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RESUMO
ESTUDO DAS FIBRAS OXITALÂNICAS E ELAUNÍNICAS NO
DIAGNÓSTICO DO LÍQUEN ESCLEROSO
Luciana Rodrigues Silva de Farias
Orientadoras: Profª. Drª. Lúcia Maria Soares de Azevedo
Prof
a
. Dr
a
. Túllia Cuzzi
Resumo da Dissertação de Mestrado submetida ao Programa de Pós-
Graduação em Medicina (Dermatologia), Faculdade de Medicina, da Universidade
Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, como parte dos requisitos necessários à obtenção
do título de Mestre em Medicina (Dermatologia)
Fundamentação teórica: No líquen escleroso (LS) encontramos um
processo de reorganização da matriz extra-celular e alguns estudos, principalmente
ultra-estruturais, demonstraram redução das fibras do sistema elástico. Objetivos:
Avaliar se as alterações das fibras oxitalânicas e elaunínicas, à microscopia óptica,
são suficientes para distinguir o LS de outras dermatites. Metodologia: Desenho:
estudo transversal controlado. Casuística: foram incluídos, a partir de cortes
histológicos corados pela hematoxilina-eosina, casos clássicos de dermatites de
interface [10 de LS, 10 de líquen plano (LP) e 10 de lupus eritematoso (LE)]. O
grupo-controle foi composto por 10 casos de dermatite espongiótica, selecionados
entre eczemas. Procedimentos: Os cortes histológicos foram corados pela resorcina
fucsina pré-oxidada. As fibras oxitalânicas e elaunínicas foram analisadas em 6
campos e clasiificadas em: preservadas (Pres), alteradas (Alt) e ausentes (Aus). Nos
campos (Alt) foram descritos os tipos de alteração (quantitativa e/ou arquitetural). Na
análise estatística foram considerados apenas os campos com ausência das fibras
oxitalânicas e elaunínicas (Aus). Foram realizadas duas análises, considerando-se o
número de campos (Aus) em 50% e em 75% da extensão do corte histológico.
Resultados: no LS observou-se ausência e/ou redução difusa das fibras
oxitalânicas e elaunínicas. No LE estas alterações foram focais. No LP encontraram-
se campos preservados e outros com alterações arquiteturais. Nos eczemas estas
fibras estão preservadas. A ausência de fibras não diferenciou o LS do LE em
nenhuma das duas análises (p=0.656 e p=0.628), tampouco do LP em 50% do corte
histológico (p=0.628). Porém, considerando-se 75% do espécime, existe uma
indicação de a ausência de fibras oxitalânicas e elaunínicas é maior no LS do que no
LP (p=0.087). Conclusão: As fibras oxitalânicas e elaunínicas apresentam
diferentes padrões de alteração no LS, no LP e no LE. Considerando-se apenas os
campos com ausência destas fibras, não foram encontradas diferenças
estatisticamente significantes entre o LS e o LP. No entanto, comparando-se o LS ao
LP, a ausênciadas fibras oxitalânicas e elaunínicas em 75% ou mais da extensão do
corte histológico reforça o diagnóstico de LS.
Palavras-chave: líquen escleroso e atrófico; diagnóstico, sistema elástico