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1
VÍTOR DE GÓES LIMA DANTAS
ESTUDO DE ASSOCIAÇÃO DE VARIAÇÕES DOS GENES BCHE
(BUTIRILCOLINESTERASE) E GHRL (GRELINA) COM OBESIDADE
Dissertação apresentada
Ao Programa de Pós-Graduação em
Genética, Área de Concentração em
Genética, Departamento de Genética,
Setor de Ciências Biológicas,
Universidade Federal do Paraná, como
parte das exigências para a obtenção
do título de mestre em Genética.
Orientadora: Profa. Dra. Eleidi A.
Chautard Freire Maia.
Co-orientador: Prof. Dr. Ricardo L. R.
de Souza.
CURITIBA
2008
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III
“VENI, VIDI, VINCI”
Julio César
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IV
AGRADECIMENTOS
A meus pais e irmãos, que com muito carinho e amor puderam sentir a dor da
separação e apoiar-me nas decisões mais importantes da minha vida, além de me
ajudarem a viver esse mestrado;
À professora Eleidi A. Chautard Freire Maia, que foi como uma mãe, pela
orientação, carinho, apoio e puxões de orelha quando necessário;
Ao professor Ricardo Lehtonen Rodrigues de Souza, o nosso “irmão mais
velho”, pela co-orientação, apoio e amizade e salvamento quando algo dava errado;
Aos colegas de laboratório, Átila, Kelly, Fabiana, Dellyana, Carol, Alejandro,
Henrique, que colaboraram para o desenvolvimento da parte experimental do projeto
me ensinando e me relembrando várias Modologias e também pelos momentos
divertidos que me proporcionaram ;
Ao HEMEPAR pela concessão das amostras de sangue;
À pessoa mais importante da minha vida, minha noiva linda e maravilhosa,
Wiolene, pelo apoio, carinho, paciência, dedicação e amor.
V
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS ................................................................................................. VII
LISTA DE FIGURAS ................................................................................................... X
LISTA DE ABREVIATURAS SÍMBOLOS E SIGLAS.................................................. XI
RESUMO..................................................................................................................XIV
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.................................................................................... 3
2.1. GENE DA GRELINA – LOCALIZAÇÃO E ESTRUTURA..........................................4
2.1.2. ESTRUTURA DA GRELINA ......................................................................................6
2.1.2.1. FORMA DES-ACILADA DA GRELINA.............................................................6
2.1.2.2. DESACILAÇÃO DA GRELINA PELA BUTIRILCOLINESTERASE E
OUTRAS ESTERASES ......................................................................................................7
2.1.2.3. ENZIMA ACIL-MODIFICADORA PARA A GRELINA..................................10
2.1.2.4. DERIVADOS DA GRELINA..............................................................................11
2.1.3. CONCENTRAÇÃO DA GRELINA E DISTRIBUIÇÃO DA GRELINA.................11
2.1.3.1. CONCENTRAÇÃO .............................................................................................11
2.1.3.2. DISTRIBUIÇÃO NO ORGANISMO..................................................................12
2.1.3.2.1. ESTÔMAGO E ÓRGÃOS GASTROINTESTINAIS.............................12
2.1.3.2.2 CÉREBRO E PITUITÁRIA........................................................................12
2.1.3.2.3. OUTROS TECIDOS .................................................................................13
2.1.4. RECEPTOR DA GRELINA .......................................................................................13
2.1.4.1. ATIVAÇÃO DO RECEPTOR PARA A GRELINA...........................................14
2.1.4.2. DISTRIBUIÇÃO DO RECEPTOR PARA A GRELINA....................................14
2.1.5. FUNÇÕES FISIOLÓGICAS DA GRELINA .............................................................15
2.1.5.1. ATIVIDADE DE LIBERAÇÃO DO GH ............................................................17
2.1.5.2. REGULAÇÃO DO APETITE .............................................................................18
2.1.5.3. A GRELINA E A OREXINA ..............................................................................19
2.1.5.4. MECANISMOS DE ESTIMULAÇÃO DE APETITE PELA GRELINA ..........20
2.1.5.5. FUNÇÕES GASTROINTESTINAIS ..................................................................21
2.1.5.6. FUNÇÕES CARDIOVASCULARES .................................................................21
2.1.6. REGULAÇÃO DA SECREÇÃO DE GRELINA.......................................................22
2.1.7. POLIMORFISMOS NO GENE DA GRELINA E OBESIDADE..............................23
2.2. BUTIRILCOLINESTERASE ........................................................................................24
2.2.1. ORIGEM DO GENE BCHE ...................................................................................25
2.2.2. FORMAS MOLECULARES DA BChE.................................................................26
2.2.3. VARIABILIDADE GENÉTICA.............................................................................28
2.2.3.1. GENE BCHE.................................................................................................28
2.2.4. FUNÇÃO BIOLÓGICA DA BChE ........................................................................31
2.2.4.1. RELAÇÃO DA BChE COM PESO, ALTURA E ÍNDICE DE MASSA
CORPORAL (IMC)......................................................................................................32
3. OBJETIVO GERAL ............................................................................................... 35
3.1. OBJETIVOS ESPECÍFICOS:........................................................................................35
4. MATERIAIS E MÉTODOS..................................................................................... 36
VI
4.1. MATERIAL ...................................................................................................................36
4.2. MÉTODOS LABORATORIAIS....................................................................................36
4.2.1. EXTRAÇÃO DE DNA ...........................................................................................36
4.2.2. PCR..........................................................................................................................37
4.2.3. ELETROFORESE...................................................................................................38
4.3. MÉTODOS ESTATÍSTICOS ........................................................................................42
5. RESULTADOS...................................................................................................... 44
5.1 VARIABILIDADE DO GENE GHRL ...........................................................................44
5.2. ÍNDICE DE MASSA CORPORAL, IDADE E ATIVIDADE. .....................................47
6. DISCUSSÃO ......................................................................................................... 54
6.1. FREQÜÊNCIAS GENOTÍPICAS E ALÉLICAS DE R51Q E L72M ........................54
6.2. VARIAÇÃO R51Q DO GENE GHRL E IMC ..............................................................56
6.3. VARIAÇÃO L72M DO GENE GHRL E IMC..............................................................57
6.4. VARIAÇÃO L72M DO GENE GHRL E IDADE DE INÍCIO DA OBESIDADE.......58
6.5. VARIAÇÃO L72M DO GENE GHRL E ATIVIDADE DA
BUTIRILCOLINESTERASE ...............................................................................................59
7. CONCLUSÕES ..................................................................................................... 62
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 63
VII
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Médias (± D.P.) de idade e de índice de massa corporal (IMC) em
controles e obesos
35
Tabela 2: Seqüências dos iniciadores utilizados para amplificar os fragmentos
de DNA na técnica de SSCA (Análise Conformacional de Fita Simples).
37
Tabela 3: Condições das eletroforeses de SSCA para os diferentes fragmentos
dos genes GHRL e BCHE
38
Tabela 4: Freqüências genotípicas quanto ao sítio do gene GHRL codificador do
aminoácido 51
43
Tabela 5: Freqüências genotípicas quanto ao sítio do gene GHRL codificador do
aminoácido 72
43
Tabela 6: Freqüências alélicas (%) do gene GHRL 44
Tabela 7: Freqüências genotípicas para o gene GHRL (N = 295, aa51; N = 296,
aa72), referente à amostra total de descendentes de europeus de Curitiba
44
Tabela 8: Freqüências alélicas de variantes de dois sítios do gene GHRL em
amostra total de descendentes de europeus de Curitiba
45
Tabela 9: Distribuição de freqüência dos genótipos de controles quanto aos
genes GHRL da grelina e BCHE da butirilcolinesterase
45
Tabela 10: Distribuição de freqüência dos genótipos de obesos quanto aos
genes GHRL da grelina e BCHE da butirilcolinesterase
46
Tabela 11: Dados de idade, índice de massa corporal (IMC) e atividade da
butirilcolinesterase de controles, classificados quanto ao aminoácido 72
47
VIII
codificado pelo gene GHRL da grelina
Tabela 12: Dados de idade, índice de massa corporal (IMC) e atividade da
butirilcolinesterase de obesos, classificados quanto ao aminoácido 72 codificado
pelo gene GHRL
47
Tabela 13: Médias de índice de massa corporal ± erros padrões, em obesos
classificados pelos genótipos dos genes da butirilcolinesterase e da grelina
48
Tabela 14: Média (± D.P.) da atividade (KU/L) da butirilcolinesterase em
controles e obesos
48
Tabela 15: Distribuição de freqüência da atividade da butirilcolinesterase em
126 obesos homozigotos para o alelo 72L
49
Tabela 16: Distribuição de freqüência da atividade da butirilcolinesterase em 17
obesos com a variante 72M em hetero ou homozigose..
50
Tabela 17: Dados dos cinco obesos que possuem o alelo 72M do gene GHRL e
que apresentam os maiores níveis de atividade da butirilcolinesterase
51
Tabela 18: Coeficientes de correlação das variáveis idade, IMC, atividade da
butirilcolinesterase, exon 1 e exon 4 do gene BCHE em relação à variável
aminoácido 72, codificada pelo gene GHRL, em 144 controles
51
Tabela 19: Coeficientes de correlação das variáveis idade, IMC, atividade da
butirilcolinesterase, exon 1 e exon 4 do gene BCHE em relação à variável
aminoácido 72, codificada pelo gene GHRL, em 130 obesos
52
Tabela 20: Resultados da análise de regressão múltipla escalonada, referentes
à amostra de obesos (N = 130), considerando-se a atividade da
butirilcolinesterase como variável dependente (Y)
53
IX
Tabela 21: Comparações entre as freqüências genotípicas de dois sítios do
gene GHRL entre o presente estudo e o realizado por Ukkola et. al. (2001)
55
Tabela 22: Comparações entre as freqüências alélicas de dois sítios do gene
GHRL entre o presente estudo e o realizado por Ukkola et. al. (2001)
56
X
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Desenho esquemático do gene GHRL, mostrando os cinco exons
(retângulos) e os introns (linhas) que o compõem.
4
Figura 2: Peptídeo (grelina) maduro com 28 aminoácidos, mostrando a serina 3
n-octanoilada
5
Figura 3: Sítios de ação, produção e função da grelina e obestatina, os sinais +
indicam uma ação positiva do peptídeo, os sinais de – indicam uma ação
negativa do poeptídeo.
15
Figura 4: Desenho esquemático do gene BCHE, mostrando os quatro exons
(em negrito) os introns e o tamanho do gene
24
Figura 5: Gel de poliacrilamida 29:1, 10% descontínuo. 1 – 51RR, 2 51RQ 38
Figura 6: Gel de poliacrilamida 29:1, 8% contínuo. 1 – 72LM, 2 – 72MM, 3 –
72LL
39
Figura 7: Freqüências de homozigotos para o alelo 72L, distribuídas segundo o
nível de atividade da butirilcolinesterase
49
Figura 8: Freqüências de homozigotos e heterozigotos para o alelo 72M,
distribuídas segundo o nível de atividade da butirilcolinesterase
50
XI
LISTA DE ABREVIATURAS SÍMBOLOS E SIGLAS
R Arginina
AChE Acetilcolinesterase
ACTH Hormônio Adenocorticotrófico
AGRP Proteína Relacionada a Agouti
AMPK Proteinase Ativada por Adenosina Monofosfato
ARC Núcleo Arqueado
BChE Butirilcolinesterase (colinesterase do soro)
BCHE Gene da Butirilcolinesterase
D.P. Desvio Padrão
DNA Ácido desoxiribonucleico
E.P. Erro Padrão
EDTA Ácido Etilenodiaminotetraacético
GH Hormônio do Crescimento
GHRH Hormônio Liberador do Hormônio do Crescimento
GHRL Gene da Grelina
GHS Secretagogo do Hormônio do Crescimento
GHS-R Receptor do Secretagogo do Hormônio do Crescimento
GPCR Receptor de ligação para proteína G
HEMEPAR Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná
IMC Índice de massa corporal
L Leucina
XII
M Metionina
NaF Fluoreto de Sódio
NPY Neuropeptídeo Y
PCR Polymerase Chain Reaction, Reação em Cadeia da Polimerase
PMSF Fenil-Mil-sulfonil-fluoreto
Q Glutamina
RCQ Razão Cintura Quadril
SSCA Single Strand Conformational Analysis, Análise de Conformação
de Fita Simples.
VMN Núcleo Ventromedial
XIV
RESUMO
O presente estudo determinou, através da técnica de PCR-SSCA, as
variações R51Q e L72M do gene GHRL em homens euro-brasileiros, sendo 144
obesos (IMC 30) e 153 controles (20 IMC< 25), doadores de sangue de Curitiba,
e analisou-as no que se refere ao índice de massa corporal (IMC), idade e atividade
da butirilcolinesterase (BChE), isoladas ou em conjunto com as variantes dos exons
1 e 4 do gene BCHE. As freqüências genotípicas e alélicas não diferiram em obesos
e controles em relação às variantes R51Q (χ
2
= 0,004; p > 0,90 e χ
2
= 0,26; p > 0,60,
respectivamente) e L72M (χ
2
= 0,026; p > 0,95 e χ
2
= 0,01; p > 0,90, respectivamente).
Quando estes dados foram comparados com os de Ukkola et. al. (2001), foi
encontrada diferença significativa decorrente de menor freqüência de 51Q no
presente estudo. Devido ao pequeno número de indivíduos com o alelo 51Q (N = 3),
não foi possível realizar análise estatística relacionando esse sítio do DNA com as
demais variáveis estudadas. Quando se analisou a variante L72M em relação ao IMC
não foi encontrada diferença significativa entre as médias obtidas de indivíduos 72LL
e 72LM+72MM (t = 1,22; p > 0,20 em controles; t = 0,06; p > 0,95, em obesos).
Também não foi encontrada diferença entre as médias de IMC quando se
compararam os genótipos 72LL e 72LM+72MM em obesos, classificados quanto às
variantes dos exons 1 e 4 do gene BCHE. Em relação à atividade da BChE, foi
encontrada correlação positiva entre o alelo 72M e maior atividade dessa enzima (r =
0,185; p < 0,05) em obesos. Uma análise de regressão múltipla escalonada mostrou
associação positiva do alelo 72M com atividade da BChE. Os resultados do presente
XV
trabalho não corroboraram a hipótese inicial de que as variações R51Q e L72M
pudessem estar associadas com o IMC, entretanto a associação positiva encontrada
entre o alelo 72M e maior atividade da BChE se mostra interessante, demandando
mais estudos a respeito.
XVI
ABSTRACT
This study determined the variations R51Q and L72M of the GHRL gene by
PCR-SSCA in Euro-Brazilian men, being 144 obese individuals (BMI 30) and 153
controls (20 BMI <25) and analyzed them in relation to body mass index (BMI), age
and activity of butyrylcholinesterase (BChE) alone or in connexion to the variants of
exons 1 and 4 of the BCHE gene. The genotype and allele frequencies did not differ
in obese and control samples for the variants R51Q (χ
2
= 0.004, p> 0.90 and χ
2
= 0.26,
p> 0.60, respectively) and L72M (χ
2
= 0.026, p> 0.95 and χ
2
= 0.01, p> 0.90,
respectively). When these data were compared with those found by Ukkola et. al.
(2001) significant difference was found in view of lower frequency of the 51Q in the
present study. Due to the low number of individuals with the 51Q allele (N = 3) it was
not possible to perform any statistical analysis of this DNA site with the other studied
variables. When the variable L72M was analyzed in relation to the mean of BMI, no
mean significant difference was found between 72LL and 72LM +72 MM individuals (t
= 1.22; p> 0.20 in controls; t = 0.06; p> 0, 95, in obese people). No difference was
found in mean BMI when the genotypes 72LL and 72LM +72 MM were compared in
obese individuals, as classified by the variants of exons 1 and 4 of the BCHE gene.
Regarding BChE activity, positive correlation was found between the allele 72M and a
higher enzyme activity (r = 0.185, p < 0.05) in obese inividuals. A multiple step-wise
regression analysis showed positive correlation between 72M with BChE activity. The
results from the present study did not support the initial hypothesis that the variations
R51Q and L72M may be associated with BMI. However, the positive association
XVII
found between the allele 72M and BChE activity is very interesting, demanding more
studies on the subject.
1
1. INTRODUÇÃO
A obesidade é um fator de risco para várias doenças graves, como
cardiovasculares, diabetes, sendo determinada por diversos fatores genéticos e
ambientais. Ela é considerada pela Organização Mundial de Saúde como uma
epidemia mundial, sendo a principal causa de mortes nos Estados Unidos e Canadá.
A descoberta da grelina abriu uma gama de possibilidades de estudos nas
áreas de Endocrinologia e Metabolismo.
Bowers et al. (1980) mostraram que um tipo de GHS (Growth Hormone
Secretagogue; secretagogo do hormônio do crescimento) participava da via
reguladora da liberação do GH (Growth Hormone; hormônio do crescimento)
juntamente com o já conhecido GHRH (Growth Hormone Release Hormone;
hormônio de liberação do hormônio do crescimento). Desde então, vários GHSs
sintéticos foram desenvolvidos e a estrutura do GHS-R (Growth Hormone
Secretagogue Receptor; receptor do secretagogo do hormônio do crescimento) foi
desvendada (Smith et. al., 1996). O ligante endógeno do GHS-R era desconhecido
até a descoberta da grelina. Este achado inaugurou um novo campo de estudo
relacionado ao GH e à regulação do apetite. Foram relatadas evidências de que o
controle para a liberação do GH não é só exercido pelo GHRH, mas também pela
grelina, e, além disso, a grelina também funciona como um sinal para a necessidade
da ingestão, agindo de forma antagonista à leptina, um peptídeo com funções
determinantes de saciedade. Em vista dos dados encontrados, a grelina talvez seja
um hormônio essencial para a manutenção do GH e para a homeostase energética.
2
A grelina foi identificada em 1999 (Kojima et al., 1999) e é o primeiro
exemplo de um peptídeo modificado por um ácido graxo, modificação que é
essencial para sua atividade. O gene da grelina humana (GHRL) está localizado no
cromossomo 3 (3p25-p26).
A butirilcolinesterase (BCHE; EC 3.1.1.8) é uma enzima sérica produzida no
fígado e codificada pelo gene BCHE (Arpagaus et al., 1990), localizado no braço
longo do cromossomo 3 (3q26.1-q26.2). Atualmente, mais de 65 variantes foram
identificadas no gene BCHE, por métodos de identificação ao nível do DNA.
A interação do gene BCHE e do gene CHE2, que determina proteína ainda
não identificada, condiciona o complexo C
5
, determinante do fenótipo CHE2 C5+,
associado com peso e IMC mais baixos do que o fenótipo CHE2 C5- (Chautard-
Freire-Maia et al., 1991; Alcântara et al., 2001).
Segundo Souza et al. (2005a), a própria BChE pode estar relacionada com o
Metabolismo de lípides, uma vez que variantes do aminoácido 539 dessa enzima
afetam diferentemente a distribuição do IMC. Andrade et al. (2008), continuando o
estudo de Souza et al. (2005a) e genotipando as mesmas amostras, quanto ao sítio -
116 do exon 1 do gene BCHE, verificaram que o alelo -116A está associado com o
aumento da variância da distribuição do IMC e deve ser o responsável pelo resultado
obtido por Souza et al. (2005a), uma vez que a variante 539T, do exon 4 do gene
BCHE, só afeta o IMC, quando na presença de -116A.
O presente estudo visou principalmente pesquisar as relações entre as
variações do gene GHRL e a obesidade, levando também em consideração as
variações dos exons 1 e 4 do gene BCHE.
3
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
O hormônio do crescimento (GH) é um hormônio multifuncional, secretado
pelo órgão somatotrófico da região anterior da pituitária. Regula todo o crescimento
celular e corporal, Metabolismo de carboidratos, proteínas e lípides, bem como
mantém o balanço eletrohídrico (Aetsinger et al., 1996).
O GH é controlado por muitos fatores, em particular por dois neuropeptídeos
hipotalâmicos (GHRH e somatostatina, esse ultimo age inibindo o GH).
Recentemente, uma terceira via de controle do GH foi descoberta em estudos com
secretagogos do GH (GHSs) (Dickson et al., 1999). GHSs são componentes
sintéticos, que são potentes estimuladores para a liberação do GH, atuando
mediante um receptor protéico específico (GHS-R) (Korbonits et al., 1999). Por
serem componentes sintéticos, foi postulado que deveria existir um ligante natural
para o receptor do secretagogo do GH, que tivesse uma estrutura similar aos GHSs
no sítio de ligação ao receptor (Smith et al., 1996).
Vários grupos tentaram, sem sucesso, isolar o ligante endógeno para o
GHS-R, usando extratos do cérebro, pituitária e hipotálamo, regiões nas quais há
expressão do GHS-R (Bennet et al., 1997 e Guan et al., 1997). Inesperadamente
conseguiu-se, em 1999, isolar e identificar o ligante natural do GHS-R em tecidos de
estômago e nomearam-no de grelina (GHRL) (Kojima et al., 1999 e 2001). A grelina
é um peptídeo estimulador de apetite e que atua na liberação do GH (Korbonits et al.,
2004). O nome grelina é baseado em “ghre” uma palavra de origem proto-indo-
4
européia que significa crescimento, em alusão ao fato de estimular o GH (Kojima e
Kangawa, 2005).
2.1. GENE DA GRELINA – LOCALIZAÇÃO E ESTRUTURA
O gene da grelina humana (GHRL) está localizado no cromossomo 3 (3p25-
p26) e o gene do receptor para a grelina (GHS-R) também foi localizado nesse
cromossomo (3q26-q27) (Smith et al., 1997).
O gene da grelina humana, assim como o do camundongo, contém cinco
exons (Figura 1) (Tanaka et al., 2001; Kojima e Kangawa 2005). O primeiro e mais
curto contém apenas 20 pb, e engloba parte da região 5’ não traduzida (5’ UTR), não
sendo considerado por outros autores que consideram o gene da grelina como tendo
4 exons (Ukkola et.al., 2001).
Figura 1: Desenho esquemático do gene GHRL, mostrando os cinco exons (retângulos) e os introns
(linhas) que o compõem.
FONTE: Kojima e Kangawa, 2005
A grelina é um peptídeo de 28 aminoácidos (Figura 2), codificado pelos
exons 2 e 3 (Kojima e Kangawa, 2005). No rato e no camundongo o códon para o
aminoácido Q14 (CAG) é usado como sinal para processamento alternativo, gerando
5
assim dois mRNAs diferentes (Hosoda et al., 2000b). Um codifica o precursor da
grelina e o outro o precursor da grelina des-Q14.
Figura 2: Peptídeo da grelina humana madura com 28 aminoácidos, mostrando a serina 3 n-
octanoilada.
FONTE: KOJIMA, M.; KANGAWA, K. Ghrelin: structure and function. Phisio. Rev., v. 85, p. 495-522,
2005.
A seqüência de aminoácidos em mamíferos para o precursor da grelina é
bastante conservada. Nesses precursores a seqüência ativa da grelina com 28
aminoácidos vem logo após o peptídeo sinal. O sítio de clivagem para o peptídeo
sinal é o mesmo em todas as grelinas de mamíferos (Kojima e Kangawa, 2005).
O precursos da grelina humana, codificado pelos 5 exons do gene GHRL
(sendo o exon 1 codificador da região 5’ UTR), é constituído por 518 pb codificados
em uma seqüência de 117 aminoácidos, distribuídos em 23 aminoácidos do peptídeo
Grupo n-octanoil (C8:0)
6
sinal e 94 aminoácidos da pró-grelina, os quais compreendem os 28 aminoácidos da
grelina madura e mais 66 aminoácidos, que incluem os 23 da obestatina, hormônio
com características antagônicas à grelina, que suprime o apetite e a atividade
estomacal. (Kojima et. al., 1999; Zhang et. al., 2005)
2.1.2. ESTRUTURA DA GRELINA
A grelina é um peptídeo de 28 aminoácidos, no qual a terceira serina (ser3)
está n-octanoilada, que é uma condição essencial para a atividade da grelina. A
grelina é o primeiro caso de um peptídeo modificado por um ácido graxo (Kojima et
al., 1999).
No curso dos estudos sobre a grelina, várias outras formas naturais do
peptídeo foram identificadas (Hosoda et al., 2003). Estas formas podem ser
classificadas em quatro grupos de acordo com o tipo de acilação observada na
serina 3: não acilada (sem modificação pós-traducional), e as formas modificadas
pós tradução, como, octanoilada (C8:0), decanoilada (C10:0), e possivelmente
decenoilada (C10:1). Todos esses peptídeos encontrados têm 27 ou 28 aminoácidos
e são derivados do mesmo precursor da proteína por duas vias diferentes de
recomposição, sendo que a principal forma da grelina é a de 28 aminoácidos com a
serina 3 octanoilada (Kojima e Kangawa, 2005).
2.1.2.1. FORMA DES-ACILADA DA GRELINA
7
A forma des-acilada da grelina também existe em níveis significativos no
estômago e no sangue (Hosoda et al., 2000a). No plasma essa forma da grelina é
encontrada predominantemente (80% a 90%) e se liga às lipoproteínas de alta
densidade (HDLs), que contêm algumas esterases (Beaumont et al., 2003). Portanto,
a forma des-acilada da grelina seria um produto de modificação da forma acilada. A
forma des-acilada da grelina não substitui a grelina acilada nas regiões de ligação no
hipotálamo e pituitária e também não mostra atividade endócrina nem em ratos nem
em humanos (Kojima e Kangawa, 2005). A questão que surge então é onde atuaria
essa forma des-acilada da grelina. Baldanzi et al. (2002) sugeriram a existência de
um outro receptor para a grelina no sistema cardiovascular, pois mostraram que
tanto a grelina acilada quanto a des-acilada reconhecem uma região de ligação em
cardiomiócitos que não possui o receptor para a grelina (GHS-R). Além disso, foi
destacado que a forma des-acilada compartilha, com a forma acilada, algumas ações
não endócrinas como o controle de proliferação celular e adipogênese (Cassoni et
al., 2004).
2.1.2.2. DESACILAÇÃO DA GRELINA PELA BUTIRILCOLINESTERASE E
OUTRAS ESTERASES
No soro, a grelina está, em sua maioria, desoctanoilada. Este processo de
desoctanoilização é fortemente diminuído por fluoreto fenilMilsufonil, um inibidor de
proteases serínicas e esterases.
No soro humano, a desoctanoilização da grelina é parcialmente inibida por
salicinato de eserina e por fluoreto de sódio, dois inibidores da butirilcolinesterase. A
8
butirilcolinesterase purificada é capaz de degradar a grelina, e há uma relação
positiva entre a butirilcolinesterase e a desoctanoilização da grelina no soro humano.
Comparado com o soro humano, o soro de ratos tem bem menos butirilcolinesterase,
mas uma maior atividade de hidrólise em relação à grelina, indicando que há uma
outra esterase para essa reação no soro de ratos.
A desoctanoilização da grelina é fortemente inibida por PMSF, um inibidor de
proteases serinícas e esterases, mas não por 4-(amidino-fenil)-Manosufonil fluoreto,
um inibidor irreversível e específico para proteases serínicas.
As esterases do soro têm uma especificidade ampla com o substrato com
algumas diferenças individuais e interespecíficas. Elas são classificadas em três
grupos: A, B e C, de acordo com o tipo de interação com organofosfatos.
As esterases do tipo A (arilesterases/paraoxonases) do soro humano
catalisam a hidrólise de ésteres aromáticos, como o paraoxon e fenilacetato. O cálcio
é necessário para que ocorra o processo de catálise e esta atividade é reduzida
quando é adicionado EDTA. Por conta de a grelina estar associada ao HDL, que
contém paraoxonase, supôs-se que essa enzima pudesse estar relacionada com a
desoctanoilização da grelina. Porém, De Vriese et al. (2004) mostraram que a
desoctanoilização da grelina não é inibida por EDTA. Além do mais, a inibição da
desoctanoilização da grelina por PMSF indica que as esterases B, ao invés da A e C,
são as que contribuem para a reação de desoctanoilização.
As esterases do tipo B hidrolisam ésteres alifáticos e são inibidas por
organofosfatos. As esterases do tipo C (colinesterases) são inibidas pelos
9
organofosfatos e hidrolisam preferencialmente ésteres de colina a uma taxa maior do
que ésteres aromáticos e alifáticos.
A acetilcolinesterase e a butirilcolinesterase são ambas inibidas por eserina
e NaF. Sendo que a butirilcolinesterase humana purificada desoctanoiliza a grelina.
Entretanto, a eserina e o NaF inibem apenas parcialmente a desoctanoilização da
grelina. Uma relação positiva entre a butirilcolinesterase e a desoctanoilização da
grelina foi encontrada. Por conta de que a butirilcolinesterase representa uma
proporção significante das atividades de esterases no soro humano, seu papel no
processo de desoctanoilização da grelina é provável, mas ela não parece ser a única
enzima que participa desse processo.
Esterases do tipo B também incluem carboxilesterases não específicas
encontradas no soro e nos tecidos. Estas enzimas catalisam a hidrólise de uma
variedade de drogas e substâncias que contêm ligações amida ou éster, bem como
componentes endógenos como acil-gliceróis de cadeia curta e longa e ésteres de
cadeia longa de coenzima-A, indicando que essas esterases possam participar no
Metabolismo de drogas e de lípides endógenos.
Carboxilesterases purificadas do fígado são capazes de degradar a grelina
para sua forma des-acilada, sugerindo que as carboxilesterases podem participar no
processo de desoctanoilização. Em ratos, a desoctanoilização da grelina é mais
rápida do que em humanos, sendo isso consistente com a atividade da
carboxilesterase encontrada no soro dos ratos.
No soro de ratos a desoctanoilização da grelina é inibida por BNPP, um
inibidor de carboxilesterases. Em contraste, nos soro de humanos, De Vriese et al.
10
(2004) não encontraram sinais de inibição da desoctanoilização da grelina por BNPP.
Isto indica que a carboxilesterase não está relacionada ao processo de
desoctanoilização da grelina no soro humano, estando de acordo com Li et al.
(2000), que concluíram não existir carboxilesterases no soro humano.
2.1.2.3. ENZIMA ACIL-MODIFICADORA PARA A GRELINA
Uma enzima que cataliza a acilação da grelina ainda não foi identificada. A
incorporação do acido n-octanóico em anfíbios, peixes, mamíferos e aves sugere que
esta enzima seja específica na transferência de uma cadeia de tamanho médio de
ácido graxo (Kojima e Kangawa, 2005).
Foram encontradas evidências de que a ingestão de cadeias de ácidos
graxos de tamanho médio, bem como de trigliceróis de tamanho médio aumentam a
produção da grelina acil-modificada sem modificar o nivel total (acilada e des-acilada)
da grelina. O grupamento acil que se liga à grelina recém sintetizada corresponde
aos que foram ingeridos, indicando que os ácidos graxos ingeridos são usados
diretamente para a acilação da grelina (Kojima et al., 2005; apud Kojima e Kangawa,
2005).
Um número de acil-transferases foi identificado em mamíferos. Na mucosa
do estômago de ratos foi encontrada uma acil-transferase que catalisa a
transferência de acil – CoA para as proteínas do muco (Kasinathan et al., 1990). A
enzima ser O-acil-transferase que modifica a grelina ainda não é conhecida mas
deve ter alguma homologia estrutural com essas acil-transferases.
11
2.1.2.4. DERIVADOS DA GRELINA
Produção de derivados da grelina por via sintética mostra que os grupos
hidrofóbicos ligados ao terceiro aminoácido são essenciais para uma atividade
máxima da grelina (Bednarek et al., 2000; Matsumoto et al., 2001). A atividade
máxima da grelina foi observada quando a grelina estava n-octanoilada.
Um peptídeo pequeno, contendo apenas os primeiros quatro aminoácidos da
grelina, ainda consegue ativar o GHS-R. Entretanto, apenas os três primeiros são
incapazes de ativar o receptor, o que indica que os quatro primeiros peptídeos
constituem o mínimo essencial para essa ação (Bednarek et al., 2000; Matsumoto et
al., 2001).
2.1.3. CONCENTRAÇÃO DA GRELINA E DISTRIBUIÇÃO DA GRELINA
2.1.3.1. CONCENTRAÇÃO
A concentração normal da grelina no plasma sangüíneo em humanos é de
10 – 20 fmol/ml para a grelina n-octanoilada e 100 – 150 fmol/ml para a grelina total
(acilada e des-acilada). A concentração da grelina no plasma aumenta em condições
de jejum e reduz após alimentação, sugerindo assim que a grelina possa ser um
sinal inicial para o aumento do apetite (Cummings et al., 2001). A concentração de
grelina no plasma é mais baixa em obesos do que em controles com IMC normal,
pareados por idade, o que sugere um processo de regulação (Hansen et al., 2002).
12
2.1.3.2. DISTRIBUIÇÃO NO ORGANISMO
2.1.3.2.1. ESTÔMAGO E ÓRGÃOS GASTROINTESTINAIS
A grelina é produzida principalmente no estômago, em vertebrados. As
células produtoras de grelina do estômago são mais abundantes no fundus (corpo)
do que no piloro (Date et al., 2000a).Estudos por hibridização in situ e por análises
histoquímicas indicam que as células produtoras de grelina (X/A) são um tipo distinto
de célula endócrina encontrada na mucosa do estômago (Date et al., 2000).
Células imunorreativas para a grelina também são encontradas no duodeno,
jejuno, íleo, e cólon (Date et al., 2000a). O pâncreas também é um órgão produtor de
grelina, porém há controvérsias quanto às células que a produzem nesse órgão
(Date et al., 2002).
2.1.3.2.2 CÉREBRO E PITUITÁRIA
A grelina já foi encontrada no núcleo arqueado do hipotálamo, uma
importante região controladora do apetite (Lu et al., 2002) e estudos recentes
também indicaram a presença da grelina em neurônios hipotalâmicos de tipo não
caracterizado previamente (Cowley et al., 2003).
A grelina foi encontrada nas glândulas pituitárias onde pode agir na liberação
do GH por uma via autócrina ou parácrina (Kojima e Kangawa, 2005).
13
2.1.3.2.3. OUTROS TECIDOS
O mRNA refrente à grelina é expresso no rim, especialmente no glomérulo
(Gnanapavan et al., 2002), sendo que, estratos de peptídeos de rim de ratos contêm
tanto as formas acilada quanto des-acilada da grelina em quantidades significativas.
Células imunorreativas para a grelina foram encontradas em citotrofoblastos
da placenta no primeiro trimestre da gravidez e não foram detectadas no segundo
trimestre (Gualillo et al., 2001). A grelina foi encontrada em células do
sinciciotrofoblasto da placenta humana e em células trofoblásticas labirínticas da
placenta do rato.
2.1.4. RECEPTOR DA GRELINA
O receptor da grelina é um GPCR típico (receptor de ligação para uma
proteína G) com sete domínios trans-membrânicos (7-TM) (Smith et al., 1999). Dois
cDNAs distintos de receptores da grelina foram identificados (Howard et al., 1996). O
primeiro, GHS-R tipo 1a, codifica um GPCR 7-TM com propriedades de ligação e
funcionais consistentes com seu papel como receptor da grelina. O tipo 1b é
produzido por um mecanismo de recomposição alternativa (Howard et al., 1996). O
gene para o GHS-R consiste de dois exons; o primeiro codifica os domínios trans-
membrânicos do 1 ao 5, e o segundo codifica os domínios 6 e 7. O tipo 1b é derivado
apenas do primeiro exon, que codifica apenas cinco dos sete domínios
14
transmembrânicos, correspondendo a uma forma COOH-truncada do tipo 1a, sendo
inativo farmacologicamente.
O receptor da grelina é bem conservado entre todas as espécies de
vertebrados estudadas, incluindo vários mamíferos, galinhas e baiacus (fugu)
(Palyha et al., 2000). Esta forte conservação sugere que a grelina e seu receptor têm
uma função fisiológica muito importante.
2.1.4.1. ATIVAÇÃO DO RECEPTOR PARA A GRELINA
A ativação do receptor para a grelina se dá pela ligação dela ao GHS-R
ativando a fosfolipase C para gerar IP
3
e diacilglicerol, resultando num aumento do
nível interno de Ca
2+
, indicando que o receptor para a grelina está associado a uma
subunidade G
q
, isto é, uma subunidade da família de proteínas que se ligam ao
nucleotídeo guanina (Kojima e Kangawa, 2005).
2.1.4.2. DISTRIBUIÇÃO DO RECEPTOR PARA A GRELINA
O mRNA do receptor para a grelina é proeminentemente expresso no núcleo
arqueado (ARC) e ventromedial (VMN) e no hipocampo (Nakazato et al., 2001). O
mRNA do GHS-R também é detectado em múltiplos núcleos hipotalâmicos e na
pituitária, bem como em outras regiões (Kojima e Kangawa, 2005).
Análises por RT-PCR demonstraram que o mRNA do GHS-R é expresso em
vários órgãos, incluindo o coração, rim, pulmão, fígado, pâncreas, estômago,
15
intestinos fino e delgado, tecido adiposo e células do sistema imune (Gnanapavan et
al., 2002).
2.1.5. FUNÇÕES FISIOLÓGICAS DA GRELINA
A figura 3 mostra um esquema de ação da grelina e da obestatina no corpo
humano. A grelina, que se liga ao GHS-R, causa um aumento na ingestão alimentar
e uma diminuição no gasto energético. A obestatina, que se liga ao receptor GPR39
faz o inverso, ela aumenta o gasto energético e diminui a ingestão alimentar. Esses
dois hormônios trabalham no sentido de manter um equilíbrio energético.
16
Figura 3: Sítios de ação, produção e função da grelina e obestatina, os sinais + indicam uma ação
positiva do peptídeo, os sinais de – indicam uma ação negativa do peptídeo.
Fonte: Nogueiras et. al., 2005.
Equilíbrio
energético
Gasto energético
Grelina
Nervo vago
Preprogrelina
Obestatina
Ingestão
alimentar
17
2.1.5.1. ATIVIDADE DE LIBERAÇÃO DO GH
A grelina é um hormônio com várias propriedades. Age no GHS-R
aumentando a concentração interna de Ca
2+-
via IP
3
para estimular a liberação de
GH. Comparado ao efeito estimulador do GHRH (um outro hormônio relacionado à
liberação do GH), que age no seu próprio receptor, o efeito causado pela grelina na
liberação de GH é duas a três vezes maior (Arvat et al., 2000).
A grelina estimula a liberação de GH tanto in vivo, quanto in vitro,
diretamente proporcional à dose aplicada (Arvat et al., 2000). A liberação de GH
atinge o seu pico em aproximadamente 5 a 15 minutos após a injeção intravenosa de
grelina e cai ao nível basal, uma hora após a injeção. Uma simples administração de
grelina intracerebroventricularmente também aumenta a concentração de GH no
plasma de ratos de uma maneira diretamente proporcional, com uma dose mínima
de 10 pmol (Date et al., 2000b).
A grelina estimula a liberação de GH a partir da pituitária primária (Kojima et
al., 1999). Entretanto, o próprio hipotálamo parece estar envolvido na estimulação da
liberação do GH mediada pela grelina. Pacientes com lesões no hipotálamo
mostraram uma liberação insuficiente do GH mesmo quando estimulados pela
grelina (Popovic et al., 2003).
Altas doses de grelina em humanos aumentam os níveis de ACTH,
prolactina e cortisol (Arvat et al., 2001).
18
2.1.5.2. REGULAÇÃO DO APETITE
A grelina funciona de modo a transmitir sinais de fome para o cérebro.
Análises imunohistoquímicas indicaram que os neurônios que contêm grelina são
encontrados no núcleo arqueado (ARC) do hipotálamo, uma região envolvida na
regulação do apetite (Lu et al., 2002). No ARC, estes neurônios que contêm grelina
possuem fibras eferentes para neurônios que expressam os peptídeos NPY e AGRP,
estimulando a liberação destes peptídeos orexigênicos, e neurônios produtores de
proopiomelanocortin (POMC) que suprimem a liberação de peptídeos anorexigênicos
(Cowley et al., 2003) .
Quando a grelina é injetada nos ventrículos cerebrais de ratos, a ingestão
alimentar é estimulada (Kamegai et al., 2001). Injeção intracerebroventicular de
grelina de forma crônica aumenta de modo cumulativo a ingestão alimentar e diminui
o gasto de energia, levando a um aumento de peso.
Quando a grelina é injetada perifericamente ela consegue estimular os
neurônios hipotalâmicos (Ruter et al., 2003). Porém, a taxa com que a grelina
atravessa a barreira sangue-cérebro é bastante baixa. Isto sugere que a grelina deve
ativar as regiões hipotalâmicas adequadas por uma outra via.
A detecção de receptores para a grelina nos neurônios vagais aferentes nos
gânglios nodosos dos ratos sugere que os sinais da grelina enviados do estômago
são transmitidos para o cérebro através do nervo vago (Sakata et al., 2003). Além
disso, a observação de que a administração intracerebroventricular de grelina induz
um aumento de c-Fos no núcleo dorsomotor do nervo vago e estimula a secreção de
19
ácido gástrico, indica que a grelina ativa o sistema vago (Date et al., 2001). Em
contraste, uma vagotomia inibe a habilidade da grelina de estimular a ingestão
alimentar e a liberação de GH (Date et al., 2002).
A grelina é produzida primariamente nos órgãos gastrointestinais em
resposta a fome, e circula pelo sangue servindo como um sinal periférico que avisa
ao sistema nervoso central para estimular a ingestão alimentar. Os níveis de grelina
no plasma aumentam imediatamente antes de cada refeição e caem aos níveis
mínimos 1 hora após a ingestão (Cummings et al., 2001).
O aumento inicial dos níveis de grelina foi observado em humanos que
iniciaram as refeições em qualquer horário e sem disposição para comer (Cummings
et al., 2004). De fato os níveis de grelina e de fome se mostraram positivamente
relacionados. Além disso, a diminuição tardia do nível de grelina no plasma é
proporcional à quantidade de calorias ingeridas (Callahan et al., 2004).
A expressão do gene da grelina no estômago aumenta com o jejum e
diminui com a administração de leptina e interLcina (IL)-1β (Kim et al., 2003). A
grelina produz um balanço energético positivo devido a promoção da ingestão
alimentar e à diminuição do gasto de energia, bem como pelo bloqueio da anorexia
induzida pela IL-1β.
2.1.5.3. A GRELINA E A OREXINA
A orexina, um neuropeptídeo hipotalâmico orexigênico, está envolvido na
estimulação e regulação da ingestão alimentar (Chemelli et al., 1999). Sua injeção
20
intracerebroventricular estimula a ingestão alimentar, e sua expressão está
negativamente correlacionada com os níveis de glicose e leptina no sangue, bem
como com os níveis de ingestão alimentar (Siegel, 2004). A grelina estimula,
isoladamente, os neurônios para orexina, ao passo que a glicose e a leptina os
inibem (Yamanaka et al., 2003). Injeção intracerebroventricular de grelina induz a
uma expressão Fos nas células produtoras de orexina (Toshinai et al., 2003). A
atividade estimuladora de apetite da grelina é reduzida em ratos onde não existem as
orexinas. Injeções contendo grelina com antagonistas para NPY-Y1 e anti-orexina
IgG mostraram uma supressão de 87% na ingestão alimentar. Estes resultados
indicaram que os comportamentos alimentares são regulados cooperativamente
entre a grelina e a orexina (Kojima e Kangawa, 2005).
2.1.5.4. MECANISMOS DE ESTIMULAÇÃO DE APETITE PELA GRELINA
O ARC hipotalâmico é a região principal de ação da grelina no sistema
nervoso central. O ARC também é um alvo da leptina, um hormônio supressor de
apetite produzido nas células adiposas, e dos peptídeos NPY e AGRP, os quais são
estimuladores de apetite (Flier, 2004). NPY e AGRP são produzidos pela mesma
população de neurônios no ARC, e seus efeitos estimuladores de apetite são inibidos
diretamente pela leptina. De fato, uma parte dos efeitos orexigênicos da grelina
funcionam por regulação dos genes que codificam esses estimulantes de apetite.
Injeção intracerebroventricular de grelina induz expressão Fos nos neurônios
que expressam o NPY e assim aumenta a quantidade de mRNA de NPY no ARC
21
(Nakazato et al., 2001) e também aumenta o nível de mRNA de AGRP no
hipotálamo.
Recentemente, foi descoberto que a quinase ativada por AMP (AMPK) está
envolvida nos processos hipotalâmicos de regulação do apetite (Minokoshi et al.,
2004). Quando a grelina é administrada in vivo a atividade da AMPK se mostra
aumentada no hipotálamo. Em contraste, quando a leptina é injetada a atividade da
AMPK se mostra diminuída.
2.1.5.5. FUNÇÕES GASTROINTESTINAIS
Administração intravenosa de grelina aumenta a secreção do acido gástrico
e estimula a movimentação gástrica (Dornonville et al., 2004). Em termos de
secreção de acido gástrico, a resposta máxima obtida com a grelina é cerca de
3mg/kg. Do mesmo modo que ocorre com a injeção intravenosa, uma injeção
intracerebroventricular aumenta a secreção de ácido gástrico de acordo com a dose
aplicada (Date et al., 2001).
2.1.5.6. FUNÇÕES CARDIOVASCULARES
Estudos feitos no coração e na aorta observaram expressão de mRNA que
codifica tanto para a grelina quanto para seu receptor e, além disso, injeção
intravenosa de grelina reduz a pressão arterial (Nagaya et al., 2001).
22
Bolus (isto é, quantidade elevada) de grelina injetados intravenososamente
diminuem a pressão arterial principal sem modificar a taxa de batimento cardíaco
(Nagaya et al., 2001). Ratos com problemas cardíacos, quando tratados com grelina,
mostraram um aumento na potência dos batimentos cardíacos, volume maior e dP/dt
ventricular esquerda máxima, quando comparados com ratos controles afligidos pelo
mesmo problema mas tratados com placebo (Nagaya e Kangawa, 2003).
A diminuição na pressão arterial induzida pela grelina parece não ocorrer
através de sua ação direta no sistema circulatório, mas através da sua ação no
cérebro, especificamente no núcleo do trato solitário (Matsumura et al., 2002).
Injeção de grelina diretamente nesses núcleos dimini significativamente a pressão
arterial e a taxa de batimento cardíaco. Este tipo de injeção também suprime a
atividade simpática.
2.1.6. REGULAÇÃO DA SECREÇÃO DE GRELINA
O fator mais importante para a regulação da secreção da grelina é a
alimentação. O nível de glicose no sangue também pode ser um fator crítico, quando
a glicose é administrada oral ou intravenosamente a concentração de grelina no
plasma diminui (Shiiya et al., 2002). A concentração de grelina no plasma é sensível,
entretanto ao número e horário de refeições; e diminui mediante a uma refeição rica
em gordura (Erdmann et al., 2003 e Greenman et al., 2004).
A concentração de grelina no plasma é mais baixa em indivíduos obesos do
que em não obesos (Tschöp et al., 2001 e Haqq et al., 2003). Relacionado a este
23
fato, o nível de grelina no plasma se encontra bastante elevado em portadores de
anorexia nervosa e retorna a níveis normais com ganho de peso e quando o
individuo se recupera da doença (Tanaka et al., 2003b). As concentrações de grelina
também são elevadas em indivíduos com bulimia nervosa (Tanaka et al., 2003a).
Administração de GH exógeno diminui a expressão do mRNA de grelina no
estômago e a concentração de grelina no plasma, mas não afeta o estoque
estomacal de grelina (Qi et al., 2003). Estes achados sugerem que o GH pituitário
exibe uma regulação feedback na produção estomacal de grelina.
2.1.7. POLIMORFISMOS NO GENE DA GRELINA E OBESIDADE
Em humanos, vários polimorfismos foram identificados no gene GHRL:
várias mutações intrônicas foram encontradas (rs35683, rs35682, rs2075356, rs
35681, rs11923313, rs697228, rs11923293, rs9866514, rs42451, rs35680, rs35679,
rs26802) e três variações localizadas nos exons 2 (R51Q - rs34911341 e L72M - rs
696217) e 4 (Q90L - rs4684677). As freqüências alélicas para os polimorfismos
R51Q e L72M são similares em obesos e controles. Entretanto, foi relatado que
obesos com o alelo 72M adquirem a obesidade mais cedo do que os obesos
homozigotos para o tipo selvagem L72, sugerindo que L72M deve afetar a atividade
da grelina.
A mutação R51Q resulta numa mudança do sítio COOH-terminal
responsável pela recomposição do peptídeo da grelina, resultando numa falha nessa
recomposição que é necessária para produzir a grelina com 28 aminoácidos. Uma
24
pro-grelina com 94 aminoácidos de comprimento é produzida no lugar da normal,
cuja atividade biológica ainda não foi avaliada. Ukkola et al. (2001) estudaram 96
mulheres obesas mórbidas (IMC = 42,3 ± 3,4 kg/m2) e 93 não obesas (IMC = 23 ±
1,4 kg/m
2
), sendo que a mutação R51Q foi identificada em seis heterozigotas obesas
(6,3%) mas não entre os controles (p < 0,05). Identificaram também a mutação
G274A do intron 1 em duas obesas, que apresentaram também a mutação L72M,
levando a sugerir que esse aparecimento conjunto possa ser devido a desequilíbrio
de ligação.
As freqüências genotípicas, quando se considerou a mutação Q90L, foram
semelhantes entre indivíduos magros e obesos, levando à sugestão de que essa
mutação não participa no processo de regulação do peso corporal (Hinney et al.
2002).
A obestatina, um hormônio derivado da pré-progrelina, possui 23
aminoácidos. A obestatina, como a grelina, parece que sofre uma modificação pós-
tradicional, sendo modificada pela adição de um grupo amida na sua região carboxi-
terminal numa glicina conservada entre as espécies (Gualillo et. al. 2006). Ela possui
função contrária a grelina, de saciedade e inibição de apetite.
2.2. BUTIRILCOLINESTERASE
A butirilcolinesterase (BChE; EC 3.1.1.8) é uma enzima sérica produzida no
fígado. Sua variabilidade é conhecida desde a década de 50 (Kalow and Staron,
1957), devido a sua capacidade de hidrolisar diversos ésteres de colina. Devido ao
25
fato de alguns ésteres serem usados como relaxantes musculares em procedimentos
cirúrgicos, essas variantes foram identificadas mediante a incapacidade desses
ésteres, em alguns casos, de atuar corretamente.
A estrutura da enzima BChE é codificada pelo gene BCHE (Arpagaus et al.,
1990) que está localizado no braço longo do cromossomo 3 (3q26.1-q26.2). O gene
BCHE tem 73 kb de comprimento e contém quatro exons (figura 3). Os primeiros
alelos identificados nesse gene foram: BCHE*U – usual, BCHE*A e BCHE*F. Estes
alelos determinam enzimas com diferentes comportamentos frente a uma variedade
de inibidores. Algumas variantes também foram identificadas devido à atividade
ausente ou reduzida em relação à enzima usual. Atualmente, muitas variantes têm
sido identificadas utilizando-se técnicas de análise de DNA.
Figura 4: Desenho esquemático do gene BCHE, mostrando os quatro exons (E1, E2,
E3 e E4) e os três introns. As estruturas representam as regiões UTR e as
estruturas representam as regiões traduzidas.
Fonte: Nunes, K. Haplótipos do gene BCHE da butirilcolinesterase humana e
aspectos evolutivos. Curitiba, 2006. 152f. Dissertação (Mestrado em Genética) –
Setor de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Paraná.
2.2.1. ORIGEM DO GENE BCHE
26
A seqüência de aminoácidos da BChE humana tem 54% de identidade com a
AChE (outra colinesterase) de Torpedo californica e Torpedo marmorata, duas
espécies de arraia, e 38% de identidade com a AChE de Drosophila melanogaster
(McTiernan et al., 1987). O gene da AChE de Torpedo tem um grande exon que
contém a maior parte da região codificadora, assim como ocorre no exon 2 do gene
BCHE humano. Essa grande similaridade sugere que esses genes derivam de um
ancestral comum.
Há uma grande similaridade entre o gene BCHE humano e o de vários outros
mamíferos. A maior identidade, entre mamíferos, em relação ao polipeptídeo foi
encontrada entre humanos e macacos, Pan troglodytes, (99,48%) e a menor entre
humanos e camundongos, Mus musculus, (81,12%). As seqüências em torno do sítio
ativo e do sítio aniônico estavam conservadas em vários animais (Nunes, 2006).
2.2.2. FORMAS MOLECULARES DA BChE
A BChE do soro ou plasma, após eletroforese, pode aparecer sob cinco
formas moleculares (Harris et al., 1963) que, em ordem de peso molecular, são: C
1
(monômero), C
2
(monômero ligado à albumina sérica através de uma cisteína), C
3
(dímero), C
4
(tetrâmero) e C
5
(tetrâmero ligado a uma substância desconhecida).
Esse complexo C
5
é formado pela interação dos genes BCHE e CHE2.
A banda C
4
é formada por quatro subunidades unidas por fortes ligações não
covalentes, sendo que o conjunto é estabilizado pelas pontes dissulfeto inter-dímeros
(Lockridge et al., 1979). Cada tetrâmero contém quatro sítios ativos.
27
Após estimativas de massa molecular e sua relação com a cAa, identificou-se
a banda C
2
como um heterodímero formado pela associação da banda C
1
com uma
proteína com 65Kda através de uma ponte dissulfeto. Após eletroforese posterior à
imunoadsorção para albumina, se nota que a banda C
2
não aparece, demonstrando
que a imunoadsorção para albumina consegue remover a banda C
2
. Portanto, o
resultado indica que a banda C
2
é um conjugado covalente entre o monômero C
1
e a
albumina (Masson, 1989).
A variabilidade do loco CHE2 afeta uma substância que se liga à BCHE
(Masson, 1991). Esse polimorfismo é caracterizado de acordo com a presença ou a
ausência de uma banda detectada em eletroforese denominada C
5
, cujo padrão de
herança é autossômico dominante (Harris et al., 1963). As freqüências mais comuns
desse alelo em populações caucasóides estão em torno de 5%.
Existem várias técnicas eletroforéticas para se detectar a banda C
5
,
entretanto, a técnica de eletroforese em gel de ágar ácido (Van Ros e Vervoort,
1973, com modificações de Fadel-Picheth, 1991 e Souza, 1995) permite uma melhor
separação entre a banda C
5
, que migra para o pólo positivo, e as demais formas
moleculares da BChE que formam só uma banda com mobilidade para o pólo
negativo.
A banda C
4/5
foi encontrada pela primeira vez por Souza (1995) quando
tentava padronizar a técnica de eletroforese em gel de ágar ácido de Van Ros e
Vervoort (1973), com modificações de Fadel-Picheth (1991) para posterior
quantificação da banda C
5
.
28
Alcântara et al. (1999 e 2000) encontraram 12 bandas eletroforéticas em gel
de poliacrilamida em nosso laboratório, sugerindo que a BCHE possa estar ligada a
diversas outras substâncias.
O centro ativo da BChE é constituído por um sítio esterásico e um sítio
aniônico. O sítio aniônico se liga com o grupo amônio quaternário (cAa positiva) da
colina (Sussman et al., 1991). Masson et al. (1996) demonstraram que o aminoácido
mais importante para o sítio aniônico da BCHE é a Asp70 e que os aminoácidos
aromáticos não são importantes para essa função.
2.2.3. VARIABILIDADE GENÉTICA
2.2.3.1. GENE BCHE
O alelo do gene BCHE, denominado usual, é o mais freqüente, e atípico (70G)
foi o primeiro descrito (Kalow e Genest, 1957). Alguns dos fenótipos foram
identificados usando-se inibidores diferenciais, que podem inibir em graus diferentes
as variantes não usuais. Atualmente, devido ao conhecimento da seqüência e
caracterização da estrutura desse gene, já é possível identificar as variantes pela
análise do DNA. Em vista disso já foram descritas mais de 65 mutações nesse gene
(Souza et al., 2005b).
Kalow e Genest (1957) mostraram que a inibição pela dibucaína distinguia
dois tipos de indivíduos, os sensíveis e os não sensíveis à inibição (determinadas
respectivamente pelos alelos usual e atípico). Essa variante, denominada variante A,
foi identificada molecularmente por McGuire et al. (1989), sendo que ela é
29
caracterizada por uma mutação de ponto no nucleotídeo 290, o que ocasiona uma
modificação de ácido aspártico 70 (GAT) para glicina (GGT) no sítio aniônico.
Uma outra variante, resistente ao fluoreto, BCHE*F foi identificada usando-se
o fluoreto de sódio como inibidor diferencial (Harris e Whittaker, 1961).
Posteriormente foram identificadas duas formas resistentes ao fluoreto: F-1 (243M),
caracterizada por uma mutação de ponto que altera a treonina 243 (AC
G) para
Mionina (AT
G) e F-2 (390V), caracterizada por uma mutação de ponto que altera a
glicina 390 (GGT) para valina (GTT) (Nogueira et al., 1992).
Outra variante, esta denominada de J, foi identificada por Garry et al. (1976).
Essa variante é caracterizada por uma mutação que altera o ácido glutâmico 497
(GA
A) para valina (GTA) (Bartels et al., 1992a). Essa variante, encontrada em
ligação absoluta com a variante K (Bartels et al., 1992a), determina uma queda de
66% na enzima circulante e a um decréscimo correspondente na atividade
enzimática.
A variante K (539T) foi descrita por Rubinstein et al. (1978) sendo
caracterizada por uma mutação de ponto que causa uma substituição da alanina
(G
CA) para treonina (ACA) na posição 539 do exon 4, e também se verificou que a
variante A, em 89% dos casos, encontra-se na conformação cis com a variante K
(Bartels et al., 1992b).
Estudos populacionais, baseados em análise do DNA, indicaram que a
variante K é a mais freqüente dentre as variantes não usuais da BCHE. Bartels et al.
(1992a) encontraram, em população norte-americana, uma freqüência de 12,8% para
a variante K. Gaffney e Campbell (1994) observaram uma freqüência de 19,6% em
30
população escocesa. Shibuta et al. (1994) e Izumi et al. (1994) encontraram uma
freqüência de 16,4% e 17,5% em amostras de japoneses, respectivamente. Jensen
et al. (1996), em população dinamarquesa, encontraram uma freqüência de 18%. No
Brasil, estudando amostras de brancos e miscigenados (brancos x negros), Souza et
al. (1998) encontraram freqüências de 18,4% e 17,1%, respectivamente.
As variantes consideradas como silenciosas levam à ausência total de
atividade enzimática ou a uma diminuição de mais de 90% dessa atividade, em
relação à do fenótipo usual. O primeiro caso de deficiência completa foi descrito por
Liddel et al. (1962), revelando a existência de um homozigoto para alelo silencioso.
Entretanto, mais tarde se observou heterogeneidade entre as variantes silenciosas
(Goedde et al., 1965, Scott e Wright, 1976). Pela análise de DNA, vários alelos
silenciosos foram identificados (Nogueira et al., 1990; Muratani et al., 1991; Hada et
al., 1992; Hidaka et al., 1992; Hidaka e Yuchi, 1995; Maekawa et al., 1995 e 1997;
Primo-Parmo, 1996; Sudo et al., 1996 e 1997; Sakamoto et al., 1998).
Existem, também, polimorfismos descritos fora da região codificadora da
enzima madura, como as variantes no sítio -116 no exon 1, que leva à alteração de
TG
C para TAC, sendo que a freqüência do alelo -116A, observada pelos autores que
descreveram a mutação, foi igual a 8% (BARTELS et al., 1990).
Furtado (2005) investigou em amostra de obesos (IMC 30) e controles de
peso normal (20 IMC < 25) a presença do polimorfismo GA nessa posição nt -
116 no exon 1 do gene BCHE. Este estudo foi o primeiro relato da presença desse
polimorfismo na população brasileira. A autora não verificou diferenças significativas
entre as amostras de obesos e controles quanto às freqüências do alelo -116A.
31
Neste mesmo trabalho, Furtado (2005) determinou a atividade da BChE em obesos
classificados de acordo com o genótipo relativo aos alelos –116A e –116G do exon
1, e constatou que a mutação –116A está associada a uma diminuição da atividade
da BChE. A autora também realizou análises levando em conta as mutações –116A
e A539T, visto que as variações desses sítios estão em desequilíbrio de ligação
(BARTELS et al., 1990). Foi observado que a atividade da BChE era menor somente
quando os indivíduos portavam a mutação –116A.
2.2.4. FUNÇÃO BIOLÓGICA DA BChE
A BChE é encontrada nos principais sistemas corpóreos dos mamíferos, como
massa branca do cérebro, sistema vascular, respiratório, digestório, urogenital e
também em certas glândulas endócrinas e exócrinas. Entretanto sua função biológica
ainda não foi claramente estabelecida, havendo sugestões de que esteja relacionada
com o Metabolismo de lípides, condução nervosa lenta e regulação dos níveis de
colina e acetilcolina do plasma (revisão em Kutty, 1980 e Whittaker, 1980).
Vários fatores foram associados com alterações na atividade da BChE. Entre
os que se referem a sua diminuição, encontram-se os estrógenos (Sidell e
Kaminskis, 1975) e entre os que se relacionam com seu aumento, temos a
hiperlipoproteinemia e a obesidade (revisão em Kutty, 1980), o diabetes (Antopol et
al., 1937) e o alelo CHE2*C5+, que determina cerca de 25% de aumento na atividade
da BChE (Harris, 1980).
32
2.2.4.1. RELAÇÃO DA BChE COM PESO, ALTURA E ÍNDICE DE MASSA
CORPORAL (IMC)
Já foi encontrada correlação positiva entre a atividade da BChE e o peso
corporal (Stueber-Odebrecht et al., 1985). Chautard-Freire-Maia et al. (1990 e 1991)
encontraram correlação positiva da atividade da BChE com peso em indivíduos
CHE2 C5- e, posteriormente, em indivíduos CHE2 C5+ de banda fraca, sendo que o
mesmo não ocorre em CHE2 C5+ de banda forte.
Também foi encontrada uma correlação positiva entre a atividade da BChE e o
teor de gordura subcutânea (Berry et al., 1954). Foi encontrada também um aumento
da atividade da BChE em obesos e em hiperlipêmicos com peso normal (Cucuianu
et. al., 1968).
A atividade da BChE mostrou-se correlacionada positivamente com peso e
negativamente com altura, indicando aí sua correlação com o índice de massa
corporal (Chautard-Freire-Maia, 1989).
Chautard-Freire-Maia et al. (1991) verificaram que os indivíduos CHE2 C5+,
com o complexo C
5
forte, apresentavam em média, significaivamente, menor peso
(64,66 ± 0,73kg) que os controles CHE2 C5- (70,59 ± 0,97kg). Esses resultados
também foram verificados por Alcântara (2000) analisando essas relações com o
IMC. Sendo que, para explicar-los, Alcântara et al. (2001) levantaram a hipótese de
que a presença de C
5
numa proporção alta pode levar a uma estocagem menor de
gordura.
Os dados diferenciais obtidos quanto ao IMC em pessoas CHE2 C5+ e CHE2
C5- foram indicativos da influência do loco CHE2 no Metabolismo de lípides. Em
33
obesos, o fenótipo CHE2 C5+ forte mostrou-se associado com menores valores
médios de RCQ (razão cintura/quadril) e insulina. Locos condicionadores dessas
variáveis podem ser moduladores da expressividade do complexo C
5
, sendo que o
menor valor médio de insulina pode explicar a maior freqüência de emagrecimento
nos indivíduos de fenótipo CHE2 C5+ forte. Esses também apresentaram uma
tendência para maiores valores de creatinina, indicando maior massa corporal do
que os indivíduos de fenótipo CHE2 C5+ fraco (Alcântara, 2000).
Alcântara (2000) verificou uma maior freqüência de bandas extras da BChE
em obesos (2,20% ± 1,09%) do que na população geral (0,25% ± 0,14%; χ
2
= 8,40, p
<0,01), sugerindo um papel do gene BCHE na determinação genética da obesidade.
Segundo Souza et al. (2005a), a BCHE pode estar relacionada com o
Metabolismo de lípides, uma vez que variantes do nucleotídeo A539T do gene BCHE
afetam diferentemente a variância do IMC. Andrade et al. (2008), ampliando o estudo
de Souza et al. (2005a), e determinando nessa mesma amostra os genótipos do
gene BCHE, no que se refere ao nt -116 do exon 1, verificaram que o alelo -116A é
necessário para o aumento da variância do IMC e deve ser o responsável pelo
resultado obtido anteriormente, quando foram estudadas as variações do nt 1615,
que se encontram em desequilíbrio de ligação com as do nt -116.
A interação do gene BCHE da butirilcolinesterase e do gene CHE2, que
determina proteína ainda não identificada, condiciona o fenótipo CHE2 C5 +,
associado com peso e IMC mais baixos do que o fenótipo CHE2 C5- (Chautard-
Freire-Maia et al., 1991; Alcântara et al., 2001). A grelina, determinada pelo gene
GHRL, só quando acilada ativa o receptor do segretagogo do GH (Kojima et al.,
34
2001). Em roedores, Tschöp et al. (2000) mostraram que a grelina causa aumento de
peso pelo aumento da ingestão de alimento e redução na utilização da gordura. De
Vriese et al. (2004) mostraram que a BChE do soro humano atua na desacilação da
grelina. Considerando esses dados sobre a grelina, é possível explicar a associação
negativa da atividade da BChE com IMC como devida ao papel dessa enzima na
inativação da grelina. Assim, é esperado que o fenótipo CHE2 C5+, que determina
cerca de 25% mais atividade da BChE, esteja associado com a diminuição do peso e
do IMC, como relatado (Chautard-Freire Maia et al., 1991; Alcântara et al., 2001).
35
3. OBJETIVO GERAL
1) Verificar o efeito conjunto de variações dos genes BCHE (condicionador da
butirilcolinesterase) e GHRL (condicionador da grelina) no índice de massa
corporal e na obesidade.
3.1. OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
1) Determinar as freqüências de variações do exon 2 (R51Q, L72M) do gene
GHRL da grelina, em obesos e controles pareados.
2) Verificar se ocorre associação entre os polimorfismos do gene GHRL e a
obesidade.
3) Verificar o efeito conjunto das variações do gene GHRL e do gene BCHE
(exons 1 e 4), no que se refere à associação com obesidade.
36
4. MATERIAIS E MÉTODOS
4.1. MATERIAL
O material se refere a homens euro-brasileiros, doadores de sangue de
Curitiba, classificados em 144 obesos (IMC 30) e 153 controles (20 IMC< 25),
pareados por idade (t= 0,249; p> 0,80; tabela 1). A amostra desses obesos inclui os
obesos mórbidos da amostra inicial de doadores de sangue (N = 3006) e já consta
com dados sobre a atividade da butirilcolinesterase e sobre os genótipos dos exons 1
e 4 do gene BCHE..
Tabela 1: Médias (± D.P.) de idade e de índice de massa corporal (IMC) em
controles e obesos
Amostras n Variáveis Media
± D.P Amplitude de Variação
Idade 36,31 ± 9,36 18 - 60
Controles 153
IMC 23,10 ±1,26 20,28 - 24,98
Idade 36,59 ±9,80 18 - 59
Obesos 144
IMC 32,93 ±3,22 30,04 - 47,12
4.2. MÉTODOS LABORATORIAIS
4.2.1. EXTRAÇÃO DE DNA
O DNA da amostra já tinha sido extraído, excetuando-se as amostras 2717 e
2056 as quais foram extraídas no decorrer da pesquisa, pelo método de salting-out
37
(Lahiri e Nurnberger, 1991) e estava estocado a -20
0
C no Laboratório de
Polimorfismos e Ligação. A Modologia de análise de DNA é por PCR-SSCA (Single
Strand Conformational Analysis). Com relação às mutações, localização e
identificação, do gene GHRL, seguiu-se o protocolo de Hinney et. al. (2002).
4.2.2. PCR
A solução de PCR contém 4 ۟µl de PCR SuperMix (Invitrogen), 1 ۟µl de DNA
(cerca de 100ng), 10pmol de cada um dos iniciadores.
As condições da PCR são as seguintes:
1. Desnaturação inicial: 94º C por 5 minutos
2. Desnaturação: 94
o
C por 30 segundos;
3. Hibridização: 48
o
C por 30 segundos;
4. Extensão: 72
o
C por 30 segundos;
5. Ciclos: 35 (passos 2 a 4);
6. Extensão final: 72
o
C por 10 minutos.
Os iniciadores utilizados estão mostrados na tabela 2.
Após a PCR, foram misturados 5 ۟µl de DNA, já amplificado, a 5 ۟µl de solução
de manutenção da fita simples (95% de formamida, 0,25% de azul de bromofenol,
0,25% de xileno cianol, 10mM de EDTA e 10mM de NaOH). Esta solução foi
subMida a 94
o
C por 5 minutos e imediatamente colocada no gelo, até sua aplicação
no gel de poliacrilamida.
A técnica de SSCA (análise de conformação de fita simples) baseia-se na
amplificação do DNA e posterior desnaturação por calor, gerando fitas simples. As
38
amostras resultantes são colocadas em gel de poliacrilamida. As fitas simples
adquirem conformação tridimensional e podem correr em posições diferentes no gel.
Uma simples mutação de ponto pode alterar essa conformação e,
conseqüentemente, o padrão de bandas do fragmento.
Tabela 2: Seqüências dos iniciadores utilizados para amplificar os fragmentos de
DNA na técnica de SSCA (Análise Conformacional de Fita Simples)
4.2.3. ELETROFORESE
As condições de eletroforese para os fragmentos analisados (tabela 3) foram
estabelecidas experimentalmente.
Iniciadores Seqüência 5’ 3’
Tamanho do fragmento
(pb)
GHRL - gene da grelina
GHRL15 TCTCCCAGAGCACAAAGGAC 184
GHRL13 TTCTGCTTGACCTCCATCTTCC
GHRL25 GGAGTCGAAGAAGCCACCA 138
GHRL23 CAGAAGCATAAAACTGCAGAGG
BCHE – gene da butirilcolinesterase
E1F CTGCTGCCAACTCTCGCGAG 203
E1R CGAAGGTGTAAATTCAGAGC
N45 CTGTGTAGTTAGAGAAAATG 258
P43
GAAAATATGTTCTATAAAGGG
39
Tabela 3: Condições das eletroforeses de SSCA para os diferentes fragmentos dos
genes GHRL e BCHE.
Fragmentos
Concentração
de acrilamida
%
% de
bisacrilamida
em relação à
acrilamida
pH do
tampão de
preparo do
gel
Pré-corida
(tempo;
Volts)
Tempo de
corrida
(horas)
GHRL
aa 51 10 3,4 1 h; 180
5:30
aa 72 8 3,4 8,20 1 h; 180
6
BCHE
exon 1 10 2 8,20 30’; 100
20
exon 4 10 2 8,2 30’; 100
22
Para o fragmento de GHRL- aa 51, (figura 4) foi utilizada uma solução estoque
de acrilamida 29:1 (29g de acrilamida; 1g de bisacrilamida; 5ml de glicerol, completar
para 100 ml com água bidestilada).
A concentração final do gel foi de 10 %, e o tampão do gel foi o ácido (tampão
Tris-HCl 33mM, pH 4,7). A corrida eletroforética consistiu em duas etapas, a primeira
foi de 1:30 horas a 350 volts e 17mA e depois de 4 horas a 200 volts.
FIGURA 5: Gel de poliacrilamida 29:1, 10% descontínuo. Genótipos quanto ao
gene GHRL: 1 – 51AA, 2 – 51AQ.
1
2
40
Para o fragmento GHRL- aa 72, (figura 5) foi utilizada uma solução estoque de
acrilamida de 29:1 (29g de acrilamida; 1g de bisacrilamida; 5ml de glicerol, completar
para 100 ml com água bidestilada).
A concentração final de acrilamida do gel foi de 8%, e o tampão do gel foi o
básico (tampão TBE 1x, pH 8,2).
A corrida eletroforética foi realizada a 180 volts e 17mA, por um período de 6
horas.
FIGURA 6: Gel de poliacrilamida 29:1, 8% contínuo. Genótipos quanto ao
gene GHRL: 1 – 72LM, 2 – 72MM, 3 – 72LL.
Para o exon 1 da butirilcolinesterase foi utilizada uma solução estoque de
acrilamida de 49:1 49g de acrilamida; 1g de bisacrilamida; 5ml de glicerol,
completando para 100 ml com água bidestilada.
A concentração final de acrilamida do gel foi de 10%, e o tampão do gel foi o
básico (tampão TBE 1x, pH 8,2).
A corrida eletroforética foi realizada a 100 volts e 13mA, por um período de 20
horas.
12 3
41
Para o exon 4 da butirilcolinesterase foi utilizada uma solução estoque de
acrilamida de 49:1 49g de acrilamida; 1g de bisacrilamida; 5ml de glicerol,
completando para 100 ml com água bidestilada.
A concentração final de acrilamida do gel foi de 10%, e o tampão do gel foi o
básico (tampão TBE 1x, pH 8,2).
A corrida eletroforética foi realizada a 100 volts e 13mA, por um período de 22
horas.
A solução estoque de tampão TBE 5X é preparada com 54g de Tris, 27,5 g de
ácido bórico, 20 ml de EDTA 0,5M (pH 8,0) e completar o volume para 1000 ml de
água destilada.
Após a corrida, seguiu-se a coloração do gel com nitrato de prata (Budowle e
cols., 1991). O gel foi lavado em solução de HNO
3
a 1% por três minutos. Em
seguida foi lavado três vezes com água destilada. O gel foi, então, coberto com
solução de AgNO
3
(2,02 g de AgNO
3
em 1000 ml de água bidestilada) e colocado por
30 segundos no microondas. A solução de nitrato de prata foi retirada e o gel foi
lavado três vezes com água destilada. A revelação foi feita com solução de Na
2
CO
3
(170 ml de Na
2
CO
3
e 92 ۟µl de formaldeído), sendo preparada cinco minutos antes do
uso. Um terço dessa solução foi despejada sobre o ge, que foi colocado no forno
microondas por 30 segundos. O gel foi retirado do forno microondas e a solução
enegrecida foi eliminada. O restante da solução de Na
2
CO
3
foi despejada sobre o
gel, que foi mantido em agitação até que aparecessem bandas. A solução foi, então,
retirada e o gel foi lavado três vezes com água destilada. Depois, o gel foi subMido a
uma solução de ácido acético a 10% por dez minutos e após esse tempo a solução
42
foi retirada e o gel foi lavado três vezes com água destilada. Após esse processo, o
gel foi subMido a uma solução de glicerol a 5% por 7 minutos. Por fim, o gel foi
mergulhado em uma solução de Manol 30% e glicerol 1% sendo, juntamente com
ele, mergulhado também papel celofane transparente, o qual foi estirado sendo o gel
colocado em cima do mesmo, coberto com um papel filtro e guardado no meio de
duas placas de vidro até que fosse escaneado.
4.3. MÉTODOS ESTATÍSTICOS
As freqüências alélicas foram obtidas pelo método de contagem direta.
As análises estatísticas (médias, freqüências, teste t, teste F, teste
χ
2
, teste
exato de Fisher, coeficiente de correlação etc.) foram realizadas com o uso do
programa STATISTICA for Windows (Statsoft, Inc. 1996).
Foram comparadas as médias dos diferentes genótipos em obesos e
controles, no que se refere ao IMC, idade e atividade da butirilcolinesterase,
considerando-se os sítios do gene GHRL codificantes dos aminoácidos 51 e 72.
Sempre que as variâncias diferiram estatisticamente, aplicou-se o teste-t para
variâncias separadas.
Foi feita uma análise de regressão múltipla escalonada, tendo a atividade da
butirilcolinesterase como variável dependente. Nessa análise, as variáveis
independentes foram: idade, IMC, exons 1 e 4 do gene BCHE e a região do gene
GHRL codificadora do aminoácido 72. Os códigos adotados para os genótipos foram
os seguintes: exon 1 do gene BCHE (1 = -116GG, 2 = -116GA, 3 = -116AA); exon 4
43
do gene BCHE (1 = 539AA, 2 = 539AT, 3 = 539TT); região do gene GHRL
codificadora do aminoácido 72 (1 = 72LL e 2 = 72LM + 72MM).
44
5. RESULTADOS
5.1 VARIABILIDADE DO GENE GHRL
Com relação ao sítio do gene GHRL, codificador do aminoácido 51 (R51Q),
os resultados obtidos quanto às freqüências genotípicas estão dispostos na tabela 4.
Tabela 4: Freqüências genotípicas quanto ao sítio do
gene GHRL codificador do aminoácido 51.
Obesos Controles
Genótipos N % N %
51AA
141 99,30 151 98,69
51AQ
1 0,70 2 1,31
51QQ
0 0,00 0 0,00
Total 142 100,00 153 100,00
Comparação
χ
2
= 0,004; p > 0,90
A tabela 5 mostra os dados referentes às freqüências genotípicas do sítio do
gene GHRL, codificador do aminoácido 72 (L72M).
Tabela 5: Freqüências genotípicas quanto ao sítio
do gene GHRL codificador do aminoácido 72.
Obesos Controles
Genótipos N % N %
72LL
126 88,11 134 87,58
72LM
16 11,19 18 11,77
72MM
1 0,70 1 0,65
Total 143 100,00 153 100,00
Comparação
χ
2
= 0,026; p > 0,95
A tabela 6 mostra os dados de freqüências alélicas para o gene GHRL,
considerando-se separadamente os dois sítios estudados.
45
Tabela 6: Freqüências alélicas (%) do gene GHRL.
Amostras GHRL
51A 51Q 72L 72M
Controles 99,35% ± 0,46% 0,65% ± 0,46% 93,46% ± 1,41% 6,54% ± 1,41%
Obesos 99,65% ± 0,35% 0,35% ± 0,35% 93,71% ± 1,42% 6,29% ± 1,42%
Comparações χ
2
= 0,26; p > 0,60 χ
2
= 0,01; p > 0,90
Considerando-se que os grupos de obesos e controles não diferiram quanto
às freqüências genotípicas e alélicas desses dois sítios do gene GHRL, na tabela 7
foram reunidos esses grupos, de modo a se constituir uma amostra
predominantemente de descendência européia, referente à cidade de Curitiba. Na
tabela 7, são mostradas as distribuições genotípicas totais e os resultados de
comparações com o esperado pelo equilíbrio de Hardy-Weinberg. Na tabela 8, são
mostradas as respectivas freqüências alélicas.
Tabela 7: Freqüências genotípicas para o gene GHRL (N = 295, aa51; N = 296,
aa72), referente à amostra total de descendentes de europeus de Curitiba, com
respectivos valores de χ
2
em relação à comparação com o equilíbrio de Hardy-
Wemberg.
Genótipos do gene GHRL
51AA 51AQ 51QQ 72LL 72LM 72MM
N % N % N % N % N % N %
292 98,98 3 1,02 0 0,0 260 87,84 34 11,48 2 0,68
χ
2
= 0,002; p > 0,90 χ
2
= 0,201; p > 0,50
46
Tabela 8: Freqüências alélicas de variantes de dois sítios do
gene GHRL na amostra total de descendentes de europeus de Curitiba.
Gene GHRL da grelina
Alelo % ± E.P. Alelo % ± E.P.
51A
99,49 ± 0,29
72L
93,58 ± 1,01
51Q
0,51 ± 0,29
72M
6,42 ± 1,01
As tabelas 9 e 10 mostram os dados de distribuição dos genótipos de
controles e obesos, respectivamente, considerando-se os genes GHRL da grelina e
BCHE da butirilcolinesterase.
Tabela 9: Distribuição de freqüência dos genótipos de
controles quanto aos genes GHRL da grelina e BCHE
da butirilcolinesterase
.
Genótipos
GHRL BCHE
51;72 -116; 539 N
%
51AA; 72LL -116GG; 539AA
81 55,48
51AA; 72LL -116GG; 539AT
23 15,75
51AA; 72LL -116GG; 539TT
3 2,05
51AA; 72LL -116GA; 539AA
2 1,37
51AA; 72LL -116GA; 539AT
17 11,64
51AA; 72LL -116GA; 539TT
2 1,37
51AA; 72LL -116AA; 539TT
1 0,68
51AA; 72LM -116GG; 539AA
8 5,48
51AA; 72LM -116GG; 539AT
2 1,37
51AA; 72LM -116GA; 539AA
1 0,68
51AA; 72LM -116GA; 539AT
1 0,68
51AA; 72LM -116GA; 539TT
2 1,37
51AA; 72MM -116GG; 539AA
1 0,68
51AQ; 72LL -116GG; 539AT
1 0,68
51AQ; 72LM -116GG; 539AA
1 0,68
Totais 146 100%
47
Tabela 10: Distribuição de freqüência dos genótipos de
obesos quanto aos genes GHRL da grelina e BCHE
da butirilcolinesterase.
Genótipos
GHRL BCHE
51;72 -116; 539 N
%
51AA; 72LL -116GG; 539AA
77 59,23
51AA; 72LL -116GG; 539AT
15 11,54
51AA; 72LL -116GG; 539TT
3 2,31
51AA; 72LL -116GA; 539AT
17 13,08
51AA; 72LL -116GA; 539TT
2 1,54
51AA; 72LM -116GG; 539AA
6 4,61
51AA; 72LM -116GG; 539AT
6 4,61
51AA; 72LM -116GA; 539AT
2 1,54
51AA; 72MM -116GG; 539AA
1 0,77
51AQ; 72LL -116GA; 539TT
1 0,77
Totais 130 100,00%
5.2. ÍNDICE DE MASSA CORPORAL, IDADE E ATIVIDADE.
As tabelas 11 e 12 mostram dados referentes a idade, IMC e atividade da
butirilcolinesterase em controles e obesos, respectivamente, classificados quanto aos
genótipos de L72M. Tanto em obesos como em controles, a variância da distribuição
da atividade da BChE é maior, com diferença estatisticamente significativa, em
indivíduos com o alelo 72M, quando comparado com os que não o possuem.
48
Tabela 11: Dados de idade, índice de massa corporal (IMC) e atividade da
butirilcolinesterase de controles, classificados quanto ao aminoácido 72 codificado
pelo gene GHRL da grelina.
GHRL (aa72)
Idade IMC Atividade da BChE (KU/L)
Genótipos n Média ± D.P. S
2
n Média ± D.P. S
2
n
Média ±
D.P.
S
2
72LL
134 36,00 ± 9,39 88,14 134 23,05 ± 1,29 1,653 131 4,64 ± 1,31 1,71
72LM
+72MM
19 38,53 ± 9,08 82,37 19 23,43 ± 0,96 0,923 18 4,92 ± 2,07 4,28
Testes
t = 1,10, p
> 0,20
F = 1,07,
p > 0,90
t = 1,22, p
> 0,20
F = 1,79,
p > 0,90
t = 0,57,
p > 0,10
F = 2,50, p
<0,05
Tabela 12: Dados de idade, índice de massa corporal (IMC) e atividade da
butirilcolinesterase de obesos, classificados quanto ao aminoácido 72 codificado pelo
gene GHRL.
GHRL (aa72)
Idade IMC Atividade da BChE (KU/L)
Genótipos n Média ± D.P. S
2
n Média ± D.P. S
2
n
Média ±
D.P.
S
2
72LL
126 36,99 ± 9,92 98,41 126 32,95 ± 3,29 10,86 121 6,30 ± 2,71 7,32
72LM
+72MM
17 33,71 ± 8,86
78,47 17 32,90 ± 2,7 7,28 15 7,99 ± 3,97 15,76
Testes
t = 1,30, p
> 0,15
F = 1,25;
p > 0,60
t = 0,06, p
> 0,95
F = 1,49;
p > 0,35
t = 1,60, p
> 0,10
F = 2,15;
p < 0,05
Em obesos, classificados pelos genótipos mais comuns quanto aos genes
GHRL e BCHE (ver tabela 10), foram feitas comparações entre as médias do IMC,
como mostra a Tabela 13, não sendo verificadas diferenças estatísticamente
significativas entre os genótipos 72LL e 72LM+72MM.
49
Tabela 13. Médias de índice de massa corporal ± erros padrões, em obesos
classificados pelos genótipos dos genes da butirilcolinesterase e da grelina.
Média do IMC ± Erro Padrão
Genótipos do gene da butirilcolinesterase
Genótipos do gene
da grelina
-116GG;539AA -116GG;539AT -116GA;539AT
72LL
32,9 ± 0,6 31,8 ± 0,4 33,4 ± 0,6
72LM+72MM
33,7 ± 1,4 32,4 ± 0,6 33,7 ± 0,4
Teste t 0,67 0,86 0,16
p > 0,50 > 0,40 > 0,85
A tabela 14 mostra comparação entre as médias da atividade da
butirilcolinesterase, quando se comparam todos os obesos e controles, mostrando
que obesos apresentam uma atividade mais alta da BChE do que os controles,
sendo adiferença entre as médias estatisticamente significativa.
Tabela 14: Média (± D.P.) da atividade (KU/L) da butirilcolinesterase em controles e
obesos.
Amostras N Média ± D.P.
Controles 149 4,67 ± 1,42
Obesos 137 6,47 ± 3,00
Teste-t t = 6,58; p < 0,001
A tabela 15 mostra dados de distribuição de freqüência da atividade da
butirilcolinesterase, em intervalos classe, considerando-se obesos homozigotos para
o alelo 72L do gene GHRL. O gráfico 1 ilustra os dados da tabela 15.
50
Tabela 15: Distribuição de freqüência da atividade da butirilcolinesterase em 121
obesos homozigotos para o alelo 72L.
Atividade (KU/L) N (%)
0,0 < x 2,0 2 1,65
2,00 < x 4,0 19 15,70
4,0 < x 6,0 42 34,71
6,0 < x 8,0 33 27,27
8,0 < x 10,0 15 12,40
10,0 < x 12,0 6 4,96
12,0 < x 14,0 2 1,65
14,0 < x 16,0 1 0,83
16,0 < x 18,0 0 0
18,0 < x 20,0 1 0,83
Figura 7: Freqüências de homozigotos para o alelo 72L, distribuídas segundo
o nível de atividade da butirilcolinesterase.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0,0 < x 2,0 2,00 < x 4,0 4,0 < x 6,0 6,0 < x 8,0 8,0 < x 10,0 10,0 < x 12,0 12,0 < x 14,0 14,0 < x 16,0 16,0 < x 18,0 18,0 < x 20,0
Atividade
%
51
A tabela 16 mostra os dados de distribuição de freqüência da atividade da
butirilcolinesterase, em intervalos classe, considerando-se obesos com o alelo 72M
em hetero ou em homozigose. O gráfico 2 ilustra os dados da tabela 16.
Tabela 16: Distribuição de freqüência da atividade da butirilcolinesterase em 15
obesos com a variante 72M em hetero ou homozigose.
Atividade (KU/L) N (%)
2,0 < x 4,0 1 6,67
4,0< x 6,0 6 40,00
6,0< x 8,0 3 20,00
8,0 < x 10,0 1 6,67
10,0 < x 12,0 0 0
12,0 < x 14,0 2 13,33
14,0 < x 16,0 2 13,33
Figura 8: Freqüências de homozigotos e heterozigotos para o alelo 72M,
distribuídas segundo o nível de atividade da butirilcolinesterase.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
2,0 < x 4,0 4,0< x 6,0 6,0< x 8,0 8,0 < x 10,0 10,0 < x 12,0 12,0 < x 14,0 14,0 < x 16,0
%
52
Observa-se que em obesos homozigotos para o alelo 72L, cerca de 20,7%
possuem atividade da BChE acima de 8KU/L, enquanto nos obesos homo ou
heterozigotos para o alelo 72M, cerca de 33,3% possuem atividade acima desse
valor. Para detalhar esses resultados, elaborou-se a tabela 17, que mostra dados
dos cinco obesos que possuem o alelo 72M e a atividade da BCHE acima de 8 KU/L.
Tabela 17: Dados dos cinco obesos que possuem o alelo 72M do gene GHRL e que
apresentam os maiores níveis de atividade da butirilcolinesterase.
Identificação Idade IMC Atividade (KU/L) GHRL
1714 37 32,39 15,09 72LM
1692 31 41,00 8,61 72LM
1576 44 31,64 12,94 72LM
1435 35 35,92 13,93 72MM
1173 30 30,48 14,32 72LM
As tabelas 18 e 19 mostram coeficientes de correlação entre as variantes do
aminoácido 72, codificado pelo gene GHRL, com as variáveis idade, IMC, atividade
da BChE (KU/L), variantes dos exons 1 e 4 do gene BCHE, em controles e obesos,
respectivamente. Os códigos utilizados para as análises foram: para o exon 1 (1 = -
116GG, 2 = -116GA, 3 = -116AA), para o exon 4 (1 = 539AA, 2 = 539AT, 3 = 539TT)
do gene BCHE. Para o gene GHRL foram utilizados os códigos: 1 = 72LL e 2 = 72LM
+ 72MM.
Tabela 18: Coeficientes de correlação das variáveis idade, IMC, atividade da
butirilcolinesterase, exon 1 e exon 4 do gene BCHE em relação à variável
aminoácido 72, codificada pelo gene GHRL, em 144 controles.
Butirilcolinesterase Gene BCHE
Idade IMC
Atividade Exon 1 Exon 4
r
0,088 0,066 0,061 0,061 0,021
GHRL – aa 72
p
0,293 0,433 0,471 0,467 0,802
53
Tabela 19: Coeficientes de correlação das variáveis idade, IMC, atividade da
butirilcolinesterase, exon 1 e exon 4 do gene BCHE em relação à variável
aminoácido 72, codificada pelo gene GHRL, em 130 obesos.
Butirilcolinesterase Gene BCHE
Idade IMC
Atividade Exon 1 Exon 4
r
-0,115 0,048 0,185 -0,035 0,084
GHRL – aa 72
p
0,194 0,589 0,035 0,696 0,345
O único coeficiente de correlação significativo (r = 0,185; p< 0,05) foi
encontrado entre as variáveis atividade da BChE e o gene GHRL (aa 72) de obesos,
indicando que os genótipos com a presença do alelo 72M tendem a possuir atividade
mais alta da BChE do que os homozigotos selvagens.
A tabela 20 mostra os dados da análise de regressão múltipla escalonada em
130 obesos, que teve como variável dependente a atividade da BChE e como
variáveis independentes os exons 1 e 4 do gene BCHE, a idade, o IMC, e o
aminoácido 72, codificado pelo gene GHRL. O modelo mais econômico de regressão
múltipla confirmou os resultados obtidos pela correlação simples, indicando
corelação significativa entre atividade da BChE e genótipos do gene GHRL, além de
mostrar a influência das variações do sítio -116 do exon 1 do gene BCHE, mostrando
que os genótipos com a variante -116A tendem a ter menor atividade dessa enzima.
53
Tabela 20: Resultados da análise de regressão múltipla escalonada, referentes à amostra de obesos (N = 130),
considerando-se a atividade da butirilcolinesterase como variável dependente (Y)
Y ± D.P. = 6,47 ± 2,95
Intercepto ± E.P. = 6,62 ± 1,22
Variáveis independentes M ± D.P. b ± E.P. t p
Exon 1 1,17 ± 0,38 -1,67 ± 0,67 2,51 < 0,013
GHRL – aa72 1,12 ± 0,32 1,63 ± 0,78 2,09 < 0,039
Análise de variância
Fontes de variação G.L. Soma dos quadrados F r
2
Regressão 2 89,62 5,52 0,080
Resíduo 127 1030,31 P < 0,05
Total 129 1119,93
54
6. DISCUSSÃO
6.1. FREQÜÊNCIAS GENOTÍPICAS E ALÉLICAS DE R51Q E L72M
Nos 295 doadores de sangue analisados no presente estudo para R51Q,
foram encontrados apenas 3 heterozigotos para o alelo 51Q (dois controles e um
obeso), de modo que não houve diferenças entre as freqüências genotípicas e
alélicas, quando se compararam obesos e controles (tabelas 4 e 6).
Os dados obtidos pelo presente estudo são comparados com os de Ukkola et.
al. (2001), quanto às freqüências genotípicas (tabela 22) e alélicas (tabela 23),
mostrando que em três comparações não houve diferença entre as amostras de
obesos e controles utilizadas pelos dois estudos. Isso pode ser devido ao fato de o
presente estudo utilizar amostras de brasileiros descendentes de europeus, assim
como o estudo realizado por Ukkola et. al. (2001), que estudou uma amostra da
população sueca. No entanto, houve diferença estatisticamente significativa entre os
dois estudos, quando se compararam as freqüências genotípicas e alélicas de
obesos, sendo que as freqüências do presente estudo em relação a 51Q são
significativamente menores que as encontradas por Ukkola e. al. (2001). Em relação
a esses dados, pode-se ressaltar que a média de IMC da amostra de obesos de
Ukkola et. al. (2001) é 42,3 ± 3,4, enquanto que a do presente estudo é 32,9 ± 3,4,
no que se refere aos 142 obesos genotipados para R51Q. Comparando-se essas
médias pelo teste t, verifica-se que a média de IMC dos obesos do presente estudo é
estatisticamente menor (t = 21,36; p <0,001). Como Ukkola et. al. (2001) só
55
encontraram a variante 51Q em obesos mórbidos, é possível que se obtenha uma
freqüência mais alta desse alelo do que a encontrada no presente estudo, se for
considerada uma amostra brasileira com IMC maior.
Nos 296 indivíduos estudados no presente estudo para L72M não houve
diferenças entre as freqüências genotípicas e alélicas, quando se compararam
obesos e controles (tabelas 5 e 6). Comparando esses dados com os obtidos por
Ukkola et. al. (2001) também não foram encontradas diferenças estatísticas
significativas entre os dois estudos, tanto em obesos como em controles,
considerando-se as freqüências genotípicas e alélicas (tabelas 22 e 23,
respectivamente).
Tabela 21: Comparações entre as freqüências genotípicas de dois sítios do gene
GHRL entre o presente estudo e o realizado por Ukkola et. al. (2001)*.
Estudos Freqüências ± E. P. (%) dos genótipos do gene GHRL
Aminoácido 51 Aminoácido 72
51AA 51AQ + 51QQ 72LL 72LM + 72MM
Controles
Presente estudo
98,69 ± 0,92
(151)
1,31 ± 0,92
(2)
87,58 ± 2,67
(134)
12,42 ± 2,67
(19)
Ukkola at. al.
(2001)
100,00 ± 0,00
(96)
0,00 ± 0,00
(0)
87,50 ± 3,38
(84)
12, 50 ± 3,38
(12)
p (teste exato de
Fisher)
> 0,50 > 0,99
Obesos
Presente estudo
99,30 ± 0,70
(141)
0,70 ± 0,70
(1)
88,11 ± 2,71
(126)
11,89 ± 2,71
(17)
Ukkola et. al.
(2001)
93,75 ± 2,47
(90)
6,25 ± 2,47
(6)
84,38 ± 3,71
(81)
15,63 ± 3,71
(15)
p (teste exato de
Fisher)
< 0,05 > 0,40
* Valores de N entre parênteses.
56
Tabela 22: Comparações entre as freqüências alélicas de dois sítios do gene GHRL
entre o presente estudo e o realizado por Ukkola et. al. (2001).
Estudos % ± E.P.
Controles Obesos
51Q 72M 51Q 72M
Presente estudo 0,65 ± 0,46 6,54 ± 1,41 0,35 ± 0,35 6,29 ± 1,42
Ukkola et. al.
(2001)
0,00 ± 0,00 6,25 ± 1,75 3,13 ± 1,25 9,38 ± 2,11
p (teste exato de
Fisher)
> 0,50 > 0,99 < 0,05 > 0,20
Comparando as freqüências alélicas obtidas pelo presente estudo com as
disponíveis no HAPMAP (http: //www.hapmap.org/cgi - perl/gbrowse/hapmap_B35/?
name= chr3:1036457.. 1036457), para a variação L72M, não foi encontrada
diferença estatística significativa entre os dados obtidos quanto a análise da
poulação de UTAH (χ
2
= 0,58, p > 0,4). Foi encontrada diferença estatísticamente
significativa quando comparadas as freqüências obtidas pelo presente estudo com
as das populações: Chinesas (χ
2
= 9,26, p < 0,05), Japonesa (χ
2
= 14,5, p < 0,05) e
Africana (χ
2
= 4,98, p < 0,05) disponíveis no site HAPMAP.
Quanto à variação R51Q, os dados obtidos foram comparados com os
disponíveis no NCBI (SNP, H:\Reference SNP(refSNP) Cluster Report
rs34911341.htm) e não foi encontrada diferença estatisticamente significativa com a
população de afro-americanos disponível (χ
2
= 069, p > 0,4).
6.2. VARIAÇÃO R51Q DO GENE GHRL E IMC
Segundo Kojima e Kangawa (2005) o aminoácido 51 é o último aminoácido da
grelina madura, localizado na porção COOH – terminal, sendo a trinca
57
correspondente de DNA importante para a correta ocorrência da recomposição
alternativa. Quando a mutação ocorre e o aminoácido muda de Ainina para
glutamina, a recomposição alternativa fica prejudicada, gerando então uma proteína
aberrante com 94 aminoácidos ao invés da proteína normal com 28 aminoácidos. O
28
o
aminoácido é o 51
o
da pró-grelina.
Ukkola et. al. (2001) reportaram a presença do alelo mutante em 6
heterozigotos de uma amostra de 96 obesos mórbidos (média de IMC = 42,3 ± 3,4
Kg/m
2
) e sua ausência em controles (p < 0,05). No entanto, o presente estudo
encontrou 2 controles com o alelo mutante 51Q em heterozigose e 1 heterozigoto em
obesos (p > 0,90). De acordo com Kojima e Kangawa (2005), apesar de ser
encontrada associação entre a variação do aminoácido 51 de Ainina para glutamina
com um defeito na recomposição alternativa, ainda não está claro que esta mutação
de fato altere a atividade ou as propriedades biológicas da grelina.
O número reduzido de heterozigotos encontrados no presente estudo
impossibilitou a realização das análises estatísticas comparativas entre a variação
R51Q do gene GHRL com o IMC, isoladamente, e em conjunto com as variações
dos exons 1 e 4 do gene BCHE. Sugerimos um estudo mais amplo com uma
amostra com média de IMC mais elevada, que possa incluir muitos obesos mórbidos
(IMC 40 Kg/m
2
).
6.3. VARIAÇÃO L72M DO GENE GHRL E IMC
O presente estudo não encontrou nenhuma associação entre a variação L72M
e o IMC tanto em controles (t = 1,22, p > 0,20) como em obesos (t = 0,06, p > 0,95),
58
quando se compararam os genótipos 72LL e 72LM + 72MM (tabelas 11 e 12,
respectivamente).
Os presentes dados corroboram os de estudos anteriores (Ukkola et. al.,
2001; Hinney et. al. 2002), que também não encontraram associação entre a
freqüência do alelo mutante 72M e a obesidade. É interessante notar que a variação
L72M ocorre numa região não codificadora do gene GHRL (Ukkola et. al., 2001).
Além disso, o presente estudo também não encontrou diferença entre as
médias de IMC, quando se compararam os genótipos 72LL e 72LM+72MM em
obesos, classificados quanto aos genótipos dos exons 1 e 4 do gene BCHE (tabela
13), indicando que essas variações do gene BCHE não alteram o comportamento
desses genótipos de GHRL, quanto ao IMC.
6.4. VARIAÇÃO L72M DO GENE GHRL E IDADE DE INÍCIO DA OBESIDADE
De acordo com Kojima e Kangawa (2005) e Ukkola et. al. (2001), apesar de a
variação L72M não estar presente na região codificadora da proteína grelina, o alelo
mutante 72M induz a uma obesidade mais precoce.
Ukkola et. al. (2001) reportaram que, indivíduos com o genótipo 72LM tendem
a se tornarem obesos mais cedo (15,6 ± 7,9 anos) do que homozigotos 72LL (20,5 ±
10,5 anos; 0,1 > p > 0,05) e que o inicio da obesidade ainda é mais precoce em
homozigotos 72MM (13,7 ± 3,2 anos), sugerindo que o alelo 72M tenha um efeito na
manifestação precoce da obesidade.
O presente estudo não foi elaborado no sentido de obter informações sobre a
idade de início da obesidade, tendo sido apenas registrada a idade no momento da
59
doação de sangue. Não foi encontrada associação entre a presença do alelo
mutante 72M e a idade dos obesos (t = 1,30, p > 0,15). No entanto, na tabela 12,
nota-se que a idade média de 17 obesos com 72M é 33,7, enquanto que nos 126
homozigotos 72LL é 36,99, estando no sentido dos dados obtidos por Ukkola et. al.
(2001). É possível que, numa amostra com número maior de portadores de 72M,
pudesse ser obtida diferença entre as médias de idade dos dois grupos.
Quando se realizou, entre os obesos, análises de correlação entre a variação
L72M e as variáveis idade, IMC, atividade da BCHE e variantes dos exons 1 e 4 do
gene BCHE (tabela 19), mais uma vez não foi encontrada correlação entre L72M e
idade, porém a presença do alelo 72M está no sentido de associação negativa com a
idade (r = - 0,115, p = 0,19).
6.5. VARIAÇÃO L72M DO GENE GHRL E ATIVIDADE DA
BUTIRILCOLINESTERASE
A variância da atividade da BChE foi significativamente maior no genótipo
72LM + 72MM, quando comparado com o 72LL, tanto em obesos como em
controles, indicando relação da variação 72M com a distribuição da atividade dessa
enzima.
Além desses dados, em obesos também foi encontrado coeficiente de
correlação positivo (tabela 19) entre a atividade da BChE e a presença do alelo 72M
do gene GHRL. As distribuições das freqüências dos indivíduos 72LL (tabela 15) e
72LM+72MM (tabela 16) com relação à atividade da butirilcolinesterase mostram que
aqueles com atividade relativamente alta da BCHE (> 8,00 KU/L) representam 20,7%
60
no caso do genótipo 72LL e 33,3% em 72LM + 72MM (Figuras 7 e 8), ilustrando
essa tendência entre o alelo 72M e atividade mais alta da BChE .
É interessante salientar que as médias da atividade da BChE, em obesos, não
diferiram significativamente entre os genótipos, pois em vista das variâncias serem
estatisticamente diferentes, foi utilizado o teste t que considera as variâncias em
separado, de acordo com Blalock (1972). O teste t sem essa consideração seria
significativo (t = 2,15, p < 0,05), de modo que é possível que, em amostra de maior
tamanho, as médias de atividade da BChE difiram entre os genótipos considerados,
quando comparados por teste t.
Em controles, o coeficiente de correlação entre L72M e atividade da BChE
(tabela 18) não foi significativo (r = 0,061; p > 0,40), sugerindo que a relação entre
72M e atividade da BChE parece ser um fenômeno exclusivo de obesos.
O modelo mais econômico de regressão múltipla confirmou os resultados
obtidos pela correlação simples (tabela 20), indicando relação significativa entre
atividade da BChE e genótipos do gene GHRL, após ser considerada a relação das
variações do sítio -116 do exon 1 do gene BCHE, que mostrou que os genótipos com
a variante -116A tendem a ter menor atividade dessa enzima. A relação negativa
entre -116A e atividade da BChE já era esperada uma vez que o presente estudo
utilizou praticamente as mesmas amostras examinadas por Furtado et. al. (2008) que
encontraram média de atividade da BChE menor, quando essa variante está
presente tanto em controles como em obesos. O genótipo -116GG; 72LM+MM
apresentou média de atividade da BChE de 8,42 KU/L em 13 obesos e no genótipo -
116GG; 72LL essa média foi de 6,53 KU/L em 98 obesos. O dado novo do presente
61
trabalho é a relação entre a variante 72M e atividade mais alta da BChE, mesmo
após ser considerada a influência da variante -116A do gene BCHE.
62
7. CONCLUSÕES
As freqüências alélicas e genotípicas, para as variações A51Q e L72M do
gene GHRL, parecem ser as primeiras obtidas em amostra do Brasil.
Os presentes dados de freqüências não diferiram dos encontrados por
Ukkola et. al. (2001), exceto os dados quanto ao alelo 51Q.
Não foi encontrada relação entre o IMC e as variantes A51Q e L72M.
Não foi encontrada relação entre o alelo 72M e a idade dos obesos.
Foi encontrada correlação positiva entre a presença do alelo 72M e a
atividade da BChE .
Análise de regressão múltipla escalonada mostrou que o alelo 72M está
associado com o aumento da atividade da butirilcolinesterase, após ser considerada
a relação das variantes do exon 1 do gene BCHE com a atividade dessa enzima
63
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