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A INFLUÊNCIA DO SHOT PEENING E DAS ANODIZAÇÕES
CRÔMICA, SULFÚRICA E DURA SOBRE A RESISTÊNCIA À
FADIGA DA LIGA Al 7050 T 7451 DE USO AERONÁUTICO
JOSÉ ANDRÉ MARIN DE CAMARGO
Orientador: Prof. Dr. Herman Jacobus Cornelis Voorwald
Guaratinguetá
2007
Tese apresentada à Faculdade
de Engenharia do Campus de
Guaratinguetá, Universidade
Estadual Paulista, para a
Obtenção do título de Doutor
em Engenharia Mecânica, na
Área de Projetos e Materiais.
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DADOS CURRICULARES
JOSÉ ANDRÉ MARIN DE CAMARGO
NASCIMENTO: 27.01.1958 RIO CLARO / SP
FILIAÇÃO Walter Xavier de Camargo
Rute Marin de Camargo
1978 / 1983 Curso de Graduação Engenharia Mecânica
Faculdade de Engenharia FEG / UNESP.
1991 / 1995 Curso de Pós-Graduação em Engenharia
Mecânica, nível de Mestrado, na Faculdade de
Engenharia - Campus de Guaratinguetá da
UNESP.
1996 / 2007 Curso de Pós-Graduação em Engenharia
Mecânica, nível de Doutorado, na Faculdade de
Engenharia - Campus de Guaratinguetá da
UNESP.
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Aos meus pais, Walter (in memoriam) e
Rute. A minha esposa, Alba Valéria e filhos,
Thiago e Thais, pela compreensão,
tolerância e incentivo durante todo este
trabalho.
AGRADECIMENTOS
A Deus, fonte da vida;
Ao Prof. Dr. Herman Jacobus Cornelis Voorwald pela orientação deste
trabalho.
Aos professores e técnicos do DMT / FEG pelo apoio na confecção dos
corpos-de-prova, na realização dos ensaios mecânicos de fadiga e apoio
técnico durante o desenvolvimento do trabalho.
Aos engenheiros Walter Luis Pigatin e Vanderlei de Faria EMBRAER-
LIEBHEER ELEB, pelo fornecimento do material e realização dos
tratamentos de superfície de anodização e shot peening.
Ao Prof. Dr. André Luiz Moreira de Carvalho, pela amizade, apoio,
incentivo e motivação demonstrada ao longo de todo este trabalho.
Ao Prof. Dr. Carlos Eduardo Silva Amorim, pelo apoio e motivação para
a conclusão deste trabalho.
Aos laboratórios de microscopia eletrônica de varredura da
AMR/IAE/CTA e do LAS-INPE na análise de fratura.
Ao DEMAR/FAENQUIL, pela realização da análise química e dos
ensaios de tração.
Aos professores, técnicos e funcionários do CTIG / FEG, em particular à
professora Maria Auxiliadora Ribeiro Fortes Gonçalves, pelo incentivo
apoio e compreensão durante a realização do trabalho.
Aos amigos, colegas, professores e funcionários da pós-graduação pela
troca de informações, conhecimentos e incentivo.
CAMARGO, J. A. M. A influência do shot peening e das anodizações
crômica, sulfúrica e dura sobre a resistência à fadiga da liga Al 7050
T 7451 de uso aeronáutico. 2007. 213f. Tese (Doutorado em
Engenharia Mecânica) Faculdade de Engenharia do Campus de
Guaratinguetá, Universidade Estadual Paulista.
RESUMO
As ligas de alumínio desempenham papel fundamental na indústria
aeronáutica. A liga Al 7050 é usada em diversas partes da estrutura dos
aviões e, em particular, na fabricação de componentes do trem-de-pouso.
As condições operacionais fazem com que estes componentes trabalhem
sob condições ambientais agressivas, tornando necessário aumentar sua
resistência à corrosão através de tratamentos superficiais. Para o
alumínio e suas ligas, a anodização é um dos tratamentos mais utilizados
para esta finalidade. Os processos de anodização melhoram a resistência
à corrosão das ligas de alumínio, mas reduzem a resistência à fadiga.
Para minimizar ou eliminar os efeitos negativos das anodizações foram
realizados estudos com o processo mecânico de shot peening sobre o
material base antes das anodizações. Foram realizados ensaios de fadiga
por flexão rotativa e por flexão alternada para as condições sem e com
shot peening e fadiga axial, sem shot peening para as direções
longitudinal e transversal à direção de laminação. Os resultados somente
com anodização mostram que, para todos os processos de anodização, há
redução na resistência à fadiga do material e que a anodização crômica é
a que apresenta os melhores resultados, seguidos da anodização sulfúrica
e dura. Os dados com shot peening seguido de anodização mostram que
este tratamento neutraliza os efeitos negativos da anodização e promove
um aumento na resistência à fadiga, sobre o material-base para a maioria
das condições analisadas. Nos ensaios de fadiga por flexão rotativa e
flexão alternada não foram observadas tendências de melhor
comportamento em fadiga em relação à direção dos corpos-de-prova. Na
fadiga axial os melhores resultados foram obtidos para a direção
transversal a laminação.
PALAVRAS CHAVE: fadiga, corrosão, anodização crômica, anodização
sulfúrica, anodização dura, shot peening, Al 7050 T-7451, tensão
residual.
CAMARGO, J. A. M. The influence of the shot peening and of the
anodic films grown chromic, sulfuric and hard on the resistance to
the fatigue of the league Al 7050 - T 7451 of aeronautical use. 2007.
213f. Tese (Doutorado em Engenharia Mecânica) Faculdade de
Engenharia do Campus de Guaratinguetá, Universidade Estadual
Paulista.
ABSTRACT
Aluminum alloys play a fundamental role in the it elaborates
aeronautics. The 7050 aluminum alloy is used in several parts of the
structure of the airplanes and in the production of landing year
components. The operational conditions like aggressive environment,
made necessary to increase corrosion resistance through superficial
treatments. For the aluminum alloys, the anodization is one of the
treatments used for this purpose. The anodization processes improve the
resistance to corrosion of the aluminum alloy, but reduce the resistance
to fatigue. To minimize or to eliminate the negative effects of the
anodization, studies they were performed with the mechanical process of
shot peening on the base material before the anodization. Rotating and
reverse bending for the conditions without and with shot peening, for the
longitudinal and traverse directions were performed. The results only
with anodizing they show that for all processes was reduction in the
fatigue strength of the material occurred among them the anodizing
chromic was the one that presented the best results, followed by the
sulfuric and hard anodizing. The results with shot peening followed by
anodizing show that the shot peening neutralized the negative effects of
the anodizing and promoted an increase in the fatigue resistance, for
most of the analyzed conditions. In the results for rotating and reverse
bending tendencies of better behavior were not observed in fatigue with
relation to the direction of the samples and in the axial fatigue the best
results were obtained for the traverse direction.
KEYWORDS: fatigue, corrosion, sulfuric acid anodizing, chromic acid
anodizing and hard anodizing, shot peening, Al 7050 T-7451, residual
stress.
LISTA DE FIGURAS
Figura (2.1)- Principais aplicações das ligas da série 7000 nas
estruturas aeronáuticas civis................................... 46
Figura (2.2)- Processo metalúrgico x processo de
corrosão................................................................ 48
Figura (2.3)- Corte esquemático de um feixe de células
hexagonais.............................................................
57
Figura (2.4)- Película anódica em início de formação em eletrólito
com ação dissolvente sobre a película...................... 57
Figura (2.5)- Película anódica em estados sucessivos do progresso
de película anódica, a partir de um pólo
isolado.................................................................. 58
Figura (2.6)- Parâmetros que caracterizam o ciclo de
carregamento.........................................................
62
Figura (2.7)- Modelo de Wood para a nucleação de trincas de
fadiga.................................................................... 65
Figura (2.8)- Estágios I -II: propagação de trinca - esquemático.... 66
Figura (2.9)- Superfície de fratura em fadiga - esquemática.......... 66
Figura (2.10)-
Estrias de fratura por fadiga em uma liga Al 2024-
T3......................................................................... 67
Figura (2.11)-
Cavidade central elíptica em uma placa sob tensão
uniforme................................................................
68
Figura (2.12)-
Representação esquemática de curva de vida em
fadiga ( -N)......................................................... 69
Figura (2.13)-
Curva -N vida em fadiga: baixo, médio e alto
ciclos - esquemático................................................ 70
Figura (2.14)-
Diagrama típico do campo de tensões criado pelo shot
peening.......................................................... 79
Figura (3.1)- Orientação para retirada dos corpos-de-prova.......... 84
Figura (3.2)- Corpo-de-prova para o ensaio de tração................... 84
Figura (3.3)- Corpo-de-prova para o ensaio de fadiga axial........... 85
Figura (3.4)- Corpo-de-prova para o ensaio de fadiga por flexão
rotativa................................................................. 85
Figura (3.5)- Corpo-de-prova para o ensaio de fadiga por flexão
alternada............................................................... 86
Figura (3.6)- Equipamento portátil para medição de tensões.......... 93
Figura (3.7)- Microdensitômetro................................................. 93
Figura (4.1)- Fases intermetálicas (Al
7
Cu
2
Fe e Mg
2
Si) na liga Al
7050-T7451, (a) direção L e (b) direção T, sem
reagente................................................................ 98
Figura (4.2)- Microestrutura de regiões recristalizadas da liga
Al 7050-T7451, (a) direção L e (b) direção T, com
reagente Keller......................................................
98
Figura (4.3)- Tamanho de grão das direções L (a) e T (b) da liga Al
7050-T7451, com reagente fosfórico........................
99
Figura (4.4)- Gráfico tensão residual (MPa) x profundidade (mm)
material base sem shot peening.......................... 102
Figura (4.5)- Gráfico tensão residual (MPa) x profundidade (mm)
material base com shot peening......................... 103
Figura (4.6)- Gráfico tensão residual (MPa) x profundidade (mm)
anodização crômica sem shot peening................ 104
Figura (4.7)- Gráfico tensão residual (Mpa) x profundidade (mm)
anodização crômica com shot peening................
105
Figura (4.8)- Gráfico tensão residual (Mpa) x profundidade (mm)
anodização sulfúrica sem shot peening............... 106
Figura (4.9)- Gráfico tensão residual (MPa) x profundidade (mm)
anodização sulfúrica com shot peening............... 107
Figura (4.10)-
Gráfico tensão residual (MPa) x profundidade (mm)
anodização dura sem shot peening...................... 108
Figura (4.11)-
Gráfico tensão residual (MPa) x profundidade (mm)
anodização dura com shot peening.....................
109
Figura (4.12)-
Curvas -N de fadiga por flexão rotativa material
base (Al 7050-T7451) longitudinal e transversal.... 113
Figura (4.13)-
Superfície de fratura flexão rotativa metal base-
(217 MPa e 272.200 ciclos) - longitudinal............... 113
Figura (4.14)-
Curvas -N de fadiga por flexão rotativa material
base- anodização crômica longitudinal e
transversal.............................................................
115
Figura (4.15)-
Superfície de fratura flexão rotativa anodização
crômica (174 MPa e 355.200 ciclos) - longitudinal... 116
Figura (4.16)-
Curvas -N de fadiga por flexão rotativa material
base-anodização sulfúrica longitudinal e
transversal............................................................. 118
Figura (4.17)-
Superfície de fratura flexão rotativa anodização
sulfúrica (174 MPa e 109.600 ciclos) - longitudinal..
118
Figura (4.18)-
Superfície de fratura camada anodizada flexão
rotativa anodização sulfúrica (174 MPa e 109.600
ciclos) - longitudinal.............................................. 119
Figura (4.19)-
Curvas -N de fadiga por flexão rotativa material
base - anodização dura longitudinal e transversal... 121
Figura (4.20)-
Superfície de fratura flexão rotativa anodização
dura (174 MPa e 73.400 ciclos) - longitudinal.......... 121
Figura (4.21)-
Superfície de fratura flexão rotativa anodização
dura (174 MPa e 73.400 ciclos) - longitudinal.......... 122
Figura (4.22)-
Superfície de fratura flexão rotativa anodização
dura - fragilidade da camada anódica (174 MPa e
73.400 ciclos) - longitudinal...................................
123
Figura (4.23)-
Curvas -N de fadiga por flexão rotativa
longitudinal e transversal........................................ 125
Figura (4.24)-
Curvas -N de fadiga por flexão rotativa material
base - anodizações crômica, sulfúrica e dura
valores médios longitudinal..................................
126
Figura (4.25)-
Curvas -N de fadiga por flexão rotativa material
base - anodização crômica, sulfúrica e dura valores
médios transversal................................................ 127
Figura (4.26)-
Curvas -N de fadiga por flexão rotativa Al 7050-
T7451 material base - anodização crômica, sulfúrica
e dura valores médios longitudinal e transversal. 130
Figura (4.27)-
Curvas -N de fadiga por flexão rotativa material
base - anodização crômica longitudinal e transversal
- com shot peening................................................... 133
Figura (4.28)-
Superfície de fratura flexão rotativa anodização
crômica com shot peening (239 MPa e 591.400
ciclos) - longitudinal.............................................. 133
Figura (4.29)-
Curvas -N de fadiga por flexão rotativa material
base - anodização sulfúrica - longitudinal e
transversal - com shot peening................................
135
Figura (4.30)-
Superfície de fratura flexão rotativa anodização
sulfúrica com shot peening (260 MPa, 351.000
ciclos) - longitudinal.............................................. 136
Figura (4.31)-
Curvas -N de fadiga por flexão rotativa material
base - anodização dura - longitudinal e transversal -
com shot peening................................................... 138
Figura (4.32)-
Superfície de fratura flexão rotativa anodização
dura com shot peening (260 MPa, 208.600 ciclos) -
longitudinal......................................................... 139
Figura (4.33)-
Curvas -N de fadiga por flexão rotativa
longitudinal e transversal - com shot peening........... 141
Figura (4.34)-
Curvas -N de fadiga por flexão rotativa Al 7050-
T7451 - anodização crômica, sulfúrica e dura
valores médios - longitudinal e shot peening............ 143
Figura (4.35)-
Curvas -N de fadiga por flexão rotativa Al 7050-
T7451 - anodizações crômica, sulfúrica e dura
valores médios - transversal e shot peening..............
145
Figura (4.36)-
Curvas -N de fadiga por flexão rotativa Al 7050-
T7451 - anodizações crômica, sulfúrica e dura
valores médios longitudinal e transversal.............. 147
Figura (4.37)-
Curvas -N de fadiga por flexão alternada material
base (Al 7050-T7451) longitudinal e
transversal.............................................................
152
Figura (4.38)-
Superfície de fratura flexão alternada material
base (Al 7050 T7451) (217 MPa e 56.400 ciclos) -
longitudinal...........................................................
152
Figura (4.39)-
Curvas -N de fadiga por flexão alternada material
base - anodização crômica - longitudinal e
transversal.............................................................
153
Figura (4.40)-
Superfície de fratura flexão alternada anodização
crômica (130 MPa e 150.600 ciclos) - longitudinal... 154
Figura (4.41)-
Curvas -N de fadiga por flexão alternada material
base - anodização sulfúrica - longitudinal e
transversal.............................................................
155
Figura (4.42)-
Superfície de fratura flexão alternada anodização
sulfúrica (174 MPa e 88.300 ciclos) longitudinal... 156
Figura (4.43)-
Curvas -N de fadiga por flexão alternada material
base - anodização dura - longitudinal e
transversal.............................................................
157
Figura (4.44)-
Superfície de fratura flexão alternada anodização
dura (130 MPa e 90.500 ciclos) - longitudinal.......... 158
Figura (4.45)-
Curvas -N de fadiga por flexão alternada
longitudinal e transversal........................................
160
Figura (4.46)-
Curvas -N de fadiga por flexão alternada valores
médios longitudinal............................................. 161
Figura (4.47)-
Curvas -N de fadiga por flexão alternada valores
médios transversal...............................................
162
Figura (4.48)-
Curvas -N de fadiga por flexão alternada valores
médios longitudinal e transversal.......................... 164
Figura (4.49)-
Curvas -N de fadiga por flexão alternada material
base - anodização crômica longitudinal e
transversal - com shot peening................................ 167
Figura (4.50)-
Superfície de fratura flexão alternada anodização
crômica com shot peening (195 MPa e 201.200
ciclos) - longitudinal..............................................
167
Figura (4.51)-
Curvas -N de fadiga por flexão alternada material
base - anodização sulfúrica longitudinal e
transversal - com shot peening.................................. 169
Figura (4.52)-
Superfície de fratura flexão alternada anodização
sulfúrica com shot peening (174 MPa e 231.900
ciclos) - longitudinal..............................................
169
Figura (4.53)-
Curvas -N de fadiga por flexão alternada material
base - anodização dura longitudinal e transversal -
com shot peening..................................................... 171
Figura (4.54)-
Superfície de fratura flexão alternada anodização
dura com shot peening (174 MPa e 167.700 ciclos)
- longitudinal......................................................... 172
Figura (4.55)-
Curvas -N de fadiga por flexão alternada
longitudinal e transversal - com shot peening............
173
Figura (4.56)-
Curvas -N de fadiga por flexão alternada valores
médios longitudinal - com shot peening.................. 176
Figura (4.57)-
Curvas -N de fadiga por flexão alternada valores
médios - transversal - com shot peening.................... 178
Figura (4.58)-
Curvas -N de fadiga por flexão alternada valores
médios longitudinal e transversal com shot
peening................................................................... 180
Figura (4.59)-
Curvas -N de fadiga axial material base (Al 7050-
T7451) longitudinal e transversal...........................
186
Figura (4.60)-
Superfície de fratura - fadiga axial - material base
(304MPa e 92.100 ciclos) - longitudinal.................... 186
Figura (4.61)-
Curvas -N de fadiga axial material base -
anodização crômica - longitudinal e transversal......... 187
Figura (4.62)-
Superfície de fratura - fadiga axial anodização
crômica (282MPa e 58.000 ciclos) longitudinal...... 188
Figura (4.63)-
Curvas -N de fadiga axial material base -
anodização sulfúrica - longitudinal e transversal....... 189
Figura (4.64)-
Superfície de fratura de fadiga axial anodização
sulfúrica (174MPa e 76.000 ciclos) longitudinal..... 190
Figura (4.65)-
Curvas -N de fadiga axial material base -
anodização dura - longitudinal e transversal.............. 192
Figura (4.66)-
Superfície de fratura - fadiga axial anodização dura
(217 MPa e 67.600 ciclos) transversal....................
193
Figura (4.67)-
Curvas -N de fadiga axial longitudinal e
transversal.............................................................. 195
Figura (4.68)-
Curvas -N de fadiga axial valores médios
longitudinal........................................................... 196
Figura (4.69)-
Curvas -N de fadiga axial valores médios
transversal.............................................................. 198
Figura (4.70)-
Curvas -N de fadiga axial valores médios -
longitudinal e transversal.........................................
199
LISTA DE TABELAS
Tabela (1.1) - Aeronáutica: necessidade e solução........................ 32
Tabela (2.1) - Propriedades físicas do alumínio comercialmente
puro................................................................... 37
Tabela (2.2) - Sistema de designação do alumínio e ligas de
alumínio trabalhado..............................................
38
Tabela (2.3) - Ligas trabalháveis: tipos, características e
aplicações ........................................................... 40
Tabela (2.4) - Composição química das ligas de alumínio
trabalhadas...........................................................
41
Tabela (2.5) - Sistema de designação do alumínio e ligas de
alumínio fundido.................................................. 42
Tabela (2.6) - Ligas fundidas: características e aplicações.......... 43
Tabela (2.7) - Etapas do processo de selagem na anodização do
alumínio...............................................................
61
Tabela (2.8) - Características que alteram as tensões residuais...... 75
Tabela (2.9) - Métodos medição de tensão residual.................... 76
Tabela (3.1) - Parâmetros operacionais do processo de shot
peening
................................................................ 87
Tabela (3.2) - Parâmetros dos processos de anodização crômica,
sulfúrica e dura.....................................................
87
Tabela (3.3) - Tipos e condições dos ensaios de fadiga................. 89
Tabela (3.4) - Condições operacionais de realização dos ensaios
de fadiga por flexão rotativa..................................
89
Tabela (3.5) - Condições operacionais de realização dos ensaios
de fadiga por flexão alternada................................
90
Tabela (3.6) - Condições operacionais de realização dos ensaios
de fadiga axial......................................................
90
Tabela (4.1) - Composição química da liga 7050 - especificado X
encontrado........................................................... 95
Tabela (4.2) - Resultado dos ensaios de tração liga Al 7050-T7451
95
Tabela (4.3) - Dureza Vickers do Al 7050-T7451......................... 96
Tabela (4.4) - Tamanho de grão e fração volumétrica nas direções
longitudinal e transversal...................................... 97
Tabela (4.5) - Espessura da camada anódica.................................
100
Tabela (4.6) - Tensões residuais resultados gerais......................
101
Tabela (4.7) - Flexão rotativa: total posição condições............
110
Tabela (4.8) - Numero de ciclos consumidos nos ensaios de fadiga
por flexão rotativa sem shot peening......................
111
Tabela (4.9) - Fadiga flexão rotativa tensão - média de ciclos,
desvio padrão, dispersão (%) e relação de vida em
fadiga (%)............................................................ 112
Tabela (4.10) - Numero de ciclos consumidos nos ensaios de fadiga
por flexão rotativa com shot peening......................
131
Tabela (4.11) - Fadiga flexão rotativa anodização com shot
peening
material base sem shot peening - tensão -
média de ciclos, desvio-padrão, dispersão (%) e
relação de vida em fadiga (%)................................
132
Tabela (4.12) - Fadiga flexão rotativa- tensão média de ciclos e
relação de vida em fadiga (%)-
(anodização/material base, shot peening-
anodização/material base e shot peening-
anodização/anodização).........................................
142
Tabela (4.13) - Flexão alternada: total - posição - condições...........
149
Tabela (4.14) - Numero de ciclos consumidos nos ensaios de fadiga
por flexão alternada sem shot peening.................... 150
Tabela (4.15) - Fadiga flexão alternada tensão - média de ciclos,
desvio padrão, dispersão (%) e relação de vida em
fadiga (%)............................................................ 151
Tabela (4.16) - Numero de ciclos consumidos nos ensaios de fadiga
por flexão alternada com shot peening....................
165
Tabela (4.17) - Fadiga flexão alternada anodização com shot
peening
material base sem shot peening - tensão -
média de ciclos, desvio-padrão, dispersão (%) e
relação de vida em fadiga (%)................................
166
Tabela (4.18) - Fadiga flexão alternada - shot peening e anodização
material base tensão média de ciclos e relação
de resistência à fadiga (%) - (anodização/material
base (A/MB), shot peening - anodização/material
base (A-SP/MB) e shot peening anodização
/anodização (A-SP/A)).......................................... 175
Tabela (4.19) - Número de ensaios e condições superficiais dos
ensaios de fadiga axial.......................................... 182
Tabela (4.20) - Numero de ciclos consumidos nos ensaios de fadiga
axial.................................................................... 183
Tabela (4.21) - Fadiga axial tensão - média de ciclos, desvio
padrão, dispersão (%) e relação de vida em fadiga
(%)......................................................................
185
LISTA DE SIGLAS
AA Aluminum Association
AAS Alcoa Aluminum Standards
ABAL Associação Brasileira Alumínio
ABM Associação Brasileira de Metalurgia e Materiais
ABRACO Associação Brasileira de Corrosão
AMR Divisão de Materiais IAE/CTA
ASM American Society for Metals
ASTM American Society for Testing and Materials
ATA Associação de Transporte Aéreo
COOPE
Coordenação dos Programas de Pós-graduação de
Engenharia
CPMA Companhia Pernambucana do Meio Ambiente
CST Corrosão sob tensão
CTA Comando Geral de Tecnologia Aeroespacial ( ex
Centro Técnico Aeroespacial )
CTRC Campo de tensões residuais compressivas
DEMAR
Divisão de Materiais da Faculdade de Engª Química
de Lorena
EDE EMBRAER - Divisão de Equipamentos
ELEB EMBRAER-LIEBHERR
ELEB Embraer Liebherr Equipamentos do Brasil S.A
EMBRAER Empresa Brasileira de Aeronáutica
FAA Federal Aviation Administration
FAENQUIL Faculdade de Engenharia Química de Lorena
FEG Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá
HVOF High velocity oxi-fuel
IAE Instituto de Aeronáutica e Espaço - CTA
INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
LAIMAT-II Laboratório de Imagens DMT/FEG
LAS/CTE
Laboratório Associado de Sensores e Materiais
INPE
LAT/COPEE Laboratório de Análise de Tensões COOPE/UFRJ
LIEBHERR
LIEBHERR BRASIL - Guindastes e Máquinas
Operatrizes
MEV Microscopia eletrônica de varredura
MH Metals Handbook
MIL MMPDS
SAE Society of Automotive Engineers
UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro
UNESP Universidade Estadual Paulista
LISTA DE SÍMBOLOS E UNIDADES
m
µ
6
10
metro
a
σ
Amplitude da tensão
A Anodização
AC Anodização crômica
AD Anodização dura
AS Anodização sulfúrica
c/SP Com shot peening
A Comprimento da trinca de fadiga
K
t
Concentrador geométrico de tensão
HRC Dureza Rockwell - C
HV Dureza Vickers
max
K
Fator intensidade de tensão máximo
min
K
Fator intensidade de tensão mínimo
L Longitudinal
MB Material base
MPa Megapascal
N Número de ciclos
C
1
Porcentagem de cobertura 1º ciclo
n
C
Porcentagem de cobertura n ciclos
H Profundidade
R Razão de carregamento
s/SP Sem shot peening
SP Shot peening
A-SP Shot peening e anodização
σ
a
Tensão alternada
Tensão aplicada
σ
e
Tensão limite de escoamento
σ
f
Tensão limite de fadiga
máx
σ
Tensão máxima
máxc.
σ
Tensão máxima de compressão
m
σ
Tensão média
mín
σ
Tensão mínima
s
σ
Tensão superficial
T Tempo de shot peening
T Transversal
σ
Variação de tensão
K
Variação do fator intensidade de tensão
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO...................................................... 28
1.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS................................... 28
1.2 1.2 OBJETIVOS..................................................... 33
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.................................. 34
2.1 A SELEÇÃO DOS MATERIAIS METÁLICOS..........
34
2.2 ALUMÍNIO E SUAS LIGAS....................................
35
2.2.1 A evolução do alumínio e suas ligas........................ 35
2.2.2 Alumínio - designação, classificação e tipos de
ligas...................................................................... 36
2.2.3 Alumínio ligas trabalhadas................................... 38
2.2.4 Alumínio ligas fundidas....................................... 41
2.2.5 Ligas de alumínio série 7000 - ligas AlZn............
44
2.2.6 A liga 7050............................................................
45
2.3 TRATAMENTOS TÉRMICOS E MECÂNICOS DA
LIGAS DE ALUMÍNIO...........................................
46
2.3.1 Normalização......................................................... 46
2.4 CORROSÃO CONCEITO TIPOS
CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS .........................
47
2.4.1 Conceito................................................................ 47
2.4.2 Principais tipos de corrosão.....................................
49
2.5 PROTEÇÃO CONTRA CORROSÃO........................ 49
2.5.1 A proteção anticorrosiva ........................................ 49
2.5.2 Resistência própria do material à corrosão................
49
2.5.3 Métodos que melhoram a resistência à corrosão
eletroquímica......................................................... 50
2.5.4 Revestimentos protetores........................................ 50
2.6 A CORROSÃO E A INDÚSTRIA AERONÁUTICA... 51
2.6.1 A corrosão nas ligas de alumínio............................. 51
2.6.1.1 Corrosão uniforme ou geral em ligas de alumínio...... 52
2.6.1.2 Corrosão por esfoliação em ligas de alumínio............
52
2.6.1.3 Corrosão sob tensão em ligas de alumínio.................
52
2.6.1.4 Fadiga sob corrosão em ligas de alumínio.................
53
2.6.1.5 Corrosão intergranular em ligas de alumínio.............
53
2.6.1.6 Corrosão por pites em ligas de alumínio.................. 54
2.6.1.7 Corrosão-fadiga......................................................
54
2.7 TRATAMENTO DE SUPERFÍCIE DO ALUMÍNIO... 55
2.7.1 Condições gerais.................................................... 55
2.7.2 Parâmetros envolvidos na anodização do alumínio e
suas ligas...............................................................
56
2.7.2.1 A estrutura da camada anódica................................ 56
2.7.3 Anodização em meio sulfúrico e crômico................. 59
2.7.3.1 Anodização em meio sulfúrico................................ 59
2.7.3.2 Anodização dura em meio sulfúrico......................... 59
2.7.3.3 Anodização em meio crômico.................................. 59
2.7.3.4 Selagem.................................................................
60
2.8 FADIGA EM MATERIAIS METÁLICOS..................
61
2.8.1 Considerações gerais.............................................. 61
2.8.2 A falha por fadiga.................................................. 62
2.8.3 O mecanismo de falha por fadiga............................. 64
2.8.3.1 A nucleação da trinca por fadiga..............................
64
2.8.3.2 O mecanismo da propagação da trinca em fadiga.......
65
2.8.3.3 A concentração de tensões na ponta da trinca............
67
2.8.4 Curva de vida em fadiga (-N)................................ 68
2.8.5 Nucleação de trincas por fadiga............................... 70
2.8.5.1 Nucleação superficial............................................. 70
2.8.5.2 Nucleação abaixo da superfície................................
71
2.8.6 A influência dos revestimentos na resistência à
fadiga....................................................................
72
2.9 TENSÕES RESIDUAIS...........................................
73
2.9.1 Considerações gerais.............................................. 73
2.9.2 Métodos para medição de tensões residuais...............
75
2.10 SHOT PEENING.....................................................
77
2.10.1 Considerações gerais.............................................. 77
2.10.2 O processo de shot peening..................................... 77
2.10.2.1 Variáveis do processo de shot peening..................... 79
2.10.2.1.1
Superfície de cobertura........................................... 79
2.10.2.1.2
As esferas usadas no shot peening........................... 81
2.10.2.1.3
A velocidade da esfera............................................
81
2.10.2.1.4
Ângulo de impacto..................................................
81
3 MATERIAIS E MÉTODOS......................................
83
3.1 MATERIAL........................................................... 83
3.2 ANALISE QUÍMICA.............................................. 83
3.3 CORPOS-DE-PROVA............................................. 83
3.3.1 Processos de usinagem............................................
84
3.3.1.1 Tração................................................................... 84
3.3.1.2 Fadiga axial........................................................... 85
3.3.1.3 Fadiga por flexão rotativa....................................... 85
3.3.1.4 Fadiga por flexão alternada..................................... 86
3.4 PROCESSOS DE TRATAMENTO DE SUPERFÍCIE..
86
3.4.1 Processo de shot peening.........................................
86
3.4.2 Processos de anodização......................................... 87
3.4.2.1 Selagem.................................................................
87
3.5 ENSAIOS.............................................................. 88
3.5.1 Ensaios mecânicos..................................................
88
3.5.1.1 Ensaios de dureza...................................................
88
3.5.1.2 Ensaios de tração....................................................
88
3.5.1.3 Ensaios de fadiga................................................... 88
3.5.1.3.1 Fadiga por flexão rotativa....................................... 89
3.5.1.3.2 Fadiga por flexão alternada..................................... 90
3.5.1.3.3 Fadiga axial........................................................... 90
3.6 MICROSCOPIA ÓPTICA........................................ 91
3.7 ANÁLISE DE FRATURA........................................
91
3.8 TENSÕES RESIDUAIS...........................................
91
3.8.1 Processo de medição das tensões residuais............... 91
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES..............................
94
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS..................................
94
4.2 CARACTERIZAÇÃO DO MATERIAL BASE............
95
4.2.1 Análise química......................................................
95
4.2.2 Ensaios de tração....................................................
95
4.2.3 Ensaios de dureza...................................................
96
4.2.4 Exame metalográfico.............................................. 96
4.3 TENSÕES RESIDUAIS...........................................
100
4.4 FADIGA FLEXÃO ROTATIVA............................ 110
4.4.1 Flexão rotativa sem shot peening...
110
4.4.2 Flexão rotativa com shot peening.. 130
4.5 FADIGA FLEXÃO ALTERNADA......................... 149
4.5.1 Flexão alternada sem shot peening.
149
4.5.2 Flexão alternada com shot peening 165
4.6 FADIGA AXIAL.................................................... 182
4.6.1 Fadiga axial sem shot peening 182
5 CONCLUSÕES...................................................... 201
5.1 EFEITO DA ANISOTROPIA................................... 201
5.2 TENSÕES RESIDUAIS...........................................
201
5.3 FADIGA POR FLEXÃO ROTATIVA....................... 202
5.3.1 Flexão rotativa sem shot peening............................. 202
5.3.2 Flexão rotativa com shot peening.............................
202
5.4 FADIGA POR FLEXÃO ALTERNADA.................... 202
5.4.1 Flexão alternada sem shot peening...........................
202
5.4.2 Flexão alternada com shot peening...........................
203
5.5 FADIGA AXIAL.................................................... 203
5.5.1 Fadiga axial sem shot peening................................. 203
5.6 CONCLUSÕES GERAIS......................................... 203
6 PROPOSTAS DE TRABALHOS FUTUROS..............
205
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA............................ 206
2 8
CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO
1.1 -
CONSIDERAÇÕES GERAIS
Antes da primeira guerra mundial, as estruturas aeronáuticas eram
construídas basicamente por tecidos e madeira, que, por suas
características de anisotropia, absorção de umidade, instabilidade
dimensional e vulnerabilidade, favoreceram o desenvolvimento de outros
materiais, particularmente as ligas de alumínio, ou seja, a importância da
produção e desenvolvimento das ligas de alumínio de alta resistência
deve-se em parte, à necessidade de produtos e materiais mais leves para
a indústria aeronáutica (CARVALHO, 1999; GUIMARÃES, 1994; PEEL,
1986).
O envelhecimento das aeronaves desperta muito interesse da
comunidade aeronáutica internacional, no que diz respeito ao
desenvolvimento de novos métodos de proteção de corrosão. A corrosão
na estrutura das aeronaves é resultante da combinação de certos fatores
como a seleção de ligas e têmperas susceptíveis à corrosão, utilização de
um sistema de proteção inadequado ou deteriorado, e exposição a vários
ambientes corrosivos.
As aeronaves modernas são construídas com ligas metálicas leves,
altamente reativas aos contaminantes atmosféricos. A atmosfera salina
das regiões costeiras e os contaminantes industriais das áreas urbanas
atacam as ligas metálicas, o que, de acordo com a ATA (Associação de
Transporte Aéreo), custa para a indústria americana algo em torno de 6
bilhões de dólares ao ano (PIRES; MORALES, 2002).
Muitos metais puros não são adequados para a construção de
aeronaves, sendo utilizados, portanto, combinados com outros metais
para formar ligas. As ligas de alumínio das séries 2000 e 7000 têm sido
extensivamente utilizadas nas estruturas aeronáuticas. Depende do tipo
de montagem (sob-tensão ou não), da espessura da chapa e do tipo de
exposição a agentes corrosivos, estas ligas serão susceptíveis a
2 9
diferentes tipos de corrosão: uniforme, pites, intergranular, esfoliação,
sob-tensão, dentre outras (CAMPOS, 2000; PIRES; MORALES, 2002).
Praticamente, todas as partes da aeronave estão sujeitas a danos
causados por corrosão, mas certas áreas como corpo do casco,
compartimento de bateria, lavatórios e compartimentos dos trens-de-
pouso são mais susceptíveis à corrosão.
A utilização de materiais de alta resistência mecânica tem
aumentado consideravelmente, em particular na indústria aeronáutica,
com o objetivo de reduzir o peso total dos componentes. Nas estruturas
aeronáuticas, como superfície superior e inferior das asas, corpo do
casco, assoalhos, longarinas, trem-de-pouso, forjados diversos, etc.;
aproximadamente 80% em peso são construídas com ligas de alumínio de
alta resistência, em particular as ligas dos grupos 2XXX e 7XXX (BEST,
1986; SANDERS, 1985).
O alumínio e suas ligas sempre foram considerados materiais
aeronáuticos por excelência. Sua baixa massa específica, aliada a
propriedades mecânicas, conferem a estes materiais uma elevada
resistência mecânica específica, pela relação entre a tensão desenvolvida
e a massa específica do material, particularmente quando ligado a outros
elementos.
Para o projeto de um avião deve ser considerada, para o cálculo da
vida do avião, uma seqüência repetida de operações que consiste
basicamente em quatro fases: taxiamento no aeroporto, decolagem, vôo
de cruzeiro (civil) ou operacional (militar) e aterrissagem.
Conhecidas as fases, o projeto deve levar em consideração partes
distintas do avião. Esta distinção é necessária, uma vez que diferentes
critérios para seleção de material são empregados em diferentes partes
do avião.
Algumas da partes mais críticas da estrutura de um avião são as
asas, a fuselagem e o trem de pouso (GODEFROID, 1993).
3 0
As asas são os componentes estruturais que apresentam os mais
complexos e intensos níveis de carregamento da aeronave. No
taxiamento, as superfícies superiores das asas estão sujeitas a esforços
de tração devido a: peso da estrutura, peso do combustível e,
eventualmente, o peso das turbinas. Em conseqüência a superfície
inferior da asa estará sujeita a esforços de compressão. Quando em vôo,
a situação inverte-se e a asa agora é responsável por suportar o peso
total do avião e agora com as asas em flexão para cima é a superfície
superior quem estará em compressão enquanto a inferior estará sendo
tracionada. Existem ainda tensões flutuantes de alta complexidade que
atuam sobre toda a estrutura das asas, o que exige análises muito
complexas para a escolha dos materiais adequados a cada situação.
A fuselagem é um monocasco, aproximadamente cilíndrico, fechado
nas extremidades construído para suportar em sua estrutura a pressão
interna de tração (pressurização) e cargas de cisalhamento na lateral; a
carcaça circunferencial mantém a forma da fuselagem e redistribui as
cargas no casco.
O trem-de-pouso é submetido a elevadas tensões tanto na
decolagem, devido ao peso da aeronave e do combustível, como na
aterrisagem, quando toca o chão devido ao peso e ao impacto.
Os materiais metálicos submetidos a carregamentos variáveis podem
falhar sob tensões inferiores às necessárias para o carregamento estático.
Estas falhas são chamadas de falhas por fadiga. São falhas repentinas e
ocorrem sem que haja indicação prévia de sua ocorrência (DIETER,
1988).
As falhas repentinas, que ocorrem sobre componentes estruturais
sem deformação plástica macroscópica, representam um grave problema
porque podem atingir proporções catastróficas.
De um modo geral, a falha de um componente é resultado da ação
isolada ou combinada dos seguintes fatores: (BROEK, 1986; WALTER,
1987).
3 1
* projeto inadequado;
* processos de fabricação inadequados;
* manutenção incorreta ou insuficiente;
* tensões em serviço acima das esperadas;
* influência do meio (agressividade);
* fragilização durante a fabricação ou operação;
* fadiga devido a cargas cíclicas ou carregamento dinâmico e
* utilização de materiais de alta resistência, o que acentua os
fatores anteriores.
Estima-se que cerca de 90% das falhas em serviço dos componentes
que sofrem movimento, podem ser atribuídos ao fenômeno de fadiga
(MEYERS; CHAWLA, 1982).
Estudos de análise de falhas de componente aeronáuticos, realizados
pelo setor de Investigação de Acidentes Aeronáuticos da Divisão de
Materiais (AMR), do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE),
verificaram uma incidência de falhas em componentes fabricados em
ligas de alumínio, por fadiga sob corrosão e por defeitos superficiais
(CAMPOS, 2000; GRAÇA, 1989).
A corrosão pode ser entendida como uma modificação química ou
estrutural de um material provocada pela ação química ou eletroquímica
de agentes do meio ambiente (DUTRA, 2002; MAGNIN, 1993; UHLIG,
1966).
Para minimizar o efeito da corrosão, diversos são os mecanismos
utilizados. Para as ligas de alumínio o mais comum é a anodização,
processo eletroquímico em banho ácido que aumenta a resistência à
corrosão, melhora a aparência do metal, aumenta a resistência à abrasão,
aumenta a adesão da pintura externa e melhora o isolamento elétrico
(ABAL, 1996).
Existem estudos que demonstram que o processo de anodização
provoca alterações no comportamento em fadiga das ligas de alumínio
3 2
alta resistência, e o efeito é tanto mais sensível quanto maior a espessura
da camada anodizada (CAMPOS, 2000; GROSSKREUTZ, 1970).
O presente trabalho foi desenvolvido dentro de uma parceria entre a
o Departamento de Materiais e Tecnologia da Faculdade de Engenharia
de Guaratinguetá (DMT/FEG/UNESP) e a empresa EMBRAER-
LIEBHERR (ELEB). As características técnicas e científicas do trabalho
têm como base às tecnologias de processo da ELEB, com critérios de
projeto de vida segura.
O interesse para este trabalho surgiu da necessidade de aumentar os
conhecimentos sobre o comportamento em fadiga da liga Al 7050 T-7451
submetido a processos de proteção superficial contra a corrosão, para
identificar a viabilidade de sua aplicação e o efeito do processo de shot
peening sobre este comportamento. Na indústria aeronáutica em função
das características do produto são comuns necessidades específicas para
os componentes, isto gera problemas, que requerem soluções
particulares. A tabela (1.1) apresenta a seqüência que motivou a busca
das soluções.
Tabela(1.1) Aeronáutica: necessidade e solução
INDÚSTRIA AERONÁUTICA
NECESSIDADE PROBLEMA SOLUÇÃO
Leveza + Resistência mecânica
Material Ligas de alumínio
Ligas de alumínio Resistência à corrosão
Tratamentos superficiais
Tratamentos superficiais Resistência à fadiga Tratamentos mecânicos
3 3
1.2 OBJETIVOS
Os principais objetivos deste trabalho são:
a) avaliar o efeito dos processos de anodização crômica, sulfúrica e
dura sobre a resistência à fadiga da liga AA 7050 T-7451, para ensaios
de fadiga axial, flexão rotativa e flexão alternada.
b) avaliar o campo de tensões residuais induzidas pelos processos de
anodização procurando estabelecer relação com os resultados em fadiga.
c) identificar os mecanismos e a localização preferencial de
nucleação de trincas de fadiga nos corpos-de-prova para os diferentes
processos de anodização.
d) verificar a viabilidade de se aplicar o processo de shot peening
para aumentar a resistência à fadiga da liga de alumínio submetida aos
processos de anodização.
e) identificar dentre os processos de anodização estudados aqueles
que mais interferem na resistência à fadiga da liga AA 7050 T-7451.
3 4
CAPÍTULO 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 - A SELEÇÃO DOS MATERIAIS METÁLICOS
O projeto de peças e estruturas metálicas leva em consideração diversos fatores
que são inter-relacionados. Os requisitos de desempenho são estabelecidos de maneira
a compatibilizar a função exigida da peça com as possibilidades de sua fabricação a
partir de um determinado material escolhido.
As funções requeridas determinam as especificações necessárias para o projeto a
fim de garantir o seu desempenho, enquanto que as especificações do projeto se
compõem de um rol de indicações técnicas referentes a forma, dimensões, tolerâncias,
acabamento e materiais constituintes do produto que permitem atender as
especificações de desempenho.
As propriedades mecânicas dos materiais metálicos devem ser consideradas
como uma das questões básicas apresentadas na seleção e especificação dos materiais
para um determinado projeto, além das propriedades de resistência à corrosão,
propriedades físicas em geral, propriedades de fabricação, etc.
As propriedades mecânicas devem ser analisadas de acordo com o tipo de
solicitação, que podem ser divididas em carregamento monotônico e carregamento
dinâmico. As propriedades mecânicas estáticas são obtidas geralmente do ensaio de
tração enquanto que as propriedades dinâmicas são determinadas a partir de ensaios de
fadiga e de impacto, dependendo do tipo específico da solicitação dinâmica aplicada
sobre o componente.
A matéria-prima adquirida para a fabricação dos componentes deve apresentar
características compatíveis com as exigências do projeto do produto e do processo de
fabricação, sendo especificado nos seguintes itens fundamentais:
*Composição química indica os elementos químicos
constituintes do material em faixas de composição e os elementos
considerados impurezas em teores máximos.
* Condição – indica o processo de fabricação aplicado ao material como
laminação a frio ou a quente, trefilação, fundição, forjamento e, ainda os tratamentos
3 5
térmicos e mecânicos que condicionam o tipo de microestrutura do metal ou da liga
metálica.
* Forma os materiais fabricados apresentam-se comumente nas
formas de produtos planos (placas, chapas grossas ou finas, tiras e
folhas), de produtos não-planos (perfis, barras, arames e tubos) ou ainda
com geometrias diversas (forjados, fundidos ou sinterizados).
* Acabamento superficial a indicação do acabamento superficial, em termos
de rugosidade e de aparência e, ainda, do tipo de proteção superficial aplicada (óleos
protetores, pintura, anodização, revestimentos metálicos etc.).
2.2 - ALUMÍNIO E SUAS LIGAS
2.2.1 – A evolução do alumínio e suas ligas.
O alumínio é um dos metais não-ferrosos mais produzidos no mundo e sua
utilização tornou-se possível e viável graças a sua disponibilidade, à evolução dos
processos de fabricação e tratamentos térmicos (ABAL, ,2006).
Em 1886, Hall-Heroult obteve o alumínio pelo processo
eletroquímico de redução do metal, utilizado até hoje.
Em 1906, Alfred Wilm descobriu o método de endurecimento de
uma liga Al-Cu através do tratamento de solubilização seguido de
precipitação natural, e proporcionou o início da utilização do alumínio
em larga escala na indústria aeronáutica. Em 1914, o duralumínio já era
empregado como material estrutural na fabricação de aviões.
A partir de 1930, a melhoria do desempenho e a redução do peso das aeronaves
eram as principais metas a serem atingidas, o que levou ao desenvolvimento das
primeiras ligas da série 2XXX (Al-Cu-Mg/Si), usadas nas aplicações aeroespaciais.
Em 1940, foi desenvolvida a liga 7075 na condição T6, utilizada nos aviões B29
durante a segunda guerra mundial.
Nos anos 60 foram desenvolvidos os estudos da análise da mecânica da fratura
linear elástica, que revelaram a necessidade de melhoria na combinação da resistência
e da tenacidade à fratura das ligas de alumínio.
3 6
Durante os anos 70, foram desenvolvidas ligas da série AA 7XXX e, em
particular a liga 7050-T74, para preencher a necessidade de um material de alta
resistência mecânica, boa resistência à corrosão e à trinca por corrosão sob tensão,
além de boa tenacidade à fratura e à fadiga.
Na década de 90, com uma frota de aviões velhos e com os altos custos de
aquisição, utilização e manutenção, surge a necessidade de se incorporar novos
parâmetros aos materiais de uso aeronáutico que vão além da resistência específica, da
tolerância ao dano e do aumento da resistência à corrosão. Os materiais devem ser
acessíveis aos novos métodos de produção com um baixo custo (CARVALHO, 1999).
2.2.2 – Alumínio - designação, classificação e tipos de ligas.
Leveza, ductilidade, resistência a esforços mecânicos e a ataques do meio
ambiente, alto valor econômico da sucata e enormes jazidas tornam o alumínio o
material mais utilizado no mundo depois do aço.
Apresenta boa condutibilidade térmica e relativamente alta condutibilidade
elétrica (65% IACS).
O baixo peso específico do alumínio torna-o de grande utilidade em
equipamentos de transporte (ferroviário, rodoviário, aéreo e naval) e na indústria
mecânica, numa grande variedade de aplicações.
O baixo ponto de fusão, aliado a um elevado ponto de ebulição (cerca de 2000ºC)
e a uma grande estabilidade a qualquer temperatura, torna viável a fusão e a moldagem
do alumínio.
A condutibilidade térmica, inferior somente da prata, cobre e ouro, o torna
adequado para aplicações em equipamento destinado a permutar calor.
A resistência à corrosão do alumínio advém da formação de uma
película de óxido na superfície do material de natureza quimicamente
estável; essa película protetora de pequena espessura (50 a 100 Å) é de
elevada dureza e, além disso, é transparente e aderente à superfície do
metal. Essa resistência à corrosão é melhorada por anodização, que ainda
melhora sua aparência (ABAL, 1996).
A tabela (2.1) apresenta algumas propriedades físicas do metal
alumínio (Aluminum Standards and data 2000, 2001; ASM, 1979).
3 7
Tabela (2.1) – Propriedades físicas do alumínio comercialmente puro.
PROPRIEDADES FÍSICAS DO ALUMÍNIO
Numero atômico
Massa específica teórica
Temperatura de ebulição
Temperatura de fusão
Calor específico
Calor latente de fusão
Condutibilidade térmica
Resistividade elétrica
Condutibilidade elétrica
Estrutura cristalina
13
2698
1979 - 2477
660
400
397
247
26,55
64,94
c.f.c.
kg/m³
ºC
°C
J/kg.K
kj/kg
W/m.K
n.m
%IACS
(25°C)
(25°C)
(20°C)
O alumínio puro apresenta baixa resistência a esforços mecânicos e baixos níveis
de dureza, não sendo recomendado para peças sujeitas a esforços elevados.
Para melhorar as características do alumínio, foram desenvolvidas novas ligas e
processos de beneficiamento. Eles são usados com a finalidade de dar ao metal
características especiais para usos especiais (ABAL,2006).
Existem várias maneiras para melhorar as propriedades de um metal. Podem-se
acrescentar elementos químicos e obter uma liga. Por meio de processos mecânicos,
como laminação ou prensagem, pode-se torná-lo mais resistente. Também é possível
obter esse tipo de resultado com um processo de tratamento térmico. Isso é
perfeitamente aplicável ao alumínio.
Uma das funções das ligas de alumínio é aumentar a resistência mecânica sem
prejudicar as outras propriedades. Assim, novas ligas têm sido desenvolvidas
combinando as propriedades adequadas a aplicações específicas.
O metal pode manter mais elementos de liga em solução sólida em temperaturas
elevadas, do que nas temperaturas mais baixas. Conseqüentemente, quando resfriado,
ele tende a precipitar o excesso dos elementos de liga da solução. Este precipitado
pode ser na forma de partículas duras (compostos intermetálicos). Estes agregados de
átomos metálicos tornam a rede cristalina ainda mais rígida e endurecem a liga.
3 8
As ligas de alumínio o formadas principalmente com a adição de cobre,
magnésio, manganês, silício ou zinco ao alumínio. A escolha dos elementos e sua
proporção nessa adição dependem das propriedades finais que se quer obter.
A grande variedade de ligas comerciais de alumínio e de tratamentos térmicos
fornece combinações específicas de resistência mecânica, tenacidade à fratura,
resistência à fadiga, resistência à corrosão, soldabilidade etc. Estas características,
aliadas a elevadas relações resistência/massa específica e ao fato de não apresentarem
transição brusca ductil-frágil no comportamento em fratura com o abaixamento da
temperatura, tornam as ligas de alumínio materiais ideais para aplicações estruturais
em diversas temperaturas e níveis de carregamento.
O sistema de designação, apresentado pela Aluminum Association, divide as
ligas de alumínio em dois grupos básicos: as ligas trabalháveis tabela (2.2) e as ligas
fundidas tabela (2.5).
2.2.3 – Alumínio – ligas trabalhadas.
Tabela (2.2) – Sistema de designação do alumínio e ligas de alumínio trabalhado
(AA,2000).
ALUMÍNIO E SUAS LIGAS - TRABALHAVEIS
Designação da série Indicação da composição
1XXX 99,00% mín. de alumínio
2XXX Cobre
3XXX Manganês
4XXX Silício
5XXX Magnésio
6XXX Magnésio e Silício
7XXX Zinco
8XXX Outros elementos
9XXX Série não utilizada
O sistema de designação, apresentado pela Aluminum Association, para os
materiais trabalhados é composto de quatro dígitos. O primeiro classifica a liga pela
série segundo o principal elemento adicionado; o segundo, se diferente de zero, indica
3 9
a modificação na liga básica; e o terceiro e o quarto indicam para o alumínio o teor
mínimo deste metal, e, para as ligas, identificam as de composição específica.
As ligas da série 7XXX são geralmente usadas em aplicações que envolvem
componentes altamente carregados mecanicamente. Algumas ligas apresentam elevada
tenacidade à fratura, resistência mecânica e resistência à fadiga
Alguns exemplos de ligas com características e aplicações principais estão
relacionados na tabela (2.3). A composição química das ligas de alumínio mais usadas
nas indústrias aeronáutica e aeroespacial, conforme as especificações da Alcoa
Aluminum Standard, estão na tabela (2.4).
4 0
Tabela (2.3) – Ligas trabalháveis: tipos, características e aplicações (ABAL, 2006).
LIGAS DE ALUMÍNIO TRABALHÁVEIS
Liga Características Aplicações
1050
1100
Alumínio comercialmente puro, muito
dúctil no estado recozido, indicado para
deformação a frio. Estas ligas m
excelente resistência à corrosão, que é
crescente com o aumento da pureza da liga
Equipamentos para indústrias alimentícias, químicas,
bebidas, trocadores de calor ou utensílios domésticos.
1350
Alumínio 99,5% de pureza, com
condutividade mínima de 61% IACS.
Barramentos elétricos, peças ou equipamentos que
necessitem de alta condutibilidade elétrica.
2017
2024
2117
2219
Ligas AlCu, com elevada resistência
mecânica, alta ductilidade, média
resistência à corrosão e boa usinabilidade.
Peças usinadas e forjadas, indústria aeronáutica,
transporte, máquinas e equipamentos.
3003
Ligas AlMn, com boa resistência à
corrosão, boa conformabilidade e
moderada resistência mecânica. São ligas
de uso geral.
Carrocerias de ônibus e de furgões, equipamentos
rodoviários e veículos em geral, reboques, vagões,
utensílios domésticos, equipamentos para indústria
química e alimentícia, telhas, cumeeiras, rufos,
calhas, forros, construção civil e fachadas.
4043
4047
Ligas AlSi utilizadas em varetas de solda. Soldagem das ligas das ries 1XXX, 3XXX e
6XXX.
5005
5052
5056
Ligas AlMg são dúcteis no estado recozido,
mas endurecem rapidamente sob trabalho a
frio. Alta resistência à corrosão em ambientes
marítimos. Em geral a resistência mecânica
aumenta com os teores crescentes de
magnésio.
Carrocerias de ônibus e de furgões, equipamentos
rodoviários e veículos em geral, estruturas solicitadas,
reboques, vagões ferroviários, elementos estruturais,
utensílios domésticos, equipamentos para indústrias
química e alimentícia, telhas, cumeeiras, rufos, calhas,
forros, construção civil, fachadas e embarcações.
6053
6061
6063
6351
Ligas AlMgSi, tratáveis termicamente com
excelente resistência mecânica na têmpera T6.
Carrocerias de ônibus e de furgões, equipamentos
rodoviários e veículos em geral, estruturas solicitadas,
reboques, vagões ferroviários, elementos estruturais,
utensílios domésticos, equipamentos para indústrias
química e alimentícia, telhas, cumeeiras, rufos, calhas,
forros, construção civil, fachadas e embarcações.
7075
7178
Ligas AlZn, tratáveis termicamente, alta
resistência mecânica, boa resistência à
corrosão e boa conformabilidade.
Peças sujeitas aos mais elevados esforços
mecânicos em indústrias aeronáutica, de defesa,
máquinas e equipamentos, moldes para injeção de
plástico e estruturas.
4 1
Tabela (2.4) - Composição química das ligas de alumínio trabalhadas Alcoa
Aluminum Standards (AA,2000)
COMPOSIÇÃO QUÍMICA DAS LIGAS DE ALUMÍNIO TRABALHADAS
Alloy Cu Mg Zn Li Mn Cr Zr Sc Ag V Si Cd Ti
2024
4,4 1,5 0,7 0,50* 0,50*
2324
4,1 1,5 0,6 0,10* 0,12*
2219
6,3 0,3 0,18 0,10 0,20* 0,30*
2519
5,9 0,2 0,3 0,18 0,10 0,25* 0,30*
6013
0,8 1,0 0,3 0,60* 0,50*
7075
1,6 2,5 5,6 0,3* 0,23 0,40* 0,50*
7475
1,6 2,3 5,8 0,20 0,12* 0,15*
2,0 1,9 5,7 0,08
7050
- - - 0,10* 0,04* - 0,12* 0,15* 0,06*
2,6 2,6 6,7 0,15
7150
2,2 2,3 6,4 0,12 0,10* 0,12*
7055
2,3 2,05 8,0 0,12 0,10* 0,15*
2020
4,5 1,2 0,5 0,20* 0,30* 0,2
2090
2,7 2,1 0,11 0,10* 0,12*
2091
2,0 1,3 2,0 0,11 0,20* 0,30*
2094
4,8 0,4 1,3 0,11 0,4 0,12* 0,15*
2095
4,3 0,4 1,3 0,11 0,4 0,12* 0,15*
2195
4,0 0,4 1,0 0,11 0,4 0,12* 0,15*
2096
2,7 0,4 1,6 0,11 0,4 0,12* 0,15*
2097
2,8 0,35* 0,35* 1,5 0,35 0,11 0,12* 0,15*
2197
2,8 0,25* 0,05* 1,5 0,3 0,11 0,10* 0,10*
8090
1,2 0,8 2,4 0,11 0,20* 0,30*
1420
5,2 2,1 0,11 0,15* 0,20*
1421
5,2 2,1 0,11 0,17 0,10* 0,15*
1440
1,5 0,8 2,4 0,11 0,10* 0,15*
1450
2,9 2,1 0,11 0,10* 0,15*
1460
2,9 2,25 0,11 0,09 0,10* 0,15*
(*) Valores máximos admitidos
2.2.4 – Alumínio – ligas fundidas.
Os materiais para fundição são designados com três dígitos
separados de um quarto dígito por um ponto. O primeiro dígito indica a
liga pela série segundo o elemento principal adicionado; o segundo e o
terceiro dígitos caracterizam as ligas de composição específica; e o
quarto, que segue o ponto, indica: se for dígito 0, peça fundida em
moldes, se for dígito 1, material na forma de lingote. Possíveis
4 2
modificações que ocorram nas ligas já classificadas ou nos limites de
impurezas são indicados por uma seqüência de letras, após o sistema de
classificação. A seqüência inicia-se com a letra A e omitem-se as letras
I, O, Q e X, que são reservadas para as ligas experimentais.
Tabela (2.5) Sistema de designação do alumínio e ligas de alumínio fundido
(AA,2000).
ALUMÍNIO E SUAS LIGAS FUNDIDAS
Designação da série Indicação da composição
1XX.X 99,00% mín. de alumínio
2XX.X Cobre
3XX.X Silício e cobre e/ou magnésio
4XX.X Silício
5XX.X Magnésio
6XX.X Série não utilizada
7XX.X Zinco
8XX.X Estanho
9XX.X Outros elementos
Diferentemente dos materiais trabalháveis, sujeitos a uma variação dos processos
de aquecimento e de resfriamento, as ligas de fundição adquirem suas propriedades na
condição de fundida (em alguns casos, com tratamento térmico).
A tabela (2.6) apresenta algumas das mais importantes ligas de alumínio
utilizado em fundição e suas principais aplicações.
4 3
Tabela (2.6) – Ligas fundidas: características e aplicações (ABAL,2006).
LIGAS DE ALUMÍNIO UTILIZADAS EM FUNDIÇÃO
Liga Características Aplicações
150.0
Alumínio comercialmente puro com excelente
resistência à corrosão e boa condutividade elétrica
(57% IACS), não tratável termicamente. Fundição
em molde permanente, areia e sob pressão.
Acessórios utilizados nas indústrias químicas e de
alimentação, rotores, condutores elétricos e
equipamentos industriais.
242.0
Excelentes propriedades mecânicas em
temperaturas elevadas e muito boa usinabilidade.
Baixa resistência à corrosão. Fundição em moldes
permanentes e em areia.
Pistões e cabeçotes para aviões, motores a diesel e
de motocicletas.
295.0
Média resistência, boa usinabilidade. Baixa
resistência à corrosão. Fundição em areia.
Elementos estruturais de máquinas, equipamentos
e aviação, cárter, rodas de ônibus e de aviões.
319.0
Resistência mecânica moderada e boas
características de fundição e usinagem. Fundição
em molde permanente e em areia.
Uso geral, além de revestimentos e caixas de
equipamentos elétricos.
355.0
Média resistência mecânica, com excelente
fluidez, boa usinabilidade após tratamento
térmico, boa estanqueidade sob pressão. Fundição
em moldes permanentes e em areia.
Peças complexas ou sob tensão, cabeçote de
cilindros, corpo de válvulas, camisa de água,
união para mangueiras, acessórios para indústria
de máquinas e na construção civil.
C355.0
Similar à 355.0, mas com maior resistência
mecânica, excelente característica de alimentação
(ideal para peças fundidas espessas). Fundição em
moldes permanentes e em areia.
Peças estruturais sob tensão, componentes de
aviação e de mísseis, acessórios de máquinas e
equipamentos, construção civil, fachadas e
embarcações.
356.0
Média resistência mecânica, excelente fluidez e
estanqueidade sob pressão, boa resistência à
corrosão e usinabilidade. Fundição em moldes
permanentes e em areia.
Peças fundidas com seções finas, cilindros,
válvulas, cabeçotes, blocos de motores,
ferramentas pneumáticas e componentes
arquiteturais anodizados na cor cinza.
357.0
Elevada resistência mecânica, excelente fluidez e
resistência à corrosão. Fundição em molde
permanente e areia.
Peças sob tensão que exigem relação de peso com
elevadas propriedades mecânicas e de resistência
à corrosão, tais como, componentes de aviação e
de mísseis.
350.0
Excelente estanqueidade sob pressão, resistência à
corrosão e muito boa usinabilidade. Fundição sob
pressão.
Recipientes e componentes de iluminação, peças
externas de motores e utensílios domésticos.
380.0
Bom acabamento superficial, muito boa
usinabilidade, podendo ser anodizada. Fundição
sob pressão.
Peças de utensílios domésticos em geral.
4 4
Tabela (2.6) - continuação
A380.0
Elevada resistência mecânica tanto em locais com
temperaturas ambiente como elevadas, muito boa
fluidez, boa estanqueidade sob pressão,
usinabilidade e resistência à corrosão. Fundição
sob pressão.
Peças para utensílios domésticos em geral,
indústrias elétrica e automotiva.
413.0
Excelente estanqueidade sob pressão e resistência
à corrosão, baixa usinabilidade. Fundição sob
pressão.
Caixas de medidores de energia elétrica, peças
externas de motores e peças fundidas com seções
finas que requerem boa resistência à corrosão.
443.0
Baixa resistência mecânica, muito boa fluidez,
excelente estanqueidade sob pressão e resistência
à corrosão. Fundição em molde permanente, areia
e sob pressão.
Peças fundidas com seções finas, utensílios
domésticos, moldes para artefatos de borracha e
componentes arquiteturais anodizados na cor
cinza.
518.0
Excelente usinabilidade e resistência à corrosão,
alta ductilidade, baixa fluidez e excelentes
propriedades de acabamento superficial. Fundição
sob pressão.
Aplicações marítimas, acessórios ornamentais de
máquinas e equipamentos.
520.0
Excelente resistência mecânica, inclusive sob
cargas de impacto, boas condições de anodização
e de polimento, baixa fluidez, excelente
usinabilidade e resistência à corrosão, mas
suscetível à corrosão sob tensão em temperaturas
acima de 120ºC. Fundição em areia.
Peças submetidas a elevadas tensões na
engenharia de aviação, marítima e de transporte.
712.0
Boas propriedades mecânicas, envelhece
naturalmente, se retempera após soldagem,
excelente usinabilidade e boa resistência à
corrosão. Fundição em areia.
Peças fundidas para conjuntos de brasagem
2.2.5 – Ligas de alumínio – série 7000 - ligas Al–Zn
Entre as ligas da série 7XXX (Al-Zn) destacam-se os subgrupos Al-Zn-Mg e
Al-Zn-Mg-Cu. Assim como as ligas Al-Cu e Al-Mg-Si, são ligas endurecíveis por
precipitação, ou seja, mediante tratamento térmico controlado em condições
específicas, geralmente de solubilização e envelhecimento, apresentam ganhos
significativos de dureza. Encontram sua principal aplicação na fabricação de aviões,
uma vez que essas ligas da série 7XXX são aquelas que atingem os níveis mais
4 5
elevados de resistência mecânica entre as ligas de alumínio (ASM, 1990;
INFOMET/ALUMÍNIO, acesso 17/08/2006).
2.2.6 – A liga AA 7050
As ligas AA 7050 são muito usadas na indústria aeronáutica. São constituídas
basicamente dos elementos Al-Zn-Mg-Cu e desenvolvem alta resistência em seções
espessas, boa tenacidade à fratura, alta resistência à corrosão por esfoliação, sem perda
de resistência em fadiga, comparativamente as suas antecessoras mais próximas: as
ligas 7079 e 7075 (CAMPOS, 2000; MENDOZA, 1986).
A liga 7050 é utilizada em partes estruturais de aeronaves, por
apresentar alta tenacidade à fratura, alta resistência à fadiga, excelente
resistência à corrosão por esfoliação e corrosão sob tensão (LIU;
KULAK, 2000; STANLEY; HUNT, 2002; ASM,1967; BUCCI, 1979).
Alem das suas propriedades metalúrgicas, esta liga demonstra
excelente usinabilidade na fabricação de peças espessas e de geometria
complexas.
Algumas das aplicações típicas utilizadas em aeronaves são: nas
asas (nervuras das empenagens, longarinas, rebites reforçadores e
revestimentos), trem-de-pouso (nas partes de suporte) e em cavernas
onde exigem maior responsabilidade mecânica da fuselagem e não podem
apresentar problemas superficiais que geram trincas (MULLINO;
SILVA; VILELA, 1980).
A figura (2.1) apresenta algumas aplicações da série 7000 na
aviação civil (ROSATO, 2003).
4 6
Figura (2.1) Principais aplicações das ligas da série 7000 nas estruturas aeronáuticas
civis (adaptado de ROSATO, 2003).
2.3 TRATAMENTOS TÉRMICOS E MECÂNICOS DA LIGAS DE
ALUMÍNIO
2.3.1 - Normalização
Complementando o sistema de normalização, existe o sistema de designação da
condição de endurecimento do material obtido por tratamento mecânico ou térmico. O
sistema de designação é alfa numérico e recebe a seguinte designação: as letras usadas
são F, O, H, W e T (AA, 2000; MIL, 1998; ABAL,2006):
Classificação de tipos de tratamentos, adotada pela Aluminum
Association:
F = como fabricado: aplica-se aos produtos resultantes de
conformação mecânica (laminação, extrusão e outros)
O = recozido: aplica-se aos produtos inicialmente trabalhados e
depois recozidos para obter a resistência mecânica mais baixa, e aos
Asas
Revestimento Superior: Al 7050-T7451
Revestimento Inferior: Al 7475-T7351
Longarinas: Al 7050-T7452 / Al 7475-T7351
Estabilizadores Horizontais
Reforçador: Al 7050-T6511
Longarinas: Al 7050-T7451 / Al 7475-T7351
Estabilizador Vertical
- Reforçador: Al 7050-T6511
- Longarinas: Al 7050-T7451 / Al 7475-T7351
Fuselagem
Reforçador: Al 7050-T6511
4 7
produtos fundidos que são recozidos com o objetivo de aumentar a
ductilidade e a estabilidade dimensional.
W = solubilizado: têmpera instável aplicável somente às ligas que
envelhecem espontaneamente na temperatura ambiente (envelhecimento
natural) após solubilização. Esta designação é especificamente usada
quando o período de envelhecimento natural é indicado, como por
exemplo no caso de W 1hora.
T = termicamente tratado para produzir têmperas estáveis diferentes
de F, O ou H: aplica-se aos produtos que são termicamente tratados, com
ou sem deformação suplementar, para produzir têmperas estáveis.
A letra T é sempre seguida por um ou mais dígitos. Um período de
envelhecimento natural pode ocorrer entre as operações relacionadas
para as têmperas T.
Exemplo: T7 = solubilizado e estabilizado. Aplica-se a produtos que
são estabilizados após solubilização para levá-los além do ponto de
máxima resistência mecânica, de modo a permitir o controle de alguma
característica especial.
Para o caso específico do material utilizado neste estudo empregou-
se o tratamento T7451.
T7451= solubilização, resfriamento rápido, estiramento nominal
permanente até 2% em relação às dimensões originais e duplo
envelhecimento artificial.
2.4 - CORROSÃO – CONCEITO – TIPOS – CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS
2.4.1 - Conceito
Ao se considerar o emprego de materiais na construção de equipamentos ou
instalações é necessário que estes resistam à ação do meio corrosivo, além de
apresentar as propriedades mecânicas requeridas para o seu desempenho.
A corrosão pode incidir sobre diversos tipos de materiais, sejam metálicos como
os aços ou as ligas de cobre, ou não-metálicos, como plásticos, cerâmicos ou concretos
(ABRACO, 2006).
4 8
Os processos de corrosão eletroquímica são mais freqüentes na natureza e se
caracterizam basicamente por (ABRACO, 2006):
* necessariamente na presença de água no estado líquido;
* temperaturas abaixo do ponto de orvalho da água, sendo a grande maioria na
temperatura ambiente; e
* formação de uma pilha ou célula de corrosão, com a circulação de elétrons na
superfície metálica.
Nos processos de corrosão, os metais reagem com os elementos não metálicos
presentes no meio, O
2
, S, H
2
S, CO
2
entre outros, produzindo compostos semelhantes
aos encontrados na natureza, dos quais foram extraídos. Conclui-se, portanto, que
nestes casos a corrosão corresponde ao inverso dos processos metalúrgicos, como pode
ser observado na figura (2.2).
Figura (2.2) – Processo metalúrgico x processo de corrosão(ABRACO, 2006).
Os processos de corrosão química são, por vezes, denominados corrosão ou
oxidação em altas temperaturas. Estes processos são menos freqüentes na natureza, e
envolvem operações onde as temperaturas são elevadas.
Tais processos corrosivos caracterizam-se basicamente por:
* ausência da água líquida;
* temperaturas, em geral, elevadas, sempre acima do ponto de orvalho da água; e
* interação direta entre o metal e o meio corrosivo.
4 9
2.4.2 – Principais tipos de corrosão
Os processos corrosivos de natureza eletroquímica apresentam mecanismos
idênticos porque sempre são constituídos por áreas anódicas e catódicas, entre as quais
circula uma corrente de elétrons e uma corrente de íons. Entretanto, a perda de massa e
o modo de ataque sobre o material dá-se de formas diferentes determinando o tipo de
corrosão. Os principais processos de corrosão são (ABRACO, 2006):
* corrosão uniforme;
* corrosão por pites;
* corrosão por concentração diferencial;
* corrosão galvânica;
* corrosão seletiva;
* corrosão por escoamento de fluidos;
* corrosão intergranular; e
* corrosão sob tensão.
2.5 - PROTEÇÃO CONTRA CORROSÃO
2.5.1 – A proteção anticorrosiva
Os materiais metálicos podem ter resistência própria à corrosão ou
tê-la ampliada pela utilização dos métodos ou técnicas de proteção
anticorrosiva.
A tecnologia hoje existente permite a utilização dos materiais em
praticamente todos os meios corrosivos com a durabilidade dentro da
extensão desejada.
A resistência à corrosão dos materiais metálicos está associada ao
fato deles serem expostos ao meio corrosivo, apresentando taxas de
corrosão baixas e controladas (ABRACO, 2006).
2.5.2 - Resistência própria do material à corrosão
Os materiais metálicos podem possuir resistência própria a
determinados meios corrosivos. Esta resistência está associada à
passivação do material no meio corrosivo considerado, que é função da
composição química do material. Dentre os elementos de liga que
5 0
formam a camada passiva podem-se citar: alumínio, cromo, titânio e
níquel (ABRACO, 2006).
2.5.3 - Métodos que melhoram a resistência à corrosão eletroquímica.
Alguns materiais de elevado uso industrial possuem baixa
resistência à corrosão na maioria dos meios. Esta resistência pode ser
melhorada, ampliada ou até mesmo obtida no seu grau mais elevado,
utilizando de técnicas ou métodos de proteção anticorrosiva que
promovem a passivação ou a polarização do material. Dentre estas
técnicas ou métodos podem ser citados os revestimentos, os inibidores
de corrosão, as técnicas de modificação do meio, a proteção catódica e a
anódica (ABRACO, 2006).
2.5.4 -
Revestimentos protetores
Os revestimentos protetores são películas aplicadas sobre a superfície metálica e
que dificultam o contato da superfície com o meio corrosivo e impedem a difusão do
oxigênio ou outro elemento reativo até o substrato. Os óxidos metálicos naturais,
encontrados no alumínio ou no aço inoxidável, ou o óxido artificial da anodização são
exemplos deste tipo de revestimento. Este tipo de proteção perde sua eficiência quando
alguma falha permite o acesso do agente agressor ao substrato (AMORIM, 2003).
Outros recobrimentos anti-corrosivos para peças metálicas usam os processos de
eletro-deposição (FONTANA; GREENE, 1983). A eletro-deposição na
superfície dos aços geralmente reduz a resistência à fadiga do material. As condições
do processo produzem grandes variações nas tensões residuais, na adesão, na
porosidade e na dureza da camada depositada (DIETER, 1988).
Cádmio, cromo e níquel, são materiais aplicados por eletrodeposição. Peres
(1996) observou que a deposição de cádmio no aço 4340, não afetou a resistência a
fadiga por ser um material mais dúctil que o substrato. O cromo duro quando aplicado
apresenta micro trincas em sua camada (JONES, 1989; TORRES, 2002) e reduz a
resistência à fadiga do aço, somente sendo justificada sua utilização quando a
resistência ao desgaste é um fator essencial de projeto (TORRES, 2002;
NASCIMENTO et al, 2001). O níquel também reduz a resistência à fadiga e sua
5 1
utilização é recomendada para peças fixas com necessidade de elevada dureza
superficial (AMORIM, 2003).
Em contraste com a aletrodeposição, a anodização não produz um depósito sobre
a superfície, mas converte o material base em um óxido de alta dureza e apresenta
porosidade.
2.6 – A CORROSÃO E A INDÚSTRIA AERONÁUTICA
O envelhecimento das aeronaves despertou interesse da comunidade aeronáutica
internacional, no que diz respeito ao desenvolvimento de novos métodos de proteção
de corrosão. A corrosão na estrutura das aeronaves é resultante da combinação de
certos fatores como a seleção de ligas e mperas susceptíveis à corrosão, utilização de
um sistema de proteção inadequado ou deteriorado, e exposição a vários ambientes
corrosivos.
As aeronaves modernas são construídas com ligas metálicas leves, que são
altamente reativas aos contaminantes atmosféricos. A atmosfera salina das regiões
costeiras e os contaminantes industriais das áreas urbanas atacam as ligas metálicas
(PIRES; MORALES, 2002).
Praticamente todas as partes da aeronave estão sujeitas a danos causados por
corrosão, mas certas áreas como a canoa do avião, compartimento de bateria,
lavatórios e compartimentos dos trens-de- pouso, são mais susceptíveis à corrosão.
Tais áreas devem ser limpas e inspecionadas mais freqüentemente do que as demais
áreas da aeronave. A severidade da corrosão nestas áreas pode ser aumentada por uma
série de fatores que inclui presença de poluentes industriais; utilização de produtos
químicos nas pistas dos aeroportos, para evitar a formação de gelo; umidade; variações
extremas de temperaturas; ventos provenientes de ambientes corrosivos (PIRES;
MORALES, 2002; FAA, 1991).
2.6.1 – A corrosão nas ligas de alumínio
A resistência à corrosão em ligas de alumínio varia de liga para
liga, e depende da composição da liga, do meio agressivo e das medidas
de proteção superficial aplicadas, tais como a anodização.
A superfície do material reage quando exposta ao ar e a meios
5 2
aquosos, formando espontaneamente uma camada de óxido, na faixa de
0,001-0,0025
m
µ
. Essa camada é estável, com boa adesão, impermeável
ao oxigênio e, embora extremamente fina, atua como uma proteção
superficial (CAMPOS, 2000; FAA, 1991). Porém, essa camada pode
deteriorar caso o meio tenha pH alto (> 8,5 - alcalino) ou baixo (<4 -
ácido), além dos danos mecânicos superficiais, que podem gerar pites de
corrosão (HOLLINGWORTH; HUNSICKER, 1996).
2.6.1.1 - Corrosão uniforme ou geral em ligas de alumínio
A corrosão uniforme raramente ocorre em ligas de alumínio, exceto
quando em meio muito alcalino ou muito ácido, e expostas por longos
tempos (MAGNUSEN, 1997), e frequentemente medida pela perda de
massa por unidade de tempo.
E freqüentemente medida pela perda de massa por unidade de
tempo.
2.6.1.2 - Corrosão por esfoliação em ligas de alumínio
A corrosão por esfoliação pode ocorrer nas séries 2000 (Al-Cu) e
7000 (Al-Zn-Mg-Cu), que tenham sido extrudadas, laminadas ou
forjadas, com uma microestrutura que contém grãos alongados
(CAMPOS, 2000).
2.6.1.3 - Corrosão sob tensão (CST) em ligas de alumínio
A corrosão sob tensão é definida como a nucleação e crescimento de
trincas devido à ação combinada e simultânea de tensões de tração
(aplicada ou residual) e ao meio agressivo no qual o material está
exposto.
As trincas de corrosão sob tensão (CST) observadas em
componentes que falharam em serviço são geralmente intergranulares.
Os principais meios agressivos que podem causar corrosão sob
tensão nas ligas de alumínio são: umidade do ar, água, e atmosfera
marinha (ASM, 1992).
A ação conjunta dos esforços de tração atuando e o meio, corrosivo
provocam a nucleação e propagação de trincas e causam a ruptura final
5 3
da peça (MARTINS, 1996; HERTZBERG, 1976).
2.6.1.4 - Fadiga sob corrosão em ligas de alumínio
Ocorre em ligas de alumínio como resultado de uma ação combinada
de tensões cíclicas e meio corrosivo. As tensões cíclicas causam a
ruptura dos filmes protetores passivos e favorecem uma aceleração da
corrosão, podendo iniciar o aparecimento e o crescimento de trincas.
O controle para evitar ou minimizar o processo de fadiga sob
corrosão deve seguir algumas diretrizes, tais como (RUIZ, 1996):
* minimizar ou eliminar tensões cíclicas;
* reduzir a concentração de tensões ou redistribuí-las;
* selecionar o material e avaliar o projeto evitando seções criticas
como concentradores de tensões (ângulos vivos, ângulos retos, etc.);
* prevenir mudanças rápidas de carregamento, temperatura e
pressão;
* evitar projetos que transmitam muita vibração direta no
componente;
* limitar o fator corrosão no processo de corrosão fadiga: material
mais resistente e meio menos corrosivo;
* limitar as espessuras de camadas anodizadas;
* selecionar e revisar com cuidado os tratamentos térmicos de
solubilização e envelhecimento.
2.6.1.5 - Corrosão intergranular em ligas de alumínio
Ocorre ao longo ou adjacente aos contornos de grão, influenciado
por diferenças de potencial eletroquímico entre as regiões do contorno
de grão e os grãos adjacentes.
A susceptibilidade à corrosão intergranular é dependente da
composição química e do tratamento térmico, aumentando com o
crescimento do tamanho dos precipitados e com a diminuição do
espaçamento entre eles (RINGER, 1996).
Eliminando-se os precipitados, elimina-se a causa da corrosão
intergranular. Entretanto, no caso das ligas de alumínio mencionadas, os
5 4
precipitados são imprescindíveis para a elevação da resistência
mecânica. Na seleção do material para serviço em um determinado meio
corrosivo, deve-se evitar o uso de ligas susceptíveis à corrosão
intergranular (ABAL, 2006).
2.6.1.6 - Corrosão por pites em ligas de alumínio
É um tipo de corrosão localizada na qual ocorre a formação de
microcavidades ou pites na superfície do material e é a forma mais
comum de corrosão encontrada em ligas de alumínio.
Esses pites resultam de falhas ocorridas nos filmes passivadores que
sofrem ataques pelo meio agressivo, formando pilhas galvânicas.
Exames realizados em amostras de ligas de alumínio anodizadas
fraturadas comprovaram que um grande número de iniciadores de trincas
de fadiga estavam associados com pites, que podem ter sido originados
no processo de anodização. Entretanto, nesse processo foram produzidas
camadas muito finas, que podem ter tido um efeito prejudicial na
proteção à corrosão (SZKLARSKA, 1999).
2.6.1.7 - Corrosão-fadiga
A fadiga de um material é caracterizada pela nucleação e propagação de uma
trinca até a fratura, quando o material é submetido a solicitações mecânicas cíclicas.
Um processo corrosivo pode ser a causa do surgimento da trinca superficial por
onde se inicia a fadiga. A base da trinca é uma região tensionada e encruada que age
como área anódica em relação ao restante do material. Logo, a presença de um
eletrólito no interior da trinca provoca corrosão e acelera a progressão da mesma.
A associação dos dois efeitos causa a falha do material em um mero muito
menor de ciclos do que o fenômeno de fadiga ou corrosão isoladamente.
Com a ocorrência dos dois efeitos as curvas de fadiga ficam profundamente
modificadas e, mesmo para os metais ferrosos desaparece o limite de fadiga quando se
tem corrosão-fadiga (ABAL, 2006).
5 5
2.7 TRATAMENTO DE SUPERFÍCIE DO ALUMÍNIO
2.7.1 Condições gerais
A maioria dos metais, quando expostos ao meio ambiente, sofre um processo de
oxidação que, além de atingir diversos graus de severidade, transforma a superfície do
metal e modificam o seu aspecto e as suas propriedades mecânicas (DUTRA, 2002;
ABAL, 1996; GENTIL, 1996).
Para o alumínio, uma forma de minimizar ou neutralizar os efeitos dos
processos corrosivos é a anodização. Todos os tipos e formas de alumínio podem ser
anodizadas, porém, os acabamentos obtidos podem diferir em aparência, cor, espessura
de camada, brilho, resistência à corrosão e potencial elétrico de ruptura.
A anodização é um excelente meio de se proteger o alumínio, mas para se obter
resultados satisfatórios deverão utilizar-se ligas de alumínio que tenham sido
produzidas através de controles rigorosos que, consequentemente, assegurem um
tratamento superficial eficaz.
Anodização é um processo no qual a superfície de um metal, usualmente
alumínio, é convertida, por oxidação eletrolítica, em um revestimento protetor. A
anodização pode ser entendida como o oposto da eletrodeposição, na qual uma
película metálica é depositada na superfície do metal. Em virtude de ser o revestimento
obtido por anodização, na realidade, uma conversão da superfície, ela possui excelente
aderência, pois está integrada com o próprio metal.
No processo de anodização, o alumínio funciona como ânodo e um outro metal
ou o carbono funciona como cátodo. O eletrólito dentro do qual é colocado o alumínio
é geralmente ácido sulfúrico ou ácido crômico. Uma corrente elétrica é aplicada aos
elementos que compõem o processo e convertem a superfície do alumínio em um
revestimento de óxido de alumínio. É possível também incorporar cores ao processo
de anodização. Os revestimentos de óxido assim obtidos apresentam muito boa
resistência à abrasão, excelente proteção contra corrosão e boa rigidez dielétrica.
O alumínio anodizado é largamente empregado como material estrutural na
indústria, na construção civil, como elemento decorativo, na fabricação de autopeças,
em produtos para consumo em geral, ferragens para aplicação na indústria
eletroeletrônica e na indústria aeronáutica (ABRACO, 2006; CPMA, 2001).
5 6
Na anodização, pode-se controlar a espessura da camada de óxido, atingindo-se
valores em torno de 20-40 µm, podendo-se chegar a 200 µm ou até mais. A aderência
é boa, a elasticidade é pequena, a resistência à corrosão e ao desgaste mecânico é
grande (CPMA, 2001).
O eletrólito utilizado no processo de anodização deve ser capaz de remover a
camada de óxido formada ao ar (camada porosa) e de não dissolver a camada de óxido
formada durante o processo (camada compacta) (ABAL, 1996; CPMA, 2001).
A temperatura utilizada no processo pode ser ambiente, para caso de anodização
normal, ou abaixo de zero, na faixa de -5 a -10 °C, para caso de anodização dura.
Quanto menor a temperatura, menores serão os poros e maior a dureza (ABAL, 1996;
CPMA, 2001).
O processo de anodização é um processo exotérmico, de forma que
necessidade de agitação para a redução da temperatura na superfície do material.
Embora todos os filmes anódicos sejam mais duros do que o metal substrato, os
recobrimentos produzidos pelo ácido crômico e alguns banhos de ácido sulfúrico são
muito finos ou maleáveis (CPMA, 2001).
2.7.2 Parâmetros envolvidos na anodização do alumínio e suas ligas
2.7.2.1- A estrutura da camada anódica
A estrutura básica da camada anódica é constituída por células
hexagonais, representada esquematicamente na figura (2.3), cada uma
delas com um poro central. No fundo dos poros forma-se uma fina
camada barreira, que separa o óxido em formação do alumínio.
Essencialmente, o tamanho das células é determinado pela voltagem,
enquanto que a espessura da camada é determinada pelo número de
Coulomb que passa através dela (relação corrente x tempo). As
características da camada anódica dependem do tamanho e do volume
dos poros e está diretamente ligada a remoção do calor gerado no
processo (ABAL, 1996).
5 7
Figura (2.3) - Corte esquemático de um feixe de células hexagonais
(ABAL,1996).
A camada de óxido formada constitui-se de células hexagonais
sobrepostas, onde o centro é de alumina amorfa, pouco resistente a
ácidos, e a periferia é formada de alumina cristalina, muito resistente
aos ácidos. Aparecem na superfície da camada barreira, milhares de
pontos de ataque, conseqüência do efeito da dissolução da película pelo
eletrólito, que se produz no centro das células de alumina, e que
constitui o começo dos poros, formando a camada porosa.
Os estados sucessivos de crescimento da camada, a partir de um
poro isolado, estão representados nas Figuras (2.4) e (2.5) (ABAL,
1996).
Figura (2.4) Película anódica em início de formação em eletrólito com
ação dissolvente sobre a película (ABAL, 1996).
5 8
Figura (2.5) Película anódica em estados sucessivos do progresso de
película anódica, a partir de um pólo isolado (ABAL, 1996).
A anodização, como citado anteriormente, é um processo
eletroquímico que tem por objetivo produzir uma camada de óxido
porosa, na superfície do alumínio (ASM, 1996).
A camada anodizada, por ser uma oxidação eletrolítica do próprio
metal, salienta os defeitos existentes ou revela irregularidades que não
são visíveis no metal bruto (ABAL, 1996).
A ação de cargas cíclicas pode causar a destruição da camada
anodizada, permitindo o surgimento de pites que atuam como
concentradores de tensão (DIETER, 1988).
Os recobrimentos anódicos são duros e frágeis, podendo trincar
facilmente quando sofrem deformações mecânicas. Trincas podem
nuclear na camada e atuam como fontes potenciais de falhas por fadiga
(BEITEL; BOWLES, 1971; ABRAMOVICI, LEBLANC; WEAVER,
1991).
Campos (2000), trabalhando com a liga Al7050, com anodização
crômica observou a nucleação de trincas na superfície da camada
anodizada e sua propagação para o interior do substrato, reduzindo a
resistência à fadiga. A redução da resistência foi maior para as maiores
espessuras de camada.
5 9
2.7.3 - Anodização em meio sulfúrico e crômico.
2.7.3.1 Anodização em meio sulfúrico
É o processo anódico mais utilizado e o eletrólito é ácido sulfúrico.
Em função da temperatura e da voltagem, apresenta uma grande
versatilidade quanto à qualidade da camada formada, que vai desde a
porosa, de fácil coloração (bens de consumo/arquitetura), até aquelas
extremamente duras (fins técnicos) (ABAL, 1996).
2.7.3.2 - Anodização dura em meio sulfúrico
Neste processo, obtêm-se camadas consideravelmente mais duras do
que as clássicas. A dureza dessas camadas é comparável a do cromo-
duro, tendo uma elevada resistência à abrasão. Em virtude de sua maior
espessura, as camadas duras de óxido de alumínio são de coloração
cinza-claros ou até cinza-pretos, variando de acordo com a liga. Sua
aplicação destina-se a casos especiais (fins técnicos), onde são desejadas
grande dureza superficial, grande resistência ao desgaste. Ex.: pistões.
Este tipo de anodização não pode ser aplicado em peças que sofram
choques térmicos consideráveis, pois a película se romperia sob o efeito
das fortes dilatações (ABAL, 1996).
2.7.3.3 - Anodização em meio crômico
Este processo anódico, depois do ácido sulfúrico, é um dos mais
utilizados, com maior aplicação na indústria aeronáutica para tratamento
de peças, nas quais a forma pode produzir retenções do eletrólito (pecas
de bordas enroladas ou pregueadas).
Nesse tipo de peças, as soluções de eletrólito acabam retidas por
capilaridade e as lavagens, ainda que abundantes, não podem eliminá-las
totalmente.
Se o eletrólito retido for o ácido sulfúrico podem surgir sinais de
corrosão. Ao contrário, se for o ácido crômico a probabilidade de
corrosão é menor.
A anodização em meio crômico é a mais indicada para ligas com
alto teor de silício. As películas obtidas são de cor cinza claro para o
6 0
alumínio puro e cinza escuro para as ligas ricas em silício, sendo menos
porosas e mais delgadas que as obtidas em meio sulfúrico (ABAL, 1996).
2.7.3.4 - Selagem
É o processo de colmatação química da camada anódica do
alumínio, através do qual se impermeabilizam os poros da camada de
óxido, para neutralizar qualquer processo de absorção de agentes
externos agressivos.
A reação básica na selagem parece ser de conversão do óxido de
alumínio amorfo em uma forma estável e hidratada conhecida como
boemita (2AlOOH) (ABAL, 1996).
O processo de selagem está representado na tabela (2.7).
6 1
Tabela (2.7) Etapas do processo de selagem na anodização do Al
(ABAL, 1996).
SEQÜÊNCIA DO PROCESSO DE SELAGEM
Etapas
Representação Descrição
01
Estrutura do filme anódico não selado.
02
Precipitação do gel nas paredes dos poros e
no lado externo do filme.
03
Condensação do gel para formar o boemita,
continuando a reação, cuja taxa é controlada
pela difusão da água no filme e dos ânions
no líquido
04
Recristalização para formar a boemita
iniciando na superfície, formada pela
difusão da camada intermediária
2.8 – FADIGA EM MATERIAIS METÁLICOS
2.8.1 – Considerações gerais
O fenômeno da fadiga é descrito como uma falha ou ruptura que
ocorre após um componente ou estrutura ter sido submetido a ciclos de
tensões repetidos ou flutuantes, onde a tensão nominal máxima é inferior
ao limite de escoamento do material (SCHIJVE, 2001; SURISH, 1998;
DOWLING, 1993; CAMARGO, 1995; VOORWALD, 1990). Estudos
demonstram a existência de situações nas quais as tensões cíclicas
aplicadas na estrutura ou componentes multiplicam-se várias vezes nos
defeitos superficiais dos componentes (concentradores de tensões
geométricos K
t
) presentes preferencialmente na superfície externa dos
6 2
componentes, que o levam a romper devido ao acúmulo de danos físicos
ao nível inicialmente microscópio do material constituinte (SCHIJVE,
2001; SURISH, 1998; DIETER, 1988; MEYERS; CHAWLA, 1982).
2.8.2 – A falha por fadiga
Pode-se dizer que a falha por fadiga é uma falha progressiva de um componente
ou estrutura que se encontre submetido a carregamentos prolongados (repetidos,
cíclicos ou flutuantes). A falha ocorre em níveis de tensão menores que os necessários
para a falha sob carregamento estático.
A fadiga é uma das fontes mais comuns de falhas primárias que ocorrem em
componentes mecânicos sob condições operacionais, tais como aros e rodas de
caminhões, estruturas aeronáuticas na decolagem, em vôo e aterrizagem etc.
(SCHÜLTZ, 1996; ROLFE; BARSON, 1997).
A seqüência para a ocorrência da falha por fadiga inicia com a nucleação da
trinca por deformação plástica localizada, vinculada ao crescimento inicial ao longo de
planos de escorregamento. A seguir, tem-se o crescimento da trinca num plano
perpendicular ao da direção da tensão principal de tração. A terceira e última fase é
caracterizada pela fratura brusca final, onde a trinca atinge um tamanho crítico que
impossibilita o seu crescimento de forma estável (ATLURI; KOBAYASHI, 1986;
MILLER; GALLAGHER, 1981).
Os parâmetros que caracterizam um ciclo de carregamento estão indicados na
figura (2.6) e definidos nas equações de (2.1) até (2.8) (CAMARGO, 1995; DIETER,
1988; ASM, 1998).
Figura (2.6) - Parâmetros que caracterizam o ciclo de carregamento
(CAMARGO,1995).
6 3
Tensão máxima:
σ
max
=
Maior valor algébrico atingido pela tensão durante o ciclo.
Tensão mínima:
σ
min
=
Menor valor algébrico atingido pela tensão durante o ciclo.
Tensão média:
+
=
2
minmax
σσ
σ
m
(2.1)
Variação da tensão:
(
)
minmax
σ
σ
σ
=
(2.2)
Amplitude da tensão:
2
σ
σ
=
a
(2.3)
Razão de tensão:
max
min
σ
σ
=R
(2.4)
A relação dos parâmetros característicos de um ciclo de carregamento com o
fator intensidade de tensão (K), resultam:
Fator intensidade de tensão máximo:
K
máx
máx
=
σ π β
a
(2.5)
Fator de intensidade de tensão mínimo:
K
mín
mín
=
σ π β
a
(2.6)
Variação do fator intensidade de tensão:
βπσσ
.).(
minmin
aKKK
máxmáx
==
(2.7)
Razão de carregamento:
máxmáx
K
K
R
σ
σ
minmin
==
(2.8)
6 4
2.8.3 – O mecanismo de falha por fadiga
O processo de falha por fadiga de um material é iniciado pela formação de
microtrincas que coalescem, crescem e se tornam macrotrincas que se propagam até
que ocorra a ruptura final (MILLER; GALLAGHER, 1981).
Em condições normais de trabalho, as trincas de fadiga iniciam-se
em função de singularidades (riscos, mudanças de seção, pontos de
corrosão, inclusões e contornos de grãos) presentes na superfície do
componente ou logo abaixo dele. As microtrincas podem também estar
presentes no material como resultado de operações de solda, rebitagem,
tratamentos térmicos, tratamentos superficiais, trabalhos mecânicos, etc.
(MILLER; GALLAGHER, 1981; SHINOZAKI, 1983).
A nucleação das trincas de fadiga ocorre por um processo de deformação plástica
localizada, em escala microscópica, quando se formam intrusões e extrusões, que
podem crescer e se transformar em microtrincas.
São estas microtrincas que, por um processo contínuo de propagação, irão
originar as macrotrincas (fissura que apresentam um tamanho mínimo suficiente para
ser detectado usando-se técnicas de inspeção não-destrutivas) (IRVING;
MCCARTNEY, 1977; CIESLAK; MEHR, 1985).
2.8.3.1 - A nucleação da trinca por fadiga
Wood (1959) sugere um mecanismo para explicar a ocorrência das
trincas de fadiga, baseado na ocorrência de microdeformações na
superfície do material submetido a carregamentos de fadiga, que
provocam o surgimento de extrusões e intrusões, que podem crescer e se
propagar como uma trinca de fadiga. Durante parte do carregamento do
ciclo, o escorregamento ocorre num plano de favoravelmente orientado
e, durante parte do descarregamento do ciclo, o escorregamento ocorre
num plano paralelo.
O primeiro deslizamento cíclico pode criar uma extrusão ou uma intrusão na
superfície.
Uma intrusão pode crescer e formar uma trinca por continuidade de deformação
plástica durante os ciclos subseqüentes.
6 5
A figura (2.7) mostra esquematicamente este mecanismo.
Figura (2.7) - Modelo de Wood para a nucleação de trincas de fadiga (CAMARGO,
1995).
Metalografias realizadas cuidadosamente nas seções transversais de corpos-de-
prova mostraram que a trinca de fadiga tem início em intrusões e extrusões (WOOD,
1959).
Gough (1933) mostra que um metal sob carregamento cíclico se
deforma por escorregamento nos mesmos planos atômicos e nas mesmas
direções cristalográficas que em deformação unidirecional. As linhas de
escorregamento, quando ocorrem, podem atingir um valor de saturação
que são observadas como regiões distorcidas de escorregamento intenso.
As trincas geralmente ocorrem em regiões de deformação intensa, paralelas ao
que originalmente foi uma banda de escorregamento persistente (aparecem mesmo
após o ataque químico da superfície).
As bandas de escorregamento persistente são trincas de fadiga embrionárias, uma
vez que, após a aplicação de pequenas deformações de tração, elas se transformam em
trincas macroscópicas (SHINOZAKI, 1983).
2.8.3.2 - O mecanismo da propagação da trinca em fadiga.
As trincas de fadiga, uma vez formadas, tendem a se propagar inicialmente ao
longo dos planos de escorregamento, (estágio I) embora em seguida tomem a direção
normal à maior tensão de tração aplicada (estágio II). A propagação da trinca de fadiga
é normalmente transgranular. [figura (2.8) e figura (2.9)] (SCHIJVE, 1979,
CAMARGO, 1995).
6 6
Figura (2.8)- Estágios I -II: Propagação de trinca – esquemático (CAMARGO,1995).
Figura (2.9) - Superfície de fratura em fadiga – esquemática (CAMARGO,1995).
Na figura (2.9), observa-se que, próximo ao ponto de iniciação, (estágio I), a
trinca propaga-se sob condições de deformação plana; no estágio II, a trinca propaga-
se sob condições de tensão plana (MEYERS; CHAWLA, 1982).
Durante o estágio I o crescimento da trinca é de alguns nanometros por ciclo e
caracteriza-se pela propagação ao longo de uma banda de escorregamento até
encontrar um contorno de grão. A superfície de fratura não apresenta propriedades
características.
No estágio II, o crescimento da trinca é da ordem de micrômetros por ciclo e
caracteriza-se pela propagação em uma direção normal à tensão de tração. A superfície
de fratura apresenta freqüentemente a formação de rugas ou estrias de fratura por
fadiga, [figura (2.10)].
6 7
Figura (2.10) – Estrias de fratura por fadiga em uma liga Al 2024-T3 (SURISH, 1998).
Através de ensaios de fadiga com amplitudes programadas, observa-se que as
estrias representam à posição sucessiva de uma frente de trinca em cada ciclo
(DIETER, 1988; FINE, 1980).
O requisito fundamental para a propagação de trinca é que a tensão na ponta da
mesma deve ultrapassar a tensão coesiva teórica do material (DIETER, 1988;
MEYERS; CHAWLA, 1982).
A falha de um componente com trinca é sempre associada à presença de
concentradores de tensão.
O estágio III é a etapa final da propagação da trinca de fadiga e corresponde ao
seu estágio de ruptura instável devido ao fato da área resistente do corpo-de-prova ou
estrutura não ser suficiente para suportar os ciclos de tensão. Em decorrência dos
materiais empregados e dos valores das tensões cíclicas, a ruptura final apresenta uma
substancial deformação plástica, que é uma característica básica da fratura dúctil
(HERTZBERG, 1996; ASM, 1974; GRANDT Jr., 2003).
2.8.3.3 – A concentração de tensões na ponta da trinca.
Considere uma placa contendo uma trinca central sujeito a tensão uniforme de
tração [figura (2.11)], na qual a tensão esta sendo transmitida de uma extremidade da
placa a outra por meio de linhas de força.
Estrias de
f
adiga
Inclusões não
metálicas
6 8
Figura (2.11) - Uma cavidade central elíptica em uma placa sob tensão uniforme
σ
(CAMARGO, 1995).
Na figura (2.11), nota-se a perturbação das linhas de força nas extremidades da
cavidade.
Observa-se que, nas extremidades, o espaçamento das linhas é uniforme,
enquanto que na região central elas são distorcidas severamente pela presença da
trinca, isto é, o campo de tensão é perturbado. As linhas de força comportam-se como
linhas elásticas, que tentam minimizar seus comprimentos, gerando o agrupamento
próximo às extremidades da trinca.
Este agrupamento acarreta uma redução do espaçamento local e,
conseqüentemente, um aumento da tensão local. Em conseqüência, uma trinca de
comprimento 2a pode produzir tensões locais diversas vezes superiores à tensão
uniforme
σ
(MEYERS; CHAWLA, 1982).
2.8.4 – Curva de vida em fadiga (
-N)
A curva de vida em fadiga, também conhecida como curva tensão versus número
de ciclos (
-N), é obtida por meio de ensaios cíclicos, em diversos níveis de tensão,
até a fratura do corpo-de-prova.
Nas curvas (
-N) dos materiais ferrosos, observa-se à presença de um patamar de
tensão constante denominado de limite de fadiga (
σ
f
), que é uma propriedade
metalúrgica do material de grande importância num projeto estrutural, cujo valor típico
é 1,0.10
7
ciclos, para os materiais ferrosos (DIETER, 1988). O significado básico do
6 9
limite de fadiga é que o corpo de prova ou componente pode teoricamente suportar um
número infinito de ciclos de solicitações mecânicas sem se romper por fadiga (ASM,
1998).
A figura (2.12) apresenta uma representação esquemática da curva
-N para um
material ferroso.
Figura (2.12) Representação esquemática de curva de vida em fadiga (
-N)
(adaptado de TORRES,2002).
A existência de um limite de fadiga definido está relacionada à capacidade das
ligas de alumínio em possuir elementos de liga intersticiais, que as tornam susceptível
ao endurecimento por envelhecimento. Durante as solicitações cíclicas a criação de
inúmeros danos por fadiga, que diminuem as propriedades mecânicas do material.
Porém, num determinado número de ciclos, ocorre um balanço estável entre a criação
destes danos e o aumento da resistência mecânica causado pelo envelhecimento por
deformação, e constata-se então uma inflexão da curva (
–N), na qual a tensão assume
um valor constante. Esta inflexão é o limite de fadiga do material (SCHIVE, 2001;
SURISH, 1998).
Quando as solicitações cíclicas ocorrem num nível de tensão elevado, em geral
próximo ou superior ao limite de escoamento do material (
σ
e
), observa-se à ocorrência
de deformação plástica. O resultado é uma vida de curta duração (fadiga de baixo
7 0
ciclo), com valores de até algumas centenas de ciclos. Quando se aplicam níveis de
tensão baixos, ocorrem apenas deformações elásticas e a vida em fadiga é aumentada,
podendo atingir alguns milhares de ciclos (fadiga de médio ciclo) ou até centenas de
milhares de ciclos (fadiga de alto ciclo).
A figura (2.13) apresenta uma curva
-
N, esquemática, da vida em fadiga de um
componente metálico.
Figura (2.13) Curva
-
N vida em fadiga: baixo, médio e alto ciclo esquemático
(adaptado de ROSATO, 2003).
As curvas (
-
N), variam para diferentes classes de materiais, para
condições de processamento mecânico, tratamentos térmicos,
termoquímicos e superficiais, que alterem a microestrutura ou as
propriedades mecânicas estáticas do material. Outros fatores que
interferem na resistência a fadiga do material são: geometria do
componente, tensões médias, propriedades químicas do meio ambiente,
freqüência do carregamento, tensões residuais, temperatura e rugosidade
superficial.
2.8.5 – Nucleação de trincas por fadiga
2.8.5.1 – Nucleação superficial
A maioria das falhas por fadiga inicia-se na superfície do material. Para os tipos
mais comuns de carregamento em flexão ou torção, a tensão máxima ocorre na
7 1
superfície. Para a fadiga axial, a falha geralmente também ocorre a partir da superfície,
pela existência de fatores como rugosidade ou imperfeições que atuam como
concentradores de tensão (SCHÜLTZ, 1996; SRIRAM et al, 1990).
Nos processos de fadiga, a nucleação da trinca deve ocorrer na posição de maior
deformação ou de maior tensão atuante (BAPTISTA, 2000).
Além do carregamento, como citado, outros fatores contribuem para a
existência de concentradores de tensão na superfície:
* rugosidade superficial;
* partículas de segunda fase;
* condições ambientais, etc.
Diferentes acabamentos superficiais, produzidos por diferentes processos de
usinagem, afetam a resistência à fadiga do material. (DIETER, 1988).
Partículas de segunda fase, como inclusões ou precipitados, atuam como
concentradores de tensão e seus efeitos são maiores na superfície, do que no interior
do material (MURAKAMI; KODAMA; KONUMA, 1989). Trabalhos com aços de
alta resistência mostraram trincas de fadiga nucleadas na interface entre a inclusão e a
matriz ou ainda no interior da própria inclusão (LANKFORD, 1977; FINE, 1980;
AMORIM, 2003).
Condições ambientais agressivas e carregamento cíclico, combinados, favorecem
o aparecimento de pites na superfície, que atuam como concentradores de tensão,
reduzindo a resistência à fadiga (HUNEAU; MENDEZ; CHOQUEUSE, 2000).
2.8.5.2 – Nucleação abaixo da superfície
Sob determinadas condições pode ocorrer a nucleação das trincas no interior do
material. Defeitos internos (partículas de segunda fase, inclusões e precipitados) e
tratamentos de endurecimento superficial podem atuar sobre o material de forma a
criar condições de máxima tensão e ou mínima resistência em pontos abaixo da
superfície.
As inclusões, dependendo de tamanho, posição e geometria, atuam como
concentradores de tensão e podem permitir a nucleação da trinca em qualquer
profundidade (AMORIM, 2003; WANG, 2000).
7 2
O processo de shot peening, devido às tensões residuais compressivas induzidas,
também pode permitir a nucleação de trincas abaixo da superfície (STARKER;
WOHLFAHRT; MACHERAUCH, 1979, WANG, 1998).
Wagner (1999), estudando o efeito do shot peening no titânio, alumínio e ligas de
magnésio, mostrou que a nucleação das trincas da-se na máxima tensão trativa causada
no balanceamento das tensões.
2.8.6 – A influência dos revestimentos na resistência a fadiga
A aplicação de tratamentos superficiais sobre os materiais metálicos tem como
função principal melhorar o desempenho em relação ao desgaste e à corrosão.
Trabalhos com aços de alta resistência, revestidos com cromo duro, níquel, ligas
zinco-níquel e zinco cobalto, mostram que, para todos os revestimentos, ocorreu
redução na resistência à fadiga do material (NASCIMENTO; TORRES;
VOORWALD, 1999; ARIETA; GAWNE, 1995; AMORIM, 2003).
Nascimento et al (2001- (A) e (B)) desenvolveram trabalhos usando a deposição
de carboneto de tungstênio (WC-CO), pelo processo “high velocity oxi-fuel” (HVOF),
com bons resultados sobre a resistência a corrosão e ao desgaste abrasivo. Outros
trabalhos com o processo HVOF, com diferentes pós, apresentam melhores resultados
de resistência à corrosão, com camadas de WC-Co-Cr (SCHWETZKE, 1999; SOUZA
et al, 2003), porém em todos os casos houve redução da resistência à fadiga do
material base.
Ensaios de fadiga por flexão rotativa em aços recobertos com camadas de
material mais duro que o substrato mostram uma tendência à redução da resistência a
fadiga para praticamente todas as camadas estudadas (BUFFOLI; PESETTI, 1995;
PADILLA et al, 2002; GARCÉS, 1999).
Para o alumínio, o tratamento superficial mais usado é a anodização. Campos
(2000) estudou a influência da anodização crômica na resistência afadiga da liga de Al
7050 T7451 e observou que, para todas as espessuras estudadas, redução na
resistência e esta foi mais intensa quanto maior a espessura da camada anodizada.
A influência da anodização na resistência a fadiga da liga WE43A-T6 também
evidenciou uma redução na vida material (EIFERT; THOMAS, 1999).
7 3
2.9 – TENSÕES RESIDUAIS
2.9.1 – Considerações Gerais
Os processos de fabricação, os tratamentos mecânico e de superfície
usados na elaboração dos corpos-de-prova (usinagem, shot peening e
anodização) induzem tensões residuais no material, que interferem nos
resultados de resistência à fadiga dos componentes.
Por definição, tensões residuais são tensões auto-balanceadas que
existem em um material sob condições uniformes de temperatura e sem
que nele sejam aplicadas forças externas. As tensões residuais sendo
auto-balanceadas fazem com que o momento resultante e a força
resultante produzidos por elas tendam a zero (CARVALHO, 2004;
PYZALLA, 2000).
Esta distribuição de tensão é produzida se regiões do material forem
deformadas elasticamente ou plasticamente de tal forma que as
incompatibilidades de deformações causadas passem a ser permanentes.
Se uma estrutura receber um carregamento externo, a tensão real do
componente é a composição das tensões causadas pelos esforços externos
e pelas tensões residuais pré-existentes (TORRES, 2002).
O sistema de tensões residuais pode ser descrito em três escalas de
magnitude (TORRES, 2002; MACHERAUCH; KLOOS, 1987;
FONSECA, 2000):
Macroscópica: contempla toda a seção de uma peça, sendo
praticamente constante em grandes extensões de áreas e é caracterizada
pelo equilíbrio dentro de todo o corpo; se áreas próximas à superfície
estão em compressão residual, às áreas no centro devem estar em tração
residual para balancear os sistemas de forças.
Macroestrutural: é usada quando se consideram as tensões sobre um
grão individual, ou grupos de grãos. Os grãos são afetados pelo campo
de macrotensões, através de interfaces, entre partículas e matriz. As
tensões residuais ocorrem pela heterogeneidade e anisotropia de cada
cristal ou grão de material policristalino.
7 4
Microlocalizada: cada grão é composto de uma estrutura cristalina
tridimensional de átomos. As tensões são distribuídas por volumes
submicroscópicos em distâncias interatômicas dentro de um grão e
equilibram-se em pequenas partes deles. A magnitude dessas tensões
ocorre em função de defeitos cristalinos, tais como discordâncias,
inclusões e contorno de grãos.
O sistema de tensões residuais pode ser formado e alterado por
muitos processos de manufatura e condições de serviço que causam
mudanças térmica, metalúrgica, mecânica ou química no metal. Essas
mudanças podem ser significativas, pois todo o processo e ou tratamento
térmico e outras condições de serviços têm a possibilidade de afetar o
sistema de tensões residuais de modo positivo ou em detrimento a
resistência do material.
Resultados de resistência à fadiga do Al 6061, revestidos e não
revestidos por spray térmico, mostram que a resistência à fadiga está
relacionada efetivamente as tensões residuais compressivas ou trativas
nas camadas superficiais (MC GRANN, 1998).
As variações das tensões residuais podem ocorrer em função de
diversos mecanismos de intervenção sobre o material, que genericamente
podem ser divididos em três classes: por ação mecânica, por ação
térmica e por ação química. Na tabela (2.8) podem ser observados alguns
destes mecanismos.
7 5
Tabela (2.8) - Características que alteram as tensões residuais (adaptado
de HAUK, 1997; CARVALHO, 2004).
FATORES QUE AFETAM A TENSÃO RESIDUAL
Ação Mecânica Ação Térmica Ação Química
Usinagem, Retífica e Polimento
Tratamentos térmicos – Tempera, Revenimento,
Recozimento, Normalização, Solubilização,
Precipitação, Envelhecimento artificial, etc.
Ataques químicos –
Corrosão
Tratamento mecânico da superfície –
Shot peening
Tratamentos Termoquímicos – Cementação,
Nitretação, Cromação, Anodização, etc.
Oxidação – Corrosão
atmosférica
Conformação mecânica – laminação,
estampagem, dobramento, forjamento,
desgaste por atrito, etc.
Soldagem, Corte a chama Usinagem química
Tensões cíclicas Fundição
Tratamentos de
superfície -
Anodização
Eletrodeposição
A sobreposição dos três sistemas de tensões residuais determina o
estado de tensão residual que atua em um ponto particular do material.
2.9.2 Métodos para medição de tensões residuais
Atualmente, existem diversas técnicas para medição de tensões
residuais. Estas são inicialmente subdivididas em destrutivas,
semidestrutivas e não-destrutivas. Os primeiros dois tipos baseiam-se na
destruição do estado de equilíbrio das tensões residuais, ou seja, provoca
uma relaxação das tensões residuais no ponto ou na região de medição.
Geralmente, as variações de deformação causadas por esta relaxação
são obtidas e relacionadas a modelos matemáticos baseados na teoria da
elasticidade, que permitem o cálculo das tensões residuais (TORRES,
2002).
As técnicas destrutivas de determinação das tensões residuais mais
usadas são: o método do seccionamento e o método de retirada de
camadas.
Os métodos não-destrutivos são baseados em relações entre
variações de parâmetros físicos ou cristalográficos do material com as
7 6
tensões que provocam estas variações. Os principais métodos não
destrutivos são: difração de raios X, difração de nêutrons, método
ultrasônico e método magnético (CARVALHO, 2004).
O método semi-destrutivo mais utilizado é o furo cego (hole
drilling) (CARVALHO, 2004).
A tabela (2.9) apresenta os principais métodos de medição de
tensões residuais usados atualmente (ASTM, 1994).
Tabela (2.9) Métodos Medição de tensão residual
MÉTODOS DE MEDIÇÃO DE TENSÕES RESIDUAIS
Método
Profundidade
mínima de
análise
Tipo de tensão residual
medida
Característica do
método
Mecânico
1 mm Macroscópica Destrutivo
Método do
furo cego
20 µ m Macroscópica Semi-destrutivo
Difração de
raios X
Alguns microns
Macroscópica e
Microscópica
Não-destrutivo na
superfície e destrutivo
abaixo da superfície
Difração de
nêutrons
1 mm
Macroscópica e
microscópica
Não-destrutivo
Ultrasônico
15 µ m
Macroscópica,
microscópica e
microlocalizadas
Não-destrutivo
Método
magnético
0,1 mm
Macroscópica,
microscópica e
microlocalizadas
Não-destrutivo
No presente trabalho, a técnica utilizada é o método de difração de
raios X. com a utilização do equipamento Raystress COPEE/UFRJ
através do método
ψ
2
sen
, que permite determinar o valor da tensão em
qualquer direção paralela à superfície (IVANOV; MONIM; TODÓSIO,
1994; MONIN; TEODÓSIO; GUROVA, 2002; GUROVA; TEODÓSIO;
REBELLO; MONIN, 1997).
7 7
2.10 – SHOT PEENING
2.10.1 Considerações gerais
Quando componentes estruturais metálicos estão submetidos a carregamentos
variáveis e a condições ambientais diversas, o fenômeno de corrosão pode significar
um agravamento nas condições de resistência à fadiga do componente.
Uma vez que não é possível controlar efetivamente as condições de
carregamento, é necessário um controle mais efetivo da qualidade do material para
resistir aos efeitos do ambiente; um método muito usado na proteção das ligas de
alumínio é a anodização, que aumenta a resistência à corrosão, principalmente nas
ligas de alta resistência, mais sensíveis às variações do meio.
Como regra, os processos de eletrodeposição e de anodização reduzem a
resistência à fadiga do material, sendo necessário em alguns casos adotar outros
mecanismos para compensar esta redução. O superdimensionamento é uma
possibilidade nos projetos em geral, porem é inviável na indústria aeronáutica, onde a
relação entre peso e eficiência é direta. Outro método possível para minimizar ou
eliminar o efeito da anodização sobre a vida em fadiga do componente é o shot
peening, que atua como um tratamento superficial que induz tensões residuais
compressivas nas camadas superficiais do material. As tensões compressivas tendem a
aumentar a vida em fadiga, o que em alguns casos pode compensar a perda induzida
pela anodização.
2.10.2 O processo de shot peening
Shot peening é um processo de trabalho a frio que consiste no
jateamento repetitivo com esferas de aço, cerâmica ou vidro, na
superfície das peças, e tem enorme importância na área industrial.
A utilização do termo shot peening é universalmente aceito e
decorre da intenção de caracterizar que não se trata de um simples
jateamento, mas de uma ferramenta de precisão, decorrente de uma série
de fatores, o que o torna rigorosamente controlável e repetível.
O processo de shot peening é largamente empregado com uma série
de objetivos: aumento da resistência à fadiga, uniformização de tensões
nas camadas superficiais, compactação da estrutura cristalina para
7 8
aumentar a resistência à oxidação, ao atrito e eliminar porosidades,
obtenção de rugosidades controladas para reter lubrificação, fixar
desmoldantes, etc. (TORRES, 2002; GUAGLIANO; VERGANI, 2004;
WANG; WANG, 1998).
As modificações na superfície induzidas pelo processo de shot
peening são a superfície rugosa; o aumento da dureza nas camadas
superficiais e o perfil característico de tensão residual. Considerando os
danos para a fadiga, a superfície rugosa acelera a nucleação e a
propagação das trincas; porém, acontece um retardo no crescimento
devido ao aumento da dureza e do perfil de tensão residual, que provoca
uma tensão de fechamento da trinca (CURTIS, 2003).
A melhor condição do shot peening para aumentar a resistência à
fadiga depende de variáveis com a redução das tensões compressivas
induzidas durante o processo de fadiga; as condições de superfície
criadas pelo shot peening e a possibilidade do campo de tensões
residuais compressivas (CTRC) para deslocar a nucleação da trinca para
baixo da superfície (TORRES; VOORWALD, 2002; WOELFEL, 1982).
De maneira geral, as tensões residuais compressivas, localizadas na
superfície, são benéficas, pois retardam ou impedem a abertura e o
avanço de trincas de fadiga (SONG; WEN, 1999).
Após o impacto, o material é deformado plasticamente na região
superficial, tendendo a alongar-se. Esta tendência ao alongamento é
impedida pela parte inferior, que se deforma apenas elasticamente,
gerando tensões de compressão nas camadas afetadas plasticamente
(DIEPART, 1994).
Os impactos repetitivos das esferas produzem uma distribuição de
tensões que variam com a profundidade da peça. A Figura (2.14)
apresenta um perfil típico de tensões induzidas pelo processo de shot
peening (TORRES, 2002).
7 9
Figura (2.14) Diagrama típico do campo de tensões criado pelo shot
peening (adaptado de CARVALHO 2004).
A figura (2.14) apresenta:
=
s
σ
tensão superficial;
=
máx
σ
tensão máxima de tração;
=
máxc.
σ
tensão máxima de compressão;
h = profundidade de inversão de tensão (compressão-tração).
Os parâmetros que influenciam na eficiência do processo de shot
peening podem ser divididos em três diferentes classes, cada uma delas
associada às condições experimentais específicas:
* Parâmetros do material: geometria e propriedades mecânicas;
* Parâmetros de fluxo: propriedades da esfera (tipo, tamanho,
material, massa específica, dureza, etc.), velocidade, ângulo de impacto,
duração e distância do jateamento ao material tratado;
* Parâmetros de contato: coeficiente de fricção e o coeficiente de
restituição, que dependem da razão entre a dureza do material tratado e
da esfera usada.
2.10.2.1 Variáveis do processo de shot peening
2.10.2.1.1 Superfície de cobertura
É definida pela porcentagem de uma determinada área atingida pelas esferas.
Uma relação entre cobertura e o número de ciclos de exposição pode ser expresso pela
equação (2.9) (TORRES, 2002);
Tração Compressão
h
s
σ
max
max.c
σ
Espessura
8 0
n
n
CC
)1(1
1
=
(2.9)
Em que:
C
1
é a porcentagem de cobertura (decimal) após o 1° ciclo (passe);
n
C
é a porcentagem de cobertura (decimal) após n ciclos, onde n é o
número de ciclos do tratamento.
Embora o valor limite para a cobertura seja de 100%, na prática,
devido às dificuldades de mensuração, adota-se o valor de 98% como
cobertura total.
O controle da intensidade do shot peening é realizado com a
utilização das placas de Almen, produzidas em aço SAE 1070, que são
colocadas ao lado do material tratado, recebendo o mesmo tratamento da
peça submetida ao processo. O impacto das esferas induz tensões
residuais nas placas, que se deformam, formando um pequeno arco. O
valor da medida da flecha produzida na placa de Almen é comparado
com uma tabela na qual se obtém a intensidade Almen, que é uma
referência utilizada no controle do processo e seu valor torna-se
apropriado para ajustar diversos parâmetros envolvidos (HERZOG,
1996).
Existem três padrões de placa Almen no uso corrente:N,A e
C. A diferença de cada uma está na sua espessura. As relações das
espessuras aproximadas entre elas são: 3N=A=0,3C. A especificação da
intensidade Almen deve incluir tanto a deformação ocorrida na placa
(pol.), como o tipo de placa usada (TORRES, 2002).
O processo de shot peening atinge uma situação de saturação,
quando, a partir de certo tempo, a intensidade do peening pouco ou nada
afeta a deformação causada na placa Almen. Esse ponto de saturação
praticamente coincide com uma cobertura de 98%.
Em algumas operações são exigidas coberturas de 150% ou 200%, o
que nada mais é do que utilizar tempos iguais a 1,5t ou 2 t
respectivamente (TORRES, 2002).
8 1
2.10.2.1.2 As esferas usadas no shot peening
As esferas mais utilizadas no processo de jateamento são:
- Ferro fundido, que são quebradiças e possuem uma dureza que
varia de 58 a 68 HRC;
- Aço fundido com dureza entre 40 HRC a 50 HRC;
Esferas de vidro e cerâmica, que são normalmente utilizadas para
materiais que podem ser contaminados pelo jateamento de partículas
esféricas de aço e/ou ferro fundido, sua dureza está entre 46 HRC a
50 HRC e 58HRC a 63HRC, respectivamente, podendo ser usadas em
processos úmidos e secos.
O tamanho das esferas normalmente abrange um campo de 0.18 mm a
2,4 mm de diâmetro.
As variações na dureza da esfera usada não afetam a intensidade do
shot peening, desde que sejam mais duras do que o elemento que receba
o tratamento. Por outro lado, se a dureza do material a ser tratado for
maior do que a da esfera, então pode haver uma diminuição na
intensidade (CAO; FATHALLAH; CASTEX, 1995).
2.10.2.1.3 A velocidade da esfera
O aumento da velocidade das esferas faz com que aumente a intensidade do shot
peening. Porém, uma velocidade muito alta resulta na necessidade de um bom controle
no desgaste e/ou na quebra das esferas usadas no processo (TORRES, 2002).
2.10.2.1.4 - Ângulo de impacto
Por definição, o ângulo de impacto é um ângulo de 90° ou menor
entre a superfície da peça tratada e a direção da rajada. Quanto menor
for o ângulo de impacto, menor será a intensidade de peening. Se o
formato da peça não permitir um ângulo adequado de impacto, este
deverá ser compensado, para a obtenção da intensidade de peening
desejada, através da variação de outros fatores, como o tamanho da
esfera ou sua velocidade. Além disso, a distância entre o bico ejetor e a
superfície da peça também exerce influência na intensidade do shot
peening. Quanto maior for à distância, menor serão a intensidade e a
8 2
cobertura obtidas (TORRES, 2002).
8 3
CAPÍTULO 3 - MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 - MATERIAL
O desenvolvimento experimental do trabalho foi realizado com uma
liga de alumínio de alta resistência 7050-T7451, na forma de uma placa
laminada, com espessura de ¾ (19,05 mm). O material foi fornecido
pela EMBRAER-LIEBHERR (ELEB).
Para caracterização do material foram realizadas análises químicas,
ensaios de dureza, tração e de fadiga com corpos de prova retirados das
placas de alumínio.
A condição T7451, têmpera da liga 7050 após solubilização,
estiramento nominal permanente até 2% em relação às dimensões
originais, resfriamento rápido, e posterior duplo envelhecimento
artificial.
3.2 ANÁLISE QUÍMICA
A análise química foi realizada no Laboratório de espectrofotômetro
de emissão atômica com plasma acoplado indutivamente (ICP-OES) no
DEMAR-FAENQUIL.
3.3 - CORPOS DE PROVA
Os corpos-de-prova utilizados no trabalho foram retirados nas
direções longitudinal (L) e transversal (T) ao sentido de laminação da
chapa conforme apresentado na figura (3.1).
8 4
Figura (3.1) Orientação para retirada dos corpos de prova (ASTM-
E647).
3.3.1 Processos de usinagem
Os corpos-de-prova foram confeccionados no setor de usinagem do
Departamento de Materiais e Tecnologia da Faculdade de Engenharia de
Guaratinguetá FEG/UNESP, conforme procedimentos e dimensões
normalizadas ou especificadas pelo fabricante dos equipamentos de
ensaio utilizados.
3.3.1.1 - Tração
Os corpos de prova para ensaio de tração foram, retificados e
confeccionados de acordo com a ASTM-E8.
A figura (3.2) apresenta as dimensões dos corpos de prova
utilizados nos ensaios de tração.
Figura (3.2) - Corpo-de-prova para o ensaio de tração (ASTM-E8).
8 5
3.3.1.2 -
Fadiga axial
Os corpos de prova para ensaio de fadiga axial foram retificados e
confeccionados de acordo com os critérios estabelecidos pelo fabricante
do equipamento SCHENCK modelo Horizontal Midget Pulser PHC-GS.
A figura (3.3) mostra as dimensões e a forma dos corpos de prova
que foram utilizados.
Figura (3.3) Corpo-de-prova para o ensaio de fadiga axial (dimensões-
conforme fabricante).
3.3.1.3 Fadiga por flexão rotativa
Os corpos de prova para ensaio de fadiga por flexão rotativa foram
confeccionados de acordo com os critérios estabelecidos pelo fabricante
do equipamento modelo UBM 520/86/9 Veb werkstoffprüfmaschinen
Leipzig e pela norma ASTM-E8.
A figura (3.4) apresenta as dimensões e a forma dos corpos de
prova que foram utilizados.
Figura (3.4) - Corpo de prova para o ensaio de fadiga por flexão rotativa
(ASTM E-8).
8 6
3.3.1.4 Fadiga por flexão alternada
Os corpos de prova para ensaio de fadiga por flexão alternada
foram retificados e confeccionados de acordo com os critérios
estabelecidos pelo fabricante do equipamento SCHENCK modelo
Flachbiege und Torsionsmaschinen PWS-GS.
A figura (3.5) mostra as dimensões e a forma dos corpos de prova
que foram utilizados.
Figura (3.5) - Corpo de prova para o ensaio de fadiga por flexão
alternada (conforme fabricante do equipamento).
3.4 PROCESSOS DE TRATAMENTO DE SUPERFÍCIE
Os tratamentos de superfície, shot peening e anodizações foram
realizados pela EMBRAER-LIEBHERR (ELEB).
3.4.1 Processo de shot peening
O processo de shot peening foi realizado sobre toda a superfície do
corpo de prova com os parâmetros da tabela (3.1)
8 7
Tabela (3.1) Parâmetros operacionais do processo de shot peening
(ELEB-EMBRAER-LIEBHERR).
PARÂMETROS - PROCESSO DE SHOT PEENING
Esferas de vidro Ø médio 0,30 a 0,43 mm
Pressão bico ejetor 30 psi
Distância bico ao CDP 200 mm
Intensidade Almen 0,013 N
Área de cobertura 120 %
Ângulo de impacto 90°
3.4.2 Processos de anodização
Os processos de anodização crômica, sulfúrica e dura foram
realizados sobre toda a superfície do corpo de prova, com os parâmetros
da tabela (3.2).
Tabela (3.2) Parâmetros dos processos de anodização crômica,
sulfúrica e dura (ELEB-EMBRAER-LIEBHERR).
PARÂMETROS DAS ANODIZAÇÕES:
CRÔMICA SULFÚRICA - DURA
Parâmetros Crômica
Sulfúrica Dura
Eletrólito
3
CrO
42
SOH
42
SOH
Concentração do eletrólito (g/l)
40 180 a 240 185 a 350
Temperatura (C°)
39 a 40 20 a 22 -3 a 3
Tempo (min)
60 60 60
Densidade de corrente (A/dm²)
0,3 a 1,0 1,1 a 1,7 2,0 a 5,0
Espessura de camada (µm)
até 15,0 até 20,0 > 50,0
3.4.2.1 Selagem (ELEB-EMBRAER-LIEBHERR).
A selagem foi feita pela imersão da peça em uma solução aquosa
com dicromato de sódio, a uma temperatura entre 90 e 96 C°, durante 40
minutos.
8 8
3.5 - ENSAIOS
3.5.1 Ensaios mecânicos
3.5.1.1 Ensaios de dureza
Foram realizados ensaios de dureza
VICKERS HV62,5 kg
, em um total de
12 medidas feitas nas placas de material base, sendo 6 na direção
longitudinal (L) e 6 na direção transversal (T) ao sentido de laminação.
Os ensaios foram realizados no Laboratório de Ensaios Mecânicos
do Departamento de Materiais e Tecnologia da Faculdade de Engenharia
de Guaratinguetá FEG/UNESP, em um equipamento WOLPERT
Hardness Tester, Tipo DIA TESTOR 2, conforme a norma ASTM E92-52
T.
3.5.1.2 Ensaios de tração
Os ensaios de tração foram realizados conforme a norma ASTM-
E8, no Laboratório de Ensaios Mecânicos do DEMAR/FAENQUIL.
Foram realizados 6 ensaios na direção longitudinal e 6 ensaios na
direção transversal ao sentido de laminação, para a condição do material
base.
3.5.1.3 Ensaios de fadiga
Os ensaios de fadiga axial, flexão rotativa e flexão alternada, foram
realizados no Laboratório de Ensaios Mecânicos do Departamento de
Materiais e Tecnologia da Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá,
FEG/UNESP.
Foram ensaiados corpos de prova nas direções longitudinal (L) e
transversal (T) ao sentido de laminação do material base, nas condições
apresentadas na tabela (3.3).
8 9
Tabela (3.3) Tipos e condições dos ensaios de fadiga
ENSAIOS DE FADIGA: TIPOS E CONDIÇÕES
FLEXÃO
ROTATIVA
FLEXÃO
ALTERNADA
AXIAL
Material base 43 42 50
Anodização crômica 26 29 46
Shot peening e
anodização crômica
26 30
Anodização sulfúrica 30 30 35
Shot peening e
anodização sulfúrica
27 25
Anodização dura 29 33 36
Shot peening e
anodização dura
24 27
3.5.1.3.1 - Fadiga por flexão rotativa
Os ensaios de fadiga por flexão rotativa foram realizados no
equipamento modelo UBM 521.00/89/2 VEB Werkstoffprüfmaschinen
Leipzig.
A tabela (3.4) apresenta as condições em que os ensaios de fadiga
por flexão rotativa foram realizados:
Tabela (3.4) Condições operacionais de realização dos ensaios de
fadiga por flexão rotativa.
CONDIÇÕES DOS ENSAIOS DE FADIGA FLEXÃO ROTATIVA
Razão de carregamento - 1,0
Freqüência (Hz) 50
Níveis de carregamento (MPa)
=
max_e
σ
347
=
min_e
σ
130
Temperatura de ensaio Ambiente
9 0
3.5.1.3.2 - Fadiga por flexão alternada
Os ensaios de fadiga por flexão alternada foram realizados no
equipamento Flat Bending and Torsion Testing Machine modelo PWS GS
- SCHENCK.
A tabela (3.5) as condições em que os ensaios de fadiga por flexão
rotativa foram realizados:
Tabela (3.5) Condições operacionais de realização dos ensaios de
fadiga por flexão alternada.
CONDIÇÕES DOS ENSAIOS DE FADIGA
FLEXÃO ALTERNADA
Razão de carregamento - 1,0
Freqüência (Hz) 25
Níveis de carregamento (MPa)
=
max_e
σ
391
=
min_e
σ
130
Temperatura de ensaio Ambiente
3.5.1.3.3 - Fadiga axial
Os ensaios de fadiga axial foram realizados no equipamento Schenk
horizontal midget pulser ph, tipo PHC GS.
A tabela (3.6) apresenta as condições em que os ensaios de fadiga
axial foram realizados:
Tabela (3.6) Condições operacionais de realização dos ensaios de
fadiga axial
CONDIÇÕES DOS ENSAIOS DE FADIGA AXIAL
Razão de carregamento 0,1
Freqüência (Hz) 28
Níveis de carregamento (MPa)
=
max_e
σ
326
=
min_e
σ
130
Temperatura de Ensaio Ambiente
9 1
3.6 – MICROSCOPIA ÓPTICA
As análises metalográficas foram realizadas no Laboratório de
Imagens (LAIMAT-II) do Departamento de Materiais e Tecnologia da
Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá, FEG/UNESP, nos
equipamentos Image pró-plus 4.0, Material pró-analiser 3.1 e
microscópio Nikon Epiphot 200.
3.7 – ANÁLISE DE FRATURA
As análises de fratura foram realizadas nos corpos de prova
fraturados em fadiga no Laboratório Associado de Sensores e Materiais
(LAS/CTE) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE/SJC), no
equipamento de microscopia eletrônica de varredura (MEV) - JEOL
modelo: JSM 5310.
3.8 – TENSÕES RESIDUAIS
Os processos de fabricação e os tratamentos mecânico e de
superfície usados na elaboração dos corpos de prova (usinagem, shot
peening e anodização) induzem o surgimento de tensões residuais no
material, que interferem nos resultados de vida em fadiga dos
componentes.
3.8.1 Processo de medição das tensões residuais
As tensões residuais foram medidas em um equipamento portátil do
Laboratório de Análise de Tensões da COPPE/UFRJ e a técnica utilizada
foi o método de difração de raios X. com a utilização do equipamento
Raystress COPEE/UFRJ, pelo método
ψ
2
sen
(IVANOV; MONIM;
TEODÓSIO, 1994; MONIN; TEODÓSIO; GUROVA, 2002; GUROVA; TEODÓSIO;
REBELLO; MONIN, 1997).
Este equipamento portátil é usado em larga escala para controle não
destrutivo do estado de tensões residuais de diferentes processos
tecnológicos ou dos equipamentos industriais. A figura (3.6) apresenta
9 2
este equipamento. As seguintes partes são incluídas como componentes
deste equipamento:
* Unidade de controle com fonte de alta tensão, que permite
monitoramento e ajuste do nível de potência de alimentação do tubo de
raios-X. O tamanho e o peso da unidade de controle são de 1,5 kg e de
(20x12x8)cm
3
respectivamente.
* Fonte de alta tensão e tubo de raios X. Uma das qualidades do
equipamento é que o tubo de raios X é acoplado à fonte de alta tensão. A
fonte é um cilindro cujo diâmetro é de 5 cm e o comprimento é de 37 cm.
A tensão e a corrente de trabalho da fonte de raios X são de 25 kV e
1,5 mA, respectivamente. O tubo de raios X possui dois anodos de cromo
com resfriamento ao ar e produz dois feixes convergentes de raios X
para realizar a técnica de duas exposições de medição de tensões por
raios X. O ângulo de convergência dos feixes de raios X é de 50
0
. O peso
da fonte de alta tensão com tubo de raios X são de 2,5 kg.
* O suporte magnética permite instalar o equipamento em uma
chapa ferromagnético ou diretamente na peça analisada. Além disso, o
suporte ajusta o equipamento na posição de exposição.
* O colimador com cassete para filme de raios X. Possui duas
janelas no cassete permitem captar partes das linhas difratadas no
intervalo angular de 2
θ
de 148
0
a 164
0
.
Para manter a precisão das medições num nível alto, a leitura dos
filmes de raios X é feita por computador que controla um
microdensitômetro [figura (3.7)]. O processamento dos dados é
completamente computadorizado. A posição das linhas é determinada
através da aproximação dos perfis por função de Cauchy.
Para medir as tensões residuais abaixo da superfície, foi feita a
remoção de finas camadas através de polimento eletrolítico. A medida da
espessura da camada removida é feita com um calibrador de
profundidade com relógio, tomando-se três medidas e considerando o
9 3
valor médio das medidas encontradas. Após a remoção da camada é feita
a medição da tensão residual na profundidade definida.
Foram realizadas medições de tensões residuais para amostras do
material base, anodização crômica, anodização sulfúrica e anodização
dura com e sem shot peening, para cada amostra foram realizadas
medições em 6 profundidades diferentes da superfície até
aproximadamente 0,30 mm.
Figura (3.6) - Equipamento portátil para medição de tensões:
1- fonte de alta tensão; 2-tubo de raios X; 3-colimador com cassete;
4- unidade de controle; 5-amostra analisada.
Figura (3.7) - Microdensitômetro.
9 4
CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Neste capítulo são apresentados os resultados obtidos nos ensaios e
a análise dos resultados.
A primeira parte apresenta a caracterização do material base (Al
7050 - T7451) obtida pelos dos resultados referentes à análise química,
ensaios mecânicos de dureza e tração e exame metalográfico.
A segunda parte apresenta os resultados das tensões residuais
induzidas ao material base e nos processos de tratamento superficial de
anodização crômica, sulfúrica e dura sem e com o tratamento mecânico
de shot peening, seguido de análise dos resultados.
A terceira parte apresenta os resultados obtidos nos ensaios de
fadiga por flexão rotativa nas condições apresentadas nas tabelas (3.3) e
(3.4), seguido da análise dos resultados.
A quarta parte apresenta os resultados obtidos nos ensaios de fadiga
por flexão alternada nas condições apresentadas nas tabelas (3.3) e (3.5),
seguido da análise dos resultados.
A quinta parte apresenta os resultados obtidos nos ensaios de fadiga
axial (tração-tração) nas condições apresentadas nas tabelas (3.3) e
(3.6), seguido da análise dos resultados.
A análise de fraturas por de microscopia eletrônica de varredura nas
terceiras, quartas e quintas partes, complementam a discussão dos
resultados.
9 5
4.2 CARACTERIZAÇÃO DO MATERIAL BASE
4.2.1 Análise química
A tabela (4.1) apresenta a composição química especificada pela
Alcoa Aluminum Standards e a encontrada na amostra analisada.
Tabela (4.1) - Composição química da liga 7050 - Especificado X
Encontrado.
COMPÓSIÇÃO QUÍMICA DA LIGA Al7050-T7451
Elementos Cu Mg Zn Mn Cr Zr Si Fe Ti
2,0 1,9 5,7 0,08
Especificado
- - - 0,10*
0,04*
- 0,12*
0,15*
0,06*
2,6 2,6 6,7 0,15
Encontrado
2,19
1,90
6,06
0,10 0,006
0,15
0,12 0,14 0,06
* Valores máximos
4.2.2 Ensaios de tração
Nos ensaios realizados foram obtidos valores referentes ao limite de
escoamento, limite de resistência e alongamento percentual. Os valores
médios encontrados e desvio-padrão encontram-se relacionados na
tabela (4.2).
Tabela (4.2) Resultado dos ensaios de tração liga Al 7050-T7451
ENSAIOS DE TRAÇÃO : MÉDIA DESVIO-PADRÃO
Amostras
Limite de
Escoamento (MPa)
Limite de
resistência (MPa)
Alongamento
(%)
Longitudinal
429,2±21,9 501,9±2,7 9,9±1,7
Transversal
439,0±12,7 503,4±3,8 12,2±0,5
Os resultados evidenciam não existirem diferenças significativas
entre as direções longitudinal e transversal, para o limite de escoamento
e para o limite de resistência a tração na liga 7050-T7451.
9 6
No limite de escoamento, embora as médias sejam diferentes, o
desvio-padrão encontrado apresenta valores limites próximos e não
caracterizam diferenças significativas entre as direções L e T.
O mesmo raciocínio feito para o limite de resistência admite a
mesma conclusão.
O alongamento apresenta maior ductilidade na direção transversal
com um alongamento percentual médio de 12,2% e 9,9% na direção
longitudinal.
4.2.3 Ensaios de dureza
Os valores de dureza estão relacionados na tabela (4.3)
Tabela (4.3) Dureza Vickers do Al 7050-T7451
AMOSTRA DUREZA VICKERS HV – 62,5 kg
Longitudinal
Transversal
168 172
175 176
170 175
168 177
172 172
Al 7050-T7451
177 168
Média 171,7±3,7 173,3±3,3
Os resultados evidenciam não existirem diferenças significativas de
dureza entre as direções longitudinal e transversal.
4.2.4 Exame metalográfico
Durante o processo de conformação por laminação a quente, ocorre
a recuperação dinâmica nas regiões deformadas, resultando em uma
microestrutura contendo uma população de subgrãos equiaxiais e com
fileiras de partículas grosseiras de constituintes. A densidade de energia
armazenada durante a conformação é significativamente maior nas
regiões próximas das partículas de constituintes.
Durante o tratamento térmico de solubilização, ocorre o processo de
recristalização parcial que se inicia em regiões próximas a partículas
grosseiras onde a energia armazenada é alta produzindo, assim, uma
9 7
distribuição não homogênea de regiões parcialmente recristalizadas com
orientações anisotrópicas.
As regiões recristalizadas, quase sempre, se formam ao redor das
partículas constituintes. Entretanto, quase todas as partículas de
constituintes estão situadas dentro dos grãos recristalizados. O grau de
recristalização diminui com o aumento da temperatura do processo.
A tabela (4.4) mostra as diferenças existentes de quantidades de
fases intermetálicas, características da liga Al 7050-T7451, onde a
quantidade de fração volumétrica de partículas constituintes na direção
longitudinal (4.1-a) é menor em relação à direção transversal (4.1-b)
como apresenta a figura (4.1).
A figura (4.2) apresenta uma maior fração volumétrica de regiões
parcialmente recristalizadas na direção transversal (4.2-b) em relação a
direção longitudinal (4.2-a).
A figura (4.3) mostra os tamanhos de grãos encontrados nas
direções longitudinal (4.3-a) e transversal (4.3-b). A maior
granulometria ocorre na direção longitudinal ao sentido de laminação.
Tabela (4.4) - Tamanho de grão e fração volumétrica nas direções
longitudinal e transversal Al 7050-T7451 (CARVALHO et al, 2000).
Orientação Longitudinal
Transversal
Diâmetro do grão (µm)
10.39 9,98
Fração volumétrica
de partículas de segunda fase 0,0118 0,0131
Fração volumétrica de
regiões parcialmente recristalizada
0,364
0,509
O tamanho de grão médio para a direção transversal foi de 9,98
µ
m
em comparação com 10,39
µ
m da direção longitudinal. Estas diferenças
de microestrutura são atribuídas a maior intensidade de barreiras
9 8
microestruturais para a direção transversal, resultante de grão mais
finos.
Figura (4.1) - Fases intermetálicas (Al
7
Cu
2
Fe e Mg
2
Si) na liga Al 7050-
T7451, (a) direção L e (b) direção T, sem reagente. (CARVALHO et al,
2000).
Figura (4.2) - Microestrutura de regiões recristalizadas da liga Al 7050-
T7451, (a) direção L e (b) direção T, com reagente Keller (CARVALHO
et al, 2000).
As regiões recristalizadas são grandes áreas claras e alongadas de
grãos grosseiros cercadas de regiões de grãos finos de cor cinza, que
consistem em populações de subgrãos. A região recristalizada tem uma
Região recristalizada
Região grãos finos
a b
a
b
Partícula intermetálica
9 9
forma alongada que acompanham o sentido do processo de laminação. As
regiões parcialmente recristalizadas criam contornos de grão que são
anisotrópicos. Observa-se na figura (4.2-b), uma maior quantidade de
regiões recristalizadas (áreas claras) com relação à figura (4.2-a), como
apresentado na tabela (4.4), característica que pode estar associada a
maior fração de volume de partículas de constituintes para a direção
transversal. A recristalização ocorre próxima das partículas de
constituintes, o que contribui para um aumento de microestrutura
anisotrópica em função da variação da orientação dos contornos de grãos
(CARVALHO et al, 2000).
A figura (4.2) mostra partículas de constituintes escuros que estão
normalmente situadas ao lado das regiões recristalizadas.
Figura (4.3) - Tamanho de grão das direções L (a) e T (b) da liga
Al 7050-T7451, com reagente fosfórico (CARVALHO et al, 2000)..
15
µ
m
(a) (b)
15 µm
1 0 0
4.3 TENSÕES RESIDUAIS
Os processos de anodização crômica, sulfúrica e dura foram
realizados sobre toda a superfície do corpo de prova, no setor de
tratamento superficial da ELEB, com os parâmetros de uso corrente da
empresa [tabela (3.2)] e os resultados obtidos são apresentados na
tabela (4.5).
Tabela (4.5) Espessura de camada anódica
ESPESSURA DA CAMADA ANÓDICA
Amostras
Crômica (
m
µ
)
Sulfúrica (
m
µ
)
Dura (
m
µ
)
1
3,00 12,07 71,78
2
4,07 17,94 62,91
3
4,21 12,45 64,97
4
4,05 13,13 76,50
5
---- 15,26 66,30
6
---- ---- 63,00
7
---- ---- 50,13
Desvio padrão
0,559 2,445 8,259
Média 3,832 14,170 65,085
Os perfis residuais das tensões produzidas foram medidos
utilizando-se o método de difração de raios X.
Foram realizadas 48 (quarenta e oito) medições de tensões em oito
corpos-de-prova. O sinal (-) significa tensão residual de compressão e o
sinal (+) significa tensão residual de tração. A tabela (4.5) apresenta os
resultados das tensões residuais para todas as condições medidas.
1 0 1
Tabela (4.6) Tensões residuais resultados gerais
RESULTADO – TENSÕES RESIDUAIS
Número
Condição da
amostra
Profundidade
(mm)
Tensão
( MPa)
Condição da
amostra
Profundidade
(mm)
Tensão
( MPa)
1 0 +170 0 -72
2 0,05 +180 0,05 -270
3 0,09 +80 0,08 -230
4 0,13 +100 0,13 -30
5 0,25 +110 0,22 +50
6
MB – sem
shot peening
0,35 +90
MB - com
shot peening
0,33 +100
1 0 0 0 -340
2 0,06 -80 0,03 -150
3 0,10 -60 0,06 -100
4 0,16 -50 0,13 -70
5 0,22 +20 0,21 +10
6
AC – sem
shot peening
0,30 +60
AC – com
shot peening
0,30 +50
1 0 0 0 -50
2 0,05 +120 0,07 -70
3 0,11 +60 0,11 -30
4 0,17 0 0,18 0
5 0,25 +20 0,25 +100
6
AS – sem
shot peening
0,35 +60
AS – com
shot peening
0,30 +150
1 0 +80 0 -200
2 0,05 +110 0.05 -140
3 0,15 +140 0.10 -80
4 0,20 +50 0.17 -30
5 0,28 -30 0.23 0
6
AD – sem
shot peening
0,35 -40
A D - com
shot peening
0,30 +90
As figuras (4.4) a (4.10), apresentam as curvas das tensões residuais
encontradas em função da profundidade medida para as diversas
condições de amostras analisadas.
1 0 2
0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,35 0,40
-300
-200
-100
0
100
200
300
0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,35 0,40
-300
-200
-100
0
100
200
300
Gfico Teno (MPa) x Profundidade (mm)
Material Base - sem shot peening
( interseção )
Tensão residual (MPa)
Profundidade (mm)
Figura (4.4) Gráfico tensão residual (MPa) x profundidade (mm)
material base sem shot peening.
Da tabela (4.6) e da figura (4.4) conclui-se que o processo de
produção do material base e os processos de fabricação aplicados sobre
os corpos de prova induzem tensões residuais de tração, na superfície de
170 MPa, atingindo sua maior intensidade (180 MPa) a uma
profundidade de 0,05 mm, mantendo as tensões trativas até a
profundidade analisada de 0,35mm.
1 0 3
0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,35
-300
-250
-200
-150
-100
-50
0
50
100
150
Tensão residual (MPa)
Gráfico Tensão (MPa) x Profundidade (mm)
Material Base - com shot peening
( intersão )
Profundidade (mm)
Figura (4.5) Gráfico tensão residual (MPa) x profundidade (mm)
material base com shot peening.
Da análise da figura (4.5) e da tabela (4.6) conclui-se que o shot
peening aplicado sobre o material base não só neutralizou as tensões
residuais trativas induzidas no processo de fabricação como gerou
tensões residuais compressivas nas camadas superficiais até uma
profundidade de aproximadamente 0,17 mm. A tensão residual na
superfície foi de -72 MPa, e sua maior intensidade medida, -270 MPa, a
uma profundidade de 0,05 mm, reduziu sua intensidade a zero a uma
profundidade de aproximadamente 0,17 mm e atingiu uma tensão trativa
de 100 MPa na profundidade de 0,33mm. A inversão da tensão
compressiva para trativa a partir de uma determinada profundidade deve-
se a condição de equilíbrio com tensão resultante nula, ao longo da seção
transversal (DIETER, 1988; DE LOS RIOS et al, 1995; SCHIJVE, 2001;
PADILHA, 2004).
1 0 4
0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30
-100
-80
-60
-40
-20
0
20
40
60
80
Gfico Tensão (MPa) x Profundidade (mm)
Anodização Crômica - sem shot peening
( intersão )
Tensão residual (MPa)
Profundidade (mm)
Figura (4.6) Gráfico tensão residual (MPa) x profundidade (mm)
anodização crômica sem shot peening.
Da análise da figura (4.6) e da tabela (4.6) observa-se tensão zero
na superfície da amostra e tensões compressivas a partir da superfície,
atingindo sua maior intensidade medida, -80 MPa, a uma profundidade
de 0,06 mm. A intensidade reduziu-se até zero a uma profundidade de
aproximadamente 0,20 mm e atingiu a tensão trativa de 60 MPa a uma
profundidade de 0,3 mm.
1 0 5
0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30
-400
-300
-200
-100
0
100
Gráfico Tensão (MPa) x Profundidade (mm)
Anodização Crômica - com shot peening
( interseção )
Tensão residual (MPa)
Profundidade (mm)
Figura (4.7) Gráfico tensão residual (Mpa) x profundidade (mm)
anodização crômica com shot peening.
Da análise da figura (4.7) e da tabela (4.6) conclui-se que, o shot
peening seguido de anodização crômica induz tensões residuais,
-340 MPa na superfície, sendo reduzida gradualmente até zero a uma
profundidade de aproximadamente 0,20 mm e atingindo a tensão trativa
de 50 MPa a uma profundidade de 0,30 mm.
É de se esperar que as tensões residuais compressivas atuem no
sentido de aumentar a resistência à fadiga do material (WAGNER, 1999).
1 0 6
0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,35 0,40
0
20
40
60
80
100
120
Gráfico Tensão (MPa) x Profundidade (mm)
Anodização Sulfúrica - sem shot peening
( intersão )
Tensão residual (MPa)
Profundidade (mm)
Figura (4.8) Gráfico tensão residual (Mpa) x profundidade (mm)
anodização sulfúrica sem shot peening.
Da análise da figura (4.8) e da tabela (4.6) conclui-se que a
anodização sulfúrica apresenta tensão residual zero na superfície e
tensões trativas nas camadas sub-superficiais atingiu a maior intensidade
medida +120 MPa, a uma profundidade de 0,05 mm, reduziu sua
intensidade até a neutralidade a uma profundidade de 0,17 mm,
retornando à tensão trativa de 60 MPa na profundidade de 0,35 mm.
Os resultados obtidos podem ser desfavoráveis no que diz respeito à
resistência a fadiga do material, já que as tensões de tração facilitam a
nucleação e propagação das trincas na camada superficial. Apesar da
neutralidade da tensão medida na superfície, tanto a nucleação como a
propagação da trinca podem ocorrer na camada anódica devido as suas
características (CAMPOS, 2000; ASM 1996).
1 0 7
0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30
-100
-50
0
50
100
150
Gráfico Tensão (MPa) x Profundidade (mm)
Anodização Sulfúrica - com shot peening
( intersão )
Tensão residual (MPa)
Profundidade (mm)
Figura (4.9) Gráfico tensão residual (MPa) x profundidade (mm)
anodização sulfúrica com shot peening.
Da análise da figura (4.9) e da tabela (4.6) conclui-se que o shot
peening seguido da anodização sulfúrica não só neutralizou as tensões
residuais trativas induzidas pelos processos de fabricação e anodização
como gerou tensões residuais compressivas na camada superficial,
-50 MPa, atingiu sua maior intensidade medida, -70 MPa a uma
profundidade de 0,07 mm, reduziu sua intensidade até zero a uma
profundidade de 0,18 mm e atingiu a tensão trativa de 150 MPa a
profundidade de 0,30mm.
Os resultados obtidos são favoráveis à resistência à fadiga pois
dificultam ou impedem a nucleação superficial da trinca além de
produzir uma região abaixo da superfície com tensões compressivas que
dificultam a propagação da trinca por fadiga.
1 0 8
0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,35 0,40
-60
-40
-20
0
20
40
60
80
100
120
140
160
Gráfico Tensão (MPa) x Profundidade (mm)
Anodização Dura - sem shot peening
( interseção )
Tensão residual (MPa)
Profundidade (mm)
Figura (4.10) Gráfico tensão residual (MPa) x profundidade (mm)
anodização dura sem shot peening.
Da análise da figura (4.10) e da tabela (4.6) conclui-se que a
anodização dura induz tensão trativa de 80 MPa na superfície. A tensão
trativa é aumentada nas camadas sub-superficiais, atingiu sua maior
intensidade medida de 140 MPa, a uma profundidade de 0,15 mm,
reduziu sua intensidade até zero a uma profundidade de
aproximadamente 0,25 mm e atingiu a tensão -40 MPa a uma
profundidade de 0,35 mm.
Os resultados obtidos são desfavoráveis para a resistência à fadiga
do material, pois praticamente todas as trincas principiam na superfície
do componente e as tensões residuais de tração favorecem esta
nucleação. Pode-se, provavelmente, esperar os piores resultados para a
anodização dura.
1 0 9
0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30
-200
-150
-100
-50
0
50
100
Gráfico Tensão (MPa) x Profundidade (mm)
Anodização Dura - com shot peening
( interseção )
Tensão residual (MPa)
Profundidade (mm)
Figura (4.11) Gráfico tensão residual (MPa) x profundidade (mm)
anodização dura com shot peening.
Da análise da figura (4.11) e da tabela (4.6) conclui-se que o shot
peening não só neutraliza as tensões residuais trativas induzidas pela
anodização, como gera tensões residuais compressivas na superfície,
-200 MPa, reduz sua intensidade até zero a uma profundidade de
0,23 mm e atinge 90 MPa à profundidade de 0,30 mm.
Os resultados obtidos são favoráveis, pois dificultam a nucleação
superficial da trinca, além de produzir uma região abaixo da superfície
com tensões compressivas que dificultam a sua propagação e aumenta a
resistência à fadiga do material.
1 1 0
4.4 FADIGA FLEXÃO ROTATIVA
A tabela (4.7) apresenta o número de ensaios e as condições em que
foram realizados os ensaios de fadiga por flexão rotativa.
Tabela (4.7) Flexão rotativa: total posição condições
ENSAIOS DE FADIGA – FLEXÃO ROTATIVA
ENSAIOS
POSIÇÃO
COM
RUPTURA
SEM
RUPTURA
SHOT
PEENING
CONDIÇÃO
21 L 16 05
MB
22 T 20 02
MB
13 L 13
AC
13 T 12 01
AC
15 L 15
AS
15 T 15
AS
15 L 15
AD
14 T 14
AD
13 L 10 03 XXXX
AC
13 T 13 XXXX
AC
12 L 09 03 XXXX
AS
13 T 10 03 XXXX
AS
11 L 08 03 XXXX
AD
13 T 12 01 XXXX
AD
Legenda: MB= Material base; AC= Anodização crômica;
AS= Anodização sulfúrica e AD = Anodização dura.
4.4.1 Flexão rotativa sem shot peening
Os resultados dos ensaios de fadiga por flexão rotativa sem shot
peening são apresentados nas tabelas (4.8) e (4.9).
1 1 1
Tabela (4.8) Numero de ciclos consumidos nos ensaios de fadiga por
flexão rotativa sem shot peening.
NUMERO DE CICLOS - FADIGA – FLEXÃO ROTATIVA
SEM SHOT PEENING
Tensão
(MPa)
MB-L AC-L AS-L AD-L MB-T AC-T AS-T AD-T
347 15.400 -- -- -- 14.500 -- -- --
347 11.300 -- -- -- 11.200 -- -- --
Média 13.350 12.850
326 25.600 10.200 12.600 11.100 19.900 11.500 11.900 13.900
326 22.400 14.000 13.600 7.300 18.500 13.000 12.700 13.000
326 17.700 13.500 12.400 12.300 18.100 12.500 10.800 --
Média 21.900 12.567 12.867 10.233 18.833 12.333 11.800 13.450
304 -- -- 17.000 -- 24.500 -- -- --
Média 17.000 24.500
282 55.000 28.500 -- -- 49.100 26.400 18.900 --
282 39.600 30.400 -- -- 36.700 18.100 22.600 --
282 -- -- -- -- 35.500 21.900 23.000 --
282 -- -- -- -- 24.800 -- -- --
Média 47.300 29.450 36.525 22.133 21.500
260 107.600 22.800 22.100 26.800 114.800 -- -- 31.900
260 53.600 22.400 22.000 25.900 128.700 -- -- 30.400
260 78.300 29.800 24.900 27.200 -- -- -- 27.300
Média 79.833 25.000 23.000 26.633 121.750 29.867
239 -- -- -- -- 582.000 -- -- --
239 -- -- -- -- 439.000 -- -- --
239 -- -- -- -- 139.000 -- -- --
239 -- -- -- -- 117.100 -- -- --
239 -- -- -- -- 82.700 -- -- --
Média 271.960
217 588.200 89.900 40.300 56.400 936.400 77.500 60.100 50.500
217 313.000 79.900 41.200 50.000 715.300 59.900 48.200 47.200
217 306.500 43.600 35.200 41.700 277.100 41.300 65.000 42.800
217 279.500 -- -- -- -- -- --
217 272.200 -- -- -- -- -- -- --
217 214.100 -- -- -- -- -- -- --
Média 328.917 71.133 38.900 49.367 642.933 59.567 57.767 46.833
174 1,0E+07 -- 109.600 61.000 1,0E+07 139.200 152.600 104.900
174 1,0E+07 355.200 104.600 73.400 1,0E+07 183.000 127.500 94.000
174 1,0E+07 136.800 111.400 68.200 -- 112.000 157.700 86.600
174 1,0E+07 -- -- -- -- -- -- --
Média
1,0E+07
246.000 108.533 67.533
1,0E+07
144.733 145.933 95.167
130 1,0E+07 -- 216.100 170.900 -- 1,0E+07 7.956.400 254.500
130 -- -- 249.570 185.200 -- -- 1.621.200 216.900
130 -- -- -- 216.900 -- -- 513.000 206.400
Média 232.835 191.000 3.363.533 225.933
Valores em itálico ensaio interrompido antes da ruptura do cdp.
1 1 2
Tabela (4.9) Fadiga flexão rotativa tensão - média de ciclos, desvio
padrão, dispersão (%) e relação de vida em fadiga (%).
TABELA – VALORES MÉDIOS / DESVIO PADRÃO / % VIDA - SEM SHOT PEENING
(MPa)
MB-L AC-L AS-L AD-L MB-T AC-T AS-T AD-T
N
13.350 - - - 12.850 - - -
DP
2899 - - - 2333 - - -
(DP/N)%
21,7 - - - 18,2 - - -
347
A/MB
- - - - - - - -
N
21.900 12.567 12.867 10.233 18.833 12.333 11.800 13.450
DP
3974 2065 643 2610 945 764 954 636
(DP/N)%
18,1 16,4 5,0 25,5 5,0 6,2 8,1 4,7
326
A/MB
- 57,4% 58,8% 46,7% 65,5% 62,7% 71,4%
N
47.300 29.450 - - 36.525 22.133 21.500 -
DP
10889 1344 - - 9945 4155 2261 -
(DP/N)%
23,0 4,6 - - 27,2 18,8 10,5 -
282
A/MB
- 62,3% - - - 60,6% 58,9% -
N
79.833 25.000 23.000 26.633 121.750 - - 29.867
DP
27033 4162 1646 666 9829 - - 2346
(DP/N)%
33,9 16,6 7,2 2,5 8,1 - - 7,9
260
A/MB
- 31,3% 28,8% 33,4% - - - 24,5%
N
328.917 71.133 38.900 49.367 642.933 59.567 57.767 46.833
DP
131777 24363 3236 7370 335555 18102 8640 3863
(DP/N)%
40,1 34,2 8,3 14,9 52,2 30,4 15,0 8,2
217
A/MB
- 21,6% 11,8% 15,0% - 9,3% 9,0% 7,3%
N
1,0E+07 246.000 108.533 67.533 1,0E+07 144.733 145.933 95.167
DP
- 154432 3523 6227 - 35822 16166 9206
(DP/N)%
- 62,8 3,2 9,2 - 24,8 11,1 9,7
174
A/MB
- 2,5% 1,1% 0,7% - 1,4% 1,5% 1,0%
N
1,0E+07 - 232.835 191.000 1,0E+07 1,0E+07 3.363.533 225.933
DP
- - 23667 23542 - - 4015949 25290
(DP/N)%
- - 10,2 12,3 - - 119,4 11,2
130
A/MB
- - 2,3% 1,9% - - 33,6% 2,3%
Valores em itálico ensaio interrompido antes da ruptura do cdp.
As figuras (4.12) a (4.23) apresentam as curvas
-N de fadiga por
flexão rotativa e as superfícies de fratura, para as diversas condições de
ensaios e tratamentos de superfície, sem o processo mecânico de shot
peening.
1 1 3
200
250
300
350
10000 100000 1000000
FADIGA - FLEXÃO ROTATIVA ( Teno x Nº Ciclos )
Número de ciclos
Tensão (MPa)
Material Base
= Long.
= Transv.
Figura (4.12) Curvas
-N de fadiga por flexão rotativa material base
(Al 7050-T7451) longitudinal e transversal.
Figura (4.13) - Superfície de fratura flexão rotativa metal base-
(217 MPa, 272.200 ciclos) longitudinal (a)15x e (b) 200x .
a
b
2
1
1
1 1 4
A figura (4.13) apresenta a superfície de fratura de um ensaio de
fadiga por flexão rotativa (217 MPa, 272.200 ciclos) do metal base. A
foto (a), indica uma visão geral da superfície de fratura onde se observa
a região (1) de nucleação da trinca e a região (2) de propagação estável
da trinca. A foto (b) apresenta o ponto de nucleação superficial da
trinca (1). Como esperado, na flexão rotativa a nucleação da trinca
ocorre na superfície do material base e se propaga para o interior da
amostra.
Os ensaios de baixo e médio ciclos (347 MPa, 326 MPa e 282MPa)
evidenciam a tendência de maior vida em fadiga para as amostras
retiradas no sentido longitudinal. Para 347 MPa, o número médio de
ciclos e a dispersão média são de 13.350 ciclos e 21,7% para
longitudinal e de 12.850 ciclos e 18,2% para a transversal. Para 326
MPa os números médios de ciclos foram 21.900 ciclos na longitudinal e
18.333 ciclos na transversal. Para a tensão de 282 MPa a tendência é
mantida.
Para os ensaios de alto ciclo (260 MPa) os resultados indicam uma
vida em fadiga maior para a direção transversal com média de 121.750
ciclos na transversal e 79.833 ciclos na longitudinal. Para 217 MPa, a
mesma tendência é mantida.
Os resultados mostram um aumento da dispersão média quando se
reduz os níveis de tensão que caracterizam um maior espalhamento dos
resultados e indica que, na fadiga de alto ciclo, as características
microestruturais e as condições superficiais da amostra têm mais
interferência sobre a vida do componente do que na fadiga de alto ciclo
onde a tensão aplicada tem maior influência sobre a vida em fadiga.
1 1 5
100
150
200
250
300
350
10000 100000 1000000 1E7
FLEXÃO ROTATIVA (Tensão x de Ciclos)
Anodização Crômica
sem shot peening
= MB - Long.
= MB - Transv.
= AC - Long.
= AC - Transv.
Número de Ciclos
Tensão (MPa)
Figura (4.14) Curvas
-N de fadiga por flexão rotativa material
base- anodização crômica longitudinal e transversal.
1 1 6
Figura (4.15) Superfície de fratura flexão rotativa anodização
crômica (174 MPa, 355.200 ciclos) longitudinal (a) 15x, (b) 100x e
(c) 1000x.
A figura (4.15) apresenta a superfície de fratura de um ensaio de
fadiga por flexão rotativa de alto ciclo (174 MPa, 355.200 ciclos) com
anodização crômica. A foto (a) apresenta uma visão geral da superfície
de fratura onde se observam: região (1) com pontos nucleação da trinca;
região (2) de propagação estável da trinca; e região (3), áspera que
caracteriza a ruptura dúctil da seção transversal. A foto (b) apresenta
dois pontos de nucleação superficial da trinca (4). A foto (c) mostra que
a trinca inicialmente se propaga pela interface entre a camada anodizada
a
b
1
2
4
3
6
5
c
1 1 7
e o substrato (5) para em seguida se propagar para o interior da amostra
e homogeneidade da camada de anodização crômica (6) sobre o
substrato.
Embora o processo de anodização crômica induza tensões residuais
compressivas a partir da superfície do cdp, estas não são suficientes
para neutralizar as características negativas da camada anódica sobre a
resistência à fadiga do material. Para ambas as direções o processo de
anodização crômica reduz a vida em fadiga quando comparado com o
material base, devido às características da camada anódica que são mais
duras, porosas e trincam facilmente quando sofrem deformação
mecânica (CAMPOS, 2000; ABAL, 1996).
Os resultados dos ensaios de fadiga por flexão rotativa com
anodização crômica apresentam maior resistência à fadiga para as
amostras retiradas no sentido longitudinal, para todas as condições de
ensaio (326MPa, 282MPa, 217 MPa e 174 MPa). Para 326 MPa, o
número médio de ciclos é de 12.567 ciclos na direção longitudinal e de
12.333 ciclos na direção transversal. Para 217 MPa, o número médio de
ciclos é de 71.133 ciclos e 59.567 ciclos e a dispersão em relação à
média são de 34,2% e 30,4%, respectivamente. Para 174 MPa,
novamente são encontrados altos valores de dispersão e a resistência à
fadiga para a direção longitudinal é maior que a transversal. A tendência
de aumento da dispersão para fadiga de alto ciclo apresenta maior
espalhamento entre os resultados o que indica uma menor interferência
dos efeitos da camada anodizada sobre os resultados obtidos. Os
resultados sugerem aumento do espalhamento à medida que o nível de
solicitação decresce; no entanto, são menores para as condições
longitudinal e transversal do que o material base.
1 1 8
100
150
200
250
300
350
10000 100000 1000000 1E7
FLEO ROTATIVA (Tensão x Nº de Ciclos)
Anodização Sulfúrica
sem shot peening
= MB - Long.
= MB - Transv.
= AS - Long.
= AS - Transv.
Número de Ciclos
Tensão (MPa)
Figura (4.16) Curvas
-N de fadiga por flexão rotativa material
base-anodização sulfúrica longitudinal e transversal.
Figura (4.17) Superfície de fratura flexão rotativa anodização
sulfúrica (174 MPa, 109.600 ciclos) longitudinal 15x.
A figura (4.17) apresenta a superfície de fratura de um ensaio de
fadiga por flexão rotativa de alto ciclo (174 MPa, 109.600 ciclos) do
metal base com anodização sulfúrica. A foto apresenta uma visão geral
1 1 9
da superfície de fratura onde se observa a nucleação e a propagação
simultâneas de diversas frentes de trinca. As formações de diversas
frentes de trincas intensificam a propagação das trincas, reduzindo a
vida em fadiga do componente. A nucleação simultânea das trincas
ocorre em função da maior tensão trativa na superfície do corpo-de-
prova, característica da flexão rotativa, das tensões residuais de tração
induzida pela anodização sulfúrica abaixo da superfície e da porosidade,
características da camada anódica, atuando como concentradores de
tensão superficial.
A figura (4.18) apresenta a camada de anodização sulfúrica sobre o
substrato, evidenciando a rugosidade da camada anodizada.
Figura (4.18) Superfície de fratura camada anodizada flexão
rotativa anodização sulfúrica (174 MPa, 109.600 ciclos) longitudinal
500x.
O processo de anodização sulfúrica induz tensões residuais trativas
a partir da superfície do corpo-de-prova. Estas tensões, aliadas às
características da camada anódica, reduziram a resistência à fadiga do
material para ambas as direções quando comparado com o material base.
1 2 0
Os resultados dos ensaios de fadiga por flexão rotativa com
anodização sulfúrica evidenciam uma tendência de maior resistência à
fadiga para as amostras retiradas no sentido transversal, somente para a
tensão de 326 MPa, pois o número médio de ciclos para a direção
longitudinal é maior (12.867 ciclos na longitudinal e 11.800 ciclos na
transversal). Quando se consideram os valores de dispersão em relação à
média, tem-se 5,0% e 8,1% respectivamente, caracterizando
comportamento semelhante entre as direções longitudinal e transversal.
Para 217 MPa, o número médio de ciclos para a direção longitudinal é
de 38.900 ciclos com dispersão de 8,3%. Para a direção transversal é de
57.767 ciclos com dispersão de 15%, o que caracteriza melhor vida em
fadiga para a direção transversal. Para as tensões de 174 MPa e
130 MPa os resultados confirmam a tendência observada de melhor
comportamento na direção transversal.
Os resultados evidenciam o aumento da dispersão para os menores
níveis de tensão, o que caracteriza um maior espalhamento entre os
resultados e indica interferência dos efeitos da camada anodizada sobre
os resultados obtidos. Comparando a dispersão média da anodização
sulfúrica sobre o material base e a anodização crômica, observam-se
menores valores de dispersão para a anodização sulfúrica e diversas
frentes de trinca se propagando, o que caracteriza maior interferência
deste processo e facilita a nucleação e a propagação das trincas de
fadiga. A anodização sulfúrica induz tensões trativas a partir da
superfície, a camada anodizada é mais dura, porosa e mais espessa que a
camada crômica (ABAL, 1996).
1 2 1
100
150
200
250
300
350
10000 100000 1000000 1E7
FLEXÃO ROTATIVA (Tensão x Nº de Ciclos)
Anodização Dura
sem shot peening
= MB - Long.
= MB - Transv.
= AD - Long.
= AD - Transv.
Número de Ciclos
Tensão (MPa)
Figura (4.19) Curvas
-N de fadiga por flexão rotativa material base
- anodização dura longitudinal e transversal.
Figura (4.20) Superfície de fratura flexão rotativa anodização dura
(174 MPa, 73.400 ciclos) longitudinal Aumento: (a) e (b) 15x.
A figura (4.20) apresenta a superfície de fratura do ensaio de flexão
rotativa com anodização dura, onde se observam a nucleação e a
a
b
1 2 2
propagação simultânea de diversas frentes de trinca na superfície,
reduzindo a vida em fadiga do componente.
Figura (4.21) Superfície de fratura flexão rotativa anodização dura
(174 MPa, 73.400 ciclos) longitudinal - Aumento: (a) 100x, (b) 200x,
(c) 200x e (d) 500x.
A figura (4.21) apresenta a superfície de fratura de um ensaio de
fadiga por flexão rotativa com anodização dura. A foto (a) apresenta
uma visão da superfície de fratura evidenciando o ponto (1) de
nucleação da trinca e o ponto (2) frentes de trinca se propagando para o
interior do material base. A foto (b) apresenta o ponto de nucleação
1
2
3
6
5
7
8
a
b
c
d
9
4
1 2 3
superficial da trinca (3) e uma trinca no interior do substrato (4). A foto
(c) apresenta a propagação da trinca para o interior do substrato (5) e a
fragilidade da camada de anodização dura (quebradiça) (5). A foto (d)
apresenta um ponto propagação da trinca a partir da interface da camada
anódica com o substrato (7), e a trinca caminhando na interface entre a
camada anodizada e o substrato (8), para em seguida propagar-se para o
interior do material (9).
Figura (4.22) Superfície de fratura flexão rotativa anodização dura
- fragilidade da camada anódica (174 MPa, 73.400 ciclos) longitudinal
Aumento: 500x.
A figura (4.22) apresenta a superfície de fratura com anodização
dura, evidenciando a fragilidade da camada de anodização dura
(quebradiça), a nucleação da trinca na superfície da camada anódica e a
propagação para o interior do substrato.
A formação de diversas trincas intensifica a propagação e reduz a
vida em fadiga do componente. A nucleação simultânea das trincas
ocorre em função da maior tensão trativa na superfície do corpo-de-
prova, característica da flexão rotativa, das tensões residuais de tração
induzida pela anodização dura na superfície e abaixo dela, da maior
espessura da camada anódica, da sua fragilidade e da porosidade
1 2 4
característica, atuando como concentradores de tensão na superfície e na
interface com o substrato.
O processo de anodização dura induz tensões residuais trativas na
superfície do corpo-de-prova. Estas tensões aliadas às características da
camada anódica reduziram a resistência à fadiga do material para ambas
as direções quando comparado com o material base.
Os resultados dos ensaios de fadiga por flexão rotativa com
anodização dura apresentam uma tendência a maior resistência à fadiga
para as amostras retiradas na direção transversal. Para 326 MPa, o
número médio de ciclos é de 13.450 ciclos para a direção transversal e
de 10.233 ciclos para a longitudinal. Para 260 MPa, a média de ciclos e
a dispersão média são 29.867 ciclos e 7,9% para transversal e de 26.633
ciclos e 2,5% para longitudinal. Resultados semelhantes são obtidos
também para as tensões de 174 MPa e 130 MPa.
Os resultados indicam uma tendência de aumento da dispersão para
fadiga de alto ciclo, que caracteriza um maior espalhamento dos
resultados e indica interferência dos efeitos da camada anodizada sobre
os resultados obtidos. Comparativamente também se observa que os
menores valores de dispersão média são os apresentados nas
anodizações sulfúrica e dura, indicando a maior interferência destes
processos sobre a vida em fadiga do material.
A anodização dura apresenta características de maior fragilidade e a
maior espessura de camada entre os processos de anodização estudados,
o que justifica os resultados encontrados.
A figura (4.23) apresenta os resultados para as condições de ensaio
de fadiga por flexão rotativa realizadas sem shot peening.
1 2 5
100
150
200
250
300
350
10000 100000 1000000
Fleo Rotativa (Teno x Nº de Ciclos)
Geral
sem shot peening
= MB -Long.
= AC -Long.
= AS -Long.
= AD -Long.
= MB -Transv.
= AC -Transv.
= AS -Transv.
= AD -Transv.
Número de Ciclos
Tensão (MPa)
Figura (4.23) Curvas
-N de fadiga por flexão rotativa longitudinal e
transversal.
Os resultados confirmam a maior resistência à fadiga do material
base sobre os demais processos de anodização, seguido da anodização
crômica para ambas as direções e uma tendência de melhor
comportamento para a anodização sulfúrica sobre a dura para fadiga de
alto ciclo.
Para uma análise qualitativa dos dados são considerados os valores
médios dos ensaios de fadiga por flexão rotativa, o desvio-padrão, a
dispersão percentual em relação à média e a relação de vida em fadiga
entre os diversos tipos de anodização e o material base, procurando
quantificar as condições de perda ou ganho na resistência à fadiga com
as anodizações aplicadas.
As figuras (4.24), (4.25) e (4.26) apresentam as curvas S-N, de
fadiga por flexão rotativa, usando o número médio de ciclos, sem shot
peening.
1 2 6
100
150
200
250
300
350
10000 100000 1000000 1E7
FLEXÃO ROTATIVA (Tensão x Nº de Ciclos)-DIA
Geral- Longitudinal
sem shot peeening
= AD
= AS
= AC
= MB
Número de Ciclos
Tensão (MPa)
Figura (4.24) Curvas
-N de fadiga por flexão rotativa material base
- anodizações crômica, sulfúrica e dura valores médios longitudinal.
Os resultados mostram que os ensaios com o material base
apresentam um maior número de ciclos médios para todos os níveis de
tensão estudados; os resultados indicam uma queda significativa na
resistência à fadiga quando se comparam as anodizações com o material
base na longitudinal. Entretanto não se observa uma diferença numérica
significativa entre as três anodizações. Para os ensaios em 217 MPa,
174 MPa e 130 MPa observam-se novamente redução significativa na
resistência à fadiga na liga anodizada. No entanto, para estes níveis de
solicitação já é possível identificar diferenças nos comportamentos das
anodizações: em 217 MPa, os valores médios de ciclos para as
anodizações crômica, sulfúrica e dura são respectivamente 71.133,
38.900 e 49.367 ciclos. Portanto, a anodização crômica é a que apresenta
maior resistência à fadiga quando comparada com as outras. É
importante também observar neste caso um maior valor da dispersão
média da crômica do que na sulfúrica e dura. Estes mesmos comentários
1 2 7
são válidos para 174 MPa. Na análise da relação percentual da vida
média em fadiga com o material base o que se conclui é que todos os
processos de anodização reduzem a vida do componente em todas as
condições de carregamento. Para a tensão de trabalho de 326MPa, a vida
em fadiga para o material com anodização crômica representa 57,4% da
vida do material base; para as mesmas condições, com anodização
sulfúrica, a vida corresponde a 58,8% e, para a anodização dura, 46,7%.
Para a tensão 217 MPa tem-se 21,6% - AC, 11,8% - AS e 15,0% - AD.
Para a tensão de 174 MPa tem-se 2,5% - AC, 1,1% - AS e 0,7% AD. É
importante salientar que o ensaio do metal base para a tensão de 174
MPa foi interrompido com
7
100,1
x
ciclos antes da fratura do corpo-de-
prova, o que permite concluir que, para este nível de tensão, a redução
da vida em fadiga é ainda mais intensa do que a aferida. Os resultados
demonstram que o processo de anodização crômica é o que reduz menos
a vida em fadiga do componente e que os processos de anodização
sulfúrica e dura apresentam comportamentos semelhantes nos resultados
para a direção longitudinal.
100
150
200
250
300
350
10000 100000 1000000 1E7
FLEXÃO ROTATIVA (Tensão x de Ciclos) - MÉDIA
Geral - Transversal
sem shot peening
= A.D.
= A.S.
= A.C.
= M.B.
mero de Ciclos
Tensão (MPa)
Figura (4.25) Curvas
-N de fadiga por flexão rotativa - material base
- anodização crômica, sulfúrica e dura valores médios transversal.
1 2 8
Os resultados mostram que os ensaios com o material base
apresentam um maior número de ciclos médios para todos os níveis de
tensão estudados; os resultados indicam uma queda significativa na
resistência à fadiga quando se comparam as anodizações com o material
base em ambas as direções. Para as anodizações crômica, sulfúrica e
dura o que se observa, para os ensaios de baixo ciclo (326 MPa), os
valores médios e a dispersão são de 12.333 ciclos, 6,2% - AC, 11.800
ciclos, 8,1% - AS e 13.450 ciclos, 4,7% - AD. Este comportamento
justifica-se pela influência predominante do nível de solicitação na
resistência à fadiga do material (DIETER, 1988).
Para os ensaios de médio e alto ciclos (217 MPa, 174 MPa e
130 MPa), o maior número médio de ciclos corresponde à anodização
crômica, seguida da anodização sulfúrica e da anodização dura. Na
análise da relação percentual da vida média em fadiga com o material
base o que se conclui é que todos os processos de anodização reduzem a
resistência do componente. Para a tensão de trabalho de 326MPa a vida
em fadiga com anodização crômica representa 65,5% da vida do material
base; para as mesmas condições com anodização sulfúrica, 62,7% e, para
a anodização dura, 71,4%. Para a tensão de 217 MPa tem-se
respectivamente, 9,3% - AC, 9,0% - AS e 7,3% - AD, para a tensão de
174 MPa tem-se 1,4% - AC, 1,5% - AS e 1,0% AD e para a tensão de
130 MPa tem-se para AC a amostra foi retirada com
7
100,1
x
antes da
fratura, 33,6% - AS e 2,3% AD. É importante salientar que os ensaios
com o material base para a tensão de 174 MPa e 130 MPa foram
interrompido com
7
100,1
x
ciclos. Isto que permite concluir que, para estes
níveis de tensão, a redução da vida em fadiga é ainda mais intensa do
que a aferida. Os resultados demonstram que o processo de anodização
crômica é o que menos reduz a resistência à fadiga em flexão rotativa do
componente, seguido da anodização sulfúrica e da anodização dura, para
a direção transversal.
1 2 9
Fica evidente, pelos dados da tabela (4.9), a influência prejudicial
das anodizações crômica, sulfúrica e dura na resistência à fadiga do
material em baixas tensões. Pela análise comparativa entre a dispersão e
a redução de vida em fadiga para a anodização sulfúrica, (níveis 326
MPa e 174 MPa, na direção transversal), verifica-se o seguinte: enquanto
a dispersão varia de 8,1% a 11,1%, a variação na resistência à fadiga do
material passa de 62,7% a 1,5%. Isto evidencia que, de forma diferente
do metal base cuja dispersão aumenta com a redução do nível de
solicitação, para as anodizações estudadas, este aumento na dispersão
não é tão intenso, enquanto que a redução na resistência à fadiga é
extremamente significativa. É importante observar que, mesmo para
níveis de solicitação elevados, a redução na resistência à fadiga é
grande, ao redor de 50%.
Os resultados refletem os efeitos negativos das anodizações e as
diferenças de comportamento podem ser justificadas pelas características
das camadas anódicas geradas e pelas tensões residuais induzidas para
cada processo de anodização.
Os resultados apresentam uma tendência de melhor desempenho dos
corpos de prova com anodização sulfúrica sobre a anodização dura.
1 3 0
100
150
200
250
300
350
10000 100000 1000000
FLEXÃO ROTATIVA (Tensão x Nº de Ciclos) - MÉDIA
Geral
Sem shot Peening
= MB- Long.
= AC- Long.
= AS- Long.
= AD- Long.
= MB- Transv.
= AC- Transv.
= AS- Transv.
= AD- Transv.
Nº de Ciclos
Tensão (MPa)
Figura (4.26) Curvas
-N de fadiga por flexão rotativa Al 7050-
T7451 material base - anodização crômica, sulfúrica e dura valores
médios longitudinal e transversal.
A figura (4.26) apresenta as curvas
-N, para a média de número de
ciclos em todos os níveis de tensão estudados e permite concluir que em
relação à resistência à fadiga, a melhor condição é a de material base
seguida da anodização crômica com uma tendência para a anodização
sulfúrica e, finalmente, a anodização dura.
4.4.2 Flexão rotativa com shot peening
Os resultados dos ensaios de fadiga por flexão rotativa com shot
peening, são apresentados nas tabelas (4.10) e (4.11).
1 3 1
Tabela (4.10) Número de ciclos consumidos nos ensaios de fadiga por
flexão rotativa com shot peening.
NÚMERO DE CICLOS - FADIGA – FLEXÃO ROTATIVACOM SHOT PEENING
Tensão
(MPa)
MB-L
(s/SP)
AC-L AS-L AD-L
MB-T
(s/SP)
AC-T AS-T AD-T
326 25.600 59.900 43.300 36.300 19.900 64.000 39.700 27.500
326 22.400 39.500 41.300 32.200 18.500 50.400 36.000 33.300
326 17.700 47.700 39.600 34.100 18.100 49.600 44.900 25.200
Média 21.900 49.033 41.400 34.200 18.833 54.667 40.200 28.667
282 55.000 104.100 -- 73.700 49.100 161.300 97.300 48.500
282 39.600 115.400 78.300 66.600 36.700 170.400 96.400 64.800
282 -- 147.400 77.500 -- 35.500 149.600 127.400 63.100
282 -- -- -- -- 24.800 -- -- --
Média 47.300 122.300 77.900 70.150 36.525 160.433 107.033 58.800
260 107.600 335.300 351.000 134.300 114.800 304.600 216.200 97.800
260 53.600 293.300 281.700 208.600 128.700 328.100 377.100 104.100
260 78.300 222.900 240.600 172.200 -- 177.700 111.500 122.500
260 -- -- -- 216.000 -- -- 217.300 --
Média 79.833 283.833 291.100 182.775 121.750 270.133 230.525 108.133
239 -- 591.400 -- -- 582.000 314.500 1,0E+07 449.700
239 -- 254.000 -- -- 439.000 334.700 1,0E+07 715.200
239 -- -- -- -- 139.000 -- -- 1.240.500
239 -- -- -- -- 117.100 -- -- --
239 -- -- -- -- 82.700 -- -- --
Média
--
422.700
-- --
271.960 324.600
--
801.800
217 588.200 1,0E+07 3.129.800 1,0E+07 936.400 7.187.200 1,0E+07 6.981.700
217 313.000 1,0E+07 2.396.000 1,0E+07 715.300 2.598.400 -- --
217 306.500 -- -- -- 277.100 -- -- --
217 279.500 -- -- -- -- -- -- --
217 272.200 -- -- -- -- -- -- --
217 214.100 -- -- -- -- -- -- --
Média 328.917
--
2.762.900
--
642.933 4.892.800
--
6.981.700
174 1,0E+07 -- 1,0E+07 -- 1,0E+07 -- -- --
174 1,0E+07 -- 1,0E+07 -- 1,0E+07 -- -- --
174 1,0E+07 -- -- -- -- -- -- --
174 1,0E+07 -- -- -- -- -- -- --
Média 1,0E+07 -- 1,0E+07 -- 1,0E+07
-- -- --
Valores em itálico ensaio interrompido antes da ruptura do cdp.
1 3 2
Tabela (4.11) Fadiga flexão rotativa anodização com shot peening
material base sem shot peening - tensão - média de ciclos, desvio padrão,
dispersão (%) e relação de vida em fadiga (%).
TABELA – VALORES MÉDIOS / DESVIO PADRÃO / RELAÇÃO – COM SHOT PEENING
(MPa)
MB-L
(s/SP)
AC-L AS-L AD-L
MB-T
(s/SP)
AC-T AS-T AD-T
Média (N)
13.350 - - - 12.850 - - -
DP
2.899 - - - 2.333 - - -
(DP/N)%
21,7 - - - 18,2 - - -
347
A-SP/MB
- - - - - - - -
Média (N)
21.900 49.033 41.400 34.200 18.833 54.667 40.200 28.667
DP
3.974 10.265 1.852 2.052 945 8.093 4.471 4.174
(DP/N)%
18,1 20,9 4,5 6,0 5,0 14,8 11,1 14,6
326
A-SP/MB
- 223,9% 189,0% 156,2% - 290,3% 213,5% 152,2%
Média (N)
47.300 122.300 77.900 70.150 36.525 160.433 107.033 58.800
DP
10.889 22.460 566 5.020 9.945 10.427 17.644 8.960
(DP/N)%
23,0 18,4 0,7 7,2 27,2 6,5 16,5 15,2
282
A-SP/MB
- 258,6% 164,7% 148,3% - 439,2% 293,0% 161,0%
Média (N)
79.833 283.833 291.100 182.775 121.750 270.133 230.525 108.133
DP
27.033 56.795 55.797 37.561 9.829 80.907 109.592 12.834
(DP/N)%
33,9 20,0 19,2 20,6 8,1 30,0 47,5 11,9
260
A-SP/MB
- 355,5% 364,6% 228,9% - 221,9% 189,3% 88,8%
Média (N)
- 422.700 - - 271.960 324.600 1,E+07 801.800
DP
- 238.578 - - 224.447 14.284 0 402.450
(DP/N)%
- 56,4 - - 82,5 4,4 0,0 50,2
239
A-SP/MB
- - - - - 119% 3677% 295%
Média (N)
328.917 1,0E+07 2.762.900 1,0E+07 642.933 4.892.800 1,0E+07 6.981.700
DP
131.777 - 518.875 - 335.555 3.244.772 - -
(DP/N)%
40,1 - 18,8 - 52,2 66,3 - -
217
A-SP/MB
- 3040% 840% 3040% - 761% 1555% 1086%
Média (N)
1,0E+07 - 1,0E+07 - 1,0E+07 - - -
DP
- - - - - - - -
(DP/N)%
- - - - - - - -
174
A-SP/MB
- - - - - - - -
Valores em itálico ensaio interrompido antes da ruptura do cdp.
As figuras (4.27) até (4.38) apresentam as curvas
σ
-N, de fadiga por
flexão rotativa, para as diversas condições de ensaios e tratamentos de
superfície, com o processo mecânico de shot peening.
1 3 3
150
200
250
300
350
10000 100000 1000000 1E7
FLEXÃO ROTATIVA (Tensão xde Ciclos)
Anodização Crômica
com shot peening
= MB - Long. - s/SP
= MB - Transv. - s/SP
= AC - Long.
= AC - Transv.
Número de Ciclos
Tensão (MPa)
Figura (4.27) Curvas
-N de fadiga por flexão rotativa material base
- anodização crômica longitudinal e transversal - com shot peening.
Figura (4.28) Superfície de fratura flexão rotativa anodização
crômica com shot peening (239 MPa, 591.400 ciclos) longitudinal
Aumento: (a) 15x e (b) 500x.
2
3
a
1
b
1 3 4
A figura (4.28) apresenta a superfície de fratura de um corpo de
prova de fadiga por flexão rotativa em alto ciclo (239 MPa, 591.400
ciclos) com shot peening e anodização crômica. A foto (a) apresenta
uma visão geral da superfície onde se observa a região (1) de nucleação
da trinca, a região (2) de propagação da trinca e a região (3) rugosa de
fratura dúctil. A foto (b) apresenta a espessura da camada de anodização
crômica
Os resultados da tabela (4.10) e (4.11) mostram para ambas as
direções que o processo de shot peening seguido de anodização crômica,
aumenta a resistência à fadiga em relação ao material base sem shot
peening, para todos os níveis de tensão.
Para as tensões de 326 MPa e 282 MPa observa-se uma tendência a
maior resistência à fadiga para a direção transversal. Para 326 MPa o
número médio de ciclos e a dispersão média são de 54.662 ciclos,
14,8% na transversal e de 49.033 ciclos, 20,9% para a longitudinal. A
mesma tendência é observada para 282 MPa. Quando se analisa o ganho
médio de resistência à fadiga com shot peening para todos os níveis de
tensão observa-se que, para 326 MPa, a resistência à fadiga do material
base aumenta em 223,9% na longitudinal e em 290,3% na transversal.
Para a tensão de 217 MPa, os aumentos são de 3040% e 761%,
respectivamente, evidenciando a capacidade de recomposição de
resistência à fadiga, através do processo de shot peening.
O shot peening, induziu tensões residuais compressivas que geraram
condições para deslocar o pico de tensão trativa para um ponto no
interior da amostra e criou uma região que impede ou retarda a
nucleação e propagação da trinca, tornando possível que a nucleação
ocorra abaixo da superfície (WAGNER, 1999; TORRES, 2002).
1 3 5
150
200
250
300
350
10000 100000 1000000 1E7
FLEXÃO ROTATIVA (Tensão x de Ciclos)
Anodização Sulfúrica
com shot peening
= MB - Long. - s/SP
= MB - Transv. - s/SP
= AS - Long.
= AS - Transv.
Número de Ciclos
Tensão (MPa)
Figura (4.29) Curvas
-N de fadiga por flexão rotativa material base
- anodização sulfúrica - longitudinal e transversal - com shot peening.
1 3 6
Figura (4.30) Superfície de fratura flexão rotativa anodização
sulfúrica com shot peening (260 MPa, 351.000 ciclos) longitudinal
Aumento: (a) 15x, (b) 200x e (c) 100x.
A figura (4.30) apresenta a superfície de fratura de um corpo de
prova de fadiga por flexão rotativa em alto ciclo (260 MPa, 351000
ciclos) do metal base com shot peening seguido de anodização sulfúrica.
A foto (a) apresenta uma visão geral da superfície de fratura onde se
pode observar a região (1) de nucleação da trinca, a região (2) de
propagação da trinca e a região (3) áspera de ruptura dúctil. A foto (b)
com ampliação de 200x, mostra a região (4) de nucleação superficial da
trinca, a região (5) com as trincas se propagando em diversas direções
a
1
b
4
5
6
c
7
5
2
3
1 3 7
no interior do corpo de prova e a região (6) de propagação para o centro
do corpo de prova. A foto (c) apresenta a região de atuação do shot
peening que retarda a propagação da trinca para centro do corpo-de-
prova (7).
Os resultados da tabela (4.10) e (4.11) evidenciam para ambas as
direções que o processo de shot peening seguido de anodização sulfúrica
não só neutraliza os efeitos prejudiciais da anodização como aumenta a
resistência à fadiga em relação ao material base sem shot peening, para
todos os níveis de tensão.
Quando se analisa o ganho médio de resistência à fadiga e a
dispersão do shot peening com anodização sulfúrica e o metal base, na
direção longitudinal, observa-se, para a tensão de 326 MPa, um aumento
de 189,0% de resistência com 4,5% de dispersão e 18,1% de dispersão
no metal base. Para 217 MPa o aumento foi de 840,0%, com 18,8% de
dispersão, e 40,1% de dispersão no metal base. Para a direção
transversal são observadas as mesmas características. Isto evidencia que
a dispersão no material base é maior que as encontradas no shot peening
com anodização sulfúrica e que o ganho de resistência à fadiga é tanto
mais intenso quanto menor o nível de tensão aplicado. É importante
observar que, mesmo para os níveis de solicitação mais elevados, o
processo de shot peening atua de forma determinante na recomposição
da resistência à fadiga.
1 3 8
150
200
250
300
350
10000 100000 1000000 1E7
FLEXÃO ROTATIVA (Tensão x Nº de Ciclos)
Anodização Dura
com shot peening
= MB - Long. - s/SP
= MB - Transv. - s/SP
= AD - Long.
= AD - Transv.
Número de Ciclos
Tensão (MPa)
Figura (4.31) Curvas
-N de fadiga por flexão rotativa material base
- anodização dura - longitudinal e transversal - com shot peening.
1 3 9
Figura (4.32) Superfície de fratura flexão rotativa anodização dura
com shot peening (260 MPa, 208.600 ciclos) longitudinal
Aumento: (a) 15x, (b) 200x, (c) 500x e (d) 200x.
A figura (4.32) apresenta a superfície de fratura de um ensaio de
fadiga por flexão rotativa de alto ciclo (260 MPa, 208.600 ciclos) com
shot peening e anodização dura. A foto (a) apresenta uma visão geral da
superfície de fratura onde se observa a região (1) de nucleação da
trinca, a região (2) de propagação da trinca e a região (3) áspera
característica da ruptura dúctil. A foto (b) apresenta a ruptura da
camada anódica em vários pontos da superfície e a posição aproximada
(7) de efetiva propagação da trinca (171 µm) para o centro do corpo de
prova. A foto (c) apresenta as trincas (4) e o descolamento (5) da
camada anódica do substrato. A foto (d) apresenta a região de
1
a
2
3
b
c
d
4
5
6
7
1 4 0
deformação provocada pelo shot peening que dificulta a propagação da
trinca para o centro do corpo de prova (6).
Os resultados da tabela (4.10) e (4.11) evidenciam para ambas as
direções, que o processo de shot peening seguido de anodização dura,
não só neutraliza os efeitos prejudiciais da anodização como aumenta a
resistência à fadiga em relação ao material base sem shot peening, para
praticamente todos os níveis de tensão. O shot peening cria uma região
abaixo da superfície que retarda a propagação da trinca para o centro do
corpo de prova.
Para a anodização dura observa-se uma tendência a maior
resistência à fadiga para a direção longitudinal. Para 326 MPa o número
médio de ciclos e a dispersão são 34.200 ciclos, 6,0% na longitudinal e
28.667 ciclos, 14,6% na transversal. Para 282 MPa, os resultados são
70.150 ciclos, 7,2% e 58.800 ciclos, 15,2% respectivamente. A mesma
tendência é observada para 260 MPa e 217 MPa.
O aumento médio de resistência à fadiga para o material com shot
peening e anodização dura sobre o material base é muito significativo
em todos os níveis de tensão. Para 326 MPa são de 156,2% na
longitudinal e de 152,2% na transversal. Para 217 MPa foram de 3.040%
e 1.086% respectivamente. Uma análise comparativa entre a dispersão
percentual média do material com shot peening anodizado e o material
base mostra que o material base apresenta os maiores valores e existe
uma tendência de aumento para os níveis de tensão mais baixos para as
duas condições.
A figura (4.32) apresenta o espalhamento dos resultados obtidos
para as diversas condições de ensaio de fadiga por flexão rotativa nos
sentidos longitudinal e transversal, em todas as condições de anodização
ensaiadas.
1 4 1
150
200
250
300
350
10000 100000 1000000 1E7
FLEXÃO ROTATIVA (Tensão x de Ciclos)
Geral
com shot peening
= MB - s/SP - Long.
= AC - Long.
= AS - Long.
= AD - Long.
= MB - s/SP - Transv.
= AC - Transv.
= AS - Transv.
= AD - Transv.
Número de Ciclos
Tensão (MPa)
Figura (4.33) Curvas
-N de fadiga por flexão rotativa longitudinal e
transversal - com shot peening.
Os resultados evidenciam que para todas as condições de ensaios
com os materiais anodizados, há um aumento da resistência à fadiga
quando aplicado o processo de shot peening sobre o material base antes
da anodização. Isto que permite afirmar que o processo de shot peening
aumenta a resistência à fadiga do material. Quando se compara o efeito
do processo de shot peening entre os processos de anodização estudados
observam-se melhores resultados para a anodização crômica em todos os
níveis de tensão estudados, seguido do processo de anodização sulfúrica
e dura.
A tabela (4.12) apresenta o número médio de ciclos e a relação de
resistência à fadiga entre as anodização com e sem shot peening e o
material base sem shot peening, para fadiga em flexão rotativa.
1 4 2
A tabela (4.12) e as figuras (4.34) a (4.36) são usados para
quantificar a redução ou aumento da resistência à fadiga com as
anodizações aplicadas.
Tabela (4.12) Fadiga flexão rotativa- tensão média de ciclos e
relação de vida em fadiga (%)- (anodização/material base, shot peening-
anodização/material base e shot peening-anodização/anodização)
FLEXÃO ROTATIVA – MÉDIA DE CICLOS – RELAÇÃO DE RESISTÊNCIA À FADIGA
(MPa) MB-L AC-L AS-L AD-L MB-T AC-T AS-T AD-T
Média (N)
21900 12567 12867 10233 18833 12333 11800 13450
Média (N) SP
- 49033 41400 34200 - 54667 40200 28667
A/MB
- 57,4% 58,8% 46,7% - 65,5% 62,7% 71,4%
A-SP/MB
- 223,9% 189,0% 156,2% - 290,3% 213,5% 152,2%
326
A-SP/A
- 390,2% 321,8% 334,2% - 443,2% 340,7% 213,1%
Média (N)
47300 29450 - - 36525 22133 21500 -
Média (N) SP
- 122300 77900 70150 - 160433 107033 58800
A/MB
- 62,3% 0,0% 0,0% - 60,6% 58,9% 0,0%
A-SP/MB
- 258,6% 164,7% 148,3% - 439,2% 293,0% 161,0%
282
A-SP/A
- 415,3% - - - 724,8% 497,8% -
Média (N)
79833 25000 23000 26633 121750 - - 29867
Média (N) SP
- 283833 291100 182775 - 270133 230525 108133
A/MB
- 31,3% 28,8% 33,4% - 0,0% 0,0% 24,5%
A-SP/MB
- 355,5% 364,6% 228,9% - 221,9% 189,3% 88,8%
260
A-SP/A
- 1135,3% 1265,7% 686,3% - - - 362,1%
Média (N)
- - - - 271960 - - -
Média (N) SP
- 422700 - - - 324600 10000000 801800
A/MB
- - - - - 0,0% 0,0% 0,0%
A-SP/MB
- - - - - 119,4% 3677,0% 294,8%
239
A-SP/A
- - - - - - - -
Média (N)
328917 71133 38900 49367 642933 59567 57767 46833
Média (N) SP
- 1,0E+07 2,8E+06 1,0E+07 - 4,9E+06 1,0E+07 7,0E+06
A/MB
- 21,6% 11,8% 15,0% - 9,3% 9,0% 7,3%
A-SP/MB
- 3040,3% 840,0% 3040,3% - 761,0% 1555,4% 1085,9%
217
A-SP/A
- 14058,1% 7102,6% 20256,6% - 8214,0% 17311,0% 14907,5%
Média (N)
1,0E+07 246000 108533 67533 1,0E+07 144733 145933 95167
Média (N) SP
- - 1,0E+07 - - - - -
A/MB
- 2,5% 1,1% 0,7% - 1,4% 1,5% 1,0%
A-SP/MB
- 0,0% 100,0% 0,0% - 0,0% 0,0% 0,0%
174
A-SP/A
- 0,0% 9213,8% 0,0% - 0,0% 0,0% 0,0%
Média (N)
1,0E+07 - 232835 191000 1,0E+07 1,0E+07 3363533 225933
Média (N) SP
- - - - - - - -
A/MB
- - 2,3% 1,9% - 100,0% 33,6% 2,3%
A-SP/MB
- 0,0% 0,0% 0,0% - 0,0% 0,0% 0,0%
130
A-SP/A
- - 0,0% 0,0% - 0,0% 0,0% 0,0%
1 4 3
150
200
250
300
350
10000 100000 1000000 1E7
FLEXÃO ROTATIVA (Tensão x Nº de Ciclos) - MÉDIA
Geral - Longitudinal
com shot peening
= MB
= AC
= AS
= AD
Número de Ciclos
Teno (MPa)
Figura (4.34) Curvas
-N de fadiga por flexão rotativa Al 7050-
T7451 - anodização crômica, sulfúrica e dura valores médios -
longitudinal e shot peening.
Para os ensaios realizados com shot peening em corpos-de-prova
retirados no sentido longitudinal, os resultados evidenciam que a
anodização crômica apresenta a maior resistência à fadiga para todos os
níveis de tensão estudados. Quando se analisam os resultados referentes
às anodizações sulfúrica e dura, observa-se uma tendência de maior
resistência à fadiga da anodização sulfúrica, para as tensões de 326 MPa,
282 MPa e 260 MPa. Quando a análise é feita sobre relação percentual
da vida média em fadiga com o material base observa-se, para as
anodizações, um aumento da resistência à fadiga em todos os níveis de
tensão. Para a tensão de 326MPa, o aumento da resistência à fadiga com
anodização crômica foi de 223,9%; para a anodização sulfúrica 189,0%;
e para a anodização dura, de 156,2%. Para a tensão de 282MPa tem-se
258,6% - AC, 164,7% - AS e 148,3% - AD. Para a tensão 260 MPa tem-
1 4 4
se 355,5% - AC, 364,6% - AS e 228,9% - AD. Para a tensão de 217 MPa
tem-se 3040,3% - AC, 840,0% - AS e 3040% AD. É importante salientar
que os ensaios com anodização crômica e sulfúrica para a tensão de
217 MPa foram interrompidos com
7
100,1
x
ciclos antes da ruptura do
corpo-de-prova, o que permite concluir que, para este nível de tensão, o
aumento da vida em fadiga é ainda mais intenso do que a aferido. O
ganho de vida em fadiga proporcionado pelo processo de shot peening é
tanto mais intenso quanto menor a tensão de trabalho, o que demonstra
que as tensões compressivas induzidas pelo processo criam nas camadas
sub-superficiais do material uma barreira mecânica que dificulta ou
impede a deformação plástica localizada do material, retardando a
propagação da trinca além de dificultar a ocorrência a partir da interface
entre a camada anódica e o substrato.
Os resultados são ainda mais surpreendentes quando se analisa o
aumento da vida em fadiga entre as anodizações sem e com o processo
de shot peening. Na análise comparativa da relação de vida em fadiga
para o material com shot peening e anodização com o material somente
anodizado na direção longitudinal, verifica-se, para a tensão de 326
MPa, um ganho de 390,2% na anodização crômica, 321,8%, na sulfúrica
e de 334,2% na dura. Para a tensão de 217 MPa, os ganhos são de
14.058%, 7103% e 20257% respectivamente.
Os resultados demonstram que o processo de shot peening atua tão
intensamente sobre a resistência em fadiga do material, neutralizando os
efeitos negativos das anodizações e gerando uma sobrevida muito grande
sobre o material base, para a direção longitudinal.
1 4 5
150
200
250
300
350
10000 100000 1000000 1E7
FLEXÃO ROTATIVA (Teno x Nº de Ciclos) - DIA
Geral - Transversal
com shot peening
= MB - s/SP
= AC
= AS
= AD
Número de Ciclos
Teno (MPa)
Figura (4.35) Curvas
-N de fadiga por flexão rotativa Al 7050-
T7451 - anodizações crômica, sulfúrica e dura valores médios -
transversal e shot peening.
Para os ensaios realizados com shot peening em corpos de prova
retirados no sentido transversal, os resultados mostram que a anodização
crômica apresenta maior resistência à fadiga, para as tensões de 326
MPa, 282 MPa e 260 MPa. Para as tensões de 239 MPa e 217 MPa, o
melhor desempenho é obtido no processo de anodização sulfúrica, onde
os corpos-de-prova foram retirados com
7
100,1
x
antes da ruptura. Quando
a análise é feita sobre a relação percentual da vida média em fadiga com
o material base, observam-se, para todos os processos de anodização, um
aumento da resistência à fadiga para praticamente todos os níveis de
tensão. Para 326MPa, o aumento da resistência à fadiga com anodização
crômica foi de 290,3%, para a anodização sulfúrica de 213,5% e para a
anodização dura, de 152,2%. Para 282MPa, tem-se, respectivamente,
439,2% - AC, 293,0% - AS e 161,0% - AD. Para 260 MPa, tem-se
1 4 6
221,9% - AC, 189,3% - AS e 88,8% - AD. Para 239 MPa, tem-se
119,43% - AC, 3677,0% - AS e 294,8% - AD. Para 217 MPa, tem-se
761,0% - AC, 1555,4% - AS e 1085,9% - AD. É importante salientar que
os ensaios com anodização sulfúrica para a tensão de 217 MPa foram
interrompidos com
7
100,1
x
ciclos antes da ruptura do corpo-de-prova, o
que permite concluir que, para este nível de tensão, o aumento da vida
em fadiga é ainda mais intenso do que o aferido. O aumento da
resistência à fadiga proporcionada pelo processo de shot peening é tanto
mais intenso quanto menor a tensão de estudo. Isto demonstra que as
tensões compressivas induzidas pelo processo criam nas camadas sub-
superficais do material uma barreira mecânica que dificulta ou impede a
deformação plástica localizada do material, retardando a propagação da
trinca além de dificultar a ocorrência de trincas a partir da superfície do
material.
Os resultados são ainda mais surpreendentes quando se analisa o
aumento da vida em fadiga entre as anodizações sem e com o processo
de shot peening. Na análise comparativa da relação de vida em fadiga
para o material com shot peening e anodização com o material somente
anodizado na direção transversal, verifica-se, para a tensão de 326 MPa,
um ganho de 443,2% na anodização crômica; 340,7%, na sulfúrica e
213,1%, na dura. Para a tensão de 217 MPa, os ganhos são de 8214%,
17311% e 14908%, respectivamente.
Os resultados demonstram que o processo de shot peening atua tão
intensamente sobre a resistência a fadiga do material, neutralizando os
efeitos negativos dos processos de anodização, gerando uma sobrevida
muito grande sobre o material base, para a direção transversal.
A figura (4.36) apresenta o espalhamento dos resultados obtidos
para as diversas condições de ensaio de fadiga por flexão rotativa no
sentido longitudinal e transversal, em todas as condições de anodização
ensaiadas com shot peening.
1 4 7
150
200
250
300
350
10000 100000 1000000 1E7
FLEXÃO ROTATIVA (Tensão x de Ciclos) - MÉDIA
Geral
com shot peening
= MB - Long. - s/SP
= AC - Long.
= AS - Long.
= AD - Long.
= MB - Transv. - s/SP
= AC - Transv.
= AS - Transv.
= AD - Transv.
Número de Ciclos
Teno (MPa)
Figura (4.36) Curvas
-N de fadiga por flexão rotativa Al 7050-
T7451 - anodizações crômica, sulfúrica e dura valores médios
longitudinal e transversal.
Os resultados evidenciam que:
1) o shot peening neutraliza os efeitos negativos das anodizações e
aumentou a resistência à fadiga para todos os níveis de tensão em ambas
as direções.
2) o shot peening aumenta a resistência à fadiga em relação ao
material base para praticamente todos os níveis de tensão em ambas as
direções.
3) as tensões residuais na superfície e camadas sub-superficiais,
induzidas no shot peening, retardam ou impedem a propagação das
trincas para o interior do material.
4) as camadas anódicas apresentam trincas superficiais, que ao
atingirem o substrato, sob efeito do shot peening, são interrompidas ou
1 4 8
sofrem desvios laterais, que retardam ou impedem sua propagação para o
interior do material.
5) o aumento da resistência à fadiga com shot peening, em relação
ao material base, é mais intenso quanto menor a tensão aplicada. A
mesma relação é observada entre o shot peening e as anodizações.
6) a dispersão percentual média é mais intensa para o material base
do que para as condições com e sem shot peening, anodizadas.
7) os resultados demonstram que o processo de shot peening atua
tão intensamente sobre a resistência à fadiga do material, neutralizando
os efeitos negativos dos processos de anodização, gerando uma
sobrevida muito grande sobre o material base, para ambas as direções.
1 4 9
4.5 FADIGA FLEXÃO ALTERNADA
A tabela (4.13) apresenta o número de ensaios e as condições em
que foram realizados os ensaios de fadiga por flexão alternada.
Tabela (4.13) Flexão alternada: total - posição - condições.
ENSAIOS DE FADIGA – FLEXÃO ALTERNADA
ENSAIOS
POSIÇÃO
COM
RUPTURA
SEM
RUPTURA
SHOT
PEENING
CONDIÇÃO
20 L 20
MB
22 T 22
MB
15 L 15
AC
14 T 14
AC
15 L 15
AS
15 T 15
AS
15 L 15
AD
18 T 18
AD
15 L 13 02 XXX
AC
15 T 14 01 XXX
AC
13 L 12 01 XXX
AS
12 T 12 XXX
AS
15 L 14 01 XXX
AD
12 T 12 XXX
AD
Legenda: MB= Material base; AC= Anodização crômica;
AS= Anodização sulfúrica e AD = Anodização dura.
4.5.1 – Flexão alternada sem shot peening
Os resultados obtidos nos ensaios de fadiga por flexão alternada
sem shot peening estão apresentados nas tabelas (4.14) e (4.15).
1 5 0
Tabela (4.14) Numero de ciclos consumidos nos ensaios de fadiga por
flexão alternada sem shot peening.
NUMERO DE CICLOS - FADIGA – FLEXÃO ALTERNADA
SEM SHOT PEENING
Tensão
(MPa)
MB-L
AC-L
AS-L AD-L
MB-T
AC-T
AS-T AD-T
391 7.500 -- -- -- -- -- -- --
Média 7.500
347 9.500 -- -- -- 7.800 -- -- --
347 8.400 -- -- -- 10.800 -- -- --
347 10.700 -- -- -- 9.800 -- -- --
Média 9.533 9.467
304 21.000 12.900 11.100 10.100 19.100 7.600 11.000 9.000
304 18.000 11.000 7.600 9.900 7.800 7.100 12.300 8.900
304 17.700 12.500 8.700 9.100 14.200 -- 10.600 8.600
304 18.300 -- -- -- 13.500 -- -- --
Média 18.750 12.133 9.133 9.700 13.650 7.350 11.300 8.833
260 31.400 16.500 16.500 16.100 25.500 16.100 18.400 14.100
260 30.300 19.000 19.200 14.700 24.100 13.200 19.700 13.700
260 24.800 16.800 16.200 11.300 20.800 12.700 14.500 13.500
260 -- -- -- -- -- -- -- --
Média 28.833 17.433 17.300 14.033 23.467 14.000 17.533 13.767
217 48.600 32.600 39.600 22.000 90.400 21.400 29.400 23.300
217 58.100 28.300 28.300 21.100 39.200 20.800 26.900 23.200
217 56.400 52.800 23.800 19.600 44.900 24.700 33.100 26.000
217 -- -- -- -- 48.800 -- --
Média 54.367 37.900 30.567 20.900 55.825 22.300 29.800 24.167
174 117.300 57.000 80.600 43.900 125.500 38.500 83.800 41.900
174 136.700 58.400 103.300 41.500 152.700 57.800 81.300 46.200
174 140.400 65.800 88.300 32.300 133.600 56.200 69.500 47.000
174 -- -- -- 134.100 -- -- --
Média 131.467 60.400 90.733 39.233 136.475 50.833 78.200 45.033
152 -- -- -- -- 195.400 -- -- 63.900
152 -- -- -- -- -- -- -- 63.800
152 -- -- -- -- -- -- -- 61.400
152 -- -- -- -- -- -- --
Média 195.400 63.033
130 196.600 159.700 194.100 101.800 310.400 574.700 322.800 81.000
130 350.200 179.400 196.200 90.500 444.400 271.900 292.700 70.600
130 374.900 150.600 183.500 90.300 309.300 143.000 257.100 74.700
Média 307.233 163.233 191.267 94.200 354.700 329.867 290.867 75.433
1 5 1
Tabela (4.15) Fadiga flexão alternada tensão - média de ciclos,
desvio padrão, dispersão (%) e relação de vida em fadiga (%).
TABELA – VALORES MÉDIOS / DESVIO PADRÃO / % VIDA - SEM SHOT PEENING
(MPa) MB-L AC-L AS-L AD-L
MB-T AC-T AS-T AD-T
Média (N)
7.500
DP
(DP/N)%
391
A/MB
Média (N)
9.533 9.467
DP
1.150 1.528
(DP/N)%
12,1 16,1
347
A/MB
Média (N)
18.750 12.133 9.133 9.700 13.650 7.350 11.300 8.833
DP
1.520 1.002 1.790 529 4.628 354 889 208
(DP/N)%
8,1 8,3 19,6 5,5 33,9 4,8 7,9 2,4
304
A/MB
64,7% 48,7% 51,7% 53,8% 82,8% 64,7%
Média (N)
28.833 17.433 17.300 14.033 23.467 14.000 17.533 13.767
DP
3.536 1.365 1.652 2.468 2.413 1.836 2.706 306
(DP/N)%
12,3 7,8 9,6 17,6 10,3 13,1 15,4 2,2
260
A/MB
60,5% 60,0% 48,7% 59,7% 74,7% 58,7%
Média (N)
54.367 37.900 30.567 20.900 55.825 22.300 29.800 24.167
DP
5.066 13.082 8.140 1.212 23.385 2.100 3.119 1.589
(DP/N)%
9,3 34,5 26,6 5,8 41,9 9,4 10,5 6,6
217
A/MB
69,7% 56,2% 38,4% 39,9% 53,4% 43,3%
Média (N)
131.467 60.400 90.733 39.233 136.475 50.833 78.200 45.033
DP
12.407 4.729 11.544 6.123 11.512 10.711 7.637 2.743
(DP/N)%
9,4 7,8 12,7 15,6 8,4 21,1 9,8 6,1
174
A/MB
45,9% 69,0% 29,8% 37,2% 57,3% 33,0%
Média (N)
195.400 63.033
DP
1.415
(DP/N)%
2,2
152
A/MB
32,3%
Média (N)
307.233 163.233 191.267 94.200 354.700 329.867 290.867 75.433
DP
96.604 14.722 6.808 6.583 77.684 221.611 32.888 5.239
(DP/N)%
31,4 9,0 3,6 7,0 21,9 67,2 11,3 6,9
130
A/MB
53,1% 62,3% 30,7% 93,0% 82,0% 21,3%
As figuras (4.37) a (4.48) apresentam as curvas
-N, de fadiga por
flexão alternada e superfícies de fratura para as diversas condições de
ensaio sem shot peening.
1 5 2
100
150
200
250
300
350
400
10000 100000
FLEXÃO ALTERNADA (Tensão x Nº de Ciclos)
Material Base
= Long.
= Transv.
mero de Ciclos
Tensão (MPa)
Figura (4.37) Curvas
-N de fadiga por flexão alternada material
base (Al 7050-T7451) longitudinal e transversal.
Figura (4.38) - Superfície de fratura flexão alternada material base
(Al 7050 T7451) (217 MPa e 56.400 ciclos) longitudinal Aumento:
(a) 20x e (b) 100x.
a
b
1
1
2
1 5 3
A figura (4.38) mostra a superfície de fratura de dois corpos de
prova do material base, ensaiados em fadiga por flexão alternada. A foto
(a) (217 MPa e 58.100 ciclos) apresenta uma visão geral da superfície de
fratura onde se pode observar as regiões (1) de nucleação de trincas, em
ambas as superfícies do corpo-de-prova. A foto (b) (217 MPa e 56.400
ciclos) apresenta um ponto de nucleação superficial da trinca (2),
próximo à borda do corpo-de-prova onde ocorre a maior concentração de
tensões, que facilita a nucleação da trinca e sua propagação para o
interior da amostra.
Os resultados das tabelas (4.14) e (4.15) evidenciam uma tendência
a maior resistência à fadiga para as amostras retiradas no sentido
longitudinal para as tensões de 304 MPa e 260 MPa. Para 260 MPa, o
número médio de ciclos é de 28.833 ciclos e dispersão de 12,3%, para a
longitudinal e de 23.467 ciclos e 10,3%, para a transversal. Para os
níveis mais baixos de tensão os resultados apresentam comportamentos
semelhantes para ambas as direções.
100
150
200
250
300
350
400
10000 100000
FLEXÃO ALTERNADA (Tensão x Nº de Ciclos)
Anodização Crômica
sem shot peening
= MB - Long. - s/SP
= MB - Transv. - s/SP
= AC - Long.
= AC - Transv.
mero de Ciclos
Tensão (MPa)
Figura (4.39) Curvas
-N de fadiga por flexão alternada material
base - anodização crômica - longitudinal e transversal.
1 5 4
Figura (4.40) - Superfície de fratura flexão alternada anodização
crômica (130 MPa e 150.600 ciclos) longitudinal Aumento: (a) 50x e
(b) 1000x.
A figura (4.40) mostra a superfície de fratura de um ensaio de
fadiga por flexão alternada com anodização crômica sobre o material
base, com tensão de 130 MPa e 150.600 ciclos. A foto (a) apresenta uma
visão geral da superfície de fratura onde se observa a região (1) de
nucleação da trinca, na superfície da camada anódica, próximo à borda
do corpo-de-prova, apresentando mais de um ponto de nucleação de
trinca. A foto (b) apresenta um ponto de nucleação superficial de trinca
(2) partindo da camada anódica e penetrando no material base.
Os resultados das tabelas (4.13) e (4.14) evidenciam uma tendência
de maior resistência à fadiga para a direção longitudinal nas tensões de
304 MPa, 260 MPa, 217 MPa e 174 MPa. Para 304 MPa, o número
médio de ciclos e a dispersão média são de 12.133 ciclos e 8,4% na
longitudinal; e de 7.300 ciclos e 4,8% na transversal. Para 174 MPa
têm-se 60.400 ciclos, 7,8% e 50.833 ciclos, 21,1%, respectivamente.
Para a tensão de 130 MPa os melhores resultados foram obtidos para a
direção transversal.
a
b
1
2
1 5 5
A resistência à fadiga do material anodizado foi menor que a do
material base para todas as tensões, evidenciando as características
negativas da anodização sobre a resistência a fadiga por flexão
alternada. Para 304 MPa, a resistência à fadiga do material anodizado
em relação ao material base são 64,7% na longitudinal e 53,8%, na
transversal. Para 174 MPa tem-se 45,9% e 37,2%, respectivamente. A
mesma tendência é observada para as outras tensões.
100
150
200
250
300
350
400
10000 100000
FLEXÃO ALTERNADA (Tensão x de Ciclos)
Anodização Sulfúrica
sem shot peening
= MB - Long.
= MB - Transv.
= AS - Long.
= AS - Transv.
Número de Ciclos
Tensão (MPa)
Figura (4.41) Curvas
-N de fadiga por flexão alternada material
base - anodização sulfúrica - longitudinal e transversal.
1 5 6
Figura (4.42) - Superfície de fratura flexão alternada anodização
sulfúrica (174 MPa e 88.300 ciclos) longitudinal Aumento: (a) 20x e
(b) 100x.
A figura (4.42) mostra a superfície de fratura de um ensaio de
fadiga por flexão alternada com anodização sulfúrica sobre o material
base, com tensão de 174 MPa e 88.300 ciclos. A foto (a) apresenta uma
visão geral da superfície de fratura onde se observam as regiões (1) e (2)
de nucleação da trinca ocorrendo na superfície da camada anódica em
diversos pontos do corpo-de-prova, em ambos os lados, com a
propagação predominante na região (1). A foto (b) apresenta a nucleação
da trinca a partir da camada (3), penetrando no material base.
Os resultados das tabelas (4.14) e (4.15) evidenciam redução na
resistência à fadiga do material anodizado sobre o material base. Para
304 MPa, a resistência à fadiga do material anodizado corresponde a
48,7% na longitudinal e 82,8% na transversal. Para 174 MPa, tem-se
69,09% e 57,3%, respectivamente. A mesma tendência é observada para
as outras tensões.
a
b
1
2
3
1 5 7
Para as tensões de 304 MPa, 260 MPa e 217 MPa, os resultados
apresentam comportamentos semelhantes de resistência à fadiga do
material com anodização sulfúrica, nas direções longitudinal e
transversal.
Para os ensaios de alto ciclo (130 MPa), observa-se uma tendência
de maior resistência à fadiga para a direção transversal com 290.867
ciclos e dispersão de 11,3%, e de 191.267 ciclos e dispersão de 3,6%, na
longitudinal.
A ocorrência simultânea de nucleação e propagação de diversas
trincas intensifica as condições de fadiga e justifica a redução da
resistência a fadiga do material anodizado.
100
150
200
250
300
350
400
10000 100000
FLEXÃO ALTERNADA (Tensão x de Ciclos)
Anodizão Dura
sem shot peening
= MB - Long.
= MB - Transv.
= AD - Long.
= AD - Transv.
Número de Ciclos
Tensão (MPa)
Figura (4.43) Curvas
-N de fadiga por flexão alternada material
base - anodização dura - longitudinal e transversal.
1 5 8
Figura (4.44) - Superfície de fratura flexão alternada anodização
dura (130 MPa e 90.500 ciclos) Aumento: longitudinal (a) e (b) 100x.
A figura (4.44) mostra a superfície de fratura de um ensaio de
fadiga por flexão alternada com anodização dura sobre o material base,
com tensão de 130 MPa e 90.500 ciclos. A foto (a) apresenta uma visão
geral da superfície de fratura onde se observa a propagação de trincas a
partir da interface entre a camada anódica e o substrato (1) e a
fragilidade da camada anódica, com o descolamento do substrato. A foto
(b) apresenta outros pontos de propagação de trinca na interface da
camada anódica com o substrato e evidencia o trincamento e
descolamento da camada anódica do substrato (2). Para a anodização
dura ocorre a nucleação de pequenas trincas sobre praticamente toda a
superfície e estas se propagam para o interior do corpo-de-prova.
A resistência à fadiga do material anodizado foi menor que a do
material base para todas as tensões, evidenciando as características
negativas da anodização dura sobre a resistência à fadiga por flexão
alternada.
a
b
1 2
2
1 5 9
Quando se comparam a resistência à fadiga e a dispersão média da
anodização dura com o material base observam-se os seguintes
resultados. Para 304 MPa, a resistência à fadiga do material anodizado
em relação ao material base representa 51,7% na longitudinal e 64,7%
na transversal. As dispersões foram de 5,5%-AD e 8,1%-MB, na
longitudinal e de 2,4%-AD e 33,9%-MB, na transversal. Para 130 MPa,
a resistência à fadiga do material anodizado em relação ao material base
representa 30,7% na longitudinal e 21,3% na transversal. As dispersões
foram de 7,0%-AD e 31,4%-MB, na longitudinal e de 6,9%-AD e 21,9%-
MB, na transversal. A mesma tendência é observada para as outras
tensões.
Fazendo uma análise comparativa entre a dispersão e a redução na
vida em fadiga para a anodização dura e o material, na direção
transversal, verifica-se o seguinte: enquanto a dispersão no material
base varia entre 8,4% e 41,9%, a dispersão da anodização dura varia
entre 2,2% e 6,9% e a variação na resistência a fadiga passa de 64,7%
para 21,3% da resistência do material base. Isto evidencia que o
aumento da dispersão não é tão intenso, enquanto que a redução na
resistência à fadiga é extremamente significativa nos ensaios por flexão
alternada com anodização dura.
A figura (4.45) apresenta o espalhamento dos resultados obtidos
para as diversas condições de ensaio de fadiga por flexão alternada nos
sentidos longitudinal e transversal, evidenciando a maior resistência do
material base sobre as demais condições anodizadas.
1 6 0
100
150
200
250
300
350
400
10000 100000
FLEO ALTERNADA (Tensão xde Ciclos)
Geral
sem shot peening
= MB - Long.
= AC - Long.
= AS - Long.
= AD - Long.
= MB - Transv.
= AC - Transv.
= AS - Transv.
= AD - Transv.
Número de Ciclos
Tensão (MPa)
Figura (4.45) Curvas
-N de fadiga por flexão alternada longitudinal
e transversal.
As figuras (4.46) a (4.48) apresentam as curvas
N
σ
de fadiga por
flexão alternada, usando o número médio de ciclos para todos os níveis
de tensão estudados e condições superficiais, nas direções longitudinal e
transversal.
1 6 1
100
150
200
250
300
350
400
10000 100000
FLEO ALTERNADA (Teno x Nº de Ciclos) - MÉDIA
Geral - Longitudinal
sem shot peening
= MB
= AC
= AS
= AD
Número de Ciclos
Tensão (MPa)
Figura (4.46) Curvas
-N de fadiga por flexão alternada valores
médios longitudinal.
Os resultados da tabela (4.15) e da figura (4.46) mostram que os
ensaios com o material base apresentam um maior número de ciclos
médios, para todos os níveis de tensão estudados.
Os resultados indicam uma queda significativa na resistência à
fadiga em flexão alternada, quando se comparam as anodizações com o
material base, para todos os níveis de tensão, na direção longitudinal. No
entanto, para os ensaios de baixo ciclo (304 MPa e 260 MPa), já se
observa uma diferença numérica na resistência à fadiga entre as três
anodizações. Para os ensaios de médio e alto ciclos (174 MPa e 130
MPa), é possível identificar diferenças nos comportamentos das
anodizações crômica, sulfúrica e dura: em 174 MPa, o número médio de
ciclos para as anodizações crômica, sulfúrica e dura são
respectivamente, 60.400 ciclos, 90.733 ciclos e 39.233 ciclos; para
130 MPa, os resultados são 163.233 ciclos, 191.267 ciclos e 94.200
ciclos, respectivamente, para a direção longitudinal. Portanto, a
1 6 2
anodização sulfúrica é a que apresenta maior resistência à fadiga seguida
da anodização crômica e dura. Na análise da relação percentual da vida
média em fadiga com o material base o que se conclui é que todos os
processos de anodização reduzem a vida do componente; para a tensão
de trabalho de 260 MPa, a vida em fadiga para o material com
anodização crômica representa 60,5% da vida do material base. Para as
mesmas condições com anodização sulfúrica tem-se uma vida
correspondente a 60,0% e, para a anodização dura, de 48,7%. Para a
tensão de 174 MPa tem-se 45,9% - AC, 69,0% - AS e 29,8% - AD. Para a
tensão de 130 MPa tem-se 53,1% - AC, 62,3% - AS e 30,7% - AD. Os
resultados demonstram que a maior resistência à fadiga em flexão
alternada na direção longitudinal é do material base, com uma tendência
às anodizações sulfúrica e crômica, respectivamente, e que o pior
desempenho é da anodização dura.
100
150
200
250
300
350
10000 100000
FLEXÃO ALTERNADA (Tensão x Nº de Ciclos) - MÉDIA
Geral
-
Transversal
sem shot peening
= CF
= AC
= AS
= AD
Número de Ciclos
Teno (MPa)
Figura (4.47) Curvas
-N de fadiga por flexão alternada valores
médios transversal.
1 6 3
Os resultados da tabela (4.15) e da figura (4.47) evidenciam que os
ensaios com o material base apresentam um maior número de ciclos
médios, para todos os níveis de tensão estudados, e que existe uma queda
significativa na resistência à fadiga em flexão alternada, quando se
comparam as anodizações com o material base, para todos os níveis de
tensão, na direção transversal, confirmando o observado na direção
longitudinal.
Quando se analisam os resultados das anodizações o que se observa
é uma tendência de maior resistência à fadiga em flexão alternada, na
direção transversal para a anodização sulfúrica em praticamente todos os
níveis de tensão, seguido da anodização crômica e dura. Para 260 MPa, o
número médio de ciclos e a dispersão média são de 17.533 ciclos e
15,4%; para a anodização sulfúrica, de 14.000 ciclos e 13,1%; para a
anodização crômica e de 13.767 ciclos e 2,2%; para a anodização dura.
Para 174 MPa os resultados são 78.200 ciclos e 9,8% - AS, 50.833 ciclos
e 21,1% - AC e de 45.033 ciclos e 6,1 % - AD.
Para todos os níveis de tensão a anodização dura é a que apresenta a
menor resistência à fadiga e também a menor dispersão média o que
caracteriza a maior interferência do processo de anodização dura na
nucleação e conseqüente propagação das trincas.
Na análise da relação percentual da vida média em fadiga com o
material base o que se conclui é que todos os processos de anodização
reduzem a vida do componente. Para a tensão de trabalho de 326MPa que
a resistência à fadiga com anodização crômica representa 53,8% da
resistência à fadiga do material base. Com anodização sulfúrica a
resistência corresponde a 82,8% e, com a anodização dura, a resistência
corresponde a 64,7%. Para 174 MPa a resistência à fadiga em relação ao
material base corresponde a 37,2% , 57,3% e 33,3% AD,
respectivamente.
A figura (4.48) apresenta as curvas
N
σ
, para a média de número
de ciclos em todos os níveis de tensão estudados.
1 6 4
100
150
200
250
300
350
400
10000 100000
FLEO ALTERNADA (Teno x Nº de Ciclos) - MÉDIA
Geral
sem shot peening
= MB - Long.
= AC - Long.
= AS - Long.
= AD - Long.
= MB - Transv.
= AC - Transv.
= AS - Transv.
= AD - Transv.
Números de Ciclos
Tensão (MPa)
Figura (4.48) Curvas
-N de fadiga por flexão alternada valores
médios longitudinal e transversal.
Pelos resultados da tabela (4.15) e da figura (4.48) pode-se concluir:
1) O material base apresentou maior resistência à fadiga em flexão
alternada, para todos os níveis de tensão estudados, nas direções
longitudinal e transversal.
2) Existe uma queda significativa na resistência à fadiga em flexão
alternada, quando se comparam as anodizações com o material base,
variando entre 30,3% e 70,2% na direção longitudinal, e entre 17,2% e
78,7%, na direção transversal.
3) A maior redução de resistência à fadiga é da anodização dura
para praticamente todos os níveis de tensão nas direções transversal e
longitudinal.
4) Existe uma tendência de maior resistência à fadiga em flexão
alternada para a anodização sulfúrica sobre a anodização crômica nas
direções longitudinal e transversal.
1 6 5
4.5.2 – Flexão alternada com shot peening
Os resultados dos ensaios de fadiga por flexão alternada com shot
peening, são apresentados nas tabelas (4.16) e (4.17).
Tabela (4.16) Numero de ciclos consumidos nos ensaios de fadiga por
flexão alternada com shot peening.
NÚMERO DE CICLOS - FADIGA – FLEXÃO ALTERNADA
COM SHOT PEENING
Tensão
(MPa)
MB-L
s/SP
AC-L AS-L AD-L
MB-T
s/SP
AC-T AS-T AD-T
304 21.000 28.100 19.100 14.700 19.100 24.600 23.800 16.300
304 18.000 14.100 9.700 14.500 7.800 21.800 20100 19100
304 17.700 11.400 17.300 9.700 14.200 18.900 -- 10.700
304 18.300 -- -- -- 13.500 -- -- --
Média 18.750 17.867 15.367 12.967 13.650 21.767 21.950 15.367
260 31.400 54.200 35.600 52.100 25.500 45.000 31.400 32.100
260 30.300 42.000 52.100 35.200 24.100 43.600 27.000 27.800
260 24.800 32.800 -- 31.200 20.800 -- 39.500 30.400
260 -- 55.800 -- 49.600 -- -- -- --
Média 28.833 46.200 43.850 42.025 23.467 44.300 32.633 30.100
217 48.600 119.300 124.400 97.400 90.400 124.300 95.300 85.400
217 58.100 105.300 92.700 90.400 39.200 75.200 74.400 54.800
217 56.400 106.900 97.400 74.300 44.900 91.900 58.300 67.400
217 -- -- -- 77.900 48.800 -- 41.100 --
Média 54.367 110.500 104.833 85.000 55.825 97.133 67.275 69.200
195 -- 316.800 -- -- -- -- -- --
195 -- 201.200 -- -- -- -- -- --
195 -- 172.700 -- -- -- -- -- --
Média
--
230.233
-- -- -- -- -- --
174 117.300 1,0E+07 297.000 197.800 125.500 643.600 144.900 317.400
174 136.700 1,0E+07 306.000 185.400 152.700 194.000 317.500 197.000
174 140.400 -- 185.400 167.700 133.600 177.900 226.700 192.000
174 -- -- 231.900 134.100 147.100 -- --
Média 131.467 1,0E+07 255.075 183.633 136.475 290.650 229.700 235.467
152 -- -- -- -- 195.400 2.027.900 -- --
152 -- -- -- -- -- 1.331.600 -- --
152 -- -- -- -- -- -- -- --
152 -- -- -- -- -- -- -- --
Média
-- -- -- --
195.400 1.679.750
-- --
130 196.600 -- 1,0E+07 1,0E+07 310.400 1,0E+07 -- --
130 350.200 -- -- -- 444.400 -- -- --
130 374.900 -- -- -- 309.300 -- -- --
Média 307.233
--
1,0E+07 1,0E+07 354.700 1,0E+07
-- --
Valores em itálico ensaio interrompido antes da ruptura do cdp.
1 6 6
Tabela (4.17) Fadiga flexão alternada anodização com shot peening
material base sem shot peening - tensão - média de ciclos, desvio padrão,
dispersão (%) e relação de vida em fadiga (%).
TABELA – VALORES MÉDIOS / DESVIO PADRÃO / % VIDA
COM SHOT PEENING
(MPa)
MB-L AC-L AS-L AD-L MB-T AC-T AS-T AD-T
Média (N)
7.500 - - - - - - -
DP
- - - - - - - -
(DP/N)%
- - - - - - - -
391
A-SP/MB
- - - - - - - -
Média (N)
9.533 - - - 9.467 - - -
DP
1150 - - - 1528 - - -
(DP/N)%
12,1 - - - 16,1 - - -
347
A-SP/MB
- - - - - - - -
Média (N)
18.750 17.867 15.367 12.967 13.650 21.767 21.950 15.367
DP
1520 8965 4989 2831 4628 2850 2616 4277
(DP/N)%
8,1 50,2 32,5 21,8 33,9 13,1 11,9 27,8
304
A-SP/MB
- 95,3% 82,0% 69,2% - 159,5% 160,8% 112,6%
Média (N)
28.833 46.200 43.850 42.025 23.467 44.300 32.633 30.100
DP
3536 10853 11667 10371 2413 990 6341 2166
(DP/N)%
12,3 23,5 26,6 24,7 10,3 2,2 19,4 7,2
260
A-SP/MB
- 160,2% 152,1% 145,8% - 188,8% 139,1% 128,3%
Média (N)
54.367 110.500 104.833 85.000 55.825 97.133 67.275 69.200
DP
5066 7663 17107 10768 23385 24965 23107 15379
(DP/N)%
9,3 6,9 16,3 12,7 41,9 25,7 34,3 22,2
217
A-SP/MB
- 203,2% 192,8% 156,3% - 174,0% 120,5% 124,0%
Média (N)
63.200 230.233 - - - - - -
DP
- 76311 - - - - - -
(DP/N)%
- 33,1 - - - - - -
195
A-SP/MB
- 364,3% - - - - - -
Média (N)
131.467
1,0E+07 255.075 183.633 136.475 290.650 229.700 235.467
DP
12407 - 56988 15128 11512 236103 86339 71000
(DP/N)%
9,4 - 22,3 8,2 8,4 81,2 37,6 30,2
174
A-SP/MB
- 7606,5% 194,0% 139,7% 213,0% 168,3% 172,5%
Média (N)
- 1,0E+07 - - 195.400 1.679.750 - -
DP
- - - - - 492358 - -
(DP/N)%
- - - - - 29,3 - -
152
A-SP/MB
- - - - - 859,6% - -
Média (N)
307.233 1,0E+07 1,0E+07 1,0E+07 354.700 1,0E+07 1,0E+07 1,0E+07
DP
96604 - - - 77684 - - -
(DP/N)%
31,4 - - - 21,9 - - -
130
A-SP/MB
- 3254,9% 3254,9% 3254,9% - 2819,3% 2819,3% 2819,3%
Valores em Itálico ensaio interrompido antes da ruptura do cdp
As figuras (4.49) até (4.58) apresentam as curvas
-N, de fadiga por
flexão alternada e superfícies de fratura para as diversas condições de
ensaio com shot peening.
1 6 7
100
150
200
250
300
350
400
10000 100000 1000000 1E7
FLEXÃO ALTERNADA (Tensão xde Ciclos)
Anodizão Crômica
com shot peening
= MB - Long.- s/SP
= MB - Transv.- s/SP
= AC - Long.
= AC - Transv.
Número de Ciclos
Tensão (MPa)
Figura (4.49) Curvas
-N de fadiga por flexão alternada material
base - anodização crômica longitudinal e transversal - com shot
peening.
Figura (4.50) Superfície de fratura flexão alternada anodização
crômica com shot peening (195 MPa, 201.200 ciclos) longitudinal
Aumento: (a) e (b) 50x.
a
b
2
1
3
1 6 8
A figura (4.50) apresenta a superfície de fratura de um ensaio de
fadiga por flexão alternada (195 MPa, 201.200 ciclos) do metal base com
shot peening e anodização crômica. A foto (a) apresenta uma visão geral
da superfície de fratura onde se podem observar pontos de nucleação de
trincas (1), próximo à borda, na superfície e na lateral do corpo-de-
prova. A foto (b) apresenta a nucleação de trincas na superfície da
camada anódica (2), que sofrem desvios no substrato, gerando trincas
secundárias concorrentes nas camadas sub-superficiais (3). Embora as
trincas apresentem a nucleação na superfície elas não se propagam de
forma contínua para o interior do metal base devido às tensões residuais
induzidas pelo shot peening.
Os resultados das tabelas (4.16) e (4.17) evidenciam que o processo
de shot peening seguido de anodização crômica aumenta a resistência à
fadiga em relação ao material base sem shot peening, para todos os
níveis de tensão na direção transversal, e praticamente para todos os
níveis na direção longitudinal.
Para as tensões de 260 MPa, 217 MPa, 174 MPa e 152 MPa,
observam-se uma tendência a maior resistência à fadiga para a direção
longitudinal. Para 260 MPa, o número médio de ciclos é de 46.200
ciclos para a longitudinal e de 44.300 ciclos para a transversal. Para as
tensões de 217 MPa e 174 MPa os resultados são de 110.500 ciclos e
7
100,1
x
ciclos para a longitudinal e de 97.133 ciclos e 290.650 ciclos para
a transversal, respectivamente. Quando se analisa o ganho médio de
resistência à fadiga com shot peening em relação ao material base sem
shot peening observa-se que, para 260 MPa, a resistência em relação ao
material base foi aumentada em 160,2% na longitudinal e em 188,8% na
transversal. Para 174 MPa, os aumentos são de 7607% e de 213%,
respectivamente. É importante observar que os ensaios em flexão
alternada com shot peening e anodização crômica na direção
longitudinal, para a tensão de 174 MPa foram interrompidos com
7
100,1
x
ciclos, antes da fratura dos corpos-de-prova, o que permite concluir que
1 6 9
para este nível de tensão, a resistência à fadiga é mais intensa do que a
aferida.
100
150
200
250
300
350
400
10000 100000
FLEXÃO ALTERNADA (Tensão x de Ciclos)
Anodização Sulfúrica
com shot peening
= MB - Long.- s/SP
= MB - Transv.- s/SP
= AS - Long.
= AS - Transv.
Número de Ciclos
Tensão (MPa)
Figura (4.51) Curvas
-N de fadiga por flexão alternada material
base - anodização sulfúrica longitudinal e transversal - com shot
peening.
Figura (4.52) Superfície de fratura flexão alternada anodização
sulfúrica com shot peening (174 MPa, 231.900 ciclos) longitudinal
Aumento: (a) 50x e (b) 200x.
a
b
2
4
3
1
1 7 0
A figura (4.52) apresenta a superfície de fratura de um ensaio de
fadiga por flexão alternada (174 MPa, 231.900 ciclos) do metal base
com shot peening e anodização sulfúrica. A foto (a) apresenta uma visão
geral da superfície de fratura onde se observam pontos de nucleação de
trincas na camada anódica (1) na superfície e na lateral do corpo-de-
prova, próximos à borda. Embora as trincas apresentem a nucleação na
superfície elas não se propagam de forma contínua para o interior do
substrato, devido às tensões residuais induzidas pelo shot peening, que
provoca o aparecimento de outras trincas secundárias nas camadas sub-
superficiais (2). A foto (b) apresenta a nucleação de diversas trincas (3)
na camada anódica que são por vezes interrompidas na interface entre a
camada anódica e o substrato, devido ao impedimento provocado pelo
shot peening. Em (4) pode-se observar as trincas se propagando para o
interior do material.
Os resultados das tabelas (4.16) e (4.17) evidenciam que o processo
de shot peening seguido de anodização sulfúrica aumenta a resistência à
fadiga em relação ao material base sem shot peening, para todos os
níveis de tensão na direção transversal e praticamente para todos os
níveis na direção longitudinal.
Para as tensões de 260 MPa, 217 MPa e 174 MPa, observa-se uma
tendência a maior resistência à fadiga para a direção longitudinal. Para
260 MPa, o número médio de ciclos é de 43.850 ciclos para a
longitudinal e de 32.633 ciclos para a transversal. Para as tensões de
217 MPa e 174 MPa os resultados são de 104.833 ciclos e 255.075
ciclos para a longitudinal e de 67.275 ciclos e 229.700 ciclos para a
transversal, respectivamente. Quando se analisa o ganho médio de
resistência à fadiga com shot peening em relação ao material base sem
shot peening observa-se que, para 260 MPa, a resistência em relação ao
material base é aumentada em 152,1% na longitudinal e em 139,1% na
transversal. Para 174 MPa, os aumentos são de 194,0% e de 168,3%,
1 7 1
respectivamente. O aumento da resistência à fadiga em flexão alternada
com shot peening e anodização sulfúrica é muito significativo em
relação ao material base sem shot peening, mas foi inferior ao aumento
produzido pelo shot peening com anodização crômica em todos os níveis
de tensão para a direção longitudinal e em praticamente todos os níveis
para a direção transversal.
100
150
200
250
300
350
400
10000 100000 1000000 1E7
FLEXÃO ALTERNADA (Tensão x de Ciclos)
Anodizão Dura
com shot peening
= MB - Long.- s/SP
= MB - Transv.- s/SP
= AD - Long.
= AD - Transv.
Número de Ciclos
Tensão (MPa)
Figura (4.53) Curvas
-N de fadiga por flexão alternada material
base - anodização dura longitudinal e transversal - com shot peening.
1 7 2
Figura (4.54) Superfície de fratura flexão alternada anodização
dura com shot peening (174 MPa, 167.700 ciclos) longitudinal
Aumento: (a) 15x e (b) 500x.
A figura (4.54) apresenta a superfície de fratura de um ensaio de
fadiga por flexão alternada (174 MPa, 167.700 ciclos) do metal base
com shot peening e anodização dura. A foto (a) apresenta uma visão
geral da superfície de fratura onde se observa os pontos (1) de
nucleação das trincas na camada anódica. A foto (b) apresenta a ruptura
da camada anódica em vários pontos e a trinca se propagando entre a
camada anódica e o substrato (2), promovendo o descolamento da
camada, mas não penetra diretamente no substrato, devido ao
impedimento provocado pelo shot peening.
Os resultados das tabelas (4.16) e (4.17) evidenciam que o processo
de shot peening seguido de anodização dura aumenta a resistência à
fadiga em relação ao material base sem shot peening, para todos os
níveis de tensão na direção transversal e em praticamente todos os
níveis na direção longitudinal.
Para as tensões de 260 MPa e 217 MPa observa-se uma tendência a
maior resistência à fadiga para a direção longitudinal. Para 260 MPa o
número médio de ciclos é de 42.025 ciclos para a longitudinal e de
a
b
2
1
1
1 7 3
30.100 ciclos para a transversal. Para 217, MPa os resultados são 85.000
ciclos e 69.200 ciclos, respectivamente. Quando se analisa o ganho
médio de resistência à fadiga com shot peening em relação ao material
base sem shot peening observa-se que, para 260 MPa, a resistência em
relação ao material base é aumentada em 145,8% na longitudinal e em
128,3% na transversal. Para 174 MPa, os aumentos são 139,7% e
172,5%, respectivamente. O aumento da resistência à fadiga em flexão
alternada com shot peening e anodização dura é significativo em relação
ao material base sem shot peening, porém foi inferior ao aumento
produzido pelo shot peening com anodização crômica em todos os níveis
de tensão para ambas as direções e também é inferior ao shot peening
com anodização sulfúrica para a maioria das condições.
A figura (4.55) apresenta o espalhamento dos resultados obtidos
para as diversas condições de ensaio de fadiga por flexão alternada com
shot peening e anodizações nas direções longitudinal e transversal.
100
150
200
250
300
350
400
10000 100000 1000000 1E7
FLEXÃO ALTERNADA (Tensão x de Ciclos)
Geral
com Shot peening
= MB - s/SP - Long.
= AC - Long.
= AS - Long.
= AD - Long.
= MB - s/SP - Transv.
= AC - Transv.
= AS - Transv.
= AD - Transv.
Número de Ciclos
Tensão (MPa)
Figura (4.55) Curvas
-N de fadiga por flexão alternada longitudinal
e transversal - com shot peening.
1 7 4
Para os ensaios de fadiga em flexão alternada, os resultados
apresentam um aumento da resistência para todas as condições estudadas
com shot peening e anodização, quando comparado com o material
somente anodizado. Na análise com o material base sem shot peening,
também se observa um aumento significativo na resistência à fadiga para
a maioria das condições estudadas.
Os resultados do shot peening entre os processos de anodização
evidenciam que os melhores resultados são os obtidos para a anodização
crômica, seguido das anodizações sulfúrica e dura.
A tabela (4.18) apresenta o número médio de ciclos e a relação de
resistência à fadiga entre as anodização com e sem shot peening e o
material base sem shot peening, para fadiga em flexão alternada.
A tabela (4.18) e as figuras (4.56) a (4.58) são usadas para uma
análise qualitativa dos dados de fadiga com shot peening e anodização,
procurando quantificar a redução ou aumento da resistência à fadiga para
as condições estudadas.
1 7 5
Tabela (4.18) Fadiga flexão alternada- tensão média de ciclos e
relação de vida em fadiga (%)- (anodização/material base, shot peening-
anodização/material base e shot peening-anodização/anodização)
FLEXÃO ALTERNADA – MÉDIA DE CICLOS – RELAÇÃO DE RESISTÊNCIA À FADIGA
(MPa) MB-L AC-L AS-L AD-L MB-T AC-T AS-T AD-T
Média (N)
9533 - - - 9467 - - -
Média (N) SP
- - - - - - - -
A/MB
- - - - - - - -
A-SP/MB (%)
- - - - - - - -
347
A-SP/A (%)
- - - - - - - -
Média (N)
18750 12133 9133 9700 13650 7350 11300 8833
Média (N) SP
- 17867 15367 12967 - 21767 21950 15367
A/MB
- 64,7% 48,7% 51,7% - 53,8% 82,8% 64,7%
A-SP/MB (%)
- 95,3% 82,0% 69,2% - 159,5% 160,8% 112,6%
304
A-SP/A (%)
- 147,3% 168,2% 133,7% - 296,1% 194,2% 174,0%
Média (N)
28833 17433 17300 14033 23467 14000 17533 13767
Média (N) SP
- 46200 43850 42025 - 44300 32633 30100
A/MB
- 60,5% 60,0% 48,7% - 59,7% 74,7% 58,7%
A-SP/MB (%)
- 160,2% 152,1% 145,8% - 188,8% 139,1% 128,3%
260
A-SP/A (%)
- 265,0% 253,5% 299,5% - 316,4% 186,1% 218,6%
Média (N)
54367 37900 30567 20900 55825 22300 29800 24167
Média (N) SP
- 110500 104833 85000 - 97133 67275 69200
A/MB
- 69,7% 56,2% 38,4% - 39,9% 53,4% 43,3%
A-SP/MB (%)
- 203,2% 192,8% 156,3% - 174,0% 120,5% 124,0%
217
A-SP/A (%)
- 291,6% 343,0% 406,7% - 435,6% 225,8% 286,3%
Média (N)
63200 - - - - - - -
Média (N) SP
- 230233 - - - - - -
A/MB
- 0,0% 0,0% 0,0% - - - -
A-SP/MB (%)
- 364,3% - - - - - -
195
A-SP/A (%)
- - - - - - - -
Média (N)
131467 60400 90733 39233 136475 50833 78200 45033
Média (N) SP
- 1,0E+07 255075 183633 - 290650 229700 235467
A/MB
- 45,9% 69,0% 29,8% - 37,2% 57,3% 33,0%
A-SP/MB (%)
- 7607% 194% 139% - 213% 168% 173%
174
A-SP/A (%)
- 16556% 281% 468% - 572% 294% 523%
Média (N)
- - - - 195400 - - 63033
Média (N) SP
- 1,0E+07 - - - 1,7E+06 - -
A/MB
- - - - - 0,0% 0,0% 32,3%
A-SP/MB (%)
- - - - - 859,6% 0,0% 0,0%
152
A-SP/A (%)
- - - - - - - 0,0%
Média (N)
3,1E+05 163233 191267 94200 3,5E+05 329867 290867 75433
Média (N) SP
- 1,0E+07 1,0E+07 1,0E+07 - 1,0E+07 1,0E+07 1,0E+07
A/MB
- 53,1% 62,3% 30,7% - 93,0% 82,0% 21,3%
A-SP/MB (%)
- 3255% 3255% 3255% - 2819% 2819% 2819%
130
A-SP/A (%)
- 6126% 5228% 10616% - 3032% 3438% 13257%
1 7 6
100
150
200
250
300
350
400
10000 100000 1000000 1E7
FLEXÃO ALTERNADA (Tensão x Nº de Ciclos) - MÉDIA
Geral - Longitudinal
com shot peening
= MB - s/SP
= AC
= AS
= AD
Número de Ciclos
Teno (MPa)
Figura (4.56) Curvas
-N de fadiga por flexão alternada valores
médios longitudinal - com shot peening.
Para os ensaios de fadiga em flexão alternada com shot peening na
direção longitudinal, os resultados das tabelas (4.17) e (4.18) e da figura
(4.56) evidenciam que a anodização crômica apresenta a maior
resistência à fadiga para todos os níveis de tensão estudados, seguido da
anodização sulfúrica e dura. Para a análise em relação de resistência à
fadiga com o material base, observa-se, para a direção longitudinal, um
aumento da resistência em praticamente todos os níveis de tensão. Para a
tensão de 304 MPa a resistência à fadiga para o material com anodização
crômica representa 95,3% da vida do material base, pouco inferior à
resistência do material base sem shot peening mas superior 64,7% para a
anodização crômica sem shot peening. Para as mesmas condições com
anodização sulfúrica, os resultados são 82,0% com shot peening e 48,7%
sem shot peening. Para a anodização dura, de 69,2% e 51,7%,
respectivamente. Para outros níveis de tensão o aumento da resistência à
1 7 7
fadiga é superior ao do material base sem shot peening. Para 260MPa, os
resultados são: para anodização crômica de 160,2% com shot peening e
60,5% sem shot peening; para anodização sulfúrica, 152,1% e 60,0%,
respectivamente; para a anodização dura, 145,8% e 48,7%,
respectivamente. Para 174 MPa, os valores são 7606,5% e 45,9%;
194,0% e 69,0%; 139,7% e 29,8%, respectivamente. Os ensaios com
anodização crômica para a tensão de 174 MPa foram interrompidos com
7
100,1
x
ciclos antes da ruptura do corpo-de-prova, o que permite concluir
que, para este nível de tensão, o aumento da vida em fadiga é ainda mais
intenso do que a aferido.
Os resultados são ainda mais surpreendentes quando se analisa o
aumento da vida em fadiga entre as anodizações sem e com o processo
de shot peening. Na análise comparativa da relação de resistência à
fadiga para o material com shot peening com o material anodizado na
direção longitudinal se observa: Para 304 MPa um ganho de 147,3% na
anodização crômica; 168,2% na sulfúrica e de 133,7% na dura. Para 174
MPa, os ganhos são de 16.556,3%, 281,1% e 468,1%, respectivamente.
O aumento da resistência à fadiga devido ao shot peening é tanto
mais intenso quanto menor a tensão de estudo, demonstrando que o shot
peening cria nas camadas superficiais do material uma barreira mecânica
que dificulta ou impede a propagação da trinca da camada anodizada
para o substrato.
Os resultados evidenciam que o processo de shot peening não só
consegue recompor a vida em fadiga do material base como aumenta a
vida média dos componentes sujeitos à fadiga por flexão alternada para a
direção longitudinal.
1 7 8
100
150
200
250
300
350
10000 100000 1000000 1E7
FLEXÃO ALTERNADA (Tensão x Nº de Ciclos) - MÉDIA
Geral - Transversal
com shot peening
= MB - s/SP
= AC
= AS
= AD
Número de Ciclos
Teno (MPa)
Figura (4.57) Curvas
-N de fadiga por flexão alternada valores
médios - transversal - com shot peening
Para os ensaios de fadiga em flexão alternada com shot peening na
direção transversal, os resultados das tabelas (4.17) e (4.18) e da figura
(4.57) evidenciam que a anodização crômica apresenta a maior
resistência à fadiga para todos os níveis de tensão estudados, seguido da
anodização sulfúrica e dura. Para a análise em relação da resistência à
fadiga com o material base, também se observa um aumento da
resistência para todos os níveis de tensão. Para 304 MPa, a resistência à
fadiga para o material com shot peening e anodização crômica representa
159,5% da vida do material base e 53,8% para a anodização crômica sem
shot peening. Para as mesmas condições com anodização sulfúrica, os
resultados são 160,8% com shot peening e 82,8% sem shot peening, para
a anodização dura, de 112,6% e 64,7%, respectivamente. Para 260MPa,
os resultados são, para anodização crômica de 1188,8% com shot
peening e 59,7% sem shot peening; para anodização sulfúrica, 139,1% e
1 7 9
74,7%, respectivamente; para a anodização dura 128,3% e 58,7%,
respectivamente. Para 174 MPa, são 213,0% e 37,2%; 168,3% e 57,3%;
172,5% e 33,0%, respectivamente.
Os resultados são mais surpreendentes quando se analisa o aumento
da resistência à fadiga entre as anodizações sem e com o processo de
shot peening. Na análise comparativa da relação de resistência à fadiga
para o material com shot peening e anodização com o material somente
anodizado na direção transversal observa-se: para 304 MPa, um ganho de
296,1% na anodização crômica; 194,2% na sulfúrica e 174,0%, na dura.
Para 174 MPa, os resultados são de 571,8%; 293,7% e 522,9%,
respectivamente.
O aumento da resistência à fadiga devido ao shot peening é tanto
mais intenso quanto menor a tensão de estudo, demonstrando que o shot
peening cria nas camadas sub-superficiais do material uma barreira
mecânica que dificulta ou impede a propagação da trinca da camada
anodizada para o substrato.
Os resultados evidenciam que o processo de shot peening não só
consegue recompor a vida em fadiga do material base como aumenta a
vida média dos componentes sujeitos à fadiga por flexão alternada para a
direção transversal.
A figura (4.58) apresenta o espalhamento dos resultados obtidos
para as diversas condições de ensaio de fadiga por flexão alternada nos
sentidos longitudinal e transversal, em todas as condições de anodização
ensaiadas com shot peening.
1 8 0
100
150
200
250
300
350
400
10000 100000 1000000 1E7
FLEXÃO ALTERNADA (Tensão x Nº de Ciclos) - MÉDIA
Geral
com shot peening
= MB - s/SP - Long.
= AC - Long.
= AS - Long.
= AD - Long.
= MB - s/SP - Transv.
= AC - Transv.
= AS - Transv.
= AD - Transv.
Número de Ciclos
Teno (MPa)
Figura (4.58) Curvas
-N de fadiga por flexão alternada valores
médios longitudinal e transversal com shot peening.
Os resultados permitem concluir que:
1) O material base apresentou as menores resistências em fadiga
quando comparado com o shot peening e anodização.
2) O shot peening neutraliza os efeitos negativos das anodizações e
aumenta a resistência à fadiga para todos os níveis de tensão em ambas
as direções.
3) O shot peening aumenta a resistência à fadiga em relação ao
material base para praticamente todos os níveis de tensão em ambas as
direções.
4) As tensões residuais na superfície e camadas sub-superficiais,
induzidas no shot peening (tabela (4.5)) retardam ou impedem a
propagação das trincas para o interior do material.
5) As camadas anódicas apresentam trincas superficiais que ao
atingirem o substrato, sob efeito do shot peening, são interrompidas ou
1 8 1
sofrem desvios laterais, que retardam ou impedem sua propagação para o
interior do material.
6) O aumento da resistência à fadiga com shot peening em relação
ao material base é mais intenso quanto menor a tensão aplicada. A
mesma relação é observada entre o shot peening e as anodizações.
7) Os resultados demonstram que o processo de shot peening atua
intensamente sobre a resistência a fadiga do material em flexão
alternada, que neutraliza os efeitos negativos dos processos de
anodização e gera uma sobrevida muito grande do material base, para
ambas as direções.
1 8 2
4.6 FADIGA AXIAL
4.6.1 – Fadiga axial sem shot peening
A tabela (4.19) apresenta o número de ensaios e as condições em
que foram realizados os ensaios de fadiga axial.
Tabela (4.19) Número de ensaios e condições superficiais dos ensaios
de fadiga axial.
ENSAIOS DE FADIGA AXIAL
ENSAIOS
POSIÇÃO
COM
RUPTURA
SEM
RUPTURA
CONDIÇÃO
34 L 26 08
MB
16 T 13 03
MB
24 L 20 04
AC
22 T 20 02
AC
18 L 17 01
AS
17 T 15 02
AS
18 L 16 02
AD
18 T 18 00
AD
Legenda: MB= Material base; AC= Anodização crômica;
AS= Anodização sulfúrica e AD = Anodização dura.
Os resultados obtidos nos ensaios de fadiga axial são apresentados
nas tabelas (4.20) e (4.21).
1 8 3
Tabela (4.20) Numero de ciclos consumidos nos ensaios de fadiga
axial.
NUMERO DE CICLOS - FADIGA AXIAL
Tensão
(MPa)
MB-L AC-L AS-L AD-L MB-T AC-T AS-T AD-T
326 74300 28500 17300 -- 96900 34800 17800 21600
326 66200 27400 14100 -- 70200 29100 17500 19300
326 -- 25500 -- -- 68400 27500 17300 12400
326 55400 -- -- -- 64000 27100 -- --
326 47900 -- -- -- -- 18800 -- --
326 41900 -- -- -- -- -- -- --
326 40100 -- -- -- -- -- -- --
Média 54.300 27.133 15.700 74.875 27.460 17.533 17.767
304 101500 46200 16200 25400 185200 56600 26500 24900
304 92100 37900 23100 19000 161700 50700 17900 24600
304 87600 26900 18000 18200 159000 57400 28500 23900
304 84900 35900 -- -- 124000 46700 -- --
304 84100 -- -- -- 105500 -- -- --
304 77200 -- -- -- -- -- -- --
304 71500 -- -- -- -- -- -- --
304 69200 -- -- -- -- -- -- --
Média 83.513 36.725 19.100 20.867 147.080 52.850 24.300 24.467
282 237700 50400 32500 29200 -- -- -- --
282 195000 -- 30700 26800 -- -- -- --
282 194500 33600 22000 23200 -- -- -- --
282 147900 65600 -- -- -- -- -- --
282 147500 58000 -- -- -- -- -- --
282 129900 -- -- -- -- -- -- --
282 118000 -- -- -- -- -- -- --
Média 167.214 51.900 28.400 26.400
260 547300 85400 25600 41300 708200 66300 32500 38900
260 369700 82900 37500 39200 623400 104200 32700 36100
260 365300 109100 29700 30900 340300 102500 42000 29000
260 335100 107400 -- 252900 76900 -- --
260 303700 -- -- -- -- -- -- --
Média 384.220 96.200 30.933 37.133 481.200 87.475 35.733 34.667
239 -- 159000 -- -- -- -- -- --
239 1,0E+07 113800 -- -- -- -- -- --
239 1,0E+07 167300 -- -- -- -- -- --
239 1,0E+07 133400 -- -- -- -- -- --
Média 1,0E+07 1,4E+05
217 1,0E+07 304300 49500 72100 1,0E+07 292600 53200 67600
217 -- 1,0E+07 55700 48000 1,0E+07 140500 75500 60600
217 -- 1,0E+07 74800 39100 1,0E+07 213300 52900 46900
217 -- -- -- -- -- 199300 -- --
Média 1,0E+07 6,8E+06 6,0E+04 5,3E+04 1,0E+07 2,1E+05 6,1E+04 5,8E+04
1 8 4
Continuação tabela (4.20)
195 -- -- -- -- -- 1,04E+06 -- --
195 -- -- -- -- -- 1,31E+06 -- --
195 -- -- -- -- -- 1,28E+06 -- --
Média 1,21E+06
174 1,0E+07 1,0E+07 127000 141800 -- 1,0E+07 162400 175900
174 1,0E+07 -- 232700 96200 -- 1,0E+07 114200 138400
174 1,0E+07 -- 76000 77400 -- -- 401900 113300
174 1,0E+07 -- -- -- -- -- -- --
Média 1,0E+07 1,0E+07 1,5E+05 1,1E+05 1,0E+07 2,3E+05 1,4E+05
130 -- 1,0E+07 1,0E+07 1,00E+07 -- -- 1,0E+07 420600
130 -- -- -- 1,0E+07 1,0E+07 1599400
130
1,27E+06
1315500
Média
1,0E+07
1,0E+07
7,1E+06
1,0E+07
1,1E+06
Valores em itálico ensaio interrompido antes da ruptura do cdp.
1 8 5
Tabela (4.21) Fadiga axial tensão - média de ciclos, desvio padrão,
dispersão (%) e relação de vida em fadiga (%).
TABELA – VALORES MÉDIOS / DESVIO PADRÃO / % VIDA
SEM SHOT PEENING
(MPa) MB-L. AC-L AS-L AD-L MB-T AC-T AS-T AD-T
N
54.300 27.133 15.700 - 74.875 27.460 17.533 17.767
DP
13705 1517,7 2262,7 - 14912,5 5737,9 251,7 4787,8
(DP/N)%
25,2 5,6 14,4 - 19,9 20,9 1,4 26,9
326
A/MB
50,0% 28,9% - 36,7% 23,4% 23,7%
N
83.513 36.725 19.100 20.867 147.080 52.850 24.300 24.467
DP
10726 7924 3579 3946 31900 5073 5632 513
(DP/N)%
12,8 21,6 18,7 18,9 21,7 9,6 23,2 2,1
304
A/MB
- 44,0% 22,9% 25,0% - 35,9% 16,5% 16,6%
N
167.214 51.900 28.400 26.400 - - - -
DP
42936 13687 5615 3020 - - - -
(DP/N)%
25,7 26,4 19,8 11,4 - - - -
282
A/MB
- 31,0% 17,0% 15,8% - - - -
N
384.220 96.200 30.933 37.133 481.200 87.475 35.733 34.667
DP
94948 13969 6045 5499 218879 18848 5428 5103
(DP/N)%
24,7 14,5 19,5 14,8 45,5 21,5 15,2 14,7
260
A/MB
- 25,0% 8,1% 9,7% 18,2% 7,4% 7,2%
N
1,0E+07 1,4E+05 - - - - - -
DP
- 24432 - - - - - -
(DP/N)%
- 17,0 - - - - - -
239
A/MB
- 1,4% - - - - - -
N
1,0E+07 6,8E+06 6,0E+04 5,3E+04 1,0E+07 2,1E+05 6,1E+04 5,8E+04
DP
- 5597815 13187 17073 - 62637 12962 10529
(DP/N)%
- 82,7 22,0 32,2 - 29,6 21,4 18,0
217
A/MB
- 67,7% 0,6% 0,5% - 2,1% 0,6% 0,6%
N
1,0E+07 - - - 1,0E+07 1,21E+06 - -
DP
- - - - - 151749 - -
(DP/N)%
- - - - - 12,5 - -
195
A/MB
- - - - - 12,1% - -
N
1,0E+07 1,0E+07 1,5E+05 1,1E+05 1,0E+07 1,0E+07 2,3E+05 1,4E+05
DP
- - 79925 33116 - - 154086 31504
(DP/N)%
- - 55,0 31,5 - - 68,1 22,1
174
A/MB
- - 1,5% 1,1% - - 2,3% 1,4%
N
1,0E+07 1,0E+07 1,0E+07 7,1E+06 1,0E+07 - 1,0E+07 1,1E+06
DP
- - - 5041596 - - - 615226
(DP/N)%
- - - 71,1 - - - 55,3
130
A/MB
- - - 70,9% - - - 11,1%
As figuras (4.59) até (4.70) apresentam as curvas
-N, de fadiga
axial e superfícies de fratura para as diversas condições de ensaio sem
shot peening.
1 8 6
225
250
275
300
325
350
100000 1000000 1E7
FADIGA AXIAL (Teno x Nº de Ciclos)
Material Base
= Long.
= Transv.
mero de Ciclos
Tensão (MPa)
Figura (4.59) Curvas
-N de fadiga axial material base (Al 7050-
T7451) longitudinal e transversal.
Figura (4.60) Superfície de fratura - fadiga axial - material base
(304MPa, 92.100 ciclos) longitudinal Aumento: (a) 40x e(b) 1000x.
a b
1
2
3
4
1 8 7
A figura (4.60) apresenta a superfície de fratura de um corpo de
prova de fadiga axial do material base (304 MPa, 92.100 ciclos). A foto
(a) apresenta uma visão geral da superfície de fratura onde se observa o
ponto (1) de nucleação da trinca, a região (2) de propagação da trinca e
a região (3) rugosa de fratura dúctil. A foto (b) apresenta o ponto de
nucleação superficial da trinca (4) e a propagação para o interior do
corpo de prova.
Os resultados das tabelas (4.20) e (4.21) apresentam maior
resistência à fadiga do material base para a direção transversal em todos
os níveis de tensão. Para 326 MPa, o número médio de ciclos e a
dispersão percentual são de 74.875 ciclos e 19,9% para a direção
transversal e de 54.300 ciclos e 25,2% para a direção longitudinal. Para
260 MPa, os resultados são de 481.200 ciclos e 45,5%, e de 384.220
ciclos e 24,7%, respectivamente. Para os níveis de tensão de 217 MPa,
174 MPa e 130 MPa os corpos-de-prova para ambas as direções foram
retirados com
7
100,1
x
ciclos, antes da fratura.
100
150
200
250
300
350
100000 1000000 1E7
FADIGA AXIAL (Tensão x Nº de Ciclos)
Anodização Crômica
= MB - Long.
= MB - Transv.
= AC - Long.
= AC - Transv.
mero de Ciclos
Tensão (MPa)
Figura (4.61) Curvas
-N de fadiga axial material base - anodização
crômica - longitudinal e transversal.
1 8 8
Figura (4.62) Superfície de fratura - fadiga axial - anodização crômica
(282MPa, 58.000 ciclos) longitudinal Aumento: (a) 40X e (b) 1000x.
A figura (4.62) apresenta a superfície de fratura de um corpo de
prova de fadiga axial com anodização crômica (282 MPa, 58.000
ciclos). A foto (a) apresenta uma visão geral da superfície de fratura
onde se pode observar o ponto (1) de nucleação da trinca, a região (2)
de propagação da trinca e a região (3) rugosa de fratura dúctil. A foto
(b) apresenta o ponto de nucleação na camada anódica da trinca (4), o
descolamento da camada anódica (5) e a propagação para o interior do
substrato.
Os resultados das tabelas (4.20), (4.21) e da figura (4.61)
evidenciam que a anodização crômica reduz a resistência à fadiga em
relação ao material base para todos os níveis de tensão, em ambas as
direções. Para 326 MPa, os números médios de ciclos com anodização
crômica são 27.133 ciclos na longitudinal e de 27.460 ciclos na
transversal. Para o material base são 54.300 ciclos e 74.875 ciclos,
respectivamente estes resultados mostram que a resistência à fadiga do
material com anodização crômica corresponde a 50,0% e 36,7% da
resistência à fadiga do material base nas direções longitudinal e
a b
3
1
2
4
5
1 8 9
transversal, respectivamente. Para 260 MPa, os números médios de
ciclos com anodização crômica são 96.200 ciclos na longitudinal e de
87.475 ciclos na transversal e, para o material base, são 384.220 ciclos e
481.200 ciclos, respectivamente, o que corresponde a 25,0% e 18,2% da
resistência à fadiga do material base nas direções longitudinal e
transversal, respectivamente.
Os resultados demonstram que o efeito da anodização crômica sobre
a resistência à fadiga axial não permite evidenciar tendência de
melhores resultados de resistência a fadiga em função da direção
longitudinal ou transversal de retirada do corpo-de-prova.
100
150
200
250
300
350
100000 1000000 1E7
FADIGA AXIAL (Tensão x Nº de Ciclos)
Anodização Sulfúrica
= MB - Long.
= MB - Transv.
= AS - Long.
= AS - Transv.
Número de Ciclos
Tensão (MPa)
Figura (4.63) Curvas
-N de fadiga axial material base - anodização
sulfúrica - longitudinal e transversal.
1 9 0
Figura (4.64) Superfície de fratura de fadiga axial - anodização
sulfúrica (174MPa, 76.000 ciclos) longitudinal- Aumento: (a) 40x, (b)
100x, (c) 100x e (d) 500x.
A figura (4.64) apresenta à superfície de fratura de um corpo de
prova de fadiga axial com anodização sulfúrica de médio ciclo (174
MPa, 76.600 ciclos). A foto (a) apresenta uma visão geral da superfície
de fratura onde se pode observar a região (1) de nucleação da trinca, a
região (2) de propagação da trinca, a região (3) rugosa de fartura dúctil e
as regiões (4) de propagação de trincas, distintos da região (1). A foto
(b) apresenta a nucleação da trinca na camada anódica (5). A foto (c)
apresenta a nucleação da trinca na camada anódica (6) e a região (7) de
descolamento da camada anódica. A ocorrência simultânea de outras
trincas superficiais está associada a maior agressividade do processo de
a
b
c
d
1
2
3
4
4
5
6
7
1 9 1
anodização sulfúrica sobre a superfície da amostra facilitando o
surgimento de outras frentes de trinca superficial. A foto (d) apresenta a
camada anodizada.
Os resultados das tabelas (4.20), (4.21) e da figura (4.63)
demonstram que a anodização sulfúrica reduz a resistência à fadiga em
relação ao material base para todos os níveis de tensão, em ambas as
direções. Para 326 MPa os números médios de ciclos com anodização
sulfúrica são 15.700 ciclos na longitudinal e de 17533 ciclos na
transversal e para o material base são 54.300 ciclos e 74.875 ciclos,
respectivamente. Estes resultados evidenciam que a resistência à fadiga
do material com anodização sulfúrica corresponde 28,9% e 23,4% da
resistência à fadiga do material base nas direções longitudinal e
transversal, respectivamente. Para 260 MPa, os números médios de
ciclos com anodização sulfúrica são 30.933 ciclos na longitudinal e de
35.733 ciclos na transversal e, para o material base, são 384.220 ciclos e
481.200 ciclos, respectivamente, o que corresponde a 8,1% e 7,4% da
resistência à fadiga do material base nas direções longitudinal e
transversal, respectivamente. Os resultados evidenciam que a anodização
sulfúrica apresenta menores resultados de resistência à fadiga que a
anodização crômica, para todos os níveis de tensão.
Os resultados demonstram que o efeito da anodização sulfúrica
sobre a resistência à fadiga axial apresenta uma tendência de melhores
resultados de resistência à fadiga para a direção transversal de retirada
do corpo-de-prova. Para 326 MPa, os números médios de ciclos e as
dispersões percentuais para as direções transversal e longitudinal são
17.533 ciclos, 1,4% e 15.700 ciclos, 14,4%, respectivamente. Para 260
MPa, são 35.733 ciclos, 15,2% e 30.933 ciclos, 19,5%, respectivamente.
Para 174 MPa, são
5
103,2
x
ciclos e 68,1% e
5
105,1
x
ciclos e 31,5%,
respectivamente.
1 9 2
100
150
200
250
300
350
100000 1000000 1E7
FADIGA AXIAL (Tensão x Nº de Ciclos)
Anodizão Dura
= MB - Long.
= MB - Transv.
= AD - Long.
= AD - Transv.
Número de Ciclos
Tensão (MPa)
Figura (4.65) Curvas
-N de fadiga axial material base - anodização
dura - longitudinal e transversal.
1 9 3
Figura (4.66) - Superfície de fratura - fadiga axial - anodização dura
(217 MPa, 67.600 ciclos) transversal Aumento: (a) 40x, (b) 500x, (c)
100x e (d) 100x.
A figura (4.66) apresenta a superfície de fratura de um corpo de
prova de fadiga axial com anodização dura (217 MPa, 67.600 ciclos). A
foto (a) apresenta uma visão geral da superfície de fratura onde se pode
observar a região (1) de nucleação da trinca, a região (2) de propagação
da trinca e a região (3) rugosa de fratura dúctil. A foto (b) apresenta o
ponto (4) de nucleação da trinca na camada anódica e a propagação para
o interior do substrato. A foto (c) apresenta outros pontos de nucleação
de trincas sobre a camada anodizada (5). A foto (d) apresenta pontos de
propagação de trinca a partir da interface entre a camada anodizada e o
substrato (6).
1
2
3
4
5
6
a
b
c
d
1 9 4
Os resultados das tabelas (4.20) e (4.21) e da figura (4.65)
evidenciam que a anodização dura reduz a resistência à fadiga em
relação ao material base para todos os níveis de tensão, em ambas as
direções. Para 304 MPa, os números médios de ciclos com anodização
dura são 20.867 ciclos na longitudinal e de 24.467 ciclos na transversal.
Para o material base, são 83.513 ciclos e 147.800 ciclos,
respectivamente. Estes resultados evidenciam que a resistência à fadiga
do material com anodização dura corresponde a 25,0% e 16,6% da
resistência à fadiga do material base nas direções longitudinal e
transversal, respectivamente. Para 174 MPa, os números médios de
ciclos com anodização dura são
5
101,1
x
ciclos na longitudinal e de
5
104,1
x
ciclos na transversal e, para o material base, são
7
100,1
x
ciclos em ambas
as direções. É importante salientar que o ensaio do metal base para a
tensão de 174 MPa foi interrompido com
7
100,1
x
ciclos antes da fratura
do corpo-de-prova, o que permite concluir que, para este nível de tensão,
a redução da vida em fadiga é ainda mais intensa do que a aferida.
Os resultados evidenciam que a anodização dura apresenta menores
resultados de resistência à fadiga que a anodização crômica, para todos
os níveis de tensão.
Os resultados demonstram que o efeito da anodização dura sobre a
resistência à fadiga axial não permite evidenciar tendência de melhores
resultados de resistência a fadiga em função da direção longitudinal ou
transversal de retirada do corpo-de-prova.
A figura (4.67) apresenta o espalhamento dos resultados obtidos
para as diversas condições de ensaio de fadiga axial no sentido
longitudinal e transversal, em todas as condições ensaiadas,
evidenciando a maior resistência do material base sobre os anodizados.
1 9 5
100
125
150
175
200
225
250
275
300
325
350
10000 100000 1000000
FADIGA AXIAL (Tensão x Nº de Ciclos)
Geral
(Long. / Transv.)
= Long.- MB
= Long.- AC
= Long.- AS
= Long.- AD
= Transv.- MB
= Transv.- AC
= Transv.- AS
= Transv.- AD
Número de Ciclos
Tensão (MPa)
Figura (4.67) Curvas
-N de fadiga axial longitudinal e transversal.
Os resultados confirmam a maior resistência à fadiga do material
base sobre os demais processos de anodização, seguido da anodização
crômica para ambas as direções e uma tendência de melhor
comportamento para a anodização sulfúrica sobre a dura para fadiga de
alto ciclo.
O material base apresenta maior resistência à fadiga axial, para
todos os níveis de tensão estudados, nas direções longitudinal e
transversal.
Os resultados evidenciam a tendência de maior resistência à fadiga
do material base, para a direção transversal em todos os níveis de tensão.
Existe uma redução significativa na resistência à fadiga axial,
quando se comparam as anodizações com o material base, variando entre
32,3% e 99,5%, na direção longitudinal, e entre 64,1% e 99,4%, na
direção transversal.
1 9 6
As camadas anódicas apresentam trincas superficiais que ao
atingirem o substrato se propagam para o interior do corpo de prova.
As figuras (4.68) a (4.70) apresentam as curvas
-N de fadiga axial,
usando o número médio de ciclos para todos os níveis de tensão
estudados e condições superficiais, nas direções longitudinal e
transversal.
120
140
160
180
200
220
240
260
280
300
320
340
10000 100000 1000000
FADIGA AXIAL (Tensão x Nº de Ciclos) - MÉDIA
Geral
Longitudinal
= MB
= AC
= AS
= AD
Número de Ciclos
Teno (MPa)
Figura (4.68) Curvas
-N de fadiga axial valores médios
longitudinal.
Os resultados da tabela (4.21) e da figura (4.68) para a direção
longitudinal evidenciam que os ensaios com material base apresentaram
um maior número de ciclos médios seguido da anodização crômica, para
todos os níveis de tensão estudados. Para as anodizações sulfúrica e dura
os resultados em fadiga axial apresentam comportamentos semelhantes
de resistência à fadiga. Para 304 MPa, os números médios de ciclos, as
dispersões médias e a relação de resistência à fadiga com o material base
para as anodizações sulfúrica e dura são 19.100 ciclos, 18,7% de
1 9 7
dispersão e 22,9% da resistência à fadiga axial do material base; para a
anodização sulfúrica são de 20.867 ciclos, 18,9% de dispersão e 25,0%
da resistência à fadiga axial do material base, para a anodização dura.
Para 282 MPa, os resultados são 28.400 ciclos, 19,8% e 17,0% para a
sulfúrica, e de 26.400 ciclos, 11,4% e 15,8% para a dura. Para 217 MPa,
são
4
100,6
x
ciclos, 22,0% e 0,6%, para a sulfúrica e
4
103,5
x
ciclos, 32,2%
e 0,6%, para a dura.
O efeito dos processos de anodização sobre a resistência à fadiga
axial do material base fica melhor caracterizado quando se analisa a
relação percentual da resistência à fadiga das anodizações com o
material base. Para a tensão de trabalho de 304MPa os resultados são,
com anodização crômica, 44,0% da resistência do material base; para
anodização sulfúrica, 22,9% da resistência do material base e, para a
anodização dura, 25% da resistência do material base. Para 282 MPa,
são, respectivamente, 31% - AC, 17% - AS e 15,8% - AD. Para 260 MPa,
são, respectivamente, 25% - AC, 8,1% - AS e 9,7% - AD. Para 217 MPa
são, respectivamente, 67,7% - AC, 0,6% - AS e 0,5% AD, é importante
salientar que o ensaio do metal base para a tensão de 217 MPa foi
interrompido com
7
100,1
x
ciclos antes da fratura do corpo o que permite
concluir que, para este nível de tensão, a redução da vida em fadiga é
ainda mais intensa do que a aferida.
1 9 8
120
140
160
180
200
220
240
260
280
300
320
340
10000 100000 1000000
FADIGA AXIAL (Tensão x Nº de Ciclos) - MÉDIA
Geral
Transversal
= MB
= AC
= AS
= AD
mero de Ciclos
Teno (MPa)
Figura (4.69) Curvas
-N de fadiga axial valores médios
transversal.
Os resultados da tabela (4.21) e da figura (4.69) para a direção
transversal evidenciam que os ensaios com material base apresentaram
um maior número de ciclos médios seguido da anodização crômica, para
todos os níveis de tensão estudados. Para as anodizações sulfúrica e dura
os resultados em fadiga axial apresentam comportamentos semelhantes
de resistência à fadiga. Para 304 MPa, os números médios de ciclos, as
dispersões médias e a relação de resistência à fadiga com o material base
para as anodizações sulfúrica e dura são 24.300 ciclos, 23,2% de
dispersão e 16,5% da resistência à fadiga axial do material base; para a
anodização sulfúrica são de 24.467 ciclos, 2,1% de dispersão e 16,6% da
resistência à fadiga axial do material base, para a anodização dura. Para
260 MPa, os resultados são 35.733 ciclos, 15,2% e 7,4% para a sulfúrica
e de 34.667 ciclos, 14,7% e 7,2%, para a dura. Para 217 MPa, são
4
101,6
x
ciclos, 21,4% e 0,6% para a sulfúrica e
4
108,5
x
ciclos, 18,0% e 0,6%, para
a dura.
1 9 9
O efeito dos processos de anodização sobre a resistência à fadiga
axial do material base fica melhor caracterizado quando se analisa a
relação percentual da resistência à fadiga das anodizações com o
material base. Para a tensão de trabalho de 304MPa os resultados são:
com anodização crômica, 35,9% da resistência do material base; para
anodização sulfúrica, 16,5% da resistência do material base e para a
anodização dura, 16,6% da resistência do material base. Para 260 MPa,
são respectivamente, 18,2% - AC, 7,4% - AS e 7,2% - AD. Para 217 MPa
são respectivamente, 2,1% - AC, 0,6% - AS e 0,6% AD. É importante
salientar que o ensaio do metal base para a tensão de 217 MPa foi
interrompido com
7
100,1
x
ciclos antes da fratura do corpo o que permite
concluir que, para este nível de tensão, a redução da vida em fadiga é
ainda mais intensa do que a aferida.
A figura (4.70) apresenta as curvas S-N, para a média de número de
ciclos em todos os níveis de tensão estudados.
120
140
160
180
200
220
240
260
280
300
320
340
10000 100000 1000000
FADIGA AXIAL (Tensão x Nº de Ciclos)- MÉDIA
Geral
Long. / Transv.
=MB- Long.
=AC- Long.
=AS- Long.
=AD- Long.
=MB- Transv.
=AC- Transv.
=AS- Transv.
=AD- Transv.
mero de Ciclos
Tensão (MPa)
Figura (4.70) Curvas
-N de fadiga axial valores médios -
longitudinal e transversal.
2 0 0
Os resultados confirmam a maior resistência à fadiga do material
base sobre os demais processos de anodização, seguido da anodização
crômica para ambas as direções e uma tendência de melhor
comportamento para a anodização sulfúrica sobre a dura para fadiga de
alto ciclo.
O material base apresenta maior resistência à fadiga axial, para
todos os níveis de tensão estudados, nas direções longitudinal e
transversal.
Os resultados mostram a tendência de maior resistência à fadiga do
material base, para a direção transversal, em todos os níveis de tensão.
Existe uma redução significativa na resistência à fadiga axial do
material base para todas as anodizações.
As camadas anódicas apresentam trincas superficiais que, ao
atingirem o substrato, propagam-se para o interior do corpo-de-prova.
2 0 1
CAPÍTULO 5 CONCLUSÕES
Em função dos objetivos propostos para a realização deste trabalho,
ou seja, analisar o efeito do processo de shot peening e das anodizações
crômica, sulfúrica e dura sobre a resistência à fadiga da liga
7050-T7451, podem ser feitas as seguintes afirmações:
5.1 EFEITO DA ANISOTROPIA
1) Para fadiga por flexão rotativa de baixo e médio ciclos a direção
longitudinal apresenta uma tendência de melhor comportamento em
fadiga. Para alto ciclo o melhor comportamento é na direção transversal.
2) Para fadiga por flexão alternada é observado o mesmo
comportamento discutido no parágrafo anterior.
3) Para fadiga axial a direção transversal é a que apresenta os
melhores resultados de resistência à fadiga para todos os níveis
estudados.
5.2 TENSÕES RESIDUAIS
1) Os processos de fabricação induzem tensões residuais trativas nas
camadas superficiais dos corpos-de-prova.
2) O processo de anodização crômica não apresenta tensão residual
na superfície, mas induz tensão residual compressiva de baixa
intensidade, nas camadas sub-superficiais.
3) O processo de anodização sulfúrica não apresenta tensão residual
na superfície, mas induz tensão residual trativa nas camadas sub-
superficiais.
4) O processo de anodização dura induz tensões residuais trativas na
superfície e camadas sub-superficiais.
5) O processo de shot peening induz tensões residuais compressivas
na superfície e camadas sub-superficiais para todas as condições
analisadas.
2 0 2
5.3 FADIGA POR FLEXÃO ROTATIVA
5.3.1 Flexão rotativa sem shot peening
1) Todos os processos de anodização reduzem a resistência à fadiga
em relação ao material base para todas as condições analisadas.
2) Para fadiga de baixo ciclo as anodizações apresentam resultados
semelhantes de resistência à fadiga. Para fadiga de alto ciclo observa-se
tendência de melhor desempenho para a anodização crômica, seguida das
anodizações sulfúrica e dura, respectivamente.
3) A dispersão dos resultados é menor para as anodizações do que
para o material base para os níveis de médio e alto ciclos.
4) Para as menores tensões observa-se as maiores perdas de
resistência à fadiga em relação ao material base.
5.3.
2
Flexão rotativa
co
m shot peening
1) O processo de shot peening seguido de anodização aumenta a
resistência à fadiga para todas as condições analisadas.
2) Os resultados com shot peening e anodização apresentam menores
dispersões que o material base para a maioria das condições analisadas.
3) O melhor desempenho de resistência à fadiga é obtido para a
anodização crômica, para praticamente todos as condições analisadas,
seguido das anodizações sulfúrica e dura, respectivamente.
4) O aumento da resistência fadiga em relação ao material base é
maior para os menores níveis de tensão.
5.4 FADIGA POR FLEXÃO ALTERNADA
5.4.1 Flexão alternada sem shot peening
1) Todos os processos de anodização reduzem a resistência à fadiga
em relação ao material base, para todos os níveis de tensão analisados.
2) Para a fadiga de baixo e médio ciclos, a anodização crômica
apresenta o melhor desempenho na direção longitudinal e a anodização
sulfúrica, na direção transversal.
2 0 3
5.4.
2
Flexão alternada
com
shot peening
1) O processo de anodização seguido de anodização aumenta a
resistência à fadiga em relação às anodizações sem shot peening em
todas as condições analisadas.
2) O processo de shot peening seguido de anodização aumenta a
resistência à fadiga em relação ao material base para praticamente todas
as condições analisadas.
3) O aumento da resistência à fadiga é maior para os menores níveis
de tensão.
4) O shot peening e anodização crômica apresentam os melhores
resultados de resistência à fadiga para praticamente todas as condições
analisadas.
5.5 FADIGA AXIAL
5.5.1 Fadiga axial sem shot peening
1) Todos os processos de anodização reduzem a resistência à fadiga
em relação ao material base para todas as condições analisadas.
2) A anodização crômica apresenta o melhor comportamento em
fadiga axial para todas as condições analisadas e observa-se uma
tendência para as anodizações sulfúrica e dura, respectivamente.
3) Os melhores resultados de resistência à fadiga são na direção
transversal para a maioria das condições analisadas.
5.6 CONCLUSÕES GERAIS
1) Os processos de anodização reduzem a resistência à fadiga do
material base para todas as condições analisadas.
2) O processo de shot peening neutraliza os efeitos negativos da
anodização e promove um aumento da resistência à fadiga sobre o
material base para a maioria das condições analisadas.
2 0 4
3) O efeito da anisotropia é mais efetivo para os ensaios de fadiga
axial e os melhores resultados de resistência a fadiga aparecem na
direção transversal.
4) Todos os processos de fabricação e tratamentos realizados sobre
o material afetam as condições de tensão residual no material.
2 0 5
CAPÍTULO 6 PROPOSTAS DE TRABALHOS FUTUROS
Em face aos resultados obtidos e das conclusões expostas no
capítulo anterior, são sugeridos os seguintes tópicos para a continuação
deste trabalho:
1) Comparar os resultados do shot-peening com anodizações e o
material base com shot peening, para quantificar a relação de resistência
à fadiga;
2) Estudar o efeito de diferentes espessuras de camada anodizada
sobre a resistência à fadiga;
3) Estudar o efeito das anodizações sobre outras ligas de alumínio
(Ex: 7010 ou 2024);
4) Estudar o comportamento da camada anódica para solicitações
cíclicas; e
5) Estudar o efeito de outras intensidades de shot-peening sobre os
materiais anodizados.
2 0 6
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