculas do ânion HMelox coordenam-se de forma bidentada ao íon
Cu(II), pelos átomos oxigênio do grupo carbonílico e nitrogênio do anel tiazólico.
Estudos preliminares sobre a imobilização dos complexos em Hidrotalcita
revelaram resultados surpreendentes, tal como a intercalação de espécies neutras
entre as lamelas do HDL. Para tentar entender esses resultados, realizou-se uma
investigação do comportamento da Hidrotalcita na mistura de solventes Etanol/
N,N-
Dimetilformamida, que estava sendo empregada nos experimentos de imobilização.
Os estudos permitiram verificar que em uma mistura 1:1 (v/v) desses solventes ocorre
esfoliação direta do HDL-carbonato. O simples tratamento da Hidrotalcita com essa
mistura leva à descarbonatação do HDL e à formação de uma dispersão coloidal
213
estável. Esses processos são promovidos pela hidrólise da Dmf, que ocorre em meio
básico, gerando íons formiato. Os íons formiato substituem os íons carbonato e as
lamelas são esfoliadas. Dessa forma, a esfoliação da Hidrotalcita em Etanol/Dmf
mostrou-se como um interessante processo para a obtenção de sistemas contendo
espécies neutras e volumosas, como os complexos Cu(II)-FAINEs, intercaladas em
HDL.
Os resultados obtidos nos experimentos de imobilização realizados na mistura
Etanol/Dmf mostraram que, de fato, os complexos Cu-Indo, Cu-HMelox e Cu-Sulin
são intercalados entre as lamelas do HDL. Nestes materiais híbridos Cu(II)-
FAINE/HDL também ocorre intercalação de íons formiato juntamente com os
complexos, de modo a contra-balancear as cargas positivas das lamelas. Os
complexos Cu-Ibp e Cu-Npx, em condições similares, entretanto, são adsorvidos nas
superfícies externas do HDL. Uma possível explicação para as diferenças observadas
quanto ao tipo de imobilização dos complexos investigados,
é a estrutura dos
fármacos ligantes. As moléculas dos FAINEs indometacina, meloxicam e sulindaco
apresentam grupos funcionais que são capazes de interagir com as lamelas, como
por exemplo, por meio de ligações de hidrogênio com as hidroxilas do HDL. Já os
ligantes Ibuprofeno e naproxeno não apresentam grupos funcionais livres, e dessa
forma, a intercalação dos complexos não seria favorecida, observando-se apenas a
adsorção nas superfícies do HDL.
Estudos em meio aquoso simulando o pH do estômago mostraram que
complexos Cu(II)-FAINEs se dissociam em meio ácido, gerando íons Cu
2+
(aq)
e os
correspondentes fármacos orgânicos. Contudo, quando os complexos estão
intercalados no HDL, suas estruturas mantêm-se preservadas, nas mesmas
condições, no intervalo de tempo investigado (30 min).
O acompanhamento da variação de pH em função do tempo mostrou que os
materiais híbridos Cu(II)-FAINEs/HDL apresentam boa capacidade tamponante.
214
Assim, a propriedade antiácida da Hidrotalcita é mantida mesmo após a intercalação
dos complexos, provavelmente em razão da presença de íons carbonato que
permanecem na composição final dos materiais híbridos.
Os estudos realizados
in vivo para os sistemas contendo indometacina
apresentaram resultados bastante interessantes. O material contendo o complexo
Cu-Indo intercalado no HDL, Cu-Indo/HDL
int
, apresenta atividade analgésica superior
à da indometacina e a do metalofármaco Cu-Indo. Ao contrário, o material contendo o
complexo Cu-Indo adsorvido nas superfícies externas do HDL, Cu-Indo/HDL
ads
,
praticamente não apresenta ação analgésica. Nos testes de ulceração, o material
contendo o Cu-Indo intercalado no HDL também apresentou resultados superiores ao
da indometacina livre e ao do Cu-Indo. Apesar de o Cu-Indo/HDL
ads
apresentar 7
vezes mais HDL (em massa) do que o Cu-Indo/HDL
int,
o material contendo o
complexo adsorvido não apresentou resultados 7 vezes melhores do que o material
contendo o complexo intercalado. Além disso, também foi observado que o Cu-
Indo/HDL
ads
praticamente não apresenta atividade analgésica. Comparando os
resultados obtidos para o material Cu-Indo/HDL
int
e para sua respectiva mistura física,
apesar de a quantidade de CO
3
2-
na mistura física ser maior do que no material
híbrido (isso porque na mistura física o complexo não está intercalado, e sim
misturado mecanicamente à Hidrotalcita), o Cu-Indo/HDL
int
apresentou resultados
significativamente melhores. Isso sugere que o menor índice de ulceração não se
deve somente ao efeito antiácido da Hidrotalcita, mas que a interação que ocorre
entre a matriz e o complexo também deve ter papel importante. Já no caso da
atividade antiedematogênica, os resultados obtidos mostram que o material Cu-
Indo/HDL
int
apresenta atividade antiinflamatória semelhante a do complexo Cu-Indo,
com a vantagem de reduzir ainda mais o número de úlceras, conforme mostrado nos
testes de atividade ulcerogênica.
215
Os ensaios farmacológicos mostraram, portanto, que as atividades
farmacológicas do complexo Cu-Indo são influenciadas pelo tipo de sua imobilização
no HDL. Resultados promissores foram obtidos para o material Cu-Indo/HDL
int
, que
apresentou boa atividade antiinflamatória e ulceração reduzida em relação a do
complexo [Cu
2
(Indo)
4
(Dmf)
2
] e a do fármaco orgânico HIndo. Este comportamento
pode ser explicado levando-se em conta os seguintes aspectos: (i) a estabilização da
estrutura do complexo Cu-Indo nas condições de pH do estômago pela sua
intercalação entre as lamelas do HDL, evitando assim que ocorra dissociação na
forma de HIndo, mais tóxica. Além disso, sabe-se que a estrutura dos complexos
exerce um papel essencial na atividade biológica de complexos binucleares de Cu(II)
com FAINEs
6
(ii) a manutenção das propriedades antiácidas do HDL (capacidade
tamponante, pH ~ 4); (iii) a associação com a Hidrotalcita pode levar ao aumento da
biodisponilbilidade da droga, uma vez que HDLs podem atuar como sistemas de
liberação controlada mediados por alterações de pH
18
e também podem levar ao
aumento da solubilidade de drogas hidrofóbicas
91
, como é o caso do complexo Cu-
Indo.
De uma maneira geral, os resultados obtidos neste trabalho mostraram que a
intercalação do complexo Cu(II)-FAINE exerce influência na resposta farmacológica,
levando à potencialização da atividade analgésica e à diminuição da toxicidade
gástrica.
Esses estudos, portanto, abrem novas perspectivas para o
design de novas
formulações contendo metalofármacos de Cu-FAINEs que apresentem reduzidos
efeitos colaterais como os danos gastrointestinais
216
6
6
.
.
R
R
E
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Á
F
F
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APÊNDICE 1 – Identificação dos resíduos de decomposição térmica dos
complexos Cu(II)-FAINEs
Os sólidos de cor preta, obtidos após a decomposição térmica dos complexos
Cu(II)-FAINEs nas mesmas condições utilizadas nas análise térmicas TG (aquecimento
até 900°C – 10°C/min, em ar) (Figura A1) foram identificados por análise DRX como
CuO
1
. Todos os resíduos apresentaram o mesmo padrão de difração (Figura A2).
Figura A1 – Fotografias mostrando os complexos Cu-Ibp, Cu-Npx, Cu-Indo, Cu-Sulin e Cu-
HMelox, e seus respectivos resíduos obtidos após suas decomposições térmicas.
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Intensidade (cps)
2θ (graus)
Figura A2 – Difratograma típico dos resíduos de decomposição térmica dos complexos Cu(II)-
FAINEs.
1
Material Specification – Copper Oxide (Tenorite – CuO). Obtido em: Nano-Size Ltd. – Advanced
Materials Processing. In: www.nano-size.com
(acessado em 25/07/2007).
A2
APÊNDICE 2 – Doenças Neurodegenerativas associadas ao alumínio e ao
cobre
Além dos hidróxidos duplos lamelares, outros compostos de alumínio são
utilizados tanto em medicina terapêutica quanto em medicina preventiva, podendo-se
citar o extensivo uso de Al(OH)
3
como adjuvante em vacinas e também como
componente de formulações utilizadas como antiácidos estomacais.
Apesar das positivas aplicações medicinais de compostos de alumínio a ingestão
excessiva deste metal pode causar efeitos adversos. Entre outras manifestações
clínicas, são observadas alterações no metabolismo de cálcio e fosfato, resultando em
danos aos ossos. Porém, a maior preocupação com relação a ingestão excessiva de
alumínio se refere a doenças neurodegenerativas, como o mal de Alzheimer.
O mal de Alzheimer é uma doença neurodegenerativa progressiva que
gradualmente leva o paciente à perda de memória e da razão. Durante as décadas de
1960 e 1970 o alumínio emergiu como uma possível causa da doença. Essa teoria
surgiu após estudos realizados nos anos 60 que mostravam que ao se expor cérebros
de coelhos a alumínio, causavam-se danos degenerativos que apresentavam alguma
similaridade com o mal de Alzheimer. Esta suspeita levantou questões a respeito da
exposição a fontes diárias de alumínio, como potes, panelas, latas de bebidas e
antiácidos estomacais. Muita pesquisa foi realizada nos últimos 40 anos buscando
confirmar o papel do alumínio na doença, entretanto, todos os estudos falharam,
gerando muitos resultados contraditórios. Atualmente, a própria Alzheimer’s
Association
©
considera a relação entre o alumínio e a doença um mito, e outras
possíveis causas do mal de Alzheimer vêm sendo investigadas
2
.
2
Alzheimer’s Association©, Aluminum and Alzheimer’s disease, fact sheet, 2006, In: http://www.alz.org/
(acessado em 29/03/2007).
A3
No caso do cobre, também existem controvérsias a respeito do papel deste metal
no desenvolvimento de doenças neurodegenerativas. No caso do mal de Alzheimer, por
exemplo, o cobre parece estar envolvido numa série de processos relacionados à
progressão da doença, entretanto, existe uma séria controvérsia a respeito do excesso
de cobre estar envolvido ou não com a doença. Por exemplo, em estudos realizados
com coelhos que receberam suplementação com cobre foi constatado aumento na
deficiência de aprendizagem dos animais. Já em outro estudo realizado com ratos, a
suplementação com cobre aumentou a longevidade dos animais e nenhum problema
cognitivo foi constatado.
Por ser um elemento essencial para a manutenção da vida, o processo de
evolução desenvolveu mecanismos de estocagem de cobre no fígado, a fim de manter o
equilíbrio do metal durante períodos de deficiência na dieta. No fígado, o cobre é
armazenado ligando-se à metalotioneína. Já no plasma sanguíneo 90% do cobre
encontra-se covalentemente ligado à ceruloplasmina enquanto que os 10%
remanescentes é o chamado “cobre livre”. O termo “livre” não significa que o cobre está
necessariamente livre, mas se refere a uma quantidade de cobre que se encontra ligado
mais fracamente à albumina e a outras moléculas presentes no plasma. Esse cobre livre
produz espécies reativas de oxigênio (ROS) durante o decorrer da vida, e uma hipótese
bastante aceita atualmente é que os danos neurodegenerativos associados à velhice
estão relacionados à produção de ROS.
A respeito da relação entre elementos essenciais como o cobre com doenças
associadas à velhice, alguns fatores devem ser levados em conta: o ser humano nunca
viveu tanto, e pouco se sabe ainda sobre a real influência de elementos essenciais
sobre organismos mais velhos. O processo de seleção natural buscou otimizar a saúde
e a sobrevivência somente durante a idade reprodutiva. Ou seja, concentrações de
determinados elementos que são essenciais para um organismo jovem podem ser
danosas para um organismo com mais de 50 anos, período esse onde doenças
A4
relacionadas a idade começam a surgir. Infelizmente até o presente momento doenças
como o mal de Alzheimer ainda não tem cura, e nem existem remédios que possam
frear ou diminuir a progressão da doença. Muita pesquisa ainda precisa ser feita para
que as reais causas da doença sejam conhecidas e compreendidas.
SÚMULA CURRICULAR
Claudia Regina Gordijo
Data de nascimento: 21 de Setembro de 1979
Local de Nascimento: São Bernardo do Campo – SP, Brasil
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Março/2004 – Outubro/2007 Candidata a Doutora em Química Inorgânica
Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil
Profa. Dra. Denise de Oliveira Silva,Orientadora
Setembro/2001 – Dezembro/2005 Química - Licenciatura
Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil
Fevereiro/2000 – Dezembro/2003 Química - Bacharelado
Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil
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Laboratório de Química Inorgânica Sintética e Estrutural – Bioinorgânica e
Metalofármacos, Instituto de Química, Universidade de São Paulo, Brasil.
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Suporte Financeiro: FAPESP
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Laboratório de Química Inorgânica Sintética e Estrutural, Instituto de Química,
Universidade de São Paulo, Brasil.
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Suporte Financeiro: CNPq
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: I.N.P.I/SP Protocolo número
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E. Toma, V. R. L. Constantino, K. Araki e D. O. Silva.
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Projeto de Doutorado Direto financiado pela Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado
de São Paulo: “Estudo de complexos de cobre com fármacos antiinflamatórios”.
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Primeiro lugar no 10° Prêmio Abrafati-Petrobrás de Ciências em Tintas para o trabalho
intitulado “Pigmentos termocromáticos baseados em nanopartículas de ouro
incorporadas em matrizes inorgânicas”. Autores: Autores: L. D. Bonifácio, C. R. Gordijo,
V. R. L. Constantino, K. Araki, D. O. Silva e H. E. Toma.
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Menção-Honrosa de trabalho no 14th Siicusp – Simpósio Internacional de Iniciação
Científica da Universidade de São Paulo, para o trabalho intitulado “Imobilização de um
complexo cobre-sulindaco em hidrotalcita”. Autores: R. A. Torres, C. R. Gordijo, V. R. L.
Constantino, D. O. Silva.
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Participação no Programa de Aperfeiçoamento de Ensino – PAE, da Universidade de
São Paulo, como estagiária/bolsista.
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Contemplada com bolsa institucional de Doutorado pelo Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico como primeira colocada no exame de
admissão para o programa de pós-graduação na área de Química Inorgânica do
Instituto de Química da Universidade de São Paulo.
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XX Semana da Química, Instituto de Química, Universidade de São Paulo, Brasil, para o
trabalho intitulado “Imobilização das drogas Ibuprofeno e Naproxeno e de seus
complexos Cu(II)-dmso em Hidróxido Duplo Lamelar” Autores: C. R. Gordijo, V. R. L.
Constantino, D. O. Silva.
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Três anos consecutivos contemplada com bolsa Institucional de Iniciação Científica pelo
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico com o projeto de
pesquisa “Síntese e Caracterização de Complexos de Cobre com Fármacos”.
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Colaboração na supervisão de alunos de iniciação científica
orientados pela Profa. Dra. Denise de Oliveira Silva: total de 6
alunos de Iniciação Científica, desenvolvendo projetos de pesquisa.
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Monitor de laboratório para os alunos do 1° ano do curso de
Química no Instituto de Química da Universidade de São Paulo na
disciplina “Química dos Elementos”.
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Monitor de laboratório e teoria para os alunos do 1° ano do curso de
Oceanografia no Instituto de Química da Universidade de São Paulo
na disciplina “Química Geral e Inorgânica Básica”.
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Professor de Química visitante em algumas escolas de ensino
médio como parte do curso de Licenciatura em Química da
Universidade de São Paulo.
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C. R. Gordijo, V. R. L. Constantino, D. O. Silva, “Hydrotalcite intercalated copper-
indomethacin: a novel metal-based anti-inflammatory drug/layered double hydroxide
hybrid” In: XIII ICBIC – 13th International Conference on Biological Inorganic Chemistry,
2007, Vienna, Áustria (Poster).
C. R. Gordijo, D. O. Silva, “Estabilidade, em pH Gástrico, de Metalofármacos
Antiinflamatórios de Cobre e de seus Produtos de Imobilização no Antiácido Hidrotalcita”
In: 30
a
Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química, 2007, Águas de Lindóia, SP,
SP, Brasil (Poster).
D. J. Martins, R. A. Torres, C. R. Gordijo, D. O. Silva, “Estudo das Interações de Cobre
e de Zinco com o Fármaco Antiinflamatório Sulindaco” In: 30
a
Reunião Anual da
Sociedade Brasileira de Química, 2007, Águas de Lindóia, SP, SP, Brasil (Poster).
C. R. Gordijo, V. R. L. Constantino, D. O. Silva, “Descarbonatação e Esfoliação de
Hidrotalcita em Misturas dos Solventes N,N-Dimetilformamida e Etanol” In: 30
a
Reunião
Anual da Sociedade Brasileira de Química, 2007, Águas de Lindóia, SP, SP, Brasil
(Poster).
C. R. Gordijo, V. R. L. Constantino, A. M. C. Ferreira, D. O. Silva, “Copper complex of
the anti-inflammatory drug meloxicam: synthesis, characterization and immobilization on
hydrotalcite” In: 37
th
ICCC – International Conference of Coordination Chemistry, 2006,
Cape Town, South Africa (Poster).
L. D. Bonifacio, C. R. Gordijo, V. R. L. Constantino, D. O. Silva, P. K. Kiyohara, K. Araki,
H. E. Toma “Optical writing with thermochromic hydrotalcite supported gold
nanoparticles” In: 37
th
ICCC –International Conference of Coordination Chemistry, 2006,
Cape Town, South Africa (Poster).
C. R. Gordijo, A. L. B. Formiga, D. O. Silva,A novel Cu(II)-meloxicam metallodrug and
a hybrid system to release the drug unchanged at stomach normal pH” In: XIII Brazilian
Meeting on Inorganic Chemistry, 2006, Fortaleza, CE, Brazil (Poster).
C. R. Gordijo, A. L. B. Formiga, D. O. Silva,Semi-empirical Quantum Chemical Study
of the Anti-inflammatory Drug Meloxicam and its Copper Complex” In: XIII Brazilian
Meeting on Inorganic Chemistry, 2006, Fortaleza, CE, Brazil (Poster).
C. R. Gordijo, R. A. Torres, V. R. L. Constantino, D. O. Silva, “Nova Geração de
Fármacos: Concepção e Desenvolvimento de Metalofármacos e Sistemas de Liberação
de Fármacos Metalados” In: “TECNOLOGIA NA INDÚSTRIA QUÍMICA” ABIQUIM: -3º.
Seminário ABIQUIM de Tecnologia - ABEQ: -II Encontro Brasileiro sobre Tecnologia na
Indústria Química-ENBTEQ, 2006, São Paulo, SP, Brasil (Poster).
R. A. Torres, C. R. Gordijo, V. R. L. Constantino, D. O. Silva, “Imobilização de um
complexo cobre-sulindaco em hidrotalcita” In: 14th Siicusp – Simpósio Internacional de
Iniciação Científica da Universidade de São Paulo, 2006, São Paulo, SP, Brasil (Poster).
C. R. Gordijo, V. R. L. Constantino, A. M. C. Ferreira, D. O. Silva, “O Antiácido
Estomacal Hidrotalcita como Carregador de um Metalofármaco de Cu(II)-Indometacina”
In: 28
a
Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química, 2005, Poços de Caldas, MG,
SP, Brasil (Poster).
C. R. Gordijo, V. R. L. Constantino, D. O. Silva, “Synthesis and Characterization of a
New Hydrotalcite-like Material containing Intercalated Formate Ions” In: The 2005
Brazilian MRS Meeting/IV Encontro da SBPMat , 2005, Recife, PE, Brazil (Poster).
C. R. Gordijo, V. R. L. Constantino, D. O. Silva, “Interação do Fármaco Indometacina e
de seu complexo de Cu(II)-dmf com Hidróxido Duplo Lamelar” In: 27ª Reunião Anual da
Sociedade Brasileira de Química/XXVI Latin-American Chemistry Meeting, 2004,
Salvador, BA, Brasil (Poster).
C. A. S. Barbosa, C. R. Gordijo, D. O. Silva, V. R. L. Constantino, “Exploring synthetic
routes to prepare biocompatibles layer double hydroxides intercalated with species of
pharmaceutical use” In: The 2004 Brazilian MRS Meeting/ III Encontro da SBPMat ,
2004, Foz do Iguaçu, PR, Brazil (Poster).
C. R. Gordijo, V. R. L. Constantino, D. O. Silva, “Investigation of synthetic routes for
immobilization of a copper(II)-indomethacin complex on hydrotalcite” In:, XII Brazilian
Meeting on Inorganic Chemistry / II Joint Brazilian/Italian Meeting on Inorganic
Chemistry, 2004, São Carlos, SP, Brazil (Oral e Poster).
C. R. Gordijo, V. R. L. Constantino, D. O. Silva, “Imobilização dos fármacos Ibuprofeno
e Naproxeno e de seus complexos de Cu(II)-dmso em Hidróxido Duplo Lamelar” In: 11th
Siicusp – Simpósio Internacional de Iniciação Científica da Universidade de São Paulo,
2003, São Carlos, SP, Brasil (Poster).
C. R. Gordijo, C. A. S. Barbosa, L. M. H. Silva, V. R. L. Constantino, A. M. C. Ferreira,
D. O. Silva, “Immobilization of a copper-ibuprofen complex and the ibuprofen drug on
antacid layered double hydroxide” In: 35
th
ICCC – International Conference of
Coordination Chemistry, 2002, Heidelberg, Germany (Poster).
C. R. Gordijo, C. A. S. Barbosa, V. R. L. Constantino, A. M. C. Ferreira, D. O. Silva,
“Interação de um fármaco antiinflamatório e seu derivado de cobre(II) com o antiácido
Hidrotalcita” In: 10th Siicusp – Simpósio Internacional de Iniciação Científica da
Universidade de São Paulo, 2002, São Carlos, SP, Brasil (Poster).
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