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ingestão do alimento com toxina pré-formada, as enterotoxinas A, B, C1, C2, C3, D, E,
que também podem ser produzidas pelas espécies S. hyicus, S. intermedius. São
veículos comuns de toxinfecção alimentar o leite, creme, tortas recheadas, saladas de
batata, atum, frango, presunto, e outras carnes cozidas (FRAZIER & WESTHOFF,
1993; BLACK, 2002; FRANCO & LANDGRAF,1996). São microrganismos gram-
positivos, mesófilos, aeróbios ou anaeróbios facultativos, desenvolvem-se bem a 37º C,
em um pH em torno de 7,0, não produzem esporos, podem permanecer viáveis durante
semanas em refrigeração, mas são destruídos em 30 minutos a 60º C ou um minuto a
100º C. As enterotoxinas são produzidas entre 10 a 46º C, com ótimo entre 40 e 45º C.
As bactérias deste gênero são tolerantes a concentrações de 10% a 20% de NaCl e a
nitratos, o que torna os alimentos curados veículos potenciais para elas (KONEMAN et
al., 2001)
A presença de Staphylococcus aureus em um alimento, representa um risco à
saúde pública, pois se as toxinas forem ingeridas, causarão intoxicação alimentar.
Essas enterotoxinas são resistentes ao calor e a ação das enzimas intestinais
(BROOKS et al., 2000), o que é de grande importância na indústria de alimentos, já que
o aquecimento não garante a inativação da toxina previamente formada, mesmo que
destrua a célula vegetativa, que, por sua vez, é sensível ao calor (APHA, 2001).
Após a ingestão, a toxina atinge o intestino e causa uma reação inflamatória,
inibindo a absorção de água e provocando diarréia. No entanto, a conseqüência mais
comum da intoxicação estafilocócica é o vômito. Os sítios dessa ação parecem
localizar-se no intestino Esse estímulo é transferido através dos nervos vago e
simpático ao centro do vômito, que faz parte do sistema nervoso central (SNC). O
centro do vômito atua no estômago e no intestino delgado provocando o vômito
(BROOKS et al., 2000; BLACK, 2002).
O período de incubação é, em média, de 1 a 6 horas após a ingestão do
alimento. A intensidade dos sintomas vai variar dependendo do grau de suscetibilidade
do indivíduo, concentração da enterotoxina no alimento e a quantidade de alimento
ingerido. Os principais sinais e sintomas são náuseas, vômitos, cãibras abdominais
geralmente dolorosas, diarréia e sudorese; a doença poderá ser fatal se o indivíduo
estiver debilitado (SILVA JUNIOR, 2002).