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ESTRATÉGIAS PARA RECOMENDAÇÃO DE
LINHAGENS DE FEIJOEIRO AVALIADAS EM
DIFERENTES AMBIENTES
RANOEL JOSÉ DE SOUSA GONÇALVES
2008
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RANOEL JOSÉ DE SOUSA GONÇALVES
ESTRATÉGIAS PARA RECOMENDAÇÃO DE LINHAGENS DE
FEIJOEIRO AVALIADAS EM DIFERENTES AMBIENTES
Dissertação apresentada à Universidade Federal de
Lavras, como parte das exigências do Programa de
Pós-Graduação em Genética e Melhoramento de
Plantas, para obtenção do título de "Mestre".
Orientadora
Pesq. Dra. Ângela de Fátima Barbosa Abreu
LAVRAS
MINAS GERAIS - BRASIL
2008
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Ficha Catalográfica Preparada pela Divisão de Processos Técnicos da
Biblioteca Central da UFLA
Gonçalves, Ranoel José de Sousa.
Estratégias para recomendação de linhagens de feijoeiro avaliadas em
diferentes ambientes / Ranoel José de Sousa Gonçalves. –
Lavras : UFLA,
2008.
65 p. : il.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Lavras, 2008.
Orientador: Ângela de Fátima Barbosa Abreu.
Bibliografia.
1. Interação cultivares x ambientes. 2. Estabilidade. 3. Doses de
fertilizante. 4. Densidade de semeadura. I. Uni
versidade Federal de
Lavras. II. Título.
CDD –
635.6523
RANOEL JOSÉ DE SOUSA GONÇALVES
ESTRATÉGIAS PARA RECOMENDAÇÃO DE
LINHAGENS DE FEIJOEIRO AVALIADAS EM
DIFERENTES AMBIENTES
Dissertação apresentada à Universidade
Federal de Lavras, como parte das
exigências do Programa de Pós-Graduação
em Genética e Melhoramento de Plantas,
para obtenção do título de "Mestre".
APROVADA em 30 de julho de 2008
Prof. Dr. José Airton Rodrigues Nunes UFPI
Prof. Dr. Messias José Bastos de Andrade UFLA
Pesq. Dra. Ângela de Fátima Barbosa Abreu
EMBRAPA/ARROZ E FEIJÃO
(Orientadora)
Lavras
MINAS GERAIS - BRASIL
À Dra. Ângela, por ser uma pessoa adorada por todos
aqueles que um dia tivemos o prazer de trabalhar com ela, por ser
exemplo de mulher e profissional, pela dedicada orientação e pela
grande amizade.
OFEREÇO
Aos meus pais, Luiz Goberto do Nascimento Gonçalves e
Maria do Rosário Souza Gonçalves, por todo amor e apoio.
Aos meus queridos irmãos, Vivian Cristiane de Souza
Gonçalves, Romerito Maxwell de Souza Gonçalves e Raniele Kelly
de Souza Gonçalves, por toda ajuda e carinho.
DEDICO
AGRADECIMENTOS
A Deus, por tudo de bom que sempre vem me proporcionando nessa
vida.
A todos que sempre acreditaram que eu iria conseguir realizar este
trabalho, entre eles: minha mãe, Maria do Rosário de Souza Gonçalves; meu pai,
Luiz Goberto do Nascimento Gonçalves e meus irmãos, Vivian, Romerito e
Raniele.
À Universidade Federal de Lavras, pela oportunidade de realizar o
mestrado e à Capes, pela concessão da bolsa de mestrado.
Ao professor Magno Antonio Patto Ramalho, pelas valiosas sugestões
fornecidas a este trabalho.
Aos colegas do curso de genética e do GEN.
Aos membros da banca, pelas valiosas sugestões apresentadas para a
melhoria do presente trabalho.
Aos professores da Pós-Graduação em Genética e Melhoramento de
Plantas, por todos os ensinamentos e amizade.
Aos funcionários do Departamento de Biologia, pela ajuda na
realização deste trabalho, especialmente Elaine, Léo e Lindolfo.
Aos colegas de república: Marcus, Felipe e Tizinho, pela grande
amizade.
Aos colegas Rafaela, Jeane, Raoni e José Wilson, pela amizade
conquistada desde o início do curso.
A todos que, embora não citados, direta ou indiretamente,
contribuíram para a realização deste trabalho, meu MUITO OBRIGADO!!!
SUMÁRIO
RESUMO.........................................................................................................................i
ABSTRACT................................................................................................................. iii
1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................1
2 REFERENCIAL TEÓRICO.....................................................................................3
2.1 Morfologia da planta...............................................................................................3
2.2 Interação genótipos x ambientes...........................................................................6
2.2.1 Como atenuar a interação genótipos x ambientes ...........................................8
2.3 O uso de fertilizantes na cultura do feijoeiro ....................................................10
2.4 Populações de plantas na cultura do feijoeiro...................................................15
2.5 Épocas de semeadura na cultura do feijoeiro no Brasil...................................18
3 MATERIAL E MÉTODOS....................................................................................22
3.1 Ambientes ..............................................................................................................22
3.2 Material genético, doses de fertilizantes e densidades de semeadura............22
3.3 Condução dos experimentos................................................................................26
3.4 Análises estatísticas ..............................................................................................26
3.5 Análise de adaptabilidade e estabilidade ...........................................................30
3.6 Estimativa do risco de adoção das linhagens ....................................................32
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ...........................................................................33
5 CONCLUSÕES........................................................................................................50
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .....................................................................51
ANEXO.........................................................................................................................59
i
RESUMO
GONÇALVES, Ranoel José de Sousa. Estratégias para recomendação de
linhagens de feijoeiro avaliadas em diferentes ambientes. 2008. 65 p.
Dissertação (Mestrado em Genética e Melhoramento de Plantas) – Universidade
Federal de Lavras, Lavras, MG.*
O presente trabalho foi conduzido com os objetivos de verificar se o
desempenho de linhagens de feijoeiro de diferentes hábitos de crescimento é
dependente dos níveis de fertilizantes empregados e de diferentes densidades de
semeadura; estimar as interações das linhagens com os sistemas de manejo e
verificar se é possível identificar linhagens mais estáveis e adaptadas aos
sistemas de cultivo empregados. Para isso, foram conduzidos experimentos em
seis ambientes (safras e locais), no período de novembro de 2006 a fevereiro
2008. Em cada ambiente foram conduzidos nove experimentos, resultantes da
combinação de três doses de fertilizantes e três densidades de semeadura. Foram
utilizadas as linhagens Ouro Negro, Pérola, BRSMG Talismã e BRSMG
Majestoso, que apresentam hábito de crescimento tipo III; as linhagens BRS
Horizonte, IAPAR 81, BRS Supremo, Carioca MG e BRS Valente, de hábito de
crescimento tipo II e as linhagens BRS Radiante e CNFRJ 10564, que
apresentam hábito de crescimento tipo I. As doses de fertilizantes utilizadas por
ocasião da semeadura foram 0, 300 e 600 kg ha
-1
da formulação de NPK 8-28-16
e em cobertura 0, 100 e 200 kg ha
-1
de sulfato de amônio, respectivamente, aos
20 dias após a emergência. As densidades de semeadura foram de 10, 15 e 20
sementes por metro linear. O delineamento experimental empregado foi o de
blocos casualizados, com três repetições. As parcelas foram compostas de três
linhas de 3,0 m de comprimento, com espaçamento entre linhas de 0,5 m. Foram
realizadas as análises de variância individuais e conjuntas, utilizando a
produtividade de grãos em kg ha
-1
e estimadas a adaptabilidade e a estabilidade
das linhagens pela metodologia proposta por Nunes et al. (2005). Para a
estimativa do risco de adoção das linhagens foi utilizada a metodologia proposta
por Annichiarico (1992). Verificou-se que: a variação nas doses de fertilizantes
afeta mais a produtividade de grãos das linhagens que a variação nas densidades
de semeadura; a resposta das linhagens ao aumento da densidade de semeadura e
doses de fertilizantes varia com o ambiente em que são avaliadas e independe do
hábito de crescimento das mesmas; as interações envolvendo as doses de
fertilizantes e as densidades de semeadura foram expressivas, mostrando que é
importante realizar os VCU em diferentes doses de fertilizantes e densidades de
semeadura e a cultivar Ouro Negro, de grãos pretos, foi a mais adaptada e com
ii
menor risco de adoção. Entre as cultivares de grãos tipo carioca, se destacaram a
Carioca MG e a BRSMG Talismã.
_________________
Comitê Orientador: Ângela de Fátima Barbosa Abreu - EMBRAPA/Arroz e feijão
(Orientadora), Magno
Antonio Patto Ramalho – UFLA (Co-Orientador).
iii
ABSTRACT
GONÇALVES, Ranoel José de Sousa. Strategies for recomendation of
common bean lines evaluated in different environments. 2008. 65 p.
Dissertation (Masters in Genetics and Plant Breeding) Federal University of
Lavras, Lavras, MG.
*
The present work was done to verify if the behavior of common bean
lines with different growth habits is dependent on the levels of fertilizers and on
different sowing densities, as well as to estimate the interactions of lines with
management systems and to verify if it is possible to identify lines more stable,
and adapted to the cultivation systems. The experiments were conducted in six
environments (harvests and locals), from November 2006 to February 2008. In
each environment, nine experiments were set up from the combination of three
fertilizer levels and three sowing densities. The lines Ouro Negro, Pérola,
BRSMG Talismã and BRSMG Majestoso, which present growth habit type III;
BRS Horizonte, IAPAR 81, BRS Supremo, Carioca MG and BRS Valente, of
growth habit type II and lines BRS Radiante and CNFRJ 10564 which present
growth habit type I were used. The fertilizer levels at sowing were: 0, 300 and
600 Kg ha
-1
of the formulation NPK 8-28-16 and 0, 100 and 200 Kg ha
-1
of
ammonium sulfate as side dressings at 20 days after emergence. The sowing
densities were 10, 15 and 20 seeds per linear meter. The experimental design
was randomized complete blocks with three replications. The plots were three
lines of 3.0 meters long and 0.5 meter between lines. Individual and joint
analyses of variance were accomplished using grain yield in Kg ha
-1
and the
adaptability and stability of the lines were estimated by the methodology of
Nunes et al. (2005). To estimate the line`s adoption risk, the methodology
proposed by Annichiarico (1992) was used. The variation in fertilizer levels
have a major effect in grain yield than the variation in sowing densities; the lines
behavior to the increase in sowing densities and fertilizer levels vary with the
environment where they are evaluated and are independent on their growth
habits; the interactions of fertilizer levels and sowing densities were expressive,
showing the importance of making the experiments in different fertilizer levels
and sowing densities; the cultivar Ouro Negro , with black grains, was the most
adapted and with smaller adoption risk. Among the cultivars of “carioca” grain,
type the Carioca MG and BRSMG Talismã stood out.
________________
Guidance committee: Ângela de Fátima Barbosa Abreu - EMBRAPA/Arroz e feijão
(Adviser), Magno Antonio Patto Ramalho – UFLA (Co-Adviser).
1
1 INTRODUÇÃO
Para que uma linhagem de feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.) seja
recomendada aos agricultores, é necessário que ela seja avaliada em
experimentos denominados valor de cultivo e uso, ou VCU. É exigência do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) que esses
experimentos sejam conduzidos em, pelo menos, três locais por região
edafoclimática de importância para a cultura, em cada época de cultivo
(primavera-verão, verão-outono e outono-inverno), por um período mínimo de
dois anos.
Nesses experimentos, normalmente, é empregado o mesmo sistema de
manejo, ou seja, mesmo espaçamento entre linhas, densidade de semeadura e
adubação de acordo com os resultados da análise do solo. Contudo, no caso do
feijoeiro, que pode ser cultivado durante todo o ano, nas mais diversas condições
de clima e, sobretudo, submetido à grande heterogeneidade de sistema de
manejo adotado pelos agricultores, outros ambientes poderiam ser incluídos no
VCU. É questionável que, se houvesse variação nos sistemas de manejo, o
desempenho das linhagens poderia ser alterado, principalmente se nos
experimentos estiverem sendo avaliadas linhagens de diferentes hábitos de
crescimento.
Além de apresentar vários hábitos de crescimento, também é grande a
variabilidade no ciclo da cultura. Principalmente quando se têm plantas de
hábito tipo II, elas devem ser recomendadas para maiores densidades de
semeadura, e as mais precoces poderiam ter exigências diferentes em nutrientes.
Assim, para se ganhar tempo, seria importante que a recomendação das
linhagens fosse acompanhada de informações a respeito da densidade e da
adubação mais aconselhada. Para que isso possa ocorrer, informações poderiam
2
ser obtidas conduzindo os VCU em diferentes condições de manejo. Dessa
forma, não só seriam geradas tais informações, como se poderiam estimar as
interações envolvendo essas diferentes variáveis de manejo.
Sendo assim, o presente trabalho foi conduzido visando verificar se o
desempenho de linhagens de feijoeiro de diferentes hábitos de crescimento é
dependente das doses de fertilizantes empregados e de diferentes densidades de
semeadura, bem como quantificar as interações das linhagens com os sistemas
de manejo e verificar se é possível identificar linhagens mais estáveis e
adaptadas aos sistemas de cultivo empregados.
3
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Morfologia da planta
Na intenção de adotar o melhor sistema de manejo da cultura, um dos
primeiros cuidados a serem tomados é a escolha da cultivar a ser plantada, pois,
a partir daí, todas as etapas de manejo serão função da cultivar escolhida. Nesse
contexto, é necessário destacar que, na cultura do feijoeiro (Phaseolusm vulgaris
L), essa escolha é feita por meio de vários caracteres, entre eles os morfológicos,
razão pela qual é importante ter informações a respeito dos mesmos.
A disposição do sistema radicular do feijoeiro no solo se assemelha ao
sistema fasciculado porque a raiz primária não é uma raiz pivotante típica
(Santos & Gavilanes, 2006) além de a grande maioria das raízes situar-se nos
primeiros 20 cm de solo, sendo 62% a 87% nos 10 cm superficiais (Vieira,
1967). Diante disso, a planta explora, essencialmente, a camada superficial do
solo, sendo, por isso, muito sensível à falta de umidade. Portanto, é notável a
importância de se adotar estratégias adequadas que estimulem o maior
desenvolvimento radicular. Na semeadura, por exemplo, o adubo deve ser
colocado ligeiramente abaixo da semente para estimular o aprofundamento das
raízes, a fixação mais firme da planta no solo e a exploração das camadas mais
profundas. Medidas que assegurem maior disponibilidade de água são também
necessárias, como turnos de rega mais curtos nas culturas irrigadas e escolha de
áreas com alto teor de matéria orgânica para as o-irrigadas, em períodos com
risco de falta de água. O controle de plantas daninhas é outra prática que deve
ser realizada de forma a evitar grandes danos ao sistema radicular superficial
(Santos e Gavilanes, 2006).
O hábito de crescimento no feijoeiro é considerado um dos caracteres
mais importantes, pois é essencial na descrição das cultivares e na escolha das
4
mais adequadas para o plantio nas mais diversas condições. Na classificação dos
hábitos de crescimento do feijoeiro, um dos caracteres mais importantes é o
florescimento das plantas. As plantas de crescimento determinado desenvolvem
uma inflorescência no ápice da haste principal e das hastes laterais, onde,
geralmente, a primeira flor se abre na inflorescência apical da haste principal e,
posteriormente, abrem-se as outras flores das inflorescências das hastes laterais.
Por isso, normalmente, diz-se que, nas plantas de crescimento determinado, o
florescimento ocorre do ápice da planta para a base. Já com relação às plantas de
crescimento indeterminado, os meristemas apicais da haste principal e das
laterais continuam vegetativos durante o florescimento, o que o ocorre nas
plantas de crescimento determinado. Nessas plantas, normalmente, a primeira
flor abre-se em inflorescência posicionada na base e, em seguida, abrem-se as
flores nas posições superiores. Em razão disso, considera-se que, nas plantas de
crescimento indeterminado, o florescimento ocorre da base para o ápice.
Com relação ao tipo de planta do feijoeiro, ou hábito de crescimento, uma
classificação de maior aceitação é a apresentada por Vieira et al. (2005) que
divide o hábito de crescimento em quatro tipos: I, II, III e IV. Nesta classificação
levam-se em consideração não apenas o tipo de crescimento, em função do
florescimento das plantas, mas o número e o comprimento dos internódios ao
longo da haste principal, a intensidade e o ângulo de inserção das ramificações
laterais, além da habilidade de emitir “guia”, capaz de enrolar em um suporte.
Cultivares do tipo I (hábito determinado) apresentam porte arbustivo com
a haste principal e os ramos laterais terminados em inflorescências. Isso ocorre
devido à interrupção do crescimento vegetativo em função da diferenciação das
gemas apicais, inicialmente no caule e, em seguida, nas ramificações, dando
início, assim, à fase reprodutiva. O florescimento ocorre de forma uniforme e em
um período relativamente curto, sendo as cultivares de crescimento determinado,
geralmente, mais precoces que as de crescimento indeterminado (Santos e
5
Gavilanes, 2006). Em comparação com as plantas de crescimento
indeterminado, apresentam menor número de nós, além de internódios mais
curtos (Lollato, 1997).
Em cultivares dos tipos II, III e IV, o crescimento é indeterminado,
porém, diferem no comprimento da guia, no diâmetro do caule e no número e no
ângulo de inserção das ramificações (Kelly, 2001).
As cultivares do tipo II são, comumente, denominadas de “guia curta” ou
“ramo curto”. Apresentam uma haste principal com tendência de crescimento
vertical, ramos laterais não numerosos e, geralmente, curtos, o que confere à
planta o aspecto arbustivo, apesar de possuir hábito de crescimento
indeterminado. O número de ramificações é limitado, de ângulo agudo com a
haste principal. As vagens, geralmente, não o fixadas nos nós mais baixos,
concentrando-se na porção média da planta, formando um perfil estreito, com
plantas eretas e arbustivas (Kelly, 2001).
Plantas com bito de crescimento do tipo III apresentam guias longas, o
que, aliado aos ramos laterais bem desenvolvidos, evidencia aptidão trepadora,
principalmente quando crescem junto a qualquer tipo de suporte. Diferenciam-se
do tipo II por apresentar maior número de ramificações, maior número de nós e
internódios mais longos. Essas plantas podem tornar-se prostradas devido à
fragilidade do caule no decorrer do enchimento de grãos e ao maior número de
vagens fixadas nos nós mais baixos.
No tipo IV, é visível uma forte dominância apical apresentada pelas
plantas, que apresentam grande desenvolvimento da haste principal (2 a 3
metros), baixo número de ramos laterais em cada e grande número de nós
(aproximadamente 30). A floração se prolonga por semanas e, na parte basal do
caule ou haste, podem-se observar vagens secas, apesar do ápice da planta
continuar emitindo flores (Santos e Gavilanes, 2006). Assim, o cultivo de
6
plantas desse tipo requer uma colheita parcelada, além da presença de tutores
adequados, para a expressão de seu elevado potencial de produção.
Nos últimos anos, nos programas de melhoramento do feijoeiro, tem sido
dada alguma ênfase a cultivares mais precoces, de tipo I ou de tipo II, com
plantas eretas, uniformidade de maturação e sementes com tamanho e forma
uniformes, além de ampla adaptabilidade (Kelly et al., 1998; Collicchio et al.,
1997; Cunha et al., 2005 ; Menezes Junior, 2007). Entretanto, esses fenótipos
são geralmente encontrados em cultivares com baixo potencial e baixa
estabilidade de produtividade de grãos, quando comparadas a cultivares de
hábito de crescimento tipo III (Didonet e Silva, 2004).
As principais cultivares comerciais de maior potencial produtivo o de
crescimento indeterminado, principalmente do tipo III, como as cultivares Pérola
e BRSMG Talismã, por exemplo (Ramalho e Abreu, 2006). Entretanto, vale
ressaltar que, para maximizar a produtividade, devem ser levados em conta
outros fatores além do hábito de crescimento, como ciclo da cultura, ambiente,
sistema e práticas de manejo, entre outros (Didonet e Silva, 2004).
Outras características que merecem destaque são o tamanho e a altura de
inserção das vagens, pois elas são responsáveis por grandes implicações na
arquitetura do feijoeiro. Plantas com vagens grandes e que toquem o solo são
indesejáveis, pois aumentam as perdas na colheita e depreciam a qualidade dos
grãos (Menezes Junior, 2007). Além disso, dificultam a colheita mecanizada.
2.2 Interação genótipos x ambientes
O valor fenotípico de um indivíduo em uma dada condição é
influenciado pelo genótipo, que é a constituição genética do mesmo, e pelo
ambiente, que envolve todos os demais fatores que afetam seu crescimento e
desenvolvimento. Assim, o ambiente pode ser um ano, local, época de
7
semeadura, sistema de manejo ou mesmo a junção de todos esses fatores.
Quando dois ou mais genótipos são comparados em dois ou mais ambientes, é
possível estimar um terceiro componente: a interação entre os efeitos dos
genótipos e dos ambientes.
Ramalho et al. (2005) comentam que a interação genótipos por
ambientes é decorrente da variação diferencial do desempenho dos genótipos
nos vários ambientes e que tal fato reflete as diferentes sensibilidades dos
genótipos às mudanças do ambiente. É necessário mencionar que, diante disso,
certa evidência de dependência entre os efeitos genéticos e ambientais. Por
outro lado, caso o desempenho relativo dos genótipos seja constante ao longo
dos ambientes, então, a interação genótipos x ambientes é nula (Gieco, 1997).
No entanto, na prática, é bem provável que a situação em questão não venha a
ser observada, devido à multiplicidade de fatores que contribuem para a grande
heterogeneidade dos ambientes aos quais os genótipos são submetidos.
Em termos biológicos, a interação deve ser atribuída a fatores
fisiológicos e bioquímicos inerentes a cada cultivar. Do ponto de vista genético,
a interação deve ocorrer devido à contribuição diferencial dos alelos dos
diferentes genes que controlam o caráter ou nível de expressão dos mesmos em
cada ambiente. Segundo Kang e Gauch Jr (1966), essa diferença ocorre porque a
expressão do gene é influenciada e regulada pelo ambiente, fato que deve ser
esperado, pois, considerando que o produto gênico é uma cadeia polipeptídica
ou proteína, a qual atua como enzima catalisando reações químicas específicas, é
bem provável que ela seja sensível ao efeito do ambiente, de modo que a
resposta do genótipo sofreria alteração. A contribuição dos alelos para a
expressão do caráter é a base biológica das interações genótipos x ambientes
detectadas pelos testes estatísticos (Basford e Cooper, 1998).
A resposta relativa dos genótipos em relação à variação dos ambientes
pode ser dividida em dois tipos: previsível e imprevisível (Cruz e Carneiro,
8
2003). A primeira categoria inclui todos os fatores permanentes do ambiente,
como as características gerais do clima e tipo de solo, e também as
características do ambiente que variam de maneira sistemática, como o
comprimento do dia. Inclui, ainda, os aspectos do ambiente que são
determinados pelo homem, como data de plantio, densidades de semeadura,
níveis de adubação e colheita, entre outros. A segunda categoria inclui as
flutuações variáveis do ambiente, como quantidade e distribuição de chuvas e
variações na temperatura, entre outras.
As variações previsíveis podem ser avaliadas individualmente ou de
forma conjunta em relação à sua interação com os genótipos. Dessa forma,
estudos individualizados, tais como genótipos x densidades de semeadura e
genótipos x níveis de adubação, ou estudos envolvendo todos esses fatores,
podem ser feitos por intermédio de uma interação generalizada genótipos x
ambientes. É necessário mencionar que avaliações dessas variações previsíveis
são de grande importância, uma vez que pode ser possível a identificação de
genótipos que sejam mais estáveis à mudança de manejos da cultura. Isso porque
o feijoeiro, além de ser cultivado nas mais diversas condições de solo e clima,
também está sujeito a diferentes níveis de tecnologia adotados pelos
agricultores. Assim, estudos dessa natureza são utilizados na recomendação de
cultivares visando à indicação das mais ajustadas ao agricultor.
2.2.1 Como atenuar a interação genótipos x ambientes
Algumas medidas podem ser empregadas para atenuar a interação
genótipos x ambientes, tais como identificação de cultivares específicas para
cada ambiente, realização de zoneamento ecológico e identificação de cultivares
com maior estabilidade fenotípica.
A identificação de cultivares específicas para cada ambiente procura
explorar de maneira positiva a interação genótipos x ambientes, com a intenção
9
de maximizar ou capitalizar os ganhos genéticos dos materiais em um ambiente
específico (Nunes, 2000). Entretanto, Ramalho et al. (1993a) comentam que o
seu maior inconveniente é a dificuldade de implementação. Provavelmente, é
devido a esse fato que a estratégia não é muito utilizada, principalmente em
culturas como o feijoeiro, que é cultivada por agricultores que empregamveis
de tecnologia muito diferentes, como já foi comentado.
Quando se dispõe de uma rede de ambientes para avaliações de
cultivares, torna-se fundamental identificar se há, entre os ambientes
disponíveis, padrões similares de respostas de cultivares (estratificação de
ambientes). Além de reduzir a interação de genótipos x ambientes, esse processo
possibilita avaliar o grau de representatividade dos experimentos e tomar
decisões com relação à redução do número de ambientes quando existem
problemas técnicos ou escassez de recursos (Cruz e Regazzi, 1997). Assim, o
zoneamento ecológico consiste em identificar e dividir uma área extensa em
sub-regiões, contíguas ou não, ecologicamente semelhantes, com a intenção de
atenuar o efeito da interação genótipos x ambientes (Ramalho et al., 1993a).
Dentro dessas sub-regiões, os genótipos não interagem significativamente com o
ambiente ou a interação é muito pequena, pois se observa que o zoneamento
ecológico não evita totalmente a ocorrência da interação (Tai, 1971). Entretanto,
observa-se que, mesmo com esse procedimento, uma fração da interação ainda
permanece, em razão da ocorrência de fatores ambientais incontroláveis, tais
como variações na temperatura, chuva, doenças e outros, contra os quais a
estratificação não é totalmente eficaz (Cruz e Regazzi, 1997).
Uma das alternativas mais empregadas para atenuar o efeito da interação
genótipos x ambientes é a identificação de cultivares com maior adaptabilidade e
estabilidade fenotípica. Nesse contexto, observa-se a existência de inúmeras
metodologias que visam identificar genótipos superiores em adaptabilidade e
estabilidade, as quais são amplamente discutidas na literatura (Becker e León,
10
1988; Crossa, 1990). As metodologias mais tradicionalmente utilizadas são
aquelas que envolvem o uso da análise de regressão linear (Finlay e Wilkinson,
1963; Eberhart e Russell, 1966; Silva e Barreto, 1985; Verma et al., 1978; Cruz
et al., 1989).
Ao longo dos anos, várias metodologias têm sido propostas (Chaves et
al., 1989; Toler, 1990; Annicchiarico, 1992; Nunes et al., 2004). É necessário
comentar que muitas delas são adaptações de outras (Cruz e Carneiro, 2003).
Em princípio, a metodologia a ser amplamente utilizada pelos
melhoristas deve ser de fácil análise e interpretação dos resultados. Nesse
contexto, aquela proposta por Nunes et al. (2005) destaca-se. por empregar,
principalmente, um método gráfico para facilitar a visualização e a interpretação
dos dados de experimentos conduzidos em vários ambientes. O método consiste
na obtenção dos valores padronizados (Z
ij
) das médias das cultivares nos vários
ambientes. Utiliza o somatório dos Z
ij
como medida da adaptabilidade e o
coeficiente de variação dos Z
ij
para medir a estabilidade, ambas tomadas para
cada cultivar i nos j ambientes. O gráfico permite avaliar o desempenho de cada
cultivar nos vários ambientes (eixos), como também a sua estabilidade pelo
formato do círculo circunscrito, sendo estável a cultivar com formato de “bola
cheia” ou instável, com formato de “bola murcha”. Nunes et al. (2005)
empregaram esse método na avaliação de linhagens de feijoeiro em vários
ambientes e verificaram que os resultados foram concordantes com os obtidos
por meio da metodologia de Cruz et al. (1989), além de ser de mais fácil
interpretação.
2.3 O uso de fertilizantes na cultura do feijoeiro
Com a finalidade de obter maiores produtividades, uma das práticas
indispensáveis é o uso de fertilizantes no feijoeiro. No entanto, Ferreira et al.
(2004) alertam para o fato de que não é correto o procedimento de generalizar os
11
critérios de recomendações de fertilizantes, devido à complexidade de fatores
inerentes a essa prática e às peculiaridades de solo, de clima e dos aspectos
socioeconômicos de cada região.
O fósforo (P) é um dos elementos para o qual tem havido maior resposta
à aplicação no feijoeiro (Ferreira et al., 2004). O período que o feijoeiro mais
necessita de P vai de, aproximadamente, 30 até 55 dias após a emergência
(DAE), ou seja, do período de pré-florescimento até o início da formação das
vagens (Rosolem e Marubayashi, 1994). Plantas deficientes em P apresentam-se
mais raquíticas, com redução das folhas e possuem menor número de flores e
vagens. Em conseqüência, há severa queda na produção (Oliveira et al., 1996).
Embora o teor de P contido nos feijoeiros seja muito menor que o de
nitrogênio (N) e potássio (K), a quantidade de P
2
O
5
recomendada nas adubações
não é baixa (Vieira, 2006). Os motivos são os baixos teores e a fixação desse
elemento no solo, fazendo com que alta proporção dele não possa ser utilizada
pelas plantas.
Em levantamento realizado por Vieira (2006), dentre 61 ensaios de
campo envolvendo a cultura do feijoeiro, realizados em cerca de 30 municípios
mineiros, 43, ou seja, 70% deles, mostraram resposta ao adubo fosfatado. Em
estudo recente realizado por Lana et al. (2006), também pode-se verificar
resposta positiva de alguns genótipos ao fósforo.
O potássio (K) tem importante função no feijoeiro, pois participa dos
processos de abertura e de fechamento dos estômatos, fotossíntese, respiração e
transporte de carboidratos, dentre outros. Os períodos de maior demanda por
potássio correspondem à diferenciação dos botões florais (25 a 35 DAE) e no
final do florescimento e início da formação das vagens (45 a 55 DAE), quando a
translocação de fotoassimilados das folhas para os grãos aumenta
significativamente (Rosolem e Marubayashi, 1994). Quando deficiente em K, o
12
feijoeiro se desenvolve pouco, apresentando caule pequeno e delgado, poucas
flores e vagens com poucas sementes.
O K é um dos nutrientes mais absorvidos pelo feijoeiro, sendo
encontrado em grande quantidade na planta. Dessa forma, é bem provável que a
aplicação desse nutriente venha a aumentar a produção do feijoeiro, mesmo em
solos com teores médios e altos (Villa et al., 2004). Entretanto, em levantamento
realizado por Vieira (2006), observou-se que, em 37 dos ensaios de campo
conduzidos em 22 municípios de Minas Gerais, apenas 1 registrou aumento de
produtividade da cultura do feijão devido à aplicação do nutriente.
A adubação potássica objetiva, principalmente, repor o nutriente
exportado pelas sementes que, em casos de rendimento de grãos da ordem de
3000 kg ha
-1
, atinge cerca de 50 kg ha
-1
(Vieira, 2006). O uso intensivo do solo
ao longo dos anos e as perdas de K por lixiviação, sobretudo com irrigação em
solos de textura média ou arenosa, aos poucos podem exaurir as reservas
naturais desse nutriente (Ferreira et al., 2004). A recomendação de adubação
potássica deve ser feita de acordo com a análise de solo. Devido à grande
facilidade de lixiviação do K e ao alto poder de salinização, recomenda-se
parcelar doses acima de 50 kg ha
-1
, colocando, no máximo, 50 kg ha
-1
no plantio
e o restante em cobertura.
O nitrogênio (N), entre os nutrientes essenciais, é o mais exigido pelo
feijoeiro, pois é componente estrutural de aminoácidos e proteínas, enzimas e
coenzimas, bases nitrogenadas, molécula de clorofila, ácidos nucléicos e outros,
sendo fundamental para o crescimento e o desenvolvimento das plantas
cultivadas, participando, direta ou indiretamente, de inúmeros processos
bioquímicos.
Ferreira et al. (2004) comentam que a absorção do N pela planta é
afetada pelas condições ambientais (temperatura, aeração e pH do solo, atividade
de outros elementos na solução, estresse hídrico e concentração na zona
13
radicular) e pelo genótipo. A taxa de absorção de N varia durante o ciclo de vida
da planta e a época de maior exigência ocorre nos primeiros 50 dias após
emergência (DAE). O período de maior demanda pela planta ocorre do início do
florescimento ao período de formação das vagens.
O N utilizado pelo feijoeiro provém de três fontes: da reserva do solo,
dos fertilizantes e da fixação biológica do nitrogênio (FBN). O N fornecido pelo
processo de FBN, geralmente, é insuficiente em relação às quantidades
necessárias para altas produtividades (Romanini Junior et al., 2007). Em
levantamento realizado por Vieira (2006), foi observado que, de um total de 80
ensaios de campo com a cultura do feijoeiro, conduzidos em cerca de três
dezenas de municípios de Minas Gerais, em 51, ou seja, em 64% dos ensaios
houve resposta positiva à aplicação do N, também registrada por inúmeros
trabalhos recentes realizados (Arf et al., 2004; Meira et al., 2005; Farinelli et al.,
2006; Souza et al., 2008).
Assim, na adubação nitrogenada, quando se pretende ter altas
produtividades, é necessária quantidade de N superior a 100 kg ha
-1
(Vieira,
2006). Recomendações de adubos nitrogenados no plantio e em cobertura, para a
cultura do feijoeiro, não seguem norma consensual, não havendo métodos ou
análises que sirvam de referência para os agricultores. As análises de rotina de
amostras de solo, para fins de recomendação, não incluem o N (Ferreira et al.,
2004). Assim, fica mais racional que as adubações nitrogenadas para o feijoeiro
sejam feitas com base em resultados obtidos em experimentos regionais, nas
mais diversas condições de clima, solo e sistemas de cultivo, de modo que os
resultados de um local não venham a ser extrapolados para outro.
De forma geral, parte do adubo nitrogenado deve ser aplicada no
momento da semeadura e o restante da dose, parcelada em cobertura. Há relatos
contraditórios com relação ao parcelamento da adubação de cobertura (Binotti et
al., 2007; Santi et al., 2006). Tem sido recomendado, no caso do emprego de
14
altas doses de adubos nitrogenados, que a cobertura se faça parceladamente,
geralmente aos 20 e aos 30 DAE, com intuito de melhorar a eficiência da
fertilização (Ferreira et al., 2004).
Os fertilizantes nitrogenados mais utilizados em cobertura são a uréia
(45% de N) e o sulfato de amônio (20% de N e 24% de S). Deve-se destacar o
fato de que as pesquisas têm mostrado que não diferenças entre a uréia
fertilizante e o sulfato de amônio como fontes de N para o cultivo do feijoeiro
irrigado (Ferreira et al., 2004).
Com relação aos considerados macronutrientes secundários cálcio (Ca),
magnésio (Mg) e enxofre (S), poucos são os trabalhos que contemplam o estudo
de Ca e Mg como nutrientes para a cultura do feijoeiro. Provavelmente, devido
ao fato de a cultura ser exigente quanto à correção do solo, esses nutrientes,
normalmente, são fornecidos por meio da calagem, prevenindo eventuais
deficiências (Rosolem, 1996)
Com o objetivo de avaliar a influência da aplicação de doses de S em
cobertura na nutrição e na produtividade do feijoeiro em sistema de plantio
direto (SPD), Crusciol et al. (2006) verificaram que a aplicação em cobertura
aumenta o teor de elementos nas folhas, a produção de matéria seca da parte
aérea, o número de vagens por planta e a produtividade de grãos do feijoeiro em
SPD. Ainda segundo estes autores, em lavouras com alto nível tecnológico, a
produtividade de grãos de feijão pode estar sendo limitada pela utilização de
doses insuficientes de enxofre. Vale ressaltar que este fato pode contribuir para
que seja dada certa preferência a fontes de N fornecidas em cobertura que
também sejam fontes de S, como o sulfato de amônio (20% de N e 24% de S).
Poucos são os trabalhos encontrados na literatura que dão ênfase à
interação linhagens x níveis de fertilizante, pois grande parte deles avalia apenas
uma linhagem em diferentes níveis. Um dos poucos exemplos é o de Furtini et
al. (2006), no qual avaliou-se a resposta de 100 linhagens de feijoeiro à
15
adubação nitrogenada. Os autores constataram que as linhagens responderam de
modo diferente ao fertilizante nitrogenado.
Andrade et al. (2004) também verificaram a resposta a três níveis de
adubação no rendimento e na qualidade nutricional das cultivares Aporé, Pérola
e Rudá. Os autores observaram a presença da interação genótipos x níveis de
adubação no número de vagens por planta, número de sementes por vagem e
produtividade de grãos.
2.4 Populações de plantas na cultura do feijoeiro
O número de plantas por hectare depende da densidade de semeadura,
que se refere ao número de sementes por metro linear, e também do
espaçamento entre linhas. A adequada população de plantas pode ser uma
alternativa importante para amenizar o problema da baixa produtividade média
da cultura do feijoeiro no Brasil.
Diversos trabalhos têm sido realizados, com o objetivo de verificar qual
a melhor população de plantas no feijoeiro (Valério et al., 1999; Shimada et al.,
2000; Jauer et al., 2003a; Didonet e Costa, 2004). De modo geral, verificou-se
que o incremento da população de plantas o resultou em aumentos de
produtividade (Jauer et al., 2003b; Didonet e Costa, 2004). Por outro lado,
Shimada et al. (2000) observaram que maiores rendimentos em grãos do
feijoeiro foram obtidos na densidade populacional de 266,7 mil plantas ha
-1
. No
entanto, Jauer et al. (2003a), na safrinha em Santa Maria, RS, verificaram que a
melhor população de plantas para a cultivar BR Ipagro-44 Guapo Brilhante seria
de 337 mil plantas ha
-1
. Quando a cultivar analisada foi a ‘Pérola’, na safrinha,
em Santa Maria, RS, constatou-se que a população de plantas ideal seria 200 mil
plantas ha
-1
(Jauer et al., 2006).
16
Alguns autores, no entanto, alegam que seria necessário abordar níveis
de adubação e densidade de semeadura em conjunto, além de suas possíveis
interações. Nesse contexto, foi observado que o rendimento de grãos não foi
afetado com o incremento da população (Souza et al., 2002; Souza et al., 2003;
Souza et al., 2008). Entretanto, Souza et al. (2004a) constataram que o
incremento das populações, no intervalo de 100 a 400 mil plantas ha
-1
,
proporcionou aumento no rendimento de grãos da cultivar IAPAR-81, em
Latossolo Argiloso de Ponta Grossa, PR. Quando a mesma cultivar foi avaliada
num Gleissolo, também em Ponta Grossa, PR, na mesma safra (2000/2001), o
maior rendimento de grãos foi obtido com a população de 303 mil plantas ha
-1
(Souza et al., 2004b).
Um aspecto interessante é que a cultivar IAPAR-81 também foi
analisada em um Argissolo, em Ponta Grossa, PR, só que, desta vez, em ano
agrícola diferente (2003/2004). O que se observou foi que, no intervalo entre
100 a 400 mil plantas ha
-1
,
não houve incremento no rendimento de grãos (Souza
et al., 2008). Deve-se destacar o fato de que em nenhum desses trabalhos citados
foi verificada interação significativa entre veis de adubação x população de
plantas.
De modo geral, foram obtidos resultados que indicam os espaçamentos
de 40 a 50 cm, com densidade de 10 a 15 sementes por metro linear, como os
mais recomendados (Vieira, 2004). O autor comenta que populações maiores
implicam maior gasto de sementes por área, sem a compensação de obter maior
produtividade, e populações menores podem reduzir o rendimento.
Com o surgimento de linhagens comerciais de arquitetura mais ereta,
tem sido questionado se a população de plantas deve ser a mesma recomendada
anteriormente. Neste contexto, Souza et al. (2008) destacam que o hábito de
crescimento das cultivares pode estar relacionado com a resposta à densidade de
17
plantio, pelo fato de este modificar a plasticidade ou o efeito de compensação
existente entre os componentes de rendimento.
Por isso, tem sido estimulada a realização de pesquisas visando ao
estudo da interação linhagens x densidades de semeadura. Ribeiro et al. (2004),
avaliando três cultivares de diferentes hábitos de crescimento (Iraí tipo I, TPS
NOBRE tipo II e Pérola tipo III), quando submetidas a diferentes densidades de
semeadura, em dois anos agrícolas (2001/2002 e 2002/2003), verificaram a
presença da interação cultivares x densidades de semeadura sobre várias
características.
O efeito da densidade de semeadura no rendimento do feijoeiro também
foi estudado por Didonet e Costa (2004), utilizando as cultivares Jalo Precoce,
de crescimento indeterminado e a linhagem experimental de bito de
crescimento determinando, PR9301472. Os autores observaram que não houve
significância da interação genótipos x densidades de semeadura para o
rendimento de grãos e que este não foi afetado pelas variações no número de
plantas por metro linear.
Em outro trabalho, Shimada et al. (2000), avaliando duas cultivares (IAC- Bico
de Ouro e IAC- Carioca) em três densidades de semeadura (8, 12 e 16 plantas
por metro linear), constataram a presença de interação significativa apenas no
caráter número médio de grãos por vagem. Uma provável explicação para esses
resultados é que quando o número de plantas por área é menor, estas apresentam
o mesmo rendimento devido à produção de maior número de vagens, de
sementes por vagens e peso das sementes (Fernandes et al., 1989).
18
2.5 Épocas de semeadura na cultura do feijoeiro no Brasil
Apesar de ser uma cultura de ampla adaptação e ser cultivado nos mais
variados sistemas, o feijoeiro é pouco tolerante a fatores extremos de ambiente,
principalmente no que se refere a extremos de temperatura e de umidade.
A temperatura média ótima durante o ciclo da cultura é de 18ºC a 24ºC,
sendo 21ºC a ideal (Vieira, 1967). Se ocorrerem baixas temperaturas
imediatamente após a semeadura, a germinação das sementes e a emergência das
plântulas podem ser reduzidas ou atrasadas, podendo resultar em baixas
populações de plantas e em possível redução na produtividade de grãos. Caso
temperaturas muitas baixas ocorram próximo ao florescimento, este pode ser
atrasado e o ciclo da cultura, conseqüentemente, prolongado.
Temperaturas diurnas superiores a 30ºC e noturnas superiores a 25ºC
podem exercer grande influência sobre o aborto de flores e o vingamento de
vagens (Kay, 1979). É importante mencionar que, em muitas regiões de Minas
Gerais, especialmente no período de verão, podem ocorrer temperaturas acima
da faixa adequada, limitando, assim, o cultivo em determinadas épocas do ano.
A água é outro fator limitante ao rendimento da cultura do feijoeiro. A
planta requer boa disponibilidade de água no solo durante todo o ciclo,
principalmente nas etapas mais críticas, como germinação/emergência, floração
e enchimento de grãos (Andrade et al., 2006). Quando ocorre déficit hídrico logo
após a semeadura, a germinação, a emergência e a sobrevivência das plantas são
prejudicadas, resultando em baixo estande, o que pode ter como conseqüência, a
baixa produtividade de grãos. Na fase reprodutiva, o déficit hídrico resulta em
aborto de flores ou vagens, redução do número de sementes por vagem ou
incompleto enchimento de grãos (Stoker, 1974).
Por outro lado, o feijoeiro também não suporta excesso de água no solo.
No estabelecimento da cultura, o excesso de água prejudica a germinação e
limita o desenvolvimento das raízes, além de favorecer a incidência de doenças
19
radiculares, reduzindo a sobrevivência das plântulas (Andrade et al., 2006). Mas
o principal problema com excesso de água ocorre na maturação. A colheita pode
ser atrasada e ocorrerem a brotação e o aparecimento de manchas nos grãos,
principalmente em cultivares de hábito de crescimento indeterminado tipo III,
nas quais as vagens ficam em contato com o solo úmido.
Diante do exposto, as épocas de semeadura recomendadas no estado de
Minas Gerais apresentam vantagens e desvantagens em função das condições
climáticas a que a cultura é submetida. A denominação dessas épocas de
semeadura é feita em função das datas de plantio e de colheita. Assim, de acordo
com Vieira (2004), têm-se os cultivos de primavera-verão, verão-outono,
outono-inverno e inverno-primavera, ou seja, as semeaduras de primavera,
verão, outono e inverno.
No cultivo de primavera-verão (“feijão das águas”), a semeadura é feita
no início do período chuvoso (outubro-novembro) e a colheita no início do
verão. Apresenta a vantagem de, normalmente, dispensar a irrigação. Entretanto,
têm-se as seguintes desvantagens: a colheita também pode coincidir com
períodos chuvosos, causando perdas na produção ou, então, colhem-se grãos
manchados e brotados; o excesso de calor no período de floração pode reduzir
seriamente a produtividade; o excesso de chuvas pode ocasionar encharcamento
do solo em terrenos mal drenados; a umidade excessiva pode favorecer os
patógenos e o desenvolvimento de plantas daninhas é mais intenso. Deve-se
destacar que, nessa época, não se recomenda plantar em áreas extensas, devido
ao grande risco de chuvas na época de maturação.
O cultivo de verão-outono (“feijão da seca”), com plantio em fevereiro-
março, é o preferido pelos agricultores que utilizam menor nível de tecnologia,
apesar do risco de escassez de chuvas a partir de março. Contudo, a escassez de
chuvas pode ser atenuada pela irrigação, resultando em maiores produtividades.
20
Nessa época, a colheita, normalmente, ocorre em período com menor
possibilidade de chuvas, permitindo a obtenção de grãos de ótima qualidade.
O cultivo de outono-inverno (“terceira época de plantio”) é praticado por
produtores que utilizam, geralmente, alta tecnologia, incluindo o emprego de
irrigação. A semeadura é feita de abril a junho e a colheita de julho a outubro,
dependendo da região. Nessa época, a irrigação é indispensável, mas apresenta
grandes vantagens, como rendimento geralmente elevado (acima de 2 t ha
-1
).
Quando a semeadura é realizada em abril-maio, a colheita é realizada em
período seco, o que possibilita a obtenção de grãos de ótima qualidade; a cultura
torna-se menos dependente de fatores climáticos, ocorrendo maior estabilidade
de produção; não concorrência do feijão com outras culturas, como soja e arroz,
plantadas na primavera. Esse cultivo não é recomendado para áreas de inverno
muito rigoroso. Além disso, doenças, como mofo-branco e murcha-de-fusarium,
podem ser bastante destrutivas nessa época (Vieira, 2004).
No cultivo de inverno-primavera, a semeadura é realizada em pleno
inverno (julho-agosto) e a colheita no início da primavera. Elevados rendimentos
podem ser obtidos nessa época, com a utilização de irrigação. A grande
desvantagem desse cultivo em relação ao de outono-inverno é a possibilidade de
a estação chuvosa começar mais cedo, em fins de setembro ou início de outubro,
o que traria problemas tanto para a colheita quanto para a qualidade dos grãos.
Vieira (2004) comenta que, nessa época, chuvas prematuras podem anular ou
atenuar as vantagens do cultivo irrigado e, ainda, que mofo-branco e murcha-de-
fusarium também podem constituir problema.
Com esta diversidade de situações, é esperada uma acentuada interação
linhagens x épocas de semeadura. Esse fato foi comprovado em alguns
trabalhos conduzidos com a cultura do feijão em Minas Gerais (Ramalho et al.,
1993b; Bruzi et al., 2007; Matos et al., 2007; Sena et al., 2008).
21
No Rio Grande Sul, Ribeiro et al. (2004) identificaram cultivares de
feijão com adaptação geral e específica em diferentes épocas de semeadura na
região de depressão central do estado. Os autores verificaram que a cultivar TPS
NOBRE é recomendada para semeadura de setembro a outubro, enquanto as
cultivares Iraí e Pérola são para a semeadura de janeiro a fevereiro.
Sabe-se que a interação tem inúmeras implicações nos trabalhos dos
melhoristas e que a sua importância se torna mais evidente na etapa de avaliação
de novas cultivares para recomendação aos agricultores. Assim, levando-se em
consideração que, nas condições de cultivo do feijoeiro no estado de Minas
Gerais, variação entre anos, locais e safras, Ramalho et al. (1998) realizaram
um trabalho no intuito de verificar com qual desses fatores ambientais a
interação com os genótipos era mais expressiva. Dessa forma, poder-se-ia
orientar futuros trabalhos de avaliação de cultivares de feijão na região.
Os autores verificaram que as interações apresentaram pequena
contribuição para a variação total e que as mais expressivas foram cultivares x
safras e cultivares x anos. O resultado desse trabalho foi importante, pois, sabe-
se que, para uma maior segurança na recomendação de uma nova cultivar, é
necessário que a linhagem seja avaliada em um certo número de ambientes.
Considerando também que a parte mais onerosa nesse tipo de trabalho é a
locomoção dos pesquisadores, uma sugestão dos autores é que seria interessante,
em cada local e safra, que os experimentos fossem conduzidos, pelo menos, em
duas épocas. Assim, poderia ser possível ter uma avaliação do desempenho das
cultivares em um período relativamente curto, sem gastos excessivos.
Vale destacar também que, num país tropical como o Brasil, onde
grande diversidade de condições climáticas, notadamente de temperatura e
pluviosidade, os ensaios de avaliação de cultivares poderiam ser conduzidos em
um maior número de épocas de semeadura em detrimento do número de anos
(Paterniani, 1990).
22
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Ambientes
Os experimentos foram conduzidos em seis ambientes (safras e locais), no
período de novembro de 2006 a fevereiro de 2008. Em cada ambiente foram
conduzidos nove experimentos, resultantes das combinações de três doses de
fertilizantes e três densidades de semeadura. Na Tabela 1 são apresentadas as
principais características dos locais e das safras em que foram conduzidos os
experimentos. As análises químicas dos solos utilizados são apresentadas na
Tabela 2.
3.2 Material genético, doses de fertilizantes e densidades de semeadura
Para a realização deste trabalho, foram utilizadas 11 linhagens de
feijoeiro, cujas principais características são apresentadas na Tabela 3. As doses
de fertilizantes utilizadas por ocasião da semeadura foram 0, 300 e 600 kg ha
-1
do fertilizante formulado 8-28-16 de NPK e, em cobertura, 0, 100 e 200 kg ha
-1
de sulfato de amônio, aos 20 dias após a emergência, respectivamente. As
densidades de semeadura foram de 10, 15 e 20 sementes por metro linear.
23
TABELA 1 Principais características dos ambientes (safras e locais) de
realização dos experimentos.
LOCAIS SAFRA ÉPOCAS DE
SEMEADURA
LAT.
3/
LONG.
4/
ALT.
5/
(m)
LAVRAS-MG
DBI
1/
Águas 06/07
Seca 07
Inverno 07
Águas 07/08
nov. 06
mar. 07
jul. 07
nov. 07
21º14’ S 44º59’ W 919
LAVRAS-
MG
FAEPE
2/
Águas 06/07
nov. 06
21º12’ S 44º59’ W 951
IJACI-MG
Seca 07
mar. 07 21º10’ S 44º75’ W 832
1/
Departamento de Biologia da Universidade Federal de Lavras.
2/
Fazenda da Fundação de Amparo ao Ensino, Pesquisa e Extensão (FAEPE).
3/
Latitude,
4/
Longitude,
5/
Altitude.
24
TABELA 2 Análises químicas dos solos amostrados à profundidade de 0-20 cm nas áreas experimentais em Lavras-MG e
Ijaci-MG, antes da instalação dos experimentos*.
Análise de Solos
Águas 06/07 Seca 07 Inverno 07 Águas 07/08
IJACI-MG
Características
Químicas
LAVRAS-MG
DBI
LAVRAS-MG
FAEPE
LAVRAS-MG
DBI
LAVRAS-MG
DBI
LAVRAS-MG
DBI
pH H
2
O 5,0 6,2 5,5 5,2
6,0
5,4
P (mg dm
-3
) 38,9 2,5 20,0 24,9
11,5
30,9
K (mg dm
-3
) 67,0 184 86,0 108
56
78,0
Ca
2+
(cmol
c
dm
-3
) 1,0 1,6 1,8 1,3
3,0
1,9
Mg
2+
(cmol
c
dm
-3
) 0,3 0,6 0,7 0,4
0,9
0,7
Al
3+
(cmol
c
dm
-3
) 0,7 0,1 0,0 0,3
0,0
0,1
H + Al (cmol
c
dm
-3
) 7,0 3,2 3,6 4,5
2,3
4,0
SB (cmol
c
dm
-3
) 1,5 2,7 2,7 2,0
4,0
2,8
t (cmol
c
dm
-3
) 2,2 2,8 2,7 2,3
4,0
2,9
T (cmol
c
dm
-3
) 8,5 5,9 6,3 6,5
6,3
6,8
V (%) 17,4 45,5 43,0 30,6
63,7
41,2
m (%) 32,0 4,0 0,0 13
0,0
3,0
MO (dag kg
-1
) 3,1 2,6 2,4 1,9
2,2
2,5
P-rem (mg L
-1
) 12,2 15,1 16,4 20,5
13,2
9,9
Zn (mg dm
-3
) - - 7,6 5,0
8,8
7,9
B (mg dm
-3
) - - 0,2 0,3
0,2
0,3
S (mg dm
-3
) - - 32,6 39,2
26,2
43,7
* Análises realizadas no Laboratório de Análise de Solo do Departamento de Ciência do Solo da UFLA.
SB : soma de bases; t : CTC efetiva; T : CTC potencial; V : saturação por bases; m : saturação por alumínio; MO :
matéria orgânica.
25
TABELA 3 Principais características das linhagens de feijoeiro utilizadas nos experimentos.
Linhagens Origem
Hábito de crescimento
1/
Cor do grão
BRS Radiante
CNFRJ 10564
IAPAR 81
BRS Horizonte
BRS Valente
BRS Supremo
Carioca MG
BRSMG Talismã
Pérola
Ouro Negro
BRSMG Majestoso
EMBRAPA
EMBRAPA
IAPAR
EMBRAPA
EMBRAPA
EMBRAPA
UFLA
UFLA/UFV/EPAMIG/EMBRAPA
EMBRAPA
Honduras
UFLA/UFV/EPAMIG/EMBRAPA
I
I
II
II
II
II
II
III
III
III
III
Bege com rajas vermelhas
Bege com rajas vermelhas
Bege com rajas marrons
Bege com rajas marrons
Preta
Preta
Bege com rajas marrons
Bege com rajas marrons
Bege com rajas marrons
Preta
Bege com rajas marrons
1/
I- crescimento determinado, II- crescimento indeterminado com guias curtas, III-
crescimento indeterminado com
guias longas.
26
3.3 Condução dos experimentos
O delineamento experimental empregado em cada ambiente foi o de
blocos casualizados, com três repetições. Cada parcela foi constituída de três
linhas de 3,0 m de comprimento, com espaçamento entre linhas fixado em 0,5 m
para todos os experimentos. Na densidade de 10 plantas por metro, a semeadura
foi efetuada colocando-se 60 sementes, bem distribuídas ao longo dos 3,0 m de
comprimento de cada linha. Já nas densidades de 15 e 20 sementes por metro
foram colocadas 90 sementes. Num período de sete a dez dias após a semeadura,
realizou-se o desbaste, deixando-se, nas densidades de 10, 15 e 20 sementes por
metro, 30, 45 e 60 plantas, respectivamente, bem distribuídas ao longo dos 3,0 m
de comprimento em cada linha.
A aplicação das doses dos fertilizantes foi realizada manualmente em
todos os experimentos, tanto na semeadura como na cobertura (20 dias após a
emergência). Foi colhida a linha central de cada parcela, efetuando-se, ainda a
contagem do estande em cada linha.
Nas safras da seca e inverno, os experimentos foram conduzidos sob
irrigação por aspersão. Os demais tratos culturais, nas três safras, foram os
recomendados para a cultura.
3.4 Análises estatísticas
Inicialmente, é necessário comentar que, em cada experimento, foi
efetuada uma análise de variância para o estande. Devido ao fato de a maioria
das análises ter apresentado efeito de linhagens não significativo (Tabela 1A),
optou-se pela realização da correção para estande ideal em cada densidade de
semeadura, em todos os experimentos, por meio da análise de covariância.
As análises individuais da produtividade de grãos, em kg ha
-1
, nos 54
experimentos resultantes da combinação das 3 doses de fertilizantes e 3
27
densidades de semeadura nos diferentes ambientes (safras e locais), foram
realizadas por meio do programa MSTAT C (1991), adotando-se o seguinte
modelo estatístico:
y
ij
= µ + l
i
+ b
j
+ e
ij
,
em que:
y
ij
: observação referente à linhagem i no bloco j ;
µ : constante associada às observações;
l
i
: efeito da linhagem i, i=1,2,3,...,11;
b
j
: efeito do bloco j, j=1, 2,3;
e
ij
: erro experimental associado à observação y
ij
, e
ij
Ν(0,σ
2
).
Com relação às diferentes análises conjuntas realizadas, inicialmente, é
necessário esclarecer que foi observada heterogeneidade de variância dos erros
pelo teste de Hartley. Assim, para que ocorresse a homogeneidade de variância
dos erros, foram retirados os experimentos 28, 38, 39, 41, 43 e 49 (Tabela 1A).
Em seguida, procedeu-se à análise de variância conjunta dos experimentos
envolvendo os seis ambientes (safras e locais), nas três densidades de semeadura
para cada dose de fertilizante (0, 300 e 600). Devido ao desbalanceamento, foi
utilizado o PROC GLM do SAS (SAS, 2000), adotando-se o modelo estatístico a
seguir:
y
ijkp
= µ + a
p
+ d
k
+ ad
pk
+ b
j(kp)
+ l
i
+ la
ip
+ ld
ik
+ lad
ipk
+ e
ijkp
,
em que:
y
ijkp
: observação referente à linhagem i no bloco j na densidade de semeadura k
no ambiente p ;
28
µ : constante associada às observações;
a
p
: efeito do ambiente (safra e local) p, p=1,2,3,...,6;
d
k
: efeito da densidade de semeadura k, k=1,2,3;
ad
pk
: efeito da interação ambientes x densidades de semeadura;
b
j(kp)
: efeito do bloco j na densidade de semeadura k no ambiente p;
l
i
: efeito da linhagem i, i=1,2,3,...,11;
la
ip
: efeito da interação linhagens x ambientes;
ld
ik
: efeito da interação linhagens x densidades de semeadura;
lad
ipk
: efeito da interação linhagens x ambientes x densidades de semeadura;
e
ijkp
: erro experimental associado à observação y
ijkp
, e
ijkp
Ν(0,σ
2
).
Posteriormente, procedeu-se à análise de variância conjunta dos
experimentos envolvendo os seis ambientes (safras e locais), nas três doses de
fertilizantes para cada densidade de semeadura (10, 15 e 20), também utilizando
PROC GLM do SAS (SAS, 2000), adotando o modelo estatístico:
y
ijsp
= µ + a
p
+ f
s
+ af
ps
+ b
j(sp)
+ l
i
+ la
ip
+ lf
is
+ laf
ips
+ e
ijsp
,
em que:
y
ijsp
: observação referente à linhagem i no bloco j na dose de fertilizante s no
ambiente p ;
µ : constante associada às observações;
a
p
: efeito do ambiente (safras e locais) p, p=1,2,3,...,6;
f
k
: efeito da dose de fertilizante s, s=1,2,3;
af
ps
: efeito da interação ambientes x doses de fertilizante;
b
j(sp)
: efeito do bloco j na dose de fertilizante s no ambiente p;
l
i
: efeito da linhagem i, i=1,2,3,...,11;
la
ip
: efeito da interação linhagens x ambientes;
29
lf
is
: efeito da interação linhagens x doses de fertilizante;
laf
ips
: efeito da interação linhagens x ambientes x doses de fertilizante;
e
ijsp
: erro experimental associado à observação y
ijsp
, e
ijsp
Ν(0,σ
2
).
Foi realizada também uma análise conjunta envolvendo os efeitos de
ambientes (safras e locais), doses de fertilizantes e densidades de semeadura.
Esta análise foi realizada no PROC GLM do SAS (SAS, 2000), adotando-se o
seguinte modelo estatístico:
y
ijskp
= µ + a
p
+ f
s
+ d
k
+ af
ps
+ ad
pk
+ fd
sk
+ afd
pks
+ b
j(skp)
+ l
i
+ la
ip
+lf
is
+ ld
ik
+
laf
ips
+ lad
ipk
+ lfd
isk
+ lafd
ipsk
+ e
ijskp
,
em que:
y
ijskp
: observação referente à linhagem i no bloco j na dose de fertilizante s na
densidade de semeadura k no ambiente p ;
µ : constante associada às observações;
a
p
: efeito do ambiente (safra e local) p, p=1,2,3,...,6;
f
s
: efeito da dose de fertilizante s, s=1,2,3;
d
k
: efeito da densidade de semeadura k, k=1,2,3;
af
ps
: efeito da interação ambiente x doses de fertilizante;
ad
pk
: efeito da interação ambientes x densidades de semeadura;
fd
sk
: efeito da interação doses de fertilizante x densidades de semeadura;
afd
pks
: efeito da interação ambientes x doses de fertilizante x densidades de
semeadura;
b
j(skp)
: efeito do bloco j na dose de fertilizante s na densidade de semeadura k no
ambiente p;
l
i
: efeito da linhagem i, i=1,2,3,...,11;
lf
is
: efeito da interação linhagens x doses de fertilizante;
30
ld
ik
: efeito da interação linhagens x densidades de semeadura;
la
ip
: efeito da interação linhagens x ambientes;
laf
ips
: efeito da interação linhagens x ambientes x doses de fertilizante;
lad
ipk
: efeito da interação linhagens x ambientes x densidades de semeadura;
lfd
isk
efeito da interação linhagens x doses de fertilizante x densidades de
semeadura;
lafd
ipsk
: efeito da interação linhagens x ambientes x doses de fertilizante x
densidades de semeadura;
e
ijksp
: erro experimental associado à observação y
ijksp
, e
ijksp
Ν(0,σ
2
).
Posteriormente, com a soma de quadrado em todas as análises conjuntas,
foi estimada a contribuição de cada fonte de variação para a soma de quadrado
total pela expressão:
SQtotal
f variação de fonte da SQ
f
R =
2
As médias das linhagens, em todas as análises realizadas, foram
comparadas pelo teste de Scott & Knott (1974). Em seguida, estimou-se a
equação de regressão linear para ajuste do efeito da dose de fertilizantes ou
densidades de semeadura sobre a produtividade de grãos (kg ha
-1
), para cada
linhagem.
3.5 Análise de adaptabilidade e estabilidade
A partir dos valores médios da produtividade de grãos (kg ha
-1
) das
linhagens avaliadas nos diferentes experimentos (safras, locais, doses de
fertilizantes e densidades de semeadura), foi realizado o estudo de estabilidade e
31
adaptabilidade, utilizando-se o método gráfico (Nunes et al., 2005), com o
aporte do programa SAS (SAS, 2000).
Para aplicação do método gráfico, em cada experimento as médias das
linhagens foram padronizadas por meio da expressão:
q
q
iq
iq
s
XX
Z
.
.
=
Z
iq
: valor da variável padronizada correspondente a linhagem i no experimento
q;
iq
X
: média da linhagem i no experimento q;
q
X
.
: média do experimento;
q
s
.
: desvio padrão fenotípico entre as linhagens no experimento q.
Como a variável padronizada assume valores positivos e negativos, para
facilitar a visualização gráfica foi somada uma constante, de modo a tornar os
valores de Z
iq
sempre positivos. A média dos Z
iq
para a linhagem i nos
experimentos considerados (
i.
Z
) fornece a medida da adaptação da linhagem i. O
coeficiente de variação dos Z
iq
para a linhagem i nos diferentes experimentos
(CV
iq
) fornece uma medida da estabilidade da linhagem i.
As estimativas de Z
iq
foram submetidas à análise de variância e os
valores médios obtidos de
i.
Z
foram agrupados pelo teste de Scott & Knott
(1974). Para a comparação dos CV
iq
foram estimados os intervalos de confiança
utilizando-se a expressão sugerida por McKay modificada (Vangem, 1996).
Utilizando-se os valores padronizados (Z
iq
), foram construídos gráficos para
, em que:
32
cada linhagem i, sendo as dimensões dos eixos (experimentos) equivalentes aos
valores de Z
iq
da linhagem i no experimento q.
3.6 Estimativa do risco de adoção das linhagens
Para estimar o índice de confiança na adoção das linhagens, ou seja,
avaliar o risco de se cultivar uma determinada linhagem, foi empregado o
método proposto por Annichiarico (1992), utilizando a produtividade média das
linhagens nos diferentes experimentos estudados. O índice de confiança (I
i
) foi
obtido pelo seguinte estimador (Annichiarico, 1992):
I
i
= Y
i
. – Z
(1- α)
. S
i
,
em que:
I
i
: índice de confiança da linhagem i;
Y
i.
: média geral da linhagem i, expressa em porcentagem em relação à média dos
experimentos;
Z
(1 – α )
: percentil (1 - α) da função de distribuição normal acumulada, tal que P(Z
< Z
(1 - α)
) = 1- α;
α : nível de significância, no caso adotou-se α = 0,25;
S
i
: desvio padrão dos valores percentuais associados a cada linhagem i nos
diferentes experimentos.
33
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resumos das análises individuais da produtividade de grãos
evidenciaram que a precisão experimental, avaliada pelo coeficiente de variação
(CV), foi relativamente boa, na maioria dos casos. Em 83% dos experimentos
foi detectada diferença significativa (P<0,05) entre as linhagens (Tabela 1A).
Nas diferentes análises conjuntas envolvendo doses de fertilizantes
(Tabela 4) ou densidades de semeadura (Tabela 5) foi constatado efeito
significativo (P<0,01) para todas as fontes de variação. Observou-se também que
a fonte de variação ambientes (safras e locais) foi, de forma isolada, a que mais
contribuiu para a variação da soma de quadrados totais.
Essa acentuada contribuição do ambiente para a variação total era de se
esperar, uma vez que, na sua composição está contido, como já mencionado, o
efeito de locais e safras. Em pesquisas realizadas nos últimos 30 anos, na região,
com a cultura do feijoeiro, ficou evidenciada variação acentuada na
produtividade média de grãos nas diferentes safras, assim como nos diferentes
locais (Ramalho et al., 1993b; Ramalho et al., 1998; Matos et al., 2007).
Com relação à fonte de variação densidades (D) nas análises nas
diferentes doses de fertilizantes, nota-se que, em condições de estresse (dose 0),
sua contribuição para a soma de quadrados total foi expressiva (R
2
f
= 12,26)
(Tabela 4). Isso mostra, em princípio, que o efeito de densidades foi mais
evidenciado sob condições de estresse de fertilidade, ou seja, sem fornecimento
de nutrientes.
quando se consideraram as análises conjuntas envolvendo as
diferentes densidades de semeadura, constatou-se que o efeito da fonte de
variação doses de fertilizantes (F), na maioria dos casos, também contribuiu de
forma expressiva para a soma de quadrados total (Tabela 5). Esses resultados
34
confirmam que a resposta ao emprego de fertilizantes na cultura do feijoeiro é
acentuada, como tem sido constatado em diversas outras oportunidades (Souza
et al., 2002 e 2003; Vieira, 2006).
As contribuições das interações para a soma de quadrados total nas
doses 0 (R
2
f
= 52,63%) e 300 (R
2
f
= 47,17) foram superiores às das fontes de
variação isoladas, mas, no caso da dose 600 (R
2
f
= 31,67%), não foi mais
expressiva que a contribuição do ambiente (Tabela 4). No caso das densidades
de semeaduras, a contribuição das interações para a soma de quadrados total foi
sempre superior à contribuição das fontes de variação de forma isoladas, sendo
de 32,98%, 36,62% e 49,04%, nas densidades de semeadura 10, 15 e 20,
respectivamente (Tabela 5). Assim, fica evidente que a interação, de forma
geral, é o grande complicador quando se pretende avaliar diferentes linhagens
em diferentes sistemas de manejo (doses de fertilizantes e densidades de
semeadura).
35
TABELA 4 Análise conjunta da produtividade de grãos (kg ha
-1
) de 11 linhagens de feijoeiro de diferentes hábitos de
crescimento nas doses 0, 300 e 600 kg de NPK ha
-1
, em seis ambientes (locais e safras) e em três
densidades de semeadura. Entre parênteses, a estimativa da contribuição relativa para soma de quadrados
total (R
2
f
) em (%).
DOSE 0 DOSE 300 DOSE 600
Fonte de Variação
GL QM
GL QM
GL QM
Rep./exper.
30 67738,019* (2,25)
32 403840,046** (5,60)
34 576429,749** (5,42)
Linhagens (L)
10 1060090,724** (2,98)
10 755974,927** (3,31)
10 1456571,637** (4,03)
Densidade (D)
2 21836555,150** (12,26)
2 652699,396*(0,57)
2 978772,349** (0,54)
Amb. (safra e local) (E)
5 11548822,4** (16,21)
5 8003512,982** (17,53)
5 28048222,480** (38,78)
L x D
20 383879,204** (2,15)
20 436012,232** (3,82)
20 426699,628** (2,36)
L x E
50 711160,057** (9,98)
50 970767,664** (21,26)
50 810616,211** (11,21)
D x E
7 6776634,400** (32,96)
8 1148236,674** (4,02)
9 3199125,788** (7,96)
L x D x E
70 383993,237** (7,54)
80 515727,413** (18,07)
90 407579,207** (10,14)
Erro
300 162297,919 (13,67)
320 183683,682 (25,75)
340 213259,967 (20,05)
Média (Kg ha
-1
) 2203 2412 2701
CV % 18,27 17,76 17,09
**
Significativo, pelo teste de F, a 1% de probabilidade (P < 0,01).
*
Significativo, pelo teste de F, a 5% de probabilidade (P < 0,05).
36
Em todos os casos, a contribuição das interações para a soma de
quadrados total foi muito grande, evidenciando, no caso daquelas interações
envolvendo linhagens, que o comportamento destas nas diferentes densidades ou
doses de fertilizantes foi o coincidente (Tabelas 4 e 5). Essa informação é
fundamental em trabalhos dessa natureza. Isso mostra que, antes da
recomendação de uma cultivar, seria importante também que os experimentos de
VCU fossem conduzidos nos diferentes sistemas de manejo (densidades de
semeadura e doses de fertilizantes), além dos locais e das safras já exigidos pelo
Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Brasil, 1998).
Destaque também deve ser dado para as interações das linhagens com
locais e safras, ou seja, linhagens x ambientes. A importância da ocorrência de
interação cultivares x ambientes na cultura do feijoeiro em Minas Gerais tem
sido constatada em várias oportunidades (Ramalho et al., 1993b; Ramalho et al.,
1998; Bruzi et al., 2007; Sena et al., 2008) e é a principal dificuldade encontrada
pelos melhoristas, na recomendação de cultivares. Esses trabalhos reforçam a
necessidade de que as avaliações de cultivares sejam realizadas nas diferentes
safras de cultivo, bem como em diferentes locais para se ter mais segurança na
recomendação.
37
TABELA 5 Análise conjunta da produtividade de grãos (Kg ha
-1
) de 11 linhagens de feijoeiro de diferentes hábitos de
crescimento nas densidades 10, 15 e 20 plantas metro linear
-1
, em seis ambientes (locais e safras) e em três
doses de fertilizantes. Entre parênteses, a estimativa da contribuição relativa para soma de quadrados total
(R
2
f
) em (%).
**
Significativo, pelo teste de F, a 1% de probabilidade (P < 0,01).
DENSIDADE 10 DENSIDADE 15 DENSIDADE 20
Fonte de Variação GL QM
GL QM
GL QM
Rep./exper. 30
466390,164** (4,65)
32 443386,406** (4,36)
34 363928,600** (3,28)
Linhagens (L) 10
1108509,458** (3,68)
10 1222382,987** (3,75)
10 639535,472** (1,69)
Fertilizante (F) 2
27951481,600** (18,57)
2 20527804,080** (12,62)
2 2672164,563** (1,41)
Amb. (safra e local) (E) 5
13873602,420** (23,04)
5 15160826,560** (23,30)
5 20547654,490** (27,20)
L x F 20
538154,509** (3,57)
20 517240,760** (3,18)
20 382207,540** (2,02)
L x E 50
811923,550** (13,49)
50 711592,237** (10,94)
50 731490,119** (9,68)
F x E 7
2475284,260** (5,76)
8 3635446,515** (8,94)
9 11010697,380** (26,23)
L x F x E 70
437167,505** (10,16)
80 551419,339** (13,56)
90 466460,921** (11,11)
Erro 300
171294,864 (17,07)
320 196760,180 (19,35)
340 193014,169 (17,37)
Média (Kg ha
-1
)
2372 2426 2539
CV %
17,44 18,27 17,29
38
Visando melhor elucidar a resposta de cada linhagem às diferentes doses
de fertilizantes e densidades de semeadura foram estimados os parâmetros das
equações de regressão linear entre essas variáveis (x) e a produtividade de grãos
(y) (Tabela 6). A maior resposta ao aumento da dose de fertilizante foi da BRS
Radiante (tipo I) e a menor, da BRS Supremo (tipo II). Apenas as linhagens
BRSMG Majestoso (tipo III), IAPAR 81 (tipo II) e Carioca MG (tipo II) não
responderam significativamente ao aumento da dose de fertilizante. Para as
demais linhagens e, na média de todas, a resposta foi positiva e significativa.
Sendo assim, pelo menos em princípio, a resposta das linhagens às doses de
fertilizantes não deve ser associada ao hábito de crescimento das mesmas.
TABELA 6 Estimativas das equações de regressão linear entre produtividade de
grãos (Kg ha
-1
) (y) e doses de fertilizantes (x) e entre produtividade
de grãos (Kg ha
-1
) (y) e densidades de semeadura (x).
Linhagens
Doses de fertilizante
Densidades de semeaduras
b
0
b
1
P
1/
b
0
b
1
P
Ouro Negro 2460 0,89 0,000 2799 - 11,40 0,416
Pérola 2225 0,58 0,047 2427 - 4,60 0,656
BRSMG Majestoso
1986 1,11 0,069 2254 15,3 0,015
BRSMG Talismã 2175 0,65 0,002 2325 10,0 0,406
BRS Horizonte 2032 0,68 0,004 2105 26,60 0,178
IAPAR 81 2216 0,60 0,282 2281 23,30 0,371
BRS Supremo 2423 0,25 0,006 2292 40,70 0,184
Carioca MG 2195 0,89 0,116 2412 11,30 0,153
BRS Valente 2091 1,22 0,018 2353 22,70 0,430
BRS Radiante 2089 1,20 0,000 2357 20,60 0,186
CNFRJ 10564 2194 1,04 0,005 2368 28,70 0,021
Média 2189 0,83 0,008 2362 16,60 0,043
1/
Significância do teste t (Ho : b
1
= 0)
39
Embora a questão econômica não seja o objetivo principal desse
trabalho, seria importante ter informação sobre a viabilidade econômica da
utilização de doses crescentes de fertilizantes. Considerando o preço de mercado
atual (julho/2008) do kg de grão de feijão, de R$ 2,33, para o produtor e o preço
do fertilizante 8-28-16, de R$ 2,28 por kg, a relação de preço fertilizante/feijão é
de 0,98. Assim, seria viável o uso do fertilizante se a resposta por kg de
fertilizante fosse superior a 0,98 kg de grãos, ou seja, se o b
1
estimado fosse
superior a 0,98. Isso ocorre com algumas linhagens, porém, para a maioria, nas
condições em que foram realizados os experimentos, o emprego do fertilizante
seria antieconômico (Tabela 6). Deve ser destacado que não foram incluídos,
ainda, os gastos com a adubação em cobertura e nem os gastos com a aplicação.
Ao contrário do que ocorreu com relação à resposta das linhagens a
aumentos na dose de fertilizantes, apenas duas linhagens responderam ao
aumento de densidade de semeadura. A linhagem BRSMG Majestoso, de hábito
tipo III e CNFRJ 10564, de hábito de crescimento tipo I, responderam no sentido
de aumentar a produtividade (Tabela 6). Em Ponta Grossa, no Paraná, Souza et
al. (2004a) observaram aumento na produtividade de grãos da cultivar IAPAR
81 com aumento da população de plantas. Entretanto, na maioria dos trabalhos
envolvendo populações de plantas no feijoeiro, não tem sido observada resposta
positiva ao seu aumento (Souza et al., 2002; Souza et al., 2003; Souza et al.,
2008).
Para verificar se ocorreu diferença no desempenho das linhagens de
diferentes hábitos de crescimento, considerando todos os ambientes e os
diferentes sistemas de manejo (dose de fertilizantes e densidades de semeadura),
além de verificar a magnitude da contribuição de cada uma dessas fontes de
variação e suas interações para a soma de quadrados total, procedeu-se a análise
de variância conjunta, considerando os 48 experimentos. Na Tabela 7, pode-se
40
observar uma boa precisão experimental avaliada pelo CV (17,67%) e a
ocorrência de efeito altamente significativo para todas as fontes de variação.
Entre as fontes de variação isoladas, a que mais contribuiu para a
variação total, assim como nas análises realizadas anteriormente, foi o ambiente
safra e local, com estimativa de R
2
f
= 18,14%. Nas diferentes safras e locais em
que os experimentos foram avaliados, ocorreu grande variação nas condições de
temperatura e precipitação pluvial, uma vez que foram conduzidos nas safras das
“águas”, “seca” e inverno/primavera. Como efeito de ambiente, um dos fatores
mais importantes é a temperatura, pois, além de influenciar na duração das fases
fenológicas, ela também é um dos fatores determinantes do rendimento de grãos,
por influenciar no abortamento de flores, vagens e grãos (Didonet e Silva, 2004).
A água é outro fator limitante à cultura. Sendo assim, os experimentos
conduzidos nas safras da “seca” e inverno/primavera foram todos irrigados.
Outro fator, que merece destaque é com relação à fertilidade do solo. Na
Tabela 2, observa-se que os solos em que foram instalados os diferentes
experimentos apresentaram diferenças no nível de fertilidade. Neste estudo
pode-se observar que, de forma geral, a resposta relativa dos genótipos em
relação à variação ambiental de natureza imprevisível foi mais expressiva que
quando comparada a resposta relativa dos genótipos em relação à variação
ambiental de natureza previsível (densidades de semeadura e doses de
fertilizantes). Isso evidencia que, na condução dos experimentos de VCU,
quanto maior o número de locais e safras, maior seria a segurança na
recomendação das cultivares.
41
Tabela 7 Análise conjunta da produtividade de grãos (kg ha
-1
) de 11 linhagens de
feijoeiro de diferentes hábitos de crescimento, em seis ambientes
(locais e safras), três doses de fertilizante e três densidades de
semeadura e estimativa da contribuição relativa para soma de
quadrados total (R
2
f
) em (%).
Fonte de Variação GL QM R
2
f
(%)
Pr >F
Rep./exper. 96 422433,664
4,07 0,0001
Linhagens (L) 10 2010630,740
2,02 0,0001
Densidade (D) 2 7719037,198
1,55 0,0001
Fertilizante (F) 2 31469375,038
6,32 0,0001
Amb. (safra e local) (E) 5 36145275,419
18,14 0,0001
L x D 20 337837,443
0,68 0,0166
L x F 20 588892,152
1,18 0,0001
L x E 50 1301044,429
6,53 0,0001
D x F 4 8444857,470
3,39 0,0001
D x E 10 5408438,549
5,43 0,0001
F x E 10 4417675,745
4,43 0,0001
L x D x F 40 436133,202
1,75 0,0001
L x D x E 100 455579,334
4,57 0,0001
L x F x E 100 574348,371
5,76 0,0001
D x F x E 14 7237862,900
10,17 0,0001
L x D x F x E 140 423299,391
5,95 0,0001
Erro 960 187475,524
18,06 -
CV (%) 17,67
Média (Kg ha
-1
) 2449
A contribuição da fonte densidades de semeadura (D) para a soma de
quadrados total foi de apenas 1,55% e a interação densidades x linhagens foi de
0,68% (Tabela 7). Entretanto, a fonte de variação doses de fertilizante (F) teve
uma contribuição quatro vezes superior à da fonte densidades de semeadura para
a soma de quadrados total. Isso evidencia que, em média, a variação nas doses
de fertilizantes afeta mais a produtividade de grãos das linhagens que a variação
nas densidades de semeadura.
Com relação às interações envolvendo tanto as doses de fertilizantes
como também as densidades de semeadura, observa-se que elas foram
42
expressivas, mostrando, assim, que é importante realizar os VCU em diferentes
doses de fertilizantes e densidades de semeaduras (Tabela 7).
As produtividades médias das linhagens nas diferentes doses de
fertilizante e densidades de semeadura são apresentadas na Tabela 8. A linhagem
Ouro Negro, de hábito de crescimento tipo III e a linhagem BRS Supremo, de
hábito de crescimento tipo II, foram as que apresentaram o melhor desempenho
médio nos diferentes ambientes (safras e locais) na dose 0. Na dose 300, a
linhagem de melhor desempenho médio foi a Ouro Negro. As linhagens Ouro
Negro e BRS Valente, de hábito de crescimento tipo II, além das linhagens BRS
Radiante e CNFRJ 10564, que apresentam o hábito de crescimento tipo I, foram
as de melhor desempenho médio na dose 600. Merece destaque o fato que as
duas linhagens de hábito de crescimento tipo I estão presentes no agrupamento
de melhor desempenho médio na dose 600 (Tabela 8).
43
TABELA 8 Produtividade média (Kg ha
-1
) das linhagens em três doses de
fertilizante (0, 300 e 600 Kg ha
-1
) e três densidades de semeadura
(10, 15 e 20 sementes por metro linear).
Linhagens
Dose
0
Dose
300
Dose
600
Dens.
10
Dens.
15
Dens.
20
Ouro Negro 2460a
1/
2727a 2993a
2767a 2807a 2653a
Pérola 2247b 2353c 2593b
2453b 2353c 2407b
BRSMG Majestoso 1933c 2427c 2600b
2260c 2320c 2413b
BRSMG Talismã 2167c 2380c 2560b
2353b 2320c 2453b
BRS Horizonte 2040c 2220c 2447b
2067d 2313c 2333b
IAPAR 81 2287b 2253c 2647b
2340b 2280c 2573a
BRS Supremo 2427a 2493b 2580b
2233c 2613b 2640a
Carioca MG 2253b 2347c 2787b
2427b 2440c 2540a
BRS Valente 2120c 2400c 2853a
2420b 2333c 2647a
BRS Radiante 2087c 2453b 2807a
2387b 2400c 2593a
CNFRJ 10564 2207b 2480b 2833a
2380b 2487c 2667a
Média 2202 2412 2700
2372 2424 2538
/
1
Médias seguidas pela mesma letra, na coluna, pertencem ao mesmo grupo
pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade de erro.
Com relação ao desempenho das linhagens nas diferentes densidades de
semeadura, observa-se que a linhagem Ouro Negro foi a que apresentou melhor
produção média nas densidades 10 e 15. Na densidade 20, apenas as linhagens
Pérola, BRSMG Majestoso, BRSMG Talismã e BRS Horizonte apresentaram
produção média inferior à do agrupamento de melhor desempenho, constituído
pelas demais linhagens (Tabela 8).
Na escolha das linhagens a serem utilizadas nesse trabalho, a principal
característica considerada foi o hábito de crescimento. O objetivo era comparar
cultivares de hábitos I, II e III, nos diferentes sistemas de manejo e ambientes.
Isso porque, atualmente, tem sido dada grande ênfase, nos programas de
melhoramento, à obtenção de cultivares de porte ereto, tipo I ou tipo II, pelas
inúmeras vantagens que apresentam, principalmente em relação às de tipo III,
como: maior facilidade nos tratos culturais, menores perdas quando ocorre
44
chuva por ocasião da colheita, menor incidência de doenças devido ao maior
arejamento da cultura, entre outros (Collicchio et al., 1997; Cunha et al., 2005 ;
Menezes Junior, 2007).
Contudo, tem sido verificado que cultivares com esse tipo de arquitetura
da planta podem apresentar menor potencial produtivo (Didonet e Silva, 2004).
Uma alternativa para melhorar esse desempenho poderia ser o aumento da
população de plantas e ou na dose de fertilizante empregada, conforme realizado
por alguns autores em outras condições (Souza et al., 2003; Souza et al., 2008).
Entretanto, pelos resultados obtidos, verificou-se que não é possível generalizar
as recomendações, devido, provavelmente, à acentuada interação das linhagens
com todas as demais fontes de variação, conforme comentado anteriormente.
Na análise conjunta apresentada na Tabela 7, considerando todas as
interações, obteve-se um R
2
f
de 49,84%, evidenciando, assim, a grande
contribuição para a soma de quadrado total, conforme já comentado. Diante do
exposto, fica evidente que a resposta das linhagens é influenciada pelo ambiente
(safra e local), além das doses de fertilizantes e densidades de semeaduras, como
enfatizado, dificultando a interpretação dos resultados e, conseqüentemente, a
identificação das linhagens mais adaptadas às mais diversas condições. Uma
forma de atenuar a interação genótipos x ambientes para que se tenha maior
segurança na recomendação de uma cultivar, é a identificação de genótipos mais
adaptados e estáveis. Com essa finalidade, várias metodologias foram propostas
(Cruz e Carneiro, 2003) e têm sido amplamente utilizadas na cultura do feijoeiro
(Nunes et al., 2005; Bruzi et al., 2007; Matos et al., 2007; Sena et al., 2008).
Em princípio, a metodologia a ser utilizada deve ser aquela de mais fácil
análise e, principalmente, de mais fácil interpretação. Sendo assim, optou-se por
utilizar o método gráfico (Nunes et al., 2005). Contudo, é necessário comentar
que, nela ,o coeficiente de variação é utilizado para identificar as linhagens mais
estáveis, conforme já enfatizado, mas, no trabalho original, os CV
zi
não foram
45
comparados. Assim, neste trabalho para comparar essas estimativas, foi
estimado o intervalo de confiança do coeficiente de variação com 95% de
probabilidade, na intenção de tornar essas estimativas mais comparativas.
Pela análise de estabilidade e adaptabilidade empregando o método
proposto por Nunes et al. (2005), observou-se que a linhagem Ouro Negro foi a
mais adaptada (Tabela 9). Com relação à estabilidade das linhagens, devido à
sobreposição existente entre as estimativas dos intervalos de confiança do CV
zi
,
não foi possível detectar diferença entre as mesmas. Contudo, no caso da
linhagem Ouro Negro, em 32 dos 48 experimentos sua produtividade foi acima
ou igual à média dos experimentos e, nos 16 experimentos em que seu
desempenho foi inferior, ela ainda produziu acima de outras de pior desempenho
(Figura 1). Sendo assim, o CV
zi
deve ser analisado com cautela e juntamente
com o gráfico, pois ele pode ser alto na linhagem, ou seja, ela pode ser instável,
porque, em alguns ambientes, sua produtividade é muito acima da média.
Nesse sentido, Sena et al. (2008), em estudo utilizando a metodologia
additive main effects with multiplicative interaction, ou AMMI, comentam que
esse método identifica como estáveis as linhagens que acompanham a média dos
ambientes, o que nem sempre é desejável, pois, para o produtor, a melhor seria
aquela que se sobressai, mesmo nos piores ambientes.
46
TABELA 9 Produtividade média de grãos (kg ha
-1
) de 11 linhagens de feijoeiro
avaliadas em 48 experimentos, estimativas das médias padronizadas
(
i.
Z
.
) e dos coeficientes de variação (CV
zi
) pelo método gráfico (Nunes
et al., 2005) e do índice de confiança (I
i
), pela metodologia de
Annichiarico (1992).
Linhagens Média
I
i
i.
Z
.
CV
zi
(%)
Ouro Negro 2740a
*
96,03 3,67a
*
33,2 (27,2;42,8)
1/
Pérola 2407c
88,36 2,91c
27,8 (22,9;35,5)
BRSMG Majestoso 2333c
82,19 2,76c
33,0 (27,0;42,5)
BRSMG Talismã 2373c
88,19 2,86c
25,4 (20,9;32,3)
BRS Horizonte 2247d
82,47 2,56d
29,5 (24,2;37,8)
IAPAR 81 2407c
86,12 2,89c
33,1 (27,1;42,7)
BRS Supremo 2507b
86,31 3,10b
40,1 (32,6;52,5)
Carioca MG 2473b
89,23 3,06b
26,7 (22,0;34,1)
BRS Valente 2473b
88,11 3,04b
28,9 (23,8;37,0)
BRS Radiante 2467b
88,50 3,00b
29,5 (24,2;37,8)
CNFRJ 10564 2520b
92,92 3,15b
26,0(21,4;33,1)
*
Médias seguidas pela mesma letra, na coluna, pertencem ao mesmo grupo pelo
teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade de erro.
1/
Entre parênteses, o intervalo de confiança do CV
zi
.
47
Figura 1 Representação gráfica do desempenho de 11 linhagens de feijoeiro de diferentes hábitos de crescimento em 48
experimentos (A
1
, A
2
,..., A
54
, conforme Tabela 1A) envolvendo os seis ambientes (safras e locais), três doses de
fertilizantes e três densidades de semeadura.
48
Outro critério que também tem sido amplamente utilizado pelos
melhoristas para a identificação de linhagens mais promissoras é a estimativa do
risco de sua adoção, estimado pela metodologia proposta por Annicchiarico
(1992). Assim, para estudo da adaptabilidade e estabilidade das linhagens nos 48
experimentos, além da metodologia proposta por Nunes et al. (2005), também
foi estimado o risco da adoção das linhagens. Por essa metodologia, observou-se
que a linhagem Ouro Negro foi a que apresentou menor risco de adoção, pois, na
pior das hipóteses, com 75% de probabilidade, sua produção seria 3,97% inferior
à média do ambiente. Ressalta-se também que a linhagem CNFRJ 10564
também apresentou baixo risco de adoção, I
i
= 92,92%. Comparando-se com o
gráfico referente às linhagens Ouro Negro e CNFRJ 10564, pode-se verificar
que, em 32 e 29 dos 48 experimentos, respectivamente, essas linhagens
apresentaram produtividade acima da média do ambiente (Figura 1), sendo estes
resultados concordantes com o do índice de confiança.
Deve ser ressaltado que, com exceção da linhagem CNFRJ 10564, de
grãos rajados, todas as demais são recomendadas para cultivo no estado de
Minas Gerais (Ramalho e Abreu, 2006). A cultivar Ouro Negro confirmou o
bom desempenho que tem sido verificado por outros autores (Borges et al.,
2000; Nunes et al., 2005), contudo, apresenta a desvantagem de ter o porte muito
prostrado. A BRS Supremo, que é outra opção de feijão de grãos pretos, além de
ter se destacado em determinados ambientes (Tabela 8), tem a vantagem de
possuir excelente arquitetura da planta (Costa et al., 2004). Entre as linhagens de
grãos tipo carioca, pela análise nos 48 experimentos (Tabela 9), podem-se
destacar a BRSMG Talismã e Carioca MG. A Carioca MG apresenta porte
ereto, mas possui grãos de tamanho inferior às exigências dos consumidores,
além de a cor creme também ser mais escura (Ramalho e Abreu, 2006). Já a
BRSMG Talismã, apesar do porte prostrado, apresenta grãos com cor e tamanho
de boa aceitação pelo mercado, além de também ter se destacado em
49
produtividade de grãos nos ensaios de VCU realizados no estado de Minas
Gerais (Abreu et al., 2004).
50
5 CONCLUSÕES
A variação nas doses de fertilizantes afeta mais a produtividade de grãos
das linhagens que a variação nas densidades de semeadura.
A resposta das linhagens ao aumento da densidade de semeadura e das
doses de fertilizantes varia com o ambiente em que são avaliadas e independem
do hábito de crescimento das mesmas.
As interações envolvendo as doses de fertilizantes e densidades de
semeadura foram expressivas, mostrando que é importante realizar os VCU em
diferentes doses de fertilizantes e densidades de semeadura.
A cultivar Ouro Negro, de grãos pretos, foi a mais adaptada e com
menor risco de adoção. Entre as cultivares de grãos tipo carioca, se destacaram a
Carioca MG e a BRSMG Talismã.
51
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56
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do Solo, Viçosa, v. 28, n. 4, p. 649-658, 2004.
59
ANEXO
TABELA 1A Resumo das análises individuais da produtividade de
grãos (kg.ha
-1
) e estande (n
o
de plantas) de 11
linhagens de feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.) de
diferentes hábitos de crescimento utilizadas em 54
experimentos envolvendo os seis ambientes (Safras e
Locais), três doses de fertilizantes e três densidades
de semeadura..........................................................
Página
65
60
TABELA 1A Resumo das análises individuais da produtividade de grãos (kg ha-1) e estande (nº de plantas) de 11
linhagens de feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.) de diferentes hábitos de crescimento, utilizadas em 54
experimentos envolvendo seis ambientes (safras e locais), três doses de fertilizantes e três densidades de
semeadura.
1/
Departamento de Biologia da Universidade Federal de Lavras. “...continua...”
2/
Fazenda da Fundação de Amparo ao Ensino, Pesquisa e Extensão (FAEPE).
3/
Significância para o efeito de linhagens.
EXP. LOCAL SAFRA DENS.
DOSE QM
LINH.
QM
ERRO
P CV
(%)
MÉDIA P
(ESTANDE)
3/
1
LAVRAS-MG DBI
1/
Águas 06/07 10 0 341980 116542 0,0019 19,9 1712 0,5782
2
LAVRAS-MG DBI Águas 06/07 10 300 892955 262653 0,0095 23,4 2190 0,8495
3
LAVRAS-MG DBI Águas 06/07 10 600 862187 92621 0,0000 10,1 3009 0,4215
4
LAVRAS-MG DBI Águas 06/07 15 0 682820 146589 0,0017 18,6 2061 0,1840
5
LAVRAS-MG DBI Águas 06/07 15 300 451569 105691 0,0028 13,0 2498 0,0056
6
LAVRAS-MG DBI Águas 06/07 15 600 763651 296159 0,0342 18,9 2882 0,0631
7
LAVRAS-MG DBI Águas 06/07 20 0 744476 142954 0,0009 20,0 1894 0,0447
8
LAVRAS-MG DBI Águas 06/07 20 300 886659 145771 0,0003 15,7 2435 0,0253
9
LAVRAS-MG DBI Águas 06/07 20 600 485126 102287 0,0015 12,1 2644 0,1795
61
“TABELA 1A, Cont.”
1/
Departamento de Biologia da Universidade Federal de Lavras. “...continua...”
2/
Fazenda da Fundação de Amparo ao Ensino, Pesquisa e Extensão (FAEPE).
3/
Significância para o efeito de linhagens.
EXP. LOCAL SAFRA DENS.
DOSE QM
LINH.
QM
ERRO
P CV
(%)
MÉDIA P
(ESTANDE)
3/
10
LAVRAS-MG FAEPE
2/
Águas 06/07 10 0 303649 118057 0,0346 25,2 1363 0,0532
11
LAVRAS-MG FAEPE Águas 06/07 10 300 1005816 319929 0,0014 24,0 2356 0,8495
12
LAVRAS-MG FAEPE Águas 06/07 10 600 238027 164322 0,2302 16,7 2421 0,0887
13
LAVRAS-MG FAEPE Águas 06/07 15 0 603499 162715 0,0061 22,0 1831 0,0989
14
LAVRAS-MG FAEPE Águas 06/07 15 300 1225293 251472 0,0013 19,0 2632 0,0140
15
LAVRAS-MG FAEPE Águas 06/07 15 600 1080198 105116 0,0000 10,9 2966 0,0290
16
LAVRAS-MG FAEPE Águas 06/07 20 0 298894 89796 0,0106 16,4 1830 0,2345
17
LAVRAS-MG FAEPE Águas 06/07 20 300 554743 92135 0,0003 13,7 2219 0,6591
18
LAVRAS-MG FAEPE Águas 06/07 20 600 532953 187147 0,0222 15,4 2805 0,3179
62
“TABELA 1A, Cont.”
1/
Departamento de Biologia da Universidade Federal de Lavras. “...continua...”
2/
Fazenda da Fundação de Amparo ao Ensino, Pesquisa e Extensão (FAEPE).
3/
Significância para o efeito de linhagens.
EXP. LOCAL SAFRA DENS. DOSE
QM
LINH.
QM
ERRO
P CV
(%)
MÉDIA P
(ESTANDE)
3/
19
LAVRAS-MG DBI Seca 07 10 0 747737
182753 0,0036 16,0 2680 0,1785
20
LAVRAS-MG DBI Seca 07 10 300 288527
97314 0,0185 11,2 2784 0,5386
21
LAVRAS-MG DBI Seca 07 10 600 554253
197964 0,0240 12,2 3637 0,3152
22
LAVRAS-MG DBI Seca 07 15 0 566329
406940 0,2533 25,7 2480 0,1803
23
LAVRAS-MG DBI Seca 07 15 300 258218
143604 0,1267 14,7 2570 0,1146
24
LAVRAS-MG DBI Seca 07 15 600 452486
439893 0,4553 18,5 3587 0,0894
25
LAVRAS-MG DBI Seca 07 20 0 1085850
218949 0,0012 18,2 2574 0,0509
26
LAVRAS-MG DBI Seca 07 20 300 549888
281945 0,0977 19,0 2796 0,0777
27
LAVRAS-MG DBI Seca 07 20 600 649434
213768 0,0165 16,0 2888 0,0170
63
“TABELA 1A, Cont.”
1/
Departamento de Biologia da Universidade Federal de Lavras. “...continua...”
2/
Fazenda da Fundação de Amparo ao Ensino, Pesquisa e Extensão (FAEPE).
3/
Significância para o efeito de linhagens.
EXP. LOCAL SAFRA DENS. DOSE QM
LINH.
QM
ERRO
P CV
(%)
MÉDIA P
(ESTANDE)
3/
28
IJACI-MG Seca 07 10 0 689285
54412 0,0000 10,0 2320 0,5480
29
IJACI-MG Seca 07 10 300 1339090
153800 0,0000 17,0 2312 0,8052
30
IJACI-MG Seca 07 10 600 550244
277398 0,0923 20,5 2569 0,3508
31
IJACI-MG Seca 07 15 0 378389
122241 0,0151 15,1 2304 0,3698
32
IJACI-MG Seca 07 15 300 1125814
240809 0,0016 23,6 2082 0,0765
33
IJACI-MG Seca 07 15 600 572708
259801 0,0635 18,1 2823 0,3578
34
IJACI-MG Seca 07 20 0 366474
163310 0,0595 16,5 2452 0,7743
35
IJACI-MG Seca 07 20 300 656083
136121 0,0014 15,6 2369 0,0923
36
IJACI-MG Seca 07 20 600 676249
423531 0,1789 20,0 3305 0,1553
64
“TABELA 1A, Cont.”
1/
Departamento de Biologia da Universidade Federal de Lavras. “...continua...”
2/
Fazenda da Fundação de Amparo ao Ensino, Pesquisa e Extensão (FAEPE).
3/
Significância para o efeito de linhagens.
EXP. LOCAL SAFRA DENS. DOSE QM
LINH.
QM
ERRO
P CV
(%)
MÉDIA P
(ESTANDE)
3/
37
LAVRAS-MG DBI Inverno 07 10 0 185304 74251 0,0293 21,4 1271 0,0199
38
LAVRAS-MG DBI Inverno 07 10 300 599340 249198 0.0455 33.5 1491 0,0000
39
LAVRAS-MG DBI Inverno 07 10 600 1285403 41355 0,0000 11,8 1718 0,0079
40
LAVRAS-MG DBI Inverno 07 15 0 518111 92932 0,0006 21,7 1406 0,2642
41
LAVRAS-MG DBI Inverno 07 15 300 534460 35951 0,0000 18.5 1023 0.4237
42
LAVRAS-MG DBI Inverno 07 15 600 650403 113937 0,0005 21,2 1588 0,0009
43
LAVRAS-MG DBI Inverno 07 20 0 394508 35314 0,0000 17,7 1065 0,0000
44
LAVRAS-MG DBI Inverno 07 20 300 449337 61999 0,0001 16,2 1541 0,1527
45
LAVRAS-MG DBI Inverno 07 20 600 167736 96156 0,1390 20,8 1494 0,2830
65
“TABELA 1A, Cont.”
1/
Departamento de Biologia da Universidade Federal de Lavras.
2/
Fazenda da Fundação de Amparo ao Ensino, Pesquisa e Extensão (FAEPE).
3/
Significância para o efeito de linhagens.
EXP. LOCAL SAFRA DENS. DOSE
QM
LINH.
QM
ERRO
P CV
(%)
MÉDIA P
(ESTANDE)
3/
46
LAVRAS-MG DBI
1/
Águas 07/08 10 0 75102 111021 0,0002 14,5 2294 0,2044
47
LAVRAS-MG DBI
Águas 07/08
10 300 283521 240068 0,3585 20,8 2355 0,0256
48
LAVRAS-MG DBI
Águas 07/08
10 600 967630 160730 0,0003 15,1 2648 0,2759
49
LAVRAS-MG DBI
Águas 07/08
15 0 367127 48009 0,0001 10,1 2175 0,0054
50
LAVRAS-MG DBI
Águas 07/08
15 300 516169 116875 0,0023 12,6 2714 0,0033
51
LAVRAS-MG DBI
Águas 07/08
15 600 313377 143389 0,0656 15,7 2408 0,0079
52
LAVRAS-MG DBI
Águas 07/08
20 0 481906 285419 0,1529 21,3 2506 0,0042
53
LAVRAS-MG DBI
Águas 07/08
20 300 309958 288753 0,4250 19,5 2759 0,0038
54
LAVRAS-MG DBI
Águas 07/08
20 600 376684 351200 0,4256 26,1 2273 0,0005
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