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MARIA OLINDA CHEREM CORTE BEZERRA DA SILVA
ESTAQUIA CAULINAR DE Ateleia glazioveana Baillon,
LEGUMINOSAE - PAPILIONOIDEAE
Dissertação apresentada como requisito
parcial à obtenção do grau de Mestre,
pelo Programa de Pós-Graduação em
Botânica do Setor de Ciências
Biológicas da Universidade Federal do
Paraná.
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Katia Christina
Zuffellato-Ribas
Co-orientadores: Prof. Dr. Henrique
Soares Koehler
Dr. Antonio Aparecido Carpanezzi
CURITIBA
2007
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ii
Ao Paulino Graff,
por todo trabalho dividido.
DEDICO
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iii
AGRADECIMENTOS
À CAPES, pelo suporte financeiro do último ano.
À Embrapa Florestas pelo espaço físico e suporte às viagens.
À Prof. Dra. Katia Christina Zuffellato-Ribas, pela orientação, que atendeu a
tantos chamados inesperados, e pela amizade.
Ao Prof. Dr. Henrique Soares Koehler, pela co-orientação e disponibilidade
para sanar dúvidas.
Ao Dr. Antonio Aparecido Carpanezzi, pela co-orientação, pela viabilidade
de execução do trabalho, por todos os valiosos ensinamentos técnicos e pessoais
e pelo exemplo único de harmonia entre firmeza e sensibilidade.
A todos dos Laboratórios de Anatomia Vegetal – UFPR, de Farmacognosia
– UFPR e Entomologia – Embrapa Florestas, pelo auxílio técnico.
Ao pessoal do Laboratório de Ecologia e Estaquia da Embrapa Florestas,
sem os quais este trabalho estaria impossibilitado.
À Juliana Lischka Sampaio Mayer, pela realização e registro das análises
anatômicas.
À Profa. Dra. Cleusa Bona, pelas análises anatômicas.
Ao Prof. Dr. Cid Aimbiré M. Santos, pelas análises bioquímicas.
Ao Rodolfo Marcassi Favaro, pela identificação do inseto.
Ao Vero Oscar Cardoso dos Santos, por toda ajuda nas coletas, instalações
e avaliações, e pela amizade, dedicação e manutenção dos experimentos.
Ao Joel Nunes da Veiga, pelos cuidados com o material, ao Irineu Antônio
Olinisky e ao Carlos Amílcar de Carvalho Silva, pela ajuda dada nas instalações.
Ao meu querido amigo Paulino Graff, pelas idéias, por todo trabalho
dedicado, pela confiança, alegria e fiel companhia em todas as fases
experimentais.
Às amigas Fernanda Fanti, Marina Mussi Zaitter, Mônia Bazzo Santistevan
e à minha irmã Maria Fernanda Cherem Corte Bezerra da Silva por toda ajuda,
carinho e compreensão inigualáveis nestes dois anos.
iv
Ao Gustavo Alberto Astudillo, pelos infinitos momentos gostosos de
descanço, pela companhia e paciência na fase mais difícil, pelo amor e amizade
inesquecíveis.
À minha família, em especial minha mãe Jane Cherem Corte Bezerra da
Silva, pelo total apoio, paciência, carinho e cuidado em alguns momentos tão
delicados, e à Luara e o Francisco, por tantos apelos amorosos e emocionantes.
A todos que de alguma forma contribuíram para a execução deste trabalho.
v
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS ....................................................................................... viii
LISTA DE FIGURAS ........................................................................................ x
LISTA DE ANEXOS ......................................................................................... xii
RESUMO ......................................................................................................... xiv
ABSTRACT ...................................................................................................... xv
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 1
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................... 3
2.1 A ESPÉCIE ................................................................................................. 3
2.1.1 Plantas chamadas timbó ......................................................................... 3
2.1.2 O timbó Ateleia glazioveana Baillon ........................................................ 4
2.1.2.1 Sistemática, morfologia e ecologia ....................................................... 4
2.1.2.2 Usos ..................................................................................................... 5
2.1.2.3 Propagação .......................................................................................... 6
2.2 PROPAGAÇÃO VEGETATIVA: ESTAQUIA .............................................. 8
2.2.1 Fatores endógenos .................................................................................. 9
2.2.1.1 Auxinas e outras substâncias ............................................................... 9
2.2.1.2 Calos, presença de folhas e brotação ..................................................
10
2.2.2 Fatores exógenos..................................................................................... 11
2.2.2.1 Umidade, temperatura e luminosidade do ambiente de enraizamento. 11
2.2.2.2 Substratos ............................................................................................ 11
2.2.2.3 Reguladores vegetais ........................................................................... 12
3 CAPÍTULO I: ESTAQUIA E ANATOMIA DE TIMBÓ (Ateleia glazioveana
Baillon, LEGUMINOSAE - PAPILIONOIDEAE) A PARTIR DE
BROTAÇÕES DE COPA DE ÁRVORES ADULTAS
RESUMO .......................................................................................................... 13
ABSTRACT ...................................................................................................... 14
3.1 INTRODUÇÃO ........................................................................................... 15
3.2 MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................... 17
3.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................. 20
3.3.1 Análises biométricas ................................................................................ 20
vi
3.3.1.1 Inverno/2005.......................................................................................... 20
3.3.1.2 Primavera/2005..................................................................................... 24
3.3.1.3 Verão/2006 e Outono/2006................................................................... 25
3.3.1.4 Comparação entre as quatro estações do ano..................................... 30
3.3.2 Análises anatômicas ............................................................................... 31
3.4 CONCLUSÕES .......................................................................................... 34
3.5 REFERÊNCIAS .......................................................................................... 35
4 CAPÍTULO II: ESTAQUIA APICAL E SUBAPICAL E ANATOMIA DE
TIMBÓ (Ateleia glazioveana Baillon, LEGUMINOSAE -
PAPILIONOIDEAE) A PARTIR DE BROTAÇÕES DE CEPAS DE
ÁRVORES DE DUAS IDADES
RESUMO .......................................................................................................... 38
ABSTRACT ...................................................................................................... 39
4.1 INTRODUÇÃO ........................................................................................... 40
4.2 MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................... 41
4.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................. 44
4.3.1 Análises biométricas ................................................................................ 44
4.3.1.1 Estacas apicais oriundas de cepas novas............................................ 44
4.3.1.2 Estacas subapicais oriundas de cepas novas....................................... 48
4.3.1.3 Estacas apicais oriundas de cepas velhas............................................ 50
4.3.1.4 Estacas subapicais oriundas de cepas velhas...................................... 53
4.3.1.5 Comparação entre os diferentes tipos de estacas................................ 55
4.3.2 Análises anatômicas ............................................................................... 56
4.4 CONCLUSÕES .......................................................................................... 60
4.5 REFERÊNCIAS .......................................................................................... 61
vii
5 CAPÍTULO III: ESTAQUIA BASAL E ANATOMIA DE TIMBÓ (Ateleia
glazioveana Baillon, LEGUMINOSAE - PAPILIONOIDEAE) A PARTIR DE
BROTAÇÕES DE CEPAS DE ÁRVORES DE DUAS IDADES, EM
CONDIÇÕES DE CAMPO
RESUMO .......................................................................................................... 63
ABSTRACT ...................................................................................................... 64
5.1 INTRODUÇÃO ........................................................................................... 65
5.2 MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................... 67
5.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................. 70
5.3.1 Análises biométricas ................................................................................ 70
5.3.2 Análises anatômicas ............................................................................... 74
5.4 CONCLUSÕES .......................................................................................... 77
5.5 REFERÊNCIAS .......................................................................................... 78
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 81
7 CONCLUSÕES GERAIS............................................................................... 83
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 85
ANEXOS............................................................................................................ 92
viii
LISTA DE TABELAS
TABELA 01 - Análise de variância dos dados das porcentagens de estacas
de brotações de copa de árvores adultas de timbó com calos,
vivas, mortas e brotadas, nas quatro estações do ano
(2005/2006).................................................................................
21
TABELA 02 - Médias das porcentagens de estacas de timbó com calos,
vivas e brotadas e comparação de médias das porcentagens
de estacas vivas para as concentrações de IBA testadas, no
inverno/2005...............................................................................
23
TABELA 03 - Comparações de médias das porcentagens de estacas de
timbó com calos e vivas, referentes às interações substratos e
veículos de aplicação de IBA significativas, no
inverno/2005...............................................................................
24
TABELA 04 - Médias das porcentagens de estacas de timbó com calos,
vivas, mortas e brotadas e comparações de médias das
porcentagens de estacas vivas, mortas e brotadas, referentes
aos substratos utilizados, na primavera/2005.............................
26
TABELA 05 - Comparações de médias das porcentagens de estacas de
timbó com calos e vivas, para os substratos utilizados, no
verão e outono/2006 (médias para estacas com calos idênticas
em ambas as estações)..............................................................
27
TABELA 06 - Comparações de médias das porcentagens de estacas de
timbó mortas e brotadas, referentes às interações substratos,
veículos de aplicação de IBA e concentrações de IBA
significativas, no verão/2006 e no outono/2006 (médias para
estacas brotadas idênticas em ambas as estações)..................
29
TABELA 07 - Análise de variância dos dados das porcentagens de estacas
apicais e subapicais de brotações de cepas novas e cepas
velhas de timbó com calos, vivas, mortas e brotadas, no
outono/2006................................................................................
.
45
TABELA 08 - Comparações de médias das porcentagens de estacas apicais
novas de timbó com calos, vivas, mortas e brotadas, para os
substratos utilizados e para as concentrações de IBA testadas,
no outono/2006...........................................................................
46
ix
TABELA 09 - Comparações de médias das porcentagens de estacas
subapicais novas de timbó com calos e vivas, referentes às
interações veículos de aplicação e concentrações de IBA
significativas, e médias das porcentagens de estacas
brotadas, no
outono/2006............................................................................
49
TABELA 10 - Comparações de médias das porcentagens de estacas apicais
velhas de timbó com calos, vivas, mortas e brotadas, para as
concentrações de IBA testadas e interações veículos de
aplicação e concentrações testadas e substratos utilizados e
concentrações testadas significativas, no outono/2006..............
.
51
TABELA 11 - Comparações de médias das porcentagens de estacas
subapicais velhas de timbó com calos, vivas e mortas,
referentes às interações substratos, veículos de aplicação e
concentrações de IBA significativas, e de estacas brotadas,
referente à interação substratos e concentrações de IBA
testadas significativa, no outono/2006........................................
54
TABELA 12 -
Análise de variância das porcentagens de estacas basais
novas e velhas de timbó enraizadas, número médio de raízes
e comprimento médio das três maiores raízes por estaca, com
calos, vivas, mortas e brotadas, no outono/2005........................
70
TABELA 13 - Comparação de médias das porcentagens de estacas basais
de timbó enraizadas, referente à interação veículos e
concentrações de IBA significativa, e médias do número de
raízes e comprimento das três maiores raízes por estaca, no
outono/2005................................................................................
71
TABELA 14 -
Comparações de médias das porcentagens de estacas
basais de timbó com calos, mortas e brotadas, referentes
às interações idades e veículos de IBA significativas, no
outono/2005........................................................................
73
TABELA 15 - Comparação de médias das porcentagens de estacas basais
de timbó vivas, para os veículos de aplicação de IBA, no
outono/2005................................................................................
73
x
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 01 - A. glazioveana. A. Timbozal loc
alizado em área de ocorrência
natural, no inverno/2005, município de Barracão – PR. B.
Coleta de ramos de brotação de copa de árvores adultas, no
outono/2006, observar características caducas da espécie. C.
Demonstração da preparação da estaca a partir do ramo com
folhas, no verão/2006. D. Transporte de estacas
confeccionadas. E. Experimento após 30 dias da instalação.
F. Detalhe da brotação foliar.....................................................
18
FIGURA 02 - Secções transversais de estacas de brotações de copa de A.
glazioveana no momento da instalação experimental. A. Vista
geral. B. Detalhe das fibras pericíclicas. C.–H. Testes com
lugol, revelando a presença ou ausência de amido na região
cortical e no xilema secundário. C. e D. Inverno. E. e F.
Verão. G. e H. Outono. (C=córtex; F=fibras pericíclicas;
Fl=floema secundário; P=periderme; X=xilema secundário;
setas = grânulos de amido). Barra = 50 µm (B, D, F e H); 200
µm (A, C, E e G)........................................................................
32
FIGURA 03 - A. glazioveana. A. Plantio de timbó, área de coleta, Embrapa
Florestas, Colombo
–PR. B. Ramo de brotação de cepa de
árvore, observar separação dos tipos de estacas apicais e
subapicais. C. Demonstração da preparação das estacas
(régua de 30 cm no tamanho original). D. Experimento
instalado, outono/2006. E. Detalhe de brotação foliar. F.
Estaca apical com calo, no momento da
avaliação....................................................................................
42
FIGURA 04 - Secções transversais de estacas de brotações de cepas de
árvores de duas idades de A. glazioveana no momento da
instalação experimental. A. Estaca apical nova. B. Estaca
apical velha. C. Estaca subapical nova. D. Estaca subapical
velha. (C = córtex; F = fibras pericíclicas; Fl = floema
secundário; P = periderme; X = xilema secundário).
Barra = 200 µm.........................................................................
58
FIGURA 05 - Secções transversais de estacas de brotações de cepas de
árvores de duas idades de A. glazioveana com reação de
lugol, revelando a presença ou ausência de amido na região
cortical e no xilema secundário. A. e B. Estacas apicais
novas. C. e D. Estacas apicais velhas. E. e F. Estacas
subapicais novas. G. e H. Estacas subapicais velhas. (setas
= grânulos de amido). Barra = 50 µm (B, D, F e H); 200 µm
(A, C, E e G)..............................................................................
59
xi
FIGURA 06 - A. glazioveana. A. Ramo de brotação de cepa de árvore,
parte basal. B. Demonstração da preparação das estacas
(régua de 30 cm no tamanho original). C. Preparação das
estacas com serrote. D. Experimento instalado, outono/2005.
E. Detalhe de brotações foliares, após 60 dias da instalação.
F. Estaca basal enraizada no momento da
avaliação...................................................................................
68
FIGURA 07 - Secções transversais de estacas basais de brotações de
cepas de árvores de duas idades de A. glazioveana no
momento da instalação do experimento. A. Vista geral da
estaca nova. B. Vista geral da estaca velha. C.F. Teste
com lugol, revelando a presença ou ausência de amido na
região cortical e no xilema secundário. C. e D. Estaca nova.
E. e F. Estaca velha. (C=córtex; F=fibras pericíclicas;
Fl=floema secundário; P=periderme; X=xilema secundário;
setas = grânulos de amido). Barra = 50 µm (D e F); 200 µm
(A, B, C e E)..............................................................................
76
xii
LISTA DE ANEXOS
ANEXOS 01 - Médias gerais dos tratamentos, para fatores de variação
isolados e possíveis interações entre eles, de estacas de
brotações de copa de árvores adultas de timbó (A.
glazioveana) enraizadas, com número de raízes e
comprimento das três maiores raízes por estaca, com calos,
vivas, mortas e brotadas, no inverno/2005...............................
93
ANEXOS 02 - Médias gerais dos tratamentos, para fatores de variação
isolados e possíveis interações entre eles, de estacas de
brotações de copa de árvores adultas de timbó (A.
glazioveana) com calos, vivas, mortas e brotadas, na
primavera/2005
.........................................................................
94
ANEXOS 03 - Médias gerais dos tratamentos, para fatores de variação
isolados e possíveis interações entre eles, de estacas de
brotações de copa de árvores adultas de timbó (A.
glazioveana) com calos, vivas, mortas e brotadas, no
verão/2006................................................................................
95
ANEXOS 04 - Médias gerais dos tratamentos, para fatores de variação
isolados e possíveis interações entre eles, de estacas de
brotações de copa de árvores adultas de timbó (A.
glazioveana) com calos, vivas, mortas e brotadas, no
outono/2006..............................................................................
96
ANEXOS 05 - Médias gerais dos tratamentos, para fatores de variação
isolados e possíveis interações entre eles, de estacas apicais
de brotações de cepas de árvores novas de timbó (A.
glazioveana) com calos, vivas, mortas e brotadas, no
outono/2006
..............................................................................
97
ANEXOS 06 - Médias gerais dos tratamentos, para fatores de variação
isolados e possíveis interações entre eles, de estacas
subapicais de brotações de cepas de árvores novas de
timbó (A. glazioveana) com calos, vivas e brotadas, no
outono/2006..............................................................................
98
ANEXOS 07 - Médias gerais dos tratamentos, para fatores de variação
isolados e possíveis interações entre eles, de estacas
apicais de brotações de cepas de árvores velhas de timbó
(A. glazioveana) com calos, vivas, mortas e brotadas, no
outono/2006.............................................................................
.
99
xiii
ANEXOS 08 - Médias gerais dos tratamentos, para fatores de variação
isolados e possíveis interações entre eles, de estacas
subapicais de brotações de cepas de árvores velhas de
timbó (A. glazioveana) com calos, vivas, mortas e brotadas,
no outono/2006........................................................................
100
ANEXOS 09 - Médias gerais dos tratamentos, para fatores de variação
isolados e possíveis interações entre eles, de estacas basais
de brotações de cepas de árvores novas e velhas de timbó
(A. glazioveana) enraizadas, com número de raízes e
comprimento das três maiores raízes por estaca, com calos,
vivas, mortas e brotadas, no outono/2005...............................
101
xiv
RESUMO
O timbó, A
teleia glazioveana Baillon (Leguminosae - Papilionoideae), é espécie
arbórea de alta produção de biomassa e possui capacidade para revegetar solos
degradados, além de conter substâncias de importância farmacológica. Tendo em
vista a irregularidade na produção de sementes, a estaquia é uma alternativa para
a obtenção de mudas da espécie. Este trabalho objetivou o estudo da estaquia
caulinar de timbó a partir de diferentes tipos de estacas e substratos, com a
aplicação do regulador vegetal ácido indol butírico (0, 2500 e 5000 mg de IBA em
talco e solução), e foi dividido em três experimentos. O primeiro utilizou estacas de
brotações de copa de árvores adultas, em dois substratos, nas quatro estações do
ano (2005 e 2006), em casa-de-vegetação. No segundo, as estacas eram apicais
e subapicais, oriundas de brotações de cepas de árvores de duas idades, em dois
substratos, no outono/2006, em casa-de-vegetação. O terceiro foi realizado com
estacas basais de grande porte, oriundas de brotações de cepas de árvores de
duas idades, no outono/2005, em condições de campo. As taxas de enraizamento
foram nulas nos dois primeiros experimentos. Estacas de brotação do ano de
árvores adultas mantiveram a sobrevivência, mas não formaram calos. Estacas
apicais e subapicais de brotações de cepas apresentaram altas porcentagens de
calos quando oriundas de árvores mais velhas. Estacas basais grandes,
colocadas em campo, tiveram enraizamento próximo de 50%. A anatomia não
explicou as diferenças no enraizamento, o que sugere a influência direta do
tamanho da estaca e do ambiente de permanência. Em casa-de-vegetação, houve
ataque de pequenas moscas (Scicaridae). Nestas condições, é possível indicar o
seguinte perfil como mais favorável ao enraizamento: estacas com 30 cm de
comprimento obtidas de partes basais de brotações de cepas mais velhas, com
aplicação de 2500 e 5000 mg de IBA em solução, plantadas diretamente no
campo.
Palavras-chave: enraizamento, estacas caulinares, auxinas, timbó, Paraná.
xv
STEM CUTTING OF A
teleia glazioveana Baillon, LEGUMINOSAE -
PAPILIONOIDEAE
ABSTRACT
Ateleia glazioveana Baillon (Leguminosae - Papilionoideae) is a tree species of
high biomass production, being able to recuperate the soil and to produce
substances with pharmacological importance. The aim of this research was to
study the timbó stem cutting from different kinds of cuttings, in different substrates,
with the application of indole butyric acid (IBA). The research was divided into
three experiments. The first used one-year-old stem cuttings from sprouts of
mature trees in two substrates, during four seasons (2005 and 2006), in a
greenhouse environment. In the second, the terminal and medium cuttings were
from sprouts of coppices for two ages trees in two substrates, during the fall
season of 2005, in a greenhouse. The third one was realized with large basal
cuttings from sprouts of coppices of two ages trees, in the fall/2006, in field
conditions. Rooting rate was null in the first and second experiments. Cuttings from
sprouts from mature trees kept the survival rate, but did not form any callus.
Terminal and medium cuttings presented high percentages of callus when they
were from older mother plants. With large basal cuttings planted direct at field, the
rooting rate reached almost 50%. The plant anatomy did not explain the rooting
differences, suggesting the direct influence of size cuttings and the environment.
Under these conditions, the cuttings of timbó would root much more easier with a
30 cm length from basal parts of sprouts from coppices of older age trees, with
2500 and 5000 mg of IBA in solution, when planted direct at field.
Key words: rooting, stem cuttings, auxins, timbó, Paraná.
1
1 INTRODUÇÃO
A silvicultura de espécies brasileiras ainda é pouco conhecida, sendo
necessário o desenvolvimento de técnicas para facilitar os processos de reposição
florestal. As áreas de preservação permanente (APP) em topos de morros, beiras
de rios e encostas íngremes e áreas de reserva legal (RL) exigem grandes
quantidades de mudas de essências nativas com características de recuperação
ambiental e de produção.
Diversas espécies de Leguminosae são utilizadas para fins de reposição
florestal. Dentre as 18000 espécies pertencentes à família, 12000 estão incluídas
na subfamília Papilionoideae. O gênero Ateleia, com 17 espécies, tem sido pouco
estudado. Alguns trabalhos são encontrados com estudos farmacológicos de A.
herbert-smithii Pittier e A. glazioveana Baillon.
A. glazioveana Baillon, conhecida por timbó, é árvore pioneira, decídua e
heliófila, de alta produção de biomassa. A folhagem contém teores satisfatórios de
nitrogênio para uso como adubo verde (BAGGIO, 2001) e substâncias tóxicas a
peixes, insetos e ao gado (MARONA, 1992). Além do potencial produtivo, a
espécie é recomendada para recuperação de solos e ecossistemas degradados,
sendo alternativa para o controle de voçorocas pelo sistema radicular pivotante e
vigoroso (CARVALHO, 2002).
A estaquia é um método de propagação capaz de fixar genótipos, antecipar
períodos de produção e fornecer mudas independentemente da produção de
sementes. O uso florestal da propagação vegetativa é vasto, desde a produção
em massa de plantas melhoradas à obtenção de mudas com floração e
frutificação precoce (PAGEL, 2004). Para o timbó, a estaquia viabiliza a
propagação nos períodos de contra-safra, visto que a espécie apresenta
irregularidade na produção de sementes.
As estacas caulinares, partes dos ramos destacados da planta matriz,
apresentam diferentes taxas de enraizamento, devido ao estádio fisiológico em
que se encontram, às concentrações endógenas de substâncias promotoras e
inibidoras e a barreiras anatômicas. Estas condições se alteram nos diversos tipos
2
de estacas, entre as espécies e entre as estações do ano. As auxinas são
responsáveis pelo enraizamento adventício em estacas e sua aplicação exógena é
prática usual, sendo os ácidos indol butírico (IBA) e naftaleno acético (NAA) os
reguladores vegetais preferidos.
Pesquisas com a propagação vegetativa de timbó são escassas. Este
trabalho tem como objetivo estudar a estaquia caulinar de timbó (A. glazioveana) a
partir de brotações de copas de árvores adultas e brotações de cepas de árvores
de duas idades, em diferentes substratos, ambientes e épocas do ano, com a
aplicação de IBA veiculado em solução e talco.
3
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 A ESPÉCIE
2.1.1 Plantas chamadas tim
Diversas espécies tropicais receberam os nomes de timbó e tingüi por
índios, dentro e fora do Brasil, em decorrência do uso de suas toxinas na captura
de peixes. Os timbós também agregam importantes propriedades inseticidas.
Incluídas neste grupo, estão espécies de diversos gêneros (Leguminosae):
Barbieria, Clathrotropis, Clitoria, Derris, Deguelia e Tephrosia (DECKER, 1936;
GOMES, 1946; DUCKE, 1949; TOZZI, 1998). São citados, ainda, timbós de outras
famílias (GOMES, 1946; ORTEGA; SCHENKEL, 1987).
Entre as substâncias que qualificam estas plantas como inseticidas, a
principal é a rotenona. Ela tem poder quinze vezes maior que a nicotina, outro
inseticida de origem natural de grande utilidade no passado, que foi substituído
devido à alta toxicidade. A partir da década de 50, mais de três mil toneladas
anuais de raízes de Derris e Tephrosia foram exportadas, com importante papel
na economia do país (VIEGAS JR., 2003).
O gênero Ateleia, não citado entre os timbós tropicais, tem propriedades
tóxicas já descobertas em A. herbert-smithii Pittier e A. glazioveana Baillon
(ORTEGA, 1985; ORTEGA; SCHENKEL, 1987; MARONA, 1992; VEITCH et al.,
2003; CARVALHO, 2002; CANTARELLI et al., 2005; STEVENS et al., 2005).
Observações de campo e informações pessoais de proprietários rurais e
pesquisadores do sul do Brasil confirmam as folhas de A. glazioveana como
repelentes de ácaros e formigas, além de abortivas em vacas.
4
2.1.2 O timbó Ateleia glazioveana Baillon
2.1.2.1 Sistemática, morfologia e ecologia
O sistema de classificação de Cronquist (CRONQUIST, 1981) inclui o
gênero Ateleia em uma das três famílias pertencentes à ordem Fabales: família
Fabaceae ou Papilionaceae. A classificação mais recente (APG II, 2003) define a
ordem Fabales com apenas uma família, Leguminosae ou Fabaceae sensu lato,
dividida em três subfamílias: Caesalpinioideae (antiga Caesalpiniaceae),
Mimosoideae (antiga Mimosaceae) e Faboideae ou Papilionoideae (antiga
Fabaceae sensu strictu ou Papilionaceae). É adotado, neste trabalho,
Leguminosae - Papilionoideae para referência à família que contém A.
glazioveana.
A espécie é conhecida no Brasil por timbó, timbé, timbózinho, timbó-de-
palmeira, cinamomo-bravo ou maria-preta (MARONA, 1992; CARVALHO, 2002).
Há uma sinonímia botânica, A. glazioweana Moc. et Sessé, mas cita-se também
A. glazioviana Baillon. Ateleia se refere à imperfeição e glazioveana vem recordar
Auguste Glaziou (1833-1906) (MARCHIORI, 1997).
O timbó é árvore caducifólia de 5 a 15 m de altura e 20 a 30 cm de DAP. As
folhas são alternas imparipinadas, com 20 a 40 cm de comprimento; as
inflorescências são terminais, em cachos amarelos polinizados por pequenos
insetos; os frutos, samaróides, são amarelo-claros dispersos pelo vento; e as
sementes assemelham-se a feijões marrom-avermelhados de 0,4 a 0,7 cm no
maior eixo. A floração acontece de outubro a janeiro e os frutos estão maduros de
março a maio (LONGHI, 1995; CARVALHO, 2002).
A ocorrência natural é restrita ao nordeste da Argentina, à Serra do
Maracaju, no Paraguai, e ao sul e sudeste do Brasil, dos estados do Rio Grande
do Sul ao Rio de Janeiro, sendo característica da Floresta Ombrófila Mista.
Nesses estados, a espécie vive entre 50 e 1400 m de altitude, com médias
pluviométricas anuais de 1200 a 2300 mm e temperaturas médias anuais de
15,5 a 19,8 ºC, com até 30 geadas ao ano (CARVALHO, 2002). No Paraná, a
5
espécie ocorre, como nativa ou naturalizada, apenas entre os municípios de
Vitorino e Barracão, na Floresta Ombrófila Mista montada.
1
2.1.2.2 Usos
A madeira do timbó tem uso principal na produção de lenha, doméstica e
agroindustrial, para secagem de grãos e aquecimento de caldeiras, mas também
na construção civil, obras internas, caixotaria e carpintaria (BAGGIO et al., 2002a).
O valor encontrado para o poder calorífico é maior que o encontrado para
Eucalyptus grandis Maiden e E. saligna Smith, sugerindo tratar-se de material
adequado para a produção de lenha (MATTOS et al., 2000). Eventualmente, a
madeira serve como dormentes e mourões de baixa duração (STILLNER, 1980) e
merece estudo para lâminas faqueadas (MARCHIORI, 1997).
As folhas e ponteiras dos galhos trituradas apresentaram fácil incorporação
ao solo e teores de nitrogênio satisfatórios e comparáveis aos de espécies
tropicais fornecedoras de adubo verde (BAGGIO, 2001; BAGGIO et al., 2002b). As
produções médias anuais em linhas de produção de biomassa aérea de timbó são
baixas, se comparadas a espécies tropicais. Porém não se conhece o
comportamento do timbó sob diferentes tipos de manejo e condições
edafoclimáticas, tornando-se alternativa potencial como adubo verde no sul do
Brasil, com obtenção simultânea de lenha (BAGGIO et al., 2002a).
As propriedades químicas do timbó envolvem toxicidade a peixes, insetos e
ao gado (MARONA, 1992). Muitos trabalhos constataram aborto e doença
decorrente da ingestão de folhas em bovinos, eqüinos, caprinos e ovinos
(SANCHES et al., 2000; STIGGER et al., 2001; GAVA et al., 2001; LEITE et al.,
2002; CANTARELLI et al., 2005). A rotenona, principal substância inseticida
presente no vegetal, é empregada na fabricação de iscas granuladas (Citromax
®
)
para o controle de formigas cortadeiras. Considerando a produção obtida nos
plantios experimentais, isentos de práticas de melhoramento genético, o timbó é
capaz de se tornar mais uma fonte brasileira de rotenona para a exportação.
1
Comunicação pessoal de Dr. Antonio A. Carpanezzi, Embrapa Florestas – Colombo-PR (janeiro
de 2007).
6
Além dos usos comerciais e produtivos, o timbó ainda é recomendado para
a recuperação de ecossistemas degradados. A planta apresenta elevada
plasticidade e rusticidade, é pioneira, fixadora de nitrogênio atmosférico e adapta-
se a solos rasos e pedregosos (CARVALHO, 2002; PASCOAL; TISSOT-SQUALLI,
2002; ROSA et al., 2005), podendo ser plantada a pleno sol em plantios puros ou
mistos (FERREIRA; TREVISAN, 1984).
2.1.2.3 Propagação
A germinação das s
ementes do timbó chega a 90%, após dois anos de
armazenamento em câmara fria (CARVALHO, 2002), e as mudas podem ser
plantadas após seis meses da semeadura (CARVALHO, 2003). Porém, a
produção é irregular com intervalos de até dez anos, segundo moradores de
regiões de ocorrência natural do sul do Brasil. Enquanto alguns relatam ser anual,
a maioria afirma que dificilmente as plantas produzem sementes em quantidades
significativas (GAVA et al., 2001).
Sabe-se que a propagação vegetativa do timbó pode ser feita a partir da
estaquia de ramos ou de brotações de raízes, mas metodologias e resultados
detalhados não são apresentados na literatura (MAIXNER; FERREIRA, 1976).
Outras informações não são encontradas sobre a estaquia da espécie e não há
registros acerca da propagação vegetativa das demais espécies do gênero.
Dentre algumas espécies florestais, estacas de grande porte alcançam
melhores resultados de enraizamento do que estacas menores. Estacas de
Gliricidia sepium e Vatairea enraízam com facilidade no campo (REVILLA, 2000;
CONTRERAS et al., 2003; CHINTU et al., 2004; MATOS et al., 2004); em Derris,
estacas de 15 a 30 cm enraízam (GOMES, 1946; KERKETTA; PANDEY, 2002);
Pterocarpus cresce rápido a partir de estacas com 0,6 a 2 m (NAS, 1979); entre as
espécies de Erythrina, diversos tipos de estacas enraízam com grande amplitude
de respostas (POWELL; WESTLEY, 1993; ROSHETKO; ROSS, 1996;
CARPANEZZI et al., 2001; CHAVES, 2004); Salix alcança altas porcentagens de
enraizamento com estacas de 20 cm ou maiores (HOAG, 1993; CARPANEZZI et
al., 1999; CARPANEZZI et al., 2002; SUTILI, et al., 2004); e em Robinia e Sapium
7
glandulatum, o enraizamento adventício em estacas pequenas acontece com
dificuldade (ROSHETKO; ROSS, 1996; PIMENTA, 2003).
8
2.2 PROPAGAÇÃO VEGETATI
VA: ESTAQUIA
A propagação de plantas ocorre sexuadamente, via sementes, ou
assexuadamente. A propagação assexuada por meios naturais ocorre por meio de
bulbos, tubérculos e rizomas; por condução humana, na enxertia, mergulhia,
alporquia, estaquia e micropropagação. Estes métodos conservam as
características genéticas das plantas propagadas. A estaquia é de mais fácil
execução e de grande utilidade e importância no meio florestal, onde os fenótipos
são observados após longo período (HARTMANN et al., 2002; PAGEL, 2004).
A propagação por estacas caracteriza-se pela obtenção de uma nova planta
a partir de partes de caule, raiz ou folha, destacadas de uma planta matriz. O
processo caulinar envolve alguns passos principais: seleção de plantas matrizes,
coleta de ramos, confecção de estacas, desinfestação, tratamento facultativo com
reguladores vegetais e plantio. Na seleção das matrizes visando a clonagem, as
plantas devem conter características desejadas. Em contrapartida, quando o
objetivo são mudas para fins ambientais, com genótipos variados, devem ser
incluídos os mais variados indivíduos, isentos de parentesco entre si.
Para que a propagação aconteça, as células precisam se diferenciar,
regenerando cada parte da planta. Esta capacidade de diferenciação celular em
todos os tecidos não acontece igualmente para todas as espécies, sendo mais ou
menos intensas nos diferentes tipos de células e dependente de diversos fatores
(PAGEL, 2004). Estudos indicam que as raízes adventícias formadas nas estacas
podem advir de qualquer tecido. Em espécies de difícil enraizamento, geralmente
todas se originam do tecido cicatricial formado após o corte (ASSIS; TEIXEIRA,
1998; HARTMANN et al., 2002), por divisões de células do câmbio, parênquima ou
qualquer célula sem parede secundária formada (KRAMER; KOZLOWISKY,
1980).
A rizogênese depende da concentração endógena de auxinas e outras
substâncias, decorrentes das condições da planta matriz e época do ano de
coleta, e de fatores externos, como umidade, temperatura, luz e uso de
reguladores vegetais. Além disso, a dificuldade de enraizamento pode estar
9
relacionada com a presença de tecidos que fazem barreira mecânica, impedindo a
saída do primórdio radicial (HARTMANN et al., 2002).
2.2.1 Fatores endógenos
2.2.1.1 Auxinas e outras substâncias
A palavra auxina se origina do termo grego Auxe
in, que significa crescer
(AWAD; CASTRO, 1983). A primeira auxina isolada foi o ácido indol acético (IAA),
que junto com o ácido indol butírico formam o grupo de auxinas endógenas mais
conhecidas. Estas substâncias agem no crescimento apical de caule, divisão da
carioteca, alongamento celular e formação de raízes adventícias em estacas
(TAIZ; ZEIGER, 2004).
Na rizogênese, as auxinas se movem dos locais de síntese até as partes
inferiores da planta, onde se acumulam junto a açúcares e outras substâncias. A
formação de raízes adventícias depende destas concentrações. As substâncias de
reserva são transportadas para a base das estacas para formar as raízes e para o
ápice, formando os brotos. Elas são encontradas em concentrações variadas em
cada parte do ramo e nas quatro estações do ano (HARTMANN et al., 2002;
PAGEL, 2004).
Com relação à idade, em geral, estacas tomadas de plantas matrizes
jovens e estacas obtidas de ramos jovens, como ramos de brotações de ano,
enraízam com mais facilidade. Quanto mais juvenil, mais rápida é a formação das
raízes, melhor é a qualidade do sistema radicial formado e menor a probabilidade
de barreiras anatômicas (JANICK, 1966; HARTMANN et al., 2002).
O tipo da estaca e a estação do ano influenciam o enraizamento (GRAÇA;
TAVARES, 1988; ROSSE et al., 1997; CARPANEZZI et al., 1999; LINSINGEN
et al., 2000; CARPANEZZI et al., 2001; FERREIRA et al., 2001; ZUFFELLATO-
RIBAS et al., 2002; CHAVES, 2004). Para cada espécie e procedência existe um
ponto ótimo de equilíbrio entre as dimensões, acúmulo de reservas e idade
(BRUNE, 1982).
10
Os compostos fenólicos também podem estar presentes nas estacas,
influenciando a rizogênese. Estes compostos fazem parte do metabolismo
secundário vegetal, atuando nas interações planta - ecossistema. (MONTEIRO et
al., 2005). Entre eles, além da rotenona, estão derivados da cumarina, taninos,
lignina e pigmentos hidrossolúveis, além de proteínas e terpenóides (SIMÕES et
al., 2003). A presença de grandes quantidades é reportada como estimuladora do
enraizamento (DE KLERK et al., 1999) ou como inibidora (LATSAGUE; LARA,
2003), em decorrência das estruturas químicas: monofenóis ativam a oxidação de
auxina endógena e polifenóis impedem esta destruição (MAYNARD; BASSUK,
1988).
2.2.1.2 Calos, presença de folhas e brotação
A formação de calos (massas de células meristemáticas) e o enraizamento
são processos independentes, e podem ou não ser influenciados
pelos mesmos
fatores (FACHINELLO et al., 1995). Para algumas espécies o calo é precursor das
raízes adventícias, porém em outras, calos e raízes são antagonistas (LEONEL
et al., 1994; PACHECO et al., 1998; TOFANELLI et al., 2002).
Principalmente em espécies de difícil enraizamento, a presença de folhas é
estimuladora. As auxinas não são os únicos fatores responsáveis pela rizogênese,
necessitando de outros elementos que geralmente são produzidos pelas gemas e
folhas ativas. As estacas devem ser confeccionadas com um par de meia-folhas
na região apical, suficientes para translocar fotoassimilados e evitar a transpiração
excessiva (HARTMANN et al., 2002; PAGEL, 2004).
A brotação influencia diretamente o enraizamento de estacas (ROBERTO
et al. 2004; LEÃO, 2003). Comumente, a formação de brotos acompanha a
formação de raízes. Em algumas espécies, há interrupção da rizogênese com a
retirada de brotos recém-formados. Já em lenhosas caducifólias, as brotações de
estacas coletadas no período de dormência vegetal não afetam ou inibem o
enraizamento; se coletadas fora deste período, o efeito é de estímulo à formação
de raízes (HARTMANN et al., 2002).
11
2.2.2 Fatores exógenos
2.2.2.1 Umidade, temperatura e luminosidade do ambiente de enraizamento
Para contornar a perda excessiva de água por transpiração, além da
redução da área foliar na confecção das estacas, sistemas de nebulização foram
desenvolvidos. A nebulização promove uma camada fina de água junto à
superfície da estaca, evitando a perda de água e mantendo a temperatura
relativamente constante.
Em geral, a temperatura ambiente é a mais adequada ao enraizamento de
estacas. O enraizamento pode ser aumentado com o aumento da temperatura no
substrato. Temperaturas superiores, em até 6ºC, no substrato de enraizamento
em relação à temperatura do ar no interior da casa-de-vegetação, aceleram o
metabolismo na base das estacas, favorecendo a formação de raízes
(HARTMANN et al., 2002).
Quanto à luminosidade, a luz influencia o enraizamento e a radiação
excessiva é capaz de fotodestruir a auxina endógena e prejudicar as relações
hídricas, reduzindo o enraizamento (HARTMANN et al., 2002).
2.2.2.2 Substratos
O substrato é de importância fundamental no desenv
olvimento das raízes,
devendo ter boa capacidade de absorção e aeração ligadas à drenagem
adequada, e ser isento de pragas e doenças. A função básica é a sustentação e o
fornecimento de água e oxigênio (WENDLING et al., 2002). Existe diferença nas
taxas de enraizamento na estaquia em diferentes substratos (CAMPINHOS JR.
et al., 1984; MAUAD et al., 2004).
A casca de arroz carbonizada é indicada como substrato para o
enraizamento. A casca é submetida ao calor excessivo sobre chapas, diretamente
no chão ou ao redor de uma lata. O material resultante é bastante leve, de fácil
manuseio, baixo custo, estéril, de drenagem rápida e com homogeneidade no
tamanho das partículas (GONÇALVES, 1997; KAMPF, 2000; WENDLING;
GATTO, 2002). A vermiculita é um mineral de argila produzido em escala
12
comercial, também adequada ao enraizamento de estacas. A vermiculita de
granulometria média apresenta boa aeração, além de ser um produto estéril e de
alta capacidade de retenção de água (WENDLING; GATTO, 2002).
A sanidade também influencia a rizogênese. As medidas de desinfestação
comuns a muitas espécies são: imersão das estacas em solução com hipoclorito
de sódio (0,4 a 0,5%) por cinco minutos, lavagem com água corrente por mais
cinco minutos, seguida de imersão da metade inferior em solução com fungicida
sistêmico a 0,5 gL
-1
por 15 minutos (CARPANEZZI et al., 1999).
2.2.2.3 Reguladores vegetais
Os hormônios s
intéticos são chamados de reguladores vegetais. Dentre os
reguladores com atividade auxínica, os mais utilizados são o ácido indol butírico
(IBA), o ácido naftaleno acético (NAA) e o ácido 2,4 diclorofenoxiacético (2,4-D),
mais conhecido pelo poder herbicida, mas quando em baixas concentrações atua
como auxina. O IBA se destaca por ser um produto persistente, mais estável que o
IAA e menos tóxico que o NAA (ALVARENGA; CARVALHO, 1983).
Para a aplicação, o IBA é diluído em solução 50% alcoólica, onde as bases
das estacas permanecem submersas por alguns segundos para altas
concentrações e por até 24 horas para concentrações entre 20 e 200 mgL
-1
. O
outro modo de aplicação, IBA em talco, é feito diluindo-se o regulador e o talco
industrial em acetona, secando a mistura em estufa e colocando-o em contato as
bases das estacas. O objetivo principal destes tratamentos é aumentar e
homogeneizar a taxa de enraizamento, obter maior produção de raízes em menos
tempo e reduzir a permanência no leito de enraizamento (ALVARENGA;
CARVALHO, 1983; HARTMANN et al., 2002). A concentração de IBA, o modo e o
tempo de aplicação influenciam o enraizamento de estacas, com variações entre
espécies (GRAÇA; TAVARES, 1988; ROLSTON et al., 1996; CARPANEZZI et al.,
2001; FERREIRA et al., 2001; MATIAS et al., 2001; KERKETTA; PANDEY, 2002;
PIMENTA, 2003; CHAVES, 2004).
13
3 CAPÍTULO I:
ESTAQUI
A E ANATOMIA DE TIMBÓ (Ateleia glazioveana Baillon,
LEGUMINOSAE - PAPILIONOIDEAE) A PARTIR DE BROTAÇÕES DE COPA
DE ÁRVORES
RESUMO
Este trabalho objetivou o estudo da est
aquia caulinar de Ateleia glazioveana
Baillon (timbó) a partir de brotações de copa de exemplares adultos, com
aplicação de ácido indol butírico (IBA). Trata-se de uma espécie arbórea, decídua,
natural do sul do Brasil, pioneira e de alta produção de biomassa. A estaquia pode
se tornar alternativa para a produção de mudas, uma vez que a produção de
sementes é irregular nesta espécie. Foram testadas diferentes concentrações do
regulador: 0, 2500 e 5000 mgL
-1
(IBA em solução) e 0, 2500 e 5000 mgKg
-1
(IBA
em talco), nas quatro estações do ano (2005/2006) e em dois substratos (casca
de arroz carbonizada e vermiculita). Foram realizadas análises anatômicas das
estacas para verificar possíveis barreiras anatômicas e a presença de amido e
compostos fenólicos no material vegetal. Após 60 dias em casa-de-vegetação, os
resultados mostraram que o uso de IBA não favoreceu o enraizamento adventício
nem contribuiu na formação de calos. O enraizamento foi nulo em todas as
estações. A melhor época para a obtenção de estacas com calos foi o inverno,
com preferência para a vermiculita como substrato (média de 51,7% IBA em
solução). Com exceção da primavera (médias de mortalidade de 50 a 100%), as
porcentagens de sobrevivência (médias de 66,0% no inverno, 89,2% no verão e
89,0% no outono) e brotação foliar (médias de 90,2% no inverno, 45,0% no verão
e 45,0% no outono) foram altas. A presença de fibras pericíclicas nas estacas
pode ter funcionado como barreira à emissão de raízes. Grânulos de amido foram
encontrados em maior quantidade no inverno, única época em que os compostos
fenólicos estavam ausentes. Nas condições do presente trabalho, pode-se concluir
que a permanência maior no leito de enraizamento poderia gerar melhores
resultados e que a espécie se caracterizou como de difícil enraizamento.
Palavras-chave: enraizamento, estacas caulinares, auxinas, estudo anatômico.
14
CUTTING AND ANATOMY OF TIMBÓ (Ateleia glazioveana Baillon,
LEGUMINOSAE - PAPILIONOIDEAE) FROM SPROUTS OF ONE YEAR FROM
TREES
ABSTRACT
The aim of this resear
ch was to study the Ateleia glazioveana Baillon stem cutting
from sprouts of one year of age from mature trees, with application of indole butyric
acid (IBA). The species, from South of Brazil, is a decidual tree, pioneer and is
able to produce high amount of biomass. The research tested different
concentrations of IBA: 0, 2500 and 5000 mgL
-1
(in solution) and 0, 2500 and 5000
mgKg
-1
(in powder), during the four seasons, in two substrates (carbonized rind of
rice and vermiculite). The stem cutting anatomic analyses were done to verify
anatomical barriers and the presence of starch and phenolic composites in the
material. After 60 days in a greenhouse, they were evaluated. The results show
that the use of IBA did not promote the adventitious rooting neither contributed for
the callus formation. The rooting was null in all the seasons. The best season for
callus formation was the winter, with preference for the vermiculita (average of
51,7% IBA in solution). Besides the spring, which showed a high mortality rate
(average between 50 and 100%), the cuttings survival rate (average of 66% in
winter, 89,2% in summer and 89,0% in fall) and de sprout rate (average of 90,2%
in winter, 45,0% in summer and 45,0% in fall) were high. The staple fiber presence
in the cuttings may have functioned as barrier to the root emission. Starch granules
have been found in larger amount during the winter, the only season where the
phenolic composites were absent. Under these conditions, the present work shows
this species to be of difficult-to-rooting.
Key words: rooting, stem cuttings, auxins, anatomical study.
15
3.1 INTRODUÇÃO
Das 18000 espécies de Leguminosae, 12000 estão incluídas na subfamília
Papilionoideae, onde o gênero Ateleia está inserido com 17 espécies d
e
ocorrências restritas. Na América do Sul, quatro delas aparecem na metade norte
e somente A. glazioveana Baillon, conhecida por timbó, é encontrada ao sul
(MOHLENBROCK, 1962).
O timbó é árvore decídua, pioneira, heliófila, com cerca de 15 m de altura e
30 cm de DAP, encontrada comumente em áreas abertas formando povoamentos
puros, com capacidade de crescer em solos pedregosos e de pouca profundidade.
A espécie ocorre naturalmente no nordeste da Argentina, em regiões do Paraguai
e no sul e sudeste do Brasil (CARVALHO, 2002).
O timbó é assim conhecido por suas propriedades ictiotóxicas, mas também
contém substâncias inseticidas e substâncias tóxicas a bovinos, eqüinos e ovinos
(MARONA, 1992). Quando podados, os galhos brotam com vigor, fornecendo
densa folhagem com teores satisfatórios de nitrogênio (BAGGIO et al., 2002).
A germinação das sementes chega a 90%, após dois anos de
armazenamento em câmara fria (CARVALHO, 2002), mas a produção é irregular
com intervalos de até dez anos, segundo proprietários rurais do sul do Brasil.
Sabe-se que a propagação vegetativa pode ser feita a partir da estaquia de ramos
ou de raízes (MAIXNER; FERREIRA, 1976) e pesquisas paralelas revelaram a
instalação de árvores instantâneas (plantio de estacas lenhosas de grande porte
diretamente no campo) como uma opção promissora.
O enraizamento de estacas é influenciado por diversos fatores. A
concentração ótima de auxina endógena regulada pela aplicação de reguladores
vegetais favorece a rizogênese. O tipo de estaca e a estação do ano alteram as
taxas de enraizamento (LISINGEN et al., 2000; CARPANEZZI et al., 2001;
FERREIRA et al., 2001; ZUFFELLATO-RIBAS et al., 2002; REGO et al., 2003).
O único registro na literatura sobre o enraizamento de estacas de timbó não
fornece resultados ou metodologias a serem utilizadas. Assim, o objetivo deste
trabalho foi estudar a estaquia do timbó a partir de brotações de copa de árvores
16
adultas, nas quatro estações do ano, em dois substratos, com aplicação do
regulador vegetal ácido indol butírico (IBA).
17
3.2 MATERIAL E MÉTODOS
Plantas m
atrizes com cerca de 15 m de altura foram selecionadas
aleatoriamente em quatro timbozais nativos pertencentes à Floresta Estacional
Semidecidual (IBGE, 1992) nos municípios de Barracão-PR (26º17’S, 53º34’W,
830 msnm) e Flor da Serra do Sul-PR (26º13’S, 53º11’W, 770msnm). Foram
realizadas quatro coletas, uma por estação do ano, no final do último mês de cada
estação: inverno/2005, primavera/2005, verão/2006 e outono/2006 (Figura 01. A,
B.).
Ramos foram retirados da copa das árvores e as estacas confeccionadas
com dez a 12 cm de comprimento a partir das brotações apicais do ano, com corte
reto no ápice e em bisel na base. O material foi acondicionado em caixas de
isopor com umidade e baixa temperatura para transporte até local de instalação
experimental, em Colombo-PR (25ºS, 49ºW e 938 msnm), a 500 km de distância
do local de coleta (Figura 01. C, D.).
A desinfestação foi realizada com hipoclorito de sódio a 0,5% por cinco
minutos, seguido de lavagem em água corrente por cinco minutos e fungicida
benomyl a 0,5 gL
-1
por mais 15 minutos. Em seguida, as bases foram imersas por
dez segundos e entraram em contato com talco nos tratamentos: 0, 2500 e
5000 mgL
-1
(IBA em solução) e 0, 2500 e 5000 mgKg
-1
(IBA em talco). Os
substratos utilizados foram casca de arroz carbonizada (CAC) e vermiculita de
granulometria média, em tubetes de 53 cm
3
. O material permaneceu em casa-de-
vegetação com nebulização intermitente (U. R. acima de 80% e temperatura ao
redor de 25ºC) (Figura 01. E, F.). Os experimentos incluíram a aplicação semanal
de inseticida SBP
®
aerosol para evitar o apodrecimento das estacas decorrente do
ataque de pequenas moscas.
Após 60 dias, as estacas foram avaliadas, incluindo as porcentagens de
estacas enraizadas, com número de raízes e comprimento das três maiores raízes
por estaca, estacas com calos, estacas vivas, estacas mortas e estacas brotadas.
18
FIGURA 01 A. glazioveana. A. Timbozal localizado em área de ocorrência natural, no
inverno/2005, município de Barracão – PR. B. Coleta de ramos de
brotação de copa de árvores adultas, no outono/2006, observar
características caducas da espécie. C. Demonstração da preparação da
estaca a partir do ramo com folhas, no verão/2006. D. Transporte de
estacas confeccionadas. E. Experimento após 30 dias da instalação. F.
Detalhe da brotação foliar.
19
Foram consideradas estacas enraizadas aquelas que apresentavam pelo
menos uma raiz com mais de 0,1 cm de comprimento; estacas com calos, as que
se apresentavam vivas e com calos; estacas vivas, aquelas que permaneceram
vivas, mas não formaram calos ou raízes; estacas mortas, todas em que a base
da estaca estava totalmente necrosada; e estacas brotadas, aquelas que
apresentavam pelo menos um broto formado com mais de 0,1 cm.
O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado com
doze tratamentos que representam o arranjo fatorial de dois substratos, três
concentrações do regulador vegetal e dois veículos de aplicação do regulador
vegetal, com quatro repetições cada e dez estacas por unidade experimental,
totalizando 480 estacas por estação. Os resultados foram submetidos à análise
estatística. As variáveis cujas variâncias mostraram-se homogêneas foram
submetidas à análise de variância. Quando os resultados revelaram existir
diferenças significativas entre as médias, essas foram comparadas pelo teste de
Tukey, ao nível de 5% de probabilidade.
Para as análises anatômicas, segmentos de estacas foram fixados em
F.A.A. 70 (etanol 70%, ácido acético e formaldeído, 90:5:5) (JOHANSEN, 1940) e
conservados em etanol 70%. As amostras foram amaciadas em estufa com
glicerina 25% por dez dias e ficaram em estufa com polietileno 50% por sete dias
e polietileno 100% por mais 24 horas para infiltração. Os blocos de polietileno
secaram por sete dias e foram seccionados em micrótomo de rotação, com 10 μm
de espessura. Após a distensão e adesão dos cortes, as lâminas permanentes
foram coradas com azul de toluidina (FEDER; O’BRIEN, 1968). Em parte das
secções foram realizados testes microquímicos com lugol, para detecção da
presença de amido, e cloreto férrico, para identificar a presença de compostos
fenólicos (JOHANSEN, 1940) e montadas lâminas semipermanentes com água
destilada. As fotomicrografias foram tiradas em microscópio Zeiss com câmara
digital Sony Cyber-shot P72
®
acoplada.
20
3.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados gerais para porcentagens de estacas com calos, estacas
vivas, estacas mortas e estacas brotadas, para as quatro estações do ano
(2005/2006) encontram-se nos Anexos 01, 02, 03 e 04. Os resultados de estacas
com calos, estacas vivas e estacas mortas são complementares entre si; as
porcentagens de estacas brotadas são independentes deles.
Na estação do inverno/2005 algumas estacas morreram, mas as
porcentagens foram tão baixas que não foi possível realizar a análise de variância
destes dados. O mesmo ocorreu com o enraizamento nesta estação. Dentre as
480 estacas confeccionadas no inverno/2005, somente três estacas distribuídas
em três tratamentos formaram raízes. Além disso, as raízes formadas não
ultrapassaram 0,5 cm de comprimento (Anexo 01).
Assim, os resultados discutidos para a estaquia de timbó a partir de
brotações de árvores adultas nas quatro estações do ano (2005/2006) basearam-
se nas demais variáveis.
3.3.1 Análises biométricas
Os resultados da análise de variância dos
dados das variáveis analisadas
estão na Tabela 01.
3.3.1.1 Inverno/2005
Para estacas com calos não houve diferença significativa entre as
concentrações testadas (Tabelas 01 e 02; Anexo 01), mas a interação substratos
utilizados e veículos de aplicação do regulador foi significativa, indicando que
estes fatores foram dependentes (Tabela 01).
21
TABELA 01 - Análise de variância dos dados das porcentagens de estacas de
brotações de copa de árvores adultas de timbó com calos, vivas,
mortas e brotadas, nas quatro estações do ano (2005/2006).
Quadrados médios
Estação do ano Fontes de Variação Graus de
liberdade
Estacas
com calos
Estacas
vivas
Estacas
mortas
Estacas
brotadas
Substratos
1 3333,3** 5418,8** 52,1
ns
Veículos
1 3675,0** 5418,8** 168,8
ns
Concentrações
2 456,3
ns
1939,6** 14,6
ns
Substratos x Veículos
1 2408,3* 7252,1** 102,1
ns
Substratos x Concentrações
2 164,6
ns
306,3
ns
102,1
ns
Veículos x Concentrações
2 268,8
ns
868,8
ns
43,8
ns
Substratos x Veículos x
Concentrações
2 277,1
ns
377,1
ns
14,6
ns
Erro 36 398,6 307,7 139,6
Coeficiente de variação (%) 72,6 26,6 13,1
Inverno / 2005
Qui-quadrado (x
2
) 10,1 5,5 9,0
Substratos
1 8,3
ns
22533,3** 23852,1** 602,1*
Veículos
1 8,3
ns
0,0
ns
2,1
ns
2,1
ns
Concentrações
2 6,3
ns
108,3
ns
139,6
ns
14,6
ns
Substratos x Veículos
1 8,3
ns
33,3
ns
52,1
ns
18,8
ns
Substratos x Concentrações
2 2,1
ns
108,3
ns
152,1
ns
77,1
ns
Veículos x Concentrações
2 2,1
ns
25,0
ns
39,6
ns
2,1
ns
Substratos x Veículos x
Concentrações 2 14,6
ns
58,3
ns
102,1
ns
6,3
ns
Erro 36 45,8 180,6 195,1 110,4
Coeficiente de variação (%) 541,6 57,6 18,6 219,3
Primavera / 2005
Qui-quadrado (x
2
) 3,7 24,5 22,8 13,0
Substratos
1 602,1* 2133,3** 468,8* 9075,0**
Veículos
1 2,1
ns
8,3
ns
2,1
ns
533,3
ns
Concentrações
2 27,1
ns
127,1
ns
64,6
ns
831,3
ns
Substratos x Veículos
1 52,1
ns
75,0
ns
2,1
ns
3008,3*
Substratos x Concentrações
2 14,6
ns
39,6
ns
18,8
ns
693,8
ns
Veículos x Concentrações
2 102,1
ns
77,1
ns
127,1
ns
1264,6
ns
Substratos x Veículos x
Concentrações 2 39,6
ns
356,3
ns
464,6* 1852,1*
Erro
36 99,3 148,6 109,0 430,6
Coeficiente de variação (%)
208,0 13,7 172,8 46,1
Verão / 2006
Qui-quadrado (x
2
)
4,8 15,9 16,4 12,7
Substratos
1 602,1* 2002,1** 408,3
ns
9075,0**
Veículos
1 2,1
ns
18,8
ns
8,3
ns
533,3
ns
Concentrações
2 27,1
ns
102,1
ns
43,8
ns
831,3
ns
Substratos x Veículos
1 52,1
ns
102,1
ns
8,3
ns
3008,3*
Substratos x Concentrações
2 14,6
ns
39,6
ns
27,1
ns
693,8
ns
Veículos x Concentrações
2 102,1
ns
56,3
ns
102,1
ns
1264,6
ns
Substratos x Veículos x
Concentrações 2 39,6
ns
352,1
ns
477,1* 1852,1*
Erro
36 99,3 145,1 105,6 430,6
Coeficiente de variação (%)
208,0 13,5 164,4 46,1
Outono / 2006
Qui-quadrado (x
2
) 4,8 17,8 18,0 12,7
n.s. não significativo
* significativo a 5% de probabilidade
** significativo a 1% de probabilidade
22
A comparação de médias das estacas com calos mostrou que o substrato
vermiculita foi diferente significativamente e melhor do que a CAC, apenas com
IBA veiculado em solução. A aplicação do regulador em solução foi mais efetiva
que em talco somente quando utilizada a vermiculita como substrato. A maior
quantidade de calos (51,7%) foi verificada com o uso de IBA em solução no
substrato vermiculita (Tabelas 02 e 03).
Com a aplicação de IBA em talco, estacas de ameixeira não enraizaram
(PASINATO et al., 1998) e estacas de Erythrina speciosa apresentaram redução
nas taxas de enraizamento, quando comparadas com a aplicação de IBA em
solução (LINSINGEN et al., 2000). A vermiculita propiciou melhores taxas de
enraizamento de estacas lenhosas de pessegueiro e este aumento foi relacionado
com o equilíbrio água/ar deste substrato (TOFANELLI et al., 2002).
Para estacas vivas, houve diferença significativa entre as concentrações e a
interação substratos e veículos de aplicação foi significativa (Tabela 01). A
comparação de médias das concentrações testadas indicou 0 e 2500 mg como
diferentes significativamente e mais indicadas que 5000 mg, independente da
forma de aplicação do regulador e do substrato utilizado. A maior sobrevivência
(92,5%) foi obtida com 0 mg de IBA em solução, com o substrato CAC (Tabela
02).
Na comparação entre substratos, a sobrevivência foi maior com a CAC
quando IBA foi aplicado nas estacas em solução (78,3%), diferindo
significativamente da vermiculita (32,5%). Entre as formas de aplicação, o talco foi
mais efetivo para o substrato vermiculita, diferindo da solução neste mesmo
substrato (Tabela 03).
As porcentagens de estacas mortas foram nulas (Anexo 01). Não existiu
diferença significativa entre as médias das porcentagens de estacas brotadas
(Tabela 02; Anexo 01).
23
TABELA 02 - Médias das porcentagens de estacas de timbó com calos, vivas e
brotadas e comparação de médias das porcentagens de estacas
vivas para as concentrações de IBA testadas, no inverno/2005.
Estacas com calos (%)
Concentrações de IBA (mg)
Veículos
0 2500 5000
Médias
CAC 19,2 b
Solução 7,5 22,5 32,5 20,8
Talco 12,5 22,5 17,5 17,5
Vermiculita 35,8 a
Solução 55,0 42,5 57,5 51,7 a
Talco 12,5 25,0 22,5 20,0 b
Médias 21,9 28,1 32,5
Estacas vivas (%)
Concentrações de IBA (mg)
Veículos
0 2500 5000
Médias
CAC 76,7
Solução 92,5 77,5 65,0 78,3
Talco 82,5 72,5 70,0 75,0
Vermiculita 55,4
Solução 40,0 52,5 42,5 32,5
Talco 85,0 75,0 75,0 78,3
Médias 75,0 A 69,4 A 53,8 B
Estacas brotadas (%)
Concentrações de IBA (mg)
Veículos
0 2500 5000
Médias
CAC 89,2
Solução 97,5 90,0 90,0 92,5
Talco 87,5 87,5 82,5 85,8
Vermiculita 91,3
Solução 92,5 90,0 92,5 91,7
Talco 87,5 90,0 95,0 90,8
Médias 91,3 89,4 90,0
Médias seguidas pela mesma letra minúscula na vertical e maiúscula na horizontal não diferem estatisticamente pelo teste
de Tukey a 5% de probabilidade, para cada variável isoladamente.
24
TABELA 03 - Comparações de médias das porcentagens de estacas de timbó
com calos e vivas, referentes às interações substratos e veículos
de aplicação de IBA significativas, no inverno/2005.
Estacas com calos (%)
Substratos
Veículos
CAC Vermiculita
Médias
Solução 20,8 a B 51,7 a A 36,3
Talco 17,5 a A 20,0 b A 18,8
Médias 19,2 35,8
Estacas vivas (%)
Substratos
Veículos
CAC Vermiculita
Médias
Solução 78,3 a A 32,5 b B
55,4
Talco 75,0 a A 78,3 a A 76,7
Médias 76,7 55,4
Médias seguidas pela mesma letra minúscula na vertical e maiúscula na horizontal não diferem estatisticamente pelo teste
de Tukey a 5% de probabilidade, para cada variável isoladamente.
Para espécies caducifólias, a época mais indicada à propagação por
estacas é a época de dormência que, no sul do Brasil, é caracterizada como a
estação do inverno. Nesta época, os ramos acumulam reservas e balanço
diferencial de hormônios para a próxima estação. Possivelmente, a alta
sobrevivência e alta brotação das estacas de timbó no inverno sejam
conseqüência destas relações, bem como a formação de calos.
Diferenças entre as concentrações de IBA testadas só foram verificadas
para a variável sobrevivência. Ainda assim, existiu uma tendência de maior
ocorrência de calos com aplicação de concentrações mais elevadas. A maior
ocorrência de calos pode indicar maior capacidade de enraizamento. Muitas
espécies arbóreas apresentam maiores taxas de enraizamento quando aplicadas
altas concentrações de regulador vegetal (KERKETTA; PANDEY, 2002;
ZUFFELLATO-RIBAS et al., 2002).
3.3.1.2 Primavera/2005
A análise de variância revelou para estacas com calos que todas as fontes
de variação não foram significativas (Tabela 01). As maiores porcentagens de
25
estacas com calos foram encontradas no substrato vermiculita (1,7%) e na
testemunha (1,9%) (Tabela 04; Anexo 02).
A análise de variância demonstrou para estacas vivas diferença
significativa apenas entre os substratos (Tabela 01). A comparação de médias
revelou que a vermiculita foi o substrato mais adequado, com 45% de
sobrevivência, enquanto na CAC somente 1,7% das estacas sobreviveram
(Tabela 04). Esta sobrevivência maior na vermiculita pode estar associada com a
relação água/ar presente neste substrato. Na casca de arroz carbonizada, esta
relação é menor e menores quantidades de água estão presentes, em decorrência
da drenagem maior.
A mortalidade foi alta, com diferença significativa entre os substratos
(Tabela 01; Anexo 02). O teste de comparação de médias apontou a CAC como
substrato de maior ocorrência de estacas mortas (97,5%), diferente
significativamente da vermiculita (52,9%) (Tabela 04).
Para estacas brotadas, houve diferença significativa apenas entre os
substratos empregados (Tabela 01). Na vermiculita, houve mais estacas brotadas
(8,3%), as quais diferiram significativamente da CAC (1,3%) (Tabela 04). Os
resultados gerais para esta variável encontram-se no Anexo 02.
3.3.1.3 Verão/2006 e Outono/2006
No verão/2006 e outono/2006 os resultados das análises de variâncias
foram idênticos, por conta das médias dos tratamentos serem bastante
semelhantes (Anexos 03 e 04).
Para estacas com calos, houve diferença significativa apenas entre os
substratos utilizados (Tabela 01). Em ambas as estações, a ocorrência de calos foi
baixa (Anexos 03 e 04). A CAC apresentou diferença significativa quando
comparado a vermiculita (8,3 contra 1,3%, no verão/2006 e no outono/2006)
(Tabela 05), contrariando os resultados obtidos no inverno/2005. Considerando
que no inverno a formação de calos foi mais intensa (35,8% na vermiculita), não
parece adequado associar a CAC à formação de calos em estacas de timbó.
26
TABELA 04 - Médias das porcentagens de estacas de timbó com calos, vivas,
mortas e brotadas e comparações de médias das porcentagens de
estacas vivas, mortas e brotadas, referentes aos substratos
utilizados, na primavera/2005.
Estacas com calos (%)
Concentrações de IBA (mg)
Veículos
0 2500 5000
Médias
CAC 0,8
Solução 0,0 0,0 2,5 0,8
Talco 2,5 0,0 0,0 0,8
Vermiculita 1,7
Solução 2,5 0,0 0,0 0,8
Talco 2,5 2,5 2,5 2,5
Médias 1,9 0,6 1,3
Estacas vivas (%)
Concentrações de IBA (mg)
Veículos
0 2500 5000
Médias
CAC 1,7 b
Solução 2,5 0,0 5,0 2,5
Talco 2,5 0,0 0,0 0,8
Vermiculita 45,0 a
Solução 47,5 50,0 37,5 44,2
Talco 52,5 42,5 42,5 45,8
Médias 26,3 22,5 21,3
Estacas mortas (%)
Concentrações de IBA (mg)
Veículos
0 2500 5000
Médias
CAC 97,5 a
Solução 97,5 100,0 92,5 96,7
Talco 95,0 100,0 100,0 98,3
Vermiculita 52,9 b
Solução 50,0 50,0 62,5 54,2
Talco 45,0 55,0 55,0 51,7
Médias 71,9 76,3 77,5
Estacas brotadas (%)
Concentrações de IBA (mg)
Veículos
0 2500 5000
Médias
CAC 1,3 b
Solução 2,5 0,0 2,5 1,7
Talco 2,5 0,0 0,0 0,8
Vermiculita 8,3 a
Solução 5,0 10,0 7,5 7,5
Talco 5,0 12,5 10,0 9,2
Médias 3,8 5,6 5,0
Médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade, para cada
variável isoladamente.
27
TABELA 05 - Comparações de médias das porcentagens de estacas de timbó
com calos e vivas, para os substratos utilizados, no verão e
outono/2006 (médias para estacas com calos idênticas em ambas
as estações).
Estacas com calos (%), verão e outono/2006
Concentrações de IBA (mg)
Veículos
0 2500 5000
Médias
CAC 8,3 a
Solução 7,5 12,5 7,5 9,2
Talco 10,0 2,5 10,0 7,5
Vermiculita 1,3 b
Solução 0,0 0,0 0,0 0,0
Talco 0,0 0,0 7,5 2,5
Médias 4,4 3,8 6,3
Estacas vivas (%), verão/2006
Concentrações de IBA (mg)
Veículos
0 2500 5000
Médias
CAC 82,5 b
Solução 82,5 85,0 77,5 81,7
Talco 87,5 77,5 85,0 83,3
Vermiculita 95,8 a
Solução 97,5 95,0 100,0 97,5
Talco 100,0 100,0 82,5 94,2
Médias 91,9 89,4 86,3
Estacas vivas (%), outono/2006
Concentrações de IBA (mg)
Veículos
0 2500 5000
Médias
CAC 82,5 b
Solução 82,5 85,0 77,5 81,7
Talco 87,5 77,5 85,0 83,3
Vermiculita 95,4 a
Solução 97,5 95,0 100,0 97,5
Talco 97,5 100,0 82,5 93,3
Médias 91,3 89,4 86,3
Médias seguidas por letras diferentes na vertical diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade, para
cada variável isoladamente.
28
Para estacas vivas, houve também diferença significativa somente entre os
substratos (Tabela 01). A vermiculita foi o substrato mais promissor à
sobrevivência das estacas (95,8%), diferindo significativamente da CAC (82,5%)
no verão/2006 e 95,4% contra 82,5% no outono/2006 (Tabela 05). Os demais
resultados para as porcentagens de estacas vivas de timbó estão nos Anexos 03 e
04. A alta sobrevivência, associada à ocorrência baixa de calos, pode estar
relacionada com o substrato e o leito de enraizamento. Estes fatores não foram
adequados ao enraizamento da espécie, mas podem ter contribuído com a
sobrevivência da maioria das estacas. Além disso, as estacas foram retiradas de
ramos adultos e estas épocas do ano não correspondem à época de
armazenamento de reservas da espécie.
A análise de variância para estacas mortas, no verão/2006 e no
outono/2006, mostrou interação significativa entre os três fatores. Isto indica
dependência entre os substratos utilizados, os veículos de aplicação do regulador
e as concentrações testadas, nas duas estações (Tabela 01). A comparação entre
os substratos revelou a CAC como menos adequada (9,2% de mortalidade),
diferindo significativamente da vermiculita (2,9% no verão/2006 e 3,3% no
outono/2006). As demais médias foram comparadas isoladamente em cada
substrato utilizado, para ambas as estações. A maior mortalidade, na CAC,
ocorreu com 2500 mg de IBA veiculado em talco (20,0%), diferindo
significativamente das outras concentrações em talco e da mesma concentração
em solução. Na vermiculita, a maior mortalidade foi de 10,0%, com 5000 mg de
IBA veiculado em talco, não diferindo significativamente das médias dos demais
tratamentos neste substrato (Tabela 06; Anexos 03 e 04).
Para estacas brotadas, a interação tripla foi significativa no verão/2006 e no
outono/2006, sendo fatores dependentes entre si os substratos utilizados, os
veículos de aplicação de IBA e as concentrações testadas. A maior brotação
ocorreu na vermiculita (58,8%), diferindo significativamente da CAC (31,3%). A
brotação mais intensa na vermiculita nestas estações pode estar relacionada ao
substrato.
29
TABELA 06 - Comparações de médias das porcentagens de estacas de timbó
mortas e brotadas, referentes às interações substratos, veículos de
aplicação de IBA e concentrações de IBA significativas, no
verão/2006 e no outono/2006 (médias para estacas brotadas
idênticas em ambas as estações).
Estacas mortas (%), verão/2006
Concentrações de IBA (mg)
Veículos
0 2500 5000
Médias
CAC 9,2 a
Solução 10,0 a A 2,5 b A 15,0 a A 9,2
Talco 2,5 a B 20,0 a A 5,0 b B 9,2
Vermiculita 2,9 b
Solução 2,5 a A 5,0 a A 0,0 a A 2,5
Talco 0,0 a A 0,0 a A 10,0 a A 3,3
Médias 3,8 6,9 7,5
Estacas mortas (%), outono/2006
Concentrações de IBA (mg)
Veículos
0 2500 5000
Médias
CAC 9,2 a
Solução 10,0 a A 2,5 b A 15,0 a A 9,2
Talco 2,5 a B 20,0 a A 5,0 b B 9,2
Vermiculita 3,3 b
Solução 2,5 a A 5,0 a A 0,0 a A 2,5
Talco 2,5 a A 0,0 a A 10,0 a A 4,2
Médias 4,4 6,9 7,5
Estacas brotadas (%), verão e outono/2006
Concentrações de IBA (mg)
Veículos
0 2500 5000
Médias
CAC 31,3b
Solução 20,0 b A 25,0 a A 15,0 a A 20,0
Talco 60,0 a A 35,0 a A 32,5 a A 42,5
Vermiculita 58,8a
Solução 60,0 a A 57,5 a A 72,5 a A 63,3
Talco 50,0 a AB 85,0 a A 27,5 b B 54,2
Médias 47,5 50,6 36,9
Médias seguidas pela mesma letra minúscula na vertical e maiúscula na horizontal não diferem estatisticamente pelo teste
de Tukey a 5% de probabilidade, para cada variável e substrato isoladamente.
30
Para cada substrato as comparações de médias foram realizadas isoladamente. A
maior porcentagem de estacas brotadas, na vermiculita, foi verificada com 2500
mg de IBA em talco (85,0%), diferindo significativamente apenas da concentração
5000 mg, neste veículo de aplicação. Quando o substrato utilizado foi a CAC, a
maior taxa de brotação foi obtida sem o regulador (60,0% com aplicação de talco
inerte), sendo diferente significativamente apenas da mesma concentração, em
solução (Tabela 06; Anexos 03 e 04).
3.3.1.4 Comparação entre as quatro estações do ano
As concentrações de IBA testadas não promoveram o enraizamento para
nenhuma época estudada, com exceção do inverno/2005, que apresentou três
estacas enraizadas (uma em cada concentração aplicada). Na estaquia de
Erythrina crista-galli a aplicação de IBA também não influenciou na maior indução
radicial, ocorrendo mortalidade da maioria das estacas (CHAVES, 2004). Em
Sapium glandulatum, a adição de ácido bórico acentuou a ação auxínica,
aumentando o sucesso no enraizamento de estacas caulinares (FERREIRA et al.,
2001).
Para diversas espécies florestais, o verão foi a estação do ano de maior
sucesso no enraizamento de estacas, sendo relacionado à alta atividade
metabólica e aumento conseqüente das concentrações endógenas de auxina
(ZUFFELLATO-RIBAS et al., 2002; FERREIRA et al., 2001). Para o timbó, espécie
caducifólia, a alta atividade verifica-se após o inverno e é nesta época também
que se concentra a maior quantidade de reservas no caule. Isto pode explicar o
inverno como a época de maior ocorrência de calos e o aparecimento de raízes, já
que as coletas de material foram realizadas ao final de cada estação. Para Ginkgo
biloba, outra espécie caducifólia, o enraizamento foi nulo em todas as estações,
mas também ocorreram mais calos no inverno (BITENCOURT, 2006).
A formação de calos (35,8% no inverno/2005), a sobrevivência (45,0% na
primavera/2005, 95,8% no verão/2006 e 95,4% no outono/2006) e a brotação
(91,3% no inverno/2005 e 58,8% no verão/2006 e no outono/2006) apresentaram
valores consideráveis e geralmente melhores quando o substrato utilizado foi a
31
vermiculita, independente da estação. Estes resultados recomendam a
permanência das estacas por mais tempo no leito de enraizamento, o que poderia
melhorar a indução radicial.
Com exceção da primavera/2005, as estacas permaneceram vivas e
brotadas, o que sugere translocação de maior parte das reservas para o ápice da
estaca em um primeiro momento, impossibilitando a formação posterior de raízes.
Sabe-se que espécies lenhosas caducas que emitem brotação na época de baixa
atividade podem ter o enraizamento inibido pela brotação. As citocininas têm um
papel importante no desenvolvimento de gemas e na formação de brotos em
estacas; geralmente, a relação auxinas/citocininas endógena alta induz a
formação de raízes e a relação baixa entre as concentrações promove a emissão
de brotação (HARTMANN et al., 2002).
3.3.2 Análises anatômicas
Por meio das análises anatômicas, verificou-se que não ocorreram
diferenças estruturais entre as estacas coletadas no inverno/2005, verão/2006 e
outono/2006. Estacas coletadas na primavera/2006 não foram analisadas.
As estacas apresentaram periderme com quatro a cinco camadas de súber
com lenticelas. A região cortical possui células parenquimáticas com conteúdo
denso e esclereídes dispersas. As fibras pericíclicas formam um anel contínuo,
com três a cinco camadas ao redor do cilindro vascular. No floema secundário,
além dos elementos de tubo crivado, células companheiras e parenquimáticas,
foram observados fibras e idioblastos com cristais. A faixa cambial é estreita, com
poucas células derivadas. O xilema secundário é desenvolvido, com elementos de
vasos isolados ou em séries radiais, raios estreitos e fibras com parece espessa.
A medula é parenquimática (Figura 02. A, B.).
32
FIGURA 02 - Secções transversais de estacas de brotações de copa de A. glazioveana no
momento da instalação experimental. A. Vista geral. B. Detalhe das fibras
pericíclicas. C.–H. Testes com lugol, revelando a presença ou ausência de amido
na região cortical e no xilema secundário. C. e D. Inverno. E. e F. Verão. G. e H.
Outono. (C=córtex; F=fibras pericíclicas; Fl=floema secundário; P=periderme;
X=xilema secundário; setas = grânulos de amido). Barra = 50 µm (B, D, F e H);
200 µm (A, C, E e G).
33
Os testes com lugol indicaram a presença de grânulos de amido em células
da região cortical e do parênquima do xilema secundário, nas estacas coletadas
no inverno (Figura 02. C, D.); na região do xilema secundário, no verão (Figura 02.
E, F.); e a ausência dos grânulos no outono (Figura 02. G, H.). Os testes com
cloreto férrico revelaram a ausência de compostos fenólicos no inverno e a
presença desses nas demais estações.
Estacas oriundas de brotação de copa de árvores adultas apresentaram
características que evidenciam a dificuldade de enraizamento adventício. A faixa
contínua de fibras com até cinco camadas de células é barreira anatômica
potencial. Em estacas de pereira, o baixo enraizamento adventício foi relacionado
à barreira anatômica presente (BEAKBANE, 1961).
A faixa cambial estreita acusa baixa atividade metabólica no ramo e sabe-
se que uma maior quantidade de células ativas promove condições adequadas à
formação dos primórdios radiciais (MEDRADO et al., 1995). O xilema secundário,
nas estacas de timbó, evidencia que o material atingiu algum grau de
desenvolvimento, se distanciando da fase juvenil.
A presença de grânulos de amido não influenciou o enraizamento, já que
ocorreu simultaneamente à ausência de raízes. O mesmo ocorreu para Tibouchina
sellowiana (BORTOLINI, 2006) e Ginkgo biloba (BITENCOURT, 2006). Porém, a
estação de maior formação de calos foi a única que apresentou grânulos de amido
na região cortical. Isto pode ter facilitado a nutrição da estaca para formação da
massa celular, visto que é nesta época do ano que a espécie está em dormência,
com reservas armazenadas para a próxima estação. A ausência de compostos
fenólicos apenas na estação de maior ocorrência de calos sugere se tratar de
compostos inibidores da rizogênese, assim como ocorreu em cultivares de Vitis
(MAYER et al., 2006).
34
3.4 CONCLUSÕES
Nas condições do presente trabalho, pode-se concluir que, para a estaquia
caulinar a partir de brotações de copa de árvores adultas de timbó:
Estacas caulinares a partir de brotações de copa de árvores adultas não
foram adequadas ao enraizamento da espécie;
As estações do ano não influenciaram no enraizamento, mas o inverno foi
mais adequado à formação de calos;
O IBA não promoveu o enraizamento nem influenciou na formação de
calos;
O substrato não influenciou o enraizamento, mas a vermiculita propiciou
maior ocorrência de calos;
A estrutura anatômica das estacas pode ter impedido o enraizamento;
Os compostos fenólicos presentes foram antagonistas à formação de calos;
e
A espécie pode ser considerada de difícil enraizamento, não formando
raízes em nenhuma estação do ano.
35
3.5 REFERÊNCIAS
BAGGIO, A. J.; MONTOYA, L.
J. V.; MASAGUER, A. Potencialidades del timbó
(Ateleia glazioveana) y del maricá (Mimosa bimucronata) para la producción de
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n. 1, p. 101-112, 2002.
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BITENCOURT, J. de. Propagação vegetativa de Ginkgo biloba L.
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37
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BOTÂNICA, 25, Recife, Anais... Recife: Universidade Federal de Pernambuco,
2002. p. 45.
38
4 CAPÍTULO II:
ESTAQUI
A APICAL E SUBAPICAL E ANATOMIA DE TIMBÓ (Ateleia
glazioveana Baillon, LEGUMINOSAE - PAPILIONOIDEAE) A PARTIR DE
BROTAÇÕES DE CEPAS DE ÁRVORES DE DUAS IDADES
RESUMO
O timbó (Ateleia glaz
ioveana Baillon) é árvore pioneira e decídua, com capacidade
de revegetar solos degradados. A planta tem propriedades inseticidas exploradas
comercialmente e outras toxinas em estudo. A estaquia do timbó é alternativa para
sua propagação nos períodos de irregularidade na produção de sementes. As
estacas foram coletadas de brotações de cepas de árvores, chamadas novas (dois
anos) e velhas (dez anos), no outono/2006, em Colombo-PR. Foram
confeccionadas estacas apicais e subapicais, com dez a 12 cm de comprimento.
Após a desinfestação, as estacas tiveram as bases imersas em tratamentos com
ácido indol butírico (IBA): 0, 2500 e 5000 mgL
-1
(IBA em solução) e 0, 2500 e 5000
mgKg
-1
(IBA em talco). Os substratos utilizados foram casca de arroz carbonizada
e vermiculita. Algumas análises anatômicas foram realizadas a fim de detectar
possíveis barreiras à emissão radicial, bem como a detecção de amido e
compostos fenólicos no material. Após 60 dias em casa-de-vegetação, foram
avaliadas as porcentagens de estacas enraizadas, estacas com calos, estacas
vivas, estacas mortas e estacas brotadas. O enraizamento foi nulo, embora a
sobrevivência e brotação tenham sido altas. Os resultados revelaram que o IBA
influenciou diretamente na formação de calos, com preferência para a solução
(médias de até 75,0%); matrizes velhas favoreceram a formação de calos para
estacas apicais (média de até 62,5%) e subapicais (até 75,0%); não foram
constatadas barreiras anatômicas que pudessem impedir a emissão radicial. O
enraizamento nulo possivelmente relacionou-se com substâncias endógenas
inibidoras, época inadequada e tempo insuficiente de permanência no leito de
enraizamento.
Palavras-chave: enraizamento, estacas caulinares, auxinas, estudo anatômico,
rejuvenescimento.
39
TERMINAL AND MEDIUM CUTTING AND ANATOMY OF TIMBÓ (Ateleia
glazioveana Baillon, LEGUMINOSAE - PAPILIONOIDEAE) FROM SPROUTS
OF COPPICES OF TWO AGES TREES
ABSTRACT
The timbó is a pioneer and decidual tree with capacity of recovering degraded
soils. The plant has insecticide properties commercially explored and other toxins
under study. The cuttings were collected from sprouts of coppices of threes of two
ages, called new (two years) and old (ten years), in fall/2006, at Colombo-PR.
Terminal and medium cuttings were made with 10 to 12 cm of length. Following the
chemical preventive treatments, the bases of cuttings had been immersed in
treatments with insole butyric acid (IBO): 0, 2500 and 5000 mol
-1
(IBO in solution)
and 0, 2500 and 5000 gig
-1
(IBO in powder). The used substrates have been the
carbonized rind of rice and vermiculita. Some anatomical analyses were performed
in order to detect barriers to the emission of roots, as well as starch and phenolic
composites. After 60 days in a greenhouse the percentage of rooting cutting (with
the average number and length of the roots), cuttings with callus, live cuttings,
dead cuttings and sprouted cuttings were evaluated. The rooting was null and
associated with high survival and sprouting. The results had disclosed that the IBA
influenced directly in the formation of callus, with preference for the solution (up to
75%); old mother plants had favored the formation of callus for terminal (up to
62,5%) and medium (up to 75%) cuttings; anatomical barriers were not found
evidencing that could hinder the root emission. Therefore, null rooting possibly
would be related with inhibiting endogenous substances, inadequate season to
timbó cutting and reduced time of permanence in a greenhouse.
Key words: rooting, stem cuttings, auxins, anatomical study, rejuvenation.
40
4.1 INTRODUÇÃO
Entre as três subfamílias pertencentes a Leguminosae, Papilionoideae
contém o maior número de espécies. O gênero Ateleia compreende 17 espécies
de ocorrências restritas (MOHLENBROCK, 1962). O timbó (Ateleia glazioveana
Baillon) ocorre naturalmente no nordeste da Argentina, em regiões do Paraguai e
no sul e sudeste do Brasil (CARVALHO, 2002).
A espécie é arbórea, decídua, heliófila e pioneira, sendo comum em
ambientes abertos, onde se instala com facilidade. Encontrada em povoamentos
puros, ela tem capacidade de fixar nitrogênio e ocupar solos rasos e pedregosos,
sendo recomendada para recuperação de ecossistemas degradados (FERREIRA;
TREVISAN, 1984; CARVALHO, 2002). A madeira é adequada para lenha, com
densidades comparáveis às de algumas espécies de Eucalyptus utilizadas para
este fim (MATTOS et al., 2000), mas aplicada também na agroindústria, na
carpintaria, marcenaria e confecção de objetos leves (BAGGIO, 2001). A
biomassa aérea fornece material com propriedades inseticidas, tóxicas a peixes e
ao gado (MARONA, 1992). Existem muitos estudos farmacológicos envolvendo as
toxinas e iscas granuladas para o controle de formigas cortadeiras , as quais são
utilizadas com sucesso (ORTEGA; SCHENKEL, 1987; GAVA et al., 2001). Além
disso, o timbó tem potencial de produção e qualidade para uso como adubo verde,
comparável a espécies tropicais (BAGGIO et al, 2002).
A produção de sementes é irregular, com períodos de entressafra de até
dez anos (GAVA et al., 2001). Com relação à propagação vegetativa do timbó, é
possível via estaquia, a partir de estacas caulinares e de raiz. Não há resultados e
metodologias descritas e somente um registro envolvendo a propagação
vegetativa da espécie (MAIXNER; FERREIRA, 1976). O objetivo deste trabalho foi
o estudo da estaquia caulinar do timbó, a partir de dois tipos de estacas de
brotações de cepas de árvores de duas idades, em dois substratos, com a
aplicação do regulador vegetal ácido indol butírico (IBA).
41
4.2 MATERIAL E MÉTODOS
Foram coletados ramos de brotaç
ões de cepas de árvores de duas idades
(dois e dez anos) em áreas experimentais da Embrapa Florestas (Figura 03. A.),
no município de Colombo – PR (25º19’S e 49º09’W, a 938msnm), no final do
outono/2006. Estas plantas eram podadas anualmente, o que fez com que todos
os ramos tivessem mesma idade fisiológica (um ano).
Os ramos de brotações de ano foram cortados e as folhas retiradas. Foram
confeccionados dois tipos de estacas: apicais (0,6 cm de diâmetro médio); e
subapicais (1,0 cm de diâmetro médio) (Figura 03. B, C.). As estacas foram
chamadas de apicais novas, subapicais novas (oriundas de cepas de árvores de
dois anos), apicais velhas e subapicais velhas (oriundas de cepas de árvores de
dez anos). Todas elas ficaram com dez a 12 cm de comprimento e com corte reto
no ápice e em bisel na base.
A desinfestação ocorreu pela imersão das estacas em hipoclorito de sódio a
0,5% por cinco minutos, seguida de lavagem em água corrente por mais cinco
minutos e o terço inferior mergulhado em fungicida benomyl (0,5 mgL
-1
) durante 15
minutos. Em seguida, as bases das estacas foram imersas por dez segundos nas
soluções 50% alcoólicas e no talco, nos tratamentos: 0, 2500 e 5000 mgL
-1
(IBA
em solução) e 0, 2500 e 5000 mgKg
-1
(IBA em talco). O plantio foi feito
imediatamente após os tratamentos em tubetes de 53 cm
3
, em dois substratos:
casca de arroz carbonizada (CAC) e vermiculita de granulometria média. O
material permaneceu em casa-de-vegetação com nebulização intermitente (com
médias mensais em torno de 90% U. R. e 25ºC) (Figura 03. D, E.). Os
experimentos incluíram a aplicação semanal de inseticida SBP
®
aerosol para
evitar o apodrecimento das estacas decorrente do ataque de pequenas moscas.
Após 60 dias (Figura 03. F.), foram avaliadas as porcentagens de estacas
enraizadas, estacas com calos, estacas vivas, estacas mortas e estacas brotadas.
42
FIGURA 03 A. glazioveana. A. Plantio de timbó, área de coleta, Embrapa Florestas, Colombo–
PR. B. Ramo de brotação de cepa de árvore, observar separação dos tipos de
estacas apicais e subapicais. C. Demonstração da preparação das estacas (régua
de 30 cm no tamanho original). D. Experimento instalado, outono/2006. E. Detalhe
de brotação foliar. F. Estaca apical com calo, no momento da avaliação.
43
Foram consideradas estacas enraizadas aquelas que apresentavam pelo
menos uma raiz com mais de 0,1 cm de comprimento; estacas com calos, as que
se apresentavam vivas e com calos; estacas vivas, aquelas que permaneceram
vivas, mas não formaram calos ou raízes; estacas mortas, todas em que a base
da estaca estava totalmente necrosada; e estacas brotadas, aquelas que
apresentavam pelo menos um broto formado com mais de 0,1 cm.
O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com doze
tratamentos que representam o arranjo fatorial de duas idades de plantas
matrizes, três concentrações do regulador vegetal e dois veículos de aplicação do
regulador vegetal, com quatro repetições cada e dez estacas por unidade
experimental, totalizando 480 estacas por tipo de estaca. Os resultados foram
submetidos à análise estatística. As variáveis cujas variâncias mostraram-se
homogêneas foram submetidas à análise de variância. Quando os resultados
revelaram existir diferenças significativas, as médias foram comparadas pelo teste
de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade.
Para as análises anatômicas, segmentos de estacas foram fixados em
F.A.A. 70 (etanol 70%, ácido acético e formaldeído, 90:5:5) (JOHANSEN, 1940) e
conservados em etanol 70%. As amostras foram amaciadas em estufa com
glicerina 25% por dez dias e ficaram em estufa com polietileno 50% por sete dias
e polietileno 100% por mais 24 horas para infiltração. Os blocos de polietileno
secaram por sete dias e foram seccionados em micrótomo de rotação, com 10 μm
de espessura. Após a distensão e adesão dos cortes, as lâminas permanentes
foram coradas com azul de toluidina (FEDER; O’BRIEN, 1968). Em parte das
secções foram realizados testes microquímicos com lugol, para detecção da
presença de amido, e cloreto férrico, para identificar a presença de compostos
fenólicos (JOHANSEN, 1940) e montadas lâminas semipermanentes com água
destilada. As fotomicrografias foram tiradas em microscópio Zeiss com câmara
digital Sony Cyber-shot P72
®
acoplada.
44
4.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
O enraizamento foi nulo na estaquia caulinar apical e subapical a partir de
brotações de cepas de árvores de duas idades de timbó. Os resultados das
porcentagens gerais de estacas apicais e subapicais para ambas as idades
encontram-se nos Anexos 05, 06, 07 e 08. Os resultados de estacas com calos,
vivas e mortas são complementares entre si; as porcentagens de estacas brotadas
são independente deles.
4.3.1 Análises biométricas
Os resultados da análise de variância dos dados das variáveis analisadas
estão no Tabela 07.
4.3.1.1 Estacas apicais oriundas de cepas novas
A análise de variância revelou que, para estacas com calos, houve
diferença significativa entre os substratos utilizados e entre as concentrações de
IBA testadas (Tabela 07). A comparação de médias evidenciou a CAC como
substrato mais favorável à formação de calos (16,3%), diferindo significativamente
da vermiculita (5,8%). Na estaquia caulinar de Sapium glandulatum com o uso dos
mesmos substratos, as taxas de enraizamento foram maiores com o substrato
CAC (PIMENTA, 2003).
A melhor concentração de IBA para a formação de calos foi 5000 mg
(19,4%), diferente significativamente somente da testemunha (5,0%). Entre os
veículos não houve diferença significativa; a maior taxa foi verificada com a
aplicação de 5000 mg do regulador em solução (32,5%) (Tabela 08; Anexo 05).
45
TABELA 07 - Análise de variância dos dados das porcentagens de estacas
apicais e subapicais de brotações de cepas novas e cepas velhas
de timbó com calos, vivas, mortas e brotadas, no outono/2006.
Quadrados médios
Estação do ano Fontes de Variação Graus de
liberdade
Estacas
com calos
Estacas
vivas
Estacas
mortas
Estacas
brotadas
Substratos
1 1302,1* 3675,0** 602,1* 918,8
*
Veículos
1 168,8
ns
533,3
ns
102,1
ns
52,1
ns
Concentrações
2 889,6
* 306,3
ns
233,3
ns
156,3
ns
Substratos x Veículos
1 168,8
ns
75,0
ns
18,8
ns
2,1
ns
Substratos x Concentrações
2 352,1
ns
193,75
ns
58,3
ns
168,8
ns
Veículos x Concentrações
2 18,8
ns
64,6
ns
58,3
ns
339,6
ns
Substratos x Veículos x
Concentrações 2 6,3
ns
18,8
ns
25,0
ns
252,1
ns
Erro 36 179,9 295,8 106,3 181,3
Coeficiente de variação (%) 121,5 20,9 159,6 16,4
Apicais Novas
Qui-quadrado (x
2
) 22,8 14,0 17,9 12,3
Substratos
1 0,0
ns
8,3
ns
2,1
ns
Veículos
1 8,3
ns
0,0
ns
102,1
ns
Concentrações
2 243,8
* 377,1
* 64,6
ns
Substratos x Veículos
1 33,3
ns
33,3
ns
168,8
ns
Substratos x Concentrações
2 43,8
ns
52,1
ns
39,6
ns
Veículos x Concentrações
2 364,6
* 418,8* 2,1
ns
Substratos x Veículos x
Concentrações 2 14,6
ns
27,1
ns
43,8
ns
Erro
36 70,8 83,3 152,1
Coeficiente de variação (%) 134,7 10,0 13,9
Subapicais Novas
Qui-quadrado (x
2
)
7,5 6,9 14,6
Substratos
1 102,1
ns
468,8
ns
1102,1** 918,8**
Veículos
1 252,1
ns
468,8
ns
102,1
ns
102,1
ns
Concentrações
2 4608,3
** 4389,6** 39,6
ns
58,3
ns
Substratos x Veículos
1 102,1
ns
168,8
ns
2,1
ns
2,1
ns
Substratos x Concentrações
2 358,3
ns
493,8
ns
314,6
* 300,0
*
Veículos x Concentrações
2 1308,3
ns
643,8
ns
314,6
* 233,3*
Substratos x Veículos x
Concentrações
2 408,3
ns
81,3
ns
64,6
ns
108,3
ns
Erro 36 507,6 616,0 61,8 71,5
Coeficiente de variação (%) 67,2 44,0 80,3 10,0
Apicais Velhas
Qui-quadrado (x
2
) 27,6 20,0 10,7 5,7
Substratos
1 6302,1** 1875,0* 1875,0* 533,3**
Veículos
1 2852,1* 3333,3
** 408,3
ns
75,0
ns
Concentrações
2 1164,6
ns
852,1
ns
43,8
ns
81,3
ns
Substratos x Veículos
1 352,1
ns
208,3
ns
408,3
ns
33,3
ns
Substratos x Concentrações
2 252,1
ns
56,3
ns
118,8
ns
189,6
*
Veículos x Concentrações
2 539,6
ns
164,6
ns
2,1
ns
6,3
ns
Substratos x Veículos x
Concentrações 2 1977,1
* 1227,1
ns
2,1
ns
164,6
ns
Erro
36 409,0 448,6 63,9 55,6
Coeficiente de variação (%) 43,5 46,2 91,4 8,2
Subapicais Velhas
Qui-quadrado (x
2
) 19,1 18,6 5,3 7,0
n.s. não significativo
* significativo a 5% de probabilidade
** significativo a 1% de probabilidade
46
TABELA 08 - Comparações de médias das porcentagens de estacas apicais
novas de timbó com calos, vivas, mortas e brotadas, para os
substratos utilizados e para as concentrações de IBA testadas, no
outono/2006.
Estacas com calos (%)
Concentrações de IBA (mg)
Veículos
0 2500 5000
Médias
CAC 16,3 a
Solução 12,5 15,0 32,5 20,0
Talco 2,5 7,5 27,5 12,5
Vermiculita 5,8 b
Solução 2,5 7,5 7,5 5,8
Talco 2,5 5,0 10,0 5,8
Médias 5,0 B 8,8 AB 19,4 A
Estacas vivas (%)
Concentrações de IBA (mg)
Veículos
0 2500 5000
Médias
CAC 73,8 b
Solução 70,0 77,5 60,0 69,2
Talco 82,5 82,5 70,0 78,3
Vermiculita 91,3 a
Solução 87,5 90,0 90,0 89,2
Talco 97,5 92,5 90,0 93,3
Médias 84,4 85,6 77,5
Estacas mortas (%)
Concentrações de IBA (mg)
Veículos
0 2500 5000
Médias
CAC 10,0 a
Solução 17,5 7,5 7,5 10,8
Talco 15,0 10,0 2,5 9,2
Vermiculita 2,9 b
Solução 10,0 2,5 2,5 5,0
Talco 0,0 2,5 0,0 0,8
Médias 10,6 5,6 3,1
Estacas brotadas (%)
Concentrações de IBA (mg)
Veículos
0 2500 5000
Médias
CAC 77,5 b
Solução 72,5 87,5 70,0 76,7
Talco 80,0 77,5 77,5 78,3
Vermiculita 86,3 a
Solução 72,5 87,5 95,0 85,0
Talco 90,0 87,5 85,0 87,5
Médias 78,8 85,0 81,9
Médias seguidas pela mesma letra minúscula na vertical e maiúscula na horizontal não diferem estatisticamente pelo teste
de Tukey a 5% de probabilidade, para cada variável isoladamente.
47
Para estacas vivas a análise de variância demonstrou que houve diferença
apenas entre os substratos (Tabela 08). A comparação de médias evidenciou mais
adequada a vermiculita como substrato (91,3%), diferindo significativamente da
CAC (73,8%). A maior taxa de sobrevivência, mesmo não diferindo
significativamente de outros tratamentos, foi obtida com 0 mg de IBA em talco,
utilizando a vermiculita como substrato (97,5%) (Tabela 08; Anexo 05).
A mortalidade foi baixa nas estacas apicais novas de timbó (Anexo 05). A
análise de variância revelou que existe diferença significativa entre os substratos
utilizados, para esta variável (Tabela 07). O teste de comparação de médias
evidenciou a CAC como substrato mais favorável à morte de estacas apicais
novas, com 10,0 contra 2,9% de mortalidade na vermiculita (Tabela 08).
Para estacas brotadas, a análise de variância apontou diferença apenas
entre substratos novamente. A comparação de médias mostrou que a vermiculita
propiciou maior brotação (86,3 contra 77,5% na CAC), contrariando a preferência
das estacas apicais novas pela CAC na formação de calos. A maior taxa de
brotação, mesmo não diferindo significativamente de outros tratamentos, foi
verificada com 5000 mg de IBA veiculado em solução, na vermiculita (95,0%)
(Tabela 08; Anexo 05).
Na estaquia de espécies lenhosas decíduas, como o timbó, a brotação
pode afetar negativamente a formação de raízes. Além disso, altas taxas de
brotação podem estar consumindo reservas que seriam posteriormente gastas na
rizogênese. Possivelmente, estas relações expliquem a brotação mais intensa ter
ocorrido junto à formação do maior número de estacas com calos, sem o
enraizamento ter ocorrido.
As concentrações de IBA testadas nas estacas apicais novas influenciaram
na formação de calos, havendo uma tendência para a maior formação de calos
com o aumento da concentração do regulador aplicada. Esta tendência
provavelmente está relacionada com o balanço entre auxinas e citocininas
endógeno presente na estaca (HARTMANN et al., 2002). Caso o balanço fosse
ainda maior poderia promover o enraizamento em estacas de timbó, diminuindo a
incidência de calos.
48
4.3.1.2 Estacas subapicais oriundas de cepas novas
Para estacas com calos, não houve diferença significativa entre os
substratos empregados; a interação entre veículos de aplicação e concentrações
de IBA testadas foi significativa, indicando dependência entre os dois fatores
(Tabela 07). A porcentagem de estacas com calos foi a mesma para a estaquia
subapical nova em ambos os substratos (6,3% de estacas formaram calos na
vermiculita e na CAC) (Anexo 06). O IBA veiculado em talco foi mais favorável à
ocorrência de calos, somente quando aplicada a concentração de 5000 mg, e a
melhor concentração foi 5000 mg, somente quando IBA foi aplicado em talco
(15,0% de calos) (Tabela 09). Não houve maior freqüência de calos no substrato
CAC, como ocorreu na estaquia apical nova. Assim, a formação de calos pode
não estar relacionada com o substrato na estaquia da espécie.
Na utilização de estacas apicais novas, a concentração mais elevada
promoveu a maior formação de calos. Na estaquia subapical nova, não foi
constatada diferença significativa entre as concentrações testadas; a maior
porcentagem de estacas com calos foi verificada com a concentração 5000 mg de
IBA. Para esta idade de cepa, os resultados sugerem a influência do regulador na
formação de calos, possivelmente associada à relação auxinas/citocininas
endógena. A relação entre os hormônios aumentaria com a aplicação de
concentrações elevadas de auxina sintética (IBA) (HARTMANN et al., 2002).
Para estacas vivas, houve interação significativa entre veículos de
aplicação e concentrações de IBA testadas (Tabela 08). Não houve diferença
significativa entre os substratos, sendo verificada na CAC a maior taxa de
sobrevivência (92,5%) (Anexo 06). A sobrevivência foi maior com a aplicação de 0
mg de IBA em talco (98,8%), diferente significativamente somente da
concentração 5000 mg no mesmo veículo. Com a aplicação de 5000 mg de IBA, a
solução favoreceu a sobrevivência das estacas, diferindo significativamente do
uso do IBA em talco (Tabela 09).
49
TABELA 09 - Comparações de médias das porcentagens de estacas subapicais
novas de timbó com calos e vivas, referentes às interações
veículos de aplicação e concentrações de IBA significativas, e
médias das porcentagens de estacas brotadas, no outono/2006.
Estacas com calos (%)
Concentrações de IBA (mg)
Veículos
0 2500 5000
Médias
Solução 2,5 a A 11,3 a A 3,8 b A 5,8
Talco 1,3 a B 3,8 a B 15,0 a A 6,7
Médias 1,9 7,5 9,4
Estacas vivas (%)
Concentrações de IBA (mg)
Veículos
0 2500 5000
Médias
Solução 96,3 a A 86,3 a A 93,8 a A 92,5
Talco 98,8 a A 95,0 a A 82,5 b B 91,7
Médias 97,5 90,6 88,1
Estacas brotadas (%)
Concentrações de IBA (mg)
Veículos
0 2500 5000
Médias
CAC 89,2
Solução 90,0 92,5 95,0 92,5
Talco 82,5 90,0 85,0 85,8
Vermiculita 88,8
Solução 87,5 92,5 85,0 88,3
Talco 90,0 90,0 87,5 89,2
Médias 87,5 91,3 88,1
Médias seguidas pela mesma letra minúscula na vertical e maiúscula na horizontal não diferem estatisticamente pelo teste
de Tukey a 5% de probabilidade, para cada variável isoladamente.
A mortalidade foi nula, não havendo resultados para esta variável na
estaquia subapical nova de timbó. Para estacas brotadas, não houve diferença
significativa entre as médias dos tratamentos; a maior taxa de brotação ocorreu
com a concentração 5000 mg veiculada em solução, com a CAC como substrato
(95,0% de brotação) (Tabela 09; Anexo 06). Na estaquia subapical nova de timbó,
o substrato CAC foi mais propício à formação de brotos, o que não concorda com
a estaquia apical nova, com brotação maior na vermiculita.
50
4.3.1.3 Estacas apicais oriundas de cepas velhas
Para estacas com calos, existiu diferença significativa apenas entre as
concentrações de IBA testadas (Tabela 08). A concentração 5000 mg de IBA foi
mais favorável (49,4% de calos), diferente significativamente apenas da
testemunha (Tabela 10). Entre os substratos e os veículos de aplicação não houve
diferença, sendo os maiores valores absolutos encontrados no uso da vermiculita
(35,0% de calos) e da solução como veículo de aplicação (35,8%) (Tabela 08;
Anexo 07).
Para estacas vivas, diferença significativa foi constatada apenas entre as
concentrações; 0 mg favoreceu a sobrevivência (73,1%), diferindo
significativamente apenas da concentração mais elevada (Tabela 10). Não existiu
diferença significativa entre os substratos utilizados e entre os veículos de
aplicação do regulador vegetal. A maior sobrevivência ocorreu na vermiculita
(59,6%) e com a aplicação de IBA em talco (58,3 e 60,8% de estacas vivas na
CAC e na vermiculita, respectivamente) (Tabela 08; Anexo 07).
Em estacas mortas, houve interação significativa entre substratos e
concentrações de IBA utilizadas (Tabela 08), sendo o substrato que apresentou
maior mortalidade a CAC, quando aplicado 0 e 2500 mg de IBA (20,0 e 13,8%,
respectivamente), diferindo significativamente da vermiculita. Na comparação
entre as concentrações de IBA, para cada substrato, o controle favoreceu a
mortalidade (20%), diferindo significativamente da concentração 5000 mg, quando
CAC foi o substrato empregado (Tabela 10). A interação entre veículos de
aplicação e as concentrações empregadas também foi significativa, para estacas
mortas. Na comparação entre os veículos de aplicação, em cada concentração
testada, a solução promoveu maior mortalidade com aplicação de 5000 mg de IBA
(16,3%), diferindo significativamente do veículo talco na mesma concentração.
Quando comparadas as concentrações, o controle apresentou maior mortalidade,
quando aplicado em talco (13,8%), diferente significativamente apenas da
concentração 5000 mg, com este veículo de aplicação (Tabela 10). A maior taxa
de mortalidade (25,0%) ocorreu quando aplicado o talco sem o regulador vegetal e
utilizada a CAC como substrato (Anexo 07).
51
TABELA 10 - Comparações de médias das porcentagens de estacas apicais
velhas de timbó com calos, vivas, mortas e brotadas, para as
concentrações de IBA testadas e interações veículos de aplicação
e concentrações testadas e substratos utilizados e concentrações
testadas significativas, no outono/2006.
Estacas com calos (%)
Concentrações de IBA (mg)
Veículos
0 2500 5000
Médias
CAC 32,1
Solução 30,0 37,5 40,0 35,8
Talco 2,5 20,0 62,5 28,3
Vermiculita 35,0
Solução 15,0 50,0 42,5 35,8
Talco 15,0 35,0 52,5 34,2
Médias 15,6 B 35,6 A 49,4 A
Estacas vivas (%)
Concentrações de IBA (mg)
Veículos
0 2500 5000
Médias
CAC 53,3
Solução 55,0 47,5 42,5 48,3
Talco 72,5 67,5 35,0 58,3
Vermiculita 59,6
Solução 82,5 47,5 42,5 58,3
Talco 82,5 62,5 42,5 60,8
Médias 73,1 A 56,3 AB 40,0 B
Estacas mortas (%)
Concentrações de IBA (mg)
Substratos
0 2500 5000
Médias
CAC 20,0 a A 13,8 a AB 10,0 a B 14,6
Vermiculita 2,5 b A 2,5 b A 10,0 a A 5,0
Veículos
Solução 8,8 a A 8,8 a A 16,3 a A 11,3
Talco 13,8 a A 7,5 a AB 3,8 b B 8,3
Médias 11,3 8,1 10,0
Estacas brotadas (%)
Concentrações de IBA (mg)
Substratos
0 2500 5000
Médias
CAC 80,0 b A 76,3 b A 85,0 a A 80,4
Vermiculita 93,8 a A 90,0 a A 83,8 a A 89,2
Veículos
Solução 88,8 a A 82,5 a A 78,8 b A 83,3
Talco 85,0 a A 83,8 a A 90,0 a A 86,3
Médias 86,9 83,1 84,4
Médias seguidas pela mesma letra minúscula na vertical e maiúscula na horizontal diferem estatisticamente pelo teste de
Tukey a 5% de probabilidade, para cada variável e interação isoladamente.
52
As estacas morreram com mais freqüência sem a aplicação de IBA, não
podendo o regulador ter influência direta na mortalidade. A formação de calos
(35,0% de estacas com calos na vermiculita) e a sobrevivência (59,6% de estacas
vivas na vermiculita) foram mais baixas na CAC (Anexo 07) e, em geral, a
mortalidade maior neste substrato, o qual não se mostrou adequado à estaquia
apical velha do timbó.
Para a variável brotação, existiu significância nas mesmas interações,
mostrando dependência entre os substratos empregados, os veículos de aplicação
utilizados e as concentrações de IBA testadas (Tabela 08). Na comparação entre
os substratos, para cada concentração, a vermiculita proporcionou maior brotação,
quando aplicado o regulador nas concentrações 0 e 2500 mg (93,8 e 90,0% de
estacas brotadas, respectivamente), diferindo significativamente da CAC nas
mesmas concentrações. Na comparação entre as concentrações, não houve
diferença significativa em nenhum substrato empregado, com maior média obtida
no controle (93,8%) (Tabelas 08 e 10). Na comparação entre os veículos de
aplicação do regulador, na concentração 5000 mg de IBA, o talco favoreceu a
formação de brotos (90,0% das estacas brotaram), diferindo significativamente do
veículo solução. Entre as concentrações não foi verificada diferença significativa,
com maior média verificada no controle (86,9%) (Tabelas 08 e 10).
A alta relação endógena auxina/citocinina estimula a brotação em estacas,
o que não ocorreu com nenhuma concentração aplicada nas estacas apicais
velhas de timbó, independente dos demais fatores. Para a variável brotação,
percebe-se influência positiva do substrato (89,2% na vermiculita) e do veículo de
aplicação do regulador vegetal (86,3% de estacas brotadas com IBA em talco,
concordando com o veículo de maior formação de calos para este tipo de estaca)
(Anexo 07).
A aplicação de maiores concentrações de IBA favoreceu a formação de
calos em estacas apicais velhas. O substrato mais adequado à formação de calos,
à sobrevivência e à brotação nas estacas apicais velhas foi a vermiculita, o que
reforça a hipótese de influência desse na estaquia de timbó a partir de brotações
de cepas de árvores.
53
4.3.1.4 Estacas subapicais oriundas de cepas velhas
Para estacas com calos, a interação entre os três fatores foi significativa
(Tabela 08). As comparações foram realizadas para cada substrato isoladamente;
entre os substratos, descartando os demais fatores, a vermiculita foi o substrato
mais adequado à formação de calos (57,9%) (Tabela 11).
A comparação entre os veículos de aplicação do regulador vegetal, para
cada concentração, mostrou que, na CAC, a aplicação em solução favoreceu a
formação de calos somente na concentração 5000 mg (72,5%), diferindo
significativamente do talco nesta concentração. Ainda na CAC, ao comparar as
concentrações, para cada veículo, 5000 mg foi maior e diferente significativamente
das demais concentrações, em solução, (72,5% de calos) e 2500 mg propiciou
maior formação de calos (40,0%), não diferindo significativamente das outras
concentrações, em talco (Tabela 11). Na vermiculita, substrato de maior
ocorrência de calos, não houve diferenças significativas entre os tratamentos,
sendo na concentração 2500 mg de IBA em solução o maior valor absoluto
encontrado (75,0%) (Tabela 11; Anexo 08).
Para estacas vivas, houve diferença significativa apenas entre os substratos
utilizados e entre os veículos de aplicação do regulador vegetal (Tabela 08). Entre
as concentrações de IBA testadas não houve diferença significativa, com maior
sobrevivência na testemunha, independente do substrato ou veículo de aplicação
utilizado (Tabelas 08 e 11; Anexo 08). Na comparação entre os substratos, a CAC
promoveu maior sobrevivência (52,1%), diferindo significativamente da vermiculita
como substrato (39,6%). Entre as formas de aplicação do regulador vegetal, o
teste de comparação de médias revelou que o talco promoveu maior
sobrevivência (54,2%), diferente significativamente da aplicação em solução
(37,5%) (Tabela 11).
54
TABELA 11 - Comparações de médias das porcentagens de estacas subapicais
velhas de timbó com calos, vivas e mortas, referentes às
interações substratos, veículos de aplicação e concentrações de
IBA significativas, e de estacas brotadas, referente à interação
substratos e concentrações de IBA testadas significativa, no
outono/2006.
Estacas com calos (%)
Concentrações de IBA (mg)
Veículos
0 2500 5000
Médias
CAC 35,0 b
Solução 25,0 a B 22,5 a B 72,5 a A 40,0
Talco 25,0 a A 40,0 a A 25,0 b A 30,0
Vermiculita 57,9 a
Solução 62,5 a A 75,0 a A 67,5 a A 68,3
Talco 42,5 a A 42,5 a A 57,5 a A 47,5
Médias 38,8 45,0 55,6
Estacas vivas (%)
Concentrações de IBA (mg)
Substratos
0 2500 5000
Médias
CAC 60,0 52,5 43,8 52,1a
Vermiculita 47,5 36,3 35,0 39,6 b
Veículos
Solução 46,3 38,8 27,5 37,5 b
Talco 61,3 50,0 51,3 54,2 a
Médias 53,8 44,4 39,4
Estacas mortas (%)
Concentrações de IBA (mg)
Veículos
0 2500 5000
Médias
CAC 12,9 b
Solução 20,0 20,0 2,5 14,2
Talco 10,0 12,5 12,5 11,7
Vermiculita 2,5 a
Solução 0,0 5,0 2,5 2,5
Talco 0,0 5,0 2,5 2,5
Médias 7,5 10,6 5,0
Estacas brotadas (%)
Concentrações de IBA (mg)
Substratos
0 2500 5000
Médias
CAC 86,3 b AB 83,8 b B 93,8 a A 87,9
Vermiculita 97,5 a A 93,8 a A 92,5 a A 94,6
Veículos
Solução 90,0 87,5 92,5 90,0
Talco 93,8 90,0 93,8 92,5
Médias 91,9 88,8 93,1
Médias seguidas pela mesma letra minúscula na vertical e maiúscula na horizontal não diferem estatisticamente pelo teste
de Tukey a 5% de probabilidade, para cada variável e interação isoladamente.
55
Para estacas mortas, a análise de variância mostrou diferença significativa
somente entre os substratos (Tabela 08). Na comparação entre eles, a CAC
promoveu mais estacas mortas (12,9%), diferente significativamente do uso da
vermiculita (2,5%) (Tabela 11). O veículo de aplicação que apresentou a maior
média de mortalidade foi a solução (8,3%), não diferindo significativamente do
talco (7,1%). Entre as concentrações de IBA testadas, a maior mortalidade foi
verificada com a aplicação de 2500 mg (10,6%), sem diferenças significativas com
as demais concentrações aplicadas (Anexo 08).
Para a variável brotação, houve dependência entre os fatores substratos
utilizados e concentrações de IBA testadas, pela interação significativa entre eles
(Tabela 08). A comparação entre os substratos, para cada concentração testada,
indicou que a vermiculita promove maior brotação nas concentrações 0 e 2500 mg
(97,5 e 93,8%, respectivamente), diferente significativamente do outro substrato
nestas concentrações. Entre as concentrações testadas, com 5000 mg ocorreu
maior brotação (93,8%), diferindo significativamente apenas da concentração 2500
mg, quando empregada a CAC como substrato (Tabela 11). Entre os veículos de
aplicação do regulador vegetal não houve diferença significativa, sendo com talco
o maior valor absoluto obtido (92,5% de brotação) (Anexo 08).
4.3.1.5 Comparação entre os diferentes tipos de estacas
Apesar de nenhuma estaca enraizar, as porcentagens de estacas com
calos foram altas. Da mesma maneira, em outras espécies as células do calo não
se diferenciaram em tecidos de raiz (JOSHI et al., 1992), associando-se o fato a
independência entre a formação de calos e raízes e o balanço endógeno entre
auxinas e citocininas pouco favorável à formação de raízes, não induzindo as
células meristemáticas do calo a se diferenciarem em células de raiz.
A sobrevivência das estacas foi alta. A maioria das estacas que não formou
calos permaneceu viva. Possivelmente, uma permanência maior no leito de
enraizamento acarretaria em formação de raízes. A brotação ocorreu com
freqüência similar em todos os tipos de estacas, evidenciando falta de relação
56
direta com a formação de calos. Porém, ainda assim, a brotação intensa pode ter
prejudicado o enraizamento das estacas.
Com relação à idade de planta matriz, estacas apicais e subapicais de
brotações de cepas de timbó apresentaram porcentagens de calos maiores
quando coletadas de matrizes mais velhas, o que contrariou as expectativas
prévias, de que material juvenil tem maior facilidade de enraizamento adventício
(HARTMANN et al., 2002). Sabe-se que material mais jovem tende a enraizar com
maior facilidade, como foi constatado na redução do número de mudas produzidas
a partir de brotações de cepas de árvores de Eucalyptus, quando coletadas
estacas em cepas mais velhas (ROSSE et al., 1997).
Entre os substratos, a CAC foi mais favorável à formação de calos na
estaquia apical e subapical a partir brotações de cepas novas. Na retirada das
estacas em cepas velhas, ao contrário, houve maior freqüência de calos na
vermiculita. Considerando que as brotações de cepas mais velhas proporcionaram
maior ocorrência de calos que as cepas novas, na estaquia apical e subapical, o
substrato mais indicado para a formação de calos é a vermiculita.
As concentrações de IBA testadas influenciaram na formação de calos,
para estacas apicais e subapicais oriundas de cepas novas e velhas, com maiores
médias obtidas com as maiores concentrações. Sendo assim, a concentração que
mais favoreceu a formação de calos em estacas apicais e subapicais de brotações
de cepas de árvores de timbó foi IBA a 5000 mg.
4.3.2 Análises anatômicas
Segundo as análises anatômicas
, observou-se que estacas de brotações de
cepas de árvores não apresentaram diferenças estruturais entre idades de planta
matriz e entre os diferentes tipos de estacas.
As estacas apresentaram periderme com duas a cinco camadas de súber e
presença de lenticelas. A região cortical possui células parenquimáticas com
conteúdo denso. As fibras pericíclicas encontram-se dispostas em grupos, não
formando camada contínua. No floema secundário, além dos elementos de tubo
57
crivado, células companheiras e parenquimáticas, foram observados fibras e
idioblastos com cristais. A faixa cambial é estreita com poucas células derivadas.
O xilema secundário é desenvolvido, com presença de elementos de vasos
isolados ou em séries radiais, raios estreitos e fibras com parede espessa. A
medula é parenquimática (Figura 04).
Os testes com lugol indicaram a presença de grânulos de amido em células
da região cortical das estacas apicais e subapicais oriundas de matrizes novas; e
do parênquima do xilema secundário, em todas as estacas analisadas (Figura 05).
Os testes com cloreto férrico revelaram a presença de compostos fenólicos
somente em estacas apicais.
Nenhum dos tipos de estacas utilizados apresentou características
estruturais relacionadas à dificuldade de enraizamento adventício. A faixa não
contínua de fibras descarta a hipótese de barreira anatômica. Em estacas de
pereira, a relação entre a barreira anatômica e o enraizamento foi direta
(BEAKBANE, 1961). O xilema secundário desenvolvido evidencia o rápido
crescimento da espécie, visto que são ramos de um ano de idade. As condições
da faixa cambial estreita nas estacas de brotações de cepas de árvores de duas
idades de timbó acusam baixa atividade metabólica no ramo. Sabe-se que há
relação entre quantidade de células meristemáticas e a capacidade de formação
de primórdios radiciais (MEDRADO et al., 1995).
A presença de grânulos de amido não influenciou o enraizamento, já que
ocorreu simultaneamente à ausência de raízes, para todos os tipos de estacas. O
mesmo ocorreu para Tibouchina sellowiana (BORTOLINI, 2006) e Ginkgo biloba
(BITENCOURT, 2006). As maiores porcentagens de calos foram verificadas nas
mesmas estacas em que os grânulos de amido não foram verificados no córtex
(apicais e subapicais oriundas de matrizes velhas), o que não era esperado, já que
estas reservas poderiam contribuir à formação das massas celulares. Os
compostos fenólicos detectados apresentaram pouca relação com a formação de
calos, que foi maior nas estacas apicais e subapicais de matrizes mais velhas.
58
FIGURA 04 - Secções transversais de estacas de brotações de cepas de árvores
de duas idades de A. glazioveana no momento da instalação
experimental. A. Estaca apical nova. B. Estaca apical velha.
C. Estaca subapical nova. D. Estaca subapical velha. (C = córtex;
F = fibras pericíclicas; Fl = floema secundário; P = periderme;
X = xilema secundário). Barra = 200 µm.
59
FIGURA 05 - Secções transversais de estacas de brotações de cepas de árvores de duas idades
de A. glazioveana com reação de lugol, revelando a presença ou ausência de amido
na região cortical e no xilema secundário. A. e B. Estacas apicais novas. C. e D.
Estacas apicais velhas. E. e F. Estacas subapicais novas. G. e H. Estacas
subapicais velhas. (setas = grânulos de amido). Barra = 50 µm (B, D, F e H); 200 µm
(A, C, E e G).
60
4.4 CONCLUSÕES
Nas condições do presente experimento, pode-se concluir que na estaquia
apical e subapical de timbó a partir de brotações de cepas de árvores de duas
idades:
Estacas apicais e subapicais de brotações de cepas de árvores não foram
adequadas ao enraizamento na espécie;
As melhores plantas matrizes para obtenção de estacas com calos foram
as mais velhas;
O regulador vegetal não promoveu o enraizamento, mas favoreceu a
formação de calos;
A estrutura anatômica das estacas apicais e subapicais de brotações de
cepas de árvores de duas idades não apresentou características, como
fibras contínuas, que pudessem impedir o enraizamento; e
A permanência das estacas por mais de 60 dias no leito de enraizamento
poderia ter gerado resultados mais satisfatórios;
A espécie pode ser considerada de difícil enraizamento.
61
4.5 REFERÊNCIAS
BAGGIO, A. J. Capacitação em análises de processos de decomposição de
biomassa vegetal e métodos de compostagem. Madrid: Universidad Politécnica
de Madrid, 2001. 153p. (Relatório Técnico de Atividades, Estágio de Pós-
doutorado).
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(Ateleia glazioveana) y del maricá (Mimosa bimucronata) para la producción de
biomassa verde en zonas de clima subtropical. I – Persistência e productividad.
Investigación Agrária Série Producción y Protección Vegetales, Madrid, v. 17,
n. 1, p. 101-112, 2002.
BEAKBANE, A. B. Structure of the plant stem in relation to adventitious rooting.
Nature, Philadelphia, v. 192, p. 954-955, 1961.
BITENCOURT, J. de. Propagação vegetativa de Ginkgo biloba L.
(Ginkgoaceae). Curitiba, 2006. 83p. Dissertação (Mestrado em Botânica) – Setor
de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Paraná.
BORTOLINI, M. F. Uso de ácido indol butírico na estaquia de Tibouchina
sellowiana (Cham.) Cogn. Curitiba, 2006. 73p. Dissertação (Mestrado em
Agronomia – Produção Vegetal) – Setor de Ciências Agrárias, Universidade
Federal do Paraná.
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methods. American Journal of Botany, v. 55, n. 1, p. 123-142, 1968.
FERREIRA, L. A. B.; TREVIZAN, F. D. Uma espécie pioneira na conservação do
solo. In: CONGRESSO FLORESTAL ESTADUAL, 5, Nova Prata, Anais... Nova
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por Ateleia glazioviana (Leg. Papilionoideae) em bovinos. Pesquisa Veterinária
Brasileira, Seropedica, v. 21, n. 2, p. 49-59, 2001.
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propagation: principles e practices. New Jersey: Prentice Hall, 2002. 880p.
JOHANSEN, D. A. Plant microtechnique. New York: MacGraw-Hill Book Co,
1940. 523p.
62
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MEDRADO, M. J. S.; APPEZATO-DA-GLORIA, B.; COSTA, J. D. Alterações
anatômicas em estacas de seringueira (Hevea brasiliensis clone RRIM 600) em
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de substratos no enraizamento de estacas caulinares de Sapium
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ROSSE, L. N.; DAVIDE, A. C.; BERTOLUCCI, F. DE L. G.; RAMALHO, M. P.
Influência da idade e da época de abate na brotação das cepas e no enraizamento
de estacas em clones de Eucalyptus sp. Cerne, Lavras, v. 3, n. 1, p. 1-10, 1997.
63
5 CAPÍTULO III:
ESTAQUI
A BASAL E ANATOMIA DE TIMBÓ (Ateleia glazioveana Baillon,
LEGUMINOSAE - PAPILIONOIDEAE) A PARTIR DE BROTAÇÕES DE CEPAS
DE ÁRVORES DE DUAS IDADES, EM CONDIÇÕES DE CAMPO
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi es
tudar a estaquia caulinar de Ateleia glazioveana
Baillon a partir de brotações de cepas de árvores, com aplicação de ácido indol
butírico (IBA). Este método é uma alternativa para a obtenção de mudas, visto que
a produção de sementes na espécie é irregular. O material foi coletado de
brotações de cepas de árvores de duas idades, chamadas novas (dois anos) e
velhas (dez anos), localizadas em Colombo-PR, no final de maio de 2005. As
estacas (30 cm de comprimento e um a dois cm de diâmetro) foram submetidas à
desinfestação seguida pelos tratamentos: 0, 2500 e 5000 mgL
-1
(IBA em solução)
e 0, 2500 e 5000 mgKg
-1
(IBA em talco). Após 180 dias do plantio direto em
campo, sob regas diárias, foram avaliadas as porcentagens de estacas
enraizadas, com o número e comprimento médio das raízes existentes, estacas
com calos, estacas vivas, estacas mortas e estacas brotadas. Algumas análises
anatômicas foram realizadas a fim de verificar a presença de barreiras anatômicas
e de amido e compostos fenólicos, que poderiam estar relacionados ao
enraizamento. Os resultados revelaram que plantas matrizes velhas forneceram
estacas com maiores condições de enraizar e que a aplicação de IBA em solução
gerou as maiores médias de enraizamento. Entre as concentrações aplicadas não
houve diferença significativa, mas 5000 mgL
-1
induziu mais estacas a enraizar
(média geral de 23,8%), com maior número de raízes por estaca (6,3 raízes).
Nenhuma das estacas apresentou características anatômicas relacionadas a
dificuldade de enraizamento. Apesar das taxas de enraizamento serem
relativamente baixas quando comparadas com espécies de fácil enraizamento, os
resultados são promissores.
Palavras-chave: enraizamento, estacas caulinares, árvores instantâneas,
auxinas, estudo anatômico, rejuvenescimento.
64
BASAL CUTTING AND ANATOMY OF TIMBÓ (Ateleia glazioveana Baillon –
LEGUMINOSAE - PAPILIONOIDEAE) FROM SPROUTS OF COPPICES OF
TWO AGES TREES, IN FIELD CONDITIONS
ABSTRACT
The aim of this resear
ch was to study the Ateleia glazioveana Baillon stem cutting
from sprouts of coppices trees with application of indole butyric acid (IBA). The
material was collected from stock plants of two ages, called new (two years) and
old (ten years), located at Colombo – PR, at the end of fall of 2005. The cuttings
were made with 30 cm length with one to two cm of diameter (instant trees) and
submitted to chemical preventive treatments, followed by the treatments: 0, 2500
and 5000 mgL
-1
(IBA solution) and 0, 2500 and 5000 mgKg
-1
(IBA in powder). After
180 days of direct plantation, percentages of rooting cutting (with the average
number and length of the roots), cuttings with callus, live cuttings, dead cuttings
and sprouted cuttings were evaluated. Some anatomical analysis had been carried
though in order to verify the presence of anatomical barriers and of starch and
phenolic composites that could be related to the rooting. The results showed that
old stock plants resulted in cuttings with more conditions of rooting and that IBA
solution presented the highest rooting averages. No significant differences were
found among the tested doses of IBA, but 5000 mgL
-1
induced the rooted cuttings
to establish a greater number of adventitious roots for cutting. None of the cuttings
presented anatomical characteristics related to the rooting difficulty. Although the
rooting rate was low if compared to easy-to-rooting species, the results were
promising.
Key words: rooting, stem cuttings, instant trees, auxins, anatomical study,
rejuvenation.
65
5.1 INTRODUÇÃO
Ateleia glazioveana Baillon (Leguminosae -
Papilionoideae), conhecida por
timbó, é árvore caducifólia de 5 a 15 m de altura e 20 a 30 cm de diâmetro,
pioneira e heliófila. O timbó ocorre no sul e sudeste do Brasil, nordeste da
Argentina e partes do Paraguai, entre 50 e 1400 m de altitude (CARVALHO,
2002).
A espécie suporta geadas e se adapta a solos pobres e pouco profundos, o
que evidencia a possibilidade de sua utilização na revegetação de solos
degradados (BAGGIO et al., 2002). Pode ser plantada em matas ciliares em locais
sem inundação (FERREIRA, 1983) ou a pleno sol (FERREIRA; TREVISAN, 1984).
A madeira é adequada para lenha, mas o principal uso comercial está ligado às
propriedades inseticidas. A planta possui ainda substâncias tóxicas a bovinos
eqüinos e ovinos (MARONA, 1992) e a alta produção de biomassa aérea e os
teores de nitrogênio indicam-na no uso como adubo verde (BAGGIO, 2001).
A termo “árvores instantâneas” se relaciona com a técnica de propagação
vegetativa a partir de estacas lenhosas de grande porte plantadas diretamente no
campo. Este tipo de estaca visa fornecer mudas em menos tempo do que aquelas
produzidas por sementes e é empregado na revegetação de ecossistemas
perturbados, sendo confeccionadas com 20 cm em Salix a um metro de
comprimento (HOAG, 1993; CARPANEZZI et al., 1999; CARPANEZZI et al., 2002;
SUTILI, et al., 2004).
A formação de raízes em estacas depende da concentração endógena de
auxinas, carboidratos e outras substâncias, além das condições externas. Em
numerosas plantas, a aplicação de auxinas exógenas é necessária para o
enraizamento, sendo o grau mais elevado de sucesso obtido com a aplicação de
ácido indol butírico (IBA).
Existe relato sobre a viabilidade da estaquia a partir de ramos e raízes de
timbó, porém sem metodologias descritas (MAIXNER; FERREIRA, 1976) e a
produção de sementes na espécie apresenta certa irregularidade (GAVA et al.,
2001). O objetivo deste trabalho foi o estudo da indução do enraizamento
66
adventício de estacas caulinares de 30 cm de comprimento a partir de brotações
de cepas de árvores de duas idades, com a aplicação do regulador vegetal ácido
indol butírico, em condições de campo.
67
5.2 MATERIAL E MÉTODOS
Ramos de timbó foram coletados, em maio de 2005 (outono/2005), na
Embrapa Florestas (Colombo-PR, 25º19’S e 49º09’W, a 938msnm) a partir de
brotações de cepas de árvores chamadas novas e velhas (dois e dez anos,
respectivamente). Estas plantas eram podadas anualmente, o que fez com que os
todos os ramos tivessem mesma idade fisiológica (um ano).
Após o corte das brotações, as estacas foram confeccionadas sem folhas,
com corte reto no ápice e em bisel na base, com 30 cm de comprimento e um a
dois cm de diâmetro (Figura 06. A, B, C.). Em seguida foram submetidas a
tratamento fitossanitário com imersão em hipoclorito de sódio a 0,5% durante
cinco minutos, seguido de lavagem em água corrente por mais cinco minutos e
posterior imersão em fungicida benomyl (0,5 gL
-1
) por 15 minutos. As bases das
estacas foram imersas por dez segundos nas soluções e tiveram contato com os
tratamentos em talco, conforme segue: 0, 2500 e 5000 mgL
-1
(IBA em solução) e
0, 2500 e 5000 mgKg
-1
(IBA em talco).
O terço inferior das estacas foram plantados em canteiros com 20 cm de
profundidade de preparo mecânico e nenhuma adubação, a pleno sol, recebendo
regas diárias de quatro litros de água/m
2
nos primeiros 30 dias e semanais após
este período (Figura 06. D, E.). Após 180 dias do plantio, avaliou-se o experimento
(Figura 06. F.), incluindo as porcentagens de estacas enraizadas, com número de
raízes e comprimento médio das três maiores raízes por estaca, porcentagens de
estacas com calos, de estacas vivas, de estacas mortas e de estacas brotadas.
Foram consideradas estacas enraizadas aquelas que apresentavam pelo menos
uma raiz com mais de 0,1 cm de comprimento; estacas com calos, as que se
apresentavam vivas e com calos; estacas vivas, aquelas que permaneceram
vivas, mas não formaram calos ou raízes; estacas mortas, todas em que a base
da estaca estava totalmente necrosada; e estacas brotadas, aquelas que
apresentavam pelo menos um broto formado com mais de 0,1 cm.
68
FIGURA 06 A. glazioveana. A. Ramo de brotações de cepa de árvore, parte
basal. B. Demonstração da preparação das estacas (régua de 30
cm no tamanho original). C. Preparação das estacas com serrote.
D. Experimento instalado, outono/2005. E. Detalhe de brotações
foliares, após 60 dias da instalação. F. Estaca basal enraizada no
momento da avaliação.
69
O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado com
doze tratamentos, que representam o arranjo fatorial de duas idades de planta
matriz, três concentrações do regulador vegetal e dois veículos de aplicação do
regulador vegetal, com três repetições cada e 20 estacas por unidade
experimental, totalizando 720 estacas. Os resultados foram submetidos à análise
estatística. As variáveis cujas variâncias mostraram-se homogêneas foram
submetidas à análise de variância. Quando os resultados revelaram existir
diferenças significativas entre as médias, essas foram comparadas pelo teste de
Tukey, ao nível de 5% de probabilidade.
Para as análises anatômicas, segmentos de estacas foram fixados em
F.A.A. 70 (etanol 70%, ácido acético e formaldeído, 90:5:5) (JOHANSEN, 1940) e
conservados em etanol 70%. As amostras foram amaciadas em estufa com
glicerina 25% por dez dias e ficaram em estufa com polietileno 50% por sete dias
e polietileno 100% por mais 24 horas para infiltração. Os blocos de polietileno
secaram por sete dias e foram seccionados em micrótomo de rotação, com 10 μm
de espessura. Após a distensão e adesão dos cortes, as lâminas permanentes
foram coradas com azul de toluidina (FEDER; O’BRIEN, 1968). Em parte das
secções foram realizados testes microquímicos com lugol, para detecção da
presença de amido, e cloreto férrico, para identificar a presença de compostos
fenólicos (JOHANSEN, 1940) e montadas lâminas semipermanentes com água
destilada. As fotomicrografias foram tiradas em microscópio Zeiss com câmara
digital Sony Cyber-shot P72
®
acoplada.
70
5.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.3.1 Análises biométricas
As médias
gerais das porcentagens de estacas basais novas e velhas de
timbó enraizadas, com número de raízes e comprimento médio das três maiores
raízes por estaca, com calos, vivas, mortas e brotadas, no outono/2005, estão
apresentados no Anexo 09. Os resultados da análise de variância dos dados
referentes às variáveis analisadas são apresentados no Tabela 12. Os dados de
estacas enraizadas, com calos, vivas e mortas são complementares entre si,
enquanto dados de estacas brotadas são independentes.
TABELA 12 - Análise de variância das porcentagens de estacas basais novas e
velhas de timbó enraizadas, número médio de raízes e
comprimento médio das três maiores raízes por estaca, com calos,
vivas, mortas e brotadas, no outono/2005.
Quadrados Médios
Fontes de Variação Graus de
liberdade
Estacas
enraizadas
Número de
raízes por
estaca
Comprimento
médio das três
maiores raízes
por estaca
Estacas
com calos
Estacas
vivas
Estacas
mortas
Estacas
brotadas
Idades
1 1111,1** 30,8
ns
0,6
ns
1002,8* 0,7
ns
4225,0** 4225,0**
Veículos
1 4011,1** 60,1
ns
4,3
ns
469,4
ns
306,3** 802,8* 544,4
ns
Concentrações
2 67,4
ns
23,7
ns
0,9
ns
19,4
ns
25,7
ns
44,4
ns
4,9
ns
Idades x Veículos
1 25,0
ns
22,3
ns
0,2
ns
711,1* 17,4
ns
711,1* 711,1*
Idades x Concentrações
2 92,4
ns
20,2
ns
0,1
ns
186,1
ns
46,5
ns
133,3
ns
118,8
ns
Veículos x Concentrações
2 334,0* 15,2
ns
0,5
ns
186,1
ns
6,3
ns
2,8
ns
29,9
ns
Idades x Veículos x
Concentrações
2 56,3
ns
4,9
ns
0,2
ns
144,4
ns
4,9
ns
19,4
ns
13,2
ns
Erro
24 88,2 18,9 1 138,2 18,2 162,5 134
Coeficiente de variação(%)
40,7 82,1 71,3 31,1 65,3 41,7 17,4
Qui-quadrado (x
2
)
11,4 14,9 7,4 3,4 16 7,4 10,5
n.s. não significativo
* significativo a 5% de probabilidade
** significativo a 1% de probabilidade
71
TABELA 13 - Comparação de médias das porcentagens de estacas basais de
timbó enraizadas, referente à interação veículos e concentrações
de IBA significativa, e médias do número de raízes e comprimento
das três maiores raízes por estaca, no outono/2005.
Estacas enraizadas (%)
Concentrações de IBA (mg)
Idades
0 2500 5000
Médias
Nova 14,2 22,5 15,8 17,5 b
Velha 26,7 27,5 31,7 28,6 a
Veículos
Solução 25,0 a A 37,5 a A 38,3 a A 33,6
Talco 15,8 a A 12,5 b A 9,2 b A 12,5
Médias 20,4 25,0 23,8
Número de raízes por estaca
Concentrações de IBA (mg)
Idades
0 2500 5000
Médias
Nova 3,4 5,9 3,8 4,4
Velha 4,0 6,0 8,7 6,2
Veículos
Solução 4,1 6,9 8,8 6,6
Talco 3,3 5,0 3,7 4,0
Médias 3,7 6,0 6,3
Comprimento das três maiores raízes por estaca (cm)
Concentrações de IBA (mg)
Idades
0 2500 5000
Médias
Nova 1,0 1,5 1,4 1,3
Velha 1,2 1,6 1,9 1,5
Veículos
Solução 1,2 1,9 2,2 1,8
Talco 1,0 1,2 1,1 1,1
Médias 1,1 1,5 1,6
Médias seguidas pela mesma letra minúscula na vertical e maiúscula na horizontal não diferem estatisticamente pelo teste
de Tukey a 5% de probabilidade.
72
Para estacas enraizadas, veículos de aplicação de IBA e concentrações de
IBA foram fatores dependentes. Não houve diferença entre as concentrações, mas
a solução favoreceu o enraizamento nas concentrações 2500 e 5000 mg (37,5 e
38,3%, respectivamente) (Tabelas 12 e 13). Sabe-se que o método de imersão
rápida é o de maior eficiência (HARTMANN et al., 2002), porém o uso do talco é
mais prático do ponto de vista comercial, o que faz com que seja mais utilizado
mesmo não promovendo, em alguns casos, os melhores resultados de
enraizamento.
A aplicação de IBA em talco também não causou estímulo no enraizamento
de estacas de ameixeira (PASINATO et al., 1998). Sabe-se que o tratamento em
solução com imersão rápida (dez segundos) é o método de maior eficiência na
absorção de auxina pela base da estaca (HARTMANN et al., 2002). Diferenças
entre concentrações de IBA na estaquia lenhosa de pessegueiro também foram
verificadas e os autores a relacionaram à melhoria do balanço hormonal e à
redução do tempo de iniciação radicial nas estacas tratadas (OLIVEIRA et al.,
2003). A necessidade de aplicação de auxinas varia entre espécies. Em Derris
indica, a melhor concentração também foi 5000 mg (KERKETTA; PANDEY, 2002)
e Salix humboldtiana concentra altas porcentagens de estacas com raiz sem
aplicação de reguladores vegetais (CARPANEZZI et al., 1999).
Para o número de raízes por estaca e comprimento médio das três maiores
raízes por estaca, não houve diferenças significativas entre as médias dos
tratamentos (Tabela 12). Os maiores valores absolutos foram obtidos com 5000
mg, para estacas velhas e IBA em solução (Tabela 13; Anexo 09). Em Terminalia,
o enraizamento mais elevado ocorreu com 4000 mgL
-1
(BHARDWAJ et al., 1993).
Para estacas com calos, não existiu diferença significativa entre as
concentrações testadas; os fatores idades de cepas e veículos de aplicação do
regulador vegetal foram dependentes (Tabela 12). O teste de comparação de
médias não mostrou diferença entre as idades, com a solução, mas em talco
houve diferença, beneficiando a mais nova. Na comparação dos veículos, a
solução supera o talco somente quando estacas oriundas de cepas mais novas
(Tabelas 12 e 14; Anexo 09).
73
TABELA 14 - Comparações de médias das porcentagens de estacas basais de
timbó com calos, mortas e brotadas, referentes às interações
idades e veículos de IBA significativas, no outono/2005.
Estacas com calos (%)
Idades
Veículos
Nova Velha
Médias
Solução 33,3 a A 35,0 b A 34,2
Talco 31,7 a B 51,1 a A 41,4
Médias 32,5 43,1
Estacas mortas (%)
Idades
Veículos
Nova Velha
Médias
Solução 32,2 a B 50,6 a A 25,8
Talco 19,4 a A 20,0 b A 35,3
Médias 41,4 19,7
Estacas brotadas (%)
Idades
Veículos
Nova Velha
Médias
Solução 63,9 a A 76,7 a A 70,3
Talco 47,2 b B 77,8 a A 62,5
Médias 55,6 77,2
Médias seguidas pela mesma letra minúscula na vertical e maiúscula na horizontal não diferem estatisticamente pelo teste
de Tukey a 5% de probabilidade, para cada variável isoladamente.
TABELA 15 - Comparação de médias das porcentagens de estacas basais de
timbó vivas, para os veículos de aplicação de IBA, no outono/2005.
Estacas vivas (%)
Concentrações de IBA (mg)
Idades
0 2500 5000
Médias
Nova 5,8 3,3 10,0 6,4
Velha 7,5 6,7 5,8 6,7
Veículos
Solução 4,2 2,5 4,2 3,6 b
Talco 9,2 7,5 11,7 9,4 a
Médias 6,7 5,0 7,9
Médias seguidas pela mesma letra na vertical não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Para estacas vivas, existiu diferença significativa somente entre os veículos
de aplicação do regulador vegetal (Tabela 12). O veículo talco propiciou maior
74
sobrevivência (9,4%), diferindo significativamente da aplicação de IBA em solução
(Tabela 15).
A mortalidade foi relativamente alta. Não existiu diferença significativa entre
as concentrações testadas, com maior valor absoluto nas concentrações 0 e 2500
mg (31,7% de mortalidade) (Tabela 12; Anexo 09). A interação entre idades e
veículos de aplicação foi significativa. Na comparação entre os veículos, para cada
idade de cepa, a aplicação de IBA em solução proporcionou maior mortalidade
(50,6%), diferindo significativamente deste veículo em estacas velhas. Entre as
idades, para cada veículo de aplicação, estacas velhas morreram com mais
freqüência, quando IBA em solução (50,6%), diferindo do talco nesta idade de
cepa (Tabelas 12 e 14).
As condições de campo fazem com que a umidade seja bastante reduzida
na parte exposta das estacas, o que pode justificar a mortalidade, já que as
estacas mortas estavam secas. Além disso, outros experimentos paralelos têm
revelado ser o timbó uma espécie de enraizamento baixo, associado à alta
mortalidade. Em contrapartida, a baixa porcentagem de estacas vivas indica que
estacas que não morrem ou acabam enraizando ou formando calos.
Para estacas brotadas, a análise de variância revelou que idades e veículos
de aplicação foram dependentes e não há diferença significativa entre as
concentrações (Tabela 12). Segundo a comparação de médias, em solução as
idades não apresentaram diferença, mas em talco estacas velhas originam mais
brotações. Quando comparados os veículos para cada idade, a solução foi melhor
para estacas novas (Tabela 14; Anexo 09).
5.3.2 Análises anatômicas
Com base nas análises anatômicas, verificou-se que estacas basais de
brotações de cepas de árvores de timbó não apresentaram diferenças estruturais
entre idades de planta matriz.
75
As estacas apresentaram periderme com quatro a cinco camadas de súber
e lenticelas presentes. A região parenquimática do córtex continha células de
conteúdo denso e esclereídes dispersas. As fibras pericíclicas estavam em grupos
ao redor do cilindro vascular em anel não contínuo. No floema secundário pôde-se
observar as células companheiras, elementos de tubo crivado, células
parenquimáticas, idioblastos com cristais e raio parenquimático abrindo-se em
forma de leque. A faixa cambial apresentou-se larga, com cinco camadas de
células derivadas ou em diferenciação. O xilema secundário é desenvolvido, com
a presença de elementos de vaso isolados ou em grupos, raio estreito e fibras de
parede celular espessa. A medula é parenquimática (Figura 07. A, B.).
As estacas não apresentaram características estruturais relacionadas à
dificuldade de enraizamento adventício. A faixa não contínua de fibras descarta a
hipótese de barreira anatômica. Na estaquia de pereira, o enraizamento foi
relacionado diretamente com as barreiras anatômicas (BEAKBANE, 1961).
O xilema secundário desenvolvido evidencia o rápido crescimento, visto que
são ramos de um ano, e a faixa cambial larga associa-se à alta atividade
metabólica no ramo, caracterizando condições favoráveis à rizogênese. Sabe-se
que há relação entre quantidade de células meristemáticas e a capacidade de
formação de primórdios radiciais (MEDRADO et al., 1995).
Os testes com lugol indicaram a presença de grânulos de amido em células
das regiões cortical e do xilema secundário, em ambas as idades analisadas
(Figura 07. C, D, E e F.). Os testes com cloreto férrico revelaram a ausência de
compostos fenólicos. A presença de grânulos de amido não influenciou o
enraizamento, já que ocorreram em ambas as idades. O mesmo ocorreu para
Tibouchina sellowiana (BORTOLINI, 2006) e Ginkgo biloba (BITENCOURT,
2006).
76
FIGURA 07 - Secções transversais de estacas basais de brotações de cepas de árvores de duas
idades de A. glazioveana no momento da instalação do experimento. A. Vista geral
da estaca nova. B. Vista geral da estaca velha. C.F. Teste com lugol, revelando a
presença ou ausência de amido na região cortical e no xilema secundário. C. e D.
Estaca nova. E. e F. Estaca velha. (C=córtex; F=fibras pericíclicas; Fl=floema
secundário; P=periderme; X=xilema secundário; setas = grânulos de amido).
Barra = 50 µm (D e F); 200 µm (A, B, C e E).
77
5.4 CONCLUSÕES
Nas condições do presente experimento, pôde-se concluir que, em estacas
basais de timbó oriundas de brotações de cepas de árvores de duas idades:
Cepas de árvores mais velhas são mais indicadas para fornecer estacas
basais;
A aplicação de IBA em solução foi mais eficaz para o enraizamento;
A estrutura anatômica das estacas basais não impediu o enraizamento;
A presença de amido e compostos fenólicos não influenciaram no
enraizamento;
As porcentagens de enraizamento são promissoras; e
O enraizamento de estacas basais (30 cm de comprimento), plantadas em
campo, oriundas de brotações de cepas de árvores de timbó é técnica promissora.
78
5.5 REFERÊNCIAS
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81
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
No final do outono/2005 (maio) foi instalado um experimento prévio com
estacas de brotações de copa de árvores adultas e apicais e subapicais de
brotações de cepas de árvores de duas idades, em casa-de-vegetação. Neste
experimento, houve mortalidade quase total das estacas. O fato foi relacionado
com o ataque de uma pequena mosca, pertencente à família Scicaridae
2
. As
estacas morriam de maneira ascendente após o ataque. Nas estações seguintes,
os experimentos incluíram a aplicação semanal de inseticida SBP
®
aerosol para
evitar novos ataques.
As análises estatísticas foram realizadas isoladamente para cada tipo de
estaca. Em estacas de brotação de copa de árvores adultas separaram-se as
estações do ano e nas apicais e subapicais de brotações de cepas de árvores,
foram separadas as idades de planta matriz, devido à quantidade de fatores a
serem verificados. A fim de elucidar justificativas para a diversidade nas respostas
obtidas, foram realizadas algumas análises bioquímicas (Laboratório de
Farmacognosia, Departamento de Farmácia, Universidade Federal do Paraná),
além das análises anatômicas.
As análises da anatomia das estacas de brotações do ano de copa de
árvores adultas demonstraram a presença de uma camada contínua de fibras
pericíclicas, oposto ao ocorrido para estacas de brotações de cepas de árvores.
As fibras poderiam ser consideradas como uma barreira à emergência das raízes.
No entanto, estacas apicais e subapicais de brotações de cepas de árvores não
apresentaram camada contínua e o enraizamento também foi nulo. Da mesma
forma, a presença de grânulos de amido não tem relação direta com a capacidade
de enraizamento, pois foi constatada em estacas que formaram ou não raízes e
calos. Os compostos fenólicos foram encontrados nas estacas que não formaram
raízes, podendo estar relacionados com a oxidação auxínica, mas eles acontecem
em várias formas químicas, como ocorre com a rotenona, que se apresenta tanto
2
Identificação realizada no Laboratório de Entomologia da Embrapa Florestas, Colombo – PR, por
Rodolfo Marcassi Favaro, mestre em Entomologia pela Universidade Federal do Paraná.
82
como monofenol quanto como polifenol, não sendo possível afirmar se estariam
inibindo ou não a rizogênese.
As observações pessoais durante a realização deste trabalho permitiram
constatar que a maioria das estacas sob nebulização, mesmo viva no momento da
avaliação, apresentava pontos isolados de necrose. O ataque da pequena mosca
e o apodrecimento aconteceram com menor freqüência no material de brotações
de cepas de árvores (estacas apicais e subapicais), quando comparado com
brotações de copa de árvores adultas.
Estacas basais robustas de brotações de cepas de árvores resistiram às
condições ambientais e de solo quando plantadas diretamente no campo,
demonstrando rusticidade. Outras épocas devem ser estudadas na coleta destas
estacas, visto que a espécie é caducifólia e o inverno poderia trazer resultados
ainda melhores, em menos tempo.
83
7 CONCLUSÕES GERAIS
Nas condições do presente trabalho, foi possível concluir que:
Estacas de brotações de cepas de árvores de timbó foram mais adequadas
ao enraizamento do que estacas de brotações de copa de árvores;
Não houve influência da estação do ano no enraizamento de estacas de
brotações de copa de árvores, mas o inverno favoreceu a sobrevivência e a
formação de calos;
A aplicação de IBA não favoreceu o enraizamento nem influenciou na
formação de calos em estacas de brotações de copa de árvores;
Os substratos não influenciaram o enraizamento em estacas de brotações
de copa de árvores;
As camadas de fibras podem ter impedido a emissão de raízes em estacas
de brotações de copa de árvores;
A aplicação de IBA não promoveu o enraizamento, mas influenciou na
formação de calos em estacas apicais e subapicais de brotações de cepas
de árvores de duas idades;
Os diferentes tipos (apicais e subapicais), bem como as estruturas
anatômicas e os substratos utilizados não influenciaram o enraizamento em
estacas de brotações de cepas de árvores;
A idade de planta matriz não influenciou no enraizamento, mas árvores
mais velhas forneceram estacas de brotações de cepas com maior
capacidade de formar calos;
Estacas basais de brotações de cepas de árvores plantadas em campo
foram mais adequadas ao enraizamento do que estacas apicais e
subapicais;
A aplicação de IBA em solução, sem influência das concentrações, foi mais
eficaz no enraizamento de estacas basais de brotações de cepas de
árvores, com mais raízes formadas por estaca;
84
A idade de planta matriz influenciou o enraizamento, com maior formação
de raízes, calos e brotos em estacas basais de brotações de cepas de
árvores mais velhas;
Outras épocas do ano deveriam ser estudadas para a estaquia basal a
partir de brotações de cepas árvores de duas idades de timbó, visto que a
espécie é decídua e o inverno poderia trazer melhores resultados; e
A espécie pode ser considerada de difícil enraizamento, porém a estaquia
basal a partir de brotações de cepas de árvores de timbó, por estacas de
grande porte plantadas em campo, é tecnicamente promissora.
85
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BOTÂNICA, 25, Recife: Anais... Recife: Universidade Federal de Pernambuco,
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92
ANEXOS
93
ANEXO 01 - Médias gerais dos tratamentos, para fatores de variação isolados e
possíveis interações entre eles, de estacas de brotações de copa de
árvores adultas de timbó (A. glazioveana) enraizadas, com número
de raízes e comprimento das três maiores raízes por estaca, com
calos, vivas, mortas e brotadas, no inverno/2005.
Estacas de brotações de copa de árvores adultas de timbó, inverno/2005
Tratamentos
Estacas
enraizadas
(%)
Número
de raízes
por
estaca
Comprimento
das três
maiores
raízes por
estaca (cm)
Estacas
com calos
(%)
Estacas
vivas
(%)
Estacas
mortas
(%)
Estacas
brotadas
(%)
CAC 19,2 76,7 89,2
Vermiculita 35,8 55,4 91,3
Solução 36,3 55,4 92,1
Talco 18,8 76,7 88,3
0 mg de IBA 21,9 75,0 91,3
2500 mg de IBA 28,1 69,4 89,4
5000 mg de IBA 32,5 53,8 90,0
CAC x Solução 20,8 78,3 92,5
CAC x Talco 17,5 75,0 85,8
Vermiculita x Solução 51,7 32,5 91,7
Vermiculita x Talco 20,0 78,3 90,8
CAC x 0 mg de IBA 10,0 87,5 92,5
CAC x 2500 mg de IBA 22,5 75,0 88,8
CAC x 5000 mg de IBA 25,0 67,5 86,3
Vermiculita x 0mg de IBA 33,8 62,5 90,0
Vermiculita x 2500 mg de IBA 33,8 63,8 90,0
Vermiculita x 5000 mg de IBA 40,0 40,0 93,8
Solução x 0 mg de IBA 31,3 66,3 95,0
Solução x 2500 mg de IBA 32,5 65,0 90,0
Solução x 5000 mg de IBA 45,0 35,0 91,3
Talco x 0 mg de IBA 12,5 83,8 87,5
Talco x 2500 mg de IBA 23,8 73,8 88,8
Talco x 5000 mg de IBA 20,0 72,5 88,8
CAC x Solução x 0 mg de IBA 7,5 92,5 97,5
CAC x Solução x 2500 mg de IBA 22,5 77,5 90,0
CAC x Solução x 5000 mg de IBA 32,5 65,0 2,5 90,0
CAC x Talco x 0 mg de IBA 12,5 82,5 5,0 87,5
CAC x Talco x 2500 mg de IBA 22,5 72,5 5,0 87,5
CAC x Talco x 5000 mg de IBA 2,5 1 0,2 17,5 70,0 10,0 82,5
Vermiculita x Solução x 0 mg de IBA 2,5 1 0,1 55,0 40,0 2,5 92,5
Vermiculita x Solução x 2500 mg de IBA 2,5 3 0,5 42,5 52,5 2,5 90,0
Vermiculita x Solução x 5000 mg de IBA 57,5 42,5 92,5
Vermiculita x Talco x 0 mg de IBA 12,5 85,0 2,5 87,5
Vermiculita x Talco x 2500 mg de IBA 25,0 75,0 90,0
Vermiculita x Talco x 5000 mg de IBA 22,5 75,0 2,5 95,0
Média 0,6 0,4 0,1 29,8 74,7 2,9 90,2
94
ANEXO 02 - Médias gerais dos tratamentos, para fatores de variação isolados e
possíveis interações entre eles, de estacas de brotações de copa de
árvores adultas de timbó (A. glazioveana) com calos, vivas, mortas e
brotadas, na primavera/2005.
Estacas de brotações de copa de árvores adultas de timbó, primavera/2005
Tratamentos
Estacas com
calos (%)
Estacas
vivas (%)
Estacas
mortas (%)
Estacas
brotadas (%)
CAC 0,8 1,7 97,5 1,3
Vermiculita 1,7 45,0 52,9 8,3
Solução 0,8 23,3 75,4 4,6
Talco 1,7 23,3 75,0 5,0
0 mg de IBA 1,9 26,3 71,9 3,8
2500 mg de IBA 0,6 22,5 76,3 5,6
5000 mg de IBA 1,3 21,3 77,5 5,0
CAC x Solução 0,8 2,5 96,7 1,7
CAC x Talco 0,8 0,8 98,3 0,8
Vermiculita x Solução 0,8 44,2 54,2 7,5
Vermiculita x Talco 2,5 45,8 51,7 9,2
CAC x 0 mg de IBA 1,3 2,5 96,3 2,5
CAC x 2500 mg de IBA 0,0 0,0 100,0 0,0
CAC x 5000 mg de IBA 1,3 2,5 96,3 1,3
Vermiculita x 0mg de IBA 2,5 50,0 47,5 5,0
Vermiculita x 2500 mg de IBA 1,3 45,0 52,5 11,3
Vermiculita x 5000 mg de IBA 1,3 40,0 58,8 8,8
Solução x 0 mg de IBA 1,3 25,0 73,8 3,8
Solução x 2500 mg de IBA 0,0 23,8 75,0 5,0
Solução x 5000 mg de IBA 1,3 21,3 77,5 5,0
Talco x 0 mg de IBA 2,5 27,5 70,0 3,8
Talco x 2500 mg de IBA 1,3 21,3 77,5 6,3
Talco x 5000 mg de IBA 1,3 21,3 77,5 5,0
CAC x Solução x 0 mg de IBA 0,0 2,5 97,5 2,5
CAC x Solução x 2500 mg de IBA 0,0 0,0 100,0 0,0
CAC x Solução x 5000 mg de IBA 2,5 5,0 92,5 2,5
CAC x Talco x 0 mg de IBA 2,5 2,5 95,0 2,5
CAC x Talco x 2500 mg de IBA 0,0 0,0 100,0 0,0
CAC x Talco x 5000 mg de IBA 0,0 0,0 100,0 0,0
Vermiculita x Solução x 0 mg de IBA 2,5 47,5 50,0 5,0
Vermiculita x Solução x 2500 mg de IBA 0,0 50,0 50,0 10,0
Vermiculita x Solução x 5000 mg de IBA 0,0 37,5 62,5 7,5
Vermiculita x Talco x 0 mg de IBA 2,5 52,5 45,0 5,0
Vermiculita x Talco x 2500 mg de IBA 2,5 42,5 55,0 12,5
Vermiculita x Talco x 5000 mg de IBA 2,5 42,5 55,0 10,0
Média 1,3 23,5 75,2 4,8
95
ANEXO 03 - Médias gerais dos tratamentos, para fatores de variação isolados e
possíveis interações entre eles, de estacas de brotações de copa de
árvores adultas de timbó (A. glazioveana) com calos, vivas, mortas e
brotadas, no verão/2006.
Estacas de brotações de copa de árvores adultas de timbó, verão/2006
Tratamentos
Estacas com
calos (%)
Estacas
vivas (%)
Estacas
mortas (%)
Estacas
brotadas (%)
CAC 8,3 82,5 9,2 31,3
Vermiculita 1,3 95,8 2,9 58,8
Solução 4,6 89,6 5,8 41,7
Talco 5,0 88,8 6,3 48,3
0 mg de IBA 4,4 91,9 3,8 47,5
2500 mg de IBA 3,8 89,4 6,9 50,6
5000 mg de IBA 6,3 86,3 7,5 36,9
CAC x Solução 9,2 81,7 9,2 20,0
CAC x Talco 7,5 83,3 9,2 42,5
Vermiculita x Solução 0,0 97,5 2,5 63,3
Vermiculita x Talco 2,5 94,2 3,3 54,2
CAC x 0 mg de IBA 8,8 85,0 6,3 40,0
CAC x 2500 mg de IBA 7,5 81,3 11,3 30,0
CAC x 5000 mg de IBA 8,8 81,3 10,0 23,8
Vermiculita x 0mg de IBA 0,0 98,8 1,3 55,0
Vermiculita x 2500 mg de IBA 0,0 97,5 2,5 71,3
Vermiculita x 5000 mg de IBA 3,8 91,3 5,0 50,0
Solução x 0 mg de IBA 3,8 90,0 6,3 40,0
Solução x 2500 mg de IBA 6,3 90,0 3,8 41,3
Solução x 5000 mg de IBA 3,8 88,8 7,5 43,8
Talco x 0 mg de IBA 5,0 93,8 1,3 55,0
Talco x 2500 mg de IBA 1,3 88,8 10,0 60,0
Talco x 5000 mg de IBA 8,8 83,8 7,5 30,0
CAC x Solução x 0 mg de IBA 7,5 82,5 10,0 20,0
CAC x Solução x 2500 mg de IBA 12,5 85,0 2,5 25,0
CAC x Solução x 5000 mg de IBA 7,5 77,5 15,0 15,0
CAC x Talco x 0 mg de IBA 10,0 87,5 2,5 60,0
CAC x Talco x 2500 mg de IBA 2,5 77,5 20,0 35,0
CAC x Talco x 5000 mg de IBA 10,0 85,0 5,0 32,5
Vermiculita x Solução x 0 mg de IBA 0,0 97,5 2,5 60,0
Vermiculita x Solução x 2500 mg de IBA 0,0 95,0 5,0 57,5
Vermiculita x Solução x 5000 mg de IBA 0,0 100,0 0,0 72,5
Vermiculita x Talco x 0 mg de IBA 0,0 100,0 0,0 50,0
Vermiculita x Talco x 2500 mg de IBA 0,0 100,0 0,0 85,0
Vermiculita x Talco x 5000 mg de IBA 7,5 82,5 10,0 27,5
Média 4,8 89,2 6,0 45,0
96
ANEXO 04 - Médias gerais dos tratamentos, para fatores de variação isolados e
possíveis interações entre eles, de estacas de brotações de copa de
árvores adultas de timbó (A. glazioveana) com calos, vivas, mortas e
brotadas, no outono/2006.
Estacas de brotações de copa de árvores adultas de timbó, outono/2006
Tratamentos
Estacas com
calos (%)
Estacas
vivas (%)
Estacas
mortas (%)
Estacas
brotadas (%)
CAC 8,3 82,5 9,2 31,3
Vermiculita 1,3 95,4 3,3 58,8
Solução 4,6 89,6 5,8 41,7
Talco 5,0 88,3 6,7 48,3
0 mg de IBA 4,4 91,3 4,4 47,5
2500 mg de IBA 3,8 89,4 6,9 50,6
5000 mg de IBA 6,3 86,3 7,5 36,9
CAC x Solução 9,2 81,7 9,2 20,0
CAC x Talco 7,5 83,3 9,2 42,5
Vermiculita x Solução 0,0 97,5 2,5 63,3
Vermiculita x Talco 2,5 93,3 4,2 54,2
CAC x 0 mg de IBA 8,8 85,0 6,3 40,0
CAC x 2500 mg de IBA 7,5 81,3 11,3 30,0
CAC x 5000 mg de IBA 8,8 81,3 10,0 23,8
Vermiculita x 0mg de IBA 0,0 97,5 2,5 55,0
Vermiculita x 2500 mg de IBA 0,0 97,5 2,5 71,3
Vermiculita x 5000 mg de IBA 3,8 91,3 5,0 50,0
Solução x 0 mg de IBA 3,8 90,0 6,3 40,0
Solução x 2500 mg de IBA 6,3 90,0 3,8 41,3
Solução x 5000 mg de IBA 3,8 88,8 7,5 43,8
Talco x 0 mg de IBA 5,0 92,5 2,5 55,0
Talco x 2500 mg de IBA 1,3 88,8 10,0 60,0
Talco x 5000 mg de IBA 8,8 83,8 7,5 30,0
CAC x Solução x 0 mg de IBA 7,5 82,5 10,0 20,0
CAC x Solução x 2500 mg de IBA 12,5 85,0 2,5 25,0
CAC x Solução x 5000 mg de IBA 7,5 77,5 15,0 15,0
CAC x Talco x 0 mg de IBA 10,0 87,5 2,5 60,0
CAC x Talco x 2500 mg de IBA 2,5 77,5 20,0 35,0
CAC x Talco x 5000 mg de IBA 10,0 85,0 5,0 32,5
Vermiculita x Solução x 0 mg de IBA 0,0 97,5 2,5 60,0
Vermiculita x Solução x 2500 mg de IBA 0,0 95,0 5,0 57,5
Vermiculita x Solução x 5000 mg de IBA 0,0 100,0 0,0 72,5
Vermiculita x Talco x 0 mg de IBA 0,0 97,5 2,5 50,0
Vermiculita x Talco x 2500 mg de IBA 0,0 100,0 0,0 85,0
Vermiculita x Talco x 5000 mg de IBA 7,5 82,5 10,0 27,5
Média 4,8 89,0 6,3 45,0
97
ANEXO 05 - Médias gerais dos tratamentos, para fatores de variação isolados e
possíveis interações entre eles, de estacas apicais de brotações de
cepas de árvores novas de timbó (A. glazioveana) com calos, vivas,
mortas e brotadas, no outono/2006.
Estacas apicais novas de timbó, outono/2006
Tratamentos
Estacas com
calos (%)
Estacas
vivas (%)
Estacas
mortas (%)
Estacas
brotadas (%)
CAC 16,3 73,8 10,0 77,5
Vermiculita 5,8 91,3 2,9 86,3
Solução 12,9 79,2 7,9 80,8
Talco 9,2 85,8 5,0 82,9
0 mg de IBA 5,0 84,4 10,6 78,8
2500 mg de IBA 8,8 85,6 5,6 85,0
5000 mg de IBA 19,4 77,5 3,1 81,9
CAC x Solução 20,0 69,2 10,8 76,7
CAC x Talco 12,5 78,3 9,2 78,3
Vermiculita x Solução 5,8 89,2 5,0 85,0
Vermiculita x Talco 5,8 93,3 0,8 87,5
CAC x 0 mg de IBA 7,5 76,3 16,3 76,3
CAC x 2500 mg de IBA 11,3 80,0 8,8 82,5
CAC x 5000 mg de IBA 30,0 65,0 5,0 73,8
Vermiculita x 0mg de IBA 2,5 92,5 5,0 81,3
Vermiculita x 2500 mg de IBA 6,3 91,3 2,5 87,5
Vermiculita x 5000 mg de IBA 8,8 90,0 1,3 90,0
Solução x 0 mg de IBA 7,5 78,8 13,8 72,5
Solução x 2500 mg de IBA 11,3 83,8 5,0 87,5
Solução x 5000 mg de IBA 20,0 75,0 5,0 82,5
Talco x 0 mg de IBA 2,5 90,0 7,5 85,0
Talco x 2500 mg de IBA 6,3 87,5 6,3 82,5
Talco x 5000 mg de IBA 18,8 80,0 1,3 81,3
CAC x Solução x 0 mg de IBA 12,5 70,0 17,5 72,5
CAC x Solução x 2500 mg de IBA 15,0 77,5 7,5 87,5
CAC x Solução x 5000 mg de IBA 32,5 60,0 7,5 70,0
CAC x Talco x 0 mg de IBA 2,5 82,5 15,0 80,0
CAC x Talco x 2500 mg de IBA 7,5 82,5 10,0 77,5
CAC x Talco x 5000 mg de IBA 27,5 70,0 2,5 77,5
Vermiculita x Solução x 0 mg de IBA 2,5 87,5 10,0 72,5
Vermiculita x Solução x 2500 mg de IBA 7,5 90,0 2,5 87,5
Vermiculita x Solução x 5000 mg de IBA 7,5 90,0 2,5 95,0
Vermiculita x Talco x 0 mg de IBA 2,5 97,5 0,0 90,0
Vermiculita x Talco x 2500 mg de IBA 5,0 92,5 2,5 87,5
Vermiculita x Talco x 5000 mg de IBA 10,0 90,0 0,0 85,0
Média 11,0 82,5 6,5 81,9
98
ANEXO 06 - Médias gerais dos tratamentos, para fatores de variação isolados e
possíveis interações entre eles, de estacas subapicais de brotações
de cepas de árvores novas de timbó (A. glazioveana) com calos,
vivas e brotadas, no outono/2006.
Estacas subapicais novas de timbó, outono/2006
Tratamentos
Estacas com
calos (%)
Estacas
vivas (%)
Estacas
mortas (%)
Estacas
brotadas (%)
CAC 6,3 92,5 89,2
Vermiculita 6,3 91,7 88,8
Solução 5,8 92,1 90,4
Talco 6,7 92,1 87,5
0 mg de IBA 1,9 97,5 87,5
2500 mg de IBA 7,5 90,6 91,3
5000 mg de IBA 9,4 88,1 88,1
CAC x Solução 5,0 93,3 92,5
CAC x Talco 7,5 91,7 85,8
Vermiculita x Solução 6,7 90,1 88,3
Vermiculita x Talco 5,8 92,5 89,2
CAC x 0 mg de IBA 0,0 100,0 86,3
CAC x 2500 mg de IBA 8,8 90,0 91,3
CAC x 5000 mg de IBA 10,0 87,5 90,0
Vermiculita x 0mg de IBA 3,8 95,0 88,8
Vermiculita x 2500 mg de IBA 6,3 91,3 91,3
Vermiculita x 5000 mg de IBA 8,8 88,8 86,3
Solução x 0 mg de IBA 2,5 96,3 88,8
Solução x 2500 mg de IBA 11,3 86,3 92,5
Solução x 5000 mg de IBA 3,8 93,8 90,0
Talco x 0 mg de IBA 1,3 98,8 86,3
Talco x 2500 mg de IBA 3,8 95,0 90,0
Talco x 5000 mg de IBA 15,0 82,5 86,3
CAC x Solução x 0 mg de IBA 0,0 100,0 90,0
CAC x Solução x 2500 mg de IBA 12,5 85,0 2,5 92,5
CAC x Solução x 5000 mg de IBA 2,5 95,0 2,5 95,0
CAC x Talco x 0 mg de IBA 0,0 100,0 82,5
CAC x Talco x 2500 mg de IBA 5,0 95,0 90,0
CAC x Talco x 5000 mg de IBA 17,5 80,0 2,5 85,0
Vermiculita x Solução x 0 mg de IBA 5,0 92,5 2,5 87,5
Vermiculita x Solução x 2500 mg de IBA 10,0 87,5 2,5 92,5
Vermiculita x Solução x 5000 mg de IBA 5,0 92,5 2,5 85,0
Vermiculita x Talco x 0 mg de IBA 2,5 97,5 90,0
Vermiculita x Talco x 2500 mg de IBA 2,5 95,0 2,5 90,0
Vermiculita x Talco x 5000 mg de IBA 12,5 85,0 2,5 87,5
Média 6,3 92,1 1,7 89,0
99
ANEXO 07 - Médias gerais dos tratamentos, para fatores de variação isolados e
possíveis interações entre eles, de estacas apicais de brotações de
cepas de árvores velhas de timbó (A. glazioveana) com calos, vivas,
mortas e brotadas, no outono/2006.
Estacas apicais velhas de timbó, outono/2006
Tratamentos
Estacas com
calos (%)
Estacas
vivas (%)
Estacas
mortas (%)
Estacas
brotadas (%)
CAC 32,1 53,3 14,6 80,4
Vermiculita 35,0 59,6 5,0 89,2
Solução 35,8 53,3 11,3 83,3
Talco 31,3 59,6 8,3 86,3
0 mg de IBA 15,6 73,1 11,3 86,9
2500 mg de IBA 35,6 56,3 8,1 83,1
5000 mg de IBA 49,4 40,0 10,0 84,4
CAC x Solução 35,8 48,3 15,8 79,2
CAC x Talco 28,3 58,3 13,3 81,7
Vermiculita x Solução 35,8 58,3 6,7 87,5
Vermiculita x Talco 34,2 60,8 3,3 90,8
CAC x 0 mg de IBA 16,3 63,8 20,0 80,0
CAC x 2500 mg de IBA 28,8 57,5 13,8 76,3
CAC x 5000 mg de IBA 51,3 38,8 10,0 85,0
Vermiculita x 0mg de IBA 15,0 82,5 2,5 93,8
Vermiculita x 2500 mg de IBA 42,5 55,0 2,5 90,0
Vermiculita x 5000 mg de IBA 47,5 41,3 10,0 83,8
Solução x 0 mg de IBA 22,5 68,8 8,8 88,8
Solução x 2500 mg de IBA 43,8 47,5 8,8 82,5
Solução x 5000 mg de IBA 41,3 43,8 16,3 78,8
Talco x 0 mg de IBA 8,8 77,5 13,8 85,0
Talco x 2500 mg de IBA 27,5 65,0 7,5 83,8
Talco x 5000 mg de IBA 57,5 36,3 3,8 90,0
CAC x Solução x 0 mg de IBA 30,0 55,0 15,0 85,0
CAC x Solução x 2500 mg de IBA 37,5 47,5 15,0 75,0
CAC x Solução x 5000 mg de IBA 40,0 42,5 17,5 77,5
CAC x Talco x 0 mg de IBA 2,5 72,5 25,0 75,0
CAC x Talco x 2500 mg de IBA 20,0 67,5 12,5 77,5
CAC x Talco x 5000 mg de IBA 62,5 35,0 2,5 92,5
Vermiculita x Solução x 0 mg de IBA 15,0 82,5 2,5 92,5
Vermiculita x Solução x 2500 mg de IBA 50,0 47,5 2,5 90,0
Vermiculita x Solução x 5000 mg de IBA 42,5 42,5 15,0 80,0
Vermiculita x Talco x 0 mg de IBA 15,0 82,5 2,5 95,0
Vermiculita x Talco x 2500 mg de IBA 35,0 62,5 2,5 90,0
Vermiculita x Talco x 5000 mg de IBA 52,5 42,5 5,0 87,5
Média 33,5 56,7 9,8 84,8
100
ANEXO 08 - Médias gerais dos tratamentos, para fatores de variação isolados e
possíveis interações entre eles, de estacas subapicais de brotações
de cepas de árvores velhas de timbó (A. glazioveana) com calos,
vivas, mortas e brotadas, no outono/2006.
Estacas subapicais velhas de timbó, outono/2006
Tratamentos
Estacas com
calos (%)
Estacas
vivas (%)
Estacas
mortas (%)
Estacas
brotadas (%)
CAC 35,0 52,1 12,9 87,9
Vermiculita 57,9 39,6 2,5 94,6
Solução 54,2 37,5 8,3 90,0
Talco 38,8 54,2 7,1 92,5
0 mg de IBA 38,8 53,8 7,5 91,9
2500 mg de IBA 45,0 44,4 10,6 88,8
5000 mg de IBA 55,6 39,4 5,0 93,1
CAC x Solução 40,0 45,8 14,2 87,5
CAC x Talco 30,0 58,3 11,7 88,3
Vermiculita x Solução 68,3 29,2 2,5 92,5
Vermiculita x Talco 47,5 50,0 2,5 96,7
CAC x 0 mg de IBA 25,0 60,0 15,0 86,3
CAC x 2500 mg de IBA 31,3 52,5 16,3 83,8
CAC x 5000 mg de IBA 48,8 43,8 7,5 93,8
Vermiculita x 0mg de IBA 52,5 47,5 0,0 97,5
Vermiculita x 2500 mg de IBA 58,8 36,3 5,0 93,8
Vermiculita x 5000 mg de IBA 62,5 35,0 2,5 92,5
Solução x 0 mg de IBA 43,8 46,3 10,0 90,0
Solução x 2500 mg de IBA 48,8 38,8 12,3 87,5
Solução x 5000 mg de IBA 70,0 27,5 2,5 92,5
Talco x 0 mg de IBA 33,8 61,3 5,0 93,8
Talco x 2500 mg de IBA 41,3 50,0 8,8 90,0
Talco x 5000 mg de IBA 41,3 51,3 7,5 93,8
CAC x Solução x 0 mg de IBA 25,0 55,0 20,0 82,5
CAC x Solução x 2500 mg de IBA 22,5 57,5 20,0 82,5
CAC x Solução x 5000 mg de IBA 72,5 25,0 2,5 97,5
CAC x Talco x 0 mg de IBA 25,0 65,0 10,0 90,0
CAC x Talco x 2500 mg de IBA 40,0 47,5 12,5 85,0
CAC x Talco x 5000 mg de IBA 25,0 62,5 12,5 90,0
Vermiculita x Solução x 0 mg de IBA 62,5 37,5 0,0 97,5
Vermiculita x Solução x 2500 mg de IBA 75,0 20,0 5,0 92,5
Vermiculita x Solução x 5000 mg de IBA 67,5 30,0 2,5 87,5
Vermiculita x Talco x 0 mg de IBA 42,5 57,5 0,0 97,5
Vermiculita x Talco x 2500 mg de IBA 42,5 52,5 5,0 95,0
Vermiculita x Talco x 5000 mg de IBA 57,5 40,0 2,5 97,5
Média 46,5 45,8 7,7 91,3
101
ANEXO 09 - Médias gerais dos tratamentos, para fatores de variação isolados e
possíveis interações entre eles, de estacas basais de brotações de
cepas de árvores novas e velhas de timbó (A. glazioveana)
enraizadas, com número de raízes e comprimento das três maiores
raízes por estaca, com calos, vivas, mortas e brotadas, no
outono/2005.
Estacas basais novas e velhas de timbó, outono/2005
Tratamentos
Estacas
enraizadas
(%)
Número
médio de
raízes por
estaca
Compriment
o das três
maiores
raízes por
estaca (cm)
Estacas
com calos
(%)
Estacas
vivas
(%)
Estacas
mortas
(%)
Estacas
brotadas
(%)
Nova 17,5 4,4 1,3 32,5 6,4 41,4 55,6
Velha 28,6 6,2 1,5 43,1 6,7 19,7 77,2
Solução 33,6 6,6 1,8 34,2 3,6 25,8 70,3
Talco 12,5 4,0 1,1 41,4 9,4 35,3 62,5
0 mg de IBA 20,4 3,7 1,1 39,2 6,7 31,7 65,8
2500 mg de IBA 25,0 6,0 1,5 36,7 5,0 31,7 66,3
5000 mg de IBA 23,8 6,3 1,6 37,5 7,9 28,3 67,1
Nova x Solução 28,9 4,9 1,7 33,3 2,8 32,2 63,9
Nova x Talco 6,1 3,9 0,9 31,7 10,0 50,6 47,2
Velha x Solução 38,3 8,3 1,8 35,0 4,4 19,4 76,7
Velha x Talco 18,9 4,1 1,3 51,1 8,9 20,0 77,8
Nova x 0 mg de IBA 14,2 3,4 1,0 30,8 5,8 45,8 51,7
Nova x 2500 mg de IBA 22,5 5,9 1,5 30,0 3,3 42,5 55,8
Nova x 5000 mg de IBA 15,8 3,8 1,4 36,7 10,0 35,8 59,2
Velha x 0 mg de IBA 26,7 4,0 1,2 47,5 7,5 17,5 80,0
Velha x 2500 mg de IBA 27,5 6,0 1,6 43,3 6,7 20,8 76,7
Velha x 5000 mg de IBA 31,7 8,7 1,9 38,3 5,8 20,8 75,0
Solução x 0 mg de IBA 25,0 4,1 1,2 40,0 4,2 27,5 70,1
Solução x 2500 mg de IBA 37,5 6,9 1,9 31,7 2,5 26,7 70,1
Solução x 5000 mg de IBA 38,3 8,8 2,2 30,8 4,2 23,3 69,2
Talco x 0 mg de IBA 15,8 3,3 1,0 38,3 9,2 35,8 60,8
Talco x 2500 mg de IBA 12,5 5,0 1,2 41,7 7,5 36,7 61,7
Talco x 5000 mg de IBA 9,2 3,7 1,1 44,2 11,7 33,3 65,0
Nova x Solução x 0 mg de IBA 18,3 2,7 1,2 33,3 3,3 38,3 60,0
Nova x Solução x 2500 mg de IBA 38,3 5,6 2,0 28,3 0,0 31,7 65,0
Nova x Solução x 5000 mg de IBA 30,0 6,3 1,9 38,3 5,0 26,7 66,7
Nova x Talco x 0 mg de IBA 10,0 4,1 0,8 28,3 8,3 53,3 43,3
Nova x Talco x 2500 mg de IBA 6,7 6,2 0,9 31,7 6,7 53,3 46,7
Nova x Talco x 5000 mg de IBA 1,7 1,3 0,8 35,0 15,0 45,0 51,7
Velha x Solução x 0 mg de IBA 31,7 5,4 1,3 46,7 5,0 16,7 81,7
Velha x Solução x 2500 mg de IBA 36,7 8,2 1,7 35,0 5,0 21,7 76,7
Velha x Solução x 5000 mg de IBA 46,7 11,3 2,4 23,3 3,3 20,0 71,7
Velha x Talco x 0 mg de IBA 21,7 2,5 1,1 48,3 10,0 18,3 78,3
Velha x Talco x 2500 mg de IBA 18,3 3,9 1,4 51,7 8,3 20,0 76,7
Velha x Talco x 5000 mg de IBA 16,7 6,1 1,3 53,3 8,3 21,7 78,3
Média 23,1 5,3 1,4 37,8 6,5 30,6 66,4
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