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incorporada à prática educacional, como foi o lápis, o caderno e o livro. Dá-se aí,
portanto, a questão da reformulação curricular, o acesso adequado e construtivo da
tecnologia aos alunos especiais. Um aluno cego poderá utilizar a televisão como
meio de aprendizagem, entretanto o computador será mais valioso no aspecto
educacional e talvez, porque não, também no aspecto cultural, uma vez que a
televisão hoje se utiliza das imagens como fonte principal para marketing e
solicitação de doações.
Nesse sentido, a abordagem histórico-cultural descrita por Weiss
(1999), é a perspectiva teórica que permite agregar a tecnologia na educação, a
partir do momento em que valoriza as interações sociais e preconiza a fundamental
importância do papel do professor atuando na zona de desenvolvimento proximal,
motivando, estimulando e desencadeando estas funções que estão incompletas na
mente do aprendiz, tornando o processo ensino-aprendizagem mais satisfatório.
O importante no trabalho com a informática na educação especial é
que o professor regente saiba conduzir seus alunos aos computadores e
desenvolver com eles atividades, inseridas em projetos, dando, assim, continuidade
às atividades curriculares já iniciadas em sala.
O desenvolvimento no ensino, utilizando recurso tecnológico, só é
atingido, segundo Tavares (1998), quando se é capaz de aumentar a motivação dos
sujeitos especiais, despertando mais interesse e curiosidade pelo ensino.
É importante ressaltar que muitos alunos podem aceitar o trabalho e
dar em troca o esperado, que é a sistematização do conhecimento. Entretanto,
algumas atividades são rejeitadas pelo aluno, que não deseja realizá-las no
momento, por serem alunos especiais e agirem, muitas vezes, de maneira
totalmente diferente daquela esperada.
Deve-se destacar, também, que atualmente a informática permite
vários tipos de acesso, contudo, para alguns sujeitos deficientes é preciso adaptar a
máquina individualmente a fim de que possam interagir e utilizar todas as
oportunidades que o computador pode fornecer.
Existem adaptações chamadas de órteses, as quais variam entre
simples adaptações de periféricos até aparelhos fixados ao corpo da pessoa ou
utilizados pelo deficiente, principalmente físico, para possibilitar e facilitar a interação
com a máquina, fazendo com que o indivíduo possa manipular o computador sem
auxílio de outras pessoas.