prurido, dermatite seborréica, infecções secundárias bacterianas, fúngicas, e outras
enfermidades associadas, como: linfossarcoma de Sticker, demodiciose, malassezíase e
escabioses (NOLI, 1999; FEITOSA e cols., 2000).
Alterações urinárias são comuns e se caracterizam por poliúria, polidipsia,
proteinúria, hematúria, geralmente provenientes de glomerulonefrite proliferativa, nefrite
intersticial, por deposição de imunocomplexos circulantes; podendo culminar em
insuficiência renal (FEITOSA et al., 2000; NOLLI, 1999).
As leishmanias também se multiplicam nos macrófagos do fígado, causando hepatite
crônica ativa, vômitos, ascite e icterícia. As alterações do sistema gastrintestinal geralmente
estão correlacionadas aos problemas hepáticos e renais, apresentando colites ulcerativas
crônicas, com diarréia e melena. Podem também ocorrer enterites agudas fatais, como
resultado de danos parasitários diretos.
Os cães podem apresentar distúrbios de coagulação como tempo de sangramento
prolongado, diátese hemorrágica, presença de petéquias, hematúria, epistaxe,
hiperglobulinemia, interferindo na polimerização da fibrina, uremia, inibindo a função
plaquetária, seqüestro esplênico de plaquetas, trombocitopenia por aplasia ou hipoplasia
medular. O quadro pode se agravar com infecções associadas à erlichiose, babesiose e
dirofilariose, em regiões endêmicas.
O sistema respiratório pode ser afetado, com ocorrências de epistaxe, geralmente
unilateral; que se acredita ocorrer como resultado de lesões ulcerativas da mucosa nasal ou
por alterações de coagulação. Alguns animais desenvolvem pneumonia intersticial
(FEITOSA et al., 2000; NOLI, 1999).
Em alguns cães ocorre blefarite, ceratoconjuntivite, uveíte bilateral, edema de córnea
e sinéquia, por deposição de imunocomplexos ou pela presença da própria leishmania.
Das alterações neurológicas observadas com maior freqüência, destacam-se paresia de
membros, ataxia, andar em círculos, tremores e convulsões. (FEITOSA et al., 2000).
Atrofia muscular é verificada, inicialmente, nas fossas temporais seguida de perda
generalizada da massa muscular. Como conseqüência, ocorre diminuição da atividade
física, associada a distúrbios locomotores. Esta debilidade muscular e a diminuição da
atividade física podem decorrer da anemia, atrofia muscular, da poliartropatia e
insuficiência renal crônica (FEITOSA et al., 2000; NOLLI, 1999).