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Nesse bimestre vamos deter nossa atenção e estudo para o artigo de opinião,
que, diga-se de passagem, é um poderoso formador de opinião.
De circulação da mídia (jornais, revistas, etc), o artigo de opinião como o
próprio nome já indica, é um gênero no qual prevalece o texto argumentativo. O
produtor, de posse de um tema que divide opiniões na sociedade, produz seu texto
buscando expor o seu ponto de vista de modo a convencer o leitor a ter também a
sua opinião, ou seja, a aceitá-la. Esse produtor a todo momento defende o seu ponto
de vista e para isso se vale de algumas estratégias, sendo elas:
ü Presença constante da argumentação;
ü Apresentação de provas (dados) que comprovem sua tese,
acompanhadas da conclusão;
ü Envolvimento com o leitor ;
ü Opção, na maioria das vezes, pela terceira pessoa;
ü Emprego do presente do indicativo/subjuntivo na exposição da tese e
dos argumentos;
ü Emprego do passado (pretérito) para apresentar dados;
ü Citações de outros autores / textos e
ü Uso constante dos operadores argumentativos. (conjunções, em sua
maioria que têm a função de mostrar a força argumentativa dos
enunciados e o sentido para que apontam .
Ao mesmo tempo não se deve esquecer para quem se escreve, ou seja, quem são os
interlocutores previstos, o que eles fazem, quais suas possíveis refutações para aquilo que
você está defendendo. O que eu quero dizer é que a todo momento você (produtor do
artigo de opinião) não deve se esquecer de quem você quer persuadir.
O artigo de opinião, por circular na mídia, privilegia o uso culto da língua, já que,
para passar confiabilidade no que está sendo defendido (ponto de vista), precisa atestar que
seu produtor possui além de um vocabulário adequado ao tema, também possui um bom
domínio do padrão culto da língua.
Segue um conjunto de procedimentos lingüísticos que, segundo Vigner (1997,
p.121-122), são capazes de, na produção textual do artigo de opinião, justificar de forma
coerente uma tomada de posição no trato de um tema, são eles:
Fórmulas introdutórias: Comecemos por, a primeira observação recai sobre,
inicialmente, é preciso lembrar que, a primeira observação a ser feita é que.
As transições: passemos então a, voltemos então a, mais tarde voltaremos a, antes
de passar a... é preciso observar que..., sublinhado isto.
As fórmulas conclusivas: logo, consequentemente, é por isso que, afinal, em suma,
pode-se concluir afirmando que.
A enumeração: em primeiro (segundo, etc) lugar, e por último, e em último lugar,
inicialmente, e em seguida, além do mais, além disso, além de que, aliás, a // se
acrescenta, por outro lado, enfim, se acrescentarmos por fim.
As fórmulas concessivas : é certo que, é verdade que, evidente, seguramente,
naturalmente, incontestavelmente, sem dúvida alguma, pode ser que.
A expressão de reserva: todavia, no entanto, entretanto, mas, porém, contudo.
As fórmulas de insistência: não apenas... mas, mesmo, com muito mais razão,
tanto mais que.
A inserção de um exemplo: consideremos o caso de, tal é o caso de, este caso
apenas ilustra, o exemplo de... confirma, etc.
3- Dificuldades comuns na prática argumentativa