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MARILENE MARIA DE LIMA
ESTUDO DE FATORES DO ASPECTO SANITÁRIO
EM RELAÇÃO À INFECÇÃO POR PARASITOS
GASTRINTESTINAIS EM CAPRINOS E OVINOS NO
ESTADO DE PERNAMBUCO - BRASIL
RECIFE – PE
2007
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2
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
COORDENADORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA
VETERINÁRIA
ESTUDO DE FATORES DO ASPECTO SANITÁRIO
EM RELAÇÃO À INFECÇÃO POR PARASITOS
GASTRINTESTINAIS EM CAPRINOS E OVINOS NO
ESTADO DE PERNAMBUCO - BRASIL
Tese apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Ciência
Veterinária da Universidade
Federal Rural de Pernambuco
como requisito para obtenção do
grau de Doutor em Ciência
Veterinária.
DOUTORANDA: MARILENE MARIA DE LIMA
ORIENTADORA: Profª. Drª. MARIA APARECIDA DA GLORIA FAUSTINO
RECIFE – PE
2007
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
COORDENADORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO
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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA VETERINÁRIA
ESTUDO DE FATORES DO ASPECTO SANITÁRIO EM RELAÇÃO À
INFECÇÃO POR PARASITOS GASTRINTESTINAIS EM CAPRINOS E
OVINOS NO ESTADO DE PERNAMBUCO - BRASIL
TESE DEFENDIDA POR MARILENE MARIA DE LIMA E APROVADA PELA
BANCA EXAMINADORA:
ORIENTADORA:
Prof
a
. Drª. MARIA APARECIDA DA GLORIA FAUSTINO
EXAMINADORES:
Prof
a
. Drª. ANA CLARA GOMES DOS SANTOS
Prof. Dr. JOSÉ POMPEU DOS SANTOS FILHO
Prof
a
. Drª. NERIA VÂNIA MARCOS DOS SANTOS
Prof. Dr. JEAN CARLOS RAMOS DA SILVA
Prof. Dr. LEUCIO CÂMARA ALVES
RECIFE – PERNAMBUCO
2007
4
Louvai ao senhor, louvai, servos do Senhor. Louvai o nome do senhor.
Seja bendito o nome do Senhor, desde agora para sempre.
Desde o nascimento do sol até o ocaso, seja louvado o nome do Senhor.
Exaltado está o Senhor acima de todas as nações, e a sua glória, sobre os céus.
Quem é como o Senhor, nosso Deus, que habita nas alturas;
Que se curva para ver o que está nos céus e na terra;
Que do pó levanta o pequeno, e do monturo ergue o necessitado,
Para o fazer assentar com os príncipes, sim, com os príncipes do seu povo;
Que faz com que a mulher estéril habite em família e seja alegre mãe de filhos, Louvai ao
Senhor
.
Salmo 113
5
Agradeço a minha orientadora Profª. Dr.ª Maria Aparecida da Gloria Faustino
Pela transmissão de seus conhecimentos, experiências profissionais e de vida com
dedicação e carinho. Por caminhar comigo auxiliando-me e apoiando nos momentos de
dificuldades. Por me ensinar que o alto cume é conquistado por quem sabe escalar a
montanha passo a passo e lentamente vencer os desafios. Pelas palavras doces e duras no
momento certo. Pelo exemplo de mulher, mãe, esposa e amiga que demonstrou durante
todo tempo de convivência. Por ser a responsável pelo meu crescimento profissional e
pessoal. Por me mostrar que nada é puro acaso e tudo acontece no tempo certo. Pelas
vezes em que deixou claro que a honestidade, dignidade e perseverança são virtudes
essenciais na vida de uma pessoa. Pelo apoio que me deu em todos os momentos alegres e
difíceis em minha vida, ensinando-me a vivê-la com dignidade e sabedoria. Por não me
deixar esquecer que a mão de Deus sempre guia aquele que segue seu caminho com fé.
Quero que saiba que poucas pessoas merecem ser chamada de doutora, porém a
senhora é digna de ser chamada não só de doutora, mas sim de professora e orientadora.
A você, amiga, meu eterno agradecimento e profundo respeito, que sempre serão
poucos, diante do muito que me foi dado.
Marilene Lima
6
Para os meus amigos de ontem, hoje, e sempre
Enquanto houver amizade
Pode ser que um dia deixemos de nos falar.
Mas, enquanto houver amizade, faremos as pazes de novo.
Pode ser que um dia o tempo passe.
Mas, se a amizade permanecer, um do outro há de se lembrar.
Pode ser que um dia nos afastemos.
Mas, se formos amigos de verdade, a amizade nos reaproximará.
Pode ser que um dia não mais existamos.
Mas, se ainda sobrar amizade, nasceremos de novo, um para o outro.
Pode ser que um dia tudo acabe.
Mas, com a amizade construiremos tudo novamente, cada vez de forma diferente, sendo
único e inesquecível cada momento que juntos viveremos e nos lembraremos pra sempre.
Há duas formas para viver sua vida:
Uma é acreditar que não existe milagre.
A outra é acreditar, que todas as coisas são um milagre.
(Albert Einstein 1879-1955)
7
AGRADECIMENTOS
À Deus por ter me dado força para vencer obstáculos, por ter me feito forte, não
permitindo que o cansaço me dominasse. Se consegui chegar a este ideal, mais
do que a todo mundo, devo ao Senhor.
Ao meu amigo Prof. Dr. Leucio Câmara Alves, a quem eu tenho o mais profundo
respeito e admiração.
À Universidade Federal Rural de Pernambuco, por ter sido o começo de toda
minha vida profissional.
À Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Ciência Veterinária, pelo
apoio no decorrer do curso.
Á coordenação do Programa de Sanidade Caprinovinocultura para Pernambuco
na pessoa da diretora do DMV-UFRPE, Prof
a
. Drª. Maria Cristina O. Cardoso
Coelho.
A todos os participantes do Programa de Sanidade Caprinovinocultura para
Pernambuco, inclusive à Secretaria de Produção e Reforma Agrária de
Pernambuco e Prefeituras dos municípios.
Ao CNPq, pela concessão da bolsa para realização do Curso.
Aos amigos bolsistas, estagiários, mestrandos, professores e funcionários, que
fazem parte do Laboratório de Doenças Parasitárias dos Animais Domésticos pela
convivência diária sadia e afetuosa.
Aos amigos de curso, especialmente, Alessandra, Ana Maria, Auxiliadora,
Débora, Fabiane, Geovânia, Gilsan, Elielete, Michele, Manoel, e Taciana pelo
carinho e amizade compartilhada.
8
A Rossemberg pelas doces palavras, pelo carinho, amizade e por jamais
esquecer de mim mesmo estando longe.
A Whaubtyfran, Ana Maria, Márcia Paula, Antonio, Rafael e João Carlos pessoas
especiais que irão ficar no meu coração e na minha lembrança para sempre.
À funcionária Guiomar Cosmo, pela bondade e atenção, meu eterno carinho.
A todos que caminharam comigo, sorrindo, auxiliando e apoiando-me em todos os
momentos.
A vocês, minha eterna gratidão.
9
OFEREÇO
A Maria José, minha
mãe, Mariano Manoel, meu
pai (In memorian), pelos
ensinamentos, esforços e
contribuição para minha
educação.
10
LISTAS DE TABELAS DO ESTUDO 1
Pág
Tabela 1: Número de rebanhos e princípios ativos utilizados para avaliar a
eficácia de anti-helmínticos em propriedades pertencentes a
municípios localizados no estado de Pernambuco
46
Tabela 2: Resultado do teste de redução de OPG antes e depois (Dia +7)
da aplicação dos anti-helmínticos em caprinos e ovinos criados
em municípios localizados no estado de Pernambuco
50
Tabela 3: Resultados do teste de redução da contagem de ovos por grama
de fezes em rebanhos caprinos e ovinos 14, 21, 43, 72 dias após
o tratamento
51
Tabela 4: larvas de terceiro estágio de Helmintos encontrados nas
coproculturas sete dias antes e sete dias depois dos tratamentos
realizados em caprinos e ovinos criados no estado de
Pernambuco
52
Tabela 5: Anti-helmínticos anteriormente utilizados nos rebanhos caprinos
e ovinos das propriedades estudadas
53
11
LISTA DE TABELAS DO ESTUDO 2
Pág
Tabela 1: Número de propriedades de caprinos e ovinos estudadas no
Sertão do Pajeú – PE
66
Tabela 2: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de amostras submetidas
ao exame coproparasitológico de caprino criados no Sertão do
Pajeú – PE
71
Tabela 3: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de amostras positivas à
contagem de ovos e oocistos por grama de fezes em caprinos
criados no Sertão do Pajeú – PE
71
Tabela 4: Médias de OPG, OoPG e desvios padrão obtidos em amostras
fecais de caprinos criados em municípios pertencentes à
microrregião do Sertão do Pajeú – PE
72
Tabela 5: Temperatura média mensal, Precipitação total mensal e
Umidade relativa do ar média referentes aos municípios de
Afogados da Ingazeira, Carnaíba, Itapetím e São José do Egito –
PE 2003
73
Tabela 6: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de propriedades de
criação caprina do Sertão do Pajeú – PE positivas à coprocultura
74
Tabela 7: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de amostras submetidas
ao exame coproparasitológico de ovinos criados no Sertão do
Pajeú – PE
76
Tabela 8: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de amostras positivas à
contagem de ovos e oocistos por grama de fezes em ovinos
criados no Sertão do Pajeú – PE
77
12
Tabela 9: Médias de OPG e OoPG e desvio padrão obtidos em amostras
fecais de ovinos criados em municípios pertencentes à
microrregião do Sertão do Pajeu – PE
77
Tabela 10: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de propriedades de
criação ovina do Sertão do Pajeú – PE positivas à coprocultura
79
Tabela 11: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de caprinos e ovinos do
Sertão do Pajeú – PE positivos para parasitos gastrintestinais
81
Tabela 12: Médias de OPG e OoPG e desvios padrão obtidos em amostras
fecais de ovinos e caprinos criados em municípios da
microrregião do Sertão do Pajeú – PE
81
13
LISTA DE TABELAS DO ESTUDO 3
Pág
Tabela 1: Número de propriedades de caprinos e ovinos estudadas no
Sertão do Pajeú – PE
96
Tabela 2: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de caprinos e ovinos
criados no Sertão do Pajeú – PE utilizados no estudo
96
Tabela 3: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de caprinos submetidos ao
exame coproparasitológico para diagnóstico da infecção por
nematóides gastrintestinais segundo a presença de protozoário
do gênero Eimeria
100
Tabela 4: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de caprinos submetidos ao
exame coproparasitológico para diagnóstico da infecção por
nematóides gastrintestinais segundo os municípios estudados
100
Tabela 5: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de caprinos submetidos ao
exame coproparasitológico para diagnóstico da infecção por
nematóides gastrintestinais segundo os aspectos produtivos
101
Tabela 6: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de caprinos submetidos ao
exame coproparasitológico para diagnóstico da infecção por
nematóides gastrintestinais segundo assistência veterinária,
quarentena e mineralização
102
Tabela 7: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de caprinos submetidos ao
exame coproparasitológico para diagnóstico da infecção por
nematóides gastrintestinais segundo o isolamento e a
separação dos animais
104
Tabela 8: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de caprinos submetidos ao
exame coproparasitológico para diagnóstico da infecção por
nematóides segundo os tipos de instalações isoladamente
105
14
Tabela 9: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de caprinos submetidos ao
exame coproparasitológico para diagnóstico da infecção por
nematóides segundo os tipo de instalações combinados
106
Tabela 10: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de caprinos submetidos
ao exame coproparasitológico para diagnóstico da infecção por
nematóides gastrintestinais segundo a fonte de água
isoladamente
107
Tabela 11: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de caprinos submetidos
ao exame coproparasitológico para diagnóstico da infecção por
nematóides gastrintestinais segundo as fontes de água
combinadas
108
Tabela 12: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de caprinos submetidos
ao exame coproparasitológico para diagnóstico da infecção por
nematóides gastrintestinais segundo a utilização de anti-
helmínticos
109
Tabela 13: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de caprinos submetidos
ao exame coproparasitológico para diagnóstico da infecção por
nematóides gastrintestinais segundo grupos de anti-
helmínticos utilizados anteriormente
110
Tabela 14: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de caprinos submetidos
ao exame coproparasitológico segundo combinação dos anti-
helmínticos utilizados anteriormente
110
Tabela 15: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de caprinos submetidos
ao exame coproparasitológico para diagnóstico da infecção por
nematóides gastrintestinais segundo grupos de anti-
helmínticos utilizados atualmente
111
Tabela 16: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de caprinos submetidos
15
ao exame coproparasitológico segundo combinação dos anti-
helmínticos utilizados atualmente
112
Tabela 17: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de caprinos submetidos
ao exame coproparasitológico para diagnóstico da infecção por
nematóides gastrintestinais segundo sinais clínicos
isoladamente
113
Tabela 18 – Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de caprinos submetidos
ao exame coproparasitológico para diagnóstico da infecção por
nematóides gastrintestinais segundo sinais clínicos
combinados
114
Tabela 19: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de caprinos submetidos
ao exame coproparasitológico para diagnóstico da infecção por
protozoário do gênero Eimeria segundo os municípios
estudados
115
Tabela 20: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de caprinos submetidos
ao exame coproparasitológico para diagnóstico da infecção por
protozoário do gênero Eimeria segundo os aspectos produtivos
116
Tabela 21: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de caprinos submetidos
ao exame coproparasitológico para diagnóstico da infecção por
Eimeria spp. segundo a assistência veterinária, quarentena e
mineralização
117
Tabela 22: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de caprinos submetidos
ao exame coproparasitológico para diagnóstico da infecção por
protozoário do gênero Eimeria segundo separação e
isolamento de animais
117
Tabela 23: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de caprinos submetidos
ao exame coproparasitológico para diagnóstico da infecção por
protozoário do gênero Eimeria segundo tipo de instalações
118
16
Tabela 24: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de caprinos submetidos
ao exame coproparasitológico para diagnóstico da infecção por
protozoário do gênero Eimeria segundo os tipos de instalações
combinados
119
Tabela 25: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de caprinos submetidos
ao exame coproparasitológico para diagnóstico da infecção por
protozoário do gênero Eimeria segundo a fonte de água
120
Tabela 26: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de caprinos submetidos
ao exame coproparasitológico para diagnóstico da infecção por
protozoário do gênero Eimeria segundo as fontes de água
combinadas
121
Tabela 27: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de caprinos submetidos
ao exame coproparasitológico para diagnóstico da infecção por
protozoário do gênero Eimeria segundo sinais clínicos
122
Tabela 28: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de caprinos submetidos
ao exame coproparasitológico para diagnóstico da infecção por
protozoário do gênero Eimeria segundo sinais clínicos
combinados
122
Tabela 29: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de ovinos submetidos ao
exame coproparasitológico para diagnóstico da infecção por
nematóides gastrintestinais segundo a presença de protozoário
do gênero Eimeria
123
Tabela 30: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de ovinos submetidos ao
exame coproparasitológico para diagnóstico da infecção por
nematóides gastrintestinais segundo os municípios estudados
124
Tabela 31: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de ovinos submetidos ao
exame coproparasitológico para diagnóstico da infecção por
17
nematóides gastrintestinais segundo os aspectos produtivos
124
Tabela 32: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de ovinos submetidos ao
exame coproparasitológico para diagnóstico da infecção por
nematóides gastrintestinais segundo a assistência veterinária,
quarentena e mineralização
125
Tabela 33: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de ovinos submetidos ao
exame coproparasitológico para diagnóstico da infecção por
nematóides gastrintestinais segundo a separação e isolamento
dos animais
126
Tabela 34: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de ovinos submetidos ao
exame coproparasitológico para diagnóstico da infecção por
nematóides gastrintestinais segundo tipo de instalações
127
Tabela 35: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de ovinos submetidos ao
exame coproparasitológico para diagnóstico da infecção por
nematóides gastrintestinais segundo os tipos de instalações
combinados
128
Tabela 36: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de ovinos submetidos ao
exame coproparasitológico para diagnóstico da infecção por
nematóides gastrintestinais segundo a fonte de água
129
Tabelas 37: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de ovinos submetidos
ao exame coproparasitológico para diagnóstico da infecção por
nematóides gastrintestinais segundo a fonte de água
isoladamente
129
Tabela 38: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de ovinos submetidos ao
exame coproparasitológico para diagnóstico da infecção por
nematóides gastrintestinais segundo a utilização de anti-
helmínticos
130
18
Tabela 39: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de ovinos submetidos ao
exame coproparasitológico para diagnóstico da infecção por
nematóides gastrintestinais segundo grupos de anti-
helmínticos utilizados anteriormente
131
Tabela 40: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de ovinos submetidos ao
exame coproparasitológico para diagnóstico da infecção por
nematóides gastrintestinais segundo combinação de anti-
helmínticos utilizados anteriormente
131
Tabela 41: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de ovinos submetidos ao
exame coproparasitológico para diagnóstico da infecção por
nematóides gastrintestinais segundo grupos de anti-
helmínticos utilizados atualmente
132
Tabela 42: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de ovinos submetidos ao
exame coproparasitológico para diagnóstico da infecção por
nematóides gastrintestinais segundo combinação dos anti-
helmínticos utilizados atualmente
133
Tabela 43: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de ovinos submetidos ao
exame coproparasitológico para diagnóstico da infecção por
nematóides gastrintestinais segundo sinais clínicos
134
Tabela 44: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de ovinos submetidos ao
exame coproparasitológico para diagnóstico da infecção por
nematóides gastrintestinais segundo sinais clínicos
combinados
135
Tabela 45: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de ovinos submetidos ao
exame coproparasitológico para diagnóstico da infecção por
protozoário do gênero Eimeria segundo os municípios
19
estudados
136
Tabela 46: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de ovinos submetidos ao
exame coproparasitológico para diagnóstico da infecção por
protozoário do gênero Eimeria segundo os aspectos produtivos
136
Tabela 47: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de ovinos submetidos ao
exame coproparasitológico para diagnóstico da infecção por
protozoário do gênero Eimeria segundo a assistência
veterinária, quarentena e mineralização
137
Tabela 48: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de ovinos submetidos ao
exame coproparasitológico para diagnóstico da infecção por
protozoário do gênero Eimeria segundo separação e
isolamento de animais
138
Tabela 49: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de ovinos submetidos ao
exame coproparasitológico para diagnóstico da infecção por
protozoário do gênero Eimeria segundo tipo de instalações
139
Tabela 50: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de ovinos submetidos ao
exame coproparasitológico para diagnóstico da infecção por
protozoário do gênero Eimeria segundo os tipos de instalações
combinados
140
Tabela 51: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de ovinos submetidos ao
exame coproparasitológico para diagnóstico da infecção por
protozoário do gênero Eimeria segundo a fonte de água
141
Tabela 52: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de ovinos submetidos
ao exame coproparasitológico para diagnóstico da infecção por
protozoário do gênero Eimeria segundo a fonte de água
combinadas
141
20
Tabela 53: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de ovinos submetidos ao
exame coproparasitológico para diagnóstico da infecção por
protozoário do gênero Eimeria spp. segundo sinais clínicos
142
Tabela 54: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de ovinos submetidos ao
exame coproparasitológico para diagnóstico da infecção por
protozoário do gênero Eimeria spp. segundo sinais clínicos
combinados
143
21
LISTA DE FIGURA
Pág
Figura 1: Sertão Pernambucano 68
22
SUMÁRIO
Pág
1 INTRODUÇÃO
24
2 OBJETIVOS
27
2.1 OBJETIVO GERAL
27
2.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS
27
3 REVISÃO DE LITERATURA
28
3.1 CAPRINOCULTURA PERNAMBUCANA
28
3.2 ASPECTO SANITÁRIOS
29
3.3 RESISTÊNCIA ANTI-HELMÍNTICA EM OVINOS E CAPRINOS
35
4 ESTUDOS REALIZADOS
39
4.1 AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DA MOXIDECTINA 1%, IVERMECTINA E
ALBENDAZOLE CONTRA HELMINTOS GASTRINTESTINAIS EM
PROPRIEDADES DE CRIAÇÃO CAPRINA E OVINA
40
4.1.1 INTRODUÇÃO
42
4.1.2 MATERIAL E MÉTODOS
44
4.1.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
47
4.1.4 CONCLUSÃO
54
4.1.5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
55
4.2 INFECÇÃO POR PARASITOS GASTRINTESTINAIS EM REBANHOS
CAPRINOS E OVINOS CRIADOS NA MICRORREGIÃO DO SERTÃO DO
PAJEÚ - PE – BRASIL
62
4.2.1 INTRODUÇÃO
64
4.2.2 MATERIAL E MÉTODOS
65
4.2.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 70
23
4.2.4 CONCLUSÃO
82
4.2.5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
83
4.3 ANÁLISE DE ASPECTOS SANITÁRIOS RELATIVOS À INFECÇÃO
POR PARASITOS GASTRINTESTINAIS EM PROPRIEDADES DE
CRIAÇÃO CAPRINA E OVINA DA MICRORREGIÃO DO SERTÃO DO
PAJEÚ - PERNAMBUCO – BRASIL
91
4.3.1INTRODUÇÃO
93
4.3.2 MATERIAL E MÉTODOS
95
4.3.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
98
4.3.4 CONCLUSÃO
144
4.3.5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
145
5 CONCLUSÃO FINAL
152
6 REFERÊNCIAS
153
7 APÊNDICE
174
24
RESUMO
Objetivou-se neste estudo avaliar a importância de aspectos sanitários na
infecção por parasitos gastrintestinais em caprinos e ovinos no estado de
Pernambuco. Avaliou-se a ocorrência de resistência anti-helmíntica em seis
propriedades de criação caprina de municípios da mesorregião da Zona da Mata,
Agreste e Sertão, e cinco propriedades de criação ovina localizadas na Região
Metropolitana de Recife, Zona da Mata e Agreste. A eficácia dos produtos foi
avaliada pelo teste de redução do número de ovos por grama de fezes e
calculada pela fórmula: % Eficácia = 1- [(OPG médio pós-tratamento / OPG médio
antes do tratamento)] x 100, indicando ineficácia com índice menor que 90%.
Como parte do Programa de Sanidade Caprinovinocultura para Pernambuco,
desenvolvido pela Universidade Federal Rural de Pernambuco - Departamento de
Medicina Veterinária, em parceria com a Secretaria de Produção e Reforma
Agrária do Estado e prefeituras de quatros municípios do Sertão do Pajeú
realizou-se estudo para verificar os índices de infecção por parasitos
gastrintestinais em rebanhos caprinos e ovinos pelos métodos de OPG, OoPG e
coprocultura, além da investigação da associação entre a freqüência de parasitos
gastrintestinais e fatores relacionados ao manejo higiênico-sanitário e produtivo
nessas propriedades, em inquérito coproparasitológico (OPG e OoPG) e inquérito
epidemiológico com a aplicação de questionário investigativo com o objetivo de
conhecer o perfil sanitário das propriedades. A moxidectina 1% apresentou
percentuais indicativos de eficácia tanto nos rebanhos caprinos quanto nos ovinos
onde foi testada, a ivermectina mostrou-se eficaz apenas nos rebanhos ovinos, e
os resultados obtidos com albendazole indicaram resistência em ambos os
hospedeiros. Em propriedades do Sertão do Pajeú, foram analisadas 931
amostras fecais de caprinos, obtendo-se um percentual de positividade de
68,10% (634/931) para ovos tipo Strongyloidea, 3,65%(34/931), para Trichuris sp.,
2,15%(20/931) para Moniezia spp., e 25,35% (236/931) para oocistos de Eimeria
spp. . No rebanho ovino foram analisadas 847 amostras de fezes, destas 59,03%
(500/847), 2,36% (20/847), 2,48% (21/847), 22,20% (188/847) foram positivas
para ovos tipo Strongyloidea, Trichuris sp., Moniezia spp. e Eimeria spp.
respectivamente. Os nematóides predominantes foram os do gênero
Haemonchus, seguido de Trichostrongylus e Oesophagostomum tanto em
25
caprinos quanto em ovinos. Dentre os fatores do manejo relatados pelos
proprietários, a associação mais importante verificada foi com a infecção por
helmintos em caprinos, principalmente para o tipo de exploração, isolamento dos
animais doentes, separação por categoria, tipos de instalações, fontes de água e
morte de animais como sinal clínico, diferentemente dos ovinos em que apenas o
isolamento dos animais apresentou associação significativa com a freqüência de
infecção por helmintos. A associação dos fatores do manejo com a freqüência de
infecção por Eimeria spp. em caprinos foi significativa para sistema de criação,
tipo de exploração, isolamento dos animais doentes, separação por categoria,
tipos de instalações, fontes de água e sinais clínicos como diarréia, anemia e
morte de animais. Para a infecção por Eimeria spp. em ovinos ocorreu associação
significativa com sistema de criação, tipo de exploração, assistência veterinária e
tipos de instalações. Observou-se que a positividade ao parasitismo foi maior
quando eram utilizadas certas práticas de manejo com as quais se esperaria uma
redução dos índices de infecção, mesmo em alguns casos em que não se obteve
significância, denotando inadequação das práticas de manejo sanitário adotadas,
principalmente devido aos percentuais de parasitismo obtidos para caprinos e
ovinos, especialmente para helmintos.
26
ABSTRACT
The aim of this study was to evaluate the importance of sanitary aspects in the
infection for gastrointestinal parasites in goats and sheep in the State of
Pernambuco. The occurrence of anthelminthic resistance was evaluated in six
properties of goat creations from municipal districts of the Zona da Mata, Agreste
and Sertão, and five sheep properties located in the Metropolitan Area of Recife,
Zona da Mata and Agreste. The effectiveness of the products was evaluated by
the fecal egg count reduction test (FECRT) and calculated by the formula: %
Effectiveness = 1 - [(medium EPG after treatment / medium EPG before the
treatment)] x 100, indicating inefficacy with smaller index than 90%. Another study
take place, as part of the Sheep and Goat Health Program for Pernambuco State -
Brazil, developed by the Universidade Federal Rural de Pernambuco - Department
of Veterinary Medicine, in partnership with the Secretaria de Produção e Reforma
Agrária of the State and the city hall of four municipal districts from the Semi-arid
Zone of Pajeú, to verify the infection indexes for gastrointestinal parasites in goat
and sheep flocks by means of fecal egg (FEC) and oocyst counts (FOC) and larval
culture, besides the investigation of the association between the frequency of
gastrointestinal parasites and factors related to the hygienic-sanitary and
productive management in those properties, realizing the counting of eggs (EPG)
and oocysts (OPG) per gram of feces and applying an investigative questionnaire
to knowledge of the sanitary profile of the properties. Moxidectina 1% presented
effectiveness in both goats and sheep flocks. Ivermectina was shown effective just
in the sheep flocks. The results obtained with albendazole indicated resistance in
goat as in sheep. In properties of Semi-arid Zone of Pajeú, 931 fecal samples
were analyzed of goat, being obtained positivity of 68.10% (634/931) for
Strongyloidea type eggs, 3.65% (34/931) for Trichuris sp., 2.15% (20/931) for
Moniezia sp., and 25.35% (236/931) for oocysts of Eimeria spp. From sheep 847
samples were analyzed, of these 59.03% (500/847), 2.36% (20/847), 2.48%
(21/847), and 22.20% (188/847) were positive for Strongyloidea type eggs,
Trichuris sp., Moniezia spp. and Eimeria spp. respectively. Haemonchus sp.
predominated in larval culture following by Trichostrongylus and
Oesophagostomum in goats as in sheep. Among the factors of the management
told by the owners, the most important association was with the infection for
27
helminths in goats, mainly for the exploration type, isolation of the sick animals,
separation for category, types of facilities, sources of water and death of animals
as clinical sign. In sheep herds, only the isolation of sick animals presented
significant association with the frequency of infection for helminths. The
association of the factors of the management with the infection frequency for
Eimeria spp. in goats was significant for creation system, exploration type,
isolation of the sick animals, separation for category, types of facilities, sources of
water and clinical signs as diarrhea, anemia and death of animals. For the
infection for Eimeria spp. in sheep it was verified significant association with
creation system, exploration type, veterinary attendance and types of facilities. It
was observed that the positivity to the parasitism was higher when certain
handling practices were used with which a reduction of the infection indexes would
be expected, even in some cases in that it was not statistical significance,
denoting inadequacy of he practices of sanitary handling adopted, mainly due to
the frequencies of parasitism obtained for goats and sheep, especially for
helminths.
28
1 INTRODUÇÃO
A caprinovinocultura é uma atividade largamente explorada nos países
tropicais, visando à produção sustentada de carne, leite e peles (VIEIRA, 2003).
Atualmente, o Nordeste é a região mais representativa do Brasil com relação ao
número de pequenos ruminantes (PINHEIRO et al., 2003), possuindo um efetivo
de 8.712.287 ovinos e 9.331.460 caprinos (IBGE, 2004).
O rebanho de Pernambuco é composto por 1.533.132 caprinos e 943.068
ovinos (IBGE, 2004), representado por animais sem raça definida (SRD) os quais
constituem maioria no rebanho do País. Estes pequenos ruminantes são
encontrados em todo Estado, sendo 91% do rebanho caprino localizado no
Sertão, e 9% no Agreste e Zona da Mata. Dos ovinos, cerca de 81% localizam-se
no Sertão, e os outros 19% no Agreste e Zona da Mata (IBGE, 2004).
O Sertão pernambucano, possuindo um efetivo caprino e ovino de 634.039
e 388.741, respectivamente, é a maior região natural do Estado, ocupando 70%
do território Pernambucano. Está dividido em seis microrregiões: Araripina,
Salgueiro, Pajeú, Moxotó, Petrolina e Itaparica. No geral, tem sua economia
baseada na pecuária e plantio de culturas de subsistência. É a região mais
castigada pelas secas, com precipitação média anual entre 500 e 700 milímetros
(IBGE, 2004; PERNAMBUCO DE A a Z, 2005) que dificulta a criação dos
pequenos ruminantes nesta área.
O Agreste tem índices pluviométricos maiores que os do Sertão, com
média anual entre 800 e 1000 milímetros, mas também é uma região sujeita a
secas periódicas. Tem, em geral, solos rasos, já erodidos e depauperados
(PERNAMBUCO DE A a Z, 2006). A Zona da Mata é uma das regiões mais férteis
do Estado, onde predomina o solo tipo massapé. Ao contrário das demais regiões
29
do Estado, não está sujeita a secas periódicas, tem rios perenes e índices
pluviométricos elevados se comparados aos do Estado como um todo. Tais
características têm incentivado o incremento da caprinovinocultura nessa
mesorregião, de forma que, nos últimos anos, o número de criações de pequenos
ruminantes vem aumentando. Estas criações, porém, são formadas muitas vezes
com animais provenientes de diferentes regiões, fato este que pode contribuir
para o aparecimento de enfermidades, devido à susceptibilidade dos animais e às
condições climáticas da Zona da Mata, favoráveis à biologia dos agentes
etiológicos.
A caprinovinocultura representa importante papel sócio-econômico
principalmente na zona rural. No entanto, o estado sanitário deficitário presente
nas criações, juntamente com a ausência ou uso inadequado de tecnologias,
constituem os pilares em que se apóiam as mais importantes causas de baixa
produção e rentabilidade aos caprinovinocultores do Nordeste do Brasil (ALVES e
COX, 1998; PINHEIRO et al., 2003). Outro aspecto relevante são os fatores
climáticos característicos da região Nordeste, os quais propiciam o surgimento de
várias enfermidades, bem como sua disseminação entre os rebanhos (ALENCAR
et al., 2003). Segundo Guimarães Filho et al. (2000), as chuvas, poucas e
irregulares, os solos, rasos e de baixa fertilidade, que caracterizam o ambiente
natural do semi-árido são os primeiros fatores desfavoráveis à produção de
caprinos e ovinos.
As enfermidades parasitárias causadas por nematóides gastrintestinais
estão presentes nos rebanhos em todo mundo, causando sérios prejuízos
econômicos aos produtores (SOUZA et al., 2003), colocando-se, portanto, entre
os fatores sanitários de maior importância que afetam os animais domésticos,
30
sendo responsabilizadas por elevadas perdas econômicas, em decorrência de
crescimento retardado, perda de peso, redução no consumo de alimentos, queda
na produção de leite, baixa fertilidade, nos casos de infecções maciças, altas
taxas de mortalidade (VIEIRA, 1999). Associada às helmintoses, a eimeriose
assume sua importância quanto às perdas econômicas entre rebanhos caprinos e
ovinos (VIEIRA et al., 1997), em decorrência das condições de manejo,
alimentação e aspectos sanitários, e vem contribuindo para aumentar o índice de
mortalidade, principalmente entre os animais jovens e baixar a taxa de desfrute e
crescimento destes rebanhos (SANTANA et al., 1986).
A elaboração de programas de controle eficiente (SILVA et al., 2003)
depende basicamente do conhecimento da epidemiologia dos nematóides
permitindo o desenvolvimento de estratégias de controle que visam eliminar o
parasitismo dos animais e, principalmente, prevenir a contaminação do meio
ambiente (VIEIRA, 2003).
Neste contexto, desenvolveu-se este estudo com o objetivo de avaliar a
importância de aspectos sanitários na infecção por parasitos gastrintestinais em
caprinos e ovinos no estado de Pernambuco.
31
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral
Avaliar fatores do aspecto sanitário em relação à infecção por parasitos
gastrintestinais em rebanhos caprinos e ovinos do estado de Pernambuco.
2.2 Objetivos específicos
Averiguar a ocorrência de resistência anti-helmíntica à moxidectina,
ivermectina e albendazole em rebanhos caprinos e ovinos no estado de
Pernambuco.
Verificar os índices de infecção por parasitos gastrintestinais em caprinos e
ovinos criados na microrregião do Sertão do Pajeú – PE.
Investigar a existência de associação entre a freqüência de parasitos
gastrintestinais e fatores relacionados ao manejo higiênico-sanitário e produtivo
em caprinos e ovinos criados na microrregião do Sertão do Pajeú – PE.
32
3 REVISÃO DE LITERATURA
3.1 CAPRINOVINOCULTURA PERNAMBUCANA
O Brasil, com um efetivo caprino de 10.046.888 cabeças e 15.057.838
cabeças de ovino, está colocado entre os dez países possuidores dos maiores
rebanhos desta espécie no mundo (IBGE, 2004). A maioria da população desses
animais é concentrada nas zonas semi-áridas do Nordeste, onde são criados
extensivamente em pastagens nativas (PADILHA, 1996). O estado de
Pernambuco ocupa o terceiro lugar entre os Estados que detêm os maiores
rebanhos de caprino e ovino do Nordeste, perdendo apenas para a Bahia e Piauí
os quais estão em primeiro e segundo lugar respectivamente (IBGE, 2004).
O rebanho caprino de Pernambuco é constituído por 1.533.132 cabeças
(IBGE, 2004), destacando-se os animais sem raça definida (SRD) os quais se
constituem maioria no rebanho caprino do País. Existem, ainda, pequenas
concentrações de animais representadas pelas raças nativas do Nordeste,
destacando-se a Moxotó, Canindé, Repartida como sendo as principais. Das
raças exóticas, destacam-se a Anglo-nubiana, Parda Alpina, Saanen,
Toggenburg, Murciana, Boer entre outras (SANTANA et al., 2000). Atualmente
vêm sendo utilizadas raças nativas em cruzamentos com reprodutores de raças
exóticas visando a obtenção de animais de maior produção de leite e que
apresentem condições de melhor adaptação ao meio semi-árido.
Em relação aos ovinos, Pernambuco conta com um efetivo de 943.068
cabeças (IBGE, 2004), sendo este representado pelas raças Santa Inês, Morada
Nova, Somalis Brasileira e, principalmente pelos ovinos sem raça definida (SRD),
33
os quais constituem o potencial da ovinocultura do semi-árido nordestino
(FIGUEIREDO et aI., 1979). Apesar de o rebanho pernambucano estar distribuído
em todas as regiões do Estado, é no Agreste e Sertão onde estão concentradas as
maiores populações de caprinos e ovinos (IBGE, 2004).
A caprinovinocultura representa uma das opções mais viáveis de
exploração agropecuária do semi-árido nordestino, devido à grande resistência
destes animais às altas temperaturas e à rusticidade dos pastos; pouca exigência
de aplicação de recursos financeiros em relação a outros tipos de animais e a flora
da região; e a existência de mercado para a proteína animal e pele fornecida pelos
mesmos (OLIVEIRA et al., 1995), no entanto, embora numericamente expressivo,
os rebanhos caprino e ovino de corte do semi-árido apresentam níveis reduzidos
de desempenho, condicionados pelo baixo nível tecnológico que caracteriza seus
sistemas de produção (GUIMARÃES FILHO et al., 2000), demonstrando, portanto,
baixa produção e produtividade.
3.2 ASPECTOS SANITÁRIOS
3.2.1 MANEJO SANITÁRIO
Com a consolidação da agroindústria e a crescente demanda interna e
externa por carne e pele caprina e ovina, nos últimos anos, o setor produtivo vem
sofrendo grande pressão no sentido de buscar a aprimoração técnica e
organizacional da atividade para que a mesma possa tornar-se competitiva
(VASCONCELOS et al., 2000). Entretanto para se obter bom resultado produtivo
e econômico na criação é de grande importância a condição sanitária do plantel
34
(RIBEIRO, 1997), pois, a qualidade sanitária é fator determinante para a
conquista de mercado e valorização do patrimônio pecuário nacional (NUNES,
2003). Desta forma, o produtor, antes de tudo, deverá estar adiante das
enfermidades, adotando programas rigorosos de higiene e um plano de profilaxia
preventiva, segundo os problemas identificados em cada região (ALVES e COX,
1998).
A prevenção consiste na ação antecipada, visando impedir, minimizar ou
anular a evolução de doenças, assim como evitar as despesas com os
tratamentos dos animais (ALVES e PINHEIRO, 2003). Em Medicina Veterinária, a
profilaxia preventiva de caprinos e ovinos é realizada através de medidas
sanitárias gerais e específicas, medidas de manejo em geral, e esquema de
tratamento anti-helmíntico e vacinação (ALVES e COX, 1998).
Dentre as medidas sanitárias gerais destacam-se aquelas relacionadas às
instalações (ROCHA, 2003), as quais devem ser planejadas de acordo com cada
sistema produtivo (RIBEIRO, 1997); o tipo de instalação poderá minimizar ou
predispor os animais às doenças (ALVES e COX, 1998). As medidas sanitárias
especificas são aquelas destinadas a cada categoria animal (ALVES e
PINHEIRO, 2003). As medidas de manejo em geral são aquelas destinadas a
todos os animais do rebanho, sem exceções, desde os cuidados aplicados à
aquisição de animais (WILSON e LESBIE, 1992), até às práticas rotineiras do
rebanho.
Estabelecendo-se o manejo sanitário adequado com a adoção dessas
medidas, espera-se minimizar a incidência de doenças, promovendo assim, a
saúde dos animais, obtendo-se diminuição dos índices de morbidade e
mortalidade, reduzindo-se, desta forma, o custo com tratamentos; além disso,
35
tem-se, também, a expectativa de elevar as taxas de natalidade e prolificidade,
aumentando a eficiência produtiva e reprodutiva do rebanho (ALVES e
PINHEIRO, 2003).
3.2.2 INFECÇÃO POR PARASITOS GASTRINTESTINAIS
O conhecimento dos principais sintomas das doenças, e o estabelecimento
de medidas que evitem a manutenção de focos infecciosos na propriedade são
alguns aspectos de manejo em geral que apoiarão as ações básicas da sanidade
(ALVES e COX, 1998).
Algumas doenças ainda constituem barreiras ao crescimento da
caprinovinocultura, apesar das energias despendidas em torno do avanço do
conhecimento (VIEIRA e XIMENES, 2001). Os parasitos internos dos ruminantes
continuam se constituindo uma das principais causas de perdas econômicas na
América Latina e em outras regiões pecuárias do trópico e sub-trópico do mundo
(BORDIN, 2004), em particular estão as doenças provocadas por nematóides
gastrintestinais (VIEIRA e XIMENES, 2001), as quais são consideradas
importantes fatores de prejuízos econômicos na produção de pequenos
ruminantes (VIEIRA, 2003), ocasionando efeitos prejudiciais como crescimento
retardado, perturbação da fertilidade de adultos, perda de peso e conseqüente
diminuição da produção de carne, leite e lã (ALMEIDA et al., 2004).
Segundo VIEIRA (1997), os caprinos da região semi-árida do Nordeste são
parasitados pelos nematóides dos gêneros Haemonchus, Trichostrongylus,
Strongyloides, Cooperia, Bunostomum, Oesophagostomum, Trichuris, e
Skrjabinema.
36
No estado do Ceará, em criatórios caprinos, os nematóides gastrintestinais
foram considerados como o problema clínico mais freqüente e que também
interferem na produção (PINHEIRO et al., 2000).
Martins Filho e Menezes (2001), em trabalhos realizados no semi-árido
Paraibano com caprinos, identificaram os seguintes gêneros: Oesophagostomum,
Cooperia, Haemonchus, Trichostrongylus e Bunostomum.
No Maranhão, Santos et al. (2004
b
), trabalhando com ovinos, identificaram
os gêneros Haemonchus, Trichostrongylus, Cooperia, Oesophagostomum,
Strongyloides, Skrjabinema. Esses autores também identificaram Haemonchus,
Trichostrongylus, Cooperia, Oesophagostomum e Strongyloides parasitando
caprinos no mesmo ano e Estado.
No semi-árido pernambucano, os ovinos deslanados são parasitados por
Haemonchus contortus, Trichostrongylus spp., Cooperia spp., Oesophagostomum
radiatum e Strongyloides papillosus (CHARLES, 1995). Recentes estudos
realizados em Pernambuco revelaram que os helmintos gastrintestinais que
acometem caprinos e ovinos na Região Metropolitana do Recife e Zona da Mata
pertencem aos gêneros Haemonchus., Trichostrongylus e Oesophagostomum
(LIMA, 2001, LIMA et al., 2003; SOUSA et al., 2004
a
; SOUSA et al., 2004
b
).
Caprinos e ovinos em várias regiões são parasitados também por
cestóides, representados pelas espécie Moniezia expansa e M. benedeni.
Estudos têm demonstrado que Moniezia sp. não são considerados helmintos
potencialmente patogênicos. Porém, devido ao seu grande tamanho, ocasionam
obstrução intestinal em infecções maciças (VIEIRA et al., 1997). Em Pernambuco,
estudos realizados em caprinos (LIMA et al., 2003; SOUSA et al., 2004
a
) e ovinos
(LIMA, 2001; SOUSA et al., 2004
b
) na Região Metropolitana de Recife e Zona da
37
Mata registraram infecção por Moniezia sp. No estado do Maranhão a infecção
por Moniezia sp. em caprinos e ovinos também foi relatada por Brito et al. (2006).
Além dos helmintos, os protozoários do gênero Eimeria invadem e
destroem a mucosa intestinal de caprinos e ovinos, causando uma doença
parasitária conhecida por eimeriose ou coccidiose (VIEIRA et al., 1998). Esta
enfermidade é hoje um dos problemas mais sérios da caprinovinocultura,
principalmente na região Nordeste do Brasil, e as perdas econômicas são
decorrentes do baixo desenvolvimento e até morte dos animais (OLIVEIRA,
2003).
As infecções são em geral mistas e, nos casos clínicos, é comum a
presença de mais de uma espécie sendo Eimeria ahsata, E. bakuensis e E.
ovinoidalis as espécies mais freqüentes em ovinos, e as espécies Eimeria
ninakohlyakimovae, E. alijevi, E. arloingi, E. hirci, E. jolchijevi, E. christenseni, em
caprinos (LIMA, 2004). Martins Filho e Menezes (1999), trabalhando com caprinos
no semi-árido paraibano, encontraram as espécies Eimeria ninakohlyakimovae, E.
alijevi, E. arloingi, E. caprina, E. hirci, E. apsberonica, E. jolchijevi, E. caprovina e
E. christenseni. Barra et al. (2002), em estudo realizado com caprinos no Rio
Grande do Norte, identificaram as espécies E. arloingi, E. alijevi, E. hirci, E.
jolchijevi, E. caprina, E. christenseni, E. caprovina, E. apsberonica e E.
ninakohlyakimovae. No estado da Bahia as espécies diagnosticadas em caprinos
foram E. arloingi, E. christenseni, E. hirci, E. ninakohlyakimovae, E. alijevi, E.
jolchijevi, E. caprina, E. caprovina (BARRETO et al., 2006).
38
3.2.3 CONTROLE DO PARASITISMO GASTRINTESTINAL
Para prevenir ou minimizar as perdas na produção ocasionadas pelas
helmintoses gastrintestinais, têm-se empregado, quase que exclusivamente, os
tratamentos anti-helmínticos os quais, por sua vez, também geram despesas com
aquisição de drogas e o aumento de mão de obra (VIEIRA, 2003; ALMEIDA et al.,
2004), além de contribuir para o aparecimento de resistência pela população de
parasitos (VIEIRA e XIMENES, 2001).
O tratamento anti-helmíntico deve ser realizado levando em consideração
as características climáticas da região e com base em estudos epidemiológicos
das helmintoses gastrintestinais (VIEIRA et al.,1997). Vieira (2003) recomenda um
programa de controle estratégico para helmintos em caprinos e ovinos do semi-
árido baseado em quatro dosificações por ano, distribuídas da seguinte forma: no
início, no meio e no final da época seca e uma quarta medicação em meados do
período chuvoso.
Além do uso de anti-hemínticos, o controle dos nematóides gastrintestinais
poderá também ser realizado através de práticas de manejo que visem a
descontaminação das pastagens. Algumas dessas práticas poderão ser adotadas
conforme o tipo de exploração da propriedade, tais como: pastejo combinado com
diferentes espécies animais, pastejo alternado entre animais imunologicamente
resistentes e da mesma espécie, descanso de pastagem e rotação da área de
pastejo com restolhos culturais (VIEIRA, 1999).
Amarantes (2005) afirma que o controle da helmintose ovina não pode
depender exclusivamente da utilização de anti-helmíntico, mas deve ter como
base a integração de várias medidas, citando, além das práticas de manejo para
39
reduzir a contaminação da pastagem por larvas infectantes, o incremento da
condição nutricional do rebanho especialmente dos cordeiros e das ovelhas no
periparto e a criação de animais ou de raças que sejam geneticamente mais
resistentes à infecção por helmintos.
Em relação à eimeriose, Menezes e Lopes (1995) afirmam que as
condições climáticas da região, juntamente com manejo inadequado das
propriedades e o estado fisiológico dos animais são fatores que muitas vezes
contribuem para o aparecimento da enfermidade. Segundo Fitzgerald e Mansfield
(1978), medidas sanitárias e de manejo são as mais importantes no controle da
doença, cuja profilaxia baseia-se na adoção de medidas que impeçam ou
diminuam a ingestão de oocistos esporulados pelos animais jovens susceptíveis,
de forma que as infecções sejam imunizantes sem o aparecimento de sintomas.
3.3 RESISTÊNCIA ANTI-HELMÍNTICA EM OVINOS E CAPRINOS
O controle do parasitismo por nematóides gastrintestinais é feito
basicamente com a utilização de anti-helmínticos (MELO et al., 2004). No entanto,
devido aos custos elevados destes produtos, associado à falta de conhecimento
básico no que tange à biologia e à epidemiologia dos parasitos, a maioria dos
criadores não dosifica adequadamente seus rebanhos (VIEIRA e XIMENES,
2001), favorecendo, assim o surgimento da resistência pelos parasitos aos anti-
helmínticos.
De acordo Lanusse (2006), a resistência é definida como sendo um estado
de não susceptibilidade ou susceptibilidade diminuída ao efeito de uma
40
concentração determinada de um fármaco que, em condições normais, causa
inibição do crescimento e morte celular.
A extensão da resistência anti-helmíntIca não está determinada no País já
que são poucos e localizados os estudos realizados com esse fim
(ECHEVARRIA, 2006). Em caprinos e ovinos, a resistência foi relatada frente a
vários anti-helmínticos. No Ceará, foi diagnosticada a resistência frente aos anti-
helmínticos do grupo dos imidazóis e benzimidazóis (VIEIRA e CAVALCANTE,
1999), em Pernambuco, ao levamizole, albendazole e parbendazole (CHARLES
et al.,1989), na Bahia ao albendazole e Ivermectina (BARRETO e SILVA 1999),
em Alagoas ao oxfendazole e ivermectina (BISPO et al., 2002) e no estado do
Ceará ao oxfendazole, levamisole e ivermectina (MELO et al., 2003).
Devido a sua grande variabilidade genética tanto em uma população
quanto entre populações (PRICHARD, 2001), Haemonchus contortus é o mais
resistente frente aos anti-helmínticos dentre os parasitas que acometem caprinos
e ovinos.
MELO et al. (2004) verificaram que o gênero Haemonchus foi o mais
prevalente na população resistente em 100% das propriedades estudadas no
Ceará. Entretanto, Melo et al. (2003) observaram, além do gênero Haemonchus,
os gêneros Trichostrongylus e Oesophagostomum resistentes ao oxfendazole,
levamisole e ivermectina .
As causas predisponentes ao aparecimento da resistência parasitária são:
curto intervalo entre tratamentos, rápida alternância de diferentes grupos de anti-
helmínticos, medicamento de longa persistência, aquisição de animais
(MOLENTO, 2004) e o uso de subdose (VIEIRA e CAVALCANTE 1999).
41
A resistência parasitária desenvolveu-se muito rapidamente frente às
drogas. Essa situação é alarmante quando se nota a distribuição mundial da
resistência presente em todas as espécies animais, causando prejuízos ainda
poucos conhecidos (MOLENTO, 2004). Contudo é vital que a resistência seja
reconhecida como um problema de grande importância que apresenta uma séria
ameaça para a produção lucrativa de animais (ALBERTI et al., 2001).
Para o diagnóstico da resistência anti-helmíntica, é necessário que se
conheça o grupo e a freqüência dos tratamentos anti-helmínticos nos últimos
anos, a epidemiologia dos nematódeos mais importantes existentes na região, a
origem, a idade e o manejo do rebanho (VIEIRA e CAVALCANTE 1998). No
entanto, a confirmação precisa de resistência anti-helmíntica requer testes
específicos (VIEIRA e CAVALCANTE 1998; ALBERTI et al., 2001), pelo fato da
ausência de resposta ao tratamento não ser, necessariamente, sinônimo de
resistência anti-helmíntica (ALBERTI et al., 2001).
Diferentes testes para o diagnóstico da resistência anti-helmíntica são
descritos na literatura. O teste in vivo controlado consiste na utilização de um
grupo dosificado e um outro não medicado (controle). Aproximadamente sete dias
após o tratamento todos os animais são sacrificados. Neste teste, podem ser
usados animais naturalmente ou experimentalmente infectados. A desvantagem
deste teste é que não detecta a eficácia de um anti-helmíntico sobre formas
imaturas (VIEIRA e CAVALCANTE, 1998), além de ser relativamente caro em
termos de recrutamento de trabalho e de animais (ALBERTI et al., 2001).
O teste de eclosão de ovos ”in vitro”, consiste na incubação de ovos de
nematóides em várias concentrações de anti-helmínticos. Para avaliar a atividade
ovicida do anti-helmíntico, contam-se as larvas eclodidas nas culturas que não
42
receberam anti-helmínticos e, a seguir, calcula-se o percentual de redução dos
grupos tratados, considerando-se 100% no controle (VIEIRA e CAVALCANTE,
1998). Esse teste é relativamente rápido, de baixo custo e susceptível de
repetição se apenas estiver envolvida uma única espécie. Também tem a
vantagem de maior sensibilidade em detectar níveis muito baixos de resistência
do que é possível com o teste de redução na contagem de ovos (ALBERTI et al.,
2001).
O teste de redução na contagem de OPG, embora simples, requer também
um protocolo bem conduzido (ALBERTI et al., 2001). Nessa prática, as contagens
de ovos de nematóides nas fezes de grupos de animais são avaliadas tanto antes
como depois do tratamento. As avaliações pós-tratamento iniciam-se geralmente
7 a 14 dias após o mesmo (TAYLOR et al., 1993; MARQUES et al., 1995;
PRICHARD et al., 1998; VIEIRA e CAVALCANTE, 1999; ALBERTI et al., 2001;
MATTOS et al., 2001). Para este teste, são necessários, no mínimo dez animais,
para permitir uma interpretação confiável dos resultados (HONER e BIANCHIN,
1989).
Segundo Vieira e Calvacante (1998), este teste é um método prático,
rápido, não requer, necessariamente, o sacrifício dos animais e por isto deve ser
implementado ao nível de propriedade, para monitorar a eficácia dos anti-
helmínticos utilizados.
43
4 ESTUDOS REALIZADOS
44
4.1 AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DA MOXIDECTINA 1%,
IVERMECTINA E ALBENDAZOLE CONTRA HELMINTOS
GASTRINTESTINAIS EM PROPRIEDADES DE CRIAÇÃO CAPRINA
E OVINA
EVALUATION OF THE EFFECTIVENESS OF MOXIDECTINA 1%,
IVERMECTINA AND ALBENDAZOLE AGAINST
GASTRINTESTINAL HELMINTHS IN PROPERTIES GOAT AND
SHEEP BREEDING
ABSTRACT
In Pernambuco the gastrointestinal helminths are considered one of the main
sanitary problems that commit small ruminant. In spite of some authors
recommend alternative measures for the control of the helminths, the control is
almost accomplished exclusively through anthelminthic, contributing to the
increase of the resistance. This work had as objective to evaluate the
effectiveness of anthelminthic products of moxidectina, ivermectina and
albendazole bases. The study was accomplished in properties of goat and sheep
breedings, located in municipal districts belonging to the state of Pernambuco -
Brasil. The animals were of both sexes, varied ages and races, breed in semi-
intensive and intensive system. The effectiveness of the products was evaluated
by the fecal egg count reduction test (FECRT) and calculated by the formula: %
Effectiveness = 1 - [(medium EPG after treatment / medium EPG before the
treatment)] x 100, indicating inefficacy with smaller index than 90%. Moxidectin
showed efficient in all the properties where was tested so much in goats, how
much in sheep, ivermectin presented better acting in sheep, while albendazole
was not effective for none of the two species. Haemonchus sp. was the more
prevalent in larval culture.
Key words: resistence, sheep, goats, anthelmintic, Pernambuco
45
RESUMO
Em Pernambuco as helmintoses gastrintestinais são consideradas um dos
principais problemas sanitários que acometem pequenos ruminantes. Apesar de
alguns autores recomendarem medidas alternativas para o controle das
helmintoses, este é realizado quase que exclusivamente através de anti-
helmínticos, contribuindo assim para o aumento da resistência. Este trabalho teve
como objetivo avaliar a eficácia de produtos anti-helmínticos a base de
moxidectina, ivermectina e albendazole em caprinos e ovinos. O estudo foi
realizado em propriedades de criação de caprinos e ovinos, localizadas em
municípios pertencentes ao estado de Pernambuco. Os animais eram de ambos
os sexos, idades e raças variadas, criados em sistema semi-intensivo e intensivo.
A eficácia dos produtos foi avaliada pelo teste de redução do número de ovos por
grama de fezes e calculada pela fórmula: % Eficácia = 1- [(OPG médio pós-
tratamento / OPG médio antes do tratamento)] x 100, indicando ineficácia com
índice menor que 90%. A moxidectina mostrou-se eficiente em todas as
propriedades nas quais foi testada, tanto em caprinos quanto em ovinos, a
ivermectina apresentou melhor desempenho nos ovinos, enquanto o albendazole
não foi eficaz para nenhuma das duas espécies animais. O gênero Haemonchus
foi o mais prevalente nas coproculturas.
Palavras chaves : anti-helmíntico, caprino, ovino, resistência, Pernambuco
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4.1.1 INTRODUÇÃO
A caprinovinocultura é uma atividade pecuária em expansão em todo
Brasil. A produção desses ruminantes é prejudicada pelas helmintoses que
ocupam grande destaque por causarem retardamento no desenvolvimento dos
animais, levando à baixa produtividade e conseqüentemente elevadas perdas
econômicas e até morte (SILVA et al., 2003). O controle do parasitismo por
nematóides gastrintestinais é feito basicamente com a utilização de anti-
helmínticos (MELO et al., 2004), gerando despesas com aquisição de drogas e o
aumento de mão de obra (VIEIRA, 2003). No entanto, devido aos custos elevados
destes produtos, associado à falta de conhecimento básico no que tange à
biologia e à epidemiologia dos parasitos, a maioria dos criadores não dosifica
adequadamente seus rebanhos (VIEIRA e XIMENES, 2001), favorecendo, assim
o surgimento da resistência pelos parasitos aos anti-helmínticos.
A resistência a drogas anti-helmínticas é um fato crescente e difundido em
todo mundo (CUNHA FILHO e YAMAMURA, 1999). A indústria farmacêutica vem
historicamente, encarando este desafio com o desenvolvimento de drogas que
incluem os modernos antiparasitários de amplo espectro e alto poder residual.
Desta forma, o produtor nunca experimentou tanta disponibilidade de fármacos,
como atualmente, porém esse benefício pode se tornar ilusório na medida em que
essas moléculas não sejam utilizadas racionalmente, e de preferência como parte
de um programa estratégico de controle (ALBERTI et al., 2001).
Segundo Vieira e Cavalcante (1998), a resistência anti-helmíntica é
definida como o aumento significativo na habilidade de uma estirpe de parasitos
para tolerar doses de uma droga que são letais para a maioria dos indivíduos de
uma população da mesma espécie. Souza et al. (2003) afirmam que a resistência
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se desenvolve com relativa facilidade através de uma mutação, ou como parece
ser o caso, na maioria dos nematóides, é um fenômeno pré-adaptativo, ou seja,
os genes que conferem a resistência estão presentes na população antes do
tratamento anti-helmíntico.
No Brasil, a resistência já foi relatada em várias regiões. No Ceará, Vieira e
Cavalcante (1999) observaram resistência aos anti-helmínticos do grupo dos
imidazóis e benzimidazóis. Em Pernambuco, a resistência foi relatada por Charles
et al. (1989) ao levamisole, albendazole e parbendazole. Barreto e Silva (1999),
em trabalhos realizados na Bahia, observaram também resistência aos anti-
helmínticos albendazole e ivermectina. Melo et al. (2003), no estado do Ceará,
observaram a ocorrência de resistência aos anti-helmínticos, oxfendazole,
levamisole, ivermectina em nematóides de ovinos e caprinos.
As lactonas macrocíclicas têm sido amplamente usadas e sua eficácia
relatada em várias regiões (PANKAVICH et al., 1992; TAYLOR et al., 1993;
URIARTE et al., 1994; CUNHA FILHO e YAMAMURA, 1999; LEONARDO et al.,
2006), a exemplo da moxidectina que, dentre outras, segundo Oliveira et al.
(2002), apresenta a vantagem de persistência de eficácia.
Entre os parasitos mais resistentes destaca-se o Haemonchus contortus,
sendo o primeiro relato de resistência desse parasito aos benzimidazóis publicado
no Rio Grande do Sul (SANTOS e GONÇALVES, 1967).
Diversos fatores contribuem para o aparecimento da resistência,
destacando-se, dentre outros, o uso contínuo de anti-helmínticos pertencentes à
mesma classe de drogas (WALLER, 1992) e o uso de subdose (VIEIRA e
CAVALCANTE, 1999), associado à falta de exames coproparasitológicos
preventivos para se obter um diagnóstico preciso.
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A falha dos produtos é a questão que leva os proprietários a duvidarem da
eficácia dos mesmos, portanto, o uso do teste de redução do OPG é uma
ferramenta útil, principalmente em casos em que os testes “in vivo” são
economicamente inviáveis para os produtores. De acordo com Alberti et al. (2001)
esse teste não necessita de uma equipe altamente treinada, recursos caros, ou
de equipamentos sofisticados e, segundo Vieira e Calvacante (1998), é um
método prático, rápido, não requer, necessariamente, o sacrifício dos animais e
por isto deve ser implementado a nível de propriedade, para monitorar a eficácia
dos anti-helmínticos utilizados.
Devido à resistência anti-helmíntica constituir-se num dos principais fatores
limitantes para à produção animal, uma vez que inviabiliza o controle efetivo da
helmintose dos pequenos ruminantes, com reflexos negativos nos índices
produtivos (VIEIRA, 2003), desenvolveu-se este trabalho com objetivo de avaliar
eficácia de produtos a base de moxidectina 1%, ivermectina e albendazole em
propriedades de criação de caprinos e ovinos.
4.1.2 MATERIAL E MÉTODOS
O estudo foi realizado em propriedades de criação de caprinos e ovinos
localizadas em municípios pertencentes ao estado de Pernambuco(Tabela 1).
Utilizaram-se caprinos e ovinos de ambos os sexos, idades e raças variadas,
criados em sistema semi-intensivo e intensivo. Selecionaram-se propriedades
cujos proprietários se propunham a manter o esquema necessário para a
execução dos testes de eficácia. Os anti-helmínticos testados foram selecionados
segundo a necessidade dos proprietários, obedecendo às informações dos
proprietários, as quais consistiam em falha dos produtos utilizados anteriormente,
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mortes de animais, mesmo utilizando-se o tratamento anti-helmíntico e, em alguns
casos, a escolha foi realizada com objetivo de monitoramento da eficácia do
produto. Desta forma, em seis propriedades de criação caprina (Tabela 1), foram
testados anti-helmínticos à base de moxidectina 1%, em três propriedades
localizadas nos municípios de Sertânia (Sertão), Paudalho (Zona da Mata) e
Camocim de São Felix (Zona da Mata), albendazole em duas propriedades dos
municípios de Sertânia (Sertão) e Taquaritinga do Norte (Agreste), e ivermectina
em uma propriedade do município de Recife (Região Metropolitana do Recife). Em
relação aos ovinos, foram utilizados produtos à base de moxidectina 1% em duas
propriedades dos municípios de Riacho das Almas (Agreste) e Recife (Região
Metropolitana do Recife), ivermectina em duas propriedades dos municípios
Riacho das Almas (Agreste) e Vitória de Santo Antão (Zona da Mata) e
albendazole em uma propriedade no município de Garanhuns (Agreste) (Tabela
1).
A via de aplicação bem como as dosagens dos anti-helmínticos seguiram a
recomendação indicada pelo fabricante. Amostras de fezes foram coletadas sete
dias antes do tratamento (dia -7), no dia do tratamento (dia 0), e sete dias após o
tratamento (dia +7), sendo os resultados do 7º dia utilizados para o cálculo de
eficácia. Foi possível verificar a persistência de eficácia dos produtos em algumas
propriedades estudadas em intervalos variados (Tabela 1).
O número de animais utilizados variou de acordo com o efetivo de cada
propriedade. Destes animais, coletou-se amostra de fezes diretamente da ampola
retal, utilizando-se sacos plásticos, as quais foram devidamente identificada,
acondicionadas em caixa isotérmica, contendo gelo reciclável e encaminhadas
para o Laboratório de Doenças Parasitárias dos Animais Domésticos –
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Departamento de Medicina Veterinária – Universidade Federal Rural de
Pernambuco. As amostras foram processadas para determinação do número de
ovos por grama de fezes (OPG), segundo Gordon e Whitlock (1939). O grau de
infecção para ovos tipo Strongyloidea foi interpretado segundo Ueno e Gonçalves
(1998). Para obtenção das larvas de terceiro estágio de nematóides foi
empregada a técnica de Roberts e O’Sullivan (1950).
Tabela 1: Número de rebanhos e princípios ativos utilizados para avaliar a eficácia de anti-
helmínticos em propriedades pertencentes a municípios localizados no estado
de Pernambuco
Propriedade Espécie de
animais
Produto
utilizado
Município Raça Dias pós -
tratamento
A
caprina 33 moxidectina
1%
**
Sertânia SRD e mestiços
(Boer e
Anglonubiana)
+7, +14
B caprina 19 moxidectina
1%
*
Paudalho mestiços (Boer e
Anglonubiana).
+7
C caprina 12 moxidectina
1%
**
Camocim
de são Félix
Alpina americana +7, +14
D caprina 11 Ivermectina
**
Recife Saanen +7, +14
E caprina 47 albendazole
**
Sertânia SRD, mestiços de
Boer e
Anglonubiana
+7, +14
F caprina 22 albendazole
**
Taquaritinga
do Norte
mestiços
Anglonubiana
+7, +21
G ovina 8 moxidectina
1%
**
Riacho das
Almas
SRD +7, + 21,
+42, + 73
H ovina 11 moxidectina
1%
**
Recife SRD +7, +14,
+21
I ovina 8 ivermectina
**
Riacho das
Almas
SRD +7, 21 ,+42,
+ 73
J ovina 11 Ivermectina
1%
**
Vitória de
Santo Antão
SRD +7, + 14,
+21
L ovina 24 albendazole
**
Garanhuns Santa Inez +7, +14,
+21
* oral ** injetável
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Para a análise estatística, a média aritmética da contagem de OPG antes e
depois do tratamento foi calculada para cada grupo. A eficácia dos produtos foi
avaliada pelo teste de redução do número de ovos por grama de fezes
(EDWARDS et al., 1986), calculada pela fórmula: % Eficácia = 1- [(OPG médio
pós-tratamento / OPG médio antes do tratamento)] x 100, indicando ineficácia
com índice menor que 90% (COLES,1992).
4.1.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Em todas as propriedades referentes às duas espécies animais observou-
se positividade para ovos tipo Strongyloidea nos exames anteriores aos
tratamentos. O grau de infecção em relação ao OPG variou de leve a pesado
tanto em caprinos quanto em ovinos (Tabela 2), corroborando os dados
registrados por Sousa et al. (2004
a,b
) na Região Metropolitana de Recife e Zona
da Mata de Pernambuco. Trabalhos realizados por Neves et al. (2005), com
ovinos provenientes da Paraíba, e por Santos et al. (2004), com caprinos no
Estado do Maranhão, relataram o mesmo grau de infecção ao OPG encontrado
no presente estudo.
Os resultados relativos à eficácia dos produtos nas propriedades
encontram-se na tabela 2. Os produtos à base de moxidectina 1% apresentaram
percentuais indicativos de eficácia tanto nos rebanhos caprinos quanto nos ovinos
onde foram testados, semelhantes aos dados encontrados no Paraná por
Leonardo et al. (2006) e Cunha Filho e Yamamura (1999) que observaram
eficácia de 100% da moxidectina em caprinos e ovinos respectivamente. No
entanto, Cunha Filho et al. (1999), na Região de Londrina – PR, observaram
eficácia de apenas 20% para moxidectina em ovinos e Milczewski et al. (2006)
52
registraram resistência à moxidectina em 93,7% das propriedades estudadas no
estado do Paraná também na espécie ovina.
Poucos estudos para avaliação de eficácia da moxidectina foram
conduzidos. Rangel et al. (2005), em rebanho bovino em Minas Gerais
observaram redução do OPG de 100%. No estado de São Paulo, Oliveira et al.
(2002) observaram, em bovinos tratados com moxidectina, OPG negativo durante
os dois meses estudados. Acunã e Bianchin (1999), em estudos realizados em
Mato Grosso do Sul, observaram redução significativa de OPG em novilhas que
receberam moxidectina quando comparados aos que receberam ivermectina e
doramectina.
Apesar de Hooke et al. (1997) afirmarem que as vias de administração dos
medicamentos interferem no desempenho da droga, no presente estudo, tanto a
moxidectina aplicada oral quanto a administrada injetável apresentaram eficácia.
Porém Lanusse e Prichard (1993) afirmam que o conhecimento da
farmacocinética e o comportamento metabólico dos anti-helmínticos nos
hospedeiros é importante para maximizar a eficácia anti-helmíntica.
Em relação aos rebanhos tratados com albendazole (Tabela 2), os
percentuais de redução do OPG (30 % e 70,50%) indicaram resistência. Dados
semelhantes foram registrados por Barreto e Silva (1999), no estado da Bahia,
que observaram uma eficácia de 79,31% em caprinos. A resistência ao
albendazole também foi observada em uma propriedade ovina a qual apresentou
eficácia de 75,72% (Tabela 2). Costa Júnior et al. (1999), em estudos com ovinos
na região de Presidente Prudente, em São Paulo, verificaram ineficácia do
albendazole ao constatar um índice de 43,97%. Barbosa et al. (2004), utilizando o
sulfóxido de albendazole em caprinos, verificaram um índice de 0%. O
53
albendazole, durante anos, foi um dos princípios ativos mais utilizados pelos
proprietários, contribuindo assim para o desenvolvimento da resistência.
A ivermectina apresentou eficácia de 67,33% em caprinos, indicando
resistência. Barreto e Silva (1999) encontraram resultados semelhantes ao
observarem uma redução de OPG de 84,84% em caprinos no estado da Bahia.
Em relação aos ovinos, os índices observados foram 91,5% e 100% (Tabela 2),
corroborando os dados de Melo et al. (2003) que observaram redução de 100%
na contagem de ovos nas fezes, após o tratamento com ivermectina em ovinos no
estado do Ceará e diferindo de Barreto et al. (2004) em trabalho realizado em
nove rebanhos ovinos no estado da Bahia, onde observaram eficácia.
Embora a moxidectina e a ivermectina sejam do mesmo grupo químico a
diferença em relação à eficácia é muito complexa (TAYLOR et al., 1993). Molento
(2004) afirma que a diferença está no modo de ação das referidas drogas.
Os resultados obtidos nas propriedades em que foi possível verificar a
persistência da eficácia dos produtos registram-se na tabela 3. Em caprinos
apenas a moxidectina manteve percentual considerável 14 dias após o tratamento
em Camocim de São Félix (91,00%). Em ovinos resultado semelhante foi
verificado em Riacho das Almas para a moxidectina até 43 dias após o tratamento
(92,4%), e em Recife até 21 dias (99,70%), concordando com Taylor et al. (1993)
que observaram eficácia prolongada da moxidectina a 1% em ovinos também por
21 dias. A ivermectina em ovinos apresentou persistência da eficácia até 21 dias
em Vitória de Santo Antão (100%). Este resultado relacionado à ivermectina em
ovinos difere das observações de Cunha Filho e Yamamura (1999) que obtiveram
aos 14 dias pós-tratamento eficácia de 68,26% concluindo por resistência anti-
helmíntica a esta base.
54
Tabela 2: Resultado do teste de redução de OPG antes e depois (Dia +7) da aplicação
dos anti-helmínticos em caprinos e ovinos criados em municípios localizados
no estado de Pernambuco
Produtos
utilizados
Municípios Espécie OPG médio
pré-tratamento
OPG médio
pós-tratamento
Eficácia %
Moxidectina
1%
Sertânia caprina 793,02 48,27 93,84
Moxidectina
1%
Paudalho caprina 689,47 15,78 97,69
Moxidectina
1%
Camocim
de são Félix
caprina 661,5 69,2 90,0
Albendazole Sertânia caprina 1012,24 709,52 30
Albendazole Taquaritinga
do Norte
caprina 638,91 188,23 70,50
Ivermectina Recife caprina 1.836 600 67,33
Moxidectina
1%
Riacho das
Almas
ovina 487,5 25,0 95,0
Moxidectina
1%
Recife ovina 3445 9,09 99,8
Ivermectina Riacho das
almas
ovina 437,5 37,5 91,5
Ivermectina
1%
Vitória de
Santo Antão
ovina 4609,09 0 100
Albendazole Garanhuns ovina 1016,6666 255,5555 75,72
55
Tabela 3: Resultados do teste de redução da contagem de ovos por grama de fezes em rebanhos caprinos e ovinos 14, 21, 43 e 73
dias após o tratamento
(-) Não foi possível realizar coleta.
Produtos
utilizados
Municípios Espécie OPG médio
(dia +14)
Eficácia
%
OPG médio
(dia +21)
Eficácia
%
OPG médio
(dia +43)
Eficácia
%
OPG médio
(dia +73)
Eficácia
%
Moxidectina
1%
Sertânia caprina 92,59 88,18 - -
-
-
-
-
Moxidectina
1%
Paudalho caprina - - - -
- - - -
Moxidectina
1%
Camocim
de são Félix
caprina 61,5 91,00 - -
- - - -
Albendazole Sertânia caprina 793,02 21,66 - -
- - - -
Albendazole Taquaritinga
do Norte
caprina - - 840, 90 31,16
- - - -
Ivermectina Recife caprina 1500 48,10 1450 46,85
- - - -
Moxidectina
1%
Riacho das
almas
ovina - - 37,5 92,4
37,5 92,4 326,5 24,7
Moxidectina
1%
Recife ovina 0,08 99,99 10,08 99,70
- - -
Ivermectina Riacho das
almas
ovina - - 75,0 82,9
1925,0 - 575,0 0
Ivermectina
1%
Vitória de
Santo Antão
ovina 9,09 97,83 0 100
- - - -
Albendazole Garanhuns ovina 263,16 74,12 93,33 73,12
- - - -
56
Os resultados das coproculturas qualitativas antes e depois dos
tratamentos revelaram o gênero Haemonchus como o mais prevalente (Tabela 4),
corroborando os achados de Melo (2004) e Barbosa et al. (2004), no Ceará e em
Uberlândia respectivamente. A resistência foi melhor evidenciada para o gênero
Haemonchus, cujas larvas desenvolveram-se em todas as propriedades para
todos os anti-helmínticos testados, diferindo de Trichostrongylus spp. e
Oesophagostomum sp. cujas coproculturas foram negativas em algumas
propriedades de criação caprina. Entretanto, para os ovinos, as larvas do gênero
Haemonchus, Trichostrongylus e Oesophagostomum apresentaram resistência
às bases farmacológicas utilizadas. Os dados obtidos em relação à moxidectina
corroboram os achados de Veríssimo et al. (2000) que relataram o primeiro caso
de Haemonchus spp. resistente à moxidectina em rebanho ovino no estado de
são Paulo diagnosticado pelo mesmo método aplicado no presente estudo.
Tabela 4: larvas de helmintos encontrados nas coproculturas sete dias antes e
sete dias depois dos tratamentos realizados em caprinos e ovinos
criados no estado de Pernambuco
Coproculturas
Antes do tratamento Depois do tratamento
Produtos
Espécie
HAEM TRIC OESO HAEM TRIC OESO
Moxidectina 1% caprina
+ + + + - +
Moxidectina 1% caprina
+ + - + + -
Moxidectina 1% caprina
+ + - + + -
Albendazole caprina
+ + + + - -
Albendazole caprina
+ + + + +
Ivermectina caprina
+ + + + + +
Moxidectina 1% ovina
+ + + * * *
Moxidectina 1% ovina
+ + + + + +
Ivermectina ovina
+ + + * * *
Ivermectina ovina
+ + + + + +
Albendazole ovina
+ + + + + +
HAEM - Haemonchus sp. TRIC - Trichostrongylus sp. OESO -Oesophagostomum spp.
(+) Positivo (-) negativo (
*
) Não foi realizado o exame.
57
Nos rebanhos caprinos, os anti-helmínticos utilizados anteriormente
pertenciam ao grupo das avermectinas, benzimidazóis e moxidectina, enquanto nas
propriedades de ovinos foram ivermectina e albendazole (Tabela 5). O uso de
produtos a base de albendazole foi observado na maioria das propriedades
analisadas para caprinos, indicando ser a base anti-helmíntica mais conhecida
pelos proprietários e, provavelmente, justifica a resistência observada neste estudo.
Embora a ivermectina também tenha se apresentado como um produto de uso
comum pelos proprietários, o fato de ter sido formulada mais recentemente em
comparação com os benzimidazóis faz com que compostos desta base ainda
exibam percentuais aceitáveis de eficácia em certas propriedades.
Tabela 5: Anti-helmínticos anteriormente utilizados nos rebanhos caprinos e
ovinos das propriedades estudadas
Municípios Espécie Anti-helmíntico
Sertânia caprina albendazole
Paudalho caprina ivermectina/oxfendazol
Camocim de São Félix caprina moxidectina 1%
Sertânia caprina albendazole
Taquaritinga do Norte Caprina albendazole/ivermectina
Recife caprina albendazole/ivermectina
Riacho das almas ovina ivermectina
Recife ovina albendazole/ivermectina
Riacho das almas ovina ivermectina
Vitória de Santo Antão ovina ivermectina
Garanhuns ovina albendazole
Certas condições tornaram os benzimidazóis (especificamente o
albendazole) o grupo químico mais utilizado pelos produtores, tais como a facilidade
de administração, o relativo baixo custo, a grande variedade de marcas presentes
no mercado, propiciando, assim o aparecimento da resistência (CUNHA FILHO e
58
YAMAMURA, 1999), principalmente pelo fato dos produtores alternarem
medicamentos, efetuando, porém, uma rotação de anti-helmínticos com o mesmo
princípio ativo sem mudar, efetivamente, as diferentes classes de anti-helmíntico
(WALLER, 1992).
4.1.4 CONCLUSÃO
O tratamento anti-helmíntico para caprinos e ovinos nas propriedades
estudadas deve ser implementado com endectocidas, preferentemente, à base de
moxidectina 1%, mantendo-se um monitoramento da eficácia da ivermectina nas
criações onde produtos desta base ainda apresentam potencialidade para o
controle das infecções helmínticas.
59
4.1.5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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66
4.2 INFECÇÃO POR PARASITOS GASTRINTESTINAIS EM
REBANHOS CAPRINOS E OVINOS CRIADOS NA MICRORREGIÃO
DO SERTÃO DO PAJEÚ - PE - BRASIL
INFECTION WITH GASTROINTESTINAL PARASITES IN GOATS
AND SHEEP IN SEMI-ARID ZONE OF PAJEÚ – PERNAMBUCO
STATE – BRAZIL
RESUMO
A caprinovinocultura é uma atividade econômica explorada em todos os
continentes, estando presente em ecossistemas com os mais diversos climas,
solos e vegetação. Entretanto, as enfermidades parasitárias tem sido
consideradas um fator limitante para a expansão desta atividade em várias
regiões. Objetivou-se com este trabalho relatar a infecção por helmintos
gastrintestinais em rebanhos caprinos e ovinos criados na microrregião do Sertão
do Pajeú - PE – Brasil. Amostras de fezes foram coletadas de caprinos e ovinos e
submetidas a exame coproparasitológico por meio do OPG, OoPG e coprocultura.
foram analisadas 931 amostras de fezes caprina, obtendo-se um percentual de
positividade de 68,10% (634/931) para ovos tipo Strongyloidea, 3,65%(34/931),
para Trichuris sp., 2,15%(20/931) para Moniezia spp., e 25,35% (236/931) para
oocistos de Eimeria spp. No rebanho ovino foram analisadas 847 amostras de
fezes, destas 59,03% (500/847), 2,36% (20/847), 2,48% (21/847), 22,20%
(188/847) foram positivas para ovos tipo Strongyloidea, Trichuris sp., Moniezia
spp. e Eimeria spp. respectivamente. Os nematóides predominantes foram os do
gênero Haemonchus, seguido de Trichostrongylus e Oesophagostomum tanto em
caprinos quanto em ovinos.
Palavras chaves: nematóides, caprinos, ovinos. Pernambuco
67
ABSTRACT
The sheep and goat breeding are an economical activity explored in all the
continents, being present in ecosystems with the most several climates, soils and
vegetation. However, the parasitic illnesses have been considered limitation for
the expansion of this activity in several region. The objective of this work was to
study the infection for gastrointestinal helminths in goats and sheep created in
semi-arid zone of of the Pajeú – Pernambuco state - Brazil. Faecal samples were
collected of goats and sheep and submitted to faecal egg and oocyst counts and
larval culture. Of goats, 931 faecal samples were analyzed obtained percentage of
positividade of 68.10% (634/931) for Strongyloidea type eggs, 3.65% (34/931) of
Trichuris sp., 2.15% (20/931) for Moniezia sp. and 25.35% (236/931) for Eimeria
spp. In sheep 847 samples were analyzed, of these 59.03% (500/847), 2.36%
(20/847) 2.48% (21/847), and 22.20% (188/847) were positive for Strongyloidea
type eggs, Trichuris sp., Moniezia spp. and Eimeria spp. respectively. In the larval
culture predominated Haemonchus sp. followed of Trichostrongylus sp. and
Oesophagostomum spp., so much in goats as in sheep.
key words: nematodes, goats, sheep, Pernambuco
68
4.2.1 INTRODUÇÃO
O Brasil detém cerca de 15.057.838 cabeças de caprinos e 10.046.888.
cabeças de ovino (IBGE, 2004). Considerando, porém, as condições ambientais
favoráveis e a dimensão territorial do País, tais rebanhos não apresentam
quantitativos expressivos, notadamente quando comparados à bovinocultura
(LEITE, 2002).
Durante as últimas três décadas, uma das maiores limitações para o
incremento da produtividade da pecuária tem sido a grande variabilidade dos
problemas sanitários, e dentre eles, as doenças causadas por parasitos revelam-
se de maior importância (ALBERTI et al., 2001).
Segundo Almeida et al. (2005), um dos principais entraves à produção de
ruminantes são os parasitos internos em sistema de pastagens nas regiões
tropicais e subtropicais. De acordo com o mesmo autor, em algumas regiões, a
helmintose é a principal causa de mortalidade de caprinos e ovinos,
principalmente em animais jovens.
As conseqüências das infecções causadas pelos helmintos gastrintestinais
em pequenos ruminantes vão desde crescimento retardado, perda de peso,
redução no consumo de alimentos, queda na produção de leite, baixa fertilidade e
nos casos de infecções maciças, altas taxa de mortalidade (CAVALCANTE,
2000).
Em Pernambuco, as helmintoses gastrintestinais são consideradas um dos
principais problemas sanitários que acometem pequenos ruminantes (OLIVEIRA
et al., 1995). Dentre os parasitos já diagnosticados no Estado, merecem destaque
os gêneros Haemonchus, Trichostrongylus e Oesophagostomum (LIMA, 2001;
LIMA et al., 2003), sendo Haemonchus contortus considerado o nematóide
69
abomasal de maior prevalência e patogenicidade de ovinos e caprinos (SOUZA et
al., 2004).
A identificação de parasitos gastrintestinais é de grande importância,
principalmente visando um controle mais adequado das infecções. Desta forma
neste trabalho objetivou-se avaliar a infecção por parasitos gastrintestinais em
rebanhos caprinos e ovinos criados na microrregião do Sertão do Pajeú- PE.
4.2.2 MATERIAL E MÉTODOS
4.2.2.1 LOCAL DO EXPERIMENTO
A microrregião do Sertão do Pajeú - PE é formada por 17 municípios, tendo
extensão territorial de 8.663 km
2
(correspondente a 8,78% do território estadual),
situada no Sertão pernambucano (Figura 1). Predomina, em quase toda a região,
o clima semi-árido. Comparada às demais microrregiões sertanejas, tem atividade
agrícola mais desenvolvida, sendo o espaço da microrregião ocupado
predominantemente, pela pecuária (caprinocultura e bovinocultura) e culturas de
subsistência (PERNAMBUCO DE A a Z, 2005).
O estudo foi parte integrante do Programa de Sanidade Caprinovinocultura
para Pernambuco, desenvolvido pela UFRPE - DMV, em parceria com a
Secretaria de Produção e Reforma Agrária de Pernambuco e prefeituras dos
municípios participantes.
70
4.2.2.2 AMOSTRAGEM
Estabeleceu-se amostragem por conveniência (REIS, 2003), para seleção
das propriedades e dos municípios (Tabela 1), baseando-se na condição de
adesão ao programa, perfazendo 146 propriedades, como também para seleção
dos animais, separadamente, por espécie hospedeira (caprinos e ovinos) sendo
número sempre igual ou superior a 10% do total de animais de cada propriedade,
totalizando 931 caprinos e 847 ovinos.
Tabela 1: Número de propriedades de caprinos e ovinos estudadas no Sertão do
Pajeú - PE.
Municípios
criação
caprina
criação ovina criação caprina + ovina
Total
Afogados da
Ingazeira
23 17 8 48
Carnaíba 4 6 21 31
Itapetím 14 6 16 36
São José do Egito 7 12 12 31
Total 48 41 57 146
4.2.2.3 COLETA DO MATERIAL
As coletas foram realizadas, respectivamente, nos meses de junho e julho
(período chuvoso) nos municípios de Afogados de Ingazeira e Carnaíba, e
outubro e novembro de 2003 (período seco) nos municípios de Itapetim e São
José do Egito.
Amostras fecais foram coletadas diretamente da ampola retal de cada
animal, utilizando-se sacos plásticos identificados com dados do animal, da
71
propriedade e data da coleta, em seguida, acondicionadas em caixas isotérmicas
contendo gelo, para transporte, e mantendo-se sob refrigeração até o momento
do processamento.
4.2.2.4 EXAME COPROPARASITOLÓGICO
As amostras foram processadas no Laboratório de Doenças Parasitárias
dos Animais Domésticos – Área de Medicina Veterinária Preventiva -
Departamento de Medicina Veterinária - Universidade Federal Rural de
Pernambuco, por meio da contagens de ovos (OPG) e oocistos (OoPG) nas
fezes, conforme Gordon e Whitlock (1939). Foram pesados 2g de fezes e
transferidas para copos plásticos, homogeneizando-se em 58ml de solução hiper-
saturada de açúcar. Posteriormente, com alíquota desta suspensão fecal, foram
preenchidas as duas áreas da câmara de McMaster, seguindo-se a leitura após 1
a 2 minutos em microscópio óptico. O grau de infecção para ovos tipo
Strongyloidea foi interpretado segundo Ueno e Gonçalves (1998). Para
identificação dos gêneros, realizou-se a coprocultura para a obtenção de larvas
de terceiro estágio de nematóides segundo Roberts e O’Sullivan (1950).
72
Figura 1: Sertão Pernambucano
Municípios estudados
Separando-se alíquotas de cada amostra fecal, foi preparado um
homogeneizado para cada propriedade estudada, estabelecendo-se desta forma
uma amostra por propriedade por espécie animal, sendo realizadas 93
coproculturas para caprinos e 80 para ovinos. Cada amostra assim formada foi
misturada com vermiculita, dentro de um recipiente plástico, permanecendo em
temperatura ambiente por um período de 7 a 10 dias. Transcorrido este período, o
recipiente foi preenchido com água corrente e coberto com placa de Petri, sendo
este conjunto, então, emborcado, acrescentando-se água limpa à placa de Petri
para migração das larvas. Após período mínimo de 3 horas, o líquido da placa de
Petri foi coletado, utilizando-se pipeta, e transferido para tubos de ensaio
devidamente identificados, os quais foram mantidos sob refrigeração para a
deposição das larvas no fundo do tubo. Para contagem e identificação das larvas,
o volume contido nos tubos de ensaio foi padronizado para 5mL. Após
homogeneização, alíquotas deste material foram retiradas com auxílio de pipeta,
colocando-se uma gota em cada lâmina de microscopia, adicionando-se, em
seguida, gotas de lugol e cobrindo-se com lamínula. Para cada amostra, cinco
lâminas foram confeccionadas as quais foram examinadas em microscópio óptico.
As larvas foram identificadas baseando-se em suas características morfológicas
segundo Ueno e Gonçalves (1994).
4.2.2.5 ANÁLISE ESTÁTISTICA
Os dados foram tabulados e analisados estatisticamente segundo literatura
pertinente (ALTMAN, 1991; ZAR, 1999), por métodos de estatística descritiva,
obtendo-se as distribuições absolutas e percentuais dos parâmetros analisados,
74
bem como as médias e desvios padrão do OPG e OoPG para cada espécie
animal. Foram utilizados, ainda, os testes de comparações de duas proporções,
teste Qui-quadrado de Pearson, teste t-Student com variâncias iguais ou
desiguais, teste F (ANOVA) e no caso de diferenças significativas entre foram
utilizados os testes de comparações pareadas de Tukey. Ressalta-se que a
verificação da hipótese de igualdade de variâncias foi realizada através do teste F
específico para a finalidade.
Os cálculos estatísticos foram obtidos através do programa SAS (Statistical
Analysis System) na versão 8,0. Os testes foram realizados com margem de erro
de 5,0%.
4.2.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Das 931 amostras de fezes da espécie caprina, 74,54% (694/931) estavam
positivas, 19,44% (181/931) apresentavam infecções mistas (ovos tipo
Strongyloidea e oocistos de Eimeria spp.) e 25,45% (237/931) negativas (Tabela
2). Infecções mistas por nematóides e coccídios do gênero Eimeria foram
relatadas por Faizal e Rajapakse (2001) no Sri Lanka com prevalência média de
78,00% e por Martins Filho e Menezes (2001) na Paraíba que consideraram
comum a infecção simultânea de helmintos e coccídios.
Analisando-se os dados observados segundo os parasitos diagnosticados
no rebanho caprino ao OPG (Tabela 3), observou-se percentual de positividade
de 68,10% (634/931) para ovos tipo Strongyloidea, 3,65% (34/931) para Trichuris
sp. e 2,15% (20/931) para Moniezia sp., diferindo dos relatos de Lima et al. (2003)
que encontraram 72,80% de positividade para ovos tipo Strongyloidea, 8,40%
para Moniezia sp. e 2,00% para Trichuris sp. também em caprinos na Região
Metropolitana de Recife. Em relação às amostras positivas para ovos tipo
75
Strongyloidea, o grau de infecção variou de leve a pesado com predominância do
grau moderado, corroborando os achados de Santos et al. (2004
a
) em caprinos da
Baixada Maranhense e Regassa et al. (2006) na Ethiopia.
Tabela 2: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de amostras submetidas ao exame
coproparasitológico de caprino criados no Sertão do Pajeú – PE
Total
positivo
ovos tipo Strongyloidea
+ Eimeria spp.
negativo
Municípios
n % n % n % n %
Afogados da
Ingazeira
244 26,20 223 91,39 74 30,32 21 8,60
Carnaíba 210 22,56 171 81,42 57 27,14 39 18,57
Itapetím 264 28,36 172 65,15 21 7,95 92 34,84
São José do
Egito
213 22,88 128 60,90 29 13,61 85 39,90
Total 931 100 694 74,54 181 19,44 237 25,45
Tabela 3: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de amostras positivas à contagem de ovos
e oocistos por grama de fezes em caprinos criados no Sertão do Pajeú – PE
Ovos tipo
Strongyloidea
Trichuris sp. Moniezia sp. Eimeria spp.
Municípios
n % n % n % n %
Afogados da Ingazeira 209 85,65 7 2,86 9 3,68 92 37,70
Carnaíba 159 75,71 6 2,85 3 1,42 69 32,90
Itapetím 156 59,09 17 6,43 3 1,13 30 11,36
São José do Egito 110 51,64 4 1,87 5 2,34 45 21,12
Total 634 68,10 34 3,65 20 2,15 236 25,35
76
O OPG médio mais elevado foi observado nos meses do período chuvoso
da região estudada, junho (1017,62) e julho (547,19), havendo diferença
significativa com os valores obtidos no período chuvoso, indicando que as
condições climáticas tiveram influência na redução do OPG no período seco. No
entanto, comparando-se os dois meses do período chuvoso, observou-se valor
significativamente maior para o mês de junho em propriedades do município de
Afogados da Ingazeira que no mês de julho em Carnaíba (Tabela 4) o que
significa que outros fatores específicos de cada propriedade podem estar
influenciando na diferença entre as taxas de infecção, uma vez que os valores
médios dos parâmetros climáticos foram próximos nos dois meses para os
referidos municípios (Tabela 5). Lima et al. (2003), na Região Metropolitana de
Recife, registraram média significativamente mais elevada de OPG no período
chuvoso em rebanho caprino.
Tabela 4: Médias de OPG, OoPG e desvios padrão obtidos em amostras fecais de
caprinos criados em municípios pertencentes à microrregião do Sertão do
Pajeú.
Afogados
da
Ingazeira
Carnaíba Itapetim São José
do Egito
Parasitas
Estatísticas
junho julho outubro novembro
Valor de p
Strongyloidea Média 1017,62
(A)
547,19
(B)
245,83
(C)
244,60
(C)
p
(1)
<
0,0001*
Desvio
padrão
1550,65 860,77 386,05 455,50
Mínimo 0,00 0,00 0,00 0,00
Máximo 15800,00 6300,00 2600,00 2900,00
Eimeria spp. Média 628,28
(A)
112,86
(B)
73,11
(B)
86,38
(B)
p
(1)
=
0,0055*
Desvio
padrão
3897,92 322,19 595,48 335,41
Mínimo 0,00 0,00 0,00 0,00
Máximo 54400,00 3400,00 8900,00 3100,00
(*) – Associação significativa ao nível de 5.0%. (1) – Através do teste F-ANOVA.
Médias seguidas de letras iguais na mesma linha não diferem significativamente entre si
77
Tabela 5: Temperatura média mensal, Precipitação total mensal e Umidade relativa
do ar média referentes aos municípios de Afogados da Ingazeira, Carnaíba,
Itapetim e São José do Egito, 2003.
Local
Meses
Temperatura
média
mensal (ºC)
Precipitação
total mensal
(mm)
Umidade
relativa média
(%)
Afogados da
Ingazeira
Junho/2003
23,3
31,1
85
Carnaíba
Julho/2003
22,3
32,2
83
Itapetim
Outubro/2003
25,3
19,3
79
São José do Egito
Novembro/2003
26,5
1,6
76
INMET/MA - Instituto Nacional de Meteorologia 3
º
Distrito de Meteorologia / RECIFE-PE
Os resultados obtidos nas coproculturas demonstraram predominância do
gênero Haemonchus comparativamente aos demais gêneros em todas as
propriedades analisadas, com percentual mínimo de 90%; a menor freqüência foi
observada para Oesophagostomum sp. Em relação às propriedades, 80,64%
(75/93) foram positivas para o gênero Haemonchus 39,78% (37/93) para
Trichostrongylus e 6,45% (6/93) para Oesophagostomum e Infecção mista em
41,93% (39/93) (Tabela 6), sendo em 7,52% das propriedades entre os gêneros
Haemonchus, Trichostrongylus e Oesophagostomum, e entre Haemonchus e
Trichostrongylus em 42,93%.
A predominância do gênero Haemonchus é comprovada em vários
estudos. Brito et al. (2006) no estado do Maranhão e Hupp et al. (2006) no
Espírito Santo, além dos parasitos supracitados encontraram também o gênero
Cooperia. Hupp et al. (2006) verificaram ainda a presença do gênero
Strongyloides. Santos et al. (2004
a
) em trabalhos realizados com caprinos na
Baixada Maranhense evidenciaram maior freqüência de infecções pelos gêneros
78
Haemonchus e Trichostrongylus, identificando, ainda, Cooperia,
Oesophagostomum e Strongyloides. Na Paraíba, Araújo-Lima et al. (2004)
observaram predominância do gênero Trichostrongylus seguido de Haemonchus,
Oesophagostomum, e Cooperia. Martins Filho e Menezes (2001), no estado da
Paraíba, obtiveram freqüência mais elevada para o gênero Oesophagostomum.
Faizal e Rajapakse (2001), no Sri Lanka, trabalhando em cinco propriedades,
encontraram o gênero Haemonchus como sendo o mais prevalente (90%)
seguido de Oesophagostomum (8,5%) e Trichostrongylus (1,3%).
Tabela 6: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de propriedades de criação caprina do Sertão
do Pajeú – PE positivas à coprocultura
Haemonchus
sp.
Trichostrongylus
spp.
Oesophagostomum
spp
Infecção
mista
Local
Número
de
Propriedades
n
%
n
%
n
%
n
%
Afogados
da
Ingazeira
24 21 87,5 16 66,66 1 4,16 15 62,50
Carnaíba
24 24 100 11 45,83 3 12,5 14 58,33
Itapetim
26 18 69,23 7 29,92 1 3,84 7 29,92
São José
do Egito
19 12 63,15 3 12,5 1 5, 26 3 15,78
Total
93 75 80,64 37 39,78 6 6,45 39 41,93
Em relação à infecção por Eimeria spp. observou-se taxa de positividade
de 25,50% (Tabela 3), inferior à registrada por Sousa et al. (2004
a
) na Região
Metropolitana do Recife e Zona da Mata de Pernambuco (33,83%), e Faustino et
al. (2002) no Agreste pernambucano (83,36%), diferindo também dos dados
encontrados por Tembue et al. (2006), trabalhando com caprinos no município de
Ibimirim no Sertão Pernambucano, que encontraram um índice de 97,20%.
Hassum e Menezes (2005), em estudos realizados em dois municípios do estado
79
do Rio de Janeiro, observaram oocistos de Eimeria spp. em 85,00% das amostras
de fezes de caprinos reprodutores, 73,13% em caprinos jovens e 82,00% em
fêmeas secas. Freitas et al. (2005), na região de São José do Rio Preto-SP,
verificaram um índice de 100% dos animais examinados. Faizal e Rajapakse
(2001), no Sri Lanka, observaram oocistos de Eimeria spp. em 88,00% dos
filhotes, 91,00% em caprinos jovens, e em 83,00% dos caprinos adultos. As
diferenças entre os dados ora obtidos devem-se, além das condições de manejo,
às diferenças climáticas entre os locais onde se realizaram os estudos. Regassa
et al. (2006), trabalhando com caprinos na Ethiopia, diagnosticaram um índice de
34,3% para oocistos do gênero Eimeria.
Em relação ao OoPG médio, embora com valores maiores para os meses
do período chuvoso, houve diferença significativa apenas em relação ao mês de
junho (Afogados de Ingazeira) (Tabela 4). Registros de Lima et al. (2003), na
Região Metropolitana do Recife, indicaram média mais elevada de OoPG no
período chuvoso.
Em relação ao rebanho ovino foram analisadas 847 amostras de fezes,
sendo 576 (68,00%) amostras positivas, 271 (31,99) negativas e infecção
concomitante por ovos tipo Strongyloidea e oocistos de Eimeria spp. em 13,81%
(117/847) das amostras analisadas (Tabela 7).
Ao OPG, foram positivas para ovos tipo Strongyloidea, Trichuris sp. e
Moniezia spp., respectivamente, 59,00% (500/847), 2,36% (20/847), e 2,48%
(21/847) das amostras analisadas (Tabela 8). Excetuando-se o encontro de
Trichuris sp., estes dados são semelhantes ao encontrado por Lima (2001) em
estudo realizado por período de 12 meses na Região Metropolitana de
Recife, onde observou índice de 59,34% para ovos tipo Strongyloidea e 3,07%
80
para Moniezia spp. Sousa et al. (2004
b
), em trabalhos realizados com ovinos na
Região Metropolitana e Zona da Mata do estado de Pernambuco, observaram um
índice de 90% para ovos tipo Strongyloidea e 17,5% para Moniezia spp.
Tabela 7: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de amostras submetidas ao exame
coproparasitológico de ovinos criados no Sertão do Pajeú – PE
Maiores freqüências de amostras positivas para ovos tipo Strongyloidea
ocorreram nos meses do período chuvoso (junho e julho) (Tabelas 5 e 8), bem
como os valores médios do OPG (Tabela 9), os quais foram significativamente
superiores aos obtidos nos meses do período seco. O grau de infecção para ovos
tipo Strongyloidea variou de leve a pesado, corroborando os achados de Neves et
al. (2005) no município de Gurjão na Paraíba. Houve predominância do grau
moderado, concordando com os registros de Lima (2001), e Lima e Cardoso
(1980) em estudos com ovinos realizados na Região Metropolitana do Recife, e no
Sertão do estado do Ceará, respectivamente.
Total
Positivo
(OPG)
ovos tipo
Strongyloidea e
Eimeria spp.
negativo
Municípios
n % n % n % n %
Afogados da
Ingazeira
171 20,18 127 74,26 28 16,37 44 25,73
Carnaíba 178 21,01 128 71,91 39 21,91 50 28,08
Itapetím 172 20,31 108 62,79 19 11,04 64 37,20
São José do
Egito
326 38,49 213 65,33 31 9,53 113 34,66
Total 847 100 576 68,00 117 13,81 271 31,99
81
Tabela 8: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de amostras positivas à contagem de
ovos e oocistos por grama de fezes em ovinos criados no Sertão do Pajeú – PE.
Ovos tipo
Strongyloidea
Trichuris sp. Moniezia sp Eimeria sp.
Municípios
n % n % n % n %
Afogados da
Ingazeira
116 67,83 3 1,75 3 1,75 40 23,39
Carnaíba 115 64,60 3 1,68 4 2,24 52 29,21
Itapetím 88 51,16 5 2,90 6 3,48 36 20,93
São José do Egito 181 55,69 9 2,76 8 2,46 60 18,46
Total 500 59,03 20 2,36 21 2,48 188 22,20
Tabela 9: Médias de OPG e OoPG e desvios padrão obtidos em amostras fecais de ovinos
criados em municípios pertencentes à microrregião do Sertão do Pajeú
Parasitas Estatísticas Afogados
da
Ingazeira
Carnaíba Itapetim São José
do Egito
Valor de p
junho julho outubro novembro
Strongyloidea Média 767,25
(A)
657,30
(A)
243,02
(B)
247,55
(B)
p
(1)
<
0,0001*
Desvio
padrão
1286,94 1455,04 421,09 479,46
Mínimo 0,00 0,00 0,00 0,00
Máximo 11600,00 9500,00 2600,00 3700,00
Eimeria spp.
Média 512,87
(A)
228,65
(A)
770,35
(A)
123,01
(A)
p
(1)
=
0,3539
Desvio
padrão
1945,03 804,24 8649,79 1236,87
Mínimo 0,00 0,00 0,00 0,00
Máximo 14500,00 6900,00 113400,00 21800,00
(1) – Através do teste F-ANOVA.
Médias seguidas de letras iguais na mesma linha não diferem significativamente entre si .
82
Lima (2001), em estudo realizado na Região Metropolitana de Recife,
observou uma correlação apreciável entre o OPG para ovos tipo Strongyloidea e a
precipitação pluviométrica. Gastaldi et al. (2001), no entanto observaram maiores
contagens de OPG no período seco, afirmando que, em período de seca, a
alimentação é mais escassa e de pior qualidade favorecendo as infecções devido ao
pastejo mais baixo e à redução da resistência dos animais às infecções por
nematóides gastrintestinais. Segundo Almeida et al. (2005), condições de baixa
precipitação pluviométrica associadas à temperatura relativamente amenas podem
determinar a sobrevivência de larvas infectantes dentro do bolo fecal por extensos
períodos, representando fonte de contaminação da pastagem.
Os resultados da coprocultura revelaram a presença de larvas dos gêneros
Haemonchus em 72,5% das propriedades seguidas de Trichostrongylus spp.
(19,04%) e Oesophagostomum spp. (9,52%) (Tabela 10). Infecção mista ocorreu
entre os gêneros Haemonchus, Trichostrongylus e Oesophagostomum em 5% e
entre Haemonchus e Trichostrongylus em 31, 25% das propriedades. Em relação ao
número de larvas nas coproculturas evidenciou-se, de igual modo, predominância do
gênero Haemonchus (mínimo de 90%) sobre Trichostrongylus spp. e
Oesophagostomum spp que foi o menos freqüente. Infecção mista ocorreu entre os
gêneros Haemonchus, Trichostrongylus e Oesophagostomum em 5% das
propriedades e Haemonchus e Trichostrongylus em 31, 25 %.
Romeiro et al. (2005) na Zona da Mata em Pernambuco, Santos et al. (2004
a
)
e por Brito et al. (2006) ambos no Maranhão identificaram os mesmos gêneros acima
citados. Além desses, Santos et al. (2004
b
) observaram o gênero Skrjabinema e Brito
et al. (2006) encontraram os gêneros Strongyloides e Cooperia. Sousa et al. (2004
b
),
em estudos realizados na Região Metropolitana do Recife e Zona da Mata do estado
83
de Pernambuco diagnosticaram os gêneros Haemonchus e Trichostrongylus
parasitando ovinos. Melo (2003) em rebanhos ovinos do estado do Ceará relatou a
presença dos gêneros Haemonchus, Trichostrongylus e Oesophagostomum.
Amarantes et al. (1992), no estado de São Paulo, verificaram ocorrência de
Haemonchus spp. superior a 90%, em amostras de fezes ovinas. Estes autores
observaram também larvas de Trichostrongylus spp. e percentual bastante baixo de
larvas de Ostertagia spp. Estudos de Kawano et al. (2001), em Londrina,
demonstraram predominância do gênero Haemonchus (99,9%), sendo também
observados os gêneros Strongyloides e Trichostrongylus porém em menor
freqüência (0,09% e 0,01%, respectivamente).
Tabela 10: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de propriedades de criação ovina do Sertão
do Pajeú – PE positivas à coprocultura.
Haemonchus
spp.
Trichostrongylus
spp.
Oesophagostomum
spp
Infecção
mista
Local
Número
propriedades
n
%
n
%
n
%
n
%
Afogados
da Ingazeira
13 9 69,23 7 63,63 2 18,18 7 63,63
Carnaíba 22 21 95,45 11 50 0 0 10 45,45
Itapetim 24 15 62, 5 6 25 1 4, 16 6 25
São José do
Egito
21 13 61,90 4 19,04 2 9,52 3 14,28
total 80 58 72,5 28 35 5 6,25 26 32,5
Das amostras analisadas 22,20% (188/847) (Tabela 7) foram positivas para
oocistos do gênero Eimeria, próximo aos dados encontrados na Região
Metropolitana de Recife (23,07%) por Lima (2001) e aos de Sousa et al. (2004
b
), na
região Metropolitana de Recife e Zona da Mata de Pernambuco (22,10%). Tembue et
84
al. (2006), em ovinos no município de Ibimirim, Sertão Pernambucano, observaram
91,4% de amostras positivas para oocistos do gênero Eimeria. Santos et al. (2006),
no município de Mossoró, Rio Grande do Norte, verificaram um índice de 26,90% de
positividade para oocistos do gênero Eimeria também em ovinos.
Hassum e Menezes (2005), no Rio de Janeiro, observaram infecção por
oocistos do gênero Eimeria em 94,65% dos ovinos jovens, 75,97% em fêmeas secas
e 65,63% em reprodutores. Regassa et al. (2006), trabalhando com ovinos na
Ethiopia, verificaram um índice de 26,7% para oocistos do gênero Eimeria.
Em relação à comparação entre caprinos e ovinos (Tabelas 11 e 12), apenas
para ovos tipo Strongyloidea obteve-se diferença significativa, com percentual mais
elevado de caprinos positivos (68,10%) que de ovinos (59,00%) (Tabela 11). No
entanto, em relação às médias de ovos e oocistos por grama de fezes (Tabela 12)
não se observou significância estatística nas diferenças entre os resultados das duas
espécies de hospedeiros para nenhum dos parasitos identificados.
Os dados obtidos no período chuvoso e período seco durante os quais se
realizou este estudo demonstraram o parasitismo em todas as propriedades
analisadas mesmo quando a precipitação pluviométrica mensal alcançou índices tão
baixos como 1,6mm (Tabela 5), embora segundo Charles (1995), no Sertão
pernambucano, a dessecação ocasionada pela ausência de chuvas e pelo alto
índice de evaporação provavelmente seja fator determinante para a inibição do
desenvolvimento das larvas de H. contortus em ovino.
85
Tabela 11: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de caprinos e ovinos do Sertão do
Pajeú – PE positivos para parasitos gastrintestinais
Parasitos Caprinos Ovinos Valor de p
n % n %
Strongyloidea 634 68,1 500 59,0 p
(1)
< 0,0001*
Eimeria spp. 236 25,5 188 22,2 p
(1)
= 0,1192
Trichuris sp. 34 3,7 20 2,4 p
(1)
= 0,1132
Moniezia spp. 20 2,2 21 2,5 p
(1)
= 0,6422
Strongyloides sp. 1 0,1 - - **
(*) – Associação significativa ao nível de 5.0% (**) – Não foi determinado devido à ocorrência de freqüência nula.
(1) – Através do teste de duas proporções.
Tabela 12: Médias de OPG e OoPG e desvios padrão obtidos em amostras fecais de
ovinos e caprinos criados em municípios da microrregião do Sertão do Pajeú - PE
Parasitas Estatísticas Caprinos Ovinos Valor de p
Strongyloidea Média 515,80 437,66 p
(1)
= 0,0952
Desvio padrão 994,01 976,55
Mínimo 0,00 0,00
Máximo 15800,00 11600,00
Eimeria spp. Média 230,61 355,37 p
(2)
= 0,4224
Desvio padrão 2043,45 4082,94
Mínimo 0,00 0,00
Máximo 54400,00 113400,00
Trichuris spp. Média 5,80 3,90 p
(2)
= 0,2354
Desvio padrão 35,45 32,20
Mínimo 0,00 0,00
Máximo 400,00 500,00
Moniezia spp. Média 29,75 36,48 p
(1)
= 0,7115
Desvio padrão 386,72 379,13
Mínimo 0,00 0,00
Máximo 10100,00 7700,00
Strongyloides sp. Média 0,21 0,00 **
Desvio padrão 6,55 0,00
Mínimo 0,00 0,00
Máximo 200,00 0,00
(1) – Através do teste t-Student com variâncias iguais. (2) – Através do teste t-Student com variâncias desiguais
86
4.2.4 CONCLUSÃO
A infecção por nematóides gastrintestinais e coccídios do gênero Eimeria é
freqüente tanto no período seco como no chuvoso em caprinos e ovinos criados na
mesorregião do Sertão do Pajeú.
87
4.2.5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ZAR, J. H. Bioestatistical Analisys. Fourth edition, Prentice Hall, New Jersey – USA
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95
4.3 ANÁLISE DE ASPECTOS SANITÁRIOS RELATIVOS À INFECÇÃO
POR PARASITOS GASTRINTESTINAIS EM PROPRIEDADES DE
CRIAÇÃO CAPRINA E OVINA DA MICRORREGIÃO DO SERTÃO DO
PAJEÚ - PERNAMBUCO - BRASIL
ANALYSIS OF RELATIVE SANITARY ASPECTS TO THE
INFECTION FOR GASTROINTESTINAL PARASITES IN PROPERTIES
OF GOATS AND SHEPP BREEDING OF SEMI-ARID ZONE OF PAJEÚ
- PERNAMBUCO STATE - BRAZIL
Resumo
Objetivou-se neste trabalho avaliar a importância de aspectos sanitários associados
à infecção por parasitos gastrintestinais em propriedades de criação caprina e ovina
do Sertão do Pajeú – Pernambuco. Foram visitadas 65 propriedades sendo, 21 de
caprinos, 14 de ovinos e 30 com as duas espécies. Amostras de fezes foram
coletadas diretamente da ampola retal, para a realização da contagem de ovos
(OPG) e oocistos (OoPG) por grama de fezes. Durante a visita às propriedades
realizou-se um estudo epidemiológico descritivo utilizando-se um questionário. Após
análise dos dados pode-se concluir que os fatores relacionados com aspectos
sanitários interferem na prevalência das helmintoses gastrintestinais em rebanhos
caprinos e ovino criados no Sertão do Pajeú - PE., principalmente devido a práticas
inadequadas de manejo.
Palavras chaves: manejo, endoparasito, pequenos ruminantes, Pernambuco
96
ABSTRACT
The aim of this work was to evaluate the importance of sanitary aspects associated to
the infection for gastrointestinal parasites in properties of goats and sheep breeding
in the semi-arid zone of Pajeú - Pernambuco state - Brazil. The countings of eggs
and oocists in the feces were accomplished in 65 properties being, 21 of goats, 14
of sheep and 30 with the two species. During the visit to the properties took place a
descriptive epidemic study being used a questionnaire. After the analyze of the data it
can be concluded that the factors related with sanitary aspects interfere in the
positivity of the gastrointestinal helminths in goats and sheep flocks in the semi- arid
zone of Pajeú – Pernambuco State – Brazil, mainly due to inadequate handling
practices.
Key words: handling, internal parasites, small ruminant, Pernambuco
97
4.3.1 INTRODUÇÃO
A ovinocaprinocultura é uma atividade econômica explorada em todos os
continentes, estando presente em ecossistemas com os mais diversos climas, solos
e vegetação. Entretanto, esta exploração apresenta expressão econômica em
poucos países, já que, na maioria das nações onde é explorada, a atividade é
desenvolvida em sistemas extensivos e com baixo nível de tecnologia (LEITE, 2000).
O Nordeste é a região, que detém o maior rebanho brasileiro de caprinos e ovinos.
No entanto, nesta região a produção e a produtividade desses animais ainda são
limitadas devidos a problemas sanitários e de manejo (SANTOS et al., 2006). Além,
disso a ausência ou uso inadequado de tecnologias constituem sem dúvida,
importante causa de baixa produção e rentabilidade aos ovinocaprinocultores da
região semi-árida do Brasil (ALVES e COX, 1998).
De acordo com Ribeiro (1997), a condição sanitária do plantel é de grande
importância para se obter um bom resultado produtivo e econômico na criação. O
manejo sanitário adequado melhora a saúde dos animais, a fertilidade, a produção, o
ganho de peso e a produção de leite, diminuindo assim os custos com tratamentos,
aumentando a rentabilidade e a produtividade do rebanho (ALVES et al., 2000).
Desta forma, o produtor, antes de tudo, deverá estar adiante das enfermidades,
adotando programas rigorosos de higiene e um plano de profilaxia preventiva,
segundo os problemas identificados em cada região (ALVES e COX,1998).
As enfermidades parasitárias causadas por nematóides gastrintestinais
constituem um dos fatores sanitários de maior importância, estando presentes nos
rebanhos em todo mundo, causando sérios prejuízos econômicos aos produtores
(SOUZA et al., 2003). Em estudos realizados no estado de Pernambuco, as
98
helmintoses gastrintestinais já foram relatadas como um dos problemas sanitários
relevante (CHARLES et al., 1989; OLIVEIRA et al., 1995) por causarem
retardamento no desenvolvimento dos animais, levando à baixa produtividade e,
conseqüentemente, elevadas perdas econômicas e até morte (SILVA et al., 2003).
Associada às helmintoses, a eimeriose é uma infecção comum aos animais
domésticos, de grande interesse econômico, pois se encontra bastante difundida
entre rebanhos caprinos e ovinos, em decorrência das condições de manejo,
alimentação e aspectos sanitários, e vem contribuindo para aumentar o índice de
mortalidade, principalmente entre os animais jovens e baixar a taxa de desfrute e
crescimento destes rebanhos (SANTANA et al., 1986).
Em Pernambuco poucos dados têm sido publicados que elucidem a
epidemiologia e os métodos de controle das helmintoses que atacam caprinos e
ovinos. Estudos de Torres (1945), Travassos et al. (1974), Cavalcante (1974),
Pereira (1976) e Padilha (1980) contribuíram para um maior conhecimento das
espécies prevalentes em caprinos e ovinos criados em Pernambuco. Os helmintos
dos gêneros Haemonchus, Trichostrongylus, Cooperia, Bunostomum, Strongyloides,
Oesophagostomum, Trichuris, Skrjabinema, Moniezia e Cysticercus foram
registrados por estes pesquisadores.
A utilização de exames para as determinações das quantidades de ovos de
nematódeos gastrintestinais presentes nas fezes (OPG) e, quando necessária, a
realização de cultura de larvas, mensalmente, aliadas com a aplicação dos dados
epidemiológicos fornecidos pela pesquisa são as ferramentas mais eficazes e viáveis
economicamente para o controle das endoparasitoses (GASTALDI et al., 2001).
De acordo com Catto 1982 apud Almeida et al. (2004), o grau de influência
das parasitoses gastrintestinais no rebanho envolve vários fatores, dentre os quais
99
estão os seguintes: condições climáticas, espécies de parasitos envolvidas, idade e
estado nutricional, manejo dos rebanhos e das pastagens e tipo de exploração, se
intensivo ou extensivo.
Sendo assim, conduziu-se este estudo com o objetivo de avaliar a
importância de aspectos sanitários associados à infecção por parasitos
gastrintestinais em propriedades de criação caprina e ovina do Sertão do Pajeú –
Pernambuco.
4.3.2 MATERIAL E MÉTODOS
4.3.2.1 REGIÃO ESTUDADA
A microrregião do Sertão do Pajeú situada no Sertão pernambucano, é
formada por 17 municípios, tem extensão territorial de 8.663 km
2
(correspondente a
8,78% do território estadual). O clima semi-árido predomina em quase toda a região.,
Apresenta atividade agrícola mais desenvolvida comparada às demais microrregiões
sertanejas, tendo espaço ocupado, predominantemente, pela pecuária
(caprinocultura e bovinocultura) e pelas culturas de subsistência (PERNAMBUCO DE
A a Z, 2005).
O estudo foi parte integrante do Programa de Sanidade Caprinovinocultura
para Pernambuco, desenvolvido pela Universidade Federal Rural de Pernambuco -
Departamento de Medicina Veterinária, em parceria com a Secretaria de Produção e
Reforma Agrária de Pernambuco e prefeituras dos municípios participantes.
100
4.3.2.2 AMOSTRAGEM
Estabeleceu-se amostragem por conveniência (REIS, 2003), para seleção tanto
dos municípios quanto das propriedades, baseando-se na condição de adesão ao
programa, sendo os municípios de Afogado da Ingazeira, Carnaíba, Itapetim e São
José do Egito, perfazendo 65 propriedades (Tabela 1). Os animais foram também
selecionados por conveniência, sendo número sempre igual ou superior a 10% do
total de animais do rebanho, totalizando 450 caprinos e 417 ovinos (Tabela 2).
Tabela 1: Número de propriedades de caprinos e ovinos estudadas no Sertão do
Pajeú - PE
caprinos ovinos ovinos e
caprinos
total Município
n n n n %
Afogados da Ingazeira 6 2 2 10 15,4
Canaíba 1 2 9 12 18,5
Itapetim 9 4 12 25 38,5
São José do Egito 5 6 7 18 27,7
Total
21 14 30 65 100,0
Tabela 2: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de caprinos e ovinos criados no
Sertão do Pajeú – PE utilizados no estudo.
caprinos ovinos total Município
n % n % n
%
Afogados da Ingazeira 77 71,3 31 28,7 108 100,0
Carnaíba 56 45,9 66 54,1 122 100,0
Itapetim 177 57,3 132 42,7 309 100,0
São José do Egito 140 42,7 188 57,3 328 100,0
Total 450 51,9 417 48,1 867 100,0
101
4.3.2.3 INQUÉRITO EPIDEMIOLÓGICO
Durante a visita às propriedades realizou-se um estudo epidemiológico
descritivo com o objetivo de conhecer o perfil sanitário das propriedades de criação
de caprinos e ovinos localizadas na microrregião do Sertão do Pajeú, utilizando-se
um questionário conforme modelo adaptado de Tinoco (1984) (Apêndice 1).
4.3.2.4 INQUÉRITO COPROPARASITOLÓGICO
A coleta de fezes foi realizada diretamente do reto dos animais, utilizando-se
sacos plásticos identificados com dados do animal, da propriedade e data da coleta.
Em seguida as amostras foram acondicionadas em caixa de isopor contendo gelo,
para transporte até o Laboratório de Doenças Parasitárias dos Animais Domésticos.
Os exames laboratoriais foram realizados no Laboratório de Doenças
Parasitárias dos Animais Domésticos – Área de Medicina Veterinária Preventiva -
Departamento de Medicina Veterinária - Universidade Federal Rural de Pernambuco.
As contagens de ovos (OPG) e oocistos (OoPG) nas fezes foram realizadas
conforme Gordon e Whitlock (1939). Foram pesadas 2g de fezes e transferidas para
copos plásticos, homogeneizando-se em 58ml de solução saturada de açúcar.
Posteriormente, com alíquota desta suspensão fecal foram preenchidas as duas
áreas da câmara de McMaster. A leitura foi realizada após 1 a 2 minutos em
microscópio óptico, sendo o grau de infecção interpretado segundo Ueno e
Gonçalves (1998).
102
4.3.2.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA
Na análise dos dados foram obtidas distribuições absolutas e percentuais uni
e bivariadas (Técnicas de estatística descritiva) e utilizados os testes: comparações
de duas proporções, Qui-quadrado de Pearson ou o teste Exato de Fisher quando as
condições para utilização do teste Qui-quadrado não foram verificadas e o teste de
Mc-Nemar (Técnicas de estatística inferencial) (ALTMAN, 1991; ZAR, 1999).
Para análise dos resultados dos exames para ovos tipo Strongyloidea e
oocistos do gênero Eimeria com os pares de tipo de instalações, fontes de água,
anti-helmínticos anteriores e anti-helmínticos atuais foram consideradas apenas as
situações com maiores freqüências. Para os sintomas os resultados foram realizados
das formas: individual e combinado.
Os cálculos estatísticos foram obtidos através do programa SAS (Statistical
Analysis System) na versão 8,0. Os testes foram realizados com margem de erro de
5,0%.
4.3.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
No rebanho caprino os resultados obtidos ao exame coproparasitológico
demonstraram associação significativa entre ovos tipo Strongyloidea e oocistos de
Eimeria spp. (Tabela 3). Faizal e Rajapakse (2001) observaram infecção mista entre
Eimeria e nematóide em 77,0% dos caprinos jovens, 86% em fêmeas prenhas e
71,0% em caprinos adultos, sendo a infecção mista comum em pequenos
ruminantes. Segundo Rebouças et al. (1992), a associação da eimeriose às
diferentes infecções do trato intestinal por outras espécie de protozóarios e também
103
às infecções por helmintos de patogenicidades diversas aumentam e agravam os
prejuízos ocasionados à pecuária.
Em relação aos municípios, o percentual de animais positivos para ovos tipo
Strongyloidea foi mais elevado no município de Afogados de Ingazeira (87,0%),
seguido do município de Carnaíba (67,9%), e foi aproximado nos outros dois
municípios (57,1% em itapetim e 55,7% em São José do Egito) (Tabela 4) indicando
associação significativa ao nível de 5%. Isto pode ser explicado pelo fato das coletas
terem sido realizadas nos meses do período chuvoso (junho e julho) nos municípios
de maior freqüência, e a umidade ter favorecido a sobrevivência de larvas infectantes
na pastagem, conseqüentemente aumentando a infecção nos animais. Lima et al.
(2003) observaram um expressivo aumento do número de ovos tipo Strongyloidea
por grama de fezes em caprinos também no período chuvoso na Região
Metropolitana de Recife - PE. Dados semelhante foi encontrado por Girão et al.
(1978), no Piauí onde encontraram aumento de OPG no período chuvoso e,
diminuição na época seca na mesma espécie. De acordo com Vieira (2003), no
período chuvoso, quando as condições ambientais são ótimas para o
desenvolvimento do parasito no ambiente, as pastagens estão com alta população
de larvas infectantes.
Na tabela 5 demonstram-se os dados relativos aos aspectos produtivo em
caprinos. Apesar de não haver associação significativa entre as propriedades
positivas para ovos tipo Strongyloidea e o sistema de criação, sabe-se que, quanto
mais em contato com o pasto contaminado, maior o índice de infecção. Porém, a
densidade populacional também contribui para o aumento da infecção dentro das
instalações. Desta forma, em qualquer um dos três sistemas de criação os animais
podem ou não estar sujeito à infecção, dependendo de outros fatores relacionados
104
ao manejo. Segundo Pinheiro et al. (2000), o regime de criação está relacionado com
o nível sociocultural dos criadores de caprinos.
Tabela 3: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de caprinos submetidos ao exame
coproparasitológico para diagnóstico da infecção por nematóides
gastrintestinais segundo a presença de protozoário do gênero Eimeria
(*) – Associação significativa ao nível de 5.0%. SDEA - Strongyloidea EIM – Eimeria spp.
(1) – Através do teste Mc-Nemar.
Tabela 4: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de caprinos submetidos ao exame
coproparasitológico para diagnóstico da infecção por nematóides
gastrintestinais segundo os municípios estudados.
Strongyloidea
positivo negativo total
Município
n % n % n %
valor de p
Afogado da
Ingazeira
67 87,0 10 13,0 77 100,0 p
(1)
< 0,0001*
Carnaíba 38 67,9 18 32,1 56 100,0
Itapetim 101 57,1 76 42,9 177 100,0
São José do
Egito
78 55,7 62 44,3 140 100,0
Total 284 63,1 166 36,9 450 100,0
(*) – Associação significativa ao nível de 5.0%. SDEA - Strongyloidea
(1) – Através do teste Qui-quadrado de Pearson.
Eimeria spp.
positivo negativo total
Strongyloidea
n % n % n %
valor de p
Positivo 77 17,1 207 46,0 284 63,1 p
(1)
< 0,0001*
Negativo 26 5,8 140 31,1 166 36,9
Total 103 22,9 347 77,1 450 100,0
105
Tabela 5: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de caprinos submetidos ao exame
coproparasitológico para diagnóstico da infecção por nematóides
gastrintestinais segundo os aspectos produtivos
Strongyloidea
positivo negativo total
Aspectos
produtivos
n % n % n %
valor de p
Sistema de criação
Intensiva 6 75,0 2 25,0 8 100,0 p
(1)
= 0,4059
Semi-intensivo 237 64,1 133 35,9 370 100,0
Extensiva 41 56,9 31 43,1 72 100,0
Total 284 63,1 166 36,9 450 100,0
Tipo de exploração
Carne 229 62,7 136 37,3 365 100,0 p
(1)
< 0,0001*
Leite 7 26,9 19 73,1 26 100,0
Mista 48 81,4 11 18,6 59 1000
Total 284 63,1 166 36,9 450 100,0
(*) – Associação significativa ao nível de 5.0%. SDEA - Strongyloidea
(1) – Através do teste Qui-quadrado de Pearson
Foi observada associação significativa entre as propriedades positivas para
ovos tipo Strongyloidea e o tipo de exploração, com taxa mais elevada para
exploração mista (81,4%) (Tabela 5). Em propriedades que adotam tal tipo de
exploração, os animais destinados ao abate passam a maior parte do dia em contato
com as pastagens, conseqüentemente estarão sujeitos à infecção e reinfecção por
parasitos gastrintestinais; aqueles destinados à produção leiteira, geralmente são
confinados, podendo a alta densidade populacional aliada a fatores higiênico-
sanitários contribuir para a infecção por parasitos gastrintestinais.
Avaliando-se as associações entre a infecção por helmintos gastrintestinais e
fatores do aspecto higiênico sanitário, não se observou associação significativa entre
ovos tipo Strogyloidea e assistência veterinária (Tabela 6). Embora a assistência
veterinária seja de suma importância para reduzir a introdução e a disseminação das
106
doenças nas criações e garantir a produtividade dos rebanhos, pode-se ressaltar que
a maioria dos animais da amostra não possuía assistência veterinária.
Não foi obtida associação significativa entre a variável quarentena e a
prevalência de animais positivos para ovos tipo Strongyloidea, com percentuais de
positividade próximos entre os animais de propriedades que tinham quarentena
(65,5%) e dos que não tinham (63,11%) (Tabela 6), provavelmente pelo fato de que
muitos proprietários não compravam animais, portanto não se justificando a prática
da quarentena.
Tabela 6: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de caprinos submetidos ao exame
coproparasitológico para diagnóstico da infecção por nematóides
gastrintestinais segundo assistência veterinária, quarentena e
mineralização
Strongyloidea
positivo negativo total
Variáveis
n % n % n %
valor de p
A
ssistência veterinária
Sim 124 67,4 60 32,6 184 100,0 p
(1)
= 0,1176
Não 160 60,2 106 39,8 266 100,0
Total 284 63,1 166 36,9 450 100,0
Quarentena
Sim 91 65,5 48 34,5 139 100,0 p
(1)
= 0,4885
Não 193 62,1 118 37,9 311 100,0
Total 284 63,1 166 36,9 450 100,0
Mineralização
Sim 219 61,3 138 38,7 357 100,0 p
(1)
= 0,1281
Não 65 69,9 28 30,1 93 100,0
Total 284 63,1 166 36,9 450 100,0
(1) – Através do teste Qui-quadrado de Pearson. (2) – Através do teste Exato de Fisher.
O percentual de animais positivos para ovos tipo Strongyloidea foi 8,6% mais
elevado entre animais das fazendas que não faziam mineralização (69,9%) do que
entre as que a praticavam (61,3%). Mesmo não se observando associação
107
estatísticamente significativa (Tabela 6), é importante ressaltar que o estado
nutricional do hospedeiro é um fator importante na relação parasito hospedeiro e na
patogênese das infecções parasitárias (VALDERRÁBANO et al., 2006), portanto, não
apenas a mineralização, mas o manejo nutricional completo deve ser levado em
consideração.
Na tabela 7 demonstra-se que a prevalência de ovos tipo Strongyloidea foi
mais elevada entre as fazendas que isolavam os animais doentes (67,3 %) havendo
associação significativa a nível de 5%. Em relação à separação dos animais foi bem
mais elevada entre as fazendas que separavam os animais (86,4%) e a associação
se mostrou significativa a nível de 5%. De acordo com Vieira et al. (1999) a
separação de animais por faixa etária é uma das medidas profiláticas adicionais que
auxiliam no controle da verminose, no entanto, se não existirem cuidados específicos
relacionados à higiene do ambiente onde os animais são colocados, bem como
com as condições orgânicas dos animais, o isolamento dos doentes ou a separação
dos animais por si só podem não surtir efeito na redução dos índices de infecção.
Em relação às instalações, observou-se associação significativa entre o
número de animais positivos para ovos tipo Strongyloidea e o tipo de instalação
aprisco com chão batido e chiqueiro coberto (Tabela 8). Através dos testes de
comparações entre pares de instalações (realizado apenas com as freqüências mais
representativas), a única diferença significativa foi do aprisco com chão batido
(68,9%) com o aprisco de chão batido e chiqueiro coberto (50,9%) (p = 0,0358)
(Tabela 9). O tipo de piso nos referidos tipos de instalação não propiciam a limpeza
adequada das mesmas, favorecendo a contaminação ambiental.
108
Tabela 7: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de caprinos submetidos ao exame
coproparasitológico para diagnóstico da infecção por nematóides
gastrintestinais segundo o isolamento e a separação e dos animais
(*) – Associação significativa ao nível de 5.0%. (1) – Através do teste Qui-quadrado de Pearson.
Strongyloidea
positivo negativo total
Variável
n % n % n %
valor de p
Isola os animais doentes
Sim 214 67,3 104 32,7 318 100,0 p
(1)
=
0,0043*
Não 70 53,0 62 47,0 132 100,0
Total 284 63,1 166 36,9 450 100,0
Separa os animais
Sim 51 86,4 8 13,6 59 100,0 p
(1)
<
0,0001*
Não 233 59,6 158 40,4 391 100,0
Total 284 63,1 166 36,9 450 100,0
109
Tabela 8: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de caprinos submetidos ao exame
coproparasitológico para diagnóstico da infecção por nematóides segundo
os tipos de instalações isoladamente
Strongyloidea
positivo negativo Total
Tipo de Instalações
n % n % n %
valor de p
Aprisco com chão ripado
Sim 27 60,0 18 40,0 45 100,0 p
(1)
= 0,6484
Não 257 63,5 148 36,5 405 100,0
Total 284 63,1 166 36,9 450 100,0
Aprisco com chão batido
Sim 91 56,5 70 43,5 161 100,0 p
(1)
= 0,0306*
Não 193 66,8 96 33,2 289 100,0
Total 284 63,1 166 36,9 450 100,0
Aprisco com chão cimentado
Sim 13 86,7 2 13,3 15 100,0 p
(1)
= 0,0545
Não 271 62,3 164 37,7 435 100,0
Grupo total 284 63,1 166 36,9 450 100,0
Chiqueiro coberto
Sim 109 56,5 84 43,5 193 100,0 p
(1)
= 0,0115*
Não 175 68,1 82 31,9 257 100,0
Total 284 63,1 166 36,9 450 100,0
Chiqueiro descoberto
Sim 121 66,8 60 33,2 181 100,0 p
(1)
= 0,1774
Não 163 60,6 106 39,4 269 100,0
Total 284 63,1 166 36,9 450 100,0
Outros
Sim 26 68,4 12 31,6 38 100,0 p
(1)
= 0,4783
Não 258 62,6 154 37,4 412 100,0
Total 284 63,1 166 36,9 450 100,0
(*) – associação significativa ao nível de 5.0%. (1) – através do teste qui-quadrado de Pearson
110
Tabela 9: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de caprinos submetidos ao exame
coproparasitológico para diagnóstico da infecção por nematóides segundo os tipo
de instalações combinados
Strongyloidea
Variável positivo negativo total
n % n % n %
Aprisco com chão ripado 17 85,0 3 15,0 20 100,0
Aprisco com chão batido 51 68,9 23 31,1 74 100,0
Chiqueiro coberto 35 57,4 26 42,6 61 100,0
Chiqueiro descoberto 55 66,3 28 33,7 83 100,0
Outro tipo de instalação 26 68,4 12 31,6 38 100,0
Aprisco com chão ripado e chiqueiro coberto 5 26,3 14 73,7 19 100,0
Aprisco com chão ripado e chiqueiro descoberto 5 83,3 1 16,7 6 100,0
Aprisco com chão batido e chiqueiro coberto 29 50,9 28 49,1 57 100,0
Aprisco com chão batido e chiqueiro descoberto 8 38,1 13 61,9 21 100,0
Aprisco com chão cimentado e chiqueiro
descoberto
13 86,7 2 13,3 15 100,0
Chiqueiro coberto e chiqueiro descoberto 37 78,7 10 21,3 47 100,0
Aprisco com chão batido, chiqueiro coberto e
chiqueiro descoberto
3 33,3 6 66,7 9 100,0
Total 284 63,1 166 36,9 450 100,0
Analisando-se os dados segundo a fonte de água (Tabela 10), verificou-se
que, quando analisadas isoladamente, houve associação estatisticamente
significativa entre amostras positivas para ovos tipo Strongyloidea com rio perene
(86,2%) e açude (57,5%). Porém analisando-se as comparações entre os pares de
fontes de água com freqüências mais elevadas (poço, açude, e poço e açude)
(Tabela 11), a maior taxa de animais positivos foi nas propriedades que utilizavam
apenas poço (68,9%), não havendo diferença significativa em relação a nenhum dos
pares. Deve-se considerar além da contaminação das fontes de água pelos animais
durante o pastejo, a contaminação dos bebedouros pelos animais infectados e a falta
de limpeza adequada dos mesmos.
111
Tabela 10: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de caprinos submetidos ao exame
coproparasitológico para diagnóstico da infecção por nematóides
gastrintestinais segundo a fonte de água isoladamente
Strongyloidea
positivo negativo total
Fonte de água
n % n % n %
valor de p
Rio
Sim 25 86,2 4 13,8 29 100,0 p
(1)
= 0,0077*
Não 259 61,5 162 38,5 421 100,0
Total 284 63,1 166 36,9 450 100,0
Riacho
Sim 29 63,0 17 37,0 46 100,0 p
(1)
= 0,9920
Não 255 63,1 149 36,9 404 100,0
Total 284 63,1 166 36,9 450 100,0
Poço
Sim 226 62,3 137 37,7 363 100,0 p
(1)
= 0,4441
Não 58 66,7 29 33,3 87 100,0
Total 284 63,1 166 36,9 450 100,0
Açude
Sim 160 57,5 118 42,5 278 100,0 p
(1)
= 0,0019*
Não 124 72,1 48 27,9 172 100,0
Total 284 63,1 166 36,9 450 100,0
Compesa
Sim 1 100,0 - - 1 100,0 p
(2)
= 1,0000
Não 283 63,0 166 37,0 449 100,0
Total 284 63,1 166 36,9 450 100,0
Cisterna
Sim 18 54,5 15 45,5 33 100,0 p
(1)
= 0,2894
Não 266 63,8 151 36,2 417 100,0
Total 284 63,1 166 36,9 450 100,0
(*) – associação significativa ao nível de 5.0%. (1) – através do teste qui-quadrado de Pearson
(2) – através do teste Exato de Fisher
112
Tabela 11: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de caprinos submetidos ao exame
coproparasitológico para diagnóstico da infecção por nematóides
gastrintestinais segundo as fontes de água combinadas
Strongyloidea
Variável
positivo negativo total
n % n % N %
Rio
11 84,6 2 15,4 13 100,0
Riacho
2 50,0 2 50,0 4 100,0
Poço
84 68,9 38 31,1 122 100,0
Açude
33 63,5 19 36,5 52 100,0
Rio e Compesa
1 100,0 - - 1 100,0
Riacho e poço
26 81,3 6 18,7 32 100,0
Poço e açude
92 57,5 68 42,5 160 100,0
Açude e cisterna
11 64,7 6 35,3 17 100,0
Rio, poço e açude
5 83,3 1 16,7 6 100,0
Riacho, poço e açude
1 10,0 9 90,0 10 100,0
Poço, açude e cisterna
10 41,7 14 58,3 24 100,0
Rio, poço, açude e cisterna
8 88,9 1 11,1 9 100,0
Total
284 63,1 166 36,9 450 100,0
As avaliações quanto ao uso de anti-helmínticos estão nas tabelas 12 e 16.
Apesar da inexistência de associação significativa, a freqüência de animais positivos
foi mais elevada naqueles em que não se utilizava tratamento anti-helmíntico e
quando se faziam duas ou três aplicações (Tabela12). As tabelas 13 e 14 registram
as análises relativas às bases utilizadas anteriormente. Não se observou associação
significativa entre o uso do anti-helmíntico e a positividade ou não para ovos tipo
Strongyloidea para nenhuma das bases (benzimidazóis, imidazóis e avermectinas)
(Tabela 13).
113
Tabela 12: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de caprinos submetidos ao exame
coproparasitológico para diagnóstico da infecção por nematóides
gastrintestinais segundo a utilização de anti-helmínticos
Strongyloidea
Anti-helmínticos
positivo negativo total
valor de p
Utiliza n % n % n %
Sim 276 62,7 164 37,3 440 100,0 p
(2)
= 0,3362
Não 8 80,0 2 20,0 10 100,0
Total 284 63,1 166 36,9 450 100,0
Número de aplicações
Não sabe informar 6 66,66 3 33,33 9 100,0
1 23 52,3 21 47,7 44 100,0 p
(1)
= 0,1670
2 75 67,6 36 32,4 111 100,0
3 51 68,9 23 31,1 74 100,0
4 ou mais 121 59,9 81 40,1 202 100,0
Total 270 62,6 161 37,4 440 100,0
(1) – Através do teste Qui-quadrado de Pearson. (2) – Através do teste Exato de Fisher.
Da tabela 14 pode-se inferir que 97,77% (440/450) dos animais pertenciam a
propriedades que já haviam utilizado anti-helmínticos, dentre os quais 62,72%
(276/440) apresentaram positividade ao exame coproparasitológico. Havia
propriedades cujos animais eram tratados apenas com os benzimidazóis ou apenas
com as avermectinas, em outras se utilizavam tanto os benzimidazóis como as
avermectinas e, em outras além das duas bases citadas usavam-se também
imidazóis. Comparando-se os dois anti-helmínticos mais freqüente utilizado
anteriormente (Tabela 14), os percentuais para ovos tipo Strongyloidea foram
bastante próximos, não se observando associação significativa entre as drogas e o
percentual de positivos para ovos tipo Strongyloidea.
114
Tabela 13: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de caprinos submetidos ao exame
coproparasitológico para diagnóstico da infecção por nematóides
gastrintestinais segundo grupos de anti-helmínticos utilizados
anteriormente
(1) – Através do teste Qui-quadrado de Pearson.
Tabela 14: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de caprinos submetidos ao exame
coproparasitológico segundo combinação dos anti-helmínticos utilizados
anteriormente.
Strongyloidea
Anti-helmíntico positivo negativo total valor de p
n % n % n %
Benzimidazóis 56 54,9 46 45,1 102 100,0 p
(1)
= 0,9003
Avermectinas 48 55,8 38 44,2 86 100,0
Benzimidázois e
Avermectinas
19 86,4 3 13,6 22 100,0 -
Benzimidázois, imidazóis e
Avermectinas
7 36,8 12 63,2 19 100,0 -
Não utiliza 8 80,0 2 20,0 10 100,0 -
Não sabe/não informou 146 69,2 65 30,8 211 100,0 -
Total 284 63,1 166 36,9 450 100,0 -
(1) – Através do teste Qui-quadrado de Pearson apenas para comparação pareada entre benzimizóis e
avermectinas (-) Análise não realizada
Em relação às bases utilizadas no período em que se realizou o estudo, os
dados registram-se nas tabelas 15 e 16. Foram empregados os benzimidazóis, as
Strongyloidea
Anti-helmíntico positivo negativo total valor de p
n
%
n
%
n
%
Benzimidazóis
Sim 82 57,3 61 42,7 143 100,0 p
(1)
= 0,8792
Não 56 58,3 40 41,7 96 100,0
Total 138 57,7 101 42,3 239 100,0
Imidazóis
Sim 7 36,8 12 63,2 19 100,0 p
(1)
= 0,0546
Não 131 59,5 89 40,5 220 100,0
Total 138 57,7 101 42,3 239 100,0
Avermectinas
Sim 74 58,3 53 41,7 127 100,0 p
(1)
= 0,8605
Não 64 57,1 48 42,9 112 100,0
Total 138 57,7 101 42,3 239 100,0
115
avermectinas e a milbemicina. Embora o percentual de animais de propriedades que
utilizavam a base milbemicina tenha sido baixo, observou-se associação significativa
entre o uso deste anti-helmíntico e a positividade ou não para ovos tipo Strongyloidea
(Tabela 15).
Tabela 15: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de caprinos submetidos ao exame
coproparasitológico para diagnóstico da infecção por nematóides
gastrintestinais segundo grupos de anti-helmínticos utilizados atualmente
(1) – Através do teste Qui-quadrado de Pearson
Dos 450 animais 440 (97,77%), pertenciam a propriedades que utilizavam
anti-helmínticos, estando 62,72% (276/440) positivos para ovos tipo Strongyloidea
(Tabela 12). Os produtos mais utilizados atualmente foram as avermectinas seguidas
dos benzimidazóis, não se comprovando associação significativa entre os
percentuais obtidos e o uso dos anti-helmínticos (Tabela 16).
Strongyloidea
Anti-helmíntico positivo negativo total valor de p
n % n % n %
Benzimidazóis
Sim 73 67,0 36 33,0 109 100,0 p
(1)
= 0,7232
Não 111 64,9 60 35,1 171 100,0
Total
Avermectinas
Sim 109 68,6 50 31,4 159 100,0 p
(1)
= 0,2512
Não 75 62,0 46 38,0 121 100,0
Total
Milbemicinas
Sim 4 30,8 9 69,2 13 100,0 p
(2)
= 0,0129*
Não 180 67,4 87 32,6 267 100,0
Total 184 65,7 96 34,3 280 100,0 184
116
Tabela 16: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de caprinos submetidos ao exame
coproparasitológico segundo combinação dos anti-helmínticos utilizados
atualmente
Strongyloidea
Anti-helmíntico positivo negativo total valor de p
n % n % n %
Benzimidazóis 63 64,3 35 35,7 98 100,0 p
(1)
= 0,6730
Avermectinas 99 66,9 49 33,1 148 100,0
Milbemicina 4 30,8 9 69,2 13 100,0 -
Benzimidazóis e
Avermectinas
10 90,9 1 9,1 11 100,0 -
Não utiliza 8 80,0 2 20,0 10 100,0
Não sabe/não informou 100 58,8 70 41,2 170 100,0 -
Total 284 63,1 166 36,9 450 100,0 -
(1) – Através do teste Qui-quadrado de Pearson apenas para comparação pareada entre benzimidazóis e
avermectinas (-) Análise não realizada
Mesmo não havendo significância estatística, apesar de se observar
freqüência mais elevada de animais positivos quando não se praticava tratamento
anti-helmíntico, na maioria das situações observadas em relação a este aspecto
(Tabelas 12 a 16), a positividade foi maior quando se usavam anti-helmínticos. Tal
fato pode ser explicado, provavelmente, pela ausência de um programa de controle
devidamente orientado, uma vez que a maioria dos animais pertenciam à
propriedades que não possuíam assistência veterinária (Tabela 6). Além disso, a
falta da prática de outros métodos de controle que visem a descontaminação das
pastagens pode limitar o sucesso do tratamento anti-helmíntico, como verificado por
Silva (2003) em propriedades de caprinos no Rio Grande do Norte em que, apesar
de 100% dos criadores dosificarem os animais com anti-helmínticos
sistematicamente, a helmintose era a terceira doença mais freqüente nos rebanhos.
Alberti et al. (2001) afirmam que a ausência de respostas a tratamentos pode ser
atribuída à várias causas, tais como: administração errônea, dosagem insuficiente e
escolha errada de anti-helmíntico, dentre outras.
117
Em relação aos problemas clínicos relacionados com helmintoses
gastrintestinais observados nas propriedades, observando-se a amostra total, a
maior freqüência foi de 62,7% (282/450), obtidos para diarréia e também para
anemia, seguidas de 50,9% (229/450) para papeira e 47,8% (215/450) para
mortalidade. Porém, analisando-se estatisticamente a associação entre sinais
clínicos e a infecção helmíntica, o maior percentual de positividade foi para
mortalidade (72,6%), havendo associação significativa ao nível de 5% (Tabelas 17 e
18).
Tabela 17: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de caprinos submetidos ao exame
coproparasitológico para diagnóstico da infecção por nematóides
gastrintestinais segundo sinais clínicos isoladamente
Strongyloidea
Sinais clínicos positivo negativo total Valor de p
n % n % n %
Diarréia
Sim 182 64,5 100 35,5 282 100,0 p
(1)
= 0,4160
Não 102 60,7 66 39,3 168 100,0
Total 284 63,1 166 36,9 450 100,0
Anemia
Sim 171 60,6 111 39,4 282 100,0 p
(1)
= 0,1590
Não 113 67,3 55 32,7 168 100,0
Total 284 63,1 166 36,9 450 100,0
Papeira
Sim 144 62,9 85 37,1 229 100,0 p
(1)
= 0,9184
Não 140 63,4 81 36,6 221 100,0
Total 284 63,1 166 36,9 450 100,0
Mortalidade
Sim 156 72,6 59 27,4 215 100,0 p
(1)
< 0,0001*
Não 128 54,5 107 45,5 235 100,0
Total 284 63,1 166 36,9 450 100,0
(*) – Associação significativa ao nível de 5.0%. (1) – Através do teste Qui-quadrado de Pearson.
A tabela 18 mostra os sinais em conjunto citados pelos proprietários.
Comparando-se os sinais de maiores freqüências (mortalidade; diarréia, anemia e
118
papeira; diarréia, anemia, papeira e mortalidade) não se comprova associação
significativa. Santos et al. (2006) no Rio Grande do Norte relataram que mais de 90%
dos proprietários tinham queixas de anemia e edema submandibular nas criações de
caprinos e ovinos.
Tabela 18 – Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de caprinos submetidos ao
exame coproparasitológico para diagnóstico da infecção por
nematóides gastrintestinais segundo sinais clínicos combinados
Strongyloidea
positivo negativo total
Sinais clínicos
n % n % n %
Diarréia 19 59,4 13 40,6 32 100,0
Anemia 19 54,3 16 45,7 35 100,0
Papeira 2 50,0 2 50,0 4 100,0
Mortalidade 50 89,4 6 10,7 56 100,0
Diarréia e anemia 20 66,7 10 33,3 30 100,0
Diarréia e papeira 8 100,0 - - 6 100,0
Diarréia e mortalidade 6 75,0 2 25,0 8 100,0
Diarréia, anemia e papeira 40 51,9 37 48,1 77 100,0
Diarréia, anemia e mortalidade 6 54,6 5 45,4 11 100,0
Diarréia, papeira e mortalidade 8 72,7 3 27,3 11 100,0
Anemia, papeira e mortalidade 11 45,8 13 54,2 24 100,0
Diarréia, anemia, papeira e
mortalidade
75 71,4 30 28,6 105 100,0
Nenhum dos quatro sintomas 20 40,8 29 59,2 49 100,0
Total 284 63,1 166 36,9 450 100,0
Em relação à infecção por Eimeria spp., observou-se associação significativa
entre a infecção e os municípios com o percentuais mais elevado para o município
de Afogados da Ingazeira (41,6%) e Carnaíba (30,48%) (Tabela 19), o que pode ser
explicado pelo fato das coletas nesses municípios terem sido efetuadas no período
chuvoso. Segundo Hassum e Menezes (2005) fatores climáticos com temperatura,
umidade relativa do ar e precipitação pluviométrica podem influenciar, de maneira
indireta, a eliminação de oocistos.
119
Em relação ao sistema de criação, o percentual mais elevado foi observado no
semi-intensivo (26,2%), e o menor no sistema extensivo (6,9%), havendo associação
significativa ao nível de 5%. Quanto ao tipo de exploração (Tabela 20), também se
observou associação significativa entre a infecção por protozoário do gênero Eimeria
com percentual maior para exploração mista (25,4%). Em ambos os casos esta
ocorrência pode ser devida a maior exposição dos animais à contaminação
ambiental, e também a aglomeração de animais de diferentes idades.
A infecção por Eimeria spp. tem se mostrado prevalente em diferentes
sistemas de criação e tipos de exploração. Freitas et al. (2005) diagnosticaram a
presença de Eimeria spp. em 100% dos caprinos criados em sistema intensivo
destinados à produção de leite em São José do Rio Preto, em São Paulo. Pires e
Lopes (1986) encontraram 100% de positividade ao pesquisar oocistos de Eimeria
spp. em caprinos criados em sistema semi-intensivo em três município do Rio de
Janeiro. Martins Filho e Menezes (1999) observaram um percentual de positividade
em caprinos criados extensivamente de 89,53% no semi-árido Paraibano.
Tabela 19: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de caprinos submetidos ao exame
coproparasitológico para diagnóstico da infecção por protozoário do gênero
Eimeria segundo os municípios estudados
Eimeria spp.
Município positivo negativo total valor de p
n % n % n %
Afogados da
Ingazeira
32 41,6 45 58,4 77 100,0 p
(1)
< 0,0001*
Carnaíba 17 30,4 39 69,6 56 100,0
Itapetim 24 13,6 153 86,4 177 100,0
São José do Egito 30 21,4 110 78,6 140 100,0
Total 103 22,9 347 77,1 450 100,0
(*) – Associação significativa ao nível de 5.0%. (1) – Através do teste Qui-quadrado de Pearson.
120
Tabela 20: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de caprinos submetidos ao exame
coproparasitológico para diagnóstico da infecção por protozoário do
gênero Eimeria segundo os aspectos produtivos
Eimeria spp.
positivo negativo total
Aspectos produtivos
n % n % n %
Valor de p
Sistema de criação
Intensiva 1 12,5 7 87,5 8 100,0 p
(1)
= 0,0014*
Semi-intensivo 97 26,2 273 73,8 370 100,0
Extensiva 5 6,9 67 93,1 72 100,0
Total 103 22,9 347 77,1 450 100,0
Tipo de exploração
Carne 88 24,1 277 75,9 365 100,0 p
(1)
= 0,0162*
Leite 0 0 26 100,0 26 100,0
Mista 15 25,4 44 74,6 59 100,0
Total 103 22,9 347 77,1 450 100,0
(*) – Associação significativa ao nível de 5.0%. (1) – Através do teste Qui-quadrado de Pearson.
Na tabela 21 demonstram-se os dados relativos à assistência veterinária,
quarentena e mineralização, os quais, apesar de serem práticas que contribuem
fortemente para aumentar a produtividade e melhorar o estado sanitário do rebanho,
não foi observada associação significativa entre essas variáveis e a infecção por
Eimeria spp. Pode ser que as condições climáticas do semi-árido limitem a infecção
mesmo sob condições higiênico-sanitárias não tão adequadas.
Em relação à variável isolamento dos animais doentes e separação do
rebanho (Tabela 22), a prevalência de oocistos do gênero Eimeria foi bastante
próxima entre as fazendas que isolavam ou não isolavam os animais doentes, sem
associação significativa (p > 0,05). Entretanto a freqüência foi bem mais elevada nas
fazendas em que os animais eram separados do que nas fazendas em que os
mesmos não eram separados (45,8% x 19,4%), comprovando-se associação
121
significativa (p < 0,05). Neste último caso, deve-se levar em consideração que a
separação deve ser acompanha de outras medidas higiênico-sanitárias específicas
de cada grupo, além de cuidados, como, a higiene adequada das instalações e dos
comedouros e bebedouros.
Tabela 21: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de caprinos submetidos ao exame
coproparasitológico para diagnóstico da infecção por Eimeria spp.
segundo a assistência veterinária, quarentena e mineralização
Eimeria spp.
Medidas preventivas positivo negativo total Valor de p
n % n % n %
Assistência veterinária
Sim 46 25,0 138 75,0 184 100,0 p
(1)
= 0,3753
Não 57 21,4 209 78,6 266 100,0
Total 103 22,9 347 77,1 450 100,0
Quarentena
Sim 34 24,5 105 75,5 139 100,0 p
(1)
= 0,5958
Não 69 22,2 242 77,8 311 100,0
Total 103 22,9 347 77,1 450 100,0
Mineralização
Sim 76 21,3 281 78,7 357 100,0 p
(1)
= 0,1134
Não 27 29,0 66 71,0 93 100,0
Total 103 22,9 347 77,1 450 100,0
(*) – Associação significativa ao nível de 5.0%. (1) – Através do teste Qui-quadrado de Pearson.
(2) – Através do teste Exato de Fisher.
Tabela 22: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de caprinos submetidos ao exame
coproparasitológico para diagnóstico da infecção por protozoário do gênero
Eimeria segundo separação e isolamento de animais.
Eimeria spp.
Variável positivo negativo total valor de p
n % n % n %
Isola os animais doentes
Sim 75 23,6 243 76,4 318 100,0 p
(1)
= 0,5854
Não 28 21,2 104 78,8 132 100,0
Total 103 22,9 347 77,1 450 100,0
Separa os animais
Sim 27 45,8 32 54,2 59 100,0 p
(1)
< 0,0001*
Não 76 19,4 315 80,6 391 100,0
Total 103 22,9 347 77,1 450 100,0
(*) – Associação significativa ao nível de 5.0%. (1) – Através do teste Qui-quadrado de Pearson.
122
Quando se refere ao tipo de instalação associações significativas a nível de
5% foram observadas quando as instalações eram aprisco com chão cimentado e
chiqueiro descoberto, analisando-se as variáveis isoladamente (Tabelas 23 e 24).
Tabela 23: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de caprinos submetidos ao exame
coproparasitológico para diagnóstico da infecção por protozoário do gênero
Eimeria segundo tipo de instalações
Eimeria spp.
Tipo de Instalação positivo negativo total valor de p
n % n % n %
Aprisco com chão ripado
Sim 9 20,0 36 80,0 45 100,0 p
(1)
= 0,6268
Não 94 23,2 311 76,8 405 100,0
Total 103 22,9 347 77,1 450 100,0
Aprisco com chão batido
Sim 32 19,9 129 80,1 161 100,0 p
(1)
= 0,2561
Não 71 24,6 218 75,4 289 100,0
Total 103 22,9 347 77,1 450 100,0
Aprisco com chão cimentado
Sim 0 0 15 100,0 15 100,0 p
(2)
= 0,0278*
Não 103 23,7 332 76,3 435 100,0
Total 103 22,9 347 77,1 450 100,0
Chiqueiro coberto
Sim 38 19,7 155 80,3 193 100,0 p
(1)
= 0,1615
Não 65 25,3 192 74,7 257 100,0
Total 103 22,9 347 77,1 450 100,0
Chiqueiro descoberto
Sim 58 32,0 123 68,0 181 100,0 p
(1)
< 0,0001*
Não 45 16,7 224 83,3 269 100,0
Total 103 22,9 347 77,1 450 100,0
Outros
Sim 6 15,8 32 84,2 38 100,0 p
(1)
= 0,2763
Não 97 23,5 315 76,5 412 100,0
Total 103 22,9 347 77,1 450 100,0
(*) – Associação significativa ao nível de 5.0%. (1) – Através do teste Qui-quadrado de Pearson.
(2) – Através do teste Exato de Fisher.
Aprisco com chão cimentado favorece a limpeza e, conseqüentemente,
diminui a possibilidade de sobrevivência dos oocistos no ambiente, enquanto que no
chiqueiro descoberto esta possibilidade aumenta. Diferenças significativas a 5,0%
123
foram registradas para os pares de instalações chiqueiro descoberto com chiqueiro
coberto, e aprisco com chão batido e chiqueiro coberto (Tabela 24)
Tabela 24: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de caprinos submetidos ao exame
coproparasitológico para diagnóstico da infecção por protozoário do gênero
Eimeria segundo os tipos de instalações combinados
Eimeria spp.
Variável Positivo Negativo total
n % n % n %
Aprisco com chão ripado 6 30,0 14 70,0 20 100,0
Aprisco com chão batido 18 24,3 56 75,7 74 100,0
Chiqueiro coberto 7 11,5 54 88,5 61 100,0
Chiqueiro descoberto 27 32,5 56 67,5 83 100,0
Outro tipo de instalação 6 15,8 32 84,2 38 100,0
Aprisco com chão ripado e chiqueiro coberto 0 0 19 100,0 19 100,0
Aprisco com chão ripado e chiqueiro descoberto 3 50,0 3 50,0 6 100,0
Aprisco com chão batido e chiqueiro coberto 8 14,0 49 86,0 57 100,0
Aprisco com chão batido e chiqueiro descoberto 5 23,8 16 76,2 21 100,0
Aprisco com chão cimentado e chiqueiro
descoberto
0 0 15 100,0 15 100,0
Chiqueiro coberto e chiqueiro descoberto 22 46,8 25 53,2 47 100,0
Aprisco com chão batido, chiqueiro coberto e
chiqueiro descoberto
1 11,1 8 88,9 9 100,0
Total 103 22,9 347 77,1 450 100,0
Analisando os dados segundo as fontes de água, associações significativas
foram evidenciadas para as variáveis rio perene e açude ao se avaliar isoladamente
(Tabela 25). Na comparação pareada das freqüências mais representativas (poço;
açude; e poço e açude), o maior percentual de positividade ocorreu nas
propriedades que utilizavam poço e açude (22,5%) (Tabela 26), porém não se obteve
diferença significativa. Em relação ao açude a contaminação pode facilmente
acontecer na própria fonte quando os animais se dessedentam, além de, em época
de chuvas, ocorrer o carreamento, dos oocistos eliminados nas pastagens. Tratando-
se da água de poço, em muitos casos os bebedouros não são instalados em
posições que impeçam a contaminação fecal, além de não serem devidamente
higienizados.
124
Tabela 25: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de caprinos submetidos ao exame
coproparasitológico para diagnóstico da infecção por protozoário do gênero
Eimeria segundo a fonte de água
Eimeria spp.
Fonte de água positivo negativo total valor de p
n % n % n %
Rio
Sim 13 44,8 16 55,2 29 100,0 p
(1)
= 0,0036*
Não 90 21,4 331 78,6 421 100,0
Total 103 22,9 347 77,1 450 100,0
Riacho
Sim 13 28,3 33 71,7 46 100,0 p
(1)
= 0,3600
Não 90 22,3 314 77,7 404 100,0
Total 103 22,9 347 77,1 450 100,0
Poço
Sim 80 22,0 283 78,0 363 100,0 p
(1)
= 0,3805
Não 23 26,4 64 73,6 87 100,0
Total 103 22,9 347 77,1 450 100,0
Açude
Sim 54 19,4 224 80,6 278 100,0 p
(1)
= 0,0262*
Não 49 28,5 123 71,5 172 100,0
Total 103 22,9 347 77,1 450 100,0
Compesa
Sim 0 0 1 100,0 1 100,0 p
(2)
= 1,0000
Não 103 22,9 346 77,1 449 100,0
Total 103 22,9 347 77,1 450 100,0
Cisterna
Sim 5 15,2 28 84,8 33 100,0 p(1) = 0,2717
Não 98 23,5 319 76,5 417 100,0
Total 103 22,9 347 77,1 450 100,0
(*) – Associação significativa ao nível de 5.0%. (1) – Através do teste Qui-quadrado de Pearson.
(2) – Através do teste Exato de Fisher.
125
Tabela 26: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de caprinos submetidos ao exame
coproparasitológico para diagnóstico da infecção por protozoário do
gênero Eimeria segundo as fontes de água combinadas
Eimeria spp.
Variável positivo negativo total
n % n % n %
Rio 12 92,3 1 7,7 13 100,0
Riacho 0 0 4 100,0 4 100,0
Poço 25 20,5 97 79,5 122 100,0
Açude 10 19,2 42 80,8 52 100,0
Rio e Compesa 0 0 1 100,0 1 100,0
Riacho e poço 12 37,5 20 62,5 32 100,0
Poço e açude 36 22,5 124 77,5 160 100,0
Açude e cisterna 1 5,9 16 94,1 17 100,0
Rio, poço e açude 1 16,7 5 83,3 6 100,0
Riacho, poço e açude 1 10,0 9 90,0 10 100,0
Poço, açude e cisterna 5 20,8 19 79,2 24 100,0
Rio, poço, açude e cisterna 0 0 9 100,0 9 100,0
Total 103 22,9 347 77,1 450 100,0
As tabelas 27 e 28 registram os dados relativos à infecção por oocistos de
Eimeria spp. segundo os sintomas em caprinos. O maior percentual de positividade
foi observado nas propriedades que apresentavam mortalidade (27,9%), seguido de
diarréia (26,6%) e anemia (26,25%), comprovando-se associação significativa
(Tabelas 27). A Tabela 28 mostra que a positividade para caprinos variou de 23,4% a
32,1% entre os três sintomas mais freqüentes, e foi de 2,0% entre os animais das
fazendas com nenhum dos quatro sintomas. Diferenças significativas entre os pares
de sintomas foram verificadas apenas para a categoria nenhum dos sintomas com
cada um dos sintomas relacionados. Freitas et al. (2005) verificaram propriedade
com histórico clínico de diarréia entre os sinais clínicos diagnosticados em caprinos
que vieram a óbito parasitados por Eimeria spp. em São Paulo.
126
Tabela 27: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de caprinos submetidos ao exame
coproparasitológico para diagnóstico da infecção por protozoário do gênero
Eimeria segundo sinais clínicos.
Eimeria spp.
Sinais clínicos positivo negativo total Valor de p
n % n % n %
Diarréia
Sim 75 26,6 207 73,4 282 100,0 p
(1)
= 0,0153*
Não 28 16,7 140 83,3 168 100,0
Total 103 22,9 347 77,1 450 100,0
Anemia
Sim 74 26,2 208 73,8 282 100,0 p
(1)
= 0,0283*
Não 29 17,3 139 82,7 168 100,0
Total 103 22,9 347 77,1 450 100,0
Papeira
Sim 57 24,9 172 75,1 229 100,0 p
(1)
= 0,3035
Não 46 20,8 175 79,2 221 100,0
Total 103 22,9 347 77,1 450 100,0
Mortalidade
Sim 60 27,9 155 72,1 215 100,0 p
(1)
= 0,0154*
Não 43 18,3 192 81,7 235 100,0
Total 103 22,9 347 77,1 450 100,0
(*) – Associação significativa ao nível de 5.0%. (1) – Através do teste Qui-quadrado de Pearson.
Tabela 28 – Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de caprinos submetidos ao
exame coproparasitológico para diagnóstico da infecção por
protozoário do gênero Eimeria segundo sinais clínicos combinados
Eimeria spp.
Sinais clínicos positivo negativo total
n % n % n %
Diarréia 4 12,5 28 87,5 32 100,0
Anemia 6 17,1 29 82,9 35 100,0
Papeira 0 0 4 100,0 4 100,0
Mortalidade 18 32,1 38 67,9 56 100,0
Diarréia e anemia 14 46,7 16 53,3 30 100,0
Diarréia e papeira 0 0 8 100,0 8 100,0
Diarréia e mortalidade 1 12,5 7 87,5 8 100,0
Diarréia, anemia e papeira 18 23,4 59 76,6 77 100,0
Diarréia, anemia e mortalidade 2 18,2 9 81,8 11 100,0
Diarréia, papeira e mortalidade 5 45,5 6 54,5 11 100,0
Anemia, papeira e mortalidade 3 12,5 21 87,5 24 100,0
Diarréia, anemia, papeira e
mortalidade
31 29,5 74 70,5 105 100,0
Nenhum dos quatro sintomas 1 2,0 48 98,0 49 100,0
Total 103 22,9 347 77,1 450 100,0
127
Na tabela 29 observa-se associação significativa entre os ovinos positivos
para ovos tipo Strongyloidea e oocistos do gênero Eimeria spp. Tal fato pode ser
explicado devido à susceptibilidade dos animais quando acometidos por uma das
infecções acima. Lima (2001) cita que, geralmente, as infecções parasitárias do trato
digestivo são mistas, causadas por diferentes espécies de nematóides associados
ainda aos cestóides e coccídios.
Em relação aos municípios, o percentual de ovinos positivos para ovos tipo
Strongyloidea foi mais elevado no município de Carnaíba (65,2%) (Tabela 30), porém
não foi observada associação significativa. Vale ressaltar que além das
características da região, outros fatores estão presentes na infecção, por exemplo
números de animais em gestação, lactação e jovens podem ter influenciado este
fato.
Tabela 29: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de ovinos submetidos ao exame
coproparasitológico para diagnóstico da infecção por nematóides
gastrintestinais segundo a presença de protozoário do gênero Eimeria
Eimeria spp.
positivo negativo total
Strongyloidea
n % n % n %
valor de p
Positivo 63 15,1 159 38,1 222 53,2 p
(1)
< 0,0001*
Negativo 49 11,8 146 35,0 195 46,8
Total 112 26,9 305 73,1 417 100,0
(*) – Associação significativa ao nível de 5.0%. (1) – Através do teste Mc-Nemar
128
Tabela 30: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de ovinos submetidos ao exame
coproparasitológico para diagnóstico da infecção por nematóides
gastrintestinais segundo os municípios estudados
Strongyloidea
positivo negativo total
Município
n % n % n %
valor de p
Afogado da Ingazeira 20 64,5 11 35,5 31 100,0 p
(1)
= 0,0625
Carnaíba 43 65,2 23 34,8 66 100,0
Itapetim 63 47,7 69 52,3 132 100,0
São José do Egito 86 51,1 92 48,9 188 100,0
Total 222 53,2 195 46,8 417 100,0
(1) – Através do teste Qui-quadrado de Pearson
A tabela 31 representa os dados relativos aos aspectos produtivos em ovinos.
Apesar de o sistema de criação e o tipo de exploração influenciarem a infecção nos
rebanhos, não foi observada associação significativa. Tal fato se deve provavelmente
pelo pequeno número de animais da amostra.
Tabela 31: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de ovinos submetidos ao exame
coproparasitológico para diagnóstico da infecção por nematóides
gastrintestinais segundo os aspectos produtivos
Strongyloidea
positivo negativo total
Aspectos
produtivos
n % n % n %
valor de p
Sistema de criação
Intensiva 1 100,0 0 0 1 100,0 p
(1)
= 0,7934
Semi-intensivo 205 53,4 179 46,6 384 100,0
Extensiva 7 58,3 5 41,7 12 100,0
Semi-intensivo e
extensivo
9 45,0 11 55,0 20 100,0
Total 222 53,2 195 46,8 417 100,0
Tipo de exploração
Carne 218 53,0 193 47,0 411 100,0 p
(1)
= 0,6892
Mista 4 66,7 2 33,3 6 100,0
Total 222 53,2 195 46,8 417 100,0
(*) – Associação significativa ao nível de 5.0%. (1) – Através do teste Exato de Fisher
129
Em relação aos aspectos higiênicos-sanitários, observou-se o maior
percentual de positividade nas propriedades com assistência veterinária (54,5%)
(Tabela 32), porém, não foi verificada associação significativa, possivelmente, devido
à deficiência do serviço prestado, tanto pela qualificação do profissional, pois em
certos casos não são técnicos de nível superior, bem como pela freqüência da
prestação do serviço. Pode-se considerar, ainda, a questão de que a própria
intensidade do problema é que induza tais proprietários a procurarem a assistência,
problemas esses relacionados a outros aspectos do controle parasitário na
propriedade.
Tabela 32: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de ovinos submetidos ao exame
coproparasitológico para diagnóstico da infecção por nematóides
gastrintestinais segundo a assistência veterinária, quarentena e
mineralização
Strongyloidea
positivo negativo total
Variável
n % n % n %
valor de p
A
ssistência veterinária
Sim 122 54,5 102 45,5 224 100,0 p
(1)
= 0,5885
Não 100 51,8 93 48,2 193 100,0
Total 222 53,2 195 46,8 417 100,0
Quarentena
Sim 51 60,0 34 40,0 85 100,0 p
(1)
= 0,1614
Não 171 51,5 161 48,5 332 100,0
Total 222 53,2 195 46,8 417 100,0
Mineralização
Sim 167 53,5 145 46,5 312 100,0 p
(1)
= 0,8389
Não 55 52,4 50 47,6 105 100,0
Total 222 53,2 195 46,8 417 100,0
(1) – Através do teste Qui-quadrado de Pearson. (2) – Através do teste Exato de Fisher.
Quanto à realização de quarentena e mineralização (Tabela 32), também não
se comprovou associação significativa entre os resultado de positividade para ovos
130
tipo Strongyloidea e estas variáveis. A não utilização de quarentena como medida
preventiva contra as helmintoses e a falta de tratamento anti-helmíntico dos animais
recém-chegados na propriedade, e a avaliação isolada da mineralização em relação
ao manejo nutricional podem ter influenciado estes resultados.
Em relação ao isolamento de animais doentes (Tabela 33), o percentual de
positividade foi mais elevado nas propriedades que realizavam este procedimento
(59,9%), havendo associação significativa. Convém salientar que o isolamento
geralmente é praticado em caso de outras enfermidades, não sendo comum no caso
de animais acometidos por helmintoses.
Não foi verificada associação significativa entre separação de animais e
percentual de positividade para ovinos (Tabela 33). Embora a separação de animais
por faixa etária, categoria de produção e outras características auxiliem o controle
das helmintoses, os demais fatores do manejo em geral devem ser observados para
que esta medida seja efetiva. Em certas circunstâncias os animais são separados
nas instalações, porém freqüentam os mesmo pastos.
Tabela 33: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de ovinos submetidos ao exame
coproparasitológico para diagnóstico da infecção por nematóides
gastrintestinais segundo a separação e isolamento dos animais
Strongyloidea
positivo negativo total
Variável
n % n % n %
valor de p
Isola os animais doente
Sim 127 59,9 85 40,1 212 100,0 p
(1)
= 0,0055*
Não 95 46,3 110 53,7 205 100,0
Total 222 53,2 195 46,8 417 100,0
Separa os animais
Sim 32 55,2 26 44,8 58 100,0 p
(1)
= 0,7502
Não 190 52,9 169 47,1 359 100,0
Total 222 53,2 195 46,8 417 100,0
(*) – Associação significativa ao nível de 5.0%. (1) – Através do teste Qui-quadrado de Pearson.
131
Em relação aos tipos de instalações (Tabelas 34 e 35), não se obteve
associação significativa em nenhum dos casos. Todavia, na análise pareada (Tabela
35) entre as instalações com maiores freqüências (aprisco com chão batido;
chiqueiro coberto; chiqueiro descoberto; aprisco chão batido e chiqueiro coberto), o
maior percentual de amostras positivas corresponderam ao chiqueiro descoberto
(58,6%). As medidas de higiene nas instalações, bem como a densidade
populacional são fatores fundamentais na prevalência das helmintoses.
Tabela 34: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de ovinos submetidos ao exame
coproparasitológico para diagnóstico da infecção por nematóides segundo tipo
de instalações
Strongyloidea
Tipo de instalação positivo negativo total valor de p
n % n % n %
Aprisco com chão ripado
Sim 6 85,7 1 14,3 7 100,0 p
(1)
= 0,1274
Não 216 52,7 194 47,3 410 100,0
Total 222 53,2 195 46,8 417 100,0
Aprisco com chão batido
Sim 82 49,7 83 50,3 165 100,0 p
(2)
= 0,2410
Não 140 55,6 112 44,4 252 100,0
Total 222 53,2 195 46,8 417 100,0
Aprisco com chão cimentado
Sim 36 50,7 35 49,3 71 100,0 p
(2)
= 0,6386
Não 186 53,8 160 46,2 346 100,0
Total 222 53,2 195 46,8 417 100,0
Chiqueiro coberto
Sim 109 51,4 103 48,6 212 100,0 p
(2)
= 0,4482
Não 113 55,1 92 44,9 205 100,0
Total 222 53,2 195 46,8 417 100,0
Chiqueiro descoberto
Sim 100 55,3 81 44,7 181 100,0 p
(2)
= 0,4710
Não 122 51,7 114 48,3 236 100,0
Total 222 53,2 195 46,8 417 100,0
Outros
Sim 10 62,5 6 37,5 16 100,0 p
(2)
= 0,4489
Não 212 52,9 189 47,1 401 100,0
Total 222 53,2 195 46,8 417 100,0
1) – Através do teste Exato de Fisher. (2) – Através do teste Qui-quadrado de Pearson.
132
Tabela 35: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de ovinos submetidos ao exame
coproparasitológico para diagnóstico da infecção por nematóides segundo os
tipos de instalações combinados
Strongyloidea
positivo negativo total
Variável
n % n % n %
Aprisco com chão ripado 3 75,0 1 25,0 4 100,0
Aprisco com chão batido 25 45,5 30 54,5 55 100,0
Chiqueiro coberto 25 50,0 25 50,0 50 100,0
Chiqueiro descoberto 51 58,6 36 41,4 87 100,0
Outro tipo de instalação 10 62,5 6 37,5 16 100,0
Aprisco com chão ripado e chiqueiro
descoberto
3 100,0 0 0 3 100,0
Aprisco com chão batido e chiqueiro coberto 32 60,4 21 39,6 53 100,0
Aprisco com chão batido e chiqueiro
descoberto
12 44,4 15 55,6 27 100,0
Aprisco com chão cimentado chiqueiro
coberto
18 47,4 20 52,6 38 100,0
Aprisco com chão cimentado e chiqueiro
descoberto
9 69,2 4 30,8 13 100,0
Chiqueiro coberto e chiqueiro descoberto 21 51,2 20 48,8 41 100,0
Aprisco chão batido, aprisco chão
cimentado e chiqueiro coberto
9 45,0 11 55,0 20 100,0
Aprisco com chão batido, chiqueiro coberto
e chiqueiro descoberto
4 40,0 6 60,0 10 100,0
Total 222 53,2 195 46,8 417 100,0
Considerando-se a fonte de água (Tabelas 36 e 37), a associação não foi
significativa em nenhuma das formas de análise. As freqüências mais
representativas foram para poço; poço e açude; e rio, poço, açude e cisterna, cujas
freqüências de animais positivos foram bastante próximas entre as fazendas que
tinham um dos tipos de fontes de água citadas, variando de 53,3% a 54,5% (Tabela
37), talvez o manejo adotado para os ovinos seja uma explicação para a semelhança
entre os valores.
133
Tabela 36: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de ovinos submetidos ao exame
coproparasitológico para diagnóstico da infecção por nematóides segundo a
fonte de água.
Strongyloidea
Fonte de água positivo negativo total valor de p
n % n % n %
Rio
Sim 12 66,7 6 33,3 18 100,0 p
(1)
= 0,2431
Não 210 52,6 189 47,4 399 100,0
Total 222 53,2 195 46,8 417 100,0
Riacho
Sim 18 48,6 19 51,4 37 100,0 p
(1)
= 0,5579
Não 204 53,7 176 46,3 380 100,0
Total 222 53,2 195 46,8 417 100,0
Poço
Sim 190 53,7 164 46,3 354 100,0 p
(1)
= 0,6731
Não 32 50,8 31 49,2 63 100,0
Total 222 53,2 195 46,8 417 100,0
Açude
Sim 129 50,4 127 49,6 256 100,0 p
(1)
= 0,1418
Não 93 57,8 68 42,2 161 100,0
Total 222 53,2 195 46,8 417 100,0
Cisterna
Sim 27 54,0 23 46,0 50 100,0 p
(1)
= 0,9083
Não 195 53,1 172 46,9 367 100,0
Total 222 53,2 195 46,8 417 100,0
(1) – Através do teste Qui-quadrado de Pearson.
Tabelas 37: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de ovinos submetidos ao exame
coproparasitológico para diagnóstico da infecção por nematóides
gastrintestinais segundo a fonte de água isoladamente
Strongyloidea
Variável Positivo Negativo Total
n % n % N %
Rio 8 88,9 1 11,1 9 100,0
Riacho 0 0 2 100,0 2 100,0
Poço 73 54,5 61 45,5 134 100,0
Açude 14 50,0 14 50,0 28 100,0
Riacho e poço 12 75,0 4 25,0 16 100,0
Riacho e açude 4 44,4 5 55,6 9 100,0
Poço e açude 72 53,3 63 46,7 135 100,0
Açude e cisterna 6 40,0 9 60,0 15 100,0
Rio, poço e açude 4 44,4 5 55,6 9 100,0
Riacho, poço e açude 2 20,0 8 80,0 10 100,0
Rio, poço, açude e cisterna 27 54,0 23 46,0 50 100,0
Total 222 53,2 195 46,8 417 100,0
134
Avaliando-se o tratamento anti-helmíntico e número de aplicações (Tabela
38), os percentuais de positividade foram aproximadamente iguais quando se
utilizavam anti-helmínticos (53,3%) ou não (50,0%), e de igual modo, ao se avaliar o
número de aplicações, exceto quando se faziam três aplicações por ano, cujo
percentual foi menor (34,5%), no entanto não foi observada associação significativa.
Tabela 38: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de ovinos submetidos ao exame
coproparasitológico para diagnóstico da infecção por nematóides
gastrintestinais segundo a utilização de anti-helmínticos
Strongyloidea
Variável positivo negativo total valor de p
n % n % n %
Tratamento anti-
helmíntico
Sim 218 53,3 191 46,7 409 100,0 p
(2)
= 1,0000
Não 4 50,0 4 50,0 8 100,0
Total 222 53,2 195 46,8 417 100,0
Número de aplicações
1 27 50,9 26 49,1 53 100,0 p
(1)
= 0,1506
2 107 53,8 92 46,2 199 100,0
3 10 34,5 19 65,5 29 100,0
4 ou mais 74 57,8 54 42,2 128 100,0
Total 218 53,3 191 46,7 409 100,0
(1) – Através do teste Qui-quadrado de Pearson. (2) – Através do teste Exato de Fisher.
Os anti-helmínticos anteriormente utilizados nas propriedades foram os
benzimidazóis, imidazóis, avermectinas e milbemicin. Não se observou significância
estatística nas diferenças entre os resultados obtidos na análise de associação entre
os percentuais e o uso de anti-helmínticos (Tabela 39), nem quando se compararam
aqueles para os quais as freqüências foram mais elevadas (benzimidazóis a
avermectinas) (Tabela 40).
135
Tabela 39: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de ovinos submetidos ao exame
coproparasitológico para diagnóstico da infecção por nematóides
gastrintestinais segundo grupos de anti-helmínticos utilizados
anteriormente
Strongyloidea
Anti-helmíntico positivo negativo total valor de p
n % n % n %
Benzimidazóis
Sim 107 59,1 74 40,9 181 100,0 p
(1)
= 0,1170
Não 28 47,5 31 52,5 59 100,0
Total 135 56,3 105 43,7 240 100,0
Imidazóis
Sim 22 57,9 16 42,1 38 100,0 p
(1)
= 0,8237
Não 113 55,9 89 44,1 202 100,0
Total 135 56,3 105 43,7 240 100,0
Avermectinas
Sim 42 53,9 36 46,1 78 100,0 p
(1)
= 0,6024
Não 93 57,4 69 42,6 162 100,0
Total 135 56,3 105 43,7 240 100,0
Milbemicina
Sim 9 45,0 11 55,0 20 100,0 p
(1)
= 0,2895
Não 126 57,3 94 42,7 220 100,0
Total 135 56,3 105 43,7 240 100,0
(1) – Através do teste Qui-quadrado de Pearson.
Tabela 40: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de ovinos submetidos ao exame
coproparasitológico para diagnóstico da infecção por nematóides
gastrintestinais segundo combinação de anti-helmínticos utilizados
anteriormente
Strongyloidea
Anti-helmíntico positivo negativo total Valor de p
n % n % n %
Benzimidazóis 67 57,8 49 42,2 116 100,0 p
(1)
= 0,2100
Imidazóis 9 50,0 9 50,0 18 100,0
Avermectinas 15 45,5 18 54,5 33 100,0
Benzimidazóis e imidazois 13 65,0 7 35,0 20 100,0
Benzimidazóis e
avermectinas
18 72,0 7 28,0 25 100,0
Benzimidazóis,
Avermectinas e Milbemicina
9 45,0 11 55,0 20 100,0
Não utiliza 4 50,0 4 50,0 8 100,0
Não sabe/não informou 87 49,2 90 50,8 177 100,0
Total 222 53,2 195 46,8 417 100,0
(1) – Através do teste Qui-quadrado de Pearson.
136
Comparando-se os anti-helmínticos usados anteriormente (Tabela 39 e 40) em
relação aos utilizados no período em que se desenvolveu o estudo (Tabela 41 e 42),
não houve alteração quanto aos grupos químicos, contudo, analisando-se os
percentuais mais representativos, a positividade foi mais elevada entre os animais
das fazendas com uso anterior dos benzimidazóis (57,8%) do que entre os das
fazendas com uso das avermectinas (45,5%) (Tabela 40), situação que se inverteu
com os usados atualmente, sendo 58,1% para as avermectinas e 48,0% para os
benzimidazóis (Tabela 42). Não houve significância estatística com o uso dos anti-
helmínticos atualmente em nenhuma das situações analisadas (Tabela 41 e 42).
Tabela 41: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de ovinos submetidos ao exame
coproparasitológico para diagnóstico da infecção por nematóides
gastrintestinais segundo grupos de anti-helmínticos utilizados atualmente
Strongyloidea
Anti-helmíntico atual positivo negativo total valor de p
n % n % n %
Benzimidazóis
Sim 74 47,7 81 52,3 155 100,0 p
(1)
= 0,1188
Não 85 56,7 65 43,3 150 100,0
Total 159 52,1 146 47,9 305 100,0
Imidazóis
Sim 9 50,0 9 50,0 18 100,0 p
(1)
= 0,8520
Não 150 52,3 137 47,7 287 100,0
Total 159 52,1 146 47,9 305 100,0
Avermectinas
Sim 70 57,4 52 42,6 122 100,0 p
(1)
= 0,1343
Não 89 48,6 94 51,4 183 100,0
Total 159 52,1 146 47,9 305 100,0
Milbemicina
Sim 4 57,1 3 42,9 7 100,0 p
(2)
= 1,0000
Não 155 52,0 143 48,0 298 100,0
Total 159 52,1 146 47,9 305 100,0
(1) – Através do teste Qui-quadrado de Pearson. (2) – Através do teste Exato de Fisher.
137
Tabela 42: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de ovinos submetidos ao exame
coproparasitológico para diagnóstico da infecção por nematóides
gastrintestinais segundo combinação dos anti-helmínticos utilizados
atualmente
Strongyloidea
Anti-helmíntico positivo negativo total valor de p
n % n % n %
Benzimidazóis 72 48,0 78 52,0 150 100,0 p
(1)
= 0,1004
Imidazóis 9 50,0 9 50,0 18 100,0
Avermectinas 68 58,1 49 41,9 117 100,0
Milbemicina 4 57,1 3 42,9 7 100,0
Benzimidazóis e
Avermectinas
2 40,0 3 60,0 5 100,0
Não utiliza 4 50,0 4 50,0 8 100,0
Não sabe/não informou 63 56,3 49 43,7 112 100,0
Total 222 53,2 195 46,8 417 100,0
(1) – Através do teste Qui-quadrado de Pearson.
Levando-se em conta que 98,1% (409/417) dos animais pertenciam a
propriedades que faziam controle anti-helmíntico medicamentoso (Tabela 38), e os
resultados apontarem para uma certa ineficácia do tratamento, é necessário ressaltar
que os proprietários devem receber orientações sobre medidas de controle anti-
helmíntico e suas implicações, inclusive econômicas.
Ao analisar os sinais clínicos já diagnosticados nas propriedades estudadas
isoladamente, verificou-se que não houve diferenças elevadas entre os percentuais
de amostras positivas das propriedades em que ocorreram os sinais clínicos e os
daquelas em que não ocorreram, sendo maior para mortalidade (56,2%) (Tabela 43),
não se observando, portanto, associação significativa. Entre os sinais clínicos de
maiores freqüências (diarréia, anemia, papeira e mortalidade; diarréia, anemia e
papeira; anemia) também não se verificaram diferenças significativas através do
testes de comparações pareadas (Tabela 44). Os sintomas descritos pelos
proprietários podem estar associados a outras enfermidades e não às helmintoses.
138
Santos et al. (2006), utilizando questionários investigativos para análise de aspectos
epidemiológicos da caprinocultura e ovinocultura, descreveram que mais de 90% dos
proprietários relataram queixas de animais com anemia e edema submandibular nas
propriedades do município de Mossoró no Rio Grande do Norte.
Tabela 43: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de ovinos submetidos ao exame
coproparasitológico para diagnóstico da infecção por nematóides
gastrintestinais segundo sinais clínicos
Strongyloidea
Sinais clínicos positivo negativo total valor de p
n % n % n %
Diarréia
Sim 116 51,1 111 48,9 227 100,0 p
(1)
= 0,3393
Não 106 55,8 84 44,2 190 100,0
Total 222 53,2 195 46,8 417 100,0
Anemia
Sim 157 52,2 144 47,8 301 100,0 p
(1)
= 0,4773
Não 65 56,0 51 44,0 116 100,0
Total 222 53,2 195 46,8 417 100,0
Papeira
Sim 132 53,0 117 47,0 249 100,0 p
(1)
= 0,9106
Não 90 53,6 78 46,4 168 100,0
Total 222 53,2 195 46,8 417 100,0
Mortalidade
Sim 114 56,2 89 43,8 203 100,0 p
(1)
= 0,2444
Não 108 50,5 106 49,5 214 100,0
Total 222 53,2 195 46,8 417 100,0
(1) – Através do teste Qui-quadrado de Pearson
139
Tabela 44: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de ovinos submetidos ao exame
coproparasitológico para diagnóstico da infecção por nematóides
gastrintestinais segundo sinais clínicos combinados
Strongyloidea
Sinais clínicos
positivo negativo total
n % n % n %
Diarréia 2 25,0 6 75,0 8 100,0
Anemia 27 49,1 28 50,9 55 100,0
Papeira 0 0 2 100,0 2 100,0
Mortalidade 27 65,8 14 34,2 41 100,0
Diarréia e anemia 9 60,0 6 40,0 15 100,0
Diarréia e papeira 2 40,0 3 60,0 5 100,0
Diarréia e mortalidade 4 66,7 2 33,3 6 100,0
Anemia e papeira 8 80,0 2 20,0 10 100,0
Papeira e mortalidade 4 57,1 3 42,9 7 100,0
Diarréia, anemia e papeira 43 47,8 47 52,2 90 100,0
Diarréia, anemia e mortalidade 4 28,6 10 71,4 14 100,0
Diarréia, papeira e mortalidade 9 50,0 9 50,0 18 100,0
Anemia, papeira e mortalidade 23 50,0 23 50,0 46 100,0
Diarréia, anemia, papeira e mortalidade 43 60,6 28 39,4 71 100,0
Nenhum dos quatro sintomas 17 58,6 12 41,4 29 100,0
Total 222 53,2 195 46,8 417 100,0
Estudando-se a infecção por protozoário do gênero Eimeria em ovinos, a
freqüência foi mais elevada no município de Carnaíba (39,4%) (Tabela 45), e
próximas nos três outros municípios. Embora não havendo associação significativa,
a diferença observada para Carnaíba possivelmente seja devida às condições
climáticas neste município durante o período das coletas (mês do período chuvoso
da região). Hassum e Menezes (2005) observaram que a eliminação de oocistos por
ovinos reprodutores estavam associadas às variações climáticas durante as
estações do ano. De acordo com Lima (2001), as condições climáticas favorecem a
esporulação de um maior número de oocistos, com conseqüente aumento da carga
infectante na pastagem.
140
Tabela 45: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de ovinos submetidos ao exame
coproparasitológico para diagnóstico da infecção por protozoário do
gênero Eimeria segundo os municípios estudados.
Eimeria spp.
Município positivo negativo total valor de p
n % n % n %
Afogado da Ingazeira 7 22,6 24 77,4 31 100,0 p
(1)
= 0,0896
Carnaíba 26 39,4 40 60,6 66 100,0
Itapetim 31 23,5 101 76,5 132 100,0
São José do Egito 48 25,5 140 74,5 188 100,0
Total 112 26,9 305 73,1 417 100,0
(1) – Através do teste Qui-quadrado de Pearson.
Na tabela 46, encontram-se os resultados referentes aos aspectos produtivos.
Observou-se associação significativa para Eimeria spp. com o sistema de criação, e
com o tipo de exploração, com índice mais elevado para o sistema extensivo (66,7%)
e a criação mista (66,7%). Em ambos os casos pode-se considerar a maior
exposição dos animais às pastagens contaminadas, embora outros fatores devam
também ser avaliados.
Tabela 46: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de ovinos submetidos ao exame
coproparasitológico para diagnóstico da infecção por protozoário do gênero
Eimeria segundo os aspectos produtivos
Eimeria spp.
Aspecto produtivo positivo negativo total valor de p
n % n % n %
Sistema de criação
Intensiva 0 0 1 100,0 1 100,0 p
(1)
= 0,0092*
Semi-intensivo 101 26,3 283 73,7 384 100,0
Extensiva 8 66,7 4 33,3 12 100,0
Semi-intensivo e
Extensivo
3 15,0 17 85,0 20 100,0
Total 112 26,9 305 73,1 417 100,0
Tipo de exploração
Carne 108 26,3 303 3,7 411 100,0 p
(1)
= 0,0470*
Mista 4 66,7 2 33,3 6 100,0
Total 112 26,9 305 73,1 417 100,0
(*) – Associação significativa ao nível de 5.0%. (1) – Através do teste Exato de Fisher.
141
Não foi observada associação significativa entre assistência veterinária,
mineralização e amostras positivas para protozoário do gênero Eimeria. Ao se avaliar
a prática da quarentena, o percentual de animais positivos foi maior nas
propriedades que faziam quarentena (36,5%) (Tabela 47), comprovando associação
significativa com a infecção, demonstrando que medidas preventivas devem ser
implementadas nas propriedades, principalmente relacionadas ao manejo.
Tabela 47: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de ovinos submetidos ao exame
coproparasitológico para diagnóstico da infecção por protozoário do gênero
Eimeria segundo a assistência veterinária, quarentena e mineralização
Eimeria spp.
Variáveis positivo negativo total valor de p
n % n % n %
Assistência veterinária
Sim 58 25,9 166 74,1 224 100,0 p
(1)
= 0,6317
Não 54 28,0 139 72,0 193 100,0
Total 112 26,9 305 73,1 417 100,0
Quarentena
Sim 31 36,5 54 63,5 85 100,0 p
(1)
= 0,0250*
Não 81 24,4 251 75,6 332 100,0
total 112 26,9 305 73,1 417 100,0
Mineralização
Sim 91 29,2 221 70,8 312 100,0 p
(1)
= 0,0668
Não 21 20,0 84 80,0 105 100,0
total 112 26,9 305 73,1 417 100,0
(*) – Associação significativa ao nível de 5.0%. (1) – Através do teste Qui-quadrado de Pearson.
(2) – Através do teste Exato de Fisher.
No presente estudo não foi constatada associação significativa entre
percentual de positividade para protozoário do gênero Eimeria com isolamento de
animais doentes e separação dos animais (Tabela 48). Em ambos as situações,
porém, os percentuais de positividade foram maiores quando tais medidas eram
praticadas.
Tabela 48: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de ovinos submetidos ao exame
coproparasitológico para diagnóstico da infecção por protozoário do
gênero Eimeria segundo separação e isolamento de animais
142
Eimeria spp.
Variável positivo negativo total valor de p
n % n % n %
Isola os animais doente
Sim 61 28,8 151 71,2 212 100,0 p
(1)
= 0,3696
Não 51 24,9 154 75,1 205 100,0
Total 112 26,9 305 73,1 417 100,0
Separa os animais
Sim 17 29,3 41 70,7 58 100,0 p
(1)
= 0,6498
Não 95 26,5 264 73,5 359 100,0
Total 112 26,9 305 73,1 417 100,0
(1) – Através do teste Qui-quadrado de Pearson
Em se tratando das instalações, o maior número de amostras positivas
ocorreu nas propriedades que tinham chiqueiro coberto (31,6%), havendo
associação significativa (Tabela 49). Nas análises pareadas entre os parâmetros de
índices mais elevados (aprisco com chão batido; chiqueiro coberto; chiqueiro
descoberto, e aprisco com chão batido e chiqueiro coberto) (Tabela 50) não se
encontraram diferenças significativas.
Ao analisar fontes de água (Tabelas 51 e 52), verificou-se associação
significativa com percentuais de positividade para as amostras de propriedades cuja
fonte eram rios, sendo maiores do que naquelas que não utilizavam rios. A
associação também foi significativa quando se usava riacho, porém com positividade
menor que naquelas que não utilizavam (Tabela 51). Para os pares de percentuais
mais representativos (poço; poço e açude; poço, açude e cisterna) (Tabela 52), não
se comprova associação significativa.
143
Tabela 49: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de ovinos submetidos ao exame
coproparasitológico para diagnóstico da infecção por protozoário do gênero
Eimeria segundo tipo de instalações
Eimeria spp.
Tipo de instalações positivo negativo total valor de p
n % n % n %
Aprisco com chão ripado
Sim 0 0 7 100,0 7 100,0 p
(1)
= 0,1971
Não 112 27,3 298 72,7 410 100,0
Total 112 26,9 305 73,1 417 100,0
Aprisco com chão batido
Sim 38 23,0 127 77,0 165 100,0 p
(2)
= 0,1535
Não 74 29,4 178 70,6 252 100,0
Total 112 26,9 305 73,1 417 100,0
Aprisco com chão cimentado
Sim 15 21,1 56 78,9 71 100,0 p
(2)
= 0,2316
Não 97 28,0 249 72,0 346 100,0
Total 112 26,9 305 73,1 417 100,0
Chiqueiro coberto
Sim 67 31,6 145 68,4 212 100,0 p
(2)
= 0,0262*
Não 45 21,9 160 78,1 205 100,0
Total 112 26,9 305 73,1 417 100,0
Chiqueiro descoberto
Sim 43 23,8 138 76,2 181 100,0 p
(2)
= 0,2108
Não 69 29,2 167 70,8 236 100,0
Total 112 26,9 305 73,1 417 100,0
Outros
Sim 5 31,3 11 68,7 16 100,0 p
(1)
= 0,7739
Não 107 26,7 294 73,3 401 100,0
Total 112 26,9 305 73,1 417 100,0
(*) – Associação significativa ao nível de 5.0%. (1) – Através do teste Exato de Fisher.
(2) – Através do teste Qui-quadrado de Pearson.
144
Tabela 50: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de ovinos submetidos ao exame
coproparasitológico para diagnóstico da infecção por protozoário do
gênero Eimeria segundo os tipos de instalações combinados
Eimeria spp.
Variável positivo negativo total
n % n % n %
Aprisco com chão ripado 0 0 4 100,0 4 100,0
Aprisco com chão batido 10 18,2 45 81,8 55 100,0
Chiqueiro coberto 21 42,0 29 58,0 50 100,0
Chiqueiro descoberto 29 33,3 58 66,7 87 100,0
Outro tipo de instalação 5 31,3 11 68,7 16 100,0
Aprisco com chão ripado e chiqueiro
descoberto
0 0 3 100,0 3 100,0
Aprisco com chão batido e chiqueiro coberto 18 34,0 35 66,0 53 100,0
Aprisco com chão batido e chiqueiro
descoberto
1 3,7 26 96,3 27 100,0
Aprisco com chão cimentado chiqueiro
coberto
12 31,6 26 68,4 38 100,0
Aprisco com chão cimentado e chiqueiro
descoberto
0 0 13 100,0 13 100,0
Chiqueiro coberto e chiqueiro descoberto 7 17,1 34 82,9 41 100,0
Aprisco chão batido, aprisco chão
cimentado e chiqueiro coberto
3 15,0 17 85,0 20 100,0
Aprisco com chão batido, chiqueiro coberto
e chiqueiro descoberto
6 60,0 4 40,0 10 100,0
Total 112 26,9 305 73,1 417 100,0
145
Tabela 51: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de ovinos submetidos ao exame
coproparasitológico para diagnóstico da infecção por protozoário do gênero
Eimeria segundo a fonte de água
Eimeria spp.
Fonte de água positivo negativo total valor de p
n % n % n %
Rio
Sim 9 50,0 9 50,0 18 100,0 p
(1)
= 0,0307*
Não 103 25,8 296 74,2 399 100,0
Total 112 26,9 305 73,1 417 100,0
Riacho
Sim 2 5,4 35 94,6 37 100,0 p
(2)
= 0,0020*
Não 110 28,9 270 71,1 380 100,0
Total 112 26,9 305 73,1 417 100,0
Poço
Sim 90 25,4 264 74,6 354 100,0 p
(2)
= 0,1171
Não 22 34,9 41 65,1 63 100,0
Total 112 26,9 305 73,1 417 100,0
Açude
Sim 72 28,1 184 71,9 256 100,0 p
(2)
= 0,4619
Não 40 24,8 121 75,2 161 100,0
Total 112 26,9 305 73,1 417 100,0
Cisterna
Sim 16 32,0 34 68,0 50 100,0 p
(2)
= 0,3819
Não 96 26,2 271 73,8 367 100,0
Total 112 26,9 305 73,1 417 100,0
(*) – Associação significativa ao nível de 5.0%. (1) – Através do teste Exato de Fisher.
(2) – Através do teste Qui-quadrado de Pearson.
Tabela 52: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de ovinos submetidos ao exame
coproparasitológico para diagnóstico da infecção por protozoário do
gênero Eimeria segundo a fonte de água combinadas
Eimeria spp.
Variável positivo negativo total
n % N % n %
Rio 6 66,7 3 33,3 9 100,0
Riacho 0 0 2 100,0 2 100,0
Poço 34 25,4 100 74,6 134 100,0
Açude 8 28,6 20 71,4 28 100,0
Riacho e poço 0 0 16 100,0 16 100,0
Riacho e açude 0 0 9 100,0 9 100,0
Poço e açude 35 25,9 100 74,1 135 100,0
Açude e cisterna 8 53,3 7 46,7 15 100,0
Rio, poço e açude 3 33,3 6 66,7 9 100,0
Riacho, poço e açude 2 20,0 8 80,0 10 100,0
Poço, açude e cisterna 16 32,0 34 68,0 50 100,0
Total 112 26,9 305 73,1 417 100,0
146
Não se observou associação significativa entre a infecção por Eimeria spp. e
nenhum dos sinais clínicos relatados nas propriedades (Tabela 53). Diarréia;
diarréia, anemia e papeira; diarréia, anemia, papeira e mortalidade apresentaram
freqüências mais elevadas (Tabela 54) não se obtendo, também, diferença
significativa.
Tabela 53: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de ovinos submetidos ao exame
coproparasitológico para diagnóstico da infecção por protozoário do
gênero Eimeria spp. segundo sinais clínicos
Eimeria spp.
Sinais clínicos positivo negativo total valor de p
n % n % n %
Diarréia
Sim 56 24,7 171 75,3 227 100,0 p
(1)
= 0,2703
Não 56 29,5 134 70,5 190 100,0
Total 112 26,9 305 73,1 417 100,0
Anemia
Sim 81 26,9 220 73,1 301 100,0 p
(1)
= 0,9693
Não 31 26,7 85 73,3 116 100,0
total 112 26,9 305 73,1 417 100,0
Papeira
Sim 64 25,7 185 74,3 249 100,0 p
(1)
= 0,5168
Não 48 28,6 120 71,4 168 100,0
Total 112 26,9 305 73,1 417 100,0
Mortalidade
Sim 59 29,1 144 70,9 203 100,0 p
(1)
= 0,3223
Não 53 24,8 161 75,2 214 100,0
Total 112 26,9 305 73,1 417 100,0
(*) – Associação significativa ao nível de 5.0%. (1) – Através do teste Qui-quadrado de Pearson.
147
Tabela 54: Freqüência absoluta (n) e relativa (%) de ovinos submetidos ao exame
coproparasitológico para diagnóstico da infecção por protozoário do
gênero Eimeria spp. segundo sinais clínicos combinados
Eimeria spp.
Sinais clínicos positivo negativo total
n % n % n %
Diarréia 2 25,0 6 75,0 8 100,0
Anemia 18 32,7 37 67,3 55 100,0
Papeira 0 0 0 100,0 2 100,0
Mortalidade 6 14,6 35 85,4 41 100,0
Diarréia e anemia 1 6,7 14 93,3 15 100,0
Diarréia e papeira 2 40,0 3 60,0 5 100,0
Diarréia e mortalidade 4 66,7 2 33,3 6 100,0
Anemia e papeira 1 10,0 9 90,0 10 100,0
Papeira e mortalidade 4 57,1 3 42,9 7 100,0
Diarréia, anemia e papeira 19 21,1 71 78,9 90 100,0
Diarréia, anemia e mortalidade 7 50,0 7 50,0 14 100,0
Diarréia, papeira e mortalidade 3 16,7 15 83,3 18 100,0
Anemia, papeira e mortalidade 17 37,0 29 63,0 46 100,0
Diarréia, anemia, papeira e
mortalidade
18 25,4 53 74,6 71 100,0
Nenhum dos quatro sintomas 10 34,5 19 65,5 29 100,0
Total 112 26,9 305 73,1 417 100,0
Analisando-se, de uma forma geral, os resultados obtidos no presente estudo,
percebe-se que nas criações caprinas ocorre maior influência dos aspectos
higiênico-sanitários do que nas ovinas, tanto nas infecções helmínticas quanto no
parasitismo por Eimeria spp., embora em menor intensidade para os coccídios. Para
espécie ovina, o único aspecto para o qual se observou associação com a infecção
por helmintos foi o isolamento dos animais doentes.
Segundo Alves e Cox (1998), a profilaxia preventiva de caprinos e ovinos é
realizada através de medidas sanitárias gerais e específicas, medidas de manejo em
geral, e esquema de tratamento anti-helmíntico e vacinação. Alves e Pinheiro (2003)
afirmam que, com a adoção de medidas de manejo sanitário adequadas, espera-se
148
minimizar a incidência de doenças. Contrariamente, os resultados ora obtidos
demonstraram que a positividade ao parasitismo foi maior para alguns fatores dos
quais se esperaria uma redução dos índices de infecção, mesmo em certos casos
em que não se obteve significância. Tal circunstância denota a inadequação das
práticas de manejo sanitário adotadas, principalmente devido aos percentuais de
parasitismo obtidos para caprinos e ovinos, especialmente para helmintos.
4.3.4 CONCLUSÃO
As práticas de manejo sanitário adotadas em propriedades de criação caprina
e ovina do Sertão do Pajeú – PE necessitam de adequações para possibilitarem a
redução dos índices de parasitismo gastrintestinal.
149
4.3.5 REFERÊNCIA SBIBLIOGRÁFICAS
ALBERTI, H. et al. Algumas consideração sobre a resistência dos parasitos aos
antiparasitários e métodos de avaliação. A Hora Veterinária, Porto Alegre, ano 21,
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156
5 CONCLUSÃO FINAL
As medidas de manejo sanitário em criações caprinas e ovinas do estado de
Pernambuco não são implementadas de maneira satisfatória, gerando resistência
anti-helmíntica, que, juntamente com a inadequação de outros fatores do aspecto
sanitário, impede a diminuição dos índices de infecção por parasitos gastrintestinais
de pequenos ruminantes na área estudada.
157
6 REFERÊNCIAS
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1999. 929p.
179
APÊNDICE
180
APÊNDICE 1
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
PESQUISA: MUNICÍPIO----------------------------------------------------DATA: -------/-----/---
DADOS DO PROPRIETÁRIO:
1.Nome do proprietário----------------------------------------------------------------
2.Residência --------------------------------------------------------fone ( )------------------------
3.Reside na propriedade: Sim ( ); Não ( ) Filiado a: ---------------------------------
---------------
4.Profissão (principal atividade):------------------------------------------------ Renda mensal:
R$----------
5.Escolaridade: analfabeto ( ); alfabetizado ( ); fundamental 1 ( ); fundamental 2 (
); médio ( ); superior ( )
6.Estado civil: Solteiro ( ); Casado ( ); Viúvo ( );
7. idade do proprietário-----------------------
8. Quantos filhos tem? Menores de 16 anos .............................. Maiores de 16
anos..........................
DADOS DA PROPRIEDADE:
1.Endereço.............................................................
2.Tamanho..................ha; Cerca limítrofe: sim ( ) não ( )
3.Quando iniciou a criação? Ano ..............................................
4. Motivo: Herança ( ); Tradição ( ); Incentivo do governo( ); Relocação de
atividades ( ); Outro( )
5. Instalações:
Chiqueiro coberto ( ); Chiqueiro descoberto ( ); Sem chiqueiro;
Aprisco( ); Chão batido(...); chão não batido ( ); Chão cimentado( ); Ripado ( )
6. Água: Rio ( ); Riacho( ); Poço ( ); Açude( ); Chuva ( ); Comprada ( )
DADOS DA CRIAÇÃO
1. N.º de Caprino:................... N.º de Ovinos................Total: cabeças
2.Tipo de exploração: Carne ( ); Leite ( ); Mista ( )
3. Tipo de criação: Preso dia todo ( ); Dia no campo e noite preso ( ); No campo o
dia todo ( )
4. Quem cuida dos animais? Dono ( ); Família( ); Empregado ( );
quantos?..........................
181
5. Tem assistência veterinária? Sim ( ); Não ( )
porquê? Custo alto ( ); É assistido por técnico ( ); Não precisa( )
6. Os animais têm identificação? Não ( ): Sim, corte na orelha ( ); brinco ( );
tatuagem( ); outro ( )
MANEJO SANITÁRIO
1. Vermifuga? Não ( ); porquê? É caro ( ); Acha que não precisa
Sim ( ); Qual o produto?..............................Quantas vezes por ano? Uma ( );
Duas ( ); Três ( ); Quatro( )
Em todo rebanho ( ); Em alguns animais ( )
2. Há quanto tempo realizou a última vermifugação?........Qual o produto utilizado?.....
3. quais os produtos que já utilizou?
Benzimidazois( );mebendazole, febendazole, oxfebendazole, albendazole,
tiabendazole
Imidazóis ( ): levamizole
Salicilanilidas ( ): closantel
Avermectinas ( ): ivermectina, doramectina, abamectina
Milbemicina( ): moxidectina
4.Faz quarentena? Não ( ); Sim ( ); Quantos
dias?.........................Onde.........................................
Vermífuga e vacina os recém adquiridos? Não ( ); Sim ( )
3. Separa os animais por : Sexo ( ), Quantos grupos?................
Idade( ), Quantos grupos?........ Não separa ( )
5.Usa Sal Mineral:
Não ( ), Sim, ( )Porque? É caro ( ); Acha que não precisa ( ); Mistura com sal
grosso ( ); Só usa sal grosso ( ), qual?..................................
6.Quais as doenças ou problemas que já teve?
( ) Aborto ( )Cegueira ( )Mal dos cascos
( ) Sarna ( )aleijados ( )Catarro
( )Junta inchada ( )Piolho ( )boqueira
( )Tosse ( )Mastite ( )Umbigo inchado
( )Bicheira ( ) Mortalidade ( )Anemia
( )Endomerite ( )Verminose ( )Diarréia
( ) papeira Outro:...................................
7. Isola os animais doente? Não( ); Sim ( )
182
APÊNDICE 2
Latitude e longitude dos municípios pertencentes à microrregião do Sertão do Pajeú
MUNICÍPIOS
LATITUDE
LONGITUDE
ITAPETIM
07º22'42"
37º11'25"
CARNAÍBA
07º48'19"
37º47'38
AFOGADOS DA
INGAZEIRA
07º45'03"
37º38'21"
SÃO JOSÉ DO EGITO
07º28'44"
37º16'28"
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