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Trindade-Suedam IK. Estudo comparativo dos resultados de enxertos de
vidro bioativo e osso autógeno, associados ou não ao plasma rico em
plaquetas, em seio maxilar de coelho: análise fractal, densitométrica e
histomorfométrica [Tese de Doutorado]. Araraquara: Faculdade de
Odontologia da UNESP; 2007.
Resumo
O objetivo do presente estudo foi avaliar o efeito da associação de osso
autógeno (OA) e de vidro bioativo (VB) ao plasma rico em plaquetas (PRP) como
substitutos ósseos no interior de seios maxilares (SM) de coelhos, por meio de
análise radiográfica da densidade óssea e da dimensão fractal e análise
histomorfométrica. Adicionalmente, pretendeu-se validar os métodos da
densidade óssea e dimensão fractal como indicadores da neoformação óssea.
Para tanto, 20 coelhos divididos em dois grupos (G1 e G2) foram submetidos à
cirurgia de levantamento de SM. No G1, 10 SM esquerdos foram enxertados
com OA e 10 SM direitos com VB. No G2, 10 SM esquerdos foram enxertados
com uma combinação de OA+PRP e 10 SM direitos com VB+PRP. Após 90 dias,
os animais foram sacrificados e radiografias padronizadas dos SMs foram
obtidas. Os valores médios (desvio padrão) da densidade óssea, expressa em
milímetros equivalentes de alumínio, para os tratamentos OA, VB, OA+PRP e
VB+PRP foram, respectivamente, 1,79(0,316), 2,04(0,398), 1,61(0,285) e
1,53(0,309), sendo que diferenças estatisticamente significantes (p<0,05) foram
encontradas entre os valores de VB e OA, e, VB+PRP e VB. Na dimensão
fractal, os valores encontrados, que podem variar de 1 a 2, foram 1,48(0,040),
1,35(0,084), 1,44(0,043) e 1,44(0,066), respectivamente. Diferenças significantes
(p<0,05) foram encontradas entre os valores de VB e OA, e, OA+PRP e VB. Na
histometria, expressa em porcentagem de preenchimento ósseo, os valores
obtidos foram 63,30±8,609, 52,65(10,415), 55,25(7,018) e 51,07(10,255),
respectivamente. Não foram encontradas diferenças estatísticas entre os
tratamentos. Não houve correlação estatisticamente significante entre as
variáveis densidade óssea, dimensão fractal e porcentagem de osso. Na análise
histológica dos SM tratados com OA observou-se tecido ósseo neoformado,
ricamente vascularizado e celularizado, preenchendo quase que a totalidade do
SM. Nos demais tratamentos, na maioria dos casos, foram observadas
trabéculas ósseas neoformadas que raramente se conectavam entre si, com
espaços medulares amplos. Não se observou a presença de células
inflamatórias na região. Nos grupos tratados com VB e VB+PRP, observou-se
fragmentos do biomaterial. Frente a estes achados, conclui-se que: 1) os
melhores resultados foram alcançados com o OA, nas análises
histomorfométrica e radiográfica, em relação ao VB ou à associação destes
materiais com o PRP, devendo, portanto, o OA ser considerado o material de
escolha para a enxertia do seio maxilar; 2) a densidade óssea radiográfica e a
dimensão fractal, em função das limitações observadas, devem ser utilizadas
como métodos complementares na análise dos resultados cirúrgicos.
Palavras-chave: Seio maxilar; transplante ósseo; densidade óssea; radiografia