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MÁRIO FERNANDO DE ASSUNÇÃO SOUSA
ESTIMATIVAS DOS FATORES GENÉTICOS E AMBIENTAIS E DA TENDÊNCIA
GENÉTICA SOBRE OS PESOS DA DESMAMA A UM ANO E MEIO DE IDADE EM
BOVINOS NELORE NA REGIÃO NORTE E SUB REGIÃO MEIO - NORTE DO
BRASIL
Teresina
Estado do Piauí – Brasil
Fevereiro - 2007
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ESTIMATIVAS DOS FATORES GENÉTICOS E AMBIENTAIS E DA TENDÊNCIA
GENÉTICA SOBRE OS PESOS DA DESMAMA A UM ANO E MEIO DE IDADE EM
BOVINOS NELORE NA REGIÃO NORTE E SUB REGIÃO MEIO - NORTE DO
BRASIL
MÁRIO FERNANDO DE ASSUNÇÃO SOUSA
Médico Veterinário
Orientador: Prof. Dr. Raimundo Martins Filho
Co-Orientador: Prof. Dr. Carlos Henrique Mendes Malhado
Dissertação apresentada ao programa de
Pós-graduação do Centro de Ciências
Agrárias da Universidade Federal do Piauí,
como parte dos requisitos para obtenção do
título de Mestre em Ciência Animal. Área
de Concentração: Nutrição e Produção de
Animais de Interesse Econômico.
Teresina
Estado do Piauí – Brasil
Fevereiro – 2007
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A368e Sousa, Mário Fernando de Assunção
Estimativas dos Fatores Genéticos e Ambientais e da Tendência Genética
Sobre os Pesos da Desmama a um Ano e Meio de Idade em Bovinos Nelore
na Região Norte e Sub-região Meio - Norte do Brasil / Mário Fernando de
Assunção Sousa. Teresina: UFPI, 2007.
76f.
Dissertação (Mestrado) UFPI.
1. crescimento. 2. parâmetros biológicos. 3. efeitos de meio. 4. efeitos
genéticos. 5. bovinos zebuínos. I. Título.
C.D.D. – 640.1
4
DEDICATÓRIA
Dedico este momento ao meu avô Mário
(in memorian), que me deixou seu nome e seu
legado de luta, honestidade e sinceridade, com
a certeza de que, onde, estiver está muito feliz
com mais esta conquista. Ao meu pai, Firmino
que sempre me ensinou a superar todos os
desafios com perseverança e dignidade. A ele,
devo toda a minha vida e tudo que nela
conquistei e conquistarei.
5
AGRADECIMENTOS
A Deus, que me proporcionou o inicio de uma trajetória: a vida.
Ao professor Doutor Raimundo Martins Filho pela amizade, conselhos e ensinamentos
no decorrer dessa caminhada. Ao professor Doutor Carlos Malhado pelos ensinamentos e
ajuda prestado no decorrer do processo de analises e escrita da dissertação. Ao professor
Doutor José Elivalto por sempre acreditar no meu potencial produtivo, pela orientação e
amizade nos projetos de PIBIC durante a graduação e por ajudar na minha formação de
pesquisador.
À Universidade Federal do Piauí, ao Centro de Ciências Agrárias por me acolher como
graduando e pós-graduando e permitir minha formação profissional.
Ao CNPq, pelo apoio financeiro na concessão das bolsas de Iniciação Cientifica e pela
bolsa de Mestrado.
Ao professor Doutor Severino Vicente pela amizade e conselhos e por ter acreditado no
meu potencial e abrir as portas da USP para engrandecer minha formação acadêmica.
Aos amigos de pós-graduação Bruno Maranhão, Eline e seu Lindo, Fernanda e seu
Amorê, Gynna Azar, Flávia Barreto, Carol, Sérgio Medeiros, Marlucia, Clautina, Márcia
Mourão, Mara Ramel e Alessandra, que colaboraram de alguma forma com o resultado desse
trabalho.
Ao amigo Marcelo e Aquiles do SEBRAE e Danielle e Rosane de São Luís que de
alguma forma contribuíram para o andamento deste trabalho.
Ao amigo Alécio, Everdan e Lauro pelo companheirismo durante a graduação e co
apoio desde a seleção para o Mestrado até a seleção para o Doutorado.
Aos amigos Cláudio, Maurício, Enaldo, Marlondson, Sandreane, Juliana e Alynne que
sempre torceram por mim e entraram na minha vida em um momento importante, quando
conheci minha Jana que divide comigo alguns dos momentos de alegria e tristeza de nossas
vidas.
6
A minhas mães Miriam, Lacy (madrinha) e Baica (avó) que para mim doaram o mais
bonitos dos amores, o amor incondicional. Souberam dizer a palavra certa na hora certa em
todos os momentos e com certeza merecem o meu carinho e gratidão.
A minha irmã que sempre me ajudou a resolver todo e qualquer problema dos mais
banais aos mais difíceis e, principalmente, torce, sempre, para mim realizar todos as minhas
aspirações.
7
SUMÁRIO
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS ........................................................... VIII
LISTA DE TABELAS............................................................................................................IX
LISTA DE FIGURAS.............................................................................................................. X
RESUMO.................................................................................................................................XI
ABSTRACT ..........................................................................................................................XII
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................01
2. REVISÃO DE LITERATURA ......................................................................................... 04
2.1. A Região Norte e a Sub-Região Meio-Norte ................................................................04
2.2. Aspectos Gerais do Crescimento ................................................................................... 06
2.3. Fatores de Meio que Influenciam o Crescimento ........................................................ 08
2.3.1. Propriedade ..................................................................................................................08
2.3.2. Idade da mãe ao parto ................................................................................................. 09
2.3.3. Ano de Nascimento ...................................................................................................... 10
2.3.4. Mês do Nascimento ......................................................................................................12
2.3.5. Sexo da cria .................................................................................................................. 13
2.4. Grupos de Contemporâneos .......................................................................................... 14
3. FATORES GENÉTICOS QUE INFLUENCIAM O CRESCIMENTO ...................... 16
3.1. Herdabilidade ................................................................................................................. 16
3.2. Correlações Genéticas, Fenotípicas e de Ambiente ..................................................... 19
3.3. Tendências Genéticas e Ambientais ..............................................................................20
4. CAPÍTULO I ESTIMATIVAS DOS FATORES AMBIENTAIS SOBRE OS PESOS
À DESMAMA, A UM ANO E A UM ANO E MEIO DE IDADE EM BOVINOS DA
RAÇA NELORE NA REGIÃO NORTE E SUB REGIÃO MEIO - NORTE DO
BRASIL. ........................................................................................................................... 22
4.1. Resumo ............................................................................................................................22
4.2. Abstract ........................................................................................................................... 23
8
4.3. Introdução ....................................................................................................................... 24
4.4. Material e Métodos .........................................................................................................33
4.5. Resultados e Discussão ................................................................................................... 35
4.6. Conclusões ....................................................................................................................... 53
4.7. Referencias Bibliográficas .............................................................................................55
5. CAPÍTULO II - ESTIMATIVAS DOS PARÂMETROS GENÉTICOS E
FENOTÍPICOS E DA TENDÊNCIA GENÉTICA DOS PESOS À DESMAMA, A
UM ANO E A UM ANO E MEIO DE IDADE EM BOVINOS DA RAÇA NELORE
NA REGIÃO NORTE E SUB REGIÃO MEIO - NORTE DO BRASIL. .................. 60
5.1. Resumo ............................................................................................................................60
5.2. Abstract .......................................................................................................................... 61
5.3. Introdução ....................................................................................................................... 62
5.4. Material e Métodos .........................................................................................................68
5.4.1. Material ........................................................................................................................ 68
5.4.2. Métodos ........................................................................................................................ 69
5.5. Resultados e Discussão ................................................................................................... 72
5.6. Conclusões ....................................................................................................................... 84
5.7. Referencias Bibliografias ............................................................................................... 85
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 90
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................91
9
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS
ABCZ - Associação Brasileira de Criadores de Zebu
CV - Coeficiente de Variação
D205 - Peso aos 205 dias de idade
D365 - Peso aos 365 dias de idade
D550 - Peso aos 550 dias de idade
GC - Grupo de Contemporâneos
GL - Grau de Liberdade
MTDFREML - Multiple Trait Derivative Free Restricted Maximum Likelihood
QM - Quadrado Médio
- Índice de determinação
SAS - Statistical Analysis System
α²A - Variância genética aditiva direta
α² E - Variância residual
α² EP - Variância de ambiente permanente
α² M - Variância materna
α² P - Variância fenotipica
h²d - Herdabilidade para efeitos genéticos diretos
h²M - Herdabilidade para efeitos genéticos maternos
10
LISTA DE TABELAS
CAPÍTULO I
Tabela 1 Médias estimadas, número de observações para os pesos aos 205 (P205), aos 365
(P365) e aos 550 (P550) dias de idade da raça Nelore, de acordo com os estados 47
Tabela 2 Resumo das análises de variância para os pesos aos 205 (P205), aos 365 (P365) e
aos 550 (P550) dias de idade, dos bovinos da raça Nelore..................................... 50
Tabela 3 Médias ajustadas e número de observações de acordo com o ano de nascimento,
para a raça Nelore, para os pesos ao nascer (PN), pesos ao desmame (P205), peso
ao ano (P365) e peso ao sebreano (P550)............................................................... 52
Tabela 4 Médias ajustadas de acordo com o ano de nascimento, para a raça Nelore, para os
pesos ao nascer (PN), pesos ao desmame (P205), peso ao ano (P365) e peso ao
sebreano (P550)...................................................................................................... 56
CAPÍTULO II
Tabela 1 Estimativas de variância genética aditiva (σ
a
2
), residual (σ
r
2
) e fenotípica (σ
f
2
) e
de herdabilidade (h
2
), com seus respectivos erros-padrão, para pesos aos 205
(P205), 365 (P365) e 550 (P550) dias de idade...................................................... 85
Tabela 2 Estimativas das correlações genéticas, ambiente e fenotípica para pesos aos 205
(P205), 365 (P365) e 550 (P550) dias de idade...................................................... 88
11
LISTA DE FIGURAS
GERAL
Figura 1 – Mapa da região Norte do Brasil....................................................................................17
Figura 2 – Mapa da sub-região Meio-Norte...................................................................................18
CAPÍTULO I
Figura 1 - Efeito do ano de nascimento sobre o peso aos 205 (P205) dias de idade......................54
Figura 2 – Efeito do ano de nascimento sobre o peso aos 365 (P365) dias de idade.....................54
Figura 3 – Efeito do ano de nascimento sobre o peso aos 550 (P550) dias de idade.....................55
Figura 4 – Efeito do mês de nascimento sobre o peso aos 205 (P205) dias de idade. ...................57
Figura 5 – Efeito do mês de nascimento sobre o peso aos 365 (P365) dias de idade. ...................58
Figura 6 – Efeito do mês de nascimento sobre o peso aos 550 (P550) dias de idade. ...................58
Figura 7
– Efeito do sexo sobre o peso aos 205 (P205), 365 (P365) e 550 (P550) dias de idade. .......60
Figura 8 – Efeito da idade da vaca sobre o peso aos 205 (P205) dias de idade. ............................63
Figura 9 – Efeito da idade da vaca sobre o peso aos 365 (P365) dias de idade. ............................63
Figura 10 – Efeito da idade da vaca sobre o peso aos 550 (P550) dias de idade. ..........................64
CAPÍTULO II
Figura 1 – Tendência Genética direta para P205 ...........................................................................91
Figura 2 – Tendência Genética Materna para P205 .......................................................................92
Figura 3 – Tendência Genética Fenotípica para P205....................................................................92
Figura 4 – Tendência Genética direta para P365 ...........................................................................93
Figura 5 – Tendência Genética materna para P365........................................................................94
Figura 6 – Tendência Genética fenotííco para P365 ......................................................................94
Figura 7 – Tendência Genética direta para P550 ...........................................................................95
Figura 8 – Tendência Genética materna para P550........................................................................95
Figura 9 – Tendência Genética fenotípica para P550.....................................................................96
12
ESTIMATIVAS DOS FATORES GENÈTICOS E AMBIENTAIS E DA TENDÊNCIA
GENÉTICA SOBRE OS PESOS DA DESMAMA A UM ANO E MEIO DE IDADE EM
BOVINOS DA RAÇA NELORE NA REGIÃO NORTE E SUB REGIÃO MEIO -
NORTE DO BRASIL
Autor: MÁRIO ASSUNÇÃO, RAIMUNDO MARTINS FILHO
Orientador: Prof. Dr. RAIMUNDO MARTINS FILHO
RESUMO
Foram estimados parâmetros biológicos e genéticos, relativos aos pesos aos 205 dias (P205), aos 365 dias (P365)
e aos 550 dias de idade (P550) de animais da raça Nelore, incluídos no sistema de Controle de Desenvolvimento
Ponderal (CDP) realizado pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) e criados na região Norte e
sub-região Meio Norte. Foram utilizados os procedimentos estatísticos contidos no Sistema de Análise
Estatística SAS, e o modelo matemático geral utilizou o procedimento GLM do programa SAS e incluiu os
efeitos fixos de propriedade, ano e mês de nascimento, sexo da cria e a idade da vaca ao parto linear e
quadrático, como co-variável. Foram criados grupos de contemporâneos constituídos por animais do mesmo
rebanho, do mesmo sexo e nascidos no mesmo mês e ano, e incluídos na análise das três características. As
estimativas dos componentes de (co)variância e dos parâmetros genéticos utilizou o aplicativo MTDFREML,
que utiliza a metodologia da Máxima Verossimilhança Restrita Livre de Derivadas, sob um modelo animal
considerando como fixos os efeitos de fazenda, ano e mês de nascimento e sexo, além da co-variável idade da
vaca ao parto, em seus efeitos linear e quadrático e como aleatórios, os efeitos genéticos aditivos, de ambiente e
residual, para P205, P365 e P550. Foram estudados rebanhos de 257 fazendas, totalizando 79.051 observações
em 8 estados da federação e as médias observadas dos pesos aos 205, 365 e 550 dias de idade e seus respectivos
desvios-padrão, foram iguais a 169,68 ± 34,27; 230, 09 ± 54,78 e 305, 76 ± 79,63, com coeficientes de variação
de 14,20%, 14,17% e 14,06% respectivamente. As fontes de variação propriedade, sexo, mês e ano de
nascimentos mostraram-se altamente significativa (P<0,01), para as três características estudadas. A idade da
mãe ao parto, desdobrada em seus efeitos linear e quadrático, no primeiro caso foi altamente significativa
(P<0,01) sobre o peso 205 dias de idade e, com menor significância (P<0,01) aos 365 dias de idade e não
influenciou os pesos aos 550 dias de idade. O efeito quadrático da idade da vaca foi altamente significativo
(P<0,01), para P 205 e significativo (P<0,01) para o P350 e P550. O grupo de contemporâneos constituiu-se em
fonte de variação altamente significativa para os pesos estudados. As variâncias genéticas aditivas estimadas
foram de baixa magnitude para todas as três características e muito inferiores às variâncias fenotípicas e
residuais, o que pode indicar a pouca variabilidade genética nos rebanhos estudados. A herdabilidade para os
peso aos 205 e aos 365 dias foram 0,13 ± 0,02 e 0,18 ± 0,05, indicando que pouca variação genética aditiva
para essas características. Para o peso aos 550 dias a estimativa de herdabilidade foi de 0,23 ± 0,07, considerada
mediana, indicando que nesta idade é possível fazer seleção para ganho de peso. As correlações genéticas,
fenotípica e de ambiente entre os pesos às diversas idades foram: P205-P365 = 0.92, 0,72 e 0,79; P205-P365 =
0,89, 0,61 e 0,87e para P365-550 = 0,98, 0,80 e 0,87. De uma maneira geral, as estimativas das correlações
foram altas e favoravelmente correlacionadas, sendo mais elevadas para pesos adjacentes diminuindo de
magnitude à medida que as idades se distanciam. As tendências genéticas em P205, P365 e P550, para efeito
direto foram significativas e positivas, iguais a 0,272 kg (P<0,001), 0,455 kg (P<0,001) e 0,744 kg (P<0,001),
respectivamente. A tendência genética em P365, para efeito direto foi significativo e positivo igual a 0,455 kg
(P<0,001). Em termo de mudança genética anual, isto representa 0,16%, 0,20% e 0,23% das médias observadas
das populações, acumulando ganhos genéticos nos últimos 26 anos de 7,07 kg, 11,83 kg e 19,34 kg para efeito
direto, para as três características.
Palavras - chave: crescimento, parâmetros biológicos, efeitos de meio, efeitos genéticos, bovinos zebuínos.
13
ESTIMATIVE OF GENETIC AND ENVIRONMENTAL PARAMETERS AND OF GENETIC
TENDENCIES, AT WEANING, ONE YEAR AND ONE YEAR AND A HALF IN NELORE BOVINES
FROM NORTH REGION AND MID-NORTH SUB-REGION OF BRAZIL
Author: MÁRIO ASSUNÇÃO, RAIMUNDO MARTINS FILHO
Advisor: Prof. Dr. RAIMUNDO MARTINS FILHO
ABSTRACT
Biologic and genetic parameters were estimated, related to the weights at 205 (W205), 365 (W365) and 550
(W550) days from Nelore animals, included to Body Development Control System (BDCS) performed by
Brazilian Association of Zebu Breeders (BAZB) and raised on north region and mid-north sub-region of Brazil.
Statistical procedures from Statistical Analysis System (SAS, 2001) were used. The general mathematical model
used the GLM procedure of SAS and had added the fixed effects of property, year and month of birth, sex of the
calve and cow’s age at parturition as linear model and quadratic as co-variable. A contemporary group was
formed by animals from the same herd, sex and month and year of birth, and they were included in the analysis
of the three characteristics. The estimative of co-variance elements and of genetic parameters had used the
MTDFREML applicative as described by Boldman et al. (2001) that uses the Maximum Restricted Free
Verisimilitude of Derivates methodology, under an animal model considering farm, year and month of birth and
sex as fixed effects, and cow’s age at parturition in their linear and quadratic effects. Randomly, the effects were
genetic additives, environment and residual to W205, W365 and W550. Herds from 257 farms were studied, in a
total of 57,381 observations in 8 federal states, and the averages from weights at 205, 365 and 550 days and their
respective standard deviations were 169.68 ± 34.27, 230.09 ± 54.78 and 305,76 ± 79.63, with variance
coefficients of 14.20%, 14.17% and 14.06%, respectively. The variation sources property, sex, month and year
of birth are shown highly significant (p<0.0001), for the three studied characteristics. The age at parturition was
unfolding in its linear and quadratic effects. In the first case it was highly significant (p<0.0001) over the weight
at 205 days, with lower significance (p<0.01) at 365 days, and it didn’t influenced the weight at 550 days of age.
The quadratic effect of age of the cow was highly significant (p<0.0001) to W205 and significant (p<0.01) to
W350 and W550. The contemporary group was constituted of a variation source highly significant to the studies
weights. The estimated additive genetic variances were of low magnitude for all three characteristics and lower
to phenotypic and residual variances, indicating the little genetic variability in the studied herds. The heritability
to the weights 205 and 365 were 0.13 ± 0.02 and 0.18 ± 0.05 indicating that there is little additive genetic
variation for these characteristics. To weight at 550 days the estimative of heritability was 0.23 ± 0.07,
considered median, indicating that, in this age, it is possible select animals for weight gain. The genetic,
phenotypic and environmental correlations among the weights at the various ages were: W205-W365 = 0.92,
0.72 and 0.79; W205-W550 = 0.89, 0.61 and 0.87; and to W365-550 = 0.98, 0.80 and 0.87. In general, the
estimative of correlations were high and positively correlated, being more elevated to adjacent weights,
diminishing in magnitude as the ages get distant. Genetic tendencies in W205, W365 and W550 for direct effect
were significant and positive respectively: 0.272 Kg (P<0.001), 0.455 Kg (<0.001) and 0.744 Kg (P<0.001). The
genetic tendency in W365 for direct effect was significant and positive of 0.455 Kg (P<0.001). In terms of
annual genetic change, this represented 0.16%, 0.20% and 0.23% of the averages observed from the populations,
increasing genetic gains of 7.07 Kg, 11.83 Kg and 19.34 Kg in the last 26 years for direct effect to the three
characteristics.
Keywords: Growth, Environmental Factors, Genetics Parameters, Genetic tendencies, Zebuine Cattle
14
1. INTRODUÇÃO
A pecuária é uma atividade agro-econômica secular e está presente no Brasil desde o seu
descobrimento, quando se iniciou a introdução de raças exóticas vindas da Europa. No final
do século XIX animais oriundos da Índia vieram para o Brasil, pela sua grande capacidade de
adaptação ao clima, prolificidade e rusticidade. Porém, devido à falta de conhecimento e
preparo por parte dos criadores, a primeira fase de criação dos zebuínos caracterizou-se por
cruzamentos desordenados com as raças nativas. Com o passar do tempo, as diferentes raças
foram sendo selecionadas e utilizadas em cruzamentos industriais.
A produção de carne no Brasil é caracterizada pela criação extensiva. Assim, as raças
zebuínas e seus mestiços têm se destacado como a solução mais eficiente para este tipo de
manejo, de modo que, a utilização destas raças contribuiu para o desenvolvimento da
pecuária, não só de produção de carne, mas também de leite.
O grande efetivo bovino brasileiro, estimado em mais de 220 milhões de cabeças
concentra-se, principalmente, nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, com cerca de 62% do
rebanho nacional (IBGE, 2003).
O Brasil é formado por regiões tropicais e sub-tropicais onde, são de grande importância
os efeitos do clima, seja de forma direta, afetando as funções do organismo animal, ou de
forma indireta, gerando flutuações na disponibilidade e na qualidade dos alimentos. Assim,
faz-se necessário um estudo individual de cada região para uma maior precisão na estimação
dos efeitos dos fatores de meios e genéticos que possam influenciar características produtivas
e reprodutivas nesse imenso contingente bovino.
A região Norte, constituída pelos estados do Amapá, Pará, Tocantins, Roraima,
Rondônia, Acre e Amazonas, é caracterizada por uma floresta equatorial, com clima quente e
úmido, abundantes chuvas e pouca variação de temperatura. Deste modo, desponta no cenário
15
nacional como grande produtora de carne pelos seus altos índices pluviométricos e potencial
para produção do “boi verde”, que se alimenta apenas de gramíneas.
A sub-região Meio-Norte do Brasil, constituída pelos estados do Maranhão e Piauí, é
uma subdivisão da região Nordeste que se caracteriza como uma zona de transição,
apresentando variações no clima, fauna e flora que diferem, tanto da região Nordeste como da
região Norte. Assim, esta região necessita de estudos que avaliem seu rebanho de raças
zebuínas, em função das suas características peculiares.
O progresso alcançado ultimamente por programas de melhoramento genético deve-se,
em grande parte, ao uso eficiente das informações disponíveis sobre os indivíduos a serem
selecionados. As avaliações genéticas são capazes de propiciar melhoramento genético,
quando seus resultados são efetivamente empregados em programas de seleção e
acasalamento, já que o instrumentos auxiliares na promoção de mudança ou progresso
genético em uma população.
Entre os métodos de melhoramento disponíveis para modificar o potencial genético dos
animais, a seleção é aquele que, por meio da escolha dos pais que irão produzir a próxima
geração, procura aumentar a freqüência dos genes desejáveis na população (Ferraz Filho et
al., 2001).
Para que se possa avaliar e definir planos de melhoramento, é indispensável que se
conheçam as influências de fatores genéticos e de ambiente sobre as características de
importância econômica, como a de crescimento. No caso da pecuária de corte, as informações
a respeito dos pesos dos animais, que caracterizam o crescimento, devem ser tomadas tanto na
idade mais jovem (crescimento pré-desmama) quanto na pós desmama (peso aos 365 dias),
como também devem ser estendidas para pesos até os 550 dias de idade.
Os objetivos deste trabalho foram avaliar o desenvolvimento ponderal da desmama até a
idade de um ano e meio em animais da raça Nelore criados na região Norte e sub-região Meio
16
Norte, identificando as fontes de variação não-genética que influem no crescimento, e estimar
os componentes de variância, para obtenção das estimativas dos parâmetros genéticos e
ambientais e as tendências genéticas para os pesos aos 205, 365 e 550 dias de idade, de forma
a fornecer subsídios para a adoção de critérios adequados ao estabelecimento de métodos de
seleção de animais jovens.
A estrutura deste trabalho divide-se em uma introdução, revisão de literatura e dois
capítulos, sendo que, no primeiro, são avaliados e discutidos os fatores de meio ambiente que
influenciam as características de crescimento, e no segundo, são estimados e discutidos os
parâmetros genéticos e fenotípicos inerentes às mesmas características, nos mesmos rebanhos.
Os capítulos são apresentados no formato de artigo científico, com Título (Português e
Inglês); Resumo; Palavras chave; Abstract; Key words; Introdução com Revisão de
Literatura; Material e Métodos; Resultados e Discussão; Conclusão e Referências
Bibliográficas, para envio à periódico especializado. A formatação base para os capítulos
seguiu as normas da Revista Brasileira de Zootecnia da Sociedade Brasileira de Zootecnia,
Viçosa-MG.
17
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. A Região Norte e a Sub-Região Meio-Norte
A Região Norte, uma das cinco regiões brasileiras, é composta por uma área de
3.869.637,9 Km² com uma população de 15.023.331 habitantes distribuidos em sete estados:
Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Está localizada na região
geoeconômica da Amazônia entre o Maciço das Guianas (ao norte), o Planalto Central (ao
sul), a Cordilheira dos Andes (a oeste) e o Oceano Atlântico (a noroeste). Na região
predominam o clima equatorial, com exceção do norte do Pará, do sul do Amazonas e de
Rondônia onde o clima é tropical, e os seguintes aspectos naturais: floresta densa e
heterogênea, clima quente e úmido, rios extensos e caudalosos drenando terras de altitude
geralmente pouco elevada.
A região é bastante úmida, apresentando
temperaturas
elevadas o ano todo (médias de
24°C a 26°C) e uma baixa
amplitude térmica
. A
pecuária
praticada é do tipo extensivo e voltada
quase que exlusivamente para a criação de
bovinos
. Grandes transnacionais aplicam voltuosos
capitais em imensas propriedades ocupadas por essa atividade. O rebanho bovino é formado
por 16.672.686 cabeças distribuidos nos estados. O maior rebanho localiza-se no Pará com
5.886.736 cabeças, seguido do Tocantins com 5.028.265 cabeças e o estado com menor
rebanho é Roraima com 373.300 cabeças. Deste modo, desponta no cenário nacional como
grande produtora de carne pelos seus altos índices pluviométricos e potencial para produção
do “boi verde”.
18
Figura 1. Mapa da região Norte do Brasil.
A sub-região Meio-Norte do Brasil, constituída pelos estados do Maranhão e Piauí, é
uma subdivisão da região Nordeste que se caracteriza como uma zona de transição,
apresentando variações no clima, fauna e flora que diferem, tanto da região Nordeste como da
região Norte. Assim, necessita de estudos que avaliem seu rebanho de raças zebuínas, em
função das suas características peculiares. Essa região tem como ponto forte da economia a
pecuária extensiva, sendo o rebanho bovino formado por 5.029.056 cabeças. (IBGE, 2003).
Figura 2. Mapa da sub-região Meio-Norte.
19
Em decorrência de sua posição, o Estado do Piauí caracteriza-se, em termos
fisiográficos, como uma típica zona de transição, apresentando, conjuntamente, aspectos do
semi-árido nordestino, da pré-Amazônia e do Planalto central do Brasil. Dentre as paisagens
vegetais, destacam-se os cocais, com seus exemplares de babaçu, carnaúba, buriti, e tucum,
encontrados na região da floresta decidual, nos vales úmidos e nas áreas alagadiças,
sustentando a atividade extrativa de significativa importância para o Estado. A pecuária foi a
primeira atividade econômica desenvolvida no Estado, fazendo parte de sua tradição histórica.
O folclore e os costumes regionais derivam em grande parte da atividade pastoril. O efetivo
do rebanho bovino do estado está estimado em 1.506.089 cabeças. (IBGE, 2003).
O Maranhão é constituído por uma área de transição entre a Amazônia úmida e
enflorestada e o sertão, de clima semi-árido e vegetação xerófila. As atividades mais antigas
são a pecuária e o extrativismo do babaçu, ao lado de cultivos de subsistência. A floresta do
oeste do Maranhão foi quase toda substituída por atividades agropastoris (Moreira, 1990).
Assim, o estado tem um grande potencial produtivo para pecuária extensiva e seu rebanho é
formado por 3.522.967 cabeças distribuídas em todo o estado. (IBGE, 2003).
2.2. Aspectos Gerais do Crescimento
Para a realização de um programa de melhoramento genético, não é possível selecionar
animais apenas pelo fenótipo que apresentam. As diferenças fenotípicas entre os animais,
quanto ao desempenho das características, incluindo aquelas voltadas para a exploração
econômica, decorrem de dois componentes, sendo um deles de aspecto genético, contendo as
variações decorrentes das ações aditivas e não aditivas e o outro, denominado ambiental, que
inclui as influências permanentes ou temporárias do meio ambiente. Deste modo, faz-se
necessário diferenciar no fenótipo apresentado, o que se vincula aos efeitos genéticos
(principalmente o aditivo), dos efeitos relacionados aos fatores de meio.
20
Entre os vários fatores que influenciam as características de produção, como um todo, e
em particular aquela relacionadas com o crescimento dos animais, estão a idade da mãe ao
parto, o sexo da cria, o manejo da fazenda, o ano e mês ou estação de nascimento, dentre
outros, o que torna necessário um estudo criterioso das influências desses fatores ditos de
meio, para proporcionar uma maior segurança na seleção dos animais em um programa de
melhoramento genético, além, é claro, do conhecimento sobre a fisiologia das características
estudadas.
O crescimento sofre variações decorrentes de fatores intrínsecos (hormônios) e
extrínsecos (decorrentes do ambiente) que proporcionam variações entre as fases da vida do
animal e é medido pelos pesos e ganhos de pesos nessas diferentes fases, baseado na
multiplicação e aumento do volume das células. Este parâmetro é muito utilizado na
exploração de animais de interesse econômico, voltada para a produção de carne, que requer
um maior crescimento em um menor espaço de tempo. Assim, faz-se necessário conhecer as
fases do desenvolvimento do crescimento e os fatores que o influenciam.
A fisiologia do crescimento começa a atuar a partir da formação embrionária, fase que
exige maior irrigação sanguínea para alimentação do feto, sendo que, em diferentes idades, as
mães podem não suprir essa demanda a contento. O dimorfismo sexual na definição do sexo,
iniciado nessa fase, proporciona vantagens para o sexo masculino pelo fato de sua definição
sexual ocorrer primeiro do que a da fêmea. O manejo alimentar e sanitário aos quais as
fêmeas gestantes são submetidas, sofrem variações de ano para ano, de mês para mês e de
região para região, o que se reflete no crescimento dos animais. (Hafez, 1995).
O crescimento dos bovinos ao longo de sua vida é dividido em diferentes fases: pré-
natal, pré-desmama e pós-desmama. No inicio da vida pré-natal o embrião cresce
principalmente por divisão celular, cuja velocidade diminui ao longo da vida. A partir do
nascimento, o individuo cresce pelo aumento do volume das células, cuja velocidade aumenta,
21
até certo ponto, com a idade. Na fase pré-desmama o animal depende da habilidade materna
da mãe, e da sua produção de leite, que é o seu principal alimento nesta fase da vida. Na fase
pós-desmama o animal depende dele próprio para obter o alimento para o seu
desenvolvimento, e nesta fase sofre mais as influências do meio em que vive. (Biffani et al.,
1999).
2.3. Fatores de Meio que Influenciam o Crescimento
2.3.1. Propriedade
O Brasil é caracterizado por sua grande extensão territorial, de modo que, existem
inúmeras peculiaridades climáticas dentro do seu território, podendo ocorrer variações no
desenvolvimento animal, ligadas as diferenças de clima, vegetação e relevo, entre estados e
regiões.
De acordo com Felício (1999), aproximadamente dois terços da produção brasileira de
carne bovina são do tipo tropical e o restante é subtropical. Essa afirmativa é facilmente
comprovada quando se verifica a ocorrência de uma pecuária de corte pujante e em constante
crescimento no chamado Brasil Central Pecuário, que é um dos grandes responsáveis pela
balança comercial positiva do nosso país, como também, é fácil constatar a contribuição das
raças zebuínas em todo o processo produtivo da carne dessa região. Nas regiões tropicais e
subtropicais como o Brasil, são de grande importância os efeitos do clima, sejam de forma
direta, afetando as funções do organismo animal, ou de forma indireta, gerando flutuações na
quantidade e qualidade dos alimentos.
O efeito significativo de propriedade ou fazenda sobre o peso à desmama e aos 365 dias
foi observado por vários autores, dentre os quais destacamos os trabalhos realizados nos
22
estados do Maranhão, Piauí e Ceará, nas raças Nelore e Guzerá por Martins Filho et al.,
(1996) e por Santos et al., (2005) na Bahia, estudando a raça Indubrasil,.
2.3.2. Idade da mãe ao parto
A idade da mãe é importante quando se analisam os efeitos de fatores não genéticos
sobre os pesos e ganhos de pesos às diversas idades. As mudanças na morfologia e fisiologia
do organismo que ocorrem nas vacas ao longo de suas vidas, são responsáveis pela variação
de peso que ocorrem entre seus produtos, principalmente devido a alterações do meio materno
nas fases pré-natal e de aleitamento. Com relação ao peso do bezerro ao nascer, vacas muito
novas (novilhas) não possuem, ainda, o aparelho reprodutor totalmente desenvolvido,
apresentando irrigação sanguínea do útero deficiente e competição com o feto pelos
nutrientes, resultando em crias mais leves e atrofia do crescimento das novilhas. Vacas muito
velhas apresentam dificuldade de irrigação sanguínea do útero produzindo, assim, bezerros
mais leves. A idade das matrizes ao parto tem influenciado significativamente as
características de crescimento, notadamente na fase pré-desmama. Fêmeas jovens, ainda em
estagio de crescimento, ou ao final de sua vida produtiva, tendem a produzir bezerros mais
leves. (Malhado et al., 2002).
Conhecer o desempenho das matrizes é uma condição “sine qua non dentro de um
programa de seleção (Malhado et al., 2003). As vacas em uma faixa de idade ao redor da
maturidade, com idade por volta de 7,5 a 10 anos, tendem a desmamar bezerros mais pesados,
apresentando melhor desempenho, que matrizes com idade fora deste intervalo. (Souza et al.,
2000) e (Ferraz Filho et al., 2001).
Oliveira (2000), estudando animais Nelore, observou inferioridade dos pesos à desmama
quando as mães eram muito jovens ou tinham idade acima de 200 meses. A idade da vaca,
23
também, foi fonte de variação significativa sobre o peso ao nascer em animais Nelore (Sobral
Neto et al., 1998). Entretanto, Martins Filho et al., (1996), estudando as raças Nelore e Guzerá
criadas nos estados do Maranhão, Piauí e Ceará e Martins Filho et al., (1996), estudando a
raça Nelore no Maranhão, não constataram influência deste efeito sobre o peso aos 205 e 365
dias de idade.
2.3.3. Ano de Nascimento
O ano de nascimento é uma fonte de variação decorrente das variações climáticas, de
manejo, alimentação e genética do plantel, que podem ocorrer de um ano para outro. A
ocorrência de seca ou mesmo o excesso de chuvas, prejudica o desenvolvimento fetal e
interfere no peso do bezerro ao nascer e, conseqüentemente, no seu crescimento. Por outro
lado, se as vacas, nos últimos três meses de gestação obtiverem uma boa oferta de alimentos,
irão parir bezerros mais pesados.
Essa situação é própria de ambientes como o do Nordeste do Brasil, onde ocorrência
de ciclos de seca e, portanto, a produção de alimento não é constante, seja no que se refere à
quantidade ou a qualidade. O comportamento sinusóidal do peso médio por ano ao redor da
média geral é conseqüência direta da variabilidade devido às condições climáticas ( Biffani et
al, 1999)
As diferenças podem ser atribuídas, principalmente, às diferenças de manejo, condições
climáticas e de solos das propriedades, mas podem ter também componente genético, de
modo que, além das diferenças normais na composição genética existentes entre rebanhos
diferentes, poderia ser resultante de um processo seletivo exercido pelos criadores.
Os animais mais jovens, ainda dependentes em grande parte da alimentação materna,
sofrem as conseqüências de tais modificações de forma indireta, pelo efeito sobre a produção
24
de leite da mãe, e direta, pela redução da dieta sólida de qualidade numa fase de grande
exigência nutricional (Santos et al., 2005). Estes autores analisaram 11.823 observações na
raça Nelore na região sul, constatando que o ano de nascimento exerceu efeito significativo
tanto sobre o peso aos 365, quanto sobre o peso aos 550 dias de idade, efeito estes decorrentes
das peculiaridades climáticas de cada ano.
Biffani et al., (1999), analisando 2.977 observações de animais da raça Nelore, criados
nos Estados do Ceará e Piauí, verificaram efeito significativo do ano de nascimento para peso
aos 205 dias de idade. Segundo o autor, as variações anuais dos pesos poderiam ser
diminuídas pela melhoria da qualidade e quantidade do alimento fornecido aos animais, além
dos outros aspectos do manejo em geral, o que proporcionaria aumento de peso e resultaria
em maior ganho econômico para o criador.
2.3.4. Mês do Nascimento
O Norte e o Nordeste, como regiões predominantementes tropicais, apresentam duas
estações distintas: seca e chuvosa, que afetam a disponibilidade de alimentos, tanto no aspecto
quantitativo quanto no qualitativo, ao longo dos meses.
Os efeitos do mês de nascimento sobre o peso dos animais são devidos principalmente
aos fatores climáticos e alimentar e refletem a disponibilidade de alimentos dentro do ano
estudado de forma que, se as vacas dispuserem no terço final da gestação, de uma alimentação
suficiente, parem crias mais pesadas em razão do feto, neste período, apresentar maior taxa de
crescimento (Azevedo et al., 1999).
O efeito de mês de nascimento dos animais é conseqüência das diferenças observadas
entre os meses do ano, pois, enquanto em alguns deles ocorrem grandes precipitações, em
25
outros, observa-se justamente o contrário, exercendo influência direta na disponibilidade
quantitativa e qualitativa das forragens, (Malhado et al, 2001).
Santos et al., (2005) analisando 11.823 observações na raça Nelore na região sul,
constataram que o mês de nascimento exerceu efeito significativo apenas sobre o peso aos
365 dias, mostrando que o efeito tende a diminuir ao sobreano.
Segundo Biffani et al., (1999), a estação ou o mês de nascimento são efeitos importantes
que influenciam o crescimento de um animal, principalmente, se ele e a mãe forem criados em
regime de campo, uma vez que os alimentos disponíveis irão depender das condições
climáticas vigentes na estação de nascimento. Na verdade, esses fatores têm, sobre o animal
avaliado, efeito indireto durante a primeira fase de vida, que vai do nascer até o desmame, e
efeito direto durante a segunda fase. Na primeira fase, é a mãe do bezerro que sofre as
influências das condições climáticas e, portanto, indiretamente, também o bezerro é
influenciado. Logo após o desmame, o bezerro passa a sofrer maior influência do clima, o que
é próprio dos ambientes tropicais, em que são freqüentes ciclos de seca. O efeito da
alimentação está, portanto, intimamente ligado com a estação nascimento, sobretudo em um
tipo de criação que não prevê nenhuma suplementação alimentar.
2.3.5. Sexo da cria
Nos ruminantes, em geral, os machos são mais pesados que as fêmeas em todas as fases
do crescimento, sendo esta diferença denominada dimorfismo sexual que é, em grande parte,
devido aos hormônios, que são os principais fatores que dão aos machos maior capacidade
genética de crescimento, em todas as fases da vida, em decorrência da sua definição sexual
ocorrer antes do que as fêmeas, permitindo-lhe iniciar seu processo de formação primeiro.
26
Esta diferença pode, ainda, ser atribuída a capacidade genética dos machos de apresentarem
maiores índices de crescimento pré e pós-nascimento.
Ao nascer, o dimorfismo sexual é atribuído à diferença na duração no período de
gestação, que é ligeiramente mais longo quando o produto é macho. Em idênticas condições
de manejo e de ambiente, os machos são mais pesados que as fêmeas em aproximadamente
10%, em todas as idades. Isso ocorre devido à maior capacidade de ganho em peso
apresentado por eles e também, por possuírem estrutura corporal mais desenvolvida (Wolf et
al., 2001).
Segundo Hafez, (1995) esteróides secretados pelo feto do macho durante o
desenvolvimento pré-natal são anabolizantes capazes de estimular maior absorção de
nutrientes da mãe, sendo esta uma das principais razões do maior peso ao nascer das crias do
sexo masculino.
O sexo da cria afetou significativamente os pesos aos 365 e 550 dias de idade de animais
Nelores criados em Pernambuco, os quais foram 225,8 ± 43,2 kg e 287,0 ± 5,5 kg (Sobral
Neto et al., 1998). Este efeito foi também observado, na mesma raça, por Biffani et al.,
(1999).
O sexo do bezerro exerce uma forte influência durante todo o crescimento do animal,
sendo os machos comumente mais pesados que as fêmeas, provavelmente em razão de sua
maior capacidade de ganho de peso. Malhado et al., (2003), Martins et al., (2000), Malhado et
al., (2001), Souza et al., (2002), verificaram efeito significativo do sexo sobre o desempenho
dos animais em diferentes idades.
Santos et al., (2005) analisando 11.823 observações na raça Nelore na região sul,
constataram que o sexo da cria exerceu efeito significativo, e que os machos foram mais
pesados que as fêmeas para as idades estudadas, sugerindo maior desempenho ponderal dos
machos em relação às fêmeas.
27
2.4. Grupos de Contemporâneos
O êxito na pecuária de corte brasileira está condicionado à maximização da eficiência do
sistema de produção. A utilização de técnicas de criação e manejo metódicos, quando
criteriosamente aplicadas em animais de potencial genético superior, são partes integrantes
deste processo. Contudo, é necessário considerar os efeitos ambientais, uma vez que estes
podem influenciar o desenvolvimento dos bovinos nas diferentes idades.
Existem efeitos de meio que acometem grupos de animais distintos, que podem ser
mensurados em conjunto, pelo efeito coletivo causado. Dentre os fatores que podem
influenciar o desenvolvimento dos bovinos desta forma, podem ser citados o sexo do bezerro,
o mês e o ano de nascimento, a fazenda e a idade da vaca ao parto.
Assim, os animais nascidos no mesmo ano e mês sofreram as mesmas variações
climáticas, de modo que podem ser agrupados, bem como os animais que estão no mesmo
rebanho, que pertençam ao mesmo sexo, constituindo um grupo de animais contemporâneos.
Desta forma, os efeitos de grupo de contemporâneo se tornam fixos, facilitando a análise dos
dados.
Lôbo et al., (2000), analisando 1.955 observações de bovinos da raça Guzerá criados a
pasto no Estado do Ceará, observaram efeito significativo de grupo contemporâneos (rebanho,
ano e estação de nascimento, sexo da cria e classe de idade da vaca), para o peso aos 18
meses.
28
3. FATORES GENÉTICOS QUE INFLUENCIAM O CRESCIMENTO
foi visto que em um programa de melhoramento genético, é necessário o
conhecimento dos níveis de interferência ambiental no fenototipo dos animais. Faz-se
necessário, ainda, um estudo detalhado da interferência genética para verificar se a ação
genética tem efeito aditivo, dominante ou epistático e, ainda, se existem correlações entre as
características estudadas.
O melhoramento das características importantes, do ponto de vista econômico, pela
utilização de seleção, depende da utilização da variação genética de tais características, as
quais podem ser atribuídas às diferenças existentes entre raças, bem como a influência do pai
sobre sua descendência, por meio de genes transmitidos em seus espermatozóides. A mãe
pode influenciar sua progênie de modo direto (efeito genético direto) e pelo ambiente materno
que ela proporciona.
Para a definição mais eficaz de planos de melhoramento genético é indispensável que se
conheçam os parâmetros genéticos das características submetidas á seleção. Informações a
respeito desses parâmetros para pesos na fase de aleitamento assumem importância relevante,
porque a tendência atual é obter animais mais pesados e a menores idades, para o abate.
3.1. Herdabilidade
A origem da palavra herdabilidade permanece desconhecida, tendo sido usada em 1832,
ou antes, para denotar a transmissão hereditária de características (Bell, 1977). Coube,
entretanto, a Lush, (1965), a primazia de sua definição em termos de ação aditiva dos genes.
A herdabilidade de um caráter métrico é uma das mais importantes de suas propriedades e
expressa a proporção da variância total que é atribuída aos efeitos médio dos genes, os quais
determinam o grau de semelhança entre parentes. Segundo o autor, a mais importante função
29
da herdabilidade no estudo genético do caráter métrico, é o seu papel preditivo, expressando a
confiança do valor fenotípico como um guia para o valor genético. Somente o valor fenotípico
do individuo pode ser diretamente medido, mas é o valor genético que determina sua
influencia na próxima geração. Portanto, se o produtor escolhe os indivíduos para serem pais,
de acordo com os seus valores fenotípicos, seu sucesso na alteração das características da
população pode ser predito somente por intermédio do conhecimento do grau de
correspondência entre valor fenotípico e valor genético. Esse grau de correspondência é
medido pela herdabilidade (Falconer, 1987).
A herdabilidade é definida, ainda, como a razão da variância genética aditiva para a
variância fenotípica. Assim, considerando a herdabilidade como a regressão do valor genético
em relação ao valor fenotípico, vê-se que a melhor estimativa do valor genético de um
individuo é o produto de seu valor fenotípico pela herdabilidade. (Falconer, 1987).
É importante compreender que a herdabilidade é uma propriedade não somente de um
caráter, mas também da população e das circunstâncias de ambiente às quais os indivíduos
estão sujeitos. Uma vez que o valor da herdabilidade depende da magnitude de todos os
componentes de variância, uma alteração em qualquer um deles afetará o valor da
herdabilidade. Todos os componentes genéticos são influenciados pela freqüência gênica e
podem diferir de uma população para outra, de acordo com o passado da população, de modo
especial, em pequenas populações mantidas por tempo suficiente para ocorrer uma quantidade
apreciável de fixação, que podem apresentar herdabilidade inferiores às de grandes
populações. A variância de ambiente está na dependência das condições de criação e manejo.
Maiores variações das condições reduzem a herdabilidade. (Falconer, 1987).
Santos et al., (2005) analisando 11.823 observações na raça Nelore na região Sul,
estimaram a herdabilidade para os pesos aos 365 e 550 dias de idade com valores respectivos
para herdabilidade direta e materna, de 0,66 e 0,11 para pesos aos 365 e 0,57 e 0,07 para peso
30
aos 550 dias de idade, sugerindo que a seleção para ambos os pesos resultará em progresso
genético, uma vez que os coeficientes de herdabilidade foram de alta magnitude.
Lobo et al., (2000), estudando os parâmetros genéticos de bovinos da raça Guzerá, no
estado do Ceará, estimaram a herdabilidade para o peso a desmama, a um ano e a um ano e
meio de idade em 0,13, 0,10 e 0,06, respectivamente, ressaltando a reduzida variabilidade
genética nos rebanhos estudados.
Martins Filho et al., (1997), utilizando 4.707 informações de bovinos da raça Nelore,
criados nos estados do Ceará e Piauí, estimaram a herdabilidade para peso aos 205, 365 e 550
dias de idade em 0,29, 0,29 e 0,39, respectivamente, relatando que houve uma razoável
variabilidade genética nos dados utilizados. É importante destacar que neste estudo, os valores
estimados incluem os efeitos diretos e maternos.
3.2. Correlações Genéticas, Fenotípicas e de Ambiente
Em animais domésticos as características de interesse econômico estão, geralmente,
associadas. Esta associação pode ser medida pela correlação fonotípica entre as
características, podendo ser causada por efeitos genéticos, ambientais ou pela combinação
destes efeitos.
As correlações genéticas e de ambiente, são, freqüentemente, muito diferentes em
magnitude, e, algumas vezes, diferentes em sinal. Uma diferença de sinal entre as duas
correlações, mostra que as causas de variação genética e de ambiente, afetam os caracteres
por meio de diferentes mecanismos fisiológicos. A dupla natureza da correlação fenotípica
torna claro que a magnitude e o sinal de correlação genética não podem ser determinados
somente pela correlação fenotípica. (Falconer, 1987).
O coeficiente de correlação de ambiente não representa exatamente a interdependência
devida unicamente a fatores de ambiente, uma vez que os componentes de variância e co-
31
variância ambiente das características correlacionadas incluem efeitos de dominância,
epistasia e interação genótipo ambiente.
Santos et al., (2005) ,analisando 11.823 observações na raça Nelore na Bahia,
constataram que a correlação genética entre pesos aos 365 e 550 dias de idade foi alta (0,64),
significando que há 64% de probabilidade de resposta correlacionada favorável em peso aos
550, se a seleção for realizada para peso ao 365 dias de idade.
Mucari & Oliveira (2003), estudando a raça Guzerá nos Estado do Mato Grosso do Sul,
encontraram correlações genéticas altas (0,77) para características de crescimento, Siqueira
(2003), encontrou correlações genéticas entre pesos aos 120 e 550 dias, igual 0,93 e entre
peso aos 455 e 550 dias igual a 0,96, para a raça Nelore em diversos estados das regiões
Sudeste e Nordeste do Brasil.
Lobo et al., (2000), estimaram para a raça Guzerá, no estado do Ceará, correlações
genéticas direta entre os pesos à desmama, a um ano e a um ano e meio de idade, com valores
no intervalo de 0,24 a 0,99.
3.3. Tendências Genéticas e Ambientais
A necessidade cada vez maior, de que a pecuária de corte se torne uma atividade mais
competitiva e eficiente, têm refletido nas diferentes raças bovinas de corte, de forma e com
intensidade variadas, exigindo respostas para a necessidade de maior produtividade em uma
menor área e com menor tempo gasto. Como essas demandas são relativamente recentes, seus
reflexos numa raça, como um todo, podem ainda não se fazerem sentir. Todavia, desde a
introdução dos primeiros animais zebuínos no Brasil, a pecuária de corte iniciou um trabalho
32
de seleção que, se no início colocou mais ênfase no estabelecimento de um padrão racial bem
definido, evoluiu rapidamente, priorizando características produtivas, notadamente, melhoria
do desempenho ponderal. (Malhado et al., 2005)
O conhecimento da mudança fenotípica de uma população é fundamental, pois assim,
pode-se observar de forma conjunta se os programas de seleção e a melhoria ambiental
adotada pelos criadores têm sido favorável ao aumento da produção, ao longo do tempo.
Contudo, para promover o monitoramento dos resultados é necessário distinguir a mudança
ambiental e o progresso genético. (Martins Filho et al., 2006).
Martins Filho et al., (2006), estudando 38.000 dados da raça Nelore no estado da Bahia,
constataram que as tendências genéticas para os efeitos diretos não foram significativas, com
valores estimados de 0,03, -0,05 e -0,03 kg/ano, para pesos aos 205, 365 e 550 dias de idade,
respectivamente. as tendências fenotípicas foram significativas e iguais a 1,32, 1,56 e 2,39
kg/ano, para as mesmas características.
Malhado et al., (2005), estudando a tendência genética em bovinos da raça Nelore na
região Nordeste, constataram que as mudanças genéticas para o efeito direto foram
favoráveis, refletindo em menor número de dias para ganhar 160 e 240 Kg, porém inferiores
aos ganhos potenciais. O baixo valor de ganho genético decorrente do efeito materno na
característica dias para ganhar 160 kg indica a inexistência de seleção para o efeito materno.
33
4. CAPÍTULO I
ESTIMATIVAS DOS FATORES AMBIENTAIS SOBRE OS PESOS DA DESMAMA,
A UM ANO E MEIO DE IDADE EM BOVINOS DA RAÇA NELORE NA REGIÃO
NORTE E SUB REGIÃO MEIO - NORTE DO BRASIL.
Mário Fernando de Assunção Sousa, Raimundo Martins Filho, Carlos Henrique Mendes Malhado, José
Elivalto Guimarães Campêlo
4.1. RESUMO
Foram estimados os efeitos de ambiente sobre os pesos aos 205 dias (P205), aos 365 dias (P365) e aos 550 dias
de idade (P550), de animais da raça Nelore, incluídos no sistema de Controle de Desenvolvimento Ponderal
(CDP) realizado pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) e criados na região Norte e sub-
região Meio Norte. Foram utilizados os procedimentos estatísticos GLM do programa SAS em modelo
matemático geral que incluiu os efeitos fixos de propriedade, ano e mês de nascimento, sexo da cria e a idade da
vaca ao parto linear e quadrático, como co-variável. Foram estudados rebanhos de 257 fazendas, totalizando
79.051 observações em 8 estados da federação e as médias observadas para P205, P365 e P550 e seus
respectivos desvios-padrão, foram iguais a 169,68 ± 34,27; 230, 09 ± 54,78 e 305, 76 ± 79,63, com coeficientes
de variação de 14,20%, 14,17% e 14,06% respectivamente. As fontes de variação propriedade, sexo, mês e ano
de nascimentos mostraram-se altamente significativa (P<0,001), para as três características estudadas. A idade da
mãe ao parto, desdobrada em seus efeitos linear e quadrático, no primeiro caso foi altamente significativa
(P<0,0001) sobre o peso 205 dias de idade e, com menor significância (P<0,01) aos 365 dias de idade e não
influenciou os pesos aos 550 dias de idade. O efeito quadrático da idade da vaca foi altamente significativo
(P<0,001), para P 205 e significativo (P<0,01) para o P350 e P550.
Palavras - chave: crescimento, parâmetros biológico, efeitos de meio, bovinos zebuínos.
34
ESTIMATIVE OF ENVIRONMENTAL FACTORS ON WEANING WEIGHT,
WEIGHT AT ONE YEAR AND WEIGHT AT ONE YEAR AND HALF IN NELORE
BOVINES IN NORTH REGION AND MID-NORTH SUB-REGION OF BRAZIL.
Mário Fernando de Assunção Sousa, Raimundo Martins Filho, Carlos Henrique Mendes Malhado, José
Elivalto Guimarães Campêlo
4.2. ABSTRACT
Biological and genetic parameters of weights at 205 (W205), 365 (W365) and 550 (W550) concerning to Nelore
animals included in Body Development Control (BDC) system performed by Brazilian Zebu Breeders
Association (BZBA) and raised at north region and mid-north sub-region, were estimated. GLM statistical
procedure of SAS in a general linear mathematical model that included the fixed effects of farm, year and month
of birth, sex of calves and cow’s age at parturition and quadratic as co-variable. Herd from 257 farms were used
in this study, in a total of 79.051 observations in 8 federal states. The averages to W205, W365 and W550 and
their respective standard deviations were 169.68 ± 34.27, 230.09 ± 54.78 and 305.76 ± 79.63, with their
respective variation coefficient 14.20%, 14.17% and 14.06%. The variation sources farm, sex month and year of
birth were highly significant (P<0.001) for the three studied characteristics. The age of the mother at parturition
was unfolded in its linear and quadratic effects. In the first case it was highly significant (P<0.0001) for W205
and, with lower significance (P<0.01) for W365 and didn’t influenced W550. The quadratic effect of age of the
cow was highly significant (P<0.001) for W205 and significant (p<0.01) for W365 and W550. Studying 834
observations of W550 Nelore and Guzerá animals in Rio Grande do Norte state, verified significant effect of
farm, year and month of birth, sex, and age of the mother at parturition.
Keywords: growth, environmental factors, bilogy parameters, zebuine cattle
35
4.3. INTRODUÇÃO
O grande efetivo bovino brasileiro, estimado em mais de 220 milhões de cabeças
concentra-se, principalmente, nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, que detém cerca de 62% do
rebanho nacional (IBGE, 2003), mas tem contingente significativo nas demais regiões.
A região Norte, representada pelos estados do Pará, Tocantins, Roraima, Rondônia,
Acre e Amazonas, tem uma área total de 3.852.968 KM2, população de 12.900.704
habitantes, representando cerca de 7,6% da população brasileira (IBGE, 2003). Caracteriza-se
por uma floresta equatorial e apresenta clima quente e úmido, com abundantes chuvas e pouca
variação de temperatura. Deste modo, desponta no cenário nacional como grande produtora
de carne pelos seus altos índices pluviométricos e potencial para produção do “boi verde” que
se alimenta apenas de gramíneas.
A sub-região Meio-Norte é formada pelos estados do Maranhão e Piauí constituindo
uma área de transição entre a Amazônia úmida e enflorestada e o sertão, de clima semi-árido e
vegetação xerófila. As atividades mais antigas são a pecuária e o extrativismo do babaçu, ao
lado de cultivos de subsistência. Nos últimos tempos, porém, as paisagens tradicionais
sofreram grandes modificações, devido à expansão das lavouras comerciais, principalmente
do arroz e soja e a floresta do oeste do maranhão foi quase todas substituídas por atividades
agropastoris (Moreira, 1990).
O estudo das características de cada região do Brasil proporciona uma maior acurácia às
análises dos efeitos dos fatores genéticos e de meio que atuam sobre os rebanhos.
Fridrich, et al., (2005), estudaram o desempenho produtivo, os fatores de genéticos e de
ambiente relacionados aos pesos as idades de 205 e de 365 em bovinos Nelores de cinco
regiões do Brasil (Sul; Sudeste; Centro-Oeste; Norte e Nordeste), e verificaram diferenças
entre as regiões, tanto nos valores dos pesos, como nos fatores de meio que influenciaram as
36
características. Do mesmo modo, os autores constataram serem muito varáveis as estimativas
de parâmetros genéticos e fenotípicos de uma região para outra.
Entre os vários fatores que influenciam as características de produção, como um todo, e
em particular aquelas relacionadas com o crescimento dos animais, estão a idade da mãe ao
parto, o sexo, o manejo da fazenda, o ano e mês ou estação de nascimento, dentre outros.
Assim, é necessário um estudo criterioso das influencias desses fatores de meio para
proporcionar uma maior segurança na seleção dos animais para participação de um programa
de melhoramento genético.
A fisiologia do crescimento começa a atuar a partir da formação embrionária. Nessa
fase, existe uma necessidade maior de irrigação sanguínea para a alimentação do feto, de
modo que, em diferentes idades, as mães podem não suprir essa demanda a contento. O
dimorfismo sexual na definição do sexo, iniciado nessa fase, proporciona vantagens para o
sexo masculino pelo fato de sua definição sexual ocorrer primeiro do que a da fêmea. (Hafez,
1995).
A variedade de sistemas de criação pecuária que decorrem das condições climática,
econômicas e genéticas do rebanho, em conjunto ou isoladamente, são fatores que contribuem
para as diferenças entre as fazendas observadas, levando a necessidade de se obter genótipos
adequados às diferentes regiões de produção. Diferenças importantes entre rebanhos foram
reportadas por Ferraz Filho et al., (2001) e Souza et al., (2002).
A idade da mãe é outro importante fator de influência quando se analisam os efeitos de
fatores não genéticos sobre os pesos e ganhos de pesos às diversas idades. As mudanças na
morfologia e fisiologia do organismo que sofrem as vacas ao longo de suas vidas são
responsáveis pela variação de peso que ocorrem entre seus produtos, principalmente devido a
alterações do meio materno nas fases pré-natal e de aleitamento. A idade da vaca ao parto tem
revelado influencia significativa sobre o crescimento de sua progênie, principalmente pelo
37
ambiente materno propiciado, desde o momento da concepção até o desmame. As vacas em
uma faixa de idade ao redor da maturidade, por volta de 7,5 a 10 anos, tendem a desmamar
bezerros mais pesados que matrizes com idade fora deste intervalo de acordo com Souza et
al., (2001) e Ferraz Filho et al., (2001).
Oliveira (2000), estudando animais da raça Nelore, observou uma inferioridade dos
pesos à desmama quando as mães eram muito jovens ou quando tinha idade acima de 15 anos.
O ano de nascimento e, dentro de cada ano, o mês ou a estação de nascimento são dois
efeitos importantes que influenciam o crescimento animal, principalmente, se ele e a mãe
forem criados em regime de campo, uma vez que os alimentos disponíveis irão depender das
condições climáticas vigentes no mês ou estação e no ano de nascimento. Segundo Biffani et
al., (1999), esses fatores têm, sobre o animal avaliado, efeito indireto durante a primeira fase
de vida, que vai do nascer até o desmame, e efeito direto durante a segunda fase. Na primeira
fase, é a mãe do bezerro que sofre as influências das condições climáticas e, portanto,
indiretamente, também o bezerro é influenciado.
Os animais mais jovens, ainda dependentes em grande parte da alimentação materna,
sofrem as conseqüências de tais modificações de forma indireta, pelo efeito sobre a produção
de leite da mãe, e direta, pela redução da dieta sólida de qualidade numa fase de grande
exigência nutricional (Santos et al., 2005). Observações de tal fato foram relatadas por
Martins et al. (2000), Wolf et al., (2001) e Souza et al. (2001), em estudos sobre o
desenvolvimento ponderal dos zebuínos.
Biffani et al., (1999), analisando 2.977 observações de animais da raça Nelore, criados
nos Estados do Ceará e Piauí, encontraram efeito significativo para o ano de nascimento para
peso aos 205 dias de idade.
O mês de nascimento do animal influencia no seu peso devido, principalmente, aos
fatores climáticos e alimentar, e refletem a disponibilidade de alimentos dentro do ano
38
estudado de forma que, se as vacas dispuserem no terço final da gestação de uma alimentação
suficiente, parem crias mais pesadas, em razão do feto neste período apresentar maior taxa de
crescimento (Azevedo et al., 1999).
O efeito de mês de nascimento dos animais é conseqüência das diferenças observadas
entre os meses do ano, pois, enquanto em alguns deles ocorrem grandes precipitações, em
outros, observa-se justamente o contrário, exercendo influência direta na disponibilidade
quantitativa e qualitativa das forragens, dentro do ano estudado, de modo que, em alguns
casos, animais que desmamam após um período de estiagem tendem a ter menores pesos e
ganhos de peso na base intra-anos (Miranda, 2001).
Nos ruminantes, os machos são mais pesados que as fêmeas em todas as fases do
crescimento. Grande parte desta diferença de peso deve-se aos hormônios que são os
principais fatores que dão aos machos maior capacidade genética de crescimento em todas as
fases da vida, em decorrência da sua definição sexual ocorrer antes do que nas fêmeas,
podendo iniciar seu processo de formação primeiro. Esta diferença pode, ainda, ser atribuída à
capacidade genética dos machos apresentarem maiores índices de crescimento pré e pós-
nascimento.
Segundo Hafez (1995), esteróides secretados pelo feto macho durante o
desenvolvimento pré-natal são anabolizantes capazes de estimular maior absorção de
nutrientes da mãe, sendo esta uma das principais razões do maior peso ao nascer das crias do
sexo masculino.
Nas mesmas condições de ambiente, os machos são mais pesados que as fêmeas em
aproximadamente 10% (Biffani et al, 1999). Isso ocorre devido à maior capacidade de ganho
de peso apresentado por eles e também por possuírem estrutura corporal mais desenvolvida.
(Wolf et al., 2001). Malhado et al., (2003), Martins et al., (2000), Malhado et al., (2001),
Souza et al., (2002), verificaram efeito significativo do sexo sobre o desempenho dos animais
39
em diferentes idades. O sexo da cria afetou significativamente os pesos aos 365 e 550 dias de
idade de animais Nelores criados em Pernambuco, os quais foram 225,8 ± 43,2 kg e 287,0 ±
5,5 kg (Sobral Neto et al., 1998). Este efeito foi também observado na mesma raça por Biffani
et al., (1999).
O objetivo deste trabalho foi avaliar o desenvolvimento ponderal da desmama até a
idade de um ano e meio de animais da raça Nelore, criados nas região Norte e sub-região
Meio Norte, identificando as fontes de variação não-genética que influem no crescimento, de
forma a fornecer subsídios para a adoção de critérios adequados ao estabelecimento de
métodos de seleção de animais jovens.
4.4. MATERIAL E MÉTODOS
Os dados analisados foram obtidos junto a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu
(ABCZ) e referem-se a animais da raça Nelore, incluídos no sistema de Controle de
Desenvolvimento Ponderal (CDP) realizado pela ABCZ, por delegação do Ministério da
Agricultura. Foram estudados rebanhos de 257 fazendas, totalizando 79.051 observações em 7
estados da federação. Foram realizados algumas restrições no banco de dados para adequar
algumas distorções contidas nos dados original.
Os animais foram criados a pasto na região Norte e sub-região Meio-Norte do país,
compreendendo os estado do Amazonas, Pará, Rondônia e Acre e os estados do Piauí e do
Maranhão, respectivamente, e foram pesados trimestralmente até a idade de 18 meses, sendo
que somente a pesagem ao nascer foi feita pelo criador, enquanto as demais pesagens foram
efetuadas por técnicos da ABCZ.
O estado de Roraima não foi incluído na analise porque não possuía uma quantidade
significativa de registros no banco de dados.
40
Os GC continham animais do mesmo sexo, fazenda, mês e ano do nascimento. Foram
eliminados os registros referentes a grupo de contemporâneos com menos de cinco
observações. Foi calculada a idade da vaca ao parto, sendo eliminados os dados com idade da
mãe superior a 18 anos e inferior a dois anos.
A massa de dados gerada pelo CDP usada para estimar parâmetros fenotípicos, relativos
aos pesos aos 205 dias (P205), aos 365 dias (P365) e aos 550 dias de idade (P550), foi
analisada no Laboratório de Informática do Centro de Ciências Agrárias - CCA/UFPI, e, para
analisar as fontes de variações ambientais, utilizou-se a metodologia dos quadrados mínimos,
utilizando o procedimento General Linear Models (GLM) do programa SAS (2001) e o
seguinte modelo.
Modelo :
Yijklmn = µ + Fi + Mj +Ak + Sl + b1 Xm + b2 X
2
m + eijklmn
Onde:
Yjiklmn = Pesos aos 205, 365 e 550 dias de idade do n-ésimo filho nascido dentro da fazenda
i, no mês j do ano k, do sexo l e da mãe com idade ao parto m;
µ = Média geral das características em estudo;
Fi = Efeito fixo da fazenda i (i = 1,..., 257);
Mj = Efeito fixo do mês de nascimento da cria j (j = 1,2,3,...,12);
Ak = Efeito fixo do ano do nascimento da cria k ( k= 1979,...,2001);
Sl = Efeito fixo do sexo da cria l (l = 1 e 2);
b1 = Coeficiente de regressão para idade linear;
b2 = Coeficiente de regressão para idade quadrática
Im = Idade da vaca ao parto m;
eijklmn = Erro aleatório, normal, independentemente distribuído com média zero e variância
s2.
41
4.5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
As médias observadas dos pesos aos 205, 365 e 550 dias de idade e seus respectivos
desvios-padrão (Tabela 1), foram iguais a 167,53 ± 32,80; 226,98 ± 51,82 e 311,33 ± 70,54
com coeficientes de variação de 14,20%, 14,17% e 14,06% respectivamente.
Tabela 1 Médias observadas, número de observações para os pesos aos 205 (P205), aos 365
(P365) e aos 550 (P550) dias de idade, de acordo com os estados.
Table 1 – Least square means, number of observations, for the weights at 205 (W205), at 365
(W365) and at 550 (W550) days of age, according to states.
Nº Observações
Nº of observation
Média ± desvio-padrão (kg)
Estado
States
P205 P365 P550 P205 P365 P550
PI
MA
PA
TO
RO
AC
AM
3.863
8.109
13.531
8.998
1.784
255
487
2.528
4.998
8.550
6.126
1.077
182
259
1.765
3.633
6.456
5.196
970
98
175
161,59 ± 30,05
173,77 ± 40,44
172,84 ± 35,20
165,53 ± 28,51
167,76 ± 26,44
169,17 ± 32,95
162,06 ± 29,53
222,35 ± 53,10
245,41 ± 63,79
229,33 ± 54,18
221,99 ± 45,72
229,52 ± 47,80
210,17 ± 53,58
230,09 ± 54,78
309,91 ± 87,39
329,97 ± 90,68
299,17 ± 79,46
296,37 ± 65,40
298,70 ± 69,37
349,14 ± 101,63
296,04 ± 70,41
Total/Médias
Total/Means
37.032
23.725
18.294 167,53 ± 32,80 226,98 ± 51,82 311,33 ± 70,54
Para os pesos nas três idades estudadas, os valores médios obtidos são altos, quando
comparados com os relatos de Oliveira Neto et al., (2004) para a região Nordeste do Brasil, o
que pode ser atribuído, em grande parte, às condições de meio mais favoráveis da região
Norte e do estado do Maranhão, quando comparadas com a região Nordeste, como um todo.
As médias e os desvios - padrão dos pesos aos 205 e aos 365 dias para a mesma raça,
nas diversas regiões brasileiras, estudadas por Fridrich et al., (2005), foram iguais a 168,46 ±
23,83 e 211,77 ± 33,3 (Região Sul); 167,76 ± 28,1 e 219,85 ± 36,7 (Região Sudeste); 167,11
± 26,8 e 217,18 ± 36,6 ( Região Centro-Oeste); 167,20 ± 24,6 e 215,25 ± 34,7 (Região Norte)
e 173,75 ± 28,9 e 227,88 ± 39,9 ( Região Nordeste), respectivamente. Como se vê, os
42
resultados obtidos neste trabalho são iguais aos obtidos pelos autores citados, em relação aos
pesos aos 205 dias. Já a média obtida para P365, superou aquelas das regiões no estudo
supramencionado, com exceção da região Nordeste.
Biffani et al., (1999) e Pimenta Filho et al., (2001), relataram médias iguais a 186,16 kg
(P365) e 244,06 kg (P550) e 199,08 kg (P365) e 252,32 kg (P550), respectivamente, para as
raças Nelore e Guzerá, no Nordeste do Brasil, inferiores aos aqui obtidos.
Os Coeficientes de Variação (CVs) encontrados neste trabalho indicam um
comportamento normal para a distribuição dos dados destas variáveis que, segundo a
literatura, varia de 5 a 35%.
As diferenças entre os estados foram bastante evidentes, com alguns apresentando
médias muito elevadas em relação às médias gerais estimadas para peso aos 205 dias, aos 365
dias e 550 dias de idade, como ocorreu com os estados do Maranhão e do Pará. Porém,
estados como Piauí e Amazonas apresentaram resultados abaixo da média geral, evidenciando
uma grande variação entre os estados da região e sub-região estudadas. No caso do Maranhão
e do Pará, pode-se atribuir essa superioridade às condições edafo-climáticas mais favoráveis,
que se refletem em maior quantidade e melhor qualidade das pastagens.
O resumo da análise de variância referente aos pesos estudados, é apresentado na Tabela
2, onde se verifica que todos os efeitos incluídos no modelo foram fontes significativas de
variação, com exceção da co-variável idade da vaca ao parto (efeito linear), que não
influenciou o peso aos 550 dias de idade.
43
Tabela 2 Resumo da análise de variância para os pesos aos 205 (P205), aos 365 (P365) e
aos 550 (P550) dias de idade.
Table 2 Summary of the analyses for weight at 205 (W205), at 365 (W365) and at 550
(W550) days of age.
Fontes de Variação
Sources of variation
Graus de Liberdade
Degrees of freedom
Quadradodos Médios (Kg²)
Mean Squares (Kg²)
P205
W205
P365
W365
P550
W550
Propriedade
Farm
Mês de Nascimento
Month of birth
Ano de Nascimento
Year of birth
Sexo
Sex
Idade da Vaca
Age of cow
Linear
Linear
Quadrático
Quadractic
Resíduo
Error
256
11
23
1
1
1
47923
16830,00 ***
29523,28 ***
115277,60 ***
871607,97 ***
14191,03 ***
20627,32 ***
23366
28998,17 ***
9553,84 ***
160953,67***
2250759,02***
7964,46 **
9559,22 **
13917
39133,03***
24448,24***
314764,13***
6379882,94***
1911,80 NS
15974,80 **
10640
38,82% 47,83% 54,61%
* Significativo a 5% de probabilidade pelo teste F.; ** Significativo a 1% de probabilidade pelo teste F.; ***
Significativo a 0,1% de probabilidade pelo teste F; NS = Não significativo (P>0,05), pelo teste F.
* Significant at 5% level of probability by F test; ** Significant at 1% level of probability by F test; * Significant
at 0,1% level of probability by F test; NS = do not differ (P> 0,05) by F test.
A fonte de variação propriedade, representada pela fazenda onde os animais foram
criados, mostrou-se estatisticamente significativa (P<0,001), para as três características
estudadas. Foram observadas diferenças de pesos altamente significativas, para todas as
características, entre as propriedades onde os animais foram criados, o que decorre, em
grande parte, do tipo de manejo empregado em cada uma. Conclusões idênticas foram
relatadas por Eler et al., (1996), no estado de São Paulo e por Milagres et al., (1993) na região
Nordeste, ambos na raça Nelore.
44
A variedade de sistemas de criação pecuária que decorre das condições climáticas,
econômicas e genéticas do rebanho, em conjunto ou isoladamente, são fatores que contribuem
para as diferenças observadas entre as fazendas, gerando a necessidade de se obter genótipos
adequados às diferentes regiões de produção. Diferenças importantes entre rebanhos foram
reportadas por Ferraz Filho et al., (2001) e Souza et al., (2002). O efeito significativo de
propriedade foi observado, também, nos estados do Maranhão, Piauí e Ceará, nas raças
Nelore e Guzerá por Martins Filho et al. (1996), por Milagres et al., (1985) no estado de
Minas Gerais e Nobre et al., (1985) na Bahia, sendo estes dois últimos trabalhos com a raça
Nelore.
O ano de nascimento foi fonte significativa de variação (P<0,001), tanto para o peso ao
desmame (P205), peso a um ano de idade (P365) como para o peso ao sobreano (P550), o que
é decorrente das peculiaridades climáticas de cada ano. Os efeitos de ano de nascimento são
atribuídos a ação dos elementos climáticos ( pluviosidade, temperatura e umidade do ar, etc.)
sobre os animais e as pastagens, bem como às diferenças genéticas de constituição do rebanho
e às diferenças de instalações e de manejo em geral.
Sabe-se que as variações climáticas, como a distribuição de chuvas e a amplitude
térmica ocorrem anualmente e podem influenciar a disponibilidade e a qualidade das
pastagens, refletindo na oferta nutricional para os animais. As médias estimadas por ano, com
os respectivos erros-padrão, para os pesos às diferentes idades são apresentados na Tabela 3.
Segundo Martins Filho et al., (1996), estudos têm demonstrado a influência significativa
do ano de nascimento sobre os pesos aos 365 e 550 dias de idade na raça Nelore no Nordeste
do país. Já Biffani et al., (1999), analisando 2.977 observações de animais da raça Nelore,
criados nos Estados do Ceará e Piauí, encontraram efeito significativo do ano de nascimento
para peso aos 205 dias de idade.
45
Tabela 3 Médias ajustadas e número de observações de acordo com o ano de nascimento,
para os pesos ao nascer (PN), pesos ao desmame (P205), peso ao ano (P365) e peso ao
sebreano (P550).
Table 3 – Least square means and, number of observations, for the weights at 205 (W205), at
365 (W365) and at 550 (W550) days of age, according to year of birth.
Médias ± erro-padrão (kg)
Mean
±
Standart error (kg)
Ano
Year
Nº Observações
Nº Observations
P205 P365 P550
1979
1980
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
752
809
903
972
1176
1504
1593
1752
2512
2616
2570
2908
3020
2993
3020
3210
3756
3493
3863
3767
2714
2561
2868
166,14 ± 2,47
156,86 ± 1,88
150,68 ± 1,65
157,31 ± 1,55
139,66 ± 1,46
145,13 ± 1,29
154,25 ± 1,27
161,67 ± 1,03
157,76 ± 0,97
161,71 ± 0,96
162,41 ± 0,92
163,36 ± 0,88
160,43 ± 0,90
166,75 ± 0,89
167,01 ± 0,90
163,29 ± 0,87
163,33 ± 0,85
167,63 ± 0,90
174,74 ± 0,88
176,14 ± 0,86
177,14 ± 0,92
182,77 ± 0,93
182,69 ± 0,92
233,53 ± 5,78
222,72 ± 4,47
200,04 ± 3,89
216,91 ± 3,46
188,44 ± 3,04
203,15 ± 3,09
219,39 ± 3,18
222,81 ± 2,28
219,94 ± 2,07
231,80 ± 2,02
224,04 ± 1,87
222,92 ± 1,82
226,52 ± 1,87
238,65 ± 1,92
232,01 ± 1,84
234,33 ± 1,75
232,54 ± 1,77
240,74 ± 1,83
242,74 ± 1,77
255,07 ± 1,93
246,50 ± 2,27
239,79 ± 2,26
233,78 ± 3,50
304,27 ± 13,73
293,16 ± 5,99
263,65 ± 5,17
268,04 ± 5,03
241,23 ± 4,05
269,86 ± 4,46
284,80 ± 4,44
274,09 ± 3,02
285,36 ± 2,85
288,99 ± 2,71
281,15 ± 2,47
281,00 ± 2,44
288,40 ± 2,48
303,02 ± 2,58
297,51 ±2,49
306,17 ± 2,31
308,25 ± 2,46
319,67 ± 2,28
325,71 ± 2,24
334,18 ± 2,46
319,36 ± 2,79
294,51 ± 2,78
296,12 ± 8,14
Total/Médias
Total/Means
55.332 169,68 ± 34,27 230,09 ± 54,78 305,75 ± 79,63
No caso do peso aos 205 dias de idade, os animais mais pesados nasceram no ano de
2000 (182,77 ± 0,93), e os mais leves, no ano de 1983 (139,66 ± 1,46), apresentando uma
amplitude de variação de 43,11 Kg. Para o peso aos 365 dias ou um ano, os animais mais
pesados nasceram no ano de 1998, com média de 255,07 ± 1,93 e os mais leves, no ano 1983
com média igual a 188,44 ± 3,04, enquanto que, aos 550 dias, a menor média foi 241,23 ±
4,05 no ano de 1983 e a maior foi de 334,18 ± 2,46 no ano de 1998, apresentando uma
amplitude de 92,95 kg. A predominância do ano de 1983 apresentando pesos mais leves,
acredita-se que seja devido a influencia de seca ocorrida na região causada pelo fenômeno “el
nino”, que provocou inversão climática.
46
As diferenças encontradas ao redor da média geral ao longo dos anos refletem a atuação
de uma série de fatores ambientais e genéticos que acometem os rebanhos estudados, uma vez
que, são necessárias freqüentes mudanças de manejo para maior potencialização da produção.
Figura 1Efeito do ano de nascimento sobre o peso aos 205 (P205) dias de idade.
Figure 1 – Effect of year of birth on weight at 205 (W205) days of age
Na verdade, nessa fase de crescimento, em que o bezerro se encontra ainda mamando, a
menor ou maior disponibilidade de alimento influencia diretamente a vaca e indiretamente
ao bezerro, que o seu alimento principal é o leite. Essa situação é própria de ambientes
como o do Nordeste do Brasil, onde há ocorrência de ciclos de seca e, portanto, a produção de
alimento não é constante, seja no que se refere à quantidade ou à qualidade (Biffani et al,
1999).
Figura 2Efeito do ano de nascimento sobre o peso aos 365 (P365) dias de idade.
Figure 2 – Effect of year of birth on weight at 365 (W365) days of age
0
5
10
15
20
25
30
1980
1984
1988
1992
1996
2000
P365
Média
230,09 ± 54,78
200,04 ± 3,89
255,07 ± 1,93
Ano de Nascimento
Peso (Kg)
Peso (Kg)
Ano de
Nascimento
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
1980 1984 1988 1992
1996 2000
P205 Média
(mean)
169,68 ± 34,27
139,66 ± 1,46
182,77 ± 0,93
47
De acordo com as análises estatísticas, os animais mais pesados, em todas as três idades,
nasceram a partir do ano de 1992, com as médias máximas ocorrendo ao redor do ano de
2000. A concentração de médias mais baixas, ocorreu em torno do ano de 2001,
provavelmente como conseqüência de secas prolongadas em anos anteriores, decorrentes do
efeito do fenômeno climático denominado “el nino”.
Figura 3Efeito do ano de nascimento sobre o peso aos 550 (P550) dias de idade.
Figure 3 – Effect of year of birth on weight at 550 (W550) days of age
O mês do nascimento foi fonte de variação significativa para todos os pesos estudados.
As médias ajustadas e número de observações de acordo com o mês de nascimento, para os
pesos são apresentados na Tabela 4.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
198 198 198 199 199
200
Ano de
Nascimento
P550
Média
305,75 ± 79,63
241,23 ± 4,05
334,18 ± 2,46
Peso (Kg)
48
Tabela 4 Médias ajustadas de acordo com o mês de nascimento, para os pesos ao nascer
(PN), pesos ao desmame (P205), peso ao ano (P365) e peso ao sobreano (P550).
Table 4 Least square means for the weights at 205 (W205), at 365 (W365) and at 550
(W550) days of age, according to month of birth
Mês
Month
Médias ± erro-padrão (kg)
Mean
±
Standart error (kg)
P205 (W205) P365 (W365) P550 (W550)
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
161,48 ± 0,84
158,53 ± 0,87
161,48 ± 0,87
163,59 ± 0,86
165,29 ± 0,84
162,29 ± 0,82
168,69 ± 0,79
167,49 ± 0,78
166,43 ± 0,78
163,57 ± 0,79
166,63 ± 0,77
165,69 ± 0,80
226,09 ± 1,30
225,36 ± 1,35
229,72 ±1.28
229,62 ± 1.31
227,05 ± 1,29
225,62 ±1,28
225,10 ± 1,28
223,50 ± 1,19
220,80 ± 1.19
219,79 ± 1,20
223,56 ± 1,17
223,60 ± 1,23
293,13 ± 2.57
287,37 ± 2.65
289,89 ± 2,52
286,08 ± 2,53
292,48 ± 2.47
290,09 ± 2,48
296,52 ± 2,45
294,52 ± 2,33
295,63 ± 2,28
292,26 ± 2,31
292,96 ± 2,30
293,65 ± 2,34
Médias
Means
164,26 ± 0,82 224,98 ± 1,27
295,78 ± 2,36
A maioria dos trabalhos consultados revela que o efeito de mês de nascimento da cria é
mais acentuado em relação aos pesos mais iniciais. Biffani et al., (1999), mostraram que esse
efeito obteve níveis de significância decrescentes, considerando as idades ao ano e ao
sobreano, respectivamente.
Os maiores pesos ao desmame (P205) foram obtidos por animais nascidos nos meses de
julho a dezembro, com pesos máximos obtidos no mês de julho. Por outro lado, os animais
que nasceram nos meses de janeiro a junho apresentaram os menores pesos, com destaque
para o mês de fevereiro, com o menor peso observado (Figura 4).
49
Figura 4Efeito do mês de nascimento sobre o peso aos 205 (P205) dias de idade.
Figure 4 – Effect of month of birth on weight at 205 (W205) days of age
O efeito do mês de nascimento sobre o peso as diversas idades reflete a disponibilidade
de alimento dentro do ano estudado, decorrente, principalmente, da pluviosidade, que nas
regiões estudadas determina estações de chuvas e de seca, concentrados em períodos
definidos do ano. Assim, em alguns casos, animais que desmamam após um período de
estiagem tendem a ter menores pesos e ganhos de peso na base intra-ano. Miranda et al.,
(2001) estudando o peso a desmama de 138 bezerros zebuínos, observaram que o mês de
nascimento influenciou significativamente esta característica.
Quando analisados os pesos a um ano de idade (P365) observa-se o mês de nascimento
do animal, também foi fonte variação significativa, concordando com os resultados de
Miranda et al., (2001). Deste modo, foram mais pesados os animais que nasceram nos meses
de março a maio, enquanto os nascidos nos meses de setembro e outubro foram os que
apresentaram os menores pesos, conforme Figura 5. Isso pode ser explicado pelo fato de que,
os animais nascidos em um dos períodos citados podem ser desmamados em período
diferente.
15
0
15
5
16
0
16
5
17
0
1 2
3
4 5 6 7 8 9
10
11 12
Peso
(Kg)
Mês de
Nascimento
P205 (Média)
164,26 ± 2,96
158,53 ± 0,87
168,69 ± 0,79
50
Figura 5Efeito do mês de nascimento sobre o peso aos 365 (P365) dias de idade.
Figure 5 – Effect of month of birth on weight at 365 (W365) days of age
Para o peso aos 550 dias (P550), as melhores e as piores épocas do nascimento, quanto
as médias de pesos, foram os períodos de julho a setembro e de fevereiro a abril,
respectivamente, como pode ser visto na Figura 6. O melhor desempenho a esta idade
coincide com a melhor época das pastagens nas regiões estudadas. Autores como Martins
Filho, et al (1996), verificaram ser a época do nascimento do animal, importante fonte de
variação não genética sobre os pesos em diferentes idades.
Figura 6Efeito do mês de nascimento sobre o peso aos 550 (P550) dias de idade.
Figure 6 – Effect of month of birth on weight at 550 (W550) days of age
Percebe-se claramente neste trabalho, que para os pesos aos 205 e 550 dias de idade, os
animais nascidos no terceiro trimestre dos anos foram os mais pesados, com as médias
210
215
220
225
230
1
2
3
4
5
6
7
8
9 10 11 12
Mês de
Nascimento
P365
Média
221,35 ± 2,92
219,79 ± 1,20
229,72 ±1,28
280
285
290
295
300
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
Mês de Nascimento
286,08
±
2,53
P550
(W550)
296,52 ± 2,45
295,78
±
2,36
Peso (Kg)
Peso (Kg)
51
maiores ocorrendo no mês de julho e os nascidos no primeiro quadrimestre foram os mais
leves.
Em relação ao peso a um ano de idade, o comportamento das médias foi exatamente
oposto, pois as maiores médias ocorreram no primeiro quadrimestre e as menores no último
quadrimestre dos anos.
A fonte de variação sexo da cria mostrou-se, altamente, significativa (P<0,001), para as
três características estudadas. Os machos foram sempre mais pesados que as fêmeas nas três
idades, comprovando melhor desempenho ponderal (Figura 7). Grande parte desta diferença
de peso deve-se aos hormônios que são os principais fatores que dão aos machos maior
capacidade de crescimento em todas as fases da vida, pelo fato de que neles, a definição
sexual ocorre antes do que nas fêmeas, iniciando seu processo de formação mais cedo. Parte
dessa diferença pode ser atribuída, também, à capacidade genética dos machos apresentarem
maiores índices de crescimento pré e pós-nascimento.
Figura 7 – Efeito do sexo sobre o peso aos 205 (P205), 365 (P365) e 550 (P550) dias de idade.
Figure 7 – Effect of month of birth on weight a 205 (W205), 365 (W365) at 550 (W550) days of age
Neste trabalho, essa diferença de peso entre os sexos, a favor dos machos, aumentou
ao longo do tempo, de modo que, ao desmame (205 dias), estes foram 6,96%, em média, mais
pesados que as fêmeas, a um ano de idade (365 dias) a superioridade aumentou para 11,48% e
0
10
20
30
40
0
Efeito do sexo
Machos
(male)
P205
P365
P550
Peso (Kg)
52
no sobreano (550 dias), essa diferença entre o peso dos machos e das fêmeas ficou em
16,72%. Esses resultados estão de acordo com Silva et al., (1982), que observaram que os
machos Nelores foram de 8 a 10% mais pesados que as fêmeas. Em estudo conduzido na
Bahia. Alencar et al., (1994) afirmam que o sexo influenciou significativamente os pesos ao
nascer, a desmama e ao sobre ano. Outros estudos, também, demonstraram influencia
significativa do sexo sobre o peso ao desmame na raça Nelore, como os de Sobral Neto et al.,
(1998) e na raça Guzerá como os de Oliveira et al., (1994).
Como a raça Nelore é utilizado para corte, o valor comercial dos machos é maior que
o das fêmeas e, assim, as diferenças maiores entre pesos pós-desmama favoráveis aos
machos, podem ser atribuídas, em parte, às diferenças de manejo que privilegiam os machos
nas diferentes idades (Ferraz Filho et al., 2001).
A idade da mãe ao parto foi incluída no modelo como co-variável, desdobrada em
seus efeitos linear e quadrático, constatando-se que, no primeiro caso, foi altamente
significativa a sua influencia sobre o peso dos animais aos 205 dias de idade e, com menor
significância aos 365 dias de idade. Já os pesos aos 550 dias de idade não sofreram influência
dessa fonte de variação não genética, o que era de se esperar, pois supõe-se que, a essa idade,
o bezerro já seja totalmente independente na sua alimentação, e tenha desenvolvido seu
potencial genético para crescimento e habilidade de ingerir e digerir os alimentos disponíveis
e convertê-los em tecidos, concordando com o relatado por Pimenta Filho et al., (2001) para
a raça Guzerá, na Paraíba e discordando de Biffani et al., (1999) que, para a raça Nelore, na
região Nordeste, além do efeito linear e quadrático sobre P550, também verificaram
influência sobre o peso aos 550 dias de idade.
A contribuição do efeito da idade da vaca, quando desdobrado de forma quadrática,
foi maior que na forma linear, para os pesos aos 365 e 550 dias de idade. Foram observados
pesos máximos do bezerro à desmama quando as vacas tinham 9 anos de idade em média
53
(170,15 kg). Na faixa até os 4 anos e depois dos 14 anos de idade da vaca ocorreram os
menores pesos das crias, (Figura 8).
Figura 8Efeito da idade da vaca sobre o peso aos 205 (P205) dias de idade.
Figure 8 – Effect of age of cow in on weight at 205 (W205) days of age.
Para o peso aos 365 dias, foram observados pesos máximos do bezerro quando as vacas
tinham 9 anos de idade em média (231,16 kg), enquanto que na faixa até os 4 anos e depois
dos 15 anos da vaca, ocorreram os menores pesos das crias (Figura 9).
145
150
155
160
165
170
175
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
Peso (Kg)
Idade da Vaca (anos)
P205
164,20 kg
155,72 kg
170,14 kg
Y = 166,01 +3,06544Xi – 0,17291Xi²
54
Figura 9Efeito da idade da vaca sobre o peso aos 365 (P365) dias de idade.
Figure 9 – Effect of age of cow in on weight at 365 (W365) days of age.
Para peso aos 550 dias, foram observados pesos máximos do bezerro quando as vacas
tinham 9 anos de idade em média (170,15 kg). até os 4 anos e depois dos 16 anos foram
registrados os menores pesos (Figura 10). Quando matrizes de idades elevadas conseguem
resultados semelhantes aos de matrizes jovens, provavelmente, é conseqüência do tipo
diferenciado de manejo, falta de estações de monta planejadas e entrada tardia das vacas em
reprodução, nas diferentes fazendas.
O ajuste para os efeitos fixos e de idade da mãe, como co-variável é fundamental para a
redução nos vícios das estimativas de (co)variância e parâmetros genéticos para características
de crescimento. Nas populações estudadas, os efeitos da idade da mãe se prolongam após a
desmama, mesmo em idades mais avançadas, o que sugere a importância de considerar estes
efeitos, nestas idades, em rebanhos cujo stress pós-desmama é prolongado face a condições
ambientais adversas.
216
218
220
222
224
226
228
230
232
2
3
4 5 6 7
8
9 10
11 12 13
14
15
16
Peso (Kg)
Idade da Vaca (anos)
P365
231,16 kg
226,52 kg
221,40 kg
Y = 228,30 + 2,25824 Xi – 0.12380 Xi²
55
Figura 10 – Efeito da idade da vaca sobre o peso aos 550 (P550) dias de idade.
Figure 10 – Effect of age of cow in on weight at 550 (W550) days of age.
O fato de que este efeito ainda atua sobre os pesos às idades de 365 e 550 dias
demonstra que, nesses rebanhos, o efeito residual da amamentação se prolonga por mais
tempo, devido à desmama tardia e às condições adversas na região, que exige muito dos
animais no período pós-desmama.
4.6. CONCLUSÕES
Os efeitos fixos constituíram significativas fontes de variação para todas as
características estudadas, mostrando a influência das condições climáticas, de administração e
da composição genética do rebanho. Portanto, é necessário um ajuste prévio dos pesos para
estas fontes de variação.
As diferenças decorrentes do sexo evidenciaram a superioridade em peso dos machos,
em relação as fêmeas, indicando a possibilidade de se propiciar alimentação diferenciada
entre os dois sexos, visando diminuir o tempo para atingir o peso adequado para o abate, no
caso dos machos e, preparar as fêmeas, para que entrem mais cedo para o acasalamento.
Peso
(Kg)
296
297
298
299
300
301
302
303
304
305
306
2
3
4
5 6
7
8 9 10 11 12
13 14 15 16
Idade da Vaca
Y = 303,03 +3,06544Xi – 0,17291Xi²
304,67
302,11
299,05
P550
56
A influência da idade da vaca sobre o peso de seus produtos, se fez sentir mesmo após a
desmama, refletindo a capacidade materna sobre o desempenho dos bezerros. De posse dessas
informações, o produtor pode, na desmama, realizar seleção das melhores matrizes, levando
em consideração dois fatores pontuais: habilidade materna e idade da vaca.
4.7. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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59
SOUZA, J. C., GOMES, C.M., SILVA, L.O.C., et al. Estuda da tendência Genética sobre
características produtivas de bovinos da raça Guzerá na micro região Mata e Agreste,
Nordeste do Brasil In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE
ZOOTECNIA, 38., 2001, Recife. Anais... Recife: SBZ, 2001. p. 614-615.
WOLF, J., SOUZA, J.C., SILVA, L.O.C., et al., Estudo do efeito de meio sobre o peso aos
205 e 365 dias em animais da raça guzerá em três regiões do Brasil. In: Reunião Latino
Americana de Produção Animal, 17, 2001, Cidade de La Habana, Anais... CUBA – CD-
ROM.
60
5. CAPÍTULO II
ESTIMATIVAS DOS PARÂMETROS GENÉTICOS E FENOTÍPICOS E DA
TENDÊNCIA GENÉTICA DOS PESOS DA DESMAMA A UM ANO E MEIO DE
IDADE EM BOVINOS NELORE NA REGIÃO NORTE E SUB REGIÃO MEIO -
NORTE DO BRASIL.
Mário Fernando de Assunção Sousa, Raimundo Martins Filho, Carlos Henrique Mendes Malhado, José
Elivalto Guimarães Campêlo
5.1. RESUMO
Foram estudados rebanhos de 257 fazendas, totalizando 79.051 observações em 8 estados da federação, a partir
das quais foram estimados parâmetros genéticos e fenotípicos, relativos aos pesos aos 205 dias (P205), aos 365
dias (P365) e aos 550 dias de idade (P550) de animais da raça Nelore, incluídos no sistema de Controle de
Desenvolvimento Ponderal (CDP) realizado pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) e criados
nas região Norte e sub-região Meio Norte. Foram criados grupos de contemporâneos constituídos por animais do
mesmo rebanho, do mesmo sexo e nascidos no mesmo mês e ano, e incluídos na análise das três características.
As estimativas dos componentes de variância e dos parâmetros genéticos utilizou o aplicativo MTDFREML, que
utiliza a metodologia da xima Verossimilhança Restrita Livre de Derivadas, sob um modelo animal
considerando como fixos os efeitos de fazenda, ano e mês de nascimento e sexo, além da co-variável idade da
vaca ao parto, em seus efeitos linear e quadrático e como aleatórios, os efeitos genéticos aditivos, de ambiente e
residual, para P205, P365 e P550. O grupo de contemporâneos constituiu-se em fonte de variação altamente
significativa para os pesos estudados. As variâncias genéticas aditivas estimadas foram de baixa magnitude para
todas as três características e muito inferiores às variâncias fenotípicas e residuais, indicando a pouca
variabilidade genética nos rebanhos estudados. A herdabilidade para os peso aos 205 e aos 365 dias foram 0,13 ±
0,02 e 0,18 ± 0,05, o que pode indicar pouca variação genética aditiva para essas características. Para o peso aos
550 dias a estimativa de herdabilidade foi de 0,23 ± 0,07, considerada mediana, indicando que nesta idade é
possível fazer seleção para ganho de peso. As correlações genéticas, fenotípica e de ambiente entre os pesos às
diversas idades foram: P205-P365 = 0.92, 0,72 e 0,79; P205-P365 = 0,89, 0,61 e 0,87e para P365-550 = 0,98,
0,80 e 0,87. De uma maneira geral, as estimativas das correlações foram altas e favoravelmente correlacionadas,
sendo mais elevadas para pesos adjacentes diminuindo de magnitude à medida que as idades se distanciam. A
tendência genética em P365, para efeito direto foi significativo e positivo igual a 0,455 kg (P<0,001. As
tendências genéticas em P205, P365 e P550, para efeito direto foram significativas e positivas, iguais a 0,272 kg
(P<0,001), 0,455 kg (P<0,001) e 0,744 kg (P<0,001), respectivamente. Em termo de mudança genética anual,
isto representa 0,16%, 0,20% e 0,23% das médias observadas das populações, acumulando ganhos genéticos nos
últimos 26 anos de 7,07 kg, 11,83 kg e 19,34 kg para efeito direto, para as três características.
Palavras - chave: crescimento, desenvolvimento ponderal, mudanças genéticas, bovinos zebuinos
61
ESTIMATIVE OF GENETIC AND PHENOTYPIC PARAMETERS AND GENETIC
TENDENCIES OF WEANING WEIGHT, ONE TEAR WEIGHT AND ONE YEAR
AND HALF WEIGHT OF NELORE BOVINES IN NORTH REGION AND MID-
NORTH SUB-REGION OF BRAZIL.
Mário Assunção Fernando de Assunção Sousa, Raimundo Martins Filho, Carlos Henrique Mendes
Malhado, José Elivalto Guimarães Campêlo
5.2. ABSTRACT
Herd from 257 farms, in a total of 79,051 observations in 8 federal states were studied. Genetic and phenotypic
parameters concerning to weights at 205 (W205), 365 (W365) and at 550 (W550) days old of Nelore animals
included to the body Development Control (BDC) system performed by Brazilian Zebu Breeders Association
(BZBA) and raised in north region and mid-north sub-region of Brazil were estimated. Groups of contemporary
animals from the same farm with the same sex and born at the same month and year, and that were included in
the analysis of the three characteristics were formed. The estimative of the variance components and genetic
parameters used the MTDFREML that run with Maximum Verisimilar Restrict Free of Derivate, under an
animal model considering farm, year and month of birth and sex as fixed effects, and age of the cow at
parturition as co-variable in its linear and quadratic effects. Genetic, environmental and residual additives were
the random effects for W205, W365 and W550. The group of contemporary animals was a highly significant
variation source for the studied weights. Estimated genetic additive variances were of low magnitude for the
three characteristics, and inferiors for phenotypic and residual characteristics, indicating little genetic variability
on studied herds. Heritability for W205 and W365 were 0.13 ± 0.02 and 0.18 ± 0.05, which might indicate little
genetic additive variation for these characteristics. For W550 the estimative of heritability was 0.23 ± 0.07,
considered average, indicating that in this age is possible to select for weight gain. Genetic, phenotypic and
environmental correlations among weight and the ages were: W205-W365 = 0.92, 0.72 and 0.79; W205-W550 =
0.89, 0.61 and 0.87 and W365-W550 = 0.98, 0.80 and 0.87. In general, the parameters estimated were high and
positively correlated, being more elevated for adjacent weights, diminishing as the ages get distant. Genetic trend
in W365 for direct effect was significant and positive equal to 0.455 Kg (P<0.001). Genetic trends in W205,
W365 and W550 for direct effect were significant and positive, respectively: 0.272 Kg (P<0.001), 0.455 Kg
(<0.001) and 0.744 Kg (P<0.001). In terms of annual genetic trend, this represents 0.16%, 0.20% and 0.23% of
the averages observed from populations, accumulating genetic gains of 7.07 Kg, 11.83 Kg and 19.34 Kg in the
last 26 years for direct effect to the three characteristics.
Keywords: growth, body development, genetic parameters, zebuine cattle
62
5.3. INTRODUÇÃO
A produção de carne bovina no Brasil é caracterizada pela criação extensiva, e neste
aspecto as raças zebuínas e seus mestiços têm se destacado como a solução mais eficiente
para este tipo de sistema de criação e a sua utilização contribuiu para o desenvolvimento da
pecuária, não só de produção de carne, mas também de leite.
Embora a maior parte do efetivo bovino brasileiro, estimado em mais de 220 milhões de
cabeças concentre-se, principalmente, nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, que detém cerca de
62% do rebanho nacional (IBGE, 2003), as demais regiões tem expressivo contingente de
animais.
A região Norte representada pelos estados do Pará, Tocantins, Roraima, Rondônia, Acre
e Amazonas é caracterizada por uma floresta equatorial e apresenta clima quente e úmido,
com abundantes chuvas e pouca variação de temperatura. Deste modo, desponta no cenário
nacional como grande produtora de carne pelos seus altos índices pluviométricos e potencial
para produção do “boi verde”, que se alimenta apenas de gramíneas.
Do mesmo modo, a sub-região Meio-Norte do Brasil, constituída pelos estados do
Maranhão e Piauí, é uma subdivisão da região Nordeste que se caracteriza como uma zona de
transição, apresentando variações no clima, fauna e flora que diferem tanto da região Nordeste
como da região Norte. Assim, esta região necessita de estudos que avaliem seu rebanho de
raças zebuínas, em função das suas características peculiares, com os objetivos de se
estabelecerem programas de melhoramento genético.
Entre os métodos de melhoramento disponíveis para modificar o potencial genético dos
animais, a seleção é aquele que, por meio da escolha dos pais que irão produzir a próxima
geração, procura aumentar a freqüência dos genes desejáveis na população. (Ferraz Filho et
al., 2002).
63
Para que se possa avaliar e definir planos de melhoramento, é indispensável que se
conheçam as influências de fatores genéticos e de ambiente sobre as características de
importância econômica, como a de crescimento. O progresso alcançado ultimamente por
programas de melhoramento genético deve-se, em grande parte, ao uso eficiente das
informações disponíveis sobre o indivíduo a selecionar. As avaliações genéticas são
capazes de propiciar melhoramento quando seus resultados são efetivamente empregados em
programas de seleção e acasalamento, que são instrumentos auxiliares na promoção de
mudança ou progresso genético em uma população.
A correta formação dos grupos de contemporâneos com os animais que receberam as
mesmas oportunidades e foram manejados sempre em conjunto, como também os cuidados na
colheita de dados são imprescindíveis para a adequada condução de um programa de
melhoramento genético (Malhado et al., 2005). Deve-se levar em consideração que a
formação de grupos de contemporâneos com um número reduzido de animais não deve ser
utilizado. (Martins e Sakaguti, 2002).
Lôbo et al., (2000), analisando 1.955 observações de bovinos da raça Guzerá criados a
pasto no Estado do Ceará, observaram efeito significativo de grupo contemporâneos (rebanho,
ano e estação de nascimento), sexo da cria e classe de idade da vaca para o peso aos 18 meses.
Fridrich, et al., (2005), estudaram o desempenho produtivo, os fatores de genéticos e de
ambiente relacionados aos pesos às idades de 205 e de 365 dias em bovinos Nelores de cinco
regiões do Brasil (Sul; Sudeste; Centro-Oeste; Norte e Nordeste) e constataram serem muito
varáveis as estimativas de parâmetros genéticos e fenotípicos de uma região para outra.
Para a definição mais eficaz de planos de melhoramento genético é indispensável que se
conheça a influência dos fatores genéticos sobre as características submetidas à avaliação e,
ainda, se existem correlações entre as mesmas.
64
Do ponto de vista da seleção, o melhoramento genético depende do conhecimento das
herdabilidades das características de interesse e das correlações genéticas entre elas, pois
esses parâmetros genéticos permitem a predição das respostas diretas e correlacionadas à
seleção e a definição do método de seleção mais apropriado. Assim, do ponto de vista da
seleção, o melhoramento genético depende do uso adequado da variação genética da
característica selecionada.
A herdabilidade de um caráter métrico é uma das mais importantes de suas
propriedades. Ela expressa a proporção da variância total que é atribuída aos efeitos médios
dos genes, que são os determinantes do grau de semelhança entre parentes. Segundo Falconer
(1987), a mais importante função da herdabilidade no estudo genético do caráter métrico é o
seu papel preditivo, expressando a confiança do valor fenotípico como um guia para o valor
genético. Segundo o autor, somente o valor fenotípico do individuo pode ser diretamente
medido, mas é o valor genético que determina sua influencia na próxima geração. Portanto, se
o produtor escolhe os indivíduos para serem pais de acordo com os seus valores fenotípicos,
seu sucesso na alteração das características da população pode ser predito somente por
intermédio do conhecimento do grau de correspondência entre o valor fenotípico e o valor
genético, que é medido pela herdabilidade.
Santos et al., (2005) analisando 11.823 observações na raça Nelore na Bahia, estimaram
a herdabilidade para os pesos aos 365(P365) e 550(P550) dias de idade, com valores
respectivos para herdabilidade direta e materna de 0,66 e 0,11 para P365 e 0,57 e 0,07 para
P550, sugerindo que a seleção para ambos os pesos resultará em progresso genético, uma vez
que os coeficientes de herdabilidade direta foram de alta magnitude.
Lobo et al., (2000), estudando os parâmetros genéticos de bovinos da raça Guzerá, no
estado do Ceará, estimaram a herdabilidade para o peso à desmama, a um ano e a um ano e
65
meio de idade em 0,13, 0,10 e 0,06, respectivamente, ressaltando a reduzida variabilidade
genética nos rebanhos estudados.
As correlações genéticas e de ambiente, são, frequentemente, muito diferentes em
magnitude, e, algumas vezes, diferentes em sinal. Uma diferença de sinal entre as duas
correlações, mostra que as causas de variação genética e de ambiente, afetam os caracteres
por meio de diferentes mecanismos fisiológicos ( Falconer, 1987).
O coeficiente de correlação de ambiente não representa exatamente a interdependência
devida unicamente a fatores de ambiente, uma vez que os componentes de variância e
covariância ambiente das características correlacionadas incluem efeitos de dominância,
epistasia e da interação genótipo ambiente.
Santos et al., (2005), analisando 11.823 observações na raça Nelore na Bahia,
constataram que a correlação genética entre peso aos 365 e peso aos 550dias de idade, foi alta
(0,64), significando que 64% de probabilidade de resposta correlacionada favorável em
P550, se a seleção for realizada para P365.
Mucari & Oliveira (2003), estudando a raça Guzerá nos Estado do Mato Grosso do Sul,
encontraram correlações genéticas altas (0,77) para características crescimento, enquanto
Siqueira et al., (2003), estimaram correlações genéticas entre peso aos 120 e peso aos 550 dias
de idade igual a 0,93 e entre peso aos 455 e 550 dias de idade igual a 0,96, para a raça Nelore,
em diversos estados das regiões Sudeste e Nordeste do Brasil.
Lobo et al., (2000), obtiveram para a raça Guzerá, no estado do Ceará, correlações
genéticas direta entre os pesos à desmama, a um ano e a um ano e meio de idade valores no
intervalo de 0,24 a 0,99.
Atualmente, a pecuária da região Norte e Nordeste do Brasil é composta, basicamente,
por animais zebuínos puros ou mestiços criados a pasto, principalmente por sua grande
adaptação às condições edafo-climáticas desta região. Entretanto, os índices produtivos destes
66
animais são baixos e têm como um dos motivos a falta de programas de melhoramento
genético abrangentes (Malhado et al, 2005).
Uma das ferramentas do melhoramento genético é a seleção e sua eficiência depende da
correta identificação e utilização de animais geneticamente superiores para as características
em questão. Após implantar um programa de seleção, torna-se necessário que, o mesmo seja
periodicamente avaliado para verificar a sua eficiência (Mello, 1999). Como o objetivo não é
o de avaliar apenas o progresso genético, mas, também, os resultados que sirvam de
elementos orientadores de ações futuras, torna-se necessário avaliar a tendência genética ao
longo do tempo (Euclides Filho et al., 1997).
O conhecimento da mudança fenotípica de uma população é fundamental, visto que,
desta forma, pode-se observar de forma conjunta se os programas de seleção e a melhoria
ambiental adotada pelos criadores têm sido favorável ao aumento da produção ao longo do
tempo. Contudo, para promover o monitoramento dos resultados é necessário distinguir a
mudança ambiental e o progresso genético. (Martins Filho et al., 2006).
O objetivo deste trabalho foi obter as estimativas dos componentes de co-variância, para
permitir a estimação dos parâmetros genéticos e ambientais para os pesos aos 205, 365 e 550
dias de idade, bem como da mudança genética, fenotípica e estimar as tendências genéticas e
fenotípicas para os pesos aos 205, 365 e 550 dias de idade, de forma a fornecer subsídios para
a adoção de critérios adequados ao estabelecimento de programas de melhoramento genético.
5.4. MATERIAL E MÉTODOS
5.4.1 - Material
Os dados analisados foram obtidos junto a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu
(ABCZ) e referem-se a animais da raça Nelore, incluídos no sistema de Controle de
Desenvolvimento Ponderal (CDP) realizado pela ABCZ, por delegação do Ministério da
67
Agricultura. Foram estudados rebanhos de 257 fazendas, totalizando 79.051 observações em 7
estados da federação referentes a animais da raça Nelore, criados na região Norte e sub-região
Meio-Norte.
Os animais foram criados a pasto na região Norte e sub-região Meio-Norte do país,
compreendendo os estado do Amazonas, Pará, Tocantins, Rondônia e Acre e os estados do
Piauí e do Maranhão, respectivamente e foram pesados trimestralmente até a idade de 18
meses, sendo que somente a pesagem ao nascer foi feita pelo criador, enquanto as demais
pesagens foram efetuadas por técnicos da ABCZ.
A massa de dados gerada pelo CDP usada para estimar parâmetros biológicos e
genéticos, relativos aos pesos aos 205 dias (P205), aos 365 dias (P365) e aos 550 dias de
idade (P550), foi analisada no Laboratório de Informática do Centro de Ciências Agrárias -
CCA/UFPI.
Para a formação dos grupos contemporâneos (GC) foram consideradas quatro épocas do
nascimento: janeiro a março, abril a junho, julho a setembro e outubro a dezembro. Os GC
continham animais do mesmo sexo, fazenda, época e ano do nascimento. Foram eliminados
os registros referentes a grupo de contemporâneos com menos de cinco observações. Foi
calculada a idade da vaca ao parto, sendo eliminados os dados com idade da mãe superior a
18 anos e inferior a dois anos.
5.4.2. Métodos
Foram criados grupos de contemporâneos constituídos por animais do mesmo rebanho,
do mesmo sexo e nascidos no mesmo período (janeiro a março, abril a junho, julho a
setembro e outubro a dezembro) e ano, e incluídos na análise para as três características.
68
Para obter as estimativas dos componentes de variâncias, empregou-se a metodologia da
Máxima Verossimilhança Restrita Livre de Derivada (DFREML), por meio de modelos
animais multi-característica, utilizando o aplicativo Multiple Trait Derivativ Free Restricted
Maximum Likelihood (MTDFREML), desenvolvido por Boldman et al. (1995).
Foram utilizados 2 modelos: um completo para estimar os parâmetros genéticos e um
modelo simples para estimar as correlações genéticas aditivas.,
O modelo utilizado incluiu os efeitos aleatórios genético, direto e materno, e de
ambiente permanente, além do efeito fixo de GC e da covariável idade da vaca ao parto
(anos), efeitos linear e quadrático, admitindo a covariância entre os efeitos direto e materno
igual a zero (σam=0).
Modelo: Y= Xβ + Z
1
a + Z
2
m + Z
3
p + e, com (σ
am
= 0), em que:
Y = vetor de observações da característica;
X = matriz de incidência de efeitos fixos;
β = vetor de efeitos fixos;
Z
1
= matriz de incidência do efeito genético aditivo direto de cada animal;
a = vetor de efeitos genéticos aditivos diretos aleatórios;
Z
2
= matriz de incidência de efeito genético aditivo materno de cada animal;
m = vetor de efeitos genéticos aditivos maternos aleatórios;
Z
3
= matriz de incidência de efeito de ambiente permanente da vaca;
p = vetor de efeitos aleatórios de ambiente permanente da vaca;
e = vetor de efeitos residuais aleatórios.;
σ
am
= covariância entre os efeitos aleatórios diretos e maternos.
Para o modelo foram assumidas as seguintes pressuposições:
69
=
0
0
0
0
Xb
e
p
m
a
y
E
=
e
p
m
a
VAR =
σ
σ
σ
σ
I
I
A
A
e
p
m
a
2
2
2
2
000
000
000
000
em que:
A = matriz de parentesco;
I = matriz identidade;
σ
2
a
= variância genética aditiva direta;
σ
2
m
= variância genética aditiva materna;
σ
2
p
= variância de ambiente permanente;
σ
2
e
= variância residual.
MODELO BI-CARACTERÍSTICA
Para as análises bivariadas, as pressuposições assumidas foram:
=
=
bX
bX
y
y
E
2
1
2
1
e
=
2
2
1
1
e
a
e
a
VAR
=
σσ
σσ
σσ
σσ
I
I
IA
II
AA
eee
aaa
eee
aaa
2
221
2
221
21
2
1
21
2
1
00
00
00
00
A = matriz de parentesco;
I = matriz identidade;
70
1
2
σ
a
= variância genética aditiva direta para a característica 1;
2
2
σ
a
= variância genética aditiva direta para a característica 2;
2
1
a
a
σ
= covariância genética aditiva entre os efeitos genéticos diretos para as características
1 e 2;
1
2
σ
e
= variância residual para a característica 1;
2
2
σ
e
= variância residual para a característica 2;
2
1
σ
ee
= covariância entre os efeitos residuais para as características 1 e 2.
As estimativas das tendências, genéticas, fenotípicas e ambientais para as características
foram obtidas pela regressão da média da variável dependente (valores genéticos, pesos
observados e solução dos GC) sobre o ano de nascimento por duas metodologias: 1)
Regressão linear e, 2) Regressão por polinômios articulados utilizando o estimador Spline.
5.5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
As estimativas das variâncias genéticas aditivas (σ
a
2
), residual (σ
r
2
) e fenotípica (σ
f
2
) e
da herdabilidade direta (h²) e herdabilidade materna (hm²) para os pesos aos 205, 365 e 550
dias de idade são apresentados na Tabela 1.
71
Tabela 1. Estimativas de variância genética aditiva (σa²), ambiente permanente (σp²) residual
(σr²) e fenotípica (σf²) e de herdabilidade direta (h²) e herdabilidade materna (hm²), com seus
respectivos erros-padrão, para pesos aos 205 (P205), 365 (P365) e 550 (P550) dias de idade.
Table 1. Estimates of addictive genetic (
σ
a
2
), residual (
σ
r
2
) and phenotypic (
σ
f
2
) variances
and of direct heritability (h
2
) and maternal herdability (hm
2
), with respective standart-error,
for weights at 205 (W205), 365 (W365) and 550 (W550) days of age.
Pesos
weights
σ σ σ σ hm²
P205
(W205)
P365
(W365)
P550
(W550)
73,80
213,53
508
54,98
95,74
85,05
404,62
834,99
1506,33
576,57
1211,67
2220,77
0,13 ± 0,02
0,18 ± 0,05
0,23 ± 0,07
0,07 ± 0,01
0,06 ± 0,02
0,05 ± 0,01
Os valores estimados para as variâncias genéticas aditivas foram muito inferiores
àqueles relativos às variâncias fenotípicas e residuais, indicando que a pouca variabilidade
genética nos rebanhos estudados, decorre, provavelmente, do prolongado tempo de
permanência de reprodutores e matrizes nos mesmos. A maioria dos reprodutores é oriunda
do próprio rebanho, sendo utilizados em cobertura natural. Por outro lado, o pouco uso de
inseminação artificial, limita a possibilidade de utilização de animais de outras regiões do
país.
A variância genética aditiva estimada foi de baixa magnitude, principalmente para o
peso aos 205 dias e a sua contribuição para a variância fenotípica, a essa idade, foi bastante
reduzida. Verificou-se uma elevação nos valores da variância aditiva à medida que avança a
idade dos animais.
Os componentes das variâncias fenotípicas foram diferentes para os três pesos, com
incremento em função das idades mais avançadas (P365 e P550), indicando que, a partir da
desmama, quando dependem mais de si para a alimentação, os animais são mais influenciados
pelos fatores de meio.
A herdabilidade para o peso a desmama (205 dias) foi de 0,13 ± 0,02, indicando
pequena contribuição genética aditiva, significando que grande parte da variação da
72
característica é devida as diferenças ambientais entre os indivíduos. Esse resultado foi inferior
aos relatados por Ferraz Filho et al., (2001) que encontraram 0,20 ± 0,03 para a raça Tababuã.
As estimativas da herdabilidade dos pesos aos 365 dias de idade foi de 0,18 ± 0,05,
indicando que razoável variação genética aditiva para essa característica nos rebanhos
pesquisados. Assim, é provável a promoção de mudanças no peso aos 365 dias de idade pela
seleção direta. Mariante et al., (1985), encontraram valores de herdabilidade menores (0,14),
para a raça Nelore.
Para o peso aos 550 dias de idade o valor encontrado para a estimativa de herdabilidade
foi de 0,23 ± 0,07, considerada mediana, indicando que, nesta idade, é possível fazer seleção
para ganho de peso, em virtude da influência dos fatores genéticos aditivos para esta
característica. Resultado semelhante foi encontrado por Ferraz Filho et al., (2001) para raça
Tabapuã com herdabilidade de 0,24 ± 0,03. Porém, as revisões realizadas demonstram grande
amplitude para essa herdabilidade, variando de 0,09 para Lôbo et al., (1993) a 0,79 para Rosa
et al., (1986), com média de 0,40.
A herdabilidade materna foi considerado mediana e indica a influencia do efeito
materno sobre o desenvolvimento dos animais ao longo do tempo. Assim, reforça-se a
importância de selecionar, para matrizes, vacas com boa habilidade materna e dentro de uma
idade ideal para reprodução.
Fridrich et al., (2005) estimaram as herdabilidades para o efeito genético direto do peso
aos 205 (P205) epeso aos 365 (P365) de idade na raça Nelore, nas diversas regiões do país,
encontrando valores de 0,01 (Sul), 0,16 (Sudeste), 0,29 (Centro-Oeste), 0,21 (Norte) e 0,16 e
(Nordeste), e de 0,05 (Sul), 0,13 e (Sudeste), 0,29 (Centro-Oeste), 0,20 (Norte) e 0,06
(Nordeste), respectivamente, valores estes que, com exceção da região Sul estão próximo ou
são superiores aos encontrados neste trabalho, no caso de P205. Para P365, os valores
73
encontrados pelos autores são superiores ao deste, trabalho apenas nas regiões Sudeste,
Centro-Oeste e Norte.
Os valores das herdabilidades foram menores nas regiões supramencionadas,
possivelmente em razão do aumento da variância ambiental que foi proporcionalmente maior
do que a variâncias genética direta para essas regiões.
As correlações genéticas, fenotípica e de ambiente entre os pesos às diversas idades são
mostradas na Tabela 6.
Tabela 2. Estimativas das correlações genéticas, ambiente e fenotípica para pesos aos 205
(P205), 365 (P365) e 550 (P550) dias de idade.
Table 2. Correlations estimatites genetic, phenotypic and environmental of for body weights
at 205 (W205), 365 (W365) and 550 (W550) days of age.
Pesos
weights
rg ra rf
P205-365
W205-365
P205-550
W205-550
P365-550
W365-550
0,92
0,89
0,98
0,72
0,61
0,80
0,79
0,71
0,87
As estimativas de correlações genéticas foram altas e positivas entre os pesos aos 205
(P205), 365 (P365) e 550 (P550) dias de idade, indicando que, a maioria dos genes que
influenciam o peso a determinada idade, também influencia o peso em idades subseqüentes,
permitindo inferir que a seleção para qualquer um dos pesos, deverá promover mudanças na
mesma direção nos outros. Isto é importante porque possibilita que os animais sejam
selecionados mais cedo.
A correlação genética entre P205 e P365 foi alta (0,92), assim como entre P205 e P550
(0,89), e mais ainda, entre P365 e P550 (0,98), significando que grande probabilidade de
resposta correlacionada favorável, entre os mesmos, provavelmente em decorrência de efeitos
pleiotrópicos dos genes que atuam nestas características, de modo que, pode-se realizar
seleção aos 205 dias de idade, esperando-se que os animais assim selecionados venham a
74
apresentar a mesma resposta aos 365 e 550 dias de idade. Resultados semelhantes foram
obtidos por Siqueira et al., (2003), que encontraram correlações genéticas iguais a 0.93, entre
P120 e P550 e 0,96 entre P455 e P550, para raça Nelore, em diversos estados das regiões
Sudeste e Nordeste do país.
Entretanto, as estimativas de correlação entre P205 e P550 foram mais baixas que entre
P365 e P550, recomendando que a seleção para P550 seja efetuada a um ano de idade.
A correlação genética entre P365 e P550, com valor de 0,98, significa que 98 % de
probabilidade de resposta correlacionada favorável em P550, se a seleção for realizada para
P365, por existir um elevado efeito pleiotrópico dos genes que atuam nestas características.
Mucari & Oliveira (2003), para a raça Guzerá, no estado do Mato Grosso do Sul, encontraram
correlações genéticas inferiores a estas para as características em questão. Siqueira et al.
(2003), encontraram correlações genéticas entre P120 e P550 igual a 0,93 e entre P455 e P550
igual a 0,96, para raça Nelore, em diversos estados das regiões Sudeste e Nordeste do país.
Embora estes autores o tenham trabalhado com P365, os valores de correlação genética por
eles obtidos, apontam para conclusões similares às obtidas neste trabalho, ou seja, valores
positivos e altos.
De uma maneira geral, as estimativas das correlações são mais altas para pesos
adjacentes e, a medida em que as idades se distanciam, cai a magnitude dessas estimativas.
As correlações genéticas obtidas foram semelhantes àquelas estimadas para a mesma
raça, no Estado do Ceará, por Martins Filho et al., (1997) e Lôbo et al., (2000), indicando que
a seleção para qualquer uma das características deverá promover modificações nas demais, na
mesma direção. No entanto, estas estimativas apresentaram erros padrão elevados,
provavelmente devido a redução do número de observações nas idades avançadas, o que se
reflete em estimativas menos confiáveis.
75
As correlações de ambiente entre os pesos aos 205 (P205), 365 (P365) e 550 (P550) dias
de idade, indicam que os efeitos de meio favoráveis ao peso em determinada idade também
contribuem para maior peso nas outras idades. Os valores para as correlações de ambiente,
obtidas neste trabalho, provavelmente, podem ser atribuídos às diferentes e adversas
condições climáticas que ocorrem ao longo dos meses e dos anos, nas regiões estudadas.
A tendência genética é uma medida que permite avaliar a mudança ocasionada por um
processo de seleção, em determinada característica, ao longo dos anos. (Malhado et al., 2005).
A tendência genética em P205, para efeito direto (figura 1) foi significativo e positiva igual a
0,272 Kg/ano. Em termo de mudança genética anual, isto representa 0,16% da média
observada da população, acumulando um ganho genético nos últimos 26 anos de 7,07 Kg para
efeito direto. Assim, constata-se que ocorreu um ganho genético razoável e houve uma
evolução do rebanho ao longo dos anos.
Figura 1. Tendência Genética direta para P205
Figure 1. Genetic trends of the direct effect for205 days.
76
A tendência genética em P205, para efeito materno (figura 2), não foi significativa, sendo
igual a 0,031 Kg. Em termo de mudança genética anual não mudança genética acumulada
pelo efeito materno, significando que não houve seleção adequada para efeito materno ao
longo dos anos. Resultados semelhantes foram relatados por Azevedo et al., (2003),
estudando as tendências genéticas diretas de bovinos da raça Tabapuã em todo o Nordeste. A
tendência fenotípica apresentou valores significativos apresentando um ganho anual de 2,08
Kg ano, refletindo uma grande evolução ao longo dos anos (figura 3).
Figura 2. Tendência Genética Materna para P205
Figure 2. Genetic trends of the maternal effect for205 days.
Figura 3. Tendência Fenotípica para P205
Figure 3. Genetic trends of the fenotic effect for205 days.
Peso
205
P205
Valor
Materno
MaternaV
alue
Ano de Nascimento
Year of Birth
77
A tendência genética em P365, para efeito direto (figura 4) foi significativa e positiva,
igual a 0,455 Kg/ano. Em termos de mudança genética anual, isto representa 0,20% da média
observada da população, acumulando um ganho genético nos últimos 26 anos de 11,83 Kg
para efeito direto.
Figura 4. Tendência Genética direta para P365
Figure 4. Genetic trends of the direct effect for365 days.
A tendência genética em P365, para efeito materno (figura 5), foi significativa e igual a
0,252 Kg/ano. A tendência fenotípica resultou em valores significativos apresentando um
ganho anual de 3,155 Kg ano, o que significa uma grande evolução ao longo dos anos (figura
6).
Ano de Nascimento
Year of Birth
Valor
Genético
Breeding
Value
78
Figura 5. Tendência Genética materna para P365
Figure 5. Genetic trends of the maternal effect for365 days.
Resultados indicando baixos progressos não são raros, como os relatados por Souza et al.,
(2001), Ferraz Filho et al., (2002) e Azevedo et al., (2003). Segundo Silva et al., (2002),
usualmente, as mudanças fenotípicas nas características produtivas têm no ambiente a sua
maior contribuição.
Ano de Nascimento
Year of Birth
Valor
Materno
Motherl
y Value
79
Figura 6. Tendência Fenotííco para P365
Figure 6. Fenotipic trends for365 days.
A tendência genética em P550, para efeito direto (figura 7) foi significativo e positivo
igual a 0,744 Kg/ano. Em termo de mudança genética anual, isto representa 0,23% da média
observada da população, acumulando um ganho genético nos últimos 26 anos de 19,34 Kg
para efeito direto.
Figura 7. Tendência Genética direta para P550
Figure 7. Genetic trends of the direct effect for 550 days.
Ano de Nascimento
Year of Birth
Peso
365
P365
Ano de Nascimento
Year of Birth
Valor
Genético
Breeding
Value
80
A tendência genética em P550, para efeito materno (figura 8), igual a 0,172 kg/ano, não
foi significativa. Assim, ao longo dos anos não houve seleção para efeito materno. Deve ser
levado em conta que, nessa idade, não mais tanta influencia da e no crescimento. A
tendência fenotípica apresentou valores significativos com um ganho anual de 5,440 Kg/ano,
o que representa uma grande evolução ao longo dos anos (figura 9).
Figura 8. Tendência Genética materna para P550
Figure 8. Genetic trends of the maternal effect for 550 days.
Ano de Nascimento
Year of Birth
Valor
Materno
Motherly
Value
81
Figura 9. Tendência fenotípica para P550
Figure 9. Fenotipic trends for 550 days.
Segundo Biffani et al., (1999), nas condições de criação típica do nordeste, os criadores
selecionam os animais mais pelas características anatômicas e raciais que pelo desempenho
produtivo. Entretanto, de acordo com Malhado et al., (2005), essa tendência vem diminuindo
ao longo dos anos, conforme pode-se verificar neste trabalho, no qual, ocorreu ao longo dos
anos estudados um pequeno ganho genético corroborando com (Malhado, et al., 2005) e
(Santos et al., 2005).
5.6. CONCLUSÕES
As estimativas de herdabilidade indicam que a seleção para peso será mais eficiente ems
idades mais avançadas do animal, quando as estimativas de variância aditiva e de
herdabilidade são maiores.
Ano de Nascimento
Year of Birth
Peso
550
P550
82
A magnitude das correlações genética entre os pesos aos 205, 365 e 550 dias de idade,
sugere ser possível antecipar a seleção para a desmama, sem prejuízos para o peso ao
sobreano.
De acordo com os resultados obtidos para tendências genéticas, ao longo dos anos,
verifica-se um pequeno ganho genético, o que reflete o direcionamento da seleção mais
voltada para o desempenho produtivo.
5.7. REFERENCIAS BIBLIOGRAFIAS
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85
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
As variações anuais verificadas nos pesos poderiam ser diminuídas pela melhoria da
qualidade e quantidade do alimento fornecido aos animais, além dos outros aspectos do
manejo em geral, o que proporcionaria aumento de peso e resultaria em maior ganho
econômico para o criador.
As diferenças decorrentes do sexo, com a comprovada superioridade em peso dos
machos, sugerem que pode ser utilizada uma alimentação diferenciada entre machos e fêmeas,
visando diminuir o tempo necessário para alcançar o peso adequado para o abate, no caso dos
machos, e para o acasalamento, no caso das fêmeas.
Os valores estimados para as variâncias genéticas aditivas foram muito inferiores
àqueles relativos às variâncias fenotípicas e residuais, indicando a pouca variabilidade
genética nos rebanhos estudados, decorrente, provavelmente, do prolongado tempo de
permanência de reprodutores e matrizes nos mesmos, associado ao fato de que a maioria dos
reprodutores é oriunda dos próprios rebanhos, sendo utilizados em cobertura natural, uma vez
que o pouco uso de inseminação artificial, limita a possibilidade de utilização de animais de
outras regiões do país.
Os resultados obtidos para tendência genética, permitem supor que está sendo revertida
a tendência dos criadores, nas condições de criação típica do nordeste, de selecionarem os
animais mais pelas características anatômicas e raciais que pelo desempenho produtivo, pois
verificou-se, ao longo dos anos estudados um pequeno ganho genético.
86
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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