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Assim, a região Sudeste, vivenciou, a partir de 1950, através do Estado de
São Paulo a construção do maior parque industrial da América Latina, levando os
planejadores públicos a acreditar que o País pudesse romper o ciclo de desenvolvimento e
subdesenvolvimento satelitizado que caracterizou, até a década de 1980, as demais regiões do
país. Contudo, o desenvolvimento da indústria paulista não trouxe riqueza para as demais
regiões do Brasil; ao contrário, converteram-nas em cidades satélites, descapitalizando-as
ainda mais e consolidando seu subdesenvolvimento (FRANK, 1979; FURTADO, 1995). Este
fato pode ser visualizado através da Tabela 1.
Tabela 1 - Distribuição do valor de produção industrial de certos Estados e regiões do Brasil
(%) – 1907-1997
Região/Estado 1907 1920 1938 1958 1970 1980 1997
Região Sul
21,8 16,1 14,3 12,9 12,0 16,0 18,2
Rio Grande do Sul 14,9 11,0 10,7 7,7 6,3 7,4 7,8
Paraná 4,9 3,2 1,8 3,1 3,1 4,4 5,5
Santa Catarina 2,0 1,9 1,8 2,1 2,6 4,2 4,9
Região Sudeste
61,2 65,9 73,9 78,8 80,5 72,4 69,1
São Paulo 16,5 31,5 43,2 55,0 58,0 53,1 51,2
Rio de Janeiro 39,8 28,2 19,2 18,0 15,6 10,5 7,7
Minas Gerais 4,8 5,5 11,3 5,6 6,4 7,9 9,0
Espírito Santo 0,1 0,7 0,2 0,2 0,5 0,9 1,2
Outras regiões
17 18 11,8 8,3 7,5 11,6 12,7
Fonte: LIMA (2005)
Através da Tabela 1 é possível perceber o quanto as regiões Sul e Sudeste
concentraram o processo de expansão industrial brasileiro. Capitaneado pelo Estado do Rio
Grande do Sul, a região Sul do Brasil se beneficia da expansão do mercado interno que estava
se expandindo com o desenvolvimento do café, conseguindo a inserção de seus produtos,
advindos da agropecuária, em praticamente todas as regiões do país. Mas é a região Sudeste
que, a partir de 1920 (período pós Primeira Guerra Mundial), efetivamente lidera o processo
de industrialização nacional. É nesta região que estava a maior concentração de renda per
capita do país, resultado direto das extensas áreas cultivadas com o café; conseqüentemente é