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Valmir Ziolkowski
Estratégias Experimentais Para
Ensaios de Faltas Fase-Terra com
Alta Impedância em Sistemas de
Distribuição de Energia Elétrica
Dissertação apresentada à Escola de
Engenharia de São Carlos da
Universidade de São Paulo, sendo
parte dos requisitos para obtenção do
título de Mestre em Engenharia
Elétrica.
Orientador: Prof. Dr. Ivan Nunes da Silva
São Carlos
2007
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iii
“Porque dele e por meio dele, e para ele, são todas as coisas.
Glória, pois, a ele eternamente. Amém.”
Romanos 11,36
v
AGRADECIMENTOS
Ao Nosso Senhor Jesus Cristo pelas benções e intercessões junto a Deus Pai
durante toda a minha vida.
A minha esposa Rosana, uma mulher maravilhosa, pela cumplicidade, apoio,
compreensão e companheirismo.
Aos meus pais Valter e Lurdinha, essenciais na minha vida, pela doação, pelo
incentivo, pela presença e carinho, sem os quais eu não seria nada.
Aos meus familiares e amigos, obrigado pelo incentivo.
Ao Prof. Ivan Nunes da Silva, orientador e grande amigo, meu muito obrigado
pela paciência, dedicação e orientação.
Ao Prof. Rogério Andrade Flauzino pela colaboração, orientação e apoio.
Ao Prof. Góes, pelas trocas de informações, pelos materiais disponibilizados e
pelas idéias sempre brilhantes.
Ao Prof. José Alfredo Colovan Ulson pelos conselhos e incentivos.
Aos colegas dos laboratórios, em especial ao Spatti e ao Wesley.
A ELEKTRO pelo apoio para a realização dos ensaios.
Ao Eng. Mauro Pereira pelo incentivo.
Aos amigos e colegas da ELEKTRO, em especial Julio Bellan, Edeílton
Xavier, Akira Higa, Paulo Couto Gonçalves, Richard Algarve, Fabio Trivelato,
Armando Benvenuti, Vinícius Benichio, Ricardo Grunewald, Laudemir Caritá. e
Carlos Alberto Guilherme Camargo.
Ao Engenheiro Shiguematsu Nosaki, meu muito obrigado pelos
ensinamentos.
Aos Engenheiros Paulo de Tarso e Carlos Henrique da ELEKTRO, obrigado.
Aos colegas Eng. Eliezer dos Santos e Eng. André Gustavo C. da Conceição.
vii
RESUMO
ZIOLKOWSKI, V. (2007). Estratégias Experimentais Para Ensaios de Faltas Fase-
Terra com Alta Impedância em Sistemas de Distribuição de Energia Elétrica.
Dissertação (Mestrado) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São
Paulo, 2007.
O conhecimento das características experimentais das faltas de alta
impedância é de suma importância para o desenvolvimento de sistemas e
equipamentos voltados a detecção eficiente das mesmas em sistemas de
distribuição de energia elétrica. Este trabalho apresenta um conjunto de estratégias
experimentais que visam orientar passo a passo a realização de ensaios de faltas
fase-terra com alta impedância, contemplando-se desde os dispositivos de proteção
usados na viabilização dos experimentos até os equipamentos de oscilografias
utilizados para registrar as grandezas elétricas advindas dessas situações de faltas.
São ainda apresentados os resultados obtidos pelos ensaios realizados de queda de
condutor energizado (lado fonte) em solo seco, queda de condutor energizado (lado
fonte) em brita seca, queda de condutor energizado sobre a cruzeta e queda de
condutor energizado (lado carga) em solo seco.
Palavras chave: Sistemas de distribuição, faltas de alta impedância, proteção de
sistemas elétricos.
ix
ABSTRACT
ZIOLKOWSKI, V. (2007). Practical Strategies for Experiments Involving High-
Impedance Faults in Electric Power Distribution Systems. Dissertation (Masters
Degree) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, 2007.
The knowledge of experimental characteristics of high-impedance fault is of
highest importance for developing both systems and equipments addressed to its
efficient detection in electric power distribution systems. This work presents a set of
practical strategies to guide step by step the accomplishment of experiments
involving phase-ground faults with high impedance, being also contemplated from
protection devices used in the experiments to oscillograph equipments dedicated to
register the electric signals produced in those situations. It is still presented the
results produced by fault experiments involving drop of energized cable (source side)
in dry soil, drop of energized cable (source side) in dry broken stones, drop of
energized cable on crossarm and drop of energized cable (load side) in dry soil.
Keywords: Electric power distribution systems distribution, high-impedance fault,
system protection.
x
xi
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS................................................................................................... v
RESUMO.................................................................................................................... vii
ABSTRACT................................................................................................................. ix
LISTA DE FIGURAS................................................................................................. xiii
LISTA DE TABELAS................................................................................................ xix
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................... 1
1.1 Motivação e Relevância do Trabalho............................................................... 1
1.2 Proposta e Justificativa da Dissertação ........................................................... 2
1.3 Organização da Dissertação............................................................................ 6
2 ASPECTOS TÉCNICOS RELACIONADOS AS FALTAS EM SISTEMAS DE
DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA............................................................ 9
2.1 Introdução........................................................................................................ 9
2.2 Tipos de Faltas nos Sistemas Elétricos de Potência...................................... 12
2.3 Classificação das Faltas no Sistema de Distribuição..................................... 14
2.4 Ocorrências de Faltas Permanentes e Temporárias...................................... 15
2.5 Aspectos Sobre as Operações de Religamento ............................................ 16
2.6 Aspectos Relacionados as Faltas de Alta Impedância................................... 17
a) Resistência de arco elétrico...................................................................... 18
b) Resistência de contato da falta................................................................. 19
c) Resistência de aterramento...................................................................... 19
3 ASPECTOS DOS EQUIPAMENTOS DE OSCILOGRAFIAS E DE MEDIÇÃO..... 25
3.1 Introdução...................................................................................................... 25
3.2 Aspectos Relacionados aos Equipamentos de Oscilografias ........................ 25
3.3 Estratégias de Ensaios de Resposta Freqüência de Transdutores de
Medição ........................................................................................................ 27
3.3.1 Metodologia de Ensaio........................................................................ 27
3.3.2 Resposta em Freqüência do Transformador de Potencial................. 30
3.3.3 Resposta em Freqüência dos Transformadores de Corrente............ 32
4 ESTRATÉGIAS DE REALIZAÇÃO DE ENSAIOS EXPERIMENTAIS .................. 37
4.1 Introdução...................................................................................................... 37
4.2 Falta Fase-Terra com Solo Seco .................................................................... 38
xii
4.3 Queda de Condutor Sobre Cruzeta de Madeira.............................................49
4.4 Rompimento e Queda de Condutor de Fase do Lado da Carga ....................50
5 RESULTADOS DE MEDIÇÕES DOS ENSAIOS EXPERIMENTAIS.....................53
5.1 Introdução ......................................................................................................53
5.2 Falta Fase-Terra com Solo Seco e Religamento Automático Bloqueado.......53
5.3 Falta Fase-Terra com Solo Seco e Religamento Automático em Serviço......57
(A) Religamentos 1,5s - 2,5s - 2,5s (uma rápida e três lentas) .....................57
(B) Religamento 0,5s – 20s (três lentas).......................................................67
(C) Religamento 5s – 10s (três lentas)..........................................................71
(D) Religamento 0,5s – 30s (três lentas).......................................................74
5.4 Formação de Arco Elétrico Entre Fase e Terra com Solo Seco.....................76
(A) Religamento 1,5s - 2,5s - 2,5s (uma rápida e três lentas).......................77
(B) Religamento 0,5s – 20s (três lentas).......................................................81
(C) Religamento 5s – 20s (três lentas)..........................................................83
5.5 Falta Fase–Terra com Brita Seca...................................................................87
(A) Religamento Automático Bloqueado........................................................87
(B) Religamento 1,5s - 2,5S - 2,5s (uma rápida e três lentas).......................88
5.6 Falta Fase–Terra com Condutor Sobre a Cruzeta..........................................92
(A) Religamento Automático Bloqueado........................................................92
(B) Religamento 1,5s - 2,5s - 2,5s (uma rápida e três lentas).......................93
5.7 Falta Fase-Terra Lado Carga com Solo Seco................................................95
6 CONCLUSÕES .....................................................................................................97
BIBLIOGRAFIA........................................................................................................101
ANEXO I ASPECTOS RELACIONADOS AOS OSCILÓGRAFOS.....................105
ANEXO II – DETALHES DO ALIMENTADOR DE DISTRIBUIÇÃO .......................119
ANEXO III – EXECUÇÃO DAS ATIVIDADES DE PRÉ-ENSAIOS..........................123
ANEXO IV – AJUSTES DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO ..........................129
xiii
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1. Diagrama unifilar simplificado de uma SE típica para serviços de
distribuição de energia elétrica. ............................................................................ 10
Figura 2.2. Esquema de proteção de alimentadores trifásicos aéreos na classe
15 kV com neutro aterrado na origem................................................................... 11
Figura 2.3. Configurações dos tipos de faltas e respectivas impedâncias de
falta....................................................................................................................... 13
Figura 2.4. Relação entre correntes de falta à terra de alta impedância e ajustes
dos relés de proteção............................................................................................ 18
Figura 2.5. Rede elétrica trifásica protegida por chaves fusíveis .............................. 21
Figura 2.6. Curva do elo fusível 25K ......................................................................... 22
Figura 3.3. Detalhes de conexão ao transformador de otencial: (a) Conexões ao
primário; (b) Conexões ao secundário.................................................................. 31
Figura 3.4. Sinais de entrada e saída aplicados nos transformadores de
potencial................................................................................................................ 31
Figura 3.5. Resposta em freqüência dos transformadores de potencial ................... 32
Figura 3.6. Bancada experimental para ensaios em freqüência do transformador
de corrente............................................................................................................ 33
Figura 3.7. Sinais de entrada e saída aplicados nos transformadores de
corrente................................................................................................................. 33
Figura 3.8. Resposta em freqüência dos transformadores de corrente..................... 34
Figura 4.1. Corda isolante utilizada para soltar o condutor: (a) Corda passando
pela cinta na parte inferior do poste; (b) Ponta da corda amarrada ao
caminhão antes do início do ensaio...................................................................... 39
Figura 4.2. Buzina utilizada para acionar o instante de início dos ensaios. .............. 39
Figura 4.3. Chave corta-circuito que deriva o ramal, no instante da energização
do mesmo............................................................................................................. 40
Figura 4.4. Instalação dos TP’s e TC’s utilizados na medição durante os
ensaios.................................................................................................................. 41
Figura 4.5. Sistema de medição e aferição: (a) Conexões das chaves de
aferição; (b) Conexões das chaves de aferição aos bornes do oscilógrafo.......... 41
Figura 4.6. Instalação do religador automático e veículo da ELEKTRO com
laptop.................................................................................................................... 42
xiv
Figura 4.7. Posição do profissional responsável pelas filmagens dos ensaios..........43
Figura 4.8. Vista interior do painel de proteção do alim. 30 da SE Rio Claro III. .......43
Figura 4.9. Detalhes das conexões do oscilógrafo no painel do alimentador 30
da SE RIC III: (a) Conexões das garras de corrente e circuito de potencial; (b)
Conexões do oscilógrafo ao painel........................................................................44
Figura 4.10. Isolamento da área de trabalho durante os ensaios: (a) Bloqueio da
estrada ao local dos ensaios; (b) Bloqueio do outro lado do local dos ensaios,
onde se encontrava o caminhão da equipe da linha viva......................................44
Figura 4.11. Vista da rede aérea antes do lançamento do cabo ao solo...................45
Figura 4.12. Condutor energizado em contato com o solo provocando curto
circuito fase-terra...................................................................................................45
Figura 4.13. Detalhe do arco elétrico durante contato do condutor energizado
com o solo.............................................................................................................46
Figura 4.14. Aparência do solo após o curto circuito fase terra em solo seco (a)
Buracos causados no solo devido a curto circuito (b) Pedaços de pedras
queimadas no instante do curto circuito................................................................46
Figura 4.15. Detalhe de furo na pedra devido a queda de condutor energizado.......47
Figura 4.16. Posição da brita no solo onde o cabo energizado foi lançado...............48
Figura 4.17. Posição dos eletricistas no momento que soltam a corda isolada
que suportava o condutor energizado...................................................................49
Figura 4.18. Condutor sobre a cruzeta pronto para ser energizado. .........................50
Figura 5.1. Gráfico das correntes e tensões durante o ensaio na sua primeira
repetição oscilografada no local da falta. ..............................................................54
Figura 5.2. Gráfico das correntes e tensões durante o ensaio na sua segunda
repetição oscilografada na subestação.................................................................55
Figura 5.3. Gráfico das correntes e tensões durante o ensaio na sua terceira
repetição oscilografada no local da falta. ..............................................................55
Figura 5.4. Distúrbio de tensão observado durante a terceira repetição do
primeiro ensaio junto ao local de ensaio. ..............................................................56
Figura 5.5. Gráficos de corrente de linha e tensão de fase durante o ensaio na
sua terceira repetição oscilografada na subestação. ............................................56
Figura 5.6. Gráficos de corrente de linha e tensões de fase durante o ensaio na
sua primeira repetição oscilografada no local da falta...........................................58
Figura 5.7. Gráfico de tensão após o primeiro religamento (primeira repetição).......58
xv
Figura 5.8. Detalhe do distúrbio de tensão no instante do primeiro religamento
da primeira repetição de ensaio............................................................................ 59
Figura 5.9. Detalhe do distúrbio de tensão no instante de contato do condutor
com o solo na primeira repetição de ensaio.......................................................... 60
Figura 5.10. Distúrbio de tensão oscilografada no primeiro local de ensaio para
a primeira repetição do ensaio: (a) segundo religamento; (b) terceiro
religamento. .......................................................................................................... 60
Figura 5.11. Gráficos de corrente de linha e tensão de fase durante o ensaio na
sua primeira repetição oscilografada na subestação............................................ 61
Figura 5.12. Detalhe do distúrbio de tensão na primeira repetição de ensaio
oscilografado da subestação: (a) Primeiro religamento; (b) Terceiro
religamento............................................................................................................ 61
Figura 5.13. Distúrbios de tensão: (a) Primeiro religamento; (b) Segundo
religamento; (c) Terceiro religamento. .................................................................. 62
Figura 5.14. Gráficos de corrente de linha e tensão de fase durante o ensaio na
sua segunda repetição no local da falta................................................................ 62
Figura 5.15. Gráfico das correntes de linha observadas na subestação no
instante de queda do condutor ao solo................................................................. 63
Figura 5.16. Correntes de religamento: (a) Primeiro religamento; (b) Segundo
religamento; (c) Terceiro religamento. .................................................................. 63
Figura 5.17. Forma de onda oscilografadas no local de ensaio para a terceira
repetição: (a) Forma de onda total; (b) Destaque para a corrente no instante
de queda de cabo ao solo..................................................................................... 64
Figura 5.18. Forma de onda oscilografadas na subestação para a terceira
repetição: (a) Forma de onda total; (b) Destaque para a corrente no instante
de queda de cabo ao solo..................................................................................... 65
Figura 5.19. Forma de onda oscilografadas no local de falta para a quarta
repetição: (a) Forma de onda total; (b) Destaque para a corrente no instante
de queda de cabo ao solo..................................................................................... 65
Figura 5.20. Forma de onda oscilografadas na subestação para a quarta
repetição: (a) Forma de onda total; (b) Destaque para a corrente no instante
de queda de cabo ao solo..................................................................................... 66
Figura 5.21. Forma de onda oscilografadas no local de falta para a quinta
repetição: (a) Destaque para a corrente no instante de queda de cabo ao
solo; (b) Detalhe do transitório de corrente observado no segundo
religamento. .......................................................................................................... 66
xvi
Figura 5.22. Forma de onda oscilografadas na subestação para a quinta
repetição: (a) Forma de onda total; (b) Destaque para a corrente no instante
de queda de cabo ao solo. ....................................................................................67
Figura 5.23. Corrente de linha oscilografadas no local da falta na primeira
repetição; (a) Corrente total oscilografada; (b) Detalhe da corrente após o
toque do cabo no solo...........................................................................................68
Figura 5.24. Corrente de linha oscilografada no local da falta na primeira
repetição: (a) Corrente após o primeiro religamento; (b) Corrente após o
segundo religamento.............................................................................................68
Figura 5.25. Correntes oscilografadas na subestação para a primeira repetição;
(a) Corrente após a queda do condutor no solo: (b) Corrente após o primeiro
religamento; (c) Corrente após o segundo religamento.........................................69
Figura 5.26. Correntes oscilografadas no local da falta para a segunda
repetição; (a) Corrente após a queda do condutor no solo: (b) Corrente após
o primeiro religamento; (c) Corrente após o segundo religamento........................69
Figura 5.27. Correntes oscilografadas na subestação para a segunda repetição:
(a) Corrente após a queda do condutor no solo; (b) Corrente após o primeiro
religamento; (c) Corrente após o segundo religamento.........................................70
Figura 5.28. Correntes iniciais oscilografadas da subestação: (a) Primeira
repetição; (b) Segunda repetição; (c) Terceira repetição; (d) Quarta repetição. ...71
Figura 5.29. Corrente de linha oscilografada no local da falta na primeira
repetição; (a) Corrente total oscilografada; (b) Detalhe da corrente após o
toque do cabo no solo...........................................................................................72
Figura 5.30. Tensão de fase oscilografada no local da falta na primeira
repetição: (a) Tensão total oscilografada; (b) Distúrbio de tensão
no instante
do segundo religamento........................................................................................72
Figura 5.31. Corrente de linha oscilografada na subestação na primeira
repetição: (a) Corrente total oscilografada; (b) Detalhe da corrente
após o
toque do cabo no solo...........................................................................................73
Figura 5.32. Correntes iniciais oscilografadas da subestação; (a) Primeira
repetição; (b) Segunda repetição; (c) Terceira repetição. .....................................73
Figura 5.33. Corrente de linha oscilografada no local da falta na primeira
repetição: (a) Corrente total oscilografada; (b) Detalhe da corrente após o
toque do cabo no solo...........................................................................................74
Figura 5.34. Correntes de linha oscilografadas no local da falta após os
religamentos da chave religadora na primeira repetição: (a) Primeiro
religamento; (b) Segundo religamento. .................................................................75
xvii
Figura 5.35. Distúrbios de tensão observados no local da falta nos instantes de
religamento da primeira repetição: (a) Primeiro religamento; (b) Segundo
religamento. .......................................................................................................... 75
Figura 5.36. Distúrbios de tensão observados na subestação nos instantes de
religamento da primeira repetição: (a) Primeiro religamento; (b) Segundo
religamento. .......................................................................................................... 76
Figura 5.37. Correntes iniciais oscilografadas da subestação: (a) Primeira
repetição; (b) Segunda repetição; (c) Terceira repetição...................................... 76
Figura 5.38. Corrente oscilografada no local da falta na primeira repetição: (a)
Corrente totaloscilografada; (b) Corrente de arco inicial....................................... 77
Figura 5.39. Correntes oscilografadas no local de falta para a primeira repetição:
(a) Primeira repetição; (b) Segunda repetição; (c) Terceira repetição. ................. 78
Figura 5.40. Corrente total oscilografada na subestação para a segunda
repetição............................................................................................................... 78
Figura 5.41. Corrente total oscilografada na subestação para a segunda
repetição............................................................................................................... 79
Figura 5.42. Corrente eficaz de neutro para a terceira repetição: (a) Corrente no
local da falta; (b) Corrente na subestação. ........................................................... 80
Figura 5.43. Corrente eficaz de neutro para a primeira repetição: (a) Corrente no
local da falta; (b) Corrente na subestação. ........................................................... 80
Figura 5.44. Corrente oscilografada no local da falta na primeira repetição: (a)
Corrente total oscilografada; (b) Corrente de arco inicial...................................... 81
Figura 5.45. Corrente eficaz de neutro para a terceira repetição: (a) Corrente no
local da falta; (b) Corrente na subestação. ........................................................... 82
Figura 5.46. Tensões eficazes de fase ao longo da terceira repetição. .................... 82
Figura 5.47. Oscilografia no local da falta na primeira repetição: (a) Correntes de
linha; (b) Tensões de fase..................................................................................... 83
Figura 5.48. Correntes eficazes no local da falta na primeira repetição: (a)
Corrente da fase faltosa; (b) Corrente de neutro. ................................................. 84
Figura 5.49. Tensão oscilografada no local da falta na segunda repetição............... 84
Figura 5.50. Transitórios de tensão após os desligamentos da chave religadora:
(a) Primeiro desligamento; (b) Segundo desligamento; (c) Terceiro
desligamento; (d) Quarto desligamento................................................................ 85
Figura 5.51. Transitórios de tensão após os religamentos da chave religadora:
(a) Primeiro religamento; (b) Segundo religamento; (c) Terceiro religamento. ..... 86
xviii
Figura 5.52. Valores eficazes na subestação na segunda repetição: (a)
Correntes eficazes; (b) Tensões eficazes. ............................................................86
Figura 5.53. Corrente oscilografada no local da falta: (a) Corrente total
registrada; (b) Detalhe da corrente de falta...........................................................87
Figura 5.54. Corrente oscilografada na subestação: (a) Corrente instantânea
registrada; (b) Corrente eficaz registrada..............................................................88
Figura 5.55. Corrente oscilografada no local da falta na primeira repetição: (a)
Corrente total registrada; (b) Detalhe da corrente de falta. ...................................89
Figura 5.56. Corrente oscilografada no local da falta após os religamentos: (a)
Primeiro religamento; (b) Segundo religamento....................................................89
Figura 5.57. Correntes eficazes oscilografadas na subestação na primeira
repetição................................................................................................................90
Figura 5.58. Correntes eficazes oscilografadas na segunda repetição: (a)
Correntes eficazes no local da falta; (b) Correntes eficazes na subestação.........90
Figura 5.59. Correntes eficazes oscilografadas na terceira repetição: (a)
Correntes eficazes no local da falta; (b) Correntes eficazes na subestação.........91
Figura 5.60. Correntes eficazes oscilografadas na quarta repetição: (a)
Correntes eficazes no local da falta; (b) Correntes eficazes na subestação.........91
Figura 5.61. Corrente oscilografada no local da falta na primeira repetição: (a)
Corrente total registrada; (b) Detalhe da corrente de falta. ...................................93
Figura 5.62. Corrente oscilografada no local da falta na primeira repetição: (a)
Corrente total registrada; (b) Corrente eficaz oscilografada..................................93
Figura 5.63. Corrente oscilografada no local da falta na segunda repetição: (a)
Corrente total registrada; (b) Corrente eficaz oscilografada..................................94
Figura 5.64. Corrente oscilografada na subestação para a segunda repetição:
(a) Corrente total registrada; (b) Corrente eficaz oscilografada.............................95
Figura 5.65. Corrente oscilografada no local da falta na primeira repetição: (a)
Corrente total registrada; (b) Detalhe da corrente de falta. ...................................95
Figura 5.66. Correntes de linha oscilografadas no local da falta: (a) Primeira
repetição; (b) Segunda repetição; (c) Terceira repetição. .....................................96
xix
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1. Tipos e freqüências típicas de ocorrência de faltas elétricas em
sistemas de distribuição trifásicos a 3 fios............................................................ 14
Tabela 2.2. Freqüências médias de ocorrência de curto-circuitos monofásicos à
terra....................................................................................................................... 15
Tabela 2.3. Percentual de sucessos de religamentos em um sistema de
distribuição de energia elétrica. ............................................................................ 17
Tabela 2.4. Resultados dos testes de falta à terra conduzidos pela Universidade
do Texas (EUA). ................................................................................................... 21
1
1 Introdução
1.1 Motivação e Relevância do Trabalho
A configuração do sistema de distribuição de energia elétrica brasileira é
normalmente feita por linhas aéreas em média tensão. Esta configuração é de custo
reduzido para implantação, operação e manutenção, porém, apresenta como
desvantagens diversos riscos inerentes, tais como rompimento de condutores
energizados e situações de fogo sob linha, pois as mesmas percorrem cidades,
sítios, fazendas e estradas. Uma linha de distribuição aérea convencional apresenta
condutores não isolados fixados em postes instalados ao longo da mesma. Um
rompimento ou falha no sistema de fixação de tais condutores ao poste colocará a
população, localizada na vizinhança da região onde ocorrer a falha, exposta a uma
condição de risco de acidentes com potencial de fatalidade elevada.
O requisito de proteção dos relés instalados nos cubículos alimentadores
responsável pela detecção deste tipo de falta é fornecido pela função de proteção de
neutro de alta impedância (51NHI), que quando ajustada corretamente é eficiente
para a detecção da maioria da faltas fase-terra de alta impedância oriundas do
contato de condutor energizado com o solo. Entretanto, dependendo do tipo de
sistema e a característica do solo, o contato de um condutor energizado pode
resultar em correntes muito baixas que podem não ser suficientes para sensibilizar
esta função de proteção.
O desenvolvimento de ferramentas eficientes para a detecção deste tipo de
falta é uma necessidade imediata do sistema de distribuição de energia. Porém, para
este desenvolvimento, torna-se necessário conhecer e estudar as suas
características experimentais de forma detalhada.
2
Assim, tais investigações experimentais são de suma importância ao
desenvolvimento de novas técnicas que visam contribuir para garantir a integridade
dos ativos das empresas concessionárias, proporcionar maior segurança a
população e contribuir para o rápido restabelecimento do serviço quando da
ocorrência de uma situação de falta.
1.2 Proposta e Justificativa da Dissertação
A proposta desta dissertação é apresentar um conjunto de estratégias
experimentais e procedimentos práticos que visam viabilizar a realização de ensaios
de faltas fase-terra de alta impedância em sistemas de distribuição de energia
elétrica, assim como relatar os resultados obtidos por intermédio desses ensaios.
Para tanto, detalhar-se-á desde os dispositivos de proteção usados na viabilização
dos experimentos até os equipamentos de oscilografias utilizados para registrar as
grandezas elétricas observadas nessas situações de faltas.
Apesar da possibilidade de se obter tais resultados a partir de simulações de
faltas fase-terra de alta impedância efetuadas por modelos computacionais, torna-se
também necessário investigar se o modelo utilizado está aderente com a realidade.
Portanto, para este tipo de verificação, há a constante necessidade da
efetivação de ensaios envolvendo faltas fase-terra de alta impedância, contribuindo
assim com subsídios de caráter experimental que podem levar a eventuais
aprimoramentos e ajustes de tais modelos.
Além disso, os resultados disponibilizados podem servir para atestar a
aderência de sistemas de identificação e localização de faltas já existentes, ou
ainda, contribuir para o desenvolvimento de outras ferramentas alternativas para tais
propósitos. De fato, a detecção, classificação e localização de faltas fase terra de
3
alta impedância em sistemas de energia elétrica constituíram-se, ao longo dos anos,
em metas almejadas por diversos setores do sistema elétrico de potência, tais como
o setor de transmissão e o segmento de distribuição de energia elétrica. Assim, em
função da declarada demanda por sistemas automáticos capazes de detectarem,
classificarem e localizarem faltas em sistemas de energia elétrica, observa-se junto a
literatura correlata proposições de trabalhos que fazem uso das mais distintas
ferramentas, nas mais variadas conjunções, com o intuito de contribuírem a
concretização das bases envolvidas com o trinômio detecção-classificação-
localização de faltas.
Chunju et al. (2005), propõem o emprego de algoritmos computacionais
baseados na análise da hexa-decomposição dos fasores de tensão e de corrente do
sistema elétrico sob falta com o objetivo de determinar sua localização, ou seja,
determinar o quão distante da fonte a falta ocorreu. Essa metodologia inicialmente
foi proposta para elaboração de algoritmos específicos a proteção de sistemas de
energia elétrica conforme delineado em Yaozhong (1996). No entanto, conforme
apresentado nas discussões de Chunju et al. (2005), a grande limitação da
abordagem proposta é a necessidade de se efetuar medição em pelo menos dois
pontos do sistema, ou seja, essa metodologia torna-se mais adequada à localização
de faltas em sistemas de transmissão de energia elétrica do que em sistemas de
distribuição.
Mahmood et al. (2004) se delineia uma proposição para a identificação de
faltas empregando-se apenas um conjunto de medições. Assim, de posse desse
conjunto e de suas correspondentes decomposições em componentes simétricas, a
abordagem proposta estrutura a matriz de impedância do sistema e, por meio de sua
dinâmica temporal, sugere-se que o trecho sob falta possa ser determinado. A fim de
4
validar a abordagem proposta, estudos de caso são conduzidos e os resultados
providos pela metodologia são comparados com aqueles que de fato denotam a
realidade das faltas simuladas. Porém, apesar da correta identificação das faltas em
grande parte dos casos, os autores pontuam que a eficiência da técnica está
condicionada a precisão das impedâncias da linha de distribuição. Dessa forma, as
simples e constantes variações de carga e de temperatura ambiente, por exemplo,
seriam capazes de comprometer a eficiência da abordagem desenvolvida.
Uma forma de contornar as limitações de técnicas determinísticas como
aquela destacada em Mahmood et al. (2004) é incorporar ao sistema proposto
redundâncias de informações. Tendo como base essa constatação, a qual é
herdada de outros ramos do conhecimento, os autores do trabalho apresentado em
Choi et al. (2004) procuraram não apenas valer-se de impedâncias calculadas a
partir da topologia física da rede, mas também de seus valores obtidos por meio das
medidas da tensão e da corrente constantemente oscilografados na subestação
origem do alimentador sob monitoramento. No referido trabalho, resultados de
simulações computacionais são destacados e a qualidade dos resultados são
superiores aqueles obtidos por técnicas convencionais. Porém, limitações quanto a
localização de faltas em sistemas de distribuição de energia elétrica com correntes
desbalanceadas são pontuadas, podendo o erro de estimação ser de até 25%.
Contornando as limitações das técnicas convencionais, os sistemas
inteligentes surgem como uma nova proposta a tratabilidade de problemas cujas
soluções são intrinsecamente complexas. Esse é o caso da detecção, classificação
e localização de faltas de sistemas de distribuição de energia elétrica onde, em
virtude do número e da não-linearidade das variáveis envolvidas, a precisão, a
robustez e a eficácia de um sistema dedicado a essas finalidades podem ser
5
profundamente afetadas quando constituído unicamente por ferramentas ditas
convencionais.
Um exemplo dessa nova tendência é o trabalho apresentado em Luo et al.
(2004), onde técnicas correlatas aos espaços esparsos e algoritmos genéticos são
combinadas de maneira a constituir um sistema capaz de localizar faltas em
sistemas de energia elétrica. Assim, o referido trabalho buscou contornar a
problemática do mau condicionamento das matrizes de admitância do sistema por
meio de técnicas convencionais, sendo que o problema da localização de faltas é
realizado por meio dos algoritmos genéticos, os quais possuem eficiência
comprovada quando da busca por soluções ótimas.
Outro exemplo de convergência de técnicas convencionais e de sistemas
inteligentes é o trabalho destacado em Youssef (2004). O objetivo de seu
desenvolvimento fora a classificação de faltas em sistemas de energia elétrica por
meio de análise multinível fornecida pela decomposição wavelet das formas de onda
da tensão e da corrente. Esse tipo de análise reconhecidamente fornece
informações sobre distúrbios em sistemas elétricos de potência e possui ampla
aplicabilidade no contexto da qualidade de energia inclusive. No entanto, a análise
dos resultados oriundos dessa ferramenta para processamento de sinais não se
procede de forma natural e é necessária grande experiência para que as conclusões
alcançadas sejam factíveis aos fatos reais. Por outro lado, os sistemas de inferência
fuzzy possuem a meta de emularem a forma aproximada do raciocínio humano.
Complementando o exposto acima, o mesmo autor apresenta em Youssef
(2004b), como se pode implementar, por meio das ferramentas de processamento
de sinais empregados e por meio dos sistemas fuzzy, um sistema para classificação
de faltas em sistemas de distribuição de energia elétrica com habilidades para
6
distinguir faltas reais de manobras programadas no sistema, como por exemplo, a
energização de transformadores. Além dos algoritmos genéticos e dos sistemas de
inferência fuzzy, uma outra ferramenta advinda da inteligência computacional são as
redes neurais artificiais.
Como exemplo da aplicação das redes neurais no contexto da localização de
faltas em sistemas de distribuição, destaca-se o trabalho relatado em Martins et al.
(2005), onde os autores conduzem sua pesquisa empregando decomposições
vetoriais das formas de onda da tensão e da corrente e redes neurais artificiais para
a determinação do local de ocorrência da falta no referido sistema.
No entanto, mesmo diante do emprego de sistemas inteligentes, os resultados
comprobatórios podem não possuir todos os requisitos almejados, ou ainda, tais
resultados são dignos de melhorias, principalmente se os mesmos estiverem sendo
validados através de simulações computacionais (Tomsovic et al., 2005). Assim, os
resultados disponibilizados nesta dissertação podem também contribuir para validar
ainda mais tais abordagens, pois os mesmos são baseados em casos reais de
faltas. Alternativamente, mesmo se a opção for por validação através de modelos
computacionais de sistema de distribuição, os resultados disponibilizados podem
auxiliar para verificar se os resultados produzidos por tais modelos estão
condizentes com aqueles observados na prática.
1.3 Organização da Dissertação
O Capítulo 2 apresenta os aspectos relacionados as faltas em sistemas de
distribuição de energia elétrica.
7
O Capítulo 3 descreve os aspectos relacionados aos equipamentos de
oscilografias, assim como os detalhes envolvidos com os equipamentos de
medição.
O Capítulo 4 relata as estratégias para a realização dos ensaios
experimentais de faltas de alta impedância, detalhando passa a passo os
procedimentos utilizados em tais tarefas.
O Capítulo 5 foca os diversos resultados obtidos a partir da efetivação dos
ensaios experimentais realizados em um alimentador de distribuição de energia
elétrica, especialmente construído para tal finalidade.
Finalmente, no Capítulo 6, tece-se as conclusões relativas ao trabalho
desenvolvido, enfatizando ainda temas de projetos futuros passíveis de serem
investigados.
9
2 Aspectos Técnicos Relacionados as Faltas
em Sistemas de Distribuição de Energia
Elétrica
2.1 Introdução
No Brasil, a maioria dos alimentadores urbanos de distribuição de energia
elétrica são aéreos, topologia radial, ramificados, trifásicos a três fios, e empregam
tensões nominais enquadrados nas classes de tensão de 15 kV, de 25 kV ou de 36
kV e apresentam Nível Básico de Impulso (NBI) de 95 kV, de 125 kV e de 150 kV,
respectivamente. Em áreas rurais, onde a demanda é relativamente pequena, pode-
se tornar vantajosa a utilização de alimentadores monofásicos a dois fios, ou ainda,
alimentadores monofilares com retorno pela terra. Atualmente, os alimentadores são
compostos de cabos de alumínio com almas de aço (CAA) suportados por estruturas
de concreto e isoladores de porcelana ou vidro e, mais recentemente, de materiais
poliméricos. Em sistemas monofilares com retorno pela terra se pode empregar, em
alguns casos, condutor de aço cobreado, conhecido como “copperweld”.
Por serem radiais, esses alimentadores têm origem em uma única subestação
(SE) dotada de um ou mais transformadores de potência trifásicos, ou então, bancos
de transformadores monofásicos compondo um sistema trifásico. Normalmente, os
enrolamentos secundários são ligados em estrela com neutro acessível. Quando o
neutro não está acessível ou os enrolamentos secundários são ligados em delta,
pode-se utilizar um transformador de aterramento de forma a propiciar um neutro.
Em muitos casos, os transformadores de potência possuem comutadores
automáticos de “taps”, objetivando então manter o nível de tensão do barramento
10
dentro de padrões especificados pelos órgãos regulamentadores. Entretanto, poder-
se-á também empregar reguladores de tensão externos logo após o transformador
da SE ou ainda ao longo do alimentador.
O neutro pode estar diretamente aterrado, ou então, aterrado através de um
resistor ou reator de aterramento. Há ainda a possibilidade de neutro sem ligação a
terra (neutro suspenso), conforme a norma ANSI/IEEE C62.92.4/1991. No Brasil,
não são encontrados sistemas de distribuição com neutro suspenso, fato comum em
diversos países da Europa.
A Figura 2.1 apresenta o esquema unifilar simplificado de uma SE típica, com
barra simples na alta e na média tensão, utilizada pela maioria das concessionárias
de distribuição de energia elétrica.
Figura 2.1. Diagrama unifilar simplificado de uma SE típica para serviços de
distribuição de energia elétrica.
50/51
50/51
N
52
87
50/51
50/51
N
52
50/51
50/51
N
MMF
MMF
Y
Δ
Transf.
3xTC 3xTC
3xTC
11
Observa-se que a mesma é composta por diversos elementos, tais como
transformadores de potência, equipamentos para ajuste da tensão de serviço,
dispositivos interruptores e seccionadores, bem como dispositivos de proteção,
controle e medição.
De acordo com a NBR 8769/1985, entende-se por sistema de proteção um
sistema no qual estão associados todos os equipamentos necessários para detectar,
localizar, iniciar e completar a eliminação de uma falta ou condição anormal de
operação de um sistema elétrico. Assim, cada alimentador radial apresenta um
sistema de proteção contra sobrecorrente de fase (função ASA 50/51) e neutro
(função ASA 50/51N) imediatamente após o barramento de despacho, detalhado na
Figura 2.2. De forma a se obter uma maior sensibilidade na detecção de faltas a
terra, um segundo relé de proteção pode ser instalado (função 50/51GS) permitindo
correntes de partida da ordem de poucos ampéres.
Figura 2.2. Esquema de proteção de alimentadores trifásicos aéreos na classe 15
kV com neutro aterrado na origem.
TC-1
TC-2
TC-3
52
50/51
50/51
50/51
50/51
N
A B
C
Alimentador
Trifásico
Barramento da
Subestação
Relés de
proteção de
fase
Relé de
proteção de
terra
12
Ao longo do alimentador, e quando exigido, podem ser instalados dispositivos
de proteção contra sobrecorrentes de maneira a isolar o trecho sob falta e permitir
um restabelecimento mais rápido do fornecimento sem danos a equipamentos. Entre
os dispositivos de proteção, comumente empregados, estão os elos fusíveis,
religadores automáticos e os seccionalizadores.
A proteção contra sobretensões temporárias, de chaveamento e de origem
atmosférica, é confiada aos dispositivos pára-raios estrategicamente dispostos ao
longo do alimentador. Os pára-raios atuais não apresentam “gaps” e são
constituídos de pastilhas de óxido de zinco encapsuladas em invólucros de material
polimérico.
2.2 Tipos de Faltas nos Sistemas Elétricos de Potência
As faltas elétricas ocorrem nos sistemas elétricos de forma imprevisível e
aleatória. De acordo com a NBR 5456/1987, uma falta elétrica é caracterizada pelo
contato ou arco acidental entre as partes sob potenciais diferentes dentro de um
sistema ou componente elétrico energizado, ou ainda, quando uma ou mais partes
destes sistemas entram em contato com a terra.
Nesse contexto, faltas elétricas originam correntes de falta ou curtos-circuitos,
que podem assumir valores abaixo ou acima da corrente de trabalho do alimentador,
dependendo da potência de curto-circuito, da impedância envolvida no processo de
falta, do tipo de falta ocorrida e da maneira pela qual o neutro do transformador da
subestação está conectado a terra.
A maioria das faltas que ocorrem nos sistemas trifásicos é assimétrica
(Mason, 1956; Stevenson, 1988). As faltas assimétricas podem ser entre duas fases,
13
duas fases e terra, trifásicas e uma fase e terra. As faltas entre fases ou entre fase e
terra pode ou não conter impedância de falta (Goes, 2001).
A Figura 2.3 ilustra os tipos de faltas contendo uma impedância de falta,
sendo que a Figura 2.3 (a) representa um curto-circuito simétrico desde que ZF
1
=
ZF
2
= ZF
3
.
Figura 2.3. Configurações dos tipos de faltas e respectivas impedâncias de falta.
Ao se projetar um sistema elétrico é necessário especificar os equipamentos,
não só pela corrente nominal, mas também pela corrente de curto-circuito do
sistema que os mesmos eventualmente deverão suportar, embora mesmo que por
rápidos espaços de tempo (Giguer, 1988; Kindermann, 1999). Dentre as faltas mais
comuns se destaca o curto-circuito, sendo que as possíveis origens desta falha
podem ser listadas conforme segue:
Elétrica: fadiga do meio isolante entre partes energizadas.
Mecânica: quebra de um condutor ou isolante.
Atmosférica: descargas atmosféricas ou ventos fortes que aproximam
condutores.
Z
F
1
Z
F
2
Z
F
3
a) curto-circuito trifásico
Z
F
b) curto-circuito bifásico
Z
F
c) curto-circuito fase-terra
Z
F
d) curto-circuito bifásico-terra
14
Manobras erradas: abertura de uma seccionadora em carga.
As principais conseqüências são:
Esforços térmicos e dinâmicos.
Queda e desequilíbrio das tensões.
Transitórios de curta e longa duração.
Conhecer os valores das correntes de curto-circuito é fundamental, pois
atende a diversos objetivos, dos quais podem-se relacionar os seguintes:
Dimensionar a linha de transmissão ou distribuição em relação ao seu
limite suportável de elevação de temperatura devido ao curto-circuito.
Dimensionar a capacidade disruptiva do disjuntor.
Dimensionar a capacidade dos transformadores de corrente quanto ao
nível de saturação.
Coordenação da proteção.
2.3 Classificação das Faltas no Sistema de Distribuição
As faltas elétricas em sistemas trifásicos são classificadas de acordo com o
número de fases envolvidas e a participação do plano de terra. Os sistemas de
distribuição estão sujeitos a diversos tipos de faltas com freqüências de ocorrência
distintas, como apresentado na Tabela 2.1.
Tabela 2.1. Tipos e freqüências típicas de ocorrência de faltas
elétricas em sistemas de distribuição trifásicos a 3 fios.
Tipo de falta Freqüência de ocorrência
Trifásico 06 %
Bifásico 15%
Bifásico e a terra 15%
Monofásico a terra 64%
Fonte: Kindermann (2003).
15
Por intermédio desta tabela, verifica-se que as faltas à terra são as que
apresentam a maior incidência nos sistemas de distribuição.
2.4 Ocorrências de Faltas Permanentes e Temporárias
Os curtos-circuitos permanentes são do tipo irreversível espontaneamente,
necessitando-se reparar a rede para restabelecer o sistema, enquanto os curto-
circuitos temporários são aqueles que ocorrem sem haver defeito na rede. A análise
de faltas em redes aéreas de distribuição indica que mais de 90% das faltas são
temporárias e monofásicas a terra, segundo Elmore (2003). A Tabela 2.2 indica
valores ainda mais elevados, conforme relatado em Kindermann (2003).
Tabela 2.2. Freqüências médias de ocorrência de
curto-circuitos monofásicos à terra.
Falta monofásica à terra Freqüência de ocorrência
Permanente 4,0%
Temporários 96,0%
Diversas são as causas das faltas permanentes, sendo as mais comuns:
Danos permanentes em isoladores.
Danos na isolação de equipamentos como, por exemplo, transformadores
e chaves seccionadoras.
Deterioração de pára-raios.
Rompimento e queda de cabos.
Abalroamento de postes.
Contato acidental permanente.
Conforme mencionado anteriormente, os curtos-circuitos temporários são
aqueles que ocorrem sem haver defeito permanente na rede, ou seja, as faltas são
auto-extinguíveis. Portanto, após a atuação da proteção e/ou a ocorrência da auto-
16
extinção da falta, o sistema pode ser restabelecido sem problemas. As causas mais
comuns dos defeitos temporários são:
Arco elétrico (flash over) em isoladores.
Contaminação de isoladores pela poeira e poluição.
Correntes subseqüentes em pára-raios.
Umidade e salinidade.
Chuva.
Pontas de galhos de árvores.
Pássaros.
Vento.
Contato acidental não permanente.
2.5 Aspectos Sobre as Operações de Religamento
Como nos sistemas de distribuição a ocorrência de faltas temporárias é
elevada, sua eliminação em alimentadores radiais é realizada, em muitos casos, por
meio da técnica de religamentos sucessivos, ou seja, na ocorrência de uma falta, o
circuito é interrompido temporariamente e automaticamente religado. A interrupção
momentânea efetua a deionização do ar, eliminando os arcos elétricos que não
reaparecem quando ocorre a reenergização do alimentador. Outro exemplo seria as
pontas de galhos de árvores que tocam a rede. Nesse caso, a falta pode ser
removida por um período de interrupção maior, durante o qual a ponta do galho é
queimada devido a corrente elétrica de falta. A Tabela 2.3 apresenta o
comportamento da técnica de religamento em sistema de distribuição.
17
Tabela 2.3. Percentual de sucessos de religamentos em
um sistema de distribuição de energia elétrica.
Operação de Religamento %
Imediato 83,25
Segundo (14 a 45 s) 10,05
Terceiro (120 s) 1,42
Total de sucessos 94,72
Bloqueios 5,28
As principais vantagens da técnica de religamento são:
Redução a níveis mínimos do tempo de interrupção junto ao consumidor.
Redução do número de faltas permanentes, uma vez que faltas
temporárias podem evoluir para faltas permanentes.
Redução de custos de manutenção.
Auxiliam na manutenção dos quesitos de qualidade de fornecimento
impostos pelos órgãos regulamentadores.
Os comandos para a operação de religamento são desempenhados por um
relé de religamento (função ASA 79) que permite a escolha da estratégia de
religamento mais adequada para um dado alimentador. Como medida preventiva de
segurança, quando serviços são realizados em redes e equipamentos de
distribuição energizados (serviços em “linha viva”), ou ainda, sob a rede de
distribuição por equipe especializada, o relé de religamento é bloqueado de forma a
evitar descargas sucessivas quando de um eventual acidente (Fillippin et al., 2003).
2.6 Aspectos Relacionados as Faltas de Alta Impedância
Apesar do sistema de proteção apresentado na Figura 2.2 detectar todos os
tipos de falta (Tabela 2.1), existe uma situação em que o sistema de proteção, mais
18
especificamente, o relé de proteção contra sobrecorrente de falta à terra (ASA 51N)
não atuará. Essa situação ocorre quando a corrente de falta a terra é menor que a
corrente de partida do respectivo relé de proteção (Li & Redfern, 2001), como
ilustrado na Figura 2.4. Uma corrente de falta dessa amplitude gera a falta conhecida
como falta a terra de alta impedância.
Figura 2.4. Relação entre correntes de falta a terra de alta impedância
e ajustes dos relés de proteção.
As faltas a terra de alta impedância advêm dos elevados valores da
impedância no circuito de terra, as quais impõem correntes de falta inferiores a
corrente de partida ajustada nos relés de falta a terra (ASA 50/51N). A elevada
impedância no circuito defeituoso advém de fatores imprevisíveis e de difícil
quantificação, cujos principais serão relacionados a seguir:
a) Resistência de arco elétrico
Na maioria das ocorrências, o arco elétrico está presente no local de um
curto-circuito. A corrente de curto-circuito propicia a ionização local do ar
0
1 p.u.
10 p.u.
Ajuste do relé
de terra
Corrente de
máxima carga
Ajuste dos relés
de fase
Corrente de curto
circuito-trifásico
Corrente de falta de
alta impedância
19
possibilitando o aparecimento de arco elétrico. Mesmo que as partes se afastem, o
arco elétrico mantém a continuidade da corrente de falta devido ao ar ionizado.
O arco elétrico apresenta temperaturas elevadas, queimando, fundindo e
carbonizando os materiais alcançados pelo arco, podendo propiciar incêndio. O
efeito do arco elétrico não é mais dramático porque – devido a formação de bolhas
de material fundente, ao ar ionizado e a ação das forças eletromagnéticas – o arco
tem a tendência a se mover, dissipando e distribuindo o seu efeito. A resistência de
arco pode ser estimada pela fórmula de Warrington (Elmore, 2003), ou seja:
4,1
28707
I
L
R
ARCO
=
(2.1)
onde L é o comprimento do arco elétrico em metros e, I é a corrente elétrica de
curto-circuito em Ampére.
b) Resistência de contato da falta
A resistência de contato sofre influência da pressão, da temperatura, da
rugosidade relativa dos materiais e da condutividade elétrica dos materiais das
partes em contato. Dessa forma, torna-se impossível a caracterização dessa
grandeza em situações não controladas, como por exemplo, o contato estabelecido
entre um condutor e o solo decorrente de um rompimento do condutor.
c) Resistência de aterramento
A resistência de aterramento depende fundamentalmente da resistividade do
solo e das características construtivas do eletrodo de aterramento. A resistividade do
solo sofre influência da composição química do solo, da compactação, da umidade e
da temperatura. Além desses fatores, a resistência de aterramento pode ser
20
dependente da duração da corrente de falta a terra em virtude do deslocamento
iônico do solo decorrente do campo elétrico estabelecido no próprio solo (resistência
dinâmica).
Pode-se determinar a resistência de aterramento de um eletrodo de
aterramento pela seguinte expressão:
π
ρ
=
d
L
L
R
a
AT
4
ln
2
(2.2)
onde R
AT
é a resistividade aparente do solo em Ω.m, L é o comprimento da haste em
metros e, d é o diâmetro da haste em metros.
Deve ser observado ainda que existe uma condição de falta cujos fatores
acima descritos pouco afetam a corrente de falta a terra. Essa condição ocorre
quando um condutor entra em contato com o plano de terra pelo lado da carga.
Nessa condição, a impedância da carga é preponderante sobre as demais de forma
que a corrente de falta gerada é dependente da carga demandada no ponto de
defeito.
Nesse contexto, experimentos realizados na Universidade do Texas (Aucoin &
Russel, 1989), com o propósito de melhor entender o comportamento das faltas à
terra de alta impedância em sistemas de distribuição na classe 15kV, geraram
valores de correntes de falta a terra, as quais são apresentadas na Tabela 2.4.
Nesse ensaio foi observado que as correntes de faltas típicas estavam entre 5 e 40A
e que menos de 10% das faltas, num total de 200, foram eliminadas pelo relé de
sobrecorrente de neutro.
21
Tabela 2.4. Resultados dos testes de falta à terra conduzidos
pela Universidade do Texas (EUA).
Superfície Corrente de falta à terra (A)
Asfalto seco 0
Concreto 0
Areia seca 0
Areia úmida 15
Tijolo seco 20
Grama seca 25
Tijolo úmido 40
Grama molhada 50
Concreto Armado 75
Fonte: Aucoin & Russel (1989).
Para ser mais específico, pode-se citar como exemplo o desempenho dos
equipamentos de proteção convencionais, tais como elos fusíveis, relés de
sobrecorrentes e religadores para a atuação e desligamento do sistema elétrico em
casos de faltas fase-terra com alta impedância, pois conforme apresentado na
Tabela 2.4 as correntes de falta possuem baixa amplitude.
Os elos fusíveis são dimensionados levando-se em consideração os aspectos
de seletividade, a corrente de carga e as curvas de suportabilidade dos
equipamentos e da rede protegida pelo mesmo.
No exemplo da Figura 2.5, tem-se um conjunto de chaves fusíveis dotadas de
elos fusíveis protegendo uma rede aérea trifásica de distribuição com cabo de
alumínio com alma de aço bitola 02 AWG com uma corrente de carga de 18A.
Figura 2.5.
Rede elétrica trifásica protegida por chaves fusíveis.
22
Para este exemplo, o elo fusível adequado é o 25K, pois permite a circulação
da corrente de carga e protege o condutor.
No coordenograma da Figura 2.6, observa-se que o elo fusível adotado
protege a rede de distribuição e permite a livre circulação da corrente de carga.
Figura 2.6. Curva do elo fusível 25K.
Ainda na Figura 2.6, as correntes referentes a Tabela 2.4 foram também
plotadas. Observando-se o gráfico e as correntes se conclui que o elo fusível não é
eficaz para todos os tipos de defeitos de queda de cabo ao solo.
A função de proteção nos alimentadores e religadores com possibilidades de
ajustes mais sensíveis e ,conseqüentemente, com tclde defeitos de quee
23
Para um alimentador com curva de carga de neutro de 13A, por exemplo,
deve-se ajustar a proteção de neutro de alta impedância em 20A. Porém, de acordo
com a Tabela 2.4 existem situações onde, dependendo do tipo de solo, as correntes
decorrentes da queda de condutor energizado ao solo, serão inferiores aos 20A do
ajuste proposto para este exemplo. Assim, pode-se concluir que a proteção de
neutro de alta impedância não é eficaz para todos os tipos de defeitos envolvendo a
queda de cabo ao solo.
Portanto, a detecção de faltas a terra de alta impedância é um problema que
persiste nos sistemas de distribuição de energia elétrica, uma vez que podem não
ser detectadas por sistemas convencionais de proteção contra sobrecorrentes e
devem ser eliminadas, quando detectadas, utilizando o desligamento manual do
alimentador (Aucoin & Russel, 1996). Grandes investimentos em pesquisas vêm
sendo feitos com o objetivo de desenvolver técnicas e dispositivos capazes de
caracterizar, detectar, localizar e eliminar esse tipo de falta. Apesar de consideráveis
avanços nos últimos anos, há ainda necessidade de investigações que levem ao
desenvolvimento de técnicas que possam oferecer um desempenho confiável e
seguro (Wester, 1998).
Assim, quanto mais informações e dados reais sobre ocorrências e situações
de faltas à terra de alta impedância forem disponibilizados, então maior será a
tendência de tais técnicas serem mais confiáveis e seguras.
25
3 Aspectos dos Equipamentos de
Oscilografias e de Medição
3.1 Introdução
Objetivando a realização plena e integral das atividades relacionadas aos
ensaios experimentais, houve a necessidade de definir os diversos equipamentos
que fariam parte dos processos envolvidos com a transdução e aquisição dos sinais
de tensão e corrente produzidos em decorrência da realização dos diversos tipos de
faltas efetuados na linha de distribuição piloto da concessionária.
Para tanto os dois tipos principais de equipamentos que seriam utilizados nos
ensaios experimentais foram divididos em equipamentos de medição (oscilógrafos) e
equipamentos de transdução (TCs e TPs). Assim sendo, houve a necessidade de
efetuar diversas análises e procedimentos que permitissem averiguar e investigar as
características dos equipamentos que seriam utilizados para tais propósitos.
As seções seguintes abordam os detalhes e aspectos envolvendo estes
equipamentos, tendo como principal objetivo destacar as suas características, bem
como descrever suas funcionalidades, permitindo documentar o funcionamento dos
mesmos para outras eventuais aplicações que podem usufruir da utilização deles.
3.2 Aspectos Relacionados aos Equipamentos de Oscilografias
Em referência aos equipamentos que foram utilizados para a medição de
grandezas elétricas, diversas atividades de prospecção tiveram que ser realizadas
com o intuito de investigar as suas características no que se refere ao
26
processamento dos dados que seriam aquisitados pelos mesmos. Nesta
examinação, diversos itens foram detalhadamente checados com a intenção de
verificar a coerência e a integridade dos dados que seriam disponibilizados por tais
equipamentos. Ressalta-se que esta avaliação foi de suma importância para garantir
que as oscilografias obtidas nos ensaios de faltas fase-terra de alta impedância
fossem úteis para investigação das características deste tipo de falta.
Alguns aspectos importantes que foram investigados durante esta etapa de
prospecção são os seguintes:
Análise de características técnicas que assegurariam a medição eficiente
das grandezas elétricas envolvidas com as faltas em sistemas de
distribuição.
Avaliação de recursos das unidades de processamento, tais como a
memória, a classe de exatidão, o tempo de varredura, as interfaces de
entrada e saída, os triggers internos e externos, o sincronismo de relógios,
etc.
Verificação das taxas de amostragem visando o atendimento dos
propósitos da pesquisa.
Resolução gráfica e disponibilidade de recursos de processamento de
sinais.
Tipos e formatos de arquivos de dados gerados pelos equipamentos.
Integridade entre as taxas de amostragem de dados real e as taxas de
armazenamentos.
Como um resultado desse trabalho de prospecção, definiram-se como
equipamentos de medição mais adequados para os propósitos definidos os
oscilógrafos de marca Yokogawa, linha DL 708 E, modelo 7018020-1-D-
27
HF/M2/C8/G2/F2, composto de módulos com código 701852 e sensores de código
96033. Sendo este o principal equipamento que foi utilizado durante os ensaios
experimentais, destacam-se no ANEXO I alguns aspectos relacionados as suas
principais funções, bem como uma breve descrição dos procedimentos envolvidos
com os seus ajustes e configurações.
3.3 Estratégias de Ensaios de Resposta em Freqüência dos
Transdutores de Medição
Para verificar a maneira pela qual os transdutores de tensão e de corrente se
comportam frente a faixa de freqüências a ser oscilografada durante os ensaios
experimentais, os transformadores de potencial e os transformadores de corrente
foram ensaiados de maneira a se construir sua reposta em freqüência.
O conhecimento da resposta em freqüência dos transdutores de tensão e de
corrente é de extrema importância visto que esse tipo de informação será muito útil
na identificação e refinamento dos resultados a serem obtidos por meio da
oscilografia das faltas nos ensaios experimentais, garantindo que os resultados
decorrentes sejam representativos do sistema real.
Dessa maneira, nessa seção serão descritos os principais aspectos
relacionados a metodologia de ensaios de resposta em freqüência, bem como será
apresentada uma súmula dos resultados obtidos nos referidos ensaios.
3.3.1 Metodologia de Ensaio
A resposta em freqüência de um determinado sistema pode ser obtida de
inúmeras maneiras, dentre as quais destaca-se principalmente o ensaio ao impulso
28
unitário. Independente da excitação empregada no ensaio de resposta de freqüência
a descrição da metodologia de ensaio segue um único formato a qual pode ser
melhor compreendida observando-se o diagrama esquemático da Figura 3.1.
Figura 3.1. Diagrama esquemático do ensaio de resposta em freqüência.
Como pode ser verificado por meio da Figura 3.1, o ensaio de resposta em
freqüência constitui basicamente da aplicação de uma excitação r(t) a entrada do
sistema de maneira a se mensurar a resposta c(t). Como o objetivo é obter uma
função H(t) que descreva o comportamento do sistema frente ao espectro de
freqüências de operação, o sinal de entrada r(t) e o sinal de saída c(t) devem ser
transformados para o domínio da freqüência, ou seja:
()
()
()
ω
ω
=ω
R
C
H
(3.1)
()()
ω
ω=ωdetrR
j
(3.2)
()()
ω
ω=ωdetcC
j
(3.3)
Sistema sob
ensaio
Entradas do sistema
Saídas do sistema
t
t
r(t)
c(t)
29
No entanto, como nos sistemas reais o processo de medição é digital, os
sinais r(t) e c(t) não são contínuos e sim discretos, amostrados periodicamente a
uma determinada taxa de amostragem SR. Dessa maneira, torna-se necessário o
emprego da Transformada Discreta de Fourier para a representação dos sinais r(t) e
c(t) no domínio da freqüência, ou seja:
()()
()()
=
π
=
N
n
N
nk
j
enrkR
1
112
; 1 k N/2 (3.4)
()()
()()
=
π
=
N
n
N
nk
j
enckC
1
112
; 1 k N/2 (3.5)
onde
STN
k 12π
=ω e ST representa o tempo de amostragem do sinal. Assim, a
resposta em freqüência H(k) do sistema será dada por:
()
()
()
kR
kC
kH = (3.6)
Como pode ser observada por meio do breve equacionamento apresentado, a
função de excitação r(t) do sistema pode ser qualquer função real. No entanto, torna-
se interessante que essa função possua um amplo espectro de freqüência de
maneira a se realizar um estudo completo. Em função desse requisito e das
limitações experimentais a função de excitação adotada nos ensaios foi a função
rampa.
Procedendo dessa forma, as respostas em freqüência tanto do
transformador de potencial quanto do transformador de corrente foram obtidas,
sendo então apresentadas nas seções que seguem.
30
3.3.2 Resposta em Freqüência do Transformador de Potencial
Ilustrando a montagem experimental realizada para se identificar a resposta
em freqüência do transformador de potencial, apresenta-se na Figura 3.2 a bancada
de teste adotada nos referidos ensaios.
Figura 3.2. Bancada experimental para ensaios em freqüência do
transformador de potencial.
Como pode ser observado por meio da Figura 3.2, a geração da excitação a
ser aplicada no primário do transformador de potencial foi realizada com auxílio de
gerador de funções digital de alta precisão e baixa distorção harmônica, sendo que a
medida da entrada e da saída ficou por conta de um osciloscópio digital com máxima
taxa de amostragem de 1,25 GHz e largura de banda de 100 Mhz.
Os detalhes da conexão do osciloscópio a entrada e saída do transformador
são apresentados por meio da Figura 3.3.
31
Figura 3.3. Detalhes de conexão ao transformador de potencial: (a) Conexões
ao primário; (b) Conexões ao secundário.
Conforme mencionado anteriormente, aplicou-se ao primário do
transformador de potencial uma forma de onda quadrada. Para garantir uma maior
precisão de resultados, diferentes freqüências para a forma de onda quadrada foram
utilizadas e seus respectivos resultados registrados. Ilustrando algumas das
excitações utilizadas, apresentam-se na Figura 3.4 os gráficos de três sinais de
entradas e suas respectivas saídas para os ensaios realizados.
-0.2 -0.15 -0.1 -0.05 0 0.05 0.1 0.15 0.2
-15
-10
-5
0
5
10
15
-0.02 0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1 0.12 0.14 0.16 0.18
-15
-10
-5
0
5
10
15
-0.01 0 0.01 0.02 0.03 0.04 0.05 0.06 0.07 0.08 0.09
-15
-10
-5
0
5
10
15
Figura 3.4. Sinais de entrada e saída aplicados nos transformadores de potencial.
32
Valendo-se da metodologia e da formulação matemática apresentada na
subseção anterior, a resposta em freqüência do transformador de potencial foi
calculada conforme apresentada graficamente por meio da Figura 3.5.
10
2
10
3
10
4
500
1000
1500
2000
freqüência (Hz)
Relação de transformação
10
2
10
3
10
4
-150
-100
-50
0
50
100
150
freqüência (Hz)
Defasagem angular (graus)
Figura 3.5. Resposta em freqüência dos transformadores de potencial.
3.3.3 Resposta em Freqüência dos Transformadores de Corrente
O procedimento experimental adotado ao longo do ensaio de resposta em
freqüência para o transformador de corrente foi semelhante ao utilizado na avaliação
da resposta em freqüência para o transformador de potencial. Assim, na Figura 3.6
apresenta-se uma visão geral da bancada de ensaios montada para o referido
ensaio.
Relação de transformação
Defasagem angular (graus)
33
Figura 3.6. Bancada experimental para ensaios em freqüência do
transformador de corrente.
Os gráficos dos sinais de entrada e saída registrados para diferentes
freqüências dos sinais de excitação são apresentados por meio da Figura 3.7.
-2 -1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2
x 10
-6
-6
-4
-2
0
2
4
6
8
10
12
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5
x 10
-6
-6
-4
-2
0
2
4
6
8
10
12
-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x 10
-6
-6
-4
-2
0
2
4
6
8
10
12
Figura 3.7.
Sinais de entrada e saída aplicados nos transformadores de corrente.
34
Assim, por meio dos sinais registrados ao longo dos ensaios e utilizando a
metodologia fundamentada na Seção 3.3.1 processou-se a resposta em freqüência
do transformador de corrente a qual é apresentada graficamente por meio da Figura
3.8.
10
6
10
7
10
8
10
9
1
2
3
4
5
6
7
freqüência (Hz)
Relação de transformação
10
6
10
7
10
8
10
9
-150
-100
-50
0
50
100
150
freqüência (Hz)
Defasagem angular (graus)
Figura 3.8. Resposta em freqüência dos transformadores de corrente
Os referidos ensaios foram de suma importância para analisar o
comportamento dos TCs e TPs em relação as diversas variações de freqüência.
Portanto, constata-se que ambos os instrumentos a serem utilizados nos
ensaios experimentais conseguem fornecer respostas em freqüência que
contemplam os níveis de precisão requeridos para a aquisição de transitórios
envolvidos com as faltas fase-terra de alta impedância.
Em suma, um dos objetivos em realizar tais ensaios consistiu tão somente
de verificar se os próprios TCs e TPs utilizados no dia-a-dia pela concessionária
seriam apropriados para a realização dos ensaios envolvendo faltas fase-terra de
Defasagem angular (graus)
Relação de transformação
35
alta impedância, sendo portanto desnecessário a aquisição de equipamentos
especiais apenas para tal propósito.
Além disso, o roteiro visando os ensaios instrumentais apresentados neste
capítulo pode ser também seguido quando se deseja testar a adequabilidade de
outros tipos de TCs e TPs quando das suas utilizações em ensaios envolvendo
faltas.
37
4 Estratégias de Realização de Ensaios
Experimentais
4.1 Introdução
A identificação de faltas de alta impedância num sistema elétrico de
distribuição de energia elétrica radial se constitui num desafio técnico de operação e
ao mesmo tempo num problema que as concessionárias de energia elétrica
enfrentam tanto no Brasil como nos demais países. Esta problemática recebe
atenção especial, pois além de comprometer o fornecimento adequado de energia
elétrica representa uma potencial situação de risco a população. Dessa maneira,
verifica-se junto a bibliografia correlata, os inúmeros esforços dedicados a rápida e
eficiente identificação e localização de pontos onde cabos condutores se romperam
e se dispõem sobre o solo, sobre cruzetas, entre outras possibilidades, sem que as
proteções de sobrecorrente possam sinalizar sua ocorrência.
Com o aumento do consumo de energia elétrica e os valores rigorosos para
os índices de desligamento, a realização dos ensaios experimentais em um
alimentador de distribuição de energia elétrica (ANEXO II), visando obter registros de
correntes e tensões durante faltas de alta impedância, obrigou a equipe envolvida a
um rigoroso planejamento destes ensaios, tendo em vista atender não só o aspecto
técnico e a interrupção no fornecimento de energia, bem como o aspecto da
segurança pessoal dos envolvidos nos ensaios e ainda da população transeunte da
região onde se realizaram os respectivos testes.
38
Assim, esse capítulo objetiva apresentar detalhadamente os aspectos que
permearam o planejamento dos ensaios, os detalhes tratados nos pré-ensaios e a
execução dos referidos ensaios.
4.2 Falta Fase-Terra com Solo Seco
Este tipo de defeito no sistema de distribuição de energia elétrica é o mais
comum e o mais difícil de sensibilizar os dispositivos de proteção. Tem-se assim, a
necessidade de realização de vários ensaios que contemplem tal situação. O
primeiro ensaio de curto-circuito fase-terra foi com o solo seco e as condições
operativas no instante do defeito podem ser listadas como se segue:
Religamento automático no local dos ensaios em posição bloqueado.
Janela de amostragem utilizada no oscilógrafo de 10 seg.
Como este foi o primeiro ensaio realizado, utilizou-se o mesmo na verificação
do nível de curto-circuito no ponto e refinamento dos procedimentos de ensaios.
O ensaio compreendeu a queda do condutor em solo seco. A técnica de soltar
o cabo foi a mesma que está descrita no ANEXO III que aborda os pré-ensaios, ou
seja, utilizando a equipe e os equipamentos de linha viva.
O primeiro passo executado na preparação do ensaio foi o eletricista no cesto
de linha viva soltar o condutor da cadeia de isoladores. Em seguida a corda isolante
foi amarrada ao cabo e passada pela cinta na parte inferior do poste e, na
seqüência, foi fixada no caminhão por medida de segurança, conforme apresentado
na Figura 4.1.
39
Figura 4.1. Corda isolante utilizada para soltar o condutor: (a) Corda passando pela
cinta na parte inferior do poste; (b) Ponta da corda amarrada ao caminhão antes do
início do ensaio.
Após todas as verificações foi acionada a buzina, que estava instalada no
caminhão de apoio, próxima ao oscilógrafo, conforme se apresenta na Figura 4.2.
Os eletricistas encarregados de soltarem a corda contaram mentalmente de 3
a 5 segundos e soltaram a corda, fazendo com o que cabo em queda livre atingisse
o solo, provocando um curto fase-terra, em condições similares ao rompimento de
condutor de fase de uma rede aérea de distribuição.
Figura 4.2. Buzina utilizada para acionar o instante de início dos ensaios.
O toque da buzina além de oferecer o sinal para liberar a corda, foi de
fundamental importância para partida (trigger) dos oscilógrafos local e remoto
(subestação) já que não havia outro meio de sincronização entre eles disponível.
40
A Figura 4.3 apresenta a chave corta-circuito no poste de derivação, bem
como o instante de fechamento de uma das fases para a energização do mesmo. A
partir deste instante a mesa já possuía tensão nas chaves de aferição, ficando o
ramal energizado até a entrada do religador automático, mostrado na Figura 4.6.
Figura 4.3. Chave corta-circuito que deriva o ramal, no instante da
energização do mesmo.
Para as medições das grandezas elétricas foram instalados conjuntos de
transformadores de corrente e de potencial no primeiro poste após a derivação. A
Figura 4.4 ilustra a instalação destes equipamentos no poste, bem como a posição do
caminhão que serviu de base para receber os circuitos secundários a fim de realizar
as conexões necessárias as medições.
41
Figura 4.4. Instalação dos TP’s e TC’s utilizados na medição durante os ensaios.
Os terminais secundários dos TP’s e TC’s foram enviados ao oscilógrafo
passando por uma mesa com o conjunto de chaves de aferição, por uma canaleta e
em seguida conectado ao mesmo. A Figura 4.5 apresenta essas conexões.
Figura 4.5. Sistema de medição e aferição: (a) Conexões das chaves de aferição;
(b) Conexões das chaves de aferição aos bornes do oscilógrafo.
Também foi instalado no ramal um religador automático coordenado com
outro religador automático a montante e ainda com o relé Siemens instalado na
42
subestação. A Figura 4.6 mostra a instalação do religador automático, bem como o
veículo da ELEKTRO que serviu de base para a mesa com fonte de alimentação e
laptop comunicando com o respectivo religador da Copper.
Figura 4.6. Instalação do religador automático e veículo da ELEKTRO com laptop.
Após todas as providências, posicionou-se em condições seguras o
profissional responsável pelas filmagens dos ensaios, conforme pode ser visto na
Figura 4.7.
43
Figura 4.7. Posição do profissional responsável pelas filmagens dos ensaios.
Na subestação foram tomadas todas providências necessárias, como
instalação do oscilógrafo no painel do alimentador 30 da subestação Rio Claro III,
utilizando-se para tanto um conjunto de chaves de aferição disponível e já instalado
no próprio painel. A Figura 4.8 mostra o interior do painel do alimentador com os
respectivos transdutores de corrente empregados em todos os ensaios.
Figura 4.8. Vista interior do painel de proteção do alimentador 30 da SE Rio Claro III.
44
A seguir, na Figura 4.9 são mostrados os detalhes das conexões com as
garras de medição de corrente do oscilógrafo, bem como a conexão do circuito de
potencial.
Figura 4.9. Detalhes das conexões do oscilógrafo no painel do alimentador 30 da
SE RIC III: (a) Conexões das garras de corrente e circuito de potencial; (b)
Conexões do oscilógrafo ao painel.
Após isolação da área de trabalho pelos responsáveis da defesa civil e
segurança do trabalho da ELEKTRO, conforme Figura 4.10, deu-se início aos
ensaios.
Figura 4.10. Isolamento da área de trabalho durante os ensaios: (a) Bloqueio da
estrada ao local dos ensaios; (b) Bloqueio do outro lado do local dos ensaios, onde
se encontrava o caminhão da equipe da linha viva.
Os ensaios fase-terra foram realizados lançando-se ao solo a fase externa da
extremidade esquerda de quem olha para a Figura 4.11.
45
Figura 4.11. Vista da rede aérea antes do lançamento do cabo ao solo.
Após o acionamento da buzina e seguindo todos os passos previamente
analisados e consolidados, lançou-se o cabo ao solo provocando um curto-circuito
fase-terra em condições de solo seco. Figura 4.12 ilustra o cabo tocando o solo.
Figura 4.12. Condutor energizado em contato com o solo provocando curto-circuito
fase-terra.
46
A Figura 4.13 a seguir ilustra em detalhe a formação do arco elétrico quando
o cabo toca o solo.
Figura 4.13. Detalhe do arco elétrico durante contato do condutor
energizado com o solo.
A Figura 4.14 apresenta como ficou o solo após a ocorrência do curto-circuito.
Figura 4.14.
Aparência do solo após o curto circuito fase-terra em solo seco: (a)
Buracos causados no solo devido a curto circuito; (b) Pedaços de pedras queimadas
no instante do curto circuito.
47
Na Figura 4.15 também há uma ilustração de um pedaço de pedra retirada do
local onde ocorreu a queda do condutor.
Figura 4.15. Detalhe de furo na pedra devido a queda de condutor energizado.
Conforme já mencionado anteriormente, este ensaio foi feito com o bloqueio
do religamento automático do religador instalado no local dos ensaios.
O próximo ensaio realizado foi idêntico, apenas liberou-se o religamento
automático do religador local. A seqüência de religamento ficou assim: 1º
religamento com tempo de 1,5s, 2º religamento com tempo de 2,5s e o 3º
religamento com tempo de 2,5s. As janelas de amostragem dos oscilógrafos ficaram
ajustadas em 20s.
No quinto ensaio a seqüência de religamento foi a seguinte: 0,5s para o 1º
religamento e 20s para o 2º religamento. As janelas de amostragem dos oscilógrafos
foram alteradas para 30s.
Nos demais ensaios com solo seco, mudaram-se apenas as seqüências de
religamentos e as janelas de amostragem.
48
O próximo ensaio realizado ainda foi queda de condutor de fase (falta fase-
terra), porém não mais em solo seco e sim sobre brita, conforme pode ser observado
na Figura 4.16. O religamento automático estava em serviço e ajustado para: 1º
religamento em 0,5s e o 2º religamento em 20s. O ajuste da subestação no grupo 2
(Anexo IV) e a janela de amostragem em 20s.
Figura 4.16. Posição da brita no solo onde o cabo energizado foi lançado.
A Figura 4.17 mostra a posição dos eletricistas no momento que soltava a
corda. A mesma foi solta gradativamente até o condutor atingir o solo.
49
Figura 4.17. Posição dos eletricistas no momento que soltam a corda isolada que
suportava o condutor energizado.
4.3 Queda de Condutor Sobre Cruzeta de Madeira
Também foi realizado curto-circuito fase-terra, provocado por queda do
condutor sobre a cruzeta. Este tipo de defeito é comum nas redes aéreas de
distribuição. A Figura 4.18 mostra o condutor sobre a cruzeta, com o eletricista e o
responsável pelas filmagens no cesto.
Para a realização deste ensaio a equipe de linha viva soltou o condutor dos
isoladores, colocando-o sobre a cruzeta. Em seguida foi ligado o disjuntor
correspondente ao religador automático, provocando um curto-circuito fase-terra,
sendo que a impedância de falta consistiu desde a madeira, ferragens do poste de
concreto e terra propriamente dita.
50
Figura 4.18. Condutor sobre a cruzeta pronto para ser energizado.
4.4 Rompimento e Queda de Condutor de Fase do Lado da Carga
Para a realização deste defeito alguns procedimentos tiveram de ser bem
estruturados e sincronizados. Para simular a queda de condutor do lado da carga
utilizando a mesma estrutura montada para os outros ensaios foi necessário abrir
uma das fases da fonte (a fase que foi lançada ao solo). Como os consumidores
ficariam sem uma fase, foi estabelecido tempo máximo para realização deste ensaio
de onze minutos.
Imediatamente após os registros da ocorrência de fase aberta, foi lançado o
cabo ao solo, utilizando os mesmos procedimentos para os curtos-circuitos fase-
terra.
Quando o cabo é lançado ao solo o retorno da corrente se faz pela
subestação e pelos primários dos transformadores de distribuição trifásicos e
51
também por alguns transformadores monofásicos ao longo do alimentador (MRTs).
A impedância de falta é extremamente alta neste caso, dificultando de sobremaneira
a sensibilização dos dispositivos de proteção.
No caso deste ensaio foi possível registrar os níveis de corrente de curto-
circuito, conforme poderá ser observado no capítulo seguinte.
Imediatamente após os registros da ocorrência de fase aberta, foi lançado o
cabo ao solo, utilizando os mesmos procedimentos para os curtos-circuitos fase-
terra.
Neste ensaio o religamento automático ficou bloqueado e o grupo de ajuste
do religador foi o número 1 (Anexo IV). A duração total deste ensaio foi de oito
minutos.
53
5 Resultados de Medições dos Ensaios
Experimentais
5.1 Introdução
Os ensaios experimentais foram realizados tendo como premissa as
deliberações acertadas ao longo dos pré-ensaios (ANEXO III), bem como nos
aspectos pontuados nas reuniões que antecederam os ensaios. Dessa forma, este
capítulo é responsável por apresentar os resultados experimentais obtidos por meio
dos referidos ensaios. A fim de organizar coerentemente a apresentação de tais
resultados, será dedicada a cada ensaio uma subseção onde serão destacados os
gráficos de corrente e tensão oscilografados tanto no local dos ensaios como na
subestação Rio Claro III. Além disso, as seções estão organizadas de maneira a
refletir a ordem cronológica de realização dos ensaios.
5.2 Falta Fase-Terra com Solo Seco e Religamento Automático
Bloqueado
Nesse ensaio inicial o condutor fase foi deixado cair sobre o solo seco
conforme planejado e simulado durante os pré-ensaios de falta fase-terra. No
entanto, a chave religadora instalada no ramal de ensaio foi ajustada com o grupo
de ajuste 1 (Anexo IV) tendo a função de religamento automático bloqueada. O
objetivo desse ensaio foi a verificação do nível de curto-circuito fase-terra no local
dos ensaios, bem como do refinamento dos procedimentos de ensaio. Dessa
maneira, foi realizado um total de três repetições para esse ensaio, no entanto,
devido aos ajustes operacionais e coordenação de equipe a primeira repetição não
54
foi registrada na subestação, da mesma maneira que a segunda repetição não foi
oscilografada junto ao local da falta. Para ilustrar os resultados obtidos, apresenta-se
na Figura 5.1 os gráficos de tensão e corrente oscilografados no local da falta para a
primeira repetição.
1.8 1.81 1.82 1.83 1.84 1.85 1.86 1.87 1.88 1.89
-60
-40
-20
0
20
40
60
Tempo (s)
Corrente
de
linha
(A)
Fase A
Fase B
Fase C
Neutro
1.8 1.81 1.82 1.83 1.84 1.85 1.86 1.87 1.88 1.89
-15
-10
-5
0
5
10
15
Tempo (s)
Tensão
de
fase
(kV)
Fase A
Fase B
Fase C
Figura 5.1. Gráfico das correntes e tensões durante o ensaio na sua primeira
repetição oscilografada no local da falta.
Pode-se observar pelos gráficos apresentados na Figura 5.1 que a falta fase-
terra foi interrompida depois de dois ciclos pela chave religadora e que durante sua
ocorrência foi observada uma queda de tensão na fase faltosa conforme esperado
teoricamente.
A segunda repetição não foi oscilografada no local de ocorrência da falta
conforme descrito anteriormente, no entanto, sua oscilografia foi registrada junto a
subestação e os gráficos de tensão e corrente são apresentadas por meio da Figura
5.2.
Tensão de fase (kV)
Corrente de linha (A)
55
0.32 0.33 0.34 0.35 0.36 0.37
-200
-150
-100
-50
0
50
100
150
200
Tempo (s)
Fase A
Fase B
Fase C
Neutro
0.32 0.33 0.34 0.35 0.36 0.37 0.38
-15
-10
-5
0
5
10
15
Tempo (s)
Tensão
de
fase
(kV)
Fase A
Fase B
Fase C
Figura 5.2. Gráfico das correntes e tensões durante o ensaio na sua segunda
repetição oscilografada na subestação.
Por meio do gráfico de corrente apresentado na Figura 5.2 se verifica que os
sinais observados tiveram as presenças de ruídos de medição os quais podem ser
em parte atribuídos ao efeito corona constatado na subestação. A duração dessa
falta foi de aproximadamente dois ciclos e meio e alterações sensíveis da tensão na
subestação durante a ocorrência da falta não foram observadas.
A terceira e última repetição desse primeiro ensaio foi realizada após a
correção dos pontos falhos observados ao longo da execução da primeira e segunda
repetição. Dessa maneira, os valores de tensão e corrente durante a falta foram
oscilografados tanto na subestação como no local de ocorrência dos ensaios. Assim,
na Figura 5.3 estão os gráficos de tensão e corrente oscilografados no local da falta.
3.75 3.76 3.77 3.78 3.79 3.8 3.81
-60
-40
-20
0
20
40
60
56
A duração da terceira falta foi de cerca de dois ciclos e meio conforme se
observa por meio do gráfico de corrente da Figura 5.3. Verificando-se o gráfico de
tensão no ponto da falta constata-se uma queda de tensão durante a ocorrência da
falta além de um rápido distúrbio transitório de tensão conforme destacado na Figura
5.3 e ampliado por meio da Figura 5.4.
3.7605 3.761 3.7615 3.762 3.7625 3.763 3.7635 3.764
-11.5
-11
-10.5
-10
-9.5
Tempo (s)
Tensão de fase (kV)
Figura 5.4. Distúrbio de tensão observado durante a terceira repetição do primeiro
ensaio junto ao local de ensaio.
A Figura 5.5 apresenta a terceira repetição do primeiro ensaio oscilografada
na subestação.
3.12 3.13 3.14 3.15 3.16 3.17 3.18 3.19 3.2
-250
-200
-150
-100
-50
0
50
100
150
200
Tempo (s)
Fase A
Fase B
Fase C
Neutro
2.12 2.13 2.14 2.15 2.16 2.17 2.18 2.19 2.2
-15
-10
-5
0
5
10
15
57
Como podem ser verificadas por meio dos gráficos da Figura 5.5, as correntes
de linha foram mensuradas com a adição de um ruído e distúrbios visíveis tanto em
amplitude como em formato, fatos estes que não foram verificados para as formas
de onda de tensão.
5.3 Falta Fase-Terra com Solo Seco e Religamento Automático em
Serviço
O procedimento experimental adotado ao longo desses ensaios foi idêntico ao
adotado no ensaio descrito na Seção 5.2. No entanto, a chave religadora foi
ajustada de maneira a permitir o religamento após a interrupção de uma
determinada falta. Assim, diversas situações de religamento foram propostas e
testadas e os valores de tensão e corrente para cada um dos ajustes de religamento
ensaiados serão apresentados nos itens seguintes.
(A) Religamentos 1,5s – 2,5s – 2,5s (uma rápida e três lentas)
Neste ensaio a chave religadora foi ajustada com o grupo de ajuste 1, descrito
no ANEXO IV, sendo sua atuação descrita por uma operação rápida e três lentas e
os ensaios realizados compreenderam um total de 5 repetições cada qual
oscilografada tanto pela subestação como no local de realização dos ensaios.
Assim, apresenta-se na Figura 5.6 os gráficos de corrente oscilografados no local de
ensaio referentes a primeira repetição.
58
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
-200
-150
-100
-50
0
50
100
150
200
Tempo (s)
Corrente de linha (A)
Fase A
Fase B
Fase C
Neutro
Figura 5.6. Gráficos de corrente de linha durante o ensaio na sua primeira repetição
oscilografada no local da falta.
Como pode ser observado por meio do gráfico de corrente da Figura 5.6, o
ensaio procedeu conforme previsto, ou seja, a chave religadora entrou em modo de
bloqueio após três tentativas de religamento. Observa-se ainda por meio do gráfico
de tensão (primeiro religamento) ilustrado na Figura 5.7 que durante os instantes de
falta foi constatada uma subtensão na fase faltosa e uma sobretensão na Fase B.
5.45 5.5 5.55 5.6 5.65 5.7 5.75
-10
-5
0
5
10
Tempo (s)
Tensão de fase (kV)
Fase A
Fase B
Fase C
Figura 5.7. Gráfico de tensão após o primeiro religamento (primeira repetição).
Tensão de fase (kV)
Corrente de linha (A)
59
Verifica-se ainda, com relação a tensão após o primeiro religamento, que no
instante de fechamento da chave deu-se início a um curto transitório o qual é
apresentado na Figura 5.8.
5.48 5.482 5.484 5.486 5.488 5.49 5.492 5.494 5.496 5.498 5.5
-10
-5
0
5
10
Tempo (s)
Tensão de fase (kV)
Fase A
Fase B
Fase C
Figura 5.8. Detalhe do distúrbio de tensão no instante do primeiro religamento da
primeira repetição de ensaio.
O distúrbio de tensão no local de falta não foi observado apenas no primeiro
religamento, mas também no instante de queda do condutor ao solo, conforme
Figura 5.9, e nos demais religamentos efetuados pela chave religadora assim como
apresentado na Figura 5.10.
Tensão de fase (kV)
60
3.922 3.924 3.926 3.928 3.93 3.932 3.934 3.936
-15
-10
-5
0
5
10
15
Tempo (s)
Tensão de fase (kV)
Fase A
Fase B
Fase C
Figura 5.9. Detalhe do distúrbio de tensão no instante de contato do condutor com
o solo na primeira repetição de ensaio.
8.226 8.228 8.23 8.232 8.234 8.236 8.238
-15
-10
-5
0
5
10
15
61
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
-400
-300
-200
-100
0
100
200
300
400
Tempo (s)
Corrente de linha (A)
Fase A
Fase B
Fase C
Neutro
Figura 5.11. Gráficos de corrente de linha durante o ensaio na sua primeira
repetição oscilografada na subestação.
Da mesma maneira como observado na tensão oscilografada no local do
ensaio, verifica-se junto a tensão oscilografada na subestação um distúrbio na forma
de onda de tensão nos instantes de religamento. Para ilustrar tal fenômeno,
apresenta-se na Figura 5.12 as formas de onda de tensão no instante do primeiro e
do terceiro religamento. Distúrbios de tensão no segundo religamento não foram
observados tanto no local de realização dos ensaios como na subestação.
4.404 4.406 4.408 4.41 4.412 4.414
-15
-10
-5
0
5
10
Tempo (s)
Tensão
de
fase
(kV)
Fase A
Fase B
Fase C
9.896 9.898 9.9 9.902 9.904 9.906 9.908 9.91 9.912
-10
-5
0
5
10
Tempo (s)
Tensão
de
fase
(kV)
Fase A
Fase B
Fase C
Figura 5.12. Detalhe do distúrbio de tensão na primeira repetição de ensaio
oscilografado na subestação: (a) Primeiro religamento; (b) Terceiro religamento
.
Distúrbio
transitório
Distúrbio
transitório
Tensão de fase (kV)
Tensão de fase (kV)
(b)(a)
Corrente de linha (A)
62
A segunda repetição desse ensaio foi realizada seguindo os mesmos moldes
da primeira repetição e os valores de tensão e corrente foram oscilografados tanto
pela subestação como no local de execução dos ensaios. Da mesma maneira como
na primeira repetição, observou na tensão oscilografada no local de realização das
faltas a queda de tensão da fase faltosa e a sobretensão das demais fase. Ainda
com relação as tensões no local de falta, observaram-se distúrbios transitórios nos
instantes de religamento da chave. Para ilustrar esse comportamento, a Figura 5.13
ilustra as tensões para o instante de primeiro, segundo e terceiro religamento.
7.163 7.164 7.165 7.166 7.167 7.168 7.169 7.17 7.171 7.172 7.173
-10
-5
0
5
10
Tempo (s)
Tensão de fase (kV)
Fase A
Fase B
Fase C
9.914 9.916 9.918 9.92 9.922 9.924 9.926
-10
-5
0
5
10
Tempo (s)
Tensão de fase (kV)
Fase A
Fase B
Fase C
12.658 12.66 12.662 12.664 12.666 12.668 12.67 12.672 12.674
-10
-5
0
5
10
63
Nessa segunda repetição não foram observados distúrbios sensíveis de
tensão na subestação. Dessa maneira, apresenta-se na Figura 5.15 o gráfico das
correntes observadas no instante de queda do condutor ao solo oscilografada na
subestação.
2.16 2.17 2.18 2.19 2.2 2.21 2.22 2.23
-250
-200
-150
-100
-50
0
50
100
150
200
Tempo (s)
Corrente de linha (A)
Fase A
Fase B
Fase C
Neutro
Figura 5.15. Gráfico das correntes de linha observadas na subestação no instante
de queda do condutor ao solo.
As correntes observadas nos religamentos seguintes ao primeiro
desligamento foram cerca de duas vezes superiores a corrente apresentada na
Figura 5.15. Para ilustrar as correntes oscilografadas nos três religamentos,
apresenta-se na Figura 5.16 os seus respectivos gráficos.
3.75 3.8 3.85 3.9 3.95
-300
-200
-100
0
100
200
300
64
Como pode ser observada por meio dos gráficos da Figura 5.16, a amplitude
das correntes nos três religamentos foi aproximadamente a mesma, bem como o
tempo que a chave religadora requereu para abrir. As demais repetições forneceram
resultados semelhantes aos observados nas duas primeiras repetições. Assim, na
seqüência serão apresentados os gráficos de tensão e corrente observados tanto no
local de realização de ensaios como na subestação, no entanto, sem ressaltar os
detalhes destacados apresentados para a primeira e segunda repetição do ensaio.
Dessa maneira, apresenta-se na Figura 5.17 a forma de onda de corrente total
oscilografada no local dos ensaios destacando a forma de onda de corrente após a
queda do condutor ao solo para a terceira repetição.
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
-100
-50
0
50
100
Tempo (s)
Corrente
de
linha
(A)
Fase A
Fase B
Fase C
Neutro
3.99 4 4.01 4.02 4.03 4.04 4.05 4.06
-60
-40
-20
0
20
40
60
Tempo (s)
Corrente
de
linha
(A)
Fase A
Fase B
Fase C
Neutro
Figura 5.17. Forma de onda da corrente oscilografadas no local de ensaio para a
terceira repetição: (a) Forma de onda total; (b) Destaque para a corrente no instante
de queda de cabo ao solo.
A Figura 5.18 ilustra as mesmas correntes apresentadas na Figura 5.17
oscilografadas da subestação.
(a) (b)
Corrente de linha (A)
Corrente de linha (A)
65
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
-300
-200
-100
0
100
200
Tempo (s)
Corrente
de
linha
(A)
Fase A
Fase B
Fase C
Neutro
3.38 3.39 3.4 3.41 3.42 3.43 3.44 3.45
-200
-150
-100
-50
0
50
100
150
200
Tempo (s)
Corrente
de
linha
(A)
Fase A
Fase B
Fase C
Neutro
Figura 5.18. Forma de onda oscilografadas na subestação para a terceira repetição:
(a) Forma de onda total; (b) Destaque para a corrente no instante de
queda de cabo ao solo.
O gráfico de corrente oscilografado no local da falta para a quarta repetição é
apresentado na Figura 5.19, destacando-se a corrente verificada após o contato do
condutor com o solo.
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
-150
-100
-50
0
50
100
Tempo (s)
()
Fase A
Fase B
Fase C
Neutro
5.7 5.71 5.72 5.73 5.74 5.75 5.76 5.77
-50
-40
-30
-20
-10
0
10
20
30
40
50
Tempo (s)
Corrente
de
linha
(A)
Fase A
Fase B
Fase C
Neutro
Figura 5.19. Forma de onda oscilografadas no local de falta para a quarta repetição:
(a) Forma de onda total; (b) Destaque para a corrente no instante
de queda de cabo ao solo.
Como podem ser observadas por meio das Figuras 5.17 e 5.19, as faltas
oscilografadas ocorreram com diferentes ângulos, permitindo assim que análises
com uma completude maior possam ser realizadas o que veio a ressaltar a
(b)
Corrente de linha (A)
Corrente de linha (A)
(a) (b)
Corrente de linha (A)
Corrente de linha (A)
(a)
66
importância da realização de diversas repetições para cada ensaio. Da mesma
maneira como realizado acima, apresenta-se na Figura 5.20 as mesmas correntes
oscilografadas por meio do sistema de medida instalado na subestação.
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
-300
-200
-100
0
100
200
300
Tempo (s)
()
Fase A
Fase B
Fase C
Neutro
3.28 3.29 3.3 3.31 3.32 3.33 3.34
-200
-150
-100
-50
0
50
100
150
200
Tempo (s)
()
Fase A
Fase B
Fase C
Neutro
Figura 5.20. Forma de onda oscilografadas na subestação para a quarta repetição:
(a) Forma de onda total; (b) Destaque para a corrente no instante
de queda de cabo ao solo.
Por fim, apresenta-se na Figura 5.21 a corrente oscilografada no local da
falta para a quinta e última repetição. Em adição, apresenta-se o transitório de
corrente observado para o segundo religamento.
5.18 5.19 5.2 5.21 5.22 5.23
-60
-40
-20
0
20
40
Tempo (s)
Corrente
de
linha
(A)
Fase A
Fase B
Fase C
Neutro
9.588 9.589 9.59 9.591 9.592 9.593 9.594 9.595
-200
-150
-100
-50
0
50
100
Tempo (s)
()
Fase A
Fase B
Fase C
Neutro
Figura 5.21. Forma de onda oscilografadas no local de falta para a quinta repetição:
(a) Destaque para a corrente no instante de queda de cabo ao solo; (b) Detalhe do
transitório de corrente observado no segundo religamento.
(a) (b)
Corrente de linha (A)
Corrente de linha (A)
(a) (b)
Corrente de linha (A)
Corrente de linha (A)
67
O transitório de corrente verificado no local de falta para a quinta repetição
não foi registrado na subestação conforme se destaca por meio dos gráficos da
Figura 5.22.
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
-300
-200
-100
0
100
200
68
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
-400
-350
-300
-250
-200
-150
-100
-50
0
50
100
Tempo (s)
()
Fase A
Fase B
Fase C
Neutro
3.95 4 4.05 4.1 4.15 4.2 4.25 4.3 4.35 4.4 4.45
-100
-50
0
50
100
Tempo (s)
()
Fase A
Fase B
Fase C
Neutro
Figura 5.23 – Corrente de linha oscilografadas no local da falta na primeira
repetição: (a) Corrente total oscilografada; (b) Detalhe da corrente após o toque do
cabo no solo.
Conforme se pode verificar por meio dos gráficos apresentados na Figura
5.23, no instante do primeiro religamento ocorreu um surto de corrente de elevada
magnitude. As correntes após o primeiro e o segundo religamento são apresentadas
graficamente por intermédio da Figura 5.24.
4.904 4.906 4.908 4.91 4.912 4.914 4.916 4.918 4.92
-400
-350
-300
-250
-200
-150
-100
-50
0
50
100
Tempo (s)
()
Fase A
Fase B
Fase C
Neutro
25.08 25.1 25.12 25.14 25.16 25.18 25.2 25.22 25.24 25.26 25.28
-150
-100
-50
0
50
100
150
Tempo (s)
()
Fase A
Fase B
Fase C
Neutro
69
2.6 2.65 2.7 2.75 2.8 2.85 2.9 2.95 3
-300
-200
-100
0
100
200
Tempo (s)
Corrente
de
linha
(A)
Fase A
Fase B
Fase C
Neutro
3.5 3.55 3.6 3.65 3.7
-300
-200
-100
0
100
200
300
Tempo (s)
Corrente
de
linha
(A)
Fase A
Fase B
Fase C
Neutro
23.66 23.68 23.7 23.72 23.74 23.76 23.78 23.8 23.82 23.84
-300
-200
-100
0
100
200
300
Tempo (s)
Corrente
de
linha
(A)
Fase A
Fase B
Fase C
Neutro
Figura 5.25. Correntes oscilografadas na subestação para a primeira repetição: (a)
Corrente após a queda do condutor no solo; (b) Corrente após o primeiro
religamento; (c) Corrente após o segundo religamento.
Os distúrbios de tensão verificados no local da falta foram semelhantes aos
observados no ensaio apresentado no item anterior. Com relação a tensão
oscilografada na subestação não foram verificados distúrbios sensíveis na sua
respectiva forma de onda.
Os resultados obtidos por meio da segunda repetição se assemelharam com
os resultados relativos a primeira repetição. A semelhança foi observada tanto em
amplitude quanto em formato. Dessa maneira, apresenta-se de forma reduzida as
correntes oscilografadas no local de ocorrência da falta por meio da Figura 5.26.
5.35 5.4 5.45 5.5 5.55 5.6 5.65 5.7 5.75 5.8
-100
-50
0
50
100
Tempo (s)
Corrente
de
linha
(A)
Fase A
Fase B
Fase C
Neutro
6.3 6.35 6.4 6.45 6.5
-100
-50
0
50
100
70
4.5 4.55 4.6 4.65 4.7 4.75 4.8 4.85 4.9 4.95
-300
-200
-100
0
100
200
Tempo (s)
Corrente
de
linha
(A)
Fase A
Fase B
Fase C
Neutro
5.4 5.45 5.5 5.55 5.6
-300
-200
-100
0
100
200
300
71
4.51 4.52 4.53 4.54 4.55 4.56 4.57
-250
-200
-150
-100
-50
0
50
100
150
200
Tempo (s)
()
Fase A
Fase B
Fase C
Neutro
4.53 4.535 4.54 4.545 4.55
-300
-200
-100
0
100
200
300
Tempo (s)
()
Fase A
Fase B
Fase C
Neutro
Figura 5.28.
Correntes iniciais oscilografadas da subestação: (a) Primeira repetição;
(b) Segunda repetição; (c) Terceira repetição; (d) Quarta repetição.
(C) Religamento 5s – 10s (três lentas)
Neste ensaio a chave religadora foi ajustada com o grupo de ajuste 3
(ANEXO IV), de maneira que após o primeiro desligamento, o primeiro religamento
ocorreria após 5 segundos e o segundo religamento após 10 segundos do segundo
desligamento. As condições de ensaio empregadas foram as mesmas utilizadas nos
ensaios descritos anteriormente no Item (A) e Item (B) e o número de repetições
realizadas totalizou três séries.
A corrente total oscilografada no local da falta na primeira repetição é
apresentada na Figura 5.29 com destaque para a corrente observada após a queda
do condutor no solo. Por meio da corrente total oscilografada se pode verificar a
operação da chave religadora e, por meio da corrente após o toque do condutor no
solo, observa-se a evolução temporal da corrente de falta para esse tipo de ensaio.
(c) (d)
Corrente de linha (A)
Corrente de linha (A)
72
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
-150
-100
-50
0
50
100
Tempo (s)
()
Fase A
Fase B
Fase C
Neutro
3.15 3.2 3.25 3.3 3.35 3.4 3.45 3.5 3.55 3.6
-100
-50
0
50
100
Tempo (s)
()
Fase A
Fase B
Fase C
Neutro
Figura 5.29.
Corrente de linha oscilografada no local da falta na primeira repetição:
(a) Corrente total oscilografada; (b) Detalhe da corrente
após o toque do cabo no solo.
Ainda com relação a Figura 5.29 observa-se que os valores de pico
aumentaram para cada religamento fato esse explicado pelo aquecimento do
sistema cabo-solo. A tensão no local da falta também fora também oscilografada e,
nos instantes de falta, os valores instantâneos se alteraram de maneira a se
observar subtensões na fase faltosa. Para ilustrar, apresenta-se na Figura 5.30 o
gráfico de tensão oscilografada no local da falta focando o surto de tensão no
instante do segundo religamento.
18.754 18.756 18.758 18.76 18.762 18.764 18.766
-10
-5
0
5
10
Tempo (s)
Tensão de fase (kV)
Fase A
Fase B
Fase C
Figura 5.30. Detalhe da tensão de fase oscilografada no local da falta na primeira
repetição no instante do segundo religamento.
(a) (b)
Corrente de linha (A)
Corrente de linha (A)
Tensão de Fase (kV)
73
Nessa primeira repetição, a oscilografia realizada na subestação não
apresentou distúrbios sensíveis de tensão, sendo verificado apenas as correntes de
falta. Assim, apresenta-se na Figura 5.31 a corrente total oscilografada na
subestação destacando a corrente registrada após a queda do condutor no solo.
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
-300
-200
-100
0
100
200
300
74
(D) Religamento 0,5s – 30s (três lentas)
Nesse ensaio, como nos demais apresentados anteriormente, as condições
experimentais se mantiveram inalteradas. No entanto, o grupo de ajuste da chave
religadora foi alterado passando a ser o grupo de ajuste 4 (ANEXO IV). Por meio
desse grupo de ajuste, o primeiro religamento foi programado para ocorrer após 0,5
segundo após o primeiro desligamento e o segundo religamento ocorrendo após 30
segundos do segundo desligamento. Para verificar esse referido ajuste da chave
religadora, apresenta-se na Figura 5.33 o gráfico da corrente total oscilografada no
local do ensaio com destaque para a corrente registrada logo após a queda do
condutor no solo para a primeira repetição de um total de três.
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
-150
-100
-50
0
50
100
150
Tempo (s)
Corrente de linha (A)
Fase A
Fase B
Fase C
Neutro
3.55 3.6 3.65 3.7 3.75 3.8 3.85 3.9 3.95 4 4.05
-100
-50
0
50
100
Tempo (s)
Corrente de linha (A)
Fase A
Fase B
Fase C
Neutro
Figura 5.33. Corrente de linha oscilografada no local da falta na primeira repetição:
(a) Corrente total oscilografada; (b) Detalhe da corrente após o toque do cabo no
solo.
Pode-se observar por meio da Figura 5.33(a) que os valores de pico
registrados para cada um dos instantes sofreu acréscimo nos seus valores absolutos
o que pode ser interpretado como sendo uma evolução temporal da falta em virtude
do aquecimento e acomodação mecânica na interface cabo-solo. Para destacar as
correntes registradas após o primeiro e o segundo religamento apresentam-se na
Figura 5.34 as referidas correntes.
(a) (b)
Corrente de linha (A)
Corrente de linha (A)
75
4.55 4.6 4.65 4.7 4.75
-100
-50
0
50
100
Tempo (s)
()
Fase A
Fase B
Fase C
Neutro
34.7 34.75 34.8 34.85 34.9 34.95
-150
-100
-50
0
50
100
76
de religamento são também verificados na subestação, porém, de maneira menos
intensa conforme se apresenta na Figura 5.36.
34.68 34.681 34.682 34.683 34.684 34.685 34.686 34.687 34.688 34.689 34.69
-15
-10
-5
0
5
10
15
Tempo (s)
Tensão
de
fase
(kV)
Fase A
Fase B
Fase C
4.505 4.506 4.507 4.508 4.509 4.51 4.511 4.512 4.513 4.514 4.515
-15
-10
-5
0
5
10
15
Tempo (s)
Tensão
de
fase
(kV)
Fase A
Fase B
Fase C
Figura 5.36. Distúrbios de tensão observados na subestação nos instantes de
religamento da primeira repetição: (a) Primeiro religamento; (b) Segundo
religamento.
A segunda e terceira repetição apresentou resultados semelhantes aos
observados da primeira repetição. No entanto, cabe ressaltar que tais repetições
diferiram entre si quanto ao ângulo de falta como pode se observar por meio da
Figura 5.37.
3.575 3.58 3.585 3.59
-200
-150
-100
-50
0
50
100
150
200
77
três grupos de ajuste da chave religadora foram empregados nos ensaios de
maneira que os resultados obtidos serão apresentados nos itens que seguem.
(A) Religamento 1,5s – 2,5s – 2,5s (uma rápida e três lentas)
O grupo de ajuste da chave religadora empregado nesse primeiro ensaio foi
o grupo de ajuste 1 (ANEXO IV). Em virtude da máxima distância para a ocorrência
do arco elétrico ser de apenas alguns milímetros eventualmente o cabo tocou o solo,
fato este que não prejudicou a oscilografia das correntes de arco. Os valores de
máxima corrente observados nesses ensaios foram sensivelmente inferiores aos
registrados nos ensaios de curto fase-terra como pode ser observado por meio dos
gráficos da Figura 5.38.
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
-350
-300
-250
-200
-150
-100
-50
0
50
Tempo (s)
()
Fase A
Fase B
Fase C
Neutro
8.23 8.24 8.25 8.26 8.27 8.28 8.29 8.3
-25
-20
-15
-10
-5
0
5
10
15
78
os gráficos das correntes de faltas para os instantes temporais que sucederam o
primeiro, o segundo e o terceiro religamento.
9.9 10 10.1 10.2 10.3 10.4 10.5 10.6 10.7 10.8 10.9
-30
-20
-10
0
10
20
Tempo (s)
Corrente de linha (A)
Fase A
Fase B
Fase C
Neutro
13.88 13.89 13.9 13.91 13.92 13.93 13.94 13.95 13.96
-15
-10
-5
0
5
10
15
79
Como se pode observar por meio da Figura 5.40 não é possível identificar
visualmente o instante onde a falta ocorreu, pois nesse ensaio a corrente de falta
registrada possui amplitude igual ou inferior aos ruídos de oscilografia. No entanto,
essa limitação pode ser contornada se, ao invés de se utilizar os valores
instantâneos de corrente usar os valores eficazes em função do tempo para tais
grandezas elétricas. Dessa maneira, apresenta-se na Figura 5.41 o gráfico de
corrente eficaz de neutro para todo o intervalo de oscilografia.
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
0
1
2
3
4
5
6
7
8
Tempo (s)
Corrente eficaz de neutro (Arms
Figura 5.41. Corrente total oscilografada na subestação para a segunda repetição.
Como se observa por meio do gráfico da Figura 5.41, a identificação do
instante de ocorrência da falta para correntes de falta de baixa amplitude pode ser
facilitada quando o valor eficaz da corrente é empregado ao invés de se utilizar seu
valor instantâneo.
Como nas demais repetições a amplitude das correntes de falta apresentaram
patamares semelhantes a essa primeira repetição, os registros oscilografados serão
apresentados em termos da corrente eficaz de neutro observada no local de falta e
na subestação. Assim, tem-se na Figura 5.42 o gráfico da corrente de neutro eficaz
oscilografada no local da falta e na subestação para a terceira repetição.
Momento
que ocorreu
a falta
Corrente eficaz de neutro (A rms)
80
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
0
2
4
6
8
10
12
Tempo (s)
C
orren
t
e e
fi
caz
d
e neu
t
ro
(A
rms
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
0
2
4
6
8
10
12
Tempo (s)
Corrente
efica
z
de
ne
u
tro
(Arms
Figura 5.42. Corrente eficaz de neutro para a terceira repetição: (a) Corrente no
local da falta; (b) Corrente na subestação.
Em virtude do nível de ruído na subestação ser superior ao verificado em
campo tem-se patamares diferentes de corrente eficaz de neutro no local da falta e
na subestação conforme se verifica na Figura 5.42. No entanto, para os instantes de
ocorrência de falta, os valores eficazes registrados foram muito próximos tanto em
magnitude quanto em formato. Para complementar a análise desse ensaio,
apresenta-se na Figura 5.43 o gráfico da corrente eficaz de neutro oscilografadas no
local da falta e na subestação para a primeira repetição.
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
0
2
4
6
8
10
12
14
Tempo (s)
C
orren
t
e e
fi
caz
d
e neu
t
ro
(A
rms
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
0
2
4
6
8
10
12
14
Tempo (s)
C
orren
t
e e
fi
caz
d
e neu
t
ro
(A
rms
Figura 5.43.
Corrente eficaz de neutro para a primeira repetição: (a) Corrente no
local da falta; (b) Corrente na subestação.
(a) (b)
Corrente eficaz de neutro (A rms)
Corrente eficaz de neutro (A rms)
(a) (b)
Corrente eficaz de neutro (A rms)
Corrente eficaz de neutro (A rms)
81
(B) Religamento 0,5s – 20s (três lentas)
Neste ensaio os procedimentos experimentais empregados na sua execução
foram semelhantes aos utilizados na realização do ensaio descrito e apresentado no
Item (A) com exceção do grupo de ajuste da chave religadora. O ajuste utilizado na
chave religadora fora aqueles descrito no Anexo IV sob a denominação de grupo de
ajuste 2 (Anexo IV), o qual previa dois religamentos, sendo o primeiro após 0,5
segundo do primeiro desligamento e o segundo religamento após 20 segundos do
segundo desligamento.
Essa descrição de seqüência de operação pode ser observada por meio da
Figura 5.44 onde se apresenta a corrente total oscilografada no local da falta com
destaque para a corrente inicial do arco elétrico.
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
-160
-140
-120
-100
-80
-60
-40
-20
0
20
82
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
0
1
2
3
4
5
6
7
8
Tempo (s)
Corrente eficaz de neutro (Arms
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
0
1
2
3
4
5
6
7
8
Tempo (s)
Corrente eficaz de neutro (Arms)
Figura 5.45.
Corrente eficaz de neutro para a terceira repetição: (a) Corrente no
local da falta; (b) Corrente na subestação.
A segunda repetição desse ensaio não resultou em oscilografias tanto em
campo como na subestação de maneira que a apresentação dos registros de tensão
e corrente será omitido por não permitir análise de correntes de falta. Em
complemento a análise desse ensaio, apresenta-se na Figura 5.46 o valor eficaz das
tensões de fase registradas no local da falta para a terceira repetição.
5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
7.9
7.95
8
8.05
8.1
8.15
8.2
83
como na Fase C e sobretensões na Fase B. O mesmo fenômeno não se manifestou
de maneira tão sensível nas tensões oscilografadas na subestação.
(C) Religamento 5s – 20s (três lentas)
O grupo de ajuste adotado para a chave religadora nesse ensaio foi o grupo
de ajuste 3 (Anexo IV), e os procedimentos experimentais empregados nas duas
repetições realizadas foram os mesmos adotados e descritos anteriormente.
Para ilustrar o comportamento das grandezas elétricas nesses ensaios,
apresenta-se na Figura 5.47 o gráfico de corrente obtido pela oscilografia efetuada
no local dos ensaios.
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
-15
-10
-5
0
5
10
Tempo (s)
Corrente
de
linha
(A)
Fase A
Fase B
Fase C
Neutro
Figura 5.47. Oscilografia das correntes de linha registradas no local da falta
(primeira repetição).
Como pode ser observada por meio da Figura 5.47(a), a amplitude máxima
das correntes oscilografadas foi apenas poucas vezes superior ao ruído intrínseco
as medições. Assim, torna-se mais conveniente apresentar as formas de onda de
correntes em termos de seus valores eficazes do que em termos de seus valores
instantâneos. Dessa maneira, apresenta-se na Figura 5.48, os valores eficazes das
correntes oscilografadas no local da falta.
Corrente de linha (A)
84
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 10
0
0
1
2
3
4
5
6
7
8
Tempo (s)
Corrente eficaz (Arms)
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 10
0
0
1
2
3
4
5
6
7
8
85
Para ilustrar os transitórios de tensão nos quatro instantes de desligamento,
apresenta-se na Figura 5.50 o gráfico das tensões para cada um dos referidos
instantes.
15.2 15.3 15.4 15.5 15.6 15.7 15.8
-10
-5
0
5
10
Tempo (s)
Tensão
de
fase
(kV)
Fase A
Fase B
Fase C
18.2 18.3 18.4 18.5 18.6 18.7
-10
-5
0
5
10
Tempo (s)
Tensão
de
fase
(kV)
Fase A
Fase B
Fase C
23.6 23.7 23.8 23.9 24 24.1
-10
-5
0
5
10
Tempo (s)
Tensão
de
fase
(kV)
Fase A
Fase B
Fase C
29.6 29.7 29.8 29.9 30 30.1 30.2
-10
-5
0
5
10
86
16.152 16.154 16.156 16.158 16.16 16.162 16.164 16.166
-15
-10
-5
0
5
10
15
Tempo (s)
Tensão
de
fase
(kV)
Fase A
Fase B
Fase C
20.142 20.144 20.146 20.148 20.15 20.152 20.154 20.156 20.158 20.16
-10
-5
0
5
10
Tempo (s)
Tensão
de
fase
(kV)
Fase A
Fase B
Fase C
25.575 25.58 25.585 25.59 25.595
-10
-5
0
5
10
Tempo (s)
Tensão
de
fase
(kV)
Fase A
Fase B
Fase C
Figura 5.51. Transitórios de tensão após os religamentos da chave religadora: (a)
Primeiro religamento; (b) Segundo religamento; (c) Terceiro religamento.
O sistema de medição da subestação não registrou a primeira falta. No
entanto, para a segunda repetiç
87
5.5 Falta Fase-Terra com Brita Seca
Os ensaios de curto-circuito fase-terra com condutor sobre brita foram
realizados com o objetivo de se verificar semelhanças e diferenças com os ensaios
de curto-circuito com condutor sobre solo seco. Em virtude da resistência média da
brita ser superior a resistência do solo seco, espera-se que as correntes de falta
possuam valores instantâneos inferiores a aqueles apresentados nos ensaios com
solo seco.
(A) Religamento Automático Bloqueado
Nesse primeiro ensaio a chave religadora foi ajustada conforme o grupo de
ajuste 1 (Anexo IV), no entanto, tendo o religamento automático bloqueado. Os
procedimentos experimentais adotados nesse ensaio foram semelhantes aos
utilizados nos ensaios de curto-circuito com solo seco a fim de se possibilitar uma
comparação com os primeiros ensaios.
Apresenta-se na Figura 5.53 a corrente de falta oscilografada no local da falta,
bem como se destaca a corrente logo após a queda do condutor ao solo até o
instante de bloqueio da chave religadora.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
-20
-15
-10
-5
0
5
10
15
Tempo (s)
Corrente
de
linha
(A)
Fase A
Fase B
Fase C
Neutro
2.5 2.52 2.54 2.56 2.58 2.6 2.62 2.64
-15
-10
-5
0
5
10
Tempo (s)
Corrente
de
linha
(A)
Fase A
Fase B
Fase C
Neutro
Figura 5.53. Corrente oscilografada no local da falta: (a) Corrente total registrada;
(b) Detalhe da corrente de falta.
(a) (b)
Corrente de linha (A)
Corrente de linha (A)
88
Pode-se verificar por meio dos gráficos da Figura 5.53 que além da corrente
de falta possuir valores pequenos, sua medida está comprometida por ruídos. Tais
ruídos dificultam a visualização das correntes de falta principalmente nas
oscilografias da subestação. Esse fato pode ser ilustrado conforme se faz por meio
da Figura 5.54 onde se apresentam os valores instantâneos das correntes de linha e
de neutro, bem como seus respectivos valores eficazes, medidos na subestação.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
-250
-200
-150
-100
-50
0
50
100
150
200
250
Tempo (s)
()
Fase A
Fase B
Fase C
Neutro
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
0
20
40
60
80
100
120
140
89
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
-140
-120
-100
-80
-60
-40
-20
0
20
Tempo (s)
()
Fase A
Fase B
Fase C
Neutro
1.92 1.94 1.96 1.98 2 2.02 2.04 2.06
-90
-80
-70
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
10
Tempo (s)
Corrente
de
linha
(A)
Fase A
Fase B
Fase C
Neutro
Figura 5.55. Corrente oscilografada no local da falta na primeira repetição: (a)
Corrente total registrada; (b) Detalhe da corrente de falta.
As correntes observadas nos instantes de tempo que sucedem os
religamentos são importantes, pois fornecem informações da maneira como esse
tipo de falta evolui no tempo. Dessa maneira, apresenta-se na Figura 5.56 as
correntes que sucederam o primeiro e o segundo religamento nessa primeira
repetição.
3.6 3.7 3.8 3.9 4 4.1 4.2 4.3 4.4 4.5 4.6
-40
-30
-20
-10
0
10
90
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
0
50
100
150
Tempo (s)
Corrente
eficaz
(Arms)
Fase A
Fase B
Fase C
Neutro
Figura 5.57. Correntes eficazes oscilografadas na subestação na primeira
repetição.
A segunda repetição realizada apresentou resultados semelhantes aos da
primeira repetição de maneira que se apresenta na Figura 5.58 o gráfico das
correntes eficazes registradas tanto no local da falta como na subestação.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
0
2
4
6
8
10
12
Tempo (s)
Corrente
efica
z
(Arms)
Fase A
Fase B
Fase C
Neutro
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
0
50
100
150
Tempo (s)
()
Fase A
Fase B
Fase C
Neutro
Figura 5.58. Correntes eficazes oscilografadas na segunda repetição: (a) Correntes
eficazes no local da falta; (b) Correntes eficazes na subestação.
Pode-se verificar por meio dos gráficos da Figura 5.58 que o emprego do
valor eficaz na apresentação dos valores oscilografados constitui numa importante
ferramenta para análise e visualização de pequenas correntes de falta.
Corrente eficaz (Arms)
(a)
(b)
Corrente eficaz (Arms)
Corrente eficaz (Arms)
91
Da mesma maneira como realizada para a segunda repetição, tem-se na
Figura 5.59 o gráfico das correntes eficazes oscilografadas tanto na subestação
como no local da falta para a terceira repetição e na Figura 5.60 os referidos gráficos
para a quarta repetição.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Tempo (s)
Corrente
efica
z
(Arms)
Fase A
Fase B
Fase C
Neutro
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
0
50
100
150
Tempo (s)
()
Fase A
Fase B
Fase C
Neutro
Figura 5.59. Correntes eficazes oscilografadas na terceira repetição: (a) Correntes
eficazes no local da falta; (b) Correntes eficazes na subestação.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
0
5
10
15
20
25
30
Tempo (s)
Corrente
efica
z
(Arms)
Fase A
Fase B
Fase C
Neutro
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
0
20
40
60
80
100
120
140
160
92
distintos nas referidas repetições. Essas alterações podem em parte ser explicada
pelo fato de que as correntes de curto de uma dada repetição alteraram as
características do arranjo da brita, resultando novas condições experimentais para
as repetições que seguiram.
5.6 Falta Fase-Terra com Condutor Sobre a Cruzeta
O curto-circuito observado quando um condutor fase toca e repousa numa
cruzeta apresenta valores instantâneos de corrente muito pequeno e inferiores a
corrente de carga do alimentador, impedindo a identificação do curto por parte dos
dispositivos de proteção contra sobre corrente da subestação.
Assim, diversos ensaios de curto circuito fase-terra com condutor sobre a
cruzeta foram realizados a fim de se obter informações tanto quantitativas quanto
qualitativas sobre esse tipo de falta.
Os ensaios realizados foram divididos em dois grupos principais. No primeiro
grupo a chave religadora possuiu o religamento automático bloqueado, sendo que
no segundo esse recurso foi habilitado. Nos itens que seguem são apresentados os
resultados mais significativos registrados em cada repetição de ensaio executado.
(A) Religamento Automático Bloqueado
Nesse ensaio o religamento automático da chave religadora foi bloqueado e o
grupo de ajuste empregado correspondeu ao grupo de ajuste 1 (Anexo IV). A
preparação do ensaio se deu com o posicionamento do condutor fase sobre a
cruzeta ainda com a chave religadora aberta. Após a liberação por parte da Equipe
de Linha Viva a chave religadora foi fechada e os valores de tensão e corrente foram
oscilografados tanto no local da falta como na subestação. Devido a alta impedância
desse tipo de falta, as correntes oscilografadas apresentam valores ínfimos, o que
93
impede a distinção de sua ocorrência frente a oscilografia realizada conforme se
apresenta por meio da Figura 5.61.
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
-10
-8
-6
-4
-2
0
2
4
6
8
Tempo (s)
Corrente
de
linha
(A)
Fase A
Fase B
Fase C
Neutro
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
0
0.5
1
1.5
2
2.5
Tempo (s)
Corrente
eficaz
(Arms)
Fase A
Fase B
Fase C
Neutro
Figura 5.61. Corrente oscilografada no local da falta na primeira repetição: (a)
Corrente total registrada; (b) Detalhe da corrente de falta.
(B) Religamento 1,5s – 2,5s – 2,5s (uma rápida e três lentas)
Neste ensaio o religamento automático da chave religadora foi habilitado e a
metodologia experimental manteve-se semelhante aquela adotada no ensaio
anterior. O número de repetições executadas totalizou duas séries sendo que a
corrente total oscilografada na primeira série é apresentada na Figura 5.62.
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
-100
-80
-60
-40
-20
0
20
Tempo (s)
Fase A
Fase B
Fase C
Neutro
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
0
1
2
3
4
5
6
Tempo (s)
Corrente
eficaz
(Arms)
Fase A
Fase B
Fase C
Neutro
Figura 5.62. Corrente oscilografada no local da falta na primeira repetição: (a)
Corrente total registrada; (b) Corrente eficaz oscilografada.
(a) (b)
Instante de
ocorrência
da falta
Corrente de linha (A)
Corrente eficaz (Arms)
(a) (b)
Corrente de linha (A)
Corrente eficaz (Arms)
94
Como se pode observar por meio dos gráficos da Figura 5.62, os valores de
corrente de falta evoluíram em amplitude a cada religamento, sendo este um
possível indicativo de degradação térmica da cruzeta sob a qual o condutor foi
repousado. Na segunda repetição realizada, devido aos ventos verificados no local
da falta, o condutor fase sob ensaio tocou a mão francesa do poste resultando em
uma corrente de curto-circuito superior aquela freqüentemente registrada nos curtos-
circuitos fase-terra envolvendo a cruzeta. Ilustrando a corrente oscilografada nessa
repetição, apresenta-se na Figura 5.63 o gráfico da corrente total oscilografada no
local da falta, bem como o respectivo gráfico da corrente eficaz calculada.
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
-60
-40
-20
0
20
40
60
Tempo (s)
Corrente
de
linha
(A)
Fase A
Fase B
Fase C
Neutro
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Tempo (s)
Corrente
efica
z
(Arms)
Fase A
Fase B
Fase C
Neutro
Figura 5.63. Corrente oscilografada no local da falta na segunda repetição: (a)
Corrente total registrada; (b) Corrente eficaz oscilografada.
Devido a magnitude das correntes verificadas nessa segunda repetição, a
oscilografia realizada da subestação forneceu resultados substanciais os quais são
apresentados graficamente por meio da Figura 5.64.
(a) (b)
Corrente de linha (A)
Corrente eficaz (Arms)
95
0 5 10 15 20 25
-250
-200
-150
-100
-50
0
50
100
150
200
250
Tempo (s)
Fase A
Fase B
Fase C
Neutro
0 5 10 15 20 25
0
50
100
150
Tempo (s)
()
Fase A
Fase B
Fase C
Neutro
Figura 5.64. Corrente oscilografada na subestação para a segunda repetição: (a)
Corrente total registrada; (b) Corrente eficaz oscilografada.
5.7 Falta Fase-Terra Lado Carga com Solo Seco
Nesse ensaio a chave religadora foi ajustada segundo o grupo de ajuste 1
(Anexo IV), tendo o religamento automático habilitado. Apresentando-se a corrente
total oscilografada no local da falta, tem-se a Figura 5.65, onde se destaca também a
corrente instantânea logo após o toque do condutor no solo.
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
-80
-60
-40
-20
0
20
40
96
por meio dos seus valores eficazes. Assim, na Figura 5.66 tem-se o gráfico das
correntes eficazes registradas no local da falta para a primeira, a segunda e a
terceira repetição.
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
Tempo (s)
Corrente
eficaz
(Arms)
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
Tempo (s)
Corrente
eficaz
(Arms)
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
0
0.5
1
1.5
2
2.5
Tempo (s)
Corrente
eficaz
(Arms)
Figura 5.66. Correntes de linha oscilografadas no local da falta: (a) Primeira
repetição; (b) Segunda repetição; (c) Terceira repetição.
Devido aos valores mínimos de corrente registrados nesse tipo de falta,
valores perceptíveis de corrente não foram registrados na oscilografia da
subestação, sendo necessário análises mais sofisticadas para se tecer conclusões
mais apuradas.
(a)
(b)
Corrente eficaz (Arms)
Corrente eficaz (Arms)
(c)
Corrente eficaz (Arms)
97
Conclusões
A execução de ensaios de faltas fase-terra de alta impedância em sistemas
de distribuição de energia elétrica requer um profundo planejamento para garantir a
segurança dos envolvidos com os mesmos, da população na vizinhança e do
sistema de distribuição de energia elétrica.
Nesta dissertação foram apresentadas estratégias experimentais que
permitiram a realização de cinco tipos de faltas de alta impedância, ou sejam, curto-
circuito fase-terra com solo seco, curto-circuito fase-terra (lado carga) com solo seco,
curto-circuito fase-terra com a brita seca, formação de arco elétrico entre fase e terra
com solo seco e curto-circuito fase-terra com condutor sobre a cruzeta.
Para cada tipo de ensaio mencionado anteriormente, as grandezas elétricas
de tensões e correntes foram mensuradas através de oscilógrafos digitais
posicionados em dois locais diferentes, sendo um desses na Subestação Rio Claro 3
e o segundo no próprio ramal onde os ensaios foram realizados. Tais procedimentos
permitiram a aquisição e a disponilização de diversos dados experimentais
envolvidos com as situações de faltas de alta impedância.
Mais especificamente, registrou-se de forma detalhada o comportamento
envolvido com as correntes de baixas amplitudes envolvidas em tais situações,
sendo as mesmas de difícil detecção pelo sistema de proteção de falta de alta
impedância convencional, com destaque também para as baixíssimas correntes de
falta fase-terra do lado carga. Para cada tipo de ensaio realizado, disponibilizou-se
ainda um conjunto de 4 grupos de ajustes diferentes da proteção a montante do
ponto de defeito, tendo os mesmos tempos de religamentos distintos.
98
Em suma, as estratégias apresentadas no decorrer da dissertação fornecem
os procedimentos passo a passo para a realização de ensaios de faltas de alta
impedância, servindo também de subsídios para a execução de novos ensaios e
contribuindo ainda no aprimoramento de técnicas e equipamentos eficazes para a
detecção desses tipos de falta. Entre as diversas contribuições da dissertação, pode-
se pontuar as seguintes:
Disponibilização da seqüência passo a passo para a realização de ensaios
experimentais envolvendo faltas de alta impedância em linhas aéreas de
distribuição, tanto do ponto de vista operacional como metodológico.
Fornecimento de um conjunto expressivo de medições reais de grandezas
elétricas relacionados aos diversos tipos de faltas que foram realizadas
durante os ensaios experimentais.
Disponibilização de requisitos exigidos aos equipamentos de oscilografias
quando de suas aplicações em registros de grandezas elétricas envolvidas
com as faltas de alta impedância.
Contemplação de aspectos de segurança a serem observados quando da
realização de ensaios de faltas de alta impedância, assim como dos
grupos de ajustes pertinentes aos dispositivos de proteção.
Outro aspecto importante advindo das estratégias experimentais
apresentadas é que todos os ensaios efetivados foram realizados utilizando os
próprios TCs e TPs disponíveis na própria concessionária, evitando o uso de
equipamentos especiais para tais propósitos.
Como trabalhos futuros a serem explorados, os resultados experimentais
disponibilizados, os quais envolvem oscilografias reais de tensões e correntes
99
referentes as diversas faltas efetuadas, podem ser utilizados para a investigação de
métodos mais precisos de identificação e localização de faltas, especialmente
aqueles baseados em sistemas inteligentes.
101
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105
Anexo I – Aspectos Relacionados aos
Oscilógrafos
I.1 Visão Geral do Equipamento
A visão geral do equipamento de medição Yokagawa (Linha 708E,
modelo 7018020) é mostrada através das Figuras I.1 a I.4. Em relação a Figura
I.1, mostra-se a parte frontal do equipamento, a qual comporta as teclas e
botões que permitem o ajuste das funcionalidades do mesmo.
Figura I.1. Painel frontal do equipamento de medição.
106
A partir da numeração inserida na Figura I.1, observa-se que os
principais dispositivos e teclas que compõem a parte frontal do equipamento
são os seguintes:
1. Tela LCD: Permite a visualização dos sinais aquisitados.
2. Tecla ESC: Fecha menus pop-up’s ou menus referentes as teclas.
3. Botão e Anel de Movimento: Altera valores selecionados ou movimenta o
cursor. O anel externo incrementa mais rapidamente os ajustes.
4. Menu Vertical: Usado para ajustes do eixo vertical.
5. Menu Horizontal: Usado para ajustes do eixo horizontal.
6. Menu Trigger: Usado para ajustes do Trigger.
7. Terminal Funcional Terra e Saída COMP: Conexão terra e sinais de saída
usados para compensação da ponta de prova.
8. Teclas de Funções: Mostra o menu correspondente a cada tecla.
9. Teclas de Menu: Acessa os itens correspondentes mostrados na tela.
A Figura I.2 mostra uma visão geral da parte lateral esquerda do
equipamento, a qual é destinada ao acoplamento de diversos dispositivos de
entrada e saída de dados, permitindo a interligação do equipamento com
outros componentes.
107
Figura I.2. Painel lateral esquerdo do equipamento de medição.
Por intermédio da numeração inserida na Figura I.2, observa-se que os
principais conectores de entrada e saída presentes na parte lateral esquerda do
equipamento são:
1. Conector GP-IB: Permite a conexão com uma interface externa.
2. Drive de Disquete: Possibilita o acesso a uma unidade de disco flexível.
3. Saída de Vídeo: Permite a conexão com outra unidade de vídeo.
4. Conector RS-232: Permite a conexão com uma interface externa.
5. Conector SCSI: Conecta a um disco rígido externo ou outra interface externa.
6. Conector Centronics: Conecta impressora utilizando um conector Centronics.
7. Terminal de Saída Trigger: Disponibiliza um sinal de trigger para o acoplamento
de outros equipamentos que devem estar em sincronia com o oscilógrafo.
8. Terminal de Entrada de Relógio Externo: Permite o uso de relógio externo para
a sequencialização das operações internas do equipamento.
108
9. Conector de Energia: Possibilita a entrada de energia elétrica no equipamento.
10. Interruptor de Energia: Possibilita o ligamento e o desligamento do
equipamento.
11. Ventilação: Permite manter a temperatura interna do equipamento em níveis
compatíveis para o seu funcionamento adequado. A Figura I.3 mostra uma visão
geral do painel lateral direito do equipamento, o qual é destinado principalmente ao
acoplamento de pontas de prova e cabos de medição, possibilitando que a aquisição
de sinais seja feita pelo equipamento.
Figura I.3. Painel lateral direito do equipamento de medição.
Em relação a Figura I.3, observa-se que esta parte do oscilógrafo permite as
conexões dos seguintes dispositivos:
1. Terminais de Entrada: Conexão de pontas de prova e cabos de medidas.
109
2. Terminais Funcionais de Terra: Acoplamento de terra externo.
A Figura I.4 mostra em destaque a parte superior do equipamento de
medição.
Figura I.4. Vista superior do equipamento de medição.
Por intermédio da Figura 1.4, nota-se que a parte superior do equipamento é
composta pelos seguintes acessórios:
1. Impressora Interna: Utilizada para imprimir os gráficos mostrados no LCD.
2. Alça de Locomoção: Usada para transportar o oscilógrafo.
I.2 Características Funcionais dos Equipamentos
Todas as características funcionais do oscilógrafo podem ser acessadas
através dos botões, teclas e menus que compõem o painel frontal do equipamento.
A Figura I.5 mostra o menu vertical com as suas principais teclas e botão.
110
Figura I.5. Vista frontal do menu vertical do equipamento de medição.
Nesta figura as teclas rotuladas de CH1 a CH8 acessam o menu de ajuste de
cada canal. Tais acessos permitem habilitar/desabilitar o respectivo canal, ajustar
diversas características intrínsecas do canal, tais como tensão offset, acoplamento,
atenuação de ponta de prova, pré-ajustes, limite da largura de banda, inversão e
valores de escala. Permite também selecionar o canal para se operar com o botão
V/DIV. Quando um canal é ligado, o LED acima da respectiva tecla é aceso.
Em relação ao botão V/DIV a sua função consiste de ajustar a sensibilidade
do eixo de tensão. Antes de girar este botão, deve-se selecionar a canal o qual se
quer ajustar, pressionando sua tecla correspondente. No caso de se mudar a escala
quando a aquisição estiver suspensa, o novo valor torna-se eficaz quando a
aquisição recomeçar.
Em relação ao menu horizontal que também compõe o painel frontal do
oscilógrafo, a Figura I.6 ilustra o único botão associado ao mesmo.
111
Figura I.6. Vista frontal do menu horizontal do equipamento de medição.
Em referência ao botão rotulado TIME/DIV, o mesmo é usado para ajustar a
escala de tempo. Alterando a escala enquanto a aquisição estiver suspensa, o novo
valor se torna efetivo quando as aquisições recomeçarem.
Em relação ao menu de Trigger, o mesmo é composto de três teclas
conforme apresentadas na Figura I.7.
Figura I.7. – Vista frontal do menu de trigger do equipamento de medição.
Neste menu a tecla SIMPLE aciona o menu para o trigger simples, o trigger e
sua fonte. O modo de Trigger simples está selecionado quando o indicador
localizado acima estiver iluminado. A tecla ENHANCED habilita o menu de trigger
avançado para ajuste complexo de trigger, sendo que este modo está ativado
quando o indicador localizado acima estiver iluminado. A tecla POSITION/DELAY é
usada para ajustar a posição de trigger ou intervalo de trigger. O indicador TRIG´D
acende quando o trigger é ativado.
112
Algumas outras teclas que compõem o equipamento de medição são
apresentadas na Figura I.8.
Figura I.8 – Vista frontal das teclas de funcionalidades do equipamento de medição.
Em relação a Figura I.8 as funcionalidades das teclas acima referenciadas
são as seguintes:
Tecla MEASURE: Aciona o menu para executar a medida automática de parâmetros
da forma de onda.
Tecla CURSOR: Aciona o menu para medida do cursor.
Tecla MATH: Aciona o menu para computação da forma de onda.
Tecla HISTORY: Aciona o menu para recuperar dados da memória de histórico.
Tecla ZOOM: Aciona o menu para ajuste de zoom.
Tecla DISPLAY: Aciona a tela do menu display. Para reproduzir o menu para ajuste
de display X-Y, pressionar SHIFT + DISPLAY.
Tecla SETUP: Aciona o menu de auto-ajuste que configura automaticamente as
teclas para valores apropriados de acordo com o sinal de entrada e o menu de
inicialização que restaura as configurações padrões para as de fábrica. Para
mostrar o menu de calibração na tela pressionar SHIFT + SETUP.
113
Tecla ACQ: Mostra o menu de método de aquisição.
Tecla START/STOP: Inicia ou interrompe uma aquisição de acordo com a
modalidade de Trigger selecionada. O indicador acima desta tecla é iluminado
durante a aquisição.
Tecla RESET: Restaura os valores alterados pelo botão de movimento e anel
seletor.
Tecla SELECT: Ativa o item de menu selecionado pelo botão de movimento e anel
seletor.
Setas (Teclas < >): Usadas para deslocar a posição da coluna do valor numérico a
ser ajustado pelo botão de movimento e anel seletor.
Tecla SNAP SHOT: Repete aquisições enquanto indica a atual forma de onda na
tela.
Tecla CLEAR: Apaga a atual forma de onda mostrada.
Tecla COPY: Usada para impressão dos dados da tela. Pressionando
SHIFT+COPY, pode-se salvar ou imprimir a imagem da tela. Pode-se usar
impressora interna, GP-IB interface, disquete, MO ou SCSI externo como destino
do arquivo.
Tecla FILE: Mostra o menu usado para salvar, carregar ou executar operações em
arquivos no drive de disquete, disco MO, ou dispositivo SCSI externo.
Tecla MISC: Indica o menu para selecionar a opção GO/NO-GO, a inteface GP-IB,
os ajustes da configuração de sistema, a verificação do status de sistema, o
ajuste da proteção de tela, e a função de auto-diagnóstico.
Tecla SHIFT+CLEAR: Apaga o estado remoto.
Tecla HELP: Liga ou desliga a janela de ajuda.
114
Tecla SHIFT: Usado para utilizar as funções marcadas em roxo no painel.
Pressionando a tecla SHIFT o modo SHIFT é ativado, pressionando–a
novamente, torna-se inativo. O modo SHIFT está selecionado quando o indicador
localizado acima estiver aceso.
O Botão de movimento e o anel seletor são usados para ajustar valores
numéricos, mover os cursores de medida, selecionar itens dos menus, e executar
outras operações de seleção. O botão de movimento muda o valor em passos fixos,
quando é girado. Com o anel seletor, o tamanho do passo aumenta mais
rapidamente enquanto o anel é girado.
Figura I.9. Vista frontal da tela de medição com seus diversos parâmetros de status.
Todas as medições que são executadas pelo equipamento são registradas
em sua tela de visualização. A Figura I.9 ilustra uma tela de medição com os seus
115
principais indicadores de status de parâmetros. Por intermédio da numeração
inserida na Figura I.9., tem-se as seguintes indicações:
1. V/DIV: Indica a sensibilidade do eixo de tensão do canal selecionado.
2. Modo de Aquisição: Indica quando o modo de aquisição que está sendo
utilizado.
3. Posição da Barra na Tela: Indica as posições de trigger e de zoom,
conforme mostrados na ilustração da Figura I.10.
Figura I.10. Ilustração da posição da barra na tela.
4. T/DIV, Taxa de Amostragem: A taxa de amostragem varia de acordo com o
ajuste T/DIV e o tamanho do registro.
5. Nível Ground: Indica a posição do nível de terra.
6. Posição Vertical: Indicador de posicionamento vertical.
7. Formato do display: A forma de onda mostrada na tela pode ser dividida em 1, 2,
3, 4, 6 ou 8 seções.
8. Nível de Trigger: Indicador da posição de ocorrência de trigger.
9. Estado de Aquisição: Corresponde a um dos seguintes status:
Running: aquisição está em andamento.
Stopped: aquisição está interrompida.
Auto Calibration: auto calibração.
116
Waiting for trigger: aguardando trigger.
10. Número de Aquisições: Indica o número de aquisições executadas é mostrado.
11. Comentário: Indica o comentário que será adicionado aos dados das telas que
estiverem sendo exportadas, por exemplo, para a impressora interna.
12. Data/Hora: Mostra a data e hora.
13. Teclas de Menu: Altera os formatos dos procedimentos computacionais gráficos
do equipamento.
14. Data/Hora da Conclusão: Indica o horário da finalização da aquisição de dados.
I.3 Procedimentos de Inicialização e Interrupção de Aquisição
Os procedimentos de inicialização e interrupção de uma aquisição podem ser
realizados de várias formas. Os três principais métodos que são utilizados para
iniciar e interromper uma aquisição de dados são os seguintes:
1. Usando a tecla de START/STOP: Os dados são continuamente adquiridos e
exibidos de acordo com o modo de Trigger.
2. Usando a tecla de menu “Single Start” no modo ACQ: Pressionando as teclas
para alterar o modo Trigger para normal. Quando um Trigger é ativado, o tamanho
do registro de dados específico é uma vez adquirido e a forma de onda é exibida.
3. Usando a tecla de menu “Log Start” no modo ACQ: Pressionando as teclas
para desabilitar o modo Trigger. O tamanho do registro de dados específico é uma
vez adquirido e a forma de onda é exibida.
Quando a exibição está em modo de rolagem, as operações
“Single Start”
ou “Log Start” são dadas como se segue.
117
Apertando a tecla de menu
“Single Start”, o modo de Trigger é fixado para
modo Normal. Depois de aquisitar a quantidade de dados especificada a partir da
ativação do Trigger, a exibição da forma de onda é interrompida.
Apertando a tecla de menu
“Log Start”, o modo de Trigger é desabilitado.
Depois de aquisitar a quantidade de dados especificada, a exibição da forma de
onda é interrompida.
Iniciando e interrompendo enquanto a aquisição está em andamento
Interrompendo a aquisição, interromperão também temporariamente a
acumulação de dados. Recomeçando a aquisição irá também recomeçar a
acumulação a partir do ponto o qual a aquisição foi paralisada.
Iniciando e interrompendo a aquisição durante os Modos Averaging ou
Sequential
Interrompendo uma aquisição também irá interromper o processamento dos
dados. Recomeçando uma aquisição irá iniciar, do zero, o processamento dos
dados.
Fixando o modo de aquisição da forma de onda ao ligar-se o aparelho
Pode-se selecionar ou não começar uma aquisição de forma de onda
quando o interruptor de energia for ligado. Por exemplo, pode-se fixar este modo
para ON caso se queira começar a aquisição de forma de onda quando o aparelho é
ligado após uma queda de energia.
119
Anexo II – Detalhes do Alimentador de
Distribuição de Energia Elétrica
Os ensaios experimentais foram todos realizados no Alimentador 30 da
Subestação Rio Claro 03, situada na cidade de Rio Claro – SP, entre os dias 18 e 20
de maio de 2004. Os registros dos sinais de corrente e tensão foram realizados
através de dois oscilógrafos Yokogawa, linha DL 708 E, modelo 7018020-1-D-
HF/M2/C8/G2/F2, sendo que um oscilógrafo ficou posicionado na subestação Rio
Claro 03 e o outro no próprio local de ocorrência das faltas. Os detalhes envolvendo
as características e funcionalidades desses equipamentos são detalhadamente
abordados no capítulo anterior. A Tabela II.1 mostra detalhes de identificação do
alimentador piloto.
Tabela II.1. Identificação do alimentador Piloto.
Denominação do
Alimentador
Alimentador 30
Origem do Alimentador Subestação Rio Claro 03
Cidade do Alimentador Rio Claro – SP
Tipo do Alimentador Aéreo, Trifásico, Sem Condutor Neutro,
Ramificado.
Tensão Nominal 13,8 kV – 60 Hz
Trechos Troncos Trechos 1-15a Æ condutores CAA 336 MCM
Trechos 16-42
Æ condutores CAA 2/0 AWG
Trechos Ramais Condutores CAA 2 AWG
Empresa Proprietária ELEKTRO – Eletricidade e Serviços S/A
120
As informações pertinentes as características do transformador de potência
suprindo o alimentador piloto são apresentadas na Tabela II.2.
Tabela II.2. Identificação do transformador de potência.
Potência Nominal 25/33.3 MVA
Origem do Alimentador Subestação Rio Claro 03
Tensão Nominal 138 – 3,8 kV
Tipo de Ligação Y
a
– Y
a
– D
Impedância 10,5 – 13,9 % (Primário – Secundário)
Aterramento do Lado BT Direto
Em referência as potências de curto-circuito do sistema a Tabela II.3 descreve
os valores associados as mesmas.
Tabela II.3. Identificação das potências de curto-circuito.
Local Primário do Transformador da SE Rio Claro 03
P
CC-3F
1613,8 MVA (-71,5º)
P
CC-1F
1093,2 MVA (-75,2º)
Potência de Base 100 MVA
Tensão de Base 138 kV
Os parâmetros referentes as características dos condutores, tais como a
resistência por unidade de comprimento (Ohms/km) e a indutância por unidade de
comprimento em (H/km), são mostrados na Tabela II.4.
121
Tabela II.4. Parâmetros referentes as características dos condutores.
Condutor
R
+
(Ω) R
0
(Ω) X
+
(Ω) X
0
(Ω)
2 AWG 1,0500 1,2300 0,5290 2,0980
2/0 AWG 0,5560 0,7500 0,5130 2,0770
336 MCM 0,1900 0,3680 0,3960 1,9600
O carregamento típico da corrente de fase na origem do alimentador piloto é
ilustrado por intermédio da Figura II.1.
CORR1DL30
0,00
20,00
40,00
60,00
80,00
100,00
120,00
140,00
160,00
1 238 475 712 949 1186 1423 1660 1897 2134 2371 2608 2845 3082 3319 3556 3793 4030 4267 4504 4741 4978 5215 5452 5689 5926 6163
Figura II.1. Carregamento típico da corrente de fase na origem do alimentador
piloto.
123
Anexo III – Execução das Atividades de
Pré-ensaios
O período de pré-ensaios foi de fundamental importância, pois todas as
correções e definições foram então consolidadas.
Durante os pré-ensaios a chave corta-circuito localizada na saída do ramal
destinado aos ensaios estava aberta, porém, os testes de manipulação dos
condutores foram feitos utilizando procedimentos de linha viva.
A execução dos pré-ensaios foi de fundamental importância para a definição
dos procedimentos de ensaio, dos equipamentos a serem empregados e das
posições de cabo ao solo que deveriam ser observadas durante a execução dos
ensaios experimentais. Todos esses aspectos foram registrados por fotografias e
são descritos neste anexo.
III.1 SIMULAÇÃO DE FALTAS (CURTOS-CIRCUITOS) FASE-TERRA
Os procedimentos adotados durante a simulação dos ensaios de faltas
(curtos-circuitos) fase-terra fizeram uso da equipe de linha viva que foram
acompanhados pela Equipe de Manutenção de Equipamentos Especiais, pelos
responsáveis técnicos das áreas de proteção do sistema, pelos técnicos da área de
operação, pelos técnicos de manutenção de rede e por técnicos da área de
segurança do trabalho.
O procedimento básico para a realização desse tipo de ensaio constituiu na
manipulação do condutor de fase utilizado para simular a falta. O referido condutor
foi sustentado por meio de uma roldana fixada na cruzeta substituindo a cadeia de
124
isolador uma vez que se tratava de um poste de fim de linha. Na sua extremidade, o
condutor foi preso por uma corda isolante utilizada, geralmente, nos serviços de
linha viva e a sustentação mecânica do cabo ficou a cargo do eletricista situado no
cesto do caminhão de linha viva. Para ilustrar adequadamente tal procedimento,
apresenta-se na Figura III.1 uma foto panorâmica da situação ora comentada.
Figura III.1. Manipulação do condutor durante a simulação do curto fase-terra.
Para detalhar o sistema de roldana empregado ao longo dos pré-ensaios,
bem como durante os ensaios, apresenta-se na Figura III.2 uma foto destacando o
referido sistema.
Figura III.2. Detalhe da corda e roldana durante a manipulação do condutor na
simulação do curto fase-terra.
125
Para facilitar a manipulação da corda durante os ensaios, a corda foi
atravessada por uma cinta fixada no poste a uma altura de aproximadamente de um
metro e vinte centímetros conforme apresentado na Figura III.3.
Figura III.3. Detalhes da cinta de passagem; (a) Fixação da cinta; (b) Inserção da
corda pela cinta de passagem.
Após a passagem pela cinta, a corda foi segura por dois eletricistas que
controlaram a porção de cabo em contato com o solo além de auxiliar no
restabelecimento do condutor a posição original conforme se destaca por meio da
Figura III.4.
Figura III.4. Eletricista sustentando o condutor fase durante os pré-ensaios
de faltas fase-terra.
126
A queda do cabo ao solo era executada soltando-se a corda de sustentação
do cabo e o próprio peso do condutor era responsável por dar início a sua queda,
simulando dessa forma uma situação real de falta fase-terra com condutor sobre o
solo. Para ilustrar a dinâmica de queda do condutor sobre o solo, apresenta-se na
Figura III.5(a) o condutor sob ensaio em queda livre instantes depois de sua soltura,
na seqüência, na Figura III.5(b) o referido cabo repousando sobre o solo.
Figura III.5. Simulação de queda de condutor ao solo; (a) Cabo em queda livre; (b)
Cabo repousado ao solo após a queda.
Inúmeras simulações de queda de condutor ao solo foram realizadas com o
objetivo de se determinar o local onde o cabo tocaria o solo, bem como para se
verificar a coerência das medidas de seguranças planejadas.
III.2 DELIBERAÇÕES E CRITÉRIOS
Durante os pré-ensaios, além da preparação com a linha desenergizada,
analisou-se e buscou-se tomar as decisões, critérios e posicionamentos que
garantissem efetivamente os ensaios e a segurança de todos os envolvidos,
inclusive dos consumidores conectados no Alimentador 30 da ELEKTRO. Diante
disso alguns critérios foram deliberados em reunião conjunta.
127
Dentre as referidas deliberações pode-se destacar a maneira como os
ensaios seriam iniciados. Assim, ficou acordado que o cabo somente seria solto
após uma sinalização sonora (buzina) que ficaria num local estratégico e audível a
todos. O acionamento desta buzina só ocorreria quando todos os responsáveis
definidos previamente confirmassem e liberassem suas tarefas. Entre estes
operadores pode-se citar o operador do oscilógrafo no local de ensaio e da
subestação, o operador do religador automático no local de ensaio, o responsável
pela equipe da linha viva, o responsável pela Segurança do Trabalho, o
Responsável pela Defesa Civil, o Responsável pela isolação do local de queda do
cabo e o responsável pela posição segura das demais pessoas envolvidas.
Outros aspectos abordados em reunião após os pré-ensaios foi o
levantamento de todas as necessidades, contatos internos e externos a ELEKTRO,
apoios, materiais de qualquer natureza, entre outros, de maneira que se definiu o
respectivo responsável para cada item citado.
129
Anexo IV – Ajustes dos Equipamentos de
Proteção
GRUPO DE AJUSTES 1
130
GRUPO DE AJUSTES 2
131
GRUPO DE AJUSTES 3
132
GRUPO DE AJUSTES 4
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