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5. CONCLUSÕES
O segmento de geração possui empresas com estratégias bem diferentes. Essas
diferenças são acentuadas pelo fato de que o setor é disputado por empresas públicas e
privadas, mas independentemente da composição do capital dos proprietários (públicos ou
privados) as empresas podem ter retornos bastante satisfatórios. O caso da Cemig é um
exemplo de que embora a empresa seja do governo, seus retornos sobre o investimento são
significativos se comparados ao segmento em estudo. A Aes Tietê e a Tractebel provariam
a eficiência da gestão privada sobre a pública, se a Duke não tivesse demonstrado um
desempenho tão mediano, muito inferior as duas primeiras, deixando claro que: nem
sempre as empresas privadas obtém o melhor retorno.
A Eletronorte chama a atenção pelo seu constante resultado negativo, isto é em
parte compreensível, uma vez que, o Governo necessita atuar em políticas sociais, o que é
uma das razões de sua existência. É, também, inquestionável que as comunidades distantes
que estão na região da Floresta Amazônica, muitas delas ribeirinhas, necessitam de energia
elétrica para ter uma qualidade de vida melhor e que a transmissão e a geração (que é
basicamente feita por termelétricas) nestas regiões possui custos mais elevados. Entretanto,
o que não é compreensível, é que o Governo se utilize de uma empresa pública para
realizar essas ações. A empresa, mesmo que pública, possui a necessidade de gerar lucro, o
que mantém a sua própria sobrevivência. A Eletronorte foge as regras de mercado e com
isso puxa o valor das ações da Eletrobrás para baixo, pois os investidores não estão
interessados em ações sociais e sim, em ações lucrativas. As influências políticas devem
ser minimizadas nas estatais, pois elas se constituem como empresas e para que possam ser
lucrativas devem atuar como tal.
Outro caso que demonstra um grande insucesso recente, é o caso da Cesp. Não é
objetivo deste trabalho analisar se as empresas do setor deveriam ou não ser privatizadas,
mas é muito claro que uma vez inicializada a privatização, como no caso da Cesp, onde
quase toda a empresa foi vendida, é um erro manter o que restou sob controle estatal. A
Cesp demonstra não ter nenhum planejamento para o seu futuro, ficando apenas
aguardando a privatização. Acontece que, esta demora se reflete diretamente nos resultados
da empresa, trazendo prejuízos para o Estado, para os funcionários, para o setor e para a
sociedade. Portanto, ao se optar por privatizar qualquer empresa do setor, essa opção deve
ocorrer de forma acelerada e bem estudada, para que as empresas não fiquem sem
investimento e sem objetivos por anos, como também foi o caso da Eletrobrás na virada do
século.
Os resultados da pesquisa demonstram que as empresas da amostra estão atuando
muito timidamente na energia alternativa, principalmente na eólica, onde o Brasil já possui
14 usinas em operação e que apenas uma apareceu nos resultados da amostra, através da
Cemig. As outras 13 usinas estão nas mãos de empresas empreendedoras de novas
tecnologias e centros de pesquisas. A energia alternativa (eólica, solar, do mar, etc.) é a
energia do futuro, porque são fontes renováveis a longo prazo e principalmente por
questões ambientais a curto prazo.
Porter destacou em seus estudos, a importância de controlar a cadeia de produção
para superar o poder de barganha dos fornecedores e dos clientes, garantindo o produto até
o consumidor final. Contudo, esta estratégia não se mostrou eficaz no setor elétrico, uma
vez que, as empresas que obtiveram os melhores retornos, não foram necessariamente as
mais verticalizadas. A Aes Tietê possui participação apenas na transmissão e mesmo
assim, através de sua holding e a Tractebel atua apenas na geração de energia, e ambas