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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA
Estudo da prevalência e fatores associados ao
sobrepeso/obesidade em adolescentes residentes
na cidade de Sinop-MT
Sandra Maria Torquato de Aquino
Dissertação apresentada à Banca do Programa de s-
Graduação em Saúde Coletiva do Instituto de Saúde
Coletiva da Universidade Federal de Mato Grosso para
obtenção do título de Mestre em Saúde Coletiva.
Área de Concentração: Epidemiologia
Orientadora: Profa. Dra. Olga Akiko Takano
Co-Orientadora: Profa. Dra. Lenir Vaz Guimarães
Cuiabá-MT
2008
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Estudo da prevalência e fatores associados ao
sobrepeso/obesidade em adolescentes residentes
na cidade de Sinop-MT
Sandra Maria Torquato de Aquino
Dissertação apresentada à Banca do Programa de s-
Graduação em Saúde Coletiva do Instituto de Saúde
Coletiva da Universidade Federal de Mato Grosso para
obtenção do título de Mestre em Saúde Coletiva.
Área de Concentração: Epidemiologia
Orientadora: Profa. Dra. Olga Akiko Takano
Co-Orientadora: Profa. Dra. Lenir Vaz Guimarães
Cuiabá-MT
2008
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FICHA CATALOGRÁFICA
A657e
Aquino, Sandra Maria Torquato de
Estudo da prevalência e fatores associados ao
sobrepeso/obesidade em adolescentes residentes na
cidade de Sinop-MT / Sandra Maria Torquato de
Aquino. – 2008.
112
Dissertação (mestrado) – Universidade Federal
de Mato Grosso, Instituto de Saúde Coletiva, Pós-
graduação em Saúde Coletiva, Área de
Concentração: Epidemiologia, 2008.
Orientadora: Profª. Drª. Olga Akiko Takano”.
“Co-orientadora: Profª. Drª. Lenir Vaz Guimarães”.
CDU
613.96:616
-
056.257
-
053.6
Índice para Catálogo Sistemático
1.
Obesidade – Prevalência
2.
Sobrepeso
Prevalência
3.
Obesidade
Adolescentes
4.
Obesidade
-
Epidemiologia
5.
Obesidade
Adolescentes
Pressão arterial
6.
Adolescentes
Obesidade
Fatores de risco
7.
Obesidade
A
dolescentes
Sinop (MT)
8.
Adolescentes
Obesidade
Antropometria
9.
Saúde Pública
10.
Jovens
Saúde e higiene
É expressamente proibida a comercialização deste documento tanto
na sua forma impressa como eletrônica. Sua reprodução total ou
parcial é permitida exclusivamente para fins acadêmicos e científicos,
por processos fotocopiadores.
Às “Meninas” (minhas filhas) Ana Virgínia, Ana Luíza e
Ana Júlia, bens mais preciosos que possuo, pelo tempo a elas destinado, que
esta pesquisa consumiu. “Não existe um caminho para a felicidade. A
felicidade é o caminho” (M. Gandhi). Vocês são a minha felicidade.
Ao Erleno (meu marido “Bacana”), pelo companheirismo, apoio
e paciência. Otimista e entusiasta, foi o responsável pela força vital para esta
pesquisa. Começaria tudo outra vez, se preciso fosse....
Aos meus pais que, mesmo com simplicidade, são exemplo de
idoneidade e retidão e são grandes incentivadores, embora à distância, da
minha profissão. Minha eterna gratidão.
Agradecimentos
À Professora Dra. Olga Akiko Takano, pelo exemplo de docência,
solicitude e vasto conhecimento científico, por ter transformado um antigo projeto
pessoal em realidade, através da sua preciosa orientação.
À Professora Dra. Lenir Vaz Guimarães, pela orientação bia e
paciente, às vezes até fraternal, que me acolheu com carinho e contribuiu de forma
imprescindível para esta pesquisa.
Aos Professores do Instituto de Saúde Coletiva, meus sinceros
agradecimentos pelo conhecimento adquirido com vos.
Aos funcionários do Instituto de Saúde Coletiva, especialmente
Hailton, Fernanda e Jurema, pela inegável e prestativa ajuda.
À família cuiabana que me acolheu, especialmente Glória, Bia,
Gesner e ao cunhado Aquino pela sua amizade e presteza.
Aos colegas pediatras da UNIC, pela compreensão e
companheirismo nas horas de apuro.
Ao amigo certo das horas incertas, Giovanny, que contribuiu com
as análises estatísticas, imprescindíveis para esta pesquisa.
À “Turma” do NESAN, especialmente à Ana Cássia, pelas tantas
vezes que “me socorreu”, quanto às informações do “Projeto BR-163”.
À amiga e exímia professora, Mônica, que me auxiliou
prontamente nas deficiências com a língua inglesa.
Aos muitos amigos que me incentivaram, às vezes até
inconscientemente, aotorcerem” para a conclusão deste projeto.
“Embora ningm possa voltar atrás e fazer um novo começo,
qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim”.
Chico Xavier
Aquino SMT. Estudo da prevalência e fatores associados ao sobrepeso/obesidade
em adolescentes residentes no município de Sinop-MT [Dissertação de Mestrado].
Cuiabá: Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Mato Grosso; 2008.
RESUMO
Introdução A obesidade é uma doença crônica, prevalente no mundo inteiro e que
afeta todas as faixas etárias. Sua prevalência vem aumentando na infância e na
adolescência, podendo persistir na vida adulta e levar a co-morbidades e seqüelas
tardias. Objetivo Estimar a prevalência de sobrepeso/obesidade e analisar fatores
associados em adolescentes residentes no município de Sinop-MT. Método Estudo
de corte transversal. A população do estudo abrangeu adolescentes residentes na área
urbana do município Sinop-MT. A amostra foi selecionada de forma aleatória e
estratificada e a coleta dos dados foi realizada nos domicílios. Foram aplicados
questionários estruturados e realizadas medidas de peso, estatura e pressão arterial. A
amostra total foi de 118 adolescentes de ambos os sexos, com idade entre 10 e 19
anos. Foram excluídos indígenas, portadores de doenças crônicas incapacitantes,
gestantes, deficientes sicos e mentais. Para a entrada de dados, utilizou-se o
programa Epi Info 2000, versão 3.3.2 em dupla digitação. A análise univariada foi
feita com o teste do qui-quadrado de Pearson com vel de significância de 5% e
odds ratio para as variáveis categóricas independentes. Para a análise múltipla
utilizou-se o modelo de regressão logística múltipla incondicional pelo método
stepwise forward selection através do programa SPSS, versão 11.0 for Windows.
Resultados A prevalência de sobrepeso foi de 11,0% e de obesidade foi de 4,2%.
Se considerados sobrepeso/obesidade a prevalência foi de 15,2% nos adolescentes
desta pesquisa. Não houve diferença de prevalências entre os sexos, cor, nível de
escolaridade, classe socioeconômica ou estilo de vida dos adolescentes. A idade
mostrou associação com sobrepeso/obesidade assim como a pressão arterial, mesmo
após a análise de regressão lostica (p=0,022 e p=0,034, respectivamente). Os
adolescentes com idade entre 10 e 14 anos apresentaram chance 3,7 vezes maior de
ter sobrepeso/obesidade quando comparados com os maiores de 14 anos. Os
adolescentes hipertensos também apresentaram maior chance de apresentar
sobrepeso/obesidade que os normotensos (OR=3,54). Conclusão A prevalência de
sobrepeso/obesidade na população estudada foi alta e mostrou associão com a
idade e com hipertensão arterial.
Descritores: adolescente; obesidade; antropometria; pressão arterial; fatores de risco.
Aquino SMT. Study of prevalence and associated factors with
overweight/obesity in adolescents living in Sinop-MT city. [Master’s Degree
Dissertation]. Cuiabá: Institute of Public Health of Federal University of Mato
Grosso; 2008.
ABSTRACT
Introduction Obesity is a chronic disease which is prevalent around the world in
all different age groups. Its prevalence has increased during childhood and youth
which might extend into adulthood resulting in co-morbidity and late sequels.
Objective Estimate the prevalence of overweight/obesity and analyze associated
factors in adolescents living in Sinop-MT. Method A cross-sectional study. The
population of the study consisted of adolescent city dwellers of Sinop. The sample
was selected randomly and in a stratified way and the data collection was made at
home. Standardized questionnaires were applied and it was carried out weight, height
and blood pressure measure evaluations. The total sample consisted of 118
adolescents of both sex within the ages of 10 and 19. It was excluded from the
sample Indians, mental and physical handicap adolescents, anyone with an
incapacitating chronic disease, and pregnant women. For the data entry, it was used
the programme Epi Info 2000, version 3.3.2 in double digit format. It was carried out
a uni-varied analysis with the Pearson’s chi-square test with a significant level of 5%
e odds ratio for the independent categorical variables. For the multiple analysis, it
was used a module of unconditional multiple logistic regression by stepwise forward
selection method through the programme SPSS, version 11.0 for Windows. Results
The overweight prevalence was of 11.0% and of obesity was 4.2%. If considered
the overweight/obesity, the prevalence was 15.2% among the adolescents of the
research. There was no difference of prevalence between sex, race, level of
education, socio-economic level or adolescents’ lifestyle. The age showed
association with overweight/obesity as well as the blood pressure, even after the
analysis of the logistic regression (p=0.022 e p=0.034, respectively). The adolescents
within the age of 10 and 14 presented 3.7 times higher chance of having
overweight/obesity when compared to the ones older than 14. The hypertense
adolescents also presented a greater chance of having overweight/obesity than the
normal tenses (OR = 3.54). ConclusionsThe overweight/obesity prevalence in the
studied population was high and showed association with age and arterial
hypertension.
Keywords: adolescent; obesity; anthropometry; blood pressure; risk factors.
LISTA DE QUADROS
Quadro 1
Distribuição da população total, número de setores censitários,
domicílios e moradores por domicílio do município de Sinop-MT (IBGE,
2005).
41
Quadro 2
Distribuição do tamanho da amostra segundo a faixa etária, para
o município de Sinop-MT, considerando uma proporção de 0,5% e um erro
de estimação de 3,5%.
41
Quadro 3
Distribuição do tamanho da amostra (N), número de moradores
por domicílio e total de domicílios do município de Sinop-MT.
42
Quadro 4
Distribuição do número corrigido de domicílios em cada setor e
acréscimo de 20% no total de domicílios do município de Sinop-MT.
43
LISTA DE FIGURAS
Figura 1
– Área de influência da BR-163 (BRASIL, 2004). 39
Figura
2
Prevalência de hábito tabágico em adolescentes (n=118)
residentes no município de Sinop-MT, 2007.
53
Figura
3
Consumo de bebida alcoólica nos 30 dias prévios à realização do
inquérito por adolescentes (n=117) residentes no município de Sinop-MT,
2007.
53
Figura
4
– Distribuição da avaliação
da pressão arterial de adolescentes
(n=115) residentes no município de Sinop-MT, 2007.
59
Figura
5
Distribuição da avaliação do estado nutricional de adolescentes
(n=118) residentes no município de Sinop-MT, 2007.
59
LISTA DE TABELAS
Tabela 1
Características demográficas e socioeconômicas dos adolescentes
residentes no município de Sinop-MT, 2007.
50
Tabela 2
Características domiciliares dos adolescentes residentes no
município de Sinop-MT, 2007.
51
Tabela 3
Características familiares dos adolescentes residentes no
município de Sinop-MT, 2007.
52
Tabela 4
Prática de atividade sica em adolescentes (n=118) residentes no
município de Sinop-MT, 2007.
54
Tabela 5
Distribuição de outras atividades realizadas por adolescentes
residentes no município de Sinop-MT, 2007.
55
Tabela 6
Características da prática de atividade física em adolescentes
(n=118) residentes no município de Sinop-MT, 2007.
56
Tabela 7
Doenças referidas pelos adolescentes (n=118) residentes no
município de Sinop-MT, 2007.
57
Tabela 8
Realização de tratamentos para as morbidades referidas pelos
adolescentes (n=118) residentes no município de Sinop-MT, 2007.
58
Tabela 9
Prevalência de sobrepeso/obesidade segundo as características
demográficas e socioeconômicas dos adolescentes residentes no município de
Sinop-MT, 2007.
60
Tabela 10
Prevalência de sobrepeso/obesidade segundo as características
familiares em adolescentes residentes no município de Sinop-MT, 2007.
61
Tabela 11
Prevalência de sobrepeso/obesidade segundo as características
domiciliares em adolescentes residentes no município de Sinop-MT, 2007.
62
Tabela 12
Prevalência de sobrepeso/obesidade segundo a prática de
atividade sica em adolescentes residentes no município de Sinop-MT, 2007.
63
Tabela 13
Prevalência de sobrepeso/obesidade segundo outras atividades
realizadas pelos adolescentes residentes no município de Sinop-MT, 2007.
64
Tabela 14
Prevalência de sobrepeso/obesidade segundo as características
da prática de atividade física em adolescentes residentes no município de
Sinop-MT, 2007.
65
Tabela 15
Prevalência de sobrepeso/obesidade segundo pressão arterial e
estilo de vida em adolescentes residentes no município de Sinop-MT, 2007.
66
Tabela 16
Prevalência de sobrepeso/obesidade segundo patologias
referidas pelos adolescentes residentes no município de Sinop-MT, 2007.
67
Tabela 17
Prevalência de sobrepeso/obesidade segundo o tipo de medicação
utilizada pelos adolescentes residentes no munipio de Sinop-MT, 2007.
67
Tabela 18
Regressão logística dos fatores associados ao sobrepeso/obesidade
em adolescentes residentes no município de Sinop-MT, 2007.
68
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AAP American Academy of Pediatrics
ABEP Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa
ACSM American College of Sports Medicine
AHA American Heart Association
ASAJ Área de Saúde do Adolescente e do Jovem
AVC Acidente Vascular Cerebral
CCEB Critério de Classificação Econômica Brasil
CDC Centers for Disease Control and Prevention
CEP-HUJM
Comide Ética em Pesquisa do Hospital Universitário lio
Müller
CGPAN/MS
Coordenação Geral da Potica de Alimentação e Nutrição do
Ministério da Saúde do Brasil
CNPq
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico
CONEP Comissão Nacional de Ética em Pesquisa
DCNT Doenças Cnicas Não-Transmissíveis
DCV Doença Cardiovascular
DEXA Absorciometria por Raios X com dupla energia
DMNID Diabetes mellitus Não-Insulino Dependente
ECA Estatuto da Criança e do Adolescente
ENDEF Estudo Nacional da Despesa Familiar
EUA Estados Unidos da América
FANUT-UFMT
Faculdade de Nutrição da Universidade Federal de Mato
Grosso
HAS Hipertensão Arterial Sistêmica
HDL-colesterol
High Density Lipoprotein-Cholesterol, colesterol de
lipoproteínas de alta densidade
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IDF Federação Internacional de Diabetes
IMC Índice de Massa Corporal
INAN Instituto Nacional de Alimentão e Nutrição
IOTF International Obesity Task Force
ISC Instituto de Saúde Coletiva
LDL-colesterol
Low Density Lipoprotein-Cholesterol, colesterol de
lipoproteínas de baixa densidade
MGRS Multicentre Growth Reference Study
MS Ministério da Saúde
MS-DATASUS
Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do
Ministério da Saúde
NCCDPHP
National Center for Chronic Disease Prevention and Health
Promotion
NCHS National Center for Health Statistics
NHANES III Third National Health and Nutrition Examination Survey
OMS Organização Mundial da Saúde
PA Pressão Arterial
PNSN Pesquisa Nacional Sobre Saúde e Nutrição
POF Pesquisa de Orçamentos Familiares
PPV Pesquisa sobre Padrões de Vida
RCQ Relação Cintura/Quadril
SBC Sociedade Brasileira de Cardiologia
SBP Sociedade Brasileira de Pediatria
SES MT Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso
SISVAN Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional
TV Televisão
UFMT Universidade Federal de Mato Grosso
WHO World Health Organization
WHO-MONICA
World Health Organization-Monitoring of Trends and
Determinants in Cardiovascular Diseases
ÍNDICE
Página
RESUMO 5
ABSTRACT 6
LISTA DE QUADROS 7
LISTA DE FIGURAS 8
LISTA DE TABELAS 9
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 11
1 INTRODUÇÃO
15
1.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS 15
1.2 EPIDEMIOLOGIA DO SOBREPESO E DA OBESIDADE 18
1.2.1 Definição 18
1.2.2 Prevalência 19
1.2.3 Classificação e Diagnóstico 21
1.2.4 Patogenia e Fisiopatologia 26
1.2.5 Conseqüências, Complicações e Comorbidades 28
1.2.6 Tratamento e Prevenção 31
1.2.7 Fatores Associados 33
2 OBJETIVOS
38
2.1 OBJETIVO GERAL 38
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 38
3 MÉTODO
39
3.1 TIPO, LOCAL E CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO 40
3.2 POPULAÇÃO DO ESTUDO E DELINEAMENTO DA AMOSTRA 40
3.2.1 Critérios de Inclusão 43
3.2.2 Critérios de Exclusão 43
3.3 VARIÁVEIS DO ESTUDO 43
3.4 COLETA DE DADOS 45
3.5 ESTUDO PILOTO 47
3.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA 47
3.7 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS 48
4
RESULTADOS
49
5
DISCUSSÃO
69
6
CONCLUSÕES
77
7
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
79
ANEXOS
Anexo 1
– Questionário de identificação da visita domiciliar. 88
Anexo 2
– Questionário de identificação e caracterização dos moradores do
domicílio.
89
Anexo 3
Questionário de informações sobre a unidade domiciliar e a
família.
90
Anexo 4
– Questionário de informações sobre o estilo de vida. 92
Anexo 5
Ficha de antropometria. 94
Anexo 6
– Ficha de avaliação da pressão arterial. 95
Anexo 7
– Questionário de informações sobre morbidade referida. 96
Anexo 8
– Questionário de informações sobre tratamento realizado. 97
Anexo 9
Técnica de Antropometria: Peso.
98
Anexo 10
Técnica de Antropometria: Estatura.
99
Anexo 11
Curvas de Percentis de Índice de Massa Corporal para o sexo
masculino de 2 a 20 anos.
100
Anexo 12
Curvas de Percentis de Índice de Massa Corporal para o sexo
feminino de 2 a 20 anos.
101
Anexo 13
Classificação do estado nutricional para adolescentes segundo
o Center for Disease Control and Prevention (CDC, 2000).
102
Anexo 14 Técnica de verificação e classificação da pressão arterial.
103
Anexo 15
Classificação da pressão arterial para adolescentes até 17 anos
de idade segundo o The Fourth Report on the Diagnosis, Evaluation and
Treatment of High Blood Pressure in Children and Adolescents (AAP,
2004).
104
Anexo 16
Classificação da pressão arterial para adultos (18 anos)
segundo as V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial
(SBC, SBH,
SBN, 2007).
105
Anexo 17
Curvas de percentis de peso e estatura para o sexo masculino
de 2 a 20 anos (CDC, 2000).
106
Anexo 18
Curvas de percentis de peso e estatura para o sexo feminino de
2 a 20 anos (CDC, 2000).
107
Anexo 19
Tabela de percentis da pressão arterial para o sexo masculino
segundo a idade e o percentil de estatura (AAP, 2004).
108
Anexo 20
Tabela de percentis da preso arterial para o sexo feminino
segundo a idade e o percentil de estatura (AAP, 2004).
109
Anexo 21
– Carta de apresentação. 110
Anexo 22
Termo de aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa do
Hospital Universitário Júlio Müller.
111
Anexo 23
– Termo de consentimento livre e esclarecido.
112
15
1 INTRODUÇÃO
A obesidade é uma doença crônica, prevalente tanto em países
desenvolvidos quanto em desenvolvimento, afeta todas as faixas etárias e é
considerada, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), uma epidemia global. É a
mais comum desordem crônica em sociedades industrializadas (WHO, 2000).
Evidências epidemiológicas mostram que a obesidade deixou de se
restringir às camadas sociais mais ricas, ocorrendo em todas as classes sociais, com
grande impacto sobre a integridade física e psíquica dos indivíduos. Ocorre a
mesmo em países onde a desnutrição ainda permanece um problema significante
(WHO, 2000; FISBERG et al., 2005).
Nos últimos 20 anos, a prevalência de obesidade vem aumentando
consideravelmente na adolescência, segundo estudo realizado pela OMS em seis
regiões do planeta (WHO, 2000).
No Brasil, o sobrepeso e a obesidade na adolescência merecem atenção
especial, pois abrangem uma parcela numerosa da população. Estima-se em 35,1
milhões a população de adolescentes residentes no país (IBGE, 2007).
Apesar de existirem importantes estudos de prevalência de
sobrepeso/obesidade em adolescentes brasileiros, estes dados ainda são escassos para
o Estado de Mato Grosso e inexistentes para o município de Sinop, Mato Grosso.
Portanto, considerando que a obesidade vem sendo identificada como
importante patologia entre adolescentes, determinando sérias repercussões orgânicas
e emocionais, esta pesquisa pretendeu estimar a sua prevalência entre adolescentes
residentes no município de Sinop, Mato Grosso e analisar alguns fatores de risco a
ela associados.
1.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS
Existem três períodos críticos para o desenvolvimento da obesidade: no
primeiro ano de vida, entre cinco e seis anos de idade e na adolescência (WHO,
2000; MELLO et al., 2004; FISBERG, 2005; COSTA e MARTINS, 2007).
16
Segundo a OMS, a adolescência é o período da vida entre 10 e 19 anos
(WHO, 1995). No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei 8.069,
de 13 de Julho de 1990, considera a adolescência como a faixa etária entre 12 e 18
anos de idade (artigo 2º), exceto em situações especiais previstas na lei, quando o
estatuto se aplica até 21 anos (artigos 121 e 142) (BRASIL, 1990). Entretanto, o
Cartão do Adolescente, implantado pela Área Técnica de Saúde do Adolescente e do
Jovem (ASAJ), do Ministério da Saúde (MS), inclui dados dos 10 até os 19 anos, 11
meses e 29 dias, abrangendo a mesma faixa etária definida pela OMS (BRASIL,
2004).
A adolescência é o período de transição entre a infância e a vida adulta.
Tem como marco inicial a puberdade, período regulado por mecanismos neuro-
hormonais e caracterizado por importantes mudanças morfológicas e fisiológicas,
desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários, alterões metabólicas e
hormonais, modificações na estrutura corporal e aceleração do crescimento. O fim da
puberdade é caracterizado pela aquisição da capacidade reprodutiva e da estatura
adulta, com a fusão das epífises ósseas. Importantes alterações do desenvolvimento
físico, mental, emocional, sexual e social ocorrem durante a adolesncia,
ocasionando maior susceptibilidade às doenças, entre as quais a obesidade assume
lugar de destaque (TANNER, 1962; WHO, 1995; EISENSTEIN, 2005; FISBERG et
al., 2005; MAAKAROUN e SOUZA, 2007).
A análise da tendência secular do estado nutricional dos adolescentes no
Brasil mostra uma diminuição na prevalência de desnutrição e aumento das
prevalências de sobrepeso e obesidade. O Estudo Nacional sobre Despesa Familiar
(ENDEF) realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em
1974-1975, mostrou prevalências de 3,9% de sobrepeso entre adolescentes do sexo
masculino e 7,5% no feminino. Na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) de
2002-2003, esses índices atingiram valores de 17,9% para adolescentes do sexo
masculino e de 15,4% no sexo feminino (IBGE, 1978, 2006).
O sobrepeso e a obesidade na adolescência podem ocasionar danos para a
saúde, levando às co-morbidades e seqüelas tardias. Esses danos ocorrem cada vez
mais precocemente, ou seja, problemas relacionados à obesidade que antes eram
vistos na vida adulta, já são observados na adolesncia e na criança. São exemplos:
17
diabetes mellitus tipo II, hipertensão arterial sistêmica (HAS), doença hepática e
doenças cardiovasculares (DCV) (WHO, 2000; FISBERG, 2005; SBC et al., 2005,
2006; KIESS et al., 2006; LAMOUNIER et al., 2006; REILLY, 2007).
O diagnóstico, o tratamento e a prevenção da obesidade devem ser
precoces, pois a obesidade na adolescência tende a persistir na vida adulta. Cerca de
80% dos adolescentes obesos serão adultos obesos e em cerca de 70% dos adultos
obesos, o excesso de peso iniciou-se na adolescência (COUTINHO, 1999; WHO,
2000, 2003; FISBERG, 2005; LAMOUNIER et al., 2006; REILLY, 2007).
Apesar dos avanços científicos referentes à fisiologia, fisiopatologia e
tratamento da obesidade, seu manejo é difícil em todas as idades. Embora estratégias
diagnósticas sejam pontuais, o tratamento da obesidade é difícil e frustrante para o
paciente, a família e a equipe multidisciplinar que acompanha esse paciente
(ESCRIVÃO et al., 2000; WHO, 2000; KIESS et al., 2006; REILLY, 2007). Na
adolescência, o manejo pode ser ainda mais dicil que no adulto, pois depende da
mudança de hábitos e estilo de vida, da disponibilidade dos pais em aderir a essas
mudanças e, ainda, da falta de entendimento do adolescente quanto aos malefícios da
obesidade (COUTINHO, 1999; ESCRIVÃO et al., 2000; MELLO et al., 2004).
Outro importante fator relacionado à obesidade são os custos com essa
doença, que não podem ser subestimados, embora sejam de difícil mensuração.
Quando se fala em custos com a obesidade, contabilizam-se tanto os custos diretos,
relacionados ao tratamento, quanto os custos indiretos, conseqüentes do absentsmo
ao trabalho ou da morte em faixa etária de vida produtiva. Segundo a OMS, as
estimativas percentuais de custos com a obesidade mostram gastos entre 2 e 7 % do
orçamento anual destinado à saúde (WHO, 2000).
Embora não haja dados precisos de custos com a obesidade no Brasil,
uma pesquisa realizada por SICHIERI et al. (2007) estimaram que, do total de custos
com todas as hospitalizações no ano de 2001 pelo Sistema Único de Saúde (SUS),
que cobre 75,5% das internações no Brasil, 3,02% foi com sobrepeso/obesidade no
sexo masculino e 5,83% no feminino.
Portanto, mais que tratar a obesidade, esforços devem ser voltados para a
sua prevenção, que deve ser iniciada preferencialmente na infância. Essa prevenção
inclui programas e ões que precisam ser amparados por uma política
18
governamental devidamente comprometida com esse problema (WHO, 2000, 2003;
AAP, 2003; BALABAN e SILVA, 2004; LAMOUNIER et al., 2006; ACSM, 2007;
REILLY, 2007).
1.2 EPIDEMIOLOGIA DO SOBREPESO E DA OBESIDADE
1.2.1 Definição
Definir obesidade não é tarefa assim tão trivial. Pode parecer simples se o
visual do corpo for o único elemento a ser avaliado, não se prendendo às
formalidades científicas ou metodológicas (MELLO et al., 2004; FISBERG et al.,
2005).
A obesidade é uma doença crônica, complexa, de etiologia multifatorial,
resultante de balanço energético positivo e seu desenvolvimento ocorre geralmente
pela associação de fatores genéticos, ambientais e comportamentais (SBP, 2008).
A Organização Mundial de Saúde define a obesidade como uma
condição em que há acúmulo excessivo ou anormal de tecido adiposo no organismo e
que pode ser prejudicial à saúde (WHO, 2000).
A definição de obesidade pode ser corroborada pela sua quantificação,
através do Índice de Massa Corporal (IMC) ou Índice de Quetelet, definido como o
peso em kilogramas dividido pela altura em metros ao quadrado (kg/m²). Esse índice,
empregado inicialmente apenas para pessoas acima de vinte anos, é atualmente usado
no mundo inteiro para classificação nutricional a partir dos dois anos de idade. No
entanto, para crianças e adolescentes, o IMC necessita comparação com curvas ou
tabelas de referência de percentis adequados para idade e sexo (WHO, 2000; SBEM,
2005; CINTRA et al., 2007; REILLY, 2007). As curvas de referência representam o
“modelo empírico saudável” e o usadas para classificar (comparar com grupo de
referência) e diagnosticar (separar indivíduos sauveis dos não-saudáveis) o estado
nutricional de um indivíduo ou população (CONDE e MONTEIRO, 2006).
19
1.2.2 Prevalência
Há três mecanismos para explicar o aumento da prevalência da obesidade
ao longo dos anos: mudanças nas características genéticas dos indivíduos, mudanças
nas características ambientais ou a interação destes dois fatores. Do ponto de vista
epidemiológico, as mudanças nas características ambientais têm maior importância
nesse processo, haja vista não terem sido observadas modificações substanciais nas
características genéticas da população ao longo das últimas décadas (POPKIN, 2001;
PINHEIRO et al., 2004).
O estudo Monitoring of Trends and Determinants in Cardiovascular
Diseases (WHO-MONICA) realizado entre 1983 e 1986, em 48 populações distintas,
distribuídas em seis regiões do planeta (África, Américas, Sudeste da Ásia, Europa,
Leste do Mediterrâneo e Oeste do Pacífico) analisou a tenncia secular da
obesidade em adultos, num período de 10 a 20 anos e constatou aumento nas
prevalências de sobrepeso e obesidade em todas as regiões estudadas. Na Europa, as
prevalências de obesidade em países como Inglaterra, Alemanha, Finlândia, Irlanda
do Norte e Suécia aumentaram de 10,0% a 40,0% aproximadamente entre 1980 e
1990, com atenção especial à Inglaterra, onde a obesidade aumentou mais que 100%
nesse período. Nos Estados Unidos da América (EUA), as estimativas de
prevalências de obesidade na população adulta foram de 20,0% para o ano 2000. A
projeção é de 30,0% para o ano 2015 e de 40,0% para o ano 2025 (WHO, 2000).
O Brasil passa por um processo de transição nutricional que integra
também a transição epidemiológica e a transição demográfica. Esse conjunto diz
respeito às mudanças econômicas, sociais, demográficas, de morbimortalidade e do
perfil de saúde do país, em que nota-se uma tenncia ao aumento na vida média da
população e ao envelhecimento desta, com conseqüente diminuição das prevalências
das doenças infecciosas e aumento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT).
A obesidade encontra-se entre essas DCNT, que têm ganhado destaque como
importantes causas de óbitos nesse processo de transição epidemiológica
(PINHEIRO et al., 2004; SBP, 2008).
Um importante inquérito nacional, a Pesquisa Nacional sobre Saúde e
20
Nutrição (PNSN) realizado pelo Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição
(INAN) em 1989, com a colaboração do IBGE, analisou o perfil epidemiológico da
obesidade no Brasil e mostrou uma prevalência de excesso de peso de 32,0% entre os
adultos brasileiros, incluindo um percentual de 8,0% de obesidade. Mostrou também
um pico de prevalência de obesidade entre 45 e 54 anos, sendo 37,0% no sexo
masculino e 55,0% no feminino, com prevalências maiores região sul (IBGE, 1989).
Comparando os dados de dois inquéritos nacionais, o ENDEF de 1974/75 com a
PNSN de 1989, observam-se aumentos preocupantes de 100% na prevalência de
obesidade no sexo masculino e de 70% no feminino, em todas as faixas etárias, em
um período de 15 anos.
Na adolescência, a prevalência de obesidade aumentou de 5,0% para
10,0%, entre 1974 e 1993 no Japão e de 12,2% para 15,6% entre 1991 e 1993, na
Tailândia. Na Arábia Saudita, a prevalência foi de 15,8% em 1996 (WHO, 2000). Na
Índia, um importante inquérito realizado em 2002 com 4.700 adolescentes entre 13 e
18 anos de idade, com a finalidade de detectar a prevalência de sobrepeso e o risco
aumentado para diabetes e doenças cardiovasculares, mostrou prevalência de 17,8%
de sobrepeso em adolescentes do sexo masculino e 15,8% no sexo feminino
(RAMACHANDRAN et al., 2002). Segundo a World Health Organization (WHO,
2000), o estudo Third National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES
III) realizado nos EUA entre os anos 1988 e 1994, mostrou prevalências de
obesidade, para adolescentes na faixa de 12 a 17 anos, de 12,8% para o sexo
masculino e de 8,8% para o feminino (WHO, 2000).
LEÃO et al. (2003) apresentaram resultados de estudos de prevalências
de sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes do Chile, Brasil, Estados
Unidos, Canadá e Finlândia, mostrando variações entre 3,3% a 30,3%.
As tendências de desnutrição e obesidade em crianças maiores de seis anos
e adolescentes de quatro pses, Brasil entre 1975 e 1997, EUA entre 1971-1974 e
1988-1994, China entre 1991 e 1997 e Rússia entre 1992 e 1998 foram analisadas por
WANG et al. (2002). Esses autores encontraram aumentos nas prevalências de
obesidade e diminuição nas prevalências de desnutrição nesses países ao longo dos
anos, sendo que, no Brasil, a prevalência de sobrepeso aumentou de 4,1% para
13,9% e a prevalência de obesidade cresceu num incremento de 0,5% ao ano.
21
CINTRA et al. (2007) estudaram a evolução do IMC em duas séries
históricas em adolescentes no Brasil, o PNSN de 1989 e o estudo do perfil
nutricional com adolescentes de São Paulo em 2005, e constataram um aumento
significativo nos valores do IMC, referentes aos percentis 85 e 95 para essa faixa
etária, demonstrando que, com o passar dos anos, há uma tendência ao ganho de peso
corporal entre os jovens brasileiros.
Segundo dados divulgados pela Sociedade Brasileira de Cardiologia
(SBC), a análise dos dados de crianças e adolescentes brasileiros de 2 a 17 anos, da
Pesquisa sobre Padrões de Vida (PPV) realizada pelo IBGE em 1997, mostrou uma
prevalência de obesidade de 10,1% para aquela faixa etária (SBC et al., 2005). Os
dados isolados para adolescentes mostraram prevalência de obesidade de 3,2%
(IBGE, 1998).
Dados mais recentes do IBGE (2006) mostram prevalências de 10,4% de
sobrepeso e de 1,8% de obesidade, para adolescentes brasileiros do sexo masculino e
de 14,4% e 2,9%, respectivamente, para o sexo feminino.
Não dados definidos de prevalências de sobrepeso/obesidade entre
adolescentes da cidade de Sinop/MT. Para o estado de Mato Grosso, as prevalências
são de 11,2% de sobrepeso e de 1,6% de obesidade para o sexo masculino e de
14,6% e 2,6% para o feminino (IBGE, 2006).
As maiores prevalências de obesidade em adolescentes ainda são
encontradas nas classes sociais mais privilegiadas, apesar da tenncia de mudança
nesse perfil. A maioria dos estudos mostra uma correlação negativa entre o alto vel
sócio-econômico e a obesidade nos países desenvolvidos e correlação positiva nos
países em desenvolvimento. O aumento da prevalência de obesidade é relevante no
Brasil, e apresenta proporção significativa mesmo nas famílias de baixa renda
(MONTEIRO e CONDE, 1999; PINHEIRO et al., 2004; FISBERG, 2005; IBGE,
2006).
1.2.3 Classificação e Diagnóstico
À semelhança da dificuldade de se definir obesidade, classificar também
22
o é simples, pela dificuldade em se eleger uma classificação completamente
satisfatória. Essa classificação pode levar em conta vários aspectos como a idade de
seu aparecimento, a característica celular do tecido adiposo, a categoria etiológica, o
gasto energético do paciente ou o valor do peso do paciente em relação à sua estatura
(COUTINHO, 1999; WHO, 2000).
A OMS ressalta a importância de se padronizar uma classificação para a
obesidade: permitir comparações entre populações; identificar indivíduos ou grupos
de indivíduos de risco para morbidade e mortalidade; identificar as prioridades de
intervenção nestes grupos de risco e formar uma base firme para analisar essas
intervenções (WHO, 1995, 2000).
Do ponto de vista etiológico, a obesidade pode ser classificada em
engena e exógena. A obesidade endógena é secundária a algumas síndromes
genéticas, a alguns distúrbios endócrinos como o hipotireoidismo e síndrome de
Cushing e a alguns tumores como o craniofaringeoma. Abrange apenas 2 a 5% dos
casos e necessita uma avaliação clínica criteriosa, quase sempre associada a exames
laboratoriais específicos, para um diagnóstico preciso. A obesidade exógena é
relacionada ao consumo exagerado de alimentos e/ou ao sedentarismo e é
responsável por 95 a 98% dos casos. Pode ser diagnosticada simplesmente por
todos antropométricos. Poucos casos necessitam de complementação laboratorial,
que é geralmente sofisticada e dispendiosa (ESCRIVÃO et al., 2000; WHO, 2000;
FISBERG, 2005; COSTA E MARTINS, 2007).
A antropometria é a forma disponível mais simples, barata e não invasiva
para se avaliar o tamanho, as propoões e a composição do corpo humano, sendo o
todo de escolha para se avaliar sobrepeso e obesidade. As principais dimensões
antropométricas usadas são: peso, estatura, dobras cutâneas, circunferências e
segmentos corporais (WHO, 1995; ESCRIVÃO et al., 2000; SIGULEM et al., 2000;
CINTRA et al., 2005; FISBERG et al., 2005; CONDE e MONTEIRO, 2006).
A antropometria é, portanto, necessária para um diagnóstico preciso,
principalmente, quando existe apenas sobrepeso, pois os valores de peso e estatura
obtidos por informações podem diferir dos valores obtidos por mensurações,
principalmente no que se refere ao peso, havendo tendência em se informar um peso
menor do que o real. Essa subestimação pode interferir nas prevalências de sobrepeso
23
e obesidade e pode ser minimizada através da antropometria (WHO, 2000; ELGAR,
2005).
Diversos padrões de referências antropométricos são atualmente usados
para se avaliar e monitorar sobrepeso e obesidade na adolescência. Entretanto, o
grande desafio é selecionar o melhor e segui-lo coerentemente na prática clínica
diária e na saúde blica. diversas questões a serem consideradas na decisão de
quais pontos de corte traduzem um nível “seguro” para a antropometria em
adolescentes, já que diversos fatores interferem diretamente nesses pontos de corte,
como o sexo, a particularidade individual ou universal da composição corporal, a
diversidade étnica e o estágio de maturação sexual. Igualmente importante é a
limitão de se usar pontos de corte internacionais, que podem refletir tanto
resultados subestimados, retardando a prevenção da doença em termos de saúde
pública, quanto resultados superestimados, com a conseqüente sobrecarga dos
serviços de saúde por diagnósticos falsos positivos (SIGULEM et al., 2000; WHO,
2000; FISBERG et al., 2005; CONDE e MONTEIRO, 2006).
Os dados padronizados pelo National Center for Health Statistics
(NCHS) de 1977 vem sendo utilizados há quase 30 anos como referência
internacional para avaliação do estado nutricional de crianças e adolescentes até 18
anos de idade, tendo sido adotados pela OMS. A partir de 1985, a OMS
internacionalizou essa padronização com algumas modificações: percentil maior ou
igual a 85 seria risco de sobrepesoe obesidade seria percentil maior ou igual a 85
com medidas das pregas cutâneas tricipital e subescapular maiores que o percentil 90
para a população de referência. A associação do IMC às mediadas das pregas
cutâneas para o diagnóstico de sobrepeso/obesidade visava aumentar a especificidade
desse diagnóstico. Entretanto, a OMS concluiu que as curvas do NCHS
apresentavam problemas técnicos graves, considerando seu uso apenas provisório,
até que novos estudos e novas referências fossem elaborados (WHO, 1995).
Mais recentemente, o National Center for Chronic Disease Prevention
and Health Promotion (CDC, 2000) propôs novos valores de pontos de corte e
elaborou gráficos de referência de percentis de IMC para adolescentes, separados
segundo sexo e idade. Essa recomendação determina, arbitrariamente, que
adolescentes com IMC maior ou igual ao percentil 95 sejam classificados como
24
obesos e aqueles com percentis entre 85 e abaixo de 95 como portadores de
sobrepeso e tem como esperado na população de referência, prevalências de 10% e
5% para sobrepeso e obesidade, respectivamente. Essas curvas são concordantes com
as elaboradas por MUST et al. (1991a) e o sugeridas como referências para uso
rotineiro em serviços de saúde.
Outra proposta de pontos de corte, sugerida por COLE et al. (2000) e
elaborada pela Internacional Obesity Task Force (IOTF), produziu tabelas de
referência para classificação da obesidade na infância, utilizando curvas de IMC em
função da idade. Foram estudados grupos populacionais dos EUA, Cingapura,
Holanda, Hong Kong, Reino Unido e Brasil. Essas tabelas utilizam valores de IMC
para adolescentes com pontos de corte correspondentes aos de adultos, ou seja, 25 para
sobrepeso e 30 para obesidade. O uso dessas tabelas possibilita o acompanhamento
evolutivo do IMC desde a infância até a vida adulta. No entanto, o grau de risco
adverso à saúde associado aos pontos de corte para adolescentes, em comparação aos
definidos para o adulto, ainda não foi validado em muitos países, podendo ser uma
restrição ao uso indiscriminado dessa tabela (CHIARA et al., 2003).
No Brasil, CONDE e MONTEIRO (2006) delinearam curvas de
referência e valores críticos de IMC para crianças e adolescentes brasileiros, com
dados de 13.279 homens e 12.823 mulheres, entre 2 e 19 anos de idade, extraídos da
PNSN de 1989. Esse sistema de classificação tem metodologia similar às várias
curvas existentes anteriormente, permite uma avaliação longitudinal de risco de
acordo com o IMC infantil e pode ser utilizado em avaliações clínicas e
epidemiológicas. Entre 1997 e 2003, a OMS coordenou o Multicentre Growth
Reference Study (MGRS), um estudo multicêntrico para a elaboração das novas
curvas de crescimento, em seis países de diferentes continentes, entre os quais o
Brasil participou (ONIS et al., 2004). Essas novas curvas foram lançadas em 2006
para crianças até cinco anos de idade e em 2007 para crianças maiores de cinco anos
e adolescentes até 19 anos (WHO, 2007). A Coordenação-Geral da Política de
Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde do Brasil (CGPAN/MS) já
incorporou as novas curvas da OMS de 2006 ao Sistema de Vigilância Alimentar e
Nutricional (SISVAN) e às Cadernetas de Saúde da Criança (BRASIL, 2007).
Apesar de ser um método inquestionável para diagnosticar sobrepeso e
25
obesidade, o IMC pode variar em função da idade e da fase de crescimento em que o
adolescente se encontra, sendo um método de menor sensibilidade para rastrear o
excesso de adiposidade, quando comparado, por exemplo, com a medida das dobras
subescapular e tricipital (SIGULEM et al., 2000; WHO, 2000; CHIARA et al., 2003;
FISBERG et al., 2005; DUQUIA et al., 2008).
A distribuição da gordura corporal é um fator importante na
determinação do risco para doenças metabólicas e cardiovasculares. As medidas das
pregas cutâneas (bicipital, tricipital, subescapular e supra-ilíaca), embora não sejam o
padrão-ouro para avaliar adiposidade, podem ajudar na quantificação da gordura
subcutânea já que o IMC isolado não distingue excesso de peso devido à massa
muscular e excesso de peso devido à gordura. As pregas bicipital e tricipital estimam
melhor o acúmulo de gordura periférica enquanto a subescapular e supra-ilíaca
refletem melhor a gordura central. Embora a OMS já tenha elaborado a padronização
das técnicas para mensuração das pregas cutâneas, essa mensuração ainda é passível
de grande variabilidade e erros na aplicação da técnica, comprometendo sua
reprodutibilidade. Essas dificuldades tornam as medidas de pregas cutâneas de difícil
aplicação para uso rotineiro, o que não ocorre com o IMC, haja vista a maior
facilidade em se medir peso e estatura, necessários para seu lculo (SIGULEM et
al., 2000; WHO, 2000; CINTRA et al., 2005; FISBERG et al., 2005; SBC, SBH,
SBN, 2007; DUQUIA et al., 2008).
A concentrão de gordura na região abdominal está mais fortemente
associada ás doenças crônico-degenerativas do que a concentração em outras regiões
do corpo (DUQUIA et al., 2008). Sabe-se que essa gordura abdominal pode variar
amplamente sem uma relação estreita com a gordura corporal total ou com o IMC.
Portanto, uma forma de melhor avaliar a distribuição dessa gordura, pode ser feita
através da Relação Cintura/Quadril (RCQ), representado pela proporção entre as
circunfencias da cintura e do quadril. Considera-se um RCQ maior que 0,9 como
obesidade andróide, na qual a gordura acumula-se principalmente no tórax e abdome,
chamada de gordura abdominal ou visceral. Considera-se um RCQ menor que 0,9
como obesidade ginóide, onde o acúmulo de gordura ocorre de forma periférica pelo
corpo, no tecido subcutâneo, principalmente em nádegas e coxas. O tipo andróide é o
que mais se relaciona ao maior risco cardiovascular. O RCQ é, pois, uma medida
26
capaz de fornecer informações adicionais sobre risco para DCV em adultos.
Entretanto, embora alguns países tenham elaborado curvas de percentis adequadas
para idade e sexo, ainda não foram definidos pontos de corte adequados para seu uso
clínico e epidemiológico em adolescentes (WHO, 1995, 2000; COUTINHO, 1999;
MANCINI, 2002).
A avaliação da composição corporal também pode ser realizada por
todos laboratoriais ou portáteis, como: bioimpedância elétrica, hidrodensitometria,
espectrometria do K
40
, absorciometria por raios X com dupla energia (DEXA),
hidrometria com H
2
ou O
18
, etc. Entre eles, a bioimpedância elétrica, é o mais
utilizado (SIGULEM et al., 2000; SBEM, 2004; CINTRA et al., 2005). Esses
todos, embora mais precisos, são mais caros quando comparados à antropometria,
o sendo indicados para uso rotineiro em saúde pública ou estudos populacionais.
Entretanto, são de grande utilidade para validação de outros indicadores usados em
pesquisas de avaliação corporal (ESCRIVÃO et al., 2000; SIGULEM et al., 2000).
Idealmente, as medidas de dobras cutâneas, principalmente tricipital e
subescapular, o RCQ, o estágio de maturação sexual e a bioimpedância deveriam ser
associados ao IMC para uma melhor e completa classificação de sobrepeso e
obesidade no adolescente. No entanto, como esses métodos exigem recursos
financeiros determinados, a padronização e o cumprimento da técnica correta para
sua mensuração, assim como o emprego de pontos de cortes apropriados para
diferentes sexos, idades e grupos populacionais, eles se tornam pouco práticos nos
serviços de saúde. Sendo assim, o IMC pode ser considerado o meio mais prático, a
nível populacional, para mensurar e diagnosticar o sobrepeso e a obesidade (WHO,
2000).
1.2.4 Patogenia e Fisiopatologia
O crescimento é um processo caracterizado pelo aumento linear das
estruturas e tecidos que compõem o indivíduo, contínuo, porém não constante
resultante da interação de fatores genéticos, ambientais, constitucionais, emocionais
e nutricionais. É acelerado nos dois primeiros anos as o nascimento, torna-se
27
estável dos dois anos até o início da puberdade, quando apresenta novo aumento de
ritmo no início da puberdade perdurando até o final da adolescência e início da vida
adulta (TANNER, 1962; LOPES, 2004; CINTRA et al., 2005).
As fases de crescimento rápido cursam tanto com aumento no tamanho
das células, a hipertrofia celular, quanto com aumento no número de células, a
hiperplasia celular. No entanto, esta última característica do crescimento celular a
hiperplasia diminui gradualmente com a idade. Enquanto na obesidade no adulto
predomina a hipertrofia celular, na adolescência ocorrem os dois fenômenos. Esse
fato tem importância inquestionável, pois como o número de lulas não pode ser
diminuído com drogas ou outras medidas, os pacientes com obesidade de início
precoce têm número e tamanho de adipócitos aumentados, dificultando ainda mais as
propostas terapêuticas (COUTINHO, 1999; CINTRA et al., 2005).
A fisiopatologia da obesidade ainda não está completamente elucidada.
Essencialmente, ela é causada por um balanço energético positivo cumulativo, que é
determinado pela diferença entre a ingestão e o dispêndio energéticos (calorias
consumidas versus calorias gastas) (WHO, 2000; ESCRIVÃO, 2004; FISBERG,
2005; ACSM, 2007).
A regulação energética em nível molecular se por ação de numerosas
enzimas identificadas no próprio adicito (adipocitocinas), umas agindo na ingestão
alimentar, outras no dispêndio energético e outras atuando nos dois mecanismos.
Entre as principais adipocitocinas, a leptina tem papel de destaque na inibição da
ingestão alimentar e na estimulação do gasto energético. Igualmente importantes são
alguns neuropeptídeos orexígenos e outros anorexígenos, envolvidos diretamente na
regulação da fome e da saciedade. Entre os orexígenos conhecidos, o neuropeptídeo
Y é um dos mais potentes estimuladores da ingestão alimentar dentro do sistema
nervoso central. Sua secreção é inibida pela leptina por um mecanismo de feed-back.
(ESCRIVÃO et al., 2000; ESCRIVÃO, 2004; KIESS et al., 2006; FONSECA-
ALANIZ et al., 2007; SBP, 2008).
Apesar dos importantes avanços científicos na área da biologia molecular
possibilitando o conhecimento de moduladores químicos que participam da
homeostase energética, não se sabe exatamente o grau de interferência que cada uma
dessas substâncias exerce na instalação da obesidade e deve-se considerar a provável
28
interação entre esses moduladores e os determinantes ambientais e comportamentais
na fisiopatologia desta doença (ESCRIVÃO, 2004; KIESS et al., 2006; FONSECA-
ALANIZ et al., 2007; SBP, 2008).
1.2.5 Conseqüências, Complicações e Comorbidades
A obesidade não é apenas um problema estético, haja vista se associar
com alta co-morbidade. É uma doença que pode acarretar complicações tanto de
ordem psicoemocional quanto orgânica e juntamente com outras DCNT tem sido
apontada como importante causa de incapacidade e morte precoce (WHO, 2000,
2003; SBP, 2008).
A obesidade pode estar associada a problemas psicossociais e
psiquiátricos como isolamento social, baixa estima, drogadição, alcoolismo,
tabagismo, depressão, ansiedade, dificuldade com a imagem corporal e com a
sexualidade e tendência ao isolamento social (WHO, 2000; KIESS et al., 2006;
LAMOUNIER et al., 2006).
Doenças endócrinas (diabetes mellitus tipo II, puberdade precoce,
ovários policísticos) e metabólicas (dislipidemias, resistência aumentada à insulina,
síndrome metabólica) podem estar associadas com a obesidade (WHO, 2000;
MELLO et al., 2004; KIESS et al., 2006). A associação entre o excesso de peso e o
diabetes mellitus o-insulino dependente (DMNID) é bem documentada. Cerca de
20% a 25% das crianças e adolescentes obesos apresentam alteração do metabolismo
da glicose (WHO, 2000; SBP, 2008).
Algumas alterações ortopédicas também se relacionam etiologicamente
com a obesidade como coxa vara, lombalgia, artroses, genu valgum assim como
alguns problemas dermatológicos como acantosis nigricans, piodermites e
hirsutismo (WHO, 2000; MELLO et al., 2004; KIESS et al., 2006; LAMOUNIER et
al., 2006; SBP, 2008).
Problemas gastrointestinais, cirúrgicos e neoplásicos também podem
estar associados com a obesidade. Os mais prevalentes são: litíase biliar, esteatose
hepática, aumento do risco cirúrgico, câncer de endométrio, ovário, mama, cólon e
29
próstata (WHO, 2000; MELLO et al., 2004; KIESS et al., 2006).
Doenças pulmonares e cardiovasculares como apnéia do sono, asma,
diminuição da capacidade pulmonar, aterosclerose, acidentes tromboembólicos,
doença cardíaca coronariana e hipertensão arterial podem estar relacionados à
obesidade (WHO, 2000, 2003; MELLO et al., 2004; KIESS et al., 2006;
LAMOUNIER et al., 2006).
Em relação à hipertensão arterial sistêmica, enquanto no adulto
predomina a hipertensão priria, também chamada hipertensão essencial, na
adolescência predomina a secundária, ou seja, conseqüente aos problemas renais,
vasculares, cardíacos, pulmonares e endócrinos, sendo, na maioria das vezes, uma
progressão da HAS da infância. Entretanto, na última década, houve aumento da
prevalência de HAS primária na adolescência, e um dos fatores mais implicados na
gênese dessa hipertensão é a obesidade (WHO, 2000, 2003; SBC et al., 2005, 2006).
No Brasil, as prevalências de HAS primária na adolescência variam de 0,8% a 8,2%
e, assim como ocorre em adultos, demonstra-se freqüente associação de HAS com
sobrepeso/obesidade (AHA, 2003; SBC et al., 2005, 2006; SBP, 2008).
Segundo a American Heart Association (AHA), a presença e a extensão
de lesões ateroscleróticas encontradas em autópsias de crianças e adultos jovens se
correlacionam positiva e significantemente com níveis de LDL-colesterol,
triglicerídeos, pressão arterial sistólica e diastólica, hábito de tabagismo e índice de
massa corporal (AHA, 2003).
Quanto à aterosclerose, sabe-se que ela pode ter início na infância, com o
depósito de gordura (colesterol) na camada íntima das artérias musculares, formando
estrias de gordura. O período de maior progressão das estrias gordurosas para placas
fibrosas ocorre a partir dos 15 anos de idade, podendo progredir para lesões
ateroscleróticas avançadas em poucas décadas e levar à HAS e DCV. A obesidade
associa-se positivamente com as dislipidemias em crianças e adolescentes, sendo
considerada um critério para a triagem de perfil lipídico nesta faixa etária. São
encontradas prevalências de cerca de 50,0% de dislipidemias, nessas faixas etárias,
quando o IMC é acima do percentil 99 para a idade e sexo (WHO, 2000, 2003;
WILLIAMS et al., 2002; AHA, 2003; SBC et al., 2005; SBEM, 2005; RIBEIRO et
al., 2006; SBP, 2008).
30
A obesidade se associa também à ndrome metabólica, aumentando o
risco para DCV. Esta síndrome é uma complicação cada vez mais comum em
adolescentes com obesidade grave. As principais alterações que caracterizam a
síndrome metabólica são: distúrbios do metabolismo da glicose (intolerância a
glicose ou diabetes mellitus tipo II), hipertensão arterial sistêmica, perfil lipídico
adverso (hipertrigliceridemia e/ou baixas concentrações sanguíneas de HDL-
colesterol) e obesidade central ou visceral (WEISS e CAPRIO, 2005; SBC et al.
2006; LOTTENBERG et al., 2007; SBP, 2008).
Embora a principal característica da síndrome metabólica seja a
resistência insunica, outros achados clínicos como doença hepática não alcoólica,
acanthosis nigricans, disfunção endotelial, estados pró-trombóticos, ovários
policísticos e microalbuminúria podem estar presentes (SBC et al., 2005; WEISS e
CAPRIO, 2005; LOTTENBERG et al., 2007).
Não existe consenso para definição de síndrome metabólica em
adolescentes. O Departamento de Nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria
adota o consenso proposto pela Federação Internacional de Diabetes (IDF), que
propõe a mediada da circunferência abdominal >p90 para o sexo, associado a pelo
menos duas das quatro anormalidades: triglicérides 150 mg/dl; HDL-colesterol <
40 mg/dl; pressão arterial sistólica 130mmHg e diastólica 85 mmHg e glicemia
de jejum 100 mg/dl (recomendado o teste de tolerância oral à glicose) ou presença
de diabetes mellitus tipo 2. Esses critérios são indicados para diagnóstico de
síndrome metabólica em adolescentes entre 10 e abaixo de 16 anos. A partir de 16
anos usam-se critérios para adultos (SBP, 2008).
O Estudo do Coração de Belo Horizonte, que examinou a associação do
sobrepeso e da obesidade com perfis de atividade física, pressão arterial (PA) e
lipídeos séricos, em crianças e adolescentes, identificou a presença de fatores de
risco para o desenvolvimento da síndrome metabólica. Praticamente um em cada
cinco participantes (19,3%) apresentou agrupamento de quatro fatores de risco,
presentes simultaneamente em um mesmo indivíduo: nível elevado de colesterol total
(> 200 mg/dL), IMC > percentil 85, pressão arterial sistólica > percentil 90, pressão
arterial diastólica > percentil 90 (RIBEIRO et al., 2006).
A síndrome metabólica é, pois, um agregado de fatores de risco
31
cardiovascular, onde a gordura corporal é um de seus componentes. É encontrada
cada vez mais em adolescentes, reforçando a importância de se diagnosticar, tratar e
principalmente prevenir a obesidade nesta faixa etária (SBC et al., 2005;
LAMOUNIER et al., 2006; LOTTENBERG et al., 2007; SBP, 2008).
1.2.6 Tratamento e Prevenção
Por ser uma doença que afeta todas as faixas etárias, a prevenção efetiva
da obesidade no adulto requer a prevenção e o manejo adequados da obesidade na
adolescência (WHO, 2000; AAP, 2003; AHA, 2003).
Como a obesidade é uma doença multifatorial, ela requer uma
intervenção multidisciplinar, composta por médico, psicólogo, nutricionista,
educador sico e outros. Portanto, diferentes enfoques de tratamento têm sido
investigados, incluindo dieta, exercícios sicos, mudança de estilo de vida, cirurgia e
medicação (ESCRIVÃO et al., 2000; EISENSTEIN, 2000; FLODMARK et al.,
2004). Entretanto, a obesidade é um problema de difícil tratamento e freqüentemente
cursa com insucessos. Na maioria dos estudos realizados com obesos em tratamento,
os insucessos em manter uma redução do peso de forma permanente chegam a 70%
(FISBERG, 2005).
O tratamento medicamentoso da obesidade na infância e na adolescência
segue uma rota diferente do tratamento do adulto. Apesar de muitas drogas estarem
sendo desenvolvidas e estudadas com a promessa de serem usadas para o tratamento
e a prevenção secundária da obesidade da criança e do adolescente, ainda poucas
com estudos suficientes que permitam seu uso com segurança e eficácia nessa faixa
etária. Poucos casos, com indicação precisa, como por exemplo, adolescentes com
níveis de colesterol e de LDL-colesterol acima do percentil 99 para idade e com
história familiar positiva, são tratados com medicamentos (EINSENSTEIN et al.,
2000; SBC et al., 2005; KIESS, 2006). No entanto, contrariando as restritas
indicações de terapia medicamentosa, é alta a prevalência de adolescentes que têm
hábitos não saudáveis para o controle do peso, incluindo o uso de pílulas para dieta
(NEUMARK-SZTAINER et al., 2006).
32
Segundo o American College of Sports Medicine (ACSM), o estilo de
vida moderno está impulsionando a atual epidemia de obesidade por favorecer o
consumo excessivo aliado ao comportamento sedentário. Portanto, atividade sica e
nutrição saudável formam a base da prevenção e do tratamento da obesidade
(ACSM, 2007).
A American Academy of Pediatrics (AAP) estabeleceu recomendações
para o tratamento da obesidade infantil: identificar pacientes em risco (história
familiar, peso ao nascer, fatores socioeconômicos, étnicos, culturais ou
comportamentais); cálculo do IMC pelo menos uma vez ao ano; promover o
aleitamento materno; envolvimento dos pais e educadores na mudança dos padrões
alimentares; encorajar a autonomia da criança no controle da sua ingestão alimentar;
normatizar rotineiramente a atividade física; limitar o tempo dedicado à TV e⁄ou
vídeo; monitorar fatores de risco associados à obesidade como HAS, intolerância a
glicose, dislipidemia, hiperinsulinemia e sintomas da síndrome de apnéia do sono;
sensibilizar pais, professores e outros profissionais que lidam com esta faixa etária
para a discussão e adesão de hábitos saudáveis para o controle do sobrepeso e
obesidade e reinvidicar recursos blicos e privados para planos estratégicos de
prevenção e tratamento da obesidade (AAP, 2003).
A autonomia da criança no controle da sua ingestão alimentar merece
importância no tratamento da obesidade. O nível de conhecimento modifica a relação
entre a obesidade e as práticas alimentares saudáveis, pois a obesidade associa-se
inversamente com esse grau de conhecimento (TRICHES e GIUGLIANI, 2005).
No que se refere à atividade física, a sua ação benéfica estende-se a
rios sistemas: músculo-esquelético, cardiovascular, respiratório, endócrino,
metabólico e reprodutor. A atividade física e o exercício previnem efetivamente a
ocorrência de DCV, AVC, HAS, câncer do cólon e de mama, DMNID, fraturas
ortopédicas, doenças vesiculares, obesidade, depressão e ansiedade, além de
retardarem a mortalidade (ACSM, 2007).
As orientações do ACSM (2007) são para que o treinamento sico ideal
envolva grandes grupos musculares, com freqüência de 3 a 4 vezes por semana,
duração menor que 45 minutos por dia, usando atividades lúdicas intermitentes. A
SBC, juntamente com o Departamento de Nutrologia da Sociedade Brasileira de
33
Pediatria (SBP), propõe diretrizes para atividade sica e para a adoção de um estilo
de vida ativa iniciando-se precocemente (a partir de dois anos de idade) e mantendo-
se por toda a vida adulta. Orienta que as atividades físicas sejam prazerosas, no lazer
ou sob forma de exercícios programados ou em atividades esportivas, no nimo três
a quatro vezes por semana, para adquirir aptidão física (“fitness”) (SBC et al., 2005).
Todas as recomendações devem ser direcionadas para que o profissional de saúde, a
escola e a família atuem como multiplicadores dessas orientações (EISENSTEIN,
2000; SBC et al., 2005; ACSM, 2007).
Quanto às orientações alimentares, o aumento da prevalência da
obesidade no mundo alerta para a necessidade de programas de prevenção como:
estimular o aleitamento materno em percentual e duração; dieta de desmame melhor
orientada com adequada ingestão de gorduras até os dois anos; desencorajar a
ingestão de gordura e estimular a ingestão de carboidratos e fibras após os dois anos;
desencorajar o uso de alimentos como “recompensa” para resolver problemas de
ordem emocional e, por fim, fazer um apelo aos órgãos do governo, aos meios de
comunicação e à mídia para limitar os comerciais de alimentos o saudáveis em
horários permitidos para o público infantil (EINSENSTEIN et al., 2000; WHO, 2000,
2003; ALMEIDA et al., 2002; CAROLI e LAGRAVINESE, 2002).
A TV tem papel influente na escolha de produtos alimentares
(ALMEIDA et al., 2002; DUTRA et al., 2006). Estudo analisando comerciais na TV
brasileira mostrou que comerciais de alimentos são os de maior freqüência (60,0%)
nos três horários analisados (manhã, tarde e noite), envolvendo alimentos geralmente
com altos teores de gorduras, açúcares e sal (ALMEIDA et al., 2002).
Resumidamente, existem essencialmente seis relevantes níveis de
intervenção que precisam ser envolvidos na prevenção da obesidade na adolescência:
família, escola, profissionais de saúde, governo, indústria e mídia. São necessárias
ações concomitantes em todos esses níveis de intervenção para se obter sucesso nos
programas de prevenção (WHO, 2000; FLODMARK et al., 2004; SBP, 2008).
1.2.7 Fatores Associados
A etiologia multifatorial da obesidade pode envolver fatores genéticos,
intra-uterinos, ambientais, culturais, dietéticos, psicológicos e socioeconômicos
34
(WHO, 2000; DAMIAMI et al., 2005; FISBERG, 2005; LAMOUNIER et al., 2006;
SBP, 2008).
Alguns fatores têm sido descritos como associados ao aparecimento da
obesidade na adolescência: o aumento exagerado de ganho ponderal na gestação; o
desmame precoce; a introdução inadequada da alimentão complementar; o uso de
fórmulas lácteas; os distúrbios de comportamento alimentar; a relação familiar
problemática; a baixa auto-estima; o sedentarismo; a dieta excessiva e mal
balanceada e a influência da mídia através de propagandas de incentivo ao consumo
de alimentos não saudáveis (ESCRIVÃO et al., 2000; WHO, 2000; FISBERG, 2005;
KIESS et al., 2006; LAMOUNIER et al., 2006; ACSM, 2007; COSTA e MARTINS,
2007).
Estima-se que a obesidade possa ser determinada em 33,0% pela
hereditariedade e em 66,0% pelo ambiente. Sabe-se que os fatores genéticos e
ambientais atuam em conjunto na apresentação clínica da obesidade. No entanto,
preconiza-se que os genéticos exerçam influência prioritariamente sobre a
distribuição da gordura, principalmente na pré-disposição de depósito visceral de
gordura e que os ambientais desempenhem um papel predominante no
desenvolvimento da doença (WHO, 2000; PINHEIRO et al., 2004; FISBERG, 2005;
LAMOUNIER et al., 2006).
Os fatores genéticos tornam-se bastante evidentes quando são avaliadas
associações existentes entre a obesidade e certas ndromes genéticas como: Prader-
Willi, Cohen, Laurence-Moon-Biedl-Bardet, Wiedemann-Beckwith, Sotos, Alström,
Carpenter e Down (ESCRIVÃO et al., 2000; FISBERG, 2005; LAMOUNIER et al.,
2006).
Cerca de 400 genes que codificam substâncias moleculares relacionadas
com a regulação do peso corporal foram isolados (SBP, 2008). Mas como acontece
com a maioria das doenças crônicas, a carga genética modula uma suscetibilidade, e
o a certeza de sua manifestação (WHO, 2000; DAMIAMI et al., 2005; FISBERG,
2005). Entretanto, nota-se uma relação quase direta entre pais e filhos obesos.
Estima-se que 80% das crianças que tem pais e mães obesos tornaram-se obesos
também. Quando só um dos pais é obeso, a chance é de 40% a 50%, e se nenhum dos
pais é obeso o risco é de 9% a 14% (COUTINHO, 1999; FISBERG, 2005;
35
DAMIAMI et al., 2005).
Os antecedentes familiares de obesidade são importantes também em
estudos de risco para doença cardiovascular. Considera-se risco familiar para doença
cardiovascular se esta estiver presente em pais, avós e tios antes de 55 anos para o
sexo masculino e 65 anos para o feminino. Esses antecedentes devem ser ainda mais
valorizados em casos de adolescentes com sobrepeso/obesidade (SBP, 2008).
Adicionalmente, estudos com gêmeos monozigóticos, gêmeos
heteroziticos e irmãos adotivos mostraram maior semelhança do IMC entre os
homozigóticos, independente do ambiente em que cresceram, reforçando a
participação da herança genética nesse processo (STUNKARD et al., 1986;
FISBERG, 2005; DAMIAMI et al., 2005).
Alguns eventos intra-uterinos, como a desnutrição e a hiperinsulinemia,
também podem interferir na etiologia da obesidade. A desnutrição durante o e
trimestres da gestação pode estar associada com maior prevalência de obesidade no
concepto, quando comparada à desnutrição no último trimestre (CINTRA et al.,
2005; LAMOUNIER et al., 2006). Baixo peso ao nascer parece aumentar o risco de
doenças cardiovasculares em adultos assim como sobrepeso ao nascer parece ser um
preditor de risco de obesidade (SBEM, 2005; SBP, 2008).
Os fatores extra-uterinos são provavelmente os mais importantes na
maioria dos casos de obesidade (WHO, 2000; EISENSTEIN, 2000; FISBERG, 2005;
LAMOUNIER et al., 2006). O ambiente familiar é uma variável importante,
incluindo o tamanho da família, o grau de instrução, a renda familiar, a ocupação, a
área de moradia (rural ou urbana), o número de horas de televisão (TV) por dia e os
hábitos alimentares (DUTRA et al., 2006; GUIMARÃES et al., 2006; RIBEIRO et
al., 2006). Quanto à alimentação, a ingestão exagerada de alimentos, conferindo
aporte calórico excessivo em relação ao gasto energético é, indiscutivelmente, o
principal fator na etiologia da obesidade (EISENSTEIN, 2000; WHO, 2000, 2003;
LAMOUNIER, 2006).
A POF de 2002-2003 constatou mudanças no padrão de consumo
alimentar na população brasileira entre as cinco regiões brasileiras, entre as áreas
urbana e rural e entre os estratos sociais. Foram observados nessa pesquisa: aumento
no consumo de alimentos com alto teor de açúcares refinados; diminuição no
36
consumo de frutas e hortalas; aumento no consumo de gorduras saturadas;
diminuição no consumo de alimentos ditos tradicionais” como arroz e feijão;
aumento no consumo de alimentos industrializados como bolachas e refrigerantes,
esses últimos com aumentos de 400% em seu consumo; preferência por alimentos de
alta densidade energética e mudanças quanto ao local de realização das principais
refeições (IBGE, 2004). Essas mudanças no consumo alimentar podem ter
contribuído para o predomínio de distúrbios nutricionais originados do consumo
alimentar excessivo e da atividade física insuficiente sobre distúrbios originados da
alimentação escassa e do gasto energético em crianças e adolescentes no Brasil
(IBGE, 2006).
Ainda relacionando a obesidade com a alimentação, admite-se o efeito
protetor do aleitamento materno contra a obesidade. Quanto maior o tempo de
aleitamento materno, maior é esta proteção (ESCRIVÃO et al., 2000; WHO, 2003;
BALABAN e SILVA, 2004; HARDER et al., 2005; SBEM, 2005; LAMOUNIER,
2006; SBP, 2008). Um estudo de metanálise observou que cada mês de aleitamento
materno está associado com 4,0% de decréscimo de risco de obesidade (HARDER et
al., 2005).
A atividade física tem papel fundamental na etiologia da obesidade, pois
regula diretamente o peso corporal, o gasto energético, os estoques de tecido adiposo
e o consumo de alimentos (WHO, 1995, 2000, 2003; FISBERG, 2005; SBEM, 2005;
ACSM, 2007).
O sobrepeso e a obesidade na adolescência podem variar também
segundo o sexo e a raça (WHO, 2000). As prevalências de obesidade geralmente são
maiores no sexo feminino, embora haja predomínio de sobrepeso no masculino.
Comprova-se que as mulheres têm maior afinidade por carboidratos na fase pré-
puberal enquanto os homens preferem as protnas. As a fase puberal, ambos os
sexos aumentam a preferência por gorduras, em resposta às mudanças nos níveis de
esteróides gonadais. Entretanto, essa mudança ocorre de forma mais precoce e
duradoura entre as mulheres, podendo contribuir com a maior tendência ao acúmulo
de gordura corporal no sexo feminino (WHO, 2000).
Estudos realizados por MONTEIRO et al. (2004), analisando fatores de
risco sociais, familiares, comportamentais e psicológicos para obesidade em
37
adolescentes, concluíram que todos os fatores de riscos associados com a obesidade
variaram conforme o sexo, sendo importante estratificar por sexo os dados de estudos
sobre obesidade.
FREEDMAN et al. (2000) analisaram os dados de 4.542 garotas negras e
4.542 garotas brancas, com idades de 5 a 17 anos, que participaram do Bogalusa
Heart Study, realizado em Louisiana-EUA, entre o período de 1973 a 1994, e
mostraram que as de raça negra tinham cerca de 1 a 3 kg a mais que as de raça
branca. As diferenças entre as raças branca e negra se refletem nas prevalências de
sobrepeso e obesidade: a raça negra parece ser mais susceptível ao desenvolvimento
de sobrepeso e obesidade, o que pode, em parte, contribuir com as altas prevalências
de diabetes, hipertensão e doença cardiovascular neste grupo étnico. Na raça negra,
essa susceptibilidade deve-se principalmente a fatores biológicos, como a
concentração e distribuição da gordura corporal total. Na branca, os fatores
ambientais são mais importantes (DUTRA et al., 2006).
O nível socioeconômico também tem associação com a prevalência da
obesidade (WHO, 2000; MANCINI, 2002; FISBERG, 2005; DUTRA et al., 2006).
Estudo dos fatores associados ao sobrepeso em escolares de Cuiabá/MT, mostrou
maior prevalência de obesidade nos seguimentos de melhor renda e melhor vel de
escolaridade materna (GUIMARÃES et al., 2006). Outras variáveis, como estudar
em escola privada e ser uninito, também podem mostrar associação com a
obesidade, reforçando a inflncia do fator socioeconômico e do ambiente familiar
no desenvolvimento dessa doença (GUIMARÃES et al., 2006).
TERRES et al. (2006) encontraram associação do sobrepeso e obesidade
em adolescentes com o relato da aparência física de obesidade dos pais e com o
baixo grau de escolaridade do adolescente.
O sobrepeso e a obesidade em adolescentes podem ainda estar associados
ao relato do adolescente estar sob dieta ou omitir refeições, não se determinando,
entretanto, causalidade ou fatores de risco e proteção entre estas últimas associações.
Deve-se, portanto, interpretar essas associações com cautela devido à possibilidade
de causalidade reversa, ou seja, a exposição estudada pode ser influenciada pela
ocorrência do desfecho (DUTRA et al., 2006; TERRES et al., 2006).
38
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Estimar a prevalência de sobrepeso/obesidade e analisar os fatores
associados em adolescentes de 10 a 19 anos de idade residentes no município de
Sinop-MT no ano de 2007.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
2.2.1 Caracterizar o perfil demográfico, socioeconômico e o estado nutricional da
população de estudo.
2.2.2 Estimar a prevalência de sobrepeso/obesidade segundo variáveis demográficas
e socioeconômicas.
2.2.3 Classificar os níveis pressóricos dos adolescentes.
2.2.4 Estimar a associação entre sobrepeso/obesidade e as variáveis demográficas,
socioeconômicas, estilo de vida e morbidades.
39
3. MÉTODO
Esta pesquisa faz parte de um projeto maior intitulado Segurança
alimentar e nutricional da população residente na área de inflncia da BR-163
(Figura 1), que é um estudo aprovado e financiado pelo CNPq e executado por
pesquisadores do Instituto de Saúde Coletiva (ISC) e Faculdade de Nutrição
(FANUT) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e pela Secretaria de
Estado de Saúde de Mato Grosso (SES-MT) nos municípios de Sinop, Sorriso, Alta
Floresta e Diamantino.
A delimitação da área de influência da BR-163 que liga Cuiabá-Santarém
considerou os conceitos de regionalização do PAS (Plano Amazônia Sustentável) e
da Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR). A área total soma 974
mil km
2
. É um plano de desenvolvimento baseado num conjunto de políticas públicas
estruturadas com destaque para a pavimentação da BR-163 buscando a inclusão
social e a conservação dos recursos naturais (BRASIL, 2004).
Figura 1 Área de inflncia da BR-163 (BRASIL, 2004).
Fonte: Ministério da Integração Nacional (MI).
40
3.1 TIPO, LOCAL E CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO
Trata-se de estudo de corte transversal de inquérito alimentar realizado
no município de Sinop-MT.
O município de Sinop localiza-se na região amanica, centro norte do
Estado de Mato Grosso, às margens da rodovia BR-163, que liga Cuiabá-MT a
Santarém-PA, a uma distância de cerca de 500 km de Cuiabá, capital do Estado de
Mato Grosso. O nome do município é uma sigla de Sociedade Imobiliária Noroeste
do Paraná (SINOP), empresa responsável pela colonização do norte de Mato Grosso.
A população total estimada de Sinop-MT para 2005 foi de
aproximadamente 99.121 habitantes, sendo 20.451 adolescentes (20,63%) e
densidade demográfica de 23,4 habitantes⁄km². A renda per capita familiar mensal
em 2005 foi de R$ 340,40 (MS-DATASUS, 2005).
3.2 POPULAÇÃO DO ESTUDO E DELINEAMENTO DA AMOSTRA
O estudo foi realizado com adolescentes residentes na área urbana do
município de Sinop-MT.
O lculo da amostra do projeto principal, por ser um inquérito mais
amplo, baseou-se em vários objetivos traçados pelo mesmo, e o seu plano de
amostragem foi realizado abrangendo todas as faixas etárias, necessárias para o
estudo.
Levando-se em conta o ano da idealização e da aprovação pelo CNPq do
projeto maior ter sido 2005, os dados populacionais de referência são os estimados
pelo IBGE para o ano 2005 e os dados do Censo 2000.
Nesta pesquisa, para o município de Sinop-MT, utilizaram-se os dados
coletados no projeto principal referentes aos adolescentes, que corresponde à faixa
etária de 10 a 19 anos.
O plano de amostragem geral foi realizado em duas etapas, utilizando-se
o método de amostragem aleatória simples. Primeiro determinou-se o número de
moradores a ser selecionado no município, depois o número de domicílios
41
selecionados proporcionalmente distribuídos por setores censitários. A aleatorização
foi necessária para a distribuição geográfica homogênea da amostra, garantindo a
participação dos diferentes setores do município estudado (Quadro 1).
Quadro 1 Distribuição da população total, número de setores censitários,
domicílios e moradores por domicílio do município de Sinop-MT (IBGE, 2005).
Município
População
Total
Setores
Censitários
Domicílios Moradores por Domicílio
Sinop
99.121 75 26.016 3,81
Fonte: IBGE Censos Demográficos e Contagem Populacional; para os anos intercensitários,
estimativas preliminares dos totais populacionais, estratificados por idade e sexo pelo MS/SE/Datasus,
2005.
Com as informações do Quadro 1 foi calculado o tamanho da amostra da
pesquisa para a cidade de Sinop-MT. Com um nível de confiança de 95%, isto é,
96,1
2/
=
α
Z
e considerando uma proporção de 0,5 (p=0,5)
e
com um erro de estimação
de 3,5% (d=0,035), calculou-se um número de 778 moradores (Quadro 2).
Quadro 2 Distribuição do tamanho da amostra segundo a faixa etária, para o
município de Sinop-MT, considerando uma proporção de 0,5% e um erro de
estimação de 3,5%.
Faixa Etária Amostra w
i
Até 4 anos 89 0,1144
5 a 9 anos 87 0,1118
10 a 19 anos 161 0,2069
20 a 59 anos 411 0,5283
Igual ou maior que 60 anos 30 0,0386
Total 778 1,0000
42
O
número total de domicílios a ser considerado na pesquisa foi
determinado dividindo-se o número de moradores (amostra) pelo número médio de
moradores por domicílio. A alocação do total de setores censitários (estratos)
selecionados no município foi proporcional ao número de domicílios no município,
com a condição de ter domicílios em todos os setores da amostra (Quadro 3).
Quadro 3 Distribuição do tamanho da amostra (N), número de moradores por
domicílio e total de domicílios do município de Sinop-MT.
Município Amostra (N) Moradores por Domicílio
Total de Domicílios
da Amostra
Sinop
778 3,81 205
A alocação do total de setores censitários (estratos) selecionados no
município foi proporcional ao número de domicílios no município, com a condição
de ter domicílios em todos os setores da amostra.
Prevendo a perda de domicílios por entrevistas não realizadas na etapa da
coleta de dados, proveniente da seleção de domicílios que não fariam parte da
população alvo da pesquisa como domicílios vagos, de uso ocasional ou coletivo e
da perda em domicílios eleitos onde a entrevista não pudesse ser realizada, por
recusa à entrevista, por domicílio fechado, etc., optou-se por selecionar, um número
maior de domicílios do que aquele estipulado durante o planejamento da amostra. Foi
definido um acréscimo baseado numa proporção esperada de entrevistas o
realizadas, em vez de substituir domicílios. Estipulou-se um aumento de 20% no
número total de domilios para compensar a não resposta, acarretando assim um
acréscimo de 41 domicílios (Quadro 4).
43
Quadro 4 Distribuição do número corrigido de domicílios em cada setor e
acréscimo de 20% no total de domicílios do município de Sinop-MT.
Município
Total de
Domicílios
Acréscimo
(20%)
Total
corrigido de
Domicílios
Setores
Domicílios
por Setor
Censitário
Sinop
205 41 246 75 3
De posse do total de domicílios listados e do número de domicílios a
seram efetivamente selecionados por setor, realizou-se a seleção aleatória sem
reposição dos domicílios, em cada setor.
3.2.1 Critérios de Inclusão
Foram incluídos no estudo os adolescentes de 10 a 19 anos, de ambos so
sexos, residentes na zona urbana do município de Sinop-MT.
3.2.2
Critérios de Exclusão
Foram excluídos adolescentes indígenas, gestantes, domésticas,
portadores de alguma deficiência física ou mental e portadores de doenças crônicas
incapacitantes.
3.3 VARIÁVEIS DO ESTUDO
Por meio dos questionários aplicados nas entrevistas domiciliares,
destinadas ao projeto principal, foram selecionadas as variáveis de interesse para esta
pesquisa em particular (Anexos 1 a 8).
As variáveis socioeconômicas e demográficas selecionadas foram:
44
Idade: em anos completos. Calculada através da data da entrevista e da data de
nascimento do adolescente.
Sexo: masculino; feminino.
Cor: branca; preta; parda; amarela; indígena. Classificação segundo o IBGE
(2004).
Local de nascimento: cidade; Estado
.
Situação conjugal: solteiro; casado; desquitado/separado/divorciado; viúvo.
Classificação segundo o IBGE (2004).
Grau de escolaridade do adolescente, classificado por grau de estudo segundo o
IBGE (2004): nenhuma; classe de alfabetização; 1° grau incompleto; grau
completo; grau incompleto; grau completo; superior incompleto; superior
completo; pós-graduado. Depois categorizada em <8 ou >8 anos de estudo.
As variáveis domiciliares selecionadas foram:
Tipo de domicílio: alvenaria com acabamento completo; alvenaria com
acabamento incompleto; madeira.
Situação de posse do domicílio: próprio, quitado; pprio, não quitado; alugado.
Total de cômodos do domilio: 5; 6 a 7; 8.
mero de moradores no domicílio: <5; 5; 6. Apenas os residentes atualmente
e até o dia da entrevista.
Total de bens/equipamentos no domicílio: <7; 7 a 8; 9.
mero de crianças menores de 5 anos no domicílio: nenhuma; 1; 2.
As variáveis familiares selecionadas foram:
Grau de escolaridade do chefe da família: segue a mesma classificação de grau de
escolaridade do adolescente.
Situação conjugal do chefe da família: semelhante à classificação de situação
conjugal do adolescente.
Renda mensal familiar per capita, categorizada em salários mínimos per capita
de acordo com o IBGE (2004): até 0,25; mais de 0,25 a 0,5; mais de 0,5 a 1; mais
de 1 a 2; mais de 2 a 3; mais de 3 a 5 e mais de 5.
Classificação Socioeconômica da ABEP: classes A1; A2; B1; B2; C1; C2; D; e E.
Classificados segundo o Critério de Classificação Econômica Brasil (CCEB),
45
pela Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP), que leva em conta
nove critérios (posse de geladeira e freezer, máquina de lavar roupa, vídeo cassete
ou DVD, aparelho de TV em cores, rádio, banheiro, automóvel, empregada
doméstica e o nível de instrução do chefe da família) (ABEP, 2008).
As variáveis relativas ao estilo de vida selecionadas foram:
Tabagismo: fumante; ex-fumante; nunca fumou.
Etilismo nos 30 dias precedentes ao inquérito: sim; não.
Atividades físicas realizadas pelos adolescentes: caminhada; vôlei; musculação;
ginástica; hidroginástica; balé; bicicleta; corrida; futebol; lutas; natação;
basquete; brincadeira de rua ativa; brincadeira de rua passiva; outras atividades.
Outras atividades realizadas pelos adolescentes: tomou conta de criança menor de
3 anos; passou roupa; lavou roupa no tanque; fez faxina em casa; fez limpeza no
quintal; foi a para o trabalho, colégio, etc.; foi de bicicleta para o trabalho,
colégio, etc.; assistiu aula no colégio, faculdade; estudou ou leu em casa.
Características da prática de atividades sicas pelos adolescentes: vezes por
semana e horas por vez em que praticou atividades físicas.
Horas de TV: por dias de semana; por dias de final de semana.
Hábito de almar assistindo TV: sim; não.
As variáveis das medidas antropométricas selecionadas foram:
Peso em quilogramas (kg).
Estatura em centímetros (cm).
As medidas peso e estatura foram realizadas segundo material e
procedimentos padronizados. A classificação nutricional foi feita utilizando-se o
IMC segundo o Center for Disease Control and Prevention (CDC, 2000). Após o
cálculo do IMC, identificou-se o percentil de IMC através das curvas de percentis de
IMC diferenciadas por sexo e idade. Após a identificação do percentil de IMC,
atribuiu-se ao adolescente a sua categoria nutricional (Anexos 9, 10, 11, 12 e 13).
Considera-se sobrepeso quando o percentil de IMC for de 85 até abaixo
de 95 e obesidade quando for igual ou superior a 95 (CDC, 2000).
A variável pressão arterial foi medida em milímetros de mercúrio
(mmHg).
46
Neste estudo, para adolescentes até 17 anos de idade, foi considerado
caso de adolescente hipertenso aquele que apresentou valor diferente do considerado
normal segundo o IV Consenso para Diagnóstico, Avaliação e Tratamento de
Hipertensão Arterial em Crianças e Adolescentes (AAP, 2004). Para os adolescentes
> 18 anos foi considerado caso de adolescente hipertenso aquele que apresentou
valores diferentes do considerado normal ou limítrofe segundo V Diretrizes
Brasileiras de Hipertensão Arterial (SBC, SBH, SBN, 2007) (Anexos 14, 15 e 16).
Considera-se hipertensão arterial quando os valores de pressão sistólica
e/ou diaslica forem maiores ou iguais ao percentil 95 para sexo, idade e percentil
de altura, em três ocasiões distintas (AAP, 2004; SBC et al., 2005) (Anexos 14, 15 e
16).
Vale salientar que os valores utilizados como referência nas tabelas de
percentis de pressão arterial foram obtidos através de estudos com a população
americana, tendo sido adotadas neste estudo por não haver dados representativos
para a população brasileira (Anexos 17, 18, 19 e 20).
3.4 COLETA DE DADOS
As entrevistas domiciliares foram realizadas por dez auxiliares de
pesquisa (entrevistadores) devidamente treinados, que trabalharam em duplas. Cada
uma das cinco duplas de entrevistadores foi uma composta por uma nutricionista
graduada, residente em Cuiabá e uma técnica de enfermagem, residente em Sinop.
As duplas, ao se apresentarem aos domicílios, portavam uma carta de apresentação
da pesquisa (Anexo 21).
O treinamento dos entrevistadores foi realizado pela equipe de supervisores
da pesquisa, em Cuiabá, no peodo de 07 a 13 de dezembro de 2006 e visou padronizar
os procedimentos para obtenção das informões. A equipe de supervisores foi composta
por profissionais graduados (nutricionista, enfermeiro, fisioterapeuta, médico, estatístico
e professor de educação física) e residentes em Cuiabá. Três destes supervisores se
deslocaram a Sinop para acompanhar diariamente a coleta de dados. O trabalho de
campo foi realizado entre fevereiro e abril de 2007.
47
Por meio de entrevista domiciliar foi aplicado um questionário
padronizado que, embora não validado como um todo incluiu questionários validados
em seu conjunto. As perguntas dos questionários foram posteriormente codificadas e
contemplaram informações sobre a identificação e caracterizão dos moradores do
domicílio, a unidade domiciliar, estilo de vida dos adolescentes, atividades físicas,
domésticas, de estudo ou trabalho, tempo por dia que assiste TV, hábitos de almar
assistindo TV, tabagismo, etilismo e morbidade referida incluindo as doenças
apresentadas nos últimos 15 dias e a conduta terapêutica adotada em cada caso.
Além dos questionários, foram realizadas as medidas de peso, estatura e
pressão arterial.
3.5 ESTUDO PILOTO
Um estudo piloto foi realizado com a finalidade de verificar e aprimorar
a habilidade dos auxiliares de pesquisa em aplicar os questionários e usar
adequadamente os formulários, as fichas e o manual, assim como realizar as medidas
antropométricas e outros procedimentos propostos. Este piloto ocorreu logo após o
treinamento dos entrevistadores, no Centro de Saúde Novo Colorado em Cuiabá-MT,
no período de 18 a 19 de dezembro de 2006. Os dados coletados nos questiorios
aplicados neste piloto não foram utilizados na pesquisa.
Outro estudo piloto foi realizado nos dias 31 de janeiro e 01 e 02 de
fevereiro de 2007 na cidade de Sinop. Os dados obtidos neste piloto também o
foram utilizados na pesquisa.
3.6 ALISE ESTATÍSTICA
Os dados foram digitados no programa Epi Info 2000, versão 3.3.2, em
dupla digitação, para comparação dos dados e verificação de inconsistências.
Inicialmente, as variáveis categóricas foram descritas por meio de frequências absolutas
e relativas com intervalo de confiança de 95% [IC (95%)]. As variáveis contínuas
foram apresentadas por médias e desvios-pado de forma categorizada. Após estimada a
48
prevalência de sobrepeso/obesidade, a força de associação foi mensurada usando-se a
odds ratio (OR) e IC (95%) para as variáveis independentes, considerando o teste de
qui-quadrado de Pearson. Para as tabelas 2x2, foi considerado o teste exato de Fisher
quando as caselas apresentaram frequências menores que cinco.
Para analisar o efeito das variáveis explicativas na ocorrência de
sobrepeso/obesidade, aplicou-se a análise de Regressão Lostica ltipla
Incondicional. Para tal, foram selecionadas inicialmente as variáveis independentes
que apresentaram p<0,20 na análise bivariada. Tais variáveis foram testadas
separadamente para cálculo das odds ratios (OR) brutas. Posteriormente, foram
ordenadas de acordo com a sua significância, entrando no modelo a partir do método
stepwise forward selection, considerando-se critério para a permanência ou a retirada
das mesmas, as alterações sofridas pela OR e a razão de verossimilhança (likelihood
ratio) , obtendo-se o modelo final com um nível de significância de 5%. Utilizou-se
os programas Epi-info 2000, versão 3.3.2 e o SPSS versão 11.0 for Windows.
3.7 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS
O estudo foi submetido à apreciação do Comide Ética em Pesquisa do
Hospital Universitário Júlio Müller (CEP-HUJM), credenciado pela Comissão
Nacional de Ética em Pesquisa do Ministério da Saúde (CONEP-MS). Foi aprovado
em 22 de fevereiro de 2007, Protocolo N
o
311/CEP-HUJM/07 (Anexo 22).
Os adolescentes foram incldos nesta pesquisa somente após o
consentimento livre e esclarecido do responsável e/ou do próprio adolescente (Anexo 23).
Como benefício direto para os participantes, foram enviadas cartas e
relatórios da avaliação de PA e IMC para as famílias dos adolescentes identificados
com obesidade e/ou hipertensão, com orientação para que levassem o relatório para o
dico da Unidade Básica de Saúde adstrita à resincia para reavaliação e
acompanhamento do adolescente.
49
4 RESULTADOS
Nos 246 domicílios que participaram do estudo na cidade de Sinop-MT,
foram encontrados 132 adolescentes elegíveis para o estudo, com uma perda de 9,8%
de perdas, por recusas (N=10) e por não realizarem a antropometria apesar de terem
respondido o questionário (N=3). Foi excluído um adolescente portador de
deficiência física. Dessa forma, a população estudada nesta pesquisa foi de 118
adolescentes.
Entre as perdas (N=13), sete tinham entre 10 e 14 anos e seis mais de 14,
o houve predonio de sexo (seis feminino e sete masculino), seis eram de cor
branca e sete de cor parda, quatro nascidos em Sinop sendo nove matogrossenses, e a
maioria (nove) estava cursando o 1º grau no ano da pesquisa.
Dos 118 adolescentes incluídos no estudo, 50,8% eram do sexo feminino
e 54,2% tinham idade entre 10 e 14 anos, sendo a média de idade de 14,4 anos
(DP
+
2,9).
A amostra constituiu-se majoritariamente de pardos (53,4%), solteiros
(94,9%), nascidos em outros municípios (59,3%) e matogrossenses (72,0%).
Percebeu-se ainda que parcela considerável dos adolescentes (40,7%) nasceram em
Sinop-MT, município onde se realizou o inquérito. Em relação ao nível de
escolaridade, a maioria dos adolescentes (72%) tinha menos de oito anos de estudo
(Tabela 1).
50
Tabela 1 Características demográficas e socioeconômicas dos adolescentes
residentes no município de Sinop-MT, 2007.
Variáveis N % IC
¥
95%
Sexo (n=118)
Masculino 58 49,2 39,8-58,5
Feminino 60 50,8 41,5-60,2
Idade (n=118)
10 a 14 anos 64 54,2 44,8-63,4
Mais de 14 anos 54 45,8 36,6-55,2
Cor (n=118)
Branca 48 40,7 31,7-50,1
Preta 7 5,9 2,4-11,8
Parda 63 53,4 44,0-62,6
Situação conjugal (n=117)
Solteiro 111 94,9 89,2-98,1
Casado 6 5,1 1,9-10,8
Cidade de nascimento (n=118)
Sinop 48 40,7 31,7-50,1
Outras cidades 70 59,3 49,9-68,3
Estado de nascimento (n=118)
Mato Grosso 85 72,0 63,0-79,9
Outros Estados 33 28,0 20,1-37,0
Grau de escolaridade (n=118)
< 8 anos 85 72,0 63,0-79,9
8 anos 33 28,0 20,1-37,0
¥
IC=Intervalo de Confiança.
Verificou-se que 71,4% dos adolescentes viviam em domicílios de
alvenaria, sendo a maioria (62,6%) próprio e quitado. Do total de domicílios, 82,2%
tinham entre quatro e sete cômodos e 77,1% apresentavam cinco moradores ou
menos. Em 76,3% dos domicílios, não havia crianças menores de 5 anos. Em relação
51
aos equipamentos/bens domésticos, 52,5% dos domicílios tinham nove ou mais
equipamentos da lista utilizada para classificação (Tabela 2).
Tabela 2 Características domiciliares dos adolescentes residentes no município de
Sinop-MT, 2007.
Variáveis N % IC
¥
95%
Tipo de domicílio (n=105)
Alvenaria com acabamento completo
36
34,3
25,3
-
44,2
Alvenaria com acabamento
incompleto
39
37,1
27,9
-
47,1
Made
ira
30
28,6
20,2
-
38,2
Domilio
(n=115)
Próprio, quitado
72
62,6
53,1
-
71,5
Próprio, não quitado
14
12,2
6,8
-
19,6
Alugado
29
25,2
17,6
-
34,2
Total de cômodos (n=118)
< 4
6
5,1
1,9
-
10,7
4 a 5
57
48,3
39,0
-
57,7
6 a 7
40
33,9
25,4
-
43,2
8
15
12,7
7,3
-
20,1
Número de pessoas no domicílio
(n=118)
< 5
57
48,3
39,0
-
57,7
5
34
28,8
20,8
-
37,9
6
27
22,9
15,7
-
31,5
Total de equipamentos (n=118)
< 7
31
26,3
18,6
-
35,2
7 a 8
25
21,2
14,2
-
29,7
9
62
52,5
43,1
-
61,8
Número
de crianças menores de cinco
anos (n=118)
Nenhuma
90
76,3
67,6
-
83,6
1
22
18,6
12,1
-
26,9
2
6
5,1
1,9
-
10,7
¥
IC=Intervalo de Confiança.
52
Quanto ao chefe da família, 59% cursaram o grau incompleto e 75,2%
eram casados. A maioria (92,3%) das famílias entrevistadas tinha renda familiar per
capita mensal de até dois salários mínimos, sendo que, destes, em 40,2% essa renda
era de até 0,5 salário mínimo. Dos domicílios entrevistados, 78% pertenciam às
classes socioeconômicas C1, C2 e D (Tabela 3).
Tabela 3 Características familiares dos adolescentes residentes no município de
Sinop-MT, 2007.
Variáveis N %
IC
¥
95%
Escolaridade do chefe da família (n=117)
Nenhum
11
9,4
4,8
-
16,2
Classe de alfabetização
4
3,3
0,9
-
8,5
1º grau incompleto
69
59,0
49,
5
-
68,0
1º grau completo
5
4,3
1,4
-
9,7
2º grau incompleto
6
5,1
1,9
-
10,8
2º grau completo
15
12,8
7,4
-
20,3
Superior incompleto
1
0,9
0,0
-
4,7
Superior completo
5
4,3
1,4
-
9,7
Não soube informar
1
0,9
0,0
-
4,7
Situação conjugal do chefe (n=117)
Solteiro
5
4,3
1,4
-
9,7
Casado
88
75,2
66,4
-
82,7
Desquitado
16
13,7
8,0
-
21,3
Viúvo
8
6,8
3,0
-
13,0
Renda familiar
per capita
em salários
mínimos (n=117)
Até
0,5
47
40,2
31,2
-
49,6
Mais de
0,5
a
1
35
29,9
21,8
-
39,1
Mais de 1 a 2
26
22,2
15,1
-
30,
8
Mais de 2 a 3
5
4,3
1,4
-
9,7
Mais de 3 a 5
3
2,6
0,5
-
7,3
Mais de 5
1
0,9
0,0
-
4,7
Class
e
socioeconômica ABEP (n=118)
Classe E
5
4,2
1,4
-
9,6
Classe D
34
28,8
20,8
-
37,9
Classe C2
25
21,2
14,2
-
29,7
Classe C1
33
28,0
20,1
-
37,0
Classe B2
17
14,
4
8,6
-
22,1
Classe B1
2
1,7
0,2
-
6,0
Classe A2
2
1,7
0,2
-
6,0
¥
IC=Intervalo de Confiança.
53
Quanto ao estilo de vida, no que se refere ao tabagismo, 89,9% dos
adolescentes não fumavam, 7,6% fumavam e 3,4% eram ex-fumantes. Em relação à
ingestão de álcool nos 30 dias que antecederam o inquérito, 72,9% negaram e 27,1%
afirmaram consumir bebidas alcoólicas (Figuras 2 e 3).
Figura 2 Prevalência de hábito tabágico em adolescentes (n=118) residentes no
município de Sinop-MT, 2007.
7,6%
3,4%
89,9%
0
20
40
60
80
100
Freqüência %
Fumante Ex-fumante Nunca fumou
Hábito tabágico
Fumante
Ex-fumante
Nunca fumou
Figura 3
Consumo de bebida alcoólica nos 30 dias prévios à realização do
inquérito por adolescentes (n=117) residentes no município de Sinop-MT, 2007.
Sim
27,1%
Não
72,9%
54
Ainda referente ao estilo de vida, 92,4% dos adolescentes relataram
praticar alguma atividade física como esportes, brincadeiras de rua ativas e passivas
ou outras atividades que não fossem de lazer como serviços domésticos, ler ou
assistir aulas e ir para a escola, faculdade ou trabalho a pé ou de bicicleta. As
atividades sicas mais freqüentes foram: bicicleta, praticada por 79,7% dos
adolescentes entrevistados na pesquisa, futebol (51,7%), vôlei (26,3%) e caminhadas
(25,4%). As brincadeiras de rua ativas foram relatadas por 39,8% dos adolescentes e
as passivas por 33,9% (
Tabela 4
).
Tabela 4
Prática de atividade física em adolescentes (n=118) residentes no
município de Sinop-MT, 2007.
Variáveis
N %
IC
¥
95%
Bicicleta
Não
24
20,3
13,5
-
28,7
Sim
94
79,7
71,3
-
86,5
Futebol
Não
57
48,3
39,0
-
57,7
Sim
61
51,7
42,3
-
61,0
Brincadeira de rua ativa
Não
71
60,2
50,7
-
69,1
Sim
47
39,8
30,9
-
49,3
Brincadeira de rua passiva
Não
78
66,1
56,8
-
74,6
Sim
40
33,9
25,4
-
43,2
Vôlei
Não
87
73,7
64,8
-
81,4
Sim
31
26,3
18,6
-
35,2
Caminhada
Não
88
74,6
65,7
-
82,1
Sim
30
25,4
17,9
-
34,3
Corrida
Não
99
83,9
76,0
-
90,0
Sim
19
16,1
10,0
-
24,0
Ginástica
Não
107
90,7
83,9
-
95,3
Sim
11
9,3
4,7
-
16,1
Balé
Não
109
92,4
86,0
-
96,5
Sim
9
7,6
3,5
-
14,0
Basquete
Não
110
93,2
87,1
-
97,0
Sim
8
6,8
3,0
-
12,9
Musculação
Não
111
94,1
88,2
-
97,6
Sim
7
5,9
2,4
-
11,8
Lutas
Não
114
96,6
9
1,5
-
99,1
Sim
4
3,4
0,9
-
8,5
Natão
Não
115
97,5
92,7
-
99,5
Sim
3
2,5
0,5
-
7,3
Hidroginástica
Não
117
99,2
95,4
-
100,0
Sim
1
0,8
0,0
-
4,6
Outras atividades
Não
108
91,5
85,0
-
95,9
Sim
10
8,5
4,1
-
15,0
¥
IC=Intervalo de Confiança.
55
Outras atividades referidas pelos adolescentes estão especificadas na
Tabela 5
. As mais freqüentes foram: assistiu aula no colégio/faculdade (82,2%),
estudou ou leu em casa (78,0%), foi de bicicleta para o trabalho, colégio, etc.
(53,4%) e fez faxina em casa (44,1%). A menos freqüente foi passou roupa (9,3%).
Tabela 5
Distribuição de outras atividades realizadas por adolescentes (n=118)
residentes no município de Sinop-MT, 2007.
Variáveis N %
IC
¥
95%
Assistiu aula no colégio/faculdade
Não
21 17,8 11,4-25,9
Sim
97
82,2
74,1
-
88,6
Estudou ou leu em casa
Não
26
22,0
14,9
-
30,6
Sim
92
78,0
69,4
-
85,1
Foi de bicicleta para o trabalho, colégio, etc.
Não
55
46,6
37,4
-
56,0
Sim
63
53,4
44,0
-
62,6
Fez faxina em casa
Não
66
55,9
46,5
-
65,1
Sim
52
44,1
34
,9
-
53,5
Foi a pé para o trabalho, colégio, etc.
Não
75
63,6
54,2
-
72,2
Sim
43
36,4
27,8
-
45,8
Fez limpeza no quintal
Não
78
66,1
56,8
-
74,6
Sim
40
33,9
25,4
-
43,2
Tomou conta de criança menor de 3 anos
Não
88
74,6
65,7
-
82,1
Sim
30
25
,4
17,9
-
34,3
Lavou roupa no tanque
Não
93
78,8
70,3
-
85,8
Sim
25
21,2
14,2
-
29,7
Passou roupa
Não
107
90,7
83,9
-
95,3
Sim 11 9,3
4,7
-
16,1
¥
IC=Intervalo de Confiança.
Entre os adolescentes que relataram praticar alguma atividade, 18,6% o
fizeram menos de cinco vezes por semana, 39,0% entre cinco e nove vezes por
semana e 42,3% mais que dez vezes por semana. Quanto ao tempo gasto com as
atividades físicas, 74,6% gastaram até duas horas por vez na prática dessas atividades
56
e 25,5% gastaram mais que duas horas por vez. A
Tabela 6
mostra o tempo gasto
com essas atividades físicas assim como o hábito de ver TV. Em relação ao hábito de
fazer refeições assistindo TV, 57,6% dos adolescentes responderam sim e 42,4%
responderam o.
Tabela 6
Características da prática de atividade sica em adolescentes (n=118)
residentes no município de Sinop-MT, 2007.
Variáveis N % IC
¥
95%
Vezes por semana que praticou
atividades físicas
0 9 7,6 3,5-14,0
1 a 4 13 11,0 6,0-18,1
5 a 9 46 39,0 30,1-48,4
10 a 14 30 25,4 17,9-34,3
15 ou mais 20 16,9 10,7-25,0
Horas por vez que praticou
atividades físicas
< 1 30 25,4 17,9-34,3
1 a 2 58 49,2 39,8-58,5
3 a 4 19 15,3 9,3-23,0
5 ou mais 12 10,2 5,4-17,1
Horas de TV por dia (dias de
semana)
< 2 horas 28 23,7 16,4-32,4
2 |– 4 horas 41 34,7 26,2-44,1
4 horas 49 41,5 32,5-51,0
Horas de TV por dia (finais de
semana)
< 2 horas 29 24,6 17,1-33,4
2 |– 4 horas 31 26,3 18,6-35,2
4 horas 58 49,2 39,8-58,5
Almoça assistindo TV
Sim 68 57,6 48,2-66,7
Não 50 42,4 33,3-51,8
¥
IC=Intervalo de Confiança.
57
Quanto às morbidades referidas, a
Tabela 7
mostra as doenças mais
relatadas pelos adolescentes, sendo as mesmas: alergia, anemia, deficiência visual e
enxaqueca com freqüências de 17,8% , 10,2%, 9,3% e 5,9%, respectivamente.
Tabela 7
Doenças referidas pelos adolescentes (n=118) residentes no município de
Sinop-MT, 2007.
Variáveis N % IC
¥
95%
Alergia
Não 97 82,2 74,1-88,6
Sim 21 17,8 11,4-25,9
Anemia
Não 106 89,8 82,9-94,6
Sim 12 10,2 5,4-17,1
Doenças pulmonares
Não 111 94,1 88,2-97,6
Sim 7 5,9 2,4-11,8
Enxaqueca
Não 111 94,1 88,2-97,6
Sim 7 5,9 2,4-11,8
Doenças digestivas
Não 116 98,3 94,0-99,8
Sim 2 1,7 0,2-6,0
Depressão
Não 116 98,3 94,0-99,8
Sim 2 1,7 0,2-6,0
Artrite
Não 116 98,3 94,0-99,8
Sim 2 1,7 0,2-6,0
Doença de pele
Não 116 98,3 94,0-99,8
Sim 2 1,7 0,2-6,0
Deficiência visual
Não 107 90,7 83,9-95,3
Sim 1 9,3 4,7-16,1
Deficiência auditiva
Não 117 99,2 95,4-100,0
Sim 1 0,8 0,0-4,6
Doença da coluna
Não 117 99,2 95,4-100,0
Sim 1 0,8 0,0-4,6
Doença renal
Não 117 99,2 95,4-100,0
Sim 1 0,8 0,0-4,6
Doença mental
Não 117 99,2 95,4-100,0
Sim 1 0,8 0,0-4,6
Hipertensão arterial
Não 117 99,2 95,4-100,0
Sim 1 0,8 0,0-4,6
Doença do coração
Não 117 99,2 95,4-100,0
Sim 1 0,8 0,0-4,6
¥
IC=Intervalo de Confiança.
58
Nos casos de doenças referidas, a maioria (mais que 83%) dos
adolescentes não recebia tratamento como dieta modificada, fisioterapia ou uso de
medicação controlada ou controlada. Observou-se, ainda, que 10,2% (N=12) dos
adolescentes faziam uso contínuo de medicação controlada, tendo sido encontrado
um percentual relativamente maior daqueles que utilizavam medicação
esporadicamente (16,9%). Apenas dois adolescentes encontravam-se com dieta
modificada e um adolescente realizava sessões de fisioterapia (
Tabela 8
).
Tabela 8
Realização de tratamentos para as morbidades referidas pelos
adolescentes (n=118) residentes no município de Sinop-MT, 2007.
Variáveis N % IC
¥
95%
Medicação de uso eventual
Não 98 83,1 75,0-89,3
Sim 20 16,9 10,7-25,0
Medicação controlada
Não 106 89,8 82,9-94,6
Sim 12 10,2 5,4-17,1
Dieta modificada
Não 116 98,3 94,0-99,8
Sim 2 1,7 0,2-6,0
Fisioterapia
Não 117 99,2 95,4-100,0
Sim 1 0,8 0,0-4,6
¥
IC=Intervalo de Confiança.
Houve três recusas à medida da pressão arterial nos 118 adolescentes que
se submeteram a antropometria. Portanto a PA foi mensurada em 115 adolescentes.
Segundo as V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial (SBC, SBH,
SBN, 2007) e o IV Consenso para Diagnóstico, Avaliação e Tratamento de
Hipertensão Arterial em Crianças e Adolescentes (AAP, 2004) foram encontrados
83,5% normotensos, 6,9% com pré-hipertensão e 9,6% com hipertensão. Segundo a
definição de caso adotada neste estudo foram encontrados 83,5% adolescentes
59
normotensos e 16,5% adolescente hipertensos. Nesta categorização, os adolescentes
que tinham pré-hipertensão foram incluídos na categoria hipertensão (
Figura 4
).
Figura 4
Distribuição da avaliação
da pressão arterial de adolescentes (n=115)
residentes no município de Sinop-MT, 2007.
Quanto ao estado nutricional, segundo a definição de desfecho desta
pesquisa, 8,5% tinham baixo peso, 76,3% eram eutficos, 11,0% tinham sobrepeso e
4,2% obesidade. A prevalência foi de 15,2% para sobrepeso/obesidade (
Figura 5
).
Figura 5
Distribuição da avaliação do estado nutricional de adolescentes (n=118)
residentes no município de Sinop-MT, 2007.
Baixo peso
8,5%
Obesidade
4,2%
Sobrepeso
11%
Eutrófico
76,3%
Hipertenso
16,5%
Normotenso
83,5%
60
As prevalências de sobrepeso segundo as características socioeconômicas
e demográficas dos adolescentes são mostradas na
Tabela 9
. Não houve diferença
significativa na ocorrência de sobrepeso/obesidade entre os sexos (OR = 0,96), assim
como em relação à cor (OR = 1,20), cidade de nascimento (OR = 1,45), Estado de
nascimento (OR = 1,43), e grau de escolaridade (OR = 3,59). Observou-se maior
prevalência de sobrepeso/obesidade entre os adolescentes com idade entre 10 e 14
anos (23,4%), quando comparados àqueles com mais de 14 anos (5,6%) (OR = 5,20),
diferença esta estatisticamente significativa [IC (95%): 1,30 – 24,23].
Tabela 9
Prevalência de sobrepeso/obesidade segundo as características
demográficas e socioeconômicas dos adolescentes residentes no município de Sinop-
MT, 2007.
Variáveis
N
Sobrepeso/Obesidade
(%)
OR
§
IC
¥
95%
Sexo
Masculino 58 15,5 1,00 -
Feminino
60
15,0
0,96
0,32
-
2,92
Idade
10 a 14 anos
64
23,4
5,20
1,30
-
24,23
m
ais de 14 anos
54
5,6
1,00
-
Cor
Branca
48
16,7
1,20
0,39
-
3,67
Parda
/Preta
70
14,3
1,00
-
Cidade de
nascimento
Sinop
48
12,5
1,00
-
Outras cidades
70
17,1
1,45
0,46
-
4,76
Estado de
nascimento
Mato Grosso
85
16,5
1,43
0,39
-
5,65
Outros Estados
33
12,1
1,00
-
Grau de
escolaridade
< 8 anos
85
18,8
3,59
0,72
-
24,14
8 a
nos
33
6,1
1,00
-
§
OR=Odds Ratio;
¥
IC=Intervalo de Confiança.
61
Verificou-se que os adolescentes cujas famílias tinham renda per capita
mensal superior a um salário mínimo (R$ 350,00) apresentaram maior prevalência de
sobrepeso/obesidade (25,7% vs. 11,0%), sendo esta associação estatisticamente
significativa [IC (95%): 0,90 – 8,81]. O grau de escolaridade e a situação conjugal do
chefe da família, bem como ovel socioeconômico classificado segundo critérios da
ABEP não se mostraram associados ao sobrepeso/obesidade (
Tabela 10
).
Tabela 10
Prevalência de sobrepeso/obesidade segundo as características
familiares dos adolescentes residentes no município de Sinop-MT, 2007.
Variáveis N
Sobrepeso/Obesidade
(%)
OR
§
IC
¥
95%
Escolaridade do chefe
da família
< 8 anos 84
14,3 1,00 -
8 anos 32
15,6 1,11 0,31-3,85
Situação conjugal do chefe
Casado 88
18,2 1,00 -
Desquitado 16
6,3 0,30 0,01-2,46
Viúvo 8 12,5 0,64 0,03-5,94
Renda familiar
per capita
em salários mínimos
Até 1 82
11,0 1,00 -
Mais de 1 35
25,7 2,81 0,90-8,81
Classe socioeconômica ABEP
A e B 21
23,8 3,75 0,66-23,12
C 58
17,2 2,50 0,57-12,44
D e E 39
7,7 1,00 -
§
OR=Odds Ratio;
¥
IC=Intervalo de Confiança.
62
Segundo as características domiciliares dos adolescentes, as variáveis
tipo de domicílio, situação de posse e total de cômodos do mesmo, assim como o
número de pessoas e de crianças menores de 5 anos que moram no domicílio, não
apresentaram associação significativa com o sobrepeso/obesidade (
Tabela 11)
.
Tabela 11
Prevalência de sobrepeso/obesidade segundo as características
domiciliares dos adolescentes residentes no município de Sinop-MT, 2007.
Variáveis N
Sobrepeso/Obesidade
(%)
OR
§
IC
¥
95%
Tipo de domicílio
Alvenaria com acabamento completo
36
19,4
1,57
0,35
-
7,33
Alv
enaria com acabamento incompleto
39
17,9
1,42
0,32
-
6,60
Madeira
30
13,3
1,00
-
Situação de posse do domicílio
Próprio, quitado
72
19,4
3,14
0,37
-
69,52
Próprio, não quitado
14
7,1
1,00
-
Alugado
29
10,3
1,50
0,12
-
41,43
Total de cômodo
s
< 5
57
14,0
0,94
0,12
-
5,81
6 a 7
40
20,0
1,63
0,26
-
12,83
8
15
13,3
1,00
-
Número de pessoas no domicílio
< 5
57
14,0
1,31
0,28
-
6,89
5
34
20,6
2,07
0,41
-
11,56
6
27
11,1
1,00
-
Total de equipamentos
< 7
31
6,5
1,00
-
7 a 8
25
12,0
1,98
0,24
-
18,85
9
62
21,0
3,85
0,74
-
26,64
Número de crianças menores
de cinco anos
Nenhuma
90
14,4
1,00
-
1
ou mais
28
17,8
1,29
0,36
-
4
,46
§
OR=Odds Ratio;
¥
IC=Intervalo de Confiança.
63
Nenhuma das atividades físicas praticadas pelos adolescentes estudados
mostrou associação estatisticamente significativa com o sobrepeso/obesidade
(
Tabela 12
).
Tabela 12
Prevalência de sobrepeso/obesidade segundo a prática de atividade
física entre adolescentes residentes no município de Sinop-MT, 2007.
Variáveis N
Sobrepeso/Obesidade
(%)
OR
§
IC
¥
95%
Bicicleta
Não 24 20,8 1,64 0,45-5,79
Sim 94 13,8 1,00 -
Futebol
Não 57 12,3 1,00 -
Sim 61 18,0 1,57 0,51-4,94
Brincadeira de rua ativa
Não 71 12,7 1,00 -
Sim 47 19,1 1,63 0,53-4,99
Brincadeira de rua passiva
Não 78 14,1 1,00 -
Sim 40 17,5 1,29 0,41-4,04
Vôlei
Não 87 14,9 1,00 -
Sim 31 16,1 1,09 0,31-3,75
Caminhada
Não 88 14,8 1,00 -
Sim 30 16,7 1,15 0,32-3,96
Corrida
Não 99 15,2 0,95 0,22-4,69
Sim 19 15,8 1,00 -
Ginástica
Não 107 15,0 1,00 -
Sim 11 18,2 1,26 0,00-7,25
§
OR=Odds Ratio;
¥
IC=Intervalo de Confiança.
64
A prática de outras atividades como tomar conta de criança menor de três
anos, passar roupa, estudar ou ler em casa, entre outras, não apresentou influência
significativa sobre a prevalência de sobrepeso/obesidade (
Tabela 13
).
Tabela 13
Prevalência de sobrepeso/obesidade segundo outras atividades
realizadas pelos adolescentes residentes no município de Sinop-MT, 2007.
Variáveis N
Sobrepeso/Obesidade
(%)
OR
§
IC
¥
95%
Assistiu aula no colégio/faculdade
Não
21
14,3
1,00
-
Sim
97
15,5
1,10
0,26
-
5,34
Estudou ou leu em casa
Não
26
3,8
1,00
-
Sim
92
18,5
5,67
0,
7
3
-
119,89
Foi de bicicleta para o
trabalho, colégio, etc.
Não
55
18,2
1,5
3
0,50
-
4,69
Sim
63
12,7
1,00
-
Fez faxina em casa
Não
66
16,7
1,29
0,42
-
4,05
Sim
52
13,5
1,00
-
Fez limpeza no quintal
Não
78
15,4
1,03
0,32
-
3,41
Sim
40
15,0
1,
00
-
Tomou conta de criança
menor de 3
anos
Não
88
18,2
3,11
0,62
-
20,9
8
Sim
30
6,7
1,00
-
Lavou roupa no tanque
Não
93
15,1
1,00
-
Sim
25
16,0
1,07
0,27
-
4,03
Passou roupa
Não
107
15,9
1,89
0,22
-
41,97
Sim
11
9,1
1,00
-
§
OR=Odds Ratio;
¥
IC=Intervalo de Confiança.
65
As características da prática de atividades físicas, como a freqüência por
semana e hora por vez que praticou, o mostraram relação estatisticamente
significativa em relão ao sobrepeso/obesidade, apesar de apresentarem diferentes
prevalências segundo as categorias analisadas (
Tabela 14
).
Tabela 14
Prevalência de sobrepeso/obesidade segundo caractesticas da prática de
atividade física em adolescentes residentes no município de Sinop-MT, 2007.
Variáveis N
Sobrepeso/Obesidade
(%)
OR
§
IC
¥
95%
Vezes por semana que
praticou atividade física
0 9 11,1 1,00 -
1 a 4 13 15,4 1,45 0,08-49,05
5 a 9 46 17,4 1,68 0,16-40,94
10 a 14 30 10,0 0,89 0,06-25,52
> 15 20 20,0 2,00 0,15-55,41
Horas por vez que praticou
atividade física
< 1 30 6,7 1,00 -
1 a 2 58 20,7 3,65 0,69-25,59
3 a 4 18 16,7 2,80 0,32-27,60
> 5 12 8,3 1,27 0,00-21,26
§
OR=Odds Ratio;
¥
IC=Intervalo de Confiança.
66
O sobrepeso/obesidade mostrou-se 3,51 vezes mais prevalente entre os
hipertensos (36,8%), quando comparados aos normotensos (11,5%), diferença essa
estatisticamente significativa [IC (95%): 1,28 15,95]. Tabagismo, etilismo, horas
de televisão durante a semana e finais de semana, almoçar assistindo televisão, não
se associaram significativamente com sobrepeso/obesidade (
Tabela 15
).
Tabela 15
Prevalência de sobrepeso/obesidade segundo pressão arterial e estilo de
vida em adolescentes residentes no município de Sinop-MT, 2007.
Variáveis N
Sobrepeso/Obesidade
(%)
OR
§
IC
¥
95%
Pressão arterial
Normotenso 96 11,5 1,00 -
Hipertenso 19 36,8 4,51 1,28-15,95
Tabagismo
Fumante 9 11,1 1,00 -
Nunca fumou 105
16,2 1,55 0,17-35,06
Etilismo
Sim 32 12,5 1,00 -
Não 85 15,3 1,26 0,34-5,05
Horas de TV
(dias de semana)
< 2 horas 28 10,7 1,06 0,27-4,07
2 |– 4 horas 41 24,4 2,84 0,89-6,43
4 horas 49 10,2 1,00 -
Horas de TV
(finais de semana)
< 2 horas 29 10,3 1,00 -
2 |– 4 horas 31 12,9 1,28 0,30-5,10
4 horas 58 19,0 2,02 0,55-6,06
Almoça assistindo TV
Sim 68 17,6 1,57 0,59-3,65
Não 50 12,0 1,00 -
§
OR=Odds Ratio;
¥
IC=Intervalo de Confiança.
67
As prevalências de sobrepeso/obesidade segundo as patologias mais
freqüentemente referidas pelos adolescentes, anemia e alergia, estão na
Tabela 16
.
Não houve associação entre o sobrepeso/obesidade e essas patologias, nem com o
tipo de tratamento realizado para as mesmas (
Tabela 17
).
Tabela 16
Prevalência de sobrepeso/obesidade segundo patologias referidas pelos
adolescentes residentes no município de Sinop-MT, 2007.
Variáveis N
Sobrepeso/Obesidade
(%)
OR
§
IC
¥
95%
Alergia
Não 97 14,4 1,00 -
Sim 21 19,0 1,39 0,34-5,35
Anemia
Não 106 15,1 1,00 -
Sim 12 16,7 1,13 0,00-6,33
§
OR=Odds Ratio;
¥
IC=Intervalo de Confiança.
Tabela 17
Prevalência de sobrepeso/obesidade segundo o tipo de medicação
utilizada pelos adolescentes residentes no munipio de Sinop-MT, 2007.
Variáveis N
Sobrepeso/Obesidade
(%)
OR
§
IC
¥
95%
Medicação de uso eventual
Não 98 14,3 1,00 -
Sim 20 20,0 1,50 0,36-5,80
Medicação controlada
Não 106
16,0 2,10 0,25-46,34
Sim 12 8,3 1,00 -
§
OR=Odds Ratio;
¥
IC=Intervalo de Confiança.
68
Para a análise de regressão logística múltipla, foram selecionadas as
variáveis que apresentaram valor de p inferior a 0,20, sendo elas: pressão arterial
(p=0,005), idade (p=0,007), renda familiar per capita mensal (p=0,043), escolaridade
do adolescente (p=0,083), estudou ou leu em casa (p=0,118) e total de equipamentos
do domicílio (p=0,163).
As a regressão logística, a idade e a pressão arterial do adolescente
mostraram associação independente com o sobrepeso/obesidade (
Tabela 18
).
Aqueles que tinham idade entre 10 e 14 anos apresentaram 3,70 vezes mais chance
de apresentarem sobrepeso/obesidade quando comparados aos que tinham mais de 14
anos. Com relação à pressão arterial, verificou-se que os hipertensos mostraram 2,54
vezes mais chance de estarem com sobrepeso/obesidade em relação aos normotensos.
Tabela 18
Regressão logística dos fatores associados ao sobrepeso/obesidade em
adolescentes residentes no município de Sinop-MT, 2007.
Variáveis
Sobrepeso/Obesidade
(%)
OR
bruta
OR
ajustada
IC
¥
95%
Idade
10 a 14 anos 23,4 5,20 4,70 1,25-17,71
Mais de 14
anos
5,6 1,00 1,00 -
Pressão Arterial
Hipertenso 36,8 4,51 3,54 1,10-11,42
Normotenso 11,5 1,00 1,00 -
OR=Odds Ratio;
¥
IC=Intervalo de Confiança
69
5 DISCUSSÃO
A distribuição dos 118 adolescentes incluídos no estudo mostrou
predomínio de adolescentes do sexo feminino, com idade entre 10 e 14 anos e cor
parda, semelhante aos dados publicados pelo IBGE (2006).
O fato de quase 60% dos adolescentes terem nascidos em outros
municípios evidencia a característica migratória de suas famílias, porém a maioria
nasceu em Mato Grosso, caracterizando a migração intra-estadual.
A maioria dos adolescentes tinha menos de oito anos de estudo, isso
ocorreu provavelmente pelo predomínio de adolescentes de 10 a 14 anos de idade,
entretanto na maioria dos domicílios entrevistados o chefe de família possuía o
grau incompleto e era casado, caracterizando um perfil de baixo grau de instrução e
estabilidade conjugal do chefe da família na amostra.
Corroborando com outras pesquisas, os resultados do presente estudo
mostram que as prevalências de sobrepeso/obesidade são elevadas entre os
adolescentes residentes no município de Sinop/MT.
Em relação ao sobrepeso, os resultados encontrados são semelhantes aos
dados de prevalência em adolescentes brasileiros divulgados pelo IBGE (2006),
enquanto que para a obesidade, a prevalência encontrada foi superior à do IBGE.
Neste estudo, no entanto, as prevalências de sobrepeso/obesidade não se
mostraram associadas com o sexo, resultados semelhantes aos encontrados nos
trabalhos de DUTRA et al. (2006) e TERRES et al. (2006). Esses dados não
corroboram o fato de que a obesidade é mais prevalente no sexo feminino (WHO,
2000). Algumas hipóteses tentam explicar a maior associação de
sobrepeso/obesidade ao sexo feminino. Poderia ser relacionado ao estilo de vida,
possivelmente mais sedentário na mulher quando comparado com o do homem
(GUIMARÃES et al., 2006) ou porque mulheres canalizam o excesso energético
para o armazenamento de gordura enquanto os homens canalizam para a síntese
protéica (WHO, 2000).
Esses dados diferem também dos resultados de alguns inquéritos
brasileiros, que evidenciam resultados de prevalências associadas ao sexo, como é o
70
caso da PNSN de 1989, que mostra prevalências de sobrepeso de 8,3% para
adolescentes masculinos e de 13,8% para femininos e prevalências de obesidade de
0,7% e de 2,2% para adolescentes masculinos e femininos, respectivamente.
Apesar da ausência de associação do excesso de peso com o sexo nesta
pesquisa, os valores absolutos das prevalências de sobrepeso/obesidade encontrados
são relativamente concordantes com os dados nacionais e estaduais (IBGE, 2006),
principalmente em relação ao sobrepeso, embora tenha sido observada uma
prevalência um pouco maior de obesidade.
As prevalências de sobrepeso/obesidade mostraram-se associados à
idade. As prevalências encontradas foram maiores nos adolescentes entre 10 a 14
anos que nos maiores de 14 anos de idade. Essa associação permaneceu
estatisticamente significante mesmo quando submetida à análise de regressão
logística. Esses valores são concordantes com o trabalho realizado por DUTRA et al.,
(2006) que encontraram prevalência de 22,1% de sobrepeso em adolescentes de 10 a
14 anos comparada a 16,8% em maiores de 14 anos, embora a diferença naquela
pesquisa não tenha sido estatisticamente significativa. Talvez essa diferença possa
ser explicada pela amplitude da faixa etária da amostra, que abrangeu jovens de 10 a
19 anos, reduzindo a especificidade da população, como explica a pesquisa realizada
por TERRES et al. (2006).
Outro fator de confusão que pode interferir na interpretação dos
resultados de prevalências de sobrepeso/obesidade das pesquisas nesta faixa etária é
o aumento de peso fisiológico que ocorre no peodo pré-púbere, ou seja,
antecedendo o estirão pubertário, chamada de fase de repleção. O aumento
fisiológico do peso nessa fase da vida pode ser interpretado, talvez indevidamente,
como peso excessivo incorporado ao peso “normaldo adolescente (LOPES, 2004;
FISBERG, 2005; DUTRA et al., 2006).
Sabe-se que o aumento da massa corporal dá-se com períodos de picos
intercalados com períodos de crescimento basal. Um desses picos ocorre na
adolescência. Esse estirão do crescimento durante a adolescência contribui
aproximadamente com 50% do peso do adulto. Entretanto, a idade na qual a
puberdade ocorre, apresenta varião tanto individual quanto entre populações,
fazendo com que a avaliação corporal seja mais bem relacionada com a idade
71
fisiológica do que com a idade cronológica. Em outras palavras, para melhor
avaliação e diagnóstico do perfil nutricional, faz-se necessária uma classificação
prévia do estágio do desenvolvimento fisiológico em que esse indivíduo se apresenta,
ou seja, a avaliação antropométrica associada ao estadiamento puberal (CINTRA et
al., 2005).
Como a variável estadiamento puberal não foi contemplada nesta
pesquisa, não se pode afirmar que a maior associação do sobrepeso/obesidade entre a
categoria de adolescentes na faixa etária de 10 a 14 anos, quando comparada aos
maiores de 14 anos, seja devida ao processo fisiológico de ganho de peso
característico da puberdade, embora exista esta probabilidade.
A associação entre sobrepeso e a idade de maturação sexual do
adolescente foi observada por TERRES et al. (2006). Adolescentes que maturam
sexualmente mais tarde apresentam menos sobrepeso do que os que maturam
precocemente. Segundo trabalho realizado por MONTEIRO et al. (2004), a idade da
menarca após os 11 anos de idade mostrou-se como fator de protão para a
obesidade na análise bruta, embora tenha perdido sua significância na análise
multivariada, principalmente quando controlada para o IMC materno pré-gestacional.
No presente estudo não houve associação entre sobrepeso/obesidade com
a cor, resultados semelhantes aos encontrados por MONTEIRO et al. (2004), embora
estudos apontem para uma associação positiva entre o excesso de peso e a cor preta,
assim como à maior prevalência de co-morbidades nessa categoria de cor da pele
(FREEDMAN et al., 2000; WHO, 2000; DUTRA et al., 2006).
A prevalência de sobrepeso/obesidade foi maior em adolescentes com
menor grau de escolaridade, embora esta diferença não tenha permanecido
estatisticamente significante. Para a análise bivariada, foram considerados os valores
categorizados em menos de oito e maior ou igual a oito anos de estudo. Esse
resultado mostrou-se contrário a vários estudos (IBGE, 1989; TRICHES E
GIUGLIANI, 2005; DUTRA et al., 2006) que avaliam essa associação, mas foi
concordante com o estudo de TERRES et al. (2006) que mostrou correlação negativa
entre nível de instrução do adolescente e chance de sobrepeso/obesidade. Neste
estudo também não houve associação entre as prevalências de sobrepeso/obesidade e
o grau de escolaridade do chefe da família, e não foi investigado o grau de
72
escolaridade da mãe, como realizado na pesquisa de GUIMARÃES et al. (2006), em
Cuiabá/MT, onde o alto vel de escolaridade materna correspondeu a maior chance
de sobrepeso entre escolares.
Dados da PNSN de 1989 mostraram maior prevalência de sobrepeso em
adolescentes com melhor escolaridade (IBGE, 1989). TRICHES e GIUGLIANI
(2005) realizaram estudo para avaliar a associão da obesidade com as práticas
alimentares e conhecimentos de nutrição em escolares de 8 a 10 anos e encontraram
associação importante entre o nível de conhecimento em nutrição e a obesidade, ou
seja, crianças com menor nível de conhecimento em nutrição e práticas alimentares
menos saudáveis tiveram cinco vezes mais chances de serem obesas. Um estudo de
base populacional, que avaliou a prevalência de sobrepeso em adolescentes
residentes na zona urbana de Pelotas/RS, também encontrou maior prevalência de
sobrepeso em adolescentes com escolaridade adequada em relação à idade (DUTRA
et al., 2006). Postula-se a hipótese de que o nível de escolaridade esteja diretamente
relacionado com o vel sócio-econômico, e conseqüentemente, com maior acesso
aos alimentos, o que poderia explicar a maior ocorrência de sobrepeso nesse grupo
(DUTRA et al., 2006).
A renda familiar mostrou associação com sobrepeso/obesidade na análise
bivariada [IC (95%) = 0,90 - 8,81], embora tenha perdido a significância na análise
multivariada. Observou-se menores prevalências de sobrepeso entre adolescentes de
famílias onde a renda familiar per capita mensal era de até um salárionimo
quando comparados aqueles onde a renda era de mais de um salário mínimo.
Associações semelhantes não se repetiram quando foram analisadas outras variáveis
relacionadas direta ou indiretamente com o nível socioeconômico como: o tipo de
domicílio, a classe socioeconômica da ABEP, a situação de posse do domicílio, o
total de cômodos, o número de pessoas, assim como o número de crianças menores
de cinco anos que moravam no domicílio. Entretanto, outra variável que está
relacionada com o nível socioeconômico, o total de bens/equipamentos que o
domicílio possui, mostrou-se diretamente proporcional à prevalência de sobrepeso
Entretanto essa associação não foi estatisticamente significante na análise
multivariada.
A associação entre classe socioeconômica e sobrepeso/obesidade é
73
bastante complexa. Essa associação mostra-se diferente até mesmo entre os sexos e
idades. Em países desenvolvidos, contrariamente ao que ocorre com homens e
crianças, as mulheres de menor classe socioeconômica apresentam maiores
prevalências de sobrepeso/obesidade. Em países em desenvolvimento, ainda
permanece uma relação direta entre classe socioeconômica e sobrepeso/obesidade.
Entretanto, no Brasil, mesmo as classes socioeconômicas mais baixas apresentam
tendência a altas prevalências de sobrepeso/obesidade (PINHEIRO et al., 2004).
Teoricamente, a classe socioeconômica exerce influência na prevalência
de sobrepeso/obesidade através da renda familiar e da educação, resultando em
padrões de comportamento que alteram o nível de ingestão calórica, o gasto
energético e a taxa de metabolismo. Entretanto mesmo havendo menor
disponibilidade de alimentos saudáveis, como peixes, frutas e verduras nas classes de
menor poder aquisitivo, as prevalências de sobrepeso/obesidade mostram-se elevadas
nessas populações (MELO et al., 2004).
Resultados mostrando associação direta entre sobrepeso e nível
socioeconômico foram encontrados também nos estudos realizados por
RAMACHANDRAN et al., na Índia (2002), GUIMARÃES et al., em Cuiabá/MT,
Brasil (2006), MONTEIRO et al., em Pelotas/RS, Brasil (2004) e TERRES et al., em
Pelotas/RS, Brasil (2006). Já estudos realizados usando dados do NHANES III
(1988-1994), nos EUA, mostram maiores prevalências de sobrepeso associadas com
menor renda familiar. Em contrapartida, estudos realizados na China (1997) e na
Rússia (1998), não encontraram diferenças nas prevalências de sobrepeso
relacionadas com a renda per capita (WANG et al., 2002).
As variáveis relacionadas ao estilo de vida, como tabagismo, etilismo,
práticas de atividade física, horas de TV por dia e hábito de fazer refeições vendo TV
o mostraram associação com sobrepeso/obesidade nesta pesquisa. Esses dados são
semelhantes aos encontrados por TERRES et al. (2006) e MONTEIRO et al. (2004).
Entretanto, associações entre algumas destas variáveis e sobrepeso/obesidade foram
evidenciadas no estudo de DUTRA et al., 2006.
A variável “horas que assiste TV por dia” provavelmente traduz um
estilo de vida mais sedentário, agravado pelo aumento na ingestão alimentar, assim
como maior vulnerabilidade do adolescente às propagandas de alimentos, na maioria
74
das vezes hipercalóricos, favorecendo o aparecimento do sobrepeso/obesidade
(DUTRA et al., 2006). A associação entre o número de horas que o adolescente
assiste TV por dia e sobrepeso/obesidade se mostrou positiva na pesquisa realizada
por DUTRA et al. (2006). Esses autores encontraram valores de prevalências de
sobrepeso de 14,7% em adolescentes que assistiam TV até menos que duas horas por
dia, 17,6% nos que assistiam entre duas e menos que quatro horas por dia e 26% nos
que assistiam mais que quatro horas por dia e essa associação permaneceu
estatisticamente significante na análise multivariada (p=0,02). Por outro lado, essa
associação não se mostrou positiva na pesquisa realizada por RIBEIRO et al. (2006).
O presente estudo também contemplou variáveis referentes a algumas
morbidades referidas pelos adolescentes, assim como o tipo de tratamento realizado
para tais morbidades. Entretanto, tais variáveis não mostraram associação com as
prevalências de sobrepeso/obesidade.
Entre todas as variáveis deste estudo, a pressão arterial foi a segunda
variável mais fortemente associada com o sobrepeso/obesidade e manteve
signifincia estatística mesmo quando corrigida pela idade no modelo de regressão
logística [OR
ajustada
= 3,55; IC (95%) = 1,10-11,42]. Somente a idade mostrou uma
associação de maior significância estatística que a pressão arterial quando
relacionada ao sobrepeso/obesidade. Entretanto, vale ressaltar que a mensuração da
PA dos adolescentes foi realizada três vezes, embora em uma única visita domiciliar,
e não em três visitas diferentes que seria o ideal (AHA, 2004; SBC et al., 2005).
As a categorização da PA em hipertensos e normotensos, encontrou-se
uma prevalência de hipertensão arterial muito superior aos dados de prevalência
nacional para a mesma faixa etária (SBC et al., 2005).
O achado de prevalência elevada dos níveis pressóricos nesses
adolescentes indicam a necessidade de realizar novos estudos incluindo variáveis que
podem estar associadas, tais como: história familiar de hipertensão, antecedentes
pessoais de prematuridade, internações em UTI no período neonatal, gasto energético
diário calculado através do nível de atividade física ou os hábitos alimentares,
principalmente quanto aos teores diários ingeridos de potássio e dio para melhor
avaliação da variável pressão arterial.
A prevalência de sobrepeso/obesidade aumentou consideravelmente
75
quando comparou-se adolescentes normotensos e hipertensos (11,5% 36,8%). Esse
resultado é concordante com o estudo realizado por RIBEIRO et al. (2006) que
analisaram fatores adicionais de risco cardiovascular associados ao excesso de peso
em crianças e adolescentes e encontraram que os estudantes com
sobrepeso/obesidade, assim como estudantes com estilo de vida sedentário
apresentavam níveis mais elevados da pressão arterial. Neste estudo, os estudantes
com excesso de peso (IMC> percentil 85) apresentaram chances 3,60 e 2,70 vezes
maior de terem pressão arterial sistólica e diastólica aumentadas, respectivamente.
Embora a fisiopatologia das modificações na pressão arterial atribuídas
ao excesso de peso não estejam ainda completamente elucidadas, admite-se que a
obesidade e os veis de pressão arterial caminham em paralelo e calcula-se que
cerca de 30% das crianças com sobrepeso/obesidade podem apresentar hipertensão
arterial sistêmica (SBC et al., 2005; SBP, 2008).
Alguns fatores podem ter interferido direta ou indiretamente na
interpretação dos resultados encontrados nesta pesquisa, como por exemplo, o
tamanho da amostra, que sem um cálculo direcionado especificamente para esta
pesquisa, o nos permite fazer inferência dos resultados de forma representativa à
população geral da mesma faixa etária. Ademais, houve um percentual não
desprezível de perdas da amostra, encolhendo mais ainda nosso universo. Além
disso, considerando que o objetivo principal do estudo não foi especificamente
avaliar o subgrupo de adolescentes, não se pode excluir a possibilidade de erro tipo β
na distribuição de algumas características que não apresentaram significância
estatística. Entretanto, esta limitação foi parcialmente compensada pelo baixo valor
do erro de estimação (3,5%).
Vale ressaltar ainda que algumas variáveis importantes como o IMC
materno, a história de obesidade dos pais, o peso de nascimento e a caracterização da
dieta do adolescente, não foram incluídos neste estudo, diminuindo a possibilidade
de uma avaliação mais ampla e talvez até fazer associações causais entre variáveis e
desfecho.
Outro ponto importante é o tipo de estudo. Estudos transversais não são
ideais para avaliações evolutivas dos indivíduos ao longo do tempo. Entretanto, os
estudos transversais são adequados com doenças crônicas e que não sofrem efeitos
76
da sazonalidade, como é o caso do sobrepeso/obesidade, pois estimando
prevalências, viabilizam os estudos de fatores de risco para doenças.
Os resultados encontrados indicam que o sobrepeso/obesidade e a
hipertensão arterial devem ser entendidos como um problema emergente e que são
necessárias medidas de intervenção para o controle da doença, abrangendo vários
focos de ação: educação alimentar na família e na escola, orientação para um estilo
de vida saudável incluindo prática de atividade sica e restrição de atividades
sedentárias e acompanhamento a nível ambulatorial das medidas antropométricas dos
adolescentes para a detecção precoce de casos de sobrepeso/obesidade objetivando
uma rápida intervenção e a prevenção de comorbidades.
77
6 CONCLUSÕES
O estudo da prevalência e fatores associados ao sobrepeso/obesidade em
adolescente residentes na cidade de Sinop-MT permite as seguintes conclusões:
Houve um discreto predomínio de adolescentes do sexo feminino (50,8%), com
dia de 14,4 anos de idade, com a cor parda predominante e eram na maioria
solteiros e nascidos em outros municípios do Estado de Mato Grosso.
A maioria dos adolescentes morava em famílias com residências próprias, de
alvenaria, quitadas, com uma média de quatro a sete cômodos e sem crianças
menores de cinco anos. Pertenciam a famílias com baixo nível de escolaridade,
estáveis do ponto de vista civil, de baixa renda familiar e de classe
socioeconômica C.
As prevalências de sobrepeso (11%) e obesidade (4,2%) entre os adolescentes
foram altas.
Os adolescentes com idade entre 10 e 14 anos apresentaram chance 3,7 vezes
maior de ter sobrepeso/obesidade quando comparados com os maiores de 14
anos.
Não houve diferença de prevalências de sobrepeso/obesidade em relação ao sexo,
cor e local de nascimento do adolescente, assim como ao grau de escolaridade do
mesmo e/ou do chefe da família e nem relacionada às características
socioeconômicas do adolescente.
Não houve diferença de prevalências de sobrepeso/obesidade em relação ao estilo
de vida do adolescente.
78
Os adolescentes hipertensos tiveram maior chance de apresentar
sobrepeso/obesidade que os normotensos (OR=3,54).
Observou-se alta prevalência de veis pressóricos elevados nos adolescentes, 16,5%
de hipertensos.
Houve associão de sobrepeso/obesidade com hipertensão arterial e com a faixa
etária de 10 a 14 anos.
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88
Anexo 1Questionário de identificação da visita domiciliar.
A 1. Setor: |__|__| A 2. Domicílio: |__|__|__|__|
A 3. Entrevistador Nº: |__|__| A 4. Supervisor: |__|
A 5. Data da entrevista: ___/___/_____ A 6. Duração da entrevista: ___________(minutos)
Início: _________ Término:________
A 7. Endereço
A 7a. Rua: ________________________________________________________ A 7b. Nº: ______________
A 7c. Complemento: _______________________________________________________________________
A 7d. Referência (como ir até a casa): _________________________________________________________
A 7e. Bairro: __________________________________ A 7f. Cidade: ____________________________
A 7g. CEP: |__|__|__|__|__|-|__|__|__|
A 7h Telefone: A 7i. Casa: |__|__|-|__|__|__|__|-|__|__|__|__|
A 7j. Trabalho: |__|__|-|__|__|__|__|-|__|__|__|__|
A 7l. Recados/Celular: |__|__|-|__|__|__|__|-|__|__|__|__|
A 8. Características da entrevista:
Visita Data Hora Resultado* Encaminhamentos
A 8a.
A 8b.
A 8c.
*
Resultado da visita: 1= entrevista realizada 2= entrevista parcialmente realizada 3 = entrevista adiada
4= moradores ausentes 5= recusa 6= não cabe retorno
A 8d. Total de visitas: |__|
A 9. Entrevista
1 Realizada totalmente
2 Realizada parcialmente
3 Não realizada
A 10. Se a entrevista não foi realizada, assinalar o motivo:
1 Unidade ocupada, mas fechada 6 Unidade não encontrada
2
Unidade vaga, de uso ocasional ou
aguardando aluguel
7 Unidade não residencial
3
Unidade vaga devido a construção ou
reforma
8
Todos os membros da residência se recusam a participar da
pesquisa
4 Unidade vaga, em ruínas 9 Outro.
5 Unidade inexistente, foi demolida Qual?__________________________________
Entrevistador: Não preencha os campos abaixo
A 11. Revisão
A 12. Digitação 1
A 13. Digitação 2
A 11a. Número: |__|__|
A 11b. Data: |__|__|__|__|__|__|__|__|
A 12a. Número: |__|__|
A 12b. Data: |__|__|__|__|__|__|__|__|
A 13a. Número: |__|__|
A 13b. Data: |__|__|__|__|__|__|__|__|
89
Identificação do domicílio |__|__|__|__|
Anexo 2Questionário de identificação e caracterização dos moradores do domicílio.
B 1. N° de ordem: |___|___| B 2. Nome do entrevistado: ____________________________________________
B 3. Contando com voe excluindo empregados que trabalham na sua residência e pessoas que alugam quartos, quantas pessoas da sua família moram nessa residência,
inclusive as crianças? |__|__| pessoas
Entrevistador: No quadro abaixo, listar todos os moradores do domicílio. Quando houver mais de uma família, listar a que mora há mais tempo na residência. O n° de moradores deve
ser igual ao n° final da pergunta anterior, ou seja, deve-se excluir empregados e quem aluga quartos.
B 4. Agora eu gostaria que você me dissesse o nome de todas as pessoas de sua família que moram nessa residência:
1. Nº
de
ordem
2. Nome
3. Grau de
parentesco
(1)
4.
Sexo
(2)
5. Data de
nascimento
(Dia/Mês/Ano)
6. Registro
7.
Cor
(3)
8. Onde
nasceu
(cidade/
estado)
9. Tempo
de
residência
no
município
(4)
10.
Escolaridade
11.
Renda
Mensal
(R$)
12.
Situação
conjugal
(6)
13.
Retorno
10.1
Série
10.2
Grau
(5)
Sim Não
B 4a.
B 4b.
B 4c.
B 4d.
B 4e.
B 4f.
B 4g.
B 4h.
B 4i.
B 4j.
B 4k.
B 4l.
B 4m.
B 5. Outra (s) renda (s):
(R$): |__|__|__|. |__|__|__|, |__|__|
B 6. Renda Familiar
per capita
mensal (R$):
|__|__|__|. |__|__|__|, |__|__|
(1) Grau de parentesco (EM RELAÇÃO AO CHEFE DA FAMÍLIA): 1=Chefe; 2=Cônjuge; 3= Filho(a) biológico(a); 4= Filho(a) não biológico(a); 5= Enteado(a); 6=Neto(a); 7=Irmão (ã); 8=Pai/Mãe;
9=Sogro(a); 10=Genro/Nora; 11=Outro parente; 12=Agregado(a)
(2) Sexo: 1=Masculino 2=Feminino
(3) Cor: 1= branca 2=preta 3=parda 4=amarela 5=indígena
(4) Tempo de residência: 1= <1 ano 2= 1 a 5 anos 3= 5 a 10 anos 4= 10 anos
(5) Grau: 0=nenhum; 1=classe de alfabetização; 2=1
o
grau incompleto; 3=1
o
grau completo; 4=2
o
grau incompleto; 5=2
o
grau completo; 6=superior incompleto; 7=superior completo; 8=Pós-graduação
(6) Situação Conjugal: 1=Solteiro (a) 2=Casado(a) 3= Desquitado (a) / Separado (a) / Divorciado (a) 4= Viúvo (a)
77= Não respondeu/recusa
88= Não sabe
90
Anexo 3 Questionário de informações sobre a unidade domiciliar e
família.
C 1. N° de ordem:
|___|___|
C 2. Nome do entrevistado:________________________________
Entrevistador: No caso de resposta Outro (a), qual” deverá ser preenchida nominalmente.
C 3. O tipo de domicílio é:
1
Alvenaria com acabamento completo
2
Alvenaria com acabamento incompleto
3 Madeira
4 Material aproveitado
C 3a Outro. Qual? ____________________________________________
C 4. Número total de cômodos do domicílio (inclui cozinha, banheiro e cômodos externos): |___|___|
C 5. Número de cômodos usados para dormir no domicílio: |___|___|
C 6. O domicílio é:
1
Próprio, já acabou de pagar.
2
Próprio, não acabou de pagar.
3 Alugado
C 6a Outro. Qual? ____________________________________________
C 7. O abastecimento de água dessa residência é feito através de:
1
Rede pública
3
Carro
-
pipa
2 Poço ou nascente C 7a Outro. Qual? _______________
C 8. O lixo dessa residência é: (PODE SER ASSINALADA MAIS DE UMA RESPOSTA)
1
Coletado diretamente por serviço de limpeza
3 Queimado
4 Enterrado
5 Colocado a céu aberto
C 8a Outro. Qual?________________________
C 9. O esgotamento sanitário dessa residência é feito através de:
1
Rede pública
4
C
éu aberto
2 Fossa séptica C 9a
Outro. Qual? ___________________
3 Fossa rudimentar
C 10. Essa residência tem filtro de água?
1
Sim
2 o, mas a água para beber e cozinhar é tratada (fervida, clorada)
3 o, mas a água para beber é mineral
4 o tem filtro e nem trata a água
continua
91
Anexo 3 Questionário de informações sobre a unidade domiciliar e
família.
continuação
C 11. Quantos(as) _________existem nessa
residência?
C 11a.
Geladeira simples
|__|__|
C 11b.
Geladeira duplex ou freezer |__|__|
C 11c.
Máquina de lavar roupa |__|__|
C 11d.
Aspirador de pó |__|__|
C 11e.
Vídeo cassete ou DVD |__|__|
C 11f.
Ar condicionado
|__|__|
C 11g.
Forno de microondas |__|__|
C 11h.
Computador |__|__|
C 11i.
Telefone fixo |__|__|
C 11j.
Telefone celular |__|__|
C 11k.
TV a cores
|__|__|
C 11l.
Rádio
|__|__|
C 11m. Banheiro |__|__|
C 11n. Automóvel |__|__|
C 11o. Empregado mensalista |__|__|
C 11p.
Outro imóvel que não a
residência atual
|__|__|
C 11q Total de equipamentos |__|__|
92
Anexo 4Questionário de informações sobre o estilo de vida.
N 1. N° de ordem: |___|___| N 2. Nome do entrevistado: ______________________________
N 3. Na última semana, você fez:
ATIVIDADES DE LAZER 1. Sim
2. Quantas vezes por
semana?
3. Quantos minutos gasta
por vez?
4. Não
N 3a Caminhadas? |__|__| |__|__|__|
N 3b Vôlei? |__|__| |__|__|__|
N 3c Musculação? |__|__| |__|__|__|
N 3d Ginástica? |__|__| |__|__|__|
N 3e Hidroginástica? |__|__| |__|__|__|
N 3f Balé / Dança? |__|__| |__|__|__|
N 3g Bicicleta? |__|__| |__|__|__|
N 3h Corrida? |__|__| |__|__|__|
N 3i Futebol? |__|__| |__|__|__|
N 3j Lutas? |__|__| |__|__|__|
N 3k Natação? |__|__| |__|__|__|
N 3l Basquete? |__|__| |__|__|__|
Brincadeira de rua ou em casa ?
N 3m Ativa:
__________________________
|__|__| |__|__|__|
N 3n Passiva:
________________________
|__|__| |__|__|__|
N 3o
Outra atividade física?
Qual?____________________
|__|__| |__|__|__|
N 4. Em geral, quantas horas você assiste TV ou vídeo ou videogame ou computador ?
N 4a. Dias de Semana: |__|__| horas por dia N 4b. Fins de Semana: |__|__| horas por dia
N 5. Em geral, você almoça ou janta assistindo TV?
1 Sim 2 Não
N 6. Em geral, quantas horas você costuma dormir por noite? |__| : |__|__| horas
N 7. Na última semana, você fez:
OUTRAS ATIVIDADES
1. Sim
2. Quantas vezes por
semana?
3. Quantos minutos gasta
por vez?
4. Não
N 7a
Tomou conta de criança < de 3
anos ?
|__|__| |__|__|__|
N 7b Passou roupa ? |__|__| |__|__|__|
N 7c Lavou roupa no tanque ? |__|__| |__|__|__|
N 7d Fez faxina na sua casa ? |__|__| |__|__|__|
N 7e Fez limpeza no quintal ? |__|__| |__|__|__|
N 7f
Foi a pé para o trabalho, colégio,
etc. ?
|__|__| |__|__|__|
continua
93
Anexo 4Questionário de informações sobre o estilo de vida.
continuação
N 7g Foi de bicicleta para o trabalho, colégio, etc? |__|__| |__|__|__|
N 7h Assiste aula na escola / faculdade? |__|__| |__|__|__|
N 7i Estuda ou lê em casa? |__|__| |__|__|__|
N 7j
Outra atividade?
Qual?___________________________
|__|__| |__|__|__|
N 8. Você atualmente trabalha ou faz esgio?
1 Sim 2 Não (PULAR PARA N 11)
N 9. Em geral, quantas horas você trabalha ou faz estágio por semana?
|__|__| horas / semana
N 10. No seu trabalho/estágio, você:
1 Desenvolve atividades nas quais tem que ficar sentado. Não caminha muito enquanto trabalha.
2
Caminha bastante enquanto trabalha, maso tem que levantar nem carregar coisas pesadas.
3 Tem que caminhar bastante e
mover muitas coisas ou subir escadas ou rampas.
4 Exige atividades pesadas como mover/levantar coisas pesadas.
5 Outra. Qual? ________________________________________________________________________
TABAGISMO E ETILISMO:
N 11. Em relação ao hábito de fumar, você é:
1 Fumante
2 Ex-fumante (deixou de fumar)
3 Nunca fumou (PULAR PARA N 15)
N 12. Com que idade começou a fumar? |__|__| anos
N 13. Por quanto tempo você fuma/fumou? |__|__| anos
N 14. Quantos cigarros fuma/fumou por dia? |__|__| cigarros
N 15. Nos últimos 30 dias, você consumiu alguma bebida alcoólica?
1
Sim
2
Não
(ENCERRA O MÓDULO N)
77
Não respondeu
(ENCERRA O MÓDULO N)
88
Não sabe
(ENCERRA O MÓDULO N)
N 16. Durante os últimos 30 dias, aproximadamente, em quantos dias por semana ou por mês, voconsumiu
bebida alcoólica?
Bebida alcoólica
Freqüência
3. Quantidade
1. Dias/semana 2. Dias/mês
N 16a Cerveja/Chopp
N 16b Vinho
N 16c Pinga/Cachaça/Vodka/
Whisky/Conhaque
Outro(s). Qual(is)?
N 16 d ________________________
N 16e ________________________
N 17. Com que idade começou a beber?
|__|__| anos
94
Anexo 5Ficha de antropometria.
N° de ordem: |___|___|
Nome do entrevistado:
____________________________________________
1. Antropometria:
1
Realizada (PREENCHA O QUADRO ABAIXO)
2
Não se aplica (ACAMADOS, FRATURAS E GRÁVIDAS)
3
Recusada
2.
Data: |___|___|___|___|___|___|
3. Peso |__|__|__| , |__||__| kg
4. Altura
1ª|__|__|__| , |__|
cm
2
a
|__|__|__| , |__|
cm
Média |__|__|__| , |__|
cm
5.Circunferência da
cintura
1ª|__|__|__| , |__|
cm
2
a
|__|__|__| , |__|
cm
Média |__|__|__| , |__|
cm
6.Circunferência do
quadril:
1ª|__|__|__| , |__|
cm
2
a
|__|__|__| , |__|
cm
Média |__|__|__| , |__|
cm
95
Anexo 6Ficha de avaliação da pressão arterial.
de ordem:
|___|___|
Nome do entrevistado :
______________________________________________
1. Medida da Pressão Arterial:
1
Realizada (PREENCHA O QUADRO ABAIXO)
2
Não se aplica (ACAMADOS, FRATURAS E GRÁVIDAS)
3
Recusada
2.
Data: |___|___|___|___|___|___|
3. Pressão
Arterial
Sistólica
(mmHg)
Diastólica (mmHg)
1ª Medida |__|__|__| |__|__|__|
2ª Medida |__|__|__| |__|__|__|
3ª Medida |__|__|__| |__|__|__|
Médias das Duas Últimas
|__|__|__|
|__|__|__|
96
Anexo 7Questionário de informações sobre morbidades referidas.
U 5. Quantos moradores no domicílio tem algum dos seguintes problemas de saúde, seja ele de
longa duração ou que se repete com freqüência?
Problemas de saúde
1. N°
moradores
2. Nome dos moradores
U 5a.
Acidente vascular cerebral (derrame)
U 5b.
AIDS
U 5c.
Alergia
U 5d.
Anemia
U 5e.
Artrite/reumatismo/artrose
U 5f.
Cegueira
U
5g.
Cirrose
U 5h.
Colesterol alto
U 5i.
Deficiência auditiva
U 5j.
Deficiência física
U 5k.
Depressão/ansiedade/problemas emocionais
U 5l.
Diabetes
U 5m.
Doença de Chagas
U 5n.
Doença de coluna/costas (séria, important
e)
U 5o.
Doença de pele
U 5p.
Doença mental
U 5q.
Doença renal crônica
U 5r.
Enxaqueca/dor de cabeça
U 5s.
Epilepsia (ataque)
U 5t
Esquistossomose (barriga d’água)
U 5u.
Hanseníase
U 5v.
Hepatite
U 5W.
Hiperte
nsão arterial (pressão alta)
U 5x.
Infarto
U 5y.
Osteoporose
U 5z.
Tuberculose
U 5aa
Câncer (tumor maligno)
Especificar__________________________
U 5bb
Doença do coração
Especificar__________________________
U 5cc
D
oença crônica do pulmão
(asma/bronquite/enfisema/pneumonia)
Especificar__________________________
U 5dd
Doença digestiva crônica (úlcera/gastrite)
Especificar__________________________
U 5ee
Outros
Especificar__________________________
97
Anexo 8Questionário de informações sobre tratamento realizado.
U 6. Preencher este quadro somente se algum morador referiu apresentar algum dos problemas de
sde citados acima (Quadro U 5).
1. N
o
de
ordem
2. Problemas de saúde
3. Faz
tratamento da
doença?
4.
Qual?
(1)
5. Com o
tratamento,
a doença está
controlada?
SIM
NÃO
SIM
NÃO
U 6a
U 6b
U 6c
U 6d
U 6e
U 6f
U 6g
U 6h
U 6i
U 6j
U 6k
U 6l
U 6m
U 6n
U 6o
U 6p
U 6q
U 6r
U 6s
(1) 1=Dieta modificada (sem sal, sem gordura, sem ácidos, etc);
2=Regime para perder ou manter peso;
3=Atividade física;
4=Toma medicação de rotina (controlada);
5=Toma medicação quando o problema piora (descontrola);
6=Faz fisioterapia;
7=Outro (especificar qual);
77= Não respondeu/recusa;
88=Não sabe.
98
Anexo 9Técnica de Antropometria: Peso.
O peso foi obtido com balança eletrônica, de marca TANITA UM-080
com capacidade de até 150 kg e variação de 0,1 kg, segundo a técnica recomendada
por JELLIFFE (1968). Durante a pesagem, o adolescente foi mantido em posição
ortostática, com o corpo ereto e a cabeça erguida, os braços estendidos ao longo do
corpo, sem sapatos, o peso distribuído igualmente nos dois pés, usando roupas leves,
olhando para frente e imóvel. Cada adolescente foi pesado uma única vez, sendo o
valor registrado imediatamente após o procedimento na ficha antropométrica.
99
Anexo 10Técnica de Antropometria: Estatura.
A estatura foi obtida utilizando estadiômetro de marca SECA 206-
Bodymeter fixado a uma parede ou uma porta sem rodapé, segundo a técnica
recomendada por JELLIFFE (1968). Durante a medida, o adolescente foi mantido
descalço, em posição ereta, com a coluna vertebral e os calcanhares encostados à
parede ou à porta, com os joelhos esticados, os pés juntos e os braços estendidos ao
longo do corpo. A cabeça foi mantida erguida, com os olhos mirando um plano
horizontal. O estadiômetro desce logo após uma inspiração profunda seguida de uma
pausa na respiração, sendo a medida tomada nesse momento. A estatura foi aferida
duas vezes, por dois examinadores, seguindo o mesmo procedimento e registrando os
valores na ficha antropométrica imediatamente após a aferição. A medida final foi a
dia das duas medidas registradas.
100
Anexo 11Curvas de Percentis de Índice de Massa Corporal para o
sexo masculino de 2 a 20 anos (CDC, 2000).
101
Anexo 12 Curvas de Percentis de Índice de Massa Corporal para o
sexo feminino de 2 a 20 anos (CDC, 2000).
102
Anexo 13 Classificação do estado nutricional para adolescentes
segundo o Center for Disease Control and Prevention (CDC, 2000).
Categorias do estado
nutricional
Intervalo de percentis
Baixo peso abaixo do percentil 5
Peso sauvel
do percentil 5 até abaixo do percentil
85
Sobrepeso
do percentil 85 até abaixo do percentil
95
Obesidade igual ou maior que o percentil 95
Fonte:
CDC, 2000.
103
Anexo 14Técnica de verificação e classificação da pressão arterial.
A pressão arterial foi medida com aparelho automático de marca
OMRON–HEM 711AC, segundo a técnica recomendada pelas V Diretrizes Brasileiras
de Hiperteno Arterial (SBC, SBH, SBN, 2007). A medida foi realizada com o
adolescente de bexiga vazia, sem ter praticado exercícios sicos, ingerido bebidas
alcoólicas e/ou café e fumado nos últimos 30 minutos, descansado por cinco minutos,
em ambiente calmo e com temperatura agradável. O adolescente permaneceu sentado
em uma cadeira, com os pés totalmente apoiados no chão, com o braço sobre uma
mesa de forma que a braçadeira do aparelho esteja no mesmovel que seu coração. A
largura da bolsa de borracha da braçadeira correspondeu a 40% da circunferência do
braço e o comprimento envolveu 80% deste. O braço foi colocado dentro da braçadeira
de forma que a parte inferior desta ficasse a uma polegada acima do cotovelo. O
adolescente foi orientado a não se mover ou falar durante o procedimento.
A pressão arterial foi medida três vezes (início, meio e final da
entrevista), com intervalo mínimo de três minutos entre uma e outra medida, sendo
considerada a média das duas últimas medidas. As medições que mostraram
diferença maior que 4 mmHg entre as medidas, foram refeitas até que essas
diferenças fossem menores que 4 mmHg ou até completar cinco medidas. O valor
considerado foi a média das duas últimas medidas.
Os valores de PA correspondentes aos percentis 90, 95 e 99 são
identificados seguindo-se alguns passos. Primeiro localiza-se a linha correspondente
à idade do adolescente na tabela de PA adequada para o sexo. Depois,
localiza-se a
coluna de PA correspondente ao percentil de altura. Por fim, observa-se o valor
encontrado de percentil de PA na linha correspondente para a idade e o percentil de
altura de adolescente (AHA, 2004; SBC et al., 2005).
104
Anexo 15 Classificação da pressão arterial para adolescentes até 17
anos de idade segundo o The Fourth Report on the Diagnosis,
Evaluation and Treatment of High Blood Pressure in Children and
Adolescents) (AAP, 2004).
Nomenclatura
Critério
Normal PAS e PAD em percentis* < 90
Pré-
hipertensão
PAS e/ou PAD em percentis* >90 e <95
ou sempre que PA>120/80mmHg
HAS estágio 1
PAS e/ou PAD em percentis* entre 95 e 99 acrescido
de 5 mmHg
HAS estágio 2
PAS e/ou PAD em percentis* >99 acrescido de 5
mmHg
* Para idade, sexo e percentil de altura, em três ocasiões diferentes.
Legenda: PAS = Pressão Arterial Sistólica, PAD = Pressão Arterial Diastólica,
HAS = Hipertensão Arterial Sistêmica.
105
Anexo 16 Classificação da pressão arterial para adultos (18 anos)
segundo as V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial
(SBC, SBH,
SBN, 2007)
.
Classificação
Pressão sistólica
(mmHg)
Pressão diastólica
(mmHg)
Ótima
< 120
< 80
Normal
< 130
< 85
Limítrofe
130
-
139
85
-
89
Hipertensão estágio 1
140
-
159
9
0
-
99
Hipertensão estágio 2
160
-
179
100
-
109
Hipertensão estágio 3
180
110
Hipertensão sistólica
isolada
140
< 90
106
Anexo 17Curvas de percentis de peso e estatura para o sexo masculino
de 2 a 20 anos (CDC, 2000).
107
Anexo 18 Curvas de percentis de peso e estatura para o sexo feminino
de 2 a 20 anos (CDC, 2000).
108
Anexo 19Tabela de percentis da Pressão Arterial para adolescentes do
sexo masculino, segundo a idade e o percentil de altura
(AAP, 2004)
.
Idade
(anos)
Percentil
PA
Pressão Arterial sistólica (mmHg) Pressão Arterial diastólica (mmHg)
Percentil de Altura Percentil de Altura
5 10 25 50 75 90 95 5 10 25 50 75 90 95
10 50
98 99 100 102 103 104 105 59 59 59 60 61 62 62
90
112 112 114 115 116 118 118 73 73 73 74 75 76 76
95
116 116 117 119 120 121 122 77 77 77 78 79 80 80
99
123 123 125 126 127 129 129 84 84 85 86 86 87 88
11 50
100 101 102 103 105 106 107 60 60 60 61 62 63 63
90
114 114 116 117 118 119 120 74 74 74 75 76 77 77
95
118 118 119 121 122 123 124 78 78 78 79 80 81 81
99
125 125 126 128 129 130 131 85 85 86 87 87 88 89
12 50
102 103 104 105 107 108 109 61 61 61 62 63 64 64
90
116 116 117 119 120 121 122 75 75 75 76 77 78 78
95
119 120 121 123 124 125 126 79 79 79 80 81 82 82
99
127 127 128 130 131 132 133 86 86 87 88 88 89 90
13 50
104 105 106 107 109 110 110 62 62 62 63 64 65 65
90
117 118 119 121 122 123 124 76 76 76 77 78 79 79
95
121 122 123 124 126 127 128 80 80 80 81 82 83 83
99
128 129 130 132 133 134 135 87 87 88 89 89 90 91
14 50
106 106 107 109 110 111 112 63 63 63 64 65 66 66
90
119 120 121 122 124 125 125 77 77 77 78 79 80 80
95
123 123 125 126 127 129 129 81 81 81 82 83 84 84
99
130 131 132 133 135 136 136 88 88 89 90 90 91 92
15 50
107 108 109 110 111 113 113 64 64 64 65 66 67 67
90
120 121 122 123 125 126 127 78 78 78 79 80 81 81
95
124 125 126 127 129 130 131 82 82 82 83 84 85 85
99
131 132 133 134 136 137 138 89 89 90 91 91 92 93
16 50
108 108 110 111 112 114 114 64 64 65 66 66 67 68
90
121 122 123 124 126 127 128 78 78 79 80 81 81 82
95
125 126 127 128 130 131 132 82 82 83 84 85 85 86
99
132 133 134 135 137 138 139 90 90 90 91 92 93 93
17 50
108 109 110 111 113 114 115 64 65 65 66 67 67 68
90
122 122 123 125 126 127 128 78 79 79 80 81 81 82
95
125 126 127 129 130 131 132 82 83 83 84 85 85 86
99
133 133 134 136 137 138 139 90 90 91 91 92 93 93
109
Anexo 20Tabela de percentis da Pressão Arterial para adolescentes do
sexo feminino, segundo a idade e o percentil de altura
(AAP, 2004)
.
Idade
Percentil Pressão Arterial sistólica (mmHg) Pressão Arterial diastólica (mmHg)
(anos) PA Percentil de Altura Percentil de Altura
5 10 25 50 75 90 95 5 10 25 50 75 90 95
10 50
97 98 100 102 103 105 106 58 59 60 61 61 62 63
90
111 112 114 115 117 119 119 73 73 74 75 76 77 78
95
115 116 117 119 121 122 123 77 78 79 80 81 81 82
99
122 123 125 127 128 130 130 85 86 86 88 88 89 90
11 50
99 100 102 104 105 107 107 59 59 60 61 62 63 63
90
113 114 115 117 119 120 121 74 74 75 76 77 78 78
95
117 118 119 121 123 124 125 78 78 79 80 81 82 82
99
124 125 127 129 130 132 132 86 86 87 88 89 90 90
12 50
101 102 104 106 108 109 110 59 60 61 62 63 63 64
90
115 116 118 120 121 123 123 74 75 75 76 77 78 79
95
119 120 122 123 125 127 127 78 79 80 81 82 82 83
99
126 127 129 131 133 134 135 86 87 88 89 90 90 91
13 50
104 105 106 108 110 111 112 60 60 61 62 63 64 64
90
117 118 120 122 124 125 126 75 75 76 77 78 79 79
95
121 122 124 126 128 129 130 79 79 80 81 82 83 83
99
128 130 131 133 135 136 137 87 87 88 89 90 91 91
14 50
106 107 109 111 113 114 115 60 61 62 63 64 65 65
90
120 121 123 125 126 128 128 75 76 77 78 79 79 80
95
124 125 127 128 130 132 132 80 80 81 82 83 84 84
99
131 132 134 136 138 139 140 87 88 89 90 91 92 92
15 50
109 110 112 113 115 117 117 61 62 63 64 65 66 66
90
122 124 125 127 129 130 131 76 77 78 79 80 80 81
95
126 127 129 131 133 134 135 81 81 82 83 84 85 85
99
134 135 136 138 140 142 142 88 89 90 91 92 93 93
16 50
111 112 114 116 118 119 120 63 63 64 65 66 67 67
90
125 126 128 130 131 133 134 78 78 79 80 81 82 82
95
129 130 132 134 135 137 137 82 83 83 84 85 86 87
99
136 137 139 141 143 144 145 90 90 91 92 93 94 94
17 50
114 115 116 118 120 121 122 65 66 66 67 68 69 70
90
127 128 130 132 134 135 136 80 80 81 82 83 84 84
95
131 132 134 136 138 139 140 84 85 86 87 87 88 89
99
139 140 141 143 145 146 147 92 93 93 94 95 96 97
110
Anexo 21Carta de apresentação.
111
Anexo 22Termo de aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa.
112
Anexo 23Termo de consentimento livre e esclarecido.
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