3.3 Campos magn´eticos de dispers˜ao em transformadores 41
No intervalo de tempo de t
1
a t
2
(figura 3.3) as correntes nos enrolamentos produzem
for¸cas magnetomotrizes opostas, sendo predominante a for¸ca magnetomotriz devido a
corrente i
2
. Dessa forma, o fluxo m´utuo resultante φ, mostrado na figura 3.4(a), est´a
na dire¸c˜ao da for¸ca magnetomotriz devido a i
2
, como pode ser observado pelas linhas
pontilhadas da mesma. Esta figura ilustra, ainda, atrav´es das linhas cont´ınuas, as
componentes dos fluxos de disp ers˜ao φ
l1
e φ
l2
produzidos pelas correntes individuais.
´
E importante salientar que as componentes de fluxos mencionadas n˜ao existem como
linhas de for¸cas no diagrama do campo magn´etico resultante. Todavia, a distribui-
¸c˜ao real do fluxo ´e o resultado da combina¸c˜ao dessas componentes. Por exemplo, na
figura 3.4(a), o fluxo resultante φ e o fluxo de dispers˜ao do enrolamento interno φ
l1
s˜ao componentes do fluxo na coluna do n´ucleo e essas componentes est˜ao em dire¸c˜oes
opostas como evidencia a figura. O fluxo resultante na coluna ´e a diferen¸ca entre es-
sas comp onentes. Isto ´e, a for¸ca magnetomotriz da bobina externa, que se op˜oe a da
interna, desvia parte do fluxo do n´ucleo e for¸ca-o a entrar no espa¸co de ar entre os
enrolamentos, como mostrado pelas linhas cont´ınuas na figura 3.4(b). Esta figura per-
mite observar, ainda, que as linhas de fluxo que concatenam ambos enrolamentos, como
mostrado pelas linhas tracejadas, n˜ao representam a componente m´utua resultante φ,
mostrada pelas linhas tracejadas da figura 3.4(a), e que o fluxo que passa pelo ar (linhas
cont´ınuas da figura 3.4(b)), concatena o enrolamento interno, mas n˜ao o externo.
`
A medida que o tempo aumenta de t
1
para t
2
(figura 3.3) o fluxo m´utuo resultante
vai decrescendo at´e t
2
. Nesse instante, as for¸cas magnetomotrizes dos enrolamentos
externo e interno s˜ao iguais e opostas e, conseq
¨
uentemente, a for¸ca magnetomotriz
resultante no n´ucleo ´e nula. O fluxo m´utuo resultante no tempo t
2
, portanto, ´e nulo,
se os efeitos de histerese e correntes parasitas forem desprezados. Assim, durante
o intervalo de t
1
a t
2
as correntes aumentam e o fluxo no ar aumenta de um valor
pequeno em t
1
para um valor maior em t
2
. A distribui¸c˜ao do fluxo para esta condi¸c˜ao
esta mostrada na figura 3.4(c).
No per´ıodo de t
2
a t
3
da figura 3.3, as correntes dos enrolamentos externo e interno,
mais uma vez apresentam-se em oposi¸c˜ao, entretanto, a for¸ca magnetomotriz da cor-
rente do enrolamento interno negativa (i
1
) predomina. O fluxo m´utuo resultante φ,
est´a portanto na dire¸c˜ao da for¸ca magnetomotriz devido a i
1
, mostradas pelas linhas
pontilhadas da figura 3.4(d). Esta mesma figura mostra tamb´em, em linhas cont´ınuas,
as componentes de fluxo de disp ers˜ao φ
l1
e φ
l2
produzidos por cada uma das correntes
Tese de doutorado Ana Claudia de Azevedo