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UNIVERSIDADE DO SAGRADO CORAÇÃO
ESTUDO DA ATIVIDADE ANTI-INFLAMATÓRIA DE Ricinus communis
(EUPHORBIACEAE)
ADRIANA CRISTINA VALDERRAMAS
BAURU
2006
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UNIVERSIDADE DO SAGRADO CORAÇÃO
ADRIANA CRISTINA VALDERRAMAS
ESTUDO DA ATIVIDADE ANTI-INFLAMATÓRIA DE Ricinus communis
(EUPHORBIACEAE)
BAURU
2006
Dissertação apresentada à Pró-reitoria de
Pesquisa e Pós-graduação da Universidade do
Sagrado Coração, como parte integrante dos
requisitos para obtenção do título de mestre no
Programa de Mestrado em Biologia Oral.
Área de Concentração: Fisiologia Oral
Orientador(a): Prof.ª Dr.ª Ana Claudia Bensuaski
P. Zurron
Co-orientador(a): Prof.ª Dr.ª Silvana Pasetto
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DEDICATÓRIA
A DEUS
“[...] Se fez presente em todos os momentos firmes e trêmulos. E, passo a passo, pude sentir a
Sua mão na minha, transmitindo-me a segurança necessária para enfrentar meu caminho[...]
Sua presença é qualquer coisa como a luz e a vida, e sinto que, em meu gesto existe o Seu
gesto e, em minha voz, a Sua voz”.
(Vinícius de Moraes )
AOS MEUS PAIS
Ruy e Lina
“A vocês, que me deram a vida e me ensinaram a vivê-la com dignidade e deslumbrar nossos
sonhos, singelos frutos de vosso amor, não bastaria um obrigado.
Presentearam-me com a riqueza do estudo e fizeram de mim não apenas profissional, mas
sobretudo ser humano.
“A vocês, que iluminaram meus caminhos repletos de obstáculos, incentivando-me a
prosseguir sem medo e com esperança, não bastaria um muito obrigado.
“A vocês, que se doaram inteiros para que hoje eu realize esse sonho, não bastam palavras
para expressar meu mais sincero agradecimento.
“A vocês, queridos pais, a emoção me cala, ficando a certeza de que hoje lhes ofereço essa
vitória, pois tudo o que tenho feito é receber.”
A MINHA ORIENTADORA
Prof. Dr.ª Ana Claudia Bensuaski P. Zurron
“A imortalidade de que se reveste a alma humana faz o homem sempre presente, presente pela
cultura que transmite, presente pelo exemplo que legou”. A você, que mais do que orientar
meu estudo, foi capaz de tornar-se minha amiga, fez-se presente de tal forma que transmitiu
além dos ensinamentos, palavras de fé e esperança diante dos obstáculos que enfrentei em
meu caminho. A você, meu respeito, afeto e eterna gratidão”.
AO MEU IRMÃO E MINHA IRMÃ
Paulo e Silvana
Meus sinceros agradecimentos pelo apoio em todos os momentos importantes de minha vida,
pelo incentivo, pelos ensinamentos, conselhos e pela sincera amizade.
AO PROFESSOR E AMIGO
Prof. Dr. Dejair Caetano do Nascimento
Por tudo que me ensinou durante o período que fiz estágio-docência em uma das disciplinas
ministradas por ele no curso de Farmácia. Pela generosidade, paciência, pela amizade, por
estar sempre disposto a ajudar, com muita atenção e carinho. Meus sinceros e eternos
agradecimentos.
AGRADECIMENTOS
“O tempo e a distância jamais poderão apagar
de nossos corações, a lembrança daqueles
que souberam conquistar a nossa amizade”
- A minha co-orientadora Profª Silvana Pasetto, sempre presente no decorrer do trabalho. Sou
grata não só pelos ensinamentos transmitidos, mas também pela sua amizade. Tenha certeza
de que com sua participação, esse trabalho tornou-se ainda mais completo. Meu muito
obrigada pela sua valiosa ajuda.
- Agradeço ao setor de Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-graduação, PRPPG, às secretárias e
funcionários pela ajuda e informação em todos os momentos, e em especial ao Dr. Sérgio
Augusto Catanzaro Guimarães, pela grande colaboração e atenção prestada no decorrer do
curso.
- Ao companheiro de trabalho do biotério, Sérgio Henrique Pereira Moura, pela colaboração
nos experimentos com animais e principalmente durante o tratamento crônico.
- Ao companheiro de laboratório e amigo, Wilson Orsini, do laboratório de Biologia
molecular, por toda a colaboração e imensa ajuda aos alunos que passam por lá.
- Agradeço a todos os professores do nosso curso, pelos ensinamentos que fizeram parte da
minha formação em mestre em Biologia oral.
- A funcionária Maira Cristina R. Couto , do Laboratório de Histologia, responsável pela
confecção das lâminas utilizadas no trabalho, pela sua competência, excelente trabalho, sendo
sempre atenciosa e disposta a ajudar, meu muito obrigada.
- Aos amigos Gisele, Nilva, Aline, Rodrigo, André, Cristiane, Fábio, Claudia e Ísidra, pelo
companheirismo, pela amizade e troca de conhecimentos durante o curso.
- À bibliotecária Danielle Pinheiro pela valiosa ajuda na confecção deste trabalho.
RESUMO
O interesse pela pesquisa relacionada com plantas medicinais tem crescido muito nos últimos
anos. Baseado neste fato, as plantas medicinais são consideradas fontes para novos
medicamentos obtidos de produtos naturais. A espécie de planta Ricinus communis L.
(Euphorbiaceae) tem em sua composição química o ácido ricinoléico, um ácido graxo
essencial derivado do “óleo de castor” que tem ação bactericida e que apresenta um
mecanismo de ação relacionado à função citolítica. Também é descrito que o “óleo de castor”
apresenta um mecanismo de ação cicatricial no tratamento de feridas infectadas, assim como
também apresenta-se como um coadjuvante no tratamento antibacteriano. O “óleo de castor”
apresenta ações biológicas e farmacológicas ligadas à cicatrização e contra a ação de
microorganismos. Desta forma, nosso estudo avaliou a atividade anti-inflamatória crônica e
aguda de Ricinus communis em modelos animais. Ainda foi estudado o mecanismo de ação
de R. communis em testes de atividade anti-inflamatória. Finalmente foram realizados testes
de toxicidade aguda em camundongos.Nos testes do edema de orelha de camundongo, R.
communis (aplicado topicamente) mostrou um significativo efeito anti-inflamatório (p<0,001)
inibindo a inflamação em 75%. Já nos ensaios de formação de tecido granulomatoso, R.
communis mostrou seu efeito anti-inflamatório crônico, inibindo a inflamação em 62%
(p<0,001). A administração oral do polímero de R. communis inibiu 72% da inflamação
induzida por formalina (p<0,001). Em experimentos “in vitro” a enzima fosfolipase A2 do
processo inflamatório foi inibida por R. communis de maneira dose-dependente.Nos
experimentos de cicatrização de úlceras da mucosa oral induzida por NaOH 40%, R.
communis apresentou uma significativa atividade cicatrizante de aproximadamente 60%
(p<0,05).
Palavras-chave: inflamação, plantas medicinais, fosfolipase A2, ratos, Ricinus communis.
ABSTRACT
The interest for the research related to medicinal plants has been growing in the last years.
Based on this fact, the medicinal plants have been considered source for new drugs obtained
from natural products.The species of plant Ricinus communis, (Euphorbiaceae), has in its
chemical composition the ricinoléic acid, an essential fatty acid derived from “castor oil”. This
component has bactericidal action and its action mechanism is related to the citolitic function.
It is also described that the castor oil presents a healing mechanism in the treatment of
infected wounds, and also as an accomplice in antibacterial treatment.The castor oil plant
presents biological and pharmacological action linked to the healing and against the
microorganism action. Thereby our study evaluated the chronic and acute anti-inflammatory
activity of the Ricinus communis in animal models. It was also studied the action mechanism
of the R. communis in tests “in vitro” of anti-inflammatory activity. Finally tests of acute
toxicity were carried out in mice.In the test of the mouse ear edema, R. communis (topical
applied) showed a significant anti-inflammatory effect inhibiting the inflammation in 75% (p
< 0.001). In the “cotton pellet” model, R. communis presented a chronic anti-inflammatory
effect, inhibiting the inflammation in 62% (p<0.001). The oral administration of the R.
communis inhibited 72% of the inflammation induced by formaline (p < 0.001). In
experiments “in vitro”, the phospholipase A2 enzyme was also inhibited by the R. communis
in a dose dependent manner.In the experiments of oral mucosal ulcers healing induced by
NaOH 40%, the R communis showed a chronic anti-inflammatory effect, with a significant
healing activity of around 60% (p<0.05).
Word-key: inflammation, medicinal plants, phospholipase A2, rats, Ricinus communis.
7
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................8
1.1 Plantas medicinais como alternativa terapêutica..........................................................8
1.2 O processo inflamatório e a dor...................................................................................11
1.2.1 Atividade de enzima fosfolipase A2 (PLA2).....................................................14
1.3 Drogas anti-inflamatórias não esteroidais (DAINES).................................................16
1.4 A inflamação da mucosa oral......................................................................................19
2 OBJETIVOS....................................................................................................................22
3 MATERIAL E MÉTODOS............................................................................................23
3.1 Planta utilizada.............................................................................................................23
3.2 Animais........................................................................................................................24
3.2.1 Toxicidade aguda em camundongos......................................................................24
3.3 Modelos de inflamação................................................................................................24
3.3.1 Edema de orelha de camundongo..........................................................................24
3.3.2 Formação de tecido granulomatoso (granuloma cotton pellet)..............................26
3.3.3 Edema de pata de camundongo induzido por formalina........................................27
3.3.4 Atividade fosfolipásica...........................................................................................27
3.3.5 Efeito do polímero de Ricinus communis em lesões ulceradas da mucosa bucal de
camundongos.........................................................................................................28
4 ANALISE ESTATÍSTICA..............................................................................................29
5 RESULTADOS................................................................................................................30
6 DISCUSSÃO....................................................................................................................40
7 CONCLUSÕES...............................................................................................................45
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................46 - 54
8
1 INTRODUÇÃO
1.1. Plantas Medicinais como Alternativa Terapêutica
O uso de produtos naturais no tratamento de doenças é um hábito que é explicado, por
acreditar que as plantas medicinais apresentam propriedades terapêuticas, com pequeno ou
nenhum efeito colateral no organismo e com baixo custo (JORGE et al., 2004).
É conhecido que muitos compostos derivados de plantas apresentam efeito anti-
inflamatório; por esta razão, esses compostos representam moléculas em potencial para o
desenvolvimento de novas drogas, especialmente designados para o tratamento e/ou controle
de doenças anti-inflamatórias crônicas como reumatismo, asma, doença inflamatória
intestinal, arteriosclerose entre outras (CALIXTO et al., 2004).
Mesmo com o grande desenvolvimento de drogas obtidas por síntese orgânica, os
produtos naturais continuam desempenhando um papel de destaque na saúde pública. Mais de
25% dos medicamentos em uso são derivados naturais ou produtos semi-sintéticos de origem
natural. O uso popular de plantas na medicina tradicional é uma valiosa fonte para a
descoberta de novos agentes terapêuticos. No entanto, o conhecimento popular tem que estar
associado à bioensaios para comprovar a eficácia e a toxicidade dessas plantas para o uso
terapêutico (BOLDI, 2004; CLARDY & WALSH; 2004; KOEHN & CARTER, 2005).
Nos últimos anos houve um grande avanço científico envolvendo estudos químicos e
farmacológicos de plantas medicinais, os quais visam obter novos compostos com
propriedades terapêuticas (CALIXTO et al., 2003). Os mesmos autores relatam que muitos
compostos originados de produtos naturais são usados como matéria prima para o
desenvolvimento de novas drogas pela indústria farmacêutica.
Deste modo, indústrias farmacêuticas movimentam bilhões de dólares envolvendo
9
vegetais e substâncias extraídas dos mesmos, as quais são utilizadas diretamente como
fármacos ou que servem de base para o desenvolvimento de novos medicamentos (BRISKIN,
2000; CALIXTO, 2000; VAN WIJK, 2000).
O Brasil é o país com a maior diversidade genética vegetal do mundo, contando com
mais de 55.000 espécies catalogadas (DIAS, 1996), dentre muitas espécies, encontra-se
Ricinus communis.
A espécie de planta Ricinus communis L., mais conhecida como mamona ou
carrapateira, é uma planta arbustiva e pertencente à família Euphorbiaceae. Esta planta está
disseminada pelo Brasil, sendo cultivada em regiões tropicais e subtropicais do globo. A
existência de um grande número de variedades dessa planta, encontrada tanto no continente
africano como no asiático, impossibilita qualquer tentativa de se estabelecer sua origem
efetiva (NÓBREGA, 2003), mas sabe-se que tal planta foi trazida ao Brasil pelos portugueses.
Há relatos de que o Brasil hoje produza 82.200 toneladas de sementes de mamona, desse total,
75.700 toneladas são produzidas na Bahia. Ainda Nóbrega em 2003 relatou que o óleo de
mamona, também conhecido no Brasil como óleo de rícino, possui uma versatilidade química
dentro do ramo industrial. Extraído das sementes de um arbusto herbáceo, o óleo da mamona
foi popularmente utilizado no Brasil como laxante e vermífugo. Pelo método de decocção a
partir das folhas de R. communis, o banho tópico é indicado para hemorróidas, no entanto, o
cataplasma das folhas é usado para o tratamento de tumores.
É relatado ainda que o ácido ricinoléico, um ácido graxo essencial derivado do óleo de
mamona, tem também ação bactericida e seu mecanismo de ação está relacionado à função
citolítica. Ele é considerado um solvente ativo da quitina, substância presente na membrana
celular de todo microorganismo (CANDIDO, 2001). Ainda vale ressaltar um mecanismo de
10
ação cicatricial por parte do óleo de mamona no tratamento de feridas infectadas, associada
como coadjuvante da antibioticoterapia sistêmica.
Sabe-se que o ácido ricinoléico (RA) é um abundante composto químico do óleo de
castor, o qual é responsável pela ação laxativa do mesmo (STEWART et al., 1975 a). O RA
afeta a motilidade intestinal e aumenta a permeabilidade da mucosa gastrointestinal
(PHILLIPS et al., 1965). Entretanto (RA) não tem efeito direto nas preparações de músculo
liso intestinal (STEWART et al., 1975 b) e libera mediadores como PAF (MASCOLO et al.,
1996) e NO (IZZO et al., 1993).
Experimentos preliminares indicaram que o (RA) tem também indicadores de atividade
anti-inflamatória em resposta ao estímulo inflamatório endógeno e exógeno (HOLZER,
1991).
Das sementes de Ricinus communis obtém-se um óleo vegetal, do óleo vegetal por sua
vez, deriva-se um polímero de poliuretano que será nosso objeto de estudo e que atualmente
está sendo amplamente usado na regeneração óssea de diferentes enfermidades, impedindo o
aparecimento de fraturas ósseas (SIMÕES et al, 1999). Segundo os mesmos autores, este
material, pode ser chamada de biopolímero, pois o mesmo tem alta capacidade de interação
com as células do corpo humano e não provoca casos de rejeição.
Um estudo científico feito por ITO em 2003, mostrou que o biomaterial apresenta
propriedade bactericida e fungicida; atividades biológicas importantes para o tratamento de
canais dentários e tratamento de periodondites.
De acordo com CATANZARO-GUIMARÃES (2003), a ação do polímero está realmente
ligada à regeneração óssea. Num processo bioquímico ainda não totalmente explicado, o
organismo substitui o polímero por células ósseas, ou seja, o polímero vai se desmembrando e
11
o osso cresce no lugar. O mesmo autor usou em suas pesquisas a resina para recobrir defeitos
ósseos do crânio e da face.
1.2 O processo inflamatório e a dor
Os estágios iniciais da inflamação envolvem mudanças locais no fluxo sanguíneo
(vasodilatação, aumentando a permeabilidade das vênulas, extravasamento de fluídos e
formação de edema) combinando a migração de várias células inflamatórias (neutrófilos,
eosinófilos, células dendríticas, mastócitos e linfócitos) no local do tecido injuriado. As
alterações no fluxo sanguíneo são desencadeadas por diferentes mediadores que se originam
do plasma ou de células locais, e este processo pode ser amplificado ou modificado por
produtos liberados das células inflamatórias que migraram para o local da inflamação
(HENSON, 2005). Os mediadores químicos agem juntos ou em sequência, amplificando a
resposta inflamatória inicial e influenciando sua evolução por regular as subseqüentes
respostas vascular e celular (TRACEY & WARREN, 2004).
Os principais mediadores envolvidos nas alterações vasculares são histamina, fator
ativador de plaquetas (PAF), prostaglandinas E (PGE2) e prostaciclinas (PGI2) ou ainda o
sistema de cininas (como a bradicinina), fatores do complemento (C3a e C5a), fatores do
sistema de coagulação e/ou fibrolítico (derivados do plasma) (VANE & BOTTING, 1998;
HENSON, 2005).
A bradicinina é um mediador inflamatório liberado imediatamente após a lesão
tecidual, esta exerce efeito sinérgico sobre as prostaglandinas (PGs) e 5-HT ou serotonina, por
atuar no neurônio simpático pós-ganglionar, causando liberação de ácido araquidônico,
proveniente da membrana fosfolipídica e sua conversão em PG' s (MARKENSON, 1996).
12
O mesmo autor relata que em relação a 5-HT sabe-se que ela é liberada logo após a
lesão tecidual, através de uma degranulação dos mastócitos e da conseqüente liberação de
histamina e do fator ativador de plaquetas (PAF). Além disso, a 5-HT potencializa a dor
induzida por outros mediadores, atuando em receptores 5-HT
2
.
Um outro mediador inflamatório muito estudado é a histamina, que aparece para
intermediar o efeito de outros mediadores. Quando estimulados pela substância P, os
mastócitos degranulam e liberam histamina, que produziria a sensação de dor e ardência local
(MARKENSON, 1996). A interleucina 1 (IL-1) também promove a liberação de histamina,
podendo potencializar seu efeito estimulatório para liberação de PG' s e outros eicosanóides
das células endoteliais (FALUS & MERETEY, 1992).
As PGs são uns dos principais mediadores da inflamação, edema, dor e febre (VANE
& BOTTING, 2003) e são originadas pela oxidação do ácido araquidônico e pela ação das
enzimas ciclooxigenase (COX-1 e COX-2) (VANE & BOTTING, 2003; ROWLEY et al.,
2005). Também vale ressaltar que as prostaglandinas e os leucotrienos exercem um papel
fundamental na gênese da dor e podem ativar diretamente os nociceptores durante condições
inflamatórias (CARVALHO & LEMONICA, 2000).
FERREIRA (1979) já havia constatado que a prostaglandina produzia hiperalgesia; e
que a PGE e a PGI2 hipersensibilizam os nociceptores polimodais das fibras C a estímulos
mecânicos e químicos (CARVALHO, 1990 a,b).
Vários mediadores produzidos ou liberados localmente no tecido danificado ou
inflamado podem ativar as terminações nervosas sensoriais periféricas, podendo agir
diretamente (H
+
, ATP, glutamato, serotonina, histamina, bradicinina) ou sensibilizando as
terminações nervosas (prostaglandinas, prostaciclina, citocinas como IL 1β, IL 2, IL 6, IL 8,
TNF α) para a ação de outros estímulos. Alguns mediadores que ativam neurônios sensoriais
13
fazem tanto pela ativação direta nos canais de cálcio (H
+
, ATP, glutamato) ou pela ação em
receptores acoplados a proteína G ou ainda ativando proteínas quinases (AMPc, Ca
2+
, IP
3
)
(RITTNER et al., 2005; KELLIE & VASKO, 2005).
Finalmente, o papel dos neutrófilos, que são as primeiras células efetoras a
aparecerem em sítios de inflamação. Além disso, neutrófilos acumulados podem causar dor.
Algumas classes de leucotrienos, células bacterianas ou fragmentos destas, atraem e ativam
neutrófilos que liberam eicosanóides que, por sua vez, desencadeiam o processo inflamatório
(MARKENSON, 1996).
O recrutamento de leucócitos no foco inflamatório é um fenômeno complexo que
depende da natureza do estímulo, dos mediadores quimiotáticos liberados e da expressão de
moléculas de adesão (TEDGUI & MALLAT, 2001; LUSTER et al., 2005). Dentre os fatores
quimiotáticos pode-se citar os quimioatractantes para neutrófilos e eosinófilos que podem ser
derivados de fosfolipídeos de membrana como o leucotrieno (LTB4) e o PAF. Os fatores
quimioatraentes também podem ser protéicos como o fator de necrose tumoral alfa (TNFα),
interleucina 1 e 8 (IL1, IL8), fragmento C5a do complemento e as quimiocinas que são
importantes agentes quimioatraentes para eosinófilos, sendo importantes alvos terapêuticos
em doenças alérgicas e respiratórias (OLIVEIRA & LUKACS, 2003).
BODOLAY et al., 2002 relatam que a migração dos neutrófilos observada no processo
inflamatório é mediada por vários mediadores quimiotáticos, entre eles, as citocinas TNFα,
IL1β tem função principal (BURGER & DAYER, 2002). Por outro lado, IL10 modula a
migração de neutrófilos dentro do exudato inflamatório, inibindo a migração celular
(KOTENKO, 2002).
14
1.2.1 Atividade da enzima Fosfolipase A2 (PLA2)
As fosfolipases A2 são uma família de enzimas que hidrolisam ligações sn-2 de
fosfolípides produzindo ácidos graxos livres e lisofosfolipídeos. Estas enzimas são detectáveis
em quase todos os tipos celulares, desempenhando papel importante na fisiologia celular
participando do metabolismo e “turn-over” dos fosfolipídeos.
Elas fazem o ciclo de desacilação e reacilação que regula a biossíntese de
fosfolipídeos e protege a membrana celular da peroxidação. As fosfolipases A2 também
produzem precursores da biossíntese de vários lipídeos biologicamente ativos, incluindo os
derivados do metabolismo do ácido araquidônico (eicosanóides) e o fator ativador de
plaquetas (PAF).
A fosfolipase A2 ativada cliva os fosfolípides de membrana de tal modo a liberar o
ácido graxo insaturado que, na membrana celular de mamíferos, é predominantemente o ácido
araquidônico (AA) ou ácido eicosatetraenóico (PAULA et al.,2003).
15
Figura 1: A cascata da inflamação e a atuação do polímero, DAINES e drogas
corticosteróides.
A mesma autora relata que a hidrólise dos fosfolipídeos mediada por fosfolipase A2
não é a única fonte de ácido araquidônico livre. O fosfatidilinositol é rico em ácido
araquidônico e a ação combinada da fosfolipase C e da diacilglicerollipase libera o ácido
araquidônico a partir desses fosfolipídeos.
Uma vez na forma livre, o ácido araquidônico poderá ser metabolizado por vários
complexos multienzimáticos, incluindo o da ciclo-oxigenase que se caracteriza por formar
compostos cíclicos e o da 5-lipoxigenase que forma compostos não cíclicos, com 3 duplas
ligações conjugadas (grupamento trieno).
Os produtos derivados do metabolismo do ácido araquidônico são conhecidos
coletivamente como eicosanóides.
16
As interpretações dos efeitos inibidores da fosfolipase A2 são também
profundamente afetadas pelo substrato e o lipídeo. A inibição da PLA2 oferece uma
oportunidade única de estudar o papel dos diferentes mediadores lipídicos, incluindo as
lipoxinas e fator modulador de integrina e do próprio ácido araquidônico na transdução de
sinal e doenças fisiopatológicas (GLASER et al.,1993).
Inibidores específicos da PLA2 têm sido procurados por uma variedade de motivos.
Inibidores competitivos com uma linha de propriedades de especificidade, solubilidade e
permeabilidade são úteis na elaboração do papel metabólico das enzimas no organismo.
Desde que a fosfolipase A2 é conhecida por controlar uma variedade de processos
incluindo a mobilização dos eicosanóides e metabolismo dos fosfolipídeos, estes inibidores da
PLA2 poderiam ser úteis no controle dos processos inflamatórios como artrite reumatóide,
asma e psoríase. A procura por inibidores específicos da PLA2 com propriedades
farmacodinâmicas adequadas tem encontrado sucesso limitado (JAIN et al.,1995).
Baseado nestes estudos, estamos testando a ação de Ricinus communis no estudo in
vitro da inflamação.
1.3 Drogas anti-inflamatórias não esteroidais (DAINES)
As DAINES estão entre as drogas mais prescritas e usadas no mundo. Estas drogas
exercem suas ações através da inibição da ciclooxigenase (COX), a enzima chave que catalisa
a conversão do ácido araquidônico em prostaglandinas e tromboxanos. Apresentam-se como
isoformes COX-1 (constitutivamente expressa nos tecidos) e COX-2 (induzida em células e
17
tecidos envolvidos com o processo inflamatório) (CARVALHO et al., 2004).
Os mesmos autores relatam que as prostaglandinas estão envolvidas em diversos
processos fisiológicos e patológicos; ainda na maioria dos leitos vasculares, as prostaglandinas
da família E (PGEs) são potentes vasodilatadoras. A PGI2 também é um eficiente
vasodilatador, podendo causar importante hipotensão arterial, enquanto o TXA2 apresenta
potente atividade vasoconstritora. No sangue, as prostaglandinas modulam também a função
plaquetária. A PGE1, PGD2 e a PGI2 são inibidoras da agregação plaquetária, ao passo que o
tromboxano A2 é forte indutor da agregação plaquetária. A PGI2 é sintetizada pelo endotélio
vascular, controlando a adesão de células ao endotélio e a agregação plaquetária, contribuindo
como mecanismo antitrombogênico da parede vascular intacta.
Ainda as DAINES, além de anti-inflamatórios, são analgésicos suaves sendo eficazes
somente contra dor moderada (ARNALDO, 2003). Este efeito analgésico é provavelmente
devido à prevenção da sensibilização do nociceptor, já que reduz a liberação dos mediadores
químicos.
Entretanto, as DAINES compartilham efeitos colaterais indesejáveis. É comum o
relato de que essas drogas tenham a tendência de produzir ulceração gástrica ou intestinal.
De acordo com PAULA et al., (2005), muitos estudos têm mostrado uma severa
redução no fluxo sanguíneo da mucosa gástrica após tratamento com indometacina, um típico
anti-inflamatório não esteroidal que inibe a enzima ciclooxigenase. Como resultado, ocorre
uma diminuição na produção de prostaglandinas e na circulação sanguínea da mucosa
gástrica, favorecendo o aparecimento de úlceras gástricas.
De fato, os efeitos adversos gastrointestinais das DAINES estão associados à
supressão da expressão da COX-1, resultando em lesão gástrica, hemorragia e ulceração.
Há décadas, desde que se conhece a toxicidade das DAINEs (indometacina,
18
naproxeno, piroxicam, diclofenaco entre outros) sobre a mucosa do tato digestivo, buscou-se
novas drogas anti-inflamatórias com menor toxicidade gastrointestinal (AABAKKEN et al.,
1992; ODDSSON et al., 1990).
No final dos anos 90 surgiram os primeiros trabalhos (FRIESEN et al., 1998)
divulgando o aparecimento de anti-inflamatórios potencialmente desprovidos de toxicidade
gástrica, nos quais se depositou uma enorme esperança (HAWKEY, 1999): os chamados
inibidores seletivos da ciclo-oxigenase 2 (COX-2).
A descoberta das duas iso-enzimas ciclooxigenase (COX-1 e COX-2), levou ao
desenvolvimento de novos medicamentos, os inibidores seletivos da COX-2. Destes, por
muitos anos se esperou menor toxicidade e manutenção da eficácia anti-inflamatória
(STICHTENOTH & FROLICH, 2003); os quais tem demonstrado redução do risco relativo de
efeitos secundários gastrointestinais.
O uso dos coxibs difundiu-se rapidamente e ganharam o estatuto de terapêutica anti-
inflamatória standard (HELIN-SALMIVAARA et al., 2005), apesar do seu elevado custo em
comparação com os anti-inflamatórios não seletivos.
Os estudos divulgados comprovaram o melhor perfil da segurança dos coxibs (YUAN
& HUNT, 2003), em termos de tolerância gastro-intestinal, mas o seu perfil geral de
segurança passou mais recentemente a ser questionado pelo fato de haver indícios de que,
alguns deles, poderiam aumentar o risco de acidentes cardiovasculares (riscos trombóticos e
aumento da pressão arterial (SOWERS et al., 2005)); levando inclusive a empresa produtora a
retirar do mercado mundial o rofecoxib no ano de 2004 (MUKHERJEE et al., 2001;
SOLOMON et al., 2004).
Já no ano de 2005, a retirada do mercado de alguns coxibs induziu incerteza e
insegurança a médicos e doentes. De acordo com os mecanismos de ação que lhes são
19
atribuídos, e nomeadamente com os efeitos conhecidos dos inibidores seletivos da COX-2 na
fisiopatologia vascular e no balanço entre a prostaglandian I2 (PGI2 ou prostaciclina) e o
tromboxano A2 (TXA2), é altamente provável que o risco de fenômenos trombóticos seja, de
fato, um efeito de classe inerente aos coxibs (KROTZ et al., 2005). Também os inibidores
específicos da COX-2 como o “celebra”, “vioxx” e outros medicamentos da classe dos coxibe
(celecoxibe, rofecoxibe) demonstraram maior risco de desenvolvimento de eventos
cardiovasculares trombóticos, incluindo infarto do miocárdio, angina instável, trombos
cardíacos, morte súbita, ataques isquêmicos (MUKHERJEE et al; 2001).
1.4 A Inflamação da mucosa oral
Podemos definir a úlcera da mucosa oral como uma lesão local da superfície do tecido,
mostrando perda do epitélio de revestimento com exposição do tecido conjuntivo ao meio
externo. O contato dos tecidos da mucosa com agentes físicos, tais como borda de dentes,
coroas fraturadas ou restaurações defeituosas, e ainda a superfície de aparelhos ortodônticos e
protéticos mal adaptados representam as principais fontes geradoras destas lesões na boca
(SCULLY & SHOTTS, 2000).
Como há uma perda maior de células e tecido na formação de uma lesão ulcerada, o
processo inflamatório e o reparo desta lesão acontecem por união secundária e envolvem uma
série de eventos vasculares, celulares, neurológicos e humorais (WALSH, 2003).
O mesmo autor relata que a liberação do ácido araquidônico é um evento envolvido na
regulação dos processos chaves de defesa do organismo, inflamações e alterações
hemodinâmicas, que irão liberar os eicosanóides. Estes podem se sintetizados por células do
20
sistema imune, especialmente por macrófagos e monócitos, que são as primeiras linhas de
defesa do organismo, principalmente contra as infecções.
Os eicosanóides são importantes agentes sinalizadores intercelulares que afetam o
comportamento das células e as interações célula a célula e são também postuladas por serem
mediadores chaves da inflamação. Vale ressaltar também que os produtos do ácido
araquidônico participam numa variedade de processos fisiológicos, e a deficiência destes
compostos resulta num dano progressivo das funções, enquanto que a produção excessiva ou
descontrolada pode resultar em inflamação, reações alérgicas, carcinogênese, asma, psoríase,
imunossupressão e outros estados fisiopatológicos (MIRZOEVA & CALDER, 1996).
Os medicamentos que são usados para diminuir as lesões inflamatórias na mucosa oral
são preferencialmente de uso tópico. Tal fato deve prevenir os efeitos colaterais e as
interações medicamentosas decorrentes do uso desses medicamentos. As drogas mais
utilizadas são os anti-inflamatórios esteroidais como os corticosteróides, os quais sendo usado
por um período de tempo reduzido, de modo tópico, acabam por minimizar os efeitos
adversos (SOARES DE LIMA et al., 2004, 2005).
A Terramicina (Pfizer) é um antibiótico derivado das tetraciclinas que é amplamente
usado no tratamento das infecções orais. Ela age inibindo proteinases destruidoras de tecidos,
como colagenases e gelatinases, existentes em processos inflamatórios; provavelmente elas
adicionariam à ação antibacteriana esse efeito estabilizador do colágeno, promovendo a
cicatrização das lesões (GOLUB et al., 1998).
Várias são as alternativas às quais o dentista, pode recorrer para o tratamento das
lesões ulceradas, dentre elas, as preparações à base de extratos de plantas e produtos naturais.
21
Extratos naturais, preparados para utilização na forma de colutórios, auxiliam no processo de
reparo destas lesões e, em sua maioria, não possuem efeitos colaterais (GRÉGIO et al., 2002).
Sabendo que a grande maioria dos medicamentos são drogas anti-inflamatórias que
causam diversos efeitos colaterais, percebemos que existe uma vasta necessidade de se
descobrir novas drogas que exerçam a ação anti-inflamatória sem, no entanto, desencadear
efeitos adversos. Assim, nosso estudo teve o propósito de avaliar a atividade anti-inflamatória
de uma nova droga obtida de Ricinus communis, a qual já apresenta uma eficiente ação
bactericida e cicatrizante no processo infeccioso.
22
2 OBJETIVOS
Baseado no fato de que o óleo obtido das sementes de Ricinus communis apresenta ações
biológicas e farmacológicas ligadas à cicatrização e contra a ação de microorganismos, o
objetivo do nosso estudo foi avaliar a atividade anti-inflamatória crônica e aguda por parte do
polímero de poliuretano derivado do óleo de R. communis em modelos animais. Ainda foi
estudado o mecanismo de ação de R. communis presente no estudo desta atividade
antiinflamatória. Testes de toxicidade aguda foram avaliados em nosso trabalho.
23
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1. Planta utilizada
O polímero de poliuretano, utilizado em nossos experimentos, foi extraído das
sementes da espécie Ricinus communis (EUPHORBIACEAE) (Figura 1). Das sementes
obtem-se o óleo vegetal, e do óleo vegetal por sua vez, deriva-se um polímero que tem alto
poder de interação com as células do corpo humano, sem provocar rejeição.
O polímero foi extraído e purificado por parte da equipe do Prof. Dr. Gilberto
Orivaldo Chierice do Instituto de Química da Universidade de São Paulo-São Carlos-SP,
Brasil.
Figura 2: A espécie em estudo Ricinus communis (EUPHORBIACEAE). O óleo vegetal ou
óleo de rícino, é obtido das sementes desta espécie de planta. Deste óleo deriva-se um
polímero que será o objeto de nosso estudo.
24
3.2. Animais
Em nossos experimentos foram utilizados como animais de experimentação
camundongos Swiss (25-30 g) e ratos Wistar (200-300g). Estes tiveram acesso ad libittum à
água e NUVILAB e só foram realizados após a aprovação do Comitê de Ética em
experimentação animal da Universidade do Sagrado Coração (OLFERT et al., 1993).
3.2.1. Toxicidade aguda em camundongos
O teste para avaliação da toxicidade aguda de Ricinus communis foi realizado de acordo
com o método descrito por SOUZA BRITO (1994). Grupos de camundongos pesando entre
30 e 35g foram tratados, em dose única, com 100, 250, 500, 1000 mg/Kg de Ricinus
communis. O experimento ocorreu através de observação diária durante 14 dias consecutivos e
em seguida foram avaliadas as alterações de peso corporal, dos pêlos e mucosa, presença de
diarréia, convulsões e estado de depressão ou excitação nervosa. O número de morte de
animais em cada grupo, se alguma, seria utilizada para o cálculo e determinação de DL
50
(dose
letal 50%) conforme descrito por LITCHFIELD & WILCOXON (1949).
3.3 Modelos de inflamação
3.3.1 Edema de orelha de camundongo
A atividade antiinflamatória presente no polímero de poliuretano obtido do óleo de
Ricinus communis foi ensaiada através do modelo de inflamação aguda do edema de orelha de
camundongo segundo a técnica de VAN ARMAN (1974).
25
Em nossos experimentos foi utilizado como agente indutor da inflamação o ácido
araquidônico (AA) na concentração de 1,0 µg/orelha (PAULA et al., 2003). Este agente foi
aplicado em ambas as faces internas das orelhas do camundongo (ação inflamatória tópica),
induzindo edema e eritema, provocando assim aumento de peso da orelha.
A seguir, foi determinada a concentração efetiva do polímero (10mg/orelha) obtido de
Ricinus communis no estudo da atividade anti-inflamatória, esta concentração foi aplicada
topicamente na superfície interna da orelha esquerda do camundongo, enquanto na direita foi
aplicado somente o solvente da planta mais o AA. Após 1 hora, os animais foram sacrificados
por deslocamento cervical.
A seguir, as orelhas foram retiradas e seccionadas com um vazador de metal, em
discos circulares de 5mm de diâmetro; por fim os discos das orelhas foram pesados em uma
balança analítica e foi calculada a diferença de peso das orelhas, determinando assim o
aumento de permeabilidade vascular.
A % de inibição da inflamação foi determinada pela fórmula:
% de inibição = D-E 100
100
Onde:
D= massa de uma secção circular da orelha, com 5mm de diâmetro, tratado com ácido
araquidônico.
E= massa de uma secção circular da orelha, com 5mm de diâmetro, tratado com a
substância irritante mais o tratamento tópico por parte do polímero de poliuretano de Ricinus
communis. Como controle positivo foi utilizado o anti-inflamatório hidrocortisona.
26
3.3.2 Formação de tecido granulomatoso (granuloma cotton pellet)
Algodão dental “em rolo” (Johnson & Johnson) foi cortado (5mm) e quatro conjuntos
foram pesados (160 mg aproximadamente) e esterilizados em autoclave de 120
o
C, por 25
minutos.
Os animais foram anestesiados com o relaxante muscular “ROMPUM” e Anestésico
“KETALAR”. Sob anestesia os “pellets” foram implantados subcutaneamente em quatro
posições simétricas do abdomem (MORE & SWINGLE, 1982) para promover a formação do
granuloma.
As administrações orais diárias de dexametasona (0,2 mg/orelha), e da concentração
efetiva da substância obtida por parte do polímero de Ricinus communis no estudo da
atividade anti-inflamatória diluída em Tween 80, foram iniciadas 2 horas após a implantação
dos “pellets” de algodão em cada animal. O tratamento teve a duração de 6 dias consecutivos.
No sétimo dia, os animais foram sacrificados por deslocamento cervical, os granulomas
removidos e secos durante a noite e em estufa à 60
0
C, para a determinação do peso seco. A
diferença entre o peso inicial e o peso seco final foi estimado como o peso do tecido
granulomatoso produzido.
A porcentagem de inibição da inflamação foi calculada assim:
Peso dos “pellets” controlepeso dos “pellets” tratados X 100 = % de inibição
Peso dos “pellets” controle.
27
3.3.3. Edema de pata de camundongo induzido por formalina
O método descrito por HENRIQUES et al., 1987, usa grupos de camundongos
machos, indometacina (30 mg/Kg s.c.) como controle positivo e a droga teste (250mg/Kg e
500mg/Kg). O pré-tratamento foi realizado 30 minutos antes da injeção de formalina 10%
(1% peso/volume em solução salina) na região subplantar da pata direita do camundongo. O
volume da pata foi medido 4h após a injeção de formalina. O peso causado pelo irritante foi
calculado pela diferença do peso da pata esquerda não tratada daquela pata direita tratada.
3.3.4. Atividade fosfolipásica
A atividade fosfolipásica da peçonha de abelha (Apis mellifera) foi verificada
medindo-se a redução de pH da mistura de incubação usando um eletrodo sensível numa
câmara de incubação fechada. Desta forma, foi verificada a atividade inibitória da fosfolipase
A2 por parte do polímero de R. communis.
O ensaio permite a verificação da mudança da concentração hidrogeniônica do meio,
através da quebra da fosfatidilcolina pela enzima fosfolipase A
2
, liberando ácidos graxos.
O substrato contendo 7 mM de fosfatidilcolina, 12mM de cloreto de cálcio e 4mM de
taurocolato de sódio, foi preparado de acordo com a técnica modificada de FREITAS et al.
(1984). De acordo com ROBERTS et al. (1977), na técnica do “pH stat”, o método é
executável até pH 5,0, porém no presente trabalho, o pH inicial foi 8,0 sendo este o pH
considerado ótimo para a enzima agir. O volume de incubação total foi diminuído de 2,5 ml
para 1 ml através do emprego de um microeletrodo de pH.
O teste foi acompanhado por 60 minutos, medindo-se o pH do meio a cada minuto.
28
A substância teste foi incubada com a enzima fosfolipase A
2
purificada de peçonha de
abelha, dissolvida em água destilada (0,83 µg/ml), durante 30 minutos antes de sua adição ao
substrato. No grupo controle foi incubado o solvente, água destilada (20µl), juntamente com a
enzima fosfolipase A
2
(20µl). No grupo tratado foi acrescentada a concentração efetiva do
polímero obtido de Ricinus communis no estudo da atividade antiinflamatória.
Para a quantificação da reação enzimática da fosfolipase A
2
, foi necessário anotar a
queda do pH a cada minuto observado em relação ao pH inicial, tanto nas soluções controle
como nas soluções onde o extrato estiver presente. Assim:
pH (tratado/minuto) x100 = % de reação enzimática
pH (controle/60 min)
3.3.5. Efeito do polímero de Ricinus communis em lesões ulceradas da mucosa bucal de
camundongos
Camundongos machos Swiss foram utilizados neste estudo. Uma lesão ulcerada foi
produzida com a aplicação tópica de NaOH (40%) na face dorsal da língua de cada animal sob
anestesia do relaxante muscular “ROMPUM” e do anestésico “KETALAR”. As lesões do
grupo experimental foram tratadas com a administração diária (via oral) do polímero de
Ricinus communis, enquanto nas lesões dos animais do grupo controle utilizou-se uma solução
de tween 80. Os animais foram sacrificados 14 dias depois (TRINDADE GREGÓRIO et al.,
2002). As lesões ulceradas foram contadas e classificadas de acordo com a severidade
apresentada (SZELENYI & THIEMER 1978).
29
4 ANÁLISE ESTATÍSTICA
Os dados estão apresentados como média e erro padrão da média de acordo com teste
de análise de variância (ANOVA) seguido por teste de comparação múltipla de 2 vias
Dunnett’s. Os valores de p<0,05 foram considerados significativos.
30
5 RESULTADOS
A administração diária (via oral) do polímero de poliuretano de R. communis em doses
crescentes (até 1000mg/Kg) nos testes de toxicidade aguda em camundongos, não mostrou
efeitos colaterais durante 14 dias de tratamento. Isso mostra que o polímero tem em sua
estrutura química, a ausência da toxicidade comumente encontrada no óleo de rícino
(toxicidade irritativa e toxicidade do trato gastrointestinal).
O estudo da atividade anti-inflamatória da espécie Ricinus communis mostrou-se eficaz
em diferentes modelos in vivo e in vitro.
No modelo experimental de edema de orelha de camundongo, o polímero de poliuretano
inibiu a inflamação tópica provocada pelo ácido araquidônico em 75% (p<0,001) (Tabela 1;
Figuras 2,3,4).
No experimento de inflamação crônica onde há a formação de tecido granulomatoso, o
polímero de poliuretano obtido de Ricinus communis mostrou-se mais uma vez eficaz em
reduzir a inflamação induzida pela implantação subcutânea do “cotton pellet”, reduzindo a
inflamação em aproximadamente 62% (p<0,001). A dexametasona usada como controle
positivo no mesmo modelo experimental inibiu 72% da inflamação (Tabela 2).
Mais uma vez em tratamento agudo, o efeito antiinflamatório de R. communis (via
oral) mostrou-se eficaz em inibir a inflamação induzida pela formalina em 72% (P<0, 001)
(Tabela 3).
Na tabela 4, o mecanismo de ação do polímero de R. communis foi detectado. Verificou-se
que a pré-incubação da droga teste (em diferentes concentrações) junto com a enzima
fosfolipase A
2
por 30 minutos, bloqueou de maneira concentração-dependente a atividade da
enzima fosfolipase A
2
do processo inflamatório (p<0,05).
31
Ainda em experimentos de indução de úlceras na mucosa oral de roedores por
hidróxido de sódio 40%, o polímero de poliuretano obtido de R. communis mostrou-se eficaz
em cicatrizar essas úlceras num período de tratamento tópico de 14 dias (p<0.05) (Tabela 5),
dados morfológicos confirmam essa atividade anti-inflamatória tópica (Figura 6).
TABELA 1: Efeito da administração tópica do polímero obtido do óleo das
sementes de Ricinus communis em edema de orelha de camundongo induzido
por ácido araquidônico (1,0 µg/orelha).
Tratamento Dose Inibição (%)
Controle (acetona)
Dexametasona
10 µl/orelha
0,2 mg/orelha
-
73,0 (**) ± 0,89
Polímero 5 mg/orelha
54,4 (**) ± 0,80
Polímero 10 mg/orelha
75,08 (**) ± 1,0
Dados referentes à média de 7 animais ± EPM, **P<0.001 comparado com o controle (Teste
de Tukey)
32
Observar nos vasos sanguíneos
a presença de muitos neutrófilos
Orelha tratada topicamente
só com agente irritante
(Ácido araquidônico))
Aumento original
100x
A
umento original
100x
33
Figura 3 - Figura mostrando o modelo experimental de edema de orelha de
camundongo induzido pelo ácido araquidônico. Notar a presença de numerosos
neutrófilos nos vasos sanguíneos (Aumento de 100 x, HE).
Observar nos vasos sanguíneos
a presença de muitos neutrófilos
Orelha tratada topicamente
só com agente irritante
(Ácido araquidônico)
Aumento original 100x
A
umento original 100x
34
Figura 4 - Figura mostrando novamente o modelo experimental de edema de
orelha de camundongo induzido pelo ácido araquidônico. Notar a presença de
numerosos neutrófilos nos vasos sanguíneos (Aumento de 100 x, HE).
Observar nos vasos
sanguíneos
a ausência de neutrófilos
Orelha tratada topicamente com
agente irritante (Ácido
Araquidônico) e com o polímero
de poliuretano de Ricinus
communis
A
umento original
40x
Aumento original
20x
35
Figura 5 - Figura mostrando a ação anti-inflamatória do polímero de poliuretano
obtido de Ricinus communis (500 mg) em experimento de edema de orelha de
camundongo induzido pelo ácido araquidônico (HE).
TABELA 2: Efeito da administração oral do polímero de poliuretano obtido de
Ricinus communis em experimento crônico de formação de tecido
granulomatoso.
Tratamento Dose Inibição (%)
Tween 10ml/Kg -
Dexametasona 0,2 mg/Kg
72,3 (**) ± 1,2
Polímero 250 mg/Kg
55,7 (**) ± 1,0
36
Polímero 500 mg/Kg
61,7 (**) ± 0,98
Dados referentes à média ± EPM de 10 animais. O tratamento com dexametasona e com a droga
teste (polímero nas doses de 250 e 500mg/Kg) foram considerados significativos, *p<0.001.
TABELA 3: Ação anti-inflamatória do polímero de poliuretano obtido de
Ricinus communis (v.o.) em experimento de edema de pata de camundongo
induzido por formalina 10%.
37
Dados referentes a média de 7 animais ± EPM.
**P<0.001 comparado com o controle (Teste de Tukey)
TABELA 4: Ação inibitória do polímero de poliuretano obtido de Ricinus
communis em experimento da atividade da enzima fosfolipase A
2
do processo
inflamatório.
Tratamento Dose Inibição (%)
Tween 10ml/Kg -
Polímero 250 mg/Kg
61,8 (**) ± 1,3
Polímero 500 mg/Kg
72,0 (**) ± 1,5
38
Droga Concentração
(mg/ml)
Inibição (%)
polímero 1,0
35,7 ± 1,2
polímero 1,5
67,7 ± 0,98
polímero 3,0
80 ± 1,34
polímero 5,0
84,6 ± 1,41
Dados são a média da inibição de 5 experimentos ± EPM. As concentrações de
1,0; 1,5; 3,0; 5,0 mg/ml são estatisticamente diferentes entre si.
*P<0.05 (teste de Tukey)
TABELA 5: Efeito tópico do polímero de poliuretano obtido de Ricinus
communis em ulcerações traumáticas da mucosa bucal de ratos.
39
Tratamento
(v.o.)
Dose Inibição (%)
Tween 10 ml/Kg
-
Polímero 250
35 (*) ± 1,2
Polímero 500
60 (*) ± 1,3
Dados referentes a média de 9 animais ± EPM.
*P<0.05 comparado com o controle (Teste de Tukey)
40
Figura 6 - Em (A) erosão traumática causada pela administração tópica de
hidróxido de sódio (40%) e tratamento com o solvente Tween (observar ruptura
do tecido epitelial) e em (B) ação cicatrizante do polímero de poliuretano de
Ricinus cummunis (500mg) frente ao agente lesivo hidróxido de sódio 40%
(observar a integridade do tecido) (HE).
aumento original 4x
aumento original 10x
aumento original 4x
A
B
41
6 DISCUSSÃO
Sabe-se que muitos compostos derivados de plantas apresentam efeito anti-
inflamatório. Diante de relatos da literatura o polímero derivado do óleo vegetal das sementes
de Ricinus communis se mostra ativo em estudos de regeneração óssea (CATANZARO-
GUIMARÃES, 2003) impedindo a ocorrência de fraturas no tecido ósseo (SIMÕES et al.,
1999). Também de acordo com ITO em 2003, R. communis apresenta atividade bactericida e
fungicida e é amplamente usado em tratamento de canais dentários e periodontite. Com base
nesses relatos este estudo verificou a ação anti-inflamatória do polímero de poliuretano obtido
das sementes de R. communis em modelos animais.
Assim no modelo experimental de edema de orelha de camundongo, o polímero de R.
communis inibiu a inflamação tópica provocada pelo ácido araquidônico de maneira
significativa (Tabela 1; Figuras 2,3,4). Este modelo animal relata a fase de exudação
plasmática (edema inflamatório), que pode ser usado para avaliar a atividade anti-inflamatória
de novos fármacos.
Durante a biossíntese das prostaglandinas, o ácido araquidônico é liberado pelos
fosfolipídeos de membrana a partir da enzima fosfolipase A2, o qual por sua vez é
metabolizado em eicosanóides como prostaglandinas (PGs), tromboxano (TXs) e leucotrienos
(LTs), onde C4 e D4 são os dois componentes da reação lenta da anafilaxia (BECKER et al.,
2003).
A inflamação aguda é caracterizada por uma resposta que abrange vasodilatação e
aumento da permeabilidade vascular. Este fato causa extravasamento de proteínas
plasmáticas, sais e água, levando a formação do edema (PAULA et al., 2003). Outros agentes
envolvidos na formação do edema como serotonina, histamina e bradicinina, os quais agem
42
diretamente em receptores específicos, estão presentes em células endoteliais de vênulas pós-
capilares.
Também outro modelo de inflamação avaliado foi o do edema de pata de camundongo
induzido por formalina. O teste da formalina é considerado um modelo válido para avaliação
da dor inflamatória (WEYERS et al., 1989). Este modelo inicialmente ativa neurônios
nociceptivos e posteriormente envolve a liberação de mediadores do processo inflamatório
como histamina, bradicinina e prostaglandinas (HUNSKAAR et al., 1987).
O pré-tratamento de animais com o polímero de Ricinus communis reduziu
significativamente o edema de pata induzido por formalina (Tabela 3). Esses dados estão
relacionados à inibição da síntese de PGs endógenas e ou outros mediadores responsáveis pela
inflamação como a histamina, bradicinina ou serotonina.
Drogas que agem de maneira significativa no teste da formalina (indutora de
inflamação e dor) sugerem uma provável ação antinociceptiva periférica (AMANLOU et al.,
2005). Este teste detecta a atividade farmacológica antiinflamatória do tipo não esteroidal,
além de agentes anti-histamínicos e anti-serotoninégicos.
Há evidências que ligam a bradicinina, prostaglandinas E2, leukotrieno B4, PAF,
interleucina 1, serotonina e histamina ao processo patofisiológico, o qual acompanha o dano
tecidual e a inflamação, especialmente na produção de dor inflamatória e hiperalgesia (DRAY
& PERKINS, 1993).
Após os dados de atividade anti-inflamatória aguda por parte do polímero obtido do
óleo das sementes de R. communis, avaliou-se a ação desta mesma droga teste em modelos de
inflamação crônica. Para tal estudo, o modelo utilizado foi a indução da formação de tecido
granulomatoso pela implantação de “cotton pellet” (MORE & SWINGLE, 1982).
43
Quando não há a remoção de agente lesivo com a consequente resolução do processo
inflamatório, ocorre um influxo contínuo de leucócitos, particularmente mononucleares
(monócitos e linfócitos). O aumento de fagócitos mononucleares deve ser amplificado pela
divisão local dessas células bem como pela diferenciação em células que são mais
especializadas para a sua própria função (células epitelióides secretórias e células gigantes
multinucleadas). Fibroblastos ativados sofrem mitose e armazenam colágeno encapsulado na
lesão, que fazem com que se mostrem as características de uma típica reação inflamatória
crônica (GILROY & PERRETI, 2005).
No modelo de inflamação crônica induzida pela implantação de “cotton pellet”, o
polímero de Ricinus communis mostrou-se mais uma vez eficaz em inibir o processo
inflamatório de maneira significativa (Tabela 2).
Substâncias capazes de inibir o edema induzido pelo ácido araquidônico, previnir o
edema provocado pela formalina, assim como também inibir a formação de tecido
granulomatoso, apresentam atividade anti-inflamatória inibindo enzimas do processo
inflamatório como a fosfolipase A2, ciclooxigenase e/ou lipooxigenase. Desta forma
realizamos testes in vitro da avaliação do mecanismo de ação da atividade anti-inflamatória
por parte de Ricinus communis.
Para tal ensaiou-se a técnica modificada de FREITAS et al., (1984), onde a pré-
incubação de diferentes concentrações do polímero de R. communis juntamente com a enzima
fosfolipase A2, mostrou uma inibição concentração dependente do processo inflamatório
(Tabela 4). Este fato foi registrado já que houve o bloqueio da liberação do ácido araquidônico
a partir dos fosfolipídeos da membrana por parte de Ricinus communis.
A inflamação observada neste modelo in vitro, relata a ativação da enzima fosfolipase A2.
BRESNICK et al., 1981 declarou que a PLA2 cataliza a hidrólise de fosfolipídeos de
44
membrana liberando ácidos graxos livres, predominantemente ácido araquidônico e
lisofosfolipídeos. Estes produtos tem atividade biológica quando metabolizado para formar
uma variedade de mediadores lipídeos pró-inflamatórios incluindo prostaglandinas,
leucotrienos, fator ativador de plaquetas (CALIXTO et al., 2004). Então a inibição da enzima
PLA2 por agentes farmacológicos levou-nos a detectar o mecanismo de ação anti-inflamatório
da espécie em estudo Ricinus communis.
Sabe-se que os fármacos anti-inflamatórios esteroidais como os glicocorticóides são
amplamente usados na supressão da inflamação de doenças crônicas. Os glicocorticóides
inibem a enzima fosfolipase A2 e consequentemente a formação de prostaglandinas e
leucotrienos, reduzindo assim o recrutamento de neutrófilos, eosinóflos e macrófagos para o
foco inflamatório (FLOWER, 2003).
A ação anti-inflamatória deve-se à ligação do glicocorticóide ao seu receptor nuclear, o
qual se liga em um gene alvo inibindo a transcrição de vários genes para citocinas, enzimas,
receptores e moléculas de adesão. Consequentemente ocorre a inibição de fatores de
transcrição como o fator nuclear κB (NF-κ B) e a proteína ativadora 1 (AP-1). Os
glicocorticóides aumentam ainda a transcrição de proteínas anti-inflamatórias como
lipocortina 1, IL-10 e antagonista do receptor de IL-1 (BELVIS et al., 2001).
Por fim, foi avaliada a ação anti-inflamatória tópica do polímero obtido do óleo das
sementes de R. communis no modelo de indução de úlcera na mucosa oral de roedores por
hidróxido de sódio 40%. Neste modelo experimental, R. communis mostrou-se eficaz em
cicatrizar essas úlceras num período de tratamento tópico de 14 dias (Tabela 5; Figura 6).
As úlceras são definidas como um defeito local da superfície de um órgão ou tecido,
sendo produzida pela perda do epitélio de revestimento com exposição do tecido conjuntivo
ao meio externo (SCULLY & SHOTTS, 2000). Como há uma perda maior de células e tecido
45
na formação de uma lesão ulcerada, o processo inflamatório e o reparo desta lesão acontecem
por união secundária e envolvem uma série de eventos vasculares, celulares, neurológicos e
humorais (WALSH, 2003).
Assim através deste modelo experimental pode-se verificar a ação tópica de Ricinus
communis no tratamento de lesões bucais de roedores, demonstrando que estas substâncias
favorecem os eventos anti-inflamatórios que promovem o processo de reparo de lesões
ulceradas (Figura 6, A e B).
Também a administração diária (via oral) do polímero de poliuretano em doses crescentes
(até 1000mg/Kg) nos testes de toxicidade aguda em camundongos, não mostrou efeitos
colaterais durante 14 dias de tratamento. Isso mostra que o polímero tem em sua estrutura
química, a ausência da toxicidade comumente encontrada no óleo de rícino (toxicidade
irritativa e toxicidade do trato gastrointestinal), assegurando seu uso terapêutico como um
produto natural.
Com os dados anteriores levantados em literatura de ação bactericida, com os
significativos resultados de atividade anti-inflamatória aguda e crônica por parte de Ricinus
communis encontrados neste estudo, assim como também com a detecção do mecanismo de
ação envolvido nesta atividade farmacológica e ausência de toxicidade, pode-se dizer que a
espécie em estudo forneceu dados científicos que comprovam sua eficácia na prevenção e no
tratamento da inflamação.
46
7 CONCLUSÕES
Em nosso estudo foi possível detectar uma potente e significativa atividade
antiinflamatória crônica e aguda por parte do polímero de poliuretano derivado do óleo de R.
communis em modelos animais. Ainda foi estudado in vitro o mecanismo de ação do polímero
obtido de R. communis e detectou-se o envolvimento desta nova droga na inibição da enzima
fosfolipase A
2
. Testes de toxicidade aguda em camundongos foram realizados em nosso
trabalho e não houve a apresentação de efeito colateral em 14 dias de observação.
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Estudo da atividade anti-inflamatória de
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54 f.
Orientadora: Prof. Dra Ana Claudia Bensuaski P.
Zurron e Prof. Dra. Silvana Pasetto.
Dissertação de Mestrado (Fisiologia Oral) -
Universidade do Sagrado Coração - Bauru - SP.
1.Inflamação 2.Plantas medicinais 3. Fosfolipase A2
4.Ratos 5. Ricinus communis I.Zurron, Ana Claudia
Bensuaski II. Pasetto, Silvana III.Título.
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