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SOCIEDADE DE ENSINO SUPERIOR DE ALAGOAS - SESAL
FACULDADE DE ALAGOAS – FAL
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
Charlyton de Vasconcelos Lúcio
A INFLUÊNCIA DOS FILÓSOFOS NA ADMINISTRAÇÃO DO SÉCULO XXI
UM ESTUDO DE CASO COM O FILÓSOFO E ADMINISTRADOR
PETER DRUCKER
Maceió/Junho
2007
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Charlyton de Vasconcelos Lúcio
A INFLUÊNCIA DOS FILÓSOFOS NA ADMINISTRAÇÃO DO SÉCULO XXI
UM ESTUDO DE CASO COM O FILÓSOFO E ADMINISTRADOR
PETER DRUCKER
Maceió/Junho
2007
Monografia apresentada como
requisito parcial e obrigatório para
obtenção do titulo de Bacharel do
Curso de Administração Financeira,
da Faculdade de Alagoas – FAL.
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RESUMO
No presente trabalho foi possível observar que sempre que ocorrem mudanças,
estas vêm acompanhadas de oportunidades. Não é uma questão de um pensar
filosófico, tento seguir o raciocínio dos filósofos mencionados ao longo do trabalho,
especialmente Peter Drucker. A partir deste estudo, concluímos que um dos
aspectos mais relevantes é a sintonia que os empresários estabelecem entre seus
negócios e o futuro. Não é bio seguir aqueles que, por temerem o futuro,
retrocederam. Devemos, desta forma, buscar soluções a fim de basear as
estratégias para este futuro que está mais próximo do que imaginamos. Admito que
impossível prever os detalhes sobre o que funcionará melhor nos negócios neste
próximo culo, todavia visualizo e preconizo uma estratégia empresarial focada em
três setores estruturantes: Empreendedorismo, Planejamento e Criatividade.
Segundo Peter Drucker “Empreendedorismo é um comportamento e não um traço
de personalidade” o que significa que qualquer pessoa pode desenvolver atitudes e
habilidades empreendedoras. O empreendedorismo é um movimento educacional
que visa criar atitudes empreendedoras bem como mentes planejadoras. O
empreendedor sonha, visualiza, planeja, implementa e assume riscos calculados.
Observamos que os intra-empreendedores que trabalham em empresas cujos
dirigentes costumam premiar pessoas desmotivadas, normalmente se frustram.
Milhões de idéias que poderiam gerar lucros se perdem nos corredores e
lanchonetes de empresas porque seus gerentes inibem pessoas criativas reagindo
negativamente, às novas idéias. Criatividade e planejamento será a base para o
empreendedorismo do novo século.
As empresas precisam valorizar e estimular inovações, assim como a
experimentação de novas idéias. Concluímos que o ambiente de trabalho ideal seria
aquele que estimula novas idéias, objetivando a eficiência e eficácia com custos
menores. Podemos então dizer que o espírito empreendedor, incorporado à prática
de trabalho diária das pessoas seria o desejado pelas empresas.
Palavras-chaves: Administração, século XXI, filósofos, Peter Drucker.
ABSTRACT
In the present work it was observed that whenever changes occur, opportunities
arise. It is not a matter of philosophical thinking. What I try here is to follow the
reasoning of philosophers mentioned along the work, mainly Peter Drucker. It was
possible to conclude that what is rally relevant is that entrepreneurs tocus on their
business considering the future. It is not wise to follow those who, by fearing the
future, move towards the past. We should search for new ways and solutions in order
to guide the strategies for the future which is closer than we imagine. I admit that it is
impossible to foresee the details of what will function better in the coming century,
however, I envisage and precognize an entrepreneur’s strategy focused on three
structuring sectors: entrepreneurship, planning and creativity. For Peter Drucker,
entrepreneurship concerns behaviors rather than personality traits, which means that
anyone can develop entrepreneur attitudes and abilities. Entrepreneurship is an
educational movement which aims at fostering entrepreneur attitudes as well as
planning minds. The entrepreneur dreams, visualizes, plans, implements and takes
calculated risks. The intra-entrepreneurs, who work in companies in which
demotivated people are rewarded become frustrated. Millions of ideas that could
prompt profits get lost in the companies halls and snack bars because their
managers block creative people by reacting negatively to new and creative ideas.
Creativity and planning will be the basis for the new century entrepreneurship.
Companies need to value and foster innovation and new ideas experimentation. The
ideal workplace environment should be the one that fosters new ideas in order to do
things better at a lower cost. The ideal would be to have an entrepreneur spirit
incorporated in people’s working practice.
Key Words: Administration, XXI century, philosophers, Peter Drucker
AGRADECIMENTOS
Todos os professores, especialistas, mestres e doutores que acompanharam a minha
vida acadêmica. Não esquecendo de, todos os integrantes da Faculdade de Alagoas, deste os
porteiros até os atendentes.
Gostaria de ressaltar também a minha professora de filosofia Marluce, ao professor
de sociologia Cláudio Porangaba, a professora Marinês Coral minha orientadora, a professora
Adriana Torres. Que me deram expiração por buscar além dos livros resposta para o meu dia-
a-dia, onde com a observação do mundo a minha volta consegui entender e captar no passado
a experiência e sabedoria dos grandes mestres da historia humana, como Sócrates, Plantão,
entre outros.
Que mudaram para sempre a forma de pensar.
Pelos apoios neste percurso acadêmico que eu passei, agradeço a Faculdade de
Alagoas especial a Eliane que além de me ajudar muito nas horas de necessidade, contribuiu
também com meu crescimento intelectual, nestes anos de estudo.
A minha família que me ajudou nos momentos mais difíceis, que passei a todos
que deram um voto de confiança e credibilidade a minha pessoa. A meus pais, pela luta que
passaram minhas irmãs que tanto me apoiaram, meus tios que me deram carinho, coragem, e
muito amor, primos e sobrinhos. Não esquecendo principalmente da minha prima Carminha
que me apoio no momento de duvida.
Agradeço assim a todos que estenderam a mão no momento mais difícil.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 8
CAPÍTULO 1 - BREVE HISTÓRICO SOBRE ADMINISTRAÇÃO........................... 11
1.1 O sentido real da palavra “Administração”.......................................................... 11
1.2 As tarefas da administração................................................................................ 14
1.3 A Administração empreendedora e tecnológica.................................................. 15
CAPÍTULO 2 - A HISTÓRIA DE ALGUNS FILÓSOFOS NA FORMAÇÃO DO
PENSAMENTO ADMINISTRATIVO................................................................................. 23
2.1 A influência dos filósofos na administração ........................................................ 24
2.2 A mudança nas organizações no século XXI..................................................... 29
CAPÍTULO 3 AS BASES FILOSÓFICAS DO PENSAMENTO DE PETER
DRUCKER PARA A ADMINISTRAÇÃO NO SÉCULO
XXI............................................................................................................................. 36
3.1 Desafios do século XXI ...................................................................................... 37
3.2 Paradigmas na visão de Peter Drucker ............................................................. 39
3.3 Peter Drucker e o futuro da administração no mundo e no Brasil...................... 40
3.4 O futuro do Brasil na administração.................................................................... 44
CONCLUSÃO .......................................................................................................... 48
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 51
8
INTRODUÇÃO
No campo da administração, pelos interesses materiais envolvidos, a
discussão sobre produção e disseminação do conhecimento produzido de forma
científica e crítica fica apagada em relação à discussão do conhecimento
desenvolvido para auxiliar administradores na gestão de organizações. A teoria não
reflete a prática organizacional, mas também ajuda a constituir essa prática.
(MARSDEN e TOWNLEY, 1996)
Porém, enquanto a administração como prática é uma atividade milenar, seu
estudo sistemático e científico é recente pois “assume-se que tal atividade tem
certas características intrínsecas que foram possíveis de serem estudadas e
codificadas nos últimos dois séculos”. (TSOUKAS e CUMMINGS, 1997, p. 661)
Historicamente, os pioneiros no desenvolvimento de uma teoria
administrativa defendiam a concepção de administração como um conhecimento
científico. “Uma ciência administrativa era considerada possível porque, atrás da
variedade aparente das organizações, havia uma ordem que podia ser capturada
pelos cientistas sociais através de seus métodos de investigação. (TSOUKAS e
CUMMINGS, 1997, p. 664)
O saber administrativo se diferencia de outros saberes, uma vez que as
organizações são constituídas para alcançar fins específicos e suas ações são
norteadas por uma racionalidade voltada a fins. Um saber desenvolvido para esse
cenário tem, intrinsecamente, uma proposta a priori, diferentemente de um saber
desenvolvido numa área de ciência pura, por exemplo. Noções fundamentais da
administração como, por exemplo, lucro, eficiência, conduta humana, realização etc,
9
estão imbuídas de valor e não podem ser consideradas como proposições
científicas, no sentido clássico atribuído ao processo de formulação do saber
científico.
No caso do desenvolvimento do saber administrativo, o objetivo é sempre
definido. Quase todas as pesquisas visam a entender melhor a realidade
organizacional para poder desenvolver aplicativos, ferramentas e métodos que
melhorem o resultado da organização estudada. A melhoria pode estar relacionada
tanto ao resultado financeiro quanto aos resultados operacionais, motivacionais etc.
O saber desenvolvido dessa forma não permite que o pesquisador aponte certos
resultados que sejam divergentes daqueles definidos como o objetivo da pesquisa.
Em função dos objetivos pré-determinados, do foco em resultados e dos
juízos de valor subjacentes ao processo de construção do saber administrativo, a
administração não pode ser considerada uma ciência. Apesar da utilização de
ferramentas e métodos científicos para a sua elaboração, oriundos de outras áreas,
ela carece de ferramentas próprias, que permitam o desenvolvimento de um
conhecimento científico autônomo e que não sofram ingerência dos objetivos
organizacionais.
Pode-se afirmar que a administração empresta, de outras áreas de
conhecimento, o seu ferramental teórico e metodológico, - Psicologia, Sociologia,
Antropologia, Matemática, Biologia, Economia etc. sendo essa mais uma restrição
à idéia de considerar o saber administrativo um saber científico. As ciências
desenvolvem e adotam metodologias estruturadas e consistentes (um único conjunto
de métodos, coerentes entre si) para desenvolver o seu campo de conhecimento.
10
Como se sabe a Administração tem grande influência e pensamentos de filósofos,
seguindo esta linha será desenvolvido neste trabalho “a influência dos filósofos no
século XXI, e será dado uma ênfase ao filósofo” Peter Drucker”.
Este estudo será baseado em pesquisa bibliográfica, que determinou a
fundamentação teórica do tema. Onde os dados serão obtidos de forma qualitativa,
citados e relacionados com a bibliografia sugerida sobre o assunto, como também
consulta a revistas e artigos publicados.
11
CAPÍTULO 1
BREVE HISTÓRICO SOBRE ADMINISTRAÇÃO
1.1 O real sentido da palavra “Administração”
A administração é pertinente a todo o tipo de empreendimento humano que
reúne, em uma única organização, pessoas com diferentes saberes e habilidades,
sejam vinculadas às instituições com fins lucrativos ou não. A administração precisa
ser aplicada aos sindicatos, às igrejas, às universidades, aos clubes, agências de
serviço social, tanto como nas empresas, sendo responsável pelos seus
desempenhos.
Segundo DRUCKER (2001), os administradores que entenderem os
princípios essenciais da administração e trabalharem por eles orientados, serão
bem-formados e bem-sucedidos. Ele apresenta os seguintes princípios:
A administração trata dos seres humanos. Sua tarefa é capacitar as
pessoas a funcionar em conjunto, efetivar suas forças e tornar irrelevantes suas
fraquezas. É disso que trata uma organização, e esta é a razão pela qual a
administração é um fator crítico e determinante. Hoje em dia, praticamente todos
nós somos empregados por instituições administradas, grandes ou pequenas,
empresariais ou não. Dependemos da administração para nossa sobrevivência. E a
nossa capacidade de contribuição à sociedade também depende tanto da
administração das organizações em que trabalhamos quanto de nossos próprios
talentos, dedicação e esforço.
12
A administração está profundamente inserida na cultura, porque ela trata da
integração das pessoas em um empreendimento comum. O que os administradores
fazem na Alemanha Ocidental, no Reino Unido, nos EUA, no Japão, ou no Brasil é
exatamente o mesmo. Como eles fazem é que pode ser bem diferente. Assim, um
dos desafios básicos que os administradores enfrentam em países em
desenvolvimento é descobrir e identificar as parcelas de suas próprias tradições,
história e cultura que possam ser usadas como elementos construtivos da
administração. A diferença entre o sucesso econômico do Japão e o relativo atraso
da Índia é explicado, em grande parte, porque os administradores japoneses
conseguiram transplantar conceitos administrativos importantes para seu próprio
solo cultural e fazê-los crescer.
Toda empresa requer compromisso com metas comuns e valores
compartilhados. Sem esse compromisso não empresa, somente uma turba. A
empresa tem de ter objetivos simples, claros e unificantes. A missão da empresa
tem de ser suficientemente clara e grande para promover uma visão comum. As
metas que a incorporam devem ser claras, públicas e constantemente reafirmadas.
A primeira tarefa da administração é pensar, estabelecer e exemplificar esses
objetivos, valores e metas.
A administração deve também capacitar a empresa e cada um de seus
componentes a crescer e se desenvolver à medida que mudem necessidades e
oportunidades. Toda empresa é uma instituição de aprendizado e de ensino.
Treinamento e desenvolvimento precisam ser instituídos em todos os níveis da sua
estrutura – treinamento e desenvolvimento incessantes.
Toda empresa é composta de pessoas com diferentes capacidades e
conhecimento, que desempenham muitos tipos diferentes de trabalho. Deve estar
13
ancorada na comunicação e na responsabilidade individual. Todos os componentes
devem pensar sobre o que pretendem alcançar e garantir que seus associados
conheçam e entendam essa meta. Todos têm de considerar o que devem aos
outros e garantir que esses outros entendam. E todos têm de pensar naquilo que
eles, por sua vez, precisam dos outros e garantir que os outros saibam o que se
espera deles.
Nem o nível de produção nem a “linha de resultados” são por si sós, uma
medição adequada do desempenho da administração e da empresa. Posição no
mercado, inovação, produtividade, desenvolvimento do pessoal, qualidade,
resultados financeiros, todos são cruciais ao desempenho de uma organização e à
sua sobrevivência. Também as instituições não-lucrativas precisam de medições em
algumas áreas específicas às suas missões. Tanto quanto um ser humano, uma
organização também necessita de diversas medões para avaliar sua saúde e seu
desempenho. O desempenho tem de estar entranhado na empresa e na sua
administração; precisa ser medido, ou ao menos julgado, além de ser
continuamente melhorado.
Finalmente, a única e mais importante coisa a lembrar sobre qualquer
empresa é que os resultados existem apenas no exterior. O resultado de uma
empresa é um cliente satisfeito. Os resultados de um hospital é um paciente curado.
O resultado de uma escola é um aluno que aprendeu alguma coisa e a coloca em
funcionamento dez anos mais tarde. Dentro de uma empresa só há custos. “
A administração para DRUCKER (2001) é considerada como uma “arte liberal”.
É arte” porque, como vimos, é prática e aplicação, é “liberal” porque trata dos
fundamentos do conhecimento, autoconhecimento, sabedoria e liderança. As
origens do conhecimento e das percepções estão nas ciências humanas e sociais,
14
nas ciências físicas e na ética, que devem estar focados sobre a eficiência e os
resultados das organizações.
1.2 As tarefas da administração
As instituições privadas ou públicas, com ou sem fins lucrativos, não existem
por conta própria, mas para satisfazer uma necessidade exclusiva da sociedade, da
comunidade ou do indivíduo. Existem para cumprir uma finalidade social definida.
Não são fins em si, são meios para que as necessidades sejam atendidas.
Assim, a administração é o órgão da instituição que, como tal, pode ser
descrito e definido por sua função e contribuição, devendo cumprir as seguintes
tarefas:
Atingir a finalidade e a missão espeficas da instituição, seja uma
empresa comercial, hospital ou uma universidade;
Tornar o trabalho produtivo e transformar o trabalhador em realizador;
Administrar os impactos sociais e as responsabilidades sociais.
“Os negócios humanos, políticos, sociais, econômicos e
empresariais é inútil prever o futuro, para não falar em olhar
para 75 anos à frente. Mas é possível e útil identificar eventos
importantes que aconteceram, de forma irrevogável, e que,
portanto terão efeitos previsíveis nas duas próximas décadas.
Em outras palavras, é possível identificar e se preparar para o
futuro que aconteceu. O fator dominante para os negócios
nas duas próximas décadas com exceção de guerra, peste ou
colisão com um cometa não será economia ou tecnologia.
Será a demografia. O fator chave para os negócios não será a
superpopulação do mundo, da qual temos sido alertados
nestes últimos 40 anos. Será a subpopulação dos países
desenvolvidos o Japão, os países europeus e os Estados
Unidos”.(Peter Drucker, 2001).
15
1.3 A Administração empreendedora e tecnológica
De acordo com Drucker (1986, p. 197),
A administração empreendedora exige administração diferente
daquela que existe. Mas, como a existente, ela requer
administração sistemática, organizada e deliberada. E, embora
as regras básicas sejam as mesmas para qualquer
organização empreendedora, a empresa em atividade, a
instituição de serviço público e as novas iniciativas de risco
apresentam desafios diferentes, têm problemas diferentes e
precisam se resguardar de tendências degenerativas
diferentes.
Ainda o autor enfatiza a necessidade também de que todos os
empreendedores enfrentem com determinação decisões sobre seus próprios papéis
e seus próprios compromissos.
O empreendimento se baseia nos mesmos princípios, tanto se o
empreendedor é uma grande instituição existente ou se é um indivíduo que está
começando seu novo negócio sozinho.
Segundo Drucker (1986, p. 199),
Não faz diferença alguma se o empreendedor é uma empresa
comercial, uma empresa industrial, uma empresa de prestação
de serviços ou até mesmo uma instituição governamental. As
regras são quase as mesmas; as coisas que funcionam e as
que não funcionam são quase as mesmas, como são os tipos
de inovação e onde procurá-los. Em cada caso uma
disciplina que se poderia chamar de Administração
Empreendedora.
Diversos autores apontam uma transformação da sociedade, da economia e
do modo de produção século XXI. Analisando as mudanças econômicas da época,
HOBSBAWM (1988, p. 79-84) aponta para sete características da economia do
período: uma base geográfica dos negócios muito mais ampla do que antes;
notavelmente mais pluralista; passando por uma revolução tecnológica; uma dupla
transformação da empresa capitalista; uma transformação excepcional do mercado
de bens de consumo; o crescimento acentuado do setor terciário e a crescente
16
convergência entre economia e política. Dessas características, cabe analisar mais
profundamente a transformação da empresa capitalista e a do mercado de bens de
consumo.
A transformação da empresa capitalista ocorreu tanto na sua estrutura
quanto no seu modus operandi. Por um lado, houve uma concentração de capital e o
surgimento da distinção entre “empresa” e “grande empresa”. Por outro lado, “houve
uma tentativa sistemática de racionalizar a produção e a direção das empresas
aplicando `métodos científicos´ não à tecnologia, mas também à organização e
aos cálculos.” (HOBSBAWN ,1988, p. 82)
Para construir um modelo de empresa moderna, MOTTA (1969, pp. 40 47)
apresenta algumas características desta: coerência dos meios com os fins visados;
sobrevivência da empresa enquanto condições internas e externas permitirem;
orientação para o lucro; ênfase na quantificação; ênfase no Retorno sobre
investimento; equipamentos e instalações de uso exclusivo da empresa; trabalho
assalariado; contabilidade racional; análise dos fatores externos (concorrência,
demanda, legislação, distribuição etc.) e internos (produto, preço, composto
promocional etc.) para a mercadização do produto; trabalho dividido, tanto no nível
de administração quanto no de execução, de acordo com as várias operações;
utilização de máquinas, tanto nos processos administrativos quanto nos de
fabricação, visando a maior eficiência; pessoas dedicadas a um processo ou a uma
tarefa específica, em função do avanço tecnológico e da necessidade de
planejamento; formalismo, impessoalidade, profissionalismo da administração;
capital da empresa é independente das fortunas dos seus proprietários; pulverização
da propriedade e possibilidade de transacionar ações no mercado; tendência do
17
papel do líder estar relacionado com senso de oportunidade e capacidade de
coordenação
O surgimento da indústria moderna, durante a segunda revolução industrial,
resulta numa transformação da técnica, assumindo um caráter cada vez mais
científico.
“A transformação do trabalho de uma base de especialidade
para uma base de ciência pode-se, pois, considerar como
incorporando um conteúdo fornecido por uma revolução
científica e técnica, dentro de uma forma dada pela rigorosa
divisão e subdivisão do trabalho patrocinada pela gerência
capitalista”.(BRAVERMAN, 1987, p.137).
A mudança do mercado de bens de consumo é quantitativa e qualitativa,
resultado das novas necessidades advindas do aumento da população, da
urbanização e da renda real. Essa mudança implicou numa transformação tanto da
produção, que passou a produzir bens de consumo, quanto da distribuição. As
grandes unidades organizacionais difundiram-se, dominando as esferas econômica,
social e política. O resultado foi a ascensão do “estado administrativo” e
conseqüente “modo de organização da sociedade, em que a natureza humana foi
transformada pela organização racional e científica.“ (REED, 1997, p. 61)
As transformações resultaram em um novo tipo de saber administrativo o
saber tecnológico. O saber tecnológico define um padrão - que segue uma regra
racional, e, de preferência, está fundamentado na ciência, porém sem constituir um
conhecimento científico, para as atividades desempenhadas pelo administrador.
Esse saber tecnológico está relacionado ao crescente processo de
racionalização da sociedade, considerada por WEBER (1991, p.145) como a
ampliação da capacidade de previsão e do domínio instrumental e organizacional
sobre processos empíricos. Na esfera organizacional, o processo de racionalização
foi traduzido pela adoção de um quadro administrativo burocrático, responsável pela
18
gestão. A administração, assim exercida, podia ser considerada a “forma mais
racional de exercício da dominação, porque nela se alcança tecnicamente o máximo
de rendimento em virtude de precisão, continuidade, disciplina, rigor e
confiabilidade”.(WEBER, 1991, p. 145).
Por exemplo, o processo de racionalização e sistematização do trabalho
executivo se deu pela projeção, na função do gerente médio, das atividades mais
analíticas e rotineiras. (ZUBOFF, 1988, p. 107) Essas atividades acompanharam o
surgimento do saber tecnológico, que, uma vez padronizado, podia ser
sistematizado e disseminado por um treinamento formal.
A despeito de buscar fundamentação em bases científicas, o objeto da
administração, enquanto campo de conhecimento, está totalmente voltado à
aplicação prática: como preparar o administrador, como fornecer o ferramental
básico para que ele possa exercer sua atividade buscando a máxima racionalidade e
eficiência, e, conseentemente, gerando retorno para a organização.
Esse ferramental é o que está sendo definido como saber tecnológico. Uma
vez que a administração volta-se também para a preparação do indivíduo para a
atividade e sofre influências do ambiente em que o administrador e a organização
estão inseridos, o ferramental utilizado e, conseqüentemente, o saber tecnológico,
mudam em função do ambiente.
Apesar de ser influenciado pela prática, o saber tecnológico tem a pretensão
de ser definido a priori. O administrador é formado” a partir de certas técnicas, que
definem “como” as coisas devem ser feitas, qual é o melhor padrão a ser utilizado.
Essa definição de uma forma única ou predominante de administrar esteve presente
no ambiente organizacional durante 70 anos, ou seja, até os anos 70, as sociedades
capitalistas avançadas (e em particular aquelas da Europa Ocidental)
19
experimentaram uma fase de expansão econômica sustentada. A noção de
Fordismo aponta para algumas razões para essa excepcional estabilidade: um meio
de absorção de crescentes níveis de produtividade. A duração da estabilidade
econômica do pósguerra proporcionou uma estabilização paralela de instituições
sociais na economia em geral e no mercado de trabalho em geral, consolidando uma
estrutura integrada de organização e regulação, recentemente, a economia do pós-
guerra sucumbiu à crise ocorre um distúrbio ininterrupto de todas as condições
sociais’: um equivalente mais elegante para a noção de flexibilização. (HYMAN,
1991 apud ZILBOVICIUS, 1997, p. 291)
Esse saber tecnológico desenvolvido está intimamente relacionado aos textos
escritos e disseminados pelo mercado editorial e pelos acadêmicos de administração
nos recém fundados cursos de administração. As primeiras obras importantes no
campo da Administração foram escritas por práticos da administração, sem uma
fundamentação acadêmico-científica. (KOONTZ, 1966) Após a Segunda Guerra,
houve uma tentativa de elevar a pesquisa de administração para um nível mais
científico. (FOURNIER e GREY, 2000).
Após o final da Segunda Guerra, a lógica clássica de organização da
produção e do trabalho havia se difundido de maneira universal no Ocidente. Mesmo
que não exatamente como prática, na medida em que nem todas as organizações
apresentavam os elementos dessa lógica, ao menos como representação
orientadora dos tomadores de decisão. (ZILBOVICIUS, 1997, p. 290)
Ao pretender ser um conhecimento “científico”, o saber tecnológico difunde-se
como referência básica para o ato de administrar. O processo de propagação das
pretensas “verdades científicas” está atrelado à formulação de modelos e
metodologias administrativos. Esses modelos foram difundidos como sendo a melhor
20
maneira de se administrar a empresa. Supunha-se que a aplicação deles era a
forma de garantir a eficiência e a eficácia dos atos do gestor. O objetivo desses
modelos e metodologias é possibilitar às organizações regularidade, previsibilidade,
ordem e eficiência. Ao formular esses modelos e metodologias, os teóricos
organizacionais buscam “descobrir as regularidades parecidas com as leis que estão
subjacentes ao comportamento organizacional” (TSOUKAS e CUMMINGS, 1997, p.
656).
As teorias organizacionais tradicionais, a saber, a teoria clássica, a teoria de
relações humanas, as demais abordagens humanísticas, a teoria estruturalista, a
sistêmica, a teoria da decisão, a teoria contingencial, e suas similares, são eivadas
de racionalidade instrumental. São constructos teóricos elaborados no bojo da
ciência social, conformando-se aos seus princípios. Privilegiam, indubitavelmente, os
comportamentos relativos à excelência no manejo dos meios, entendidos como
eficiência. Quanto aos fins, não são objeto de julgamento, apenas cabe atingi-los
com a máxima eficiência possível, configurando assim a eficácia. (OLIVEIRA, 1990,
pp.99-100)
A evolução do saber tecnológico passou por diversas fases, entre o início do
século e 1970. No início, predominou a abordagem clássica, ou da Administração
Científica. A partir da década de 30, o Movimento das Relações Humanas começou
a questionar a forma de administrar divulgada pelos clássicos. O Movimento de
Relações Humanas foi seguido pelo Behaviorismo e pelo Estruturalismo. A partir da
década de 50, surgiu a abordagem dos Sistemas Abertos. O Desenvolvimento
Organizacional, com enfoque comportamental, iniciou-se na década de 60.
21
Essas fases geraram modelos que predominaram no discurso administrativo
durante um determinado período. Muitas vezes, a implantação dos processos,
ferramentas ou atividades não ocorreu como havia sido planejado ou proposto, o
saber tecnológico desenvolvido se adequava parcialmente à realidade
organizacional. Entretanto, havia uma busca pela implantação dos modelos
propostos, uma procura pelos resultados prometidos.
Por exemplo, a gestão da produção sofreu um grande abalo, a partir da
década de 80. Os princípios empregados desde a década de 20, baseados no
modelo taylorista-fordista, começaram a ser desafiados pelas práticas japonesas de
gestão. (ZILBOVICIUS, 1997) Essa intensificação pode ser verificada através na
figura 1, que analisa os fluxos de inovações administrativas entre 1955 e 1990. A
partir da década de 80, surgiram diversos novos modelos, como, por exemplo,
Círculos de Qualidade, “Excelência”, Reestruturação, Kanban, Downsing, etc.
22
Figura 1. Fluxos de inovações administrativas (1950 – 1990)
Fonte: DAFT, 1999, p. 29. Adaptado da figura 1.3, Richard T. Pascale, Managingon the
Edge (NY, Touchstone/ Simone Schuster, 1990).
23
CAPÍTULO 2
A HISTÒRIA DE FILOSÓFOS NA FORMAÇÃO
DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO
Na história da humanidade, verifica-se que sempre existiu alguma forma de
associação entre os homens para, através do esforço conjunto, atingirem objetivos
que, isoladamente não seria possível.
O processo de administrar está vinculado a qualquer situação em que
existam pessoas fazendo o uso de recursos para atingir determinado objetivo.
De tais formas, embora inicialmente rudimentares, se manifestava alguma
forma de administrar organizações.
Conforme MAXIMIANO (2000, p. 126), por volta de 10000 a 8000 a.C. na
Mesopotâmia e no Egito, agrupamentos humanos que desenvolviam atividades
extrativistas faziam uma transição para atividades de cultivo agrícola e pastoreio,
iniciando-se a “Revolução Agrícola”. Nesse período surgem as primeiras aldeias,
marcando-se a mudança da economia de subsistência para a administração da
produção rural e a divisão social do trabalho.
Ainda, de acordo com mesmo autor, no período compreendido entre 3000 e
500 a.C, a “Revolução Agrícola” evoluiu para a “Revolução Urbana”, surgindo as
cidades e os Estados, demandando a criação de práticas administrativas.
CHIAVENATO (1983, p.18) faz referências às magníficas construções
realizadas na Antigüidade no Egito, na Mesopotâmia, na Assíria indicaram trabalhos
de dirigentes capazes de planejar e orientar a execução de obras que ainda
24
podemos observar. Também, através de papiros epcios foi possível verificar a
importância da organização e administração da burocracia pública no Antigo Egito.
2.1 A influência dos filósofos na administração
Os filósofos buscam constantemente soluções para os problemas que o correm
em seu meio podendo ser externo ou amesmo interno. Eles buscaram em sua
época o que as organizações buscam constantemente: planejamento, organização
das tarefas, direção e controle, porém vemos que em um período tão
desglobalizado, houve mais resultados positivos do que muitas empresas que
existem hoje em dia.
Merece referências a influência dos filósofos gregos, como Platão (429 a.C.
347 a.C.) discípulo de Sócrates, e Aristóteles (384 a.C. 322 a.C.), discípulo de
Platão. Ambos deixaram contribuições para o pensamento administrativo do Século
XX. Platão preocupou-se com os problemas de natureza política e social
relacionados ao desenvolvimento do povo grego. Aristóteles impulsionou o
pensamento da Filosofia e no seu livro Política estudou a organização do Estado.
Outros filósofos deixaram importantes contribuições para a formação do
pensamento administrativo:
Nicolau Maquiavel (1469 1527) historiador e filósofo político italiano, seu
livro mais famoso, O Príncipe (escrito em 1513 e publicado em 1532) refere-se à
forma de como um governante deve se comportar. Segundo MAXIMIANO (2000,
p.146), Maquiavel pode ser entendido “como um analista do poder e do
comportamento dos dirigentes em organizações complexas”. Certos princípios
25
simplificados que sofreram popularização estão associados a Maquiavel (observa-se
o adjetivo maquiavélico):
“Se tiver que fazer o mal, o príncipe deve fazê-lo de uma vez. O
bem deve fazê-lo aos poucos”.
“O príncipe terá uma palavra. No entanto, deverá mudá-la sempre
que for necessário”.
“O príncipe deve preferir ser temido do que amado.”
Francis Bacon (1561 1626) filósofo e estadista inglês, considerado um dos
pioneiros do pensamento científico moderno, fundador da Lógica Moderna baseada
no método experimental e indutivo (do específico para o geral). Segundo
CHIAVENATO (1983, p.22) com Bacon é que encontra-se a preocupação com a
separação experimental do que é essencial em relação ao que é acidental.
Antecipou-se ao princípio da Administração “prevalência do principal sobre o
acessório”.
René Descartes (1596 1650) filósofo, matemático e físico francês,
considerado fundador da Filosofia Moderna. Celebrizado pela sua obra “O Discurso
do Método”, em que descreve os principais preceitos do seu método filosófico, hoje
denominado “método cartesiano”. Princípios do método cartesiano:
Princípio da Dúvida Sistemática ou da Evidência – não é verdadeiro até
que se saiba com evidência, ou seja, como realmente verdadeiro.
Princípio da Análise ou da Decomposição - dividir e decompor cada
parte de um problema para analisar as suas partes separadamente.
26
Princípio da Síntese ou da Composição processo racional que
consiste no ordenamento dos pensamentos, dos mais fáceis e simples
para os mais difíceis e complexos.
Princípio da Enumeração ou da Verificação em tudo fazer
recontagens, verificações e revisões de modo a tornar-se seguro de
não ter havido qualquer omissão durante o processo de raciocínio
(checklist).
Thomas Hobes (1588 – 1679) filósofo e teórico político inglês, segundo o qual
o homem primitivo era um ser anti-social por definição, atirando-se uns contra os
outros pelo desejo de poder, riquezas e propriedades “o homem é o lobo do
próprio homem”. O Estado surge como a resultante da questão, que, de forma
absoluta, impõe a ordem e organiza a vida social.
Karl Marx (1818 1883) e Friedrich Engels (1820 1895) Marx, filósofo
alemão, e Engels, propuseram uma teoria da origem econômica do Estado.
CHIAVENATO (1983, p.23) escreve que, de acordo com Marx e Engels a dominação
econômica do homem pelo homem é a geradora do poder político do Estado, que
vem a ser uma ordem coativa imposta por uma classe social exploradora. No
Manifesto Comunista, segundo CHIAVENATO, Marx e Engels afirmam que a história
da humanidade sempre foi à história da luta de classes, resumidamente, entre
exploradores e explorados.
Adam Smith (1723 – 1790) filósofo e economista escocês, considerado
como criador da Escola Clássica da Economia, em 1776 publica a sua obra “Uma
investigação sobre a natureza e as causas da riqueza das nações”, mais conhecido
como A Riqueza das Nações, abordava o princípio da especialização dos
27
operários e o princípio da divisão do trabalho em uma manufatura de agulhas para
destacar a necessidade da racionalização da produção. Conforme CHIAVENATO
(1983, p.30), para Adam Smith, a origem da riqueza das nações reside na divisão do
trabalho e na especialização das tarefas, preconizando o estudo dos tempos e
movimentos, pensamento que, mais tarde, Frederick Winslow Taylor e o casal Frank
e Lilian Gilbreth viriam a desenvolver, fundamentando a Administração Científica.
Todo indivíduo necessariamente trabalha no sentido de fazer
com que o rendimento anual da sociedade seja o maior
possível. Na verdade, ele geralmente não tem intenção de
promover o interesse público, nem sabe o quanto o promove.
Ao preferir dar sustento mais à atividade doméstica que à
exterior, ele tem em vista apenas sua própria segurança; e, ao
dirigir essa atividade de maneira que sua produção seja de
maior valor possível, ele tem em vista apenas seu próprio
lucro, e neste caso, como em muitos outros, ele é guiado por
uma mão invisível a promover um fim que não fazia parte de
sua intenção. E o fato de este fim não fazer parte de sua
intenção nem sempre é o pior para a sociedade. Ao buscar seu
próprio interesse, freqüentemente ele promove o da sociedade
de maneira mais eficiente do que quando realmente tem a
intenção de promovê-lo. (“Adam Smith, A Riqueza das Nações,
Livro IV,capítulo 2 )
David Ricardo (1772 – 1823) economista britânico, em sua obra “Princípios de
Economia Política e Tributação”, publicada em 1817, tratava de teorias cujas bases
residiam nos seus estudos sobre a distribuição da riqueza a longo prazo. Segundo
David Ricardo o crescimento da população tenderia a provocar a escassez de terras
produtivas. Tal Como Adam Smith, Ricardo admitia que a qualidade do trabalho
contribuísse para o valor de um bem. O trabalho era visto como uma mercadoria.
Uma importante contribuição sua foi o princípio dos rendimentos decrescentes,
devido a renda das terras. Tentou deduzir uma teoria do valor a partir da aplicação
do trabalho. Ricardo tornou-se o clássico por excelência da Economia, apesar de se
inspirar em grande parte da sua análise na obra de Adam Smith acabou por criticá-
lo. Alterou o conceito de valor de uso de Adam Smith definindo-o como a Utilidade,
28
ou seja, a capacidade do produto satisfazer as nossas necessidades. Como
contribuições para a formação do pensamento administrativo, resumidamente, é
possível destacar: suas posições a respeito do custo do trabalho e sobre os preços e
mercados.
John Stuart Mill (1806 1873) filosofo e economista britânico publicou
“Princípios de Economia Política” onde, segundo CHIAVENATO (1983, p.31)
apresenta um conceito de controle objetivando evitar furtos nas empresas.
Acrescenta duas qualidades importantes, a fidelidade e o zelo.
A questão que se coloca aqui é nova, não porque não pudesse ter sido
colocada em outro tempo e nos mesmos termos, mas porque as palavras “amanhã”
ou “futuro” m hoje um significado completamente diferente do que tiveram no
passado. Na verdade, o futuro para os humanos em sociedade sempre se inscreveu,
até agora, no contexto de uma sociedade em particular: por exemplo, “que futuro?”,
perguntávamos nós, os franceses, em 1940, e depois em 1945, etc; nós nos
sentíamos pouco ou nada preocupados por considerações gerais sobre o futuro da
humanidade. Mas, hoje, nós entramos na Era da “mundialização” (globalização), ou
seja, da universalização.
A partir de então a questão é: em que a filosofia pode influenciar a
administração? Ora, é verdade que todos os metafísicos que pretenderam, dentro de
seus sistemas, entregar a verdade, o fizeram para todos os homens, e para toda
humanidade. Cada um possui, em seu espírito, o propósito de Descartes e sua
esperança de contribuir, através de sua filosofia, ao “bem geral de todos os homens”
(Discurso do método, A.T., VI, p. 61). Mas o fato é que a filosofia de Descartes
produziu o idealismo moderno, uma particularidade do Ocidente, que nos separa das
outras culturas filosóficas e não possui nenhuma virtude de unificação. O problema
29
aqui é de um ecumenismo filosófico. Se tal ecumenismo é possível, em quê deve se
transformar nossa filosofia para que ela esteja apta a encontrar as filosofias do
Oriente? E a partir de quais evidências? O problema se coloca para a administração,
não para a moral. Porque, enquanto a moral se tornou universal, a partir do
momento em que a moral dos direitos humanos se tornou universalmente
reconhecidos embora, na realidade, freqüentemente desrespeitados, a
administração continua particular. Eu acredito que o retorno ao mais incipiente
pensamento grego significa também a esperança de uma forma de administrar
promissora baseada nos pensamentos dos grandes filósofos. Vejamos no capítulo 3
o pensamento de um grande filósofo e sua influência para o século XXI
2.2 A mudança nas organizações no século XXI
Vive-se uma era de profundas transformações. A chamada globalização,
termo que se tornou obrigatório em todos os círculos intelectuais, políticos e
econômicos, fenômeno facilitado pelas novas tecnologias da informação, pressupõe
uma evolução do tradicional processo de internacionalização de mercados oriundo
dos primórdios do capitalismo. Esse novo processo não é mais conduzido apenas
por nações, mas, sobretudo, pelas organizações antes denominadas multinacionais,
transnacionais ou mundializadas. Muda-se o mundo, mudam as organizações.
Com seu processo de aceleração, a globalização do mundo modifica,
também, as noções de tempo e de espaço. A velocidade crescente que envolve as
comunicações, os mercados, os fluxos de capitais e tecnologias, as trocas de idéias
e imagens, nesse início de século, impõem a dissolução de fronteiras e de barreiras
30
protecionistas. Em todo o momento se estabelecem tensos diálogos entre o local e o
global, a homogeneidade e a diversidade, o real e o virtual, a ordem e o caos.
Nessa transição paradigmática que se está testemunhando neste início de
milênio, pode-se afirmar que se está vivendo sob a égide das mudanças marcadas
por uma nova sociedade emergente e por uma nova visão empreendedora de
fundamental importância.
Esta nova sociedade preconizada por Peter Drucker, em seus trabalhos
das décadas de 40 e 60, está configurando um ambiente de transformações na
forma como as empresas estão organizando e fazendo negócios. Esta sociedade
não é uma sociedade “anticapitalista” nem “não capitalista”, como enfatiza o autor.
Ela é uma sociedade na qual:
“O recurso econômico básico os ‘meios de produção’, para
usar uma expressão dos capitalistas - não é mais o capital,
nem os recursos naturais (a ‘terra’ dos economistas), nem a
‘mão de obra’. Ele será o conhecimento. [...] Hoje o valor é
criado pela ‘produtividade’ e pela ‘inovação’, que são
aplicações do conhecimento ao trabalho. Os principais grupos
sociais da sociedade do conhecimento serão os ‘trabalhadores
do conhecimento’ executivos que sabem como alocar
conhecimento para usos produtivos, assim como os
capitalistas sabiam como alocar capital para isso, profissionais
do conhecimento e empregados do conhecimento” (Drucker,
1994, p. XVI).
Faz-se mister ressaltar que, no ambiente organizacional, a convivência com a
mudança virou rotina. Da introdução ao abandono de um considerável número de
modismos, conceitos e princípios elaborados pela tão promissora indústria da teoria
da administração, é possível identificar uma busca incessante em manter alguma
ordem perante o caos em que se transformaram as organizações nestes últimos
anos. Tudo isso caracteriza uma percepção de que não mais espaço para a
31
mentalidade tradicional e que novas formas de relacionamento e comunicação se
constroem.
Liderando ou sendo carregadas por essa nova onda, as organizações passam
por profundas transformações. O antigo tripé do conceito de organizações
pessoas, estrutura e tecnologia, entra em conflito, uma vez que esses componentes
não mais precisam abrigar-se sob um mesmo espaço, nem operarem a um mesmo
tempo para configurarem uma organização.
Para Morgan (1996, p. 30),
No mercado moderno, as estruturas organizacionais que não
estiverem preparadas para enfrentar novos desafios, ampliar
sua visão de mercado, que não se tornarem flexíveis para
atender às novas demandas, certamente estarão fora do
circuito e não ajustadas, dificilmente sobreviverão ao processo
irreversível da globalização e suas conseqüências
.
Na verdade, as organizações terão de aprender a inovar. Para isso, deverão
estar constantemente preocupadas com a sua capacidade plena em atrair e reter
pessoas qualificadas e dotadas de conhecimentos, das quais depende seu
desempenho.
No mundo moderno das organizações, independentemente do setor em que
elas atuam, o ser humano caminha para deixar de ver a organização em que
trabalha como um mecanismo em que ele é apenas uma peça. A organização, por
sua vez, passa a tratá-lo como indivíduo cujas potencialidades precisam ser
descobertas. Para isso, investirá em sua integração.
Drucker (1994, p. 165) assume esta posição ao afirmar que:
O conhecimento está sempre incorporado a uma pessoa, é
transportado por uma pessoa, é criado, ampliado, ensinado e
transmitido por uma pessoa e é usado, bem ou mal, por uma
pessoa. Portanto, a passagem para a sociedade do
32
conhecimento coloca a pessoa no centro. Ao fazê-lo, ela
levanta novos desafios, novas questões e novas perguntas,
sem precedentes, a respeito do representante da sociedade do
conhecimento, a pessoa instruída.
De acordo com Mariotti, (1999, p. 13),
O homem passa a ser considerado em primeiro lugar com
base em sua existência individual, isto é, como um ser uno e
pleno de possibilidades a serem mobilizadas e postas em
prática em seu benefício e no da comunidade; seus atributos
(suas essências) serão plenamente exercidos depois que
houver a certeza da realidade e da continuidade de um meio
ambiente onde essas potencialidades possam ser
desenvolvidas com um mínimo de bloqueios.
Na verdade, como resultado, as organizações passam a ter uma nova visão a
respeito da vida e do trabalho. As pessoas se sentirão partes do todo sem perderem
suas individualidades. Isso é fundamental para que elas tenham, continuamente,
motivação para exercerem sua criatividade. O próprio curso da história está se
encarregando dessa abertura. Hoje, como se sabe, está em plena evidência o
conceito da empresa núcleo de ensino e aprendizado, em que o fluxo da informação
pode e deve ser ininterrupto. Esse ponto é fundamental.
Atualmente, com as profundas modificações por que estão passando, as
organizações vêm investindo em educação. A superespecialização tornou-se um
fator considerável que dificulta o desenvolvimento organizacional, ao contrário do
que se imaginava até bem pouco tempo. Em outras palavras, quem ainda pensa que
o conhecimento puramente técnico é o único necessário como fator de vantagem
competitiva está fora da realidade atual que rege o mercado.
Na verdade, hoje se encontra uma maior preocupação de empreendedores e
dirigentes organizacionais em compreender e incrementar a capacidade de
aprendizagem de suas organizações. As organizações são lugares onde se ensina e
33
se aprende continuamente, e esse processo deve sempre envolver todos os
membros da organização.
Esta nova e emergente preocupação com a aprendizagem continuada
abrange atividades desenvolvidas nos mais variados tipos de organizações,
evidenciando-se pelo aumento significativo do investimento das organizações em
pesquisa, treinamento, gestão, marketing e informática, e na valorização de novos
modelos gerenciais que evidenciam a capacidade criadora, a flexibilidade e a
autonomia.
Seria difícil, hoje, encontrar instituições governamentais, educacionais ou
empresariais que estejam correspondendo às reais expectativas da sociedade. Está-se
em plena revolão do capitalismo. Pode-se dizer que se terá o grande privilégio de
vivenciar a transição de um paradigma histórico, representado pelo esgotamento da
sociedade industrial que cede lugar a uma nova e emergente sociedade, conhecida
como sociedade do conhecimento. Fatores tecnológicos e ecomicos estão deixando
de ser o foco central de análises desenvolvimentistas. A economia de produção o
es tendo mais condições de prover a demanda adequada de pais profissionais e
desafiadores para um mercado competitivo e seletivo. Precisa-se adotar uma nova
posição.
A sociedade do conhecimento e da informação difunde-se e aprofunda-se em
todo o mundo. Não limites para esse avanço. Para que se possa cumprir uma
missão social maior, deve-se libertar os que se encontram presos a um passado que
não cabe mais no presente e muito menos no inexorável futuro, o qual chega cada
vez mais rapidamente e cujas feições perceptíveis se mostram sedentas por
informações mais rápidas e por novos saberes.
34
De acordo com Vasconcelos (2000, p. 26),
Nos últimos anos o mundo industrializado tem enfrentado a
transição de uma economia industrial para uma economia da
informação e de conhecimento. Isso significa que se espera para
as próximas cadas que a informação e o conhecimento, mais
do que a terra e o capital, sejam a foa motriz na crião e
geração de riquezas e prosperidade.
Quinn (1992, p. 53) considera que:
As capacidades intelectuais e de serviços devem ser
estimuladas prontamente, pois desta forma de pensamento
depende a aquisição do conhecimento, os projetos de trabalho,
desenvolvimento das tarefas de marketing, da integração
interna entre os trabalhadores, do desenvolvimento individual
das partes e da satisfação do cliente, entre outras atividades,
seja através da criatividade, seja através do feedback na forma
de sucesso das abordagens no mercado basicamente
.
No limiar do culo XXI, assiste-se a um acelerado processo de globalização.
Isso é uma realidade incontestável. Os limites territoriais, aos poucos, são
substituídos, em muitos setores, por fronteiras apenas virtuais. Os mercados estão
cada vez mais competitivos, as estruturas políticas tradicionais estão sendo
reformuladas e o mundo do trabalho encontra-se em permanente transformação.
não se vive mais a era industrial, e sim a sociedade do conhecimento. Tudo isso
obriga a administração, não para enfrentar esse novo momento histórico, mas
para continuar influenciando, de forma decisiva, o desenvolvimento da humanidade.
O futuro parece cada vez mais indecifrável, mas é possível planejá-lo; e mais,
se for desejável humanizar a globalização, não se poderá fazer da economia o
princípio único de reformulação da sociedade.
35
Uma coisa parece bastante evidente: quaisquer que sejam os caminhos
escolhidos para tratar-se de grandes questões, a presença das instituições de
ensino superior será consideravelmente importante.
Nesse cenário, as instituições de ensino superior terão de, cada vez mais,
integrar-se à sociedade, compartilhar os problemas e os desafios e ajudar no
desenvolvimento regional - pensar globalmente e agir localmente. E para isso,
deverão assumir uma nova concepção de gestão empresarial que tem como objetivo
incorporar o conhecimento e o aprendizado como elementos promotores da
inovação.
Dessa forma, passa a ganhar cada vez mais importância no cenário
administrativo à chamada “Quinta Disciplina” (Senge 1990) ou abordagem sistêmica
que, partindo da concepção da organização como um sistema aberto, desenvolve
uma teoria voltada para a interdependência dos subsistemas organizacionais. Lugar
de destaque nestes estudos é conferido às chamadas “Learning Organizations” ou
Organizações de Aprendizagem, nas quais, mais do que padrões rígidos que devem
ser cumpridos de forma acrítica e automática por todos os funcionários, o que é
necessário é a existência de pessoas que sejam capazes de “aprender a aprender”.
36
CAPÍTULO 3
O PENSAMENTO DO FILÓSOFO PETER DRUCKER PARA
A ADMINISTRAÇÃO NO SÉCULO XXI
Peter Drucker, filósofo e administrador austríaco, considerado um dos mais
renomados pensadores do mundo corporativo citava, sempre em seus discursos a
frase “O sucesso de ontem não garante o sucesso de amanhã”. Austríaco, é
freqüentemente considerado o fundador da Administração. As suas publicações,
trabalhos de consultoria e conferências tornaram-no tão influente que passou a ser
considerado o "guru dos gurus". Este atributo é merecido, tanto pela natureza
pioneira do seu trabalho como pela influência que tem exercido sobre os outros
gurus, qualquer que seja a sua origem e formação. A 2005, continuou
intelectualmente ativo, tanto na liderança da Escola de Administração de Claremont,
na Califórnia, como na produção de livros e artigos que, no quadro da entrada do
século XXI, têm um forte conteúdo futurista, apesar da sua insistência de que a
maioria das lições podem ser extraídas da observação do passado recente.
Drucker nasceu na Áustria, em 1909, numa família culta, filho de um
funcionário do Ministério da Economia da Áustria e de uma médica. Falecendo em
2005. Ainda criança, conheceu Sigmund Freud, que lhe foi apresentado pelos pais
como sendo "mais importante que o próprio imperador". Formou-se em Direito, na
Universidade de Hamburgo (Alemanha), e doutorou-se em Direito Internacional pela
Universidade de Frankfurt. Cedo começou a investigar na área da econometria, a
colaborar em jornais e com empresas envolvidas em comércio internacional. No
37
entanto, as suas posições desagradaram ao Governo alemão e, em 1933, deslocou-
se para Inglaterra.
Em 1937 é destacado para os Estados Unidos como correspondente de
jornais ingleses. Em 1939, publica “The End of Economic Man: Origins of
Totalitarianism”. Além de uma intensa atividade editorial, colabora com numerosas
empresas, incluindo a GM e Universidades. Em 1950, inicia a sua colaboração com
a Universidade de Harvard. O livro “The Practice of Management”, publicado em
1954, é considerado o fundamento da disciplina de Administração. Desde então
publicou numerosos artigos e livros sobre gestão, empresas sem fins lucrativos,
inovação, ecologia, o nascimento do “knowledge worker”, tendo cooperado com um
conjunto vastíssimo de empresas e governos, enquanto desenvolvia a “Claremont
Graduate School”. As pessoas que assistiram às suas palestras o duvidam de
que ainda vai dar uma forte contribuição ao desenvolvimento da Administração.
Apesar da influência que exerceu nos restantes gurus e nos autores de
Administração em geral, Drucker surpreendeu pelo caráter visionário e
original dos seus artigos, apesar de ao contrário de alguns dos outros gurus, manter
uma elevada consistência no seu quadro de análise.
3.1 Os desafios do século XXI
A transformação mais marcante do novo século é de origem demográfica a
diminuição da natalidade, afetando a generalidade dos países desenvolvidos o
Japão em primeiro lugar, mas seguido de perto pela Europa do Sul (de Portugal à
Grécia). Enquanto a reposição da população necessita de uma média de 2,1 filhos
por mulher, a generalidade dos países desenvolvidos registra uma média inferior a
38
1,5. A manter-se a situação atual, no final do culo XXI a Itália terá cerca de 20
milhões de habitantes, a maioria de idosos, contra os atuais 60 milhões. A alternativa
da imigração, que tem permitido aos Estados Unidos enfrentar a mesma situação, é
difícil nos países com menos tradição de assimilação de pessoas de culturas e
etnias diferentes. As implicações desta tendência são imensas, indo do modelo da
segurança social do futuro e da duração do período de vida ativa (necessariamente
maior, com reformas prováveis aos 75 anos) ao tipo de produtos e serviços a
consumir por uma sociedade de idade média muito mais elevada.
O segundo desafio diz respeito ao comércio eletrônico, que pode ter um
papel idêntico ao do desenvolvimento dos caminhos-de-ferro no século passado.
Não sendo em si um negócio com um peso muito elevado no total do produto das
nações, pode revolucionar o modo como todas as atividades se desenvolvem.
Enquanto as ferrovias permitiram dominar as distâncias, a Internet conduz à
eliminação destas últimas. Para Drucker, o setor de atividade com mais sucesso no
século XXI não se encontra na informática ou no centro da sociedade da informação,
mas sim no setor bancário. No entanto, a Internet vem trazer um desafio imenso à
forma como a atividade bancária se desenvolveu - é um dos setores obrigados a
uma profunda adaptação no novo quadro.
Finalmente, a emergência do trabalhador do conhecimento (“knowledge
worker”, na expressão usada por Drucker) é o terceiro grande desafio que as
empresas têm de defrontar. A sua preparação e as motivações e aspirações são de
natureza totalmente diferente das do trabalhador tradicional. As implicações são
particularmente relevantes para a Administração, tanto ao nível da organização
hierárquica como do processo de liderança e da gestão dos recursos humanos. Os
mecanismos de compensação, até aqui com uma forte ênfase na remuneração,
39
correm o risco de se tornar profundamente ineficazes para atrair e manter
trabalhadores qualificados. Muitas empresas do famoso Silicon Valley com
esquemas de remuneração atrativos do ponto de vista material, incluindo opções e
prêmios baseados nos resultados, registram, apesar disso, níveis de rotação muito
elevados, dado que os empregados exigem, cada vez mais, satisfação na sua
atividade.
3.4 Os paradigmas na visão de Peter Drucker
Em conseqüência, os paradigmas tradicionais da Administração estão
desatualizados. Sem a sua revisão não será possível adaptar as organizações aos
novos desafios.
Em primeiro lugar, a Administração não diz respeito apenas à empresa com
fins lucrativos. Segundo Drucker, este modelo organizativo tem vindo a perder peso
no conjunto da atividade desenvolvida nos países a favor das atividades fomentadas
pelo Estado e suas ramificações ou por organizações sem fins lucrativos. Aliás, uma
das suas preocupações dominantes sempre esteve centrada nas organizações sem
fins lucrativos. Dado o volume de atividade desenvolvido por estas organizações nos
Estados Unidos e o envolvimento da população local - estima-se que mais de 50%
dos americanos contribuem ativamente com trabalho voluntário -, não é de
surpreender o interesse manifestado por Drucker e a sua consultoria a organizações
com milhões de membros, como as "girl scouts" (escoteiras). Quer se trate de
empresas quer de organizações sem fins lucrativos, a descoberta incessante de
necessidades por satisfazer e a investigação permanente são condições
indispensáveis ao sucesso e sobrevivência das organizações.
40
O segundo paradigma diz respeito à impossibilidade de encontrar um
modelo universal de organização eficiente. Nem a organização hierárquica
tradicional nem o trabalho em equipe, o defendido ultimamente, são adequados a
todas as situações. Para Drucker, a hierarquia continua a ser uma instituição
fundamental, mas o modelo ideal para um departamento de vendas pode o ter
eficácia num laboratório de investigação de uma empresa farmacêutica. No entanto,
dada a evolução da atividade econômica, o grande desafio para um número
crescente de trabalhadores independentes é a gestão de si próprios. Finalmente,
também não existe um modelo ideal de coordenação de pessoas. No contexto da
importância crescente dos trabalhadores do conhecimento, os "subordinados"
sabem freqüentemente mais sobre a sua tarefa do que os seus "superiores". Por
exemplo, um diretor de hospital pode anem ser médico, tendo de coordenar uma
equipe que constituída por médicos especialistas nas mais variadas doenças.
Drucker sugere uma analogia em que o Administrador é, muitas vezes, como o
maestro que pode não saber tocar violino, mas tem um papel decisivo no
desempenho da sua orquestra. No entanto, a motivação dos trabalhadores do
conhecimento é muito mais complexa de que a dos trabalhadores da era industrial.
O modelo baseado na remuneração fixa, ou em função do desempenho, é
largamente insuficiente.
3.3 Peter Drucker e o futuro da administração no mundo e no Brasil
A ênfase central de Drucker é na realização do ser humano. Seres humanos
se realizam sendo produtivos. Organizações são importantes porque são o
instrumento para que eles sejam produtivos, e a administração é "a mais importante
41
invenção do século XXI" porque é a disciplina específica para que as organizações
cumpram esse papel. Peter Drucker encaixou que o homem e o que ele produz na
aventura humana maior. Não produtos, não empresas, não tecnologias. Pessoas.
Sempre partiu delas. Seu livro sobre a GM dos anos 40, The Concept of the
Corporation (O Conceito da Corporação), é um manifesto a favor dos empregados.
naquela época, Drucker queria que a empresa passasse a vê-los como recursos,
não como custos. Sugeriu equipes auto-gerenciadas, entre outras coisas. A GM não
topou, mas, 30 anos depois, pressionada pelos japoneses, teve de seguir suas
recomendações a um custo altíssimo.
Para ver o futuro, Drucker inspirou-se na dinâmica da história:
"Há um século, as pessoas ainda estavam nas fazendas
arando a terra. Os artífices trabalhavam sozinhos, ou com um
ou dois ajudantes. Quase ninguém trabalhava em
organizações, exceto padres, militares, professores grupos
muito pequenos. Mas, com o fordismo, isso acabou. Não era
mais preciso ter habilidade para trabalhar. A partir daí, as
pessoas conseguiam ser produtivas pertencendo a
organizações".
Segundo ele este movimento está levando o mundo ao:
"O papel do capital na economia, hoje, está sendo
desempenhado pelo conhecimento. A Revolução Industrial
aplicou o conhecimento às máquinas, a revolução da
produtividade de Frederick Taylor aplicou conhecimento ao
trabalho e a revolução gerencial de meados do século 20
aplicou conhecimento ao conhecimento".
A continuidade desse processo é que está moldando a nova sociedade --
aplicação contínua de conhecimento novo ao que se conhece. Novas tecnologias
não vão "resolver o futuro". O que vai resolvê-lo é tornar o conhecimento produtivo
de maneiras originais. Isso é 100% válido para o Brasil.
42
Conhecimento é portável, transferível, não tem barreiras geográficas. A
globalização é uma conseqüência disso. É errado pensar que um jeito brasileiro
de administrar. É errado achar que, por sermos brasileiros, precisamos de
conhecimento específico brasileiro, como se nossa produtividade tivesse uma
especificidade mulata ou tropical. Como se os brasileiros fossem seres humanos
diferentes. Drucker desmontou essa idéia em uma palestra no ano de 1994, depois
que alguém tentou argumentar que "aqui no Brasil é diferente". Não é. É igual.
Ele discutiu sempre a vida econômica em termos de valores: integridade,
caráter, responsabilidade, deveres, dignidade, significado, qualidade de vida.
Raramente seu foco é dinheiro. Critica a "imoralidade" dos altos salários dos
executivos. Contesta a noção de que a posse da empresa legitima seu controle. Fala
com desdém de companhias que exigem "devoção e lealdade" de seus funcionários.
Para ele, isso é "invasão ilegal da privacidade, abuso de poder, usurpação pura e
simples". Diz que empresas existem por delegação da sociedade, e têm de
prestar contas a ela. se legitimam quando funcionam como veículo para que as
pessoas se realizem, não apenas para que seus donos fiquem ricos.
Muitas pessoas ficam a imaginar o que Peter Drucker diria dessa tendência
do Brasil de manter o controle das empresas, eternamente, nas mãos de seus donos
tradicionais. Nossas práticas de "governança" como mostra um recente estudo da
McKinsey disponível na internet não coincidem com sua visão sobre o que deve ser
uma empresa. Claro que justificativas históricas (e recentes) para isso: no
pandemônio inflacionário de alguns anos atrás, com congelamentos e planos
miraculosos se sucedendo, as empresas tinham de responder com uma agilidade
que a centralização do poder torna possível. Mas será que isso justifica, ainda
hoje, a falta de interesse dos empresários brasileiros num tema que é essencial para
43
posicioná-los (e ao Brasil) seriamente diante da comunidade internacional.
Drucker diz: O que derrotou o marxismo foi a aplicação de conhecimento ao
trabalho. Quer dizer, foi à administração. O fato, inquestionável, é que graças a isso
os trabalhadores começaram a viver melhor. O ideal igualitário marxista naufragou
ao colidir com um rochedo de hambúrguer (ou teria sido de rosbife?). O segredo que
se descobriu foi: trabalhar com mais inteligência é mais produtivo do que trabalhar
mais. O que faz alguns países crescer de forma sustentada o são novas
tecnologias, novas organizações e novos conceitos gerenciais.
Neste mesmo seguimento Drucker afirma que, O McDonald's (sim, monsieur
Bové, o McDonald's) e a invenção do fast-food nos anos 50. A Toyota com seu just-
in-time nos anos 60. A Southwest Airlines e seu modelo de aviação comercial nos
anos 70. As ONGs, os fundos de pensão como investidores, as organizações
transnacionais. Conceitos novos são mais importantes que novas tecnologias. O
conceito de linha de montagem de Henry Ford e a estrutura da GM com Alfred
Sloan, nos anos 20, são mais notáveis do que a tecnologia do automóvel em si. A
Dell (just-in-time com computadores) é mais importante que o computador. O
hospital é mais importante que qualquer tecnologia médica ou avanço.
Portanto, não se trata de tecnologia. A ênfase não pode ser em tecnologia, um
erro que dirigentes brasileiros continuam a cometer. A quantidade de computadores
nas escolas ou o sistema operacional a ser utilizado são temas secundários. O que
conta é o uso da tecnologia de modo imaginativo. Drucker zombou quando disse: "A
GM jogou fora 30 bilhões de dólares investindo em robôs, até descobrir que o que
contava não era tecnologia, e sim informação". Nossa concepção de economia (no
Brasil e fora daqui) ainda é muito centrada em "coisas". Nossos políticos nos
induzem a crer na fantasia de que emprego de verdade é em fábrica. Mas esse tipo
44
de emprego está se tornando crescentemente desimportante. Numa sociedade cuja
riqueza vem de bens intangíveis (informação, criatividade e conhecimento), a
produção física aumenta, mas a quantidade de pessoas que a produz diminui.
Portanto, é urgentíssimo tratarmos hoje das implicações disso.
Segundo Drucker, As pessoas nunca foram realmente importantes na
equação econômica. Elas são consideradas custos, não recursos. É o sistema que é
importante o one best way de Frederick Taylor, a linha de montagem de Ford, a
Qualidade Total de Deming. O sistema é rei porque tem permitido aos trabalhadores
sem talento e sem preparo se saírem bem. Um operário de linha de montagem não
pode ser melhor que a média. Tem de ser medíocre. Atrapalha a produção se não se
conformar ao padrão. A nova sociedade da qual o Brasil tem de querer participar
como ator, não como figurante é o oposto disso. Nela, o trabalhador vai ser
valorizado por seu conhecimento individual. O conhecimento é dele, não da
empresa, não do sistema. A empresa precisará mais dele do que ele dela. E não
estou falando necessariamente de MBAs ou de diplomas universitários.
3.4 O futuro do Brasil na administração
Segundo Drucker, distribuir renda para valer, com educação. A desigualdade
real é, e será cada vez mais, entre gente com educação formal e gente sem ela.
Deixar essa lacuna aumentar é perpetuar a exclusão. Qualquer política integradora
(racial, social) no Brasil terá de passar pela educação. Instituir cotas para negros é
um gesto de boa vontade e reconhecimento. Tem sua simbologia, mas será
irrelevante se não vier junto com políticas específicas para facilitar o acesso dos
negros à educação. Eu (que tenho um interesse, digamos, epidérmico nesse tema)
45
abriria mão tranqüilamente das cotas, mas não arredaria um palmo na exigência de
políticas específicas para facilitar o acesso dos negros ao conhecimento. O que gera
riqueza integra e realiza é a aptidão para aplicar conhecimento ao conhecimento. Os
grandes desafios da nova sociedade (que Drucker identifica sem ter nenhum país
particular em mente, e que eu afirmo serem válidos para o Brasil) são:
1. Aumentar a produtividade qualificando as pessoas, em vez de colocar mais
pessoas desqualificadas (recursos) no mercado de trabalho. Pessoas, na era do
conhecimento, não são mais trabalho, são capital.
2. Aprender a medir e a aumentar a produtividade dos trabalhadores do
conhecimento. Ainda ninguém sabe como fazer isso. Exatamente por isso, países
como o nosso têm uma chance realista de queimar etapas e atingir um patamar
qualitativamente mais avançado. Não se trata de "progredir", trata-se de inovar. As
instituições e as políticas da era do conhecimento são desestabilizadoras. Focam
novas formas de trabalhar e produzir. Sua missão é colocar, continuamente, o
conhecimento para trabalhar: em ferramentas, em processos, em produtos, no
próprio trabalho, no próprio conhecimento. Está tudo meio zero a zero nisso. A única
vantagem comparativa dos países desenvolvidos é a proporção de pessoas em
condições de contribuir criativamente. Repito: a única. Os brasileiros não precisam
ter complexo de inferioridade a elite dos trabalhadores do conhecimento no Brasil
(economistas, médicos, engenheiros, gerentes de empresas de certo porte) o
deve nada a seus equivalentes nos países desenvolvidos.
também a questão demográfica. Nossa proporção de gente mais velha
em condições de continuar produzindo está aumentando. O que Drucker diz disso se
aplica precisamente ao Brasil.
46
"Já é hora de uma drástica reorientação educacional. Temos
de passar de uma concentração quase exclusiva no
aprendizado prolongado de jovens para uma nova ênfase em
aprendizado contínuo de adultos. O aprendizado contínuo
seria uma ousada resposta do setor público à exposição da
força de trabalho a uma economia em que o trabalho voltado
para o conhecimento é a vantagem comparativa. Mesmo para
adultos bem treinados e com alto conhecimento a educação
nunca terminará, porque o conhecimento se torna rapidamente
obsoleto. A educação contínua de adultos será um dos mais
dinâmicos setores da economia”.
A classe predominante na sociedade do conhecimento, em uma ou duas
décadas, será a dos tecnólogos do conhecimento técnicos de computador,
designers de software, especialistas em redes, paramédicos, analistas clínicos,
especialistas em ultra-som, fisioterapeutas... Esse grupo não existia um século.
Eles vão precisar de educação formal, não de treinamento tipo mestre-aprendiz.
"
Nos próximos anos, as instituições educacionais para
preparar tecnólogos do conhecimento vão crescer rapidamente
em todos os países desenvolvidos e emergentes, da mesma
forma que novas instituições de ensino surgiram, no passado,
em resposta a novas necessidades. Poucos países oferecem
preparação organizada e sistemática para isso”.
(Drucker)
A ênfase brasileira atual (e correta) no ensino fundamental deve conviver com
uma ênfase nova: preparação de tecnólogos do conhecimento. Devemos
experimentar vários formatos para isso: ensino a distância, cursos curtos, de fim de
semana, de até dois anos, workshops, modelos mistos presencial-virtual etc.
A atual explosão de ofertas de cursos superiores e MBAs (arghhh..) é a resposta a
uma oportunidade de mercado: tem mais dinheiro no topo da pirâmide. Nada contra,
mas e o ensino profissional médio? Instituições de ensino profissionalizante devem
ser incentivadas, e organizações como o Senac e outras do chamado sistema "S"
podem e devem voltar-se rapidamente para isso. Se optarmos por abraçar mesmo
47
nosso "futuro que chegou", aumentos de produtividade (única chance de sairmos
da vala comum dos emergentes) virão daí. Temos de rejeitar a pirâmide tradicional,
com essa base enorme de gente despreparada. Temos de construir algo cuja base
não seja "embaixo", seja "no meio", entende? Não pode ser MBA no topo, e gente
sem nenhuma educação na base. Não podemos deixar a vocação brasileira para
produzir abismos sociais se manifestar novamente nisso. Nem todo mundo poderá
ser top, mas muito mais gente poderá estar adequadamente empregada e ser
produtiva. O desafio do novo governo é fazer isso sem perder o equilíbrio.
48
CONCLUSÃO
Atualmente a tarefa de administrar apresenta variáveis e situações incertas e
desafiadoras. O cenário que se projeta é de um sem-número de variáveis e
transformações carregadas de ambiguidades e de incertezas. O Administrador se
defrontará com problemas multifacetados e cada vez mais complexos com sua
atenção disputada por eventos e por grupos situados dentro e fora da empresa que
proporcionarão informações contraditórias, complicando o seu diagnóstico
perspectivo e a sua visão dos problemas a resolver ou das situações a enfrentar.
São exigências da sociedade, dos clientes, dos fornecedores, dos agentes
regulamentadores. São os desafios dos concorrentes, as expectativas da alta
administração, dos subordinados, dos acionistas, dos governos, das organizações
não-governamentais.
Todas essas exigências, desafios e expectativas exigirão do Administrador
uma combinação adequada e consistente das habilidades técnicas, humanas e
conceituais, ora de cunho especializado, ora de cunho generalista.
A Administração, por e através de seus agentes cada vez mais, necessitará
compreender as normas, valores e visões do mundo dos colaboradores diretos,
grupos, unidades e de toda a organização. A compreensão de tais questões formam
a base a partir da qual se visualiza o futuro e se decide sobre os novos
conhecimentos que são letimos e os que não são. Trata-se, portanto, de algo que
ultrapassa a mera referência à visão/missão da organização, descrição de postos de
trabalho, organograma e ferramentas a serviço da organização. As pessoas
participam e contribuem para o seu conhecimento, para o conhecimento da
organização onde trabalham, para a família, a igreja, o clube social, etc. Todas
49
essas experiências de mão dupla influenciam a maneira de ser da organização onde
trabalham e vice-versa.
A inovação e a criatividade organizacional constituir-se-ão no vetor da
Administração. Serão tão importantes para a Administração quanto é hoje
considerado o processo administrativo de planejar, organizar, dirigir e controlar.
Caberá a Administração, tornar o conhecimento cada vez mais produtivo. Uma
coisa é certa. Esse capital intangível provocará na estrutura de cargos, nas carreiras
e nas organizações, mudanças tão dramáticas como as que resultaram na mudança
da produção artesanal para a produção em série com a Revolução Industrial,
operacionalizada por Taylor e seus seguidores.
O desenvolvimento do conteúdo informativo das atividades profissionais, a
difusão das ferramentas de tratamento de informação e sua inserção em uma rede
de informações e comunicação, desaparecerão progressivamente com as fronteiras
tradicionais entre outros setores (produção, armazenagem, distribuição),
favorecendo a mobilidade entre os empregos, até agora separados em categorias
isoladas. Assim, o trabalho estará crescentemente mais abstrato, mais
intelectualizado, mais autônomo, coletivo e complexo. Cada vez mais, as funções
diretas e indiretas estarão sendo incorporadas pelos sistemas técnicos e o simbólico
se interpondo entre o objeto e o conteúdo do trabalho. O próprio objeto do trabalho
torna-se imaterial. Numa nítida constatação da migração de uma atividade centrada
na competência técnica para uma competência interpessoal e conceitual.
Aos que estudam, desenvolvem e praticam Administração, caberá uma
participação significativa no desenvolvimento da idéia de solidariedade. A
administração por essência envolve participação e parceria para que as coisas
possam acontecer.
50
No que se ode entender segundo o filósofo Peter Drucker a grande palavra do
século XXI deverá ser a solidariedade. O profissional o pode estar alheio a este
fato. A globalização tem efeitos tremendamente espetaculares, o que pode aumentar
nossa riqueza na comunicação, nos conhecimentos que estamos desenvolvendo, na
geração do conhecimento. Porém, esses processos também conduzem ao aumento
de desigualdades sociais e nisto a questão da cidadania, a reação do profissional
com a cidadania é cada vez mais importante. Demasiadamente influenciadas pela
eficiência econômica, os profissionais muitas vezes se esquecem de que têm que
buscar a igualdade social em suas gestões têm que buscar, também, fortalecer a
cidadania e fortalecer a igualdade social.
Outro grande desafio do século XXI será o multiculturalismo. O profissional de
Administração não será alguém que tenha a multiculturalidade, mas que
precisamente aproveite isto para enriquecer socialmente as organizações de que
participa. Para compreender a dimensão desse desafio e saber explorá-lo
construtivamente como é importante compreender sociologia, antropologia, política,
para então poder transitar entre diferentes realidades sociais e culturais neste
mundo globalizado.
51
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