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ÁMARIS
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LVARENGA
ESTRUTURA ESPACIAL E ECOLOGIA DE BRIÓFITAS EPÍFITAS E
EPÍFILAS DE REMANESCENTES DE FLORESTA ATLÂNTICA NA
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE MURICI, ALAGOAS
RECIFE
2007
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LISI
DÁMARIS
PEREIRA
ALVARENGA
ESTRUTURA ESPACIAL E ECOLOGIA DE BRIÓFITAS EPÍFITAS E
EPÍFILAS DE REMANESCENTES DE FLORESTA ATLÂNTICA NA
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE MURICI, ALAGOAS
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós Graduação em Biologia Vegetal da
Universidade Federal de Pernambuco para a
obtenção do título de mestre em Biologia
Vegetal.
Orientadora: DRA. KÁTIA CAVALCANTI PÔRTO
Área de Concentração: ECOLOGIA VEGETAL
Linha de pesquisa: ECOLOGIA DE CRIPTÓGAMOS
RECIFE
2007
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ESTRUTURA ESPACIAL E ECOLOGIA DE BRIÓFITAS EPÍFITAS E
EPÍFILAS DE REMANESCENTES DE FLORESTA ATLÂNTICA NA
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE MURICI, ALAGOAS
_______________
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Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
iv
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, ao meu Deus Jeová, pela vida para apreciar sua criação.
A meus pais, Hermes e Viviane, e meu irmão Ulises, minhas maiores motivações de viver e
andar na verdade.
A minha grande amiga Kátia, por me orientar em minha profissão e me ensinar tantos valores
pessoais.
Às minhas avós Sineide e Lídia e toda minha família, pelo carinho e apreço.
A minha amiga Carol, por ter escolhido se tornar parte da minha família e hoje ser mais que
uma irmã para mim, um exemplo, uma fonte de encorajamento.
Minhas queridas irmãs Rafaella, Mariana, Aninha, Viviane e Babi, por cuidarem de mim e me
proporcionarem uma amizade tão sincera.
A Yuri, pois amigos que que se apegam mais que irmãos e deveras este também tem me
premiado com tal amizade sincera e proveitosa.
A meu grande amigo Gustavo, pela ajuda nos momentos em que mais precisei e cuja memória
guardarei sempre com muita saudade.
A Minhas amigas a quem prezo como irmãs Emily, Helen, Marilha e Tarciana, pela amizade.
A Juliana, Mercinha, Sarinha e Isita pelos momentos divertidos que passamos juntas neste
nosso trabalho de briólogas, e também a Mateus, Helen, Mauro, Gilcean, Wan e sua esposa
Juliana e nosso guia de campo Chico, por toda a camaradagem que farão saudosas mesmo as
madrugadas de sono perdidas.
A Karla e Anissa por fazerem perdurar uma grande amizade apesar dos caminhos aos quatro
cantos deste Brasil que tomamos, e a Michelline, também por valorizar a amizade apesar dos
rumos distintos.
A Janaína, Ursula, Shirley, Gisele, Anderson e Eduardo, grandes ecólogos e taxonomistas,
colegas que tornaram divertidos mesmo momentos difíceis do nosso mestrado e viveram
comigo a satisfação após árduo trabalho nesta nossa pós-graduação.
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
v
A Marcos, Dayana, Pedro, Rafael, Clayton, Flora, Diogo, Yana, Fátima e Katarina pelo
companheirismo, pelo apoio e a amizade.
Aos professores Adalberto Santos, Ary Oliveira Filho, Sigrid Leitão, Cecília Costa, pela ajuda
nas análises numéricas dos manuscritos.
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento e Pesquisa - CNPq, à Universidade Federal de
Pernambuco - UFPE, à Fundação O Boticário de Proteção à Natureza e ao Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBAMA, pelo apoio logístico e
financeiro para o desenvolvimento desta pesquisa.
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
vi
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Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
vii
LISTA DE FIGURAS
MANUSCRITO 1 Página
Figuras 1-4. Aneura pinguis (L.) Dumort. 1. Gametófito, vista dorsal. 2. Corte tranversal do
talo principal. 3. Células marginais em detalhe, corte transversal 4. Células medianas em
detalhe, corte transversal talo. 5–9. Aphanolejeunea asperrima Steph. 5. Gametófito, vista
ventral. 6. Perianto em detalhe. 7–8. Filídios, vista ventral. 9. Filídio, vista dorsal. 10.
Células da porção mediana do filídio. (Barras: Fig.1: 3 cm; Fig. 2: 600 µm; Fig. 3,4: 96 µm:
5: 200 µm; Fig. 6-9: 48 µm; Fig. 10: 20 µm)............................................................................
30
Figuras 11–16. Aphanolejeunea camillii (Lehm.) R.M. Schust. 11. Gametófito, vista ventral.
12. Filídio com lóbulo reduzido, vista ventral. 13. Filídio com lóbulo desenvolvido, vista
ventral. 14. Lóbulo. 15. Células da porção mediana do filídio. 16. Gema. 17 23.
Cololejeunea lanciloba Steph. 17. Gametófito, vista ventral. 18. perianto. 19. Filídio em
detalhe. 21–20. Lóbulos. 22. Células da porção central do filídio. 23. Células hialinas da
margem em detalhe. (Barras: Fig. 11,18,19: 200 µm; Fig. 12,13,20,21,23: 48 µm; Fig.14: 24
µm, Fig. 15,22: 20 µm; Fig. 16: 10 µm; Fig. 17: 600 µm).........................................................
31
Figuras 24 – 29. Diplasiolejeunea latipuensis Tixier. 24. Gametófito, vista ventral. 25.
Perianto. 26. Lóbulo. 27. Anfigastro. 28. Dente do lóbulo em detalhe. 29. Células da porção
central do filídio. 30 35. Drepanolejeunea campanulata (Spruce) Steph. 30. Gametófito,
vista ventral. 31. Gametófito, vista dorsal. 32. Filídio, vista ventral. 33. Filídio, vista dorsal.
34. Anfigastro. 35. Células da porção central do filídio. (Barras: Fig. 24: 600 µm; Fig. 25:
200 µm; Fig.26,27,32,33: 48 µm; Fig. 28,29,35: 20 µm; Fig. 30,31: 100 µm; Fig. 34: 30
µm).............................................................................................................................................
32
Figuras 36 – 41. Drepanolejeunea crucianella (Tayl.) A. Evans. 36. Gametófito, vista
ventral. 37. Brácteas do perianto. 38. Células da porção central do filídio. 39. Filídio, vista
dorsal. 40. Filídio, vista ventral. 41. Anfigastro. 42 44. Harpalejeunea tridens (Besch. &
Spruce) Steph. 42. Gametófito, vista ventral. 43. Lóbulos e anfigastros em detalhe. 44.
Filídio em detalhe, vista dorsal. 45. Células da porção central do filídio. (Barras: Fig. 36: 200
µm; Fig. 37,39,40,43,44: 48 µm; Fig.38,41,45: 20 µm; Fig. 42: 168 µm)................................
33
Figuras 46 51. Lejeunea cristulaeflora (Gottsche ex Steph.) E. Reiner & Goda. 46.
Gametófito, vista ventral. 47. Detalhe da margem do perianto. 48. Células da porção central
do filídio. 49. Lóbulo reduzido. 50. Lóbulo desenvolvido. 51. Anfigastro. 52 56. Radula
ligula Steph. 52. Gametófito, vista ventral. 53. Perianto. 54. Filídio em detalhe, com parte
das células destacadas, vista dorsal. 55. Margem de filídio. 56. Células da porção central do
filídio. (Barras: Fig. 46,52: 600 µm; Fig. 47: 96 µm; Fig.48,51: 20 µm; Fig. 49,50,55,56: 48
µm; Fig. 53,54: 200 µm).............................................................................................................
34
MANUSCRITO 2
Figura 1. Localização dos fragmentos florestais da EsEc Murici. Os números dos fragmentos
são atribuídos em ordem decrescente de tamanho. A linha em cinza demarca a área
legalmente incluída na EsEc Murici...........................................................................................
69
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
viii
Figura 2. Riqueza média ( EP) de briófitas epífilas das classes de tamanho de fragmento
obtidas na EsEc Murici, Alagoas...............................................................................................
70
Figura 3. Riqueza média ( EP) de briófitas epífilas dos fragmentos estudados na EsEc
Murici, Alagoas...........................................................................................................................
70
Figura 4. Riqueza média ( EP) de briófitas epífilas das classes de distância de borda os
fragmentos estudados na EsEc Murici, Alagoas.........................................................................
71
Figura 5. Freqüência média ( EP) das classes de abundância das briófitas epífilas
registradas nos fragmentos da EsEc Murici, Alagoas.................................................................
72
Figura 6. Diagrama da Análise de Correspondência Canônica (CCA) baseado na composição
de espécies de briófitas epífilas e nas métricas da paisagem dos fragmentos estudados da
EsEc Murici, Alagoas. Valores em parênteses correspondem ao tamanho dos fragmentos
(ha) e as variáveis que mostraram influência significativa foram área plana (Áreapl), área
superficial (Áreasup), proporção de área nuclear (Áreanuc%), proporção de vegetação
secundária (Vegsec%), isolamento (Isolam) e altitude média (Altitude). Eigenvalues: eixo 1
= 0.291, eixo 2 = 0.104. Explicação cumulativa em percentagem explicada pelos dois eixos
= 50.9..........................................................................................................................................
73
Figura 7. Distribuição das espécies de briófitas epífilas em intervalos de constância (número
de fragmentos colonizados) na EsEc Murici, Alagoas...............................................................
74
Figura 8. Padrões de ocupação registrados nas comunidades de briófitas epífilas dos
fragmentos estudados da EsEc Murici, Alagoas. Cada rculo indica uma espécie e aumenta
sua dimensão quando espécies se somam. As linhas tracejadas indicam a média de
freqüência e abundância. Os quadrantes (em sentido horário) significam padrão urbano (1º
quadrante, acima à esquerda), “core” (2º), rural (3º) e satélite (4º). O fragmento F6 foi
excluído por apresentar apenas quatro espécies sobrepostas na reprsentação gráfica, todas
satélites........................................................................................................................................
75
Figura 9. Alterações nos padrões de ocupação das espécies de briófitas epífilas constantes
em oito ou mais fragmentos na EsEc Murici, Alagoa. Os padrões são “core” (C), Rural (R),
Urbana (U) e satélite (S).............................................................................................................
76
MANUSCRITO 3
Figura 1. Fragmentos estudados da EsEc Murici, Alagoas, evidenciando o mosaico de
matrizes onde os remanescentes estão inseridos (a) e a perda de área de cobertura vegetal em
duas década (b). Os números dos fragmentos são atribuídos em ordem decrescente de
tamanho. ....................................................................................................................................
107
Figura 2. Métricas dos fragmentos estudados na EsEc Murici, Alagoas. Tamanho (área
plana) de fragmento apresenta correlação significativa com proporção de área nuclear
(coeficiente de correlação de Pearson r = 0.8559, p = 0.0032), proporção de vegetação
secundária (r = -0.751, p = 0.0196) e índice de forma (r = 0.7537, p = 0.019). As correlações
são marginalmente significativas com altitude (r = 0.6015, p = 0.0865), razão área
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
ix
superficial/ área plana (r = 0.6350, p = 0.0661) e índice de proximidade (coeficiente de
correlação de Spearman rs = 0,6000, p = 0,0875). Correlações entre as demais métricas
mostraram apenas que a proporção de vegetação secundária é vinculada à de área nuclear (r
= -0.8112, p = 0.0079) e à altitude (r = -0.6804, p = 0.0436).....................................................
108
Figura 3. Gradiente do índice de proximidade, proporção de vegetação secundária e de área
nuclear dos fragmentos estudados da EsEc Murici, Alagoas. A superfície indica as
tendências lineares observadas ao longo dos três eixos.............................................................
109
Figura 4. Riqueza de briófitas epífitas dos fragmentos estudados da EsEc Murici,
Alagoas........................................................................................................................................
109
Figura 5. Padrão de riqueza de briófitas epífitas ao longo do gradiente vertical nos
fragmentos estudados da EsEc Murici, Alagoas. As barras representam a altura média (+
máxima) das árvores, os círculos representam a riqueza (nº de espécies) e cada seqüência
vertical de círculos representa um forófito. A abundância apresentou o mesmo padrão que a
riqueza.........................................................................................................................................
110
Figura 6. Gradiente vertical da riqueza e abundância média ( 1DS) por plot de briófitas
epífitas dos fragmentos estudados na EsEc Murici, Alagoas. As linhas completas
representam o grupo 1 e as tracejadas representam o grupo 2. Os níveis de altura
correspondem a base (a), tronco inferior (b), tronco médio (c), tronco superior (d) e dossel
(e)................................................................................................................................................
111
Figura 7. Gradiente vertical da riqueza e abundância total das espécies de briófitas típicas de
sombra, generalistas e típicas de sol nos fragmentos estudados da EsEc Murici, Alagoas.
Quadros representam a presença do grupo no determinado nível e os valores correspondem a
riqueza (a, c, d) e a abundância (b, d, f). Os níveis de altura correspondem a base (a), tronco
inferior (b), tronco médio (c), tronco superior (d) e dossel (e)...................................................
112
Figura 8. Similaridade florística entre os níveis de altura dos fragmentos estudados na EsEc
Murici, Alagoas. Números indicam fragmentos e letras indicam os níveis de altura [base (a),
tronco inferior (b), tronco médio (c), tronco superior (d) e dossel
(e)]..............................................................................................................................................
113
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
x
LISTA DE TABELAS
MANUSCRITO 1 Página
Tabela 1. Hépaticas do Estado de Alagoas. As informações sobre substrato (folha - FL,
tronco vivo - TV e tronco morto - TM) e estrato florestal de ocorrência dizem respeito
apenas ao inventário na EsEc Murici. Subdossel é considerado aqui como estratos em
alturas superiores a 4 metros. As referências a locais adicionais à EsEc Murici são
provenientes dos catálogos de Yano (1981, 1984, 1989, 1995, 2006), Gradstein &
Costa (2003) e Pôrto et al. (2006). A referência de Riccia vitalii Jovet-Ast. foi
encontrada em Jovet-Ast (1984; 1991). As novas referências para o Nordeste estão
assinaladas com asterísco...................................................................................................
24
MANUSCRITO 2
Tabela 1. Propriedades dos fragmentos florestais estudados na EsEc Murici, Alagoas... 63
Tabela 2. Proporção (%) de populações observadas com estruturas sexuadas
(esporófitos, periantos e perigônios) e assexuadas (propágulos) e freqüência
(assinalamentos) das espécies de briófitas ocorrentes na EsEc Murici, Alagoas.............
64
Tabela 3. Padrões de ocupação, proporção (%) de estruturas sexuadas e assexuadas,
freqüência e constância (nº de fragmentos colonizados) das espécies de briófitas
ocorrentes na EsEc Murici, Alagoas. Os fragmentos são listados em ordem decrescente
de riqueza e as espécies em ordem decrescente de constância. Os padrões são “core”
(C), rural (R), urbana (U) e satélite (S)..............................................................................
65
MANUSCRITO 3
Tabela 1. Propriedades dos fragmentos estudados na EsEc Murici, Alagoas.................... 102
Tabela 2. Freqüência das espécies de briófitas epífitas típicas de sombra, generalistas e
típicas de sol nos fragmentos estudados da EsEc Murici, Alagoas. As espécies são
listadas na seguinte ordem: comuns aos fragmentos dos dois grupos, exclusivas do
grupo 1 e exclusivas do grupo 2. Seis espécies não foram incluídas na tabela por não
haver informação suficiente sobre seu nicho.....................................................................
104
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
xi
SUMÁRIO
Pág.
AGRADECIMENTOS................................................................................................ iv
LISTA DE FIGURAS.................................................................................................. vii
LISTA DE TABELAS................................................................................................. x
1. INTRODUÇÃO........................................................................................................ 1
2. REVISÃO DE LITERATURA............................................................................... 2
2.1 Brioflora de Alagoas.............................................................................................. 2
2.2 Estudos sobre conservação de briófitas no Brasil .............................................. 2
2.3 Ecologia de populações de briófitas..................................................................... 3
2.4 Ecologia de comunidades de briófitas.................................................................. 5
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................. 6
4. MANUSCRITO 1..................................................................................................... 12
RESUMO.................................................................................................................. 13
ABSTRACT.............................................................................................................. 13
Introdução............................................................................................................. 13
Material e métodos............................................................................................... 14
Resultados e discussão.......................................................................................... 15
Agradecimentos..................................................................................................... 19
4. Referências Bibliográficas
.................................................................................... 19
Tabelas e figuras................................................................................................... 23
5. MANUSCRITO 2..................................................................................................... 35
Resumo..................................................................................................................... 36
Abstract.................................................................................................................... 37
1. Introdução.......................................................................................................... 38
2. Material e métodos............................................................................................ 42
3. Resultados ......................................................................................................... 46
3. Discussão ............................................................................................................ 49
3. Conclusões.......................................................................................................... 54
Agradecimentos...................................................................................................... 56
4. Referências Bibliográficas
.................................................................................... 56
Tabelas e figuras................................................................................................... 62
6. MANUSCRITO 3..................................................................................................... 77
Resumo..................................................................................................................... 78
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
xii
Abstract.................................................................................................................... 79
Introdução.............................................................................................................. 79
Metodologia............................................................................................................ 82
Resultados ............................................................................................................. 85
Discussão ................................................................................................................ 88
Agradecimentos...................................................................................................... 94
4. Referências Bibliográficas
.................................................................................... 95
Tabelas e figuras................................................................................................... 101
7. CONCLUSÕES GERAIS....................................................................................... 114
8. RESUMO.................................................................................................................. 116
9. ABSTRACT.............................................................................................................. 118
ANEXOS....................................................................................................................... 120
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
1
1. INTRODUÇÃO
As briófitas incluem três divisões de plantas criptogâmicas terrestres,
Marchantiophyta, Anthocerophyta e Bryophyta, que compartilham um conjunto de vários
caracteres não especializados, como a ausência de sistema vascular lignificado e cutícula
epidérmica e a predominância da geração gametofítica no ciclo de vida (Shaw & Goffinet
2000). São representadas por aproximadamente 15.000 espécies de ampla distribuição
mundial (Gradstein et al. 2001), alcançando os maiores índices de riqueza e diversidade nos
neotrópicos (Richards 1984).
Inventários de briófitas têm sido realizados com diversas finalidades, desde conhecer a
distribuição geográfica do grupo, até compreender seu funcionamento e contribuição
ecológica no ecossistema, bem como as variações na sua estrutura em resposta a oscilações e
intensidades de fatores bióticos e abióticos. Tais considerações fornecem alicerce para a
avaliação dos efeitos da atividade antrópica na diversidade brioflorística. Por exemplo,
estudos que comparam áreas preservadas com perturbadas (Pócs 1980; Hyvönen et al. 1987;
Kantvilas & Jarman 1993; Costa 1999; Hallinbäck & Hodgetts 2000; Acebey et al. 2003;
Zartman 2003) ou que documentam a situação da brioflora inicial e posterior à um distúrbio
ambiental (Greven 1992; Kooijiman 1992) têm revelado que a comunidade experimenta
alterações não apenas na composição, riqueza, diversidade, e abundância mas também, e
conseqüentemente, nos processos ecológicos básicos como dinâmica de guildas e de
metapopulações (Gradstein 1992; Söderström & Herben 1997; Söderström 1998; Acebey et
al. 2003).
Pesquisas sobre conservação de briófitas são bastante oportunas para o ecossistema
Floresta Atlântica, em razão do quadro de baixa integridade e conservação dos remanescentes
em contraste com elevados graus de biodiversidade (Myers et al. 2000). O processo de perda
de habitat vem ocorrendo em taxas alarmantes e os remanescentes se deslocam cada vez mais
para uma condição de inviabilidade de manutenção da diversidade em longo prazo (Sanderson
et al. 2003). Ainda assim, estudos sobre briófitas em Floresta Atlântica com enfoque
diretamente conservacionista são ainda relativamente poucos (Costa 1999; Pôrto et al. 2006,
Alvarenga & Pôrto 2007).
Assim, visando atender à necessidade de ampliar o conhecimento para este enfoque, o
presente projeto se propôs a inventariar as briofloras epífita e epífila desde o sub-bosque até o
dossel em remanescentes florestais de uma Unidade de Conservação, a Estação Ecológica de
Murici, em Alagoas, Brasil. A escolha do tio em Alagoas foi feita devido à carência de
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
2
conhecimento sobre briófitas para este Estado. Assim, o estudo teve basicamente o objetivo
de ampliar o conhecimento sobre briófitas do Estado de Alagoas e investigar os aspectos em
nível populacional (fertilidade, abundância e dinâmica de metapopulações) e de comunidades
(composição, riqueza, diversidade e estrutura dos grupos ecológicos ou guildas) para
exclarecer a dinâmica das briófitas face à perda de habitat.
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Brioflora de Alagoas
Todas as regiões do Brasil são relativamente bem conhecidas com relação à brioflora,
com exceção do Centro-Oeste e de alguns Estados isolados do Nordeste, como é o caso de
Alagoas, para onde não havia sido concluído até o presente quase nenhum levantamento
brioflorístico sistemático, sendo a única informação proveniente de pequenas coletas esparsas
e esporádicas, resultados das quais estão, na maioria, reunidos nos catálogos de Yano (1981;
1984; 1989; 1995, 2006) e alguns poucos trabalhos. Recentemente, Pôrto et al. (2006)
realizaram um levantamento em quatro remanescentes de Floresta Atlântica na divisa com
Pernambuco e elevaram a riqueza de briófitas do Estado para 77 espécies, sendo 32 hepáticas
e 45 musgos, mas este valor é relativamente baixo quando comparados aos demais Estados do
Nordeste, especialmente Pernambuco e Bahia (Pôrto & Germano 2002).
2.2 Estudos sobre conservação de briófitas no Brasil
Os estudos abordando diretamente aspectos conservacionistas no Brasil são bastante
recentes e reduzidos em número. Preocupante é o fato que todos os biomas brasileiros estão
submetidos a pressões antrópicas e dentre os mais ameaçados está justamente o que abriga a
maior diversidade de briófitas, Floresta Atlântica (Gradstein et al. 2001; Brasil - MMA 2002).
A Floresta Atlântica conjuga fatores como elevada biodiversidade e baixa cobertura
remanescente, que atualmente é apenas 7% da original (Tonhasca 2005). Apropriadamente à
urgente necessidade, foi neste bioma e na Amazônia que foram procedidos os primeiros
trabalhos abordando o impacto da degradação ambiental sobre briófitas: Costa (1999) e
Alvarenga & Pôrto (2007) para Floresta Atlântica e Zartman (2003), Zartman & Nascimento
(2006) e Zartman & Shaw (2006) para a Amazônia.
A maioria dos trabalhos brioflorísticos realizados em Floresta Atlântica nos últimos 15
anos consistem de levantamentos com considerações taxonômicas e ecológicas (Pôrto 1990,
1992; Costa 1992; Pôrto et al. 1993; Germano & Pôrto 1996; 1998a e 1998b, 2004; Oliveira e
Silva & Yano 1998; Visnadi & Vital 2000; Oliveira e Silva et al. 2002; Valdevino & Pôrto
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
3
2002; Visnadi 2002; Costa & Moura 1996; Costa & Silva 2003), bem como sínteses de tais
(Pôrto 1996; Pôrto & Germano 2002, ambos para a região Nordeste). Todos têm trazido
importante contribuição para a compreensão da distribuição geográfica das espécies e
aspectos como raridade e endemismo. Contudo, o primeiro trabalho sobre impactos da
degradação de habitat propriamente ditos foi de autoria de Costa (1999), que confirmou
importantes aspectos sobre a resistência e a resiliência do grupo em ecossistemas tropicais. A
autora comparou a riqueza e as formas de crescimento das epífitas em remanescentes de
Floresta Atlântica com diferentes níveis de conservação e constatou que as divergências
podiam ser explicadas satisfatoriamente pelas condições de continuidade do dossel, umidade e
diversidade de microclimas e microhabitats. A brioflora de Floresta Atlântica pode exigir um
período de tempo livre de perturbação muito superior ao que levou à sua alteração, e no caso
da área estudada por Costa (1999) esse tempo pode ser de até 80 anos.
Posteriormente, Alvarenga & Pôrto (2007) mostraram que remanescentes grandes e
pouco isolados em uma paisagem fragmentada conseguem abrigar maior riqueza e abundância
de briófitas e maior proporção de espécies típicas de sombra quando comparados à
remanescentes pequenos. Também foi confirmada a fragilidade da comunidade epifila.
Zartman (2003) já havia obtido resultados semelhantes na Amazônia, onde o desequilíbrio em
processos populacionais mostrou ser a causa das respostas observadas em vel de
comunidades, isto é, a perda de riqueza e abundância (Zartman & Nascimento 2006; Zartman
& Shaw 2006).
Para entender como a brioflora reage aos distúrbios antrópicos em Floresta Atlântica,
ainda são necessários mais estudos, assim como vem sendo feito para a Amazônia. É preciso
localizar e explorar os processos e as características ao nível de populações por trás das
respostas evidentes em nível de comunidades.
2.3 Ecologia de populações de briófitas
Alterações no habitat, especialmente microclimáticas, muitas vezes decorrente de
distúrbios antrópicos podem afetar caracteres dos gametófitos e esporófitos de briófitas.
Hedenäs (2001) menciona que em musgos pleurocárpicos a disponibilidade hídrica explica
filogeneticamente a maior parte da variação nos caracteres morfológicos, tais como
comprimento da costa, tamanho das células alares e comprimento da seta, entre diferentes
habitats e que as adaptações são mais salientes na geração esporofítica. Ademais, alterações
morfológicas são perceptíveis mesmo em populações locais, isto é, sem envolver
componentes filogenéticos. Montfoort & Ek (1990) relatam adaptações morfológicas
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
4
perceptíveis ao comparar briófitas de sub-bosque e de dossel, onde as espécies neste último
estrato tendem a exibir maior proporção de borda hialina (algumas espécies de
Calymperaceae) e de hialocistos (Leucobryaceae), bem como lóbulos maiores am algumas
hepáticas (Lejeuneaceae), todas estruturas anatômicas especializadas para o armazenamento
de água e proteção em condições xerofíticas. Cornelissen & ter Steege (1989) também citam a
coloração escura das espécies típicas de dossel como uma proteção contra a forte incidência
de raios solares. Estudos sobre a variação de caracteres morfológicos são complexos e exigem
extensiva amostragem de estruturas anatômicas além de testes genéticos.
Um caráter mais acessível em estudos ecológicos é a fertilidade. As briófitas são
caracterizadas pela alternância de gerações com predominância da fase gametofítica (n) no
ciclo de vida (Schofield 1985). A produção dos gametângios, que gera os gametas para
fecundação e desenvolvimento do esporófito (2n), indica a fertilidade dos gametófitos, isto é,
a expressão sexual (Schofield 1985; Oliveira & Pôrto 2005). Visto que são plantas adaptadas
a condições de baixa luminosidade e elevada umidade, elas respondem rapidamente a
alterações microclimáticas e a perda de hábitat pode afetar negativamente a expressão sexual
das briófitas (Hallinbäck & Hodgetts 2000). A reprodução assexuada também é um
mecanismo importante de dispersão e formação de novas populações (Cleavitt 2002; Pôrto &
Oliveira 2002) e também pode ser afetada por fatores ambientais. Tais relações de microclima
com reprodução repercutem na abundância (tamanho populacional ou grau de cobertura no
substrato). O lento metabolismo e a conseqüente baixa produção de propágulos, bem como
baixa probabilidade de estabelecimento nas adjacências, podem levar a um déficit nas taxas
de crescimento e ao passar por sucessivos momentos de dessecação, diários ou anuais, a
população tenderá a retrair seu tamanho (Frahm 1987; 1990; Hansson et al. 1992).
Os diferentes mecanismos de dispersão aliados a outros aspectos intraespecíficos,
como taxas de crescimento, levam as espécies a diferentes padrões de freqüência e
abundância, que em conjunto geram os padrões de ocupação da espécie em nível de paisagem
(Hansson et al. 1992; Söderström 1998; Cleavitt 2005). Por exemplo, espécies que lançam
mão da produção de esporos grandes ou com prevalência da reprodução vegetativa
(propágulos assexuados tendem a ser maiores e não têm o mesmo alcance de distância que os
esporos) são mais bem sucedidas na dinâmica intrapopulacional e os processos internos serão
decisivos para a persistência da espécie. Ela consistirá, provavelmente, de populações pouco
freqüentes regionalmente e abundantes localmente. Este tipo de estratégia, por outro lado,
torna o estabelecimento de colônias em novos sítios relativamente raro, e, portanto, a espécie
se torna mais vulnerável a distúrbios nas colônias existentes (Söderström & Herben 1997). O
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
5
mesmo se para as espécies com reprodução sexuada esporádica, como as dióicas que
produzem gametófitos unissexuais e são mais sujeitos à casualidade para a reprodução
(Cleavitt 2005).
Espécies com diferentes estratégias de vida também são afetadas com intensidades
distintas. Por exemplo, Herben & Söderström (1992), estudando espécies residentes (com
ciclo de vida longo, por exemplo, com reprodução sexuada tardia) e fugitivas (com ciclo de
vida curto), observaram que o aumento da distância entre sítios de colonização prejudicava
muito mais estas últimas. Em concordância, Alvarenga & Pôrto (2007) também registraram
maior sensibilidade das briófitas epífilas, que de forma geral têm ciclos de vida mais curtos
que as epífitas, ao grau de isolamento dos remanescentes florestais. A propósito, este trabalho
fornece o primeiro retrato dos processos populacionais afetados pela fragmentação e perda de
habitat na Floresta Atlântica. Várias outras premissas lançadas nos trabalhos sobre
metapopulações, a grande maioria feita em florestas temperadas, também foram confirmadas
por Zartman & Nascimento (2006) e Zartman & Shaw (2006) na Amazônia.
2.4 Ecologia de comunidades de briófitas
A literatura é relativamente vasta sobre a mudança drástica de composição e perda de
riqueza e diversidade diante da pressão antrópica na estrutura das comunidades (Hallinbäck &
Hodgetts 2000). A comunidade epífila, que é exclusiva de ecossistemas tropicais, é
considerada como a mais especializada e sensível (Richards 1984; Gradstein 1997). Isto alude
a um aspecto importante na ecologia de comunidades, que quanto mais especializado um
grupo, menor a amplitude do seu nicho e, portanto, menor sua chance de sobreviver sob
limitações do recurso (Putman 1996). A brioflora epífila, por se desenvolver sobre um tipo de
substrato que pouco ou nada contribui na disponibilidade hídrica ambiental, depende
diretamente da umidade atmosférica (recurso) (Gradstein 1997). Pequenas alterações nesse
recurso, que são imediatas especialmente no processo de perturbação em ambientes florestais,
levam a uma perda, inicialmente, dos táxons especialistas (típicos de folha) e, posteriormente,
da comunidade inteira.
Acebey et al. (2003) sugerem que a amplitude de nicho relacionada à distribuição
vertical (sub-bosque, subdossel e dossel) pode ser um ótimo parâmetro para determinar a
vulnerabilidade das espécies epífitas diante das mudanças no habitat. Eles compararam seis
sítios representativos de florestas intactas e capoeiras de diferentes idades, na Bolívia, e
notaram que as espécies de sombra foram mais fortemente prejudicadas pelo
desflorestamento, com três quartos estando completamente ausentes em sítios degradados,
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
6
seguido das típicas de sol, com quase a metade ausentes, ao passo que as generalistas foram
aparentemente indiferentes. Assim, espécies com menores nichos (especialistas) aprecem ter
menores chances de sobreviver ao desflorestamento que aquelas com nichos maiores.
Outro aspecto interessante observado por Acebey et al. (2003) foi a grande
similaridade entre o dossel dos sítios de floresta intacta com o sub-bosque dos sítios
perturbados, onde briófitas no dossel foram praticamente ausentes. Tendo em mente que as
espécies típicas de dossel são adaptadas a condições microclimáticas mais severas, preceitos
simples levariam a esperar o empobrecimento das epífitas de sub-bosque e a prevalência do
dossel em áreas perturbadas. Mas o que foi observado por Acebey et al. (2003), na realidade,
revela que as condições microclimáticas no dossel em áreas perturbadas simplesmente
inviabilizam a permanência das briófitas neste estrato, mesmo as adaptadas a microclimas
mais severos, e que o sub-bosque passa a corresponder ao dossel de áreas intactas. Isto
significa que as guildas de briófitas se deslocam fisicamente, as típicas de dossel passando a
colonizar o sub-bosque.
Assim, o estudo do gradiente vertical possibilita uma análise mais cabal de como as
comunidades são afetadas em seus processos ecológicos. Trabalhos de relevância
investigando tal gradiente incluem ter Steege & Cornelissen (1988), Cornelissen & ter Steege
(1989), Cornelissen & Gradstein (1990), Montfoort & Ek (1990), Wolf (1995) e Acebey et al.
(2003). Somente um trabalho, Costa (1999), foi realizado no Brasil. Todos eles revelaram
diferenças significativas na composição e riqueza específicas e de formas de vida ao longo do
gradiente vertical e alterações nessas sinúsias diante de variáveis ambientais. ter Steege &
Cornelissen (1988) forneceram uma orientação sobre a metodologia de estudos brioflorísticos
incluindo dossel, a qual é revisada e sistematizada por Gradstein et al. (1996). Cornelissen &
ter Steege (1989), Cornelissen & Gradstein (1990) e Montfoort & Ek (1990) mostraram que o
dossel de florestas de terras baixas pode abrigar uma elevada riqueza de briófitas, podendo ser
até 50% exclusivas deste substrato (Cornelissen & Gradstein 1990). Assim, a riqueza pode
estar sendo subestimada em estudos convencionais que exploram apenas o sub-bosque, no
caso de florestas relativamente conservadas (Gradstein 1995).
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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12
4. MANUSCRITO 1
H
EPÁTICAS DO
E
STADO DE
A
LAGOAS E NOVAS OCORRÊNCIAS PARA O
N
ORDESTE DO
B
RASIL
____________________
A
RTIGO A SER ENVIADO AO PERIÓDICO
A
CTA
B
OTANICA
B
RASILICA
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
13
Hepáticas do Estado de Alagoas e novas ocorrências para o Nordeste do Brasil
Lisi Dámaris Pereira Alvarenga
1,2
, Juliana Rosa do Pará Marques de Oliveira
1
, Mércia
Patrícia Pereira Silva
1
, Sarah Oliveira da Costa
1
e Kátia Cavalcanti Pôrto
1
RESUMO (Hepáticas do Estado de Alagoas e novas ocorrências para o Nordeste do Brasil).
No inventário da brioflora da Estação Ecológica (EsEc) Murici (9º11’05” - 9º16’48”S;
35º45’20” - 35º55’12”O), Alagoas, foram registradas 186 espécies de briófitas, sendo 111
hepáticas e 75 musgos. Oitenta e seis das hepáticas são novas referências para Alagoas e 10
também para a região Nordeste. No presente trabalho, são compiladas as espécies de hepáticas
ocorrentes no Estado de Alagoas, reunindo as informações disponíveis em catálogos e
trabalhos anteriores e o inventário concluído na EsEc Murici. São fornecidos dados sobre a
distribuição geográfica das espécies no Brasil e no mundo, adicionalmente ilustrações como
também comentários taxonômicos e ecológicos relevantes das novas ocorrências para o
Nordeste.
Palavras – chave: Briófitas, novas ocorrências, Floresta Atlântica, Alagoas.
ABSTRACT (Liverworts from Alagoas State and new occurrences to Northeastern of
Brazil). A floristic survey of bryophytes flora from Ecologic Station (EsEc) Murici (9º11’05”
- 9º16’48”S; 35º45’20” - 35º55’12”O), Alagoas, was carried out recently and 186 bryophytes
species were registered, 111 liverworts and 75 mosses. Eighty six of these liverworts are new
records to Alagoas and 10 are new to Northeastern region. In this paper, we present a
compiled list of the liverworts occurring in Alagoas, including catalogues’ and previous
works’ information and the EsEc Murici survey. Data about distribution in world and Brazil
of all species and illustrations and taxonomic relevant comments of the new references to
Northeastern are provided.
Keywords: Bryophytes, new references, Atlantic forest, Alagoas
Introdução
Todas as regiões do Brasil são relativamente bem conhecidas com relação à flora de
briófitas, com exceção do Centro-Oeste que apresenta o menor número de informações e de
alguns Estados isolados do Nordeste, como por exemplo, Alagoas. Até o presente não havia
1
Universidade Federal de Pernambuco, Departamento de Botânica, Laboratório Biologia de Briófitas,
CCB, Av. Prof. Moraes Rêgo, s/n, Cidade Universitária, CEP 50670-901 - Recife, PE, Brasil
2
Autora para correspondência: lisidam[email protected]
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
14
sido realizado nenhum levantamento brioflorístico sistemático em Alagoas, sendo os únicos
registros provenientes de coletas esparsas e esporádicas, resultados das quais estão reunidos
nos catálogos de Yano (1981; 1984; 1989; 1995; 2006). Recentemente, Pôrto et al. (2006)
realizaram um levantamento em quatro remanescentes de Floresta Atlântica e elevaram a
riqueza de briófitas do Estado para 77 espécies, sendo 32 hepáticas e 45 musgos.
Adicionalmente, a brioflora de Alagoas vem ser acrescida com os resultados do
levantamento concluído na Estação Ecológica (EsEc) Murici (9º11’05” - 9º16’48”S;
35º45’20” - 35º55’12”O), que compreende um dos principais representantes de Floresta
Atlântica do Nordeste do Brasil. Ela situa-se nos municípios de Murici e Messias, a 50 km de
Maceió, Alagoas (Moura 2006). A EsEc Murici foi criada em maio de 2001 com uma área de
6.116,43 ha e é considerada prioritária para a conservação da Biodiversidade do Brasil (Brasil
- MMA 2000). O inventário da EsEc Murici forneceu um total de 186 espécies, sendo 111
hepáticas e 75 musgos.
No presente trabalho, são compiladas as espécies de hepáticas ocorrentes no Estado de
Alagoas, reunindo as informações já divulgadas e o inventário concluído na EsEc Murici. São
fornecidos dados sobre a distribuição geográfica das espécies no Brasil e no mundo e
adicionalmente ilustrações e comentários taxonômicos e ecológicos relevantes das novas
ocorrências para o Nordeste.
Material e métodos
A área em que a EsEc Murici possui 200-600m de altitude e clima quente e úmido, com
estação seca no verão e chuvosa no outono-inverno, precipitação e temperatura anual média
de 2167,7 e 24°C, respectivamente (Instituto Nacional de Meteorologia, dados referentes ao
período 1961 a 1990).
O material botânico estudado consistiu em amostras de briófitas epífitas, epífilas e
epíxilas coletadas de acordo com a metodologia padrão (Brito & Pôrto 2000) em sub-bosque e
dossel (Gradstein et al. 1996). O material foi examinado em laboratório e para a identificação
específica e o embasamento dos comentários taxonômicos e ecológicos foi utilizada a
seguinte bibliografia: Fulford (1963, 1966, 1968, 1976), Stotler (1970), Kron (1988), Reiner-
Drewald & Goda (2000), Gradstein & Costa (2003) e Dauphin (2003). Eventualmente,
espécimens foram confirmados por especialistas. Para a distribuição geográfica dos taxóns
foram consultados os trabalhos de Yano (1984, 1989, 1995, 2004, 2005, 2006), Bastos &
Yano (2004, 2006), Câmara & Vital (2004), Câmara & Costa (2006), Costa & Silva (2003),
Costa, Imbassahy, & Silva (2005), Ganacevich & Mello (2006), Germano & Pôrto (2005),
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
15
Gradstein & Costa (2003), Joyce, Mello & Yano (2006), Molinaro & Costa (2001), Oliveira
et al. (2007), Paixão & Mello (2006), Patrus & Starling (2006), Pôrto et al. (2006), Valente &
Pôrto (2006a, 2006b), Vilas Bôas-Bastos, Bastos & Ballejos (2006), Yano & Bordin (2006),
Yano & Câmara (2004), Yano & Costa (2000) e Yano & Peralta (2005, 2006). O sistema de
classificação seguido foi o de Crandall-Stotler & Stotler (2000). Todas as amostras se
encontram registradas no herbário UFP-Geraldo Mariz, da Universidade Federal de
Pernambuco.
Resultados e discussão
São registradas para Alagoas 118 espécies de hepáticas, 32 citadas em catálogos e 86
ocorrentes exclusivamente na EsEc Murici e, portanto, referidas pela primeira vez para o
Estado. Dez hepáticas ocorrentes na EsEc Murici, ademais, são também novas referências
para a região Nordeste. Os táxons são listados em ordem alfabética de famílias e espécies,
acompanhados de dados sobre locais de ocorrência no Estado, substratos e estratos florestais
de ocorrência na EsEc Murici e distribuição geográfica mundial e no Brasil (Tab. 1). A seguir
são fornecidos comentários ecológicos e taxonômicos pertinentes e ilustrações das novas
ocorrências para o Nordeste.
ANEURACEAE
Aneura pinguis (L.) Dumort., Comment. Bot. 115. 1822.
Figuras 1 - 4
Descrição: Schuster (1992)
Comentários: Aneura pinguis foi posicionada dentro do gênero Riccardia S.F. Gray até
décadas recentes. Ela difere, contudo, deste gênero pelos seguintes caracteres: talos menos
ramificados, largos, robustos e opacos; maior espessura do talo; inúmeros oleocorpos
diminutos por célula; caliptra pilosa e padrão anômalo da ornamentação da parede da cápsula.
Ela é reconhecida em campo mesmo quando estéril pelo talo conspícuo, lustroso, de coloração
verde a verde-amarelado. Dentre as espécies de Aneura Dumort. ocorrentes no Brasil, A.
pinguis é a única que apresenta talo em secção transversal com 10-18 (20) células de
espessura, ao passo que as demais são menos espessas, com até nove células. No Brasil ela era
conhecida para um estado da região Norte e outro do Centro-Oeste e para a região Sudeste. É
sub-cosmopolita e ocorre em altitudes desde o nível do mar até 800 metros. Na EsEc Murici
foi encontrada crescendo sobre tronco morto.
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
16
LEJEUNEACEAE
Aphanolejeunea asperrima Steph., Sp. Hepat. 5: 859. 1916.
Figuras 5 - 10
Descrição: Gradstein & Costa (2003)
Comentários: Esta espécie caracteriza-se pelos bulos bem desenvolvidos na maioria dos
filídios, alcançando de 2/5 a 2/3 do comprimento do lobo e com o primeiro dente longo
falcado, e a superfície dos lóbulos, lobos e periantos, coberta de papilas cônicas As células
das margens dos lobos e lóbulos dos filídios também são conicamente protuberantes.
Aphanolejeunea asperrima assemelha-se a A. microscópica (Tayl.) A.Evans, mas nesta última
os lóbulos são proporcionalmente maiores, alcançando 2/3 a 4/5 do comprimento do lobo.
Aphanolejeunea asperrima é registrada apenas para a Patagônia e para o Brasil como epífila
em áreas de 1450 a 2000 metros de altitude. No Brasil era conhecida para as regiões Sul e
Sudeste. Na EsEc Murici foi encontrada crescendo sobre folha de sub-bosque.
Aphanolejeunea camillii (Lehm.) R.M. Schust., Hepat. Anthocer. N. Amer. 4: 1297. 1980.
Figuras 11 - 16
Descrição: Gradstein & Costa (2003)
Comentários: Caracteriza-se pelos lóbulos reduzidos na maioria dos filídios, porém
eventualmente bem desenvolvidos, alcançando ¼ do comprimento do lobo, e pelos filídios
tipicamente elípticos, rômbicos ou lanceolados, mais largos na região mediana,
aproximadamente simétricos e com ápice agudo terminando em uma célula. Aphanolejeunea
camillii assemelha-se a Aphanolejeunea paucifolia (Spruce) E. Reiner, mas é claramente
distinta pelos filídios, que nesta última são assimétricos, com a porção mais larga próxima à
base, terminando num ápice de uma fileira de três a quatro células e com lóbulos sempre
reduzidos. Aphanolejeunea camillii é comum nos neotrópicos, ocorrendo desde o México até
o Paraguai e o norte da Argentina. No Brasil era conhecida para as regiões Norte e Sudeste.
Na EsEc Murici foi encontrada crescendo sobre folha em sub-bosque.
Cololejeunea lanciloba Steph., Hedwigia 34: 250. 1895.
Figuras 17 - 23
Descrição: Tixier (1991), como Cololejeunea evansii P. Tixier
Comentários: Esta espécie é caracterizada pela margem hialina composta de células retilíneas
e pelos lóbulos planos, paralelos ao caulídio e variáveis quanto à forma, mas frequentemente
bilobados e com ápice arredondado. Cololejeunea lanciloba assemelha-se a Cololejeunea
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
17
latilobula (Herzog) Tixier, porém nesta última os lóbulos são sempre ligulados, largos e com
ápices obtusos, ao passo que em C. lanciloba o lóbulo é bilobado, pode possuir dentes
marginais e apresentar o ápice eventualmente agudo. Cololejeunea lanciloba é pantropical e
cresce sobre folhas em altitudes de até 50 metros. No Brasil possui ocorrência restrita a
apenas um estado da região Norte, para onde foi referida pelo nome precedente, Cololejeunea
tonkinensis Steph. Na EsEc Murici ocorreu como epífila em sub-bosque.
Diplasiolejeunea latipuensis Tixier, Cryptog., Bryol. Lichénol. 16: 230. 1995.
Figuras 24 - 29
Descrição: Tixier (1991)
Comentários: Diplaiolejeunea latipuensis caracteriza-se pelos lóbulos cilíndricos e alongados,
com o primeiro dente conspícuo e em forma de “T”, composto de 8 20 células, e os ápices
dos anfigastros obtusos. O tamanho do dente do lóbulo, particularmente, diferencia D.
latipuensis das demais espécies do gênero que apresentam tal dente em forma de “T”.
Diplasiolejeunea latipuensis ocorre nas Guianas e no Brasil, e neste último apresenta
distribuição restrita a apenas um Estado do Sudeste. Na EsEc Murici foi encontrada crescendo
sobre folha em sub-bosque.
Drepanolejeunea campanulata (Spruce) Steph., Sp. Hepat. 5: 328. 1913.
Figuras 30 - 35
Descrição: Bischler (1964)
Comentários: Esta espécie caracteriza-se pela presença de dentes ao longo de ambas as
margens dos filídios, ventral e dorsal, a maioria deles compostos de uma ou duas células, e
pela presença de um dente conspícuo, composto de duas a três células, posicionado
justamente na junção do lobo com a quilha do lóbulo. A espécie assemelha-se a
Drepanolejeunea lichenicola (Spruce) Steph., mas nesta última o dente pré-apical do lóbulo é
longo, curvado, usualmente cruzando o dente apical, ao passo que em D. campanulata ele é
curto e inconspícuo. Drepanolejeunea campanulata é conhecida para o Equador, Peru e para
o sudeste do Brasil. Na EsEc Murici foi encontrada crescendo sobre folhas e tronco vivo em
sub-bosque, sub-dossel e dossel.
Drepanolejeunea crucianella (Tayl.) A. Evans, Bull. Torrey Bot. Club 30: 33. 1903.
Figuras 36 - 41
Descrição: Bischler (1964)
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
18
Comentários: Drepanolejeunea crucianella é facilmente reconhecida pela presença de dentes
longos, formados de 2 a 6 células de comprimento e 1 a 3 células de largura na base, em
ambas as margens dos filídios. A espécie é semelhante a Drepanolejeunea palmifolia (Nees)
Steph., mas nesta última os dentes estão presentes apenas nas margens dorsais dos filídios.
Drepanolejeunea crucianella ocorre geralmente em florestas de baixa altitude crescendo
sobre folhas. Na EsEc Murici ocorreu como epífila em sub-bosque.
Harpalejeunea tridens (Besch. & Spruce) Steph., Sp. Hepat. 5: 263. 1913.
Figuras 42 - 44
Descrição: Evans (1902), como Harpalejeunea heterodonta A. Evans
Comentários: Harpalejeunea tridens possui filídios com as margens tipicamente crenadas,
com ápice agudo a pilífero, terminando em uma fileira de 3 a 4 células, e com um ou mais
dentes conspícuos ao longo da margem dorsal. A espécie é encontrada crescendo sobre tronco
vivo e folhas em florestas tropicais de baixas altitudes. No Brasil era referida apenas para um
Estado da região Sudeste. Na EsEc Murici ocorreu sobre troncos vivos e em decomposição,
em sub-bosque, sub-dossel e dossel.
Lejeunea cristulaeflora (Gottsche ex Steph.) E. Reiner & Goda, J. Hattori Bot. Lab 89: 19.
2000.
Figuras 45 - 50
Descrição: Reiner-Drehwald & Goda (2000)
Comentários: Esta espécie pertence ao subgênero Crossotolejeunea e é bastante variável no
que diz respeito à ornamentação do perianto, que pode apresentar poucos dentes ou muitos
cílios e lacínias, e à margem do filídio, que pode apresentar uma fileira de células menores
que as adjacentes. No material examinado não foi observada diferenciação nas células
marginais do lobo do filídio. Lejeunea cristulaeflora é endêmica do Brasil e era citada apenas
para a região Sudeste do País, crescendo sobre folhas ou troncos de árvores, sempre em
ambientes úmidos, entre 700-1350 metros de altitude. Na EsEc Murici foi encontrada
crescendo sobre tronco morto.
RADULACEAE
Radula ligula Steph., Sp. Hepat. 4: 228. 1910.
Figuras 51 - 55
Descrição: Castle (1962)
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
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Comentários: Caracteriza-se pelos filídios bordeados por 3-4 fileiras de células menores com
paredes espessadas, podendo assumir uma coloração amarronzada em filídios mais velhos e
pelos lóbulos alongados e paralelos ao caulídio, Geralmente ocorre em florestas úmidas sobre
troncos de árvores e rochas ao longo de cursos d’água e próxima a cachoeiras, entre 0-800
metros de altitude. Radula ligula é conhecida para o Sul e Sudeste do Brasil e norte da
Argentina (Misiones). Na EsEc Murici foi encontrada crescendo sobre troncos em
decomposição.
Agradecimentos
As autoras agradecem aos especialistas Dra. Anna Luiza Ilkiu-Borges, do Museu Paraense
Emílio Goeldi, Dra. Denise Pinheiro Costa, do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Dr. Alfons
Schafer-Verwimp, Dra. Elena Reiner-Drehwald, Dr. Rob Gradstein, da Universidade de
Göttingen, Alemanha, Dr. Támas Pócs, do Ezsterhazy Teachers' College, Hungria, e à Dra.
Olga Yano do Instituto de Botânica de São Paulo, pelo auxílio na identificação de algumas
amostras, e à Fundação O Boticário de Proteção à Natureza e ao CNPq pelo apoio financeiro.
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T
ABELAS E FIGURAS
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
24
Tabela 1. Hépaticas do Estado de Alagoas. As informações sobre substrato (folha - FL, tronco vivo - TV e tronco morto - TM) e estrato florestal de ocorrência
dizem respeito apenas ao inventário na EsEc Murici. Subdossel é considerado aqui como estratos em alturas superiores a 4 metros. As referências a locais
adicionais à EsEc Murici são provenientes dos catálogos de Yano (1981, 1984, 1989, 1995, 2006), Gradstein & Costa (2003) e Pôrto et al. (2006). A
referência de Riccia vitalii Jovet-Ast. foi encontrada em Jovet-Ast (1984; 1991). As novas referências para o Nordeste estão assinaladas com asterísco.
FAMÍLIA ESPÉCIE LOCAL SUBSTRATO
ESTRATOS
DIST. MUNDIAL DIST. NO BRASIL
MARCHATIOPHYTA
ANEURACEAE
*Aneura pinguis (L.) Dumort.
EsEc Murici TM Sub-bosque Subcomsmopolita
AM, MG, MS, RJ e SP
Riccardia amazonica(Spruce) R.W. Arnell
EsEc Murici TM Sub-bosque Afro-americana
AC, AM, AP, ES, MS, PA, PE, RJ,
RS e SP
BRYOPTERIDACEAE
Bryopteris diffusa (Sw.) Nees
EsEc Murici, Messias e
União dos Palmares
5
e
Boca da Mata
2
TV Sub-bosque Neotropical
AL, AM, BA, CE, ES, MG, MT, PA,
PE, PR, RJ, RS, SC, SE, SP
Bryopteris filicina (Sw.) Nees
EsEc Murici TV, TM, FL
Sub-bosque, sub-
dossel, dossel
Neotropical
AM, BA, CE, ES, GO, MG, MS, MT,
PA, PE, PR, RJ, RR, RS, SC e SP
CEPHALOZIELLACEAE
Cylindrocolea planifolia (Steph.) R.M. Schust.
EsEc Murici TV Sub-bosque Neotropical BA, MG, RJ, RO, SC, SP
Cylindrocolea rhizantha (Mont.) R.M. Schust.
EsEc Murici TM Sub-bosque Neotropical AC, BA, ES, PE, RJ e SP
CORSINIACEAE
Cronisia paradoxa Berk.
Junqueiro
3
- - AL, BA, CE, ES, GO, MT, SP
GEOCALYCACEAE
Lophocolea liebmahniana Gottsche
EsEc Murici TV, TM Sub-bosque Neotropical AC, AM, PA, PE, MT e SP
Lophocolea martiana Nees
EsEc Murici TM Sub-bosque Afro-americana
AM, AP, BA, CE, ES, MG, PA, PE,
PR, RJ, RS, SC, SE e SP
JUBULACEAE
Frullania apiculata (Reinw. et al.) Nees
EsEc Murici TV, TM
Sub-bosque, sub-
dossel, dossel
Pantropical AM, BA, GO, PA, PE, RJ e SP
Frullania brasiliensis Raddi
EsEc Murici TV, TM, FL
Sub-bosque, sub-
dossel, dossel
Neotropical
ES, GO, MG, PE, RJ, RS, SC, SP,
BA, CE
Frullania breuteliana Gottsche
EsEc Murici TV, FL
Sub-bosque, sub-
dossel, dossel
Neotropical RJ, PE, RS, SP
Frullania caulisequa (Nees) Nees
EsEc Murici TV, TM, FL
Sub-bosque, sub-
dossel, dossel
Neotropical
AC, BA, CE, ES, MG, PA, PE, RJ,
RO, RR, RS, SC, SE, SP
Frullania dusenii Steph.
EsEc Murici TV Dossel Neotropical ES, PE, RJ, RR, RS, SC, SE, SP
Frullania ericoides (Nees) Mont.
EsEc Murici TV, TM Sub-bosque Pantropical
AC, AM, BA, CE, ES, GO, MG, MS,
MT, PA, PB, PE, PR, RJ, RS, SE, SP
Frullania involuta Hampe ex Steph.
EsEc Murici TV Sub-bosque Neotropical PE, PR, SE
Frullania kunzei (Lehm. & Lindenb.) Lehm. &
Lindenb.
EsEc Murici TV, TM, FL
Sub-bosque, sub-
dossel, dossel
Neotropical
AC, AM, BA, CE, ES, MG, MT, PA,
PB, PE, PR, RJ, RR, RS, SE e SP
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
25
Frullania riojaneirensis (Raddi) Angstr.
EsEc Murici TV, FL
Sub-bosque, sub-
dossel, dossel
Pantropical
BA, CE, ES, GO, MG, MS, MT, PA,
PB, PE, PR, RJ, RS, SE, SP
LEJEUNEACEAE
*Aphanolejeunea asperrima Steph.
EsEc Murici FL Sub-bosque Neotropical MG, SC
*Aphanolejeunea camillii (Lehm.) R.M. Schust.
EsEc Murici FL Sub-bosque Neotropical AM, MG, PA, RJ
*Cololejeunea lanciloba Steph.
EsEc Murici FL Sub-bosque Pantropical AM
*Diplasiolejeunea latipuensis Tixier
EsEc Murici FL Sub-bosque Guiana e Brasil SP
*Drepanolejeunea campanulata (Spruce) Steph.
EsEc Murici TV, FL
Sub-bosque, sub-
dossel, dossel
Norte dos Andes e Sudeste
do Brasil
RJ, SC, SP
*Drepanolejeunea crucianella (Tayl.) A. Evans
EsEc Murici FL Sub-bosque Neotropical AM, PA
*Harpalejeunea tridens (Besch. & Spruce)
Steph.
EsEc Murici TV, TM
Sub-bosque, sub-
dossel, dossel
Leste das Índias, norte da
América do Sul e Brasil
SP
*Lejeunea cristulaeflora (Gottsche ex Steph.) E.
Reiner & Goda
EsEc Murici TM Sub-bosque Brasil MG, PR e SP
Acanthocoleus aberrans (Lindenb. & Gottsche)
Kruijt.
Marechal Deodoro
4
- - Afro-americana AL, DF, MG, PR, RS, RJ, SC, SP
Acrolejeunea torulosa (Lehm. & Lindenb.)
Schiffn.
Barra de São Miguel
1
- - Neotropical
AC, AL, AM, BA, ES, GO, MA, MT,
MS, PA, RJ, RO, RR, SP
Anoplolejeunea conferta (Meissn.) A. Evans
EsEc Murici TV, FL
Sub-bosque, sub-
dossel, dossel
Neotropical BA, ES, MG, PA, PE, RJ, RS e SP
Aphanolejeunea truncatifolia Horik.
EsEc Murici TV, TM, FL
Sub-bosque, sub-
dossel, dossel
Pantropical
AM, BA, ES, GO, MG, MS, MT, PA,
PE, RJ, RS, SC, SP
Archilejeunea fuscescens (Hampe ex Lehm.)
Fulford
EsEc Murici e Serra
Grande
6
TV Dossel
América do sul e Costa
Rica
AC, AL, AM, BA, PA, PE, RJ, RR
Archilejeunea parviflora (Nees) Schiffn.
EsEc Murici TM Sub-bosque Neotropical
AC, AM, BA, MG, MS, PA, PE, RJ,
RO, RR, RS, SP
Caudalejeunea lehmaniana (Gottsche) A. Evans
EsEc Murici, Marechal
Deodoro
4
e Serra
Grande
6
TV, FL Sub-bosque Afro-americana
AL, AM, BA, CE, ES, MT, PA, PE,
PR, RS, RO, RR, SC, SE SP
Ceratolejeunea coarina (Gottsche) Steph.
EsEc Murici TM, FL Sub-bosque Neotropical AC, AM, AP, BA, MA, PA PR e SP
Ceratolejeunea confusa R.M. Schust.
EsEc Murici TV, TM
Sub-bosque, sub-
dossel, dossel
Costa Rica, Leste das
Índias, Chocó e Brasil
AM, PE, SP
Ceratolejeunea cornuta (Lindenb.) Schiffn.
EsEc Murici e Serra
Grande
6
TV, TM, FL
Sub-bosque, sub-
dossel, dossel
Pantropical
AC, AL, AM, AP, BA, CE, PA, PE,
PR, RJ, RO, SC, SP
Ceratolejeunea cubensis (Mont.) Schiffn.
EsEc Murici TV, TM, FL
Sub-bosque, sub-
dossel, dossel
Neotropical
AC, AM, AP, BA, CE, ES, PA, PB,
PE, RJ, RO, SP
Ceratolejeunea dussiana (Steph.) G. Dauphin
EsEc Murici TV Sub-bosque Neotropical BA, PA
Ceratolejeunea falax (Lehm. & Lindenb.)
Bonner
EsEc Murici TV, FL
Sub-bosque, sub-
dossel, dossel
Neotropical AM, MG, PE, RJ, RO, SP
Ceratolejeunea guianensis (Nees & Mont.)
Steph.,
EsEc Murici e Serra
Grande
6
TV, FL
Sub-bosque, sub-
dossel, dossel
Neotropical AM, AL, BA, PA, PE
Ceratolejeunea laetefusca (Austin) R.M. Schust.
EsEc Murici TV, TM, FL
Sub-bosque, sub-
dossel, dossel
Neotropical
AC, AM, BA, ES, MG, PA, PE, RJ,
RR, SP
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
26
LEJEUNEACEAE
Ceratolejeunea minuta Dauphin
EsEc Murici TV Sub-bosque Brasil e Guianas BA, PA, PE
Cheilolejeunea acutangula (Nees) Grolle
EsEc Murici TV Sub-bosque Neotropical
AM, BA, ES, GO, MG, MT, PA, PE,
RJ, SC, SP
Cheilolejeunea adnata (Kunze) Grolle
EsEc Murici e Serra
Grande
6
TV, TM, FL
Sub-bosque, sub-
dossel, dossel
Neotropical
AC, AL, AM, BA, ES, MG, MT, PA,
PE, PR, RR, SC, SP
Cheilolejeunea clausa (Nees. & Mont.) R.M.
Schust.
EsEc Murici TV, TM
Sub-bosque, sub-
dossel, dossel
Neotropical
AC, AM, BA, CE, GO, MG, MS, MT,
PA, PE, PR, RJ, SP
Cheilolejeunea discoidea (Lehm. & Lindenb.)
Kachr. & R.M. Schust.
EsEc Murici TV Dossel Neotropical BA, ES, MG, MS, MT, RS, SP
Cheilolejeunea holostipa (Spruce) Grolle & R.-
L.. Zhu
EsEc Murici TV, TM, FL
Sub-bosque, sub-
dossel, dossel
Neotropical BA, ES, MG, PA, PR, RJ, SP
Cheilolejeunea oncophylla (Angstr.) Grolle & E.
Reiner
EsEc Murici TV, TM Sub-bosque Neotropical BA, MG, PR, RJ, RR, SP
Cheilolejeunea rigidula (Mont.) R. M. Schust.
EsEc Murici, Marecha
Deodoro
4
e Serra
Grande
6
TV, TM, FL
Sub-bosque, sub-
dossel, dossel
Afro-americana
AC, AL, AM, AP, BA, CE, ES, GO,
MG, MS, MT, PA, PB, PE, PR, RJ,
RR, SC, SE, SP
Cheilolejeunea trifaria (Reinw. et al.) Mizut.
EsEc Murici e Serra
Grande
6
TV, TM, FL
Sub-bosque, sub-
dossel, dossel
Pantropical
AC, AL, AM, BA, ES, GO, MG, MS,
MT, PA, PB, PE, PR, RJ, RR, SP
Cololejeunea cardiocarpa (Mont.) A. Evans
EsEc Murici FL Sub-bosque Pantropical
AM, BA, ES, GO, MG, MS, MT, PA,
PB, PE, PR, RJ, RO, RR, SC e SP
Cololejeunea obliqua (Nees & Mont.) Schiffn.
EsEc Murici e Serra
Grande
6
FL Sub-bosque Neotropical AC, AL, AM, PA, PE, PR, RJ, SC, SP
Cololejeunea subcardiocarpa Tixier
EsEc Murici e Serra
Grande
6
TM, FL
Sub-bosque, sub-
dossel, dossel
Neotropical
AC, AL, AM, BA, ES, MG, MT, PE,
PR, RJ, SC, SP
Cololejeunea submarginata Tixier
Marechal Deodoro
4
- - Neotropical AL, AM, GO, MT
Colura tortifolia (Nees & Mont.) Steph.
EsEc Murici FL
Sub-bosque, sub-
dossel, dossel
Neotropical AC, CE, PA, PE, RJ, SP
Cyclolejeunea convexistipa (Lehm. & Lindenb.)
A. Evans
EsEc Murici e Serra
Grande
6
TV, FL
Sub-bosque, sub-
dossel, dossel
Neotropical AL, AM, AP, BA, CE, PA, SP
Cyclolejeunea luteola (Spruce) Grolle
EsEc Murici TV, FL Sub-bosque Neotropical
AM, BA, MG, MT, PA, PE, RJ, RR,
SP
Diplasiolejeunea brunnea Steph.
EsEc Murici, Marecha
Deodoro
4
e Serra
Grande
6
TV, FL
Sub-bosque, sub-
dossel, dossel
Neotropical
AC, AL, AM, BA, CE, MT, PA, RJ,
SP
Diplasiolejeunea cavifolia Steph.
EsEc Murici TV, FL
Sub-bosque, sub-
dossel, dossel
Pantropical CE, PE, PR, SC, SP
Diplasiolejeunea cobrensis Gottsche ex Steph.
Marechal Deodoro
4
- - Pantropical AL, BA, PE, RO
Diplasiolejeunea pellucida (Meissn.) Schiffn.
EsEc Murici e Serra
Grande
6
FL
Sub-bosque, sub-
dossel, dossel
Neotropical AL, AM, BA, PA, RJ, SC, SP
Diplasiolejeunea rudolphiana Steph.
EsEc Murici TV, FL
Sub-bosque, sub-
dossel, dossel
Pantropical
AC, AM, BA, ES, PB, PE, RJ, SC,
SE, SP
Drepanolejeunea fragilis Bischl.
EsEc Murici TV, TM, FL
Sub-bosque, sub-
dossel, dossel
Neotropical AM, BA, ES, PA, PE, RJ, RR, SP
Drepanolejeunea mosenii (Steph.) Bischl.
EsEc Murici TV, FL
Sub-bosque, sub-
dossel, dossel
Neotropical
AM, BA, ES, MS, PE, PR, RJ, RS, SC
e SP
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
27
LEJEUNEACEAE
Frullanoides corticalis (Lehm. & Lindenb.)
Slageren
EsEc Murici TV
Sub-bosque,
dossel
Neotropical BA, MG, MT, RJ, RR e SP
Harpalejeunea oxyphylla (Nees & Mont.) Steph.
EsEc Murici TM, FL Sub-bosque Neotropical AM, BA, PA, PB, PE, RJ e SP
Harpalejeunea stricta (Lindenb. & Gottsche)
Steph.
EsEc Murici TV, TM, FL
Sub-bosque, sub-
dossel, dossel
Neotropical AC, BA, PA, PE, RJ e SP
Lejeunea caespitosa Lindenb.
EsEc Murici e Serra
Grande
6
TV, TM, FL
Sub-bosque, sub-
dossel, dossel
Afro-americana
AC, AL, BA, CE, ES, MS, MT, PA,
PE, RJ e SP
Lejeunea cerina (Lehm. & Lindenb.) Gottsche
EsEc Murici TV
Sub-bosque,
dossel
Neotropical AC, ES, PE, RJ e SP
Lejeunea controversa Gott.
EsEc Murici TV, TM Sub-bosque Neotropical AC, MS, PA e SP
Lejeunea cristulata (Steph.) E. Reiner & Goda
EsEc Murici TM Sub-bosque Brasil PE, MG, RJ, SC e SP
Lejeunea ellioti Spruce
EsEc Murici TV, TM Sub-bosque Neotropical BA
Lejeunea filipes Spruce
EsEc Murici TV, FL
Sub-bosque, sub-
dossel, dossel
Dominica, Peru, Argentina
e Brasil
BA, MS e SP
Lejeunea flava (Sw.) Nees
EsEc Murici TV, TM, FL
Sub-bosque, sub-
dossel, dossel
Pantropical
AC, AM, BA, CE, ES, GO, MG, MS,
MT, PA, PB, PE, PR, RJ, RR, RS e SP
Lejeunea glauscecens Gottsche
EsEc Murici TV, TM Sub-bosque Neotropical
AC, BA, CE, ES, MS, MT, PA, PE,
PR, RJ, RR, SP
Lejeunea grossitexta (Steph.) E. Reiner & Goda
EsEc Murici TM, FL Sub-bosque
Brasil, Paraguai e Norte da
Argentina
ES, MG, PE, PR, RJ, SC e SP
Lejeunea laetevirens Nees & Mont.
Barra de São Miguel
1
,
EsEc Murici, Maceió
1
,
Penedo
1
e Serra
Grande
6
TV, TM, FL
Sub-bosque, sub-
dossel, dossel
Neotropical
AC, AL, AM, BA, CE, ES, MS, MT,
PA, PB, PE, RJ, RR, SP
Lejeunea phyllobola Nees & Mont.
EsEc Murici e Penedo
1
TV, TM
Sub-bosque, sub-
dossel, dossel
Afro-americana
AC, AL, AM, BA, CE, ES, MS, PA,
RJ, RS, SP
Lejeunea puiggariana Steph.
EsEc Murici TV, FL
Sub-bosque, sub-
dossel, dossel
Brasil e Norte da Argentina MS, MT, PE, SP
Lejeunea quinqueumbonata Spruce
EsEc Murici FL Sub-bosque Neotropical AM, BA, PA, PE
Lepidolejeunea involuta (Gottsche) Grolle
EsEc Murici TV, FL
Sub-bosque,
dossel
Neotropical AM, ES, PA, PE, PR, RO, RR, SP
Leptolejeunea elliptica (Lehm. & Lindeb.)
Schiffn.
EsEc Murici e Serra
Grande
6
TV, FL
Sub-bosque, sub-
dossel, dossel
Neotropical AL, BA, ES, MG, PE, RJ, RS, SC, SP
Leucolejeunea xanthocarpa (Lehm. & Lindenb.)
A. Evans
EsEc Murici TV, TM, FL
Sub-bosque, sub-
dossel, dossel
Pantropical BA, ES, MG, PE, RJ, RS, SC, SP
Lopholejeunea subfusca (Nees) Schiffn.
EsEc Murici TV, TM, FL
Sub-bosque, sub-
dossel, dossel
Pantropical
AC, AM, BA, CE, ES, MG, MS, MT,
PA, PB, PE, RJ, RO, RR, SC, SP
Microlejeunea epiphylla Bischl.
EsEc Murici TV, FL
Sub-bosque, sub-
dossel, dossel
Neotropical
AP, BA, ES, MG, MS, PA, PB, PE e
SP
Neurolejeunea breutelli (Gottsche) A. Evans
EsEc Murici FL Sub-bosque
Neotropicos e Norte
América
BA, ES, MG, PA, PE, RJ, RS, SC, SP
Odontolejeunea lunulata (Weber) Schiffn.
EsEc Murici FL Dossel
Neotropicos e Leste da
África
AC, AP, AM, BA, CE, ES, MG, MT,
PA, PE, PR, RR, RS, SP
Prionolejeunea denticulata (Weber) Schiffn.
EsEc Murici TV, TM, FL
Sub-bosque, sub-
dossel, dossel
Neotropical AM, CE, PA, PE, RJ
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
28
LEJEUNEACEAE
Prionolejeunea scaberula (Spruce) Steph.
EsEc Murici TV Sub-bosque
Leste da Índias e Sul da
América tropical
BA
Pycnolejeunea contigua (Nees) Grolle
EsEc Murici TV, FL
Sub-bosque, sub-
dossel, dossel
Pantropical
AM, BA, CE, ES, ES, MG, PA, PE,
RR, RS, SC, SP
Pycnolejeunea macroloba (Nees & Mont.)
Schiffn.
EsEc Murici e
Junqueiro
3
TV Sub-bosque Neotropical AL, AM, BA, CE, ES, PA, PE, SP
Rectolejeunea berteroana (Gottsche ex Steph.)
A. Evans
EsEc Murici TV, TM, FL
Sub-bosque, sub-
dossel, dossel
Neotropical
AC, AM, BA, ES, PA, PE, PR, RJ,
SC, SP
Rectolejeunea emarginuliflora (Gottsche) A.
Evans
EsEc Murici TV Sub-bosque Neotropical BA, SP
Rectolejeunea flagelliformis A. Evans
EsEc Murici TM, FL Sub-bosque Neotropical BA, PE, SP
Schiffneriolejeunea polycarpa (Nees) Gradst.
EsEc Murici e Serra
Grande
6
TV Dossel Pantropical
AC, AL, AM, BA, CE, ES, GO, MG,
MS, MT, PA, PB, PE, RJ, RR, RS,
SC, SE, SP
Stictolejeunea squamata (Willd. ex Weber)
Schiffn.
EsEc Murici e Serra
Grande
6
TV, TM Sub-bosque Neotropical
AC, AL, AM, AP, BA, ES, MG, PA,
PE, RJ, RS e SP
Symbiezidium barbiflorum (Lindenb. &
Gottsche) A. Evans
EsEc Murici e Serra
Grande
6
TV, TM, FL
Sub-bosque, sub-
dossel, dossel
Neotropical
AC, AL, AM, BA, ES, PA, PE, RJ,
SC, SP
Taxilejeunea obtusangula (Spruce) A. Evans
Serra Grande
6
- - Neotropical AL, AM, RR
Taxilejeunea terricola (Spruce) Steph.
EsEc Murici TM Sub-bosque Paraguai, Argentina e Brasil
BA, RS
Trachylejeunea anaeogina (Spruce) Grolle
EsEc Murici TM Sub-bosque Brasil e Suriname AM, BA, PA
Vitalianthus bischlerianus (Pôrto & Grolle)
R.M. Schust. & Giancotti
EsEc Murici TV, FL Sub-bosque Neotropical BA, PE, PR, RJ, SC, SP
Xylolejeunea crenata (Nees & Mont.) X.-L. He
& Grolle
EsEc Murici TV, TM Sub-bosque Neotropical
AM, BA, MA, MG, PA, PE, RJ, RO,
RR, SP
LEPIDOZIACEAE
Arachniopsis diacantha (Mont.) Howe
EsEc Murici TV, TM Sub-bosque Pantropical
AC, AM, BA, ES, PA, PE, PR, RJ,
RS, SP
Bazzania heterostipa (Steph.) Fulford, Bull.
EsEc Murici TM Sub-bosque Brasil ES, MG, PE, PR, RJ, RS, SC, SP
METZGERIACEAE
Metzgeria albinea Spruce
EsEc Murici TM, FL Sub-bosque Pantropical
BA, CE, ES, MG, PA, PE, PR, RJ,
RS, SC, SP
Metzgeria conjugata Lindb.
EsEc Murici TV Dossel Subcomsmopolita CE, ES, MG, PE, PR, RJ, RS, SP
Metzgeria dichotoma (Sw.) Nees
EsEc Murici e Serra
Grande
6
FL Sub-bosque Neotropical AL, GO, MG, PB, PE, RJ, RS, SP
Metzgeria myriopoda Lindb.
EsEc Murici FL Sub-bosque
Neotropicos e Norte
América
ES, PE, MG, RJ, RS, SC, SP
PLAGIOCHILACEAE
Plagiochila disticha (Lehm. & Lindenb.)
Lindenb.
EsEc Murici e Serra
Grande
6
TV, TM, FL
Sub-bosque, sub-
dossel, dossel
Neotropical
AC, AL, AM, AP, CE, DF, ES, MG,
MS, MT, PA, PB, PE, RJ, RR, RS,
SC, SP
Plagiochila distinctifolia Lindenb.
EsEc Murici TV Dossel Neotropical AM, PA, PE, MG e RJ
Plagiochila gymnocalycina (Lehm. & Lindenb.)
Lindenb.
EsEc Murici TV Sub-bosque Neotropical AC, MG, PE, RJ, SC, SP
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
29
PLAGIOCHILACEAE
Plagiochila martiana (Nees) Lindenb.
EsEc Murici e Serra
Grande
6
TV, TM, FL
Sub-bosque, sub-
dossel, dossel
Neotropical
AC, AL, CE, DF, ES, MG, MS, MT,
PE, PR, RJ, RS, SC, SP
Plagiochila montagnei Nees
EsEc Murici TV, TM
Sub-bosque, sub-
dossel, dossel
Neotropical
AC, AM, AP, BA, ES, PA, PE, PR,
RJ, SP
RADULACEAE
*Radula ligula Steph.
EsEc Murici TM Sub-bosque Brasil e Argentina PR, RJ, RS, SC
Radula flaccida Lindenb. & Gottsche
EsEc Murici FL Sub-bosque Afro-americana AC, AM, BA, MG, PA, PR, RR, SP
Radula kegelii Gottsche ex Steph.
EsEc Murici TV, TM Sub-bosque Neotropical
AM, AP, BA, BA, ES, MG, MT, PA,
PR, RJ, RS, SC, SP
Radula recubans Tayl.
EsEc Murici, Marecha
Deodoro
4
e Serra
Grande
6
TV, TM Sub-bosque
Neotropicos e América
subtropical
AC, AL, PA, PE, RJ, RS, SP
RICCIACEAE
Riccia vitalii Jovet-Ast.
Arapiraca - - Costa Rica e Brasil
AL, AM, BA, CE, ES, GO, MA, MS,
PB, , PE, PI, RN, SE, TO
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
30
Figuras 1-4. Aneura pinguis (L.) Dumort. 1. Gametófito, vista dorsal. 2. Corte tranversal do talo
principal. 3. Células marginais em detalhe, corte transversal 4. Células medianas em detalhe, corte
transversal talo. 5–9. Aphanolejeunea asperrima Steph. 5. Gametófito, vista ventral. 6. Perianto em
detalhe. 7–8. Filídios, vista ventral. 9. Filídio, vista dorsal. 10. Células da porção mediana do filídio.
(Barras: Fig.1: 3 cm; Fig. 2: 600 µm; Fig. 3,4: 96 µm: 5: 200 µm; Fig. 6-9: 48 µm; Fig. 10: 20 µm).
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
31
Figuras 11–16. Aphanolejeunea camillii (Lehm.) R.M. Schust. 11. Gametófito, vista ventral. 12.
Filídio com bulo reduzido, vista ventral. 13. Filídio com lóbulo desenvolvido, vista ventral. 14.
Lóbulo. 15. Células da porção mediana do filídio. 16. Gema. 17 – 23. Cololejeunea lanciloba Steph.
17. Gametófito, vista ventral. 18. perianto. 19. Filídio em detalhe. 21–20. Lóbulos. 22. Células da
porção central do filídio. 23. Células hialinas da margem em detalhe. (Barras: Fig. 11,18,19: 200
µm; Fig. 12,13,20,21,23: 48 µm; Fig.14: 24 µm, Fig. 15,22: 20 µm; Fig. 16: 10 µm; Fig. 17: 600
µm).
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
32
Figuras 24 – 29. Diplasiolejeunea latipuensis Tixier. 24. Gametófito, vista ventral. 25. Perianto. 26.
Lóbulo. 27. Anfigastro. 28. Dente do lóbulo em detalhe. 29. Células da porção central do filídio. 30
35. Drepanolejeunea campanulata (Spruce) Steph. 30. Gametófito, vista ventral. 31. Gametófito,
vista dorsal. 32. Filídio, vista ventral. 33. Filídio, vista dorsal. 34. Anfigastro. 35. Células da porção
central do filídio. (Barras: Fig. 24: 600 µm; Fig. 25: 200 µm; Fig.26,27,32,33: 48 µm; Fig.
28,29,35: 20 µm; Fig. 30,31: 100 µm; Fig. 34: 30 µm).
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
33
Figuras 36 41. Drepanolejeunea crucianella (Tayl.) A. Evans. 36. Gametófito, vista ventral. 37.
Brácteas do perianto. 38. Células da porção central do filídio. 39. Filídio, vista dorsal. 40. Filídio,
vista ventral. 41. Anfigastro. 42 44. Harpalejeunea tridens (Besch. & Spruce) Steph. 42.
Gametófito, vista ventral. 43. Lóbulos e anfigastros em detalhe. 44. Filídio em detalhe, vista dorsal.
45. Células da porção central do filídio. (Barras: Fig. 36: 200 µm; Fig. 37,39,40,43,44: 48 µm;
Fig.38,41,45: 20 µm; Fig. 42: 168 µm).
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
34
Figuras 46 51. Lejeunea cristulaeflora (Gottsche ex Steph.) E. Reiner & Goda. 46. Gametófito,
vista ventral. 47. Detalhe da margem do perianto. 48. Células da porção central do filídio. 49.
Lóbulo reduzido. 50. Lóbulo desenvolvido. 51. Anfigastro. 52 – 56. Radula ligula Steph. 52.
Gametófito, vista ventral. 53. Perianto. 54. Filídio em detalhe, com parte das lulas destacadas,
vista dorsal. 55. Margem de filídio. 56. Células da porção central do filídio. (Barras: Fig. 46,52: 600
µm; Fig. 47: 96 µm; Fig.48,51: 20 µm; Fig. 49,50,55,56: 48 µm; Fig. 53,54: 200 µm).
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
35
5. MANUSCRITO 2
INFLUÊNCIA DAS PROPRIEDADES DA PAISAGEM E CONSERVAÇÃO DE
REMANESCENTES FLORESTAIS SOBRE A ESTRUTURA METAPOPULACIONAL DE
EPÍFILAS EM FLORESTA ATLÂNTICA BRASILEIRA
____________________
A
RTIGO A SER ENVIADO AO PERIÓDICO
O
ECOLOGIA
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
36
Influência das propriedades da paisagem e conservação de remanescentes florestais
sobre a estrutura metapopulacional de epífilas em Floresta Atlântica brasileira
Lisi D.P. Alvarenga
§
e Kátia C. Pôrto
Resumo. Padrões de riqueza e distribuição de espécies de briófitas em uma paisagem
fragmentada no Brasil (Estação Ecológica Murici - 9º11’05”-9º16’48”S; 35º45’20”-
35º55’12”O) foram investigados para acessar o efeito da perda de habitat sobre a estrutura
metapopulacional de epífilas. Coletas e um senso do número de forófitos colonizados e do
grau de cobertura das populações nos mesmos foram feitas no sub-bosque dos primeiros
100 metros de borda de dez fragmentos. Foram observadas tendências decrescentes de
abundância local e regional coma perda de habitat e isso foi possivelmente a atrelado à
reduzida expressão sexual e assexual nas populações. Embora a fertilidade não tenha sido
correlacionada com constância nos fragmentos, espécies frequentemente férteis
colonizaram um significativo maior número de sítios dentro dos mesmos. Espécies dióicas
particularmente mostraram menor proporção de populações férteis bem como baixa
freqüência nos fragmentos. Métricas da paisagem, principalmente tamanho e isolamento,
juntamente com indicativos de qualidade de habitat do fragmento como um todo (proporção
de vegetação secundária) explicaram melhor a variação na riqueza e ocupação (abundância
local e regional) das epífilas que a distância de borda. Isto sugere que os efeitos da
fragmentação em escala local desempenham um papel coadjuvante na brioflora após
determinado tempo decorrido. É possível que o presente estudo tenha retratado este estágio
Endereço: Universidade Federal de Pernambuco, Departamento de Botânica, Laboratório Biologia de
Briófitas, CCB, Av. Prof. Moraes Rêgo, s/n, Cidade Universitária, CEP 50670-901 - Recife, PE, Brasil.
§
Email para correspondência: lisidamaris@yahoo.com.br
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
37
sucessional, onde aspectos locais não impactam a brioflora com a mesma clareza que o
isolamento. Os resultados acrescem o suporte empírico para a visão mais ampla e realista
dos efeitos da fragmentação e perda de habitat. Em grupos que exibem estrutura
metapopulacional os efeitos são negativos e longo-temporais. Áreas prioritárias para
conservação devem incluir levar em consideração tanto a quantidade de habitat
remanescente como também a conectividade entre as diversas manchas em que ela se
distribui na paisagem.
Palavras chave: Fragmentação de habitat, padrões de ocupação, paisagem, efeito de
borda, briófitas.
Abstract. Richness and occupancy patterns of bryophytes species in a fragmented
landscape in Brazil (Murici Ecological Station - 9º11’05”- 9º16’48”S/35º45’20”-
35º55’12”O) had been investigated to access the effects of the loss of habitat over the
structure of epiphyllous metapopulations. Bryophytes were colected on the first 100 meters
understory of ten forest fragments. Furthermore, a sense of number of colonized
phorophytes as well as the degree of populations on phorophytes were performed.
Decreasing trends on regional and local abundance were caused by loss of habitat quality
and this is likely related to reduced sexual and asexual reproduction of populations.
Although the fertility has not been related to the constancy in the fragments, frequent fertile
species colonized a significant greater number of sites within them. Particularly dioicous
species showed fewer ratios of fertile populations as well as low frequency within
fragments. Metrics of landscape, mainly size and isolation, and indicatives properties of
habitat quality (secondary vegetation) explained better the variation in epiphylls richness
and occupancy (local and regional abundance) than the edge distance. This suggests that the
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
38
effects of the habitat fragmentation at local scale play a secondary role in the bryophytes
flora after a long time free of disturbance. It is possible that the present study has portrayed
this successional stage, where local aspects does not impact the flora as clearly as the
isolation. The results increase empirical support for the necessity of amplest and more
realistic approach about habitat loss and fragmentation. Taxa with metapopulational
structure are prone to negative and long-term effects. The prospection of priority areas for
the conservation must take in account the remaining habitat amount as well as the
connectivity among the diverse patches in the landscape.
Keywords: Habitat fragmentation, occupancy patterns, landscape, edge effects,
Bryophytes.
1. Introdução
As espécies de briófitas epífilas, que colonizam a superfície de folhas de plantas
vasculares, constituem a comunidade mais sensível e exigente quanto a microclima
(Gradstein et al. 2001). Elas são sujeitas a imposições ambientais, como a essência efêmera
e a pequena contribuição hídrica e nutricional do substrato para a planta, que lhes
impuseram a seleção de caracteres bastante especializados (Richards 1984). Dentre tais
caracteres estão ciclos de vida curtos, com copiosa produção de diásporos para
disseminação de novas populações (Zartman 2003). Também, exibem forte afinidade a
ambientes sombreados e com elevada umidade atmosférica, ocorrendo exclusivamente em
florestas tropicais (Gradstein 1997). Estas propriedades as tornam um grupo-chave em
estudos de escopo conservacionista, pois tal caráter sensível e dinâmico dos processos
populacionais permite acessar respostas às variações ambientais em escalas espaciais e
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
39
temporais relativamente menores àquelas das plantas superiores e mesmo das demais
briófitas (Zartman e Nascimento 2006; Pharo e Zartman 2007).
Em razão da maciça perda de habitat aliada a elevados graus de endemismo e
diversidade, a Floresta Atlântica brasileira é considerada o quarto hotspot mundial para
conservação da biodiversidade (Myers 2000). Como vem ocorrendo em florestas de todo o
mundo, o ritmo inexorável e irreversível de desmatamento e exploração da Floresta
Atlântica brasileira a tem levado a um estado crítico de conservação. No Nordeste do país,
restam apenas 5,6% da cobertura original representados por fragmentos pequenos e
inseridos em matrizes hostis como pastagens e plantações de cana-de-açúcar (Silva e
Tabarelli 2001). A grande maioria dos remanescentes possui menos de 50 ha, o que
significa que eles podem não ser ecologicamente viáveis em longo prazo se levado em
conta o efeito de borda (Ranta et al. 1998; Silva e Tabarelli 2001), que para diversos grupos
ultrapassa a marca dos 100 metros (Laurence 2002; Oliveira et al. 2004).
Uma das conseqüências graves da fragmentação do habitat é a criação de bordas
artificiais associada a uma abrupta alteração das condições microclimáticas (Murcia 1995;
Gaston et al. 2000). Com o decorrer do tempo, o local é mantido livre de perturbações, a
borda criada tende a se selar pela proliferação de lianas e plantas sucessionais secundárias
que reduzem a permeabilidade e a intensidade do gradiente microclimático, mas o novo
equilíbrio, se atingido, pode consistir de uma estrutura fisionômica e funcionalmente
distinta da original (Camargo e Kapos 1995; D’Angelo et al. 2004). Esta é a situação
hodierna da grande maioria dos fragmentos de Floresta Atlântica, o que torna urgente as
prospecções de áreas prioritárias para conservação, por meio de estudos da riqueza e
ecologia de grupos biológicos (Brasil-MMA 2000).
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
40
Estudos na Amazônia Central mostraram que fragmentos pequenos abrigam uma
riqueza e abundância consideravelmente baixa de briófitas epífilas e que não há uma
resposta ao gradiente de distância de borda (Zartman 2003; Zartman e Nascimento 2006).
Tais fragmentos na Amazônia, contudo, possuem tamanho tal que se o efeito de borda
ultrapassa 100 metros, para o que existe vasto suporte empírico, eles consistem de áreas
de alteradas em sua totalidade (Zartman e Nascimento 2006). Os próprio autores atentam
que nesse caso o efeito de borda e de área se sobrepõe e podem ser confundidos. De
qualquer maneira, a melhor explicação dos dados em função do tamanho de fragmento
encontrados na Amazônia sugere que alterações do habitat em escala de paisagem são mais
influentes que alterações locais (aferidas pela distância da borda). Por conseguinte,
processos populacionais das briófitas em escala de paisagem, como dispersão e colonização
de novos sítios, certamente são afetados e isto remete à estrutura metapopulacional inata
destas plantas. O desequilíbrio nas taxas de extinção e (re-) colonização limitam o sucesso
das briófitas em fragmentos pequenos (Zartman e Shaw 2006). Alvarenga e Pôrto (2007)
encontraram indícios de que porcesos metapopulacionais são alterados com a fragmentação
ao relatarar a perda de riqueza e abundância local, ou seja, grau de cobertura nos substratos,
de briófitas epífitas e epífilas em fragmentos pequenos e isolados também de Floresta
Atlântica, sendo estas últimas particularmente mais sensíveis ao grau de isolamento.
De acordo com a teoria de metapopulações, o aspecto mais crítico da fragmentação
do habitat é a redução do tamanho dos fragmentos e o crescente isolamento entre eles
(Hastings 1991). Tais eventos levam ao decréscimo das populações regionais e locais, isto
é, do número de populações total dos fragmentos e do tamanho das populações nos
substratos individuais, o que acarreta menor produção líquida de diásporos e da
conectividade entre elas, aumentando o risco de extinção (Söderström 1998). Algumas
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
41
espécies podem ser mais vulneráveis nesse cenário. Por exemplo, diferentes mecanismos de
dispersão aliados a outros aspectos intra-específicos, como taxas de crescimento, levam a
diferentes padrões de freqüência e abundância, que em conjunto geram os padrões de
ocupação das espécies em nível de paisagem (Hansson et al. 1992; Holt et al. 2002). Elas
podem ser freqüentes e abundantes (core), freqüentes e pouco abundantes (rurais), pouco
freqüentes e abundantes (urbanas); e pouco freqüentes e pouco abundantes (satélite)
(Söderström 1989). Estes padrões não são estáticos, uma espécie bem distribuída em um
determinado ambiente pode perder representatividade com a modificação do habitat que
ocorre naturalmente, em uma escala de milhares de anos (Primack e Rodrigues 2001). No
entanto, o homem tem acelerado tais mudanças na qualidade e disponibilidade de habitats
através de destruição direta ou indireta, como por alterações climáticas, de tal forma que as
extinções têm ocorrido em taxas muito mais aceleradas (Primack e Rodrigues 2001;
Cleavitt 2005). Precedendo as extinções, alterações na freqüência e abundância ocorrem
nas comunidades como um todo.
Alguns táxons ainda podem ser mais vulneráveis que outros. Espécies que lançam
mão da produção de esporos grandes ou com prevalência da reprodução vegetativa
(propágulos assexuados tendem a ser maiores e não têm o mesmo alcance de distância que
os esporos) tendem a gerar populações pouco freqüentes regionalmente e abundantes
localmente (Söderström e Herben 1997). Este tipo de estratégia torna o estabelecimento de
colônias em novos sítios relativamente raro, e, portanto, a espécie é mais sensível a
distúrbios nas colônias existentes (Söderström 1998). O mesmo se aplica em teoria para as
espécies com reprodução sexuada esporádica, como por exemplo, aquelas que possuem
gametófitos unissexuais, ou seja, dióicas (Cleavitt 2005).
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
42
À parte da contribuição inicial de Alvarenga e rto (2007), quase nada se sabe a
respeito da influência de fatores abióticos, particularmente em escala de paisagem e de
origem antrópica, sobre aspectos metapopulacionais das briófitas em Floresta Atlântica. Por
conseguinte, o presente estudo visou retratar a estrutura metapopulacional das briófitas
epífilas em uma paisagem fragmentada de Floresta Atlântica nordestina para testar as
algumas premissas embasadas em modelos metapopulacionais e responder às seguintes
questões: 1) Como varia a riqueza e a abundância da comunidade entre fragmentos e no
gradiente de distância de borda e quais são os parâmetros ambientais que melhor explicam
tal variação? 2) O padrão de ocupação, a abundância e a riqueza das espécies são alterados
em fragmentos menos preservados ou no gradiente de distância de borda? 3) Partindo do
pressuposto que o tempo no qual a comunidade está submetida às pressões de alteração de
paisagem é suficiente para ter alterado sua estrutura metapopulacional, as espécies dióicas e
as naturalmente raras em sítios preservados (padrão satélite) exibem maior sensibilidade,
isto é, possuem menor nível de ocupação na paisagem por colonizar menos fragmentos?
São elas as primeiras a desaparecer nos fragmentos menos preservados?
2. Material e métodos
2.1 Área de estudo
Briófitas epífilas foram inventariadas em 10 fragmentos de Floresta Atlântica (Tabela
1) pertencentes à Estação Ecológica (EsEc) Murici, em Alagoas (9º11’05”- 9º16’48”S;
35º45’20”- 35º55’12”O) (Figura 1). A reserva situa-se numa área com clima quente e
úmido com distinção apenas entre estação seca e chuvosa, precipitação e temperatura anual
média de 2167,7 e 24°C, respectivamente (Instituto Nacional de Meteorologia, dados
referentes ao período de 1961 a 1990). Os fragmentos foram enumerados de acordo com a
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
43
ordem decrescente de tamanho e foram selecionados a partir de um mosaico montado de
fotografias aéreas tiradas em 2002, georeferenciado com base no datum SAD 69 e criado
no software ERDAS® 8.6 e mapas elaborados com o software Arcview 3.2a. (M. Dantas de
Paula, dados não publicados). Os sítios estudados estão livres de corte seletivo intenso
(formação de bordas) a mais ou menos dez anos (exploração madeireira ocorre em sítios de
interior de mata conforme observações pessoais e informações fornecidas pelo Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBAMA, Alagoas) e
sofrem praticamente as mesmas pressões quanto ao uso. As métricas de paisagem e análises
cartográficas (Tabela 1) incluem parâmetros diretamente indicativos de perda de habitat e
pressão antrópica (área total, isolamento, forma, área nuclear livre de influência de borda e
proporção de vegetação secundária dos fragmentos) (Ranta et al. 1998; Fahrig 2001, 2003;
Hill e Curren 2003) e parâmetros de relevância para briófitas (altitude e topografia)
(Gradstein et al. 2001).
2.2 Coleta e estimativa dos dados
Epífilas de sub-bosque foram coletadas em 10 parcelas de 25m² a cada 10 metros ao
longo de quatro transectos (100 metros) perpendiculares à margem em cada fragmento. Nos
dois maiores fragmentos foram traçados três transectos adicionais para satisfação das
exigências quanto a esforço amostral, testadas através das curvas de coletor com programa
PRIMER 5 (Clarke e Warwick 1994). Em cada parcela foi feito o censo do número total de
forófitos (arbustos e árvores jovens) e dos respectivos graus de cobertura, e foram coletadas
folhas representativas daqueles colonizados por epífilas (Gradstein et al. 1996). O grau de
cobertura é uma inferência subjetiva referente a cada forófito individual e foi feita de
acordo com a proporção do mesmo colonizada por populações de briófitas. Assim, os
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
44
forófitos foram classificados nas seguintes categorias de abundância: nula (AB 0) - sem
populações de briófitas; baixa (AB 1) - 20% da área foliar colonizada, em média; média
(AB 2) - 20% a 50% da área foliar colonizada, em média; alta (AB 3) - >50% da área foliar
colonizada, em média.
O material botânico foi examinado em laboratório e a expressão sexual (fertilidade)
foi aferida através de dados de presença-ausência de periantos (porventura de arquegônios e
brácteas periqueciais) e perigônios em hepáticas e esporófitos em musgos. A reprodução
assexuada foi assinalada quando observada a produção de gemas e/ou filídios caducos. A
fertilidade de determinada espécie é expressa em termos de percentagem total de
populações com estruturas reprodutivas sexuadas. Dados sobre dioicicidade e monoicidade
também foram computados para cada espécie com base no material examinado e em
literatura especializada (Bischler 1964; Schuster 1980; Reese 1993; Gradstein 1994; Buck
1998; Reiner-Drehwald e Goda 2000; Gradstein e Costa 2003).
2.3 Análise dos dados
Para testar a influência do tamanho dos fragmentos nas variáveis das briofloras e
evitar pseudo-replicação, estes foram classificados em pequenos (0 100 ha), médios (100
500 ha) e grandes (>500 ha). A riqueza e a abundância de briófitas foram então
comparadas entre fragmentos, classes de tamanho e classes de distância de borda através de
análises de variância com teste de Kruskall Wallis e comparações múltiplas com o teste
de Bonferroni (Sokal e Rolf 1999). Visto que há quatro parcelas para cada classe de
distância de borda em cada fragmento, elas nãoo verdadeiras réplicas e sim sub-amostras
(Zar 1996). Assim, para as análises estatísticas foram utilizados valores médios em cada
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
45
classe de distância. A relação entre constância nos fragmentos e fertilidade, isto é, número
de fragmentos que determinada espécie coloniza e a sua respectiva fertilidade foi avaliada
através do índice de correlação de Spearman (Sokal e Rolf 1995). Neste teste, espécies com
menos de três assinalamentos foram excluídas para evitar resultados tendenciosos que
são valores muito pequenos para estimar proporção de populações férteis. Todas as análises
estatísticas foram procedidas no programa STATISTICA 6.0.
Para retratar o padrão de ocupação das espécies em nível de paisagem foram
conjugados dados de freqüência e abundância (grau de cobertura) (Hansson et al. 1992). A
abundância de uma dada espécie (A
X
) foi aferida conforme a equação A
X
= Σ (KA
XF
)/ nE,
onde A
XF
é a abundância dos forófitos nos quais a espécie ocorreu, K é um peso que
corresponde à categoria de abundância (variando de um a três, vide categorias de
abundância em “coleta e estimativa dos dados”) e nE é o número total de ocorrências da
espécie. Assim, a abundância no presente estudo abrange não o número de forófitos
colonizados, mas também o grau de colonização em cada um deles.
Para analisar as tendências nos padrões de ocupação, as espécies foram classificadas
nas categorias satélite, rural, urbana e “core” (Holt et al. 2002). Esta classificação foi
padronizada para o grupo, isto é, foi baseada na média de freqüência e abundância do
conjunto de espécies ocorrentes na EsEc Murici e, portanto, é válida apenas para o presente
estudo. Assim, para qualquer espécie, valores de abundância menores que a média são
considerados baixos e se conjugados com valores de freqüência também abaixo da média
levam à categoria satélite. Representações gráficas foram feitas apenas para as espécies que
ocorreram em pelo menos oito fragmentos.
As relações entre a brioflora e as variáveis ambientais (Tabela 1) foram analisadas
através de uma ordenação gerada pela análise de correspondência canônica (CCA,
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
46
Canonical Correspondence Analysis). Este método de ordenação consiste em sintetizar, em
um gráfico com eixos perpendiculares, a variação multidimensional de um conjunto de
variáveis (Valentin 2001). As variáveis bióticas e ambientais são transformadas em
coordenadas (scores) correspondentes à sua projeção em cada eixo de ordenação
(eigenvector). O autovalor (eigenvalue) é o peso relativo de cada eixo na explicação da
variância total dos dados. Parte-se do princípio de que a variação da vegetação, em termos
de abundância das espécies, está intimamente ligada às variáveis ambientais. Assim, uma
matriz primária contendo os dados de freqüência das espécies de briófitas por fragmento e
uma matriz secundária contendo as variáveis ambientais, todas as variáveis computadas
como quantitativas, foram fornecidas para a análise. Os dados foram log-transformados
para normalizar e reduzir a heterogeneidade de variâncias. Testes de permutações de Monte
Carlo foram feitas para testar a significância do primeiro eixo, usando uma aleatorização
com 99 permutações. As variáveis ambientais não significativas foram excluídas do biplot.
A análise foi procedida no programa PC-ORD 4.10.
3. Resultados
3.1 Riqueza e abundância
A riqueza de briófitas diferiu entre classes de tamanho (Figura 2) e entre fragmentos
(Figura 3) (p < 0,0001), mas não mostrou nenhuma tendência no gradiente de distância de
borda (p = 0,7724) (Figura 4). Fragmentos grandes abrigaram uma riqueza maior que os
médios e pequenos (p < 0,0001), porém os médios e pequenos não diferiram entre si
significativamente (p = 0,1497). A riqueza não apresentou uma tendência linear com o
tamanho de fragmento. Dois fragmentos pequenos (F7 e F9) se destacaram, alcançando
valores próximos ou superiores a alguns fragmentos grandes (Figura 3). De fato, F7 foi o
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
47
único fragmento dentre os médios e pequenos com o qual a riqueza de F3, mais rico da
área, não diferiu significativamente. Por outro lado, as diferenças entre F7 e os quatro mais
pobres (F5, F6, F8 e F10) foi altamente significativa (p < 0,0001).
Diferenças significativas na abundância de briófitas entre os fragmentos foram
obtidas principalmente na categoria de abundância baixa (AB 1) (Figura 5). A freqüência
desta categoria em F3 foi mais alta que todos os fragmentos (p < 0,0001). As demais
categorias de abundância foram sempre menos freqüentes no ambiente e diferiram apenas
entre F6 e os mais ricos (F1 e F3) (p < 0,05) (Figura 5).
A análise de ordenação explicou nos dois principais eixos 51% da variação dos dados
e mostrou que a área total (plana e superficial), proporção de área nuclear e altitude são os
parâmetros ambientais aparentemente mais favoráveis para riqueza de briófitas em
oposição ao nível de isolamento e proporção de vegetação secundária, que estiveram
associados com os fragmentos mais pobres da área (Figura 6).
3.2 Espécies dióicas versus monóicas
Foram estudadas 871 populações de 61 espécies (53 hepáticas e 8 musgos). Destas
espécies, 51% são autóicas, 39% são dióicas e as demais produzem gametófitos ora
unissexuados ora bissexuados, isto é, podem ser autóicas ou dióicas. Tanto dióicas como
autóicas tiveram representatividade aproximada em termos de número de populações
(assinalamentos), mas estas últimas evidenciaram fertilidade e produção de propágulos
assexuados muito mais frequentemente (Tabela 2) e, ainda assim, não foram mais
constantes nos fragmentos (Figura 7). Fertilidade não foi correlacionada com constância (rs
= 0,1036, p = 0,5858) mas sim com freqüência, independentemente da sexualidade (rs =
0,4421, p = 0,0144), isto é, espécies frequentemente férteis não colonizam necessariamente
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
48
um maior número de fragmentos mas sim de sítios dentro dos fragmentos. Um retrato da
variação da fertilidade da comunidade inteira ao longo dos fragmentos da EsEc Murici feito
por Alvarenga e Pôrto (in press) constatou que a freqüência absoluta de populações com
expressão sexual e assexual decresce com a perda de riqueza, porém, ocorrendo o inverso
em termos de proporção. Isto significa que ambientes adversos afetam a expressão de
eventos reprodutivos e, ademais, as espécies que persistem nos fragmentos pobres são
justamente as que conseguem se expressar sexualmente mesmo sob tais condições.
Novamente, não houve tendências no gradiente de distância de borda (autóicas, p =
0,6033; dióicas, p = 0,5423). Quando testadas as diferenças na riqueza de autóicas e dióicas
entre os fragmentos, é observado para ambas o padrão encontrado para a comunidade
inteira. No entanto, este padrão muda para diferenças mais atenuadas quando os fragmentos
são comparados em termos de abundância das espécies e as dióicas contribuem mais para
as diferenças significativas.
3.3 Padrões de ocupação
As comunidades dos fragmentos mais ricos alcançaram os maiores valores de
freqüência e abundância, tendo representantes nos quatro padrões de ocupação em F2, F3 e
F7 e no caso de F1, tendo o maior índice de abundância local (Figura 8) pela espécie
Odontolejeunea lunulata. Dentre os demais fragmentos, apenas F5 abrigou uma espécie
“core” (Figura 8), Leptolejeunea elliptica (Tabela 3), ao passo que nos demais foi
observada a perda de representatividade na ocupação. Todas as espécies que ocorreram em
mais de oito fragmentos foram “core” ou rurais nos fragmentos mais ricos (os grandes e
F7), ao passo que aquelas com distribuição restrita na paisagem (registrados para sete ou
menos fragmentos) são geralmente urbanas e satélites mesmo nos fragmentos mais ricos
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
49
(Tabela 3). Cinco espécies, contudo, foram exceções notórias: Colura tortifolia,
Crossomitrium patrisiae, Cololejeunea obliqua, Diplasiolejeunea brunnea e
Drepanolejeunea mosenii. Estas ocorreram praticamente em apenas F1 e F3 (com mais de
95% dos seus assinalamentos) e tiveram elevada representatividade neles, figurando como
espécies “core”. Ademais, suas populações mostraram estruturas de reprodução sexuada e
assexuada com considerável freqüência (Tabela 3). Todas as demais espécies que
ocorreram em menos de oito fragmentos ocorreram principalmente nos mais ricos (os
grandes e F7) e, com exceção de Lejeunea flava, sempre conjugaram padrão de ocupação
restrito (urbanas ou satélites) com baixas proporções de reprodução sexuada ou assexuada
(Tabela 3, ignorar espécies com menos de três assinalamentos ao comparar proporção de
estruturas reprodutivas, veja “análise de dados”). Mesmo em algumas das espécies
generalistas (presentes em oito ou mais fragmentos) foram observadas perdas em
freqüência e abundância (Figura 9). Essa perda, contudo, não é proporcional ao tamanho e
sim à riqueza dos fragmentos.
4. Discussão
4.1 Efeito de borda e das propriedades da paisagem sobre a comunidade epífila
O tamanho e isolamento de fragmentos florestais explicam melhor a riqueza e
abundância de epífilas que distância de borda nos fragmentos de Floresta Atlântica,
corroborando o observado na Amazônia para a mesma comunidade (Zartman 2003;
Zartman e Nascimento 2006). Tais respostas às propriedades em escala de paisagem e a
falta de tendências no gradiente de distância de borda podem estar indicando que efeitos da
fragmentação em escala local desempenham um papel coadjuvante ou secundário na
explicação da riqueza e abundância de epífilas em comparação a fatores em nível de
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
50
paisagem. Várias ressalvas a esta conclusão, contudo, se fazem necessárias no presente
estudo. Pelo menos outras três hipóteses alternativas podem explicar parte da
insensibilidade à distância de borda.
Primeiro, em Floresta Atlântica existe o agravante da exploração dos recursos
florestais e a conseqüente depauperação de habitat frequentemente ocorrer de uma forma
difusa, isto é, não necessariamente da borda em direção ao interior de mata (Tonhasca
2005). Isto leva a uma aleatorização de focos de degradação dentro dos fragmentos.
Inclusive, é em razão da facilidade de acesso a sítios longe da borda que fragmentos
pequenos são mais propensos a atividades depredatórias como extração de madeira e caça
(Cullen et al. 2000; Laurence 2002; Tonhasca 2005). A própria EsEc Murici, embora sendo
uma Unidade de Conservação de proteção integral permitida unicamente para pesquisa
científica (Rylands e Brandon 2004), encontra-se sujeita a esse tipo de pressão. A caça e a
extração de madeira costumam ocorrer clandestinamente nos fragmentos da Estação e para
burlar a fiscalização tendem a se concentrar em tios outros que não a borda (conforme
observações pessoais e informações fornecidas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e dos Recursos Naturais Renováveis IBAMA, Alagoas). Assim, a definição de efeito de
borda no contexto torna-se demasiado simplificada para os fins. Muitos fatores podem
interferir potencialmente nas respostas à distância de borda, por exemplo, o tipo e o
histórico de exploração do fragmento, idade, fisionomia e orientação da borda e tipo e
manejo da matrix circundante (Murcia 1995; Harper et al. 2004). Na EsEc Murici, apenas
histórico e fisionomia não foram homogeneizados entre as bordas, mas estas podem ter
sido suficientes para explicar parte das respostas obtidas. Uma abordagem mais realística
do efeito borda sobre a brioflora seria obtida com uma prévia análise do gradiente de
microclima propriamente dito.
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
51
Uma segunda hipótese é que a extensão do efeito de borda ultrapassa 100 metros para
briófitas. Estudos incluindo uma faixa maior, especialmente para fragmentos grandes,
possivelmente evidenciariam resultados mais fidedignos à definição simplificada de efeito
de borda. A largura do efeito de borda varia substancialmente dependendo do grupo ou
variável abiótica que está sendo analisado (Murcia 1995; Primack e Rodrigues 2001;
Laurence 2002). Por exemplo, em fragmentos da Amazônia, ao passo que a umidade
relativa do ar é alterada no entorno dos primeiros 50 metros, a mortalidade das árvores é
alterada até aproximadamente 300 metros adentro da mata (Laurence 2002). Zartman e
Nascimento (2006) acreditam que é por este motivo que fragmentos de 1 e 10 ha abrigam
riqueza e abundância significativamente menores que a de fragmentos de 100 ha e de
floresta contínua. Tais fragmentos pequenos podem ser funcionalmente áreas de borda em
sua totalidade. Na EsEc Murici, a percentagem de área nuclear mostrou ser importante para
alguns dos fragmentos ricos de acordo com análise de ordenação, embora alguns
fragmentos (F3 e F9) tenham fugido à regra, apresentando uma porção muito pequena ou
nula fora da influência dos 300 metros de borda e, no entanto, ricos em espécies. O fator
que pôde haver compensadoem F3 é o elevado gradiente altitudinal. Os topos de morros
mais elevados comumente recebem maior proporção de precipitação oculta e isso é muito
positivo para briófitas (Richards 1984; Uniyal 1999; Chang et al. 2002; Alvarenga e Pôrto
2007). O caso do fragmento F9, contudo, não parece encontrar explicação nos fatores
abordados neste estudo.
Uma terceira hipótese é a possibilidade das bordas serem seladas visto que as bordas
na EsEc Murici estão formadas a mais de dez anos. Estresses microclimáticos são
claramente importantes durante os primeiro anos após a fragmentação, devido à súbita
incidência de luz, aumento de temperatura e velocidade de ventos e diminuição da umidade
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
52
relativa do ar, que acarretam mortalidade de árvores de grande porte e um consequente
alteração estrutural e fiosionômica generalizada (Kapos 1989; Laurence et al. 2002;
D’angelo et al. 2004). Após anos livre de ação antrópica, a borda tende a selar pela
proliferação de lianas e sucessoras secundárias, amenizando os gradientes microclimáticos.
4.2 Alterações sobre a estrutura das metapopulações
A redução de tamanho e o isolamento dos fragmentos significam alterações negativas
na disponibilidade e disposição espacial de habitat na paisagem e são limitantes na
dinâmica metapopulacional (Hansson et al. 1992; Söderstrom e Herben 1997). Briófitas
delegam grande parte do sucesso aos eventos de colonização constante de novos sítios e por
isso dependem estritamente de dispersão (Soderstrom e Herben 1997; Stark 2002). A
fragmentação do habitat as afeta neste aspecto em duas escalas: local, com alteração de
microclima e repercussões nas taxas de reprodução (Alvarenga e Pôrto, in press) e regional,
por levar as populações a uma disjunção que inviabiliza o fluxo de diásporos (Zartman e
Shaw 2006). Assim, o controle demográfico das populações na EsEc Murici pode estar
abalado pelo desequilíbrio nas taxas de crescimento (extinção e colonização) e imigração
(Pharo e Zartman 2007).
A expressão sexual e assexual da comunidade como um todo de fato foi minada com
a perda de qualidade de habitat (Alvarenga e Pôrto, in press). As espécies com
representantes em oito ou mais fragmentos também decresceram em proporção de
populações férteis, com exceção apenas de Cololejeunea subcardiocarpa, Lejeunea
caespitosa, Leptolejeunea elliptica e Lejeunea flava (Alvarenga e Pôrto, in press), que
foram indiferentes quanto à expressão sexual e são apontadas em literatura como
generalistas e indicadoras de ambientes perturbados (Gradstein 1997; Pócs e Tóthméresz
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
53
1997). Embora a fertilidade não tenha sido correlacionada com constância nos fragmentos,
espécies frequentemente férteis colonizaram um significativo maior número de sítios dentro
dos mesmos. Tendo em mente que as populações férteis de espécies autóicas foram bem
mais freqüentes, foi corroborada a hipótese de que espécies que investem esporadicamente
em reprodução sexuada como as dióicas são mais suscetíveis à alterações na estrutura
metapopulacional. Somando-se a isto, foi verificada que espécies dióicas contribuem mais
para as diferenças significativas na abundância da comunidade como um todo entre os
fragmentos. Esta conclusão se aplica, contudo, apenas em uma escala local (dentro dos
fragmentos) e não em escala regional (na paisagem, no número de fragmentos colonizados),
mas já fornece subsídio suficiente para incorporar os argumentos em prol da necessidade de
preservação do habitat para a persistência das epífilas em Floresta Atlântica. Löbel et al.
(2006) também comprovaram que espécies dióicas em uma floresta temperada, que se
dispersavam principalmente por propágulos assexuais, via de regra maiores e de menor
alcance que os sexuais, possuíam ocupação mais restrita na paisagem. Eles detectaram
pouca influencia da conectividade sobre a abundância destas espécies e atentam para o fato
de que o “efeito de resgate”, que postula a dependência da dispersão para a manutenção do
equilíbrio dinâmico das metapopulações, desempenha um papel ínfimo na manutenção das
mesmas.
O déficit de eventos reprodutivos pode ser uma das causas das alterações observadas
nos padrões de ocupação das espécies. As comunidades dos fragmentos mais ricos
alcançaram os maiores valores de freqüência e abundância ao passo que nos demais foi
observada a diminuição de ocupação. Apenas as espécies com elevada freqüência nos
fragmentos ricos e provavelmente mais preservados colonizaram mais de oito fragmentos.
Particularmente as espécies urbanas foram restritas aos fragmentos mais ricos da área e isto
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
54
sugere novamente que processos em escala local ocorrem primeiramente àqueles em escala
regional. Isto procede, pois a alteração de microclima decorrente da fragmentação e perda
de habitat não leva à extinção súbita das populações, mas sim gradual, com uma precedente
perda de abundância local (Alvarenga e Pôrto 2007).
As exceções na relação entre nível de colonização na paisagem e padrão de
ocupação nos fragmentos preservados, a saber, Colura tortifolia, Crossomitrium patrisiae,
Cololejeunea obliqua, Diplasiolejeunea brunnea e Drepanolejeunea mosenii, que
mostraram elevada fertilidade e foram abundantes, porém exclusivas de fragmentos
preservados, sugere que outros aspectos à parte de abundância e fertilidade, não
mensurados no presente estudo, certamente limitam a dinâmica metapopulacional. Eles são
competição, taxas de crescimento, colonização, extinção, tamanho de diásporos,
estabelecimento de diásporos e tolerância ambiental (Söderstrom e Herben 1997). Para
ilustrar, na EsEc Murici, Harpalejeunea stricta mostrou baixas percentagens de reprodução
sexuada e assexuada, mas esteve presente em oito fragmentos. O caráter generalista e
pioneiro que deve lhe dar resistência a distúrbios ambientais suporta este resultado
(Schuster 1992). Um outro exemplo foi dado por Söderström (1989) que encontrou duas
espécies “core”, Pitilidium pulcherrimun (G.Web.) Vainio e Tetraphis pellucida Hedw.,
caracterizam-se por produzir muitos esporos, porém grandes e com baixa probabilidade de
alcance a longas distâncias. No entanto, ambas mostraram insensibilidade a flutuações nos
parâmetros ambientais, sugerindo estabilidade e resistência a distúrbios.
5. Conclusões
O fato de tamanho e isolamento ter explicado melhor as variações na riqueza e
abundância de epífilas que a distância de borda pôde ser devido a aspectos não mensurados
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
55
no presente estudo. Assim, ele não indica que o grupo está livre do efeito de borda, apenas
aponta para a necessidade de uma definição e uma metodologia mais minuciosas. É
possível que qualidade de habitat não esteja vinculada à distância de borda, pois quando ela
foi aferida em nível de fragmento (proporção de vegetação secundária) mostrou certa
importância nos resultados na análise de ordenação. Contudo, medidas diretas de
microclima se fazem ainda necessárias para conclusões mais precisas.
A falta de respostas ao gradiente de borda remete a outro aspecto importante. Ele
pode estar indicando que os efeitos da fragmentação em escala local desempenham um
papel coadjuvante ou secundário na brioflora após determinado tempo decorrido. Este
tempo, conforme lançado em uma das hipóteses para a insensibilidade da brioflora, pode
levar ao selamento da borda, mas os efeitos negativos da fragmentação perduram por mais
tempo em cenários onde o isolamento de manchas de habitat é irreversível e as populações
exibem dinâmica metapopulacional. É possível que o presente estudo tenha retratado este
estágio sucessional, onde aspectos locais já não impactam a brioflora com a mesma clareza
que o isolamento. A flora de cada fragmento aparentemente divergiu para estados de
conservação distintos, porém homogêneos nos próprios fragmentos.
Portanto, o presente estudo acresce o suporte empírico para uma visão mais ampla e
realista dos efeitos da fragmentação e perda de habitat. Em grupos que exibem estrutura
metapopulacional os efeitos são negativos e longo-temporais. Ações de prospecção de áreas
prioritárias para conservação devem levar em consideração tanto a área de habitat
remanescente como também a conectividade entre as diversas manchas em que ela se
distribui na paisagem.
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
56
Agradecimentos
As autoras agradecem ao Dr. Adalberto Santos, da Universidade de Viçosa.e ao Dr. Ary
Teixeira Oliveira Filho, da Universidade Federal de Lavras, pelas contribuições nas
análises estatísticas. Este estudo teve apoio financeiro da Fundação O Boticário de Proteção
à Natureza e do Conselho Nacioanl de Desenvolvimento Científico e Teconológico, e do
Conselho Nacioanl de Pesquisa e Desenvolvimento CNPq e foi desenvolvido conforme
as normas e com as devidas licenças do Ministério do Meio Ambiente – MMA e do
Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA.
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TABELAS E FIGURAS
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
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Tabela 1. Propriedades dos fragmentos florestais estudados na EsEc Murici, Alagoas.
Frag.
Á. Plana
1
(ha)
Área superficial
2
(ha)
Surf ratio
3
Área nuclear
4
(ha)
Área nuclear
(%)
Altitude
Média
5
(m)
Vegetação
secundária
6
(ha)
Vegetação
secundária (%)
Índice de
proximidade
7
Índice de
forma
8
F1 2628.629 3000.336 1.141 1153.422 43.879 389.114 227.462 7.581 624.232 3.746
F2 854.478 910.750 1.066 61.138 7.155 288.708 191.438 21.020 34653.445 4.475
F3 504.058 597.940 1.186 0.719 0.143 318.888 110.583 18.494 184746.811 4.181
F4 356.894 377.007 1.056 128.639 36.044 266.288 55.114 14.619 99989.729 1.572
F5 296.503 313.037 1.056 0.243 0.082 361.818 40.856 13.052 28191.976 3.811
F6 236.525 252.083 1.066 17.336 7.329 280.362 19.567 7.762 6804.715 2.233
F7 84.550 90.670 1.072 6.170 7.298 417.977 13.719 15.131 40125.462 1.401
F8 80.735 87.428 1.083 0.000 0.000 247.872 23.315 26.668 1954.49 2.054
F9 25.771 26.564 1.031 0.000 0.000 338.349 6.519 24.542 519.255 1.680
F10 22.976 23.834 1.037 0.000 0.000 141.184 7.688 32.257 87.354 1.440
1. Área plana - Área em um plano bidimensional.
2. Área superficial - Área em um plano tridimensional correspondente à área superficial real
3. Surf ratio - Medida da rugosidade do terreno. Quanto maior o índice, mais acidentado e maior a variação da elevação do fragmento. Esta métrica
é biologicamente significativa para a quantificação de microhabitats em cada fragmento.
4. Área nuclear - Área remanescente após remoção de 300 metros de borda.
5. Altitude média - Medida através da média do valor de altitude de cada pixel do modelo de elevação relativo ao fragmento.
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
64
6. Vegetação secundária Medida a partir de uma classificação não-supervisionada com ênfase na estrutura da vegetação remanescente em áreas
primárias e secundárias.
7. Índice de proximidadeMedida da razão entre a área do fragmento pelo quadrado da distância mais próxima aos fragmentos dentro do raio de
busca. Quando o índice é zero, não existem fragmentos dentro do raio de busca. O índice aumenta quanto mais e maiores forem os fragmentos
dentro da área de busca.
8. Índice de forma - Razão entre o perímetro do fragmento e o perímetro mínimo de um fragmento com a mesma área (um círculo perfeito). O
índice alcança um mínimo de 1 caso o fragmento tenha uma forma circular perfeita e se distancia de 1 quanto mais irregular sua forma. Valores
altos geralmente indicam um baixo percentual de área núcleo.
Tabela 2. Proporção (%) de populações observadas com estruturas sexuadas (esporófitos, periantos e perigônios) e assexuadas
(propágulos) e freqüência (assinalamentos) das espécies de briófitas ocorrentes na EsEc Murici, Alagoas.
ESPÉCIES ESPORÓFITOS PERIANTOS
ANTERÍDIOS
PROPÁG. ASSEXUADOS ASSINAL.
Autóicas 47.92 47.92 31.60 59.84 386
Dióicas 13.77 13.22 6.33 4.40 363
Autóicas ou monóicas 17,21 17,21 9,83 0,08 122
Todas 29,39 29,16 18,03 28,47 871
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65
Tabela 3. Padrões de ocupação, proporção (%) de estruturas sexuadas e assexuadas, freqüência e constância (nº de fragmentos colonizados) das
espécies de briófitas ocorrentes na EsEc Murici, Alagoas. Os fragmentos são listados em ordem decrescente de riqueza e as espécies em ordem
decrescente de constância. Os padrões são “core” (C), rural (R), urbana (U) e satélite (S).
ESPÉCIE F3
F1
F7
F2
F4
F9
F5
F10
F8
F6
E. sexuadas E. Assexuadas Freqüência
Constância
Microlejeunea epiphylla Bischl. C R C R R R U R S S 14.63 0.00 82 10
Cololejeunea subcardiocarpa Tixier C R R R S R S R R S 88.18 100.00 110 10
Lejeunea caespitosa Lindenb. R R C R R R S S S - 29.69 3.13 64 9
Drepanolejeunea fragilis Bischl. R R C R R R U S S - 21.05 0.00 76 9
Cheilolejeunea rigidula (Mont.) R. M. Schust. R R C R S R U - S S 21.74 4.35 46 9
Leptolejeunea elliptica (Lehm. & Lindeb.) Schiffn. C R R R R S C S S - 27.27 0.00 88 9
Harpalejeunea stricta (Lindenb. & Gottsche) Steph. C R C C S S U U - - 8.89 0.00 45 8
Aphanolejeunea truncatifolia Horik. C R R R - S S S S - 33.33 100.00 36 8
Diplasiolejeunea cavifolia Steph. U U U S S U U - - - 58.82 100.00 17 7
Diplasiolejeunea rudolphiana Steph. U S U R S S U - - - 50.00 100.00 16 7
Lejeunea flava (Sw.) Nees C S R R S - U U - - 34.21 2.63 38 7
Syrrhopodon parasiticus (Sw. ex Brid.) Paris U S S U S S - - - - 0.00 0.00 13 6
Rectolejeunea berteroana (Gottsche ex Steph.) A. Evans R R C S R S - - - - 13.51 0.00 37 6
Frullania caulisequa (Nees) Nees U R U S - S - - - - 0.00 0.00 14 5
Ceratolejeunea guianensis (Nees & Mont.) Steph. S S S S S - - - - - 0.00 0.00 9 5
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
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ESPÉCIE F3
F1
F7
F2
F4
F9
F5
F10
F8
F6
E.sexuadas E. Assexuadas Frequencia
Constância
Ceratolejeunea cornuta (Lindenb.) Schiffn. S S S - S - U - - - 18.18 0.00 11 5
Lopholejeunea subfusca (Nees) Schiffn. - U U S S S - - - - 0.00 0.00 8 5
Lejeunea laetevirens Nees & Mont. U - - S S S - - - - 16.67 0.00 6 4
Cheilolejeunea adnata (Kunze) Grolle - U S S S - - - - - 10.00 0.00 10 4
Ceratolejeunea fallax (Lehm. & Lindenb.) Bonner - U C - - S - U - - 0.00 0.00 8 4
Anoplolejeunea conferta (Meissn.) A. Evans U S S - - - - - - - 33.33 33.33 3 3
Meteoridium remotifolium (Müll. Hal.) Manuel U R - - - - U - - - 0.00 0.00 9 3
Ceratolejeunea cubensis (Mont.) Schiffn. U - - U S - - - - - 0.00 25.00 4 3
Drepanolejeunea mosenii (Steph.) Bischl. C S - - - S - - - - 35.71 0.00 14 3
Crossomitrium patrisiae (Brid.) Müll. Hal. C S - - S - - - - - 14.29 35.71 14 3
Diplasiolejeunea brunnea Steph. C R - - S - - - - - 90.00 100.00 20 3
Symbiezidium barbiflorum (Lindenb. & Gottsche) A. Evans - U U - - S - - - - 0.00 0.00 4 3
Cololejeunea obliqua (Nees & Mont.) Schiffn. - C - - S - - U - - 43.75 100.00 16 3
Aphanolejeunea camillii (Lehm.) R.M. Schust. U U - - - - - - - - 0.00 100.00 2 2
Leucolejeunea xanthocarpa (Lehm. & Lindenb.) A. Evans U - U - - - - - - - 0.00 0.00 2 2
Ceratolejeunea laetefusca (Austin) R.M. Schust. U - - - - S - - - - 50.00 50.00 2 2
Aphanolejeunea asperrima Steph. U - S - - - - - - - 0.00 75.00 4 2
Cheilolejeunea holostipa (Spruce) Grolle & R.-L. Zhu - U - - - S - - - - 0.00 0.00 2 2
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
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ESPÉCIE F3
F1
F7
F2
F4
F9
F5
F10
F8
F6
E.sexuadas E. Assexuadas Frequencia
Constância
Frullania kunzei (Lehm. & Lindenb.) Lehm. & Lindenb. - S - - - S - - - - 0.00 0.00 2 2
Cololejeunea cardiocarpa (Mont.) A. Evans - - - S - - - - - S 100.00 100.00 5 2
Colura tortifolia (Nees & Mont.) Steph. C - - - - - - - - - 40.00 100.00 5 1
Neckeropsis disticha (Hedw.) Kindb. U - - - - - - - - - 0.00 0.00 1 1
Metzgeria myriopoda Lindb. U - - - - - - - - - 0.00 0.00 1 1
Metzgeria dichotoma (Sw.) Nees U - - - - - - - - - 0.00 0.00 1 1
Lejeunea quinqueumbonata Spruce U - - - - - - - - - 0.00 0.00 1 1
Lejeunea grossitexta (Steph.) E. Reiner & Goda U - - - - - - - - - 0.00 0.00 1 1
Cyclolejeunea luteola (Spruce) Grolle U - - - - - - - - - 100.00 100.00 1 1
Vitalianthus bischlerianus (Pôrto & Grolle) R.M. Schust. &
Giacontti
S - - - - - - - - - 0.00 0.00 1 1
Metzgeria albinea Spruce S - - - - - - - - - 0.00 0.00 2 1
Lejeunea filipes Spruce S - - - - - - - - - 100.00 0.00 1 1
Odontolejeunea lunulata (Weber) Schiffn. - U - - - - - - - - 100.00 100.00 1 1
Neurolejeunea breutelli (Gottsche) A. Evans - U - - - - - - - - 0.00 0.00 1 1
Diplasiolejeunea latipuensis Tixier - U - - - - - - - - 100.00 100.00 1 1
Cyclolejeunea convexistipa (Lehm. & Lindenb.) A. Evans - S - - - - - - - - 0.00 100.00 1 1
Calymperes afzellii Swartz - - - - S - - - - - 0.00 0.00 1 1
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
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ESPÉCIE F3
F1
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F2
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F5
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F6
E.sexuadas E. Assexuadas Frequencia
Constância
Sematophyllum subpinnatum (Brid.) E. Britton - - - - S - - - - - 0.00 0.00 2 1
Rectolejeunea flagelliformis Evans - - - - S - - - - - 100.00 0.00 1 1
Pycnolejeunea contigua (Nees) Grolle - - - S - - - - - - 0.00 0.00 1 1
Pilosium chlorophyllum (Hornsch.) Müll. Hal. - - - - - S - - - - 0.00 0.00 1 1
Harpalejeunea oxyphylla (Nees & Mont.) Steph. - - S - - - - - - - 0.00 0.00 1 1
Frullania riojaneirensis (Raddi) Angstr. - - - S - - - - - - 0.00 0.00 1 1
Drepanolejeunea campanulata (Spruce) Steph. - - U - - - - - - - 0.00 0.00 1 1
Cololejeunea lanciloba Steph. - - - U - - - - - - 100.00 100.00 1 1
Cheilolejeunea trifaria (Reinw. et al.) Mizut. - - - - - - U - - - 0.00 0.00 1 1
Caudalejeunea lehmaniana (Gottsche) A. Evans - - - S - - - - - - 50.00 0.00 2 1
Calymperes palisotii Schwägr. - - - S - - - - - - 0.00 0.00 1 1
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
69
1
2
3
4
56
7
9
10
8
1
2
3
4
56
7
9
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8
1
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3
4
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8
1
2
3
4
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8
1
2
3
4
56
7
9
10
8
1
2
3
4
56
7
9
10
8
Figura 1. Localização dos fragmentos florestais da EsEc Murici. Os números dos
fragmentos são atribuídos em ordem decrescente de tamanho. A linha em cinza demarca a
área legalmente incluída na EsEc Murici.
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70
Grande Médio Pequeno
Classe de tamanho
0
2
4
6
8
10
12
Riqueza
F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8 F9 F10
Fragmento
0
2
4
6
8
10
12
14
16
Riqueza
Figura 2. Riqueza média (
EP) de briófitas epífilas das classes de tamanho de fragmento
obtidas na EsEc Murici, Alagoas.
Figura 3. Riqueza média (
EP) de briófitas epífilas dos fragmentos estudados na EsEc Murici,
Alagoas.
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
71
Figura 4. Riqueza média ( EP) de briófitas epífilas das classes de distância de borda os
fragmentos estudados na EsEc Murici, Alagoas.
1 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Distância de borda (m)
0
2
4
6
8
10
12
14
Riqueza
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72
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
24
Frequnência
Abundância 1 Abundância 2 Abundância 3
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3 4 5 6 7 8 910 10
Fragmentos
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
24
Frequnência
Abundância 1 Abundância 2 Abundância 3
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3 4 5 6 7 8 910 10
Fragmentos
Figura 5. Freqüência média ( EP) das classes de abundância das briófitas epífilas registradas nos
fragmentos da EsEc Murici, Alagoas.
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
73
Figura 6. Diagrama da Análise de Correspondência Canônica (CCA) baseado na composição de
espécies de briófitas epífilas e nas métricas da paisagem dos fragmentos estudados da EsEc Murici,
Alagoas. Valores em parênteses correspondem ao tamanho dos fragmentos (ha) e as variáveis que
mostraram influência significativa foram área plana (Áreapl), área superficial (Áreasup), proporção
de área nuclear (Áreanuc%), proporção de vegetação secundária (Vegsec%), isolamento (Isolam) e
altitude média (Altitude). Eigenvalues: eixo 1 = 0.291, eixo 2 = 0.104. Explicação cumulativa em
percentagem explicada pelos dois eixos = 50.9.
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0
2
4
6
8
10
12
14
16
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Número de fragmentos
mero de espécies
Autóicas
Dióicas
Figura 7. Distribuição das espécies de briófitas epífilas em intervalos de constância (número de
fragmentos colonizados) na EsEc Murici, Alagoas.
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
75
Figura 8. Padrões de ocupação registrados nas comunidades de briófitas epífilas dos fragmentos
estudados da EsEc Murici, Alagoas. Cada círculo indica uma espécie e aumenta sua dimensão
quando espécies se somam. As linhas tracejadas indicam a média de freqüência e abundância. Os
quadrantes (em sentido horário) significam padrão urbano (1º quadrante, acima à esquerda), “core”
(2º), rural (3º) e satélite (4º). O fragmento F6 foi excluído por apresentar apenas quatro espécies
sobrepostas na reprsentação gráfica, todas satélites.
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
76
Figura 9. Alterações nos padrões de ocupação das espécies de briófitas epífilas constantes
em oito ou mais fragmentos na EsEc Murici, Alagoa. Os padrões são “core” (C), Rural (R),
Urbana (U) e satélite (S).
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
77
6. MANUSCRITO 3
IMPACTOS DA PERDA DE HABITAT SOBRE A ESTRUTURA ESPACIAL DE
EPÍFITAS: UMA INFERÊNCIA A PARTIR DO GRADIENTE VERTICAL DE
BRIÓFITAS EM FLORESTA ATLÂNTICA BRASILEIRA
____________________
A
RTIGO A SER ENVIADO AO PERIÓDICO
C
ONSERVATION
B
IOLOGY
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
78
Impactos da perda de habitat sobre a estrutura espacial de epífitas: uma inferência a
partir do gradiente vertical de briófitas em Floresta Atlântica brasileira
Lisi D.P. Alvarenga
§
e Kátia C. Pôrto
Resumo. A distribuição vertical de riqueza, abundância e composição de briófitas epífitas
foi estudada em fragmentos de Floresta Atlântica brasileira com diversos estados de
conservação pertencentes à Estação Ecológica Murici (9º S, 35º W) com o objetivo de
comparar tanto a variação horizontal (entre sítios) como a vertical (entre alturas de
forófitos) e testar hipóteses concernentes à vulnerabilidade diante da perda de habitat
vinculada à amplitude de nicho. Em um mesmo número de forófitos, quatro remanescentes
conservados abrigaram uma riqueza total praticamente três vezes superior aos cinco menos
conservados. Epífitas não chegaram a colonizar sequer troncos inferiores na maioria dos
fragmentos não conservados, ficando restritas às bases com comunidades bastante
descaracterizadas em seu componente florístico, isto é, fortemente dominadas por espécies
generalistas e xerófitas, ao passo que 95% das espécies típicas de sombra foram confinadas
aos fragmentos conservados. Somando-se isto ao fato de que houve uma grande
similaridade do dossel dos fragmentos conservados com o sub-bosque dos não
conservados, os resultados sugerem que a perda de habitat leva a um deslocamento das
guildas típicas de sol do dossel para o sub-bosque. Isto esclarece eventos precedentes à
extinção, resultado culminante da fragmentação e perda de habitat, de grupos biológicos em
ecossistemas florestais. Ademais, mostra que remanescentes florestais capazes de abrigar
floras epífitas ricas até o dossel possuem mais de 300 ha, o que está longe de ser um
tamanho comum Aos remanescentes de Floresta Atlântica brasileira e, portanto, reforça a
necessidade de conservação dos poucos que ainda alcançam tais marcas.
Palavras chave: Guildas, conservação de epífitas, florestas tropicais, grupos ecológicos,
comunidades de dossel
Endereço: Universidade Federal de Pernambuco, Departamento de Botânica, Laboratório Biologia de
Briófitas, CCB, Av. Prof. Moraes Rêgo, s/n, Cidade Universitária, CEP 50670-901 - Recife, PE, Brasil.
§
Email para correspondência: lisidamaris@yahoo.com.br
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
79
Abstract. The vertical distribution of richness, abundance and composition of epiphyte
bryophytes was studied in fragments in different conservation degrees of Brazilian Atlantic
rain forest belonged to Murici Ecological Station (9º S, 35º W) with the aim to compare
horizontal (among sites) as well as the vertical (among phorophytes heights) turnover and
to test hypothesis based on niche breadth vulnerability. In the same number of phorophytes,
four conserved fragments sheltered nearly three times more species than five less conserved
ones. Epiphytes have not colonized even inferior trunks in the majority of not conserved
fragments, being restricted to the bases with communities deprived of characteristics in its
floristic component because of strong dominance of xerophitic and generalist species, while
95% of the shade typical species were confined to the conserved fragments. Adding this to
the great similarity of preserved fragments canopy and undestorey of disturbed ones, the
results suggest that the habitat loss leads to a displacement of typical sun guilds from the
canopy to low forest strata. This clarifies preceding events to extinctions, the culminating
consequence of the habitat loss, of biological groups in forest ecosystems. In addition, the
fragments forest capable to harbor rich epiphytes flora up to the canopy possess more than
300 ha, which is distant of being a common size in the Brazilian Atlantic rain forest
remnants. Therefore, these results strengthen the need of conservation of the few ones that
still reach such marks.
Keywords: Guilds, epiphytes conservation, tropical rain forest, functional groups, canopy
communities
Introdução
Epífitas e funções no ecossistema
O epifitismo é um hábito marcadamente presente nas florestas tropicais e é
desenvolvido principalmente por orquídeas, bromélias, aráceas, briófitas e pteridófitas que
colonizam vastas superfícies dos troncos, ramos e lianas lenhosas desde o sub-bosque até o
dossel da floresta (Richards 1984; Benzing 1995). Elas são adaptadas à vida acima da
camada do solo e dependem diretamente da umidade atmosférica e da água proveniente de
precipitação interna, isto é, da água da chuva que escorre pela vegetação e remove por
lixiviação elementos nutrientes (Tonhasca 2005). Visto que em florestas tropicais são
registradas as mais elevadas taxas de precipitação e umidade relativa do ar, as epífitas são
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
80
largamente favorecidas e constituem um componente importante destes ecossistemas,
chegando a representar, por exemplo, desde um quarto até a metade da flora vascular
(Benzing 1990) sem mencionar as criptógamas avasculares que perfazem um substancial
contingente da biomassa total, especialmente em florestas montanas (Richards 1984).
Epífitas desempenham um importante papel ecológico. Elas contribuem no balanço
hídrico e na captação e retenção de nutrientes atmosféricos, particularmente nitrogênio
(Coxson & Nadkarni 1995; Rhoades 1995) e proporcionam hábitats para inúmeros
microorganismos (Richards 1984), são apreciadas em propósitos medicinais, agriculturais e
horticulturais (Benzing 1990; Barthlott et al. 2001), além de serem excelentes
bioindicadores de alterações microclimáticas (Hallinbäck & Hodgetts 2000; Nadkarni &
Solano 2002).
Briófitas epífitas formam vastos tapetes quando em condições favoráveis e devido à
ausência de cutícula epidérmica absorvem rapidamente fluidos do meio externo,
contribuindo consideravelmente para a incorporação de água e nutrientes, tendo sido
registradas taxas de 81% e 50%, respectivamente, da fixação total (Veneklaas et al. 1990;
Chang et al. 2002). A ecofisiologia de alguns táxons em particular lhes permite tolerar
ciclos de dessecação e re-hidratação ou mesmo a retardá-los e assim crescer sobre
substratos expostos e pobres em nutrientes e facilitar a fixação de outras plantas, iniciando
uma sucessão que pode culminar numa rica biota de epífitas vasculares (Uniyal 1999;
Benzing 1990). A biota também enriquece em microorganismos e pequenos vertebrados
que se alojam, ovodepositam e porventura se nutrem das briófitas (Rhoades 1995; Uniyal
1999). Assim, a integridade da brioflora epífita é fundamental na manutenção dos processos
bióticos e abióticos de ecossistemas tropicais.
Disposição espacial de epífitas e perda de habitat
Epífitas fanerógamas são mais bem representadas a partir das primeiras
ramificações dos forófitos devido a restrições impostas principalmente pelo próprio porte
(Benzing 1995; ter Steege & Cornellissen 1989) ao passo que pteridófitas e briófitas,
quando em condições propícias, são abundantes em toda a extensão dos mesmos (Tryon &
Tryon 1982; Rhoades 1995). Ao longo desta extensão são claras as mudanças gradativas na
riqueza, composição e abundância das floras. xons umbrófilos, como Calymperes spp.,
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
81
mostram preferência por sítios sombreados e úmidos da base ao passo que táxons xerófitos,
como Frullania spp. e Macromitrium spp., colonizam o dossel, muitas vezes formando
comunidades (sinúsias) bem delimitadas (Cornelissen & ter Steege 1989; Leerdam &
Veneklaas 1990).
A fragmentação e a perda de habitat têm sido apontadas como as principais ameaças
à biodiversidade nos ecossistemas florestais (Laurence 1999). Ao longo do processo de
alterações sinérgicas decorrentes da fragmentação, a biota pode convergir para uma
composição taxonômica pouco similar àquela original. A grande maioria dos
remanescentes de Floresta Atlântica, por exemplo, caem em faixas de conformação na
paisagem (fragmentos pequenos, irregulares e isolados) vinculadas a alterações drásticas de
fisionomia e composição do componente arbóreo (Ranta et al. 1998; Tabarelli et al. 1999;
Fahrig 2001, 2003; Hill e Curran 2003; Oliveira et al. 2004). Estas alterações por sua vez
repercutem numa perda de quantitativa e qualitativa de habitat para as epífitas, isto é, perda
física de substratos disponíveis (Barthlott et al. 2001) e alteração de microclima e
disponibilidade fisiológica dos substratos (Kapos 1989; Barthlott et al. 2001; Padmawathe
et al. 2004).
Vários estudos têm documentado a perda de riqueza e abundância e a alteração
composicional decorrentes de perturbações antrópicas em epífitas vasculares (Hietz-Seifert
et al. 1996; Barthlott et al. 2001; Nadkarni & Solano 2002; Padmawathe et al. 2004; Wolf
2005). Porém criptógamos de dossel, principalmente em florestas tropicais, são muito
menos investigados (Rhoades 1995). Estudos com briófitas epífitas que incluem apenas o
sub-bosque têm sido esclarecedores no âmbito da conservação em paisagens fragmentadas
e antropizadas (Snäll et al. 2003; 2004; 2005; Löbel et al. 2006; Alvarenga & Pôrto 2007).
Entretanto, incorporar os estratos superiores pode fornecer retratos mais verossímeis dos
processos ecológicos alterados. Cornelissen & ter Steege (1989), Cornelissen & Gradstein
(1990), Montfoort & Ek (1990) e Costa (1999) comprovaram a elevada riqueza que o
dossel em florestas tropicais de terras baixas pode abrigar, podendo ser até 50% da
brioflora exclusiva deste estrato (Cornelissen & Gradstein 1990), e assim a riqueza pode
estar sendo subestimada em estudos convencionais que exploram apenas o sub-bosque, ao
menos no caso de florestas relativamente conservadas (Gradstein 1995).
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
82
Dentre os principais estudos realizados com briófitas em gradiente vertical
(Cornelissen & ter Steege 1989; Cornelissen & Gradstein 1990; Montfoort & Ek 1990;
Wolf 1995; Costa 1999; Acebey et al. 2003) apenas Costa (1999) e Acebey et al. (2003)
abordaram aspectos diretamente relacionados com conservação, e dentre as epífitas
vasculares, os estudos têm se concentrado em comparações horizontais, ou seja, entre sítios.
Portanto, alterações na estrutura espacial incluindo o gradiente vertical de epífitas ainda
representa uma vasta arena para incrementar a fundamentação da ecologia da conservação
de epífitas. Acebey et al. (2003) sugerem que a amplitude de nicho relacionada à
distribuição vertical (sub-bosque, subdossel e dossel) de briófitas pode ser um ótimo
parâmetro para determinar a vulnerabilidade das espécies epífitas diante das mudanças no
habitat. Isto pode esclarecer quais são as modificações no nicho realizado de espécies
diante das perturbações no habitat e pode acrescer o suporte empírico para ações
conservacionistas.
Objetivos
O presente estudo consistiu de uma análise do gradiente vertical de briófitas epífitas
em remanescente de Floresta Atlântica brasileira com diversos estados de conservação. O
grau de conservação dos fragmentos foi aferido principalmente através de métricas de
paisagem e dados cartográficos. O objetivo foi comparar tanto a variação horizontal (entre
sítios) como a vertical (entre alturas de forófitos) para testar as hipóteses sobre amplitude
de nicho, isto é, para saber se espécies com nichos menores (especialistas) e típicos de
florestas maduras (por exemplo, afins de ambientes sombrios e úmidos) são as primeiras a
desaparecer em fragmentos menos conservados e se o sub-bosque destes passa a
corresponder a ambientes naturalmente mais inóspitos, como por exemplo o dossel de
fragmentos conservados.
Metodologia
Área de estudo
A brioflora epífita foi inventariada em nove fragmentos de Floresta Atlântica
brasileira pertencentes à Estação Ecológica (EsEc) Murici, Alagoas Nordeste do Brasil
(9º S, 35º W) (Fig. 1), considerada uma das áreas mais importantes e prioritárias para a
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
83
conservação da Biodiversidade do Brasil (Brasil - MMA 2000). A reserva situa-se numa
área com clima quente e úmido com distinção apenas entre estação seca e chuvosa e possui
precipitação e temperatura anual média de 2167,7 e 24°C, respectivamente (Instituto
Nacional de Meteorologia, dados referentes aos últimos 30 anos). A área vem sofrendo
considerável pressão antrópica (Fig. 1b) e fornece um bom cenário para se avaliar impacto
da perda de habitat sobre epífitas.
Estimativa da perda de habitat
A partir de um mosaico montado de fotografias aéreas tiradas em 2002,
georeferenciado com base no datum SAD 69 e criado no software ERDAS® 8.6 e mapas
elaborados com o software Arcview 3.2a (M. Dantas de Paula, dados não publicados)
foram selecionados nove fragmentos florestais da EsEc Murici para o presente estudo (Fig.
1). As métricas de paisagem e análises cartográficas (Tabela 1) incluem parâmetros
diretamente indicativos de perda de habitat e pressão antrópica (área total, isolamento,
matriz circundante, forma, área nuclear livre de influência de borda e proporção de
vegetação secundária dos fragmentos) (Ranta et al. 1998; Fahrig 2001, 2003; Hill e Curran
2003) e parâmetros de relevância para briófitas (altitude e topografia) (Gradstein et al.
2001). A matriz circundante foi determinada por uma classificação supervisionada em uma
imagem SPOT 4 de Dezembro de 2003, com base em pontos de controle GPS coletados em
campo. As classes de uso da terra foram “Mata”, “Cana-de-açúcar”, “Pasto”, “Água”,
“Construções” e “Uso misto” (Fig. 1). A classificação foi realizada no ERDAS 8.6 usando
o algoritmo de máxima verossimilhança.
Os fragmentos foram enumerados em ordem decrescente de tamanho porque esta
métrica apresentou correlação com os principais atributos indicativos de grau de
conservação e com parâmetros de relevância para briófitas (Fig. 2) (para a relação entre
fragmentação e perda de habitat veja Fahrig 2001 e 2003). Apenas o índice de forma mostra
uma tendência contrária ao esperado, isto é, os maiores fragmentos da área foram também
os mais irregulares. No entanto, este índice tem se mostrado irrelevante em estudos
adicionais com briófitas na EsEc Murici (Pôrto et al., dados não publicados) e sequer é
correlacionado com proporção de área nuclear (coeficiente de correlação de Pearson r =
0,4091; p = 0.2742). Por conseguinte, apenas área nuclear, vegetação secundária e
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
84
isolamento foram selecionados e plotados para ilustrar o grau de conservação (Fig. 3). Os
fragmentos acima da linha de tendência (F1 F4) na Fig. 3 foram tomados como modelo
(serão chamados doravante de fragmentos conservados ou grupo 1) e contrastados com os
demais (não conservados ou grupo 2) quanto ao gradiente vertical de riqueza, abundância e
composição de brioflora.
Coleta e estimativa dos dados florísticos
Em cada fragmento foi feito um reconhecimento prévio para localização de árvores
colonizadas por briófitas até pelo menos as primeiras ramificações no dossel e com textura
do tronco semelhante (árvores do tronco liso foram evitadas). Este reconhecimento foi
concomitante a um inventário mais extenso do sub-bosque onde foram medidos aspectos da
fisionomia arbórea, incluindo a altura. Após a seleção dos forófitos, foram coletadas
briófitas epífitas ao longo de toda extensão de seis árvores em cada um dos dois maiores
fragmentos (F1 e F2) e quatro árvores nos demais, totalizando 40 árvores (Gradstein et al.
1996), exatamente 20 forófitos nos fragmentos conservados e 20 nos não conservados.
O acesso ao dossel foi obtido através de técnicas verticais com cordas simples e
acensores (single rope techniques - STR) (Moffett & Lowman 1995). Plots de 10 a 30 cm²
(Gradstein et al. 1996) foram coletados em toda a circunferência em seis zonas: 0-2m
(base), 3-10m (tronco inferior), 11-15m (tronco médio), 15 – 20m (tronco superior) e acima
de 20m (dossel) (as alturas se baseiam nas métricas do componente arbóreo da EsEc
Murici). Briófitas em dossel médio e externo foram praticamente ausentes na EsEc Murici.
Em cada zona foi estimada a abundância ou grau de cobertura de briófitas através de
uma inferência subjetiva d a proporção do substrato colonizada por populações de briófitas.
Assim, as abundâncias dos níveis foram classificadas em nula (sem populações de
briófitas); baixa (20% da área colonizada); média (20% a 50% da área colonizada); alta
(>50% da área colonizada). Visto que é uma classificação subjetiva, os valores atribuídos
variaram apenas de zero a três. Para as análises onde a abundância por espécie foi
requerida, o valor do plot foi atribuído para cada espécie registrada nele. Assim, a
abundância total de uma espécie foi obtida com a soma dos valores que lhe foram
atribuídos.
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
85
Análise de dados
As espécies foram classificadas quanto à tolerância a incidência solar (típicas de
sombra, de sol e generalistas) através da própria experiência das autoras e de literatura
especializada. Índices de similaridade de Bray-Curtis foram calculados a partir de matrizes
de freqüência das espécies no software PRIMER 5.1.2 (Clarke & Warwick 1994). Para a
expressão gráfica foram plotadas as distâncias ranqueadas, semelhantes àquelas utilizadas
em ordenações como NMS (Nonmetric Multidimensional Scaling) (Clarke & Warwick
1994) para clareza da distância relativa dentro do conjunto de plots, embora os índices de
similaridade reais tenham sido também analisados.
A abundância e a riqueza da brioflora total e dos grupos ecológicos foram
comparadas entre fragmentos e entre níveis de altura em valores absolutos e valores médios
(por unidade amostral). Por falta de replicação, testes estatísticos não foram aplicados para
comparações de valores absolutos. As riquezas e abundâncias médias foram comparadas
através de análises de variância com um fator (ANOVA one-way). Para isto, a
heterocedasticidade e normalidade dos dados foram conferidas através dos testes de Levene
e Shapiro-Wilk, respectivamente (Zar 1996). Porventura, transformações logarítmicas
foram aplicadas para atingir a normalidade. Quando a não-normalidade não pôde ser
corrigida com transformações, foram utilizados os testes não paramétricos de Kruskall-
Wallis e Bonferroni para comparações a posteriori (Zar 1996). As análises estatísticas
foram procedidas no software STATISTICA 6.0.
Resultados
Riqueza total
Dentre as 101 espécies registradas para a área (64 hepáticas e 37 musgos), 93
estiveram presentes nos fragmentos conservados sendo 65 exclusivas, ao passo que apenas
36 estiveram presentes nos demais, com oito exclusivas. As espécies ocorrentes no grupo 2
foram na grande maioria típicas de sol e generalistas (Tabela 2). Quando os fragmentos
foram analisados individualmente, a riqueza total do grupo 1 foi também notavelmente
superior à do grupo 2 (Fig. 4a). No entanto, a riqueza por plot mostrou um padrão bem
diferente (Fig. 4b), onde apenas a riqueza de F5 se mostrou significativamente inferior à de
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
86
F1 (p < 0,0001), F6 (p = 0,0481) e F8 (p = 0,0472). O fragmento F1 ademais abrigou
riqueza superior que F2 e F3 (p < 0,0001).
Riqueza e abundância ao longo do gradiente vertical
Na maioria dos fragmentos do grupo 2 as briófitas epífitas foram restritas à base ao
passo que nos fragmentos do grupo 1 ocorreram em todos os níveis de altura nos forófitos e
tiveram a maior representatividade por plot, isto é, as maiores riquezas e abundâncias (em
F1) além do maior alcance em altura (em F3) (Fig. 5).
Tanto a riqueza como a abundância média (Fig. 6) e total (Fig. 7) apresentaram
praticamente as mesmas tendências ao longo do gradiente vertical e mostraram padrões
bem distintos nos dois grupos de fragmentos. A riqueza média do grupo 2 foi inferior à do
1 em todos os níveis exceto na base (Fig. 6a e 6b), devido principalmente à contribuição
das espécies generalistas e típicas de sol no primeiro grupo (Fig.s 6e, 6f, 6g e 6h), embora
em termos de riqueza total a superioridade não tenha ficado tão clara (Fig. 7c e 7e) e em
termos de abundância total somente as típicas de sol terem atingindo valores realmente
superiores na base dos fragmentos do grupo 2 (Fig. 7d e 7f). Os troncos inferior e médio do
grupo 1, particularmente, foram muito mais ricos que todos os veis dos fragmentos do
grupo 2 (com exceção da base) e estas diferenças foram altamente significativas (p <
0,0001). Por outro lado a base foi mais pobre que os veis de tronco inferior, médio e
superior dentro do próprio grupo 1 (Fig. 6a). Fragmentos não conservados abrigaram
riqueza menor de espécies típicas de sombra, generalistas e picas de sol, com
respectivamente apenas 5%, 56% e 51% da riqueza absoluta dos conservados. Os seguintes
padrões foram observados quando analisados separadamente os grupos ecológicos:
Briófitas típicas de sombra. Esta guilda foi composta de 24 espécies, não foi
registrada no dossel e esteve praticamente ausente no grupo 2, ocorrendo apenas uma
espécie (Fig. 7a), Lejeunea glaucescens, nos fragmentos F5 e F7 (Tabela 2). A guilda
contribuiu para 25% e 2% da flora dos grupos 1 e 2, respectivamente. No grupo 1, as
riquezas mais elevadas foram obtidas no tronco inferior (Fig. 6c e 6d) e as maiores alturas
de colonização foram alcançadas em F1 e F4 (Fig. 7a e 7b) pelas espécies Calymperes
tenerum, em ambos os fragmentos, e Lepidolejeunea involuta em F1. As diferenças entre os
extremos na riqueza média, isto é, entre o tronco inferior dos fragmentos conservados e a
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
87
base dos não conservados, foi estatisticamente significativa (p < 0,05). Os valores absolutos
de riqueza e abundância foram notavelmente superiores na base e no tronco inferior de F1
(Fig. 7a e 7b).
Briófitas generalistas. Esta guilda foi composta de 42 espécies e colonizou todos os
níveis de altura. A guilda contribuiu para 40% e 58% da flora dos grupos 1 e 2,
respectivamente. A riqueza e a abundância médias foram significativamente maiores nos
fragmentos conservados com exceção da base (Fig. 6e e 6f). A superioridade dos níveis de
tronco inferior e médio sobre todos os demais do grupo 2 (exceto base) foi altamente
significativa na maioria das comparações pareadas (p < 0,0001). Em valores absolutos (Fig.
7c e 7d) também a base dos conservados é mais rica e abundante. O grupo 1 também se
destacou por abrigar 50% das espécies com exclusividade (Tabela 2). Quanto à distribuição
vertical, nos fragmentos do grupo 1 onde pôde se observar o gradiente completo, a
representatividade da guilda foi ligeiramente maior no tronco inferior, decrescendo com a
altura chegando ao mínimo no dossel (Fig.s 6e, 6f, 7c e 7d).
Briófitas típicas de sol. Esta guilda foi composta de 29 espécies, sendo que 15 (50%
da guilda) foram exclusivas do grupo 1 e a guilda contribuiu com ca. 25% (27 espécies) da
flora do grupo. Em contraste, apenas duas espécies (5% da guilda), Frullanoides corticalis
e Frullania ericoides (Tabela 2), foram exclusivas do grupo 2 e, contudo, a guilda
contribuiu com aproximadamente 40% (14 espécies) da sua flora. A predominância na base
do grupo 2 sobre o grupo 1 foi mais notória que nas generalistas, mas novamente isto é
claro apenas em valores médios (Fig. 6g e 6e) e não absolutos (Fig. 7d e 7e). Nos
fragmentos conservados, onde pôde ser observado o gradiente vertical completo, a
representatividade das típicas de sol foi mais alta em tronco médio e a representatividade na
base foi mais baixa do que em todos os demais níveis (em valores absolutos é possível
distinguir apenas o destaque dos níveis tronco inferior e médio), isto é, ela mostrou
tendência a colonizar os estratos superiores da floresta [a superioridade de todos os níveis
exceto o dossel sobre a base foi altamente significativamente (p < 0,0001)].
Composição florística ao longo do gradiente vertical
Houve uma alteração gradativa da composição florística ao longo dos níveis, isto é,
similaridades foram geralmente maiores entre níveis adjacentes (Fig. 8). Foi notada
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
88
também uma variação horizontal (entre fragmentos) significativa, pois agrupamentos
reuniram quase sempre veis de apenas um único fragmento (agrupamentos 1 a 4 da Fig.
8). Os demais agrupamentos mostraram a elevada similaridade entre estratos de dossel
(agrupamento 6 da Fig. 8) ou entre estratos inferiores dos fragmentos menos conservados
com superiores dos conservados (agrupamento 5 da Fig. 8). Dentre os fragmentos onde as
epífitas foram restritas à base, F7 e F8 mostraram-se similares entre si e próximos aos
níveis médios de fragmentos conservados, ao passo que F9 mostrou-se similar apenas aos
estratos superiores de F1 e F6 (agrupamentos circulados na Fig. 8).
As maiores semelhanças (mais de 60% de similaridade) foram alcançadas pelos
níveis de tronco inferior e médio dos fragmentos F1 e F2 e os veis base e tronco inferior
do fragmento F6 e as menores semelhanças (menos de 20%) foram obtidas entre todos os
níveis do fragmento F3.
Discussão
Alterações na estrutura espacial de epífitas
Os resultados obtidos na EsEc Murici fornecem provas claras de que a perda de
habitat altera a estrutura espacial e o nicho realizado de epífitas avasculares. Ficaram
evidentes as alterações quantitativas e qualitativas, ou seja, tanto em riqueza e abundância
como em composição florística, na distribuição horizontal (entre fragmentos) e vertical
(entre níveis) das briófitas epífitas da área. Em um mesmo número de forófitos, quatro
remanescentes conservados abrigaram uma riqueza total praticamente três vezes superior
aos cinco menos conservados. Epífitas não chegaram a colonizar sequer troncos inferiores
na maioria dos fragmentos não conservados, ficando restritas à base e com espécies
diferentes das naturalmente típicas de sub-bosque. As espécies adaptadas a ambientes
inóspitos como o dossel contribuíram para quase a metade das suas floras. Somando-se isto
ao fato de que houve uma grande similaridade do dossel dos fragmentos conservados com o
sub-bosque dos não conservados, especialmente do menor fragmento da área F9, os
resultados sugerem um deslocamento dos grupos ecológicos ou guildas típicas de sol do
dossel para o sub-bosque com a perda de habitat.
A princípio, nenhum indivíduo ou população ocupa todo o espaço no contínuo de
um determinado recurso por limitações intrínsecas da espécie, sendo a porção do recurso
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
89
que ela é capaz de explorar denominada nicho fundamental (Putman 1996). Por sua vez, os
indivíduos ou populações não realizam seu nicho fundamental devido à competição e à
predação, isto é, eles evitam porções onde seus competidores e predadores estão presentes,
mesmo que sejam capazes de explorá-las. Algumas tendem a estreitar sua amplitude de
nicho, se especializar, e passam a investir em habilidades que as tornam fortes
competidoras nessa estreita faixa de recurso. Em contrapartida, isso as torna mais
vulneráveis ao esgotamento de recurso. Espécies generalistas são dotadas de maior
flexibilidade e podem passar a viver mais facilmente em sub-ótimos do recurso. Tendo
estes conceitos em mente e partindo do pressuposto que a altura ao longo do forófito indica
a disponibilidade dos recursos luz, temperatura e umidade, determinantes do microclima
(Parker 1995), foram corroboradas na EsEc Murici algumas das expectativas do estudo
relativas aos grupos ecológicos.
Primeiro, as espécies típicas de sombra mostraram maior representatividade em
níveis de altura baixos (base) sendo ausentes no dossel, as típicas de sol em maiores alturas
(tronco médio) e as generalistas, embora mais bem representadas em alturas intermediárias
(tronco inferior), mostraram variações mais amenas que os dois primeiros grupos, ou seja,
foram mais flexíveis quanto ao aproveitamento do recurso, não mostram preferências
marcantes por determinada altura. Resultados semelhantes foram também observados por
Cornelissen & ter Steege (1989) e por Montfort & Ek (1990) em florestas tropicais de
planície nas Guianas. Cornelissen & ter Steege (1989), por exemplo, detectaram na base a
predominância de sinúsias compostas de espécies típicas de ambientes úmidos e freqüentes
também em troncos em decomposição, como Leucobryum martianum (Hornsch.) Hampe ex
Müll. Hal., Taxithelium planum (Brid.) Mitt. e Trachylejeunea pandurantha (Spruce)
Stephani. Nos troncos, mudanças gradativas ocorreram atém chegar ao tronco superior
onde liquens incrustados e briófitas fotófilas, como Frullania spp. e Pycnolejeunea spp.
começaram a se destacar. Por fim, as típicas de sol dominaram o dossel mais externo e no
dossel interno algumas generalistas também ganharam espaço. A marcada presença de
especialistas nos extremos do gradiente vertical era apontada por Richards (1984) e Pócs
(1982) e vários estudos, inclusive o presente, têm ratificado suas asserções.
A segunda expectativa corroborada foi que as espécies típicas de florestas maduras
(típicas de sombra) foram as primeiras a desaparecer com a perda de habitat. Elas estiveram
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
90
praticamente extintas nos fragmentos não conservados, ocorrendo apenas uma espécie,
Lejeunea glaucescens, nos fragmentos F5 e F7, em contraste com 23 presentes no
conservados (25% da sua brioflora). Costa (1999) e Acebey et al. (2003) também
constataram a perda de riqueza desta guilda em sítios degradados em florestas tropicais no
Brasil e na Bolívia, respectivamente. Acebey et al. (2003) compararam seis sítios
representativos de florestas tropicais intactas e capoeiras de diferentes idades e notaram que
as espécies do dossel dos sítios de floresta intacta tenderam a colonizar estratos inferiores
dos sítios perturbados, nos quais a riqueza do dossel foi irrisória. Na EsEc Murici a
brioflora de sub-bosque também foi muito simila à de ambientes naturalmente mais
inóspitos, como o dossel de fragmentos conservados.
Acebey et al. (2003) sugeriram que a amplitude de nicho relativa à distribuição
vertical pode ser um bom parâmetro ao determinar a vulnerabilidade das espécies epífitas
diante das mudanças no habitat. Eles constataram que epífitas de sombra são mais
fortemente prejudicadas pelo desflorestamento, com três quartos estando completamente
ausentes em sítios degradados, seguido das típicas de sol, com quase a metade ausentes, ao
passo que as generalistas foram aparentemente indiferentes. Assim, espécies com menores
nichos (especialistas) mostraram menores chances de sobreviver ao desflorestamento que
aquelas com nichos maiores (Putman 1996). No entanto, essa terceira expectativa não foi
confirmada na EsEc Murici visto que não houve maior perda de típicas de sol do que de
generalistas. Generalistas e típicas de sol contribuíram com 58% e 40%, respectivamente,
da flora nos fragmentos não conservados, mas esse destaque das primeiras era
corriqueiro nos conservados, onde suas contribuições relativas foram de 40% e 25%.
A maioria das premissas relativas a grupos ecológicos foram confirmadas no
presente estudo. Efeitos da fragmentação e perda de habitat sobre estrutura de guildas têm
sido largamente investigados para a flora e a fauna de florestas tropicais (Laurence et al.
1998; Tabarelli et al. 1999; Benítez-Malvido & Martinez-Ramos 2002; Pineda & Halfter
2004; Bishop & Myers 2005; Barlow et al. 2006). Para espécies arbóreas de Floresta
Atlântica e na Amazônia brasileira é comprovada a mudança drástica na composição de
grupos funcionais com a redução de tamanho dos fragmentos e aumento da largura de
borda, sendo as espécies dispersas abioticamente e intolerantes a sombra beneficiadas nos
remanescentes degradados (Laurence et al. 1998; Tabarelli et al. 1999).
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
91
Alterações composicionais são registradas também para epífitas. Turner et al.
(1994) mostraram que 62% das epífitas vasculares vieram à extinção em Cingapura devido
à massiva desflorestação em uma década. Wolf (2005) detectou a perda de espécies mésicas
para a predominância de espécies tolerantes à dessecação em uma floresta de pinheiros sob
pressão antrópica em Chiapas, México. Bromélias com metabolismo CAM aumentaram em
proporção nos sítios perturbados em detrimento de Tillandsia guatemalensis L.B. Smith,
uma espécie mésica com metabolismo C3, que representou quase a metade (43%) da
biomassa de bromélias dos sítios ricos contra apenas 4.1% nos sítios pobres, além de
pteridófitas e orquídeas que também perderam significativa abundância. Barthlott et al.
(2001) ao explorar um gradiente entre extremos de grau de conservação, desde floresta
primária até forófitos isolados à beira de estradas, também haviam relatado grande
vulnerabilidade da maioria das orquídeas e pteridófitas diante das bromélias xerófitas em
uma floresta tropical no Andes, Venezuela. Somente espécies com algum tipo de
adaptação, como tricomas ou hábito em tanque em Bromeliaceae e suculência em algumas
Orchidaceae, permaneceram abundantes em sítios perturbados. Os autores indicam a baixa
diversidade na estrutura dos forófitos e de microclimas como a razão para tais resultados.
De fato, em uma floresta tropical de planície na Índia as alterações da flora epífita foram
fortemente correlacionados com microclima e indisponibilidade física e fisiológica de
habitat (grau de cobertura de dossel, riqueza de textura dos troncos e de arquitetura das
árvores, umidade relativa do ar, temperatura e incidência de luz) (Padmawathe et al. 2004).
Especialmente membros de Gesneriaceae que foram completamente ausentes em áreas
impactadas, pois ela é uma família com estrita exigência de ambientes sombreados e
úmidos para sobrevivência e estabelecimento (Padmawathe et al. 2004).
Assim, o presente estudo mostra que também para epífitas avasculares a perda de
habitat em escala de paisagem e possivelmente em escala local são negativos para a
riqueza, diversidade e abundância. Além da perda nestes atributos, a comunidade é
descaracterizada em seu componente florístico, passando a ser fortemente dominada por
generalistas e xerófitas que nem sequer ocupam toda a extensão espacial originalmente
colonizada no ecossistema.
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
92
Repercussões no ecossistema
A diversidade de plantas de forma geral é considerada a causa da diversidade da
biota inteira de ecossistemas florestais. Quanto mais diversificada a vegetação, maiores são
a complexidade estrutural, o número de estratos arbóreos, quantidade e disponibilidade de
recursos e consequentemente maior o número de nichos a serem ocupados pelos animais
(Tonhasca 2005). Por isso a explicação da diversidade dos trópicos baseia-se na explicação
da diversidade da vegetação. Embora ocupando apenas 7% da superfície da terra, florestas
tropicais sustentam provavelmente metade de todas as formas de vida do mundo (Laurence
1999) e as epífitas são responsáveis por uma considerável parte desta singular diversidade
(Benzing 1990). Elas representam 30 a 50% da flora vascular, comportam em pelo menos
alguma das fases do ciclo de vida um sem-número de organismos, para ilustrar
aproximadamente 30.000.000 espécies de insetos, e podem perfazer até a metade da
biomassa fotossintetizante total, onde as avasculares Figuram como as principais
contribuintes (Benzing 1990; Rhoades 1995).
A conspícua participação das briófitas epífitas na interceptação atmosférica pode ser
ilustrada com alguns poucos exemplos: Veneklaas et al. (1990) chegaram a registrar uma
eficiência de interceptação (proporção de água da chuva retida) de 81% atribuída às epífitas
avasculares; Uniyal (1999) documenta estimativas de que musgos retém em florestas
tropicais e temperadas aproximadamente 25.000 e 30.000 litros de água por hectare,
respectivamente, em um único evento de precipitação; Chang et al. (2002) demonstraram
que em uma floresta montana mais de 50% da incorporação de nutrientes é realizada por
deposição de névoa (precipitação oculta) através de briófitas epífitas. Apesar de sua
simplicidade estrutural, briófitas desenvolveram características que lhes permitem viver em
ambientes inóspitos para qualquer outro grupo de plantas. Elas atuam como colonistas
pioneiras em ambientes recém perturbados e pobres em nutrientes, acumulando matéria
orgânica e tornando o sítio disponível para microorganismos e plantas vasculares (Uniyal
1999). No próprio espaço das epífitas das florestas tropicais, este processo de facilitação
iniciado pelas briófitas culmina em complexas comunidades fanerogâmicas (Pócs 1982).
A perda direta e indireta de habitat derivada da fragmentação, isolamento e
exploração de florestal acarreta mudanças na estrutura populacional e perda de potencial
para dispersão de epífitas vasculares, o que é agravado pela redução de cobertura briofítica
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
93
nos substratos que afeta indiretamente as taxas de germinação e estabelecimento (Rhoades
1995; Uniyal 1999; Barthlott et al. 2001; Padmawahte et al. 2004). Os efeitos são
sinérgicos e subseqüentes. Quando grupos biológicos na base da cadeia alimentar, ou em
melhor expressão, de fluxo energético são abalados, as repercussões negativas se estendem
para vários outros componentes. Todos estes aspectos tornam irrefutável o caráter
fundamental das epífitas na manutenção dos processos ecológicos e isso por si só
constituem-se em um argumento forte para a sua preservação.
Padrões nas respostas ao grau de conservação e recomendações
Embora a presente estimativa do impacto da perda de habitat seja essencialmente
dedutiva, isto é, feita a partir da comparação entre sítios com diferentes graus de
conservação e não através do acompanhamento longo-temporal das alterações na biota, ela
fornece um retrato coerente com premissas ecológicas recorrentes. Neste estudo de caso,
fragmentos sujeitos a maior pressão antrópica sustentaram flora pobre e apenas espécies
xerófitas e generalistas. Em contraste, os fragmentos conservados pareceram fornecer
melhores condições microclimáticas para a manutenção de uma brioflora rica e abundante,
particularmente no primeiro e no terceiro maiores fragmentos, onde foram vistas as mais
vastas populações e os maiores alcances em altura, respectivamente. No maior fragmento
ainda foi notória a pouca similaridade entre todos os níveis de altura, com os mais baixos
índices de toda a área, o que pode ser interpretado como um indicativo de alta diversidade
beta por forófito, isto é, uma elevada taxa de variação composicional ao longo do gradiente
vertical.
Todas as propriedades indicativas de conservação de habitat incluídas no estudo
parecem ter tido sua parcela de contribuição nos resultados. O primeiro e terceiro maiores
fragmentos, além da grande área total, tiveram os maiores índices de acidentação
topográfica e foram os menos isolados. Particularmente a topografia que somada à altitude
pode estar facilitando a captação hídrica pela constante precipitação oculta que para
briófitas é fortemente favorável (Gradstein et al. 2001) deve estar proporcionando uma
grande disponibilidade de microhabitat em gradiente vertical, com elevados e constantes
teores de umidade atmosférica atingindo o dossel. Por outro lado, o destaque do quarto
maior fragmento pode se dar em razão de sua elevada proporção de área nuclear e baixo
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
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isolamento. Dois fragmentos não conservados tiveram riqueza média (por plot)
considerável e isto pode ser atribuída à baixa proporção de vegetação secundária à altitude
respectivamente (veja fragmentos F6 e F8 na Fig. 2). Todos esses aspectos sugerem uma
complementaridade das propriedades indicativas de integridade de habitat, conforme havia
sido salientado por Alvarenga & Pôrto (2007) em um estudo em Floresta Atlântica bem
como por peritos em conservação e ecologia de paisagem (Fahrig 2001, 2003; Hill e Curran
2003).
Uma alternativa para explicar o fato de táxons especialistas (típicos de sol) não
terem sido mais prejudicados que os generalistas é que talvez na EsEc Murici as alterações
microclimáticas tenham ocorrido em tempo suficiente para tanto as generalistas e as típicas
de sol completarem vários ciclos reprodutivos e colonizarem os novos sítios adequados
para sua existência (Pharo & Zartman 2007) em vista de que aparentemente o dossel se
tornou inóspito. De qualquer forma, conclusões mais precisas sobre a dinâmica destas duas
guildas serão possíveis apenas com estudos em longo prazo e estimativas diretas da
disponibilidade do recurso (temperatura, incidência luminosa e umidade relativa do ar) em
cada sítio individual.
O presente estudo de caso mostra que remanescentes florestais capazes de abrigar
floras epífitas de briófitas ricas até o dossel possuem mais de 300 ha, o que está longe de
ser um tamanho comum nos remanescentes de Floresta Atlântica brasileira e, portanto,
reforça a necessidade de conservação dos poucos que ainda alcançam tais marcas.
Adicionalmente, a sugestão proposta aqui é que os estudos vindouros incluam um maior
detalhamento das propriedades locais, mais especificamente microclimáticas, levando em
conta o maior número possível de variáveis adicionalmente às propriedades em escala de
paisagem.
Agradecimentos
As autoras agradecem W.l. Silva, M. Dantas de Paula, M.P.P. Silva, S.O. Costa e J.R.P.M.
Oliveira pelo apóio técnico, logístico e científico e à Dra. C.P. Alves-Costa pelo auxílio nas
análises de dados. Este estudo foi realizado com apoio da Fundação O Boticário de
Proteção à Natureza e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
– CNPq.
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TABELAS E FIGURAS
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
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Tabela 1. Propriedades dos fragmentos estudados na EsEc Murici, Alagoas.
Frag.
Á. Plana
1
(ha)
Área superficial
2
(ha)
Surf ratio
3
Área nuclear
4
(ha)
Área nuclear
(%)
Altitude
Média
5
(m)
Vegetação
secundária
6
(ha)
Vegetação
secundária (%)
Índice de
proximidade
7
Índice de
forma
8
F1 2628.629 3000.336 1.141 1153.422 43.879 389.114 227.462 7.581 624.232 3.746
F2 854.478 910.750 1.066 61.138 7.155 288.708 191.438 21.020 34653.445 4.475
F3 504.058 597.940 1.186 0.719 0.143 318.888 110.583 18.494 184746.811 4.181
F4 356.894 377.007 1.056 128.639 36.044 266.288 55.114 14.619 99989.729 1.572
F5 296.503 313.037 1.056 0.243 0.082 361.818 40.856 13.052 28191.976 3.811
F6 236.525 252.083 1.066 17.336 7.329 280.362 19.567 7.762 6804.715 2.233
F7 80.735 87.428 1.083 0.000 0.000 247.872 23.315 26.668 1954.490 2.054
F8 25.771 26.564 1.031 0.000 0.000 338.349 6.519 24.542 519.255 1.680
F9 22.976 23.834 1.037 0.000 0.000 141.184 7.688 32.257 87.354 1.440
1. Área plana - Área em um plano bidimensional.
2. Área superficial - Área em um plano tridimensional correspondente à área superficial real
3. Surf ratio - Medida da rugosidade do terreno. Quanto maior o índice, mais acidentado e maior a variação da elevação do fragmento. Esta métrica
é biologicamente significativa para a quantificação de microhabitats em cada fragmento.
4. Área nuclear - Área remanescente após remoção de 300 metros de borda.
5. Altitude média - Medida através da média do valor de altitude de cada pixel do modelo de elevação relativo ao fragmento.
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
103
6. Vegetação secundária Medida a partir de uma classificação não-supervisionada com ênfase na estrutura da vegetação remanescente em áreas
primárias e secundárias.
7. Índice de proximidadeMedida da razão entre a área do fragmento pelo quadrado da distância mais próxima aos fragmentos dentro do raio de
busca. Quando o índice é zero, não existem fragmentos dentro do raio de busca. O índice aumenta quanto mais e maiores forem os fragmentos
dentro da área de busca.
8. Índice de forma - Razão entre o perímetro do fragmento e o perímetro mínimo de um fragmento com a mesma área (um rculo perfeito). O
índice alcança um mínimo de 1 caso o fragmento tenha uma forma circular perfeita e se distancia de 1 quanto mais irregular sua forma. Valores
altos geralmente indicam um baixo percentual de área núcleo.
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Tabela 2. Freqüência das espécies de briófitas epífitas típicas de sombra, generalistas e
típicas de sol nos fragmentos estudados da EsEc Murici, Alagoas. As espécies são listadas
na seguinte ordem: comuns aos fragmentos dos dois grupos, exclusivas do grupo 1 e
exclusivas do grupo 2. Seis espécies não foram incluídas na tabela por não haver
informação suficiente sobre seu nicho.
Nicho Espécie F1
F2
F3
F4
Total
Grupo 1
F5
F6
F7
F8
F9
Total
Grupo 2
Total
EsEc
Murici
Típicas de
sombra
Acroporium estrellae (Müll. Hal.) W.R. Buck &
Schaf.-Verw.
1 - - 1 - - - - - - 1
Aphanolejeunea truncatifolia Horik.
- 4 - 4 - - - - - - 4
Bryopteris filicina (Sw.) Nees
1 - - 1 - - - - - - 1
Calymperes tenerum Müll. Hal.
2 - 2 4 - - - - - - 4
Cyclolejeunea convexistipa (Lehm. & Lindenb.)
A. Evans
- - - 1 - - - - - - 1
Drepanolejeunea campanulata (Spruce) Steph.
- - 1 1 - - - - - - 1
Drepanolejeunea mosenii (Steph.) Bischl.
2 - - 3 - - - - - - 3
Fissidens guianensis Mont.
1 - - 3 - - - - - - 3
Lepidolejeunea involuta (Gottsche) Grolle
6 - - 6 - - - - - - 6
Lepidopilidium brevisetum (Hampe) Broth.
1 - - 1 - - - - - - 1
Lepidopilum muelleri (Hampe) Spruce
2 - - 2 - - - - - - 2
Lepidopilum scabrisetum (Schwägr.) Steere
1 - - 1 - - - - - - 1
Meteorium nigrescens (Sw. ex Hedw.) Dozy &
Molk.
- - - 1 - - - - - - 1
Phyllogonium viride Brid.
4 - - 5 - - - - - - 5
Plagiochila disticha (Lehm. & Lindenb.)
Lindenb.
- - 2 3 - - - - - - 3
Plagiochila distinctifolia Lindenb.
- - - 1 - - - - - - 1
Plagiochila gymnocalycina (Lehm. & Lindenb.)
Lindenb.
3 - - 3 - - - - - - 3
Plagiochila martiana (Nees) Lindenb.
1 - - 1 - - - - - - 1
Plagiochila montagnei Nees
2 - 1 5 - - - - - - 5
Porotrichum longirostre (Hook.) Mitt.
2 - 1 5 - - - - - - 5
Syrrhopodon cryptocarpos Dozy & Molk.
- - 1 3 - - - - - - 3
Syrrhopodon incompletus Schwägr.
2 2 2 7 - - - - - - 7
Syrrhopodon ligulatus Mont.
- - - 1 - - - - - - 1
Lejeunea glauscescens Gottsche
- - - - 1 - 1 - - 2 2
Generalistas
Anoplolejeunea conferta (Meissn.) A. Evans
4 - - - 4 - 1 - - - 1 5
Calymperes afzelii Sw.
5 14
2 3 24 - 2 2 2 - 7 31
Calymperes palisotii Schwägr.
- 3 - - 3 - 17
- 1 1 19 22
Ceratolejeunea falax (Lehm. & Lindenb.) Bonner
13
1 3 - 17 - 1 - 1 - 2 19
Ceratolejeunea laetefusca (Austin) R.M. Schust.
1 - - 1 2 1 - - - - 1 3
Cheilolejeunea adnata (Kunze) Grolle
1 - - - 1 - - - - 3 3 4
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
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Cheilolejeunea rigidula (Mont.) R. M. Schust.
15
29
6 11
61 5 16
2 2 2 28 89
Cheilolejeunea trifaria (Reinw. et al.) Mizut.
4 3 - - 7 - - - 1 - 1 8
Drepanolejeunea fragilis Bischl.
4 4 3 5 16 3 3 2 1 - 9 25
Lejeunea caespitosa Lindenb.
3 - 1 1 5 - - 2 1 - 3 8
Microlejeunea epiphylla Bischl.
3 2 - 4 9 1 6 1 1 - 9 18
Octoblepharum albidum Hedw.
1 1 3 2 7 - - - 2 - 2 9
Sematophyllum subpinnatum (Brid.) E. Britton
3 3 1 2 9 1 1 - - - 2 11
Sematophyllum subsimplex (Hedw.) Mitt.
3 3 1 2 9 - - 1 1 1 3 12
Symbiezidium barbiflorum (Lindenb. & Gottsche)
A. Evans
10
- 1 3 14 - - - 1 - 1 15
Syrrhopodon prolifer Schwägr.
- 2 - - 2 - - - 1 - 1 3
Archilejeunea fuscescens (Hampe ex Lehm.)
Fulford
- - - 1 1 - - - - - - 1
Ceratolejeunea confusa R.M. Schust.
1 - - - 1 - - - - - - 1
Ceratolejeunea dussiana (Steph.) G. Dauphin
- 1 - - 1 - - - - - - 1
Ceratolejeunea guianensis (Nees & Mont.)
Steph.,
- - 2 3 5 - - - - - - 5
Ceratolejeunea minuta Dauphin
- - 2 - 2 - - - - - - 2
Ceratolejeunea sp.
1 - - - 1 - - - - - - 1
Cheilolejeunea clausa (Nees. & Mont.) R.M.
Schust.
1 3 - - 4 - - - - - - 4
Cheilolejeunea discoidea (Lehm. & Lindenb.)
Kachr. & R.M. Schust.
- 1 - - 1 - - - - - - 1
Cheilolejeunea holostipa (Spruce) Grolle & R.-
L.. Zhu
2 2 - 1 5 - - - - - - 5
Crossomitrium patrisiae (Brid.) Müll. Hal.
- - 2 - 2 - - - - - - 2
Fissidens zollingeri Mont.
- 1 - - 1 - - - - - - 1
Jaegerina scariosa (Lorentz) Arzeni
2 2 - 2 6 - - - - - - 6
Lejeunea flava (Sw.) Nees
6 - - - 6 - - - - - - 6
Lejeunea phyllobola Nees & Mont.
- - - 3 3 - - - - - - 3
Leucoloma cruegerianum (Müll. Hal.) A. Jaeger
- - - 2 2 - - - - - - 2
Metzgeria conjugata Lindb.
1 - - - 1 - - - - - - 1
Neckeropsis disticha (Hedw.) Kindb.
- - 2 1 3 - - - - - - 3
Pilosium chlorophyllum (Hornsch.) Müll. Hal.
- - - 2 2 - - - - - - 2
Prionolejeunea denticulata (Weber) Schiffn.
3 - - 1 4 - - - - - - 4
Stictolejeunea squamata (Willd. ex Weber)
Schiffn.
- - 2 - 2 - - - - - - 2
Taxithelium planum (Brid.) Mitt.
- - - 2 2 - - - - - - 2
Entodontopsis nitens (Mitt.) W.R. Buck
- - - - - - - 1 - - 1 1
Fissidens radicans Mont.
- - - - - - - - 1 - 1 1
Isopterygium tenerum (Sw.) Mitt.
- - - - - - - - - 2 2 2
Rectolejeunea berteroana (Gottsche ex Steph.) A.
Evans
- - - - - - 1 - - - 1 1
Rectolejeunea flagelliformis Evans
- - - - - - - - 2 - 2 2
Típicas de
sol Ceratolejeunea cornuta (Lindenb.) Schiffn.
4 - - 1 5 - - - 1 - 1 6
Diplasiolejeunea rudolphiana Steph.
3 1 1 2 7 2 - - - - 2 9
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
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Frullania caulisequa (Nees) Nees
3 13
- 5 21 4 6 - - - 10 31
Frullania dusenii Steph.
- 1 - - 1 - 1 - - - 1 2
Frullania kunzei (Lehm. & Lindenb.) Lehm. &
Lindenb.
1 4 - 1 6 - 7 - - - 7 13
Groutiella apiculata (Hook.) H.A. Crum & Steere
5 5 - 5 15 - 4 - 1 - 5 20
Harpalejeunea stricta (Lindenb. & Gottsche)
Steph.
7 3 - 4 14 - - 2 - - 2 16
Henicodium geniculatum (Mitt.) W.R. Buck
3 2 - 3 8 - - - 3 - 3 11
Lejeunea laetevirens Nees & Mont.
2 1 2 2 7 - 11
- - - 11 18
Lopholejeunea subfusca (Nees) Schiffn.
6 6 - 6 18 - 3 1 3 - 7 25
Pycnolejeunea contigua (Nees) Grolle
- 1 - - 1 - 4 - - - 4 5
Schiffneriolejeunea polycarpa (nees) Gradst.
- 5 - 1 6 - 13
- - 1 14 20
Ceratolejeunea cubensis (Mont.) Schiffn.
7 1 - - 8 - - - - - - 8
Chryso-hypnum diminutivum (Hampe) W.R.
Buck
1 - - - 1 - - - - - - 1
Diplasiolejeunea cavifolia Steph.
1 - - - 1 - - - - - - 1
Donnellia commutata (Müll. Hal.) W.R. Buck
- - - 1 1 - - - - - - 1
Frullania apiculata (Reinw. et al.) Nees
2 - - - 2 - - - - - - 2
Frullania brasiliensis Raddi
1 - - - 1 - - - - - - 1
Frullania breuteliana Gottsche
3 - - - 3 - - - - - - 3
Frullania riojaneirensis (Raddi) Angstr.
- - - 2 2 - - - - - - 2
Groutiella tomentosa (Hornsch.) Wijk & Margad.
- 1 - 1 2 - - - - - - 2
Leptolejeunea elliptica (Lehm. & Lindeb.)
Schiffn.
2 - - - 2 - - - - - - 2
Leucolejeunea xanthocarpa (Lehm. & Lindenb.)
A. Evans
2 - 1 - 3 - - - - - - 3
Macromitrium punctatum (Hook. & Grev.) Brid.
2 - - - 2 - - - - - - 2
Macromitrium cirrosum (Hedw.) Brid.
- 1 - - 1 - - - - - - 1
Schlotheimia rugifolia (Hook.) Schwägr.
2 - - - 2 - - - - - - 2
Syrrhopodon parasiticus (Sw. ex Brid.) Paris
1 - 2 3 6 - - - - - - 6
Frullania ericoides (Nees) Mont.
- - - - - - 2 - - - 2 2
Frullanoides corticalis (Lehm. & Lindenb.) van
Slageren
- - - - - - 1 - - - 1 1
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
107
a
b
a
b
Figura 1. Fragmentos estudados da EsEc Murici, Alagoas, evidenciando o mosaico de
matrizes onde os remanescentes estão inseridos (a) e a perda de área de cobertura vegetal
em duas década (b). Os números dos fragmentos são atribuídos em ordem decrescente de
tamanho.
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
108
F1 F2
F3
F4 F5 F6 F7 F8 F9
-5
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Área nuclear (%)
F1
F2
F3 F4 F5 F6 F7 F8 F9
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
3.5
4.0
4.5
5.0
Índice de forma
F1 F2
F3
F4 F5 F6 F7 F8 F9
6
10
14
18
22
26
30
34
Vegetação secundária (%)
F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8 F9
120
160
200
240
280
320
360
400
Altitude (m)
F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8 F9
1.5
2.0
2.5
3.0
3.5
4.0
4.5
5.0
5.5
Índice de proximidade (Log 10)
F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8 F9
0
400
800
1200
1600
2000
2400
2800
Área plana (m)
1.00
1.02
1.04
1.06
1.08
1.10
1.12
1.14
1.16
1.18
1.20
Área superficial/ área plana
Área plana (ha) (esquerda)
Área superficial/ área plana (direita)
F1 F2
F3
F4 F5 F6 F7 F8 F9
-5
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Área nuclear (%)
F1
F2
F3 F4 F5 F6 F7 F8 F9
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
3.5
4.0
4.5
5.0
Índice de forma
F1 F2
F3
F4 F5 F6 F7 F8 F9
6
10
14
18
22
26
30
34
Vegetação secundária (%)
F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8 F9
120
160
200
240
280
320
360
400
Altitude (m)
F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8 F9
1.5
2.0
2.5
3.0
3.5
4.0
4.5
5.0
5.5
Índice de proximidade (Log 10)
F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8 F9
0
400
800
1200
1600
2000
2400
2800
Área plana (m)
1.00
1.02
1.04
1.06
1.08
1.10
1.12
1.14
1.16
1.18
1.20
Área superficial/ área plana
Área plana (ha) (esquerda)
Área superficial/ área plana (direita)
F1 F2
F3
F4 F5 F6 F7 F8 F9
-5
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Área nuclear (%)
F1
F2
F3 F4 F5 F6 F7 F8 F9
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
3.5
4.0
4.5
5.0
Índice de forma
F1 F2
F3
F4 F5 F6 F7 F8 F9
6
10
14
18
22
26
30
34
Vegetação secundária (%)
F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8 F9
120
160
200
240
280
320
360
400
Altitude (m)
F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8 F9
1.5
2.0
2.5
3.0
3.5
4.0
4.5
5.0
5.5
Índice de proximidade (Log 10)
F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8 F9
0
400
800
1200
1600
2000
2400
2800
Área plana (m)
1.00
1.02
1.04
1.06
1.08
1.10
1.12
1.14
1.16
1.18
1.20
Área superficial/ área plana
Área plana (ha) (esquerda)
Área superficial/ área plana (direita)
Figura 2. Métricas dos fragmentos estudados na EsEc Murici, Alagoas. Tamanho (área
plana) de fragmento apresenta correlação significativa com proporção de área nuclear
(coeficiente de correlação de Pearson r = 0.8559, p = 0.0032), proporção de vegetação
secundária (r = -0.751, p = 0.0196) e índice de forma (r = 0.7537, p = 0.019). As
correlações são marginalmente significativas com altitude (r = 0.6015, p = 0.0865), razão
área superficial/ área plana (r = 0.6350, p = 0.0661) e índice de proximidade (coeficiente de
correlação de Spearman rs = 0,6000, p = 0,0875). Correlações entre as demais métricas
mostraram apenas que a proporção de vegetação secundária é vinculada à de área nuclear (r
= -0.8112, p = 0.0079) e à altitude (r = -0.6804, p = 0.0436).
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
109
Figura 3. Gradiente do índice de proximidade, proporção de vegetação secundária e de área
nuclear dos fragmentos estudados da EsEc Murici, Alagoas. A superfície indica as
tendências lineares observadas ao longo dos três eixos.
Riqueza por plot
0
5
10
15
20
F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8 F9
Número de espécies
Riqueza total
0
20
40
60
80
F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8 F9
Número de espécies
Riqueza por plot
0
5
10
15
20
F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8 F9
Número de espécies
Riqueza total
0
20
40
60
80
F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8 F9
Número de espécies
Figura 4. Riqueza de briófitas epífitas dos fragmentos estudados da EsEc Murici, Alagoas.
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
110
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8 F9
Altura (m)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8 F9
Altura (m)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8 F9
Altura (m)
Figura 5. Padrão de riqueza de briófitas epífitas ao longo do gradiente vertical nos
fragmentos estudados da EsEc Murici, Alagoas. As barras representam a altura média (+
máxima) das árvores, os círculos representam a riqueza (nº de espécies) e cada seqüência
vertical de círculos representa um forófito. A abundância apresentou o mesmo padrão que a
riqueza.
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
111
a b c d e
Faixa
-1
-1
-0
0
1
1
1
Número de espécies
Típicas de sombra
a b c d e
Faixa
-3
-2
-1
1
2
3
4
Abundância
Típicas de sombra
a b c d e
Faixa
-2
-1
1
2
3
4
Número de espécies
Generalistas
a b c d e
Faixa
-3
-1
1
3
5
7
9
Abundância
Generalistas
a b c d e
Faixa
-1
0
1
2
3
Número de espécies
Típicas de sol
a b c d e
Faixas
-3
-1
1
3
5
7
Abundância
Típicas de sol
a b c d e
Faixa
-2
0
2
4
6
Número de espécies
Brioflora total
a b c d e
Faixa
-6
-2
2
6
10
14
18
Abundância
Brioflora total
a
c
e
g h
f
d
b
a b c d e
Faixa
-1
-1
-0
0
1
1
1
Número de espécies
Típicas de sombra
a b c d e
Faixa
-3
-2
-1
1
2
3
4
Abundância
Típicas de sombra
a b c d e
Faixa
-2
-1
1
2
3
4
Número de espécies
Generalistas
a b c d e
Faixa
-3
-1
1
3
5
7
9
Abundância
Generalistas
a b c d e
Faixa
-1
0
1
2
3
Número de espécies
Típicas de sol
a b c d e
Faixas
-3
-1
1
3
5
7
Abundância
Típicas de sol
a b c d e
Faixa
-2
0
2
4
6
Número de espécies
Brioflora total
a b c d e
Faixa
-6
-2
2
6
10
14
18
Abundância
Brioflora total
a b c d e
Faixa
-1
-1
-0
0
1
1
1
Número de espécies
Típicas de sombra
a b c d e
Faixa
-3
-2
-1
1
2
3
4
Abundância
Típicas de sombra
a b c d e
Faixa
-2
-1
1
2
3
4
Número de espécies
Generalistas
a b c d e
Faixa
-3
-1
1
3
5
7
9
Abundância
Generalistas
a b c d e
Faixa
-1
0
1
2
3
Número de espécies
Típicas de sol
a b c d e
Faixas
-3
-1
1
3
5
7
Abundância
Típicas de sol
a b c d e
Faixa
-2
0
2
4
6
Número de espécies
Brioflora total
a b c d e
Faixa
-6
-2
2
6
10
14
18
Abundância
Brioflora total
a
c
e
g h
f
d
b
Figura 6. Gradiente vertical da riqueza e abundância média (
1DS) por plot de briófitas
epífitas dos fragmentos estudados na EsEc Murici, Alagoas. As linhas completas
representam o grupo 1 e as tracejadas representam o grupo 2. Os níveis de altura
correspondem a base (a), tronco inferior (b), tronco médio (c), tronco superior (d) e dossel
(e).
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
112
12
72
52
6
5
21
42
9
10
4
3
5
4
34
20
19
12
4
2
2
60
16
21
18
8
5 24 1
F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8 F9
a
b
c
d
e
Faixas
Típicas de sol
75
80
45
8
39
39
30
15
10
22
29
12
7
9
31
47
24
7
6
10
5
57
16
22
5
4
16 54 9
F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8 F9
a
b
c
d
e
Faixas
Generalistas
31
39
4
4
1
6
2
19
17
6
9
6
6
3
1
0
1
0 0
F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8 F9
a
b
c
d
e
Faixas
Típicas de sombra
4
16
14
3
5
4
11
5
3
2
1
2
4
6
7
7
4
2
1
2
7
4
7
5
4
2 4 1
F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8 F9
a
b
c
d
e
Faixas
Típicas de sol
15
14
11
4
10
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6
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9
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3
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4
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8
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2
7 14 5
F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8 F9
a
b
c
d
e
Faixas
Generalistas
10
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2
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1
2
1
5
6
2
3
2
2
1
1
0
1
0 0
F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8 F9
a
b
c
d
e
Faixas
Típicas de sombra
a
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c
f
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6
5
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42
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3
5
4
34
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19
12
4
2
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60
16
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18
8
5 24 1
F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8 F9
a
b
c
d
e
Faixas
Típicas de sol
75
80
45
8
39
39
30
15
10
22
29
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7
9
31
47
24
7
6
10
5
57
16
22
5
4
16 54 9
F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8 F9
a
b
c
d
e
Faixas
Generalistas
31
39
4
4
1
6
2
19
17
6
9
6
6
3
1
0
1
0 0
F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8 F9
a
b
c
d
e
Faixas
Típicas de sombra
4
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14
3
5
4
11
5
3
2
1
2
4
6
7
7
4
2
1
2
7
4
7
5
4
2 4 1
F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8 F9
a
b
c
d
e
Faixas
Típicas de sol
15
14
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4
10
9
6
7
4
7
9
4
3
3
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6
3
2
3
4
4
3
8
2
2
7 14 5
F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8 F9
a
b
c
d
e
Faixas
Generalistas
10
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2
2
1
2
1
5
6
2
3
2
2
1
1
0
1
0 0
F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8 F9
a
b
c
d
e
Faixas
Típicas de sombra
12
72
52
6
5
21
42
9
10
4
3
5
4
34
20
19
12
4
2
2
60
16
21
18
8
5 24 1
F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8 F9
a
b
c
d
e
Faixas
Típicas de sol
75
80
45
8
39
39
30
15
10
22
29
12
7
9
31
47
24
7
6
10
5
57
16
22
5
4
16 54 9
F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8 F9
a
b
c
d
e
Faixas
Generalistas
31
39
4
4
1
6
2
19
17
6
9
6
6
3
1
0
1
0 0
F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8 F9
a
b
c
d
e
Faixas
Típicas de sombra
4
16
14
3
5
4
11
5
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2
1
2
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1
2
7
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2 4 1
F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8 F9
a
b
c
d
e
Faixas
Típicas de sol
15
14
11
4
10
9
6
7
4
7
9
4
3
3
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12
6
3
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3
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4
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2
7 14 5
F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8 F9
a
b
c
d
e
Faixas
Generalistas
10
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2
2
1
2
1
5
6
2
3
2
2
1
1
0
1
0 0
F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8 F9
a
b
c
d
e
Faixas
Típicas de sombra
a
b d
c
f
e
Figura 7. Gradiente vertical da riqueza e abundância total das espécies de briófitas típicas
de sombra, generalistas e típicas de sol nos fragmentos estudados da EsEc Murici, Alagoas.
Quadros representam a presença do grupo no determinado nível e os valores correspondem
a riqueza (a, c, d) e a abundância (b, d, f). Os níveis de altura correspondem a base (a),
tronco inferior (b), tronco médio (c), tronco superior (d) e dossel (e).
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
113
3a
3c
3d
1a
1b
1c
2a
2b
2c
4b
6c
6a
6b
5a
2d
2e
5b
7a
8a
3b
4a
4c
1d
9a
6d
6e
5d
4d
4e
3e
400 300 200 100 0
Ranks
1
3
2
6
4
5
3a
3c
3d
1a
1b
1c
2a
2b
2c
4b
6c
6a
6b
5a
2d
2e
5b
7a
8a
3b
4a
4c
1d
9a
6d
6e
5d
4d
4e
3e
400 300 200 100 0
Ranks
1
3
2
6
4
5
Figura 8.
Similaridade florística entre os veis de altura dos fragmentos estudados na
EsEc Murici, Alagoas. Números indicam fragmentos e letras indicam os níveis de altura
[base (a), tronco inferior (b), tronco médio (c), tronco superior (d) e dossel (e)].
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
114
7. CONCLUSÕES GERAIS
A briolfora da Estação Ecológica (EsEc) Murici Alagoas é rica e constitui-se em um
importante centro de diversidade do grupo para Alagoas. Ela abriga mais da metade
das espécies referidas para o Estado, dentre as quais dez não eram conhecidas até
então para a região Nordeste.
Propriedades da paisagem e indicativos de qualidade de habitat, particularmente do
fragmento como um todo e não apenas de áreas de borda, explicam
satisfatoriamente as variações na riqueza, abundância e estrutura espacial de
briófitas epífitas e epífilas em remanescentes de Floresta Atlântica.
Medidas simplificadas das variáveis ambientais no gradiente borda interior não
permitem detectar o efeito de borda sobre briófitas. Aparentemente as bordas dos
remanescentes da Estação Ecológica Murici estão relativamente seladas ou são
homogeneamente alteradas em uma largura maior que 100 metros. Efeitos
conspícuos devem ser mais evidentes em bordas recém criadas.
Fragmentação e perda de habitat afetam vários aspectos da estrutura
metapopulacional de briófitas epífilas, com os fragmentos pequenos e isolados
comportando populações raras local e regionalmente e afetadas em aspectos
reprodutivos, sendo menos freqüentes as populações férteis.
Em virtude da dinâmica metapopulacional das briófitas, os efeitos da fragmentação
e perda de habitat são longo-temporais, isto é, são mediados principalmente por
processos irreversíveis que perduram por muito tempo, como o aumento drástico do
isolamento entre remanescentes, e, portanto aspectos como conectividade devem ser
levados em conta adicionalmente à quantidade total de habitat na paisagem por
ocasião da prospecção de áreas prioritárias para conservação do grupo.
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
115
Em um mesmo número de forófitos remanescentes conservados abrigam riqueza de
epífitas muito superior que os menos conservados. A perda de habitat leva a um
deslocamento das guildas típicas de sol do dossel para o sub-bosque.
Remanescentes florestais capazes de abrigar floras ricas até o dossel possuem mais
de 300 ha, o que está longe de ser um tamanho comum nos remanescentes de
Floresta Atlântica brasileira, e isto reforça a necessidade de conservação dos poucos
que ainda alcançam tais marcas.
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
116
8. RESUMO
Visando atender à necessidade de ampliar o conhecimento cobre ecologia de briófitas
epífitas e epífilas e acrescer a flora do Estado de Alagoas, estas comunidades foram
inventariadas em fragmentos florestais da Estação Ecológica Murici (9º11’05”- 9º16’48”S/
35º45’20”- 35º55’12”O), Nordeste do Brasil. Visto que possuem elevada sensibilidade a
microclima, ciclos de vida rápidos e alta especificidade por substratos, briófitas epífilas são
um grupo-chave para estudos sobre dinâmica metapopulacional. Elas permitem acessar
respostas às variações ambientais em escalas espaciais e temporais relativamente menores
àquelas das plantas superiores. Assim, epífilas de sub-bosque foram coletadas nos
primeiros 100 metros de borda de dez fragmentos da área e tiveram seus padrões de
ocupação (abundância local e regional) e fertilidade aferidos. Foi observada uma tendência
de perda de abundância local e regional, e isso pode estar atrelado à reduzida expressão
sexual e assexual observada com a perda de qualidade de habitat. Embora a fertilidade não
tenha sido correlacionada com constância nos fragmentos, espécies frequentemente férteis
colonizaram um significativo maior número de sítios dentro dos mesmos. Espécies dióicas
particularmente mostraram menor proporção de populações férteis e baixa freqüência nos
fragmentos. Métricas da paisagem, principalmente tamanho e isolamento, juntamente com
indicativos de qualidade de habitat de fragmentos (proporção de vegetação secundária)
explicaram melhor a variação na riqueza e ocupação das epífilas que a distância de borda.
Isto sugere que os efeitos da fragmentação em escala local desempenham um papel
coadjuvante ou secundário na brioflora após determinado tempo decorrido. É possível que
o presente estudo tenha retratado este estágio sucessional, onde aspectos locais não
impactam a brioflora com a mesma clareza que o isolamento. Os resultados acrescem o
suporte empírico para a visão mais ampla e realista dos efeitos da fragmentação e perda de
habitat. Ações de prospecção de áreas prioritárias para conservação devem levar em
consideração tanto a quantidade de habitat remanescente como também a conectividade
entre as diversas manchas em que ela se distribui na paisagem. No caso das briófitas
epífitas, isolamento, área e proporção de vegetação secundária também influenciaram
significativamente a brioflora. Os remanescentes maiores, menos isolados e com boa
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
117
proporção de vegetação secundária abrigaram uma riqueza total praticamente três vezes
superior aos menos conservados. Epífitas não chegaram a colonizar sequer troncos
inferiores na maioria dos fragmentos não conservados, ficando restritas às bases com
comunidades bastante descaracterizadas em seu componente florístico, isto é, fortemente
dominadas por espécies generalistas e xerófitas, ao passo que 95% das espécies típicas de
sombra foram confinadas aos fragmentos conservados. Somando-se isto ao fato de que
houve uma grande similaridade do dossel dos fragmentos conservados com o sub-bosque
dos não conservados, os resultados sugerem que a perda de habitat leva a um deslocamento
das guildas picas de sol do dossel para o sub-bosque. Isto esclarece eventos precedentes à
extinção, resultado culminante da fragmentação e perda de habitat, de grupos biológicos em
ecossistemas florestais. Ademais, mostra que remanescentes florestais capazes de abrigar
floras epífitas ricas até o dossel possuem mais de 300 ha, o que está longe de ser um
tamanho comum nos remanescentes de Floresta Atlântica brasileira e, portanto, reforça a
necessidade de conservação dos poucos que ainda alcançam tais marcas.
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
118
8. ABSTRACT
Aiming to extend the knowledge about epiphytes and epiphyllous bryophytes ecology and
to increase the State of Alagoas flora, these communities had been inventoried in forest
fragmentos from Murici Ecological Station (9º11’05”- 9º16’48”S/ 35º45’20”- 35º55’12”O),
Northeast of Brazil. Since they have great sensitivity to microoclima, fast life cycles and
high host specificity, epiphylls are a key-group to metapopulational dynamics approach.
They allow accessing the answers to anthropogenic pressures in relatively lesser space and
secular scales to those of the superior plants. Thus, epiphylls from understorey were
collected at the first 100 meters of the edge of ten fragments and occupancy patterns (local
and regional abundance) and fertility were surveyed. Populations tended to diminish
theiroccupancy and this is likely related to the reduced sexual and asexual expression
observed with the loss of habitat quality. Although the fertility has not been correlated with
presence on fragments, fertile species colonized a significant greater number of site inside
them. Dioicous species showed particularly less ratio of fertile populations and low
frequency. Metrics of landscape, mainly size and isolation, and habitat quality indicatives
(secondary vegetation) explained better the variation in epiphjylls richness and occupancy
than the edge distance. This suggests that the effects of the local scale play a secondary role
after a determined passed time. It is possible that the present study has portrayed this
sucessional stage where the local aspects do not impact the community as clearly as
isolation. The results increase empirical support for the necessity of amplest and more
realistic approach about habitat loss and fragmentation. Taxa with metapopulational
structure are prone to negative and long-term effects. The prospection of priority areas for
the conservation must take in account the remaining habitat amount as well as the
connectivity among the diverse patches in the landscape. In the case of epiphyte
bryophytes, isolation, area and secondary vegetation were important explanatory variables
again. The largest fragments, less isolated and with a good secondary vegetation ratio
sheltered a total richness nearly three times superior to the disturbed ones. Epiphytes were
restricted to the bases and harbored communities deprived of characteristics in its floristic
component, which means that they are strongly dominated by generalist and xerophytic
species, while 95% of the shade typical species were confined to the conserved fragments.
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
119
Adding this to the fact of that there was a great similarity between the conserved
fragmentos canopy and the sub-forest of the not conserved ones, the results suggest that the
loss of habitat leads to a sun typical guilds displacement from the canopy to the sub-forest.
This clarifies preceding events to extinction, culminating result of habitat loss.
Furthermore, the fragments forest capable to harbor rich epiphytes flora up to the canopy
possess more than 300 ha, which is distant of being a common size in the Brazilian Atlantic
rain forest remnants. Therefore, these results strengthen the need of conservation of the few
ones that still reach such marks.
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
120
A
NEXOS
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
121
N
ORMAS DOS
P
ERIÓDICOS
ISSN 0102-3306 printed version
ISSN 1677-941X online version
INSTRUCTIONS TO AUTHORS
Scope
Instructions to authors of papers to be submitted to the Acta Botanica Brasilica
Scope
Acta Botanica Brasilica publishes original articles dealing with all areas of basic and
applied Botany, in Portuguese, Spanish or English. The research should contemplate
theoretical aspects of the subject in question, and be based on a central query that indicates
originality and potential interest, keeping in mind the broad spectrum of readers in Brazil and
elsewhere.
Instructions to authors of papers to be submitted to the Acta Botanica Brasilica
1. Acta Botanica Brasilica publishes original articles dealing with all areas of basic and
applied Botany, in Portuguese, Spanish or English. The research should contemplate
theoretical aspects of the subject in question, and be based on a central query that indicates
originality and potential interest, keeping in mind the broad spectrum of readers in Brazil and
elsewhere.
2. The articles should be concise with at the most 25 typed pages (equivalent to 15 printed
pages) including illustrations and tables. Four copies of the paper should also be included
with the a 3.5’’ diskette, for revision by the Editorial board. The format must be in Times New
Roman, size 12, 1.5 spacing between lines on A4 sized paper, with all margins 1.5 cm, using
the Word processing package Microsoft Word for Windows, version 6 or above. All pages
should be numbered consecutively. Longer papers might be accepted but the extra-cost
should be sponsored by the authors.
3. Latin or Greek words in the title or text, such us in vivo, in vitro, in loco, et al., should be in
italics.
4. The title should be centralized and written with only the first letter capitalized.
5. The names of the authors should have only the first letter capitalized, below the title, and
justified to the right. References to footnotes should be in Arabic numerals, after the authors’
names, indicating the complete address and data and information about the work (part of a
thesis etc.), where necessary, after the title. The footnote should be separated from the main
text by a horizontal line.
6. The manuscript format should contain:
- RESUMO and ABSTRACT: Use capitalized letters and bold for these subtitles). It should
occupy a single paragraph with about 200 words, followed by up to five keywords besides
the title. It should be a concise summary in Portuguese, of the objectives, material and
methods, results and conclusions. The same rules apply to the abstract, written in English
and followed by the keywords. The English abstract is obligatory and should follow the same
rules.
- Introduction: It should have only the first letter capitalized, in bold, justified to the left and
give a clear and concise view of: a) revision of studies relevant to the objective of the work;
b) issues that lead the author to conduct the research; c) objectives.
- Material and methods: Only the first letter in bold justified to the left and should contain a
brief description of the work, enough to permit the research to be repeated, and any
techniques published should be cited and not described.
- Results and discussion: It should have the first letter only capitalized, in bold, justified to
the left and could contain tables and figures (charts, photographs, drawings, maps and
illustrations) only when essentially needed to understand the text. Depending on the work,
results and discussion can be joined or presented separately. Tables and Figures should be
numbered in independent series, in Arabic numerals placed at the bottom right and should
be presented on separate sheets (one for each Table or Figure) at the end of the text
(original plus three copies). The Figures should be no more than twice the size that in press.
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
122
The area available for them, including the legend is 17.5 cm wide and 23.5 cm high, with a
scale placed at the left side of the figure.
Numbers and letters should be sufficiently large to be easily legible when reduced. Letters
should be placed below and to the right of the drawing.
Photographs should be on glossy black and white paper. Color photos can be accepted
by the Editorial Board but the authors should sponsor the costs.
Tables and Figures must be referred to in the text in abbreviated form (singular) with the
initial letter in capital (Fig., Tab.).
Abbreviations and symbols, when used for the first time, should be proceeded by their
meaning in full. E.g.: Universidade Federal de Penambuco (UFPE); Microscopia Eletrônica
de Varredura (MEV). Measures should be abbreviated and a space separates it from the
number (eg.: 11 cm; 2,4 µm), except for percentage (e.g. 90%).
For taxonomic and flora work only the botanical vouchers examined which are
representative of the taxon in question should be cited in the following order:
COUNTRY (capitalized and bold). State (bold): Municipality, date (the month in roman
numerals), phenology (where possible), collector’s name and number (italics), and the
herbarium code. Eg: BRASIL. São Paulo: Santo André, 3/XI/1997, fl. fr., Milanez 435 (SP).
In case of more than 3 collectors, cite the first followed by et al. E.g.: Silva et al.
Character keys should be indented and the author’s name of the taxa should not appear.
The taxa in the keys when cited in the text, should be numbered in alphabetic order.
Example:
1. Terrestrial plants
2. Orbicular leaves, more than 10 cm diam. ………………………….……2. S. orbicularis
2. Sagittal leaves, less than 8 cm diam. ………………………………………..4. S. sagittalis
1. Aquatic plants
3. White flowers ………………………………………………………………1. S. albincans
3. Red flowers…………………………………………………………………3. S. purpurea
The taxonomic treatment should use italics and bold together only for valid names.
Basonymes and synonymes should be in italics only. Authors of scientific names should be
abbreviated, according to the current taxonomic list of the group (eg. Brummit & Powell
1992, for plant names).
1. Sepulveda albicans L., Sp. pl. 2: 25. 1753.
Pertencia albicans Sw., FI. bras. 4: 37, t. 23, f. 5. 1870.
Fig. 1-12
Subtitles within Materials and methods and Results should be written with the initial letter in
capital, followed by a dash and the text in the same line. Eg. Study area - localized ....
Results and discussion should include the conclusions.
- Acknowledgements
(with the initial letter in capital, bold, and left justified): should be brief,
with complete names.
- Bibliographic references
- Within the text: first author, then the date. eg. Silva (1997), Silva & Santos (1997), Silva et
al. (1997) or Silva (1993; 1995), Santos (1995; 1997) or (Silva 1975; Santos 1996; Oliveira
1997).
- At the end of the article: the initial letter in capitals, and left justified; in alphabetical and
chronological order of the authors; the names of journals and book titles should be written in
bold and in full. Examples:
Santos, J. 1995. Estudos anatômicos em Juncaceae. Pp. 5-22. In: Anais do XXVIII
Congresso Nacional de Botânica. Aracaju 1992. São Paulo, HUCITEC Ed. v.I.
Santos, J.; Silva, A. & Oliveira, B. 1995. Notas palinológicas. Amaranthaceae. Hoehnea
33(2): 38-45.
Silva, A. & Santos, J. 1997. Rubiaceae. Pp. 27-55. In: F.C. Hoehne (ed.). Flora Brasilica.
São Paulo, Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo.
For more details consult the most recent issues of the journal or the internet link:
www.botanica.org.br. and also the on line articles in www.scielo.br/abb.
Abstracts of scientific meetings will not be accepted as bibliographic references. Citations
of dissertations and theses should be avoided; when needed, they should be included in the
text. E.g. J. Santos, data not published or J. Santos, personal communication.
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
123
Oecologia
Editors-in-Chief: R. Brandl; J.R. Ehleringer; C. Körner; C.W. Osenberg
ISSN: 0029-8549 (print version)
ISSN: 1432-1939 (electronic version)
Journal no. 442
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Tables and figures
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Manuscripts submitted to "Oecologia" should present new scientific findings that have not been previously published.
"Oecologia" publishes ecological research of international interest.
• Ecophysiology
• Population ecology
• Plant animal interactions
• Ecosystem ecology
• Community ecology
• Global change and conservation ecology
• Behavioural ecology
In general, studies that are purely theoretical and/or modeling, microbial, and/or natural history will not be
considered. We also offer a rapid communications option for short manuscripts of unusually broad interest to the
ecological community.
Authors must submit their articles to "Oecologia" online to facilitate even quicker and more efficient processing.
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
124
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etc., no pdf). After acceptance, the final version of the manuscript has to be uploaded in individual, open file to
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Manuscript preparation
All manuscripts are subject to peer review and copy editing.
Original articles must present scientific results that are essentially new and should be structured
according to the guidelines given below. The length of original articles should not exceed 10
printed pages (one printed page corresponds to approximately: 850 words text, or 3 illustrations
with their legends, or 55 references). There will be a charge of 100 €/US $ 75, plus 16% VAT, for
each page exceeding this limit and Editors will return manuscripts without review that are likely to
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For indents use tab stops or other commands, not the space bar.
Use the equation editor of your word processing program or MathType for equations.
Abbreviations should be defined at first mention in the abstract and again in the main body of the
text and used consistently thereafter.
Essential footnotes to the text should be numbered consecutively and placed at the bottom of the
page to which they refer.
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capitalized.
Please arrange your manuscript as follows:
Title page
Including name(s) of author(s), a concise and informative title, the affiliation(s) of the author(s),
the e-mail address, telephone and fax numbers of the corresponding author.
Abstract
Each manuscript must be preceded by an abstract that should start with theory based objectives,
end with explicit conclusions, and should not exceed 300 words in length.
Key words
Immediately following the summary, up to five key wordsshould be supplied, indicating the scope
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
125
of the paper and not repeating terms already used in the title.
Introduction
Materials and methods
Results
Discussion
Acknowledgements
Please include, at the end of the acknowledgements, a declaration that the experiments comply
with the current laws of the country in which they were performed. The Chief Editors reserve the
right to reject manuscripts that do not comply with this. The author will be held responsible for
false statements or for failure to fulfil the above-mentioned requirements.
References
Literature citations in the text should indicate the author's surname with the year of publication in
parentheses, e.g. Carlin (1992); Brooks and Carlin (1992). If there are more than two authors,
only the first should be named, followed by "et al."
References at the end of the paper should be listed in alphabetical order by the first author's
name. If there is more than one work by the same author or team of authors in the same year, a,
b, etc. is added to the year both in the text and in the list of references.
*Journal papers: name(s) and initial(s) of all authors; year; full title; journal title abbreviated in
accordance with international practice; volume number; first and last page numbers
Example:
Savidge WB, Bla
ir NE (2004) Patterns of intramolecular carbon isotopic heterogenity within amino
acids of autotrophs and heterotrophs. Oecologia 139:178-189
If available, the Digital Object Identifier (DOI) of the cited literature should be added at the end of
the reference in question.
Example:
Wyatt JL, Silman MR (2004) Distance-dependence in two Amazonian palms: effects of spatial
and temporal variation in seed predator communities. Oecologia DOI 10.1007/s00442-004-1554-
y
*Single contributions in a book:
name(s) and initial(s) of all authors; year; title of article; editor(s); title of book; edition; volume
number; publisher; place of publication; page numbers
Example:
Hobson KA (2003) Making migratory connections with stable isotopes. In: Berthold P, Gwinner E,
Sonnenschein E (eds) Avian migration. Springer, Berlin Heidelberg New York, pp 379-391
*Book:
name and initial(s) of all authors; year; title; edition; publisher; place of publication
Example:
Körner C (2003) Alpine plant life, 2nd edn. Springer, Berlin Heidelberg New York
Tables and figures
Tables must be numbered consecutively with arabic numerals and submitted separately from the text. They should
have a title explaining any abbreviation used in that table. Footnotes to tables should be indicated by superscript
lower-case letters.
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
126
Illustrations must be restricted to the minimum needed to clarify the text. All figures (photographs, graphs or
diagrams) should be cited in the text, and numbered consecutively throughout. Figure parts should be identified by
lower-case roman letters (a, b, etc.). If illustrations are supplied with uppercase labeling, lower-case letters will still
be used in the figure legends and citations.
Figure legends must be brief, self-sufficient explanations of the illustrations. The legends should be placed at the
end of the text.
The preferred figure formats are EPS for vector graphics exported from a drawing program and TIFF for halftone
illustrations. EPS files must always contain a preview in TIFF of the figure.
Line drawings
Inscriptions should be legible, with initial capital letters and appropriately scaled to the size of the
drawing. Scanned line drawings should be di
gitized with a resolution of 800 dpi relative to the final
figure size.
Computer drawings
Computer drawings are acceptable provided they are of comparable quality to line drawings
(minimum resolution of 300 dpi). Computer-drawn curves and lines must be smooth. Lettering
must be of high quality; Helvetica is the preferred font. Lettering fonts must be consistent within
and among all figures.
Halftone illustrations (black and white and color)
Magnification should be indicated by scale bars. For scanned halftone illustrations, a resolution of
300 dpi is usually sufficient, TIFF is the preferred file format.
Color illustrations
Color figures will always be published in color in the online version. In print, however, they will
only appear in color if the author agrees to make a contribution of Euro 950/US $ 1,150 (plus
VAT) per article. Otherwise the figures will be printed in black and white.
Save color illustrations as RGB (8 bits per channel) in TIFF format.
Plates
Several figures or figure parts should be grouped in a plate on one page.
Vector graphics
Fonts used in the vector graphics must be included. Please do not draw with hairlines. The
minimum line width is 0.2 mm (i.e., 0.567 pt) relative to the final size. EPS is the preferred file
format. EPS files must always contain a preview in TIFF of the figure.
Size of figures
The figures, including legends, should not exceed the print area of 176 x 236 mm. In case
reduction is absolutely necessary, please state the alternative scale desired. The publisher
reserves the right to reduce or enlarge illustrations.
Electronic Supplementary Material
Electronic Supplementary Material (ESM) for a paper will be published in the electronic edition of this journal
provided the material is:
submitted in electronic form together with the manuscript
accepted after peer review
ESM may consist of:
information that cannot be printed: animations, video clips, sound recordings (use QuickTime,
.avi, .mpeg, animated GIFs, or any other common file format)
information that is more convenient in electronic form: sequences, spectral data, etc.
large quantities of original data that relate to the paper, e.g. additional tables, large numbers of
illustrations (color and black & white), etc.
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
127
Legends must be brief, self-sufficient explanations of the ESM. ESM is to be numbered and referred to as S1, S2,
etc.
After acceptance for publication, ESM will be published as received from the author in the online version only.
Reference will be given in the printed version.
Proofreading
Authors are informed by e-mail that a temporary URL has been created from which they can obtain their proofs.
Proofreading is the responsibility of the author. Authors should make their proof corrections (formal corrections only)
on a printout of the pdf file supplied, checking that the text is complete and that all figures and tables are included.
Substantial changes in content, e.g. new results, corrected values, title and authorship are not allowed without the
approval of the responsible editor. In such a case please contact the Editorial Office before returning the proofs to
the publisher. After online publication, corrections can only be made in exceptional cases and in the form of an
Erratum, which will be hyperlinked to the paper.
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Papers will be published online about one week after receipt of the corrected proofs. Papers published online can
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Instructions to Authors
Author Style Guide
Instructions to Authors -- updated: December 2005
Acceptable Manuscripts
The submission rate for Conservation Biology continues to grow, and a large number of manuscripts is handled each
year. Given the immutable laws of mathematics, this means less time can be spent on each paper, and many papers
must be rejected. But many of the manuscripts received (approximately 25-35%), although of high quality, clearly are not
appropriate for this journal and simply waste the time of the authors and the editorial staff. Consequently, greater self-
culling is desirable. Here are some types of papers that we typically do not publish unless they have some additional
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
128
features that argue for their inclusion:
autecological studies of single species or groups of species;
purely descriptive studies that do not address any particular conservation question;
status and trend reports of species, regardless of how dire their conditions might be;
geographic patterns of genetic diversity in a species, with no larger conservation or genetics question addressed;
reports on species distributions and declines;
studies that do not have a conservation question at the core.
Furthermore, species endangerment by itself does not qualify a paper as appropriate for this journal; there should be
more substantive content than a descriptive analysis of an endangered species. Before submitting a paper, authors
should ask themselves whether the work transcends the particular species or system. Does it address larger
conservation questions? If so, are these questions the core of the paper or simply contained in a final couple of
paragraphs that discuss "conservation implications?" Authors should ask themselves if there is much of a chance that a
person in a different field or different part of the world might be interested in reading their paper. If only a few specialists
are likely to read it then it probably belongs in a more specialized or regional journal.
Manuscript Categories
Conservation Biology accepts submittals for the following categories of manuscripts. Number of words includes all text
from the Abstract through the Literature Cited; it does not include tables or figure legends. Manuscripts that significantly
exceed the word count will be returned without review.
1. Contributed Papers (approximately 3000 to 7000 words). Typical papers reporting research projects.
2. Research Notes (no more than 3000 words). Shorter, sometimes more preliminary research papers.
3. Review Articles (no more than 7500 words). Comprehensive reviews of a particular topic.
4. Essays (no more than 7000 words). Analytical papers that are more speculative and less documented than research
papers.
5. Conservation in
Practice (no more than 5000 words). Papers that relate experiences in the application of conservation
principles to problem solving.
6. Conservation and Policy (no more than 2500 words). Papers that address the intersections and relationships of
conservation science with appropriate policy issues.
7.
Comments (no more than 2000 words). Refers to material previously published in this journal, and usually written as a
critique or follow up.
8. Diversity(no more than 2000 words). Short opinion pieces.
9. Letters to the Editor should be short (<1000 words). Communications regarding topics of immediate interest to
readers, including observations on controversial subjects, on previously published papers, or on other items of note.
10. Book Reviews are by invitation. All book review manuscripts and communications about book reviews should be sent
directly to the book review editor.
Note that the submittal rate to Conservation Biology
is increasing, competition for journal space is intense, and criteria for
acceptance are strict. Many manuscripts submitted are not appropriate for Conservation Biology. See comments above
under "Acceptable Manuscripts."
Manuscript Submission and Specifications (please follow exactly)
All manuscripts must be submitted electronically as Microsoft Word for Windows attachments to an email message. They
must be in proper format for a Microsoft Windows or DOS operating system computer. Files written on an Apple
MacIntosh system must first be converted to Windows format. All figures must be readable b
y Word and embedded at the
end of the manuscript or submitted together in a separate attachment in one TIFF or EPS file. Tables must be included
within the Word document, not as separate attachments. They should follow the Literature Cited and precede Figure
Legends. A cover letter (stating the intended manuscript category) should be attached as a separate Word file. Do not
use zipped files unless absolutely unavoidable. There should be, at most, three attachments to your submittal email: a
cover letter, a manuscript, and possibly a separate file containing figures. Entitle each with the last name of the first
author, followed by the content (e.g., SmithLetter.doc or SmithManuscript.doc). The body of the email may be left blank
or indicate that a manuscript is being submitted. The subject line should be "Manuscript Submittal." Submit electronic
manuscripts to manu[email protected]g
(Do NOT send copies to our other email addresses.). Only manuscripts should
be submitted to that address; all other correspondence with the editorial office should go to mflagg@conbio.org. If
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
129
technological limitations prevent submitting a manuscript electronically, you may prepare the manuscript as above and
mail an appropriate medium (3.5" diskette, Zip disk, or CD) to Gary Meffe, Editor, Conservation Biology, Wildlife Ecology
and Conservation, Newins-Ziegler, Box 110430, University of Florida, Gainesville, FL 32611-0430, U.S.A.
The Conservation Biology “Style Guide for Authors” contains detailed information on how to write and format a paper for
Conservation Biology. The document is available on this Web site. Please adhere to its specifications and the following
important points. Use ragged right margins as opposed to justified right margins, and clearly delineate paragraphs by
indenting the first line. Avoid large blank spaces (such as between sections), and do not use footnotes. Metric
measurements must be used unless English measurements are clearly more appropriate, in which case metric
equivalents must be given in parentheses. Statistical terms and other measures are to conform to Scientific Style and
Format: the CBE Manual for Authors, Editors, and Publishers, sixth edition. Spelling should follow the Webster's Third
International Dictionary, and other style points should follow The Chicago Manual of Style, fifteenth edition. We
discourage the use of acronyms in the text unless they are absolutely necessary. Pages, including tables, should be
numbered at the bottom. Do not number figure pages. . Manuscripts must be in English; U.S. rather than British spelling
should be used. We encourage authors whose first language is not English to have a native English speaker edit the
paper before submission. A cover page should include the title of the paper, a running head (a shortened version of the
title of less than 40 characters), a list of 5 to 8 key words or phrases, word count (all text from Abstract through Literature
Cited but not tables or figure legends), authors' addresses at the time the research was conducted and present
address(es) including street address (and zip plus four if address is U.S.), and the name and complete mailing address
and email of the person to whom correspondence and proofs should be sent.
Abstracts
Each Contributed Paper, Research Note, Review, Essay, or Conservation in Practice article should have an abstract of
no more than 300 words (200 for a Research Note). The abstract should state concisely the goals, methods, principal
results, and major conclusions of the paper (i.e., should be a "miniversion" of the paper). Incomplete and uninformative
descriptions (e.g., "a new method of analysis is given") are not acceptable. Acronyms are not permitted in the abstract.
Do not provide a Spanish translation of the abstract.
Citations, Tables, and Figures
Literature citations in the text should be as follows: (Buckley & Buckley 1980b; Pacey 1983). Reference strings should be
in chronological order (oldest first). Do not cite unpublished material in Literature Cited (a submitted manuscript is not
published and should be cited only in the text as "unpublished data"). The Literature Cited section must be double-
spaced. For abbreviations and additional details consult the BIOSIS List of Serials, the CBE Manual
, and recent issues of
Conservation Biology. Tables must be double-spaced, without vertical rules, and should not duplicate any material in the
text or figures. All tables are to have complete but brief headings, be on separate pages, and be numbered consecutively
within the text following Literature Cited. Figures and photographs should each be on a separate page. Computer-
generated graphics must be of very high quality, with sharp, black lines and lettering of a size suitable for reduction. Line
drawings should be done in India ink. Lettering should be uniform among the figures. All figures and lettering should
be capable of 66-50% reduction without loss of clarity or legibility.Figure legends should be typed double-spaced
together on a separate page just before the figures. The combined number of supporting elements (figures and tables) in
a manuscript should not exceed a ratio of one element per four pages of text (including Literature Cited).
Additional Submittal Information
Authors are encouraged to provide the names, addresses, and emails of up to four persons qualified to review the
manuscript, who have no close working relationships with the authors. The identity of reviewers will be kept confidential
unless they choose to be revealed. Authors who are not sure whether their manuscript is suitable for Conservation
Biology may send an Abstract to the editor via email (gmeffe@conbio.org) for preliminary evaluation. Include the
abstract in the body of the message, not as an attachment.
Policy on Duplicate Publication of Research Results
Submission of a manuscript to Conservation Biology implies that it has not been published previously and is not being
considered for publication elsewhere. At the time of submission, authors must describe in a cover letter any data, figures,
or text in the manuscript that have been used in other papers that are published, in press, submitted, or soon to be
submitted elsewhere. If any of the data in the manuscript have been included in other published or unpublished
manuscripts, the legend of each table or figure reporting such data should cite those manuscripts. All manuscripts and
authorships are expected to conform to the SCB member code of ethics, available on this Web site.
Page and Color-Printing Charges
Voluntary page charges will be assessed for each paper accepted for publication. Rates are $150 per page for those with
grant or institutional support for publication costs and $50 per page
for those without support who are willing to pay at this
reduced rate. Page charges will be waived for those who will sign a statement to the effect that they have neither
institutional support for publication costs nor can they afford $50 per page. An author's ability to pay will in no way
influence whether his or her paper will be accepted for publication. Do not include page charge information in your
correspondence with the editor. There is a nonwaivable US$1400 per page charge for color figures. Submittal of color
figures should be accompanied by a statement in the cover letter recognizing the charges for color and acknowledging an
ability to pay.
Reviewing Page Proofs
The copyediting of Conservation Biology is done through the publisher, Blackwell Publishing. Typeset proofs, however,
are NOT checked word for word; thus, it is the responsibility of the primary author of each paper to review
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
130
copyedited manuscript and page proofs carefully for accuracy of citations, formulae, etc., and to check for
omissions in the text. It is imperative that the author do a prompt, thorough job of reviewing proofs. It is in the author's
power to save himself or herself and the journal the embarrassment of having to explain mistakes that could have been
avoided.
Gary K. Meffe, Editor
Conservation Biology
updated December 2005
Instructions to Authors
Author Style Guide
Conservation Biology Style for Authors -- updated: October 2004
Avoid another revision by adhering to the following guidelines.
Writing Style
Clarity is everything
Our audience is the general and international conservation biology reader, so clarity in language and syntax is important,
especially for readers who do not speak English as their first language. For Contributed Papers, Reviews, most Essays,
Conservation in Practice, and Research Notes informal language is not acceptable. And, consider that "[L]iterary devices,
metaphors and the like, divert attention from the substance to the style [and] should be used rarely in scientific writing" (Day 19
98).
Avoid jargon
In general writers (and speakers) should avoid the use of jargon. But because we have a broad and international readership, it is
even more important for Conservation Biology authors to avoid it.
Abbreviations, acronyms, and initializations
Do not begin a sentence with an abbreviation.
Do not fill the paper with abbreviations and acronyms. Overuse of these devices makes reading and comprehension difficult.
One or two abbreviations for terms particular to your paper or topic used throu
ghout is acceptable, but many more is questionable.
It may be time consuming to type these words out, but keep the reader in mind. Define all abbreviations, initializations, and
acronyms at first use, e.g., analysis of variance (ANOVA), World Conservation Union (IUCN).
Use active voice most of the time
Use we or I regularly (e.g., "We converted all GIS data to raster format.", not "All GIS data were converted to raster format." Or,
"Trained technicians surveyed the plots.", not "The plots were surveyed by trained technicians.") In particular, your methods
should not be written entirely in passive voice.
Tense
Past tense: use it in the methods (telling what you did) and results (telling what your results were) sections. Also use it in the
Discussion when you refer to your results. This helps the reader differentiate between your findings in this study and findings from
other studies (referred to in present tense, see next item).
Present tense: use it when you refer to previously published findings.
In general, most of the abstract, methods, and results should be in past tense, and most of the introduction and discussion should
be in present tense. "When a paper has been published in a primary journal, it becomes knowledge. Therefore, whenever you
quote previously published work, ethics requires you treat that work with respect. You do this by using the present tense" (Day
1998).
Non-native English Speakers
If English is not your first language, we strongly recommend you have your paper edited by a native English speaker with
experience in publishing scientific papers.
Organization: IMRAD Format
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131
Contributed Papers and Research Notes should be in IMRAD format: Introduction, Methods, Results, and Discussion. In general,
do not combine sections (e.g., Results and Discussion) or mix, for example, results in with methods. Do not use outline formatting
(i.e., number headings and subheadings). A Conclusion section following the Discussion is permitted as long as it is not repetitive
of material that has been covered previously.
Title
"[M]any people will read the title, either in the original journal or in secondary .publications. Therefore all words in the title should
be chosen with great care, and their association with one another must be carefully managed. [I]ndexing and abstracting services
[and Internet searches] depend heavily on the accuracy of the title as do many literature retrieval systems" (Day 1998). Your paper
may not reach its audience if the title is not to the point and does not include the pertinent vocabulary. Avoid titles that are
complete sentences (including interrogative titles). Aim for a clear, concise, but informative title. Keep in mind that hanging titles
(those with a colon) are overused and sometimes use more words than necessary.
Scientific names are not needed in the title for commonly recognized species, unless the common name might be confusing. For
uncommon species it is informative for our general conservation audience to have a description (e.g., Local Adaptation and
General-Purpose Genotypes in the Weed Verbascum thapsus).
Abstract
An abstract is a miniversion of your paper: 1-2 sentences of introduction (justification for your study), methods, results, and
discussion (to include general conservation implications if they are not obvious). Length should not exceed 1 page. It should not
contain literature citations, much data, or meaningless clauses such as "We discuss results " or "We summarize implications "
Acknowledgments
Do not fully spell out first names. Provide the first initial (even if the initial starts a sentence). Authors of the manuscript should be
referred to in initials only (e.g., S.T.W. was supported by a Torry Foundation grant.).
Grammatical Bugaboos
Using (the word) In scientific writing, the word using is often the culprit in dangling participles and misplaced modifiers.
Misplaced modifier: Ivory samples were taken from tusks using a 16-mm drill bit on a 40-cm drill. This reads as if the tusks
used the drill. Keep related words together and in the order that conveys the intended meaning (and use active voice).
Dangling participle: Using tissue isolation protocol, mtDNA was isolated from dried skins. In this sentence it is unclear who is
doing the using; it has no actor and reads as if mtDNA is doing the using.
Multiple modifiers
Too many modifiers: Do not pile up multiple adjectives (or nouns-turned-adjectives) in front of a noun (difficult to follow: "infected
bird populations responses"; better: responses of infected bird populations).
Pronouns
Be careful, in particular, with the pronouns this, these, and it. If you do not provide a qualifier, it is sometimes difficult to tell to what
these words refer. Example, Unclear: This program offers solutions to that problem. Clear: This computer program offers solutions
to the problem of incorrect number sequencing.
References
In-text citations
In most cases, enclose citations in text in parentheses.
"Human-modified habitats that look suitable but provide poor reproductive rewards are called ecological traps (Gates & Gysel
1978)." Instead of "According to Gates and Gysel (1978), human modified habitats"
Use an ampersand (&) between author surnames (Gates & Gysel 1978) when the citation is parenthetical.
When a citation is not parenthetical use and e.g., "Our results agree with predictions made by Wolf and Rhymer (2001)."
For citations with more than two authors use et al. (Hatchwell et al. 1996). Do not italicize et al.
List parenthetical citations chronologically and separate entries with a semicolon (Zorenstein et al. 1991; Waddell & Fretwell
2001).
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
132
Multiple papers by the same author: (Cox et al. 1991, 1992; Chapman 2001, 2002)
In press papers: (In press means the paper being cited has been officially accepted for publication. Provide the year the paper
will be published in the text and in the Literature Cited use in press ( in landscapes. Conservation Biology 17: in press).
Papers in review: These papers must be cited as unpublished until the paper has been officially accepted and should not
appear in the Literature Cited.
Unpublished data: (C.S.C. & L.K., unpublished data) for the authors of the article and (R. Fowler, unpublished data; M. E.
Soulé, personal communication) for others.
Make sure all references cited in text are listed in Literature Cited and vice versa. When text citations do not match contents of
Literature Cited publication is delayed.
Avoid "in. lit." citations. Provide the original citations whenever possible.
Literature Cited section
Spell out all journal titles in full. Titles are not italicized.
"Submitted" papers and personal communications should not be in the Literature Cited; cite as unpublished data in the text
(include full reference in parentheses in the text).
Remove "Inc.," "Co.," etc. from reference in text and Lit. Cited: (SAS Institute 1998) not (SAS Institute, Inc. 1998).
Conference proceedings and conference abstracts can be cited in Literature Cited only if they have a "publisher" and the
location of said publisher can be provided. If not formally published, the publisher is the organization from which a copy can be
obtained.
Sample citations
Institutions as authors: Spell out name of the institution and include location of publisher. Example: World Wildlife Fund
(WWF). 2002. Giant panda home ranges. WWF, Washington, D.C. or WWF (World Wildlife Fund). 2002. Title of work. WWF,
Washington, D.C. How the institution is cited in Lit. Cited needs to match how it is cited in the text: WWF vs. World Wildlife Fund.
Journal articles: Christensen, N. D., and J. Eu. 2003. Ecology of cranberry bogs: a case study. Ecology 59:1147-1167, 1178-
1187. For a supplement citation: 13(supplement 1):172-180. If a paper is in press, the "in press" follows the journal title (i.e.,
Ecology: in press.).
Edited books: Cran, B., C. Boy, and L. Shi. 1911. Native forest birds of Guam. Pages 4-8 in T. Wu and L. Lee, editors. Flora
and fauna of Guam. 2
nd
edition. Tell Books, Ace, Ohio.
Reports: Barnes, J., and S. Craig. 2003. Conservation status of riparian areas in southeastern Oregon. General technical
report N-24. U.S. Fish and Wildlife Service, Portland, Oregon.
Internet citations: Include the name of the sponsoring organization and their physical location. Example: Carne, A. 2003. The
art of leaving well enough alone. National Science Teachers Association, Washington, D.C. Available from
http:www.nsta.org/art2/scienceandchildren (accessed March 2002).
Supporting Elements (Tables, Figures, Appendices)
Number of elements
Strive for a ratio of no more than 1 supporting element to every 4 pages of text (text includes Literature Cited). Too many
supporting elements is one of the most common problems we encounter. Publication of raw data, even in an appendix, is usually
not vital to the results and conclusions of a study. If a table or figure has only a few data points, incorporate them into the text. Do
not put more than one supporting element on a page.
Appendices
We discourage (but do not prohibit) the use of appendices and ask instead that interesting details and data be mentioned in the
text, provided to readers on a Web site, or be made available upon request directly from an author (if a Web site is not available)
(e.g., say in text "A list of all plant specimens sampled is available from http:/ . or J.B.K." [an author].)
Content
Tables and figures should be self-explanatory and should supplement (not duplicate) the text. A reader should be able to interpret
tables and figures without referring to the text. This means all abbreviations and terms unique to your paper must be defined.
Common statistical notations do not need to be defined. Use the same terminology in supporting elements as you did in the text.
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133
Citation in text
Provide a summary or generalization of data and cite supporting elements parenthetically.
Incorrect: Perception and tolerance indices are shown in Fig. 2.
Correct: Cheetahs were increasingly perceived as a problem on farms, but the level of tolerance for them did not increase (Fig.
2).
Spell out the word figure only at the beginning of a sentence; otherwise, abbreviate (e.g., Fig. 1).
Tables
Legends need to be informative within 1 sentence. A list of column or row headings is not informative or sufficient. Use the
legend and footnotes to fully inform readers.
Define abbreviations (in footnote) even if they are already defined in text.
If there is only one footnote, use an asterisk (*). If there is more than one footnote, use letters (
a
,
b
,
c
,). Order footnotes
alphabetically left to right and top to bottom.
Bold type is not allowed in tables.
Do not use grid lines on tables.
If you have more than one table with the same data provided for, say, different species, combine the tables if you can. To set
entries within a column apart from each other use indentation.
Unless an entry is a complete sentence capitalize only the first word of the first entry in a row (exception is proper nouns) and
do not use periods.
Do not split tables into separate parts (e.g., Table 1a and Table 1b). Make separate tables or combine data under the same
columns or rows.
Table Example
Table 1. Logistic-regression models built with .
a
Variable Symbol
p df
General model
b
f
g
0.0015
3
landscape ruggedness rug 0.0113
forest cover (%) bosque
0.0085
Human model p df
human population pob1 0.0113
....
<>
a
Significance level of coefficients...
b
Next most parsimonious models at...
Figures
Figures that do not follow style are another common cause of delay in publication. Carefully adhere to the instructions below and
refer to a recent issue of CB.
Figures must also be of very high quality. Jagged type, light type, type that is overlapping or too close together, shadings that
cannot be differentiated, and lettering that is too small are examples of unacceptable features.
Supply us with figures in TIFF or EPS format (at least 300 dpi; 600 dpi is better for figures with lettering). The original quality of the
figure will be reflected in the quality of the TIFF or EPS file. So, before transferring to TIFF or EPS make sure the quality of the
figure in the original format is very high.
We have to pass the cost of color printing on to authors: $1400 per page.
Graphs
Do not use top and right-hand axis lines if they do not have units associated with them.
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
134
Do not enclose graphs in a square.
Label all axes and include units of measure in the label: Number of species/km
2
, Basal area (m
2
/ha).
Note use of upper and lowercase letters in above example.
Use a key instead of describing shading or shapes in the legend.
Match typeface and type size among figures and make sure axis labels and units are not out of proportion (e.g., very large axis
label and very small numbers along the axis).
If a figure has more than one part that needs to be specifically identified, use lowercase letters. Make sure if the figure has
letter labels they are used or referred to in the legend.
If identifiers to be placed along the x-axis are long, slant them for easier reading (no vertical orientation).
Significant figures along an axis need to match, i.e., 1.0, 2.5, 2.0 (not 1, 2.5, 2).
The label for the y-axis should run vertically to the left of the numbers, and numbers should be horizontally oriented.
Labels along both axis lines should be centered.
Do not use color on line art (e.g., a graph) that will be published in black and white.
Maps
Do not gratuitously include maps of the study area. Descriptions in text are often sufficient.
Maps must have a scale.
Make sure shadings can be differentiated.
Numbers and Statistical Elements
Longitude and latitude (l48
o
N, 78
o
W) (no periods)
Percentages and degrees: use symbols.
Spell out one through nine unless with units or in a series with like things over nine (be consistent within whole paragraphs).
For 10 and up, use numerals.
Fractions may be spelled out (one-half, one-third) unless used with units of measure (0.5 mm or 0.5 years).
When less than one, use 0 before decimal point.
Dates: 6 October 1987
Numbered lists: (1) ; (2) ; and (3)
Put a space between numbers and the unit of measure (6 m, 14 mL)
p, probability; df, degrees of freedom; SE, standard error; SD, standard deviation, ÷
2
, chi square; F
Variables
Model variables: Whole words used as a model variable are lowercase (e.g., species). Multiple-letter abbreviations that are
not complete words are all capital letters (e.g., acceptable, DEM for digital elevation model; unacceptable, PATCH for patch area).
Italicize all single-
letter variables in equations, except for Greek letters. Variables of more than one letter are not italicized (e.g.,
RU, meaning reproductive units as opposed to RU, in which R and U are separate interacting terms).
Define every variable used in equations.
Alvarenga, L.D.P. Estrutura espacial e ecologia de Briófitas de remanescentes…
135
Scientific names (not "Latin names")
Common names: all lower case (creeping thistle, tiger); both words capitalized for birds (American Robin) except with
hyphenated (Dark-eyed Junco, but Western Scrub-Jay); lowercase for birds of no particular species (e.g., swallows)
Scientific names: In the Abstract and at first mention in the text use common name followed by scientific name (genus and
species) in parentheses, cane toad (Bufo marinus).
Plant scientific names: In the Abstract and at first mention in the text the author name should appear after the genus and
species, e.g.,
Pyrrocoma radiata
Nutt. Author name may be abbreviated or spelled out in full. The author name should not appear in the title of the paper.
Organisms: Clarkia springvillensis (first use); C. springvillensis (thereafter, even starting sentence); Clarkia spp. or sp. or var.
(rom.).
Miscellaneous Style Points
Computer applications:
Initial cap only (i.e., Partition, ArcInfo) if the name of the program is a word. If the name is not a word,
use all caps: SAS.
Footnotes: Avoid footnotes in text unless footnoted material is lengthy (more than a paragraph long). Use parentheses
instead.
No trademark symbols
Washington, D.C. (with periods)
Regions: (U.S.): western states; the West; Southeast Asia; U.S. statistics, but statistics from the United States
Bibliography
Day, R.A. 1998. How to write and publish a scientific paper. 5
th
edition. Oryx Press, Westport, Connecticut.
Council of Biology Editors. 1994. Scientific style and format. 6
th
edition. University of Cambridge Press, Cambridge, United
Kingdom.
University of Chicago Press. 2003. The Chicago manual of style. University of Chicago Press, Chicago.
Walsh, B. 2000. Lapsing into a comma. Contemporary Books, Lincolnwood, Illinois.
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