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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS
CENTRO DE CIENCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA E RECURSOS
NATURAIS
ESTUDO DA COMUNIDADE DE INVERTEBRADOS EM FITOTELMATA DE
BROMELIACEAE COM ÊNFASE EM CHIRONOMIDAE (INSECTA, DIPTERA)
EM UM FRAGMENTO DE MATA ATLÂNTICA NO MUNICÍPIO DE MAGÉ, RJ.
Vinicius Moraes Sodré
SÃO CARLOS
2008
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS
CENTRO DE CIENCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA E RECURSOS
NATURAIS
ESTUDO DA COMUNIDADE DE INVERTEBRADOS EM FITOTELMATA DE
BROMELIACEAE COM ÊNFASE EM CHIRONOMIDAE (INSECTA, DIPTERA)
EM UM FRAGMENTO DE MATA ATLÂNTICA NO MUNICÍPIO DE MAGÉ, RJ.
Vinicius Moraes Sodré
Dissertação apresentada ao Programa
de Pós-Graduação em Ecologia e
Recursos Naturais da Universidade
Federal de São Carlos, como parte dos
requisitos para obtenção do Título de
Mestre em Ecologia e Recursos
Naturais.
Orientadora: Drª. Odete Rocha
Co-orientadora: Drª. Maria C. Messias
SÃO CARLOS
2008
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Ficha catalográfica elaborada pelo DePT da
Biblioteca Comunitária da UFSCar
S679ec
Sodré, Vinicius Moraes.
Estudo da comunidade de invertebrados em fitotelmato de
Bromeleaceae com ênfase em Chironomidae (Insecta
Díptera) em um fragmento de Mata Atlântica no município
de Magé, RJ / Vinicius Moraes Sodré. -- São Carlos :
UFSCar, 2008.
65 f.
Dissertação (Mestrado) -- Universidade Federal de São
Carlos, 2008.
1. Chironomidae. 2. Invertebrados. 3. Diversidade
biológica. 4. Fitotelmata. 5. Rio de Janeiro, Região
Metropolitana do (RJ). I. Título.
CDD: 595.771 (20
a
)
Vinicius Moraes Sodré
ESTUDO DA COMUNIDADE DE INVERTEBRADOS EM FITOTELMA TA DE
BROMELIACEAE COM ÊNFASE EM CHIRONOMIDAE (INSECT A, DIPTERA)
EM UM FRAGMENTO DE MATA ATLÂNTICA NO MUNICÍPIO DE MAGÉ, RJ
Dissertação apresentada à Universidade Federal de São Carlos, como parte dos
requisitos para obtenção do título de Mestre em Ecologia e Recursos Naturais.
Aprovada em 13 de outubro de 2008
BANCA EXAMINADORA
Presidente
Owli ~~
Prata. Dra. Odete Rocha
(Orientadora)
10Examinador
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"- '\ -=--, . i,)'
, Á..Ar--r~-..J.. ~)
Profa. Dl:;-Nlaria José dos Santos Wisniewski
~IF ALI AI fenas- M G
. r 11 A ,
20 Examinador
t
Profa. Dra. Maria C~nceição Messias
UFRJ/Rio d6 Janeiro-RJ
AGRADECIMENTOS
Devo agradecer primeiramente ao Governo da República Federativa do Brasil
que me possibilitou através de meios democráticos poder ingressar em uma
das instituições de ensino superior de maior prestígio deste país e que também
com a concessão de uma bolsa auxílio através da CAPES salvaguardou minha
dignidade e o direito a educação;
Ao Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Recursos Naturais que, além
da calorosa acolhida a um membro de outro estado que ali chegava, luta dia-a-
dia pelo melhoramento do programa bem com o bem estar dos alunos;
Aos professores do Programa que sempre muito gentilmente cederam seus
tempos e elucidaram qualquer dúvida que por acaso eu viesse a ter.
Ao Museu Nacional/UFRJ e Departamento de Entomologia pelo apoio e cessão
do laboratório, onde pude realizar todas as minhas pesquisas que deram
origem a este trabalho. Sem este lugar, sem as pessoas dos diversos grupos e
áreas, que me auxiliaram nas identificações e que no dia-a-dia passei a estimar
tanto, de certo este trabalho teria sido muito mais difícil. Agradeço a todos o
suporte, a amizade, aos carinhos e acima disto tudo as broncas, que me
moldaram para ser um profissional melhor.
À Prefeitura e a Fábrica de Refrigerantes Pakera, as quais sem suas
autorizações não seria possível realizar esse estudo. Agradeço a elas nas
pessoas dos seus solícitos e exemplares funcionários que me acompanharam
neste trabalho: Sr. Oswaldo, Sr. Amós, Sr. Manoel e Sr. Manoel (Nequinha).
Ao INMET que gentilmente cederam-me os dados para a realização desta
pesquisa.
Ao Dr. Sebastião José de Oliveira (in memorian) pelos primeiros ensinamentos,
suas histórias e por ter me apresentado uma ciência como eu sonhava que
fosse, uma ciência romântica, apaixonante e verdadeiramente brasileira.
À Drª. Odete Rocha pela orientação e disponibilidade durante a execução
deste trabalho e especial pela nobre acolhida que eu recebi, fazendo com que
eu me sentisse menos perdido na nova terra em que eu chegava. Seus
ensinamentos sobre ecologia em sua sala, quando por inúmeras vezes ia
perguntá-la algo acerca da ecologia, se enraizaram no que sou hoje
profissionalmente e os levarei pra vida toda.
À Drª. Maria Conceição Messias pela orientação na taxonomia de
Chironomidae e pelo apoio e determinação no desenvolvimento deste trabalho
e muito além disso, sua amizade, paciência, espírito guerreiro, suas broncas,
histórias e conselhos que sem os quais não seria o que sou hoje.
A Drª Sonia Maria Lopes Fraga, Chefe do Departamento de Entomologia, que
sempre foi pra mim uma das minhas orientadoras. O seu carinho, seu jeito, seu
exemplo profissional e, sobretudo suas broncas, com certeza me
transformaram muito. Construíram as bases de um cientista melhor, de um
homem melhor. Obrigado!
A todos os colegas que me ajudaram (que são muitos) mas em especial: Luiz
Rafael, Emiliano, Joice, Fábio Roque e Humberto Mendes.
A família São Carlense que ganhei quando fui morar na REPSEMNOME.
Vocês são amigos que viraram minha família. Obrigado Toninho, Alessandro,
Fabrício e Juninho, por tudo!
à minha família pelo apoio constante e fiel. Seu amor foi expresso das mais
variadas formas, nas mais variadas pessoas: papai, mamãe, minha irmã, vovó,
Akemi, todos os tios e tias em especial Marli, os amo muitíssimo! MUITO
OBRIGADO!
Resumo
Neste trabalho é apresentado um estudo da fauna de invertebrados, com
enfoque nos Chironomidae (Insecta, Diptera), presentes em fitotelmata de duas
espécies de bromélias (Neoregelia concentrica (Vellozo) L.B. Smith e Aechmea
nudicaulis (Linnaeus) Grisebach) em um fragmento de Mata Atlântica de uma
área metropolitana do estado do Rio de Janeiro, nomeada Pau Grande,
pertencente ao município de Magé. Por um período de 13 meses, entre
setembro de 2006 a setembro de 2007 foram realizadas 9 coletas, com
intervalos de aproximadamente 1 ½ meses, com a finalidade de analisar
quantitativa e qualitativamente o conteúdo dos fitotelmata nas bromélias locais.
Foram feitas observações ecológicas da comunidade de macroinvertebrados e
uma análise taxonômica e ecológica com ênfase nos Chironomidae existentes
foi realizado como resultados dos estudos de 50 exemplares de bromélias.
Dentre os invertebrados, observou-se a maior dominância de Ostracoda, e em
relação aos insetos, os Chironomidae foram dominantes. Desta família
representantes de três subfamílias (Orthocladiinae, Chironominae e
Tanypodinae), foram representadas. Da subfamília Tanypodinae foi registrada a
presença do gênero Monopelopia pela primeira vez em bromélias no estado do
Rio de Janeiro, contribui-se com informações taxonômicas sobre os imaturos de
Polypedilum e acredita-se que o Orthocladiinae gen. A seja aparentemente
adaptado aos fitotelmata. Foram foram feitas análises estatísticas e os dados
sobre volume, pH, número total de indivíduos, riqueza e diversidade nas duas
bromélias são apresentados.
PALAVRAS-CHAVE: Invertebrados, Chironomidae, Bromeliaceae, fitotelmata,
biodiversidade.
ABSTRACT
This work presents a study on the fauna of invertebrates, with focus on
Chironomidae (Insecta, Diptera), inhabiting phytotelmata of two species of
bromeliads (Neoregelia concentrica (Vellozo) LB Smith and Aechmea
nudicaulis (Linnaeus) Grisebach) in a fragment of Atlantic Rainforest in a
metropolitan area of the State of Rio de Janeiro, named Pau Grande in the city
of Magé. For a period of 13 months, from September 2006 to September 2007
were carried out 9 collections, with intervals of approximately 1 ½ months, with
the aim of qualitatively and quantitatively analyze the content of local
phytotelmata in bromeliads. Observations on the ecological community of
invertebrates was made and a taxonomic eand ecological analysis with focus
on Chironomidae inhabiting those communities was done as results of the study
of 50 specimens of bromeliad. Among the nvertebrates, we observed the
Ostracoda as the most dominant; among the insects, the Chironomidae were
the most dominant. Representatives of this family of three subfamilies
(Orthocladiinae, and Chironominae Tanypodinae) were represented. From the
subfamily Tanypodinae was registered the presence of genus Monopelopia as
the first occurrence in bromeliads in the state of Rio de Janeiro, we contribute
with taxonomic information about the immature of Polypedilum (Chironominae)
and it is believed that the Orthocladiinae gen. A is apparently adapted to
phytotelmata. Statistical analysis was made and data on volume, pH, the total
number of individuals, richness and diversity in the two bromeliads are
presented.
KEYWORDS: Invertebrates, Chironomidae, Bromeliaceae, fitotelmata,
biodiversity.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Exemplo de teia alimentar em uma bromélia. MOG – matéria
orgânica grande; MOS – matéria orgânica em suspensão. 48
Figura 2 Local da coleta. As áreas escuras representam áreas de Mata
Atlântica existentes no estado do Rio de Janeiro 49
Figura 3 Área de coleta, em detalhe o Açude Pau Grande 50
Figura 4 Variação da precipitação pluviométrica e da temperatura
média do ar durante o período de setembro de 2006 a
setembro de 2007. 51
Figura 5 Variação do volume total dos fitotelmata (mL) e do número de
espécimes de Chironomidae em um fragmento de Mata
Atlântica, Rio de Janeiro, município de Magé, RJ, nas
diferentes coletas realizadas no período de setembro de 2006
a setembro de 2007 51
Figura 6 Abundância relativa das populações de Chironomidae por
coleta, nos fitotelmata de bromélias de um fragmento de Mata
Atlântica, Rio de Janeiro, município de Magé, RJ, no período
de setembro de 2006 a setembro de 2007 52
Figura 7 Participação relativa dos diferentes táxons de Chironomidae
em relação ao total de espécimes de Chironomidae coletados
nos fitotelmata de Bromeliaceae em um fragmento de Mata
Atlântica do Rio de Janeiro, no município de Magé, RJ,
durante o período de de setembro de 2006 a setembro de
2007 53
Figura 8 Variação temporal na ocorrência dos táxons de Chironomidae
em fitotelmata de Aechmea nudicaulis de um fragmento de
Mata Atlântica do Rio de Janeiro, município de Magé, RJ, no
período de setembro de 2006 a .setembro de 2007
54
Figura 9 Variação temporal na ocorrência dos gêneros de
Chironomidae em fitotelmata de Neoregelia concentrica de um
fragmento de Mata Atlântica do Rio de Janeiro, município de
Magé, RJ, no período de setembro de 2006 a setembro de
2007 54
Figura 10 Abundância total por expedição para ambas as bromélias
durante o período de junho a dezembro de 2007 55
Figura 11 Abundância x Precipitação pluviométrica no período de junho a
dezembro de 2007. 55
Figura 12 Variação na Precipitação pluviométrica e no volume médio de
água dos tanques de bromélias nas quatro expedições de
coleta realizadas em um fragmento de mata Atlântica na
localidade de Pau Grande, município de Magé, região
metropolitana do Rio de Janeiro.
56
Figura 13 Distribuição por volume dos indivíduos encontrados para o
período de junho a dezembro de 2007 56
Figura 14 Polypedilum sp. a) Antena; b) Mento e Placas ventromentais;
c) Pré-mandíbula e d) Mandíbula 57
Figura 15 Monopelopia sp. a) Mandíbula; b) Garra posterior; c) lígula e
paralígula; d) Procerco e e) Antena 58
Figura 16 Orthocladiinae gen A, a) Mento; b) antena; c) pré-mandíbula e
d) Mandíbula 59
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Valores relativos ao volume de água, pH e número de
indivíduos nos fitotelmata para as duas espécies de bromélias
estudadas, Neoregelia concentrica e Aechmea nudicaulis, nos
períodos seco e chuvoso. 60
Tabela 2 Composição taxonômica, abundância numérica total e média
por fitotelmata da bromélia N. concentrica em um fragmento de
mata Atlântica na localidade de Pau Grande, município de
Magé, região metropolitana do Rio de Janeiro, no período de
junho a dezembro de 2006 61
Tabela 3 Composição taxonômica, abundância numérica total e média
por fitotelmata da bromélia Aechmaea nudicaulis em um
fragmento de mata Atlântica na localidade de Pau Grande,
município de Magé, região metropolitana do Rio de Janeiro, no
período de junho a dezembro de 2006. 62
Tabela 4 Comparação da composição taxonômica das comunidades dos
fitotelmata de bromélias, por meio da aplicação do Índice de
similaridade de Jaccard (presença e ausência) em quatro
amostragens realizadas respectivamente em junho, julho,
setembro e dezembro de 2007, em um fragmento de Mata
Atlântica, localidade de Pau Grande, município de Magé, Rio de
Janeiro. 63
Tabela 5 Variações no volume de água dos fitotelmata, pH da água e
número de bromélias amostradas para quatro amostragens
realizadas em um fragmento de Mata Atlântica, localidade de
Pau Grande, município de Magé, Rio de Janeiro.
64
Tabela 6 Valores dos Índices de diversidade, Diversidade máxima e
equitabilidade de Shannon; índices de Dominância e de
Diversidade de Simpson para as comunidades de fitotelmata
das espécies de bromélias Aechmea nudicaulis e Neoregelia
concêntrica, em quatro amostragens realizadas,
respectivamente em junho, julho, setembro e dezembro de
2007, em um fragmento de Mata Atlântica na localidade de Pau
Grande, município de Magé, Região Metropolitana do Rio de
Janeiro. 65
SUMÁRIO
P.
1 INTRODUÇÃO 15
1.1 Fitotelmata 17
1.2 Família Bromeliaceae 18
1.3 Família Chironomidae 19
1.4 Outros Invertebrados 22
1.5 Tipos de associação vegetal x animal 22
2 OBJETIVO 26
2.1 Geral. 26
2.2 Específico 26
3 MATERIAL E MÉTODOS 27
3.1 Material 27
3.1.1 Campo 27
3.1.2 Laboratório 27
3.1.3 Área de estudo 27
3,2 Amostragem 28
4 RESULTADOS 30
4.1 Ocorrência de Chironomidae (Insecta, Diptera) em fitotelmata de
Bromeliaceae em um fragmento de Mata Atlântica no Estado do Rio de
Janeiro, Brasil. 30
4.2 Sobre a fauna de invertebrados fitotelmata de Bromeliaceae em um
fragmento de Mata Atlântica no Estado do Rio de Janeiro, Brasil 31
4.3 Resultados taxonômicos 34
5 DISCUSSÃO 36
6 CONCLUSÃO 40
6.1 Taxonômicas 40
6.2 Ecológicas 40
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 41
8. FIGURAS E TABELAS 48
8.1 Figuras 48
8.2 Tabelas 60
15
1 - Introdução
Este trabalho tem como objetivo contribuir com novos conhecimentos acerca
das comunidades fitotelmáticas em duas espécies de bromeliáceas, com ênfase na
família Chironomidae (Insecta, Diptera), de um fragmento de Mata Atlântica na
região de Pau Grande, município de Magé, até então ainda não estudada.
As bromélias, plantas pertencentes à família Bromeliaceae, são
particularmente adaptadas a desenvolverem fitotelmata, nome dado aos pequenos
corpos d’água retidos em plantas por estruturas destas, devido ao arranjo de suas
folhas (FISH,1983). Elas podem ser consideradas como pequenos “microcosmos
aquáticos”, e apesar do pequeno volume retido nessas coleções de água, têm-se
verificado a ocorrência de micro-comunidades que são, proporcionalmente, muito
diversificadas, contendo representantes de diversos grupos taxonômicos que ali
sobrevivem, desenvolvendo-se e interagindo ecologicamente.
Na literatura existem registros da ocorrência de representantes de diversos
grupos de invertebrados como: Protozoa, Nematoda, Oligochaeta, Copepoda,
Cladocera, Ostracoda, Tardigrada, Insecta, Arachnida e Amphibia, que habitam
simultaneamente o fitotelmata de uma mesma bromélia (GREENEY, 2001;
KITCHING, 2000; LAESSLE, 1961 e PICADO, 1913). Cerca de 470 espécies de
organismos aquáticos já foram registrados em bromélias (FRANK, 1983).
Essas comunidades de fitotelmata, estudadas em diversas regiões do
planeta, têm despertado grande interesse pelo fato de possuírem diversos níveis
tróficos, apesar da grande limitação espacial e do limitado fluxo de energia
(KITCHING, 2000).
Entre os indivíduos abrigados em fitotelmata já foram registrados estágios
imaturos de espécies como Stegomyia aegypti Linnaeus, 1762 e Stegomyia
albopicta (Skuse), 1895 (Insecta, Diptera, Culicidae), que são considerados vetores
de doenças que podem vir a afetar o homem, como a dengue (FORATTINI, et al.
1998; FORATTINI, et al., 2000; CUNHA et al., 2002, DERRAIK, 2005, NATAL et
al.,1997 ).
A comunidade de fitotelmata, além de constituir pequenos repositórios, que
podem ser considerados verdadeiros refúgios de biodiversidade, especialmente em
ambientes com grandes alterações (ARMBRUSTER, et al. 2002, NOSS,1990), são
16
consideradas participantes dos processos de manutenção das florestas
redistribuindo nutrientes ao solo, isto porque já foi constatado que as bromélias
epífitas e suas comunidades são capazes de reprocessar nutrientes, antes de
caírem das copas das árvores, ao chão (FRANK, 1983).
A razão de enfatizar o estudo dos dípteros Chironomidae neste estudo deve-
se ao fato da possibilidade de ampliação de seu conhecimento taxonômica e
ecológico já que os estágios imaturos desses indivíduos são comuns em registros de
literatura em bromélias, e nelas já foram assinaladas as ocorrências de 12 espécies:
Antillocladius antecalvus Saether,1981, Mesosmittia patrihortae Sæther, 1985,
Metriocnemus abdominoflavatus Picado, 1913, Ablabesmyia costaricensis Picado,
1913, Ablabesmyia ignobilis (Johannsen) Johannsen, 1932, Monopelopia caragata
Mendes, Marcondes & Pinho, 2003, Monopelopia mikeschwartzi Epler, 1998,
Monopelopia tillandsia Beck & Beck, 1966, Chirocladius pedipalpus, Picado 1913,
Stenochironomus atlanticus Pinho & Mendes, 2005, Tanytarsus bromelicola
Cranston, 2007, Tanytarsus confusa (Malloch), Miller, 1971 (MARCONDES &
PINHO, 2005; CRANSTON & JUDD, 1987; EPLER & JANETZKY, 1998,
CRANSTON, 2007, PINHO et al., 2005, MENDES et al, 2003),
A comunidade fitotelmática é muito diversificada e o conjunto de espécies
animais, que interagem dentro do fitotelma, são influenciados como um todo por
uma série de fatores que refletem a geografia, história e o meio ambiente no qual
ocorrem, e podem contribuir para os padrões observados na natureza. O estudo
destas comunidades tem suscitado atenção por sua simplicidade, fácil ocorrência e
a possibilidade de novas descobertas no campo da taxonomia e de teorias
ecológicas (KITCHING, 2000, KITCHING, 2001).
17
1.1 - Fitotelmata
O termo fitotelma (plural, fitotelmata) foi cunhado pelo biólogo alemão Ludwig
Varga em 1928 e significa algo como “planta – tanque“, alusão à água contida nas
partes das plantas, estando elas vivas ou mortas, presas ou destacadas destas. O
termo, de origem grega, suprimiu nomenclaturas anteriores (KITCHING, 2000).
Existem sete tipos de fitotelmata descritos por Kitching, que são: (1) buracos
de árvore, (2) axilas de folhas, (3) partes de flores, (4) folhas modificadas, (5) partes
de plantas caídas, (6) frutos caídos e (7) galhos podres (GREENEY, 2001).
Estima-se que um número bem acima de 1.500 espécies de plantas sejam
propensas ao desenvolvimento de insetos aquáticos. Brácteas florais, folhas
modificadas, axilas folheares ou internas, capazes de reter água, são encontrados
em pelo menos 29 famílias de plantas, distribuídas mundialmente. Outras estruturas
tais como buracos em árvores, frutos abertos e folhas caídas fazem este número
aumentar ainda mais (FISH, 1983).
Há referências do encontro, na África Oriental, de fungos capazes de reter
pequenas quantidades de água da chuva em seus basidiocarpos côncavos, onde
larvas de mosquitos têm sido coletadas. Nesse caso são chamados de Micotelmata,
já que fungos e plantas estão em reinos distintos (FISH, 1983). Recentemente no
Brasil, foi reportada a ocorrência da espécie Polypedilum (Tripodura) amataura
Bidawid-Kafka, 1996 (Chironomidae) (SERPA-FILHO et al., 2007) em fungos na
Amazônia.
Fitolemata ocorrem em quase todas as regiões do mundo, porém, pelo
aumento da diversidade de plantas e pela grande precipitação pluviométrica, são
mais predominantes nas regiões tropicais (FISH, 1983).
Segundo Kitching (2000), os fitotelmata contém organismos, que por viverem
retidos em um ambiente, encontram ecótonos, que impõe sobre a comunidade uma
distinção, que não é observada em nenhum outro ecossistema complexo. Em
termos energéticos, estes ambientes são alóctones, contando com a entrada de
energia oriunda de detritos vindos de fora do habitat como energia basal. A relativa
simplicidade da comunidade facilita a definição de teias alimentares, se comparada
com ambientes maiores e mais difusos, tais como o fundo de lagos ou a copa da
floresta, onde a riqueza específica pode ser medida em centenas de espécies e o
18
número de potenciais ligações da teia alimentar seria muito grande. Ainda, segundo
o autor, a maior parte dos fitotelmata ocorre dentro de grandes ecossistemas, como
uma série de unidades espalhadas espacialmente dentro de florestas e áreas
alagadas, o que possibilita que se tornem verdadeiras réplicas faunísticas, que
podem ser manipuladas e/ou reconstruídas artificialmente no campo para que
experimentos possam ser desenhados e conduzidos, atendendo as necessidades de
escala e tempo.
1.2 – Família Bromeliaceae
Com aproximadamente 2000 espécies, as bromélias ou gravatás, são plantas
cuja distribuição geográfica é predominante nas regiões tropicais e subtropicais do
continente americano, tendo somente uma espécie registrada para a África.
Comporta três subfamílias: Pitcairnioideae, com cerca de 13 gêneros;
Bromelioideae, com aproximadamente 30 gêneros e Tillandsioideae com cerca de 6
gêneros e os estudos taxonômicos da família continuam incompletos, havendo ainda
muitas novas espécies a serem descritas e discussões em relação aos seus limites
genéricos (FRANK, 1983).
Plantas dessa família podem ser encontradas em todos os lugares do mundo,
Contudo devido à alta diversidade e índices pluviométricos, sua prevalência nas
regiões tropicais é maior. Registros de bromeliáceas vão desde o Canadá até a
Patagônia podendo também variar em relação à altitude, desde o nível do mar até
mais de 4000 metros (FISH, 1983).
A água armazenada nas bromélias contém quantidade variável de nutrientes,
que resulta da decomposição de detritos orgânicos oriundos de frutos, folhas,
galhos, excrementos de aves, anuros, lagartos e da percolação da água pelas
árvores que recolhe os sais minerais dos tecidos vegetais e da atmosfera, trazendo
para o tanque uma parcela dos nutrientes necessários para a planta (FISH, 1983).
As bromélias, como as demais plantas verdes, obtêm energia através da
fotossíntese, porém a aquisição de água e nutrientes pode ser diferente. Em
19
algumas, como no caso das epífitas, suas raízes podem não ser absorsivas,
servindo apenas de suporte, sendo a água, os nutrientes e minerais absorvidos por
estruturas especiais nas suas folhas (FRANK, 1983). Outras espécies têm a
capacidade de reter água e detritos entre as suas folhas, que são arrumadas em
forma de roseta. Esse arranjo propicia, além de uma forma de aquisição de
nutrientes diferenciada da maioria das plantas como predito, favorece o
desenvolvimento de diversas espécies de animais neste ambiente (KITCHING,
2000).
As bromélias podem ser consideradas como um “microcosmo aquático”
(MAGUIRE, 1971), onde comunidades inteiras, de organismos unicelulares, insetos
como os Chironomidae, até pequenos vertebrados, encontram-se adaptadas a este
tipo de ambiente, desenvolvendo-se e interagindo ecologicamente. Segundo Frank
(1983), cerca de 470 espécies de organismos aquáticos foram registrados até agora
em bromélias.
Os registros de animais são poucos para a maioria das espécies de
Bromeliaceae, sendo mais comum os registros sobre a ocorrência de mosquitos.
Listas faunísticas estão longe de estarem completas para as mais comuns
fitotelmata, exemplo disto é o fato de que, dos estudos sobre a fauna de bromélias
publicados, só se encontram disponíveis listas para 6 lugares: Flórida, Porto Rico,
Jamaica, Costa Rica, Colômbia e Brasil. Destas, poucas reportam listas completas
da fauna aquática, porque vários espécimes não são identificáveis ao nível
específico ou não foram ainda descritos (FISH, 1983).
1.3 – Família Chironomidae
Os mosquitos da família Chironomidae Macquart, 1838 (Insecta, Diptera,
Nematocera), segundo Cranston (1995), são cosmopolitas e constituem o grupo
mais importante entre os insetos aquáticos, tanto qualitativamente, quanto
quantitativamente. Seus estágios imaturos colonizam todos os tipos de água, em
ambientes naturais ou artificiais, tais como riachos, nascentes de água quente ou
fria, lagos, brejos, pântanos, pequenas poças, cachoeiras, água acumulada em
20
axilas de plantas, nos internódios de bambus, açudes, represas, vales inundados,
estações de tratamento de esgoto, canais, plantações irrigadas de arroz,
reservatórios e sistemas urbanos de suprimento de água; além disso, algumas
espécies têm larvas e pupas semiterrestres, pois vivem em ambientes úmidos, e
outras são exclusivamente terrestres.
São em geral herbívoros-detritívoros, ingerindo algas, fungos e
microorganismos associados ao sedimento ou a folhas em decomposição;
processando a matéria orgânica disponibilizam-na para a cadeia alimentar. Contudo,
existem espécies que são predadoras pertencentes à subfamília Tanypodinae
(CRANSTON, 1995; KITCHING, 2000).
Sua biodiversidade é bastante ampla e tanto podem ser encontrados no
Ártico como na Antártida; na zona abissal da mais profunda coleção de água doce
do mundo, o Lago Baical, na Sibéria ou nas áreas glaciais das altas montanhas,
como no Himalaia. A família Chironomidae é a única, entre os insetos, que tem
espécies cujos estágios imaturos colonizam o bentos do litoral marinho
(CRANSTON, 1995).
As larvas de Chironomidae são utilizadas como bioindicadoras da qualidade
de água e servem para o monitoramento de poluição da água por dejetos industriais
e domésticos Em certas condições como sob baixos níveis de oxigênio dissolvido,
as larvas de Chironomidae podem ser os únicos insetos presentes. As formas
imaturas de algumas espécies conseguem adaptar-se a extremos de temperatura,
pH, salinidade, profundidades, correnteza. Devido ao seu rápido crescimento sob
diferentes tipos de poluição, testes de toxicidade e estudo das deformidades das
larvas são realizados para a indicação de poluição química (LINDEGAARD, 1995).
Nas duas últimas décadas tem aumentado, em vários países, o número de
estudos sobre a importância dos Chironomidae como causadores de vários tipos de
alergia (ALI, 1995)
Segundo Spies & Reiss, 1996, a família Chironomidae está atualmente
dividida em 11 subfamílias, sendo elas: Telmatogetoninae Brundin, 1966;
Chilenomyiinae Brundin, 1983; Aphroteniinae Brundin, 1983; Podonominae
Thienemann, 1937; Buchonomyiinae Brundin & Sæther, 1978; Tanypodinae
Thienemann & Zavrel, 1916; Diamesinae Kieffer, 1923; Prodiamesinae Sæther,
1976; Usambaromyiinae Andersen & Sæther, 1994 ; Orthocladiinae Edwards, 1929 e
Chironominae Macquart, 1838. Com exceção da subfamília Usambaromyiinae as
21
demais ocorrem na região neotrópica. No Brasil apenas quatro estão assinaladas:
Telmatogetoninae, Tanypodinae, Orthocladiinae e Chironominae (SPIES & REISS,
1996) e recentemente a subfamília Podonominae (ROQUE & TRIVINHO-STRIXINO,
2004)
São registrados 155 gêneros e 709 espécies de Chironomidae para a região
neotropical. A disponibilidade de publicações sobre Chironomidae cobre apenas
uma pequena parte do total faunístico aqui existente. (ASHE et al., 1987). Nos
últimos anos um grande avanço acerca do estudo dessa família tem sido tentado,,
com o desenvolvimento de grupos de pesquisadores em vários estados do país
(NESSIMIAN et al., 2003), porém não sendo ainda suficiente para conhecermos
representatividade da fauna.
Estudos de autoecologia de Chironomidae em fitotelmata são raros
(CRANSTON, 2007). Thienemann (1954) realizou uma revisão sobre os registros de
coleta dos mesmos em fitotelmata em âmbito mundial e atualizações destes
registros têm sido cada vez mais freqüentes. Chironomidae são também tão
numerosos quantos os Culicidae na maioria das comunidades de fitotelma, contudo
a sistemática de espécies habitantes de fitotelmata parece ser ainda pobremente
estudada (CRANSTON, 2007). O gênero Metriocnemus van der Wulp, 1874 parece
ser o mais freqüentemente encontrado nestes habitats. (FISH, 1983).
Plantas capazes de abrigar Chironomidae são muito diversas e variadas, de
fato, quase toda planta que pode reter água por qualquer período de tempo
significante é capaz de suportar larvas de Chironomidae.
Já foram assinalados em fitotelmata recolhidos em buracos de árvores desde
o Reino Unido até a Nova Zelândia, em plantas carnívoras do Velho e do Novo
Mundo; em axilas de Richea (Epacridaceae) em baixas elevações na Tasmânia e na
Lobélia (Lobeliaceae) nas grandes altitudes do Quênia; e em cada repositório
concebível nos úmidos trópicos pelo mundo (CRANSTON, 2007; GREENEY,2001).
Destas plantas, uma das mais estudadas é a família Bromeliácea (FRANK, 1983).
Recentemente, houve a descrição de uma espécie partenogenética, Polypedilum
parthenogeneticum Donato & Paggi, 2008, oriunda de plantas do gênero Eryngium
sp. (Apiaceae) na Argentina (DONATO & PAGGI, 2008).
Para o Estado do Rio de Janeiro, até este estudo, não existiam pesquisas
específicas voltadas para o conhecimento deste grupo neste tipo de habitat.
22
1.4 - Outros invertebrados
Entre muitos autores que trabalharam com a coleta de invertebrados em
fitotelmata, aqui serão citados: Frank et al, 2004 que fez uma listagem de
invertebrados coletados em bromélias da Flórida e seus resultados obtidos mostram
uma grande variedade de animais, tais como: Mollusca, Isopoda, Diplopoda,
Chilopoda, Araneae, Pseudoscorpiones, Acari e Insecta (destes, os dípteros
encontrados foram Cecidomyiidae, Psychodidae, Culicidae, Ceratopogonidae,
Chironomidae, Aulacigastridae e Muscidae), Mestre et al., 2001 que estudaram a
fauna associada a bromélias no estado do Paraná, Brasil, e que acharam uma
fauna associada muito rica que foi agrupada em 23 grupos taxonômicos diferentes e
Kitching (2000) que apresenta uma lista de animais bem completa composta por:
Platyhelminthes, Rotifera, Gastrotricha, Nematoda, Tardigrada, Annelida, Arthropoda
(em geral com maior incidência na classe Insecta) , Arachnida e Mollusca.
1.5 - Tipos de associação vegetal x animal
Podem ser observados três tipos de associação de animais com essas plantas:
(1) há aqueles animais que se alimentam das plantas, (2) há os organismos
aquáticos que em pelo menos um de seus estádios utilizam este habitat e (3)
aqueles organismos terrestres no qual utilizam estas plantas, pois estas propiciam
proteção, umidade e caça. Dentro destes três grupos existem especialistas,
associados apenas a determinado tipo de fitotelma, assim como generalistas que
ocupam habitats similares a estes (FRANK, 1983).
A macrofauna de fitotelmata varia na sua complexidade. Há relatos onde em
axilas folheares em climas temperados havia a existência de apenas três espécies e
que em buracos em árvores, internos de bambus e tanques de bromélias das
regiões tropicais existiam até vinte espécies envolvidas (KITCHING, 2001). Grande
parte da fauna encontrada nestes ambientes pertence à classe Insecta sendo a
ordem Diptera a mais abundante. Além da classe insecta são freqüentes outros
grupos como: Protozoa, Nematoda, Oligochaeta, Copepoda, Cladocera, Ostracoda,
23
Tardigrada, Arachnida e Amphibia (Greeney, 2001; Kitching, 2000; Laessle, 1961 E
PICADO, 1913).
No campo da ecologia teórica,os estudos com fitotelmata passaram a
desempenhar um papel importante. A multiciplicidade de idéias sobre como
comunidades naturais desenvolvem-se dentro do tempo ecológico, como mudam
através deste e como e por que variam geograficamente, chamou a atenção sobre
conceitos teóricos relacionados à competição, predação e dispersão, bem como,
mais holisticamente, idéias que recorrem a limitações estruturais inerentes como
teias alimentares (KITCHING, 2000) (Figura 1).
A teia alimentar em fitotelmata é baseada em detritos de origem alóctone.
Nestes sistemas os consumidores primários são os saprófagos. As cadeias são
raramente compartimentadas, isoladas entre si. São comumente ligadas por
onívoros que em geral localizam-se como predadores de topo de cadeia (KITCHING
2000). A complexidade das teias tróficas varia com a variabilidade do meio, que
pode estar sujeito a perturbações diversas. Em meios constantemente perturbados
existem menos espécies e a complexidade destas teias é menor (DAJOZ, 2005).
Existem duas teorias que tentam explicar como a comunidade é controlada e essas
teorias são: top-down e bottom-up control. O primeiro teoriza que os predadores
regulam as populações, exercendo uma pressão nos níveis tróficos inferiores, O
segundo teoriza que os recursos disponíveis que controlam as populações (BEGON,
2006).
Estas comunidades baseadas em detritos alóctones e suas guildas, que são
grupos de espécies que exploram de maneira similar à mesma classe de recursos
ambientais (DAJOZ, 2005), poderiam ser claramente divididas em saprófagos,
predadores e predadores de topo de cadeia (KITCHING, 2000).
Dentro dos saprófagos, os filtradores são aqueles que exploram partículas
orgânicas suspensas, vivas ou mortas, dentro da coluna d’água do ecossistema
aquático. Esses microorganismos processam os nutrientes constantemente,
permitindo o acesso da matéria orgânica para outros animais. São filtradores os
representantes da ordem Copepoda, os dípteros Culicidae Anopheles e Aedes que
são provavelmente os mais comuns e visíveis dos filtradores em fitotelmata. Os
saprófagos de detritos finos são os mais diversos ingerindo pequenas partículas de
detritos. Os Ostracoda são os mais comumente encontrados em fitotelmata, às
24
vezes em grande número. Cinco famílias da ordem Diptera dominam o substrato em
uma ampla variedade de fitotelmata dentre elas: Culicidae, Chironomidae,
Ceratopogonidae, Psychodidae e Phoridae. Dentre a ordem Coleoptera, a família
Scirtidae é comum. Os mesosaprófagos são aqueles organismos envolvidos no
processamento de detritos maiores que entram nos fitotelmata. Os Oligocheta: são
freqüentemente encontrados em diversos fitotelmata. Os dípteros da família
Tipulidae são um dos maiores organismos destes ambientes. Os representantes da
família Calliphoridae são saprófagos associados à ambiente úmidos ou semi-
aquáticos.
Predadores são aqueles que se alimentam da fauna existente. Dentre os
Diptera, alguns da família Culicidae têm hábitos predatórios como, por exemplo, as
larvas de Toxorhynchites Theobald, 1901. Os Chaoboridae são vorazes e
generalistas predando outras larvas de insetos. Alguns Chironomidae da subfamília
Tanypodinae são predadores exclusivos. Os Cecidomyiidae possuem espécies
especializadas neste tipo de habitat. Os percevejos da ordem Hemiptera das
famílias Hydrometridae, Gerridae e Veliidae são reportados para fitotelmata da
região Austro-Oriental. As libélulas (ordem Odonata) em estágios imaturos são
carnívoros vorazes e generalistas que ocorrem amplamente em fitotelmata. Entre
todos, Toxorhynchites, os Odonata e os Anura são considerados predadores de topo
de cadeia, (KITCHING, 2000).
O Brasil é, no nível mundial, um dos países de maior biodiversidade faunística
e floral que apresenta cerca de 10% dos organismos existentes no mundo e 30%
das florestas tropicais, porém possui somente cerca de 2% de sua superfície
preservada legalmente, contrastando com os 38% do Equador, 7,5% da Indonésia,
4,7% da Austrália, 4,3% da Índia e 3,9% do Zaire (ZAÚ, 1998).
A Mata Atlântica brasileira se apresenta como um mosaico composto por
poucas áreas relativamente extensas, principalmente nas regiões sul e sudeste, e
uma porção bem maior composta de áreas em diversos estágios de degradação
sendo considerado um dos ecossistemas com maior taxa de endemismo do planeta.
Consequentemente os fragmentos florestais de diversos tamanhos e formas
assumem fundamental importância para a perenidade desse bioma.
As serranias do Rio de Janeiro, a região do norte do Espírito Santo/sul da Bahia
e o litoral de Pernambuco foram indicados como centros de endemismo da Mata
25
Atlântica. Embora ainda faltem estudos aprofundados e específicos, as informações
disponíveis são consistentes com a idéia de que, no sudeste brasileiro, mais
precisamente nas latitudes do Estado do Rio de Janeiro, para vários grupos ocorre
elevado valor de diversidade de espécies e de taxa de endemismos. Em grande
parte, esta elevada biodiversidade no Estado pode ser explicada pelas
características do seu relevo acidentado e de particularidades edificas que
promovem a ocorrência de diferentes habitats, tais como florestas de baixada
litorânea, florestas de encosta e ombrófilas densas, campos de altitude, restingas,
mangues, riachos, lagoas, lagunas e brejos, além dos ambientes marinhos costeiros
(ROCHA et al., 2004).
Os estudos faunísticos sobre os invertebrados de fitotelmata de Mata Atlântica
em sua maioria abordam a ocorrência de Culicidae dada a importância médica de
alguns de seus representantes. Os representantes da família Chironomidae têm sido
geralmente identificados apenas pela citação da mesma ou senão referenciados
como gêneros muito abrangentes como, por exemplo Pentaneura sp. (CRANSTON,
2007), embora os fitotelmata constituam um importante habitat para a conservação
de espécies de Chironomidae, possivelmente incluindo espécies ainda não
registradas.
26
2 - Objetivos
2.1 - Objetivo geral
Analisar a composição, abundância e diversidade da fauna de
macroinvertebrados em uma comunidade fitotelmata em área de Mata
Atlântica.
2.2 - Objetivos específicos
Analisar a composição e variação dos macroinvertebrados da comunidade
fitotelmata, em nível de grandes grupos.
Realizar um inventário taxonômico dos Chironomidae na comunidade
fitotelmata.
Relacionar a variação da comunidade fitotelmata com variáveis climatológicas
regionais.
27
3 – Material e Métodos
3.1 – Material
3.1.1 - Campo
Seringa de 60ml com mangueira de silicone acoplada a sua ponta;
Trinta frascos PET de 30ml ;
Garrafa com etanol 70° GL;
Caderno de campo;
Fita para análise de pH (1 - 12);
Escada de 4 metros;
Marcadores para bromélias (50)
3.1.2 - Laboratório
Microscópio estereoscópico e óptico;
Frascos, lâminas e lamínulas;
Pinças e estiletes; Álcool 70%, Potassa (KOH à 10%) e Euparal
3.1.3 - Área de Estudo
O estudo foi realizado na localidade de Pau Grande (22°34’48”S e 43°09’94”W),
no município de Magé, um dos mais antigos municípios do Brasil (LEMOS, 2002),
que faz parte da região metropolitana do estado do Rio de Janeiro, distante cerca de
55 km da capital, que se encontra no limite da conurbação do Grande Rio, tendo sua
mata ligação direta com algumas áreas de proteção ambiental da região, bem como
com o Parque Nacional da Serra dos Órgãos, e remanescentes de Mata Atlântica
existentes no Estado do Rio de Janeiro (SYDENSTRICKER, 1993) (Figura 2).
O local onde as coletas foram realizadas é de fácil acesso, por carro, e é
protegido em uma parceria entre a Prefeitura e uma indústria de bebidas local que
utilizam a água de um açude formado pela água represada do Rio Piabetá. A área
tem aproximadamente 5.000 m
2
de floresta com o açude na região central (Figura 3).
28
3.2 - Amostragem
Foram realizadas nove expedições de coleta no período de setembro de 2006 a
dezembro de 2007, com intervalos aproximados um mês e meio nos meses de
setembro, outubro, dezembro de 2006 e fevereiro, abril, junho, julho, setembro e
dezembro de 2007. As análises acerca dos Chironomidae compreendem as oito
primeiras expedições e as análises de toda comunidade dos fitotelmata apenas nas
quatro últimas expedições.
Foram obtidos e avaliados dados climatológicos referentes à temperatura e
pluviosidade, para o período, junto à Estação Meteorológica Automática de Xerém,
RJ do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET).
Os fitotelmata existentes em 50 exemplares de bromélias, pertencentes a duas
espécies: 13 exemplares de Neoregelia concentrica (Vellozo) Smith e 37 exemplares
de Aechmea nudicaulis (Linnaeus) Grisebach.
Aechmea nudicaulis (Linnaeus) Grisebach é encontrada na natureza como
epífita ou como rupícula, ocorre desde o nível do mar até 1.200 metros de altitude.
Ocorre em toda a mata atlântica e possui resistência às variações climáticas e uma
intensa capacidade de dispersão de sementes (MATTEO, 2002). Apresenta apenas
um tanque, dada a organização de suas folhas.
Neoregelia concentrica (Vellozo) L.B. Smith é encontrada na mata Atlântica,
ocorre desde o nível do mar ate 800 metros de altura. É em geral grande, com a
inflorescência submersa no centro da roseta (SMITH & DOWNS, 1979). O arranjo de
suas folhas produz vários pequenos tanques, sendo o tanque central o seu maior e
principal.
Os fitotelmata observados durante o período do estudo foram recorrentemente
verificados. A cada coleta foi feita, in situ, a aspiração da água e organismos
presentes no tanque central das bromélias com uma seringa de 60ml, acoplada a
uma mangueira de silicone de 5,0 mm de diâmetro interno. Também foram
mensurados o volume de água do fitotelma e seu pH. O material coletado foi fixado
29
em etanol 70%. Cada amostra fixada foi acondicionada em recipientes plásticos
individuais (frascos PET descartados pela fábrica de bebidas), etiquetada e trazida
ao laboratório para posterior análise.
Análises estatísticas por meio de ANOVA foram feitas para verificar a existência
de diferenças significativas entre os volumes de água e de pH entre os fitotelmata
das duas espécies de bromélias apenas nas análises sobre os Chironomidae
Em laboratório, o material foi triado em microscópio estereoscópico e os
exemplares de Chironomidae separados dos demais. As larvas de Chironomidae
foram montadas entre lâmina e lamínula, segundo o método de SCHLEE (1966)
para posterior identificação taxonômica com auxílio de microscópio óptico utilizando-
se chaves específicas, tais como TRIVINHO–STRIXINO (1995) e EPLER (2001).
Para melhor visualização o material foi fotografado em câmara digital acoplada ao
microscópio. A terminologia morfológica adotada foi à proposta por SAETHER
(1980) e para a identificação taxonômica das larvas de Chironomidae foram
utilizados caracteres taxonômicos como antenas, mento, placas ventromentais,
lígula, paralígula, pré-mandíbula e as garras presentes no abdômen.
Os demais táxons foram encaminhados aos diversos setores de estudos
zoológicos, do Museu Nacional/UFRJ para a confirmação da identificação. Todo o
material oriundo desta pesquisa será depositado nas coleções do Museu
Nacional/UFRJ, no Rio de Janeiro.
30
4 - Resultados
Os resultados foram abordados de acordo com dois aspectos: em relação aos
Chironomidae e em relação os invertebrados em geral.
4.1 - Ocorrência de Chironomidae (Insecta, Diptera) em fitotelmata de
Bromeliaceae em um fragmento de Mata Atlântica no Estado do Rio de Janeiro,
Brasil.
Os dados relativos à temperatura média do ar e à precipitação pluviométrica
para o período de setembro de 2006 a setembro de 2007 são apresentados na
figura 4. O padrão observado para a variação sazonal da temperatura e da
precipitação pluviométrica foi típico para a região, o que pode ser corroborado com
os dados históricos disponibilizados pelo Instituto Nacional de Meteorologia.
O valor mínimo de precipitação foi registrado em outubro de 2006 (0,2 mm) e o
máximo em junho de 2007 (283 mm de). A temperatura média do ar variou de
20,6°C em julho de 2007, a 27,4°C em março de 2007.
Na Tabela 1 são apresentados os dados relativos ao volume de água, pH e
número de espécimes de Chironomidae amostrados nos períodos seco e chuvoso
para cada bromélia. Não se observaram diferenças significativas entre as espécies
de bromélias em relação ao volume de água no período seco, contudo houve
diferença de volume no período chuvoso (P=0,001). O volume médio de água nos
fitotelmata de Neoregelia concentrica foi de 23,14 mL/fitotelmata, enquanto o de
Achmaea nudicaulis foi de 15,04 mL/fitotelmata.
O pH na água dos fitotelmata variou de 5,0 a 7,5 com um valor médio de
6,18.±0,61. O valor do pH também aumentou tornando-se levemente mais neutro no
período seco, contudo não houve diferença estatisticamente significante
comparando-se os valores entre os períodos seco e chuvoso (P= 0,33 e 0,37,
respectivamente).
Os resultados relativos aos Chironomidae foram avaliados conjuntamente para
o total das bromélias estudadas, independentemente da espécie de planta. O
número de larvas de Chironomidae e o número de amostras que as contiveram foi
maior no período chuvoso, para ambas as bromélias.
31
Três morfotipos de Chironomidae pertencentes a três subfamílias distintas
foram registradas para o total de fitotelmata amostrados: Polypedilum sp.,
Orthocladiinae gênero A e Monopelopia sp. No total foram coletados 293 espécimes
de Chironomidae, sendo nove indivíduos de Polypedilum sp., 233 de Orthocladiinae
gên. A e 51 de Monopelopia sp. Considerando-se todas as amostragens realizadas,
obteve-se um valor médio de 3,32 ±2,62 Chironomidae/fitotelmata.
Na figura 5 é apresentada a variação temporal do número de larvas de
Chironomidae e do volume de água dos fitotelmata, indicando a existência de uma
relação proporcional entre estas variáveis, exceto em uma das coletas (quinta
coleta, no mês de abril).
A abundância relativa dos táxons de Chironomidae calculada a partir da
freqüência de ocorrência dos mesmos nos fitotelmata, em cada coleta, é
apresentada na figura 6. Os Orthocladiinae gênero A foram dominantes em quase
todas as amostragens, com exceção da quarta coleta. O táxon Orthocladiinae
gênero. A pode ser considerado um táxon constante (80%), enquanto Monopelopia
sp. (17%) e Polypedilum sp. (3%) foram categorizados como acidentais, de acordo
com a classificação adotada (Figura. 7).
A variação temporal na abundância absoluta dos táxons de Chironomidae nos
fitotelmata de Neoregelia concentrica e Aechmea nudicaulis, é apresentada nas
figuras 8 e 9, respectivamente. Em ambas as espécies de bromélias a variação na
abundância dos táxons foi semelhante.
4.2 - A fauna de invertebrados em fitotelmata de Bromeliaceae em um
fragmento de Mata Atlântica no Estado do Rio de Janeiro, Brasil.
A fauna dos fitotelmata de Neoregelia concentrica
Entre as amostras coletadas nos fitotelmata de N. concentrica foi registrado um
total de 315 organismos pertencentes a 12 táxons diferentes (Tabela 2). Os táxons
dominantes (com maior abundância de organismos) nos fitotelmata foram
respectivamente os microcrustáceos da Ordem Ostracoda, os Copepoda Cyclopoida
e os Diptera Chironomidae (Orthocladiinae gen. A e Monopelopia sp). Estes foram
32
também os táxons com maior freqüência de ocorrência: Os Ostracoda ocorreram em
12 amostras de N. concentrica amostrados, os Diptera Chironomidae em 8. e os
Copepoda Cyclopoida em 6.
A fauna dos fitotelmata de Aechmea nudicaulis
Para os fitotelmata de Aechmea nudicaulis foi registrado um número total de 14
táxons, sendo 13 de macroinvertebrados, e um vertebrado, anfíbio da família
Hylidae, a rã arborícola do gênero Flectonotus.
Similarmente ao observado para N. concentrica os organismos dominantes na
fauna dos fitotelmata da espécie de A. nudicaulis foram os Ostracoda Podocopa, os .
quais ocorreram em 23 amostras, com uma densidade média de 15,8 ± 16,8
indivíduos por fitotelmata (Tabela 3). Observou-se no entanto, que os Annelida
foram mais abundantes (9 ± 8,5 indivíduos/fitotelmata) e com maior freqüência de
ocorrência (estiveram presentes em 16 amostras de A. nudicaulis amostrados),
sendo assim o segundo grupo de maior importância na fauna dos fitotelmata desta
espécie de bromélia. Os Copepoda Cyclopoida e os Diptera Chironomidae, estes
últimos representados por uma espécie de Orthocladiinae e por uma espécie do
gênero Monopelopia foram também abundantes, similarmente ao anteriormente
observado para os fitotelmata da outra espécie de bromélia, N. concentrica.
Uma comparação entre a composição taxonômica da fauna dos fitotelmata das
duas espécies de bromélias, com base na presença e ausência destes, revela que
há ocorrência dos mesmos grupos de invertebrados durante o período estudado,
com índice de similaridade de cerca de 90%. As comunidades diferiram apenas pela
ocorrência do vertebrado anfíbio Flectonotus e da aranha do gênero Corinnidae em
Aechmaea nudicaulis e do coleóptero Sthaphilinidae em N. concentrica em uma das
amostragens realizadas.
A composição taxonômica da comunidade varia temporalmente (Figura 10).
Pelos índices de similaridade obtidos quando se comparam as amostras obtidas nas
diferentes coletas (Tabela 4). Observa-se que a similaridade atinge baixos valores,
como o valor de 0,16, obtido na comparação entre as comunidades amostradas na
33
primeira e na terceira coleta e entre a terceira e a quarta coletas, em fitotelmata de
Neoregelia concentrica.
Entre os vários fatores que podem influenciar a composição taxonômica e a
abundância numérica da fauna dos fitotelmata, o volume de água nestes
microcosmos aquáticos e seu pH têm sido considerados os mais importantes
(KITCHING, 2000). As variações no volume e no pH da água dos fitotelmata das
duas espécies de bromélias estudadas são apresentadas na Tabela 5 e Figura 11,
para as quatro expedições de coleta realizadas respectivamente nos meses de
junho, julho, setembro e dezembro de 2007. Observa-se que os menores valores de
volume médio de água nos fitotelmata ocorreram no período de seca, (julho a
setembro) tendo ocorrido um aumento no volume no período chuvoso (dezembro)
(Figura 12). Observou-se a maior abundância no volumes mais baixos, ocorrendo
principalmente na faixa de 11-20 ml (Figura 13).
A Riqueza e Diversidade da Fauna de Fitotelmata em Bromélias
Embora os organismos presentes na fauna dos fitotelmata das espécies de
bromélias estudadas tenham sido identificados apenas em categorias taxonômicas
elevadas, a observação ao microscópio revelou a presença de apenas um morfotipo
para cada táxon identificado. Neste caso é possível avaliar a diversidade da
comunidade (e seus componentes riqueza e equitabilidade). Os resultados obtidos
pela aplicação dos índices de Shannon e de Simpson são apresentados na Tabela
6. Apesar da limitada riqueza de espécies e abundância de organismos os
resultados revelam que os valores de diversidade variaram entre 0,66 e 0,78 para
Aechmea nudicaulis e entre 0,40 e 0,51 para Neoregelia concentrica. Observa-se
uma menor amplitude de variação no componente equitabilidade (ou seu inverso
dominância) em Aechmea nudicaulis do que em Neoregelia concentrica, o que
resulta em valores mais elevados de diversidade. O oposto é observado em relação
a estas variáveis para a comunidade de macroinvertebrados dos fitotelmata em
Neoregelia concentrica.
34
4.3 - Resultados taxonômicos
Segue uma breve diagnose sobre as espécies de Chironomidae encontradas.
Subfamília Tanypodinae
Monopelopia Fittkau 1962 (Figura 14)
Características larvais: Este gênero é caracterizado pelo órgão de Lauterborn
largo e bem esclerotizado no ápice do segundo segmento antenal que se
assemelhando a um garfo; área triangular rugosa na base da lígula; a ausência de
dentes dorsomentais bem desenvolvidos; o parapódio posterior com garras
transparentes ou com pelo menos uma garra escura, se todas as garras forem
transparentes, então as garras menores terão dentes internos e apenas duas garras
presentes em cada parapódio (Epler,2001) Lígula com cinco dentes formando um
arco convexo com o dente interno menor e mais afilado. Paralígula desigualmente
bífida, afilada com quase a metade do tamanho da lígula (Fittkau & Roback, 1983;
Trivinho-Strixino & Strixino, 1995).
São larvas freqüentemente encontradas em pequenos corpos d’ água como
poças, pântanos e ocasionalmente em córregos (Epler, 2001).
Subfamília Orthocladiinae
Orthocladiinae gênero A. (Figura 15)
Características larvais: Estes individuos enquadram-se dentro da subfamília
Orthocladiine por apresentarem: setas S I plumosas e as demais setas S simples;
antena com 5 segmentos com a lâmina maior que o flagelo; mandíbula com 4 dentes
internos; procerco pouco desenvolvido e seta supra anal bem desenvolvida. Mento
bem esclerotizado com seis dentes e pré-mandíbula bífida.
De acordo com os caracteres apresentados na chave de Epler (2001), esse
gênero, ao qual o exemplar pertence, assemelha-se ao citado pelo autor como
Orthocladiinae gênero H e próximo ao gênero Metriocnemus.
35
Subfamília Chironominae
Polypedilum Kieffer 1912 (Figura 16)
Características larvais: Mento distinto com 16 dentes com os segundos dentes
laterais maiores que os primeiros dentes laterais, os quatro dentes medianos do
mento não sendo separados do resto do mento por uma linha distinta; Antenas com
5 segmentos; Mandíbula com dente dorsal proeminente e sempre escuro
frequentemente presente, dente apical seguido por dois ou três internos. (EPLER,
2001; PINDER & Reiss, 1983, Trivinho-Strixino & Strixino, 1995)
O gênero é muito heterogêneo no tocante as características larvais. As larvas
vivem em praticamente todos os tipos de águas, lênticas ou lóticas. Poucas espécies
são achadas também minando plantas aquáticas. Este gênero tem distribuição
mundial com algumas centenas de espécies descritas (Pinder & Reiss, 1983)
EXISTINDO Situações em que muitas espécies que hoje pertencem a este gênero,
possivelmente com mais estudos, devam constituir um ou mais possíveis novos
gêneros ou até variações de gêneros já conhecidos (Messias, com. pessoal).
Estudos taxonômicos sobre o gênero estão restritos aos trabalhos de Bidawid-
Kafka, 1996; Serpa-Filho et al., 2007 e Trivinho-Strixino & Strixino, 1995 que tratam
de adultos, a descrição de uma pupa na região amazônica e a chave de
identificação de larvas respectivamente.
36
5) Discussão
Dentre os táxons registrados no presente estudo, Monopelopia sp. e
Polypedilum sp. vieram confirmar dados da literatura sobre sua ocorrência em
fitotelmata como os de Epler & Janetzky, (1998), Donato & Paggi, (2008) e Mendes
et al., (2003).
Para as comunidades fitotelmata presentes nas bromélias analisadas neste
estudo, foram obtidos valores de índice de diversidade de Shannon menores que 1,
que na escala de diversidade pode ser considerada uma baixa diversidade, tendo
em vista que os sistemas bastante diversificados geralmente atingem valores
máximos de 4,5 (MARGALEF, 1983). Deve-se levar em consideração que os
tanques de bromélias são relativamente pequenos, quando comparados a outros
ecossistemas. Mesmo apresentando uma pequena dimensão, esses tanques são
capazes de desenvolver micro e macro faunas e floras, formando uma biocenose a
qual pode conter inúmeras espécies de organismos vivos. Desta forma os valores
obtidos, devem ser analisados de forma comparativa apenas.
Os índices de diversidade obtidos variam de acordo com o modelo usado
devido a diferenças intrínsecas a estes como por exemplo para o índice de Simpson,
em que há uma sensibilidade baixa ao tamanho da amostra e um favorecimento da
dominância enquanto que para o índice de Shannon, há uma sensibilidade
moderada ao tamanho da amostrae um favorecimento à riqueza. A apresentação
destes dois índices de diversidade permite a comparação dos resultados obtidos
com um maior número de trabalhos que usam esses índices mais populares.
Comparativamente, A. nudicaulis apresentou índices de diversidade ligeiramente
superiores aos de N. concentrica. Quando comparados os índices de Simpson para
ambas as bromélias, o resultado foi invertido, apresentando N. concentrica com os
índices de diversidade ligeiramente superiores aos de A. nudicaulis.
Os Ostracoda,que são freqüentemente encontrados em fitotelmata (KITCHING,
2000), possuem a maioria das espécies muito tolerantes a amplas variações de
fatores ambientais e em condições ambientais desfavoráveis como a baixa
concentração de oxigênio no meio aquático, sobrevivem após a maioria dos
habitantes do fitotelmata terem perecido (LAESSLE, 1961), sendo este um dos
37
fatores pelo qual pode se associar a constante freqüência deste grupo nas amostras
obtidas.
Os Annelida foram reportados em número significativo neste trabalho.
Essencialmente decompositores de matéria orgânica, segundo Kitching (2001),
nenhuma espécie tem recebido estudo separado por parte dos ecólogos que
trabalham com comunidades de fitotelmata, apesar do extenso trabalho de
Thienemann de 1934 que descreve as extensas coletas feitas na década anterior.
Carneiro et al., (2007) identificaram sete ordens de artrópodes aquáticos em
bromélias de restinga, das quais as ordens Diptera (50,80%), e Ostracoda (43,
26%), foram as mais abundantes. Por absorverem nutrientes transportados pelo
vento, as bromélias competem com as algas para a obtenção desses nutrientes. Por
este motivo, as bromélias costumam estar associadas com organismos
consumidores de algas, como Ostracoda e Chironomidae. A alta abundância de
Chironomidae e Ostracoda, predominando amplamente em relação às demais
ordens encontradas, pode ser devido à vantagem que esta associação tráz tanto
para as bromélias, quanto para esses invertebrados.
Além disso, a riqueza da comunidade dos fitotelmata pode ser controlada por
fatores relacionados ao micro-habitat onde a bromélia se desenvolve. Para a fauna
presente nos fitotelmata de bromélias de restinga, o grau de exposição ao Sol e não
a inundação do substrato seria o fator determinante da riqueza de táxons, de acordo
com LOPEZ et al. (1998), pois segundo o autor, os organismos bromelícolas são
capazes de localizar e colonizar com sucesso bromélias isoladas em locais com
corpos de água de volume muito maior do que aqueles armazenados dentro de seus
tanques.
Com base no exposto acima, a colonização acidental dos fitotelmata das
bromélias examinadas pelo táxon Polypedilum sp. registrada no presente trabalho
pode ter ocorrido a partir do açude próximo, no qual já foram coletados exemplares
deste gênero (SODRÉ & ROCHA, 2007).
Araújo et al. (2007) fizeram um trabalho coletando em 70 indivíduos de
Vriesea sp.(Carrière) (Bromeliaceae), em uma área de campo rupestre na Serra de
Ouro Branco-MG, Brasil. Testaram a relação entre a riqueza e a abundância das
comunidades de invertebrados associados e o tamanho da bromélia. Foram
amostradas 19 espécies, principalmente larvas de Diptera associadas à bromélia. A
abundância da fauna fitotelmata aumentou principalmente com o volume de água no
38
reservatório da bromélia. Já a riqueza de fitotelmata foi relacionada principalmente
com o diâmetro da planta. A riqueza de invertebrados foi mais bem explicada pela
abundância de indivíduos do que pelo tamanho da bromélia. Estes resultados
sugeriram aos autores que o aumento da riqueza pode ter sido resultante do maior
número de microhabitats e de espaço para colonização em bromélia de maior
tamanho.
De acordo com o estudo feito SUGDEN & ROBINS em uma floresta na
Colômbia, a densidade de bromélias naquela região era de 17,5 plantas/m
2
.
Assumindo-se que cada uma destas pudesse reter um volume de água de
aproximadamente 250 cm
3
, isto sugere que a quantidade total de água disponível
para a colonização por organismos aquáticos seria de mais de 50000 litros/hectare.
Observa-se que plantas que possuem um tamanho maior, retêm uma quantidade
maior de água e detritos e portanto, podem ser maiores as quantidades de
invertebrados associados, pois aumentam os micro habitats disponíveis, (OSPINA-
BAUTISTA, 2004), contudo a manutenção de grandes volumes depende de
condições climatológicas favoráveis, propiciando assim as bromélias de menor
tamanho, como observado neste trabalho, volumes médios mais constantes durante
o período permitindo uma maior concentração dos exemplares amostrados nesta
faixa.
Para Armbruster et al., (2002) o volume de água teve um pequeno, porém
significativo efeito sobre a riqueza de morfoespécies dentro das bromélias por ele
estudadas. Obviamente, a presença de água provê um habitat para as espécies
aquáticas que não podem sobreviver em plantas secas, deste modo aumentando a
heterogeneidade da planta. A quantidade de detritos dentro das plantas propicia
uma disponibilidade mensurável de recursos na base da cadeia alimentar, e ainda
segundo o mesmo autor, este fator teve um efeito mais forte sobre a riqueza de
morfoespécies dentro de plantas estudadas do que o volume quando comparados.
O efeito do aumento dos nutrientes na base pode incrementar o comprimento e/ou a
complexidade da teia alimentar.
O pH desempenha um papel importante na distribuição de organismos em
comunidades aquáticas (DAJOZ, 2005), contudo em ambas as análises, tanto para
os Chironomidae como para a fauna em geral, este fator não foi limitador já que o
pH médio foi similar.
39
Quedas de árvores ou troncos é certamente a maior causa de mortes em
epífitas. Epífitas fixadas em troncos ou árvores caídas podem manter-se vigorosas
por um intervalo de tempo, porém as chances de sobrevivência destas no chão são
poucas, portanto, deve-se classificar epífitas caídas como mortas. A maioria dos
estudos sobre a dinâmica de populações epífitas mostra uma maior taxa de
mortalidade nos estágios juvenis. Evidências apontam para a dessecação como
causa primária da alta taxa de mortalidade juvenil, provavelmente conseqüente de
uma menor superfície favorável para as taxas de volume, porém deve ser apontado
que achar plantas secas não prova que estas morreram por falta d’água, podendo
esta ter sucumbido por outros motivos, tal como por ação patogênica. Outra causa
biótica de mortalidade é a herbivoria (ZOTZ & HIETZ, 2001). Durante o período de
amostragem, pôde-se observar que as bromélias estudadas sofreram herbivoria e
que algumas caíram, razão pela qual a partir da sexta expedição o número amostral
é 45 e não 50.
Frank et al., (2004) menciona que quatro abordagens têm sido seguidas na
tentativa de entender a fauna bromelícola: a comunicação de novas descobertas;
estudos profundos (comportamentais ou ecológicos ou taxonômicos) de táxons
selecionados; inventários de toda fauna e a aplicação teste de hipótese em larga
escala. Neste estudo foi possível contribuir com três das quatro abordagens.
40
6 - Conclusões
6.1 - Taxonômicas
Foi registrada a primeira ocorrência do gênero Monopelopia em fitotelmata
para o Estado do Rio de Janeiro.
Contribui-se com o conhecimento taxonômico da fauna de Chironomidae e da
sua distribuição na região Neotropical com o registro de um possível gênero
novo com Orthocladiinae gen. A.
Apesar de não ser o primeiro registro ecológico no Brasil, por tratar-se de um
gênero muito heterogêneo, acrescenta-se informações taxonômicas
importantes para a continuidade do estudo do gênero Polypedilum.
6.2 – Ecológicas
A abundância dos Chironomidae, bem como da fauna em geral, nos
fitotelmata bromelícolas variou de acordo com a precipitação e volume de
água encontrado nas bromélias.
Não houve predileção por parte dos Chironomidae estudados quanto ao tipo
de bromélia para colonização.
Orthocladiinae gen. A está aparentemente adaptado ao habitat fitotelmático,
assim como Monopelopia sp. o que corrobora dados em literatura.
Este estudo representou o primeiro inventário da fauna de fitotelmata de
Bromeliaceae para o fragmento de Mata Atlântica na região de Pau Grande,
Magé.
A riqueza de táxons no meio fitotelmático pode ser considerada alta se
levarmos em conta o tamanho do habitat.
Os fitotelmata das bromélias do fragmento de Mata Atlântica estudados
constituem um importante habitat para a conservação das espécies
registradas nelas e contribuem para a conservação da biodiversidade do
bioma Mata Atlântica.
41
7 – Referências bibliográficas
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48
8 - Figuras e tabelas
8.1 - Figuras
Figura 1 – Exemplo de teia alimentar em uma bromélia. MOG – matéria orgânica
grande; MOS – matéria orgânica em suspensão.
49
Figura 2 – Local da coleta. As áreas escuras representam áreas de Mata Atlântica
existentes no estado do Rio de Janeiro.
50
Figura 3 - Área de coleta, em detalhe o Açude Pau Grande.
51
0
50
100
150
200
250
300
s
e
t
e
mbr
o
ou
t
u
b
ro
n
o
vembro
d
eze
mbr
o
janeiro
f
e
ve
r
eir
o
m
a
r
ç
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a
br
il
maio
jun
ho
j
u
l
ho
ago
s
t
o
se
t
e
mbr
o
o
utub
r
o
Meses
Precipitação em mm
0
5
10
15
20
25
30
Temperatura média do ar
Precipitãp (mm) Temperatura média (Celsius)
Figura 4 – Variação da precipitação pluviométrica e da temperatura média do ar
durante o período de setembro de 2006 a setembro de 2007.
0
100
200
300
400
500
600
700
12345678
Coletas
Volume total por coletas (mL)
0
10
20
30
40
50
60
70
Número total de Chironomidae
por coleta
Volume Chironomidae
Figura 5 – Variação do volume total dos fitotelmata (mL) e do número de espécimes
de Chironomidae em um fragmento de Mata Atlântica, Rio de Janeiro, município de
Magé, RJ, nas diferentes coletas realizadas no período de setembro de 2006 a
setembro de 2007.
52
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
12345678
Coletas
Abundância relativa por coleta
Monopelopia sp. Orthocladiinae gên. A Polypedilum sp.
Figura 6 - Abundância relativa das populações de Chironomidae por coleta, nos
fitotelmata de bromélias de um fragmento de Mata Atlântica, Rio de Janeiro,
município de Magé, RJ, no período de setembro de 2006 a setembro de 2007.
53
Participação relativa dos
Chironomidae
80%
3%
17%
Orthocladiinae gen. A Polypedilum sp. Monopelopia sp.
Figura 7 - Participação relativa dos diferentes táxons de Chironomidae em relação
ao total de espécimes de Chironomidae coletados nos fitotelmata de Bromeliaceae
em um fragmento de Mata Atlântica do Rio de Janeiro, no município de Magé, RJ,
durante o período de setembro de 2006 a setembro de 2007.
54
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
12345678
Monopelopia sp. Orthocladiinae gên. A Polipedilum sp.
Figura 8 – Variação temporal na ocorrência dos táxons de Chironomidae em
fitotelmata de Aechmea nudicaulis de um fragmento de Mata Atlântica do Rio de
Janeiro, município de Magé, RJ, no período de setembro de 2006 a .setembro de
2007.
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
12345678
Monopelopia sp. Orthocladiinae gên. A Polipedilum sp.
Figura 9 – Variação temporal na ocorrência dos gêneros de Chironomidae em
fitotelmata de Neoregelia concentrica de um fragmento de Mata Atlântica do Rio de
Janeiro, município de Magé, RJ, no período de setembro de 2006 a setembro de
2007.
55
Abundância total para o período em
A. nudicaulis
e
N. concentrica
0
200
400
600
800
1234
Expedições
Número de indivíduos
encontrados
Figura 10: Abundância total por expedição para ambas às bromélias durante o
período de junho a dezembro de 2007
Abundância x precipitação pluviométrica
0
100
200
300
400
500
600
700
800
1234
Expedições
Número de indivíduos
0
50
100
150
200
250
300
350
400
Precipitação pluviométrica
em mm
Figura 11: Abundância x Precipitação pluviométrica no período de junho a dezembro
de 2007.
56
V
ariação na Precipitação pluviométrica e do volume
médio de água das bromélias
0
5
10
15
20
25
30
35
1234
Expedições
Volume médio em mL
0
50
100
150
200
250
300
350
400
Precipitação
pluviométrica em mm
A. nudicaulis N. concentrica Precipitação pluviométrica
Figura 12- Variação na Precipitação pluviométrica e no volume médio de água dos
tanques de bromélias nas quatro expedições de coleta realizadas em um fragmento
de mata Atlântica na localidade de Pau Grande, município de Magé, região
metropolitana do Rio de Janeiro.
Distribuição por volume dos indiduos encontrtados
para o período
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
1-10 ml 11-20 ml 21-30 ml 31-40 ml 41-50 ml 51-60 ml
Número de exemplares encontrados
Figura 13: Distribuição por volume dos indivíduos encontrados para o período de junho a dezembro
de 2007.
57
Figura 14 – Polypedilum sp. a) Antena; b) Mento e Placas ventromentais; c) Pré-
mandíbula e d) Mandíbula.
58
Figura 15 – Monopelopia sp. a) Mandíbula; b) Garra posterior; c) lígula e paralígula;
d) Procerco e e) Antena
59
Figura 16 – Orthocladiinae gen A, a) Mento; b) antena; c) pré-mandíbula e d)
Mandíbula
60
Tabela 1 - Valores relativos ao número de amostras coletadas, volume de água, pH e número total de exemplares de
Chironomidae coletados, total de amostras com ocorrência de Chironomidae e número médio de larvas de Chironomidae por
fitotelmata de Neoregelia concentrica e Aechmea nudicaulis em um fragmento de Mata Atlântica no município de Magé, Rio de
Janeiro, amostrados no período de setembro de 2006 a setembro de 2007.
Espécies de
Bromélia
Período
N
o.
de
amostras
Volume
Médio ±
SD
Vol.Total
coletado
(mL)
pH
média ±
SD
Total de
exemplares
Chironomidae
Total de
amostras
Chironomidae
média ± SD
Chuvoso 113
15,04
(
±11,47)
1699
6,04
(±
0,61)
165 49
3,36
(±
2,86)
Aechmea
nudicaulis
Seco 29
17,96
(±
11,12)
521
6,56
(±
0,52)
55 13
4,23
(±
2,91)
Chuvoso 34
23,14
(±
14,9)
787
6,16
(±
0,62)
60 20
3,0
(±
2,07)
Neoregelia
concentrica
Seco 10
17,4
(±
8,19)
174
6,4
(±
0,21)
64 7
2,0
(±
0,81)
Chuvoso 147
16,91
(±
12,78)
2486
6,07
(±
0,61)
225 69
3,26
(±
2,64)
Total
Seco 39
17,82
(±
10,35)
695
6,52
(±
0,47)
69 20
3,45
(±
2,6)
61
Tabela 2- Composição taxonômica, abundância numérica total e média por fitotelmata amostrado em
13 exemplares da bromélia N. concêntrica em um fragmento de mata Atlântica na localidade de Pau
Grande, município de Magé, região metropolitana do Rio de Janeiro, no período de junho a dezembro
de 2006.
Neoregelia concentrica
TÁXONS
Nº de
bromélias
com o táxon
Número de
organismos
Número
Médio ± SD
Annelida 2 3 1,5 ±0,7
Ostracoda
Podocopa
12 212 17,6 ±14,3
Copepoda
Cyclopoida
6 46 7,6 ±4,1
Insecta
Diptera varia
111
Chironomidae
Orthocladiinae gen. A
8 19 2,37 ±1,5
Chironomidae
Monopelopia sp.
7 12 1,7 ±1,4
Diptera
Ceratopogonidae 3 3 1
Diptera
Culicidae 1 4 4
Diptera
Psychodidae 1 4 4
Hymenoptera 2 4 2 ±1,4
Coleoptera
Staphylinidae
111
Coleoptera
Scirticidae
4 6 1,5 ±0,5
Total 48 315
62
Tabela 3- Composição taxonômica, abundância numérica total e média por fitotelmata da bromélia
Aechmaea nudicaulis em um fragmento de mata Atlântica na localidade de Pau Grande, município de
Magé, região metropolitana do Rio de Janeiro, no período de junho a dezembro de 2006.
A. nudicaulis
TÁXONS
Nº de
bromélias
com o táxon
Número
total de
organismos
Número
médio de
organismos
Annelida 16 144 9 ±8,5
Ostracoda
Podocopa
23 365 15,8 ±16,8
Copepoda
Cyclopoida
9 63 7 ±3,3
Insecta
Diptera varia
7 13 1,8 ±1,8
Chironomidae
Orthocladiinae gen. A
22 71 3,2 ±1,8
Chironomidae
Monopelopia sp.
4 16 4 ±1,1
Diptera
Ceratopogonidae 14 79 5,6 ±8,0
Diptera
Culicidae 17 43 2,5 ±1,3
Diptera
Psychodidae 1 2 2
Hymenoptera 5 8 1,6 ±0,5
Coleoptera
Staphylinidae
Coleoptera
Scirticidae
242 ±1,4
Arachnida
Araneae
Corinnidae 2 2 1
Amphibia
Hylidae
Flectonotus sp. 1 1 1
Total 123 811
63
Tabela 4- Comparação da composição taxonômica das comunidades dos fitotelmata de bromélias,
por meio da aplicação do Índice de similaridade de Jaccard (presença e ausência) em quatro
amostragens realizadas respectivamente em junho, julho, setembro e dezembro de 2007, em um
fragmento de Mata Atlântica, localidade de Pau Grande, município de Magé, Rio de Janeiro.
Expedições
A. nudicaulis N. concentrica
1—2 0,5 0,45
1—3 0,33 0,16
1—4 0,69 0,36
2—3 0,42 0,33
2—4 0,45 0,5
3—4 0,4 0,16
64
Tabela 5: Variações no volume de água dos fitotelmata, pH da água e número de bromélias amostradas para
quatro amostragens realizadas em um fragmento de Mata Atlântica, localidade de Pau Grande, município de
Magé, Rio de Janeiro.
A. nudicaulis N. concentrica
Expedição
Volume
médio (mL)
Volume
total
(mL)
Número de
bromélias
amostradas
pH
Volume
médio(mL)
Volume
total
(mL)
Número de
bromélias
amostradas
pH
1 20,5 ±11,3 329 16 5,4 ±0,6 18,6 ±11,3 56 3 5,1 ±0,2
2 18,7 ±10,2 206 11 6,4 ±0,5 16,5 ±11,8 66 4 6,3 ±0,2
3 23,8 ±11,7 167 7 6,6 ±0,4 15,6 ±1,5 47 3 6,5
4 24,8 ±13,3 149 6 6,5 ±0,2 30,6 ±18,2 153 5 6,4 ±0,4
Total 21,2 ±11,2 851 40 6,1 ±0,7 21,4 ±13,7 322 15 6,1 ±0,5
65
Tabela 6- Valores dos Índices de diversidade, Diversidade máxima e equitabilidade de Shannon;
índices de Dominância e de Diversidade de Simpson para as comunidades de fitotelmata das
espécies de bromélias Aechmea nudicaulis e Neoregelia concêntrica, em quatro amostragens
realizadas, respectivamente em junho, julho, setembro e dezembro de 2007, em um fragmento de
Mata Atlântica na localidade de Pau Grande, município de Magé, Região Metropolitana do Rio de
Janeiro.
A. nudicaulis
Expedições
1 2 3 4
Shannon H' Log Base 10, 0,66 0,628 0,665 0,778
Shannon Hmax Log Base
10,
1,079 0,778 0,699 1
Shannon J' Equitabilidade 0,611 0,807 0,951 0,778
N. concentrica
1 2 3 4
Shannon H' Log Base 10, 0,396 0,515 0,413 0,435
Shannon Hmax Log Base
10, 1 0,699 0,477 0,602
Shannon J' Equitabilidade 0,396 0,736 0,865 0,722
A. nudicaulis
Expedições
1 2 3 4
Simpson Dominância (D) 0,345 0,281 0,216 0,208
Simpson Diversidade (1/D) 2,895 3,564 4,636 4,808
N. concentrica
1 2 3 4
Simpson -Dominância (D) 0,628 0,351 0,3 0,439
Simpson- Diversidade (1/D) 1,592 2,845 3,333 2,277
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